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MUSEU NACIONAL /MN Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ Departamento de Botânica HIDRÓFITAS VASCULARES NAS LAGOAS DO PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA, RIO DE JANEIRO, BRASIL. JOSELE PAZ Rio de Janeiro 2007 Foto: R. Lewis

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MUSEU NACIONAL /MN Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ

Departamento de Botânica

HIDRÓFITAS VASCULARES NAS LAGOAS DO

PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA, RIO DE JANEIRO, BRASIL.

JOSELE PAZ

Rio de Janeiro 2007

Foto

: R. L

ewis

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Josele Paz

HIDRÓFITAS VASCULARES NAS LAGOAS DO PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA,

RIO DE JANEIRO, BRASIL.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Botânica).

Orientador: Dra. Claudia Petean Bove

Rio de Janeiro 2007

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P348 Paz, Josele.

Hidrófitas Vasculares nas lagoas do Parque Nacional das Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil / Josele Paz.- Rio de Janeiro: UFRJ, 2007. xviii, 241 f.: il. (algumas color.); 30 cm.

Orientador: Claudia Petean Bove Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas-

Botânica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Botânica, 2007.

1. Plantas Aquáticas – Parque Nacional da restinga de Jurubatiba (RJ). I. Bove, Claudia Petean (Orient.). II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. III. Museu Nacional (Brasil). IV. Título.

CDD 581.92

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Josele Paz

HIDRÓFITAS VASCULARES NAS LAGOAS DO PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA,

RIO DE JANEIRO, BRASIL.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Botânica).

Rio de Janeiro, ....... de ................................ de 2007.

________________________ Presidente

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À todos que lutam e trabalham, de forma direta ou indireta, para a conservação dos ambientes aquáticos, e aqueles, que com sensibilidade,

captam a essencial importância, beleza e magnitude de habitats para mim especiais. À minha família pelo constante apoio.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus orientadores, minha base e passado, Dr. Bruno Irgang – in

memorian, que me ensinou muito da vida e me ‘forçou’ a trabalhar com aquáticas...Graças!!!

E ao meu presente e futuro, Drª Claudia P. Bove, pelo incentivo e dedicação.

Aos colegas que me acompanharam em campo.

Aos botânicos especialistas que auxiliaram na identificação e/ou confirmação de em

alguns táxons: Cristina B. Costa e Mário Gomes (RUBIACEAE), Dra. Elsie Guimarães

(GENTIANACEAE), Fabrício M. Ferreira (POACEAE), Vali J. Pott (ARACEAE – ‘LEMNACEAE’) e

Marcelo Guerra (Pteridófitas).

Ao geógrafo Ricardo Ganem Leal pela bibliografia de restingas.

Aos professores da Pós-Graduação sempre dispostos a esclarecer dúvidas e

enriquecer o conhecimento botânico, em especial para Prof. Dra. Luci Senna-Valle pela

correção do projeto de mestrado e sugestões, e Prof. Dra. Andréa Costa pela atenciosa revisão

desta dissertação.

Aos meus colegas de mestrado pela companhia nesta caminhada, principalmente a

Andréia Moreira e Adriana Oliveira, amigas que estiveram sempre presentes descontraindo e

alegrando os dias no Museu.

Aos excelentíssimos fotógrafos que cederam suas belíssimas imagens, Adriano Luz,

André Gil, Roberta Lewis, Marene Machado, Rômulo Campus, e a ‘fotógrafa mor’ Claudia

Bove.

Ao Museu Nacional pelas instalações. Aos funcionários da Biblioteca que sempre se

mostraram solícitos, especialmente as bibliotecárias Vera de Figueiredo Barbosa e Sueli

Alves Ano Bom. Aos funcionários do Herbário do Museu (R) que receberam as plantas e

organizaram minhas confusões. A Liane, ‘Lili’, que sempre esteve preocupada com o bem

estar de todos os mestrandos.

Aos funcionários do Herbário Alberto Castellanos do Serviço de Ecologia Aplicada

(GUA), especialmente a curadora Dra. Maria Célia Vianna e ao funcionário Carlos Alberto

que sempre me receberam de portas abertas.

À Petrobrás pela concessão da bolsa de mestrado.

Á Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura de Quissamã

pelo apoio logístico, aos funcionários sempre dispostos a auxiliar no que fosse preciso.

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À Fundação O Boticário de Proteção a Natureza pela aprovação do projeto de

educação ambiental com plantas aquáticas na região.

Ao IBAMA pela licença de coleta.

Agradeço a todas as famílias que me adotaram e acolheram.

À família de Porto Alegre, a minha querida mãe, Mara Paz, que apesar da distância

sempre esteve presente me apoiando, dando força e carinho que só ela sabe dar, ao meu

irmão, Everton, e linda família que sempre torceu pelo meu sucesso e felicidade, ao meu pai e

família pelo apoio e minha madrinha Vilma pelas palavras de incentivo e correção do

português da introdução.

À família nº 1 do Rio de Janeiro, sogrinho Luis, sogrinha Cida e vovó Catarina, que

sempre estavam prontos a auxiliar sem medir esforços.

À família nº 2 do Rio de Janeiro, Sergio Potsch, Ana e companhia, que me

possibilitaram um ambiente – minha primeira casa - agradável, alegre e de muito aprendizado.

À grande família de Nova Friburgo, Isabel Frossard, José Renato e Goretti, João e

Carla, Marcos e Sabrina, Godofredo, Graça, Tasso, todos presentes em meu coração.

E a família trololó, ainda pequena ... ao meu querido companheiro, Adriano Luz,

pela atenção, amor e carinho de cada dia e intensiva dedicação nesta fase, sempre

transmitindo confiança.

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RESUMO PAZ, Josele. Hidrófitas Vasculares nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro, Brasil. Rio de Janeiro, 2007. Dissertação (Mestrado em Botânica) Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

Hidrófitas são também conhecidas como plantas hidrófilas, aquáticas ou macrófitas aquáticas. Estas plantas beneficiam e influenciam os ambientes em que se encontram auxiliando na manutenção do equilíbrio do ecossistema local, bem como possibilitam a sobrevivência da fauna. O objetivo geral deste estudo é o levantamento da flora aquática nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ). Este se localiza em uma grande planície arenosa do Estado do Rio de Janeiro, entre os municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã, possuindo uma área de 14.860 ha e 44 km de extensão. O PNRJ contém um magnífico complexo lacunar costeiro com áreas de inundação, tanto temporárias quanto permanentes e muitas lagoas. Entre as maiores e mais conhecidas estão as lagoas de Jurubatiba, Comprida, de Carapebus e Paulista. Para este estudo, foi realizado o levantamento em diversos herbários e expedições a campo entre 2005 e 2006 em 12 lagoas. Os ambientes e as espécies mais representativas foram registrados fotograficamente, o material coletado foi devidamente processado e identificado. O sistema de classificação adotado foi o APG II. Todas as exsicatas foram depositadas no herbário do Museu Nacional (R). Como resultado observou-se um total de 100 táxons, subordinados a 70 gêneros, distribuídos em 39 famílias. Entre estes 46 são hidrófitas estritamente aquáticas e 54 são anfíbias. As famílias mais representativas, em número de espécies, são: CYPERACEAE (22 spp.), POACEAE (nove spp.), FABACEAE e RUBIACEAE (seis spp. cada) e LENTIBULARIACEAE (cinco spp.); e os gêneros são: Eleocharis (9 spp.) e Utricularia (5 spp.). Com exceção das epífitas, todas as formas biológicas de hidrófitas são registradas, sendo 54 % anfíbias, seguidas de 24 % emergentes, 6 % flutuantes fixas, 5 % flutuantes livres, 7 % submersas fixas, 4 % submersas livres. Dentre todas as hidrófitas levantadas são encontrados 30 táxons inéditos para o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. A Lagoa de Jurubatiba é a que apresenta maior número de espécies (57 spp.), maior número de espécies de nova ocorrência para o Parque (16 spp.) e também o maior número de espécies restritas (9 spp.) a somente um corpo lacunar. Os resultados mostram um ambiente pouco explorado e conseqüentemente apontam à necessidade de maiores investimentos, tanto no campo científico quanto no turístico, visando o conhecimento e a preservação das hidrófitas bem como de seus ambientes.

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ABSTRACT PAZ, Josele. Vascular hydrophytes of the lagoons at Restinga de Jurubatiba National Park, Rio de Janeiro, Brazil. Rio de Janeiro, 2007. Dissertation (Master´s Degree in Botany) Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Hydrophytes are also known as hydrophilous plants, aquatic plants or aquatic macrophytes. These plants benefit and influence the habitats where they grow by helping to maintain local ecosystem equilibrium as well as contributing to survival of the fauna. The aim of this study was to survey the aquatic flora of the lagoons in Restinga de Jurubatiba National Park (RJNP). The Park is located on a broad sandy plain in Rio de Janeiro state, in the municipalities of Macaé, Carapebus and Quissamã. It has an area of 14,860 ha and is 44 km long. RJNP contains a magnificent coastal floodplain complex with many lagoons, both permanent and temporary. The largest and best known lagoons are Jurubatiba, Comprida, Carapebus and Paulista. A survey of several herbaria plus field work in 2005 and 2006 in 12 lagoons formed the basis for this study. The most common species and habitats were photographed, plant material was collected and processed, and the taxons were identified. The APG II classification system was used. Herbarium material is deposited at the National Museum herbarium (R). A total of 100 taxons were recorded in 70 genera and 39 families, including 46 truely aquatic and 54 amphibious hydrophtes. The most representative families in number of species are CYPERACEAE (22 spp.), POACEAE (9 spp.), FABACEAE and RUBIACEAE (6 spp. each) and LENTIBULARIACEAE (5 spp.). The most representative genera are Eleocharis (9 spp.) and Utricularia (5 spp.). All hydrophytic life forms (except epiphytes) were recorded including 54% amphibious, 24% emergent, 6% rooted-floating, 5% free-floating, 7% rooted-submerged and 4% free-submerged. The survey revealed 30 hydrophtye taxons that had not yet been collected in the RJNP. Jurubatiba Lagoon had the highest number of species (57), the most newly recorded species in the Park (16) and also the most restricted to one lagoon (9). These results show how little work has been done in this habitat. It is therefore very important that greater scientific and tourism-related efforts are made in the future in order to understand and preserve the hydrophytes and their habitats.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Mapa de localização do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de

Janeiro, Brasil. ................................................................................................. Figura 2. Organização das categorias. .............................................................................. Figura 3. Formas Biológicas. ............................................................................................ Figura 4. Número de espécies nas famílias mais representativas de hidrófitas

vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. ........................................................................................................

Figura 5. Formas biológicas registradas entre as hidrófitas vasculares encontradas nas

lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. .................................... Figura 6. Número de espécies por família das hidrófitas vasculares estritamente

aquáticas encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. ........................................................................................................

Figuras 7-10. Ceratopteris; 7-8. C. pteridoides; 7. indivíduo adulto com folhas

reprodutivas (férteis); 8. indivíduo jovem com folhas vegetativas (estéreis); 9-10. C. thalictroides; 9. indivíduo adulto com folhas reprodutivas (férteis); 10. indivíduo jovem com folhas vegetativas (estéreis). ...................................

Figuras 11-16. Azolla e Salvinia; 11. Azolla caroliniana junto com Lemna

aequinoctialis, hábito; 12-16. Salvinia biloba; 12. braço da Lagoa de Jurubatiba tomado por Salvinia; 13. hábito; 14. detalhe dos esporocarpos; 15. folhas com os tricomas em evidência; 16. folhas repelindo gotas d’água..

Figuras 17-20. Sagittaria lancifolia; 17. hábito; 18. flor estaminada; 19. flor pistilada;

20. frutículo. ..................................................................................................... Figuras 21-23. Lemna aequinoctialis; 21. hábito; 22. detalhe; 23. detalhe indivíduo. ..... Figuras 24-30. Ceratophyllum demersum; 24. hábito; 25. detalhe da folha; 26. ramo

florido; 27. detalhe da flor estaminada; 28. flor estaminada e fruto imaturo; 20. ramo com fruto; 30. detalhe do fruto. ........................................................

Figuras 31-37. Cladium e Cyperus; 31-33. Cladium jamaicense (J. Paz et al. 497); 31.

hábito; 32. moita de Cladium na Lagoa Preta; 33. detalhe da inflorescência; 34-37. Cyperus articulatus (J. Paz & R. Lewis 396); 34. hábito; 35. inflorescência; 36. bainha; 37. colmo, quando seco, evidenciando os septos transversais. ......................................................................................................

Figuras 38-41. Cyperus giganteus; 38. hábito; 39. inflorescência; 40. detalhe da

inflorescência; 41. detalhe das espiguetas. ...................................................

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Figuras 42-50. Eleocharis; 42-45 E. acutangula; 42. hábito; 43. detalhe da inflorescência; 44. ápice da bainha; 45. fruto; 46-50 . E. elongata; 46. hábito; 47. inflorescência; 48. detalhe da inflorescência; 49. ápice da bainha; 50. fruto. ..............................................................................................

Figuras 51-58. Eleocharis; 51-54. E. equisetoides; 51. corte longitudinal do colmo

evidenciando (seta) o feixe vascular; 52. ápice da bainha; 53. detalhe da inflorescência; 54. fruto; 55-58. E. geniculata; 55. hábito; 56. detalhe da inflorescência; 57. ápice da bainha; 58. fruto. ................................................

Figuras 59-67. Eleocharis; 59-63. E. interstincta; 59. hábito, evidenciando os colmos

com septos regulares evidentes; à esquerda inflorescência passada; à direita inflorescência madura; 60. inflorescência; 61. detalhe da inflorescência; 62. ápice da bainha; 63. fruto; 64-67. E. minima; 64. ápice da bainha; 65. inflorescência prolífera; 66. detalhe da inflorescência; 67. fruto. ..................

Figuras 68-74. Eleocharis; 68-70. E. mutata; 68. ápice da bainha; 69. detalhe da

inflorescência; 70. fruto; 71-74. E. sellowiana; 71. hábito; 72. ápice da bainha; 73. detalhe da inflorescência; 74. fruto. ..............................................

Figuras 75-81. Fuirena e Schoenoplectus; 75-77. Fuirena umbellata; 75. hábito; 76.

detalhe do ramo com inflorescências, evidenciando a bainha pilosa; 77. detalhe do fruto com as peças florais persistentes; 78. Fuirena robusta, detalhe do fruto com as peças florais persistentes; 79-81. Schoenoplectus californicus; 79. hábito, b. inflorescências pendentes; 80. inflorescência; 81. detalhe da inflorescência evidenciando as espiguetas. ....................................

Figuras 82-90. Aeschynomene; 82-84. A. evenia; 82. hábito; 83. frutos; 84. detalhe do

fruto; 85-87. A. fluminensis; 85. ramo com flor; 86. folíolo evidenciando a nervura excêntrica; 87. detalhe do fruto; 88-90. A. sensitiva; 88. ramo com flores; 89. detalhe fruto; 90. frutos, superior imaturo, inferior maduro. ..........

Figuras 91-99. Najas; 91-94. N. arguta; 91. hábito; 92. flor (seta); 93. detalhe da flor

estaminada; 94. detalhe da flor pistilada; 95-99. N. marina; 95. ramo evidenciando os espinhos nos entre-nós, margens e nervura central; 96. flor estaminada; 97. detalhe da flor estaminada; 98. fruto fixo na axila foliar; 99. detalhe do fruto. ...............................................................................................

Figuras 100-103. Utricularia foliosa; 100. hábito; 101. indivíduo com flores e frutos

com pedúnculos reflexos; 102. inflorescência; 103. ramo utriculífero, evidenciando os utrículo. .................................................................................

Figuras 104-110. Utricularia; 104-108. U. gibba; 104. hábito; 105. ramos utriculíferos;

b. detalhe; 106. flor e frutos; 107. detalhe da flor; 108. detalhe do frutos; 109-110. U. erectiflora; 109. inflorescência;110. detalhe da inflorescência...

Figuras 111-114. Utricularia; 111-112. U. olivacea; 111. hábito; 112. detalhe; 113-

114. U. poconensis; 113. hábito; 114. ramo utriculífero, evidenciando os utrículos. ...........................................................................................................

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Figuras 115-120. Mayaca e Nymphoides; 115-117. Mayaca fluviatilis; 115. hábito; 116. detalhe; 117. flor; 118-120. Nymphoides indica; 118. hábito, com Oldenlandia salzmannii; 119. flores; 120. face abaxial da folha, evidenciando as granulações. ...........................................................................

Figuras 121-125. Nymphaea amazonum; 121. hábito; 122. face abaxial da folha com

anel de tricomas no ápice do pecíolo (seta); b. tricomas ao longo do pecíolo; 123. corte longitudinal de uma flor já polinizada; 124. apêndices carpelares claviformes; 125. transição gradual de estame-pétala. ...................

Figuras 126-131. Nymphaea ampla; 126. hábito; 127. flor; 128. corte longitudinal de

uma flor já polinizada; 129. apêndices carpelares triangulares; 130. botão; 131. botão em antese. .......................................................................................

Figuras 132-137. Nymphaea; 132-133. N. ampla; 132. folha face adaxial; 133. folha

face abaxial; 134-137. N. rudgeana, 134. hábito; 135. corte longitudinal de uma flor já polinizada; 136. folha face adaxial; 137. folha face abaxial. ........

Figuras 138-143. Echinochloa; 138-140. E. crus-galli; 138. geral; 139. detalhe da

inflorescência; 140. antécio, vista de gluma inferior; 141-143. E. crus-pavonis; 141. geral; 142. detalhe da inflorescência; 143. antécio, vista da gluma inferior. ..................................................................................................

Figuras 144-150. Leersia e Paspalidium; 144-146. Leersia hexandra; 144. geral; 145.

inflorescência; 146. antécio; 147-150. Paspalidium geminatum; 147. hábito; 148. inflorescência; 149. antécio, vista da gluma inferior; 150. antécio, vista da gluma superior. ............................................................................................

Figuras 151-156. Polygonum acuminatum; 151. hábito; 152. hábito, evidenciando a

profundidade do ambiente; 153. inflorescência; 154. detalhe da inflorescência; 155. ócreas (setas); 156. fruto. ................................................

Figuras 157-159. Eichhornia azurea; 157. hábito, evidenciando a heterofilia; 158. em

meio a Mayaca fluviatilis; 159. inflorescência. ............................................... Figuras 160-163. Potamogeton; 160-161. P. illinoensis; 160. hábito; 161. detalhe

inflorescência. 162-163. P. montevidensis; 162. hábito; 163. inflorescência... Figuras 164-167. Ruppia marítima; 164. hábito; 165. inflorescência protegida pela

bainha; 166. infrutescência; 167. detalhe do fruto. ......................................... Figuras 168-172. Typha domingensis; 168. hábito, população na Lagoa de Carapebus;

169. inflorescência; 170. flor pistilada; 171. flor estaminada, estames e bráctea; 172. brácteas das flores estaminadas ..................................................

Figura 173. Número de espécies por família das hidrófitas vasculares anfíbias

encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. .........

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Figuras 174-178. Anfíbias; 174-175. Centella asiatica; 174. hábito; 175. inflorescência; 176. Chrysolaena platensis, detalhe das inflorescências; 177. Enydra sessilis, detalhe da inflorescência; 178. Burmannia capitata, hábito..

Figuras 179-183. Anfíbias; 179. Rhynchospora holoschoenoides; 180.; Rhynchospora

tenuis; 181. Rhynchospora corymbosa; 182-183. Scleria soronia; 182. hábito; 183. frutos. ..........................................................................................................

Figuras 184-191. Anfíbias; 184-185. Dalbergia ecastaphyllum; 184. hábito; 185.

inflorescência; 186-188. Sesbania exasperata; 186. hábito, presença de frutos maduro; 187. inflorescência; 188. detalhe da inflorescência; 189-191. Mimosa setosa var. paludosa; 189. hábito; 190. inflorescência; 191. frutos....

Figuras 192-197. Anfíbias; 192-193. Schultesia guianensis var. latifolia; 192. hábito;

193. detalhe da flor; 194. Laurembergia tetrandra; 195. Triglochin striata com Bacopa monnieri; b. frutos; 196-197. Torenia thouarsii; 196. hábito; 197. detalhe da flor. .........................................................................................

Figuras 198-202. Anfíbias; 198. Achetaria ocymoides, detalhe da inflorescência; 199.

Bacopa monnieri; 200. Ludwigia leptocarpa, flor e botão; 201. Ludwigia longifolia, flor e fruto; 202. Ludwigia octovalvis, flor e frutos. ......................

Figuras 203-208. Anfíbias; 203-204. Acrostichum danaeifolium; 203. hábito; 204.

detalhe dos esporângios; 205-206. Borreria scabiosoides; 205. hábito; 206. detalhe da inflorescência; 207-208. Coccocypselum capitatum; 207. hábito; 208. detalhe da inflorescência. .........................................................................

Figuras 209-215. Anfíbias; 209-210. Oldenlandia salzmannii; 209. hábito; 210. flores;

211. Pentodon pentandrus, hábito; 212. Perama hirsuta, hábito; 213-215. Xyris jupicai; 213. hábito; 214. inflorescência com botão; 215. inflorescência com flor aberta. .........................................................................

Figura 216. Comparação entre as lagoas amostradas do PNRJ referente ao quantitativo

de espécies nas categorias de formas biológicas. ............................................. Figura 217. Vista aérea da Lagoa de Jurubatiba. .............................................................. Figura 218. Lagoa de Jurubatiba ao entardecer. ............................................................... Figura 219. Lagoa de Jurubatiba vista da praia. ............................................................... Figura 220. Um recanto da Lagoa de Jurubatiba. ............................................................. Figura 221. Foto satélite da Lagoa Comprida. ................................................................. Figura 222. Lagoa Comprida. .......................................................................................... Figura 223. Foto satélite da Lagoa de Carapebus. ........................................................... Figura 224. Vista aérea da Lagoa de Carapebus. .............................................................

pág.

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Figura 225. Braço da Lagoa de Carapebus. ..................................................................... Figura 226. Vista aérea, em primeiro plano a Lagoa Encantada, em segundo plano a

Lagoa Paulista. ................................................................................................. Figura 227. Vista aérea da Lagoa Encantada à esquerda e da Lagoa Paulista à direita... Figura 228. Vista aérea da Lagoa Amarra-boi. ................................................................. Figura 229. Pôr-do-sol na Lagoa Amarra-boi. ................................................................. Figura 230. Lagoa Amarra-boi. ....................................................................................... Figura 231. Vista aérea, Lagoa Pires à esquerda, Lagoa Preta à direita. ......................... Figura 232. Lagoa Pires. .................................................................................................. Figura 233. Lagoa Preta. ..................................................................................................

pág.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com suas respectivas formas biológicas e lagoas. ............................................................................................................

Tabela 2. Listagem das plantas tolerantes encontradas nas margens das lagoas do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. .................................................... Tabela 3. Listagem das trepadeiras encontradas nas lagoas do Parque Nacional da

Restinga de Jurubatiba. .................................................................................... Tabela 4. Listagem das espécies de hidrófitas vasculares de nova ocorrência para as

lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. .................................... Tabela 5. Caracterização das lagoas, valores médios de área, profundidade, pH,

salinidade e presença de hidrófitas vasculares. ................................................ Tabela 6. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DE JURUBATIBA do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 7. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA COMPRIDA do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 8. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DE CARAPEBUS do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 9. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PAULISTA do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 10. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA AMARRA-BOI do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 11. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DAS GARÇAS do

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ........................................................................................................

Tabela 12. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PIRES do Parque

Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ...........................................................................................................................

Tabela 13. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PRETA do Parque

Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. ...........................................................................................................................

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ANEXO

Tabela 1. Relação das famílias e gêneros com os respectivos números de espécies por família, espécies por gênero e gêneros por famílias das hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. .........

Tabela 2. Listagem das hidrófitas vasculares estritamente aquáticas encontradas nas

lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com suas respectivas formas biológicas e lagoas. ..............................................................................

Lista do material examinado das anfibias registradas nas lagoas do Parque Nacional da

Restinga de Jurubatiba. ....................................................................................

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SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO

1. HIDRÓFITAS ................................................................................................................. 19 1.1 TERMINOLOGIAS ................................................................................................. 20 1.2 CONCEITOS .......................................................................................................... 21 1.3 FORMAS BIOLÓGICAS .......................................................................................... 22

2. RESTINGAS .............................................................................................................. 24

3. LAGOAS COSTEIRAS .................................................................................................... 28 4. OBJETIVOS ................................................................................................................... 30

II. ÁREA DE ESTUDO 1. O PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA ............................................... 31

III. MATERIAL E MÉTODOS 1. TERMOS, CONCEITOS E FORMAS BIOLÓGICAS EMPREGADOS .................................. 35 2. LEVANTAMENTO FLORÍSTICO ..................................................................................... 36

2.1 HERBÁRIOS .......................................................................................................... 36 2.2 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 38 2.3 EXPEDIÇÕES A CAMPO E PROCEDIMENTOS BOTÂNICOS ................................... 38 2.4 ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 39 2.5 IDENTIFICAÇÕES E TRATAMENTOS TAXONÔMICOS ........................................... 39

3. ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................................... 40 3.1 CHECKLISTS ........................................................................................................ 40 3.2 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO ................................................................................ 40

3.3 ORGANIZAÇÃO DAS HIDRÓFITAS ESTRITAS .......................................... 40 3.3.1 CATEGORIAS TAXONÔMICAS, AUTORES E NOMES POPULARES .. 41 3.3.2 DESCRIÇÃO .................................................................................... 41 3.3.3 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E HABITATS .................................... 42

3.3.4 MATERIAIS EXAMINADOS .......................................................................... 42 4. REGISTROS POR LAGOAS ........................................................................................ 43 5. SOBRE AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 43

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. HIDRÓFITAS VASCULARES ...................................................................................... 44 2. HIDRÓFITAS ESTRITAS ........................................................................................... 52

2.1 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO........................................................................................ 53 2.1.1 PTERIDOPHYTA ...................................................................................... 53 2.1.2 ANGIOSPERMAE ..................................................................................... 54

2.2 ESPÉCIES ..................................................................................................................... 61 PTERIDOPHYTA

2.2.1 PTERIDACEAE Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron. ………………….. 62 Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. ……...………..…… 63

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2.2.2 SALVINIACEAE Azolla caroliniana Willd. ……………………...………..….. 66 Salvinia biloba Raddi ……………….…………...……..…... 68

ANGIOSPERMAE 2.2.3 ALISMATACEAE

Sagittaria lancifolia L. ................................................................ 72 2.2.4 ARACEAE

Lemna aequinoctialis Welw. ……………………………..….... 75 2.2.5 CERATOPHYLLACEAE

Ceratophyllum demersum L. ………………………………….. 78 2.2.6 CYPERACEAE

Cladium jamaicense Crantz ........................................................ 81 Cyperus articulatus L. ………………………………………… 82 Cyperus giganteus Vahl .............................................................. 85 Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. ...................................... 88 Eleocharis elongata Chapm. ...................................................... 89 Eleocharis equisetoides (Elliott.) Torr. ...................................... 92 Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. …………..…….... 93 Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult. ……..……..… 97 Eleocharis minima Kunth ........................................................... 99 Eleocharis mutata (L.)Roem. & Schult. …………………..…. 102 Eleocharis sellowiana Kunth …………………………..…….. 103 Fuirena robusta Kunth ............................................................. 106 Fuirena umbellata Rottb. .......................................................... 107 Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják …………..… 108

2.2.7 FABACEAE Aeschynomene evenia C. Wright ex Sauvall ……………….... 111 Aeschynomene fluminensis Vell. .............................................. 112 Aeschynomene sensitiva Sw. .................................................... 114

2.2.8 HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth ……………………………..…………… 117 Najas marina L. …………………………………………….... 118

2.2.9 LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard …………..……... 121 Utricularia foliosa L. ……………………………………….... 123 Utricularia gibba L. ……………………………………..…… 126 Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb. ………………....... 129 Utricularia poconensis Fromm-Trinta ………………..……... 130

2.2.10 MAYACACEAE Mayaca fluviatilis Aubl. ……………………………..………. 133

2.2.11 MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze ………………………..…….. 135

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2.2.12 NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. ………………..………. 138 Nymphaea ampla (Salisb.) DC. …………………………….... 141 Nymphaea rudgeana G. Mey. ………………………………... 144

2.2.13 POACEAE Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv. …………………..…… 147 Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult. ………………..…. 149 Leersia hexandra Sw. ............................................................... 152 Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf …………………..…. 153

2.2.14 POLYGONACEAE Polygonum acuminatum Kunth ………………………..…….. 156

2.2.15 PONTEDERIACEAE Eichhornia azurea (Sw.) Kunth ................................................ 159

2.2.16 POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong ………………………..…… 162 Potamogeton montevidensis A. Benn. …………………..…… 163

2.2.17 RUPPIACEAE

Ruppia maritima L. …………………………………..………. 166 2.2.18 TYPHACEAE

Typha domingensis Pers. ………………………………..……. 169 3. ANFÍBIAS ................................................................................................................ 172 4. TOLERANTES E TREPADEIRAS .............................................................................. 180 5. NOVAS OCORRÊNCIAS .......................................................................................... 181

6. LAGOAS ……………………………………………………………..…….…........... 185 6.1 LAGOA DE JURUBATIBA .................................................................................... 188 6.2 LAGOA COMPRIDA ............................................................................................. 189 6.3 LAGOA DE CARAPEBUS ...................................................................................... 189 6.4 LAGOA ENCANTADA .......................................................................................... 190 6.5 LAGOA PAULISTA .............................................................................................. 190 6.6 LAGOA AMARRA-BOI ......................................................................................... 191 6.7 LAGOA DAS GARÇAS .......................................................................................... 192 6.8 LAGOA DO PIRIPIRI ............................................................................................ 192 6.9 LAGOAS DO ROBALO E DO VISGUEIRO .............................................................. 193 6.10 LAGOA PIRES ................................................................................................... 193 6.11 LAGOA PRETA .................................................................................................. 194

V. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 211 VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 214 VII. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 216 VIII. ANEXO ......................................................................................................................... 229

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I. INTRODUÇÃO

1. HIDRÓFITAS

Aos poucos as hidrófitas e seus habitats estão sendo mais valorizados, mas ainda

apresentam poucas bibliografias especializadas quando se leva em consideração a diversidade.

Existem obras que tratam de diversas partes do mundo, como Portugal, Espanha, Reino

Unido, Estados Unidos, África e Índia. Para a América do Sul pode-se citar Bolívia, Chile,

Peru, Venezuela, Uruguai e Argentina. No Brasil, Hoehne (1948) foi pioneiro na área com a

obra “Plantas Aquáticas”. Desde então, considerando o extenso território e a elevada

diversidade local, pouco tem sido publicado a respeito das plantas hidrófilas brasileiras.

Trabalhos, mais amplos na área, foram realizados para Região Amazônica

(ALBUQUERQUE, 1981), Região Sul (CORDAZZO & SEELIGER, 1988; IRGANG &

GASTAL, 1996) e Pantanal (POTT & POTT, 2000). Para o Estado do Rio de Janeiro, as

hidrófitas foram abordadas apenas por Henriques et al. (1988), em uma análise preliminar das

comunidades aquáticas na Lagoa de Cabiúnas (atualmente denominada Jurubatiba), e por

Bove et al. (2003), em um levantamento florístico em ambientes aquáticos temporários. Dessa

forma, corroborando com Esteves (1988) que afirma que nenhuma comunidade límnica foi

tão negligenciada no âmbito das pesquisas quanto à formada pelas macrófitas aquáticas,

evidenciando a escassez de estudos deste grupo.

Pedralli (1990) e Scremin-Dias (1999) alertam para funções evidentes desta flora na

proteção contra erosão hídrica, oxigenação da água e participação na ciclagem de nutrientes,

além de superfície para o desenvolvimento de algas perifíticas. Segundo Pott & Pott (2000),

muitas plantas aquáticas são de interesse econômico, como apícola, ornamental, têxtil,

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alimentar, forrageira, medicinal, despoluidora e produtora de matéria prima para artesanatos.

Espécies com alta capacidade de crescimento são empregadas na produção de biomassa,

biogás e forragem. Além de se apresentarem como eficientes bioindicadoras da qualidade de

água e despoluidoras - captadoras de substâncias nocivas, sejam de origem orgânica ou

inorgânica, como metais pesados (POTT & POTT, 2002). Quando focados os ambientes,

como os brejos e lagoas (ver item Lagoas Costeiras), os benefícios aumentam.

1.1 TERMINOLOGIAS

Alguns termos são utilizados para denominar tecnicamente plantas aquáticas.

Inevitavelmente, todos acabam referindo-se a particularidades ecológicas. Entre os mais

conhecidos encontram-se “macrófitas aquáticas”, “hidrófitas” e “plantas hidrófilas”. Dentre

esses, o menos difundido é plantas hidrófilas - derivado do grego (hydro = água, phila =

amigo), contrapondo com macrófita aquática, o mais utilizado e adotado pelo International

Program of Biology (ESTEVES, 1988). Termo que se refere, segundo Sculthorpe (1967), a

plantas macroscópicas, abrangendo musgos aquáticos, hepáticas e macroalgas, excluindo

plantas microscópicas bentônicas e planctônicas. O autor acima afirma que tal designação não

possui um significado taxonômico. Desse modo, Sculthorpe (1967) adota a denominação

hidrófita, palavra originada do grego (hydro = água, phyta = planta), a qual foi utilizada pela

primeira vez em 1819 por H. B. Lyngbey (ALONSO, 1997).

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1.2 CONCEITOS

“Existem algumas plantas que só podem viver na água. Distinguem-se uma das outras pela sua afinidade a diferentes tipos de umidade. Dessa forma, algumas crescem em pântanos, outras em lagos, outras em rios, outras até no mar... Algumas plantas aquáticas ficam totalmente submersas, enquanto outras se projetam um pouco no ar, outras, ainda têm apenas as raízes e parte do caule na água enquanto todo o resto da planta fica emerso”. Theophrastus (370 –285 AC) Em De Causis Plantarum, traduzido por A. Hort em 1916 (apud SCULTHORPE, 1967).

Conceituar hidrófitas é polêmico, não é ensaio recente, tampouco fácil. Algumas

considerações são muito estritas, outras muito amplas. Mas chegar a uma definição única

parece ser tarefa árdua. Nenhum conceito foi considerado incorreto, pelo menos dos citados,

pois todos pareceram pertinentes. Na verdade suas variações dependem da abrangência,

critério, e, algumas vezes, necessidade do pesquisador. Acredita-se que as maiores

dificuldades em precisar suas delimitações estão tanto nas plantas quanto nos ambientes em

que estas se encontram, pois ambos apresentam grande plasticidade. Para melhor situar é

apresentado, a seguir, um breve histórico de conceituações.

Com uma enunciação simples, porém bem explicativa, sem desejar a nenhuma das

definições mais atuais, acredita-se que a citação mais antiga a respeito destas plantas tenha

sido a de Theophrastus mencionada acima.

Centenas de anos mais tarde, surgiram outros conceitos que abordaram apenas

aquelas plantas que crescem estritamente na água. Raunkiaer (1934, apud SCULTHORPE,

1967), Iversen (1936, apud SCULTHORPE, 1967) e Weaver & Clements (1938, apud

SCULTHORPE, 1967) consideraram aquáticas aquelas plantas que crescem na água ou em

solos saturados pela mesma, e apresentam suas partes vegetativas submersas ou flutuantes,

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não projetando-se no ar. Com o passar do tempo, as definições assumiram tendências mais

amplas. Hoehne (1948) admite o conceito em que todos os vegetais que para sua

sobrevivência e propagação requerem mais água do que os recursos do solo ou que, embora

firmados neste, não podem dispersar o líquido em maior proporção, bem como aqueles que,

independentemente do firme, vivem vagando nos mares, oceanos, lagoas, baías e rios.

Atualmente, seguindo esta linha, pesquisadores como Cook (1974, 1996), Novelo & Gallegos

(1988), Fassett (1992) e Irgang & Gastal (1996), formularam conceitos ainda mais

abrangentes.

Cook et al. (1974) as definem como vegetais visíveis a olho desarmado, cujas partes

fotossintetizantes ativas estão permanentemente, ou por diversos meses, todos os anos, total

ou parcialmente submersas em água doce, ou ainda flutuantes na mesma.

Irgang & Gastal (1996) reconhecem o termo macrófitas aquáticas e complementam

as considerações do autor acima citado, acrescentando em relação à ocorrência de plantas não

só em água doce como também em água salobra, detalhe também incorporado por Cook, em

1996, no livro ‘Aquatic Plant Book’.

Já Novelo & Gallegos (1988) as dividiram em ‘acuáticas estrictas’, aquelas plantas

que realizam praticamente todo seu ciclo de vida dentro da água, podendo estar submersas,

emersas ou flutuantes; ‘subacuáticas’, as que possuem grande parte de seu ciclo de vida na

água e geralmente se encontram nas margens de ambientes aquáticos, não sobrevivendo por

um grande período em solos completamente secos; e ‘tolerantes’ aquelas que possuem grande

parte de seu ciclo de vida em solos completamente secos, mas que toleram alta umidade no

sedimento por curto tempo.

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1.3 FORMAS BIOLÓGICAS

A forma de vida ou biológica trata-se da maneira como a planta se comporta em

ambientes. Cada espécie pode apresentar mais de uma forma, variando a parte vegetativa da

reprodutiva, conforme a idade e as condições do habitat (POTT & POTT, 2000). Estas

formas também são abordadas por diversos autores. A seguir a relação de alguns trabalhos.

Luther (1949, apud SCULTHORPE, 1967): 1) Haptófitas – aderida (sem penetração) ao

substrato; 2) Rizófitas – base penetrando no substrato; 3) Planófita – flutuante livre

(planktófitas e pleustófitas).

Hejný (1957, 1960, apud SCULTHORPE, 1967): 1) Euhidatófitos – órgãos vegetativos

submersos, flores submersas ou aéreas; 2) Hidatoaerófitos - órgãos vegetativos submersos e

flutuantes, flores aéreas; 3) Tenagófitas – plantas anfíbias de habitats com grande flutuação no

nível d’água.

Den Hartog & Segal (1964, apud BRACAMONTE & DOMINGO, 2002) elaboraram um

sistema de classificação de acordo com a relação planta/substrato, distinguindo em três tipos:

1) Haptófitos – plantas fixas na superfície de rochas, madeiras e outras plantas; 2) Rizófitos –

plantas com raízes que penetram no substrato; e 3) Pleustófitos – plantas que flutuam

livremente na água - 3.1) Acropleustófitos – flutuantes na superfície; 3.2) Mesopleustófitos –

flutuantes entre o fundo e a superfície. Subdividindo em: Isoétidos; Vallisnéridos; Elodeidos;

Miriofílidos; Batráchidos; Ninfeidos; Ceratofílidos; Hidrocáridos; Estratioteidos; Lémnidos e

Ricciélidos.

Irgang et al. (1984) reconheceram sete formas: 1) Submersa Fixa – planta submersa fixa ao

substrato; 2) Submersa Livre – planta submersa não fixa ao substrato; 3) Flutuante Fixa –

planta com todas ou algumas partes flutuantes na superfície, mas fixa por raízes ao substrato;

4) Flutuante Livre - planta flutuante não fixa ao substrato; 5) Anfíbia – plantas geralmente de

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margens que toleram períodos de seca; 6) Emergente – plantas fixas com parte vegetativa e

reprodutiva sobressaindo, emergindo parcialmente a lâmina d’água; 7) epífita – plantas que se

desenvolvem sobre outra planta (ver Material e Métodos - Fig. 2).

Em 1996, Irgang & Gastal apresentaram categorias mais complexas, divididas e

subdivididas em: 1) Flutuante Livre (sem raízes ou com raízes pendentes); 1.1) abaixo da

superfície; 1.2.) na superfície; 1.3) acima da superfície; 2) - Enraizada no Substrato; 2.1)

partes vegetativas inteiramente submersas; 2.2) folhas flutuantes; 2.3) caules flutuantes e

folhas emergentes; 2.4) partes vegetativas emergentes; 2.5) trepadeira; 2.6) anfíbias tolerantes

à seca; e 3) Enraizada (sobre outra macrófita aquática); 3.1) epífita.

2. RESTINGAS

Rizzinni (1997) apresenta três sentidos empregados à palavra restinga: 1) formações

vegetais que cobrem as areias holocênicas desde o oceano; 2) paisagem formada pelo areal

justamarítimo com sua vegetação global; 3) vegetação lenhosa e densa da parte interna plana.

A denominação ‘restinga’ tem se mostrado bastante útil como definição de áreas, podendo ser

identificada como uma unidade funcional de estudos. A diversidade de habitats nas restingas

brasileiras as tornam um dos mais complexos ecossistemas existentes (ARAÚJO &

LACERDA, 1987).

O termo restinga é aqui utilizado no sentido amplo. Guerra (1978) o define como

faixas ou línguas alongadas de areia depositadas paralelamente ao litoral graças ao dinamismo

destrutivo e construtivo das águas oceânicas, seus depósitos são feitos com apoio em pontas

ou cabos que comumente podem barrar uma série de pequenas lagoas, como acontece no

litoral do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul. Segundo Araújo & Lacerda (1987), os

ecossistemas de restinga também podem ser caracterizados por conterem solos arenosos,

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pobres em argilas e matéria orgânica, baixa capacidade de retenção de água e nutrientes, e por

possuírem uma grande entrada de nutrientes sob a forma do salsugem. De acordo com Turcq

(1984, apud CERQUEIRA, 2000), a formação dos depósitos arenosos costeiros teve como

principal causa as regressões e transgressões marinhas, embora possa também ter sido

influenciada pelos ventos e deriva litorânea. Ramuz (2000) afirma que estes ambientes

configuram a expressão mais notável do dinamismo costeiro ocorrido durante o Quaternário,

quando se desenvolvem em grande parte do litoral do Estado do Rio de Janeiro, representando

3,18% ou 1.376 km2 do total de seu território. Em Quissamã, por exemplo, eles apresentam

250 km2, correspondendo a cerca de 40% da área total do município.

Apesar de uma aparente homogeneidade, devida à predominância do substrato

arenoso, as restingas apresentam uma grande variabilidade transversal e longitudinal dentro

de pequenas distâncias, formando um mosaico complexo e heterogêneo (ORMOND, 1960). A

vegetação das restingas apresenta, de acordo com Pammenter (1984), um elevado índice de

evapotranspiração devido a altas temperaturas, velocidade dos ventos e intensidade luminosa.

A composição florística das planícies de cordões arenosos é muito característica e

diversificada devido a fatores ambientais locais (topografia, proximidade do mar, condições

do solo, profundidade do lençol freático, etc) e outras inter-relações, que aumentam de

complexidade à medida que estão mais distantes do oceano (LACERDA et al., 1993).

As características acima, apesar de conferirem um especial interesse e valor, são em

parte responsáveis pela fragilidade do ambiente e extrema susceptibilidade às perturbações

causadas pelo homem. Por estarem localizadas ao longo da costa brasileira, as restingas estão

sob intensa pressão da ocupação humana e conseqüente alteração da paisagem original,

dificultando ainda mais sua conservação. Segundo Soffiati (1998), as alterações ambientais

produzidas pelos povos nativos nos ecossistemas da região norte-noroeste fluminense não

passaram de pequenos arranhões reversíveis. Não é possível afirmar o mesmo da ocupação

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européia, a qual tornou a região costeira uma das áreas mais exploradas do país, resultado de

aproximadamente 500 anos de ocupação após o descobrimento do Brasil (ROCHA et al.,

2004).

O processo de desmatamento na restinga acarreta muitos problemas: lavagem

acelerada dos nutrientes diminuindo o teor de matéria orgânica, pois são carreados para as

profundezas do solo, fora do alcance das raízes; favorecimento do transporte de areia pela

ação dos ventos propiciando a formação de dunas móveis, que além de transformar-se em um

transtorno para as comunidades mais próximas, intensifica, conseqüentemente, o

assoreamento de canais e lagoas (ARAÚJO & LACERDA, 1987; RAMUZ, 2000). De acordo

com Rocha et al. (2004), as restingas são, em geral, as áreas dentro do Bioma da Mata

Atlântica com menor acúmulo de informação científica biológica. Aliado a esta deficiência, é

cada vez mais restrita a ocorrência de extensas áreas contínuas ao longo da costa do Brasil,

uma vez que elas se encontram fortemente fragmentadas. Argumentos esses que evidenciam

ainda mais a importância da criação de áreas protegidas nestas regiões.

O Litoral do Estado do Rio de Janeiro, segundo Araújo (2000), divide-se

naturalmente em quatro regiões: 1) Litoral Norte; 2) Região dos Lagos; 3) Região Guanabara

/ Sepetiba e 4) Litoral Sul. O litoral norte fluminense é caracterizado por longas restingas

formadas geralmente por sistemas de cristas de praias que separam lagoas do mar. Está

localizado em uma área de transição entre duas grandes regiões litorâneas, o litoral oriental,

que se estende do Recôncavo Baiano até o sul do Estado do Espírito Santo e o litoral sudeste,

que vai do sul do Espírito Santo até a região de Laguna, em Santa Catarina (SILVEIRA, 1964

apud ARAÚJO, 2000).

Poucas áreas de restinga encontram-se em Unidades de Conservação (UC) e apenas

algumas estão protegidas como área de Proteção Integral. É considerado pelo IBAMA como o

ecossistema de menor representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação

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(SNUC). No Estado do Rio de Janeiro, até 1998, havia cinco UCs estabelecidas em restingas.

Dessas, quatro de Uso Sustentável - Área de Proteção Ambiental de Grumari (95 ha), da

Prainha (116 ha), de Maricá (500 ha) e de Massambaba (7.630,6 ha), e apenas uma de

Proteção Integral - a Reserva Biológica da Praia do Sul, na Ilha Grande (3.600 ha)

(PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – SMMA, 1998). Após anos de

reivindicações, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ) foi criado pelo Decreto

s/n de 29.04.1998 (BRASIL, 1998), tornando-se uma das maiores UCs do Brasil neste

ecossistema – a maior do Estado e a segunda na categoria de Proteção Integral. Felizmente

estes números vêm aumentado, atualmente, entre sustentáveis e integrais existem 14 UCs

estabelecidas em restingas do Estado (PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO –

SMMA, 1998; GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – SEMA, 2001).

O conhecimento sobre a vegetação e a flora das restingas brasileiras vem sendo

acumulado desde longa data, pois já no século XIX os naturalistas europeus deixaram

registradas suas observações sobre a paisagem da zona litorânea do Brasil (ARAÚJO et al.,

2001). Diversos são os trabalhos que enfocam as restingas do Estado, mas são relativamente

poucos os que referem-se à florística e taxonomia. A obra organizada em 22 volumes por F.

Segadas-Viana, W. T. Ormond & L. Dau (1965-1978) - “Flora ecológica das restingas do

sudeste do Brasil” - foi um marco para o conhecimento sobre a flora da restinga fluminense

(ARAÚJO et al. 2001). Na restinga de Jurubatiba alguns trabalhos, como Araújo & Henriques

(1984), Henriques et al. (1986), Araújo et al. (1998) e Araújo (2000), promoveram o

conhecimento parcial sobre a flora, formações vegetais, fitogeografia, geomorfologia, tipos de

solo e clima. Costa & Yano (1998) realizaram um levantamento das briófitas, Brito (1998)

estudou as espécies de Solanum, Santos (1999) trabalhou com as pteridófitas. A mais recente

obra foi organizada por Costa & Dias (2001) com resultados parciais de listagem, florística e

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fitogeografia de angiospermas, pteridófitas e algas de ambientes continentais. Contudo, os

estudos relacionados à flora aquática mostram-se ainda mais incipientes.

3. LAGOAS COSTEIRAS

“Rios, lagoas e brejos não mais são vistos, pelo novo paradigma organicista, como espaço inerente, cenário, palco para seres humanos representarem seus dramas. São também atores da história. Uma lagoa, por exemplo, é um ecossistema com estrutura e dinâmica própria que respondem às agressões humanas”.Soffiati (1998).

Lagoas costeiras ocorrem ao longo de toda a costa brasileira, sendo que a maioria

encontra-se nos Estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. De acordo com Esteves

(1998), as formações das principais lagoas do litoral fluminense podem ser diferenciadas

pelas formadas a partir de sedimentação da foz de rios que drenavam para o oceano e pelas

formadas a partir do isolamento de antigas baías marinhas.

As grandes lagoas exercem influência sobre a vegetação local, sobretudo por

proporcionarem áreas de inundação intercaladas aos cordões de restinga que são diretamente

responsáveis pela ocorrência de comunidades vegetais distintas daquelas sobre o cordão. Por

outro lado, as comunidades vegetais que cobrem as planícies arenosas quaternárias exercem

influência direta ou indireta nas lagoas através da fixação da areia, que atenua o

assoreamento, do regime hídrico do solo, da formação dos detritos e conseqüentemente de

substâncias húmicas, que afetam o metabolismo dos ecossistemas lacustres. Observa-se

também uma estreita interdependência entre as comunidades aquáticas e o valor de pH da

água e vice-versa, visto que liberam ou assimilam CO2 do meio, alterando, conseqüentemente,

o balanço entre as formas de carbono inorgânico dissolvido na água (ESTEVES, 1988).

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O PNRJ contém um magnífico complexo lagunar costeiro de importância vital para

o equilíbrio ambiental que se reflete na diversidade das plantas hidrófilas. Estes locais

apresentam uma beleza cênica e harmonia paisagística ímpares, que podem servir como um

instrumento para o uso racional da Unidade no campo turístico e educativo, desde que

respeitadas as restrições impostas pela legislação.

Somente considerando o potencial que representam as lagoas costeiras de água doce,

como a de Jurubatiba e Comprida, entre outras da região norte fluminense, como reservatório

de água para abastecimento doméstico, já justificaria a preservação destes importantes

recursos naturais (ESTEVES, 1998). Mas muito além disto, as lagoas contribuem de maneira

direta e indireta para a manutenção de águas superficiais e subterrâneas (lençol freático) e

para a estabilidade climática local e regional, atuam como filtro, retendo matéria orgânica e

inorgânica de origem continental, além de servirem de esconderijo, variedade de habitats,

fonte de alimento e suporte para reprodução, desova e crescimento (ESTEVES, 1998; POTT

& POTT, 2000). Predicados que beneficiam tanto a fauna local quanto às espécies de

ambientes vizinhos (rios, lagoas, matas, etc) e de outras regiões, como no caso das aves

migratórias, que necessitam destes ambientes para a manutenção de suas rotas. Assim,

suprimir ou perturbar um sistema lagunar reflete diretamente no equilíbrio ecológico.

A necessidade de preservação é, no entanto, maior quando se considera o acelerado

crescimento populacional e industrial da região, para o qual a disponibilidade de água doce é

elemento fundamental. Além do aspecto estético e paisagístico, sua grande importância no

equilíbrio e manutenção das diferentes formas de vida dos ambientes aquáticos vêm sendo

despertadas.

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4. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo geral o levantamento florístico das hidrófitas nas

lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, e como objetivos específicos a

elaboração de um ‘checklist’ dos táxons encontrados; relações de espécies por lagoas;

descrição sucinta das espécies estritamente aquáticas; a documentação através de fotos dos

táxons mais representativos; a organização de informações que possibilitem a identificação

das plantas in situ através de informações direcionadas ao público leigo, e em laboratório

através de chaves de identificação para o público acadêmico.

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II ÁREA DE ESTUDO

1. O PARQUE NACIONAL DA RESTINGA DE JURUBATIBA

Após 20 anos de intensa luta de ambientalistas e pesquisadores, efetivou-se a criação

de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral na região norte fluminense entre Macaé

e Quissamã, com a intenção de preservar a última faixa contínua de restinga existente no

Estado do Rio de Janeiro. Assim, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ) foi

criado pelo Decreto s/n de 29.04.1998 (BRASIL, 1998).

Os índios Goytacazes, habitantes da região em tempos remotos, a denominaram

Jurubatiba. Em Tupi-Guarani significa "terra de muitas palmeiras", assim chamada

provavelmente em alusão à presença de algumas espécies da família Arecaceae. Um outro

significado também encontrado, mas de origem não elucidada, é "terra de plantas

espinhentas". Nota-se que ambas as interpretações referem-se à paisagem local (IBAMA).

O Parque localiza-se na região norte do Estado do Rio de Janeiro, a cerca de 200 km

da capital (Fig. 1). Possui uma área de 14.860 ha, estendendo-se pelos municípios de Macaé,

Carapebus e Quissamã, situada entre as coordenadas 22º e 22º 23’S e 41º 15’ e 41º 45’W.

Atinge uma extensão de 44 km (paralelo à praia), sendo que na extremidade oeste chega a

aproximadamente 2 km de largura, ao lado da Lagoa de Jurubatiba e 4,8 km de largura na

extremidade leste (canal de Ubatuba/Lagoa Feia), contando com um perímetro de 123 km

(IBAMA).

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Dentro dos limites do PNRJ, segundo Araújo et al. (1998), são encontrados dez tipos

de formações vegetais diferentes: 1) halófila e psamófila reptante; 2) arbustiva fechada de

pós-praia; 3) arbustiva aberta de Clusia; 4) arbustiva aberta de Ericaceae; 5) mata

periodicamente inundada; 6) mata permanentemente inundada; 7) mata de cordão arenoso; 8)

arbustiva aberta de Arecaceae; 9) herbácea brejosa e 10) vegetação aquática.

O clima da região é tropical quente-úmido, com verão quente chuvoso e inverno

ameno seco. A temperatura média anual varia entre 22° e 24 °C, sendo a máxima em janeiro

29,7 °C e mínima em julho 20 °C, e a precipitação anual varia entre 1000 e 1350 mm

(NIMER, 1972; HENRIQUES et al., 1986). O solo é caracterizado basicamente como

regossolo (podzol hidromórfico em associação com areias quatzosas marinhas) por toda a

zona litorânea nas áreas dominadas pela vegetação de restinga, desenvolvida sob a planície

quaternária, formada pelos cordões litorâneos e no interior, pelo terraço pleistocênico

(OLIVEIRA et al., 1983; HENRIQUES et al., 1986; ARAGÃO, 2000). Apresenta uma

grande planície arenosa com altitude máxima de aproximadamente 12 m e inclinação suave

rumo ao oceano, encontrando-se entre as antigas cristas praiais as zonas inundáveis

(ARAÚJO et al., 1998).

Esta Unidade de Conservação contém um magnífico complexo lagunar costeiro -

abrangendo lagoas, lagunas, brejos, áreas de inundação, permanentes e temporárias. Os

principais corpos d’água dentro do PNRJ são a Lagoa de Jurubatiba (antiga Cabiúnas),

Comprida, de Carapebus, Paulista, Amarra-boi, das Garças, do Piripiri, do Robalo, do

Visgueiro, do Pires e Preta. Mas, segundo Enrich-Prast et al. (2004), no plano de manejo do

Parque podem ser identificadas cerca de 20 lagoas costeiras. Todas são rasas, algumas com

até 3 m, sendo que as de menor profundidade estão sujeitas à estiagem durante períodos mais

secos. Várias delas são consideradas hipersalinas, por possuírem valores de salinidade

superiores aos da água do mar. O mesmo autor salienta as diferenças que as lagoas

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apresentam entre si na área, profundidade, salinidade, condutividade, pH, turbidez,

oxigenação, temperatura e constituição química. É acrescentada, nesta dissertação, como foco

principal à diversificada composição florística.

Além dos ambientes aquáticos naturais, destaca-se o Canal Campos-Macaé com

cerca de 100 km de extensão, construção de grande importância na região realizada através da

mão-de-obra escrava. O canal foi idealizado em 1837 pelo inglês John Henrique Freese, sendo

iniciado em 1843, sob responsabilidade do 1º Visconde de Araruama, e inaugurado em 1861.

O projeto tinha como finalidade principal facilitar a circulação e distribuição da produção

canavieira entre os municípios de Macaé e Campos, visando à substituição do porto de São

João da Barra, com foz perigosa, pelo de Macaé, além de contribuir para o dessecamento dos

pantanais da região e permitir maior fluência das águas estagnadas. Para tanto foram drenadas

inúmeras lagoas locais. Apesar de todo apoio imperial, do trabalho e da obstinação em torno

da construção, seu tempo de utilização foi reduzido com o advento da Estrada de Ferro

Macaé-Campos. Três anos depois da inauguração, o canal entra em declínio, até o abandono

total como meio de comunicação na região (SOFFIATI, 1998; MARIANI, 2004).

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III. MATERIAL E MÉTODOS

1. TERMOS, CONCEITOS E FORMAS BIOLÓGICAS EMPREGADOS

Diante de tantos termos e conceitos abordados na introdução, esta dissertação

concordou com Sculthorpe (1967) ao optar pelo termo HIDRÓFITAS VASCULARES, por

considerá-lo mais informativo e coerente com este trabalho. Escolha que não torna macrófita

aquática um termo errôneo, apenas, em certo ponto de vista, insatisfatório, pois tem por base

um caráter pouco significativo: o tamanho. Além de separar grandes e importantes grupos

taxonômicos, como, por exemplo, as algas (incluindo apenas as macroscópicas) e misturando

outros, como plantas avasculares e vasculares. O conceito adotado é essencialmente o de

Novelo & Gallegos (1988), entretanto, sendo aqui restrito aos vegetais vasculares. A

terminologia utilizada por esses autores foi adequada à nossa linguagem, a fim de evitar erros

de interpretação – ex.: ‘subacuática’ = (espanhol) parcialmente aquática; subaquática =

(português) submersa na coluna d’água. Assim, ‘acuáticas estrictas’, ‘subacuáticas’ e

‘tolerantes’ foram tratadas, respectivamente, como HIDRÓFITAS ESTRITAS - plantas que

realizam praticamente todo o ciclo de vida dentro da água; ANFÍBIAS – plantas com grande

parte do ciclo na água não sobrevivendo a longos períodos de seca, geralmente nas margens

dos ambientes aquáticos; e TOLERANTES – plantas com grande parte do ciclo de vida em solos

secos, mas tolerantes a umidade no sedimento por curto tempo (Fig. 2).

Figura 2. Esquema de organização e relação entre as categorias de hidrófitas vasculares e tolerantes.

T O L E R A N T E S

V A S C U L A R E S

HIDRÓFITAS ESTRITAS

ANFÍBIAS

H I D R Ó F I T A S

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Dentre as formas biológicas, por apresentar-se de maneira mais simples, clara e

objetiva, seguiu-se às reconhecidas por Irgang et al. (1984): Submersa Fixa – planta submersa

fixa ao substrato; Submersa Livre – submersa não fixa ao substrato; Flutuante Fixa – flutuante

na superfície, mas fixa ao substrato; Flutuante Livre - flutuante não fixa ao substrato; Anfíbia

– planta geralmente nas margens que tolera períodos de seca; Emergente – fixas ao substrato,

com parte vegetativa/reprodutiva emergindo a lâmina d’água; e Epífita – planta que se

desenvolve sobre outra planta (Fig. 3).

2. LEVANTAMENTO FLORÍSTICO

2.1 HERBÁRIOS

Foi realizado o levantamento das plantas ocorrentes nas lagoas do Parque Nacional

da Restinga de Jurubatiba, depositadas nos seguintes herbários (siglas de acordo com

Holmgren & Holmgren, 1998):

GUA - Herbário Alberto Castellanos do Serviço de Ecologia Aplicada – DIVEA, DEP,

FEEMA, Rio de Janeiro, RJ, BR;

R - Herbário do Departamento de Botânica do Museu Nacional – Universidade Federal do

Rio de Janeiro (UFRJ), RJ, BR;

RB - Herbário do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ, BR;

RUSU - Herbário do Instituto de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade Santa

Úrsula, Rio de Janeiro, RJ, BR.

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Figura 3. Formas Biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre. Ilustração: Roberta Lewis.

A

E

FF

FL

SF

SL

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2.2 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS

Concomitantemente às demais atividades, foram realizadas pesquisas bibliográficas

de trabalhos relacionados aos ambientes aquáticos e às diversas famílias, gêneros e espécies

encontradas. Para isso buscaram-se referências tanto em bibliotecas tradicionais (Biblioteca

do Museu Nacional-UFRJ, Biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro) quanto na

internet através de referências cruzadas (PERIÓDICOS CAPES, 2004; CATÁLOGO

COLETIVO NACIONAL, 2003).

2.3 EXPEDIÇÕES A CAMPO E PROCEDIMENTOS BOTÂNICOS

Desde 1996 expedições exclusivas a ambientes aquáticos do PNRJ estão sendo

realizadas pela equipe do laboratório de Hidrófitas Vasculares (setembro/1996,

maio/setembro/1999, outubro/2003, dezembro/2004, julho/agosto/setembro/2005 e

março/agosto/outubro/2006), no entanto apenas a partir de 2004 foram iniciadas as coletas

direcionadas à execução deste trabalho. As lagoas abordadas foram a de Jurubatiba,

Comprida, de Carapebus, Encantada, Paulista, Amarra-boi, das Garças, do Piripiri, do Robalo,

do Visgueiro, Pires e Preta.

Os exemplares coletados foram devidamente processados através de tratamentos

adequados como prensagem, secagem e herborização, seguindo cuidados específicos segundo

Haynes (1984) e Pedralli (1990). Alguns espécimes tiveram suas peças reprodutivas, ou até

mesmo indivíduos inteiros (ex.: espécies do gênero Utricularia), conservados em solução

hidroalcoólica a 70%. Todas as exsicatas estão depositadas no herbário do Museu Nacional

(R), disponíveis para posteriores consultas.

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2.4 ILUSTRAÇÕES

Os ambientes e táxons mais representativos foram documentados através de registros

fotográficos. As fotos, em sua maioria, são creditadas à Prof. Dra. Claudia P. Bove, enquanto

os detalhes de Eleocharis são de André Gil, e as Echinochloa e os detalhes de Aeschynomene

são de Adriano Luz Correa-Pinto. Quando obtidas de outras fontes, a autoria é citada junto à

imagem. Para o registro em detalhe de certas características morfológicas utilizou-se uma

máquina digital acoplada ao microscópio esteroscópico. As ilustrações dos frutos foram

efetuadas em microscópio esteroscópico com câmara-clara acoplada, sendo o nanquim

utilizado na arte final.

2.5 IDENTIFICAÇÕES E TRATAMENTOS TAXONÔMICOS

A identificação dos táxons foi obtida em laboratório através da observação dos

caracteres morfológicos em microscópio esteroscópico, com auxílio de bibliografia específica,

comparação com coleções de herbários e, quando necessário, elucidações com especialistas

botânicos. Quando requerido, para uma melhor análise dos detalhes diagnósticos e na

ausência de material na coleção líquida, o material seco foi fervido com água para

rehidratação. O sistema de classificação adotado foi o APG II (THE ANGIOSPERM

PHYLOGENY GROUP, 2003) com exceção de LINDERNIACEAE (Lindernia e Torenia)

reconhecida por Rahmanzadeh et al. (2004) e pelo sítio Angiosperm Phylogeny Website

(STEVENS, 2001). Para as pteridófitas foi seguida a atual classificação de Smith et al.

(2006), exceto o termo PTERIDOPHYTA, aqui mantido, pois além de estar ainda muito

enraizado, MONILOPHYTA sugerido por esse autor, por enquanto, está em discussão.

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3. ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS

3.1 CHECKLISTS

As hidrófitas vasculares foram organizadas em uma listagem. Dentre as categorias

abordadas, elaboraram-se descrições sucintas para as hidrófitas vasculares estritas, o que não

impediu que algumas espécies mais representativas de anfíbias fossem comentadas e também

registradas fotograficamente. Embora a categoria tolerante não pertença diretamente às

hidrófitas vasculares, e a forma biológica ‘trepadeira’ não tenha sido incluída, ambas são

apresentadas em listas de ocorrências, deste modo não havendo exclusão de coletas nem

supressão de dados.

3.2 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO

Inicialmente são apresentadas chaves de identificação, do tipo identada

(PAPAVERO & MARTINS, 1994), uma para as pteridófitas e outra para as angiospermas.

Ambas te por base o material examinado de coletas provenientes do PNRJ. A fim de facilitar

a sua utilização procurou-se evitar ao máximo o uso de características que necessitem da

dissecação das partes reprodutivas.

3.3 ORGANIZAÇÃO DAS HIDRÓFITAS ESTRITAS

As espécies estão estruturadas em uma ‘ficha padrão’ que contém diversas

informações, especificadas abaixo, seguida das respectivas fotos. Todos os táxons foram

organizados em ordem alfabética dentro de cada nível hierárquico.

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3.3.1 CATEGORIAS TAXONÔMICAS, AUTORES E NOMES POPULARES

As informações relativas às categorias taxonômicas e respectivos autores, obras

príncipes, basiônimos e sinônimos estão de acordo com Index Nominum Genericorum (FARR

& ZIJLSTRA, 2006), Authors of Plant Names (BRUMMITT & POWELL, 1992) e

complementados com a base de dados do Missouri Botanical Garden (W3 TROPICOS, 2006)

e IPNI (THE INTERNATIONAL PLANT NAMES INDEX, 2004). Por este trabalho

apresentar um cunho florístico, e não estritamente taxonômico, foram incluídos somente os

sinônimos nomenclaturais que freqüentemente são citados nas bibliografias atuais.

Apesar de selecionar os nomes populares mais conhecidos e empregados na

literatura, também foram levantados os nomes utilizados na região através de conversas

informais com pessoas locais. Para os dados etimológicos consultaram-se as seguintes

publicações: Osten (1931), Bayle (1949), Rizzini & Rizzini (1983), Chittenden & Singe

(1986), Kissmann & Groth (1995, 1999), Alonso (1997), Kissmann (1997) e Pott & Pott

(2000).

3.3.2 DESCRIÇÃO

Neste item foram incluídas a forma biológica observada in situ e uma descrição

geral e sucinta com informações essenciais para a identificação de cada espécie, tendo como

base o exame do material. Esclarecendo que não cabe na essência deste trabalho o

detalhamento típico das descrições taxonômicas.

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42

3.3.3 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E HABITATS

Os dados de distribuição geográfica, ordenados em seqüência norte-sul/leste-oeste,

foram obtidos basicamente através de consultas bibliográficas. No entanto, foram adicionadas

ocorrências inéditas registradas em herbários e pesquisas eletrônicas na base de dados do

Missouri Botanical Garden (W3 TROPICOS, 2006) e NYBG (THE NEW YORK

BOTANICAL GARDEN, 2006). No caso das consultas virtuais, as exsicatas não foram

examinadas pessoalmente, mas são aqui documentadas por considerá-las registros importantes

de novas ocorrências, sendo a fonte especificada no texto. O habitat e a ocorrência no PNRJ

foram obtidos através de levantamentos, coletas e observações em campo.

3.3.4 MATERIAIS EXAMINADOS

Nos materiais examinados a citação seguiu o padrão: País, Estado: Cidade,

localidade, data, coletor, número de coletor e, entre parênteses, a sigla do herbário depositário.

Enquanto, no material examinado foi destacada a Cidade, no adicional salientou-se o Estado.

Tanto no material examinado, quanto no adicional os dados geográficos (País, Estado e

Cidade) foram ordenados em seqüência norte-sul/leste-oeste. Na existência de três ou mais

coletores citou-se apenas um seguido da expressão et al. Quando não encontrados dados como

data e/ou nº de coletor, utilizou-se, respectivamente, as abreviaturas s/d e s/nº, neste último

incluindo-se então o número de registro do herbário. Esclarecendo que o material adicional

foi aqui utilizado com o intuito de acrescentar subsídios para a identificação dos exemplares.

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43

4. REGISTROS POR LAGOAS

Para cada lagoa estudada são apresentadas suas características físicas e químicas,

levantadas em bibliografias específicas, como Panosso et al. (1998), SEMADS (2001) e

Enrich-Prast et al. (2004), juntamente com os resultados encontrados e comentários, seguidos

das listas de ocorrências e fotos.

5. SOBRE AS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As referências bibliográficas foram organizadas em ordem alfabética de autores

seguida da ordem numérica crescente de datas. Foram estruturadas segundo critérios da

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2002), com exceção do

posicionamento do ano de publicação, da utilização do & e da citação do local de publicação

dos periódicos.

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44

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. HIDRÓFITAS VASCULARES

Foram registradas, entre cerca de 550 espécimes examinados, 100 espécies,

subordinadas a 70 gêneros distribuídos em 39 famílias (Tab. 1). As famílias mais

representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com 22 espécies, POACEAE com

nove espécies, FABACEAE e RUBIACEAE com seis espécies cada e LENTIBULARIACEAE com

cinco espécies (Fig. 4). A família mais representativa, em número de gênero, foi

CYPERACEAE com nove gêneros. Em relação aos gêneros destacam-se Eleocharis e

Utricularia, com nove e cinco espécies, respectivamente (Tab.1 do anexo).

Com exceção das epífitas, todas as formas biológicas foram registradas, sendo 54%

anfíbias, 24% emergentes, 6% flutuantes fixas, 5% flutuantes livres, 7% submersas fixas e 4%

submersas livres (Tab. 1; Fig. 5).

Araújo et al. (2001) inventariaram 12 famílias e 13 espécies de hidrófitas em área de

inundação permanente, número em muito ultrapassado com os atuais resultados; estes

também registraram como famílias exclusivas de áreas de inundação temporária

DROSERACEAE, LENTIBULARIACEAE, CYPERACEAE, POACEAE, ERIOCAULACEAE e

XYRIDACEAE, aqui todas registradas em áreas de inundação permanente (lagoas).

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1

Tabela 1. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com suas respectivas formas biológicas e lagoas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; X = plantas coletadas, V = plantas visualizadas, S = plantas estéreis; = novas ocorrências.

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

ALISMATACEAE Sagittaria lancifolia L. E X X

APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A X X X X X X

ARACEAE Lemna aequinoctialis Welw. FL X X

ARALIACEAE Hydrocotyle ranunculoides L. f. A X

ARALIACEAE Hydrocotyle verticillata Thunb. A X X

ASTERACEAE Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob. A X X

ASTERACEAE Eclipta prostrata (L.) L. A X X

ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A X X X X X

ASTERACEAE Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera A X

BLECHNACEAE Blechnum serrulatum Rich. A X X X

BURMANNIACEAE Burmannia capitata (Walter ex J.F. Gmel.) Mart. A X X

CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum demersum L. SL X X X

CYPERACEAE Cladium jamaicense Crantz E; A X

CYPERACEAE Cyperus articulatus L. E X

CYPERACEAE Cyperus giganteus Vahl E X

CYPERACEAE Cyperus haspan L. A X

CYPERACEAE Cyperus ligularis L. A X X X CYPERACEAE Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. E X X

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2

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

CYPERACEAE Eleocharis elongata Chapm. E X X

CYPERACEAE Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr. E X X

CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A X X X X X X X X V

CYPERACEAE Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult. E X

CYPERACEAE Eleocharis minima Kunth SF X

CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E X X X X

CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth E; A X X X

CYPERACEAE Fuirena robusta Kunth E; A X X

CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A X X X X

CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A X X X X X X

CYPERACEAE Rhynchospora corymbosa (L.) Britton A X X

CYPERACEAE Rhynchospora hirta (Nees) Boeck. A X

CYPERACEAE Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter A X X

CYPERACEAE Rhynchospora tenuis Willd. ex Link A X X X

CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E X X X X

CYPERACEAE Scleria soronia (Nees) Kunth A X

DROSERACEAE Drosera intermedia Dreves & Hayne A X X

ERIOCAULACEAE Leiothrix rufula (A. St.-Hil.) Ruhland A X X

ERIOCAULACEAE Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. A X X X X EUPHORBIACEAE Argythamnia heteropetala (Didr.) Kuntze A X

...continuação Tabela 1

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3

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

FABACEAE Aeschynomene evenia C. Wright ex Sauvalle E; A X

FABACEAE Aeschynomene fluminensis Vell. E; A X

FABACEAE Aeschynomene sensitiva Sw. E; A X

FABACEAE Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. A X X

FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A X X X X X

FABACEAE Sesbania exasperata Kunth A X X

GENTIANACEAE Irlbachia purpurascens (Aubl.) Maas A X

GENTIANACEAE Schultesia guianensis var. latifolia (Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella A X X X X

HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A X X X X X

HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth SF X X

HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF X X X X

JUNCAGINACEAE Triglochin striata Ruiz & Pav. A X

LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A X X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia foliosa L. SL X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL; X X X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb. SL X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia poconensis Fromm-Trinta SL X LINDERNIACEAE Lindernia rotundifolia (L.) Alston A X X

LINDERNIACEAE Torenia thouarsii (Cham. & Schltdl.) Kuntze A X X

... continuação Tabela 1

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4

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

LYCOPODIACEAE Lycopodiella alopecuroides var. integerrima

(Spring) B. Ollgaard & P.G. Windisch A X

MAYACACEAE Mayaca fluviatilis Aubl. SF; E X X

MELASTOMATACEAE Tibouchina urceolaris (Schr. & Mart. ex DC.) Cogn. A X X X

MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF X X X X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. FF X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF X X X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea rudgeana G. Mey. FF X X

OCHNACEAE Sauvagesia erecta L. A X X

ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A X X X X X X

ONAGRACEAE Ludwigia longifolia (DC.) H. Hara A X

ONAGRACEAE Ludwigia octovalvis (Jacq.) P. H. Raven A X X

PLANTAGINACEAE Achetaria ocymoides (Cham. & Schltdl.) Wettst. A X X

PLANTAGINACEAE Bacopa lanigera (Cham. & Schltdl.) Wettst. A V

PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A V X X X X X X X

POACEAE Digitaria aequiglumis (Hack. & Arechav.) Parodi A X

POACEAE Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv. E X POACEAE Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult. E X

POACEAE Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees A X

... continuação Tabela 1

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5

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

POACEAE Leersia hexandra S w. E X X

POACEAE Panicum parvifolium Lam. A X X X

POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf E X X X

POACEAE Paspalum pumilum Nees A X

POACEAE Paspalum vaginatum Sw. A X

POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray A X X X X

POLYGONACEAE Polygonum acuminatum Kunth FF; E X

PONTEDERIACEAE Eichhornia azurea (Sw.) Kunth FF X

POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong SF; FF X X X

POTAMOGETONACEAE Potamogeton montevidensis A. Benn. SF; FF X

PTERIDACEAE Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. A X X X

PTERIDACEAE Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron. FL X

PTERIDACEAE Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. E V X X

RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. A X X X X

RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A X X X X X X

RUBIACEAE Diodia gymnocephala (DC.) K. Schum. A X

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f.

ex A. B. Jacks. A X X X X X X

RUBIACEAE Pentodon pentandrus (Schumach. & Thonn.) Vatke A X X X

RUBIACEAE Perama hirsuta Aubl. A X

... continuação Tabela 1

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6

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

RUPPIACEAE Ruppia maritima L. SF X X X X

SALVINIACEAE Azolla caroliniana Willd. FL X

SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL X XS V S S S X

THELYPTERIDACEAE Thelypteris interrupta (Willd.) K. Iwats. A X

TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E V V X X V V X X

XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. A X X X X

TOTAL DE ESPÉCIES 100 57 45 47 02 45 20 07 00 02 24 16

... continuação Tabela 1

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51

Figura 4. Número de espécies nas famílias mais representativas de hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Figura 5. Formas biológicas registradas entre as hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

52

22

96 6 5

0

10

20

30

40

50

60

Outras

Cypera

ceae

Poacea

e

Fabace

ae

Rubiac

eae

Lentib

ularia

ceae

nº d

e es

péci

es

54%

24%

6%4%7%5%

Anfíbia

Emergente

Flutuante Fixa

Flutuante Livre

Submersa Fixa

Submersa Livre

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52

2. HIDRÓFITAS ESTRITAS

Dentre as hidrófitas vasculares foram registradas 46 espécies estritamente aquáticas,

subordinadas a 25 gêneros distribuídos em 18 famílias (Tab. 2 do anexo). As famílias mais

representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com 14 espécies,

LENTIBULARIACEAE com cinco espécies, POACEAE com quatro espécies e FABACEAE e

NYMPHAEACEAE com três espécies cada (Fig. 6). A categoria emergente é a forma biológica

mais representativa, em número de espécies, entre as estritamente aquáticas nas lagoas do

Parque, com exceção da lagoa Piripiri. Eleocharis geniculata foi a que apresentou maior

distribuição no PNRJ, ocorrendo em nove das 12 lagoas, Typha domingensis em oito e

Nymphoides indica em seis lagoas.

Em relação ao potencial econômico 80,4% das estritamente aquáticas apresentaram

algum tipo de utilização. Das 46 espécies, 54,4% possuem valor ornamental, 34,8% são

utilizadas como forrageiras, 21,7% alimentícias, 19,6% medicinais, 13% apícolas, 10,9%

produtoras de matéria prima para artesanato e construções leves, 6,5% despoluidoras de água

e fornecedoras de cortiça, 4,4% têxtil, produtoras de biomassas e biogás, 2,2% fornecedoras

de celulose, de essências para perfumaria, utilizadas como substrato alternativo ao cultivo de

plantas e no controle de insetos. Referindo-se à distribuição, 21,7% foram consideradas

cosmopolitas, 32,6% de ampla distribuição (países das Américas e outros continentes), 30,5%

nas Américas, 8,7% da América Central e Sul e 6,5% somente na América do Sul. Não foi

encontrado nenhum endemismo, nem para região nem para o Estado do Rio de Janeiro.

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Figura 6. Número de espécies por família das hidrófitas vasculares estritamente aquáticas encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

2.1 CHAVES DE IDENTIFICAÇÃO

2.1.1 PTERIDOPHYTA

1 - Ervas com folhas grandes, com cerca de 8 a 60 cm de comprimento, de ovais a deltóides,

de partidas a multipartidas ................................................................................... Ceratopteris

2 – Ervas jovens flutuantes livres, adultas flutuantes livres ou fixas; folhas vegetativas

com pecíolo inflado ..................................................................................... C. pteridoides

2’ – Ervas emergentes; folhas vegetativas sem pecíolo inflado ................... C. thalictroides

17

14

54

3 3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Outras

Cypera

ceae

Lentib

ularia

ceae

Poacea

e

Fabace

ae

Nymph

aeacea

e

nº d

e es

péci

es

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1’ - Ervas com folhas pequenas, com cerca de 0,05 a 2,4 cm de comprimento, de circulares,

obovadas a elíptica, bilobadas ou inteiras

3 – Folhas heteromorfas; 2 folhas vegetativas flutuantes de até 2,4 cm de comprimento, de

obovadas a elípticas, pilosas, tricomas divididos e unidos no ápice em forma de “pá de

batedeira”; 1 folha reprodutiva submersa pedicelada modificada em raiz ........................

................................................................................................................... Salvinia biloba

3’ – Folhas isomorfas flutuantes com cerca de 0,5 mm de comprimento, de circular a

obovada, bilobadas, glabras ................................................................. Azolla caroliniana

2.1.2 ANGIOSPERMAE

1 – Presença de utrículos........................................................................................... Utricularia

2 - Corola violácea ou alva

3 - Corola violácea; escapos conspícuos; pedicelos simples .....................U. poconensis

3’ - Corola alva; escapo inconspícuo; pedicelos verticilados ....................... U. olivacea

2’ – Corola amarela

4 - Ervas paludosas fixas; bractéolas presentes ......................................... U. erectiflora

4’ - Ervas submersas livres ou fixas; bractéolas ausentes

5 - Pedicelos eretos na flor e fruto; lábio superior da corola tão grande quanto o

inferior, de simples a trilobado ................................................................. U. gibba

5’ - Pedicelos eretos na flor e reflexos no fruto; lábio superior da corola menor que

o inferior, levemente bilobado .............................................................. U. foliosa

1’ – Ausência de utrículos

6 – Folhas reduzidas ou sem lâmina foliar

7 - Folhas reduzidas a frondes de até 5 mm de comprimento e 3 mm de largura ........

................................................................................................... Lemna aequinoctialis

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7’ - Folhas sem lâmina foliar, apresentando somente bainha

8 – Inflorescências ou ‘inflorescências’ de assimilação anteliformes com raios de

tamanhos irregulares

9 - Inflorescências pseudolaterais; glumas espiraladas ........................................

.............................................................................. Schoenoplectus californicus

9’ - Inflorescências ou inflorescências de assimilação terminais; glumas

dístico-imbricadas ............................................................................... Cyperus

10 – Inflorescências pendentes ............................................... C. articulatus

10’ - Inflorescências ou ‘inflorescências’ de assimilação eretas ...................

............................................................................................. C. giganteus

8’ - Inflorescências em espigas eretas ou escandentes ............................ Eleocharis

11 – Espigas de elipsóides, ovóides a globosas

12 - Colmos capilares, inconspicuamente quadrangulares; glumas

dísticas; aquênios trígonos ................................................... E. minima

12’ - Colmos de cilíndricos a achatados; glumas espiraladas; aquênios

lenticulares

13 - Bainha superior com apêndice hialino no ápice ......................

............................................................................. E. sellowiana

13’ - Bainha superior sem apêndice hialino no ápice .....................

...................................................................... E. GENICULATA

11’ - Espigas cilíndricas

14 - Colmos triangulares

15 - Colmos de faces convexas; gluma inferior fértil; aquênios

com colo no ápice onde se insere a base do estilete .....................

............................................................................... E. acutangula

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15’ - Colmos de faces côncavas; gluma inferior estéril; aquênios

com espessamento no ápice onde se insere a base do estilete .....

...................................................................................... E. mutata

14’ - Colmos cilíndricos

16 - Colmos com septos transversais irregulares e pouco evidentes, de lisos a longitudinalmente

estriados; aquênios trígonos ..................................................................... E. elongata

16’ - Colmos com septos transversais regulares e evidentes; aquênios lenticulares

17 - Colmos com feixe vascular contínuo no centro de um grande canal de ar; 1 gluma

inferior .......... E. equisetoides

17’ - Colmos sem feixe vascular contínuo no centro de um

grande canal de ar; 2 glumas inferiores ....... E. interstincta

6’ – Folhas presentes

18 – Planta com folhas heteromorfas - submersas, flutuantes e/ou emergente ................

................................................................................................................. Potamogeton

19 - Folhas submersas elípticas, obovadas a lanceoladas; espigas com (2-) 3-4

flores por verticilo .......................................................................... P. illinoensis

19’ - Folhas submersas lineares a linear-lanceoladas; espigas com 2 flores por

verticilo .................................................................................... P. montevidensis

18’ – Planta com folhas não heteromorfas

20 – Folhas sésseis

21 - Folhas dicotômicas ....................................... Ceratophyllum demersum

21’ – Folhas não dicotômicas

22 – Ausência de bainha; flores solitárias ............... Mayaca fluviatilis

22’ – Presença de bainha; flores em inflorescências

23 – Bainha fechada

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24 - Colmos subcilíndricos; lígula ausente; lâmina foliar

lanceolada com ca. de 1 m de comp. e margens muito

escabras, cortantes .......................... Cladium jamaicense

24’ - Colmos pentangulares; lígula presente; lâmina foliar

lanceolada de até 15 cm de comp. e margens de lisas a

levemente escabras ............................................. Fuirena

25 – Bainha glabra; flores com 6 peças vestigiais

dispostas em 2 verticilos, 3 externas lineares, 3

internas oval-lanceoladas, engrossadas na

maturidade, ápice mucronado ................ F. robusta

25’ – Bainha pilosa quando jovem; flores com 3

peças vestigiais, de oblongas a obovadas, ápice

emarginado e aristado ........................ F. umbellata

23’ – Bainha aberta

26 - Folhas de margens denteadas ............................ Najas

27 - Dentes presentes nos entrenós, bainha, margem e

nervura central da lâmina foliar ................ N. marina

27’ - Dentes presentes somente na bainha e margem da

lâmina foliar, ausentes na nervura central ..................

.................................................................... N. arguta

26’ – Folhas de margens não denteadas

28 – Inflorescência em espiga

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29 - Inflorescências em espigas reduzidas de

até duas flores; plantas delicadas com folhas

lineares exclusivamente submersas ................

............................................ Ruppia maritima

29’ - Inflorescências em espigas não reduzidas

multifloras; plantas robustas com folhas

lineares emergentes ........ Typha domingensis

28’ – Inflorescência em outros tipos

30 – Ausência de lígula ................ Echinochloa

31 - Inflorescências lanceoladas de

castanhas a vináceas; espiguetas com

até 5 mm de comp.; arista da lema

inferior com até 8 mm de comp. ...........

........................................... E. crus-galli

31’ - Inflorescências lineares verde–

pálidas; espiguetas com até 3 mm de

comp.; arista da lema inferior com até

5,5 mm de comp. ......... E. crus-pavonis

30’ – Presença de lígula

32 – Lígulas glabras; espiguetas

unifloras; antécio bissexual; 6 estames;

glumas ausentes ou reduzidas ...............

..................................... Leersia hexandra

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32’ - Lígulas pilosas; espiguetas bifloras

acrótonas; antécio superior bissexual e

inferior unissexual estaminado; 3

estames; glumas presentes ....................

........................ Paspalidium geminatum

20’- Folhas pecioladas

33 – Folhas compostas; frutos lomentosos com artículos ........ Aeschynomene

34 – Folíolos com nervura principal excêntrica ............... A. fluminensis

34’ - Folíolos com nervura principal central

35 - Frutos com cerca de12 artículos castanhos, de textura rugosa,

margem superior quase inteira e inferior pouco crenada .............

...................................................................................... A. evenia

35’ - Frutos com cerca de 8 artículos enegrecidos, de textura lisa a

levemente rugosa, margem superior inteira e inferior pouco

crenada ...................................................................... A. sensitiva

33’ - Folhas simples; frutos sem estas características

36 - Folhas de base profundamente cordada

37 - Presença de granulações evidentes na face abaxial da folha,

flores com 5 pétalas fimbriadas ....................... Nymphoides indica

37’ - Ausência de granulações evidentes na face abaxial da folha,

flores com muito mais de 5 pétalas lisas ....................... Nymphaea

38 - Apêndices carpelares triangulares; transição estame -

pétala abrupta; antese diurna .................................. N. ampla

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38 - Apêndices carpelares claviformes; transição estame -

pétala gradual; antese noturna

39 - Presença de um anel de tricomas no ápice do

pecíolo .................................................... N. amazonum

39’ - Ausência desta característica .............. N. rudgeana

36’ - Folhas sem esta característica

40 - Presença de ócreas ........................... Polygonum acuminatum

40’ – Ausência de ócreas

41 – Flores em espigas com 6 tépalas desiguais roxo-

azuladas, pilosas de margem fimbriadas; tépala mediana

com a base roxa-escura e guia de néctar amarelo; lâminas

foliares de obovadas a orbiculares ....... Eichhornia azurea

41’- Flores em panículas; 3 sépalas verdes, 3 pétalas

brancas; laminas foliares lanceoladas .................................

............................................................Sagittaria lancifolia

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2.2 ESPÉCIES

PTERIDOPHYTA

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2.2.1 PTERIDACEAE

Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron.

Samambaia-do-brejo (Figs 7-8)

Hieronymus, Botanische Jahrbücher für Systematik, Pflanzengeschichte und

Pflanzengeographie 34(5): 561. 1905.

Parkeria pteridoides Hook., Exotic flora 2: 147, pl. 147. 1825.

Etimologia: Ceratopteris = keras + pteris = (grego) pteridófita, samambaia + chifres, devido

à forma da folha reprodutiva; pteridoides = pteris + doides = (grego) pteridófita, samambaia +

(latim) forma = semelhante à Pteris – gênero de Pteridophyta.

Descrição: ervas flutuantes livres, podendo ou não se fixarem quando adultas. Folhas

heteromorfas, sendo as folhas vegetativas com pecíolos inflados, simples ou 3-lobadas, ovais,

folhas reprodutivas de ovais a deltóides, lâmina estreita e multipartida, muito maiores que as

anteriores, podendo chegar até 40 cm de comprimento. Esporângios protegidos pela margem

revoluta da folha.

Comentários: planta com folhas muito polimórficas. Segundo Moran (1995), a taxonomia

das espécies é difícil devido à variabilidade e hibridização entre elas; esta família carece de

indúsios verdadeiros; o gênero – Ceratopteris - é utilizado freqüentemente em pesquisas

genéticas por ter um ciclo de vida curto (3 meses) e crescer facilmente em laboratório.

Potencial econômico: ornamental, muito utilizada em aquários e em tanques de criação de

peixes ovovivíparos proporcionando sombreamento e refúgio para alevinos (NOTARE,

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1992); em certas ilhas do Pacífico as folhas são utilizadas na alimentação, como verduras,

pela população local (JOLY, 1985), que segundo Albuquerque (1981), apresenta 11,3% de

proteína.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos), América Central,

Antilhas e América do Sul (Colômbia,Venezuela, Guiana, Equador, Brasil, Peru, Bolívia,

Paraguai e Argentina). No Brasil: Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

e Rio de Janeiro (LLOYD, 1974; VELÁSQUEZ, 1994; MORAN & YATSKIEVYCH, 1995;

POTT & POTT, 2000). No Parque foi encontrada somente em um recanto da Lagoa Preta.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 500 (R).

Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn.

Samambaia-do-brejo (Figs 9-10)

Brongniart, Bulletin des Sciences, par la Société Philomatique de Paris, sér. 3, 8:186. 1821.

Acrostichum thalictroides L. Species Plantarum 2: 1070. 1753.

Etimologia: Ceratopteris = keras + pteris = (grego) pteridófita + chifres, devido à forma da

folha reprodutiva; thalictroides = semelhante a Thalictrum - gênero da família

RANUNCULACEAE.

Descrição: ervas emergentes. Folhas heteromorfas, sendo as folhas vegetativas ovais, de

partidas a bipartidas, folhas reprodutivas de ovais a deltóides, lâmina estreita e multipartida,

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muito maiores que as anteriores, podendo chegar até 60 cm de comprimento. Esporângios

protegidos pela margem revoluta da folha.

Comentários: idem C. pteridoides.

Potencial econômico: ornamental, muito utilizada em aquários (NOTARE, 1992); também

utilizada na alimentação nas ilhas do Pacífico (JOLY, 1985).

Distribuição geográfica e habitat: regiões tropicais e subtropicais do mundo; ilhas do

Pacífico e Índico. No Brasil: do Amazonas a São Paulo (LLOYD, 1974; JUNK & PIEDADE,

1993; VELÁSQUEZ, 1994; MORAN & YATSKIEVYCH, 1995; POTT & POTT, 2000). No

Parque foi coletada em brejos e nas lagoas Paulista e de Carapebus, e visualizada na de

Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1379 (R); Idem, ibidem, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 381 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1278 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 388 (R).

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7

8

9 10 Figuras 7-10. Ceratopteris; 7-8. C. pteridoides (J. Paz et al. 500); 7. indivíduo adulto com folhas reprodutivas (férteis); 8. indivíduo jovem com folhas vegetativas (estéreis); 9-10. C. thalictroides (C. P. Bove et al. 1278); 9. indivíduo adulto com folhas reprodutivas (férteis); 10. indivíduo jovem com folhas vegetativas (estéreis).

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2.2.1 SALVINIACEAE

Azolla caroliniana Willd.

Azola; Murerê-rendado (Fig. 11)

Willdenow, Species Plantarum 5(1): 541. 1810.

Etimologia: Azolla = azo + ollyo = (grego) secar + matar, que não resiste a desidratação;

caroliniana = relativo ao local (Carolina, EUA).

Descrição: ervas pequenas flutuantes livres; rizomas curtos, delgados e ramificados

dicotomicamente, com raízes verdadeiras. Folhas de filotaxia dística, sésseis, de verde a

vermelho-amarronzada, com cerca de 0,5 mm de comprimento, de circular a obovada,

bilobadas, cobrindo totalmente as ramificações. Esporocarpos não observados.

Comentários: segundo Kissmann (1997), as azolas são plantas muito antigas, havendo sido

encontrados fósseis de 25 espécies hoje extintas. É comum serem coletados indivíduos

estéreis, o que torna a identificação mais complicada. Os caracteres diferenciais entre as

espécies são microscópicos e se baseiam fundamentalmente na estrutura dos gloquídeos

(ALONSO, 1997). Segundo Alonso (1997), os esporângios nascem em soros axilares

pareados cobertos por indúsios. Com o passar do tempo sua coloração vai modificando de

verde para vermelho-amarronzada, mas Kissmann (1997) afirma que esta diferença na

coloração está associada à qualidade da água, sendo que em água pobre em nutrientes a

coloração tende a ser avermelhada. Possui uma grande propagação vegetativa através de

fragmentos que se destacam e originam novos indivíduos. È intolerante à salinidade

(STUTZENBAKER, 1999), mas em condições favoráveis seu crescimento é muito rápido,

sendo que uma colônia dobra seu volume entre 3 a 7 dias. Quando infestantes podem causar

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diversos problemas, como o impedimento da penetração de luz, assim perturbando o

ecossistema aquático.

Potencial econômico: ornamental, mas com necessidade de manejo periódico. Apresenta um

alto potencial despoluidor, sendo capaz de retirar grande quantidade de metais pesados do

meio aquático (KISSMANN, 1997). A folha seca, com aroma almiscarado, é usada como

afrodisíaca (CORRÊA, 1974; ALONSO, 1997). É uma excelente fonte de nitrogênio, o qual é

fixado graças à simbiose com a cianobactéria Anabaena azollae, localizada no interior dos

folíolos. Portanto é utilizada como adubo em cultivos de arroz, desta forma evitando o uso de

fertilizantes nitrogenados (MORAN, 1995). Sua utilização para tais fins não é recente, pois é

conhecida no Vietnã desde o século XI e na China desde de a dinastia Ming (KISSMANN,

1997). Ao final do século XIX descobriu-se que a azola, ao cobrir superfícies, sufocava as

larvas de mosquitos e impediam o deposito dos ovos por parte dos adultos, assim

contribuindo para o controle destes insetos (ALONSO, 1997).

Distribuição geográfica e habitat: introduzida na Europa, atualmente cosmopolita. Nativa na

América do Norte (Canadá, Estados Unidos, México), América Central, Antilhas e América

do Sul (Colômbia, Venezuela, Guianas, Brasil, Peru, Bolívia, Argentina e Uruguai). No

Brasil: Pará, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

(MORAN 1995; SEHNEM 1979; POTT & POTT, 2000). No entanto, Tryon & Stolze (1994)

citam esta espécie como introduzida na Europa e América do Sul. Ocorre em locais de águas

lênticas e estagnadas. No PNRJ foi registrada em canaletas de drenagem, brejos e na Lagoa

Pires.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 490 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1388 (R); Idem, ibidem, 30/VIII/2007, J. Paz et al. 369 (R).

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Salvinia biloba Raddi

Lixo-de-piaçoca; Orelha-de-onça (Figs 12-16)

Raddi, Plantarum Brasiliensium Nova Genera 1,1: 4, t.1. f. 4. 1825.

Etimologia: Salvinia = nome em homenagem ao professor, de Florência – Itália, Antônio

Maria Salvini (1633-1729); biloba = (latim) dois lobos, relativo à folha.

Descrição: ervas flutuantes livres. Folhas heteromorfas de filotaxia verticilada, 3 por

verticilo, 2 são folhas vegetativas flutuantes verdes, de até 2,4 cm de comprimento, de

obovadas a elípticas, pilosas, tricomas divididos e unidos no ápice em forma de “pá de

batedeira”; 1 folha reprodutiva submersa, curto pedicelada, sem clorofila, finamente dividida

semelhante a raízes (rizófilo). Esporocarpos globosos de 2 – 3 mm, pedunculados, alguns

levemente apiculados, dispostos ao longo de um extenso eixo ramificado.

Comentários: O nome popular Lixo-de-piaçoca é devido à ave aquática chamada de piaçoca,

também conhecida como cafezinho ou jaçanã, que se alimenta de organismos encontrados

entre essas ervas. Indivíduos estéreis são de difícil identificação, materiais sem esporocarpos

foram determinados apenas como Salvinia sp., contudo pode-se afirmar que todos os

exemplares coletados pertencem ao “complexo auriculata”. Este caracterizado principalmente

por apresentar tricomas em forma de “pá de batedeira”, que, segundo Amaral & Bittrich

(2002), às tornam altamente repelentes à água e auxiliam na flutuação. Não possuem raízes

verdadeiras, apresentam três folhas, sendo duas flutuantes e uma submersa modificada, muito

dividida assemelhando-se a raízes. Em condições favoráveis pode duplicar a área coberta em

apenas uma semana formando uma enorme massa vegetativa. Assim transformam-se em um

verdadeiro transtorno em vias navegáveis e hidroelétricas, além de prejudicarem plantas

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submersas e organismos aquáticos através da decomposição, que esgota o oxigênio dissolvido

na água, e do sombreamento, que impede tanto o arejamento quanto a penetração de luz

(KISSMANN, 1997).

Potencial econômico: empregada na ornamentação de lagos, mas com necessidade de manejo

periódico. Serve como cobertura morta para hortas e pomares (POTT & POTT, 2000) e

também pode ser aproveitada como principal componente de substratos alternativos para

plantas ornamentais, como bromélias, em substituição ao xaxim (PAULA et al., 2003).

Segundo Albuquerque (1981), contém 12% de proteína. Utilizada medicinalmente

(CORRÊA, 1974).

Distribuição geográfica e habitat: América do Sul (Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e

Uruguai). No Brasil: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São

Paulo1 (FORNO, 1983; KISSMANN, 1997; POTT & POTT, 2000). Ocorre em canais, brejos

e lagoas. No Parque foi encontrada nos alagados e nas lagoas Preta, Comprida e de

Jurubatiba. No caso, Salvinia sp. foi registrada nas lagoas Pires, Amarra-boi, Paulista e

Comprida e visualizada na de Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 508 (R); Idem, restinga alagada, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1625 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1590 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1254 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1601 (R). Salvinia sp. - BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, s/d, V. L. C. Martins et al. 576 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1525 (R); Idem, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1563 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1239 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1283 (R).

1 NYBG

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Foto: M. Machado

13

Figuras 11-16. Azolla e Salvinia; 11. Azolla caroliniana junto com Lemna aequinoctialis, hábito (C. P. Bove et al. 1388); 12-16. Salvinia biloba; 12. braço da Lagoa de Jurubatiba tomado por Salvinia; 13. hábito; 14. detalhe dos esporocarpos; 15. folhas com os tricomas em evidência; 16. folhas repelindo gotas d’água.

14

15 Foto

: M. M

acha

do

16

11 12

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ANGIOSPERMAE

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2.2.3 ALISMATACEAE

Sagittaria lancifolia L.

(Figs 17-20)

Linnaeus, Systema Naturae, Editio Decima 2: 1270. 1759.

Etimologia: Sagittaria = sagitta = (latim) flecha, dado à forma da folha, característica

marcante na espécie tipo, assim dando nome ao gênero; lancifolia = lanci (lanceolata) + folia

= (latim) folhas lanceoladas, relativo à folha em forma de lança.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, com até 3 m de altura. Folhas pecioladas, de até 1,5

m de comprimento, lâminas de lineares a lanceolado-elípticas, margens inteiras, base

atenuada ou pouco decurrente, ápice agudo. Inflorescências paniculadas, escapo floral

robusto. Flores unissexuais, pediceladas, 3 sépalas verdes, 3 pétalas brancas; flores

estaminadas localizadas na porção superior da inflorescência, com numerosos estames de

filamentos pubescentes, verticilo de carpelos estéreis ausentes; flores pistiladas localizadas na

porção inferior da inflorescência, com muitos carpelos livres e estilete terminal, verticilo de

estames estéreis ausentes. Frutos múltiplos, frutículos aquênios, alados, glandulosos.

Comentários: alguns autores consideram duas subespécies, S. lancifolia ssp. lancifolia L. e S.

lancifolia ssp. media (Micheli) Bogin, diferenciadas pelas brácteas e sépalas, a primeira com

marcas transversais, e a segunda com papilas. A subespécie encontrada no Parque é a típica.

A abertura das flores ocorre ao longo de muitos dias, como a seqüência de abertura destas é

sempre de baixo para cima, as primeiras a se abrirem são as flores femininas (na parte inferior

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da inflorescência), seguida das masculinas (na parte superior da inflorescência). Assim, o

pólen de um indivíduo nunca atinge suas próprias flores femininas, favorecendo a troca de

pólen entre plantas distintas.

Potencial econômico: muito ornamental para lagos em ambientes abertos.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (sudeste dos Estados Unidos, e

México), América Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil: Amazonas, Amapá, Pará,

Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul (RATAJ, 1978; ALMEIDA-REGO, 1988;

HAYNES & HOLM-NIELSEN, 1994; VELÁSQUEZ, 1994; NOVELO, 2003). Ocorre em

recantos mais protegidos de áreas alagadas. No PNRJ foi coletada no Canal Macaé-Campos,

brejos e lagoas Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Canal Macaé-Campos (PNRJ), 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1556 (R); Idem, Lagoa Paulista, 31/VIII/2005, J. Paz et al. 466 (R); Idem, alagado, 13/IX/2000, I. M. da Silva et al. 725 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1309 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1607 (R); Idem, ibidem, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 486 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1597 (R); Idem, alagado, 18/X/1995, I. M. da Silva et al., 245 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, M. B. Casari & D. Araújo 978, 979 (GUA); Idem, ibidem, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 128, 129 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Maricá, alagado temporário, 22/XI/1998, C. P. Bove & W. Costa 338, 339 (R); Idem, ibidem, 03/XI/2000, R. Anjos et al. 37 (R).

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17

Figuras 17-20. Sagittaria lancifolia (C. P. Bove et al. 1597; M. Casari & D. Araújo 978); 17. hábito; 18. flor estaminada; 19. flor pistilada; 20. frutículo.

18

19

1 m

m

20

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2.2.4 ARACEAE

Lemna aequinoctialis Welw.

Lentilha-d’água (Figs 21-23)

Welwitsch, Apontamentos Phytogeographicos 578. 1858.

Etimologia: Lemna = limne = (grego) antigo nome grego que significa lago; aequinoctialis =

(latim) equinócio, em referência à linha do equador.

Descrição: ervas monóicas, pequenas, flutuantes livres na superfície; apresentando apenas

uma raiz por fronde, esta com a base envolta por uma membrana cilíndrica pouco alada.

Folhas reduzidas a frondes verdes com até 5 mm de comprimento e 3 mm de largura,

assimétricas, de subovadas a sublanceoladas, margem inteira, com 2-3 papilas na superfície

dorsal, 3-nervadas. Flores não observadas. Frutos não observados.

Comentários: segundo bibliografia, é monóica, possui flores unissexuais com cerca de 0,5

mm de diâmetro; fruto deiscente exserto com 1 semente de cor castanha. Esta subfamília,

LEMNOIDEAE, compõe-se das menores angiospermas conhecidas. São plantas diminutas, sem

diferenciação de caule e reduzidas a um pequeno corpo talóide, por isso chamado de fronde.

A propagação é na maioria das vezes vegetativa, a partir do tecido meristemático, onde a

fronde-mãe dá origem a frondes-filhas, e assim sucessivamente (POTT & CERVI, 1999).

Potencial econômico: segundo Pott & Pott (2000), além de ornamental, esta planta é eficiente

na despoluição de águas, usada em pesquisas de contaminação tóxica. É indicadora de água

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eutrofizada, além de possuir um excelente potencial como fonte de proteínas para alimento

humano (VELÁSQUEZ, 1994).

Distribuição geográfica e habitat: possui uma distribuição cosmopolita, Europa, África,

Ásia, América do Norte e do Sul, (LANDOLT, 1986; POTT & POTT, 2000). Ocorre por todo

o Brasil, nos locais mais protegidos dos ambientes lênticos e principalmente em áreas com

influência antrópica, assim como em canais e canaletas de drenagem. No PNRJ foi encontrada

na Lagoa Pires, em um alagado permanente nas proximidades e na Lagoa de Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1554 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1387 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 13/IX/2005, C. P. Bove et al.1611 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, PARÁ: São João do Araguaia, canaleta, 14/VII/2005, C. P. Bove et al. 1507 (R); MINAS GERAIS: Pirapora, brejo temporário, 20/I/2005, C. P. Bove & W. Costa 1465 (R); RIO DE JANEIRO: Bacaxá, brejo temporário, 07/X/2000, C. P. Bove 740 (R); Idem, São João da Barra, alagado temporário, 23/XI/2000, C. P. Bove et al. 784 (R); Idem, Cabo Frio, Ilha de Cabo Frio, 27/XI/2003, R. Alves 7204 (R); Idem, Iguaba Grande, canaleta, 23/XI/2000, C. P. Bove et al. 792 (R); Idem, Três Rios, Rio Paraíba do Sul, 26/IX/2003, C. P. Bove et al. 1177 (R); Idem, Rio de Janeiro, Ilha do Fundão, lago, 20/VI/2004, M. Vianna 171 (R); Idem, Parati, praia da Jabaquara, alagado, 22/VI/2003, C. P. Bove et al. 1127 (R).

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77

1 mm

23

Figuras 21-23. Lemna aequinoctialis (C. P. Bove & J. Paz 1554); 21. hábito; 22. detalhe; 23. detalhe indivíduo.

21

22

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2.2.5 CERATOPHYLLACEAE

Ceratophyllum demersum L.

Rabo-de-raposa; Pinheirinho-d’água; Candelabro-d’água (Figs 24-30)

Linnaeus, Species Plantarum 2: 992. 1753.

Ceratophyllum apiculatum Cham., Linneae 4: 504. 1829.

Etimologia: Ceratophyllum = Cerato + phyllum = (grego) folha em forma de chifre;

demersum = (latim) submerso.

Descrição: ervas monóicas, submersas livres, podendo estar frouxamente aderidas ao

substrato por rizóides (não possuem raízes verdadeiras); ramos geralmente robustos, firmes e

quebradiços. Folhas de filotaxia verticilada, densamente agrupadas, com entrenós terminais

mais curtos, de cor verde-oliva a avermelhadas, sésseis, de 4 x 0,02 cm, lâminas divididas

dicotomicamente 1 ou 2 vezes, aumentando para a base, margens serrilhadas geralmente com

dentes proeminentes. Flores unissexuais pequenas, sésseis, com aproximadamente 1 mm de

comprimento, apresentando um invólucro de brácteas; flores estaminadas geralmente

abundantes no ápice dos ramos em nós consecutivos, estames numerosos (mais de 15); flores

pistiladas menos numerosas que as estaminadas, uma por verticilo, raramente em nós

consecutivos. Frutos núculas ovóides ou elipsóides com 3 espinhos distintos, 2 basais e 1

apical – estilete, brácteas persistentes circundando a base do fruto maduro.

Comentários: espécie com um ínfimo número de coletas, provavelmente devido à suas

proporções diminutas e sua ocorrência rara. Não suporta condições emergentes; sua

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polinização é completamente subaquática, os estames apresentam uma expansão apical do

conectivo que auxilia na flutuação das anteras, quando estas emergem na superfície da água; a

principal propagação é a vegetativa realizada por fragmentos de ramos (VELÁSQUEZ, 1994).

Potencial econômico: tem um grande valor ornamental, sendo muito utilizada em aquariofilia

(NOTARE, 1992); apresenta 16% de proteína e elevada taxa de magnésio

(ALBUQUERQUE, 1981).

Distribuição geográfica e habitat: cosmopolita tropical e temperada, desde a Nova Zelândia

às Américas, ausente no ártico, subártico e regiões áridas (DUKE, 1962; LOWDEN, 1978;

WILMOT-DEAR, 1985; VELÁSQUEZ, 1994; POTT & POTT, 2000). Ocorre em água doce,

de fluxo rápido a estagnada, relativamente rica em nutrientes (POTT, 1999). Segundo

Wilmont-Dear (1985), esta espécie é tolerante a condições estuarinas de alta salinidade, mas

aparentemente não encontrada em poças e lagos onde a água é marcadamente alcalina. Já no

PNRJ foi registrada em lagoas tanto alcalinas, de Carapebus (pH 7,7) e Pires (pH 8,43),

quanto ácidas, Comprida (pH 5,54), características medidas por Enrich-Prast (2004).

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 487 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1286 (R); Idem, Lagoa Comprida, 13/IX/1995, V. L. C. Martins et al. 235 (R).

Material examinado adicional: BRASIL, MATO GROSSO DO SUL: Corumbá, braço abandonado de rio, 07/V/1992, V. J. Pott et al. 1792 (R); RIO DE JANEIRO: Farol de São Tomé, Lagamar, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1378 (R).

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Figuras 24-30. Ceratophyllum demersum (C. P. Bove et al. 1378); 24. hábito; 25. detalhe da folha; 26. ramo florido; 27. detalhe da flor estaminada; 28. flor estaminada e fruto imaturo; 29. ramo com fruto; 30. detalhe do fruto.

24

1 m

m

25 26

27

28 29

1

mm

30

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2.2.6 CYPERACEAE

Cladium jamaicense Crantz

Capim-navalha (Figs 31-33)

Crantz, Institutiones Rei Herbariae 1: 362. 1766.

Etimologia: Cladium = klados = (grego) ramo; jamaicense = referente à Jamaica.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, eretas, não ramificadas, com cerca de 3 m de altura;

colmos subcilíndricos, folhosos da base até o ápice. Folhas de filotaxia espiralada, sésseis,

bainha fechada, glabra, lâmina lanceolada de aproximadamente 1 m de comprimento,

margens e nervura principal muito escabras. Inflorescências em panículas compostas,

glabras. Espiguetas reunidas em fascículos, ovais, glumas espiraladas, ovais, lanceoladas.

Flores bissexuais, aperiantadas. Frutos não observados.

Comentários: conhecida popularmente como capim-navalha por apresentar margens foliares

serrilhadas muito cortantes.

Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: cosmopolita (ALONSO, 1997). Ocorre em canais, brejos

e margem de lagoas; segundo Cordazzo & Seeliger (1988) é encontrada tanto em água doce

quanto salobra. No PNRJ foi registrada somente na Lagoa Preta.

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Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 497 (R).

Material examinado adicional: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Rio Macaé, 03/XII/1981, D. Araújo et al. 4703 (GUA).

Cyperus articulatus L.

Junco-gigante (Figs 34-37)

Linnaeus, Species Plantarum 1: 44. 1753.

Etimologia: Cyperus = kupeirus = (grego) antigo nome de uma espécie da velha Grécia;

articulatus = (latim) articulado, em relação aos tabiques transversais do colmo.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, colmos verdes de até 1,6 m de altura, cilíndricos e

levemente trígonos na porção apical, com septos transversais pouco destacados distribuídos

irregularmente, rizomas radicantes. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas à bainhas

membranáceas pardas de ápice acuminado. Inflorescências terminais anteliformes pendentes,

com raios simples ou ramificados de comprimentos irregulares até 10 cm, cada qual com um

prófilo tubular com 2 projeções agudas. Espiguetas pendentes reunidas no ápice dos raios,

digitadas, sésseis, longas, lineares, comprimidas lateralmente, multifloras, raque persistente,

glumas dístico-imbricadas, elíptico-ovaladas, quilha esverdeadas de lateral castanha. Flores

bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios imaturos trígonos, elípticos.

Comentários: apesar de em certos locais portar-se como uma planta agressiva e infestante, no

PNRJ encontrou-se uma população muito pequena. Os tabiques nos colmos são evidentes

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somente com um corte longitudinal ou quando desidratado. A inflorescência apresenta raios

envergados pelo peso das espiguetas. Deve-se destacar a nova ocorrência descrita abaixo,

uma vez que esta espécie não era, até o momento, citada para o Estado do Rio de Janeiro.

Potencial econômico: De acordo com Kissmann (1997), protege o solo contra erosões nas

faixas litorâneas e suporta elevadas condições de salinidade.

Distribuição geográfica e habitat: África, Oriente Médio, América do Norte (sudeste dos

Estados Unidos, México), América Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil: faixa

litorânea dos estados do norte, chegando à certas regiões do nordeste, Minas Gerais1, Espírito

Santo, Rio de Janeiro2 e São Paulo1;3 (VELÁSQUEZ, 1994; DIEGO-PÉREZ, 1997;

KISSMANN, 1997; MARTINS et al., 1999). Nova ocorrência para o Estado. Ocorre em

lagoas. No Parque foi registrada somente para a Lagoa de Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 396 (R).

1 W3 TROPICOS 2 nova ocorrência para o Estado 3 NYBG

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Figuras 31-37. Cladium e Cyperus 31-33. Cladium jamaicense (J. Paz et al. 497); 31. hábito; 32. moita de Cladium na Lagoa Preta; 33. detalhe da inflorescência; 34-37. Cyperus articulatus (J. Paz & R. Lewis 396); 34. hábito; 35. inflorescência; 36. bainha; 37. colmo, quando seco, evidenciando os septos transversais.

32

31

33

37 34 35

5 cm

36

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Cyperus giganteus Vahl

Papiro (Figs 38-41)

Vahl, Enumeratio Plantarum . . . 2: 364-365. 1805.

Etimologia: Cyperus = kupeirus = (grego) antigo nome de uma espécie da velha Grécia;

giganteus = (latim) grande, gigante, referente ao tamanho da planta.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, colmos verdes de até 2,5 m de altura, lisos,

subcilíndricos, inconspicuamente trígonos na porção superior; rizomas radicantes. Folhas de

lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas membranáceas pardas de ápice acuminado.

Inflorescências de assimilação terminais anteliformes eretas, raios primários de

comprimentos irregulares de até 16,6 cm, do ápice de cada raio primário sai um conjunto de

raios secundários de comprimentos irregulares de até 15 cm, cada qual com um prófilo tubular

acuminado; brácteas involucrais com até 23 cm, mais longas que os raios, de margem

escabrosa. Espiguetas não observadas. Flores e Frutos não observados.

Comentários: Segundo bibliografia (ALONSO, 1997; KISSMANN, 1997) e análises de

material adicional, ocorre a formação de dois tipos de antelas: estéreis (de assimilação) e

férteis, quando férteis as brácteas involucrais são um pouco mais curtas que os raios; espigas

multifloras reunidas no ápice dos raios secundários, espiguetas lineares, raque persistente,

glumas imbricadas, ovalado-oblongas, quilha esverdeada de laterais castanhas; flores

bissexuais, aperiantadas; frutos aquênios levemente trígonos, de amarelo a acinzentado. Pode

desenvolver-se em grandes comunidades monoespecíficas tornando-se infestante. Possui

semelhanças morfológicas com o papiro da Mesopotâmia, Egito e Sudão (Cyperus papyrus

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L.), às vezes sendo confundida com esta. Kissmann (1997) ressalta que é uma das poucas

aquáticas do tipo C4.

Potencial econômico: muito empregada na ornamentação de lagos. Segundo Pott & Pott

(2000), após a queimada é aproveitada como forrageira para cavalos, capivaras e

eventualmente bovino. Os caules resistentes servem para construções leves, como pequenas

coberturas (PEDERSEN, 1968; CORDAZZO & SEELIGER, 1988). Corrêa (1952) afirma

que sua fibra é semelhante ao linho e ao rami; menciona sua utilização para a fabricação de

esteiras, purificadora de água, além do emprego de seu rizoma como diurético (cálculo renal).

Suas cinzas são aproveitadas na Argentina como coagulante e secante de feridas

(MARTÍNEZ-CROVETTO, 1963 apud ALONSO, 1997).

Distribuição geográfica e habitat: Cosmopolita das regiões tropicais, ocorrendo

especialmente na América Central, Caribe e América do Sul. No Brasil: em quase todo o

território nacional (ALONSO, 1997, KISSMANN, 1997). Ocorre em locais úmidos,

inundados e na margem das lagoas. No PNRJ, toma conta das margens do canal Macaé-

Campos, já na lagoa de Jurubatiba apresenta-se em moitas.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Canal Macaé-Campos, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1557 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 473 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Conceição de Macabu, alagado, 01/IX/2006, J. Paz et al. 493 (R).

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87

38

Figuras 38-41. Cyperus giganteus (J. Paz et al. 493); 38. hábito; 39. inflorescência; 40. detalhe da inflorescência; 41. detalhe das espiguetas.

39

40 41

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Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult.

Junco; Cebolinha (Figs 42-45)

Schultes, Mantissa 2: 91. 1824.

Scirpus acutangulus Roxb., Flora Indica; or descriptions . . . 1: 216. 1820.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; acutangula = acuta +

angula = (latim) ângulos agudos, referentes ao colmo.

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos verdes, triangulares de faces convexas, às

vezes alados, lisos. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas membranáceas de

ápice acuminado. Inflorescências em espigas eretas e cilíndricas, somente uma gluma

inferior, fértil, glumas espiraladas às vezes com uma estreita faixa castanha no ápice. Flores

bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios esverdeados a castanhos, apresentando um colo

onde se insere a base do estilete.

Comentários: esta espécie pode ser confundida com Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult.,

sendo bem distintas em campo pelo colmo triangular de faces convexas em E. acutangula e

triangular de faces côncavas em E. mutata. Pode sobreviver durante a seca, pois possui um

rizoma dormente que rebrota no início das chuvas acompanhando o nível da água (POTT &

POTT, 2000).

Potencial econômico: importante como forrageira, consumida por bovinos, cavalos e

capivaras (POTT & POTT, 2000). Possui poder ornamental ainda pouco explorado.

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Distribuição geográfica e habitat: África, Ásia, Oceania, América do Norte (Estados

Unidos e México), América Central, Antilhas e América do Sul (Colômbia, Venezuela,

Equador, Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina). No Brasil: Roraima, Pernambuco,

Sergipe1, Bahia, Goiás, Mato grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São

Paulo, Paraná1, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (POTT & POTT, 2000; GIL, 2004).

Ocorre em brejos e margens de lagoas. No PNRJ foi encontrada em canais e nas lagoas

Paulista e Comprida.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, canal, 11/XI/2002, A. Gil et al. 44 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C.P. Bove et al. 1265 (R); Idem, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, D. Araújo 5520 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, MINAS GERAIS: Santa Rita de Jacutinga, margem de rio, 08/XII/2001, R. Anjos et al. 51 (R); RIO DE JANEIRO: Rio das Ostras, alagado temporário, 03/I/2000, R. Anjos et al. 15 (R); Maricá, São José do Imbassaí, Lagoa de Marica, 03/XI/2003, A. Gil & B. Figueira 30 (R).

Eleocharis elongata Chapm.

Junco; Cebolinha (Figs 46-50)

Chapman, Flora of the Southern United States 515. 1860.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; elongata = (latim)

alongado.

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos verdes, cilíndricos; com septos transversais

irregulares e pouco evidentes, de lisos a longitudinalmente estriados. Folhas de lâmina foliar 1 NYBG

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ausente, reduzidas a bainhas membranáceas de ápice acuminado. Inflorescências em espigas

eretas e cilíndricas, somente uma gluma inferior, fértil, glumas espiraladas com uma evidente

faixa marginal de vinácea a castanho-escura, margem escariosa. Flores bissexuais,

aperiantadas. Frutos aquênios trígonos, apresentando um colo onde se insere a base do

estilete.

Comentários: espécie que apresenta uma grande amplitude em relação às suas medidas, o

que lhe confere um elevado polimorfismo (GIL, 2004).

Potencial econômico: desconhecido, mas provavelmente o mesmo de E. acutangula.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos), América Central

(Nicarágua) e América do Sul (Brasil). No Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina

(GIL, 2004). Ocorre em brejos e lagoas. No PNRJ foi registrada em canais e nas lagoas

Paulista e Comprida.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Paulista, 13/XI/2002, A. Gil et al. 54 (R); Idem, canal, 11/XI/2002, A. Gil et al. 42 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 455 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1295 (R); Idem, Lagoa Comprida, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 448, 455 (R); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1226 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Maricá, restinga, poça temporária, 22/XI/1998, C. P. Bove & W. Costa, 333 (R); Idem, Itaipuaçu, brejo temporário, 22/X/2000, C. P. Bove et al. 752 (R); Idem, ibidem, alagado temporário, 03/XI/2000, R. Anjos & L. Borre 38 (R).

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Figuras 42-50. Eleocharis; 42-45 E. acutangula (A. Gil & B. Figueira 30; C.P. Bove et al. 1265); 42. hábito; 43. detalhe da inflorescência; 44. ápice da bainha; 45. fruto; 46-50 . E. elongata (A. Gil et al. 42; C. P. Bove et al. 1226); 46. hábito; 47. inflorescência; 48. detalhe da inflorescência; 49. ápice da bainha; 50. fruto.

42 1

mm

45

46

47

43

1 cm

48

44

1 m

m

49

1 m

m

50

1 m

m

5 m

m

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Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr.

Junco (Figs 51-54)

Torrey, Annals of the Lyceum of Natural History of New York 3: 296. 1836.

Scirpus equisetoides Elliott, A Sketch of the Botany of South-Carolina and Georgia 1(1): 79.

1816.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; equisetoides = Equisetum

+ toides = forma de / semelhante a Equisetum, gênero de uma Pteridophyta.

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos verdes, cilíndricos, com septos transversais

regulares e evidentes, estriados longitudinalmente, apresentam um feixe vascular contínuo no

centro de um grande canal de ar. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas

membranáceas de ápice acuminado. Inflorescências em espigas eretas e cilíndricas, somente

uma gluma inferior, estéril, glumas espiraladas com uma estreita faixa marginal castanho-

escura, margem de hialina a escariosa. Flores bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios

lenticulares, apresentando um pequeno espessamento onde se insere a base do estilete.

Comentários: a presença de um feixe vascular localizado longitudinalmente no centro de um

grande canal de ar é uma característica muito peculiar, que a distingue perfeitamente de

Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult., com a qual pode ser confundida.

Potencial econômico: desconhecido, mas provavelmente o mesmo de E. acutangula.

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Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos) e América do Sul

(Brasil). No Brasil: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (GIL,

2004). Ocorre em brejos e lagoas. No PNRJ: nas lagoas Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1565 (R); Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1241 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 07/I/1982, D. Araújo 4751(GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Búzios, 27-29/VII/1965, Segadas-Vianna 4325 (R).

Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult.

Junco (Figs 55-58)

Roemer & Schultes, Systema Vegetabilium 2: 150. 1817.

Scirpus geniculatus L., Species Plantarum 1: 48. 1753.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; geniculata = (latim)

geniculado, com joelhos.

Descrição: ervas monóicas, emergentes e anfíbias; colmos verdes, de cilíndricos a achatados,

estriados longitudinalmente. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas quase

coriáceas de ápice cuspidado. Inflorescências em espigas eretas, de ovóides a globosas, de 2

a 3 glumas inferiores, estéreis, glumas espiraladas, margem escariosa. Flores bissexuais,

aperiantadas. Frutos aquênios lenticulares, apresentando um colo onde se insere a base do

estilete.

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Comentários: de acordo com Gil (2004) esta espécie apresenta grande tolerância à

salinidade; este táxon foi coletado em todas as lagoas estudadas corroborando com o autor

acima que afirma ser esta a espécie mais comum do gênero no Estado do Rio de Janeiro.

Potencial econômico: segundo Velásquez (1994), suas raízes são utilizadas no preparo de

infusões.

Distribuição geográfica e habitat: África, Ásia, Austrália, América do Norte, América

Central, Antilhas e América do Sul (Colômbia,Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Equador,

Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai). No Brasil: Pará, Tocantins1, Maranhão,

Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte1, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás,

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,

Paraná1, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (VELÁSQUEZ, 1994; MARTINS et al., 1999;

GIL, 2004). Ocorre em alagados temporários, permanentes e lagoas. No PNRJ foi registrada

em canais e nas lagoas Pires, das Garças, Amarra-boi, Paulista, Encantada, de Carapebus,

Comprida e de Jurubatiba e visualizada na lagoa Preta. Entre todas as espécies, foi a que

apresentou maior distribuição, ocorrendo em nove, das doze, lagoas estudadas.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1540 (R); Idem, Lagoa das Garças, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 401 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 13/XI/2002, A. Gil et al. 53 (R); Idem, ibidem, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1519 (R); Idem, canal, 12/XI/2002, A. Gil et al. 49, 51 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 27/II/1996, A. S. Oliveira et al. 3785 (R); Idem, ibidem, 21/X/2003, C.P. Bove et al. 1274,1275 (R); Idem, Lagoa Encantada, 26/VI/1996, V. L. C. Martins et al. 319 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 07/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5554 (GUA); Idem, Lagoa

1 NYBG

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Comprida, 06/IV/1983, M. B. Casari & D. Araújo 988 (GUA); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1241 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1603 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Teresópolis, Serra dos Órgãos, 04/XI/1971, A. G. de Andrade s/d (R);Rio das Ostras, alagado temporário, 23/XI/2000, C. P. Bove et al. 775 (R); Idem, Cabo Frio, canal, 01/VII/2001, C. P. Bove & W. Costa 872 (R); Idem, Araruama, Praia do Sossego, alagado temporário, 10/II/2000, A Gil et al. 12 (R).

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Figuras 51-58. Eleocharis; 51-54. E. equisetoides (Segadas-Vianna 4325); 51. corte longitudinal do colmo evidenciando (seta) o feixe vascular; 52. ápice da bainha; 53. detalhe da inflorescência; 54. fruto; 55-58. E. geniculata (Andrade s/d; C. P. Bove et al. 1241 ); 55. hábito; 56. detalhe da inflorescência; 57. ápice da bainha; 58. fruto.

55 58

56

1 m

m

57

1 m

m

0,5

mm

53

1 cm

51

1 m

m

52

1 m

m

54

1 m

m

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Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult.

Junco-manso, Cebolinha (Figs 59-63).

Roemer & Schultes, Systema Vegetabilium 2:149. 1817.

Scirpus interstinctus Vahl, Enumeratio Plantarum . . . 2:251. 1805.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; interstincta = (latim)

marcado, referente ao colmo com septos evidentes.

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos, verdes, cilíndricos, com septos transversais

regulares e evidentes, lisos. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas

membranáceas de ápice acuminado. Inflorescências em espigas cilíndricas, duas glumas

inferiores, estéreis, raro férteis, glumas espiraladas, margem de hialina a escariosa. Flores

bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios lenticulares, apresentando um colo onde se insere a

base do estilete.

Comentários: diferencia-se de E. equisetoides, principalmente, pela ausência do feixe

vascular no canal de ar. No Estado do Rio de Janeiro é a espécie mais robusta do gênero (GIL,

2004); segundo Pott & Pott (2000), rebrota rapidamente na estação das chuvas.

Potencial econômico: desconhecido, mas provavelmente o mesmo de E. acutangula.

Distribuição geográfica e habitat: África do Sul, América do Norte (Estados Unidos e

México), América Central (Guatemala, Belize, El Salvador1, Honduras, Nicarágua, Costa

1 W3 TROPICOS

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Rica e Panamá), Antilhas e América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa,

Suriname, Equador, Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina1;2). No Brasil: Roraima,

Amapá2, Acre, Amazonas2, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte1, Paraíba,

Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo,

Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (VELÁSQUEZ, 1994;

MARTINS et al., 1999; POTT & POTT, 2000; GIL, 2004). Ocorre em brejos e lagoas. No

PNRJ foi coletada em canais, brejos e na Lagoa de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, alagado, 11/XI/2002, A. Gil et al. 43 (R); Idem, canal, 11/XI/2002, A. Gil et al. 53 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 07/I/1982, D. Araújo 4750 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1982, D. Araújo & M. B. Casari 5494 (GUA); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1600 (R); Idem, brejo, 06/IV/1983, D. Araújo 5549 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Silva Jardim, lagoa, 19/II/2003, C. P. Bove & W. Costa 1104 (R); Idem, Araruama, alagado, 21/IV1999, C. B. Moreira et al. 46 (R); Idem, Maricá, alagado temporário, 03/II/1999, C. P. Bove et al. 412 (R); Idem, Magé, Campo dos Escoteiros, lago, 28/VI/2001, C. P. Bove et al. 866 (R).

1 NYBG

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Eleocharis minima Kunth

Cabelo-de-porco (Figs 64-67)

Kunth, Enumeratio Plantarum . . . 2: 139. 1837.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; minima = (latim)

mínimo, o menor, relativo ao tamanho.

Descrição: ervas monóicas, submersas fixas, emergentes ou escandentes; colmos verdes,

capilares, inconspicuamente quadrangulares, lisos. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas

a bainhas membranáceas de ápice tenuamente acuminado. Inflorescências em espigas eretas

ou escandentes, elípticas de poucas flores, com proliferação vegetativa, somente uma gluma

inferior, estéril, glumas dísticas, membranáceas, carena verde, margem hialina. Flores

bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios trígonos, apresentando um colo onde se insere a

base do estilete.

Comentários: esta planta apresenta uma estratégia marcante para gerar clones – produção de

espigas prolíferas em colmos muito finos e, geralmente, quando submersos (GIL, 2004).

Potencial econômico: muito utilizada em aquários; forrageira de capivaras e cavalos (POTT

& POTT, 2000).

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos e México), América

Central, Antilhas e América do Sul (Colômbia,Venezuela, Guiana1, Equador, Brasil, Bolívia,

1 W3 TROPICOS

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Paraguai, Argentina e Uruguai). No Brasil: Roraima, Amazonas1, Maranhão1, Paraíba,

Pernambuco, Bahia1, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de

Janeiro, São Paulo, Paraná1;2, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (VELÁSQUEZ, 1994;

MARTINS et al., 1999; POTT & POTT, 2000; GIL, 2004). Ocorre em rios, córregos e lagoas.

No PNRJ foi registrada nos brejos e lagoas Comprida e Amarra-boi.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 31/VIII/2005, J. Paz et al. 463 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 01/VI/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4469 (GUA); Idem, ibidem, 06/IV/1983, D. Araújo 5514 (GUA); Macaé, brejo, 27/VIII/1982, D. Araújo 5237 (GUA); Idem, terreno encharcado, 28/IV/1982, D. Araújo 5005 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica Santa Lúcia, margem de cachoeira, 17/VII/2002, C. P. Bove et al. 1058 (R); RIO DE JANEIRO: Teresópolis, ASBAC, 04/III/2003, A. Gil 140 (R).

1 NYBG

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59

60 61

1 cm

62

1 cm

63

1 m

m

67

05

mm

65

5 m

m

66

1 m

m

0,5

mm

64Figuras 59-67. Eleocharis; 59-63. E. interstincta (A. Gil. et al. 43; C. P. Bove et al. 1600); 59. hábito, evidenciando os colmos com septos regulares evidentes; à esquerda inflorescência passada; à direita inflorescência madura; 60. inflorescência; 61. detalhe da inflorescência; 62. ápice da bainha; 63. fruto; 64-67. E. minima (A. Gil 140); 64. ápice da bainha; 65. inflorescência prolífera; 66. detalhe da inflorescência; 67. fruto.

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Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult.

Junco-três-quinas, Cebolinha (Figs 68-70)

Roemer & Schultes, Systema Vegetabilium 2:155. 1817.

Scirpus mutatus L., Systema Naturae, Editio Decima 2: 867. 1759.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; mutata = (latim)

mudável, mudado, trocado.

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos verdes, triangulares de faces côncavas, não

alados, lisos. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas membranáceas castanhas

de margem clara, ápice acuminado. Inflorescências em espigas eretas e cilíndricas, somente

uma gluma inferior, estéril, de margem hialina-escariosa, glumas espiraladas, escariosas,

margem de hialina a escariosa. Flores bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios lenticulares,

apresentando ápice com espessamento onde se insere a base do estilete.

Comentários: E. mutata é muito semelhante a E. acutangula, diferenciadas principalmente

pela forma do colmo in situ, a primeira apresenta colmos triangulares de faces côncavas, a

segunda colmos triangulares de faces convexas. Suporta elevados níveis de salinidade (GIL,

2004).

Potencial econômico: fornece forragem regular; muito empregada no Pará para a fabricação

de esteiras e obras trançadas (CORRÊA, 1969).

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Distribuição geográfica e habitat: África do Sul, Austrália, América do Norte (Estados

Unidos e México), América Central (Guatemala, Belize, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e

Panamá), Antilhas e América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa,

Equador, Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai). No Brasil: Maranhão, Ceará,

Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,

Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

(VELÁSQUEZ, 1994; MARTINS et al., 1999; POTT & POTT, 2000; GIL, 2004). Ocorre em

alagados e lagoas. No PNRJ: nas lagoas Preta, Amarra-boi, Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 12/XI/2002, A. Gil et al. 50 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 13/XI/2002, A. Gil et al. 52 (R); Idem, ibidem, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1533 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 470 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C.P. Bove et al. 1256 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, M. B. Casari & D. Araújo 981 (GUA).

Eleocharis sellowiana Kunth

Junco-fino (Figs 71-74)

Kunth, Enumeratio Plantarum . . . 2:149.1837.

Etimologia: Eleocharis = helo + charis = (grego) graça do pântano; sellowiana = em

homenagem ao botânico alemão Friedrich Sellow (1789 - 1831).

Descrição: ervas monóicas, emergentes; colmos verdes, cilíndricos, longitudinalmente

estriados. Folhas de lâmina foliar ausente, reduzidas a bainhas membranáceas com apêndice

hialino no ápice de oblíquo a truncado. Inflorescências em espigas eretas e elipsóides, duas

glumas inferiores, estéreis, margem hialina, glumas espiraladas, carenadas, membranáceas,

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margem hialina. Flores bissexuais, aperiantadas. Frutos aquênios lenticulares, apresentando

um colo onde se insere a base do estilete.

Comentários: esta espécie apresenta-se menor em tamanho à medida que a disponibilidade

de água vai diminuindo (GIL, 2004).

Potencial econômico: desconhecido, provavelmente forrageira.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (México), América Central, Antilhas e

América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Equador, Brasil, Bolívia,

Paraguai, Argentina e Uruguai). No Brasil: Maranhão, Pernambuco, Bahia1;2, Goiás, Mato

Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná2, Santa Catarina e

Rio Grande do Sul (GIL, 2004). Ocorre em brejos, canais e lagoas. No PNRJ foi registrada

nos brejos e nas lagoas Pires, Amarra-boi e Paulista.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1624 (R); Idem, Lagoa Amara-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1520 (R); Idem, Ibidem, 31/VIII/2005, J. Paz et al. 465 (R); Idem, Lagoa Paulista, 13/XI/2002, A. Gil et al. 55 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove, et al. 1382 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, MATO GROSSO: Alto Araguaia, córrego, 14/I/2004, C. P. Bove et al. 1326 (R); ESPÍRITO SANTO: Domingos Martins, Pedra Azul, lago artificial, 31/XII/2002, C. P. Bove et al. 1090 (R); RIO DE JANEIRO: Maricá, poça temporária, 03/II/1999, C. P. Bove et al. 420 (R); Rio de Janeiro, Recreio dos Bandeirantes, 28/VI/1972, R. Fulks s/n (R-138960).

1 W3 TROPICOS 2 NYBG

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Figuras 68-74. Eleocharis; 68-70. E. mutata (A. Gil et al. 52); 68. ápice da bainha; 69. detalhe da inflorescência; 70. fruto; 71-74. E. sellowiana (R. Fulks s/n, R-138960); C. P. Bove & J. Paz 1533); 71. hábito; 72. ápice da bainha; 73. detalhe da inflorescência; 74. fruto.

71

72

0,

5 m

m

73

5

mm

74

0,5

mm

68

1

mm

69

1 cm

70

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m

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Fuirena robusta Kunth

Capim-navalha; Tiriricão-do-brejo (Fig. 78)

Kunth, Enumeratio Plantarum Omnium Hucusque Cognitarum 2: 185. 1837.

Etimologia: Fuirena = em homenagem ao médico dinamarquês Georg Fuiren (1581 – 1628);

robusta = (latim) robusta, em relação ao porte.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, eretas, não ramificadas, com cerca de 1,30 m de

altura; colmos pentangulares. Folhas de filotaxia alterna, sésseis, bainha fechada, glabra,

lâmina lanceolada de até 15 cm de comprimento, margem levemente escabra, lígula

membranácea, de glabra a levemente ciliada. Inflorescências em panículas cimosas

pedunculadas, glabras. Espiguetas reunidas em glomérulos, ovais, glumas espiraladas,

ovadas, obtusas, mucronadas. Flores bissexuais com 6 peças vestigiais do perianto dispostas

em 2 verticilos, o externo formado por 3 peças lineares e o interno com 3 peças oval-

lanceoladas, mucronadas, engrossando na maturidade. Frutos aquênios pardos, trígonos,

estipitados e apiculados.

Comentários: planta rústica e agressiva que forma grandes populações. Assim como Fuirena

umbellata Rottb., deve tolerar água salobra (LORENZI, 2000).

Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: América tropical a Argentina (BARROS, 1960, ADAMS,

1994b). Ocorre em alagados, em ilhas e margem de lagoas. No Parque foi encontrada nas

lagoas Paulista e de Jurubatiba.

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Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 469 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1259 (R).

Material examinado adicional: BRASIL, BAHIA: Maracás, 18/XI/1978, S. A. Mori et al. s/nº (RB 234082); Caravelas, 16/IX/1978, T. S. dos Santos et al. s/nº (RB - 227314).

Fuirena umbellata Rottb.

Capim-navalha; Tiriricão-do-brejo (Figs 75-77)

Rottboll, Descriptionum et Iconum Rariores 70, tb.19. fig. 3. 1773.

Etimologia: Fuirena = em homenagem ao médico dinamarquês Georg Fuiren (1581 – 1628);

umbellata = (latim) umbela, referente à inflorescência.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, eretas, não ramificadas, com cerca de 60 cm de

altura; colmos pentangulares. Folhas de filotaxia alterna, sésseis, bainha fechada, pilosa

quando jovem, lâmina lanceolada de até 15 cm de comprimento, margem de lisa a levemente

escabra, lígula membranácea, ciliada. Inflorescências em panículas cimosas pedunculadas,

pedúnculos pilosos. Espiguetas ovais reunidas em glomérulos, glumas espiraladas,

arredondadas, mucronadas. Flores bissexuais com 3 peças vestigiais do perianto de oblongas

a obovadas, ápice emarginado e aristado. Frutos aquênios pardos, trígonos, rostrados.

Comentários: plantas rústicas e agressivas que formam grandes populações. Segundo Lorenzi

(2000), tolera água salobra.

Potencial econômico: desconhecido.

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Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (México), América Central, Antilhas,

América do Sul e regiões tropicais de ambos os hemisférios (VELÁSQUEZ, 1994; DIEGO-

PÉREZ, 1997, ADAMS, 1994b). Ocorre em alagados e lagoas. No Parque foi encontrada em

brejos e nas lagoas Paulista, de Carapebus, Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 485 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 480 (R); Idem, Ibidem, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 436 (R); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1224 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo 5493 (GUA); Idem, brejo, 27/IV/1982, D. Araújo 4973 (GUA).

Schoenoplectus californicus (C.A. Mey.) Soják

Piripiri; Junco (Figs 79-81)

Soják, Časopis Národního Musea, Oddíl Přírodove|3dný 140(3-4): 127. 1972.

Elytrospermum californicum C. A. Mey., Mémoires de l'Académie Imperiale des Sciences...

1: 201, pl. 2, f. 2. 1830.

Etimologia: Schoenoplectus = Schoinos + plektus = (grego) antigo nome dado a espécies de

junco + torcido, inclinado, em relação à inflorescência; californicus = relativo ao local:

Califórnia, EUA.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, eretas, com até 3 m de altura; colmos lisos,

inconspicuamente trígonos ou subcilíndrico. Folhas com lâmina ausente, reduzidas a bainhas

pardas. Inflorescências pseudolaterais anteliformes, com raios de comprimento desiguais.

Espiguetas numerosas, pendentes, ovóides, castanhas, multifloras. Flores com perianto de 3

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escamas, glumas espiraladas com nervura mediana terminada em um múcron. Frutos

aquênios lenticulares, lisos.

Comentários: inflorescência pseudolateral, pois apresenta uma bráctea aguda situada acima

da inflorescência aparentando continuação do colmo. Segundo Alonso (1997), é uma das

espécies mais importantes no processo de sucessão vegetal e colmatação dos ambientes

lóticos e lênticos. Seus caules não permitem uma cobertura total do solo ou da água (mesmo

que dominante), o que facilita o desenvolvimento protegido de outras hidrófitas mais

delicadas flutuantes ou emergentes de pequeno porte.

Potencial econômico: planta ornamental, mas pouco explorada neste aspecto; muito utilizada

para artefatos artesanais como cestos e esteiras. No lago Titicaca, na Bolívia, uma subespécie

desta planta, conhecida como totóra, é muito utiliza pela população local e do entorno na

fabricação de embarcações e casas (ALONSO, 1997).

Distribuição geográfica e habitat: oeste e sul dos Estados Unidos a Argentina e Uruguai

(ADAMS, 1994a; ALONSO, 1997; KISSMANN, 1997). Ocorre em corpos lagunares de água

doce a salobra. No PNRJ foi encontrada nas lagoas Pires, Preta, Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 489 (R); Idem, Lagoa Preta, 22/IX/1981, D. Araújo 10128 (GUA); Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 471 (R); Idem, ibidem, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1280 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1258 (R).

Material examinado adicional: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Ponta Grossa dos Fidalgos, Lagoa Feia, 11/XII/2004, C. P. Bove et al. 1425 (R); Maricá, Lagoa do Padre, 08/IX/1975, D. Araújo 795 (RB); SANTA CATARINA: Jacinto Machado, 27/X1943, R. Reitz 91 (RB); RIO GRANDE DO SUL: Osório, 29/XII/1966, J. C. Lindeman & J. H. Haas 3843 (RB).

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Figuras 75-81. Fuirena e Schoenoplectus; 75-77. Fuirena umbellata (J. Paz et al. 485); 75. hábito; 76. detalhe do ramo com inflorescências, evidenciando a bainha pilosa; 77. detalhe do fruto com as peças florais persistentes; 78. Fuirena robusta, detalhe do fruto com as peças florais persistentes (C.P. Bove et al. 1259); 79-81. Schoenoplectus californicus (J. Paz et al. 489); 79. hábito, b. inflorescências pendentes; 80. inflorescência; 81. detalhe da inflorescência evidenciando as espiguetas.

75 76

122

80

124

77

1 m

m

78

1 m

m

79b

81

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2.2.7 FABACEAE

Aeschynomene evenia C. Wright ex Sauvalle

Corticeira-do-brejo (Figs 82-84)

Wright in Sauvalle, Anales de la Academia de Ciências Medicas, Físicas y Naturales de la

Habana. 5:334. 1868.

Etimologia: Aeschynomene = (grego) a que se envergonha, referente aos folíolos que se

fecham; evenia = não encontrado.

Descrição: subarbustos monóicos, emergentes ou anfíbios, de glabros a esparsamente

pilosos, com a base do caule esponjosa. Folhas de filotaxia alterna, pecioladas, pinadas, com

aproximadamente 34 folíolos de margens esparsamente serrado-ciliadas, nervura principal

central, estípulas peltadas, apendiculadas abaixo da inserção, auriculadas, de até 10 mm de

comprimento, margens serrado-ciliadas. Inflorescências fasciculadas de glabras a pilosas,

brácteas levemente cordadas, agudas, bractéolas agudas. Flores bissexuais, pediceladas,

corola amarela, 10 estames unidos. Frutos lomentos com até 12 artículos castanhos,

esparsamente pilosos, de textura rugosa, margem superior quase inteira e inferior pouco

crenada, presença de estípite.

Comentários: as três espécies ocorrentes no Parque são distintas principalmente pelos frutos,

estes se destacam em artículos que flutuam e são disseminados pela água. Graças ao

desenvolvimento de suas raízes nodulosas associadas simbioticamente a bactérias nitrificantes

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(características da família das leguminosas) contribui para a fixação de nitrogênio do solo

(FERNANDES, 1996).

Potencial econômico: provavelmente o mesmo de Aeschynomene sensitiva Sw.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos), América Central

(Panamá), Antilhas (Cuba, Haiti, República Dominicana) e América do Sul (Colômbia,

Venezuela, Brasil e Bolívia). No Brasil: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco,

Bahia, Goiás1, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná1 (RUDD, 1955; FERNANDES, 1996).

Ocorre em áreas alagadas e margem de lagoas. No PNRJ foi coletada somente na Lagoa de

Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 26/IV/1982, D. Araújo 4950 (GUA).

Aeschynomene fluminensis Vell.

Corticeira-do-brejo (Figs 85-87)

Vellozo, Florae Fluminensis 310. 1825.

Etimologia: Aeschynomene = (grego) a que se envergonha, referente aos folíolos que se

fecham; fluminensis = referente ao Estado do Rio de Janeiro.

Descrição: arbustos monóicos, emergentes ou anfíbios, glabros, esparsamente pilosos nas

gemas foliares, com a base do caule esponjosa. Folhas de filotaxia alterna, pecioladas, 1 W3 TROPICOS

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pinadas, com aproximadamente 36 folíolos de margem serrado-ciliada, nervura principal

excêntrica, estípulas peltadas, apendiculadas abaixo da inserção, levemente auriculadas, de

aproximadamente 6 mm de comprimento, margem densamente serrado-ciliada.

Inflorescências fasciculadas, brácteas caducas, bractéolas agudas. Flores bissexuais,

pediceladas, corola amarela, 10 estames unidos. Frutos lomentos com até 8 artículos

enegrecidos, pilosos, de textura granulosa, margem superior quase inteira e inferior

profundamente crenada, presença de estípite.

Comentários: vide A. evenia.

Potencial econômico: provavelmente o mesmo de A. sensitiva.

Distribuição geográfica e habitat: Antilhas (Cuba, República Dominicana) América do Sul

(Venezuela, Brasil, Bolívia e Paraguai). No Brasil: Roraima, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso

do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (RUDD, 1955; VELÁSQUEZ, 1994;

FERNANDES, 1996). Ocorre em áreas alagadas e margem de lagoas. No Parque foi

registrada em brejos e na Lagoa de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 474, 475, 476 (R); Idem, brejo, 25/VIII/1982, D. Araújo, 5200 (GUA).

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Aeschynomene sensitiva Sw.

Corticeira-do-brejo (Figs 88-90)

Swartz, Nova Genera et Species Plantarum seu Prodomus 107. 1788.

Etimologia: Aeschynomene = (grego) a que se envergonha, referente aos folíolos que se

fecham; sensitiva = (latim) que sente, também alusivo aos movimentos dos folíolos.

Descrição: arbustos monóicos, emergentes ou anfíbios, de glabros a esparsamente pilosos,

com a base do caule esponjosa. Folhas de filotaxia alterna, pecioladas, pinadas, com

aproximadamente 30 folíolos sensitivos de margens inteiras, nervura principal central,

estípulas peltadas, apendiculadas abaixo da inserção, levemente auriculadas, de

aproximadamente 10 mm de comprimento, margem inteira. Inflorescências fasciculadas,

brácteas agudas, de inteiras a ciliado-laciniadas, bractéolas agudas. Flores bissexuais,

pediceladas, corola amarela, 10 estames unidos. Frutos lomentos com até 8 artículos

enegrecidos, pilosos quando imaturos, de esparsamente pilosos a glabros quando maduros, de

textura lisa a levemente rugosa, margem superior inteira e inferior pouco crenada, presença de

estípite.

Comentários: vide A. evenia.

Potencial econômico: apícola (POTT & POTT, 2000). Fornece madeira leve, de tecido

esponjoso; o caule, em certas aplicações, pode substituir a verdadeira cortiça (CORRÊA,

1932). Contem 27% de proteína e é considerada excelente forrageira, mas sua utilização para

tais fins não é comum (KISSMANN & GROTH, 1999).

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Distribuição geográfica e habitat: África, América do Norte (México), América Central

(Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá), Antilhas (Cuba, Haiti, Trinidad e

Tobago) e América do Sul (Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Brasil,

Paraguai e Argentina). No Brasil: Roraima, Amapá1, Amazonas, Pará1, Maranhão, Ceará,

Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás1, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,

Espírito Santo1, Rio de Janeiro, São Paulo1, Paraná1 e Rio Grande do Sul (RUDD, 1955,

FERNANDES, 1996 e POTT & POTT, 2000). Ocorre em alagados e margem de lagoas. No

PNRJ foi encontrada em brejos e na Lagoa Paulista.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1307 (R); Macaé, brejo, 29/IV/1982, D. Araújo 5069 (GUA).

1 W3 TROPICOS

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Figuras 82-90. Aeschynomene; 82-84. A. evenia (D. Araújo 4950); 82. hábito; 83. frutos; 84. detalhe do fruto; 85-87. A. fluminensis (J. Paz et al. 475); 85. ramo com flor; 86. folíolo evidenciando a nervura excêntrica; 87. detalhe do fruto; 88-90. A. sensitiva; 88. ramo com flores; 89. detalhe do fruto (D. Araújo 5069; C. P. Bove et al. 1307); 90. frutos, superior imaturo, inferior maduro.

82

83

5 mm 84

85

5 mm 87

88

5 mm 89

90

86 1 m

m

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2.2.8 HYDROCHARITACEAE

Najas arguta Kunth

(Figs 91-94)

Kunth, Nova Genera et Species Plantarum (quarto ed.) 1: 371. 1815.

Etimologia: Najas = náiade = ninfa das águas, nome dado por Martius à planta encontrada em

região quente e úmida do Brasil; arguta = (latim) agudo, em relação aos dentes.

Descrição: ervas monóicas, submersas, pequenas e delicadas, muito ramificadas. Folhas de

filotaxia suboposta ou aparentemente verticilada devida à redução de entrenós, sésseis de 2 x

0,2 cm, bainhas arredondadas com margens denteadas, lâminas de lineares a lanceoladas,

margens também denteadas (dentes da bainha e da lâmina morfologicamente similares), ápice

agudo ou acuminado. Flores unissexuais solitárias reduzidas; flores estaminadas localizadas

nas axilas superiores com cerca de 2 mm de comprimento, invólucro 4-lobado; as pistiladas

nas axilas inferiores com cerca de 3 mm de comprimento, 3 estigmas com espinhos terminais

divididos irregularmente. Frutos não observados.

Comentários: devido não só ao seu diminuto tamanho, como também à sua ocorrência rara, o

material coletado existente é escasso. Deve-se destacar a nova ocorrência descrita abaixo,

uma vez que esta espécie era, até o momento, citada no Brasil apenas no distante Estado do

Amazonas.

Potencial econômico: desconhecido.

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Distribuição geográfica e habitat: América Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil:

Amazonas e Rio de Janeiro1 (RENDLE, 1899, 1900; WENTS & HAYNES, 1973; HAYNES,

1979; NOVELO & LOT, 1994; VELÁSQUEZ, 1994). Ocorre em lagoas de água doce. No

PNRJ foi coletada na lagoa Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1612 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 06/IV/1983, D. Araújo 5551a (GUA); Idem, ibidem, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 467 (R).

Material adicional examinado: PANAMÁ, PROVINCE OF CANAL ZONE: Rio Mandinga, 02/V/1973, H. Kennedy et al. 3172 (RB); BRASIL, RIO DE JANEIRO: Araruama, Lagoa de Juturnaíba, 12/I/1896, Condeixa s/nº (RB - 185237).

Najas marina L.

(Figs 95-99)

Linnaeus, Species Plantarum 2: 1015. 1753.

Najas major All., Flora Pedemontana 2: 221. 1785.

Etimologia: Najas = náiade = ninfa das águas, nome dado por Martius à planta encontrada na

região quente e úmida do Brasil; marina = (latim) marinho, marítimo, relativo à ocorrência

em ambientes salobros.

Descrição: ervas dióicas, submersas, ramificadas na parte superior, entrenós denteados.

Folhas de filotaxia suboposta ou aparentemente verticilada devida à redução de entrenós,

sésseis de 3,5 x 0,4 cm, bainhas arredondadas, lâminas de lineares a lanceoladas, margens e

1 nova ocorrência para o Estado

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nervura central denteadas. Flores unissexuais solitárias reduzidas; flores estaminadas com

cerca de 2 mm de comprimento, invólucro 4-lobado; flores pistiladas não observadas. Frutos

de ovóides a elipsóides, estilete persistente; sementes elípticas.

Comentários: apresenta reprodução vegetativa abundante sendo muito rara sua observação

em fase fértil. Espécie distinta facilmente de Najas arguta por apresentar dentes além de nas

margens, também nos entrenós e nervura central da lâmina foliar.

Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: possui uma distribuição cosmopolita (RENDLE, 1899,

1900; NOVELO & LOT, 1994; VELÁSQUEZ, 1994; CRUZ et al., 1998). Segundo Novelo &

Lot (1994), ocorre em lagoas de água alcalina ou salobra. No PNRJ foi encontrada na Lagoa

Amarra-boi, Paulista, de Carapebus e Comprida, sendo esta última considerada ácida por

Enrich-Prast et al. (2004).

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1515 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1298 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1608 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 426 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1288 (R); Idem, ibidem, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 481 (R); Idem, Lagoa Comprida, 13/IX/1995, V. L. C. Martins et al. 233 (R, GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, PIAUÍ: Luis Correa, Lagoa Sobradinha, 06/X/1973, D. Araújo et al. 481 (RB); RIO DE JANEIRO: São Francisco de Itabapoana, brejo permanente, 12/X/2000, C. P. Bove et al. 744 (R); Idem, São Pedro da Aldeia, alagado, 11/II/2000, A. Gil et al. 13 (R).

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1 m

m

99

Figuras 91-99. Najas; 91-94. N. arguta (J. Paz et al. 467); 91. hábito; 92. flor (seta); 93. detalhe da flor estaminada; 94. detalhe da flor pistilada; 95-99. N. marina (J. Paz et al. 481; C. P. Bove & J. Paz 1515); 95. ramo evidenciando os espinhos nos entre-nós, margens e nervura central; 96. flor estaminada; 97. detalhe da flor estaminada; 98. fruto fixo na axila foliar; 99. detalhe do fruto.

91

9293

1 m

m

9495

96

1 m

m

9798

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2.2.9. LENTIBULARIACEAE

Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard

(Figs 109-110)

Saint-Hilaire & Girard, Comptes Rendus Hebdomadaires des Séances de l'Académie des

Sciences 7: 870. 1838.

Etimologia: Utricularia = utriculus = (latim) pequeno útero, referente aos utrículos;

erectiflora = erecta + flora = (latim) flores eretas.

Descrição: ervas monóicas, paludosas fixas, com poucos rizóides na base do pedúnculo,

estolões utriculíferos capilares imersos no substrato. Folhas não observadas. Inflorescências

em racemos, escapos eretos e emergentes de até 19 cm de altura, com escamas basifixas.

Flores bissexuais com pedicelos simples e eretos, brácteas basifixas, amplexicaules,

bractéolas lineares livres; cálice de 2 lobos deltóides, o superior ligeiramente maior, o inferior

levemente bífido, corola amarela com lábios arredondados, o inferior obscuramente bilobado,

calcar alongado, superando em muito o lábio inferior da corola, de reto a curvo para cima.

Frutos capsulares globosos.

Comentários: esta família é considerada “carnívora”, possui estruturas únicas: os utrículos –

folhas modificadas em pequenas urnas que atuam como verdadeiras armadilhas para captura e

digestão de diminutos organismos aquáticos, como protozoários, larvas, algas, etc.

(NOTARE, 1994; POTT & POTT, 2000), foram observados, além de organismos mortos em

diferentes estados de decomposição, organismos vivos como ciliados e euglenas. Na

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superfície dos utrículos existem numerosas glândulas secretoras de mucilagem que atraem

estes organismos (ALONSO, 1997). Segundo Taylor (1989), esta espécie possui folhas

pecioladas, lâmina normalmente linear uninervada.

Potencial econômico: apresenta potencial ornamental.

Distribuição geográfica e habitat: América Central e América do Sul (Colômbia,

Venezuela, Guiana, Suriname, Equador, Brasil e Bolívia). No Brasil: Roraima, Ceará, Rio

Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Rio de Janeiro,

São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (TAYLOR, 1989; FROMM-TRINTA, 1997;

POTT & POTT, 2000; CORRÊA & MAMEDE, 2002). Ocorre em ambientes úmidos, em

brejos permanentes e temporários, alagados de restingas e nas margens de lagoas. No PNRJ:

em alagados e nas lagoas Paulista, de Carapebus, Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 12/III/1999, R. Moura 152 (R); Idem, ibidem, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 437 (R); Lagoa de Carapebus, 10/X/1979, D. Araújo 3307 (GUA).Idem, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo 4424 (GUA); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 456 (R); Idem, alagado, 14/IX/1995. M. G. Santos 457 (R); Idem, ibidem, 17/X/1995, I. M. Silva et al. 243 (R); Idem, ibidem, 18/X/1995, I. M. Silva et al. 246 (R); Idem, ibidem, 15/VII/1997, I. M. Silva et al. 258 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 09/II/1981, D. Araújo 4244 (GUA);

Material adicional examinado: BRASIL, BAHIA: BA-142, alagado, 12/I/2001, C. P. Bove et al. 804 (R); RIO DE JANEIRO: Maricá, alagado, 03/II/1999, C. P. Bove et al. 409 (R); Idem, Saquarema, Praia do Sossego, 07/III/1996, R. M. Lisboa & C. B. Moreira 15, 17, 19 e 21 (R).

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Utricularia foliosa L.

Lodo (Figs 100-103)

Linnaeus, Species Plantarum 1: 18. 1753.

Etimologia: Utricularia = utriculus = (latim) pequeno útero, referente aos utrículos; foliosa =

(latim) com muitas folhas, folhosa.

Descrição: ervas monóicas, vigorosas, rizóides ausentes, estolões utriculíferos robustos,

submersos livres, muito ramificados, mucilaginosos. Folhas multipinadas. Inflorescências

em racemos com muitas flores; escapos eretos emergentes de até 38 cm de altura, escamas

quando presentes grandes e basifixas, de semi a amplexicaules ou não. Flores bissexuais com

pedicelos simples e eretos nas flores e reflexos nos frutos; brácteas semelhantes às escamas,

bractéolas ausentes; cálice de 2 lobos quase iguais, sendo o inferior com ápice bi ou trífido,

corola amarela, lábio superior menor que o inferior, este levemente bilobado, giba bem

proeminente, calcar variando de menor a maior que o lábio inferior, geralmente com ápice

bífido. Frutos capsulares globosos.

Comentários: vide U. erectiflora; apresenta uma certa viscosidade em seus estolões e folhas

modificadas.

Potencial econômico: possuem um grande potencial ornamental.

Distribuição geográfica e habitat: África tropical, América do Norte, América Central,

Antilhas e América do Sul (Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa,

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Equador, Brasil, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina). No Brasil: em quase todo o território

brasileiro, de Roraima até o Rio Grande do Sul (TAYLOR, 1989; FROMM-TRINTA, 1997;

POTT & POTT, 2000; CORRÊA & MAMEDE, 2002). Ocorre em águas escuras tanto ácidas

quanto alcalinas, calmas, rasas ou profundas, em alagados, lagoas e rios. No PNRJ é freqüente

nas lagoas de Carapebus, Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 27/VI/1996, V. L. C. Martins et al. 335 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1282 (R); Idem, Lagoa Comprida, 27/IV/1982, D. Araújo 4995 (GUA); Idem, ibidem, 14/IV/1995, P. C. A. Fevereiro 66 (R); Idem, ibidem, 13/IX/1995, M. G. Santos 417 (R); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 447 (R); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 453 (R); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1223 (R); Idem, alagado, 18/X/1995, I. M. Silva et al. 274 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 12/III/1981, M. B. Casari 485 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, D. Araújo 5502 (GUA); Idem, ibidem, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 123 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1598 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce, várzea inundável, 19/X/2000, D. A. Folli 3714 (R); RIO DE

JANEIRO: Ponta Grossa dos Fidalgos, Lagoa Feia, 11/XII/2004, C. P. Bove et al. 1420 (R).

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Figuras 100-103. Utricularia foliosa (C. P. Bove et al. 1223); 100. hábito; 101. indivíduo com flores e frutos com pedúnculos reflexos; 102. inflorescência; 103. ramo utriculífero, evidenciando os utrículo.

101

103

102

Foto

: W. C

osta

100

Foto

: W. C

osta

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Utricularia gibba L.

Lodo (Figs 104-108)

Linnaeus, Species Plantarum 1: 18. 1753.

Etimologia: Utricularia = utriculus = (latim) pequeno útero, referente aos utrículos; gibba =

(latim) corcunda, por possuir uma giba proeminente.

Descrição: ervas monóicas, delgadas; estolões utriculíferos submersos livres ou fixos em

substrato paludoso ou arenoso úmido, muito ramificados. Folhas presentes ou ausentes, de

simples a multipartidas. Inflorescências em racemos; escapos eretos emergentes de até 10 cm

de altura, escamas quando presentes semelhantes às brácteas. Flores bissexuais com pedicelos

simples e eretos nas flores e frutos, brácteas basifixas semi-amplexicaules, bractéolas

ausentes; cálice de 2 lobos quase iguais, corola amarela podendo apresentar nervuras muito

tênues castanho-avermelhadas, lobos ovados, elípticos a arredondados, lábio superior igual ou

maior que o inferior, de simples a trilobados, giba bem proeminente, calcar muito variável em

tamanho, de muito curto até superando o lábio inferior da corola. Frutos capsulares globosos.

Comentários: vide U. erectiflora; apresenta uma extensa lista de sinônimos, estes decorrentes

de sua ampla e abundante distribuição e grande diversidade morfológica.

Potencial econômico: apresenta um certo potencial ornamental.

Distribuição geográfica e habitat: pantropical. Amplamente distribuída pelo Brasil:

Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia,

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toda a região Centro-Oeste, Sudeste e Sul (TAYLOR, 1989; FROMM-TRINTA, 1997; POTT

& POTT, 2000; CORRÊA & MAMEDE, 2002). Ocorre em águas mais calmas, rasas ou

profundas No PNRJ encontra-se em abundância nas lagoas Amarra-boi, Paulista, de

Carapebus, Comprida e de Jurubatiba, em brejos permanentes e temporários e alagados no

interior da restinga.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VI/2005, C. P. Bove & J. Paz 1516 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 439 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 434 (R); Idem, Lagoa Comprida, 13/IX/1995, M. G. Santos 415 (R); 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 479 (R); Idem, alagado, 10/X/1979, D. Araújo 3303, 3304 (GUA); Idem, ibidem, 12/IX/1995, V. L. C. Martins et al. 219 (R); Idem, ibidem, 18/X/1995, I. M. Silva et al. 277 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 125 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, MATO GROSSO: Poconé, MT-50, caixa de empréstimo, 04/VIII/1982, V. J. Pott et al. 1720 (R); ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural da Companhia Vale do Rio Doce, várzea inundável, 16/VI/1998, D. A. Folli 3179 (R); RIO DE JANEIRO: Maricá, 03/II/1999, C. P. Bove et al. 400 (R); Araruama, poça temporária, 03/II/1999, C. P. Bove et al. 421 (R).

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Figuras 104-110. Utricularia; 104-108. U. gibba (C. P. Bove & J. Paz 1516); 104. hábito; 105. ramos

utriculíferos; b. detalhe; 106. flor e frutos; 107. detalhe da flor; 108. detalhe do frutos; 109-110. U. erectiflora (C. P. Bove et al. 437); 109. inflorescência;110. detalhe da inflorescência.

104 105 b

106 107

108

109110

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Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb.

(Figs 111-112)

Grisebach, Catalogus plantarum cubensium. . . 161. 1866.

Etimologia: Utricularia = utriculus = (latim) pequeno útero, referente aos utrículos; olivacea

= (latim) coloração olivácea, verde-amarronzada, respectivo à tonalidade da parte vegetativa.

Descrição: ervas monóicas, muito delgadas; estolões utriculíferos capilares, submersos e

livres. Folhas ausentes. Inflorescências em racemos reduzidos com escapos inconspícuos,

escamas ausentes. Flores bissexuais com pedicelos verticilados eretos, de variados tamanhos

até 1,5 cm de altura, brácteas basifixas, membranáceas, hialinas, amplexicaules, bractéolas

ausentes; cálice de 2 lobos quase iguais, sendo nos frutos denteado, corola alva, lábio superior

convexo, lábio inferior côncavo, calcar muito reduzido, sacciforme. Frutos capsulares.

Comentários: vide U. erectiflora; espécie com um ínfimo número de coletas, provavelmente

devido à suas proporções diminutas e sua ocorrência rara.

Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte, América Central, Antilhas e América

do Sul (Venezuela, Guiana, Suriname, Brasil e Bolívia). No Brasil: Amazonas, Minas Gerais

e Rio de Janeiro (FROMM-TRINTA, 1983, 1997; TAYLOR, 1989; POTT & POTT, 2000).

No PNRJ: lagoas Paulista e Comprida.

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Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 464 (R); Idem, Lagoa Comprida, 24/VIII/1982, D. Araújo 5182 (GUA); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1592 (R).

Utricularia poconensis Fromm

Lodo (Figs 113-114)

Fromm Trinta, Bradea, Boletim do Herbarium Bradeanum 4: 139. 1985.

Etimologia: Utricularia = utriculus = (latim) pequeno útero, referente aos utrículos;

poconensis = referente ao local de coleta do holótipo (Poconé - MT).

Descrição: ervas monóicas, de estolões utriculíferos robustos, muito ramificados, submersos

livres. Folhas multipartidas. Inflorescências em racemos com poucas flores, escapos simples

e eretos de até 3 cm de altura, com escamas basifixas. Flores bissexuais com pedicelos eretos,

sendo nos frutos reflexos, brácteas basifixas amplexicaules, bractéolas ausentes; cálice de 2

lobos quase iguais, corola violácea, giba amarela proeminente, com o lobo superior inteiro e

inferior amplamente bilobado, calcar menor que o lobo inferior. Frutos capsulares globosos.

Comentários: vide U. erectiflora.

Potencial econômico: apresenta um potencial ornamental.

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Distribuição geográfica e habitat: América do Sul (Brasil, Bolívia e Argentina). No Brasil:

Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de

Janeiro (FROMM-TRINTA, 1985, 1997; TAYLOR, 1989; POTT & POTT, 2000). Ocorre em

lagoas, em recantos de águas estagnadas ou lênticas. Dentro do Parque esta espécie foi

coletada somente na Lagoa de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 11/VIII/1980, D. Araújo 3920 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, D. Araújo 4980 (GUA); Idem, ibidem, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 124 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1596 (R).

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Figuras 111-114. Utricularia; 111-112. U. olivacea (C. P. Bove et al. 464); 111. hábito; 112. detalhe; 113-114. U. poconensis (C. P. Bove et al. 1596); 113. hábito; 114. ramo utriculífero, evidenciando os utrículos.

111

112 113

114

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2.2.10 MAYACACEAE

Mayaca fluviatilis Aubl.

Musgo-de-flor; Musgo-d’água (Figs 115-120)

Aublet, Histoire des plantes de la Guiane Françoise 1: 42-44, pl. 15. 1775.

Etimologia: Mayaca = do nome vulgar “maiaca” nas Guianas, ou de Maiacá, ilha próxima de

Belém; fluviatilis = (latim) fluvial, relativo a rio.

Descrição: ervas monóicas, pequenas, submersas fixas ou, em locais brejosos, emergentes;

com aspecto de musgo; ramos frágeis de comprimento variável, às vezes muito ramificados e

com raízes adventícias. Folhas de filotaxia espiralada, sésseis de 1,1 x 0,05 cm, lâminas de

filiformes a lineares, margens inteiras, ápice de agudo a bidentado. Flores solitárias,

bissexuais, pediceladas, 3 sépalas, 3 pétalas, variando do lilás ao rosa-pálido ou de base alva e

porção apical rosada; 3 estames, anteras deiscentes por uma fenda apical; ovário súpero,

estilete filiforme, estigma trilobado. Frutos capsulares de forma e tamanho variados.

Comentários: na região sul do Brasil podem formar pequenos e densos agrupamentos

associados com musgos (Sphagnum), com os quais pode ser confundida. Florescem apenas

quando emergentes. Segundo Lourteig (1965), podem ser encontradas populações com flores

brancas.

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Potencial econômico: ornamentais muito utilizadas em aquariofilia (NOTARE, 1992).

Distribuição geográfica e habitat: dos Estados Unidos até Argentina e Uruguai. No Brasil:

Amazonas1, Pará, Piauí, Bahia1;2, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais1, Espírito Santo,

Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (KLEIN, 1976;

PEDRALLI, 1981; JASZCZERSKI, 1987; POTT & POTT, 2000; WANDERLEY &

GIULIETTI, 2002). Ocorre em margens alagadas de rios e lagos, nos solos muito úmidos, em

brejos e no interior de lagoas na forma submersa fixa. No PNRJ foi encontrada em alagados e

nas lagoas Paulista e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 438, 440 (R); Idem, ibidem, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 467 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 12/III/1981, M. B. Casari 488 (GUA); Idem, ibidem, 07/I/1982, D. Araújo 4753 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, M. B. Casari 975 (GUA); Idem, ibidem, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 469 (R); Idem, alagado, 28/IV/1982, D. Araújo 5002 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Campos dos Goytacases, Lagoa Feia, 10/VI/1980, D. Araújo 3803 (GUA); Idem, Magé, alagado, 25/X/1982, I. H. Alcantra 23 (GUA).

1 W3 TROPICOS 2 NYBG

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2.2.11 MENYANTHACEAE

Nymphoides indica (L.) Kuntze

Soldadela-d’água (Figs 118-120)

Kuntze, Revision Generum Plantarum 2: 429. 1891.

Menyanthes indica L., Species Plantarum 1: 145. 1753.

Nymphoides humboldtiana (Kunth) Kuntze, Revision Generum Plantarum 2: 429. 1891.

Etimologia: Nymphoides = Nymphaea + oides (sufixo grego) = forma de / semelhante à

Nymphaea; indica = referente ao local (Índia).

Descrição: ervas monóicas, fixas com folhas flutuantes e flores emergentes. Folhas de

filotaxia alterna, pecioladas, lâminas de 12 x 9 cm, de subovadas a orbiculares, margens

inteiras, base cordada, ápice obtuso, face adaxial verde, face abaxial vináceo-avermelhada,

com granulações evidentes. Inflorescências axilares, fasciculado-umbeliformes. Flores

bissexuais, pediceladas, 5 sépalas lanceoladas, geralmente 5 (raro 4) pétalas fimbriadas,

brancas com base amarela, unidas próximas à base; 5 estames, anteras sagitadas. Frutos

capsulares, elipsóides ou orbiculares, estilete persistente; sementes numerosas, papilosas.

Comentários: espécie com floração na maior parte do ano e flores efêmeras; o fruto

submerge e amadurece na água (POTT & POTT, 2000). Pode assemelhar-se a Nymphaea,

quando estéril e bem desenvolvida vegetativamente (folhas de até 18 cm de diâmetro), neste

caso sendo diferenciada por possuir granulações evidentes na face abaxial da folha.

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Potencial econômico: ornamental adequada para tanques e lagos; apícola (POTT & POTT,

2000); apresenta propriedades medicinais como digestiva, vermífuga e contra febre

(CORRÊA, 1909).

Distribuição geográfica e habitat: África, Austrália, Índia, América do Norte, América

Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil: Amazônia1, Pará1, Bahia2, Mato Grosso do

Sul, Minas Gerais, Espírito Santo3, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul (ORNDUFF, 1969, 1970; HATSCHBACH & IMAGUIRE, 1973; POTT &

POTT, 2000). Ocorre em águas calmas e pouco profundas, em pequenos rios, lagoas, canais e

brejos. No PNRJ foi encontrada em canaletas, alagados e nas lagoas Pires, Amarra-boi,

Paulista, de Carapebus, Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 387 (R); Idem, Lagoa Amarrra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1518 (R); Idem, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1562 (R); Idem, alagado, 17/VIII/2000, V. L. C. Martins et al. 586 e 597 (R); Idem, ibidem, 11/XI/2002, J. Fontella et al. 3686 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 432 (R); Idem, ibidem, 12/III/1981, M. B. Casari 486 (GUA); Idem, Lagoa Comprida, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 452 (R); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1220 (R); Idem, alagado, 20/III/1996, V. Esteves et al. 1032 (R); Idem, ibidem, 12/III/1999, R. Moura 155 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 127 (R); Idem, ibidem, 05/IV/1983, D. Araújo 5498 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, ESPÍRITO SANTO: Linhares, Reserva Natural da CVRD, várzea inundável, 21/III/2001, D. A. Folli 3852 (R); RIO DE JANEIRO: Saquarema, Praia do Sossego, 07/III/1999, R. M. Lisbôa & C. B. Moreira 20 (R); Maricá, alagado temporário, 10/II/2000, C. B. Moreira 78 (R).

1 W3 TROPICOS 2 NYBG 3 nova ocorrência para o Estado

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137

115

118

Figuras 115-120. Mayaca e Nymphoides; 115-117. Mayaca fluviatilis (J. Paz et al. 469; C. P. Bove et al. 438); 115. hábito; 116. detalhe; 117. flor; 118-120. Nymphoides indica (C. P. Bove et al. 1220); 118. hábito, com Oldenlandia salzmannii; 119. flores; 120. face abaxial da folha, evidenciando as granulações.

116 117119

120

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2.2.12 NYMPHAEACEAE

Nymphaea amazonum Mart. & Zucc.

Batata- d’água ; Lírio-d’água (Figs 121-125)

Martius & Zuccarini, Abhandlungen der Mathematisch-Physikalischen Classe Königlich... 1:

363-364. 1832.

Etimologia: Nymphaea = nympha = (latim) relativo às ninfas, entidades das águas;

amazonum = em referência ao Amazonas.

Descrição: ervas monóicas, fixas, com folhas e flores flutuantes. Folhas de pecíolos longos

com um anel de tricomas no ápice ou ao longo deste, lâminas de até 18 x 14 cm, de ovais a

orbiculares, margens inteiras, base cordada, lobos agudos, face adaxial verde, face abaxial

púrpura com pequenas máculas escuras; quando secas apresentam pequenas e proeminentes

pontuações de esclereídeos. Flores solitárias, bissexuais, pediceladas, 4 sépalas de superfície

externa verde com linhas escuras, muitas pétalas de coloração entre o branco e creme,

transição pétalas-estames gradual; estames numerosos; carpelos unidos, apêndices carpelares

claviformes, creme de ápice vináceo. Frutos bagas globosas; numerosas sementes.

Comentários: Nymphaea amazonum e N. rudgeana G. Mey., pertencentes ao subgênero

Hydrocallis, apresentam como características comuns os apêndices carpelares claviformes, a

transição estame-pétala gradual e a antese noturna, sendo diferenciadas, respectivamente, pela

presença de um anel de tricomas no ápice do pecíolo na primeira e a ausência desta

característica na segunda.

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Potencial econômico: este gênero apresenta lindas folhas e flores diurnas e noturnas com

uma grande diversidade de cores e fragrâncias, em razão desta beleza estimulou-se a obtenção

de outras formas através da hibridização e seleção artificial (NOTARE, 1992). Estas

características que elevaram ainda mais o seu valor ornamental, sendo muito procurada no

paisagismo de lagos e tanques; além disso, são admiradas e cultivadas universalmente, desde

os antigos cultivos egípcios até nossos dias, por suas sementes e rizomas comestíveis e ricos

em tanino (VELÁSQUEZ, 1994).

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (México), América Central, América

do Sul tropical. No Brasil: em todas as regiões (WIERSEMA, 1987; IRGANG & GASTAL,

1996; POTT, 1998; FERES & AMARAL, 2003). Ocorre em águas tranqüilas. No PNRJ foi

registrada nas lagoas Paulista, de Carapebus e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 483 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 392 (R); Idem, ibidem, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 477 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo, 5496 (GUA).

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140

121

Foto

: R. L

ewis

Figuras 121-125. Nymphaea amazonum (J. Paz & R. Lewis 392; J. Paz et al. 483); 121. hábito; 122. face abaxial da folha com anel de tricomas no ápice do pecíolo (seta); b. tricomas ao longo do pecíolo; 123. corte longitudinal de uma flor já polinizada; 124. apêndices carpelares claviformes; 125. transição gradual de estame-pétala.

123

125 124

122

b

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Nymphaea ampla (Salisb.) DC.

Batata- d’água ; Lírio-d’água (Figs 126-133)

De Candole, Regni Vegetabilis Systema Naturale 2: 54. 1821.

Castalia ampla Salisb., The Paradisus Londinensis 1: sub pl. 14. 1805.

Etimologia: Nymphaea = nympha = (latim) relativo às ninfas, entidades das águas; ampla =

(latim) grande, ampla, extensa.

Descrição: ervas monóicas, fixas, com as folhas flutuantes e flores emergentes. Folhas com

pecíolos longos, lâminas de até 32,5 x 26 cm, de suborbiculares a orbiculares, base cordada,

lobos agudos, margens inteiras quando jovem, irregularmente denteadas quando adultas, face

adaxial verde, face abaxial vermelho-púrpura, pequenas máculas escuras em ambas as faces;

quando secas apresentam pequenas e inconspícuas pontuações de esclereídeos. Flores

solitárias, bissexuais, pediceladas, 4 sépalas de superfície externa verde com linhas escuras,

muitas pétalas de coloração branca; estames numerosos, sendo os externos muito maiores que

os internos; carpelos livres, apêndices carpelares triangulares. Frutos bagas globosas;

numerosas sementes.

Comentários: as três espécies de Nymphaea registradas para o Parque são semelhantes.

Nymphaea ampla pertence ao subgênero Brachyceras que tem como característica apêndices

carpelares triangulares, transição estame-pétala abrupta e antese diurna. Assim diferindo das

espécies N. amazonum e N. rudgeana, do subgênero Hydrocallis, que apresentam apêndices

carpelares claviformes, transição estame-pétala gradual e antese noturna.

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Potencial econômico: os mesmos apresentados para N. amazonum, entretanto com potencial

ornamental superior devido à antese diurna; segundo Corrêa (1926), esta espécie é

mucilaginosa e adstringente.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos e México), América

Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil: Pará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais1, Rio

de Janeiro e Santa Catarina2 (CONARD, 1905; SUCRE, 1959; DUKE, 1962; VELÁSQUEZ,

1994). Ocorre em águas calmas ou com pouco fluxo. No PNRJ foi encontrada em alagados e

nas lagoas Amarra-boi, Paulista, de Carapebus, Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1530 (R); Idem, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1561 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 431 (R); Idem, ibidem, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 393 (R); Idem, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, D. Araújo 5521 (GUA); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 450 (R); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1588 (R); Idem, alagado, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 478 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 12/III/1981, M. B. Casari 496 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, D. Araújo 5497 (GUA); Idem, ibidem, 03/XI/1996, C. P. Bove et al. 122, 126 (R); Idem, alagado, 12/III/1999, R. Moura 154 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, MINAS GERAIS: Aiuruoca, lagoa, 07/III/2000, C. P. Bove 693 (R); RIO DE JANEIRO: Búzios, canal temporário, 01/VII/2001, C. P. Bove & W. Costa 871 (R); Idem, Araruama, alagado, 20/XII/1998, C. B. Moreira & J. Barbosa 33 (R); Idem, ibidem, 06/III/1999, R. M. Lisbôa & C. B. Moreira 37 (R); Idem, ibidem, 21/IV/1999, C. B. Moreira et al. 44 (R).

1 nova ocorrência para o Estado 2 NYBG

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Figuras 126-131. Nymphaea ampla (J. Paz & R. Lewis 393; C. P. Bove et al. 1588); 126. hábito; 127. flor; 128. corte longitudinal de uma flor já polinizada; 129. apêndices carpelares triangulares; 130. botão; 131. botão em antese.

Foto

: R. L

ewis

126

127

Foto

: R. L

ewis

130

129

128

Foto

: R. L

ewis

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144

Nymphaea rudgeana G. Mey.

Batata- d’água ; Lírio-d’água (Figs 134-137)

Georg Meyer, Primitiae Florae Essequeboensis. . . 198. 1818.

Etimologia: Nymphaea = nympha = (latim) relativo às ninfas, entidades das águas; rudgeana

= em homenagem ao botânico inglês Eduard Rudge (1763-1846).

Descrição: ervas monóicas, fixas, com folhas flutuantes e flores flutuantes ou emergentes.

Folhas com pecíolos longos, lâminas de 26 x 25 cm, de suborbiculares a orbiculares, base

cordada, lobos agudos, margens irregularmente e profundamente denteadas, face adaxial

verde, face abaxial verde-castanha, às vezes púrpura, presença ou ausência de pequenas

máculas escuras em ambas as faces; quando seca apresenta pequenas e proeminentes

pontuações de esclereides. Flores solitárias, bissexuais, pediceladas, 4 sépalas raro com linhas

escuras, muitas pétalas de coloração entre o branco e creme, quando polinizada pode

apresentar-se rosada, transição pétalas-estames gradual; estames numerosos; carpelos

sincárpicos, apêndices carpelares claviformes, de alvo-amarelados a amarelo-ouro. Frutos

bagas globosas; numerosas sementes.

Comentários: as espécies do subgênero Hydrocallis (neotropicais de floração noturna)

possuem um aroma forte de acetona que, na ocasião da antese, serve como chamariz para

polinizadores, principalmente coleópteros; as flores abrem por duas ou três noites

consecutivas, os insetos ficam presos na flor durante o dia e são liberados, no mínimo, após

24 horas (POTT, 1998), estes, repletos de pólen, dão continuidade à polinização ao visitarem

outro indivíduo.

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Potencial econômico: os mesmos apresentados para N. amazonum; além de suas flores

fornecerem óleo essencial para perfumaria e ser empregada na cura de úlceras e como

emoliente (CORRÊA, 1926).

Distribuição geográfica e habitat: América Central, Antilhas, norte e leste da América do

Sul. No Brasil: regiões norte, nordeste, sudeste até o norte do Estado do Paraná (CONARD,

1905; DUKE, 1962; WIERSEMA, 1987; VELÁSQUEZ, 1994; FERES & AMARAL, 2003).

Ocorre em águas calmas ou com pouco fluxo, geralmente em planície costeira. No PNRJ foi

encontrada na Lagoa Comprida e de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1221 (R); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1595 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, M. B. Casari 977 (GUA).

Material adicional examinado: BRASIL, ESPÍRITO SANTOS: Linhares, Reserva Natural C. Vale do Rio Doce, várzea inundável, 05/I/1995, D. A. Folli 2458 (R); RIO DE JANEIRO: Ponta Grossa dos Fidalgos, Lagoa Feia, 11/XII/2004, C.P. Bove et al. 1407 (R).

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146

132 133

Figuras 132-137. Nymphaea; 132-133. N. ampla (C. P. Bove et al. 1588); 132. folha face adaxial; 133. folha face abaxial; 134-137. N. rudgeana (C. P. Bove et al. 1221), 134. hábito; 135. corte longitudinal de uma flor já polinizada; 136. folha face adaxial; 137. folha face abaxial.

134 135

136 137

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2.2.13 POACEAE

Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv.

Capim-arroz (Figs 138-140)

Palisot de Beauvois, Essai d'une Nouvelle Agrostographie 1: 53, 161, 169, pl. 11, f. 2. 1812.

Panicum crus-galli L., Species Plantarum 1: 56. 1753.

Etimologia: Echinochloa = echinós + chloa = (grego) ouriço + grama, capim, referente à

inflorescência; crus - galli = (latim) perna de galo.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, decumbentes com colmos eretos com cerca de 60

cm de altura, nós inferiores radicantes e glabros. Folhas de filotaxia alterna, sésseis, bainhas

glabras infladas, lígula ausente, lâminas linear-lanceoladas, glabras, margens esparsamente

escabras. Inflorescências paniculadas contraídas de ramos unilaterais espiciformes,

lanceoladas, eretas ou pendentes, coloração de castanha a vinácea. Espiguetas bifloras,

acrótonas, elíptico-lanceoladas, escabras, até 5 mm de comprimento, ráquila articulada abaixo

das glumas, gluma inferior 1/3 do tamanho da espigueta, gluma superior tão longa quanto a

espigueta, antécio inferior masculino, antécio superior bissexual, lema inferior aristada, arista

com até 8 mm de comprimento, 3 estames. Frutos cariopses.

Comentários: segundo Lorenzi (2000), é uma das plantas daninhas mais freqüentes em

lavouras de arroz irrigado, sendo considerada séria infestante em mais de 60 países.

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Potencial econômico: povos primitivos da Ásia utilizam as sementes na alimentação; são

plantas palatáveis ao gado, mas podem acumular níveis de nitrato chegando a serem

consideradas tóxicas; é muito temida como infestante nas lavouras de arroz, podendo reduzir

a produtividade em mais de 50%, além de ser hospedeira alternativa para o fungo Piricularia

oryzeae causador da bruzone do arroz; a comercialização de suas sementes não é permitida na

legislação brasileira, são consideradas nocivas, pois sua presença acima de determinados

níveis, em lotes de sementes diversas, impede a comercialização destes (LORENZI, 2000).

Distribuição geográfica e habitat: cosmopolita. Gênero originário da Eurásia, com diversas

variedades desenvolvidas em regiões distintas, hoje se encontram amplamente distribuídas por

regiões tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil pode ser encontrada em praticamente

todo o território (MORRONE & ZULOAGA, 1994; LORENZI, 2000). Ocorre em áreas

inundadas, muito comum em cultivos de arroz. No PNRJ foi coletada somente na Lagoa de

Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 398a (R).

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Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult.

Capim-arroz (Figs 141-143)

Schultes, Mantissa 2: 269. 1824.

Oplismenus crus-pavonis Kunth, Nova Genera et Species Plantarum (quarto ed.) 1: 108. 1815

[1816].

Etimologia: Echinochloa = echinós + chloa = (grego) ouriço + grama, capim, referente à

inflorescência; crus - pavonis = (latim) perna de pavão.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, decumbentes com colmos eretos com cerca de 50

cm de altura, nós inferiores radicantes e glabros. Folhas de filotaxia alterna, sésseis, bainhas

glabras infladas, lígula ausente, lâminas foliares linear-lanceoladas, glabras, margens

escabras. Inflorescências paniculadas de ramos unilaterais espiciformes, lineares, ereta ou

pendente, coloração verde-pálido. Espiguetas bifloras acrótonas, elíptico-lanceoladas,

escabras, até 3 mm de comprimento, ráquila articulada abaixo das glumas, gluma inferior 1/3

do tamanho da espigueta, gluma superior tão longa quanto a espigueta, antécio inferior neutro,

antécio superior bissexual, lema inferior aristada, arista com até 5,5 mm de comprimento, 3

estames. Frutos cariopses.

Comentários: as duas espécies, E. crus-galli e E. crus-pavonis, foram coletadas juntas.

Devido à sua similaridade foram separadas apenas após uma observação mais minuciosa ao

microscópio.

Potencial econômico: idem E. crus-galli

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Distribuição geográfica e habitat: cosmopolita. No Brasil: Pará1, Bahia, Goiás, Mato

Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (MORRONE &

ZULOAGA, 1994; LORENZI, 2000). Ocorre em áreas inundadas, muito comum em cultivos

de arroz. No PNRJ foi coletada somente na Lagoa de Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 398b (R).

1 W3 TROPICOS

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Figuras 138-143. Echinochloa; 138-140. E. crus-galli (J. Paz & R. Lewis 398a); 138. geral; 139. detalhe da inflorescência; 140. antécio, vista de gluma inferior; 141-143. E. crus-pavonis (J. Paz & R. Lewis 398b); 141. geral; 142. detalhe da inflorescência; 143. antécio, vista da gluma inferior.

138 139

1 m

m

140

141 142

1 m

m

143

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Leersia hexandra Sw.

Grama-boiadeira (Figs 144-146)

Swartz, Nova Genera et Species Plantarum seu Prodomus 21. 1788.

Etimologia: Leersia = gênero dedicado a Johann Daniel Leers (1727-1774), boticário alemão,

autor da Flora Herbornensis; hexandra = hexa + andro = (grego) seis + relativo ao sexo

masculino, em alusão ao número de estames.

Descrição: ervas monóicas, anfíbias, emergentes e/ou flutuantes fixas, decumbentes com

parte superior ereta de até 50 cm de altura, nós radicantes e pilosos. Folhas de filotaxia

alterna, sésseis, bainhas escabras não infladas, lígulas glabras, membranosas, assimétricas de

até 2,5 mm de comprimento, lâminas lineares escabras. Inflorescências em panículas

subabertas. Espiguetas unifloras, oblongas, lateralmente compressas, com 4,5 mm de

comprimento, ápice agudo, ráquila articulada acima das glumas ausentes ou reduzidas,

antécio bissexual, lema superior e inferior escabras com tricomas rígidos nas quilhas, 6

estames. Frutos raramente formados, cariopses comprimidas lateralmente.

Comentários: segundo Lorenzi (2000), é considerada uma planta daninha e também

hospedeira do agente causal da brusone do arroz. Apresenta propagação, normalmente,

vegetativa.

Potencial econômico: valiosa para nutrição animal, com 12% de proteínas e baixo teor de

fibra; no Rio Grande do Sul é a primeira planta a se restabelecer, sendo por isso apreciada

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quando se alterna a cultura de arroz com a criação de gado; pode causar infestações em canais

de irrigação, bem como lavouras inundadas (KISSMANN, 1997).

Distribuição geográfica e habitat: cosmopolita (LONGHI-WAGNER & LERINA, 2001).

Ocorre em brejos e lagoas. No PNRJ foi registrada nos brejos e nas lagoas de Jurubatiba e

Comprida.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, D. Araújo 5523 (GUA); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 12/III/1981, D. Araújo 4329 (GUA); Idem, ibidem, 12/III/1981, M. B. Casari 487 (GUA); Idem, ibidem, 07/I/1982, D. Araújo 4749 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, D. Araújo 5503 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1984, D. Araújo 5495 (GUA).

Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf

(Figs 147-150)

Stapf, Flora of Tropical África 9: 583. 1920.

Panicum geminatum Forssk., Flora Aegyptiaco-Arabica 18. 1775.

Etimologia: Paspalidium = (grego) diminutivo de Paspalum = paspalos = (grego) nome

antigo de gramínea; geminatus = (latim) gêmeos, em/formar par ou dupla.

Descrição: ervas monóicas, anfíbias, emergentes e/ou flutuantes fixas, decumbentes, nós

radicantes e glabros. Folhas de filotaxia alterna, sésseis, bainhas glabras infladas, lígulas

pilosas, lâminas lineares glabras. Inflorescências paniculadas unilaterais espiciformes.

Espiguetas bifloras, acrótonas, ovadas, glabras, dorsalmente compressas, com 2,5 mm de

comprimento, ráquila articulada abaixo das glumas, gluma inferior muito mais curta que a

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espigueta, gluma superior mais da metade da espigueta, antécio inferior masculino, antécio

superior bissexual, 3 estames. Frutos cariopses.

Comentários: as espiguetas diminuem de tamanho em direção ao ápice.

Potencial econômico: grande potencial como forrageira (RENVOIZE, 1984).

Distribuição geográfica e habitat: regiões tropicais (RENVOIZE, 1984). Ocorre em brejos e

lagoas. No PNRJ foi registrada nas lagoas Paulista, de Carapebus e Comprida.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1566 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 397 (R); Idem, Lagoa Comprida, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1594 (R).

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Figuras 144-150. Leersia e Paspalidium; 144-146. Leersia hexandra (D. Araújo 5503); 144. geral; 145. inflorescência; 146. antécio; 147-150. Paspalidium geminatum (J. Paz & R. Lewis 397; C. P. Bove et al. 1594); 147. hábito; 148. inflorescência; 149. antécio, vista da gluma inferior; 150. antécio, vista da gluma superior.

147 148

1 m

m

149 1

mm

150

1 m

m

146

144 145

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2.2.14 POLYGONACEAE

Polygonum acuminatum Kunth

Erva-de-bicho (Figs 151-156)

Kunth, Nova Genera et Species Plantarum (quarto ed.) 2: 178. 1817.

Etimologia: Polygonum = (grego) muitos joelhos, referente ao caule que freqüentemente

possui nós inchados; acuminatum = (latim) acuminado, alguns autores dizem ser relativo à

folha outros ao fruto.

Descrição: ervas monóicas, emergentes, ramos glabros ou pilosos, de aproximadamente 40

cm de altura. Ócreas membranosas, densamente piloso-estrigosas. Folhas de filotaxia alterna,

pecíolos curtos, lâminas lanceoladas, margens estrigosas, base agudo-decurrente, ápice agudo.

Inflorescências terminais, racemosas, espiciformes, pilosas. Flores bissexuais, pediceladas, 4

tépalas subiguais, de brancas a rosadas; 6 estames. Frutos núculas lenticulares, de coloração

negra brilhante.

Comentários: erva-de-bicho = nome popular adquirido pelo uso desta ao combate de

hemorróidas. Um caráter particular, que permite reconhecer a família, é a presença da ócrea

(fusão das estípulas axilares) na base do pecíolo (CIALDELLA, 1989). Apesar de ser

considerada uma espécie também anfíbia, no Parque foi coletada dentro da lagoa, a cerca de

30 m da margem, com suas raízes fixadas, aproximadamente, a 2 m de profundidade.

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157

Potencial econômico: segundo Corrêa (1909, 1926) suas flores são muito melíferas, é usada

medicinalmente como adstringente, estimulante, diurética, cicatrizante, vermífuga e também

contra gonorréia, hemorróidas, úlcera, erisipela, disenteria, artritismo e febre. Bertoni, citado

nos estudos de Corrêa (1926) considera tóxico o suco fortemente acre e picante da planta.

Kissmann e Groth (1995) também alertam para as plantas deste gênero, pois, segundo eles,

encerram compostos tóxicos que ingeridos podem afetar o funcionamento normal dos rins,

passando a dificultar a eliminação de filoetrina (agente de fotossensibilidade).

Distribuição geográfica e habitat: África do Sul, do México até a Argentina. No Brasil: do

Acre1, Pará ao Rio Grande do Sul (EYMA, 1934; CIALDELLA, 1989; VELÁSQUEZ, 1994;

MELO, 2000; POTT & POTT, 2000). Ocorre em brejos, margens de rios e lagoas, comporta-

se como invasora em canais de irrigação. No PNRJ foi encontrada em áreas alagadas e na

Lagoa de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1604 (R), Idem, ibidem, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 468 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Rio das Ostras, 07/II/2000, R Moura 215 (R); Idem, Araruama, 09/X/1999, R. Anjos & C. B. Moreira 4 (R); Idem, Saquarema, 10/II/2000, B. M. B. Leite et al. 10 (R).

1 NYBG

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158

Figuras 151-156. Polygonum acuminatum (C. P. Bove et al. 1604; 1743); 151. hábito; 152. hábito, evidenciando a profundidade do ambiente; 153. inflorescência; 154. detalhe da inflorescência; 155. ócreas (setas); 156. fruto.

151 152

153

154

1 m

m

156

155

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2.2.15 PONTEDERIACEAE

Eichhornia azurea (Sw.) Kunth

Aguapé-de-baraço; Orelha-de-veado (Figs 157-159)

Kunth, Enumeratio Plantarum Omnium Hucusque Cognitarum 4: 129. 1843.

Pontederia azurea Sw., Nova Genera et Species Plantarum seu Prodromus 57. 1788.

Etimologia: Eichhornia = homenagem ao ministro prussiano Albert Friedrich Eichhorn

(1779-1856); azurea = azul (latim), relativo à cor da flor.

Descrição: ervas monóicas, flutuantes fixas, de aproximadamente 20 cm de atura; quando

jovens submersas. As plantas jovens apresentam folhas submersas sésseis, lineares; as

adultas apenas folhas emersas de filotaxia alterna, pecioladas, lâminas verde brilhantes, de

obovadas a orbiculares, margens inteiras, base pouco decurrente, glabra. Inflorescências

terminais em espigas, pubescentes. Flores bissexuais, sésseis, 6 tépalas desiguais roxo-

azuladas, pilosas de margem fimbriadas; tépala mediana com a base roxa-escura e guia de

néctar amarelo; 6 estames dimorfos, anteras sagitadas; ovário fusiforme com pontuações

arroxeadas. Frutos capsulares.

Comentários: no final do processo de fecundação a inflorescência curva-se em direção à

superfície da água, sendo que a maturação ocorre quando esta se encontra totalmente

submersa, onde libera suas sementes (CONCEIÇÃO & PAULA, 1984); em condições favoráveis

propaga-se rapidamente, tanto vegetativamente quanto sexuadamente, tornando-se praga

invasora ao cobrir grandes extensões das superfícies das águas.

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Potencial econômico: devido à suas belas flores tem sido utilizada para ornamentação de

lagos e tanques; segundo estudos de Conceição & Paula (1984), esta espécie se mostrou

altamente promissora para a produção de biogás; na região do Pantanal, durante as enchentes,

é utilizada em pequena escala para a pecuária (ALBUQUERQUE, 1981); apícola,

despoluidora da água, seus pecíolos quando secos são utilizados para artesanato (POTT &

POTT, 2000); utilizada também como adstringente, depurativa e para adubo verde

(CORRÊA, 1926); Emmerich & Valle (1990) relatam, em um estudo etnobotânico com tribos

do Parque Indígena do Xingu, o uso das cinzas desta planta na produção de sal.

Distribuição geográfica e habitat: África, sul da América do Norte, América Central

(Honduras, Nicarágua, Costa Rica1 e Panamá), Antilhas e América do Sul. No Brasil:

Rondônia, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia2, Mato Grosso, Mato Grosso do

Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

(WOODSON & SCHERY, 1944; CASTELLANOS et al., 1967; POTT & POTT, 2000).

Abundante em canais, remansos de rios e lagoas. No PNRJ sua ocorrência é ocasional,

estando presente somente na Lagoa de Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo 5501 (GUA); Idem, ibidem, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 470 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Ponta Grossa dos Fidalgos, Lagoa Feia, 11/XII/2004, C. P. Bove et al. 1413 (R).

1 W3 TROPICOS 2 NYBG

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Figuras 157-159. Eichhornia azurea (J. Paz et al. 470); 157. hábito, evidenciando a heterofilia; 158. em meio a Mayaca fluviatilis; 159. inflorescência (material sem coleta).

158157

159

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162

2.2.16 POTAMOGETONACEAE

Potamogeton illinoensis Morong

(Figs 160-161)

Morong, Botanical Gazette 5(5): 50. 1880.

Etimologia: Potamos = rio e geiton = vizinho (grego); illinoensis = referente à localidade do

holótipo (Rio Mississipi, Illinois, EUA).

Descrição: ervas monóicas, submersas fixas e/ou flutuantes fixas. Folhas heteromorfas, de

filotaxia espiralada, sendo as submersas de verdes a vermelho-amarronzadas, sésseis ou curto

pecioladas, lâminas de até 11,2 x 3,2 cm, de elípticas, obovadas a oblanceoladas,

membranáceas, freqüentemente arqueadas, margens às vezes onduladas, base cuneada, ápice

mucronado; estípulas convolutas, hialinas e senescentes; folhas flutuantes verde-claras,

lâminas de até 17 x 4,5 cm, de membranáceas a cartáceas, de elípticas a lanceoladas, de até 15

cm de comprimento, base cuneada a arredondada, ápice agudo; estípulas convolutas, hialinas

e persistentes. Inflorescências em espigas terminais ou axilares emersas, uniformes,

multifloras, com (2) 3 - 4 flores por verticilo. Flores pequenas, bissexuais. Frutos drupáceos,

subglobosos, pardos ou verde-olivas.

Comentários: planta semelhante à Potamogeton montevidensis A. Benn., se diferenciam

principalmente pelas folhas submersas que em P. illinoensis apresentam-se de forma elíptica a

obovada e em P. montevidensis são lineares.

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Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: América do Norte (Estados Unidos e México), América

Central, Antilhas e América do Sul. No Brasil: Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio de

Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (RODRIGUES & IRGANG, 2001;

HAYNES & HOLM-NIELSEN, 2003). Ocorre em ambientes lênticos, em águas doces,

alcalinas ou salobras. No PNRJ foi registrada na Lagoa Paulista, de Carapebus e de

Jurubatiba.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1296 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 435 (R); Idem, ibidem, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 461 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1287 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1253 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 11/VIII/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3919 (GUA); Idem, ibidem, 12/III/1981, M. B. Casari 484 (GUA); Idem, ibidem, 05/IV/1983, M. B. Casari & D. Araújo 974 (GUA).

Potamogeton montevidensis A. Benn.

Arthur Bennett; Annalen des K. K. Naturhistorischen Hofmuseums 7(4): 293. 1892.

Potamogeton stenostachys K. Schum.; Flora Brasiliensis 3(3): 687. 1894.

Etimologia: Potamos = rio e geiton = vizinho (grego); montevidensis = referente à localidade

tipo – Montevidéu, Uruguai.

Descrição: ervas monóicas, submersas fixas, flutuantes fixas e/ou emergentes. Folhas

heteromorfas, de filotaxia espiralada, sendo as submersas verdes, sésseis, lâminas de até 7 x

1,2 cm, membranáceas, de lineares a linear-lanceoladas, base cuneada, ápice agudo; estípulas

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convolutas, hialinas e senescentes; folhas flutuantes e emergentes verdes, pecioladas,

lâminas de até 9,3 x 4,5 coriáceas, de elípticas, oblongas a lanceoladas, de até 7 cm de

comprimento, base cuneada a truncada, ápice de agudo a obtuso; estípulas convolutas,

hialinas e persistentes. Inflorescências em espigas terminais emersas, uniformes, multifloras,

com 2 flores por verticilo. Flores pequenas, bissexuais. Frutos drupáceos, subglobosos,

pardos ou verde-oliva. (Figs 162-163).

Comentários: na Lagoa Comprida apresenta folhas emersas, característica não mencionada

na bibliografia especializada.

Potencial econômico: desconhecido.

Distribuição geográfica e habitat: América do Sul (Colômbia, Brasil, Chile1, Paraguai,

Argentina e Uruguai). No Brasil: Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande

do Sul (RODRIGUES & IRGANG, 2001; HAYNES & HOLM-NIELSEN, 2003). Ocorre em

lagoas e rios de água doce. No PNRJ foi encontrada somente na Lagoa Comprida.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, M. B. Casari & D. Araújo 989 (GUA); Idem, ibidem, 27/XI/1985, D. Araújo & N. C. Maciel 7093 (GUA); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 457 (R); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1587 (R).

1 W3 TROPICOS

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Figuras 160-163. Potamogeton; 160-161. P. illinoensis (C. P. Bove et al. 1253); 160. hábito; 161. detalhe inflorescência. 162-163. P. montevidensis (C. P. Bove et al. 457); 162. hábito; 163. inflorescência.

160 161

162 163

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166

2.2.17 RUPPIACEAE

Ruppia maritima L.

(Figs 164-167)

Linnaeus, Species Plantarum 1: 127-128. 1753.

Ruppia rostellata W. D. J. Koch ex Rchb., Iconographia Botanica seu Plantae Criticae 2: 66,

pl. 174, f. 306. 1824.

Etimologia: Ruppia = nome em homenagem ao botânico alemão Heinrich Bernhard Ruppius

(1668-1719); maritima = relativo ao mar.

Descrição: ervas monóicas, submersas fixas. Folhas com filotaxia de oposta a alterna,

sésseis, lâminas lineares, de até 14 x 0,5 cm, margens interas, ápice agudo; bainhas

envolvendo as inflorescências. Inflorescências em espigas com 2 flores. Flores bissexuais,

reduzidas e inconspícuas; 2 estames sésseis circundando os carpelos livres, de 4 a 5, estes

sésseis na antese mas longamente estipitados e umbeliformes na frutificação. Frutos de 2 a 5

drupídeos ovóides a piriformes, assimétricos.

Comentários: as espécies deste gênero são muito polimórficas, o que dificulta o

estabelecimento de um número mais preciso de táxons para a família Ruppiaceae. De acordo

com Velásquez (1994), sua polinização pode ser subaquática ou se dar na superfície, onde os

grãos de pólen, ao serem liberados, aderem-se aos estigmas.

Potencial econômico: desconhecido

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Distribuição geográfica e habitat: espécie cosmopolita de latitudes subantárticas a

subtropicais no Atlântico até a Argentina. No Brasil: em praticamente toda a costa, do Piauí

ao Rio Grande do Sul (JACOBS & BROCK, 1982; OLIVEIRA et al., 1983; VELÁSQUEZ,

1994; PIRANI, 2003). Ocorre em águas salobras a hipersalinas, calmas, geralmente em

estuários e lagunas próximas ao litoral. Segundo Pirani (2003), não há referências de sua

ocorrência em águas de salinidade marinha plena (36‰). No PNRJ foi encontrada nas lagoas

Pires, Piripiri, Encantada e poças adjacentes e na Lagoa de Carapebus.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 488 (R); Lagoa Piripiri, 30/X/2006, T. U. P. Konno et al. 891 (R); Carapebus, Lagoa Encantada, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1605 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 26/XI/1985, D. Araújo 7066 (GUA); Idem, poça, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1268 (R).

Material adicional: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Armação de Búzios, lagoa, 05/XII/1984, C. A. Fonteles s/nº (GUA – 27786, 27787).

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168

Figuras 164-167. Ruppia marítima (C. P. Bove et al. 1605, 1268); 164. hábito; 165. inflorescência protegida pela bainha; 166. infrutescência; 167. detalhe do fruto.

164

165 166

1 m

m

167

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2.2.18 TYPHACEAE

Typha domingensis Pers.

Taboa; Paina (Figs 168-172)

Persoon, Species Plantarum 2: 532. 1807.

Etimologia: Typha = typhos = (grego) fumaça; outro significado atribuído é de grande

pântano; antigo nome grego utilizado por Teofrasto e Dioscórides; domingensis = relativo ao

local (Santo Domingo, República Dominicana).

Descrição: ervas monóicas, robustas, emergentes de até 2,5 m de altura; rizomas radicantes.

Folhas com filotaxia dística, sésseis, eretas, lâminas lineares, glabras, um pouco mais curtas

ou igualando as inflorescências, margens inteiras, bainhas escariosas, aurículas assimétricas

ou não. Inflorescências terminais em espigas densas e cilíndricas de cor castanha. Flores

unissexuais, as estaminadas, localizadas na parte superior da inflorescência, com bractéolas

de filiformes a espatuladas, simples ou ramificadas e 2-3 estames, separadas ou não por uma

parte estéril, seguida das flores pistiladas na parte inferior, com bractéolas filiformes de ápice

dilatado, ginopódio com cerdas delgadas, ovários férteis e abortivos com estigmas

lanceolados. Frutos não observados.

Comentários: devido ao rizoma possui ampla capacidade de propagação vegetativa,

apresenta-se em grandes e densas populações. Sua polinização é realizada pelo vento.

Dependendo do local pode tornar-se um problema tendo em vista que é uma planta de difícil

erradicação. É muito resistente a salinidade, visto que ocorre em lagoas hipersalinas,

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sendo a única hidrófita estrita na Lagoa do Visgueiro (70,1‰).

Potencial econômico: Ornamental em lagos de áreas abertas. Grande produtora de biomassa

podendo ser utilizada na elaboração de biogás; fabricação de fibra têxtil e grande produção de

celulose; é ótima matéria-prima para o artesanato; sua paina é aproveitada no enchimento de

travesseiros e almofadas; o rizoma nutritivo (rico em amido, com um teor de proteína igual ao

do milho e de carboidrato igual ao da batata) é fonte de alimento para mamíferos e utilizado

na culinária, broto usado em substituição ao palmito possuindo também propriedades

medicinais como adstringente e diurético (CORRÊA, 1975; VELÁSQUEZ, 1994; LORENZI,

2000); na África, os grãos de pólen servem como farinha para a elaboração de pães e bolachas

(AMARAL & BITTRICH, 2002).

Distribuição geográfica e habitat: Europa, Ásia, América do Norte, América Central,

Antilhas e América do Sul. No Brasil: em todos os estados (CRESPO & PEREZ, 1967;

REITZ, 1984; VELÁSQUEZ, 1994; POTT & POTT, 2000). Ocorre desde águas salobras a

doces, abundante nas lagoas, áreas de brejos temporários e permanentes, canais, arroios e

represas. No PNRJ: foi coletada nas lagoas Preta, Paulista e de Carapebus, e visualizada em

brejos temporários e permanentes e nas lagoas do Visgueiro, das Garças, Amarra-boi,

Comprida e de Jurubatiba. Entre todas as espécies, com exceção de Eleocharis geniculata, foi

a que apresentou maior distribuição, ocorrendo em oito, das doze, lagoas estudadas.

Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 02/X/2003, C. P. Bove et al. 1310 (R); Lagoa de Carapebus, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 478 (R).

Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Rio das Ostras, 03/I/2000, C. B. Moreira et al. 69 (R); Araruama, alagado, 21/IV/1999, C. B. Moreira et al. 45 (R); Maricá, Itaipuaçu, 12/II/2000, R. Anjos & L. Borré 24 (R).

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171

Figuras 168-172. Typha domingensis (C. P. Bove et al. 1310; J. Paz et al. 478); 168. hábito, população na Lagoa de Carapebus; 169. inflorescência; 170. flor pistilada; 171. flor estaminada, estames e bráctea; 172. brácteas das flores estaminadas.

168

169

1 m

m

170

1 m

m

171

1 m

m

172

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172

3. ANFÍBIAS

Dentre as hidrófitas vasculares foram registradas 54 espécies de anfíbias,

subordinadas a 46 gêneros distribuídos em 26 famílias (Tab. 1). As famílias mais

representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com oito espécies, RUBIACEAE

com seis espécies, ASTERACEAE e POACEAE com quatro espécies cada e FABACEAE,

ONAGRACEAE e PLANTAGINACEAE com três espécies cada (Fig. 173). A categoria anfíbia é a

forma biológica mais representativa, em número de espécies, entre as lagoas do Parque, com

exceção das lagoas Encantada e Piripiri. Bacopa monnieri foi a anfíbia que apresentou maior

distribuição no PNRJ, ocorrendo em sete das 12 lagoas, Centella asiatica, Pycreus

polystachyos, Ludwigia leptocarpa, Coccocypselum capitatum e Oldenlandia salzmannii

ocorreram em seis lagoas. Algumas espécies foram ilustradas fotograficamente (Figs 174-

215). O material examinado está relacionado na listagem do anexo.

Figura 173. Número de espécies por família das hidrófitas vasculares anfíbias encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

15

8

6

4 43 3 3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Outras

Cypera

ceae

Rubiac

eae

Asterac

eae

Poacea

e

Fabace

ae

Onagra

ceae

Plantag

inacea

e

nº d

e es

péci

es

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173

Figuras 174-178. Anfíbias; 174-175. Centella asiatica (J. Paz et al. 503); 174. hábito; 175. inflorescência; 176. Chrysolaena platensis, detalhe das inflorescências (material não coletado); 177. Enydra sessilis, detalhe da inflorescência (C. P. Bove et al. 1383); 178. Burmannia capitata (C. P. Bove et al. 1613), hábito.

174 175 Fo

to: M

. Mac

hado

176

177

178

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174

Figuras 179-183. Anfíbias; 179. Rhynchospora holoschoenoides (C. P. Bove et al. 1264); 180.; Rhynchospora tenuis (C. P. Bove & J. Paz 1560); 181. Rhynchospora corymbosa (C. P. Bove et al. 1279); 182-183. Scleria soronia (C. P. Bove et al. 1589); 182. hábito; 183. frutos.

179

180

181

182 183

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175

191189Figuras 184-191. Anfíbias; 184-185. Dalbergia ecastaphyllum (C. P. Bove et al. 1222); 184. hábito; 185. inflorescência; 186-188. Sesbania exasperata (J. Paz & R. Lewis 390; J. Paz et al. 471); 186. hábito, presença de frutos maduro; 187. inflorescência; 188. detalhe da inflorescência; 189-191. Mimosa setosa var. paludosa (C. P. Bove et al. 1257); 189. hábito; 190. inflorescência; 191. frutos.

184

185

186 187 Foto

: R. L

ewis

188

190

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176

Figuras 192-197. Anfíbias; 192-193. Schultesia guianensis var. latifolia (J. Paz et al. 492); 192. hábito; 193. detalhe da flor; 194. Laurembergia tetrandra (C. P. Bove & J. Paz 1523); 195. Triglochin striata (C. P. Bove et al. 459), com Bacopa monnieri; b. frutos; 196-197. Torenia thouarsii (C. P. Bove et al. 1622); 196. hábito; 197. detalhe da flor.

192 193

194

196 197

195 b

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Figuras 198-202. Anfíbias; 198. Achetaria ocymoides (C. P. Bove et al. 1230), detalhe da inflorescência; 199. Bacopa monnieri (C. P. Bove et al. 429); 200. Ludwigia leptocarpa, flor e botão (J. Paz & R. Lewis 389); 201. Ludwigia longifolia, flor e fruto (C. P. Bove et al. 1621); 202. Ludwigia octovalvis (C. P. Bove et al. 1606), flor e frutos.

198

200

Foto

: R. L

ewis

199

201

202

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Figuras 203-208. Anfíbias; 203-204. Acrostichum danaeifolium (C. P. Bove et al. 1262); 203. hábito; 204. detalhe dos esporângios; 205-206. Borreria scabiosoides (C. P. Bove et al. 1610); 205. hábito; 206. detalhe da inflorescência; 207-208. Coccocypselum capitatum (C. P. Bove et al. 1245); 207. hábito; 208. detalhe da inflorescência.

206 205 Foto

: M. M

acah

ado

203 204

207 208

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Figuras 209-215. Anfíbias; 209-210. Oldenlandia salzmannii (C. P. Bove et al. 1270); 209. hábito; 210. flores; 211. Pentodon pentandrus, hábito (material não coletado); 212. Perama hirsuta, hábito; 213-215. Xyris jupicai (C. P. Bove et al. 1391); 213. hábito; 214. inflorescência com botão; 215. inflorescência com flor aberta.

213 214 215

211

Foto

: R. L

ewis

210 209

212

209

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4. TOLERANTES E TREPADEIRAS

Apesar da categoria tolerante não ser compreendida nas hidrófitas vasculares,

mostrou-se importante neste trabalho, pois esclarece a ocorrência de 11 espécies não

consideradas hidrófilas em ambientes úmidos e aquáticos (Tab. 2). A presença destas plantas

em tais ambientes não significa dependência e sim tolerância à água por um curto período,

que pode ser conseqüência de inundações acidentais, ou até mesmo de um avanço vegetativo

durante uma estação de estiagem.

A forma biológica “trepadeira”, apesar de ser considerada por alguns autores, não é

aqui abordada entre as hidrófitas vasculares, sendo simplesmente disposta em uma listagem

(Tab. 3). Esta decisão foi tomada devido a registros duvidosos de algumas espécies em

relação ao meio aquático, necessitando de maiores observações e estudos para esclarecer sua

ocorrência, pois esta pode estar em busca de água ou simplesmente em busca de luz solar

utilizando as plantas aquáticas (emergentes e anfíbias) como um suporte.

Tabela 2. Listagem das plantas tolerantes encontradas nas margens das lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. = nova ocorrência.

Família Espécie AMARANTHACEAE Blutaparon portulacoides (A. St.-Hil.) Mears

AMARANTHACEAE Blutaparon vermiculare (L.) Mears

FABACEAE Chamaecrista flexuosa (L.) Greene

FABACEAE Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.

LINDSAEACEAE Lindsaea stricta (Sw.) Dryand.

MELASTOMATACEAE Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin

MELASTOMATACEAE Pterolepis glomerata (Rottb.) Miq.

MOLLUGINACEAE Mollugo verticillata L.

POLYPODIACEAE Polypodium triseriale Sw.

PORTULACACEAE Portulaca mucronata Link

RUBIACEAE Diodia apiculata (Willd. ex Roem. & Schult.) K. Schum.

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Tabela 3. Listagem das trepadeiras encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Família Espécie

APOCYNACEAE Gonioanthela axillaris (Vell.) Fontella & E. A. Schwarz APOCYNACEAE Oxypetalum alpinum var. alpinum (Vell.) Fontella & E. A. Schwarz

APOCYNACEAE Peplonia asteria (Vell.) Fontella & E. A. Schwarz

MALPIGHIACEAE Stigmaphyllon ciliatum (Lam.) A. Juss.

5. NOVAS OCORRÊNCIAS

Foram realizadas comparações com alguns trabalhos, como Comunidades vegetais

do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (ARAÚJO et al., 1998), Análise florística e

fitogeográfica das restingas do Estado do Rio de Janeiro (ARAÚJO, 2000) e Flora do Parque

Nacional da Restinga de Jurubatiba e arredores, Rio de Janeiro, Brasil: listagem, florística e

fitogeografia (COSTA & DIAS, 2001). Assim registraram-se novas ocorrências para duas

famílias, JUNCAGINACEAE e LINDERNIACEAE, uma subfamília, LEMNOIDEAE e 31 espécies

(Tab. 4) na área do Parque, entre as quais 17 são hidrófitas estritas, 13 anfíbias e somente

uma, Blutaparon vermiculare (AMARANTHACEAE), tolerante.

Com relação aos trabalhos comparados, deve-se esclarecer:

- o registro de CABOMBACEAE não foi aqui certificado, pois o material analisado por

Bove (BOVE, 2001a) não foi localizado na coleção, entretanto o número de coleta

mencionado na publicação acima é o mesmo encontrado para CERATOPHYLLACEAE à qual

corresponde;

- algumas espécies de CYPERACEAE citadas por Muniz (2001) foram identificadas

novamente, deste modo Eleocharis filiculmis Kunth (V. L. C. Martins et al. 319 - R) foi

reidentificado como Eleocharis geniculata; Rhynchospora aff. lundii Boeck. (D. Araújo 4752

– GUA) em Rhynchospora tenuis; e apesar de não ocorrerem em lagoas vale citar Eleocharis

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acicularis R. Br. (I. M. Silva et al. 534 - R; V. L. C. Martins et al. 200 – R) reidentificado

como Eleocharis nana Kunth e Cladium ensifolium (Boeck,) Benth. & Hook. (D. Araújo

6514 - GUA) como Hypolytrum verticillatum T. Koyama, além da correção de alguns

sinônimos (DAVIDSE et al., 1994), assim Eleocharis capitata (L.) R. Br. passou para E.

geniculata; Cyperus polystachyos Rottb. para Pycreus polystachyos e Rhynchospora emaciata

(Nees) Boeck. para R. tenuis;

- em HYDROCHARITACEAE / NAJADACEAE (BOVE, 2001b) foi possível chegar à

identificação da, até então, Najas sp. em N. arguta. Resultado alcançado somente depois de

algumas investidas a campo, bibliografia especializada e comparação com material

encontrado no Herbário do Jardim Botânico identificado por especialista. Esta planta delicada,

além de possuir baixa ocorrência, geralmente apresenta-se estéril, sendo raríssimas vezes

coletada fértil;

- na listagem de LENTIBULARIACEAE (SILVA, 2001), apesar de ocorrer somente em

brejos, Utricularia flaccida A. C. foi reidentificada como U. subulata L.;

- em MELASTOMATACEAE (BAUMGRATZ et al., 2001), Tibouchina litoralis Ule foi

sinonimizada por T. urceolaris por José Fernando Baumgratz (com. pess.);

- em POTAMOGETONACEAE (BOVE, 2001c), Potamogeton stenostachys K. Schum.

foi sinonimizada por Potamogeton montevidensis;

- em RUBIACEAE (GOMES, 2001), Lipostoma capitatum (Graham) Don foi

sinonimizada por Coccocypselum capitatum;

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Tabela 4. Listagem das espécies de hidrófitas vasculares de nova ocorrência para as lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Família Espécie Hidrófita Estrita

AMARANTHACEAE Blutaparon vermiculare (L.) Mears ARACEAE Lemna aequinoctialis Welw. X

ARALIACEAE Hydrocotyle ranunculoides L. f.

ASTERACEAE Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob.

ASTERACEAE Eclipta prostrata (L.) L.

CYPERACEAE Cyperus articulatus L. X

CYPERACEAE Cyperus giganteus Vahl X

CYPERACEAE Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr. X

CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. X

CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth X

CYPERACEAE Fuirena robusta Kunth X

CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják X

CYPERACEAE Rhynchospora tenuis Willd. ex Link

CYPERACEAE Scleria soronia (Nees) Kunth FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby FABACEAE Sesbania exasperata Kunth HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth X

JUNCAGINACEAE Triglochin striata Ruiz & Pav.

LINDERNIACEAE Lindernia rotundifolia (L.) Alston

LINDERNIACEAE Torenia thouarsii (Cham. & Schltdl.) Kuntze

NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. X

POACEAE Digitaria aequiglumis (Hack. & Arechav.) Parodi

POACEAE Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv. X

POACEAE Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult. X

POACEAE Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees

POACEAE Panicum parvifolium Lam.

POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf X

POLYGONACEAE Polygonum acuminatum Kunth X

POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong X

PTERIDACEAE Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron. X

SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi X

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- no caso de SALVINIACEAE, todo o material de Salvinia citado por Santos &

Sylvestre (2001) está estéril, sendo então considerado aqui pertencente ao ‘complexo

auriculata’. Somente em saídas de campo recentes foram possíveis coletas de indivíduos

férteis que levaram à identificação de Salvinia biloba, o que não esclarece as estéreis, pois

mais de uma espécie deste complexo podem ocorrer simpatricamente;

- a ‘nova’ ocorrência das famílias ARALIACEAE (Hydrocotyle), HYDROCHARITACEAE

(Najas) e PLANTAGINACEAE (Achetaria e Bacopa) se deu de forma artificial, pois já eram

citadas em trabalhos anteriores, no entanto estavam classificadas, respectivamente, como

APIACEAE, NAJADACEAE e SCROPHULARIACEAE.

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6. LAGOAS

As lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba apresentam origens

distintas, podendo ser reunidas principalmente em dois grupos: (1) lagoas formadas a partir do

fechamento por sedimentação da foz de rios que desembocavam no oceano, originando corpos

d’água doces ou levemente salobros - ex.: Lagoa de Jurubatiba, e (2) lagoas formadas a partir

de processos geomorfológicos que isolaram antigas baías marinhas formadas nas depressões

entre as faixas de areia que constituem as restingas, originando lagunas com água geralmente

salobra e clara - ex.: Lagoa das Garças. Além dessas, não pode ser descartada a formação

através da origem mista: (3) lagoas formadas a partir da associação entre o isolamento de

baías marinhas e foz de rios - ex.: Lagoa de Carapebus, e (4) lagoas formadas a partir da

associação entre o assoreamento de foz de rio e aporte de água do lençol freático -ex.: Lagoa

Comprida (MARTIN & DOMINGUEZ, 1994 apud ENRICH-PRAST et al., 2004;

ESTEVES, 1998). Segundo Lamego (1955, apud LIMA, 2000), a restinga externa mais

próxima ao litoral deu origem a uma laguna alongada e paralela a linha da costa, que foi

posteriormente assoreada, deixando como evidência uma série de lagunas truncadas do

contato com o mar devido à retrogradação da linha da costa atual.

Os corpos lagunares estudados são muito variáveis quanto aos seus componentes

abióticos e bióticos, mas todos são considerados rasos, não ultrapassando a profundidade

máxima de 3,0 m, característica comum às lagoas costeiras. Quando apresentam menos de 1

m de profundidade podem estar sujeitos a seca total em períodos de estiagem. Freqüentemente

são relatadas ocorrências de seca completa em vários ambientes aquáticos da região,

especialmente nos encontrados nas depressões entre os cordões das restingas.

Os valores de pH da água podem ser resultantes da concentração de carbonatos e

bicarbonatos oriundos do mar, de compostos húmicos e do balanço hídrico. Observa-se

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estreita interdependência entre as comunidades aquáticas e o valor do pH. Ambos afetam um

ao outro, visto que há uma liberação ou assimilação de CO2 do meio, alterando,

conseqüentemente, o balanço entre as formas de carbono inorgânico dissolvido da água

(ESTEVES, 1998; ENRICH-PRAST et al., 2004).

A salinidade indica a concentração de sais minerais dissolvidos na água. Várias

lagoas são consideradas hipersalinas por revelarem valores de salinidade superiores aos da

água do mar (35 ‰). Esses valores apresentam grande amplitude devido ao aporte, não só de

água doce durante os períodos de chuva, mas também de água marinha através de salsugem,

maré alta e principalmente pela abertura, natural ou artificial, da faixa de areia que as separa

do mar (ESTEVES, 1998).

Em épocas de chuva as lagoas aumentam seu volume de água, e o excesso deveria

ser absorvido naturalmente pelas zonas de inundação. Entretanto, atualmente, existe uma

ocupação desordenada na região litorânea, incluindo as margens das lagoas costeiras e suas

áreas adjacentes, na qual o aumento do nível da água atinge direta ou indiretamente a

população. As comunidades do entorno vêem como solução para a inundação o rompimento

da barreira de areia existente entre o corpo lacustre e o mar para extravasar o excesso de água.

No entanto também ocorre entrada de água marinha, causando grandes alterações no

ambiente.

Enrich-Prast et al. (2004), observaram alguns padrões, onde os parâmetros

ecológicos estudados diferem consideravelmente entre o grupo 1 incluindo as de origem mista

(lagoas de Jurubatiba, Comprida, de Carapebus e Paulista) e o grupo 2 excluindo a Lagoa das

Garças (lagoas Piripiri, Visgueiro, Pires e Preta). No grupo 1 a salinidade, condutividade

elétrica e os valores de pH da água foram menores que 5 ‰, 6,0 mS/cm e 7,7,

respectivamente, a profundidade média foi maior que 1,5 m, com presença de hidrófitas. Já no

grupo 2 a salinidade, condutividade elétrica e os valores de pH da água foram maiores que 40

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‰, 60mS/cm e 8, respectivamente, a profundidade média foi menor que 0,6 m e rara a

presença de hidrófitas. De acordo com resultados obtidos no presente trabalho, verificou-se

também uma diferença em relação às plantas aquáticas entre estes dois grupos. Foi registrada

uma maior riqueza e abundância no grupo 1, no entanto encontraram-se mais hidrófitas no

grupo 2 do que o esperado.

Foi elaborada uma tabela compilando as medidas abióticas, segundo bibliografias

específicas, e presença ou ausência de hidrófitas de cada lagoa estudada (Tab. 5).

Tabela 5. Caracterização das lagoas, valores médios de área, profundidade, pH, salinidade e presença de hidrófitas vasculares. (1) Panosso et al. (1998); (2) Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável-SEMADS (2001); (3) IBGE (1964, apud Caramaschi et al., 2004); (4) Enrich-Prast et al. (2004); (5) Hollanda-Carvalho (2002, apud Caramaschi et al., 2004).

Lagoa Área (Km2) Profundidade (m) pH (4) Salinidade (4) (‰) Hidrófitas

Jurubatiba 0,34 (1) 2,90 (4) 7,30 1,1 Sim

Comprida 0,13 (1) 2,00 (4) 5,54 0,4 Sim

Carapebus 6,50 (1) 2,40 (1) 7,70 4,4 Sim

Encantada 15 m2 (2) 0,30 (1) Salobra (5) Sim

Paulista 1,22 (2) 2,20 (4) 6,18 2,6 Sim

Amarra-boi ~ 0,32 1,5 - - Sim

Garças 0,64 (3) 0,30 (4) 4,03 0,8 Sim

Piripiri 1,92 (2) 0,41 (4) ~ 8,00 ~ 47,0 Salobra - Hipersalina Sim

Robalo 1,05 (2) 0,10 (4) 8,48 50,5 Salobra - Hipersalina Não

Visgueiro 1,42 (2) 0,10 (4) 9,00 70,1 Salobra - Hipersalina Sim

Pires 1,62 (3) 0,20 (4) 8,43 45,1 Salobra - Hipersalina Sim

Preta 5,30 (3) 0,34 (4) 8,39 53,4 Salobra - Hipersalina Sim

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6.1 LAGOA DE JURUBATIBA

A Lagoa de Jurubatiba (Figs 217-220), conhecida também por Cabiúnas, apresenta

formato alongado e um contorno dendrítico, estende-se perpendicularmente à costa. Sua área

é de aproximadamente 0,34 km2 e profundidade média de 2,9 m, já sua bacia de drenagem

atinge cerca de 45 km2. Recebe aporte fluvial constante, apresentando água doce e pH neutro

(ESTEVES et al. 1984; PANOSSO et al., 1998; CARAMASCHI et al, 2004). A barra de

areia que separa a lagoa do oceano pode variar de largura. Durante a época de chuvas a

comunidade do entorno abre a barra para extravasar o excesso de água, assim a colocando em

contato com o mar.

Em estudo anterior foram registradas 23 espécies, das quais 15 eram de macrófitas

aquáticas propriamente ditas e as restantes da zona de flutuação na região marginal do lago,

anfíbias (HENRIQUES et al.,1988). No entanto, no atual trabalho, o número registrado foi de

57 espécies, subordinadas a 42 gêneros distribuídos em 27 famílias. Entre essas, 16 espécies

são de nova ocorrência para o PNRJ. Do total, nove espécies foram encontradas somente

nesse corpo lacunar (Tab. 6). As famílias mais representativas, em número de espécies, foram:

CYPERACEAE com 14 espécies; FABACEAE e LENTIBULARIACEAE com quatro espécies cada.

Em relação às formas biológicas obteve-se 49% anfíbias, 26% emergentes, 11% flutuantes

fixas, 4% flutuantes livres, 5% submersas fixas e 5% submersas livres (Fig. 216). Jurubatiba

foi a lagoa que apresentou o maior número de espécies, apesar desta não possuir a maior área,

o que corrobora com Esteves et al. (1984). Este resultado pode ser decorrente das condições

físico-químicas da água e de sua própria formação.

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6.2 LAGOA COMPRIDA

A Lagoa Comprida (Figs 221-222) também apresenta um contorno dendrítico,

porém menos acentuado do que a de Jurubatiba. Sua área é de aproximadamente 0,13 km2 e

profundidade média de 2 m, já sua bacia de drenagem atinge perto de 14 km2. Não recebe

aporte fluvial constante, mas possui água doce. É rica em compostos húmicos provenientes da

região, o que reflete em um pH ácido (ESTEVES et al. 1984; PANOSSO et al., 1998;

ENRICH-PRAST et al., 2004).

Apesar de Araújo et al. (1998) mencionarem uma menor abundância de hidrófitas

nesta lagoa, foram registradas, no atual trabalho, 45 espécies, subordinadas a 34 gêneros

distribuídos em 24 famílias. Entre essas, 6 espécies são de nova ocorrência para o PNRJ. Do

total, três espécies foram encontradas somente nesse corpo lacunar (Tab. 7). As famílias mais

representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com 10 espécies;

LENTIBULARIACEAE e RUBIACEAE com quatro espécies cada. Em relação às formas

biológicas obteve-se 57% anfíbias, 18% emergentes, 7% flutuantes fixas, 2% flutuantes livres,

7% submersas fixas e 9% submersas livres (Fig. 216).

6.3 LAGOA DE CARAPEBUS

A Lagoa de Carapebus (Figs 223-225) é a maior do Parque, apresenta contorno

dendrítico, uma área de aproximadamente 6,5 km2 e profundidade média de 2,4 m, já sua

bacia de drenagem atinge cerca de 126 km2. Assim como a de Jurubatiba, recebe aporte

fluvial, possui água doce e seu pH é alcalino (PANOSSO et al., 1998; ENRICH-PRAST et

al., 2004). Também pode ter contato com o mar durante a época de chuvas, principalmente

quando a comunidade do entorno abre a barra, ação que afeta sobretudo o início do seu canal

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central. Esta lagoa é freqüentada pelo público em geral, apresentando área de recreação e

lazer.

Apesar de ser a lagoa com maior área, não é a de maior número de espécies. Foram

registradas 47 espécies, subordinadas a 42 gêneros distribuídos em 29 famílias. Entre essas,

14 espécies são de nova ocorrência para o PNRJ. Do total, quatro espécies foram encontradas

somente nesse corpo lacunar (Tab. 8). As famílias mais representativas, em número de

espécies, foram: CYPERACEAE com cinco espécies; POACEAE e RUBIACEAE com quatro

espécies cada. Em relação às formas biológicas obteve-se 58% anfíbias, 20% emergentes, 6%

flutuantes fixas, 4% flutuantes livres, 6% submersas fixas e 6% submersas livres (Fig. 216).

Estes resultados contrapõem a afirmação de Araújo et al. (1998), de que em lagoas com estas

características, de pH e certos níveis de salinidade, as plantas aquáticas são muito escassas,

tendo estes registrado apenas Ruppia maritima.

6.4 LAGOA ENCANTADA

A Lagoa Encantada (Figs 226-227) adquiriu este nome através de lendas criadas

pela comunidade. É um pequeno corpo circular, próximo à lagoa Paulista, com área de

aproximadamente 0,0015 km2 (SEMADS, 2001) e profundidade média de 0,3 m. É

hipersalina, não recebendo aporte fluvial. Apresentou somente duas espécies, Eleocharis

geniculata e Ruppia maritima, ambas abundantes no local.

6.5 LAGOA PAULISTA

A Lagoa Paulista (Figs 226-227) apresenta um formato alongado e estreito,

estendendo-se perpendicularmente à costa, com uma área de aproximadamente 1,22 km2 e

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profundidade média de 2,2 m. Recebe aporte fluvial, possui água doce e seu pH varia entre

ácido e neutro (SEMADS, 2001; CARAMASCHI et al., 2004; ENRICH-PRAST et al., 2004).

Também sofre com a abertura da barra pela comunidade durante a época de chuvas.

Foram registradas 45 espécies, subordinadas a 34 gêneros distribuídos em 23

famílias. Entre essas, 13 espécies são de nova ocorrência para o Parque (Tab. 9). As famílias

mais representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com 12 espécies e

RUBIACEAE com quatro espécies. Em relação às formas biológicas obteve-se 45% anfíbias,

33% emergentes, 7% flutuantes fixas, 2% flutuantes livres, 9% submersas fixas e 4%

submersas livres (Fig. 216).

6.6 LAGOA AMARRA-BOI

A Lagoa Amarra-boi (Figs 228-230) estende-se paralelamente à costa, com uma área

de aproximadamente 0,32 km2 e profundidade de até 1,5 m.. Não foram encontrados dados

em relação a sua área, profundidade, salinidade e pH, o que não a torna menos importante. Ao

contrário, mostrou-se um local muito interessante em relação à composição florística e

paisagística.

Foram registradas 20 espécies, subordinadas a 18 gêneros distribuídos em 15

famílias (Tab. 10). Entre essas, quatro espécies são de nova ocorrência para o PNRJ. As

famílias mais representativas, em número de espécies, foram: CYPERACEAE com quatro

espécies e RUBIACEAE com três espécies. Em relação às formas biológicas, obteve-se 55%

anfíbias, 20% emergentes, 10% flutuantes fixas, 5% flutuantes livres, 5% submersas fixas e

5% submersas livres (Fig. 216).

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6.7 LAGOA DAS GARÇAS

A Lagoa das Garças estende-se paralelamente à costa em uma região da restinga

entre dunas com poucas áreas planas. Esta localização permite a formação de algumas poças

resistentes à época de estiagem, mantidas provavelmente pelo lençol freático, pois não recebe

aporte fluvial. Possui uma área de aproximadamente 0,64 km2, profundidade média de 0,3 m.,

água doce e pH ácido. A faixa de areia que separa esta do oceano é maior que a das demais

lagoas estudadas (CARAMASCHI et al., 2004; ENRICH-PRAST et al., 2004). Também

apresenta área de recreação e lazer, sendo freqüentada pelo público em geral.

Caramaschi et al. (2004) já afirmavam a ocorrência de plantas aquáticas nesta lagoa,

mas este registro se deve, provavelmente, à ocorrência de algumas algas (Charáceas), não

incluídas no conceito de hidrófitas vasculares. Foram registradas sete espécies, subordinadas a

sete gêneros distribuídos em seis famílias (Tab. 11). Entre essas, cinco (71%) são anfíbias e

somente duas (29%), Typha domingensis e Eleocharis geniculata, são emergentes (Fig. 216).

A rara ocorrência de hidrófitas vasculares pode se dar pelo pH muito baixo e pouca

profundidade, o que influência diretamente no aumento da temperatura da água e baixo índice

de oxigênio dissolvido na água.

6.8 LAGOA DO PIRIPIRI

A Lagoa do Piripiri também é paralela à costa, apresenta uma área de

aproximadamente 1,92 km2 e profundidade média de 0,4 m. É hipersalina e possui um pH

alcalino. Apesar de ter sido negada a existência de hidrófitas vasculares nesta lagoa

(HOLLANDA-CARVALHO, 2002 apud CARAMASCHI et al., 2004), foi registrada a

presença de Ruppia maritima.

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6.9 LAGOAS DO ROBALO E DO VISGUEIRO

As lagoas do Robalo e a do Visgueiro tem características muito semelhantes. As

duas são paralelas à costa, apresentam área aproximada de 1,05 e 1,42 km2, respectivamente,

e ambas com profundidade média de 0,1 m. São hipersalinas e possuem um pH alcalino. Entre

as lagoas levantadas neste estudo, a única que não obteve registro de plantas aquáticas foi a do

Robalo. A lagoa do Visgueiro apresentou apenas duas espécies, Typha domingensis e Bacopa

monnieri, estas mostraram-se bem resistentes e com ampla distribuição no PNRJ. A baixa

ocorrência ou, até mesmo, ausência de espécies em ambas as lagoas deve estar associada,

provavelmente, às suas características físico-químicas extremas.

6.10 LAGOA PIRES

A Lagoa Pires (Figs 231-232) também é paralela à costa, apresenta uma área de

aproximadamente 1,62 km2 e profundidade média de 0,4 m. É hipersalina e possui pH

alcalino. Em época de estiagem pode apresentar-se em poças rasas (CARAMASCHI et al.,

2004; ENRICH-PRAST et al., 2004).

Apesar de ter sido negada a existência de hidrófitas vasculares nesta lagoa

(Hollanda-Carvalho, 2002 apud Caramaschi et al., 2004), foram registradas 24 espécies,

subordinadas a 21 gêneros distribuídos em 15 famílias (Tab. 12). Entre essas, nove espécies

são de nova ocorrência para o PNRJ. As famílias mais representativas, em número de

espécies, foram: Cyperaceae com quatro espécies; Asteraceae e Onagraceae com três espécies

cada. Em relação às formas biológicas obteve-se 62% anfíbias, 13% emergentes, 4%

flutuantes fixas, 13% flutuantes livres, 4% submersas fixas e 4% submersas livres (Fig. 216).

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3.11 LAGOA PRETA

A Lagoa Preta (Figs 231, 233) esta posicionada perpendicularmente à costa, com

uma grande porção distante do mar, apresenta uma área de aproximadamente 5,30 km2 e

profundidade média de 0,6 m. Possui pH alcalino e, apesar de receber aporte fluvial (Rio

Preto), é hipersalina (SEMADS, 2001; CARAMASCHI et al., 2004; ENRICH-PRAST et al.,

2004). Há relatos que em épocas de estiagens grande parte da lagoa seca, reduzindo em muito

sua área.

Embora já tenha sido registrada a ocorrência de plantas aquáticas nessa lagoa por

Hollanda-Carvalho (2002 apud Caramaschi et al., 2004), ainda não havia muito conhecimento

desse corpo lacunar em relação à sua flora. Em algumas expedições foram encontrados poucos

pontos (braços provavelmente com menor salinadade) onde havia ambientes propícios ao

desenvolvimento de plantas aquáticas. Foram registradas 16 espécies, subordinadas a 15

gêneros, distribuídos em 11 famílias. Entre essas, quatro espécies são de nova ocorrência para

o Parque (Tab. 13). A família mais representativa, em número de espécies, foi Cyperaceae

com quatro espécies. Em relação às formas biológicas, obteve-se 56% anfíbias, 31%

emergentes, 13% flutuantes livres (Fig. 216). Para surpresa da equipe foram encontradas duas

espécies inéditas para o Parque e de ocorrência restrita a essa lagoa, Ceratopteris pteridoides e

Ricciocarpus natans (L) Corda. Essa última não foi agraciada neste trabalho por ser uma

planta avascular (Hepatophyta), mas seu registro é de importância marcante, pois é a primeira

vez que sua presença é relatada em todo o Estado do Rio de Janeiro.

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Tabela 6. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DE JURUBATIBA do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ; = ocorrência exclusiva para essa lagoa.

Família Espécie f. biol.ALISMATACEAE Sagittaria lancifolia L. E APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A ASTERACEAE Eclipta prostrata (L.) L. A ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A ASTERACEAE Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera A BLECHNACEAE Blechnum serrulatum Rich. A CYPERACEAE Cyperus giganteusVahl E CYPERACEAE Cyperus haspan L. A CYPERACEAE Cyperus ligularis L. A CYPERACEAE Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr. E CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult. ex E CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E CYPERACEAE Fuirena robusta Kunth E; A CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A CYPERACEAE Rhynchospora corymbosa (L.) Britton A CYPERACEAE Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter A CYPERACEAE Rhynchospora tenuis Willd. ex Link A CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E EUPHORBIACEAE Argythamnia heteropetala (Didr.) Kuntze A FABACEAE Aeschynomene evenia C. Wright ex Sauvalle E; A FABACEAE Aeschynomene fluminensis Vell. E; A FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A FABACEAE Sesbania exasperata Kunth A HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth SF LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A LENTIBULARIACEAE Utricularia foliosa L. SL

Família Espécie f. biol. LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL LENTIBULARIACEAE Utricularia poconensis Fromm-Trinta SL MAYACACEAE Mayaca fluviatilis Aubl. SF; E MELASTOMATACEAE Tibouchina urceolaris (Schr. & Mart. ex DC.) Cogn. A MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. FF NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF NYMPHAEACEAE Nymphaea rudgeana G. Mey. FF OCHNACEAE Sauvagesia erecta L. A ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A PLANTAGINACEAE Bacopa lanigera (Cham. & Schltdl.) Wettst. A PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A POACEAE Hymenachne amplexicaulis(Rudge) Nees A POACEAE Leersia hexandra S w. E POACEAE Panicum parvifolium Lam. A POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray A POLYGONACEAE Polygonum acuminatum Kunth FF; E PONTEDERIACEAE Eichhornia azurea (Sw.) Kunth FF POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong SF; FF PTERIDACEAE Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. A PTERIDACEAE Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. E RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. A RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A RUBIACEAE Pentodon pentandrus (Schumach. & Thonn.) Vatke A SALVINIACEAE Azolla carolinianaWilld. FL SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL THELYPTERIDACEAE Thelypteris interrupta (Willd.) K. Iwats. A TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E

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Tabela 7. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA COMPRIDA do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ; = ocorrência exclusiva para essa lagoa.

Família Espécie f. biol.ASTERACEAE Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob. A BURMANNIACEAE Burmannia capitata (Walter ex J.F. Gmel.) Mart. A CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum demersum L. SL CYPERACEAE Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. E CYPERACEAE Eleocharis elongata Chapm. E CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis minima Kunth SF CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A CYPERACEAE Rhynchospora corymbosa (L.) Britton A CYPERACEAE Rhynchospora hirta (Nees) Boeck. A CYPERACEAE Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter A CYPERACEAE Rhynchospora tenuisWilld. ex Link A CYPERACEAE Scleria soronia (Nees) Kunth A DROSERACEAE Drosera intermedia Dreves & Hayne A ERIOCAULACEAE Leiothrix rufula(A. St.-Hil.) Ruhland A ERIOCAULACEAE Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. A FABACEAE Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. A FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A GENTIANACEAE Irlbachia purpurascens (Aubl.) Maas A

GENTIANACEAE Schultesia guianensis var. latifolia(Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella A

HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A LENTIBULARIACEAE Utricularia foliosa L. SL LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL LENTIBULARIACEAE Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb. SL

LYCOPODIACEAE Lycopodiella alopecuroides var. integerrima (Spring) B. Ollgaard & P.G. Windisch A

MELASTOMATACEAE Tibouchina urceolaris (Schr. & Mart. ex DC.) Cogn. A

Família Espécie f. biol. MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF NYMPHAEACEAE Nymphaea rudgeana G. Mey. FF OCHNACEAE Sauvagesia erecta L. A ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A PLANTAGINACEAE Achetaria ocymoides (Cham. & Schltdl.) Wettst. A POACEAE Leersia hexandra S w. E POACEAE Panicum parvifolium Lam. A POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf E POTAMOGETONACEAE Potamogeton montevidensis A. Benn. SF; FF RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A RUBIACEAE Diodia gymnocephala (DC.) K. Schum. A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

RUBIACEAE Perama hirsuta Aubl. A SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. A

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Tabela 8. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DE CARAPEBUS do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ; = ocorrência exclusiva para essa lagoa.

Família Espécie f. biol.APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A ARACEAE Lemna aequinoctialis Welw. FL ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A BLECHNACEAE Blechnum serrulatum Rich. A BURMANNIACEAE Burmannia capitata (Walter ex J.F. Gmel.) Mart. A CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum demersum L. SL CYPERACEAE Cyperus articulatus L. E CYPERACEAE Cyperus ligularis L. A CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A DROSERACEAE Drosera intermedia Dreves & Hayne A ERIOCAULACEAE Leiothrix rufula(A. St.-Hil.) Ruhland A ERIOCAULACEAE Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. A FABACEAE Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. A FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A FABACEAE Sesbania exasperata Kunth A

GENTIANACEAE Schultesia guianensis var. latifolia(Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella A

HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF JUNCAGINACEAE Triglochin striata Ruiz & Pav. A LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A LENTIBULARIACEAE Utricularia foliosa L. SL LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL LINDERNIACEAE Lindernia rotundifolia (L.) Alston A LINDERNIACEAE Torenia thouarsii (Cham. & Schltdl.) Kuntze A MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. FF NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF

Família Espécie f. biol. ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A PLANTAGINACEAE Achetaria ocymoides (Cham. & Schltdl.) Wettst. A PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A POACEAE Digitaria aequiglumis (Hack. & Arechav.) Parodi A POACEAE Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv. E POACEAE Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult. E POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf E POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray A POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong SF; FF PTERIDACEAE Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. E RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. A RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

RUBIACEAE Pentodon pentandrus (Schumach. & Thonn.) Vatke A RUPPIACEAE Ruppia maritima L. SF SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. A

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Tabela 9. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PAULISTA do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ.

Família Espécie f. biol.

ALISMATACEAE Sagittaria lancifolia L. E APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A ARALIACEAE Hydrocotyle verticillata Thunb. A ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A CYPERACEAE Cyperus ligularis L. A CYPERACEAE Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. E CYPERACEAE Eleocharis elongata Chapm. E CYPERACEAE Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr. E CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth E; A CYPERACEAE Fuirena robusta Kunth E; A CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A CYPERACEAE Rhynchospora tenuis Willd. ex Link A CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E FABACEAE Aeschynomene sensitiva Sw. E; A FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A

GENTIANACEAE Schultesia guianensis var. latifolia (Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella A

HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth SF HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL LENTIBULARIACEAE Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb. SL MAYACACEAE Mayaca fluviatilis Aubl. SF; E MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. FF

Família Espécie f. biol.

NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A ONAGRACEAE Ludwigia octovalvis (Jacq.) P. H. Raven A PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A POACEAE Panicum parvifolium Lam. A POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf E POACEAE Paspalum pumilum Nees A POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray A POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong SF; FF PTERIDACEAE Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. E RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. A RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

RUBIACEAE Pentodon pentandrus (Schumach. & Thonn.) Vatke A SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. A

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Tabela 10. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA AMARRA-BOI do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ.

Família Espécie f. biol.APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A BLECHNACEAE Blechnum serrulatum Rich. A CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A ERIOCAULACEAE Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. A FABACEAE Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby A HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz A HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. A RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. A

Tabela 11. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA DAS GARÇAS do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre.

Família Espécie f. biol. CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A ERIOCAULACEAE Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. A

GENTIANACEAE Schultesia guianensis var. latifolia (Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella A

PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray A TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E

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200

Tabela 12. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PIRES do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ. Família Espécie f. biol.

APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A ARACEAE Lemna aequinoctialis Welw. FL ARALIACEAE Hydrocotyle ranunculoides L. f. A ASTERACEAE Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob. A ASTERACEAE Eclipta prostrata (L.) L. A ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum demersum L. SL CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth E; A CYPERACEAE Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. A CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E LINDERNIACEAE Lindernia rotundifolia (L.) Alston A LINDERNIACEAE Torenia thouarsii (Cham. & Schltdl.) Kuntze A MELASTOMATACEAE Tibouchina urceolaris (Schr. & Mart. ex DC.) Cogn. A MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A ONAGRACEAE Ludwigia longifolia (DC.) H. Hara A ONAGRACEAE Ludwigia octovalvis (Jacq.) P. H. Raven A PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A PTERIDACEAE Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

RUPPIACEAE Ruppia maritima L. SF SALVINIACEAE Azolla caroliniana Willd. FL SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL

Tabela 13. Listagem das hidrófitas vasculares encontradas na LAGOA PRETA do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e suas respectivas formas biológicas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; = novas ocorrências para o PNRJ; = ocorrência exclusiva para essa lagoa. Família Espécie f. biol.

APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A ARALIACEAE Hydrocotyle verticillata Thunb. A ASTERACEAE Enydra sessilis (Sw.) DC. A CYPERACEAE Cladium jamaicense Crantz E; A CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara A PLANTAGINACEAE Bacopa monnieri (L.) Wettst. A POACEAE Paspalum vaginatum Sw. A PTERIDACEAE Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. A PTERIDACEAE Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron. FL RUBIACEAE Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don A

RUBIACEAE Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. A

SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E

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201

Figura 216. Comparação entre as lagoas amostradas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba referente a porcentagem de espécies nas categorias de formas biológicas.

0 10 20 30 40 50 60

Jurubatiba

Comprida

Carapebus

Encantada

Paulista

Amarra-boi

Garças

Piripiri

Visgeiro

Pires

Preta

nº de espécies

Anfíbia Emergente Flutuante Fixa Flutuante Livre Submersa Fixa Submersa Livre

% de espécies

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202

Foto

: Rôm

ulo

Cam

pos

Figura 217. Vista aérea da Lagoa de Jurubatiba.

Figura 218. Lagoa de Jurubatiba ao entardecer.

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203

Figura 219. Lagoa de Jurubatiba vista da praia.

Figura 220. Um recanto da Lagoa de Jurubatiba.

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204

Figura 221. Foto satélite da Lagoa Comprida.

Figura 222. Lagoa Comprida.

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205

Figura 223. Foto satélite da Lagoa de Carapebus.

Figura 224. Vista aérea da Lagoa de Carapebus.

Foto

: Rôm

ulo

Cam

pos

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206

Figura 225. Braço da Lagoa de Carapebus.

Figura 226. Vista aérea, em primeiro plano a Lagoa Encantada, em segundo planoa a Lagoa Paulista.

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207

Figura 227. Vista aérea da Lagoa Encantada à esquerda e da Lagoa Paulista à direita.

Figura 228. Vista aérea da Lagoa Amarra-boi.

Foto

: Pre

feitu

ra d

e Q

uiss

amã

Foto

: Pre

feitu

ra d

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uiss

amã

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208

Figura 229. Pôr-do-sol na Lagoa Amarra-boi

Figura 230. Lagoa Amarra-boi.

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209

Foto

: Pre

feitu

ra d

e Q

uiss

amã

Figura 231. Vista aérea, Lagoa Pires à esquerda, Lagoa Preta à direita.

Figura 232. Lagoa Pires.

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210

Figura 232. Lagoa Preta.

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211

V. CONCLUSÕES

Entre as 100 espécies de hidrófitas vasculares registradas nas lagoas do Parque

Nacional da Restinga de Jurubatiba, 46 são classificadas como estritamente aquáticas e 54

como anfíbias. Apesar da categoria tolerante e da forma biológica trepadeira não serem

compreendidas pelos conceitos aqui adotados, são registradas 11 e quatro espécies,

respectivamente.

As famílias mais representativas, em número de espécies, são: CYPERACEAE (22

spp.), POACEAE (nove spp.), FABACEAE e RUBIACEAE (seis spp. cada) e LENTIBULARIACEAE

(cinco spp.). Todas estas famílias apresentam ampla distribuição e ocupação em

diversificados ambientes. CYPERACEAE sobressai as demais não só em número de espécies,

mas também em número de gêneros e espécies por gênero, destacando-se Eleocharis como

nove espécies. Entre as famílias acima, somente LENTIBULARIACEAE se mostrou

exclusivamente aquática no PNRJ, sendo Utricularia o segundo maior gênero com cinco

espécies.

Com exceção das epífitas, todas as formas biológicas são registradas, sendo 54%

anfíbias, 24% emergentes, 6% flutuantes fixas, 5% flutuantes livres, 7% submersas fixas e 4%

submersas livres. A categoria anfíbia é a forma biológica mais representativa, em número de

espécies, nas lagoas do Parque, com exceção das lagoas Encantada e Piripiri.

Analisando somente as hidrófitas vasculares estritamente aquáticas, as famílias mais

representativas, em número de espécies, são: CYPERACEAE (14 spp.), LENTIBULARIACEAE

(cinco spp.), POACEAE (quatro spp.) e FABACEAE e NYMPHAEACEAE (três spp. cada). As

quatro primeiras famílias continuam em evidência, sendo aqui adicionadas NYMPHAEACEAE,

uma família estritamente aquática que revelou dados muito interessantes ao superar o número

de espécies esperadas, resultando em três táxons.

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Em relação ao potencial econômico 80,4% das estritamente aquáticas apresentam

algum tipo de utilização. As porcentagens bastante elevadas instigam maiores estudos em

relação a estas e aos 19,6% de plantas com potencial econômico ainda desconhecido.

Referindo-se à distribuição dessas plantas não é encontrado nenhum endemismo, nem para

região nem para o Estado do Rio de Janeiro, o que corrobora com a hipótese de que plantas

aquáticas possuem ampla distribuição.

Das espécies estritamente aquáticas Eleocharis geniculata é a de maior ocorrência,

sendo registrada em nove das 12 lagoas estudadas, seguida por Typha domingensis, em oito

lagoas, e Nymphoides indica, em seis lagoas. Em meio às anfíbias, Bacopa monnieri apresenta

maior distribuição, ocorrendo em sete das 12 lagoas, e Centella asiatica, Pycreus

polystachyos, Ludwigia leptocarpa, Coccocypselum capitatum e Oldenlandia salzmannii

ocorrem em seis lagoas.

Com relação às novas ocorrências para o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba,

foram levantadas duas famílias, JUNCAGINACEAE e LINDERNIACEAE, uma subfamília,

LEMNOIDEAE e 30 espécies, 37% das hidrófitas estritas e 24,1% das anfíbias, confirmando que

os ecossistemas aquáticos são ambientes ainda pouco explorados.

A Lagoa Jurubatiba é o corpo lacunar do Parque com o maior número, tanto de

espécies quanto de ocorrências restritas. Dos 57 táxons encontrados, 16 são de nova

ocorrência para o PNRJ e nove foram coletados somente nessa lagoa.

São consideráveis as diferenças não só nos parâmetros ecológicos, entre o grupo 1

(lagoas de Jurubatiba, Comprida, de Carapebus e Paulista) e o grupo 2 (lagoas Piripiri,

Visgueiro, Pires e Preta), como também na ocorrência das plantas aquáticas. É confirmada

uma maior riqueza e abundância de hidrófitas vasculares no grupo 1, revelando uma forte

associação e correspondência entre alguns fatores físico-químicos semelhantes neste grupo e a

presença e grande diversidade de hidrófitas. Apesar das lagoas Pires e Preta pertencerem ao

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grupo 2, estas obtiveram números surpreendentes, como 24 e 16 táxons respectivamente,

tendo em vista que eram tidas como nulas em relação à presença de plantas, resultado

decorrente, provavelmente, da presença de recantos e braços onde o pH e, principlmente, a

salinidade, devem ser amenizados, propiciando o estabelecimento das plantas.

Vale ressaltar que, entre todas as hidrófitas, 34 espécies, 32,6% das estritamente

aquáticas e 35,2% das anfíbias, apresentaram registro restrito a uma única lagoa. Dados

evidentes, principalmente nas lagoas do grupo 1, que somadas apresentam 16 espécies

restritas, quanto no grupo 2 somente uma, resultados que cada vez mais evidenciam as

diferenças, não só florísticas, entre as lagoas e abrem caminho para um futuro estudo de

similaridade, visando obter melhor detalhamento das relações entre fatores físico-químicos e

as plantas aquáticas.

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VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do levantamento nos herbários, além de permitir o conhecimento de

uma parcela da composição da vegetação aquática do Parque, confirmou o déficit nas

coleções científicas em relação às hidrófitas. O baixo número de coletas se deve

principalmente às dificuldades encontradas nestes ambientes, como profundidade e a própria

água, além da manipulação e conservação dos exemplares, aos quais se deve uma maior

atenção.

O trabalho apontou resultados muito interessantes, tendo em vista que 30% das

espécies de hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas são consideradas novas ocorrências

para a área do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, evidenciando a escassez de estudos

nos ambientes aquáticos, até então, pouco explorados. Pensando em enriquecer os estudos

nesta área e na complementação deste trabalho, estão em andamento projetos de levantamento

focando os brejos da região.

É interessante salientar que algumas espécies encontradas são consideradas

daninhas, agressivas e prejudiciais, mas que nas lagoas estudadas não provocam distúrbios

(ex.: Eichhornia azurea), o que prova a importância de se manter o equilíbrio natural, não só

nos ecossistemas aquáticos, mas também entre os ecossistemas terrestres que são intimamente

relacionados.

Diante desta riqueza tem-se o paradigma ‘preservação x ocupação urbana’. Os

loteamentos em faixas de restinga têm trazido muitas preocupações, pois certas intervenções

culminam em degradação ambiental ou aceleramento desta. Na área da restinga de Jurubatiba

estas ações antrópicas foram freadas graças à criação da Unidade de Conservação. Quando

inevitável, é essencial um maior planejamento quanto à infra-estrutura, como coleta de lixo,

saneamento básico, tratamento de resíduos e da água, além do controle de aterros, visando

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evitar drenagens. Estes itens necessários para um menor impacto, são recomendados também

para outras áreas, não sendo restritos às restingas.

É crescente a preocupação com o meio ambiente, e cada vez mais tem se investido

em conhecimentos nesta área. Aos poucos, as hidrófitas e seus habitats estão sendo mais

valorizados e estudados. Além do aspecto estético e paisagístico, sua grande importância no

equilíbrio e manutenção das diferentes formas de vida dos ambientes aquáticos vem sendo

despertada.

Atualmente tem se mostrado possível, através de parcerias, o desenvolvimento

associado à manutenção e equilíbrio do ambiente. As plantas aquáticas estão intimamente

relacionadas com a preservação e conservação local e, como mencionado anteriormente, seus

estudos são ainda incipientes. Para compreender melhor esta interdependência deve-se

investir primeiramente nos estudos de base. Estes poderão contribuir para um conhecimento

mais detalhado da flora da região, facilitando uma melhor caracterização das comunidades

vegetais dos ambientes aquáticos.

Diante de tantas possibilidades, os pesquisadores, não só do campo da botânica

propriamente dita, mas também da ecologia, etnobotânica, de pesquisas de desenvolvimento e

exploração, vêm se interessando por estes habitats. Para maiores avanços ainda são

necessários estudos primordiais de base taxonômica a fim de subsidiar pesquisas futuras.

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VII. ANEXOS

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Tabela 1. Relação das famílias e gêneros com os respectivos números de espécies por família, espécies por gênero e gêneros por famílias das hidrófitas vasculares encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Família Gênero nº spp / família

nº spp / gêneros

nº gên. / família

ALISMATACEAE Sagittaria 1 1 1 APIACEAE Centella 1 1 1 ARACEAE Lemna 1 1 1 ARALIACEAE Hydrocotyle 2 2 1 ASTERACEAE Chrysolaena 4 1 4 ASTERACEAE Eclipta 1 ASTERACEAE Enydra 1 ASTERACEAE Pluchea 1 BLECHNACEAE Blechnum 1 1 1 BURMANNIACEAE Burmannia 1 1 1 CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum 1 1 1 CYPERACEAE Cladium 22 1 9 CYPERACEAE Cyperus 2 CYPERACEAE Eleocharis 8 CYPERACEAE Fuirena 2 CYPERACEAE Schoenoplectus 1 CYPERACEAE Cyperus 2 CYPERACEAE Pycreus 1 CYPERACEAE Rhynchospora 4 CYPERACEAE Scleria 1 DROSERACEAE Drosera 1 1 1 ERIOCAULACEAE Leiothrix 2 1 2 ERIOCAULACEAE Paepalanthus 1

Família Gênero nº spp / família

nº spp / gêneros

nº gên. / família

EUPHORBIACEAE Argythamnia 1 1 1 FABACEAE Aeschynomene 6 3 4 FABACEAE Dalbergia 1 FABACEAE Mimosa 1 FABACEAE Sesbania 1 GENTIANACEAE Irlbachia 2 1 2 GENTIANACEAE Schultesia 1 HALORAGACEAE Laurembergia 1 1 1 HYDROCHARITACEAE Najas 2 2 1 JUNCAGINACEAE Triglochim 1 1 1 LENTIBULARIACEAE Utricularia 5 5 1 LINDERNIACEAE Lindernia 2 1 2 LINDERNIACEAE Torenia 1 LYCOPODIACEAE Lycopodiella 1 1 1 MAYACACEAE Mayaca 1 1 1 MELASTOMATACEAE Tibouchina 1 1 1 MENYANTHACEAE Nymphoides 1 1 1 NYMPHAEACEAE Nymphaea 3 3 1 OCHNACEAE Sauvagesia 1 1 1 ONAGRACEAE Ludwigia 3 3 1 PLANTAGINACEAE Achetaria 3 1 2 PLANTAGINACEAE Bacopa 2 POACEAE Leersia 9 1 7

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Família Gênero nº spp / família

nº spp / gêneros

nº gên. / família

POACEAE Paspalidium 1 POACEAE Echinochloa 2 POACEAE Digitaria 1 POACEAE Hymenachne 1 POACEAE Panicum 1 POACEAE Paspalum 2 POLYGALACEAE Polygala 1 1 1 POLYGONACEAE Polygonum 1 1 1 PONTEDERIACEAE Eichhornia 1 1 1 POTAMOGETONACEAE Potamogeton 2 2 1 PTERIDACEAE Ceratopteris 3 2 2 PTERIDACEAE Acrostichum 1

Família Gênero nº spp / família

nº spp / gêneros

nº gên. / família

RUBIACEAE Borreria 6 1 6 RUBIACEAE Coccocypselum 1 RUBIACEAE Diodia 1 RUBIACEAE Oldenlandia 1 RUBIACEAE Pentodon 1 RUBIACEAE Perama 1 RUPPIACEAE Ruppia 1 1 1 SALVINIACEAE Azolla 2 1 2 SALVINIACEAE Salvinia 1 THELYPTERIDACEAE Thelypteris 1 1 1 TYPHACEAE Typha 1 1 1 XYRIDACEAE Xyris 1 1 1

... continuação Tabela 1

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Tabela 2. Listagem das hidrófitas vasculares estritamente aquáticas encontradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com suas respectivas formas biológicas e lagoas. A = anfíbia; E = emergente; FF = flutuante fixa; FL = flutuante livre; SF = submersa fixa; SL = submersa livre; X = plantas coletadas, V = plantas visualizadas, S = plantas estéreis; * = novas ocorrências.

Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

ALISMATACEAE Sagittaria lancifolia L. E X X

APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. A X X X X X X

ARACEAE Lemna aequinoctialis Welw. FL X X

CERATOPHYLLACEAE Ceratophyllum demersum L. SL X X X

CYPERACEAE Cladium jamaicense Crantz E; A X

CYPERACEAE Cyperus articulatus L. E X

CYPERACEAE Cyperus giganteus Vahl E X CYPERACEAE Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult. E X X CYPERACEAE Eleocharis elongata Chapm. E X X

CYPERACEAE Eleocharis equisetoides (Elliott) Torr. E X X

CYPERACEAE Eleocharis geniculata (L.) Roem. & Schult. E; A X X X X X X X X V

CYPERACEAE Eleocharis interstincta (Vahl) Roem. & Schult. E X

CYPERACEAE Eleocharis minima Kunth SF X

CYPERACEAE Eleocharis mutata (L.) Roem. & Schult. E X X X X

CYPERACEAE Eleocharis sellowiana Kunth E; A X X X

CYPERACEAE Fuirena robusta Kunth E; A X X

CYPERACEAE Fuirena umbellata Rottb. E; A X X X X

CYPERACEAE Schoenoplectus californicus (C. A. Mey.) Soják E X X X X

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Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

FABACEAE Aeschynomene evenia C. Wright ex Sauvalle E; A X

FABACEAE Aeschynomene fluminensis Vell. E; A X

FABACEAE Aeschynomene sensitiva Sw. E; A X

FABACEAE Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. A X X

HYDROCHARITACEAE Najas arguta Kunth SF X X

HYDROCHARITACEAE Najas marina L. SF X X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia erectiflora A. St.-Hil. & Girard E; A X X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia foliosa L. SL X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia gibba L. SL; X X X X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia olivacea C. Wright ex Griseb. SL X X

LENTIBULARIACEAE Utricularia poconensis Fromm-Trinta SL X

MAYACACEAE Mayaca fluviatilis Aubl. SF; E X X

MENYANTHACEAE Nymphoides indica (L.) Kuntze FF X X X X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. FF X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea ampla (Salisb.) DC. FF X X X X X

NYMPHAEACEAE Nymphaea rudgeana G. Mey. FF X X

POACEAE Echinochloa crus-galli (L.) P. Beauv. E X POACEAE Echinochloa crus-pavonis (Kunth) Schult. E X POACEAE Leersia hexandra S w. E X X

POACEAE Paspalidium geminatum (Forssk.) Stapf E X X X

... continuação Tabela 2

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Lagoas Família Espécie

Formas Bioló gicas

Juru batiba

Com prida

Cara pebus

Encantada

Pau lista

Amar ra-boi

Gar ças

Piri piri

Vis gueiro Pires Preta

POLYGONACEAE Polygonum acuminatum Kunth FF; E X

PONTEDERIACEAE Eichhornia azurea (Sw.) Kunth FF X

POTAMOGETONACEAE Potamogeton illinoensis Morong SF; FF X X X

POTAMOGETONACEAE Potamogeton montevidensis A. Benn. SF; FF X

PTERIDACEAE Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron. FL X

PTERIDACEAE Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn. E V X X RUPPIACEAE Ruppia maritima L. SF X X X X

SALVINIACEAE Azolla caroliniana Willd. FL X

SALVINIACEAE Salvinia biloba Raddi FL X XS V S S S X

TYPHACEAE Typha domingensis Pers. E V V X X V V X X

... continuação Tabela 2

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Lista do material examinado das anfibias registradas nas lagoas do Parque Nacional da Restinga

de Jurubatiba.

APIACEAE Centella asiatica (L.) Urb. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, L. Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 503 (R); Idem, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz, 1542 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1521 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1306 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 391 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1246 (R); ARALIACEAE Hydrocotyle ranunculoides L. f. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1539 (R); Idem, brejo, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 374 (R). Hydrocotyle verticillata Thunb. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 502 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1267 (R). ASTERACEAE Chrysolaena platensis (Spreng.) H. Rob. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1537 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1214 (R). Eclipta prostrata (L.) L. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz, 1538 (R); Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1255 (R). Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Campos dos Goitacases, Lagoa Feia, 09/X/1979; D. Araújo 3264 (GUA); Idem, ibidem, 27/XI/1979, D. Araújo & N. C. Maciel, 3441 (GUA); Idem, ibidem, Ponta Grossa dos Fidalgos, 09/X/1980, D. Araújo & N. C. Maciel, 4078 (GUA). Enydra sessilis (Sw.) DC. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 501 (R); Idem, Lagoa Pires, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 386 (R); Idem, ibidem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1383 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1272 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 428 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1240 (R); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1602 (R); Idem, alagado, 01/X/1994, C. P. Bove et al. 477 (R); Idem, alagado, 10/X/1979, D. Araújo 3302 (GUA)

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Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Campos dos Goitacases, Lagoa Feia, Canto Fundo, 13/VIII/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3938 (GUA) Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1249 (R). Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Campos dos Goitacases, Lagoa do Campelo, 16/XII/1981, M. B. Casari & E. S. F. Rocha 760 (GUA); Idem, Lagoa Feia, 15/XII/1981, M. B. Casari & E. S. F. Rocha 641 (GUA). BLECHNACEAE Blechnum serrulatum Rich. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1528 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1285 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1181 (R); Idem, ibidem, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1263 (R) BURMANNIACEAE Burmannia capitata (Walter ex J.F. Gmel.) Mart. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, alagado, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1613 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 10/X/1979, D. Araújo 3306 (GUA); Idem, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo 4425 (GUA); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1302 (R). CYPERACEAE Cyperus haspan L. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo 5492 (GUA). Cyperus ligularis L. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1558 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1294 (R); Idem, ibidem, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 395 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 26/IV/1982, D. Araújo 4949 (GUA). Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1541 (R); Idem, Lagoa das Garças, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 403 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1386 (R); Carapebus, Lagoa Amarra-boi, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 400 (R); Idem, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1277 (R); Idem, Lagoa Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1292 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 09/II/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4252 (GUA).

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Rhynchospora corymbosa (L.) Britton Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, data, C. P. Bove et al. 1279 (R); Idem, Lagoa Comprida, 05/IV/1981, D. Araújo 4429 (GUA); Idem, ibidem, 06/IV/1983, D. Araújo 5522 (GUA); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1225, 1234 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 06/IV/1983, D. Araújo 5550 (GUA); Idem, brejo, 25/VIII/1982, D. Araújo 5197 (GUA). Rhynchospora hirta (Nees) Boeck. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5516 (GUA). Rhynchospora holoschoenoides (Rich.) Herter Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1395, 1396 (R); Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1264 (R); Idem, Lagoa Comprida, 06/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5519 (GUA); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 09/II/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4246 (GUA); Idem , ibidem, 12/III/1981, M. B. Casari 495 (GUA); Idem, restinga alagada, 14/II/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3533 (GUA). Rhynchospora tenuis Willd. ex Link Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1560 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 22/IX/1981, D. Araújo 4579 (GUA); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1235 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 07/I/1982, D. Araújo 4752 (GUA). Scleria soronia (Nees) Kunth Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1589 (R); Macaé, brejo, 18/IX/1986, D. Araújo 7581 (GUA). DROSERACEAE Drosera intermedia Dreves & Hayne Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 10/X/1979, D. Araújo 3111 (GUA); Idem, ibidem, 25/VIII/1982, D. Araújo 5188 (GUA); Idem, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4426 (GUA); Idem, alagado, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 476 (R); Macaé, terreno úmido, 09/VI/1980, D. Araújo 3787 (GUA); ERIOCAULACEAE Leiothrix rufula (A. St.-Hil.) Ruhland Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus; 13/II/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3530 (GUA); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1236 (R); Macaé, restinga de ericácaeas, s/d, D. Araújo 5545 (GUA).

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Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa das Garças, 11/V/1999, R. Moura 434 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 31/VIII/2005, J. Paz et al. 464 (R); Idem, ibidem, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 399 (R); Idem, brejo, C. P. Bove et al. 1305 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 479 (R); Idem, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4427 (GUA); Idem, ibidem, 06/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5515 (GUA). EUPHORBIACEAE Argythamnia heteropetala (Didr.) Kuntze Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1248 (R). FABACEAE Dalbergia ecastaphyllum (L.) Taub. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, s/d, A. S. Oliveira et al. 3783 (R); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1222 (R). Mimosa setosa var. paludosa (Benth.) Barneby Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1534 (R); Idem, Lagoa Paulista, 06/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1559 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 10/XI/1981, D. Araújo 4677 (GUA); Idem, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 394 (R); Idem, Lagoa Comprida, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 454 (R); Idem, ibidem, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 468 (R); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1312 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1257 (R). Sesbania exasperata Kunth Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 390 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 471 (R). GENTIANACEAE Irlbachia purpurascens (Aubl.) Maas Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4428 (GUA); Macaé, brejo, 03/XII/1987, D. Araújo et al. 7582 (GUA). Schultesia guianensis var. latifolia (Mart. ex Progel) E. F. Guim. & Fontella Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa das Garças, 11/V/1999, R. Moura 148 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 31/VIII/2005, J. Paz et al. 462 (R); Idem, solo úmido, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1394b (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 492 (R); Idem, Lagoa de Carapebus (alagado ao lado), 10/X/1979, D. Araújo 3308 (GUA); Idem, 25/VIII/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5187 (GUA); Idem, Lagoa Comprida,

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20/X/2003, C. P. Bove et al. 1232 (R); Idem, alagado, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 472 (R); Macaé, terreno úmido, 17/IV/1979, D. Araújo & N. C. Maciel 3028 (GUA). HALORAGACEAE Laurembergia tetrandra (Schott ex Spreng.) Kanitz Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1523 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1289 (R); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1215 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1252 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 09/II/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4250 (GUA); Idem, canal, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4411 (GUA); Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Casimiro de Abreu, Lagoa da Coca-Cola, 13/III/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4358 (GUA); Maricá, Barra de Maricá, restinga úmida, 22/X/1983, D. Araújo 5759 (GUA); Idem, brejo, 19/XI/1990, D. Araújo 9197 (GUA). JUNCAGINACEAE Triglochin striata Ruiz & Pav. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 459 (R). LINDERNIACEAE Lindernia rotundifolia (L.) Alston Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1623 (R); Idem, brejo permanente, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 370 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 427 (R). Torenia thouarsii (Cham. & Schltdl.) Kuntze Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1622 (R); Idem, brejo permanente, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 371 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 480 (R). LYCOPODIACEAE Lycopodiella alopecuroides var. integerrima (Spring) B. Ollgaard & P.G. Windisch Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4431 (GUA). MELASTOMATACEAE Tibouchina urceolaris (Schr. & Mart. ex DC.) Cogn. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, V. L. C. Martins et al. 868 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1389 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 22/IX/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4581 (GUA); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1217 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1244 (R); Macaé, brejo,

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25/X/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 7053 (GUA); Idem, ibidem, 18/IX/1986, D. Araújo et al. 7575 (GUA). Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa Feia, 09/IV/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3706 (GUA). OCHNACEAE Sauvagesia erecta L. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 451 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1260 (R). ONAGRACEAE Ludwigia leptocarpa (Nutt.) H. Hara Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 498 (R); Idem, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1543 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1384 (R); Idem, brejo permanente, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 379 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 23/IX/1981, D. Araújo 4617 (GUA); Idem, ibidem, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1609 (R); Idem, Lagoa Encantada, 26/VI/1996, V. L. C. Martins et al. 317 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 24/III/2006, J. Paz & R. Lewis 389 (R); Idem, Lagoa Comprida, 21/II/2001, D. Araújo 10769 (GUA); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1586 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo 5491 (GUA); Ludwigia longifolia (DC.) H. Hara Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1621 (R); Carapebus, restinga alagada, 16/III/1995, A. S. Oliveira 3741 (R); Macaé, terreno úmido, 07/IV/1982, D. Araújo 4902 (GUA); Idem, brejo, 28/IV/1982, D. Araújo 5015 (GUA). Ludwigia octovalvis (Jacq.) P. H. Raven Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Pires, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1620 (R); Idem, brejo permanente, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 368 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1606 (R). PLANTAGINACEAE Achetaria ocymoides (Cham. & Schltdl.) Wettst. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1303 (R); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1230 (R). Bacopa lanigera (Cham. & Schltdl.) Wettst. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, sujeito a alagamento, M. C. de Oliveira et al. 936 (R); Macaé, 26/VIII/1982, D. Araújo 5226 (GUA).

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Bacopa monnieri (L.) Wettst. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa das Garças, J. Paz & R. Lewis 402 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1526 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 10/XI/1981, D. Araújo 4676 (GUA); Idem, ibidem, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1269 (R); Idem, ibidem, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 484 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 12/III/1999, R. Moura 151 (R); Idem, ibidem, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 429 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1290 (R); Idem, brejo temporário, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1301 (R); Idem, solo encharcado, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 458 (R). POACEAE Digitaria aequiglumis (Hack. & Arechav.) Parodi Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1293 (R). Hymenachne amplexicaulis (Rudge) Nees Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 30/VIII/2006, J. Paz et al. 472 (R). Panicum parvifolium Lam. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 465 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove 1297 (R); Idem, Lagoa Comprida, 22/IX/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4588 (GUA); Idem, ibidem, 06/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5517 (GUA); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1237 (R); Idem, ibidem, 12/IX/2005, C. P. Bove et al. 1591, 1593 (R); Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1251 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 09/II/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4245 (GUA). Paspalum pumilum Nees Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, poça rasa, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1266 (R); Macaé, entre dunas, 06/IV/1983, D. Araújo & M. B. Casari 5535 (GUA). Paspalum vaginatum Sw. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 506 (R). POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A. Gray Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa das Garças, 11/V/1999, R. Moura 147 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1393 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1305 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 482 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, D. Araújo 4249 (GUA).

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PTERIDACEAE Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 495 (R); Idem, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1545 (R); Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1262 (R). RUBIACEAE Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1527 (R); Idem, alagado, I. M. Silva et al. 836 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 13/IX/2005, C. P. Bove et al. 1610 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 433 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1242 (R); Macaé, alagado, 10/X/1979, D. Araújo 3299 (GUA). Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Campos, Lagoa Feia, Canto do sobrado, 10/VI/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3821, 3807 (GUA); Idem, ibidem, Canto Fundo, 13/VIII/1980, D. Araújo & N. C. Maciel 3936 (GUA); Maricá, restinga alagada, 10/X/1983, D. Araújo & L. D. Lacerda 5738 (GUA). Coccocypselum capitatum (Graham) D. Don Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 499 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1517 (R); Idem, Lagoa Paulista, 31/VIII/2006, J. Paz et al. 491 (R); Carapebus, Lagoa de Carapebus, s/d, V. L. C. Martins et al. 331 (R); Idem, Lagoa Comprida, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1216 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1245 (R); Macaé, alagado, 10/X/1979, D. Araújo 3300 (GUA); Idem, ibidem, 25/VIII/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5191 (GUA); Idem, ibidem, 18/IX/1986, D. Araújo et al. 7576 (GUA). Diodia gymnocephala (DC.) K. Schum. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Comprida, 22/IX/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4580 (GUA); Macaé, brejo, 28/IV/1982, D. Araújo 5017 (GUA) Oldenlandia salzmannii (DC.) Benth. & Hook. f. ex A. B. Jacks. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Preta, 25/X/2006, J. Paz et al. 505 (R); Idem, Lagoa Pires, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1544 (R); Idem, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1524 (R); Idem, brejo, 11/XI/2002, J. Fontella et al. 3685 (R); Idem, brejo permanente, 30/VIII/2005, J. Paz et al. 367 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1270 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 11/V/1999, C. P. Bove et al. 430 (R); Idem, Lagoa Comprida, 24/VIII/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5181 (GUA); Idem, ibidem, 21/II/2001, D. Araújo 10770 (GUA); Idem, ibidem, 30/IX/1999, C. P. Bove et al. 446, 449 (R); Macaé, Lagoa de Jurubatiba, 05/IV/1983, D. Araújo & N. C. Maciel 5499 (GUA); Idem, brejo, 25/VIII/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5192 (GUA).

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Pentodon pentandrus (Schumach. & Thonn.) Vatke Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa Paulista, 22/X/2003, C. P. Bove et al. 1311 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 22/X/2003, C. P. Bove et al 1284 (R); Idem, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1243 (R); Material adicional examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Saquarema, brejo, 12/V/1993, D. Araújo 9804 (GUA). Perama hirsuta Aubl. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, alagado, 14/IX/2005, C. P. Bove et al. 1615 (R); Carapebus, Lagoa Comprida, 05/V/1981, D. Araújo & N. C. Maciel 4432 (GUA); Idem, brejo, 16/XII/1997, D. Araújo 10595 (GUA); Macaé, brejo, 28/IV/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5023 (GUA); Ide, ibidem, 24/VIII/1982, D. Araújo & N. C. Maciel 5177 (GUA). THELYPTERIDACEAE Thelypteris interrupta (Willd.) K. Iwats. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Carapebus, Lagoa de Jurubatiba, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1261 (R). XYRIDACEAE Xyris jupicai Rich. Material examinado: BRASIL, RIO DE JANEIRO: Quissamã, Lagoa Amarra-boi, 05/VII/2005, C. P. Bove & J. Paz 1532 (R); Idem, brejo, 10/XII/2004, C. P. Bove et al. 1391 (R); Carapebus, Lagoa Paulista, 01/X/1999, C. P. Bove et al. 466 (R); Idem, ibidem, 21/X/2003, C. P. Bove et al. 1276 (R); Idem, ibidem, 22/X/2003, C. P. Bove et al 1299, 1300 (R); Idem, Lagoa de Carapebus, 25/VIII/1982, D. Araújo 5190 (GUA); Idem, Lagoa Comprida, 22/IX/1981, D. Araújo 4583 (GUA); Ide, ibidem, 06/IV/1983, D. Araújo 5518 (GUA); Idem, ibidem, 20/X/2003, C. P. Bove et al. 1219 (R); Macaé, brejo de restinga, 10/IV/1980, D. Araújo 3724 (GUA).

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