fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO f RODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO JOSÉ BENEDITO SACOMANO SÃO CARLOS, 1983 PUBLICAÇÃO 039/94 REIMPRESSÃO

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1

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

·~ ; fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

JOSÉ BENEDITO SACOMANO

SÃO CARLOS, 1983 PUBLICAÇÃO 039/94

REIMPRESSÃO

Page 2: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

ITEM

-i-

E~~~~~~Q-~_ÇQ~~gQ~~-Q~

EgQQ!IÇ~Q

PÁGINA

1 - Introdução ---------------------------------------- 1

2 - A Função Produção --------------------------------- 1

3 - Decisões de uma ~mpresa e o seu Relacionamento com

a Função Produção --------------------------------- 1

4 - O Planejamento e Controle da Produção e as Informa-

ções Necessárias ---------------------------------- 5

5 - A Fábrica e o Sistema de Produção ----------------- 6

6 - Os Principais Tipos de Sistemas de Produção ------- 7

7 - Fatores que Influenciam no Planejamento e Controle

da Produção --------------------------------------- 9

8- As.Funções do Planejamento e Controle da Produção- 10

9 - As Funções Relevantes ----------------------------- 13

10 - Dimensionamento de Estoques ----------------------- 22

11 - Sistemas TÍpicos de Estoques ---------------------- 23

12 - Critérios para o Dimensionamento ------------------ 26

13 - Dimensionamento dos Sistemas Típicos -------------- 30

14 - Lote Econômico nos Casos de Descontinuidade da Cur-

va de Custo Total --------------------------------- 32

15 - Previsão de Demanda para PCP ---------------------- 33

16 - Bibliografia -------------------------------------- 40

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SEM-144 - PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

1 - INTRODUÇÃO o texto a seguir, pretende dar ao leitor uma visao gera! do

Planejamento e Controle da Produção e sua relação com as demais =w;­ções dos processos de produzir.

Está inserido no contexto da fábrica, oois foi aí que ;-,c.sce ram seus princípios que remontam ao inicio rlo s~~ulo.

Por outro lado, não se desce a detalhes de nenhuiT t6picc, dada a extensão do c.ssunto, e a impossibilidade de tratamento r.ünuci.S so no presente curso. Entretanto, a bibliografia indicada perritira ao leitor um aprofundamento razoável no assunto.

Privilegia-se aqui os princípios de Planejamento da Produção propostos por SÉRGIO BAPTISTA Z~CCAREL~I, poi: que este autor tenha conseguido uma adequaçao razoavel a brasileira.

e Con::role julga-se

realidade

O texto contém urna parte complementar, que trata de alguns aspectos do Dimensionamento de Estoques e Previsão de Demanda para o PCP.

2 - A FUNÇÃO PRODUÇÃO

A produção é um processo (ou um conjunto de processos), pe­lo qual bens ou serviços são gerados e pode ser esquematizada secundo a figura ab-aixo;

PROCESSOS/

entradas produtos/servicos

/OPERAÇÕES

Figura --l - Sistema de Produção.

No presente trabalho 1 entende-se o sistema de produção no contexto industrial, onde as entradas serão rnat~rias-primas, peças etc. e as saidas 1 produtos acabados, passando pelo sistema de produ­ção, ou seja 1 a fábrica.

Neste caso, a FUNÇÃO PRODUÇÃO se associa com a gerência do fluxo total de materiais, desde a compra da matéria-prima atê a dispo sição do produto acabado ao consumidor final. -

A Administração da Produção está associada "a tornada de de­cisões", que propicia o gerenciamento do desenvol virnento de processos e fluxos de produção.

Assim sendo, duas grandes áreas são associadas à Administra çao da Produção:

A - PROJETOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO (localização industrial, Projeto de Processos de Produção, Lay-Out, Tempos e Métodos);

B - PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO (Planejamento A­gregado, Controle de Estoques, Programação da Produção).

Associado então à tomada de decisão, o item A estaria ao ní vel estratégico de decisões, enquanto o item B ao nível operacional de decisões.

3 - DECISÕES DE UMA EMPRESA E O SEU RELACIONAMENTO COM A FUNÇÃO PRODU

ÇÃO

As decisões a nível estratégico tem como objetivos:

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1)- Estabelecer os objetivos gerais da empresa e de suas unidades fun cionais;

2)- Definir as estratégias (linhas de ação gerais) a serem seguidas em direção aos objetivos;

3)- Definir as metas que devam ser alcançadas ao longo dessas estra­tégias;

4)- Desenvolver e alocar os recursos necessários para que se possa a­tingir essas metas.

, As principais características das decisões estratégicas são:

- Estão diretamente rela'cionadas às intenções globais da empresa; - Geram situações novas quando implementadas; .A

- Apresentam implicações a longo prazo; - são de difícil retrocesso, uma vez implementadas; - são afetadas de modo significativo por fatores externos a empresa,

quais sejam: fatores econômicos, políticos, sociais, tecnol6gicos etc.

Alguns exemplos de decisões estratégicas dentro do Planeja­mento Estratégico são:

. Estudos estratégicos para a conquista de novos mercados;

. Decisões referentes à geração de novos produtos;

. Decisões referentes à retirada da linha de produção, de certos pro-dutos;

. Aumento ou diminuição da capacidade física da produção;

. Local-ização e tamanho (capacidade) de novas fábricas e armazens;

. Projeto de Processos de Produção em uma fábrica;

. Lay-out da fábrica;

. Seleção de equipamentos de produção;

. Projetos de métodos de trabalho na fábrica (tempos e métodos) .

Para COSTA e BELHOT(l), o Planejanento Estratégico "Consis­te em selecionar meios, metas e objetivos, mas os ideais são dados, ou como geralmente é o caso, não são formulados. Tal planejamento ten de a ser de longo prazo, procurando levar em conta um período maior para o horizonte de planejamento".

O Planejamento Estratégico, um instrumento de rápido cresci mento nas Últimas décadas, sendo superado talvez somente pelas técni= cas de computação, vem sofrendo críticas quanto à sua eficácia nos meios empresariais norte-americanos, devido à longa lista de empresas que acusaram fracassos financeiros, quando adotaram premissas razoa­velmente rígidas de Planejamento Estratégico(2).

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

O Planejamento Operacional focaliza as decisões relaciona­das com o planejamento, execução e controle das atividades necessá­rias à realização de programas de projetos já definidos, e das ativi­'dades direta ou indiretamente necessárias à geração de produtos que estão em produção, ou com processos de produção já implantados, para atender a mercados já caracterizados, procurando utilizar os recursos disponíveis de modo eficiente.

Os Planos Operacionais de uma empresa, podem ter um horizo~ te de planejamento de até dois anos e se baseiam em planos desenvolv~

(~) COS~A, L.R.F. e BELHOT, R.V. O PCP e o planejamento empresarial -uma análise sistêmica. são Carlos, UFSCAR, 1982, p.4 (mi­meografado) .

(2) PAUL, R.N.; DONOVAN, N.B. e TAYLOR, J.W. A defasagem de realida de no planejamento estratégico. Revista HARVARD/Exame:ll-12~ jan. 1983.

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dos para cada área funcional da empresa tais corno: vendas, pesquisa e desenvolvimento.

f in ancas, oroducão, > • '

Na área de produção, o Planejamento Operacional vai se preo cupar com a utilização eficiente da capacidade física de produção, es tabelecida pelos planos estratégicos para atender a urna demanca ?re= vista, caracterizando-se em dois níveis diferentes:

- PLANO AGREGADO DE PRODUÇÃO; PLANO DETALHADO DE PRODUÇÃO.

l': . .:.~-.JO AGREGADO DE PRODUÇÃO

O Plano Agregado de Produção estabelece os niveis b~sicos n~ ~~ilização de mão-de-obra e dos recursos produtivos, em um hor~zon i!'- !iP plru"'lejamento de curto e médio prazo, geralmente de 1 a 2 anos. S~o decis6es típicas, em Planos Agregados de Produção:

A de aumentar ou diminuir o número total de mão-de-obra pela empresa; A de se definir a taxa total de produção tal corno: número de unida­des de produtos a serem fabricados mensalmente;

. A de aumentar ou diminuir a quantidade total de estoques, no caso de produtos que podem ser estocados; A de utilizar ou não a sub-contratação de serviços ou encomendas a terceiros.

PLANO DETALHADO DE PRODUÇÃO

O Plano Agregado de Produção de horizonte até dois anos é a base para o Plano Detalhado de Produção, que é aquele que vai geren­ciar a produção no dia-a-dia da empresa.

Pode-se separar o Plano Detalhado de Produção em duas áreas que se interrelacionam:

- O estabelecimento de Planos de Produção para o dia-a-dia, para a pr~ dução de diferentes produtos;

Programação detalhada da utilização de mão-de-obra, equipamentos, instalaç6es etc. para atendimento dos Planos de Produção.

Para COSTA e BELHOT(3), o Planejamento Operacional"consiste em selecionar os meios a fim de atingir metas que são dadas ou impos­tas por um nível superior, corno por exemplo, produzir um certa quanti dade de um produto, especificada por um nível superior. Tende a ser um planejamento de curto prazo".

As várias colocações feitas até aqui, podem ser visualiza­das no esquema geral da figura 2.

O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO E SEUS NÍVEIS

No esquema da figura 2, planejamento:

. O Planejamento Estratégico;

. O Planejamento Agregado;

pode-se destacar três níveis

. O Planejamento Detalhado de Produção.

de

Desta forma, ao se estudar o Planejamento e Controle de Pro dução, deve-se cuidar da identificação do nível a que se está traba= lhando.

gui~tes rnaçao e

Para esclarecimento da colocacão acima, exarninan-se os se­conceitos de Planejamento e Controle da Produção e de Progra­Controle da Produção de dois autores brasileiros.

(3) COSTA e BELHOT, op. cit. p. 4.

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-'t-

"O Planejamento e Controle da Produção é a função adminis­trativa que tem por objetivo fazer os planos que orientarão a produ­ção e servirão de guia para o seu controle, que é, também, feito pe­lo Planejamento e Controle da Produção. Em termos simples, o Planeja rnento e Controle da Produção determina o que vai ser produzido, quan to vai ser produzido, corno vai ser produzido, onde vai ser produzi­do, quem vai produzir equanto vai ser produzido" (4).

(4)

E S Q U E M A G E R A L r-------------------~ FATORES AMBIENTAIS QUE •

!AFETAM O DESEMPENHO DA ANlU.ISJ:: E O MEIO

AMBIENTE:

PREVISÃO DO COM-

· EMPRESA: PORTAMENTO DO

)econômicos, sociais,p~

i li ticas tecnolÓgicas de I ~comportamento de merc~

do etc.

(5 anos ou mais)

.-----..l- objetivos futuros

- estratégias,

DA EMPRESA

DAS PRE

DE

DAS COM AS VEN­

DIARIAS REALI­

ZADAS

PLANO DETALHADO DE PRODUÇÃO

- estabelecimento de de planos de produ ção para o dia-a= dia,para·a produ­ção de diferentes produtos e contro­les.

- programação deta­lhada da utiliza­ção de mão-de-obra e equipamento/ins­talações de produ­ção para atender aos planos de pro-

dução

Produtos Serviços

REALIMENTAÇÃO/CONTROLE

Figura 2

Atribuições de homens e máqui nas a opera= ções específi­cas de produ-

ção

Planos de aqui sição de mate= riâis, de con­trole de esto­que, de remes­sa (distribui­ção) de produ-

tos

SÂ MOTTA, I. c. et alii·. neiro, FGV,

Planej arnento e controle da produção. In MACHLINE, Manual de Administração da Produção. Rio de Ja-

1972, v. 1, p. 251.

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Para SÂ MOTTA o Planejamento e Controle da Produção ser representado pela figura

~PLANEJAMENTO i EXECUÇÃO CONTROLEI

RETRO AÇÃO ou

"FEED BACK"

Figura 3

pode

Desta forma pode-se examinar que o autor está se referindo . -ao Plano Detalhado de Producao, enfocando os itens que cuidarão do dia-a-dia da Produção(S). ,

"A Programacão e Controle da Producão consiste essencial­mente em um conjunto de funções interrelacio~adas que objetivam cc­mandar o processo produtivo e coordená-lo com os demais setores admi nistrati vos da empresa.._ ( 6) .

O conceito acima prende as funções ao comando do processo produtivo e trata explicitamente da programação, que é parte do Pla­no Detalhado de Produção.

Assim, vê-se que ambos os conceitos tratam do mesmo nível de Planejamento, embora um autor se refira ao Planejamento e Contro­le da Produção e outro à Programação e Controle da Produção.

f:. comum, hoje, encontrar-se na literatura e em Departamen­tos Industriais o nome Planejamento, Programação e Controle da Produ ção (PPCP) ( 7), referindo-se, desta maneira, ao enfoque de todos os níveis de Planejamento.

Para o presente trabalho, examina-se um pouco mais, dentro do Planejamento e Controle da Produção, os tópicos relativos ao Pla­no Detalhado da Produção ou à Programação e Controle da Produção. Neste caso, então, está se associando o Planejamento e Controle da Produção aos problemas de natureza operacional da indústria, que di­zem respeito à operação e controle da Produção.

4 - O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO E AS INFORMAÇÔES NECESSÁ­

RIAS

Voltando-se ao conceito de FUNÇÃO DA PRODUÇÃO, que está as sociada à gerência do fluxo de material, desde a compra da matéria= -prima até a disposição do produto acabado ao consumidor final,e aos dois conceitos expressos nas páginas 4 e 5, pode-se afirmar que, pa ra se produzir um determinado produto, são necessárias algumas info~ mações, que variam de fábrica para fábrica, ou de produto para prod~ to. Assim sendo, quando se dispee a fabricar algum produto, é neces­sário saber-se a quantidade de matéria-prima e peças a serem cornpra­~as, quais as operações e quem irá executá-las, em qual máquina ou setor será feito e também o tempo que se gastará para execução ou en trega do produto.

Para se determinar a quantidade de matéria-prima ou peças a serem compradas, é necessário dispor de informações sobre as ven­das previstas, o saldo do estoque, componentes do produto final etc., assim corno, a determinação de quais operações devem ser feitas e in­formações sobre o processo produtivo.

(5) id. ibid., p. 252.

(6) ZACCARELI, S.B. Programação e controle da produção. S.ed.São Paulo, Pioneira, 1979. p.3.

(7) BCCL CONSULTORES. Planejamento, programação e controle da pro­ducão. São Paulo, BCCL, 1981 (mimeografado).

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Haverá necessidade de agrupar e associar estas informações para se executar a tarefa de produzir um produto.

O Planejamento e Controle da Produção funcionará, então,co mo um sistema que transformará um conjunto (ou fluxo) de informações em uma sequência de operações dentro da fábrica.

Esquematicamente, este fluxo de informações pode ser repr~ sentado pela figura 4.

Vendas ou Pn,·isiu

M Venrlu Lrnn• u~ l"rnrluto~ Capacidad< Produtiva

T · l l

como o que

r~~:,,, 'r'•m<o>O 'j" t'rocuao Produuvlo nnd<

Contrúl~ d< F..stoqu<' l com o que

~ j I Pr<v~ Pro;:nma('iO - u~ Dt:Apes.a..~

- dt Car~:a r ~ -MPrazoa

Compr:lll ~ ~ Ct•utrôl«-~

- tit: !-:ficiêncta F.abriC"at;io------ .- dt" Custn

~ de Pr:~.zns

Est~ I

Figura 4

Um exame da figura 4 mostra que, para se programar a fa­bricação, haverá necessidade de se saber a quantidade vendida e o pra zo de entrega,· assim como o controle de estoques de matéria-prima e produto acabado, para se determin~r quanto e até quando produzir ou comprar.

Da mesma forma, conhecendo-se a linha de produtos e a capa cidade produtiva da fábrica, assim como as técnicas envolvidas, de= termina-se o planejamento do processo produtivo, que responderá as questões sobre o que fazer, como fazer, onde fazer e com o que fazeL

Uma vez feita a programação (agenda de produção), inicia­-se a fase de fabricação e dos controles necessários, até ~ disposi­ção do produto para entrega ou expedição. Aqui fica explicitada a di ferença conceitual entre planejamento e programação, quando se trata a nível de operações de fábrica.

Vê-se então, neste ponto, que o conceito de Planejamento e Controle da Produção, por SÁ MOTTA(8), expresso na página 4~ aprox~ ma-se dos conceitos implícitos no FLUXO PRIMÁRIO DE INFORMAÇOES.

~ de interesse notar que a programação, além de coordenar funções da parte operacional da fábrica, é também ponto de concentra ção de alguns procedimentos administrativos.

Evidentemente, o número e a complexidade das informações re cebidas ou dadas, variará segundo a fábrica ou o produto, consideran do-se, entretanto, que sempre haverá em maior ou menor grau, um flu= xo de informações.

5 - A FABRICA E O SISTEMA DE PRODUÇÃO

No contexto da fábrica, o Sistema de Produção pode ser ca­racterizado pelos seguintes sub-sistemas:

( 8) SÁ MOTTA, I. Op . ci t • , p • 2 51 .

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. SUB-SISTEMA DE AQUISIÇÃO

~ responsável pela aquisição de todos os insumos necessários para a realização das atividades de produção.

físicos

Desta forma, o sub-sistema de aquisição cuida de suprir a fábrica, através de compras no mercado de matérias-primas, ferramen­tas, partes ou peças necessárias à manutenção dos equipamentos, pro­dutos acabados que entram no conjunto do produto final.

Eventualmente, a fábrica pode se auto-suprir de algum ~ioo de insumo -(fabricação de componentes etc.) o que não elimina, evider. temente, a necessidade de·se comprar no mercado .

. SUB-SISTEMA DE PRODUÇÃO,PROPRIAMENTE DITO

Compreende as operações de fabricação e montagem, represen tando o processo de transformação da matéria-prima em produtos acaba dos.

. SUB-SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Trata da distribuição dos produtos acabados dos centros de produção ou suprimento (fábricas e/ou armazéns das fábricas), direta mente para o centro de consumo geral (comércio varejista, por exem~ plo) ou para pontos intermediários de consumo (distribuidores), tais como vendedores por atacado ou armazéns de distribuição local ou re­gional, ou ainda outras fábricas, nas quais um produto entra corno componente do produto final.

6 - OS PRINCIPAIS TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO

. SISTEMAS DE PRODUÇÃO CONTÍNUOS

São sistemas c~jas instalações de produção e os recursos de produção uti~izados sao padronizados, isto é, são especializados para a geração de produtos padronizados.

A demanda, neste caso, é por um produto padronizado,ou por alguns produtos padronizados, que apresentam características seme­lhantes e geralmente produzidos em grande volume. No tipo de produ­ção contínuo, podem-se distinguir três sub~tipos:

- Contínuo puro; - Contínuo com montagem e desmontagem; - Contínuo com diferenciação final.

No sub-tipo contínuo puro, toda a matéria-prima e processa da da mesma forma, gerando sempre produtos finais iguais. Pode ser representado pela figura 5.

MAT:f;RIA-PRIMA OPERAÇÃO

1

OPERAÇÃO

2

Figura 5

OPERAÇÃO

3

PRODtJro ACABAIXJ

O sub-tipo contínuo com montagem e desmontagem, apresenta p~ra cada parte do produto final, uma sequência contínua de fabrica­çao.

Estas partes vão-se juntando em determinados pontos, para a geração do produto final. Neste caso, aparece um problema inexis­tente no sub-tipo contínuo, pois as sequências de fabricação deverão ser balanceadas de modo a não haver "gargalos" na produção ,qua."'ldo os tempos de fabricação dos componentes forem diferentes.

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A figura 6 mostra, esquematicamente, o sub-tipo contí­nuo com montagem e desmontagem.

MATf:RIA-PRIMA

MATÉRIA-PRIMA

MATÉRIA-PRIMA

OPERAÇÃO

1

OP.

OP.

9

\!----Figura 6

OP. OP.

O sub-tipo contínuo com diferenciação final, normalmente apresenta características de fluxos iguais aos sub-tipos anterio­r~s, entretanto, o produto final poderá apresentar algumas varia­çoes.

Cita-se, como exemplo, a indústria de casas pré-fabrica­das, que apresentam grandes variações na arquitetura, onde as li­nhas de fabricação de painéis, treliças etc., são sempre iguais.

A figura 7 representa o sub-tipo descrito.

MATÉRIA-PRIMA

A

t4ATf:RIA-PRIMA

B

MATÉRIA-PRIMA

c

OP.

1

OP.

6

OP.

2

OP.

7

OP.

3

OP.

8

Figura 7

.-SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTERMITENTE

PRODUTO ACABADO

A

PRODUTO ACABADO

B

PRODUTO ACABADO

c

PRODUTO ACABADO

D

são sistemas de produção, cujas instalações e recursos hu manos de produção não são especializados para a geração de um prodE to padronizado e o modo de utilizar essas instalações e esses recur sos é flexível, em virtude de:

l.A demanda ser por produtos não padronizados, que atendendo as exi gências particulares de consumidores, podem variar as suas carac­terísticas principais;

2.A capacidade de produção ser alta em relação à demanda de um pro­duto padronizado, que possa ser produzido. Isto acarreta a neces­sidade de tornar o sistema flexível para produzir outros produtos padronizados, para tornar o sistema eficiente (operação do siste-

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ma de produção, do ponto de vista econômico). No tipo de sistema de produção intermitente, podem-se destacar dois sub--tipos:

- fabricação por encomendas de produtos diferentes; - fabricação repetitiva do mesmo produto ou lotes de produtos.

Na fabricação por encomendas de produtos repeti ti vos, a programação somente será feita depois de atendidas as ~specific~s do cliente, a venda estiver concluída.

Consequenternente, a sequê~cia de operações variará de um produto paraoutro, assim corno a quantidade e fluxo de materiais.

A fabricação repetitiva do mesmo produto ou lotes de pro­dutos apresenta, geralmente, as mesmas características do sistema de fabricação por encomendas, porém com as simplificações decorren­tes de se fabricar produtos ou lotes de produtos repetitivos.

7 - FATORES QUE INFLUENCIAM NO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRO

DUÇÃO

Dificilmente se encontra, na prática, dois sistemas de Planejamento e Cont~ole da Produção iguais. Isto porque vários fat~ res influenciam na sua concepção e implantação; dentre eles pode-se citar:

- O tipo de sistema de produção; - O tamanho da fábrica; - As diferentes gerencias administrativas.

. O TIPO DE SISTEMA DE PRODUÇÃO

O tipo de sistema de produção tem grande influência no Planejamento e Controle da Produção. Como foi visto no item 3.5, os sistemas são caracterizados pelos tipos de produção contínua ou in­termitente. Partindo das premissas de que o sistema contínuo de pro dução é pouco flexível, produz em grande volume e pequena variedade de produtos, enquanto o sistema intermitente é bastante flexível, produz urna variedade de produtos e em pequenos volumes, pode-se ob­servar variações sensíveis no Planejamento e Controle da Produção, quando se leva em conta, o tipo de produção.

Por exemplo, ao se considerar a matéria-prima, vê-se que no sistema contínuo, o consumo é pouco variável, existe um mínimo de material em processamento, sem estoques entre as operações, en­quanto que no sistema intermitente, os estoques são relativamente grandes e geralmente existe acúmulo entre as operações.

As movimentações desses materiais também são diferentes para cada sistema. No tipo contínuo, o transporte é altamente meca­nizado, as distâncias são pequenas e são movidos continuamente de u ma operação para outra, enquanto que no tipo intermitente, o trans= porte é feito com equipamento flexível, geralmente com pouca repeti ção, necessita de corredores e passagens entre as máquinas e equipa mentes e finalmente necessita, também~ de instruções sobre o que~ quanto e para onde transportar.

De maneira geral, as diferenças também ocorrem em outras características, tais como previsão de vendas, equipamentos, pes­soal etc. Daí se pode depreender que o tipo de sistema influi dire­tamente sobre o fluxo de informações, que gera a operação da fábri­ca.

. O TAMANHO DA.· FABRICA

BUFFA(9) comenta que: "A nova visão da administração da

(9) BUFFA,E.S. Basic production management. 5 .ed. New York,J. Wiley & Sons, 1975, p.l7.

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produção é boa para a grande empresa. O que dizer a respeito da p~ quena empresa?"

O próprio autor responde esta questão dizendo que os con ceitos e idéias que advêm da administração da produção são ordina= riamente de aplicação geral(lO) .Para ZACCARELLI(ll) "O tamanho da empresa influi de uma forma geral fazendo com que quantio mai~r a empresa, mais formal e detalhada deverá ser a a Programação e Con­trole da Produção".

Desta forma, ve-se que é difícil estabelecer limites e regras qu~ envolvam o tamanho em relação ao Planejamento e Contro­le da Produção, primeiram~nte pela dificuldade do conceito de tama nho, e em segundo lugar pela dificuldade de se estabelecer a rela= ção utilização de princípios x tamanho.

. AS DIFERENTES GE~NCIAS ADMINISTRATIVAS

A gerência administrativa da fábrica tem influência no PLanejamento e Controle da Produção, na mesma medida em que alguns fatores ou conceitos de produção influenciam a ação administrativa de quem dirige a fábrica.

Assim sendo, se o controle do fluxo de materiais assume um valor mais relevante em uma fábrica em relação à outra, não pe­lo valor da matéria-prima, mas pela importância que o administra­dor dá ao seu controle, este fato vem alterar as relações de fluxo de informações na fábrica.

De$ta forma, diferentes gerências administrativas levam a diferentes gerências operaçionais de produção.

8 - AS FUNÇÕES DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

. DIFICULDADE DE SOLUÇÃO GERAL

O Planejamento e Controle da Produção, apesar de ter a seu dispor modelos matemáticos relativamente complexos, por exerr.­plo, para a determinação do "Lote Econômico de Fabricação" ou "Lo­te Econômico em Estoque", assim como técnicas de programação razoa velmente precisas como PERT, PERT-CPM, GRÂFICOS DE GANTT, apresen= ta dificuldade de uma solução geral que seja aplicável a toda es­trutura de fábrica, devido a alguns fatores que entram na composi­ção do sistema, como visto no i tem 7.- ~-

Desta forma, a análise para o estudo e implantação de um sistema de Planejamento e Controle da Produção gira em torno das funções pertinentes a ele. Assim sendo, conhecendo-se a operação da fábrica, bem como sua gerência administrativa, pode-se avaliar dentre as funções do Planejamento e Controle da Produção, quais a­quelas que merecerão maior ênfase, para finalmente agrupá-las e mon tar um sistema adequado a ser implantado, ou analisar o já existen te .

. ' AS FUNÇÕES

Ao se examinar vários autores que cuidaram de dar uma es trutura às funções do PCP, verifica-se que apesar de algumas dife= renças de ênfase entre uma ou outra função, no conjunto, essas es­truturas apresentam perfis semelhantes.

De maneira geral, BUFFA propõe em várias obras que, para se atingir o Planejamento e Controle da Produção do dia-a-dia, de­ve-se levar em ,conta três grandes funções:

- Planejamento Estratégico da Produção;

(10) id. ibid. p.l7.

(11) ZACCARELLI,S.B. op. cit., p. 11.

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Planejamento Agregado da Produção; Planejamento Detalhado da Produção.

Evidentemente cada uma dessas funçoes contêm outras, en­tre as quais se destacam, dentro do Plano Detalhado de Produção, ~ quelas referentes a:

Operações específicas da produção; Planos de aquisição de materiais e controle de estoques.

Para HESS (12), que descr~ye as funções do Planejamento e Controle da Produçao e conforme a figura 8 pode-se observar as funções gerais, ~artindo-se de três funções principais:

PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO; CONTROLE DA PRODUÇÃO; CONTROLE DE MATERIAIS.

.. :~ ... s ...

., - Q

-

-

i .

Cl .. ~ g .. ..

(12) HESS, D.F. Princípios do planejamento e controle çao. In: MAYNARD,H.B. Manual de Engenharia de São Paulo, Edgard Blucher/USP, 1970. v.7 p.26.

co

da produ­Produção.

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-..~..~-

Para ZACCARELLI(l3), três conjuntos de funções sao bási­cos a Programação e Controle da Produção:

- ESTOQUES; - PLANEJAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO; - PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO.

No conjunto de funções de ESTOQUES, podem-se destacar as seguintes sub-funções:

- O fichário que mantém o registro dos níveis de estoque; - O controle de materias, que garanté os mesmos no prazo e condi-

ç()es ecqnôinicas; - ;,, ~-r.cepção de materiaiS 1 que tem a função de receber OS meSmOS 1

inspecionar, guardar e fazer sua contabilidade; - O c1.unoxarifado, que abriga os materiais e produtos acabadosrn dan

do condições de atender as requisições .. ou expedições. -·

O PLANEJAMENTO DO PROCESSO PRODUTIVO, contém as seguin­tes sub-funções:

- Planejamento geral - que detém as informações para a determina­ção de como e a que custo será feito cada produto. O planejamen­to geral independe, então, de urna ordem de produção.

- Planejamento específico - que determina como, com o que, onde se rã feito um certo produto, dependendo, portanto, de urna ordem de produção.

- Ferramentas - função que consiste em catalogar, determinar cus­tos, projetar, repor e controlar o uso de ferramentas. ·PadrÕes - -que procede a medida do trabalho, assim como organiza seus resultados.

- Estimativas - que estimam quanto cada fator de produção sera ne­cessário para a fabricação de cada produto e se interrelaciona com o controle de custos. Métodos - têm a função de estudar os métodos. objetivando sua sim plificação.

-Alterações- função de julgar se.convém ou não alterar partes do processo produtivo ou do produto.

Na função PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO, destacar as seguintes sub-funções:

podem-se

- P~ano de produção - que consiste em, a partir da previsão de ve~ das, capacidade produtiva e política administrativa, fixar quan­to será produzido em cada período (dia, semana, mês).

- Sistema de emissão de ordens - que consiste na transformação do plano de produção, em Ordens de Fabricação ou Ordens de Compra.

- Emissão de ordens - função de preparar os impressos relativos a cada ordem.

- Liberação - que tem a função de organizar e proceder à distribui ção dos impressos relativos às ordens de fabricação. -

- Controle central - cuja função é servir de contato entre a prod~ ção e os demais setores da fábrica.

~ Expedição - função de proceder a entrega dos produtos aos clien­tes.

Para SÂ MOTTA(l4), as funções do Planejamento e Controle da Produção, são.

- Planejamento ou Programação - que consiste na determinação dos tipos e quantidades dos produtos que serão fabricados.

- Aprazamento - que determina as datas e os tempos de duração de cada operação; .nos diferentes postos de trabalho; determina qu~ do deve começar e terminar o trabalho.

(13) ZACCARELLI,S.B. op. cit.

(14) SÂ MOTTA, I. op. cit., p. 247-265.

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-13-

O apx-azamento contém a carga de máquina, que determina a relação de ocupação de cada posto de trabalho ou máquina (tempo dis­ponível da máquina x tempo ocupado).

- Roteiro - que tem a função de determinar corno será feito o produtQ isto é, determina quais as operações pelas quais passará o produto e sua sequência. O planejamento de utilização de acessórios-e fer­ramentas também é feito nesta fase.

- Liberação - tem a função de autorizar o início da fabricação, atra vés das Ordens de Produção. . .

- Controle -.tem a função de acompanhar a fase de produção,exercendo a fiscalízação durante a fase de fabricação.

- Retroação - tem a função de executar as comparações entre o que se programou e_ o que foi realizado ou se está realizando, para possí­veis correçoes.

- Ordem de Produção - é a função que tem por objetivo elaborar o con junto de documentos com os dados da programação. Os docúmentos bá= sicos da Ordem de Produção, são:

. requisição de materiais;

. nota de empenho;

. lista de operações ou roteiro de fabricação; fichas de mão-de-obra;

. fichas de carga de máquina.

9 - AS FUNÇÕES RELEVANTES

No,item anterior; foram listadas por autor, as principais funções que fazem parte do Planejamento e Controle da Produção.

Obviamente, nem todas elas fazem parte simultaneamente de um sistema, e como já foi dito, a implantação ou análise de um dado sistema, depende fundamentalmente da escolha adequada das funções ne cessárias à cada fábrica. -

Entretanto, para os autores examinados, assim como na pra­tica industrial, duas funções são relevantes no Planejamento e Con­trole da Produção:

- O CONTROLE DE ESTOQUES; - O SISTEMA DE EMISSÃO DE ORDENS.

Para MAGEE(l5), "O problema de planejar e controlar a pro­dução, em face das incertezas das condições de mercado e da manuten­ção de níveis razoáveis de estoques de todos os tipos, é quase uni­versal nas empresas. O problema de planejamento da produção surge da necessidade de dirigir as operações estritamente internas, de produ­zir um bem ou serviço em face da demanda externa e das limitações e­xistentes (tais- como: demanda por bens e serviços, disponibilidade de materiais, disponibilidade de fundos para financiar as operações) ".

Ao se mencionar as operações estritamente internas, assim como a disponibilidade de materiais dentro da conceituação do proble ma do Planejamento e Controle da Produção, o autor explícita a rele= vância das duas funções citadas.

O CONTROLE DE ESTOQUES

Os excessos ou faltas de estoques são,desde há muito tem­po, considerados o principal fator de influência na flutuação das a­tividades industriais.

Para MAGEE(l6), o excesso de estoques é considerado como a

(15) MAGEE,J.F. Planejamento da produção e controle de estoques. São Paulo, Pioneira, 1967. p.l5.

(16) MAGEE,J.F. op. cit. p. 17-19.

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-.~.'%-

causa principal da recessão econômica dos anos 20. Pode-se conside­rar que os estoques .são reservatórios que asseguram a continuidade do fluxo em todas as suas etapas.

Assim sendo, a manutenção de um nível razoável de estoques torna-se fundamental para a eficiência dos lucros da empresa.

Não se considera aqui, níveis de estoque com finalidades especula ti vas, embora o fato exista na ação administrativa industrial.

Considera-se o controle de.~stoqués, como uma das ativida­des de mais longo alcance na indústria, pois além de envolver a maio ria das áreas de trabalho, tais como vendas, produção, compras, fi= nanças e contabilidade, tem influência direta na força competitiva da empresa, pois afeta diretamente a qualidade do produto, os custos de produção e a efetividade do capital de giro.

Dois fatos revelam a importância do Controle de Estoques:

1) Na maioria das empresas industriais o controle de estoques, maté­ria-prima, produtos acabados são os focos do problema diário da coordenação entre as vendas previstas ou pedidos de clientes, com a produção.

2) As perdas de estoques estão entre as causas diretas do fracasso de uma empresa e quase sempre estão presentes nos declínios dos negócios industriais.

Por este motivo, autores americanos costumam se referir aos estoques como o n cemitério das empresas n. .

O controle de estoques possui objetivos e técnicasoara con trolar todas as classes de estoques existentes em uma indúst;ia,tais como:

- Matéria-prima; - Peças componentes; - Produtos em processamento; - Produtos acabados; - Materiais para embalagens; - Outros suprimentos.

Podem-se citar três objetivos principais do controle de es toques:

- Objetivos financeiros - cuja meta é manter o investimento em esto­que dentro dos limites de fundos disponíveis;

- Objetivos de proteção da propriedade - cuja meta é evitar roubos, àesperdícios ou possíveis danos e ainda assegurar registros confiá veis;

- Objetivos operacionais - cuja meta é manter o equilíbrio entre os níveis de estoque e o fluxo de produção, pelo atendimento das Or­dens de Produção.

Quando estes objetivos não são alcançados, alguns sintomas da deficiência do controle de estoques aparecem e dentre eles, pode­-s-e citar:

- Frequentes dilatações no prazo de entrega; - Quantidades crescentes no estoque, enquanto a produção permanece

constante; - Devoluções ou cancelamentos pelos clientes; - Necessidade frequente de horas extras para acompanhar as ordens ou

pedidos; -Máquinas paradas,por falta de material; _ - Depreciação do estoque, por obsolescência ou baixa rotaçao; - Depreciação no estoque por ocasião de balanços físicos periódicos.

SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES

Existem três sistemas básicos de Controle de Estoques:

- Sistema de estoque mínimo ou de duas gavetas;

Page 17: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-15-

- Sistema de renovaçao periódica; - Sistema de .estocagem para fim específico.

Na prática, pode-se utilizar combinações ou adapta.ções des tes sistemas ou uma fábrica pode utilizar simultaneamente diversos sistemas que fábrica similares não têm que necessariamente utilizar.

O sistema de estoque mínimo ou de duas gavetas consi~te ba sicamente em separar o lote em duas partes, sendo que uma parte serã utilizada totalmente até a data de encomenda de um lote para a repo­sição e a outra parte será utilizada-entre a data da encomenda e a data do re?eb'imento do lote de reposição.

A expressão "duas gavetas" significa que o lote foi separ~ do em duas partes (duas gavetas). Assim sendo, quando acabar o esto­que da primeira gaveta, faz-se o pedido de reposição e começa-se a ~ tilizar o estoque da segunda gaveta.

A separação do estoque em duas partes, é feita na prática, anotando-se na ficha de controle o "Estoque Mínimo", ou seja, o pon­to onde a quantidade de estoque caiu a um determinado nível, que de­ve ser reposta.

Este sistema é simples de ser entendido e seguido pelos con trola.dores, além de permitir fácil levantamento do estoque físico.

Entretanto, apresenta a desvantagem de obrigar a Seção de Compras a adquirir item a item, quando se atinge o ponto de estoque mínimo, dando origem a um número muito alto de pedidos de reposição.

Para se contornar este aspecto, usualmente se deixa acumu­lar um número razoável de itens, próximos ao ESTOQUE MÁXIMO, para se efetuar compras de diversos itens de uma só vez.

O sistema de renovação periódica faz a reposição do que em intervalos de tempos estabelecidos para cada item ou de i tens.

este­grupo

A fixação de períodos, para renovação do estoque, visa mi­nimizar o custo de estocagem e de aquisição.

Entretanto, a incerteza sobre a demanda e sobre a duraçao da espera (tempo de espera) para reposição, obrigam à manutenção G..:

um estoque de reserva.

Na maioria dos casos, o período mais econômico para proc~ der a renovação do estoque é diferente para cada item, pois os tem­pos de espera para reposição, assim como a demanda, são diferentes.

É pois, frequente, a adoção de períodos iguais e compatí-­veis com o fluxo de produção, para os itens possíveis, com a finali­dade de obter cQndições vantajosas de compra e transporte.

A análise dos períodos de renovação, podem dar a idéia do índice de rotação de cada item, para estabelecimento de períodos i­guais. Neste caso, é preciso cuidado, pois o Índice de rotação não permite avaliar se. o estoque se encontra próximo a um nível econômi­co.

É possível urna combinação entre o Sistema de Estoque Míni­mo e o Sistema de Renovação Periódica da seguinte maneira:

- Determina-se no Sistema de Renovação Periódica, um esto­que mínimo que, se atingido antes da época de renovação, faz-se um pedido de reposição.

O sistema de estocagem para fins específicos é adotado pa­ra atender a um programa de produção pré-determinado ou para atender especificamente uma ordem de produção.

Para atender um programa de produção, nas indústrias tipo

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contínuo, este é o sistema mais adequado, pois os níveis de estoque já estão pré-estabelecidos com bastance antecedência e, salvo ques­tões de dificuldade no mercado ou razões de fluxo de caixa, as com­pras são efetuadas em um volume tal, que possa cobrir todo o período programado. A estocagem para atender a uma ordem específica de pro­dução, é um sistema utilizado em indústrias do tipo intermitente e fabricado sob encomenda, justificável, porém, no caso de maferiais especiais , necessários esporadicamente ou a intervalos de tempo mui to longos. ·

O SISTEMA DE EMISSÃO DE ORDENS

éomo já-foi dito, é necessário fornecer à fábrica informa­ções detalhadas sobre. os trabalhos que devem ser feitos e nao apenas sobre os produtos finais desejados.

A ordem de fabricação é o documento ou conjunto d~ docume~ tos que contém os detalhes, estabelecendo os trabalhos que-devem ser feitos para produzir as quantidades programadas no Plano de Produção.

Quando o Planejamento e Controle da Produção emite uma or­dem, fixando quantidades e prazos para um determinado produto,ele es tará seguindo normas políticas estabelecidas pela Administração, que leva em conta os aspectos gerais da fábrica, tais como finanças, de­cisão de investimentos em estoques, equipamentos etc.

Para ZACCARELLI(l7), "O ronjunto de normas e procedimentos pa­ra decidir sobre a emissão de ordens é denominado SISTEMA DE EMISSÃO DE ORDENS" .

Neste ponto, convém ressaltar que uma ordem de fabricação, não contém somente informações que decidem como um trabalho deve ser feito, mas a elas estão associadas outras funções, como por exemplo, requisições de materiais e de ferramentas, fichas de mão-de-obra, fi chas de inspeção, fichas para acumulação de custos etc. -

Cada.um desses documentos tem sua função específica, embo­ra ligados a uma Ordem de Fabricação.

No conceito exposto, é necessário ainda notar que atrás de qualquer documento, existem normas e procedimentos que determinam o por que de sua existência, a base de sua emissão. Desta forma, o SIS TEMA DE EMISSÃO DE ORDENS funciona como um circuito fechado de infor mações, de tal modo que, se sua operação for perturbada, o circuito acusa esta perturbação, como um todo, ou seja, não há pontos de esca p~ que possam fugir do controle do Planejamento e Controle da Produ­çao.

Dentro deste, o SISTEMA DE EMISSÃO DE ORDENS, tem importân cia fundamental pois relaciona-se diretamente com um conjunto de fun ções associadas, e até mesmo sobre o exercício da autoridade na Adrni nistração da Produção. Embora existam números muito grandes de siste mas possíveis, há características que são comuns a todos eles, e sen do fundamentais, pode-se classificá-los de acordo com a ênfase ou a função dadas a estas características. são elas:

l. Tratamento da inter-relação entre as atividades necessárias para completar um produto;

2. A carga de trabalho sobre os fatores de produção decorrente do conjunto de atividades a serem realizadas;

3. A regra da decisão para emitir ordens; 4. A formação de manutenção dos estoques ; 5. O tratamento,,. da inter-relação entre os estoques; 6. O tipo de ordem a ser emitida.

~ de muita valia, quando se vai projetar um sistema de e-

(17) ZACCARELLI, S.B. op. cit., p. 131.

Page 19: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-17-

tes e de estoques de matérias-primas; 2) Divisão do tempo em períodos sendo emitidas ordens de fabricação

ou de compras, no início de cada período; 3) A quantidade existente em estoque de cada um dos itens, ao =irr. de

um período qualquer, deve ser igual a urna quantidade pré-fixada chamada estoque-base.

Neste sistema, há necessidade da definição dos itens a se­rem armazenados, a fixação do período de emissão de ordens, relação das quantidades a serem fabricadas ou compradas e conseguentemente ar ma zen a das (estoque-base) , assim como a previsão de vendas. -

Se não tiouver, previsão de vendas, pode-se utilizar as ven­das realizadas no período anterior, que pode afetar unicamente o es­toque de produtos acabados.

A figura 9 representa, esquematicamente, o sistema des-cri to.

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Figura 9 SISTEMA DO PERÍODO PADRÃO

Este sistema assemelha-se ao do estoque-base. Ambos divi­dem o tempo em períodos e só são emitidas ordens de fabricação e de compras no início de cada período. A diferença está no fato de que o período padrão utiliza previsão de vendas para vários períodos futu­ros, enquanto o sistema de estoque base, não requer previsão ou re-quer apenas para o período próximo futuro.

No sistema de período padrão, os estoques acumulados duran te um período têm que ser utilizados totalmente no período seguinte~

Neste caso, também tem que se fixar um período para a emis são de ordens e fazer um plano de fabricação de quantas unidades do produto final deverão ser terminadas em cada período futuro. A figu­ra 10 mostra, esquematicamente, o sistema.

SISTEMA DOS LOTES COMPONENTES

Por este sistema, as ordens são emitidas, uma para cada i­tem, de forma a atender a demanda futura do mercado. O sistema depen derá então, do estabelecimento de um plano de produção para cada pr~ duto final, e da transformação deste em planos de produção e de com­pra dos componentes e matérias-primas. Haverá, então, um plano de

Page 20: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

missão de ordens, o conhecimento de sistemas que combinem as caracte ris ti c as acima.

OS VÂRIOS SISTEMAS

Os vários sistemas resumidos a seguir, sao aqueles propos­tos por ZACCARELLI(l8).

SISTEMA DO PRODUTO

~ o sistema de emissão de ordens, aplicável à produção não rP.petitiva de. um produto complexo, e ·que compreende um número grande de tarefas. O sistema do produto é aplicável a grandes obras de Enge n;,,-;_ria Civil, como barragens I fabricação de produtos especiais corno ge~3dores, fabricação de equipamentos industriais sob encomenda etc.

As técnicas de programação mais apropriadas são PERT, PERT -CP:tvl e outras.

SlSTEMA DE CARGA

~ o sistema, cuja ênfase é a carga de trabalho de cada ma­quina ou grupo de máquinas ou de operários. O sistema de carga, res­tringe-se aos casos em que não compensa atender um plano de estoques pré-estabelecidos e o número de produtos é grande demais para que se possa adotar o sistema do produto.

O sistema de carga é aplicado em casos onde:

a) Os produtos são muito diversificados, feitos em grande parte sob encomenda-e utilizando-se as mesmas máquinas.

b) A produção para reposição do estoque é baseada na análise de quais itens convém produzir para utilizar toda a capacidade produtiva das máquinas.

SISTEMA DE ESTOQUE MÍNIMO

O sistema de estoque mínimo tem corno premissa, que todos os componentes fabricados ou comprados, são mantidos em estoque. Nes te caso,e emitida Ordem de Fabricação ou de Compras, para reposição de cada item, quando este atingir um determinado nível denominado "estoque mínimo". O sistema de estoque mínimo pode ser visualizado, esquematicamente, na figura 10.

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Compras

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SISTEMA DE ESTOQUE-BASE

140 it..-ns)

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Figura 10

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acabado (1 item}

l-lr---+""""1 Cliente

Vendu

----- Requiaiçõea

O sistema de estoque-base parte das seguintes premissas:

1) Existência de estoque dos produtos finais, de estoques cornponen-

(18) ZACCARELLI,S.B. op. c i t. 1 p. 131-2 3 4.

Page 21: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-19-

produção para cada componente e um plano de compra para cada matéria -prima. A produção em linha é um caso lirni te da aplicação do sistema de lotes-componentes.

O sistema está esquematizado na figura 11.

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Figura 11

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T E:I.USS.\0 r>r·: ORI">F:NS 1'..\RCI:.L.ADAS

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t:•'mpra munt11g~m

0r•l<'nO ele f:tbricA~Ãn

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l<>rnl'tt• l'•tc>qu<' f '::i de _Do,_ nt:1t\.•ri:1- cliente& d"""' '-' -prim:l· '-' de ~.;n• '-' prndutns '--'

IIC:lb:ldO>I

Cnml""" f"llbric11çlo MontAj;<'m v~nd"

Figura 12

SISTEMA DO LOTE-PADRÃO

Este sistema estipula que sejam emitidas listas sempre para uma mesma quantidade dos produtos finais, e o fabricação determina as defasagens variáveis das listas.

de ordens plano de

Desta forma, as datas de término das diversas listas de or dens, são fixadas de forma a existir almoxarifado apenas para produ= tos finais e os demais materiais são considerados corno estoque em trânsito.

A figura 13 mostra o esquema deste sistema.

Page 22: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

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J:,...i-.ln clu t1•taa tlC' urJru 1 ap&a aauta.r .,. d.atu de ••k~ • C. \â-l"'fttau)

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Figura 13

A ESCOLHA DO. SISTEMA

Após a apresentação resumida dos vários sistemas de emis­são de ordens, convém ponderar que cada um deles representa uma for­ma pura para emitir ordens à produção. Evidentemente, dependendo das particularidades de cada fábrica ou seu processo produtivo,poderá ha ver mistura de ·características desses sistemas e consequentemente o uso de um ou uma combinação entre eles.

Esta combinação vai depender da análise das vantagens e des vantagens entre alguns sistemas, de tal modo que se possa fazer a es colha mais adaquada a cada situação. -

O quadro -1 resume as relações entre os sistemas e vários fatores que podem influenciar na sua escolha.

Ao se destacar o SISTEMA DE EMISSÃO DE ORDENS, como funcão relevante, tem-se em mente que a mesma está intimamente ligada à fun ção PROGRAMAÇÃO ou PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO e que a eficiência de u= ma delas, mede a eficiência da outra.

QUESTÃO

Constará de resumo do texto apresentado, com ênfase espe­cial nas partes referentes ao controle de estoques e sistemas de e­missão de ordens.

Page 23: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Depeodloela da previ• a4o de veot.laa

Conoent~fto de r.utorl• dado

Fuilldade de apontAr rtaponubilldade por falhu

Facilidade para luer pro,;aõe.a

Fuilidade do ImplantA· çl.<.t

Inveet.lmento em eet.oque

Complwdade do nuzo da papéia

Coorde~~&Çilo admini41rA• Uva

Fadlidade pare. allert.r a linha do. produt.oa

Sillr1114 do ttWq11o ml•imo

Nenhuma. A ,deutanda verificada no pii.Mado deterrrJna a emiullo do ordene

Nenhuma concentraçllo

Muito pequena

Siolrmll do utoqur· ~ ..

ApenM da previa!o da demand& mblma em um perlotlo

Gro.nde

Orando

SiolrmiJ dtt ~rlt>dtt­•ptklr.So

Neceee&rla por tanto• porlodos quantos os neceM~rioa r/ compra e f"brlcaçAo

Grande

Grande

l'equeno.. l're\'lsôea !ei· lAJ em c•r•l coru bade Grande em comp~raçll.o com

Grande

d&doa p&Madoo

Orando

Grande e muito \'Mitlvd 110 houver \'Mioe eet.o· que.a Interrompendo o fluxo do materiais.

Multo complexo

Roquer bai u coordena­çAo ·

Pequena

PO')ueoa ou m~dia Pequena

Depende da \'&riabilida-do d•• ,·eodu de I Próximo do mhúmo pcrlodo P/ outro

l'oueo completo rouéo complexo

Roquu coordenaçllo ml· Roquer alta eoordenaç!o dia

Grande Gu.ndo

Quadro 1

SitltrntJ dot fotu dt cemp••••ltt

NeceM~ria por um pra­ao Igual ao tempo total do compra e fabrica~ lo

Orando ao todoa 01 pto· dutoa tiverem baeica· mente o m~r,mo proe. produt. MMia em ctUO contrArio

Ororule ou média depen.

Sitúrnil do lol,. opodrdo

N«~A11.ria por um pra• ao Igual ao t~mpo total de compra e f,.bricaçlo

Grande

Grande

dcndo elo tipo de proc. Oran<le produtivo

Poquena ou tn~dia Pequena

l'e<tueno :'>llnimo ~""'

M~dio ou multo complt- O meooa compl6Xo xo

Requer alta coordenaçlo Requer a m&b all& oo• ordeoo.çllo

Grande ou m6dia Gnndo

I IV 1-' I

Page 24: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

10 - DIMENSIONAMENTO DE ESTOQUES

Considerações Gerais

10.1- Natureza

Geralmente um estoque consiste de recursos passíveis de serem usados mas que se encontram, momentaneamente, sem aplicáção. Os recursos podem ser de diversos tipos: mão-de-obra, materiais, e­quipamentos ou dinheiro. O termo "estoque" é mais usado quando o recurso em questão é composto de materiais ou produtos em qualquer estágio de acabamento.

Existe problema de estoque quando a quantidade dos re­cursos pode ser controlada e quando existe pelo menos um custo que diminui à medida em que o estoque aumenta.

10.2 - Categorias de problemas (tipos)

Os problemas de estoque geralmente sao agrupados em ca­tegorias, conforme a natureza da DEMANDA dos recursos em estoque:

a) demanda determinada (previsível com certa precisão); b) demanda aleatória; c) demanda conhecida.

10.3- Modelos matemáticos representativos dos problemas de es toques

Na maioria dos casos, a grande justificativa para o di­mensionamentQ de estoque por técnicas matemáticas é resultar o ní­vel geral de investimentos em estoques mais reduzido do que se for adotado o simples bom senso, uma vez que, pelas características do problema, podemos concluir que, a cada instante, há uma quantidade ótima a ser mantida em estoque que minimiza a soma dos custos de ob ter e manter recursos em estoque, garantindo a existência desses re cursos para atender às requisições (demanda).

Desta fo:rii)S., àe um modo geral, a análise de um problema de estoque objetiva definir uma função de custo à qual devemos otimi­zar.

10.4- Tipos de custos envolvidos

a) custo de obtenção ou de preparação

"Diretamente associado ao numero de pedidos de reposi­ção de estoques".

Exemplos:

. Compra ou aquisição: custo de emissão dos pedidos, recepçao, ins­peção, transporte etc.

Fabricação: custo de emissão de ordens de serviço preparação de máquinas, movimentação de materiais, ção interrompida etc.

(fabricação) , custo da prod~

b) custo de armazenagem, ou de posse, ou de manutenção de estoques

"Diretamente associado à quantidade estocada (volume de estoque) " .

. Principais componentes: juros, impostos, seguros, obsolescência, deterioração, depreciação, aluguel dos depósitos etc.

c) custo fixo

"Associado a cada unidade do recurso e independente da política de estoques adotada".

Exemplo: preço pago ao fornecedor, custo de produção.

Page 25: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

d) C'1.1Sto de r:uptura do estoque

"Penalidade decorrente do nao atendimento da demanda, durante um determinado intervalo de tempo".

11 - SISTEMAS T!PICOS DE ESTOQUES

11.1 - Hipóteses iniciais

I - Demanda conhecida (determinada) , suposta constante por unidade de tempo, dentro de um certo intervalo de tempo.

estoque -,

I

Demanda media por unidade

de tempo

I 1--

6t

L'IE

tempo

II - Reabastecimento do estoque por lotes (Q) estoque

' ' '

Q ' " '-

"

tempo

III - Não ocorre RUPTURA no estoque estoqu e

L-----~,--t-1 --- tempo

11.2 - Estrutura ~

- Estrutura

E -max-es t oq u e

' ' ~

{:

.. J _____ l_ ~ T, ___ _ l

d = 6 E 6t

Aquisição (compra)

Produção"instantâ-

nea".

í I

Q

l I I 1 1

( r~erv_a_)_Lj ______ i_~----------~----------~~ t' 1 te mp 0 t.

Page 26: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

. Equação de equilíbrio:

Et" = Et - Dl + Q - D2

Et" = Et + Q - 0 (t,t")

Et" estoque no instante t"

Et estoque no instante t

Q quantidade adicion.ada ao estoque no instante t: t < t' < t"

D demanda no intervalo ( t, t") (t,t 11)

D(t,tn) = Dl + 02.

11.3 - Sistema de duas gavetas ou de estoque mínimo.

E - --:nax

E m

estoque

- -\-~

I

I I 1 _ _ _I __ I_ ___ I __ .:_ ~a i- I I

i

datas dos ped. de

. Características:

- - 1.---

tempo

. - -~ resoos~çao

. quantidade adicionada ao estoque é sempre constante (Q)

. per:bdo de tempo entre pedidos de reposição consecu­tivos é variável (T1 , T2 , ... ) .

. Dimensionamento - valores a serem estabelecidos:

Page 27: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-25-

11.4 - Sistema de renovaçao pe+iÓdica

'.,,-i .:_•~o":'- - - - - - - - - - ~

~ 1,\ I ' I \

N \ I

~~ ', \ I

N I ~~ I 1

T

I I I

--r -1---1

T

__ _)_

. - ' . -datas dos ped í.d"os de repos l(;ao- -'

. Características:

tempo

{

• quantidade adicionada ao estoque é variável . pedi do ( Q 1 , Q 2 , . . ~ )

. período de tempo entre pedidos de reposição tivos é constante (T) .

. Dimensionamento- valores a serem estabelecidos:

T e Ql' Q2,

11.5 - Sistema de estocagem para um fim específico

em cada

consecu

Duas t. estocagem para atender a um programa de produção p~ -determinado sub-

• estocagem_para atender especi!icamente a uma ordem -divisões de produçao ou a uma requisiçao.

Neste sistema, tanto a época de aquisição (T) , como a quantidade pedida (Q) , dependem do conhecimento prévio da demanda.

11.6 - Combinação entre sistemas

(. duas gavetas e renovaçao periódica

l· duas gavetas e fim específico.

11.7- Utilização dos sistemas

A diversidade de sistemas (simples ou combinados) com suas características, indica que para cada caso deverá ser adotado o sistema adequado.

Cada um dos sistemas necessita de uma rotina administra tiva e de um fluxo de informações, que deverá ser adaptado ao siste ma e ser o mais simples possível.

Page 28: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

12 - CRITtRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO

12.1 - Modelo

T T ' i ,--------. T

periodo 9 = n . r

- o E : z

tempo

12.2 - Dimensionamento com MÍNIMO CUSTO TOTAL

Método: CUSTO MtDIO ANUAL (Período e = 1 ano) .

. Consideremos, para um determinado tipo de recurso a ser mantido

.

em estoque:

Desta

D = demanda anual, em unidades n = número de pedidos de reposição de estoque, por ano Q ~ quantidade (em unidades) comprada ou fabricada, em

cada pedido

E = estoque médio anual

CF = custo fixo, por unidade

CA = custo médio de armazenagem, por unidade, durante um ano

c = custo de preparação, em cada pedido de reposição p de estoque.

forma, o CUSTO MtDIO ANUAL CT' pode ser expresso por:

CT = CF . D + CA E + c n p

Considerando E = Q/2 e n = D/Q, vem

CT = CF . D + l/2 CA . Q + CP D . 1/Q = f (Q)

. 'o valor de Q que MINIMIZA CT é denominado LOTE ECON0MICO QE.

Observação:

Cálculo de QE

d CT dQ

2 d __ Q

= l l -c - CP D 2· = o QE 2 A . QE

= 2 CP . D 13 > o I J{ Q > o '

Q

t . c . D\

= p CA

Page 29: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-27-

. Fórmula usual de qE

ti r de: Normalmente CA e calculado como uma fração do CF' a pa~

onde

=

Observações:

2 • CP . D

CF (i + a)

2 c p

•. D -+ = 1

C • D -Q p , E

custo de custo de armazenagem preparaçao

"Quando a quantidade adicionada ao estoque 1 de f~r QE' o custo de armazenagem torna-se igual ao custo de çao".

cada vez prepara-

II) No modelo utilizado para o dimensionamento, o perío do de tempo entre pedidos de reposição consecutivos T, se relaciona com Q através de T = Q/D (unidade: anos) .

. Para o lote econômico QE' teremos:

TE = QE/D denominado "período econômico" .

. Representação gráfica CT = f (Q)

custo +

c T~1N

o_ e

e'(\J..'be~ ~"('Q.3-'L

\ ',, "-' - _L - -;-~-c;>"_::_-_ ;- - - - - - - - -:: ·~ ~- -- ~ cusco fixo

-- ! --I

quantidade Q

1 1 CT = CF D + CF (i + a) Q + CP . D Q

CUS'IQ 'IDTAL = CUS'IQ FIXO + CUS'IQ DE ARMAZENAGEM + CUS'IQ DE PREPARAÇÃO

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE do custo CT para variaçÕes de Q em torno àe QE.

Seja p = .6Q/QE

p = .6C/CV MÍN

p'= .6C/CT MÍN

.6Q =

!lC =

Q - Q E

c T(Q)

- c TMÍN

c = CA QE VMÍN

Page 30: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

a) Estudo de p em função de P

p = f (P)

p

D.C CT c CF D 1

CA Q c D 1 - + +

IM1N 2 p Q

(CF D 1

CA QE c D _l_) - + - . + 2 p QE

/::;C 1

CA Q c D 1

QE . + ~ - CA 2 p Q

sendo

Q QE (1 P) c D 1 1

CA QE = + - = 2 . p QE

vem

/::;C 1

CA QE (1 P) 1 CA QE

1 2 . + .+-

P) - CA . QE 2 (1 +

/::;C CA QE (1 + p 1

1) . + 2 (1 P) 2 +

QE { (l + P)2 + 1 - 2 (l + P) } /::;C = CA . 2 (l + P)

(1 + 2P + p2 + 1 - 2 - 2P) /::;C = CA QE . 2 (1 + P)

/::;C c QE p2 f:::, C .

(1 P) p = A 2 + CA . QE

logo p2

p = 2 (1 + P)

p > o - 1 < p < o

Q > QE o < Q < QE

p p p p

0,1 0,0045 -0,1 0,0055 0,2 0,0166 -0,2 0,0250 0,3 0,0346 -0,3 0,0642 0,4 0,0571 -0,4 0,1333 0,5 0,0833 -o, 5 0,2500 0,6 o, 1125 -0,6 0,4500 0,7 0,1441 -0,7 0,8166 0,8 0,1777 -0,8 1,6000 0,9 0,2131 -0,9 4,0500 1,0 0,2500 - -

Page 31: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-29-

p2 p =

(1 2 + P)

b) Estudo de p' em função de p

p' !::.C !::.C c p c

TM1N VM1N

-+ p' c,.,.. .. M1N

c c p I

VM1N VH1N ç p c

TM1N TM1N

< 1 -+ p' < p

c CA VM1N QE 1

c CA . QE + CF. D TM1N

onde

CF . D CF . D

QE CA CA v2 c D p

CA que leva a

CF . D 1 1

= = CA . QE v2

I v2 c (i + a) c (i + a) p p CF . D CF . D

logo

p' 1 1 = p 1

. . p

1 + J2 (i a) 1+ c + p

CF D

12.3- Dimensionamento com MÁXIMA RENTABILIDADE do capital.

Definição:

rentabilidade R (receita - custo) anual

capital empregado em estoque

Seja:

v preço unitário de venda.

K.Q = capital empregado (suposto proporcional ao lote

de obtenção Q).

D (CF D 1

CA Q c D .!:.) v . - + 2 + R =

p Q K Q

D CF D 1 CA c D

1 R

v . _P_ = - - - Q2 K Q KQ 2 K K .

Page 32: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

nado QR'

R =

O valor de Q que obtido da equação

dR (v - CF) D = dQ K

Observações:

Para

2 -ª----B < o d Q2

Q =

normalmente

para

-30-

CP D 1 CA -K- Q2 - 2K

MAXIMIZA a rentabilidade R, dR/dQ = O.

l 2 CP D

Q2 + K 1

3 =o . - QR R

2 c p

. D

3 c o < Q < p =

(v - CF)

será denomi-

12. 4 - FAIXA ECON0MICA (para os casos em que QR < QE)

C:ti térios Gerais

a) Empresa com grande investimento nao relacionado com estoque, de­ve usar lotes próximos de QE.

b) Empresa cujo principal investimento seja em estoques, deve usar lotes próximos de QR.

13 - DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS TÍPICOS

13.1 - Sistema de duas gavetas ou de estoque mínimo

a) Quantidade adicionada ao estoque: Q

Critério MÍNIMO CUSTO + Q = QE

ou Critério MÁXIMA RENTABILIDADE + Q = QR

Page 33: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-31-

ou Critério FAIXA ECON0MICA ~ QR < Q < QE

b) Estoque mínimo: Em

estoque

E­m

tempo

onde

portanto

onde

Em = tga . t ~ max

tga = d

E = d • t ~ m max

t -max

Ld = demanda média por unidade de tempo

t ~ max = intervalo de tempo máximo, entre pedido

mento do lote de reabastecimento Q.

13.2 - Sistema de renovação periódica

e recebi

a) Período de tempo entre pedidos de reposição consecutivos: T

Critério HlNIMO CUSTO ~ T = T E

ou Critério MÂXIMA RENTABILIDADE ~ T = TR

ou Critério FAIXA ECONOMICA ~ T < T < TE R

sendo QE QR

TE T = D R D

b) Quantidade adicionada ao estoque, em cada pedido i:

Q. (i = 1, 2, ... ) l

estoque

~' I ' I '

~: ,, '"I ------- --~'',

~,....;

data do/! pedido ,,._ __ -:;;T----'-------"'

c -max

te::npo

Page 34: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

portanto

Na data do pedidó: Qi + Edia = tg (T + t - ) max

d = tgo. + Q. + Ed. 1 1 a = d (T + t - ) max

i = 1, 2,

14 - Lote Econômico nos casos de descontinuidade da curva de custo total - critério de mínimo custo. .

14.1 ~ 19 caso

I I

I I

I

--~--------------~--~----------------~Q * QE Q Q~

-l 2

Neste caso, adotamos Q = QE 2

Sendo:

= CF (i+a) 2

14. 2 - 29 caso

* QE < Q 2

Existem três

. la. situação: CT 1M IN

. 2a. situação: CT 1MIN

. ·3a. situação: CT 1MIN

situações * > c T

2

possíveis distintas:

Situação

Q

Page 35: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

onde

-33-

2a. Situação c_

I --~-~--

--------------~~~L-------------~--~~----- o QE Q~ q*

l "2

* Neste caso, compara-se CT com CT 1M1N 2

Se CT

Se CT

Se

=

* > CT 1M1N 2

* < CT 1M1N 2

CF (i+a) l

* -+Q = Q (la. situação)

( 2 a. situação) -+ Q = QE

l

* -+ Q = Q ou QE l

( 3a. situação)

15 - PREVISÃO DE DEMANDA PARA PCP

15.1 -Previsões e Predições

A determinação do que se esEera acontecer, em um certo horizonte de tempo no futuro, com relaçao a certos fatores que in­fluenciam na função de produção (por exemplo: demanda esperada de produtos fabricados pela empresa ou de produtos que a empresa dese­ja colocar no mercado, evolução do setor tecnológico ao qual a em­presa está relacionada, criando oportunidades para a produção de nQ vos produtos ou oportunidades para o aperfeiçoamento dos produtos e xistentes ou dos processos de produção utilizados; tendências econ§ mico-financeiras, sociais e políticas; necessidades futuras de equi pamentos e instalações; comportamento futuro de mercados no ramo da indústria em que situa a empresa etc.) é de grande importância para a solução de problemas relacionados a essa fun.ção, tais como o pla­nejamento agregado da produção, o estabelecimento de planos de pro­dução, a programação da produção e o controle de estoques bem como a determinação de alternativas mais adequadas na seleção de produ­tos a serem fabricados, na seleção de processos de produção, na se­leção de equipamentos, na localização de instalações de produção etc.

Em geral, o horizonte de tempo no futuro, sendo conside rado, e composto por um dos três seguintes tipos de períodos de tem po:

Page 36: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

- futuro imediato (curto prazo): ao qual estão relacio­nados planos como o da Programação da Produção e decisões como as de controle de estoques, sendo caracterizado por espaços de tempo em geral menores do que um ano;

- futuro intermediário (médio prazo) : horizonte de pla­nejamento que varia, muitas vezes, de seis meses a dois anos e_ no qual se baseiam planos tais como o Plano Agregado de Produção e o Plano da Produção. Tais horizontes são, geralmente, divididos em pe ríodos (por exemplo, em meses) , sendo o Plano em questão definido~ em definitivo, para o próximo período'âo horizonte, tendo em vista o horizonte. global, sofrendo avaliaçõ.es revisões) no fim de cada um dos períodos em face do que está realmente acontecendo; e ·

- futuro a longo prazo: que serve de base a decisões de natureza estratégica como, por exemplo, planos relativos ao desen-­volvimento de novas capacidades de produçãó e alterações na linha de produtos que são fabricados, ao desenvolvimento de novos produ­tos etc.

As determinações do que se espera acontecer em um certo horizonte de tempo futuro com relação a um certo fator, podem ser classificadas como: (i) previsões; e (ii) predições ou prognóstico&

Previsões estão mais relacionadas com a projeção (extra polação) de dados passados no futuro e as predições com estimativas do que se espera acontecer no futuro em situações em que se possui pouca ou nenhuma experiência (em quantidade e/ou relevância) ,em ter mos de dados passados, sobre a qual basear (para fins de extrapola= ção) as estimativas do futuro e/ou situações que são afetadas, de maneira significativa, por características novas originadas ou nao por instabilidades (exemplo: instabilidades de natureza econômica ou política), o que torna incorreta a extrapolação do passado para se inferir algo sobre o futuro.

Previsões, portanto, são mais aplicáveis quando se pos­sui dados históricos suficientes que permitam uma descrição estatís tica do fator sendo considerado e quando o ambiente que influencia nesse fator apresenta características razoavelmente estáveis e co­nhecidas (por exemplo: situações estáveis de mercado no caso do fa­tor "demanda esperada de produtos produzidos"), tornando lógica a estimativa do futuro baseada no passado (ou, tornando lÓgico consi­derar o futuro como uma extensão do passado) .

As predições se relacionam mais a situações novas e des conhecidas (com grandes incertezas) como, por exemplo, a predição de demanda para um novo produto ou a antecipação do que acontecer ·a longo prazo com relação a um determinado fator, tornando-se necessá ria a utilização, em grau razoável, de informações de natureza mais subjetiva. O futuro a longo prazo provavelmente irá apresentar even tos que hoje não são entendidos muito bem ou eventos completamente­inesperados, não podendo, assim, ser considerado como uma simples extensão do que aconteceu até o presente.

O comportamento futuro de um determinado fator é in­fluenciado por uma série de aspectos (de natureza econômica, políti ca ou social) . Alguns desses aspectos podem ser uma influência sig= nificativa, outros podem apresentar uma influência não muito signi­ficante. Alguns desses aspectos podem ser estimados e outros não Porém, qualquer aspecto pode ser colocado em uma das seguintes cate gorias: (a) aspectos que já influenciaram no passado, e (b) aspec= tos que estão aparecendo pela primeira vez. Dentro dessa idéia, as previsões se relacionam com os primeiros aspectos enquanto que as predições com os segundos, isto é, enquanto em previsões se procura projetar o passado no futuro, em predições se procurar estimar o compostamento futuro de um determinado fator face a mudanças e a nQ vos aspectos que influenciam de modo significativo nesse comporta-­mento.

Page 37: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-35-

No que diz respeito à dimensão tempo, em situações que não sejam influenciadas por aspectos novos, têm-se as previsões ca­racterizando as determinações futuras de curto/médio prazo. Determi nações futuras de longo/médio prazo tendem a ser caracterizadas pe= lo que se entende por predições.

Assim, no contexto da função de produção, têm-se as pre dições sendo mais utilizadas em problemas a longo prazo (de nature= za estratégica) tais como o projeto de unidades de produção, (isto é, definição da capacidade, localização e características em termos de processos -e equipamentos de produção) , decisões relacionadas com a introduÇão de novos produtos no mercado etc., podendo compreender a estimativa da demanda a'longo prazo de produtos, estimativas de i novações tecnológicas, estimativas de comportamento de mercados e outros. Predições são também utilizadas em problemas de curto/médio prazo relacionados com a função de produção tais corno a estimativa do comportamento futuro a curto/médio prazo da demanda de produtos novos ou de produtos já sendo produzidos mas com a demanda influen­ciada de modo significativo por novos aspectos. No caso das previ­sões, as mesmas são utilizadas, geralmente, em problemas a médio e curto prazo tais como o planejamento agregado da produção, o estabe lecirnento de planos de produção, a programação da produção e o con= trole de estoques, consistindo, principalrnen te, na estimativa do comportamento futuro, a médio/curto prazo, da demanda de produtos em situações influenciadas mais significativamente por aspectos que já influenciaram no passado (situações estáveis), existindo dados históricos suficientes em quantidade e relevância. Previsões também são usadas em certos problemas de longo prazo, corno, por exernplo,na determinação de previsÕes tecnológicas, isto é, na estimativa do comportamento futuro a longo prazo de características de tecnolo­gias, equipamentos etc., onde se assume que os aspectos predorninan tes (até o presente) na evolução dessas características continuam a influir da mesma forma no futuro a longo prazo.

Os principais métodos de predição e previsão que são u­tilizados mais frequentemente se encontram sumariados abaixo. Predi ções são obtidas, geralmente, através de métodos mais qualitativos e previsões através de métodos quantitativos, corno os caracteriza-­dos por modelos de relações causais e modelos de séries de tempo.

Métodos de Predição

I) Método Delphi

Característica geral - um painel de especialistas em um certo assunto responde a urna série de questionáriOSi as respostas dadas em um questionário são sumarizadas e colocadas a disposição do painel para servir de base ao processo de definição de respostas para o próximo questionário da série i o processo global é projetado de tal forma que a série de respostas converge para um consenso que se constitui na predição desejada.

Aplicações mais usuais - problemas de longo prazoi pre­dição do comportamento futuro a médio/curto prazo de fatores em si­tuações influenciadas por aspectos novos (exemplo: estimativa do comportamento futuro da demanda de novos produtos).

Custo Relativo - Médio e Alto

II) Pesquisa de Mercado

Característica geral - estudo de mercados (do comporta­mento de consumidores) através de questionários, painéis de consumi dores, relatórios e estimativas de vendedores, testes com produtos lançados provisoriamente etc.

Aplicações mais usuais - as mesmas do caso anterior.

Page 38: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Custo Relativo - Alto

III) Analogia Histórica e Análise de Ciclo de Vendas

Característica geral - predição baseada na análise de dados históricos de demanda e do ciclo de vendas de produtos seme­lhantes. Exemplo: foi assumido, nos Estados Unidos, que a TV a -co­res apresentaria um ciclo de vendas semelhante ao da TV preto e bran co, mas que demoraria duas vezes mais para atingir uma situação es= tável de vendas.

Ap~icações mais usuais - predição da demanda futura de produtos novos semelhantes a produtos já existentes.

Custo Relativo - Médio

Métodos de Previsão Através de Modelos de Relações Causais

I) Análise de Regressão

Característica geral - previsão do comportamento futuro de um certo fator (exemplo: demanda de um produto) através do rela­cionamento algébrico desse comportamento com outros fatores de natu reza econômica, tecnológica ou sócio-política (os fatores causais) que foram identificados como exercendo influência significativa no comportamento do primeiro fator (isto é, que controlam ou causam es se comportamento); este relacionamento algébrico é feito através da equação de regressão dos mínimos quadrados; a previsão é determina­da com base na identificação (ou estimativa) do provável comporta-­mento dos fatores causais no futuro para o qual se deseja fazer a previsão.

Aplicações mais usuais - previsões a médio e curto pra­zo do comportamento futuro de fatores já existentes há algum tempo, em situações estáveis com dados históricos suficientes (em geral mais de cinco anos com dados).

Custo Relativo - Médio

II) Modelos Econométricos de Previsão

Característica geral - baseado em um sistema de equa­ções de regressão interdependentes; representa uma extensão do pro­cedimento acima para situações em que fortes interdependências são identificadas entre os fatores causais considerados na regressão.

Aplicações mais usuais - as mesmas do caso anterior.

Custo Relativo - Alto

Métodos de Previsão Através de Modelos Temporais

Característica geral - previsão do comportamento futuro de um certo fator (exemplo: demanda de um produto) através do rela­cionamento algébrico desse comportamento com o fator tempo; isto é, as variáveis independentes em vez de serem caracterizadas por fato­re~ (fenômenos) causais (exemplo: produto interno bruto, nível de renda etc.), conforme visto anteriormente, são caracterizadas pelo fator tempo. Exemplo: análises de regressão do tipo Y = a+ bT, on­de T representa a variável tempo.

Aplicações mais usuais - as mesmas do caso anterior.

Custo Relativo - Médio

Métodos de Previsão Através da Análise de Séries de Tempo

I) Médias Móveis e Médias Móveis Ponderadas Exponencial: mente

Característica geral - previsão baseada em projeções d~ rivadas da análise estatística de séries temporais (séries de dados quantitativos ao longo do tempo), relativas ao comportamento do fa-

Page 39: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-37-

to r sendo considerado; o segundo método (Médias Ponderadas) é fácil de ser implantado em computador e de ser utilizado em situações a­presentando um grande número de fatores cujos comportamentos futu­ros devem ser previstos (exemplo: a previsão da demanda futura de um grande número de itens).

Aplicações mais usuais - as mesmas do caso anterior, ne cessitando, porém, de, no mínimo, dois anos de dados históricos.

Custo Relativo - Baixo

No caso particular da denÚ:inda futura a médio/curto pra­zo de um produto ou serviço já existente (em situações estáveis com dados históricos suficientes) , a determinação da mesma pode ser fei ta através de previsões quanto a empresa não procura influenciar di retarnente tal demanda; caso a empresa influencia, de alguma forma, no comportamento futuro da demanda através de, por exernplo,reduções especiais de preço (liquidações), campanhas promocionais et~., pre­dições são mais adequadas. Na prática, é comum se verificar o uso conjunto de previsões e predições (do tipo "pesquisa de mercado" por exemplo). Previsões são estabelecidas e, então, possivelmente modificadas em virtude de predições que levam em consideração aspe~ tos novos que tendem a produzir desvios consideráveis nas tendên­cias históricas. Ou, em oposição, urna predição pode ser feita, ind~ pendentemente de tendências históricas, e, em seguida, comparada a urna previsão correspondente para confirmação ou identificação de d~ ferenças significativas a serem explicadas.

Nesse curso, nos preocupamos em expor métodos de são de séries de tempo, métodos esses bastante empregados em mas de planejamento agregado da produção, de estabelecimento nos de produção, de programação da produção e de controle de ques (problemas a médio e curto prazo) no que diz respeito ao demanda.

previ­proble de pl~ este­fator

Nos problemas citados acima, a seleção apropriada de um horizonte de planejamento (horizonte de tempo futuro para o qual de cisões devem ser tornadas, o que requer a elaboração de previsões de demandas) depende de aspectos corno, por exemplo, o comportamento de mercados, o comportamento de fornecedores de matéria-prima e a natu reza das operações de produção. Se o mercado no qual a empresa atua é sazonal, por exemplo, este aspecto pode ser essencial na seleção de um horizonte de planejamento para um Planejamento Agregado de Produção (P.A.P.) e para o estabelecimento de Planos de Produção.Os Planos Agregados e Planos de Produção necessi tarn considerar o aspe~ to sazonal em demandas. Em alguns casos, a época possível para o for necirnento de matéria-prima é importante na seleção de um horizonte de planejamento, corno no caso da indústria de enlatarnento de conser vas. Não é possível, por exemplo, a produção de conservas de ervi­lhas antes que a safra esteja pronta para tal.

A natureza interna das operações de produ2ão da empresa pode também apresentar um efeito importante na extensao do horizon­te de planejamento. Um dos fatores que costuma caracterizar esse e­feito é o "tempo de produção" (tempo requerido para que urna certa quantidade necessária de matéria-prima se transforme em produto ac~ bado). O tempo de produção pode variar de algumas horas, corno em al gurnas operações em indústrias químicas, até semanas e meses corno na indústria de construção civil, de construção naval etc. Se o tempo de produção é relativamente pequeno, então é possível reagir rapid~ mente a mudanças de mercado. Desse modo, os períodos que constituem o horizonte de planejamento para o Planejamento Agregado e para os Planos de Produção e o horizonte de planejamento para a Programação da Produção podem ser relativamente pequenos. Entretanto, se o tem­po de produção for de seis meses, é difícil se caracterizar tais ho rizontes e períodos através de tempos menores do que seis meses.

Page 40: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

-.jo-

Nesse ponto é importante que se observe não apenas a in formação que previsões apresentam (antecipação do que vai acontecer no futuro) , mas também a utilidade que essa informação deve apresen tar. A utilidade de previsões está em fornecê-las de maneira 11 preci sa" e 11 rápida 11

• A precisão está relacionada com a utilização corre= ta de modelos adequados de previsão (alguns desses modelos serã0 vis tos a seguir) e a rapidez com a possibilidade de fornecer previsões baseadas o mais possível no que está acontecendo no presente momen­to a nível de consumidor final. Uma maneira de se caracterizar a im portância des~e segundo aspecto é através da consideração do papei de previsões de demanda no contexto do sistema total de !?rodução, esquematizado na figura a seguir. Nesta figura, conforme ja mencio­nado, estão caracterizados os tempos necessários para que informa­ções sejam processadas através do sistema. Assim, pode-se verificar que variações na demanda são refletidas através de uma cadeira de tempos para transmissão de informação, de modo que uma determinada variação na demanda média a nível de consumidor final só será perce bida pela fábrica 34 dias mais tarde. Portanto, quando o gerente de produção na fábrica percebe um aumento ou diminuição na demanda média, baseado em demandas provenientes do armazém da fábrica, tal variação pode não estar se verificando mais. Isto é, o gerente pode estar sendo exposto a um problema que já sofreu modificações. Por­tanto, previsões baseadas em dados históricos obtidos através da ca deia formal de transmissão de informação têm a sua utilidade compro metida - corre-se o risco de se estar antecipando situações que ja ocorreram ou que não vão ocorrer, podendo a situação atual ter-se revertido completamente com relação a que serviu de base às previ­sões. Assim, uma maneira de se fornecer previsões realmente úteis para quem, por exemplo, planeje a produção de uma fábrica é a de ob tê-las baseado diretamente em informações relativas ao comportamen= to da demanda média a nível do consumidor final. Naturalmente, ain­da será necessário um certo tempo para se transmitir diretamente à fábrica informações referentes ao comportamento da demanda média a nível do consumidor final, mas será um atraso bem menor do que o causado pela transmissão de informação de maneira indireta através da cadeia formal. Dessa forma, o gerente de produção terá um certo tempo para se preparar as alterações no comportamento da ~da que irão se refletir através do sistema até a fábrica.

Finalmente, deve ser destacado que uma previsão repre­senta uma média ou uma estimativa mais provável do que deve aconte­cer no futuro, baseado no comportamento passado. Entretanto, como a demanda é sujeita a variações de natureza aleatória, tais valores médios ou mais prováveis estarão sujeitos a erros quando comparados com os valores reais. Tais erros provenientes de variações aleató­rias podem ser caracterizados através de distribuições de probabili dade, o que permite definir previsões através de uma faixa de valo= res mais prováveis (em vez de um único valor médio ou mais prová­vel) , o que é útil para a definição de planos mais realísticos e fl~xíveis de produção e para o estabelecimento_de níveis adequados para estoques de reserva - estoques com a funçao especial de aten­der a variações aleatórias na demanda.

Page 41: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

~------ T - - - -..- - -- ----4t---------

1

I I I

l I I I I I I

I

I K; 3 ! I

K=2 ' K=3 + K=2 + I I 'f I

1 I I I 1 I I I

Ir I ,.

' u

' I L=71 I

I I I

I - .J 1-4--_[ I

L=7 - 1-- ~--

~ 1 I L=3 L= 11 I I I o f I

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Cons.

Final

Fábrica Arm. Fábr. Distribuidor Comere. Varej.

11;

Outros Distribuidores Outros Comere. Varej.

L tempo médio (em dias) necessário para definir necessidades (com base em revisão de níveis

de estoque/determinação de previsões) e estabelecer pedido de encomenda.

K tempo médio (em dias) de envio de pedido

I w 1..0 ·I

Page 42: fRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

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