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2012FORMANDO:HUMBERTOSANTOSFORMADOR:PAULO RICO
[STC 6 – MODELOS DEURBANISMO E MOBILIDADE]DR 1 – CONSTRUÇÃO E ARQUITECTURA
STC 6 – MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
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ÍndiceÍndice de Ilustrações................................................................................ 4
1. INTRODUÇÃO................................................................................ 5
2. DESENVOLVIMENTO.................................................................... 7
2.1. LOCAIS DE RESIDÊNCIA ....................................................... 7
2.1.1. Descrição do local onde vivo ................................................... 7
2.1.2. Bairros sociais versus condomínios privados .......................... 9
2.1.2.1. Bairro da Bela Vista (opinião de José Charters Monteiro) .... 9
2.1.3. Condomínios Privados ........................................................... 11
2.2. DIFERENÇAS ENTRE CONSTRUÇÕES .............................. 13
2.2.1. Diferenças estruturais ............................................................ 13
2.2.2. Reabilitação de edifícios antigos............................................ 14
2.2.3. Edifícios de arquitetura inovadora.......................................... 16
2.2.3.1. Proteção contra ruído.......................................................... 17
2.2.3.2. Isolamentos......................................................................... 18
2.2.3.3. Tintas .................................................................................. 20
2.2.3.4. Aspiração Central, climatização.......................................... 22
2.2.3.5. Canalizações ...................................................................... 24
2.3. Os diferentes espaços funcionais nos alojamentos das famílias
portuguesas em função de tradições socioculturais......................................... 25
2.3.1. Alojamentos das famílias portuguesas em função de tradições
socioculturais 26
2.4. A diferenciação dos espaços de um alojamento familiar e as
suas necessidades de remodelação consoante o estilo de vida dos diferentes
elementos da família. ....................................................................................... 28
2.5. Os modos de integração de famílias deslocadas de determinado
tipo de alojamento para outros contextos sociais, relativamente a modos de
intervenção social em bairros de construção social alvo de processos de
realojamento 29
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2.6. Ideal de construção e arquitetura harmoniosa adaptado às
exigências da vida e gosto pessoal.................................................................. 31
3. CONCLUSÃO............................................................................... 32
Bibliografia ............................................................................................. 33
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Índice de IlustraçõesIlustração 1 - Foto retirada através do Google Earth ............................... 7
Ilustração 2 - Obras de requalificação paisagística ................................. 8
Ilustração 3 - Obras em curso.................................................................. 8
Ilustração 4 - Bairro da Bela Vista, Setúbal ............................................. 9
Ilustração 5 – Condomínio privado com piscina .................................... 12
Ilustração 6 - Aspeto de uma casa antiga.............................................. 13
Ilustração 7 - Reabilitação de um edifício antigo ................................... 15
Ilustração 8 - WALLMATE ..................................................................... 19
Ilustração 9 - FLOORMATE................................................................... 19
Ilustração 11 – ROOFMATE TG-A ........................................................ 20
Ilustração 10 - ROOFMATE PT-A.......................................................... 20
Ilustração 12 - Tinta Anti insetos............................................................ 22
Ilustração 13 - Aspiração Central........................................................... 22
Ilustração 14 - Chão Radiante ............................................................... 23
Ilustração 15 - Tubos PEX..................................................................... 24
Ilustração 16 - Planta de Habitação....................................................... 26
Ilustração 17 - Casa do Norte ................................................................ 26
Ilustração 18 - Casa alentejana ............................................................. 27
Ilustração 19 - Casa algarvia ................................................................. 27
Ilustração 20 - Varanda da minha casa ................................................. 28
Ilustração 21 - Bairro da Bela Vista (Setúbal) ........................................ 29
Ilustração 22 - Pátios degradados na Bela Vista ................................... 30
Ilustração 23 -Casa de sonho ................................................................ 31
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1. INTRODUÇÃO
Esta tarefa é relativa à disciplina Sociedade Tecnologia e Ciência,
módulo 6, alusivo ao domínio de referência 1, cujo tema é Construção e
Arquitetura, associando conceitos de construção e arquitetura à integração do
bem-estar individual.
Segundo a metodologia da tarefa primeiramente irei descrever o local
onde habito, comparando-o com outros bairros, identificando os locais de
residência tais como, bairros sociais, condomínios, encontrando semelhanças
e/ou características próprias.
Seguidamente abordarei as diferenças entre as construções recentes e
as com mais de vinte anos, a nível de isolamento, acessibilidade, ecologia,
áreas dos espaços, entre outras, e relatarei o desenvolvimento de novos
materiais como resposta a recuperações inovadoras de edifícios antigos ou a
construções de novos edifícios de arquitetura inovadora, no que concerne a
critérios de segurança sísmica, de isolamento térmico e acústico, ou de
inclusão de serviços, tais como climatização central, aspiração, cablagem
estruturada, tintas anti fungos, isolamento por Wall mate e roo mate, paredes e
tetos falsos, estruturas de vigas de aço, canalização de PEX ou de aço
inoxidável.
Posteriormente identificarei os diferentes espaços funcionais nos
alojamentos das famílias portuguesas em função de tradições socioculturais,
como por exemplo, pátios interiores, alpendres, cozinhas, zona social e privada
entre outras circunstâncias.
No ponto seguinte, relatarei a diferenciação dos espaços de um
alojamento familiar e as suas necessidades de remodelação consoante o estilo
de vida dos diferentes elementos da família.
Depois narrarei os modos de integração de famílias deslocadas de
determinado tipo de alojamento para outros contextos sociais, relativamente a
modos de intervenção social em bairros de construção social alvo de processos
de realojamento.
Finalmente descreverei de um modo sucinto o meu ideal de construção
e arquitetura harmoniosa adaptado às exigências da vida e gosto pessoal.
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Acrescento, ainda, que esta tarefa foi elaborada gramaticalmente
segundo o novo acordo ortográfico.
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2. DESENVOLVIMENTO
Artigo 65º
Habitação e Urbanismo
“Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de
dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a
intimidade pessoal e a privacidade familiar.”
2.1.LOCAIS DE RESIDÊNCIA
2.1.1. Descrição do local onde vivoResidência e terrenos circundantes
Esta imagem foi retirada através do programa Google Earth,
relativamente ao local da minha habitação. Todavia, e apesar de a imagem ser
datada do ano de 2007, passados cinco anos nada se alterou, ou seja,
estacionamentos insuficientes para os automóveis, espaços verdes
inexistentes, e remodelações rodoviárias, nomeadamente no que respeita ao
piso das ruas, não foram efetuadas. Apesar dos aspetos negativos
Ilustração 1 - Foto retirada através do Google Earth
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assinalados, comparando com outros bairros da cidade, no que respeita a
segurança pessoal, de bens, ou mesmo ruído rodoviário a percentagem é
mínima.
No entanto, já decorrem obras, conforme mostram as ilustrações 2 e 3,
de requalificação paisagística.
Ilustração 2 - Obras de requalificação paisagística
Ilustração 3 - Obras em curso
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Ilustração 4 - Bairro da Bela Vista, Setúbal
2.1.2. Bairros sociais versus condomínios privados
O momento atual é caracterizado por profundas transformações no
espaço urbano das cidades. De facto, houve em Portugal, décadas de
construção de bairros sociais, ou seja, bairros e comunidades pobres, em geral
nas zonas periféricas dos espaços urbanos. Como tal, surgiu a estratégia, por
parte das Camaras Municipais, na construção de bairros sociais, devido ao
facto de, desde a década de 90, ter despontado o programa de erradicação das
barracas, levando assim, a que se multiplicasse o investimento público nos
ditos bairros sociais. Este tipo de construção levou a situações de conflito e
insegurança, devido à baixa instrução dos realojados e ao facto de se
misturarem grupos étnicos diferentes (africanos e ciganos) o que propicia a que
muitas vezes não convivam pacificamente, havendo por isso a necessidade de
intervenção policial.
2.1.2.1. Bairro da Bela Vista (opinião de José Charters
Monteiro)
Gostaria de referir um artigo retirado de uma página web sobre o bairro
da Bela vista em
Setúbal.1
“A área da Bela
Vista, em Setúbal, foi
considerada pelo III
Plano de Fomento
como uma área de
expansão urbana, no
início dos anos '70, para
apoio, em habitação e
equipamentos, à crescente implantação de indústria pesada e média na zona
da Mitrena. Foi estabelecido um programa de desenvolvimento urbano em
articulação com a cidade de Setúbal e encarregado o então Fundo de Fomento
1 Fonte:http://odesproposito.blogspot.com/2009/05/o-bairro-da-bela-vista-em-setubal.html
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da Habitação (organismo da administração central para a promoção de
habitação social e participada) de implementar os estudos, projetos e obras
para a nova área urbana da Bela Vista. É após o 25 de Abril de 1974 que, na
prática e no terreno, se inicia a sua concretização. Os destinatários-residentes
são, então e de início, os trabalhadores da grande e média indústria sediada
em Setúbal (sectores naval, automóvel, metalúrgico, celulose, fabrico de
máquinas, minérios, e outros); e não a classe média e média-alta e muito
menos quadros superiores. De resto, o concelho de Setúbal era caracterizado
por uma composição social onde estas classes possuíam uma
representatividade muito abaixo da média do país, refletindo, afinal, o que se
passava na rede empresarial: o predomínio da indústria pesada e a falta de
pequenas e médias empresas. Este tipo de tecido económico e a presença de
serviços só muito lentamente e nos últimos anos foi tendo maior expressão na
cidade e no concelho, com a consequente importância das classes média e
média-baixa. A este processo acrescem dois outros fatores: as carências
habitacionais da península entre Tejo e Sado, com milhares de famílias em
condições habitacionais altamente degradadas (subaluguer, barracas,
construções clandestinas); a chegada de milhares de retornados após o 25 de
Abril. Em suma: alojar depressa e barato, com dignidade. Por tudo isto, a
pressão das populações mais carenciadas na área do concelho de Setúbal e
de outras áreas da Margem Sul traduziu-se na atribuição de fogos,
precisamente, no Bairro da Bela Vista, por ser aqui que havia maior capacidade
de oferta, e a custas da administração central, para instalar as famílias mais
carenciadas. Hoje existem bem 47 línguas diferentes entre a população da
Bela Vista! E esta população representa um caleidoscópio de culturas, nações
e, por fim, de todo o tipo de carências.
Mas a tudo isto, e para melhor conhecer os traços socioeconómicos
desta população, acrescem dois outros fatores: a generalizada falta de
instrução e de formação profissional, que abrange as diferentes gerações; o
desemprego crónico e o recurso ao rendimento mínimo de subsistência que se
estende a uma percentagem significativa da população residente sem
emprego. Estes dois fatores, por si só, são capazes, comprovadamente, de
provocar os maiores problemas sociais e de relacionamento, qualquer que seja
a proveniência e composição da população residente, e qualquer que seja a
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área urbana em causa (central ou periférica, em habitação consolidada ou
fortemente degradada).
Nos últimos anos tem continuado a manifestar-se uma forte
preocupação e preparação de ações, por parte das entidades locais e, menos
consequentemente, das centrais, para minorar as condições negativas quer
entre a população da Bela Vista quer no tocante à reabilitação dos edifícios
(organizados com amplos espaços exteriores de uso coletivo, numa estrutura
bem definida e hierarquizada de espaços públicos, coletivos e privados).”
2.1.3. Condomínios Privados
Segundo a página Web da Imonews2 podemos ler o seguinte
relativamente a condomínios privados:
“Afinal o que é um condomínio privado?
Até 1994, o conceito de " condomínio privado " não existia, pois quando
se falava em condomínio, falava-se no sentido de uma propriedade horizontal
cujo regime era aplicável unicamente a edificações separadas e
individualizadas e nunca a conjuntos de edificações.
No decorrer dos últimos anos, por todo o sector imobiliário, proliferaram
os apelidados "condomínios privados". E após a publicação do Decreto-Lei
267/94 de 25 de Outubro, que veio alterar nesta matéria o nosso Código Civil,
passou então a ser possível falar nesta nova realidade predial e submete-la ao
regime da propriedade horizontal, que anteriormente se encontrava direcionado
como já referi, para edificações puramente individualizadas.
No fundo o "condomínio fechado" possui as mesmas características de
qualquer outro edifício em regime de propriedade horizontal, simplesmente com
algumas nuances. Por vezes deparamo-nos, com a existência de, na mesma
descrição predial, coexistirem várias edificações, que não se encontram
aparentemente e fisicamente ligadas entre si, edifícios perfeitamente distintos e
até estruturalmente autónomos, mas que funcionam ligados, pelas partes
comuns, sejam elas, jardins, parqueamentos, ou até mesmo piscinas ou zonas
de lazer entre outras.
2 Fonte: http://imonews.pt/index.php?s=noticias&scatid=1&id=151&accao=tab1
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Fonte:http://quintadoanjo.olx.pt/t3-condominio-fechado-iid-303701691
Noutras situações, encontramos a existência de um simples muro
circundante,
com vista a
isolar e
proteger os
condóminos
aí
residentes. É
por detrás
desse muro
que, para
além do
edifício ou
edifícios
em regime de
propriedade horizontal, encontramos os tais elementos de funcionalidade e
ligação, como as tais zonas de convívio, lazer, piscinas, elementos
verdadeiramente integrados no complexo mais vasto das partes comuns.
A ideia desta nova realidade, recente no nosso ordenamento jurídico, é
criar melhores condições aos condóminos e/ou residentes, condições ligadas
ao bem-estar e também a uma garantia de maior segurança, quer contra
olhares indiscretos, quer contra furtos e outras formas de vandalismo tão
características das sociedades contemporâneas.
Qualquer cidadão atento deverá no entanto não esquecer e ter sempre
em conta, na hora de pretender adquirir uma fração em "condomínio fechado",
falo nomeadamente dos olhos atentos da administração fiscal. Pois o fisco, na
hora de estabelecer a avaliação do seu imóvel, de acordo com os critérios
existentes e que hoje são quase verdadeiramente matemáticos, pode encontrar
um valor que o deixe verdadeiramente desagradado, por vezes, até superior ao
valor real da aquisição. Se isso acontecer, não se conforme e reclame,
independentemente do resultado que vier a obter.
Ilustração 5 – Condomínio privado com piscina
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Ilustração 6 - Aspeto de uma casa antiga
Por outro lado, face à reforma fiscal operada por via do CIMI (Código do
Imposto Municipal sobre Imóveis), o "condomínio fechado" assumiu outra
dimensão, e é nesse contexto, que se deve ter em conta o previsto no artigo
43º do supra citado diploma que estabelece para o Coeficiente de qualidade e
conforto uma majoração de 0,20.”
2.2.DIFERENÇAS ENTRE CONSTRUÇÕES
Na atualidade existe um sem número de diferenças entre as novas
construções e as com mais de vinte anos, quer seja a nível de materiais de
construção ou de infraestruturas circundantes, designadamente a nível de
acessibilidade, áreas dos espaços ou mesmo a nível ecológico. Hoje em dia,
existe uma preocupação cada vez maior com o conforto e segurança das
populações, com a necessidade de uma atualização permanente dos materiais
de construção, pela sua durabilidade e conforto, com o desenvolvimento de
materiais cada vez mais resistentes.
2.2.1. Diferenças estruturais
. Na foto3 seguinte podemos verificar alguns aspetos sobre as casas de
outrora, ou seja, as
paredes das habitações
antigas eram construídas
essencialmente por
pedra, tijolo de burro (que
pesava cada um cerca de
sete quilos), terra, barro,
taipa, cal de obra e
madeiras. O seu
revestimento era
sobretudo através de
cal. O telhado era feito com barrotes ou vigas de madeira, onde colocavam as
telhas, estas eram feitas de barro em forma de canudo sendo colocadas ao
lado uma da outra, as portas e janelas de madeira e vidro. Estruturalmente, as
3 Fonte: http://www.minderico.com/minderico/print.asp?cod_artigo=143141
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casas eram pequenas e baixas, na cozinha havia uma chaminé, não tinham
água canalizada, nem esgotos, nem havia eletricidade, sendo a iluminação
fornecida através de candeeiros a petróleo.
Com a descoberta do cimento4 abriram-se horizontes a um novo tipo de
construção. O reforço do cimento através de uma armadura interna com varas
de ferro tornou-o extremamente resistente a qualquer tipo de esforços e
cargas. De então para cá, o betão armado é a imagem da resistência e da
durabilidade, e consequentemente, um dos materiais de construção de maior
prestigio. Hoje em dia, existem novos materiais de construção, além do betão
armado, tais como, o tijolo furado, o vidro, revestimentos cerâmicos, entre
outros. Todos estes materiais garantem habitações mais estáveis e com maior
conforto.
2.2.2. Reabilitação de edifícios antigos
O rápido desenvolvimento dos materiais e técnicas de construção, que
se afastaram da prática tradicional e as descobertas científicas, que colocam
novos métodos à disposição de todos os envolvidos na área de reabilitação de
edifícios antigos, são aspetos decisivos entre a arte de construção e a ciência
de conservação e restauro. A reabilitação de construções antigas é uma tarefa
difícil, devido à sua complexidade geométrica intrínseca, à heterogeneidade e
variabilidade das propriedades, dos materiais tradicionais, ao escasso
conhecimento sobre técnicas construtivas originais, à difícil caracterização das
ações e à quase inexistência das normas ou instruções específicas.
Atualmente torna-se imperativo dotar o parque residencial mais antigo com
requisitos mínimos de conforto interior e torná-lo exteriormente mais agradável,
enquadrando-o naturalmente e de forma harmoniosa no espaço envolvente,
respeitando-se os valores históricos e arquitetónicos que nos foram legados.
Poder-se-ão considerar quatro níveis de reabilitação:
Reabilitação ligeira que compreende basicamente pequenas reparações
das instalações e equipamentos;
4 O cimento (derivada do latim cæmentu) é um material cerâmico que, em contato coma água, produz reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados, ganhando assimresistência mecânica. É o principal material de construção usado na construção comoaglomerante. Fonte: Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Cimento
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Ilustração 7 - Reabilitação de um edifício antigo
Reabilitação média que já compreende, além da anterior, uma
intervenção mais significativa (como por exemplo ao nível da reparação
ou substituição de caixilharia, reforço de alguns elementos estruturais,
reparação de revestimentos, redes elétricas, redes de águas, redes de
esgotos, reorganização de espaços, entre outros);
Reabilitação profunda que abrange normalmente a necessidade de
alteração de distribuição, organização e alteração dos espaços, criação
de instalações sanitárias, reorganização funcional das cozinhas,
implicando demolições e reconstruções significativas e resolução de
problemas estruturais;
Reabilitação excecional atinge já uma operação de natureza
absolutamente notável, com um grau de desenvolvimento muito
profundo, que em alguns casos obriga à total reconstrução do edifício.
Fonte: http://www.engenhariacivil.com/reabilitacao-patrimonio-edificado-cidades
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Segundo o site EngenhariaCivil.com5 “Reabilitação do Património
Edificado das Cidades - Assiste-se cada vez mais nas cidades a uma crescente
preocupação dos cidadãos e das instituições pela reabilitação do património
edificado, dos elementos estruturais no exterior e interior, de alvenaria de
granito ou de madeira e outros elementos não estruturais.
Estas preocupações resultam de motivações diversificadas, conforme o
ponto de vista, mas assentando basicamente nos seguintes vectores:
- O parque edificado, nas partes mais antigas das cidades encontra-se
numa situação de debilidade, por ausência ou escassez de conservação
corrente, e em muitos casos por se ter atingido o limite de vida dos materiais;
O desenvolvimento de estratégias de qualificação urbana, em que a
preservação, a reabilitação e qualificação patrimonial desempenham um papel
revitalizador, criando um perfil mais atrativo para os aglomerados, com
melhoria da qualidade de vida urbana entendida como atributo de
competitividade e de revitalização económica social e cultural;
- Implementação de políticas de preservação do ambiente,
procurando com a renovação e a reabilitação a diminuição da pressão sobre a
utilização das matérias-primas, a obtenção de espaços suplementares para
comércio e habitação, a resolução de problemas de acessibilidade, de
segurança e de rentabilização das infraestruturas existentes.”
2.2.3. Edifícios de arquitetura inovadora
A arquitetura contemporânea engloba todos os estilos arquitetónicos
conhecidos aplicando tendências e técnicas arquitetónicas utilizadas nos
tempos atuais. Desde designs inovadores a materiais diversos, utiliza-se de
tudo. Sendo a principal preocupação a correta e socialmente justa construção
do ambiente habitado pelo homem. Os edifícios devem desta maneira ser
projetados com a finalidade de serem económicos, limpos, úteis e seguros. Em
termos de segurança, são utilizados materiais resistentes ao fogo, ao frio, à
água e às demais provas de resistência. Na conceção e construção dos
edifícios são feitos estudos primários quanto aos riscos naturais, tais como
5 Fonte: http://www.engenhariacivil.com/reabilitacao-patrimonio-edificado-cidades
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sismos, inundações, furacões que influenciam a construção para que estas
sejam seguras e resistentes. No que diz respeito ao conforto, o cuidado e a
diversidade, hoje em dia, é enorme, avaliando o comportamento sísmico da
tipologia de edifícios com base em informação de sismos ocorridos. Existe a
preocupação de ter em conta os principais aspetos associados à conceção e
construção de novos edifícios. Tendo por base a avaliação das debilidades
deste tipo de edifícios para a ação sísmica, define-se a metodologia para a
reabilitação e avaliação de segurança da tipologia de edifícios, de acordo com
o novo regulamento de estruturas de edifícios em zonas sísmicas, Euro código
86, apresentando-se possíveis técnicas de reforço.
No isolamento térmico e acústico temos, os vidros duplos, isolamento com
“Wall mate” nas paredes exteriores e “roofmate”nos tetos e telhados,
aplicação de lã de vidro nos tetos e paredes. A nível de conforto temos o
aquecimento central, utilizando caldeiras ou mesmo a lareira, aquecimento
radiante do chão, ar condicionado, existência de um sistema de aspiração
central de forma a evitar andar com um aspirador de um lado para o outro, ou
seja, existem variadíssimas soluções disponíveis de forma a melhorar o
conforto e segurança nas nossas habitações.
2.2.3.1. Proteção contra ruído
O limite da intensidade de ruídos suportáveis durante o dia é
regulamentado, e não deve ultrapassar 70dB.
Na proteção contra o ruído temos:
Isolantes -Impedem a passagem de ruído de um ambiente para
outro. Exemplos: Tijolo maciço, pedra lisa, gesso, madeira e vidro
com espessura mínima de 6mm. Um intervalo de ar é uma
solução isolante, com paredes duplas e um espaço vazio entre
elas (quanto mais espaço, mais capacidade isolante).
6 http://estruturas2008.lnec.pt/20_document/S4A.pdf
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Refletores -Podem ser isolantes, e aumentam a reverberação7
interna do som. Exemplos: Azulejos, cerâmica, massa corrida,
madeira, papel de parede (em geral, materiais lisos).
Absorventes -Não deixam o som passar de um ambiente para o
outro e evitam eco. Exemplos: Materiais porosos como lã ou fibra
de vidro revestidos, manta de poliuretano (dispensa
revestimentos), recobrimentos com cortiça, carpetes grossas e
cortinas pesadas.
Difusores - Refletem o som de forma difusa, sem ressonâncias.
Em geral, são materiais refletores sobre superfícies irregulares
(pedras ou lambris de madeira).
2.2.3.2. Isolamentos
O isolamento é imprescindível para se obter uma construção eficiente
em termos energéticos. Não adianta aquecer uma casa quando temos perdas
térmicas através das paredes não isoladas. O que se pretende é ter o ar no
interior da habitação a uma temperatura agradável e assim o manter. Para isso
o ar não pode “escapar-se”, e é precisamente o material utilizado para o
isolamento associado a um para-vento que impede a saída do ar. Assim, deve
evitar-se a entrada de correntes de ar quente ou frio, consoante a época do
ano, associando um para-vento ao isolamento térmico.
Existem vários materiais que servem de isolamento, tais como o
WALLMATE, FLOORMATE, ROOFMATE ou Placas de poliestireno extrudido8.
O poliestireno extrudido, também conhecido por XPS, é um produto sintético
proveniente do petróleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a cerâmica e os
metais. A matéria-prima deste material é o poliestireno, um polímero de
estireno, que é extrudido e passa de um estado sólido a um estado fundido,
que depois arrefece e volta ao estado sólido.
7 Reverberação - Quando o obstáculo está um pouco mais afastado, de modo que asom emitido e o som refletido têm um intervalo de tempo menor que 0,1s ocorre o fenômeno dareverberação. Nesse caso ao receber dois estímulos do mesmo tipo em menos de 0,1s oouvinte tem a sensação que o som ainda não foi extinto. Fenômenos deste tipo sãoimportantes em auditórios, para que o ouvinte sinta-se mais seguro do que ouviu. Fonte;http://www.infoescola.com/fisica/reverberacao/
8 Extrudido (particípio de extrudir) adi. Que foi obtido por extrusão (ex.: alumínioextrudido). = EXTRUDADO Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=extrudido
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WALLMATE -A
construção de paredes constituídas
por dois panos de alvenaria com um
espaço de ar de separação (a parede
dupla), surgiu como resposta à
necessidade de isolar o interior dos
edifícios contra a humidade exterior;
FLOORMATE9 -A temperatura superficial do solo poderá ser
bastante inferior à temperatura ambiente interior de conforto, o
que provoca, em edifícios com pavimentos não isolados, falta de
conforto e aumenta consideravelmente o risco de condensação
superficial.
1 - Suporte resistente e pendentes; 2 - Impermeabilização - Ecoplas PY
40; 3 - Isolamento
térmico – Floormate;
4 - Feltro Geotêxtil -
TecGeo; 5 -
Pavimento cerâmico
9 Fonte: http://www.sotecnisol.pt
Ilustração 8 - WALLMATE
Ilustração 9 - FLOORMATE
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Ilustração 11 - ROOFMATE PT-A
ROOFMATE10 -A cobertura de um edifício tem uma contribuição
decisiva para o conforto e o abrigo que um espaço interior deve
proporcionar. O sistema de coberturas
inclinadas da ROOFMATE PT-A
permite o isolamento térmico deste
tipo de coberturas. Em coberturas
planas as placas de isolamento
térmico em poliestireno
extrudido, ROOFMATE TG-A,
colocadas sobre a
impermeabilização,
aumentam a durabilidade do sistema de impermeabilização.
A introdução destes isolamentos permite menores amplitudes
térmicas nas habitações e maior poupança nos custos de aquecimento e,
consequentemente ambientais. A cortiça mais ecológica, com 8 cm de
espessura atinge um muito bom desempenho. O MW (Lã mineral) é um
material ecológico, é bastante resistente e durável, no entanto a exposição à
humidade pode diminuir o seu desempenho.
2.2.3.3. Tintas
A tinta é um líquido com pigmentos coloridos e aglutinantes solventes ou
aditivos, capaz de se converter em uma membrana sólida e fina ao ser aplicada
sobre superfícies. As tintas podem ser à base de água, óleo, betuminosas ou
plásticas, e precisam de aglutinantes, que são substâncias que servem para
ajudar na mistura e deixar a tinta colorida. Para combater a poluição algumas
marcas apresentam, além dos produtos tradicionais, gamas de tintas e vernizes
ecológicos ou biológicos.
10 Fonte: http://building.dow.com
Ilustração 10 – ROOFMATE TG-A
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Biológicas – As tintas e vernizes biológicos utilizam apenas
produtos naturais regenerativos (cera de abelhas, ceras vegetais,
resinas naturais, óleos vegetais, etc.) e pigmentos naturais não
tóxicos.
Ecológicas – Os critérios que regulam estes produtos têm em
consideração questões ambientais que implicam um uso limitado
de substâncias perigosas e um baixo teor de solventes (com
preferência pelos produtos aquosos com baixo nível de
compostos orgânicos voláteis). Tudo em nome da redução da
poluição aquática atmosférica e de resíduos.
-Tintas naturais são opções mais saudáveis. Produtos à base de terra ou de
minerais não têm elementos nocivos, como COVs (compostos orgânicos
voláteis), metais pesados e derivados de petróleo;
-Pintura com cal deixa as paredes respirar e pode eliminar problemas de
Humidade;
-Tintas Anti Fungos – Existe já no mercado tintas anti ácaros, anti-insectos e
anti fungos. No momento de secagem da tinta e logo que ela se polimeriza, as
microscópicas partículas ativas em suspensão cristalizam à superfície, de
forma inerte e estável. Assim, as superfícies pintadas não deixam odor.
Correspondem a uma vasta gama de necessidades nos campos da saúde
como do conforto, tanto em espaços domésticos, como comerciais, industriais
e laboratoriais, conservando as suas propriedades durante anos e sendo
eficazes no combate a ácaros, insetos e fungos.
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Fonte: http://www.jvfazenda.pt/p_asp.htm
Nova Tinta Anti-Insectos11 - Para lá dos
nossos olhos, há um mundo microscópico que
pode causar patologias em diversas superfícies e,
muitas vezes, alguns danos à nossa saúde. Com o
objetivo de proporcionar espaços cada vez mais
acolhedores, a Barbot desenvolveu uma nova tinta
que se baseia numa tecnologia que confere
propriedades inseticidas às superfícies.
2.2.3.4. Aspiração Central, climatização12
Segundo a empresa José Vicente Fazenda “A Central de aspiração que
compreende um motor/turbina e um reservatório para sólidos, pode-se instalar
num local de serviço,
como por exemplo:
garagem, cave, sala
de máquinas,
dispensa. A
instalação é feita
com canalização de
PVC no interior das
paredes ou podendo
passar por teto
falsos, terminando
em tomadas fixas
nas paredes ou
11 Fonte: http://www.barbot.pt/index.php?cat=36&item=98912 Fonte: http://www.jvfazenda.pt/p_asp.htm
Ilustração 12 - Tinta Anti insetos
Ilustração 13 - Aspiração Central
Fonte:
http://www.barbot.pt/index.php?cat=36&item=989
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rodapés, distribuídas pelas várias divisões da casa. A mangueira de 9 metros,
ao ser introduzida na tomada liga automaticamente a Central.
Saúde- Graças ao sistema de aspiração ciclónico ultrapotente que
elimina toda a espécie de micropartículas do ar da habitação, a Central de
aspiração é um meio eficaz para combater as alergias provocadas pelos
ácaros, pelos de animais domésticos e pólen.
Silêncio - A Central de aspiração encontra-se num local de serviço,
sendo só o ruído da aspiração percetível, podendo assim, ao mesmo tempo
que aspira, ouvir música, atender o telefone, etc.
Simplicidade - Para aspirar a sua casa com os modelos convencionais
tem que andar com o aspirador atrás de si, batendo em móveis, arrastando
tapetes e carpetes, derrubando cadeiras, tropeçando no fio. Com o sistema
basta um simples gesto para ligar o tubo flexível à tomada para fazer a
aspiração, mesmo em escadas.
Performance - A Central de aspiração garante uma performance superior
à de qualquer aspirador clássico.”
No que concerne à climatização o Chão Radiante é certamente uma das
formas mais
eficazes de
efetuar o
aquecimento
de uma
habitação. O
facto de o ar
quente ser
mais leve, faz
com que este
se desloque
continuamente
de baixo para
cima,
Ilustração 14 - Chão Radiante
Fonte: http://www.artsolar.pt/climatizacao.htm
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mantendo praticamente todo o volume da divisão a uma temperatura
semelhante.
2.2.3.5. CanalizaçõesAtualmente existem materiais de grande resistência e durabilidade no
que respeita a canalizações. Segundo a página Web Máxima Interiores13
podemos ler:
• Cobre – De grande resistência e durabilidade (cerca de 40 anos). A
instalação requer mão-de-obra especializada; quando pouco usada pode dar
sabor à água; e o custo é elevado;
• Inox – Ao instalar deve ter o cuidado de não deixar os canos em
contacto com o cimento. Para tal existem mangas de poliuretano expandido
que revestem os tubos de inox. Ideal para o “faça você mesmo” e de preço
acessível;
• PVC – Tem uma elevada durabilidade, embora ofereça uma fraca
resistência mecânica aos embates transversais. Indicado para zonas de águas
calcárias, pois não permite que os resíduos de calcário se fixem nos canos.
Pode receber cimento diretamente;
• Pex – Com alta resistência à torção, os canos de polietileno não podem
ser expostos à luz solar. Depois de
instalados, são de fácil
substituição, já que se encontram
dentro de uma manga plástica
(deslizam facilmente). Têm grande
flexibilidade, prescindindo de
joelhos ou uniões. Os acessórios
de ligação às torneiras são em
13 Fonte: http://www.maximainteriores.xl.pt
Ilustração 15 - Tubos PEX
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cobre ou aço inox.
Segundo a fonte14 da ilustração 15” As principais características dos
tubos Pex são as seguintes:
Flexibilidade.
Alta Resistência à Pressão e Temperatura (10 bar a 95° C
continuamente, SDR 7,4)
Resistência Química.
Ausência de fissuras por fadiga.
Vida útil prolongada (norma DIN estima mínimo de 50 anos).
Excelente resistência à abrasão.
Coeficiente de atrito abaixo de qualquer material convencional.
Absorção das pressões causadas pelo Golpe de Aríete.
Livre de sedimentos de cal devido à regularidade da superfície.
Sem soldas e colagens.
Maior rendimento da mão-de-obra (o dobro com relação ao cobre).
2.3. Os diferentes espaços funcionais nos alojamentos das
famílias portuguesas em função de tradições socioculturais
Poderemos confinar uma habitação por diversas zonas, ou espaços
funcionais, tendo em consideração a funcionalidade que cada zona
proporciona, isto é, zonas de circulação (hall de entrada, corredores, escadas,
patamares, espaços existentes entre os móveis), zonas comuns, ou seja, áreas
onde a família se reúne ou recebe os seus amigos (sala de jantar, sala de
estar, cozinha, sala comum, zonas de refeição), zonas privadas (quartos,
escritório, casas de banho) e zonas de arrecadação (despensas, arrecadações,
garagem, sótãos, cave, armários embutidos). Para que os espaços sejam
funcionais têm de obedecer a certos requisitos, nomeadamente, contemplar a
arrumação de móveis, equipamentos e infraestruturas, ser agradável em
termos de estética e ser confortável.
14 Fonte: http://www.dbgraus.com.br
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1. Pátio de entrada2. Hall de entrada3. WC serviço4. Sala de estar5. Sala de jantar6. Cozinha7. Quarto8. WC9. Suite10. WC suite11. Suite principal12. Vestiário13. WC suite14. Lavandaria15. Arrumos
Neste âmbito, existe regulamentação para analisar os requisitos
referentes à funcionalidade dos espaços, designadamente, no RGEU
(REGULAMENTO GERAL DAS EDIFICAÇÕES URBANAS) http://www1.cm-
funchal.pt/ordenamento/images/stories/ordenamento/legislacaoAplicavelAoPlan
eamento/04_EDIFICACAO-E-CONSTRUCAO/03_RGUE_aplicavel-
Edificios/2009-01-01__RGEU_com-as-alteracoes-ate-2008-11-12.pdf, onde
podemos interpretar a legislação quanto a este tema, no Capítulo III, artigos
65º a 68º:
2.3.1. Alojamentos
das famílias portuguesas
em função de tradições
socioculturaisNo nosso país existe
uma grande diversidade de
arquiteturas habitacionais,
quer sejam por motivos
climáticos, quer por motivos
Ilustração 16 - Planta de uma Habitação
Ilustração 17 - Casa do Norte
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socioculturais, mudando assim, as suas características de região para região.
As casas do norte são geralmente de dois pisos, um térreo para arrumações e
abrigo do gado, e um andar de sobrado para as pessoas. Sendo uma região
onde predominam os terrenos xistosos e graníticos (materiais resistentes à
chuva), a sua construção é em granito ou xisto conforme podemos verificar na
ilustração 17.
Em relação às casas do sul, esta é sempre rebocada e caiada de
branco, e de um modo geral, térrea e pequena. Nesta região do país exuberam
os terrenos argilosos e calcários, materiais com qualidades isoladoras, face ao
clima quente e seco.
Na casa alentejana
(ilustração 18) podemos
mencionar a sua forma de
construção em tijolo ou taipa,
pavimentos em tijoleira, laje ou
terra batida, as suas paredes
são caiadas, para refletir o
calor, as suas janelas são de
pequenas dimensões para manter a casa fresca e com uma faixa colorida
normalmente em azul ou ocre.
A casa algarvia (ilustração 19) tem o seu
pormenor nas chaminés com decorações
geométricas, assim como, as platibandas
também decoradas com motivos
geométricos, os telhados de pouca
inclinação derivam do fraco regime de
pluviosidade. As suas paredes também são
em tijolo ou alvenaria de calcário, janelas e portas guarnecidas com cantarias
Ilustração 18 - Casa alentejana
Ilustração 19 - Casa algarvia
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e, geralmente são habituais as açoteias utilizadas para secar frutos, cereais ou
peixe.
2.4. A diferenciação dos espaços de um alojamento familiar
e as suas necessidades de remodelação consoante o estilo
de vida dos diferentes elementos da família.São dissemelhantes as necessidades de remodelação dos espaços de
um alojamento familiar, consoante o estilo de vida de uma família, sejam elas
pelo aumento do agregado familiar, ou por uma simples alteração na vida
profissional de um dos cônjuges, ou mesmo por motivos de saúde.
Se o agregado familiar aumenta existe a necessidade de mudança de
casa, caso as condições económicas o permitam ou, então, o dispor de
espaços adicionais, como por exemplo o fechar de uma varanda
transformando-a numa marquise ou porventura a divisão de uma das
assoalhadas existentes na habitação. Considerando uma alteração na vida
profissional de um dos cônjuges, muitas famílias são sujeitas a mudar de local
de residência ou inclusivamente de cidade ou país. Existem casos, igualmente,
em que por motivos de saúde (pessoas com mobilidade reduzida, doentes ou
Fonte: http://www.casasmood.com
Ilustração 20 - Varanda da minha casa
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acamados) são impulsionados a mudar de residência devido à falta de
acessibilidade da sua habitação.
No entanto, acrescento que determinadas remodelações nas habitações
variam conforme as condições económicas de cada família, pelo simples facto
de muitas pessoas gostarem de mudar o aspeto visual do seu lar (nas cozinhas
ou casas de banho é frequente mudarem-se azulejos ou móveis).
No meu caso pessoal, quando da aquisição do domicílio, também fiz
alterações a nível de pavimento, distribuição das assoalhadas e o
encerramento da varanda (ilustração 20) para torná-la em marquise,
adquirindo, assim, um novo espaço para arrumos e escritório.
2.5. Os modos de integração de famílias deslocadas de
determinado tipo de alojamento para outros contextos
sociais, relativamente a modos de intervenção social em
bairros de construção social alvo de processos de
realojamentoA construção dos chamados bairros sociais tem levantado um conjunto
interessante de questões no que concerne à eficácia e eficiência das políticas
de habitação social. As políticas de promoção de habitação social visam dar
resposta aos grupos da população excluídos das alternativas proporcionadas
pelo mercado e sujeitos a condições de habitabilidade precárias.
As condições de alojamento das famílias começaram a se colocar a
partir da década de oitenta, altura em que se inicia o fluxo migratório dos
países africanos de língua oficial
portuguesa (PALOP) para Portugal,
levando a criação de enormes bairros
de barracas nas periferias urbanas. Foi
sobretudo nesses locais, onde a
pobreza e a exclusão social se
misturavam com a concentração
espacial, que estas populaçõesIlustração 21 - Bairro da Bela Vista (Setúbal)
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imigrantes se fixaram.
Numa conjuntura mais pessoal, relativamente ao meu conhecimento de
causa, incluo o Bairro da Bela Vista em Setúbal neste contexto de bairro de
construção social. Com uma mistura de etnias (etnia africana, etnia cigana,
entre outras), estilos de vida e culturas diversificadas e tratando-se
essencialmente de pessoas desfavorecidas socialmente, ou de poucos
recursos económicos, agrupadas no mesmo espaço habitacional, deu origem a
que este bairro sempre estivesse relacionado com a marginalidade (problemas
de alcoolismo e toxicodependência), ao abandono escolar por parte das
crianças, à violência, seja ela doméstica ou de outra ordem.
Como tal, e enquanto empreendimento urbanístico de grande dimensão,
foi sendo pensada a integração de vários serviços, que funcionassem como
resposta às necessidades de integração social da sua população. Daí que,
atualmente, existam equipamentos/serviços, tais como o Centro Jovem Tabor,
Parque Verde da Bela Vista, Centro de Intervenção Comunitária, Pólo da
Biblioteca Municipal de Setúbal, Escola Básica 2,3/S – Bela Vista, Polícia de
Segurança Pública, entre outros.
Acrescento porém que, existe já em curso um programa de recuperação
dos pátios na Bela Vista. Segundo fonte da Câmara Municipal de Setúbal15 “A
obra de recuperação de todos os pátios do Bairro da Bela Vista, promovida
pela Câmara Municipal
de Setúbal, num
investimento superior a
um milhão de euros, já
está a decorrer. (…) A
requalificação dos
interiores dos
quarteirões e dos
restantes espaços
públicos do “Bairro
Amarelo”, para
melhoria da atratividade
15 Fonte: http://www.mun-setubal.pt/pt/noticia/obra-recupera-patios-na-bela-vista/571
Ilustração 22 - Pátios degradados na Bela Vista
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desta zona habitacional e criação de condições para o desenvolvimento de
novas dinâmicas sociais (…) A remodelação dos pátios e logradouros da Bela
Vista pretende criar novos espaços públicos que proporcionem uma ocupação
coletiva e multifuncional, com novas zonas de estadia e equipamentos de
caráter lúdico e de lazer.
Os trabalhos incluem reabilitação de pavimentos, plantações de árvores
de folha caduca, que permitem o ensombramento durante os períodos de maior
radiação solar e o aproveitamento de calor nas épocas frias, e colocação de
mobiliário urbano, como bancos e papeleiras.”
2.6. Ideal de construção e arquitetura harmoniosa
adaptado às exigências da vida e gosto pessoalNo mundo de sonhos, cada um tem o seu imaginário que raramente
condiz com a realidade. Na verdade este tema suscita-nos algo de inacessível.
Contudo, e devido ao meu gosto pela natureza, especialmente o mar, o meu
ideal de construção passaria por uma habitação conforme apresenta a
ilustração 23.
Ilustração 23 -Casa de sonho
Fonte:http://media.techeblog.com/elephant//ul/375-450x-quiet_3.jpg
STC 6 – MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
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3. CONCLUSÃOEste é um trabalho respeitante à disciplina de STC-6, cujo assunto é
Construção e Arquitetura, associando conceitos de construção e arquitetura à
integração do bem-estar individual. Ao longo do mesmo, fui confrontado com
temas e realidades pelos quais me exigiu muita pesquisa e reflexão sobre os
conteúdos apresentados.
Concluo que se necessita criar condições para um acesso mais
equilibrado não só a uma habitação condigna, como também de qualidade, de
forma a eliminar-se as disparidades espaciais de subequipamento, de
marginalização, principalmente através da aposta na requalificação dos bairros,
já existentes, quer também pela reconversão de áreas abandonadas, que
poderiam ser convertidas em áreas habitacionais, aproveitando-se da melhor
forma os terrenos disponíveis e evitando-se um alastramento da mancha
construída para terrenos agrícolas e/ou florestais indispensáveis ao equilíbrio
ecológico do espaço urbano. A nova pobreza urbana gera situações de
exclusão social, onde se questiona o próprio princípio da dignidade humana,
onde muitas famílias vivem sem o mínimo de condições, sejam elas
habitacionais ou de outra ordem, numa vida onde os valores éticos e morais
afrouxam e os laços das raízes e das identidades se vão decompondo, dando
azo a que a marginalidade se instale mais, a cada dia que passa.
Cabe, portanto, a quem de direito legislar e salvaguardar o disposto do
artigo 65º, da Constituição da República, no seu ponto 1. “Todos têm direito,
para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em
condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a
privacidade familiar” e no seu ponto 2. “Para assegurar o direito à habitação,
incumbe ao Estado: Programar e executar uma política de habitação inserida
em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de
urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes
e de equipamento social”.
STC 6 – MODELOS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Página 33 de 34 HUMBERTO SANTOS IMSI_002
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