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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP CAMPUS DE BOTUCATU FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA FREQÜÊNCIA DE DERMATOPATIAS INFECCIOSAS, PARASITÁRIAS E NEOPLÁSICAS EM CÃES NA REGIÃO DE GARÇA, SÃO PAULO - BRASIL SILVIO BARBOSA PENA BOTUCATU-SP Junho - 2007

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP

CAMPUS DE BOTUCATU

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

FREQÜÊNCIA DE DERMATOPATIAS INFECCIOSAS,

PARASITÁRIAS E NEOPLÁSICAS EM CÃES NA REGIÃO DE

GARÇA, SÃO PAULO - BRASIL

SILVIO BARBOSA PENA

BOTUCATU-SP

Junho - 2007

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SILVIO BARBOSA PENA

FREQÜÊNCIA DE DERMATOPATIAS INFECCIOSAS,

PARASITÁRIAS E NEOPLÁSICAS EM CÃES NA REGIÃO DE

GARÇA, SÃO PAULO - BRASIL

Dissertação apresentada na Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da UNESP - Universidade

Estadual Paulista – campus Botucatu, para a obtenção

do título de MESTRE em Medicina Veterinária - Área

de Clínica Veterinária.

Orientador: Prof.ª Dra. Sonia Regina V.S. Franco

Botucatu - SP

Junho - 2007

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP

BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus

Pena, Silvio Barbosa. Freqüência de dermatopatias infecciosas, parasitárias e neoplásicas em cães na região de Garça, São Paulo - Brasil / Silvio Barbosa Pena. – Botucatu : [s.n.], 2007 Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2007. Orientadora: Sonia Regina V. S. Franco Assunto CAPES: 50502034

1. Cão - Doenças 2. Dermatologia veterinária 3. Pele - Doenças

CDD 636.708965 Palavras-chave: Cães; Dermatopatias; Dermatoses infecciosas; Dermatoses parasitárias; Neoplasias cutâneas

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do autor: PENA, Silvio Barbosa

Título: Freqüência de dermatopatias infecciosas, parasitárias e

neoplásicas em cães na região de Garça, São Paulo - Brasil

Dissertação apresentada na Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da UNESP - Universidade

Estadual Paulista – campus Botucatu, para a obtenção

do título de MESTRE EM MEDICINA

VETERINÁRIA, Área de Clínica Veterinária.

DATA: 28/06/2007

BANCA EXAMINADORA Profa Dra Sônia Regina Verde S. Franco - Orientador Prof. Dr. Flávio Quaresma Moutinho Prof. Dr. Silvio Alencar Marques

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Thyrso Pena e Ruth Barbosa Pena, pelo exemplo de luta, caráter e perseverança, por todo amor, carinho e paciência durante este período, em que sempre estiveram ao meu lado. As minhas irmãs, Silvana Barbosa Pena e Carina Barbosa Pena, pelo amor e carinho dedicados a me ajudar, nos momentos difíceis. A minha irmã Silvana Barbosa Pena, minha amiga e incentivadora sempre, exigente, não deixando me abater e evitando que me acomodasse, é assim que conhecemos as verdadeiras pessoas não as que dão tapinha na costa, porém as que querem nosso crescimento. Por estar sempre presente, apoiando, solidária e incentivadora, tanto nos momentos de insegurança quanto nos de alegria. Muito obrigado. Ao professor doutor Jorge Luiz Oliveira Costa, por ser um exemplo de profissional e de pai de família, por ter me incentivado a seguir o caminho da pesquisa e da docência. Muito obrigado. Serei sempre grato.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, a Nossa Senhora Desatadora dos Nós, por estarem sempre do meu lado, protegendo-me e iluminando a minha vida.

A professora doutora Sônia Regina Verde S. Franco pela amizade,

paciência e compreensão, por quem todos os dias agradeço a Deus pela possibilidade de ter tido como minha orientadora, cuja grandeza, não só como pesquisadora renomada na área científica, mas como pessoa que tem a essência da vida – a sabedoria, pude conhecer nesses anos de convivência. Que Deus a proteja sempre. Obrigado, Sônia. Serei eternamente grato a você.

Ao professor Dr. Silvio Alencar Marques, chefe do departamento de

Dermatologia da Faculdade de Medicina da UNESP – Botucatu, agradeço pela amizade, paciência, apoio, incentivo, e dedicação a dermatologia.

À coordenação do Curso de Pós-Graduação. Aos Professores que trabalham e dedicam a Dermatologia Veterinária

em primeiro o pioneiro Prof. Dr. Cid Figueiredo, Profa.Dra Sônia Regina Verde S. Franco, Prof. Dr. Lissando G. Conceição, Prof. Marconi R. Farias e Prof. Dr. Luiz Henrique Machado.

Aos Professores Dr. Flávio Quaresma Moutinho, Dra. Michiko Sakate,

Dra. Denise Saretta Schwartz, pela participação em minha banca de qualificação, pela forma cordial como foi conduzida e pelas valorosas sugestões que foram apresentadas e que contribuíram para melhorar o trabalho.

Ao professor doutor Paulo César Gonçalves Santos, diretor do curso de

medicina veterinária e do hospital, pela grandiosa colaboração permitindo que eu cursasse as disciplinas, liberando para as mesmas. Além de ter permitido a utilização do campo de estudo para a realização desta pesquisa.

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A doutora Marta Candido pelo apoio, incentivo e carinho durante esta

conquista. Ao meu amigo, professor Osni Álamo Pinheiro Jr, por ter colaborado

nesta minha trajetória do mestrado. Ao professor doutor Lúcio Benedicto Kroll da UNESP - Botucatu -

Departamento de Bioestatística , pela imensa colaboração e carinho que dispensou a análise estatística dos dados.

Ao professor mestre Eduardo Brasil do Couto da FAEF - Garça -

Disciplina de Estatística , pela imensa colaboração e carinho que dispensou a análise estatística dos dados.

A professora Dra Maria Francisca Neves, que colaborou decisivamente

nas opiniões, sugestões e correções precisas no trabalho final. A professora da disciplina de Patologia Clínica Soraya Regina Sacco,

que sempre se colocou à disposição em ajudar e sempre prestativa.

Aos funcionários do Hospital Veterinário da FAMED/FAEF - Garça, que de maneira simples e com boa vontade sempre me ajudaram.

À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Campus de Botucatu

Universidade Estadual Paulista UNESP não só pela oportunidade para meu desenvolvimento com pesquisador, mas também pelo o orgulho que carrego de ter realizado atividade de aprimoramento e pós-graduação na instituição.

À Associação Cultura e Educacional de Garça, Faculdade de Agronomia

e Engenharia Florestal, em especial a diretora, Dona Dayse A. Shimizu e Seu Wilson A. Shimizu e, aos coordenadores, Prof. Dr. Paulo César Gonçalves Santos, Prof. Antônio Luis Scalzo e Prof. Msc André Filadelfo pelo apoio e compreensão para confecção da parte final do trabalho.

Aos animais da casuística que serviram na coleta dos dados.

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Aos amigos de Pós-graduação pelos momentos que passamos juntos. A Sra Sonia Faustino do Nascimento por ter realizado revisão das

referências. À Profa Arlete Bonato A. Figueiredo pelas sugestões e realização do

abstract. A todos que contribuíram direta e indiretamente para a realização e

conclusão deste trabalho, o meu mais sincero agradecimento.

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RESUMO v

A distribuição das dermatoses na população canina deve ser considerada um

tema fundamental no ensino e na prática da medicina veterinária. Existem

poucos dados sobre a demografia dos distúrbios cutâneos caninos tanto na

medicina veterinária no Brasil como em outros países. No presente estudo,

foram revistos 2.178 prontuários de animais atendidos no Hospital de

Pequenos Animais da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMED), em Garça-

SP. Dentre esses prontuários, foram selecionados os de 910 animais que

apresentavam problemas cutâneos, os quais foram divididos em 3 grupos: as

dermatoses parasitárias (infestação por carrapato, dermatite alérgica a picada

de pulgas, miíase, demodicose, escabiose e otite parasitária); dermatoses

infecciosas (dermatite bacteriana, otite bacteriana, dermatofitose, acne canina,

abscesso, malassezia e pododermatite) e tumores cutâneos (não-neoplásica,

neoplasia epitelial, neoplasia mesenquimal e neoplasia de célula redonda).

Após análise estatística, observou-se que as dermatoses mais diagnosticadas

nos cães foram, em ordem decrescente de freqüência, infestação por

carrapato, foliculite bacteriana, dermatite alérgica a picada de pulgas, otites

bacterianas, demodicose, dematofitose, miíase, escabiose canina, abscesso e

otite parasitária. Em seguida, compararam-se esses resultados com aqueles

obtidos em outras regiões do Brasil e países subtropicais, evidenciando-se,

assim, as diferenças na incidência dessas dermatoses. A análise dos

resultados possibilitou concluir-se que as dermatoses infecciosas e parasitárias

ocorreram com maior freqüência em animais jovens, enquanto as neoplasias

cutâneas tiveram maior incidência nos animais mais velhos. Além da faixa

etária, a predisposição racial também foi avaliada, sendo que as raças mais

acometidas foram Pastor Alemão, Rottweiler, Boxer, Cocker Spaniel, Fox

Paulistinha, Dachshund, Fila Brasileiro, Labrador, outras raças e Poodle.

Devido à escassez de informações neste segmento da medicina veterinária,

espera-se que este trabalho possa trazer contribuições relevantes para o

estudo demográfico da dermatose canina.

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Palavras-chave: cães; dermatopatias; dermatoses parasitárias; dermatoses

infecciosas; neoplasias cutâneas.

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ABSTRACT vi

Dermatosis distribution of canine population must be considered a fundamental

issue in veterinary medical education and practice. Data on the demography of

canine cutaneous disorders are still scarse in veterinary medicine both in Brazil

and in other countries. In the present study, the clinical records of 2,178 animals

treated at the Hospital of Small Animals of The Veterinary Medical College

(FAMED) in Garça-SP were reviewed. From these records, it was found that

910 animals presented cutaneous problems, which were divided into 3 groups:

parasitic dermatosis (tick infestation, flea allergy dermatitis, myiasis,

demodicosis, scabiosis and parasitic otitis); infectious dermatosis (bacterial

dermatitis, bacterial otitis, dermatophytosis, canine acne, abscess, malassezia

and pododermatitis), and cutaneous neoplasias (non-neoplastic, epithelial

neoplasia, mesenchymal neoplasia and round-cell neoplasia). After statistical

analysis, it was observed that the most frequently diagnosed dermatoses in

dogs were, in decreasing frequency order: tick infestation, bacterial folliculitis,

flea allergy dermatitis, bacterial otitis, demodicosis, dematophytosis, myiasis,

canine scabiosis, abscess and parasitic otitis. Comparison of these results with

those obtained in other regions of Brazil and subtropical countries showed the

differences in the incidence of these dermatosis. The analysis of the results

made it possible to conclude that infectious and parasitic dermatosis were more

frequent among young animals, while cutaneous neoplasias had a greater

incidence in older animals. Besides age range, breed predisposition was also

evaluated, and the dogs presenting more disorders were those German

Shepherd, Rottweiler, Boxer, Cocker Spaniel, Brazilian Terrier, Dachshund,

Brazilian Fila, Labrador and Poodle. Considering the lack of information

available in this segment of veterinary medicine, it is believed that this research

may give some relevant contributions to further demographic studies of canine

dermatose.

Key Words: dogs; dermatopathies; parasitic dermatosis; infectious dermatosis;

cutaneous neoplams.

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SUMÁRIO

Páginas LISTA DE TABELAS............................................................................................ i

RESUMO............................................................................................................ v

ABSTRACT........................................................................................................ vi

1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 1

2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 3 2.1Dermatoses infecciosas cutâneas.............................................................. 3 2.1.1 Dermatoses bacterianas................................................................. 3 2.1.2 Piodermites..................................................................................... 4 2.1.3 Piodermite superficial...................................................................... 5 2.1.4 Piodermites profundas.................................................................... 6 2.1.5 Micoses superficiais........................................................................ 8 2.1.6 Dermatoses auriculares................................................................. 9 2.2 Dermatoses parasitárias cutâneas.......................................................... 10 2.2.1 Infestação por carrapatos.............................................................. 11

2.2.2 Sarna demodécica........................................................................ 12 2.2.3 Escabiose canina.......................................................................... 14 2.2.4 Dermatite alérgica a picada de pulgas.......................................... 15 2.2.5 Miíase............................................................................................ 16 2.2.6 Dermatoses ambientais................................................................. 17 2.3 Neoplasias cutâneas................................................................................ 18 2.3.1 Citologia aspirativa........................................................................ 19 2.3.2 Exame dermato - histolopatológico............................................... 20

3 OBJETIVOS................................................................................................... 21

4 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................. 22 4.1 Estudo..................................................................................................... 22 4.2 Obtenções das amostragens................................................................... 23 4.3 Critérios para números de observações.................................................. 23 4.4 Critérios para diagnósticos...................................................................... 24 4.5 Grupos de dermatoses utilizadas no levantamento................................ 24 4.6 Procedimentos estatísticos..................................................................... 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................... 26 5.1 Dermatoses parasitárias.......................................................................... 26 5.2 Dermatoses infecciosas........................................................................... 28

5.3 Dermatoses parasitárias e infecciosas quanto à distribuição racial........ 28 5.4 Neoplasias cutâneas............................................................................... 33 5.5 As principais dermatoses parasitárias..................................................... 35 5.6 As principais dermatoses infecciosas...................................................... 36

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6 CONCLUSÕES............................................................................................. 39 7 REFERÊNCIAS............................................................................................ 41 TRABALHO CIENTÍFICO ENVIADO PARA PUBLICAÇÃO............................ 52

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LISTA DE TABELAS i

TABELA 1. Relação geral entre dermatoses parasitárias, infecciosas e

neoplasias cutâneas entre cães atendidos no Hospital Veterinário

FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/

Jan.2006........................................................................................................... 27

TABELA 2. Doenças parasitárias cutâneas com relação a Idades dos cães

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/ Jan.

2006.................................................................................................................. 29

TABELA 3. Dermatoses parasitárias com relação ao sexo dos cães atendido

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006...... 30

TABELA 4. Dermatoses infecciosas com relação ao sexo dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 / Jan.2006..... 30

TABELA 5. Doenças infecciosas com relação a idades dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/Jan.2006..... 31

TABELA 6. Dermatoses parasitárias e infecciosas entre cães sem raça definida

(SRD) e com raça definida (CRD) de cães atendidos no Hospital Veterinário

FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006........................................... 32

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TABELA 7. Dermatoses parasitárias e infecciosas X raças de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça – SP - Jan.2003/ Jan.2006..... 32

TABELA 8. Relações das neoplasias cutâneas de cães sadios x doentes

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /

Jan.2006.......................................................................................................... 35

TABELA 9. Origem e classificação de neoplasias cutâneas de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /Jan.2006.... 36

TABELA 10. As principais dermatoses parasitárias de cães no

Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 / Jan.2006…….. 37

TABELA 11. As principais dermatoses infecciosas de cães no

Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 / Jan.2006…….. 38

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1. INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo e funciona como uma barreira

anatomofisiológica entre o animal e o meio ambiente, fornecendo proteção

contra lesão física, química e microbiológica. Este órgão é formado pela

epiderme, derme e pela hipoderme. Desta maneira, a pele forma uma barreira

protetora, sem a qual a vida seria impossível.

Os principais componentes de defesa são o físico constituído por pêlos e

estrato córneo, o químico por células e glândulas que produzem uma emulsão

de sebo, suor e substâncias do cimento intercelular e o microbiano constituído

pela microflora cutânea normal, onde se encontram principalmente bactérias.

O número de bactérias na pele tende a variar de indivíduo para

indivíduo, alguns possuem muitos microrganismos, ao passo que outros

possuem poucos e este número pode permanecer constante, a menos que

ocorra uma perturbação da microflora por tratamentos antibacterianos ou

mesmo por mudanças no clima. Da mesma maneira, os estados doentios

influenciam as espécies e o número de bactérias presentes na pele o que pode

resultar em várias dermatoses.

Além de bactérias, alguns gêneros de fungos encontrados em nosso

ambiente também podem provocar doenças, micoses, nos animais. Assim,

uma dermatofitose é uma infecção dos tecidos ceratinizados, unha, pêlo e

estrato córneo provocada por fungos, dermatófitos como Microsporum e

Trychophyton.

As dermatoses também podem ser causadas pelo ataque de muitos

tipos de parasitas como sarnas, carrapatos, moscas, mosquitos, etc. Estes

parasitas provocam grande irritação e sensibilização do animal e cada espécie

possui um efeito particular na pele, além de serem importantes vetores ou

hospedeiros intermediários de doenças bacterianas, riquetsioses e parasitárias.

Além disso, outro problema de pele bastante comum em cães são as

neoplasias onde a idade, a raça e o sexo do animal são fatores que influenciam

na freqüência dessa patologia.

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A incidência destes problemas cutâneos em cães é bastante alta na

atividade clínica de pequenos animais chegando a envolver cerca de 20 a 75%

dos casos atendidos.

Assim, o objetivo deste trabalho é reflexo da prática profissional e da

percepção da escassez de informações relacionadas à ocorrência de

dermatoses, nos hospitais veterinários, a fim de contribuir com a dermatologia

veterinária de animais de estimação.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Doenças infecciosas cutâneas

2.1.1 Dermatoses bacterianas

As doenças bacterianas da pele são vistas com mais freqüência em

cães do que em qualquer outro mamífero. A maioria dos fatores envolvidos no

aumento da suscetibilidade a piodermite está relacionada às diferenças

anatômicas quando comparadas com outras espécies. O delgado e compacto

extrato córneo canino, com seu material intercelular esparso e rico em lipídeos,

representa uma barreira epidérmica pouco eficiente contra o potencial invasor

de bactérias entre os folículos pilosos, acarretando uma freqüência aumentada

da área de infecção bacteriana superficial. Estas infecções superficiais do

folículo piloso representam o grupo mais comum de doenças bacterianas da

pele nos cães. Conseqüentemente, o folículo piloso, no cão, deve ser

considerado como uma porta de entrada de bactérias (IHRKE, 1996).

Mason & Lloyd (1996) consideram que uma falha na estrutura do

tampão lipídico-escamoso epitelial no óstio do folículo piloso canino pode

favorecer o aparecimento de foliculites superficiais em cães. A flora microbiana

da pele é composta de bactérias residentes e transitórias. As bactérias

residentes multiplicam-se sobre a superfície da pele e no folículo piloso,

mantendo uma população estática e consistente, e são consideradas como

comensais inofensivos. As bactérias transitórias provavelmente proliferam na

pele em locais ou membranas mucosas e sob circunstâncias normais não

podem competir de forma eficaz com a flora residente estabelecida, para

assegurar um nicho ecológico. O número total de bactérias residentes

encontradas na pele normal do cão não é grande.

A respeito das várias classificações existentes, a que considera a

profundidade da infecção mostra ser a mais útil do ponto de vista clínico, qual o

tipo de doença subjacente, porque permite deduções terapêuticas e

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prognósticas. Quanto maior a profundidade da infecção, maior deverá ser o

empenho terapêutico e o esforço para se descobrir a doença de base

(CONCEIÇÃO & FABRIS, 1999).

2.1.2 Piodermites

A piodermite é um problema muito rotineiro na prática clínica. A infecção

cutânea bacteriana pode ser primária, caso em que um tratamento apropriado

freqüentemente resolve o problema. No entanto, muito mais comumente, a

piodermite é secundária a outro problema subjacente, que altera a resistência

da pele a uma reinfecção. Até que se identifique o problema subjacente, a

infecção geralmente responde somente temporariamente à terapia e pode

haver recidiva subseqüentemente. As piodermites são causadas por

colonização bacteriana ou invasão da pele por estafilococos coagulase-

positivos, geralmente o Staphylococcus intermedius que, na maioria das vezes,

é o microrganismo iniciador. Nas piodermites crônicas, recorrentes ou

profundas, podem se encontrar presentes invasores bacterianos secundários,

como o Pseudomonas spp, o Proteus spp e a Escherichia coli (DUNN, 2001).

2.1.3 Piodermite superficial

Nas piodermites superficiais, a foliculite é a mais comum das

dermatoses, além de ser a de maior incidência entre os cães. As pústulas de

impetigo e foliculite são muitas vezes apresentadas como desafios no

diagnóstico, pois elas rompem facilmente (IHRKE, 1986).

Na piodermite superficial ocorre uma invasão bacteriana da epiderme

que pode se manifestar de duas formas. Na primeira forma as bactérias podem

penetrar no estrato córneo com a subseqüente formação de pústulas

subcorneanas. Na segunda forma, as bactérias podem invadir a abertura do

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folículo piloso, causando inflamação sendo chamada foliculite (SCOTT et al.,

1996).

A foliculite superficial em cães na maioria das vezes é causada pelo S.

intermedius, embora outras espécies de estafilococos e bactérias possam estar

envolvidas. Os microrganismos podem ser introduzidos por trauma local, uma

infecção por contaminação devida a pelagens sujas ou tosa deficiente,

seborréia, infestação parasitária (principalmente demodicose), fatores

hormonais, irritantes locais ou alergias. Os agentes etiológicos mais comuns

nas foliculites caninas são os estafilococos, os dermatófitos e os ácaros

demodécicos podendo as foliculites superficiais progredir para foliculites

profundas, furunculose e até celulite. Nesta dermatose, as lesões mais comuns

são pápulas foliculares (lesão mais precoce), que podem ou não ser crostosas,

colaretes epidérmicos, hiperpigmentação, escoriação, e alopecia. Porém, a

pústula típica pode ser difícil de se encontrar, porque lesões pustulares são

transitórias em cães e gatos, principalmente quando o paciente tem prurido.

Assim, as alterações clínicas dependem da densidade e do comprimento dos

pêlos na área envolvida (SCOTT et al., 1996).

Segundo Horton (1980), o impetigo é uma doença bacteriana geralmente

causada por microrganismos Staphylococcus coagulase positivos. É mais

comumente observado nos cães jovens antes da puberdade. Mas não é

contagioso, nesta doença há fatores predisponentes como má nutrição,

ambiente sem higiene, infecções virais ou doença imunomediada. Quando o

impetigo for bolhoso está mais associado a distúrbios endócrinos como a

diabetes melito, o hipotiroidismo, o hiperadrenocorticismo além de outras

doenças debilitantes e, outros microorganismos causadores podem estar

presentes como o Pseudomonas sp e a E. coli.

A acne canina denominada de furunculose e foliculite do focinho e do

queixo, caracterizada por uma doença cutânea papular e/ou pustular associada

a folículos hiperceratóticos dilatados, furunculose e inflamação parafolicular,

sendo sua etiologia e patogenia desconhecidas. As regiões do corpo onde

ocorre com maior freqüência são o queixo e os lábios de cães jovens de raças

de pêlo curto, como Doberman, Pinschers, Buldogues Ingleses, Dogues

Alemães, Weimaraners, Rottweilers e Pointers (HARVEY & MCKEEVER,

2004).

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Já o intertrigo, também conhecido por piodermites de dobras cutâneas,

desenvolve-se devido ao ambiente úmido, escuro, aquecido e com má

circulação de ar, favorecendo o crescimento bacteriano e resultando em

piodermite superficial. Essa dermatose caracteriza-se por uma inflamação

exsudativa leve, onde a área acometida apresenta-se com odor fétido, podendo

existir evidências de escoriações, alopecia e eritema ao redor da região da

dobra cutânea. Além disso, esta dermatose tem predileção anatômica em

certas raças como por exemplos na dobra labial de Cocker Spaniel, Springer

Spaniel, São Bernardo e Setter Irlandês; na dobra facial de raças

braquicefálicas, tipos braquicefálicos e Shar Pei; na dobra corporal de Shar Pei;

na dobra da perna em raças condrodistróficos, Basset e Dachshund. E na

dobra caudal nas raças Buldogue, Boston Terrier e Pug; Já na dobra vulvar não

existe predisposição racial. (DUNN, 2001).

2.1.4 Piodermites profundas

Sob o ponto de vista de Scott et al. (1996), as piodermites profundas são

infecções bacterianas grave que envolvem os tecidos mais profundos do que o

folículo piloso. Estas piodermites não ocorrem espontaneamente em cães

normais, pois, sempre há uma causa da infecção, e quando a infecção

permanece localizada em uma pequena área, o traumatismo externo é a causa

mais freqüente. Por outro lado, quando as lesões estão amplamente

disseminadas pelo corpo ou generalizadas, o animal possui uma doença de

base que deve ser pesquisada. Desta forma, os fatores que predispõem a uma

piodermite profunda incluem a imunoincompetência do hospedeiro, lesão

dérmica ou folicular grave causada por uma doença primária (demodicose

grave) ou por um trauma (pressão, lambedura ou mordedura intensas e

raspados) na região infectada.

A piodermite profunda é menos freqüente que a superficial e podem ser

subdividida em foliculite profunda, furunculose e celulite. Embora a foliculite

profunda ocorra na base dos folículos, a ruptura folicular com resposta

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granulomatosa tecidual é observada na furunculose. Já a celulite sugere que a

infecção está invadindo a derme e o panículo subjacente (IHRKE, 1986).

A foliculite profunda e a furunculose iniciam como uma infecção

superficial ou folicular ou de causa bacteriana, fúngica ou parasitária. Caso

tenha uma distribuição generalizada, deve-se suspeitar de causas como

demodicose generalizada, infecção fúngica generalizada, erupções por drogas,

anormalidades endócrinas, seborréia e imunosupressão. Geralmente, as

bactérias presentes são S. intermedius, mas infecções cutâneas profundas

estão mais sujeitas a apresentar infecções secundárias por Proteus sp., E. coli.

e Pseudomonas. Toda foliculite crônica, de maneira especial se tiver

furunculose, pode tornar-se granulomatosa ou piogranulomatosa. A

furunculose. Independente da causa, frequentemente está associada à

eosinofilia tecidual, que se relaciona a presença de um corpo estranho

(ceratina ou pêlos). As lesões de foliculite e furunculose podem ocorrer onde

houver folículos pilosos, porém tendem a ser mais comuns sobre os pontos de

pressão ou no tronco (SCOTT et al., 1996).

A celulite é uma infecção supurativa, grave e profunda, levando a edema

extenso na área afetada e a pele quase sempre está friável, descorada e

desvitalizada. Os tecidos enfraquecidos podem soltar-se ou ser removidos

facilmente no processo. Estas infecções anaeróbicas caracterizam-se por

evolução rápida, demarcação deficiente, edema tecidual e tumefação maciços

e necrose. As feridas podem apresentar odor pútrido e são crepitantes se em

alguns casos o microrganismo for produtor de gás (Clostridium spp). Conforme

o microrganismo, as toxinas podem ser produzidas e causar sinais sistêmicos

graves (SCOTT et al., 1996).

Desta forma, quando o fator predisponente for o autotraumatismo da

pele essa lesão será um processo pruriginoso e doloroso que pode ampliar-se

em questão de horas chamada também de dermatite úmida aguda (“mancha

quente”) que, geralmente, corresponde a uma lesão alopécica única

circunscrita, eritematosa, espessada e erosiva, apresentando um exsudado fino

sobre a superfície tornando os pêlos periféricos emaranhados sobre a lesão

(DUNN, 2001).

Assim, as afecções subjacentes que podem se encontrar associadas ao

desenvolvimento da dermatite úmida aguda tem algumas categorias

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patológicas como às dermatopatias alérgicas (Dermatite alérgica a picada de

pulgas, alergia alimentar, dermatite alérgica de contato, hipersensibilidade

estafilocócica), a infestação por ectoparasitas (sarna sarcóptica canina e

queiletielose), as otites externas (otite externa alérgica, otite externa

ceruminosa), as causas ambientais (dermatite irritante de contato, má-higiene e

carrapichos ou barbas de plantas na pele ou no pelame), os distúrbios

musculoesqueléticos (displasia coxofemoral, artropatia degenerativa, artrite e

outras artropatias) e os problemas do saco anal (implantação dos sacos anais

e saculite anal) (ROSSER & SAM, 1991).

2.1.5 Micoses superficiais

As micoses superficiais são infecções fúngicas que envolvem as

camadas superficiais da pele, pêlo e unhas. Uma extensa variabilidade de

lesões pode ocorrer nas dermatofitoses, podendo mimetizar inúmeras outras

dermatoses (SPARKES et al., 1993). A alopecia, bastante freqüente nas

dermatofitoses, é usualmente observada (JAHAM & PARADIS, 1997; NESBITT

& ACKERMAN, 1998; PEPIN & OXENHAM, 1986; SMITH, 1988; YAMAMURA

et al., 1997). Além disso, podem-se encontrar inúmeros agentes etiológicos

causadores de micoses cutâneas em cães, porém os mais comuns são o

Microsporum spp, e Trichophyton mentagrophytes e pelas leveduras

Malassezia pachydermatis e Candida albicans, são as afecções fúngicas mais

freqüentes que acometem os cães. Segundo dados da literatura brasileira e

internacional, a ocorrência de dermatófitos em cães é em torno de 12,5% (AL-

DOORY Y.; VICE & OLIN D, 1968; BONE & JACKSON, 1971).

Os agentes etiológicos são transmitidos por contato com pêlo e caspa

infectados ou com elementos fúngicos nos animais, no ambiente ou em

fômitos, como escovas, pentes, cortadores, camas, caixas de transporte e

todos acessórios à tosa, movimentação e manutenção do animal em casa são

fontes potenciais de infecção e reinfecção. No caso do Microsporum canis pode

ser cultivado da poeira, de ventiladores para aquecimento e filtros de forno.

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Como em visitas a criadores gatos e a múltiplas famílias podem adquirir

microrganismos (GREENE, 1990).

A dermatofitose se destaca entre as dermatoses por ser uma zoonose,

assim sua importância em saúde pública é evidente (CUADROS et al., 1990;

LEWIS et al., 1991; SCOTT & MILLER, 1999; SCOTT & PARADIS, 1990;

TORRES & MOREIRA, 1994). Nesta dermatose os animais com idade até 12

meses parecem ter uma maior predisposição quanto à infecção por

dermatófitos (GAMBALE et al., 1987; SMITH, 1988; SPARKES et al., 1993).

Por outro lado, outros autores relatam a inexistência de uma predisposição

sexual (SMITH, 1988; LEWIS et al., 1991). Já em cães, há uma predisposição

racial, especialmente para o Yorkshire (SPARKES et al., 1993). Com relação à

sazonalidade não se observou influência na incidência de dermatofitoses

(LARSSON et al., 1997; LEWIS et al., 1991; WARNER, 1984).

Segundo Machado (2004) em estudo no Brasil, as micoses cutâneas,

que atacam os cães com maior freqüência são causadas principalmente pelos

dermatófitos Miscroporum spp e Trichophyton mentagrophytes e pelas

leveduras Malassezia pachydermatis e Candida albicans.

2.1.6 Dermatoses auriculares

Além das dermatoses cutâneas, é bastante freqüente observar

problemas auriculares em cães, assim, a otite refere-se à inflamação do órgão

de audição, pode acometer diferentes porções do ouvido, sendo denominado

de otite externa, quando apenas o pavilhão auricular está inflamado, e de otite

interna, com a inflamação o ouvido interno, trazendo transtornos ao equilíbrio e

sendo denominada labirintite quando a cóclea é atingida (ETTINGER, 1997).

Desta forma, vários fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento

de uma otite externa. Podendo ter as causas primárias que são aqueles

capazes de iniciar a inflamação, como a atopia, corpos estranhos e afecções

auto-imunes. Há ainda os fatores predisponentes que tornam a orelha mais

suscetível à inflamação, por exemplo, pina pendulosa, condutos auditivos

estenosados e umidade excessiva, embora por si só não causem a otite. E por

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último os fatores perpetuantes, responsáveis pela continuação da resposta

inflamatória, sendo a infecção bacteriana o mais comum (ETTINGER, 1997).

As otites médias e internas geralmente são de evolução crônica e em

conseqüência de otites externas que não foram tratadas ou que foram

medicadas sem êxito. Assim, na otite externa, a inflamação crônica resulta na

alteração do ambiente normal do canal auditivo. Desta forma, as glândulas

apócrinas, que secretam cerume aumentam seu volume e conseqüentemente a

produção de cera, a epiderme e a derme tornam-se espessadas e as dobras do

canal auditivo apresentam diminuição do seu diâmetro. As otites médias e

internas, além de serem causadas pela extensão de uma otite externa, podem

se desenvolver também pela extensão de infecções das cavidades, oral e

nasal, ou ainda por disseminação de uma infecção sistêmica (WERNER, 2003).

A ocorrência de otites não está ligada ao sexo do animal nem à estação

do ano. Por outro lado, os cães de orelhas longas, em especial Spaniels,

Poodles, Kerry Blues Terriers, Labrador Retrivier e raças com grande

quantidade de pêlos no conduto auditivo são mais acometidas (KIRK et al.,

1985).

2.2 Doenças parasitárias cutâneas

Os carnívoros domésticos, cães e gatos, são hospedeiros freqüentes de

ectoparasitas, sendo os artrópodes os maiores causadores de afecções

cutâneas. Assim, as lesões cutâneas mais comuns são causadas por ácaros

da sarna e carrapatos, e por insetos como os piolhos e as pulgas. Além destes

ectoparasitas, as moscas, mosquitos, aranhas, vespas e formigas, também

podem causar lesões cutâneas (NOLI, 2002).

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2.2.1 Infestação por carrapatos

As lesões provocadas por carrapatos variam de uma simples irritação

cutânea a uma anemia e, em alguns casos, ocorrendo paralisias devido à

produção de toxinas por estes ectoparasitos. Além disso, algumas doenças

podem ser veiculadas através da picada destes artrópodes, como exemplos

têm a babesiose, erliquiose, rickettsiose e borreliose, pela picada de

carrapatos. Da mesma forma, o local da picada por carrapatos pode ser uma

importante porta de entrada de bactérias, levando a uma infecção secundária

(NOLI, 2002).

Existem duas famílias de carrapatos com interesse para a medicina

veterinária, a ixodidae (carrapatos de corpo duro) e a argasidae (carrapatos de

corpo mole). Destas duas famílias a ixodidae é a que contém espécies mais

especializadas e altamente parasitárias, sendo mais prolíferas e infestando

todo o campo ocupado por seus hospedeiros (MORIELLO, 1987). Desta forma,

a maior ocorrência de problemas clínicos deve-se a infestação por ixodídeos.

(APPEL & JACOBSON, 1995).

Além do grande número de espécies estes carrapatos podem ser

vetores de muitos microrganismos causadores de doenças como o

Rhipicephalus sanguineus (Babesia gibsoni, Erlichia canis, Hepatozoon canis);

Dermacentor andersoni: Babesia canis, Rickettsia rickettsii), Amblyoma

maculatum (Leptospira pomona), Amblyoma americanum (R. rickettsii); Ixodes

dammini, Ixodes pacificus e Ixodes ricinus: Borrelia burgdorferi (doença de

Lyme) (APPEL & JACOBSON, 1995).

Já os carrapatos argasídeos são mais primitivos e menos

freqüentemente parasitários, são menos prolíferos infestando as instalações

ocupadas por seus hospedeiros (MORIELLO, 1987). Este carrapato também

tem importância clínica em cães e gatos, como o Otobius megnini que parasita

o ouvido dos animais, porém neste gênero apenas a larva e a ninfa são

parasitas. As lesões observadas em animais parasitados são de uma simples

irritação cutânea no local da picada, reações de hipersensibilidade e até

paralisias ocasionadas pela inoculação de secreções tóxicas (KIRK et al.,

1985).

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2.2.2 Sarna demodécica

Além dos carrapatos existem os ácaros causadores de dermatoses

como a demodicose que é conhecida também como sarna demodécica,

demodiciose, sarna folicular ou sarna vermelha sendo uma doença parasitária

inflamatória em cães distinguida pela presença de ácaros demodécicos em

quantidade maior que os números normais (SCOTT et al., 1996), mas também

é uma das desordens cutâneas parasitárias mais freqüentes em cães. O

agente etiológico da demodicose em cães é o Demodex canis, e normalmente,

estes ácaros habitam os folículos pilosos, mas também podem ser encontrados

nas glândulas sebáceas e apócrinas adjacentes (WILLEMSE, 2002).

O ácaro Demodex canis é parte da fauna normal da pele canina e

encontram-se em números reduzidos na maioria dos cães saudáveis

(NUTTING, 1976), todas as fases do seu ciclo evolutivo ocorre sobre o

hospedeiro. Desta forma, quando por algum motivo, esse equilíbrio entre

hospedeiro e parasito é rompido, o número deste ácaro pode aumentar

provocando alopecia e eritema na pele dos animais (SAKO, 1964).

A transmissão dos ácaros causadores de sarna é principalmente pelo

íntimo contato entre animais sadios e doentes. Assim, é comum observar, a

transmissão da cadela para sua prole especialmente para neonatos lactentes

devido ao contato direto no período de vida neonatal (GAAFER & GREEVE,

1966). Nos filhotes os ácaros são encontrados primeiramente no focinho

demonstrando a importância do contato direto com a mãe. Alguns autores

demonstraram a presença dos ácaros nos folículos pilosos dos filhotes com

apenas 16 horas de vida. Já em filhotes nascidos de cesariana e alimentados

artificialmente não se observou a presença dos ácaros reafirmando a

importância do contato na transmissão, além de deixar evidente que a

transmissão intra-uterina não ocorre (SCOTT, 1974; NUTTING, 1976). Além

disso, MUNDELL (1998) relata que o aumento do número de Demodex na pele

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dos cães possa ser resultado de anormalidades genéticas e/ou problemas no

sistema imune dos animais.

Segundo DELAYTE (2002) a sarna demodécica pode ser classificada

conforme sua distribuição corpórea e, ainda, em função da faixa etária de

ocorrência das primeiras manifestações. Assim, a demodicose canina, segundo

sua distribuição, é classificada em localizada ou generalizada e diferenciam-se

não só pela extensão da região corporal acometida, mas, também, pelo

decurso evolutivo e pelo prognóstico.

Desta forma, a sarna demodécica localizada é aquela que envolve até

cinco áreas de alopecia, geralmente circunscritas, de tamanhos diferentes, de

aspecto eritematoso e com intensa deposição de escamas e crostas.

Freqüentemente, nessa forma, não se evidencia o prurido (LEMARIÉ, 1996).

Tais lesões são, mais habitualmente, observadas na região da face,

especialmente nas áreas periocular, massetérica, de comissuras bucais e de

extremidade dos “membros torácicos”. O curso desta forma da dermatopatia é

benigno em 90% dos quadros e a remissão das lesões, freqüentemente, ocorre

de forma espontânea (SCOTT; MULLER; GRIFFIN, 1995). Deste modo,

apenas cerca de 10% dos casos localizados evoluem para a generalização

sendo, então, aqueles que são encaminhados aos clínicos veterinários

(BENSIGNOR; CARLOTTI, 1999).

PARADIS (1999) relata que apesar da demodicose localizada ser, na

maioria das vezes, auto-limitante os casos que se tornam generalizadas é

considerado, ainda hoje, como uma das mais graves doenças cutâneas

caninas e durante anos foi considerada como uma doença frustrante para o

clínico e desalentador para o proprietário, sobretudo quanto ao seu tratamento

e prognóstico.

Quando a demodicose torna-se generalizada, ela geralmente abrange

amplas áreas do corpo, podendo ser mais restrita no inicio da doença. Assim,

um cão que apresenta cinco ou mais lesões corporais ou comprometimento de

dois ou mais pés possui demodicose generalizada. Esta dermatose começa na

infância entre 3 a 18 meses de idade e se as lesões não se resolverem

espontaneamente nem receberem tratamento adequado, o animal continua

com a doença até a idade adulta. Desta forma, a faixa etária mais acometida, é

entre dois e cinco anos de idade com muitos cães apresentando uma doença

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crônica. Por outro lado, a demodicose generalizada em animal adulto é rara,

porém quando aparece pode ser mais séria do que a forma juvenil e

geralmente associada à neoplasia maligna, à doença interna ou ao tratamento

com drogas imunossupressoras (BARRIGA et al., 1992; DUCLOS, 1994;

OWEN, 1969).

Nos casos de demodicose generalizada, que evoluem para piodermite

secundária, é comum a evidenciação de quadros de furunculose e de celulite,

retratados pela perda de vitalidade tegumentar, intensa deposição de crostas

hemo-melicéricas, drenando material piogênico além de um notável edema.

Nesta fase, o prurido, a dor e a linfodenomegalia generalizada,

freqüentemente, está presente. Assim, o acometimento generalizado, com

envolvimento de outros órgãos, e com sintomas alarmantes pode até levar à

opção pela eutanásia (LEMÀRIE et al, 1996).

Quando a demodicose fica limitada às patas é chamada de

pododemodicose e se caracteriza por tumefação das patas, com

desenvolvimento de cistos interdigitais que ulceram e drenam um material

serosangüinolento ou exsudativo. As regiões digital, interdigital e plantar estão

quase sempre comprometidas com infecções bacterianas secundárias. A

pododemodicose pode ser resultado de demodicose generalizada, na qual as

lesões se curam em todos os locais, exceto nas patas. Nesta dermatose o

prognóstico é ruim, pois é muito difícil a eliminação dos ácaros (HARVEY &

MCKEEVER, 2004). A região interdigital pode estar envolvida, especialmente

em Old English Sheepdog, sem que nele se evidenciem lesões em outras

regiões corpóreas (SCOTT et al., 2001).

2.2.3 Escabiose canina

A escabiose canina é uma infestação intensamente pruriginosa causada

pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. canis que é transmissível por contato direto

de pele entre cães e humanos. Aproximadamente 60% das pessoas em

contato íntimo com animais infestados poderão desenvolver pápulas

pruriginosas em seus braços e tronco. Estes são escavadores e além de ser

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transmitido entre cães e o homem, este ácaro também pode infestar outras

espécies animais (WILLEMSE, 2002; ARLIAN, 1984).

O Sarcoptes scabiei var. canis é parasita obrigatório e completa todo seu

ciclo vital, em torno de três semanas, no hospedeiro. O número de ácaros em

relação à área de pele atingida é pequeno, o que faz com que muitas amostras

de raspagem sejam negativas. Então, no caso de suspeita clínica, o

diagnóstico pode também ser confirmado pela resposta terapêutica, além do

caráter altamente contagioso desta dermatose (NOLI, 2002).

Os ácaros preferem a pele com pouco pêlo, de forma que são mais

comuns nas orelhas, cotovelos, abdome e jarretes. À medida que a doença se

dissemina e o pêlo cai, podem eventualmente colonizar áreas maiores do corpo

do hospedeiro. O ciclo total de vida pode completar-se em apenas três

semanas. Os ácaros adultos são pequenos (200 a 400 µm), ovais e brancos,

com dois pares de pernas curtas anteriormente, que possuem hastes longas

não-unidas com sugadores (SCOTT et al., 1996).

O padrão de distribuição da escabiose canina tipicamente envolve as

porções ventrais do abdome, tórax e pernas. As orelhas e os cotovelos, hábitos

favoritos dos ácaros, estão quase sempre acometidos e são os primeiros

lugares para obterem-se raspados diagnósticos. Contudo alguns animais não

possuem lesões nas orelhas. A doença dissemina-se rapidamente e pode

envolver todo o corpo, mas o dorso geralmente é poupado. A alopecia esta

presente e as lesões cutâneas precoces são características. Estas são

pruriginosas, erupções avermelhadas papulocrostosas. Freqüentemente,

apresentam crostas amareladas espessas e a coceira intensa e constante logo

produz escoriação extensa (SCOTT et al., 1996).

2.2.4 Dermatite alérgica à picada de pulgas

A hipersensibilidade à picada de pulgas (dermatite alérgica a picada de

pulgas - DAPP) é uma dermatose pruriginosa, papular em cães que se tornam

sensibilizados aos alérgenos produzidos pelas pulgas. É o distúrbio de

hipersensibilidade cutânea mais comum em cães. A hipersensibilidade a essas

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proteínas induz edema local e infiltrado celular, que produzem a pápula

eritematosa que pode ocorrer logo depois da picada (HALLIWELL et al., 1987).

O grupo etário mais acometido é o de cães entre um a três anos de idade. Em

cães, o prurido está presente, embora varie sua expressão e a capacidade do

dono do animal em identificá-lo. As lesões são predominantemente sobre a

região dorso-caudal, embora, em alguns animais, possam estar acometidos os

membros, a região rostral do tronco e a cabeça. As demais alterações como

alopecia (que pode ser simétrica), escoriação, hiperpigmentação e

liquenificação, podem ser visíveis, ainda que o grau dessas alterações vá

depender da duração da dermatose e da intensidade do prurido experimentado

pelo animal (NESBITT, 1978).

2.2.5 Miíase

A miíase é uma infestação de animais vertebrados vivos com larvas de

Dermatobia hominis (GUIMARÃES & PAPAVERO, 1998; MANCHÓN et al.

1998; URQUHART et al., 1990). Os hospedeiros das larvas desta mosca

incluem o homem, a maioria dos mamíferos domésticos, mamíferos silvestres,

sendo os bovinos e os cães os mais acometidos (AIELLO, 1998).

A D. hominis é encontrada na América Latina, do sul do México ao norte

da Argentina (AIELLO, 1998; FORTES, 1997; URQUHART et al., 1990), não

sendo descrita no Chile, no Nordeste brasileiro e no Pará (nos dois últimos

devido ao clima quente e seco) (FORTES, 1997). É mais comum em regiões de

matas e bosques (URQUHART et al., 1990).

As larvas penetram na pele íntegra (FORTES, 1997; SCOTT et al. 1996)

ou lesada (picada de insetos) (FORTES, 1997) resultando em inflamação local

com dor e com uma produção gradual de pus (AIELLO, 1998).

Estas formas adultas de muitas moscas põem ovos na pele úmida e

aquecida de animais enfraquecidos e debilitados com feridas frenantes ou

pelagens umedecidas por urina. Os animais que são atraentes não o são

igualmente a todos os estágios para todas as moscas. À proporção que a pele

rompe-se e se liquefaz, torna-se um hábitat mais propício para atrair melhor

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uma segunda ou terceira espécie de moscas. Califorídeos (varejeiras)

alimentam-se apenas de tecido morto, enquanto as sarcófagas (moscas da

carne) atacam o tecido vivo. As larvas encontradas nas miíases cutâneas são

altamente destrutivas e produzem lesões em extensas áreas com orifícios

arredondados regulares na pele. Estes podem reunir para formar largos

defeitos com margens recortadas. As larvas podem ser encontradas debaixo

da pele e nos tecidos. As localizações preferidas são ao redor do nariz, olhos,

boca, ânus e genitália, ou adjacente a feridas deixadas abertas. Os animais

gravemente infestados podem morrer de choque, intoxicação ou infecção. A

miíase é sempre uma doença por desleixo (SCOTT et al., 1996).

2.2.6 Dermatoses ambientais

Dentre as dermatoses ambientais podemos relacionar, por exemplo, as

dermatopatias por picada de mosca e mosquito que geralmente é causada pela

mosca de estábulo Stomoxys calcitrans. Émais freqüentemente observada nos

cães de pêlo curto, como Weimaraners e Bull terreirs, os quais são mantidos

em áreas externas, principalmente nos climas quentes. É uma dermatose

crostosa, pruriginosa, que afeta as extremidades das pinas, superfícies dorsal e

lateral do tronco, e a região proximal dos membros (HARVEY & MCKEEVER,

2004).

As ferroadas de abelha e picadas de aranha, são reações locais ou

sistêmicas a toxinas ou corpos estranhos introduzidos por picadas, os ferrões

das abelhas e de outros Hymenopteras possuem fosfolipases, hialuronidases e

mediadores tipo bradicinina, agentes responsáveis pela vasodilatação local e

pela sensação de dor que surgem depois das picadas. As aranhas e algumas

taturanas podem causar reações localizadas pela implantação de espículas, ou

por meio das picadas, que introduzem uma variedade de necro e neurotoxinas.

Na maioria das reações a insetos e toxinas de artrópodes é localizada e

caracterizam-se por eritema, edema e dor transitória. O tecido mole da face

que exibe sinais, sendo observados edema e angioedema das pálpebras e de

focinho. Ocasionalmente, pode-se observar urticária generalizada, tendo sido

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descritas ainda reações sistêmicas de natureza anafilática. As picadas de

aranhas são intrinsecamente mais perigosas que as de Hymenopteras, com

potencial para vasculite grave, necrose tecidual e reações sistêmicas

(HARVEY; MCKEEVER, 2004).

2.3 Neoplasias cutâneas

O tecido cutâneo e a pele são os locais mais freqüentes de neoplasias

no cão, respondendo por aproximadamente 30 a 40% de todos os tumores. A

maior parte dos tumores cutâneos caninos é benigna. Os tumores cutâneos

mais corriqueiros no cão incluem lipomas, mastocitomas, histiocitomas e

hiperplasias/adenomas das glândulas sebáceas. Em geral, os tumores

cutâneos e subcutâneos são mais comuns em cães idosos. Os tumores

comuns nos cães mais jovens incluem histiocitomas, tumores venéreos

transmissíveis e papilomas virais (DUNN, 2001).

O ápice da faixa etária para ocorrência de neoplasias em cães é de seis

a 14 anos. As raças caninas que apresentam maior incidência de neoplasias

são o Boxer, Terrier Escocês, Bull Mastiff, Basset Hound, Weimaraner

(MOULTON, 1990; THEILEN & MADEWELL, 1987; WITHROW & MACEWEN,

1989). A ocorrência total de neoplasias é maior em fêmeas do que em machos

(56% contra 44%) (MOULTON, 1990; THEILEN & MADEWELL, 1987).

Geralmente as neoplasias malignas se caracterizam por aparecimento

súbito, crescimento rápido, infiltração, recidiva e metástase. O critério mais

importante de malignidade é a metástase. Nos cães, o número de neoplasias

malignas é apenas a metade do número de neoplasias benignas (MOULTON,

1990; THEILEN & MADEWELL, 1987; WITHROW & MACEWEN, 1989).

As neoplasias cutâneas podem ser de origens ectodérmica,

mesodérmica e melanocítica. A epiderme e anexos da pele são geralmente

benignas, com exceção das neoplasias de glândulas apócrinas, incluindo as

glândulas sudoríparas, do saco anal, e as glândulas mamárias que incluem

numerosos carcinomas (CARLTON & McGAVIN, 1998).

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A maioria das neoplasias cutâneas é primária, pois as metástases para

pele são pouco comuns ou raras. No entanto, a pele pode ser o local para um

crescimento tumoral secundário, como os tumores de mama que invadem a

pele adjacente, os carcinomas pulmonares em algumas espécies que

transpoem para múltiplos dígitos de vários membros e o hemangiossarcomas

viscerais de cães que metastatizam para pele (CARLTON & McGAVIN, 1998).

As causas das neoplasias de pele são geralmente desconhecidas. No

entanto, traumatismos, radiação solar, raios X e vírus são capazes de causar

neoplasias epidérmicas. Os hormônios podem ter envolvimento em tumores de

glândulas perianais e de mama (CARLTON & McGAVIN, 1998).

2.3.1 Citologia aspirativa

A citologia é utilizada para classificar as massas tumorais, inicialmente,

determina se a massa é neoplásica ou não. Caso for não-neoplásica, deve-se

assumir uma posição como se fosse inflamatória ou não inflamatória. Além

disso, se podem classificar as massas como mistas, como no caso de uma

massa neoplásica com um centro necrótico e inflamação associada. Também

se pode identificar citologicamente agentes infecciosos como, bactérias, fungos

e protozoários. A citologia aspirativa por agulha fina pode permitir uma

classificação tumoral em uma de três categorias: epitelial, mesenquimatosa e

neoplasia de células redondas (inclui tumores epiteliais, mesenquimatosos e

melanocíticos). Nos tumores epiteliais, as células epiteliais formam grumos

devido à presença de desmossomos. A citologia revela células redondas ou

poligonais com membranas celulares distintas e associação de células com

células. Nos tumores mesenquimatosos surgem do tecido conjuntivo, incluindo

o tecido fibroso, musculatura, gordura e vasos sangüíneos. Os tumores de

células redondas tendem a descamar como células únicas. Entretanto, as

células do tumor venéreo transmissível geralmente formam grumos. As células

redondas apresentam membranas celulares distintas como às das células

epiteliais. Algumas células podem apresentar citoplasma com grânulos

(mastócitos, células melanômicas e linfócitos granulares grandes). Os tumores

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de células redondas incluem linfoma, melanomas, histiocitomas, tumores

venéreos transmissíveis, mastocitomas e plastocitomas. Adicionalmente,

carcinomas de células escamosas e tumores de células basais podem lembrar

citologicamente os tumores de células redondas (DUNN, 2001).

O diagnóstico citológico das neoplasias refere-se à caracterização

microscópica de células coletadas de uma formação tumoral ou efusão

(WELLMAN, 1990). É um dos procedimentos diagnósticos mais utilizados nos

casos de neoplasias em pele e nos tecidos moles (SCHULTENOVER et al.,

1984). O diagnóstico freqüente das neoplasias em pele e partes moles

representa o reflexo da maior probabilidade de observação precoce dessas

lesões pelos proprietários e veterinários (BOSTOCK & OWEN, 1975; RUAUX,

1993).

Os resultados satisfatórios da citologia dependem da coleta de amostra

adequada, do seu preparo e coloração correta, além do exame citológico

minucioso. Um descuido em qualquer uma dessas etapas poderá comprometer

o resultado final (REPPAS; CANFIELD, 1995).

2.3.2 Exame Dermato - Histopatológico

A biópsia de pele é uma das ferramentas mais poderosas em

dermatologia. Embora, a maximização dos seus benefícios potenciais

necessita de uma equipe interessada e experiente entre um clínico que

criteriosamente selecionou, conseguiu e preservou as amostras e um

patologista que também cuidadosamente processou, examinou e interpretou as

amostras. Quando o patologista e clínico trabalham juntos, a biópsia de pele

pode refletir corretamente o diagnóstico dermatológico em mais de 90% dos

casos. Com freqüência as biópsias de pele não são realizadas ou são feitas um

pouco tarde no processo diagnóstico. Os achados da biópsia de pele, em

alguns casos são irrelevantes já que pode ter havido seleção incorreta da

amostra, técnicas deficientes ou ambas. Não se pode deixar de fazer os

diagnósticos diferenciais e lançar mão dos exames complementares como

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exames séricos, hematológicos, culturas, antibiograma e outros (SCOTT et al.,

1996).

Além do que a biópsia é útil também para estabelecer o grupo de

doenças a considerar. Embora sem um diagnóstico definitivo, uma biópsia

geralmente ajuda a guiar o clínico para a direção adequada. A biópsia fornece

um registro permanente das mudanças patológicas presentes num

determinado tempo, e o conhecimento deste achado estimulam o clínico a

pensar mais profundamente sobre as alterações celulares básicas que cercam

a doença. No processo de tratamento também podem ser orientados com base

nos achados histopatológicos. Enfim, a biópsia vem sempre acrescentar

informações e contribuir em muito para o clínico na dermatologia veterinária

(SCOTT et al., 1996).

3 OBJETIVOS

O Hospital Veterinário da FAMED, considerado como hospital de

referência, atende a uma demanda muito grande de animais vindos da região

de Garça, de cidades vizinhas e outros locais.

Foram propostos como objetivos:

1. Determinar a freqüência das dermatoses no serviço de Dermatologia,

do departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia - FAMED - no período de Janeiro/2003 a

Janeiro/2006, quanto ao seu diagnóstico e sua distribuição em

grupos.

2. Comparar os resultados obtidos da ocorrência proporcional por

dermatoses em grupo, com os dados da literatura nacional e

internacional.

3. Traçar um perfil das principais dermatoses em cães nesta região, por

meio de porcentagem neste período.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Estudo

O município de Garça localiza-se dentro da região de Marília, a 448 km

de São Paulo. Quanto ao clima, o município de Garça inclui-se nas

modalidades climáticas da classe “C” (zona temperada). Pela sua condição de

tropical, aparecendo dentro de um climatograma onde as médias de

precipitações variam até 1.200 mm por ano, o clima é classificado como

subtropical. Além disso, a cidade apresenta uma temperatura média de 21° C

com a máxima de 36° C e a mínima de 13° C. O índice pluviométrico de

1.274,4 mm/ano, com período mais quente de dezembro a março, onde a

temperatura oscila entre 25 a 30 graus centígrados, coincidindo com a época

mais chuvosa do ano e a temperatura é mais amena entre os meses de abril e

julho, relacionado com o clima quente e úmido e inverno seco. O município de

Garça possui segundo dados do IBGE (2005), aproximadamente 44.206

habitantes (SILVA, 1997).

O Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Faculdade de Medicina

Veterinária (FAMED), esta em funcionamento desde Janeiro de 2003,

demonstrando um hospital novo em atividade. O serviço de dermatologia de

pequenos animais funciona juntamente com o atendimento clínico médico.

A casuística de atendimento em média nos últimos doze meses, esta em

torno de 350 casos mensais.

Na rotina hospitalar á equipe é composta por docentes de cirurgia,

clínica médica, diagnósticos por imagem, estagiários curriculares e

extracurriculares e funcionários afins.

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4.2 Obtenções das amostragens

A casuística foi composta por animais da espécie “canina” atendidos, no

período de 36 meses, compreendido entre Janeiro/2003 a Janeiro/2006, junto

ao Serviço de dermatologia do Departamento de Clínica Médica, da Faculdade

de Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMED, com quadro de dermatoses.

O levantamento da casuística foi executado através da análise de 2178

fichas de registro dos casos novos atendidos no Serviço de dermatologia da

FAMED.

Das informações existentes nos prontuários dos animais, foram

identificados minuciosamente os dados segundo a espécie, a definição racial,

raça, idade e sexo. A procedência, origem do animal da área urbana ou área

rural e a data do atendimento.

4.3 Critérios para números de observações

Os casos são atendidos na rotina clínica do hospital veterinário, por

estagiários curriculares e extracurriculares, sempre supervisionados pelo

professor do setor de clínica médica de pequenos animais. O docente também

realiza o acompanhamento minucioso dos raspados de pele, biópsia, coleta de

material e envio laboratorial.

Cada diagnóstico corresponde a uma observação.

Animais com dois ou mais diagnósticos têm duas ou mais observações.

Portanto, o número de observações é superior ao número de cães atendidos.

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4.4 Critérios para diagnóstico

As fichas clínicas foram preenchidas com minuciosa anamnese, e os

animais foram submetidos ao exame físico, com ênfase no exame

dermatológico e análises complementares. Entre os exames dermatológicos

foram realizados exame direto de pele, parasitológico, cultura fúngica e

bacteriológico. Além de colheita de material para a execução de exame

micológico, bacteriológico, citológico e histopatológico.

As amostras foram obtidas do pelame e/ou crostas das regiões afetadas

para exames micológicos diretos e cultura em todos os casos, de acordo com

as normas técnicas do Laboratório de Micologia da Faculdade de Medicina

Veterinária da FAMED – GARÇA.

Dos protocolos de cães que apresentavam tumores cutâneos, foram

retiradas várias informações, os considerados sob a expressão “tumores

cutâneos” todos os distúrbios do crescimento da pele, ou seja, tanto as

neoplasias quanto os processos não-neoplásicos. Os tumores foram

classificados em grupos de acordo com Scott et al., ( 2001).

Dos prontuários revistos, levou-se em consideração o diagnóstico dos

animais. Portanto, um mesmo animal pode ter um ou mais diagnósticos por

consulta. Porém, os animais que não teve confirmação do diagnóstico não

foram utilizados para o experimento.

As dermatoses foram agrupadas segundo a influência semiológica do

elemento eruptivo e/ou etiológico, além de serem agrupadas na ordem de

aparecimento na revisão dos prontuários.

4.5 Grupos de dermatoses utilizadas no levantamento

- Dermatoses Parasitárias:

- Sarna Sarcóptica (Escabiose canina - Sarcopteis scabiei var. canis)

- Sarna Demodécica (Demodicose - Demodex canis)

- Sarna Otodécica – Otocaríase (Otodectes cynotis)

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- Infestação por pulgas (Dermatite Alérgica a Picada de Pulgas - DAPP)

- Infestação por carrapatos (Rhipicephalus sanguineus,...)

- Tungíase (Tunga penetrans)

- Miíase (Cochliomyia hominivorax, C. macellaria)

- Queiletielose - Infestação por Cheyletiella spp

- Dermatoses infecciosas

- Abscesso

- Acne canina

- Foliculites bacterianas superficiais e profundas

- Dermatofitoses

- Dermatite por Malassezia (Malassezia pachydermatis)

- Papilomatose

- Otite bacteriana

- Pododermatite bacteriana

- Tumores cutâneos

- Não-neoplásicas

- Neoplasia epitelial

- Neoplasia mesenquimal

- Neoplasia de células redondas

4.6 Procedimentos estatísticos

Os dados colhidos no Hospital Veterinário Veterinário FAEF-FAMED

Garças referentes às variáveis em estudo (doença parasitária cutânea,

dermatose infecciosa, neoplasia cutânea, idade, raça, sexo, origem e

classificação de neoplasias cutâneas) está dispostos em tabelas de freqüência

absoluta e percentual no capítulo seguinte (resultados e discussão).

Para avaliar a existência de associação estatiscamente significativa

entre as dermatoses e características dos cães (faixa etária, sexo, raça) foi

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utilizado o teste qui-quadrado, adotando o nível de significância de 5% ou (χ) =

0,05 (GOMES, 2000).

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram analisados 2.178 prontuários de animais atendidos no período de

36 meses. Destes prontuários, 910 eram de animais com dermatoses e 1.268

de animais “sadios”, sem problema cutâneo.

Os resultados que seguem são oriundos dos prontuários existentes no

Hospital Veterinário FAEF - FAMED - Garça - SP.

TABELA 1a – Relação geral entre dermatoses parasitárias e infecciosas entre

cães atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/

Jan.2006.

Raças

Dermatoses Sadios

f (%)

Doentes

f (%)

TOTAL

f (%)

Infecciosas 2350(61) 565(26) 2915(49)

Parasitárias 1495(39) 1572(74) 3067(51)

TOTAL 3845(100) 2137(100) 5982(100)

A Tabela acima demonstra que as dermatoses parasitárias aparecem

em maior número em relação às dermatoses infecciosas na somatória final e

principalmente nos animais doentes com uma freqüência maior (74%) de

doenças parasitárias comparando com as dermatoses infecciosas com menor

freqüência (26%).

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5.1 Dermatoses parasitárias

A aplicação do teste qui-quadrado na Tabela 1 mostra que há

associação estatisticamente significativa entre a faixa etária do cão e a

presença de doenças parasitárias cutâneas.

Através da análise das amostras de doenças parasitárias pode-se

observar que as infestações ocorrem com mais intensidade em animais jovens

entre 2 a 4 anos (33,7%). Já entre os animais mais jovens (< 2 anos) e os mais

velhos (< 4 anos) observa-se uma menor incidência de doenças parasitárias

cutâneas, com 19,% e 17,6% respectivamente dos animais.

Com base nesses resultados, observamos que a incidência da doença

parasitária cutânea entre os animais jovens adultos entre (2 a 4 anos) é

aproximadamente o dobro em relação aos animais mais velhos (mais de 4

anos).

Estes estão em concordância com Larsson e Nishimura (1989) e

Larsson (2005), quando observaram maior incidência de doenças parasitárias

em animais jovens. Permite-se pressupor que a incidência maior em animais

novos esta relacionada a fatores imunitários, tal como o aventado por Gross,

Ihrke e Walder (1992).

No entanto, autores franceses, recentemente, consideraram difícil

interpretar tal predisposição para o assentamento da ectoparasitose pela

superposição de fatores de risco. Dentre estes se poderiam considerar, a

convivência em grupos, promiscuidade inata de cães jovens, inadequada

higienização, nos primeiros meses de vida e aos habituais erros de manejo.

Com base nesses resultados, observamos que a incidência da doença

parasitária cutânea entre os animais jovens adultos entre 2 a 4 anos é

aproximadamente o dobro em relação aos animais mais velhos (mais de 4

anos).

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TABELA 1b - Doenças parasitárias cutâneas com relação a Idades dos cães

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/ Jan.

2006

Idade

Dermatoses Parasitárias < 2 anos

f (%)

2 a 4 anos

f (%)

> 4 anos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 594 (80,6) 191 (66,3) 380 (82,6) 1165 (78,5)

Doentes 143 (19,3) 97 (33,7) 81 (17,6) 321 (21,6)

TOTAL 737 (100) 288 (100) 461 (100) 1486 (100)

Existe uma associação significativa entre a faixa etária do cão e a

presença de doenças parasitárias cutâneas.

Da mesma forma as análises das amostras de doenças parasitárias

pode-se observar que as infestações ocorreram com maior freqüência nos

animais do sexo feminino (83,1%) e menor incidência do sexo masculino

(74,3%). A aplicação do teste qui-quadrado nos dados da Tabela 2 mostra que

há associação estatisticamente significativa entre o sexo do cão e dermatoses

parasitárias.

A predisposição sexual em estudo retrospectivo de Larsson (2005)

evidenciou-se diferenças significativas entre sexo. Porém em tratados de

dermatologia veterinária e em artigos de periódicos, pois, em cães apresentou-

se maior tendência, embora discreta, de acometimento de machos.

Na tabela 2, existe uma associação extremamente significativa entre o

sexo do animal e presença de dermatoses cutâneas.

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TABELA 2 - Dermatoses parasitárias com relação ao sexo dos cães atendido

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

Sexo

Dermatoses Parasitárias Fêmeas

f (%)

Machos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 140 (16,9) 190 (25,3) 330 (20,9)

Doentes 690 (83,1) 561 (74,7) 1251 (79,1)

TOTAL 830 (100) 751 (100) 1581 (100)

5.2 Dermatoses infecciosas

Pelas análises das amostras de doenças infecciosas pode-se observar

que os machos (52,2%) foram mais afetados que as fêmeas (47,5%), com

discretas diferenças (Tabela 3).

No tocante à predisposição sexual relativamente ao resultado das

culturas de dermatófitos em animais, não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas, confirmando os dados da literatura revisada

(Tabela 3).

TABELA 3 - Dermatoses infecciosas com relação ao sexo dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 / Jan.2006.

Sexo

Dermatoses Infecciosas Fêmeas

f (%)

Machos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 618 (81) 562 (81) 1180 (81)

Doentes 146 (19) 130 (19) 276 (19)

TOTAL 764 (100) 692 (100) 1456 (100)

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A aplicação do teste qui-quadrado na tabela 3 mostra que não há

associação estatisticamente significativa entre o sexo e a doença infecciosa.

Através da análise das amostras de doenças infecciosa pode-se

observar que as infestações ocorrem com mais intensidade em animais jovens

entre 2 a 4 anos (33,7%). Já entre os animais mais jovens (< 2 anos) e os mais

velhos (< 4 anos) observa-se uma menor incidência de doenças parasitárias

cutâneas, com 19,% e 17,6% respectivamente dos animais.

Com base nesses resultados, observamos que a incidência da doença

parasitária cutânea entre os animais jovens adultos entre (2 a 4 anos) é

aproximadamente o dobro em relação aos animais mais velhos (mais de 4

anos).

Estes estão em concordância com Balda & Larsson (2002), quando

observaram maior incidência de dermatopatias infecciosas acometem animais

jovens.

TABELA 4 - Doenças infecciosas com relação a idades dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/Jan.2006.

Idade

Dermatoses Infecciosas < 2 anos

f (%)

2 a 4 anos

f (%)

> 4 anos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 594 (82,9) 198 (71,7) 378 (81,1) 1712 (83,1)

Doentes 123 (17,1) 78 (28,3) 88 (18,9) 289 (16,9)

TOTAL 719 (100) 276 (100) 466 (100) 1461 (100)

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5.3 Dermatoses parasitárias e infecciosas quanto à distribuição racial

Através da análise das amostras da distribuição racial pode-se observar

que as infestações ocorreram com mais gravidade em animais com raça

definida (38%). (Tabela 5).

Estes estão em disconcordância com Larsson e Nishimura (1989), na

qual a maioria era sem raça definida. Porém, Larsson (2005), demonstra em

estudos que em outros países desenvolvidos, como França, país com enorme

população canina de raça definida.

Quanto às raças mais acometidas neste trabalho foi Pastor Alemão

(46,4%), Rottweiler (44,2%), Boxer (42,7%), Cocker Spaniel (40,5%) (Tabela

5).

TABELA 5 - Dermatoses parasitárias e infecciosas entre cães sem raça

definida (SRD) e com raça definida (CRD) de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

Raças

Dermatoses SRD

f (%)

CRD

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 539 (72) 680 (62) 1219 (66)

Doentes 209 (28) 416 (38) 625 (34)

TOTAL 748 (100) 1096 (100) 1844 (100)

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Os cães com raça definida (CRD) tendem a apresentar mais doenças

parasitárias e infecciosas nas que os cães sem raça definida (SRD), 38% dos

cães CRD apresentam doenças parasitárias e infecciosas ao passo que

somente 28% dos cães SRD apresentam esse tipo de doença.

TABELA 6 - Dermatoses parasitárias e infecciosas X raças de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

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TOTAL 1219 (66) 625 (34) 1844 100

R aças Sadios f (%)

Doentes f (%)

TOTAL %

Pastor Alemão 45 (53,6) 39 (46,4) 84 100

Rottweiler 43 (55,8) 34 (44,2) 77 100

Boxer 51 (57,3) 38 (42,7) 89 100

Cocker Spaniel 25 (59,5) 17 (40,5) 42 100

Fox Paulistinha 39 (61,9) 24 (38,1) 63 100

Dachshund 44 (62) 27 (38) 71 100

Pinscher 53 (63) 31 (37) 84 100

Fila Brasileiro 15 (63,6) 07 (36,4) 22 100

Labrador 16 (64,3) 12 (35,7) 28 100

Outras Raças

127 (65,8) 69 (34) 196 100

Poodle 126 (67,7) 60 (32,3) 186 100

Pitt Bull 94 (66) 50 (31) 144 100

Lhasa Apso 02 (70) 08 (30) 10 100

SRD 539 (72) 209 (28) 748 10

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5.4 Tumores cutâneos

Pelas análises das amostras de neoplasias cutâneas pode-se observar

que as freqüências observadas são concordantes, não tendo diferença

estatística.

A alta especificidade do método citológico (78,4%) recomenda-o para

aplicações diagnósticas em veterinária, orientando condutas de maneira eficaz,

a baixo custo e sem procedimentos pré-cirúrgicos invasivos ou que

comprometam clinicamente o animal examinado (Tabela 6).

O método citológico (78,4%) apresentou ser bastante eficaz na avaliação

de tumores em pele e partes moles quando comparados ao exame histológico

(21,6%). Comprovando o aumento do uso deste exame complementar na

dermatologia veterinária (Tabela 6).

TABELA 7 - Relações das neoplasias cutâneas de cães sadios x doentes

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /

Jan.2006.

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TABELA 8 - Origem e classificação de neoplasias cutâneas de cães

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /

Jan.2006.

Não Neoplásico

Neoplásico Epitelial

Neoplásico Mesenquimal

Neo* Células Redondas

Total (%)

Citológico 8 7 4 15 34(69.4%)

Histológico 2 8 3 2 15(30.6%)

TOTAL 10(20.4%) 15(30.6%) 7(14.3%) 17(34.7%) 49(100%)

*Neo = Neoplasia

Efetuou-se análise citológica de 266 lesões em pele e partes moles de

cães. Animais sem raça definida (SRD) foram os mais freqüentes (n=27),

seguidos dos cães das raças Boxer (n=21), Pastor Alemão (n=3) e Pitt Bull

Sadios Fo (Fe)

Doentes Fo (Fe)

TOTAL %

Citológico 228(224) 34 (38) 262 78.4%

Histológico 157(61) 15 (10) 72 21.6%

TOTAL 285 49 334

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(n=3). As demais raças tiveram representatividade bem menor quando

comparada às mais freqüentes acima citadas (Tabela 6 e 8).

No levantamento citopatológico dos 262 tumores, foram diagnosticados

34 casos positivos, todos eles confirmados na histologia. Obtiveram 228 casos

negativos. Apresenta 8 (23,5%) lesões não-neoplásicas, 7 (20,6%) neoplasias

de origem epitelial, 4 (11,8%) neoplasias de origem mesenquimal, 15 (44,1%)

neoplasias de célula redonda (Tabela 6 e 7).

Na observação histológica, 71 tumores, foram diagnosticados 15 casos

positivos e 57 casos negativos. Havia 2 (13,3%) lesões não-neoplásicas, 8

(53,4%) neoplasias de origem epitelial, 3 (20%) neoplasia de origem

mesenquimal, 2 (13,3%) neoplasias de célula redonda (Tabela 6 e 7).

Foram estudadas 2178 ocorrências sendo que 1268 (58,22%) foram

consideradas sadios com respeito as dermatose e conseqüentemente 910

(41,78%) acometidos das dermatoses. Conforme Scott (2001) calcula-se que

entre 20 e 75% de todos os cães atendidos na prática clínica apresentam

alterações da pele como queixa principal ou simultaneamente pelo proprietário.

5.5 As principais dermatoses parasitárias

As dermatopatias parasitárias mais prevalentes como mostram a tabela

10, aparece por grupos de doenças, em ordem decrescente foram: infestação

por carrapatos (60,4%), dermatite alérgica a picada de pulgas (12,8%), miíase

(10.4%), demodicose (6,6%), escabiose (5,8%) e otite parasitária (3,6%)

(Tabela10).

No Canadá, trabalhos de Scott (1990), são relatados como doenças

comumente observadas em cães, as de origem bacterianas, imunológicas,

endócrinas, neoplásicas e parasitárias. Embora, no Japão (NAGATA & SAKAI,

1999), citam-se as de origens bacterianas, alérgicas e endócrinas como as

mais habituais. No Brasil (MENEZES et al., 2000), em apenas um trabalho

realizado, relatam-se como as mais freqüentes, as de origem bacteriana,

parasitária, fúngica e imunológica.

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Analisando esses resultados, aos comparados os dados brasileiros com

internacionais que, no Brasil, as doenças parasitárias apresentam-se com alta

prevalência.

TABELA 9 – Principais dermatoses parasitárias de cães atendidos no Hospital

Veterinário FAEF/FAMED – Garça – SP – Jan 2003/ Jan 2006.

DERMATOSES PARASITÁRIAS

ANO 2003 ANO 2004 ANO 2005 MÉDIA

1 Infestação Carrapatos

55.2 60.6 65.4 60.4

2 DAPP 12.4 15.2 11.0 12.8 3 Miíase 12.0 9.0 10.2 10.4 4 Demodicose 7.9 5.3 6.5 6.6 5 Escabiose 7.5 5.6 4.2 5.8 6 Otite Parasitária 5.0 4.3 2.7 3.6

TOTAL 23.9% 9.6% 11% 14.8%

5.6 As principais dermatoses infecciosas

As dermatopatias infecciosas mais freqüentes como mostram a tabela

11, aparece por grupos de doenças, em ordem decrescente são dermatites

bacterianas (41%), otite bacteriana (16,7%), dermatofitose (15,3%), acne

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canina (14,3%), abscesso (10,3%), malassezia (6,5%) e pododermatite (5,5%)

(Tabela11).

Entre as doenças de pele mais freqüentemente diagnosticadas

encontram-se as de origem bacterianas e parasitárias (NAGATA & SAKAI,

1999; SCOTT & PARADIS, 1990) embora muitas dermatites, não específicas,

pruriginosas ou não, são diagnosticadas como micoses com base em

evidências clínicas inadequadas (SCOTT et al., 1990).

TABELA 10 - Principais dermatoses infecciosas de cães atendidos no Hospital

Veterinário FAEF/FAMED – Garça – SP – Jan.2003 / Jan.2006.

DERMATOSES INFECCIOSAS

ANO 2003 ANO 2004 ANO 2005 MÉDIA

1 Dermatite Bact./Foliculites

49.0 31.0 43.0 41.0

2 Otite bacteriana 14.0 17.8 18.4 16.7 3 Dermatofitose 11.0 21.7 12.9 15.3 4 Acne Canina 6.0 1.6 6.7 14.3 5 Abscesso 8.0 13.2 9.8 10.3 6 Malassezia 4.0 9.3 6.1 6.5 7 Pododermatite 8.0 5.4 3.1 5.5 100 100 100

TOTAL 12.4% 4.1% 4.7% 7.1%

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6 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos do presente investigação, pôde-se

concluir que:

As dermatopatias representam uma alta porcentagem no atendimento

clínico, independentemente da localização geográfica e do nível de

desenvolvimento da região ou país considerado.

A maior ocorrência dos diagnósticos finais das dermatopatias dos 910

cães amostrados foi infestação por carrapatos, foliculites bacterianas, dermatite

alérgica a picada de pulgas (DAPP), otites bacterianas, demodicose,

dermatofitoses, miíases, escabiose canina, abscesso e otite parasitária,

respectivamente.

No agrupamento de dermatopatias infecciosas as mais freqüentes em

ordem decrescente foram, respectivamente, foliculites bacterianas, otites

bacterianas, dermatofitoses, abscesso, pododermatites e acne canina. E no

grupo das dermatoses parasitárias as doenças mais encontradas foram em

ordem decrescente, Infestação por carrapatos, dermatite alérgica a picada de

pulgas, demodicose, miíase, escabiose canina, otites parasitárias e bernes.

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Quanto à predisposição racial, observaram-se as raças de cães com

dermatoses mais encontrados no levantamento deste trabalho em ordem

decrescente foram Pastor Alemão, Rottweiler, Boxer, Cocker Spaniel, Fox

Paulistinha, Dachshund, Fila Brasileiro, Labrador, outras raças e Poodle

No que tange a predisposição etária quanto à dermatopatias parasitárias

e infecciosas de acometimento de cães, da faixa etária de até doze meses de

idade, que esta maior susceptibilidade dos animais jovens em adquirir a

infecção esteja vinculada à imaturidade do sistema imunológico.

Os tumores foram representados por lesões não-neoplásicas (20,4%),

neoplasia epitelial (30,6%), neoplasia mesenquimal (14,3%) e neoplasia de

célula redonda (34,7%). As lesões não neoplásicas mais freqüentes foram os

processos inflamatórios com granuloma tipo corpo estranho, cistos

epidérmicos. Dentre as neoplasias benignas, o lipoma, histiocitoma, fibroma,

hemangioma e o tricoepitelioma e, dentre as malignas, o mastocitoma,

hemangiossarcoma, carcinomas basocelulares, carcinoma espinocelulares e

linfomas cutâneos foram as mais freqüentes.

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atendidos pelo Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina,

Paraná. Semin. Ciênc. Agrár., v.18, p.41-44, 1997.

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REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - ISSN 1679-7353 PUBLICAÇÃO CI ENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DE GARÇA/FAMED

ANO III, NÚMERO, 07, JUNHO DE 2006. PERIODICIDADE: SEMESTRAL _______________________________________________________________________________________

FREQÜÊNCIA DE DERMATOPATIAS INFECCIOSAS, PARASITÁRIAS E NEOPLÁSICAS EM CÃES NA REGIÃO DE

GARÇA, SÃO PAULO - BRASIL

FRANCO, Sônia Regina Verde S., Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP – Botucatu –

Departamento de Clínica de Pequenos Animais

PENA, Silvio Barbosa Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça FAMED

RESUMO Existem poucos dados sobre a demografia dos distúrbios cutâneos caninos

tanto na medicina veterinária no Brasil como em outros países. No presente

estudo, foram revistos 6416 prontuários de animais atendidos no Hospital de

Pequenos Animais da Faculdade de Medicina Veterinária (FAMED), em Garça-

SP. Dentre esses prontuários, foram selecionados os de 2186 animais que

apresentavam problemas cutâneos, os quais foram divididos em 3 grupos: as

dermatoses parasitárias, dermatoses infecciosas e neoplasias cutâneas. As

dermatoses mais diagnosticadas nos cães foram infestação por carrapato

(60,4%), foliculite bacteriana (41%), dermatite alérgica a picada de pulgas

(12,8%), otites bacterianas (16,7%). A predisposição racial também foi

avaliada, sendo que as raças mais acometidas foram Pastores Alemães

(46,4%), Rottweiler (44,2%), Boxer (42,7%), Cocker Spaniel (40,5%), Fox

Paulistinha (38,1%), Dachshund (38%), Fila Brasileiro (36,4%), Labrador

35,7%) e Poodle (32,3%).

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Palavras-chave: cães; dermatopatias; dermatoses parasitárias; dermatoses

infecciosas; neoplasias cutâneas.

ABSTRACT

Data on the demography of canine cutaneous disorders are still scarse in

veterinary medicine both in Brazil and in other countries. In the present study,

the clinical records of 2,178 animals treated at the Hospital of Small Animals of

The Veterinary Medical College (FAMED) in Garça-SP were reviewed. From

these records, it was found that 910 animals presented cutaneous problems,

which were divided into 3 groups: parasitic dermatosis infectious dermatosis

and cutaneous neoplasias. The dermatitises in dogs were tick infestation

(60,4%), bacterial folliculitis (41%), flea allergy dermatitis (12,8%), bacterial

otitis (16,7%). Breed predisposition was also evaluated, and the dogs

presenting more disorders were those German Shepherd (46,4%), Rottweiler

(44,2%), Boxer (42,7%), Cocker Spaniel (40,5%), Brazilian Terrier (38,1%),

Dachshund (38%), Brazilian Fila (36,4%), Labrador 35,7%) and Poodle

(32,3%).

Key Words: dogs; dermatopathies; parasitic dermatosis; infectious dermatosis;

cutaneous neoplams.

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1. INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo e funciona como uma barreira

anatomofisiológica entre o animal e o meio ambiente, fornecendo proteção

contra lesão física, química e microbiológica. Este órgão é formado pela

epiderme, derme e pela hipoderme. Desta maneira, a pele forma uma barreira

protetora, sem a qual a vida seria impossível.

Os principais componentes de defesa são o físico constituído por pêlos e

estrato córneo, o químico por células e glândulas que produzem uma emulsão

de sebo, suor e substâncias do cimento intercelular e o microbiano constituído

pela microflora cutânea normal, onde se encontram principalmente bactérias.

O número de bactérias na pele tende a variar de indivíduo para

indivíduo, alguns possuem muitos microrganismos, ao passo que outros

possuem poucos e este número pode permanecer constante, a menos que

ocorra uma perturbação da microflora por tratamentos antibacterianos ou

mesmo por mudanças no clima. Da mesma maneira, os estados doentios

influenciam as espécies e o número de bactérias presentes na pele o que pode

resultar em várias dermatoses.

As dermatoses também podem ser causadas pelo ataque de muitos

tipos de parasitas como sarnas, carrapatos, moscas, mosquitos, etc. Estes

parasitas provocam grande irritação e sensibilização do animal e cada espécie

possui um efeito particular na pele, além de serem importantes vetores ou

hospedeiros intermediários de doenças bacterianas, riquetsioses e parasitárias.

Além disso, outro problema de pele bastante comum em cães são as

neoplasias onde a idade, a raça e o sexo do animal são fatores que influenciam

na freqüência dessa patologia.

A incidência destes problemas cutâneos em cães é bastante alta na

atividade clínica de pequenos animais chegando a envolver cerca de 20 a 75%

dos casos atendidos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

As doenças bacterianas da pele são vistas com mais freqüência em

cães do que em qualquer outro mamífero. A maioria dos fatores envolvidos no

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aumento da suscetibilidade a piodermite está relacionada às diferenças

anatômicas quando comparadas com outras espécies. O delgado e compacto

extrato córneo canino, com seu material intercelular esparso e rico em lipídeos,

representa uma barreira epidérmica pouco eficiente contra o potencial invasor

de bactérias entre os folículos pilosos, acarretando uma freqüência aumentada

da área de infecção bacteriana superficial. Estas infecções superficiais do

folículo piloso representam o grupo mais comum de doenças bacterianas da

pele nos cães. Conseqüentemente, o folículo piloso, no cão, deve ser

considerado como uma porta de entrada de bactérias (IHRKE, 1996).

Mason & Lloyd (1996) consideram que uma falha na estrutura do

tampão lipídico-escamoso epitelial no óstio do folículo piloso canino pode

favorecer o aparecimento de foliculites superficiais em cães. A flora microbiana

da pele é composta de bactérias residentes e transitórias. As bactérias

residentes multiplicam-se sobre a superfície da pele e no folículo piloso,

mantendo uma população estática e consistente, e são consideradas como

comensais inofensivos. As bactérias transitórias provavelmente proliferam na

pele em locais ou membranas mucosas e sob circunstâncias normais não

podem competir de forma eficaz com a flora residente estabelecida, para

assegurar um nicho ecológico. O número total de bactérias residentes

encontradas na pele normal do cão não é grande.

A respeito das várias classificações existentes, a que considera a

profundidade da infecção mostra ser a mais útil do ponto de vista clínico, qual o

tipo de doença subjacente, porque permite deduções terapêuticas e

prognósticas. Quanto maior a profundidade da infecção, maior deverá ser o

empenho terapêutico e o esforço para se descobrir a doença de base

(CONCEIÇÃO & FABRIS, 1999).

As micoses superficiais são infecções fúngicas que envolvem as

camadas superficiais da pele, pêlo e unhas. Uma extensa variabilidade de

lesões pode ocorrer nas dermatofitoses, podendo mimetizar inúmeras outras

dermatoses (SPARKES et al., 1993).

Os carnívoros domésticos, cães e gatos, são hospedeiros freqüentes de

ectoparasitas, sendo os artrópodes os maiores causadores de afecções

cutâneas. Assim, as lesões cutâneas mais comuns são causadas por ácaros

da sarna e carrapatos, e por insetos como os piolhos e as pulgas. Além destes

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ectoparasitas, as moscas, mosquitos, aranhas, vespas e formigas, também

podem causar lesões cutâneas (NOLI, 2002).

As lesões provocadas por carrapatos variam de uma simples irritação

cutânea a uma anemia e, em alguns casos, ocorrendo paralisias devido à

produção de toxinas por estes ectoparasitos. Além disso, algumas doenças

podem ser veiculadas através da picada destes artrópodes, como exemplos

têm a babesiose, erliquiose, rickettsiose e borreliose, pela picada de

carrapatos. Da mesma forma, o local da picada por carrapatos pode ser uma

importante porta de entrada de bactérias, levando a uma infecção secundária

(NOLI, 2002).

Além dos carrapatos existem os ácaros causadores de dermatoses

como a demodicose que é conhecida também como sarna demodécica,

demodiciose, sarna folicular ou sarna vermelha sendo uma doença parasitária

inflamatória em cães distinguida pela presença de ácaros demodécicos em

quantidade maior que os números normais (SCOTT et al., 1996), mas também

é uma das desordens cutâneas parasitárias mais freqüentes em cães. O

agente etiológico da demodicose em cães é o Demodex canis, e normalmente,

estes ácaros habitam os folículos pilosos, mas também podem ser encontrados

nas glândulas sebáceas e apócrinas adjacentes (WILLEMSE, 2002).

A escabiose canina é uma infestação intensamente pruriginosa causada

pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. canis que é transmissível por contato direto

de pele entre cães e humanos. Aproximadamente 60% das pessoas em

contato íntimo com animais infestados poderão desenvolver pápulas

pruriginosas em seus braços e tronco. Estes são escavadores e além de ser

transmitido entre cães e o homem, este ácaro também pode infestar outras

espécies animais (WILLEMSE, 2002; ARLIAN, 1984).

A hipersensibilidade à picada de pulgas (dermatite alérgica a picada de

pulgas - DAPP) é uma dermatose pruriginosa, papular em cães que se tornam

sensibilizados aos alérgenos produzidos pelas pulgas. É o distúrbio de

hipersensibilidade cutânea mais comum em cães. A hipersensibilidade a essas

proteínas induz edema local e infiltrado celular, que produzem a pápula

eritematosa que pode ocorrer logo depois da picada (HALLIWELL et al., 1987).

O tecido cutâneo e a pele são os locais mais freqüentes de neoplasias

no cão, respondendo por aproximadamente 30 a 40% de todos os tumores. A

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maior parte dos tumores cutâneos caninos é benigna. Os tumores cutâneos

mais corriqueiros no cão incluem lipomas, mastocitomas, histiocitomas e

hiperplasias/adenomas das glândulas sebáceas. Em geral, os tumores

cutâneos e subcutâneos são mais comuns em cães idosos. Os tumores

comuns nos cães mais jovens incluem histiocitomas, tumores venéreos

transmissíveis e papilomas virais (DUNN, 2001).

As causas das neoplasias de pele são geralmente desconhecidas. No

entanto, traumatismos, radiação solar, raios X e vírus são capazes de causar

neoplasias epidérmicas. Os hormônios podem ter envolvimento em tumores de

glândulas perianais e de mama (CARLTON & McGAVIN, 1998).

3 OBJETIVOS

O Hospital Veterinário da FAMED, considerado como hospital de

referência, atende a uma demanda muito grande de animais vindos da região

de Garça, de cidades vizinhas e outros locais.

Foram propostos como objetivos:

1. Determinar a freqüência das dermatoses no serviço de Dermatologia,

do departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia - FAMED - no período de Janeiro/2003 a

Janeiro/2006, quanto ao seu diagnóstico e sua distribuição em

grupos.

2. Traçar um perfil das principais dermatoses em cães nesta região, por

meio de porcentagem neste período na região de Garça – SP.

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Estudo

O município de Garça localiza-se dentro da região de Marília, a 448 km

de São Paulo. O município de Garça possui segundo dados do IBGE (2005),

aproximadamente 44.206 habitantes (SILVA, 1997).

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O Hospital Veterinário de Pequenos Animais da Faculdade de Medicina

Veterinária (FAMED), esta em funcionamento desde Janeiro de 2003,

demonstrando um hospital novo em atividade. O serviço de dermatologia de

pequenos animais funciona juntamente com o atendimento clínico médico.

A casuística de atendimento em média nos últimos doze meses, esta em

torno de 350 casos mensais.

Na rotina hospitalar á equipe é composta por docentes de cirurgia,

clínica médica, diagnósticos por imagem, estagiários curriculares e

extracurriculares e funcionários afins.

4.2 Obtenções das amostragens

A casuística foi composta por animais da espécie “canina” atendidos, no

período de 36 meses, compreendido entre Janeiro/2003 a Janeiro/2006, junto

ao Serviço de dermatologia do Departamento de Clínica Médica, da Faculdade

de Medicina Veterinária e Zootecnia - FAMED, com quadro de dermatoses.

Das informações existentes nos prontuários dos animais, foram

identificados minuciosamente os dados segundo a espécie, a definição racial,

raça, idade e sexo. A procedência, origem do animal da área urbana ou área

rural e a data do atendimento.

4.3 Critérios para números de observações

Os casos são atendidos na rotina clínica do hospital veterinário, por

estagiários curriculares e extracurriculares, sempre supervisionados pelo

professor do setor de clínica médica de pequenos animais. O docente também

realiza o acompanhamento minucioso dos raspados de pele, biópsia, coleta de

material e envio laboratorial.

Cada diagnóstico corresponde a uma observação.

Animais com dois ou mais diagnósticos têm duas ou mais observações.

Portanto, o número de observações é superior ao número de cães atendidos.

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4.4 Critérios para diagnóstico

As fichas clínicas foram preenchidas com minuciosa anamnese, e os

animais foram submetidos ao exame físico, com ênfase no exame

dermatológico e análises complementares. Entre os exames dermatológicos

foram realizados exame direto de pele, parasitológico, cultura fúngica e

bacteriológico. Além de colheita de material para a execução de exame

micológico, bacteriológico, citológico e histopatológico.

As amostras foram obtidas do pelame e/ou crostas das regiões afetadas

para exames micológicos diretos e cultura em todos os casos, de acordo com

as normas técnicas do Laboratório de Micologia da Faculdade de Medicina

Veterinária da FAMED – GARÇA.

Dos protocolos de cães que apresentavam tumores cutâneos, foram

retiradas várias informações, os considerados sob a expressão “tumores

cutâneos” todos os distúrbios do crescimento da pele, ou seja, tanto as

neoplasias quanto os processos não-neoplásicos. Os tumores foram

classificados em grupos de acordo com Scott et al., ( 2001).

As dermatoses foram agrupadas segundo a influência semiológica do

elemento eruptivo e/ou etiológico, além de serem agrupadas na ordem de

aparecimento na revisão dos prontuários.

4.5 Grupos de dermatoses utilizadas no levantamento

- Dermatoses Parasitárias

- Dermatoses infecciosas

- Neoplasias cutâneas

4.6 Procedimentos estatísticos

Os dados colhidos no Hospital Veterinário FAEF-FAMED Garça-SP

referentes às variáveis em estudo (doença parasitária cutânea, dermatose

infecciosa, neoplasia cutânea, idade, raça, sexo, origem e classificação de

neoplasias cutâneas) está dispostos em tabelas de freqüência absoluta e

percentual no capítulo seguinte (resultados e discussão).

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Para avaliar a existência de associação estatiscamente significativa

entre as dermatoses e características dos cães (faixa etária, sexo, raça) foi

utilizado o teste qui-quadrado, adotando o nível de significância de 5% ou (χ) =

0,05 (GOMES, 2000).

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram analisados 6.416 prontuários de animais atendidos no período de

36 meses. Destes prontuários, 2186 eram de animais com dermatoses e 4.233

de animais “sadios”, sem problema cutâneo.

Os resultados que seguem são oriundos dos prontuários existentes no

Hospital Veterinário FAEF - FAMED - Garça - SP.

A letra “f” que aparece nas tabelas na seqüência representa a freqüência

dos casos atendidos e entre parênteses a respectiva porcentagem.

TABELA 1 – Relação geral entre dermatoses parasitárias, infecciosas e

neoplásicas entre cães atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED -

Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

Casos atendidos

Dermatoses Sadios

f (%)

Doentes

f (%)

TOTAL

f (%)

Infecciosas 2350(55) 565(26) 2915(45)

Parasitárias 1495(35) 1572(72) 3067(48)

Neoplasias 385(9) 49(2) 434(7)

TOTAL 4233(100)

(66)

2186(100)

(34)

6416(100)

(100)

A Tabela acima demonstra que as dermatoses parasitárias aparecem

em maior número em relação às dermatoses infecciosas na somatória final

com uma freqüência maior (72%) de doenças parasitárias comparando com as

dermatoses infecciosas com menor freqüência (26%) e neoplásicas (2%).

O índice de dermatose nesse caso aproximou em torno de 34% dos

casos atendidos, nestas três categorias (dermatoses parasitárias, infecciosas e

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neoplásicas) no hospital veterinário FAEF-FAMED – Garça, no período de 2003

a 2006.

5.1 Dermatoses parasitárias

A aplicação do teste qui-quadrado na Tabela 2 mostra que há

associação estatisticamente significativa entre a faixa etária do cão e a

presença de doenças parasitárias cutâneas.

Através da análise das amostras de doenças parasitárias pode-se

observar que as infestações ocorrem com mais intensidade em animais jovens

entre 2 a 4 anos (33,7%). Já entre os animais mais jovens (< 2 anos) e os mais

velhos (< 4 anos) observa-se uma menor incidência de doenças parasitárias

cutâneas, com 19,% e 17,6% respectivamente dos animais.

Com base nesses resultados, observamos que a incidência da doença

parasitária cutânea entre os animais jovens adultos entre (2 a 4 anos) é

aproximadamente o dobro em relação aos animais mais velhos (mais de 4

anos).

TABELA 2 - Doenças parasitárias cutâneas com relação a Idades dos cães

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/ Jan.

2006

Idade

Dermatoses Parasitárias < 2 anos

f (%)

2 a 4 anos

f (%)

> 4 anos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 594 (80,6) 191 (66,3) 380 (82,6) 1165 (78,5)

Doentes 143 (19,3) 97 (33,7) 81 (17,6) 321 (21,6)

TOTAL 737 (100) 288 (100) 461 (100) 1486 (100)

Existe uma associação significativa entre a faixa etária do cão e a

presença de doenças parasitárias cutâneas.

Da mesma forma as análises das amostras de doenças parasitárias

pode-se observar que as infestações ocorreram com maior freqüência nos

animais do sexo feminino (83,1%) e menor incidência do sexo masculino

(74,3%). A aplicação do teste qui-quadrado nos dados da Tabela 3 mostra que

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há associação estatisticamente significativa entre o sexo do cão e dermatoses

parasitárias.

Na tabela 3, existe uma associação extremamente significativa entre o

sexo do animal e presença de dermatoses cutâneas.

TABELA 3 - Dermatoses parasitárias com relação ao sexo dos cães atendido

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

Sexo

Dermatoses Parasitárias Fêmeas

f (%)

Machos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 140 (16,9) 190 (25,3) 330 (20,9)

Doentes 690 (83,1) 561 (74,7) 1251 (79,1)

TOTAL 830 (100) 751 (100) 1581 (100)

5.2 Dermatoses infecciosas

Pelas análises das amostras de doenças infecciosas pode-se observar

que entre machos e fêmeas, não há diferença estatisticamente significativas

(Tabela 4).

No tocante à predisposição sexual relativamente ao resultado das

culturas de dermatófitos em animais, não foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas, confirmando os dados da literatura revisada

(Tabela 4).

TABELA 4 - Dermatoses infecciosas com relação ao sexo dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 / Jan.2006.

Sexo

Dermatoses Infecciosas Fêmeas

f (%)

Machos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 618 (81) 562 (81) 1180 (81)

Doentes 146 (19) 130 (19) 276 (19)

TOTAL 764 (100) 692 (100) 1456 (100)

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A aplicação do teste qui-quadrado na tabela 4 mostra que não há

associação estatisticamente significativa entre o sexo e a doença infecciosa.

Através da análise das amostras de doenças infecciosa pode-se

observar que as infestações ocorrem com mais intensidade em animais jovens

entre 2 a 4 anos (28.3%). Já entre os animais mais jovens (< 2 anos) e os mais

velhos (> 4 anos) observa-se uma menor incidência de doenças parasitárias

cutâneas, com 17,1% e 18,9% respectivamente dos animais.

Com base nesses resultados, observamos que a incidência da doença

parasitária cutânea entre os animais jovens adultos entre (2 a 4 anos) é

aproximadamente sessenta por cento a mais em relação aos animais mais

jovens (menos de 2 anos) e acima de sessenta e sete por cento a mais em

relação aos animais mais velhos (mais de 4 anos). (Tabela 5).

TABELA 5 - Doenças infecciosas com relação a idades dos cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan. 2003/Jan.2006.

Idade

Dermatoses Infecciosas < 2 anos

f (%)

2 a 4 anos

f (%)

> 4 anos

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 594 (82,9) 198 (71,7) 378 (81,1) 1712 (83,1)

Doentes 123 (17,1) 78 (28,3) 88 (18,9) 289 (16,9)

TOTAL 719 (100) 276 (100) 466 (100) 1461 (100)

5.3 Dermatoses parasitárias e infecciosas quanto à distribuição racial

Através da análise das amostras da distribuição racial pode-se observar

que as infestações ocorreram com mais gravidade em animais com raça

definida (38%). (Tabela 6).

Quanto às raças mais acometidas neste trabalho foram Pastores

Alemães (46,4%), Rottweiler (44,2%), Boxer (42,7%), Cocker Spaniel (40,5%),

Fox Paulistinha (38,1%), Dachshund (38%), Fila Brasileiro (36,4%), Labrador

35,7%), outras raças (34%) e Poodle (32,3%) (Tabela 7).

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13

TABELA 6 - Dermatoses parasitárias e infecciosas entre cães sem raça

definida (SRD) e com raça definida (CRD) de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

Raças

Dermatoses SRD

f (%)

CRD

f (%)

TOTAL

f (%)

Sadios 539 (72) 680 (62) 1219 (66)

Doentes 209 (28) 416 (38) 625 (34)

TOTAL 748 (100) 1096 (100) 1844 (100)

Os cães com raça definida (CRD) tendem a apresentar mais doenças

parasitárias e infecciosas nas que os cães sem raça definida (SRD), 38% dos

cães CRD apresentam doenças parasitárias e infecciosas ao passo que

somente 28% dos cães SRD apresentam esse tipo de doença.

TABELA 7 - Dermatoses parasitárias e infecciosas X raças de cães atendidos

no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003/ Jan.2006.

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14

TOTAL 1219 (66)

625 (34)

1844 100

5.4 Neoplasias cutâneas

Pelas análises das amostras de neoplasias cutâneas pode-se observar

que as freqüências observadas são concordantes, não tendo diferença

estatística.

R aças Sadios f (%)

Doentes f (%)

TOTAL %

Pastor Alemão 45 (53,6) 39 (46,4) 84 100

Rottweiler 43 (55,8) 34 (44,2) 77 100

Boxer 51 (57,3) 38 (42,7) 89 100

Cocker Spaniel 25 (59,5) 17 (40,5) 42 100

Fox Paulistinha 39 (61,9) 24 (38,1) 63 100

Dachshund 44 (62) 27 (38) 71 100

Pinscher 53 (63) 31 (37) 84 100

Fila Brasileiro 15 (63,6) 07 (36,4) 22 100

Labrador 16 (64,3) 12 (35,7) 28 100

Outras Raças

127 (65,8) 69 (34) 196 100

Poodle 126 (67,7) 60 (32,3) 186 100

Pitt Bull 94 (66) 50 (31) 144 100

Lhasa Apso 02 (70) 08 (30) 10 100

SRD 539 (72) 209 (28) 748 100

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15

A alta especificidade do método citológico (78%) recomenda-o para

aplicações diagnósticas em veterinária, orientando condutas de maneira eficaz,

a baixo custo e sem procedimentos pré-cirúrgicos invasivos ou que

comprometam clinicamente o animal examinado (Tabela 8).

O método citológico (78%) apresentou ser bastante eficaz na avaliação

de tumores em pele e partes moles quando comparados ao exame histológico

(22%). Comprovando o aumento do uso deste exame complementar na

dermatologia veterinária (Tabela 8).

TABELA 8 - Relações das neoplasias cutâneas de cães sadios x doentes

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /

Jan.2006.

TABELA 9 - Origem e classificação de neoplasias cutâneas de cães

atendidos no Hospital Veterinário FAEF/FAMED - Garça - SP - Jan.2003 /

Jan.2006.

Sadios f

Doentes f

TOTAL f(%)

Citológico 228 34 262(78%)

Histológico 157 15 172(22%)

TOTAL 385 49 434(100)

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16

Não Neoplásico

Neoplásico Epitelial

Neoplásico Mesenquimal

Neo* Células Redondas

Total (%)

Citológico 8 7 4 15 34(69.4%)

Histológico 2 8 3 2 15(30.6%)

TOTAL 10(20.4%) 15(30.6%) 7(14.3%) 17(34.7%) 49(100%)

*Neo = Neoplasia

Efetuou-se análise citológica de 266 lesões em pele e partes moles de

cães. Animais sem raça definida (SRD) foram os mais freqüentes (n=27),

seguidos dos cães das raças Boxer (n=21), Pastor Alemão (n=3) e Pitt Bull

(n=3). As demais raças tiveram representatividade bem menor quando

comparada às mais freqüentes acima citadas.

No levantamento citopatológico dos 262 tumores, foram diagnosticados

34 casos positivos, todos eles confirmados na histologia. Obtiveram 228 casos

negativos. Apresenta 8 (23,5%) lesões não-neoplásicas, 7 (20,6%) neoplasias

de origem epitelial, 4 (11,8%) neoplasias de origem mesenquimal, 15 (44,1%)

neoplasias de célula redonda (Tabela 8 e 9).

Na observação histológica, 172 tumores, foram diagnosticados 15 casos

positivos e 157 casos negativos. Havia 2 (13,3%) lesões não-neoplásicas, 8

(53,4%) neoplasias de origem epitelial, 3 (20%) neoplasia de origem

mesenquimal, 2 (13,3%) neoplasias de célula redonda (Tabela 8 e 9).

Foram estudadas 6.416 ocorrências sendo que 4.233 (66%) foram

consideradas sadios com respeito as dermatose e conseqüentemente 2.186

(34%) acometidos das dermatoses. Conforme Scott (2001) calcula-se que entre

20 e 75% de todos os cães atendidos na prática clínica apresentam alterações

da pele como queixa principal ou simultaneamente pelo proprietário.

5.5 As principais dermatoses parasitárias

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17

As dermatopatias parasitárias mais prevalentes como mostram a tabela

10, aparece por grupos de doenças, em ordem decrescente foram: infestação

por carrapatos (60,4%), dermatite alérgica a picada de pulgas (12,8%), miíase

(10.4%), demodicose (6,6%), escabiose (5,8%) e otite parasitária (3,6%)

(Tabela10).

TABELA 10 – Principais dermatoses parasitárias de cães atendidos no Hospital

Veterinário FAEF/FAMED – Garça – SP – Jan 2003/ Jan 2006.

DERMATOSES PARASITÁRIAS

ANO 2003 ANO 2004 ANO 2005 MÉDIA

1 Infestação Carrapatos

55.2 60.6 65.4 60.4

2 DAPP 12.4 15.2 11.0 12.8 3 Miíase 12.0 9.0 10.2 10.4 4 Demodicose 7.9 5.3 6.5 6.6 5 Escabiose 7.5 5.6 4.2 5.8 6 Otite Parasitária 5.0 4.3 2.7 3.6

TOTAL 23.9% 9.6% 11% 14.8%

5.6 As principais dermatoses infecciosas

As dermatopatias infecciosas mais freqüentes como mostram a tabela

11, aparece por grupos de doenças, em ordem decrescente são dermatites

bacterianas (41%), otite bacteriana (16,7%), dermatofitose (15,3%), acne

canina (14,3%), abscesso (10,3%), malassezia (6,5%) e pododermatite (5,5%)

(Tabela11).

TABELA 11 - Principais dermatoses infecciosas de cães atendidos no Hospital

Veterinário FAEF/FAMED – Garça – SP – Jan.2003 / Jan.2006.

DERMATOSES INFECCIOSAS

ANO 2003 ANO 2004 ANO 2005 MÉDIA

1 Dermatite Bact./Foliculites

49.0 31.0 43.0 41.0

2 Otite bacteriana 14.0 17.8 18.4 16.7 3 Dermatofitose 11.0 21.7 12.9 15.3 4 Acne Canina 6.0 1.6 6.7 14.3 5 Abscesso 8.0 13.2 9.8 10.3 6 Malassezia 4.0 9.3 6.1 6.5 7 Pododermatite 8.0 5.4 3.1 5.5

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18

100 100 100 TOTAL 12.4% 4.1% 4.7% 7.1%

6 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos do presente investigação, pôde-se

concluir que:

As dermatopatias representam uma alta porcentagem no atendimento

clínico, independentemente da localização geográfica e do nível de

desenvolvimento da região ou país considerado.

A maior ocorrência dos diagnósticos finais das dermatopatias dos 2.186

cães amostrados foi infestação por carrapatos, foliculites bacterianas, dermatite

alérgica a picada de pulgas (DAPP), otites bacterianas, demodicose,

dermatofitoses, miíases, escabiose canina, abscesso e otite parasitária,

respectivamente.

No agrupamento de dermatopatias infecciosas as mais freqüentes em

ordem decrescente foram, respectivamente, foliculites bacterianas, otites

bacterianas, dermatofitoses, abscesso, pododermatites e acne canina. E no

grupo das dermatoses parasitárias as doenças mais encontradas foram em

ordem decrescente, Infestação por carrapatos, dermatite alérgica a picada de

pulgas, demodicose, miíase, escabiose canina, otites parasitárias e bernes.

Quanto à predisposição racial, observaram-se as raças de cães com

dermatoses mais encontrados no levantamento deste trabalho em ordem

decrescente foram Pastor Alemão, Rottweiler, Boxer, Cocker Spaniel, Fox

Paulistinha, Dachshund, Fila Brasileiro, Labrador, outras raças e Poodle

Os tumores foram representados por lesões não-neoplásicas (20,4%),

neoplasia epitelial (30,6%), neoplasia mesenquimal (14,3%) e neoplasia de

célula redonda (34,7%). As lesões não neoplásicas mais freqüentes foram os

processos inflamatórios com granuloma tipo corpo estranho, cistos

epidérmicos. Dentre as neoplasias benignas, o lipoma, histiocitoma, fibroma,

hemangioma e o tricoepitelioma e, dentre as malignas, o mastocitoma,

hemangiossarcoma, carcinomas basocelulares, carcinoma espinocelulares e

linfomas cutâneos foram as mais freqüentes.

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