Fricções Históricas | Alexandre Mury
-
Upload
alexandre-mury -
Category
Documents
-
view
227 -
download
0
Transcript of Fricções Históricas | Alexandre Mury
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
1/43
pn
ALEXANDRE MURYFries Histrias
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
2/43
ALEXANDRE MURF H
curadoria Vanda Klabn
pn
21 de julho a 8 de setembro de 2013www.lxndmuy.com.b
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
3/43
participao eetiva da X no desenvolvimento das nossas cidade
presena na vida de cada cidado deste pas consolidam-se por meio
gramas e projetos de fnanciamento da inraestrutura e do saneament
dos municpios brasileiros; da execuo e administrao de programas
do Governo Federal; da concesso de crditos a juros acessveis a tod
fnanciamento habitacional a toda a sociedade, alm de vrios outros pro
de largo alcance social.
No transcurso de sua existncia a X aproximou-se do artista e
nacionais. vem, ao longo das ltimas dcadas, frmando sua imagem de
apoiadora da nossa cultura, e detentora de uma importante rede de espao
rais, que hoje impulsiona a vida cultural de sete capitais brasi leiras, onde
e omenta a produo artstica do pas, e contribui de maneira decisiva par
so e a valorizao da cultura brasileira.
Dessa orma, com grande satisao que a X ultural io de
apresenta, entre 21 de julho e 8 de setembro de 2013, a exposio lexandr
Frices histricas. o imagens que, muito mais que se prestarem ao julg
esttico, instigam e provocam a reexo sobre temas extremamente pres
eus trabalhos evocam questes antropogicas de autoria, tais com
citao, releitura, recriao, crtica, apropriao, pardia, pastiche, po
Mury trabalha a partir de obras consagradas, cannicas, portanto, de
reconhecimento. , desse modo, a proposta az a discusso enveredar pe
tionamento do prprio papel da obra de arte em nossa sociedade.
intertextualidade e a transdisciplinaridade parecem ser articios e
caractersticas que melhor representam as artes de nossos dias, quand
logo entre linguagens, modos de azer e signifcantes acompanham e at
tica e a esttica artsticas. s otografas de lexandre Mury tematiza
porosidades e, muito apropriadamente, revelam uma ausncia de pur
suas tcnicas de composio.
o patrocinar mais esta exposio, a X reafrma seu papel insti
de disseminar ideias, estimular a criao e democratizar o acesso pr
artstica contempornea.
X ONM F
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
4/43
M fRUto Do AcAso afono Hnqu o 5
LEXANDRE MURY: fRicEs HistRicAs Vnd Klbn 9
URY AtRAVs Dos tEMpos Gulhm Gumn 15
NGLisH VERsioN 65
RoNoLoGiA | cHRoNoLoGY 78
U FrUt aas onso Henrique osta
No princpio da dcada passada, por volta de 2002 ou 2003, travei pela p
vez conhecimento com os autorretratos de lexandre Mury.
Um artista, do qual no me recordo, havia me indicado um ende
internet uma espcie de blog para que eu visse os trabalhos que l e
postado. eus trabalhos no me interessaram e nem me disseram na
como era um sitecoletivo, por puro acaso pude ver pela primeira vez um
lho de Mury uma oto de seu rosto imersa em parte na gua onde o r
completava um exerccio de releitura de um Narciso, do qual gostei b
empos depois, voltando a esse mesmo blog, vi novos trabalhos de l
Mury, sempre dierentes autorretratos, todos com uma esttica de lin
prpria bem defnida, com contedo bastante vernacular. Porm, dessaidentifquei deixando um comentrio elogioso e uma mensagem, dize
desejava travar contato com ele.
Nunca obtive resposta, mas no ano seguinte, descobri pelo google
tinha um outro endereo na internet onde postava suas otos, um blog c
multiply. Pude ento lhe inormar que eu tinha uma galeria no io, a
e que gostaria de conhecer melhor seu trabalho, com o objetivo de repre
e at podermos pensar em uma utura exposio.
Desta vez ele me respondeu, agradecendo e sentindo-se envaideci
meus comentrios e pelo meu interesse em exp-lo. legou que no
artista, e apenas um curioso que gostava de azer esses autorretratos, se
quer compromisso ou objetivo. Mas que ele era uma pessoa muito sim
origem humilde; que morava em o Fidlis, uma pequena cidade do n
minense, e que lutava muito para conseguir cursar uma aculdade. le e
inormou que era flho de um pedreiro e de uma costureira, que sequer m
otogrfca tinha, e que as otos que eu tinha visto oram tiradas com cm
amigos. Que ele no tinha teleone e nem computador, que teclava de lan
ou da aculdade; e que aqueles trabalhos pelos quais eu havia me inteeram sua orma de criar algo, e que esses exerccios no eram trabalhos
e apenas uma orma de veculo que ele precisava azer para poder se ex
e exercer sua criatividade, algo vital para continuar vivendo.
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
5/43
Prossegui visitando esse seu blog para, assim, acompanhar seu trabalho
om novas otos postadas que sempre me surpreendiam, quando deixava comen-
rios ratifcando meu desejo em conhec-lo e poder represent-lo na galeria.
nos se passaram e, no fnal de 2008, a convite de meu velho amigo onaldo
arbosa, que dirige o Museu Vale, ui a Vitria para prestigiar a abertura da expo-
o comemorativa dos 10 anos do museu. Durante o coquetel da abertura era
ma tarde de sbado lembro-me que conversava com onaldo e com o e cret-
o de ultura do sprito anto, que ento me havia sido apresentado, quando vi
ela primeira vez o artista, que pude reconhecer, pois sempre se autorretratava.
edi licena aos dois, alegando que precisava alar com uma pessoa, seno a
erderia de vista; e ui atrs de Mury, quando o abordei e me identifquei para
eu total espanto. u lhe disse que fcaria em Vitria apenas naquele dia, e que
tornaria ao io na manh seguinte, e que gostaria de estar com ele mais tarde,
e ele aceitava o convite para conversarmos naquela noite, e dessa orma poder-
os trocar ideias. Nessa noite, ele me contou que havia se ormado em publi-
dade em ampos, e que havia se mudado para Vitria para trabalhar como
retor de arte em uma pequena agncia na cidade. le continuou afrmando
ue no era um artista, e que no tinha interesse em comercializar seu traba-
o, que ele considerava apenas uma orma de expresso e jamais como sendo
m trabalho de arte. Mas esse nosso encontro, ruto de um novo acaso pois
mbm era a primeira vez que ele ia ao Museu Vale, levado por um amigo , oi
ufciente para que ento eu conseguisse seu nmero de teleone e seu e-mail,
ara prosseguir nosso contato.
No ano seguinte, ele me inormou que viria ao stado do io para visitar sua
e em o F idlis, durante alguns dias que teria de rias, e contou que havia
omprado um laptop e que agora tinha como organizar, editar e mostrar seus
abalhos. u o convidei para vir ao io e, depois de muita insistncia, consegui
ue ele aceitasse esse meu oerecimento.
Quando ele chegou no io, pedi que me mostrasse os trabalhos que tinha
elecionado em seu laptop. scolhi alguns, que mandei imediatamente para um
boratrio azer as cpias, e lhe disse que as mostraria para algumas pessoas.
e fcou assustado, e me afrmou que no tinha dinheiro para pagar as printa-ens, mas eu lhe disse que no estava preocupado com isso.
Decidi, ento, jog-lo aos lees. O primeiro para quem mostrei oi Joaquim
aiva, de quem ele nunca tinha ouvido alar, e fcou muito nervoso quando lhe
contei que Joaquim era o maior colecionador privado de otografa
Joaquim oi o primeiro a comprar seu trabalho, quando adquiriu uma s
otos titulada he sound o music. Na manh seguinte, omos casa de
hateaubriand, que adquiriu mais sete dierentes trabalhos. Nesse mes
noite, mostrei seu trabalho para Vera Pedrosa, que comprou mais u
ssim, no outro dia, ele voltou para casa com 24 imagens vendidas, e c
quantia no bolso que correspondia a alguns meses de seu salrio, e pr
mente legitimado por colecionadores to importantes.
Qual oi minha surpresa quando, cerca de dois meses depois, Luiz
Osrio me procurou, indagando o contato com lexandre Mury, pois al
seus trabalhos seriam includos na mostra Novas aquisies 2007/2010
Gilberto hateaubriand, no MM-J, cuja curadoria ele estava exercend
imediatamente para o lexandre lhe comunicando a notcia, e bem me r
quanto ele fcou emocionado ao teleone.
nviei-lhe as passagens para que ele comparecesse na abertura do M
por mais incrvel que possa parecer, na primeira vez que lexandre Mur
em um museu na sua vida... ele estava expondo! Lembro-me ainda qu
abertura, Luiz amillo lhe disse ...agora voc est expondo em um im
museu e integra o seu acervo... isso no tem volta!
Bem, o resto uma outra histria...
onso Henrique osta atua como produtor, curador, marchande consultor no
de arte, tendo sido associado a diversas galerias, com as quais realizou antolgic
sies. Participou e ainda integra a diretoria e o conselho de diversos museus e
es culturais. Foi responsvel pela ormao de importantes colees, entre a
oleo Joo attamini, em comodato no M/Niteri, na qual desenvolveu, so
seu abuloso ncleo concreto. Produziu inmeras exposies no Brasil e no ex
oi responsvel pelo lanamento de diversos renomados artistas. Nasceu e resi
de Janeiro.
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
6/43
aeare Ur: Fries Histrias Vanda Klabin
alquimia potica que envolve os trabalhos de lexandre Mury tem a cap
de nos trazer questionamentos, inquietaes, provocaes e at um in
desconorto aliado s ambiguidades de um prazer libidinoso. Desdob
despersonalizar-se ao estabelecer o seu eu como centro de todas as sua
por meio de um procedimento descontnuo e lacunar, gerado ao tran
a prpria imagem constantemente e introduzir o seu ser como agente
investigaes histricas, exatamente a juno de acontecimentos que
portador de uma experincia artstica bastante singular.
rthur imbaud, na sua correspondncia Du voyant a Georges z
(harleville, 13 de maio de 1871), az uma afrmao contundente para
tidade contempornea, ao dizer: Je est un utre [u um Outro]. sso que o ser s pode existir atravs do movimento que gera ao dierir de si
ncontramos essa disperso do eu ou multiplicao de personagens no po
tugus Fernando Pessoa e seus heternimos, nas suas palavras, uma te
orgnica para a despersonalizao e para a simulao. Nos personagens
renciados, mltiplos e controvertidos, como icardo eis, lberto aeiro
ampos ou Bernardo oares, temos a pluralidade como o cerne de sua
um sentir tudo de todas as maneiras, ou podemos dizer eu no sou ele
ssa constelao de sentidos, essa vertigem de signifcados, ind
caminho convergente para um territrio instvel da conjugao de uma
sobre as diversas modalidades da pintura e da interpretao da histria a
elementos de uma espiral infnita de leituras que azem parte dos fos
entrelaam no pensamento pictrico de Mury.
sua multiplicidade se orienta pela busca de um contedo plural; t
cones, cria enigmas e desloca o posicionamento de imagens da arte na c
o de um sistema no qual o seu corpo converte-se no motor do prprio
Nesse processo de dessacralizao, desloca o vetor histrico para um proc
brido, de remeter-se a si mesmo, numa espcie de uso amorosa para calgo inesperado em territrios fctcios para realizar a sua inscrio no m
O seu corpo constri sua linguagem prpria, atua como um e
conectivo nas suas permanentes tores e contores em busca de um
Po | th Po, 2012
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
7/43
m exerccio de plasticidade e de desdobramentos de sua existncia personifcados
m outros personagens. udo fala atravs ou por intermdio de um contedo con-
eto e outro fccional, em que nada corresponde realidade original, mas a uma
alidade dierente, truncada, ambivalente. Na concepo de Plato, encontramos
ideia demimese, da arte como imitao, como simulacro do real. Mury adota o
ocedimento constante da desconstruo e adulterao da histria da arte atravs
e uma abordagem irnica e mesmo enigmtica, ao deslocar o posicionamento
strico de obras de arte para outro dilogo como um vol deparole[roubo de ala],
ma verdade sonegada, mediante uma releitura da iconografa clssica.
Mury utiliza o prprio eu como o seu centro de ordenamento e para sinalizar
s suas experincias estticas, o seu eu como agente artstico que se converte
a prpria obra, como se desempenhasse um ato escultrico, um transporte
e signifcados, sempre colocados em conronto com outros personagens. ssa
ontinuidade de si nos outros, atravs de apropriaes histricas e de um processo
e desnudamento constante ou travestimentos um dispositivo de linguagem
ue retira a distncia e a aura de inacessibilidade da obra de antigos mestres,
ma espcie de embaamento da nossa memria para as obras j amiliares ao
osso olhar, algo paradoxal como ver e no enxergar. xperimentar, romper a
stncia e a inacessibilidade, um conituoso ascnio entre poder ser e poder
o ser, como uma reconstruo arqueolgica.
uas aes fccionais esto conectadas com as prticas contemporneas
or meio do registro otogrfco, quase como um ato pictrico. Produzem alter-
ativas provocadoras, inslitas e muitas vezes irnicas. o olhares mltiplos,
versifcados, ao dilatar questes subjetivas relativizadas evocando o pensa-
ento no qual oeu o outro que me pensa.Uma espcie de desordem de todos
s sentidos, uma transormao constante, uma equivocidade.
Os meios pictricos tm diversas entradas pela pintura, escultura, instala-
o ou perormance, com leituras infnitamente abertas e no conclusivas que
e infltram no seu arsenal de imagens pelo trnsito livre da arte, seja pelo vis
strico, clssico, moderno ou contemporneo. Os temas literrios, mitolgicos
religiosos tambm se azem presentes no seu iderio e abrem um novo espao
ara as suas preocupaes visuais. sse jogo de dierenas e similitudes, equi-lncias ou dissociaes remete ao pensamento de en Magritte, ao escrever
ma carta para Michel Foucault (23 de maio de 1966), na qual tece consideraes
obre o que also ou autntico, quando analisa o jogo entre as palavras o visvel
e o invisvel: as coisas no possuem entre si semelhanas, elas tm ou
similitudes.1
O seu processo permanente de se apropriar e realinhar os cones hi
da arte e inseri-los em outra estratgia discursiva pode ser uma orma de n
j que vai reinscrev-los em ritmadas oposies. Problematiza, aciona n
nifcados para o trabalho de arte, deslocando o seu posicionamento h
quebrando as ronteiras de recepo que temos desses cones e recolo
emergncia dessa imagem em circulao e reenervando a supercie re
tacional atrs de diversos procedimentos, numa vitalidade insuspeitada
No dizer de Marcel Duchamp, o observador que az o quadro.
ao mesmo tempo, produtor e observador de sua prpria obra. H a pr
de uma perda da identidade ao se despir de si prprio e representar a f
outro, imaginativo e considerado sob o ngulo de um constructo real
nada corresponde realidade inicial. Olhar para si prprio, criar uma int
atravs de espelhos de dupla ace ou de desnudamentos constantes, c
interpretasse diversos papis ao mesmo tempo, tem um carter e uma e
fccional da inveno de uma pluralidade de mundos possveis, dos entr
mentos do seu trabalho, ora com intensidades irnicas, ora dramticas.
apropriao de ormas existentes ou a criao de cenas imaginri
estrutura do seu trabalho e de sua organizao acional, na qual esse unive
na-se eetivado pelo registro da cmara otogrfca. Na utilizao da ba
dos objetos encontrados na prouso cotidiana, Mury vai acionar novos s
dos para reconfgurar outra ordem no seu trabalho de arte. Desenvolve u
cnico e alegrico para acentuar o alcance esttico de suas obras e, na o
o desse discurso, rene vrios procedimentos como a escolha do cen
material e do kitde ragmentos que vo compor a cena e undar uma obr
tante da sua imaginao. O aparente caos uma reconfgurao para a em
cia de nova interveno artstica. De aparncia a princpio anrquica, diss
torna-se densa e complexa quando se materializa na supercie otogrfc
espinha dorsal retratar o prprio eu e, a partir desse ponto nod
operaes de reduo ou de acrscimo que, apesar de suas origens em a
obras histricas, adquirem matizes dierentes por um sistema de simdissimulao do seu corpo sico que az parte da cena constituda. No p
de destituio da imagem original, est presente uma ruptura entre a co
e a execuo sica da obra, um azer-se a si mesmo que se maniest
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
8/43
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
9/43
Ur atraVs s tePs Guilherme Gutman
s perguntas undamentais como no poderia deixar de ser insistem
O que v lexandre Mury quando olha para as obras que inspiram os seus tra
O que experimentamos diante de sua ora criativa, que az com que
obras deslizem para perto ou para longe dos originais?
O que v Mury do lado de dentro de suas otos no olhar daqueles que o o
sobre os ombros de gigantes?
***
gora, na repetio dierencial das perguntas tal qual sintoma sob no
pagens , obtm-se outro eeito: deitam-se sobre as suas imagens as cdo tempo. Porm, no deitam poeira ou bolor, mas histria. em algum
do tempo, trata-se da relao do artista com aqueles que o antecede
as obras que antecedem as suas, ou mesmo com as obras que em um
distante ou prximo se seguiro s suas e com as quais, por sua vez,
precisar mais uma vez estabelecer um dilogo.
Nesse processo, Mury trabalha bastante: ele pesquisa, monta, de
acha, procura, representa, molda, costura, troca, posa, oerece e receb
riccionado pela histria da arte e, claro, por seus prprios vetores e prem
o que equivale a dizer comiches de sua prpria histria. le rememora,
elabora (no seria essa a tarea de todo artista?).
ore os rigores da angstia da inuncia2 e o alvio sereno pr
pela experincia necessariamente ugaz de t-la superado por mo
Lembremos como reerncia Pierre Menard, autor del Quijote, de Jo
Borges,3 que talvez inaugure uma poca em que as autorias so mais
ssim sendo, Mury aria samplers de clssicos.
Mas como produzida a subverso que caracteriza as suas c
Primeiro, preciso achar o cnone aqueles elementos mnimos quefcam a reerncia para em seguida promover a corrupo da origem
processo laborioso, az-se um novo original que aceita a primeira origin
com a qual dialoga, por vezes revelando-a ou resgatando-a.
cf | ucf, 2011
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
10/43
omemos o caso de O poeta, de hagall; temos nele a garraa inclinada,
gato e o movimento amaneirado que leva a xcara ace que verde e de ponta
abea... possvel reconhecer-lhe o original, mas com o desconcerto ou com
sorriso cndido adicionado. s vezes, j com o riso ranco, posto que os seus
histes exclamam o sarcasmo, o deboche, os materiais baratos e a atitude bur-
sca, tudo aquilo que a cena sria silenciara.
Mas o eeito produzido, embora ruto de clculo e de engenho, tambm guarda
spao para alguma surpresa e o prprio Mury que em depoimento ala de como oi
ravessado pela estranheza ao produzir o seu Lcifere, especialmente, a sua Mona
sa. stranhezas (urge notar!) entre si dierentes: medo e espanto, respectivamente.
odos os caminhos levam a oma?
omo metora geogrfca da relao de um artista com o seu antecessor,
mos todos os movimentos presentes na dinmica entre o centro e a perieria.
omo ideia geral, aquela apresentada por arlo Ginzburg em seus estudos sobre
histria da arte italiana: e o centro por defnio o lugar da criao artstica
perieria signifca simplesmente aastamento do centro, no resta seno consi-
erar a perieria como sinnimo de atraso artstico, e o jogo est eito.4
No caso da tlia, veremos, a partir do segundo decnio dos Quinhentos,
oma assumindo a posio central, antes pertencente a Florena e, ainda segundo
nzburg, teramos em Giorgio Vasari o grande consolidador da perspectiva da
erieria como atraso. Para Vasari, prossegue Ginzburg, a nica soluo para
m artista nato e criado na provncia a de estabelecer contato com o centro:
assim poder entrar no jogo da inovao e do progresso.
Desse modo, uma srie de artistas de outras cidades italianas dirige-se a
oma centro do cnone em busca do precioso tesouro romano e, sobretudo,
maginando escapar da escassez ou da ausncia de estatura artstica necessa-
amente suposta na vida provinciana. Mas mesmo Vasari pde admitir que nesse
go de dominao tero surgido, por acaso pelo desafo da emulao, obras ma-
vilhosas na perieria. Ginzburg procura achar o sentido orte dessas criaesternativas no termo scarto, lido por e le como deslocao lateral repentina rela-
vamente a uma trajetria dada que se usa, por exemplo, alando de certos movi-
entos dos cavalos: o scarto , em suma, uma esp cie de movimento do cavalo.
sso nos leva a o Fidlis cidade onde Mury ez nascer a sua obra m
movimentos suaves ou bruscos de cavalo. Podemos entender tanto a c
da cidade de interior quanto a inquietude nata de Mury, que explode inc
no urioso deslocamento lateral de seu njo do larpelos descampados u
ses; movimento que o az dirigir-se criao de uma obra a sua obra
demos bem a angstia do Brasil peririco em relao aos grandes ce
pas; do mesmo modo, entendemos bem o olhar trpico do Brasil em re
grandes metrpoles do mundo. a m esma angustiada inuncia prod
inspirao e de inovao que resulta na bela queda para o alto do Ga
de Mury, possudo pela guia americana nos cus de Nova York.
eu trabalho tem uma semelhana de amlia com o de Yasumasa M
ou com o de indy herman, mas no deriva deles; vai ao encontro dele
peito de suas dierenas especfcas. De suas relaes com o sistema
fcamos com a respirao suspensa ao sabermos que sua primeira id
museu coincide com a sua primeira exposio. sso poderia azer dele um
espontneo como os ditos primitivos, como as crianas ou como os lo
capaz daquele gesto criativo bruto que, sem paradoxo, repete e inaugur
sua vivacidade e sua inteligncia o aastam da inocncia virginal, dotan
possibilidade antropogica de incorporao e de devoluo transorma
por acaso presentes em seu baporu.
udo isso pde dar origem a uma liberdade semelhante s primeiras
ses que Mury recebe de suas leituras iniciais de Freud: o seu interes
conceito de perverso polimoro5 e da possibilidade de obteno de pr
toda a supercie do corpo, a tinta sobre a pele, sem as delimitaes res
das zonas ergenas. Ou mesmo o prazer obtido ora do corpo: os obje
os quais contracena, o olhar do outro que lhe antecede e o olhar do esp
sobre ele em obra.
O etiche das cores
Uma vez, a sua me lhe perguntou: Por que voc az isso? certamente pergunta undamental e difclima para qualquer um que a
quer coisa, sobretudo quando essa coisa arte. Uma resposta que me ocor
de uma de suas reexes sobre o seu processo criativo: u penso muito em
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
11/43
ores essas que, s vezes, so quase volumes, como ormas numa sines-
sia interessante. Vejam-se os vermelhos e os azuis de sua Madona rodeada
or serafns e querubins ou as cores vivas dos estudos que vem postando sobre a
enografa de seu Vendedor de rutas. m sua obra, a cor se coisifca em objeto.
quando rase u penso muito em cores se junta outra de suas reexes:
Meu etiche o azul, apresenta-se espontaneamente a descoberta de que em
ua obra a cor no somente um objeto, mas um objeto especial.
omo j oi dito, Mury trabalha muito e nota-se que, nessa que pode ser
ma nova chave de leitura de seu trabalho, ele se empenha em erigir esse
bjeto especial. quando retorna a pergunta sobre a natureza das relaes
o novo objeto com aquele originrio e original que o precede. Quando Mury
ecalca com dierena o que ele vela na imagem importa tanto quanto aquilo
ue ele desvela. m criao de do nico de seus trabalhos que traz
m nu rontal , seu pnis, essa pea da anatomia masculina na qual certo
nedotrio reudiano reconheceria a materializao do alo, aparece capricho-
amente velado pelo barro.
cena preparada por Mury joga intensamente com uma tenso de presen-
as e ausncias; da possibilidade de azer aparecer alguma coisa, bem como da
ossibilidade de azer desaparecer algo. Mata e revive a obra original; az nascer
sua criao do ventre daquela que a antecede e nesse trnsito pode perder-se
u reencontrar-se no azul.6
H o medo da ausncia, da possibilidade de perder, de j ter perdido ou, tal-
z, de nunca ter tido e a que vem o espanto o prazer e o susto pelo apare-
mento transormado da coisa.7 obra original, j perdida nas repeties e nas
arcas do tempo, reaparece materializada, personifcada em cores sua rente!
Mas no reaparece espontaneamente, Mury a erige l onde a coisa havia
ntes desaparecido. endo certa representao da coisa, Mury trabalha pesado
m braos e em pensamentos para colocar a sua coisa no mundo real. Nesse
entido, o seu trabalho eito de um duplo ato criativo, no qual em movimentos
multneos ele desmente o desaparecimento do original no mesmo instante em
ue lhe az substitudo pela novidade dos elementos que encena.8
Mas ele no est sozinho. Quem suportaria a vida se no acreditasse que nemdo j oi eito e que, por isso mesmo, possvel acrescentar algo novo ao mundo?
possibilidade desse ato criativo, que nesse ponto se conunde com a obteno
o sentido de estar no mundo,9 est ortemente presente em Mury. al como o
seu rosto seguro de si misturado multido de rostos-mscaras e
em seu James nsor.
ntrar em sua obra tambm acreditar, ainda uma vez, em razes par
na vida, para reencontrar o novo no mundo e se or possvel se deslum
1.GUMN, Guilherme. Mury atravs do espelho. anta rt Magazine, 8:86-9, junh
2.BLOOM, Harold. angstia da inuncia: uma teoria da poesia. io de Janeiro: ma
3.BOG, Jorge Luis. Ficciones. Buenos ires: mec, 2004.
4. GNZBUG, arlo. micro-histria e outros ensaios. Lisboa: Diel, 1991.
5. FUD, igmund. res ensayos de teora sexual (1905). Buenos ires: morrortu,
6. FUD, igmund. l malestar en la cultura (1930). Buenos ires: morrortu, 1994
7. LN, Jacques. O seminrio, livro 8: a transerncia (1960-1961). io de Janeiro: Za
8. FUD, igmund. Fetichismo (1927). Buenos ires: morrortu, 1994.
9. WNNO, Donald. O brincar e a realidade. io de Janeiro: mago, 1975.
Guilherme Gutman cursou medicina na Universidade Federal Fluminense, ez re
mdica em psiquiatria, quando iniciou sua ormao em psicanlise. Fez mestra
torado no nstituto de Medicina ocial/Uerj. rabalhou em muitas instituies p
cas, onde pde aproundar a sua compreenso das relaes entre arte e loucur
essor adjunto do Departamento de Psicologia da PU-io, psicanalista e autor
artigos e captulos de livro. Nasceu, vive e trabalha no io de Janeiro.
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
12/43
don rodd po sn Quubn |
donn suoundd by sphm nd hubm,2012
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
13/43
dln | y gdln, 2012 Jon d
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
14/43
o Fncco | sn Fnc, 2012 Jm e
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
15/43
Gbll de u im | Gbll de nd h s
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
16/43
on , 2013
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
17/43
uqu F | th Ugly uch, 2011 apolln
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
18/43
a t Fd | th th F(trptico | three-pa
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
19/43
vlo go | Blck Kngh, 2013 Ppoul | P
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
20/43
ulh com alWomn wh alc
(trptico | three-pan
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
21/43
u / Jzz, 2011
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
22/43
anjo do | th Fd angl, 2011
unc, 2011
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
23/43
Pdlo | th ghm
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
24/43
nu Vcd | Vnu Vcod, 2011 Gnmd | Gnym
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
25/43
g Pgo | ngou on, 2010
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
26/43
rpz com o Go | oung Boy wh , 2011 ck Bo
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
27/43
p | lop, 2011 tunkh
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
28/43
m so | n sy, 2012
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
29/43
go d oucu | allgoy of Folly, 2011 s
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
30/43
nc Bcon, 2011ptico | three-panel picture)
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
31/43
o d ado | th on of adm, 2011
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
32/43
qulo Fumndo um go | skull of sklon wh Bunng g, 2012 a anh hondo | th yng sp
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
33/43
ab
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
34/43
hroughout its existence, X has been truly engaged in eorts to dev
cities and improve the standard o living o all Brazilians, by way o pr
and projects which urther inrastructure and sanitation improvements
and manage social programs o the Federal Government; grant acility
accessible interest rates; and fnance real estate purchases or all the sph
society, in addition to several programs o wide social reach.
hat being so, X has established a close relationship with Brazilia
and with the national art at large. Furthermore, over the last decades, it h
cementing the image o major supporter o our culture, running an im
network o cultural centers, which currently drive the cultural lie o seven
cities, where it spurs the domestic artistic production, and decisively con
to disseminating and valuing the Brazilian culture.
hus, X ultural io de Janeiro is honored to present, rom Ju
eptember 8, 2013, the exhibition lexandre Mury | Frices histric
only or aesthetic judgments sake, the images eatured prompt and e
pondering on ubiquitous subjects.
he works o Mury call orth the anthropophagic issues o authorship
copy, quote, rereading, recreation, critique, appropriation, parody and p
since Mury alludes to consecrated and canonical works, arousing, th
instant recognition. On account o that, there is a maniesto or deba
mantle passed on the work o art in the contemporary society.
ntertextuality and transdisciplinarity stand as the tools and even t
striking eatures discerned in the arts o our time, when the dialog
languages, modus operandi and signifers is interwoven with the eth
aesthetics o art, and even ratiy its validity. he photographs o lexand
delve into these porosities and, quite authoritatively, reveal a lack o p
their composition techniques.
By sponsoring this exhibition, X reafrms its institutional role o cir
ideas, urthering the creation and providing an ever more widespread a
contemporary art.
X ONM F
o rdno |h h rdm, 2010
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
35/43
atter F Hae onso Henrique osta
arly in the last decade, somewhere in 2002 or 2003, frstly gave heed to the sel-
ortraits o lexandre Mury.
n artist, which do not seem to recollect the name, has told me o a website
sort o a blog where could get acquainted with the works he had posted.
his artists oeuvre was not to my interest and has ailed to strike a chord with
e; but as that was a collective website, it was a sheer play o chanciness that
ould catch sight o Murys work or the frst time a photograph o his own ace
artly immersed in water, where the reection stared him back an eort o
reading Narcissus, which did something to my taste.
ome time aterwards, reaccessed this blog, and saw the works o lexandre
ury, always with dierent sel-portraits, all o them displaying a unique andhiseled aesthetics o language, and distinctly vernacular contents. Nonetheless,
ver since, ound mysel leaving a attering remark and a message, asserting
at wanted to establish communication with him.
have never been replied, but in the ollowing year, googled and ound out
at he had another internet address where he posted his pictures, a blog entitled
multiply. On that occasion, sent word to him that had a gallery in io de
aneiro, called rte 21, and that would like to be properly introduced to his
ork, essaying to be his agent, and even to deliberate on a uture exhibit.
He has gotten back to me this time, and was thankul and elated with my
omments and interest to exhibit his oeuvre. He claimed not to be an artist, only
dilettante who enjoyed making his sel-portraits, with no strings attached.
ut also that he was a man with no airs, o humble origin; who lived in a small town
lled o Fidlis, in a region called Norte Fluminense, in the tate o io de Janeiro,
nd struggled to attend college. He then told me he was the son o a bricklayer
nd a seamstress who barely had a photographic camera, and that the pictures
had seen were taken using cameras o riends o his. nd that he even did not
ave a telephone and personal computer o his own, chatted rom LN gammingenters or rom college; that the works which aroused my interest were his means
creating something, that these tudes were not works o art, but the outlet he
eeded to express and practice his creative skills and, thus, carry on living.
continued to visit his blog to keep an eye on his creation, with t
pictures posted. Bewildered, was wont to leave comments stressing m
to know him and be his agent rom the gallery.
imes went by and, late in 2008, summoned by my old riend onaldo B
the headman o Museu Vale, went to Vitria, in sprito anto, to grace the
o an exhibition celebrating the 10th anniversary o the museum. Over the o
cocktail party a aturdays aternoon can recollect that was ta
onaldo and the ecretary o ulture o sprito anto, to whom had j
introduced, when frst saw the artist, and could recognize him as the obje
countless sel-portraitures. excused mysel, claiming should talk to so
or else could lose sight o him; and went or Mury, accosted him and int
mysel to his awe. told him was supposed to stay in Vitria or tha
day only, returning to io de Janeiro in the morning ater, and that was
orward to meeting him later on that day, and invited him or a convers
the same evening, so that could bounce some ideas o him. n that eve
told me he had graduated in dvertising in the city o ampos, and that
moved away to Vitria, aiming to work as an art director in a small adv
agency there. He kept on claiming not to be an artist, and that he had no in
marketing his pieces, which he considered solely as a creative outlet, and
as works o art. But this encounter, a new p lay o chanciness since this w
the frst visit he paid to Museu Vale, taken by a riend , served the purpo
his telephone number and email, to keep our contact going.
n the ollowing year, he said that he would come to the tate o io de
to visit his mother in o Fidlis, or a ew days sojourn during vacation
me know he had purchased alaptop, whichwould help him organize,
present his works. invited him to come to the city o io de Janeiro, a
much hammering home, managed to make him entertain my call.
When he arrived, requested him to show the works he had presel
his laptop. picked some o them, which were immediately sent to a phot
lab or copies, and advised him would show them to certain persons.
startled, and pointed out that he could not aord the printings, but told h
not concerned about that.hen decided to throw him to the lions. he frst to whom introdu
oeuvre was Joaquim Paiva, which was sheerly unknown to Mury, who ha
quite anxious when inormed him Joaquim was the most important phot
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
36/43
ollector in Brazil. Joaquim was the frst collector to acquire his pieces, namely
series o 16 photographs entitled he sound o music. n the morning ater,
e headed or the house o Gilberto hateaubriand, who procured more seven
eces. On that same day, in the evening, introduced his work to Vera Pedrosa,
ho bought one more picture. hus, on the other day, he has gotten back home
massing 24 printings sold, and pocketing a sum amounting to some months
alary, and, better than that, acknowledged by much celebrated collectors.
nd how much have been taken aback when, about two months ater that,
was contacted by Luiz amillo Osrio, asking or the contacts o lexandre Mury,
s some o his pieces would be showcased in the exhibition Novas aquisies
07/2010 oleo Gilberto hateaubriand, at MM-J (Museum o Modern
rt o io de Janeiro), curated by Osrio. have immediately called lexandre
p to tell him the good tidings, and can cast my mind back to how thrilled he
eemed through the telephone.
sent him air tickets, so that he could grace at the opening at MM-J and,
s surprising as it may seem, in the frst visit o lexandre Mury to a museum
e was having his debut! Besides, remember, in this opening, Luiz amillo
ld him: ...now you are exhibiting in a renowned museum and is part o its
ollection... there is no way back!
Well, the rest is a whole new history...
onsoHenrique osta works as a producer, curator, art dealer and consultant in the artarket, and has already been associated with several galleries, organizing remarkable
hibitions. long his career, he participated and still is an xecutive Ofcer and
ember o the Boards o Directors o several museums and cultural institutions. osta
as responsible or the compilation o important collections, including Joo attamini
ollection, loaned or use by M (Museum o ontemporary rt, in the city o Niteri,
ate o io de Janeiro), chiey spearheading the organization o its abulous concrete art
llection. He produced a number o exhibitions in Brazil and overseas, launching several
nowned artists. He was born and resides in io de Janeiro.
aeare Ur: Histria Fritis Vanda Klabin
he ineaceable poetic alchemy o the works o lexandre Mury man
enkindle pondering, ret, irking and even the intractable discomort ent
the ambiguousness o libidinous pleasure. he unoldment and deperson
whereby the artists own sel is dawned amidst his every work, by d
discontinuous and ragmentary procedure, put orth by constantly trans
his very image and introducing his own being as the delver into hi
investigations; this is the chain o events which vests in him the custody o
exquisite artistic experience.
rthur imbaud, in his correspondence entitled Du voyant, addre
Georges zambard (harleville, May 13, 1871), makes a pungent asse
the contemporary identity, viz:Je est un utre
[ is nother].
his me
the being may only exist through the motion that generates the dieren
onesel. We discern this dispersal o the selor multiplication o characte
work o the Portuguese poet Fernando Pessoa and his heteronyms, in
words, a relentless, organic tendency toward depersonalization and sim
n so unique, intricate and controversial characters, such as icardo eis
aeiro, lvaro ampos or Bernardo oares, we have plurality as the gi
oeuvre, to eel everything in every way, or, videlicet, am not them.
his constellation o senses, this plethora o meanings, points to a p
closes in on the unstable territory o reecting on several painting mo
and interpreting art history, which are interused and serve as the elem
an endless twirl o readings that go with the threads commingling in the
thought o Mury.
His multiplicity is geared towards the pursuit o plural contents. Mury
riddles and dislocates the art imagery to develop a system in which h
transfgures into the engine o the picture itsel. n this process o desacra
he shits the apex o history to a hybrid process, o reerring to himsel, in
amorous usion to devise something unexpected in fctitious territories, at carving them into the world.
His body engenders its own language, acts as a linking agent in its re
torsions and contortions in the pursuit o the alter idem, the exercise o p
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
37/43
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
38/43
n the process pervading his work, there are sceneries that ot vanish in the act
perorming. Fragments, diverse objects and eed-in components produce true
legories, a mosaic o elements managing to utter dierent voices and senses. His
ody, the main character and part o the work, such as indy herman, sometimes is
oubled or tripled by a play o mirrors. n these exercises o deprival or accumulation
ambiguous situations, Mury delves into the art through the transormation o our
ew, by reinterpretation and rereading. Meanwhile, he poses a challenge which
eems to play its own lie by unremittingly discussing its riddles. hinking o art
rounded on an interpretation, aggregating new e ntities and signifcations, be them
ecipherable or not, all o this takes me to these sentences o larice Lispector:
Decipher me but do not fnish. can still surprise you.
On the heels o the sae route o artistic icons composed by the great masters,
ury proposes his own challenges and aesthetic exercises, reactivates scenes or
presentations, depriving them o their original territories, aligning his ideas
convincing scenic symphonies, coming up with metaphors and strange but
eaningul links, supplying us with another identity, transitive and edgy, or
storical questions.
s an artist engendering and mediating multiple senses, in his perverse, ironic
nd provocative rationale, Mury outlines a new ramework or reading pieces o art.
e sets his own stage or inexhaustible aesthetic experimentations and proposes
new and wide-ranging discussion on the parameters o contemporary art.
s Ortega y Gasset has averred, God has placed beauty in the world to be stolen.
point o act, Mury has advanced and comprehended that lesson very well.
n FOUUL, Michel. sto no um cachimbo. 5 ed. io de Janeiro: Paz e erra, 1988, p.82.
nda Klabin is an art historian, curator o several art exhibits and author o essays and
ticles on contemporary art. he holds a Bachelor o rts in Political and ocial ciences
om PU-io (Pontifcal atholic University o io de Janeiro) and rt History and rchitecture
om UJ (tate University o io de Janeiro). he has completed the Philosophy and rt
story Graduate Program at PU-io. he was born, resides and lives in the city o io
Janeiro.
Ur tHrUGH tHe ties Guilherme Gutman
t goes without saying, the undamental questions are inexorable.1
What lexandre Mury sees when he looks on the oeuvres which innervate his own
What can we experience in the presence o his creative power, which m
works swing back and orth rom originals?
What Mury sees rom inside his pictures within the regard o those w
down on him rom the shoulders o giants?
***
Now, with the dierential repetition o questions somewhat like a s
in new clothes , a new eect is brought about: the sands o time la
images. Nevertheless, they do not decant any dust or mold but history.
given wrinkle in time, they allude to the artists relationship with those p
him, with the works orerunning him, or even with the works that in the
remote uture are betoken by his oeuvre and with which, in turn, the a
be summoned to enter into a dialog.
nd Mury is quite industrious in this process: he researches, asse
disassembles, fnds, pursues, represents, molds, sews, exchanges, pose
and takes, chaed in a riction with art history and, needless to say, imp
his own motis and urgencies, the very itching o his own history. He res
repeats and elaborates (wouldnt this be the duty o every artist?).
He undergoes the painstaking anxiety o inuence2 and the smooth le
entailed by experience necessarily ugacious o vanquishing it or
Let us resort to the reerence o Pierre Menard, autor del Quijote, by Jo
Borges,3 which perhaps ushers in a time o more uid authorships. s
stand, Mury sort o samples classics.
But how is the subversion implicit in his reerences created? niti
canon should be discerned the minimal elements distinguishing the re and then the artist goes in or interering with the original. n this
process, a new original is devised, taking in the ormers originality, wit
he converses, at times unearthing it or rescuing it.
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
39/43
Let us reer to the case o he Poet, by hagall; we have the tilted bottle,
e cat and the meticulous movement o leading the cup up to the ace, which is
reen and upside down... he underlying presence o the original is realizable,
ut flled with uneasiness and with an unavoidable nave smile. t times, already
th an open smile, since all his wits fercely cry out sarcasm, mockery, triteness
nd burlesque, which the serious scene would rather let unsaid.
egardless o the eect produced, although ingeniously preconceived, there
still room or surprise, and Mury himsel gives an account o how weird he elt
hen he was producing his Luciferand, especially, Mona Lisa. ypes o weirdness (it
hould be said!) which are dierent rom one another: ear and right, respectively.
o all roads lead to ome?
s geographical metaphors or the relationship between an artist and his
redecessor, we may point to all movements in the dialectic between center
nd periphery. he conception o arlo Ginzburg in his studies on the history o
alian art may be spotted as the essential idea: the center is by defnition the
cation o artistic creation and periphery simply means distance rom the center,
en one cannot but consider periphery synonymous with artistic belatedness.
course, this is a tautological scheme.4
n the case o taly, we will see that ome, ater the second decade o the
500s, will take the oreront which belonged to Florence previously and, also
ccording to Ginzburg, Giorgio Vasari should be seen as the one that has
emented the point o view that periphery was the belated artistic runner-up.
ccording to Ginzburg, Vasari has m aintained that the only solution or an artist
orn and raised in the province is to establish contact with the center: only then
e will be able to take part in the game o innovation and progress.
Hence, a group o artists rom other talian cities pilgrim to ome the
anons center in the pursuit o the precious oman treasury and, principally,
lling to be reed rom scarcity or the state o being beret o artistic relevance,
hich is necessarily supposed in the provincial lie. But even Vasari admittedat in this game o domination wonderul works will be concocted in the
eriphery, by the chance o t he challenge o emulation. Ginzburg seeks to unveil
e strong sense o these alternative creations in the word scarto, signiying
a sudden lateral displacement rom a given trajectory, used, or insta
certain movements o horses: scarto is, in sum, a sort o horse movem
his takes us to the city o o Fidlis, in the tate o io de Janeiro, whe
gave birth to his work, upon sot and sudden horse movements. We may des
the stillness o a small town and the inborn restlessness o Mury, which
explodes in the ferce lateral displacement in his piece njo do lar, stage
open felds o io de Janeiro; a movement toward the creation o a work
oeuvre. We understand well the anguish o living in a periphery territory co
to the greater cities in Brazil. Likewise, we can discern a national tropism
to the great metropolises in the world. t is the same anxious inuence t
o inspiration and innovation which disembogues in the beautiul heave
all o the Murys Ganymede, taken by the merican eagle in the skies o Ne
His work bears a amilial similitude with the works o Yasumasa Morim
indy herman, but is not their atermath; is en route or them, in spite o
dierences. egarding its relationships with the art system, we hold our breat
we know that his frst visit to a museum happened when he premiered in art
his could make o him a nave artist like the so-called primitive, the chi
madmen capable o a raw creative venture which, not paradoxically, rep
inaugurates itsel. But his vivaciousness and wit help him depart rom the
innocence, urnishing him with the anthropophagic possibility o incorpora
spelling a transormed orm, not inadvertently present in his baporu.
ll o this could set in motion a eeling o reedom similar to
impressions that Mury had when he frst read Freud: his interest in the
o polymorphous perverse5 and the possibility o having pleasure on th
surace o his body, the paint on the skin, without the restrictive demarc
the erogenous zones. Or even the pleasure rom outside the body: the ob
which he acts alongside, a look on the other which anticipates the latter
onlookers perception about him in his work.
he color etish
On one occasion, his mother asked him: Why do you do that?
his is surely a undamental and unathomable question to anyon
anything, principally when the thing being dealt is art. One answer that h
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
40/43
me was derived rom one o his reections on his creative process: think in
olors a lot.
Otentimes, these colors verge on volumes, as shapes in an interesting
ynesthesia. Observe the shades o red and blue in his Madonna urrounded by
eraphim and herubim or the lurid colors o the studies that are being posted
n the scenography o his he Fruit Vendor. n his work, color is hypostatized in an
bject. nd when the sentence think in colors a lot conjoins other reections:
Blue is my etish, the fnding that colors in his work are not only an object, but
special object, is revealed ad libitum.
s already said, Mury is a hard worker and one may maintain that, in this
urportedly new key to understand his work, he endeavors to construct this
pecial object. his makes the question about the nature o the relationships
the new object with the preceding originary and original one comes into view
nce more. When Mury mimics in deviation what he veils in the image, he also
mplies what he unveils. n his piece he reation o dam the only o his works
expose him in rontal nudity , his penis, this part o the masculine anatomy
which Freudian anecdote would recognize the materialization o the phallus,
ppears playully concealed by clay.
he scene prepared by Mury seems to be toing and roing, in a riction
etween presences and absences; with the possibility o making something
ppear or concealing something. He quells and makes the original work relive;
ves birth to his own creation rom the venter o the creation anteceding it and,
this transit, may be lost and ound again amidst the blue.6
here is ear o absence, the possibility o losing, o having already lost or,
erhaps, o not having had at all, and, then, there is astonishment pleasure
nd right upon the transormed appearance o the thing.7 he original work,
ready lost in repetition and in the sands o time, reappears materialized,
ersonifed in colors right in ront o you!
But it does not reappear at will, Mury unearths it where the thing had previously
sappeared. Having a certain representation o the thing on hand, Mury works
dustriously manually and in thoughts to carve his thing into the real world. n
is vein, his work entails a dual creative act, whereby he disavows the disappearancethe original and simultaneously replaces it with the elements staged.8
But he is not alone. Who would withstand lie without the belie that not
verything has been done and, or this reason, that adding something new to the
world is possible? he possibility o this creative act, which is intertwin
attaining the sense o being in the world, 9 is deeply ingrained in Mury.
his ront sel-assured blended to the multitude o alse aces and v
his James nsor.
Making our way into his work is also believing, once more, in reasons
on living, to reclaim novelty in the world and i possible being overw
1.GUMN, Guilherme. Mury atravs do espelho. anta rt Magazine, 8:86-9, junh
2.BLOOM, Harold. angstia da inuncia: uma teoria da poesia. io de Janeiro: ma
3.BOG, Jorge Luis. Ficciones. Buenos ires: mec, 2004.
4. GNZBUG, arlo. micro-histria e outros ensaios. Lisboa: Diel, 1991.
5. FUD, igmund. res ensayos de teora sexual (1905). Buenos ires: morrortu,
6. FUD, igmund. l malestar en la cultura (1930). Buenos ires: morrortu, 1994
7. LN, Jacques. O seminrio, livro 8: a transerncia (1960-1961). io de Janeiro: Za
8. FUD, igmund. Fetichismo (1927). Buenos ires: morrortu, 1994.9. WNNO, Donald. O brincar e a realidade. io de Janeiro: mago, 1975.
Guilherme Gutman was born, resides and lives in the city o io de Janeiro. He
Bachelor o Medical ciences rom UFF (Federal Fluminense University), was a P
resident physician, meanwhile started his studies o psychoanalysis. He holds a
and a Ph.D. degree rom the nstitute o ocial Medicine, UJ (tate University
Janeiro). Gutman worked in many psychiatric institutions, where he managed t
his insights on the relationships between art and madness. He is an associate le
the Psychology Department o PU-io (Pontifcal atholic University o io de
psychoanalyst and author o several articles and book chapters. He was born, re
lives in the city o io de Janeiro.
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
41/43
rGia | HrG
exandre Mury nasceu em o Fidlis, noa 13 de janeiro de 1976, no interior do stado io de Janeiro, onde reside. rtista porcao, desde criana desenhou e pintou, es 16 anos comeou a otograar. m 1997,
gressa na Faculdade de Filosofa de am-
s cursando Publicidade e Propaganda,e conclui em 2001. Lecionou em algumasculdades entre 2003 e 2006, nos cursos deomunicao ocial e Design Grfco.
tuou profssionalmente como diretor
arte em agncias de publicidade de 2001 2010. Desde ento, dedica-se exclusi-mente ao trabalho de otografa, partici-
ndo de importantes colees, como as delberto hateaubriand e Joaquim Paiva.
exandre Mury was born in ao Fidlis,
n January13, 1976, in the tate o io de
neiro, where he resides. Having artistry
a calling since his early years, he has
ways made drawings and painted and,
the age o 16, he began photographing.
1997, he started to attend the dvertising
ndergraduate Programs classes at Facul-
ade de Filosofa de ampos, and graduated
2001. He was a lecturer in some colleges
om 2003to2006, in the ocial ommunication
nd Graphic Design programs.
He worked as an art director in adver-
ing agencies from 2001 to 2010. ince then,
e has been concentrating efforts on his
hotographic tudes, and has works included
major collections, such as the ones of Gil-erto hateaubriand and Joaquim Paiva.
2011Aurrera, Galeria Laura Marsiaj,
io de Janeiro, Brasil | Brazilf snee 2011, thena Galeria de rte,io de Janeiro, Brasil | Brazilpnura e graa, telier Marco Duprat,io de Janeiro, Brasil | Brazil
2010Nva aque da cle Glber
chaeaubrand 2007/2010, Museu de rteModerna, io de Janeiro, Brasil | Brazil
2009
sbre a gua, a ld e lhar , GaleriaHomero Massena, Vitria, Brasil | Brazil
atGs / ataGs
2013
Aprxmae nemprnea. atlogomostra coletiva / Group exhibition catalog.alvador: oberto lban Galeria de rte.
2012Epelh reed urrealm e a are
nemprnea bralera. atlogo mostra
coletiva | Group exhibition catalog. io deJaneiro: entro Municipal de rte Hlio Oiticica.Rera perrm. atlogo mostracoletiva | Group exhibition catalog.o Paulo: esc/Vila Mariana.
2011Au-rera. atlogo mostra indolo exhibition catalog. io de JaneirLaura Marsiaj.
2010
Nva aque da cle Glber
chaeaubrand. atlogo mostra coGroup exhibition catalog. io de Ja
ees / etis
Glber chaeaubrand, io de Jane
Brasil | BrazilJaqum pava, io de Janeiro, Brasfb sem, io de Janeiro, Bras
ePsies | eHiBitis
2013
Entrecruzamentos , thena ontempornea,io de Janeiro, Brasil | BrazilArxmae nemrnea, oberto
lban Galeria de rte, alvador, Brasil | Brazilsp-Are fera inernanal de Are
de s paul, thena ontempornea,estande 04, o Paulo, Brasil | Brazil
2012
Eelh reed urrealm e a are
nemrnea bralera, entro Municipal
de rte Hlio Oiticica, io de Janeiro,Brasil | Brazilswab inernanal cnemrary
Ar far, Galeria Laura Marsiaj, estande B1,Barcelona, spanha | painsp-Are fera inernanal de Are
de s paul, Galeria Moura Marsiaj,estande 14, o Paulo, Brasil | Brazilf snee 2012, thena Galeria de rte,io de Janeiro, Brasil | BrazilNva aque 2010/2012 cle
Glber chaeaubrand, Museu de rte
Moderna, io de Janeiro, Brasil | BrazilGenealga d nemrne cle
Glber chaeaubrand, Museu de rteModerna, io de Janeiro, Brasil | BrazilRera errm, esc/Vila Mariana,o Paulo, Brasil | Brazil
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
42/43
Pdn d rpblcPdn of h rpublcDilma Vana ousse
no d edo d Fzndn of Fnnc
Guido Mantega
Pdn d | Pdn ofx econmc FdlJorge Fontes Hereda
odas as cpiasotogrfcas da exposio
oram executadasem -Print.ll o the exhibitions
photographic copies
were printed with
-Print technology.
ALEXANDRE MURYfRicEs HistRicAsHistoRicAL fRictioNs
21 de julho a 8 de setembro de 2013July 21 to eptember 8, 2013
rlzo | Poducd by&L Produtores ssociados
o d Poduo | Poducon coodrigo ndrade
Go d Pojo | Pojc ngLucas Lins
onulo d Pojo | Pojc onulnJoanna Fatorelli
oodno Gl | exhbon oodnoonso Henrique osta
udo | uohpVanda Klabin
txo | auhoonso Henrique ostaGuilherme GutmanVanda Klabin
rvo d txo | Poofdosalina Gouveia
Vo p o ingl | tnloMrcio Pinheiro
Vdo | VdoLisa, 2013 (4:05 min)Fotografa, locuo e direo | Photography,Voice-over and Direction: lexandre Murydio | Videoditing: Joo Henrique ostagradecimento | pecial hanks:Filipe astaMsica | BackgroundMusic: ntonio Vivaldi(La travaganza - oncerto No. 2 V279)exto | xcerpt: Giorgio Vasari (Vidas dosmais excelentes arquitetos, pintores eescultores italianos, de imabue atnossos dias)
gn Gco | Gphc gnara Dias e Paula Delecavena arolina arneiro
impo | Pnng fcUltraset
ao d impn | P rlonnna ccioly | 2 omunicao
excuo ongm | s gn & BuldMrio osta | laqueteilumno | ghngMilton Giglio | telier da Luz
tnpo | ogctlantis
sguo | inuncJM
agdcmno | acknowldgmnos que me legitimaram e tanto meapoiaram | would like to thank all thwho supported me as an artist
onso Henrique ostaFbio ettimiGilberto hateaubriandGuilherme GutmanJoo Henrique ostaJoaquim PaivaLaura MarsiajLiecil OliveiraLuisa DuarteLuiz amillo OsrioMarcos DupratMarcos Lontra ostaodrigo ndradeodrigo GeraceVanda KlabinVera Pedrosa
os meus incontveis colaboradorese amigos, destacando | ll my countellow workers and riends, mainly
arlos duardo PissaiaHeleno ManoelPaulo GazelleValria FalchettoWellington ordeiro
minha amlia, em especial |pecial thanks to my relatives
meus pais | my parents Hilda de arMury e ebastio Mury (in memoriamminha tia e madrinha | my aunt and goGenilda Dias Vasconcelos; minha irmmy sisterValria Mury Jorge e meu e aflhado | andmy nephew and godVictor Hugo Mury Jorge
os diversos colecionadores do meue s galerias que me representam | all collectors, and to the galleries tha
as my agents
Museu de rte Moderna do io de Ja MM JGaleria thena ontempornea, io doberto lban Galeria de rte, alva
-
7/27/2019 Frices Histricas | Alexandre Mury
43/43
logo: Hldn F ovo | rB5 1027
984 uy, alxnd
Fc hc / alxnd uy; udo d Vnd
Klbn . _ ro d Jno : x ulul, 2013.
p. : l. ; 22 cm
txo: afono o; Gulhm Gumn Vnd Klbn
o d Poduo: rodgo andd
Go d Pojo: uc n
txo blngu Pougu/ingl duzdo po: co
so Pnho
isB 978-85-67067-01-8
1 a 2 Foog c 3 ompoo foogc 4
logo foogco i tulo ii Klbn, Vnd (cudo) iii o, afono
iV Gumn, Gulhm V andd, rodgo (poduo) Vi n, uc (god pojo) Vii Pnho, co so (duo)
U 77.04 770