FTQBmP solidario · 2016. 2. 25. · 06 - Onde estiver o nosso olhar… Estará o nosso Tesouro!...
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04 - Editorial Manuel Amial
05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente
06 - Onde estiver o nosso olhar… Estará o nosso Tesouro! Confhic
07 - Sentido e Sentidos Américo Ribeiro
08 - Irmão: Vale a pena servir Frei Bernardo Domingues, O.P.
09 - Plano de Emergência Social Padre Lino Maia
10 - A Pobreza Imerecida Professor Daniel Serrão
12 - Não será a actual crise as dores de parto de uma nova civilização? Professor Eugénio da Fonseca
14 - Férias com Obra 2011 João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
18 - Ecos de umas Jornadas Padre Jose Maia
19 - Remendos novos em panos velhos Cónego Rui Osório
20 - Voluntários Romenos de visita à ODPS Pedro Pimenta
26 - Pérolas de Memória Mosui Tibor
28 - Sardinhada nos Carvalhos João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
30 - Arraial Sénior João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
32 - Nós acreditamos Maria Teresa Souza-Cardoso
35 - Mensagens Espaço Solidário…Amigos em crescendo!
Portugal está a afastar-se dos Objectivos do Milénio traçados pelas Nações
Unidas em 2000 para serem alcançados em 2015, mercê da crise que assola o
país.
São cada vez mais os pobres.
São já muitas as famílias em risco de exclusão social, assoladas pelo de-
semprego e pelo sobreendividamento.
São já bem perceptíveis situações de fome.
A primeira das oito metas dos Objectivos do Milénio – erradicar a pobreza
extrema e a fome – pode ficar comprometida.
Depois de vários anúncios do Governo de subida drástica dos impostos
que fragilizam a maioria da população portuguesa, eis que surge um programa de
apoio social pela mão do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro
Mota Soares, que merece o nosso aplauso.
O Programa de Emergência Social recentemente lançado, contém várias
medidas abrangendo cinco áreas essenciais – as famílias carenciadas, os idosos,
as instituições sociais, os deficientes e o voluntariado.
Esperamos que este programa seja ágil, rápido e não burocrático de forma
a chegar o mais depressa possível às pessoas carenciadas, envolvendo as insti-
tuições de solidariedade social que estão no terreno e que conhecem as situações
de risco.
Os dois milhões de pobres que existem na sociedade portuguesa precisam
rapidamente de apoio e de esperança!
O tempo urge!
PREOCUPAÇÃO SOCIAL EM TEMPO
DE CRISE
Recomeça a vida, para quem teve férias, conti-
nua a vida e o que fizermos dela, nossa e dos outros.
A Obra Diocesana e todos os que lhe dão cor-
po e alma sabem isto muito bem, que temos a vida
que damos aos outros, dia a dia, mão a mão.
Aos pequenos, de idade ou condição, a todos e
cada um, onde estão ou onde vamos, solidariamente,
concretamente.
E ganhamos sempre, com o que damos, com
o que dermos plenamente: uma atenção, um ca-
rinho, uma resposta precisa e útil.
Todo o bem faz ricochete e beneficia
quem o faz.
Só crescemos na dádiva de nós mesmos, só
guardamos para sempre o que damos agora. Porque,
como escreveu S. Paulo, “só a caridade nunca acabará”.
Temos muitos sinais disso. Lembramos com gosto e gra-
tidão a memória dos que fizeram o bem, sobre tudo desses: São
Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, a Madre Teresa de
Calcutá, tantos outros e outras que, ainda antes de estarem nos
altares dos templos, já estavam no altar dos corações.
Dos nossos corações e do coração de Deus!
O que eu desejo também e muito especialmente
para todos que integram a nossa Obra Diocesana de Pro-
moção Social, é que o tempo que se segue, o tempo
todo, seja uma ocasião bela e muito preenchida, para
crescerem na caridade e na verdadeira felicidade que
só ela unicamente proporciona.
Muito cordialmente
+ Manuel Clemente
Mensagem
Te olhamos Senhor!
Tu o vencedor de todas as debilidades
De todas as nossas resistências.
Concede-nos a alegria pura
Que brota da profundidade de nós
Onde colocaste a fonte da alegria e da verdade.
Te olhamos Senhor
E nos sentimos olhados por Ti
Numa aceitação incondicional do que somos.
Que a nossa alegria esteja sempre enraizada
Na certeza da Tua procura constante de nós
Na Tua vinda constante à nossa casa.
Te olhamos Senhor
Para agradecer as mais variadas formas
Como nos visitaste hoje
Em todos os que servimos com amor.
Que a nossa hospitalidade se expresse na afabilidade
De uns para com os outros
E na mansidão das nossas relações quotidianas.
Te olhamos Senhor
Para agradecer a forma positiva como nos olhas
A forma única como nos amas.
Revigora a nossa vida neste olhar recíproco
E recorda-nos sempre
Que onde estiver o nosso olhar aí estará o nosso tesouro!
A título de partilha descrevo.
Como tenho por hábito e tam-
bém porque gosto pensar e reflectir,
com acentuada regularidade, sobre a
vida e os numerosos segmentos, di-
mensões que a mesma abarca no seu
todo, um todo cheio de incógnitas,
emoções, lembranças, sentimentos,
projectos, cores quentes e frias, olhares
concretos e dispersos, tempos, espa-
ços próximos e longínquos… concluo,
sempre, que o seu real sentido pode
estar concentrado em apenas algumas
palavras, palavras simples, mas repletas
de sabor e saber:
Deus, amor, amizade, arte,
serviço, contemplação, esperança,
sentidos, acreditar…
Estes vocábulos convergem es-
sências de desejos e trabalho numa bus-
ca constante de encontrar sugestões,
perspectivas, respostas, caminhos…
As sugestões são inúmeras e
diversificadas.
As perspectivas apontam e de-
senham diferentes modos de brilho e
aperfeiçoamento.
As respostas perfilham consenti-
mentos, inteligências iluminadas, vonta-
des fortes e braços desembaraçados.
Os caminhos, embora trans-
versais e cobertos de sinuosidades,
oferecem hipóteses, se assim o enten-
dermos, de se percorrerem com avan-
ços e recuos, alegrias e tristezas, mas
chegar a destinos favoráveis e cheios
de encanto natural e humanizado onde
a observação meditativa pode mostrar,
com nitidez e interioridade, a admirável
obra ou arte da Criação inspirada na na-
tureza e enriquecer a consciência inscri-
ta num ambiente, numa cultura, numa
sociedade, numa história…
Neste vaguear de ideias, orga-
nizadas em pensamentos, que definem,
conceptualizam e caracterizam os fenó-
menos que vou analisando, compare-
cem, inevitavelmente, os sentidos: visão,
audição, olfacto, paladar e tacto e, de
novo, redescubro o sentido de viver
fulgurando questionamentos, inte-
racções e vastas aprendizagens.
Como são importantes, neces-
sários e complexos!
Dou graças a Deus pelos sen-
tidos e através deles encontrar vida na
vida!
Poder apreciar o mundo,
sentir o mundo, ajudar o mundo…
Neste reconhecimento e grati-
dão a Ele, não consigo deixar de pensar
naqueles que sentem a falta de algum
ou de alguns e, por tal, o sentido fica
por terra… esvanece-se num deserto
de frustrações em que o sol, apesar de
existir, não vive…
Invoco aqueles, colocando-me
na sua pele, se for capaz disso, que têm
todos os sentidos, mas escasseiam-lhes
os recursos e conhecimento para tirar
partido deles e encontrar o sentido!
Sentido de vida!
Sentido de vida sustentado
na esperança e na fé!
Não podemos ficar acomoda-
dos e conformados, precisamos de fa-
zer, de continuar a edificar a obra, que
por ser tão grande e comovedora torna-
se infindável.
Fazemo-lo, mas com convicção
no acreditar para minorar as situações
de risco, para imprimir confiança, para
situar e defender, para fortalecer os
corações desesperados, e são tantos!
E não desperdiçar sinergias e oportuni-
dades.
Temos de potenciar meios e
facilitar acções, que dão visão a nós e
aos outros, que dão sentidos e sentido
rumo aos princípios e valores, afirmando
dever e cumprimento em prol de uma
sociedade mais justa e harmoniosa.
Sentido e sentidos, uma du-
alidade que dita vida na escultura
do social contemporâneo!
É necessário que a nossa intervenção junto dos doentes, atenta e discre-
ta, não esmoreça mas antes se valorize e enriqueça cada vez mais a favor de to-
dos os que sofrem, dos que estão sós, marginalizados e em solidão física afectiva,
com a auto-imagem em crise.
A nossa disponibilidade e acção deve garantir e promover o acolhimento
pela:
ATENÇÃO empática e acolhedora que vence as nossas indeferenças e
distracções perante os outros, respondendo às respectivas carências aqui e ago-
ra, aceitando as legítimas diferenças.
PROXIMIDADE que supera as distâncias, os preconceitos, as cerimó-
nias, as convenções e os comodismos: torna-se próximo tendo em conta a res-
pectiva cultura, estatuto e situação.
PRESENÇA que ultrapasse a pressa, o desconhecimento, a rotina e o
egocentrismo: torna-te próximo sem manipular nem julgar ninguém.
ESCUTA que exige saber ouvir inteligentemente o que o outro tem para
dizer, guardando tudo no segredo do coração atento, compreensivo e discreto.
DIÁLOGO que reclama atitude acolhedora e palavras, poucas, simples e
oportunas, que sejam estimuladores da pessoa em crise de identidade.
PARTILHA que, mantendo a adequada distância crítica, proporcione pôr
em comum sobretudo o tempo, o coração e a esperança, respondendo às ne-
cessidades de cada pessoa envolvida no processo, incluindo Equipa de Saúde e
respectiva Família.
AJUDA CONCRETA que deverá ser proporcionada às necessidades da
pessoa que sofre e que espera o acolhimento, a compreensão promotora da li-
berdade e responsabilidade.
Todos os os doentes, de modos e em graus diversos, são postos à prova
não só na sua confiança perante a vida, como até na sua fé perante Deus e a
eventualidade da morte.
Aprende a saber parar, a saber estar, a saber dar como o Bom Samaritano
da parábola que tem a coragem de regressar a casa pelo mesmo caminho, só
para acompanhar uma vez mais a pessoa que encontrara caída nas estradas da
vida.
“VAI E FAZ TU DA MESMA FORMA”, respondendo às situações anó-
malas de modo que ninguém sofra a exclusão.
Vence o complexo de Jonas e abre-te ao outro, apoiando-o quando e
como ele precisar.
Assume a felicidade da solidariedade gratuita…
Aguardado com indisfarçável
expectativa, foi apresentado o Progra-
ma de Emergência Social (PES).
São quase cinquenta medidas
de apoio direccionado à família, de en-
volvimento do voluntariado, de promo-
ção do emprego, de reconhecimento
das Instituições de Solidariedade e de
valorização das pessoas com deficiên-
cia. Para quatro anos e com avaliação
semestral e com aplicação progressiva
antes de expirado o penúltimo trimestre
do corrente ano.
O PES define-se como “um pro-
grama assente na promoção e protec-
ção de direitos de muitos que são os
mais excluídos e de muitos que estão
numa situação de tal desigualdade, que
se exige uma resposta social excepcio-
nal”. Também afirma que “o mais impor-
tante hoje é promover direitos e apre-
sentar medidas que possam minorar
o impacto social da crise, que possam
constituir uma “almofada social” que
amorteça, para muitos, as dificuldades
que agora atravessam”.
Apela à efectivação de uma rede
nacional de solidariedade para a sua
concretização e pede ajuda às IPSS,
Misericórdias e Mutualidades por serem
as Instituições que estão permanente-
mente no terreno a responder às neces-
sidades das pessoas que mais preci-
sam. Afirma ainda o texto do PES que
se trata de “um programa que não
significa mais Estado, significa sim
mais IPSS e melhor politica social”.
Deste Programa podemos infe-
rir que o sector social solidário e, par-
ticularmente, as IPSS estão perante
um mundo de oportunidades, mas
também, perante um mar de difi-
culdades. Sempre, ao longo da sua
existência, as nossas instituições se
confrontaram com enormes dificulda-
des que tentaram ultrapassar, através
da solidariedade dos seus membros,
das comparticipações dos seus utentes
e naturalmente através do pagamento,
por parte do Estado, de parte dos servi-
ços que prestam para promoção e pro-
tecção dos direitos dos mais desfavo-
recidos. É este vértice da pirâmide que
assume explicitamente que não dispõe
dos meios financeiros necessários para
fazer face às carências actualmente
existentes.
Alguns olhares podem e de-
vem ser lançados sobre o Programa
de Emergência Social. Entre todos, um
se destaca: o PES pode aparecer
como tendencialmente subordina-
do a uma lógica assistencialista e
não propriamente a uma lógica de
promoção integral de todos e de
cada um para um futuro de autono-
mia e de defesa da sua dignidade
pessoal.
Muito embora, por vezes, o ró-
tulo assistencialista seja mais empola-
mento do que indicador de natureza, é
um olhar possível, como também outros
o são. Mas, em tempos em que muitos
se confrontam com o risco de fazer en-
grossar o número dos pobres e em que
os pobres se confrontam com acresci-
das dificuldades de sobrevivência é im-
perioso e urgente que tudo seja feito por
todos para “assistir” na minoração do
sofrimento de todos aqueles que amar-
gam na angústia dos tempos presentes.
Com sinais de esperança.
O anúncio de um oásis em tem-
pos vindouros não será suficiente para
contrariar alguma revolta emergente, ou
para eliminar as dores e as lágrimas das
muitas famílias que estão em crise e na
crise se desagregam, ou para contrariar
o aumento do desemprego e as suas
sequelas, ou para atenuar os perigos
que afectam os sobre-endividados, ou
para confortar os muitos pais que cho-
ram nos ombros dos filhos porque não
têm que lhes dar.
O PES é um valioso instru-
mento para a atenuação de sofri-
mentos. Também para contrariar al-
gum aumento da pobreza e das suas
manifestações. Para já, isso. E sendo
tal já está amplamente justificado. Não
é um programa de erradicação da
pobreza.
Os tempos são de crise. E a
crise também gera oportunidades. A
esperança reforçar-se-á se os tempos
difíceis forem minorados com um PES
que também se assuma como semen-
te do desígnio nacional de erradicação
daquela pobreza que é sempre um mal
e manifestação de injustiças.
Copiei este título de um cé-
lebre discurso de D. António Ferreira
Gomes, feito quando era Bispo do
Porto, cujo título era “A miséria ime-
recida.
Referia-se o Bispo à partilha
das propriedades pelos herdeiros, em
famílias numerosas, quem em uma ou
duas gerações levava à miséria de to-
dos.
A esta miséria chamou o Bis-
po imerecida e propunha uma espécie
de esquema semelhante ao do antigo
morgadio, mas com responsabilida-
des para o herdeiro que ficava com a
totalidade das propriedades, para que
fosem rentáveis.
Mas não é este o tema desta
crónica.
O que quero aqui trazer
para a reflexão de todos nós é a
grave situação que estamos a tes-
temunhar do que se chama pobre-
za envergonhada e que eu prefiro
designar por pobreza imerecida.
Esta semana na Avenida dos
Combatentes sou abordado por uma
Senhora dos seus sessenta anos, ves-
tida com uma roupa que há uns anos
seria própria de pessoa da classe mé-
dia, que me disse: não sei o que vai
ser de mim, não tenho dinheiro para
comprar gás, não posso fazer comida.
Pode ajudar-me a juntar 25 euros? Dei
o meu contributo, tão envergonhado
de estar a sair do meu automóvel que
nem consegui olhar direito para ela.
Ali ao lado estava a imponente
Igreja de Santo António das Antas. Dei
comigo a pensar que esta situação de
pobreza imerecida, na nossa cidade
do Porto e na paróquia das Antas era
um desafio para a Igreja Portuca-
lense. Não era um problema do Esta-
do nem do governo que o representa.
Era um problema da nação e da parte
desta nação que vive no Porto e nas
Antas. E daquela Senhora que deve
ter vivido bem, cumprindo uma tare-
fa social, certamente modesta e sim-
ples, e que agora, na sua velhice, está
reduzida à pobreza e a pedir a ajuda
dos outros. Abrindo a sua intimidade à
compreensão ou à indiferença de des-
conhecidos que passam.
Nos anos 50, quando estu-
dava para ser médico, fui vicentino e
aprendi o que era a pobreza e como
atenuá-la.
Não era com subsídios do go-
verno, nem com rendimentos mínimos
garantidos por via de um serviço cen-
tral estatizado.
Era conhecendo as pessoas,
visitando-as, testemunhando as suas
necessidades e resolvendo-as com a
ajuda voluntária dos que podiam aju-
dar. Não levava dinheiro, mas sim bens
e serviços necessários, que garantiam
habitação, alimentação e saúde. Ao
fim de duas ou três visitas já eramos
amigos e toda a “ilha” me recebia com
alegria e esperança.
Com o aparecimento do que
se chama o Estado-Providência ou
Estado Social, esta actividade vicen-
tina parece que passou de moda e é
o Estado, pelo seu governo, mais so-
cialista ou mais social-democrata, que
tem a responsabilidade de fazer desa-
parecer a pobreza.
A prática tem mostrado que
esta solução é ineficaz, e muitas vezes,
injusta. Desde a generosa decisão do
Eng. Guterres quando era Primeiro Mi-
nistro até aos nossos dias, com diver-
sos nomes e diversas metodologias
QUE OS GOVERNOS EXTINGUEM
A POBREZA DANDO AOS POBRES
DINHEIRO.
Este sistema centralizado e
burocratizado e caro, é claramente
ineficaz. A resposta, sempre extraordi-
nária à campanha do Banco Alimentar
contra a fome, mostra que as pessoas
sabem de certeza que a solução esta-
tal é ineficaz. E a Senhora pede para o
gás na Avenida.
E é também muitas vezes in-
justa. Um casal, titular do rendimento
mínimo garantido, porque estava sem
emprego, vivia NUMA MORADIA DE
ALTO CUSTO ONDE PRODUZIA DRO-
GA QUE LHE DAVA MUITOS MILHA-
RES DE EUROS MENSAIS.
Os vizinhos suspeitavam de
algo estranho, mas o Serviço do ren-
dimento de inserção não sabia de
nada e pagava mensalmente a estes
pobres… Casos como este são co-
mentados em toda a parte porque as
pessoas sabem, num meio pequeno
quem são os que não precisam da
ajuda financeira do Estado para vive-
rem bem; conhecem-nos e estranham
que sejam titulares de ajuda financeira
do Estado. E também sabem quem
precisa de uma ajuda.
Face a esta ineficácia e injus-
tiça da intervenção do Governo, pese
embora a sua boa intenção, não es-
tará na altura, agora que as dificulda-
des vão aumentar e os recursos do
Governo vão diminuir, de a Igreja, ao
nível diocesano e, principalmente, pa-
roquial, dar uma vida nova à actividade
vicentina ou equivalente, mobilizando
voluntários para irem descobrir as si-
tuações de pobreza imerecida que
estão à sua volta, na casa ao lado da
sua, na Avenida dos Combatentes,
nas áreas degradadas da Paróquia e
com delicadeza e fraternidade cristã
ajudarem, os que efectivamente preci-
sam, com eficácia e justiça.
Creio bem que sim, que che-
gou a hora.
Esta Obra Diocesana de Pro-
moção Social mostra bem como é
possível à Igreja e aos cristãos faze-
rem bem o serviço aos outros e aju-
darem o Governo a dar cumprimento
ao seu objectivo de apoio social aos
que dele carecem e não aos que dele
beneficiam sem precisarem.
Como tem afirmado o nosso
Bispo, D. Manuel Clemente, as crises
são também oportunidades de criati-
vidade.
Vamos aproveitá-las com
entusiasmo, vamos mobilizar os
crentes, vamos ser Igreja no Amor
ao outro, em nome do Outro.
... as crises são tambémoportunidades de criatividade.
No combate à crise muito se
tem falado (para não dizer que só se
tem falado) na obrigação imperiosa de
ultrapassar o défice externo que con-
duziu a economia portuguesa a uma re-
cessão de uma gravidade, há décadas,
não sentida. O pagamento da dívida
tornou -se a única preocupação dos
nossos governantes. Assumiram com-
promissos com instâncias financeiras
internacionais – a tão badalada Troika
- que devem, sem dúvida, ser respei-
tados. E estão a fazê-lo de forma tão
rigorosa que, nalgumas áreas, têm ido
mesmo para além das exigências con-
sensualizadas. Cumprir as obrigações
aceites, é um imperativo moral que dig-
nifica o povo português, em particular
os seus legítimos representantes. Mas
não terá havido uma desproporcionali-
dade entre os encargos assumidos e as
reais possibilidades para os suportar?
Até parece que não, porque se está a
ir muito além de algumas das exigên-
cias da Troika, numa demonstração de
grande zelo, mas conseguido a partir
da implementação de medidas que tem
arrastado milhares de portugueses e
portuguesas para o limiar da pobreza e
os que já estavam nesta situação resva-
laram para níveis de vida miseráveis. Os
governantes de Portugal poderão estar
a dar sinais de credibilidade aos países
credores, mas à custa do desrespeito
por direitos constitucionais inalienáveis.
Um dos muitos portugueses
que está a confrontar-se com enormes
sacrifícios, dizia-me, há tempos, que
aceitaria com maior compreensão as
restrições que lhe estão a ser impostas,
se tivesse a certeza de que o país, ul-
trapassada esta crise, passasse a trilhar
caminhos de maior equidade social e
no sentido de um desenvolvimento mais
humano e sustentável. É um posiciona-
mento de grande nobreza cidadã. Mas
para que isso seja possível é preciso
ter a coragem de romper com o mo-
delo económico actual e apostar numa
nova ordem política, económica e so-
cial. Esta revolução não está ao alcance
de nenhum país de per si. Exige que as
nações reconheçam, efectivamente, a
falência do regime civilizacional vigente,
sendo a actual crise uma clara evidên-
cia disso, e se unam, a começar pelas
que mais têm contribuído para susten-
tar este modelo, para que sejam alcan-
çadas as transformações indeclináveis.
A ONU é a instância mais apropriada
para alcançar essa unidade, justifican-
do a verdadeira razão da sua existência,
já que, actualmente, tem demonstrado
estar subordinada aos interesses das
grandes potências mundiais.
Por outro lado, é indispensável
assumir que esta crise mais que finan-
ceira e económica é de natureza ética,
convertendo-se, por isso, numa crise
antropológica que aponta para uma
«nova síntese humanista», como refere
Bento XVI, no número 21 da Encíclica A
Caridade na Verdade (CV). Para que este
novo humanismo seja uma realidade há
que optar, com coerência, pela defesa e
“Os governantes de Portugal poderão estar a dar mas à custa do desrespeito
promoção da justiça e do bem comum
como «via institucional – também polí-
tica, poderia até dizer-se – da caridade
(CV, 7). Por esta via se conseguirá re-
conhecer a dignidade da pessoa como
sujeito e fim das instituições e o desti-
no universal dos bens como recurso
fundamental para um desenvolvimento
integral e solidário de todos os seres
humanos, demonstrando assim como a
construção da justiça e o bem comum
estão mutuamente implicados.
Na verdade, o que está em cau-
sa é a criação de um «modelo de cres-
cimento ético e sustentável» que exige
uma nova visão do desenvolvimento
integral e uma equidade global. Para
que isso seja possível é necessário pôr
a economia ao serviço das necessida-
des sociais (tanto das pessoas como do
meio ambiente) e reduzir, activamente,
as desigualdades e a pobreza, a partir
da efectivação da Declaração Universal
dos Direitos Humanos. Colocar a eco-
nomia à escala humana faz com que a
racionalidade económica não se iden-
tifique, prioritariamente, com o lucro,
a usura, a racionalidade formal, mate-
mática ou numérica, mas que esteja
direccionada para a edificação de uma
sociedade mais justa que consiga recur-
sos suficientes para todas as pessoas e
sistemas de protecção social que salva-
guardem a satisfação de necessidades
de bem-estar elementares; que garanta
trabalho digno para todos; que aposte
em politicas activas, especialmente, para
grupos mais vulneráveis, promovendo a
relação formação-emprego-protecção.
Esta nova visão da economia e
do desenvolvimento obriga também à
implementação da «cultura do dom»,
ou seja, a articulação entre as relações
antropológico-sociais básicas que são,
entre outras, a reciprocidade, a redis-
tribuição justa dos bens, o intercâmbio
cultural e religioso. Só assim se conse-
guirá que a gratuidade, a prática do vo-
luntariado, a comunhão de bens, a eco-
nomia social e solidária sejam factores
chaves para uma nova civilização.
Os governantes do nosso país
poderiam, aproveitando o combate à cri-
se, tentar ensaiar alguns aspectos desta
nova ordem. Como? Não dispensando
uma análise ética das implicações das
medidas de austeridade que tiverem de
criar; colocando à frente dos interesses
corporativos os do bem comum; redis-
tribuindo, com maior equidade, os sa-
crifícios indispensáveis; subordinando
o poder económico ao poder político;
fazendo, como prometeu o actual Go-
verno no seu programa, que «ninguém
fique para trás».
É evidente que a construção
de uma nova ordem mundial exige o
envolvimento e compromisso de todos
que se alcançará pelo diálogo aberto
e constante, entre os actores políticos,
económicos, sociais, culturais e religio-
sos. Basta querer! Que seja este um dos
bons frutos deste tempo carregado de
tantas angústias, mas mais ainda de ali-
ciantes e esperançosos desafios.
sinais de credibilidade aos países credores, por direitos constitucionais inalienáveis.”
Depois de dois anos plenos de
êxito, a actividade “Férias com Obra”
renovou-se e recriou-se como uma ini-
ciativa enriquecedora das crianças da
Obra Diocesana de Promoção Social,
procurando torná-las, no futuro, adultos
satisfeitos e responsáveis.
Mais uma vez este sucesso só
foi possível devido ao enorme empenho
e experiência do Grupo Múltipla Esco-
lha, liderado pelo Dr. Tiago Veloso, e
pela disponibilidade de educadoras de
infância, ajudantes de acção educativa,
motoristas e Conselho de Administra-
ção da Instituição.
Este ano, na sequência de inú-
meros pedidos, as actividades esten-
deram-se por mais uma semana, per-
mitindo assim o usufruto de inúmeras
experiências ao longo de dez dias.
Este campo de férias contou com
a presença de mais de 900 crianças, que
iniciaram o seu período de férias com um
divertido e saudável convívio, repleto de
animação e actividade física.
Ao longo do mês de Julho, as
iniciativas multiplicaram-se. As compo-
nentes lúdicas, recreativas e desporti-
vas conjugaram-se em dias que incluí-
ram, entre outros:
• Dia olímpico – corridas de
velocidade, lançamentos, salto em altu-
ra, salto em comprimento, estafetas.
• Dia da piscina – adapta-
ção ao meio aquático, brincadeiras na
água.
• Dia da praia – banho no mar,
surf e bodyboard, construções na areia,
futebol de praia.
• Dia multi-desportos – fute-
bol, basquetebol, andebol, voleibol, ru-
gby e frisbee.
• Dia radical – escalada, ra-
ppel, slide, zarabatana e tiro com arco.
• Dia do campo – peddy pa-
per e actividades temáticas no Parque
da Cidade do Porto.
• Dia Omnikin – um leque de
novas e inovadoras actividades des-
portivas, entre as quais kin-ball e uni-
hockey.
• Dia animado – visita ao Jar-
dim Zoológico da Maia e insufláveis.
Para as crianças da creche, as
actividades foram devidamente adapta-
das à sua faixa etária, merecendo des-
taque as seguintes:
• Dia selvagem – dedicado às
pinturas corporais e expressão motora.
• Dia animado – as crianças
tiveram à sua disposição tinta e um es-
paço próprio para poderem pintar utili-
zando o seu próprio corpo.
• Dia do cinema, dia da músi-
ca e dia sensorial.
As Férias com Obra propiciaram
a muitas destas crianças dias cheios de
contacto com a natureza onde não fal-
taram a alegria e o salutar convívio.
“Foi muito fixe. Adorei a foca! Também gostei de ver os macacos e os leões.”Carina Rodrigues (9 anos)
“Gostei muito de ir à praia com os meus amigos. Aprendi a fazer surf!”Rúben Lopes (7 anos)
“Ao princípio tinha medo, mas depois gostei bastante do slide. Podia ser mais vezes…”Luana Ferreira (5 anos)
“Nunca tinha andado de metro e foi muito giro. Adorei os monitores que são simpáticos e muito amigos.”Martim Barbosa (12 anos)
A “crise” tomou conta de tudo quanto é notícia, contestação, proposta, dis-
cursos!
As classes populares andam assustadas!
Não está a ser fácil conviver com a experiência amarga de sentirem,
na sua gestão doméstica, o que significa redução do poder de compra e
aumento do custo de vida!
Veio escrito nestes dias, sem ter sido desmentido, que o passivo das em-
presas públicas do Estado (ou seja, o volume de prejuízo acumulado), atinge o
montante de 57 mil milhões de euros!
O bom povo começa a perder a paciência com tantas dívidas que amea-
çam o nosso presente e compromete o futuro das novas gerações. A expressão
“isto é um absurdo” começa a fazer parte da linguagem de protesto de muita
gente, vai subindo de tom e poderá desencadear um alarme social!
Entretanto, e a par destes gritos impaciência e desânimo, foi bom ouvir a
Igreja em Portugal, por ocasião do 27º Encontro Nacional de Pastoral Social, fa-
zer-se eco de várias “denúncias” que interpretam o sentir dos crentes e das comu-
nidades cristãs, ao mesmo tempo que proclamou alguns “anúncios evangélicos”
acompanhados de propostas/interpelações capazes de aliviarem as situações de
pobreza de muitas famílias que buscam na Igreja a “hospedagem” de que fala a
parábola do bom samaritano, que Jesus nos contou para chamar a atenção para o
nosso “próximo”: o outro, a nossa “alma gémea”!
A gente já sabia… mas foi bom ouvir recordar que a “acção social da
Igreja abarca a saúde, as pessoas que estão um pouco à margem, os de-
sempregados”.
Foi preciso que surgisse uma “crise colossal” para que se pedisse
às paróquias que, em pé de igualdade com a “catequese” e a “liturgia”, se
colocasse também a “caridade”, através de iniciativas de o acolhimento e
da construção de respostas sociais que previnam situações de exclusão
e desânimo?!
Quem considerava “uma espécie de moda” o envolvimento de muitas
comunidades cristãs em projectos de acção pastoral (de cariz social), talvez fique
agora a compreender melhor que, como diz S. Paulo, “sem caridade…nada so-
mos” (1 Coríntios, 3,1-4).
Gosto de ler António Lobo Antunes, com apreço especial pelas suas cró-
nicas. Apreciei que a subdirectora do “Jornal de Notícias”, Ana Sousa Dias, aqui
há tempos, a propósito das anunciadas 50 medidas do Programa de Emergência
Social (PES), prometida “almofada” para tirar dores de cabeça a três milhões de
portugueses em crise, até 2014, tenha lembrado aquele celebrado escritor. Dizia
em síntese: “Na minha família os animais domésticos não eram cães nem
gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram po-
bres”. E acrescentava sobre os pobrezinhos: “De preferência descalços, para
poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem
vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natu-
ral de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma emba-
lagem de aspirina”.
Quando há incapacidade de reformas estruturais, a conjuntura pode re-
mediar-se com o assistencialismo, mas quem mais perde são os pobres. O assis-
tencialismo não passa de recurso passageiro, que, tarde ou cedo, deixa tudo na
mesma ou até pior.
Tinha razão Bento XVI, quando escrevia, em 2009, na encíclica “Caritas
in veritate” (A caridade na verdade): “é preciso que as finanças enquanto tais
- com estruturas e modalidades de funcionamento necessariamente renovadas
depois da sua má utilização que prejudicou a economia real - voltem a ser um
instrumento que tenha em vista a melhor produção de riqueza e o desen-
volvimento”.
Os critérios que regem as leis do mercado, do lucro e dos bens materiais
regulam também as relações humanas, familiares e sociais, até com reflexos em
algumas atitudes religiosas que, por anemia profética, vão na onda das promes-
sas milagrosas.
Veja-se como o individualismo teima desconsiderar as atitudes altruístas,
solidárias e fraternas. Tantas vezes, os pobres não passam de supérfluos e des-
cartáveis.
Como não reagirmos perante a ausência de condições mínimas para uma
vida digna com educação, saúde, trabalho, habitação, enfim, com a falta escan-
dalosa de efectiva protecção à vida e à
família, às crianças e idosos, com jo-
vens impreparados e sem oportunida-
de para uma ocupação profissional?
Para tudo isso, não bastará
um PEC, por mais generoso que seja.
Não se deve dar por caridade o que é
devido por justiça. Os pobres ficarão
realmente menos pobres?
As causas persistentes da crise
são muitas e interligadas. Dizem respei-
to às incontáveis carências das mínimas
condições que grande parte de nossa
população sente dramaticamente.
A Igreja tem sido incansável
em Portugal na ajuda aos mais pobres.
Desejaria, no entanto, que fosse mais
profética ou crítica quanto baste face
a algumas medidas do Governo e das
ajudas externas a que recorre e com
que justifica todas as austeridades,
descuidando os planos de um efectivo
desenvolvimento. Bem sei que, por toda
a União Europeia, se apregoa a excelên-
cia da doutrina da austeridade expansi-
va, como se fora um elixir económico.
Mas, se calhar, assim, estamos apenas
a deitar remendos novos em panos ve-
lhos, sem sairmos da cepa torta.
Quem dera que esteja enga-
nado!
“Quando há incapacidade de reformas estruturais, a conjuntura pode remediar-se com o assistencialismo, mas quem mais perde são os pobres.”
Inspirado nesta bela frase “A
Vida só tem sentido se…” frase com-
plementada por muitas crianças na
Festas dos Finalistas do Carriçal, en-
contrei a razão para escrever estas li-
nhas. E o meu complemento é… “nos
amarmos uns aos outros”.
Para mim a palavra chave da
vida é “AMOR”. Sem amor a vida não
tem sentido. Senão vejamos: Ama-
mos a DEUS, os nossos Pais, Irmãos,
Filhos, Família, Amigos, a Pátria, a Na-
tureza (infelizmente cada vez menos…),
o nosso Trabalho, o nosso Clube, mas
devemos AMAR SOBRETUDO O
NOSSO PRÓXIMO. Poderia escrever
mais de mil maneiras de AMAR, mas
simplesmente AMAMOS.
Ora, a descrição que me pro-
ponho fazer relata, entre muitas visitas
feitas a outras Instituições no Porto e
Norte do País, a visita a três dos nos-
sos Centros de um grupo de AMIGOS
ROMENOS.
Esta Amizade nasceu há cer-
ca de um ano através de um Progra-
ma Europeu chamado Grundtvig com
dois sub-programas “The Voice of the
European Seniors” e “Intergeneratio-
nal Learning for Social Inclusion” e que
contou com a participação de volun-
tários da “Associação Vida – Lourosa
– Portugal”, “ Asociatia Orizont Cultural
T’’ - Craiova e “Fundatia Centrul Edu-
cational Soros” - Miercurea Ciuc, am-
bas da Roménia.
Em Setembro de 2010, eu e
mais três Amigos Portugueses, es-
tivemos como voluntários, durante
3 semanas em Craiova na Roménia.
Agora, durante três semanas do mês
de Julho, recebemos a visita de vo-
luntários romenos das cidades atrás
referidas.
A finalidade deste intercâmbio
é conhecer a realidade dos dois Paí-
ses através da troca de experiências
relativamente aos equipamentos, ao
ensino, ao apoio (como actuamos e
porquê) desde a infância até à idade
maior (creches, centros de apoio a jo-
vens e a seniores). Sempre que possí-
vel, “TODOS” tivemos a oportunidade
de interagir com os utentes das Insti-
tuições visitadas.
Como seria de esperar a rea-
lidade de cada País é bem diferente
mas, com este intercâmbio, “TODOS”
podemos aprender para fazermos
melhor.
E agora uma breve descrição
da passagem dos nossos “AMIGOS
ROMENOS” por três Centros da
ODPS:
15 Julho – S.TOMÉ E CARRIÇAL Os nossos Amigos foram ex-
tremamente bem recebidos (palavras
suas), não só pelos responsáveis do
Centro como pelos restantes colabora-
dores. Tiveram oportunidade de convi-
ver com os Seniores que frequentam o
Centro de Dia, com quem contactaram
e trocaram lembranças. Assistiram a
um belo espectáculo de teatro, apre-
sentado pelos utentes Seniores, e de
danças pelas crianças do ATL.
Percorreram todas as nossas
instalações, onde para além de co-
nhecerem como são e como se tra-
balha em todas as nossas valências,
tiveram também a oportunidade de
interagir com os nossos colaborado-
res, com as crianças e com os utentes
do Centro de Dia.
À hora do almoço (excelente
como é norma nos nossos Centros) ti-
vemos a presença do nosso Presiden-
te – Sr. Américo Ribeiro - presença que
muito sensibilizou os nossos visitantes,
assim como o colega do Conselho de
Administração, Sr. Manuel Amial e, en-
tre outros, dos nossos Directores, Dr.ª
Mónica Taipa de Carvalho e Dr. João
Miguel Pratas.
Foi um dos momentos altos
deste dia pela confraternização e ale-
gria que se via estampada em todos
os rostos, em particular, dos nossos
Amigos.
Da parte da tarde teve lugar o
momento mais especial, diria mesmo
mágico, a Festa dos Finalistas. Com
uma organização exemplar e com os
merecidos elogios dos nossos visitan-
tes assistimos, assim como os Pais e
Familiares das Crianças, a uma ceri-
mónia religiosa presidida pelo Exmo.
Sr. Padre David, que ultrapassou tudo
o que podíamos imaginar.
Com o recinto ao ar livre re-
pleto, fomos assistindo, encantados,
a toda esta festa participada pelas
crianças mas também pelos seus fa-
miliares.
Pela opinião recolhida junto
dos nossos Amigos foi um dia que
ficará gravado nas suas memórias.
As fotografias desta visita e
das que fizemos aos outros Centros,
demonstram a alegria vivida por todos
os presentes.
18 Julho – RAINHA D. LEONORNeste Centro, como no an-
terior, a recepção, foi extremamente
agradável. Começamos a visita pelas
valências de apoio às crianças - cre-
che e ATL. Os nossos Amigos foram
brindados com algumas danças e
até com teatro de marionetas. A inter-
acção com as crianças foi muito boa
e, como podem ver em muitas foto-
grafias dos vários Centros, os nossos
visitantes interessaram-se muito por
tudo o que viveram, fazendo pergun-
tas e tomando apontamentos.
Aqui, como nos outros Cen-
tros, tudo foi dado a conhecer aos
nossos visitantes, desde as salas
onde se desenvolvem as actividades
das várias valências, até às cozinhas,
refeitórios, etc.
Depois do almoço (partilhado
com os nossos utentes e com a mes-
ma qualidade do anterior), tivemos um
convívio muito interessante com os
nossos Seniores, tendo sido visiona-
das imagens de Portugal e da Roménia
para darmos a conhecer as diferenças
e os encantos dos dois Países.
Antes da hora do lanche ainda
houve tempo para alguns se aventu-
rarem “num pé de dança”. Depois do
lanche, e porque este Centro tem uma
localização privilegiada, foram tiradas
algumas fotos tendo como pano de
fundo o “nosso rio Douro”.
Mais uma vez foi realçado, pe-
los nossos Amigos, o profissionalis-
mo e o espírito de entrega dos nossos
colaboradores.
22 JULHO – PASTELEIRAA recepção foi uma surpresa!
Fomos recebidos no hall de entrada
por um grande grupo de crianças que
nos deliciaram cantando duas can-
ções muito interessantes e que conta-
giaram toda a comitiva a cantar com
eles. Foi um momento mágico.
Como aconteceu nos outros
Centros, também aqui estivemos em
todas as valências existentes para as
crianças e no Centro de Dia para os
Seniores.
Mais uma vez, como sempre
aconteceu, a interacção dos nossos
Amigos com as crianças foi especta-
cular – mimaram, brincaram, jogaram
com todos - tendo a manhã passado
rápido e sem darmos conta.
Por volta do meio-dia, a gran-
de surpresa do dia, o nosso Presiden-
te Sr. Américo Ribeiro apareceu, sem
avisar, para passar alguns momentos
com todos nós mas, sobretudo, para
apresentar as despedidas aos nossos
Amigos. Foi um dos momentos mais
altos das visitas efectuadas, pois a ati-
tude do nosso Presidente calou bem
fundo no coração de TODOS. Fiquei
orgulhoso de ouvir frases como:
“O Sr. Presidente dignou-se
vir despedir-se de nós, apesar dos
seus afazeres profissionais” ou ainda
“Ficamos muito honrados com esta
atitude”.
Depois das despedidas e da
partida do nosso Presidente prosse-
guimos a nossa jornada participando
num excelente almoço servido a todos
os utentes.
Seguidamente fomos visitar o
Centro de Dia onde algumas senho-
ras do grupo de voluntários tiveram a
oportunidade de aprender a técnica
para fazer certo tipo de trabalhos ma-
nuais para tapeçaria.
Aqui aconteceu um episódio
muito engraçado. Um casal, que se-
gundo nos disseram estão casados
há 60 anos, ao ver que estavam a ser
fotografados, perguntou: “Senhor fotó-
grafo quando estão prontas? E quanto
custam?” Qual não foi o seu espanto
quando lhes respondi que estes nos-
sos Amigos Romenos apenas queriam
uma recordação da sua passagem por
este Centro e que teriam muito gosto
em lhes oferecer uma fotografia do ca-
sal (não está esquecido, depois de fé-
rias eu mesmo as entregarei).
A tarde ia avançando e a hora
de dizer adeus já se aproximava, tra-
zendo consigo a palavra tão nossa,
tão portuguesa “SAUDADE”.
Saudade sim destes dias tão
bem passados e que o regresso a
suas casas no domingo seguinte iria
deixar nos nossos e, creio eu, nos
seus CORAÇÕES.
Este relato já vai longo e, por
isso, está muito perto de chegar ao
fim. No entanto não quero deixar de
transmitir o sentir dos nossos AMI-
GOS sobre a ODPS, a sua estrutura
dirigente, os seus colaboradores.
A ODPS ultrapassou todas as
expectativas que tinham para estas
visitas, não só pela forma como é di-
rigida e funciona, mas sobretudo por-
que, decorrente dessa gestão, encon-
traram uma Instituição que lhes serve
de modelo e que muito gostariam de
implementar no seu País.
Uma palavra de grande apre-
ço a todos os nossos Colaboradores,
pelo seu profissionalismo, dedicação e
imaginação (adoraram os vossos tra-
balhos com as crianças com material
reciclado) mas, muito especialmente,
pelo AMOR que dão ao exercer as
vossas profissões.
A TODOS os colaboradores
destes Centros, sem excepção, mes-
mo naqueles em que os seus res-
ponsáveis estavam ausentes por fé-
rias ou por doença, queria agradecer
pelo Profissionalismo, pelo Empenho,
PELO AMOR demonstrado nestas
visitas.
Gostaria de vos dizer que,
como Membro do Conselho de Admi-
nistração da ODPS, me senti orgulho-
so de pertencer a esta Instituição.
Muito Obrigado a Todos.
Deixo-vos com as imagens
que como, é usual dizer, “Valem Mais
que Mil Palavras”
By the favour of the Soros Educa-
tional Center Foundation, Vida and Orizont
Cultural T Associations in July 2011 we had
the opportunity to get an insight into your life
visiting some Portugal hospitals, Elderly Cen-
tres and other social institutions.
We were 8 persons, 4 from South
of Romania, Craiova city and 4 from Transyl-
vania, Miercurea Ciuc city, representing the
Hungarian, catholic minority.
I think it is important to mention, that
in Romania live approx. 2 million Hungarian
nationals as minority.
As you already know, Romania is a
democratic, post-communist country from
1989, which is grappling everyday with the
effects of the communism.
I can confirm, that in Romania
the social system is worst, than in Por-
tugal which is a democratic country
from 1974.
As I already mentioned we have
visited some institutions from Santa Maria
da Feira and Porto with our mentors Pedro
Pimenta and Americo Correia who are senior
volunteers of Vida Association.
We also were in the Deficitprodut
workshop, in Maceda, county of Ovar, we
saw children who are suffering of mental
handicap in Cercefeira, and in Castiis -
Sanguedo, all in the county of S. Maria da
Feira and „Obra Diocesana” whose patron
is His Excellency the Bishop of Porto, where
there are 12 Social Centres, spread across
various social quarters of Porto and provid-
ing support to families most in need, from
children to seniors, a total of three thousand
people.
In ODPS we visited four Social Cen-
tres – S.Tomé, Carriçal, Raínha D. Leonor
and Pasteleira.
It was, for us, a very good sur-
prise because we don’t expect to find
this quality of equipments but, most of
all, the professionalism, the love and
treatment give to the children, young
and the elderly.
We think this big catholic organiza-
tion, with more than 400 professionals, has
an important role in the most unfavourable
parts of the population of the city of Porto.
This example will stay, forever in
our hearts.
Our group members were:
Adriana Gherghe, Cicel Gherghe,
Lidia Zamfir and Persida Salcianu from Craio-
va, Péli Irma, Martini Éva, Petres Tivadar and
Mosui Tibor from Miercurea Ciuc.
As you can see our names are much
shorter than Portugal names.
It was a big honour to have this
opportunity to share with you our Portu-
gal experiences in this periodical.
It was amazing to be here in Portu-
gal, the L-9 28-40, biblical quotations said by
Peter came to my mind: “Master! It’s good
to be here. Let’s build up three tents....”
Unfortunately we cannot build
up tents, but in our hearts we can build
up images of a loving and friendly Por-
tugal people!
We saw happy, creative disabled
children and youth, who were very enthusi-
astic; we saw old people crying who were
consoled by their young caregivers; dancing
disabled people, who welcomed us, with a
lot of optimism, love, professionalism.
We didn’t see nervousness,
anxiety, impatience, anger, any negative
behaviour. …
This is the truth, this is what we
felt.
I am convinced that these positive
things are a result of the faith of the religious
Portugal people, of the presence of the Virgin
Marie from Fatima and the hanging crosses
on the walls of all the Institutions. .
We feel very close to Portugal peo-
ple, because we also have Virgin Marie at
Csiksomlyo, as you do in Fatima.
When we came back home, every-
body asked us, how was in Portugal?
Our answer was that Portugal is
full of love.
I would like to take this opportunity
to thank first to Vida Association’s President
Teresa Almeida Pinto and to Soros Educa-
tional Center’s staff, Erika Kocsis - executive
director and our mentor Katalin Ferencz S.
for their unselfish help and for the opportu-
nity to participate on this volunteering stage.
Thanks’ for Pedro Pimenta, Americo Correira
and his wife, Maria, for their restless resist-
ance.
Nevertheless we would like to thank
for all directors, managers, staff for their hos-
pitality, and for all children, youth and elderly
people for the exciting performance, songs,
dances, etc.
We wish you a long life, happiness,
health and God bless you!
You gave us a warm welcome
and an unforgettable life experience, for
this we are very thankful.
Por intermédio do Centro de Educa-
ção Soros Foundation – Miercurea Ciuc, da
Associação “Orizont Cultural T” – Craiova, am-
bas da Roménia e Associação Vida – Lourosa
– Portugal, em Julho de 2011 tivemos a opor-
tunidade de ter uma visão da vida de Portugal
no aspecto do apoio social visitando hospitais,
jardins de infância, centros para idosos e ou-
tras instituições sociais.
Eramos 8 pessoas, 4 do sul da Ro-
ménia, da cidade de Craiova e 4 de Miercu-
rea Ciuc, cidade onde vive a minoria húngara,
católica.
Eu penso que é importante mencio-
nar que vivem, na Roménia, aproximadamen-
te 2 milhões de húngaros, como minorias.
Como sabem, a Roménia é um esta-
do democrático, um país pós-comunista des-
de 1989, que está lutando, todos os dias, para
acabar com os efeitos do comunismo.
Posso confirmar, que na Romé-
nia o sistema social é pior do que em Por-
tugal, que é um país democrático desde
1974.
Como já mencionei, visitamos algu-
mas Instituições das áreas de Santa Maria da
Feira e do Grande Porto, com os nossos men-
tores Pedro Pimenta e Américo Correia, que
são voluntários seniores da Associação Vida.
Estivemos também nas oficinas da
Decifictprodut, em Maceda, concelho de
Ovar, contactamos com crianças que sofrem
de deficiência mental na Cercifeira e ainda no
Castiis – Sanguedo, todas no concelho de
Santa Maria da Feira e a ODPS “Obra Dio-
cesana de Promoção Social”, cujo Patrono é
Sua Reverendíssima o Bispo do Porto, onde
existem 12 Centros Sociais, espalhados pelos
diversos bairros sociais da cidade do Porto e
que prestam apoio a famílias mais carencia-
das, desde as crianças até aos idosos, num
total de cerca de três mil pessoas.
“Mestre! É bom estar aqui.Vamos construir três tendas…”
Na ODPS visitamos quatro Centros
Sociais – S.Tomé, Carriçal, Rainha D. Leonor
e Pasteleira.
Foi, para nós, uma surpresa mui-
to agradável porque não esperávamos
encontrar esta qualidade de equipamen-
tos mas, acima de tudo, o profissionalis-
mo, o amor e o tratamento dado às crian-
ças, jovens e idosos.
Nós pensamos que esta grande or-
ganização católica, com mais de 400 profis-
sionais, tem um papel muito importante nos
bairros mais desfavorecidos da cidade do
Porto.
Este exemplo vai ficar, para sem-
pre, em nossos corações.
Os membros do nosso grupo eram:
Adriana Gherghe, Cicel Gherghe, Li-
dia Zamfir e Persida Salscianu de Craoiva e
Péli Irma, Martini Éva, Petres Tivadar e Mosui
Tibor de Miercurea Ciuc.
Como podem ver os nossos nomes
são muito mais curtos que os de Portugal.
É uma grande honra ter tido esta
oportunidade de compartilhar convosco
as nossas experiências vividas em Por-
tugal neste período.
Foi incrível ter estado aqui, em Portu-
gal, as citações bíblicas ditas por PEDRO “ L-9
28-40”, que vieram à minha mente: “Mestre!
É bom estar aqui. Vamos construir três
tendas…”
Infelizmente, nós não podemos
construir tendas mas, em nossos cora-
ções, podemos construir imagens de um
povo português querido e amigo!
Vimos alegria, de crianças e jovens
deficientes mas criativos, que estavam mui-
to entusiasmados; vimos pessoas de idade
chorando que foram consolados pelos seus
jovens cuidadores; danças de pessoas com
deficiência que nos acolheram com muito
optimismo, amor e profissionalismo.
Nós não vimos nervosismo, an-
siedade, impaciência, raiva, enfim qual-
quer comportamento negativo…
Esta é a verdade, isto é o que
sentimos.
Estou convencido que todas estas
coisas positivas resultam da fé e da religiosida-
de das pessoas em Portugal, da presença da
Virgem Maria de Fátima e pelos crucifixos pen-
durados nas paredes de todas as Instituições.
Sentimo-nos muito chegados às
pessoas em Portugal, porque também temos
a Virgem Maria em Csiksomlyo, como vocês
em Fátima.
Quando voltamos para casa, toda a
gente nos perguntou, como foi em Portugal?
A nossa resposta foi que Portu-
gal está cheio de amor.
Gostaria de aproveitar esta oportuni-
dade para agradecer, em primeiro lugar, a Te-
resa Almeida Pinto, Presidente da Associação
Vida, ao staff da Soros Educational Center, a
Directora Executiva - Erika Kocsis e a nossa
coordenadora Katalin Ferencz S. pela ajuda
desinteressada e pela oportunidade de parti-
cipar neste estágio de voluntariado. Obrigado
ao Pedro Pimenta, ao Américo Correia e sua
mulher, Maria, pela sua resistência irrequieta.
No entanto, gostariamos de agrade-
cer a todos os responsáveis, coordenadores
e equipes pela sua hospitalidade, e a todas
as crianças, jovens e idosos pelo empolgante
desempenho, pelas suas canções, pelas suas
danças.
Desejamos a todos uma longa vida,
felicidade, saúde e que Deus vos abençoe!!
Vocês proporcionaram-nos uma
recepção calorosa e uma experiência de
vida inesquecível, por tudo isso somos
muito gratos.
No dia de São Pedro – 29 de
Junho – realizou-se mais uma grande
sardinhada nos Carvalhos, no parque
contíguo ao Santuário de Nossa Senho-
ra da Saúde. Este evento já ganhou um
lugar cativo no calendário de activida-
des da Obra Diocesana de Promoção
Social, que pretende promover o con-
vívio e o contacto com a natureza ao
maior número de idosos da Instituição.
Deseja-se ainda comemorar a época
dos Santos Populares e todo o espírito
festivo que prevalece nesta altura.
O destino é do agrado de todos,
dado que conjuga uma componente re-
ligiosa, que é bastante valorizada pelos
clientes seniores, a uma outra compo-
nente de festa, alegria e animação.
Cerca de 350 pessoas reuniram-
se para degustar uma típica sardinhada
e um dia de actividades que incluíram
jogos, baile e música.
Da parte da manhã decorreu
um torneio de jogos tradicionais, que
introduziu uma salutar competição en-
tre os idosos dos vários Centros Sociais
da Obra Diocesana. Seguiu-se então o
almoço, com a tradicional sardinhada,
onde não faltou o caldo verde, a broa,
a sardinha assada, acompanhada da
salada de pimento.
Marcaram presença neste dia
vários membros do Conselho de Ad-
ministração, designadamente o seu
Presidente, Senhor Américo Ribeiro, e
o Senhor Pedro Pimenta, Vogal deste
órgão. Esteve ainda presente o Senhor
Padre Lino Maia, Assistente Eclesiástico
da Instituição.
Depois do almoço, aconteceu
o ponto alto deste dia – a actuação do
duo “Broa de Mel”, composto pela Ma-
ria José e José Carlos. Estes amigos
proporcionaram um magnífico espec-
táculo de música popular que deliciou
os nossos clientes. Todos dançaram ao
som de inúmeros êxitos, com especial
destaque para “Passear Contigo”.
Depois de uma tarde muito bem
passada, decorreram dois momentos
importantes – a entrega dos troféus
aos vencedores do torneio de jogos
tradicionais e o momento do Presidente
do Conselho de Administração. Na sua
intervenção, o Senhor Américo Ribeiro
agradeceu a profunda generosidade
manifestada pelo Duo “Broa de Mel”,
que disponibilizou uma tarde para ani-
mar os clientes da Obra Diocesana, e
desafiou todos os Centros Sociais da
Instituição a aumentar o número de
participantes na próxima edição desta
actividade, dando o especial e neces-
sário destaque aos clientes do Serviço
de Apoio Domiciliário.
O Verão é tempo de festa! Os clientes seniores da Obra Diocesana apre-
ciam uma boa festa popular, da qual é ex-líbris o arraial minhoto. Nesse sentido, a
Instituição proporcionou um dia inolvidável na Quinta da Malafaia.
No dia 28 de Julho, vários autocarros partiram em direcção ao Minho,
transportando quase 200 idosos que celebraram uma tarde plena de convívio e
diversão. Ao almoço não faltaram as sardinhas assadas, o rancho e outras espe-
cialidades regionais, acompanhadas com o típico vinho verde.
Depois dessa agradável refeição decorreu uma animada tarde com a par-
ticipação de um rancho folclórico com malhada à moda do Minho, cantares ao
desafio, marchas populares, cabeçudos e gigantones e um conjunto que apre-
sentou o melhor da música popular portuguesa.
O rosto destes idosos rejuvenesceu perante tanta animação. Durante al-
gumas horas, as preocupações e até alguns problemas de saúde foram esqueci-
dos dando lugar a uma salutar alegria.
Esta iniciativa foi idealizada pelo Presidente do Conselho de Administração
e concretizada pela equipa do Dr. Tiago Veloso da Empresa Múltipla Escolha.
O Voluntariado, como está descrito no art.2º da Lei nº 71/98, é o conjunto
de acções de interesse social e comunitário, realizadas de forma desinteressada
por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção
ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidos sem fins
lucrativos por entidades públicas ou privadas.
Voluntário, radicando na expressão latina “Voluntas”, significa vontade, acto
de querer, acto de livre e de boa vontade.
Existe, já bem enraizada em todos nós, a firme certeza do papel funda-
mental do Voluntariado, pilar da economia social, como um sector dinâmico e vi-
tal da sociedade, com uma actividade complementar à actuação das Instituições
Públicas e que vem traduzir a dinâmica de participação das pessoas na vida em
sociedade. Assim, foi com naturalidade, que o ano de 2011 foi declarado, pelo
Conselho da União Europeia, Ano Europeu do Voluntariado, por forma a sublinhar
e a incentivar o forte empenho que tantos indivíduos já sentem no envolvimento em
actividades de grande relevância, desempenhando muitas vezes um papel extraor-
dinariamente activo e importante na atenuação dos problemas dos grupos sociais
mais desfavorecidos.
Vêm também nesse sentido, as palavras de S.S o Papa Bento XVI:
“ Quero manifestar o meu apreço às numerosas pessoas, de idades diver-
sas, que se comprometem gratuitamente ao serviço do próximo, quer na comuni-
dade eclesial quer na civil. O voluntariado não é apenas um “fazer”: é antes de tudo
um modo de ser, que parte do coração, de uma atitude de gratidão em relação à
vida, e estimula a “restituir” e partilhar com o próximo os dons recebidos. Nesta
perspectiva, quis encorajar de novo a cultura do voluntariado. A acção do volunta-
riado não deve ser vista como uma intervenção “para encher” em relação ao Estado
e às Instituições Públicas, mas antes como uma presença complementar e sempre
necessária para manter viva a atenção para com os últimos e promover um estilo
pessoal nas intervenções.”
Na Obra Diocesana de Promoção Social este amor ao próximo, este exem-
plo de serviço prestado de forma desinteressada e gratuita, em prol das pessoas
e das famílias mais desfavorecidas, começa por ser dado pelo seu Conselho de
Administração.
E a alegria que vemos no seu trabalho, o prazer que mostram na ajuda ao
outro, no serviço que prestam, merecem a nossa homenagem, a nossa gratidão:
O seu Presidente Senhor Américo Ribeiro, a Senhora Dra. Helena Costa Al-
meida, os Senhores Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro Pimenta, bem coadjuvados
pelo Presidente da Liga dos Amigos da Obra, Chef Hélio Loureiro, são exemplos
cabais da Solidariedade, do Respeito e da Ajuda ao próximo, contribuindo signi-
ficativamente para uma sociedade mais justa mais humana e mais solidária. Bem
Hajam!
Mas a nossa Obra Diocesana conta também, em alguns dos seus Centros,
com vários voluntários que se empenham no dia-a-dia por ajudar os outros, acom-
panhando os mais novos nas creches, jardins-de-infância e ATLs ou ajudando os
mais idosos, proporcionando-lhes momentos de lazer e de comunicação e ajudan-
do-os nas necessidades básicas da sua vida diária caso necessitem:
“ Eu sou voluntária num Centro da Obra Diocesana. Quando eu comecei a
minha colaboração os meninos tinham três anos e agora já vão para a primária. Vou
ter muitas saudades pois gosto muito deles. Vou-me lembrar muito deles pois são
muito simpáticos, alegres e educados. Com a Educadora todos aprendem e é
por isso que todos gostam tanto dela. É bondosa, simpática, alegre e exigente.
Aprendi muitas actividades para fazer com os meninos e muitas histórias para lhes
contar. A Auxiliar também é simpática e amiga dos meninos. Mas no Centro as
pessoas são muito simpáticas e sinto-me lá muito bem.”
É de realçar a parceria estabelecida com o Núcleo de Voluntariado da Uni-
versidade Católica do Porto, a Católica Solidária – CASO, que proporcionou que
alguns voluntários tivessem estabelecido com os Clientes de dois dos Centros da
Obra Diocesana, particularmente com os idosos, uma relação francamente boa.
Como nos refere a Educadora Social de um desses Centros:
“…contamos com a colaboração de 5 voluntários, três da associação
CASO Universidade Católica, um da ADILO instituição de Lordelo e um por opção
pessoal.
Os voluntários que vieram da CASO estabeleceram uma relação muito boa
com os idosos, ora participando vivamente nas actividades e sugerindo-as, ora
mantendo uma boa conversa com eles.
O voluntário da ADILO ensina informática aos idosos sendo portanto muito
popular: navegar na internet, utilizar o computador passou a ser fácil para muitos.
O quinto voluntário está connosco há mais tempo, lê o jornal aos idosos, conversa
com eles e é sempre uma presença muito querida.
Os voluntários foram uma mais valia, tivemos a sorte de ter um grupo de
jovens muito acessível, que chegou muito facilmente aos idosos, que mostram inte-
resse neles, em falar, em estar com eles, fazendo verdadeiramente parte do” nosso
grupo”.”
É também de toda a justiça referir que a Obra Diocesana conta com imen-
sos voluntários ocasionais: os familiares dos clientes e dos colaboradores, quando
é preciso, estão sempre prontos a ajudar, e a sua colaboração é preciosa.
Mas o Ano Europeu do Voluntariado deve ser mais do que uma celebração,
deve ser um desafio para todos nós. A acção do voluntariado constitui uma experi-
ência que pode ser gratificante em qualquer idade:
A acção voluntária, permite aos mais jovens adquirir experiência, desen-
volver o espírito de cidadania e as competências pessoais, fortalecer o sentido
de responsabilidade, o espírito de colaboração, o relacionamento interpessoal e a
capacidade de liderança. A consciência de ser útil e de contribuir para a melhoria
social desenvolve significativamente a auto-estima. O crescimento pessoal implica-
do pelo desempenho do trabalho de voluntariado é de tal forma importante, que
as entidades patronais cada vez mais o valorizam nos curriculum´s dos candidatos
a emprego.
Aos mais velhos a possibilidade de doar tempo e talento para ajudar outras
pessoas é um alimento para a alma e um segredo para uma velhice saudável. O
voluntariado feito com prazer proporciona bem-estar, saúde e equilíbrio. Os volun-
tários seniores, fazendo um voluntariado extremamente competente, sentem-se,
então, muito mais úteis à sociedade.
Mas feito o desafio, que esperamos venha a ter frutos junto do voluntariado
sempre tão necessário à Obra Diocesana, não podemos deixar de partilhar uma
verdadeira satisfação, ao constatar o forte crescimento que o voluntariado tem sen-
tido, pois traduz a confirmação de uma nova consciência social, uma nova forma
de olhar a realidade, que nos conduz já, a um novo Humanismo, de que o mundo
tanto necessita.
A Solidariedade que se manifesta através do Voluntariado sendo um pre-
cioso instrumento para a construção da paz e da justiça no mundo, é expressão do
verdadeiro amor gratuito pelos outros:
“Eu vim para servir e não para ser servido!” (Mt 20,28)
Caro Presidente Américo Ribeiro,
Como Pároco de S. Pedro de Azeve-do agradeço a boa relação que a Obra Diocesana tem tido com a Paróquia, o que – dizem-me – antigamente não se notava.Agradeço ainda o gesto da ODPS ter adquirido 20 exemplares do Livro “O Peixe Dourado – História de São Pe-dro, pescador de homens” …
Permita-me que, ao mesmo tempo, agradeça o gesto de partilha do auto-carro no dia 7 de Junho. Agradecemos ao motorista a boa e discreta presen-ça no nossso grupo de padres em vi-sita a S. João da Madeira com o nosso Bispo D. Manuel. Todos ficaram muito reconhecidos à ODPS e pediram-me que fizesse chegar à ODPS a verba de 140,00 €, o que só agora faço …Muito grato
Cónego Fernando Milheiro
Exmo. Senhor PresidenteAmérico Joaquim Costa Ribeiro
Gostaria de agradecer a V.Exª. as amáveis palavras que me diri-giu por ocasião da minha recente nomeação como Ministro da Soli-dariedade e da Segurança Social, bem como a Revista “Espaço So-lidário”, que mereceu a minha me-lhor atenção.
Aproveito o ensejo para exprimir a certeza de boa cooperação futura no domínio da política social entre as nossas Instituições.
Aceite os melhores cumprimen-tos, também pessoais,
Pedro Mota Soares, Dr.
Ministro da Solidariedade e da Segurança Social
Encarrega-me a Senhora Presidente, Doutora Maria de Jesus Barroso Soa-res, de acusar a recepção e agradecer a V.Exª. o envio do número 23 da Re-vista Espaço Solidário, que muito con-tribui para o enriquecimento do nosso Centro de Documentação.Com os melhores cumprimentos
Yolanda Merout
Exmo. Senhor Presidente Américo Jo-aquim Costa Ribeiro,
Tenho a honra de acusar a recepção da carta de V.Exª., datada de 6 de Ju-lho de 2011, dirigida a Sua Excelência o Presidente da República, enviando o exemplar do nº. 23, Ano VI, Revista “Espaço Solidário”, que se agradece.Cumpre-me informar que o assunto mereceu a melhor atenção.Com os melhores cumprimentos,
David Justino, Dr.
Assessor para os Assuntos Sociais
Exmo. Senhor Presidente Américo Jo-aquim Costa Ribeiro,
Encarrega-me o Senhor Primeiro Mi-nistro de acusar a recepção da carta de V.Exª. datada, de 6 de Julho, e de agradecer a Revista “Espaço Solidá-rio”, que amavelmente lhe fez chegar e que lhe mereceu a melhor atenção.Com os melhores cumprimentos
Mafalda Pereira, Dra.
Assessora Administrativa do Chefe de Gabinete
Exmo. Senhor Presidente,
Encarrega-me o Presidente da Comis-são Europeia, Dr. José Manuel Durão Barroso, de agradecer a carta que V.Exª. quis fazer o favor de enviar a 6 de Julho, pela qual lhe transmite o nº. 23 da Revista “Espaço Solidário”, que reteve toda a sua atenção.Com os meus melhores cumprimen-tos,
Arthur POOLEY – Chefe de Unidade
Exma. Dra. Isabel Cristina,Coordenadora da ODPS no Centro Social Rainha D. Leonor,Boa tarde amiga!
Obrigado pela simpatia, pela dedica-ção, pela entrega, pela responsabili-dade, pelo carinho, pelo profissiona-lismo e tudo o mais que não sei dizer, que têm dispensado à minha Família, especialmente à minha mãe.É, com toda a certeza, muito mais do que aquilo que mereço. Toda a minha amizade.
Fernando Campos de Castro
solidario