Fragmentos (1)

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Meus sonhos sempre foram um tanto estranhos, quase mais do que como é o meu gostar. Se sonhei com o palco, era muito mais pela cor pálida do pó de arroz, do que pela voz ou pelo declamar. Se não era pra ser canto, tampouco era para ser aplauso, e sim êxtase, lágrima doce e sorriso sincero. Meu palco é meu mundo em volta. Meu figurino, restrito ao par de All Star invertidos. E na esquina de casa procuro a porta do mundo, procuro a velha vocação de perder a vergonha e sentar no chão, de percorrer o verso sem a intenção de rimar.

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Poesia prosada, de autoria de Marcos Antonio Corbari.

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Meus sonhos sempre foram um tanto estranhos, quase mais do que como o meu gostar. Se sonhei com o palco, era muito mais pela cor plida do p de arroz, do que pela voz ou pelo declamar. Se no era pra ser canto, tampouco era para ser aplauso, e sim xtase, lgrima doce e sorriso sincero. Meu palco meu mundo em volta. Meu figurino, restrito ao par de All Star invertidos. E na esquina de casa procuro a porta do mundo, procuro a velha vocao de perder a vergonha e sentar no cho, de percorrer o verso sem a inteno de rimar.