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Fran Christy

Carpe Diem

Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

© 2008 – 2015 – Vivendo Intensamente - Todos os Direitos Reservados

Fran Christy

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Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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INTRODUÇÃO

A maioria das pessoas segue sem rumo pela vida com nenhum

propósito além de sobreviver. Dentre essas pessoas estão aqueles que

vivem na berlinda da sociedade, longe de oportunidades e possibilidades,

e também aqueles que têm tudo, menos sentido e satisfação em suas

vidas. Apesar de essas pessoas terem recursos e potencial para viver uma

vida completa e feliz, elas parecem não conseguir encontrar o caminho

certo, ficam à deriva, mudando constantemente de estrada, tentando algo

aqui, outro ali, na esperança de que o futuro traga dias melhores ou

simplesmente se contentando com o presente num estado de inércia

existencial.

A maior parte do que há disponível na literatura de autoajuda (em

geral para auxiliar os que desejam mudar essas condições) parte de dois

princípios equivocados:

1. De que todos nós sabemos o que queremos;

2. E que, ao conquistarmos o que supostamente queremos, nos

tornaremos pessoas felizes e satisfeitas com nossas vidas.

A promessa é de “ajuda para que você consiga atingir o que

deseja”. A nova coqueluche em torno do filme e livro O Segredo é um

bom exemplo. Apesar de se basear em conceitos verdadeiros, a lei da

atração só trará reais benefícios caso a pessoa saiba realmente o que

quer e não esteja esperando obter satisfação psicológica através das

conquistas que almeja – o que não é o caso de 99,9% dos entusiastas

que tentam aplicar – com ou sem sucesso – o que é proposto.

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Na esmagadora maioria dos casos, tenta-se usar a lei da atração

para atrair mais dinheiro, emprego, amor, artigos materiais – como um

carro novo, uma casa nova –, enfim, a intenção é preencher uma lacuna

causada por uma deficiência emocional com “coisas”, sejam bens

materiais ou necessidades psicológicas. Não me entenda mal, porém! Sou

uma grande defensora da lei da atração e acredito que nossas vidas

funcionam através desse princípio: nós criamos a nossa própria realidade

através do que pensamos – mais especificamente, do que sentimos

(emoções inconscientes falam mais alto do que pensamentos

conscientes). O ponto em que estou tocando é a intenção da utilização da

lei da atração para se “obter coisas”, materiais ou não, como se essa

fosse uma mera técnica para se atingir um determinado fim.

Esse fim é a felicidade, a satisfação que todos buscam. Não

aprendemos o que é felicidade na escola, tampouco nossos pais nos

ensinaram como buscá-la. Seguimos pela vida sem saber ao certo se o

que estamos fazendo nos levará realmente ao pote de ouro no final do

arco-íris. Seja qual for a razão lógica que inventamos para justificar o que

fazemos e o que buscamos, no fundo tudo o que queremos é eliminar

nossa dor, nossos medos e nos sentirmos permanentemente bem. Essa

“ausência de dor” – que podem ser nossos problemas, nossas

inseguranças – e esse estado de “bem-estar permanente” é o que

popularmente chamamos de “felicidade”. Em nosso dia-a-dia, contudo,

acreditamos estar buscando outras coisas (mais dinheiro, reconhecimento

profissional, amor, aceitação, diversão, segurança física e psicológica),

mas, se pensarmos bem, todas essas “coisas” têm no fundo o objetivo de

nos proporcionar uma vida sem dor e feliz.

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1. Armadilhas populares

A armadilha da esperança

“Esperança” é um conceito equivocadamente valorizado! Quando o

que você tem em sua vida é esperança, você está perdendo o melhor da

vida hoje, pois sua atenção está focada nas expectativas para o futuro, ao

invés de estar concentrado no que você tem agora. Vamos analisar alguns

problemas com o conceito de “esperança”.

Esperança é como a criança que nunca quer o sorvete que você lhe

oferece, ela sempre quer aquele que você não tem! Algumas pessoas

nunca crescem! Elas sempre querem o que não possuem. Suas vidas são

controladas pelo egoísmo de suas necessidades emocionais, elas estão

sempre aguardando alguma coisa, esperando que, no futuro, elas tenham

o que desejam e só então se sentirão satisfeitas. Quando o desejo é

realizado, após a breve excitação, o sentimento anterior toma conta de

suas vidas novamente. Um sentimento de falta, de incompletude, uma

ansiedade quieta que jamais é plenamente satisfeita. Ao conquistarem o

que querem, o desejo já não está mais lá e uma nova corrida em busca

de um novo objetivo se inicia.

Esperança também é uma forma de desassociar resultados de

responsabilidades. Esperança significa incerteza, você pode conseguir o

que deseja ou pode não conseguir, não há segurança. Quando não há

essa certeza, não há compromisso e, portanto, o senso de

responsabilidade não é sentido com firmeza. Quando você preenche sua

vida com esperança, há pouco espaço para responsabilidade,

responsabilidade proativa. A postura da esperança assume que forças fora

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do seu controle controlam sua vida, então esperar com as melhores

intenções é tudo o que você pode fazer.

Esperança também mantém sua performance pessoal e profissional

em subnível. Você não dá 100% de seus esforços agora, pois “fará isso no

futuro” quando você “tiver melhores condições” para dar o melhor de si.

Até lá, você vai tocando, fazendo o mínimo necessário.

Esperança é espera. Espera é falta de ação. Falta de ação é inércia.

Esses argumentos deveriam ser suficientes para convencê-lo de que,

apesar de ser uma palavra bonita e supervalorizada, esperança somente

mantém sua vida longe do que ela poderia ser. Entretanto, eu devo

mencionar outro motivo ainda mais perigoso: expectativas.

99% de nossas expectativas são emocionais e, enquanto nós as

alimentarmos, é difícil manter a esperança longe de nossas vidas porque

sempre desejaremos que, no futuro, nossa dor esteja curada, nossos

problemas estejam resolvidos. Dor emocional, entretanto, não pode ser

curada com “coisas” a serem conquistadas no futuro. Dores emocionais

são como furos em um balde. Nós o enchemos com água. Água é o que

conseguimos no futuro, nossas metas, nossas conquistas – não

necessariamente materiais, mas também emocionais, como atenção,

reconhecimento e amor. Não importa, porém, quantas vezes nós

enchemos o balde. Se há furos, a água vai vazar de qualquer forma.

Expectativas emocionais compõem também um grande problema

com o processo convencional de definição de metas. As pessoas definem

metas que inconscientemente acreditam irão curar suas dores

emocionais. O mercado de trabalho mais competitivo do mundo é

Hollywood. Você acha que todos os candidatos a Brad Pitt ou Julia Roberts

possuem uma genuína paixão pela arte de atuar? Improvável… A maioria

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deles – consciente ou inconscientemente – está tentando, através da

fama, cobrir o buraco causado pela baixa autoestima. Sua “falsa paixão”

tem uma única razão: suprir uma dor emocional. Essas pessoas não

querem ser atores e atrizes, querem ser famosos, querem o status de

celebridade. Inconscientemente, acreditam que a atenção das massas os

fará sentir-se bem consigo mesmos, tornando-os felizes.

De fato, uma das mais populares técnicas de definição de metas é

pensar nas coisas que você acredita que “o farão feliz” no futuro,

associando expectativas emocionais com seus planos. Receita perfeita

para frustração e decepção. O ser humano não é muito eficaz em prever

como se sentirá no futuro. Ao definirmos metas com base em como nós

acreditamos que iremos nos sentir ao conquistá-las, estamos plantando

as sementes de nossa frustração futura. Na maioria das vezes,

entretanto, nós não nos damos conta desse processo, pois usamos a

lógica para justificar nossa vontade de buscar a meta X ou Y, assim como

usamos a lógica para explicar porque não queremos seguir o caminho A

ou B. Nós não levamos em consideração que nossa vontade é, em sua

maior parte, emocional.

O cérebro tem grandes dificuldades em lidar com o tempo.

Conseguimos conceber a noção de tempo de forma lógica – nós

compreendemos o tempo, mas temos dificuldade em senti-lo de fato. O

cérebro não consegue conceber realisticamente nem passado, nem

futuro. Diversas pesquisas provam que somos capazes de “lembrar” de

eventos que nunca aconteceram, por exemplo. Quantas vezes você

entrou numa discussão com alguém porque você lembrava ter ouvido

algo com absoluta certeza, mas seu interlocutor afirmava ter escutado

algo totalmente diferente do que você diz ter ouvido? Um dos dois estava

errado, talvez ambos! Lembramos de acontecimentos de acordo com

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nossa própria perspectiva e ponto de vista – ou mesmo conveniência.

Preenchemos os espaços em branco, as informações que não obtivemos,

com informações que nós “achamos” que preenchem as lacunas. Quando

olhamos para o futuro, não temos a capacidade de prever “o que irá

acontecer”. O futuro é uma grande lacuna esperando para ser preenchida

com nossas próprias expectativas. Mas o futuro, obviamente, não se

desenrola de acordo com a nossa vontade e, quanto mais expectativas

investidas, maior é a frustração ao vivenciarmos a realidade.

Quando o cérebro “imagina” o futuro, ele o faz com base no

presente, ou seja, quando você faz planos para o futuro, você, na

verdade, está exteriorizando suas vontades no presente. Um adolescente

que faz uma tatuagem, por exemplo, pensa que sempre se sentirá da

mesma forma com relação a tatuagens, acreditando que jamais se

arrependerá. Mulheres que desejam filhos idealizam a maternidade de

acordo com seus sentimentos atuais. Mulheres jovens com freqüência

dizem que jamais terão filhos e, alguns anos ou décadas depois, elas

chegam a ter dificuldade em compreender porque pensavam de tal forma.

Nossas metas hoje refletem o que queremos agora, não contamos com o

fato de que, no futuro, seremos diferentes em termos de necessidades

emocionais e já não desejaremos as mesmas coisas.

Há muita coisa boa na área de autoajuda atualmente, mas também

há uma grande quantidade de ensinamentos que mantêm as pessoas em

subnível, confusas e com grandes expectativas com relação ao futuro,

transformando o presente em uma mera etapa para “chegar lá”. O

processo de definição de metas convencional é um bom exemplo. Eu

posso mencionar também administração do tempo e planejamento.

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Se você já é meu leitor há algum tempo, você deve estar confuso!

Meus três livros tratam exatamente desses três temas! O que aconteceu?

Eu estou cuspindo no prato que comi?! Não exatamente! Minha

compreensão da vida, como ocorre com todos nós, tem evoluído muito

nos últimos anos. Após acompanhar meus clientes e leitores por um longo

período de tempo (alguns por mais de uma década), muitas perguntas

estavam “no ar”, sem resposta. Ao invés de aceitar as velhas respostas

da psicologia, eu decidi seguir em outra direção.

Com o passar do tempo, eu comecei a refletir sobre as razões de a

maioria das pessoas não conseguir resultados satisfatórios apesar de

terem todas as informações necessárias para tanto. Eu também comecei

a questionar porque, apesar dos resultados obtidos, a satisfação da vitória

dura pouco. Não há felicidade na vida da grande maioria das pessoas –

além de uma fachada hipócrita que se diz feliz, mas cobre uma alma

dilacerada por dores emocionais e frustrações. Essas pessoas estão

sempre tentando alcançar alguma coisa no futuro, o presente nunca é

bom o suficiente.

A teoria diz que, se você tem um grande plano para o futuro, define

metas para construir esse sonho e administra seu tempo de forma a

conseguir fazer tudo o que planejou, você encontrará o pote de ouro do

final do arco-íris, desfrutando de uma vida feliz, completa e satisfatória.

Esta é a promessa: atinja suas metas e encontrará a felicidade. Não só

esse conceito é enganoso – pois a felicidade não é conquistada “no

tempo” –, como cria um senso de expectativas irreais, criando um círculo

vicioso ao manter a promessa de felicidade futura viva – “Se uma meta

não me trouxe a felicidade que eu estava buscando, vou tentar alcançar

outra...”.

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As pessoas esperam encontrar satisfação permanente ao realizarem

seus objetivos, mas a grande armadilha é justamente buscar

permanência no tempo. Metas são alcançadas no tempo, mas o tempo

passa e leva consigo sensações que temporariamente encobrem as dores

emocionais. A vida, então, se torna uma busca incessante pela felicidade

– aquela sensação de satisfação e paz permanente –, mas como ela não

pode ser encontrada no tempo, tudo o que sobra é uma confusão, uma

frustração profunda, um senso de que talvez o que está sendo buscado

não exista realmente.

A armadilha da felicidade

Entre aqueles que se dizem felizes da boca pra fora por não verem

razão lógica para a infelicidade e aqueles que se engajam numa eterna

busca por um sentimento que não compreendem, a humanidade caminha

com os olhos tapados sem saber exatamente o que se está procurando,

qual o melhor caminho a seguir, o que é, de fato, certo e errado...

Dentre todos os conceitos abstratos que os homens criaram para

definir o indefinível, a felicidade é um dos mais mal compreendidos e

cercados de mitos. A grande maioria das pessoas diz estar “em busca da

felicidade”, mas o que é a felicidade, poucos sabem. Como é possível

estar em busca de algo que não se sabe o que é?

Clichês, frases de efeito, poesia... A maior parte das definições de

felicidade não define nada de fato. Para começar a compreender melhor o

que estamos tentando argumentar, vamos começar por examinar o que a

felicidade NÃO é:

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- Ausência de problemas

Um dos maiores mitos com relação à felicidade é que esta é um

estado onde não há problemas, obstáculos, dificuldades. Tudo é perfeito,

o futuro se desenrola como esperado, não existem frustrações e

decepções.

Frustrações e decepções são estados emocionais. Problemas,

obstáculos e dificuldades são questões de ponto de vista. A felicidade está

além disso tudo, está além de interferências externas. Aprofundaremos

esse ponto mais adiante. Por hora, é importante que você compreenda

que, sim, é possível haver felicidade quando há problemas, a ausência

destes não define o conceito.

- Êxtase, prazer ou alegria

Uma interpretação também errônea e muito comum. Êxtase e

alegria são estados emocionais e, obviamente, não duram para sempre. A

confusão se faz quando se confunde estar alegre com estar feliz e, então,

acredita-se que a felicidade permanente é impossível, pois não há como

estar alegre o tempo todo. Acredita-se, então, que a felicidade são estes

“momentos alegres”, em que as situações externas proporcionam

contentamento ou excitação.

- Situacional

Outro erro de interpretação do conceito de “felicidade” é pensar que

ela é situacional, ou seja, dependente de fatores e estímulos externos.

Como as situações não duram para sempre, acredita-se que a felicidade é

feita de momentos.

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- Pessoal

Talvez a o erro de interpretação mais sério desse conceito seja de

que a felicidade varia de pessoa para pessoa. Novamente, o erro de

interpretação se dá devido à associação da felicidade com fatores

externos. “O que me faz feliz é diferente do que te faz feliz”. NÃO! O

correto seria: “O que me causa prazer ou alegria é diferente do que lhe

causa prazer!” Mas alegria ou prazer não são sinônimos de felicidade.

Prazer está ligado às nossas emoções, por isso as minhas percepções e

necessidades são diferentes das suas.

- Condicional

A verdadeira felicidade não é condicional, ou seja, não depende de

fatores como outras pessoas, saúde, conquistas materiais ou não, enfim,

é uma condição à parte. Um dos maiores clichês com relação à felicidade

é relacioná-la com bem estar, conforto e saúde. O que você diria para

uma pessoa que sofre de uma doença incurável? “Bom, meu filho, você

não tem saúde, logo, você não tem a menor chance de ser feliz!”. Não, é

claro que você não diria isso! Então por que você acredita que saúde é

uma das razões pela qual você é feliz? Saúde é um tremendo clichê! A

maior parte das pessoas infelizes que conheço são perfeitamente

saudáveis. Também conheço algumas que sofrem de males irreparáveis e

não se sentem desafortunadas por isso.

Como você pode ver, nos referimos à felicidade de uma forma

arbitrária, geralmente associando-a a algo, interno ou externo, que a

justifique – “Sou feliz porque...”. Condiciona-se a felicidade a algo, mas

pare e pense por um minuto: o que aconteceria se a vida lhe tirasse

aquilo que você associa com felicidade? Você estaria, então, condenado à

infelicidade eterna?

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Mas o que, afinal, é felicidade?

Felicidade é basicamente uma postura mental de imperturbável paz

interior. Paz não é alegria, não é prazer, não é êxtase, não é euforia.

“Imperturbável” significa que essa paz não está condicionada a

interferências emocionais ou vindas do mundo exterior como problemas,

obstáculos, saúde ou falta dela, outras pessoas, tempo, ou qualquer tipo

de estímulo externo.

Uma pessoa que tenha atingido um elevado nível de paz interior

não se deixa afetar emocionalmente por ocorrências externas ou por sua

própria imaturidade. Se ela se depara com um problema, ela o resolve ou

o ignora dependendo da questão, mas sem deixar aflorar emoções que

revelam dificuldade em lidar com problemas como frustração, medo,

ansiedade ou insegurança. Ela lida com a questão de forma proativa, sem

fazer drama, seu mundo interior continua inabalado, independente da

intensidade do problema.

Boa parte da infelicidade das pessoas é causada pela incapacidade

em lidar proativamente com as próprias emoções. Acredita-se que o

problema é a causa da infelicidade, quando, na verdade, a questão é a

forma como se está lidando com ele emocionalmente.

Independentemente do que ocorre conosco, nós sempre temos a opção

de escolher como vamos nos sentir com relação ao ocorrido e aí está a

chave da felicidade. Sentir-se frustrado ao não conseguir resolver um

problema é uma opção, não uma conseqüência obrigatória. Ficar triste,

irritado ou decepcionado com a atitude de terceiros ou mesmo com a

nossa própria também revela imaturidade ao lidar com as nossas

emoções. Nós temos a opção de não nos sentirmos irritados diante da

mais irritante situação, ou de não nos decepcionarmos diante de algo

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extremamente decepcionante, tudo é uma questão de escolha. O fato de

não sermos maduros o suficiente para fazer a escolha mais proativa não

significa que essa opção não esteja disponível! Estar ciente disso, porém,

e começar a trabalhar para alcançar esse nível de imperturbável paz já é

um grande passo.

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2. Carpe Diem – Aproveite o dia

Tenho refletido sobre a filosofia Carpe Diem por muitos anos, mas

eu não a compreendia completamente. Eu até cheguei a escrever alguns

artigos sobre o assunto, mas eu ainda estava nadando na superfície. Eu

admirava a idéia, mas não conseguia amarrar os conceitos que estava

ensinando com algo que parecia seguir na direção oposta.

A interpretação que eu tinha na época era, na verdade, um erro de

interpretação muito comum sobre o tema – a interpretação de que viver a

vida aproveitando o momento significa viver sem responsabilidade, sem

preocupação com o futuro, sem planos. A compreensão veio aos poucos,

mas mudou completamente minha forma de trabalho, minhas idéias e

minha própria vida.

Esse documento é a primeira semente desse projeto que mudará

muitas vidas ao esclarecer sobre as armadilhas dos paradigmas que

aprendemos desde que começamos a interpretar a vida e nos quais

acreditamos tão profundamente.

Agradeço se você puder me enviar seu feedback, perguntas e

opiniões. Este projeto está em plena e constante evolução e eu valorizo

muito a opinião de meus leitores.

Carpe Diem significa “aproveitar o dia”. O conceito de “aproveitar”

em nossa sociedade, no entanto, é altamente deturpado. Associa-se

“aproveitar” com prazer e lazer. “Aproveitar”, para a maioria das pessoas,

significa “curtir” sem responsabilidade, sem preocupação, como quando

você sai de férias com o único objetivo de esvaziar sua mente e se

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renovar física e psicologicamente, “aproveitando” cada momento antes

que você tenha que voltar para suas obrigações que não são nada

prazerosas. O conceito de “aproveitar a vida” é geralmente associado a

festas, esportes radicais, lazer, descontração, amigos, pessoas amadas,

hobbies, enfim, deve haver algum tipo de satisfação emocional. É claro

que também usamos o conceito de “aproveitamento” para descrever

vantagens, mas no caso da compreensão da noção de Carpe Diem, o

“aproveitar” está intimamente ligado com prazer.

“Aproveitar a vida”, então, adquire os mais diversos significados –

em sua maioria ligados a condições externas. O verdadeiro significado de

Carpe Diem, no entanto, está mais ligado a fazer a vida valer a pena

dentro de uma concepção de longo prazo, vivendo intensamente cada

momento.

Fazer a vida valer a pena envolve significado. Dentre os diversos

pontos que posso levantar como relevantes para uma vida bem vivida, a

sensação de que o que você faz tem sentido é uma das mais importantes.

Um senso de propósito, de missão na vida, é capaz de promover

motivação e entusiasmo mesmo nas mais difíceis situações, ao passo que

a falta dele resulta em frustração, ansiedade e desilusão.

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3. Sonhos X Metas

Seria natural que nossas metas e objetivos refletissem nossos

sonhos, não? Na maioria das vezes, porém, não é isso que acontece.

Em todo o texto, quando estive me referindo a metas, estava

falando mais propriamente de sonhos e desejos. São estes que refletem

nossas necessidades emocionais mais profundas. Muitas vezes, porém,

eles não cabem na vida real. Temos, então, que definir metas razoáveis,

“atingíveis”. Enquanto vivemos nossa rotina, contudo, nossas fantasias

silenciosas e incompartilháveis revelam nossos reais desejos e

necessidades. Quando me refiro ao que “queremos realmente”, não estou

necessariamente falando das metas que perseguimos de fato, mas

daqueles desejos que preenchem nossas fantasias e satisfazem nossas

vontades emocionais.

No filme Clube da Luta, Edward Norton vive uma vida pacata e sem

sentido. Em suas fantasias, porém, ele é um cara legal, machão,

atraente, carismático e idealista. Ele não busca nada disso “na vida real”,

entretanto. Seus objetivos se resumem a comprar o último lançamento no

catálogo de uma loja de móveis para decorar seu apartamento perfeito,

terminar o último relatório que o chefe solicitou ou simplesmente ter uma

boa noite de sono.

Suas metas reais não refletem seus reais sonhos. Suas fantasias

não revelam o que o faria realmente feliz, mas, sim, suas necessidades

emocionais. Ao se tornar o cara legal, machão, atraente, carismático e

idealista que ele tanto queria ser, ele não encontrou a felicidade – pelo

contrário, ele se deparou com a destruição de seu caráter.

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Quando estiver refletindo sobre o que está buscando na vida,

esqueça suas metas “no mundo real” e se concentre em suas fantasias.

Esqueça as metas para conseguir dinheiro o suficiente para pagar as

contas no final do mês, organizar a festa de final de ano do escritório ou

fazer uma pós-graduação. Essas metas pertencem à realidade. Seu

mundo interior e “secreto”, no entanto, é muito mais interessante e

revelador no que diz respeito ao que você realmente deseja.

Qual a natureza de seus devaneios? O que você está buscando

emocionalmente ao imaginar uma vida paralela ou situações que não

cabem em sua vida real? Essas respostas o levarão mais perto do que

você realmente precisa trabalhar em sua personalidade. Ao lidar com suas

necessidades emocionais de forma proativa, você se torna mais autêntico,

precisando cada vez menos de fantasias para suprir o que falta em sua

vida.

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4. Qual o problema da autoajuda convencional?

- Enfatiza as expectativas

Como eu disse anteriormente, nossas expectativas são, em

sua maioria, emocionais. As coisas que desejamos estão

inconscientemente relacionadas às nossas dores emocionais, nossas

dificuldades pessoais, fissuras de personalidade. Nossa ideia de um

futuro perfeito é aquela na qual nossos problemas não existem,

nossa dor está curada. Se sofremos de baixa autoestima, temos o

desejo de sermos reconhecidos, amado por todos, precisamos de

validação. Se não confiamos em nós mesmos, precisamos obter

essa confiança no mundo externo, somos perfeccionistas,

precisamos constantemente provar nosso valor para nós mesmos e

para os outros. Nossos sonhos refletem essas necessidades.

- Tenta ensinar cálculo para quem ainda não sabe álgebra

Nas próximas páginas, falaremos sobre a “Pirâmide da

Realização”, um conceito que eu desenvolvi para demonstrar como

a personalidade de uma pessoa considerada “realizadora” ou

“conquistadora” é construída. Você verá que certa postura mental e

certos traços de personalidade estão sempre presentes em pessoas

que seguem pela vida com desenvoltura.

A autoajuda convencional, entretanto, tenta ensinar, por

exemplo, motivação para quem não tem confiança em si mesmo e

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necessita de aprovação e validação alheia, além de direcionamento.

Essa pessoa precisará constantemente de estímulos de motivação

externos, não sendo capaz, independentemente da técnica que

esteja utilizando, de produzir um fluxo de energia constante que a

impulsione sem precisar de ajuda.

Como se pode ensinar persistência para quem ainda não

dominou a autoestima? A pessoa se prende a tantos “e ses”, tantas

desculpas, justificativas, jogos emocionais, que independentemente

de quão boas sejam as técnicas, a pessoa jamais conseguirá ser

persistente o suficiente.

Alguns autores dizem que o segredo do sucesso é a ação, mas

como uma pessoa insegura e emocionalmente dependente age? A

insegurança geralmente provoca um adiamento prolongado da ação

e, quando ela ocorre, a performance raramente está à altura da

desenvoltura que ela poderia ter se “consertasse” os buracos em

seu balde primeiro.

Como você pode falar sobre foco com uma pessoa

desorganizada? Como alguém com uma atitude negativa com

relação à vida e aos outros pode sustentar grandes conquistas na

vida? E assim vai, é preciso primeiro aprender a andar para depois

poder correr. Muito do que se ensina nos livros de autoajuda ignora

que o leitor pode estar tentando aprender a correr sem saber andar.

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- Não define “sucesso”, pois, supostamente, “sucesso” tem um

significado diferente para cada pessoa.

Nós associamos sucesso com felicidade. O fato é: nós

geralmente estamos errados! As pessoas não sabem realmente o

que as fará felizes. É por esse motivo que muitas pessoas, do topo

de seus impérios, olham para baixo e se perguntam: “Foi pra isso

que eu tanto lutei?”.

“Sucesso” significa algo diferente para cada um porque cada

pessoa tem furos diferentes em seu balde, então o que quer que

“sucesso” signifique para cada indivíduo, este significado está

relacionado à sua dor emocional. Buscar esse tipo de sucesso – seja

material, pessoal ou espiritual – é uma receita perfeita para a

decepção e frustração. A dor emocional ainda estará lá depois de o

objetivo ter sido atingido.

- Felicidade é prometida como o prêmio no final da corrida

O erro mais básico que cometemos é acreditar que a

felicidade está adiante, que ela pode ser encontrada no futuro.

Felicidade é para amanhã, então fazemos coisas hoje para

conquistá-la no futuro. Esse futuro geralmente nunca se realiza e a

vida de muitas pessoas é uma busca sem fim pela felicidade.

A felicidade é um conceito ultravalorizado. O que é felicidade?

Você pode descrevê-la? Você pode descrever exatamente qual o

objetivo que você deve conquistar para que, depois disso, você seja

feliz? É engraçado que algumas pessoas acreditam que podem! Mas

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no caso da tão esperada felicidade realmente aparecer, de repente

ela se vai. Por quê? Bom, a vida continua…

É uma ilusão pensar que a felicidade é algo que pode ser

conquistado e que, uma vez em sua posse, ela será sua para

sempre. Uma vez que você tenha atingido seu objetivo, encontrado

o amor de sua vida, construído uma família perfeita, feito o que

você queria fazer, você, então, viverá feliz para sempre.

Nossa sociedade é demasiadamente influenciada pela

literatura e por Hollywood, onde as estórias sempre terminam

quando o herói atinge seus objetivos. A impressão que é criada em

nosso subconsciente é de que a busca pela felicidade é o objetivo

máximo de nossas vidas. Para isso, nós devemos conquistar algo,

fazer algo, provar algo e, depois disso, é só desfrutar da vida feliz

que conseguimos. Casamento é o melhor exemplo de como a vida

continua depois do “felizes para sempre”!

- Alcançar o sucesso como propósito máximo

Essa é a armadilha mais perigosa dentro da autoajuda

convencional. Não só o estudante é deixado sozinho para definir o

que é sucesso – pois, supostamente, a definição de sucesso é

diferente para cada pessoa –, mas também há uma crença de que,

ao atingir o que foi definido como “sucesso”, o estudante terá

atingido o ponto máximo em sua vida. A conquista do sucesso é

vista como único objetivo de todo o processo.

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Algumas pessoas nunca chegam lá e ficam se perguntando o

que foi que deu errado, desejando o sucesso que nunca

conseguiram conquistar, mas sem forças para tentar novamente.

Outras pessoas continuam tentando, mas nunca chegam a

lugar algum perto do que elas definiram como “sucesso”. Elas

também se sentem frustradas, confusas e desesperançosas.

Algumas pessoas atingem o que elas definiram como

“sucesso”, mas uma estranha sensação de decepção não demora

muito para alcançá-las. Elas fizeram tudo o que planejaram, tudo o

que deveriam fazer e, depois de muito sacrifício, conquistaram o

que tanto queriam, mas a sensação de satisfação que estavam

buscando não durou mais do que a excitação inicial por terem

cruzado a linha de chegada. Apesar das conquistas, elas ainda são

as mesmas pessoas que eram antes, com as mesmas necessidades,

as mesmas frustrações, os mesmos medos. A maioria das pessoas

que chega a esse ponto desiste de procurar essa satisfação em

outro lugar. Algumas assumem que, talvez, essa tal felicidade não

exista mesmo; outras têm medo de serem ingratas com a vida e

não pedem mais, se contentando com o conquistaram – mesmo que

isso não as satisfaça completamente. Há, ainda, aqueles que têm

medo de arriscar, se apegando ao que já têm e alimentando uma

insatisfação que só tende a crescer. Outros, ao perceberem que a

felicidade não está nas metas conquistadas, definem mais metas e

saem em busca delas, numa corrida sem fim atrás dessa fantasia de

satisfação permanente chamada “felicidade”.

Fran Christy

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5. O que nós realmente queremos da vida?

Nós basicamente queremos duas coisas: emoção e significado. Nós

queremos nos sentir vivos, queremos sentir o mundo ao nosso redor e

queremos que tudo em nossa vida tenha sentido. Crianças são o melhor

exemplo de como seres humanos realmente são e de o que queremos.

Crianças estão sempre perguntando o porquê. Crianças mais velhas não

questionam com tanta freqüência porque já estão condicionadas, mas

crianças menores fazem perguntas até nos deixarem loucos. Elas

precisam de uma razão, precisam compreender, pois o que não tem

significado, não tem valor. Crianças também desejam excitação, emoção,

seu instinto básico é aproveitar a vida.

À medida que crescemos, porém, aprendemos a “nos vender” em

troca de atenção, amor, dinheiro (trabalho) e tranqüilidade. São negadas

a nós explicações para nossas perguntas até que desistimos de procurar

por significados e nos entregamos à “normalidade”. Temos que ser sérios,

razoáveis, aceitáveis, empregáveis. Aprendemos que, para tanto,

precisamos seguir as regras do jogo, independentemente de essas regras

machucarem nossa autoestima ou contrariarem nossos valores e

princípios, roubando nosso direito de sermos autênticos. Não estou me

referindo somente a regras sociais ou profissionais. Já em nossos

primeiros anos de vida somos expostos ao “jogo” da troca. Nossos pais

trocam amor e carinho por obediência e bom comportamento. Desde cedo

aprendemos que amor é condicional: se não fizermos o que aqueles que

amamos querem, eles deixarão de nos amar – é claro que, em casos de

pais e filhos, os pais não deixarão realmente de amar seus filhos se eles

não forem obedientes, mas, ao jogarem o jogo da troca, é essa a

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mensagem que ficará gravada no subconsciente da criança. Essa criança,

ao crescer, terá problemas de autoestima em seus relacionamentos

íntimos, sempre insegura se suas ações farão os outros deixarem de amá-

la.

Mais tarde na vida, nós começamos a aprender que precisamos

trocar nosso tempo e esforço por dinheiro para que possamos nos

sustentar. Sem sentido, sem razão, sem valor, apenas seguindo as

regrinhas do jogo. Temos que ir pra escola para conseguirmos um pedaço

de papel que prova para outras pessoas o quanto nós valemos em termos

de força de trabalho. Supostamente, quem tem muitos papéis merece

ganhar mais e quem não tem papel algum, não ganha nada.

Por dentro, entretanto, nós ainda somos aquela criança que deseja

profundamente emoção e sentido. Apesar de termos nos aquietado (com

pouco) para assegurar nosso lugar no mundo sem sermos chamados de

esquisitos, perdedores ou inadequados, nós ainda queremos a mesma

coisa.

Emoção e significado é o que nós popularmente chamamos de

“felicidade”. Se você se lembrar dos momentos felizes em sua vida, você

poderá identificar esses dois elementos presentes. Você estava se

sentindo vivo, estava sentindo grandes emoções e a experiência tinha

significado para você.

O maior problema ao associar metas e desejos com felicidade é que

não há garantia alguma de que nossas conquistas produzirão momentos

felizes. Também não é possível saber quanto essa felicidade durará.

Adotar esse comportamento, entretanto, buscando “momentos

felizes” é como apoiar a escada na parede errada. Apesar de ser nossa

Fran Christy

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natureza buscar emoção e significado, os “buracos em nosso balde” fazem

com nossas necessidades falem mais alto e se imponham entre nós e

nossa satisfação. O que provoca insatisfação não são as conquistas em si

– que supostamente não mais “nos fazem felizes” –, mas nossos

problemas íntimos, nossa dificuldade em lidar com problemas,

adversidades, incertezas e limitações.

Felicidade não é esses momentos, apesar de nos referirmos a

eles como tal. Felicidade e alegria não são sinônimos. Alegria é

uma emoção. Felicidade é uma postura mental. Ela não pode ser

conquistada no tempo, através de “coisas”, pessoas ou conquistas

(independentemente de serem materiais ou não). A felicidade real não é o

que procuramos de fato. Nós temos este desejo profundo de sentirmos

uma paz permanente, mas o que buscamos não é paz, é alegria. Estamos

apoiando a escada na parede errada e nos frustramos cada vez que

chegamos ao topo e nos damos conta de que não encontramos o que

estávamos procurando. Enquanto estivermos buscando “momentos

alegres”, seremos escravos da efemeridade da vida, escravos do tempo.

Quando associamos felicidade a qualquer coisa no futuro, duas

coisas podem acontecer: ou passaremos a vida inteira buscando algo sem

nos darmos conta da passagem do tempo – hoje é o amanhã de ontem

(sem percebermos o truque do tempo, continuando a falar sobre o futuro

como se a felicidade ainda estivesse ali adiante); ou ficaremos

desapontados ao alcançarmos o que queríamos, pois as emoções que

esperávamos sentir não estão lá, ou duraram muito pouco. Enquanto isso,

silenciosamente desejamos aquele sentimento de paz profunda, a real

felicidade, mas como temos dificuldade em interpretar o que é essa

vontade, nos dedicamos a buscar emoções.

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6. A Pirâmide das Realizações

O que Amyr Klink, Oprah Winfrey, Madonna, Donald Trump e

Fernanda Montenegro têm em comum? Eles são todos “super-

realizadores”. É impossível isolar uma única qualidade, traço ou

habilidade e dizer que essas pessoas são bem sucedidas devido a esse

único elemento. Todos eles têm persistência, foco, motivação,

compromisso, proatividade, determinação, mas nenhuma dessas

qualidades sozinha teria construído suas vidas bem sucedidas.

Acima de tudo, eles têm um tipo de personalidade, um grupo de

características, uma postura mental em comum que é capaz de produzir

resultados incríveis e provocar grande impacto.

Parte do problema que eu vejo com pessoas que não atingem

resultados está em sua própria personalidade e atitude, não porque a

técnica A ou B para definir metas não funcionou, ou porque elas não

fizeram um bom trabalho ao planejar. Também não é porque é difícil se

manter motivado e focado.

Sua personalidade e atitude são seus mais poderosos aliados ou

inimigos, que podem transformar sua vida num grande sucesso ou num

grande fracasso.

Observe o seguinte gráfico de baixo para cima:

Fran Christy

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Pirâmide das realizações © Todos os Direitos Reservados

A pirâmide das realizações demonstra como a personalidade de

uma pessoa que aplica seu potencial de realização em nível máximo é

construída. A maior parte das pessoas que apresenta problemas de

produtividade, performance ou continuidade tem deficiências em algumas

áreas na base da pirâmide.

Considere como “base da pirâmide” as características que

constituem a postura mental e a atitude. Se esses dois fatores estiverem

bem equilibrados, todo o resto se desenrola como conseqüência natural.

O nível de conhecimento que a pessoa tem de si mesma, sua

autoestima e os paradigmas ou crenças que mantém sobre o mundo e a

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vida definem como a pessoa pensa de um modo geral e influenciam todo

o resto – desde uma reação a pensamentos próprios e percepções até

conclusões sobre qual caminho tomar, o que fazer, o que sonhar. A

melhor das intenções não salva uma postura mental equivocada, que faz

a pessoa apoiar a escada na parede errada, buscando algo que não traz o

que ela realmente quer.

Essa postura influencia diretamente a construção do conjunto de

características que resulta na atitude geral que a pessoa adota em sua

vida. Se a postura mental é como a pessoa “vê” o mundo e a si mesma, a

atitude é como essa visão é exteriorizada através das ações, ou seja, a

atitude é como a pessoa “age” em sua vida e para consigo mesma.

A autoconfiança é a primeira característica a ser influenciada pela

postura mental. Uma postura negativa, influenciada pela baixa

autoestima e conceitos equivocados com relação ao próprio potencial e ao

mundo exterior, resultará em dificuldades para confiar em si mesmo e

acreditar que se é capaz de dar conta da própria vida.

A próxima característica, inteligência emocional, somente pode ser

desenvolvida por pessoas autoconfiantes, o que envolve, de acordo com

esse desenvolvimento crescente e natural, autoestima, bom nível de

autoconhecimento e paradigmas que refletem a realidade com mais

clareza e objetividade.

O comportamento proativo, por sua vez, depende de um bom nível

de controle e “maleabilidade” emocional. A proatividade não pode ser

conquistada por pessoas emocionalmente imaturas, já que requer um

bom nível de desapego, objetividade e flexibilidade.

Fran Christy

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Ao conquistar a proatividade, a pessoa está pronta para firmar as

bases da liderança pessoal através da autenticidade e da assertividade.

Somente após desenvolver um comportamento predominantemente

proativo é que essas duas características conseguem se manifestar. A

falta de autenticidade está ligada à baixa autoconfiança, imaturidade

emocional, dependência excessiva de fatores externos e reação defensiva

ou agressiva para proteção do ego. Ou seja: é preciso lidar com todos

esses fatores para que uma manifestação mais autêntica seja possível.

A assertividade reflete a autoconfiança ao lidar com outras pessoas

e é ponto básico no desenvolvimento da liderança. Essa característica

exige que todas as demais relacionadas à atitude estejam bem

desenvolvidas. Uma pessoa tentando desenvolver a assertividade sem as

demais qualidades anteriores acaba não sendo mais do que arrogante e

autoritária, pois sua personalidade não sustenta esse nível de poder

pessoal.

A consequência mais imediata do desenvolvimento dessa base é a

liderança pessoal. Uma pessoa que atinja certo grau de autenticidade e

assertividade é naturalmente líder de si mesma e conduz sua vida sem

depender emocionalmente de fatores externos.

Essa condição acende a chama que impulsiona a pessoa para frente.

A motivação verdadeira só encontra espaço para se manifestar se sua

postura mental e atitude permitirem que essa energia flua sem bloqueios.

Carisma e entusiasmo contagiantes também precisam dessa energia, que

só pode ser obtida quando “os furos no balde da personalidade” já foram

consertados.

Esse fluxo de energia que brota naturalmente e é mantido acesso

pela postura e atitude da pessoa permite que a liderança interpessoal

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encontre espaço para ser exercitada. O verdadeiro líder não sente

necessidade de ser autoritário, não precisa provar sua capacidade ou

posição para seus liderados, ele ganha naturalmente o respeito e

admiração dos demais sem “forçar a barra”.

Foco, disciplina e persistência não precisam da liderança

interpessoal para serem desenvolvidos, já que não é necessária uma

equipe para que essas características se manifestem. Entretanto, a

capacidade de liderança interpessoal potencializa essas qualidades no

topo da pirâmide, alimentando-as com a energia gerada pelo trabalho

realizado em equipe.

Por que foco, disciplina e persistência estão no topo da pirâmide?

Essas características estão entre as mais difíceis qualidades a serem

mantidas no longo prazo. Motivações emocionais e fatores externos

podem fornecer energia para sustentá-las, mas o efeito é curto. Quando a

motivação é puramente emocional – principalmente se estiver ligada ao

desejo de suprir uma deficiência psicológica –, ela é altamente

predisposta à influência de alterações e estímulos vindos do mundo

exterior e reações imaturas no mundo interior. Frustração, medo,

ansiedade, raiva e decepção são apenas alguns exemplos de emoções

desencadeadas por reações a acontecimentos e percepções e afetam

essas três características diretamente.

Fatores externos como necessidade de dinheiro, estímulos de

terceiros, excitação de um grupo com relação a um determinado objetivo

também têm curto efeito nessas três qualidades, mas se demonstram

ineficazes no longo prazo e mediante dificuldades e obstáculos.

Um foco extremamente concentrado numa única direção exige uma

grande força de vontade, uma certeza íntima de se estar no caminho

Fran Christy

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certo, um desapego emocional e material de tudo o que não se refere ao

objetivo desejado. Esse foco é aliado à disciplina, o conjunto de hábitos

que mantém a pessoa fiel aos seus planos.

Essa condição fornece a matéria prima da persistência, a força que

impede que a pessoa desista ou se deixe vencer por forças externas ou

por sua própria fraqueza. A persistência é o último desafio a ser

conquistado e, uma vez dominado, garante que a pessoa sempre dará

tudo de si para conquistar seus objetivos, manifestando-se com todo o

seu potencial.

Uma dúvida comum nesse ponto é com relação aos objetivos.

Começamos discutindo sobre o fato de objetivos não trazerem felicidade,

agora estou falando sobre como potencializar a capacidade de atingir

objetivos. Isso soa contraditório para algumas pessoas, então vamos

esclarecer:

O fato de que a realização de objetivos não dever ser

relacionada com a expectativa de felicidade não significa que

devamos, então, abdicar de qualquer plano para o futuro.

Veja que o ponto de vista colocado é de que não se deve criar

expectativas emocionais ou esperar ser feliz quando se atingir os

objetivos. Esse posicionamento não causa nada além de frustração e

decepção, já que as expectativas emocionais são causadas por

deficiências na base da pirâmide, não porque o objetivo X ou Y ainda não

foi conquistado.

Manter expectativas também impede que aproveitemos melhor o

presente, pois enquanto estamos ocupados nos preocupando com o

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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futuro, a vida vai passando e levando consigo oportunidades de vivê-la

com mais intensidade.

Esses argumentos, entretanto, só servem como justificativa para

simplesmente não ter objetivos ou planos para o futuro. Conserte os furos

em seu balde e, a partir do momento em que você não tiver expectativas

emocionais com relação ao futuro, você eliminará as frustrações e

decepções, assim como a ansiedade e a angústia da espera. A busca de

novas conquistas se torna, então, objetiva e justificada, ligada mais a

propósitos e missão de vida do que a necessidades emocionais.

Um grande ponto em comum que diversas pessoas altamente bem

sucedidas possuem é um claro e bem definido propósito de vida,

popularmente chamado de “missão”. Esse propósito está além de suas

necessidades emocionais, é definido como a razão de suas vidas, seu

papel no mundo. Esse senso de propósito alimenta a motivação e

direciona objetivos, escolhas e ações, desassociando-as de desejos

egocêntricos e necessidades emocionais.

Posturas Mentais

Mude a sua postura mental e você mudará os resultados que vem

obtendo na vida.

Ok, mas como se muda uma postura mental? O que é uma postura

mental, para começo de conversa?

Fran Christy

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Postura mental é o seu posicionamento em termos de pensamentos

conscientes, decisões, conclusões, julgamentos, opiniões, ideias,

preconceitos, princípios, valores, enfim, o que passa pela sua cabeça

quando você toma decisões – mesmo que sejam simples decisões sobre o

que pensar sobre determinado assunto, qual lado do muro você prefere

ficar ou se prefere ficar em cima dele, etc. Esse posicionamento afetará o

que você faz, ou seja, sua atitude.

A forma como pensamos determina como agimos e reagimos ao

que ocorre em nossas vidas. Se nossa atitude, que é o reflexo de nossa

postura mental, não estiver alinhada com a realidade da vida (assim

como com nossa própria realidade), os passos necessários para uma vida

bem sucedida em qualquer área não podem ser sustentados, ou nós

acabaremos numa jornada sem fim para curar nossas dores emocionais.

Como você pode ver na pirâmide, a postura mental é constituída

por três elementos: o conhecimento que você tem de você mesmo, o

valor que dá a si mesmo e os conceitos ou paradigmas que você tem com

relação à vida e ao mundo à sua volta. A autoestima é o resultado do

autoconhecimento e dos paradigmas que foram criados ao longo de sua

vida através de suas experiências.

Ninguém vê a vida como ela realmente é. O problema é que todos

nós acreditamos que o que vemos é a realidade absoluta, quando, na

verdade, estamos enxergando uma representação, um mapa construído

pelas lentes que usamos para olhar o mundo e nossas experiências.

Desses mapas nascem nossos paradigmas. Quanto mais deformadas as

nossas lentes, mais distantes da realidade estarão os nossos mapas,

resultando em constantes frustrações e decepções, já que o mundo não

reage às nossas ações e estímulos da forma como esperamos. O que nós

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“esperamos” está diretamente relacionado à forma como interpretamos a

realidade. Se a interpretamos de forma demasiadamente errônea, vamos

nos decepcionar constantemente com os resultados obtidos, já que

muitas coisas não acontecerão da forma como desejamos ou esperamos.

Desejar ou esperar algo em si já é uma distorção interpretativa (como

falamos anteriormente).

Vejo o tempo todo gente tentando trabalhar em questões como

administração do tempo, persistência, disciplina e motivação sem

sucesso, quando, na verdade, o problema real está lá na base. Seus

conceitos de como a vida e o mundo funcionam estão altamente

equivocados, por isso nada dá certo, suas ações acabam sempre saindo

pela culatra, os resultados não são aqueles planejados ou nem chegam a

ser obtidos.

Um exemplo clássico é a crença de que o sucesso profissional só é

alcançado mediante trabalho duro. Se trabalhar arduamente levasse ao

sucesso, operários da construção civil, diaristas e trabalhadores que suam

até a última gota de sangue no dia-a-dia encontrariam o sucesso

profissional em algum ponto da caminhada, mas evidentemente não é

isso que ocorre! Vejo muito empresários e profissionais liberais

trabalharem até o esgotamento físico e psicológico, comprometendo seus

relacionamos, sua saúde mental e física, na esperança de que o sucesso

venha como recompensa de todo o esforço. Quando isso não ocorre, uma

confusão se instala, aquela sensação de “Como assim? Não estou

entendendo...”, como se o sucesso fosse obrigatório para quem trabalha

duro – todo sacrifício deve ser recompensado (outro paradigma

equivocado alimentado por muitos).

Fran Christy

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Assim como o “mito” do trabalho duro, muitas outras crenças

equivocadas estão infiltradas em nossa cultura e são encaradas como

verdade absoluta ou como “o jeito que as coisas são ou funcionam”. Para

mudar a postura mental é necessário, em primeiro lugar, perceber e

admitir que o que achamos saber não é necessariamente verdade ou a

melhor forma de ver o mundo ou a vida. Abertura é o primeiro passo.

Informação é o segundo.

Alguns paradigmas são alterados devido a experiências de vida que

nos forçam a ver o mundo de outra forma, mas não podemos ficar

parados esperando até que a vida nos mostre uma melhor forma de

enxergá-la! O modo proativo de mudar paradigmas é ir atrás de

informação.

Não temos como saber se nossa forma de ver o mundo está

equivocada se não nos depararmos com outras interpretações ou pontos

de vista ou se os afastamos com preconceitos e rejeição. Meu primeiro

livro foi publicado enquanto eu ainda estava na faculdade. Eu não era

uma aluna exemplar para conseguir qualquer benefício através da escola,

não tinha dinheiro para fazer uma publicação independente, nem

credibilidade para conseguir uma publicação através de uma editora.

Meus colegas e professores, quando ouviam sobre meus planos, me

olhavam com desconfiança ou pena. Uns simplesmente achavam que eu

estava sonhando alto demais – “Publicar um livro? Pare de sonhar, você

não é ninguém...”. Outros achavam que eu não tinha noção da realidade

e tinham pena da minha ingenuidade, já prevendo minha decepção

quando eu me desse conta de que publicar um livro “não é tão fácil

assim”.

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Meus leitores mais antigos sabem quão fácil foi publicar aquele

primeiro livro. Sem dinheiro, sem contatos e sem editora eu publiquei

meu livro dentro do tempo que eu havia planejado e ainda dei uma cópia

para todos aqueles que não acreditaram em mim. Mas o que foi que eu

fiz? Fui atrás de informação. Dei um jeito de fazer o que eu queria com os

recursos que eu tinha ao invés de reclamar que eu não podia publicar

meu livro porque não tinha dinheiro ou porque não era ninguém. Quanta

gente deixa de publicar um livro porque mantém paradigmas como esses

em mente?

Paradigmas equivocados como esse são encontrados em todas as

áreas da vida, mas os mais sérios são aqueles que dizem respeito a nós

mesmos e afetam nossa autoestima. Nossos paradigmas sobre nós

mesmos são formados através de nossas experiências e também do

feedback que o mundo exterior nos fornece sobre “o que os outros acham

de nós”. Isso não é uma questão de “se importar” ou não com o que os

outros pensam, já que as percepções externas sobre nós começaram a

formar nosso caráter e personalidade já na primeira infância. O que nos

tornamos acaba sendo um reflexo do que “dá certo” em termos de

proteção do ego e obtenção dos nossos desejos e necessidades. Ao

crescermos e nos tornarmos conscientes de nossa realidade, cabe a nossa

própria iniciativa mudar o que não foi construído adequadamente em

nossa fase de crescimento.

Fran Christy

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Conhece-te a ti mesmo – Sócrates

Há 2500 anos, Sócrates já dizia que tudo deve começar com o

conhecimento sobre si mesmo. Somos cercados de tantos mitos e

percepções equivocadas de terceiros sobre nós mesmos que temos

dificuldade em separar o joio do trigo e definirmos com clareza o que

somos realmente hoje, o que fomos e já não somos e o que podemos ser

(nosso potencial de crescimento). Muitas pessoas se deixam afetar na

vida adulta pelo fantasma de quem costumavam ser na infância e na

adolescência sem se darem conta de já não são a mesma pessoa e que,

portanto, não precisam continuar sofrendo com as mesmas dificuldades.

Outras pessoas se mantêm presas à versão de si mesmas criadas por

terceiros no passado, como adolescentes tímidos e sem atrativos que, ao

serem constantemente tachados de “inadequados” pelo grupo, crescem

sem “atualizarem” sua versão de si mesmos, deixando de notar que se

tornaram pessoas atraentes e agradáveis.

A maior falha de não nos conhecermos tão bem, no entanto, é não

enxergarmos todo o nosso potencial. Nos contentamos com menos do que

merecemos, nos sujeitamos a condições e situações que nos desvalorizam

ou que são muito aquém de nossas capacidades simplesmente porque

não sabemos do que somos capazes. Uma vida bem sucedida e

satisfatória é construída em cima de potencial, não de meros golpes de

sorte como alguns acreditam. Ao não conhecermos nossas

potencialidades, nossa performance na vida acaba sendo um pálido

reflexo da realidade que se esconde dentro de nós. É como dar uma

Ferrari nas mãos de alguém que mal sabe dirigir. O carro tem um

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potencial enorme, mas a pessoa não sabe como extraí-lo, fazendo com

que a performance nem chegue perto de seu ponto máximo.

É comum em meus cursos e treinamentos que, quando solicito aos

participantes que façam uma lista de traços fortes e fracos, eles terminem

a lista de defeitos – contando com dezenas de itens – rapidamente,

enquanto a lista de qualidades leva algum tempo e conta com alguns

poucos itens. Muita gente, aliás, tem vergonha de admitir as próprias

qualidades, mas não hesita em relatar uma série de defeitos sem precisar

pensar muito. Nossa sociedade, de forma hipócrita, considera como

arrogantes aqueles que valorizam e admitem seu potencial, enquanto

engrandece o “humilde” que nega suas qualidades, diminuindo a si

mesmo. Conhecer, admitir e valorizar o seu potencial é imprescindível

para começar a “tapar os buracos em seu balde”, firmando as bases para

construir os pilares da atitude necessária para uma personalidade

realizadora.

Fran Christy

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7. A vida Carpe Diem

A expressão Carpe Diem vem do latim e significa “aproveitar o dia”.

Muitas interpretações errôneas atribuíram ao termo uma conotação de

irresponsabilidade, como se aproveitar o momento fosse incompatível

com planejar e agir em prol do que se quer para o futuro.

Quando você planeja algo para o futuro, você precisa ficar

constantemente pensando em seus planos até que eles se concretizem? É

claro que não! Você planeja uma vez, as ações, entretanto, são

executadas no presente. Ficar pensando no futuro mais do que o

necessário apenas para planejar gera ansiedade, nada mais. A essência

da filosofia Carpe Diem é manter a sua mente no presente. Só é possível

aproveitar algo quando sua atenção está voltada para a experiência que

está sendo vivenciada. Quando a atenção está sendo diluída e

compartilhada com passado e futuro, não sobra energia suficiente para

desfrutar o presente completamente.

Para eliminar a carga de atenção dispensada com o passado e o

futuro, entretanto, é preciso dominar as emoções. Veja que eu não estou

falando em “eliminar” as emoções ou tornar-se uma pessoa fria! Por

incrível que pareça, essa é uma dúvida comum que surge quando

apresento esse assunto. Dominar as emoções envolve aprender a lidar

proativamente com fatores como limitações, perdas, erros, adversidades

e expectativas. Frustração, decepção, ansiedade, medo, culpa, angústia,

tristeza, insegurança, entre outras emoções que se impõem como

obstáculos para uma vida melhor aproveitada no presente decorrem da

dificuldade em lidar com esses fatores.

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Não é preciso esquecer o passado ou negligenciar o futuro para

aproveitar melhor o presente. O que é preciso é aprender a lidar pró-

ativamente com o que aconteceu no passado – ganhos e perdas – e com

o está para acontecer – os planos para o futuro.

Viver Carpe Diem é desfrutar do melhor da vida sem o peso

emocional da culpa, do medo e da ansiedade. Continua-se a trabalhar

para construir o futuro, mas sem colocar nele as esperanças do que falta

dentro de si no presente.

Minhas pesquisas me conduziram a um conjunto de princípios que

estão presentes na vida de pessoas que vivem a realidade da vida Carpe

Diem. Você pode ver estes princípios no seguinte gráfico:

Fran Christy

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- Missão – Propósito de Vida

O primeiro elemento da vida Carpe Diem é a definição clara de um

propósito de vida. Quando se define uma missão, desvinculada de

desejos egocêntricos e necessidades emocionais, a vida se torna

mais “clara”, mais compreensível, as ações já não são mais

tomadas em função de necessidades e vontades imaturas ou em

postura defensiva. A missão se torna mais importante do que as

vontades egoístas.

Um erro muito comum é confundir o conceito de “missão” com

“objetivos” e definir a missão com “algo a ser feito no futuro”. O

propósito de vida é seu papel no mundo, algo que é colocado em

prática a todo o momento, não algo que deve ser conquistado no

tempo. A missão é “atemporal”.

Pessoas com um forte senso de propósito lidam com as

adversidades e limitações da vida com uma facilidade muito maior,

não se deixando abater por perdas, fracassos, obstáculos ou

injustiças. Da mesma forma, elas conseguem passar por cima de

seu egoísmo e imaturidades, que podem se manifestar em forma de

preguiça, vontades de satisfação imediata, raiva ou outras reações

emocionais a estímulos externos.

Metas e objetivos para uma pessoa que vive de acordo com seus

propósitos são uma forma de concretizar visões e viver a missão de

vida, não de satisfazer necessidades emocionais. Num exemplo

explícito, a pessoa que deseja ser famosa porque precisa

emocionalmente de aprovação alheia devido a baixa autoestima.

Dentro desse quadro, não há frustração ou decepção ao atingir ou

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não as metas, pois estas não foram definidas como uma forma de

se suprir necessidades psicológicas.

- Paradigmas

A postura de quem vive a vida de acordo com a filosofia Carpe Diem

é flexível e aberta. Os paradigmas, que são a interpretação que

temos da vida e do mundo, devem estar em constante movimento,

se alterando à medida que mais informações são obtidas e

evoluindo com as nossas experiências.

Um dos “segredos” da vida Carpe Diem são os diferentes

paradigmas adotados por quem “vive a vida no presente” e que

proporcionam a oportunidade de uma existência mais proveitosa e

satisfatória.

Um desses paradigmas é o “não-julgamento”. Julgar pessoas,

situações, experiências ou idéias confere uma grande carga

emocional ao pensamento e coloca rótulos no alvo que está sendo

julgado, restringindo a percepção. Quando nós julgamos algo,

fechamos as portas para diferentes perspectivas e interpretações,

pois agimos com egoísmo e imaturidade, acreditando que nosso

ponto de vista é o “correto”.

Outro paradigma fundamental trata da questão dos limites. Quem

vive Carpe Diem não vê limites para seu potencial e possibilidades.

Limites são claramente definidos por paradigmas limitantes e são

vistos como verdade absoluta, como um muro intransponível. Um

exemplo: como falávamos anteriormente, são os paradigmas que

Fran Christy

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impedem tantas pessoas que gostariam de publicar um livro de

seguirem em frente com seu sonho. O obstáculo é colocado como

“razão” para a não ação ou para o fracasso e a falta de informação

faz com que a pessoa não veja outras possibilidades ou aprenda

como enfrentar ou contornar o obstáculo.

- Liberdade emocional

Esse princípio é um dos mais difíceis de ser conquistado,

justamente porque nosso ego adora se apegar ao que lhe protege.

Ser livre emocionalmente significa ser desprovido de culpas,

remorsos, inseguranças, ansiedade, apegos e expectativas. É a

capacidade de deixar que a vida seja do jeito que ela quer ser, não

tentar controlá-la ou controlar os outros, não sentir ansiedade com

relação ao futuro, nem remorso com relação ao passado. Veja que

“não querer controlar o futuro” não significa não ter metas, mas,

sim, não manter expectativas emocionais e não se sentir ansioso,

deixando que as coisas se desenrolem com naturalidade, fazendo a

sua parte com responsabilidade e também estando aberto a mudar

de caminho e abandonar as metas atuais se o fluxo da vida apontar

em outra direção.

- Proatividade

Um elemento indispensável para quem deseja viver Carpe Diem. A

proatividade está intimamente ligada a como reagimos

emocionalmente aos estímulos internos e externos em nossas vidas.

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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Se somos incapazes de lidar bem com o que ocorre conosco,

teremos dificuldade em concentrar nossa atenção no presente.

Nossa mente estará ocupada, divagando entre culpas, remorsos,

raiva, expectativas e frustrações, estará em qualquer outro lugar,

menos no presente.

Proatividade também envolve responsabilidade. Somos

responsáveis por nossa situação de vida independentemente de ela

ter sido causada por fatores externos. Não importa de “quem é a

culpa”, nós somos responsáveis por lidar com o que ocorre conosco

da melhor forma possível – acima de tudo, nós temos a liberdade

de escolher como o que ocorre conosco nos afetará

emocionalmente. Em nossas emoções está a chave do nosso bem

estar ou do nosso inferno íntimo. Nós é que escolhemos a

frustração, a tristeza, o medo, a ansiedade, a raiva, o remorso. As

situações em si são objetivas, cabe a nós decidirmos como vamos

nos sentir com relação a elas.

Infelizmente, nós vivemos na sociedade da culpa, onde sempre há

alguém ou algo que “é culpado”, mesmo que esse alguém seja nós

mesmos. Culpa leva à pena. Sente-se pena dos outros quando se

acredita que eles não têm “culpa” de sua situação. Sentimos pena

de nós mesmos quando acreditamos que não temos “culpa” por

nossa situação. Sentir pena de si mesmo é abdicar da própria

responsabilidade de escolher o próprio estado emocional, escolher

como as situações nos afetam. O fato é que não é possível controlar

a vida, nem outras pessoas. Eventos inesperados acontecem de

qualquer forma. Lutar contra isso é insanidade. Ficar frustrado ou

concentrar-se em injustiças é justamente tentar lutar contra o

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incontrolável. A culpa nada mais é do que a incapacidade emocional

de se desapegar do passado.

- Liberdade financeira

Depender de uma única e limitada fonte de renda não é algo

apreciado por quem vive a vida de acordo com a filosofia Carpe

Diem. Como estávamos discutindo anteriormente, muitas das

limitações que as pessoas têm na vida estão ligadas a paradigmas

equivocados. Muitos desses paradigmas são relacionados ao

dinheiro e formas de obtê-lo.

Falta de dinheiro ou problemas financeiros em geral têm a

capacidade de tirar num piscar de olhos sua atenção do momento

presente e carregá-la para qualquer outro lugar, misturando-a às

mais diversas e perturbadoras emoções. É por esse motivo que a

independência financeira é um dos princípios da vida Carpe Diem.

Ao retirar a preocupação com dinheiro, a atenção pode ser voltada

para o propósito de vida e para o aproveitamento das experiências.

- Fluxo

“Fluxo” é o princípio da sincronicidade. Não temos visão de conjunto

para compreendermos a vida como um todo e sabermos de

antemão qual será a conseqüência de nossas ações, o que os outros

à nossa volta farão; não podemos prever acidentes, imprevistos ou

surpresas de qualquer natureza. Nossos planos podem estar

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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completamente equivocados, não temos como saber. Nossa visão

na vida é extremamente limitada, é como dirigir numa estrada

cheia de curvas. Só podemos enxergar alguns metros adiante, mas

o que se esconde após a próxima curva é uma incógnita. Além de

não conhecermos as condições da estrada adiante do que nosso

campo de visão nos permite enxergar, também não temos como

prever as atitudes dos outros carros que trafegam na mesma

estrada.

O princípio do fluxo diz que a melhor postura é manter-se em

alerta, observando a vida ao nosso redor e fazendo os ajustes

necessários. Às vezes, uma mudança completa de rumo se faz

necessária e é preciso manter uma abertura suficiente para permitir

mudanças desse nível.

Sincronicidades são eventos inesperados, “coincidências” que

ocorrem, aparentemente (do nosso ponto de vista restrito), sem

conexão ou explicação, mas que, se bem aproveitadas, produzem

resultados jamais imaginados anteriormente.

Só conseguem tirar o máximo proveito dessas sincronicidades

pessoas que estão abertas ao princípio do fluxo.

Viver de acordo com esse princípio é como velejar. O navegador

está plenamente consciente de que não pode controlar as variáveis

externas – o oceano, o vento, o tempo –, mesmo assim, ele usa a

própria natureza para conduzi-lo para onde ele deseja ir. Correções

no rumo e mudanças inesperadas são comuns quando se está

velejando. Se o velejador não respeitar a natureza, ela se

encarregará de impedir com que ele concretize seus planos. A vida

deve ser encarada da mesma forma. Quando deixamos que ela

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aconteça, podemos usar sua força para nos levar aos nossos

próprios objetivos. Porém se tentarmos controlá-la, se ficarmos

frustrados diante de cada movimento imprevisto e tentarmos

manipular coisas que estão fora do nosso controle, a própria vida se

encarregará de estragar nossos planos.

- Pessoas

Esse princípio diz respeito à forma como lidamos com os outros. É o

princípio do “ganha-ganha”. Pessoas que vivem Carpe Diem não

tentam tirar vantagem de ninguém ou manipular outras pessoas,

tampouco se sujeitam a serem manipulados ou permitem que

outros tirem vantagem de si. Sua postura é sempre de que “ocorra

o melhor para todos”.

Há duas formas de se ver o mundo. Uma é de que o mundo é como

uma grande torta que pode ser cortada em uma quantidade

limitada de pedaços – então, cada um de nós está, por si, numa

corrida para garantir seu próprio pedaço da torta contra todos os

demais. Esse é o espírito da competição, uma postura “ganha-

perde” – para que eu ganhe, você tem que perder, nós dois não

podemos “coexistir” no mesmo nível.

A outra forma é ver o mundo como uma torta infinita, em que há

oportunidades e possibilidades sem fim para todos. É o paradigma

da abundância e da cooperação. Há torta o suficiente para todos, eu

não preciso brigar pelo meu pedaço. Além do mais, quanto mais eu

ajudar outras pessoas a aumentarem seu pedaço, maior também

será o meu – esse é o paradigma ganha-ganha.

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Também faz parte desse princípio o senso de que todos estamos

juntos no mesmo barco e, portanto, nosso papel no mundo

(missão) deve ser como uma “mini-peça” dentro de um grande

mecanismo, que é o barco da vida. Ao atuarmos como um pedaço

do grande quebra-cabeça da vida, nós não vemos os outros como

“competição” ou como ameaça, mas como parceiros e

colaboradores.

Essa postura quando é de fato vivida e não disfarçada (como ocorre

em muitas empresas, por exemplo), promove um efeito fenomenal

na vida da pessoa que o pratica e nos resultados que obtém na

vida. As pessoas em geral, vivem na defensiva, sempre se

protegendo do mundo à sua volta contra ameaças ao seu ego e

integridade física e psicológica. Quando se deparam com alguém

que, de fato, vive esse princípio, elas deixam cair suas defesas para

com essa pessoa em particular e fazem de tudo para ajudá-la a

atingir seus objetivos. Esse é o efeito que verdadeiros líderes

causam em seus liderados.

A consciência desse princípio também tem um efeito no propósito

de vida. Ao se entender como pequena peça de um grande

mecanismo, as vontades egoístas e imaturas se desfazem ao serem

compreendidas como muito pequenas perto de uma missão de vida

que envolva a assistência aos demais e a atuação de fato como “um

pedaço do quebra-cabeça”.

Fran Christy

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- Tempo

O princípio do tempo é o último a ser conquistado e define de fato a

vida Carpe Diem ao manter sua atenção no presente. Isso só é

possível ao dominar todos os princípios anteriores. A razão para

tanto é que o fator emocional precisa estar muito bem trabalhado

para que emoções que o tiram do momento presente não atuem

mais em sua vida.

O domínio do tempo é a essência da vida Carpe Diem. Dominar o

tempo vai muito além da simples administração dele através de

técnicas e ferramentas. Dominar o tempo envolve, em primeiro

lugar, a capacidade de manter sua atenção e concentração em cada

momento, realmente vivendo o presente e desfrutando da vida

como ela se apresenta. Isso requer uma alta capacidade de lidar

com as próprias emoções.

O domínio do tempo também envolve organizá-lo de forma a

maximizar as oportunidades de vivenciar o melhor da vida e

minimizar ou até mesmo eliminar atividades sem significado. Essa

idéia pode parecer inverossímil para muitas pessoas imersas no

paradigma de que muitas de nossas atividades “obrigatórias” não

fazem mesmo sentido, como um trabalho que é necessário para o

sustento financeiro pessoal. O princípio da independência financeira,

no entanto, trata dessa questão eliminando o “obrigatório”, dando

espaço para atividades que fazem sentido e são feitas por escolha

pessoal, não por necessidade. Os princípios ligados aos paradigmas

abrem a mente para possibilidades que, para algumas pessoas,

jamais foram contempladas como possíveis ou mesmo existentes.

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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Viver Carpe Diem é dar valor ao que há de mais precioso para nós:

nossa própria vida. Muitas das pessoas que vivem segundo esses

princípios não conhecem essa filosofia e nunca pensaram que sua postura

diante da vida é tão especial. Muitas delas, devido à essa postura,

impactaram imensamente a história como Jesus Cristo, Buda, Ghandi,

Aristóteles e Helen Keller. Em variados graus, outras figuras históricas de

grande impacto também apresentaram características dos princípios da

vida Carpe Diem, com ênfase para o domínio das emoções e flexibilidade

mental.

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8. Os dois maiores obstáculos

Viver dessa forma pode, num primeiro momento, soar utópico ou

muito difícil de ser alcançado. O fato é que, salvos problemas emocionais

de difícil solução, o que mais atravanca a vida das pessoas é falta de

tempo e falta de dinheiro. Tirando esses dois obstáculos do caminho, a

pessoa pode respirar com tranqüilidade e começar a voltar sua atenção

para as coisas que dão real sentido à sua vida.

Uma das soluções que a modernidade oferece é tirar proveito da

tecnologia e da mobilidade para criar um tipo de trabalho que providencie

muito mais tempo e muito mais dinheiro do que está disponível para a

pessoa assalariada que trabalha em horário comercial ou mesmo

profissionais liberais que se vêem escravos de suas atividades.

Existem diversas modalidades de trabalho que podem ser realizadas

dentro dessa filosofia, desde investimentos, palestras e seminários até a

criação de empresas altamente automatizadas e negócios pela Internet.

Negócios na web, de longe, oferecem o maior custo benefício,

menor nível de obstáculos de entrada e maior facilidade de operação. É

claro que é possível começar um negócio online com um investimento

altíssimo, assim como em qualquer área. Mas, ao contrário de muitos

outros negócios, na Internet pode-se começar um negócio com nada mais

do que a sua cabeça. É por esse motivo que eu escolhi essa modalidade

de negócios para compartilhar com meus leitores que buscavam uma

solução “mais prática” para viver o estilo de vida Carpe Diem.

Após a primeira publicação deste material, muitos leitores me

enviaram feedback e uma das questões mais evidentes era a dificuldade

em lidar com a falta de tempo e de dinheiro. Quando não se tem dinheiro

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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suficiente, todo o tempo disponível acaba sendo empregado em busca de

sustento pessoal, afinal de contas, a nossa primeira prioridade é

sobreviver!

Eu preparei, então, uma série de módulos em formato digital, como

esse documento, que explicam como montar um negócio online. Abordo

diversas modalidades de negócios, para todos os gostos, níveis de

orçamento e disponibilidade de tempo.

Um empreendimento online desafia a noção tradicional que se tem

de como negócios funcionam e como são iniciados. Um adolescente de 13

anos poderia começar um negócio online de seu computador pessoal sem

investimento algum e fazer mais dinheiro do que um desembargador,

que, num país como o Brasil, ganha em torno de 20 mil reais por mês – o

que, para níveis de negócios online, não é muito.

A noção convencional de que se deve investir uma boa quantia de

dinheiro e tempo e que só depois de meses ou mesmo anos se vê um

retorno, na Internet não se aplica. Isso confunde muito pessoas que têm

o paradigma de que “nada é fácil” ou que é preciso muito trabalho duro

para se ganhar a vida. Mas não se engane, trabalho duro é o que não

falta na construção de um negócio online. A diferença é que esse é um

trabalho focado, um trabalho, digamos, inteligente, enquanto a maior

parte do trabalho duro colocado nas atividades profissionais não é

produtivo – trabalha-se pelo mesmo salário, quer o trabalho seja bem

feito ou preguiçoso. Ao trabalhar para construir seu próprio negócio,

todas as atividades são significativas e acumulativas umas sobre as

outras: quanto mais se trabalha, mais se vê resultados. O trabalho

realizado no passado não rende apenas um salário, mas continua

rendendo para a eternidade. Num exemplo bem claro, um livro que eu

Fran Christy

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escrevi há mais de dez anos continua vendendo pela Internet e

continuará me gerando renda até o fim da vida. O trabalho que eu realizo

diariamente na construção dos meus sites, contato com meus leitores e

criação de novos produtos, sejam cursos ou livros, sempre me rendem

frutos, nenhuma parte desse trabalho é em vão. Mas essa é só a minha

experiência. Existem muitas outras formas de se trabalhar online, para

quem escreve e para quem não escreve! Eu considero a Internet uma

oportunidade de ouro para quem quer ter mais liberdade e deixar de se

preocupar com dinheiro para viver a vida com mais significado. Que outra

forma de trabalho lhe permitiria trabalhar quando quiser, de onde quiser,

viajar o mundo com um laptop e não ter que se preocupar em dar

satisfação para chefe ou em cumprir horários e obrigações sem sentido?

Eu compartilho mais sobre esse assunto no site Empreendedorismo

Online:

http://www.empreendedorismoonline.com.br

Nesse site, você também pode encontrar o curso completo com os

módulos para construir um negócio online.

Atualmente, já existem diversos livros publicados sobre outras

formas de se criar uma condição de maior liberdade através da criação de

negócios automatizados, ou seja, negócios que, em sua maior parte,

funcionam sozinhos, sem que você precise estar lá o tempo todo. Um dos

meus livros favoritos sobre o assunto é o Trabalhe 4 Horas por Semana,

de Timothy Ferriss. O título é figurativo, já que a quantidade de trabalho

é uma opção pessoal – eu trabalho muito mais do que quatro horas por

semana, mesmo tendo a opção de não trabalhar nem uma hora se quiser.

O objetivo do autor, entretanto, é chamar atenção para o fato de que é

Carpe Diem – Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento

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possível ter mais liberdade, mais dinheiro e mais tempo sem se submeter

à prisão do trabalho tradicional.

Os livros de Robert Kiyosaki da coleção Pai Rico, Pai Pobre também

ajudam muito a desfazer os mitos que as pessoas têm na cabeça sobre

como se faz dinheiro e como se fica rico – a maioria dos motivos pelos

quais as pessoas pobres não prosperam é porque elas não sabem como

fazer dinheiro. Parece simples, mas o conceito é elaborado e verdadeiro!

Tempo e dinheiro sendo remediados, todo o resto se desenrola a

partir daí. Responda você mesmo essa questão: o que você faria da vida

se tempo e dinheiro deixassem de ser problemas e passassem a ser

recursos?

A filosofia Carpe Diem, então, passa a adquirir mais cor e

vivacidade, sai do imaginário, do “que bom se fosse” e passa a fazer

parte da sua realidade. Quando você não precisa mais dedicar todo o seu

tempo na corrida de gato e rato de sobrevivência, as coisas que dão real

sentido à sua vida começam naturalmente a exigir maior atenção e se

colocar em forma de oportunidades à sua frente. Sem as desculpas de

não ter tempo ou dinheiro, você pode se dedicar a elas. Sua vida começa

a adquirir novas perspectivas, você se sente mais confiante para

conquistar novas metas e sonhos e passa a compartilhar mais sua

experiência de vida com os outros à sua volta. É um caminho sem volta.

Uma vez que você sinta a liberdade correndo em suas veias, o impulso de

trocar obrigação por propósito será inevitável.

E então, leitor? Estando ciente de tudo isso, sabendo que você pode

virar a mesa e que pode passar a viver com propósito e sentido sem

nenhum golpe de sorte ou qualquer coisa que não esteja ao seu alcance,

o que você vai fazer?

Fran Christy

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Livros e sites indicados nesse e-book:

- (LIVRO) Um Sentido para a Vida: Como Definir sua Missão e Viver

Segundo seus Propósitos – Informações no site

http://www.franchristy.com.br

- (CURSO) Empreendedorismo Online – Como construir um negócio na

Internet – Informações no site http://www.empreendedorismoonline.com.br

- (LIVRO) Trabalhe 4 Horas por Semana – Timothy Ferriss – Livro disponível

em livrarias

- (LIVRO) Pai Rico, Pai Pobre – Robert Kiyosaki – Livro disponível em

livrarias.

SOBRE A AUTORA – Quem é Fran Christy?

Eu não gosto de descrições formais! Se você me perguntar o

que eu faço da vida, esta é a minha resposta:

“Eu aproveito a vida do meu jeito e trabalho para tornar esse mundo um lugar melhor

ajudando as pessoas a efetuarem mudanças positivas em suas vidas, viverem segundo

seus propósitos e aproveitarem ao máximo seu potencial interior.”

Sou formada em Administração de Empresas. Trabalhei durante um tempo com

consultoria empresarial, palestras e cursos na área de desenvolvimento humano,

estratégia e produtividade. Atualmente administro diversos negócios na Internet, que

hoje, me dão liberdade para vivenciar meu propósito de vida com mais intensidade.