FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU...

45
FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO- BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Transcript of FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU...

FORMULÁRIO DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSUESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-

BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

1 - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

1.1 - UNIDADE RESPONSÁVEL:

CECA- Colegiado do Curso de Letras

1.2 – INSTITUIÇÃO/CAMPUS:

UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Cascavel

1.3 – CURSO DE ESPECIALIZACÃO EM:

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-

BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

1.4 - GRANDE ÁREA E ÁREA DO CONHECIMENTO:

1.3.1 LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES 8 00 00 00 2

1.3.2. ÁREA DO CONHECIMENTO 1: LETRAS - 8 03 00 00 1

1.3.3. ÁREA DO CONHECIMENTO 2: ARTES - 8 03 00 00 6

1.4 - UNIDADE RESPONSÁVEL:

CECA- Colegiado do Curso de Letras

1.4.1 -CONVÊNIO: FUNDEP

1.5 - COORDENADOR DO CURSO:

NOME: Profa. Dra. Valdeci Batista de Melo Oliveira

TITULAÇÃO: Doutora em Letras

2

2 - CARACTERIZAÇÃO DO CURSO

2.1 - PERÍODO DE REALIZAÇÃO:

INÍCIO: (02/03/2009)

TÉRMINO: (01 /03/2011)

Aulas aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30

Matrículas de 5 de fevereiro de 2009 a 10 de março de 2009

Local de Matrícula: Pró-Reitoria de Extensão - Divisão de Cultura

Início das aulas: 21 de março de 2009 - Término 08/05/10

Período de férias: mês de julho de 2009 e a partir do dia 19 de dezembro de 2009 até 17 de

fevereiro de 2010. Mês de julho de 2010.

2.2 - CARGA HORÁRIA: 360 horas/aula

2.3 - TIPO:

( X ) Especialização (Resolução n.º 01/2001- CNE/CES – Resolução 195/2003 – CEPE)

( ) Aperfeiçoamento - Resolução 195/2003 – CEPE

( ) Outro (especifique) :

2.4 - MODALIDADE DO CURSO:

( ) Modular ( X ) Regular ( ) Tempo integral ( ) Tempo parcial

Período das aulas, e dias da semana:

Aos sábados das 8 horas às 12 horas e das 13h30 às 17h30

2.4 - NÚMERO DE VAGAS: Máximo de 60 alunos e mínimo de 40 alunos para começar o curso

2.6 - CLIENTELA - ALVO: *

O curso se destina a professores do Ensino Fundamental, Médio e Superior; aos graduados

em Letras, Pedagogia e outros profissionais portadores de Diploma de Graduação em Ciências

Humanas, Ciências Sociais, Exatas, Biológicas e de áreas afins, envolvidas com a Educação

Básica.

3

2.7 - EVENTO: O Curso estará promovendo o I Seminário Internacional de Educação,

cultura, história e artes afro-brasileira e indígena, no período de 25 a 29 de maio de 2010,

com a presença de professores e escritores brasileiros e de Cabo Verde a Angola.

4

3 - OBJETIVOS E NECESSIDADE DO CURSO

3.1 - JUSTIFICATIVA / OBJETIVOS DO CURSO:

3.1.2. Objetivo Geral:

O objetivo geral do curso é de fomentar condições de possibilidades para o cumprimento da

Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

modificada pela Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases para a

Educação Nacional no Nível Básico, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a

obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".

3.1.3. Objetivos específicos:

Fomentar a reflexão crítica em relação às questões étnico-sociais, por meio da qualificação

de professores e de pessoas diretamente envolvidas no processo de construção de identidades e de

cidadania e estereótipo;

Obter as ferramentas necessárias para lidar com conflitos raciais em todas as formas como

eles se manifestem, percebendo que a realidade dos mesmos se torna cada vez mais freqüentes

em nossa sociedade;

Oportunizar aos profissionais a construção de uma visão integrada acerca da história e da

cultura afro-brasileira e indígena, possibilitando-lhes o conhecimento de novas práticas

educativas a respeito dessas identidades, inseridas no atual contexto da diversidade étnico-

cultural;

Promover a inclusão social dos afro-descendentes e dos indígenas vista a partir da adoção

de seus valores, pensamentos e práticas como contributivos essenciais a novas formas de

organização civilizatórias;

Contribuir para a consolidação da produção científica e acadêmica da Unioeste e da comunidade científica paranaense;

Consolidar a oferta de cursos de pós-graduação da Unioeste com vistas a propiciar avanços

na qualificação dos professores e profissionais da Educação Básica nas regiões abrangidas pela

5

instituição;

Propiciar a articulação entre as diversas dimensões universitárias envolvidas com a

Educação (ciclo básico, graduação, especialização, lato sensu e a extensão universitária), de

modo que elas possam refletir e problematizar as diversas relativas às práticas educativas

inclusivas;

Fomentar a produção de estudos e pesquisas que possibilitem a construção de uma fortuna

crítica de teorias e práticas voltados ao ensino das culturas afro-brasileira e indígena;

Promover condições e situações em que o professor possa refletir sobre o processo de

ensinar e aprender as culturas afro-brasileira e indígena de modo a contribuir para a formação de

uma prática docente investigativa e reflexiva;

Possibilitar ao professor da Educação Básica teorias que fundamentem as propostas

pedagógicas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena;

Promover a reflexão e o debate em torno dos estudos sobre o ensino das culturas afro-

brasileira e indígena na Educação Básica;

Cotejar experiências realizadas em diferentes contextos sociais e educacionais que

envolvam o ensino das culturas afro-brasileira e indígena na Educação Básica e suas relações

com as demais produções culturais valorizadas pela escola;

Analisar os conteúdos e as imagens expostas nos livros literários infantil e juvenil e livros

didáticos que versam sobre a figura e modus vivendi dos afros-descendentes e indígenas;

Divulgar pesquisas sobre o ensino das culturas afro-brasileira e indígena no contexto do

mundo virtual, salientando novas percepções e pedagogias possíveis.

JUSTIFICATIVA DO CURSO:

“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos

6

outros.”(Pedagogia da Indignação, 2000.) Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília, 1997.

Nós, brasileiros, no afã de construirmos uma nação conforme o olhar idílico que o

imaginário eurocêntrico deitara sobre estas terras, deixamos insepultos os corpos de milhões de

índios e negros e derruídos que massacramos sob o peso da corvéia ou da nossa violência sempre

excessiva. Com o propósito de tirarmos do esquecimento o suor, o sangue e as vidas destes

milhões que suportaram o peso de construir a 14.º economia do planeta, (2008), lembremo-nos de

Walter Benjamim, para quem “todo monumento da cultura é também um monumento da

barbárie”. “E, assim como a cultura não é isenta de barbárie, não o é, tampouco, o processo de

transmissão da cultura. Por isso, na medida do possível, o materialismo histórico se desvia dela.

Considera sua tarefa escovar a história a contrapelo”.

Nesse sentido, a difícil tarefa de escovar a história e a sociedade a contrapelo foi assumida

em parte pelo Estado Brasileiro, com a recente criação da Lei 11.645/2008, de 10 de março de

2008, que altera a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei n. 10.639, de 9

de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no

currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-

Brasileira e Indígena".

Depois da criação da Lei 11.645/2008 a tarefa é passada a toda sociedade brasileira, mas,

especialmente às IES e às escolas, na figura concreta dos profissionais da Educação que devem

executar a incômoda tarefa de escovar a contrapelo os livros didáticos; as posturas; os hábitos; o

gestus; as convicções; as formações discursivas e ideológicas; as salas de aulas; os planos de

ensino; os currículos; as mídias; para limpar deles o ranço e o ódio arraigados sub-repticiamente.

Toda sorte de homofobias fascistas foram escondidas nos desvãos da cultura e travestidas

de preconceitos, estereótipos e de todo o arsenal criado para oprimir e impedir a inclusão, quer

dos negros, quer dos índios, quer de outros grupos e etnias, os quais, na mais absoluta maioria,

compõem a classe espoliada. Brecht os anteviu no belíssimo poema Perguntas de um Operário

que lê:

Quem construiu Tebas, a das sete portas?

7

Nos livros vem o nome dos reis,

Mas foram os reis que transportaram as pedras?

Babilônia, tantas vezes destruída,

Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas

Da Lima Dourada moravam seus obreiros?

No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde

Foram os seus pedreiros? A grande Roma

Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem

Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio

Só tinha palácios

Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida

Na noite em que o mar a engoliu

Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias

Sozinho?

César venceu os gauleses.

Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?

Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha

Chorou. E ninguém mais?

Frederico II ganhou a guerra dos sete anos

Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.

Quem cozinhava os festins?

Em cada década um grande homem.

Quem pagava as despesas?

Tantas histórias

Quantas perguntas

Se a escola é um espaço de combate ao racismo e à discriminação racial, está mais do que

na hora de colocar esse combate na afetividade concreta da formação escolar oferecida pela

Educação Básica, de modo a trazer à baila a cultura, a história, as artes daqueles que arcaram com 8

os custos de se construir a sociedade brasileira. Especialmente, cá nas regiões Oeste e Sudoeste

do Paraná, nas quais o grau de provincianismo cresce à proporção dos quilômetros que as

distanciam das capitais. Eis que urge tirá-las do limbo do provincianismo tacanho, especialmente

em Cascavel, cidade em que o preconceito chega às raias de algumas paróquias não aceitarem os

padres negros ou alguns que nem negros são, mas possuem pele escura, como os indianos: dois

destes foram impedidos de permanecer numa de nossas paróquias (Paróquia Santo Antônio),

obviamente pelo racismo e preconceito da cor. Nem se aceitam padres que se metem a construir

abrigos para os homeless, em lugar de ficar rezando ave-marias insossas.

Obviamente que os padres banidos não foram forçados de forma direta a irem embora, há

na cultura brasileira um imenso rol de estratégias mais sutis, subterfúgios e outros estratagemas

de não se aceitar um padre negro numa paróquia, assim como de fomentar os preconceitos dentro

e fora das salas de aulas. Ações desse naipe estão espalhadas por todo território nacional, embora

não faltem tentativas legais de exorcizá-las das relações sociais. De fato, desde os tempos da

Primeira República (1839/1930) até a edição da Lei 11.645/2008, muitos passos foram dados até

se chegar à atual incorporação do estudo das civilizações indígenas e africanas nas escolas

brasileiras. Pode-se citar, por exemplo, a LDB de 1961 (art. 38, III) a determinar que as diferentes

culturas devam ser o escopo do ensino da História do Brasil. Entre a criação da Lei e a sua prática

nas relações sociais está o fosso da exclusão. E apenas em 2008 a legislação foi mais severa a

ponto de exigir o ensino das duas culturas em escolas brasileiras.

Esta especialização em ensino da cultura das artes e da história afro-brasileira e indígena

na educação básica, pretende executar a parte que lhe couber desta tarefa de escovar o discurso

hegemônico a contrapelo. Por primeiro trazendo à baila a história, a voz, a memória, o

imaginário, as artes, a religiosidade, enfim, numa palavra, a cultura afro-brasileira e indígena,

subsumidas nos porões da cultura hegemônica, pois como sustenta Paul Connerton, “não há

dúvida de que o controlo da memória de uma sociedade condiciona largamente a hierarquia do

poder” (1993: 2). Assim, não foi por um mero esquecimento, ao contrário, foi por obra de um

apagamento intencional e criminoso que se empurraram os negros e índios, cada um na sua

especificidade, para as classes deserdadas, para as periferias dos grandes centros cosmopolitas,

para as piores porções de terras. Pouco adiante acrescenta o mesmo Paul Connerton, “as nossas

experiências do presente dependem em grande medida do conhecimento que temos do passado e

(...) as nossas imagens desse passado servem normalmente para legitimar a ordem social

presente.” (1993: 4).

Conforme é sabido, a escola é um espaço de poder e é ,oficialmente, o único espaço de

educação que tem a incumbência legal de fomentar a formação por meio do conhecimento 9

científico. Por isso tem sido catastrófica a prática costumeira de se negar a existência de uma

outra história que não seja aquela já esquematizada pelo pensamento dominante, cujo vórtice de

importância centra-se na cultura e história eurocêntrica como matriz de construção das

identidades. O que nela sobra para a diversidade etnográfica ou de gêneros? O resultado é serem,

historicamente, apresentadas e representadas como algo exótico, folclórico, o que reforça e

estimula a homofobia. Num país formado por diversas etnias, essa prática escolar chega às raias

da criminalidade e da alienação neurótica.

Por outro lado, a escola estuda as etnias de modo superficial e distante do cotidiano vivo

das relações e práticas sociais e culturais, postura que também reforça estereótipos, naturaliza os

problemas raciais e sociais, justificando-os por meio de recursos da psicologia (por exemplo:

índio é preguiçoso, negro é violento, etc). É por isso que diversos movimentos sociais têm

reivindicado mudanças e realizado ações educativas que propõem uma nova postura e agenda da

escola em relação aos grupos étnico-raciais que compõem o povo brasileiro.

Mas mudanças são processos que demandam tempo e empenho, pois elas devem desvelar

os silêncios da história que revelam os mecanismos e dispositivos de elaboração hegemônica do

passado postos, justamente, para frear as mudanças e, portanto, como instrumentos de

manipulação da memória coletiva pela cultura hegemônica. Nesse sentido, o esquecimento

constitui uma vala comum onde repousam atores e personagens anônimos e episódios e ações

marginais, suprimidos e eliminados pelas narrativas históricas ortodoxas e convencionais. E se a

memória histórica do passado influencia o presente, o controlo sobre essa memória histórica

torna-se um sólido instrumento de dominação, em que os negros e índios foram e são jogados ao

léu da sorte ou no cadinho mais baixo do diferente, a serem temidos ou menoscabados.

Entretanto, se a história se realiza em movimentos que, a princípio, poderiam ser diferentes,

ou seja, se a concepção benjaminiana de tempo perdido não se encontra no passado, mas no

“futuro”, isto é, nos sonhos, nos desejos, nas aspirações do não-realizado, daquilo que não chegou

a se concretizar, mas que ainda se encontra voltado para o porvir, esperando condições de

possibilidades para emergir qual uma utopia retrospectiva, a Lei 11.645/2008, que torna

obrigatório o estudo da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, na Educação Básica, traz à

baila estas condições de possibilidades. Cabe ao corpo docente da Unioeste aceitar o desafio de

ajudar na construção do futuro que queremos outorgar em relação às identidades dos índios e dos

negros brasileiros.

Este projeto pretende resgatar a luta dos afro-descendentes e dos povos indígenas que, por

meio de pressões políticas e culturais podados muitas vezes, têm procurado fazer a inserção de

sua cultura e história no currículo escolar brasileiro. Atitude que revela o reconhecimento da 10

Educação formal como fértil campo de disputa das diversas classes sociais. Com isso também se

pretende demonstrar a importância e a fatia da cultura negra e indígena para a formação da

sociedade brasileira, resgatando as suas contribuições nas áreas social, cultural, econômica e

política, no que respeita à história do Brasil.

Nesse sentido, esta especialização pretende incorporar os conteúdos da História, da

Literatura, da Arte e demais disciplinas acerca da cultura afro-descendente e indígena, como

construtores da cultura brasileira tout court que não podem ficar restritos a propostas de

transversalidade temáticas, mas devem ser conteúdos efetivos das grades curriculares e serem

desenvolvidas para contribuir para o senso crítico dos alunos, professores e outros atores da

educação.

Para tanto, é preciso programar conteúdos e posturas filosóficas que contribuam para os

professores repensarem seus valores e conceitos sobre as diversas etnias que compõem a

sociedade brasileira, bem como repensarem seus propósitos com os alunos, reformulando toda

uma forma de pensar e ver a cultura afro-brasileira e indígena, com vistas a desenvolver uma

pedagogia do oprimido à Paulo Freire, com referências às histórias das culturas afro-descendente

e indígena, desde o período pré-colonial até a contemporaneidade.

3.2 - NECESSIDADE / IMPORTÂNCIA DO CURSO PARA A IES, REGIÃO E

ÁREA DO CONHECIMENTO:

O curso de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E

HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA pode colaborar

com as discussões sobre políticas de ação afirmativa, já em curso nas universidades brasileiras,

tais como a reserva de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. Há uma necessidade (e

exigência legal, determinada pela Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008) de que as questões

étnico-raciais se façam presentes nos cursos de formação oferecidos pela instituição - Graduação

e Pós-Graduação. No entanto, em relação às necessidades resultantes da opressão imposta ao

negro e ao índio, duas figuras basilares na formação da população brasileira, essas ações são

ainda tímidas, no sentido de envolver-se em proposições e processos que dêem cumprimento à

legislação em vigor.

As Diretrizes Curriculares para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana

postulam a necessidade de políticas de reparações e valorização de ações afirmativas:

Cabe ao estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre

11

ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do estado de

garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno

desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou

profissional. Sem a intervenção do estado, os postos a margem, entre eles os

afro-brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas,

romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao

reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de

privilégios para os sempre privilegiados. (pg.11)

Contudo, no Paraná, embora a SEED, desde 2005, tenha promovido cursos e debates sobre

a temática, visando sensibilizar e capacitar os professores, muito pouco tem sido feito, uma vez

que os professores sentem dificuldades em organizarem suas aulas devido à escassez de material

didático sobre o assunto.

Vemos então que as universidades, como lócus privilegiado de formação e inclusão, têm a

frente importante papel a cumprir, que consiste em, a partir de seus espaços, estender esse papel,

com rigor e cientificidade, às ações dos sistemas educacionais (estaduais e municipais),

envolvidas na etapa formativa da Educação Básica de modo a priorizar o maior número de

implicados como o próprio nome já sugere. As escolas públicas apresentaram grandes

dificuldades de implantar um ensino voltado para a educação para as relações étnico-raciais. Esse

movimento de implementação de políticas reparatórias enfrenta obstáculos políticos que

questionam a legitimidade das reivindicações de Políticas de Ação afirmativas; também

obstáculos sociais, porque a característica multiétnica de nossa sociedade muitas vezes oblitera

os processo de hierarquização e as posturas assumidas ou dissimuladas de diferenciação étnico-

racial.

Segundo Moura, no estudo “Ritmo e ancestralidade na força dos tambores africanos”, a

contribuição das festas dos quilombos são como “elemento criador e recriador da identidade”.

No trabalho, quando se refere à forma como se desenvolve a aprendizagem das crianças, diz que,

nas comunidades estudadas, as crianças aprendem

porque participam de todas as atividades: nas danças, nos cânticos, na

arrumação do ambiente, na seleção das roupas, na preparação do altar, isto é

desde a preparação da festa até o momento de sua finalização. Todo o processo

é participativo e as crianças e os jovens querem tomar parte nos rituais por que

aquilo faz sentido para eles, faz parte de sua vivência e reafirma a noção de

12

pertencimento àquela comunidade. Aprendem assim seus papéis e a hora de

exercê-los porque lhes é permitido conhecer o legado dos mais velhos, recriado

no presente, assim como sua história, que é valorizada constantemente

( Moura, 1997, p. 240).

A autora aponta a significação do novo conhecimento e o envolvimento dos sujeitos

aprendentes como marca dessa forma de ensinar e aprender. Entende que as crianças aprendem

na e com a comunidade e que isso produz um conhecimento capaz de envolver a criança e criar

nela os sentidos e significações sobre o entrono que a circunda. No entanto, o conhecimento

sistematizado que acontece na escola não tem oferecido possibilidades para a vivência dessas

diferentes formas de conhecimento e educação. Não podemos nos esquecer de que já se passaram

mais de 100 anos desde que a Lei Áurea foi sancionada pela princesa Isabel, em maio de 1888.

Desde então, os afro-descendentes têm sido relegados à margem do sistema sócio-econômico,

político e cultural.

Se os incentivos governamentais à vinda de imigrantes europeus, em início do século XX,

tinham o nítido objetivo de branquear a nação brasileira, eliminando os traços da mestiçagem, no

que diz respeito ao ensino nas escolas a exclusão da história e da cultura negra foi mais brutal. A

África foi praticamente banida dos currículos escolares e universitários e os traços culturais

deixados pelos africanos no Brasil, embora marcantes em nossa identidade cultural quer sejamos

afro-descendentes ou não, aparecem diluídos e destituídos de caracterização própria e definida.

Segundo Del Priore e Venâncio,

Muito sabemos sobre a presença dos europeus entre nós. Hoje, conhecemos um

pouco mais sobre os indígenas. Contudo, fora da monótona rotina do trabalho

escravo, pouco ou nada sabemos do que fizeram os africanos enquanto

“colonizadores”, com tradições culturais rivais às dos europeus. Nos manuais

escolares e mesmo nas universidades quase nada se aprende sobre nossos avós

em sua terra de origem, a África. (2004:32)

Essa situação de discriminação do afro-descendente, tanto social quanto escolar, camuflada

por tantos anos sob a roupagem do mito da democracia racial brasileira, não pôde mais ser

ignorada pelo poder oficial, que desde 1988, com a Lei nº 7.668, tem feito tentativas no sentido

de atenuar as enormes discrepâncias sociais entre brancos, negros e índios no Brasil. Nesse

sentido, a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares 13

para a educação das relações étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira

e Africana e Indígena, possibilitam o estudo da ancestralidade africana, suas organizações sócio-

culturais e políticas e suas construções culturais, sobretudo no Brasil, mudando o foco dos

estudos que sempre recaíam no período da escravidão, mostrando o negro sempre como escravo.

O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo

da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura

negra brasileira e o negro na formação da identidade nacional, resgatando a

contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e políticas pertinentes à

História do Brasil. (Lei 10.639\2003, art. 1º)

Contudo, em um país como o Brasil em que, muitas vezes, “as leis não pegam”, é preciso

criar condições para que elas de fato se concretizem. É evidente o despreparo de educadores para

ministrar conteúdos com os quais eles não tiveram contato em sua vida escolar e acadêmica.

Parece que as universidades públicas têm uma grande responsabilidade nesse processo de

transformação de atitudes e valores da sociedade brasileira.

Desse modo, a criação do Curso de Especialização lato sensu, ENSINO DA

CULTURA, ARTES E HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA

EDUCAÇÃO BÁSICA, contribuirá para promover estudos, debates e difusão de conhecimentos

relativos às culturas afro-brasileira e indígena, no périplo de atuação da Unioeste. Contribuirá

também para o trabalho para a inclusão de conteúdos e disciplinas voltados ao estudo das culturas

afro-brasileira e indígena, tanto nas licenciaturas, para a organização de cursos e seminários que

articulem os conhecimentos produzidos na universidade com as necessidades da escola básica e a

manutenção de uma sala própria com uma biblioteca de pesquisa e manutenção de um sítio de

divulgação dos trabalhos, são ações que a médio e longo prazo promoverão transformações

efetivas tanto no trabalho dos educadores na escola quanto na sociedade em geral, uma vez que

uma educação menos excludente e anti-racista beneficiará a sociedade como um todo. Além

disso, segundo a pesquisadora de cultura africana e afro-brasileira da UNESP, Claude Lépine, a

história do Brasil e de várias nações africanas e indígenas está entrelaçada, de modo que o estudo

da história afro-brasileira e indígena deveria enriquecer a compreensão da nossa própria história.

No presente, interesses comuns já unem vários países da África e do Brasil. (ANDREI e

FERNANDES, 2007, p.p. 36-7).

Nesse sentido, seria importante pensarmos sobre o caráter emancipatório da educação já há

muito discutido. Para Oliveira (2000, p. 117):14

O caráter emancipatório da educação é contemplado na medida em que os

objetivos propostos e os conteúdos selecionados adquirem relevância social e

acadêmica. A relevância social dos objetivos e conteúdos da educação está

condicionada às suas possibilidades de fazer o educando compreender as suas

condições na sociedade e as maneiras pelas quais esta condição foi histórica e

socialmente construída e mantida na atualidade. A relevância acadêmica tem

caráter epistemológico e se vincula ao grau de confiabilidade dos

conhecimentos postos à disposição dos educandos como instrumentos para

compreensão da realidade.

Assim, urge redimensionar as práticas acadêmicas, de maneira que, ao longo da formação,

sejam estabelecidas discussões sobre a temática das “relações raciais”. Mas também, e, ao

mesmo tempo, se criem condições para que a atuação docente possibilite a produção de saberes a

partir da problemática e investigação no/do contexto educativo (político, social, cultural...) no

qual a escola se insere.

Pinto (200, p. 124) entende que “a questão que se coloca é a de saber como a escola lida

com a diversidade virtual ou real, nos conhecimentos que transmite, nas ações que realiza e nas

relações que resultam desse processo”. Vemos que cabe à escola compreender as diferentes

relações que ocorrem no seu interior, investindo para (des)naturalizar as formas como têm se

apresentado às relações raciais nos materiais didáticos, nas relações entre os alunos e

professores, nos currículos, nas posturas assumidas ou dissimuladas...

Certamente, a escola precisa agregar o tema das relações raciais às discussões e ações

cotidianas, assumindo a tarefa educativa e fazendo valer o direito à diferença. Nesse sentido,

haveria um ganho para a instituição (formação de professores em um tema urgente e atual), para

a região, uma vez que a ação desses profissionais com novas posturas e possibilidades no trato da

temática étnico-racial teria um poder de desdobramento em suas ações na escola e para a área de

conhecimento com a produção de pesquisas e materiais didático para subsidiar a ação dos

professores e gestores do sistema público de educação.

15

4 - ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CURSO

4.1 - PROCESSO SELETIVO

a) Inscrição para seleção:

Período: 05/02/2009 a 10/03/2009

Local:

Pró-Reitoria de Extensão — Divisão de Cultura

Endereço: UNIOESTE — Reitoria do campus de Cascavel

Na Rua Universitária, 1619 - Bairro: Jardim Universitário

Cascavel – Paraná, Caixa Postal 701 - CEP 85819-110

Fone: (045)3220-3062

e-mail para contato: [email protected]

Horário das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas

b) Documentação exigida:

Ficha de Inscrição;

1 foto 3X4 recente;

Diploma de Graduação (Fotocópia)

ou declaração de conclusão do curso (para graduandos em 2008);

Certidão de nascimento ou casamento (Fotocópia);

Documento de Identidade e CPF (Fotocópias);

Curriculum Vitae sintetizado (2 folhas).

c) Seleção: Entrevista

Valor da inscrição: R$ 80,00

A ser depositado no Banco Itaú

Agência 3924

Conta Corrente: 01139-2

16

4.2 - PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO NO CURSO:

4.2.1 TRABALHO DE CONCLUSÃO:

Ao final do Curso, sob a supervisão de um orientador, o aluno devera elaborar um artigo

para publicação de livro contendo todos os artigos dos alunos e orientadores que assim o

desejarem. Os artigos deverão ser inéditos e ter como tema a discussão e a problemática a

respeito de alguma das questões, teorias e áreas de conhecimento abordadas no curso. Os artigos

deverão ter no mínimo de 15 e no máximo de 20 páginas.

Data limite para entrega do artigo: 20 de novembro de 2010

Aos professores(as) ministrantes das disciplinas propostas pela Especialização em ensino

da cultura, artes e história afro-brasileira e indígena na educação básica caberá a tarefa de

orientar no mínimo 2 e máximo 3 três artigos finais, para essa atividade o professora receberá o

valor de 200,00 reais por artigo orientado.

4.2.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO ALUNO POR

DISCIPLINAS:

(X) Provas

(X) Trabalhos finais de disciplinas

4.2.3. CERTIFICADO

(X) SIM ( ) NÃO

4.2.4. SETOR RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO:

DPGI/PRPPG

17

4.4 - EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DAS DISCIPLINAS

1. DISCIPLINA: História e Historiografia dos povos indígenas e negros no Brasil

Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Nilceu Jacob Deitos

Ementa: Estudo de leituras históricas da presença indígena e negra na constituição da

cultura brasileira do período colonial e imperial do país. Estudos da historiografia dos povos afro-

brasileiro e indígena, bases fundantes da sociedade brasileira.. Razões e origens do escravismo

negro e indígena no Brasil. Educação e escravismo no Brasil. A formação da identidade nacional

e a questão étnico-racial. Diáspora: vida e existência cultural e histórica dos africanos e seus

descendentes fora da África.

Bibliografia:

BASTIDE, Roger. Estudos Afro-Brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983.

BURKE, Peter (org). A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da

Universidade Estadual de São Paulo, 1992.

CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: IMESP, 1987.

CASCUDO, Luis da Câmara. Literatura oral no Brasil. São Paulo: Itatiaia, 1984.

CHIAVENATO, Julio José. O negro no Brasil: da senzala à guerra do Paraguai. São

Paulo: Brasiliense, 1980.

CONRAD, Robert. Tumbeiros. São Paulo: Brasiliense, 1985.

FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala. 30ed. Rio de Janeiro: Record, 1992.

HOBSBAWM, E. J. (org.) A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

___. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.

HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção. Rio de Janeiro:

Imago, 1991.

LE GOFF, Jacques. A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de

Janeiro: Paz e Terra, 1977.

MEYER, Marlyse. O folhetim: uma história. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

___. Autores de cordel. São Paulo: Abril Educação, 1980.

MENTON, Seymour. La nueva novela histórica de la América Latina. 1979-1992. México:

Fondo de Cultura Econômica, 1993.

MIGNOLO, Walter. “Lógica das diferenças e política das semelhanças: da Literatura que

parece História ou Antropologia ou Vice-versa”. In: CHIAPPINI, Lígia & AGUIAR, Flávio Wolf 18

de. Literatura e história na América Latina. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,

1993. p. 115-135.

MOURA, Clóvis. História do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1989.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática, 1986.

PERROT, Michelle. Os excluídos: operários, mulheres, prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1992.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. Simpósio Nacional da Associação Nacional de História.

Florianópolis: FFLCH, 1999.

RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,

1965.

RODRIGUES, Nina. Os africanos no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional,

1945.

SERRA, Ordep. Águas do rei. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

2. DISCIPLINA: Mídia e etnia: figurações do índio e do negro na imprensa

brasileira: construção de identidades étnicas

Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Alexandre Ferrari

Ementa: Estudo de textos jornalísticos e do modo como eles construíram/constroem a

imagem do negro e do índio em suas páginas, a partir dos pressupostos da análise do discurso de

orientação francesa. Estudo e análise as estratégias de silenciamento e esquecimento nas mídias e

o efeito de sentido desse processo na construção das identidades dos índios e negros.

Bibliografia:

ANDRADE, Rosane de. (2002). Fotografia e antropologia – olhares fora-dentro. São

Paulo: Estação Liberdade.

BARTHES, Roland. (1984). A Câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira.

BRANDÃO, Helena H. Nagamine. (2002). Introdução à análise do discurso.

Campinas: Editora da Unicamp.

DIJK, Teun A. van. (2008). Racismo e discurso na América Latina. São Paulo:

Contexto.

DUBOIS, Phillippe. (1993). O ato fotográfico. Campinas: Papirus.

19

ERIBON, Didier. (1996). Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro:

Jorge Zahar.

FELDMAN-BIANCO, Bela & LEITE, Miriam L. Moreira (orgs). 1998. Desafios da

imagem – fotografia, iconografia e vídeo nas ciências sociais. Campinas: papirus.

FOUCAULT, Michael.(1987). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis:

vozes.

——.(1999) Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). São

Paulo: Martins Fontes.

——.(2004). Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

GADET, Françoise & HAK Tony (org). (1990). Por uma análise automática do

discurso; uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da Unicamp.

HENRY, Paul. (1992). A ferramenta imperfeita: língua, sujeito e discurso. Campinas:

Editora da Unicamp.

HOUAISS, Antônio (2001). Dicionário eletrônico da língua portuguesa. São Paulo:

Objetiva.

INDURSKY, Freda. (1997). A fala dos quartéis e as outras vozes. Campinas: Editora

da Unicamp.

MAINGUENEAU, Dominique. (1993). Novas tendências em análise do discurso.

Campinas, SP: Pontes.

——.(1998). Termos-chave da análise do discurso. Belo Horizonte: Ed. UFMG.

MARIANI, Bethania (1998). O PCB e a imprensa – os comunistas no imaginário dos

jornais 1922-1989. Rio de Janeiro: Revan.

——.(2001). A institucionalização da língua, história e cidadania no Brasil do século

XVIII: o papel das academias literárias e da política do Marquês de Pombal. In: História

das Idéias Lingüísticas – construção do saber metalingüístico e constituição da língua

nacional. ORLANDI, Eni P. (org.). Campinas: Pontes.

ORLANDI, Eni. (1983). A linguagem e seu funcionamento; as formas do discurso.

São Paulo: Brasiliense.

——.(1988). Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, Editora Unicamp.

——.(1996). Interpretação: autoria, leitura e feitos do trabalho simbólico. Petrópolis,

Vozes.

——.(org). (1997). Gestos de leitura – da história no discurso. Campinas: Editora da

Unicamp.

——. (2001-A). Análise de discurso: princípios e parâmetros. Campinas: Pontes.20

——. (2001-B). Discurso e texto: formação e circulação dos sentidos. Campinas:

Pontes.

——. (2002-A) As formas do silêncio. Campinas: Editora da Unicamp.

——. (2002-B) Língua e conhecimento lingüístico: para uma história das idéias no

Brasil. São Paulo: Cortez.

PÊCHEUX, Michel. (1990) O discurso: estrutura ou acontecimento? Campinas:

Pontes.

——.(1995) Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas:

Editora da Unicamp.

SERRANI, Silvana M. (1993). A linguagem na pesquisa sociocultural: um estudo da

repetição em discursividade. Campinas: Editora da Unicamp.

3. DISCIPLINA: Introdução ao culto dos Orixás

Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Bartolomeu Tavares

Ementa: Histórico e evolução dos conceitos, objetivos, princípios e estratégias para a

compreensão do politeísmo afro-brasileiro.

Objetivos:

Propiciar a compreensão da Religião afro-brasileira (Candomblé);

Analisar os fundamentos necessários à prática da educação afro-brasileira e nos novos

paradigmas;

Desenvolver ações, teórico-práticas, que facilitem a compreensão da educação da religião

africana.

Conteúdo Programático:

Histórico: tráfico de escravos e candomblé.

02 – Objetivos, princípios e estratégias para o pensamento arquetipal dos Orixás.

03 - A relação Orixá-Homem

Interação entre o “filho” e o orixá.

Relação entre o “dono da cabeça” e os santos secundários.

A margem de manipulação na atribuição dos santos.

Nomes: de como o discurso toca a psique.

04 - Princípios, valores e comportamento.

05- O sincretismo religioso no Brasil

06- O culto e seus rituais21

Metodologia:

Aulas expositivas com auxílio de datashow;

Debates;

Estudos em grupos;

Trabalhos em grupo e/ou individual;

Interpretação de textos.

Avaliação:

Feitura de provas ou trabalhos escritos ao final da disciplina

Bibliografia:

COSTA, Ivan H. 1995. Ifá o Ôrìxá do destino: o jogo do Ôpón e do Ôpêlê Ifá. São Paulo:

Ícone Editora. 280p.

GLEASON, Judith. 1999. Oya: um louvor à Deusa Africana. Rio de Janeiro: Bertrand

Brasil. 358p.

PRANDI, Reginaldo. 2001. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras. 591p.

BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo,

1971.

SEGATO, Rita Laura. 2005. Santos e Daimones: o politeísmo afro-brasileiro e a tradição

arquetipal. 2 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 516p.

VERGER, Pierre. 1999. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: Editora da

Universidade de São Paulo. 615p.

4. DISCIPLINA: . Poesia lírica afro-brasileira e indígena Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Dr. Wagner Souza

Ementa: Estudo de poemas líricos de expressão portuguesa que retratem as figura do

negro e o do índio.

Bibliografia:

ALVES, CASTRO. “Navio Negreiro” In: Recortes. Companhia das Letras, São Paulo,

1993.

BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.

___. Literatura e identidade nacional. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul, 1992.

BOSI, Alfredo. A dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

22

___. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Brookshaw, David. Raça & cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado

Aberto, 1983.

DAMASCENO, Benedita Gouveia. Poesia negra no modernismo brasileiro. Campinas:

Pontes, 1988.

GOMES, Heloísa Toller. O negro e o romantismo brasileiro. São Paulo: Atual, 1988.

LUANDINO Vieira, José Luanda. São Paulo, Ática, 1982.

RUSSEL, Hamilton G. "Preto no Branco, Branco no Preto - Contradições Lingüísticas na

Novelística Angolana"

———.Literatura africana, literatura necessária. Lisboa, Edições 70, 1984.

SANTILLI, Maria Aparecida. Africanidade. São Paulo, Ática, 1985.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. O canibalismo amoroso. São Paulo: Brasiliense,

1984.

SAYERS, Raymond. O negro na literatura brasileira. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1958.

SCHLAFMAN, Léo. “O poeta dos oprimidos”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de

Março de 1997.

______. “Romântico e libertário”, in: Caderno Idéias, Jornal do Brasil, 7 de Março de

1997.

5. DISCIPLINA: Ritmos indígenas e africanos na música brasileira

Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Stéfano Paschoal

Ementa: Nesta disciplina pretende-se apresentar e discutir ritmos africanos e indígenas,

bem como sua influência na formação da identidade musical brasileira. Para tanto, serão

analisadas peças musicais do âmbito erudito e popular. Nortearão as discussões aspectos técnicos

da música (ritmo) e textos acadêmicos sobre folclore brasileiro.

Bibliografia:

ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a Música Brasileira. São Paulo: Livraria

Martins, 1962.

______. Aspectos da Música Brasileira. Belo Horizonte: Villa Rica, 1991.

BASTOS, Rafael José de Menezes e PIEDADE, Acácia Tadeu de Camargo, ”Sopros da

Amazônia: sobre as músicas das sociedades tupi-guarani”. In: Revista Man, vol.5, nº2, Rio de

23

Janeiro, 1999.

GUARNIERI, Camargo. Congada.

KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2001.

LACERDA, Osvaldo. Exercícios de teoria elementar da música, São Paulo: Editora

Ricordi, 1988.

MACEDO, Márcio, De corpo e alma na memória afro-brasileira, in: SILVA,

Vagner Gonçalves da (org), Arte do Corpo, São Paulo: Solo Negro Edições, 2004.

POZZOLI, Guia teórico-prático para o ensino do ditado musical. São Paulo: Editora

Ricordi, 1992

SEKEFF, Maria de Lourdes. Curso e discurso do sistema musical. São Paulo: Annablume,

2005.

TATIT, Luiz. A Canção: Eficácia e Encanto. São Paulo: Atual, 1986.

TINHORÃO, José Ramos. Música Popular: Os Sons que Vem da Rua. Rio de

Janeiro: Tinhorão, 1976.

VIANNA, Fructuoso, Dansa de negros.

VILLA-LOBOS, Heitor, Bachianas Brasileiras nº 4 (prelúdio, coral, ária, dança).

_____, Ciclo Brasileiro (Impressões Seresteiras, Festa no Sertão, Plantio do Caboclo,

Dança do Índio Branco).

WISNIK, José Miguel. “O ouvido pensante”. In: O som e o sentido. São Paulo: Cia das

Letras, 1989.

KATER, Carlos. Eunice Katunda: musicista brasileira. São Paulo: Annablume, 2006.

6. DISCIPLINA: Metodologia da Pesquisa em cultura afro-brasileira e indígena (disciplina didático-pedagógica)

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Aparecida de Jesus Ferreira

Ementa: Estudo dos métodos científicos, assim como do conjunto de categorias e

procedimentos metodológicos que performam um determinado método tendo-se em conta as

questões da cultura afro-brasileira e indígena, de maneira a conter uma proposta de discutir e

avaliar as características essenciais da ciência e de outras formas de conhecimento; as abordagens

metodológicas, enfocando o planejamento, a apresentação de projetos e a execução dos mesmos,

bem como a elaboração de relatórios, defesas e divulgação dos trabalhos de pesquisa embasados

na ética profissional. Técnicas de Pesquisa – Normatização de trabalhos científicos – Elaboração

de projetos e relatórios.24

Bibliografia:

BASTOS R. L. Ciências Humanas e Complexidades: projetos métodos e técnicas de

pesquisa. Juiz de Fora:EDUFJF, Londrina CEFIL, 1999.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

CAPRA, Fritjof. A teia da Vida.: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São

Paulo: Editora Cultrix, 1996.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LAKATOS, E. M. e MARCONI M. de A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4. ed.

rev. e ampliada. São Paulo: Atlas, 2001

LAVILLE, C. e DIONNE, J. A construção do saber: Manual de Metodologia de pesquisa

em Ciências Humanas. Porto Alegre: Editoras Artes Médicas Sul Ltda.; Belo Horizonte: Editora

UFMG, 1999

TAMAYO, M.T. El processo de la Investigación Científica. México: Editora Limusa,

1997.

TRIVIÑOS, Augusto. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa

em Educação. São Paulo: Atlas, 1997.

QUIVY, Raymond e CAMPENDHOUDT, Luc Van. Manual de Investigação em Ciências

Sociais. Lisboa: Gradiva, 1992.

CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela

Rocha. Lisboa: Editor Celta.

7. DISCIPLINA: Cultura afro-brasileira, movimentos e formas de resistência:

capoeira, terreiros, clubes, associações e intelectuais negros

Carga horária: 20 horas/aulas. Prof. Gustavo Biasoli

Ementa: Discutir e problematizar a eficácia e a possibilidade de implementação de

políticas compensatórias voltadas para a questão racial com enfoque na apreensão do processo

político brasileiro (agenda – arena e processo) pós-ditadura militar, no ressurgimento da

sociedade civil e nos Conselhos Gestores, sobretudo nos de Educação e Cultura.

Bibliografia:

25

AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em

Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.

BORON, A; LECHINI, G (comp) Politica Y Movimientos Sociales En Un Mundo

Hegemónico: lecciones desde África, Asia y América Latina – Buenos Aires, Clacso, 2006

DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte:

UFMG, 1996.

EDUCAÇÃO ANTI-RACISTA: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03.

Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da

educação, Secretaria de educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

MEDEIROS, C. A . Na lei e na raça: Legislação e relações

raciais, Brasil-Estados Unidos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004

MUNANGA, K Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus

identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999

MUNANGA, K. (org.) Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação Racial. São

Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996.

MUNANGA, K.(org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação.

Secretária de Educação Fundamental, 2005.

OS NEGROS, OS CONTEÚDOS ESCOLARES E A DIVERSIDADE CULTURAL. Série

Pensamento Negro em Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de

Estudos negros), 2002.

PARECER Nº: CNE /CP 003/2004: CP. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Aprovado em 10/03/2004.

SILVA, P. B. G. & BARBOSA, L.M.A (org.) O pensamento negro em educação no Brasil:

expressões do Movimento Negro. São Carlos; EdUFSCar, 1997.

SILVA, P. B. G. Diversidade Étnico-Cultural e Currículos Escolares. 1ª edição. Cadernos

Cedes, São Paulo, n.32, p.25-34, 1993.

SILVA, P.B.G. (orgs). Experiências étnico-culturais para formação de professores. Belo

Horizonte: Autêntica, 2002.

SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: Montando o quebra-cabeça da

FARIA, C.A.P

26

diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005.

8. DISCIPLINA: Semiótica da cultura e teoria estética, categorias e fundamentos

ontológicos e epistemológicos para a recepção das artes afro-brasileira, africana e indígena

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Valdeci Batista de Melo Oliveira

Ementa: Estudo e discussão das categorias centrais da semiótica da cultura e das teorias

estética e artística com vistas a desenvolver no aluno capacidade de atuação efetiva na tarefa de

levar a arte, a cultura e a literatura afro-brasileira e indígena para a sala de aula da educação

básica.

Bibliografia:

ARGAN, Giulio Carlo. Arte e Crítica da Arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1988.

ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Souza. 2 ed. São Paulo: Ars Poetica, 1993.

AUERBACH, Erich. Mimesis. A representação da realidade na literatura ocidental Trad. George Sperber. São Paulo, Perspectiva, 1987.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2004. ——. "Epos e romance". In: Questões de Literatura e de Estética. São Paulo:Unesp,1990.

BERTRAND, Denis. Caminhos da semiótica literária. Trad. Grupo da CASA. Bauru: Edusc, 2003.

CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”. In: Vários Escritos, Duas Cidades: SP,

2004, pp. 169-191.

——. "Um instrumento de descoberta e interpretação". In Formação da literatura

brasileira: momentos decisivos. São Paulo, Martins, 1959. vol. II, cap. 3, p. 109- 118.

[Nova ed. em 1 vol.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.]

——. "Realidade e realismo (via Marcel Proust)". In Recortes. São Paulo, Companhia

das Letras, 1993. p. 123-129.

——."Literatura e cultura de 1900 a 1945". Literatura e sociedade. São Paulo,

Companhia Ed. Nacional, 1973. 3 ed. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2006.]

——."Literatura e subdesenvolvimento". In A educação pela noite e outros ensaios.

São Paulo, Ática, 1989. 2ª ed. p. 140-162.

——"Duas vezes 'A passagem do dois ao três'". In Textos de Intervenção. Sel., apres.

e notas Vinicius Dantas. São Paulo, Duas Cidades / Ed. 34, 2002, p. 51-76.

——. "Dialética da malandragem". In O Discurso e a Cidade. São Paulo, Duas

Cidades, 1993. p. 19-54. [Nova ed.: Rio de Janeiro, Ouro sobre Azul, 2004.]

——."Entrevista a Luiz Carlos Jackson". In A tradição esquecida. Belo Horizonte,

UFMG, 2000. p.125-176.27

CEVASCO, Maria Elisa. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo, 2003

CHKLÓVSKI, Victor. "A arte como procedimento". Trad. Ana Mariza R. Filipouski

e outros. In: Teoria da literatura. Formalistas russos. Porto Alegre, Globo, 1978. 4ª ed.

p.39-56.

CONNERTON, Paul.1998. Como as Sociedades Recordam. Trad. de Maria Manuela

Rocha. Lisboa: Editor Celta.

DAYRELL, J. T. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo

Horizonte: UFMG, 1996.

EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura: uma introdução. Trad. Waltesir Dutra.

São Paulo, Martins Fontes, 1994.

ECO, U., Leitura do Texto Literário, Lisboa, Presença, 1983.

——. Os Limites da Interpretação, Lisboa, Difel, s.d.

——. Seis Passeios nos Bosques da Ficção, Lisboa, Difel, 1995

FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna. São Paulo: Duas Cidades, 1978.

GREIMAS, Algirdas Julian e FONTANILLE, J. Semiótica das paixões - dos

estados de coisas aos estados de alma. Trad. Maria José R. Coracini. São Paulo: Ática,

1993.

LIMA, Luiz Costa. Teoria da literatura em suas fontes. Rio de Janeiro: Francisco

Alves, 1983, 2 vols. 2ª ed. revista e ampliada.

LANDOWSKY, Eric. A sociedade refletida. Ensaios de sociossemiótica. São Paulo:

EDUC /Pontes, 1992.

LANDOWSKY, Eric. DORRA, Raúl e OLIVEIRA, Ana Cláudia. Semiótica, estesis,

estética. (eds.) São Paulo: EDUC, 1999.

PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São

Paulo: Contexto, 2004.

SANTAELLA, Lucia e NOTH, Winfred. Imagem – Cognição, semiótica, mídia. São

Paulo: Iluminuras, 1998

SCHWARZ, Roberto. "Pressupostos, salvo engano, de "Dialética da malandragem'".

In Que horas são? São Paulo, Companhia das Letras, 1987. p. 129-155.

——. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo, Duas

Cidades, 1990.

XAVIER, Ismail. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo,

cinema marginal. São Paulo: Brasiliense, 1993.

28

9. DISCIPLINA: Educação Quilombola

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Sonia Maria Marques

Ementa: Quilombos como território sócio-histórico, cultural e espaço de resistência.

História de comunidades quilombolas e remanescentes de quilombo no Brasil, a questão da terra

e os movimentos sociais para titulação de territórios quilombolas. A importância da narrativa em

comunidades tradicionais.

Bibliografia:

ANJOS, José Carlos Gomes, SILVA, Sérgio Baptista. São Miguel e Rincão dos

Martimianos: ancestralidade negra e direitos territoriais. Porto Alegre: Editora da UFRGS,

2004.

ANJOS, Rafael Sanzio Araújo dos. Territórios das comunidades remanescentes de

antigos quilombos no Brasil. Brasília: Edição do Autor, 1999.

AUGÉ, Mar. El Sentido de los otros: actualidade de la antropología. Barcelona:

Paidós, 1994.

AZEVEDO, Ramiro C. Uma experiência em comunidades negras rurais. São Luís:

Gráfica São Luís, 1982.

BALANDIER, Georges. A desordem. Elogio do movimento. Rio de Janeiro: Bertand

Brasil, 1997.

BALANDIER, Georges. O contorno: poder e modernidade: Rio de Janeiro: Bertand

Brasil, 1997.

BALANDIER, Georges. O Dédalo: para finalizar o século XX. Rio de Janeiro:

Bertand Brasil, 1999.

BANDEIRA, Maria de Lourdes. Território negro em espaço branco: estudo

antropológico em Vila Velha. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BARBOSA, João Alexandre. Uma psicologia do oprimido. In BOSI, Ecléa. Memória e

sociedade: lembrança dos velhos, São Paulo: T. A. Queiroz, 1979.

BARCELLOS, Daisy Macedo de, Chagas Miriam de Fátima (et al). Comunidade

negra de Morro Alto: historicidade, identidade e territorialidade. Porto Alegre: Editora da

UFRGS, 2004.

BAUER, José de Araújo. Reminiscências: história de Palmas. Palmas: Kaigang, 2002.

BAUER, Martim W., GASKEL. Pesquisa qualitativa com Texto, imagem e som: um

manual prático. Trad. de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis: Vozes, 2002.

BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz,

29

1983.

BOSI, Ecléia. O tempo vivo da memória, São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

BRITO, Joaquim Paes de. Entrevista concedida a Celso Castro, DURÃO, Susana.

Estudos Históricos, Rio de Janeiro nº. 33, 2004.

CALVINO, Ítalo. As cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CALVINO, Ítalo. Seis Propostas para o próximo milênio, São Paulo: Companhia das

Letras, 1990.

NASCIMENTO, Elisa L. Matrizes africanas da Cultura brasileira. RJ: EDUERJ, 1996.

10. DISCIPLINA: Antropologia e religiosidade indígena: xamanismo, território ,

predação, canibalismo, formas de resistência

Carga horária: 20 horas/aulas Prof. Ms. Antonio Pimentel Pontes Filho

Ementa: O objetivo desta disciplina é apresentar a produção da antropologia brasileira, particularmente, em etnologia indígena e proporcionar ao aluno o reconhecimento desta produção, sua problematização e seus principais estudiosos. A idéia é fazer um levantamento dos autores e temáticas relacionadas, possibilitando aos alunos uma compreensão do que é a (s) religião (ões) indígena (s). Para este fim, os conceitos de: cultura, diferença, religião, alteridade e xamanismo serão os temas centrais que orientarão as leituras dos textos.

Bibliografia:

AGOSTINHO, Pedro. 1974. Kwarìp. Mito e Ritual no Alto Xingu. São Paulo: EDUSP.

BOWKER, John. 1997. Para entender as religiões. São Paulo: Ática.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1996. O Índio e o Mundo dos Brancos. São Paulo: Editora da Unicamp.

____. 1978. A Sociologia do Brasil Indígena, Brasília/Rio de Janeiro: UNB/Tempo Brasileiro.

____. 1976. Do índio ao bugre. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

____. 1976. Identidade, etnia e estrutura social. São Paulo: Livraria Pioneira Editora.

____. 1968. Urbanização e tribalismo: a integração dos índios Terêna numa sociedade de classes. Rio de Janeiro: Zahar Ed..

CLASTRES, Pierre. 2003. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Cosac & Naify.

CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). 1992. História dos índios do Brasil. São Paulo: Núcleo de História Indígena e do Indigenismo/ Universidade de São Paulo/ Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo / Companhia das Letras Ed.

ELIADE, Mircea & COULIANO, Ioan P.. 1999. Dicionário das Religiões. São 30

Paulo: Martins Fontes.

GILLETTE, Douglas. O segredo do xamã. 2001. Rio de Janeiro: Rocco.

GROISMAN, Alberto. 1999. Eu venho da floresta: um estudo sobre o contexto simbólico do uso do Santo Daime. Florianópolis: Ed. UFSC.

GRUPIONI, L. D., (org.). 1991. Índios no Brasil. São Paulo, Secretaria Municipal da Cultura.

HITCHCOCK, Susan Tyler. 2005. História das religiões: onde vive Deus e caminham os peregrinos. São Paulo: Editora Abril.

JUNQUEIRA, Carmen. 1991. Antropologia indígena. São Paulo: EDUC.

____. 1975. Os índios de Ipavu: um estudo sobre a vida do grupo Kamaiurá. São Paulo: Ática.

LANGDON, Jean E. 1996. Xamanismo no Brasil. Novas perspectivas, Florianópolis: Ed. UFSC.

MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. 1994. São Paulo: HUCITEC.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de (org.). 1998. Indigenismo e Territorialização: Poderes, rotinas e saberes coloniais no Brasil contemporâneo, Rio de Janeiro: Contra-Capa Livraria.

____. 1999, A Viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena, Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria.

____.1999. Ensaios em Antropologia Histórica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.ORO, Ari Pedro. 1989. Na Amazônia um messias de índios e brancos. Petrópolis:

Vozes.

____. Tükuna: vida ou morte. 1978. Petrópolis: Vozes / UCS / EST.

RAMOS, Alcida Rita & ALBERT, Bruce (org.). 2002. Pacificando o Branco: Cosmologias do contato no norte-amazônico, São Paulo: Edunesp/IRD/Imprensa Oficial.

RAMOS, Alcida Rita. “Convivência interétnica no Brasil. 2007. Os índios e a nação brasileira”. Série Antropologia 221. Brasília: Departamento de Antropologia.

____.1986. Sociedades Indígenas. São Paulo: Ática.

RIBEIRO, Berta. (org.). 1987. Suma Etnológica Brasileira, Vol. 1 – Etnobiologia. Petrópolis: Vozes; FINEP.

RIBEIRO, Darcy. 1979. Os Índios e a Civilização: A Integração das Populações Indígenas no Brasil Moderno. Petrópolis: Vozes.

____. O povo brasileiro. 1995. São Paulo: Companhia das Letras.

RICARDO, Carlos Alberto (Ed.). 2001. Povos Indígenas no Brasil 1996-2000. São Paulo: Instituto Socioambiental (ISA).

SCHADEN, Egon. (org.). 1976. Leituras de Etnologia Brasileira. São Paulo, Cia. Editora Nacional.

SEEGER, Anthony. 1980. Os Índios e Nós. Estudos sobre sociedades tribais brasileiras, Rio de janeiro: Editora Campus.

31

SILVA, Aracy Lopes da & GRUPIONI, Luís Donisete (org.). 1995. A Temática Indígena na Escola, MEC/MARI/UNESCO, Brasília.

11. DISCIPLINA: Educação indígena

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Evanilde Pereira Salles Lange

Ementa: As Diretrizes Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais; A

legislação e a especificidade da educação escolar indígena; a formação de professores indígenas

para a educação básica; a instrumentação do professor e a produção do material didático; a língua

materna; o bilingüismo; a oralidade; a memória; a valorização étnica e diversidade cultural.

BIBLIOGRAFIA:

LADEIRA, M. I. Os índios guarani/mbya e o complexo lagunar estuarino de Iguape -

Paranaguá. Centro de Trabalho Indigenista. Coordenadoria de Proteção Recursos Naturais da

Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. São Paulo, fev. 1994.

Magalhães, E. D. (org) Legislação indigenista brasileira e normas correlatas. 3. ed.

Brasília: FUNAI/CGDOC, 2005.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECAD - Secretaria de Educação Continuada,

Alfabetização e Diversidade. Educação Escolar Indígena. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/secad/index.php?option=content&task=view&id=37&Itemid=164>

Acesso em: 10 out. 2008.

PARANÁ. Paraná indígena. Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania – SEJU, 2002.

Disponível em: <www.celepar.br/prindigena/povoshist.html>. Acesso em: 26 mar. 2007.

RIBEIRO, D. Os índios e a civilização. São Paulo: Cia das Letras, 1996.

12. DISCIPLINA: Metodologia de ensino em cultura afro-brasileira e indígena

(disciplina didático pedagógica)

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Francy R. da Guia Nyamien

Ementa: Estudo dos métodos pedagógicos para a construção e constituição da identidade

negra e indígena. Identidades culturais e suas relações com o desenvolvimento psicológico e com

as aprendizagens institucionais de grupos étnico-raciais. Formulação da identidade e processo de

socialização. Estudos sobre a identidade afro-descendente e indígena. A escola e a construção da

identidade na diversidade. A importância de uma auto-representação e auto-imagem positiva.

Bibliografia

32

ABRAMOWICZ, A.& MOLL, J. (orgs). Para Além do Fracasso Escolar. São Paulo:

Papirus, 1997.

______; SILVÉRIO, V. R. (orgs). Afirmando diferenças: Montando o quebra-cabeça da

diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2005.

______; BARBOSA, L.M.A.; SILVÉRIO, V. R. (orgs) Educação como prática da

diferença. Campinas: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2006.

AQUINO, Julio Groppa.(org.) Diferenças e Preconceito na escola: alternativas teóricas e

práticas. São Paulo: Summus, 1998.

BARBOSA, L.M.A.; SILVA, P.B.G.; SILVÉRIO, V.R. (orgs.) De preto a afro-

descendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações étnico-raciais no

Brasil. São Carlos: EDUFSCar, 2003.

CANDAU, V. M. (coord.) Somos todas iguais? Escola, discriminação e educação em

direitos humanos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

CHAGAS, C. C. Negro uma identidade em construção: dificuldades e possibilidades. 2ª ed.

Petrópolis: Vozes, 1997.

CARONE, I. & BENTO, M.A . S. (orgs.) Psicologia Social do racismo: estudos sobre

branquitude e branqueamento no Brasil. 2ª edição. Petrópolis: Vozes, 2002.

CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo,

preconceito e discriminação na educação infantil. Dissertação de Mestrado. São Paulo:

Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação, 1998.

______.(org.) Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo:

Summus, 2001.

DAYRELL, Juarez Tarcísio. (org.) Múltiplos Olhares sobre educação e cultura. Belo

Horizonte: UFMG, 1996.

FERREIRA, R. F. Afro-descendente: identidade em construção. São Paulo: EDUC; Rio de

Janeiro: Pallas, 2000.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989

GOFFMAN, Erwing. Estigmas; notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.

Trad. Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Petrópolis: Vozes, 1988.

_______________. A representação do eu na vida cotidiana. Trad. Maria Célia Santos

raposo. Petrópolis: Vozes, 1985.

GOMES, Nilma Lino. A Mulher Negra que vi de perto. Belo Horizonte: Mazza Edições,

1995.

______; SILVA, P.B.G. (orgs). Experiências étnico-culturais para formação de 33

professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

GONÇALVES, L. A. O; SILVA, P. B. G. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e

seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

GUIMARÃES, A. S. A.; HUNTLEY, L.(orgs.) Tirando a máscara: ensaio sobre racismo no

Brasil. Trad. Prefácio: Candace Maria Albertal Lessa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

MEDEIROS, C. A. Na lei e na raça: Legislação e relações raciais, Brasil-Estados Unidos.

Rio de Janeiro: DP&A, 2004

MOURA, Clóvis. Dialética Radical do Brasil Negro. São Paulo: Editora Anita, 1994.

MUNANGA, Kabengele. (org.) Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação

Racial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996.

______.(org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação. Secretária

de Educação Fundamental, 2005.

______. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra.

Petrópolis: Vozes, 1999

NYAMIEN, Francy. R. G. Ser negro nas vozes da escola. Dissertação de Mestrado.

Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, 1999.

OLIVEIRA, I. (orgs). Relações raciais e educação: novos desafios. Rio de Janeiro: DP&A,

2003.

PARECER Nº: CNE /CP 003/2004: CP. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Aprovado em 10/03/2004.

PINTO, R.P. Diferenças étnico-raciais e formação do professor. Cadernos de Pesquisa,

Fundação Carlos Chagas. São Paulo, n.108, p. 199-231, novembro, 1999.

AS IDÉIAS RACISTAS, OS NEGROS E A EDUCAÇÃO. Série Pensamento Negro em

Educação 2ª edição, vol.1. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.

Os Negros, os conteúdos escolares e a diversidade cultural. Série Pensamento Negro em

Educação 2ª edição, vol.3. Florianópolis: Editora Atilènde (Núcleo de Estudos negros), 2002.

SANTOS, G.; SILVA, M. P(orgs.) Racismo no Brasil: percepções da discriminação e do

preconceito racial no século XXI. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.

SILVA, Consuelo Dores. Negro, qual é o seu nome? Belo Horizonte: Mazza Edições, 1995

SILVA, P. B. G. & BARBOSA, L.M.A (org.) O pensamento negro em educação no Brasil:

expressões do Movimento Negro. São Carlos; EdUFSCar, 1997.

SODRÉ, Muniz. Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil. Rio de Janeiro:

Vozes, 1999.34

SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se Negro : as vicissitudes da identidade do negro brasileiro

em ascensão racial. Rio de Janeiro : Edições Graal, 1983.

VASCONCELOS, M. F; RIBEIRO, R. B. (orgs) Diversidade cultural e desigualdade:

dinâmicas identitárias e jogo. Fortaleza: Editora UFC, 2004.

13. DISCIPLINA: Literatura oral e leitura infanto-juvenil afro-brasileira e indígena

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Ruth Cecon Barreiros

Ementa: A importância da literatura infantil na formação do leitor mirim. obras infantis

que possibilitam reflexões acerca da cultura afro-brasileira e indígena. encaminhamentos

metodológicos para o trabalho de leitura destas obras em sala de aula.

Metodologia: 1) leitura e reflexões os textos teóricos 2)leitura e análise das obras infantis

3) dinâmica de trabalho em grupos para a discussão dos materiais apresentados e sugestões

pedagógicas para o trabalho em sala de aula.

Bibliografia:

ALMEIDA, Fernanda Lopes de. Berimbau. Editora Ática, 2006.

BRAZ, Julio Emílio. Lendas Negras. São Paulo: FTD, 2001.

_______Felicidade não tem cor. São Paulo. Ed. Moderna, 1998.

DIOUF, Sylviane Anna. As tranças de Bintou. São Paulo. Editora Cosac & Naify, 2004.

GOMES, Nilma Lino e MARTINS, Aracy Alvez. Afirmando direitos – acesso e

permanência de jovens negros na universidade. São Paulo: Autêntica, 2004.

JACQUART, Albert. Todos semelhantes todos diferentes. Editora Augustus. (tradução de)

Tous différentes, tous pareils. Éditions Nathan, 1991.

LAMBLIN, Christian. Luisa e Samira brigam. (tradução Luciano V. Machado). São Paulo:

Editora Ática, 2005.

_________Os pais de Samira se separam. São Paulo: Editora Ática, 2005.

_________Samira debocha do novo aluno. São Paulo: Editora Ática, 2005.

LIMA, Heloisa Pires. Histórias de Preta. São Paulo. Companhia das Letrinhas, 2002

LOBATO, Monteiro. Histórias da tia Anastácia, o Pica-pau Amarelo. São Paulo. Circulo do

Livro s/d;

MACEDO, Aroldo. Luana: a menina que viu o Brasil neném. São Paulo: FTD. 2000.35

MACHADO, Ana Maria. Menina bonita do laço de fita. Editora Ática.2005

ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. Almanaque pedagógico afro-brasileiro: uma

proposta de intervenção pedagógica na superação do racismo no cotidiano escolar. São Paulo:

Editora Mazza, 2004.

AVALIAÇÃO:

Os critérios de avaliação dos participantes serão: a presença, a participação e as leituras

realizadas.

14. DISCIPLINA: . Literatura afro-brasileira e indígena, lendas e contos do folclore

afro-brasileiro e indígena

Carga horária: 20 horas/aulas. Elizabete Arcalá Sibin

Ementa: Estudo crítico da conformação teórica da Literatura afro-brasileira e indígena. A

imagem estereotipada do negro e do índio na historiografia literária brasileira. Estudo de lendas e

contos do folclore afro-brasileiro e indígena.

Bibliografia:

ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976. _____.

Macunaíma. Edição Crítica de Telê Ancona Lopez. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos;

são Paulo: Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978.

BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Moderna, 1993.

BASTIDE, Roger. A poesia afro-brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 1943.

______. Estudos afro-brasileiros. São Paulo: Perspectiva, 1983.

BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

____. (Org.). Poesia negra brasileira. Porto Alegre: AGE/IEL, 1992.

BROOKSHAW, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.

CAMARGO, Oswaldo de. O negro escrito. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura-Imprensa Oficial, 1987.

CARNEIRO, Suely. Uma guerreira contra o racismo.Caros Amigos. São Paulo, ano III, n.35, páginas 24 a 29, fev.2000, Entrevista..

CRUZ, Adélcio de Souza. Lima Barreto: a identidade étnica como dilema. 2001. Dissertação (Mestrado em Literatura) – Faculdade de Letras, UFMG, Belo Horizonte.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Livraria Fator, 1983. 36

FELINTO, Marilene. Pequena notável. Caros amigos. São Paulo, ano IV, n.47, páginas 30 a 36. fev.2001, Entrevista.

FERREIRA, Ricardo Franklin. Afro-descendente: identidade em construção. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2000.

FONSECA, Maria Nazareth Soares (Org.). Brasil afro-brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

HALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

JÚNIOR, R. Magalhães. Machado de Assis desconhecido. Rio de Janeiro: civilização Brasileira, 1957.

LOBO, Luiza. Auto-retrato de uma pioneira abolicionista. In: ______. Crítica sem juízo.

Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993.. MOTT, Luiz. Rosa Egipcíaca: uma santa africana no

Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993.

MUZART, Zahidé Lupinacci. Maria Firmina dos Reis. In: MUZART, Z.L. (Org.).

Escritoras brasileiras do século XIX. 2.ed.rev. Florianópolis/Santa Cruz do Sul: Editora

Mulheres/EDUNISC, 2000.

PENA, Sérgio D. J.; CARVALHO-SILVA, Denise R.; ALVES-SILVA, Juliana;

PRADO, Vânia F.; SANTOS, Fabrício R. Retrato molecular do Brasil. Ciência hoje,

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, v.27, n.159, p.16-25, abr.2000.

PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da diferença. São Paulo: Editora 34/EDUSP, 1999.

pROENÇA FILHO, Domício. O negro na literatura brasileira. Boletim bibliográfico

Biblioteca Mário de Andrade. São Paulo, Biblioteca Mario de Andrade, v.49, n.14,

jan./dez.1988..

RABASSA, Gregory. O negro na ficção brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1965.

SAYERS, Raymond. O negro na literatura brasileira. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1958.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial

no Brasil. 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. ______. Nem preto nem branco,

muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: História da vida privada no Brasil: contrastes

da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v.4, p.173-243.

15. DISCIPLINA: Teatro jesuíta e teatro africano; a figura do negro e do índio no teatro brasileiro

37

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Edina Boniatti

Ementa: Estudo do teatro como ferramenta pedagógica e veículo didático de criação,

discussão e estímulo que promove a investigação de novas possibilidades, a noção de processo e

de qualidade, o trabalho em equipe e a superação de obstáculos como a construção de textos, a

relação consigo mesmo e com o outro, tendo em vista o desenvolvimento de questões correlatas

às etnias afro-brasileira e indígena. O teatro jesuíta e o teatro africano; as figuras do negro e do

índio no teatro brasileiro

Bibliografia:

BRECHT, Bertolt. Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; seleção,

tradução e introdução: Luiz Carlos Maciel, 1967, p. 99.

COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise: das origens

orientais ao Brasil de hoje. São Paulo: Ed. Quíron / Global. 2ª edição, 1982, p. 24.

COHEN, Renato. Performance como linguagem: criação de um tempo-espaço de

experimentação. São Paulo: Editora Perspectiva, 1989.

Castro, Ilíada Silva Alves de. Dramaturgia no teatro para crianças de São Paulo.

Dissertação ECA/USP, São Paulo, 1987. Orientador Prof. Dr. Clóvis Garcia.

DORMIEN, Ingrid K. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2001.

——. Brecht: um jogo de aprendizagem. São Paulo:Perspectiva, 1991, p. 29.

GARCIA, Maria de. Teatro na Escola. Rio de Janeiro: Coisas da Mente Editores

Associados / Arte e Indústria Editora Ltda,1975, pp. 11-12, Introdução (Olga Reverbel).

GUINSBURG, J.. Diálogos sobre teatro. São Paulo: Perspectiva, 2002

——.Working in progress na cena contemporânea. São Paulo: Perspectiva, 1998.

MACHADO, Maria Clara. “O que deve se oferecer à criança?” In: Cadernos de teatro. Rio de

Janeiro: Tablado, nº 164-165, 2001.

NETO, Coelho. Theatro Infantil. In: Sandroni, op. cit.

BROOK, Peter. A porta aberta: reflexões sobre a interpretação e o teatro. Tradução

Antônio Mercado. 2a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, pp. 98-99.

REVERBEL, Olga. Um caminho do teatro na escola. São Paulo: Scipione, 1997, pp.

12-13.

Sandroni, Dudu. Maturando: Aspectos do desenvolvimento do teatro infantil no Brasil. Rio

de Janeiro: J. Di Giorgio & Cia, 1995.

SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978.38

SOUSA, J. Galante. O teatro no Brasil. Rio de Janeiro: MEC, 1960, tomo I, apud: Castro,

op. Cit

SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1998.

——.Jogos teatrais na sala de aula. São Paulo: Perspectiva, 2007.

16. DISCIPLINA: Literatura africana de língua portuguesa – lírica e prosa

Carga horária: 20 horas/aulas. Profa. Claudiana Soeresen

Ementa: Estudo das relações estabelecidas entre História, Literatura e Memória nas

literaturas africanas de Língua Portuguesa. O olhar crítico sobre a colonização. As utopias

libertárias e a descolonização política e literária. As distopias sociais e literárias. As literaturas

africanas de Língua Portuguesa (Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e

Príncipe) por meio da leitura e análise sucinta das obras dos mais representativos autores dos

países referidos.

Bibliografia:

BONNICI, Thomas. O pós-colonialismo e a Literatura: estratégias de leitura. Maringá:

EDUEM, 2000.

BOSI, Ecléia. Memória e Sociedade: lembranças dos velhos. São Paulo: T. A. Queiroz,

1983.

CHAVES, Rita e MACEDO, Tânia (orgs.). Marcas da diferença: as literaturas africanas de

Língua Portuguesa. São Paulo: Alameda, 2006.

LE GOFF, Jacques. História e memória. (trad. Bernardo Leitão [et. al.] 4ª. ed. Campinas:

Editora Unicamp, 1996.

MINER, Horace. “Os ritos corporais entre os Nacirema”. A. K. Romney e P. L. Vore (eds.).

In: You and Others – readings in Introductory Antropology. (trad. Selma Erlich). Cambridge:

Winthrop Publishers, 1973, p. 72-76.

ROCHA, Everardo; SANTOS, Joel; BERND, Zila. O que é etnocentrismo, racismo e

negritude. Editora Círculo do livro, s/d.

SANTILLI, Maria Aparecida. Estórias africanas: História e Antologia. São Paulo:

Ática,1985.

Obras literárias de Mia Couto, José Craveirinha; Alda Lara; Jorge Barbosa; Agostinho

Neto; Francisco José Tenreiro; Pepetela; José Luandino Vieira e Castro Soromenho entre outros.

17. Disciplina: Produção de materiais didáticos para a educação afro-brasileira e 39

indígena

Carga Horária: 20 horas/aula. Professores João Catelan e Luciana Schröeder

Ementa: Estudo teórico-prático sobre a produção de materiais didáticos que problematizem

as relações raciais e de poder no Brasil e que estimulem a construção de materiais pedagógicos

para a Educação Básica. Sistematização de conteúdos discutidos nas disciplinas ao longo do

curso e proposição de atividades pedagógicas para sala de aula.

Bibliografia:

ANDREWS, G. R. Trabalhadores brancos e negros em São Paulo, 1888-1928. s.d.

(mimeo)

BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos do ensino fundamental para as escolas

brasileiras. São Paulo: Fundação Carlos Chagas; Campinas: Autores Associados, 1998. p. 5-42:

tendências recentes do currículo do ensino fundamental no Brasil. (Col. Formação de

Professores)

BITTENCOURT, C. M. F. Propostas curriculares de História: continuidade e

transformações. In: BARRETTO, E. S. S. (org.) Os Currículos fundamentais para as escolas

brasileiras. Campinas: Autores Associados; São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. p.127-61.

(Col. Formação de Professores).

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental.

Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília:

MEC/SEF, 1997a.

CANEN, A. Formação de professores: diálogo das diferenças. Ensaio: Avaliação e

Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 5, n. 17, p. 477-94, out.-nov. 1997.

CHAVES, Eduardo. Tecnologia e Educação: O Futuro da Escola na Sociedade da

Informação. Campinas: Mindware Editora, 1998.

DREGUER, Ricardo e Toledo, Eliete. História: cotidiano e mentalidades, 7ª. São Paulo:

Atual, 2000.

FERNANDES, F. A Integração do negro à sociedade de classes. Boletim da Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Sociologia I. São Paulo, n. 12, 1964.

FIGUEIRA, V. M. O Preconceito racial na escola. Estudos Afro-Asiáticos. Rio de Janeiro,

n.18, p. 63-72, maio 1990. 40

FLEMING, D. M. Desenvolvimento de Material Didático para Educação a Distância no

contexto da Educação Matemática. São Paulo, 2004. Disponível em: http:// www.abed.org.br.

Acesso em: 18 fev. 2004.

GONÇALVES, L. A. Discriminação étnica e multiculturalismo. In: BICUDO, M. A. V,

SILVA Jr., C. A. (orgs.). Formação do educador: dever do Estado, tarefa da universidade. São

Paulo: UNESP, 1996. v. 3, p. 57-71. (Seminários e Debates)

GONÇALVES, L. A. O., SILVA, P. B. G. O Jogo das diferenças: o multiculturalismo e

seus contextos. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. (Trajetória 1)

LITWIN, Edith (Org.). Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. Porto

Alegre: ArtMed, 1997.

MACEDO, José Rivair e Oliveira, Mariley W. Brasil: uma história em construção, vol. 3.

São Paulo: Editora do Brasil, 1996.

McLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo:

Cultrix, 1964.

MORÁN, José Manoel. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação de

massa. São Paulo: Paulinas, 1991.

RITZEL, M. I. Apresentação de Material Didático à Distância com Controle de Uso e

Avaliação de Aprendizagem. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.abed.org.br>. Acesso

em: 18 fev. 2004.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Ática, 2006.

18. Disciplina: Educação para os Direitos Humanos

Carga horária 20 horas/aula. Prof.. Ms. Carlos Alberto da Silva

Ementa: Ética, cidadania e direitos humanos: conceito e relação. Construção histórica dos

Direitos Humanos. Percepção dos direitos humanos e da cidadania na construção das lutas sociais

e na constituição de novos sujeitos de direito. Direitos humanos e diversidade étnico-racial.

Educação não-discriminatória e promotora de uma cultura dos direitos humanos. Políticas

Públicas de educação em direitos humanos.

Bibliografia:

ARAÚJO, Ulisses F. & AQUINO, Júlio Groppa. Os direitos humanos na sala de aula: A

Ética Como Tema Transversal. São Paulo: Moderna, 2001.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Cidadania em preto e branco: discutindo as relações

sociais. São Paulo: Ática, 2002.

41

BITTAR, Eduardo C. B. Ética, educação, cidadania e direitos humanos. Barueri: Manole,

2004.

BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano nacional de

educação em direitos humanos. Brasília: Secretaria Especial em Direitos Humanos, 2003.

_____. Constituição da República Federativa, 1988.

_____. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática

"História e Cultura Afro-Brasileira".

_____. Lei 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da criança e do adolescente.

_____. Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Lei do racismo.

CANDAU, Vera Maria, et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. Petrópolis:

Vozes, 1995.

CANDAU, Vera e SACAVINO, Susana (orgs.). Educar em direitos humanos. Rio de

Janeiro: D& P Editora, 2000.

COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. São Paulo:

Saraiva, 2008.

COVRE, Maria de Lourdes Manzini. O que é cidadania. Coleção Primeiros Passos. São

Paulo: Brasiliense, 1995.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 2001.

DORNELLES, João Ricardo W. O que são direitos humanos. São Paulo: Brasiliense, 1993.

DUARTE, Evando, et al. Cotas raciais no ensino superior. Entre o jurídico e o político.

São Paulo: Selo Negro, 2003.

LAFER, Celso. A internacionalização dos direitos humanos: constituição, racismo e

relações internacionais. Barueri: Manole, 2005.

KLAINER, Rosa; LÓPEZ, Daniel; PIERA, Virgínia. Diálogos com crianças: construindo

projetos educativos em e para os direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos.

1948.

_____. Plano global de educação em direitos humanos. 2004.

RAYO, José Tuvilla. Educação em direitos humanos. Porto Alegre: Artmed, 2003.

SCHILLING, Flávia (Org). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas.

São Paulo: Cortez, 2005.

SILVA, Reinaldo Pereira. Direitos humanos como educação para a justiça. São Paulo: LTr,

1999. 42

4. 4. 2 OFICINAS TEMÁTICAS: Durante o transcorrer do curso serão desenvolvidas 40

oficinas temáticas, 2 por mês, as quais envolverão atividades práticas que envolvam o uso da

voz, a interpretação do texto, a criação e comunicação de uma mensagem; além de todas as

questões práticas de confecção de cenários, figurinos, iluminação, sonoplastia, que se comunicam

com outros saberes. Oficinas de percussão afro-brasileira e indígena e montagem da peça teatral

A benzedura do concreto de André Boniatti, bem como oficinas de confecção de máscaras e

happenings sobre temáticas em torno do preconceito, do estereótipo, do racismo e da construção

de identidade e etnias.

4. 5 - METODOLOGIA DE ENSINO (DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVAS)

Com vista à realização dos objetivos acima indicados, pretende-se pôr em prática uma

metodologia que possa servir a prática pedagógica no interesse das etnias afro e indígena. Assim

cada disciplina do curso contempla obras que as discutem e as problematizam. Em cada uma

delas há incentivo para a leitura e reflexão integral dessas obras que se entendem como

esclarecedores para a prática pedagógica no sentido de conscientização do aluno da Educação

Básica. Acrescente-se que a bibliografia agora sugerida poderá ser completada consoante as áreas

de interesse dos alunos; da bibliografia constará também um Dossiê de Textos de Apoio (cuja

recolha e cujo critério de seleção é da responsabilidade do professor de cada uma das disciplinas,

e que estará disponível nas suas respectivas pastas).

O trabalho desenvolvido por cada professor aluno (ou grupo) deverá ter em conta a

dinâmica das aulas, que partirá sempre de uma análise prática dos textos para se chegar à

necessária formulação teórica. Assim, alguns textos serão comentados na aula, previamente lidos

em casa, outros consistirão em leituras-complemento, mas solicitando, sempre, uma leitura ativa

da parte dos alunos.

Parece certo que a mudança de mentalidade no Brasil deva começar na escola, espaço em

que se aprende, ou se deveria aprender, a história, a cultura e a arte das matrizes fundadoras de

nossa sociedade, incluindo a européia (portuguesa), a indígena e as várias etnias africanas.

Contudo, (e não foi por mero esquecimento) a história e cultura africana e afro-descendente e

afro-brasileira foram banidas do currículo escolar brasileiro. A omissão, tanto de conteúdos e

informações nos currículos escolares sobre a participação dos negros e dos índios na constituição

social cultural e histórica da população brasileira quanto de atitudes de interferência do professor

em situações de racismo em sala-de-aula, contribui para a situação de exclusão de alunos afro-

descendentes e das temáticas indígenas dos bancos escolares.43

As metodologias de ensino utilizadas nas diferentes disciplinas serão: aulas expositivas,

com recursos didático-pedagógicos (painéis, transparências, retroprojetor, multimídias); leitura de

textos específicos e obras literárias completas; produção de textos de alunos fundamentados nos

conteúdos programáticos apresentados.

No decorrer do processo de ensino-aprendizagem será dada ênfase ao conteúdo-forma e a

teoria-prática como unidades sustentadoras das relações apresentadas nas várias disciplinas

direcionadas ao ensino da cultura, arte e história, afro-brasileira e indígena na Educação Básica.

Este curso de especialização pretende colaborar para construção de uma proposta que

interfira no processo de educação para as relações étnico-raciais. Dessa forma, ao colaborar para

a formação do educador e, indiretamente, promover discussão da temática na sala de aula em que

os professores lecionam. Para a aplicação da metodologia, os cursos propostos dialogam entre si

de modo a estabelecer um todo teórico-prático participativo, empregando-se linguagem adequada

à clientela, evitando-se as argumentações paternalistas e questionando a construção e legitimação

de um dizer julgado verdadeiro pelo discurso xenófobo.

A aparente neutralidade do discurso hegemônico proporciona uma ilusão de

imparcialidade e, em conseqüência, conquista a credibilidade daqueles que são impedidos de

desenvolverem sua consciência crítica. Nesta especialização procurar-se-á identificar e construir

marcas culturais e atitudes que desmistifique essa neutralidade aparente. A base ou pressuposto

desta proposta de especialização é o reconhecimento de que as diferenças étnicas são usadas pelo

discurso hegemônico não como diferença a ser respeitada, mas com o objetivo de desvalorizá-la,

impondo ao diferente o ônus maior da construção da sociedade. Nesse sentido, esta

especialização busca inverter o processo que tende a desvalorizar o negro e o índio e impedir de

se associá-los a tais reconhecimentos e estereótipos negativos.

Considerando as questões anteriormente propostas, além das disciplinas em cada unidade,

serão propostos seminários temáticos, projeção de filmes, produção de material e artigo

(individual) de maneira que os professores das escolas públicas de Educação Básica contribuam

para uma sociedade mais democrática no que se refere à temática do curso.

Por último, a proposta de ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DA CULTURA, ARTES E

HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA EDUCAÇÃO BÁSICA se justifica como

forma de se atender a demanda reprimida, quer por parte dos professores da Educação Básica,

quer por necessidade legal de cumprimento a Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008 e quer,

ainda, para dispor à comunidade profissionais e textos críticos como instrumentos de análise

necessários para o aprofundamento da visão brasileira sobre o negro e o índio. Nesse sentido, a

presente proposta procurou centrar problemas e questionamentos pertinentes a essas duas etnias. 44

Busca-se, com a diversidade de textos e o aclaramento de suas perspectivas, desenvolver o

conhecimento prático-teórico do aluno, a fim de que possa exercitar o discernimento crítico para

a análise e a interpretação dessa aguda questão histórica.

4. 6 - DADOS RELATIVOS AO CORPO DOCENTE QUE MINISTRARÁ DISICPLINAS NESSE CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO E AO COORDENADOR DO

CURSO (SÍNTESE)

a). Informações gerais:

Número total de docentes: 20 docentes

Número de docentes externos a Unioeste: 2 docentes

Número de docentes pertencentes ao quadro permanente da Unioeste 18 docentes

Titulação: 11 professores doutores e 9 professores mestres, alguns dos quais em processo de doutoramento.

A coordenadora do curso, professora Valdeci Batista de Melo Oliveira, é graduada em

Letras pela UEM, com mestrado em Teoria Literária pela UNICAMP e doutorado em Letras pela

USP. Lotada no Ceca, pertence ao quadro efetivo da Unioeste, desde 1995 - Colegiado do Curso

de Letras Modernas - campus de Cascavel. Ministra as disciplinas de Teoria Literária, Literatura

Portuguesa, Literatura Universal, etc.. Atualmente exerce o cargo administrativo de Chefe da

Divisão de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, onde, além de outros, desenvolve diversos

projetos de extensão universitária.

b). Apresentar os Curriculum Vitae - Plataforma Lattes – CNPq, do corpo docente e do

Coordenador do Curso, com cópia da última titulação.

4.7 – ORÇAMENTO DE ACORDO COM A RESOLUÇÃO ESTABELICIDA PELO COU – (Resolução 059/2001 – COU – anexar planilha)

5 - PARECERES:

5.1 Ciência do Colegiado proponente

5.2 Parecer do Conselho de Centro

5.3 Parecer do Conselho de Campus

45