Fulton Sheen Comunismo Opio Do Povo Transcrição 1952

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    Comunismo: pio do Povo (Mons. Fulton Sheen)

    Mons. Fulton J. Sheen

    Bispo Auxiliar de Nova York

    Comunismo: pio do Povo

    1952

    EDITORA VOZES Ltda., PETRPOLIS, R. J.

    RIO DE JANEIRO SO PAULO

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    INTRODUO

    O Comunismo essencialmente anti-religioso.

    Depois da revoluo de Outubro de 1917, foi gravada nas paredes do antigo Pao Municipal deMoscou, defronte da Igreja da famosa imagem da Virgem Ibria [1] , esta inscrio: "A Religio o pio do Povo". Esta inscrio foi tirada de um dos escritos de Karl Marx intitulado: Crticada Filosofia do Direito de Hegel. J em 1844 Marx dissera: "A crtica da religio o comeo de

    toda crtica". A orientao anti-religiosa do Comunismo subsistiu at o presente. O sextoCongresso Mundial, levado a efeito em 1928, estabeleceu o programa do Partido Comunistaem relao religio: "A luta contra a religio, o pio do povo, ocupa importante posio entreas tarefas da revoluo cultural. Esta luta deve ser levada avante persistente esistematicamente". Mais tarde, na segunda conferncia do Instituto Anti-religioso, realizada emMoscou a 15 de Junho de 1934, o Bezbojnik, jornal anti-Deus, declarou que "a educaocomunista da criana requer explicitamente a educao anti-religiosa". Em Maio de 1935,recordando o efeito do programa anti-religioso dos comunistas, ele declarava: "Fechamostodas as casas de pio". Isto era o cumprimento da poltica de Marx tanto como da de Lenine,que, a 16 de Dezembro de 1905, escrevera: "O nosso programa comunista inclui a propaganda

    do atesmo" (Novoya Zhizn N. 28).

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    I. A RELIGIO O PIO DO POVO?

    No se faz mister insistir no carter atesta do Comunismo, porque ele suficientementeconhecido tanto na teoria como na prtica. Antes de tentar qualquer crtica da sua poltica,seria bom inquirir precisamente as razes que os comunistas alegam em abono da suaafirmao de que a religio o pio do povo. Os comunistas no fizeram essa assero semalguma base, porquanto, como Lenine escreveu: "Devemos explicar de um ponto de vistamaterialista a razo pela qual a f e a religio prevalecem no meio das massas" (Proletarii N.

    45, 26, (13), Maio de 1909). Resta, portanto, investigar-lhes as alegadas razes.

    A Argumentao Comunista

    Procurando atravs da sua literatura de carter oficial, encontramos que os comunistasinvocam trs razes em abono da sua afirmao de que a religio o pio do povo:

    1) A religio ensina aos ricos os seus direitos, e portanto ajuda os ricos na sua explorao dospobres;

    2) A religio ensina aos pobres os seus deveres para com os ricos, e destarte ajuda aexplorao dos pobres pelos ricos;

    3) A religio, pela sua prpria natureza, passiva, e mata toda atividade por meio da qual o

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    homem possa melhorar a sua condio econmica.

    1. "Religio, patrocinando a causa dos ricos".

    Lenine desenvolve o primeiro argumento, de que a religio o pio do povo porque proclamaos direitos dos capitalistas e dos ricos. Desenvolve-o assim: "A religio uma espcie de

    txico espiritual, no qual os escravos do capital afogam a sua humanidade e embotam o seudesejo de uma existncia humana decente" (Novoya Zhizn N. 28). Acrescenta, mesmo, que areligio incentiva a caridade como uma espcie de escusa para a injustia. "Porque aos quevivem do trabalho dos outros, a religio ensina a serem carido-

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    sos, arranjando assim uma justificao para a explorao, e como se fosse um bilhete baratopara o cu" (bid.). Houharin, na obra oficial do Comunismo intitulada O ABC do Comunismo,desenvolve a mesma idia: "A religio foi no passado, e ainda hoje, um dos meios maispoderosos disposio dos opressores para a mantena da desigualdade, explorao e servilobedincia por parte dos trabalhadores" (p. 247).

    2. "Religio, sedativo dos pobres".

    Os comunistas alegam que a religio o pio do povo porque ensina aos pobres os seusdeveres para com os ricos, e lhes promete uma outra vida ao invs de melhorar a presente.Lenine escreveu: "A f ortodoxa cara a eles porque lhes ensina suportarem os infortnios

    "sem queixa". Que f proveitosa no essa, realmente para as classes governamentais tNuma sociedade organizada de tal modo que uma insignificante minoria desfruta a riqueza e o

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    poder, ao passo que as massas constantemente sofrem privao e severas obrigaes,inteiramente natural simpatizarem os exploradores com essa religio que nos ensina asuportar "sem queixa" as dores do inferno na terra, na esperana de um prometido paraso nocu" (Iskra N. 16, 14 de Fevereiro de 1902). E novamente: "A religio ensina aqueles que

    labutam na pobreza toda a sua vida a serem resignados e pacientes neste mundo, econsola-os com a esperana de uma recompensa no cu... O desamparo de todos osexplorados na sua luta contra os exploradores gera inevitavelmente a crena numa vida melhoraps a morte, tal como o desamparo do selvagem nas suas lutas com a natureza dnascimento a uma crena em deuses, demnios e milagres" (Novaya Zhizn N. 28, 16 deDezembro de 1905).

    3. "Religio, entorpecente da humanidade"

    O terceiro argumento oferecido pelos comunistas em abono da sua afirmao de que a religio o pio do poro o de que, pela sua prpria natureza, a religio

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    torna o homem passivo. Pregando constantemente a resignao prpria sorte e a resignao vontade de Deus, ela adormenta o homem ativo e torna-o descuidado no tocante suacondio econmica. Por exemplo, na sua obra O ABC do Comunismo, N. Houharin declaraque "h um conflito irreconcilivel entre os princpios do Comunismo e os mandamentos da

    religio". E, como uma evidncia do carter passivo da religio, cita ele o cdigo cristo:"Quem quer que te ferir na face direita, oferece-lhe tambm a outra". E ento acrescenta:"Todo aquele que, embora chamando-se comunista, continua a aderir sua f religiosa, quemquer que em nome dos mandamentos religiosos infringe as prescries do Partido, por issomesmo cessa de ser comunista. proveitoso para a classe rapinante manter a ignorncia dopovo e manter a crena infantil do povo em milagres (a chave do enigma fica realmente nobolso dos exploradores), e por isto que os preconceitos religiosos so to tenazes; por istoque eles confundem as mentes mesmo de pessoas que, a outros respeitos, so capazes'' (p.248).

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    Uma distino a fazer.

    Tal a atitude oficial do Comunismo para com a religio, apresentada nas palavras dos seusmelhores expoentes. Resta agora julgar-lhes as razes calma e desapaixonadamente. Antesde iniciarmos uma apreciao crtica desses argumentos, uma reflexo geral deve ser feita, asaber: devemos distinguir cuidadosamente entre o que a religio naqueles que se professamreligiosos, e o que a religio na sua natureza e no seu programa. No tocante aos que seprofessam religiosos, deve-se admitir que h alguns exemplos em que a religio foi usada

    como pio do povo. No h dvida de que s vezes indivduos inescrupulosos tm usado areligio como um instrumento de explorao e domnio. Pedro o Grande na Rssia, Napoleona Frana, e mesmo o ltimo Czar, oferecem exemplos clssicos de semelhante abuso dareligio. Um profes-

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    sor da Universidade de Yale, falando do declnio da Cristandade no-catlica, atribui issoprincipalmente identificao que alguns pregadores tm feito entre religio e uma ordemsocial decadente que s vezes tem sido r de explorao.

    No tocante a esses indivduos que tm usado para fins baixos a instituio social da religio,compartilhamos a indignao de Lenine. Porm o que ele e seus companheiros comunistasesquecem que essas so excees, e no esto no esprito nem no programa da religio.

    Nunca poderamos admitir que a religio que Nosso Senhor fundou tenha favorecido o ricocontra o pobre. As palavras de advertncia do Mestre ainda nos soam aos ouvidos:"Bem-aventurados os pobres em esprito... Ai de vs que sois ricos... J tendes a vossarecompensa... As raposas tm tocas, as aves do ar tm ninhos, mas o Filho do Homem notem onde pousar a cabea". A Histria inscreveu-o nos seus registros como o Pobre universal,o qual, no seu nascimento, teve de se contentar com um abrigo que no lhe pertencia, e, nasua morte, com um tmulo alheio. A histria da religio que Ele fundou a histria de umaIgreja que por dezenove sculos tem cuidado dos pobres e dos fracos e dos enfermos emhospitais e orfanatos e escolas e instituies de caridade, e isso por nenhuma outra razoseno a de que ela v a Cristo no pobre. Atitude muito infantil, revelando falta de raciocnio

    crtico da parte dos comunistas, argirem eles que, pelo fato de alguns poucos haveremprostitudo a santidade da religio, por isto a religio vil. O fato de haver algumas moedas

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    " coisa manifesta que em nossos tempos no s se amontoam riquezas, mas se acumula umpoder imenso e um verdadeiro despotismo econmico nas mos de poucos, que as mais dasvezes no so senhores, mas simples depositrios e administradores de capitais alheios, comque negociam a seu talante. Este despotismo torna-se intolervel naqueles que, tendo nassuas mos o dinheiro, so tambm senhores absolutos do crdito e por isso dispem dosangue de que vive toda a economia, e de tal maneira a manejam, que ningum pode respirarsem sua licena. Este acumular de poderio e recursos, nota caracterstica da economia atual, conseqncia lgica da concorrncia desenfreada, qual s podem sobreviver ordinariamente

    os mais fortes, isto , os mais violentos competidores e que menos sofrem de escrpulos deconscincia. Por outra parte, este mesmo acumular de poderio gera trs

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    espcies de lutas pelo predomnio: primeiro luta-se por alcanar o predomnio econmico;

    depois combate-se renhidamente por obter o predomnio no governo da nao, a fim de poderabusar do seu nome, foras e autoridade nas lutas econmicas ; enfim, lutam os Estados entresi, empregando cada um deles a fora e influncia poltica para promover as vantagenseconmicas dos seus cidados, ou ao contrrio empregando as foras e predomnioeconmico para resolver as questes polticas que surgem entre as naes" (QuadragesimoAnno, Ed. Vozes, n 105-108).

    Nessa mesma Encclica o Santo Padre parece insinuar que, a menos que os ricos ponham a

    sua casa em ordem, devem estar preparados para a subverso da sociedade que oComunismo far cair sobre eles: "Digna de censura a inrcia daqueles que no tratam desuprimir ou mudar um estado de coisas que, exasperando os nimos, abre caminho subverso e runa completa da sociedade" (Quadragesimo Anno, Ed. Vozes, n 112).

    No h aqui, da parte da Igreja, apelo em favor disso a que chamamos liberdade econmica deamontoar riqueza sem considerao com a justia social; Leo XIII tambm j condenara esseerro do Liberalismo. As Encclicas indicam muito bem que a riqueza protege aqueles que a

    possuem, e no os que no a possuem; que a iniciativa abre novos horizontes para aquelesque podem conseguir a independncia, mas no para aqueles que so escravos de salrios

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    semanais. Mas, pelo fato de haver a riqueza muitas vezes redundado em explorao, asoluo das Encclicas no a dos comunistas, que quereriam destituir os homens da suapropriedade. O Santo Padre sustenta que a soluo dos nossos males no est na destituio,porm na distribuio; se h ratos no celeiro, no isto razo para que se toque fogo ao

    celeiro; razo somente para que se enxotem os ratos.

    Nem verdade, como Lenine insinuou, que a Igreja pede aos ricos serem caridosos com o fimde cobrirem as suas injustias, dando-lhes assim um bilhete f-

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    cil para o cu. Como Pio XI afirma: "As riquezas terrenas no so garantia daquelabem-aventurana que nunca findar, antes pelo contrrio, porquanto os ricos deveriam tremerante a ameaa de Jesus Cristo ameaa to estranha na boca de Nosso Senhor, de quemuito estrita conta deve ser dada ao Supremo Juiz por tudo quanto possumos". E se isto aindano bastante forte, ento ouamos as palavras de Pio XI sobre a caridade em relao com ajustia: "Com tal estado de coisas (diviso da sociedade em duas classes) facilmente seresignavam os que, nadando em riquezas, o supunham efeito inevitvel das leis econmicas, e

    por isso queriam que se deixasse caridade o cuidado de socorrer os miserveis; como se acaridade houvesse de cobrir estas violaes da justia, que os legisladores toleravam e, porvezes, sancionavam" (Quadragesimo Anno, Ed. Vozes, n. 4). Em face destas afirmaesoficiais da Igreja, semelhante s quais nem uma simples pgina existe em toda a literaturacomunista, imediatamente evidente deveria ser que a religio no o pio do povo pelo fato deensinar aos ricos os seus direitos. Estas passagens do Santo Padre acentuam, antes, osdeveres dos ricos, e para um comunista muito inconveniente acusar a Igreja de se aliarsomente com os ricos, quando s almas a ela consagradas ela pede fazerem voto de pobreza.No podemos colher uvas de abrolhos; como ento poderia a Igreja colher da sua vinha oPobrezinho de Assis, se plantasse somente o amor dos ricos?

    2. A Religio, defensora dos pobres.

    A Igreja nunca foi unilateral a ponto de ensinar aos pobres somente os seus deveres. Os

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    comunistas no podem apontar uma simples linha, em toda a histria da Igreja, na qual elatenha pedido aos pobres se submeterem explorao. Pelo contrrio, a Igreja ensina que oEstado tem deveres para com os pobres. Leo XIII diz: "Assim como o Estado pode tornar-setil s outras classes, assim tambm pode melhorar muitssimo a sorte da classe operria; .. .e

    quanto mais

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    se multiplicarem as vantagens desta ao de ordem geral, tanto menos necessidade haver derecorrer a outros expedientes para remediar a condio dos trabalhadores" (Rerum Novarum,

    Ed. Vozes, n. 48). No apenas uma questo de caridade para com o pobre; , antes, umaquesto de verdadeira justia, e uma questo que reclama aplicao estrita, se no por outrarazo, ao menos pelo fato de serem os pobres a maioria.

    "Os pobres, com o mesmo ttulo que os ricos, so, por direito natural, cidados; isto , donmero das partes vivas de que se compe, por intermdio das famlias, o corpo inteiro danao, para no dizer que em todas as cidades so o grande nmero. Como, pois, seriadesrazovel prover a uma classe de cidados e negligenciar outra, torna-se evidente que aautoridade pblica deve tambm tomar as medidas necessrias para salvaguardar a salvaoe os interesses da classe operria. Se ela faltar a isto, viola a estrita justia que quer que acada um seja dado o que lhe devido. A esse respeito S. Toms diz muito sabiamente: "Assimcomo a parte e o todo so em certo modo uma mesma coisa, assim o que pertence ao todopertence de alguma sorte a cada parte" (II-II, q. 61, a. 1, 2). por isso que, entre os graves enumerosos deveres dos governantes que querem prover, como convm, ao bem pblico, o

    principal dever, que domina todos os outros, consiste em cuidar igualmente de todas asclasses de cidados, observando rigorosamente as leis da justia, chamada distributiva"(Rerum Novarum, Ed. Vozes, n. 49).

    Se houver possibilidade de escolha, devem os pobres ser favorecidos de preferncia aos ricos:"Na proteo dos direitos particulares, o Estado deve preocupar-se, de maneira especial, dos

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    fracos e dos indigentes. A classe rica faz das suas riquezas uma espcie de baluarte e temmenos necessidade da tutela pblica. A classe indigente, ao contrrio, sem riquezas que aponham a coberto das injustias, conta principalmente com a proteo do Estado. Que oEstado se faa, pois,

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    sob um particularssimo ttulo, a providncia dos trabalhadores, que em geral pertencem classe pobre" Rerum Novarum, Ed. Vozes, n. 54).

    precisamente contra a explorao dos pobres que o Pontfice protesta, e em particular contraessa explorao que o Comunismo pratica, a saber, o trato dos homens como outros tantosestmagos a fazerem dinheiro para o Estado.

    "No que diz respeito aos bens naturais e exteriores, primeiro que tudo um dever daautoridade pblica subtrair o pobre operrio desumanidade de vidos especuladores, que

    abusam, sem nenhuma discrio, das pessoas como das coisas" (Rerum Novarum, Ed. Vozes,n. 59).

    Nem verdade, como diz Lenine, que a Igreja no faz outra coisa seno ensinar "aqueles quelabutam na pobreza a vida toda a serem resignados e pacientes neste mundo, e consol-loscom uma recompensa no cu". A verdade o contrrio: "Nem se pense que a Igreja se deixaabsorver de tal modo pelo cuidado das almas, que pe de parte o que se relaciona com a vidaterrestre e mortal. Pelo que em particular diz respeito classe dos trabalhadores, ela faz todos

    os esforos para os arrancar misria e procurar-lhes uma sorte melhor. E, certamente, no um fraco apoio que ela d a esta obra s pelo fato de trabalhar, por palavras e atos, parareconduzir os homens virtude. Os costumes cristos, desde que entram em ao, exercemnaturalmente sobre a prosperidade temporal a sua parte de benfica influncia; porque elesatraem o favor de Deus, princpio e fonte de todo o bem; comprimem o desejo excessivo dasriquezas e a sede dos prazeres, esses dois flagelos que freqentes vezes lanam a amargurae o desgosto no seio mesmo da opulncia (1 Tim 6, 10); contentam-se enfim com uma vida ealimentao frugal, e suprem pela economia a modicidade do rendimento, longe desses vciosque consomem no s as pequenas, mas as grandes fortunas, e dissipam os maiorespatrimnios" (Rerum Novarum, Ed. Vozes, n. 42).

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    Para que no fosse deixado vago o interesse pela prosperidade terrena do homem, Pio XI adita concreta sugesto de Leo XIII uma recomendao que o contrrio do Comunismo, comoseja ajudar os trabalhadores a possurem a propriedade. No arranc-la e tornar milionriosos "leaders" do Partido Comunista; porm d-la aos pobres como posse deles: ", pois,necessrio empregar energicamente todos os esforos, para que, ao menos de futuro, asriquezas granjeadas se acumulem em justa proporo nas mos dos ricos, e, com suficientelargueza, se distribuam pelos operrios; no para que estes se dem ao cio, j que ohomem nasceu para trabalhar como a ave para voar, mas para que, vivendo comparcimnia, aumentem os seus haveres, aumentados e bem administrados provejam aosencargos da famlia; e, livres assim de uma condio precria e incerta qual a dos proletrios,

    no s possam fazer frente a todas as eventualidades durante a vida, mas deixem ainda pormorte alguma coisa aos que lhes sobrevivem" (Quadragesimo Anno, Ed. Vozes, n. 61).

    3. A Religio, estimuladora das atividades humanas.

    Consideremos agora o argumento dos comunistas de que a religio torna o homem passivo.

    a) Provavelmente, no haver maior perverso da verdade do que esta afirmao doComunismo. O contrrio que verdade. A religio essencialmente dinmica. A Igreja, verdade, prega-nos a resignao nossa prpria sorte, mas isto no significa passividade.

    Antes, uma resignao orientada para a ao. Resignao significa aceitao da nossa sorteenquanto se aguardam melhores coisas que devem ser alcanadas no por meio de revoluo,mas mediante atuao inteligente. No esta a atitude de uma me para com seu filhinho? Elase resigna infncia deste, mas isto no quer dizer que ela se recuse a cri-lo e educ-lo atque ele entre na adolescncia e na maturidade. O lavrador que semeia a sua sementeresigna-se ao fato

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    de ter ela de crescer mediante um processo lento, misterioso, pois nem em pensamento podeele aumentar um cvado sua prpria estatura. Porm semelhante resignao no significaque ele no deva cultivar a sua seara, ou no deva extirpar o joio ou receber com agrado aao do sol e da chuva. De igual modo, quando a Igreja fala de resignao crist, entende

    dizer que devemos trabalhar efetivamente pela melhoria social como o lavrador o faz com suasemente, isto , que nos devemos capacitar de que toda reforma deve proceder de umaverdadeira considerao da natureza da coisa a ser reformada. Ela repudia o sistemacomunista, por saber que no se pode criar um paraso terrestre econmico mediante umarevoluo, to pouco como se pode fazer uma criana crescer acendendo-lhe uma bombadebaixo do bero.

    b) Por que que os comunistas no podem ver esse fato bvio de que, se a religio

    acentuasse a passividade do homem, ento nunca admitiria a terrvel realidade do pecado? Opecado no significa que o homem consciente, deliberado e ativo, e que a criatura podelevantar o seu Non serviam contra o Criador? O prprio smbolo do Cristianismo, que a Cruz,atesta melhor do que qualquer outra coisa a atividade do homem na religio. Diante dessaCruz o homem no pode ficar indiferente; no pode ser passivo; ou tem de pregar nela oSalvador, ou tem de subir a ela para ser crucificado com Ele. Se a religio passiva, por queento os comunistas ho de ser to ativos para destru-la? Acaso organizamos exrcitos paramatarmos aquilo que acreditamos serem ces mortos? Se a religio passiva, por que entoincentivava o martrio entre os catlicos na Espanha? Realmente, se a religio um pio, uma estranha espcie de pio que faz mrtires.

    c) Alm disto, se for verdade que o Cristianismo lana toda a responsabilidade sobre Deus,ento como explicarmos a sua filosofia do progresso tcnico? De acordo com a Igreja, todoprogresso na cincia e na tecnologia devido livre atividade do homem. Por

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    que que ela condena o quietismo, seno por ser ele bastante nscio para esperar que Deusdiga por ns as nossas preces, como nscio esperar que Deus venha em pessoa cultivar asnossas searas? Deus d ao homem a graa para elev-lo e sustent-lo num estadosobrenatural; mas a inveno das suas mquinas, o incremento da sua agricultura, a melhoriada sua condio econmica deve vir dele mesmo, como causa secundria, ainda mesmoquando ele reconhea a Deus como causa primria. Um dos princpios mais bsicos dafilosofia catlica que o controle sobre a natureza, que o requisito da cincia, s possvel a

    um esprito superior natureza. Quer isto dizer que todo progresso cientfico, todo progressotcnico e adiantamento cultural procede do homem, cuja liberdade conseqncia da

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    espiritualidade da sua alma. Por que que as pedras no podem conhecer? Por que que aerva no pode pensar e refletir no seu crescimento? Por que que o ferro, nas entranhas daterra, no pode clamar pela sua libertao? porque essas coisas no tm um espritodesligado da sua materialidade; porque cada uma delas est to imersa na matria, que no

    pode voltar-se sobre si mesma para jazer alguma coisa consigo mesma. Mas um homem podejustamente fazer isso; pode pensar sobre si mesmo, entristecer-se com os seus fracassos ealegrar-se com os seus xitos, porque tem uma alma que transcende matria. o espritoque o torna livre; e, pelo fato de ser livre da matria, ele pode transformar a matria: converterrvores em esttuas, pedras em edifcios, carvo em calor, e a insignificncia de um carbonono brilho de um diamante. Porm o Comunismo, partindo do princpio de que s h matria, ,por isso, incapaz de explicar o progresso cientfico, ou por que razo o homem pode edificarmil cidades diferentes, e uma formiga tem de construir sempre um formigueiro. Negar o esprito negar a liberdade, negar a liberdade arruinar a atividade criadora do homem e tal aessncia do Comunismo. Da achar-se ele na contingncia de deixar inexplicada a prpria

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    coisa que ele exalta, ou seja o progresso tcnico. Ele nos diz que a civilizao muda com assuas ferramentas, mas no nos diz por que razo o homem faz ferramentas e no as fazem osesquilos. De fato, se h filosofia que torne o homem passivo, a filosofia que diz ao homem

    que ele apenas material; porquanto podeis imaginar algo mais passivo do que umaferramenta?

    d) Finalmente, a religio dinmica porque se interessa pelo futuro. O Comunismo asseveraque os pensamentos acerca do futuro tornam o homem passivo. Se isto verdade, por queento eles insistem tanto no Plano Qinqenal? o futuro ou o presente que faz a vaca ficarsatisfeita com o seu pasto? A verdade esta: quanto mais ideal o futuro, tanto mais forte oincentivo ao. O simples fato de eu ter que tomar uma refeio amanh no reclama grande

    ao da minha parte hoje. Mas o fato de eu querer ser mdico ou advogado em dez anosd-me energias para dez anos de estudo. Ora, o futuro que a religio ostenta diante do homemno somente uma conscincia tranqila todos os dias da sua vida, mas tambm uma eternarecompensa na outra. Destarte o cristo convidado a ser um homem de ao tal, que, se lheforem dados dez talentos, deve ele ganhar mais outros dez para conquistar o reino dos cus, e,se lhe forem dados cinco, deve ele ganhar mais cinco; porm ai dele se for passivo e enterrar oseu talento dentro de um guardanapo ento, at mesmo aquilo que ele tem ser-lhe- tirado.A religio to ativa que baseia o seu incentivo numa intrmina vista de perfeio. Ao cristo dito que ele deve no somente correr a corrida ou combater o bom combate, porm ganhar; eque a coroa s vir queles que so bastante enrgicos para tomar uma cruz, ser benignos

    para com os que blasfemam, bendizer os que os perseguem e dizer "perdoai-lhes" at mesmoqueles que nos pregam numa cruz. Isto ao, e o comunista que disser que no deve

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    experimentar viver por um dia a vida ativa de um santo. Ento descobrir que, quando se roubaa

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    um homem o seu ideal futuro, rouba-se a esse homem a sua fora motriz para agir. Porquanto,se esta vida tudo, ento que diferena faz, para o regime comunista, que eu viva mal oubem? Se esta vida presente um mero sonho entre dois vcuos, ento por que construir umtmulo para Lenine e no o construir para um fiel cavalo velho numa fazenda coletiva? Seambos tm o mesmo fim, e se ambos so materiais, ento por que um deve ser honrado de

    preferncia ao outro? Certamente, no fundo dos seus coraes os comunistas devemperguntar-se que lhes aproveita encherem o mundo de tratores e perderem suas almasimortais. E, do momento em que eles fizerem a si esta pergunta, comearo a ser ativos comoos cristos, planejando no somente como ho de salvar suas colheitas, mas tambm comoho de salvar as suas almas.

    II. O COMUNISMO O PIO DO POVO!

    Sucede com freqncia certos indivduos acusarem outros de pecado, com o fim deencobrirem os seus prprios. Isto tambm verdade no Comunismo. Este tem acusado areligio de ser o pio do povo, para encobrir o fato de ser o prprio Comunismo o pio do povo.E por que ele o pio do povo? Por trs razes :

    1) Porque explora os pobres, submetendo-os vontade do Partido Comunista;

    2) Porque adormece os pobres prometendo-lhes algo que ele nunca pode dar, a saber: um

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    paraso terrestre;

    3) Porque torna o homem passivo, fazendo-o um instrumento do Partido Comunista.

    1. O Comunismo justifica a explorao do trabalhador pelo Partido.

    O Comunismo o pio do povo porque mascara as injustias da explorao comunista; ou,trocando apenas uma palavra numa sentena de Lenine: "O Comunismo uma espcie deintoxicao espiritual que fornece uma justificao para a explorao". Ele en-

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    gana o proletariado dentro da crena de que eles devem sofrer tudo para estabelecer arevoluo mundial, ao passo que o Partido em controle se ceva em poder, privilgio e luxo.Para compreender esta afirmao devemos considerar o fato de que h menos de trs milhesde membros do Partido Comunista na Rssia, e de que, pelo terror e pela propaganda, essespoucos milhes governam cento e sessenta milhes. A mscara favorita do Partido para aexplorao o seu dio ao capitalismo, capitalismo que ele diz ter reduzido os trabalhadores ap. Na realidade, o Comunismo no inimigo do capitalismo. Antes, o Comunismo tem

    ignorado certos aspectos benficos do capitalismo, e tem elevado a uma filosofia da vida todasas suas formas perversas e corrompidas. O capitalismo disse que o fim econmico o principalfim do homem; o Comunismo diz que o fim econmico o nico fim do homem. O capitalismomuitas vezes pagou ao operrio um salrio to baixo, que este no podia possuir casa prpria;o Comunismo paga um salrio ainda mais baixo, e nega ao operrio o direito de possuir suacasa. O capitalismo desenvolveu o egosmo individual; o Comunismo gera o egosmo coletivo.O capitalismo concentrou a riqueza nas mos de alguns; o Comunismo concentra a riquezanas mos do Partido. O capitalismo at certo ponto controlou o contrato de salrio, controlandoa maioria dos empregos; o Comunismo elimina o contrato de salrio, controlando todos osempregos; nele h s um patro, o Partido, e, se recusardes trabalhar para esse patro,

    perdereis o direito de comer pois na Rssia no h caridade. O Comunismo o capitalismoenlouquecido, e um comunista um capitalista que tem ganncia no corao mas no tem

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    dinheiro no bolso.

    Ponha-se uma vez a mscara do Comunismo, e a explorao dos trabalhadores fcil; se oPlano Qinqenal falhar, lance-se a culpa sobre os operrios nos campos, por haveremrecusado cooperar com os ideais do Partido. Que pensaramos ns se o Ministrio daAgricultura fuzilasse trinta e cinco dos seus funcion-

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    rios, sem processo, por causa de um fracasso de colheita, ou se o Governo fuzilasse quarentae oito dos seus especialistas, sem processo, por haver a produo declinado? Todavia, foijustamente isto que o Partido Comunista fez em 1930 e 1933. Que sucederia no nosso Pas sealguma grande organizao produtora afixasse amanh de manh no seu quadro de avisos oCdigo 47 da Unio Sovitica, para o fim de que todo empregado que faltasse ao trabalho porum dia perdesse o emprego, e ele e sua famlia fossem privados das suas posses (Izvestia, 21de Novembro de 1932)? No chamaramos de explorador o nosso Governo se, na sua nsia decolher uma grande safra, mesmo na rea seca, publicasse uma nota proibindo os agricultoresde comerem as prprias espigas de milho que eles haviam plantado e cultivado? Contudo, foi

    isto o que o Partido Comunista fez aos famintos lavradores das fazendas coletivas na Rssia,rezando a nota: "O culpado deve ser fuzilado e seus bens confiscados" (Izvestia, 8 de Agostode 1932). Suponde que, por causa do decrscimo nas colheitas, o nosso Departamento deAgricultura ordenasse s crianas "guardarem os campos mesmo durante a noite, desde quetenham oito anos de idade" (Moldaia Guardia, 17 de Agosto de 1935); no seria isto umamscara para encobrir a mais diablica espcie de explorao? Suponde, ademais, que oPresidente confiscasse toda propriedade privada, e depois, em nome de um Brasil maior,fizesse o lavrador pagar, por uma broa ou por um po, dezenove vezes mais do que o governodeu ao lavrador pelo seu trigo (Izvestia, 26 de Setembro de 1935)! Contudo, esta a situaona Rssia, pas sem intermedirios, porm com centenas de funcionrios desonestos.

    Certamente, se o termo explorao pertence a algum, deve ser aplicado queles que o usammais para encobrir os seus prprios pecados, ou seja quele pas onde o Comunismo ilude oexplorado trabalhador mantendo baixos os salrios dos funcionrios pblicos e altos os seusprivilgios tais como cartes especiais, casas de frias, carros particulares, transporteespecial

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    e casas de luxo; onde o operrio to explorado para efeito de comrcio exterior e depropaganda, que em 1934 o Estado produziu para cada cidado, no seu clima frio, somente 2/5

    de uma jarda de fazenda de l e 11/10 de jardas de fazenda de linho (Izvestia, 22 de Abril de1935), e para cada 4,5 pessoas somente um par de sapatos. A explorao torna-se nadamenos que criminosa quando diz aos trabalhadores que h tanto trigo que eles no precisammais de racionamento de po; mas, de fato, fecha os armazns das cooperativas onde elespodem compr-lo a preo mais ou menos razovel, e fora-os a comprar em armaznscomerciais onde se sabe que o preo muitas vezes mais alto. Em virtude desta explorao, oPartido Comunista alardeou haver aumentado a sua renda de vinte e quatro bilhes de rublospara 1935 (Za Ind., 9 de Fevereiro de 1935). No , pois, de admirar que uma das anedotasmais populares na Rssia seja a de um explorado operrio pendurado precariamente a umcoletivo superlotado, e que, quando viu Stalin e seus ajudantes passarem perto num

    Rolls-Royce, observou sarcasticamente: "Eu sou o patro. Esses so os meus caixeiros".

    2. O Comunismo engana o pobre com a esperana falaz de um paraso terrestre.

    O Comunismo o pio do povo porque adormece os pobres prometendo-lhes algo que nuncalhes pode dar, ou seja um paraso terrestre. Mudando apenas uma palavra numa sentena deLenine: "O Comunismo ensina aqueles que labutam toda a sua vida em pobreza a seremresignados e pacientes neste mundo, e consola-os pelo pensamento de um paraso terrestre".Singular espcie de paraso esse, que inaugurado pelo morticnio, pelo exlio e pelo confisco;estranha espcie de paraso esse, que espera estabelecer a fraternidade pregando a luta declasses, e estabelecer a paz praticando a violncia. Estranha espcie de paraso esse que temde recorrer ao temor e tirania para impedir que algum "escape" dele. Um anjo teve de

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    conduzir Ado e Eva para fora do den; mas parece que tantos foram os que tentaram escapardo paraso de Stalin, que este publicou um decreto no Izvestia de 9 de Junho de 1934, para oefeito de que, se algum tentasse fugir, a sua famlia inteira seria mandada para o exlio e para

    o trabalho forado por cinco anos, mesmo se no soubesse nada da inteno dele; tambmseria privada dos direitos eleitorais, o que significava perda dos cartes de alimentao.

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    Estranho paraso esse em que, no meio de uma fome, Kalinin, o Presidente da U. S. S. R.,disse aos camponeses que as colheitas eram pequenas porque eles comiam po demais(Izvestia, 10 de Janeiro de 1936). O Comunismo realmente o pio do povo quando, de umlado, permite que pelo menos cinco milhes de pessoas morram de fome na Ucrnia e no norte

    do Cucaso pelo fato de o Estado exigir dos operrios duas ou trs vezes a safra dos anosanteriores; e, de outro lado, anuncia no seu jornal, o Pravda (28 de Julho de 1933) : "A UnioSovitica o nico pas no mundo que no conhece a pobreza". No admira que o povo russodiga que no h Verdade (Pravda) nas Novidades (Izvestia) e no h Novidades na Verdade.

    O Comunismo realmente o pio dos pobres quando lhes diz que aboliu completamente odesemprego na Rssia, embora ocultando o trgico fato de que qualquer pas estaria semdesemprego se houvesse nele conscrio de trabalho em massa. L, o homem desempregado

    tem de aceitar trabalho onde quer que este lhe seja oferecido, mesmo quando a mil milhas dedistncia, porque no h seno o Estado que emprega; e, se o operrio recusar o emprego,no poder ir para nenhum outro lugar. O Brasil tambm poderia abolir o desemprego se oPresidente assumisse poderes ditatoriais e declarasse que cada cidado tinha de fazer para oEstado um trabalho prescrito, em troca de comida e de roupa. Chamberlin, que passou dozeanos na Rssia, declarou que as famlias socorridas na Amrica esto em melhores condiesdo que muitos dos lavradores russos. Knickerbocker, jornalista ameri-

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    cano, comparando o custo de vida na U. S. S. R. e nos Estados Unidos, avaliou o salrio diriode um kolkhozian (lavrador numa fazenda coletivista) em oito centavos americanos. Para queessa estimativa no seja considerada falsa, seria bom reportar-se ao Jornal de InstruoComunista (publicao comunista, 18 de Novembro de 1934), onde declarado que umlavrador que conserva consigo uma vaca deve dar ao Estado, por esse privilgio, 136quartilhos de leite e 50 libras de carne. O salrio mdio de um trabalhador na Rssia de 225

    rublos por ms. Uma indicao do poder de compra desse salrio proporcionada pelo fato deser preciso o salrio de trs semanas para comprar um par de sapatos (Sovietskaia Torgovlia,Ns. 99 e 110, 1936). H algumas cidades na Rssia onde quase impossvel comprar umascalas, p. e., Kharkov, Gorki, Rostov (Izvestia, 10 de Maro de 1936). O dirio oficial deMoscou diz: "Nenhum armazm em Moscou pode dizer quando ser possvel fornecermercadoria" (Izvestia, 28 de Junho de 1936). Mikoyan, o Comissrio da Indstria deAlimentao, disse: "Na Repblica Sovitica estamos acostumados a ter somente mercadoriasde m qualidade, e sempre em quantidades insuficientes" (Izvestia, 27 de Dezembro de 1935).Soulimov, Presidente dos Comissrios do Povo, disse: "Tudo est a um nvel muito baixo,exceto os preos, que so exorbitantes" (Pravda, 31 de Julho de 1936).

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    E assim a citao de fatos poderia prosseguir indefinidamente. Todos eles contam a mesmahistria, a saber: o Comunismo o pio do povo porque explora os pobres prometendo-lhes oimpossvel, mesmo nesta vida. A Religio, verdade, faz crer numa vida futura; mas nuncapediu aos homens que, na esperana de uma sorte futura, se resignassem a condies tais

    como existem na Rssia. Quem quer que leia o autorizado livro do Dr. Ewald Ammende, A VidaHumana na Rssia (Alien and Unwin, 1936, Londres), ver como os russos se acham mal sobo domnio dos comunistas. As fotografias das vtimas da fome por si s contam uma histria,independentemente do texto. Ali no so-

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    mente sofre a vida humana, mas sofre at mesmo a vida animal.

    3. O Comunismo escraviza o cidado, reduzindo-o a mero instrumento do Partido.

    O Comunismo o pio do povo porque, colocando toda iniciativa e responsabilidade sobre oPartido, destri a personalidade do homem, e o torna passivo. Nos pases do mundo, tais comoo nosso, onde o governo distinto de um partido, um homem livre de afirmar a suapersonalidade e de escolher o seu destino. Sob o Comunismo, s h um partido, e o PartidoComunista. Suponhamos por exemplo que no Brasil o Partido Democrtico estivesse no poder;suponhamos que os membros desse partido exilassem ou matassem todos os membros dos

    outros partidos como "contra-revolucionrios"; poderamos dizer que um cidado sob tal regimeera livre de afirmar a sua personalidade? E, no entanto, tal a filosofia do Comunismo, ondeh somente um partido, e esse partido o governo. Necessariamente o homem tem de serpassivo sob um sistema que tambm afirma que as leis econmicas so as determinantes dacultura, e que no so as idias, porm as mudanas de ferramentas, que determinam asmudanas de civilizao.

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    Paralelo entre Cristianismo e Comunismo.

    Note-se a diferena entre a viso Crist e a viso Comunista do homem:

    a) Para o Cristo, o homem livre, porque a sua iniciativa vem de dentro, a saber, da suaalma. Ele pode ser comparado a um capito de navio, que livre de traar o seu prprio curso

    e de escolher o seu prprio porto.

    b) Para o Cristo, o homem um sujeito. Um sujeito pode determinar suas aes, como oartista pode livremente pintar quaisquer pinturas que escolher.

    c) Para o Cristo h duas espcies de unidade: unidade poltico-econmica, e unidade

    orgnico-espiritual,

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    pela qual ns somos membros uns dos outros no Corpo Mstico de Cristo.

    d) Para o Cristo, o homem um cidado de dois mundos, e, em virtude do segundo, elepossui certos direitos inalienveis, tais como a vida, a liberdade e a propriedade, dos quaisnenhum Estado pode priv-lo.

    e) Para o Cristo, o homem existe no somente no presente, mas tambm no futuro. Apersonalidade independente do tempo, porque tem um valor intrnseco em todos os tempos.

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    f) Para o Cristo, o homem deve determinar a natureza da sociedade e ser o senhor desta.

    a) Para o Comunista, o homem no livre, porque a sua iniciativa vem de fora, i. , do Partido,que dita no somente o que ele dever fazer, mas tambm o que dever pensar. Ele como oleme de um navio, que vai para onde quer que o dirija o comandante, que o ditador doPartido.

    b) Para o Comunista, o homem um objeto. Um objeto no pode agir, mas acionado comoum autmato social, e torna-se como o cinzel na mo de um escultor.

    c) Para o Comunista, s h uma espcie de unidade a unidade poltico-econmica, que realizada no de dentro, por laos espirituais, mas de fora, pela fora, pelo terror e pelapropaganda.

    d) Para o Comunista, o homem cidado de um s mundo, e, desde que o Estado tudo, dase segue que o homem no tem direitos salvo aqueles que o Estado lhe deu. Por conseguinte,

    quando o entender, pode o Estado tirar-lhe esses direitos.

    e) Para o Comunista, a personalidade relacionada ao tempo. O homem alienado da suahumanidade no presente, para atingir uma humanidade duvidosa num paraso terrestre nofuturo. Tal como o expe Lenine: "Durante o perodo da ditadura em que no haveria liberdade,o povo acostumar-se-ia s novas condies e sentir-se-ia livre numa sociedade comunista" (OEstado e a Revoluo).

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    f) Para o Comunista, o homem determinado pela sociedade, completamente absorvido epossudo por ela, e nela perde a sua identidade como uma gota de gua perde a suaidentidade num copo de vinho. Em vez de ser o senhor da sociedade, ele o escravo dela.

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    Em resumo: O conceito cristo do homem ativo o homem livre; o conceito comunista dohomem , necessriamente, passivo o homem um animal social obediente, cuja mais altafuno realizar o Piatiletka (Plano Qinqenal). Destarte sucede que o Comunismo, quecomeou por protestar contra a desumanidade do capitalismo, acabou por descapitalizar o

    capitalismo com a sua prpria desumanidade. O homem, para o Comunismo, no um espritolivre, uma personalidade, porm funo de um processo social. O que primrio noComunismo o Partido, e o Partido controla o Estado. Criando uma opinio pblica que elerepresenta como a nica possvel, o Estado Sovitico torna impotente a vontade do indivduo, eguia na direo que bem lhe aprouver a vontade, aparentemente espontnea e livre, dasmassas. Mesmo na nova Constituio proposta na Rssia, aos cidados no ser permitidovotar em diferentes partidos, mas somente em diferentes homens do mesmo partido. Queprotesto no fariam os brasileiros se cada eleio fosse uma nomeao, e se eles spudessem votar numa chapa! Como Troud, o rgo oficial dos operrios soviticos, o expe:"A diferena essencial entre a existncia de partidos no Mundo Ocidental e no nosso pais a

    seguinte: um partido est no poder e todos os outros esto na priso" (13 de Novembro de1927). O Comunismo criou uma instituio especial para tornar o homem passivo ao Partido, eto cruel foi a perversidade dela, que, por amor da opinio mundial,, julgou-se necessriomudar-lhe o nome de vez em quando; primeiramente foi a Cheka, depois a Ogpu, e agora oComissariado Interno. Em 1931, quando Lady Astor se encontrou com Stalin, perguntou-lhe queima-roupa: "Por quanto tempo ainda vai o sr. continuar matando gente?" Apanhadodesprevenido, Stalin respondeu: "Por tanto tempo quanto for necessrio".

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    A subida de Stalin ao poder.

    Mas poderamos prosseguir, perguntando: necessrio para qu? E a resposta seria: necessriopara a vontade do Partido. E quem a vontade do Partido? So os indivduos que o controlam.As lutas aparentemente profissionais por trs de diferentes ideologias, na realidade, soapenas a capa de lutas pelo poder promovidas por diferentes indivduos, sendo a vtima emcada caso o cidado-ttere. A luta entre os exilados Trotsky, Kamenev, Zinoviev (este ltimoque concebeu a idia de mumificar Lenine) e Stalin uma triste histria de ambio pessoal.Lenine, como dever ser lembrado, declarou expressamente no seu testamento que Stalin erademasiado inclinado a concentrar o poder em suas mos, para poder ser seu sucessor. Como

    foi que Stalin se tornou ditador, isto a histria de como Stalin mentiu a Trotsky sobre a datado funeral de Lenine, a histria de como ele foi bem sucedido, no Terceiro Congresso, em

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    fazer que o testamento fosse lido perante uma comisso escolhida a dedo, e no no plenrio; por isto que o testamento de Lenine ainda no foi publicado na Rssia.

    O verdadeiro pio do povo.

    No h pio pior do que aquele que adormece as personalidades de uma nao reduzindo-as

    ao estado de formigas que no tm direitos que o Estado seja obrigado a respeitar. Enquanto odireito do indivduo de gozar de liberdade no for considerado como superior vontade doPartido, e enquanto a verdade no significar alguma coisa mais do que aquilo que o Estadoprescreve, e a falsidade alguma coisa mais do que aquilo que o Estado ope; enquanto ajustia no significar mais do que a mantena de poder do Partido; enquanto a paz nosignificar mais do que uma ditadura de ferro; o Comunismo deve estar preparado para serchamado, o que na verdade , o pio do povo. E no o somente tornando o homem passivoe inerte, tambm martirizando-lhe a natureza, tentando que-

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    brar o molde em que Deus o vazou e expulsar dele a humanidade pela fora, como Pilatos,flagelando a Cristo, tentou expulsar dele a divindade.

    Imaginando o Brasil sob o regime comunista.

    Suponhamos por exemplo que no Brasil houvesse somente um partido; que esse partido semantivesse no poder por meio da Polcia, do Exrcito e da Marinha; e que cada senador ou

    deputado que criticasse esse partido fosse exilado ou morto; suponhamos que o Presidenteestabelecesse uma censura tal como existe na Rssia, e que todo livro que fosse publicado e

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    todo jornal que fosse impresso e todo programa de teatro que fosse distribudo tivesse deglorificar o partido e de trazer o Imprimatur deste; suponhamos, alm disso, que o Presidentecontrolasse toda estao de rdio e toda agncia de informaes, e no permitisse entraremno Brasil livros ou revistas estrangeiras que criticassem o seu partido; e suponhamos que

    qualquer suspeita de falta de simpatia expusesse a pessoa perda do seu emprego, e o fatode haver pertencido a um partido oposicionista condenasse a pessoa ao exlio; suponhamosque a polcia pudesse punir algum sem processo; suponhamos que todas as nossas casas,fbricas, fazendas e terras fossem postas nas mos do partido, para este fazer delas o quebem entendesse, e que as nossas igrejas fossem convertidas em celeiros e museus suponhamos todas estas coisas como acontecendo aqui no Brasil e teremos uma pintura doque sucedeu na Rssia. E, se eu vos perguntasse o que deveria acontecer-vos antes derenderdes a vossa atual liberdade e independncia vs direis que primeiramente tereis deser prostrados inconscientes. Foi isso justamente o que o Comunismo fez na Rssia com a suapropaganda prostrou-os na inconscincia.

    Que o pio? uma droga que amortece as potncias intelectuais do homem, mas deixacontinuarem as suas funes animais e vegetativas. Um homem sob a influncia dele no podepensar, mas pode digerir;

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    no pode querer, mas ainda pode respirar. Por outras palavras, como um animal e no comoum homem.

    Ora, qual dos dois merece ser chamado pio a religio ou o Comunismo? A religio pedeintelecto; comea pedindo ao homem usar a sua razo para descobrir o grande Legislador por

    trs da lei, o grande Pensador por trs de todo pensamento, a Beleza Perfeita por trs de todapoesia. Feito isto, pede razo estabelecer critrios cientficos para julgar a possibilidade dehaver-se Deus alguma vez revelado a ns de qualquer outro modo que no pela sua atividadecriadora; e, uma vez estabelecidos estes critrios, aplica-os quele que apareceu na terra epretendeu ser o Criador do mundo. S depois que esse Pretendente provou a sua Divindadepor coisas divinas, racionalmente reconhecveis, que o intelecto opera a sua submisso verdade d'Ele. Depois, pegando do telescpio da f, que no destri a razo como o telescpiomaterial no destri o olho, ele entra em comunicao com outros mundos com que a razonunca sonhou. Isso a religio e uma religio assim pede que o homem conserve bem vivaa sua razo.

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    Porm o Comunismo adormece a razo; diz ao homem que no procure uma causa para estemundo, que no se admire de que a gente tenha medo de morrer, que no pergunte por que que uma ao m enche de remorso a conscincia, e uma ao boa a enche de paz. Diz aohomem que tudo o de que ele precisa para ser um cidado no Estado Comunista ter um

    estmago e duas mos; por outras palavras, ser um animal econmico a amontoar riquezapara o Estado, e depois morrer, como uma besta, mesmo sem ter um Zinoviev para omumificar. Todo regime que faz isto a seres humanos est-lhes negando aquilo que osdiferencia dos animais, e est criando uma nova escravido em que a mente e a vontade soatadas com grilhes escravido mil vezes mais amarga do que a escravido do corpo. Osgovernos do mundo esto gradualmente fechando o cerco queles que traficam em narcticose drogas; e muito breve os povos inteligen-

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    tes do mundo atentaro sobre o mal feito pelo pio que vem da Rssia e da propagandacomunista. Esse pio j arruinou milhes de pessoas na Rssia, mas no se deve permitir quearrune o mundo.

    A guerra do Comunismo contra a religio.

    A guerra do Comunismo contra a religio continuar no num plano intelectual, mas numplano muscular e militar, ou seja no plano da fora. Eles no podem atacar inteligentemente a

    religio. Eles nunca conseguiram sequer o direito de discutir sobre ela, porque nada conhecemdela. Resta, pois, perguntar que far a fora deles? Botaro Deus para fora do cu? Acaso asua violncia esvaziar dos anjos o cu? A resposta : No! Eles apenas deixaro devastada aterra.

    Vimo-los proscreverem a religio na Rssia, desterrarem o seu clero e matarem o seu povo;vimo-los fecharem as igrejas do Mxico; vimo-los crucificarem padres na Espanha, abrirem ostmulos de Religiosas e espalhar-lhes os restos diante das portas da catedral. Vimos os seus

    museus anti-religiosos; lemos a sua literatura anti-Deus; mas tudo o que os vimos e ouvimosfazer e dizer contra a religio no nos convenceu de que no h Deus. Eles apenas nos

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    convenceram de que h Demnio!

    NDICE

    Introduo O Comunismo essencialmente anti-religioso.......................................................3

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    I. A Religio o pio do povo? ........................................................................................ 4

    A argumentao comunista .................................................................................................. 4

    1. "Religio, patrocinando a causa dos ricos" ........................................................................... 4

    2. "Religio, sedativo dos pobres" ......................................................................................... 5

    3. "Religio, entorpecente da humanidade" ............................................................................ 5

    Uma distino a fazer .......................................................................................................... 6

    Refutao dos argumentos comunistas .................................................................................. 8

    1. A Religio e os ricos ........................................................................................................ 8

    2. A Religio, defensora dos pobres ..................................................................................... 10

    3. A Religio, estimuladora das atividades humanas..................................................................13

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    II. O Comunismo o pio do povo! ................................................................................ 17

    1. O Comunismo justifica a explorao do trabalhador pelo Partido ............................................17

    2. O Comunismo engana o pobre com a esperana falaz de um paraso terrestre........................ 20

    3. O Comunismo escraviza o cidado, reduzindo-o a mero instrumento do Partido....................... 23

    Paralelo entre Cristianismo e Comunismo ............................................................................... 23

    A subida de Stalin ao poder ................................................................................................ 26

    O verdadeiro pio do povo ................................................................................................. 26

    Imaginando o Brasil sob o regime comunista........................................................................... 27

    A guerra do Comunismo contra a religio .............................................................................. 29

    [1] N. do T. Do Cucaso.

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  • 8/10/2019 Fulton Sheen Comunismo Opio Do Povo Transcrio 1952

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    Comunismo: pio do Povo (Mons. Fulton Sheen)

    OBS: a paginao citada segue a obra original.

    Ttulo do original: Communism: The Opium of the People

    Copyright. 1937 by Saint Anthony's Guild, Paterson, N.Y.

    Adaptao brasileira, autorizada

    IMPRIMATUR POR COMISSO ESPECIAL DO EXMO. E REVMO. SR. DOM MANUELPEDRO DA CUNHA CINTRA, BISPO DE PETRPOLIS.

    FREI LAURO OSTERMANN, O. F. M. PETRPOLIS, 10-IV-1952.