Forca Para Viver.pdf

“… a palavra de Deus é eficaz.” (Hebreus 4,12)

ÍNDICE

LEIA ISTO ANTES DE COMEÇAR………………… 2

1. VOCÊ QUER ATINGIR O SEU OBJETIVO…….. 4

2. VOCÊ É ESPECIAL PARA DEUS…………………..12

3. COMO ACERTAR O PASSO DA SUA VIDA

COM DEUS………………………………………………18

4. COMO CONTINUAR A CRESCER……………….30

5. PARA QUE SERVE A BÍBLIA………………………44

6. DÊ À BÍBLIA UM LUGAR NA SUA VIDA……..53

7. EM RESUMO…………………………………………..62

FORÇA PARA VIVER LEIA ISTO ANTES DE COMEÇAR

2

Força Para Viver

Introdução do Livro:

"Leia isto antes de começar"

Jamie Buckingham

Numa manhã de domingo, não muito tempo atrás, três

homens entraram de gatas na cabine de uma nave espacial de aspeto

estranho, que estava presa a um gigantesco foguete no Cabo

Kennedy, na Flórida. Enquanto todo o mundo aguardava, fascinado,

começou a contagem decrescente

para o lançamento da nave

espacial Colúmbia.

Até aí, nunca nenhuma

nave lançada da Terra tinha

descrito várias órbitas em torno

do planeta e regressado em voo

controlado, aterrando como

qualquer avião. Foi necessária

muita força de vontade para realizar tal missão.

O foguete que transportou a nave espacial media 61 metros.

Pesava duas mil toneladas (isso mesmo, dois milhões de quilos!) e só

de combustível carregava um milhão e novecentos mil litros!

A sua força de impulso era superior a dois milhões de quilos –

força suficiente para levar a nave especial atingisse uma altitude de

37 quilômetros em apenas dois minutos.

Depois da decolagem inicial, a Colúmbia subiu a ama altitude

de 300 quilômetros e orbitou em volta da terra a uma velocidade de

27.000 quilômetros por hora.

Em sete dias, fez 113 órbitas em volta da Terra.

Foi uma das maiores demonstrações de força já vistas no

mundo. Os jornalistas compararam a nave espacial a uma águia, no

entanto, não passava de um amontoado de metal. Quando sua força

acabou ela caiu do céu, com a parte inferior ao rubro devido ao calor

gerado pela reentrada na atmosfera terrestre e terminou a sua

missão pousando como um planador nas planícies arenosas do

deserto da Califórnia.

A nave especial Colúmbia foi uma realização científica

espetacular. A força necessária para sair da Terra e, na realidade,

toda a capacidade de nave para permanecer no espaço, foi criada

pelo homem.

As águias, por causa da sua

capacidade de encontrar as térmicas

– colunas de ar quente que se elevam

do solo – são capazes de se

manterem em voo indefinidamente,

muitas vezes sem necessidade sequer

de movimentar as suas asas. A nave Colúmbia não era uma águia; era

uma simples nave espacial. Por isso, o seu destino era mesmo cair,

voltar à Terra.

A única forma dela qual ser uma águia teria sido ela ter

nascido águia – ou renascido como águia.

FORÇA PARA VIVER LEIA ISTO ANTES DE COMEÇAR

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Este é o problema da maioria das pessoas – aliás de todas as

pessoas. Temos uma certa quantidade de força natural. Por alguma

razão, no então, não temos força suficiente para chegar até ao fim.

Alguns parecem começar bem, mas mesmo eles acabam, finalmente,

por cair de volta à terra. A grande maioria das pessoas não chega

sequer a deixar a rampa de lançamento. Fazemos muito barulho,

ensaiamos o voo, mas descolar, realmente, não conseguimos. Por

vezes, nem mesmo ruído somos capazes de fazer e, sem qualquer

força, somos derrubados pela primeira rabanada de que nos atira

para o chão, e aí ficamos, esquecidos para sempre – como se nem

tivéssemos chagado a existir.

Recentemente, algumas pessoas extremamente bem – sucedidas,

pessoas que chegaram à fama em suas profissões, foram

questionadas com respeito às suas próprias vidas.

Essas pessoas não são simples montes de metal, cujo destino

seria, mais cedo ou mais tarde, a cada de regresso à Terra. São como

águias autênticas que voam e alcançam as alturas. Quando lhes

perguntamos de onde lhes vem a força que as mantêm no ar, todas

deram a mesma resposta: - de DEUS.

É verdade! Todas elas disseram que a sua força de viver lhes

vinha de um relacionamento pessoal com Deus. Ao contrário da nave

espacial Colúmbia, que atingira o espaço apenas em consequência

do esforço humano, estas pessoas afirmaram que tinham tentado o

caminho do esforço humano mas que tudo fora em vão. Quando,

porém, se voltaram para Deus e permitiram que Ele comandasse as

suas vidas, então sim, começaram a subir.

Você vai dizer: “Deus? Essa é boa! Pode ser que Ele ajuda

pessoas que já têm a sua vida feita, mas comigo é bem diferente!”

Espere! Deus não existe só para os famosos, os ricos ou para

aquelas pessoas respeitáveis que se vestem bem para ir à igreja aos

domingos. Deus existe para toda a gente. Ele ama os sem esperança,

os alcoólicos, os viciados, os que já perderam a força para viver e que

indefesos, em queda livre, vão a caminho da sua destruição ao

chocarem com a terra (se não explodirem antes ao reentrarem na

atmosfera terrestre). Deus ama o desempregado, a mulher que ficou

presa na teia do adultério e da prostituição, o adolescente solitário, o

homem de negócios fracassado.

Deus ama-o a si e, sem você deixar, Ele não só lhe mostrará

um novo caminho como lhe dará ainda a força de você precisa para

viver.

É disto que fala este livro. Da força para viver. Há muito

tempo o profeta Isaías descobriu esta verdade. O que ele escreveu já

foi experimentado por milhões de pessoas nas mais diferentes

condições de vida, ao longo de muitos séculos. Chegou a sua vez de

conhecer, de permitir que Ele lhe dê a força, não apenas para

sobreviver, mas para viver realmente. Leia o que disse Isaías: “Os

que confiam no Senhor renovam as suas forças; lançam-se como as

águias, correm sem se cansarem, andam sempre sem se fatigarem.”

(Isaías 40.31).

Jamie Buckingham

Melbourne, Flórida

FORÇA PARA VIVER VOCÊ QUER ATINGIR O SEU OBJETIVO?

4

CAPÍTULO UM

VOCÊ QUER ATINGIR O SEU OBJETIVO?

Toda a gente sonha com o sucesso. É este o nosso objetivo ou

a nosso destino na vida.

Algumas pessoas pensam que sucesso é ganhar muito

dinheiro, viver sem problemas e reformar-se cedo com uma boa

conta no Banco.

Outras sonham em chegar ao auge da fama nas suas áreas de

trabalho, em conquistar fortuna e em ser admirados como pessoas

importantes, sábias e famosas.

Outros ainda acham que o sucesso é acumular bens materiais

– sem para isso contrair empréstimos ou dívidas. Ter casa própria,

conduzir o carro do ano, entrar em qualquer loja e comprar o que

quiser sem preocupações com o orçamento familiar. Para estes, o

sucesso é isto!

Há ainda aqueles que associam o sucesso a uma vida familiar

feliz, uma esposa amorosa, um marido dedicado e filhos obedientes.

Para alguns, o sucesso é uma vida longe, boa saúde e cabeça

lúcida.

Toda a gente sonha com o sucesso.

A Bíblia afirma: “Busca a tua felicidade no Senhor e ele te

concederá os desejos do teu coração” (Salmo 37:4). Esta é, sem

dúvida, uma promessa extraordinária. O problema, porém, é que isto

quase nunca acontece ou, pelo menos, é o que parece. O que quer

dizer que, se isto de fato acontecesse, muitas pessoas seriam ricas,

teriam saúde e demonstrariam sabedoria – porque é isso que todos

desejamos, não é?

Porque é que então não atingimos o sucesso, se é isso que

desejamos com o maior empenho?

Não será porque temos uma ideia errada do que é o sucesso?

Será possível que não tenhamos compreendido realmente as

condições que Deus nos impõe para o sucesso?

A primeira condição que Ele nos impõe – aliás, a única – é

“busca a tua felicidade no Senhor”. Por outras palavras, ponha Deus


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em primeiro lugar. Jesus disse a mesma coisa quando afirmou aos

Seus discípulos que, se procurassem em primeiro lugar o reino de

Deus e a justiça divina, teriam tudo o mais que fosse necessário à sua

vida (Mateus 6:33).

O nosso problema não é falto de objetivos. O nosso problema

é termos objetivos errados.

QUANDO SE SAI NO LUGAR ERRADO

No ano passado, eu regressava de avião a Melbourne, na

Flórida, onde vivo. O avião fez uma escala na cidade de Tampa antes

de seguir para Melbourne. Como o voo estava atrasado, a hospedeira

pediu aos passageiros com destino a Melbourne que permanecessem

no avião durante a escala em Tampa.

Eu estava absorvido, na leitura de alguma coisa que me

interessava e não prestei muita atenção ao que se estava a passar,

mas comecei a achar que a escala em Tampa estava demorar muito

mais do que devia Perguntei à hospedeira o que estava a acontecer.

“Desapareceram duas passageiras que iam para Melbourne”,

disse ela. “Saíram, por engano, aqui em Tampa e ainda não

conseguimos encontra-las e trazê-las de volta para o avião.”

Alguns minutos depois, duas velhinhas entravam apresadas

no avião. Estavam obviamente muito confusas e falavam muito

depressa em italiano, acompanhado o que diziam com o gesticular

característico dos italianos. A hospedeira ajudou-as a apertar o cinto

de segurança e o avião levantou voo imediatamente, prosseguindo a

viagem em direção a Melbourne.

Depois de estarmos de novo no ar há algum tempo, a

hospedeira parou junto de mim e contou-me o que se passara. As

duas senhoras eram italianas e não falavam inglês. Era a primeira vez

que vinham aos Estados Unidos. Vinham visitar uns parentes que

viviam em Melbourne e que estavam à espera delas no aeroporto.

Era a maior viagem das suas vidas e elas estavam muito

entusiasmadas – e um pouco assustadas.

Tinham saído de Roma para um longo voo até Estados Unidos,

em Nova Iorque tinham mudado de avião para o voo até Melbourne.

Como não falavam inglês não perceberam que o avião faria escala

em Tampa. Quando, pela janela, viram as palmeiras e o sol da

Flórida, julgaram ter chegado ao seu destino. Juntaram-se aos muitos

passageiros que desembarcaram em Tampa e saíram apressadas do

avião, para irem à procura dos parentes que tinham prometido vir

esperá-las ao aeroporto.

O que elas não sabiam é que estavam ainda 200 km do seu

destino. Saíram em Tampa pensando que o sonho das suas vidas se

tinha finalmente realizado e acabaram por descobrir que estavam

perdidas num aeroporto gigantesco onde não estava nenhum

parente à espera delas.

O pessoal da Companhia encontrou-as, por fim, perdidas e

assustadas num terminal errado. Quando, porém tentaram

convencer as velhinhas a voltar para o avião, elas recusaram

teimosamente. Pensaram, erradamente, que alguém as queria

mandar de volta para o seu país de origem. Finalmente, encontraram

um bagageiro que falava italiano e que consegui explicar-lhes que

não estavam ainda onde pensavam estar. Só então as duas voltaram

para o avião, ansiosas para chegar finalmente ao seu destino.


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A maioria de nós é como aquelas duas velhinhas. Talvez por

não compreendermos a linguagem que Deus utilizou na Bíblia,

saímos no lugar errado, longe do nosso destino. Achamos que

sucesso é o mesmo que dinheiro, segurança e prestígio. Não

compreendemos que o verdadeiro sucesso está na satisfação das

nossas necessidades espirituais. Poucas pessoas atingem o

verdadeiro sucesso porque estão perdidas, a correr de um lado para

o outro, no aeroporto do sucesso material.

Que coisas o fizeram descer do avião no aeroporto errado de

Tampa, quando, na verdade, você queria ir para Melbourne?

Pode haver inúmeras razões. Talvez você não compreenda a

língua. Nesse caso precisa de um intérprete, de alguém que fique ao

seu lado e lhe explique as instruções que Deus deixou, mas numa

linguagem que você entenda.

Pode ainda acontecer que alguém lhe tenha dado

informações erradas. Há por aí muita gente que parece ter prazer em

enganar os outros. Este é uma das razões pelas quais nós lhe demos

este livro – para ajudar a encontrar o seu caminho, a embarcar no

avião certo – aquele que o vai levar verdadeiro sucesso.

Talvez como as duas velhinhas italianos, você se tenha

deixado enganar por algumas palmeiras balouçando ao vento.

Depois de ter vivido sem vislumbrar sucesso durante tanto tempo, a

simples visão do que parecia ser, finalmente, o sucesso foi tão

maravilhosa que você decidiu desembarcar ali mesmo, em vez de

tentar descobrir o que de melhor Deus tem para si.

Talvez, na sua ânsia de alcançar o sucesso, você tenha dado

ouvidos a alguém que lhe indicou um atalho, um caminho mais fácil e

se tenha metido numa seita ou abraçado uma religião errada.

Ou talvez tenha simplesmente ido atrás da maioria. Afinal,

nos grandes aeroportos, sai muita gente dos aviões; porque não ir

para onde vai a maioria?...

Talvez você esteja, pura e simplesmente, com medo. Já ouviu,

com certeza, histórias estranhas de gente que seguiu Deus, que

confiou n’Ele. Você não quer tornar-se num fanático; assim, o melhor

é ficar aqui mesmo, neste aeroporto, subindo e descendo as escadas

rolantes e olhando para as palmeiras que balouçam ao vento.

Parece-lhe uma história sem pés nem cabeça?

Ou parece-se com a realidade da sua vida?

ALGUMAS PESSOAS QUE ALCANÇARAM O SUCESSO

Talvez ajude se eu lhe apresentar algumas pessoas que não

permitiram que o sucesso material e social as impedisse de atingir o

verdadeiro objetivo do sucesso do ponto de vista de Deus. Este é um

sucesso duradoiro que ninguém lhes pode tirar.

CLIFF RICHARD

CANTOR INTERNACIONAL

Muitas pessoas duvidam

de veracidade de algumas

conversões cristãs.


7

Dizem que elas são produto de uma imaginação muito fértil,

ou, então, um gigantesco esforço de vontade. Posso dizer-lhes que,

se a minha conversão em 1964 foi imaginação, então também o é

esta cadeira onde estou sentado! A minha vida não é passada a

brincar. É uma vida muito ocupada, ativa e com momentos de grande

tensão. Não tenho muito tempo para perseguir fantasias ou para

sonhar alto.

O meu encontro com Cristo não foi uma ilusão, mas antes

uma experiência que veio alterar a minha pessoa, todas as minhas

prioridades, atitudes e opções. Depois de anos de interrogações e

dúvidas sobre a minha vida, cheguei à conclusão que a morte de

Jesus era, de alguma maneira, a solução de todo o problema. E, além

disso, passei a acreditar que Jesus não foi apenas uma personagem

histórica. Os mortos podem continuar a influenciar-nos, mas não têm

capacidade para modificar a vida de uma pessoa. Concluí, pois, que

Jesus estava, de alguma estranha e milagrosa forma, ainda vivo.

Há uma diferença abismal entre nos relacionarmos com um

ser vivo e simplesmente modificar a nossa filosofia de vida. Para

mim, esta relação começou um dia quando, deitado na cama, fiz uma

oração muito simples, pedindo a Jesus que entrasse na minha vida

para me orientar e me salvar. Então as convicções que tinha na

mente, chegaram também ao coração e à minha vida. Era tempo de

aceitar o compromisso.

Depois desta minha oração não houve emoções

arrebatadoras nem luzes resplandecentes, nem vozes do Além –

apenas uma enorme sensação de paz e grande entusiasmo. Trinta

anos depois, a paz é ainda mais profunda e o entusiasmo maior.

CLÁUDIO TAFFAREL

ESTRELA DE FUTEBOL, GUARDA-REDES NO MUNDIAL DE 94

Tal como a maior parte dos

rapazes brasileiros, sempre rezei para

alcançar uma única coisa: vir a ser

jogador de futebol. Em 1984, Deus deu-

me essa oportunidade e, no ano

seguinte, já estava a jogar na Liga de

Juniores com a equipa do Brasil. Pouco

tempo de pois, comecei a frequentar

uma série de estudos bíblicos,

orientado por um grupo chamado

“Atletas de Cristo”. Eles falavam acerca

de Deus, de uma forma muito íntima e humilde.

Comecei a interessar-me à medida que se falava na perspetiva

de felicidade e de paz. Depois de ouvir falar muito em Deus,

compreendi que só Ele me poderia dar a oportunidade com que tinha

sonhado tanto tempo; que só Ele poderia guiar a minha vida, de

acordo com a Sua vontade. Assim, aceitei-O como a única forma de

salvação e confessei os meus pecados, começando a seguir apenas a

Sua orientação. Sentia-me um tanto embaraçado quando me

perguntavam se era Cristão, mas o Senhor foi misericordioso para

mim, permitindo que esta transformação se desse a pouco e pouco.

Hoje, estou feliz por poder confessar que Cristo é o meu Senhor.

Deus abençoou a minha vida e está sempre presente nas

minhas atividades diárias. Sinto que as Suas mãos protetoras me


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envolvem. De fato, durante o Mundial de 1994, Deus deu-me a força

para ultrapassar todos os obstáculos (mesmo as dificuldades de

caráter pessoal) e concedeu-nos a oportunidade de alcançarmos o

título Tal como já afirmei na televisão “ganhámos esta taça em nome

de Jesus”. Hoje, estou muito feliz por ter oportunidades como esta

de dizer que foi Deus que me salvou e quer salvar-vos também.

ANI FONSECA

GUITARRISTA

Dois homens queriam construir

uma casa. Compraram todo o material

necessário e cada um escolheu um

terreno. O primeiro procurou um terreno

rochoso e firme, e preocupou-se com os

alicerces de casa. O segundo homem,

mais despreocupado, decidiu construir a

sua casa na areia, com um boa vista para

o mar. Bem, um dia, já depois de

construídas as casas, houve uma grande

tempestade; a casa do primeiro homem

aguentou-se bem porque tinha bom

alicerces; a casa do outro homem, pelo contrário, acabou por ruir.

Pode parecer que esta história não tem nada a ver comigo,

mas o facto é que ela ilustra em poucas palavras, o que eu levaria

muito tempo para contara. Deus tornou-se o terreno no qual a minha

vida está alicerçada – e isto dá-me uma segurança incrível. Toco

guitarra há vários anos, e a música sempre foi importante para mim.

O facto de estar a tocar, agora, num grupo que tem bastante sucesso

também é importante. No entanto, eu não posso apoiar a minha vida

apenas neste tipo de coisas: sucesso, dinheiro, relações com pessoas,

etc., porque tudo isto pode falhar um dia. Deus, eu sei que não falha!

Ele tem por mim um amor incrível. Ele provou isso ao deixar

que o seu único filho Jesus fosse crucificado, para minha salvação!

Por isso, eu sei também que, mesmo que tudo o resto falhe, Ele vai

estar sempre lá para aguentar a minha “casa”. É um desafio … mas

vale a pena!

JOAQUIM MATEUS

EMPRESÁRIO DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA

Como administrador/delegado

duma indústria metalúrgica, é minha

responsabilidade determinar o que é

bom e o que é mau para a empresa.

Isso requer a aplicação de rigorosos

princípios e um empenho e dedicação

total no exercício das minhas funções.

Tenho tido inúmeros sucessos, mas

também o meu quinhão de problemas.

Tenho trabalhado duramente, muitas

vezes 16 horas por dia, por vezes em

circunstâncias difíceis.

Através desta minha

experiência profissional aprendi que a vida, em si mesma, também é

regida por determinadas leis ou princípios, se queremos ter nela


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sucesso. Para mim, o primeiro desses princípios levou-me a procurar

ter um relacionamento pessoal com Deus. As pessoas só são

verdadeiramente felizes quando se encontram com Jesus.

Uma das experiências que teve um grande impacto na minha

vida, depois de aceitar Cristo, foi o período de quatro anos de guerra

em Angola, onde prestei o meu serviço militar. Embora consciente

dos perigos que corria, inclusive a morte, entreguei a minha vida

inteiramente nas mãos de Deus, ele respondeu-me, dando-me uma

paz que eu nunca imaginara ser possível ter num cenário de guerra.

Desde o dia em que entreguei a minha vida a Cristo. Ele tem

sido uma realidade constante em todos os aspeto: em casa, na igreja,

no meio de problemas, e também nas alegrias. Por que não haveria

de ser de igual modo no mundo dos negócios?

PEDRO DUARTE

DIRETOR DE UM GRUPO MUSICAL

Desde pequeno que a música tem

feito parte da mina vida, e muito

especialmente o piano. No entanto,

comecei a aperceber-me de que deveria

ir para além dos sons e notas musicais e

que o nosso sentido musical nos leva, em

última análise, a conhecer o próprio

Criador da música, Deus. Por meio da

leitura da Bíblia, compreendi que podia

ter um relacionamento pessoal com

Deus, através do Seu Filho, Jesus Cristo.

Ao aceitar Jesus Cristo, o filho de Deus, como o meu Senhor e

salvador, recebi a Sua nova vida dentro de mim. A partir desse

momento, a minha maneira de ver o mundo e de enfrentar o dia a

dia foi mudando a pouco e pouco. A Bíblia menciona uma vida

diferente daquela que nos rodeia – a vida eterna, uma vida com os

princípios e valores do próprio Deus.

Reconheço muitas vezes, que estou longe de ser perfeito. No

entanto, sei que tenho no meu interior a vida eterna, por causa do

Senhor Jesus. Deus que me criou e muito me ama, é, ao contrário do

que normalmente se pensa, como um pai se preocupa mais em

levantar o filho, quando este cai, do que em castiga-lo.

O meu sentido de segurança em relação ao futuro está

baseado em Deus e nas Suas palavras, a Bíblia. Sei que posso

descansar e confiar n’Ele mesmo quando devo enfrentar uma

situação adversa. Sei também que, dedicando a minha vida a Deus,

aquilo que eu fizer terá um sentido e um propósito eterno.

Num mundo conturbado e agitado com o de hoje, num meio

competitivo e exigente como o do espetáculo, é n’Ele que eu

encontro a verdadeira força para viver.


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MARCO AURÉLIO

FUTEBOLISTA DO SPORTING

Como muitos outros rapazes, nasci

numa família humilde, com muitos

sonhos de uma vida cheia de sucesso e de

prazer.

Aos dezasseis anos, um amigo

levou-me a ver uma senhora que jogava

búzios e eu fiquei viciado. Sob a

influência da macumba, tornei-me num

ser egoísta, frio e calculista, interessado

apenas nas coisas que pudessem

contribuir para a minha própria glória. Até cheguei a sacrificar

animais, ameaçar os meus amigos e agredir pessoas.

Pensava eu que, através da macumba, havia alcançado

algumas coisas favoráveis na minha carreira profissional, mas eu

continuava infeliz por se tratar obviamente de obra do demónio. Foi

então que entrei numa grande equipa onde eu podia vir a ser um

futebolista profissional, o que representava a minha única ambição,

tanto pessoal como profissional. Foi nesta equipa que encontrei

muitos jogadores Cristãos que me falavam constantemente sobre a

Palavra de Deus. Convidaram-me para participar nos seus grupos de

estudo da Bíblia, mas eu nunca aceitava. No entanto a semente

estava lançada.

Uma tarde, viajando de carro com a minha mulher, senti uma

forte rajado de vento. Sei agora que era Deus que me falava à

consciência, pois decidi não voltar à macumba.

Mais tarde, um colega Cristão da equipa voltou a falar-me da

Bíblia, especialmente sobre a misericórdia de Deus e do Seu amor, e

ofereceu-me uma Bíblia. Durante os dias seguintes comecei a Lê-La e

a tornar-me mais interessado. Finalmente fui a um estudo da Bíblia

para conhecer outros atletas Cristãos, a reunião para a qual me

tinham tantas vezes convidado. Depois de várias conversas chegou

finalmente o momento de sentir a alegria de aceitar Jesus com o meu

Salvador.

Agora sei que o sucesso e a glória não valem grande coisa se

não tiverem sido alcançados para a honra e glória de Jesus. O prazer

e a glória são passageiros, somente Deus é eterno.

MARIA DO AMPARO

CANTORA

Foi em 1990 que comecei a

estudar a Bíblia com a ajuda duma

pessoa amiga, pois estava

sinceramente interessada em

descobrir Deus. Um dia, lendo a

Bíblia, deparei com um texto que me

sensibilizou bastante e que diz

assim: “Olhem que estou à porta e

chamo. Se alguém ouvir a minha voz

a abrir a porta, eu entro em sua casa,

janto com ele e ele comigo.”

(Apocalipse, 3:20). Eram palavras de

Jesus.


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Foi tal a impressão que este versículo me causou que decidi

decorá-lo, enquanto fazia isso, comecei a compreender qual o seu

sentido: Jesus desejava entrar na minha vida… mas somente quando

eu ouvisse a sua voz e abrisse a porta do meu coração.

Assim, ao compreender a bondade e amor de Deus para

comigo, eu abri de verdade o meu coração para Jesus e convidei-O a

fazer parte da minha vida, para sempre.

Tornei-me uma filha de Deus no dia em que aceitei Jesus

como meu Salvador e lhe pedi para perdoar os meus pecados.

A partir do momento em que tomei tal decisão, ganhei a

certeza de que, quando um dia morrer, estarei com Deus por toda a

Eternidade.

ARTHUR S. DEMOSS

FUNDADOR DUMA COMPANHIA DE SEGUROS E DIRETOR

EXECUTIVO

Apesar de trabalhar mais de 100

horas por semana, continuava ainda

com uma dívida de milhares de dólares.

Tal como muitos outros homens

de negócios, tinha aquela convicção

especial de que eu era indispensável na

minha atividade. Se tinha que me

ausentar, nem que fosse por poucas

horas, estava sempre a telefonar para a

escritório para garantir que tudo corria bem.

Quando coloquei a minha vida nas mãos de Jesus Cristo,

depressa compreendi que Ele me prometia tornar as minhas tarefas

mais leves, ir ao encontro das minhas necessidades e solucionar os

meus problemas. Em primeiro lugar, livrou-me das dúvidas logo após

a minha conversão. Deixei de ter necessidade de trabalhar dia e

noite e até aos Domingos.

O que é que eu fiz? Coloquei Deus em primeiro lugar. Quanto

mais tempo e dinheiro Lhe dedicava, mais Ele me dava a mim. Agora,

dedico tempo em cada dia ler a Bíblia e orar, pedindo a orientação de

Deus. Dei a Deus o meu negócio, bem como os problemas que dele

possam surgir. Poder-se-á dizer que é incrível, mas é verdade –

deixei, pura e simplesmente, de ter preocupações.

Arthur DeMoss descobriu que o verdadeiro sucesso na vida surgiu

através da paz com Deus. O êxito e a fortuna também eram seus, as

nada disto tinha uma importância como a paz que encontrou através

de Jesus Cristo. É esta a verdadeira Força para Viver.

FORÇA PARA VIVER VOCÊ É ESPECIAL PARA DEUS

12

CAPÍTULO DOIS

VOCÊ É ESPECIAL PARA DEUS

Existe uma lenda entre os índios Cheyenne de uma aldeia

isolada à beira da floresta. Durante anos sem conta, os adultos da

aldeia cumpriram um determinado ritual. Um por um, os adultos da

aldeia cumpriram um determinado ritual. Um por um, eles

costumavam sair sorrateiramente da aldeia e seguiam um trilho pelo

interior da floresta até chegarem a um riacho de águas prateadas.

Sobre o riacho havia um tronco caído, já gasto pelos muitos pés que

sobre ele tinham passado. Olhando em volta, para ter a certeza que

ninguém o estava a observar, o índio caminhava sobre o tronco.

Agachando-se, olhava para o riacho para ver o seu reflexo na água.

Depois, falando em voz baixa, começava a conversar com o riacho,

contando-lhe os segredos mais profundos do seu coração. Isto dava-

lhe uma sensação de alívio e de bem-estar. Quando terminava,

voltava para a aldeia.

Apesar de todos os adultos da aldeia fazerem isto

regularmente, ninguém falava no assunto. E, no entanto, toda a

gente parecia saber que todos os outros faziam a mesmo coisa.

Um dia, duas crianças índias encontraram o trilho na floresta.

Curiosas, seguiram o trilho e encontraram o riacho de águas

prateadas. Vendo o tronco caído sobre o riacho, resolveram

caminhar sobre ele o olharam para baixo. Na água, viram os reflexos

dos seus rostos. Passado pouco tempo, estavam ambos a conversar

com o riacho, contando-lhe os segredos dos seus corações. E, com

isto, sentiram-se bem. Muito bem.

Depois, voltaram a correr pelo trilho em direção à aldeia e

chamaram os adultos. Quando lhes contaram o que tinha descoberto

e feito, os adultos sentiram-se ofendidos – e ameaçados. Agarraram

em pedras e expulsaram as duas crianças da aldeia a pedrada.

O significado da lenda, segundo os índios, é que toda a gente

precisa de alguém com quem falar, com quem se relacionar, de

alguém a quem se possa contar todos os segredos do coração. Mas,


13

como fazer uma coisa dessas é prova de fraqueza, ninguém quer que

os outros saibam dessa necessidade.

Os índios têm, em parte, razão. Nascemos com uma profunda

necessidade de relacionamento. Já alguém disse que dentro de cada

homem há sempre um garotinho que tenta agradar ao pai. Acho que

o mesmo acontece com a menina que há dentro de cada mulher.

Dentro de todos nós há uma criança que precisa desesperadamente

de depender de Deus.

Todavia, a nossa sociedade fez algo de muito estranho.

Mentalizou-nos que depender de Deus é um sinal de fraqueza.

Pensamos que o “sucesso” é a capacidade de enfrentar a vida

sozinhos, de vencer sem ajuda de ninguém – especialmente de Deus.

Por isso, quando ouvimos alguém dizer: “Eu entreguei a minha vida a

Deus”, ou ~”Entreguei a Jesus o controlo da minha vida”, pensamos

imediatamente que essa pessoa é um fraco, um fracassado, um

frustrado que não consegui vencer sozinho e teve que pedir socorro a

Deus.

Este é, basicamente, um conceito ocidental. Muita gente no

chamado terceiro mundo e, praticamente, todos os orientais

encaram a dependência do “mundo espiritual” como circunstância

perfeitamente natural da vida. É uma tendência da sociedade

ocidental, europeia e americana, com o seu forte senso de

independência e individualidade, encarar com relutância um pedido

de ajuda a Deus. No entanto, como os índios da lenda, quando

estamos sozinhos com os nossos pensamentos e sentimentos, e

somos honestos connosco mesmos – quando estamos sobro o

tronco e olhamos para o nosso reflexo nas águas prateados do riacho

– todos sentimos um forte impulso de abrir o nosso coração e contar

os nossos segredos mais íntimos. E quando o fazemos, interiormente,

sentimo-nos bem, pois no íntimo de cada ser humano há uma

pequena voz que sussurra dizendo-nos que, apesar do que pensa o

resto do mundo, Deus ama-nos e que somos especiais para Ele.

O nosso problema é o orgulho. Não queremos admitir que

somos incapazes de resolver sozinhos os problemas da vida.

Charlie Brown, o famoso personagem das histórias aos

quadradinhos, passa a vida a lutar contra isso. Um dia, Charlie estava

a conversar com o seu amigo Linus sobre a permanente sensação de

incapacidade que sentia.

“Sabes, Linus”, dizia o Charlie Brown entre suspiros, “isto vem

desde o princípio. Desde o momento em que nasci e pousei o pé no

palco da vida, olharam para mim e disseram logo: “Esse tipo não vai

ser capaz!”.

Quantos de nós, tal como o Charlie, já nos olhámos ao

espelho e concluímos: “Eu não sirvo para este papel!”

O mesmo Charlie Brown queixou-se, um dia, ao Linus, sobre

um editor: “O fulano rejeitou o meu trabalho!”, dizia ele,

lamentando-se. “E então?”, disse-lhe Linus. “Imensos escritores

recebem recusas dessas!” “Pois é”, lamentou-se o Charlie, “ mas eu

nem sequer lhe enviei o meu manuscrito!”

Esse é o tipo de sensação que pode facilmente transformar-se

em atitude – numa atitude de rejeição e incapacidade. Isso é, porém,

uma perversão da verdade. É uma mentira, constantemente

sussurrada aos nossos ouvidos pelo Diabo, tentando convencer-nos

de que não fomos, realmente, criados à imagem e semelhança de

Deus, que não temos qualquer valor para Deus e que, mesmo tendo


14

Jesus Cristo realmente morrido na cruz, não o fez por minha causa.

Se essa mentira não for corrigida, se essa atitude não mudar, pode

facilmente conduzir à depressão ou a coisas ainda piores.

Os humoristas tiram constantemente partido deste aspeto da

nossa vida. Numa outra dessas bandas desenhadas de jornal havia

um personagem-zinho esquisito sobre cuja cabeça pairava sempre

uma nuvenzinha preta que o acompanhava para onde quer que

fosse. Por onde quer que aquela figurinha patética passasse,

aconteciam desastres. Caíam camiões de cima de viadutos. Caíam

pianos do último andar de um prédio sobre os transeuntes. As

pessoas que passavam na rua caíam em buracos abertos pela Câmara

Municipal. A verdade é que aquilo só tinha piada porque cada um de

nós se revia naquele “Zé Azarento”.

Muita gente, no nosso mundo real, pensa que vive sob a

mesma maldição. É como se uma sombra escura os envolvesse. Mais

cedo ou mais tarde, pensam essas pessoas, a maldição vai atingir-nos

e destruir-nos.

O facto é que tal opinião não está muito longe da verdade. A

Bíblia diz-nos que todos os homens são “pecadores”, ou seja, que os

homens tentam viver como se Deus e as suas leis não existissem. Isto

conduz a uma profunda separação de Deus. Como resultado, já que

todas as coisas boas vêm de Deus, o homem comum não pode

experimentar ou possuir qualquer bem verdadeiramente duradoiro.

David, um grande rei da história de Israel, teve uma

oportunidade de se ver bem de perto quando o profeta Natan o

procurou e lhe apontou algumas coisas muito erradas da sua vida.

David, então, admitiu. “Na verdade sou mau desde que nasci; sou

pecador desde o ventre da minha mãe.” (Salmo 51:7).

É uma confissão bem dramática e profundamente verdadeira.

Por outras palavras, David olhou bem para si mesmo e disse “Não

presto para nada!”.

Se resolvêssemos conjugar esta situação, poderíamos

parafrasear um livro que foi famoso há alguns anos e dizer: “Eu não

estou OK”, “Você não está OK”, “Ele não está OK”, “Nós não estamos

OK”, Vocês não estão OK”, “Nada está OK!”

Agora se, e só se, você não fosse “pecador desde o seu

nascimento”, nesse caso já poderia alterar o parágrafo anterior e

dizer: “Eu estou OK”, Você está OK, “Estamos todos numa boa e a

vida é uma festa”.

Só que, segundo a Bíblia, a coisa não é bem assim. O facto é

que “Todos pecaram e ficaram longe de Deus” (Romanos 3:23).

É este “pecado” que nos separa de Deus e impede que

sejamos o sucesso que Deus deseja que sejamos. Portanto, antes de

fazermos qualquer outra coisa, temos que tratar do problema do

pecado na nossa vida.

Talvez isso seja mais fácil de entender se eu lhe descrever a

situação em termos de um jogador de “snooker” com o seu taco. Nas

mãos de um jogador experiente um taco só pode ser utilizado para

jogar: sair de “snooker”, acertar na bola da vez, defender uma bola

difícil, matar a “sete” e ganhar o jogo. Isto não será possível, no

entanto, se o taco tiver sido utilizado de maneira errada, por

exemplo: para escorar a porta da garagem ou como poste para um

estendal de roupa, apanhado chuva e sol. Neste caso, a ponta do

taco ficará irregular e o taco estará completamente torto. Não


15

importa se quem vai jogar com o taco é o Reo do Taco; ele nunca

conseguirá um bom resultado se jogar com um taco defeituoso.

É isto que o pecado faz da nossa vida. O pecado deixa-nos

inutilizáveis. Faz com que nos entreguemos à derrota e digamos:

“Não vale a pena! É melhor esquecer. De qualquer maneira, amanhã

estaremos mortos. <Por isso vamos comer, beber e dormir com

quem quisermos. Isso é que é vida!”

A verdade é que, embora o Rei David tenha sido honesto

consigo mesmo e tenha reconhecido que era um pecador, não ficou

por aí. Clamou a Deus a pedir uma limpeza interior, pedindo a Deus

que criasse nele um coração puro. Resumindo, ele fez o que as

pessoas que citámos no Capítulo Um fizeram. Pediram a Deus: “Lava-

me completamente da minha maldade; purifica-me dos meus

delitos” (Salmo 51:4).

Como vê, todos temos oportunidade de escolha: Viver

conforme Deus quer – ou como nós queremos. No Capítulo Um

encontrámos algumas pessoas que disseram ter decidido seguir

Jesus. Embora bem-sucedidas segundo os padrões da sociedade,

admitiram que, sozinhas, jamais conseguiram vencer. Sem Deus,

“não eram capazes”. Quando se aperceberam disso, entregaram (de

novo, a tal palavra) as suas vidas a Jesus Cristo e pediram a Deus que

“assumisse o controlo” das suas vidas, em vez de tentarem dirigi-las

por si próprias. Ao tomar essa decisão, receberam de Deus uma força

sobrenatural para viver.

Há muitos anos atrás, um homem escreveu um livro no qual

afirmava que a coisa mais importante no mundo é “tentar alcançar o

primeiro lugar”. Na página da dedicatória do livro ele escreveu:

“Dedicado à esperança de que, em algum lugar do universo, existia

uma civilização cujos habitantes possuam domínio absoluto sobre as

suas próprias vidas.”

Existe um lugar assim. Chama-se inferno. É o lugar onde os

homens aboliram completamente qualquer participação de Deus nas

suas vidas.

A pessoa verdadeiramente bem-sucedida, entretanto,

descobriu que para ter força para viver – força sobrenatural para

viver – precisa de estar corretamente relacionada com Deus.

Os psicólogos dizem-nos que existe, no íntimo do nosso ser,

cinco necessidades básicas. São elas: 1. Segurança

2. Aceitação

3. Amor

4. Aventura

5. Criatividade

Estas necessidades são, por vezes, designadas por apetites.

Estes apetites, isoladamente ou em combinação uns com os outros,

controlam a nossa vida. Eles não são, por si só, bons ou maus. Fazem

simplesmente parte da natureza humana. Mas são esses apetites que

nos fazem caminhar sobre um tronco e falar com um riacho,

contando-lhe os segredos mais íntimos do nosso coração. São estes

apetites que, afinal, nos vão empurrar na direção dos braços de um

amoroso Pai Celestial ou que, por procuramos satisfazê-los de forma

egoísta ou pervertida, nos lançarão no caminho do inferno.

Se você não encontrar em Deus as respostas a esses apetites,

a sua natureza humana vai força-lo a procura-las noutro lugar – sem

Deus. É quando estas necessidades, estes apetites, não são


16

satisfeitas por Deus que nos sentimos desajustadas – derrotados.

Nessas alturas você sente-se como Charlie Brown: “Não sou capaz!”

Será sempre assim, até que você consiga entrar no reino de

Deus. Mas uma vez que entre no reino de Deus através de uma

relação pessoal com Ele, você passará a servir para o papel. Daí para

a frente você poderá dizer, confiante: “Eu estou entre os que foram

chamados por Deus. Fui escolhido por Ele. Tenho um lugar na

história.”

Isto é, com certeza, um dos significados da expressão “nascer

de novo”. Significa que somos especiais para Deus.

Há alguns anos atrás, um professor chamado Fred Craddock

deu uma palestra na Universidade de Yale. Nessa palestra ele contou

uma visita que fez com a esposa a uma pequena cidade do Estado do

Tennessee. Certa noite, foram a um restaurantezinho muito

acolhedor, sonhando com uma refeição sossegada – só os dois.

Enquanto esperavam que os servissem, repararam num

senhor de cabelos completamente brancos e de aspeto respeitável

que ia de mesa em mesa, conversando com os clientes. O professor

cochichou para a mulher. “Espero que ele não venha à nossa mesa.”

Ele não queria que ninguém fosse atrapalhar a sua “privacidade”.

Mas, apesar disso, o velhinho foi até a mesa deles.

“De onde são?”, perguntou ele amigavelmente.

“Oklahoma.”

“Belo lugar, segundo dizem, embora eu nunca lá tenha

estado.”

“Qual é a sua ocupação?”

“Bem eu sou professor na Escola de Teologia da Universidade

Philips.”

“Ah, isso quer dizer que você ensina Pastores, não é?

Bem, tenho uma história para lhe contar.” E, dizendo isto, puxou

uma cadeira e sentou-se à mesa com o professor e a mulher.

O professor Craddock Gemeu intimamente. “Oh não, lá vem

mais uma história de Pastores. Parece que toda a gente tem uma

para contar!”

O velhinho estendeu a mão. “O meu nome é Ben Hooper.

Nasci aqui perto, do outro lado das montanhas. A minha mãe não era

casada quando eu nasci e isso causou-me muitos problemas. Quando

comecei a ir à escola os meus colegas deram-me uma alcunha e

olhem que não era nada bonita. À hora do recreio eu ficava sozinho a

comer o meu lanche por causa das piadinhas dos meus colegas que

me feriam profundamente.

O pior de tudo era ir à cidade ao Sábado à tarde e sentir os

olhos das pessoas como que abrindo buracos nas minhas costas à

medida que eu ia passando. Eu sabia que elas estavam a imaginar

quem seria o meu verdadeiro pai.

Quando eu tinha cerca de doze anos veio um Pastor novo para

a nossa igreja. Eu chegava sempre tarde e escapava-me antes do fim.

Um dia, porém, o Pastor disse a oração final tão depressa que eu não

me consegui escapar e tive que sair ao mesmo tempo que os outros.

Sentia os olhares cravados em mim. Quando estava quase a chegar à

porta, senti uma mão enorme pousar no meu ombro. Levantei os

olhos e lá estava o Pastor a olhar para mim.

Quem és tu, miúdo? De quem és filho?”


17

Senti aquele velho peso sobre mim. Era como uma nuvem,

uma nuvem enorme e negra pairando sobre mim. Até o Pastor me

desprezava!

Mas ao olhar para mim, como se estivesse a estudar os traços

da minha fisionomia, ele começou a sorrir, um sorriso lindo de quem

reconhece uma cara amiga. ‘Espera aí!’, disse ele, ‘eu sei quem tu és.

Percebem-se bem os traços de família. Tu és um dos filhos de Deus!’

E ao dizer isto, deu-me uma palmada amistosa no traseiro e

disse: ‘Miúdo, tens uma grande herança. Vai tomar posse dela!’”

O velhinho olhou para o casal e disse: “Aquela foi a frase mais

importante que me disseram em toda a minha vida.” Depois, com um

sorriso, apertou a mão ao professor Craddock e à mulher e foi para

outra mesa cumprimentar velhos amigos.

De repente, Fred Craddock lembrou-se. Por duas vezes, o

povo do Estado do Tennessee tinha eleito um filho ilegítimo para seu

governador. O seu nome era Bem Hooper.

É isto que significa ser escolhido por Deus. Embora tenhamos

nascido pecadores e apesar de termos escolhido seguir o nosso

próprio caminho, somos salvos pelo sangue de Cristo – não apenas

libertados do nosso passado, mas do medo do fracasso no presente e

de uma vida vazia e sem sentido no futuro.

Temos uma grande herança. A força para viver que Deus nos

dá é que nos vai dar a capacidade para tomarmos posse dessa

herança.

FORÇA PARA VIVER COMO ACERTAR O PASSO SA SUA VIDA COM DEUS

18

CAPITULO TRÊS

COMO ACERTAR O PASSO DA SUA VIDA COM DEUS

No capítulo anterior destacámos o facto de você ser especial

para Deus. Na verdade, você é tão especial que Deus enviou o Seu

Filho, Jesus Cristo, para o salvar, para que você tenha força para

viver. Isto custou a própria vida de Cristo, mas pela Sua morte – e Sua

ressurreição de entre os mortos – você tem a possibilidade de

alcançar não só o perdão e a vida eterna mas também a força para

vencer o medo de viver vitoriosamente aqui na Terra.

Quando eu era criança tinha dois grandes medos. Um era o medo de

ficar sozinho. O outro era o medo do desconhecido.

Tinha sempre medo de que os meus pais morressem e que eu

tivesse que ir viver com os meus tios, que moravam noutra cidade.

Estes temores perseguiam-me dia e noite.

Lembro-me de uma noite em que fiquei sozinho em casa com

a minha mãe enquanto o meu pai andava em viagem. A minha mãe

estava doente e quando a fui ajudar a levantar-se da cama para ela ir

à casa de banho, desmaiou e caiu no chão. Ela era muito pesada para

mim e não consegui levantá-la. Felizmente, tive a ideia de telefonar

ao médico de família que era um velho amigo e não morava muito

longe da nossa casa. Ele veio depressa, deitou a minha mãe na cama

e disse-me que não tivesse medo.

Mas eu estava com medo. Fiquei acordado toda a noite, com

a nariz colado ao vidro da janela, à espera que o meu pai chegasse

para eu não ter que ficar sozinho.

Ficava também muito assustado com o desconhecido. De vez

em quando, costumávamos ir visitar parentes da minha mãe que

viviam em Kentucky, ou a minha tia que vivia em Indiana. Eu tinha

verdadeiro pavor dessas viagens porque costumávamos dormir em

pensões à beira da estrada. Naquela época ainda não havia bons

hotéis e quem viajava de carro passava as noites nessas pensões,

casas velhas, enormes, cujos donos eram normalmente um casal de

velhinhos ou, às vezes, uma viúva, que alugava quartos a famílias em

viagem.


19

Eu tinha medo de ficar naquelas casas estranhas. Ficávamos,

invariavelmente num quarto ao fundo do corredor no terceiro andar.

Se tivesse sorte, dormia na mesma cama com o meu irmão mais

novo. As camas eram, geralmente, velhas e barulhentas, rangendo

cada vez que nos mexíamos. Em todas as paredes havia retratos de

pessoas que, com certeza, já tinham vivido e morrido naquele

mesmo quarto. Eu costumava acordar muitas vezes durante a noite e

via aquelas pessoas a olhar para mim lá do alto das suas molduras

cheias de pó.

Igualmente assustadora era a chuva durante a noite. Tinha

sempre medo quando tínhamos que passa à noite por uma cidade

estranha, com a chuva a bater furiosamente no para-brisas do carro.

Encolhia-me junto do meu pai e desejava estar outra vez no

ambiente conhecido da minha casa na Flórida.

Todas essas memórias me vieram à mente quando, no ano

passado, participei numa caçada no Pantanal da Flórida com alguns

amigos. Um desses amigos tinha uma cabana de caça numa espécie

de mata, um amontoado de carvalhos e palmeiras cercado de

charcos. Olhando em voltam tudo o que eu conseguia ver era o

pântano e, aqui e ali, outros matagais todos muito parecidos.

Na primeira tarde que lá passámos, um dos membros do

grupo levou-nos para o interior do pantanal num desses jipes com

pneus enormes. Íamos caçar veados e ele foi-nos deixando, um a um,

junto a árvores onde havia plataformas de caça, separadas umas das

outras cerca de 1,5 km, e todas elas a uns 3 km da cabana. Prometeu

voltar para nos levar de regresso à cabana antes de escurecer.

Pouco antes do anoitecer começou a chover – uma chuva

fraca acompanhada de neblina. Pus a arma debaixo da capa que

tinha vestida e encostei-me bem ao tronco do carvalho onde ficava a

plataforma de caça, construída num ramo bem acima do solo.

Começou a escurecer e eu ouvia os pingos da chuva a cair nas copas

daas palmeiras, por baixo do lugar em que me encontrava. Comecei a

pensar: “O que é que estou aqui a fazer, empoleirado nesta árvore,

no meio de um pantanal, quando podia estar sossegado e quentinho

na minha casa? Além do mais, nem sequer gosto de matar animais. A

única razão para eu aqui estar a fazer companhia ao meu filho,

Timóteo, que vai em breve para a Faculdade num outro Estado. E

afinal de contas nem estou com ele, que deve encontrar-se numa

outra plataforma de caça, do outro lado desta mata!”

Desci da árvore e comecei a andar para voltar à cabana. Agora

a chuva já era mais forte e a escuridão envolvera totalmente o

pântano. Fui caminhando lentamente até sair da mata onde ficava a

minha plataforma e cheguei a uma clareira pantanosa. Andava com

dificuldade, com água pelos tornozelos e capim pela cintura, à

procura de cerca de arame farpado que marcava os limites da área

onde estávamos a caçar.

Nessa altura já a escuridão era total. Encontrei a cerca onde o

meu amigo tinha combinado vir buscar-me, mas nem sinal do jipe.

Talvez ele já tivesse passado e, pensando que eu já tinha ido para a

cabana, se tivesse ido embora. Não tinha outra escolha a não ser

tentar encontrar, no escuro, o caminho de regresso à cabana.

Encontrei uma parte mais alta e seca do terreno junto à cerca

e continuei a caminhar, com bastante esforço, no meio da chuva e da

neblina, seguindo a cerca até a chegar a um portão. Eu sabia que ali

tinha que virar à esquerda, atravessar uma clareira e andar cerca de

1,5 km. O problema é que não havia qualquer marco ou tabuleta


20

indicadora. Não se via uma só estrela. Apenas as silhuetas escuras e

sombrias dos matagais no horizonte cada vez mais escuro. Olhei

cuidadosamente para o chão, descobri as marcas dos pneus e

atravessei a clareira com a esperança fútil de conseguir as marcas

dos pneus naquela escuridão. Eu sabia que a cabana se encontrava

num daqueles montinhos de árvores escuros mas não fazia ideia de

qual deles. Eu estava a procura do caminho, simplesmente na base

do tato quando, de repente, me ocorreu o pensamento de que

estava perdido. A menos que alguém me viesse procurar teria,

provavelmente que passar a noite ao relento no pântano.

Fiquei à espera de sentir as velhas sensações de medo, a

sensação de vazio no estômago, o ardor das lágrimas nos olhos –

todas as sensações que eu tinha sentido na minha infância sempre

que ficava sozinho ou num lugar estranho. No entanto, nada disso

aconteceu. Nenhum medo. Nenhuma ansiedade. Apenas a simples

resignação de que, já que tinha que passar a noite no pântano, o

melhor era procura um lugar seca.

Meio aos tropeções, encontrei uma espécie de estábulo, um

palheiro com telhado, construído para proteger um bloco de sal

destinado a umas vacas que pastavam em liberdade naquela zona do

pantanal. Quando me ajoelhei para verificar se o chão, por baixo do

pequeno telhado, estava seco, vi ao longe uma luz a brilhar por entre

as árvores de uma pequena mata. Era a nossa cabana. Daí a poucos

minutos já estava em segurança na cabana seca e quente, à espera

de um jantar delicioso – peru fumado – com os meus amigos. E todos

eles – incluindo o meu filho – acharam muito engraçado eu ter-me

perdido no escuro.

Naquela noite, deitado na minha cama de campanha, às

escuras, a ouvir a chuva a cair no telhado de zinco da cabana, fiquei a

pensar sobre as minhas sensações. O que é que tinha acontecido ao

velho medo? Onde estava aquele terror que parecia que me dava um

nó nas tripas? Só na manhã seguinte percebi o que me acontecera.

Estava outra vez na minha plataforma de caça, só que, desta

vez, não subi à árvore. Encostei a minha arma descarregada ao

tronco e, de pé à beira daquele bosque, fiquei a observar o nascer do

sol, ouvindo o mundo a acordar naquela madrugada. Poucos

momentos antes estava tudo ainda em silêncio. Não se ouvia um

som, nem mesmo uma folha a mexer. Então, à medida que, para

leste, o céu começou a ficar azulado e depois rosado, um pássaro

piou. Depois foi um esquilo que se mexeu. A seguir ouvi o barulho de

uma família de guaxinins a passear pelo meio do capim alto e um

tatu passou a correr à minha frente à procura de vermes e besouros.

Borboletas e libélulas voavam graciosamente sobre a minha cabeça.

A seguir vieram os sons de muitos pássaros a cantar, esquilos a

correr e a saltar de ramo em ramo. Ao longe, ouvi o grugulejar de um

bando de perus selvagens.

Foi então que, do outro lado da clareira, eu o vi – um gamo

magnífico. Estava de pé, com a cabeça erguida, com a sua armação

coroando a cabeça real. Farejou o ar, olhou diretamente para mim,

virou-se lentamente e entrou no bosque. Ele e eu fazíamos parte da

mesma criação – habitantes deste maravilhoso jardim da natureza.

Fiquei ali parado durante muito tempo, quase sem respirar,

com o coração a bater ao compasso de todos aqueles sons que me

rodeavam. A chuvada da noite anterior deixara a terra limpa e o ar

doce. O sol dourado levantou-se a oriente, por detrás das palmeiras


21

e, de repente, toda a terra estava viva, cheia de cor e de som. E então

dei por mim a cantar um velho hino:

Quando a amanhecer doura os céus

O meu coração acorda e brada,

“Jesus Cristo seja louvado!”

A noite torna-se dia,

Quando do coração dizemos,


O poder da escuridão desaparece

Quando este canto é ouvido:


Era isso. Os poderes da escuridão já não tinham qualquer

domínio sobre mim. Porquê? Porque vários anos antes eu tinha

entregado a minha vida a Jesus Cristo, confiando n’Ele como meu

Salvador. Aquilo que antes me aterrorizava já não tinha qualquer

poder sobre mim. Agora, graças a Jesus, eu tinha força para viver. Eu

tinha adotado as palavras que o apóstolo Paulo escrevera ao seu

jovem amigo Timóteo: “O espírito que Deus nos deu não é para

termos medo, mas sim para termos coragem, amor e bom

senso.” (II Timóteo 1:7).

Mas como é que alguém entrega a sua vida a Jesus Cristo?

Como é que se pode entrar nessa amizade íntima com o Senhor Deus

do universo, Aquele que nos tira o medo e nos dá força para viver?

Da mesma forma que há certas leis físicas que governam este

universo físico – leis que fazem o sol nascer e a chuva cair – também

há certas leis espirituais, certas verdades que governam o nosso

relacionamento com Deus. Se se submeter a essas leis, você

permitirá que Cristo se torna o seu Salvador e, por isso, Senhor da

sua vida. Quando isso acontecer, Ele substituirá a sua frágil força

humana pela Sua força sobrenatural para viver.


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PRIMEIRA LEI Deus ama-o e oferece-lhe um plano maravilhoso para viver a sua

vida.

O AMOR DE DEUS:

“Deus amou de tal modo a humanidade que lhe entregou o seu Filho

único, para que todo aquele que acreditar no Filho de Deus não se

perca, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16).

O PLANO DE DEUS:

“Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João

10:10).

Infelizmente, como já vimos, saber simplesmente que Deus

nos ama e que tem um plano maravilhoso ao nosso dispor não é

suficiente. Há certas coisas que nos impedem de experimentar o

amor de Deus. Isso conduz-nos à segunda lei.

SEGUNDA LEI O homem é pecador e está separado de Deus.

Por causa disso, o homem não pode conhecer nem experimentar o

amor de Deus, nem o plano que Deus tem para a sua vida.

O HOMEM É PECADOR:

“Todos pecaram e ficaram longe de Deus.” (Romanos 3:23).

O homem foi criado para estar em comunhão com Deus.

Assim como eu fui capaz. Lá no pantanal, de sentir a presença de

Deus à minha volta, sem medo algum. Deus quer que você esteja em

comunhão e em íntima amizade com Ele; o mesmo tipo de

comunhão e amizade que Adão e Eva tinham com Deus no Jardim do

Paraíso, antes do pecado entrar no mundo. Ali, aqueles dois amigos

de Deus conversavam com Ele ao fim da tarde, falando diretamente

com o seu Criador, como filho e filha falam com o seu pai.

Infelizmente, Adão e Eva decidiram traçar o seu próprio

caminho, em vez de seguirem o caminho de Deus. Romperam a sua

amizade com Deus e, desde então, o homem tem escolhido seguir o

seu caminho independente de Deus. Às vezes, essa vontade própria

toma a forma de uma rebelião aberta contra Deus e as Suas leis. Por

vezes, expressa-se numa indiferença passiva para com Deus. Seja

qual for a forma sob a qual se manifeste, este uso da vontade

humana independente de Deus é aquilo a que a Bíblia chama pecado.

O HOMEM ESTÁ SEPARADO:

“A paga que vem do pecado é a morte” – separação espiritual

de Deus. (Romanos 6:23)

\_______________DEUS SANTO______________/

________________________________________


23

HOMEM PECADOR

Este diagrama ilustra o facto de que Deus é santo e o homem

é pecador. Separa-os um grande abismo. As setas exemplificam a

tentativa constante do homem para chegar a Deus e a uma vida que

tenha significado através dos seus próprios esforços, mas sem o

conseguir. Estes esforços manifestam-se em coisas como viver uma

vida decente, adotar uma certa filosofia ou, até mesmo, praticar uma

determinada religião.

A terceira lei explica qual é o único meio de ultrapassar-mos

este abismo que separa o homem de Deus.

TERCEIRA LEI A pessoa de Jesus Cristo é a única solução, providenciada por Deus,

para curar o pecado do homem.

Através de Jesus, você pode conhecer e experimentar o amor de

Deus e o Seu plano para a sua vida.

ELE MORREU EM NOSSO LUGAR:

“Deus mostrou-nos até que ponto nos ama, pois, quando éramos

pecadores, Cristo morreu por nós.” (Romanos 5:8).

ELE RESSUCITOU DOS MORTOS:

“…Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme o que está na

Sagrada Escritura. Foi sepultado e, no terceiro dia, ressuscitou, como

também está na Sagrada Escritura. Apareceu a Pedro e, a seguir, ao

grupo dos doze. Apareceu ainda a mais de quinhentos crentes de

uma só vez…” (Coríntios 15:3-6.)

ELE É O ÚNICO CAMINHO PARA DEUS:

“Jesus respondeu-lhe: Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Ninguém pode chegar ao Pai sem ser por Mim.” (João 14:6).

_____DEUS____________________________

______________________________________ HOMEM

Este diagrama ilustra como o próprio Deus se encarregou de

construir uma ponte sobre o abismo que nos separa d’Ele. Foi isso

que Ele fez quando enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na

cruz em nosso lugar – para pagar o castigo dos nossos pecados.

Estas são as três primeiras leis. A questão é que não basta

conhecer apenas estas 3 leis. É preciso conhecer ainda uma quarta

lei.

JESUS


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QUARTA LEI Precisamos, individualmente, de receber o Senhor Jesus Cristo como

nosso Salvador.

Então, e só então, poderemos conhecer e experimentar o amor de

Deus e o Seu plano para a nossa vida.

PRECISAMOS DE RECEBER CRISTO:

“Aqueles que o receberam e acreditaram nele (isto é, receberam

Jesus), (Deus) deu o privilégio de se tornarem filhos de Deus.” (João

1:12).

PRECISAMOS RECEBER CRISTO POR MEIO DA FÉ:

“Foi por amor que vocês foram salvos, mediante a fé. Não foram

vocês que conquistaram a salvação. Ela é um dom de Deus. Não foi

obra vossa; portanto, ninguém se pode gabar disso.” (Efésios 2:8,9)

QUANDO RECEBEMOS CRISTO, EXPERIMENTAMOS UM

NOVO NASCIMENTO:

“Jesus respondeu-lhe: Fica sabendo que ninguém pode ver o Reino

de Deus se não nascer de novo.” (João 3:3).

RECEBEMOS CRISTO POR UM CONVITE PESSOAL:

“Olhem que eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e

abrir a porta, eu entro em sua casa, janto com ele e ele comigo”

(Apocalipse 3:20)

Receber Cristo significa voltarmo-nos para Ele e deixar que Ele

faça parte da nossa vida. Para fazer isso, é preciso voltar as costas ao

nosso pecado. Não somos capazes de fazer isso pelos nossos próprios

esforços. O que temos que fazer é dispormo-nos a abandonar o

pecado e entregarmos a Cristo o direito de controlar a nossa vida.

Então expressando a nossa fé (isto é, a nossa confiança pessoal nÉle),

convidamos Jesus a entrar na nossa vida e ser Senhor dela. Embora

isto pareça muito difícil é, de facto, uma coisa bem simples. Tudo o

que você tem que fazer, por um ato da sua própria vontade, é dizer:

“Jesus, quero que assumas o controlo da minha vida.”

Se este se desejo for verdadeiro e sincero, Jesus fará

isso mesmo.

Vou ilustrar esta situação com dois círculos que representam

dois tipos de vida diferentes: a vida dirigida pelo nosso ego (por n´s

próprios) e a vida dirigida por Cristo.

E

+ - Cristo está na vida e

ocupa o trono

E – O Ego está submisso a

Cristo

- Os interesses da vida são

dirigidos por Cristo, o que

resulta em harmonia com

o plano de Deus.

A VIDA DIRIGIDA POR CRISTO:

Deixe-me fazer-lhe duas perguntas:

Qual destes círculos representa a sua vida?

Qual deles você gostaria que representasse a

sua vida daqui em diante?


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Deixe-me fazer-lhe duas perguntas:

Qual destes círculos representa a sua vida?

Qual deles você gostaria que representasse a sua vida daqui em

diante?

COMO PODE RECEBER JESUS CRISTO

Quando você para e pensa que o homem foi criado por Deus

com um propósito – o de viver em relação com Ele – é lógico e

simples deduzir que o objetivo principal que Deus tem para si é ver

restaurado esse relacionamento. Como é que isso acontece?

Acontece quando você aceita o Filho de Deus, Jesus Cristo, como seu

Senhor, aquele que irá, de agora em diante, dirigir a sua vida.

Você pode perguntar: “Isso quer dizer que vou ter que aderir

a alguma igreja?

E as coisas erradas que faço? Não tenho que deixar de as fazer

para então ser digno de viver ligado a Deus?

Eu já fiz muitas coisas erradas. Não acredito que Deus me vá

aceitar tal como sou. Não terei que fazer qualquer coisa antes d’Ele

me receber?”

Vamos deixar estas perguntas de lado, por enquanto. Por

agora, elas não têm qualquer importância. Todas se baseiam na ideia

de que você tem que fazer alguma coisa para que Deus o receba.

Lembra-se do versículo que vimos atrás, no livro de Efésios? Nele se

dizia que o nosso relacionamento com Deus não se obtém “por


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obras” mas que é um “dom de Deus”. Jamais algum de nós poderia

conquistar ou merecer o perdão e o amor de Deus. No entanto, Ele

põe-no gratuitamente à disposição de qualquer pessoa que deixe de

confiar nas suas boas obras e nos seus esforços e passe a depender

exclusivamente de Jesus Cristo para a salvação eterna da sua vida.

E o mais maravilhoso é que você nem tem que esperar que

Deus o receba. É Ele que está à espera que você O receba.

Vamos ver como fazê-lo. Se você compreendeu as quatro leis

aqui mencionadas e deseja confiar em Cristo como seu Salvador,

procure um lugar onde possa ficar só e diga a Deus que crê n’Ele, que

não pode continuar a viver sem Ele e que você está pronto agora a

receber Jesus como seu Salvador, e que, daqui em diante, deseja que

Ele assuma a chefia da sua vida.

Segue-se uma oração simples, que você pode dirigir a Deus se

achar que ela exprime o seu desejo autêntico. Leia-a primeiro.

“Creio que ele morreu para perdoar os meus pecados e que

ressuscitou dos mortos. Entrego-me a Ele como meu Senhor. Vem

agora, Senhor Jesus, ocupar o trono e o centro da minha vida. Ajuda-

me a viver da maneira que Tu, Senhor, queres.”

Se dirigir agora estas palavras a Deus, em oração, com toda a

sinceridade do seu coração, Deus ouvi-lo-á – e Jesus entrará na sua

vida para ser o Senhor. Vai fazer isso?

É tudo o que tem a fazer neste momento. É claro que, a partir

daqui, há muitas coisas maravilhosas que lhe vão acontecer e é sobre

isso que fala o resto do livro, É aqui, porém, que tudo começa. Se

você recebeu Cristo e permitiu que Ele assumisse o trono da sua vida,

deve esperar mudanças tremendas. Vamos falar também sobre essas

mudanças e sobre o que você pode esperar dessa nova vida que

começou hoje.

Como cidadão do reino de Deus, você tem certos direitos e

privilégios que antes não possuía. São coisas sensacionais, pois o

verdadeiro cristianismo não é apenas uma questão de entrega; é

também uma questão de receber dádivas extraordinárias que Jesus

traz consigo quando assume um lugar na vida de quem confia n’Ele.

Na verdade, no momento em que, através da sua fé pessoal n’Ele,

você recebeu Cristo, muitas coisas aconteceram incluindo as

seguintes:

PRIMEIRO, Cristo entrou na sua vida. Você já viu um desses

carrinhos com comando à distância nas lojas de brinquedos? Parece

que vai funcionar tal e qual como os autênticos, mas ao examinar a

embalagem encontra-se um aviso: As pilhas não estão incluídas. Sem

as pilhas – por mais real que pareça – o carrinho não funciona. Você

foi feito à imagem e semelhança de Deus mas, por causa do seu

pecado, as pilhas nunca funcionaram. Agora que Cristo lhe perdoou

os seus pecados e entrou na sua vida, trouxe com Ele a Sua força, o

Seu poder.

Leia com atenção estas palavras de Jesus. “Eis que estou à

porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entra

em sua casa, janto com ele e ele comigo” (Apocalipse 3:20) Paulo fala

da presença de Cristo em nós, dizendo: “Cristo em vós é a vossa

esperança da glória divina” (Colossenses 1:27). Isto é sensacional! É a

força de Deus em nós!


27

SEGUNDO, os seus pecados foram perdoados. Quando a

minha segunda filha tinha mais ou menos dois anos, trepou para

cima da cómoda do nosso quarto e encontrou um anel que o meu pai

me tinha dado. Não era um anel valioso mas, para mim, tinha um

grande valor estimativo. A Robin brincou com o anel algum tempo e

depois deitou-o na sanita e puxou o autoclismo. No dia seguinte,

quando perguntei se alguém tinha visto o meu anel, ela admitiu o

seu erro. Castiguei-a, mas, mesmo depois do castigo, não conseguia

perdoar-lhe. O anel era mesmo muito valioso para mim.

Na tarde seguinte, cheguei a casa depois do trabalho e sentei-

me a ler o jornal. Quando levantei os olhos, o meu filho Bruce, de

quatro anos, estava à minha frente. Ao lado dele, com as lágrimas a

correr pela cara abaixo, estava a Robin. Bruce falou por ela. “A Robin

está arrependida de ter perdido o seu anel, pai. Mas, hoje à tarde,

fizemos-lhe outro.”

Estendeu a mão e lá estava um anel – feito de agulhas de

pinheiro entrançadas.

Abracei os dois e apertei-os contro o peito. Nunca mais senti a

falta do meu velho anel, nem culpei mais a minha filha pelo que

tinha feito. Por causa da ação do irmão, ela foi perdoada. Totalmente

perdoada!

Foi isso que Jesus fez por nós. Ele pagou, diante de Deus, o

preço dos nossos pecados. Por causa d’Ele, diz Paulo no livro de

Colossenses 1:14, “O Filho liberta-nos e perdoa-nos os pecados”.

TERCEIRO, você passou a ser um filho de Deus. De facto, a

Bíblia diz que você tem os mesmos direitos do Filho de Deus, Jesus

Cristo. Estes direitos são direito herdados porque você passou a ser

um herdeiro de Deus e co-herdeiro com Jesus Cristo.

“Aqueles que o receberam e acreditaram nele deu o privilégio

de se tornarem filhos de Deus”, escreveu o apóstolo João, um dos

biógrafos de Jesus. (João 1:12)

Com a minha irmã mais nova passou-se algo semelhante.

Depois dos meus pais terem tido quatro filhos homens, decidiram

adotar uma menina. Ela tinha apenas alguns dias de vida quando a

minha mãe a trouxe do hospital para casa. Embora tivesse sido outra

mulher, e não a minha mãe a trouxe de hospital para casa. Embora

tivesse sido outra mulher, e não a minha mãe, a dar à luz aquela

menina, o meu pai aceitou Audrey plenamente como se fosse sua

própria filha. Recebeu o nosso apelido e passou a partilhar

igualmente de tudo o que pertencia à nossa família.

Participei, recentemente numa conferência para homens num

centro próximo da cidade onde Audrey vive agora. Uma tarde ela foi

ao centro de conferência visitar-me. Embora nenhum dos homens

daquele grupo a conhecesse – na realidade, ninguém sabia que eu

tinha uma irmã – quando ela apareceu ali à minha procura, muitos a

identificaram como minha irmã.

Com o passar dos anos começamos até a parecermo-nos um

com outro. Ela tem o mesmo apelido que eu e é filha do meu pai –

plenamente aceite por toda a família.

QUARTO, você recebeu a vida eterna. Isso pode não ter

grande significado para si, agora, mas será, no fim de contas, a coisa

mais importante que já lhe aconteceu. Vida eterna, para além de

significar que você pertence à família de Deus, significa também que,


28

pelo fato de Cristo ter morrido e ressuscitado dos mortos, vencendo

a morte, você também viverá para sempre.

A morte é o pior inimigo do homem. É o medo mais profundo

do homem. Agora, como filho ou filha de Deus, você não tem que ter

medo da morte. A sepultura pode encerrar o seu corpo mas você

viverá para sempre com Jesus Cristo no céu. “E o testemunho é este:

Deus Deu-nos a vida eterna, e essa vida é-nos oferecida por meio do

seu Filho. Quem tem o Filho de Deus não tem a vida. Escrevo-vos

estas coisas para que vocês saibam que têm a vida eterna, pois

crêem no Filho de Deus” (I João 5:11-13).

FINALMENTE, você iniciou a grande aventura para a qual Deus

o criou. Jesus disse: “Eu vim para tenham vida e a tenham em

abundância” (João 10:10). A vida que Jesus lhe dá não é apenas vida

para depois de morte; é também uma vida plena, cheia de

significado, aqui na Terra. Ele dá-nos – agora – a força para viver!

“E, quem vive unido a Cristo”,, diz-nos a apóstolo

Paulo, “ torna-se uma pessoa nova. As coisas antigas passaram. Tudo

é novo.” (II Coríntios 5:17). Toda a verdadeira aventura que existe no

universo está agora à sua disposição, toda a alegria de estar do lado

que já venceu a guerra, toda a sabedoria de Deus, toda a paz do Céu

– tudo isto é seu … e mais ainda …por causa de Jesus.

Agora antes de prosseguirmos, vamos parar um pouco e

recordar aquelas quatro leis que o conduziram a este novo

relacionamento com Deus. Talvez você ache útil escrever estes

quatro pontos em cartões e recordá-los regularmente, até os saber

de cor. Assim, quando outros lhe começaram a perguntar o que foi

que provocou mudanças tão extraordinárias na sua vida, você poderá

compartilhar com eles essas mesmas leis.

1. Deus ama-o e oferece-lhe um plano maravilhoso para viver a sua

vida.

2. O homem é pecador e está separado de Deus. Por isso, não pode

estar em comunhão com Deus ou receber plenamente o amor de

Deus.

3. Jesus Cristo é o único caminho pelo qual o homem pode chegar até

Deus. Através d’Ele, pois você poderá experimentar o amor de

Deus e o Seu plano para a sua vida.

4. Cada pessoa tem que receber Cristos pessoal e individualmente.

Não basta pertencer a uma igreja (qualquer que seja) nem mesmo

ter pais cristãos. Se você receber Cristo, Ele fará de si também um

“filho (ou filha) de Deus”.

COMO TER CERTEZA DE QUE

CRISTO FAZ PARTE DA SUA VIDA É frequente as pessoas perguntaram: “Como posso ter a

certeza de que sou Cristão- que Cristo entrou, de facto, na minha

vida?” Lembre se de promessa que analisámos, onde Jesus diz: “Se

alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entro em sua casa …”

(Apocalipse 3:20). Você pode descansar na autoridade de Deus fiel e

Sua palavra fidedigna quanto ao facto de Cristo ter entrado na sua

vida.


29

Agradeça sempre a Deus por Cristo fazer parte da sua vida e

por Ele ter prometido nunca o abandonar (Hebreus 13:5). Você pode

saber que o Cristo vivo está presente na sua vida e que você tem vida

eterna, a partir do momento em que confiou n’Ele como seu

Salvador, baseado nas Suas promessas. Ele não vai enganar ou

desapontar.

Lembra-se de algo que lhe tenha acontecido de mais

extraordinário? Alguma coisa que tenha sido melhor do que receber

Cristo? Antes de continuar a ler, porque não fecha o livro e agradece

a Deus aquilo que Ele fez por si? Lembre-se de que o seu

relacionamento com Deus não se baseia nas suas emoções ou

sensações. Você pode nem se sentir diferente do que se sentia antes

de fazer a oração, confiando a sua vida a Cristo. As sensações virão

com o tempo. Por agora basta-lhe aceitar a sua salvação por meio da

fé. Cristo é o Senhor da sua vida porque Deus afirmou na sua Palavra

– a Bíblia – que, se você O recebesse, Jesus estaria presente na sua

vida.

VIVER PELA FÉ O problema é que a maioria de nós não consegue acreditar

que Deus fará realmente o que, na Bíblia, promete fazer. A Bíblia

afirma: “Aquele que, por meio da fé, está em boas relações com

Deus, viverá” (Romanos 1:17) e “Sem fé, ninguém pode agradar a

Deus” (Hebreus 11:6). O objeta da nossa fé é, portanto, Deus. Uma

vez que compreendamos quem é Deus – que, além de santo e juso, é

também amoroso, perdoador, sábio e cheio de misericórdia – não

teremos problemas em confiar n’Ele.

A Bíblia diz que Deus nos ama incondicionalmente, Por outras

palavras, aquilo que você pode fazer às escondidas – ou abertamente

– não tem qualquer importância: Deus amo-o. Se compreendermos

isto, poderemos dirigir-nos a Ele e pedir perdão pelos nossos pecados

e confiar-Lhe totalmente a nossa vida.

Muita gente tem medo de Deus. Acham que Ele é um Grande

mistério Cósmico, um super-polícia escondido atrás da nuvem mais

distante com um radar espiritual, à espera que desobedeçamos à Lei

para nos castigar. Por isso, não se despõem a entregar-Lhe as suas

vidas, com mede que Deus os faça viver como escravos; pensam que

o melhor é ficar o mais distante possível de Deus.

Talvez você também já tenha sentido isso em relação a Deus.

Pensou talvez que, se entregasse a sua vida a Cristo, Deus o

mandaria para u campo de concentração espiritual e estragaria a sua

alegria. Nada poderia estar mais distante da verdade. Cristo não nos

põe na prisão; a fé em Cristo liberta-nos.

Gosto da seguinte ilustração utilizada pelo Dr. Bill Bright: “A

minha mulher e eu temos dois filhos, já adultos. Vamos supor que,

quando eles ainda eram pequenos, me tivessem vindo dar um abraço

no dia em que eu tivesse regressado de uma viagem, dizendo: ‘Pai

nós gostamos muito de si. Estamos muito felizes por ter de novo em

casa. Estivemos a conversar e decidimos fazer tudo o que o Pais

quiser. DE agora em diante, o Pai dá uma ordem e nós obedecemos

sem fazer perguntas. Só queremos agradar-lhe.’ ”

Pergunta o Dr. Bright: “Qual acham vocês que teria sido a

minha atitude em resposta às manifestações de amor por parte dos

meus filhos? Se eu reagisse como muita gente pensa que Deus vai

reagir se lhe disserem, ‘Senhor, farei tudo o que quiseres: irei onde


30

quiseres, não importa aonde’, eu tê-los-ia agarrado pelos ombros,

olhado por eles com fúria e teria dito: ‘Eu estava só `espera que

vocês dissessem isso. Agora vou fazer com que vocês aprendam de

ter feito essa promessa, pelo resto das vossas vidas. Vou acabar com

a vossa alegria. Vocês vão viver, para sempre, uma vida miserável.’”

“Não, é claro que eu não teria dito uma coisa dessas. Tê-los-ia

abraçado e dito: ‘Zac e Brad, eu também vos amo e quero justificar a

confiança e o amor que vocês têm por mim. Quero ser um bom pai,

quero fazer todo o possível para que tenham uma vida feliz e com

significado.”

Você acha que Deus quer menos do que isso para os Seus

filhos, para si? Lembre-se que Ele o ama com amor eterno. Ele enviou

o Seu Filho para morrer por nós e pagar o castigo dos nossos

pecados. Sim, Ele quer abençoar-nos. Ele quer dar-lhe a si a força

para viver. Mas não pode fazê-lo a menos que você confie n’Ele e lhe

obedeça – a não ser que você esteja desposto a viver ligado a ele.

À medida que você pratica a fé num Deus ilimitado e lança

mão dos Seus recursos ilimitados, começará a experimentar a vida

plena e cheia de significado que Jesus nos veio oferecer!

FORÇA PARA VIVER COMO CONTINNUAR A CRESCER

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CAPITULO QUARTO

COMO CONTINUAR A CRESCER Tornar-se cristão é apenas o início de uma vida nova e

maravilhosa. Deus raramente leva as pessoas para o céu no

momento em que se tornam cristãos. Ele tem trabalho para si, aqui

na Terra.

“Nascer de novo” é como sair de dentro de um ovo. Muito

antes do seu nascimento, ainda antes de você ser concebido, Deus já

o tinha em mente. Desde o princípio que Deus já tinha um propósito

especial, um papel para você desempenhar aqui na Terra e na

Eternidade. No entanto, você nunca encontrará nem cumprirá esse

propósito se não crescer na sua vida cristã. Não basta simplesmente

sair do ovo. Você tem que voar.

Sören Kierkegaard, um filósofo dinamarquês, contou certa vez

uma história passada na sua terra, sobre um bando de gansos. Todos

os domingos os gansos reuniam-se num quintal à volta de uma

gamela. Um dos gansos, o “pregador”, subia com dificuldade à barra

mais alta da cerca e exortava os gansos, falando da glória da

“gansidade”. Lembrava aos seus ouvintes como era maravilhoso ser

ganso e não uma simples galinha ou um reles peru. Lembrava aos

gansos a sua grande herança e falava das maravilhosas possibilidades

do futuro.

De vez em quando, enquanto ele pregava, passava lá no alto

um bando de gansos selvagens, que vinham da Suécia, voando sobre

o mar Báltico, em direção à soalheira França – formando um perfeito

V. Quanto isso acontecia, todos os gansos do quintal olhavam para

cima e comentava entre si, entusiasmados: “Na verdade nós somos

assim. Não fomos feitos para viver neste quintal malcheiroso. O

nosso destino é voar”.

Mas os gansos selvagens acabavam por desaparecer do

alcance das suas vistas, enquanto os seus grasnados ecoavam no

horizonte. Os gansos do quintal olhavam à sua volta, viam o seu

pequeno mundo familiar, suspiravam e voltavam a patinhar na lama

e na sujidade do quintal.

Nunca voaram.

Tristemente, há um grande número de pessoas no reino de

Deus que permanecem no quintal, sem nunca estenderem as asas

nem aprenderem a voar.

Deus tem um objetivo para si.

A Salvação – no seu sentido mais elevado – é o processo pelo

qual você se transforma naquilo que realmente é no entender de

Deus.

A Conversão – o novo nascimento – é um acontecimento.

Acontece apenas uma vez. É a experiência de sair das trevas para a

luz, de passar da morte para a vida. A salvação, por outro lado, é um

processo. Começa com a conversão e continua até que você esteja

plenamente transformado de acordo com a imagem de Jesus Cristo.

A NECESSIDADE DE CRESCER ESPIRITUALMENTE Há muitas coisas que nos prendem ao “quintal” da

imaturidade cristã enquanto o objetivo mais elevado que Deus

definiu para nós é o de crescermos até alcançarmos a maturidade do


32

voo. Pode ser que não queiramos correr o risco de fracassar. Você

pode dizer: “Agora que sou cristão, e sei que vou para o céu, porque

hei-de esforçar-me por fazer mais alguma coisa?”

Outros têm medo de deixar o conforto do quintal”, trocando-

o pela vida dura da fé. No entanto, tudo aquilo que vale a pena ter,

tem o seu preço. Quem quiser progredir e atingir a maturidade na

vida espiritual tem que estar disposto a pagar o preço. São estas

pessoas que Deus utiliza de maneira especial para moldar e

influenciar o mundo.

Paulo escreveu aos seus amigos na cidade de Filipos:

“Trabalham pela vossa salvação com humildade e temor, pois Deus

está sempre a ajudar, fazendo com que desejem e realizem o que é

da Sua vontade.” (Filipenses 2:12,13).

Ele não estava a dizer que para entrar no reino de Deus era

preciso fazer boas obras. Lembre-se que já lemos atrás que não se

consegue a graça de Deus por esforço próprio. Ele referia-se ao

“processo” da salvação, pelo qual somos aceites por Deus e

moldados à imagem (isto é, ao caráter) do Filho de Deus, Jesus

Cristo. O que ele quer dizer é que o crescimento do cristão exige

cooperação com Deus. Na verdade, o que ele diz é que você tem que

se esforçar. E Deus, que atua sobre si através do Seu Espírito Santo,

fará com que o progresso realmente aconteça.

No capítulo seguinte da mesma carta, o apóstolo Paulo avisa a

igreja em Filipos contra o perigo de pararem a meio do caminho da

sua vida cristã. Disse-lhes que havia mais – mais do que até então

haviam experimentado em Cristo. No fundo, ele exorta-os a

crescerem como cristãos:

“…faço uma coisa: esqueço-me do que ficou

para trás e esforço-me por atingir o que está diante

de mim. Deste modo, caminho em direção à meta

para obter o prémio que Deus nos prometeu dar no

céu por meio de Jesus Cristo.” (Filipenses 3:13,14).

Paulo advertia constantemente os seus amigos sobre o perigo

de não crescerem. Na verdade, ele chegou ao ponto de temer “um

naufrágio espiritual!” se parassem de crescer. ”Não sabem que, no

estádio, todos os corredores tomam parte na corrida, mas só um é

que recebe o prémio? Corram, portanto, de maneira a poderem

recebê-lo. É desta maneira que eu corro e não como quem corre sem

saber para onde. É assim que eu luto e não como quem dá socos à

toa. Mas eu luto contra o meu corpo, para o dominar, a fim da não

acontecer que, andando a pregar aos outras, seja rejeitado por

Deus.” (1Coríntios 9:24,26,27).

Parece que Paulo levava a sua vida cristã mesmo a sério. Ele

sabia que se não crescesse como cristão, se não progredisse, poderia

facilmente voltar ao seu antigo estilo de vida. Se esta preocupação

era tão séria para um homem como o apóstolo Paulo, parece que

pessoas como nós deveriam levá-la igualmente a sério.

As pessoas mais tristes deste mundo são os cristãos que não

querem evoluir para a completa maturidade, que nunca saem da

“creche” espiritual, que nunca trocam as fraldas e as botinhas pelo

equipamento do alpinista, a fim de alcançarem as alturas com a

ajuda do Espírito Santo.


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FERRAMENTAS PARA CUMPRIR A

TAREFA Um dos propósitos deste livro é fornecer-lhe as

ferramentas apropriadas para alcançar a altitude dessas magníficas

montanhas da maturidade espiritual. Talvez um bom meio de

compreender quais são essas ferramentas seja observando a palavra

“CRESCER” neste acróstico:

Comunique diariamente com Deus por meio da oração (João

15:7).

Revigore-se pela leitura da Palavra de Deus, diariamente

(Actos 17:11)

Esforce-se por obedecer a Deus em cada situação

(João 14:21).

Seja uma pessoa que dá testemunho de pertencer a Cristo,

nos seus atos e nas suas palavras (Mateus 4:19).

Consagre a Deus o seu tempo, os seus talentos e os seus bens

(1 Pedro 5:7).

Espere em Deus e deixe que o Espírito Santo exerça controlo e

lhe dê força para viver a sua vida, diariamente (Gálatas

5:16,17; Actos 1:8).

Reúna-se regularmente com outros cristãos (Hebreus 10:25).

CRESCER

COMUNIQUE DIARIAMENTE COM DEUS POR

MEIO DA ORAÇÃO Orar é, simplesmente, falar com Deus – e escutar

enquanto Deus fala. É a expressão mais básica da nossa fé. É a

“respiração” da nossa vida espiritual. É a nossa linha vital de

comunicação com Deus.

Muita gente pensa, erradamente, que a oração tem

que ser formal – cheio de “vós” cerimoniais. Não é assim. A oração é

a simples conversa de um filho com o seu Pai. A oração pode ser:

- Um clamor por ajuda numa hora de necessidade.

- Uma exclamação de alegria ao receber um presente.

- Um pedido a favor de outra pessoa.

- Um momento silencioso de adoração.

- Um tempo de ouvir o que Deus diz.

- Uma hora serena de receber o amor de Deus.

A oração é, basicamente, uma conversa com o nosso Pai

Celestial. “Pai, por favor, perdoa-me. Desta vez pisei, realmente, o

risco. Eu não queria explodir com o meu filho, …mas explodi. Por

favor, dá-me força para lhe pedir perdão a ele.”

“Senhor, lembras-te quando, há um ano atrás, eu comecei a

pedir-te dinheiro para comprar um carro? A minha fé era bem

pequena, não era? Mas quero agradecer a Tua fidelidade. O Senhor

deu-me o carro. Agora é nosso. Muito, muito obrigado.”


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“Ó Deus, ajuda-me. Já conferi os meus cheques uma dúzia de

vezes e o extrato não bate certo. Por favor, mostra-me onde está o

erro.”

“Deus, eu nem mereço falar contigo. Destruí o meu corpo com

estas drogas. Destruí aqueles que amo… Deus, eu preciso de ajuda.

Por favor, ajuda-me!”

“Senhor, fiz o maior negócio da minha vida. Agora tenho que

produzir, mostrar serviço. Tudo o que tenho é Teu. Vem tomar conta

da minha mente para que eu possa fazer aquilo a que me propus.”

“Pai, há muito tempo que luto com este problema. Agora,

entrego-o nas Tuas mãos. Trata-me como Teu filho, com uma criança

até eu aprender a lição.”

Você conhece cristãos alegres e firmes na sua fé? Aquele tipo

de pessoa que tem sempre um sorriso, que parece amar toda a

gente, que enfrenta corajosamente todos os seus problemas? Com

certeza que eles têm conhecimento de um valioso segredo: a oração

dá força para viver.

COMO É QUE DEUS RESPONDE ÀS NOSSAS ORAÇÕES?

Lembre-se, a vontade de Deus de atender os seus pedidos é

ainda maior que o desejo que o mais amoroso dos pais terrenos tem

de dar o melhor aos seus filhos. Não se esqueça de que ele é seu Pai.

E como todo o bom Pai. Ele sabe dar bons presentes – e na altura

certa.

Isto significa que Deus, por vezes, diz “não” aos nossos

pedidos. No entanto, Ele nunca diz “não” sem ter uma resposta

melhor à nossa espera na próxima curva do caminho.

É importante lembrar o seguinte: quando Deus diz “não” aos

nossos pedidos, não é porque Ele não seja capaz de os atender.

Também não é por Ele não se importar connosco. Deus é

dono de tudo – riquezas, conhecimento, sabedoria, poder, saúde,

alegria e amor. Além disso, Ele importa-se connosco. Ele ama-nos

mais do que qualquer pai aqui na terra nos poderia amar. Assim,

embora Deus diga de vez em quando “não”, o “não” é uma exceção.

A sua resposta mais habitual aos pedidos dos Seus filhos é “sim”!

É por isso que, quando oramos, devemos esperar um “sim”

como resposta.

Quando sabemos, pela Bíblia, que a vontade de Deus está

envolvida num assunto de oração e, assim, pedimos com base nessa

vontade revelada, mesmo que isso ainda não se tenha concretizado

na nossa vida, a nossa oração abre as portas para que Deus aja e

responda mais rapidamente.

TOME NOTE DAS RESPOSTAS ÀS SUAS ORAÇÕES

Sugiro-lhe que tenha um caderno de oração. Eu tenho um

diário de oração. É um simples caderno de folhas destacáveis no qual

eu registo os meus pedidos de oração. Numa página escrevo o meu

pedido. Na página ao lado anoto quando e como Deus respondeu a

esse pedido. Ao fazer uma análise retrospetiva. Descobri que 97%

das minhas orações dos últimos cinco anos foram definitivamente

atendidas – e as outras restantes estão agora a receber resposta.

Eu não oro por tudo e todos, todos os dias. Por algumas coisas

e pessoas, oro uma vez por semana, em determinados dias. Mas

registo cada um dos pedidos no meu diário de oração com a mesma


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fidelidade com que lavo os dentes. E oro também com a mesma

fidelidade.

Registrar as respostas de Deus tem sido um estímulo para

mim e tem contribuído para aumentar a minha fé. Em cada ano que

passa, eu peço a Deus coisas maiores e mais “impossíveis”. E em cada

ano que passa Deus faz crescer a minha fé – e os meus pedidos

“maiores” são atendidos por Ele com a mesma facilidade que os

pedidos “menores” de há alguns anos atrás. Esta é uma das alegrias

do crescimento. Você pode medir os seus próprios progressos –

especialmente na sua vida de oração.

Qual é o facto mais importante sobre a oração?

Simplesmente, isto: Jesus disse: “Eu sou a Caminho, a Verdade, e a

Vida. Ninguém pode chegar ao Pai sem ser por Mim.” (João 14:6).

Isto significa que, para a oração ser verdadeiramente oração, deve

ser feita em nome de Jesus, isto é, deve basear-se num

relacionamento pessoal que se tem com Jesus. Quando você se

apresenta diante de Deus em nome do Seu Filho, Ele presta atenção.

CRESCER

RIVIGORE-SE PELA LEITURA DA PALAVRA DE

DEUS, DIARIAMENTE Se a oração é a sua linha vital de comunicação com Deus,

então a Bíblia é o seu cesto de pão. Tal como na nossa vida física é

importante desenvolver bons hábitos alimentares – fazer refeições

regulares utilizando alimentos nutritivos – também é vitalmente

importante que você se alimente diariamente à mesa de Deus, a

Bíblia.

A leitura da Bíblia, tal como a oração, deve transformar-se

num hábito. Um bom hábito. A bíblia é absolutamente essencial para

a nossa vida. Há varias razões para se fazer tal afirmação.

Primeiro a Bíblia, pelo poder de Deus, gera fé nos nossos

corações. Lembre-se de que já referimos que a salvação é um

processo de crescimento. Uma das maneiras pela qual você pode

atingir todo o seu potencial de crescimento é pela leitura diária da

Bíblia. Se você não se alimentar, o seu corpo não cresce nem se

desenvolve. Da mesma forma, se você não ler a Bíblia, nunca sairá da

infância espiritual.

Segunda, a Bíblia continua a fornecer-nos o alimento ao longo

de toda a nossa vida. Jesus orou para que a Bíblia produzisse esse

efeito na vida dos seus seguidores. Ele disse: “Santifica-os na

verdade. A tua palavra é a verdade.” (João 17:17).

“Santificar” significa “separar”, tornar alguma coisa ou

alguém santo. Como é que Deus nos torna santos? Provocando o

nosso contato regular com a Sua Palavra. Ao “comermos” a Sua

Palavra”, ao “digerirmos” a Bíblia, refletindo ou meditando sobre ela,

assimilamo-la com as nossas “células” espirituais e ficamos cheios da

Palavra de Deus.

Terceiro, a Bíblia é a nosso padrão para a tomada de decisões

e formação de opiniões em todas as áreas da nossa vida. “ Toda a

sagrada Escritura é inspirada por Deus e serve para ensinar,

convencer, corrigir e educar, segundo a vontade de Deus, a fim de


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que quem serve a Deus seja perfeito e esteja pronto para fazer o

bem.” (II Timóteo 3:16,17).

Alguém disse que a definição de um cristão é “uma pessoa

cuja vida foi totalmente dominada e controlada pelo Senhor Jesus

Cristo”. Como é que você pode ficar a saber o que Cristo pretende de

si? Lendo a Sua palavra. Nas páginas da Bíblia você encontrará

expressa a vontade de Deus para a sua vida.

Eu costumo viajar de carro de minha casa em Melbourne, na

costa leste da Flórida, para Orlando, que fica no centro do Estado, a

uma distância de cerca de 110 km, para reunir-me com a equipa

editorial da revista para a qual escrevo. Em Melbourne temos uma

ótima estação de rádio evangélica e eu gosto de ouvir música

enquanto conduzo. À medida que me vou afastando de Melbourne, o

rádio do carro já não capta tão bem a tal estação. Por muito que e

esforce por sintonizar melhor, a emissão da estação evangélica deixa

de se ouvir e, quase repentinamente, o rádio capta a frequência de

uma estação de Orlando, que passa um tipo de música que eu não

gosto de ouvir. A estação evangélica de Melbourne continua a

transmitir, o meu rádio continua a funcionar. O problema é que eu

me afastei demasiadamente e a receção deixou de se ouvir.

Quando volto para casa, ao fim do dia, há um ponto da

estrada em que, subitamente, a estação evangélica de Melbourne

surge no rádio do carro. Estou, de novo, dentro do raio de alcance da

emissora.

A razão pela qual eu leio a minha Bíblia diariamente é para

me manter ao alcance da voz de Deus. Mesmo estando sintonizado

com a Palavra de Deus eu já cometo bastantes erros. Não me posso

dar ao luxo de ficar fora do seu alcance. Uma leitura diária da Palavra

de Deus dar-lhe-á acesso à sabedoria e ao conhecimento de Deus,

livrando-o de decisões erradas, e fornecer-lhe-á a dose diária de

força para viver.


37

CRESCER

ESFORCE-SE POR OBEDECER A DEUS EM CADA

SITUAÇÃO

Como é que você pode saber se realmente ama Jesus – se o

seu amor não é apenas uma farsa ou um amor artificial? Uma das

coisas mais espetaculares da vida cristã é que Deus nos deu um

padrão para medir o nosso amor. Aqui está:

“Aquele que conhece a minha doutrina e a segue, esse é que

me tem verdadeiro amor. E aquele que me ama é também amado

por meu Pai: eu amá-lo-ei também e dar-me-ei a conhecer

inteiramente.” (João 14:21).

Como saber se amamos Jesus? Por obedecer aos Seus

mandamentos. É claro que não temos que “provar” nada para

ninguém. A obediência, no entanto, passa a ser a medida pela qual

medimos o nosso amor. “E o amor consiste nisto: em vivermos

segundo os mandamentos de Deus…” (II João 6).

Se você amar Deus, diz a Bíblia, também amará as outras

pessoas. “O mandamento que Jesus nos deixou é este: aquele que

ama a Deus deve também amar o seu irmão.” (1 João 4:21) Isto é

bem claro e simples.

VOCÊ ESTÁ “EM CRISTO”?

A expressão “em Cristo” é utilizada 165 vezes na Bíblia, no

Novo Testamento. Só no primeiro capítulo da carta aos Efésios,

aparece nove vezes. Isto significa que estar “em Cristo” deve ser algo

muito importante. O que significa estar “em Cristo”?

Você está EM CRISTO quando obedece àquela voz mansa e

íntima do Espírito Santo, à medida que Ele interpreta a Bíblia. O

Espírito Santo fala muitas vezes em tom de correção. Ele é como

aqueles pequenos foguetes direcionais que se encontram na base

dos foguetões gigantescos que põem os satélites em órbita. Quando

o foguetão principal começa a desviar-se do seu curso, é possível

emitir eletronicamente, por meio do controle da operação, uma

ordem que aciona um dos pequenos foguetes direcionais. Isto faz

com o foguetão retome a rota. É isso que o Espírito Santo faz

connosco frequentemente, é assim que Ele nos fala. Às vezes

chamamos a esta voz “consciência”, mas para o cristão, é a voz do

Espírito Santo.

Deus não abençoa a desobediência. Pode até proteger-nos

quando somos desobedientes, mas as Suas bênçãos estão reservadas

para os que Lhe obedecem. Quando estamos em viagem, a minha

mulher costuma lembrar-me que, sempre que excedo o limite de

velocidade, passo a conduzir “por conta própria no que diz respeito

às bênçãos de Deus”. Ele pode até proteger-me quando conduzo

ignorando a lei, mas eu já me conduzi – literalmente – para fora das

Suas bênçãos, pois Deus quer que obedeçamos às leis civis, desde

que estas não estejam em conflito direto com a Bíblia.


38

Viver uma vida de obediência a Deus – a cada instante –

assegura o nosso crescimento como cristãos.

Da mesma forma, temos o mandamento de amar os nossos

irmãos. Paulo descreveu a família cristã como um “corpo”. Ele

lembra que o corpo tem muitos membros: mãos, pés, joelhos,

cotovelos, ouvidos e um sem número de partes que nem

conseguimos ver – como o fígado, a vesícula e o coração. Cada um de

nós serve com parte desse corpo. O facto de você ser um dedo não

deveria irritá-lo porque um outro irmão é um olho. Ambos são

importantes, embora tenham funções diferentes a desempenhar.

Se lhe entrar qualquer coisa para o olho, este precisa do dedo

para remover esse corpo estranho. O cotovelo ou o pé não serviriam

para essa tarefa. Da mesma maneira, o dedo preciso do olho para

“ver” onde está o cotonete que o vai ajudar a retirar o corpo

estranho que incomodo o olho. E ambos precisam dos pés para se

deslocar ao lugar onde está o cotonete. E mais, já tentou pôr um

dedo no olho se tiver o cotovelo paralisado? Todas as partes do

corpo são necessárias.

Quando nos amamos uns aos outros, vivemos realmente

como um corpo. A este corpo chama-se Igreja. Não se trata do

edifício, nem mesmo de uma organização. Trata-se de um grupo de

pessoas – todas diferentes – que amam o Senhor e se amam umas as

outras. Você tem que se filiar numa parte dessa família de Deus se

quiser obedecer-Lhe.

A medida que vai crescendo na sua vida cristã, lembre-se das

palavras simples mas profundas de Jesus: “Se vocês me têm amor,

cumpram a minha doutrina.” (João 14:15)

CRESER

SEJA UMA PESSOA QUE DÁ TESTEMUNHO DE

PERTENCER A CRISTO NOS SEUS ATOS E NAS SUAS

PALAVRAS

Ser testemunha de Cristo é, simplesmente, ser na prática o

que você já é na teoria. Não significa que vá que aprender a pregar,

não significa necessariamente bater de porta em porta falando de

Jesus a pessoas desconhecidos. Significa, simplesmente, viver para

Jesus Cristo em cada dia, de maneira que não sejam só as suas

palavras a falar de Jesus, mas que a sua própria vida seja um reflexo

da vida de Cristo.

Como é que a sua vida pode ser um testemunho? Fazendo

exatamente aquilo de que estávamos a falar há pouco: obedecendo à

Palavra de Deus, deixando se conduzir e controlar pelo Espírito


39

Santo, demonstrando as evidências do Espírito através das suas

ações e da sua conduta.

Isto não significa que você tenha que se transformar num

puritano (no sentido ridículo do termo), vestir roupas esquisitas e

deixar de se divertir. Também não significa andar sempre com a

Bíblia debaixo do braço. Significa simplesmente que você está ligado

a Jesus em todos os instantes da sua vida.

Jesus descreveu esse relacionamento com os ramos de uma

videira, sempre ligados a ela. Se permanecermos ligados a Cristo,

daremos fruto como o ramo da videira, e a nossa vida será um

testemunho para os que nos rodeiam.

Uma enfermeira crente, que trabalhava numa clínica

psiquiátrica, teve várias oportunidades de falar da sua fé aos médicos

da clínica. Todos a achavam um pouco estranha, mas ninguém se

importava muito com isso porque ela era uma ótima profissional.

Um dia, o filho adolescente dessa enfermeira, que ela amava

muito, morreu num acidente de moto. Ao longo das semanas que se

seguiram, todos os médicos, um após outro, foram pessoalmente

visitar a enfermeira, dizendo o quanto admiravam a sua fé e

perguntando de onde vinha a força interior que ela demonstrava. O

seu comportamento tranquilo e a paz de espírito que transmitia,

mesmo em face da profunda dor por que estava a passar, “pregaram

um sermão silencioso” que, por fim, todos os médicos ouviram com

atenção.

Como testemunha de Jesus você influenciará toda a gente.

“Vocês são a luz do mundo”, disse Jesus aos Seus seguidores. “Uma

cidade situada no alto de um monte não se pode esconder. Também

não se acende um candeeiro para o pôr debaixo duma caixa. Pelo

contrário, põe-se mas é num lugar em que alumie bem a todos os

que estiverem em casa. Do mesmo modo, façam brilhar a vossa luz

diante de toda a gente para que vejam as boas ações que vocês

praticam e deem louvores a vosso Pai que está nos céus.” (Mateus

5:14-16)

Não basta, no entanto dar um testemunho com a sua vida. O

crescimento cristão também implica dar o testemunho com a boca.

Isto significa que, uma vez salvo, controlado pelo Espírito Santo, você

vai querer falar a outras pessoas sobre este novo e maravilhoso

modo de vida. E será tão natural como é natural falar aos outros da

pessoa que ama. Ou do seu carro novo. Ou do seu filho ou neto. Deus

dar-lhe-á as palavras certas a quem falar. Tudo o que tem a fazer é

pôr-se à disposição de Deus.

CRESCER

CONSAGRE A DEUS O SEU TEMPO, OS SEUS

TALENTOS E OS SEUS BENS

Quando Deus o tornou parte da Sua família. Ele assumiu a

responsabilidade pela sua vida e pelos seus problemas. Davis. O rei-

poeta de Israel, exprimiu essa verdade melhor que ninguém: “O

Senhor é meu pastor; nada me falta.” (Salmo 23:1).

Deus é um Ser de recursos ilimitados. Quando confiamos

n’Ele, dependemos d’Ele e avançamos para além do nosso próprio

entendimento, para além da nossa compreensão, para uma

dimensão da fé com a qual podemos estar descansados em relação à

nossa vida. Sabemos que há um Deus grande, amoroso e todo-

poderoso que cuida de nós. O que haverá, então, a recear?


40

Como é que isso acontece?

Quando chegamos ao ponto em que tudo o que temos

pertence a Deus, então tudo o que pertence a Deus pertence-nos a

nós também.

Simples, não é?

Há pessoas que querem saber, antecipadamente, qual a

vontade de Deus para poderem decidir se vão ou não cumpri-la.

Deus, porém, só revela a sua vontade àqueles que estão decididos a

segui-la “venha o que vier”.

O intelecto do homem está sempre a querer desvendar as

coisas. Ele quer a resposta para todos os seus “E, se…”? Deus, no

entanto, não responde a esse tipo de perguntas. Diz, simplesmente:

“Confia em mim.” Isto significa que Deus guarda sempre o que tem

de melhor para os que deixam que seja Ele a faze a escolha. “Põe a

tua vida nas mãos do Senhor, confia nele e ele te ajudará.” (Salmo

37:5).

CRESCER

ESPERE EM DEUS E DEIXE QUE O ESPÍRITO SANTO

EXERÇA CONTROLE E LHE DÊ FORÇA PARA VIVER A SUA

VIDA, DIARIAMENTE

Cada dia pode ser uma emocionante aventura para si, como

cristão. Para que isso aconteça, no entanto, você tem que estar sob o

controle do Espírito Santo. É triste que muitos cristãos se satisfaçam

com o facto de se terem tornado cristãos e não pensam em

prosseguir o seu caminho para uma vida vitoriosa, andando no

Espírito (isto é, vivendo sob o controlo do Espírito).

O Dr. Bill Bright, costuma dizer: “Se eu pudesse compartilhar

uma única verdade com os cristãos de todo o mundo, essa verdade

seria sobre ‘como ser cheio do Espírito Santo’, pois não há nenhuma

verdade mais importante para o cristão.”

É uma declaração muito forte, e verdadeira. Por isso, você

tem que perguntar a si mesmo: “Como é que posso estar cheio do

Espírito Santo?” Ou, por outras palavras, “Como posso ser controlado

pelo Espírito Santo?”

Antes de responder, temos que fazer outras perguntas

básicas.

QUÉM É O ESPÍRITO SANTO?

Talvez seja mais fácil começar por lhe dizer o que Ele não é. O

Espírito Santo não é uma coisa ou uma força. Não é um fantasma –


41

uma forma etérea e sombria. O Espírito Santo não é um sentimento

místico, estranho, indefinido; também não é uma presença cósmica,

impessoal e fria.

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade Divina: Pai.

Filho e Espírito Santo. É uma Pessoa real. Tem personalidade. Tem

sentimentos. Podemos desobedecer-Lhe, pode ser magoado, amado,

honrado, adorado. Pode comunicar connosco. Tem inteligência,

vontade e emoções infinitas. Possui toda a natureza divina de Deus.

É, em todos os aspetos, igual a Deus Pai e a Deus Filho. E – o mais

importante – está pronto a assumir o controlo sobre a sua vida.

PORQUE VEIO O ESPÍRITO SANTO?

Antes de Jesus deixar a Terra, depois da Sua ressurreição,

reuniu os seus discípulos e disse-lhes que quando voltasse para o Céu

lhes enviara o Espírito Santo. O Espírito Santo haveria de habitar em

cada cristão! Na verdade, o mesmo poder que fez Cristo ressuscitar

de entre os mortos poderia passar a controlar a vida de cada cristão.

A atuação do Espírito Santo na vida dos cristãos assume

muitas formas diferentes.

Para começar, Ele convence-nos do nosso pecado. Lembre-se,

Ele é o Espírito Santo. Isto significa que é puro. Quando controla as

nossas vidas, um dos efeitos que isso provoca é a purificação; Ele

santifica-nos.

Também nos tira as dúvidas – aquelas interrogações

incómodas sobre a nossa salvação. Convence-nos de que somos

realmente filhos de Deus – tal como a Bíblia o diz.

O Espírito Santo torna real a presença de Jesus em nós.

Quando Jesus esteve na terra, passou muito tempo com os Seus

discípulos. Ensinou-os e respondeu às suas perguntas. Foi o amigo

mais íntimo que eles tiveram. Não é por acaso que, quando Jesus os

deixou, eles ficaram tão tristes.

Foi a eles que Jesus disse: “E eu hei-de pedir ao Pai que vos

envie um outro para vos ajudar, o Espírito de verdade, que há-de

viver para sempre convosco.” (João 14:16,17). Ele veio, como Jesus

prometera, e tem estado, desde então, com os discípulos de Jesus,

tornando Jesus tão real para o cristão como se Ele ainda estivesse

aqui na terra.

Mas o Espírito Santo faz muitas outras coisas.

Ele ensina-nos.

Ele ajuda-nos quando não sabemos como orar – orando Ele,

na verdade, através de nós. “Da mesma maneira, também o Espírito

nos ajuda a nós que somos fracos. Com efeito nós não sabemos orar

como convém, mas o próprio Espírito pede a Deus por nós com

gemidos que não se podem explicar.” (Romanos 8:26).

Ele dá-nos poder – poder sobrenatural. Jesus prometeu aos

Seus discípulos: “Porem, receberão o poder do Espírito Santo que

descerá sobre vocês…” (Actos 1:8). Poder para que? Bem, para

muitas coisas, mas, em especial, para serem testemunhas de Jesus.

Controlados pelo Espírito Santo, aqueles discípulos deixarem de ser

um bando de homens derrotados, covardes e sem líder e

transformaram-se num exército corajoso de guerreiros espirituais

que desafiou e derrotou as forças infernais que escravizavam o

mundo.


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Talvez a coisa mais maravilhosa que o Espírito Santo faz é

produzir em nós a vida de Jesus. Quando permitimos que o Espírito

Santo controle a nossa vida, Jesus, em tudo o Seu caráter e

personalidade, tem plena liberdade para viver em nós. Ele passará a

viver e a amar através de nós. E você começará a ver e a sentir na sua

vida aquilo a que a Bíblia chama “fruto do Espírito”, ou seja: amor,

alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão e

autodomínio. Isto não vai acontecer da noite para o dia, da mesma

maneira que nenhuma árvore dá fruto de um dia para o outro. Dia a

dia, porém, você vai ver a sua vida começar a mudar ao assumir o

caráter de Jesus. E isso é sensacional.

O QUE SIGNIFICA ESTAR CHEIO DO SPÍRITO SANTO?

No momento exato em que você nasceu de novo, o Espírito

Santo fixou residência na sua vida. Isto não significa, contudo, que

você tenha ficado logo “cheio” do Espírito Santo. Estar cheio de

Espírito Santo significa ser controlado e dotado de capacidades por

Ele. Significa que você passa a depender do poder de Deus para

transformar a sua vida, em vez de ser você mesmo a fazê-lo. Você só

recebe a força para viver quando cede ao Espírito Santo os direitos

sobre a sua vida e permite que Ele a controle. Você nunca conseguirá

viver a vida cristã pela sua própria força, com base na

autodeterminação e na autodisciplina. Só Jesus foi capaz de viver

uma vida perfeita. Somente na medida em que Ele vive em si –

através do Seu Espírito – você será capaz de viver vitoriosamente.

Resumindo, estar cheio do Espírito Santo significa estar cheio

de Jesus e ser controlado por Ele.

COMO POSSO FICAR CHEIO DO ESPÍROTO SANTO?

Há muitos anos, visitei uma central hidroelétrica. Eu já tinha

ouvido falar de turbinas e geradores mas, por uma razão ou outra,

sempre pensei que a força dessas centrais provinha do enorme jato

de água da descarga da barragem. Nunca me passou pela cabeça que

a verdadeira força da central não era proveniente da água que se

derramava sobre a barragem, mas sim das máquinas ocultas no seu

interior.

Descemos num elevador que nos conduziu ao misterioso

interior daquela enorme massa de cimento. Entrámos numa sala

enorme, que ocupava toda a largura da barragem e, de repente eu

percebi que estava envolvido por uma força gigantesca, muito maior

do que jamais concebera ou imaginara. Aquela sala enorme,

impecavelmente limpa, sobre a qual havia enormes turbinas em

funcionamento, ressoava com um zumbido profundo “zzzzzzzz”- O

próprio ar vibrava com a força ali existente. De onde vinha essa

força? Não vinha da água que era descarregada na barragem, quase

cem metros acima. Também não vinha das gigantescas turbinas.

Vinha sim dos milhares de toneladas de pressão exercida pela água

do lago que ficava por cima de nós. À medida que a água era

movimentada por meio daquelas turbinas, enormes e lentes, gerava

a força suficiente para fornecer eletricidade a dois Estados!


43

Assim o Espírito Santo se movimenta por meio das turbinas

espirituais de cada cristão, gerando um poder, uma força

inacreditáveis.

Estar cheio do Espírito Santo pressupõe uma completa

rendição, uma submissão total, e sem reservas, da vontade própria à

vontade de Deus. Não se trata de um acontecimento isolado – é um

processo contínuo. O apóstolo Paulo escreveu aos seus amigos da

cidade de Éfeso e ordenou-lhes: “Deixam-se mas é encher do Espírito

de Deus.” (Efésios 5:18). A forma como Paulo escreveu essa frase

indica um enchimento constante, contínuo. O que ele queria dizer

era: “Sejam cheios, e cheios, e cheios, e cheios do Espírito”.

Mas porque precisamos nós de ser continuamente cheios com

o Espírito? Em primeiro lugar porque, volta e meia, reassumimos o

controlo que tínhamos passado ao Espírito Santo. Decidimos voltar a

ser, de novo, senhores da nossa vida e autores das nossas decisões.

Quando o fazemos, o Espírito Santo entristece-Se – isto é, o fluxo do

Seu poder através de nós é prejudicado. Para que a força

sobrenatural do Espírito Santo seja restaurada, temos que concordar

com Deus que pecámos e entregar, novamente, ao Seu Espírito o

controlo da nossa vida.

A isto podemos chamar “respiração espiritual”. O recém-

nascido respira pela primeira vez logo que sai do ventre da mãe, mas,

se não continuar a respirar depois disso, morrerá. Da mesma

maneira, Paulo exorta-nos a estarmos continuamente cheios do

Espirito Santo. Respiração espiritual significa expirar qualquer coisa

que entristeça o Espírito Santo, que O impeça de agir em nós, e inalar

o poder do Espírito Santo. É exatamente como na respiração física,

em que você exala o ar impuro e inala o ar puro.

Se você quiser estar cheio do Espírito Santo, tem que exalar as

impurezas do pecado na sua vida. A isso chama-se confissão –

concordar com Deus que pecou, que assumiu o controlo de alguma

área da sua vida, agindo de forma contrária à Palavra de Deus; e,

admitindo isso diante d’Ele em oração, deitar fora essa impureza da

sua vida. Depois agradecer, imediatamente, a Deus pelo perdão que

lhe concede em Jesus Cristo e, uma vez mais, entregar-Lhe o controlo

daquela parte da sua vida.

Você vai querer fazer da “respiração espiritual” parte

integrante da sua vida para poder viver cada dia dominado pela

maravilhosa força sobrenatural do Espírito Santo.

É possível que, até agora, o Espírito Santo tenha sido apenas

um “hóspede” na sua vida (lembre-se de que Ele veio habitar em si

no momento em que você se tornou cristão). Mas Ele quer ser mais

que um simples hóspede. Ele quer ser o Dono da sua vida. Ele quer

que você lhe dê livre acesso à biblioteca da sua mente, à sala de

jantar dos seus apetites, à sala de estar dos seus relacionamentos e

ao salão de jogos da sua vida social. Ele quer ainda ser convidado a

entrar naqueles pequenos quartos nos quais você se escondia para

praticar atos errados e vergonhosos. Em resumo, Ele quer controlar

totalmente a sua vida.

Isto parece ser uma entrega muito importante. E, é! Porém,

em troca de Lhe entregar a sua vida, o Espírito Santo enchê-lo-á de

força sobrenatural para vencer o pecado, com uma vida plena, com

significado, e com as indescritíveis caraterísticas do próprio Senhor

Jesu – amor, alegria, paz, paciência e bondade.

Tal como a sua salvação, este enchimento com o Espírito

Santo é uma dádiva de Deus. Você não pode conquistar qualquer


44

destas dádivas pelo seu próprio mérito. Abas se recebem pela fé

numa entrega completa da sua vontade a Deus.

Você quer ficar cheio do Espírito Santo? Não é preciso ir

procurá-Lo ou esperar por Ele. Ele já habita em si e está só à espera

que você permita que Ele assuma o controlo da sua vida. Se é isso

que você deseja, do fundo do coração, diga simplesmente a Deus que

está pronto a ser cheio do Espírito Santo, aceite pela fé o Seu poder e

agradeça-Lhe. Toda a força de Deus será sua quando passar a viver a

sua vida controlada pelo Espírito Santo.

CRESCER

REÚNA-SE REGULARMENTE COM OUTROS

CRISTÃOS

Uma das formas mais práticas que Deus tem para nos ajudar a

crescer espiritualmente é através do nosso relacionamento com

outros cristãos. Isso significa passar tempo com outros que crêem

como nós, conhecê-los, orar e louvar a Deus juntamente com eles,

enfim, conviver com outras pessoas que amam Jesus Cristo.

Numa fogueira, vários pedaços de madeira juntos a arder

produzem bastante calor durante bastante tempo. No entanto, se

retirar um deles e o deixar sozinho, esse pedaço de madeira apaga-

se. Os cristãos têm que estar juntos ou o fogo do entusiasmo poderá

apagar-se. Este relacionamento dos cristãos uns com os outros é vital

para o seu crescimento. Por isso, a Palavra de Deus exorta-nos: “E

não faltemos às nossas reuniões. Alguns têm por hábito faltar. Pelo

contrário, animem-se uns aos outros cada vez mais…” (Hebreus

10:25) O encorajamento e consolo mútuos entre cristãos são partes

fundamentais deste relacionamento.

O melhor local para encontrar essa amizade com outros

cristãos é numa igreja da sua área de residência. Nesse igreja você

poderá ainda receber o ensino são da Palavra de Deus e

experimentar a alegria de O adorar.

Ao procurar a igreja na qual se vai filiar, guie-se pelas

perguntas abaixo como meio de avaliar qual a igreja que mais lhe

convém:

Qual a posição da igreja em relação à Palavra de Deus? Afirma

que a Bíblia foi inspirada por Deus? Isso é ensinado aos membros

dessa igreja?

Qual a posição da igreja em relação a Jesus Cristo?

Reconhece-O com Filho de Deus. Deus-Homem, sem pecado, que

morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou de entre os

mortos?

Qual a posição da igreja em relação a Deus Pai? Reconhece-O

como Deus amoroso e misericordioso, mas também com Pai justo e

severo que merece o nosso temor, adoração e louvor?

Qual a posição da igreja em relação ao Espírito Santo?

Reconhece-O como uma Pessoa Divina, e não como uma mera força

ou influência espiritual?

Como é o relacionamento entre os cristãos? São pessoas

bondosas, cujo cuidado e interesse mútuo é claro aos olhos dos

outros e cuja vida atrai a atenção e o respeito da comunidade? É

FORÇA PARA VIVER PARA QUE SERVE A BÍBLIA

45

possível perceber o desejo que têm de ajudar e estimular outros a

viverem em obediência a Deus?

Peça a Deus que o ajude a encontrar uma boa igreja, na qual

você possa ter a comunhão necessária e oferecer a Deus o louvor que

Ele merece.

Aí está: CRESCER. Tal como acontece com as crianças, talvez

tenhamos medo de crescer, mas quando o crescimento realmente se

dá, ficamos contentes. Assim, o seu crescimento como cristão será,

ao mesmo tempo, empolgante e útil.

Já vimos que, para passarmos do nosso nascimento espiritual

a uma maturidade espiritual, temos que utilizar estas “ferramentas”

especiais.

C – Comunique diariamente com Deus por meio da oração.

R – Revigore-se pela leitura da Palavra de Deus, diariamente.

E – Esforce-se por obedecer a Deus em cada situação.

S – Seja uma pessoa que dá testemunha de pertencer a Cristo, nos

seus atos e nas suas palavras.

C – Consagre a Deus o seu tempo, os seus talentos e os seus bens.

E – Espere em Deus e deixe que o Espírito Santo exerça controlo e lhe

dê força para viver a sua vida, diariamente.

R – Reúna-se regularmente com outros cristãos.

O seu crescimento como cristão traz glória à Seus e permite

que Ele o abençoe com a sua Presença – e essa Presença traz força

para viver.

CAPÍTULO CINCO

PARA QUE SERVE A BÍBLIA?

Platão, o célebre filósofo grego, disse certa vez que há três

fontes válidas de conhecimento.

1. Os cinco sentidos – tato, paladar, olfato, audição e visão – que o

homem compartilha com o reino animal.

2. A razão – que distingue o homem dos animais inferiores.

3. À terceira fonte Platão deu o nome de “Divina Loucura” referindo-

se assim ao mundo espiritual da comunicação sobrenatural.

Mais tarde Aristóteles, discípulo de Platão, eliminou a terceira

fonte – aquela faculdade inteiramente intuitiva pela qual homem

recebe ou obtém a perceção divina. Aristóteles afirmou que o

conhecimento se obtém apenas pela utilização dos cinco sentidos e

da razão.


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O mundo ocidental foi profundamente influenciado

pelos ensinamentos de Aristóteles. Em culturas orientais e em

culturas primitivas, no entanto, a referência ao mundo dos espíritos

– o mundo dos sonhos, visões e comunicação sobrenatural – é

comum em todos os níveis sociais.

Embora Aristóteles viesse certamente a rejeitar a Bíblia como

fonte de conhecimento (se a tivesse conhecido), Jesus nunca hesitou

em aceitá-la como – a afirmar que era – a maneira principal qual

Deus se revela à humanidade.

Agora dois mil anos passados, cada vez mais pessoas se

apercebem de que Jesus tinha razão. Voltaire, o famoso pensador

francês, ateu declarado (seguidor de Aristóteles), morreu em 1778.

Antes de morrer, Voltaire afirmou que a Bíblia e a fé cristã não

teriam qualquer aceitação daí a cem anos. No centésimo aniversário

dessa afirmação, a Sociedade Bíblica de Genebra comprou a editora e

a casa que tinham pertencendo a Voltaire e começou, nesse preciso

local, a imprimir a Bíblia.

Duzentos e seis anos depois de Voltaire, o presidente dos

Estados Unidos viria a declarar o ano de 1983 “O Ano da Bíblia”. O

que teria levado o presidente da nação mais poderosa da Terra a

proclamar a Bíblia como a principal fonte do conhecimento humano?

Milhões de pessoas ainda procuram uma fonte fidedigna de

autoridade. Descobriram que não podem confiar em tratados entre

nações, nem nas declarações dos cientistas; mesmo os grandes

líderes religiosos estão frequentemente errados. A Bíblia – a Palavra

de Deus – é a única autoridade definitiva que possuímos.

Comprovada ao longo de séculos, a Bíblia derrama luz sobre a

natureza humana, sobre os problemas de humanidade e o

sofrimento que aflige o homem. Além disso, ela revela claramente o

caminho para Deus.

A Bíblia é Deus revelar-se à humanidade.

Billy Graham tem razão ao afirmar, em relação `Bíblia:

“A Bíblia é um livro antigo e, no entanto, é sempre novo. É o

livro mais moderno do mundo. Existe em geral, uma ideia errada de

que um livro tão antigo como a Bíblia não pode falar às necessidades

do homem moderno. Por alguma razão os homens pensam que,

numa era de realizações científicas, em que o conhecimento

alcançado em 25 anos é superior ao que se alcançou ao longo de

todos os séculos da história da Humanidade, este Livro tão antigo

tem que estar desatualizado e ultrapassado. No entanto, para todos

os que a lêem e a amam, a Bíblia é extremamente relevante para a

nossa geração.

É nas Escrituras Sagradas que encontramos as respostas para

as perguntas fundamentais da vida: “De onde vim eu? Porque estou

aqui? Para onde vou? Qual é o propósito da minha existência?”

A palavra “bíblia” vem da palavra grega “bíblos”. A Bíblia,

porém, é mais do que um livro – ou uma coleção de livros. É a

revelação escrita, que Deus nos deixou, da Sua vontade em relação

ao homem e ao universo. Por detrás e por baixo, por cima e além

desse Livro, está o Deus desse Livro, pois a Bíblia inteira fala sobre

Deus – em especial sobre o Filho de Deus, Jesus Cristo.


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MAIS DO QUE UM LIVRO

A Bíblia contém 66 livros, escritos por cerca de 40 autores,

num período de composição que abrange, mais ou menos, 1.600

anos. Os seus autores são dos mais variados níveis sociais e culturais

e neles se incluem reis, camponeses, profetas, poetas, pescadores,

homens de estado, eruditos, um homem de negócios, um médico e

um missionário. A Bíblia está dividida em duas partes principais,

sendo o fator dessa divisão o nascimento de Jesus Cristo.

À primeira parte chama-se Antigo Testamento. Esta parte foi

escrita quase totalmente em hebraico (à exceção de umas quantas

passagens em aramaico) e foi completada cerca de 400 anos antes do

nascimento de Cristo. A segunda parte, chamada Novo Testamento,

foi escrita em Grego. As bíblias que temos na nossa língua foram, na

sua maioria, traduzidas diretamente das línguas originais.

A palavra “testamento” significa, no original, “aliança” ou

“pacto”. O Antigo Testamento é a história das alianças feitas por

Deus com o homem – e aponta para a vinda do Messias, o Filho de

Deus, Jesus. O Novo Testamento é a história do cumprimento das

alianças através da pessoa de Jesus.

QUEM É O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA?

Na linguagem de sinais utilizada pelos surdos-mudos, o sinal

que significa a palavra Jesus faz-se apontando para as palmas das

duas mãos com o dedo indicador da mão oposta. O gesto simboliza

as marcas dos cravos (pregos) nas mãos de Jesus.

O sinal que significa Bíblia faz-se apontando com um indicador

de cada vez para as palmas das mãos e abrindo, depois, as palmas

das mãos como se fossem a capa de um livro. Por outras palavras, a

Bíblia é um livro sobre Jesus Cristo.

Há muitos anos atrás, eu fiz uma viagem a Hong-Kong e dei

um passeio num daqueles “hovercrafts” atá à pequena colónia

portuguesa de Macau. Ali, numa colina que domina o porto, os

portugueses construíram, há quase cinco séculos, uma imponente

catedral. Alguns séculos depois, um tufão foi mais forte que o

trabalho humano e o enorme edifício de pedra ruiu. A parede frontal

da antiga catedral, no entanto, resistiu e ainda hoje se mantém de

pé, com os largos degraus que conduzem a uma rua calcetada com

paralelepípedos que circunda o porto. No alto daquela parede,


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desafiando os elementos através dos séculos, está uma enorme cruz

de bronze.

Em 1825, um navegador inglês, Sir John Bowering, entrou com

o seu navio no porto de Hong-Kong e vislumbrou aquela grande cruz,

erguendo-se, majestosa, por cima das ruínas d catedral. Sir John ficou

profundamente emocionado. Voltou ao seu camarote no navio,

pegou numa pena e escreveu no seu diário de bordo:

Na cruz de Cristo eis a minha glória,

Vencedora do tempo e da ruína;

Toda a luz da sagrada história

Nela se vê, santa e divina.

A mensagem central da Bíblia é a cruz de Jesus Cristo. Cada

livro da Bíblia ou aponta para o futuro, indicando a vinda de Jesus,

ou aponta em retrospetiva para a Sua obra redentora no Calvário.

Há uma história maravilhosa no Evangelho de Lucas sobre um

incidente acontecido quarenta dias depois do nascimento de Jesus. A

mãe de Jesus, Maria e José tinham levado o bebé ao templo para

oferecerem os sacrifícios de purificação e consagração exigidos pela

Lei de Moisés. Quando entraram no templo, foram vistos por um

velho rabi, um homem muito piedoso chamado Simeão, que passara

tudo a sua vida a estudar os livros sagradas dos Judeus, o Antigo

Testamento. Ao ler estes livres (que eram a sua Bíblia) convencera-se

que a mensagem central do Antigo Testamento era a vinda do

Messias – o Filho de Deus. Na verdade, o Espírito Santo assegurara-

lhe que ele não morreria antes de ver o Salvador com os seus

próprios olhos.

Naquele dia, quando José e Maria entraram no átrio do

templo com o seu bebé, um fogo acendeu-se no coração do velho

Simeão. Dirigiu-se ao casal, ofegante e com lágrimas nos olhos, e

pediu a Maria para pegar, por um bocadinho, no menino. Tomando a

criança nos braços, contemplou o rosto de Jesus. Depois, erguendo

os olhos ao céu, orou:

“Agora, Senhor, já podes deixar-me morrer em paz, pois

cumpriste a tua palavra! Já vi com os meus olhos o Salvador que

enviaste para todos os povos. Ele é a luz que iluminará os pagãos e

glória de Israel, teu povo.” (Lucas 2:29-32).

Então Simeão disse uma coisa muito significativa: “Este

menino é para muitos em Israel motivo de ruína ou salvação. Ele é

sinal de divisão entre os homens, para revelar os pensamentos

escondidos de muitos…” Depois fixando olhar nos olhos doces da

jovem mãe, o velho Simeão disse: “Uma grande dor, como golpe de

espada, trespassará a tua alma.”

Simeão referia-se às profecias messiânicas que lera durante

muitos anos no Antigo Testamento – as profecias que anunciavam a

vinda do Filho de Deus. Referia-se em particular, a uma profecia de

Génesis na qual Deus dissera à serpente, Satanás, ainda no Paraíso:

“Farei com que tu e a mulher sejam inimigas, bem como a tua

descendência e a descendência dela. A descendência da mulher há-

de atingir-te a cabeça e tu procurarás atingir-lhe o calcanhar.”

(Génesis: 3:15). Fez ainda, referência a uma profecia de Isaías,

proferido cerca de 700 anos antes do nascimento de Cristo: “…Eu


49

quero que sejas a luz das nações, para que a minha salvação chegue

aos confins da terra” (Isaías 49:6).

O SONHO DE DEUS

Desde o princípio, Deus tinha um sonho. O Seu sonho era

restaurar o homem a um relacionamento perfeito com Ele, o seu

Criador. Jesus foi a resposta a esse sonho. Todos os homens

piedosos, ao longo dos séculos, escreveram a Bíblia, registaram

vislumbres desse sonho e incluírem-nos nos seus escritos. Por isso,

em toda a Bíblia – desde a Criação até ao nascimento de Jesus –

deparamos com referências a esse sonho messiânico por parte de

todos os autores bíblicos. Jesus é, então, o tema central da Bíblia.

Abraão viu o Seu reflexo em Melquisedeque, Rei de Salém ou

Rei da Paz.

Jacob chamou-Lhe Siló, o Enviado.

Para Moisés Ele foi o Cordeiro da Páscoa, Aquele que seria

levantado.

Para Josué foi o Capitão da nossa salvação.

Rute viu-o como o Parente Resgatador.

Samuel retratou-O como nosso Rei.

David chamou-Lhe Leão de Judá e Bom Pastor.

Para Salomão Ele é o Amado.

Esdras e Neemias viram-nO como o Restaurador.

Para Ester Ele é o nosso Advogado.

Job disse que Ele era o seu Redentor.

Isaías descreveu-O como o Servo Sofredor.

Jeremias viu-O como o Grande Oleiro.

Ezequiel chamou-Lhe Filho do homem.

Daniel chamou-Lhe Príncipe e Pedra.

Oséias comparou-O a um Marido restaurando a Sua esposa


50

caída.

Para Joel Ele era o Restaurador.

Amós viu-O como Lavrador Celestial.

Para Obadias Ele era o Salvador.

Jonas retratou-O como a Ressurreição e a Vida.

Miqueias chamou-Lhe Testemunha.

Para Naum Ele era Fortaleza no dia da angústia.

Habacuc chamou-Lhe Deus da Minha Salvação.

Para Sofonias Ele era o Senhor Zeloso.

Ageu disse que Ele era o Desejado dos Nações.

Zacarias denominou – O Renovação da Justiça.

Malaquias chamou-Lhe Sol da Justiça.

João Baptista, por fim proclamou: “Eis o Cordeiro de Deus que

tira os pecados do mundo”.

À medida que se vai lendo O Antigo Testamento, paira no

horizonte uma Pessoa, através da qual Deus irá estabelecer o Seu

reino sobre a terra: Jesus Cristo. Miqueias anunciou que Ele nasceria

em Belém. Isaías disse que Ele nasceria de uma virgem e se chamaria

Emanuel. David e Isaías predisseram a Sua morte e Job e David

profetizaram a Sua ressurreição. Outros anunciaram que Ele seria

precedido por um profeto de hábitos estranhos, como Elias;

predisseram que ele faria milagres, falaria por parábolas, seria

rejeitado pelos líderes, seria um pasto ferido, um varão de dores, que

entraria em Jerusalém montado num burrinho, seria traído por um

amigo por 30 moedas de prata e seria levado como um ovelha para o

matadouro. Profetizaram que Ele seria morte na companhia de

criminosos, que as Suas mãos e os Seus pés seriam perfurados, mas

nenhum dos Seus ossos seria quebrado, que sobre as suas vestes se

lançariam sortes, que ficaria no túmulo de um rico durante três dias,

ressuscitaria dos mortos e subiria aos céus para se sentar à direita de

Deus.

David, Isaías, Jeremias e Daniel anunciaram, com séculos de

antecedência, que o Messias ofereceria ao Seu povo uma nova

aliança. Predisseram que Ele enviaria o Espírito Santo, que o seu

reino incluíra os gentios e que seria universal e eterno.

Tudo isto foi escrito centenas de anos antes do nascimento de

Cristo. E quando Ele nasceu, os anjos apareceram aos pastores nas

colinas de Belém, anunciando novas de grande alegria.

O MILAGRE DA COMPOSIÇÃO Vamos supor que um homem de cada nação da terra recebia a

missão de esculpir, ao longo da sua vida, um pequeno pedaço de

mármore. Um dia, todos esses homens, ignorando que os outros

também estavam a esculpir um pedaço de mármore, iriam reunir-se

numa pequena vila nas colinas a sul de Jerusalém – cada qual com o

seu pequeno pedaço de mármore. O homem que esculpira o que

parecia ser o dedo grande do pé esquerdo colocaria o seu pequeno

pedaço de mármore no chão. A seguir, o que esculpira um pé

esquerdo sem dedos nem calcanhar viria e juntaria o seu pedaço de

mármore ao dedo grande do pé esquerdo – e os dois pedaços

ajustar-se-iam perfeitamente. Seriam depois acrescentados os outros

dedos, cada um do tamanho e formato certos. Depois viria o escultor

do calcanhar e assim por diante, tornozelos, canelas, joelhos, coxas –

cada pedaço ajustando-se tão perfeitamente ao anterior que nem as


51

emendas se notassem – até que toda a estátua estivesse montada,

perfeita nos mínimos pormenores.

Como seria possível explicar tal estátua, a menos que

houvesse alguém que a tivesse projetado e tivesse dado,

antecipadamente, a cada um destes homens as instruções exatas

relativas ao pedaço de mármore que iria esculpir?

Não foi por acaso que os anjos cantaram “boas novas de

grande alegria”. O Milagre dos séculos. Aquele de quem toda a Bíblia

fala nascera em Belém! A Sua vinda e a Sua vida, profetizadas com

séculos de antecedência, são um milagre ainda maior do que o serie

uma estátua construída daquela estranha forma.

Lembra-se, a Palavra de Deus é o alicerce de todo o nosso

conhecimento de Deus – e do Seu plano para a humanidade. Ela

conta-nos a origem do pecado e como a maldição que resultou dele

separou o homem de Deus. A Bíblia contém a Lei dada por Deus a

Moisés no Monte Sinai, mas mostra-nos também como foi impossível

à Lei trazer ao homem a salvação de que ele necessitava. Assim,

descobrimos nas páginas da Bíblia que o objetivo principal de Deus

era preparar o caminho para a vinda do redentor do mundo, Jesus

Cristo.

Embora a Bíblia seja uma verdadeira biblioteca, é também “O

Livro”. É uma história, uma história grandiosa, uma história de amor,

co amor de Deus pela humanidade e do custo que Ele se dispôs a

pagar para nos trazer a um relacionamento perfeito com Ele. Embora

seja divina, a Bíblia é também humana. As palavras tiveram origem

em Deus, mas a sua expressão é humana.

É por isso que a Bíblia é um livro diferente de todos os outros.

O Livro é uma revelação divina, uma revelação progressiva, uma

revelação de Deus ao homem, comunicada por homens, que se

estende, perfeita desde o seu glorioso princípio ao seu majestoso

final, da Criação à Restauração do Universo. Por detrás de cada

grande acontecimento encontra-se Deus, o Autor da História, o

Criador das eras. As capas desse livro tão especial são a Eternidade

passada e a Eternidade futura, e o seu conteúdo é o Tempo. Você

pode estudar os mais pequenos detalhes em qualquer parte da Bíblia

e perceberá que, ao longo dos séculos, houve um grande propósito –

o eterno desígnio do nosso Grande Deus, de redimir um mundo

despedaçado e dar a cada um de nós – a si e a mim – força para viver.

O Antigo Testamento é o relato de como Deus se relacionou

com uma nação – os israelitas. O Novo Testamento é o relato do

relacionamento de Deus com um Homem – o Seu Filho. A nação teve

como propósito trazer ao mundo o Homem.

Deus fez-se homem na pessoa do seu Filho para que

pudéssemos saber como Deus é. Se você quer saber Quem é Deus,

olhe para Jesus, pois Ele é perfeita revelação de Deus. O seu

aparecimento na Terra é, até hoje, o acontecimento central de toda a

História. Até mesmo os nossos calendários se guiam por este facto. O

Antigo Testamento preparou o cenário. O Novo Testamento é o

relato do grandioso acontecimento.

E que peça maravilhosa! Deus é o seu autor. Jesus Cristo é o

personagem central. O Espírito Santo é Quem transmite a força a

cada personagem – incluindo o próprio Filho de Deus.

Jesus foi o Homem perfeito. Ele era bom, manso, gentil,

paciente e cheio de amor. Fez milagres para alimentar famintos,

curar doentes e ressuscitar mortos. Multidões vinham até Ele e Ele

ensinava-lhes coisas sobre o reino de Deus. Ameaçava os religiosos


52

do seu tempo – acusando-os de hipocrisia e de ganância – e eles

acabaram por o matar. Mas mesmo este acontecimento já fora

predito. Era necessário, pois Jesus iria ser o perfeito sacrifício pelos

nossos pecados. Substituindo-nos com o sacrifício da sua morte,

Jesus abriu caminho para que a humanidade pudesse, de novo,

desfrutar da comunhão com o Pai.

Depois realizou o maior dos milagres – Jesus ressuscitou dos

mortos! Hoje, Ele vive! Ele não é apenas uma figura histórica mas sim

uma Pessoa viva – o facto mais importante da História e a mais

poderosa força do mundo.

Os seus amigos e seguidores queriam que Ele permanecesse

na terra depois da Sua ressurreição mas Ele afirmou que tinha que

partir. Tinha que partir para poder enviar o Seu Espírito Santo. Esse

Espírito, disse Ele, o mesmo Espírito que Lhe dera o poder de

ressurgir dos mortos, viria e encheria cada crente a partir de então –

dando-lhe força para viver.

Há já muitos anos, visitei uma jovem que tinha feito parte da

quadrilha de Charles Manson, famosa por ter assassinado

barbaramente várias pessoas em casa da atriz Sharon Tate, na

Califórnia. Esta jovem fora condenada por homicídio voluntário de

primeiro grau e condenada à morte na câmara de gás. Pouco antes

de sua execução, a pena foi comutada para prisão perpétua. No

período entre a condenação e a execução (que acabou para não

acontecer) ela recebeu o Senhor Jesus Cristo como o seu Salvador.

Depois disso, conduziu outras reclusas da prisão onde estava a uma

experiência pessoal de salvação pela fé em Jesus Cristo.

Quando soube disto, pedi e obtive permissão para a visitar no

Presídio Feminino da Califórnia. Durante essas visitas tornámo-nos

bons amigos, pois ela, realmente, “nascera de novo” e era uma filha

de Deus.

Numa dessas visitas, ela contou-me como tinha recebido

Cristo. Na primeira semana depois de chegar à prisão recebeu uma

Bíblia pelo correio. Atirou-a para um canto da cela e durante mais de

um ano não lhe tocou. Mas sem que ela soubesse havia um grande

número de pessoas a fazer oração em favor dela. Recebia um grande

número de cartas de pessoas que ela não conhecia e que lhe falavam

do amor perdoador de Deus. Um dia tirou a Bíblia da pequena

estante que tinha na cela, limpou o pó acumulado e começou a ler.

Sem saber quase nada sobre a Bíblia (embora tivesse frequentado,

na infância, uma igreja), começou a ler – começando na primeira

página.

Era uma leitura meio indigesta, mas ela estava determinada a

descobrir para que servia a Bíblia. Quando chegou ao livro do Êxodo

e leu a história dos israelitas, ficou furiosa. Era uma história sobre o

amor e a provisão de Deus em favor do Seu povo. Ele tina libertado

os israelitas do cativeiro no Egito, abrira o mar para que pudessem

passar, protegera-os do mal, tirara água das rochas e alimentara-os

todas as manhãs com maná. Porque é que um povo tão amado por

Deus como os israelitas rejeitaria tal amor e reagiria de maneira tão

egoísta?

Continuou a ler até chegar aos Salmos – canções de amor e de

dedicação a Deus, escritas por David. Várias vezes teve que

interromper a leitura porque os olhos se enchiam de lágrimas.

Desde a infância, a única emoção que tinha conhecido e

experimentado fora o ódio. Por isso se juntara à quadrilha de

Manson e participara em todos aqueles homicídios bárbaros. Agora


53

lia sobre um Pai Celestial, amoroso e cuidadoso. Ela nunca imaginara

que tal amor existisse.

Os escritos dos profetas falavam de um Salvador. Alguém que

viria para lhe tirar os pecados e lhe dar força para viver. Não diziam,

porém, como O encontrar – apenas que Ele estava para vir.

Nos Evangelhos leu a história da vida de Jesus. Ele era tudo o

que ela imaginara que Ele fosse – amoroso, manso, bondoso e

também um homem teto e justo. Ele era tudo aquilo por que ela

ansiara a vida inteira. Lendo o Livro dos Actos, dela tomou

conhecimento da vida dos primeiros cristãos, cheios do Espírito

Santo, que correram mundo realizando os mesmos milagres que

Jesus tinha realizado. E desejou ter, na sua vida, aquela mesma força.

Mas não foi senão quando já estava a ler o último livro da Bíblia que

descobriu como poderia ser perdoada e receber a força para viver.

Ao ler o livro do Apocalipse, defrontou-se com as palavras de

Jesus numa exortação que ela sentiu que vinha diretamente de Deus

para ela: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sejam portanto,

aplicados e arrependam-se!” (Apocalipse 3:19)

Parou de ler, deixando que as palavras penetrassem na sua

alma. Será que o motivo pelo qual ela estava na prisão não era

apenas, nem mesmo principalmente, o facto de ser uma assassina,

mas sim porque Deus a amava e estava à espera que ela se

arrependesse para que Eli lhe desse força para viver?

Continuou a ler. “Olhem que eu estou à porta e chamo. Se

alguém ouvir a minha voz e abri a porta, eu entro em sua casa, janto

com ele e ele comigo. Aqueles que vencerem hão-de sentar-se

comigo no meu trono, tal como eu também venci e me sentei com

meu Pai no seu trono.” (Apocalipse 3:20,21).

Com as lágrimas a correr pela cara abaixo, desceu da cama na

sua cela solitária da prisão e ajoelhou-se no cimento frio. O Filho de

Deus pedia para entrar na sua vida. Mesmo sendo ela uma assassina.

Ele esperava que ela se arrependesse e pedisse o Seu perdão. Ela

confiou n’Ele como seu Salvador, abriu-lhe as portas da sua vida e

disse uma simples oração: “Vem, Senhor Jesus, toma conta da minha

vida”.

Susan Atkins ainda está na prisão mas é uma mulher livre. Foi

libertada pelo Filho de Deus. Ela encontrou uma vida nova ali mesmo

onde estava – e recebeu a força necessária para viver essa vida

através de Jesus Cristo.

Para Susan Atkins, a Bíblia foi bem mais que um livro velho.

Foi – e é – o Livro da Vida.

FORÇA PARA VIVER DÊ Á BÍBLIA UM LUGAR NA SUA VIDA

54

CAPÍTULO SEIS

DÊ Á BÍBLIA UM LUGAR NA SUA VIDA

Vamos supor que você está a planear uma viagem. Você

arruma, cuidadosamente, a sua mala, pede ao vizinho que lhe guarde

a correspondência e que, de vez em quando, acenda as luzes da casa;

leva o carro à revisão e, depois de tudo pronto, mete a família no

carro e prepara-se para partir. Você verifica todos os pormenores,

exceto um: esqueceu-se de arranjar um mapa das estradas.

Como está com pressa de chegar, entra no carro com a família

e arranca. Em que direção ir: norte, sul, este ou oeste? Faz alguma

diferença?

Já que você sente que está a ir na direção certa, vai em frente.

É como aquele condutor de autocarro que, depois de um dia inteiro

de viagem, se volta para os passageiros e diz: “Meus amigos, tenho

umas coisas para vos dizer; notícias boas e notícias más. A má notícia

é que estamos perdidos e eu não faço a mínima ideia de onde

estamos. A notícia boa é que fizemos uma média horária ótima.”

Muita gente parte assim, para a sua viagem da vida cristã.

Ficam tão entusiasmados com o progresso que saem da rota e

acabam por se perder. Ficam tão “concentrados” no objetivo que

ignoram os passos fundamentais para lá chegar. Por outras palavras

ignoram o Manuel de Instruções, a Palavra de Deus, que contém os

princípios pelos quais devemos viver e morrer.

Neste capítulo, quero dar-lhe algumas sugestões práticas e

úteis quando ao estudo da Bíblia. Tenho a certeza de que elas

tornarão a sua viagem bem mais fácil.

POR ONDE COMEÇAR? Em primeiro lugar, tudo o que você precisa de sabe sobre a

força para viver encontra-se neste Livro, a Bíblia. Nas suas páginas

encontram-se as instruções de Deus sobre como criar a sua família,

como tratar a sua mulher ou o seu marido, como comer, como

adorar … em resumo, tudo o que você precisa de saber sobre


55

dinheiro, trabalho, medo, dor, sexo e morte. Para qualquer problema

que você possa ter que enfrentar existe uma solução na Bíblia.

Comece por se lembrar do facto que, embora a Bíblia seja em

si, uma biblioteca – tem 66 livros – é também um livro. No livro de

Génesis você vai encontrar o princípio e no Apocalipse você vai

descobrir o final da História. E do Êxodo (o segundo livro) a Judas (o

penúltimo), você verá como Deus pôs e prática o Seu projeto eterno.

Você não poderá prescindir de nenhuma parte da Bíblia.

O Antigo Testamento constituiu os alicerces; o Novo

Testamento é o edifício. Os alicerces não valem nada se, sobre eles,

não se erguer uma construção. Por outro lado, uma construção. Por

outro lado, uma construção não tem qualquer segurança se não

estiver assente sobre alicerces sólidos. Assim o Antigo e o Novo

Testamento são mutuamente indispensáveis.

A Bíblia é um livro, uma história. A História de Deus. Por

detrás de cada acontecimento está Deus, o construtor da História, o

Autor dos séculos.

Originalmente, os livros da Bíblia não estavam divididos em

capítulos e versículos. Cada um dos livros foi escrito para ser lido do

princípio ao fim. Deus tratou de todos os pormenores para que

tivéssemos uma revelação progressiva sobra Quem Ele era, e é muito

importante que você a leia toda, do princípio ao fim. Se abrir a Bíblia

ao acaso e ler uma passagem sem qualquer objetivo, você nunca será

capaz de a compreender.

Isto não significa, no entanto, que versículos ou capítulos

específicos não venham a tornar-se particularmente significativos

para si. A História está cheia de casos de homens e mulheres que

abriram, simplesmente, a Bíblia e ouviram a palavra de Deus a falar-

lhes de forma tão profunda que transformou as suas vidas.

A princípio vai ser difícil percorrer os capítulos e os livros mas

extensos. Alguns versículos e parágrafos, principalmente nos Salmos

e Provérbios, farão sentido por si sós, independentemente da ordem

pala qual você os ler. No entanto, essa leitura casual não deverá

nunca ser considerada um substituto válido para o estudo sério e

sistemático da Bíblia como um todo, um livro.

UMA HISTÓRIA DE AMOR A Bíblia é a maior história de amor jamais escrita. É a história

do amor de Deus pela humanidade – e, em especial, por si. Não é um

mero livro de versículos que podem ser escritos em cartões-de-visita

ou em papel de carta; é uma revelação. Deve ser lida, digerida,

estudada, questionada e tratada com respeito, do princípio ao fim.

Não a divida em pequenos parágrafos, pensando que assim poderá

compreender a mensagem que ela contém. Debruce-se sobre as

páginas desta história com o seu bom senso a funcionar, acreditando

que cada livro contém uma mensagem, e leia-a e relei-a, até

descobrir de que trata o livro.

Já que a Bíblia foi inspirada pelo Espírito Santo, você necessita

do poder do Espírito Santo para ajudar a compreendê-la e a

interpretá-la. Por isso, antes de iniciar qualquer estudo sério da

Bíblia, peça ao Espírito Santo que desça sobre si e o controle. A Bíblia

só fará sentido se você interpretar com a ajuda do Espírito Santo.

Doutra forma, será apenas uma majestosa obra literária, uma


56

coleção de histórias interessantes ou um amontoado desconexo de

palavras e genealogias.

Será que todos os livros da Bíblia têm a mesma importância?

Não, mas todos são indispensáveis. Se me perguntassem o que é

mais importante, o meu cérebro ou a minha mão, eu responderia

que o cérebro é mais importante. Mas a minha mão também é

importante – eu ver-me-ia em maus lençóis sem ela. Assim acontece

com a Bíblia. Cada um dos livros que a constituem é necessário para

que o todo seja perfeito, embora algumas partes sejam mais valiosas

que outras. Você não pode retirar o livro de Ester ou o Cântico dos

Cânticos da Bíblia e, mesma assim, ter a revelação perfeita de Deus.

No entanto, ninguém em boa consciência poderá afirmar que esses

dois livros são, de alguma forma, comparáveis ao Evangelho de João

ou ao livro do Êxodo em termos de valor e alcance espiritual. No

entanto, todos são inspirados por Deus e fazem parte de um todo

que não estará completo se alguma das suas partes for eliminada.

O ABC DA LEITURA DA BÍBLIA

Mas afinal, como devemos começar a leitura da Bíblia? Da

mesma maneira como visitamos um museu de arte. Percorra, atrás

do guia, os longos corredores cheios de quadros. Como é que o faz?

Para começar, tem que andar bastante devagar. Além disso, numa

visita desse tipo, você não vai, com certeza, discutir o campeonato

nacional, nem trocar receitas com quem está ao seu lado. Você vai

ouvindo atentamente o que diz o guia quando ele para diante de

cada quadro. Ele descreve não o quadro mas o autor. Diz-lhe quem

foi, em que condições de vida se encontrava quando pintou aquele

quadro, onde vivia e o que tentou exprimir através daquela obra.

Depois, passará a explicar, por exemplo, os diversos tipos de arte.

Alguns dos quadros são realistas enquanto outros são abstratos.

Você tem que compreender o estilo e as técnicas do artista, a forma

como ele utilizou a composição, a luz, as cores, a sombra e as

proporções. Finalmente, o guia afasta-se do quadro, dando-lhe a si a

oportunidade de o ver de perto e de verificar de este lhe transmite, a

si como indivíduo, alguma mensagem.

É assim que você deve estudar a Bíblia.

COMECE PELO AUTOR

Estudar a Bíblia assemelha-se muito a interpretar obras de

arte. Em primeiro lugar, é necessário conhecer o autor. Como sou

escritor, aprendi, por exemplo, que quem entende melhor os meus

livros são as pessoas que me conhecem bem. Quanto melhor você

me conhecer, melhor compreenderá o que escrevo.

É por esta razão que, ao estudar a Bíblia, você deve começar

por fazê-lo sob a orientação do Espírito Santo. Este interveio através

de cada escritor dos livros da Bíblia, revelando a natureza de Deus.

A seguir, você deverá aprender o máximo que puder sobre os

autores humanos da Bíblia. Amós, por exemplo, escreveu o livro que

tem o seu nome. Convém saber que Amos era um lavrador, um

homem do campo e que viveu no tempo em que o povo de Israel

estava dividido em dois reinos, o do Norte (Israel) e o do Sul (Judá).


57

Amós vivia no reino do Sul e foi chamado a profetizar no reino do

Norte. Enquanto denunciava os pecados das nações vizinhas e do

reino do sul, Amós ouviu muitos “amens” da sua audiência. Quando,

porém, passou a denunciar os males espirituais e sociais do reino do

Norte, foi expulso de Betel, o maior centro religioso daquele reino.

Conhecer este contexto ajuda a compreender, o conteúdo do livro.

Mas vejamos outro caso. É útil saber que o homem que

escreveu o livro dos Actos é o mesmo que escreveu o Evangelho de

Lucas. Ou seja, Lucas é o autor de ambos. Lucas era um médico que

se tornou biógrafo. Para além de ter escrito uma das quatro

biografias “autorizadas” de Jesus, preservadas no Novo Testamento,

escreveu um segundo volume em que narra a história da Igreja

Primitiva – que é, ao mesmo tempo, uma minibiografia do apóstolo

Paulo – com quem Lucas viajou e cujas viagens ocupam boa parte do

livro dos Actos. Sabendo que Lucas era médico, você poderá

compreender melhor por que razão ele utilizou em certo tipo de

linguagem, a extrema atenção que ele dedica aos pormenores e as

suas muitas referências a curas e milagres.

Cada escritor da Bíblia – de Moisés ao apóstolo João – utilizou

um estilo diferente. Cada um deles foi, no entanto guiado pelo

Espírito Santo e tudo o que escreveram é verdadeiro e isento de

erros. Nenhum dos escritores tinha uma visão completa de Deus e do

Seu plano, mas a cominação de todos os seus escritos revela Deus em

toda a Sua glória – em toda a Sua unidade.

UMA PALAVRA SOBRE AS VERSÕES DA BÍBLIA

Existem várias versões da Bíblia à disposição de quem as

quiser ler. É importante ter uma Bíblia que você consiga ler,

sobretudo se não estiver familiarizado com o seu conteúdo.

A versão Revista e Corrigida seguem de perto a primeira

tradução dos originais para português, completada há cerca de 300

anos. Embora o texto seja compreensível, o vocabulário está um

pouco “fora de moda” em algumas passagens. O seu maior valor

reside na grande fidelidade aos textos originais.

A versão Revista e Atualizada tem um vocabulário mais atual,

embora, por vezes, cheio de preciosismos. O facto de conter

diagramas torna a leitura mais fácil e mais apetecível. Como

desvantagem tem o facto de seguir, de preferência, o texto de

versões em vez de texto tradicional hebraico (no Antigo

Testamento), embora isto não comprometa a sua autenticidade.

A mais recente versão da Bíblia, traduzida por uma equipa

interconfessional, a partir dos originais (hebraico, aramaico e grego),

em português corrente, de fácil leitura e compreensão, acaba de ser

publicada pela Sociedade Bíblica de Portugal e é conhecida pela

Bíblia “Boa Nova”.

Existe ainda uma Bíblia parafraseada, a Bíblia Viva, de leitura

fácil, na qual as passagens mais complexas são transpostas para uma

linguagem mais simples. Recomenda-se a sua utilização em

simultâneo com uma versão normal da Bíblia, o que tornará o estudo

agradável e emocionante. Leia a Bíblia, procurando para frasear você

mesmo e depois compare a sua versão com a Bíblia Viva.


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A LEITURA COMO FORMA DE OBTER UMA

VISÃO GLOBAL

Um bom hábito que aconselhamos é ler sempre um livro de

cada vez. Da primeira vez que ler um livro da Bíblia, procure obter

uma noção geral do assunto desse livro. A isso chama-se visão aérea.

Não se preocupe com os pormenores; tente obter uma visão geral da

cidade.

Comece, por exemplo, pelo Evangelho de Marcos. Marcos é

fácil de ler. É um livro cheio de ação sobre a vida de Jesus, cheio de

narrativas e sem muitos ensinamentos difíceis de assimilar.

Você pode, se preferir, começar por ler o Génesis. É o mesmo

tipo de livro, que contém histórias muito interessantes.

Provavelmente, não conseguirá ler o livro do Génesis de uma vez só,

mas poderá lê-lo por partes. Eu gosto de ler o Génesis como se

tratasse de um livro sobre vidas de pessoas. Isto é, gosto de o ler

como se fosse um livro de biografias de pessoas como eu. É assim

que leio a história de Adão e Eva. Depois a de Noé. Há uma parte

mais longa dedicada a Abraão. Outra sobre Isaac. E, finalmente, há a

história apaixonante de Jacob – uma pessoa muito parecida comigo.

Quando se olha para o livro do Génesis como um livro de histórias

sobre pessoas, além de fácil, a leitura passa a ser emocionante.

Não comece pelo meio da Bíblia, com livros como o de Daniel

ou Isaías. Até que você comece a formar uma ideia geral da Bíblia na

sua mente, estes livros, isolados, simplesmente não farão sentido.

LEIA PROCURANDO PORMENORES

Não para às primeiras impressões. Agora que já olhou para a

Bíblia como se estivesse no alto de um edifício, desça à rua e veja-a

sob uma perspetiva diferente. Agora é uma boa altura para dar

alguns passos.

1) Comece por ler um livro por semana. Não é tão difícil como

parece. O livro mais longo da Bíblia pode facilmente ser lida numa

semana, com menos de uma hora de leitura por dia. Divida,

simplesmente, o livro que pretende ler em sete partes iguais, ponha

de parte algum tempo todos os dias para a leitura e comece a formar

em si o hábito da leitura diária da Bíblia.

2) Arranje um caderno para fazer anotações. Não se limite,

pura e simplesmente, a ler. À medida que for lendo, vá fazendo

anotações. Se quiser sublinhe as passagens que lhe parecerem mais

significativas e anote no seu caderno as perguntas que lhe vierem à

cabeça ou as ideias que o Espírito Santo lhe sugira enquanto lê.

Eu utilizo o meu caderno de anotações do estudo da Bíblia

com a mesma frequência com que utilizo o meu caderno de oração.

Tome sempre nota daquilo que Deus me está a dizer. Afinal, não é

para isso que lemos a Bíblia? Ela mais do que, simplesmente, a

Palavra de Deus. É a Palavra de Deus dirigida a mim! Nesse caso, já

que Deus está a falar comigo, o melhor é eu tomar nota do que Ele

me diz. Por isso, quase sempre leio a Bíblia com um caderno aberto


59

ao lado – pronto a anotar a mensagem pessoal que Deus me

transmite a mim.

Algumas organizações cristãs, sabendo da importância desse

hábito, têm vindo a publicar pequenos cadernos ou livrinhos com

diagrama, de modo a incentivar o resumo pessoal do sentido da

passagem e a aplicação pessoal à vida do leitor. Você poderá

procurar aquele que melhor se lhe adapte e passar a usá-lo com

grande proveito.

Dos vários exemplares da Bíblia que possuo, o que tem mais

significado para mim talvez seja aquele que o meu pai usava quando

recebeu Cristo como seu Salvador pessoal, aos 62 anos de idade. O

meu pai foi sempre um homem bom – era mesmo membro ativo de

uma igreja. Porém, só quando passou por uma experiência

profundamente traumática é que decidiu entregar o destino da sua

vida nas mãos de Jesus Cristo. Começou, imediatamente, a estudar a

Bíblia intensamente. Queria saber, realmente, o que Deus lhe estava

a querer dizer. Além de ler, ele começou a sublinhar as passagens

que lhe pareciam importantes, utilizando cores diferentes para cada

assunto.

Fazia, também, anotações à margem nas páginas da Bíblia.

Foram essas anotações, juntamento com os pontos de exclamação,

pontos de interrogação e asteriscos que me ajudaram a mim quando

comecei os estudos da Bíblia, três anos mais tarde, quando recebi

Jesus Cristo como meu Salvador e Senhor.

O ato de escrever faz muito bem à minha mente. O simples

facto de anotar os meus pensamentos ajuda-me a memorizá-los. Fico

sempre muito feliz quando vejo pessoas anotando ideias sugeridas

por um sermão ouvido na igreja, para depois as comparar. Assim, se

a sua Bíblia tem margens e rodapés de tamanho razoável, sugiro que

faça aí mesmo as suas anotações. Quando na sua primeira Bíblia já

não houver espaço para mais anotações, passe para outra.

Um outro hábito útil é escrever a sua própria paráfrase

(interpretação) da passagem que acabou de estudar. Como é ele se

traduz na sua vida quotidiana? Parafrasear significa escrever alguma

coisa com as suas próprias palavras. Ficará espantado com os

resultados. Vai dar por si a explorar aspetos da passagem lida com os

quais nunca se tinha preocupado antes. Além disso, tornará mais

fácil fixar na memória o ensinamento da passagem.

3) Leia com devoção. Recomendo-lhe que leia a Bíblia com

empenho e seriedade, como leria um livro escolar. No entanto, para

obter da Bíblia o máximo para a sua vida cristã, você deverá lê-la

com devoção, acreditando que Deus lhe mostrará as lindas pepitas

de ouro escondidos na mina da Sua Palavra, que você está a explorar.

Vou dar-lhe um exemplo de como isso aconteceu na minha

vida, há alguns anos atrás.

Um dia, estava eu sozinho na nossa cabana da montanha. O

meu pai tinha morrido há poucas semanas. Eu deixei a família em

casa e fui para a montanha para enfrentar a minha tristeza e pôr um

pouco de ordem nas minhas emoções. Uma tarde, estava eu sentado

na velha cadeira de baloiço da varanda, a ver um lindo pôr-do-sol de

Outono. Abri a minha Bíblia no Salmo 23 – um dos meus favoritos de

sempre. Estava a ler, sem grande concentração, mas, de repente, os

meus olhos fixaram-se no versículo quatro: “A Tua vara e o Teu

cajado dão-me segurança.”


60

O sítio onde ficava a nossa cabana da montanha tinha sido

especialmente preparado pelo meu pai, ao longo dos últimos 40 anos

da sua vida. Ele tinha limpo o terreno, tinha contratado um pedreiro

especializado em muros de pedra para cercar a propriedade e tinha

trabalhado ele mesmo com um velho amigo na construção da

cabana. Ele amava aquele lugar e, no pino do Verão, ia para fugir do

calor. No outono, também gostava de se sentar na varanda, na sua

cadeira de baloiça, e apreciar a beleza das cores da natureza. Para

onde quer que eu olhasse, lá estava a assinatura do meu ai em toda

aquela propriedade.

Levantei os olhos da Bíblia, com lágrimas de dor e saudade e

vi – encostada a um canto da varanda – a bengala favorita do meu

pai. Tinha-a esculpido ele mesmo a partir de um tronco torcido de

um rododendro. Embora parecesse mais um cacete irlandês, para

mim, era muito mais que isso. Parecia-me que ainda ouvia a voz do

meu pai a falar comigo – um aluno do 2º ano da Faculdade,

emproado e snobe, ainda muito longe do Senhor. O meu pai, que

tinha entregado a sua vida a Cristo no Verão anterior, tinha acabado

de esculpir e lixar a sua bengala. Exibindo-a, sorriu e desse-me: “De

hoje em diante, sempre que vires esta bengala, lembra-te que o

verdadeiro apoio e segurança na vida vêm da vara e do cajado de

Deus.”

De repente, a minha dor e a minha saudade desapareceram.

No seu lugar ficou a Presença de Deus.

Leia com devoção e emoção e deixe que Deus venha ao seu

encontro na hora em que mais necessitar d’Ele – talvez através de

um simples versículo ou de uma palmadinha amigável no ombro.

4) Faça perguntas. A Bíblia não é tão sagrada que esteja acima

de um exame honesto. Investigue quando se deu determinado

acontecimento. Pergunte porque foi incluído na Bíblia. Pergunte

quem esteve envolvido nesse acontecimento e quem o escreveu.

Descubra para quem foi escrito. Pergunta o que significaria para

aqueles para quem foi escrito e o que deveria significar para si. Não

se sinta frustrado se o seu estudo levantar mais perguntas que

aquelas que você tem capacidade para responder. Você está a beber

de um poço fundo de conhecimento espiritual, que não seca nunca e

com capacidade para satisfazer qualquer sede.

5) Reaja ao que lê. O estudo da Bíblia não é, um si, um fim. É

um meio para se atingir um fim. Muita gente tem estudado a Bíblia,

decorando grandes partes sem, no entanto, ter reagido de forma

pessoal à mensagem bíblica. A razão pela qual estudamos a Bíblia é

para descobrir qual é a vontade de Deus para a nossa vida – e a

prática dessa vontade. O seu estudo vai revelar-lhe muitas coisas que

Deus espera de si. Se você não reagir pela prática, o seu estudo

bíblico não fará o menor sentido.

Ouvi, uma vez, uma história sobre uma mula que estava

parada entre dois montes de erva. Estava quase morta de fome mas

continuava imóvel e ali ficou, até morrer, sem decidir qual dos

montes de erva ia comer.

Encontramo-nos muitas vezes na mesma situação da mula.

Lemos a Bíblia e encontramos nela a vontade de Deus para a nossa

vida. No entanto, isso entra geralmente em conflito com alguma

coisa que fazemos ou de que gostamos – e ali ficamos,

espiritualmente parados e indecisos, morrendo de fome.


61

Jenny Lind, cujo verdadeiro apelido era Goldschmidt, era uma

jovem sueca que alcançou a fama mundial como cantora de ópera. A

sua maravilhosa voz graneou-lhe a alcunha de “Rouxinol Sueco” e fez

dela a cantora mais rica e famosa do mundo. Um dia no auge da sua

carreira, ela decidiu abandonar o palco e nunca mais voltou à vida

artística – preferindo uma vida retirada e tranquila.

Um dia, um amigo encontrou-a sentada nos degraus da

varanda de uma casa de praia, admirando um magnífico pôr-do-sol

sobre o mar. Sobre os joelhos tinha uma Bíblia aberta. Conversaram

durante algum tempo e o amigo acabou por lhe fazer a pergunta

inevitável: “Madame Goldschmidt”, - o amigo era inglês – “por que

razão decidiu abandonar o palco no auge da sua carreira?”

A famosa cantora respondeu, docemente: “Quando verifiquei,

dia a dia, a minha carreira me obrigava a pensar menos nisto”, disse

ela, pondo a mão sobre a Bíblia, “e não me deixava apreciar aquilo”,

apontou o pôr-do-sol, “que outra coisa poderia eu fazer?”

Jenny Lind fez mais do que simplesmente ler a Bíblia. Ela

reagiu de forma positiva à mensagem da Bíblia para a sua vida.

6) Decore a Bíblia. Nada fará com que a Bíblia se torne mais

parte integrante de si do que o hábito de decorar versículos,

“Guardei no meu coração as Tuas promessas”, disse o salmista, “para

não pecar contra Ti” (Salmo 119:11). Devemos lembrar-nos que

Cristo é a personificação da Palavra de Deus e que é a Sua presença

ativa em nós que nos impede de pecar contra Deus. Decorar parte

das Escrituras, e preencher com elas a nossa mente, ajuda a manter

bem viva e real a presença de Cristo em nós.

Alguns americanos capturados e feitos prisioneiros no

Vietname contaram, quando foram libertados, situações em que

tinham reunido todos os versículos que os membros de um grupo ou

da prisão sabiam de cor, formando assim uma Bíblia em miniatura.

Foram esses versículos que ajudaram muitos deles a manter a

sanidade mental durante os anos de terrível sofrimento em cativeiro.

O meu pai e a minha mãe estabeleceram um padrão para a

memorização de versículos que conservaram durante muitos anos –

um versículo por semana. Conheço pessoas que decoram um

versículo por dia. Outros preferem decorar capítulos inteiros de cada

vez. Tenho um amigo que transcreve versículos para pequenos

cartões e os prende nas palas de sol, no carro. Quando para num

sinal vermelho ou fica preso num engarrafamento, baixa a pala e vai

decorando os versículos. Tenho outro amigo que é piloto-missionário

na selva do Amazonas. Ele costume decorar os versículos durante os

longos voos sobre a floresta. Um conferencista evangélico famoso dá

o seu testemunho de como a memorização de versículos da Bíblia foi

o segredo que o ajudou a vencer uma severa deficiência de

aprendizagem. Outra ainda afirma que a memorização dos versículos

o ajudou a vencer a gaguez.

“A tua palavra é o farol que me guia; é a luz do meu

caminho”, disse o salmista (Salmo 119:105). Guarde-a no seu coração

e ela dar-lhe-á também luz interior.

7) Utilize livros de apoio para o estudo da Bíblia. Há muitos

livros que o poderão ajudar a estudar a Bíblia com maior proveito. É

bom deixar bem claro, à partida, que nenhum livro sobre a Bíblia é

tão bom como a própria Bíblia, mas a utilização de livros auxiliares


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tornará as coisas mais fáceis. Eis alguns livros que será bom você

adquirir para o ajudar.

Concordância. Uma concordância é uma lista de palavras que

aparecem na Bíblia e das referências onde cada uma delas aparece.

Vamos recordar, por exemplo, que há um versículo na Bíblia que

menciona o “vale da sombra da morte”, Pegue na sua concordância

(a que também se chama “Chave Bíblica”) e procure as palavras

“vale” e “morte”, da mesma forma que o faria num dicionário.

Encontrará, então, várias referências para cada uma delas. Vai

encontrar várias referências com a palavra “vale”. A Bíblia fala de um

“vale de osso secos” em Ezequiel 37:1, sobre um “vale da decisão”

em Joel 3:14 e sobre o “lírio dos vales” no Cântico dos Cânticos 2:1.

Se verificar bem a lista de passagens relacionadas com “vale”,

encontrará o “vale da sombra da morte” no Salmo 23:4

Recomendo que comece com a Chave Bíblica mais pequena

para o ajudar a localizar as passagens Bíblicas.

Dicionário Bíblico. Um dicionário bíblico é uma combinação de

dicionário e enciclopédia num só volume. Trata-se de uma coletânea

de artigos que explicam os lugares, pessoas, história e outros

assuntos relacionadas com a Bíblia. Um dos melhores é o Novo

Dicionário da Bíblia.

Comentários. Um comentário é uma explicação contínua da

Bíblia, capítulo a capítulo (e por vezes, versículo a versículo). O

comentário procura explicar o sentido do texto. Os comentários são

elaborados, por vezes, em séries ou coleções, com explicações bem

pormenorizadas de quase todos os versículos da Bíblia. Há

comentários mais eruditos, para pastores e teólogos, e outros mais

populares. Um bom comentário, num só volume, é o Novo Cometário

da Bíblia.

Livros Auxiliares. Há um grande número de livros sobre a

Bíblia. A minha sugestão é que você procura uma boa livraria

evangélica (se houver uma na sua cidade) e que peça ao livreiro que

o ajude a examinar as obras existentes. Vai admirar-se com a

quantidade de livros, atlas bíblicos, mapas e manuais de estudo

disponíveis. Pode ainda obter informações sobre cursos bíblicos por

correspondência ou por extensão, nos quais se poderá matricular

para efetuar um estudo mais profundo da Bíblia.

É importante acrescentar uma palavra final. Embora seja bom

ler a Bíblia sozinho numa “hora de silêncio”, e num “lugar tranquilo”,

estudar a Bíblia em grupo é muito empolgante. Em todo o mundo há

milhares, centenas de milhares de pequenos grupos de estudo

bíblico. Muitos fazem parte do programa normal de igrejas locais;

outros são grupos de vizinhos, amigos ou colegas de trabalho.

Estudar a Bíblia em grupo dá-lhe o privilégio de ter acesso ao que

Espírito Santo está a ensinar a outras pessoas. Também o ajudará a

não fazer interpretações erradas (ou, pelo menos, reduzirá esse

risco). Assim, embora eu recomende em primeiro lugar o estudo

bíblico pessoal como parte da sua vida diária, desejo que encontre

um pequeno grupo de pessoas – seja um grupo de estudo bíblico que

se reúna numa casa, escritório, fábrica ou restaurante, ou seja uma

classe bíblica ao Domingo numa igreja próxima – e comece a estudar

a Bíblia com outras pessoas que estejam igualmente “famintas” de


63

força para viver q que, assim, a obtenham através do estudo bíblico

em grupo.

Acima de tudo, espero que se lembre que não é com a Bíblia,

mas com o Autor da Bíblia, que você tem que se manter relacionada.

Diz-se que havia um grande pintor que desejava muito ser também

músico. Comprava os mais variados instrumentos musicais e tentava

tocá-los. Uma vez, ouviu um famoso violinista executar uma peça de

música arrebatadora; resolveu comprar imediatamente o violino em

que o virtuoso tocara. Com certeza, pensou o pintor, se eu tiver um

instrumento tão maravilhoso, serei capaz das mesmas proezas

musicais. No entanto, descobriu logo que a música não estava no

violino, estava no violinista.

Há uma história antiga sobre dois homens que foram convidados a

recitar o Salmo 23 perante uma grande audiência. Um deles era um

orador famoso e respeitado, especialista em declamar, e recitou o

salmo de maneira comovente. Quando acabou, a plateia aplaudiu-o

de pé e pediu bis para ouvir novamente a sua bela voz e apreciar a

sua récita.

A seguir, o outro homem, que era bem mais velho, repetiu as

mesmas palavras – “O Senhor é o meu pastor; nade me falta…”.

Quando terminou, nem um som se ouviu da audiência. Pelo

contrário, todos ficaram, sentados e quietos, num estado de

profunda devoção e oração.

Então o primeiro homem, o orador, levantou-se e disse:

“Tenho uma confissão a fazer. A diferença entre o que vocês

acabaram de ouvir do meu velho amigo e o que ouviram de mim é a

seguinte: eu conheço o Salmo, mas o meu amigo conhece o Pastor.”

Isto, meu amigo, é força para viver!

CAPÍTULO SETE

FORÇA PARA VIVER EM RESUMO

64

EM RESUMO

A saída de carro da minha casa é por um caminho de terra –

uma mistura de areia e barro, parecida com saibro. Passa por uns

pinheiros altos em frente de casa e vai desembocar numa estrada

municipal, também de terra batida. Se virar à esquerda, encontra-se

logo uma estrada pavimentada. Essa estrada continua cerca de 1,5

km, e vai desembocar numa outra asfaltada, que por sua vez, liga

com a autoestrada na direção do Estado de Maine.

Ao sair da garagem e ao percorrer o caminho de terra, posso

afirmar com verdade que estou a ir para Maine. Isso não quer dizer

que já lá tenha chegado. Também não quer dizer que eu vá chegar

antes de todos os outros que para lá se dirigem. Embora eu ainda

esteja bem longe e haja outros que partiram antes de mim, mesmo

assim, posso dizer que estou a caminho.

Se, por um acaso, eu cair na valeta do caminho que vai dar à

estrada municipal, mas conseguir chamar a atenção de alguém que

me venha ajudar a sair de lá, ainda posso continuar a dizer que estou

a caminho. Mas se me deixar ficar na vala, ou se virar à direita ao

chegar à estrada municipal, já não posso afirmar que estou a

caminho. Só estarei a caminho enquanto estiver a avançar na direção

certa.

Como cristão, você ainda não atingiu a perfeição. Só um

homem viveu uma vida perfeita – apenas um Homem foi absoluta e

completamente dominado pelo Espírito Santo. O cristão, porém, é

alguém que já determinou que o rumo da sua vida será Jesus Cristo –

na direção de Cristo, não para longe d’Ele. Enquanto o seu rosto

estiver virado na direção de Jesus, não importa a distância a que

você se encontre, atrás dos outros; não importa que você tenha os

pneus vazios, não importa se você para na berma de autoestrada,

ainda assim, você estará a caminho.

Se já chegou a este ponto do livro, isso é um bom indício de

que já andou um bocado nesta estrada – e que está bem mais

próximo do seu destino do que quando começou. Você pode não se

sentir mais próximo. Na verdade, muita coisa pode estar errada na

sua vida, agora. Isso não deve apoquentá-lo; se você entregou a sua

vida a Jesus Cristo e tem procurado entregar o controlo da sua vida

ao Espírito Santo, você está no bom caminho, não obstante não

conseguir talvez aperceber-se do progresso que já fez.

Há algumas verdades que eus gostaria de lhe dizer antes de

terminar.

Em primeiro lugar, a vida cristã não está livre de tentações.

Não se deixe iludir pela ideia de que, se você fosse mais parecido

com Jesus, você não seria tentado. Jesus foi o Homem perfeito e foi

tentado da mesma maneira que nós. Ninguém, ninguém neste

mundo foi, é, ou será capaz de chegar a um tal grau de perfeição em

que não possa fazer uma escolha errada do caminho.

Gostaria ainda de lhe lembrar que a vida cristã nunca será

livre de erros. Os melhores cristãos passam boa parte do tempo nas

valetas da vida. No entanto, como já alguém disse, a diferença entre

uma ovelha e um porco é a seguinte: Quando uma ovelha cai numa

poça de lama, berra para que alguém a tire de lá. Quando um porco

cai numa poça de lama, deita-se e rebola-se na lama.

FORÇA PARA VIVER EM RESUMO

65

Sendo eu alguém que já passou bastante tempo na estrada,

passo uma boa parte da minha viagem parado na berma a dizer a

amigos e a estranhas que caíram na valeta: “Mesmo tendo caído aí

dentro, você pode sair e recomeçar a viagem”.

É por isso que temos um Salvador – para nos salvar do nosso

pecado.

Um cristão é alguém que está determinado, do fundo do

coração, a seguir o caminho de Cristo, pois sabe que é o melhor.

Na contracapa da minha Bíblia escrevi um pequeno lembrete

para mim mesmo. Diz assim:

“Não posso voltar atrás, pois assinei um contrato irrevogável

com Deus. Jesus deu-me vida eterna e eu entreguei a minha vida

totalmente nas Suas mãos.”

Convido-o, se ainda não o fez, a juntar-se a mim

nesta estrada que conduz a Deus, ao lado de Jesus Cristo. A

força para viver será sua quando você se entregar a Cristo.

Convido-o, exorto-o, suplico-lhe … faça-o já!

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