FORMAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE

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Um livro prática que aborda de maneira clara e objetiva alguns importante aspectos da docência.

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Formação e Profissionalização

Docente

Joana Paulin Romanowski

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Sobre a autora:O Joana Paulin Romanowski

O Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (1972), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (1985) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PPGE e colaboradora no Centro Universitário UNINTER, professora aposentada pela UFPR e da Educação Básica - PMC. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Práxis Educativa - Dimensões e Processos. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, didática, ensino superior, educação e curso de pedagogia. Coordenadora do GT 08 - Formação de professores, editora das revistas Diálogo Educacional - PUCPR, Intersaberes- UNINTER . Membro do Comitê Assessor de Área - Fundação Araucária - 2013/15.Membro do Comitê Científico da ANPEd - 2008/2010. Membro do Comitê PIBIC/PUCPR(desde 2003); FURB ;UFPR; parecerista ad doc de periódicos da área, e parecerista de Fundação de Fomento em Pesquisa - (Araucária/PR; Sergipe; Santa Catarina).

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Sobre o livro:O Mostrar os

mecanismos da educação.

O 3ª edição pela IBPEX

O 195 páginasO Reimpresso em

2008 e feito o depósito legal.

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ApresentaçãoO Papel da escola: Possibilitar o acesso ao

conhecimento e transmiti-lo. Alfabetizar, diplomar e tornar o

cidadão culto. Responsável por preparar mão-de-

obra necessária para o desenvolvimento industrial e tecnológico.

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ApresentaçãoO Quadro atual da

educação: Instalações físicas,

recursos materiais pedagógicos e informacionais, bibliotecas, laboratórios e mobiliário.

Fragmentação e instabilidade dos currículos.

Pouco investimento Desvalorização dos

profissionais da educação.

Condições precárias

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Profissão de ProfessorO EducaO Profissional do ensinoO Promover a humanização das crianças,

dos jovens e de si mesmo.O Identidade a ser construídaO Envolve sentimentos = gostar do que fazO Ter compromisso; cientificidade.O Coletividade, competência e

comunicabilidade.O AutonomiaO Autorregulado

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Profissão de Professor

OAutônomo ou autorregulado?

“[...] políticas governamentais, tanto na esfera federal como nos demais níveis, não contemplam a carreira e a profissionalização dos professores nas condições desejáveis.”(ROMANOWSKI, 2007, p. 27)

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Evolução da profissão docente

O Egito Antigo: Uso do discurso Preparar dirigentes para serem os

futuros membros dos conselhos.O Grécia Antiga/ Roma: Para serem cultos Para compor poemasO Idade Média: Formar o cristão

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O Reforma religiosas do séc. XVI Ensino coletivo Um só professor Conteúdos religiosos substituídos por

conteúdos patrióticos.O Contrarreforma Catequizar e propagar o catolicismo. Criação do Ratio Studiorum.O Revolução Francesa, séc. XVII A educação passa a ser função do Estado. Voltada para a formação dos cidadãos. Os professores passam a ser

profissionais.

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O Revolução Industrial A educação passou a ser solicitação

de todos havendo necessidade de aumento no número de professores.

O Brasil Reformas por Marquês de PombalCriação das escolas públicasCriação das “aulas-régias”. 1835 -> criação da primeira Escola

Normal. Colégio D. Pedro IIPreparava para o ensino superiorProfessores nomeados

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Zona ruralEscolas criadas e mantidas pelos

fazendeiros.Professores sem formação adequada. Método Lancaster -> 1827 Manifesto de 1932Criação de um sistema de ensino laico,

público e para todos. Ditadura, 1960 – 1980Departamentalização universitáriaLicenciaturas curtasEnsino profissionalizante no 2º grau.O professor vira um “técnico do ensino”.

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Dos anos 90 aos dias atuais:Mais do que fazer -> criarMaior titulaçãoCursos de aperfeiçoamento

e de pós-graduação.Participação em programas

de formação continuada.Jornada de trabalho X

investimento na formação.

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Valorização profissionalO Jornada de trabalhoO Quantidade de turnosO Remuneração As políticas de centralização fazem com que

os professores percam a autonomia no seu trabalho, havendo portanto desqualificação, desprofissionalização e desvalorização.

O uso de manuais didáticos, recursos tecnológicos e as mídis contribuem para a desvalorização do profissional. A aula torna-se um fazer sem reflexão e interação.

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Contribuem para o desprestígio social dos professores:

1. Os baixos níveis de titulação2. A falta de rigor na exigência de requisitos para a

docência.3. O controle sobre recrutamento, formação e

títulos.4. O corporativismo5. Manutenção de práticas desatualizadas.6. Baixos níveis salariais’7. A aceitação de condições desfavoráveis para

manter o emprego.8. O aumento de contratos temporários9. A desarticulação da organização sindical.

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SoluçõesO Condições escolares adequadasO Profissionalização do professorO Democratização da gestão de política educacional.O Articulação entre os órgãos governamentais e

sociedade civil.O Avaliação permanente.O Participação das comunidades na gestão escolar

de maneira ativa.O Horas de trabalho em classe e no preparo das

aulas.O Atualização e autonomia para decisões em aula.O Dignidade, reconhecimento e boa remuneração.

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Práticas e saberes docentesOPráticas

OTradicional Transmissão do conhecimento pelo professor e

assimilação dos alunos. Aulas expositivas Perguntas do tipo “disserte sobre”, “o que é?” Relação entre professor e alunos = autoritária Aulas com poucas perguntas e alunos em

silêncio.

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OTecnicistaDomínio da disciplina ensinadaFormar o profissional para o

mercado de trabalho.A avaliação é feita através de

testes padronizados e caso o desempenho testado tenha sido insuficiente é realizado o reforço e feita nova avaliação.

O professor recebe manuais de ensino e um planejamento pronto para aplicar em sala de aula.

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OEscola NovaPromover a aprendizagem de modo ativo,

o professor faz papel de mediador e também é considerado aprendiz.

O método de ensino é a problematização para que o aluno desenvolva sua cognição.

OSocioculturalReflexão para a reconstrução ou

transformação social.Tem um enfoque crítico e requer

participação e envolvimento de forma coletiva

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SaberesO Advém: Do conhecimento a ser ensinado; Dos manuais didáticos; Da troca de experiências com profissionais da

educação; Da interação com os alunos; Dos estudos realizados em curso.O Saberes da experiência -> adquiridos durante a

prática.O Saberes pedagógicos -> resultantes do

conhecimento da didática, da psicologia da educação, da sociologia da educação e das demais ciências educacionais.

O Saberes específicos -> referente aos conteúdos disciplinares.

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Implicações encontradas pela prática pedagógica:

O Inclusão de portadores de necessidades especiais.

OComo desenvolver o processo de alfabetização.

OAvaliação da aprendizagem.ODificuldade de aprendizagem.OAfetividadeO Inovações metodológicas.

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Formação inicial do professor: cursos e determinações legais.O Evolução dos cursos de professores no Brasil

O Curso Normal: No Brasil, a primeira Escola Normal foi a da

província do Rio de Janeiro, em 1835. A primeira do Maranhão foi em 1874. Professores eram contratados mais pelo prestígio

social e político do que por sua formação. O curso tinha duração de dois anos e era ministrado

por um ou dois professores para todas as disciplinas. A profissão de docente consistia apenas em concluir

as tarefas propostas pelos manuais.

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Escolas exclusivamente para alunos do sexo masculino.

Reforma de 1920 -> propunha formar crianças e os jovens para a vida urbana e para o trabalho nas novas indústrias. Exigia formação dos professores, ampliação dos Cursos Normais para quatro anos e um novo plano de estudos.

Modelo da Escola Normal perdurou até 1970. 1980 -> magistério ampliado para quatro anos,

surgiam os cursos de licenciaturas e disciplinas voltadas para metodologia do ensino.

1990 -> O curso de Pedagogia assume a docência.

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Os cursos de licenciatura

O Formar professores para disciplinas específicas.O Até 1960 a organização curricular seguia o esquema

“3+1”.O Os cursos de licenciatura existem desde de 1934,

com a criação das primeiras universidades brasileiras.

O O primeiro curso de Pedagogia foi criado em 1939, para formar técnicos em educação. O curso oscila entre ser licenciatura e bacharelado.

O 1990 -> formação do professor reflexivo; expansão dos cursos de licenciaturas no período noturno; tomada de consciência da feminilização do magistério.

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Evolução dos cursos de formação de professores a distância.

O 1904 -> pelas Escolas Internacionais, através de correspondências.

O 1923 -> cursos radiofônicos, pela Rádio Sociedade, Rio de Janeiro.

O 1960 -> os cursos de EaD foram ampliados em diferentes modalidades: por correspondência, radiofônicos e televisivos.

O 1970 -> criação da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT).

O 1976 -> Projeto Logos, habilitar professores leigos utilizando o ensino por módulos impressos com tutorial local, por uma central de atendimentos.

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Em 1995, o MEC cria a Secretaria de Educação a Distância.A modalidade de EaD contribui para a formação em locais distantes dos grandes centros de produção do conhecimento.Na EaD, as equipes de trabalho assumem o caráter multidisciplinar e as funções dos professores são ampliadas, são eles que elaboram as propostas e os materiais de curso.O Decreto 2.494/98, define que a qualificação dos professores de EaD deve seguir a mesmas exigências para a educação presencial.

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Parecer CNE/CP nº21, 6 de agosto de 2001.

O Recomenda que os cursos observem o número de dias letivos, de 200 dias de trabalho acadêmico efetivo.

O Mínimo de 300h de prática de ensino + 1/3 da carga (400h).

O Situa a impossibilidade de graduação menor que três anos e recomenda graduações de no mínimo quatro anos.

O A formação de docentes não pode ficar abaixo de 2.000h.

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Exigências de formação de professor

O Conscientização do potencial da humanidade e do direcionamento da existência para inserção no grupo social.

O Compreensão da construção e reconstrução do conhecimento e de sua aplicabilidade na ação humana.

O CompetênciaO CriatividadeO CriticidadeO Comprometimento éticoO Cooperação

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Objeto de Trabalho

Conhecer

Compreender

Avaliar

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Cognitivo

Social

MotoraCultural

Emocional

Aprendizagem do Aluno

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Formação ContinuadaO “O objeto da formação continuada é a

melhoria do ensino, não apenas a do profissional. Portanto, os programas de formação continuada precisam incluir saberes científicos, críticos, didáticos, relacionais, saber-fazer pedagógico e de gestão; podem ser realizados na modalidade presencial e a distância.” (ROMANOWSKI, 2007, p. 130-131)

O “Seria interessante um tutor, um professor com mais experiência, para desenvolver uma supervisão clínica, apoiando o professor principiante e ajudando-o a encontrar alternativas para atuação em sala de aula.” (ROMANOWSKI, 2007, p. 131)

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Modalidades da formação continuada

OFormais: cursos e programas sistematizados em espaços diferenciados dos locais de trabalho do professor são planejados e estruturados de modo presencial e a distância.

OInformais: situações que ocorrem na ação docente na escola e na sala de aula.

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Divisão da modalidade formal

O Forma universitária: programas e cursos decorrentes da relação formação-formador; transmissão da técnica.

O Forma escolar: são os cursos propostos pelas Secretarias de Educação; podem surgir a partir dos problemas das políticas docentes; cursos teóricos -> mudar a prática existente.

O Forma contratual: realização durante o horário de trabalho por meio de cursos.

O Forma interativo – reflexiva: pesquisa-ação; reflexão na ação; ação; análise da prática.

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Programas de educação continuada

O “ Os maiores problemas e dificuldades na organização da formação continuada incluem falta de verbas, dificuldade para liberação do professor, falta de local, horários incompatíveis, falta de infra-estrutura espacial e didática, falta de articulação entre universidade e escola, desmotivação do professor, dificuldade de avaliar a prática pedagógica. [...]” (ROMANOWSKI, 2007, p. 137)

O Avaliação dos programas de educação continuada:- Propósito do programa

- Mudança na prática pedagógica- Mudança na organização escolar

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Processos de formação de professores

PRÁTICADISPOSIÇÃO

ATITUDE

MENTE ABERTA

RESPONSABILIDADE

ENTUSIASMO

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Reflexão na ação

3 Níveis

3 Formas

3 Dimensões

•Técnica: análise das ações explícitas•Prática: planejamento + ação•Crítica: considerações éticas e políticas

•Introspecção: análise das biografias de professores•Exame realizado: o professor analisa sua prática•Indagação: desvendar situações

•Compreensão da matérias pelos alunos•Interação entre professores e alunos•Relação do professor com a instituição

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Pesquisa -> formação docente

O 1960: Nível mundialO 1980: BrasilO Temas: objetivos da escola; procedimentos de ensino;

avaliação de aprendizagem e a relação professor x aluno.O Objetivos: compartilhar problemas e encontrar alternativasO Opção pela docência:

- Tiveram bons professores- Único curso da cidade- Família de docentes

“[...] A partir de 1995, vem ocorrendo um aumento das pesquisas sobre formação de professores em relação ao início da década, o que indica a preocupação com relação a este tema. [...]” (ROMANOWSKI, 2007, p. 168)

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OTemas mais abordados: formação inicial

OTemas menos abordados: Identidade e profissionalização docente

OTemas não abordados: formação política do professor; condições de trabalhos; associação profissional; salários e carreiras.

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Considerações FinaisO Questões sobre a formação e profissionalização

docente não foram abordadas em sua totalidade porém ele abre espaço para reflexões na área da educação.

O Os programas de formação continuada estão desarticulados e não possuem continuidade.

O “É preciso permanecer na busca da educação como prática social, capaz de contribuir na produção de uma nova sociedade, mais justa, mais humana, mais emancipadora, portanto mais amorosa.” (ROMANOWSKI, 2007, p. 178)

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