FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016....

52
MULTIPLICANDO UM EXEMPLO QUE JÁ DEU CERTO FRANQUIAS CENTROS DE COMPRAS SUSTENTABILIDADE Oportunidades de negócios Gás natural como alternativa energética BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 72 / ABRIL 2011 F E C O M É R C I O - R S Entrevista PACO UNDERHILL, ESPECIALISTA EM VAREJO, CONTA O QUE OS CONSUMIDORES BUSCAM

Transcript of FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016....

Page 1: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

multiplicando um exemplo que já deu certo

FRANQUIAS

ceNtRoS de compRAS

SUSteNtAbIlIdAde

oportunidades de negócios

Gás natural como alternativa

energética

BenS&SeRVIÇoSRevista da Federação do comércio de bens e de Serviços do estado do Rio Grande do Sul – Número 72 / AbRIl 2011

F e

c o

m é

r c

i o

- r

Sentrevista paco underhill, eSpecialiSta em varejo, conta o que oS conSumidoreS BuScam

Page 2: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de
Page 3: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de
Page 4: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

EXPE

DIEN

TE

Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul

Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

Presidente: Zildo De Marchi

vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Renato Turk Faria, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco Micelli Vieira

diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edgar Christian Tardio Serrano, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.

conselho Fiscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.

deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.

conselho editorial: Derly Cunha Fialho, Ivo José Zaffari, Luiz Antônio Baptistella, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi.

assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Graciele Garcia, Liziane de Castro e Simone Barañano.

coordenação editorial: Camila Barth (interina)

edição: Fernanda Reche (MTb 9474)

rePortaGem: Francine Desoux, Luísa Kalil e Patrícia Campello

colaboração: Caroline Corso, Edgar Vasques, Eduardo Ferraz, Priscilla Buais e Thaís Mayumi Kurita revisão: Flávio Dotti Cesa

edição de arte: Silvio Ribeiro

Foto de caPa: Lúcia Simon

tiraGem: 25,5 mil exemplares

imPressão: Pallotti

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14

17entrevista 18vendas diretas 24franquias 26saiba mais 32finanças 34centros de compras

personalidade 39sesc

senac

segmento 44visão econômica 46glossário 47visão política

negócios

48

50

mais & menos 49

36

4042

Page 5: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72

&sErVIÇosbens

0536centros de compras

um centro, várias Possibilidades

Em todo o país, crescem os investimentos em

shopping centers. Saiba por que eles têm sido uma

oportunidade de negócios

12

mais Gás Para imPulsionar os neGócios

Sustentável, econômico e eficiente, o gás natural é uma

alternativa energética que tem se tornado frequente em

vários setores do comércio de bens e serviços sustentabilidade

18com a Palavra, o cientista do varejo

O norte-americano Paco Underhill, conhecido pela mídia como

antropólogo do varejo, aborda a experiência de compra e conta o

que querem os consumidores de hoje, no Brasil e no mundo entrevista

26multiPlicando

modelos de sucessoApropriadas para quem busca mais segurança

na hora de abrir a sua empresa, as franquias se

expandem rapidamente no Brasil e no Estado

Franquias

Page 6: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7206A G E N D A ABRIL / mAIo

16/04AuLA InAuguRAL

O Senac-RS promove aula inaugural dos cursos de pós-graduação EAD das seguintes especializações: Gover-nança de TI, Educação Ambiental e Gestão da Segurança de Alimentos. Telefone para contato: (51) 3284-1990.

29/04 A 08/05FenAvInho BRAsIL 2011

O Senac Bento Gonçalves promove a Fenavinho Brasil 2011. Telefone para contato: (54) 3451-2003.

1° A 31/ de mAIoFestIvAL PALco gIRAtóRIo

Acontece durante o mês de maio. Mais informações no site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio.

1° A 30/04sesc outono InveRno 2011

Os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, assim como a comu-nidade em geral, poderão se inscrever para a Temporada de Férias Outono Inver-no-2011. Com pacotes disponíveis entre os meses de abril a novembro, o projeto contempla hospedagens nos hotéis Sesc-RS (Gramado/Porto Alegre/Torres). Mais informações pelo site www.sesc-rs.com.br ou pelo (51) 3284–2013.

4/04 A 3/06odontosesc

Consultas e tratamentos de saúde bucal gratuitos por meio da Unidade Móvel OdontoSesc, na cidade de Protásio Alves.

05 A 14/04oFIcInA emBALAgens

Em Santa Cruz do Sul, o Senac vai realizar a Oficina de Embalagens para o Comércio, contabilizando 12 horas no turno da noite, nas terças e quintas-feiras. Outras informações pelo telefone (51) 3715-9335.

6/04 A 12/05sAúde sesc

No período, ocorrem atendimentos gratuitos da Unidade Sesc de Saúde Preventiva, em Candelária. Informações no site www.sesc-rs.com.br/saudesesc.

de 7 A 19/04cAsA dA sAúde sesc

Em Porto Alegre, a Mostra Casa da Saúde Sesc oferecerá dicas e informa-ções sobre doenças e prestação de serviços gratuitos de saúde, na Explana-da da Restinga. Telefone para contato: (51) 3284-2000.

09/04semInáRIo de modA

Na cidade de Pelotas, ocorre o pri-meiro seminário Tendências de moda aplicado ao mercado gaúcho, com An-derson Souza, coordenador do curso Técnico em produção de moda do Senac Canoas. Telefone para contato: (51) 3476-7222.

de 11 A 13/04oFIcInA de sushI

A Fatec realiza Oficina de Sushi, em Porto Alegre, com uma carga horária de 12 horas, de segunda-feira a quarta-feira. Telefone para contato: (51) 3022-1044.

04/056a FeIRA de oPoRtunIdAdes

Um dia especial voltado para a qualifica-ção profissional. O Senac-RS irá promo-ver mais de 200 atividades gratuitas nas 40 Unidades do Estado. Mais informa-ções pelo site www.senac-rs.com.br/feiradeoportunidades.

25/0515o dIA do desAFIo

Promovida pelo Fecomércio-RS por meio do Sesc, o evento é realizado em mais de 400 municípios do RS e em diversos países do continente americano, com o objetivo de incentivar a promoção daprática de atividades físicas em prol da qualidade de vida. Telefone para contato: 3284 2047.

Até 14/04teAtRo A mIL

O Arte Sesc – Cultura por toda parte promove até dia 14 de abril diversas atividades do projeto Teatro a Mil, voltado a crianças gaúchas, com mais de 200 sessões gratuitas. Telefone para contato: (51) 3284-2064.

Até 19/04SenAc Móvel eM torreSO Senac Móvel realiza atividades gratuitas na cidade de Torres. Outras informações podem ser obtidas no site www.senacrs.com.br ou pelo telefone (51) 3626-3906.

dIvu

LgAç

ão/s

enAc

-Rs

Page 7: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Palavra do Presidente

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2

Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS

Divu

lgaç

ão/F

ecom

érci

o-rS

07

Para acompanhar a economia e a deman-da dos consumidores, cada vez mais bem informados, o comércio de bens e servi-ços viu-se diante da necessidade de adap-tação no que tange ao sistema de vendas e ferramentas de gestão.

A trajetória de um empreendedor pode ser iniciada de diferentes maneiras: su-cessão familiar, oportunidade em uma empresa ou, quem sabe, a partir da con-solidação e do sucesso de uma marca. As franquias hoje representam 24% em participação no mercado brasileiro. No Rio Grande do Sul, contamos com 123 empresas nesse perfil, levando o Estado a ocupar a 6ª posição no ranking nacional.

No entanto, o mercado comprova que, para colher os bons frutos e tornar-se uma referência no setor em que atua, um empreendimento depende de fato-res que vão além da verdadeira origem do negócio. A capacidade de visualizar o futuro do cenário, estar a par da rea-lidade e manter um bom trabalho feito em equipe – o que inclui gestores e cola-boradores – são alguns dos ingredientes que compõem a receita do reconheci-mento efetivo. Por trás de toda a forma de empreendedorismo, o que realmente alavanca o sucesso é a alma do negócio.

Como defensora dos interesses da clas-se empresarial, a Fecomércio-RS apoia, acima de tudo, o desenvolvimento da economia do Estado. Para continuarmos em frente, é importante contarmos com bons exemplos não apenas no mercado, mas na sociedade em geral.

Sabemos que, em 2011, mais empresas – sejam novos empreendimentos ou nomes conhecidos no mercado – devem impul-sionar seus negócios a partir do sistema de franquias. É uma tendência local e nacio-nal. Para nós, isso significa que mais pes-soas terão a oportunidade de empreender no mercado gaúcho, o que resultará, por consequência, no aumento da geração de empregos e renda. E esse é o fator que faz do Rio Grande do Sul um Estado de oportunidades: a vontade de crescer.

Tendência em oportunidades

Page 8: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2O Í I ST C AN &

08&

Edga

r Vas

ques

Missão empresarial a Portugal A Fecomércio-RS vai promover

uma viagem internacional de

negócios ao território luso. A missão

empresarial ocorre de 30 de abril a

6 de maio, com o apoio da Câmara

de Comércio Brasil-Portugal e da

Federação das Câmaras de Comércio

Exterior (FCCE). Trata-se de uma

oportunidade para os empresários

participarem de diferentes atividades,

a exemplo de visitas às associações

portuguesas, à Agência para o

Investimento e Comércio Externo

de Portugal, ao porto de Lisboa e à

Feira Internacional de Construção

Civil, além de conhecer os centros

comerciais e o varejo regional.

Linha da Pequena Empresa objetiva incentivar a formalizaçãoO projeto Linha da Pequena Empresa vai circular por Porto Alegre

de abril a dezembro, percorrendo 37 bairros. A iniciativa é resultado

de uma parceria entre a Secretaria Municipal da Produção, Indústria

e Comércio (Smic) e a Companhia Carris Porto-Alegrense, com

o Sebrae-RS. A primeira região contemplada com a ação será o

bairro Sarandi, na Zona Norte. O ônibus da Carris ficará estacionado

durante uma semana em cada bairro, contando com técnicos que

se encarregarão de fornecer orientação sobre gestão empresarial,

formalização de

pequenos negócios,

microcrédito,

alvarás e licenças

municipais, bem como

assessorias em grupos

e a possibilidade

de concretizar, no

local, a formalização

como Empreendedor

Individual (EI).

Rica

Rdo

Gius

ti/PM

Pa

Page 9: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

&

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2

GE Ó IC O SN&

09

Dia do Desafio 2011 acontece em 25 de maioO Sesc-RS promove a 15ª edição do Dia do Desafio. O evento ocorre no

dia 25 de maio e objetiva incentivar a prática da atividade física em prol da

qualidade de vida. A ação será realizada simultaneamente em todo o Brasil

e em diversos países do continente americano. Em 2010, foram mobilizados

4.085.736 gaúchos, em 442 municípios. A localidade que engajar o maior

número de pessoas em relação ao número oficial de habitantes vence a

competição. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado brasileiro com maior

adesão de cidades participantes, ficando atrás apenas de São Paulo. Mais

informações nas unidades do Sesc-RS.

Fecomércio-RS lança mapa estratégico para 2011-2020

No dia 24 de março, aconteceu a 20ª edição do

Fórum Estadual de Gestão da Fecomércio-RS. Na

ocasião, foi lançado o seu Plano Estratégico 2011-

2020, com a remodelação de ações e objetivos a

fim de atender às tendências de mercado. “É preciso

traçar novos horizontes”, comenta Anderson Bohrer,

coordenador da Assessoria de Planejamento da

entidade. A elaboração das novas estratégias teve o

engajamento de representantes dos segmentos que

compõem a Federação no Rio Grande do Sul. “Dessa

forma, abarcam-se todas as necessidades da categoria.”

IBGE aponta um aumento de 7,5% do PIB brasileiro em 2010De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), o percentual de crescimento do

índice do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de

2010 foi de 7,5%, sinalizando a recuperação econô-

mica do país. O percentual consiste no maior desde

1986 e representa R$ 3,675 trilhões. O presidente

da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, alerta no senti-

do de que é preciso estar atento à base de compa-

ração, apesar de o índice ser bastante expressivo.

“É mais fácil considerarmos o crescimento intenso

quando o ano anterior teve retração no PIB, como

foi o caso de 2009.” Para 2011, ele acredita que

deve ficar em torno de 5%. “O que é muito bom,

tendo em vista o acúmulo de índices positivos.”

diVu

lGaç

ão/s

Esc-

Rs

Dobra número de academias no BrasilEntre 2007 e 2010, o número de academias no Brasil dobrou,

contabilizando em território nacional 15.551 unidades. O dado

é da International Health, Racquet & Sportsclub Association

(IHRSA) e deixou o país atrás apenas dos Estados Unidos.

Com faturamento de US$ 1,1 bilhão, no ano passado, a pers-

pectiva da entidade é de que o setor continue em expansão,

impulsionado pela ascensão das classes econômicas C e D.

Maré a favor do turismo de navegaçãoNos últimos oito anos, o turismo de navegação de longo cur-

so cresceu anualmente 35% no Brasil. A Associação Brasileira

de Cruzeiros Marítimos (Abremar) calculou que, durante o

Carnaval (até o dia 9 de março), 12 transatlânticos passaram

pelo litoral fluminense. As estimativas da entidade ainda são

mais animadoras, com previsão de que em toda a temporada

brasileira de cruzeiros marítimos sejam transportadas quase 900

mil pessoas, significando uma expansão de 23% em comparação

ao ano de 2010, quando

18 navios aportaram na

costa do país, carregando

720 mil pessoas.

HERM

an B

Rink

Man/

stoc

k.xc

HnG

RoBERt lindER/stock.xcHnG

Page 10: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

210

O Í I ST C A &N &

Senac Santo Ângelo reinaugura sede mais modernaNo dia 21 de março, a Escola de Educação Profissional Senac Santo Ângelo reinau-

gurou a sua estrutura física, com uma unidade moderna e preparada para atender

aos desafios do mercado de trabalho. A reforma resultou em um prédio com 1,2 mil

metros quadrados, divididos em dois andares e 12 salas de aula. Desde 1994, a escola

tem como foco de atuação as áreas de saúde, imagem pessoal e informática. Agora, ela

passa a oferecer laboratórios temáticos das áreas de informática, hardware, massagem,

cabeleireiro e de manicure, abrindo espaço para o atendimento de 200 alunos por tur-

no. Outra novidade é a biblioteca. Também há oportunidade para jovens que buscam

se inserir no mercado de trabalho, por meio das atividades disponibilizadas pelo Programa Senac de Gratuidade (PSG). A previsão é de

que, em 2011, mais de 430 pessoas sejam beneficiadas pelo PSG. A meta para todo o Estado é qualificar cerca de 20 mil pessoas sem

custos. Outra preocupação da escola é oportunizar ações para a comunidade, com serviços gratuitos no segmento de beleza e palestras

especiais sobre assuntos de referência na unidade. “Estamos felizes em poder entregar nossa unidade às vésperas do aniversário da

cidade. É o nosso presente para a Capital das Missões”, afirma o presidente da Fecomércio-RS, Zildo De Marchi.

Crescimento de vendas na PáscoaA expectativa da Fecomércio-RS para a Páscoa é

de crescimento das vendas, que devem ficar entre

7 e 9% acima de 2010. A avaliação parte de um

incremento ínfimo nas massas de salários até o mês

de abril, de 10,4%, e de 2% no desempenho indus-

trial – ambos percentuais mensurados em relação

ao mesmo período do ano passado. O balanço

também levou em conta o fato de a economia

sentir (ou não) os efeitos da elevação da taxa de

juros no refinanciamento das famílias, que pode

impor taxas mais caras, influenciando no consumo.

“Contudo, acreditamos que o reflexo deve ser bai-

xo, não causando tanto impacto”, afirma Pedro Lutz

Ramos, assessor econômico da Federação.

Reunião da Fecomércio-RS com o governador Tarso GenroNo dia 11 de março, representantes da Fecomércio-RS, juntamente com membros da Câmara de Comércio Brasil-

Portugal no Rio Grande do Sul, Câmara Britânica de Comércio no RS (Britcham-RS), Câmara Brasil-Alemanha de

Comércio no RS (AHK) e Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil se reuniram com o governador Tarso Genro

para apresentar o Fórum e Exposição Energias Renováveis e Alternativas no Cone Sul- Eracs 2011, que acontecerá do dia

11 a 13 de maio em Porto Alegre. “A receptividade foi muito boa”, garante Arno Gleisner, vice-presidente da Fecomércio-

RS, que participou da reunião.

Senac-RS na Chocofest em GramadoO Senac-RS promete surpreender na Chocofest de 2011, repetindo

o sucesso da coleção inédita de roupas de chocolate apresentada na

edição do ano passado. Inspirado na Rainha Ma-

ria Antonieta, que, além de movimentar a moda

parisiense incentivando a troca de coleções

sazonais, era louca por doces, o Senac-RS levará

para a passarela dez looks confeccionados com

açúcar. Os desfiles estão programados para os

dias 8 e15, às 19h, e 23 de abril, às 21h, em Gra-

mado. A Fecomércio-RS estará presente com

um estande institucional onde serão oferecidas

diversas atividades ao longo do evento, entre 7

e 24 de abril. A programação completa pode

ser acessada pelo site www.chocofest.com.br.

diVu

lGaç

ão/s

Enac

-Rs

Page 11: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

&

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

211

GE Ó IC O S& N

Mais de 6 mil atendimentos pela Unidade Sesc de Saúde Preventiva A Unidade Sesc de Saúde Preventiva encerra seu primeiro ciclo, após

passar por cinco municípios gaúchos, com a marca de 6.277 atendimen-

tos. Em parceria com as prefeituras municipais, a unidade móvel presta

assistência gratuita preventiva com o propósito de reduzir o tempo de

diagnóstico de câncer de mama, de colo do útero e de próstata, além

de doenças crônicas não degenerativas (hipertensão arterial e dislipide-

mias) e problemas de visão. Cachoeira do Sul registrou o maior número

de atendimentos (1.420). Quanto aos exames, os mais procurados fo-

ram os oftalmológicos (2.136), sendo que, desse montante, 81,8% (1.747)

apresentaram alguma alteração e foram orientados a procurar tratamen-

to. Em segundo lugar ficou a mamografia, com 1.823.

Qualidade do prato ao atendimentoProprietário da Casa Di Paolo, Paulo Geremia atribui o sucesso do seu negócio à vontade de querer sempre aprender e

transformar trabalho árduo em aprendizado. As seis unidades do restaurante, localizadas em Bento Gonçalves, Garibaldi,

Caxias do Sul e Gramado, são resultado de um esforço que ele iniciou aos 18 anos, na labuta entre pratos e panelas,

quando prestava serviços como garçom. Hoje, aos 50, Geremia experimenta o sabor de ser reconhecido no universo da

gastronomia por meios de prêmios como Restaurateur do Ano do Guia 4 Rodas e Destaque em Cozinha 2011.

como o senhor se descobriu empreendedor? GEREMia Ninguém nasce simplesmente com um dom para ser empresário. Precisamos da escola da vida para aprender a empreender.

Qual o segredo de um empreendimento de sucesso? GEREMia Experiência e conhecimento do ramo, além de uma equipe engajada com a empresa.

o que é essencial para um restaurateur?GEREMia O principal ingrediente é manter um padrão de qualidade, que vai do prato servido ao aten-dimento. Ser o melhor todos os dias.

Mercado de seguros aquecido para 2011

As seguradoras brasileiras iniciaram o ano com

otimismo. O mercado prevê uma arrecadação

em torno dos R$ 200 bilhões em 2011, conforme

estimativas da Confederação Nacional das Empresas

de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde

Suplementar e Capitalização (CNSeg). Entre os

segmentos com melhores oportunidades de cresci-

mento está o de seguro de pessoas, apresentando

expectativa de incremento por volta dos 14,8%.

Menos sacolas plásticas no varejoO Programa de Qualidade e Consumo

Responsável de Sacolas Plásticas mensurou que o

Brasil produziu e consumiu 3,9 bilhões a menos

de sacolas do gênero no período de 2008 e 2010.

A iniciativa, desenvolvida pelo Instituto

Nacional do Plástico (INP), Plastivida Instituto

Sócio–Ambiental dos Plásticos e Associação

Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis

(Abief), prevê para este ano a redução de 750

milhões de sacolinhas no varejo brasileiro.

tRês PERGuntas

diVu

lGaç

ão/c

asa

di P

aolo

Edso

n sc

HMal

z

Page 12: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

ustentabilidadeS

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7212

atriz energética sustentável, o gás natural (GN) se apresenta como uma estratégia competitiva para o varejo. A alternativa à energia elétrica e ao GLP traz benefícios econômicos e ambientais – fatores que fazem diferença no momen-to em que o sucesso de um negócio passa necessariamente pela otimização de cus-tos e pela minimização dos impactos das suas atividades na natureza. O conceito de sustentabilidade, sem dúvida, vem ditando as diretrizes em muitos empre-endimentos gaúchos – razão pela qual hospitais, shoppings, clubes e restau-rantes, por exemplo, estão optando em operar com gás natural. O combustível é um fóssil mais limpo em que a combus-tão gera menores quantidades de óxido de enxofre, azoto (elemento desencade-ador de chuvas ácidas) e o tão conheci-do dióxido de carbono, potencializador do efeito estufa.

Conforme dados da Sulgás, distri-buidora de GN no Estado, em 2009, 144

clientes comerciais consumiam o ener-gético no Rio Grande do Sul, subindo, no ano passado, para 189. “Para 2011, a meta é totalizar 250 empresas. No Bra-sil, 23.413 estabelecimentos comerciais usam o GN. Isso sem falar nos postos de combustíveis, que revendem o gás natu-ral veicular (GNV). No Estado, a rota do GNV já conta com 73 postos em diferen-tes cidades, e pretendemos avançar cada vez mais com a interiorização do combus-tível”, aponta Roberto da Silva Tejadas – diretor-presidente da Sulgás.

M

Sustentável, econômico, eficiente e prático: quatro atributos do gás natural que são

consenso na opinião daqueles que já apostaram no energético. Nos últimos anos, o GN

ganhou espaço no mercado gaúcho, abastecendo hotéis, shoppings e restaurantes

SuShi SuStentávelO Gokan foi um dos empreendimen-

tos que disse sim ao comburente. Aten-dendo em dois endereços na cidade de Porto Alegre, o restaurante, especializado em iguarias da culinária japonesa, utiliza o gás natural há dois anos na unidade situada no bairro Moinhos de Vento. O GN é aplicado nas cozinhas, no fogão, forno e panelas de arroz para sushi. Ain-da existem projetos para a substituição de fritadeiras elétricas para alternativas aptas ao emprego do GN, bem como o desen-volvimento de um plano de ação para o aquecimento do deck externo. “Iden-tificamos que a solução traz economia, eliminação da necessidade de troca de vasilhame e da necessidade de agenda-mento de carga de gás, além do conferir segurança aos processos”, conta Fabrício Curi, sócio-proprietário do Gokan, junto ao irmão Fernando. O retorno do investi-mento, segundo o empresário, já pode ser mensurado. “A redução de custo quando

impulsionar os negóciosMaiS gáS para

Tejada: meta da Sulgás para 2011 é chegar a 250 clientes comerciais

Divu

lgaç

ão/S

ulgá

S

Page 13: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 13

comparado ao GLP (P45) é de aproxi-madamente 50%. Em relação ao GLP a granel, a diferença é de cerca de 30%. Acreditamos que anualmente podemos economizar entre R$ 5 mil e R$ 6 mil.”

MaiS SegurançaOutro segmento que aposta em um

abastecimento menos oneroso e mais ecológico são os centros de compras. Em solo rio-grandense, muitos negócios do gênero se renderam ao gás natural. O BarraShoppingSul, por exemplo, foi pro-jetado para receber o GN – uma iniciati-va de vanguarda e que já contabiliza sal-do positivo. A aplicação se estende tanto à praça de alimentação como aos demais pontos de venda do complexo, somando 54 lojas. Eduardo Spinelli Vitagliano, ge-rente de Operações do shopping, destaca o menor risco de explosões e a possibili-dade de otimizar espaço para outros fins. “É vantajoso o fornecimento contínuo, pois dispensa estoque, constantes reabas-tecimento e a movimentação de cami-nhões no shopping”, explica. Os ganhos ambientais também influenciaram na de-

onde, como e por quêO GN é uma possibilidade para os mais

variados nichos de negócios, sendo a

sua aplicação viável nas ações de cocção,

aquecimento de água, climatização,

refrigeração, produção de energia

elétrica e cogeração. Além disso, muitos

equipamentos podem ser adaptados

para uso do gás natural: máquinas de

absorção, caldeiras, fornos, fogões,

aquecedores de água, aquecedores de

ambientes, geradores de energia elétrica,

ar-condicionado e refrigeradores com

motores a gás, entre outros. Em relação às

vantagens, não são poucos. Acompanhe:

Fornecimento contínuo, gerando

maior comodidade e não requerendo

reabastecimento

Redução dos custos com manutenção

Pagamento após o consumo

Combustão limpa, queima

quase perfeita e com baixa emissão

de poluentes

Eliminação de infraestrutura de

estocagem no ponto de consumo

Praticidade do uso, com segurança e

assistência técnica permanente

24 horas por dia

Melhor rendimento do equipamento e

liberação de espaços importantes com

diminuição expressiva de áreas de risco

Outro ponto favorável, principalmente

para os clientes da Serra, é o fato

de que o gás natural por estar 100%

em estado gasoso não congela, nem

tem sua pressão alterada em baixas

temperaturas, um importante atributo

para o inverno rigoroso gaúcho.

FonTe: SulgáS

cisão por uma matriz limpa. “É uma pro-posta ambientalmente correta”, explica Vitagliano, já que minimiza a emissão de substâncias poluentes. “Não gera resíduos e preserva os equipamentos de desgaste.”

Assim como os complexos comerciais, a rede hoteleira despertou para a eficiên-cia do gás natural. É o caso do hotel Íbis, de Caxias do Sul, que calcula uma eco-nomia de 5% em detrimento das demais soluções. “É um caminho rumo à susten-tabilidade. Algo que vai ao encontro da política da rede Íbis, que se preocupa em operar levando em conta o cuidado com o meio ambiente”, afirma Miller Bairros, gerente Geral da unidade caxiense.

Curi: economia e segurança na utilização do gn no restaurante gokan

lúCi

a Si

mon

lúCia Simon

Page 14: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72

uia de GestãoG14

E

Quais são as alterações propostas pela International Financial Reporting Standards (IFRS) e

como as novas normas já estão influenciando a rotina das empresas e do setor contábil.

Conheça as vantagens e entenda a importância da adaptação

m dezembro de 2010, as empre­sas brasileiras viram­se diante de um novo desafio: realizar seus balanços anuais de acordo com as normas esta­belecidas pelo International Financial Reporting Standards (IFRS). Isso signi­fica que, a partir de agora, esse processo estará uniformizado com os padrões es­tabelecidos por potências estrangeiras, trazendo mais claridade e uniformiza­ção da informação.

Mas o que isso implica para as em­presas brasileiras? A informação será de mais fácil leitura pelo público externo, sejam empresas brasileiras ou interna­cionais, que buscam novos investimen­tos e parcerias. “Facilita a leitura do estrangeiro, do europeu, do americano”, explica o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias,

Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do Sul (Sescon­RS), Jaime Gründler Sobrinho.

Ele afirma que o estabelecimento das novas normas não interfere no lu­cro das pequenas e médias empresas, que compõem mais de 90% do mercado empreendedor no país. “O Brasil era um

dos poucos países a estar de fora. Agora, estaremos sintonizados”, avalia. Para o di­rigente, a adaptação ao IFRS faz com que os balanços publicados se expressem me­lhor e de forma mais realista no que diz respeito à situação econômica da empre­sa. “A informação é mais clara”, salienta.

A adaptação ao IFRS parte da re­solução 1.255 do Conselho Federal de Contabilidade, instituindo que as pe­quenas e médias empresas de todo o país façam sua demonstração contábil convergida às normas internacionais. De acordo com o presidente do Sescon­RS, as empresas estão passando por uma nova maneira de fazer seu processo contábil, com reflexos inclusive no pro­fissional de contabilidade, que precisou reciclar seu conhecimento. “Isso é algo muito positivo”, destaca. Por isso, a en­tidade tem como foco a capacitação de

de padrão internacionalBalanço

Presidente do Sescon-RS destaca a importância da capacitação do profissional

Divu

lGaç

ão S

eSco

n/RS

Page 15: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 15

profissionais do setor, disseminando as informações sobre o IFRS através de cursos e palestras.

“É uma grande revolução na execu­ção do serviço contábil. Vemos essa mu­dança, essa necessidade de reciclagem, como algo muito positivo”, determina Jaime Gründler Sobrinho. Ele afirma que não apenas o próprio sindicato, mas todas as empresas foram incentivadas a se reci­clar e se preocupar com a qualificação dos profissionais que prestam esse serviço.

Ainda que o objetivo das novas nor­mas seja proporcionar mais benefícios às empresas, isso não evitou uma certa resistência inicial por parte das mesmas. A necessidade de prestar mais informa­ções, que antes não eram necessárias, resulta num aumento da burocracia. Do lado dos profissionais, a readapta­

ção a um novo sistema também gerou uma recepção menos calorosa, mas isso não deve atrapalhar a ampla dissemina­ção da IFRS. “Como tudo o que é novi­dade, precisa de treinamento”, explica o presidente do Sescon­RS.

O segundo semestre de 2010 foi um período de reforço na capacitação, para que os profissionais contábeis e também as empresas estivessem preparadas para o balanço em dezembro. Contudo, algu­mas ainda não fecharam seus balanços. “É um processo de assimilação da novi­dade. Se não se adaptarem, as empresas correm o risco de serem rejeitadas por bancos”, exemplifica. Fatos como esse, acredita ele, farão com que o mercado acelere o processo de eliminação da re­sistência. “O mercado mostrará que não há outro caminho. Nossa missão é fazer

um esforço, através de reuniões, pales­tras, para conscientizar e prestar as in­formações à contabilidade.”

Mais do que simplesmente se adap­tar às novas regras, as empresas podem interpretar o IFRS como uma contri­buição nas ferramentas de gestão, o que também culmina na valorização do setor contábil. “Hoje o mercado não é mais feito pelo feeling, e sim, pela informação. O empresário precisa de boas informa­ções gerenciais, pois não há mais espaço para o amadorismo no negócio”, expõe o presidente do Sescon­RS.

ORIEntAçãO E FISCAlIzAçãO

De acordo com o presidente do Con­selho Regional de Contabilidade, Zulmir Ivânio Breda, a convergência para as

Page 16: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72

uia de GestãoG16

novas normas, que começou em 2005, é um processo contínuo. “Ano passado foi o primeiro em que as empresas tive­ram que fazer seus balanços sob o novo sistema, e agora esperamos que a adap­tação continue e se consolide”, afirma.

Assim como Jaime Gründler Sobri­nho, ele acredita que o grande bene­fício proposto pela IFRS é a melhoria da qualidade da informação contábil, que passa a ter uma representatividade maior. “Isso é bom para os gestores, cre­

dores e investidores”, considera Breda. Como ferramenta gerencial, ao per­mitir maior comparabilidade entre o balanço das empresas, a informação mais clara também contribuirá para a tomada de decisão nos negócios. “O que precisamos trabalhar agora é a capacitação do profissional de conta­bilidade”, enfatiza o dirigente. Por isso, o CRC­RS busca fazer um trabalho junto às empresas, “pois esse trabalho também depende delas”, conclui Bre­da. E alerta: “O primeiro passo é orien­tar, para depois fiscalizar”.

No Brasil, há um registro próximo a seis milhões de empresas que integram o perfil de pequeno e médio portes. A comunicação com as mesmas torna­se essencial. “Estamos conversando com as empresas sobre as vantagens de usar e as consequências de não usar as no­vas normas. Algumas ainda acham que esse processo é válido apenas para as grandes, mas vale para todos”, susten­

ta Breda. O que diferencia a adaptação entre grandes e pequenas empresas é a complexidade do processo. No caso das primeiras, os procedimentos são mais completos, pois algumas etapas não se aplicam aos empreendimentos me­nores. Estes, por sua vez, contam com uma norma mais simplificada para faci­litar a adoção.

O custo extra inicial para a adapta­ção às normas foi um dos motivos para a resistência entre os empreendedores, mas deve ser passageiro. “Terá um cus­to inicial, mas também terá benefícios mais além, inclusive evitará proble­mas, como rejeição de empréstimos por parte dos bancos”, diz o presidente do CRC­RS. “O empresário precisa cada vez mais usar as ferramentas de gestão que ele tem à disposição. A contabili­dade tem como finalidade principal ser uma ferramenta de gestão, e não sim­plesmente a função de cumprir obriga­toriedades tributárias”, destaca.

o papel das empresasDe acordo com o vice-presidente da Fecomércio-RS, luiz Carlos Bohn,

a adoção das novas normas foi uma “atitude correta, inclusive para os

investimentos externos fluírem no país”. Apesar de vista com certa restrição,

pois resulta em um aumento do trabalho e do controle, a IFRS deve ser

interpretada como uma ferramenta de gestão. “Ela permite a flexibilização

dos resultados, que passam a ser mais próximos do real”, confia Bohn. Para o

vice-presidente, o modelo atual estava muito engessado e, com a adaptação

internacional, o balanço das empresas pode ser mais bem estruturado, além

de contribuir para a administração do negócio. Mais do que a necessidade

de capacitação do profissional contábil, Bohn destaca a importância da

conscientização da classe empresarial sobre as novas normas. “O profissional

contábil não trabalha sozinho, e as empresas têm que se apressar em se

adaptar, por isso ter a consciência desse fato é crucial.” E avisa: “É uma longa

caminhada, mas tem que acontecer”.

MudançasConheça algumas das vantagens do IFRS:

Redução do custo de capital

Redução da taxa de risco

de investidores

Informação uniforme e clara

Maior comparabilidade de balanços

entre as empresas

Mais qualidade de informação

Para Zulmir Breda, orientação deve ser feita junto às empresas

aDRi

ano

leal

Page 17: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Eduardo Ferraz Consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos e consultoria

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2Op

iniã

o17

Divu

lgaç

ãO

Todo bom profissional sonha um dia ser reconhecido pelo seu trabalho. Espera ser promovido, requisitado, famoso, ganhar mais, ajudar os outros, às vezes tudo isso ao mesmo tempo. Entretanto, esse sucesso só poderá ser conseguido quando atingirmos a excelência em nossa área de atuação. Mas será que existe um jeito fácil e rápido de alcançá-la? Não, infelizmente não há!

Talento é uma aptidão para obter um de-sempenho melhor que o da maioria das pessoas. Porém, talento sem esforço não gera resultados consistentes. A excelência só pode ser atingida por meio de um longo caminho a ser percorri-do. É preciso descobrir o seu talento e traba-lhar para aprimorá-lo. O principal fator para se atingir a excelência é a “prática deliberada”.

Prática deliberada é aquilo que se faz, es-pecificamente, para melhorar o desempenho. É o estudo, o treinamento e a repetição, tendo como meta o desempenho impecável. O espe-cialista supertreinado e com paixão pela ativi-dade produz mais para si e para quem o cerca.Segundo Geoff Colvin, autor de best-sellers e editor da revista Fortune, a prática deliberada precisa seguir cinco fundamentos básicos:

Deve ser planejada: é preciso estudar técnicas que melhorem o desempenho;

Deve ser repetida: o treinamento e a re-petição insistente das melhores técnicas é que trazem consistência;

Deve ser reavaliada continuamente: caso os resultados estejam abaixo do esperado, deve-se planejar novamente, ou utilizar mais tempo com treinamento;

Exige esforço intelectual: é necessária a busca constante da melhoria do que já está sendo bem feito. É muito importante conti-nuar a ler, fazer cursos e aprender com quem já atingiu o topo;

Exige dedicação: sucesso exige mais suor do que prazer. Virar referência e ser um dos melhores não costuma ser uma atividade animada e divertida. É preciso que estude, trabalhe e se prepare 50% a mais do que a média das pessoas.

Não se conhecem casos documentados em que alguma pessoa tenha obtido a excelência com menos de 10 mil horas de prática delibe-rada. Mozart, por exemplo, criou sua primeira obra-prima aos 21 anos, após acumular mais de 15 mil horas de prática musical.

Quem se aprimora naquilo de que gosta tem muito mais chances de alcançar grandes objetivos. Médicos, engenheiros, consul-tores, escritores, vendedores, ou quaisquer outros profissionais talentosos, com mais horas de prática deliberada serão sempre os melhores. Já diria Aristóteles, há mais de 2.300 anos: “Somos aquilo que fazemos repetidamente. Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito”.

A tingir a excelência: esforço ou talento?

“Quem se aprimora naquilo de que gosta tem muito mais chances de

alcançar grandes objetivos.”

Page 18: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

E N T R E V I S T AFOTOS: DivulgaçãO EnvirOSEll

PAc

o U

Nd

ERh

Ill

Page 19: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 19

na sua opinião, os consumidores hoje buscam muito mais uma experiência de compra do que simplesmente comprar um produto?

unDErhill Acho importante combinar os dois. Para muitos de nós, existem categorias de bens que compramos que são produtos de commodities, mas, para outros, precisamos atraí-los com algum tipo de pacote romântico. Somos parte de uma cultura midiáti-ca. Isso significa que uma criança de seis anos em Buenos Aires pode ter o mesmo vocabulário de marcas que uma criança da mesma idade em Nova York. Temos uma cartela de opções em termos de como gastamos o nosso dinheiro e como nós nos relacionamos com o mundo do consumismo. Por isso, um dos pontos principais na nossa cultura varejista é que os empresários

o cientista do

varEjO

E N T R E V I S T A

passaram de uma posição de liderança para uma posição de “seguidores”.

você acredita que, apesar da globalização, a cultura local de cada país ainda influencia a maneira como as pessoas compram?

unDErhill Um dos fatores críticos com o qual nós trabalhamos é tentar enten-der o que é global e o que é local. Isso significa que, somente no contexto da Argentina, o padrão de compras em Buenos Aires e na Patagônia tem diferenças entre si. Em parte, isso pode ser explicado pelos diferentes graus de sofisticação, pelo gosto local ou na dis-paridade entre ricos e pobres, e quais são as aspirações das pessoas.

Durante o national retail Federation (nrF) Big Show 2011 o senhor disse que o varejo irá mudar mais nos próximos dez anos do que

mudou no último século. Qual a tendên-cia para o varejo e o consumo no futuro próximo?

unDErhill Primeiro, é o foco renovado em administrar custos da cadeia de fornecimento. É possível fazer isso pro-duzindo, embalando e apresentando de forma mais automática. Em segundo lugar, é o assunto de localização, parti-cularmente quando se fala do consumo de alimentos. É bem menos provável que eu queira comprar carne argen-tina, se eu morar na Europa, do que comprar algo que é produzido local-mente. Muitos dos assuntos em termos de produção de alimentos estão em transição. O terceiro ponto é o impac-to do smartphone, que é a habilidade de acessar informação pela internet de qualquer lugar, e não somente quando estou na minha mesa de trabalho ou

Autor de best-sellers e cEo da consultoria norte-americana Envirossel, Paco

Underhill, que é conhecido pela mídia como o antropólogo do varejo, fala sobre

o que buscam os consumidores hoje e a experiência da compra

Page 20: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Entrevista

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7220

em casa. Então, se estou no supermer-cado, posso comparar preços, ou baixar informações dentro de uma farmácia. Posso estar no aeroporto e descobrir qual caminho eu devo percorrer para chegar em casa. No caso do varejo, há o reconhecimento das marcas fashion globais, e o impacto da moda descar-tável, guiada por redes como H&M e Zara, que apontam que a passarela não necessariamente reina. Creio que temos muitas questões sobre o que é global e o que é local, o jeito que o smartphone empodera as pessoas e

também a habilidade para as mulheres serem muito mais uma força no grande quadro do mercado.

Estamos falando de um fenômeno global ou essa tendência levará mais tempo para chegar a países como o Brasil?

unDErhill Não. Acredito que o Brasil, como muitos mercados emergentes, está fazendo suas próprias regras. Uma das mensagens que recebo quando falo com o público brasileiro, ou outras economias em desenvolvimento, é que

vocês não devem estar olhando para os Estados Unidos, França ou Portugal, e sim, para outros pontos emergentes. O Brasil é um lugar muito excitante por-que ele está se reinventando em vez de encontrar algo que ele não é. Você pode fazer coisas no Brasil que jamais poderia fazer nos Estados Unidos ou Europa ocidental.

Tais como?

unDErhill Em primeiro lugar, a qualidade da construção, o custo da mão-de-obra é baixo. O modelo de negócio da Daslu, por exemplo, não funcionaria em nenhum outro lugar do Brasil. Vocês também possuem um mercado que é guiado por considerações que nós não temos. Uma delas é a seguran-ça. Isso quer dizer que, por exemplo, a razão pela qual alguém constrói o Higienópolis ou Iguatemi é, em parte, porque as ruas não são seguras, en-quanto aqui em Nova York você pode estar andando na rua às 2h da manhã e sentir-se seguro. Se eu faço isso na avenida Paulista, alguém vai perguntar se sou louco. Acho que, para o Brasil, esse é um dos desafios que vocês, como nação, enfrentam, que é a questão da segurança. Creio que os brasileiros desenvolverão as suas próprias ten-dências de varejo em resposta às suas tradições locais.

Quais as vantagens do Brasil em relação a outros mercados emergentes?

unDErhill Acho que vocês têm inúmeras questões em progresso. Em primeiro lugar, os brasileiros nutriram o con-

“MUITo dE SER UM BoM EMPRESáRIo AINdA é UMA

qUESTão dE TER BoNS INSTINToS.”

Page 21: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 21

sumo doméstico e a produção de energia doméstica. Diferentemente de outros mercados emergentes, vocês não dependem do petróleo do Oriente Médio, vocês fabricam seus próprios automóveis e aviões. Os brasileiros possuem uma cultura do design em progresso, que frequentemente produz e observa além da fronteira e, ao vol-tar, reinventa por conta própria.

ainda na edição deste ano do nrF, o senhor disse que “ser verde” é uma questão de “ser local”. Explique isso. unDErhill Bom, certamente a responsabilidade ambiental está frequentemente focando naquilo que é a sua marca registrada, onde você está, e, por isso, o que guia as decisões verdes no mercado brasileiro pode ser bem diferente do que é feito no mercado escandinavo, por exemplo. Em parte, é o jeito como você aborda a reciclagem, ou o consumo de combustível. Parte disso também é como você avalia os materiais de construção locais. Isso quer dizer que uma estrutura verde na Bahia e uma estrutura verde em Estocolmo são diferentes por necessidade e que as melhores soluções ecológicas podem ter ou ser baseadas no conhecimento que é global e na tecnologia que pode ser global. Mas a execução é feita localmente. Se eu estou na Indonésia, por exemplo, onde o bambu é prevalente, desenvolver produtos e técnicas de construções que utilizem um material sustentável local como é o bambu faz muito mais sentido do que em localidades como Nova York ou Moscou.

“oS BRASIlEIRoS dESENVolVERão AS SUAS PRóPRIAS

TENdêNcIAS dE VAREjo EM RESPoSTA àS SUAS

TRAdIçõES locAIS.”

O que é essencial saber sobre os consumi-dores hoje?

unDErhill Que eles têm poder e são cínicos. Isso se dá pelo acesso adi-cional aos meios de publicidade, seja impresso, televisão ou online. Um dos reconhecimentos fundamentais que nós vemos hoje é que a suprema ferramenta de democracia é o telefone celular. Isso significa que o aparelho que você e o ex-presidente Lula carregam tem a mesma quantidade de dígitos, é uma sensação de igualdade. Muitos de nós estamos nos apoiando em outros para conhecimento, em vez de nos apoiar-mos na mídia para esse fim.

O vasto acesso à informação não seria um dos motivos pela perda de referências que são realmente confiáveis? unDErhill Acredito que é fundamental reconhecer que, ao comprar um batom da Revlon, ele não faz você mais sexy do que era antes. Muito das mensagens enviadas pela mídia são aproveitadas por nós para comentários sociais, mas isso não significa que realmente acreditamos nessa mensagem. Muitos de nós, que temos mais de 40 anos, não acreditamos mais que exista algo lá fora realmente capaz de transformar. Se há, são poucas coisas. Por isso, nossa relação com o consumo é

Page 22: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Entrevista

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7222

dirigida por uma série de motivos completamente diferentes dos critérios dos jovens de 20 e poucos anos ou adolescentes.

na sua opinião, o que as pessoas dizem é diferente do que elas fazem. É possível revelar os hábitos de consumo hoje? Se sim, como fazer isso?

unDErhill Em qualquer dia do ano, nós temos mais de cem pessoas pelo mundo espalhadas no mercado, observando o que as pessoas fazem. Trabalho no mercado brasileiro desde 1993, com diferentes empresas, como Itaú, Banco do Brasil e Grupo Pão de Açúcar. E parte do que estamos

fazendo é conversar com as pessoas nas suas casas, nas lojas, nas ruas, conversando com compradores, equipes, estamos interagindo no meio online também. Estamos usando uma multiplicidade de técnicas e, às vezes, tecnologias para conseguirmos entender não apenas o que as pessoas fazem, mas por quê. Coletar dados em 2011 não é complicado, o difícil é compreender o significado do que você faz. Nosso ponto de vista é que é extremamente importante não fazer apenas uma coisa. Não é somente através da pesquisa, ou do meio online ou de grupos específicos. Trata-se de ser capaz de pegar um problema e olhar para ele das mais

diversas maneiras possíveis, e então ser capaz de pegar esta informação e observar as similaridades e diferenças entre o que você coletou.

Como aplicar isso para um consumidor que está em constante transformação?

unDErhill Acho que um bom empreen-dedor sempre está conectado ao chão. Em segundo lugar, não ter medo de usar a internet como uma ferramen-ta. Isso significa que você pode ter uma unidade da empresa utilizando a internet, mas também pode fazer uso da mesma de uma forma mais local. Em terceiro lugar, é ser muito cuidadoso em entender os princípios básicos em oferta no varejo, o serviço de entrega, averiguar a higiene da sua loja e ter certeza de que você tem o que os consumidores querem.

Como você definiria a ciência da compra, hoje?

unDErhill Penso que muito de ser um bom empresário ainda é uma questão de ter bons instintos. É uma forma de arte, mas você tem que fazer a ciência trabalhar a seu favor. A diferença entre um jogador e um jogador inteligente é a aplicação da ciência e tecnologia. É possível adquirir este tipo de inteligência ao tentar compreender alguns dos princípios básicos: nós somos a maioria adultos em algum lugar do mundo, medindo entre 1,70m e 1,95m, 90% de nós somos destros, nossos olhos envelhecem do mesmo modo, nós amamos nossas crianças e, esperançosamente, gostamos dos nossos cônjuges.

“oS EMPRESáRIoS PASSARAM dE UMA PoSIção dE

lIdERANçA PARA UMA PoSIção dE ‘SEgUIdoRES’.”

Page 23: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 23

Com base no seu mais recente livro (O que querem as mulheres), o que querem, afinal, as mulheres?

unDErhill Creio que há muitas questões que são importantes. Primeiro, é uma sensação de segurança. Por exemplo: eu tenho quase 2m de altura e peso mais de 100 kg. Minha noção de segu-rança é muito diferente da sua. Em se-gundo lugar, as definições de “limpeza” entre homens e mulheres também são frequentemente diferentes. A mulher reconhece que existe em um mundo que pertence majoritariamente aos homens, que é administrado por eles, desenhado por eles, e, ainda assim, eles esperam que elas participem dele. Uma das ironias é que aqui nos Estados Uni-dos e em muitas nações de primeiro mundo, se você for a grandes cidades e olhar homens e mulheres empre-gados na faixa dos 30 anos, a mulher geralmente ganha de 10% a 20% a mais que os homens. Essa nova geração de mulheres é melhor educada, mais focada e tomou controle da sua própria biologia. Isso significa que as jovens de hoje separam sexo da procriação na sua vida e, por isso, enquanto você sabe que é melhor educada e que está ge-rando sua própria renda, você também está olhando para o mundo e pen-sando que ainda há muita injustiça. Muitas das leitoras do livro afirmaram que ele é engraçado. Outras, que é um engraçado desconfortável. Isso acon-tece porque todos nós gostamos de nos olhar no espelho, mas quando alguém aponta algo que sempre estava lá mas nós não percebíamos, aí é quando ficamos desconfortáveis.

na sua opinião, de que maneira o consumo feminino afeta o comércio e a economia hoje?

unDErhill Bem, historicamente, nós ven-demos às mulheres alimentos, cosmé-ticos, mas não nos damos conta de que elas também compram carros, casas, pacotes de férias e que isso pode ajudar a influenciar a compra de eletrônicos e muitas outras coisas. As linhas que definem “vendo isso para homens e aquilo para mulheres” simplesmente não existem mais.

Como o senhor avalia a presença de empre-endedores de empresas de menor porte no varejo hoje?

unDErhill É ainda uma posição privilegiada, pois um dos fatores mais

importantes para o consumo em todo mundo é ser local e ser conveniente. Local e pessoal é algo que um grande comerciante simplesmente não pode ser. Creio que o mais importante é o empresário reconhecer que a acessibilidade ao seu empreendimento é um dos importantes fatores responsáveis pelo seu sucesso e, por isso, questões de segurança e estacionamento seguro, além de serviços de entrega, como acessar produtos pela internet, isso tem que fazer parte do seu futuro. E pequenos e médios empresários do mundo inteiro estão descobrindo que usar a ferramenta online é uma maneira de expandir seu alcance e enriquecer o serviço que eles podem levar aos consumidores, e que o empresário de grande porte não consegue.

“AcREdITo qUE o BRASIl, coMo MUIToS MERcAdoS

EMERgENTES, ESTá fAzENdo SUAS PRóPRIAS REgRAS.”

Page 24: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

endas diretasV

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7224

atálogo na mão, batidinha na porta e sorriso no rosto; pronto, está fei-to o negócio. Assim é a rotina dos pro-fissionais que acreditam que a tradição – como o próprio nome sugere – não perde espaço para o contemporâneo. Talvez por isso o segmento de vendas diretas continua aquecido no Brasil. Só

no ano passado o volume de comercia-lizações totalizou R$ 26 bilhões, índice 17,2% maior do que o constatado em 2009. Cifras que não deixam dúvidas de que nem tudo mudou.

Os dados computados pela Asso-ciação Brasileira de Vendas Diretas (ABVD) confirmam a solidez e a im-

C

Quem tem boca vai às vendasA propaganda boca a boca e a visita do vendedor direto na casa do consumidor são

práticas que não perderam a importância no decorrer do tempo. Muito pelo contrário, as

vendas diretas movimentam um mercado gigante no Brasil

portância da atividade para a economia do país. Em 2010, 2,74 milhões de fa-mílias se beneficiaram peregrinando de casa em casa. Conforme o presidente da entidade, Paulo Quaglia, “o aumento constante no número de revendedores cadastrados revela que o setor cumpre um relevante papel social em geração de oportunidades de trabalho e renda”.

Vem a mim, por faVorPor mais que remeta ao passado e à

ideia de que a atividade é a cara da dona de casa, a venda direta também, assim como o e-commerce, representa prati-cidade almejada por uma geração sem tempo a perder. O consumidor moderno valoriza o sistema de “o que eu preciso vem a mim”. O mundo passou por trans-formações, e o comportamento do shop-per também. Entretanto, em nenhuma das duas situações a venda direta ficou obsoleta. Muito pelo contrário; a prática Mary Kay: clientes e consultores compartilhando experiências

Divu

lgaç

ão/M

ary

Kay

Page 25: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 25

do porta a porta não perdeu força e nem o lugar diante de um cenário em que um simples clique efetiva uma aquisição. “O sucesso desse canal é a facilidade que as pessoas têm de participar sem o au-mento do repasse do produto, além do contato direto com a clientela”, elucida Sergio Kozuka, presidente da Kenko Pat-to, empresa de Sorocaba focada em um mix de produtos relacionados à saúde, tais como colchões magnéticos.

Qualidade influencia na decisão de compra, mas a postura do consultor tem importância ímpar. A primeira impres-são é a que fica neste tipo de venda. O colaborador faz as suas transações co-merciais e, ao mesmo tempo, atrai mais consultores. Nesse caso, o profissional precisa estar bem informado a respei-to dos produtos e alavancar a marca. “Conquistam-se cliente e novas adesões ao negócio”, diz Kozuka.

efeito cascataAmpliar o círculo de relacionamen-

to é imprescindível. O vendedor a do-

No Brasil, no mundoEm 2007, o Brasil ocupava a terceira posição no ranking mundial das regiões que

se destacam no setor de vendas diretas. Um resultado que se justifica pelo perfil

do brasileiro, que carrega atributos típicos de um país tropical em que a empatia

prepondera. Isso porque empreender nesse nicho de mercado envolve comer-

cializar bens de consumo e serviços fora de um

estabelecimento comercial fixo, baseado no

contato pessoal. De acordo com Sergio Kozuka,

a maior parte dos autônomos que atuam no

segmento é do sexo feminino, principalmente

quando se trata de mercadorias do ramo da

estética. No caso da Kenko Patto, sobressaem

os homens, com idades que variam de 20 a 60

anos. O perfil dos consultores é bem democrá-

tico, compreendendo brasileiros das classes do

topo da pirâmide e as camadas populares.

Brasil no mundo (em us$)

posição

10º

país

EUA

Japão

Brasil

Coreia

Alemanha

México

Itália

Reino Unido

Rússia

França

2007

30.8

20.3

9.1

9.0

8.2

3.9

3.5

3.5

2.7

2.3

micílio precisa ter acesso a um número suficiente de pessoas que lhe permita atingir metas estipuladas. A confiança soma pontos a favor, já que o sistema funciona como uma cadeia em que se bota fé na indicação de outra pessoa. O conhecido efeito cascata. A Mary Kay, companhia norte-americana de

cosméticos com unidades em mais de 35 países, desenvolve as suas atividades dentro da filosofia corporativa Nós gos-tamos de pessoas, esse é o nosso diferen-cial. “A estratégia de marketing consiste em estreitar relações. Esse é o grande trunfo”, conta Adriana Chaves, dire-tora Sênior de vendas independentes da multinacional. Além da propaganda boca a boca, a Mary Kay explora os re-cursos da internet e redes sociais para divulgar produtos e dar aulas de dicas de maquiagem; contudo, não comer-cializa via web. Nas visitas a residências e empresas, através de verdadeiras reu-niões, é que o atendimento personali-zado acontece. “A aproximação entre consultor e comprador dá garantias e segurança. Qualquer problema, como falta de lacre e cor do batom, por exem-plo, o consumidor avisa e, em seguida, se faz a troca sem nenhum custo adi-cional. Ainda há a vantagem de experi-mentar a mercadoria.”

FoNt

e: a

BveD

CaroliNe Corso

Page 26: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

F R AUA I SN Q

Page 27: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

27

TexTo: francine desoux

formato de negócios conhecido como franquia – ou franchising, em inglês – não é novidade no mercado brasileiro; no entanto, vem ganhando cada vez mais espaço. Levantamento realizado pela Rizzo Franchise apontou que em 2010, o Brasil passou a ocupar a segunda colocação no ranking mundial que considera o número de franqueadoras, com 2.226 marcas (sendo 87% de origem brasileira), ultrapassando os Estados Unidos e só perdendo para a China.

Marcus Rizzo, especialista na área de franquias e sócio da Rizzo Franchi-se, explica que, na prática, o estudo demonstra que a quantidade de empresas franqueadoras vendendo franquias no Brasil hoje já é maior do que no mercado americano. “Isso significa que ultrapassamos o berço das franquias no mundo, porém temos no Brasil uma média de produtividade (franquia dividida pela quantidade de unidades instaladas) ainda muito baixa. Temos redes muito pe-quenas comparadas às americanas. Uma franquia média americana possui cerca de 83 unidades franqueadas por franqueador; aqui no Brasil não chega a 22.”

Além da pesquisa citada, outros levantamentos apontam o crescimento des-te mercado no Brasil. Em 2010, 12.198 novas franquias foram inauguradas no país, gerando 171.281 empregos. As 160.272 lojas franqueadas geraram receita diária de quase R$ 697 milhões; mais de 192 milhões de brasileiros deixaram R$ 3,63 por dia no caixa das franquias.

Investindo em marcas

TesTadas

OBe

ns &

Ser

viço

s / A

bril

2011

/ Ed

ição

72

Apropriadas para quem busca mais segurança na hora de abrir a sua própria

empresa, as franquias cresceram 8,24% no ano passado. Os índices positivos

se estendem para 23 setores da economia brasileira. No Rio Grande do Sul, o

número de franqueadores cresceu 50% em 2010

27

Page 28: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

ranquiasF

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7228

Conforme Marcus Rizzo, na franquia se tem um negócio de sucesso, um mode-lo, que normalmente tem filiais. A ideia é que se conceda o jeito de implantar e operar esse negócio – e é aí que se fala em formato – para um terceiro executar, cha-mado franqueado. Abrir uma franquia é comprar do franqueador o know-how daquele negócio, e essa compra inclui o apoio pré e pós-operação.

“Existe o apoio pré-operação, que ocorre através da busca e análise de um ponto para instalação, avaliação de um plano de negócios para implantação, que envolve avaliar custos, investimentos e por último um programa de treinamento que possa habilitar o franqueado, além de treinar os funcionários deste franqueado.” Rizzo acrescenta que é no momento do treinamento que se passa todo o conhe-cimento do funcionamento do negócio.

Envolve ainda projetos de arquitetura na hora da instalação, acompanhamento da implantação pelo franqueador – aquele que deu a licença para operar.

Depois de inaugurado o negócio, existe o suporte continuado, que é um acompanhamento do dia a dia da ope-ração pelo franqueador por meio de um trabalho chamado consultoria de cam-po. Também há treinamento constante e atividades como compras cooperadas para insumos da operação e propaganda cooperada através de um fundo formado por todos os franqueados que contri-buem mensalmente com uma parcela do seu faturamento.

Gustavo Schifino, diretor da re-gional Sul da Associação Brasileira de Franquias (ABF) e proprietário da rede Trópico Surf Shop, destaca que esse é um mercado em expansão. “Todo o setor de franchising está vivendo um momento único. No Rio Grande do Sul, em especial, por ter ficado mui-to tempo de costas para o franchising, o crescimento é ainda mais relevante. O gaúcho sempre foi mais reticente de fazer negócios em parceria, esse é um elemento histórico do comportamento do empresário gaúcho.”

Para Schifino, com o trabalho de divulgação das franquias realizado pela ABF no Estado, muitos profissionais identificaram o quanto o sistema tem crescido no mundo e principalmente no Brasil, e passaram a optar por esse mo-delo de negócio. Em empresas franque-adoras, o RS está hoje na sexta posição no ranking nacional, com 123 marcas. Isso equivale a 5,53% do total de fran-quias existentes no país; em São Paulo, primeiro lugar no ranking, são 1.136

empresas franqueadoras. Hoje, 23 seto-res da economia nacional são atendidos por franquias, que já representam 24% de participação no mercado brasileiro.

A dEcISãOApesar dos números positivos, ser

um franqueado nem sempre é uma boa opção para todos. Rizzo destaca que é importante ter em mente que se está entrando em um negócio no qual se terá pouca independência; deve-se funcionar dentro de determinados padrões. “Fran-quia não é muito aberta a empreendedo-res, que gostam de inventar.” Há pouca liberdade para criar e, em alguns casos, há dificuldade em relação aos padrões operacionais, que obrigam a ir com a em-presa por um determinado caminho em detrimento de outro. As obrigações são feitas contratualmente e passadas através de programas de treinamento.

Conforme Marcus Rizzo, quando decide abrir uma franquia, o empresá-rio deve ter em mente algumas reco-mendações básicas: a primeira delas é investigar as oportunidades disponíveis no mercado. “Essa investigação deve ser feita diretamente pela pessoa que deseja ser um franqueado. É preciso ter cuida-do com intermediários: o mercado está cheio de consultores que na verdade são corretores de franquia. A investigação que sugerimos também deve ser feita com franqueados que já estão operando aquele negócio. Sugerimos que se con-verse com pelo menos dois que estejam no negócio há até dois anos e dois com mais de quatro anos de experiência. Os franqueados que já estão operando irão contar como tudo realmente acontece depois do ‘casamento’.”

“A estimativa de crescimento

para o próximo ano é de 15%

para o Brasil e 18% para o Rio

Grande do Sul.”

Gustavo Schifinodiretor da regional Sul da ABF

arquivo Pessoal

Page 29: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 29

Gustavo Schifino indica que se faça uma pesquisa no site da ABF (www.abf.com.br) para verificar com qual área o em-presário tem mais identificação e analisar os indicadores daquele setor. O segundo ponto é ver se está dentro da capacidade de investimento que ele possui; e o ter-ceiro aspecto é considerar como elemen-to de decisão se aquele franqueador tem excelência, por meio da Certificação de Excelência da ABF ou conversando com os franqueados que já estão na rede.

Mas a escolha também deve ser feita pela empresa franqueadora. “Cada fran-quia deve ter o seu perfil ideal de fran-queado”, assegura Rizzo. No caso da rede de estéticas Onodera, o franqueado tem que ser operador, não pode apenas inves-tir, e mais: tem que ter mulher na gestão. “Como nossa marca atende o público feminino, a mulher circula melhor e en-

tende as necessidades da outra”, explica Lucy Onodera Park, sócia-diretora. Além disso, tem que ser focado em resultados, estar disposto a correr riscos, ter perfil proativo, estar atento às regras do negó-cio e cuidar muito bem do atendimento.

A preferência da Onodera por mu-lheres representa uma característica des-se mercado. A pesquisa Perfil do Fran-queado Brasileiro, realizada pela Rizzo Franchise, identificou que, em 2010, em relação ao ano anterior, a performance das mulheres foi 32% superior à masculi-na em faturamento. “Identificamos dois motivos básicos: o primeiro deles é que as mulheres são melhores formadoras de equipes de trabalho, a taxa de rotativi-dade de pessoal nas franquias operadas por mulheres é menor do que nas ope-radas por homens. E ainda a permanên-cia das mulheres à frente dos negócios

é bem superior à dos homens da mesma operação. As mulheres se apresentam mais à frente do dia a dia da operação do que os homens”, diz Rizzo.

Para os empresários interessados em transformar sua empresa em franquia, a indicação de Rizzo é que seja elaborado um bom plano de negócios; em seguida, entender claramente como funciona e como será entregar a sua marca para um terceiro operar; ter um formato padroni-zado de operação desse negócio. E por úl-timo, ter uma estrutura para poder fazer com que as franquias funcionem na mão de franqueados.

PARA cREScER cOm SUStENtABIlIdAdE

Para a empresa que se transforma em franquia existe um benefício rela-cionado à vontade de crescer sem ter o capital necessário para isso. Outra vantagem em ser um franqueador está

estados de origem das empresas franqueadoras

fonTe: rizzo franchise

lucy onodera: crescimento, visibilidade e eficiência na operação são as vantagens de ser franqueador

divu

lgaç

ão/o

node

ra

Page 30: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

ranquiasF

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7230

relacionado à administração da empre-sa: montar negócios e operar a distân-cia sempre gera problemas na gestão da operação. “No caso de franquia, ela entra com uma vantagem muito grande porque há um proprietário local, fun-ciona como se fosse você, espelhado localmente, operando o seu próprio ne-gócio”, argumenta Rizzo.

Foi a vontade de crescer que levou a paulista Onodera – com duas unidades em Porto Alegre – ao formato. “Em 1998, quando minha mãe estava inaugurando a terceira unidade própria, começamos a conversar sobre possibilidades de cresci-mento e vimos que franquia era o modelo mais rápido para expandirmos”, conta a sócia-diretora Lucy. Hoje a Onodora está presente em 12 estados brasileiros, com 44 franquias e nove lojas próprias. Para 2011, a meta da empresa, que completa

30 anos, é abrir dez novas unidades foca-das no Nordeste, Minas e Rio de Janeiro.

Lucy considera que o objetivo ini-cial foi alcançado. “Conseguimos crescer mais rapidamente, ganhar visibilidade e ter uma operação mais eficiente, já que é o próprio dono quem gere a franquia, e não um gerente. O resultado financei-ro é maior do que se fizéssemos isso so-zinhos, conseguimos crescer em lugares mais distantes.” Para os franqueados, os benefícios na visão da sócia-diretora são o ganho de escala e a participação em uma marca forte. “Outra facilidade é o supor-te, troca de informações, treinamentos e ferramentas de sistemas e gerenciamen-to. Temos um Centro de Pesquisa e De-senvolvimento que estuda os melhores tratamentos. Sozinho o empresário não conseguiria ter toda essa estrutura.”

A ambição de crescer também fez com que a porto-alegrense Saúde no Copo transformasse sua marca em fran-quia. Inaugurando a quinta loja própria – todas em Porto Alegre –, em novem-bro do ano passado começou a operar a primeira franqueada, em Canoas. “Para

termos operações em diferentes locais, decidimos optar por franquear a marca, e hoje esse é o nosso foco na expansão”, afirma Fábio de Souza Machado, geren-te de Operações e Expansão da Saúde no Copo, acrescentando que a empresa optou por ter apenas uma franquia ini-cialmente. Machado ressalta que o em-preendimento busca franqueados que se identifiquem com o negócio. “Não adianta o profissional adquirir uma fran-quia da Saúde no Copo e em frente a sua loja tomar Coca-Cola e fumar cigarro.” A escolha de um perfil adequado pode ser vista nos resultados da primeira loja franqueada. “A experiência está sendo fantástica, estamos aprendendo muito. Nos preparamos em muitas questões e descobrimos que não estávamos prepa-rados para outras, e compensamos com dedicação, acompanhamento e disponi-bilidade. Recebemos retornos positivos do franqueado e o padrão de qualidade está sendo mantido.”

A abertura, em 2004, da farmácia Vida Animal – primeira farmácia veteri-nária de manipulação do Rio Grande do

“No Brasil são abertas

quatro franquias por hora e

aproximadamente dez novos

empregos para cada operação.”

Marcus Rizzo Sócio da Rizzo Franchise

divulgação/rizzo franchise

lúci

a si

mon

fábio machado: a saúde no copo fez a opção de trabalhar com apenas uma franquia inicialmente

Page 31: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 31

Sul –, foi a realização de um sonho para Daniela da Rosa Moreira, farmacêutica da Vida Animal. Em 2009, a empresa ia bem e os sócios sentiram a necessidade de expansão, a partir daí iniciou-se o projeto da abertura da primeira filial também em Porto Alegre. Em 2010, com o objetivo de expandir, começou a busca de parceiros e a formatação de franquias. “Obtivemos interesse de farmacêuticos, veterinários e investidores que procuravam um novo nicho de mercado.” Atualmente a far-mácia possui duas lojas próprias e outras duas em fase de implantação, em Vitória (ES) e São Paulo (SP). “E outras em fase de negociação.”

mUdANçA dE RUmOApós trabalhar durante 18 anos

como executivo de uma multinacional, Luis Henrique Schüller Silva, franquea-do da Trópico Surf Shop (lojas Iguatemi e Bourbon Ipiranga), decidiu diversificar os negócios mantidos com o irmão. “Por ser uma área que não está relacionada ao nosso negócio – eu sou arquiteto, ele, engenheiro –, buscamos a alternativa

de franquia. Fomos buscar no mercado um outro setor, mas contando já com o know-how”. Silva conta que a proximi-dade com o esporte foi fator decisivo para a escolha pela Trópico. “Também consideramos a questão de herança. Demos preferência a um segmento que também tivesse a ver com nossos filhos, para, assim, dar continuidade.”

Na opinião de Silva, o primeiro be-nefício de ser um franqueado, natural-mente, é o know-how. “O conhecimento é fundamental para começar o negócio, todos os riscos são minimizados, pois eles já correram esses riscos e resolve-ram os problemas antes.” O segundo ponto importante é ter um negócio que já tem um nome, identidade, uma base de clientes bastante sólida. “Os pontos negativos ao ser operador de negócios é que se acaba, principalmente no come-ço, quando a injeção de capital é muito grande, tendo um ‘sócio’ que tem uma retirada maior que a sua, que é paga através dos royalts. Claro que isso não deixa de ser investimento.” Silva con-sidera outro fator negativo: “Normal-

luis henrique silva: o conhecimento é fundamental para começar o negócio, todos os riscos são minimizados

lúci

a si

mon

mente as franquias já têm capital de-finido de investimento e talvez o seu capital não seja aquele exigido, mas não impediria de fazer negócio próprio”.

Em outubro de 2007, Luis Henrique e seu irmão abriram a loja do Bourbon Ipiranga; em 2009, compraram a loja do Iguatemi. “Aprendemos mais sobre o ne-gócio, que não era da nossa área, e quan-do entendemos que já tínhamos conhe-cimento suficiente para comprar outro espaço, adquirimos a loja do Iguatemi, que é a loja referência da marca Trópico aqui no Estado.” Essa segunda loja era própria e os franqueadores não tinham a intenção de vendê-la; no entanto, os ex-celentes resultados obtidos na primeira operação garantiram a negociação.

Os planos de expansão de Silva para a Trópico, assim como os da Onodera, Vida Animal e Saúde no Copo, de-monstram o potencial de crescimento desse segmento. Conforme Schifino, da ABF, a estimativa de crescimento das franquias para o próximo ano é de 15% para o Brasil e 18% para o Rio Grande do Sul. “Todo ano algum modelo de ne-gócio novo surge e vira febre.”daniela moreira: o franqueado recebe fórmulas exclusivas e testadas

lúci

a si

mon

Page 32: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

aiba maisS

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7232

a m b i e n t e

i m a g i n a s ó !

[

Contêiner para armazenar empresas

Na era em que aproveitar, reciclar e fazer arte

com o que parece inaproveitável faz a dife-

rença, ideias de otimização de matéria-prima e

ambientes são bem-vindas. Caso do segmento

empresarial emergente do Brooklin, na cidade

de Nova York. Lá, os contêineres espalhados

pelo bairro foram transformados em espaços

comerciais. As iniciativas mais inovadoras ainda

serão premiadas no concurso cultural Não é

apenas um recipiente – uma competição que

objetiva apoiar o crescimento da comunidade

criativa do Brooklyn, ajudando os empreen-

dedores locais a

construírem seus

espaços e, com

isso, revitalizar a

região. Sem dúvida,

transformar é a

palavra de ordem

do século 21!

Divu

lgaç

ão

Q u a l i f i c a ç ã o

Falta de profissionais preocupa o Brasil

Pesquisa da PricewaterhouseCoopers aponta que 63% dos gestores brasileiros destacam a falta de mão-de-obra especializada como entrave para o crescimento do país. A conclusão é resultado de um estudo realizado, no ano passado, com 1.606 empresas familiares, em 35 países. O índice mensurado no Brasil ultrapassa o global (34%), revelando que nações emergentes sofrem bem mais com a falta de capacitação do que os países ditos desenvolvidos. A análise levou em conta entrevistas com executivos de companhias com atuação na Europa, Oriente Médio, Américas e Ásia.

A casa é suaPara receber os consumidores conhecidos como emergentes da forma

como eles merecem, é preciso planejar o ponto de venda dentro de um

protótipo que os faça se sentirem em casa. Segundo Fernando Brandão,

arquiteto especialista em projetos nas áreas corporativa, comercial e pro-

mocional, os ambientes ainda não são projetados para inserir o segmento

popular: “A maior parte dos espaços visa apenas à exclusividade, ou seja, se

uma loja quer atender tanto o nicho A como o C, precisa pensar em uma

arquitetura que integre todos”. Dados de estudo realizado pela agência

WMcCann revelam que o consumidor da classe C desenvolveu uma espé-

cie de radar contra a inferioridade, ou seja, o cliente desse grupo se afasta

de locais que considera muito chiques, de pessoas que ficam olhando para

ele e falam de um jeito diferente do dele. “O ambiente pode ser sofisticado,

sem ser opressor”, complementa Brandão.

Seja bem-vindoDicas do arquiteto Fernando Brandão para tornar o ambiente um sucesso:

Invista em ambientes mais convidativos e democráticos

Cores, texturas e formas fazem parte da identidade do brasileiro,

representando valores como o espírito de comunidade, alegria,

descontração, diversão, amizade e solidariedade

Pense os ambientes com criatividade e irreverência

Aposte no Design Multicultural

Lembre-se de que o seu projeto precisa ‘conversar’ com a

arquitetura ao redor

Tenha uma identidade

Page 33: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 33s e l e ç ã o

c o p a D o m u n D o

h i e r a r Q u i a

e m t e m p o

Olhando para os novos consumidoresNo dia 15 de março, o

país comemorou o Dia

do Consumidor. Em 2011

também se celebra os 21

anos do Código de Defesa

do Consumidor (CDC),

considerado uma das maiores

vitórias para equilibrar as

relações de consumo e garantir

os direitos de quem faz as

suas aquisições – um texto

importante quando estudos

dão conta de prever um mar

de novos clientes para varejistas

e prestadores de serviços no

país e no Brasil. O relatório

Consumer 2020: reading the

signs, da Deloitte, revelou o

aparecimento de 800 milhões

de novos consumidores com

origem na classe média das

nações emergentes. Para

dar conta desse crescimento

expressivo, os empreendedores

precisarão reestruturar cada

vez mais os seus meios de fazer

negócios, aprimorar o pós-

vendas e respaldar o público em

todos os processos da compra.

mais

info

rmaç

ões

na e

Diçã

o 64

Da

b&s

Mulheres lideram nos cargos de coordenaçãoElas conquistaram espaço e despontam no meio

corporativo. As profissionais do sexo feminino já

ocupam 58,63% dos cargos de coordenação, de

acordo com estudo da Catho Online, executado

com mais de 480 mil executivos e 200 mil

empresas nacionais e multinacionais. O cenário

cor-de-rosa ainda é endossado pelos percentuais

de mulheres que possuem postos mais elevados

nas organizações, como presidentes e CEOs:

nada menos que 22,91%. Com relação às áreas

de atuação em que o respectivo nicho sobressai,

educação (65,76%), recursos humanos (60,86%) e

relações públicas (54,71%) são as que apresentam

maior preferência e participação das mulheres. Tecnologia, por sua vez, continua sendo

a área com menor índice de atuação feminina, com 12,56%.

Área de atuação

ÁreaEducação

Recursos Humanos

Relações Públicas

Turismo

Administrativa

Medicina e Saúde

Jurídica

Comercial

Suprimentos/Compras

Industrial/Engenharia

Tecnologia

201165,76%

60,86%

54,71%

52,20%

45,61%

44,62%

37,05%

30,17%

22,49%

16,32%

12,56%

Comportamento versus competênciaAo contrário do que muitos imaginam, personalidade conta mais que competência na hora

de contratar. A constatação é da consultoria alemã Tredence, que analisou, em 20 países, o

que as companhias buscam na hora da seleção. Uma conclusão que surpreende é que uma

pessoa com alto QI e baixo equilíbrio emocional dificilmente obtém sucesso na carreira.

O consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz afirma que, no ambiente de trabalho e na

hora da demissão, o que conta mesmo são as atitudes: “É mais fácil alguém ser demitido por

seu comportamento, arrogância, do que por não ter conseguido atingir uma meta”.

Hora de acordar e marcar golSegundo levantamento do Sebrae-RS, se a Copa do

Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 acontecessem

em 2011 os empresários gaúchos não entrariam bem em

campo. Isso porque apenas 25% das micro e pequenas

empresas estão planejando ou executando mudanças

para mostrar seus produtos e serviços para o mundo. No

comércio, 58% dos entrevistados sequer começaram a

pensar e desenvolver projetos com foco nos eventos es-

portivos e as oportunidades que os mesmos abrem para

os varejistas. Neste quesito, a indústria largou na frente, driblando o tempo e correndo

atrás da qualificação de seus funcionários para atender às possíveis demandas. Realizada

no último trimestre de 2010, a pesquisa ouviu 400 empresários gaúchos.

stoc

k.xc

hng

Page 34: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

inançasF

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7234

mpresário precavido tem menos chances de sofrer a ação da famosa Lei de Murphy – a teoria de que “se algo pode dar errado, dará”. Então, o que fazer? Comprar patuá, trevo de quatro folhas, figa e pé de coelho não é uma alternativa. Algumas atitudes simples e cautelosas surtem bons resultados, como apostar no gerenciamento de ris-cos, levando em conta o que o mercado disponibiliza para garantir segurança e driblar possíveis perdas. As consulto-rias atuariais, por exemplo, funcionam como uma ferramenta para analisar as ameaças, indicar melhores rumos e tra-çar projetos estratégicos capazes de mi-nimizar alguns contratempos inerentes ao ato de empreender. Antes de seguir caminho, vale parar e observar se o si-

nal está vermelho, amarelo ou verde. A prudência desponta como uma grande aliada de quem não quer dar um passo em falso e apostar errado.

O nome soa estranho e não é tão fa-miliar quanto o da disciplina contábil. En-tretanto, a ciência atuarial compreende uma área do conhecimento que examina riscos e expectativas financeiras, sendo multidisciplinar ao considerar conceitos de economia, administração, estatística, matemática e contabilidade. Trata-se de uma especialidade que surgiu há cerca de 150 anos na Inglaterra, curiosamente avaliando fatores que influenciavam na mortalidade da população. Na época, os respectivos cientistas calculavam expec-tativas de vida, com interesse nas ques-tões relativas à aposentadoria e pensão.

E

Melhorprevenir do que remediarNo trânsito, todo mundo entende o que significa sinal amarelo. Já no contexto empresarial, os

números e as probabilidades são os verdadeiros sinalizadores das propensões de riscos. Para

não incorrer em perdas, há métricas que minimizam problemas

O tempo passou e a expansão do es-tudo atuarial aconteceu a partir do sé-culo 20 com o incremento do segmento de seguros. Na verdade, um nicho que ganhou força no momento em que as empresas perceberam a relevância de ações de prevenção para não sucum-bir a eventos fortuitos como incêndio, enchentes e prejuízos por delitos cri-minais, entre outros. “É fundamental ponderar situações de risco, bem como os recursos para fazer face às despesas imprevisíveis e alternativas para di-minuir o impacto negativo de alguma ocorrência. Nessa linha, surgiram se-guros, plano de previdência e títulos de capitalização”, explica o professor e consultor Sérgio Rangel – coordena-dor do curso de graduação de Ciências

Page 35: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 35

Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Métricas e probabilidadesÉ importante destacar que não se

está falando de especulação, mas de uma técnica capaz de avaliar probabi-

lidades por meio de métricas que possi-bilitam antever e, principalmente, pre-cificar transtornos futuros e problemas comuns em uma conjuntura balizada pela competitividade. “As organizações modernas estão suscetíveis a erros hu-manos, falta de pagamento de credores,

desgaste de imagens e outros acontecimentos que compro-metem a saúde financeira de uma empresa”, diz Rangel. São medidos dados, dígitos e vari-áveis que permitem visualizar onde mais ou menos há pro-pensão de risco – uma emprei-tada que requer profissionais capacitados e com experiên-cia. “Hoje, a maior parte dos empreendimentos terceiriza os riscos, repassando-os para al-guém administrar. A segurado-ra assume a responsabilidade diante de um pagamento certo e o empresário se exime de in-tervir e ter um gasto maior.”

sinistros, neM pensarHá anos a Kor Corretores

de Seguros, de Porto Alegre, trabalha para garantir a segu-

rança do patrimônio alheio. Segundo Breno Kor, atualmente não se cogita mais ter um negócio sem cobertura, uma realidade válida (e vital) para pequenos, médios e grandes estabe-lecimentos comerciais. Roubos, por exemplo, assolam empresas de todos os portes. Não se trata de azar, e sim de fazer um planejamento que conspire a favor diante de um contexto complexo influenciado pela volatibilidade merca-dológica, violência urbana e, até mesmo, pelas intempéries do tempo. Quem não lembra os recentes estragos das enxurra-das na cidade de São Lourenço do Sul e da seca na região Central do Estado? “Felizmente, a cultura do gerenciamen-to de risco se consolidou no Brasil e no mundo. No Rio Grande do Sul, o com-portamento do empresariado gaúcho não é diferente”, ressalta o corretor.

A dúvida de qual o plano de ação ideal para uma determinada atividade econômica deve ser esclarecida c om o fornecedor que vai prestar consulto-ria. Antes de escolher a corretora de seguros, é necessário analisar o p erfil do risco. Nessa hora, avalie: “O que poderá fragilizar a minha empresa?”. É para se pensar!

Lúcia Simon

Seguro como ninguémSe a ideia de fazer uma gestão de riscos parece onerosa para

pequenas e médias empresas, as cooperativas executam bem este

papel de guardiãs do segmento. O professor Sérgio Rangel assinala

a importância do associativismo para defender os interesses das suas

associadas, inclusive quando o assunto é gerenciamento de riscos.

“Nesse tipo de entidade, aplica-se a lógica da mutualidade de riscos,

em que eles são diluídos no grupo. A área da saúde consiste em um

exemplo clássico, todo ele regido por cunho atuarial”, elucida.

Page 36: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

entros de ComprasC

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7236

primeiro shopping do Brasil foi inaugurado em 1966, em São Paulo. Quase 50 anos depois, o país já conta com mais de 400 empreendimentos desse tipo, e a previsão é de que mais 24 sejam inaugurados ainda este ano, segundo a Associação Brasileira de Shopping Cen-ters (Abrasce). Ainda de acordo com a

O

A cada ano, o investimento em complexos comerciais – os shopping centers – cresce

em todo o país. Tanto em grandes capitais como em cidades menores, esse tipo de

comércio tem mostrado por que é uma oportunidade de negócio

várias possibilidadesUm centro,

entidade, entre as regiões brasileiras, o Sul aparece logo depois do Sudeste, com 77 shoppings, representando 19% do to-tal na participação no país. Somente o Rio Grande do Sul abriga 32 desses 77 centros, sendo 15 em Porto Alegre, fa-zendo da capital gaúcha a quarta no país a apresentar o maior número de grandes centros de compras.

A segurança não raro é o primeiro fator que vem à mente quando o assunto é shopping. A multiplicidade de escolhas reunidas em um só lugar, seja por moti-vo de compras, alimentação ou lazer, faz com que cada vez mais brasileiros optem pelo grande centro no momento de ir às lojas, ao cinema ou simplesmente passe-ar. De acordo com o diretor executivo da rede Bourbon Shopping, Paulo Pinheiro, o público consumidor busca, cada vez mais, facilidade de acesso, diversidade de opções e, principalmente, proximidade

para realizar suas compras. “A amplia-ção do poder de consumo da população em geral, a redução das taxas de desem-prego e a inflação controlada propiciam uma retomada de crescimento da eco-nomia poucas vezes vista nas últimas décadas”, afirma. Por isso, acredita ele, Porto Alegre e região metropolitana estão “aproveitando a fase de novos in-vestimentos e desenvolvimento”, apre-sentando alto potencial para a instala-ção de centros comerciais que atendem a essas demandas. Atualmente, a rede Bourbon conta com cinco empreendi-mentos no Estado, entre Porto Alegre e região metropolitana, além do Bourbon Shopping São Paulo.

Contudo, isto não significa que ape-nas as grandes metrópoles podem usu-fruir deste tipo de investimento. Pelo contrário, cidades do interior também estão revelando seu potencial para novos

Paulo Pinheiro acredita que a tendência dos shoppings vale também para o interior do Estado

MarC

Elo

aMar

al

Page 37: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 37

empreendimentos. No Rio Grande do Sul, municípios como Novo Hamburgo, São Leopoldo, Canoas, Passo Fundo, Pe-lotas, Rio Grande, Santa Maria e Caxias do Sul – alguns dos quais já contam com shopping centers – são exemplos de re-giões, na opinião de Paulo Pinheiro, com capacidade de absorção desses grandes centros. Por consequência, esses merca-dos buscam a qualificação das operações de varejo, diferenciando-se para ofere-cer uma gama maior e de melhor qua-lidade em produtos e serviços aos seus consumidores.

Segundo Pinheiro, a relação do gaú-cho com os shoppings costuma ser “mais passional”. “Ele transmite seu apreço ou desapreço com mais ênfase”, apon-ta. Ainda assim, há muitas semelhanças no comportamento dos consumidores, independentemente da região onde es-tão localizados os centros de compras. “De qualquer forma, e também por isso, sabendo que as cidades possuem perfis de públicos diferentes, os shoppings precisam se adaptar a eles”, salienta o diretor executivo.

oportUnidade para todos

Tanto nas capitais quanto em cidades menores, o comércio de rua ainda exer-ce grande influência na economia local. Ainda assim, é o poder de atração junto aos consumidores que também pode fa-zer dos shoppings uma boa oportunidade de negócios para pequenos e médios em-presários. De acordo com Paulo Pinhei-ro, a diversidade de opções de compras, serviços, comodidade de instalações, segurança e conforto são algumas das vantagens dos shopping centers.

Não menos importante é a consta-tação de que levar a loja para dentro de um centro de compras, independen-temente do porte da empresa, ajuda a aumentar o valor de uma marca. De acordo com Nailê Santos, gerente geral do Iguatemi Porto Alegre, isso acontece em função do grande fluxo de pessoas que circulam pelo shopping. “Cerca de 50 mil clientes passam por ele diaria-mente. Isso faz com que as lojas sejam mais vistas e lembradas pelos consu-midores, o que gera ótimos resultados para quem deseja empreender.”

A proprietária do salão de beleza Corte Zero, Rosana Santos Cardoso, deu início ao empreendimento primei-ramente em shopping, em 1993. Três anos depois, ela decidiu investir em uma unidade no Centro Histórico de Porto Alegre. Apesar de manter unida-des da empresa em complexos da capital – um total de cinco atualmente –, ela sentiu a necessidade de estar presente no comércio de rua na oportunidade de ampliar o atendimento ao público. “O salão está preparado para atender um grande fluxo de pessoas, por isso bus-

lúCia SiMon

Page 38: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

entros de ComprasC

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7238

camos pontos estratégicos, para que o cliente encontre o Corte Zero aonde quer que vá”, define Rosana.

A empresária explica que o público varia entre as unidades dos shoppings e a de rua, mas a preferência de cada con-sumidor é muito particular. “Por mais tranquilo e seguro que sejam os shop-pings, há clientes que frequentam so-mente a filial do Centro Histórico, seja pela proximidade ao trabalho ou sim-plesmente por escolha pessoal. O centro tem o seu glamour também”, explica. “É algo muito individual, por isso queremos estar presente em diferentes lugares.”

momento em qUestãoDe acordo com Alcides Debus,

diretor da rede de lojas Rabusch, o cliente das lojas de rua e o de shopping geralmente é o mesmo, o que muda é o momento em que ele frequenta cada ambiente. “A loja de rua, às vezes, fica próxima ao trabalho, e o consumidor passa por ela no intervalo do almoço ou a caminho de casa”, exemplifica. Porque o comércio de rua depende majoritaria-mente do fluxo de pessoas, ele permi-te maior possibilidade de ambientação

do cliente. “O atendimento também é mais próximo, pois nessas lojas o clien-te não raro gasta mais tempo, enquanto no shopping há uma multiplicidade de ofertas”, afirma Debus.

No que diz respeito ao lucro, as lo-jas de ruas e shoppings diferenciam-se quanto às vendas. Enquanto o comércio de rua vende menos por metro quadra-do, ele também representa um custo de energia e de mão de obra reduzidos, pois

não exige revezamento de equipes, como acontece nos complexos comerciais. “Os preços dos produtos são os mesmos, as-sim como o projeto de layout. Mas o shopping cumpre o papel de gerar mais fluxo nas vendas, porque ele é um gran-de centro de compras”, ressalta Debus.

A Rabusch conta hoje com 20 uni-dades, entre filiais e franquias, sendo 12 localizadas em shoppings e oito no comércio de rua. Para Debus, a tendên-cia é que esses dois comércios perma-neçam coexistindo. “Depende também do segmento em que o empresário atua. Alguns setores, como joalherias ou em-presas de informática, exigem reforço na segurança, o que dificulta manter uma loja de rua”, considera. Contudo, ele afirma que para o varejo crescer no mercado atual, “o shopping é o cami-nho”. “A expansão de uma empresa passa pelo shopping, mas isso não quer dizer que não se pode ter um comércio de rua”, acrescenta.

Gaúchos vão ao shoppingQue o gaúcho tem suas peculiaridades todo mundo sabe. Existem diferenças sutis

quando comparado a brasileiros de outras regiões do Brasil, inclusive na relação

com os shoppings. Nailê Santos, gerente geral do Iguatemi Porto Alegre, observa

um comportamento mais conservador, um perfil não tão aberto a inovações: “O

cliente do Rio Grande do Sul é muito exigente e leal às marcas, fazendo questão

de manter determinados hábitos”.

O público que frequenta o Iguatemi, exemplifica, é muito fiel, porque se identifica

com as acomodações e estrutura. “São pessoas que têm inúmeras histórias pra

contar o que já vivenciaram neste centro de compras. Isso nos deixa felizes e

satisfeitos, pois nos certifica de que estamos no caminho certo”, acredita Naile.

rosane (à direita) confia na multiplicidade do atendimento da equipe

lúCia SiMon

Page 39: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

ersonalidadeP

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 39

uando o assunto é liderança, Stephen Covey se destaca entre os au-tores recomendados para compor a bi-blioteca de qualquer empreendedor. O escritor, reconhecido pela revista Time como uma das 25 personalidades mais influentes dos Estados Unidos, pode ser considerado um especialista em gestão do desempenho humano, colaborando com os leitores ávidos por aprender mais sobre as nuances que permeiam o suces-so da administração de um negócio.

Professor e consultor organizacional, Covey dedica o seu trabalho – como ele mesmo diz – para demonstrar como as pessoas, dentro das suas singularidades, podem realmente controlar o seu desti-no com orientação, profunda, mas sim-ples. Os seus best-selleres aconselham milhares de pessoas que buscam por meio da leitura reciclar os seus conhe-cimentos e crescer profissionalmente.

Líder de vendasO êxito editorial justifica-se pelos

números e marcas importantes que o colocam no estafe de guru. Ele já ultra-

passou o patamar de 20 milhões de livros comercializados em 38 idio-mas. Entre os títulos que marcaram a sua trajetória, destacam-se: Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, Liderança baseada em princípios, Pri-meiro o mais importante e Os 7 há-bitos das famílias altamente eficazes. Cada publicação vendeu nada menos que 1 milhão de cópias. O mais recen-te lançamento, O 8º hábito: da eficácia à grandeza, já superou a casa das 400 mil cópias vendidas.

CurríCuLo para empreender

MBA em Harvard, doutorado na Uni-versidade Brigham Young e uma cadeira

Q

páginas de conselhos altamente eficazes

cativa no Conselho de Administração da Points of Light Foun-dations lhe garantem know-how para falar de gestão e liderança. Até porque Covey também atua como

homem de negócio. Ele fundou e preside a FranklinCovey, com sede em Utah, nos Estados Unidos, e escritórios em 123 pa-íses, sendo voltada à execução de treina-mentos de eficácia, ferramentas de pro-dutividade, planejamento de estratégia e serviços de avaliação para indivíduos e organizações. Dá para dizer que entre Covey e seu leitor, a conversa é de empre-endedor para empreendedor!

No ranking dos livros mais vendidos para executivos e profissionais que buscam

aperfeiçoamento na área de gestão desponta Stephen Covey. O autor escreveu best-

sellers como Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes

Para a estanteO best-seller Os 7 hábitos das pessoas muito eficazes vendeu milhares de exemplares em todo

o mundo. No Brasil, caiu no gosto de executivos de diferentes segmentos econômicos.

O autor aborda questões referentes a valores, missão e visão que cada indivíduo deve buscar para

poder tomar decisões de curto, médio e longo prazos. Tais feitos, explica Covey, são possíveis

por meio de atitudes como: proatividade, objetivo em mente, prioridades, pensamento na vitó-

ria, compreensão (primeiro compreender e depois ser compreendido), sinergia e renovação.

Divu

lgaç

ão

Page 40: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

escS

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7240

m dos mais recentes progra-mas do Sesc-RS, lançado este ano, é o projeto Teatro a Mil. Os objetivos são ambiciosos: a iniciativa pretende levar a 72 mil crianças de escolas públicas ativi-dades teatrais com cunho educacional. Segundo o gerente de Cultura do Sesc-RS, Silvio Alves Bento, a proposta é atender mil estudantes por semestre em cada uma das 36 unidades do Sesc-RS. “A proposta do Sesc-RS compreende a realização dos espetáculos que tenham um cunho educativo e proporcionem conhecimento, lazer e entretenimento.”

Carazinho é um dos municípios que receberão o projeto. A gerente do Sesc Carazinho Giana Groth, explica que a entidade fez uma parceria com a pre-feitura da cidade, que disponibilizará transporte aos pequenos. A apresenta-ção ocorrerá em duas sessões para 500 crianças cada. “As atividades culturais

proporcionadas pelo Sesc-RS são sem-pre muito bem quistas na região. Nossa unidade atende 55 municípios e todos os espetáculos realizados aqui contam com casa cheia.”

Em abril, os jovens da região de Ca-razinho receberão o espetáculo Jogos de inventar, cantar e dançar, dos gaúchos do Bando de Brincantes. Conforme Viviane Jugueiro, coordenadora e artista do gru-po, o bando já realizou duas turnês pelo Sesc. “Não existem palavras para explicar o serviço realizado pelo Sesc. Por meio de trabalhos sérios e lúdicos, que possuem qualidade estética e pedagógica, a entida-de leva cultura a públicos que não pos-suem acesso a este bem.”

Para os baixinhosViviane Jugueiro já ministrou cursos

e palestras sobre dramaturgia e literatura em outros projetos do Sesc-RS. A espe-

U

Propiciar cultura, educação e lazer a comunidades com baixo acesso é uma das

missões do Sesc-RS. Neste sentido, a entidade lançou o projeto Teatro a Mil, que

atenderá todos os municípios que possuem unidades operacionais do Sesc

cialista em Teoria do Teatro dedicou qua-tro anos a estudar arte e expressão com crianças. “Fazer arte para a primeira in-fância é incrível”, comenta. Desde 2007, o Bando de Brincantes atua como um coletivo de profissionais de diversas áreas que abordam arte para os baixinhos.

O espetáculo Jogos de inventar, cantar e dançar é fruto da pesquisa re-alizada por Viviane. Grande parte das canções foi composta e experimentada com centenas de crianças em escolas de Educação Infantil, entre 2003 e 2007. De acordo com informações divulga-das pelo bando, os poemas e canções apresentados em palco convidam as crianças a explorar, por meio de brin-cadeiras, descobertas sobre o corpo, animais, a natureza, meios de locomo-ção e diferentes instrumentos musicais. “As alusões são completamente lúdi-cas, enfocando a proposta pedagógica

Cultura E educação para os pequenos

Page 41: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 41

na expressividade artística a partir de possibilidades de ressignificação e asso-ciação.” Um bom exemplo, conforme a proposta do grupo, é a história de quan-do a lula e a aranha resolveram conhecer um mundo novo: a lula saindo do mar, e a aranha, da terra. Elas se encontram no meio do caminho e partem para uma bela aventura, na qual cada uma conhe-ce o ambiente da outra: o mar e a terra, com suas plantas e animais. “Há ainda situações de interação que brincam com coordenação motora e sons extraver-bais, além da bicicleta enferrujada, do coral do galinheiro e da banda do burro mais inteligente do mundo.”

Para Viviane, o retorno infantil é in-crível. “Eles são muito pequenos, mas participam e se envolvem o tempo todo. Difícil é controlar a tentativa de invasão de palco que ocorre em todas as apresentações.” A fim de garantir maior contato dos pequenos com a arte, a co-ordenadora do Bando de Brincantes se dedica após o espetáculo a responder às

questões deles. “Procuro dar atenção e conversar com quem está interessado.” A artista acredita que é mais difícil fazer teatro para crianças do que para adultos

O que seria do vermelho se não fosse o azul, da Associação Cultural Depósito de Teatro (RS)Cachoeirinha (5 e 6); Viamão (7 e 8); São Leopoldo (13 e 14)

A Viagem de um barquinho, do Grupo Timbre de Galo (RS)Camaquã (4); Pelotas (5); Rio Grande (6 e 7); Chuí (8); Livramento (12 e 13)

Jogos de inventar, cantar e dançar, do Bando de Brincantes (RS)Farroupilha (4); Caxias do Sul (5 e 6); Carlos Barbosa (7); Carazinho (8); Passo Fundo (11 e 12); Erechim (13 e 14)

Herlói, o herói, do Grupo Cuidado que Mancha (RS)Montenegro (5 e 6); Taquara (7); Torres (8); Gramado (11 e 12)

A almofada, o castelo e o dragão, do Grupo Cuidado que Mancha (RS)Pinhal (13); Novo Hamburgo (4)

O patinho pateta, do Comédia Teatral Infantil (SC)Santa Rosa (14); Santo Ângelo (15 e 16); São Borja (17 e 18); Bagé (21 e 22) Santa Maria (24)

Lúdico e educativoConfira as datas e os próximos destinos dos espetáculos que fazem parte do projeto Teatro a Mil (mês de abril). Informações: www.sesc-rs.com.br.

e que é imprescindível que haja, por par-te dos artistas, respeito à inteligência dos baixinhos e à sua capacidade de fabular. “É um desafio apaixonante.”

Kati

Wic

hini

esKi

/Div

uLga

ção

espetáculo Jogos de inventar, cantar e dançar faz parte da programação do Teatro a Mil

Page 42: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

enacS

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7242

magine a seguinte situação: o turista faminto entra em um bar e sai com um Do you have appetizers?; o garçom atônito responde “não entendi” com uma cara de interrogação. Parece um diálogo im-provável, mas é bem possível de aconte-cer daqui a menos de três anos, quando milhares de visitantes desembarcarão no Brasil para assistir à Copa do Mundo de 2014. O megaevento esportivo promete movimentar cerca de R$ 30 bilhões, se-gundo dados do Sebrae Nacional. A falta de preparo será o grande algoz de comer-ciantes e prestadores de serviços que não vestirem a camiseta verde e amarela para diminuir a distância até o seu consumi-dor estrangeiro. O Senac-RS faz parte do time e disponibiliza cursos de capacitação para ajudar os gaúchos a driblar, entrar na área e sacudir o placar.

O projeto Copa 2014: Oportunida-des e desafios, lançado nacionalmente no dia 29 de março, visa a profissionalizar mais de um milhão de pessoas – 230 mil

somente no RS – nos diversos setores da economia, com muitas oportunida-des projetadas sob medida para quem optou competir para vencer. A enti-dade disponibilizará cursos que melhor atendem às expectativas dos segmentos que estarão frente a frente com o gol no mundial de futebol. É a chance de apresentar um diferencial, destacar-se

I

Profissionaisgaúchos show de bola

e lucrar. Ganha a empresa que almeja expandir as suas atividades, ganha o profissional que deseja sair na frente em um processo de seleção. De acordo com o diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, o maior legado da Copa será a educação. “Mais do que ganhar o mundial, nosso maior desafio é mudar a educação no país, e nós temos estru-tura, história e condições de atender a esta demanda.”

Na opinião de Manuel Suarez, vice-presidente de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-RS, vender e explorar resultados financeiros devem ser a meta. “Acredito que o Estado está bem prepa-rado. Temos uma rede hoteleira que é uma verdadeira escola. O que não signi-fica que não há a necessidade de treinar mais os nossos funcionários e moderni-zar constantemente a infraestrutura.”

Dos 600 cursos oferecidos pelo Senac no Estado, 100 serão customizados para a Copa de 2014. Deste total, a metade

Não é só a seleção canarinho que vai entrar em campo em Porto Alegre – uma das

cidades-sede da Copa do Mundo. O Senac-RS também já preparou seu time e vários cursos

para dar uma força aos profissionais gaúchos que desejam se capacitar e lucrar no mundial

Suarez: equipes e empresas devem sempre se modernizar

Divu

lgaç

ão/S

enac

-RS

Page 43: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 43

Senac-RS abre caminhosInvestir, qualificar e chutar a gol.

Esse é o tripé que poderá garantir bons resultados financeiros a varejistas e prestadores de serviços por ocasião da Copa do Mundo de 2014. A partir do dia 15 de abril, as 61 unidades de atendimento do Senac-RS oferecerão as capacitações que integram o projeto Senac na Copa. Mais informações no site www.senacrs.com.br.

Serão várias oportunidades para trabalhador e empregador em cursos focados nas áreas mais demandadas para o mundial de jogos, compreendendo turismo e hospitalidade, saúde, imagem pessoal, informática, idiomas, gastronomia, moda, beleza, meio ambiente, comércio, comunicação e gestão

A entidade abriu as portas para equipes inteiras, ou seja, todas as programações de atividades de qualificação podem ser desenhadas de acordo com as necessidades específicas do negócio, realizadas na empresa (in company) ou em uma das unidades do Senac-RS

O espaço virtual Empregos & Currículos figura como uma possibilidade de alunos e ex-alunos publicarem o seu currículo e estreitarem relações com o mercado. Além disso, as empresas conveniadas também podem cadastrar as suas vagas de estágios e efetivas

será oferecida dentro do Programa Senac Gratuidade (PSG), beneficiando 115 mil gaúchos. “Temos um espaço muito gran-de para crescer em educação, e isso inclui a profissional”, salienta Rosa.

Bom de PaPo... O idioma consiste em uma habi-

lidade que arranca na frente. Não dá para pensar em incrementar as transa-ções comerciais sem aprimorar a comu-nicação e, dessa forma, evitar ruídos. Esse é um dos problemas identificados pelas organizações que atuam direta-mente com recrutamento: grande parte dos candidatos não vai além do por-tuguês. Apesar de vivermos na era da globalização, falta competência quando o assunto tangencia a destreza com ou-tros idiomas. O Senac-RS se antecipa e oferece, por exemplo, alternativas como a de língua estrangeira para co-merciário e taxistas. As aulas apresen-tam um conteúdo programático para ensinar, no mínimo, noções básicas, a fim de facilitar um contato eficiente dos

profissionais brasileiros junto às pessoas das mais distintas nacionalidades que transitarão pelo país.

... e de garfoO ramo da gastronomia também

promete apimentar o mercado e aguçar o paladar “dos forasteiros”, indepen-dentemente do sotaque que eles car-regam. Para servir à mesa um cardápio cinco estrelas, o Senac-RS propõe cur-sos interessantes e bem segmentados, a exemplo de opções como Cozinheiro básico e Culinária dos povos da Copa. Um investimento fundamental para que bares, restaurantes e hotéis con-quistem turistas e possam, até quem sabe, ser fornecedores da Fifa durante o evento. As empresas voltadas para o comércio de alimentação fora do lar têm no mundial a sua “galinha dos ovos de ouro”. Por que não transformar o es-tabelecimento comercial em um verda-deiro ponto turístico? Vale tudo. Aliar mídias eletrônicas, colaboradores capa-citados e variedades gastronômicas.

João alveS/Senac-RS

Page 44: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

egmentoS

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 7244

s gaúchos são conhecidos por suas tradições. Muito além do churrasco, da bombacha e do chimarrão, os gaúchos também são lembrados pelo seu caráter empreendedor. Imigrantes de diferentes partes do mundo chegaram aqui há mais de um século e plantaram a semente do que se tornaria uma importante caracte-rística do Sul do país: a arte de empre-ender. Além disso, o Estado também se transformou em uma região de oportuni-dades, inclusive para quem vem de loca-

lidades mais distantes. Esse fato mostra que os gaúchos souberam aliar a tradição à novidade. Prova disso são as apostas em negócios segmentados que possibilitaram a outros brasileiros a chance de se desta-car no universo empresarial. A tendência de empreendimentos focados na culiná-ria nordestina é um exemplo.

É o caso de Carolina Tarognolli, pau-lista que chegou a Porto Alegre há três anos. Para acompanhar o marido, Caro-lina mudou-se de mala e cuia para o Rio

O

À parte do tradicionalismo que o cerca, o Rio Grande do Sul é um Estado de oportunidades

para quem deseja agregar novos hábitos à terra do chimarrão. Empreendimentos focados em

especiarias de outras regiões, como o Nordeste, são exemplo de uma aposta que deu certo

Grande do Sul. A chef de cozinha já tinha a ideia de montar um bistrô quando che-gou à capital. Inspirada pelos mais de dez anos em que viveu no Nordeste, onde já havia administrado uma casa noturna, ela decidiu montar uma tapiocaria. A tapioca é uma iguaria típica do Nordeste brasilei-ro, à base de mandioca. De cor esbranqui-çada e similar a um crepe, a tapioca pode ser elaborada com vários recheios, sendo o mais tradicional o de coco com queijo. Na tapiocaria Mundo da Lua, localizada no bairro Cidade Baixa, boa parte dos produtos são elaborados no próprio res-taurante, como a carne de sol e manteiga de garrafa. “Não são produtos que encon-tro à venda, então tenho que produzir”, diz Carolina. A tapioca é conhecida como um prato popular, e a chef decidiu com-biná-la à alta gastronomia. E para a ale-gria dos gaúchos, ela partiu em busca de versões que agregassem ingredientes mais típicos do Sul, como vinho e cogumelos. “O gaúcho é bastante exigente. Gosta de comer bem, há curiosidade por coisas

invade o Rio Grande do SulO NOrdeste

Carolina, da tapiocaria: “Além da curiosidade pelo novo, o gaúcho preza pelo serviço de qualidade”

Page 45: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 45

novas. Mas o fato de experimentar algo novo está aliado ao serviço, o gaúcho pre-za muito o serviço de qualidade”, afirma.

um dOs piONeirOsNatural do Recife, Eduardo Natalí-

cio Leite dos Santos começou sua vida empreendedora à frente de quiosques na paradisíaca Porto de Galinhas. Mas foi no Rio Grande do Sul que o nome de seu avô se tornaria marca registrada de um case de sucesso. Quando chegou a Porto Alegre, ao observar a falta de um ambiente que lembrasse um tradicional boteco, Santos decidiu apostar na ideia. Para começar, recorreu ao curso de Gastronomia do Senac, onde também encontraria as par-cerias que formariam sua primeira equipe de colaboradores. Cinco anos após ser inaugurado, o Boteco do Natalício é um empreendimento de sucesso na capital, sendo reconhecido pela crítica gastronô-mica de todo o país.“Fomos conquistando a clientela. São poucos os dias em que não temos fila de espera”, comenta Santos.

A partir dos bons frutos colhidos com o Boteco do Natalício, o empresário in-

vestiu em dois novos empreendimentos: o Dona Neusa e o Dona Zefinha, uma homenagem à avó e à bisavó, respecti-vamente. Enquanto o primeiro remon-ta a uma tradicional casa de samba, no melhor estilo carioca, o Dona Zefinha oferece aos gaúchos os dotes da comida nordestina. Não é à toa que o ambiente conta com a presença de colaboradoras vestidas com típicos trajes baianos. Se Eduardo Natalício trouxe o Nordeste para o Rio Grande do Sul, ele também garantiu uma homenagem gaúcha em sua terra natal. Em Porto de Galinhas, as velas das jangadas divulgam o Boteco do

fotos: LuCiA simon

Em Porto Alegre, boteco Dona Zefinha resgata cultura nordestina

Natalício com uma bandeira do RS. Boa parte dos ingredientes vêm de São Pau-lo, além de compras feitas diretamente por telefone. No entanto, frutos do mar, como lagosta e camarão, são adquiridos em solo gaúcho. Santos também se ins-pira em suas viagens, sejam profissionais ou por lazer. “O que procuro fazer, antes de tudo, é proporcionar bem-estar às pessoas. Acredito que o lucro seja uma consequência natural”, avalia. Hoje, o Boteco do Natalício também conta com uma unidade na Zona Sul de Porto Ale-gre, e há planos de expansão para o bair-ro Moinhos de Vento.

Page 46: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Marcelo PortugalConsultor econômico da Fecomércio-RS

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2Vi

são

Econ

ômica

46Ro

si B

onin

sEgn

a/FE

comé

Rcio

-Rs

Por muitas décadas a inflação foi o principal problema da economia brasileira. No primeiro governo FHC o dragão da inflação foi domado. Desde então, ele nos faz visitas esporádicas. Foi assim em dezembro de 1999, quando a inflação acumulada em 12 meses atingiu 8,9%; em maio de 2003, quando chegou a 17,2% e em maio de 2005, quando voltou a atingir um pico de 8,1%. Há uma grande probabilidade que uma nova visita do dragão esteja agendada para o início do segundo semestre de 2011.

Terminamos o mês de fevereiro com uma inflação acumulada em 12 meses de 6,01%. A perspectiva para os próximos meses, apesar de uma provável redução da taxa mensal em mar-ço e abril, é que a taxa de inflação anualizada continue elevada e supere o teto do sistema de metas de inflação, que é de 6,5%, no início do segundo semestre do ano.

Essa aceleração inflacionária recente tem causas externas e internas. Por um lado, a recu-peração da economia mundial e os juros muito baixos na Europa e nos Estados Unidos tem impulsionado os preços das commodities mine-rais e alimentícias. A elevação dos preços do petróleo ainda não foi totalmente transmitida aos consumidores brasileiros em função da po-lítica da Petrobras de repasses seletivos. Há ele-vação da nafta e do querosene da aviação, mas manutenção dos preços da gasolina e do diesel.

Por outro lado, a esse choque de preços que vem de fora do país somam-se condições inter-nas de excesso de demanda, que permitem a transmissão inflacionária por toda a economia. Choques de preços em setores específicos são facilmente irradiados por todos os demais seto-res da economia, pois as condições da deman-da permitem o repasse de elevações de custos e de salários para os preços dos produtos.

Em 2003, no início do primeiro governo Lula, a visita do dragão foi combatida com de-terminação. Houve redução na demanda do setor público, com corte de gastos e elevação de juros. Em 2011, não se nota a mesma dispo-sição por parte do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Mesmo depois do corte de R$ 50 bilhões no orçamento, o gasto público ainda deverá se elevar em 2011, passando de R$ 660 bi, em 2010, para R$ 720 bi neste ano. Por ou-tro lado, o Banco Central, mesmo admitindo que a inflação se elevará para valores próximos ao limite determinado pelo sistema de metas de inflação, continua se mostrando pouco agressi-vo em termos de política monetária.

A ação concreta do governo no combate à inflação nos próximos meses nos permitirá deduzir se o centro da meta de inflação real do governo são os anunciados 4,5%, ou se, na ver-dade, há uma meta mais elevada que ninguém tem vontade de verbalizar.

A volta do dragão

“Choques de preços em setores específicos são facilmente irradiados por todos

os demais setores da economia.”

Page 47: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

lossárioG

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 47

ara toda a competição existem regras a serem cumpridas e respeitadas. Quan-do um atleta profissional pratica alguma infração, ele é devidamente repreendido. Na esfera dos negócios, não é muito dife-rente. Nesse caso, quem assume o papel de árbitro é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

No intuito de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder eco-nômico, é responsabilidade do Cade analisar as implicações de mercado, de operações de compra e fusão entre empresas do mesmo setor, que podem resultar em situações de monopólio de mercado, prejudicando o consumidor.

Num cenário em que a concor-rência cresce velozmente, os preços praticados tendem a se manter nos menores níveis possíveis, enquanto as empresas buscam formas de se torna-

rem cada vez mais eficientes, a fim de aumentarem seus lucros. Quando tais ganhos de eficiência são conquistados e difundidos entre os produtores, é feita uma readequação dos preços que pode beneficiar os clientes. Desta forma, a li-vre concorrência garante, por um lado, o baixo custo para os consumidores, e, por outro, o estímulo à criatividade e à inovação das instituições. No entanto, para que cada empresário disponha de segurança e condições plausíveis para competir e progredir dentro desse sis-tema com condições igualitárias são necessárias normas que assegurem as mesmas chances de crescimento, para que todos tenham oportunidade de as-censão. O papel do Cade é efetivar essa livre concorrência justa.

O órgão também desempenha os papéis preventivos, de repressão e edu-

P cativo, que correspondem à análise dos atos de concentração entre os agentes econômicos, ao impor obrigações do fa-zer ou não fazer, determinar alienações e alteração nos contratos dos agentes. O Cade ainda examina condutas da concorrência, reprimindo práticas in-frativas à ordem econômica e, pedago-gicamente, organiza palestras, cursos e seminários acerca dessas questões.

Unido às secretarias de Acompa-nhamento Econômico (Seae/MF) e de Direito Econômico (SDE/MJ), o Cade compõe o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC), responsável pela promoção de uma economia com-petitiva no Brasil. Enquanto as secreta-rias instruem os atos de concentração e investigam possíveis ilícitos concorren-ciais, ao Cade é incumbido o julgamen-to dos processos.

Para garantir uma livre concorrência entre empresas e oportunizar crescimento justo para

cada uma, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desempenha funções

que asseguram uma competitividade igualitária entre os empreendimentos

ComPetiçãoassegurada no mercado

Page 48: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Fernando SchulerCientista político do Sistema Fecomércio-RS

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2Vi

são

Polít

ica48

caro

line

cors

o

Um dos fatos mais significativos neste início de ano político foi a aprovação, pela Comissão da Reforma Política do Senado Federal, do fim do instituto da reeleição no país. São três mu-danças: executivos com mandatos de 5 anos, sem reeleição, e eleições gerais, em todos os níveis, de uma vez só, a cada 5 anos. O que efe-tivamente surpreendeu foi o grau de consenso da votação. Apenas 2 dos 15 senadores se co-locaram contra. Surpreendeu também positiva-mente a posição da presidenta Dilma, retirando o Governo do debate e deixando-o inteiramen-te sob a responsabilidade do Congresso.

O recado é simples: a reforma política, desta vez, pode sair do papel. E isso nos coloca uma questão: qual é a visão do setor produti-vo brasileiro sobre a reforma? Uma resposta simples seria dizer que esse é um assunto para os políticos, pois os empresários não devem se preocupar com isso. Me parece uma posição equivocada. É preciso ter posições, como uma agenda mínima para a reforma política capaz de mobilizar e influenciar o debate hoje em pauta no Congresso. O primeiro grande tema é o do sistema eleitoral. Há um certo consen-so de que nosso sistema de voto proporcional em lista aberta envelheceu. Há três propostas alternativas em discussão: o sistema de lista fe-chada, em que o eleitor vota em uma lista de candidatos previamente ordenada pelo partido;

o sistema distrital misto ou puro, em que a elei-ção de cada parlamentar é majoritária em seu distrito, e o modelo do “distritão”, em que cada estado seria considerado um grande distrito e seriam eleitos os candidatos diretamente mais votados pelos eleitores. O distritão, caso ado-tado, tornaria o Brasil uma excentricidade no mundo das instituições políticas, em âmbito global. Sistema com baixíssimo nível de res-ponsabilização ou compromisso entre eleitos e eleitores. O voto em lista fechada caminha no sentido inverso: concede enorme poder aos partidos políticos, eventualmente indu-zindo cada parlamentar a responder mais ao partido do que a seus eleitores. No voto distrital, um partido pode fazer 40% dos vo-tos em todos os distritos e não eleger um só representante no parlamento.

Essa brevíssima descrição mostra que não há modelos feitos apenas de virtudes. É preciso escolher entre modelos defeituosos, e isso só pode ser feito se houver clareza sobre que tipo de liderança política nós queremos para o Brasil das próximas gerações. Há que olhar a experi-ência internacional e perceber com clareza que tipo de virtudes cada sistema premia, e verifi-car se são essas as virtudes que queremos como marca de nossas instituições. Um trabalho e tanto, para o qual é imprescindível a atuação intensiva da liderança empresarial brasileira.

R eforma e agenda empresarial

“A reforma política, desta vez, pode sair do papel. Qual a visão do setor

produtivo brasileiro sobre essa reforma?”

Page 49: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Bens & Serviços / Abril 2011 / Edição 72 49

Mais Menos&InvestImentos in BrazilNos próximos quatro anos, os investimen-

tos no Brasil poderão ficar perto de

Dos destaques em investimentos, as

áreas de petróleo e gás, petroquímica e

papel e celulose estarão bem vistas. Em

infraestrutura, há os fortes investimentos

em logística e energia.

Rs em ascensãoO Rio Grande do Sul ocupou a

em 2010 no volume de constituição de

empresas no Brasil, atrás apenas de São

Paulo, Minas Gerais e Paraná. No Estado,

foram constituídas na Junta Comercial do

Rio Grande do Sul (Jucergs) um total de

73.597 empresas.

vagas à vIstaPara este ano a Fecomércio-RS

prevê a criação de

vagas de emprego no Estado.

100 mil

tuRIstas gastam maIsO Banco Central divulgou levantamento

que revela um aumento de

das despesas de turistas estrangeiros no

Brasil em janeiro de 2011. No primeiro

mês do ano, os turistas estrangeiros

deixaram US$ 595 milhões no país.

Em janeiro do ano anterior, foram gastos

US$ 566 milhões.

5%4ª posição

US$ 2 trilhões.

mateRIaIs de constRuçãoO comércio de materiais de construção

deve movimentar

este ano, o que representa um consumo

per capita de R$ 469.

R$ 76,4 bilhões

compRas vIRtuaIsCada vez mais brasileiros fazem

compras pela internet. Em 2010,

o faturamento estimado das lojas

virtuais de varejo foi de

montante seis vezes superior ao

registrado em 2005.

US$ 9 bilhões,

Jaku

b kr

echo

wic

z/ST

ock.

XchN

G

caso buRocRátIcoCada empresa brasileira perde,

em média,

horas de trabalho por ano em função

da complexa burocracia nacional.

2,6 milch

riST

ophe

Libe

rT/S

Tock

.XchN

G

casamentos RentáveIsO setor de casamentos já movimenta

por ano no Brasil. Segundo a

presidente da Associação dos

Profissionais, Serviços para

Casamento e Eventos Sociais

(Abrafesta), Vera Simão, se

modernizar é fundamental para

conquistar espaço nesse mercado.

R$ 10 bilhões

euGe

Nia J

oy/S

Tock

.XchN

G

teRRas bRasIleIRasSerá de

(3 mil hectares) a extensão máxima de

terras que empresas com capital estrangei-

ro poderão comprar ou arrendar no Brasil,

segundo proposta em debate no governo.

O objetivo é tentar frear o avanço de

investidores externos em negócios com

imóveis rurais no país. Os limites da lei

serão mais rigorosos na Amazônia.

30 km2

Inflação Igp-mA inflação medida pelo Índice Geral de

Preços – Mercado (IGP-M) foi de

na segunda prévia de março, o que indica

uma desaceleração ante a taxa de 0,88%

registrada em igual prévia de fevereiro.

0,59%

Page 50: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de

Thais Mayumi Kurita Sócia do Kurita, Bechtejew e Monegaglia Advogados

Bens

& S

ervi

ços

/ Abr

il 20

11 /

Ediç

ão 7

2Ne

gócio

s50

Cibe

le C

iNtr

a/Di

vulg

ação

Abrir uma franquia ou um negócio sob bandeira própria é uma dúvida que normal-mente tem origem numa única premissa: ser seu próprio patrão. Daí decorrem algumas distorções: alguns garantem que a franquia é um negócio infalível; outros, que é apenas uma repetição das relações patrão-empregado. Afinal: o franqueador é um patrão disfarça-do ou, numa franquia, trabalha-se menos e é impossível falir? Nem um nem outro: ambas as concepções são distorcidas. A realidade demonstra que, independentemente da es-colha, o que importa é estar bem preparado para o desafio de operar um estabelecimento, seja ele comercial ou de prestação de servi-ços; bandeira própria ou franqueada.

Preparar-se e conhecer profundamen-te o segmento no qual se quer atuar significa antever problemas e conhecer possíveis solu-ções. Parece óbvio, mas, segundo um estudo realizado pelo Sebrae, a falta de preparo é um dos principais motivos de insucesso em novos empreendimentos. De acordo com a pesquisa, a taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas, apesar de apresentar queda, ainda continua elevada. As principais causas do fra-casso, em ordem de importância, são: compor-tamento empreendedor pouco desenvolvido; falta de planejamento prévio; gestão deficiente do negócio; insuficiência de políticas de apoio;

flutuações na conjuntura econômica; proble-mas pessoais dos proprietários.

Para abrir um negócio sob bandeira pró-pria é preciso considerar alguns fatores adi-cionais, como o tempo de maturação, acei-tação de um produto novo pelo mercado e formalização dos processos de operação da empresa. Desafios que são muito menores quando se trata de franquias.

Por outro lado, no franchising há regras e padrões a serem cumpridos, além da obrigato-riedade, em muitos casos, de adquirir produtos de determinados fornecedores e pagar royalties todos os meses. Outro elemento importantíssi-mo é o perfil de quem pretende empreender – seja na franquia ou na bandeira própria –, pois há pessoas que simplesmente não conseguem seguir padrões predefinidos.

Ao lado do preparo e de um conhecimen-to profundo do segmento em que se pretende atuar, é preciso agir com muita cautela, seja qual for a opção do empreendedor. Assim, são necessários cuidados especiais com: contrato de locação, ocupante prévio do ponto comercial; plano de negócios; alvarás e autorizações. Mas tenha bem claro que, mesmo tomando todos esses cuidados, nem a franquia, nem a bandei-ra própria são garantia de sucesso. O preparo e a cautela podem representar um diferencial competitivo. Mas não há negócio sem risco.

F ranquia ou bandeira própria?

“Preparar-se e conhecer profundamente o segmento no qual se quer atuar

significa antever problemas e conhecer possíveis soluções.”

Page 51: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de
Page 52: FRANQUIAS F que já deu certofecomercio-rs.org.br/wp-content/uploads/2016/12/revista... · 2016. 12. 7. · 1° A 31/ de mAIo FestIvAL PALco gIRAtóRIo Acontece durante o mês de