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1 2019 Instituto de Ciências Exatas e Biológicas Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Mestrado Profissional em Ensino de Ciências (MPEC) Dissertação Formação continuada de professores nas perspectivas das neurociências e da educação inclusiva. Fernanda Fonseca Torres Pessoa

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2019

Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências

Mestrado Profissional em Ensino de Ciências (MPEC)

Dissertação

Formação continuada de

professores nas perspectivas

das neurociências e da

educação inclusiva.

Fernanda Fonseca Torres Pessoa

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FERNANDA FONSECA TORRES PESSOA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NAS PERSPECTIVAS

DAS NEUROCIÊNCIAS E DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Ensino de Ciências (nível

mestrado profissional) da Universidade Federal de

Ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre.

Área de concentração: Ensino de biologia

Linha de Pesquisa: Formação de professores de

ciências, de biologia, de educação ambiental e de

educação em saúde.

Orientador: Prof. Dra. Luciana Hoffert Castro Cruz

Ouro Preto/MG

2019

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AGRADECIMENTOS

São muitos a quem devo o meu obrigada! Inicialmente agradeço minha orientadora,

professora Luciana Hoffert, que me escolheu dentre os demais candidatos

oportunizando minha admissão no mestrado. Muito obrigada por me orientar, me

tranquilizar e principalmente por acreditar e explorar um potencial que eu ainda

desconhecia. Gratidão eterna!

Agradeço também ao programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da

UFOP, atualmente na coordenação do professor Gilmar. Entretanto não posso

deixar de agradecer ao professor Fábio que durante sua coordenação tanto me

auxiliou.

Muitos professores do programa me inspiram a buscar, cada dia, ser uma

profissional mais competente e qualificada, a todos vocês o meu sincero, obrigada!

Vocês não imaginam o quanto contribuíram para o meu crescimento profissional,

principalmente pela postura e conhecimento compartilhado.

Não posso deixar de agradecer em especial aos meus filhos Alice e Henrique por

tanto entendimento e amor. Ao meu melhor amigo e marido Filipe pela cumplicidade

e força. Aos meus pais pelo auxílio, irmãos pelas palavras de carinho e amigos e

afilhadas, por sempre me incentivarem, obrigada! E a Deus que permitiu que este

momento fosse possível, proporcionando verdadeiros milagres. Tenho certeza que

era Dele a voz que sentia com o coração: “Vai dar certo Fernanda, acredita!”, e eu

acreditei. Obrigada!

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RESUMO

O atendimento educacional às pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs), ganha cada vez mais destaque no cenário educacional e na legislação brasileira. A NEE mais comum encontrada nas salas de aula é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que se caracteriza pelo padrão persistente de hiperatividade, impulsividade e/ou desatenção. Embora a inclusão desses alunos seja assegurada na rede regular de ensino, sua prática é insatisfatória, principalmente pelo despreparo dos docentes. Nos últimos tempos, as neurociências se apresentam como uma importante aliada para a educação, já que o processo de ensino-aprendizagem envolve além do cognitivo, diversas emoções. Neste sentido, este estudo buscou verificar a importância da formação continuada dos professores, nas perspectivas das neurociências e da educação inclusiva, e sua contribuição para realidade vivenciada na sala de aula. Para isso promoveu um grupo focal com 15 professores dos anos finais do Ensino Fundamental, elaborando, a partir das discussões desse encontro, dois produtos educacionais: o Curso de Formação de Professores, transformado em vídeo-aula, e a cartilha sobre a contribuição das Neurociências para o processo inclusivo, instrumento para auxílio e atualização docente. Os participantes responderam ainda, a um questionário de satisfação, verificando a relevância da capacitação do professor, na perspectiva do docente. Os dados obtidos neste estudo demonstraram que a compreensão dos professores sobre os temas: educação inclusiva, TDAH e neurociências, melhoraram, significativamente, após a participação da formação continuada. Segundo avaliação dos próprios docentes, o conhecimento anteriormente insatisfatório ou pouco satisfatório transformou-se em satisfatório e muito satisfatório. Os produtos educacionais se destacaram como importantes ferramentas para os professores, melhorando não apenas o conhecimento docente como ainda promovendo uma reflexão desses profissionais quanto à necessidade de adoção de novas e diversificadas metodologias. Desse modo, há a promoção e favorecimento da aprendizagem a todos os alunos, independente se possuem ou não alguma NEEs, sendo este, um importante começo para a implantação do ensino inclusivo. Palavras-chave: Inclusão, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Formação continuada de professores.

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ABSTRACT

The educational services to people with Special Educational Needs (SEN), has gained increasing prominence in the educational setting and Brazilian law. SEN most common found in the classrooms is Attention Deficit Disorder and Hyperactivity Disorder (ADHD), which is characterized by persistent pattern of hyperactivity, impulsivity and / or inattention.Although the inclusion of these students is ensured in the regular school system, its practice is unsatisfactory, mainly due to lack of preparation of teachers. In recent times, the neurosciences are presented as an important ally for education, since the process of teaching and learning involves beyond the cognitive, different emotions. Thus, this study aimed to verify the importance of continuous training of teachers, the perspectives of neuroscience and inclusive education, and their contribution to the reality experienced in the classroom.For it held a focus group with 15 teachers of the final years of elementary school, working out, from the discussions of this meeting, two educational products: the Teacher Training Course, transformed into video lesson, and a primer on the contribution of Neuroscience for the inclusive process, instrument for aiding and updating teachers.Participants also responded to a satisfaction questionnaire, verifying the relevance of teacher training, from the perspective of the teacher. Data from this study demonstrated that the understanding of teachers on the topics: inclusive education, ADHD and neurosciences, improved significantly after participation in continuing education.According to the evaluation of the teachers themselves, previously unsatisfactory or less satisfactory knowledge has become satisfactory and very satisfactory. The educational products stood out as important tools for teachers, improving not only the teaching knowledge but also promoting a reflection of these professionals on the need to adopt new and different methodologies. Desse modo, there is the promotion and promotion of learning to all students, regardless of whether or not they have some NEEs, which is an important beginning for the implementation of inclusive education.

Keywords: Inclusion, Attention Deficit Disorder and Hyperactivity, Continued teacher training.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Diferença entre: exclusão, segregação, integração e inclusão .............. 19

Figura 2 – Algumas regiões do Córtex Cerebal ........................................................ 25

Figura 3 – Tipos de memória de longa duração ....................................................... 27

Figura 4 – Imagem da localização do córtex pré-frontal .......................................... 35

Figura 5 – Exemplos de slides utilizados na apresentação do Curso de

Atualização ............................................................................................................... 46

Figura 6 – Escala utilizada no Questionário de Satisfação ...................................... 48

Figura 7 – Categorias e subcategorias analisadas a partir do Grupo Focal ............. 50

Quadro 1 – Algumas regiões do córtex cerebral e suas principais funções ............. 26

Quadro 2 – Principais características do TDAH ....................................................... 31

Quadro 3 – Funções Executivas .............................................................................. 35

Quadro 4 – Estratégias que favorecem a aprendizagem do aluno com TDAH ........ 39

Gráfico 1 – Avaliação da compreensão do TDAH antes e após o Curso de

Atualização ................................................................................................................ 65

Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da educação inclusiva antes e após o Curso

de Atualização .......................................................................................................... 66

Gráfico 3 – Avaliação da compreensão sobre as Neurociências e suas contribuições

na educação, antes e após o curso de Atualização ................................................. 68

Gráfico 4 – Percepção do professor quanto à contribuição do Curso de Atualização

para a prática inclusiva na sala de aula ................................................................... 69

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LISTA DE ABREVIATURAS

AEE Atendimento Educacional Especializado

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

DSM Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

HTPC Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases na Educação Nacional

NEEs Necessidades Educacionais Especiais

PIP Plano de Intervenção Pedagógica

SNC

TEA

Sistema Nervoso Central

Transtorno do Espectro Autista

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

a Cultura.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14

1.1Justificativa ............................................................................................. 16

2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 17

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 17

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

3.1 Uma breve história da Educação Inclusiva Brasileira: um ideal não

alcançado ......................................................................................................... 18

3.1.1 A relevância da Educação Inclusiva .................................................... 23

3.2 Neurociências e Aprendizagem ................................................................ 24

3.2.1 A aprendizagem ................................................................................... 24

3.2.2 A anatomia da aprendizagem .............................................................. 24

3.2.3 Fatores de aprendizagem .................................................................... 27

3.2.4 Fatores que interferem no aprendizado ............................................... 29

3.3. TDAH: Um transtorno que requer Necessidades Educacionais

Especiais .......................................................................................................... 31

3.3.1 Conceitos e tipos .................................................................................. 31

3.3.2 Diagnóstico do TDAH ........................................................................... 32

3.3.3 Fatores que podem ser encontrados associados ao TDAH .................. 32

3.3.4 Tratamento do TDAH ............................................................................ 33

3.3.5 TDAH e as neurociências: relação entre o transtorno e o comprometimento escolar .................................................................................. 34

3.4 A formação continuada de professores e as estratégias pedagógicas no aprimoramento da aprendizagem ................................................................... 36

3.4.1 A Formação Continuada ........................................................................ 36

4 METODOLOGIA ................................................................................................... 43

4.1 Caracterização dos participantes .............................................................. 43

4.2 Grupo Focal ................................................................................................ 43

4.3 Curso de Atualização ................................................................................ 45

4.4 Cartilha ....................................................................................................... 48

4.5 Questionário de satisfação ....................................................................... 48

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 50

5.1 Perfil dos participantes ............................................................................. 50

5.2 Análise do conhecimento apresentado pelos docentes durante o encontro de Grupo Focal ................................................................................ 50

5.2.1 Categoria Inclusão ............................................................................. 52

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5.2.2 Categoria Metodologia Inclusiva ........................................................ 54

5.2.3 Categoria Formação Docente ............................................................ 57

5.2.4 Categoria Política Educacional ......................................................... 58

5.2.5 Categoria TDAH ................................................................................. 59

5.2.6 Categoria Neurociências .................................................................... 61

6 PRODUTO EDUCACIONAL ................................................................................. 63

6.1 Curso de Atualização ................................................................................. 63

6.2 Cartilha para formação continuada de professores ............................... 64

7 ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS DOCENTES ANTES E APÓS À APLICAÇÃO DO CURSO DE ATUALIZAÇÃO ....................................................... 65

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 73 APÊNDICES ...................................................................................................... 87 APÊNDICE A ..................................................................................................... 87 APÊNDICE B ..................................................................................................... 88 APÊNDICE C ..................................................................................................... 91 ANEXOS ............................................................................................................ 99 ANEXO 1 ........................................................................................................... 99 ANEXO 2 ......................................................................................................... 100 ANEXO 3 ......................................................................................................... 102

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APRESENTAÇÃO

A inclusão sempre fez parte de minha existência. Com surdez congênita,

minha mãe, minha maior inspiração e com certeza meu exemplo, nunca me permitiu

enxergar uma deficiência como limitador do indivíduo. Não existe um limite para as

habilidades humanas existe o preconceito que inibe a evolução de suas

potencialidades.

Iniciei o curso de Ciências Biológicas pelo Instituto Superior de Ensino de

Itabira em Minas Gerais (ISEI-MG), no ano de 2007, onde aprendi a função do

professor como doutrinador.

Minha primeira experiência na docência foi encantadora, retornei à escola que

tenho como referência, a Escola Estadual Major Lage, digo isto por ter realizado

todo o ensino fundamental nesta instituição, que por não oferecer o ensino médio, fui

obrigada a abandonar. Retornar ao local que me é tão querido e familiar foi

gratificante, sendo neste local meu primeiro contato com alunos com Transtorno de

Défict de Atenção e Hiperatividade - TDAH.

A falta de compreensão somada à desestruturação escolar em relação ao

transtorno não permitiu que, nos anos iniciais da minha carreira docente, fosse

oferecida uma aprendizagem que contemplasse toda a diversidade existente em

minha sala de aula.

Tal situação sempre me deixou angustiada. Recebia laudos em que a única

orientação direcionava para a aprovação automática, sem atenção ao aprendizado

do indivíduo, neutralizando sua potencialidade. Tais situações deixavam-me

frustrada com o modelo de educação vigente.

No ano de 2014, fui convidada a lecionar no turno vespertino, na função de

professora assistente, no Centro Educacional São Gonçalo do Rio Abaixo

(CESGRA), um município localizado a 84Km da capital mineira, com considerável

área territorial, porém uma discreta área urbana.

O CESGRA trabalha com o modelo de turmas homogêneas, separando os

alunos de acordo com suas habilidades, possuindo salas com discentes de alto

rendimento escolar, estudantes com rendimento mediano e, por fim, de alunos com

significativas dificuldades de aprendizagem. Fui destinada a acompanhar a sala com

maior dificuldade comportamental e de aprendizagem, na tentativa de contribuir para

o desenvolvimento dos alunos.

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Mesmo sem a formação sobre o atendimento de Necessidades Educacionais

Especiais (NEEs), auxiliei alunos com defasagem de aprendizagem, com Transtorno

do Espectro Autista (TEA) e com TDAH. Foi neste momento que tive o prazer de

conhecer e trabalhar com um garoto de onze anos, na época, cursando o sexto ano

do ensino fundamental, com TDAH, considerado aluno problema pelos professores

regentes de aula devido a sua agitação e desinteresse pelo estudo.

Compartilhar de suas angustias, tanto na leitura quanto na realização de

exercícios, me despertou para a busca do procedimento correto para inclusão

desses alunos.

No ano de 2015, fui nomeada no concurso público, para o cargo de Professor

regente de aula do Governo do Estado de Minas Gerais, continuando meu trabalho

na Escola Estadual Major Lage.

Durante quatro anos conciliei o trabalho matutino no “Major Lage” com o

trabalho vespertino, no CESGRA, superando o obstáculo de percorrer a distância de

33Km entre as escolas, em cinquenta minutos, sendo recompensada pela

oportunidade de aprender e compartilhar conhecimento.

No ano de 2016, incentivada por uma amiga, me candidatei ao Mestrado

Profissional em Ensino de Ciências, confesso que bem descrente da aprovação. Ver

um sonho tornando-se realidade é com certeza uma das maiores conquistas de

minha vida, por esse motivo tenho tamanha gratidão pela Profa Dra. Luciana, que

acreditou no meu projeto, me estimulou e orientou na busca do conhecimento

necessário para concretização deste trabalho. Ter a oportunidade de ampliar meus

conhecimentos, dividir experiências e ter um aprendizado efetivo são frutos que

pude contemplar com o mestrado.

Desse modo, o Mestrado oportunizou-me uma evolução pessoal, profissional,

intelectual e acadêmica, resultando em uma reflexão crítica sobre inclusão escolar, o

TDAH e a importância da formação continuada de professores.

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1 INTRODUÇÃO

A educação inclusiva vem sendo discutida no Brasil como uma proposta

abrangente, na qual todas as crianças, possuindo ou não Necessidades

Educacionais Especiais (NEEs), devem ter garantidos o direito de, juntas, nas

escolares regulares, ter acesso as estratégias educacionais que favoreçam seu

aprendizado e permanência (KASSAR, 2011). A Constituição Federal Brasileira de

1988, em seu art. 26, inciso I, estabelece a igualdade de condições de acesso e

permanência na escola, sendo o estabelecimento de ensino responsável por atender

todos os alunos, respeitando seus diferentes ritmos de aprendizagem e garantindo

qualidade a todos, por meio de estratégias e didáticas de ensino (AMARAL et al.,

2017). Embora a frequência de alunos com deficiências e transtornos nas escolas

regulares estivesse prevista na legislação desde a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDBEN) de 1996, a efetiva presença destes alunos começou a

ser expressiva no ano de 1999 quando um decreto tornou obrigatória a matrícula

desses alunos nas salas convencionais. Nos anos de 1998 a 2006, foi observado um

crescimento de 81% no número de matrículas de alunos com NEEs, em escolas

regulares nos municípios brasileiros (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008). Maia e

Confortin (2017) apontam para a crescente presença de crianças e adolescentes

com NEEs nas salas de aula regular, contudo, estas são submetidas a um

atendimento divergente à proposta da educação inclusiva, sendo-lhes oferecidas as

mesmas intervenções dos demais alunos, não havendo a diversificação de métodos,

o que promove apenas sua inserção escolar.

É importante a compreensão de que a educação inclusiva vai além da

educação especial, engloba não apenas o atendimento às deficiências físicas e

intelectuais, mas principalmente às diversas formas de aprender, respeitando a

singularidade do sujeito, garantindo assim, a todo indivíduo, a oportunidade de se

desenvolver (ANJOS; ANDRADE; PERERA, 2009). A metodologia inclusiva não

propicia beneficios apenas aos alunos com NEEs, ela também apresenta uma

significativa melhora no aproveitamento e desenvolvimento dos demais alunos, já

que sua prática prioriza o desenvolvimento do indivíduo e respeita sua singularidade,

favorecendo, desse modo, a aprendizagem (ANJOS; ANDRADE; PERERA, 2009;

MACHADO e ALMEIDA, 2010).

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Alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

encontram-se inseridos em nossas escolas regulares, e por falta do conhecimento

docente sobre o transtorno, são frequentemente apontados como estudantes

preguiçosos, morosos e sem interesse (REINHARDT, M.; REINHARDT,C, 2017).

Diante disso, torna-se cada vez mais importante o entendimento dos professores

sobre alunos com NEEs, evitando a associação inadequada de rótulos como

incapazes ou atrasados a esses indivíduos, buscando o atendimento singular para

construção da aprendizagem (RODRIGUES, 2006).

Este desconhecimento do docente compromete o desempenho escolar do

educando, no caso do aluno com TDAH, atrapalha o desenvolvimento das suas

habilidades, prejudicando seu progresso escolar, podendo ser responsável pelo

difícil relacionamento, muitas vezes estabelecido, entre professor e aluno (AMARAL

et al., 2013). A execução da educação inclusiva deve contemplar a orientação e

capacitação dos professores quanto às síndromes, transtornos e NEEs que

interferem no aprendizado do indivíduo (MARQUES; MARCOTTI, 2017).

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é “um

transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e

frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida” (ABDA, 2017). Vale

evidenciar que o recebimento desses alunos pelos professores sem qualquer tipo de

preparo ou formação, resulta apenas na inserção das crianças em sala de aula, sem

uma educação que atenda suas necessidades tampouco que entenda suas

habilidades (LANDSKRON; SPERB, 2008).

O estudo realizado por Maia e Confortin (2017) apontou o TDAH como

transtorno mais comum presente na sala de aula, tornando o conhecimento do

professor em relação ao transtorno essencial para a realização de um trabalho

inclusivo, atendendo à perspectiva discente igualitária.

Sendo assim, a ação e postura do docente são fundamentais na vida escolar

desses indivíduos, o oferecimento de uma educação que contemple suas

necessidades, sem os desgastes emocionais que muitas vezes envolvem o

comportamento hiperativo, contribui na formação de um indivíduo menos agressivo e

mais capaz (REINHARDT, M.; REINHARDT, C., 2017). Professores, na maioria das

vezes, não recebem informações suficientes sobre deficiências e transtornos

durante a graduação, tampouco orientações de como lidar com esses alunos na sala

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de aula, impossibilitando o professor de atender a demanda que lhe compete,

frustrando o aluno, a família e, principalmente, a si mesmo (AMARAL et al. 2017).

Embora esteja ciente da singularidade dos indivíduos com relação às suas

habilidades e necessidades de aprendizagem, o docente geralmente não

compreende a aplicação deste conceito na educação inclusiva, sendo falha sua a

não interpretação de necessidades individuais, por não haver uma formação

consolidada sobre o assunto (LANDSKRON; SPERD, 2008).

1.1 Justificativa

A educação inclusiva é uma realidade da legislação educacional, desde 1996,

contudo não é vivenciada em grande parte das escolas brasileiras, uma vez que sua

implantação está relacionada à uma profunda mudança do paradigma escolar, que

tem seu início na formação de professores capazes de compreender o assunto.

É verdade que, na inclusão, a conscienização e participação de toda a

comunidade torna-se vital para sua efetiva execução, contudo, a compreensão do

professor sobre as necessidades e dificuldades de seus alunos, é a base para a

construção de uma escola inclusiva (CAPELLINI; RODRIGUES, 2018).

Existem alguns empecilhos que comprometem a implantação de práticas

inclusivas nas escolas, o excesso de alunos nas salas de aula é um deles, já que

impossibilita o atendimento individual, essencial para a percepção do educador

quanto ao aproveitamento e entendimento da matéria lecionada por parte do aluno.

A ausência deste atendimento inviabiliza a análise das dificuldades de aprendizado

do aluno diante da didática utilizada, sendo a tradicional prova xerografada o único

instrumento utilizado para este fim (MARINHO; OMOTE, 2018).

Buscando incentivar e demonstrar a relevância da formação continuada de

professores, realizou-se a aplicação do produto educacional, um Curso de

Atualização de profissionais do ensino fundamental II, para uma melhor

compreensão da educação inclusiva, principalmente as dificuldades e necessidades

do aluno diagnosticado com TDAH, bem como sobre as neurociências e suas

contribuições na aprendizagem, sempre considerando as adversidades enfrentadas

por este profissional da educação.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Promover a reflexão-ação dos professores, por intermédio de um curso de formação

continuada, utilizando o como conhecimento das neurociências e suas contribuições,

para o trabalho inclusivo de alunos com Necessidades Educacionais Especiais,

principalmente o TDAH.

2.2 Objetivos Específicos

Elaborar um curso de formação continuada de professores sobre as

contribuições das neurociências no ensino inclusivo, com foco no TDAH, para

melhora das ações do docente e favorecimento da aprendizagem.

Elaborar uma cartilha como material de consulta do docente contendo os

principais esclarecimentos sobre a Educação Inclusiva, o TDAH e as

Neurociências.

Verificar a importância a do curso de formação continuada de professores para a

realidade cotidiana dos docentes.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Uma breve história da Educação Inclusiva Brasileira: um ideal não

alcançado

A inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs), nas

instituições de ensino regular, tornou-se um dos grandes desafios do século XXI

(CHIOTE, 2017). Ações e estratégias buscando o atendimento educacional livre de

discriminação e que possibilitasse o desenvolvimento do indivíduo começaram a ser

mais discutidas nos anos 90 (BEYER, 2012).

No ano de 1990, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (UNESCO) realizou em Jomtien, na Tailândia, a “Declaração

Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de

aprendizagem”, declarando em seu artigo 3º que:

“As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo” (UNESCO, 1994).

Diante deste contexto mundial, foi promulgada, no mesmo ano, a Lei nº 8.069

de 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que dentre

outros, estabelece em seu artigo 54ª “atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Vale

ressaltar que a presença desses alunos ficava a mercê da aprovação da escola

regular, já que a terminologia “preferencialmente” utilizada na legislação permitia

interpretações equivocadas quanto à realização da matrícula (BEYER, 2017).

Quatro anos depois, em 1994, na cidade de Salamanca, Espanha, foi

elaborada, durante a Conferência Mundial sobre Educação Especial, a Declaração

de Salamanca, proporcionando importantes contribuições na política da educação

inclusiva. Uma das principais alterações dessa declaração é a proposta de alteração

da terminologia e principalmente da concepção integracionista pela inclusivista,

visando um atendimento à diversidade educacional, voltada às especificidades dos

indivíduos, abandonando a concepção de ações voltadas apenas a permanência

destes alunos nas salas regulares (GARCIA; MICHELS, 2011).

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Essa perspectiva viabilizava o atendimento à diversidade educacional,

valorizando ações e estratégias pedagógicas desenvolvidas na busca da adaptação

das redes de ensino a esses indivíduos, promovendo a construção do conhecimento

e aprendizado a todos os alunos (DOLENCSKO, 2018).

Segundo Matos (2002), a inclusão surge como uma nova proposta na

educação, diferentemente, da segregação, que busca o agrupamento de indivíduos

com deficiências, retirando-os das escolas regulares; e ainda, da integração, que

apenas propõe o convívio de sujeitos com NEEs no ensino regular. Na proposta

inclusiva, os alunos com deficiências motoras e intelectuais, juntamente com os

demais alunos, na rede regular de ensino, teriam acesso a uma educação igualitária,

com metodologias e práticas que promovam a equidade na construção da

aprendizagem (Figura 1) (MATTOS, 2002).

Figura 1 – Diferença entre: Exclusão, Segregação, Integração e Inclusão

Fonte: Filosofia Hoje, 2016.

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Desse modo, a grande proposta da educação inclusiva é, fundir a educação

regular com a educação especial, onde crianças com algum tipo de deficiência

possam frequentar o ambiente escolar normal, com estrutura física adequada e

capacitação dos professores. Já a educação especial propõe apenas a utilização de

metodologias específicas no atendimento das limitações do aluno, sejam elas físicas

ou cognitivas, não havendo a necessidade de ser aplicada pela escola regular

(PORTALEDUCAÇÃO, 2019).

No cenário nacional, diante da Declaração de Salamanca e sua repercussão

mundial, foi promulgada no Brasil a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996,

conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), que

embora estabeleça ações a serem contempladas pelas instituições de ensino no

atendimento à educação especial, não altera a proposta do ECA, quanto ao

atendimento preferencialmente na rede regular, conforme seu artigo 58 e 59:

Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

Este trecho do artigo apresenta-se em consonância à obrigatoriedade do

Estado em promover a inclusão de todos os seus cidadãos, conforme enunciado em

documentos internacionais, no entanto “preferencialmente”, ainda utilizado nesta

legislação acarreta em profusa interpretação, não assegurando ao indivíduo a

matrícula em escolas regulares da rede pública (DOLENCSKO, 2018).

Reparando a imprecisão desta terminologia, no ano de 1999, foi publicado o

Decreto 3.298/99, tornando compulsória, isto é, obrigatória a efetuação da matrícula

dos indivíduos portadores de deficiência capazes de se integrar nas redes regulares

de ensino pública e privada.

O artigo 24ª deste decreto dispõe sobre o conceito de educação especial,

substituindo a terminologia “deficiente” para “educando com necessidades

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educacionais especiais” estabelecendo medidas que assegurem o atendimento

especializado ao indivíduo, buscando a equidade na aprendizagem.

§ 2o A educação especial caracteriza-se por constituir processo flexível,

dinâmico e individualizado, oferecido principalmente nos níveis de ensino considerados obrigatórios. § 3

o A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se na educação

infantil, a partir de zero ano. § 4

o A educação especial contará com equipe multiprofissional, com a

adequada especialização, e adotará orientações pedagógicas individualizadas.

Já no ano de 2001, o Ministério da Educação elabora as Diretrizes Nacionais

para a Educação Especial na Educação Básica, um instrumento decretório que

dentre outras providências, estabelece a todas as instituições de ensino o

atendimento às potencialidades do indivíduo com NEEs. Neste documento fica

estabelecido a necessidade da elaboração de um plano pedagógico que contemple

não apenas as disposições frequentes à dinâmica escolar, mas que proporcionem

medidas de desenvolvimento do aluno e sua aprendizagem (BRASIL, 2001).

Essas Diretrizes (2001) esclarecem ainda a mudança do público atendido

pela educação especial, ampliando sua assistência para além da deficiência,

incorporando as dificuldades de aprendizagem limitantes do desenvolvimento

educacional, outrora negligenciados nas salas de aula.

Neste contexto torna-se irrefutável a importância da convivência coletiva,

apoio e flexibilidade da instituição de ensino na construção social de uma escola

inclusiva (ANJOS; ANDRADE; PEREIRA, 2009). Entretanto a realidade é que as

escolas não conseguem atingir o atendimento das necessidades educacionais de

todos os seus alunos (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008).

No ano de 2004, o Brasil recebeu, na rede pública e privada do ensino

regular, matrículas que contabilizaram 1,25% de crianças e adolescentes

diagnosticadas com NEEs. Acredita-se que o número de alunos com NEEs possa

ser maior que o apresentado na pesquisa, contudo a falta de acesso ao diagnóstico

apresenta-se como um dos grandes obstáculos para o atendimento desses

educandos. O resultado dessa desestruturação são alunos desamparados e

excluídos do sistema educacional, contribuindo em muitos casos, para a evasão

escolar (COMUNIDADE APRENDER ESCOLA, 2014).

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No ano de 2005 foi criada a Lei Brasileira de Inclusão, nº 13.146,

assegurando o direito à educação de maneira objetiva, com o desafio de garantir a

equidade de acesso ao conhecimento e a aprendizagem a todos os alunos e para

isso institui entre outros que:

V- adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino (BRASIL, 2015, pág 7).

Nesse sentido, as políticas educacionais avançaram na criação de propostas

de inclusão, com o objetivo de atendimento direcionado e especializado às

diversidades estudantis, o que não significa a efetividade das ações na prática

(DOLENCSKO, 2018).

Para o aperfeiçoamento dessas medidas, o Estado implementa nas escolas

públicas brasileiras, no ano de 2007, o Programa de Salas de Recursos

Multifuncionais. Neste programa, foram disponibilizados à algumas escolas púbicas

do ensino regular, consideradas “escola polo”, equipamentos de informática,

mobiliários e materiais pedagógicos e de acessibilidade para atendimento

especializado aos alunos com NEEs, caracterizando-se como o principal recurso da

política de educação, na implantação do ensino inclusivo no país (REBELO;

KASSAR, 2017).

Já no ano de 2008, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva

da Educação Inclusiva, assegura o direito de toda criança, independentemente de

sua dificuldade ou diferença, à aprendizagem. Embora sua redação seja similar a

outros documentos sobre educação inclusiva, este esclarece a responsabilidade das

escolas em receber e responder às necessidades individuais de cada aluno,

respeitando seus diferentes ritmos de aprendizagem ao mesmo tempo em que

garantam uma qualidade a todos, por meio de estratégias e modificações na didática

de ensino (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008).

Outra determinação relevante ainda neste mesmo ano, foi o decreto

6.571/2008, posteriormente revogado pelo decreto 7.611/11, com a alteração da

terminologia Educação Especial para Atendimento Educacional Especializado

(AEE), com a compreensão do atendimento realizado em complementação à escola

regular (GARCIA; MICHELS, 2011).

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3.1.1 A relevância da Educação Inclusiva

A transformação no atual cenário educacional é imprescindível, sendo o

modelo existente direcionado a um perfil estudantil não inclusivista, por isso, a

introdução de novos instrumentos e ações deve ser considerada e utilizada nas

salas de aula como primeiro passo nesta transição (SANCHES, 2005).

Neste contexto, Pinheiro, Faria e Coura (2018), afirmam que a construção de

uma escola inclusiva se baseia na formulação de um ensino direcionado ao aluno,

assegurando uma aprendizagem com qualidade e equidade a todos os alunos. Fica

cada vez mais evidente que a aprendizagem do aluno, independentemente de ter ou

não alguma dificuldade, é o principal objetivo da educação inclusiva.

O problema é que se as políticas educacionais brasileiras já promoveram

parâmetros legais que asseguram a transformação das escolas tradicionais em

escolas inclusivas, por que não estamos vivenciando essa alteração?

Há consideráveis razões para este impasse: o número excessivo de alunos

por sala; a falta de conhecimento dos professores sobre as variadas dificuldades de

aprendizagem apresentadas pelo indivíduo, até dos transtornos do

neurodesenvolvimento, que implicam em uma abordagem insuficiente e equivocada,

desfavorecendo a construção de práticas pedagógicas que concedam a aquisição

do conhecimento e aprendizagem. A falta de capacitação do professor e da equipe

pedagógica no atendimento dos alunos com NEEs é apontada pela literatura

(SILVA; MAZOTTA, 2002; CAVALCANTE; OLIVEIRA, 2016; PINHEIRO; FARIAS;

COURA, 2018) como significativo empecilho na aplicação da educação inclusiva.

Neste sentido, é vital que o professor tenha o conhecimento sobre o seu objeto de

trabalho, o cérebro, possibilitando o uso adequado de estratégias de ensino que

despertem maior emoção de seus alunos, resultando consequentemente em uma

maior aprendizagem destes.

O estudo do funcionamento do sistema nervoso, também conhecido como as

neurociências, possibilita a compreensão dos importantes fundamentos de como o

cérebro aprende e como viabiliza uma aprendizagem eficiente.

3.2 Neurociência e aprendizagem

3.2.1 A aprendizagem

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No contexto educacional é possível observar o aumento de trabalhos e

projetos que envolvem processos de ensino e aprendizagem associados ao

conhecimento das neurociências. Isto porque, nos últimos tempos, houve um

aumento nas publicações sobre neurociências, principalmente vinculadas às

emoções. Tal fato se deve à percepção de que o processo de ensino-aprendizagem

não se refere apenas ao cognitivo, mas se desenvolve em meio a diversas emoções,

na maioria das vezes de maneira inconsciente, sendo respostas aos estímulos

recebidos pelo indivíduo (GOMES; COLOMBO-JUNIOR, 2018).

Sendo assim, a compreensão da biologia cerebral em todas as suas

dimensões (cognitivas, emocionais, motoras e afetivas), permite o entendimento que

o processo de aprendizagem está relacionado ao desempenho químico e físico dos

neurônios, na compreensão de que cada cérebro é único, havendo, portando

diferentes formas de aprender (GROSSI; LOPES; COUTO, 2014).

O cérebro, portanto, constitui uma importante peça do sistema nervoso central

(SNC), e apresenta função significativa no processo de aprendizagem,

transformando as neurociências em uma importante aliada no processo educacional

(LIMA et al., 2017).

Para Guerra (2011, p. 3) “O trabalho do educador pode ser mais significativo

e eficiente se ele conhece o funcionamento cerebral, o que lhe possibilita

desenvolvimento de estratégias pedagógicas mais adequadas”.

3.2.2 Anatomia da aprendizagem

O pensamento, a atenção, a capacidade de julgar, são processos mentais

resultantes da atividade cerebral. E este funcionamento ocorre através de milhões

de células especializadas, os neurônios, que recebem e transmitem as informações

nervosas, também chamadas de impulso nervoso (COSENZA e GUERRA, 2011).

Durante toda a vida ocorre a formação de novas conexões e,

consequentemente, o desenvolvimento de circuitos nervosos, isto porque os

neurônios estão constantemente realizando novas sinapses (AMARAL et al., 2007).

De modo geral, novas conexões neurais proporcionam a reorganização e o

desenvolvimento do cérebro gerando novos comportamentos, que resultam na

aprendizagem (GROSSI; LOPES; COUTO 2014).

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Os comportamentos dependem do cérebro, a aquisição de novos comportamentos também resulta de processos que ocorrem no cérebro do aprendiz. E, portanto, o cérebro é o órgão da aprendizagem (GUERRA, 2011, p. 2).

Um cérebro estimulado é capaz de aumentar o número de suas sinapses,

permitindo reafirmar sua capacidade intelectual e genética na produção frequente de

novas conexões nervosas, evidenciando a plasticidade cerebral, visto que o cérebro

não é inerte, adaptando-se às necessidades do indivíduo (BONI; WELTER, 2016).

Cosenza e Guerra (2011) também reafirmam a plasticidade como importante

característica do sistema nervoso, sendo a capacidade neural de criar e desfazer

ligações uma consequência das constantes interações do corpo com o ambiente

interno e externo.

Durante muitos anos acreditou-se que o sistema nervoso era extremamente

plástico nos primeiros anos de vida, na fase adulta essa plasticidade era bem

pequena e que na velhice ela deixaria de existir, contudo, o conhecimento atual

permite verificar que, embora diminuída, a plasticidade nervosa permanece por toda

vida, sendo mantida a capacidade de aprender (COSENZA e GUERRA, 2011).

O conhecimento sobre a disposição e o funcionamento das áreas do sistema

nervoso permite, na perspectiva educacional, um melhor planejamento do docente

quanto à elaboração de estratégias que favoreçam o processo de ensino-

aprendizagem, permitindo o entendimento que diversas regiões do encéfalo

interagem e participam desse processo (GROSSI; LOPES; COUTO, 2014).

O córtex cerebral (Figura 2), isto é, a camada mais externa do cérebro,

apresenta-se dividido em lobos responsáveis por funções essenciais para a

aprendizagem do sujeito (Quadro 1).

Figura 2– Algumas regiões do córtex cerebral

Fonte: INFOESCOLA, 2006

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Quadro 1 – Algumas regiões do córtex cerebral e suas principais funções

Lobo Frontal Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal. O córtex

motor controla e coordena a motricidade voluntária. A atividade no

lobo pré-frontal é responsável pela tomada de decisão de quais

sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o

resultado. Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a

fluência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e

capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e

determinação para ação e atenção seletiva.

Lobo Temporal Processa os estímulos auditivos e realiza associações de

informações.

Lobo Parietal

É constituído por duas subdivisões: a anterior, denominada córtex

somatossensorial, que é responsável pela recepção de sensações

como o tato, a dor e a temperatura do corpo, e a área posterior dos

lobos parietais, que é uma área secundária responsável pela análise,

interpretação e integração das informações recebidas pela área

anterior.

Lobo Occiptal (ou visual) Processa os estímulos visuais.

Fonte: GROSSI; LOPES; COUTO – adaptado pela autora (2014, p. 30).

A eficiente contribuição das neurociências para a educação resulta da

combinação entre o entendimento das linguagens naturais, como a visão, a

cinestesia e a audição, e os processos cerebrais envolvidos na sua concepção, com

a elaboração de um planejamento pedagógico que contemple e garanta o

atendimento dessas no exercício da docência (GROSSI; LOPES; COUTO, 2014).

3.2.3 Fatores de aprendizagem

Embora novas sinapses sejam continuamente formadas, as conexões

utilizadas com frequência se tornam funcionais e permanecem, enquanto as que não

são usadas se desfazem (AMARAL et al., 2007). As conexões funcionais usadas

repetitivamente são as que executam as funções vitais do nosso corpo, além disso,

esse tipo de conexão permite o desenvolvimento de habilidades como memória e

aprendizagem. (MAPURUNGA e CARVALHO, 2018).

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O estudo realizado por Bear; Connors e Paradiso (2012) descreve

aprendizado como a aquisição de novas informações ou novos conhecimentos,

enquanto a memória é entendida como a retenção da informação aprendida.

Sendo assim, a memória consiste em um elaborado sistema que pode ser

dividido em: a de curta duração e a memória de longa duração (MAPURUNGA e

CARVALHO, 2018). Existe ainda a memória de trabalho que dura um curtíssimo

espaço de tempo, sendo vulneráveis a perturbações, podendo ser frequentemente

apagadas. (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2012). É o que ocorre quando

memorizamos um número de telefone que precisamos num determinado momento,

após alguns segundos, não é mais possível recorda-lo.

As memórias de curto prazo duram por algumas horas, por exemplo, é

possível lembrar o que comemos hoje no almoço, mas após algumas horas ela é

apagada, por isso não conseguimos dizer qual a refeição realizada neste mesmo dia

da semana passada.

As memórias de longa duração ficam retidas, registradas, permitido recuperar

experiências (MAPURUNGA; CARVALHO, 2018). Alguns conhecimentos são

utilizados conscientemente, e por isso recebe o nome de memória explícita, sendo

também conhecida como memória declarativa, enquanto outros ocorrem sem que

haja a consciência de que a lembrança tenha sido acionada, é a memória implícita

ou não declarativa (COSENZA; GUERRA, 2011). (Figura 3)

Figura 3 – Tipos de memória de longa duração

Fonte: AMARAL, 2007, p. 09.

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A lembrança de uma data de aniversário, por exemplo, é uma memória

declarativa, na qual o indivíduo possui a plena consciência da lembrança. Este tipo

de memória apresenta duas subdivisões: a memória episódica, que se refere a

eventos em que o indivíduo assiste ou participa, e a memória semântica, relacionada

aos conhecimentos gerais. (MAFRA et al., 2017).

As habilidades motoras e aprendizagem são expressões da memória implícita

ou não declarativa, formada lentamente, a partir da repetição, elaboração e

consolidação, permitindo a plasticidade sináptica. (AMARAL, 2007; MAPURUNGA E

CARVALHO, 2018).

Sendo assim, uma informação relevante ou ainda uma experiência

significativa, é capaz de alterar estruturalmente circuitos nervosos específicos,

tornando as sinapses mais eficientes, resultando em um registro. (COSENZA e

GUERRA, 2011). Nesta perspectiva o aprendizado caracteriza-se pela formação e

consolidação das conexões entre células nervosas, que envolve modificações

químicas e estruturais do sistema nervoso, resultando em gasto de energia e tempo

para sua concretização, processo esse individual para cada sujeito (COSENZA e

GUERRA, 2011).

Júnior e Herran (2017) descrevem o aprendizado como processo de

modificação cerebral por meio de experiência, na qual essa modificação é tão

significativa que, posteriormente, o cérebro passa a agir em consideração à

experiência modificadora.

“A aprendizagem é consequência de uma facilitação da passagem da

informação ao longo das sinapses. Mecanismos bioquímicos entram em

ação, fazendo com que os neurotransmissores sejam liberados em maior

quantidade ou tenham uma ação mais eficiente na membrana pós-sináptica.

Mesmo sem a formação de uma nova ligação, as já existentes passam a ser

mais eficientes, ocorrendo o que já podemos chamar de aprendizagem.

Para que ela seja mais eficiente e duradoura, novas ligações sinápticas

serão construídas, sendo necessário, então, a formação de proteínas e de

outras substâncias. Portanto, trata-se de um processo que só será

completado depois de algum tempo” (COSENZA E GUERRA, 2011, p.38)

3.2.4 Fatores que interferem no aprendizado

Segundo Cosenza e Guerra (2011) para se tornar consciente, primeiramente,

a informação deve transpor o filtro da atenção. Após passar pelo filtro da atenção, a

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informação recebida pode ativar neurônios ou simplesmente ser codificada, quando

se tratar de uma experiência vivenciada anteriormente. A atenção está relacionada à

capacidade mental de se concentrar em algo específico, permitindo à observação de

detalhes, mesmo que haja objetos ou outras ações sendo executadas ao redor.

Sendo assim, a atenção faz com que o sujeito mantenha sua concentração em algo

que o interessa, e sem esta atenção dificilmente haverá a aprendizagem.

É claro que os processos biológicos são vitais para o aprendizado, entretanto

torna-se necessário o entendimento da relevância de outros fatores que alteram

esse processo. Além de aspectos cognitivos, fatores ambientais como a metodologia

do professor, o contexto familiar, social e da própria sala de aula, a nutrição, a

duração e qualidade do sono, a realização de atividades físicas, dentre outros,

podem comprometer o aprender do sujeito (GASQUE, 2017).

A qualidade do sono é um fator diretamente relacionado à aprendizagem,

sendo a consolidação da memória de longo prazo dependente qualitativamente e

quantitativamente do sono do sujeito, já que sua privação compromete a capacidade

de armazenamento de informações. Outro ponto relevante é que a privação do sono

leva o indivíduo à fadiga mental, por descanso insuficiente para o organismo

(GUIMARÃES; SCHIRMER; COSTA, 2018).

Outro relevante fator associado à aprendizagem é a prática regular de

exercícios físicos, conferindo um hábito simples, praticável em qualquer fase da

vida, e que apresenta uma melhora significativa na plasticidade cerebral,

repercutindo no beneficiamento do aprendizado e no processo de memorização,

além de auxiliar no retardamento do declínio cognitivo associado ao envelhecimento,

contribuindo para melhora na qualidade de vida do indivíduo, além de atuar como

neuroprotetor de diversas patologias que acometem o sistema nervoso (CASTRO;

MOHAPEL; BROCARDO, 2017).

A aprendizagem pode ser compreendida, do ponto de vista neurológico,

como processo físico, em que o novo conhecimento é representado por

novas conexões das células cerebrais. Essas conexões podem ser

potencializadas por meio de rotinas de exercícios específicos, sono e

silenciamento da mente, por exemplo. A natureza e a nutrição afetam o

cérebro, e consequentemente, a aprendizagem (GASQUE, 2017, p. 95).

Além da prática de exercícios físicos uma boa alimentação influencia

diretamente no processo da aprendizagem, causando relevantes impactos sobre as

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funções cerebrais, interferindo no comportamento, no pensamento e na memória

(RIBEIRO; SILVA, 2013). Uma nutrição deficiente possui influência negativa no

desenvolvimento cognitivo, reforçando a importância da alimentação para a

manutenção de uma vida física e mental saudável (BARR, 2016).

Compreender o funcionamento cerebral durante a aprendizagem do indivíduo

e ainda conhecer os fatores que interferem neste processo, permite ao professor a

construção e execução de práticas pedagógicas mais eficientes por possuírem

embasamento teórico. Desse modo, o docente capacitado consegue melhor atender

as dificuldades e necessidades dos alunos com NEEs, em especial do estudante

com TDAH, resultando em ações efetivas e verdadeiramente inclusivas.

O conhecimento das neurociências pelo docente contribui significativamente

para a aplicação efetiva do ensino inclusivo, trazendo benefícios e melhores

condições de aprendizagem a vários alunos. Diante deste contexto, vale ressaltar

que as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica traz em

sua redação a ampliação dos indivíduos assistidos pelo Atendimento Educacional

Especializado (AEE), englobando não apenas as dificuldades de aprendizagem

referentes as deficiências ou limitações, mas também as dificuldades cognitivas,

psicomotoras e de comportamento, como é o caso do TDAH (MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO, 2001).

3.3 TDAH: um transtorno que requer Necessidades Educacionais Especiais

3.3.1 Conceito e tipos

A primeira publicação sobre este transtorno foi um artigo realizado pelo

médico Melchior Adam Weikard, em 1775, descrevendo sintomas como de

distração, desatenção e impulsividade (SOUZA, L.; SOUZA, C., 2017). Em 1902, o

renomado pediatra George Still, publicou na revista “Lancet” um artigo sobre o que

ele descreveu como sendo “condições físicas anormais em crianças” (SANTOS;

FRANCKE, 2017; SOUZA, L.; SOUZA, C., 2017).

A nomenclatura deste transtorno sofreu várias alterações ao longo dos anos,

Irriquieta Phillis, Doença de Still, Distúrbio de Impulso, Lesão Mínima do Cérebro,

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Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da Infância e TDA, sendo

renomeado em 1987 para TDAH (OLIVEIRA; DUARTE, 2017).

Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDAH é

“um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e

frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida” (ABDA, 2017).

Atualmente o TDAH é descrito em três tipos, sendo: o desatento, o

hiperativo/impulsivo, e o misto ou combinado (que possui características dos dois

tipos anteriores), existindo sinais e sintomas que ajudam no diagnóstico (Quadro 2).

Quadro 2 - Principais características do TDAH

Tipo Caracteríticas

Desatento Caracteriza-se por um comportamento desatento, em que o indivíduo se distrai com facilidade. Esses comportamentos dificultam a realização de atividades que envolvam maior esforço mental, trazendo prejuízos à vida do sujeito, principalmente no ambiente escolar. O indivíduo também apresenta dificuldades em perceber a passagem do tempo.

Hiperativo-Impulsivo Caracteriza-se por um comportamento desmoderado de agitação, hiperatividade e impulsividade. Esses comportamentos causam grandes problemas na vida do indivíduo uma vez que perturba o ambiente ao redor. O indivíduo apresenta dificuldade em pensar antes de agir.

Misto ou combinado Apresenta características simultâneas do tipo desatento e Hiperativo-impulsivo

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Instituto Paulista de Déficit de Atenção (2004).

Destaca-se que a ocorrência desses sintomas não caracteriza a presença do

TDAH no indivíduo, necessitando de uma investigação multiprofissional para seu

diagnóstico (MAIA; CONFORTIN, 2017).

3.3.2 Diagnóstico do TDAH

Os critérios para o diagnóstico do TDAH são propostos pelo Manual de

Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM), em sua quinta edição,

com a existência de seis ou mais sintomas característicos do transtorno; antes dos

doze anos de idade, percebidos em dois ou mais ambientes frequentados pelo

indivíduo, e que representem prejuízos significativos no desempenho acadêmico,

social ou ocupacional destes (DSM-V, 2014).

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Nos primeiros anos de vida de um indivíduo, dificilmente consegue-se

perceber o transtorno, entendendo o contexto de que toda criança é naturalmente

hiperativa e desatenta nesta fase da vida, sendo indicada a observação da presença

do TDAH a partir dos seis ou sete anos, coincidindo com o início da vida escolar do

indivíduo (CARREIRO et al., 2010).

A importância de se conhecer o TDAH é entender que nem toda criança

inquieta e agitada é portadora do transtorno do tipo hiperativo/impulsivo, assim como

nem toda criança tímida e quieta é portadora do transtorno desatento; sendo

necessária uma investigação para conclusão do diagnóstico. Este diagnóstico é

clínico e deve ser feito com embasamento em uma exploração física,

psicopatológica e psicossocial, mediadas por diferentes profissionais (CALIMAN,

2008; COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010).

O diagnóstico precoce do TDAH associado à rápida adesão do tratamento

representa considerável melhora na qualidade de vida do indivíduo, ocasionando

redução nos conflitos gerados pelo transtorno e menos exposição aos riscos

(REINHARDT, M.; REINHARDT, C., 2013).

3.3.3 Fatores que podem ser encontrados associados ao TDAH

O TDAH apresenta-se como transtorno de significativa relevância no contexto

da saúde pública, sendo responsável por inúmeros problemas ao indivíduo, no

ambiente social, acadêmico e profissional, causando também prejuízos às pessoas

com as quais o indivíduo se relaciona (REINHARDT, M.; REINHARDT, C., 2013).

Santos e Francke (2017) descrevem uma alta prevalência, cerca de 30 a 50%

de associação do TDAH com outras comorbidades e ainda, com transtornos

destrutivos do comportamento. O transtorno de conduta é um deles, no qual, o

indivíduo apresenta um comportamento constante que incomoda e perturba, muitas

vezes, associado à prática de atividades perigosas e ilegais, não se importando em

ferir ou desrespeitar outros indivíduos (BORDIN; OFFORD, 2000). Um outro

transtorno é o opositor desafiante, conhecido pela sigla TOD, em que o indivíduo

apresenta uma tendência permanente a comportamentos negativos, hostis,

desafiadores e desobedientes durante as interações sociais com sujeitos que

apresentam autoridade sobre estes (AGOSTINI; SANTOS, 2017). Diante deste

assunto, Muller e Schwantz (2012), acrescentam que:

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Quando o TDAH não é tratado, desenvolvem-se comorbidades, dentre as quais se incluem ansiedade generalizada, depressão, síndrome de pânico, transtorno do comer compulsivamente, jogar compulsivamente, hiper-sexualidade, transtorno obsessivo compulsivo, etc. (MÜLLER; SCHWANTZ, 2012, p.73).

Esse transtorno afeta direta e indiretamente a vida do indivíduo, já que o

expõe a situações de urgência, de relevante periculosidade, além de apresentarem

maior risco de se envolverem com o uso de drogas ilícitas, tornando necessária uma

maior atenção, tanto por parte dos profissionais da saúde em atendimento desses,

quanto da família na busca do tratamento, e ainda da escola na contribuição para o

diagnóstico correto (REINHARDT, M.; REINHARDT, C., 2013).

3.3.4 Tratamento do TDAH

A combinação do tratamento comportamental ao farmacológico se apresenta

cada vez mais efetiva no tratamento deste transtorno, promovendo uma melhora na

qualidade de vida do indivíduo com TDAH, com destaque no período de sua vida

escolar (CARREIRO et al., 2010).

Os resultados desses tratamentos estão relacionados às efetivas mudanças

do indivíduo e dos ambientes nos quais está inserido (RODILLO, 2015). O

medicamento mais utilizado tem sido o Metilfenidato, comercialmente conhecido

como Ritalina®, um estimulante do sistema nervoso que permite a ação de

neurotransmissores, já que a captação destes fica comprometida pelo transtorno,

ocasionando consequente melhoria da resposta do córtex pré-frontal (ALVES, 2015).

Diante desse contexto, cabe ressaltar que o uso do medicamento não busca

normalizar o comportamento do indivíduo adaptando-o ao meio no qual está inserido

e sim a sua normalização biológica, regularizando as atividades de regiões cerebrais

específicas, comprometidas pelo TDAH, conforme estudo de Brzozowsk e Caponi

(2012):

A normalidade no TDAH não está tão vinculada à estatística, já que o diagnóstico geralmente não é quantificado, mas sim à normalidade dos comportamentos que, em última instância, seriam regulados pelo cérebro. A normalização biológica faria com que ocorresse melhora no comportamento, uma vez que os problemas de conduta teriam como causa subjacente

alguma alteração biológica (BRZOZOWSK; CAPONI, 2012, p.954).

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34

3.3.5 TDAH e as neurociências: relação entre o transtorno e o comprometimento

escolar do aluno

A escola constitui um espaço onde são desempenhadas inúmeras atividades

envolvendo concentração, exigindo da criança um comportamento desacelerado,

estando ela sossegada por maiores períodos de tempo do que o costumeiro

(AMARAL et. al., 2013).

O estudo realizado por MÜLLER e SCHWANTZ, (2012) sobre a investigação

das dificuldades de aprendizagem do aluno com TDAH, verificou a importância do

acolhimento individual e singular destes indivíduos, com o propósito de assegurar a

alfabetização das crianças com TDAH inseridas nas salas regulares de ensino.

Contemplados por práticas pedagógicas que favoreçam o desenvolvimento de

suas habilidades, os alunos com TDAH respondem melhor ao processo de ensino-

aprendizagem (SCHMITT; MORANDO, 2017).

Desse modo, é importante diferenciar déficits nas habilidades acadêmicas e déficits no desempenho acadêmico. Déficits nas habilidades acadêmicas presumem falta de capacidade para aprender sob as mesmas condições de todos os alunos e também de forma individual. Há déficit no desempenho acadêmico quando o aluno possui as habilidades necessárias para aprender, mas não consegue demonstrar aprendizagem de modo constante sob condições típicas de sala de aula (DU PAUL; STONER, 2007 apud SCHMITT; MORANDO, 2017, p.281).

Estudos complementares de imagem, utilizando a tomografia

computadorizada (BUSH et al.,1999 apud COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010)

revelaram que os indivíduos com TDAH apresentam alterações no córtex pré-frontal

(Figura 4), comprometendo as funções executivas. O comprometimento desta região

cerebral está relacionado à alteração do funcionamento de substâncias químicas

chamadas neurotransmissores, em especial a dopamina e noradrenalina (BATISTA,

2011).

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Figura 4- Imagem da localização do córtex pré-frontal.

Fonte: NOVAES, 2014.

O TDAH compromete a captação do neurotransmissor dopamina pelos

neurônios pós-sinápticos do córtex pré-frontal (AGUIAR, 2007 apud SANTOS;

FRANCKE, 2017). Este funcionamento alterado compromete as funções executivas,

descritas no Quadro 3, que estão ligadas à concentração, motivação, interesse e

aprendizado, afetando diretamente o desenvolvimento social e escolar desses

indivíduos (ALVES, 2015).

Quadro 3 – Funções Executivas

Função Habilidade

Volição Estabelecer objetivos, formulação intencional, motivação e consciência de si e do ambiente.

Planejamento Prever ações e consequências na tomada de decisão, de estabelecer prioridades e de controlar impulsos.

Ação intencional Propor objetivos e realizar planejamento que resultem em uma ação aplicável; envolve a organização de um conjunto de ideias para estabelecer o início, a manutenção, modificação e término de uma tarefa.

Desempenho efetivo Automonitoramento, autodireção e auto regulação da intensidade, do ritmo e de outras características qualitativas de um comportamento.

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos de LEZAK, HOWIESON e LORING (2004) apud ALVES (2015, p. 40).

Sendo assim, a ausência de comando da atenção e dos impulsos são

exemplos de características predominantes apresentadas no TDAH. Desta forma, o

transtorno exige um conhecimento relativo de suas características clínicas e

educacionais, na busca de uma abordagem social e escolar adequada para aqueles

que a possuem (JUNIOR; LOOS, 2011). O estudante com TDAH, seja pelo padrão

desatento ou hiperativo, está mais suscetível a prejuízos acadêmicos (CARREIRO et

al., 2010).

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36

O aluno com TDAH não é amparado na legislação no seu direito ao

acompanhamento diário do professor mediador, sendo de responsabilidade do

professor regente a garantia do processo de ensino-aprendizagem, mesmo que o

profissional, em muitos casos, desconheça como o transtorno interfere na

construção do conhecimento (AMARAL et al., 2013).

É importante que o profissional da educação envolvido no processo ensino-

aprendizagem tenha o conhecimento adequado sobre o TDAH para a realização de

um atendimento educacional satisfatório destes alunos, promovendo assim o ensino

inclusivo já assegurado pela legislação brasileira. A formação continuada de

professores é vital para a educação inclusiva, o conhecimento das características

neurobiológicas dos transtornos e deficiências que interferem na aprendizagem,

permite ao docente a aplicação de uma intervenção específica para cada aluno,

respeitando as suas habilidades e limitações.

3.4 A formação continuada de professores e estratégias pedagógicas

para aprimorar a aprendizagem.

3.4.1 A Formação Continuada

Assegurar o conhecimento das competências educacionais básicas, no

processo de ensino-aprendizagem a todos os alunos, como configura a educação

inclusiva, apresenta-se como grande desafio do atual cenário educacional.

Nessa perspectiva é possível compreender que a capacitação dos

profissionais da educação favorece o atendimento dos alunos com NEEs, sendo

considerado como um dos pilares que sustentam uma escola inclusiva. Contudo a

educação inclusiva transcende o entendimento de que o trabalho do professor é

suficiente e satisfatório para o desenvolvimento de um indivíduo; o papel da família

juntamente com a sociedade é fundamental e, portanto, são igualmente

responsáveis pela formação do cidadão autônomo, capaz e consciente de sua

função social.

O estudo realizado por Prais e Rosa (2016), descreveu a importância de um

Projeto Político Pedagógico como instrumento primário na construção de uma escola

inclusiva, apresentando em sua essência a formulação de práticas inclusivas

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37

enquanto documento norteador das abordagens pedagógicas a serem

desempenhadas na escola.

Considerando a função do docente no processo inclusivo, é necessário que

este profissional seja sensível na percepção da heterogeneidade de sua turma e nas

necessidades singulares de seus discentes, buscando assim alternância de

atividades pedagógicas, para atendimento às disparidades presentes no ambiente

escolar.

A construção do ensino inclusivo eficiente é dependente da formação do

professor, sendo assim, componente sustentador da autonomia intelectual do

profissional, contribuindo para o aprimoramento de sua metodologia, contemplando

todos os alunos em sala de aula, dentro de suas especificidades (NORONHA, 2017).

Uma significativa problemática vivenciada nas escolas regulares são as ações

executadas pelos docentes, muitas vezes a orientação repassada aos profissionais

envolvem adequações nos comandos de atividades pedagógicas e prolongamento

do tempo para realização das mesmas, negligenciando os principais objetivos da

escola: a construção do aprendizado e a autonomia dos alunos (ZERBATO;

MENDES, 2018).

É a variação nas estratégias de ensino que favorecem o entendimento e

consequente aprendizagem dos alunos. Zerbato e Mendes (2018) esclarecem que

atividades diversificadas que incorporam criações, ações físicas, meios de

comunicações, construção de objetos, produção escrita, entre outros, aprimoram o

conhecimento dos alunos, oferecendo maiores oportunidades de manifestações dos

saberes.

Desta forma, praticar atividades diversificadas e desafiadoras como exercícios cognitivos, ou seja, leituras, caça- palavras, charadas, enigmas, praticar exercício físico, frequentar ambientes divertidos, fazer cálculos, aprender um novo jogo de tabuleiro pode se tornar uma boa maneira de manter um cérebro saudável, pois estas atividades aumentam o nível de produção de endorfina, responsável pela sensação de bem-estar (BONI; WELTER, 2016, p.142) .

Compreendendo que cada aluno é único em relação ao ritmo de

aprendizagem, e ainda, que o sucesso na aplicação de uma determinada estratégia

não configura necessariamente a abrangência de todos, fica evidente que, não há

receita mágica que contemple todos os alunos na aprendizagem, mas a

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diversificação de ações pedagógicas possibilita o envolvimento de um número maior

de alunos.

Crianças e adolescentes com NEEs, principalmente os diagnosticados com o

TDAH, são frequentes na sala do ensino regular, estabelecendo a necessidade do

conhecimento de educadores sobre o assunto no intuito de garantir um atendimento

equitativo aos alunos (MAIA; CONFORTIN, 2017).

Buscando a maior participação e aproveitamento escolar desses alunos,

algumas estratégias (quadro 4) favorecem o atendimento eficiente ao aluno com

TDAH na compreensão do conteúdo administrado, sua autonomia e consequente

desenvolvimento.

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39

Quadro 4 – Estratégias que favorecem a aprendizagem do aluno com TDAH

Acomodações que podem

contribuir com a

aprendizagem do aluno

• O aluno deve sentar-se próximo à área onde o professor permanece o

maior tempo e distante de outros locais que possam provocar distração

(janela, porta, etc.) ou de colegas inquietos.

• O aluno deve sentar-se perto de alunos que possam colaborar. O aluno

colaborador pode ser de grande valia na inclusão de alunos com TDAH.

Sua atuação deve ser elaborada pelo professor tendo em vista as

necessidades do aluno a ser incluído, suas habilidades, dificuldades e

grau de autonomia. Entre as possíveis ações do aluno colaborador

destacam-se o auxílio na motivação escolar, interação e inclusão no

grupo social.

•Um quadro bem visível com as rotinas e comportamentos desejáveis em

sala de aula deve ser afixado próximo a esse aluno.

• Somente o material necessário deverá ficar em cima da carteira. No

caso de crianças pequenas vale a pena guardar seu material e fornecer

somente o necessário.

Estratégias na

apresentação do

conteúdo

• O professor deve utilizar instruções curtas e objetivas.

• O professor deve evitar longas apresentações de um determinado

assunto, caso necessário, faça de maneira seriada e utilize diferentes

abordagens pedagógicas (visual, auditiva e cinestésica).

• Quando possível utilizar cores vivas nos diferentes recursos visuais.

• Manter na lousa apenas as informações necessárias para o tema.

• Antes de iniciar uma nova matéria utilizar alguns minutos para recordar

a matéria anterior. Desta forma criam-se elos entre os assuntos

favorecendo a atenção e fixação das informações na memória.

• O professor pode usar o recurso de colocar um pequeno símbolo, algo

como uma estrela, no caderno do aluno durante a execução de

atividades de sala de aula. Assim, quando o aluno chegar às estrelas ele

poderá avisar o professor, que passará a monitorar o seu progresso na

atividade.

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As atividades em sala de

aula e tarefas de casa do

aluno com TDAH

• Os grupos de trabalho são bem vindos, mas evitar que tenham número

maior do que três alunos.

• Designar responsabilidades ao aluno com TDAH pode contribuir na

atenção, autoestima e inibição comportamental.

• O aluno com TDAH deve receber as informações e executar suas

tarefas em grau de dificuldade adequado para suas necessidades

(sucesso alcançável).

• Simplificar e dividir instruções complexas, tornando-as mais concretas e

atreladas a conhecimentos prévios, relevantes e da vida diária do aluno.

• Coibir hábitos de multitarefas (executar várias tarefas ao mesmo tempo

dividindo a atenção entre elas) em casa e na sala de aula.

• O uso de recursos tecnológicos (computador, tablet, calculadora,

corretor ortográfico, etc.) na realização das atividades de sala de aula e

tarefas de casa pode ser de grande ajuda.

Como devem ser as

avaliações do aluno com

TDAH

• O professor deve incentivar o progresso individual do aluno com TDAH,

valorizando os aspectos qualitativos de seu conhecimento.

• É recomendado que seja realizado maior número de avaliações, com

menor conteúdo de informações.

• Na medida do possível permitir que o aluno faça suas avaliações em

um ambiente com menos estímulos que possam comprometer sua

atenção.

• Tempo mínimo (evitando que o aluno abandone a avaliação antes de

tentar finalizá-la) e tempo extra podem ser previamente estabelecidos

pelo professor quando assim achar necessário.

Estímulos e ações que

melhoram a atenção do

aluno com TDAH.

• O professor não deve enfatizar os fracassos do aluno com TDAH ou

comparar seu desempenho ao de seus colegas.

• Promover encorajamento verbal e motivação (“você consegue fazer

isto!”).

• O aluno deve ter uma pessoa de referência na escola para lhe oferecer

apoio e acolhida em momentos críticos relacionados aos seus

comportamentos e ou emoções.

• O aluno deve ter a oportunidade de se mover mais frequentemente.

Fonte: Elaborado pela autora com base nas informações contidas em COMUNIDADE APRENDER ESCOLA, 2004, pág. 23-25.

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As estratégias não buscam o favorecimento do aluno com TDAH, na verdade,

otimizam a adaptação dos moldes de ensino regular à um ensino inclusivo. A

educação inclusiva não está relacionada à realização de provas diferenciadas ou

flexibilidade no tempo de sua realização, seus princípios estão fundamentados na

construção do conhecimento e consequente aprendizagem, além de contribuir para

autonomia do indivíduo e o seu desenvolvimento.

A falta da formação continuada é uma realidade percebida em muitas salas

de aula, sendo observada apenas a integração do aluno com TDAH no ambiente

escolar, não havendo a inclusão do mesmo, fato normalmente consequente da

escassez de conhecimento dos educadores sobre este transtorno de aprendizagem

(CARREIRO et al., 2010).

Gama e Terrazzan (2008) descrevem o modelo de capacitação que busca a

especialidade, isto é, uma formação relacionada à atuação do profissional,

possibilitando a melhoria de suas práticas e permitindo um aperfeiçoamento pessoal,

o que melhor descreve a formação continuada para os professores.

A demanda por especialização de professores para atendimento dos alunos

com NEEs é grande (PLETSCH; ARAÚJO; LIMA, 2017), o que não seria um

problema se estivesse sendo realizada com preocupação em atender as exigências

educacionais e não apenas empregatícias, sem o cumprimento do objetivo principal

que é a formação de profissionais com qualidade educacional (BORGES, 2017).

Para que esta formação seja de qualidade, deve-se estimular o professor a

pensar sobre a própria realidade no contexto escolar, discutindo, refletindo e

construindo ações que atendam as situações vivenciadas por estes profissionais,

compondo assim a base para a construção de uma escola inclusiva (CASTRO,

2017).

A orientação aos docentes, com programas de aperfeiçoamento e

acompanhamento contínuos, busca compreender e respeitar a singularidade de

cada indivíduo, beneficiando a todos envolvidos com a educação (GLAT;

NOGUEIRA, 2003).

O estudo realizado por Pletsch, Araújo e Lima (2017) demonstrou que

professores avaliam de maneira positiva à aquisição de conhecimentos, o que

fortalece o entendimento quanto à necessidade de modificação da escola

tradicionalista por uma escola mais inclusiva e democrática.

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42

4 METODOLOGIA

4.1 Caracterização dos participantes

Este estudo, de abordagem qualitativa de pesquisa, se desenvolveu na

Escola Estadual Major Lage, situada no município de Itabira, Minas Gerais, após

autorização da direção da escola e assinatura do Termo de Concessão da

Instituição (ANEXO 1).

Foram convidados para participação no encontro 15 professores da rede

regular de ensino da escola referida, de todas as áreas de conhecimento, dos anos

finais do ensino fundamental, que concordaram em participar espontaneamente

deste estudo, após leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (ANEXO 2).

Cabe destacar que a coleta de dados teve início somente após a aprovação

do Comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto, CAAE nº

85827718.8.0000.5150, com a precaução que todos os aspectos éticos fossem

assegurados (ANEXO 3).

Todos os docentes participantes receberam por e-mail um questionário com

perguntas pessoais, sobre a graduação, a pós-graduação (quando houvesse), o tipo

de regime contratado, sendo o reenvio automático e anônimo na plataforma Google

Drive (APÊNDICE B).

4.2 Grupo Focal

Inicialmente, a coleta de dados foi realizada por meio do grupo focal e da

observação dos participantes, apresentando-se como uma técnica que permite uma

maior troca de experiências entre os participantes sobre uma temática (BAKES et

al., 2011). Para o desenvolvimento satisfatório do encontro de grupo focal, é

recomendável que o número de participantes atenda ao intervalo de 6 a 15 sujeitos

(DALL´AGNOL; TRENCH, 1999), mas sustentada na prerrogativa da flexibilidade,

descrita na literatura, a ampliação é tolerada desde que haja devida justificativa e

acordo com o grupo (KINALSKII et al., 2017). O grupo focal consiste na interação e

comunicação de um grupo de pessoas que apresentam características comuns e

que possam criar um debate aberto e acessível sobre uma determinada temática

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(TRAD, 2009). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que apresenta vantagem sobre

a entrevista individual, por permitir a observação dos processos de interação

ocorrendo entre os participantes (BORGES; SANTOS, 2005). Nesta técnica de

coleta de dados, os envolvidos se manifestam oralmente de modo espontâneo e

específico a uma temática, ao mesmo tempo em que produzem debates

(POMMER,C.; POMMER, W., 2014).

Para garantir que o debate permaneça sobre o tema principal, o encontro

deve contar com a presença do moderador, com conhecimento sobre o tema

discutido, capaz de conduzir uma discussão produtiva, com base em um roteiro de

entrevista, com intervenções realizadas apenas quando necessárias à introdução de

novos questionamentos (GONDIM, 2003).

O roteiro de entrevista contém em suas questões os temas-chave a serem investigados. A sequência dos temas é normalmente ordenada, primeiramente, por questões gerais e, em seguida, por questões específicas. Tal ordenação permite que os elementos essenciais apareçam de forma mais natural. A preparação desse roteiro exige a análise cuidadosa dos objetivos da investigação (BORGES; SANTOS, 2005, p.76).

Para condução das discussões, a moderadora, uma das pesquisadoras,

seguiu um roteiro (APÊNDICE A) contendo questões inicialmente gerais, seguidas

por questões específicas da temática proposta no estudo (GONDIM, 2003;

BORGES; SANTOS, 2005; TRAD, 2009). O encontro teve duração de 2h, com

discussões sobre inclusão, TDAH, e técnicas de aprendizagem. A participação de

todos os professores foi motivada pela moderadora; sendo esclarecido que para os

questionamentos realizados não haviam respostas corretas e que, portanto, a

opinião de todos era de grande importância para a pesquisa. A moderadora agiu

com imparcialidade, apresentando atenção e cuidado em não criar tendências na

discussão, não permitindo que convicções pessoais influenciassem os participantes,

isto é, o resultado da pesquisa.

A realização do encontro de grupo focal ocorreu durante um único encontro,

no auditório da escola, um espaço confortável e de fácil acesso a todos os

participantes, protegido de perturbações externas, previamente preparado, onde os

participantes foram distribuídos em cadeiras arrumadas em forma circular, em torno

de uma mesa retangular contendo água, café e lanche (TRAD, 2009). Foram

utilizados para registro dos dados um aparelho celular na gravação do áudio e um

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caderno de registro para anotação dos momentos de maiores discussões e das

expressões dos sujeitos da pesquisa.

A análise de dados da pesquisa foi desenvolvida em concordância à análise

de conteúdo Bardin (1995), seguindo-se o pensamento analítico-descritivo. O autor

em questão descreve “o método das categorias, espécie de gavetas ou rubricas

significativas que permitem a classificação dos elementos de significação

constitutivas, da mensagem” (BARDIN, 1995, p.37), no qual compara o agrupamento

de ideias semelhantes. Após análises, suas descrições a uma situação no metrô, na

qual passageiros colocam objetos em caixas e estes são separados em gavetas de

acordo com semelhanças, tornando-se possível a descrição dos indivíduos com

base na observação dos objetos. Seguinte ao agrupamento dos dados houve a

análise específica e a compreensão das informações apresentadas, propiciando ao

final, sua análise. O resultado encontrado foi equiparado à compreensão de autores

que favoreceram o referencial teórico deste estudo.

Os dados coletados foram predominantemente descritivos, acrescido à

observação do comportamento dos participantes durante a oração e audição, são

importantes não apenas no resultado, mas também no processo de desenvolvimento

das etapas deste estudo (MENDONÇA; GOMES, 2017).

Foram utilizados nomes fictícios e referências numéricas, durante a redação

deste trabalho, buscando o anonimato dos participantes, no intuito de preservá-los

de quaisquer constrangimentos futuros.

4.3 Curso de Atualização – Produto Educacional

Diante das discussões e dúvidas emergentes no encontro de grupo focal

pelos professores participantes deste estudo, foi elaborado um produto educacional,

o Curso de Atualização de professores, buscando uma melhor compreensão dos

docentes sobre os temas discutidos anteriormente, bem com a reflexão da sua

postura diante da educação inclusiva.

Desse modo fica evidente o importante papel da formação continuada na

educação inclusiva, sendo este um processo contínuo de ensino e aprendizagem

dos docentes, no entendimento de que essa formação é fundamental para a

construção de uma educação de qualidade (CASTRO, 2017). A capacitação

docente precisa considerar a realidade de cada grupo profissional, identificando os

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principais problemas e mudanças necessárias, com a definição dos objetivos e

propostas desejáveis, a serem executadas no decorrer do processo (GAMA;

TERRAZZAN, 2008).

...acreditamos que a realização de pesquisas junto com os professores,

oportunizando uma formação continuada na própria escola, levando-os a

refletirem sobre sua prática pedagógica, mediante à construção de seu

saber, possa contribuir, significativamente, com a diminuição dos problemas

de ensino-aprendizagem (ROCHA; BREVES-FILHO, GOMES, 2017).

Vale ressaltar que tanto na graduação dos professores quanto nos cursos de

formação continuada, o conhecimento sobre o TDAH, dentro do AEE permite um

melhor entendimento e preparo para o trabalho com a singularidade de cada aluno

(MAIA; CONFORTIN, 2017).

Diante desta compreensão, o segundo momento do estudo foi a aplicação do

produto deste estudo, um curso de atualização para os professores, elaborado com

base nas dúvidas e discussões ocorridas durante o encontro de Grupo Focal.

Este curso ocorreu em uma das salas da escola, um espaço amplo e arejado,

adequado para a apresentação dos slides em projetor multimídia, com cadeiras

dispostas em semicírculos, facilitando a observação dos professores. O curso de

atualização teve duração total de três horas.

Os professores da rede estadual de ensino possuem em sua carga horária a

atribuição extraclasse obrigatória, compreendendo um terço de sua jornada de

trabalho. Os docentes da Escola Estadual Major Lage cumprem parte da carga

obrigatória extraclasse com o Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC),

realizado às quartas-feiras, com duração de 2h. O curso de atualização foi aplicado

em uma quarta-feira, durante o HTPC, contando com a participação dos docentes.

Atendendo a proposta do estudo, o Curso de Atualização foi apresentado por

uma das pesquisadoras abordando a mesma temática do Grupo Focal, com

esclarecimento das dúvidas sobre o conceito e objetivo da Educação Inclusiva,

assim como do AEE dos alunos com NEEs.

Conjuntamente, foi esclarecida a caracterização do TDAH, assim como o

comprometimento neurobiológico dos indivíduos acometidos pelo transtorno; a

relação das neurociências e a educação, evidenciando a memória, a atenção e a

motivação; além de apresentar sugestões de estratégias que contribuam na inclusão

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de alunos com TDAH ao mesmo tempo em que facilitam o processo de ensino-

aprendizagem para todos os alunos (figura 5).

Figura 5 – Exemplos de slides utilizados na apresentação do Curso de

Atualização

Fonte: Elaborado pela autora

Após o término da apresentação dos slides e explanação da pesquisadora no

Curso de Atualização, foi aberto aos professores um breve tempo de 10 minutos

para perguntas e questionamentos. Neste momento houve grande envolvimento e

participação dos docentes, muitas perguntas foram realizadas e, dentro do

conhecimento da pesquisadora responsável por ministrar o curso, foram

respondidas, contudo o tempo do encontro se esgotou e muitos professores não

conseguiram realizar seus questionamentos. Este encontro teve duração de duas

horas.

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O interesse e a participação dos docentes foram tão expressivos que a

direção da escola solicitou à pesquisadora a continuação do Curso, para que os

professores pudessem esclarecer suas dúvidas, disponibilizando mais um tempo do

HTPC, da semana seguinte, justificando se tratar de uma solicitação dos próprios

professores.

No segundo encontro do Curso de Atualização para esclarecimento das

dúvidas, foi utilizado um caderno de anotações para registro das dúvidas e futura

análise. Este momento teve duração de 1h e novamente contou com a presença e

participação ativa dos docentes.

Para que o professor pudesse ter acesso a um material de consulta

promovendo a consolidação da memória de todo o assunto tratado durante o curso,

foi elaborado um segundo produto, uma cartilha contendo toda a temática

trabalhada.

4.4 Cartilha

A cartilha foi intitulada “EDUCAÇÃO INCLUSIVA: o conhecimento sobre as

neurociências aplicadas à educação e suas contribuições na construção do

pensamento e práticas inclusivas” (APÊNDICE C) e possui em sua introdução o

esclarecimento de se tratar de um produto de dissertação com o propósito auxiliador

de consulta e entendimento das principais dificuldades dos alunos com TDAH.

Este segundo produto foi dividido em seções de acordo com o assunto

abordado. Inicialmente a proposta foi apresentar e conscientizar o professor das

principais legislações que amparam a Educação Inclusiva. Em seguida foi

apresentado o TDAH e os tipos existentes; características relacionadas; diagnóstico;

tratamento e algumas funções executivas comprometidas pelo transtorno que,

interferem no desenvolvimento escolar do indivíduo.

Posteriormente houve a seção das neurociências com explicação do

funcionamento do cérebro de indivíduos com TDAH, além de esquema explicativo

sobre as diferentes memórias e a sua relação com a motivação, sempre associando

o assunto apresentado ao transtorno.

4.5 Questionário de Satisfação

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A última etapa da pesquisa foi à aplicação de um questionário, enviado por e-

mail aos 15 docentes participantes da pesquisa, para serem preenchidos em

horários e datas de preferência dos professores. O questionário foi elaborado na

plataforma Google Drive, e contou com perguntas objetivas e discursivas, no intuito

de alcançar as opiniões e reflexões sobre a temática (FERREIRA, 2017). Sendo

constituído por 16 questões, o questionário foi composto por 7 perguntas pessoais,

com o objetivo de identificar os sujeitos da pesquisa e 9 perguntas sobre o

entendimento dos participantes referente à inclusão de alunos com TDAH utilizando

o conhecimento sobre as neurociências, antes e após a aplicação do Curso de

Atualização, possibilitando verificar à relevância de futuras formações continuadas.

Além disso, foi aplicado um questionário de satisfação em relação à

intervenção, quando os professores puderam se manifestar livremente sobre a

participação neste estudo. De maneira geral, quando se pretende determinar a

qualidade de um serviço ou bem, torna-se necessário avaliar a satisfação na

perspectiva dos usuários (JOÃO et al. 2018). Para medir esta satisfação dos

sujeitos, as questões relacionadas ao conhecimento existente, antes e após a

aplicação do produto, foram respondidas em uma escala Likert de 5 pontos (figura

6), variando de insatisfatório a muito satisfatório.

Figura 6 – Escala utilizada no Questionário de Satisfação

Fonte: MARTINS et al. 2010. Modificado pela autora

A escala Likert na verdade trata-se de uma escala ordinal, utilizada para

“medir opiniões subjetivas sobre as qualidades de certos atributos, cuja medição

objetiva é impossível” (REIS et al. 2015, p.28). Os códigos numéricos utilizados para

caracterizar as categorias de satisfação não são arbitrários, na verdade o primeiro e

o último código são os que mais se diferenciam entre si, permitindo ao sujeito a

escolha de uma alternativa que melhor represente sua opinião.

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49

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Perfil dos professores participantes

Dos 15 participantes, apenas 11 preencheram o questionário, sendo portando

declarantes dos dados pessoais, representando 73% da amostra inicial. O universo

dos participantes contou com a presença de 10 declarantes do sexo feminino e um

declarante do sexo masculino. Embora a faixa etária dos participantes tenha sido

bem diversificada, 91% das idades declaradas correspondem ao intervalo de 40 a 60

anos.

Em relação ao exercício da docência, 64% dos professores declarantes

manifestaram experiência superior a 10 anos em sala de aula, 36% manifestaram

experiência entre 5 a 10 anos. Sobre o tipo de graduação realizada, 91% dos

participantes declararam terem realizado a licenciatura e apenas 9%, o bacharelado.

A realização da formação continuada também foi questionada aos

professores e 82% dos participantes informaram haver realizado pós-graduação,

sendo que, desse universo, 100% informaram se tratar de especialização em

diferentes áreas como: Ciência da Religião; Direito e Administração Pública;

Educação Ambiental; Educação Inclusiva; Língua Portuguesa e suas respectivas

Literaturas; Matemática superior; Matemática Superior e Novas Tecnologias no

Ensino da Matemática; Microbiologia, Psicomotricidade e Educação Especial.

O vínculo estabelecido com o Estado pelo docente foi um dos

questionamentos realizados e, 64% dos participantes declararam serem efetivos no

quadro de funcionários da Escola Estadual Major Lage enquanto 36% declararam

estarem como designados, isto é, com contrato no Estado para exercício da função

de Professor da Educação Básica até o final do ano letivo de 2018.

5.2 Análise do conhecimento apresentado pelos docentes durante o encontro

de Grupo Focal

Ao analisar os dados segundo Bardin, foram observadas o surgimento de seis

categorias, sendo estas a Inclusão; Formação Docente; Metodologia Inclusiva;

Política Educacional; TDAH; Neurociências, de cada qual emergiram subcategorias

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(Figura 7), relacionadas aos depoimentos e opiniões expressas durante o Grupo

Focal.

Figura 7 – Categorias e subcategorias analisadas a partir do Grupo Focal

Fonte: Elaborada pela autora.

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51

5.2.1 Categoria Inclusão

O discurso dos professores sobre a inclusão escolar se apresentou em dois

momentos, com opiniões bem distintas. No primeiro momento houve poucas falas,

sendo destas a maior parte receptiva ao assunto inclusão, com manifestações sobre

o entendimento da temática. Embora a quase totalidade dos professores tenha se

manifestado acenando positivamente a cabeça quanto à compreensão do conceito

de inclusão nas instituições de ensino, apenas a professora 1, declarante

especialista em educação especial e atualmente professora mediadora, expressou

seu entendimento sobre a questão: “É você tá incluindo um aluno ou uma aluna a

pessoa com determinadas necessidades não só na escola, mas na sociedade,

através das potencialidades que ele tem.”

Por não haver nenhum complemento da fala e a observância de uma postura

insegura dos demais professores, suspeitamos ser escasso o conhecimento sobre

inclusão escolar pelos docentes.

O estudo de Anjos, Andrade e Pereira (2009) verificou um resultado similar ao

encontrado em nossa pesquisa, no qual as descrições dos professores sobre a

educação inclusiva são semelhantes à inserção de alunos, pois são relacionadas ao

atendimento do aluno com NEEs, com foco em sua presença no ensino regular, não

havendo preocupação com a adoção de metodologias e práticas que possam

favorecer a aprendizagem.

Na contramão da definição sobre educação inclusiva observada em nosso

estudo, Caimi e Luz (2018), descrevem a inclusão como processo de transfiguração

social, objetivando o atendimento de todos os alunos, inclusive dos alunos com

NEEs, sem distinção, promovendo a equidade no processo de aprendizagem.

A medida que as manifestações aconteciam, foi observado que o docente se

apresentava mais confortável e seguro para expressar seu posicionamento. Neste

segundo momento, surgiram falas de descrença no processo inclusivo, conforme

observado na declaração da professora 2, “Em 28 anos de docência, não tenho

lembrança de resultado positivo na inclusão, e sim o cumprimento das atividades”.

Nesta perspectiva, nossos dados revelaram que há docentes descrentes na

efetivação do processo inclusivo, descrevendo-o como uma ideologia implantada,

que na prática não se realiza. A fala da professora 3 evidencia esse dado:

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“Em todas as escolas nós temos essa palavra inclusão, mas na verdade, na íntegra, nós que vivenciamos, a verdade é essa, a gente sabe que ela não existe de fato! (...) A inclusão, ela não existe na realidade, nós colocamos, porque no papel aceita tudo, é bacana, fotografamos, falamos, mas a verdade? A verdade é que não há a inclusão do aluno”.

No estudo realizado por Anjos, Andrade e Pereira (2009) também foram

encontrados relatos descrentes dos professores acerca da inclusão, semelhantes

aos nossos dados. O modo como a inclusão é exercida nas escolas públicas

regulares ou até mesmo a forma como é solicitada sua execução compromete a

confiança do docente na prática inclusiva.

De maneira geral, foi observado que, para os participantes do encontro, o

atendimento inclusivo atualmente solicitado e praticado na escola apenas visa à

progressão do aluno em ano escolar, havendo a desconsideração e negligencia

quanto à aprendizagem. O relato da professora 4 confirma esse dado:

“Se ele é aluno inserido, possui laudo, então tem que passar de ano. Isto é incluir? Não! Ele vai é socializar, só! Acho que tem um buraco que não estão dando conta de encher para nivelar com o que a gente acha que é certo e o que é errado”.

“A base fala que os alunos têm que andar com seus pares: pares de idade, pares de necessidades especiais, pares de um tano de coisa, a APAE está acabando, (...) joga o menino aqui dentro, com um professor de apoio, e isso é incluir? Isso não é incluir.”

Ainda neste entendimento, foram observadas manifestações favoráveis à

APAE, descrevendo a associação como o melhor e mais preparado local para o

desenvolvimento e aprendizado do sujeito com NEEs.

Corroborando com nossos achados, os estudos de Capellini e Rodrigues

(2009); Cavalcante e Oliveira (2014) verificaram haver preconceito com a educação

inclusiva por parte dos docentes. Estes trabalhos permitiram o entendimento de que,

caso fosse possível a escolha por parte dos docentes, haveria a recusa de alunos de

inclusão em sua sala de aula.

Entretanto, conforme evidenciado por Neto et al. (2018), na instituição de

ensino não pode haver nenhuma categorização excludente, principalmente por parte

do docente, na compreensão de que todo aluno é capaz de aprender. Reforçando

este entendimento, Nozi e Vitalino (2017) descrevem que o professor é o principal

agente da inclusão, sendo responsável por implantar e difundir este novo paradigma

educacional.

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53

Sobre quais alunos devem ser atendidos pelo ensino inclusivo, foi observada

a incerteza e insegurança dos professores, havendo divergência nas respostas dos

sujeitos, como: “Alunos que não tem dificuldades” mencionado pela professora 2 e

“Qualquer pessoa que eu pense que seja diferente, ou que a gente acha que seja

diferente” mencionado pela professora 3, são dados que demonstram o

desconhecimento do docente no atendimento à demanda inclusiva.

Esses dados possibilitam o entendimento de que a educação inclusiva ainda

precisa ser de fato compreendida pelos professores, que buscarão sua verdadeira

implantação, já que a inclusão envolve a adoção de medidas que contribuam para a

aprendizagem de todos os alunos, inclusive daqueles com NEEs (FERREIRA;

PRADO; CADAVIECO, 2015).

5.2.2 Categoria Metodologia Inclusiva

Nossos dados demonstraram ainda que alguns professores consideram como

prática inclusiva qualquer atendimento ou auxílio ao aluno, independentemente de

sua natureza. O atendimento emocional realizado quando o discente se sente

constrangido ou chateado por alguma situação escolar, foi apontado como uma

prática inclusiva, não necessitando haver neste atendimento qualquer relação com a

adoção de ações que auxiliem as dificuldades de aprendizagem desses estudantes.

O relato da professora 5 demonstra esse entendimento:

“Todo professor quando atende um aluno com ou sem dificuldade de aprendizagem, mas com dificuldade de socialização está incluindo sim o aluno. Se o professor se dispõe a ouvir, se o professor se dispõe a resolver uma situação que ele está se sentindo mal é uma inclusão”.

Para Marinho e Omote (2017), as variadas concepções associadas à

Educação Inclusiva justificam-se devido a este conceito ainda se encontrar em

“processo de significação”. Contudo os autores descrevem que o processo inclusivo

deve garantir em toda escola, um ensino de qualidade a toda diversidade do aluno,

buscando sempre sua aprendizagem e oferecendo suporte pedagógico

especializado, quando necessário.

Durante relato de experiências pessoais realizadas durante a regência,

caracterizada pelos professores no encontro de Grupo Focal como condutas

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inclusivas, foi observado o entendimento de práticas inclusivas associadas ao

atendimento do aluno com deficiência física, onde foi perceptível uma confusão

entre Educação Especial e Educação Inclusiva. O relato da professora 6 evidencia

isto:

“Sofia que é nossa aluna do sexto ano, que é cadeirante, eu já olhei com a moça que olha ela, né! Falei que tenho umas atividades extraclasse, e se tem como a Sofia ir, e ela falou que tranquilamente, fomos para a pracinha e tudo. (…). Tudo hoje que eu faço para o sexto e sétimo, eu faço pensando em Sofia! ”.

Nesse sentido, Neto e colaboradores (2018) esclarecem que a Educação

Especial, embora tenha sofrido inúmeras alterações ao longo da história, teve sua

base fundamentada no atendimento à pessoas com deficiência, fora da rede regular

de ensino. Ainda segundo estes autores, a Educação especial nasceu da proposta

de acesso à educação, independente da origem social do indivíduo, mas durante

anos, os sujeitos com alguma característica diferente do padrão estabelecido como

normal pela sociedade, eram marginalizados e não podiam frequentar as escolas.

Já a Educação inclusiva busca uma mudança no atual paradigma escolar,

indo além do recebimento do aluno com NEEs, e propondo o atendimento às

diversidades educacionais de cada indivíduo, buscando a aprendizagem de todos.

Segundo Cavalcante e Oliveira (2014), trata-se de perceber a singularidade do

aluno e trabalhar com ações diversificadas para melhor atendê-las, tendo como

principal objetivo a aprendizagem, o crescimento e a satisfação do sujeito, na

formação de um cidadão ciente de sua responsabilidade para com a sociedade.

Contudo nossos dados evidenciam que a intenção inclusiva muitas vezes se

perde em uma prática sem preparo e distante do efetivo atendimento. O estudo

realizado por Caimi e Luz (2018), destaca haver na perspectiva educacional

inclusiva uma longinquidade entre as ações pedagógicas aplicadas e as propostas

inclusivas das políticas educacionais.

Foi ainda observado durante o Grupo Focal, professores declarantes como

não praticantes de ações inclusivas durante o exercício da docência, sendo

verificada várias falas como “Eu não pratico”. Os docentes associaram

impossibilidade da prática inclusiva à falta de qualificação e de conhecimento

necessário para este atendimento, conforme declaração da professora 7:

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“Eu nem sei como é que trabalha com menino desse jeito! Pra falar a verdade não.” Reafirmando o entendimento, o professor 8 se manifesta: -“A gente não tem as condições necessárias e não tem preparação, na verdade é isso! ”

Neste sentido, nossos achados são similares aos verificados por Stella e

Sequeira (2013); Folha e Carvalho (2017); Santos, Oliveira e Reis (2017),

descrevendo o conhecimento dos profesores como insatisfatório para atender a

complexidade que envolve o processo escolar inclusivo.

Diante desta perspectiva, os professores associaram a inclusão de uns com a

exclusão de outros, sendo observado o entendimento de inclusão vinculado a uma

regência de exclusividade aos alunos com NEEs, impondo desse modo, o abandono

dos demais estudantes, conforme relato da professora 7 de que “Parece que

algumas inclusões impostas pela lei implicam na exclusão de outros alunos”. Esta

compreensão de que prática inclusiva significa atenção direcionada à uma pequena

parcela de alunos, culminando em negligência de um número bem maior de

estudantes fica evidente na declaração da professora 4:

“Numa sala de 40 eu tenho 1 com necessidade especial eu vou incluir este aluno em detrimento dos outros 39? Eu vou pensar nele? E os outros 39? E se nessa turma eu tenho 24 alunos muito bons (...), eles vão ficar pra trás porque eu estou pensando naquele com necessidade especial?”

Para Pinheiro, Farias e Coura (2018); Neto et al. (2018), embora a Educação

Inclusiva contemple à Educação Especial, elas não podem ser confundidas.

Segundo estes autores a segregação, integração e inserção, caracterizadas por

excluir de algum modo o aluno, embora sejam fases observadas na Educação

Especial, não correspondem à formação de uma Escola Inclusiva.

Todos os alunos estão na escola para aprender, independente se possui ou

não alguma NEEs, não havendo nenhuma exclusão. Segundo Silva (2009)

independentemente das dificuldades do indivíduo, a escola deve se adaptar ao

aluno, fundamentada na criação de novos e diversificados métodos de

aprendizagem, sendo este o grande desafio da inclusão.

Foi observado que para grande parte dos professores o atendimento inclusivo

não cabe no panorama educacional existente no ensino regular. Dessa forma, ações

de promoção inclusiva, se realizadas, estariam sujeitas à exclusão de outros alunos,

conforme relatos anteriores, ou ainda, seriam impossíveis de serem aplicadas. A

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declaração do professor 8 de que “você trabalhando com 40 pessoas, dar de fato a

atenção merecida dessa pessoa, que precisa dessas condições, eu acho que é

humanamente impossível”, permite verificar a falta de compreensão do docente

acerca da educação inclusiva.

5.2.3 Categoria formação docente

O conhecimento inclusivo e a preparação para este tipo de atendimento,

adquiridos durante a graduação dos professores participantes da pesquisa foi

relatado como inexistente, sendo observadas declarações como “a minha não teve

preparação nenhuma” e “eu também não”, evidenciando não haver na formação

inicial do professor o preparo para a efetiva inclusão.

Nossos dados apresentam relação com o estudo realizado por Rodrigues

(2014), demonstrando que os cursos de licenciatura ainda estão distantes de

oferecer aos professores um conhecimento inclusivo suficientemente adequado para

a prática de ações educacionais inclusivas.

Neste contexto, os estudos realizados por Lima e Barros, (2017); Sá e

colaboradores (2017), evidenciam a importância da formação continuada dos

professores como alternativa para a concepção do conhecimento necessário ao AEE

capaz de responder as dificuldades e potencialidades de todos os estudantes.

Verificamos que alguns professores tiveram acesso, ainda que superficial,

durante a graduação, sobre o processo inclusivo, com a apresentação desta

temática a cargo da disciplina psicologia, presente nos cursos de licenciatura, sendo

rapidamente exposta, na qual foram mencionadas algumas deficiências e

transtornos. O professor 8 menciona que durante a graduação “na disciplina

psicologia, a gente vê muito do aluno que pode surtar (...), a prática sobre como

lidar, nunca foi mostrada. ” Completando essa ideia, a professora 9 relata que “é

visto muito superficial, é visto a parte teórica. ”

Almeida et al. (2007); Cabral et al. (2016); Pacheco, Alves e Duarte, (2017);

revelam que o conhecimento dos professores, mesmo dos profissionais que

declaram haver cursado alguma disciplina relacionada à educação especial, é

insatisfatório para a efetivação do ensino inclusivo.

Observamos como dado a existência da disciplina denominada Necessidades

Especiais, apontada pela professora 1 como exigência curricular do curso de

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Educação Física, com abordagem das dificuldades e necessidades dos alunos com

NEEs, sendo considerada pela docente como satisfatória. Em seu relato, a

professora explica que além da teoria, são aprendidas ações práticas de

atendimento aos alunos com NEEs, conforme narrativa:

“Sim, na de educação física a gente tem libras, a gente tem uma disciplina que chama ‘Necessidades Especiais’, e aí a gente trata, o nosso professor da época, ele trabalhava na APAE como educador físico, então ele propôs situações para a gente, até mesmo com atividades lúdicas ‘para o’ diferente: ‘para o’ cadeirante, ‘pra’ cego, ‘para’ muitas deficiências. ”

Divergindo deste achado, Pacheco, Alves e Duarte (2017) descrevem que

professores com acesso a algum conteúdo sobre inclusão durante a formação

inicial, geralmente o descreve como superficial e restrito, não contemplando a

demanda real da escola.

5.2.4 Categoria política educacional

Quase a totalidade dos participantes se manifestou negativamente quando

questionados sobre o conhecimento de alguma lei promulgadora da educação

inclusiva, havendo a manifestação da professora 6 quando cita a Constituição:

“Conheço a Constituição que diz: tratar os iguais com igualdade e os desiguais com

desigualdade, eu faço isso”.

Entretanto, os docentes manifestaram-se negativamente em relação à postura

do Governo na elaboração de leis, que não contemplam à realidade escolar. Foi

observado a insatisfação dos docentes diante da formulação de propostas

educacionais, sem o preparo e formação dos funcionários da rede pública de ensino,

sendo ainda exigidas a execução destas, a professora 4 declara que “Uma coisa que

eu tenho lido da base é: um desafio que o governo tem é capacitar professor. E eles

não sabem como! ”. Desse modo, embora exista na teoria uma Educação Inclusiva

bem sustentada, na prática ela não é funcional tanto por falta de investimento na

formação continuada dos profissionais da educação quanto pela desmotivação

destes diante da desvalorização de sua função.

Neto et al. (2018), consideram a qualificação docente como a base para

implantação do ensino inclusivo, destacando que a obrigatoriedade da matrícula, por

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força da lei, no ensino regular, de nada contribui com à inclusão se não houver

profissionais preparados para a efetivação do processo.

É grande a insatisfação dos profissionais da educação com o Governo,

principalmente pelo descaso e desrespeito atualmente enfrentados no exercício da

docência. O docente avalia que o Estado mesmo sem oferecer nenhum suporte,

espera a melhoria na qualidade da educação, apenas com a adoção de novas

didáticas. A declaração do professor 8 de que “fico enxergando aí o tanto de

propaganda que fala, e a gente está tão distante. O que o governo tem feito durante

esse tempo todinho? ”, manifesta a indignação do profissional diante da realidade

das escolas.

Corroborando com nossos dados, os estudos realizados por Capellini e

Rodrigues (2009); Marinho e Omote (2017) também descreveram a insatisfação do

professor com relação às políticas públicas, evidenciando queixas relacionadas à

desvalorização do profissional, o número excessivo de alunos nas salas de aula e a

baixa remuneração com constantes atrasos em seu pagamento.

5.2.5 Categoria TDAH

Com relação ao conhecimento do professor sobre o TDAH, observamos a

insegurança da maioria dos participantes em opinar sobre o assunto. Diante do

silêncio dos participantes, a professora 1 se declarou diagnosticada com o TDAH

descrevendo o transtorno como:

“O TDAH é subdividido em três tipos: o TDA que é só o déficit de atenção,

que geralmente são só meninas. Nó fulana viaja demais. O geralmente não

´100%. Tem só o Hiperativo que geralmente é o menino. E tem ambos que

é o combinado, que em mulheres são só 4%, assim como em adultos, o

TDAH também são só 4%. Giram em torno de: falta de atenção,

hiperatividade que pode ser só hiperatividade motora (perna nervosa, mexer

demais) ou intelectual, ou os dois, distração (...), geralmente o TDAH vem

acompanhado de comorbidades (ansiedade, pânico, toques, dislexia e por

aí vai), mas não é todo caso. É uma coisa genética”.

Não houve nenhuma outra manifestação dos docentes na definição do TDAH,

contudo, verificamos que muitos desses relataram vivências anteriores com alunos

sem diagnóstico do transtorno, mas com comportamentos similares aos sintomas

deste. A professora 4 evidencia tal dado ao dizer que se lembra do “Fábio, ele não

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dava conta de registrar, a letra um garrancho, e ele tinha a necessidade de levantar,

ele ficava prestando atenção por muito pouco tempo. (...) Ele não ficava quieto, ele

virava pra trás, ele mexia com o colega”.

Verificamos que os sintomas do TDAH foram apresentados pelos docentes

com características do comportamento hiperativo e impulsivo, não ocorrendo

nenhuma vinculação do transtorno com desempenho escolar. O TDAH não foi

associado ao comprometimento ou desfavorecimento da aprendizagem, o relato da

professora 1 demonstra esse achado: “Eu sou um caso atípico! Porque? Eu sou o

combinado, o que é raro em mulher, porém eu nuca tive problema na escola, ao

contrário, eu sempre tive as maiores notas, inteligência.

O estudo realizado por Guimarães (2017) demonstra não haver alteração

cognitiva no indivíduo diagnosticado com TDAH, contudo, ressalta que para este

aluno “falta a capacidade de concentração, e não lhe falta a inteligência, mas o seu

aprendizado será mais lento considerando a forma que lhe será apresentado. ”

(BENÍCIO; MENEZES, 2017, p.382).

Diante deste contexto, observamos que os docentes descrevem o

procedimento geralmente adotado, em caso de suspeita do transtorno, a solicitação

do comparecimento da família e posteriormente a indicação de consulta ao

neurologista para intervenção medicamentosa no aluno. A declaração do professor

8 de que “aqui a gente manda tomar ritalina para poder ficar calmo e a gente

conseguir trabalhar. Não é assim que a gente fala? Procura o neurologista para ele

te dar um remédio e a gente conseguir trabalhar”, demonstra que o docente associa

o uso da medicação à transformação do comportamento agitado para o

comportamento pacífico.

Coutinho e Correio (2018) refletem que, enquanto o sujeito com TDAH do tipo

desatento passa muitas vezes sua vida escolar sem a suspeita do diagnóstico, o

indivíduo com características hiperativas e impulsivas são facilmente percebidos e

identificados por estarem em desacordo com as características valorizadas pela

sociedade atual.

5.2.6 Categoria Neurociências

Os relatos sobre a caracterização do TDAH permitiram a observação do

escasso conhecimento das neurociências pelos professores, não havendo o

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entendimento destes sobre como este transtorno interfere no funcionamento

cerebral e consequentemente, compromete a aprendizagem do indivíduo. Para

Carvalho e Boas (2018) o desconhecimento das neurociências pelo docente é

altamente prejudicial à educação, por tratar-se da falta de compreensão do professor

sobre o seu objeto de trabalho, o cérebro, além de permitir o assentimento de

inverdades científicas, também conhecidas como neuromitos.

O diálogo iniciado pela professora 1 sobre como o cérebro do indivíduo com

TDAH apresenta “pequenas deformações nas sinapses, na troca de informação”, foi

completado pela professora 5 no entendimento que “as sinapses não acontecem”

nesses indivíduos, e finalizado pela professora 1 ressaltando que “elas acontecem,

só que em excesso”.

Nesta perspectiva, observamos que embora não haja a compreensão do

funcionamento cerebral dos indivíduos com TDAH, há o entendimento de que este

desempenho é diferente quando comparado ao de indivíduos sem o transtorno, “tem

uma diferença do cérebro do TDAH para o cérebro que é normal”, segundo o

entendimento da professora 5.

Segundo Mangili e Araújo (2018) essa diferença é referente a uma “disfunção

parcial e relativamente incurável” na região do cérebro conhecida como córtex pré-

frontal, ocasionando falhas de funcionamento.

Outro dado encontrado em nosso estudo foi o conhecimento dos docentes

sobre a ação do medicamento utilizado no tratamento do TDAH, o psicoestimulante

cerebral, conforme relato da professora 1:

- “A ironia é o seguinte: não há aquele choquezinho lá das sinapses se formando para dar a resposta, para continuar, aí ele toma a ritalina, mas a ritalina não é calmante é o contrário, é um estimulante para dar força para aquela sinapse chegar até o final dela”.

Neste momento percebemos a surpresa da maioria dos professores, pois

acreditavam se tratar de um medicamento calmante e descobriram que seu efeito

era justamente o contrário. Afinal, o medicamento ajuda o funcionamento cerebral do

indivíduo e não modifica o comportamento, isto é consequência de uma

concentração e controle do indivíduo.

Borja (2018) descreve que os psicoestimulantes como o metilfenidato,

medicamento mais utilizado no tratamento do TDAH, proporcionam a liberação de

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dopamina da vesícula sináptica ao mesmo tempo em que impedem a recaptação do

transportador da dopamina, gerando um aumento na quantidade deste

neurotransmissor na fenda sináptica. Ainda segundo a autora, embora alunos

diagnosticados com TDAH apresentem melhor rendimento escolar durante o

tratamento farmacológico, ainda é necessário avaliar a importância do tratamento

comportamental, destacando a relevância na prática combinada destes.

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6 PRODUTO EDUCACIONAL

6.1 O Curso de Atualização

O Curso de Atualização apresentado aos professores provocou significativas

mudanças, de conceitos e posturas, nos participantes. Diante das informações e

esclarecimentos repassados, foi possível perceber a receptividade e interesse dos

docentes na Educação Inclusiva, no TDAH e nas Neurociências.

Foi possível ao professor compreender que o ensino inclusivo não viabiliza o

atendimento diferenciado ao aluno com NEEs, mas solicita do professor, a

elaboração de estratégias pedagógicas diversificadas que possibilitem a

aprendizagem, não ignorando as necessidades e dificuldades de todos os

estudantes, inclusive dos com NEEs. Essa compreensão foi fundamental para a

mudança na postura dos participantes, que se propuseram em aplicar diferentes

metodologias para alcançarem as diferentes formas de aprender.

O entendimento sobre os diferentes tipos do TDAH, e de como este

transtorno afeta à aprendizagem, foram essenciais para a construção de um novo

olhar do docente, para estes alunos. Os professores compreenderam que o baixo

rendimento escolar não estava relacionado ao comportamento, dito inadequado,

mas, a uma dificuldade em manter a atenção e ter a motivação, durante a explicação

do conteúdo. Mais uma vez, o Curso permitiu a mudança na postura desses

profissionais da educação, diversos participantes se manifestaram, relatando o

interesse na elaboração e utilização de jogos, como ferramentas educativas, que

proporcionam o maior interesse e, consequentemente, maior aprendizagem dos

alunos.

O Curso também promoveu a compreensão do professor sobre o

funcionamento do seu principal instrumento de trabalho, o cérebro. Diante do

entendimento que a aprendizagem ocorre pela repetição e consolidação do

conhecimento, os docentes puderam elaborar seus planejamentos associando o

conhecimento das neurociências aplicado ao ensino inclusivo.

Este produto educacional se mostrou de grande relevância e eficácia para a

construção de, uma nova concepção e, de um novo comportamento dos professores

diante da educação inclusiva, principalmente, no que se refere ao aluno com TDAH.

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Essa é uma mudança que beneficia não apenas alguns alunos, mas transforma a

vida de toda à comunidade.

6.2. Cartilha

Parte do conhecimento possibilitado pelo Curso de Atualização foi,

materializado na Cartilha “EDUCAÇÃO INCLUSIVA: o conhecimento sobre as

neurociências aplicadas à educação e suas contribuições na construção do

pensamento e práticas inclusivas”. Este instrumento permitirá ao professor consultar

e relembrar algumas informações esclarecidas durante o curso. Os professores se

demonstraram interessados e satisfeitos com este material de auxílio na elaboração

de suas práticas pedagógicas.

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7 ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS DOCENTES ANTES E APÓS O CURSO

DE ATUALIZAÇÃO

Nossos dados demonstraram que 100% dos professores consideram

importante a formação continuada para melhoria e desenvolvimento de ações que

favoreçam o processo ensino-aprendizagem. Esse achado corrobora com Folha e

Carvalho (2017); Lima e Barros (2017); Marques e Marcotti (2017); Pletsch, Daniele

e Lima (2017); Dias e Ferreira (2018); Santos, Santiago e Melo (2018) que

consideram a formação continuada de professores o alicerce para a construção de

uma educação que respoda às necessidades de todos os alunos.

Ao responderem à pergunta do questionário “Qual era o seu conhecimento

sobre o TDAH antes do curso de atualização de professores?”, os participantes

avaliaram que o entendimento sobre este assunto não atingia o considerado

satisfatório. Utilizando os pontos contidos na escala Likert proposta, 4 docentes

responderam considerar como pouco satisfatório o conhecimento sobre o TDAH

enquanto outros 4 consideraram razoavelmente satisfatório, representando 73% dos

questionários. Apenas 26% consideraram o conhecimento como pelo menos

satisfatório.

Foi possível verificar um considerável aumento no entendimento do TDAH

pelos docentes após a participação no Curso de Atualização, já que após

responderem a pergunta “Como você avalia seu conhecimento sobre o TDAH após

o Curso de Atualização?” 5 professores passaram a considerar seu conhecimento

satisfatório e outros 5 como muito satisfatório, representando agora 91% dos

questionários (Gráfico 1).

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Gráfico 1 – Avaliação da compreensão do TDAH antes e após o Curso de Atualização

Fonte: Elaborado pela autora

Maia e Confortin (2015) esclarecem o quão significativo é a formação

continuada do professor no aprofundamento do conhecimento referente ao TDAH

para seleção do correto procedimento nas diversas situações apresentadas,

destacando como o despreparo leva ao fracasso escolar tanto do discente quanto do

docente.

Os professores também responderam à pergunta “Sobre a educação

inclusiva, antes do Curso de Atualização, você considera o seu conhecimento

como:”, os dados fornecidos a partir desta questão foram diversificados. Dos

professores que responderam ao questionário, 4 consideram o conhecimento como

pouco satisfatório, 3 como razoavelmente satisfatório, outros 3 como satisfatório e 1

como muito satisfatório, de modo geral cerca de 36% dos participantes

manifestaram-se satisfeitos com o seu conhecimento.

0

1

2

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1 2 3 4 5

Série1

Série2

Insatisfe

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Po

uco

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tisfe

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velm

ente

sa

tisfe

ito

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tisfe

ito

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sa

tisfe

ito

Antes

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18%

9% 9%

45,5% 45,5%

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Cavalcante e Oliveira (2014) chamam a atenção para a insegurança de

muitos professores em trabalhar a inclusão escolar justificada pela ausência de

formação suficiente para o enfrentamento deste desafio.

Em seguida os professores responderam à pergunta “Após a participação no

Curso de Atualização, como você considera seu conhecimento sobre a educação

inclusiva? ”, permitindo a observação de significativa mudança nas respostas. Todos

os professores, representando 100% dos questionários consideraram o

conhecimento no mínimo satisfatório, sendo 7 respostas de conhecimento

satisfatório e 4 de muito satisfatório (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Avaliação da compreensão da educação inclusiva antes e após o

Curso de Atualização

Fonte: Elaborado pela autora

Nozi e Vitaliano (2017) em seu estudo de revisão constataram que os

referenciais teóricos relacionados à educação inclusiva consideram de vital

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1

2

3

4

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1 2 3 4 5

Série1

Série2

0% 0% 0%

Insatisfe

ito

Po

uco

sa

tisfe

ito

Ra

zoa

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ente

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tisfe

ito

Sa

tisfe

ito

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sa

tisfe

ito

Antes

Após

0%

37%

27% 27%

9%

64%

36%

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importância a realização de processos formativos pelos professores, seja na

graduação ou na formação continuada.

Estes mesmos autores consideram que o professor possuindo o

conhecimento específico sobre a educação inclusiva, como à compreensão das

características e do desenvolvimento dos alunos com NEEs, é capaz de realizar

medidas que atendam à proposta inclusiva, isto é, ações que favoreçam à

aprendizagem de todos alunos.

Os professores responderam ainda a pergunta “Como avalia seu

conhecimento sobre as neurociências e suas contribuições para a educação antes

da participação no Curso de Atualização?”, sendo possível verificar que nenhum

docente considerava seu conhecimento satisfatório. Pela primeira vez no

questionário, professores avaliaram seu conhecimento sobre o assunto como

insatisfatório, sendo observados 2 docentes declarantes nessa pontuação, os outros

participantes, 3 avaliaram como pouco satisfatório e 6 como razoavelmente

satisfatório.

Posteriormente os professores responderam ao questionamento de como

este conhecimento, após a participação no Curso de Atualização, é avaliado e

observamos uma mudança expressiva desses dados. Todos os docentes

consideraram o atual conhecimento como sendo no mínimo satisfatório, verificando

existir 7 participantes declarantes com conhecimento satisfatório e 4 participantes

com conhecimento muito satisfatório (Gráfico 3).

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Gráfico 3 – Avaliação da compreensão sobre as Neurociências e suas aplicações na educação antes e após o Curso de Atualização

Fonte: Elaborado pela autora

Para Carvalho e Boas (2018) a educação deve ser compreendida como uma

ciência cognitiva, sendo indispensável à discussão sobre as bases biológicas do

organismo durante a formação inicial e a formação continuada deste profissional. As

autoras ainda justificam que a pesquisa acadêmica sobre neurociências e educação

possui uma escrita para neurocientistas dificultando o entendimento para

professores, por esse motivo, reforçam a necessidade da formação docente sobre o

funcionamento do cérebro e como a aprendizagem ocorre, permitindo ao professor o

entendimento de qual metodologia deve ser aplicada nas diversas situações em

atendimento às necessidades e dificuldades apresentadas pelos alunos, inclusive os

com NEEs.

A fim de verificar a relevância para o professor do nosso produto, foi

perguntado “em relação à sua conduta inclusiva, considera que o Curso de

0

1

2

3

4

5

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1 2 3 4 5

Série1 Série2

Insatisfe

ito

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Ra

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tisfe

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ito

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Antes

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64%

36%

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Atualização possa contribuir para sua prática docente, de maneira: ”, sendo os

dados encontrados promissores. A pontuação correspondente a muito satisfatória foi

avaliada por 5 participantes e outros 5 de maneira satisfatória, havendo apenas 1

professor acreditando ser razoavelmente satisfatória à contribuição para sua prática.

De modo geral, foi possível considerar que 91% dos participantes que tiveram

os questionários avaliados, adquiriram um maior conhecimento sobre educação

inclusiva, TDAH e Neurociências, possibilitando ao docente uma segurança e

preparo para assumir à prática de uma conduta inclusiva durante o seu trabalho

(Gráfico 4).

Gráfico 4 – Percepção do professor quanto à contribuição do Curso de

Atualização para a prática inclusiva na sala de aula.

Fonte: Elaborado pela autora

Para analisar se nosso produto atingiu o propósito, os professores

responderam se “as informações obtidas no Curso de Atualização de professores

podem contribuir para minha realidade escolar?”, E todos os participantes marcaram

que sim, verificando que 100% dos docentes avaliam positivamente à aplicação do

produto.

Em divergência ao nosso dado, Lima e Barros (2017) apontam que

diferentemente do modo como foi produzido nosso produto, os projetos e práticas

propostas pela legislação não contemplam à demanda da realidade escolar, sendo

um grande obstáculo para à implantação da escola, demonstrando à existência de

uma grande lacuna entre as políticas educacionais e a educação inclusiva.

0

1

2

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4

5

6

1 2 3 4 5

0%

45,5% 45,5%

9%

0%

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Na análise da questão discursiva referente à maneira pela qual as

informações obtidas no Curso contribuíram com a realidade escolar do professor,

observamos o surgimento da categoria aluno, sugerindo que o professor tenha

compreendido a proposta inclusiva, já que o docente destaca a preocupação com o

atendimento de todos alunos, buscando a adaptação e o atendimento de suas

dificuldades e necessidades.

Essa compreensão fica evidente em “Colocando em prática os conhecimentos

adquiridos no curso, respeitando o tempo e as especificidades de cada aluno e

principalmente utilizando jogos e metodologias diversificadas”, resposta obtida no

questionário, demonstrando a consciência do professor frente à diversidade e

singularidade de seus alunos.

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8 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo demonstraram que os professores

desconhecem a Educação Inclusiva, o TDAH e as Neurociências e, esta

incompreensão do assunto justifica-se pela escassa divulgação e discussão nas

escolas. Neste sentido, o Curso de Atualização, promoveu significativa percepção

sobre as temáticas, conseguindo gerar significativas reflexões e mudanças de

comportamento dos docentes.

Não foi observado nenhum relato de aplicação de metodologia ou prática

diferenciada que, contribuísse para o aprendizado, ou ainda, que despertasse a

motivação dos alunos com TDAH. Entretanto, o Curso permitiu aos professores uma

visão clara e realista das propostas da educação inclusiva, envolvendo o aluno com

o transtorno, impulsionando à adoção de novas ações pedagógicas na escola.

O conhecimento sobre as neurociências, obtido através do Curso,

demonstrou-se essencial para a compreensão do professor na elaboração de

metodologias diferenciadas que favoreçam a aprendizagem, sendo este um

importante passo para a mudança do atual contexto escolar, que não comporta os

princípios inclusivos.

A cartilha, oferecida após o Curso de Atualização, se apresentou como

importante instrumento de auxílio ao professor, na construção de novos

planejamentos e procedimentos, que busquem intensificar as práticas inclusivas.

Não há dúvidas que os produtos educacionais, o Curso de Atualização e a

Cartilha, proporcionaram aos professores uma abordagem eficiente e de qualidade

dos temas propostos, causando, com isto, impactos diretos e imediatos na

comunidade.

Neste sentido, reconhecemos a formação continuada como imprescindível

para a melhoria da educação. A intervenção de políticas públicas na sua promoção

ou, ao menos, na facilitação de sua execução, é vital para a mudança do cenário

educacional. Há ainda a premência de se conflagrar a motivação docente, pois a

elaboração e prática de ações inclusivas resultam no aumento de suas atribuições,

tornando a valorização do professor essencial na implantação da escola inclusiva.

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APÊNDICES Apêndice A

ROTEIRO GRUPO FOCAL

01 – Qual a diferença entre inclusão e inserção? 02 – A graduação oferece esclarecimentos sobre o atendimento a alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs)? 03 – É frequente a realização de atividade diferenciada que desperte o interesse e um melhor aprendizado de seus alunos, inclusive dos com NEEs?

04 – O que é o TDAH? Saberiam caracterizá-lo? 05 - Sentem a necessidade de maiores esclarecimentos sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), como a realização de curso de capacitação sobre esse transtorno? 06 – Percebem alguma dificuldade na aprendizagem do aluno TDAH? 07 – Considera o aluno com TDAH como um aluno com NEEs? 08 – Acredita que todo aluno com TDAH apresenta problemas de indisciplina? Em caso afirmativo, considera que seu rendimento escolar esta associado a seu comportamento? 09 – Julgam importante o conhecimento de estruturas e funcionamento cerebral para melhor realização de sua prática docente? 10 – Considera possível, dentro de sua realidade escolar, a realização de um trabalho inclusivo, simultâneo e sem prejuízo ao atendimento dos demais alunos?

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Apêndice B

Questionário de Satisfação

Informações Pessoais

*Obrigatório

1. Sexo: *

О Masculino

О Feminino

2. Qual a sua idade? *

Sua resposta

3. Há quanto tempo leciona? *

О Menos de 5 anos

О Entre 5 a 10 anos

О Mais de 10 anos

4. A sua graduação é: *

О Licenciatura

О Bacarelado

5. Qual sua área de formação? *

Sua resposta

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6. Possui alguma pós-graduação *

О Não

О Sim

Em caso afirmativo, especifique:

О Especialização

О MBA

О Mestrado

О Doutorado

pós graduação em que?

Sua resposta

7. Na escola você é professor: *

О Efetivo

О Designado

Perguntas referentes ao curso de atualização

8) Considera importante a formação continuada dos professores?

_________________________________________________

Utilize a legenda para responder as próximas questões.

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Fonte: MARTINS et al. 2010. Modificado pela autora

9) Qual era o seu conhecimento sobre o TDAH antes do curso de atualização

de professores?

О О О О О

1 2 3 4 5

10) Como você avalia seu conhecimento sobre o TDAH após o Curso de

Atualização?

О О О О О

1 2 3 4 5

11) Sobre a educação inclusiva, antes do Curso de Atualização, você considera o seu

conhecimento como:

О О О О О

1 2 3 4 5

12) Após a participação no Curso de Atualização, como você considera seu

conhecimento sobre a educação inclusiva?

О О О О О

1

2 3 4 5

13) Como avalia seu conhecimento sobre as neurociências e suas contribuições para

a educação antes da participação no Curso de Atualização?

Insatisfatório Muito

satisfatório

Insatisfatório Muito

satisfatório

Insatisfatório Muito

satisfatório

Insatisfatório Muito

satisfatório

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90

О О О О О

1

2 3 4 5

14) Após o curso de atualização, considera seu conhecimento sobre as neurociências

aplicadas à educação, sendo:

О О О О О

1

2 3 4 5

15) Em relação à sua conduta inclusiva, considera que o Curso de Atualização possa

contribuir para sua prática docente de maneira:

О О О О О

1

2 3 4 5

16) As informações obtidas no curso de atualização de professores podem contribuir

para minha realidade escolar?

О Sim

О Não

Em caso de resposta positiva, explique de que maneira:

OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO!

Insatisfatório Muito

satisfatório

Insatisfatório Muito

satisfatório

Insatisfatório Muito

satisfatório

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Apêndice C

Produto educacional: Cartilha

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ANEXOS

ANEXO 1

TERMO DE CONCESSÃO: Escola Estadual Major Lage

Declaro para os devidos fins junto ao Comitê de Ética da Universidade Federal de

Ouro Preto que concedo o uso desta Instituição de Ensino, Escola Estadual Major

Lage, Itabira/MG à pesquisadora Fernanda Fonseca Torres Pessoa do programa de

Mestrado Profissional em Ensino de Ciência, da Universidade Federal de Ouro

Preto, para desenvolver sua pesquisa intitulada “A INCLUSÃO ESCOLAR DE

ALUNOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: a

importância da formação continuada de professores”, sob orientação da professora

Dra. Luciana Hoffert Castro Cruz. Serão explicados todos os procedimentos da

pesquisa, garantindo o esclarecimento de eventuais dúvidas e obtido o

consentimento do(s) participante (s). Não haverá nenhum ônus para esta Instituição

decorrente da participação da pesquisa. No caso do não cumprimento das garantias

acima, terei a liberdade de revogar meu consentimento a qualquer momento da

pesquisa sem penalização alguma.

_____________________________________________

Diretor da Escola Estadual Major Lage

Itabira, _______ de ______________ de ______.

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Anexo 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) –

PROFESSOR (A) Ensino Fundamental II

Eu, ___________________________________________________________, fui

convidado (a) pelo (a) pesquisadora Fernanda Fonseca Torres Pessoa para

participar de sua pesquisa, “A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: a importância da

formação continuada de professores”, sob orientação da professora Dra. Luciana

Hoffert Castro Cruz. Sei que tal pesquisa conta com o apoio da direção dessa escola

e que seu principal objetivo é: Capacitar os professores do Ensino Fundamental II

sobre como o TDAH compromete o aprendizado do indivíduo e como este

conhecimento contribui para a inclusão dos portadores do transtorno à sala de aula

tradicional. Fui informado (a) que o projeto terá duração de aproximadamente 3

(três) meses, envolvendo a coleta de dados, e aplicação do curso de atualização.

Estou disposto (a) a participar do grupo focal, para discussão e formulação de

estratégias facilitadoras no processo de inclusão, em especial dos alunos com

TDAH, e ainda participar do curso de atualização, produto dessa investigação.

Compreendo que só farei parte da pesquisa se eu desejar.

O estudo será suspendido ou encerrado em caso de impossibilidade da

pesquisadora, por motivos graves, como doença, e/ou no caso da escola assim o

desejarem. Fui alertado que este estudo não implicará em maiores riscos para os

participantes. O único risco que se corre é a evasão dos dados e os nomes dos

participantes revelados. Mas para se minimizar esses riscos, eu e os demais

professores envolvidos, teremos o anonimato garantido, pois serão utilizados

pseudônimos no lugar dos nomes e assim, as informações fornecidas na pesquisa

não serão associadas aos nossos nomes em nenhum documento, relatório e/ou

artigo que resulte deste estudo. Além disso, para garantir o sigilo, os registros

produzidos serão acessados apenas pelos responsáveis pela pesquisa (a

orientadora e a mestranda) sendo armazenados na sala 26, no ICEB III da UFOP,

Campus Morro do Cruzeiro, por cinco anos a partir da data de publicação da

dissertação e após esse prazo serão incinerados.

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Entendo que posso esperar alguns benefícios, tais como o conteúdo que será

tratado no curso de atualização, sobre estratégias pedagógicas inclusivas, inclusive

para alunos com TDAH embasadas nas descobertas da neurociência, podendo

ampliar meus conhecimentos acerca do processo de ensino e aprendizagem.

Também terei acesso aos resultados do projeto, em dia e local que a direção da

escola definirá e poderei acessar o texto completo da pesquisa na página do

Programa de Mestrado em Ensino de Ciências (www.mpec.ufop.br).

Minha participação não envolverá qualquer gasto, pois as pesquisadoras

providenciarão todos os materiais necessários, e, portanto, não haverá

ressarcimento de despesas. Está garantida a indenização em casos de eventuais

danos, comprovadamente decorrentes da participação na pesquisa, conforme

decisão judicial ou extra-judicial.

Caso eu ainda tenha alguma dúvida quanto a aspectos éticos da pesquisa,

posso entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da UFOP, cujo

endereço encontra-se no final desta página.

Sinto-me esclarecido (a) em relação à proposta e concordo em participar

voluntariamente desta pesquisa.

___________________________________________________

Assinatura do (a) docente

______________________________

Identidade

________________________, _____/_____/_____

Local e data

Orientanda: Fernanda Fonseca Torres Pessoa E-mail: [email protected] Telefone: (31) 98525.4815 Orientadora: Prof. a Dra. Luciana Hoffert Castro Cruz. E-mail: [email protected] Telefone: (31) 3559- 1274

Comitê de Ética em Pesquisa – Universidade Federal de Ouro Preto (CEP/UFOP) Campus Universitário – Morro do Cruzeiro – ICEB II – sala 29

[email protected] (31) 3559-1368

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ANEXO 3

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE

ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: a importância da formação continuada de

Pesquisador: FERNANDA FONSECA TORRES PESSOA

Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 85827718.8.0000.5150

Instituição Proponente: Universidade Federal de Ouro Preto

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 2.594.675

Apresentação do Projeto:

"A pesquisa será realizada na Escola Estadual Major Lage, situada na Praça Dr. Nelson Lima

Guimarães, s/n, no bairro Pará do município de Itabira, em Minas Gerais. Este município esta

localizado à 110km da capital mineira, com dois distritos rurais, e área territorial de 1253,704

Km2 e população estimada de 119.285 em 2017 (IBGE, 2017).Com 67 anos de estabelecimento

educacional, a escola envolvida na pesquisa, atende 1033 alunos, divididos em dois turnos:

matutino com o ensino fundamental II, e vespertino com o ensino fundamental I. São 92

funcionários trabalhando na construção da educação, sendo 60 professores e destes, 32 do

fundamental II, nosso público alvo.Será entregue a direção da escola participante o Termo de

Concessão da Instituição, que após assinatura, permitirá a sequencia do estudo. Os professores

inicialmente serão divididos em 3 grupos (grupo A, grupo B e grupo C)de 10 professores. Todos

estes receberão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido irão conter todos os contatos

pessoais do pesquisador, bem como o endereço do Comitê de Ética da Universidade Federal de

Ouro Preto, caso o participante deseje tirar alguma dúvida junto à universidade. O TCLE

esclarece que toda participação é totalmente voluntária, não havendo nenhum ônus por parte

dos participantes e nem o pagamento de qualquer taxa pela sua participação. Esclarece ainda

que as informações ali preenchidas estarão sobre o sigilo, não havendo divulgação de seus

nomes ou imagens. Tais registros serão destruídos após cinco anos da publicação da

dissertação. Após assinatura, será realizado grupo focal para discussão sobre as temáticas

Inclusão, Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade e Formação continuada de

professores, conduzida por um mediador, que será, uma das pesquisadoras do estudo.Ao

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término do encontro do grupo focal será realizada a análise cuidadosa dos relatos, preservando

todas as opiniões. Para análise dos dados será utilizada a análise de conteúdo (Bardin, 1977).

Ao final dessa análise, o resultado obtido com o grupo focal, auxiliará na execução de um curso

de atualização para professores do ensino fundamental II, a ser ministrado aos professores

participantes dos grupos focais, bem como uma cartilha de orientação sobre TDAH."

Objetivo da Pesquisa:

"Objetivo Primário:

Promover a reflexão-ação dos professores por intermédio de um curso de atualização diante do

desafio da inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, principalmente o

TDAH nas salas de aula regular.

Objetivo Secundário:

• Esclarecer a diferença entre inserção e inclusão de alunos com TDAH na sala de aula

regular;• Reconhecer o problema da inclusão escolar para os alunos com TDAH e

apresentar alternativas que possam facilitar este processo;• Dialogar com professores sobre

como o TDAH atinge o sistema nervoso do indivíduo apresentando como a neurociência pode

ajudar na educação;• Verificar o conhecimento prévio dos professores do Ensino Fundamental

II sobre o TDAH e as práticas de inclusão por estes utilizadas;• Elaborar um curso de

atualização de professores sobre a inclusão e TDAH a ser ministrado aos profissionais para

melhora das ações do docente e consequente melhora da relação professor e aluno;•

Apresentar novas estratégias de ensino como alternativa para a inclusão, bem como o

desenvolvimento do aluno, de maneira geral, em um ser humano crítico, em busca do próprio

conhecimento."

Avaliação dos Riscos e Benefícios: Relação riscos-benefícios adequada. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Pesquisa relevante. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Termos apresentados e adequados. Recomendações: Atualizar o endereço do CEP/UFOP: Centro de Convergência no lugar de ICEB II.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Aprovado. Considerações Finais a critério do CEP:

Situação do Parecer: Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP: Não

OURO PRETO, 11 de Abril de 2018

Assinado por:

Núncio Antônio Araújo Sól

(Coordenador)