Foz do Iguaçu, 13 a 19 de junho de 2018 | Edição 235 | Ano ... · pular vem se destacando com a...

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Foz do Iguaçu, 13 a 19 de junho de 2018 | Edição 235 | Ano VI | R$ 3,00 DECLARAÇÃO QUE ERA PARA SER SALVAGUARDA DA VEREADORA É RESULTADO DE MAIS UMA FARSA Acifi calou-se sobre o caso Nanci: É difícil cortar na própria carne? Páginas 8 e 9 Agora a Vereadora Nanci Rafain é acusada de coagir assessora para fazer documento em sua defesa. Que a declaração em favor de Nanci "teria sido realizada por ameaça e coação da vereadora, a qual disse que a outorgante (assessora Maria Ezi) iria ter problemas com a justiça" Página 3

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Foz do Iguaçu, 13 a 19 de junho de 2018 | Edição 235 | Ano VI | R$ 3,00

DECLARAÇÃO QUE ERAPARA SER SALVAGUARDADA VEREADORA É RESULTADO

DE MAIS UMA FARSA

Acifi calou-se sobre o caso Nanci:É difícil cortar na própria carne?

Páginas 8 e 9

Agora a Vereadora Nanci Rafain éacusada de coagir assessora parafazer documento em sua defesa.Que a declaração em favor de Nanci"teria sido realizada por ameaça ecoação da vereadora, a qual disseque a outorgante (assessora Maria Ezi)iria ter problemas com a justiça" Página 3

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PRETO NO BRANCOMP obrigaprefeito a

demitir 100professoresO Ministério Público

do Estado do Paraná obri-ga a prefeito Chico Lentoa realizar a demissão demais de 100 professoresda bolsa técnico, vez queo prefeito não quer exone-rar cargos comissionadosconforme indicado peloMP. Parabéns prefeitoChico Lento, ganhou mais100 inimigos a sua in-ges-tão. ( Willian Fecut - redesocial)

JornalismoInvestigativo

O Jornal Tribuna Po-pular vem se destacandocom a busca da verdade.Mas não a verdade pro-posta pelos nossos polí-ticos que nós mesmos ele-gemos. E sim pela verda-de que está por trás da po-lítica e seus interesses tãoobscuros. Muitas vezes averdadeira história dói, doino bolso e no coração.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seusautores e não representam a opinião do jornal

É uma publicação da Editora A Fronteira do Oeste Ltda.CNPJ 04.640.198/0001-29 | Insc. Municipal 30125

Telefone (45) 3029-4999 - Foz do Iguaçu / [email protected]

Jornalismo sem censura

REDAÇÃO

Diretor: Enrique Alliana

Claudete Desbezel

Jornalista Responsável:Eduardo Alliana - MTb: 10700/Pr

COMERCIAL

Impressão: Grafinorte Gráfica

Uma daspessoas maissensatas dacidade se

pronunciouUma postagem na Rede

Social Facebook descreveutudo que nós iguaçuenses es-tão pensando sobre o caso daVereadora Nanci Rafain, pa-rabens nosso grande profes-sor José Afonso Oliveira.

PRETO NO BRANCO

Caso Nanci parece novela mexicanaA cada semana vem uma nova versão dos fa-

tos, parece uma novela mexicana (primeiro ela dizque foi atendida pelo médico, depois mandou al-guém buscar. Agora aparece uma coação), vamosaguardar o final desta novela. Afinal acho que não

temos nenhum inocentes nesta história. A verea-dora, e os demais vereadores do conselho de éti-ca parecem que estão todos alinhados (tanto éque concordaram com uma punição tão branda).Pelo menos até agora.

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POLÍTICA

Bomba: Declaração registradaBomba: Declaração registradaBomba: Declaração registradaBomba: Declaração registradaBomba: Declaração registradaem carem carem carem carem cartório para sertório para sertório para sertório para sertório para sersalvaguarda da vereadora ésalvaguarda da vereadora ésalvaguarda da vereadora ésalvaguarda da vereadora ésalvaguarda da vereadora éresultado de mais uma farsaresultado de mais uma farsaresultado de mais uma farsaresultado de mais uma farsaresultado de mais uma farsa

Nanci é acusada de coagir assessorapara fazer documento em sua defesa

Da editoria políticaFoto: Divulgação

Em documento, assessora restabelece a verdade de que nãoEm documento, assessora restabelece a verdade de que nãoEm documento, assessora restabelece a verdade de que nãoEm documento, assessora restabelece a verdade de que nãoEm documento, assessora restabelece a verdade de que nãoprovidenciou atestado para Nanci e só estava assumindo o crimeprovidenciou atestado para Nanci e só estava assumindo o crimeprovidenciou atestado para Nanci e só estava assumindo o crimeprovidenciou atestado para Nanci e só estava assumindo o crimeprovidenciou atestado para Nanci e só estava assumindo o crimepor conta de ameaças e coação da vereadorapor conta de ameaças e coação da vereadorapor conta de ameaças e coação da vereadorapor conta de ameaças e coação da vereadorapor conta de ameaças e coação da vereadora

Que a declaração emfavor de Nanci "teria

sido realizada porameaça e coação da

vereadora, a qual disseque a outorgante

(assessora Maria Ezi)iria ter problemas com

a justiça"

Surgiu mais um fato novo egravíssimo contra a vereadoraNanci Rafagnin Andreola, acusa-da pelo Ministério Público defaltar à sessões da Câmara, via-jar para o Rock In Rio e apre-sentar atestado falso para justifi-car a ausência. A nova descober-ta, que surge como mais umabomba no caso, é um docu-mento registrado em cartórioque desmonta o que a defesatinha como a última e frágil sal-vaguarda da vereadora. A peçajuntada pela defesa no Conse-lho de Ética revela-se comofruto de outra farsa, caracteri-zando como mais um crime.

O Tribuna Popular teve aces-so com exclusividade ao docu-mento. Em data de 4 de junhode 2108, Maria Ezi CheiranNeta, assessora parlamentar emCuritiba, cidade onde foi suposta-mente expedido o atestado, disseem declaração registrada no Car-tório do Bachaceri, no livro 0859-N nas folhas 82 e 83 que foi ame-açada e coagida por Nanci parafazer uma declaração registradaem cartório defendendo a verea-dora - o que de fato fez em datade 18 de maio de 2018.

Diante das repercussões docaso e decidida a enfrentar asameaças, Maria Ezi voltou aocartório para delatar a farsa econtar toda a verdade. Afirmouperante a escrevente juramenta-da, que fez a declaração regis-trada no dia 18 de maio porque"tendo a mesma sido realizadapor ameaça e coação da verea-dora, a Sra Nanci Rafagnin An-dreola, a qual disse que a outor-gante (Maria Ezi) iria ter proble-mas com a justiça, posto que avereadora era sogra de juiz dedireito e comadre de Procurador

de Justiça deste Estado".A assessora parlamentar, que

Nanci tentou usar como laranjaa fim de jogar nela a culpa pelosuposto atestado falso, declarouno cartório que "em momentoalgum pediu ou se utilizou deatestado médico falso, bemcomo não tem conhecimento dequalquer outra pessoa que assimtenha agido".

E o documento finaliza: "Quea outorgante (Maria Ezi) fez apresente declaração de sua livree espontânea vontade obrigan-do-se a responder civil e crimi-nalmente por todas as declara-ções aqui prestadas, bem comoa ratifica-la em juízo ou quaisqueroutros órgãos, a qualquer tem-po, se compelido for, ficando ci-ente pela leitura do artigo 299 doCódigo Penal:

"Omitir, em documento públi-co ou particular, declaração quedele devia constar, ou nele inse-rir ou fazer inserir declaração fal-sa ou diversa da que devia serescrita, com o fim de prejudicardireito, criar obrigação ou alte-rar a verdade sobre fato juridi-camente relevante: Pena - reclu-são, de um a cinco anos, e mul-ta, se o documento é público, ereclusão de um a três anos, emulta, de quinhentos mil réis acinco contos de réis, se o docu-mento é particular".

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POLÍTICAPOLÍTICAPOLÍTICA

amigo intimo ou tem algumgrau de parentesco com Nan-ci: "CONHECI A SRANANCI EM 2016 NO HOS-PITAL ANGELINA CA-RON, QUANDO A MES-MA FOU FAZER UMA VI-SITA CORDIAL COM TO-DOS OS RESIDENTES,SENDO ESTE O ÚNICOMOMENTO EM QUE AVI. NÃO TENHO NE-NHUM PARENTESCO OUAMIZADE ÍNTIMA COMA SRA NANCI".

Atestado falsoO Conselho de Ética

questionou o médico: Anexo,encaminhamos cópia de ates-tado médico. O Sr confirmaa emissão por Vossa Senho-ria? O médico respondeu:"NÃO CONFIRMO AEMISSÃO DO ATESTA-

Da editoria geralReportagem

Quem antes dizia que ha-via comparecido ao médicoe o que o atestado era ver-dadeiro, entrou em contradi-ção, confessou que não es-teve no médico e quandodescoberta a farsa resolveudevolver os valores sobre umdia de falta em sessões. Porconta disso, o Ministério Pú-blico do Estado do Paraná,por meio do promotor Mar-cos Cristiano Andrade, abriupesados processos contra avereadora Nanci RafagninAndreola.

Uma ação é criminal epode render de cinco a 27anos de cadeia. A outra éuma ação civil pública por atode improbidade administra-tiva em que se condenadaperderá os direitos políticos,terá o mandato cassado eainda pagará multa e indeni-zação pelos danos causadosao erário público.

As providências judiciaisforam adotadas dois diasapós o Conselho de Ética daCâmara decepcionar a popu-lação ao sugerir uma penabranda para a vereadora, ali-viando a gravidade do pro-blema. O pedido de afasta-mento por 30 dias ainda serávotada nesta semana - acon-tece a leitura do pedido nes-ta terça e possível votação naquinta-feira (14 de junho).

Na justiça, Nanci agora éacusada não só de faltar àsessão para participar doRock In Rio, mas de apre-sentar atestado falso e incor-rer em vários tipos de crime.

Declaração do médicodesmantelou a farsaO Conselho de Ética não

pediu afastamento por tem-po razoável até que se apureeventuais dúvidas no proces-

Nanci Rafagnin Andreola foi processada cível e criminalmente por causa de atestado falsoNanci Rafagnin Andreola foi processada cível e criminalmente por causa de atestado falsoNanci Rafagnin Andreola foi processada cível e criminalmente por causa de atestado falsoNanci Rafagnin Andreola foi processada cível e criminalmente por causa de atestado falsoNanci Rafagnin Andreola foi processada cível e criminalmente por causa de atestado falso

Promotoria de Justiça abre duaspesadas ações contra vereadora

so nem falou em cassação demandato por quebra de de-coro que seria a penalidademais correta para uma legis-latura que pensa em "resga-tar a moralidade" do Legis-lativo. O protecionismo aoscrimes e a zombaria de Nancicom o povo ocorreram noConselho de Ética mesmodepois da revelação bom-bástica que o Tribuna publi-cou na edição passada.

O médico Maxsuel Fidé-lis de Pádua Almeida disseem resposta por email aoConselho de Ética que nãoemitiu atestado para a vere-adora, ou seja, o documentoé falso. Na condição de ve-readora, figura pública, dequem se espera o mínimo deética e decência, Nanci teriautilizado de documento falsoapresentado ao Poder Legis-

lativo para justificar faltas.O Tribuna Popular obte-

ve cópia de todo o proces-so por meio de solicitaçãooficial à Câmara seguindo asnormas previstas na Lei Or-gânica e no Regimento Inter-no do Legislativo. O médicofoi intimado a prestar depo-imento no dia 16 de maio,porém não pode compare-cer. O Conselho de Éticaentão elaborou perguntas eenviou ao médico para queele respondesse via ofício.

"Não confirmo a emissãodo atestado, e ainda menci-ono que a letra e a assinatu-ra no atestado não é minha"

As repostas do médicoMaxsuel Fidélis Almeida es-tão na página 191 do Pro-cesso Administrativo Disci-plinar. O Conselho pergun-tou se o médico conhece, é

DO, E AINDA MENCIO-NO QUE A LETRA E AASSINATURA NO ATES-TADO NÃO É MINHA".Na resposta, Maxsuel disseainda que não tem conheci-mento de como ocorreu asolicitação do atestado, nemo meio utilizado ou data e quedesconhece como ocorreu aentrega do documento à ve-readora Nanci.

Solicitado a fazer esclare-cimento ou apresentar algumainformação a acrescentar noprocesso, o médico reafirmou:"SOMENTE TENHO A ES-CLARECER QUE NÃOEMITI O REFERIDO ATES-TADO, SENDO QUE A LE-TRA E A ASSINATURA NOATESTADO NÃO É MI-NHA. DESCONHEÇO AEMISSÃO DO REFERIDOATESTADO MÉDICO".

Conselho de Ética aliviou Nanci pedindo pena branda e sendo conivente comConselho de Ética aliviou Nanci pedindo pena branda e sendo conivente comConselho de Ética aliviou Nanci pedindo pena branda e sendo conivente comConselho de Ética aliviou Nanci pedindo pena branda e sendo conivente comConselho de Ética aliviou Nanci pedindo pena branda e sendo conivente coma impunidade, o que causou revolta na populaçãoa impunidade, o que causou revolta na populaçãoa impunidade, o que causou revolta na populaçãoa impunidade, o que causou revolta na populaçãoa impunidade, o que causou revolta na população

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POLÍTICA

Depois dos episódios, inclusive ações do MP qual será a posição do conjunto dos vereadoresDepois dos episódios, inclusive ações do MP qual será a posição do conjunto dos vereadoresDepois dos episódios, inclusive ações do MP qual será a posição do conjunto dos vereadoresDepois dos episódios, inclusive ações do MP qual será a posição do conjunto dos vereadoresDepois dos episódios, inclusive ações do MP qual será a posição do conjunto dos vereadores

Será que o plenário da Câmaravotará pela impunidade de Nanci?

Da editoria políticaFoto: Divulgação

Caberá ao plenário da Câ-mara com o conjunto dos ve-readores decidir se mantém aimpunidade legislativa de Nan-ci Rafagnin Andreola ou refor-mula a decisão do Conselhode Ética, talvez abrindo novoprocesso ou concorda que ocaso termine em pizza.

O caso da vereadora colo-cou a Câmara em xeque. Man-tida a posição do conselho, oLegislativo deixará cair por terratudo que vem pregando sobremoralismo e defesa da ética.

A estratégia da defesa davereadora Nanci RafagninAndreola, referente ao casoRock In Rio, foi a de induzir oConselho de Ética da Câmarae conseguiu que o relatório

pedisse apenas 30 dias deafastamento. O advogado dedefesa Gustavo Bonini Guedeschegou a pedir o arquivamen-to da denúncia de quebra dedecoro pelo fato de a verea-dora ter apresentado atestadoem dia de sessão e na data se-guinte estar em um badaladofestival de rock no Rio de Ja-neiro. A manifestação oficial domédico negando a assinaturano atestado é fato relevanteque o Conselho de Ética re-solveu ignorar e colocou acasa de leis no descrédito.

Estratégia da defesa foidesmontada

A defesa da vereadoraNanci Rafagnin Andreola nãocontava com as respostas domédico Maxsuel Fidélis dePádua Almeida. Ele disse que

não é dele a assinatura no ates-tado apresentado pela verea-dora para justificar falta emsessões da Câmara.

Também afirmou que a ca-ligrafia no documento tambémnão é dele. O fato novo des-monta a estratégia da defesaque ainda alimentava esperan-ças de o médico não se mani-festar ou assumir a emissão doatestado, o que não ocorre.

Desta forma, quem pensavaem uma medida mais brandacomo advertência ou talvez umafastamento temporário deNanci agora não tem dúvidas deque a situação dele complicoumuito e deverá ter o mandatocassado a bem da preservaçãoda imagem do Legislativo.

Fatos inegáveisNo dia 21 de setembro do

ano passado ocorreu uma ses-são ordinária e uma sessãoextraordinária. Nanci nãocompareceu. Apresentou umatestado assinado por médicodo Hospital Angelina Caron,de Campina Grande do Sul(PR). O CID (Código Inter-nacional de Doenças), cons-tante no documento é o S-800.Isso significa, dentre outros,contusão no joelho.

Por esse motivo, Nanci nãocompareceu as sessões e apre-sentou o atestado como justi-ficativa. Entretanto, na no diaseguinte, a vereadora apare-ceu no Rockin In Rio, acom-panhada de outras pessoas,possivelmente amigas e fami-liares. Ela mesma postou asfotos no facebook. Nanci apa-rece em pose até ao lado deartista global.

Jornal denunciou afraude

Os fatos envolvendo a vere-adora Nanci Rafagnin Andreolaforam revelados inicialmente pelojornal Tribuna Popular, na edição227 que circulou no período de8 a 14 de março de 2018. O casorepercutiu nos meios políticos ena imprensa gerando forte im-pacto na opinião pública.

Conforme o Tribuna denun-ciou, a vereadora alegou do-ença, faltou em sessões do dia21 de setembro de 2017, masno dia seguinte apareceu noRock In Rio, conforme docu-mentos publicados na matéria.O jornal obteve as informaçõesa partir de matérias nas edi-ções anteriores que aponta-vam Nanci como a campeã emfaltas no ano passado.

Vereadores podem deixar cair por terra tudo que vem pregando sobre moralismo e defesa da ética na CâmaraVereadores podem deixar cair por terra tudo que vem pregando sobre moralismo e defesa da ética na CâmaraVereadores podem deixar cair por terra tudo que vem pregando sobre moralismo e defesa da ética na CâmaraVereadores podem deixar cair por terra tudo que vem pregando sobre moralismo e defesa da ética na CâmaraVereadores podem deixar cair por terra tudo que vem pregando sobre moralismo e defesa da ética na Câmara

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POLÍTICA

Da editoria jurídicaFoto: Divulgação

"No decorrer das investigações descobriu-se que o atestado médico"No decorrer das investigações descobriu-se que o atestado médico"No decorrer das investigações descobriu-se que o atestado médico"No decorrer das investigações descobriu-se que o atestado médico"No decorrer das investigações descobriu-se que o atestado médicoapresentado na Casa de Leis, era falso", afirmou o promotorapresentado na Casa de Leis, era falso", afirmou o promotorapresentado na Casa de Leis, era falso", afirmou o promotorapresentado na Casa de Leis, era falso", afirmou o promotorapresentado na Casa de Leis, era falso", afirmou o promotor

Em inquérito, MP descobriu queo atestado do médico era falso

O promotor de justiçaMarcos Cristiano Andraderelatou na ação contra a ve-readora Nanci Rafagnin An-dreola detalhes sobre a con-duta dela. Destacou em umdos trechos que após recebero pedido de providência abriuinquérito e no decorrer das in-vestigações descobriu-se queo atestado médico apresen-tado pela vereadora no Po-der Legislativo era falso.

"Chegou ao conhecimen-to desta Promotoria de Justi-ça que a vereadora não teriacomparecido na sessão daCâmara Municipal de Foz doIguaçu, a qual se realizou nodia 21.09.2017 (quinta-feira),apresentando um atestadomédico para justificar a suaausência", expões MarcosCristiano, ao prosseguir:

"Referido documento apa-rentava ter sido lavrado pelomédico Maxsuel Fidélis dePádua Almeida (CRM/Pr nº31.578), dando conta que aparlamentar teria sido atendi-da em 21.09.2017, no Hos-pital Angelina Caron, situado

na cidade de Campina Gran-de do Sul-Pr, e que ela deve-ria se ausentar do trabalho porum dia em razão da CIDS800 (contusão do joelho)".

"Descobriu-se por meiode publicações nas redes so-ciais da requerida (Face-book) que, no dia seguinte(22.09.2017 - sexta-feira),ela esteve presente no even-to musical "Rock in Rio", nacidade do Rio de Janeiro-RJ. Assim, no afã de verifi-car a veracidade do menci-onado atestado médico, oParquet instaurou o Inqué-rito Civil Público nº MPPR-0053.18.000423-5, já quecausou estranheza o fato deque as duas cidades ficam dis-tantes mais de 790 quilôme-tros".

Na ação, Marcos Cristia-no revela: "No decorrer dasinvestigações descobriu-seque o atestado médico apre-sentado na Casa de Leis é fal-so".

Cruzamento deinformações

O promotor lembra que aCâmara instaurou o Procedi-mento Administrativo nº 002/

2018, a fim de apurar possí-vel quebra de decoro parla-mentar "e apurou que o mé-dico Maxsuel Fidélis de Pá-dua Almeida não atendeu avereadora Nanci Mari Rafag-nin Andreola".

"Instado a se manifestar a

respeito dos fatos investiga-dos, Maxsuel Fidélis de Pá-dua Almeida relatou que ape-nas conheceu NANCI noHospital Angelina Caron, noano de 2016, quando ela foifazer uma visita cordial comtodos os residentes. Relatou,

ainda, que não é médico delae NÃO CONFIRMOU AEMISSÃO DO ATESTA-DO, esclarecendo que A LE-TRA E A ASSINATURAAPOSTAS EM TAL DO-CUMENTO NÃO SÃOSUAS".

Passagens aéreas comprovam quevereadora já estava no RJ

A fim de apurar se a vere-adora Nanci realmente estevena cidade de Campina Gran-de do Sul-PR para se consul-tar, como ela mesma havia ditoem entrevista na RPC/TV oMinistério Público requisitouàs companhias aéreas as pas-

sagens emitidas em nome delano mês de setembro de 2017.

"Em resposta, a companhiaGOL informou que NANCIMARI RAFAGNIN AN-DREOLA embarcou em20.09.2017 (quarta-feira), às19hs40min, desembarcando

naquela capital às 21hs35min,e somente retornou à Foz doIguaçu-Pr no dia 25.09.2017(segunda-feira) às 23hs20min.Ou seja: quando da emissãodo documento, NANCIMARI RAFAGNIN AN-DREOLA estava muito distan-

te do Hospital Angelina Caron- quase 800 km".

Prova cabal"É inconteste, portanto, que

a vereadora apresentou atesta-do médico falso à Casa deLeis, tudo no afã de permitir sua

ausência na sessão e podercomparecer ao evento no Riode Janeiro/RJ, já que ela efeti-vamente não foi atendida pelomédico Maxsuel Fidélis de Pá-dua Almeida, nem esteve nacidade de Campina Grande doSul/Pr no dia 21.09.2017.

Para o Ministério Público, é inconteste que a vereadora apresentouPara o Ministério Público, é inconteste que a vereadora apresentouPara o Ministério Público, é inconteste que a vereadora apresentouPara o Ministério Público, é inconteste que a vereadora apresentouPara o Ministério Público, é inconteste que a vereadora apresentouatestado médico falso à Casa de Leisatestado médico falso à Casa de Leisatestado médico falso à Casa de Leisatestado médico falso à Casa de Leisatestado médico falso à Casa de Leis

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POLÍTICA

Da editoria jurídicaFotos: Divulgação

"A comunidade local simplesmente passou a não acreditar no órgão"A comunidade local simplesmente passou a não acreditar no órgão"A comunidade local simplesmente passou a não acreditar no órgão"A comunidade local simplesmente passou a não acreditar no órgão"A comunidade local simplesmente passou a não acreditar no órgãoresponsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo", afirma promotorresponsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo", afirma promotorresponsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo", afirma promotorresponsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo", afirma promotorresponsável pela fiscalização dos atos do Poder Executivo", afirma promotor

MP: "Conduta da vereadora geroudescrédito e repulsa da coletividade"

Na ação por ato de im-probidade contra a vereado-ra Nanci, o promotor MarcosCristiano Andrade afirmouque "a conduta parcial e ma-culada da vereadora foi ca-paz de gerar desprestígio,descrédito, medo e repulsa dacoletividade em desfavor doórgão público (Câmara Mu-nicipal de Foz do Iguaçu)".Para ele, a comunidade localsimplesmente passou a nãoacreditar no órgão responsá-vel pela fiscalização dos atosdo Poder Executivo.

Segundo o promotor, "emverdade, é difícil mensurar otamanho do sentimento deimpotência, descrédito, des-prestígio, que assolou a po-pulação de Foz do Iguaçuquando vieram à tona os fa-tos tratados nestes autos,mas indubitavelmente, a po-pulação pensou que a Casade Leis permitia que os ve-readores se ausentassem dasatividades legislativas parafins eminentemente particula-res, consoante se infere naspostagens em rede social ereportagens".

Com efeito, "se a verea-dora faltou à sessão, conse-quentemente, houve incorpo-ração indevida de valores ao

seu patrimônio, já que o sub-sídio mensal deveria servirpara remunerar as atividadesda vereança, jamais viagemao Rio de Janeiro sem queestivesse presente o interessepúblico".

"O povo não devesustentar as

ilegalidades"Na ação consta: "Não po-

dem os contribuintes do Mu-nicípio de Foz do Iguaçu ar-car com este ônus (pagamen-to indevido de subsídio aagentes públicos), pois opovo não deve sustentar asilegalidades praticadas pelosseus governantes". E foi o queocorreu, "tendo a vereadora

afrontado violentamente osprincípios da legalidade, damoralidade administrativa e,em especial, da lealdade àsinstituições".

Meio fraudulentoA conclusão do MP é que

Nanci "utilizou-se de meiofraudulento para se esquivarde suas obrigações comovereadora - remunerada pe-los contribuintes -, atitude ab-solutamente incompatível comas normas de conduta espe-cificadas no art. 37 da Cons-tituição da República e noRegime Interno da Câmara".

Certamente, "ofendeu oprincípio da legalidade, per-petrando inclusive condutas

Agentes públicosdevem adotar

postura exemplar "Ao administrador, aos agentes públicos e políticos em

geral, se incumbe a tarefa de adotar postura exemplar à soci-edade, agindo honestamente, dentro dos padrões éticos do-minantes, com lisura, transparência, lealdade, moralidade, eprobidade administrativas" (OSÓRIO, Fábio Medina. Impro-bidade Administrativa, 2.ª ed., São Paulo : Ed. Síntese, p. 119).

Para o promotor Marcos Cristiano, a vereadora "afrontou violentamente os princípios da legalidade, daPara o promotor Marcos Cristiano, a vereadora "afrontou violentamente os princípios da legalidade, daPara o promotor Marcos Cristiano, a vereadora "afrontou violentamente os princípios da legalidade, daPara o promotor Marcos Cristiano, a vereadora "afrontou violentamente os princípios da legalidade, daPara o promotor Marcos Cristiano, a vereadora "afrontou violentamente os princípios da legalidade, damoralidade" e ainda usou de "meios fraudulentos" para justificar ausência na Câmaramoralidade" e ainda usou de "meios fraudulentos" para justificar ausência na Câmaramoralidade" e ainda usou de "meios fraudulentos" para justificar ausência na Câmaramoralidade" e ainda usou de "meios fraudulentos" para justificar ausência na Câmaramoralidade" e ainda usou de "meios fraudulentos" para justificar ausência na Câmara

criminosas, dentre as quais oscrimes de peculato e uso dedocumento falso. Ao invés dedesempenhar suas funções tí-picas (legislar e fiscalizar),preferiu trilhar caminhos cri-minosos, o que não se podeadmitir".

E encerrou: "Ora, não cor-responde aos padrões éticosque a sociedade espera e de-seja de uma vereadora - quan-to mais daquela que obteve oprimeiro lugar nas eleições(5.192 votos) e presidia aComissão de Ética -, bemcomo não é honesto e nem lealà instituição a qual está vincu-lada a apresentação de ates-tado médico falso para justifi-car sua ausência em sessões".

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POLÍTICAPOLÍTICA

Ao assumir o poder, o pre-feito Chico Brasileiro montouuma tropa de choque na Câ-mara Municipal com 13 dos 15vereadores. Ficaram de fora,mas mesmo assim ainda votamem projetos do governo Celi-no Fertrin e Adenildo Kako -os únicos que vem cobrandoprovidências sobres as muitasmazelas da atual administração.

Da editoria geralFotos: Divulgação

Legislatura usou a tática de aos amigos os favores da lei e aos inimigos os rigores da leiLegislatura usou a tática de aos amigos os favores da lei e aos inimigos os rigores da leiLegislatura usou a tática de aos amigos os favores da lei e aos inimigos os rigores da leiLegislatura usou a tática de aos amigos os favores da lei e aos inimigos os rigores da leiLegislatura usou a tática de aos amigos os favores da lei e aos inimigos os rigores da lei

Faltou ética na Câmara para punira vereadora do grupo do prefeito

A Câmara usou dois pesose duas medidas quando resol-veu pela impunidade ou ummero puxãozinho de orelha navereadora Nanci RafagninAndreola que não só faltou àsduas sessões do dia 21 de se-tembro do ano passado, comofoi curtir o Rock In Rio e ain-da apresentou atestado médi-co que o MP concluiu que éfalso. Recebeu pelo dia nãotrabalhado e só resolveu de-

volver os valores depois queo Tribuna Popular revelou oescândalo e isso virou proces-so no Conselho de Ética.

O processo na Câmaraterminou em uma imensa pi-zza pois apenas afastar a ve-readora por 30 dias diante deuma situação gravíssima ge-rou indignação e trouxe paraa população a sensação deque é demagógico o discursode ética e moralidade alarde-ado pela atual legislatura. Per-deu a pouca confiança que ti-nha do povo.

O que está por trás do protecionismo à NanciOs outros dão amém às atitu-des do prefeito e do grupo.

Nanci faz parte do time deChico Brasileiro, pois fizeramum acordo político já na elei-ção complementar. A verea-dora até queria ser vice do atu-al prefeito, mas perdeu na con-venção do PDT. Insatisfeitacom a decisão, não seguiu adeliberação do partido, e por

conta própria apoiou Chicoque com Mac Donald fora seelegeu facilmente.

Tão logo o resultado foiproclamado Nanci se lançouno grupo de apoio ao prefeitoe continua a apoiar até hoje.No episódio do Rock In Rioapurado no Conselho de Éti-ca esse grupo se fechou emproteger Nanci. Concordaram

em aplicar uma pena que fos-se o mínimo possível.

Por trás dessa cortina defumaça está também a obse-ção de Nanci ser deputadaestadual. De tão fissurada nãose conteve em ter o apoio doprefeito, mas tentou dividir oPDT e ainda, numa articulaçãocom o seu amigo pessoal, Ál-varo Dias, tomou de assalto o

Restou a certeza de que"está tudo como dantes noquartel de Abrantes". Os ve-readores atuais - a se confir-mar em plenário a medidabranda para agradar e prote-ger Nanci - a julgar, pelos atos,não são diferentes dos anteri-ores quando 12 foram presose dois levados coercitivamen-te na Operação Pecúlio.

Dois pesos e duasmedidas

Aliás quando foi paraafastar e cassar cinco reelei-

comando do Podemos em Fozdo Iguaçu. Entretanto, comatitudes como a de apresentaratestado médico falso em umPoder Legislativo, a carreirapolítica de Nanci está com-prometida, ainda que cegospelo compromisso político, osvereadores do grupo conside-rem normal um fato de tama-nha gravidade.

tos da legislatura anterior nãoimportava se tinham sido jul-gados ou não. Foram suma-riamente cassados. Para sur-presa da população, no CasoNanci, a postura foi comple-tamente diferente.

O próprio presidente doConselho de Ética, MarcioRosa, de quem esperava omínimo de seriedade, usou apalavra para tentar justificar omolho da pizza. Chegou a di-zer que não estavam ali parajulgar e mesmo assim serianecessário aguardar sentença

transitada em julgado, ou seja,antes não precisava nada dis-so. E agora precisa? Explique-se vereador Marcio Rosa.

Ora, se o Conselho de Éti-ca não está ali para julgar aética dos pares, então paraque existe? Se não serve paraos fins a que foi criado, entãoresta extinguir, fechar. O queo tal conselho deveria julgaré se houve ou não quebra dedecoro, o que está muito ób-vio aos olhos da opinião pú-blica e da justiça. Apenas aCâmara pensa diferente.

Atitude do Conselho de Ética virou chacota nas redes sociaisAtitude do Conselho de Ética virou chacota nas redes sociaisAtitude do Conselho de Ética virou chacota nas redes sociaisAtitude do Conselho de Ética virou chacota nas redes sociaisAtitude do Conselho de Ética virou chacota nas redes sociais

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POLÍTICA

Da editoria geralFoto: Reprodução

É no mínimo estranho o si-lêncio de entidades que atépouco tempo estavam vestin-do camisetas pretas, fazendoprotestos, passeatas e cobran-do moralidade na Câmara deVereadores. "Basta de Vergo-nha!" era uma das campanhas.Ocorre que no momento "Avergonha Continua" e as enti-dades como a AssociaçãoComercial e Empresarial de

Um silêncio sepulcral é que o se observa por parte de entidades como Acifi e Observatório Social e OABUm silêncio sepulcral é que o se observa por parte de entidades como Acifi e Observatório Social e OABUm silêncio sepulcral é que o se observa por parte de entidades como Acifi e Observatório Social e OABUm silêncio sepulcral é que o se observa por parte de entidades como Acifi e Observatório Social e OABUm silêncio sepulcral é que o se observa por parte de entidades como Acifi e Observatório Social e OAB

Acifi calou-se sobre o caso Nanci:É difícil cortar na própria carne?

Foz do Iguaçu estão caladas,a exemplo da Ordem dos Ad-vogados do Brasil e até oObservatório Social.

Nanci Rafagnin Andreolafaz parte da Acifi e o proble-ma talvez esteja na dificulda-de de cortar na própria carne,apesar de a atividade empre-sarial nada tem a ver com avida pública da vereadora.Enquanto os desmandos pros-seguem e a vergonha continuana Câmara de Vereadores,como estas entidades vão se

Advogados da vereadora atacam promotor de JustiçaDesnorteados pelas pesa-

das ações apresentadas peloMinistério Público, os advoga-dos da vereadora Nanci Ra-fagnin Andreola partiram paracima do promotor MarcosCristiano Andrade. Leia o po-sicionamento da defesa, envi-ado em forma de nota oficialassinada pelo advogado Gus-tavo Bonini Guedes.

Nota a imprensa1- Nanci Rafain foi surpre-

endida com atuação indevida,imprópria e antijurídica do

Promotor de Justiça.2 - Propor duas ações às

vésperas da Câmara julgar emdefinitivo o relatório do Con-selho de Ética, apenas doisdias depois da apresentação,é uma tentativa de influenciare intimidar os vereadores. Umverdadeiro escândalo que vaina contramão do bom sensodemocrático.

3- A covardia é ainda mai-or porque Nanci não foi ouvi-da. O médico não foi ouvido.A servidora que afirmou terbuscado o atestado das mãos

do médico também não. Se-quer se periciou o documen-to. Como propor uma açãosem base técnica nenhuma? Éir contra qualquer ensinamen-to básico do Direito.

4- Nanci confia na justiça.Demonstrará que não praticouqualquer ilícito assim que tivera oportunidade de se defen-der, direito esse que o promo-tor deliberada e cegamente lhenegou.

Gustavo Bonini GuedesAdvogado

Advogado Bonini Guedes disse que atuação do promotorAdvogado Bonini Guedes disse que atuação do promotorAdvogado Bonini Guedes disse que atuação do promotorAdvogado Bonini Guedes disse que atuação do promotorAdvogado Bonini Guedes disse que atuação do promotorfoi indevida, imprópria, antijurídica e covardefoi indevida, imprópria, antijurídica e covardefoi indevida, imprópria, antijurídica e covardefoi indevida, imprópria, antijurídica e covardefoi indevida, imprópria, antijurídica e covarde

Antes, a Acifi vinha impulsionando a campanha Basta de Vergonha, mas agora a vergonha continua e a entidade se calaAntes, a Acifi vinha impulsionando a campanha Basta de Vergonha, mas agora a vergonha continua e a entidade se calaAntes, a Acifi vinha impulsionando a campanha Basta de Vergonha, mas agora a vergonha continua e a entidade se calaAntes, a Acifi vinha impulsionando a campanha Basta de Vergonha, mas agora a vergonha continua e a entidade se calaAntes, a Acifi vinha impulsionando a campanha Basta de Vergonha, mas agora a vergonha continua e a entidade se cala

O novo presidente da Acifi é o Faisal Mahmoud Ismail de quem espera atitudes sobreO novo presidente da Acifi é o Faisal Mahmoud Ismail de quem espera atitudes sobreO novo presidente da Acifi é o Faisal Mahmoud Ismail de quem espera atitudes sobreO novo presidente da Acifi é o Faisal Mahmoud Ismail de quem espera atitudes sobreO novo presidente da Acifi é o Faisal Mahmoud Ismail de quem espera atitudes sobreos desmandos na política e a retomada da campanha pela moralidade públicaos desmandos na política e a retomada da campanha pela moralidade públicaos desmandos na política e a retomada da campanha pela moralidade públicaos desmandos na política e a retomada da campanha pela moralidade públicaos desmandos na política e a retomada da campanha pela moralidade pública

posicionar na campanha elei-toral se no momento voltaramà velha e conhecida omissão.

No caso da Acifi, FaisalMahmoud Ismail, assumiu re-centemente a presidência da

entidade com ele vem a espe-rança de as posturas sejam nomínimo equânimes em relação

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POLÍTICA

Da editoria geralReportagem

A ação criminal contra avereadora Nanci RafagninAndreola tem penas que so-madas podem chegar até 27anos de reclusão, além dopagamento de multas. O pro-motor Marcos Cristiano An-drade entrou com denúnciacontra a vereadora afirman-do que a vereadora "incor-reu nas sanções penais pre-vistas nos artigos 304, caput,c/c art. 298, caput, 299, ca-put, e artigo 312, combina-dos com o artigo 69, todosdo Código Penal".

Artigo 304 - Fazer usode qualquer dos papéis fal-sificados ou alterados. Pena- reclusão, de um a cincoanos, e multa. Artigo 298 -Falsificar, no todo ou em par-te, documento particular oualterar documento particularverdadeiro: Pena - reclusão,de um a cinco anos, e multa.

Artigo 299 - Omitir, emdocumento público ou parti-cular, declaração que deledevia constar, ou nele inserirou fazer inserir declaraçãofalsa ou diversa da que de-via ser escrita, com o fim deprejudicar direito, criar obri-gação ou alterar a verdade

Dentre os crimes estão peculato, falsificação de documento particular e uso de documento falsoDentre os crimes estão peculato, falsificação de documento particular e uso de documento falsoDentre os crimes estão peculato, falsificação de documento particular e uso de documento falsoDentre os crimes estão peculato, falsificação de documento particular e uso de documento falsoDentre os crimes estão peculato, falsificação de documento particular e uso de documento falso

Ação criminal prevê penas de até27 anos para vereadora processada

sobre fato juridicamente re-levante: Pena - reclusão, deum a cinco anos, e multa, seo documento é público, e re-clusão de um a três anos, emulta, se o documento é par-ticular. Parágrafo único - Seo agente é funcionário públi-co, e comete o crime preva-lecendo-se do cargo, ou sea falsificação ou alteração éde assentamento de registrocivil, aumenta-se a pena desexta parte.

Artigo 312 - Apropriar-

se o funcionário público dedinheiro, valor ou qualqueroutro bem móvel, público ouparticular, de que tem a pos-se em razão do cargo, ou des-viá-lo, em proveito próprioou alheio: Pena - reclusão, dedois a doze anos, e multa.

Oferecimento dedenúncia

Em razão dos fatos apu-rados em inquérito da Pro-motoria de Justiça, o Minis-tério Público ofereceu a de-

núncia, requerendo que, umavez recebida e autuada, ins-taure-se processo criminal deacordo com o procedimentoprevisto nos artigos 394 eseguintes do Código de Pro-cesso Penal.

Como testemunhas, opromotor Marcos CristianoAndrade pediu que sejam in-timados o médico MaxsuelFidélis de Pádua Almeida; azeladora que apresentou adenúncia na Câmara, AndréiaMoranda de Castro; o ser-vidor público federal Sidneide Oliveira Novaes Júnior; oempresário Marcelo Rodri-go de Abreu Angeli; o médi-co Mauro Mota Martins; e orecepcionista que apresentoupedido de providências noMP, Diego Lucas DuarteDresch.

Delitos apontadosConforme consta na de-

núncia, no dia 21 de setem-bro de 2017, em horário nãoprecisado nos autos, na sededa Câmara Municipal de Fozdo Iguaçu, "a denunciadaNanci Mari Rafagnin Andre-

ola, ciente da ilicitude e re-provabilidade de sua condu-ta, fez uso de documentoparticular falso, ao apresen-tar ao Departamento deGestão de Pessoas da Casade Leis local o atestado defl. 17, de lavra do médicoMaxsuel Fidélis de PáduaAlmeida (CRM/Pr nº31.578), afirmando que es-taria impossibilitada de com-parecer na sessão do dia 21de setembro de 2017, porestar diagnosticada com adoença CID S800 (contusãodo joelho)".

"Tal documento é materi-al e ideologicamente falso,posto que as informaçõesnele constantes, quais sejam:a de que a vereadora esteve,em 21 de setembro de 2017,na Sociedade Hospitalar An-gelina Caron Ltda, situada nacidade de Campina Grandedo Sul/Pr, e que fora atendi-da pelo sobredito médico,são inverídicas, já que esteassegurou que a denunciadanão é sua paciente, que a as-sinatura e o carimbo apostosno mencionado atestado nãosão verdadeiros e que nuncaa consultou".

Segundo o promotor, emdecorrência da conduta cri-minosa supramencionada,Nanci "dolosamente agindo,desviou, em proveito pró-prio, a quantia de R$1.816,43, pertencentes àCâmara Municipal, referen-tes aos vencimentos do car-go de vereadora, relativa-mente ao mês de setembrode 2017, já que não sofreuquaisquer descontos em ra-zão da ausência injustificadaà sessão ocorrida no dia 21de setembro de 2017. Dig-no de nota que a referidaquantia foi devolvida peladenunciada no decorrer doProcesso Administrativo Dis-ciplinar nº 002/2018".

Nanci Rafagnin Andreola tem penas que somadas podemNanci Rafagnin Andreola tem penas que somadas podemNanci Rafagnin Andreola tem penas que somadas podemNanci Rafagnin Andreola tem penas que somadas podemNanci Rafagnin Andreola tem penas que somadas podemchegar até 27 anos de reclusãochegar até 27 anos de reclusãochegar até 27 anos de reclusãochegar até 27 anos de reclusãochegar até 27 anos de reclusão

Foto: RPC

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GERAL

Decisão foi por unanimidade e Ratinho Junior virá em Foz para o lançamento da pré-candidaturaDecisão foi por unanimidade e Ratinho Junior virá em Foz para o lançamento da pré-candidaturaDecisão foi por unanimidade e Ratinho Junior virá em Foz para o lançamento da pré-candidaturaDecisão foi por unanimidade e Ratinho Junior virá em Foz para o lançamento da pré-candidaturaDecisão foi por unanimidade e Ratinho Junior virá em Foz para o lançamento da pré-candidatura

Diretório Estadual do PSD confirmapré-candidatura de Vermelho por FozDa editoria geralFoto: Divulgação

Por unanimidade de votosa diretoria executiva estadu-al do PSD definiu, na manhãde terça-feira (6), a pré-can-didatura de Vermelho paradeputado federal por Foz doIguaçu. A decisão vai contraos interesses do presidenteda comissão executiva pro-visória local, Wanderlei Ber-tolucci Teixeira.

No mês passado, quandoRatinho Junior convidou Ver-melho a se filiar no PSD, Tei-xeira soltou uma nota na im-prensa dizendo que não iriaapoia-lo e que o candidato afederal seria um deputado deCascavel. Diante das críticaspor apoiar um candidato defora, Teixeira disse que oPSD iguaçuense apoiariatambém Márcio Rosa parafederal, além de Inês Weize-mann e Professor Sérgio paraestadual.

Vermelho disse que res-peita a decisão de Teixeira,mas entende que ela é pre-judicial para a campanha deRatinho. "Quanto mais can-didatos apoiarem ele paragovernador será melhor.Além disso, Teixeira preten-de apoiar um candidato lá deCascavel, no momento emque Foz mais precisa de umdeputado para defender suasbandeiras. Teixeira é meuamigo, mas acredito que eletomou uma decisão errada",diz Vermelho.

A legislação eleitoral dizque as candidaturas a depu-tados estaduais, federais, se-nadores e governadores, sãodefinidas pelos diretórios es-taduais. Aos diretórios mu-nicipais compete decidir so-bre candidaturas a prefeitose vereadores. É por isso queo presidente da comissãoprovisória local, Wanderley

Teixeira, não tem poder paradecidir sobre a candidaturade Vermelho. Essa atribui-ção é exclusiva do DiretórioEstadual.

"Seguirei com minha pré-candidatura que se solidificaa cada dia que passa", dizVermelho. "Em Foz do Igua-çu temos o apoio do prefeitoChico Brasileiro, de diversosvereadores, suplentes e lide-ranças importantes dos bair-ros. Agora, com o apoio ex-plícito e unânime do Dire-tório Estadual, aumenta nos-sa disposição para seguiradiante nesta jornada",acrescenta.

Vermelho trabalha emmais de 80 municípios nasregiões Oeste e Sudoeste doParaná e vem recebendocada vez mais adesão de pre-feitos, vice-prefeitos, verea-dores e lideranças dessasduas regiões.

O pré-candidato sabe queum deputado precisa buscarvotos em outros municípios

para obter sucesso."Além dessa base impor-

tante que é Foz do Iguaçu,estou conquistando apoio emmais de 80 cidades porque sódaqui um deputado não seelege. Até hoje, Foz só ele-geu o Sérgio Spada porqueos outros que assumiram(Cláudio Rorato, Vitorassi eProfessor Sérgio) foi apenaspor algum tempo, porqueeram suplentes", frisa. Verme-lho está em Foz há 29 anos esua empresa gera 150 empre-gos diretos nesta cidade.

"Convite honroso"Ratinho Junior convidou

Vermelho para entrar no PSDnão somente por sua viabili-dade eleitoral, mas pelo seupassado e pela sua trajetó-ria. "Conheço o Vermelho hámuitos anos. É um empresá-rio bem sucedido que geramais de 600 empregos dire-tos em nosso estado. Alémdisso, é uma pessoa de bomtrato, destemido, corajoso e

bem articulado", comentouRatinho Junior.

O pré-candidato a gover-nador disse ser "uma honra tero Vermelho ao nosso ladoporque sabemos que ele irálutar muito pelo nosso estado

Reunião do Diretório Estadual que definiu pela pré-candidatura de Vermelho a deputado federal por FozReunião do Diretório Estadual que definiu pela pré-candidatura de Vermelho a deputado federal por FozReunião do Diretório Estadual que definiu pela pré-candidatura de Vermelho a deputado federal por FozReunião do Diretório Estadual que definiu pela pré-candidatura de Vermelho a deputado federal por FozReunião do Diretório Estadual que definiu pela pré-candidatura de Vermelho a deputado federal por Foz

e pelas regiões Oeste e Su-doeste, onde ele vive e temseus negócios". Ratinho con-firmou também que estará emFoz do Iguaçu nos próximosdias para o lançamento dapré-candidatura de Vermelho.

Declaração foi registrada pela assessoraDeclaração foi registrada pela assessoraDeclaração foi registrada pela assessoraDeclaração foi registrada pela assessoraDeclaração foi registrada pela assessoraparlamentar no último dia 4 de junhoparlamentar no último dia 4 de junhoparlamentar no último dia 4 de junhoparlamentar no último dia 4 de junhoparlamentar no último dia 4 de junho

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POLÍTICA

Fonte: theintercept.comFotos Reprodução

Em uma fotografia, dois fun-cionários da Itaipu Binacionalapertam as mãos enquantouma casa de madeira arde emchamas altas atrás deles. Ou-tra imagem mostra os servido-res perto de uma caminhonetecom a logomarca da Itaipu naporta. Um deles está escoradono veículo e olha para a câme-ra, como se estivesse posan-do. Mais uma vez, uma cons-trução envolta em fumaça apa-rece ao fundo. Inéditas, as fo-tos revelam uma faceta prati-camente desconhecida daconstrução da hidrelétrica: fun-cionários colocavam fogo emocas de índios guarani que vi-viam na região de Foz do Igua-çu, no Paraná, para expulsá-losdo local.

As fotos, com data de julhode 1981, durante a ditadura mi-litar, foram cedidas à Comissãoda Verdade do Paraná por umex-funcionário que se manteveno anonimato. Os servidoresque posaram para a câmerapertenciam ao setor jurídico daempresa (chamado informal-mente de “setor de desapropri-ações”) e seguiam determina-ção da própria diretoria do ór-gão – eles não foram identifi-cados pela fonte que entregouo material à Comissão da Ver-

As fAs fAs fAs fAs foooootos, com dattos, com dattos, com dattos, com dattos, com data de julho de 1a de julho de 1a de julho de 1a de julho de 1a de julho de 1989898989811111 , durante a dit, durante a dit, durante a dit, durante a dit, durante a ditadura militadura militadura militadura militadura militararararar, f, f, f, f, foram cedidas à Comissão daoram cedidas à Comissão daoram cedidas à Comissão daoram cedidas à Comissão daoram cedidas à Comissão daVerdade do Paraná por um ex-funcionário que se manteve no anonimatoVerdade do Paraná por um ex-funcionário que se manteve no anonimatoVerdade do Paraná por um ex-funcionário que se manteve no anonimatoVerdade do Paraná por um ex-funcionário que se manteve no anonimatoVerdade do Paraná por um ex-funcionário que se manteve no anonimato

Funcionários de Itaipu comemoramincêndio em casas de indígenas

FOTOS INÉDITAS:

dade.Segundo o ex-servidor, a

empresa primeiro tentava umacordo amigável para a retira-da dos índios. Muitos, porém,não concordavam em deixar asterras. O procedimento seguin-te era atear fogo nas ocas.

O relatório da Comissão daVerdade do Paraná se baseouem relatos de ex-funcionáriosda Itaipu e indígenas que mo-ravam no local, documentos le-vados por eles, informações pú-blicas e estudos de pesquisado-res. Entre as centenas de pági-nas do relatório, constam vári-os relatos de atos de violênciae ameaças. “Índio tem que tra-tar no cacete porque eles nãogostam de coisa delicada”, dis-se o ex-servidor à Comissão daVerdade. No depoimento, ele sereferiu aos guaranis como uma“cambada de safado sem-ver-gonha”.

O depoimento de um ex-morador do local reforçou asacusações de uso da força bru-ta para a expulsão dos mora-dores, com a participação doInstituto Nacional de Coloniza-ção e Reforma Agrária (Incra):“Apareceu assim, ‘bota fogona casa’ […] E aí, se não quissair, aí vinha e tem que botarfogo […] Não dizia por que ti-nha que sair, não falou nada não.Era só Incra, não tinha polícia”.

“O Incra chega aqui, expul-

sando a gente da terra, elesassustavam a gente, ameaça-vam, mandavam embora, bo-tando fogo nas casas, queiman-do nossa plantação, atiravamnossas coisas na estrada […]Ameaçavam dar tiro na pernaem quem não queria subir nocaminhão para o Paraguai”, dis-se outro morador também emdepoimento à Comissão da Ver-dade.

As comunidades foram re-movidas para a inundação doterreno hoje ocupado pela re-presa de Itaipu, com 1.350 km².Dezenas de famílias de indíge-nas viviam no local, desde operíodo das Missões, com ocasespalhadas pelas redondezasde Foz do Iguaçu.

A atuação da Itaipu duran-te a ditadura militar teria o avaldo Incra e da Fundação Naci-onal do Índio, a Funai. Os trêsórgãos, neste período, eramcomandados por militares do

alto escalão. “A maioria da di-retoria de Itaipu era ligada aoSNI [Serviço Nacional de In-formações], o órgão de inteli-gência do regime”, diz o pro-motor Olympio de Sá SottoMayor, coordenador da Comis-são da Verdade do Paraná. AFunai, inclusive, dispunha de“certidões negativas” que indi-cavam a inexistência de índiosno local das inundações.

Índios “inexistentes”Os primeiros relatos de gua-

ranis na área remontam a qua-se 500 anos. Entre 1540 e 1545,o militar espanhol Alvar NúñezCabeza de Vaca visitou a Amé-rica Latina e retratou a presen-ça da etnia no local.

A invasão do território an-cestral indígena começou em1940, quando militares do Ba-talhão de Foz do Iguaçu abri-ram a estrada até a cidade deGuaíra com mão de obra gua-

rani. A partir de então, madei-reiros e colonos passaram a seinstalar na região. A expulsãodos índios do local foi consoli-dada com a construção de Itai-pu, a partir do tratado assinadoem 1973 entre Brasil e Para-guai.

No mesmo ano, teve início aatuação do Projeto Integrado deColonização Ocoí, coordenadopelo Incra. Com ele, 12 mil hec-tares de terras consideradas de-volutas foram tomadas e usadaspara reassentamento de colonosdesapropriados do Parque Na-cional do Iguaçu, de 1939.

Os guaranis não foram con-siderados pelo Incra como in-dígenas ou mesmo campone-ses, categorias que poderiamter algum ressarcimento peladesapropriação. Eram tratadoscomo “mestiços”. Anos depois,menos de uma dezena de fa-mílias conseguiu receber títulosde terra.

As imagens foram entregues à Comissão da Verdade por um ex-As imagens foram entregues à Comissão da Verdade por um ex-As imagens foram entregues à Comissão da Verdade por um ex-As imagens foram entregues à Comissão da Verdade por um ex-As imagens foram entregues à Comissão da Verdade por um ex-funcionário de Itaipu, mas não foram incluídas no relatório final.Fotos:funcionário de Itaipu, mas não foram incluídas no relatório final.Fotos:funcionário de Itaipu, mas não foram incluídas no relatório final.Fotos:funcionário de Itaipu, mas não foram incluídas no relatório final.Fotos:funcionário de Itaipu, mas não foram incluídas no relatório final.Fotos:Acervo Comissão da Verdade do ParanáAcervo Comissão da Verdade do ParanáAcervo Comissão da Verdade do ParanáAcervo Comissão da Verdade do ParanáAcervo Comissão da Verdade do Paraná

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“O que nós vamos fazer?Itaipu disse ‘pode sair tudo’. Eufui, tenho quatro filhos… Cho-ramos tudo, vai pra Paraguai,vai pra não sei onde […] Nósmorávamos na terra […] Masfazer o quê? Naquele tempomanda o Exército, né? Naque-le tempo não existia lei, nada”,afirmou o guarani Lourenço Fi-gueiredo, que era cacique da al-deia Dois Irmãos, para a Co-missão da Verdade.

Apesar de boa parte ter mi-grado ao Paraguai, alguns índi-os conseguiram fugir para ou-tros estados, como relata Ho-nório Benites, da aldeia de SãoJoão: “Os índios saíram tudo,uns foram pro Mato Grosso, ou-tros não sei pra onde, se extra-viaram. O pessoal de lá de Ja-cutinga, um foi pro Paraguai,um foi pro centro, tem algunsque foram pra São Paulo”.

Em depoimento ao Museuda Pessoa, em São Paulo, ooficial do Exército Marius Vi-

“Índio tem que tratar no cacete porque elesnão gostam de coisa delicada.” Depoimentode ex-servidor à Comissão da Verdade.A maioria da população se refugiou cruzando o rio Paraná, no ParaguaiA maioria da população se refugiou cruzando o rio Paraná, no ParaguaiA maioria da população se refugiou cruzando o rio Paraná, no ParaguaiA maioria da população se refugiou cruzando o rio Paraná, no ParaguaiA maioria da população se refugiou cruzando o rio Paraná, no Paraguai

eira Gonçalves, que chefiou osetor de arquivos de desapro-priações de Itaipu, afirmou queforam cerca de 8 mil desapro-priações do lado brasileiro paraa construção da Bacia de Itai-pu, as quais ele classificou como“uma violência”. “Eu participeida construção da maior hidre-létrica do mundo, mas a quepreço? A que preço no sentidohumano da palavra.”

Em 1975, um vereador deFoz do Iguaçu, Antônio VanderliMoreira, enviou carta a Arman-do Falcão, então ministro daJustiça, denunciando as arbitra-riedades cometidas pelo Incra.Ele citava casos de índios queforam “presos e espancados”e relatava que “alguns fugirampara o Paraguai”.

A denúncia do vereadorconsta de investigação feitapelo SNI na qual Vanderli équalificado como subversivo.Para a Comissão da Verdade,isso “demonstra as ameaças a

que estavam sujeitos apoiado-res da causa indígena, bemcomo a forma como as denún-cias de violações podiam serdesqualificadas”.

Desmentir,enrolar e esperar

Com o tempo, liderançasdos guarani passaram a exigirreassentamento. Foram-lheconcedidos cerca de 250 hec-tares, ante os cerca de 1,5 miloriginais. Então a Itaipu teriapassado a adotar outro méto-do. Segundo memorandos eofícios internos coletados pelacomissão, os técnicos que ne-gociavam com os guaranis re-cebiam ordens de “desmentir,enrolar, esperar” e “aguardar,se for o caso, nova provocaçãopara o tema”.

Para a comissão, a Itaiputinha consciência de que esta-va agindo de modo controver-so. É citado como exemplo um

memorando confidencial, data-do de abril de 1987 e assinadopelo então diretor jurídico deItaipu, Clóvis Ferro Costa. “Aminha convicção pessoal, hoje,é de que o pleito dos índios nãoé desarrazoado, de um lado; deoutro, é evidente que o relató-rio sobre o qual se baseou Itai-pu não é veraz. Digo isso emcaráter confidencial, para evi-tar explorações judiciais e polí-ticas”, escreveu Costa.

A Comissão da Verdadeconcluiu que a construção daItaipu é, “para o Paraná, um doscasos mais emblemáticos dasações da ditadura civil-militar”,que resultaram em uma sériede violações aos direitos huma-nos.

“As populações indígenassofreram então, cotidianamen-te, agressões físicas e psicoló-gicas, assassinatos, empobreci-mento/miserificação e gravesdanos socioambientais”, afirmao relatório.

Por e-mail, Itaipu negou abu-sou ou ação criminosa contraindígenas e afirmou que não foiouvida durante a elaboração dorelatório da Comissão da Ver-dade: “Itaipu não foi ouvida noâmbito dessa Comissão e, por-tanto, não teve qualquer opor-tunidade de manifestar-se so-bre essa acusação e o seu con-texto, mas reitera as informa-ções prestadas, negando vee-mentemente a referida partici-pação criminosa contra indíge-nas”. A empresa também re-pudiou “veementemente” aacusação de que as fotografi-as retratariam uma ação orde-nada da empresa. “Queimadasde moradias, de índios ou civis,não fizeram parte do minucio-so trabalho de identificação,negociação e indenização defamílias das áreas que viriam aformar o reservatório”, diz anota.

(Fonte: theintercept.com/2018/06/12/fo-

tos-funcionarios-itaipu-incendio-indigenas)

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POLÍCIA

Da RedaçãoFotos: Enrique Alliana

Três pessoas ficam gravementeferidas após colisão na BR-277

Na tarde da última segun-da-feira, 11 de junho de2018, por volta das14h:45min, o COBOM(Central de Operações doCorpo de Bombeiros) deFoz do Iguaçu foram aciona-dos pelo telefone de emer-gência 193, dando conta deum gravíssimo acidente naRodovia BR-277, nas proxi-midades da entrada das uni-dades prisionais.

Ainda segundo informa-ções, no local, o acidente detrânsito, tipo colisão traseirateria envolvido uma caminho-nete e uma carreta, onde trêsocupantes da caminhoneteestariam presas as ferragens.

De imediato foi encami-nhado duas ambulâncias doSiate (Sistema Integrado deAtendimento ao Trauma eEmergência), apoio médico,uma ABS (Auto Busca e Sal-vamento) do oficial de servi-ço, uma ABTR (Auto Bom-ba Tanque e Resgate), comapoio de uma ambulância daConcessionária Ecocataratase uma do SAMU.No localfoi constatada a colisão tra-seira envolvendo a caminho-nete Toyota / Hilux, modelo4X4, de placas HTN-9464

da cidade de Laranjeiras doSul/PR, veículo este quepresta serviço a COPEL e acarreta de placas paraguaiasAUD-426.

As três vítimas foram so-corridas, porem o condutorteve ferimentos gravíssimos,com risco eminente de mor-te. Os veículos ficaram a dis-posição da Policia Rodoviá-ria Federal. Somente duas ví-timas foram identificadas sen-do Ricardo da Silva, de 21anos de idade e Marcelo Gru-dysz, de 25 anos de idade.

As três v í t imas foram socorr idas, porem o condutor teve fer imentos gravíssimos, com r isco eminente de morteAs três v í t imas foram socorr idas, porem o condutor teve fer imentos gravíssimos, com r isco eminente de morteAs três v í t imas foram socorr idas, porem o condutor teve fer imentos gravíssimos, com r isco eminente de morteAs três v í t imas foram socorr idas, porem o condutor teve fer imentos gravíssimos, com r isco eminente de morteAs três v í t imas foram socorr idas, porem o condutor teve fer imentos gravíssimos, com r isco eminente de morte

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POLÍTICAPOLÍTICASÉRIE D

Fonte: radioculturafoz.com.br

Foto: Divulgação

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Foz Cataratas tem atletasconvocados para Seleção BrasileiraEntre os convocados, dois atletas do FozEntre os convocados, dois atletas do FozEntre os convocados, dois atletas do FozEntre os convocados, dois atletas do FozEntre os convocados, dois atletas do FozCatCatCatCatCataratarataratarataratas Fas Fas Fas Fas Futsal. O ala Jamur e o pivô Viniutsal. O ala Jamur e o pivô Viniutsal. O ala Jamur e o pivô Viniutsal. O ala Jamur e o pivô Viniutsal. O ala Jamur e o pivô Vini

ESPORTE

A Confederação Brasileira de Futsal(CBFS) divulgou no último sábado (9), alista de convocados da seleção para adisputa de um torneio na China, que acon-tece no mês de agosto.

Entre os convocados, dois atletas doFoz Cataratas Futsal. O ala Jamur e opivô Vini foram chamados pelo técnicoMarquinhos Xavier, para disputar o tor-neio das finais da Liga Sulamericana en-tre os dias 13 e 23 de agosto.

O ala Jamur e o pivô Vini foram chamados pelo técnico MarquinhosO ala Jamur e o pivô Vini foram chamados pelo técnico MarquinhosO ala Jamur e o pivô Vini foram chamados pelo técnico MarquinhosO ala Jamur e o pivô Vini foram chamados pelo técnico MarquinhosO ala Jamur e o pivô Vini foram chamados pelo técnico MarquinhosXavier, para disputar o torneio das finais da Liga SulamericanaXavier, para disputar o torneio das finais da Liga SulamericanaXavier, para disputar o torneio das finais da Liga SulamericanaXavier, para disputar o torneio das finais da Liga SulamericanaXavier, para disputar o torneio das finais da Liga Sulamericana

Sergio Jamur de Souza, o ala Jamur,integra o Foz Cataratas nesta tempora-da de 2018, tendo disputado o Campe-onato Paranaense pelo Pato Futsal em2017, sagrando-se campeão.

Já Vinicius Hollweg Flores, o Vini,disputou a temporada de 2017 pelo timeda fronteira, tendo sido um dos desta-ques, principalmente na Liga Nacional.

A festa no elenco e principalmentedos dois atletas convocados pelo reco-nhecimento do trabalho realizado e daprojeção por poder servir à SeleçãoBrasileira.

A diretoria do Foz Cataratas/Coritibaanunciou na tarde desta quinta-feira acontratação do técnico Ivan Alves, que

retorna ao time após boa passagem natemporada de 2017. Na ocasião, o trei-nador comandou a equipe em cinco opor-

Ivan Alves assume o time feminino de Foztunidades no campeonato Brasileiro doano passado, vencendo quatro e per-dendo apenas uma partida, deixando

uma boa impressão para a tor-cida e diretoria.

Ivan Carlos Mororo Alves,45 anos, tem um vasto curri-culum no futebol paranaense,já comandou equipes na pri-meira e na segunda divisão doestadual e disputou a série Ddo Brasileiro Masculino co-mandando a equipe de Fozdo Iguaçu. Ivan teve gran-de destaque comandando

equipes de base, revelando atletas quehoje integram grandes agremiações bra-sileiras. (Assessoria)

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POLÍTICAPOLÍTICA

Da assessoriaFoto: Sindsaúde/assessoria

AAAAAgora, os nomes serão agora, os nomes serão agora, os nomes serão agora, os nomes serão agora, os nomes serão avvvvvaliados pelo Diretório Esaliados pelo Diretório Esaliados pelo Diretório Esaliados pelo Diretório Esaliados pelo Diretório Estttttadual do Paradual do Paradual do Paradual do Paradual do Partidotidotidotidotido

Trabalhadores do Hospital Municipalserão demitidos após erro emprocesso simplificado de contrato

Cerca de 100 trabalha-dores serão dispensadosdo Hospital Municipal Pa-dre Germano Lauck nospróximos dias devido aforma de contratação nãoesta de acordo com umalei municipal e a constitui-ção Federal.

Acontece que a lei es-tabelece que as contrata-ções por Processo Sim-plificado seja sempre re-alizada por prazo determi-nado, ou seja, com prazopara finalização.

Com base em uma açãoTrabalhista proposta peloSindicado dos Emprega-dos em Estabelecimentose Serviços de Saúde a an-tiga administração doHospital contratou estestrabalhadores por prazoindeterminado, ato contrá-rio as leis vigentes.

A ação que transitavaem julgado referia-se so-mente para trabalhadorescontratados até 2015, des-ta forma os trabalhadoresnão poderiam ter sidocontratos por prazo inde-terminado.

A Atual direção em facedo erro cometido, procu-rou o Ministério Públicoque recomendou a dispen-sa destes trabalhadoressob pena de penalização doGestor do Hospital.

O Sindicato ingressoucom ação na Justiça doTrabalho para garantir osempregos destes trabalha-dores, ação que o Juízoalegou em sua decisão fal-ta de competência para

julgar, sendo esta compe-tência da justiça Estadual.

O Sindicato por sua vezingressou com Recurso noTribunal de Justiça do Tra-balho solicitando o Julga-mento do processo pelaJustiça do Trabalho de Fozpelo fato dos trabalhado-res serem regidos por re-gime CLT.

As demissões aconte-cerão com os trabalhado-res admitidos nos proces-so simplificados 02 e 03de 2016.

A falta destes profissi-onais podem causar preju-ízos aos atendimentos doHospital, reduzindo inclu-sive os procedimentos re-alizados pelo Hospital.

O Presidente do Sindi-cato Senhor Paulo SérgioFerreira, lembrou que in-felizmente a parte maisfraca que são os trabalha-

Assembleia com os trabalhadores do HospitalAssembleia com os trabalhadores do HospitalAssembleia com os trabalhadores do HospitalAssembleia com os trabalhadores do HospitalAssembleia com os trabalhadores do Hospital

dores vão pagar o preçodas irregularidades doHospital e em consequên-cia a população sofre tam-bém. Na tarde do dia 11 deJunho houve uma media-ção com a Presença do

Ministério Público Esta-dual nas dependências doMinistério Público do Tra-balho, mediação está quefoi infrutífera.

Agora os trabalhadorescorrem contra o tempo em

busca de uma solução quevenha garantir os empregose evitar as demissões porprazo determinado o queretira vários direitos previs-tos nos casos de demissõespor prazo indeterminado.