FRAGILE

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2012 / 2013

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FRAGILE - Projecto de Integração de Pessoas com Deficiência Visual nas Artes Performativas (2011-2013)

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Fragile é um projecto que visa inclusão de cegos e pessoas com baixa visão nas artes performativas. O foco principal centra-se na construção de uma nova linguagem de movimento, através da partilha de experiências entre cegos e bailarinos profissionais. Este projecto será implementado em Portugal pela Associação Cultural Vo’Arte – coreógrafa Ana Rita Barata, na Noruega pela Baerum Kulturhus – coreógrafa Kjersti K. Engebrigtsen e na Estónia pela Universidade de Talin – coreógrafo Ajjar Ausma e é co-financiado pelo Programa Cultura da União Europeia. Inclui a implementação de workshops, seminários de investigação, a criação de um espectáculo de dança (tripartido), e de documentários (por realizadores dos três países parceiros).

Esta colaboração artística de longa duração (2011-2013), assenta numa sólida base científica: o método de consciência corporal para deficientes visuais pela fundadora Kjersti K. Engebrigtsen tem vindo a desenvolver ao longo da sua experiência académica e profissional.

O projecto pretende cruzar as fronteiras da arte, bem como dos países e culturas, incluindo realizadores, compositores, figurinistas, designers de luz, educadores, técnicos de necessidades especiais e professores de dança dos três países parceiros, ancorando o projecto junto das populações locais.

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Em 1987, quando a coreógrafa norueguesa Kjersti Engebrigtsen teve uma aluna cega a frequentar as suas aulas de dança, a permanente tensão física e a forma desta aluna se movimentar, prendeu a sua atenção. Kjersti começou a dar-lhe aulas particulares e notou mudanças radicais no seu corpo, voz e comportamento social. Foi gradualmente relaxando, passou a colocar o pé todo no chão para caminhar e pode observar-se nela uma abertura a nível social. Os resultados obtidos inspiraram Kjersti Engebrigtsen a dar aulas a outros deficientes visuais e a entrar no Instituto das Necessidades Educativas Especiais da Universidade de Oslo para aprofundar os seus estudos nesta temática. Kjersti decidiu concentrar os seus esforços em crianças invisuais, no sentido de prevenir a tenção corporal, a rigidez e a dor (que pôde constatar entre os adultos cegos durante as suas aulas) e concluiu a sua tese de mestrado baseada num curso de dança para crianças invisuais, focando-se numa criança com deficiência visual congénita.

Kjerst criou um método que lhe permitiu aos invisuais desenvolver o seu potencial. Percebeu que apesar dos seus problemas de visão, não havia nada de errado com os seus corpos. E constatou que a falta de movimentação estava na origem da dor e da rigidez corporal.

A metodologia que criou consiste em apresentar uma variedade de possibilidades de movimento e de consciência corporal em improvisação, contacto-improvisação, juntamente com música ao vivo, canto e drama.

Finalmente, em 2004, Engebrigtsen pode criar uma performance para uma pessoa cega com prévia experiência de movimento e três bailarinos profissionais. Para além da coreografia, foi dada especial importância à música, aos figurinos e à iluminação. Estes elementos serviram como ferramentas de orientação, uma vez que a bailarina invisual, Hege Finset Eidseter, podia distinguir vagamente algumas sombras e cores.

Neste processo, para além da pesquisa de um novo material de movimento, Kjersti notou também uma mudança de comportamento entre os intérpretes em palco: revelaram uma preocupação genuína uns com os outros. O espaço entre os bailarinos tornou-se mais activo e criou uma concentração especial entre os intérpretes. O que conferiu uma nova dimensão à performance. Também o público salientou que tinha assistido a um novo encontro humano em palco, como que uma nova experiência, quando comparada com outros espectáculos de dança a que já tinham assistido anteriormente.

Toda esta experiência, a sua originalidade e inovação, inspiraram Kjersti Engebrigtsen a apresentar a ideia a outros coreógrafos na Europa. Desde 1999 tem participado em várias conferências sobre Inclusão pela Arte onde tem trocado informação com outros profissionais da Dinamarca, Suécia, Alemanha, Bélgica, França e Espanha. Foi desta partilha que nasceu FRAGILE tal como é hoje, uma colaboração internacional Europeia.

CONTEXTO

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OBJECTIVOS

estes cânones são muitas vezes questionados. A colaboração com pessoas portadoras de deficiência visual vai evidenciar uma série de limites a esses cânones técnicos, a questionar os seus standards de movimento. Serão obrigados a encontrar novas formas de comunicar. Terão de usar as suas mãos e os seus corpos para comunicar. Não poderão saltar na direcção de um cego sem pré-aviso. Isto irá resultar num salto diferente. Tudo, nesta experiência pode fornecer uma diferente aproximação ao movimento, uma nova sensibilidade e um novo vocabulário, enriquecido pela experiência em diferentes países.

Igualmente importante para o Projecto Fragile é poder proporcionar apoio aos deficientes visuais na descoberta de novas formas de expressão e inclusão social e fomentar o encontro e a discussão entre a comunidade invisual.

Pretende-se também partilhar conhecimentos sobre o envolvimento de invisuais nas artes performativas, através do debate e da circulação de informação a nível internacional, entre artistas, investigadores e comunidade em geral, estimulando o surgimento de novas iniciativas neste campo, com especial incidência na área da dança.

O Projecto pretende também cruzar as fronteiras da arte, incluindo compositores, cenógrafos, designers de luz e realizadores dos diferentes países envolvidos a estabelecerem diálogo e a questionar os limites das suas áreas de intervenção, num verdadeiro compromisso de transdisciplinariedade.

Trabalhar-se-á ainda no sentido de consciencializar os professores de ensino especial e formadores de dança da importância da consciência corporal e da dança na educação de uma criança com deficiência visual.

Por fim, num âmbito nacional e para além das propostas oficiais em Lisboa, o Projecto aposta na descentralização, pretendendo que as acções sejam difundidas na comunidade em geral, e para tal, destaca-se a importância do papel da associação ACAPO na criação de uma rede nacional de parceiros locais, articulando o projecto com escolas de dança, associações culturais ou outras para a divulgação e acolhimento das actividades do Projecto, a fim de criar raízes nas populações locais.

A cooperação internacional é criada especificamente para o Projecto Fragile, que começou em Setembro de 2011. Inicialmente, seminários e workshops serão implementados na Noruega, Estónia e Portugal. Seguidamente, os coreógrafos e intérpretes iniciarão o processo criativo, promovendo o encontro entre bailarinos profissionais e indivíduos invisual, para que esta experiência possa produzir benefícios para ambas as partes. Os seus processos criativos resultarão em três coreografias que serão apresentadas em itinerância pelos três países em Abril de 2013.

Um dos objectivos deste Projecto é proporcionar a partilha de conhecimento sobre a inclusão de invisuais nas artes performativas, através da circulação de informação a nível internacional.

Com a divulgação destas experiências, procura-se também estimular o surgimento de novas iniciativas neste campo, com especial incidência para a área da dança.

A colaboração entre bailarinos profissionais e portadores de deficiência visual leva necessariamente à criação de uma nova “linguagem de dança”.

Aceitando as limitações das pessoas com cegueira, os coreógrafos e bailarinos poderão explorar novo material de movimento. O que exige uma grande mudança ao nível dos paradigmas cénicos e concepções estéticas regidas predominantemente pela visão por parte dos artistas profissionais.

A forma como se dança baseia-se no controlo da informação que chega até nós através da visão. O facto de não poder ver ou de ter a visão reduzida faz com que um cego tenha um ponto de partida diferente. A mudança deste ponto de partida faculta a criação de um diferente “padrão de movimento”. O coreógrafo deverá focar-se nesta mudança de paradigma. Poderá encontrar uma nova linguagem em conjunto com os invisuais, proporcionando condições que encorajem o surgimento deste novo padrão de movimento.

Outro objectivo do Projecto é proporcionar aos coreógrafos e bailarinos a oportunidade de explorar novas possibilidades de expressão, o que pode mudar as suas oportunidades de trabalho. Os bailarinos estão familiarizados com um conjunto de formatações técnicas. Ao longo da sua formação académica e carreira profissional,

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ESPECTÁCULO FINAL

Este espectáculo reúne as 3 coreografias com autoria de Ana Rita Barata (Portugal), Kjersti Engebrigtsen (Noruega) e Ajjar Ausma (Estónia) e fará itinerância pelos países organizadores, entre outros. Incluirá 4 a 5 intérpretes, entre bailarinos profissionais e pessoas com deficiência visual, procurando provar a validade estética da linguagem mista apresentada e a possibilidade de profissionalização dos segundos, cuja prática regular de dança ao longo de diversos Ateliers Coreográficos com participantes eleitos a partir dos workshops terá no período aproximado de 1 ano desenvolvido o potencial de movimento exponencialmente. A linha temática e/ou coreográfica estará em desenvolvimento ao longo de 2012 e mais próxima da sua forma final em Março de 2013.

SEMINÁRIO

Num dia intensivo em Lisboa (4 de Abril) e alargado na Estónia em âmbito e tempo (19 e 20 de Abril na Estónia), FRAGILE convida artistas e investigadores nacionais e estrangeiros, cujo trabalho incide na exploração da arte inclusiva e educação pela arte, com especial foco na área da dança e deficiência visual, a partilhar o seu trabalho e resultados que daí advém ao nível da saúde, inter-relacionamento, potencial expressivo, entre outros. Serão apresentados pela primeira vez, e comentados pelos autores e artistas/investigadores convidados excertos dos documentários que acompanharam o projecto nos três países. Como complemento ao debate, será possivelmente proposta uma exposição de artes plásticas especificamente concebidas para cegos e/ou pessoas com baixa visão e uma Mostra de Vídeo nos géneros vídeo-dança e vídeo-arte subordinada ao tema da arte inclusiva, seja por integrar pessoas com necessidades especiais como protagonistas ou por relevar algum aspecto da sua participação social e intrínseca.

ACTIVIDADESWORKSHOPS

Durante o workshop, os participantes terão oportunidade de contactar com o método de consciência corporal/dança para crianças com deficiência visual de Kjersti Engebrigtsen, contribuindo posteriormente para a sua difusão. Através de trabalho de chão, contacto e improvisação, trabalho em pares e grupos, pretende-se a progressiva familiarização com as diferenças através da aproximação ao movimento de cada um. Os workshops serão orientados em conjunto com o coreógrafo do respectivo país, que posteriormente dirigem novas oportunidades de formação em diferentes pontos do país.

Público-alvo: deficientes visuais, bailarinos, professores de dança, músicos, actores, fisioterapeutas, monitores de instituições ligadas à deficiência visual, professores do ensino especial, investigadores na área da saúde e outros interessados.

MASTERCLASSES

Leccionada por Kjersti Engebrigtsen, foca-se na evolução da área da dança e necessidades especiais a partir da história pessoal da coreógrafa como justificação para o interesse que desenvolve pela dança com e para cegos. Esta amplia os rígidos standards estéticos que tinha sedimentados enquanto bailarina clássica e revela extraordinários benefícios para os incluídos e imensas possibilidades criativas e expressivas para os profissionais da área. Descreve a experiência levada a cabo com um grupo de crianças com as quais implementou a prática regular de dança combinada com música ao longo de um ano lectivo (a qual serviu de base ao seu Mestrado) e as metodologias que a partir daí promove com grupos de diversas faixas etárias. A Masterclass termina com a apresentação do projecto FRAGILE e sugestão de formas de dar continuidade ao mesmo em cada país após o seu término.

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Primeiro Workshop + Masterclass

Kjersti K. Engebrigtsen

80 pessoas

Workshop (Lisboa)

Ana Rita Barata

16 pessoas

Atelier Coreográfico

Ana Rita Barata

14 pessoas

Segundo Workshop + Masterclass

Kjersti K. Engebrigtsen

14 pessoas

Projecto Casa Pia

Centro de Educação e Desenvolvimento

António Aurélio da Costa Ferreira

Ana Rita Barata

12 pessoas

Atelier Coreográfico

Ana Rita Barata

14 pessoas

Workshop Descentralização (Leiria)

Ana Rita Barata

20 pessoas

Workshop Descentralização (Faro)

Ana Rita Barata

20 pessoas

Atelier Coreográfico

Ana Rita Barata

14 pessoas

Período de ensaios em Lisboa

Ana Rita Barata

4 pessoas

Espectáculo Final (Lisboa)

6 elementos (bailarinos + deficientes visuais)

expectativa de 400 participantes

Espectáculo Final (Oslo)

6 elementos (bailarinos + deficientes visuais)

expectativa de 300 participantes

Espectáculo Final (Talin)

6 elementos (bailarinos + deficientes visuais)

expectativa de 200 participantes

Simpósio Fragile

Dança, Arte e Deficiência Visual

expectativa de 200 participantes

Companhia Nacional de Bailado, Estúdio

da Companhia Olga Roriz, Faculdade de

Motricidade Humana, e Centro Helen Keller

Estúdio Companhia Clara Andermatt

Escola de Dança do Conservatório Nacional

Estúdio Clara Andermatt, e Jardim de

Inverno do São Luiz Teatro Municipal

CED António Aurélio da Costa Ferreira

SOUDOS – Espaço Rural de Artes

ACAPO Leiria

ACAPO Faro

A determinar

A determinar

Espaço a anunciar

Baerum Kulturhus

Kumu Art Museum

Tallinn University Conference Center

12 a 16

de Março 2012

18 a 20

de Abril 2012

11 a 13

de Maio 2012

2 a 7

de Julho 2012

Setembro 2012

e Julho 2013

5 a 7

de Outubro 2012

Outubro 2012

Dezembro 2012

Dezembro 2012

Janeiro

a Março 2012

5 e 6

de Abril 2013

16

de Abril 2013

20

de Abril 2013

19 e 20

de Abril 2013

ACTIVIDADES LOCAISDATAS

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3ª FASE | APRESENTAÇÃO DAS COREOGRAFIAS E SIMPÓSIO + DOCUMENTAÇÃO

Espectáculo Fragile

Datas e locais de apresentação

5 e 6 de Abril de 2013 > Estreia em Lisboa (Centro Cultural de Belém ou São Luiz Teatro Municipal)+16 de Abril de 2013 > Apresentação em Oslo, na Bærum Kulturhus+19 e 20 de Abril > Apresentação em Talin, no KUMU – Museu de Arte da Estónia As três coreografias serão apresentadas num programa comum em todos os países participantes.

Cada coreografia terá entre 20 a 30 minutos de duração. Poderão ser apresentadas uma Black Box simples, com aproximadamente 100m2 e cerca de 200 lugares.

1ª FASE | PARTILHA DE EXPERIÊNCIAS E WORKSHOPS

Em Outubro de 2011 foi realizado um seminário em Oslo com o objectivo de difundir a metodologia de Kjersti Engebrigtsen e trocar experiências com os parceiros Europeus.

Entre Outubro de 2011 e Julho de 2012, a coreógrafa Norueguesa orientarou workshops, juntamente com o coreógrafo do respectivo país, dirigidos a bailarinos, coreógrafos, deficientes visuais, professores de dança, professores de ensino especial e técnicos da área das necessidades especiais.

Durante os workshops procurar-se-á trocar experiências e explorar uma nova linguagem de movimento, através de improvisações e resolução de tarefas. Através da realização destes workshops, serão seleccionados os deficientes visuais que integrarão a coreografia na segunda fase.

Pretende-se que no final da primeira fase, os participantes com deficiência visual e os bailarinos tenham uma percepção mais ajustada da realidade mútua a partir da experiência comum de movimento, preparação necessária para iniciar uma criação em conjunto.

2ª FASE | CRIAÇÃO DAS COREOGRAFIAS

Os coreógrafos, bailarinos e portadores de deficiência visual irão desenvolver e implementar as coreografias.

Cada um dos três coreógrafos, Ana Rita Barata (Portugal), Kjersti Engebrigtsen (Noruega), e Ajjar Ausma (Estónia) desenvolverá a sua coreografia com bailarinos profissionais e pessoas com deficiência visual – seleccionados de entre os participantes dos workshops e/ou por audição –, através da orientação de ateliers coreográficos. Em Portugal, a Vo’Arte será a estrutura responsável por produzir a coreografia de Ana Rita Barata, em processo entre Janeiro de 2013 e Abril de 2013.

Nesta fase, os compositores, desenhadores de luz e figurinistas integrarão o processo. A música e a luz são fundamentais na coreografia, como ferramentas de orientação para os invisuais.

Pretende-se que o processo criativo em cada país decorra de forma a poder acolher todos os interessados – bailarinos, estudantes, coreógrafos, professores, invisuais e artistas de diferentes áreas, de forma adequada, realizando alguns ensaios abertos e promovendo discussão em torno do processo.

IMPLEMENTAÇÃO

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SIMPÓSIO DANÇA, ARTES & DEFICIÊNCIA VISUAL

O Simpósio assimilará experiências participativas (em forma de workshops, instalações e outros), apresentações e exposições inclusivas que incentivem o debate, participação, provocação, celebração e desenvolvimento da relação entre bem-estar, pessoas com deficiência visual, artes e performance.

Está aberto a pessoas com deficiência visual, professores, artistas, cientistas, terapeutas, performers e investigadores que trabalhem no âmbito específico da dança, arte e deficiência visual, académicos e estudantes, programadores e produtores.

Entre outros, estarão representadas a Touchdown Dance Company e a Condoco Dance Company do Reino Unido. Neste momento será igualmente apresentado um esboço dos documentários produzidos ao longo do projecto, os quais poderão ser alvo de pesquisa futura. Questões e temas levantados pelo Simpósio:– Arte: uma estética Inclusiva;– Prática e Trabalho: Pessoas com deficiência visual como profissionais das artes; percursos e obstáculos;– Bem-estar: Valor e Apreciação.

Objectivos do Simpósio:– Explorar e partilhar práticas inclusivas levadas a cabo na Europa, gerar questionamento positivo e debate desafiante;– Estimular a troca intercultural em torno deste tema entre peritos e profissionais de diferentes campos do saber;– Captar a atenção dos agentes culturais europeus e dos profissionais ou organizações que lidam com deficiência para o potencial da dança e expressão corporal no desenvolvimento de pessoas com deficiência visual;– Promover a mudança nas instituições culturais e artísticas ao nível das oportunidades de integração dos deficientes visuais.

DOCUMENTAÇÃO

O desenvolvimento do processo desde a realização dos workshops até à apresentação das coreografias será documentado em cada país. O realizador estónio Vahur Laiapea, que foi professor de crianças surdas e dirigiu um filme sobre pessoas com atraso mental irá fazer o documentário do projecto na Estónia. Pedro Sena Nunes, será o realizador responsável pelo documentário do processo em Portugal. Os dois vídeos documentais serão apresentados no simpósio a um grande número de profissionais, havendo a possibilidade de mais tarde serem passados em canais televisivos ou outras redes europeias, atingindo um maior número de espectadores, com destaque para a comunidade de profissionais da dança, centros de estudo e pesquisa em reabilitação, organizações de deficiência visual e autoridades públicas.

Desta forma, o acesso à informação sobre o projecto Fragile será garantido, permitindo que este projecto possa ser alvo de estudos futuros, quer por parte de interessados ligados às artes performativas, quer ligados às necessidades educativas especiais ou público geral. O blog e sítio Fragile estarão disponíveis a todos, constantemente actualizados com informação adequada e relatórios sobre o projecto, e serão promovidos por todos os parceiros associados Fragile.

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KJERSTI K. ENGEBRIGTSEN

Fundadora do projecto, criadora do método de consciência corporal para deficientes visuais e responsável pela criação do espectáculo na Noruega

Trabalha como coreógrafa e professora nas áreas da dança e das necessidades educativas especiais.Iniciou-se como bailarina e coreógrafa na companhia Høvik Ballett em 1969 e criou mais de 20 obras coreográficas. Em 2004, criou a produção Fragile, introduzindo em palco uma bailarina cega. O seu último trabalho, uma instalação de dança Breathing Space, foi apresentado no Festival Internacional de Dança de Oslo, no centro da cidade em Setembro de 2007.

A sua experiência de ensino é variada. Em 1976, iniciou o Danseloftet Studio, o primeiro estúdio de dança que introduziu as disciplinas de dança alternativas como o Tai Chi, Técnica Release e outras. Tem leccionado aulas para crianças, adolescentes, músicos, actores, fisioterapeutas, amadores profissionais em disciplinas de dança moderna e improvisação. Actualmente tem trabalhado em introdução à dança em escolas do ensino básico. Desde 1987 que se dedica ao tema da dança e consciência corporal para deficientes visuais, tendo concluído uma tese de Mestrado nesta área. Kjersti sistematizou o seu conhecimento e experiência, tendo desenvolvido uma metodologia pessoal, que difunde internacionalmente através de workshops e conferências.

PAPEL NO PROJECTO FRAGILE

O Baerum Kulthurus é um dos serviços públicos dentro do Município de Baerum, tem várias produções activas e apresenta produções de dança norueguesas e internacionais, na região de Oslo, em número de cerca de 500 produções por ano. O Baerum Kulturhus irá ter a responsabilidade de gerir a parte da administração e ainda a parte financeira, para a supervisão de todas as fases, garantir uma comunicação fluida entre todos os parceiros no projecto e submeter relatórios para a União Europeia.

Direcção Artística

e Coreografia

Produção

e Cordenação do

Projecto na Noruega

Kjersti K.

Engebrigtsen

Marianne Bilger

bærum kulturhuswww.baerumkulturhus.no

SOBRE A BÆRUM KULTURHUS

Bærum Kulturhus é um teatro geralmente usado para música acústica, concertos e produções de ballet. Dentro da sua missão fundamental, o Bærum desenvolve e divulga, enquanto Centro Cultural, eventos culturais e compõe-se enquanto local de expressão da cultura local, dando lugar às artes de palco.

PARCEIROS

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ANA RITA BARATA

Responsável pela criação do espectáculo em Portugal e Directora Artística da Associação Vo’Arte

Nasceu em Paris, em 1972. Fez a sua formação na Escola de Dança de Lisboa – Conservatório Nacional e no European Dance Development Centre em Arnhem, Holanda. Desde 1994, como coreógrafa e directora artística, desenvolve vários espectáculos transdisciplinares com Pedro Sena Nunes numa relação directa com diversas comunidades com características especiais. Exemplo é o projecto Cidade Nua, espectáculo transdisciplinar de música, dança, vídeo e literatura que reuniu 20 não profissionais das artes e três cegos/invisuais numa experiência cénica; ou Ícaro, projecto em colaboração com a Casa da Música do Porto e Balleteatro protagonizado por pessoas com Paralisia Cerebral. É co-criadora da CiM – Companhia Integrada Multidisciplinar, que une intérpretes, bailarinos e actores com e sem necessidades especiais, promovendo uma abordagem pioneira da criação artística face à inclusão, através da dança, imagem e som. Orientou diversos workshops de dança inclusiva com comunidades multi-deficiência e socialmente excluídas.

É directora artística e programadora na Vo’Arte desde 1997. Programa em 2010 a 1ª edição do InArte – Encontros Internacionais de Inclusão pela Arte, iniciativa inédita em Portugal.

PEDRO SENA NUNES

Realizador do documentário do projecto em Portugal

Pedro Sena Nunes nasceu em Lisboa em 1968. Completou o Curso de Cinema em 1992 na Escola Superior de Teatro e Cinema e estudou em diferentes escolas na Europa. Foi co-fundador da Companhia de Teatro Meridional.

Realizou numerosos documentários, ficções e trabalhos experimentais em filme e vídeo e produziu mais de 100 spots publicitários para rádio e televisão. Viajante e três vezes pai, realizador, produtor, fotógrafo, professor e consultor artístico, trabalha actualmente como co-director artístico e produtor da Vo’Arte, onde cria espectáculos e programa diversos festivais multidisciplinares.Foi coordenador pedagógico e director criativo na ETIC e é coordenador área pós-produção da ETIC Algarve.

Presentemente lecciona realização e documentário no IPA, ESMAE, Algarve Film Comission, Ao Norte, Escrever Escrever e alguns festivais de cinema. Colabora com a CiM – Companhia Integrada Multidisciplinar na criação de novas possibilidades de integração de pessoas com necessidades especiais. Em 20 anos de realização e fotografia, ganhou vários prémios nacionais e internacionais.

PAPEL NO PROJECTO FRAGILE

Enquanto co-organizadora, a Vo’Arte trabalhará em colaboração próxima com a Bærum Kulturhus durante todo o processo. É responsável pela criação e produção da performance final em Portugal, bem como por orientar workshops de aprendizagem em Lisboa e noutras cidades do país, com a coreógrafa Ana Rita Barata, ao longo do período pedagógico do projecto. Será também responsável pelo desenvolvimento de um documentário da autoria de Pedro Sena Nunes. Organizará aquando da apresentação final Encontros em torno do tema de Inclusão pela Arte.

SOBRE A VO’ARTE

A Associação Vo’Arte nasceu da vontade de produzir, promover e valorizar a criação contemporânea, através do cruzamento de linguagens artísticas e do desenvolvimento de projectos nacionais e internacionais. Com 15 anos de actividades artísticas, pedagógicas e sociais nas áreas da criação, programação, formação e inclusão, a Vo’Arte acredita na cultura artística e continua a promover artistas consagrados e criadores emergentes a criar novos espectáculos, performances, exposições, instalações, filmes, seminários e propostas de programação cultural transdisciplinar.

A Vo’Arte incentiva o diálogo criativo; promove as relações entre arte e comunidade; contribui para o alargamento e formação de novos públicos; promove a descentralização, a internacionalização e o intercâmbio entre projectos artísticos.

Apresentou criações na área da dança contemporânea, performance e cinema, destacando transversalmente a formação em Capitais Europeias da Cultura (Guimarães 2012 e Porto 2001), Capitais Nacionais da Cultura (Coimbra 2003, Faro 2005), Exposições Mundiais (Saragoça 2008 e Expo 98), e Campeonatos Desportivos (Mundial de Boccia 2010 e Campeonato Europeu de Futebol de 2004).

A Vo’Arte integra as redes internacionais CQD – Ciudades que Danzan com o Lugar à Dança – Festival Internacional em Paisagens Urbanas e recentemente a rede Studiotrade, uma colaboração para residências artísticas a nível europeu entre coreógrafos, produtores e organizações de dança. A sua projecção internacional no âmbito do trabalho com populações excluídas motivou o convite para integração do projecto Fragile enquanto coordenação artística e de produção em Portugal.

Direcção Artística

e Coreografia

Direcção Artística

e Realização

Produção

e Cordenação do

Projecto em Portugal

Ana Rita Barata

Pedro Sena Nunes

Clara Antunes

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AJJAR AUSMA

Responsável pela criação do espectáculo na Estónia

Ajjar Ausma completou o grau de bacharelato em dança no Departamento de Artes Performativas da Universidade Tartu Viljandi Culture Academy. Integrou seminários e workshops de formação suplementar na Estónia, Alemanha, Espanha e França. Detém também experiências diversificadas em cuidados de saúde, ergonomia, medicina tradicional (massagem Yumeiho, Hatha yoga, Técnica Alexander, Medicina Chinesa, Fisioterapia, etc). Ajjar é actor, realizador, coreógrafo, bailarino e professor de dança no Teatro Cabaret Rizome. Trabalha também como freelancer em massagem, fisioterapia, terapia do movimento e aconselhamento. Tem trabalhado em Talin no Jardim de Infância/Escola Primária Laagne como especialista em terapia do movimento, bem como orientado workshops de dança e teatro físico em escolas, campos de férias e festivais e organizado cursos de ergonomia prática e massagem.

Integrou numerosos projectos locais e internacionais na área das artes performativas.

PAPEL NO PROJECTO FRAGILE

A universidade de Talin, representada pela coordenadora Karmen Ong, está envolvida com o projecto FRAGILE desde 2006 e tem tido um papel activo no seu desenvolvimento. Irá coordenar a realção com os parceiros locais – Dance Theatre “Tee Kubis”, Coreografo da Estónia Ajjar Ausma, a associação do Norte da Estónia para Cegos (North Estonian Association for the Blind) e o realizador Vahur Laiapea – para assegurar a implementação das actividades de acordo com o calendário explícito. É responsável por organizar os workshops de aprendizagem na Estónia, produzir a perfomance do coreógrafo Ajjar Ausma e o documentário do realizador Vahur Laiapea. O Departamento de Coreografia da Universidade, irá trabalhar em conjunto com o Baerum Kulturhus e com a Associação Vo’Arte, organizando o Simpósio final, que decorrerá em Talin.

Direcção Artística

e Coreografia

Realização

Produção

e Cordenação do

Projecto na Estónia

Ajjar Ausma

Vahur Laiapea

Karmen Ong

SOBRE A UNIVERSIDADE DE TALIN

É a terceira maior instituição de ensino superior na Estónia e localiza-se na sua capital, Talin. É uma universidade simultaneamente tradicional e arrojada. A sua idade atribui-lhe dignidade, mas é constantemente alvo de actualização e foco na inovação. Uma Universidade dinâmica onde a liberdade académica é honrada.

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COORDENAÇÃO EM PORTUGALAna Rita Barata / Clara [email protected]: +351 914040471ou +351 919939740TEL. +351 213932410FAX. +351 213932415

Associação Vo’ArteRua São Domingos à Lapa, 8N1200-835 Lisboa

www.fragiledance.com

CONTACTOS

fotografiaspágs. 1 a 14, 22 a 24 © Cláudio Ferreirapág. 19 (esq) © C.M.L.

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Projecto Financiado com o Apoio da Comissão Europeia

Parceiros

Parceiros Associados Portugal

bærum kulturhuswww.baerumkulturhus.no

Vo’Arte é uma Estrtutura Financiada

A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

tratamento de texto e impressão em braille da responsabilidade do Gabinete de Referência Cultural da Câmara Municipal de Lisboa

Parceiros Financiamento Noruega

Parceiro Associado Estónia