Função poética

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Você já percebeu que cada situação exige um determinado tipo de linguagem? Podemos dizer que cada mensagem contém uma intenção, assim como

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Um pouco de Função Poética.

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Você já percebeu que cada situação exige um determinado tipo de linguagem? Podemos dizer que cada mensagem contém uma intenção, assim como cada ambiente social exige um tipo de fala.

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Assim, o vocabulário que escolhemos ao nos comunicar tem uma função específica: de emocionar, de transmitir a realidade, de persuadir ou simplesmente de estabelecer um contato maior com o receptor.

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Estamos falando das FUNÇÕES DA LINGUAGEM, as quais são: Referencial ou Denotativa, Emotiva ou Expressiva, Conativa ou Apelativa, Fática, Metalinguística e POÉTICA.

Nesse momento, vamos nos ater a essa última função.

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FUNÇÃO POÉTICA

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A Função Poética da linguagem está presente nos textos que, pela sua organização, são de interesse da comunicação. Nesses casos, a elaboração da mensagem utiliza recursos de forma e conteúdo que chamam nossa atenção para a própria mensagem, causando-nos surpresas, “estranhamentos” e prazer estético. Essa mistura de sensações brota da percepção de que a linguagem foge do convencional e se impõe por um arranjo original de formas e significados.

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Essa função se manifesta a partir de um trabalho de seleção e arrumação das palavras e de exploração de seus significados, que cria efeitos sonoros e rítmicos nos textos(jogando com seus fonemas e acentos tônicos) e desenvolve o sentido conotativo das palavras(o chamado sentido “figurado”, possível de diferentes interpretações, oposto ao sentido “literal” nos dicionários). A manifestação artística da palavra cria as chamadas “figuras de linguagem”.

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Aparecem frequentemente nos textos poéticos algumas figuras específicas:

Metáfora; Sinestesia; Hipérbole; Antítese;

Paradoxo; Anáfora;

Polissíndeto; Pleonasmo;Aliteração;Assonância.

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Mais importante do que decorar os nomes dessas figuras é perceber que a função poética cria uma situação em que a mensagem valoriza a si mesma, deixando em segundo plano o seu próprio referente. Em outras palavras: a organização do código nas mensagens poéticas coloca as próprias palavras em primeiro lugar, tornando-as quase um fim em si mesma e não mais um meio de significar outras coisas. Nesse sentido, as palavras valem pelo que são e não pelo que representam.

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A função poética tem seu lugar privilegiado nos textos literários. No entanto, não é só aí que podemos encontrá-la: slogans publicitários, textos de propagandas, canções populares, provérbios e outras produções verbais podem apresentar manifestações desta, bem como aliada às outras funções da linguagem. Temos de considerar, também, que nem tudo o que convencionalmente se considera “literário” apresenta predomínio dessa função.

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EXEMPLOS

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Em poemas:

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“...Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,Que tenho sofrido enxovalhos e calado,Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda...”(Fernando Pessoa, Poema em linha reta)

De tudo ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento.Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamentoE assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.(Vinícius de Morais. Soneto da fidelidade)

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Em prosa:

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Os Cânticos

No templo branco, que os mármores augustos e as cinzeluras douradas esmaltam e solenizam com resplandecência, dentre a profusão suntuosa das luzes, suavíssimas vozes cantam.

Coros edênicos inefavelmente desprendem-se de gargantas límpidas, em finas pratas de som, que parecem dar ainda mais brancura e sonoridade à vastidão do templo sonoro.E as vozes sobem claras, cantantes, luminosas como astros.

Cristos aristocráticos de marfim lavrado, como fidalgos e desfalecidos príncipes medievos apaixonados, emudecem diante dos Cânticos, da grande exaltação de amor que se desprende das vozes em fios sutilíssimos de voluptuosa harmonia.

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O seu sangue delicado, ricamente trabalhado) em rubim, mais viso, mais luminoso e vermelho fulge ao clarão das velas.

Dir-se-ia que esse rubim de sangue palpita, aceso mais intensamente no colorido rubro pele luxúria dos Cânticos, que despertam, ciliciando, todas as virgindades da Carne.

Fortes, violentas rajadas de sons perpassam convulsamente nos violoncelos, enquanto que as vozes se elevam, sobem, num veemente desejo, quase impuras, maculadas quase, numa intenção de nudez.

E, através da volúpia das sedas e damascos pesados que ornamentam o templo, das luzes adormentadoras. dos perturbadores incensos, da opulência festiva dos paramentos dos altares e dos sacerdotes, das egrégias músicas sacras, sente-se impressionativamente pairar em tudo a volúpia maior - a volúpia branca dos Cânticos.

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Em poemas concreto

s:

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Com outras

funções:

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Emotiva

Amor e Harmonia“Meu olhar no teu olhar,

Minha boca em teu sorriso,

És meu porto meu abrigo,Meu íntimo paraíso...

Como é bom viver assim:Imersos em harmonia,

Coração a coração,Amor pleno dia a dia.”

“Amo com ama o amor.Não conheço nenhumaoutra razão para amar,

senão amar.Que queres que te diga,

além de que te amo,se o que te quero dizer,

é que te amo ?”

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Procura da Poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.Não há criação nem morte perante a poesia.

Diante dela, a vida é um sol estático,não aquece nem ilumina.

As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.

Não faças poesia com o corpo,esse excelente, completo e confortável corpo,

tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro

são indiferentes.Nem me reveles teus sentimentos,

que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.

O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.O canto não é o movimento das máquinas

nem o segredo das casas.Não é música ouvida de passagem, rumor do

mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a naturezanem os homens em sociedade.

Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.

A poesia (não tires poesia das coisas)elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,não indagues. Não percas tempo em mentir.

Não te aborreças.Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,

vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família

desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

(...)

Metalinguística

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Em propaga

ndas:

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Em imagens

:

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Em músicas:

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No Pé do VentoMais uma página do mesmo livro

Mais uma parte da mesma históriaMais uma telha do mesmo abrigo

Mais uma bênção da mesma glória.Mais uma ruga do mesmo riso

Mais uma estrela do mesmo breuMais uma cena do mesmo circoMais uma face do mesmo eu.

A gente vive a história, vive a genteVive a história , vive a gente.

A gente vive a história, vive a genteVive a história , vive a gente.Sou pássaro no pé do vento

Que vai voando a esmo em plena primaveraCantando eu vivo em movimento

E sem ser mais do mesmoAinda sou quem era.

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Trabalho apresentado como requisito à 1ª avaliação de Língua

Portuguesa.Alunos:Carina Ranielly Luana OliveiraDávila Silva

Lucivaldo Douglas

Jhon Wallacy Raquel Cruz

Liliane Tôrres Renata Cristina