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ProfMat 2014 1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MATEMÁTICA À DISTÂNCIA NO BRASIL Liamara Scortegagna, Marcio Luiz Bunte de Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG [email protected], [email protected] 1. Introdução Faltam professores em todos os níveis no Brasil: desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. O déficit atual chega a quase 300 mil professores, em torno de 15% do total das salas de aula, segundo dados da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) (Cne, 2012). Na área de exatas, esse déficit relativo é ainda maior. As perspectivas para a solução deste problema não são muito animadoras: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (Capes, 2014) do Ministério da Educação (MEC) indica que, nos últimos 15 anos, as universidades formaram 110 mil professores de matemática, entretanto, desse total, apenas 43 mil estão em sala de aula. As razões para que esse contingente de licenciados não esteja nas salas de aula são muitas! Vão desde a desvalorização da carreira até a insegurança de que a universidade não lhes subsidiou para desenvolver, junto aos alunos, os conteúdos de matemática correspondentes a cada ano de escolaridade. Para amenizar essa situação crítica, o MEC tem desenvolvido várias políticas públicas. Entre elas, destacamos a Universidade Aberta do Brasil (UAB). A UAB consiste num sistema de âmbito nacional de ensino superior à distância que conta com a participação de Instituições públicas de educação superior em parceria com Estados e Municípios. Os números do Censo do Ensino Superior (INEP) (Inep, 2013) mostram a crescente importância da Educação a Distância (EAD) para a formação dos professores no Brasil. Entre 2011 e 2012, o número de matrículas avançaram 12,2% nos cursos a distância e

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FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MATEMÁTICA À

DISTÂNCIA NO BRASIL

Liamara Scortegagna, Marcio Luiz Bunte de Carvalho

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

[email protected], [email protected]

1. Introdução

Faltam professores em todos os níveis no Brasil: desde a Educação Infantil até o Ensino

Médio. O déficit atual chega a quase 300 mil professores, em torno de 15% do total das

salas de aula, segundo dados da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de

Educação (CNE) (Cne, 2012). Na área de exatas, esse déficit relativo é ainda maior. As

perspectivas para a solução deste problema não são muito animadoras: a Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (Capes, 2014) do

Ministério da Educação (MEC) indica que, nos últimos 15 anos, as universidades

formaram 110 mil professores de matemática, entretanto, desse total, apenas 43 mil

estão em sala de aula.

As razões para que esse contingente de licenciados não esteja nas salas de aula são

muitas! Vão desde a desvalorização da carreira até a insegurança de que a universidade

não lhes subsidiou para desenvolver, junto aos alunos, os conteúdos de matemática

correspondentes a cada ano de escolaridade.

Para amenizar essa situação crítica, o MEC tem desenvolvido várias políticas públicas.

Entre elas, destacamos a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A UAB consiste num sistema de âmbito nacional de ensino superior à distância que

conta com a participação de Instituições públicas de educação superior em parceria com

Estados e Municípios.

Os números do Censo do Ensino Superior (INEP) (Inep, 2013) mostram a crescente

importância da Educação a Distância (EAD) para a formação dos professores no Brasil.

Entre 2011 e 2012, o número de matrículas avançaram 12,2% nos cursos a distância e

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apenas 3,1% nos cursos presenciais; um grande número dos matriculados no ensino

superior a distância cursa licenciaturas (40,4%).

A EAD possibilita que seu aluno consiga desenvolver grande parte de suas tarefas

mediadas pelas tecnologias da informação, sem a necessidade de se deslocar

diariamente para uma sala de aula. A possibilidade de cursar uma licenciatura sem

deixar de trabalhar ou mudar de cidade tem sido a principal justificativa para que

professores se tornem alunos.

Este trabalho se propõe a apresentar um panorama da EAD no Brasil, o sistema UAB

ressaltando seus impactos na formação de professores e, concluindo, relatar a

experiência de duas instituições de ensino públicas do Brasil que fazem parte do sistema

UAB na formação de professores de Matemática à distância, apresentando dados e

informações.

2. Educação a Distância no Brasil

A educação a distância - EAD, é ofertada no Brasil desde o século XIX, mas somente

nas últimas décadas assumiu o status que a coloca hoje no auge das atenções

pedagógicas de um número cada vez maior de países. A urgência da universalização da

formação no ensino superior, o imperativo da atualização permanente, a necessidade

crescente de habilitações específicas, a impossibilidade de situar uma sala de aula, com

todo o seu entorno pedagógico, profissional e financeiro, em cada lugar onde muitos

querem e precisam aprender, constituem um conjunto complexo e inesgotável de

exigências para a educação a distância.

O desenvolvimento tecnológico recente possibilitou que sejam desenvolvidas

tecnologias e metodologias cada vez mais sofisticadas que permitem criar ambientes

particularmente propícios para as atividades de ensino e aprendizagem.

No Brasil a EAD surge em 1904 com o ensino por correspondência, ofertado por

instituições privadas em cursos da educação não formal, com ênfase principalmente em

cursos profissionalizantes em áreas técnicas.

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No período entre 1922 e 1925, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro utiliza a

radiodifusão como forma de ampliar o acesso à educação. E, em 1939 a EAD por

correspondência teve o seu ápice, com a criação do Instituto Monitor e do Instituto

Universal Brasileiro em 1941. A partir deste período surgiram outras instituições que

utilizaram a correspondência e o rádio para estruturar sua metodologia para a EAD,

entre eles o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) em 1946 e a

Fundação Padre Landell de Moura em 1957.

Na década de 60 a Universidade de Brasília (UnB) faz a iniciação do uso da Tecnologia

Educacional com utilização do ensino programado e individualizado no ensino superior.

Mais tarde, nas décadas de 70 e 80 com o advento da televisão no Brasil, instituições

privadas e organizações não governamentais iniciam a oferta de cursos supletivos à

distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite ou canal aberto de TV,

complementadas por materiais impressos, dando assim, o início da maior expansão da

modalidade de EAD, começando a ser construído um novo cenário, a princípio um

pouco confuso, mas que fica mais claro nas décadas seguintes.

A maioria das Instituições de Ensino Superior mobiliza-se para a EAD com o

desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação e de informação

principalmente na década de 90, com a expansão destas tecnologias e mais

especificamente da Internet no ambiente universitário.

A primeira referência a EAD na legislação brasileira se deu com o advento da Lei nº

9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB), aprovada em, de 20 de dezembro

de 1996 que traz no seu artigo 80 que “o Pode Público incentivará o desenvolvimento e

a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de

ensino, e de educação continuada” (Brasil, p.15, 1996).

A criação desta regulamentação e a inclusão nas disposições transitórias dos itens da

chamada “década da educação” que entre outras providências, determinava que até o

ano de 2011 todos os professores que atuassem em sala deviam possuir licenciatura,

fomentou na época, o início dos primeiros programas formais de uso de EAD para a

formação em serviço de professores da rede pública em alguns estados, bem como, a

utilização de ambientes virtuais para a oferta de cursos livres (extensão) e de pós-

graduação lato sensu.

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A regulamentação do artigo 80 foi feita em 1998 pelo decreto 2.494/98, somente após

esta é autorizado o primeiro curso de graduação de EAD, porém em caráter

experimental, oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e dirigido

para a formação em nível superior de professores da rede pública.

A legislação foi evoluindo e permitindo o desenvolvimento de uma ampla gama de

documentos que abordaram as especificidades da modalidade e também definiram os

instrumentos de acompanhamento do Ministério de Educação para avaliação,

autorização e funcionamento desta modalidade de ensino e aprendizagem. Destaca-se a

criação dos referencias de qualidade para EAD disponíveis no site do Ministério da

Educação (MEC) no ano de 2002, este documento foi fruto de um amplo debate com a

comunidade, transformando-se em um guia em prol da qualidade da EAD.

A entrada do século XXI foi marcada com amplos debates sobre a EAD, pelo fato de já

existir uma massa crítica fruto das experiências publicas e privadas que acabaram por

gerar um grande volume de publicações nos congressos específicos de EAD, bem como

no meio acadêmico em geral, demonstrando que esta modalidade de educação esta em

franca expansão e criação do seu referencial científico.

Uma revisão na regulamentação da EAD no Brasil foi realizada na primeira metade da

década deste século, enfatizando grandes mudanças na forma de regularização e

avaliação das Instituições e cursos ofertados. Damos ênfase ao Decreto nº 5.622, de 19

de dezembro de 2005 que, regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional e que, revogou o Decreto nº

2.494/1998. Ao Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006 que, dispõe sobre o exercício

das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e

cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Ao Decreto

nº 6.303, 12 de dezembro de 2007 que, altera as competências das secretarias do MEC,

em especial repassa para a Secretaria de Educação a Distância (SEED) todas as

competências para os processos de credenciamento em EAD, autorização,

reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos superiores em educação a

distância e a Portaria MEC nº 2.201/ 2005 que, apresenta um tratamento mais ágil para

o credenciamento de instituições públicas de ensino superior para oferta de educação a

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distância, em uma ação de indução aos programas ministeriais de formação de

professores, em especial ao “Pró-Licenciatura”, coordenado pela SEED.

Todo este desenvolvimento ainda não tinha sido suficiente para demonstrar a uma

parcela da comunidade educacional, que considerava esta modalidade de ensino

diminuída ou sem qualidade, que a realidade era outra. Porém, os resultados do Exame

Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), as instituições de Educação a

Distância tem conquistado melhor rendimento ao se comparar com as instituições

presenciais. A EAD tem sido considerada sinônimo de qualidade e modernidade de

ensino, em decorrência da utilização de diversas ferramentas de apoio ligadas as novas

Tecnologias de Informação e Comunicação.

No ENADE de 2010, a maior nota obtida foi de um aluno matriculado em um curso a

distância e a média geral das notas dos alunos EAD foi maior do que a dos presenciais.

Para consolidar a EAD no Brasil, foi necessário um trabalho ainda mais efetivo por

parte do Ministério da Educação que entre os anos de 2007 a 2009 enfatizaram a revisão

dos Referenciais de Qualidade e a criação de diversas Portarias Ministeriais, apontando

procedimentos e critérios que normatizaram a regulamentação e avaliação desta

modalidade de ensino no país.

Ainda, recentemente uma reestruturação no órgão que regulamenta e supervisiona a

EAD no Brasil foi realizada. Essa responsabilidade foi repassada à Secretaria de

Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) que regulamenta e

supervisiona instituições públicas e privadas de ensino superior e cursos superiores de

graduação do tipo bacharelado, licenciatura e tecnológico, na modalidade presencial ou

a distância. E ainda, criou o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação

Superior (INSAES) que, faz a gestão de todo o processo avaliativo através do Projeto de

Lei nº 4.372/2012.

Atualmente, a compreensão de que é necessário atuar nesta modalidade já é um

pensamento determinante tanto nas Instituições de Ensino Superior (IES) públicas como

instituições privadas, que têm investido fortemente na Educação a Distância. Isto pode

ser verificado pelo grande número de IES credenciadas pelo Ministério da Educação

para oferecer cursos à distância.

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2.1 Dados da EAD no Brasil

Os dados referentes à Educação a Distância no Brasil apresentados neste trabalho, tem

como fonte o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira –

INEP, órgão oficial do Brasil para coleta e apresenta dados referentes à educação, seja

ela presencial ou na modalidade à distância que objetiva retratar a educação superior

brasileira, disponibilizando informações para a sociedade em geral, incluindo gestores,

pesquisadores, administração pública, além de organismos internacionais.

Os dados mais recentes que foram divulgados pelo INEP (2013) foi feito através de um

censo apresentam elementos e informações com referência ao ano de 2012 que,

mostram grandes avanços no sentido de maior democratização do acesso à educação

superior à distância.

Atualmente o Brasil tem 2.365 Instituições de Ensino Superior, das quais 284 são

públicas e 2.081 privadas. Nesse número, 190 são universidades, 131 centros

universitários, 2.004 são faculdades e 40 Institutos Federais (IFS) e Centros Federais de

Educação Tecnológica (CEFETS) que oferecem ensino presencial e à distância.

Em 2012, totalizou 7.037.688 alunos matriculados em cursos de graduação. Deste

número, 5.923.838 alunos estão matriculados no ensino presencial e 1.113.850 na EAD

que, corresponde a 15% das matrículas no ensino superior do país.

Gráfico 1: Evolução do número de matriculados EAD no Brasil

Fonte: INEP (2013)

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Dos alunos matriculados no ensino superior a distância, 72% estudam em universidades

e a maioria (40,4%) cursa licenciatura. Os que optaram por bacharelados são 32,3%, e

por cursos tecnológicos, 27,3%.

Mesmo assim, apesar do número considerável de alunos matriculados nos cursos de

licenciaturas na modalidade EAD, o censo de 2012 confirmou um cenário preocupante.

Os cursos destinados à formação de professores para as próximas gerações, não

acompanharam a tendência de expansão e ficaram estagnados.

2.2 A EAD pública no Brasil

O expressivo aumento da EAD no ensino superior na última década no Brasil se deve

principalmente pela oferta de cursos por instituições privadas. Porém, a necessidade de

educação superior gratuita e de qualidade no Brasil e a formação de professores, fez

com que o Ministério da Educação - MEC trabalhasse fortemente em políticas públicas

para a ampliação e organização desta modalidade de ensino.

O Ministério da Educação, criou em 1996 a Secretaria de Educação a Distância (SEED),

que, tinha como objetivo desenvolver programas que incentivavam a implantação de

infraestrutura tecnológica nas escolas públicas, bem como, a regularização e

acompanhamento da EAD no país.

Um dos primeiros programas desenvolvido pela SEED foi o Proformação, um curso à

distância, em nível médio, com habilitação para o magistério na modalidade Normal,

realizado pelo MEC em parceria com os estados e municípios que capacitou 30 mil

professores.

No ano de 2000 foi criado da Universidade Virtual Pública do Brasil

(UNIREDE), consórcio formado inicialmente por 70 instituições públicas de ensino

superior, com o propósito de democratizar o acesso ao ensino superior por meio da

educação a distância.

A SEED através da UNIREDE, desenvolveu o curso de extensão a distância “TV na

Escola e os Desafios de Hoje”, destinado a capacitar os docentes no uso crítico e

criativo da TV, do vídeo e de outras tecnologias audiovisuais, atendendo a 110 mil

professores e gestores.

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Parcerias notáveis entre o Poder Público estadual e municipal criaram no Estado do Rio

de Janeiro, o Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro -

CEDERJ que, reuniu seis universidades públicas no estado. Outro exemplo de parceria

é o Projeto Veredas, da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, com

instituições, públicas e privadas, articuladas à oferta de graduação à distância em

Pedagogia.

Dentre muitas ações e programas que desenvolveram e promoveram a inclusão digital

da sociedade brasileira e a melhoria da educação do país, desenvolvidas pela SEED,

destaca-se a oferta de ensino superior à distância, por meio do Sistema Universidade

Aberta do Brasil (UAB).

2.3 Universidade Aberta do Brasil (UAB): política para formação de

professores

A Universidade Aberta do Brasil, criada no ano de 2005 consiste num sistema nacional

de ensino superior à distância que conta com a participação de instituições públicas de

educação superior e em parceria com Estados e Municípios. A prioridade da UAB é

oferecer formação inicial de professores em efetivo exercício da educação básica

pública que ainda não têm graduação, porém, também oferece cursos superiores para

população que têm dificuldades de acesso à formação universitária. Tem como

objetivos: Ampliar o acesso à educação superior pública, em especial nas regiões

remotas do Brasil; Induzir e fomentar nas instituições públicas de ensino superior a

educação a distância, a pesquisa e produção de inovações e Promover a formação inicial

e continuada de professores da educação básica.

A UAB não é uma nova universidade pública, mas é a articulação formada a partir das

instituições públicas já existentes para a formação superior de professores, com base na

modalidade de EAD. Participam desta articulação três atores principais: o primeiro

deles é o responsável pela criação e manutenção dos polos, tipicamente são as

prefeituras, mas temos alguns exemplos de governos estaduais que desempenham este

papel. O segundo ator são as Instituições Públicas de Ensino Superior (IES) que, são

responsáveis por ministrar os cursos nos polos. Normalmente um polo recebe curso de

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mais de uma IES. O terceiro ator é o MEC, responsável pela articulação, financiamento,

acompanhamento e avaliação.

A figura 1 exemplifica o funcionamento da UAB exemplificando os polos e as

instituições que oferecem os cursos.

O que é um polo de apoio presencial UAB?

Os polos de apoio presencial são as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino superior no âmbito do Sistema UAB. Mantidos por Municípios ou Governos de Estado, os polos oferecem a infraestrutura física, tecnológica e pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos a distância.

O polo de apoio presencial também pode ser entendido como "local de encontro" onde acontecem os momentos presenciais, o acompanhamento e a orientação para os estudos, às práticas laboratoriais e as avaliações presenciais.

O objetivo dos polos é oferecer o espaço físico de apoio presencial aos alunos da sua região, mantendo as instalações físicas necessárias para atender aos alunos em questões tecnológicas, de laboratório, de biblioteca, entre outras (UAB, 2014).

Figura 1: Funcionamento da UAB

Fonte: UAB (2014)

A estratégia do MEC foi desenvolver as parcerias com as Instituições Federais de

Ensino Superior (IFES) a partir do primeiro edital que, foi lançado em dezembro de

2005. Este edital tinha por objetivo o envio de propostas de oferta de cursos de

educação superior pelas IFES e, pelo outro lado, aos municípios e governos de Estado

para o envio de propostas de criação e manutenção de polos de apoio presencial.

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Posteriormente foram lançados novos editais buscando a ampliação da rede de

Instituições e polos de apoio presenciais, bem como, o aprimoramento da infraestrutura

física e de recursos humanos destes.

A concessão dos auxílios através de editais procurou contemplar a demanda expressa

pelos solicitantes e também induzir a expansão, atendendo critérios geográficos,

econômicos e suprindo a necessidade por qualificação.

Segundo dados do SISUAB (plataforma de suporte para a execução, acompanhamento e

gestão de processos da Universidade Aberta do Brasil) a UAB possui 2.190 polos de

apoio presenciais (ativos) em todo o território nacional, através de acordo operacional

com Instituições Públicas de Ensino Superior, sendo Universidades Federais,

Universidades Estaduais e Institutos Federais de Educação Tecnológica (Uab 2014).

Para a consolidação do sistema UAB, em 2007 foi criado a Lei 11.502 com

complementações em 2009 e 2011, que modificou a estrutura organizacional da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), permitindo

uma maior institucionalização da UAB e consequentemente maior autonomia e

infraestrutura, com isso, a UAB expandiu sua área de atuação e está atuando no país de

Moçambique.

A Diretoria de Educação a Distância da CAPES é hoje responsável pela coordenação de

vários projetos para a formação de professores se utilizando da EAD, além da UAB. Em

particular, no contexto deste evento, destacamos o PROFMAT, que é um programa de

Mestrado Profissional em Matemática a distância, integrado por Instituições de Ensino

Superior participantes da UAB (Capes, 2014).

2.4 UAB além das fronteiras do Brasil

A UAB não se restringiu apenas ao Brasil, no ano de 2011 as cidades moçambicanas de

Maputo, Beira e Lichinga, receberam quatro cursos de graduação à distância. A

iniciativa do governo brasileiro atende a um dos dispositivos do Acordo de Cooperação

Cultural celebrado entre os dois países em julho de 1991. Ingressam na formação 630

estudantes nos cursos de pedagogia, matemática, biologia, e administração pública.

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A graduação de professores e a qualificação de quadros técnicos do governo de

Moçambique estão sendo desenvolvidas pelas universidades federais de Juiz de Fora -

UFJF, de Goiás - UFG, Fluminense - UFF e do Rio de Janeiro - UNIRIO, filiadas à

Universidade Aberta do Brasil e integrantes do Programa Nacional de Formação de

Professores da Educação Básica (PARFOR) do Ministério da Educação.

3. Licenciatura em Matemática à distância no Brasil

Os primeiros cursos de formação de professores em matemática, em termos de

licenciatura, surgiram no Brasil nos anos 30 (séc. XX) de lá, até os dias atuais muito

tem se discutido e desenvolvido em prol da formação docente.

Políticas públicas como a UAB, se apresentam como uma alternativa para o incentivo

na formação de docentes em matemática para tentar suprir um deficit apontando como

“apagão” de profissionais, principalmente na Educação Básica da rede pública no

Brasil.

A oferta do curso de Licenciatura em Matemática através da UAB, teve início no ano de

2005 e já foram ofertadas mais de 40.000 vagas sendo que, atualmente possui 15.281

alunos matriculados em mais de 1.000 polos de apoio presenciais distribuídos em 39

Instituições de Ensino Superior em todo o território brasileiro.

Objetivando apresentar o funcionamento da oferta do curso de Licenciatura em

Matemática, bem com os dados desta, vamos compartilhar a experiência de duas IFES

que fazem parte do sistema UAB e que, possuem experiência na formação docente na

modalidade EAD.

3.1 Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora é uma IFES pública, localizada na cidade de

Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais. Fundada em 1960, a UFJF oferece hoje 51 cursos

de graduação, 43 cursos de especialização, 33 mestrados e 15 doutorados, totalizando

mais de 19.000 alunos. Integra ainda à Universidade, o Colégio de Aplicação e o

Hospital Universitário.

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Além dos cursos de graduação e de pós-graduação presenciais, a Instituição atua com

cursos na modalidade de EAD, visando a universalização e democratização do acesso

ao conhecimento, através do sistema UAB.

São ofertados na modalidade à distância sete cursos de graduação, sendo um

bacharelado e seis licenciaturas, além de seis especializações e dois cursos de

aperfeiçoamento, totalizando 6.600 alunos (Ufjf, 2014).

O curso de Matemática é uma das licenciaturas ofertadas na modalidade EAD. Teve

início no ano de 2008 em 12 polos diferentes. Possui periodicidade de oferta a cada

dois anos com um número de 240 vagas (por oferta) distribuídas por turmas nos polos

definidos e aprovados pela coordenação do curso, conjuntamente com o Centro de

Apoio de Educação a Distância - CEAD da UFJF e CAPES.

Desde seu início, a Licenciatura em Matemática da UFJF ofertou 1.200 vagas em 12

polos, sendo que possui atualmente 229 alunos matriculados e já formou 32.

O Curso possui estrutura curricular com 2.910 horas/aula, compreendendo em 1.890

horas de conteúdos específicos, 420 horas de prática como componente curricular, 400

horas de estágio e 200 horas de aproveitamento de estudos, e visa a diplomação dos

alunos após o cumprimento das exigências da proposta curricular, baseada em uma

duração de 8 semestres letivos ou 4 anos.

A metodologia do curso conta com: atividades presenciais obrigatórias (avaliação

presencial e palestras ou aulas de exercícios) que, ocorrem preferencialmente aos

sábados e atividades a distância que, são apoiadas no ambiente virtual Moodle. Uma

vez por semestre são oferecidas, de modo presencial, palestras ou aulas de exercícios de

disciplinas selecionadas, preferencialmente as que apresentam uma maior dificuldade

por parte dos alunos.

Para cada disciplina, são oferecidas duas avaliações presenciais (AP1 e AP2), no valor

de 40 pontos cada e o restante do processo avaliativo ocorrerá a distância (AD), no

valor total de 20 pontos, a critério do professor. No total de 100 pontos, o aluno que

alcançar nota inferior a 60 pontos será reprovado na respectiva disciplina. Por avaliação

presencial, entende-se aquela realizada na presença de um representante da UFJF no

local de sua realização.

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O aluno que tiver direito a avaliação de segunda chamada, após o deferimento do

devido requerimento, a fará no próprio polo no caso em que a justificativa comprovada

for de natureza médica (ou seja, por problemas de saúde). O aluno sem justificativa

médica poderá ter que realizá-la fora de seu polo, ou seja, em outro polo ou na própria

UFJF.

O material didático que compõem o curso é gerenciado pelos professores e procura

explorar todas as possibilidades de mídias digitais e impressas. O material impresso das

disciplinas (apostilas) que, formão a base para exposição de conteúdos e reflexões sobre

os objetivos, são desenvolvidos por instituições parceiras da UAB e utilizadas pelo

curso.

Para o acompanhamento do aluno, o curso disponibiliza em cada disciplina: um

professor, tutores à distância e presenciais, além da estrutura de secretaria, coordenação

e apoio EAD, pedagógico e tecnológico.

3.2 Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais, foi criada em 1927 e está situada na cidade de

Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. A UFMG oferece atualmente 75

cursos de graduação, 76 cursos de especialização, 72 mestrados e 62 doutorados,

totalizando 32.000 alunos.

Além dos cursos presenciais, a UFMG também oferta a modalidade de EAD e faz parte

do sistema UAB. São ofertados 5 cursos de graduação, sendo 1 bacharelado e 4

licenciaturas, além de 4 especializações e vários cursos de aperfeiçoamento e

atualização totalizando 2.379 alunos (Ufmg, 2014).

A licenciatura em matemática é um dos cursos ofertados no sistema UAB e teve início

no ano de 2009 com a oferta inicial de 200 vagas distribuídas em 4 polos de apoio

presenciais. Novas ofertas foram feitas nos anos seguintes, totalizando desde seu início

um número de 788 vagas. Hoje a instituição atuam em 8 polos, possui 269 alunos

matriculados e já formou 2.

A estrutura curricular do curso é composta por uma carga horária de 3.150 horas, tem a

duração de quatro anos e meio ou 9 semestres, compreendendo 2.040 horas de

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conteúdos específicos, 870 horas de estágio e práticas pedagógicas e 240 horas de

aproveitamento de estudos.

O curso possui momentos presenciais e a distância. Os momentos presenciais são

organizados pela coordenação do curso. Os alunos participam de atividades

programadas de acordo com os objetivos do curso: plantões pedagógicos,

videoconferências, fóruns de discussão e avaliações da aprendizagem. As aulas são

transmitidas por videoconferência semanalmente (aos sábados) para os polos de apoio

presenciais, onde os alunos se encontram, assistem as aulas e podem em tempo real

conversar com os professores que ficam na sede da UFMG.

Os plantões pedagógicos presenciais são realizados pelos tutores locais (polos) que,

disponibilizam horários semanais para atendimento personalizado ou em pequenos

grupos aos alunos.

Além das aulas por videoconferência, o curso disponibiliza material impresso

(fascículos, livros e artigos), desenvolvido pelos professores da UFMG, material digital,

vídeos disponibilizados pelo ambiente virtual Moodle.

A avaliação do aluno é realizada em três etapas: 1) atividades de autoavaliação que se

encontram no material didático, sendo uma forma de auto-observação e de

autoconhecimento, elas permitirão que o aluno avalie o seu progresso; 2) trabalhos

práticos frequentes que correspondem a cerca de 20% da nota do aluno. Neste trabalhos

o aluno é auxiliado pelo tutor presencial. Os trabalhos são entregues no ambiente virtual

Moodle do curso e corrigidos pelos tutores a distância ou professor da disciplina que

dão um retorno para o aluno acerca dos ponto que devem ser melhorados; 3) atividades

avaliativas presenciais que correspondem a cerca de 80% da nota da disciplina, nas

disciplinas de matemática. Estas avaliações são elaboradas na UFMG e aplicadas pelos

tutores a distância que se deslocam aos polos para isto. Elas são corrigidas e pontuadas

pelos tutores a distância/professores em Belo Horizonte.

Para ser aprovado numa disciplina ou atividade do Curso, o aluno deve obter média

mínima 60 pontos como valoração final de desempenho. O aluno que não obtém 60

pontos é submetido a uma nova avaliação (exame especial), conforme previsto nas

Normas Acadêmicas da Graduação da UFMG.

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O aluno é acompanhado por uma equipe composta de professor especialista da

disciplina, tutores á distância e presenciais, além da estrutura de secretaria, coordenação

e suporte EAD, pedagógico e tecnológico da instituição.

3.3 Considerações sobre as experiências apresentadas

A partir das informações das instituições sobre a oferta do curso de Licenciatura em

Matemática na modalidade EAD através do sistema UAB, ó possível observar de forma

clara que cada uma delas possui diferenças, principalmente na estrutura curricular,

metodologia e material didático, com isso, é possível verificar que cada uma delas

possui total autonomia na forma de oferta do curso.

No Brasil, as estruturas curriculares seguem normas e conteúdos estabelecidos pela Lei

de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a partir disto, cada instituição é livre para

incluir novos conteúdos e cargas horárias complementares. Da mesma forma, ao se

tratar da modalidade de educação a distância. A CAPES, órgão que regulamenta esta

modalidade de ensino, estabelece normas e padrões mínimos que as instituições devem

seguir e a partir destas, cada uma fica livre para o uso criativo de recursos pedagógicos

e tecnológicos que, sejam mais adequados à metodologia aplicada.

Ao analisar as duas instituições, notoriamente a UFMG possui uma estrutura de cursos e

alunos maior que a UFJF, porém o número de vagas ofertadas do curso de Licenciatura

em Matemática pela UFJF é maior. A definição de vagas não baseia-se exclusivamente

na estrutura de cada instituição, mas sim, nos objetivos que cada uma delas possui em

relação a oferta de cursos na modalidade EAD e ainda, na estrutura disponibilizada para

o atendimento aos polos de apoio presenciais que se encontram distantes da cidade sede

de cada instituição, incluindo corpo docente, número de tutores e equipe técnica

administrativa destinadas para cada oferta.

O papel da UAB neste sentido é de fomentar a democratização da formação de docentes

em matemática e de garantir suportes financeiros, assegurando que estes sejam

aplicados exclusivamente na formação de docentes e na qualificação dos que já estão

atuando em sala de aula.

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A UAB ao fazer as parcerias com as instituições de ensino no Brasil, conhece a respeita

as especificidades de cada uma delas, bem como, da região em que estas estão inseridas.

Pois num país de dimensões imensas como o Brasil, é impossível ofertar um curso com

um mesmo formato, porque existem diferenças socioculturais e estas devem ser

observadas.

4. Conclusões

O crescimento do ensino superior no Brasil demonstra o grande avanço no setor

educacional que estamos vivendo. Apesar da enorme extensão territorial do nosso país,

os investimentos e a persistência por um ensino de qualidade e gratuito faz com que

possamos comemorar uma das melhores fases da “era da educação”.

A atual configuração do ensino superior comprova que a modalidade de EAD é a

possibilidade mais adequada e viável para atingir o grande número de pessoas que

querem e necessitam de um curso superior. Bem como, para a democratização e a

inclusão social de milhões de brasileiros que estão hoje à margem da exclusão.

O modelo da UAB é um exemplo concreto de que o ensino superior à distância é

possível. A união de esforços emanada por um grupo de instituições e poder público

neste programa, concretiza o objetivo da democratização do ensino superior público e a

melhoria constante da educação no país.

Como resultado desta grande política pública na formação de professores na

modalidade à distância, que é a UAB, destacamos o crescimento na formação de

professores, a melhora na qualidade da educação no país e o estabelecimento de uma

forte referência de qualidade para a educação a distância no Brasil. A UAB agrega

credibilidade a esta ainda recente modalidade de ensino, provocando uma reavaliação

de conceitos pré-concebidos pelo imaginário popular. E, os resultados deste grandioso

projeto já podem ser percebidos, muitos egressos que já eram docentes aperfeiçoaram

sua atuação profissional e hoje colaboram com a melhoria da qualidade da educação no

Brasil.

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Cabe ressaltar que, a UAB além dos benefícios inerentes à população, se apresenta com

um referencial de estrutura e de qualidade em EAD para as demais IES dos pais,

contribuindo assim, com o desenvolvimento desta modalidade de ensino.

A UFJF e a UFMG como parte integrantes do sistema UAB, mesmo com suas

especificidades, colaboram de forma ativa na formação do docente em matemática.

5. Referências bibliográficas

Brasil (1996). LDB: Lei de Diretrizes e Bases. Brasil.

Capes (2014). Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Acessado em 10 janeiro, 2014, em http://www.capes.gov.br/.

Cne (2012). Conselho Nacional de Educação: Câmara de Educação Básica. Acessado em 05 janeiro, 2014, em http://portal.mec.gov.br/cne/.

Cunha, L. A. (2003). Ensino Superior e universidade no Brasil. In: Lopes, E. M. T.; Filho, L. M. F. e Veiga, C. G. 500 anos da educação no Brasil. 3 edição. Belo Horizonte. Editora Autentica.

Inep (2013). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Acessado em 10 janeiro, 2014, em www.inep.gov.br.

Mec (2013). Ministério da Educação. Acessado em 10 janeiro, 2014, em www.mec.gov.br.

Teatini. J. C (2012). Gestão e Políticas em EAD no Sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB. IV SEPEaD. UFSC. Florianópolis – SC.

Uab (2014). Universidade Aberta do Brasil. Acessado em 05 janeiro, 2014, em www.uab.mec.gov.br.

Ufjf (2012). Projeto pedagógico Licenciatura em Matemática – modalidade à distância. Juiz de Fora. UFJF.

Ufjf (2014). Curso de Licenciatura em Matemática – UFJF. Acessado em 15 fevereiro, 2014 em http://www.ufjf.br/mat/.

Ufmg (2012). Projeto Pedagógico Licenciatura em Matemática – modaliade à distância. Belo Horizonte. UFMG.

Ufmg (2014) Curso de Licenciatura em Matemática – UFMG. Acessado em 20 de fevereiro, 2014, em http://www.mat.ufmg.br/ead/.