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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
1
1
Ementa
Fluidos Definio
Tenso de cisalhamento. Viscosidade dinmica e cinemtica. Densidade. Presso Hidrosttica. Teorema de Stevin. Presso atmosfrica. Manmetros e Bombas de vcuo.
Medidores de presso: Manmetros diferenciais e
de Bourdon.
Princpio de Arquimedes. Empuxo. Equao da continuidade. Equao de Bernoulli. Tubo de Venturi e placas de orifcio. Regimes de escoamento. Escoamento
laminar e turbulento. Nmero de Reynolds.
Teorema de Stokes. Lei de Poiseulli. Tubo de Pitot e de Prandtl. Equao de Bernoulli na presena de
uma mquina: Bombas e Turbinas. Rendimento.
Equao de Bernoulli admitindo perda de carga.
Frmula fundamental para perda de carga. Diagrama de Perdas de carga localizadas e
perda de carga total.
Diagrama de Moody-Rouse.
Bibliografia. 1. Sears, F. W.;Zemansky, M. W.; Young. H. D.
Fsica. 2a. ed. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e
Cientficos, V. 1-2, 2000
2. Halliday, D.; Resnick, R. Fundamentos da
Fsica, Rio de Janeiro: Livros Tcnicos Cientficos,
v.1-2, 1991.
3. Tipler, P. A. Fsica, 2a, Ed. Guanabara dois, V1,
1985.
4. Franco e Brunetti, Mecnica dos Fluidos, Ed.
Pearson Prentice Hall, So Paulo, 2005.
5. Notas de aula: www.claudio.sartori.nom.br.
6. Ranald V Giles; Evett J.; Liu C., Mecnica de
Fluidos e Hidrulica, 1994.
Fluido Um fluido uma substncia que se deforma
continuamente quando submetida a uma tenso de
cisalhamento, no importando o quanto pequena
possa ser essa tenso. Tanto os gases quanto os
lquidos so classificados como fluidos.
Um fluido complexo um fluido cujas
propriedades de transporte s podem ser
determinadas a partir do conhecimento detalhado da
sua estrutura microscpica.
Um fluido newtoniano um fluido em
que cada componente da velocidade
proporcional ao gradiente de velocidade na
direco normal a essa componente. A constante
de proporcionalidade a viscosidade absoluta
ou dinmica .
u
y
Tenso de Cisalhamento
Uma fora de cisalhamento a
componente tangencial de uma dada fora que
age sobre a superficie e, dividida pela rea da
superfcie, d origem tenso de cisalhamento
mdia sobre a rea quando a rea tende a um
ponto.
Figura 1 Escoamento de um fluido viscoso. A rea da placa A e a taxa de variao
da velocidade com a distncia vertical dvdy
Viscosidade absoluta ou dinmica.
Definimos como viscosidade absoluta ou
dinmica a razo entre a tensao de
cisalhamento e a taxa de variao da velocidade com a distncia vertical medida
entre as duas placas indicadas na figura 1.
dv
dy
v
dvF A
dy
Unidade: Poise:
1 1
2 21 1 10 1 10
g kg
cm s m s
din NPo
s cm s m
Viscosidade cinemtica
Definimos como viscosidade
cinemtica como sendo a razo entre a
viscosidade dinmica e a densidade do corpo .
-
FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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2
Unidades: 2m
s (SI)
Stoke: 2
1 1cm
sts
Massa especfica e densidade Princpio de Arquimedes
De acordo com a lenda, isto (eureca!) foi o que
Arquimedes gritou quando ele descobriu um fato
importante sobre a fora de empuxo. To importante
que o chama de princpio de Arquimedes (e to
importante que, diz a lenda, Arquimedes pulou da
banheira e correu pelas ruas aps a descoberta).
Observando as figuras abaixo:
Figura 2 (a) Diferena entre as presses na parte superior 1 do corpo a uma profundidade h1 e
na parte inferior 2 do corpo a uma profundidade h2.
(b) As diferenas entre as presses laterais
se cancelam.
As presses laterais se cancelam (b) e a
diferena entre as presses entre os pontos 1 e 2 no
copo, ficar:
2 1 0 2 0 1p p p p gh p gh
2 1p g h h E
p g hA
E g hA
E Vg
fE m g
Princpio de Arquimedes : Um objeto que est parcialmente, ou completamente,
submerso em um fluido, sofrer uma fora de
empuxo igual ao peso do fluido que objeto
desloca.
FE = Wfluido = fluido . Vdeslocado . g
O valor do empuxo, que atua em um
corpo mergulhado em um lquido, igual ao
peso do lquido deslocado pelo corpo.
A fora de empuxo, FE , aplicada pelo
fluido sobre um objeto dirigida para cima. A
fora deve-se diferena de presso exercida na
parte de baixo e na parte de cima do objeto. Para
um objeto flutuante, a parte que fica acima da
superfcie est sob a presso atmosfrica,
enquanto que a parte que est abaixo da
superfcie est sob uma presso maior porque
ela est em contato com uma certa
profundidade do fluido, e a presso aumenta
com a profundidade. Para um objeto
completamente submerso, a parte de cima do
objeto no est sob a presso atmosfrica, mas a
parte de baixo ainda est sob uma presso maior
porque est mais fundo no fluido. Em ambos os
casos a diferena na presso resulta em uma
fora resultante para cima (fora de empuxo)
sobre o objeto. Esta fora tem que ser igual ao
peso da massa de gua (fluido . Vdeslocado) deslocada, j que se o objeto no ocupasse
aquele espao esta seria a fora aplicada ao
fluido dentro daquele volume (Vdeslocado) a fim
de que o fluido estivesse em estado de
equilbrio.
Nas figuras abaixo indicamos como
calcular a massa real de um corpo (mr) e a
massa aparente do corpo (ma), usando uma
balana.
E
-N P
rN P m g
Quando o corpo de massa mr estiver
totalmente imerso:
r fP E T m g m g T
2 2r H O C r H O Cm g gV T T m g gV
Mas: r rC C
C C
m mV
V
. Substituindo na
equao acima teremos:
2
2
H Orr H O r r
C C
m TT m g g m m
g
Chamando a massa aparente m2=T/g, teremos:
2 2H O H O
a r r r r a
C C
m m m m m m m
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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3
2
2
H O rr C H O
C
mm m
m
2
rC H O
m
m
r am m m
APLICAES: Clculo da massa especfica do corpo C para diferentes materiais.
Tabela 1 - Densidade de algumas substncias:
Material Densidade
(g/cm3)
Lquidos
gua at 4 0C 1.0000
gua a 20 0C 0.998
Gasolina 0.70
Mercrio 13.6
Leite 1.03
Material Densidade
(gm/cm3)
Slidos
Magnsio 1.7
Alumnio 2.7
Cobre 8.3-9.0
Ouro 19.3
Ferro 7.8
Lead 11.3
Platina 21.4
Urnio 18.7
smio 22.5
Gelo at 0 0C 0.92
Material Densidade
(gm/cm3)
Gases a STP
Ar 0.001293
Dixido de Carbono .001977
Monxido de Carbono
0.00125
Hydrognio 0.00009
Hlio 0.000178
Nitrognio 0.001251
Densmetro:
um instrumento usado para medir a
densidade de um lquido segundo o princpio do
empuxo.
Quando colocado em gua pura, a
gravidade especfica marcada para indicar 1.
Figura 3 - Um Densmetro. (A)
Flutuando na gua le marca 1, a densidade da
gua pura. (B) O densmetro sobe mais na
soluo de cido da bateria inteiramente
carregada.
O densmetro desloca um menor
volume de lquido e flutua mais alto. medida
que a bateria vai-se descarregando, a quantidade
de cido no lquido vai diminuindo e, portanto,
tambm sua densidade.
Densmetros especiais usados para medir
densidade de lcool e de leite so chamados
alcometros e lactmetros.
Sendo W o peso do hidrmetro e V0 o
volume submerso abaixo da linha 1: W E
0aW V
Em um lquido desconhecido, de peso
especfico x, o balano das foras seria:
0xW V A h Aqui, A a seo transversal da haste.
Podemos ento:
0 0a xV V A h
0
00
x
a
V
V A h
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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Presso atmosfrica:
Embora o ar seja extremamente leve, no
desprovido de peso. O peso que exerce sobre ns a
totalidade da atmosfera denomina-se presso
atmosfrica. Cada pessoa suporta em mdia sobre
os ombros o peso de cerca de 1 tonelada de ar, que,
porm no sente, j que o ar um gs e a fora da
presso exerce-se em todas as direes. O peso
normal do ar ao nvel do mar de 1Kg/cm2. Porm,
a presso atmosfrica desce com a altitude. A 3000
m, de cerca de 0,7 kg/cm2. A 8848 m, a altitude do
monte Everest, a presso de apenas 0,3 Kg/cm2.
O barmetro o instrumento usado para medir a
presso atmosfrica.
Quando o ar quente se eleva cria, por baixo dele,
uma zona de baixa presso. Baixas presses
normalmente significam tempo ruim.
Figura 4 -
Baixas Presses
medida que o ar, ao subir, arrefece, o seu
vapor de gua transforma-se em nuvens, que podem
produzir chuva, neve ou tempestades.
Simultaneamente, ao nvel do solo, h ar que se
desloca para substituir o ar quente em elevao, o
que d origem a ventos.
As massas de ar deslocam-se sempre de um centro
de alta presso para um de baixa presso, gerando o
vento. Mas neste caminho so desviadas (para a
direita no hemisfrio Norte) por causa da rotao
terrestre.
Se nos pusermos de costas para o vento (no
hemisfrio Norte), o centro de baixa presso
encontra-se sempre nossa esquerda. Esta regra foi
descoberta pelo fsico Buys-Ballot, em 1800.
Figura 5 -
Altas Presses
Quando o ar relativamente frio, desce
lentamente e comprime o ar que est por baixo,
causando uma maior presso. Embora esta seja
causada pelo ar frio, provoca um tempo quente e
soalheiro. Isto acontece porque o ar, ao descer,
impede a formao de nuvens, originando um
cu limpo.
Variao da presso atmosfrica com a altitude:
A presso atmosfrica, ao ser acrescida de um
valor dz, diminuda de:
dp gdz
Onde a densidade do ar. Segundo o modelo do gs ideal,
podemos considerar:
pV nRT p RT
p
RT
Na troposfera:
0( )T z T z Onde:
= 0,0065K/m T0 = 288 K
Assim:
0
pdp gdz
R T z
0
dp gdz
p R T z
00atm
p z
p
dp g dz
p R T z
pode ser dada por:
0
0
ln lnatm
T zp g
p R T
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5
0
0
( )
g R
atm
T zp z p
T
Na estratosfera:
Na estratosfera, entre 11 e 20 km, a
temperatura constante e aproximadamente -56,5C.
R = 287 J/(kgK)
Ts: Temperatura na interface troposfera-
estratosfera.
0s
p z
sp
dp gdz
p RT
( )
ss
gz z
RT
sp z p e
Resumindo, podemos escrever:
0
0
; se 10
; se 10s
s
g R
atm
gz z
RT
s
T zp z km
Tp z
p e z km
A tabela a seguir ilustra alguns valores da
presso, densidade e temperatura do ar em algumas
altitudes.
Tabela I Valores das grandezas fsicas do ar com a altitude z.
z(m) T(K) P(kPa) (kg/m3
)
v(m/s
)
0 288,2 101,3 1,225 340
500 284,8 95,43 1,167 338
1000 281,7 89,85 1,112 336
2000 275,2 79,48 1,007 333
4000 262,2 61,64 0,8194 325
6000 249,2 47,21 0,6602 316
8000 236,2 35,65 0,5258 308
1000
0
Ts=223,
3
26,49 0,4136 300
1200
0
216,7 19,40 0,3119 295
1400
0
216,7 14,17 0,2278 295
1600
0
216,7 10,35 0,1665 295
1800
0
216,7 7,563 0,1213 295
2000
0
216,7 5,528 0,0889 295
3000
0
226,5 1,196 0,0184 302
4000 250,4 0,287 4,00.10-
3 317
5000 270,7 0,0798 1,03.10-
330
3
6000
0
255,8 0,0225 3,06.10-
4 321
7000
0
219,7 0,0055
1
8,75.10-
5 297
8000
0
180,7 0,0010
3
2,00.10-
5 269
Figura 6 - Variao da temperatura nas
diversas camadas atmosfricas.
z(km)
Ionosfera
80
60
40 Estratosfera
20
Troposfera
-67 -56.5 15 T(C)
Medidores de presso.
Manmetro de Bourdon: Consiste num tubo de lato achatado, fechado numa
extremidade e dobrado em forma circular. A
extremidade fechada ligada por engrenagem e
pinho a um ponteiro que se desloca sobre uma
escala. A aberta ligada a um aparelho cuja
presso externa quer se medir. Quando se
exerce uma presso no interior do tubo
achatado, ele se desenrola ligeiramente, como o
faria uma mangueira de borracha enrolada,
quando se abre a torneira dgua. O movimento resultante da extremidade fechada do tubo
transmitido ao ponteiro.
Figura 7 -
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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Dados Tcnicos: Series 61000 gages feature an extra
sensitive bronze diaphragm for ASME Grade A
accuracy in ranges to 100 inches w.c. The Series
62000 employs a bronze Bourdon tube for ranges to
300 psig with Grade B accuracy. Both measure
pressures of air, natural gas and other compatible
gases and liquids.
PHYSICAL DATA
Dial/Pointer: Aluminum
Housing: Steel with black baked enamel finish
Diaphragm/Bourdon Tube: Phosphor bronze
Connection: " NPT(M) bottom-std. " NPT(M)
back 61000U, 62000U
Operating Mechanism: Polycarbonate and brass
Accuracy: 61000, ASME Grade A - 1% middle half
of scale, 2% remainder
61015 only - 1% middle half of scale, 3% remainder
62000, ASMD Grade B - 2% middle half of scale,
3% remainder
Temperature Range: -40 to 160F (-40 to 71C)
Manmetros diferenciais
Um manmetro um instrumento
utilizado para medir presso.
Um tipo de manmetro j com sculos de existncia
o de coluna lquida. Este manmetro pode ser
simplesmente um tubo em forma de U, no qual se
coloca uma dada quantidade de lquido (no convm
estar muito cheio para no transbordar facilmente).
Neste mtodo a presso a medir aplicada a uma
das aberturas do U, enquanto que uma presso de
referncia aplicada segunda abertura. A diferena
entre as presses proporcional diferena do nvel
do lquido, em que a constante de proporcionalidade
o peso volmico do fludo.
Os manmetros de coluna lquida podem
ser em forma de U, ou alternativamente podem ter
uma nica coluna. Para se forar o lquido a
percorrer uma maior distncia utilizam-se colunas
com inclinao (uma vez que a presso obriga a
subir, o que exige um maior deslocamento no caso
de a coluna estar inclinada), sendo necessrio
conhecer o ngulo relativamente horizontal com
preciso.
Um outro tipo de manmetro recorre
deformao de uma membrana flexvel. Estas
membranas, por terem deformao proporcional
presso a que esto sujeitas, so utilizadas
com vrios outros mtodos no sentido de
transformar a deformao numa grandeza que
possa ser processada.
Utilizam-se extensmetros (resistncias
variveis com a deformao) para possibilitar a
converso para grandezas elctricas. Contudo,
um dos mtodos mais utilizados corresponde a
ligar electricamente a membrana de tal forma
que seja uma armadura mvel de dois
condensadores, assim a deformao a que a
membrana se sujeita gera uma variao da
capacidade, recorrendo a alguma electrnica o
consegue-se obter uma tenso elctrica
directamente proporcional presso aplicada
membrana.
Imensos outros mtodos podem ser
utilizados para efectuar a medio de presso,
tais como: LVDT, manmetros de Bourdon,
manmetro de cilindro, cristais piezoelctricos,
etc...
Adaptado de:
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Man%C3%B4metr
o"
Pode-se encontrar a diferena de
presso, medindo a altura dos desnveis quando
acoplado esse manmetro a dois diferentes
pontos da tubulao.
Teoria
Utilizao do manmetro pode ser
vista na experincia de Torricelli:
Figura 8 - Experimento de Torricelli.
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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Veja que: pA = pB.
Equaes
A presso dada por:
A
Fp
Nos fluidos:
ghp f
A presso efetiva ou manomtrica tem como
referncia a presso atmosfrica, e pode ser:
negativa, nula ou positiva.
A presso absoluta tem como referncia o
vcuo perfeito, e pode ser: nula ou positiva.
Instrumentos de medio: manmetros,
vacumetros , barmetros , altmetros , etc.
hgp OHHg 2
Sistemas de Unidades:
M.Kg.S: 1 [ Pa ] = 1 [ N / m2 ] onde : 1 [ N ]
= [ 1 Kg * m / s2 ]
C. G. S. : 1 [ ba ] = 1 [ din / cm2 ]
M.Kgf.S. : 1 [ Kgf / m2 ]
Outras unidades :
1 atmosfera normal ( 1 atN ) = 760 mm de Hg =
1,033 Kgf / cm2 = 1 atmosfera fsica.
1 atmosfera tcnica ( 1 atT ) = 736 mm de Hg =
1,0 Kgf / cm2 = 0,968 atN = 10 m.c.a.
1 Kpa = 1000 Pa e 1 Mpa = 1000000 Pa
1 = 2,54 cm 1 = 1 p = 12 1 jarda = 1 jd = 3 p = 3 1 jd = 91,44 cm 1 p = 30,48 cm 1
libra = 1 lb = 0,45359 Kg
Medidores de presso no corpo humano:
Presso intraocular: Os fluidos do globo ocular, os humores aquoso e vtreo que transmitem a
luz retina (parte fotossensvel do olho), esto sob
presso e mantm o globo numa forma e dimenso
aproximadamente fixas. As dimenses do olho so
crticas para se ter uma boa viso. Uma variao de
0,1 mm o seu dimetro pode produzir um efeito
significativo no desempenho da viso. A presso em
olhos normais varia de 13 a 28 mmHg, sendo a
mdia de 15 mmHg.
Figura 9 - O olho humano.
O humor aquoso, fluido contido na
parte frontal do olho, essencialmente gua. O
olho reduz continuamente o humor aquoso,
cerca de 5 ml por dia, e existe um sistema de
drenagem que permite a sada do excesso. No
entanto, se ocorresse um bloqueio nesse sistema
de drenagem, a presso ocular aumentaria
comprimindo a artria retiniana e isso poderia
restringir a circulao sangnea na retina,
provocando a viso tunelada ou at mesmo a
cegueira. A essa situao se d o nome de
glaucoma, e a presso intra-ocular pode
aumentar at 70 mmHg, embora em
circunstncias normais se eleve at 30 ou 45
mmHg.
A presso intra-ocular era estimada pelos
mdicos pressionando o olho com os dedos e
sentindo a reao produzida pelo mesmo. Hoje
em dia isso feito pelo tonmetro, que mede
presso ocular determinando a deflexo da
crnea sob a ao de uma fora conhecida.
Presso sangunea: A presso sangunea medida com o esfigmomanmetro,
que consiste de uma coluna de mercrio com
uma das extremidades ligada a uma bolsa, que
pode ser inflada atravs de uma pequena bomba
de borracha, como indica a Figura 32 (A). A
bolsa enrolada em volta do brao, a um nvel
aproximadamente igual ao do corao, a fim de
assegurar que as presses medidas mais
prximas s da aorta. A presso do ar contido na
bolsa aumentada at que o fluxo de sangue
atravs das artrias do brao seja bloqueado.
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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A seguir, o ar gradualmente eliminado da
bolsa ao mesmo tempo em que se usa um
estetoscpio para detectar a volta das pulsaes ao
brao. O primeiro som ocorre quando a presso do
ar contido na bolsa se igualar presso sistlica,
isto , a mxima presso sangunea. Nesse instante,
o sangue que est presso sistlica consegue fluir
pela (os sons ouvidos atravs do estetoscpio so
produzidos pelo fluxo sanguneo na artria e so
chamados sons Korotkoff). Assim, a altura da coluna
de mercrio lida corresponde presso manomtrica
sistlica. medida que o ar eliminado, a
intensidade do som ouvido atravs do esteie
aumenta. A presso correspondente ao ltimo som
audvel a presso diastlica, isto , a presso
sangunea, quando o sangue a baixa presso
consegue fluir pela artria no oclusa.
(A)
Figura 10 Procedimento para medir a presso em um paciente usando o esfigmomanmetro (A).
Tipos de aparelhos (B) e variao da presso ao
longo do corpo humano (C).
(B)
(C)
ALGUNS EFEITOS FISIOLGICOS DA VARIAO DA PRESSO DE
FLUIDOS
Efeito da postura na presso sangunea O corao uma "bomba" muscular
que, no homem, pode exercer uma presso
manomtrica mxima de cerca de 120 mmHg no
sangue durante a contrao (sstole), e de cerca
de 80 mmHg durante a relaxao (distole).
Devido contrao do msculo cardaco, o
sangue sai do ventrculo esquerdo, passa pela
aorta e pelas artrias, seguindo em direo aos
capilares. Dos capilares venosos o sangue segue
para as veias e chega ao trio direito com uma
presso quase nula. Em mdia, a diferena
mxima entre as presses arterial e venosa da
ordem de 100 mmHg.
Como a densidade do sangue (1,04
g/cm3
) quase igual da gua, a diferena de
presso hidrosttica entre a cabea e os ps
numa pessoa de 1,80 m de altura 180cm de
H20. A Figura anterior mostra as presses
arterial e venosa mdias (em cm de gua), para
uma pessoa de 1,80 m de altura, em vrios
nveis em relao ao corao. Uma pessoa
deitada possui presso hidrosttica praticamente
constante em todos os pontos e igual do
corao. Se um manmetro aberto contendo
mercrio fosse utilizado para medir as presses
arteriais em vrios pontos de um indivduo
deitado, a altura da coluna de mercrio seria de
aproximadamente 100 mm, ou seja, 136 cm de
H2O.
As presses arteriais em todas as partes
do corpo de uma pessoa deitada so
aproximadamente iguais presso arterial do
corao. Assim, quando uma pessoa deitada se
levantar rapidamente, a queda de presso
arterial da cabea ser de gh, o que implicar uma diminuio do fluxo sanguneo no crebro.
Como o fluxo deve ser contnuo e como o ajuste
do fluxo pela expanso das artrias no
instantneo, a pessoa pode sentir-se tonta. Em
casos de variaes de presso muito rpidas, a
diminuio da circulao pode ser tal que
provoque desmaio.
Um animal que possui propriedades
fisiolgicas extraordinrias a girafa. Sua altura
varia de 4,0 m a 5,5 m. Seu corao est,
aproximadamente, eqidistante da cabea e das
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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patas, ou seja, a uns 2 m abaixo da cabea Isso
significa que a presso arterial da girafa precisa ser
muito maior que a do homem, ou de outro animal
mais baixo, para que a cabea possa ser atingida
pelo fluxo sanguneo. J. V. Warren e sua equipe
mediram as presses nas artrias de algumas girafas
de uma reserva. Em uma posio determinada,
quando a girafa est deitada, sua cabea e seu
corao esto no mesmo nvel, e a presso arterial da
cartida varia entre os valores de 180 e 240 mmHg e
o ritmo cardaco 96/min. Quando o animal levanta
a cabea a presso se mantm aproximadamente
igual, mas a freqncia cardaca diminui. Na posio
ereta e em movimento normal, aumenta a freqncia
cardaca a cerca de 150/min, enquanto que a presso
arterial cai para 90 a 150 mmHg. O galope eleva a
freqncia cardaca ao valor de 170/min e produz
uma variao da presso arterial entre 80 e 200
mmHg. A presso sistlica ao nvel do corao da
girafa varia entre 200 e 300 mmHg, enquanto que a
diastlica varia entre 100 e 170 mmHg. O valor
mdio da razo presso sistlica/presso diastlica
de 260/160. Esse valor, comparado com o valor
mdio de uma pessoa - 120/80 classificaria a girafa
como hipertensa. Entretanto, essa hipertenso no se
deve a problemas vasculares, mas uma condio
necessria para suprir o crebro do animal com
sangue quando ele est ereto.
Mergulho subaqutico O corpo humano composto
principalmente por estruturas slidas e lquidas, que
so quase incompressveis. Por esse motivo,
mudanas de presso externa tm pequeno efeito
sobre essas estruturas. No entanto, existem
cavidades contendo gs no corpo que, sob mudanas
bruscas de presso, podem produzir fortes efeitos no
indivduo.
O ouvido mdio uma cavidade de ar atrs
do tmpano, dentro da cabea. Se a presso nessa
cavidade no for igual presso no lado externo do
tmpano, a pessoa pode sentir mal-estar. Ela pode
evitar isso equalizando as presses atravs do
bocejo, da mastigao ou da deglutio.
Quando uma pessoa mergulha na gua, a
equalizao das presses nos dois lados do tmpano
pode no ocorrer, e uma diferena de presso de 120
mmHg pode ocasionar sua ruptura.
Uma maneira de equalizar essas presses
aumentar a presso da boca, mantendo boca e nariz
fechados e forando um pouco do ar dos pulmes
para as trompas de Eustquio.
A presso nos pulmes a qualquer profundidade
atingida num mergulho maior que a presso ao
nvel do mar. Isso significa que as presses parciais
dos componentes do ar so tambm mais elevadas.
O aumento da presso parcial do oxignio faz que
maior nmero de molculas desse gs seja
transferido para o sangue. Dependendo desse
acrscimo, pode ocorrer envenenamento por
oxignio. Um possvel efeito do envenenamento por
oxignio a oxidao de enzimas dos pulmes,
que pode provocar convulses. Em bebs
prematuros, colocados em tendas de oxignio
puro, h grandes riscos de se desenvolver
cegueira devida ao bloqueio do
desenvolvimento dos vasos sanguneos dos
olhos.
Se for usado o ar nos tanques de
mergulho, a altas presses o nitrognio se
dissolve no sangue. Se o mergulhador voltar
rapidamente superfcie, o nitrognio dentro do
sangue pode "ferver" formando bolhas. Isso
pode provocar leses graves nos ossos, levando
at necrose do tecido sseo. A razo dessa
necrose so os infartos no tecido, causados pelo
bloqueio da circulao do sangue pelas bolhas.
Por isso, a subida de um mergulhador deve ser
feita lentamente. Caso ocorra a formao de
bolhas, um dos efeitos sobre o mergulhador a
produo de cibras. Nesse caso, o acidentado
deve ser recolocado num ambiente presso
alta e ser lentamente descompressado.
Efeitos da altitude Ao subir uma montanha, uma pessoa pode sentir uma srie de
distrbios, que se tornam mais acentuados a
partir dos 3 000 m. Os sintomas mais comuns
so dificuldade de respirar, taquicardias com
freqncias cardacas superiores a 100/min,
mal-estar generalizado, dores de cabea, nusea,
vmito, insnia etc. Esses efeitos se devem
essencialmente diminuio da presso
atmosfrica, o que conseqncia da
diminuio da densidade do ar. Aos 5 000 m de
altitude a presso parcial de O2
aproximadamente a metade da presso parcial
ao nvel do mar. Ou seja, s existe metade da
quantidade de O2 com relao ao nvel do mar.
Esse efeito chamado hipoxia, isto , baixo
fornecimento de O2, e tambm observado em
bales dirigveis em ascenso.
Qualitativamente, podem-se resumir as
mudanas funcionais com a altitude, para um
indivduo saudvel normal e no treinado, da
seguinte maneira:
- Abaixo de 3 000 m: no existem efeitos
detectveis no desempenho da respirao, e o
nvel cardaco, em geral, no se altera.
- Entre 3000 e 4600 m: regio de "hipoxia
compensada" em que aparece um pequeno
aumento dos ritmos cardaco e respiratrio, e
uma pequena perda de eficincia na execuo de
tarefas complexas.
- Entre 4 600 e 6 100 m: mudanas dramticas
comeam a ocorrer. As freqncias respiratrias
cardaca aumentam drasticamente; pode
aparecer a perda de julgamento crtico e
controle muscular, e tambm entorpecimento
dos sentidos. Estados emocionais podem variar
desde a letargia at grandes excitaes com
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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euforia ou mesmo com alucinaes. Esse o estado
de "hipoxia manifesta".
- Entre 6 100 e 7 600 m: essa a regio de "hipoxia
crtica". Os sintomas so perda rpida controle
neuromuscular, da conscincia seguida de parada
respiratria, e finalmente morte.
Esses vrios sintomas foram verificados na
ascenso do balo "Zenith", a 15 de abril de 1875 a
Frana, que chegou a atingir 8 600 m, causando a
morte de dois dos trs membros da expedio.
Apesar de reservatrios de gs contendo 70%
de oxignio haver sido includo no equipamento a
hipoxia provocou a reduo do juzo crtico e do
controle muscular de seus tripulantes, Permitindo o
uso do oxignio quando isso se fez necessrio.
O QUE SIGNIFICAM OS NMEROS DE UMA MEDIDA DE PRESSO ARTERIAL?
Significam uma medida de presso calibrada em milmetros de mercrio (mmHg). O primeiro
nmero, ou o de maior valor, chamado de sistlico,
e corresponde presso da artria no momento em
que o sangue foi bombeado pelo corao. O segundo
nmero, ou o de menor valor chamado de
diastlico, e corresponde presso na mesma
artria, no momento em que o corao est relaxado
aps uma contrao. No existe uma combinao
precisa de medidas para se dizer qual a presso
normal, mas em termos gerais, diz-se que o valor de
120/80 mmHg o valor considerado ideal.
Contudo, medidas at 140 mmHg para a presso
sistlica, e 90 mmHg para a diastlica, podem ser
aceitas como normais. O local mais comum de
verificao da presso arterial no brao, usando
como ponto de ausculta a artria braquial. O
equipamento usado o esfigmomanmetro ou
tensimetro, vulgarmente chamado de manguito, e
para auscultar os batimentos, usa-se o estetoscpio.
TABELA DE VALORES MDIOS NORMAIS
DE PRESSO ARTERIAL
IDADE EM ANOS PRESSO ARTERIAL
EM mmhg
4 85/60
6 95/62
10 100/65
12 108/67
16 118/75
Adulto 120/80
Idoso 140-160/90-100
Medidores de baixa presso:
Bombas de Vcuo
As bombas de vcuo so utilizadas
quando queremos exaurir o ar de um sistema a
ser exaurido.
A seguir ilustramos as denominaes das
regies de diferentes presses e o tipo de bomba
utilizado para atingi-las.
As bombas de vcuo podem ser
classificadas como:
1. Bombas com deslocamento de gs -
retiram os gases do sistema expelindo-os para a
atmosfera
2. Bombas que trabalham a partir da
presso atmosfrica (bombas rotativas)
3. Bombas que trabalham presses
subatmosfrica - requerem a ligao a uma
bomba de vcuo primria para remover os gases
para a atmosfera (bombas rotativas e bombas de
vapor)
4. Bombas de fixao - retm os gases
dentro da prpria bomba.
Para se atingir baixas presses
associam-se duas ou mais bombas de vcuo,
constituindo, assim, sistemas ou grupos de
bombeamento.
Nas bombas mecnicas h passagem de
gs da entrada para a sada provocada pela
transferncia de momento linear (energia) entre
um meio motor e o gs. Ex: bombas rotatrias
(vcuo primrio), as "roots" e bombas
moleculares (alto vcuo).
Nas bombas de vapor o vapor de gua,
mercrio ou leo de baixa tenso de vapor que
arrasta as molculas de gs da entrada para a
sada da bomba. Esses tipos de bombas
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necessitam sempre de bombas de pr-vcuo
associadas, de modo que o vapor seja orientado no
sentido mais conveniente extrao dos gases.
Classificao de bombas vapor:
a. Ejetores de vapor - 1013 a 4.10-2
mbar
b. Difusoras - < 10-3
mbar
c. "Booster"- 10-2
a 10-4
mbar
A razo de compresso de uma bomba de
vcuo definida como o quociente entre as presses
sada da bomba e entrada, prestando-se como um
parmetro de
caracterizao de bombas mecnicas e de vapor. Ao
contrrio, nas bombas de fixao o gs retirado do
volume a bombear fixando-se em paredes que tem a
propriedade de "bombear" gases, no havendo
compresso do gs e este tambm no expulso
atmosfera. As bombas de fixao atingiro uma
saturao ao final de um perodo de trabalho mais ou
menos longo, podendo ser regenerada.
Os processos de fixao dependem das
ligaes que se estabelecem entre as molculas da
parede e do gs a bombear, o que faz com que o
bombeamento seja seletivo.
Processos para que ocorra a fixao, podem
ser classificados em:
a. Absoro - quando as molculas
penetram no interior da parede e ficam inclusas no
material. Ex.: zeolita, alumina, carvo ativado. Este
processo geralmente reversvel
b. Adsoro - uma camada de gs se
deposita numa superfcie estabelecendo ligaes
entre suas molculas e a superfcie. As ligaes
podem ser qumicas (forte) ou fsicas
(fracas).
c. Ionizao - quando ocorre a ionizao
das molculas seguida de penetrao dos ons com
grande energia nos materiais da parede.
d. Condensao - ocorre a condensao
das molculas numa superfcie arrefecida.
As bombas de fixao mais utilizadas so:
bombas de absoro; bombas de adsoro; bombas
inicas e de adsoro; bombas criognicas.
Bombas Rotatrias com Vedao a leo
Bombas rotatrias so aquelas que
asseguram o vcuo primrio. As bombas rotatrias
consistem de um corpo cilndrico (estator) e o rotor
montado no centro do estator. Fundamentalmente
so compressores que extraem os gases do sistema
lanando-os na atmosfera. A vedao feita com
leo que tambm serve como lubrificante dos
componentes mveis. Os leos usados tem tenso de
vapor bastante baixa. As bombas rotatrias dividem-
se em:
1. Bombas de pisto rotatrio
2. Bombas de palhetas
2.1. duas palhetas
2.2. palheta simples
Podem ainda ser de um ou dois
estgios. comum exprimir a velocidade de
bombeamento das bombas rotatrias em L/min,
podendo ter valores entre 10 a 90.000 L/min.
Bombas de um estgio atingem presso limite
de 10-2 mbar e de dois estgios de 10-4
mbar.
Para melhorar o bombeamento quando
existem vapores, as bombas esto geralmente
equipadas com um balastro ("gas ballast"), ou
seja, uma pequena vlvula de entrada de ar,
regulvel, situada numa posio que
corresponde quase ao fim do ciclo, portanto,
fase de compresso.
Figura 11 Esquema de uma bomba mecnica rotativa.
R
H A
F
G
E D
C B
-
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leo
Caractersticas:
Presso: 10-2 Pa
Componentes: C: Cilindro excntrico.
F: Mola.
H: Abertura da parte superior.
G: Vlvula.
A: Tubo que liga o recipiente a ser exaurido
R bomba de vcuo.
B: Espao onde passa o ar.
D: Palheta deslizante.
Aplicaes: Lmpadas eltricas, tubos de
imagem de TV, tubos de osciloscpios, clulas
fotoeltricas, tubos de raios X, etc.
Bomba Difusora e Bombas Moleculares:
Uma bomba difusora constituda por um
invlucro cilndrico dentro do qual existem uns
vaporizadores para o lquido da bomba e sobre este
uma chamin que conduz o vapor aos vrios andares
de ejetores. As molculas do vapor do fluido ao
sarem dos ejetores arrastam as molculas do gs
existente dentro da bomba para baixo e de encontro
s paredes da bomba. Como estas so arrefecidas,
por circulao de gua ou ar, d-se a condensao do
fluido que volta ao vaporizador. O gs arrastado
comprimido na parte inferior de onde retirado pela
bomba rotatria associada bomba de difuso.
O vcuo atingido por estas bombas
determinado pela tenso de vapor do fluido da
bomba. Os fluidos utilizados em bombas de
difuso so: mercrio (Hg) ou leos especiais de
muito baixa tenso de vapor. Quando se usa o
mercrio necessrio colocar uma armadilha
criognica ("trap") de nitrognio lquido entre a
bomba e o volume a bombear para condensar o
vapor de Hg, visto que a tenso de vapor de
mercrio temperatura ambiente (20oC) de
aproximadamente 10-3
mbar.
Na associao: bomba de pr-vcuo
(rotatria) e bomba de difuso, esta ltima
nunca deve ser ligada sem que se estabelea
antes um vcuo primrio de 10-1 mbar, caso
contrrio, o leo ou mercrio oxidam-se devido
ao aquecimento na presena do ar.
As bombas moleculares baseiam-se na
transferncia de energia de um rotor a grande
velocidade para as molculas de gs situadas
entre o rotor e o estator. s molculas dada
energia de modo que saiam do sistema a
evacuar. As bombas moleculares dividem-se
em: bombas de arrastamento molecular e
bombas turbomolecular.
Desenho esquemtico:
-
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Bombas criognicas
O funcionamento destas bombas baseia-se
na introduo de uma superfcie arrefecida a
temperatura muito baixa no volume a bombear. Os
gases existentes nesse volume so condensados at
atingirem presses da ordem das suas tenses de
vapor temperatura da superfcie.
Utilizando nitrognio lquido (77K) para
arrefecer a superfcie, consegue-se um aumento
muito grande da velocidade de bombeamento, pois
uma parte dos gases residuais so condensveis a
essa temperatura. Consegue-se um bombeamento
eficaz do vapor dgua, mas a velocidade de bombeamento muito baixa para o oxignio e nula
para o nitrognio, hidrognio e outros gases. Pode-se
ainda usar o hlio lquido (4,2K).
Medidores de vcuo
Pirani
Este tipo de medidor formado por um
tubo metlico ou de vidro, e um filamento aquecido
instalado no centro tubo. Mede-se a variao da
resistncia deste filamento que est a temperatura de
120oC. A remoo do calor do filamento faz-se por
meio dos tomos e molculas que colidem com
o filamento. estes recebem energia trmica do
filamento e perdem-na em choques com a
parede de tubo que est a temperatura mais
baixa. A perda de calor pelo filamento funo
do nmero de molculas presentes, e portanto,
da presso.
Em geral, o filamento faz parte de uma
ponte de resistncia e avariao da resistncia
medida pelo desequilbrio da ponte.
Medidores Pirani medem presses at
10-3
a 10-4
mbar.
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Otto von Guericke (Magdeburgo, 1602 Hamburgo, 1686) foi um fsico alemo que se
notabilizou pelo estudo do vcuo e da electrosttica.
Por volta de 1650, construiu uma mquina que
provava os princpios da pneumtica, realizou
experincias com a presso pneumtica e com o
vcuo. Concebeu experincias sobre a propagao
do som e a extino das chamas no vcuo. Em 1654
realizou uma srie de experimentos chamados de
experincia dos hemisfrios de Magdeburg, onde
estudou os efeitos da presso atmosfrica. Otto von
Guericke projetou e construiu a primeira mquina
geradora de eletrosttica, constituda essencialmente
de um globo de enxofre de onde saltavam
centelhas,que o levaram a teorizar a natureza eltrica
dos meteoros luminosos, em especial dos
relmpagos.
Tenso Superficial
Alguns insetos podem flutuar sob o
topo da superfcie da gua, embora sua
densidade seja diversas vezes superior a da
gua, seus ps cortam ligeiramente a superfcie
da gua, mas no penetram na gua.
Essa situao exemplifica o fenmeno
da tenso superficial, a superfcie comporta
como uma membrana submetida a uma tenso.
As molculas de um lquido exercem fora de
atrao mtua; a fora resultante sobre qualquer
molcula no interior do volume do lquido
igual a zero, porm uma molcula na superfcie
puxada para dentro do volume. Portanto, o
lquido tende a minimizar a rea da superfcie
como no caso de uma membrana. As gotas de
chuva em queda livre so esfricas (e no em
forma de gotas de lgrima) porque a esfera a
forma que possui a menor rea superficial para
um dado volume. A figura A abaixo mostra esse
exemplo.
Figura A Impacto produzido por uma gota de gua que cai sobre um lquido.
A figura B mostra como podemos fazer
medidas quantitativas da tenso superficial. Um
arame encurvado em forma de U e um
segundo fio retilneo desliza sobre os ramos do
U. Quando esse dispositivo mergulhado em
uma soluo de gua e sabo e em seguida
retirado, criando uma pelcula, a fora da tenso
superficial puxa rapidamente o fio de arame no
sentido do topo do U invertido (se o peso w do
fio deslizante no for muito grande). Quando
puxamos o fio para baixo, fazendo aumentar a
rea da pelcula, as molculas se movem no
interior do lquido (cuja espessura corresponde a
muitas camadas moleculares) para as camadas
superficiais. Estas camadas no se contraem
simplesmente como no caso de uma membrana
de borracha. Ao contrrio, cria-se uma
membrana mais extensa pela aglutinao de
molculas provenientes do interior do lquido.
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Para manter o fio deslizante em equilbrio,
necessrio uma fora resultante F w T orientada de cima para baixo. No equilbrio, a fora
F tambm igual fora de tenso superficial
exercida pela pelcula sobre o fio. Seja l o
comprimento do fio deslizante. A pelcula possui
uma face superior e uma inferior, de modo que a
fora F atua sobre um comprimento total igual a 2l.
A tenso superficial da pelcula definida como a
razo da fora da tenso superficial e o comprimento
d ao longo do qual a fora atua.
2
F F
d l
Figura B Medida da tenso superficial de uma pelcula de gua de sabo (regio sombreada).
O fio horizontal deslizante est em equilbrio sob a
ao da fora da tenso superficial 2l de baixo para cima e da fora w+T orientada para baixo.
A tenso superficial uma fora por
unidade de comprimento e sua unidade SI o
Newton por metro.
Unidade:
SI: N/m
CGS: dina/cm
31 10din N
cm m
A tabela A mostra alguns valores de tenso
superficial.
Tabela A Valores de tenso superficial para algumas substncias.
Lquido em
contato com
o ar
C(0C)
tenso superficial
dyn/cm
Benzeno 20 28,9
Tetracloreto
de carbono
20 26,8
lcool
etlico
20 22,3
Glicerina 20 63,1 Mercrio 20 465,0 leo de
oliva
20 32,0
Soluo de
sabo
20 25,0
gua 0 75,6 gua 20 72,8 gua 60 66,2
gua 100 58,9
Oxignio -193 15,7
Nenio -247 5,15
Hlio -269 0,12
A tenso superficial de um lquido
geralmente diminui com o aumento da
temperatura. Quando a temperatura aumenta, as
molculas do lquido movem-se mais
rapidamente, a interao entre as molculas
diminui e a tenso superficial diminui.
Para lavar melhor a roupa, deve-se ter
uma menor tenso superficial possvel, para que
a gua consiga entrar pelas fibras mais
facilmente. (Soluo de sabo).
Capilaridade
Quando uma interface gs-lquido encontra
uma superfcie slida, como a parede de um
recipiente, a interface geralmente se encurva
para cima ou para baixo nas vizinhanas da
superfcie slida. O ngulo de contato entre a interface e a superfcie slida denominado de
ngulo de contato. Quando as molculas de um
lquido so atradas mutuamente, dizemos que o
lquido molha ou adere superfcie do slido.
A interface gs-lquido se encurva para cima e menor que 90
0. O lquido no molha a
superfcie slida quando a atrao mtua entre
as molculas do lquido supera a atrao entre
elas e o slido, como no caso do mercrio com
o vidro, a interface gs-lquido se encurva para
baixo e maior do que 900. A tenso superficial faz um lquido descer
ou subir em um tubo capilar. Esse efeito
denomina-se capilaridade. A superfcie curva
do lquido denomina-se menisco.
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Quando:
< 900 Fora de tenso superficial: atua de baixo para cima e o lquido sobe at
atingir uma altura de equilbrio na qual o peso da
coluna do lquido igual fora de tenso
superficial.
> 900 Fora de tenso superficial: O menisco se encurva para baixo e a
superfcie do lquido sofre uma depresso, puxada
para baixo pelas foras de tenso superficial.
A capilaridade responsvel pela absoro de
gua no papel toalha, pela ascenso da parafina
fundida no pavio de uma vela e por muitos outros
efeitos observados, como quando o sangue
bombeado pelas artrias e veias do nosso corpo, a
capilaridade responsvel pelo escoamento atravs
dos vasos sangneos muito finos que so chamados
de vasos capilares.
Figura C -
Vazo - INTRODUO:
A medio de vazo de fluidos sempre
esteve presente na era da modernidade. No
precisamos ir muito longe. O hidrmetro de
uma residncia, o marcador de uma bomba de
combustvel so exemplos comuns no dia-a-dia
das pessoas. Em muitos processos industriais,
ela uma necessidade imperiosa, sem a qual
dificilmente poderiam ser controlados ou
operados de forma segura e eficiente.
A vazo obtida atravs da variao de
velocidade mdia em duas seces de reas
conhecidas com aplicao do Teorema de
Bernoulli.
Existem os coeficientes adimensionais
Cq caractersticos para cada diafragma e cada
venturi.
TEORIA A presso no manmetro diferencial
dada por:
hgp OHHg 2 212 hhgp OHHg {1}
Equao da continuidade:
1 2 1 1 2 2m m V V
Para fluidos incompressveis:
1 1 2 2v A v A {2}
Equao de Bernoulli: 2 2
1 21 1 2 2
2 2
v vp gy p gy
{3}
Substituindo {2} em {3}, a velocidade
dada por:
2
2
2q
H O
pv c
Com:
2 4
1 1
2 2 4 4
1 2 1 2
q
A dc
A A d d
A vazo ser:
1 1 2 2Q A v A v
Medidores de vazo
Na Histria, grandes nomes marcaram
suas contribuies. Provavelmente a primeira
foi dada por Leonardo da Vinci que, em 1502,
observou que a quantidade de gua por unidade
de tempo que escoava em um rio era a mesma
em qualquer parte, independente da largura,
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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profundidade, inclinao e outros. Mas o
desenvolvimento de dispositivos prticos s foi
possvel com o surgimento da era industrial e o
trabalho de pesquisadores como Bernoulli, Pitot e
outros.
Existe uma variedade de tipos de medidores
de vazo, simples e sofisticados, para as mais
diversas aplicaes. O tipo a usar sempre ir
depender do fluido, do seu estado fsico (lquido ou
gs), das caractersticas de preciso e confiabilidade
desejadas e outros fatores.
Placa de Orifcio ou Diafragma
um dos meios mais usados para medio
de fluxos. Dados de entidades da rea de
instrumentao mostram que, nos Estados Unidos,
cerca de 50% dos medidores de vazo usados pelas
indstrias so deste tipo. Certamente as razes para
tal participao devem ser as vantagens que
apresenta: simplicidade custa relativamente baixa,
ausncia de partes mveis, pouca manuteno,
aplicao para muitos tipos de fluido,
instrumentao externa, etc.
Desvantagens tambm existem: provoca
considervel perda de carga no fluxo, a faixa de
medio restrita, desgaste da placa, etc.
Um arranjo comum dado na Figura 1. A placa
(indicada em vermelho) provoca uma reduo da
seo do fluxo e montada entre dois anis que
contm furos para tomada de presso em cada lado.
O conjunto fixado entre flanges, o que torna fcil
sua instalao e manuteno.
A medio da diferena de presso p1-p2
pode ser feita por algo simples como um manmetro
U e uma tabela ou uma frmula pode ser usada para
calcular a vazo. Ou pode ser coisa mais sofisticada
como transdutores eltricos e o sinal processado por
circuitos analgicos ou digitais para indicao dos
valores de vazo.
Figura 1 Placa de Orifcio.
Tubo de Venturi
O chamado tubo de Venturi, em homenagem ao seu inventor (G B Venturi,
1797).
Figura 2 O tubo de Venturi
Figura 3 Arranjos de alguns medidores.
O arranjo 2 chamado bocal. Pode ser
considerado uma placa de orifcio com entrada
suavizada. Em 3 um cone o elemento redutor
de seo. No tipo joelho (4) a diferena de
presso se deve diferena de velocidade entre
as veias interna e externa. H menor perda de
carga no fluxo, mas o diferencial de presso
tambm menor.
Medidores de rea varivel (Rotmetro)
Embora possa ser visto como um
medidor de presso diferencial, o rotmetro
um caso parte por sua construo especial. A
Figura 4 d um arranjo tpico.
Um tubo cnico vertical de material
transparente (vidro ou plstico) contm um
flutuador que pode se mover na vertical. Para
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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evitar inclinao, o flutuador tem um furo central
pelo qual passa uma haste fixa. A posio vertical y
do flutuador lida numa escala graduada (na figura,
est afastada por uma questo de clareza. Em geral,
marcada no prprio vidro).
Figura 4 Arranjos de um medidor de rea varivel.
Se no h fluxo, o flutuador est na posio
inferior 0. Na existncia de fluxo, o flutuador sobe
at uma posio tal que a fora para cima resultante
da presso do fluxo se torna igual ao peso do
mesmo.
Notar que, no equilbrio, a presso vertical
que atua no flutuador constante, pois o seu peso
no varia. O que muda a rea da seo do fluxo, ou
seja, quanto maior a vazo, maior a rea necessria
para resultar na mesma presso. Desde que a vazo
pode ser lida diretamente na escala, no h
necessidade de instrumentos auxiliares como os
manmetros dos tipos anteriores.
Medidores de deslocamento positivo Os medidores de deslocamento positivo
operam de forma contrria a bombas de mesmo
nome: enquanto nessas um movimento rotativo ou
oscilante produz um fluxo, neles o fluxo produz um
movimento.
A Figura 5 d exemplo de um tipo de
lbulos elpticos que so girados pelo fluxo. Existem
vrios outros tipos aqui no desenhados: disco
oscilante, rotor com palhetas, pisto rotativo,
engrenagem, etc.
O movimento rotativo ou oscilante pode
acionar um mecanismo simples de engrenagens e
ponteiros ou dispositivos eletrnicos nos mais
sofisticados.
Em geral, no se destinam a medir a vazo
instantnea, mas sim o volume acumulado durante
um determinado perodo. So mais adequados para
fluidos viscosos como leos (exemplo: na
alimentao de caldeiras para controlar o consumo
de leo combustvel).
Algumas vantagens so:
- adequados para fluidos viscosos, ao
contrrio da maioria.
- baixo a mdio custo de aquisio.
Algumas desvantagens:
- no apropriados para pequenas vazes.
- alta perda de carga devido transformao
do fluxo em movimento.
- custo de manuteno relativamente alto.
- no toleram partculas em suspenso e
bolhas de gs afetam muito a preciso.
Figura 5 Medidores de deslocamento positivo.
Medidores do tipo turbina
O fluxo movimenta uma turbina cuja
ps so de material magntico. Um sensor capta
os pulsos, cuja freqncia proporcional
velocidade e, portanto, vazo do fluido.
Os pulsos podem ser contados e totalizados por
um circuito e o resultado dado diretamente em
unidades de vazo.
Desde que no h relao quadrtica
como nos de presso diferencial, a faixa de
operao mais ampla. A preciso boa. Em
geral, o tipo apropriado para lquidos de baixa
viscosidade.
Existem outras construes como, por exemplo,
os hidrmetros que as companhias de gua
instalam nos seus consumidores: a turbina
aciona um mecanismo tipo relgio e ponteiros
ou dgitos indicam o valor acumulado.
Figura 6 Medidores do tipo turbina.
Medidores Eletromagnticos
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FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
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Os medidores eletromagnticos
tm a vantagem da virtual ausncia de
perda de presso, mas s podem ser
usados com lquidos condutores de eletricidade.
O princpio se baseia na na lei de Faraday,
isto , uma corrente eltrica induzida num
condutor se ele se move em um campo magntico ou
vice-versa.
Na figura 7, um tubo de material no
magntico contm duas bobinas que geram um
campo magntico B no seu interior. Dois eletrodos
so colocados em lados opostos do tubo e em
direo perpendicular ao campo. O fluido faz o
papel do condutor e a tenso V gerada tem relao
com a velocidade do fluxo e, portanto, com a sua
vazo.
Figura 7 Medidores Eletromagnticos
Medidores de Efeito Dppler
Esses medidores esto na categoria dos
ultra-snicos pois usam ondas nesta faixa de
freqncias.
S devem ser usados com fluidos que
tenham partculas em suspenso.
Um elemento transmissor emite ultra-som
de freqncia conhecida. As partculas em suspenso
no fluido refletem parte das ondas emitidas. Desde
que esto em movimento, o efeito Dppler faz com
que as ondas sejam captadas pelo elemento receptor
em freqncia diferente da transmitida e a diferena
ser tanto maior quanto maior a velocidade, ou seja,
h relao com a vazo do fluxo.
Figura 8 Medidores de Efeito Dppler
Medidores de Coriolis
No arranjo da figura 9, o fluido passa
por um tubo em forma de U dotado de uma
certa flexibilidade. Um dispositivo magntico
na extremidade e no mostrado na figura faz o
tubo vibrar com pequena amplitude na sua
freqncia natural e na direo indicada.
O nome dado devido ao efeito da
acelerao de Coriolis. Na poca da elaborao
desta pgina, este fenmeno ainda no estava
inserido neste website e, por isso, no cabem
mais detalhes.
Mas o resultado indicado na figura. A
acelerao de Coriolis provoca esforos em
sentidos contrrios nas laterais do U, devido
oposio dos sentidos do fluxo. E, visto de
frente, o tubo deformado e isso pode ser
captado por sensores magnticos.
A grande vantagem deste tipo ser um
medidor de fluxo de massa e no de volume.
Assim, no h necessidade de
compensaes para mudanas de condies de
temperatura e presso.
Pode ser usado com uma ampla
variedade de fluidos. Desde tintas, adesivos at
lquidos criognicos.
Figura 9 Medidores de Coriolis
Tipo Utilizao Faixa Perda de
presso
Preciso
aprox %
Comprim
prvio diam
Sensib
viscosid
Custo
relativo
Bocal Lquidos comuns. 4:1 Mdia 1/2 da
escala 10 a 30 Alta Mdio
Coriolis Lquidos comuns, viscosos, alguma
suspenso. 10:1 Baixa
0,4 da proporo
No h No h Alto
-
FTCM - Mecnica dos Fluidos Teoria Captulo 1
2
2
Deslocamento
positivo Lquidos viscosos sem suspenses. 10:1 Alta
0,5 da
proporo No h Baixa Mdio
Eletromagntico Lquidos condutivos com suspenses 40:1 No h 0,5 da
proporo 5 No h Alto
Joelho Lquidos comuns. Alguma suspenso. 3:1 Baixa 5/10 da
escala 30 Baixa Baixo
Placa de orifcio Lquidos comuns. Alguma suspenso. 4:1 Mdia 2/4 da
escala 10 a 30 Alta Baixo
Rotmetro Lquidos comuns. 10:1 Mdia 1/10 da
escala Nenhum Mdia Baixo
Tubo de Pitot Lquidos sem impurezas. 3:1 Muito
baixa
3/5 da
escala 20 a 30 Baixa Baixo
Tubo de Venturi Lquidos comuns. Alguma suspenso. 4:1 Baixa 1 da escala 5 a 20 Alta Mdio
Turbina Lquidos comuns. Pouca suspenso. 20:1 Alta 0,25 da
proporo 5 a 10 Alta Alto
Ultra-snico
(Doppler) Lquidos viscosos com suspenses. 10:1 No h 5 da escala 5 a 30 No h Alto
-
Mecnica dos Fluidos
1
Manmetros de coluna
Os Manmetros de coluna de lquido so
aparelhos bsicos destinados a medir presso ou vcuo
e servem tambm como padres primrios, isto , so
utilizados como padro para calibrao de outros
aparelhos. De construo simples, conseqentemente
apresentam baixo custo, alm de apresentar vantagens
tais como: no requer manuteno, calibragem
especial e permite medies com grande preciso.
Atualmente tais instrumentos podem ser encontrados
em diferentes tipos de aplicao industrial que
passamos a descrever:
1 - Verificao de Vazamento: As Colunas
Manomtricas servem para a verificao e controle de
vazamentos atravs de queda de presso em testes de
cmaras de presso em peas, teste de purificador de
ar etc.
2 - Determinao de Velocidade de Fluxo de
Ar: As Colunas Manomtricas servem para determinar
o fluxo de ar em tubulaes atravs da medio da
presso diferencial em testes de aparelhos de
movimentao de ar, testes de carburadores, testes de
coletores de poeira e tambm servem para medir o
nvel de interface de lquidos, quando estes esto
armazenados sob um outro lquido por questo de
segurana ou outras razes quaisquer.
3 - Medio de Nvel de Lquidos
Armazenados: As Colunas Manomtricas tambm
podem ser utilizadas para medir nvel de lquidos
armazenados em tanques atravs do registro da
presso exercida sobre uma coluna de lquido
baseando-se no princpio do balanceamento
hidrosttico.
DEFINIES E PRINCPIOS PARA FAZER MEDIES COM COLUNAS
MANOMTRICAS
No mundo contemporneo, torna-se cada vez
mais necessria a medio e controle de determinados
parmetros dos processos, com a finalidade de atender
aos mais variados tipos de especificaes tcnicas, por
este motivo a PRESSO pode ser considerada como
uma das mais importantes grandezas fsicas que atua
nestes referidos processos. Por definio, Presso igual relao entre a
Fora uniformemente distribuda sobre a unidade de
rea e atuando sobre ela; e um dos mtodos mais
preciosos para medi-la consiste em equilibrar a coluna
de lquido, cujo peso especfico conhecido, com a
presso aplicada. Para instrumentos com Coluna de Lquido, o princpio
da medio consiste no fato de que ao se aplicar a lei
D p= D h.. .g, a presso "p" para ser medida
deve ser comparada com a altura "h" da coluna
de lquido.
Figura 10 Variao da altura.
Os Instrumentos que empregam tal
princpio so denominados "Manmetros de
Coluna" e a preciso da medio, com auxlio
de tais instrumentos, pode chegar at 0,3%.
Para se fazer medies com maior preciso
necessrio que sejam considerados vrios
fatores, tais como: a - Temperatura: realizar clculos de
correo se a temperatura de medio diferir da
temperatura de referncia, pois a variao de
temperatura provoca mudanas na densidade do
lquido manomtrico.
b - Acelerao da gravidade deve ser
considerada no local da medio com o seu
valor de referncia.
c - Impurezas contidas no lquido
manomtrico tambm provocam mudanas na
densidade, conseqentemente causando erros de
leitura.
d - A influncia da Tenso Superficial
e sua mudana causada por efeitos externos,
assim como a compressibilidade do lquido
manomtrico deve ser considerada. A tenso superficial dos lquidos
apresentada pela forma que apresentam nas
paredes do recipiente. Em tubos de dimetro
pequeno a forma da superfcie total do lquido
ser curvada, sendo que, para os lquidos que
tiverem baixa tenso superficial, a superfcie
ter a forma convexa em relao ao ar. Com a finalidade de minimizar
qualquer efeito de distoro no aumento da
capilaridade em tubos de dimetros pequenos
estes devem possuir dimetros constantes.
-
Mecnica dos Fluidos
2
As unidades de presso mais usadas na
prtica so:
a - Milmetros ou polegadas de mercrio (
mmHg ou "Hg )
b - Milmetros ou polegadas de coluna d'gua
( mmH2O ou "H2O )
c - Bar ou milibar ( bar ou mbar )
d - Libra (fora) por polegada quadrada (PSI
) A IOPE fornece escalas com as unidades de presso
acima citadas e em diversos tamanhos para atender a
vrios campos de leitura. Tais escalas podem ser
construdas de materiais tais como: alumnio, ao
inox, etc.., de acordo com a aplicao do instrumento.
Flanges
Figura 10 Flanges e tubos.
-
Mecnica dos Fluidos
3
Viscosidade
INTRODUO: Ao promover o movimento de uma esfera em
um fluido ideal de viscosidade em regime estacionrio, as linhas de corrente formam um
desenho perfeitamente simtrico em torno da mesma.
Haver uma fora de arrastamento viscoso.
Jean Louis Poiseuille (1799 1869) foi um fsico francs que realizou experimentos
relacionados viscosidade de fluidos.
Em homenagem a seus trabalhos,
denomina-se a unidade de viscosidade
como Poise.
A Lei de George Stokes da viscosidade
estabeleceu a cincia de hidrodinmica.
Realizou trabalho sobre esferas e vrias
relaes de fluxo que variam de mecnicas de onda a
resistncia viscosa. Estudou o movimento de fluidos
incompressveis, a frico de fluidos em movimento, e
o equilbrio e movimento de slidos elsticos. Seus
trabalhos na transmisso de ondas acsticas por
materiais viscosos de interesse na Fsica.
Investigando a teoria de onda de luz, nomeou
e explicou o fenmeno de fluorescncia, e teorizou
uma explicao de linhas de Fraunhofer no espectro
solar. Ele sugeriu que estes fossem causados atravs
de tomos nas capas exteriores do Sol que absorve
certos comprimentos de onda. Porm quando
Kirchhoff publicou depois esta explicao aboliram-se
quaisquer descobertas anteriores.
A seguir analisaremos a fora dada pela Lei
de Stokes em fluidos viscosos.
TEORIA
A viscosidade dos lquidos vem do atrito interno, isto
, das foras de coeso entre molculas relativamente
juntas. Desta maneira, enquanto que a viscosidade dos
gases cresce com o aumento da temperatura, nos
lquidos ocorre o oposto. Com o aumento da
temperatura, aumenta a energia cintica mdia das
molculas, diminui (em mdia) o intervalo de tempo
que as molculas passam umas junto das outras,
menos efetivas se tornam as foras intermoleculares e
menor a viscosidade.
Para entender a natureza da viscosidade nos
lquidos, suponhamos duas placas slidas planas, uma
sobre a outra, com um fludo contnuo entre elas.
Aplicando uma fora constante a uma das placas, a
experincia mostra que ela acelerada at atingir uma
velocidade constante (chamada velocidade terminal).
Se a intensidade da fora aplicada for duplicada, por
exemplo, a velocidade terminal tambm duplica. A
velocidade terminal proporcional fora aplicada.
Pensando que o lquido entre as placas se separa em
lminas paralelas, o efeito da fora aplicada o de
produzir diferenas de velocidade entre lminas
adjacentes. A lmina adjacente placa mvel se
move junto com ela e a lmina adjacente placa
imvel permanece tambm imvel. O atrito
entre lminas adjacentes causa dissipao de
energia mecnica e o que causa a viscosidade
no lquido.
um fato experimental que o mdulo F da
fora aplicada, necessria para manter o
movimento da placa com velocidade de mdulo
v constante, diretamente proporcional rea A
da placa e ao mdulo da velocidade e
inversamente proporcional distncia L entre as
placas. Assim, podemos escrever:
v
dvF A
dL
definindo o chamado coeficiente de viscosidade
do fluido, que depende do fluido e da temperatura. No SI, a unidade correspondente
pascal x s e no sistema cgs, o poise, de modo
que 1 Pa x s = 10 poise. A tabela abaixo mostra
alguns coeficientes de viscosidade.
Coeficientes de Viscosidade
Lquidos (poise) Gases (10-4
poise)
Glicerina (20 oC)
8,3 Ar (0 oC) 1,71
gua (0 oC) 0,0179 Ar (20
oC) 1,81
gua (100 oC) 0,0028 Ar (100
oC) 2,18
ter (20 oC) 0,0124
gua (100 oC)
1,32
Mercrio (20 oC)
0,0154 CO2 (15 oC) 1,45
Os coeficientes de viscosidade dos leos lubrificantes automotivos so normalmente
expressos em SAE. Um leo cuja viscosidade
SAE 10 a 55 oC, por exemplo, possui
viscosidade entre 1,6 e 2,2 poise.
Ao definirmos o coeficiente de
viscosidade escolhemos o caso em que o fluido,
por efeito do movimento de uma das placas,
separava-se em camadas muito estreitas, com a
camada em contato com cada placa tendo a
velocidade desta placa e as camadas
intermedirias tendo velocidades que variam
linearmente de uma placa para a outra. Tal
escoamento chamado laminar ou lamelar.
-
Mecnica dos Fluidos
4
O cociente = F/A chamado tenso de cisalhamento. De modo geral:
dvA
dL
mostrando a variao da velocidade das camadas de
fluido com a distncia placa parada. Esta expresso
representa a chamada lei de Newton para a
viscosidade e o fluido para o qual ela verdadeira
chamado fluido newtoniano. Entretanto, existem
fluidos como os que so suspenses de partculas que
no seguem esta lei. Por exemplo, o sangue, uma
suspenso de partculas com formas caractersticas,
como discos, no caso das clulas vermelhas. As
partculas tm orientaes aleatrias em pequenas
velocidades, mas tendem a se orientar a velocidades
mais altas, aumentando o fluxo, com a velocidade
crescendo mais rapidamente do que a fora.
Equao de Poiseuille A equao que governa o movimento de um fluido
dentro de um tubo conhecida como equao de
Poiseuille. Ela leva em considerao a viscosidade,
embora ela realmente s vlida para escoamento
no-turbulento (escoamento laminar). O sangue
fluindo atravs dos canais sangneo no exatamente
um escoamento laminar. Mas aplicando a equao de
Poiseuille para essa situao uma aproximao
razovel em primeira ordem, e leva a implicaes
interessantes.
A equao de Pouiseuille para a taxa de escoamento
(volume por unidade de rea), Q, dada por:
4
8
R pQ
L
onde P1-P2 a diferena de presso entre os extremos
do tubo, L o comprimento do tubo, r o raio do
tubo, e h o coeficiente de viscosidade.
Para o sangue, o coeficiente de viscosidade de cerca
de 4 x 10-3
Pa s.
A coisa mais importante a ser observada
que a taxa de escoamento fortemente dependente no
raio do tubo: r4. Logo, um decrscimo relativamente
pequeno no raio do tubo significa uma drstica
diminuio na taxa de escoamento. Diminuindo o raio
por um fator 2, diminui o escoamento por um fator 16!
Isto uma boa razo para nos preocuparmos com os
nveis de colesterol no sangue, ou qualquer obstruo
das artrias. Uma pequena mudana no raio das
artrias pode significar um enorme esforo para o
corao conseguir bombear a mesma quantidade de
sangue pelo corpo.
Sob todas as circunstncias em que se pode checar
experimentalmente, a velocidade de um fluido real
diminui para zero prximo da superfcie de um objeto
slido. Uma pequena camada de fluido prximo s
paredes de um tubo possui velocidade zero. A
velocidade do fluido aumenta com a distncia s
paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for
pequena, ou o tubo possuir um grande dimetro,
uma grande regio central ir fluir com
velocidade uniforme. Para um fluido de alta
viscosidade a transio acontece ao longo de
uma grande distncia e em um tubo de pequeno
dimetro a velocidade pode variar atravs do
tubo.
Clculo da Viscosidade em uma esfera:
A esfera caindo com velocidade
constante, termos a = 0.
A segunda Lei de Newton fica:
vF ma P E F
E
Fv
P
A fora viscosa dada por:
rvF 6
mgrvgm f 6
ee
e
e VmV
m
fff
f
f
f VmV
m
3
3
4RVe
Substituindo na equao (1) teremos:
gRrvgR ef33
3
46
3
4
gRrvgR ef33
3
23
3
2
092 3 rvgRef 092 3 RvgRef
v
gRfe
2
9
2
-
Mecnica dos Fluidos
5
R: Raio da esfera.
v: Velocidade terminal.
Sistemas de Unidades:
M.Kg.S: 1 [ Pa ] = 1 [ N / m2 ] onde : 1 [ N ]
= [ 1 Kg * m / s2 ]
C. G. S.: 1 [ ba ] = 1 [ din / cm2 ]
M.Kgf.S.: 1 [ Kgf / m2 ]
Outras unidades:
1 atmosfera normal ( 1 atN ) = 760 mm de Hg =
1,033 Kgf / cm2 = 1 atmosfera fsica.
1 atmosfera tcnica ( 1 atT ) = 736 mm de Hg =
1,0 Kgf / cm2 = 0,968 atN = 10 m.c.a.
1 Kpa = 1000 Pa e 1 Mpa = 1000000 Pa
1 = 2,54 cm 1 = 1 p = 12 1 jarda = 1 jd = 3 p = 3 1 jd = 91,44 cm
1 p = 30,48 cm
1 libra = 1 lb = 0,45359 Kg
1 litro = 1l = 10-3
m3
C. G. S. : 1 [ poise ] = [ g / cm * s ]
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 6
6
Exemplos de Viscosidade - these may help you get a feel for the cP
Hydrogen @20C 0.008 6 cP Benzyl ether @ 20C 5.33 cP
Ammonia @ 20C 0.009 82 cP Glycol @ 20C 19.9 cP
Water vapor @100C 0.125 5 Soya bean oil @ 20C 69.3 cP
Air @ 18C 0.018 2 cP Olive oil @ 20C 84.0 cP
Argon @ 20C 0.022 17 cP Light machine oil @ 20C 102 cP
Air @ 229C 0.026 38 cP Heavy machine oil @ 20C 233 cP
Neon @ 20C 0.031 11 cP Caster oil @ 20C 986 cP
Liquid air @ -192.3C 0.173 cP Glycerin @ 20C 1,490 cP
Ether @ 20C 0.233 cP Pancake syrup @ 20C 2,500 cP
Water @ 99C 0.2848 cP Honey @ 20C 10,000 cP
Chloroform@ 20C 0.58 cP Chocolate syrup @ 20C 25,000 cP
Methyl alcohol@ 20C 0.597 cP Ketchup @ 20C 50,000 cP
Benzene @ 20C 0.652 cP Peanut butter @ 20C 250,000 cP
Water @ 20C 1.002 cP Tar or pitch @ 20C 30,000,000,0
00 cP
Ethyl alcohol @ 20C 1.2 cP Soda Glass @ 575C 1,000,000,00
0,000,000 cP
Mercury @ 20C 1.554 cP
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 7
7
Perfil de velocidades Tubo de Pitot e Medidor de Prandtl
Perfil de velocidades Medidor de Prandtl
Introduo e Teoria: Ludwig Prandtl (1875-1953) As contribuies de Ludwig Prandtl
mecnica dos fluidos incluem seu desenvolvimento
da teoria para descrever o fenmeno de turbulncia, e
de seus estudos experimentais e tericos da dinmica
de gases. Prandtl estudou mecnica e contribuiu
mecnica de meios contnuos durante toda a maioria
de sua carreira.
Entretanto, sua descoberta da camada do
limite considerada como uma das descobertas mais
importantes da mecnica dos fluidos e atribuiu a
Prandtl o ttulo do pai da mecnica dos fluidos
moderna.
O tubo de Pitot-Prandtl utilizado para
medir a velocidade do fluido em um escoamento. Em
particular, pode ser utilizado para medir a velocidade
de um avio em relao ao ar.
Outro fenmeno interessante a
condensao causada pela singularidade de Prandtl-
Glauert que pode ser vista no vo nivelado constante
geralmente em baixas alturas, estando o ar em
condies de umidade. Quando um avio se submete
a certo tipo de manobra, pode causar presses muito
baixas na superfcie superior das asas. As
temperaturas correspondentes sero baixas, de forma
que o vapor de gua se condensa no lado superior da
asa. Uma caracterstica da condensao que haver
muito mais condensao no lado superior da asa do
que no lado mais baixo, e que est associado
geralmente com voltas de elevadas aceleraes g.
Pode-se escrever, na transformao
adiabtica:
PV k PV nRT
nRT nRTV P k
P P
1
T cP
Para o ar, = 1.4, assim: 1 0,28
.
Assim, a temperatura do ar aumentar e diminuir
conforme a presso aumenta e diminui. As regies da
alta presso correspondero necessariamente s
regies da alta temperatura e as regies da presso
baixa correspondero s regies da temperatura
baixa.
O fenmeno causa uma aparncia
como vista na figura 1:
Figura 1 - Foto de uma nuvem da condensao de Prandtl-Glauert em um avio com velocidade prxima do som no ar.
A equao de Bernoulli:
2
2
221
21
2
121
1 gyvpgyvp
Chamando de 2
212
1vppp
f
f
phgv
22
A figura mostra a seo reta de um
duto cilindro, com a posio dos pontos nos
quais se deve medir a velocidade, conforme a
norma americana PIC 11-1946.
Figura 2 Seo reta do duto do laboratrio conforme a norma americana PIC
11-1946.
37.5 mm
32.6 mm
27.6 mm
21.4 mm
12.3 mm
0
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 8
8
Figura 3 Estrutura interna do tubo de Pitot instalado no laboratrio:
Gaveta de
Amianto
Metal: Lato
Pitot: Inox
Gaveta de Amianto: Alumnio
C oring: 1/8
Parafusos: 3/8
Porca: 2,5"
A presso na abertura 1 esttica, p, e em 2
:
2
2
1vp
A altura manomtrica h3 proporcional
diferena entre elas, ou seja: presso dinmica
2
2
1v . Assim:
Lei de Poiseuille
Natureza da distribuio de tenso de cisalhamento
(pg. 150 livro R. V. Guiles).
p1A p2A
v
ro r
vc
r0 r dr
L
Uma vez que o fluxo constante, a
soma das foras sobre o corpo livre zero:
L
rpprLrprp
202 2122
2
1
L
rpp
dr
dv
2
21
1 22c
v R
v r
p p rdvdv dr
dr L
1 2 2 2
4c
p pv v R r
L
22214
rRL
ppvv c
Ou
f
f
phgv
22
Taxa: Seja o volume de fluido dV que atravessa seus extremos no tempo dt dado por:
rdrdtrRL
ppdV
2
4
2221
dArvQdArvdt
dV )()(
4
8
pRQ
L
Perfil de velocidades
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 9
9
Vazo em Vertedores
Introduo
A forma bsica mais comum de medida de
descarga em um canal aberto a utilizao de um
vertedor. Basicamente, um vertedor um
dispositivo colocado num canal que fora o
escoamento atravs de uma abertura projetada para
medir a descarga. uma obstruo em um canal
aberto sobre o qual escoa um lquido. A descarga
sobre o vertedor funo da geometria e da carga
sobre o vertedor.
Vertedores especializados tm sido
projetados para fins especficos; dois tipos so
considerados fundamentais: o de crista larga e o de
crista delgada.
Um vertedor projetado de forma apropriada
exibir um escoamento subcrtico na corrente a
montante da estrutura e o escamento convergir e
acelerar at uma condio crtica prxima ao topo
ou crista do vertedor. Como resultado, poder ser
feita uma correlao entre a descarga e uma corrente
de profundidade a montante do vertedor. O
transbordo da corrente a jusante denominado
lmina, a qual normalmente descarregada
livremente na atmosfera.
H uma srie de fatores que afetam o
desempenho de um vertedor; os mais significativos
entre eles so os padres do escoamento
tridimensional, os efeitos da turbulncia a resistncia
do atrito, a tenso superficial e a quantidade de
ventilao abaixo da lmina. As derivaes
simplificadas apresentadas nesse relatrio se
baseiam na equao de Bernoulli; outros
efeitos podem ser levados em conta por meio
da modificao da descarga ideal com um
coeficiente de descarga Cq; a descarga real a
descarga ideal multiplicada pelo coeficiente de
descarga.
Teoria:
Vertedor de crista larga
Um vertedor de crista larga
mostrado na figura 1.
Figura 1 - Vertedor com crista larga.
2
2cv
g
LE
Y ye
h
(1) (2)
Ele tem elevao suficiente acima do
fundo para bloquear o escoamento e
suficientemente longo para que as linhas de
corrente no transbordo se tornem paralelas,
resultando em uma distribuio hidrosttica de
presses. Pode-se aplicar a equao de
Bernoulli: 2 2
1 21 1 2 2
2 2
v vp gh p gh
Ou 2 2
1 1 2 21 2
2 2
p v p vh h
g g
Com = g para os pontos (1) e (2) da figura.
Assim:
2
22
cc c c
vh Y h y v g Y y
g
Para um vertedor cuja largura normal
ao escoamento b, a descarga ideal :
2c c c cQ by v by g Y y
Vertedor de crista delgada
Um vertedor de crista delgada uma
placa vertical colocada na direo normal ao
escoamento contendo uma crista de borda
delgada, de forma que a lmina vertente se
comporte como um jato livre.
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 10
10
A figura 2 mostra um vertedor retangular com
uma crista horizontal que se estende por toda a
largura do canal.
Figura 2 - Vertedor de crista delgada.
Y= H Lmina crista
v2 (2)
v1 h
(1) (1) (2)
(a) Escoamento ideal (b) Escoamento real
As contraes laterais no esto presentes
por causa da existncia de paredes laterais.
Pode-se definir uma situao idealizada
(Figura 2 (a)), na qual o escoamento no plano vertical no se contrai a medida que passa sobre a
crista, de forma que as linhas de corrente sejam
paralelas e a presso atmosfrica esteja presente na
linha vertente e exista um escoamento uniforme no
ponto (1), com energia cintica desprezvel (v10). A equao de Bernoulli aplicada ao longo de uma
linha de corrente representativa e resolvida para a
velocidade v2, a velocidade local na lmina vertente
ser:
2 2v g
Se b a largura da crista normal ao
escoamento a descarga ideal dada por:
2
0 0
2
Y Y
Q b v d b g d
3 22 23
bQ gY
Os experimentos tm mostrado que a
magnitude do expoente aproximadamente correta;
porm deve ser aplicado um coeficiente de descarga
Cq para que seja previsto com acurcia para o
escoamento real, mostrado na figura 2 (b):
3 22 23
qQ C gbY
A carga H=Y sobre o vertedor definida
como a distncia vertical entre a crista do vertedor e a
superfcie do lquido a sua montante de tal forma que
se evite a curvatura da superfcie livre do lquido.
A equao bsica para a descarga do
vertedor definida como a integrao de:
VldhVdA
Aqui V a velocidade a uma altura h
(vertical) da superfcie livre e L=b a largura
do vertedor.
Vertedor Retangular:
23
2 LHgCQ r
L
Vertedor Triangular
25
22
15
8HtggCQ t
Vertedor de Parede espessa
323
2gHLCQ e
Sistema de
Unidades:
M.Kg.S. = [ Pa ] = [ 1 N * m - 2
] Q
= [ L * s - 1
] = [ dm 3
* s - 1
]
Viscosidade: [kg][m]-1[s]
-1 (MKS)
[poise] (CGS)
Equaes de Navier Stokes
As equaes de Navier Stokes so
equaes diferenciais que descrevem o
escoamento de fluidos. So equaes a
derivadas parciais que permitem determinar os
campos de velocidade e de presso.
A equao uma equao diferencial parcial
no-linear da segunda ordem,como segue:
2tv v v p v g
Onde:
-
Mecnica dos Fludos Prof. Dr. Cludio Srgio Sartori Captulo 1 - Introduo 11
11
v
: um vetor que representa a velocidade
de um elemento infinitesimal da massa em um ponto
no espao 3-D;
p a presso escalar no mesmo ponto;
: a densidade macia no ponto e constante suposta durante todo o meio;
: a viscosidade do meio;
g
: a acelerao da gravidade
A equao de N-S refere-se ao movimento
de uma nica partcula minscula do campo fluido,
no o movimento total do lquido.
Entretanto, pode ser usada para calcular o
fluxo de gases e de lquidos incompressveis de
objetos da forma arbitrria.
usada na dinmica dos fluidos e na
engenharia como um modelo padro para o estudo da
turbulncia, o comportamento da camada do limite, a
formao de ondas de choque, e o transporte macio.
Entre outras coisas, usado para calcular o teste
padro do fluxo de ar nas asas de um avio. Foi
estudada e aplicada por muitas dcadas.
.
Um problema sobre as equaes de Navier-Stokes,
que nunca foi solucionado desde 1900, faz parte da
lista dos Prmios Clay e a sua resoluo vale
US$1000000.
Hidrulica Aplicada tubulaes http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido
Entende-se por conduto forado quele no qual o
fluido escoa plena seo e sob presso. Muitas
vezes os condutos de seo circular so chamados de
tubos ou tubulaes. Um conduto dito uniforme
quando a sua seo transversal no varia com o seu
comprimento. Se a velocidade do fluido em qualquer
seo do conduto no variar com o tempo, o regime
de escoamento dito permanente.
A densidade dos lquidos, ao contrrio do que se
passa com os gases, varia muito pouco quando se
varia a sua presso ou temperatura. A ttulo de
exemplo, considerando que a gua tem
compressibilidade igual a 5.10-5
cm