Frei caneca e entorno
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Transcript of Frei caneca e entorno
O importante é cuidarmos do nosso
jardim!**
A mais bela rampa da cidade!
O ninho dos travecos!
O escadão dos maconheiros!
O morador mais cuidadoso da região!
** frase de Voltaire, em “Cândido”.
Senhores, o
Pedestre Bobo nos
levará a um passeio
no bairro onde
mora.
Onde você mora,
Pedestre Bobo?
Onde você mora,
Pedestre Bobo?
Depende: quando eu quero parecer
artista e intelectual digo: Bixiga.
Quando quero parecer chique,
digo: Consolação.
E quando quero me mostrá, falqo que
moro na Avanhandava!
Meu, esse balãozinho pink...
Cês tão de sacanage comigo!
R U A F R E I C A N E C A
Se eu falá procês que o supermercado que tem neste xópim é super limpo e
barateiro, cês acreditam? Pois é a pura verdade!
Ah, e tem bicicletário também!
O projeto da entrada é interessantíssimo: uma
fonte ladeada por duas rampas.
Conseguiu-se movimento, suavidade e qualidade
espacial num espaço muito restrito.
Ô, doido! Vai metê a câmera na
água, mano?
Neguim qué vendê de qualquer
jeito.
P R A Ç A N O P É D O
E S C A D Ã O QU E L IGA A R U A
AVA N H A N D AVA C OM A R U A
F R E I C A N E C A
O Googlel Maps não mostra nenhum nome para
esta praça elevada.
A rua que se vê é a Avanhandava.
O escadão leva à Rua Frei Caneca.
O escadão leva à Rua Frei Caneca.
Esse escadão é cavernoso,
irmão. De noite nem te conto!
Cada dia que eu subo esse escadão tem uma
novidade.
O cara não tinha o que fazê jogô um saco cheio de letrinhas de placa de
boteco, aquelas que anuncia os preço das
comida.
R U A A C A R A Ú
Outra pracinha sem nome no gugôl mépis.
Outra pracinha sem nome no gugôl mépis.
A pracinha é um encanto:
playground, algum brinquedo
e, curiosamente, uma
arquibancada que aproveitou
o declive do terreno.
Meu esse galo é manêro.
Que rua é isso?
Meu esse galo é manêro.
Que rua é isso?
Não lembro! Faz tempo que
tenho essa imagem no meu
arquivo e resolvi por neste
trabalho...
Qué dizê, tu num sabe onde
fotografô o troço e joga aqui pro
pessoal...?
Vô te contá, viu!
R U A PA IM
Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na
Nove de Julho, mas a saída de serviço
fica na Paim
Lixeira do Kibexiga. A casa tem porta na
Nove de Julho, mas a saída de serviço
fica na Paim
Kibexiga! O rala buxo mais famoso do
pedaço. Se quisé encontra umas piauiense ajeitadinha, é aqui, mano!
Estacionamento do Kibexiga, da Nove de
Julho se vê a Rua Paim, note o teatro.
Óia aí os treme-treme!
O conjunto Santos Dumont, projetado
por Aaron Kogan.
O Demoiselle
O 14 Bis
O Caravelle
Os cara tão derrubando tudo,
meu! 5 prédios novos prá
vendê na Paim!
Daqui há pôco os pobre vão tê de encontrar outro
canto.
R U A H E R C U L A N O D E F R E I TA S
R U A D R . P E N A F OR T E M E N D E S
Manja essa fila? Tudo
marmanjo de butuca prá pegá café e almoço de
grátis.
Manja essa fila? Tudo
marmanjo de butuca prá pegá café e almoço de
grátis.
O bandeijão para os carentes não possui
albergue. Resultado: dezenas de homens e
mulheres dormem ao relento, na calçada,
para obter o café da manhã aqui.
Esse predião quadrado é o Demoiselle. Dos 3 é o mais arrumadim. Ele fica meio
escondido, não tem fachada na Paim.
Esses 2 não são ruim de tudo.
Pobrema memo é o Caravelle, que nunca teve habite-se e virô
favelona vertical.
Caravelle
O Caravelle não tinha alvenaria comum nas paredes, mas sim um tipo de gesso
acartonado. O então prefeito Jãnio Quadros, por este motivo, se recusou a dar
o habite-se à obra, de modo que os proprietários jamais tiveram escritura, o
que gerou uma situação de não se poder comprovar quem, de fato, são os donos
originais. Ademais, alguns donos usavam o apartamento para encontro com
amantes, de modo que a família oficial nem sabia da propriedade que o marido
havia comprado. Ao morrerem, as unidades ficaram à deriva, juridicamente.
Note a cor vermelha na fachada. São tijolos baianos colocados no lugar da
antiga vedação frágil.
Rua Dr. Penaforte Mendes,
diante de um prédio de
apartamentos.
Um morador simplesmente se
senta no chão para cuidar das
plantas que estão na calçada.
Que belo exemplo de zelo pela
cidade!
Não sei o seu nome, mas ele
autorizou a foto.
Fica nossa homenagem a um
paulistano que trata bem a
cidade onde mora!
Se todos fossem iguais a você...
R U A A C A R A Ú
A mais bela rampa da cidade não está
nos jardins nem em Higienópolis.
Meu, adoro essa rampa. Ela é tão engraçadinha! Quando tu passa por ela, descendo, as gradinhas vão meio que se mexendo, manja? Tipo um efeito ilusão idiótica, sabe?
Rua Avanhadava esquina com a Araquã. Normalmente tá limpinha, mas vez em quando a galera
faz isso. Fico me preguntando o porquê...
É a mesma pergunta que o professor Eduardo Yágizi se fez em seu
livro “O estranho amor do paulistano”.
Aqui meu muquifo. Ok, é simplão, mas óia que vista bonita! Com direito à passarinhos cantando de manhãzinha. Ôtra: crianças brincando de bola na
rua, como nos tempos antigos. Credita?
Apareça! Sempre tem um café solúvel com
adoçante. Tá servido?
O importante é cuidarmos do nosso
jardim!**
A mais bela rampa da cidade!
O ninho dos travecos!
O escadão dos maconheiros!
O morador mais cuidadoso da região!
** frase de Voltaire, em “Cândido”.