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GUIA DE INSERÇÃO

formação de Jovens Protagonistas Para o mundo do trabalho

COM.DOMÍNIO DIGITALGUIA DE INSERÇÃO

FORMAÇÃO DE JOVENS PROTAGONISTAS PARA O MUNDO DO TRABALHO 2

FICHA TÉCNICAA presente sistematização foi elaborada pela equipe técnica do Instituto Aliança, vinculada ao Programa Com.Domínio Digital.

Coordenação GeralMaria Adenil Falcão Vieira

Organização geral e redaçãoSilvana Fernandes de CamposRebeca Ribas Bulhosa

Revisão técnicaIlma Oliveira

Projeto gráfico e diagramaçãoGil Dicelli

Pesquisa e elaboração do conteúdo das açõesMaria Carolina Conde Cerqueira Cordeiro

ColaboraçãoMaria Albertina Cerqueira Lima Nogueira Alícia Rúbia Lacerda Ramos Alves dos Santos

LISTA DE SIGLASCAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CDD – Com.Domínio Digital

CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas

Choepe – Capital humano das organizações empregadoras estratégicas

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

Conjuve – Conselho Nacional de Juventude

CPF – Cadastro de Pessoas Físicas

CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social

DPS – Desenvolvimento Pessoal e Social

EI – Equipe de inserção

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDT – Instituto de Desenvolvimento do Trabalho

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

OE – Organização Empregadora

OEPE – Organização empregadora parceira estratégica

ONG – Organização não governamental

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PII – Plano Individual de Inserção

PME – Pesquisa Mensal de Emprego

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PS – Processo seletivo

RG – Registro Geral

SC – Seleção centralizada

SEDUC – Secretaria de Educação do Ceará

SINE – Sistema Nacional de Emprego

SNJ – Secretaria Nacional de Juventude

TIC – Tecnologia da informação e comunicação

Caro leitor,Com o objetivo de preservar a !uidez da leitura, optou-se pelo uso do masculino genérico. Portanto, ao fazer a leitura deste documento, considere que todas as menções estão representadas tanto no masculino, como no feminino.

Às equipes locais de inserção do Instituto Aliança, pelo registro das práticas do Componente; à coordenação nacional de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), pelo apoio no desenvolvimento de instrumentos de controle e do Sistema de Informações e Monitoramento (SIM). Sem o envolvimento de todos, não seria possível a sistematização dos processos e o aprofundamento dos temas relacionados à juventude e ao mundo do trabalho que têm proporcionado uma maior consistência às ações desse Componente.

À representante do Instituto Walmart Brasil, Adriana Mariano, por ampliar a visão da equipe de inserção do Instituto Aliança sobre os desa"os que o mundo corporativo traz para a juventude; pela contribuição relevante na estruturação do Componente de Inserção através da construção de estratégias em conjunto com as organizações empregadoras; pelo apoio na sistematização do Componente e na criação de um sistema de dados para os programas de inserção socioprodutiva de nossa organização.

À toda a equipe pedagógica do programa Com.Domínio Digital, que, conosco, compartilha o desa"o da inserção quali"cada de jovens.

MAL

YUG

IN/S

HU

TTER

STO

CK

AGRADECIMENTOS

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I. APRESENTAÇÃO

II. A INSERÇÃO QUALIFICADA DOS JOVENS NO MUNDO DO TRABALHO - OPORTUNIDADES E DESAFIOS

2.1. Equações do binômio educação x trabalho2.2. As políticas de juventude e inserção no mundo do trabalho2.3. A Lei da Aprendizagem e experiências de articulação entre o poder público, empresas e organizações sociais.

III. O COM.DOMÍNIO DIGITAL E A INSERÇÃO DE JOVENS NO MUNDO DO TRABALHO

IV. O COMPONENTE DE INSERÇÃO

Eixo 01 – Organizações empregadoras1.1. Mobilização de empresas e captação de vagas de emprego1.2. Processos seletivos

Eixo 02 - Jovens2.1. O"cinas complementares de inserção no mundo do trabalho2.2. Participação da equipe de inserção na Semana de Imersão2.3. Fluxograma dos jovens no Período O"cial de Inserção2.4. Acompanhamento dos jovens a serem inseridos2.5. Acompanhamento de jovens inseridos nas organizações empregadoras

Eixo 03 - Orientação de atores estratégicos para a inserção de jovens no mercado de trabalho3.1. Educadores3.2. Famílias

Eixo 04 – Gestão do componente – equipe, planejamento e acompanhamento4.1. Planejamento das ações de inserção4.2. Encontro Nacional de Inserção4.3. Alinhamento de ações com o componente pedagógico4.4. Acompanhamento das ações de inserção4.5. Equipe

SUMÁRIO

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aPresentação

I. APRESENTAÇÃO O Com.Domínio Digital foi criado, em 2004, com o propósito de melhorar as condições gerais de vida dos jovens1 e impactar indiretamente no cotidiano de suas famílias, das suas comunidades e das regiões onde vivem.

O programa constitui um modelo diferenciado de educação pro"ssional, que tem como eixo o fortalecimento da identidade e a construção de projetos de vida pelos jovens e um processo formativo desenvolvido com base na abordagem por competências – pessoais, sociais, produtivas e cognitivas, que os prepara para a vida e para o trabalho.

A sua implementação se dá através de uma ação integrada entre os setores público, privado e organizações não governamentais, com o objetivo de contribuir para a formação e inserção socioprodutiva de jovens que não têm facilidade de acesso a oportunidades de quali"cação pro"ssional e ingresso no mundo do trabalho de forma quali"cada.

Em sua etapa piloto, realizada entre os anos de 2004 e 2006, o Com.Domínio Digital atendeu 432 jovens em quatro municípios da região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Em função dos resultados obtidos, o programa, com o apoio de diversos parceiros, ganha, então, dimensão nacional, expandindo-se para os estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará, atingindo, até 2012, cerca de trinta mil jovens e consolidando-se como uma ação em rede. Nesse mesmo ano, a metodologia do Com.Domínio é implementada pelo Governo do Estado do Ceará, integrando os currículos de Ensino Médio Regular e Pro"ssional, atendendo, até 2014, 137.300 adolescentes e jovens, 1000 educadores e 189 gestores das escolas públicas.

A metodologia exitosa gerou outras tecnologias de formação e inserção socioprodutiva de jovens, a exemplo do programa Escola Social do Varejo que encontra-se em escala nacional em cinco estados brasileiros e internacionalizado para a Argentina e o Chile; e o projeto Bromélia, voltado para a inserção socioprodutiva de adolescentes em situação de alta vulnerabilidade social; além de ser implementado integralmente no Peru, na região de Chumbivilcas.

O Com.Domínio Digital é organizado a partir de cinco componentes: 1) Formação de educadores; 2) Formação de jovens; 3) Inserção; 4) Alianças e parcerias com entidades governamentais e não governamentais para promover a empregabilidade juvenil; 5) Monitoramento e Avaliação. Este Guia é dedicado à abordagem do Componente de Inserção, responsável pelas estratégias e ações voltadas ao ingresso, permanência e ascensão dos participantes do programa no mundo do trabalho, de forma digna e quali"cada. Nesse sentido, tem a intenção de apresentar a sistematização das principais estratégias criadas, procurando compartilhá-las entre os pro"ssionais envolvidos com o seu desenvolvimento, bem como socializar práticas bem-sucedidas com outras iniciativas em andamento nesse campo.

Para isso, este documento está estruturado em três partes. A primeira propõe uma discussão conceitual e re!exiva sobre o mundo do trabalho e a juventude, partindo do acúmulo de experiências do programa em torno do tema. A segunda apresenta brevemente o olhar do Instituto e do programa Com.Domínio Digital sobre a inserção, abordando os princípios e as experiências desenvolvidas. Por último, trata-se do relato de estratégias e procedimentos construídos pelo Componente de Inserção.

1 Seu público prioritário compõe-se de jovens na faixa etária que vai de 16 a 24 anos, de famílias de baixa renda, que esteja cursando ou que tenham concluído o Ensino Médio, e que demonstrem interesse em ingressar no mercado de trabalho.

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II. A INSERÇÃO QUALIFICADA DOS JOVENS NO MUNDO DO TRABALHO - OPORTUNIDADES E DESAFIOS O trabalho ocupa uma dimensão essencial na vida humana. Para a juventude, esse tema assume um caráter ainda mais fundamental, já que se trata de um período durante o qual acontecem diversas experimentações e escolhas que impactam na sua trajetória individual. As primeiras experiências pro"ssionais, junto com a formação da sua própria família e a saída da casa de origem, costumam marcar, tradicionalmente, a passagem para a vida adulta e a consolidação do desenvolvimento da autonomia.

Con"rmando esse contexto, diversos estudos têm demonstrado que a juventude brasileira deseja trabalhar. Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE de 20132, 67,8% dos jovens brasileiros com idades entre 18 e 24 anos trabalham ou estão procurando trabalho. A necessidade de sobrevivência, apesar de representar uma justi"cativa importante para inserção no mercado em um universo signi"cativo de jovens, não explica a grande diversidade de motivações, que envolve também o desejo de autonomia, o fortalecimento da autoestima e a busca pela a"rmação da identidade, através da possibilidade de experimentação oferecida pelo mundo do trabalho.

No Brasil, o trabalho é considerado um direito social previsto no capítulo 2 da Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece a idade mínima3 e assegura o direito à pro"ssionalização e à proteção. Contudo, a distância entre a teoria e a prática ainda é longa e o panorama atual do mercado de trabalho para os jovens brasileiros não é dos mais animadores, mesmo com as mudanças ocorridas nos últimos dez anos no sentido do crescimento econômico e na diminuição do desemprego.

Os dados apontam que persistem diferenças signi"cativas entre trabalhadores adultos e jovens, caracterizando um contexto ainda não muito permeável à entrada juvenil, e com condições pouco favoráveis a uma vivência mais saudável dessa dimensão. Essa desigualdade se re!ete não apenas na decisão de buscar o trabalho, mas também nas chances de encontrá-lo, na sua qualidade e na permanência no mercado.

Jovens, entre 18 e 24 anos, apresentam um índice de desemprego de 12,7%, enquanto que a população acima dos 25 anos gira apenas entre 2,1 e 4,4%4. Há também uma informalidade maior entre eles do que entre os adultos, re!etindo-se numa maior proporção de jovens trabalhando sem carteira assinada e uma intensa presença juvenil entre os trabalhadores não remunerados. Os jovens registram ainda um menor percentual de trabalhadores autônomos, sendo também os menos estruturados e os mais motivados pela necessidade de subsistência.

Os estudos também vêm assinalando um índice de rotatividade dos jovens expressivamente maior do que nos adultos. Essa di"culdade de permanecer no trabalho em um período mais longo seria, inclusive, maior do que a de se inserir no mercado. Algumas análises se arriscam a atribuir a uma instabilidade que caracterizaria a juventude, mas os especialistas no tema, entretanto, fazem uma correlação direta entre essa movimentação juvenil e as condições precárias que são oferecidas aos jovens pelo mercado de trabalho. Também ressaltam uma

2 Fonte: Boletim Mercado de Trabalho - Conjuntura e Análise nº 56, Fevereiro de 2014. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Disponível no link http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21560&Itemid=9

3 16 anos, ou 14 anos na condição de aprendiz.

4 Fonte: PME/IBGE 2013.

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sensibilidade maior do mercado de trabalho juvenil em relação às !utuações, já que os jovens representam um custo menor para as empresas, seja no sentido do investimento feito na sua quali"cação, seja pelos gastos com benefícios a serem pagos por conta do tempo de serviço.

Todo esse quadro é ainda mais preocupante, quando se desagrega os mesmo dados por sexo, cor da pele (raça), renda familiar, escolaridade, de"ciência, orientação sexual e região de moradia. Fatores que caracterizam a diversidade da juventude, mas que, sobremaneira, têm in!uenciado a intensidade e a qualidade da inserção no mercado de trabalho, e que também revelam o preconceito existente nesse contexto e a desigualdade de oportunidades e tratamento.

Nessa re!exão, é importante localizar que a dinâmica atual de inserção e permanência dos jovens no mercado de trabalho tem a ver também com causas estruturais, mais complexas, geradas por um modelo de desenvolvimento praticado não apenas pelo Brasil e que mantém grande parte da sua população excluída social e economicamente.

2.1. EQUAÇÕES DO BINÔMIO EDUCAÇÃO X TRABALHOO crescente aumento da demanda do mercado pela quali"cação da mão de obra talvez tenha sido um dos grandes disparadores da ampliação do debate em torno das relações entre trabalho e educação. A re!exão desnudou uma desconexão completa entre o sistema educacional e o mundo produtivo e, principalmente, as duras consequências de uma baixa qualidade da educação para a formação e o desempenho dos trabalhadores.

Se é verdade que o nível de escolaridade ou a capacitação pro"ssional, por si só, não garantem um melhor posto de trabalho, também é certo que, sem elas, di"cilmente é possível vencer as barreiras do mercado, o que tem se con"gurado como um problema para o público juvenil. Um número signi"cativo de jovens não tem acesso a uma educação de boa qualidade, está em defasagem escolar, não tem boas oportunidades de formação ou experiência pro"ssional.

A saída para alguns jovens tem sido a conciliação entre o estudo e o trabalho. Quer dizer, muitos têm buscado a quali"cação ou a continuidade dos estudos, em paralelo e/ou a partir dos recursos que obtém com a sua atividade pro"ssional. Contudo, os dados revelam que este é um grande desa"o (vide tabela abaixo). Longas jornadas de trabalho constituem uma das principais causas da baixa frequência escolar e da evasão e o resultado disso é que, quanto mais os jovens se afastam das oportunidades de avançar na sua formação, maior a possibilidade de permanecerem em condições precárias de inserção.

ESTUDO X TRABALHO PERCENTUAL

Só estudam 35,5%

Só trabalham 32,7%

Trabalham e estudam 13,9%

RELAÇÃO ENTRE ESTUDO E TRABALHO ENTRE JOVENS DE 15 A 24 ANOS

(Censo IBGE 2011)

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Essa situação tem provocado uma discussão em torno da melhor idade para a primeira experiência de inserção do mercado de trabalho, inclusive com defesas de que esta entrada deva ser postergada de forma a garantir, ao menos, a conclusão da educação básica. No entanto, considerando a diversidade das trajetórias juvenis e as diferentes escolhas que elas engendram, é importante o cuidado para que a entrada precária não inter"ra na sua formação, assim como também evitar o ingresso tardio que não permita a vivência pro"ssional e traga prejuízos para a construção do seu currículo.

Outra proposta que vem sendo amplamente debatida é a necessidade de aproximar a escola ao mundo do trabalho. Seja no desenvolvimento de disciplinas neste campo, seja por meio da implementação de programas de educação pro"ssional dentro do ambiente escolar. As experiências têm demonstrado uma demanda dos jovens por esse conhecimento e as oportunidades que a construção do percurso da inserção nestes contextos oferece para os alunos, para a escola e para as empresas. Com isso, também se faz premente a necessidade de ampliação do investimento do Estado em políticas públicas que assegurem a permanência dos jovens na escola – sobretudo no nível médio – e a implementação de estratégias que garantam que o processo de formação que ocorre no ambiente educacional esteja associado a condições seguras e quali"cadas de inserção no mundo do trabalho.

2.2. AS POLÍTICAS DE JUVENTUDE5 E INSERÇÃO NO MUNDO DO TRABALHOUm passeio pelos avanços e retrocessos no mundo do trabalho juvenil inevitavelmente leva a um questionamento sobre o que se tem feito em torno dessas questões. Como as ações públicas têm respondido às demandas atuais nesse campo, de forma a garantir a inserção, a permanência e a ascensão dos jovens no mercado? Para isso, é necessário um olhar sobre a política nacional de juventude, as suas origens e como ela tem se voltado para esse tema.

No Brasil, a percepção da necessidade de uma política pública voltada ao público juvenil só ganha força na década de 80, em meio à mobilização em torno do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O debate tem início sob o alarme da representação juvenil no crescimento populacional, captando o jovem como um indivíduo em situação de risco, vulnerável à violência. Com o aprofundamento da discussão e com a participação da juventude, há uma mudança para uma concepção do jovem como sujeito de direitos e posteriormente como um agente construtor da política.

No âmbito do Estado, esse olhar diferenciado só é percebido efetivamente no começo dos anos 2000, com a criação de uma Comissão Especial destinada a acompanhar e estudar propostas de políticas públicas para a juventude dentro da Câmara Federal, que ouviu especialistas, organizações voltadas ao público juvenil e as juventudes em eventos públicos estaduais e nacionais. Em seu relatório "nal, a Comissão indica a elaboração de marcos legais especí"cos, como a Emenda Constitucional, que estabelece a juventude como prioridade absoluta, o Estatuto e um Plano Nacional de Juventude6.

A Política Nacional de Juventude - composta pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve)7 e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) – é instituída em 2005, pelo poder executivo, seguindo a orientação do Grupo Interministerial formado no ano anterior.

5 As políticas de juventude são compreendidas pelo Conselho Nacional de Juventude como ações governamentais que apresentam uma preocupação com a especi!cidade da condição juvenil.

6 A Emenda Constitucional e o Estatuto Nacional de Juventude já foram aprovados. A primeira em 2010 e o último em 2013.

7 A SNJ e o Conjuve são instâncias responsáveis, respectivamente, pela execução e articulação e pelo monitoramento das políticas públicas de juventude.

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A partir dessas primeiras iniciativas foi criado um conjunto de programas e estruturas institucionais destinadas à juventude nos três níveis de governo. Como a política de juventude tem um caráter transversal, as ações acontecem não somente no âmbito dos órgãos especí"cos, mas também incorporadas às políticas sociais de outras áreas, como saúde, educação, assistência social, dentre outras.

No campo do trabalho, a maioria das ações tem sido protagonizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e, mais recentemente, pelo Ministério da Educação. Os primeiros passos se deram mesmo antes da institucionalização da política nacional de juventude, com a criação do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE) e do Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para Juventude (DPJ), entre 2003 e 2004, com o objetivo de atuar na promoção de mais e melhores oportunidades de trabalho, emprego e geração de renda para os jovens. Nessa fase, algumas inovações se destacam como o arranjo dos Consórcios, que mobilizaram diferentes atores, envolvendo também organizações sociais, e a combinação entre formação pro"ssional e trabalho comunitário presente na formulação de alguns programas.

Uma medida importante foi a estruturação, no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Subcomitê de Juventude. Essa instância reúne representantes de organismos internacionais, centrais sindicais, governo, empresários, instituições sociais e conselhos e foi responsável pela construção da

Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude, lançada em 2011. O trabalho decente, conceito desenvolvido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz respeito ao trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança e capaz de garantir vida digna.

Apesar de não ser um instrumento legal, a Agenda indica diretrizes fundamentais para a ação governamental, do setor privado e da sociedade em geral, divididas em quatro eixos – (1) Mais e melhor educação; (2) Conciliação entre estudo, trabalho e convívio familiar; (3) Inserção ativa e digna no mundo do trabalho; e (4) Diálogo social.

A tradução desse percurso está re!etida na implementação de políticas que buscam desde a elevação da escolaridade, à quali"cação, até a inserção no mercado. O Projovem, o Sistema Nacional de Emprego (SINE), o contrato de aprendizagem (Lei n. 10.097/2000) e a lei do estágio são alguns exemplos. Apesar dos avanços, essas iniciativas estão longe de atender às demandas postas, sobretudo quando se avalia a inserção e a manutenção dos jovens no mercado de trabalho. Todas elas conquistaram uma visibilidade nacional, mas, assim como as políticas de juventude de uma forma geral, ainda são elementos programáticos de governos e não uma política de Estado, que permita a garantia do direito.

Além disso, por ter uma ligação direta ou indireta com a desigualdade social presente no Brasil, o enfrentamento à inserção precária dos jovens e a garantia do trabalho decente não tem efetividade de forma isolada, mas em conjunto com políticas de outras áreas, como saúde, proteção social, educação e combate à pobreza. Também necessita ter um foco prioritário em questões cruciais como a melhoria do acesso e da qualidade da educação e das oportunidades de formação pro"ssional, a promoção da igualdade de gênero e raça, o combate à informalidade, a geração de mais e melhores empregos e a democratização do crédito.

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2.3. A LEI DA APRENDIZAGEM E EXPERIÊNCIAS DE ARTICULAÇÃO ENTRE O PODER PÚBLICO, EMPRESAS E ORGANIZAÇÕES SOCIAISA Lei nº 10.097, publicada em dezembro de 2000, determina que empresas de médio e grande porte contratem jovens entre 14 e 24 anos como aprendizes. A relação, prevista desde o Estatuto da Criança e do Adolescente e com duração de até dois anos, garante que o jovem tenha sua carteira assinada com uma carga horária máxima de seis horas diárias, de forma a permitir a continuidade dos estudos, e ainda participar de um curso de formação técnico-pro"ssional.

Considerada uma das grandes iniciativas brasileiras em política de inserção juvenil no mundo do trabalho, a aprendizagem tem signi"cado um ganho tanto para os jovens, quanto para as empresas. Para os primeiros, representou uma oportunidade de inserção protegida da exploração e de trabalhos precários, que favorece a sua quali"cação e ainda preserva a sua condição de desenvolvimento. A transição entre a escola e o trabalho é feita progressivamente, privilegiando o aspecto formativo sobre o produtivo. As empresas recebem abatimento de impostos para a contratação e tem a possibilidade de investir na preparação de um pro"ssional que, futuramente, poderá fazer parte do seu quadro de funcionários. Somente em 2013, foram contratados 335.809 aprendizes. 8

Para além dos ganhos para os atores diretamente envolvidos, a aprendizagem também tem se con"gurado como uma experiência importante de articulação entre o Estado, o setor privado e as organizações da sociedade civil. O primeiro atuando como um agente "scalizador, em conjunto com as organizações sociais, que, ao mesmo tempo que mobilizam as empresas, também agem como centros de formação para os aprendizes. E, por "m, as empresas que conectam o que seria apenas um dispositivo legal à ação de responsabilidade social, criando estruturas e retaguardas internas para um funcionamento efetivo do programa.

Embora a Lei da Aprendizagem seja uma experiência bem representativa, ela é apenas uma ilustração de diversas outras iniciativas de articulação entre os três setores em torno da inserção de jovens para o mercado de trabalho. As ações vão desde o apoio à escolarização, à formação pro"ssional até promoção social e a intermediação de vagas. Dentre os atores mais amplamente conhecidos estão as entidades que compõem o Sistema S9, mantidas pelo setor privado, Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), organizações não governamentais e instituições de trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores, que promove a formação de jovens sindicalistas e o estímulo à economia solidária.

8 Fonte: Boletim de Aprendizagem Pro!ssional, 2013. Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível no link http://portal.mte.gov.br/data/!les/FF8080814373793B0144271731550BCC/Boletim%20da%20Aprendizagem_2013%20(2).pdf

9 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT).

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10 Mais informações sobre estes e outros projetos do Instituto Aliança podem ser acessadas através do site www.institutoalianca.org.br.

III. O COM.DOMÍNIO DIGITAL E A INSERÇÃO DE JOVENS NO MUNDO DO TRABALHO Educação e trabalho, formação e inserção constituem caminhos a serem percorridos pelos jovens no desenvolvimento de seus projetos de vida e de sua realização pessoal, pro"ssional e cidadã. Assim, dada a importância desse momento da vida do jovem no sentido da construção da sua autonomia, a entrada no mundo do trabalho é uma preocupação de diversos programas do Instituto Aliança. Os caminhos são diferenciados – vão desde a inserção formal ao incentivo e fortalecimento do associativismo – mas todos dialogam com o conceito de trabalho decente.

No âmbito da inserção no mercado de trabalho formal, essa proposta de inserção quali"cada juvenil, na prática, signi"ca buscar e priorizar, junto com os jovens, as oportunidades de trabalho que permitam a continuidade dos estudos, sejam conciliadas com seus projetos de vida, ofereçam possibilidades de aprendizagem, ascensão e realização pro"ssional e garantam os direitos preconizados na Agenda Nacional de Trabalho Decente.

Partindo dessa premissa, as metodologias experimentadas pelo Instituto têm sido bem diferenciadas, dependendo de cada contexto para o qual elas foram desenhadas. A Escola Social do Varejo, por exemplo, aproveita o cenário favorável à contratação de jovens no setor e também a sua dinâmica, que propicia aos jovens um ambiente para o desenvolvimento de habilidades importantes e necessárias para qualquer área de atuação e possibilidades de rápida ascensão pro"ssional. Esse programa também inova por ser fruto de uma articulação com uma organização que contribui com a parceria na inserção e com a corealização de ações direcionadas aos jovens participantes.

Já o Bromélia desenvolveu uma tecnologia especí"ca para atender adolescentes e jovens em situação de alta vulnerabilidade social e com mais di"culdades de acesso ao mundo do trabalho. Além da ação direta com os jovens, o programa também atuou junto aos gestores e as redes locais de proteção, a "m de promover o seu fortalecimento e favorecendo a construção de um contexto mais favorável ao desenvolvimento. 10

Tendo como foco a adequada preparação de jovens para a entrada no mundo do trabalho, o CDD constitui um processo amplo de formação integral e integrada, em que todos os envolvidos – pro"ssionais e jovens – aprendem e crescem mutuamente. Seu objetivo maior é o aprofundamento de conhecimentos, habilidades e atitudes que possibilitam aos jovens alcançar seu pleno desenvolvimento.

Dentre os princípios que norteiam o CDD, destaca-se a ênfase no jovem como parceiro em todas as fases do processo, como autor, coautor, interlocutor e agente. A orientação metodológica procura estimular a descoberta e o fortalecimento dos potenciais dos jovens, criando oportunidades e condições para que cada um se transforme e seja capaz de desenvolver os atributos necessários a seu crescimento como pessoa, como pro"ssional, como cidadão e como integrante de uma sociedade (Corrêa, 2010).

O programa é realizado como complemento aos conhecimentos adquiridos pelo jovem no Ensino Médio, desenvolvendo a sua formação em três áreas do conhecimento: Desenvolvimento Social e Pessoal (DPS), Contexto das Relações do Trabalho (CRT) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

A proposta se estrutura a partir do itinerário formativo e da preparação para a inserção socioprodutiva no mundo do trabalho, dimensões que se complementam e se fortacelem permanentemente. Para isso, o Com.Domínio propõe um trajeto a ser percorrido pelo jovem no período de formação, através de o"cinas e atividades desenvolvidas pelos educadores e equipe local de inserção, que inclui alguns marcos centrais, considerados imprescindíveis para o desenvolvimento de temas transversais a saber: identidade, integração, comunicação, trabalho e ética e cidadania, assim como ritos de passagem que simbolizam o avanço do processo formativo, conforme expresso na proposta pedagógica sistematizada.

O período o"cial de inserção no mundo do trabalho tem início quando o jovem completa 75% de frequência na formação do programa, e desde que não haja restrição a seu ingresso no mercado de trabalho. Esse processo segue algumas etapas, descritas ao longo deste guia.

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O Componente de Inserção do Com.Domínio Digital tem como principal objetivo facilitar o ingresso, a permanência e a ascensão dos jovens no mundo corporativo, por meio de oportunidades de emprego que os estimulem a serem trabalhadores competentes e cidadãos solidários. Busca, junto com os jovens, promover a inserção quali"cada, um dos "ns esperados, pois o verdadeiro foco do CDD consiste na transformação e no empoderamento dos jovens e da sociedade.

À equipe dessa área, cabe a tarefa de manter o programa conectado com o que são as demandas do mundo corporativo atual, trazendo esses elementos para o ambiente da formação. São as ações desse componente que trazem para os jovens a possibilidade de vivência concreta dos processos seletivos atuais, bem como o que, na prática, tem sido o cotidiano do trabalho nas empresas. Ambas dimensões fundamentais para que os educandos se sintam mais seguros para sua primeira experiência de trabalho e também para que possam ter certeza das escolhas que estão fazendo para a sua trajetória pro"ssional.

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O Componente de Inserção do Com.

Domínio Digital tem como principal objetivo

facilitar o ingresso, a permanência e a ascensão

dos jovens no mundo corporativo, por meio de

oportunidades de emprego que os estimulem a serem trabalhadores competentes

e cidadãos solidários”

HAMZA TÜRKKOL/ ISTOCKPHOTO

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Participação na reunião com as famílias

Planejamento das ações de Inserção

ENCONTRO DE ALINHAMENTO COM O PEDAGÓGICO

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS PERIÓDICOS DE ACORDO COM AS DEMANDAS DOS FINANCIADORES DE CADA NÚCLEO

IV. O COMPONENTE DE INSERÇÃO

FLUXO DAS AÇÕES DO COMPONENTE DE INSERÇÃO

EIXOS ESTRATÉGICOS 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE

PERÍODO DE FORMAÇÃOIDENTIDADE

Oficina de Identidade O!cina de Projeto de Vida O!cina de Integração

PROJETO DE VIDA INTEGRAÇÃO

PROSPECÇÃO E VISITA JUNTO A NOVOS PARCEIROS EMPREGADORES

PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE LOCAL DE INSERÇÃO EM EVENTOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA E CAPACITAÇÃO POR IMERSÃO DE EDUCADORES

PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO

ORGA

NIZA

ÇÕES

EM

PREG

ADOR

AS

Mobilização de Organização Empregadoras

Oficinas Complementares de Inserção no Mundo de Trabalho

Educadores

Acompanhamento dos jovens não inseridos

Famílias

JOVE

NSOR

IENT

AÇÃO

DE

ATO

RES

ESTR

ATÉG

ICOS

PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO

Interação com a área de Recursos Humanos das organizações empregadoras para fortalecer parceria com o programa

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Encontro Nacional de Inserção

Acompanhamento dos jovens Inseridos nas Organizações Empregadoras

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS PERIÓDICOS DE ACORDO COM AS DEMANDAS DOS FINANCIADORES DE CADA NÚCLEO

ENCONTRO DE ALINHAMENTO COM O PEDAGÓGICO

ALIMENTAÇÃO DE DADOS E ACOMPANHAMENTO DOS PROCESSOS DE INSERÇÃO ON LINE ATRAVÉS DO SIM !SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO"

O Componente de Inserção foi estruturado em quatro eixos estratégicos, a partir das ações por ele realizadas e dos atores fundamentais envolvidos na sua concretização. O primeiro enfatiza a articulação com as organizações empregadoras, com o objetivo de gerar oportunidades de emprego; o segundo estimula o jovem a ser um agente na busca pelo trabalho; o terceiro investe em atores que possam contribuir nesse processo, como os educadores do CDD e as famílias dos jovens; e o quarto, que envolve a gestão e garante um bom andamento das ações de inserção. Cada um desses eixos está detalhado nas próximas páginas. Todas as etapas desse processo estão representadas no Fluxo das Ações do Componente na ilustração abaixo.

3º TRIMESTRE 5º TRIMESTRE 6º TRIMESTREPERÍODO PÓS FORMAÇÃO

O!cina de Comunicação

Encontro de alinhamento para

a inserção com Recursos Humanos

O!cina de Trabalho

Semana de ImersãoAÇÕES DE ACOMPANHAMENTO DOS JOVENS NÃO INSERIDOS

Oficina de Cidadania

Circuito de Inserção

COMUNICAÇÃO TRABALHO

PROSPECÇÃO E VISITA JUNTO A NOVOS PARCEIROS EMPREGADORES

ESTABELECER CONTATO SISTEMÁTICO COM AS FAMÍLIAS VISANDO TÊ#LOS COMO PARCEIROS NOS PROCESSOS DE INSERÇÃO

PROSPECÇÃO E VISITA JUNTO À NOVOS PARCEIROS EMPREGADORESENCAMINHAMENTO DE JOVENS PARA O PROCESSO SELETIVO

Gestão dos Processos Seletivos para a reposição de vagas

ÉTICA E CIDADANIA

Seleção Centralizada com realização de Feedback

4º TRIMESTRE

Interação com a área de Recursos Humanos das organizações empregadoras para fortalecer parceria com o programa

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organizações emPregadoras

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s O Com.Domínio Digital possui diferentes modelos de relacionamento com as organizações empregadoras. Desde um contato pontual da equipe de inserção com a área de recursos humanos para o encaminhamento de jovens, a um processo seletivo especí"co, denominado Seleção Centralizada 11; até a consolidação de parcerias mais duradouras, culminando num !uxo de ações entre o programa e essas organizações, que acabam se tornando parceiras estratégicas 12.

É importante salientar, que o CDD não assume, perante as organizações empregadoras, um lugar estritamente de prospecção de vagas para inserção dos jovens por ela capacitados. Parte-se do pressuposto de que essas também se bene"ciam ao contratá-los, haja vista a formação diferenciada do jovem do programa em comparação com a dos demais candidatos que estão à procura do primeiro emprego.

Na busca de oportunidades de trabalho para os jovens, a equipe de inserção realiza, desde o início da formação, atividades como prospecção de vagas junto às organizações empregadoras para a participação dos jovens em processos seletivos. Nas próximas páginas, você aprenderá como construir esta rede de parceiros para a inserção dos jovens.

1.1. MOBILIZAÇÃO DE EMPRESAS E CAPTAÇÃO DE VAGAS DE EMPREGOA prospecção de vagas nas organizações empregadoras ocorre desde a fase inicial do programa e tem por objetivo criar uma rede de contatos que facilite o ingresso dos jovens no mundo corporativo. A escolha das organizações e das vagas que são por elas ofertadas obedece a critérios pautados no conceito de inserção quali"cada.

O mercado atual apresenta diferentes possibilidades de relação do jovem com o trabalho (estágio, aprendizagem, trabalho autônomo, microempreendedor individual, dentre outras). Contudo, ao realizar a prospecção de vagas, o programa prioriza duas modalidades formais de inserção:

Ao captar oportunidades de inserção para os jovens, o Com.Domínio Digital procura priorizar:> Atividades que tenham um ambiente de trabalho digno e saudável, evitando espaços insalubres e que ofereçam risco à saúde e à integridade física do jovem;

> Organizações empregadoras que estabeleçam uma relação contratual e práticas de acordo com os parâmetros da legislação brasileira;

> Organizações empregadoras cujo ambiente de trabalho possibilite a aprendizagem e favoreça a permanência, a ascensão e o desenvolvimento do jovem;

> Vagas que tenham uma carga horária que possibilite ao jovem dar continuidade aos seus estudos e participar do convívio familiar.

11 A Seleção Centralizada é uma ação organizada pela área de recursos humanos das organizações empregadoras parceiras estratégicas (OEPEs), que desenvolve processos seletivos nos núcleos onde ocorre a formação e/ou em espaços corporativos, após a semana de imersão, que acontece no período da temática Trabalho.

12 O CDD considera organização empregadora parceira estratégica (OEPE) a empresa ou entidade que estabelece vínculos entre a área de recursos humanos e a equipe de inserção do CDD, possibilitando a realização de ações diferenciadas, a exemplo do voluntariado corporativo para a formação complementar dos jovens, das visitas às empresas e da execução de processos seletivos exclusivos para os participantes, com feedback imediato aos jovens não selecionados.

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I. Contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): essa contratação é permitida a partir dos 16 anos de idade. Nela, o jovem tem a sua carteira de trabalho assinada por tempo determinado ou indeterminado, sendo-lhe assegurados todos os direitos trabalhistas (férias, 13º salário, FGTS).

II. Contratação via Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000): a Lei da Aprendizagem alterou a CLT e regulamentou a condição de aprendizagem também prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. Através dela, as empresas de médio e grande porte "cam obrigadas a contratar aprendizes com idades entre 14 e 24 anos, na proporção entre 5% e 15% dos seus quadros. Nessa modalidade, os jovens também têm a carteira de trabalho assinada, porém precisam estar matriculados em curso de quali"cação pro"ssional, que os prepara para a atividade que vão exercer 13.

Seguindo esses parâmetros, a equipe local de inserção realiza o mapeamento, agendamento e visitas às organizações empregadoras, aos órgãos mediadores de mão de obra, agências de recursos humanos, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sistema Nacional de Emprego (SINE) e outros. As informações coletadas geram um banco de dados local das organizações empregadoras.

CAFÉ COM OS EMPRESÁRIOSO Café com Empresários é um evento elaborado e realizado com a participação dos jovens e tem como propósito a consolidação de parcerias estratégicas com as organizações empregadoras. Essa ação mantêm os educandos muito motivados para o ingresso no mercado de trabalho no período pós-formação e proporciona uma troca signi"cativa de experiências entre eles e o mundo corporativo.

Através dessa atividade, o CDD também sensibiliza executivos de potenciais organizações empregadoras, obtendo resultados como a indicação de participantes do programa em processos seletivos; a realização de seleções centralizadas com o fornecimento de feedback para os jovens; o encaminhamento de contatos dos seus parceiros fornecedores para estabelecimento de novas parcerias; ações de voluntariado corporativo para a formação complementar do jovem em diversas áreas de trabalho e visitas aos seus estabelecimentos produtivos como indústrias, centros de distribuição do comércio/varejo, serviços e lojas de departamento.14 A ação também fortalece o vínculo das empresas com o programa, facilitando signi"cativamente o processo de inserção dos jovens.

Por ocasião do contato com as organizações empregadoras, é importante a divulgação do site do CDD, assim como a apresentação de materiais de comunicação, como folders e vídeos que facilitem o entendimento sobre o programa, seus resultados, como funciona a parceria para inserção, além de outras informações julgadas necessárias.

DICA!

13 Para saber mais sobre a Lei da Aprendizagem, acesse o site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE): www.mte.gov.br

14 Con!ra a experiência de realização do Café com Empresários com a participação dos jovens das turmas do CDD de Simões Filho 2013, na Bahia, através do link http://www.institutoalianca.org.br/boletim/setembro4/materia3_set4.html

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O encontro é uma verdadeira “rodada de negócios” que acontece durante um agradável café da manhã com os executivos. Este formato favorece a interatividade, bem como a troca de saberes e experiências entre os jovens, empresários e executivos. Todo esse processo é construído de forma participativa com os jovens, que divididos em equipes e sob a orientação dos educadores e da coordenação local de inserção, se envolvem em todas as etapas do processo da organização, do planejamento à avaliação, conforme a descrição abaixo:

> PRIMEIRA ETAPA ! Planejamento: é de"nido, junto com os jovens e educadores, quem participará do Café e quais os grupos de trabalho estarão diretamente envolvidos. Os jovens se preparam para o evento através de o"cinas sobre temas como “rodada de negócios”, “como se comportar num café com empresários” e “como saber ser objetivo na conquista de suas parcerias”. Também realizam pesquisas sobre as empresas convidadas 15, planejam o encontro e são capacitados para conduzirem o receptivo dos convidados, atuarem como mestres de cerimônia e apresentarem o programa aos convidados;

> SEGUNDA ETAPA ! Realização do evento: Durante todo o “Café”, a equipe de trabalho responsável pelo receptivo, acolhe os convidados encaminhando-os para os líderes da mesa redonda na qual as empresas foram pré-agendadas. Na abertura do evento, alguns jovens participam como mestres de cerimônia e outros apresentam slides sobre o programa e contam um pouco de suas experiências em plenária para todos. Ao "nal, os empresários de cada mesa podem revelar para todos como foi a experiência da negociação nas mesas e quais os seus resultados acordados;

> TERCEIRA ETAPA ! Avaliação do evento: Logo após o “Café”, a coordenação local avalia com os jovens os resultados e desa"os dessa estratégia de inserção e de"ne-se quem poderá apresentá-la aos demais integrantes do programa que não puderam participar do evento;

> QUARTA ETAPA ! Concretização das parcerias: A coordenação local de inserção encaminha um e-mail de agradecimento a todos os empresários participantes do café e, posteriormente, entra em contato com eles para fechar as negociações feitas.

IMPORTANTE!Para que o evento ocorra como previsto, a coordenação local deve checar a disponibilidade de recursos junto à estância nacional do programa e providenciar, em tempo hábil:

> convites e con!rmação da presença dos representantes das empresas e parceiros locais;

> lista de presença dos convidados e materiais diversos a serem utilizados no evento;

> organização e decoração do espaço, bu"et e cerimonial.

> camisas para os jovens participantes e educadores;

> banners e equipamentos de áudio e vídeo;

Além de outros itens necessários que forem enumerados durante o planejamento da atividade.

15 Após a con!rmação das empresas, os jovens, com a ajuda da coordenação local de inserção, distribuem-nas por mesas com até três organizações. Cada mesa tem, no máximo, dez cadeiras e três jovens que se responsabilizam por cuidar, a todo tempo, de seus convidados.

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1.2. PROCESSOS SELETIVOS Os encaminhamentos para as vagas de emprego ocorrem efetivamente quando os jovens se tornam disponíveis para participar dos processos seletivos. Nesse período, o coordenador local intensi"ca suas ações na interlocução com as empresas.

Após a identi"cação de vagas, per"l desejado, etapas e calendário da seleção junto às possíveis organizações empregadoras, procede-se à mobilização dos jovens, por meio de contato telefônico ou via redes sociais. Os que possuem per"l adequado às vagas são encaminhados para participar dos processos seletivos.

A equipe de inserção local acompanha os educandos nessa trajetória e solicita à área de recursos humanos das organizações empregadoras o resultado da seleção para a realização do feedback com os que não foram selecionados, bem como as informações necessárias para a contratação dos aprovados, que são inseridos de imediato, ou aguardam convocação para o ingresso no mundo do trabalho, de acordo com a oferta de vagas.

Com os jovens não selecionados, a partir das informações fornecidas pela área de recursos humanos sobre o seu desempenho, a equipe local realiza o feedback sobre o seu processo seletivo. O acompanhamento dos jovens disponíveis para inserção é intensi"cado a partir desse momento, com a realização de encontros virtuais, através de redes sociais, como o Facebook; e reuniões presenciais, nos núcleos, quando possível, visando prepará-los para a obtenção de melhor desempenho em outros processos seletivos. Acentua-se o acompanhamento individual dos jovens para melhor conciliar as vagas ofertadas ao per"l de cada um e são fornecidas novas dicas sobre posturas adequadas nas entrevistas de emprego, além de orientação para o cadastramento dos seus currículos em bancos de emprego, agências de recursos humanos e empresas, em consonância com seus projetos de vida.

Em relação aos jovens que foram aprovados e convocados para a inserção, a equipe local dá continuidade ao processo de inserção através de contatos com a área de recursos humanos das empresas, para o acompanhamento da contratação.

O CDD tem registrado casos de participantes com restrições para a inserção, geradas, muitas vezes, pelo contexto que alguns deles estejam vivenciando momentaneamente, como gravidez, mudança de endereço para outro município, ausência de certi"cado de dispensa de incorporação no serviço militar e doença. Também alguns jovens mudam seus projetos de vida no percurso do programa, priorizando o estudo e desistindo de ingressar de imediato no mundo do trabalho. Quando a restrição se deve à di"culdade de conseguir a documentação solicitada pelas empresas, geralmente é sanada em tempo hábil para

Os jovens do programa !cam disponíveis para o ingresso no mundo do trabalho logo após a semana de imersão. Alguns critérios de!nem essa condição:

> Jovens que concluíram o Ensino Médio – precisam ter alcançado 75% de frequência no programa;

> Jovens que desejam conciliar trabalho e estudo poderão ser contratados prioritariamente como aprendizes ou estagiários.

Feedback, num processo seletivo, é a devolutiva de desempenho dos participantes focada no resultado obtido quanto à postura, aspectos comportamentais e emocionais, aspectos positivos e pontos a serem melhorados.

ATENÇÃO!A falta de documentos pode restringir temporariamente a inserção dos jovens no mercado de trabalho, devendo, portanto, serem providenciados desde o início da formação.

Os principais documentos requeridos para contratação:> RG> CPF> CTPS> Título de Eleitor> Certi!cado de Reservista (homens)

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contratação. As demais circunstâncias ultrapassam os limites de governança da equipe, ou ainda se caracterizam como desa"os para o cumprimento da sua missão.

SELEÇÃO CENTRALIZADAQuando as equipes locais de inserção constroem relações mais sólidas e sistemáticas com algumas Organizacões Empregadoras Parceiras Estratégicas (OEPS) em seus estados, é proposta a realização de uma Seleção Centralizada, que consiste no processo seletivo simultâneo com todos os jovens do núcleo que desejam ingressar na empresa e nas vagas propostas. O resultado é divulgado diretamente aos jovens ou para a equipe de Inserção, possibilitando aos não selecionados o aprimoramento da postura nas próximas seleções.

Nesse caso, o processo seletivo pode ser realizado dentro de escolas, de espaços privados onde o programa acontece ou em instalações das próprias OEPS, com o envolvimento da área de recursos humanos da corporação e dos educadores do Com.Domínio Digital, que mobilizam os jovens para participarem e, quando necessário, dão suporte na logística do evento.

Quando a Seleção Centralizada acontece na escola, as empresas trazem a realidade do mundo corporativo para o espaço do núcleo pedagógico e pode provocar nos professores, funcionários e gestores uma re!exão sobre as suas práticas, sobretudo aquelas que geram consequências para a relação futura dos alunos com o mundo do trabalho.

A seleção centralizada tem como diferencial a composição de turmas com jovens exclusivamente do programa, que cumprem as mesmas etapas, e recebem o feedback imediato de sua atuação no processo seletivo.

Em qualquer situação, os jovens aprovados são convocados imediatamente para preencherem vagas nas OEPEs, ou, não havendo vagas disponíveis naquele momento, passam a fazer parte do banco de dados da empresa e "cam aguardando serem chamados enquanto não são aprovados em outras oportunidades de trabalho quali"cado.

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Jovens

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Ao mesmo tempo em que atua captando oportunidades junto às organizações empregadoras, a equipe de Inserção procura valorizar e estimular a autoinserção, fortalecendo o papel protagonista dos jovens e suas características individuais, desenvolvidas durante a formação, agregando outras atividades que ocorrem no período da inserção. Esta estratégia corrobora na instrumentalização dos jovens para conduzir a sua trajetória no mundo do trabalho, com as ferramentas que lhes foram apresentadas, em especial, após a "nalização do programa.

Na dimensão da autoinserção, estão presentes três conceitos: a empregabilidade juvenil, o protagonismo juvenil e a resiliência. Todos são bastante desenvolvidos no CDD e serão aqui abordados.

O termo empregabilidade foi muito difundido pelo Banco Mundial na década de 90 e remete à capacidade de um pro"ssional estar empregado e de se adaptar às mudanças provocadas pela globalização, pela abertura das economias e pelas novas tecnologias de produção. No Brasil, a expressão sofreu duras críticas, por trazer, implicitamente, a ideia de que o trabalhador seria responsável pelo seu desemprego por não conseguir se manter “empregável” (SILVA, 2009; MINARELLI, 2010).

No Com.Domínio Digital, a empregabilidade juvenil não é tratada apenas sob o foco do mercado de trabalho. As atividades buscam a compreensão do jovem sobre esta realidade: quais são as demandas e lógicas do mercado e como conciliar esse cenário aos seus projetos de vida, levando o jovem a traçar seu percurso de forma consequente e consciente do que é considerado um trabalho digno. Ou seja, cada escolha feita – seja de uma capacitação, ou mesmo de um trabalho que pode não ser necessariamente o mais desejado – tem um sentido dentro do planejamento pessoal e pro"ssional que o educando constrói e/ou consolida dentro do programa.

O conceito de protagonismo juvenil surgiu também na década de 90, sistematizado por Antônio Carlos Gomes da Costa, e traduz, por um lado, um processo pedagógico que busca a formação de jovens para a cidadania; e, por outro, o reconhecimento do potencial do jovem para transformar a sua própria realidade. No componente de inserção, essa dimensão é considerada na relação do jovem com o mundo do trabalho, no sentido de conscientizá-lo de que ele é o autor do seu processo de inserção. O conceito de protagonismo juvenil, aqui, refere-se ao fato de o CDD estimular o jovem a ser mais autônomo e proativo na identi"cação das oportunidades.

A resiliência é compreendida como a capacidade universal do ser humano para enfrentar as adversidades da vida, crescer com elas, superá-las, aproveitá-las para o seu desenvolvimento pessoal e pro"ssional. Ser resiliente é fundamental para que os jovens consigam romper com os inúmeros obstáculos que enfrentam no cotidiano de uma vida de poucos recursos "nanceiros e raros acessos a oportunidades quali"cadas de trabalho.

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Em nenhuma dessas dimensões está subentendida uma postura individualista do jovem. Ao contrário, é incentivado o desenvolvimento de um sentimento de cooperação, no qual tanto os que são inseridos, quanto os que ainda não estão trabalhando se preocupam com a entrada de todos os participantes do programa no mercado de trabalho.

Essa perspectiva solidária é uma diretriz do componente, que considera a inserção um papel de todos. Assim, enquanto as empresas oferecem postos de trabalho, os jovens a serem inseridos participam de eventos, a exemplo do Circuito de Inserção e do Café com Empresários, que estimulam a autoinserção e a interação deles com o mundo corporativo real; a equipe local mobiliza outras empresas; e os jovens inseridos indicam outros jovens do Com.Domínio Digital para a área de recursos humanos das organizações que os contrataram, passando a colaborar com a Teia de Inserção, fundamental para o alcance da meta de inserção do programa.

Orientada por esses princípios, a equipe de inserção deve promover, junto aos jovens, e ao longo de todo o programa, ações que facilitem e fortaleçam o seu percurso de entrada e permanência no mercado de trabalho. Essas atividades são apresentadas nos itens que seguem.

OFICINAS COMPLEMENTARES DE INSERÇÃO NO MUNDO DO TRABALHOAs o"cinas complementares de inserção no mundo do trabalho objetivam provocar nos jovens uma re!exão sobre a sua caminhada durante a formação, com foco na inserção, bem como sobre a relação entre presente e futuro, estimulando a percepção de que todo sonho, para transformar-se em realidade, exigirá um investimento pessoal, e de que toda escolha tem perdas e ganhos, inclusive na sua inserção no mundo do trabalho.

Essas o"cinas têm início no período da formação dos jovens e percorrem a caminhada ilustrada no grá"co abaixo que corresponde a carga horária de 500h. Ao todo, são realizadas cinco o"cinas sobre os temas do itinerário pedagógico: identidade, integração, comunicação, trabalho e ética e cidadania no mundo do trabalho. Cada uma acontece ao "nal da respectiva temática da formação, como se pode veri"car no grá"co, observando-se a mesma sequência dos temas, escolhidos por serem dimensões que in!uenciam a inserção dos jovens.

A Teia de Inserção é uma rede de jovens criada para fomentar a solidariedade entre eles. Através dela, entre outras coisas, são compartilhadas informações sobre oportunidades no mercado de trabalho.

Nos núcleos em que o Programa é desenvolvido com a carga horária de 300h, serão realizadas apenas quatro o!cinas complementares de inserção. Os conteúdos da o!cina de ética e cidadania – “Como ser ético e cidadão no mundo do trabalho?” serão abordados de forma transversal nas demais o!cinas.

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As atividades têm duração de quatro horas, utilizando uma metodologia que compreende aulas participativas, re!exão e construção coletiva de conceitos relacionados aos temas, exposição de conteúdos por meio de recursos audiovisuais (vídeos, apresentações em PowerPoint), diálogos, dinâmicas de grupo, sistematização dos conhecimentos aprendidos e conteúdos produzidos em sala. As o"cinas são organizadas em três momentos, seguindo a metodologia do programa de formação:

1º) Introdução: Os jovens participam de uma dinâmica especí"ca sobre o tema da o"cina, sendo questionados sobre o que entendem, gostariam de entender ou discordam acerca do assunto a ser abordado.

2º) Desenvolvimento: Estimula-se uma re!exão sobre o quanto o conteúdo abordado in!uencia a inserção, a permanência e a ascensão dos jovens no ambiente corporativo, além de serem apresentadas situações para que eles possam rever suas escolhas cotidianas à luz das informações dadas. Ainda nessa fase é abordado algum conceito relacionado à inserção no mercado de trabalho, visando ampliar a visão sobre o mundo corporativo.

3º) Encerramento: Após uma dinâmica de grupo, é destinado um espaço de tempo para esclarecimento de eventuais dúvidas, avaliação do encontro e de"nição dos próximos passos do jovem quanto ao planejamento e execução do plano individual de inserção.

OFICINA DE IDENTIDADE“COMO ME IDENTIFICO COM O MUNDO DO TRABALHO?”Essa o"cina tem como propósitos fortalecer, nos jovens, a compreensão acerca da fase de preparação para entrada no mundo do trabalho; iniciar o trabalho de construção de uma identidade pro"ssional possível e desejada de acordo com o per"l indicado pelo mercado de trabalho; fornecer uma visão global do processo de inserção (começo, meio e "m); e introduzir o conceito de inserção quali"cada, provocando uma re!exão sobre como as suas escolhas no presente impactam no futuro. Essa atividade constitui também um momento importante de criar a identi"cação e o vínculo entre a equipe local de inserção e os jovens, facilitando, assim, a sua mobilização para participação em futuros processos seletivos, no período o"cial de inserção.

OFICINA DE INTEGRAÇÃO“COMO ME RELACIONO NO MUNDO DO TRABALHO?”A proposta dessa o"cina consiste em proporcionar um espaço de re!exão sobre o convívio dos jovens com as diferenças, a cooperação, a solidariedade e a sua participação proativa no mundo

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do trabalho. Procura formas mais e"cazes de produção em equipe, integrando posturas e atitudes aos conhecimentos especí"cos das funções, além de introduzir o conceito de trabalho decente.

Ainda na o"cina de Integração os jovens as primeiras orientações para a escolha do primeiro emprego, a partir da construção do seu Plano Individual de Inserção (PII), procurando compatibilizar as ocupações disponíveis no mercado de trabalho com as suas vocações pro"ssionais e sonhos pessoais, coletivos, em consonância com seu projeto de vida.

PLANO INDIVIDUAL DE INSERÇÃO "PII#O Plano Individual de Inserção (PII) é uma ferramenta autoexplicativa que ajuda os jovens a estabelecer metas pro"ssionais conciliadas com seus projetos de vida. Essa atividade é incorporada nas o"cinas como uma rotina que visa relacionar os objetivos pessoais dos jovens à conquista de emprego e ao desenvolvimento de sua carreira, além de apoiá-los no acompanhamento e superação dos principais desa"os a serem vivenciados no mundo empresarial.

Durante a sua formação, os jovens do CDD recebem apoio pedagógico para construção dos seus projetos de vida e identi"cação das principais estratégias para implementá-los. O PII é construído, inicialmente, na o"cina de projeto de vida, com o acompanhamento da equipe local. Nas o"cinas temáticas de integração, comunicação e trabalho, os jovens registram nessa ferramenta os passos a serem dados ao caminho do trabalho e, na o"cina de ética e cidadania, sistematizam sua produção.

No período pós-formação, o PII é retomado através de um formulário, possibilitando mais atenção dos jovens quanto ao seu próprio desempenho durante os processos seletivos dos quais participaram ou pretendem participar, re!etindo como podem melhorá-lo a partir dos feedbacks recebidos. O preenchimento do formulário é acompanhado pelo educador e/ou membro da equipe de inserção, que dá apoio aos jovens na interpretação dos feedbacks, na busca pelas oportunidades de trabalho, na re!exão sobre as demandas de mercado e desa"os a serem enfrentados, sempre visando orientar, de forma positiva, a criação de estratégias de superação.

O instrumento permite ainda que a equipe de educadores e/ou membros da equipe de inserção reconheça as principais competências a serem aprimoradas pelos jovens e como a formação e as o"cinas podem potencializar mais a participação dos educandos nos processos seletivos por eles identi"cados.

Além do PII, algumas atividades têm sido experimentadas e incorporadas nas o!cinas como rotinas, independentemente do tema que está em debate no dia. Elas estimulam os jovens a se interessar pela inserção e os aproxima gradativamente da realidade que irão vivenciar ao iniciar a sua busca pelo primeiro emprego. Seguem-se dois exemplos:

CALENDÁRIO REGRESSIVO PARA INSERÇÃOO calendário é instituído na primeira o!cina complementar de inserção, sendo lembrado a cada orientação para a inserção. Fixado em um local onde todos possam visualizá-lo diariamente, sinaliza, através de data regressiva, quantos dias faltam para a participação dos jovens nos primeiros processos seletivos.

LABORATÓRIO DO MUNDO DO TRABALHOEssa atividade consiste na apresentação e discussão de “cases” de sucesso e insucesso de trajetórias pro!ssionais no mundo corporativo. As histórias contadas servem de suporte e referência para a entrada e permanência dos jovens no seu local de trabalho.

DICA!

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OFICINA DE COMUNICAÇÃO“COMO ME COMUNICO NO MUNDO DO TRABALHO?”Essa o"cina se propõe abordar a importância de uma comunicação correta, clara e objetiva nos diversos contextos do mundo do trabalho, e introduzir o conceito de empregabilidade juvenil.

OFICINA DE TRABALHO“COMO ME MANTER EMPREGÁVEL NO MUNDO DO TRABALHO?”Essa o"cina tem o foco voltado para a preparação para o primeiro emprego, capacitando jovens para lidar com situações diversas que possam surgir em processos seletivos. As atividades procuram estimular a re!exão sobre as posturas e conhecimentos necessários nesse momento e apresentam os quatro atores e/ou categorias que, dentro do CDD, podem contribuir para a inserção: empresa, equipe de inserção, educadores e jovens.

OFICINA DE ÉTICA E CIDADANIA“COMO SER ÉTICO E CIDADÃO NO MUNDO DO TRABALHO?”Essa o"cina tem o propósito de conscientizar os jovens sobre seus direitos e deveres, além de incentivá-los a analisar criticamente a realidade do mundo do trabalho e a sua conduta pro"ssional nesse contexto.

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2.1. PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE DE INSERÇÃO NA SEMANA DE IMERSÃOAs ações da Semana de Imersão integra a formação dos jovens e culmina com a simulação de um processo seletivo real, garantindo, ao seu término, uma devolutiva de desempenho focada no resultado obtido pelo jovem. Nesse feedback, é feita uma avaliação com o jovem sobre sua postura verbal, gestual, corporal, aspectos comportamentais e emocionais, os aspectos positivos e os pontos a serem melhorados na sua participação em processos seletivos. Após a devolutiva, acontece um momento de re!exão e discussão entre jovens, educadores, coordenadores e convidados sobre a experiência da simulação de entrevista. A equipe de inserção apoia e participa, quando possível, destas atividades, levantando situações a serem retomadas nas o"cinas especí"cas. Esta aproximação é também importante para maior conhecimento do per"l e aspirações dos jovens.

2.2. FLUXOGRAMA DOS JOVENS NO PERÍODO OFICIAL DE INSERÇÃOOs jovens iniciam o seu percurso no !uxograma quando alcançam 75% de frequência no programa, tendo disponibilidade efetiva para participar de processos seletivos nas empresas e com desejo de ingressarem no mercado de trabalho.

O !uxograma abaixo ilustra de forma sintetizada as possibilidades de caminhada a ser percorrida pelos jovens durante o período o"cial de inserção. Para facilitar o entendimento desse percurso, o grá"co foi elaborado com formas geométricas normalizadas e unidas por setas 16. Tudo está detalhadamente descrito adiante.

16 O círculo indica limites (início e !m); a seta traduz movimento; o losango signi!ca veri!cação ou decisão; e o retângulo, ações de operação.

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2.3. ACOMPANHAMENTO DOS JOVENS A SEREM INSERIDOSEssa estratégia visa apoiar os jovens no seu processo de entrada no mercado de trabalho, após término da formação integral e integrada. Nela, a equipe de inserção desenvolve ações que melhorem seu desempenho na participação de processos seletivos, além de mantê-los motivados e atualizados sobre as vagas de emprego.

Além de se integrarem nessas ações, os jovens também são estimulados à autoinserção, através do mapeamento de vagas anunciadas em revistas, jornais, internet, redes sociais; cadastramento ou encaminhamento de currículos para agências de recursos humanos, bancos de empregos o"ciais como o SINE, sites de empresas com as quais tenham se identi"cado, assim como a estarem presentes em eventos internos e externos focados na inserção, a exemplo de fóruns de emprego, Café com Empresários e Circuito de Inserção.

Adiante, são detalhadas ações que podem ser escolhidas e adaptadas de acordo com as necessidades e a realidade de cada núcleo.

CONTATO TELEFÔNICOEssa modalidade de comunicação é muito utilizada no âmbito do programa para a mobilização de jovens e incentivo à participação em processos seletivos no período o"cial de inserção. A atualização dos dados para contatos, tanto nos currículos, quanto no cadastro do CDD, é fundamental para o acesso às seleções.

ATIVIDADES DE MOBILIZAÇÃO VIA REDES SOCIAISO Com.Domínio Digital possui uma fan page no Facebook que funciona como uma ferramenta de comunicação entre educadores, coordenadores e jovens, para divulgação de notícias relacionadas a eventos, jogos, atualização de dados e informações referentes aos jovens e aos parceiros. É utilizada para a troca de experiências entre os participantes do programa, mas, principalmente, para divulgar vagas de emprego e acompanhar os processos seletivos e os jovens inseridos.

PESQUISA NA INTERNET SOBRE EMPRESASDurante a formação, os jovens são estimulados a pesquisar e a conhecer o mundo corporativo e suas pro"ssões através da internet e outros meios de comunicação. Nessa atividade, os jovens realizam pesquisas sobre o mercado de trabalho em que desejem atuar, em consonância com seus projetos de vida, conhecendo empresas que poderão ser futuras empregadoras e áreas pro"ssionais que poderão lhe interessar. Como fruto dessa pesquisa, eles são estimulados a cadastrarem seus currículos nos sites de organizações empregadoras com as quais se identi"caram para uma possível participação em processos seletivos.

As ligações para os jovens podem ser geradas pela equipe do programa, bem como diretamente das organizações empregadoras, razão pela qual, desde o início da formação, os jovens devem ser orientados a atualizar os números de seus telefones móveis e !xos. Da mesma forma, seus familiares devem ser sensibilizados a participar do processo, anotando e transmitindo imediatamente quaisquer recados recebidos.

DICA!

IMPORTANTE!Cada coordenação de inserção deve criar seu per!l/ fanpage no Facebook e cadastrar os jovens de seu(s) núcleo(s).

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EXERCÍCIO DE LOCALIZAÇÃOEssa atividade tem como objetivo ajudar o jovem a conhecer melhor a região onde provavelmente irá trabalhar; a desenvolver a capacidade de pesquisar endereços e localizar-se geogra"camente e, aprender a utilizar os meios de transporte mais adequados para chegar, em tempo hábil, aos seus compromissos.

Para isso, os jovens são reunidos em grupos e recebem endereço, horário marcado para chegar ao destino e o desa"o, que consiste em descobrir o modo mais adequado e e"caz para chegar ao ponto designado, onde um educador os aguarda.

CIRCUITO DE INSERÇÃO Essa ação tem o intuito de mobilizar os jovens para a inserção e mantê-los proativos no período pós-formação. Semelhante a uma gincana, o Circuito diferencia-se pelo caráter cooperativo entre os grupos participantes, pois, quando um núcleo oportuniza vagas para outros, também ganha pontos.

A atividade envolve um evento de abertura 17, a realização de tarefas pelos jovens relacionadas à inserção, norteadas por regras bem de"nidas em regulamento disponível no portal do programa, monitoramento sistemático dos resultados e cerimônia de entrega do prêmio para os núcleos vencedores. Dentre as tarefas a serem realizadas, destacam-se o cadastro de currículos em organizações empregadoras e bancos de emprego, visitas às empresas e inserção efetiva de jovens, tarefa que tem pontuação máxima para os núcleos.

A equipe de educadores e coordenadores atua, de forma integrada, desde o planejamento até a elaboração e validação do regimento interno, onde constam as atividades, o acompanhamento da realização das tarefas, a organização dos eventos e a premiação, gerando uma boa interação dos componentes de inserção e formação com os núcleos. Além de integrar os núcleos entre si, essa ação favorece o acompanhamento e a motivação dos jovens em processo de inserção no período pós-formação.

Para dar início às atividades previstas do Circuito, a equipe de inserção organiza um encontro com os jovens representantes dos diversos núcleos, para a apresentação dos seus objetivos, estrutura e regulamento. Jovens e educadores de todos os núcleos são mobilizados a fazerem parte. Em seguida, são abertas as inscrições através do blog do Circuito e, à medida que os jovens vão sendo cadastrados, poderá haver um remanejamento dos grupos, a "m de manter o equilíbrio entre o número de inscritos por equipe.

17 Caso o programa possua núcleos de jovens em diferentes cidades, o lançamento nas cidades do interior do estado deverá ser realizado no mesmo período, !cando os dias e os locais sob a responsabilidade dos respectivos coordenadores e educadores.

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No primeiro encontro com os jovens, é abordado, com clareza, quais são os atores envolvidos, o sistema de pontuação, objetivos e metas do circuito e a proposta de premiação. Para tanto, é feita e disponibilizada para posterior consulta, uma apresentação que reúne todas estas informações.

Por "m, os jovens montam suas equipes de trabalho que podem ser compostas por, no mínimo, cinco e, no máximo, vinte membros. Cada núcleo deve possuir até três equipes, que terão como áreas de atuação: Divulgação, Mobilização e Busca de Oportunidade. Independente do número de jovens, as equipes são regidas pelos mesmos direitos de"nidos no regulamento.

ENCONTRO INDIVIDUAL E COLETIVO COM OS JOVENSOs encontros individuais e coletivos com os jovens em processo de inserção acontecem após a formação e são importantes para o seu acompanhamento, momento em que a equipe local de inserção orienta, de forma presencial, aqueles que necessitam de mais preparo para ingresso no mercado de trabalho.

Havendo possibilidade, é feita a mobilização dos jovens que já estão trabalhando para participarem de um encontro com os que não estão inseridos. Essa atividade oportuniza uma rica troca de experiências, cujo foco é expor os desa"os e aprendizados da vivência no primeiro emprego e como o CDD ajudou os inseridos a superar os desa"os nesse processo.

Nesses encontros, também podem ser realizados/as pela equipe de inserção:

> Rodas de conversa sobre a dinâmica do mercado de trabalho;

> O"cinas sobre a sistemática operacional do processo de inserção e os desa"os para o ingresso no mercado de trabalho;

> O"cinas abordando “dicas” sobre a dinâmica do processo seletivo para o ingresso dos jovens no mercado de trabalho;

> Experiência de observação externa

Essa atividade tem o objetivo de possibilitar aos jovens um maior conhecimento sobre a prática do mundo do trabalho, a partir da realização de algumas visitas a empresas com potencial de inserção. Nesses lugares, os jovens são orientados a observar os pro"ssionais quanto ao comportamento, vestimenta, linguagem, per"s, além de outros aspectos das diversas atividades que executam. Após a observação, são formados grupos de discussão para avaliação dos aprendizados, especialmente relacionados às posturas adequadas no ambiente pro"ssional e sobre a conexão que o que foi observado tem com o seu projeto de vida.

EQUIPES DO CIRCUITO DE INSERÇÃODivulgação – tem como atribuição visitar as empresas (Indústria, Serviços e Comercio Varejista) com a finalidade de apresentar o Instituto Aliança e o CDD e divulgar o quantitativo de jovens qualificados e disponíveis para participarem de possíveis processos seletivos;

Mobilização – responsável por motivar a participação dos jovens nas atividades dos grupos, assim como, a presença nas o!cinas de acompanhamento;

Busca de Oportunidade – ocupa-se das visitas aos sites de empresas de recursos humanos com o objetivo de identi!car oportunidades e possibilitar processos seletivos para todos os jovens participantes do programa.

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2.4. ACOMPANHAMENTO DE JOVENS INSERIDOS NAS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORASO acompanhamento sistemático do processo de inserção é fundamental para apoiar os jovens na sua primeira experiência de trabalho, identi"cando eventuais di"culdades e contribuindo para a sua superação, por meio de uma re!exão conjunta em torno dos seus projetos de vida, construídos na etapa da formação e revisitados a partir da própria experiência prática.

Com essa "nalidade, a pesquisa realizada junto aos jovens inseridos nas empresas procura aferir a sua satisfação em relação às funções e às atividades que estão desenvolvendo, como também a do empregador em relação ao seu desempenho. Ocorre geralmente três meses após a inserção dos jovens e é realizada pela equipe local do componente, com o apoio dos educadores, considerando uma amostragem de 30% dos jovens inseridos. Além da pesquisa, a equipe de Inserção acompanha os jovens através das redes sociais, visando à manutenção do vínculo com o CDD.

SAIBA MAIS SOBRE A PESQUISAA pesquisa utiliza um sistema de tabulação automática dos dados coletados, com preenchimento eletrônico dos formulários e elaboração de grá"cos.

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A equipe de Inserção acompanha os jovens

através das redes sociais, visando à manutenção do

vínculo com o CDD”

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orientação de atores estratégicos Para a

inserção de Jovens no mercado de trabalho

eixo 03

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No CDD, a inserção é responsabilidade de todos e, por esse motivo, esse componente realiza algumas ações com educadores e familiares, com o intuito de fortalecer a parceria desses atores.

3.1. EDUCADORESOs educadores desempenham papel fundamental na inserção. Além de fazerem a ponte entre a equipe local de inserção e os jovens, eles indicam aqueles mais adequados aos per"s das vagas de emprego disponibilizadas, e, junto com os jovens, promovem uma re!exão sobre como essa oportunidade pode estar em consonância com seus projetos de vida.

Para que a integração entre as equipes aconteça, os pro"ssionais de inserção participam da formação dos educadores, buscando trazer a re!exão sobre o conceito de inserção quali"cada do jovem e a importância do papel do educador nesse processo. Nessa atividade, são apresentados os cenários que melhor con"guram a realidade do mercado; reforçadas habilidades, atitudes, competências e conhecimentos exigidos nesse contexto; e debatidos o !uxo e o cronograma do componente de inserção.

3.2. FAMÍLIASTer as famílias como parceiras da inserção dos jovens é fundamental para o sucesso do programa. Os familiares são ancoradouros para os jovens nesse momento importante de suas vidas. A atuação do componente de inserção junto às famílias se dá por meio da sua presença em encontros ou através de contatos individualizados, tendo como objetivo conscientizá-las da importância do jovem concluir o período de formação do CDD e do seu apoio no encaminhamento para participação de processos seletivos no período o"cial de inserção.

Essa aproximação também tem o intuito de dirimir dúvidas sobre a inserção e de desfazer alguns mitos, como o de que o jovem será automaticamente empregado após concluir a formação. Além disso, reforçar a ideia de que determinados trabalhos podem ser a porta de entrada para a realização de um sonho maior.

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IMPORTANTE!Logo após o início da formação das turmas, os educadores devem munir os coordenadores de inserção com o per!l atualizado dos jovens, para que as ações de inserção possam ser a eles adequadas. O per!l dos jovens compreendem informações sobre gênero, faixa etária e escolaridade.

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gestão do comPonente – equiPe, PlaneJamento

e acomPanhamento

eixo 04

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4.1. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE INSERÇÃOO planejamento do componente, realizado pelas equipes locais, com o apoio da coordenação nacional, acontece no início da formação das turmas, quando são identi"cadas as ações mais adequadas e necessárias ao cumprimento da meta de ingresso dos jovens no mercado de trabalho em cada estado.

A área de inserção é bastante dinâmica, razão pela qual o planejamento considera fatores como a movimentação econômica do mercado local e a con"guração dos per"s dos jovens das novas turmas, quanto ao gênero, faixa etária e escolaridade, que in!uenciam na escolha das estratégias a serem implementadas pela equipe local.

Após o levantamento das estratégias mais e"cazes de inserção em cada estado, é construído o cronograma de atividades, com vistas a um melhor acompanhamento do componente pela coordenação nacional, facilitando, assim, o aprimoramento da sua sistematização.

No terceiro trimestre do CDD, é realizado o Encontro Nacional de Inserção, para consolidação do planejamento e alinhamento nacional das ações desse componente, conforme descrito no tópico a seguir.

4.2. ENCONTRO NACIONAL DE INSERÇÃOO evento é realizado anualmente18 pela coordenação nacional de inserção e reúne as equipes locais, representantes da área pedagógica e parceiros estratégicos, com o propósito de alinhar conceitos, analisar o mercado de trabalho, planejar as ações e apresentar resultados técnicos e operacionais do componente de inserção acumulados durante o último exercício.

Algumas atividades do encontro são voltadas para a elaboração e validação de ações do componente de inserção, bem como para o uso de instrumentos de apoio ao mapeamento de suas práticas. A programação agrega também a possibilidade de troca de experiências entre os estados, o levantamento e alinhamento das o"cinas realizadas com os jovens em cada núcleo e discussão sobre conceitos relacionados à inserção quali"cada no mercado de trabalho.

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18 Por ser um evento de grande porte, a sua realização e periodicidade está condicionada à garantia de recursos !nanceiros junto aos apoiadores do programa.

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4.3. ALINHAMENTO DE AÇÕES COM O COMPONENTE DE FORMAÇÃO DE JOVENS Os componentes de formação e inserção caminham juntos e de forma integrada no CDD. Para isso, a equipe local de inserção realiza encontros de alinhamento com os pro"ssionais da área pedagógica, para compartilhar os sucessos e desa"os da inserção, promover e/ou realizar conjuntamente estratégias especí"cas, como o circuito de inserção, ações como a certi"cação dos jovens, eventos junto às empresas e visitas guiadas de educadores e jovens.

Esses momentos também têm o intuito de validar as o"cinas complementares de inserção no mundo do trabalho destinadas aos jovens e a matriz de capacitação do componente de inserção para os educadores, bem como de planejar a participação no encontro com as famílias. O mais importante em termos de alinhamento com o componente de formação é a retroalimentação, com retornos analíticos e quali"cados acerca do mundo do trabalho levantados a partir do acompanhamento dos jovens inseridos e dos empregadores.

4.4. ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE INSERÇÃOO alcance da meta de inserção de 40 a 60% dos jovens concluintes do programa no mercado de trabalho representa um desa"o signi"cativo para projetos dessa natureza. Por esse motivo, o monitoramento das metas do Com.Domínio Digital requer um planejamento sistemático e um controle organizado das ações implementadas e dos resultados alcançados em cada estado.

Nesse sentido, o programa dispõe de alguns instrumentos para levantamento de informações, que organizam internamente a construção e operacionalização das ações e atividades desenvolvidas diariamente em todos os seus núcleos. Atualmente essa coleta de dados é feita pela equipe local de inserção e ocorre sistematicamente ao longo do ano através da utilização do Sistema Integrado de Monitoramento (SIM), descrito abaixo.

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RELATÓRIOS DE ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DE INSERÇÃOOs relatórios são instrumentos importantes para viabilizar um melhor controle dos resultados e o acompanhamento de todos os jovens participantes do Com.Domínio Digital. São elaborados periodicamente, de acordo com a demanda e formato determinado por cada "nanciador 19. Neles, são registrados pelas equipes locais de inserção ações e eventos realizados em parceria com os jovens, educadores, famílias e organizações empregadoras. A estrutura do relatório contempla também os resultados da inserção no período, desa"os, aprendizados e atividades a serem realizadas de acordo com critérios estabelecidos pelos parceiros "nanciadores do programa.

Os relatórios também servem para a prestação de contas das ações junto aos parceiros e apoiadores. Nesse caso, os roteiros e a periodicidade seguem as exigências pactuadas em cada relação.

SISTEMA DE INTEGRADO DE MONITORAMENTO "SIM#O SIM foi criado, de forma personalizada, com o intuito de atender às demandas de monitoramento dos programas de inserção socioprodutiva do Instituto Aliança. Desenvolvido em uma plataforma virtual, permite a atualização diária de dados e acompanhamento on-line por todos da equipe responsável pelo monitoramento de dados dos programas.

Para as coordenações locais, a alimentação de dados de inserção no SIM viabiliza o acompanhamento dos jovens não inseridos, daqueles com restrição para a inserção e dos inseridos nas organizações empregadoras e fornece informações importantes para a gestão do componente. Para isso, a coordenação nacional de inserção analisa sistematicamente os dados de todo o Brasil, a "m de realizar o monitoramento da meta de inserção nacional e de"nir suas estratégias de atuação.

4.5. EQUIPEESTRUTURA E PAPÉISA coordenação nacional de inserção é responsável pela seleção e formação dos integrantes das equipes locais, presencialmente, através de deslocamentos periódicos aos estados, e a distância, por meio de contatos telefônicos e via internet. Desempenha papel fundamental na interlocução junto às empresas de grande porte, órgãos públicos e estabelecimentos privados de intermediação de mão de obra, visando à obtenção de apoios e parcerias para o alcance da meta. É também responsável pela integração da equipe e pela organização da sistematização do componente, elementos essenciais para o crescimento do CDD em escala, no Brasil e internacionalmente.

19 Os relatórios podem ser mensais, trimestrais, anuais ou !nais, a depender da demanda de cada !nanciador.

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A coordenação nacional é assessorada por assistentes nacionais de inserção, que a apoia no acompanhamento dos resultados do componente através do SIM, na consolidação dos relatórios de inserção encaminhados pelas coordenações locais, no planejamento e sistematização da área e na realização de eventos nacionais.

Em cada estado onde o CDD está presente, a equipe de inserção conta com uma coordenação local, que tem como funções a realização das o"cinas de formação complementares relativas ao componente junto aos jovens; a participação na formação de educadores, orientando-os quanto aos assuntos relacionados ao tema; a interlocução com as organizações empregadoras locais para prospecção de vagas de emprego; a elaboração e o acompanhamento dos resultados do componente, através dos relatórios de inserção e da alimentação dos dados no SIM; o apoio no planejamento e sistematização local da área; e a organização de ações e eventos locais de inserção.

Onde o programa acontece em maior escala e/ou a depender das demandas de cada estado, a coordenação local de inserção pode contar ainda com um assistente local de inserção, que tem como tarefas organizar as informações da área, alimentar o SIM, fazer contato com os jovens dos núcleos do estado para informações sobre eventos, ações, vagas, convocação e/ou encaminhamento aos processos seletivos, e prestar apoio à realização dos eventos locais de inserção. Geralmente, essa função é necessária nos núcleos com mais de 400 jovens.

PERFIL DA ASSISTÊNCIA DE COORDENAÇÃO LOCAL

> Ensino Médio completo;

> Ter iniciativa, agilidade, disciplina, senso de organização, raciocínio lógico, atenção aos detalhes, habilidade em comunicação e bom relacionamento interpessoal

> Domínio em Excel (intermediário), desejável experiência com desenvolvimento de relatórios e facilidade para o uso de sistemas integrados de gestão (software)

PERFIL DA ASSISTÊNCIA DE COORDENAÇÃO NACIONAL E DA COORDENAÇÃO LOCAL DE INSERÇÃO

> Graduação em Administração de Empresas, Comunicação Social, Recursos Humanos, Psicologia ou Pedagogia;

> Conhecimento nas áreas de Educação e Terceiro Setor;

> Experiência em liderança e gestão de equipes, compreendendo recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento de pessoas;

> Ter iniciativa, agilidade, disciplina, criatividade, controle emocional, bom relacionamento interpessoal, senso de organização, raciocínio lógico, atenção aos detalhes, habilidade em comunicação e negociação e foco em metas e resultados;

> Domínio em Excel (avançado), experiência com desenvolvimento de relatórios e sistematização de informações/dados e facilidade para o uso de sistemas integrados de gestão (software).

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FREITAS, Maria Virgínia de; PAPA, Fernanda de Carvalho. Juventude em pauta: políticas públicas no Brasil. São Paulo, 2011.

GOMES DA COSTA, Antônio Carlos; VIEIRA, Adenil; OLIVEIRA, Ilma. As duas faces da mesma moeda

GUIMARÃES, José Ribeiro Soares. Per!l do trabalho decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da federação. Brasília: OIT, 2012.

MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade – como entrar, permanecer e progredir no mercado de trabalho. 25. ed. Editora Gente, 2010.

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SILVA, José Humberto. Os !lhos do desemprego. Jovens itinerantes do primeiro emprego. Brasília: Líber Livro, 2009.

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