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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR Centro de Ciências da Saúde – CCS Mestrado em Educação em Saúde AUTOCONHECIMENTO E HABILIDADES PESSOAIS EM PROMOÇÃO DA SAÚDE FRANCISCO ROBERTO BRITO CUNHA Fortaleza 2006

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR Centro de Ciências da Saúde – CCS Mestrado em Educação em Saúde

AUTOCONHECIMENTO E HABILIDADES PESSOAIS

EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

FRANCISCO ROBERTO BRITO CUNHA

Fortaleza

2006

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FRANCISCO ROBERTO BRITO CUNHA

AUTOCONHECIMENTO E HABILIDADES PESSOAIS EM PROMOÇÃO DA

SAÚDE

Dissertação apresentada à banca examinadora do Mestrado em Educação em Saúde da Universidade de Fortaleza – UNIFOR como requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação em Saúde. Linha de pesquisa: Cultura, redes sociais e humanização do Cuidado. Apoio: Capes

Orientadora: Profa.Dra. Fátima Luna Pinheiro Landim

Fortaleza

2006

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AUTOCONHECIMENTO E HABILIDADES PESSOAIS EM PROMOÇÃO DA

SAÚDE

Dissertação aprovada em: ___________ / ___________ / __________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profa. Dra. Fátima Luna Pinheiro Landim - UNIFOR

PRESIDENTE

___________________________________________________________

Prof. Dr Fernando Lefèvre - USP

1º MEMBRO EFETIVO

___________________________________________________________

Prof. Dr Francisco Silva Cavalcante Júnior - UNIFOR

2º MEMBRO EFETIVO

___________________________________________________________

Prof.a Dra Luiza Jane Eyre de Souza Vieira - UNIFOR

MEMBRO SUPLENTE

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DEDICATÓRIA

Àquela que é também responsável por este momento, pois me estimulou e me ajudou a

ingressar, que durante compartilhou todos os momentos, dando-me força para permanecer, e

que na conclusão sofreu com meu sofrimento, não deixando as lágrimas caírem, colaborando

com o desfecho, quando não conseguia mais enxergar.

Àquela que não só no mestrado faz isso, mas na vida, trazendo-me força, luz, paz e amor.

À Rosane, meu amor!

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar força e luz nos momentos difíceis...

À minha mãe por ajudar, ser forte e me inspirar...

À prof.ª Fátima por acreditar e me ensinar a amar o pesquisar, porque ama....

Ao Pe. Domingos pela abertura e incentivo de força...

A todos os sujeitos que se disponibilizaram para a pesquisa...

À amiga Gladys, grande psicóloga e ser - humano...

À amiga Virginia por compartilhar as angústias e colaborar...

Às minhas cunhadas e amigas Carina e Cibele por colaborarem...

À colega Patrícia que na reta final se tornou uma amiga...

À prof.ª Ana pela solidariedade com a minha causa...

À prof.a Raimundinha por ouvir e ajudar...

À prof.a Mirna por me lembrar de Deus...

À prof.ª Jane por suas observações na qualificação...

Ao prof. Cavalcante, modelo de professor, que me inspira...

Ao prof. Fernando pela disponibilidade...

A todos os demais professores por suas contribuições...

A todos os funcionários do mestrado e colegas de turma, pessoas especiais...

Ao amigo André pelo amor ao conhecimento que inspira...

Ao amigo Marcelo pelo amor à docência que inspira...

Ao amigo Bryan pela busca da espiritualidade que inspira...

Aos meus sogros por se preocuparem e me incentivarem...

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[...] Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é

predeterminada, preestabelecida. Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa

ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a

história em que me faço com os outros e de cuja feitura toma parte é um tempo de

possibilidades e não de determinismo. [...]

Paulo Freire

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RESUMO

Com o advento das chamadas ciências naturais, o homem volta-se “para fora” numa tentativa de dominar o mundo externo, tê-lo sob controle. Acrescente-se o modelo econômico pautado no capitalismo, que gera, dentre outros sentimentos, o egoísmo, o consumismo e o hedonismo, funda-se uma cultura de massa onde não há espaço para a autenticidade, originalidade e no interior da qual se fortalece uma prática individualista, propícia ao adoecer. Paradoxalmente, com o individualismo “patologizante”, o homem afastado de si se vê obrigado, por diversos fatores, a buscar o autoconhecimento, favorecida nos dias atuais, dentre diversas estratégias difundidas pela globalização e pela cultura de massa, o Eneagrama: uma tipologia que vem sendo empregada por pessoas da comunidade e diversos profissionais para permitir mapear os tipos psicológicos básicos do ser humano. No entanto, tal fenômeno encontra resistência no paradigma biomédico positivista reinante em nossa formação na qual tal popularização é criticada pelo saber psicológico que prefere resguardar para clínica tais conhecimentos. No entanto o paradigma da promoção da saúde sugere que possamos valorizar saberes populares e conceder autonomia à população para que esta possa dar conta do seu processo de saúde-doença, acreditando na sua capacidade. Esse estudo descritivo teve os seguintes objetivos: 1) Conhecer as experiências vivenciadas pelos sujeitos durante o curso de Eneagrama e a relação que eles fazem com a promoção da saúde; 2) Descrever como se dá no eneagrama o desenvolvimento de habilidades pessoais em promoção da saúde. A pesquisa foi realizada durante o ano de 2006, junto a doze (12) sujeitos, provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza-Ceará. Essas pessoas foram retiradas de um universo maior que compunha um grupo de estudos sobre uma estratégia de autoconhecimento (o eneagrama). A escolha configura, assim, o modo “intencional”, situação em que o pesquisador tem conhecimento das características do universo a ser pesquisado, mas como se trata de um campo muito extenso, opta por trabalhar com uma representação desse universo, vez que investigação qualitativa integral com toda população seria muito onerosa e trabalhosa. Os dados foram coletados por meio da entrevista, utilizando um roteiro guia. O local das entrevistas foi determinado pelos próprios sujeitos, considerando seus interesses e disponibilidade de tempo, de maneira que sete (07) entrevistas foram realizadas no espaço físico de uma Casa de Formação religiosa na qual reúne um grupo de encontro, e cinco (05) nas residências dos entrevistados. Como proposta para processar, apresentar e analisar dados discursivos em pesquisa adotou-se o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Ouvir as pessoas discursando sobre seu processo de autoconhecimento foi uma experiência extremamente reveladora, na medida em que pode-se perceber como uma estratégia pautada na educação propicia um conhecimento que, dependendo da disposição dos sujeitos, pode ser revertida em estados de vida mais saudáveis. Isto porque a estratégia vai possibilitando ao sujeito repensar sua relação com a própria saúde, e os processos que levam a uma somatização, fazendo surgir consciência dele, bem como dos mecanismos naturais de defesa; o que pode, por sua vez, prevenir o aparecimento de algumas doenças. Para além disso, o sujeito pode também melhorar o seu bem-estar físico, psíquico e espiritual através do desenvolvimento de habilidades pessoais que existem dentro do sujeito, mas que até então permaneciam reprimidas e que afloram por meio dos caminhos de crescimento propostos pelo Eneagrama se contrapondo ao individualismo.Na medida em que as pessoas busquem o autoconhecimento, habilidades podem ser desenvolvidas por meio do processo de capacitação das pessoas para adquirirem autonomia sobre sua saúde como um componente importante de sua vida diária.

Palavras-chaves: Autoconhecimento; Psicologia; Promoção da Saúde

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ABSTRACT

SELF-KNOWLEDGE AND PERSONAL ABILITIES IN HEALTH PRO MOTION

With the advent of the called natural sciences, the man turns back "outside" in an attempt of dominating the external world, to have it under control. The ruled economical model, increased in the capitalism, that generates, among other feelings, the selfishness, the consumerism and the hedonism, is founded a mass culture where there is no space for the authenticity, originality; and inside which strengthens an individualistic practice, favorable to ilness. Paradoxically, with unhealthy individualism, the moved away man sees himself impelled by several factors, to seek for self-knowledge, favored nowadays among several strategies spread by globalization and mass culture, The Eneagram: a typology that has been used by common people of the community and several professionals allowing to map the basic psychological types of the human being. However such phenomenon finds resistance in the dominating positive biomedical paradigm and our formations in which such popularization is criticized by the Psychological knowledge that prefers to protect such knowledge from clinic. However the paradigm of health promotion suggests that we may, to value popular knowledge and grant autonomy for the population it may support its health-disease process, believing in its capability. A descriptive study that had the following objectives: 1) to know the experiences lived by the subjects during the Eneagrama course and the relationship they have with the health promotion; 2) to describe how is done in the eneagram the development of personal abilities in health promotion. It was accomplished during the year of 2006, along with twelve (12) subjects, coming from different neighborhoods of the city of Fortaleza-Ceará. Those people were removed from a larger universe that it composed a group of studies about self-knowledge strategy (the eneagram). The choice configures, then, the "intentional" way, situation in which the researcher has knowledge about the characteristics of the universe to be researched, but as it is a very extensive field, he chooses to work with a sample of that universe, once that integral qualitative investigation with every population would be very onerous and difficult. The data were collected through the interview, using guidelines. The place of the interviews was determined by the own subjects, considering their interests and available time, so that seven (07) interviews were accomplished in the physical space of a religious formation house in which the study group met, and five (05) in the interviewees' residences. As proposal to process, to present and to analyze discursive data in research the Collective (DSC) Subject's Speech was adopted. To listen to people making speeches about their self-knowledge process was an extremely developing experience, in the measure it could be noticed as a ruled strategy in the education propitiates a knowledge that, depending on the disposition of the subjects, it may be reverted healthier life states. This because the strategy is making possible to the subject to rethink his relationship with his own health, and the processes that take to a sum, making conscience appear, as well as of the natural mechanisms of defense; what may, for instance, prevent the emergence of some diseases. Besides, the subject can also improve his physical, psychic and spiritual well being through the development of personal abilities that exist inside the subject, but that until then stayed repressed and that emerge through the growth ways proposed by the eneagram. In the measure that the people seek the sef-knowledge, abilities may be developed through the process of people's qualification to take the control and the responsibility of their health as an important component of their daily life.

Key Words: Self-knowledge; Pscychology; Health Promotion

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...........................................................................................................

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................

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2 METODOLOGIA..........................................................................................................

2.1 A pesquisa qualitativa................................................................................................

2.2 O método DSC............................................................................................................

2.3 As técnicas no DSC.....................................................................................................

2.4 Os sujeitos colaboradores..........................................................................................

2.5 A análise dos dados.....................................................................................................

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16

16

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3 ARTIGOS FORMATADOS.........................................................................................

3.1 ARTIGO 1: Auto-conhecimento: processos subjetivos e a promoção da saúde...

3.2 ARTIGO 2: O Eneagrama e as suas contribuições para o desenvolvimento de

habilidades pessoais em promoção da saúde..................................................................

22

22

54

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 84

REFERÊNCIAS............................................................................................................... 86

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA........................................................... 88

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO.....

APÊNDICE C - TRANSCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS....................................

ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA......................................................

89

90

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APRESENTAÇÃO

O relatório de Dissertação aqui apresentado tem origem em uma inquietação que

provem da prática profissional, como psicólogo, ao deparar-se cotidianamente com a

realidade de que a população em geral, e os profissionais de saúde em particular,

desconhecem o papel do psicólogo e, por conseguinte, a sua práxis e as suas possibilidades de

atuação no campo da saúde, dentro e fora da clínica.

De outro lado, vislumbram-se verdadeiras oportunidades para divulgar a profissão

e dá a conhecer acerca de quem é o profissional psicólogo. Exemplo disto é o Mestrado de

Educação em Saúde da Universidade de Fortaleza. Com uma proposta única em todo Brasil,

favorece adentrar no universo de conhecimento do campo da saúde coletiva, para favorecer a

promoção da saúde. Em tal empreitada, o convite é feito para que os profissionais das mais

diversas áreas do conhecimento passem a atuar dentro do enfoque da educação. E na realidade

do profissional de saúde, formados academicamente num modelo tradicional biomédico

positivista e centrado na doença, o desafio é que eles possam permitir agregar aos seus

conhecimentos novas/antigas tecnologias existentes na humanidade, para que a sua linguagem

se torne cada vez mais acessível, sensibilizando a comunidade e possibilitando sua autonomia

sobre o seu processo saúde–doença, preocupando-se deste modo não apenas em evitar

doenças, mas, sobretudo, promover saúde.

Todo o exposto, associado ao fato de ter o autor participado de um curso de

autoconhecimento - oportunidade em que constatou a crescente busca das pessoas por este

saber – funcionou como estímulo para desenvolver o estudo investigativo que gerou o

presente relatório, cujos parágrafos a seguir destina-se a apresentar/justificar seu formato.

No Capitulo 1 do relatório, introduz-se o tema do auto-conhecimento, haja vista

que o Eneagrama se apresenta, em última instância, como um fenômeno desta natureza,

conduzindo um diálogo com autores, de modo a problematizá-lo nos aspectos que envolvem

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esta prática na Psicologia em contraposição com a proposta da promoção em saúde. Na

seqüência, apresentam-se os objetivos, capítulo 2.

No capítulo 3 discorremos acerca do método utilizado: o Discurso do Sujeito

Coletivo(DSC) com o intuito de apresentá-lo de uma forma mais ampla , haja vista que os

artigos não comportam tamanha descrição.

O capítulo 3 dos resultados consta de dois artigos científicos, cada um deles

correspondente ao respectivo objetivo: 1) Autoconhecimento: processos subjetivos e a

promoção da saúde; 2) O Eneagrama e suas contribuições para o desenvolvimento de

habilidades pessoais em promoção da saúde.

Destaque-se que para formatação do relatório levou-se em consideração o

estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NBR 6023; NBR

14724), enquanto ambos os artigos encontram-se formatado seguindo as normas de

Vancouver, para a qual serão encaminhados os manuscritos com vistas à possível publicação.

No primeiro artigo, frente ao impasse entre o paradigma biomédico positivista da

formação em psicologia e os novos paradigmas propostos pela Educação em Saúde, que

viabiliza o autoconhecimento, procura-se conhecer a experiência dos sujeitos durante o curso

de Eneagrama e a possível relação deste com a promoção da saúde.

No segundo artigo, a preocupação foi a de descrever como acontece o processo de

desenvolvimento de habilidades pessoais, conducentes à promoção da saúde, que os

participantes do curso evidenciam. Para um balizamento teórico frente a essas descrições,

utilizou-se inicialmente o referencial teórico da psicologia Analítica, pois esta já apresenta um

modelo científico de Teoria da Personalidade, assim como o curso de Autoconhecimento em

Eneagrama. Para a compreensão do modo pelos quais os participantes desenvolvem suas

habilidades, busca-se respaldo nos fundamentos da Terapia Breve. O modo como este

processo acontece é ilustrado através do Discurso do Sujeito Coletivo.

12

No capítulo 4 busca-se tecer considerações tendo em conta o processo de

investigação e o que ele propiciou, considerando a necessidade de conhecer o Discurso do

Sujeito Coletivo sobre o autoconhecimento, tecendo relação acerca do significado desse

processo no desenvolvimento de habilidades pessoais em promoção da saúde.

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1 INTRODUÇÃO

Para compreendermos nosso objeto de estudo, o Eneagrama, fez-se necessário

contextualizá-lo, historicamente, naquilo que o caracteriza enquanto um fenômeno de

autoconhecimento, para a partir de então situá-lo numa interface paradoxal, por isso

problemática, entre o campo da Psicologia e o da Promoção da Saúde, constituindo assim

nosso tema.

Na era moderna inaugura-se o período da Racionalização. Com o início das

chamadas ciências naturais, o homem “volta-se para fora” numa tentativa de dominar o

mundo externo para tê-lo sob controle. Nasce então a "era das ciências" que influencia até

hoje nossa maneira de olhar o mundo. Acresce-se nosso modelo econômico que está pautado

no capitalismo que gera, entre outros sentimentos: o egoísmo, o narcisismo, o consumismo e

o hedonismo, além de uma cultura de massa onde não há espaço para a autenticidade,

originalidade. Produz-se aí uma cultura "patologizante", propícia ao adoecer.

Com um individualismo que leva a um adoecimento, paradoxalmente nasce

uma busca pelo auto-conhecimento. Talvez a justificativa esteja no fato de que, em períodos

históricos anteriores, o homem estava regulado por princípios normativos externos a eles,

como a mitologia e a religião que continham sua angústia. Com a perda dessas referências na

contemporaneidade, a busca solitária de si, com o ideal liberal, é conseqüência de uma cultura

na qual o crescimento pessoal só depende da própria pessoa.

Contemporaneamente, esse fenômeno vem se tornando uma crescente, e se

popularizando, fazendo parte de uma cultura de massa. A busca pelo autoconhecimento se

constitui, deste modo, como uma das mediações através das quais as pessoas comuns

procuram construir um “eu” de maneira que possa gerenciar os recursos subjetivos e, desse

modo, enfrentar os problemas colocados ao indivíduo pela modernidade. Talvez uma

conseqüência disto sejam os milhares de publicações voltadas para a auto-ajuda, bem como o

14

surgimento de inúmeros cursos e psicoterapias que emergem nessa área; com a

particularidade de alguns destes não serem tão acessíveis à comunidade em geral, seja pelos

preços praticados, ou pelo nível de compreensão relacionado ao grau de instrução da

população alvo e/ou à utilização de linguagem mais técnica.

É nesse contexto que surge a proposta do Eneagrama, que vem sendo empregado

por psicólogos e pessoas da comunidade para permitir mapear os tipos psicológicos básicos

do ser humano. Configurando-se como uma tipologia de personalidade, esse saber popular

(milenar) vem sendo, de forma empírica, utilizado para atender a demanda pela busca de auto-

conhecimento. Sua excelente aceitação comunitária vem sendo creditada ao fato de essa chave

de leitura de personalidade possuir clareza e simplicidade dos conceitos trabalhados. Nas

seguintes palavras:

O Eneagrama é uma Tipologia de Personalidade milenar, que propõe um auto-conhecimento, onde qualquer pessoa de qualquer nível sócio-econômico possa compreender pois esta possui uma clareza em seus conceitos facilitando a compreensão, além de ser simpática pela sua simplicidade, no entanto sem perder a profundidade (NARANJO, 1979, p.16).

As propriedades de “clareza” e “simplicidade” que conferem ao eneagrama a

possibilidade de ser esse conhecimento facilmente reproduzido pela sociedade, o torna

atraente como estratégia em promoção da saúde.

No entanto o discurso psicológico em formação guarda algumas reservas quanto

ao uso indiscriminado de estratégias de autoconhecimento, tendo em vista as repercussões que

este possa causar no sujeito devido ao despreparo deste para assimilar conteúdos tão profundo

e a falta de um acompanhamento especializado. Por outro lado, a promoção da saúde acredita

na autonomia do sujeito e na capacidade deste gerir a sua própria saúde.

Sabemos que um dos princípios que dá sustentação ao conceito de promoção da

saúde é a valorização do desenvolvimento humano como componente central da saúde, e

15

nesse propósito a comunicação precisa ser clara, para que a população possa assimilar os

conceitos e poder ela mesma gerenciar sua saúde.

Na medida em que as pessoas busquem o autoconhecimento, habilidades podem

ser desenvolvidas por meio do processo de educação das pessoas para assumirem o controle e

a responsabilidade de sua saúde como um componente importante de sua vida diária?

(BARROSO; VIEIRA; VARELA, 2003). A ação do autoconhecimento estará assim

relacionada ao desenvolvimento de habilidades pessoais contempladas na Carta de Ottawa,

associada, portanto, à dimensão individual.

Muito embora seja possível hipotetizar que o Eneagrama trabalha de acordo com a

proposta de desenvolvimento de habilidades pessoais, são poucos os dados disponíveis sobre

o Eneagrama, bem como de suas reais contribuições (potencial) como uma suposta “tipologia

de personalidade promotora de saúde”. A ausência ou defasagem de dados gerais, entretanto,

deixa uma lacuna de conhecimento que é incompatível com o crescente número de cursos

nessa área, bem como a suposta importância de seu papel no desenvolvimento de habilidades

pessoais em promoção da saúde.

Diante da possibilidade dos participantes dos cursos de Eneagrama descreverem

suas experiência, resignificarem sua história de desenvolvimento das próprias habilidades

pessoais, ou não, vislumbrou-se contribuir para a investigação de uma tipologia de

personalidade, pouco explorada, mas que se mostra acessível em sua linguagem à população

que, ao buscar o autoconhecimento, pode desenvolver habilidades (ou ativar habilidades

existentes), que se volte para a promoção da saúde.

16

2 METODOLOGIA

Sendo assim procuramos conhecer as experiências vivenciadas pelos sujeitos

durante o curso de Eneagrama e a relação que eles fazem com a saúde bem como descrever

como se dá no Eneagrama o desenvolvimento de habilidades pessoais em promoção da saúde.

Cada objetivo é contemplado em um artigo, originando dois artigos.

2.1 A pesquisa qualitativa

Optou-se por desenvolver uma pesquisa qualitativa pois esta parte de pressuposto

de que o conhecimento não é algo acabado, mas construído constantemente. Além disso, é

necessário levar em conta a interpretação do contexto ao qual a problemática está ligada e

recorrer a uma diversidade de dados obtidos em momentos variados. Sujeitos diferentes

podem, ainda, expor diferentes opiniões a respeito de uma mesma situação, revelando assim

que a realidade pode ser vista sob várias perspectivas, não havendo a mais verdadeira

(MINAYO, 1994).

Por isto, ao buscarmos os discursos dos participantes sobre o Curso em

Eneagrama, a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo torna-se adequada.

2.2 O método DSC

O Discurso do Sujeito Coletivo se compromete com a reconstrução descritiva das

opiniões, fazendo com que esta apareça sem a intermediação do comentário teórico

metalingüístico, preservando sua própria natureza discursiva, bem como sua autonomia como

fato empírico. O DSC representa um “Eu ampliado”, uma tentativa de reconstituir de forma

ampliada uma representação ou um discurso através de uma (primeira) pessoa coletiva.

17

No passo seguinte, as entrevistas transcritas foram organizadas seguindo os seis

(06) passos, descritos em Lefèvre e Lefèvre (2005). O primeiro passo foi organizar esse

material. As respostas dos doze sujeitos à questão 1 foram transcritas integralmente em

instrumento denominado “Instrumento de Análise de Discurso 1” (IAD 1) e, de mesmo modo,

as respostas à questão 2 no instrumento IAD 2. Esse instrumento consta de um quadro,

apresentando duas colunas. Na primeira coluna, dispõe-se as ECH, na segunda as IC. As

respostas dos sujeitos às respectivas questões de entrevistas foram transcritas para a coluna

das expressões-chave. Para Lefèvre e Lefèvre (2005), “as ECH são pedaços, trechos ou

transcrições literais do discurso (...) que revelam a essência do depoimento”.

O segundo passo consistiu em identificar e retirar das expressões-chave trechos do

discurso que ganhariam o status de idéias centrais. Lefèvre16 define a IC como se tratando de

um nome ou expressão lingüística que revela e descreve, da maneira mais sintética, precisa e

fidedigna possível, o sentido de cada um dos discursos analisados e de cada conjunto

homogêneo de ECH.

O terceiro passo consistiu em, depois de identificadas, transpor as IC para as

colunas correspondentes no quadro das IADs correspondentes. Um quarto passo foi

“etiquetar” com as letras A, B, C... e assim sucessivamente cada grupo de IC com o mesmo

sentido ou equivalente. No quinto passo tratou-se de denominar cada um dos grupamentos de

IC, conferindo-lhes uma IC síntese que expressasse todas as outras.

O sexto e o último passo foi a construção do próprio DSC. Por sua vez, esse passo

dividiu-se em 2 etapas. De início foi contraído o IAD2, onde cada grupamento de respostas

foi transformado em DSC.

Os dados, após todo esse processamento, comportam-se como “o discurso do

sujeito coletivo”, que são apresentados, inicialmente, em quadros sínteses, em função das IC.

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Deste modo, obteve-se quatro IC e respectivos DSCs, para a questão 1, e duas IC dos DSC

correspondendo a questão 2.

Todos os quadros elaborados e expostos representam o “pensamento coletivo que

equivale a sua própria explicação ou interpretação”. Durante a construção do DSC a idéia foi

tentar sequenciar para "discusivar", tentar formar um discurso lógico e agora coletivo. Para tal

foi preciso estar atento ao “começo, meio e fim”; “partir do geral para o menos geral”;

“utilizar conectivos para a coesão do discurso” e “evitar idéias repetidas e os particularismos”

já que se trata agora de um Discurso do Sujeito Coletivo.

Ao trabalharmos com o Discurso do Sujeito Coletivo, a idéia é não ter um

pensamento discursivo, tal como é coletado,reduzido a uma categoria (...) para ser

reconstituído como um metadiscurso teórico de acordo com Lefèvre e Lefèvre (2005).

Essa coletivização do pensamento pelo metadiscurso teórico também é uma solução supostamente segura, que encontra refúgio na crença religiosa, ou ritual, ou burocrática na teoria (= as famosas “revisões de literatura”), reforçada pela retórica das citações, pela sedução da boa escritura, pelo apelo ao senso comum ou bom senso (=aquilo que todo mundo sabe...), etc. Nesse caso, a explicação “teórica” do pensamento coletivo toma (indevidamente, por certo) o lugar da sua apresentação descritiva como fato empírico o que constitui, também, da mesma forma, uma violência simbólica (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).

Dessa forma, no presente trabalho, nossas interpretações de acordo com a

metodologia utilizada, cedem espaço ao empírico, numa valorização do discurso dos sujeitos

entrevistados.

Entendemos ser pertinente a utilização do método, pois ao trabalharmos com

Educação em Saúde nossa proposta deve ser a de valorização do saber popular,em que o saber

biomédico deve, em última instância, lançar luz sobre este e não ofuscá-lo. No entanto, muitas

vezes, nossas pesquisas propõem esta prática, mas paradoxalmente, a própria pesquisa

denuncia a incoerência, pois não conseguimos nos desprendermos tão fácil dos nossos velhos

19

referenciais e paradigmas, quer na prática profissional quer nas nossas metodologias de

pesquisa.

Temos aí certamente o exemplo de uma deformação ou preconceito muito presente entre os cientistas sociais e “humanos” de um modo geral: um confessado desprezo pelo “descritivo”, considerado menor, óbvio, pobre, em favor do interpretativo que revelaria a riqueza do pesquisador, sua inteligência sua erudição, etc. (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).

2.3 As técnicas no DSC

Como proposta para coletar, processar e apresentar dados discursivos em

pesquisa, adotou-se o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Para Lefèvre e Lefèvre (2005)

confere uma riquíssima qualidade ao conteúdo, possibilitando-nos enxergar o

desenvolvimento do “eu” coletivo através do emprego de duas figuras metodológicas, a saber:

a idéia central (IC) e a as expressões–chave (ECH).

Foi utilizada a entrevista, método mais comum para a coleta dos discursos dos

sujeitos, tendo sido elaborado roteiro que respeitou os seguintes princípios: na formulação das

questões tivemos em mente os objetivos do estudo; foram evitadas questões que levassem os

sujeitos entrevistados a respostas puramente teóricas, bem como as que induzem respostas ou

levem à incompreensão do enunciado; não foram formuladas questões com objetivo de

produzir reações emocionais ou inadequadas para população alvo; e, por fim, não foram

formuladas questões que não ensejassem discurso.

Todo material utilizado durante entrevista foi antecipadamente preparado, como o

gravador e o roteiro de entrevista, contendo as seguintes questões guia: 1) Como foi sua

experiência durante o curso do Eneagrama?; 2) Existe alguma relação do Eneagrama com a

tua saúde? e 3) Como você está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não

desenvolvida?. A primeira e a segunda pergunta estão contidas no primeiro artigo e a terceira

no segundo artigo.

20

Também o “ambiente de pesquisa” foi preparado previamente, durante dois

encontros do grupo, na própria Casa de Formação, e se antecederam à entrevista,

considerando a necessidade de os sujeitos comprometerem-se com o estudo realizado.

Durante esses encontros foi feita apresentação da proposta de estudo e esclarecidos os

objetivos, ao tempo em que se discorreu sobre a importância da participação de cada um, e de

como seria dado, em momento oportuno, o retorno desta pesquisa aos interessados. Também

foram oportunos os encontros para agendar dia e local das entrevistas. Esse agendamento

respeitou a disponibilidade e conveniências para os entrevistados, de maneira que 7 foram

entrevistados no espaço físico da Casa de Formação, enquanto 5 foram entrevistados em suas

residências.

As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e literalmente, em respeito

ao princípio da fidelidade dos dados coletados. O clima da entrevista foi o mais informal

possível, para que o entrevistado pudesse se sentir mais a vontade, no entanto, evitando a

indução de respostas com conversas desnecessárias e gestos de aprovação ou desaprovação.

2.4 Os sujeitos colaboradores

Estudo descritivo, realizado durante o ano de 2006, junto a doze 12 sujeitos dentre

os que, durante aquele ano, concluíram o curso de Eneagrama, desenvolvido em três etapas

pelo dirigente da casa de Formação Comunidade Shalom, cede Fortaleza, aprovada

canonicamente, em janeiro de 1983, como Sociedade de Vida Apostólica pelo Sr. Cardeal D.

Aloísio Lorscheider. Esses sujeitos faziam parte de um grupo, composto por número variado

de pessoas adultas, provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza, e que tinha em

comum o fato de se encontrarem toda primeira quinta-feira de cada mês para dar continuidade

aos estudos do Eneagrama.

21

A escolha dos sujeitos configura o modo “intencional” prevista como sendo

possível na situação em que:

O pesquisador tem conhecimento das características do universo a ser pesquisado, mas como se trata de um campo muito extenso, uma investigação qualitativa integral com toda população seria muito onerosa e trabalhosa. (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005).

2.5 A análise dos dados

A análise dos dados, como a própria metodologia aponta, nos artigos que

aparecem como pano de fundo frente aos resultados, que ganham maior destaque

possibilitando valorizar a experiência dos sujeitos e permitir que o leitor possa também sentir

os discursos e fazer sua própria análise. No entanto, não nos furtamos do momento em que

através da interlocução de diversos autores sobre a temática estudada fizemos nossas

inferências e assim tecemos algumas considerações que consideramos importantes.

Os aspectos legais desta pesquisa obedecem a Resolução 196/96 da CONEP

(Comissão Nacional de Ética em Pesquisas de 1996), de acordo com parecer nº. 110/06, e

obteve o consentimento dos participantes por meio de assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

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3 ARTIGOS FORMATADOS

3.1 AUTOCONHECIMENTO: PROCESSOS SUBJETIVOS E A PROMOÇÃO DA SAÚDE

Resumo:

Frente às discussões contemporâneas entre os paradigmas do modelo biomédico, que predomina nos cursos de formação superior, e neste caso específico na Psicologia, e os da Promoção da Saúde, desenvolveu-se este artigo com o seguinte objetivo: Conhecer as experiências vivenciadas pelos sujeitos durante um curso de auto-conhecimento (o eneagrama) e a relação que eles fazem com a promoção da saúde. Estudo descritivo, realizado durante o ano de 2006, junto a doze 12 pessoas adultas, provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza, e que tinha em comum o fato de terem realizado o curso de Eneagrama, fazendo parte de um grupo de encontro sobre o tema. Coletaram-se os dados por meio da aplicação de duas questões de entrevista: 1)Como foi sua experiência no curso do Eneagrama?’; 2) ‘Existe alguma relação do Eneagrama com a tua saúde?’. Sete (07) entrevistas foram realizadas no espaço físico de uma Casa de Formação religiosa na qual se reúne o grupo de estudo, e cinco (05) nas residências dos entrevistados. Como proposta para processar, apresentar e analisar dados discursivos em pesquisa, adotou-se o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Os dados geraram, em resposta ao primeiro questionamento, as seguintes idéias centrais, em função das quais se desenvolve o DSC: IC A Eu me senti muito bem; IC B Identificação tranqüila!; IC C Houve um incômodo inicial!; e IC D Dificuldade de identificaçã). Frente ao segundo questionamento, obtiveram-se as seguintes idéias centrais: IC A O Enegrama previne doença! e IC B O Eneagrama promove saúde! De um modo geral este processo de autoconhecimento, tratando-se também de um processo educativo, parece transcorrer sem maiores dificuldades, com exceção de um mal-estar natural e necessário no processo de autoconhecimento e de algumas dificuldades de identificação, dado a nossa própria dificuldade de nos conhecermos. De certa forma, a escassez destas práticas na Psicologia parece encontrar muito mais suas raízes na manutenção do poder do paradigma biomédico da profissão do que em algum prejuízo que possa causar ao sujeito a utilização do autoconhecimento através de estratégias educativas em promoção da saúde. Antes, pelo contrário, sendo inclusive, em grande parte dos casos, descrito como algo totalmente benéfico. O processo educativo se apresenta com um passo inicial importante, em nosso contexto histórico, do qual o profissional não pode se furtar. Palavras-chaves: Autoconhecimento; Psicologia; Promoção da Saúde; Discurso do Sujeito Coletivo.

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SELF-KNOWLEDGE: SUBJECTIVE PROCESSES AND THE HEALTH PROMOTION.

Abstract: Front to the contemporary discussions among the paradigms of the biomedical model that prevails in the courses of superior formation, and this specific case in Pscychology, and Health Promotion, this article was developed with the following objective: To know the experiences lived by the subjects during a self –knowledge (The eneagram) course and the relationship that they do with the Health Promotion. A desciptive study, accomplished during the year of 2006, along with 12 (twelve) adult people, coming from different neighborhoods of the city of Fortaleza, and that had in common the fact of having accomplished the Eneagram course, being part of a meeting group about the theme. The data was collected through the application of two interview questions: 1) How was your experience in the Eneagram course?; 2)Is there any relationship between the Eneagram and your health?. Seven (07) interviews were accomplished in the physical space of a religious formation house wich the study groups meets, and five(05) in the interviewees’ residences. As proposal to process, to present and to analyze discursive data in research the Collective Subject’s Speech (DSC) was adopted. The data generated in response to the first questionnaire, the following central ideas, in function which grows DSC: IC A – I felt very well; IC B – Calm Identification; IC C- Had an initial indisposition, and IC D – Difficult identification. Front to the second questionnaire was obtained the following central ideas: IC A – The Eneagram prevents disease! and IC B – The Eneagram promotes health. In general, this self-knowledge process, being also treated as an educational process, seems to elapse without larger difficulties, except for a natural and necessary indisposition in the self-knowledge process and of some identification difficulties, given to our own difficulty to know ourselves. In a certain way, the shortage of these practices in Psychology seems to find their roots much more in the maintenance of the power of biomedical paradigm of the profession than in some loss that may cause to the subject the use of the self-knwoledge through educational strategies in health promotion. Before, on the contrary, being besides, in a large part of the cases, described as something totally good. The educational process comes with an important initial step, in our historical context, which the professional cannot avoid. Key Words: Self-knowledge; Pscychology; Health Promotion; Collective Subject’s Speech.

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INTRODUÇÃO

O campo da saúde coletiva apregoa a interdisciplinaridade como uma necessidade

para se poder vencer a tendência de fragmentação da pessoa pelo modelo biomédico, clínico,

curativo no qual somos formados.

Há uma proposta, em função disto, que é de prevenir, mas, sobretudo, de construir

tecnologias de intervenções em promoção da saúde; sendo a educação das populações uma

importante estratégia para trabalhar esse propósito, visto que a população educada em saúde

pode ter autonomia para gerenciar e se responsabilizar pelo seu processo de saúde-doença,

rompendo com a postura de dependência frente ao profissional de saúde.

Constata-se, entretanto, que os princípios e pressupostos da promoção da saúde,

como os da educação em saúde, em especial na última década, vêm sendo muito debatidos

por quase todas as áreas do conhecimento, porém, a aplicação destes e os resultados práticos

dessa aplicação ainda permanecem como territórios pouco explorados.

Para a psicologia, essa proposta é ainda mais recente. Na atualidade, novas e

desafiadoras demandas estão sendo geradas para o psicólogo, uma delas provem do campo da

saúde coletiva com seu enfoque na promoção da saúde. As imposições desse campo

acarretam, para o profissional, sérios questionamentos sobre o seu papel e o modo de atuação,

na medida em que seus paradigmas formadores são colocados à prova, podendo causar uma

crise identitária.

A esse respeito Fiorini1 escreve ser uma exigência na atualidade que o campo das

psicoterapias deva se abrir para os novos desafios que se apresentam; inclusive o desafio de

contribuir com a sua parte para promover a saúde e a qualidade de vida das populações, em

uma era em que ainda se necessita conhecer os reais impactos do capitalismo globalizado na

subjetividade das sociedades atuais. Os problemas sociais gerados pela era do capitalismo

global introduzem novos impactos para a saúde mental de indivíduos, grupos e comunidades.

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O desemprego e a instabilidade nas condições de trabalho nos introduzem no estudo de novas

situações críticas e traumáticas. As problemáticas do poder globalizador, seus modos de

constituição e seus efeitos, obrigam a realizar novas investigações sobre as condições que

determinam os transtornos e as tarefas capazes de promover a saúde mental. Trata-se de

compreender a rede de fatores sociais, econômicos, políticos e culturas e que configuram a

constituição da subjetividade nas sociedades atuais1.

Se por um lado o conceito de promoção da saúde ainda é relativamente novo para

os trabalhadores em saúde, e em especial o é para as ciências humanas, por outro, não

incorpora, tal conceito, práticas totalmente ausentes do dia-a-dia das pessoas. Observa-se que

muitas das ações previstas pelos intelectuais e cientistas do campo da saúde coletiva já estão

naturalmente incorporadas aos hábitos, atitudes e comportamentos adotados ao longo da vida

e que de alguma forma as pessoas têm certo grau de autonomia sobre determinados aspectos

relacionados ao seu bem-estar físico, mental e social. Destaca-se, deste modo, a necessidade

da valorização de estratégias em Psicologia, no nosso caso voltadas para um auto-

conhecimento que dê consciência desse potencial intrínseco ao ser humano.

Ao deitar reflexões acerca desse tema, deparamo-nos com a realidade de que a

prática do auto-conhecimento, diferente de outras sociedades de períodos históricos da

Antiguidade - como em Roma e na Grécia, onde os saberes que se voltam para o

conhecimento de si (ou conhecimento do outro) ficavam restritos a uma classe dominante,

enquanto a população em geral não tinha acesso - , na contemporaneidade, se popularizou,

passando a fazer parte de uma cultura de massa.

O autoconhecimento constitui hoje uma das mediações através das quais as

pessoas procuram construir um “eu”, de maneira a que possam gerenciar os recursos

subjetivos e, desse modo, enfrentar os problemas colocados pela modernidade. Em

decorrência, constatam-se inúmeros cursos e psicoterapias que emergem nessa área;

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fenômeno que per si já ensejam interesse, e a necessidade do desenvolvimento de estudos

aprofundados acerca da temática.

Problema a mais que se vislumbra nesse campo é o fato de boa parte dos teóricos

da psicologia declarar a existência de certo “perigo” no encontro com o “si mesmo”. Esse

perigo repousa no medo que se apodera das pessoas, quando se deparam com algo inesperado,

ou quando sentem que estão perdendo contato ou o controle do mundo consciente. Isto os tira

do prumo, o que não é de se admirar, porque somente poucas pessoas se aventuram nesta

empreitada.

Para nos lançarmos em um abismo é preciso, primeiro, termos uma âncora bem

firmada em terra sólida. A esse respeito, Jung2 escreve, em suas memórias, que se não fosse

por sua família, casa e profissão, ele não teria tido forças para suportar a sua própria tarefa

árdua de confronto com o autoconhecimento. De mesmo modo, também relata que quando

Nietzsche se submeteu a mesma jornada, ao escrever “Assim falou Zaratustra”, se viu “jogado

como uma folha solta numa ventania” porque, segundo ele, não tinha raízes nem obrigações

com o mundo externo.

Mais recentemente foi escrito a seguinte reflexão: a ânsia infinita do homem por

conhecimento, que lhe foi dado gratuitamente, é uma fonte de grande tensão, pois traz

consigo ansiedade constante, sofrimento, pesar e desilusão, já que a verdade última nunca

pode ser conhecida3.

Não obstante, a busca pelo auto-conhecimento vem se tornando uma necessidade

crescente e vem se efetivando, dentre as muitas estratégias empreendidas, por meio do

Eneagrama, uma estratégia (ou recurso) que psicólogos ou não empregam para trabalhar com

o autoconhecimento e as relações em geral. Nesse estudo buscou-se conhecer as experiências

vivenciadas pelos sujeitos durante um curso de auto-conhecimento (o eneagrama) e a relação

que eles fazem com a promoção da saúde.

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Para guiar uma linha de raciocínio, bem como subsidiar análises de dados

coletados em função do objetivo proposto, desenvolvem os tópicos que se seguem.

O Eneagrama e autoconhecimento.

Embora ainda pouco conhecido em meio à psicologia no Brasil, o Eneagrama

surgiu há séculos, não se sabendo precisar exatamente quando, mas acredita-se datar de 4.500

a.C. Foi ensinado, originalmente, no Oriente Médio e algumas religiões o utilizaram,

inclusive o catolicismo. Foi por meio do professor russo G.I. Gurdjieff que o eneagrama veio

para a Europa, na década de vinte, e chegou aos Estados Unidos em 1960; onde é hoje muito

utilizado nas áreas da Psicologia, em Recursos Humanos nas Empresas e na Política4.

O Eneagrama é descrito como um saber popular milenar, que se configura como

uma tipologia de personalidade. Ennea em grego significa o número nove, Grammos desenho.

Por isso é representado por um círculo contendo a forma de uma estrela de nove pontas, que

são os nove tipos de personalidade (Ego).

Todo ser humano tem necessidades estruturais, que são anteriores à diferenciação

da personalidade: segurança, estima, reconhecimento, aceitação, etc. Muito cedo, sem que

disso tivéssemos consciência, foi pesando para nós a necessidade de sermos aceitos. Ser

aceito significava, muitas vezes, assumir atitudes e comportamentos que correspondessem à

expectativa dos outros em relação a nós, e não propriamente ao que sentíamos. Assim,

começa a ser construída a máscara (personalidade vem de persona, que significa máscara). O

nosso inconsciente começou a se dar conta que, assumindo determinada máscara, havia

retorno em termos de aceitação, estima, reconhecimento. A personalidade se constitui assim

como um processo essencial de sobrevivência do sujeito frente a estas situações. No entanto,

com o passar dos anos, esta que foi fundamental para a constituição do sujeito, se torna

automática.

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O Automatismo agride a essência, que é o núcleo do ser humano. O automatismo

leva a pessoa a agir inconscientemente, ela age sem ter tomado a decisão de agir assim e,

quando faz, não percebe que fez. Sair desse automatismo, requer esforço, é trabalhoso e

doloroso. Tirar a máscara requer coragem. Todo esse mecanismo é cuidadosamente tratado

nos nove tipos diferentes do Eneagrama.

Além dos nove tipos, o Eneagrama apresenta também os centros, do qual se

desenvolve diferentes atitudes, que relaciona a pessoa consigo mesma, com o outro e com o

ambiente. Correspondem a “energias” influenciadas pelo centro da cabeça, do coração ou do

ventre. Isso dá um colorido próprio e uma especificidade característica a cada pessoa e é uma

das razões porque pessoas do mesmo tipo podem apresentar-se bem diferentes.

Centro Intuitivo (ventre): O centro da energia é o próprio Eu. São pessoas

centradas em si mesmas e a energia vem de dentro para fora, vem a partir da preocupação

consigo mesmas. A emoção predominante é a ira, e põe o funcionamento do seu motor a base

da raiva.

Centro Emocional (coração): são pessoas que estão basicamente centradas no

outro e o tema é a relação. A emoção predominante é a ansiedade. A preocupação com o outro

o leva a um descaso consigo mesmo e a perda de sua identidade.

Centro Teórico (cabeça): são pessoas que estão centradas no ambiente, o que

significa que elas precisam ter claro como isso funciona. São pessoas não ativistas, observam

mais do que se envolvem. A emoção predominante é o medo e por saberem que o mundo é

um mistério, preferem não se aprofundar.

O objetivo do trabalho com o Eneagrama não é classificar as pessoas, mas ajudá-

las a perceber como elas funcionam e mostrar-lhes caminhos que são as “Asas” e os “Pontos

de Integração e Desintegração.” As Asas são os outros tipos de personalidade anterior e

posterior no círculo do Eneagrama que o influenciam, segundo Cunha4: “Não se voa sem

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asas, ou não se voa só com uma asa e principalmente com asa estragada”. O vôo do

crescimento se faz pelo desenvolvimento harmonioso das asas. O caminho delas é o caminho

do crescimento: desenvolver nas asas as potencialidades que elas encerram e que ajudam a

equilibrar o seu tipo.

Através dos “Pontos de Integração e Desintegração”, o indivíduo pode detectar

seu ponto de desintegração, personalidade a qual o seu tipo está conectado através de setas

que passam por dentro do círculo, apontando possibilidades que possa levá-lo à integração,

outro tipo de personalidade que ele se conecta e que representa o seu melhor, sua essência,

auxiliando no seu crescimento pessoal.

O Eneagrama nos ensina: “Talvez não possamos ter a liberdade de ser o que

queremos, mas podemos ser livres com aquilo que somos”4.

O Eneagrama se configura assim, em última instância, como uma estratégia de

autoconhecimento, através dos quais as pessoas procuram descobrir, cultivar e empregar seus

supostos recursos interiores e transformar sua vida.

O autoconhecimento fundamenta-se no princípio de que você tem todos os

recursos necessários para obter sucesso, a concretização de seus objetivos, felicidade e

qualquer outra coisa necessária para desfrutar de uma vida completa5.

A prática do autoconhecimento constitui, nesse sentido, fenômeno recente,

resultante da prática da convergência de processos históricos complexos dos quais não pode

ser separada de sua formação e seu sentido em nossa sociedade. Os princípios do auto-cultivo

em que se baseia, todavia, não representam fenômeno novo. Indícios seus podem ser

encontrados em períodos remotos da Antiguidade. Desde esta época, de fato, os homens

conceberam técnicas refletidas e voluntárias por meio das quais eles se propõem adotar regras

de conduta para legitimar suas ações ou modificar seu modo de ser, como enfatizou Michel

Foucault6.

30

Conforme a civilização avança, os indivíduos são levados a reprimir suas pulsões,

racionalizar seu comportamento e desenvolver controles sobre si mesmos. A socialização

crescente tende a encaixá-lo em estruturas funcionais cada vez mais estreitas que os forçam a

disciplinar seus movimentos e adaptar-se a sistemas de ação sobre os quais têm pouco

controle6.

O autoconhecimento constitui, em contraponto, a capacidade de observação de si

próprio, monitorar seu próprio fazer, meditar sobre meu modo de ser, que se desenvolve em

determinadas constelações históricas. Normalmente, o homem não se volta para si mesmo,

dirige-se apenas às coisas que maneja, troca ou deseja fazer. Seu próprio agir permanece sem

observação7.

Conforme Foucault6, essas práticas, que sem dúvida existem em todas as

civilizações, podem ser definidas como procedimentos propostos ou prescritos aos indivíduos,

visando determinar, manter ou transformar sua identidade em relação a certo número de fins,

e isto através de relações de domínio de si sobre si ou de conhecimento de si para si.

O pressuposto, tanto de um quanto do outro, encontra-se na modernidade, no

processo de separação do indivíduo das condições naturais de vida promovida pelo

capitalismo, na medida em que o autoconhecimento, responsável pela estruturação dos seus

processos de subjetivação, se opõe aos movimentos de racionalização, e acaba ficando restrito

a um pequeno número de pessoas, pertencentes às camadas dominantes da sociedade, que tem

consciência desse processo de racionalização8.

O progresso da cultura moderna, não obstante, provocou uma reviravolta nessa

situação, ao ensejar o surgimento de diferentes movimentos que, combinados com a expansão

do mercado de bens culturais, ocorrida em nosso século, terminaram transformando as

práticas de si em fenômenos de cultura de massa.

31

A modernidade caracteriza-se, noutros termos, por uma propensão a refletir sobre

si mesma, em que diversamente daquela vigente em períodos históricos anteriores, a

construção do social, do eu se tornou um projeto consciente, gerenciado de maneira mais ou

menos direta pelo indivíduo, no sentido de sua separação dos princípios normativos

transmitidos, de fora, pela tradição.

A categoria do indivíduo representa, por isso, uma figura que tende, em nosso

mundo, a se libertar das representações coletivas que outrora lhe engessavam a identidade e

prescreviam-lhe um conceito com pretensão de validade para toda a vida. Ao mesmo tempo,

porém, participa de sistemas de ação cada vez mais complexos, distintos e numerosos, que

tendem a desintegrar profundamente a personalidade, conforme progride a modernidade. O

resultado disso é o engendramento de uma situação bastante precária para a subjetividade,

que, constantemente exposta à possibilidade de perder a unidade e desprover-se de centro, vê-

se compelida a desenvolver-se por conta própria e conservar unicamente com seus recursos

essa unidade, para não perder sua identidade. O indivíduo, privado do auxílio que lhe era dado

pela tradição, precisa agora empreender uma monitoração e uma reciclagem permanentes de

seu modo de ser, se quiser preservar não somente sua condição de agente social autônomo,

mas também sua própria individualidade9.

Nesse contexto, as respostas para os problemas de identidade, os recursos para

descobrir e explorar os segredos da alma, do corpo e do sexo, e as fórmulas para ter sucesso

na vida e relacionar-se com as pessoas foi se tornando mercadoria de consumo de massa. As

práticas de si começaram a se vulgarizar através dos meios de comunicação, difundindo um

saber de cunho paracientífico, caracterizado nos catecismos sobre como conduzir a vida, nas

matérias sobre o potencial humano, nos testes de autoconhecimento e nos desenhos de perfis

psicológicos.

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A civilização burocrática e individualista contemporânea engendrou

historicamente uma cultura de massa que, como se sabe, tende a separar a condução da vida

dos propósitos comunais: Em uma cultura democrática altamente diferenciada de fato surgiu,

pela primeira vez, a possibilidade de cada homem estar por si, cada um enfim levando uma

vida privada, treinado para compreender, antes que para amar seu próximo10.

As sociedades tradicionais sustentavam-se moralmente no levantamento de

barreiras em volta das tendências e dos impulsos no sentido da independência individual. O

potencial destrutivo existente no eu era contido através da negação de suas próprias energias,

ou seu direcionamento para as tarefas comunitárias: o sentimento de individualidade, a

consciência de constituir uma pessoa a parte, separada da sociedade, mas habilitada a fazer

julgamento independente a respeito dela e de si mesmo, só começou a surgir com a

Renascença e a durante a Reforma7.

O sentimento e mal-estar na cultura reinante em diversos segmentos da sociedade,

porém, não consiste num mero reflexo da realidade social; possuímos razões para crer que boa

parte dele provém de os problemas que ela coloca terem se tornado individuais, da

necessidade que nos foi imposta de encará-los de maneira cada vez mais solitária.

A necessidade de constituir e conservar um eu, de maximizar a satisfação do

interesse próprio, requeridos pelo racionalismo capitalista e o progresso da vida moderna, se

contrapõem ao poder pessoal que não acontece de maneira espontânea: o verdadeiro poder

pessoal, o poder próprio é sem dúvida o que as pessoas mais procuram em toda parte. Como

você, todos vêem nele um caminho para a satisfação de seus desejos. Alguns o procuram e

encontram, outros o encontram e perdem e ainda outros nunca o encontram11.

É neste sentido que encontramos uma interface com promoção da saúde, pois esta

se preocupa com estratégias educativas em saúde que possam alcançar este indivíduo

moderno, que paradoxalmente fechado em si, vê-se ao mesmo tempo forçado a buscar a si

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próprio, quer pelas exigências neoliberais do capitalismo quer por questões existenciais, onde

racionalismo e a ciência não dão conta, o fazem, solitariamente, de maneira individual.

Promoção da Saúde

A Carta de Ottawa preconiza cinco campos de ação para a promoção da saúde:

Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis; Criação de ambientes

favoráveis a saúde; Reforço da ação comunitária; Desenvolvimento de habilidades pessoais;

Reorientação do sistema de saúde12.

Dentre estas, se situa o Desenvolvimento de Habilidades Pessoais (D.H.P.) que

em promoção da saúde significa: Como a saúde não é apenas ausência de enfermidade, os

indivíduos sem evidências clínicas poderiam progredir a estado de maior fortaleza estrutural,

maior capacidade funcional, maiores sensações subjetivas de bem-estar e objetivas de

desenvolvimento individual e coletivo. Este é, em essência, o verdadeiro sentido da promoção

da saúde propriamente dita12.

Diferentemente da prevenção, aspecto mais comumente trabalhado no sistema de

saúde, a promoção da saúde engloba aspectos de um bem-estar físico, psiquíco e espiritual.

[...] Para a prevenção evitar a enfermidade é o objetivo final e portanto, a ausência de

doença seriam objetivo suficiente para a promoção da saúde, o objetivo contínuo é o nível

ótimo de vida e de saúde; portanto, a ausência de doenças não é suficiente já que perante

qualquer nível de saúde registrado em um indivíduo sempre haverá algo a ser feito para

promover um nível de saúde melhor e condições de vida mais satisfatórias [...] O termo

“prevenir” tem o significado de “ preparar; chegar antes de; dispor de maneira que

evite(dano, mal); impedir que se realize” (Ferreira, 1986). A prevenção em saúde exige uma

ação antecipada baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o

progresso posterior da doença12.

34

Já a promoção tem outro significado: promover tem o significado de dar impulso

a; fomentar; originar; gerar (Ferreira 1986). Promoção da saúde define-se tradicionalmente

de maneira bem mais ampla que prevenção, pois: “ não se dirigem a uma determinada

doença ou desordem mas servem para aumentar a saúde e o bem-estar gerais12.

Um dos princípios que dá sustentação ao conceito de promoção da saúde é a

valorização da saúde como componente central do desenvolvimento humano, embora esse

conceito ainda seja considerado por alguns autores como um processo em constante evolução.

A promoção da saúde busca modificar condições de vida para que sejam dignas e

adequadas; aponta para a transformação dos processos individuais de tomadas de decisão

para que sejam predominantemente favoráveis à qualidade de vida e à saúde; e orienta-se

aos conjuntos de ações e decisões coletivas que possam favorecer à saúde e à melhoria das

condições de bem-estar. Já a prevenção diferente da promoção orienta-se mais às ações de

detecção. Controle e enfraquecimento dos fatores de riscos ou fatores causais de grupos de

enfermidade ou de uma enfermidade específica, seu foco é a doença e os mecanismos para

atacá-la mediante o impacto sobre os fatores mais íntimos que a geram ou precipitam12.

Para melhor entendermos a construção desse processo, é importante situar os

estudos realizados no campo da saúde. Nos últimos 25 anos, ficou evidenciado que as

principais causas de enfermidade e morte estavam relacionadas a três componentes: a biologia

humana, o meio ambiente e os estilos de vida13.

Assim, observou-se que este último componente estava fortemente associado aos

hábitos de vida das pessoas, ecoando, dessa forma, como um alerta para a adoção de hábitos

de vida mais saudáveis. Como conseqüência, os avanços no campo da saúde ocorreram

principalmente em relação ao chamado estilo de vida, com maior ênfase nas ações

relacionadas à dimensão individual. Porém, o resultado desses avanços tornou-se alvo de

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críticas, porque ao mesmo tempo em que se pretendia influenciar as pessoas para o alcance de

uma melhor saúde, por outro lado culpava-se a própria vítima por sua possível enfermidade.

Mas o que vem a ser "estilo de vida"? Tentando responder a esta indagação no

documento "Uma nova perspectiva na saúde dos canadenses", definiu estilo de vida como

sendo um conjunto de decisões tomadas pelo indivíduo a respeito de sua saúde, sobre as quais

exerce certo grau de controle14. A partir desse ponto de vista da saúde, quando o indivíduo

adota hábitos que são considerados prejudiciais à saúde, e que têm como conseqüência a

enfermidade ou a morte, pode-se afirmar que a vítima contribuiu para elas.

Esse conceito foi ampliado, posteriormente, no texto da Organização Mundial da

Saúde (OMS), publicado em 1984, concluindo que o estilo de vida deve definir-se em relação

às experiências coletivas e individuais, considerando as condições que as pessoas dispõem

para viver.

É importante acrescentar que, nos dias atuais, as condições socioeconômicas

exercem fortes pressões para as situações de saúde das pessoas, principalmente quando se

trata dos fatores gerados pela ausência de trabalho, dificuldade de acesso à educação e a

violência contra crianças, adolescentes e mulheres - que exercem pouca ou nenhuma

governabilidade sobre esses fatores.

Toda essa discussão vem ocupando espaço no cenário mundial, integrando a

agenda política de todos os governos, motivando assim uma série de encontros mundiais cujo

início foi a Conferência de Alma-Ata (setembro de 1978), que teve papel fundamental na

proposição de uma nova orientação centrada em fatores sociais e ambientais. Com a inserção

desses novos fatores, avançou-se no conceito de "empoderamento" e participação social,

promovendo saúde por meio da descentralização do poder, num processo contínuo que vai da

ação individual à ação comunitária.

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Os programas de promoção da saúde requerem esforço e responsabilidade

compartilhada para promover mudanças simultâneas na dimensão individual, grupal,

organizacional e comunitária, incluindo a sua participação em todos os níveis. A questão aqui

é: como fazer para que a saúde seja acessível a todos de uma forma que não seja entendida

como um resultado em si, mas sim como um aumento do controle sobre a própria vida?

A esse respeito, busca-se no conceito de promoção da saúde uma abordagem

positiva que acentua os recursos sociais e pessoais em favor da saúde. Esse conceito consiste

em proporcionar aos povos os meios necessários para melhorar sua saúde e exercer um maior

controle sobre a mesma. Enfatiza, ainda, que, para alcançar um estado adequado de bem-estar

físico, mental e social, um indivíduo ou grupo deve ser capaz de identificar e realizar suas

aspirações, satisfazer suas necessidades e mudar ou adaptar-se ao meio ambiente.

Entende-se que lidar com as mudanças de hábitos, atitudes e habilidades é tarefa

eminentemente difícil, porém essencial para ajudar-nos a compreender a vontade,

oportunidade e possibilidades de que as pessoas dispõem para cuidar de si mesmas, de outros

e de seu entorno imediato. Este é o desafio de toda a sociedade. Papel a ser desempenhado

não só pelos gestores, planejadores da saúde e pesquisadores, mas também pelos pais,

educadores, mídia e comunidade - considerados como formadores de opinião ou protagonistas

em potencial junto à população13.

Sendo assim, para promover saúde, é preciso, sobretudo, resgatar alguns valores

humanos que estão esquecidos. A consciência prática do limite do conhecimento acarreta que

não se tenha a pretensão de encontrar uma nova teoria científica que possa formular um

discurso notificador de todas as dimensões que envolvem a saúde. Promover a saúde envolve

escolha e isso não é da esfera do conhecimento verdadeiro, mas do valor12.

No entanto, diante dessas possibilidades o profissional de saúde, e em especial o

de psicologia devido a um paradigma biomédico positivista, presente em sua formação, acaba

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por não se implicar com o paradigma da promoção em saúde. O terapeuta é não apenas um

investigador do comportamento humano, mas também o veículo de uma cultura humanista e

psicológica. Nesse aspecto cumpre uma função cultural: é docente dentro de uma perspectiva

mais profunda e abrangente, de certos fatos humanos. Esta perspectiva se nutre também de

informação, visto que o déficit de informação é um componente tão importante para a

obscuridade e a falsa consciência de uma situação quanto os escotomas criados por

mecanismos individuais1.

METODOLOGIA

Estudo descritivo, realizado durante o ano de 2006, junto a doze (12) sujeitos

dentre os que, durante aquele ano, concluíram o curso de Eneagrama, desenvolvido em três

etapas pelo dirigente da casa de Formação Comunidade Shalom, cede Fortaleza, aprovada

canonicamente, em janeiro de 1983, como Sociedade de Vida Apostólica pelo Sr. Cardeal D.

Aloísio Lorscheider. Esses sujeitos faziam parte de um grupo, composto por número variado

de pessoas adultas, provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza, e que tinha em

comum o fato de se encontrarem toda primeira quinta-feira de cada mês para dar continuidade

aos estudos do Eneagrama.

A escolha dos sujeitos configura o modo “intencional”. Como proposta para

coletar, processar e apresentar dados discursivos em pesquisa, adotou-se o Discurso do

Sujeito Coletivo (DSC). Para Lefèvre e Lefèvre15, o método permite maior fidelidade possível

ao que foi recolhido nas entrevistas, o que confere uma riquíssima qualidade ao conteúdo,

possibilitando-nos enxergar o desenvolvimento do “eu” coletivo através do emprego de duas

figuras metodológicas, a saber: a idéia central (IC) e a as expressões–chave (ECH).Foi

utilizada a entrevista, método mais comum para a coleta dos discursos dos sujeitos.

Todo material utilizado durante entrevista foi antecipadamente preparado, como o

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gravador e o roteiro de entrevista, contendo as seguintes questões guia: 1) Como foi sua

experiência durante o curso do Eneagrama?; e 2) Existe alguma relação do Eneagrama com

a tua saúde?.

Respeitando a disponibilidade e conveniências para os entrevistados, de maneira

que 7 foram entrevistados no espaço físico da Casa de Formação, enquanto 5 foram

entrevistados em suas residências.

Importante ressaltar que no presente trabalho, nossas interpretações, de acordo

com a metodologia utilizada, abrem espaço para o empírico, numa valorização do discurso

dos sujeitos entrevistados. É uma previsão do método que o leitor possa encontrar, no próprio

Discurso do Sujeito Coletivo, as respostas acerca dos questionamentos levantados durante a

pesquisa, diferentemente de como acontece no formato tradicional de pesquisa, que se

caracteriza pela excessiva análise dos dados.

Temos aí certamente o exemplo de uma deformação ou preconceito muito

presente entre os cientistas sociais e “humanos” de um modo geral: um confessado desprezo

pelo “descritivo”, considerado menor, óbvio, pobre, em favor do interpretativo que revelaria a

riqueza do pesquisador, sua inteligência sua erudição, etc16.

Os aspectos legais desta pesquisa obedecem a Resolução 196/96 da CONEP

(Comissão Nacional de Ética em Pesquisas de 1996), de acordo com parecer nº. 110/06, e

obteve o consentimento dos participantes por meio de assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Nesse capítulo, os resultados se reportam ao quadro síntese e, portanto, às IC , em

função das quais se disponibiliza os DSCs, gerados a partir dos questionamentos: 1) Como foi

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sua experiência no curso do Eneagrama?; e 2) Existe alguma relação do Eneagrama com a tua

saúde?

Vale ressaltar que no presente artigo os resultados adquirem uma importância

significativa, pois estamos nos utilizando de uma metodologia que apresenta uma nova

proposta de análise em pesquisa social em que o próprio Discurso do Sujeito Coletivo fala por

si só, não necessitando ser um “metadiscurso ilustrado”, onde diversos referenciais teóricos se

superpõe aos dados para lhe conferirem uma sustentação científica, representando aquilo que

seriam as “análises e discussões”, como comumente elaborarmos nossos relatórios científicos,

pois: “Nesse sentido, e em conformidade com essa prática, o pensamento coletivo equivale a

sua explicação ou interpretação”16.

Dados qualitativos - O Discurso do Sujeito Coletivo

1ª Questão: Como foi sua experiência no curso do Eneagrama?

ICA Discurso do Sujeito Coletivo (A) Eu me senti bem! Eu me senti bem, foi...no início é meio chocante, quando você

percebe que você é daquele tipo e tudo, tem coisas que mexem muito com você, mas eu aceitei bem, sabe, eu não tive problema nenhum de me aceitar do jeito que eu sou, e achei legal. Eu me senti muito bem, porque o facilitador do curso foi muito claro e deu para abraçar todas as questões, então, não ficou-se nenhuma dúvida, eu, ou qualquer outro participante, eu notei que todo mundo ficou sem dúvida e alcançou o objetivo. Então foi interessante, também, descobrir, perceber a personalidade das pessoas. O interessante é que você começa até a entender as pessoas com quem você convive e aí você passa a entender porque que elas agem daquela forma. Eu acho que tem essa riqueza do Eneagrama, é você poder aceitar as pessoas como elas são, é você entender porque elas são daquela forma e você passa a se relacionar melhor. Você começa a ver que é possível ser feliz, com o que você é, e com as pessoas do jeito que elas são, eu acho que você começa a tentar perceber que a gente tem que respeitar mais, ajudar mais, a partir do que nós somos e a partir também do que elas são.

IC B Discurso do Sujeito Coletivo (B) Identificação tranqüila Na época eu lembro que eu era muito tímida, então, eu tinha

medo de me expor, e eu não me senti exposta, então, para mim,

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eu me senti em casa, foi muito tranqüilo. Para mim foi até um alívio, ir conhecendo a realidade da pessoa, né, das pessoas que eram apresentadas no tipo, a partir de personalidades. Foi interessante, primeiro porque eu fui percebendo que...pronto...tinha alguém parecida comigo ali naquela história e que eu poderia me sentir mais acolhida.não me senti cobrada de nada.Eu sou uma pessoa muito calma, e não me incomodo com uma coisa ruim ou boa que eu possa ter, simplesmente, tento mexer no que é ruim para ficar melhor, mas não me incomoda, porque é bom, né, você ter um auto-conhecimento, tem coisas que você já sabe também, mas tem coisas novas que vai aparecendo. Tinha horas que eu pensava assim "Eu sou isso aí mesmo?", "Eu sou desse jeito mesmo?", mas no fundo, a gente já sabe um pouquinho como a gente é, entendeu?

IC C Discurso do Sujeito Coletivo (C) Incômodo inicial Durante, é um negócio complicado, porque você, realmente tem

que encarar coisas que são suas feridas, são coisas que você foge; o assunto do curso é assustador, se for fazer um filme de terror, né! Eu achei assim um pouco cansativa, na medida em que você vai vendo e tendo que ver todos os tipos, achei aquela coisa bem cansativa. Eu passei a semana inteira esperando o meu tipo, então eu já estava ansiosa, bastante nervosa, porque eu tava achando que eu não era nada, o então eu era muita coisa de cada um, então foi muita ansiedade, mais aí cheguei num denominador comum. Ao pegar a folha do meu tipo muita coisa se encaixou em mim, de 25 perguntas eu respondi 22, foi muito forte para mim, então quando eu descobri a sensação era de que todo mundo sabia que eu era daquele tipo, que sou eu escrito num papel, que eu não tinha como fugir, ao mesmo tempo queria fugir, porque eu não era tão ruim como parecia e nem era tão boa quanto parecia, mas sensação mais forte foi a de angústia para descobrir e de angústia ao descobrir, depois é que veio a tranqüilidade caiu a ficha de que realmente eu era. O negócio me surpreendeu, realmente você se identifica, mas que não é só uma coisa de se identificar "Ah, legal, eu sou isso!", né, é mais que isso, é um caminho de crescimento, então, além desse negócio da identificação que foi rápida, que é legal, tem essa história do caminho. Mas eu acho que é uma coisa válida, é um processo que você tem que passar, mas você tem que encarar mesmo, tem que estar preparado pra encarar o que você, normalmente, esconde, vem se utilizando de máscaras, então, tem que ter essa predisposição.

IC D Discurso do Sujeito Coletivo (D) Dificuldade de identificação Essa coisa mexe em você!Eu fugia um pouco disso, mas assim eu lia

muito, lia muito, várias vezes cada afirmativa de cada tipo. Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer mais, procurar sentir essas coisas, e procurar ver através dos tipos me conhecer

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mais e, durante todo o percurso, né, todos os tipos eu me identifiquei bem, sabe, me identifiquei em todos os tipos, e até naquele .papel de marcar, de ficar marcando, né, eu peguei e marquei quase em todos, praticamente o mesmo tanto; em todos né, em todos foi quase o mesmo tanto; eu até fiquei brincando que eu...eu era o tipo 10, porque eu não conseguia me identificar bem, assim, em todos, né? E...aí foi que me deu mais vontade de pegar e, na hora do curso, eu me disse isso na hora do curso, eu peguei...deu mais vontade ainda de pegar e "não, eu vou ter que me identificar agora nem que seja na marra", e isso foi muito interessante, porque, nesse final de semana da primeira etapa, eu procurei muito...dediquei-me muito a esse curso, né; porque eu vi que era uma coisa boa para mim, uma coisa muito significativa pro meu conhecimento, ainda mais pra...por causa disso, né, essa minha...minha dificuldade de tentar me descobrir, me identificar, essa minha curiosidade de tentar me descobrir cada vez mais. É,quando ele falava, chegou um, dois...eu fiquei lá, até comecei a rir, depois chegou ao meu, então fiquei um pouco confuso; eu fiquei parado e vendo... Então começou a mexer comigo, veio algumas idéias na cabeça, umas coisas que eu já fiz, que eu ia fazer, então...tocou-me, então...durante os outros, eu achava engraçado, os outros, mas o meu mesmo que me incomodou. A minha primeira reação foi negar. Percebi que tinha que assumir, que eu tinha que me trabalhar, isso me chocou muito. É bem duro você se identificar e ver que você é daquele jeito mesmo, mas no fundo eu gostei de descobrir que eu era daquele jeito, eu me identifiquei com aquele tipo e gostei, porque veio ao encontro de muitas respostas e de muitas perguntas minhas, interiores, aí eu descobri porque que eu era assim, porque que eu agia dessa forma, que tantas coisas minhas que não deram certo...eu entendi isso através do meu tipo.

2ª Questão: Existe alguma relação do Eneagrama com a tua saúde?

ICA Discurso do Sujeito Coletivo (A) O Eneagrama previne doenças! A gente se descobrindo e a gente melhorando essa

questão...o Eneagrama também tem a ver com essa questão da qualidade, então você procurando melhorar, se integrar, e amadurecer vai te ajudar a você entender mais sua vida, e procurar buscar mais equilíbrio, ser uma pessoa mais equilibrada, e a partir do momento que você consegue isso, isso muda na sua saúde, porque eu mesma sou uma pessoa muito depressiva, o meu tipo é depressivo, essa depressão me causou uma pressão alta, por causa da minha ansiedade e tal. Então eu acho assim, quanto mais ele procurar me ajudar a entender as pessoas e me entender, pra procurar me equilibrar, isso vai repercutir na minha saúde. A minha pressão alta se desenvolveu por conta disso, estresse e tudo porque o meu tipo é o tipo que tem mais tendência a ter depressão, então, com certeza, fica mais

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fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está caindo, que você está querendo entrar em uma de baixo astral e querer caminhar por esse caminho, então, com certeza o Eneagrama ajuda, nesse sentido de você puxar pra esse lado.O médico disse: “Você não é hipertenso, você tem pressão alta por stress!”.O Eneagrama ensinou assim: “Puxa vida eu estou com raiva, mas não precisa ter tanta raiva assim, como é que eu vou resolver , como é que eu posso fazer?Respira, vamos lá a coisa vai passar!”Eu aprendi a relaxar a partir do Eneagrama. Quando eu começo a sentir aflorar a raiva, que aí dá palpitação, dá todos os transtornos do organismo, até porque a gente tem a mania de prender, prender, reter, reter, e quando vem, vem como bomba, no caso do meu tipo. Hoje eu já percebo quando a raiva vai aflorar e aí eu mudo o caminho e deixo de sentir esses sintomas negativos. Há algum tempo eu já estava começando a ter palpitação, a ter alta de pressão e já está com um bocadinho de tempo que eu não sinto mais isso. Eu sinto que já melhorou a respeito da saúde. Como personalidade do meu tipo, é o controle da emoção, não deixar essa emoção aflorar ao ponto que vá prejudicar a minha saúde. Isso percebo que mudou, já consigo fazer novas caminhadas, já controlo a respiração, isso tudo a partir do perceber que eu sou visceral, que tem toda uma emoção por trás, que favorece tudo essa raiva, eu vou acolher, e esse acolher vai facilitando esse meu contato comigo mesma também a nível de saúde. Com a saúde entra um pouco nessa meditação do que o próprio crescimento do Eneagrama. A meditação em si, como ela proporciona um relaxamento,eu já pude perceber pelo meu tipo que eu já acalmei, eu era muito mais agoniado, claro como trabalho em si de cada pessoa, mais eu já consigo perceber hoje quando eu estou mais calma mais mansa. Mais ponderado em algumas coisas. E eu acho que no meu lado foi justamente para eu não ter uma gastrite, uma úlcera, alguma coisa desse tipo, pois a mansidão já ameniza isso, a não ter problemas, vamos dizer assim nervosos, que eu era muita nervoso, antes eu só podia dormir com tranqüilizantes hoje eu já consigo deitar na minha cama e dormir sem nada e isso para mim foi um crescimento e uma melhora na minha saúde, mesmo. Eu comecei, de 5 anos pra cá, eu consegui emagrecer, que eu não consegui durante toda a juventude, isso já é um ponto positivo a nível de saúde, já emagreci mais de 10 quilos, e cada ano controlando, tendo uma auto estima melhor, nesse sentido eu já melhorei, isso é notório. Você sabe que o meu tipo é aquela pessoa que às vezes nem se toca dessas coisas de saúde, num tenho ido pro médico, mas eu acho que a partir do momento que eu estou expressando meus sentimentos, então eu estou sentindo assim.Eu vivia num estresse muito grande, vivia reprimida demais. E eu acho que estou mais saudável em relação a isso, no que eu reprimo, geralmente eu estou somatizando as minhas tensões, as minhas raivas Eu acredito nas doenças psicossomáticas, que começa no psicológico e vai para o soma, que é o corpo; do psicológico vai

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pro corpo,alguma coisa se afeta. E isso é muito caro pra mim, porque quando eu estava em alguma crise emocional, alguma coisa de sentimento, isso, nitidamente, automaticamente, eu somatizava no meu peito, eu sentia dificuldade de respiração e...ainda bem que eu cresci e evolui nisso e nunca mais isso me...é claro que você passa por situações que você sente, né, mas, hoje em dia, eu não...tipo assim, uma coisa é um fato externo, que é...morte do seu tio que você sente, outra coisa é você está preso a um estratagema, alguma coisa da emoção, alguma coisa do psicológico e você não ter consciência daquilo, fica saboreando aquilo,fica cultivando aquilo, não tem consciência, e aquilo vai afetando e você vai deixando, porque você não sabe o que está se passando. Com o Eneagrama não, com o Eneagrama tem consciência, você: "Peraí, que conversa é essa, não vai ser assim não" e com a consciência você consegue dá um direcionamento.Eu tinha uma dificuldade, assim...eu ainda tenho, né, essa dificuldade de pegar e ficar me segurando, de escutar as coisas e...eu seguro muito o rancor, né, eu seguro muito o rancor; e as pessoas falam, me esculhambam, brincam com minha cara, e eu fico...não falo nada, fico me segurando; e eu pensava que isso era uma coisa normal e pensava que isso era até uma coisa boa também, que eu me segurar e não ter conflito não...não fazer conflito, fugir do conflito, pensava que pra mim era uma coisa boa, mas agora depois do Eneagrama, eu percebi que isso não é bom pra mim, que isso não é bom pra minha saúde, porque esse rancor, essas coisas dá muita dor de cabeça, sentia muita dor de cabeça em relação a isso e...não é uma raiva,mas é aquele rancor que...que guardado né...aquelas coisas que marcava muito,eu ficava: "Como é que pode, esse cara fez desse jeito, um amigo meu, uma pessoa, assim, e tudo", e ficava muito...marcando muito isso. É muito difícil eu pegar e...pegar e falar: "Ó, eu não estou gostando, eu não estou gostando!".Mas eu estou tentando, sabe, eu estou buscando, está difícil agora no começo , mas já estou começando já, e quando a pessoa brinca e fala alguma coisa, pego e: "Ó, não gostei viu!". Uma coisa que eu não faria, não fazia antes, e agora, pego e já faço, já...É difícil na hora,mas depois eu sinto um alívio, sinto assim um...que foi melhor e tudo, que foi uma coisa melhor. Um alívio que antes era pegar e...quando...vinha,...pegava, recebia, né, assim esse rancor, essas coisas, né, e eu pegava e depois que desabafava, aí sim, saía o alívio...saía o alívio depois de desabafar, mas agora como eu já desabafo logo, aí, como eu falo logo, fica...fica normal. E você vai amadurecendo!

IC B Discurso do Sujeito Coletivo (B) O Eneagrama

promove saúde! Imagina só, se eu me conheço? Imagina que eu tenho uma doença, se eu conheço a tal doença, eu pelo menos posso partir do conhecimento e tentando ver os meios pra melhorar!Então eu levo um pouco por aí; Imagina se eu,a princípio: “Eu sou uma

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caixa!” Eu só posso saber o que tem dentro se eu for abrindo, se eu for tirando os laços, os enfeites, for abrindo, for tentando tirar as coisas de dentro; e eu acredito que o Eneagrama é muito isso, tá, é tipo...você pega a sua caixa, você pega você mesmo , e aí você vai tendo possibilidade de ir abrindo, ir descobrindo, ir vendo que você reage assim, que você tem essa tendência Então eu posso fazer outra coisa,eu posso tentar melhorar aqui; então,pra mim, lógico, o que eu sinto é que o Eneagrama foi também uma coisa que em ajudou a nível de saúde,até eu diria que, talvez, abriu mais a minha cabeça, sabe...a nível de aceitar mais os outros, aceitar outras posições, ser capaz de rir de mim mesmo, de perceber o que eu falava, o que eu fazia, o que eu queria ou descobrir. Às vezes ainda de perceber alguma coisa que eu penso de que é absurdo; eu digo: "Ah, tem que rir mesmo!"; a gente descobre que também é normal como todo mundo, e isso é bom.Hoje em dia, eu acredito que eu sou livre disso, completamente, graças ao Eneagrama, graças à consciência que eu tenho disso tudo, é claro que a gente sente alguma coisa, mas mais por fator externo, algum fato, alguma coisa assim: “Morreu um rapaz que reagiu a um assalto!” E você fica "pôxa", não por essas estratagemas que a coisa da personalidade leva a pessoa. Está ajudando muito, já estou conhecendo tudo o que eu sou; antes o que eu fazia era inconsciente, agora já estou conhecendo e sei o mal que eu estava fazendo, o bem que eu estava fazendo, e não tinha consciência de que estava fazendo o bem; aí eu posso corrigir o que eu faço de mal, que é inconsciente, e posso reforçar o bem que eu faço. “Muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, interessante, que quando e sinto que eu estou desintegrado que eu vacilei que eu estou com mania de eficiência, eu digo”: “ Meu Deus quem mandou estudar Eneagrama!”. Ai quando aquilo vai passando, quando eu começo a domesticar aquilo, porque de fato é um bicho, quando você começa domesticar, começa a lhe fazer bem, começa a lhe fazer muito bem. Sim pela paz de espírito, eu acho que se você usar, a mim me dá tranqüilidade, a saúde não é só física né, ela é mental também. Olha, sem dúvida vai repercutir na minha saúde,né. O Eneagrama...o que eu acho, é que visa uma saúde emocional e isso,sem dúvida, vai repercutir na saúde como um todo. Eu diria que, não somente pelo Eneagrama, tem todo um trabalho de auto-conhecimento aí por trás, mas o Eneagrama foi o pontapé inicial, mas a partir do auto-conhecimento pessoal que eu tive, de mergulhar em mim mesma, de começar a me aceitar e de me acolher. No Eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo da minha integração faz, mas eu não conseguia nada nessa fase, não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me programar e coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que fazer um exercício, e eu descobri a dança de salão. Eu descobri Deus na alegria, porque até então eu encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as minhas coisas, ou ajudando uma

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pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia livre com movimentos abertos, nem na adolescência, e espontâneos eu me percebi leve e entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria.

ANÁLISE DOS DADOS

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, estudioso do homem em diversas culturas e

em diversos períodos históricos, percebe que existem traços humanos que independente do

contexto espaço temporal da história se repetem. A estes ele denominou de arquétipos. Um

desses arquétipos, sendo este o principal, ele denominou de “self” (si mesmo) que seria a

busca do homem para encontrar com algo que estruture sua psique e essa caminhada ele

chama de processo de individuação. O “Self” (si mesmo) pode ser considerado como um

órgão psíquico de adaptação por excelência. Como o agente organizador da personalidade

total, ele é o elemento ativador e diretor do projeto de vida em cada etapa do

desenvolvimento, procurando os melhores ajustamentos possíveis para a psique total17. O

objetivo do “Self” é a totalidade, processo que Jung denominou de Individuação. Ele busca

sua mais plena realização possível na psique e no mundo17.

Individuação significa fazer-se indivíduo, alcançar o máximo de sua

individualidade, a qual podemos entender como a mais íntima e profunda expressão de nosso

ser, com uma total compreensão, aceitação e permissão desta expressão, e ainda reconhecer a

ação de um material inconsciente sobre o eu. Estas três atitudes citadas acima praticamente

definem o termo de responsabilidade que deveríamos ter em relação ao nosso crescimento

interno. Isto seria reconhecer-se tal como se é, por natureza, e não como se gostaria de ser18.

Essa caminhada não se traduz num percurso fácil, principalmente se levarmos em

conta nosso contexto histórico, no entanto, existe algo que faz com que algumas pessoas

despertem intuitivamente para essa caminhada. E ao se depararem com um curso de auto-

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conhecimento não lhes causa tanta estranheza, como as pessoas que se sentiram bem durante

o curso e que tiveram uma identificação tranqüila.

E o processo de auto-conhecimento, para acontecer de verdade, como podemos

perceber, depende muito mais do amadurecimento deste indivíduo, do conjunto de

experiências que ele adquiriu ou da sua predisposição para se conhecer do que propriamente

da metodologia de ensino ou de um referencial psicoterápico específico.

No entanto, para aqueles que não iniciaram esse processo de auto-

conhecimento, ou que muito pouco conhecem de si, o curso não se apresenta como algo tão

tranqüilo. Começa a desenvolver-se assim uma série de mecanismos de defesa inconsciente

como incômodo, cansaço, ansiedade, nervosismo, angústia, riso nervoso etc., uma vez que

este ainda não tinha se autorizado a olhar para si, pois o confronto com o inconsciente de

início não é um processo fácil.

Quando ainda não identificado com o seu tipo, o sujeito desenvolve dois

mecanismos: “se identificar com pouco de cada um” ou com “nenhum dos tipos”.

Até que ao se defrontar com o seu tipo durante a exposição e iniciar o processo de

identificação este não acontece sem que irrompa à consciência conteúdos primitivos. A

essência da função inferior é autonomia; ela é independente, ataca, fascina e de tal modo nos

enreda que não somos mais donos de nós mesmos e não conseguimos mais distinguir

claramente entre nós mesmos e os outros17. Diante desta situação, o caminho da

individuação pode ser considerado como uma intenção séria para se prevenir um estado de

desorientação no homem moderno, mediante a ativação de forças criadoras do inconsciente e

de sua própria inclusão consciente na totalidade da psique. E tais transformações só são

eficazes quando ocorrem a um nível individual e quando se começa a perceber a existência

de conteúdos como pertencentes à personalidade do eu, devendo ser atribuídos a um não-ego

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psíquico. Esta operação deve ser empreendida toda vez que se queira evitar a ameaça de uma

inflação19.

Até que realmente o sujeito, como que colocado diante de um espelho, o vê por

dentro, reconhece-se, identifica-se e vem a tranqüilidade. A necessidade de identificação de

encontrar-se, de algo que lhe sirva de parâmetros parece ser um busca importante em nível

psíquico. Também se levarmos em consideração nosso contexto sócio-histórico

contemporâneo, onde uma série de valores, costumes e tradições caem por terra ou sofre

modificações numa velocidade assustadora, a falta de identidade e a perda de um referencial

parecem contribuir para que esse processo ocorra com mais ansiedade.

Desta forma, a relação da consciência com o inconsciente não deveria jamais

passar por identificações com os conteúdos autônomos, o que caracterizaria um estado de

possessão do inconsciente, ou seja, um estado de consciência onde se perde todo poder de

discriminação, se expondo a calamidades ou a situações desagradáveis. A identificação com

tais fontes arquetipicas, geradoras de uma angústia profunda, definiria com muita precisão os

sintomas da neurose geral de nosso tempo. Quando todos os valores são muito questionáveis,

nos voltamos para novos modelos mais seguros, novos paradigmas, novo esquemas para

melhor compreensão e explicação de certos aspectos da realidade. Tais modelos úteis,

paradigmas ou arquétipos podem ser considerados como remédios para os homens e os

tempos18.

Mas só quando propostos em um nível individual, e não como um modelo

proposto às massas. Mudanças de paradigmas não podem ser impostas pelo sistema. O

significado de tais mudanças, enquanto não for descoberto através da experiência direta,

torna-se apenas uma possibilidade teórica, e não real.

A proposta é se desapegar dos paradigmas e começar a trilhar um caminho em

busca de si mesmo que Jung denominou de processo de individuação: A vida é teleológica

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(prospectiva) e determinada por um objetivo. E este objetivo é o sentido de tudo, é o estado de

repouso, de equilíbrio. A conquista de seu próprio centro18.

Sendo assim, por ser um processo natural e espontâneo, faz-se importante que este

indivíduo possua essa informação, não que esta represente sua transformação, mas quando

sentir necessidade este pode iniciar, conscientemente, seu processo de individuação,

promovendo sua saúde.

E foi o que podemos perceber nos discursos referentes à pergunta se havia para

eles alguma relação do Eneagrama com a saúde. Em que eles responderam que o Eneagrama

tanto prevenia doenças quanto promovia saúde.

A promoção da saúde busca modificar condições de vida para que sejam dignas e

adequadas; aponta para a transformação dos processos individuais de tomadas de decisão

para que sejam predominantemente favoráveis à qualidade de vida e à saúde; e orienta-se

aos conjuntos de ações e decisões coletivas que possam favorecer à saúde e à melhoria das

condições de bem-estar. (Franco et al apud. Gutierrez et al. 1997). Já a prevenção diferente

da promoção orienta-se mais às ações de detecção. Controle e enfraquecimento dos fatores

de riscos ou fatores causais de grupos de enfermidade ou de uma enfermidade específica, seu

foco é a doença e os mecanismos para atacá-la mediante o impacto sobre os fatores mais

íntimos que a geram ou precipitam12.

Para prevenção, evitar a enfermidade é o objetivo final e, portanto, a ausência de

doença seria um objetivo suficiente para a promoção da saúde, o objetivo contínuo é o nível

ótimo de vida e de saúde; portanto, a ausência de doenças não é suficiente, já que perante

qualquer nível de saúde registrado em um indivíduo sempre haverá algo a ser feito para

promover um nível de saúde melhor e condições de vida mais satisfatórias12.

O termo “prevenir” tem o significado de “preparar; chegar antes de; dispor de

maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize” (Ferreira, 1986). “A prevenção em

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saúde exige uma ação antecipada baseada no conhecimento da história natural a fim de

tornar improvável o progresso posterior da doença” 12.

O Eneagrama atua nestes dois níveis. Quanto à possibilidade de prevenção

através do Eneagrama, o sujeito coletivo entrevistado apresenta seus sintomas tais como

“depressão”, “ansiedade’, “stress”, “pressão alta” (“hipertensão”), “transtornos do

organismo”, “gastrite”, “úlcera”, “obesidade”. Com o conhecimento do Eneagrama, dos

seus pontos de integração e asas, e uma vez tendo desenvolvido estes, diante de algumas

situações propícias à “somatização de tensões” como ele próprio afirma, procura-se manter o

“equilíbrio” , compreendendo os sentimentos, você pode percebê-los então: “Puxa vida eu

estou com raiva, mas não precisa ter tanta raiva assim, como é que eu vou resolver, como é

que eu posso fazer, respira, vamos lá a coisa vai passar!”., procura-se “não deixar a emoção

aflorar ao ponto que vá prejudicar”. Acrescido isso, para poder pôr em prática, refere-se a

ajuda de outras técnicas como a da ‘”meditação”, que ajuda na “respiração”, a “caminhada” ,

“dança de salão”. Tudo isto gradativamente opera mudanças inclusive corporais, como o

emagrecimento, o que leva a uma melhora da “auto-estima”.

No processo auto-conhecimento proporcionado pelo Eneagrama, o sujeito pode

ser comparado a uma “caixa” que se começa a se desembrulhar para além de prevenir

doenças, promover saúde.

Promover ”tem o significado de dar impulso a; fomentar; originar; gerar”

(Ferreira 1986). Promoção da saúde define-se tradicionalmente de maneira bem mais ampla

que prevenção, pois se refere à medida que “não se dirigem a uma determinada doença ou

desordem, mas servem para aumentar a saúde e ao bem estar gerais”12.

Como podemos perceber nos discursos diante da alteridade da diferença, você

passa a ser capaz de rir de si mesma, você começa a ter consciência:

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Quando nos referimos a um processo de transformação interna, este se relaciona

à consciência e ao agrupamento de determinadas características psíquicas que, quando

acontecem baseados na experiência, e também quando se reconhece a responsabilidade

decorrente desta consciência, "resultará daí uma complementação do indivíduo, que deste

modo se aproximará da totalidade, mas não da perfeição, que constitui um ideal..."18.

Consciência dos “estratagemas da personalidade” o que lhe assegura “paz de

espírito”, “felicidade” você deixa de lutar contra si mesmo e passa a “domesticar um bicho”

que mora dentro de você e passa a conviver bem com o mal, trazendo ‘tranqüilidade” e passa

a repercutir na saúde “física, mental e espiritual”, em suma saúde como um todo.

Conhecer a si mesmo é conhecer em totalidade, interdisciplinarmente. Em

Sócrates, a totalidade só é possível pela busca da interioridade. Quanto mais se interioriza,

mais certezas vão se adquirindo da ignorância, da limitação, da provisoriedade. A

interioridade nos conduz a um profundo exercício de humildade (fundamento maior e

primeiro da interdisciplinaridade). Da dúvida interior à dúvida exterior, do conhecimento de

mim mesmo à procura do outro, do mundo. Da dúvida geradora de dúvidas, a primeira

grande contradição e nela a possibilidade de conhecimento. Do conhecimento de mim mesmo

ao conhecimento da totalidade12.

O Eneagrama se apresenta como uma teoria rica que possibilita aos indivíduos

desenvolverem habilidades pessoais e assim promoverem sua saúde, todavia esta última é

uma decisão que cabe a cada um. No entanto estes já foram esclarecidos, e assim foi

cumprido o papel de informar.

A consciência prática do limite do conhecimento acarreta que não se tenha a

pretensão de encontrar uma nova teoria científica que possa formular um discurso

notificador de todas as dimensões que envolvem a saúde. Promover a saúde envolve escolha

e isso não é da esfera do conhecimento verdadeiro, mas do valor12.

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CONCLUSÃO

Os dados qualitativos das duas questões se mostram suficientes para a elucidação

do nosso problema, no entanto, à guisa de conclusão, faremos algumas considerações.

Como podemos perceber, alguns sujeitos sentem um incômodo inicial com o

curso e uma dificuldade no processo de identificação, outros se sentem bem e tranquilamente

conseguem identificar o seu tipo. Mesmo aqueles que sentem um mal-estar, este parece ser

inicial até o momento em que ele consegue se identificar. Percebemos que uma parte já sente

um bem-estar frente a todo esse processo, o que nos leva a perceber que o restante ainda

encontram dificuldade em olhar para “si mesmo”, lhe causando um estranhamento, outros já

realizam este processo com mais naturalidade. As pessoas que não iniciaram esse processo, ao

se depararem com o curso, sentem um incômodo que se apresenta como inicial e uma

dificuldade de identificação, estas não são maléficas, pois cessa no momento em que ocorre

uma adaptação destes novos conteúdos inconscientes.

Uma vez que algumas pessoas expressam que se sentem bem ao vivenciarem uma

experiência tão dolorosa quanto o autoconhecimento - acreditando os psicólogos que só

poderia acontecer dentro do setting com uma série de cuidados – os DSC demonstram que o

processo de autoconhecimento, dependendo das experiências anteriores e da predisposição de

cada um, é despertado durante a vida como um processo natural. A educação sobre este

fenômeno, supondo que esta não seja transformadora, no mínimo serve como um

conhecimento que, num momento oportuno, pode vir a ser utilizado, possibilitando ao

indivíduo a prevenção de doenças e/ou a promoção de sua saúde.

De um modo geral, o processo de autoconhecimento, que neste caso se dá através

de um processo educativo, parece transcorrer sem maiores dificuldades, com exceção de um

mal-estar que ocorre durante o curso, através de um incômodo inicial, natural e necessário

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durante a trajetória de crescimento, bem como de uma dificuldade de identificação

relacionada com a nossa própria falta de hábito de olharmos para nós mesmos.

De certa forma, o “perigo” creditado a estas práticas na Psicologia parece

justificar-se muito mais no desejo de manutenção do paradigma biomédico, e, portanto, do

poder/controle da profissão sobre o paciente, do que mesmo por algum tipo de prejuízo que

possa vir a causar a estes.

Diante do exposto, infere-se a necessidade de o profissional de psicologia

encontrar formas criativas de divulgar o seu trabalho, permitindo que as pessoas possam

conhecer os objetivos e a importância do “se conhecer”. Em especial, ao trabalharmos com

Educação em Saúde, faz-se necessário revermos nossas concepções de realizar um trabalho

que fique restrito à prática clínica que não se preocupe, antes de tudo em educar a população.

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53

11. Gabriel HW. Poder, influência e controle sobre as pessoas. Rio de Janeiro: Best-Seller;

1965.

12. Czeresnia D. Promoção da Saúde: conceito, reflexões, tendência. Rio de Janeiro: Fiocruz;

2003.

13. Barroso GT, Vieira NFC, Varela ZMV. Educação em saúde: no contexto da promoção

humana. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha; 2003.

14. Projeto promoção da saúde: declaração de Alma-Ata, carta de Ottawa, declaração de

Adelaide, declaração de Sundsvall, declaração de Santafé de Bogotá, declaração de

Jacarta, redes dos Megapaíses, declaração do México. Brasília: Ministério da Saúde;

2001.

15. Lefèvre F, Lefèvre AMC. Depoimentos e Discursos: uma proposta de análise em

pesquisa social. Brasília: Liber Livro; 2005.

16. Lefèvre, F, Lefèvre AMC. O discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa

qualitativa. Caxias do Sul: Educs; 2005.

17. Zacharias JJM. Entendendo os tipos humanos. Paulus; 1995.

18. Jung, CG. O eu e o inconsciente. Petrópolis: Vozes; 1985.

19. Jung, CG. Tipos Psicológicos. Rio de Janeiro: Vozes; 1971.

54

3.2 O ENEAGRAMA E AS SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO

DE HABILIDADES PESSOAIS EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

RESUMO

A ação do auto-conhecimento pode ser relacionada ao desenvolvimento de habilidades pessoais contempladas na Carta de Ottawa, associada, portanto, à dimensão individual. Assim sendo, na medida em que as pessoas busquem o autoconhecimento, habilidades podem ser desenvolvidas por meio do processo de capacitação das pessoas para assumirem o controle e a responsabilidade de sua saúde, como um componente importante de sua vida diária. Utilizam-se os referenciais da Psicologia Junguiana, da Terapia Breve e da Promoção da Saúde como um balizamento diante dos discursos. Estudo descritivo, que teve o seguinte objetivo: descrever como se dá o desenvolvimento de habilidades pessoais em promoção da saúde. Realizado durante o ano de 2006, junto a doze 12 pessoas adultas, provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza, que realizaram o curso de Eneagrama, fazendo parte de um grupo de encontro sobre o tema. Coletaram-se os dados por meio da aplicação de uma questão de entrevista: Como você está com relação ao seu ponto de integração e à sua asa não desenvolvida? Sete (07) entrevistas foram realizadas no espaço físico de uma Casa de Formação religiosa na qual se reúne o grupo de estudo, e cinco (05) nas residências dos entrevistados. O Discurso do Sujeito Coletivo foi a metodologia eleita, uma vez que ela permite reconstruir o pensamento coletivo sobre o tema pesquisado.Os resultados foram os seguintes discursos: IC A ‘Comecei a tomar consciência, um sinal de transformação!(Crescendo consigo mesmo)’ e IC B ‘Estou dando o que eu posso dar e, também, recebendo dos outros o que eles podem dar (Crescendo na relação como outro’) De posse do conhecimento sobre o Eneagrama, consequentemente do funcionamento da personalidade, podemos ter mais clareza de nossas habilidades e de nossos comportamentos com relação a nós mesmos e com relação aos outros, possibilitando uma transformação, uma nova postura diante da vida e da própria saúde. O processo de autoconhecimento depende do amadurecimento deste indivíduo e do modo como este desenvolve suas habilidades: quer seja consigo mesmo ou na relação com o outro. Palavras-chaves: Autoconhecimento; Psicologia Junguiana; Terapia Breve; Desenvolvimento de habilidades pessoais; Discurso do sujeito Coletivo.

55

ENEAGRAM AND ITS CONTRIBUTIONS FOR THE DEVELOPMENT OF PERSONAL ABILITIES IN HEALTH PROMOTION ABSTRACT The action of the self-knowledge can be related to the development of personal abilities contemplated in the Letter of Ottawa, associated, therefore, to the individual dimension. Thus, while gradually people look for the self-knowledge, abilities may be developed through the process of people’s training, to take control an responsibility on their health as an important component of their daily lives. It used the references from Jung’s Psychology, Brief Therapy and Health Promotion as levelness front the speeches. A Descriptive study, that had the following objective: to describe how its done the development of personal abilities in health promotion. Accomplished during the year of 2006, along with 12 (twelve) adult people, coming from different neighborhoods of the city of Fortaleza, that accomplished the Eneagram course, being part of an meeting group about the theme. The data was collected through the application of an interview question: How are you regarding about your integration point and you non-developed wing? Seven (07) interviews were accomplished in the physical space of a religious formation house in which the study group meet, and five(05) in the interviewees’ residences. The Collective Subject’s Speech was the chosen methodology, once it allows to rebuild the collective thought about the researched theme. The results were the following speeches: IC A – “I began to take conscience, a sign of transformation!” (Growing with himself) and IC B – “I’m giving what I can give and, also, receiving from others what they can give” (Growing in relationship with others). Having knowledge on the Eneagram, consequently on the operation of the personality, we can have more clarity of our behaviors regarding ourselves and regarding the others, making possible a transformation, a new posture in the presence of life and the own health. The self-knowledge process, depends on the individuals’ maturity and the way he develops his abilities: regarding himself or regarding the others.

Key Words: Self-knowledge; Jung’s Psychology; Brief Therapy; Development of Personal Abilities; Collective Subject’s Speech.

56

INTRODUÇÃO

Neste artigo discorreremos sobre a promoção da saúde e mais especificamente

sobre o desenvolvimento de habilidades pessoais, conceito este que nos permite visualizar a

possibilidade do autoconhecimento através do Eneagrama, como uma prática promotora de

saúde. Diante da experiência propiciada por um curso de Eneagrama, uma tipologia da

personalidade milenar, descrevemos como os participantes após este desenvolveram

habilidades que foram conducentes à promoção da saúde.

Com o intuito de nos balizarmos teoricamente, utilizamos os referenciais da

psicologia analítica, que, acerca das tipologias de personalidade, possibilita uma sustentação

científica para o Eneagrama, e dos referenciais da terapia breve que nos ajuda a compreender

como os participantes desenvolvem suas habilidades pessoais.

A ação do autoconhecimento pode ser relacionada ao desenvolvimento de

habilidades pessoais contempladas na Carta de Ottawa, associada, portanto, à dimensão

individual: [...] a saúde se cria e se vive no marco da vida cotidiana: nos locais de ensino, no

trabalho e lazer. A saúde é resultado dos cuidados que a pessoa se dispensa a si mesma e aos

demais, da capacidade de tomar decisões e controlar a própria vida e assegurar que a

sociedade em que se vive ofereça a todos os seus membros a possibilidade de gozar de um

bom estado de saúde [...]1.

Assim sendo, na medida em que as pessoas busquem o autoconhecimento

habilidades podem ser desenvolvidas por meio do processo de capacitação das pessoas para

assumirem o controle e a responsabilidade de sua saúde como um componente importante de

sua vida diária, tanto mediante atividades espontâneas como originadas em favor da saúde.

Eneagrama como uma tipologia de personalidade

A palavra Eneagrama origina-se do grego “enneas”, que significa “nove” e

"grammos" que significa "pontos". É representado por um símbolo que tem uma

57

circunferência com nove pontos e linhas que se interligam, formando uma figura geométrica.

O Eneagrama é a ciência holística que permite ao homem o contato com o seu "Eu

verdadeiro" por meio do autoconhecimento. Datando de mais de cinco mil anos, o Eneagrama

somente foi utilizado no Ocidente a partir da década de 20. A partir dos anos 70, o mundo

começou a despertar para este extraordinário sistema que permite mapear com segurança os

tipos psicológicos básicos do ser humano. Um de seus maiores expoentes na atualidade é o

psiquiatra Cláudio Naranjo.

A eficácia do Eneagrama e seu valor prático na psicoterapia, psicologia e terapias

alternativas já foram devidamente comprovadas, entre outros, por testes psicológicos

internacionalmente conhecidos como o MBTI, o IMPI e a Escala de Auto-avaliação de

Milton-Illinois. Graças ao Eneagrama, pode-se conhecer as nove essências e identificar as

múltiplas personalidades existentes. Os nove pontos representam nove padrões de

comportamentos básicos, cada qual com suas estratégias para buscar a felicidade, se

relacionar com o mundo e com as pessoas. Estes noves padrões descrevem também nove

maneiras distintas, embora interligadas, de interpretar a realidade ao nosso redor.

Quando identificamos nosso tipo de padrão de comportamento, começamos a

perceber como estamos presos a estratégias que nos limitam, gerando atitudes mecânicas e

repetidas, enquanto vivemos numa realidade tríplice.

De acordo com Naranjo2, o Eneagrama é uma Tipologia de Personalidade

milenar, que propõe um auto-conhecimento, onde qualquer pessoa de qualquer nível sócio-

econômico possa compreender, pois esta possui uma clareza em seus conceitos facilitando a

compreensão, além de ser simpática pela sua simplicidade, no entanto sem perder a

profundidade.

O Eneagrama propõe três Centros de Energia ou três tipos de Inteligência:

emocional, racional e prática. Cada pessoa possui os três Centros, mas, na infância, um deles

58

foi reprimido, outro foi supervalorizado e o terceiro para ser usado de forma secundária, como

sustentáculo do mais desenvolvido. Em cada Centro predominou uma habilidade específica e

uma energia própria. Simbolicamente, podemos ligar cada energia ou inteligência a um

determinado centro do corpo: a inteligência emocional se relaciona com a energia do coração

(tipos 2-3-4); a inteligência racional se liga com a cabeça (tipos 5-6-7); a inteligência prática

se refere ao centro visceral (8-9-1) - baixo ventre, onde ficam “sediadas” as energias primárias

da sexualidade e da alimentação2.

No centro da inteligência emocional (2-3-4), predomina a habilidade para lidar

com relacionamento. A energia principal é o sentimento e a emoção. São tipos muito

sensíveis: captam os sentimentos dos outros com precisão e facilmente se sentem feridos. A

sensação profunda é de não serem amados (carência afetiva). Buscam conquistar atenção e o

amor dos outros para compensar a sensação dolorosa.

O Tipo Dois tenta agradar as pessoas para ser amado por elas. O Tipo Três busca

o êxito e o sucesso para ser elogiado e interpreta como “ser amado”. O Tipo Quatro dramatiza

seu sofrimento para atrair a compaixão dos outros.

Na inteligência racional (5-6-7), predomina a habilidade para observar, analisar,

refletir e tomar decisões. A energia principal é a razão, capacidade intelectivo-cerebral. São

tipos que se apresentam retraídos, que recuam. O medo perpassa as pessoas deste Centro. A

preocupação principal é entender. A sensação profunda é de incapacidade perante o mundo

que os rodeia (perigos).

Cada tipo tenta compensar o medo e a incapacidade de um jeito próprio: o Tipo

Cinco tenta entender tudo achando que assim será capaz de enfrentar a realidade; o Tipo Seis

busca seguranças externas para enfrentar os perigos; o Tipo Sete supera o medo refugiando-se

no mundo da imaginação, enfeitando os problemas.

Na inteligência prática (8-9-1), predomina a habilidade para agir, fazer coisas. A

59

energia principal é a agressividade-impulsividade. São tipos de ação dinâmicos. Sua

preocupação principal é dominar e controlar. O poder é algo importante para estes tipos. A

sensação profunda é de insignificância.

Cada tipo procura compensar esta sensação dolorosa de um jeito próprio: o Tipo

Oito procura dominar o mundo à sua volta para sentir-se importante e faz coisas para se

afirmar; o Tipo Nove omite-se e esconde-se para não experimentar novamente a sensação

dolorosa e usa a teimosia para se afirmar; o Tipo Um preocupa-se com o autocontrole, para se

afirmar através do bom comportamento.

Cunha3 faz outra divisão, agrupando de outra forma três tipos em três grupos

distintos. Os tipos Agressivos (8-7-3), aqueles que agem contra o mundo. Os

Condescendentes (2-1-6), aqueles que agem ao encontro do mundo, tentando adaptar-se. E os

Retraídos (5-4-9), que se afastam do mundo. Esta divisão possibilita uma melhor visualização

do processo de desenvolvimento de habilidades e foi importante para a organização dos

discursos, pois, a grosso modo, o desenvolvimento de habilidades dos tipos se constitui nos

tipos Agressivos se tornarem Condescendentes e os tipos Retraídos se tornarem Agressivos.

Outros dois conceitos fundamentais do Eneagrama são as “Asas” e os “Pontos de

Integração e Desintegração”. As “Asas” são tipos que no gráfico do Eneagrama ficam

vizinhos, ao seu tipo principal, um do lado direito e outro no lado esquerdo. Estes representam

uma personalidade auxiliar, tendo sido desenvolvida, uma delas, na adolescência e outra

teoricamente pode vir a ser desenvolvida na fase adulta, possibilitando ao sujeito equilíbrio4.

Os “Pontos de Integração e Desintegração” representam outros tipos, que assim

como as Asas possuem relação com o seu tipo principal, fazendo inclusive parte da sua

personalidade. O “Ponto de desintegração” são características de um outro tipo que você

assume, quando está num momento difícil da vida, e o “Ponto de integração” são

características que você assume quando está num momento feliz, de bem com a vida e

60

consigo mesmo, que corresponde à sua essência3.

Análises da tipologia Eneagramática à luz da Teoria Junguiana e da Terapia Breve

Em 1921 Jung trouxe uma contribuição fundamental para o entendimento da

tipologia humana, ao escrever um de seus mais importantes trabalhos: o livro “Tipos

Psicológicos”, fruto de mais de 20 anos de observação e do exercício da Medicina

Psiquiátrica e da Psicologia Prática. Na concepção de Jung: Tipo é uma disposição geral que

se observa nos indivíduos, caracterizando-os quanto a interesses, referências e habilidades.

Por disposição deve-se entender o estado da psique preparada para agir ou reagir numa

determinada situação5. Tipo é um aspecto unilateral do desenvolvimento6.

Jung a respeito da sua obra Tipos Psicológicos descreve como ela surgiu: Quer no

contato com pessoas de todas as classes sociais, quer ainda em minhas discussões e

investigações com amigos e adversários, finalmente, na crítica à minha própria idiossincrasia

ou formação psicológica7 .

Foi Carl Gustav Jung um dos autores que mais estudou a personalidade humana,

interessado e preocupado com as relações do homem com o mundo externo e com a

comunicação entre as pessoas. Jung é conhecido como um dos maiores psicólogos do século

XX conforme palavras de Hall & Lindzey8: Durante meio século dedicou-se com grande

energia e originalidade de propósito a analisar os processos profundos da personalidade

humana. A originalidade e a audácia do pensamento de Jung têm poucos paralelos na

historia da ciência atual, nenhum outro homem, pondo de lado Freud, abriu maiores

perspectivas naquilo

A teoria de Jung de tipos psicológicos possui três eixo. A polaridade extroversão-

introversão diz respeito ao relacionamento de objeto. Os extrovertidos são orientados aos

outros e ao mundo da consciência. Sua energia flui para fora primeiro, então para dentro. Os

introvertidos são orientados para os seus mundos internos, sua energia fluindo primeiro para

61

dentro e então para a realidade externa. Os introvertidos podem, portanto, ser vistos como

egoístas e inadaptáveis, porque eles prestam atenção primeiro aos seus mundos internos e

então determinam como o mundo externo pode encaixá-los7. Ainda segundo Jung9:"Tipo é um

aspecto unilateral do desenvolvimento."

A polaridade sensação-intuição relaciona-se à percepção. O tipo perceptivo que

Jung denominou orientado à sensação é orientado a estímulo e sintonizado aos particulares da

realidade aqui e agora. O tipo intuitivo obscurece os detalhes, mas entende o quadro geral. O

tipo sensação vem a entender uma situação reunindo os detalhes; o tipo intuitivo capta a

situação geral antes de tentar assimilar suas partes. O tipo sensação vê as árvores primeiro; o

tipo intuitivo vê a floresta primeiro9.

A polaridade entre pensamento e sentimento lida com processamento de

informações e julgamento. No modo pensamento, os dados são avaliados de acordo com o

princípio lógico. Sentimento, no pólo oposto, envolve fazer julgamentos através de processos

não lógicos relacionados a valores e entender os relacionamentos. Nos relacionamentos

sociais, o tipo pensamento lida com as pessoas de acordo com sua classe social e a tradição da

etiqueta; um tipo sentimento lida com os outros em termos dos seus relacionamentos sociais

presentes ou estado emocional percebido9.

Ao analisar as quatro funções durante o desenvolvimento psíquico, Jung6

constatou ainda que uma das funções se diferencia e se torna a função dominante ou a

principal, enquanto outra função se desenvolverá com menos intensidade, tornando-se a

função auxiliar da primeira. As outras duas funções, a terciária e a inferior não se

desenvolverão na consciência, permanecendo, assim, inconscientes. Jung chega a admitir que

a atividade dessas funções, quando se realiza em graus muito desiguais, possa causar

perturbações neuróticas. Se uma função não é empregada, há o perigo de que escape de todo

62

ao manejo consciente, tornando-se autônoma e mergulhando no inconsciente onde vá

provocar ativação anormal5.

Conforme palavras de Jung, o inconsciente é o produto da interação entre o

inconsciente coletivo e o meio ambiente em que o indivíduo cresce. Tudo quanto conheço,

mas sobre o qual no momento não estou pensando; de tudo quanto eu tinha consciência mas

agora esqueci; tudo quanto os seus sentidos percebem, mas que não é notado pela minha

mente consciente; tudo quanto, involuntariamente e sem prestar atenção, sinto, penso,

recordo, quero e faço; todas as coisas futuras que estão tomando forma em mim e que algum

dia virão à consciência; tudo isso é o conteúdo do inconsciente5.

Semelhante a esta tipologia, encontra-se o Eneagrama, que além de apresentar

qual tipo é principal, que seria a “função dominante”, em cada indivíduo, bem como suas

“funções auxiliares” como a Asa desenvolvida, ele também apresenta as “funções terciárias e

inferiores” que corresponderiam ao ponto de integração e a asa não desenvolvida. Estas duas

últimas funções é que procuramos nos centrar, pois é com seu desenvolvimento que surgem

novas habilidades.

Jung conferiu cientificidade às tipologias de personalidade, dando-lhes

credibilidade no meio científico. As tipologias de um modo geral guardam semelhanças, e a

Tipologia Junguiana com o Eneagrama é notório. No entanto a compreensão do modo como

as pessoas utilizam o Eneagrama para desenvolverem suas habilidades vai encontrar

sustentação na terapia breve: Uma psicoterapia breve pode conseguir por meio do

esclarecimento de aspectos básicos da situação do paciente, um fortalecimento da sua

capacidade de adaptação realista de discernimento e retificação, em grau variável de

significações vividas10.

No processo de auto-conhecimento propiciado pelo Eneagrama, a informação

acerca de nós mesmos é o primeiro aspecto. Apesar desta se tratar de fenômenos relacionados

63

ao nosso inconsciente, é o ego que é informado. No âmbito do desenvolvimento da teoria

psicodinâmica do comportamento, a ênfase nas funções egóicas teve uma força reativa dado

que elas constituíam a zona menos atendida por uma elaboração teórica rigorosa. Além disso

porque num primeiro período da conceituação freudiana, essas funções eram vistas como

mais passivas, subordinadas as dos outros dois sistemas, carecendo de uma autonomia que a

experiência clínica foi revelando posteriormente, até forçar o seu reconhecimento10.

No entanto, o ego, como veremos nas entrevistas nos surpreende pela sua

capacidade de apreensão da realidade sobre nós mesmos e da possibilidade de efetuar

mudanças. Como sistemas de funções o ego revela-se dotado de uma maior flexibilidade que

os outros dois, sua flexibilidade potencial contrasta com a inércia atribuída ao superego e ao

id. Essa mobilidade permite verificar fenômenos empiricamente constatáveis e modificações

no comportamento do sujeito que ocorrem em ritmos mais rápidos do que seria de esperar

numa perspectiva que atenda primordialmente a inércia dos outros dois componentes da

estrutura10.

Neste sentido, o sujeito adquire autonomia para lidar com sua própria saúde.

Investigamos, assim, como o Eneagrama pode contribuir no desenvolvimento de habilidades

pessoais em promoção da saúde, uma vez que a Carta de Ottawa preconiza cinco campos de

ação para a promoção da saúde: Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis;

Criação de ambientes favoráveis à saúde; Reforço da ação comunitária; Desenvolvimento de

habilidades pessoais; Reorientação do sistema de saúde11.

Dentre estas se situa o Desenvolvimento de Habilidades Pessoais (D.H.P.) que

em promoção da saúde significa: Como a saúde não é apenas ausência de enfermidade, os

indivíduos sem evidências clínicas poderiam progredir a estado de maior fortaleza estrutural,

maior capacidade funcional, maiores sensações subjetivas de bem-estar e objetivas de

64

desenvolvimento individual e coletivo. Este é, em essência, o verdadeiro sentido da promoção

da saúde propriamente dita11.

Nosso objetivo assim foi descrever como se dá o desenvolvimento de habilidades

pessoais em promoção da saúde

METODOLOGIA

Estudo descritivo,realizado junto a doze 12 sujeitos que concluíram o curso de

eneagrama durante o ano de 2006. O curso foi desenvolvido em três etapas pelo dirigente da

casa de Formação Comunidade Shalom, cede Fortaleza, aprovada, canonicamente, em janeiro

de 1983, como Sociedade de Vida Apostólica pelo Sr. Cardeal D. Aloísio Lorscheider. Esses

sujeitos faziam parte de um grupo, composto por número variado de pessoas adultas,

provenientes de diferentes bairros da cidade de Fortaleza, e que tinha em comum o fato de se

encontrarem toda primeira quinta-feira de cada mês para dar continuidade aos estudos do

Eneagrama.

A escolha dos sujeitos configura o modo “intencional” prevista como sendo

possível por Lefèvre e Lefèvre12 na situação em que “o pesquisador tem conhecimento das

características do universo a ser pesquisado, mas como se trata de um campo muito extenso,

uma investigação qualitativa integral com toda população seria muito onerosa e trabalhosa”.

Para coletar, processar e apresentar dados discursivos em pesquisa adotou-se, o

Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Para Lefèvre e Lefèvre12, o método permite maior

fidelidade possível ao que foi recolhido nas entrevistas, o que confere uma riquíssima

qualidade ao conteúdo, possibilitando-nos enxergar o desenvolvimento do “eu” coletivo

através do emprego de duas figuras metodológicas, a saber: a idéia central (IC) e as

expressões–chave (ECH).

Foi utilizada a entrevista. Todo material utilizado durante entrevista foi

antecipadamente preparado, como o gravador e o roteiro de entrevista, contendo a seguinte

65

questão guia: 1) Como você está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não

desenvolvida?. A entrevista evoluiu a partir dessas questões, para explorar junto aos

participantes acerca do seu “Ponto de integração” e da sua “Asa” não desenvolvida que

corresponde às habilidades pessoais que podem vir a ser desenvolvidas, lhes possibilitando

um bem-estar com a vida, promovendo assim sua saúde.

As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra e literalmente, em respeito

ao princípio da fidelidade dos dados coletados. Os encontros respeitaram a disponibilidade

dos entrevistados, de maneira que 7 foram entrevistados no espaço físico da Casa de

Formação, enquanto 5 foram entrevistados em suas residências.

No passo seguinte, as entrevistas transcritas foram organizadas seguindo os seis

(06) passos, descritos em Lefèvre e Lefèvre12.

Dessa forma, no presente trabalho, nossas interpretações, de acordo com a

metodologia utilizada, dão lugar ao empírico, numa valorização do discurso dos sujeitos

entrevistados. Diferentemente de como acontece no formato tradicional de pesquisa, que se

caracteriza pela análise dos dados, é uma previsão do método que o leitor possa encontrar, no

próprio Discurso do Sujeito Coletivo, as respostas acerca dos questionamentos levantados

durante a pesquisa.

Ao trabalharmos com Educação em Saúde, nossa proposta deve ser a de

valorização do saber popular, em que o saber biomédico deve, em última instância, lançar luz

sobre este e não ofuscá-lo, por isso entendemos ser pertinente a utilização do método.

O Discurso do Sujeito Coletivo se compromete com a reconstrução descritiva das

opiniões, fazendo com que esta apareça sem a intermediação do comentário teórico

metalingüístico, preservando sua própria natureza discursiva, bem como sua autonomia como

fato empírico. O DSC representa um “Eu ampliado”, uma tentativa de reconstituir de forma

ampliada uma representação ou um discurso através de uma (primeira) pessoa coletiva.

66

Os aspectos legais desta pesquisa obedecem a Resolução 196/96 da CONEP

(Comissão Nacional de Ética em Pesquisas de 1996), de acordo com parecer nº. 110/06, e

obteve o consentimento dos participantes por meio de assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Nesse capítulo, os resultados se reportam ao quadro síntese e, portanto, às IC , em

função das quais se disponibiliza os DSC’s, gerado a partir do questionamento: 1) Como você

está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não desenvolvida?

Dados qualitativos - O Discurso do Sujeito Coletivo

Vale “ressaltar que o grupamento A: “Comecei a tomar consciência, um sinal de

transformação” e B: “ Eu estou dando o que eu posso dar e recebendo dos outros o que eles

podem me dar,” subdividem-se em DSC A1 e B1, dos tipos Agressivos e DSC A2 e B2, dos

tipos Condescendentes e Retraídos.

Os DSC A1 e DSC A2 tratam da mesma idéia central síntese explicitada acima,

assim como DSC B1 e DSC B2. No entanto, estão subdivididos, pois se trata de um “Eu”

coletivo que compartilha da mesma idéia, mas que possuem “personalidades” diferentes,

discursando cada um sobre o seu processo de desenvolvimento que é justamente um o oposto

do outro.

Por isto os discursos foram divididos de modo que os tipos que são mais

agressivos e que precisam desenvolver mais a condescendência e o retraimento fossem

agrupados de acordo com seu tipo de personalidade, que foi explicitado pelo próprio

entrevistado, durante a entrevista, e vice-versa, para gerar um todo mais coerente, gerando

assim para o mesmo grupamento de resposta duas qualidades diferentes de discurso.

1ª Questão: Como você está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não

desenvolvida?

67

ICA Discurso do Sujeito Coletivo A 1 (Tipos Agressivos) Comecei a tomar consciência, um sinal de transformação! (Crescendo consigo mesmo)

O facilitador... a gente conversou , no mesmo dia do curso, e ele disse: “Te tranqüiliza como o que tu és, não tem como fugir disso...é aceitar e se trabalhar os pontos que não são tão positivos, e a partir daí vai vir o teu crescimento e a partir disso foi que eu comecei a crescer em cima da instrução dele e ao conhecer os meus defeitos eu comecei a trabalhá-los. Na verdade, o meu tipo não gosta muito de perceber limitações nem imperfeições. E perceber isso em mim, não foi nada agradável a princípio, mas me trouxe certo alívio. No começo a vontade que eu tinha era dizer: "Mas tu tem que saber que eu sou assim, por isso, isso e isso!"; Existe essa mania da gente, existe essa vontade de querer justificar nossas falhas, a partir do que a gente descobre, mas, hoje, depois de tanto tempo, também eu percebo que eu já acolho muito mais aquilo que eu sou, não só acolho, como, quando eu vejo alguém do meu tipo sofrendo com essas coisas, a minha primeira vontade é de falar, de estar dizendo " Olha, mas não é assim, não é por aí!"Eu fui cobrada quando criança foi muita responsabilidade, nós somos muitos, então papai e mamãe passaram a dividir o peso com a gente, com os primeiros; e hoje eu acolho isso com mais naturalidade, antes eu tinha revolta, hoje eu já vejo que aconteceu e pronto!Tem que acolher isso aí; e é muito mais fácil hoje em dia acolher essa idéia nova aí. Eu tinha me percebido com uma dificuldade terrível de brincar, de curtir, de ter a minha prioridade de lazer,. É muito mais fácil e agradável, pra mim, trabalhar. Eu percebi, já descobri isso na minha vida com clareza, e, no meu caso, eu preciso é ir atrás de lazer, preciso é desmarcar os compromissos...preciso...e isso não está fácil, eu sempre acho...a gente sempre acha que precisa ser fiel ao que assumiu, e no meu caso, eu sinto que ainda tem muito peso da minha personalidade que precisa ser trabalhada e ir pra esse caminho da minha integração que não é fácil não; é mais fácil eu ir pra minha desintegração, aí é bom demais...aí é ficar sofrendo as dores, se sentindo abandonada, essa coisa toda aí. Hoje quando eu não estou bem quanto eu estou caindo, eu já sei que não estou no meu dia melhor que eu não sou essa, vamos mudar um pouco botar a bola para cima E uma das coisas que a gente aprende no curso é a conversar com esse crítico interno, porque ele tem um julgamento muito severo e faz a gente ser intransigente, radical, dona da verdade. É quando a gente começa a trabalhar para ele não ser tão intransigente com a gente. Aí a gente começa a levar isso para outras pessoas. Parece que tem um chipzinho dentro de mim, eu sou uma pessoa crítica , só que eu me auto-criticava muito pouco, né antes do Eneagrama, eu tenho até que ter cuidado, porque o meu tipo pensa que tem que ser eficiente para

68

ser bom, não é o ser bom para mostrar pro outro, mas o ser bom porque é correto, o que é pra ser mesmo. Assim com relação a integração, eu fico o tempo inteiro: “Acabei de me desintegrar completamente!”. A vontade é de voltar para casa e dormir, mas aí não é assim...: “O que é que deve acontecer”?, “O que é que está acontecendo?”, “Como vai ser melhor?” então assim ,ajuda muito fazer esse exercício sabe, eu acho assim quando você está com vontade de explodir com relação a uma pessoa, um funcionário ou uma pessoa que não é eficiente como o meu tipo gostaria que fosse, é você ter mais tolerância, ter mais paciência, a paciência da minha segunda integração. A disciplina da minha integração, a perseverança, de saber que se hoje não é assim, amanhã a pessoa pode dar conta. Então esse exercício eu faço demais. Eu consigo bastante. Então achei muito válido a nível de crescimento individual...eu sempre percebi assim, porque o curso é de auto-conhecimento, eu não estou fazendo o curso nem fazendo as etapas pra te entender, acho que isso tem que ficar bem claro desde o primeiro momento que a gente fala: " Eu estou fazendo pra me conhecer melhor, aí eu me conhecendo,eu posso tentar me trabalhar um pouco"; Aí, lógico, se eu me trabalho, lógico que a minha relação contigo vai melhorar ou vai, pelo menos, modificar, acredito que não vai ser pra pior, né, porque a pessoa vai criando gosto, vai descobrindo as dificuldades dela e tal. E eu acho que ninguém, quer descobrir coisas pra ficar pra trás, a gente quer descobrir pra crescer, né?.Ainda hoje eu percebo que tem muita coisa assim...transformada, mas o bonito é perceber que o Eneagrama vai te dando dicas pra isso, né, Já consegui...já consegui relaxar! Quando a coisa começa a pesar, já consegui muito da integração, né, do deixar...do deixar acontecer, vou fazer o que me é possível fazer, sem cobranças,sem...já consigo de vez em quando brincar com minha cobrança interna, já consigo deixar ela um pouquinho de lado, e isso é muito positivo, né, assim, dá uma sensação de...as pessoas já começam, principalmente a família, eu acho que a mudança vai acontecendo quando a tua família começa a dizer: " Não!!!Tu já tá muito diferente!"; porque a família é onde a gente se expõe com maior...mais clareza, assim, sem máscaras, sem ...sem...pronto, sem nada pra omitir aquilo que a gente é. E em casa, meus irmãos já dizem "Não!!! Tu já mudou demais!", né...então, isso é bem agradável. E eu percebo que as minhas atitudes já são diferentes, que o meu jeito de fazer já é diferente, e isso eu estou conquistando a partir da asa não desenvolvida, por isso que é preciso desenvolver sim, essa idéia de ser mais serena, do ficar mais tranqüila, do deixar, de ser da paz mesmo, do pegar o melhor da asa não desenvolvida. Deixar tudo acontecer no seu tempo, sem muita pressa, sem muito estresse, isso não é fácil, pro meu tipo! Então...que é altamente visceral, não é fácil...O meu tipo geralmente ajuda com interesse!Isso é muito bonito, ir pra minha asa não desenvolvida me dá tranqüilidade, paz de espírito, quando eu procuro desenvolver a minha asa menos desenvolvida.

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Assim os dois caminhos eu acho muito válido, mas em situações de crise situações de dúvida, seja quais forem eu penso muito, no que minha integração faria, se tivesse no meu lugar, eu penso muito nisso, mas eu também penso muito na asa não desenvolvida acho que os dois caminhos são bons.

IC A Discurso do Sujeito Coletivo A 2 (Tipos Condescendentes e Retraídos) Comecei a tomar consciência, um sinal de transformação! (Crescendo consigo mesmo)

No caminho do Eneagrama, nos cursos, nas etapas, foi um negócio que foi um processo difícil, você reconhecer, começar a respeitar, porque as pessoas da personalidade da asa reprimida sofrem com o meu tipo, ele cai em cima, escarra mesmo. Então primeiro foi um processo de respeito, de ver a dignidade do outro, aprender com essas pessoas e eu acho que, hoje em dia está...nos entendemos. A minha asa não desenvolvida, né, eu acho que a gente se entende, essa parte. Hoje em dia eu já estou bem maduro com relação comigo mesmo, né, baixei a bola da minha asa desenvolvida. Nesses dias eu tenho prestado muita atenção quanto a isso e...o que...de concreto que eu tenho conseguido até agora é toda vez que eu me vejo divagando, né, chamar ao eixo, né, aí dá pra...é o que eu tenho feito até agora!Vou experimentar também no fim de cada dia fazer um balanço de qual...no dia, quanto eu estou desintegrado ou integrado, né,pra fazer esse balanço e tentar corrigir. Olha...eu gosto muito de ser do meu tipo, até porque a forma que a gente lida, com estresse, com a tensão, o que me incomoda é mais a questão da desintegração que é uma coisa muito forte, que é você se omitir, as vezes, evitar conflitos, dificuldade pra tomar certas decisões, dificuldade de se confrontar, de discordar. Mas depois que eu comecei a tomar consciência, a coisa começou a surtir efeito em mim, eu era muito submisso e agora eu não sou mais, eu estou me expressando, estou me descobrindo... eu acho que estou desenvolvendo minhas asas, minha asa não desenvolvida é muito reprimida, e agora eu vejo que as vezes manifesto uma irritabilidade, as vezes, alem do normal, mas não está me incomodando, eu acho que eu ainda preciso melhorar muito, mas eu acho que estou caminhando. É...eu vejo que...é uma coisa boa pra mim, eu vejo que...que eu posso através desse ponto, pegar a melhor coisa da minha integração. Eu vou tentar me integrar Eu acabo mais o medo, né?...eu pego...vivo mais dentro do grupo, falo mais e...isso ajuda muito parte do meu trabalho também, né?E aí eu me sinto mais a vontade, certo, já me sinto mais a vontade, já mais livre...mais livre pra poder falar e...acho que essa ousadia da minha integração, né, essa vaidade da minha integração, de pegar e não está nem aí, né...ajuda...de se expor e falar. E saindo do ponto de desintegração,né, que é o medo. E hoje em dia eu boto o olho nos meus estudos, no meu trabalho, eu acho que é onde eu consigo vê

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mais...eu acho que o crescimento, no Eneagrama, ele rebate muito, assim, na questão profissional, assim, é muito importante, pra mim, né, que é o cara que o ruim dele é a desorganização, a falta de compromisso, então, o meu tipo, principalmente, você vai crescendo no Eneagrama e vai aprimorando o seu potencial profissional, acho que isso é muito importante para as pessoas do meu tipo, eles se tornarem responsáveis, competente e...responsável, pra não precisar falar um bocado de coisa. E abraçando a sua asa não desenvolvida, você começa a ser mais conciso naquilo que você fala, porque você vai batalhar e vai atrás de ler tudo e tal... É difícil, não é fácil treinar essa auto-disciplina, essa coisa de ser rígido. Aí eu descobri que era porque eu admirava muito aquelas características da minha integração, eram coisa que eu queria ser, e coisas que ás vezes eu não era, eu tinha muita coisa da minha integração, mas depois que eu fui vê que era meu ponto de integração...é tanto que eu boto na minha cabeça que eu sou do tipo da minha integração, pra ser mais disciplinado, de não ficar parado, de ter que fazer uma coisa e resolver logo e não deixar pra depois. É aquilo que eu te disse, não sou eu, é uma máscara que...foi o que eu compreendi do Eneagrama...que é apenas uma máscara pra poder viver na sociedade. Acho que o tipo, o meu tipo ele é um tipo que tem a sua ferida, né, no começo de tudo, naquela questão do abandono, da sensação de não ser amado, e é muito importante. Ah, ele vive numa ilusão,em um jogo, porque ele tem essa ferida, e essa ferida vai condicioná-lo a viver em um jogo de auto-valorização, de independência, de coisas que é tudo fachada, tudo mentira, então ele vai chegar ao ponto de até se sentir mais que algumas pessoas, querer ser mais que algumas pessoas, agredir outras pessoas, mas na verdade ele tem uma coisa que é essa sensação do abandono, que é a ferida original, né, e no processo Eneagrama, é muito importante você...você vai tomando consciência disso tudo, né, é muito difícil...pra mim foi né, quando caiu a ficha, que o caminho do Eneagrama vai mostrar seu tipo, no começo eu "Vixe Maria!!!!", mas com o tempo assim...você vê que isso é bobagem, e que a proposta...o caminho, realmente, não é abandonar a personalidade, né? É abandonar aquelas coisas que te fazem ruim, que te fazem...que são ilusórias, que são máscaras e...as agressões que você consegue fazer com as outras pessoas, e uma coisa que foi muito boa pra mim, Então, o Eneagrama te dá essa contemplação é você querer mudar isso tudo, você pode fazer muita coisa sozinho, mas é fundamental essa experiência da ferida, porque ele vai experimentar, vai compreender porque ele foi abandonado, vê que as pessoas, de repente, não tinham culpa, ele vai compreender, né, que a ferida, ela é formada porque você não tem maturidade pra compreender o que está vivendo, aí você não sabe nem porque você se sente machucado e ferido, e a ferida vai ficar pra sempre, né?. Aí você volta naquele momento, compreende e tal e reescreve a história que aconteceu com a sua mentalidade (de hoje) e isso te ajuda a

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crescer espiritualmente. Está me ajudando nesse ponto de pegar e vê as dificuldades, e pegar e vê um ponto de luz, sabe? Procurar uma luz. Abriu os olhos pra mim, abriu o olho, pra mim, mas eu volto pra aquela dificuldade do conflito e abriu olho, assim, abriu meus olhos pra eu poder ver a realidade, poder ver os meus defeitos, ver as coisas, pra que eu possa tentar de algum jeito, que eu estou vendo, estou trabalhando, né, através do meu tipo, desse ponto de integração, que ajuda muito, pra poder esse crescimento, né, eu vejo o Eneagrama como um sinal de transformação. Agora é incrível como cada pessoa tem o seu tempo mesmo porque você precisa querer muito, minha esposa fez a primeira e a segunda fase.Então assim é incrível fico tentando incentivá-la, a vir, sem forçar a barra , porque se forçar a barra ela estoura, né vai para a desintegração,mas ela foge do Eneagrama ela não lê, não aplica, eu fico tentando mostrar, olha como isso tem a ver com o teu tipo numa conversa, de leve, mas é incrível só funciona quando a pessoa quer, eu acredito nisso, quando surge uma necessidade quando ela sente um desconforto que ela deve sentir melhorar e eu acho que eu sentia isso, em melhorar algumas coisas ou pelo menos dominar o que tem de ruim ou pelo menos tentar dominar, então o Eneagrama ajudou muito nesse sentido.

IC B Discurso do Sujeito Coletivo B 1 (Tipos Agressivos) Estou dando o que eu posso dar e, também, recebendo dos outros o que eles podem dar. (Crescendo na relação com o outro)

Eu acho que centrar no ponto de integração e desintegração é o caminho mais fácil e mais rápido pra mim. Depois que eu descobri minha asa menos desenvolvida, eu comecei a perceber as minhas dificuldades, às vezes, aí comecei a ver: "Olha, tá vendo, eu não sou tão tranqüila ", que eu poderia criar essa tranqüilidade ou ir aprendendo, com a asa mais desenvolvida, mais a tranqüilidade, mais calma, a gente escuta menos do que...do que dá, né...do que diz, porque a personalidade a minha personalidade tem muito aquela coisa de, como ela tem razão, o outro pode falar,mas ela sempre acha que a opinião dela prevalece. Então, agora eu consigo escutar mais um pouco, e consigo até questionar. Tipo: "Não, gente...eu vou vê essa posição sua é melhor, vou revê a minha"; e assim,eu me sinto livre, pra dizer: "Olha, a minha posição não é a posição mais coerente, e agente pode optar por essa e ver com todo mundo e tal"; antes eu não faria isso, eu não diria não, nunca diria que a minha opção, que a minha posição tava errada, ora, pois, vou dar o braço a torcer por quê?, Né! Mas hoje eu já percebo que não, não precisa, entendeu; eu não vou deixar de ser eu mesma, e nem vou deixar de ter toda a força que eu tenho interior, a vontade de

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crescer, por dizer que eu...sei lá... que eu me enganei, que eu errei, que eu falei uma coisa que realmente não era por aí. Então, eu acho que foi criando um pouquinho mais de linha dentro de mim, de pegar o fio condutor , né, interior...isso está valendo a pena muito. A princípio eu percebi uma grande... pra mim foi uma grande evolução, porque, antes, eu tinha muito da questão da minha personalidade, aquela coisa de perfeccionismo, achar que está cheio de razão, e de que o outro é que não está vendo a mesma visão, você acha que todo mundo tem a sua visão, e de explodir, aquelas coisas todas que tem do meu tipo , eu já vi que muita coisa já...pra mim, já modificou, então, hoje eu já tenho mais consciência, que eu não tenho que reagir diante das situações; então, se você fala alguma coisa pra mim que eu ficava chateada, pronto, aquilo já era um motivo pra eu ficar chateada com outra pessoa, se essa pessoa não fizesse uma coisa que eu estava esperando, eu ficava chateada, já ficava fechada, às vezes implicava, mas era raro, era aquela coisa do efeito panela de pressão,né, enchia, enchia, enchia, e depois explodia com uma coisa tão pequenininha que não tinha nada a ver eu estar com raiva e tal. Então, hoje eu não tenho mais essa dinâmica tão forte, eu não fico esperando pra explodir nada, eu digo, mas, também, quando digo, digo de uma forma tão mais calma, que até eu fico assim: "Olha, interessante!"; de conseguir falar. A questão do perfeccionismo, pra mim, acho que amenizou muito, antes eu tinha uma tendência a...”Tem que está limpo!”; ”Tem que está assim!”; “Foi assim, foi combinado!”; “Tem que ser, tem que se cumprir!”; Lógico, eu acredito que todas as normas que foram colocadas, as coisas que a gente combina, a princípio, nós vamos cumprir, mas nada pra...acima das pessoas. Essa coisa de levar a vida com mais leveza, então... eu me percebo mais integrada, não sei se os outros percebem, espero que eles percebam. “Se o filhinho fez dever de casa, se a filhinha foi pro balé?”...relaxa...o povo vai fazer porque gosta, porque assumiu,né; não adianta nada eu ficar cobrando de uma pessoa a vida inteira, uma determinada coisa que ela mesma não assumiu, né? É lógico que você tem que no início, sobretudo quando é criança, você dá os primeiros empurrões, mas depois a pessoa vai criando um ritmo,ela vai descobrindo. Então eu me percebo mais integrada assim. Isso está melhorando na minha saúde, e também na relação com meus colegas, estou compreendendo melhor, já não estou exigindo como exigia, mas...estou dando o que eu posso dar, e também recebendo dos outros o que eles podem dar. Antigamente eu era uma pessoa muito melancólica, e quando eu tinha essa desintegração, então e pintava e eu achava o máximo, um amigo meu dizia eu não te entendo quando as pessoa tão triste elas querem sair, e se divertir, aí eu dizia , olha você não entende, você não sabe o que eu estou fazendo eu estou transformando minha dor em arte. E um dos maiores impactos que eu tive no Eneagrama foi que eu não devia fazer isso, quando eu estivesse entrando nesse estado de melancolia de achar que não tinha mais

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jeito, que o crítico fala dizendo: “Você é ma idiota faz sempre do mesmo jeito, você atrapalhou tudo!”. É muito bom; mas quando estou desintegrado... é...aquele mimado, né, aqueles vícios de deitar, dormir, deixar minhas coisas rolar, e os problemas acumulavam cada vez mais; então, eu ia pra minha desintegração, sentia, talvez, menos, sentia confusão! Então, dava um branco sempre que tinha que expressar algum trabalho. O tipo da minha integração é um tipo,assim que eu me dei muito bem, me dou muito bem com a integração, é...da minha integração que eu tenho...talvez esteja desenvolvendo... como um amigo disse que eu estou um pouco discreto, as pessoas estão queixando muito que eu estou muito discreto, os alunos na escola dizem que eu não estou falando mais, aqui, diz que eu estou mais quieto; está se desenvolvendo, imagino, ser da minha integração. No Eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo da minha integração faz, mas eu não conseguia nada nessa fase (difícil da minha vida), não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me programar e coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que fazer um exercício, e eu descobrir a dança de salão e descobrir Deus na alegria, porque até então eu encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as minhas coisa, ou ajudando uma pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia livre com movimentos abertos e espontâneos, nem na adolescência eu me percebi leve e entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria. Eu comecei a criar mais intimidade, mais toque com os outros, antes eu nem chegava a tocar, só verbal, só mandava, só cumpria; agora, já desenvolvi a asa não desenvolvida, porque eu comecei a tocar as pessoas, abraçar e a ter mais carinho pelas pessoas, então eu criei mais intimidade com as pessoas, tive mais amigos, antes, os amigos já era pra um determinado fim.

IC B Discurso do Sujeito Coletivo B 2 (Tipos Condescendentes e Retraídos) Estou dando o que eu posso dar e, também, recebendo dos outros o que eles podem dar. (Crescendo na relação com o outro)

Com relação à integração é parecido, né? Com relação à asa, precisa redimir, primeiro começa com aquela questão do respeito e eu tive uma ajuda muito grande com minha namorada, ela é da personalidade da minha integração, então, a nossa vivência...porque a gente além de ser namorado, ter essa parte amorosa, a gente também trabalha juntos, é engajado em um projeto que a gente acredita, né! É uma oportunidade de estar junto com ela e desenvolver... Vendo ela fazendo, a forma dela trabalhar e o de outras pessoas também, e acolher isso que é meu também, não é só de mim, é de tudo mundo, os tipos são de todos, você tem que aprender com todos e crescer.Para mim,foi muito

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importante essa vivência com ela e hoje em dia está...também nos entendemos. Estou crescendo muito, quando você toma conhecimento você aprende a lidar com isso. Eu não consigo mais deixar de falar as coisas que estão me incomodando, as coisas que me incomodam eu estou expressando. Eu sinto que eu já tenho um pouquinho da asa não desenvolvida que eu já não engulo tanto, eu já não sou assim tão reprimido, eu não sou muito de engolir, eu sou de botar tudo pra fora, então eu sinto que já tenho uma asinha mais desenvolvida.

ANÁLISE DOS DADOS

Aprofundaremos agora naquilo que seria o modo como os participantes do curso

se utilizam deste conhecimento, desenvolvendo habilidades pessoais.

Esse processo acontece de duas formas: com a auto-observação de suas atitudes e

da tentativa de desenvolvimento (crescendo consigo mesmo) que gerou o Discurso do sujeito

coletivo A: ”Comecei a tomar consciência um sinal de transformação” e na relação com o

outro, na assimilação de novas atitudes, que gerou o B: ”Eu estou dando o que eu posso dar e

recebendo dos outros o que eles podem me dar”. Ambas apontam para a forma que eles estão

desenvolvendo suas habilidades pessoais.

Não se trata aqui de qualificar em certo ou errado o modo como cada pessoa

escolheu o seu caminho, na verdade fala muito mais de qual centro do Eneagrama você está e

qual você está tendo que desenvolver.

Por isto os discursos foram divididos de modo que os tipos que são mais

agressivos e que precisam desenvolver mais a condescendência e o retraimento foram

agrupados e vice-versa para gerar um todo mais coerente, suscitando assim para o mesmo

grupamento de respostas duas qualidades diferentes de discurso.

Desta forma, o grupamento A: ”Comecei a tomar consciência, um sinal de

transformação” e B: “Eu estou dando o que eu posso dar e recebendo dos outros o que eles

podem me dar” subdividem-se em A1 e B1 DSC dos tipos Agressivos e A2 e B2 DSC dos

tipos Condescendentes e Retraídos.

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Analisaremos agora o grupamento A1 e A2.

O primeiro passo para a transformação utilizando o Eneagrama, que levaria a um

desenvolvimento, é aceitação, esta pode aparentar inicialmente um determinismo, uma

resignação, um enquadramento e rotulação de personalidade, uma vez que se trata de uma

tipologia de personalidade, no entanto esta trata-se de uma visão errônea, na medida em que o

conhecimento das nossas determinações inconscientes, que independem da nossa vontade ,

assim com existem ciclos na natureza, como verão, outono, inverno, primavera; dia e noite, o

ser humano como parte desta não está livre, no entanto é a sua aceitação que possibilita a

transformação, não sem dificuldade, mas ajudando a reencontrar com forças que até então

permaneciam ocultas e reprimidas.

E este processo é justamente desenvolver outras personalidades que ficaram

subdesenvolvidas em detrimento de outras que foram mais exigidas, e que por sua vez

tornaram-se a personalidade principal da pessoa, mas que com o tempo esta, que foi

fundamental num dado período da vida, passa ela mesma, paradoxalmente, a aprisionar este

indivíduo que se acomoda a ela, não encontrando outras respostas para novas situações.

Acabando ele mesmo se tornando vítima dele mesmo, esquecendo-se assim que existe dentro

de outras habilidades que foram devido a um contexto próprio reprimido.

Em 1921, Jung trouxe uma contribuição fundamental para o entendimento da

tipologia humana, ao escrever um de seus mais importantes trabalhos, o livro “Tipos

Psicológicos”, fruto de mais de 20 anos de observação e do exercício da Medicina

Psiquiátrica e da Psicologia Prática. Na concepção de Jung:

Tipo é uma disposição geral que se observa nos indivíduos, caracterizando-os

quanto a interesses, referências e habilidades. Por disposição, deve-se entender o estado da

psique preparada para agir ou reagir numa determinada situação6. Ainda segundo Jung:

Tipo é um aspecto unilateral do desenvolvimento6.

76

Ao analisar as quatro funções durante o desenvolvimento psíquico, Jung (1971a)

constatou ainda que uma das funções se diferencia e se torna a função dominante ou a

principal, enquanto outra função se desenvolverá com menos intensidade, tornando-se a

função auxiliar da primeira. As outras duas funções, a terciária e a inferior, não se

desenvolverão na consciência, permanecendo, assim, inconscientes. Jung chega a admitir que

a atividade dessas funções, quando se realiza em graus muito desiguais, pode causar

perturbações neuróticas.

Se uma função não é empregada, há o perigo de que escape de todo ao manejo

consciente, tornando-se autônoma e mergulhando no inconsciente onde vá provocar ativação

anormal14.

Conforme palavras de Jung, o inconsciente é o produto da interação entre o

inconsciente coletivo e o meio ambiente em que o indivíduo cresce.

Tudo quanto conheço, mas sobre o qual no momento não estou pensando; de tudo

quanto eu tinha consciência mas agora esqueci; tudo quanto os seus sentidos percebem, mas

que não é notado pela minha mente consciente; tudo quanto, involuntariamente e sem prestar

atenção, sinto, penso, recordo, quero e faço; todas as coisas futuras que estão tomando forma

em mim e que algum dia virão à consciência; tudo isso é o conteúdo do inconsciente15.

Semelhante a esta tipologia, temos o Eneagrama que apresenta qual tipo é

predominante em cada indivíduo, bem como suas funções auxiliares e não desenvolvidas, ele

apresenta também quais outros tipos, que ao mesmo tempo pertencem a você em potencial,

mas que ao serem visualizados nos outros podem trazer um crescimento ou uma estagnação.

Este ele denominou de ponto de integração e desintegração asas desenvolvidas e não

desenvolvidas.

O Eneagrama por se configurar como um curso, dentre várias características de

rápida duração, encontra sustentação na psicologia nos princípios da terapia breve:

77

Empregamos o termo “breve” pela difusão que alcançou e na falta de outro mais adequado.

Mas é um termo equívoco, visto que as razões para entender que o essencial dessa

psicoterapia não está em sua brevidade, mas talvez em seu caráter multidimensional: pode-se

pensar que só por esta capacidade de ação múltipla que se pode atingir certos objetivos em

prazos limitados. “Breve” alude a limitação temporal, mas à custa de sugerir pobreza,

escassez e omitir aspectos quantitativos próprios desta psicoterapia que lhe conferem certa

riqueza de matizes não-desprezível. Além disso, encobre o fato de que é possível trabalhar

eficazmente com essa modalidade terapêutica em períodos de tempo não tão breves10.

Da perspectiva dos processos de pensamento, a mencionada dualidade funcional

da personalidade se exprime pela coexistência contraditória de um pensamento derivado de

impulsos e, de um grau variado de um pensamento com capacidade, instrumental de

adaptação capaz de intervir na organização do comportamento, favorecendo seu ajuste às

condições da realidade objetiva10.

Capacidade de pensamento que em determinadas condições assume o caráter de

dominante funcional. Hartmann (1961) enfatizou a importância desta capacidade adaptativa

do pensamento e seu papel organizador do comportamento, criticando certa tendência

unilateral do pensamento psicodinâmico a compreender todo o comportamento intelectual em

termo de defesa contra impulsos, reduzindo-se, por exemplo, toda razão à racionalização.

O Eneagrama assim como: [...] uma psicoterapia breve pode conseguir, por meio

do esclarecimento de aspectos básicos da situação do paciente, um fortalecimento da sua

capacidade de adaptação realista de discernimento e retificação, em grau variável de

significações vividas [...]10.

Jung afirmou sobre isso: Nossos esforços no sentido de fortalecer o ego debilitado

partem da ampliação de seu autoconhecimento, sabemos que isso não é tudo mas é o

primeiro passo5.

78

No âmbito do desenvolvimento da teoria psicodinâmica do comportamento, a

ênfase nas funções egóicas teve uma força reativa dado que elas constituíam a zona menos

atendida por uma elaboração teórica rigorosa. Além disso, porque num primeiro período da

conceituação freudiana, essas funções eram vistas como mais passivas, subordinadas as dos

outros dois sistemas, carecendo de uma autonomia que a experiência clínica foi revelando

posteriormente, até forçar o seu reconhecimento10.

Como sistemas de funções o ego revela-se dotado de uma maior flexibilidade que

os outros dois, sua flexibilidade potencial contrasta com a inércia atribuída ao superego e ao

id. Essa mobilidade permite verificar fenômenos empiricamente constatáveis e modificações

no comportamento do sujeito que ocorrem em ritmos mais rápidos do que seria de esperar

numa perspectiva que atenda primordialmente a inércia dos outros dois componentes da

estrutura10.

O enfoque egóico recorta então aspectos dotados de uma particular flexibilidade

e permeabilidade a influência de mudanças múltiplas, oferecendo assim uma base para

compreensão da ação terapêutica, em prazos breves e médios, de uma diversidade de

recursos corretivos10.

Como podemos perceber nos discursos quando os participantes começam a utilizar a

razão e o ego: “percebo quando estão caindo” (DSC) ou mais especificamente “parece que tem um

chipizinho dentro de mim” (DSC): O ego idealmente plástico tem de possuir a capacidade de

dissociar-se, do observador sem participar e, assim, perceber totalidades com detalhes

distinguíveis no âmbito dessas totalidades (percepção microscópica: o Ego se reduz e o

objeto se amplia) 10.

Atentando sempre para quando estão se integrando e desintegrando, começa-se a

se fazer este exercício mental como foi dito “Ih! Acabei de me desintegrar completamente!”

(DSC). Se traduz essa experiência com um exercício em nível de ”crescimento individual”

(DSC). O “Enagrama vai te dando dicas” (DSC) a ponto de a “família perceber” (DSC).

79

Ele coloca a família como um referencial de mudança, pois se você consegue operar

mudanças significativas diante daquelas pessoas que muitas vezes mais o conhecem e /ou no

lócus onde se possui uma maior rigidez, mostra-se que ele consegue operar alguns resultados

de transformação e desenvolvimento de habilidades através das asas e dos pontos de

integração e como ele sugere os “dois caminhos são bons”, vai depender de onde ficar mais

fácil, para cada um, começar.

E ainda utilizando a razão num processo individual “consigo mesmo” ocorre a

compreensão de que a “personalidade se trata de um máscara”(DSC), que surge com uma

“ferida na infância”(DSC) , esse conhecimento permite aos poucos, e dependendo da

disponibilidade, ir tomando consciência (DSC).

Para Jung, mostrar disposição significa: Estar disposto para algo determinado,

ainda que esse algo seja inconsciente6.

Através de insight ou do popular “cair a ficha” (DSC), possibilitando uma

resignificação da sua história de vida “reescrevendo”(DSC), funcionando assim como um

“sinal de transformação” (DSC) em busca do desenvolvimento de habilidades pessoais.

Não que este conhecimento garanta a transformação, mas agora com este

conhecimento e diante de algum momento difícil da vida em que se depare com estas

questões ele já sabe o porquê, e a partir daí pode, no mínimo, abrir portas para este iniciar um

processo de crescimento e desenvolvimento através de algum outro processo, salvo se este

mesmo já não for suficiente, dependendo das circunstâncias, da necessidade, sensibilidade e

força de vontade do indivíduo.

Analisaremos o grupamento B, daqueles que diante do questionamento de como

estavam em relação ao ponto de integração e asa não desenvolvida optaram como forma de

crescimento a relação com outro, como o melhor caminho para DHP.

80

Os pontos de integração e desintegração e asas apontam para o outro, para a

relação com o caminho de aprendizagem, o segredo para o desenvolvimento e uma:

Conquista de maior ajustamento e gratificações nas relações interpessoais, por uma ruptura

de estereótipos prévios, emergência de um nível de comunicação mais eficiente, maior

discriminação entre o próprio e o alheio, maior interação, maior adequação das exigências

dirigidas a si mesmo e aos outros10.

No entanto, por mais que o processo seja individual, essa experiência acontece em

grupo e já podemos perceber como este processo de auto-conhecimento aos poucos insinua

para aquilo que seria um processo grupal, e ou fortalecimento de uma ação comunitária.

Lembrando que uma ação em saúde coletiva, no sentido de promover saúde, não

necessariamente precisa acontecer em grupo, ela pode acontecer de maneira individual tal

qual preconiza a Carta de Ottawa.

Destacando na promoção da saúde seus papéis de defesa da causa da saúde, de

capacitação individual e social para saúde e de medição entre os diversos setores envolvidos,

a Carta de Ottawa preconiza também cinco campos de ação para a promoção da saúde:

• Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis;

• Criação de ambientes favoráveis à saúde;

• Reforço da ação comunitária;

• Desenvolvimento de habilidades pessoais;

• Reorientação do sistema de saúde11.

É desta forma que o Desenvolvimento de habilidades pessoais encontra

sustentação para que possa acontecer.

Aumentar a capacidade da comunidade e fortalecer os indivíduos – implica

ampliar a capacidade das pessoas para ação e as dos grupos, organizações ou comunidade

81

para influir nos fatores determinantes da saúde, o que exige educação prática, capacitação

para a liderança e acesso a recurso11.

Por isto que o curso de Eneagrama ao possibilitar o Desenvolvimento de

Habilidades Pessoais torna-se assim uma estratégia importante no campo da Promoção da

Saúde.

O “desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais” favoráveis à saúde em

todas as etapas da vida encontra-se entre os campos de ação da promoção da saúde. Para

isto é imprescindível a divulgação de informações sobre a educação para a saúde, o que deve

ocorrer no lar, na escola, no trabalho e em qualquer espaço coletivo. Diversas organizações

devem se responsabilizar por tais ações. Este componente da Carta de Ottawa resgata a

dimensão da educação em saúde embora aqui também avance com idéia de empowerment,

agora no plano individual, ou seja, o processo de capacitação “aquisição de conhecimentos”

e de consciência política propriamente dita11.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos através das entrevistas são contundentes ao expressar o modo

como os sujeitos coletivos desenvolvem suas habilidades pessoais em promoção da saúde.

Esse processo acontece de duas formas: com a auto-observação de suas atitudes e da

tentativa de desenvolvimento (crescendo consigo mesmo) que gerou o Discurso do sujeito

coletivo A: ”Comecei a tomar consciência um sinal de transformação” e na relação com o

outro, na assimilação de novas atitudes, que gerou o B: ”Eu estou dando o que eu posso dar e

recebendo dos outros, o que eles podem me dar”.

Nestes termos, a psicologia Junguiana nos ajuda a compreender a teoria

Eneagramática. Mas, diante dos DSC, infere-se que o Eneagrama, encontra sustentação no

modo como se dá o processo de desenvolvimento de habilidades pessoais, na Terapia Breve,

82

na medida em que estes, em virtude do processo educativo ao qual foram submetidos e das

informações que agora possuem sobre si mesmos, se utilizam da razão, da auto-observação e

da relação com outro, para, de acordo com a própria necessidade, por em prática.

Através do Sujeito coletivo, podemos perceber que o Eneagrama, como uma

tipologia dinâmica da personalidade, contribui para o desenvolvimento de habilidades, uma

vez que possibilita aos sujeitos que dele tem conhecimento tornarem-se mais conscientes de si

mesmos e da sua relação com outro, promovendo uma transformação, uma nova postura

diante da vida e da própria saúde.

Conclui-se, por fim, que o processo de autoconhecimento para acontecer depende

do amadurecimento do sujeito, do conjunto das experiências que ele adquiriu (como o curso

de auto-conhecimento em Eneagrama), da necessidade, da sua predisposição para se conhecer

e se desenvolver, e do modo como ele pretende desenvolver suas habilidades: quer seja

consigo mesmo ou na relação com o outro.

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83

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15. Stevens, A. Jung: Vida e pensamento. Petrópolis: Vozes; 1990.

84

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ouvir as pessoas discursando sobre seu processo de autoconhecimento foi uma

experiência extremamente reveladora, na medida em que pude perceber como uma estratégia

pautada na educação pôde propiciar um conhecimento que, dependendo da disposição do

sujeito, pode ser transformador e que no mínimo é elucidativo acerca de si mesmo. Tal

lucidez vai possibilitando ao sujeito repensar a relação com a sua própria saúde, prevenir o

aparecimento de algumas doenças, através de uma consciência dos seus mecanismos de

defesa que poderiam levar a somatizações.

Para além disso, o sujeito pode também melhorar o seu bem-estar físico, psíquico

e espiritual através do autoconhecimento promovendo sua saúde. Essa promoção, dá-se

através do desenvolvimento de habilidades pessoais que existem dentro do sujeito, mas que

até então permaneciam reprimidas e que afloram por meio dos caminhos de crescimento

propostos pelo Eneagrama. Este encontrou balizamento científico no campo da Psicologia,

nos referenciais da Tipologia Junguiana e nos fundamentos da Terapia Breve.

Acreditamos que o Eneagrama encontra também sustentação no campo da saúde

coletiva, nos pressupostos da Promoção da Saúde e mais especificamente na Educação em

Saúde, na medida em que esta sugere que ocorra uma valorização do saber popular, e o

Eneagrama se configura como um saber popular milenar. Este campo sugere também uma

clareza na comunicação entre o profissional de saúde e a população. O Eneagrama se

enquadra nessa proposta, pois conjuga profundidade em seus conhecimentos e facilidade na

sua compreensão. Possibilita, assim, ao sujeito tomar consciência de um saber do qual ele

pode se apropriar, não gerando dependência do vínculo com o facilitador. Apropriando-se

desse saber ele pode ter autonomia sobre aquilo que lhe é mais íntimo, a saber: sua própria

saúde.

85

Sobre a utilização da metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo, de início me

deparei com o primeiro desafio, qual seja: valorizar a experiência dos entrevistados. Essa

metodologia se torna adequada ao trabalharmos dentro da promoção da saúde, pois esta se

propõe a valorizar o saber da comunidade. No entanto, em muitas de nossas pesquisas,

realizamos um trabalho educativo com vistas a valorizar o saber popular, no entanto, em

nossos relatórios científicos, não conseguimos nos abster de uma postura hegemônica da

prevalência do saber biomédico sobre o saber popular, quando propomos utilizar um

“metadiscurso”,os “referenciais teóricos” para analisarmos os dados, ficando, no mais das

vezes, em segundo plano, o discurso propriamente dito.

Durante o processo de construção desta dissertação, o momento mais doloroso e

ao mesmo tempo mais valoroso foi diante do formato de análise teórica.Estas haviam sido

formatadas inicialmente em justaposição com os discursos, no entanto, compreendendo que a

proposta da metodologia do DSC era a de valorizar os discursos dos entrevistados, tivemos

que propor um novo formato. Destacamos assim, os resultados para uma posterior análise.

Neste momento nos percebemos diante de um desafio: descermos do “pedestal” que o

discurso científico nos coloca e darmos luz ao discurso do sujeito. Momento este simbólico na

medida em que o sentimento era de luto diante da valorização das construções científicas e

concomitante de um paradigma biomédico, no qual fomos formados. Para só então, depois de

um tempo, perceber que estava, assim, possibilitando o surgimento de um pesquisador e um

profissional mais coerente com a proposta da Promoção da Saúde.

86

REFERÊNCIAS

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ZACHARIAS, J.J.M.. Entendendo os tipos humanos. Paulus, Série Entendendo, 1995.

88

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

1ª PARTE: Identificação

1. Nome fictício: ___________________

2. Número da entrevista: _____________

3. Gênero: ( ) Masculino ( )Feminino

4. Data de Nascimento:

5. Idade:

6. Local de Nascimento:

______________

7. Estado Civil: Casado ( ) Separado( )

Viúvo ( ) Solteiro ( )

8. Com quem você mora?

9. Escolaridade:

a) Sabe ler e escrever? ( )Sim ( ) Não ( ) Não

b)Fez até que série?_________________

10.Ocupação: ______________________

11.Freqüenta alguma igreja ou outro lugar

espiritual? Sim ( ) Não ( ) Qual? ________

12. Participa de algum outro grupo? Sim ( )

Não( ) Qual? _______________________

13. Quantas pessoas moram na sua casa?

14. Qual a renda familiar?

a) 0 a 2 salários b) 2 a 8 salários

c) 8 ou mais salários

15. Quando você fez o curso de

Eneagrama?

16. De quantos encontros mensais você já

participou?

2ª PARTE

1. Como foi sua experiência durante o curso do Eneagrama?

2. Existe alguma relação do Eneagrama com a sua saúde?

3. Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu “Ponto

de integração”?

89

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARE CIDO

Eu, ______________________________________________________________.

RG:____________________________, aceito participar voluntariamente da pesquisa

intitulada: “Auto-conhecimento de Habilidades Pessoais em Promoção da saúde”, que tem por

objetivo: Conhecer as experiências vivenciadas pelos sujeitos durante o curso de Eneagrama e

a relação que eles fazem com a promoção da saúde, e descrever como se dá no Eneagrama o

desenvolvimento de habilidades pessoais em promoção da saúde.

O trabalho será realizado da seguinte forma: uma entrevista com base em um

questionário. Ao descreverem suas experiências e sua história de desenvolvimento das

próprias habilidades pessoais, ou não, vislumbra-se contribuir para o próprio crescimento do

participante e para a divulgação de uma tipologia de personalidade que pode ajudar a

população a encontrar meios de promover sua saúde.

Vale ressaltar que:

• Não há qualquer risco em participar da pesquisa;

• Será preservado seu anonimato;

• As informações coletadas serão utilizadas apenas para os objetivos da pesquisa;

• Você tem a liberdade de desistir a qualquer momento de participar da pesquisa;

• Não haverá qualquer tipo de despesa ou ajuda financeira;

• Será entregue uma cópia do presente termo para cada um dos participantes.

_____________________________________________

Assinatura do Pesquisador

90

APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS

(Autoconhecimento e habilidades pessoais em promoção da saúde)

Entrevista 1

1. Conte como foi sua experiência durante o curso?

O curso começa com o tipo 2 eu sou tipo 8, então até o tipo 8 eu passei a semana

inteira esperando o meu tipo, então eu já estava ansiosa, bastante nervosa, porque eu tava

achando que eu não era nada, o então eu era muita coisa de cada um, então foi muita

ansiedade, mais aí cheguei num denominador comum.

Que mais que outros sentimentos foram vindo?

Ah, o sentimento mais forte foi quando eu descobri, ao pegar a folho do tipo 8

muita coisa se encaixou em mim de 25 perguntas eu respondi 22, foi muito forte para mim,

então quando eu descobri a sensação era de que todo mundo sabia que eu era daquele tipo,

que sou eu escrito num papel, que eu não tinha como fugir, ao mesmo tempo queria fugir,

porque eu não era tão ruim como parecia e nem era tão boa quanto parecia, mas sensação

mais forte foi a de angústia para descobrir e de angústia ao descobrir, depois é que veio a

tranqüilidade caiu a ficha de que realmente era.

E essa tranqüilidade foi vindo quando?

A partir do momento em que eu conversei com o Domingos, a gente conversou ,

no mesmo dia do curso, e ele disse te tranqüiliza que tu és, não tem como fugir disso, e aceitar

e se trabalhar os pontos que não são tão positivos, e a parti daí vai vir o teu crescimento e a

partir disso foi que eu comecei a crescer em cima da instrução dele e ao conhecer os meus

defeitos eu comecei a trabalhá-los, hoje quando eu não estou bem quanto eu estou caindo, eu

já sei que não estou no meu dia melhor que a Graziela não é essa, vamos mudar um pouco

botar a bola para cima.

2. O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

91

Com a saúde entra um pouco mais a meditação do que o próprio crescimento do

Eneagrama. A meditação em si, como ela proporciona um relaxamento,eu já pude perceber

pelo meu tipo que eu já acalmei, eu era muito mais agoniada, claro como trabalho em si de

cada pessoa, mais eu já consigo perceber hoje quando eu estou mais clama mais mansa. Mais

ponderada em algumas coisas. E eu acho que no meu lado foi justamente para eu não ter uma

gastrite, uma úlcera, alguma coisa desse tipo, pois a mansidão já ameniza isso, a não ter

problemas, vamos dizer assim nervosos, que eu era muita nervosa, antes eu só podia dormir

com tranqüilizantes hoje eu já consigo deitar na minha cama e dormir sem nada e isso para

mim foi m crescimento e uma melhora na minha saúde, mesmo.

3. Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

As asas para mim são mais difícil para mim me perceber, a minha asa mais forte

como sou tipo 8 é o tipo 9, mas o que eu percebo quando eu estou mais fraca é minha

integração,então eu estou integrada no 2e desintegrada no 5, quando eu estou desintegrada eu

sou um 5 por completo, eu fico reservada se cutucar eu explodo.Eu percebo mais pela

integração e pela desintegração.Sim, sim, tem tido um crescimento justamente por eu perceber

e já conhecer as outras pessoas, a gente sabe o tipo de algumas pessoas, mas não pode falar

para não dar asas para aquela pessoa achar que é tal tipo, mas isso foi bom porque muitas

pessoas do meu convívio eu agora sei por que eles estão naquela atitude, acho que ela pode

estar desintegrada e se ela estiver vou tentar ajudar e isso foi bom para mim porque eu pude...

Como é que eu posso falar...crescer com os meus erros e também crescer com os erros das

outras pessoas, e não ficar chateada e não brigar com a pessoa por tal coisa mas entender que

é por aquele motivo.

E sobre aquilo que você falou que percebe quando está caindo?

92

Eu acho que quem faz o Eneagrama tem que está bem ciente que tem que ter ele

presente na sua vida. Né, então a partir do Eneagrama eu pus muito ele na minha vida. Eu

vejo muito os documentos que me foram dados justamente para mim ver, por exemplo

quando eu estou desintegrada eu fico quieta, não é quieta, ela é ativa desembaraçada, então se

eu tô quieta se eu to chorando alguma coisa está acontecendo...vamos para o ponto da dor

descobri por que para poder melhorar, então assim tem que ter muito amadurecimento

também, tem pessoas que fazem o eneagrama...eu já me vejo madura no meu tipo, tem

pessoas que não conseguem ter essa percepção que está caindo, mas muitas vezes eu ainda

falho, o tipo em si muitas vezes vem e você não consigo domina, o tipo 8 tem características

de falar as coisas “pei bufo” e as vezes a gente fala e depois é que ver que podia não ter

falado.

Entrevista 2

1. Conte como foi sua experiência durante o curso?

Na primeira fase essa coisa que mexe em você, eu acho que meu esposo não me

reconhecia, eu me sentia deprimida, mas eu quando diagnosticava isso e como 3 eu fugia um

pouco disso, mas assim eu lia muito, lia muito, várias vezes cada afirmativa de cada tipo, aí

chegou a segunda fase e você chega à segunda fase com certo conforto, porque você chega se

acostumar e assim na verdade você não aceita, você entende mas não aceita o que viu, tudo

mas já está mais acostumado, eu achei a segunda fase mais simples do que a primeira, né mais

a segunda fase é muito mais confortante, muito mais agradável porque você começa a ver o

que fazer com o que você é, você começa a ver que é possível ser feliz, com o que você é com

as pessoas do jeito que elas são, eu acho que você começa a tentar perceber que a gente tem

que respeitar mais, ajudar mais,a partir do que nós somos e a partir também do que elas são .

Então interessante, difícil essa experiência que eu falei que vim para cá chorando por causa

93

dessa minha filha que é 7 e eu três com essa minha história da eficiência, que quero todo

direitinho ela paz e amor então tem disso que você realmente está muito cansada disso, então

eu digo eu vou dar uma reforçada que eu tenho que aprender a lidar, aprender a respeitar e ela

não tem obrigação de ta, ser como eu sou, fazer o que eu faço, eu tenho que segurar isso em

mim e respeitar nela, e então acho que é por aí então a terceira fase eu fiz sozinha a primeira e

a segunda fase e fiz com essa amiga do recursos humanos, foi mito bom ,muito bacana. A

terceira fase eu já fiz sozinha, foi ano passada em Outubro. Eu diria que a terceira fase é

renovadora, ela lhe dá uma perspectiva de trabalhar essas situações como essa minha agora,

agora, do parar tudo bem, do chorar, deixar o sentimento aflorar do que eu estou sentido do

porque eu estou sentindo isso, o que está me incomodado, o que existe em mim que faz com

que eu me incomode com isso, então assim ,eu acho que depende muito da pessoa de fazer o

Eneagrama e usar realmente como uma ferramenta pra o crescimento, eu acredito no

Eneagrama como uma ferramenta pro crescimento ele tem me ajudado muito, meus pais já

disseram, menina com tu mudou, tão esquisito o pessoal diz que eu estou esquisita, que eu

pareço triste mas é porque o três é muito ativista e quando ele ta muito tranqüilo o pessoal

acha logo esquisito. Mas a parte da terceira fase que me tocou muito foi a relação de cada tipo

com Deus,não sei se você se lembra disso, foi muito forte muito bonita e de fato é aquilo

mesmo que agente faz, uma vida inteira sem entender o porquê nem o para quê, nem como.

Na primeira fase eu sentia vergonha de recomendar o Eneagrama, porque eu tinha medo que

as pessoas vissem o que eu sou, porque as pessoa tomam, no hospital que eu trabalho, depois

que souberam que eu era 3, o pessoal toma o pior do 3 para estigmatizar, entendeu no começo

eu tinha receio de recomendar, hoje não, hoje já recomendei para pessoa da minha família,

casais, colegas de trabalho, que é mito bom

2. O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

94

Muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, interessante, que quando

e sinto que eu estou desintegrada que eu vacilei que eu estou com mania de eficiência, eu digo

meu Deus quem mandou estudar Eneagrama , ai quando aquilo vai passando, quando e

começo a domesticar aquilo, porque de fato é um bicho, quando você começa domesticar,

começa a lhe fazer bem, começa a lhe fazer muito bem.

(Chega o Pe. Domingos)

Olha cheguei aqui chorando, mas só de falar do Eneagrama já ta melhorando)

Então você percebe que ajuda na tua saúde?

Sim pela paz de espírito, eu acho que se você usar, a mim me dá tranqüilidade, a

saúde não é só física né, ela é mental também

3. Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

Eu converso muito como meu esposo e digo as vezes que parece que tem um

chipzinho dentro de mim, eu sou uma pessoa crítica , só que eu me auto-criticava muito

pouco, né antes do Eneagrama, eu tenho até que ter cuidado, porque o 3 pensa que tem que ser

eficiente para ser bom, não é o ser bom para mostrar pro outro, mas o ser bom porque é

correto, o que é pra ser mesmo. Assim com relação a integração, eu fico o tempo intero acabei

de me desintegrar completamente, a vontade é de volta para casa e dormir. Mas aí não assim...

O que é que deve acontecer, o que é que está acontecendo , como vai ser melhor, então assim

ajuda muito afazer exercício sabe eu acho assim quando você está com vontade de explodir

com relação a uma pessoa, um funcionário ou uma pessoa que não é eficiente como o três

gostaria que fosse e você ter mais tolerância ter mais paciência a paciência do 9. A disciplina

do 6, a perseverança do 6 de saber que se hoje não é assim, amanhã a pessoa pode dar

conta.Então esse exercício eu faço demais. Eu consigo bastante.

95

E com relação asa?

As asas...a minha asa mais desenvolvida é 4 eu não tenho dúvida, porque sabe,

tem umas coisa que quando eu não estou bem eu vou logo para o pior do 4 sabe e assim

depois que agente começou a participar desse grupo de oração, estudando a bíblia, foi o

último ano e meio somou muito, né porque a história da misericórdia do se dá do se abnegar,

do ter compaixão, do ajudar sem interesse né porque o 3 geralmente ajuda com interesse, isso

é muito bonito, ir pro dois me dá tranqüilidade paz de espírito quando eu procurar

desenvolver a minha asa menos desenvolvida.Assim os dois caminhos eu acho mito válido,

mas em situações de crise situações de dúvida, seja quais forem eu penso muito, no que minha

integração faria, se tivesse no meu lugar, eu penso muito nisso mas eu também penso mito na

asa dois acho que os dois caminhos são bons.

Entrevista 3

1. Conte como foi sua experiência durante o curso?

Eu me senti muito bem, porque o facilitador do curso foi muito claro e deu pra

abraçar todas as questões, então, não ficou-se nenhuma dúvida, eu, ou qualquer outro

participante;eu notei que todo mundo ficou sem dúvida e alcançou o objetivo.

E o seu sentimento? Você ficou meio incomodado? Meio confuso?

Não,não, de jeito nenhum. Eu sou uma pessoa muito calma, e não me incomodo

com uma coisa ruim ou boa que eu possa ter, simplesmente, tento mexer no que é ruim pra

ficar melhor, mas não me incomoda.

2. O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Olha, sem dúvida vai repercutir na minha saúde,né. O Eneagrama...o que eu acho,

é que visa uma saúde emocional perfeita,né, a gente tender a perfeição da saúde mental, né, da

96

saúde emocional; e isso,sem dúvida, vai repercutir na saúde como um todo, apesar de que eu

me orgulho muito de ter uma boa saúde,mas, com certeza, vai melhorar muito.

Você vê que é possível através desse curso?

Pode, pode sim.

3. Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

Enquanto a minha asa não desenvolvida...

Qual a que você desenvolveu?

Assim, eu desenvolvi mais a 6 que a 8,né, realmente, eu desenvolvi muito mais a

6 do que a 8, mas eu não estou olhando pra asa, e sim pra o ponto de desintegração e

integração.

Porque você não está olhando pra asa agora?

Porque eu acho que me...me centrar no ponto de integração e desintegração é o

caminho mais fácil e mais rápido pra mim.

E como é que está sendo isso? Qual seria o seu ponto de integração?Seria o...?

É o grupo 2...não, é o grupo 1.

O 1 seria a sua integração. O 5, talvez?

Não...o 5, o 5.

E como é que está sendo agora? Está sendo fácil? O que você está conseguindo já?

Não...faz é dia né, faz é dia...realmente, ainda estou matutando um pouco e

tal,mas assim, nesses dias eu tenho prestado muita atenção quanto a isso e...o que...de

concreto que eu tenho conseguido até agora é toda vez que eu me vejo divagando, né, chamar

ao eixo, né, aí dá pra...é o que eu tenho feito até agora.Vou experimentar também no fim de

97

cada dia fazer um balanço de qual,no dia, quanto eu estou desintegrado ou integrado, né,pra

fazer esse balanço e tentar corrigir.

Entrevista 4

1.Conte como foi sua experiência durante o curso?

A minha primeira reação foi negar, eu vi que eu tinha muita coisa do tipo 1, só

que eu não tinha o pecado de raiz, que é a raiva, eu tenho muita coisa do nove mas não tenho

tanta indolência e com a minha crise da separação eu tinha muita vontade dormir, só que o

nove foge do conflito e eu não, se me provocar e vou em cima, que não é muito bom não, e

tenho muita coisa do 6, porque tenho medo de fazer as coisas erradas então eu fiquei confusa.

Aí eu conversei com o Domingos e ele me disse que eu tinha que começar prestar mais

atenção em mim mesma. E eu vim a descobrir qual era tipo 1 quando eu estava conversando

com a milha filha disse que eu fiz m curso que e identificava com tudo só não com duas coisa

a primeira que diz que eu tenho raiva, e ela disse: o que mamãe você não tem raiva?!?!

KKKKKK começou a rir e a segunda que eu tenho razão do tipo 1 e aí eu me lembrei uma

vez que eu discuti com ela, e ela me disse “que não adiantava discutir porque a senhora só

concorda quando a gente diz do jeito que a senhora quer ouvir” Então quer dizer quando eu

me lembrei disso, e vi que eu fazia dum jeito para induzir ela a responder do meu jeito eu

tinha toda ma estratégia, e percebi que tinha que assumir eu queira ser a dona da verdade e

que eu tinha que me trabalhar para não querer ter sempre razão e isso me chocou muito.

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Olha pressão alta, o médico disse você não é hipertensa você tem pressão alta por

stress.

98

O eneagrama ensinou assim, quando você está com raiva a adrenalina não vai para

o cérebro então, puxa vida eu estou com raiva mas não precisa ter tanta raiva assim, como é

que eu vou resolver , como é que eu posso fazer, respira vamos lá a coisa vai passar.

3.Como você está com relação às características do seu “Ponto de integração e da “Asa”

não desenvolvida ?

Eu acho que eu vivo hoje muito ele, porque antigamente eu era uma pessoa muito

melancólica, e quando eu tinha essa de integração do quatro, então e pintava e eu achava o

máximo, um amigo meu dizia: eu não te entendo quando as pessoa tão triste querem sair, se

divertir, aí eu dizia , olha Chico você não entende, você não sabe o que eu estou fazendo eu

estou transformando minha dor em arte. E um dos maiores impactos que eu tive no

Eneagrama foi que eu não devia fazer isso, quando eu estivesse entrando nesse estado de

melancolia de achar que não tinha mais jeito, que o critico fica dizendo você é ma idiota faz

sempre do mesmo jeito, você atrapalhou tudo. Aí eu dizia que era para me conformar que eu

não teria mas outra pessoa. No eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo faz, mas

eu não conseguia nada nessa fase, não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me

programar e coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que fazer um

exercício, e eu descobrir a dança de salão e descobrir Deus na alegria, porque até então eu

encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as minhas coisa, ou ajudando

uma pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia

livre com movimentos abertos, nem, na adolescência e espontâneos eu me percebi leve e

entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria.

E com relação asa?

99

Eu acho que sempre desenvolvi as duas , penso que a primeira foi a nove eu passo

muito mais essa harmonia e a também desenvolve 2 penso que pela minha profissão, desde

cedo com 18 anos eu já me via fazendo campanha, lutando pela justiça social

Entrevista 5

1. Conte como foi sua experiência durante o curso?

Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer mais, procurar sentir essas

coisas, e procurar ver...através dos tipos me conhecer mais e, durante todo o percurso, né,

todos os tipos eu me identifiquei bem, sabe, me identifiquei em todos os tipos, e até

naquela...papel de marcar, de ficar marcando, né, eu peguei e marquei quase em

todos,praticamente o mesmo tanto; em todos né, em todos foi quase o mesmo tanto; eu até

fiquei brincando até que eu...eu era o tipo 10, porque eu não conseguia me identificar bem,

assim, em todos, né, e o Domingos até estava me dizendo que no tipo 9 há essa falta de

identidade, né, falta...há muito essa negócio,né. E...aí foi que me deu mais vontade de pegar e,

na hora do curso, eu me disse isso na hora do curso, eu peguei...deu mais vontade ainda de

pegar e "não, eu vou ter que me identificar agora nem que seja na marra", e isso foi muito

interessante,porque, nesse final de semana da primeira etapa, eu procurei muito...me dediquei

muito a esse curso, né; porque eu vi que era uma coisa boa pra mim, uma coisa muito

significativa pro meu conhecimento, ainda mais pra...por causa disso, né, essa minha...minha

dificuldade de tentar me descobrir,me identificar, essa minha curiosidade de tentar me

descobrir cada vez mais.Eu estou conversando muito como Domingos, com o padre

Domingos, e ele está me ajudando muito a fazer isso...é...pra tentar...é difícil demais...é muito

difícil, né. É muito difícil eu pegar e...pegar e falar "ó, eu não estou gostando, eu não estou

gostando", mas eu estou tentando, sabe, eu estou buscando, está difícil agora no começo , mas

100

já estou começando já, e quando a pessoa brinca e fala alguma coisa, pego e "ó, não gostei

viu",uma coisa que eu não faria, não fazia antes, e agora, pego e já faço, já...

E como é fazer isso? Como é que você se sente dizendo isso?

É difícil na hora,mas depois eu sinto um alívio, sinto assim um...que foi melhor e

tudo, que foi uma coisa melhor. Um alívio que antes era pegar e...quando...vinha,...pegava,

recebia, né, assim esse rancor, essas coisas, né, e eu pegava e depois que desabafava, aí sim,

saía o alívio...saía o alívio depois de desabafar, mas agora como eu já desabafo logo, aí, como

eu falo logo, fica...fica normal.

2.Existe alguma relação do Eneagrama com a tua saúde sua saúde?

É.

3. Como você está com relação ao seu “Ponto de integração”? Você já descobriu, né?

É o 3 né?

É, isso. Como é que você vê essa história do ponto de integração do seu tipo?

É...eu vejo que...é uma coisa boa pra mim, eu vejo que...que eu posso através

desse ponto, pegar a melhor coisa do 3...eu vou tentar me integrar nesse 3.

Você já tinha percebido, em outros momentos, como 3? Já consegui se ver?

Já, mas eu estava na dúvida do 3 ou o 9, estava muito na dúvida, estava em dúvida

nesses dois...estava em dúvida em todos, mas depois eu fui eliminando, né, aí chegou no 3 e

no 9, aí eu fiquei no 3 e no 9.

Então você consegue perceber momentos que você é 3?

Percebo.

E como é quando você está sendo o 3?

101

Eu acabo mais o medo,né...eu pego...vivo mais dentro do grupo, falo mais e...isso

ajuda muito parte do meu trabalho também, né. Quando eu faço pesquisas,quando eu faço

trabalhos, assim, palestras, converso com grupos de jovens e tudo e aí eu me sinto mais a

vontade, certo, já me sinto mais a vontade, já mais livre...mais livre pra poder falar e...acho

que essa ousadia do 3, né, essa vaidade do 3, de pegar e não está nem aí, né...ajudar...

De se expor e falar?

De se expor e falar. E...saindo do ponto de desintegração,né, que é o medo.

Você acha que está conseguindo?

Estou. Está me ajudando nesse ponto de pegar e vê as dificuldades, e pegar e vê

um ponto de luz, sabe, procurar uma luz...de pegar e "não"...abriu os olhos pra mim, abriu o

olho, pra mim, mas eu volto pra aquela dificuldade do conflito e...abriu olho, assim, abriu

meus olhos pra eu poder ver a realidade, poder ver os meus defeitos, ver as coisas, pra que eu

possa tentar, de algum jeito, que eu estou vendo, estou trabalhando, né, através do meu tipo,

desse ponto de integração, que ajuda muito, pra poder...esse crescimento, né, eu vejo o

Eneagrama como um sinal de transformação.

E com relação a sua asa não desenvolvida? Você descobriu qual era a sua asa que se

desenvolveu?

O 8.

Sua asa desenvolvida é a 8? Ou é a não desenvolvida?

Não...é...

A que você desenvolveu? Você é tipo 9, e desenvolveu qual?

O 8.

E sua não desenvolvida seria...?

O 1.

E como é que é o tipo 1 pra você? Essa sua asa não desenvolvida?

102

É...às vezes eu fico assim...o 1 né? Como é que eu estou no 1,né?

É, como é que você está em relação a 1? Agora que você descobriu que tem uma asa pra

desenvolver, como é que você está?

É...trabalhar isso n trabalho,né, em relação ao trabalho, de pegar

e...saber...é...como é que eu falo...?

Isso era o que você não tinha muito, né? O que você não tinha no 1? O que falta em você

que o 1 tem e você não tem?

Falta mais compromisso, falta mais compromisso, falta mais compromisso de

pegar e...entrar na hora certa, ir à hora certa, eu sou muito de me atrasar e...sabe, eu sinto a

vontade de chegar na hora certa,mas eu sempre me atraso; não tenho esse compromisso como

o 1 tem,né...e isso falta em mim. Eu até aproveito e pego o 1 muito pra poder me ajudar,

através do 1, me ajudando...o que é que o 1 falaria no meu lugar em relação a isso, né,

e...ajuda mesmo, em relação ao trabalho.

Entrevista 6

1. Conte como foi sua experiência durante o curso?

É...quando ele falava, chegou um, dois...eu fiquei lá, até comecei a rir, depois

chegou no (meu) 3,mas eu tinha feito, participei da segunda etapa antes de ter feito a primeira,

então fiquei um pouco confuso; eu só passei aqui, fiquei parado e vendo, mas quando vim

fazer depois eu não gostava do 3, quando eu vim na segunda etapa, não gostei desse

tipo...gostei de todos, mas o 3 tinha um pouco “esse tipo é muito...",me incomodava muito,

então...fiz a primeira etapa, chegou no 3, então começou a mexer comigo, veio algumas idéias

na cabeça, umas coisas que eu já fiz, que eu ia fazer, então...me tocou, então...durante os

outros, eu achava engraçado, os outros, mas o (meu) 3 mesmo que me incomodou.

Aí você descobriu que era 3 então?

103

É aí eu descobri que eu era, talvez nem quisesse ser 3,mas aí tive...aceitar, né.

E como é que estão sendo os encontros que você está participando?

Ah, está sendo muito rico, estou conseguindo me compreender melhor, cada dia

eu estou aceitando, né, e também o Domingos ajuda nos...toda quarta feira nos reunimos com

ele, ele nos mostra a tirar algumas dúvidas...

Porque que foi tão difícil de aceitar, assim logo de cara, que você era o tipo 3?

O tipo 3 já é um tipo que não combina comigo, com o meu passado,porque é um

tipo de personalidade que eu sempre lutei pra não ser, e eu era, então, eu fiz um esforço

danado, até consegui, parece que consegui...chegou aqui e descobri que, realmente, que eu

sou...sou...entendeu?

2. O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Pode, pode e está ajudando muito, já estou conhecendo tudo o que eu sou; antes o

que eu fazia era inconsciente, agora já estou conhecendo e sei o mal que eu estava fazendo, o

bem que eu estava fazendo, e não tinha consciência de que estava fazendo o bem; aí eu posso

corrigir o que eu faço de mal, que é inconsciente, e posso reforçar o bem que eu faço.

3. Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”? Qual é a sua asa não desenvolvida?

É a 2.

E como é que é o 2 pra você?

Nos últimos tempos, antes de vir pra qui, eu comecei a criar mais intimidade, mais

toque com os outros, antes eu nem chegava a tocar, só verbal, só mandava, só cumpria; agora,

já desenvolveu a asa 2, porque eu comecei a tocar as pessoas, abraçar e a ter mais carinho

104

pelas pessoas, então eu criei mais intimidade com as pessoas, tive mais amigos, e antes, os

amigos já era pra um determinado fim.

E com relação ao seu ponto de integração? Como é que você sente isso?

O 6 é um tipo,assim que eu me dei muito bem, me dou muito bem com o 6, é...de

6 que eu tenho...talvez esteja desenvolvendo, como um amigo disse que eu estou um pouco

discreto, as pessoas estão queixando muito que eu estou muito discreto, os alunos na escola

dizem que eu não estou falando mais, aqui, diz que eu estou mais quieto; está se

desenvolvendo, imagino, ser da minha integração, porque também o 9 é muito quieto.

E você acha que está em qual? Você acha que está mais pro 9 ou pro 6?Essa coisa de

ficar mais quieto está sendo uma coisa boa? Como é que está sendo essa experiência?

Bom...no curso tinha 3, 9 e 6, quando eu pego o melhor do 9...já peguei o 9

melhor...quando pego o melhor do 6, já pego o melhor do 9, e aí, sinto assim mais tranqüilo, e

eu não estou na desintegração, estou na integração, já estou passando pelo segundo, que é

muito bom;mas quando estou desintegrado...é...aquele mimado,né, aqueles vícios de deitar,

dormir, deixar minhas coisas rolar, e os problemas acumulavam cada vez mais; então, eu ia

pra 6, sentia, talvez, menos, sentia confusão, então,dava um branco sempre que tinha que

expressar algum trabalho. Isso está melhorando na minha saúde, e também na relação com

meus colegas, estou compreendendo melhor, já não estou exigindo com exigia, mas...estou

dando o que eu posso dar, também receber dos outros o que eles podem dar.

Entrevista 7

1. Como foi sua experiência no curso de Eneagrama?

Eu vim aqui pra Fortaleza, de férias, em 95, e aí o padre Domingos me convidou

pra poder fazer um curso, ele falou assim "olha, você gostaria de ficar mais uma semana aqui

e tal", e eu falei” não, não dá e tal", mas aí eu consegui; eu tinha um trabalho lá em Belo

105

Horizonte, mas eu consegui articular e fiquei mais uma semana. Nessa época, ficou eu e mais

3 moças, uma era minha irmã e, as outras duas, amigas; aí nós ficamos pra fazer o curso,

aí...eu já não sabia o que era...ele falou que era um encontro, um curso aí que a gente podia

até trabalhar com a juventude, que ia ser muito bom lá em Minas, e a gente resolveu fazer. Aí

nós fizemos na casa dele, porque a gente estava hospedada de férias na casa dele,e aí...e era

um esquema muito simples, ainda não eram as projeções como é agora; a gente estava tudo

sentada numa mesa, ele ia expondo, falando, e a gente ia marcando aquela primeira parte que

é só pra gente ter uma idéia e tal...depois ia colocando né como é que era...não tinha ainda

estruturado...falar de pecado de raiz e não sei quê...assim, era mais vivo, mas foi dizendo

várias...tudo aquilo que a gente diz hoje, estruturado com o pecado de raiz, com o mecanismo

de defesa, como fuga; aí terminava aquela exposição e a gente fazia o seguinte, pensava um

pouquinho sobre aquilo,né, e passava pra frente, ia fazendo. Eu lembrei até que, quando ele

começou ainda...começou falando da primeira personalidade, que era o tipo 1, e agora,

quando a gente faz o curso, basicamente nós começamos pelos centros; então, pelo centro da

emoção, nós começamos pelo 2 né, aí começou aquele mundo e terminou...aí ele era muito

amigo da gente...ele virou pra mim e falou assim "e aí, se identificou?", brincando, né, e

ele...ele” você achou ruim?", eu falei” eu não, é tudo isso aí", e começamos a rir, né. Então,

foi uma relação muito interessante,porque nós fomos fazendo, fomos descobrindo, e fomos,

também, podendo ajudar umas às outras, porque a gente era tudo amiga, tudo ligada. Depois,

pronto, fui embora pra Belo Horizonte, assim, a princípio não utilizamos com ninguém,

porque também, a gente só tinha acabado de fazer, né; então, pronto...e ele também estava

aprofundando, tava...umas coisas que ele estava estudando mais, e vendo, e fazendo curso e

tal, quer dizer, ele estava na época de estar aprendendo; aí ele estava fazendo pra vê o que a

gente achava, se a gente gostava, se a gente achava que era uma coisa boa pra trabalhar com a

juventude, porque o nosso público, o público da comunidade shalom é a juventude; aí, eu

106

peguei e voltei pra Belo Horizonte, e continuamos fazendo nosso trabalho e tal, as pastorais e

tal; depois eu só fui fazer a segunda etapa muito tempo depois, quando eu entrei mesmo

pra...com isso; foi em 95, então, eu só pensei em...sei lá...em vocação de 95 pra 96 e tal, em

96 eu acabava de fazer o processo vocacional, discernir o que é que eu queria da vida, 97 e

tal...só em 98 é que eu vim pra cá pra Fortaleza, aí essa possibilidade de abertura da

comunidade feminina e tal, aí eu vim pra cá. Aí em 98 é que fui fazer a segunda etapa, aí já

estava muito mais estruturado, aí eu aproveitei e fiz com as pessoas que moravam aqui, então

foi interessante, também, descobrir, perceber a personalidade das pessoas, a gente...isso

ajudou muito o nível de crescimento, aí a gente entendia mais um pouco uma a outra, dava

mais desconto, também, né, em algumas situações, algumas colocações...eu gostei muito.Aí

na terceira fase...passou um tempo e a gente foi fazer essa terceira fase pra poder continuar o

processo, aí fizemos também, mas aí eu acho que já fizemos com outras pessoas, juntou mais

pessoas na terceira etapa, que eu também achei muito boa, achei que foi válido, que me

ajudou a, talvez, me integrar melhor, sobre até a questão da espiritualidade, perceber isso na

prática, de assumir, talvez, o meu jeito melhor de rezar e tal, e também de relação com o

outro. Pra mim amadureceu, aí depois ainda fizeram aquela quarta etapa que, no fundo, não é

uma quarta etapa, é uma etapa de aprofundamento,assim,de resgate de coisas que foram

faladas em todas, mas é um aprofundamento mais forte que também era lá na... No sítio na

Tabuba. Então eu fui fazer também; fiz essa tal quarta etapa que não é quarta etapa, participei,

achei interessante também com grupos lá e tal; aí a gente fica mais ligado com as pessoas, né,

que fizeram naquela época e tudo...e depois mais pra frente foi feito o retiro, aí criou esse

tempo retiro do Eneagrama, pra ser mais profundo e, lógico, está muito mais voltado pra

questão da oração, como a nossa linha também é, né; porque dentro da igreja religiosa é

lógico que as pessoas vão priorizar isso. Então achei muito válido a nível de crescimento

individual...eu sempre percebi assim, porque o curso é de auto-conhecimento, eu não estou

107

fazendo o curso nem fazendo as etapas pra te entender, acho que isso tem que ficar bem claro

desde o primeiro momento que a gente fala “eu estou fazendo pra me conhecer melhor, aí eu

me conhecendo,eu posso tentar me trabalhar um pouco"; aí, lógico, se eu me trabalho, lógico

que a minha relação contigo vai melhorar ou vai, pelo menos, modificar, acredito que não vai

ser pra pior, né, porque a pessoa vai criando gosto, vai descobrindo as dificuldades dela e tal;

e eu acho que ninguém, quer descobrir coisas pra ficar pra trás, a gente quer descobrir pra

crescer, né. Pronto, e depois disso, passado um tempo, a gente começou a fazer...o padre

Domingos fazia isso, mas só com...a gente queria fazer isso com o jovem, porque a nossa

idéia não era fazer o curso, assim, de começar a fazer o curso pra empresas, pra outras pessoas

e coisa e tal; só que aí como um curso de auto conhecimento é um enriquecimento grande,

teve gente que começou a pedir pra participar,dos grupos que tivessem com jovens e tal...aí

começamos a ver também que quem quer cresce...todo mundo quer crescer, não é só os

jovens, que era o nosso alvo principal. Aí começou a expandir, a fazer grupos, a deixar que as

pessoas procurassem, por isso que tem os grupos...você vê que tem um ou outro...às vezes tem

muitos religiosos e a gente faz um grupo específico, quando os religiosos quiserem, né,

porque,às vezes, eles se sentem mais a vontade em estarem juntos, pronto...mas, você pode

ver que nos grupos é tudo...misturado, né, tem gente de todos os níveis sociais, tem gente de

todas as linhas ideológicas, de tudo quanto é credo, tem todo...porque o negócio é de auto-

conhecimento. Então depois de já um tempo feito e tal, o padre Domingos falou isso, a

possibilidade daqui da nossa casa...da gente também aprender no sentido de não só ter feito os

cursos e acompanhar e tal, mas também de...de fazer o curso, de passar o curso; aí, na época,

eu e outra moça, que ele até falou, né, "olha, você já tem também mais tempo", eu também já

tinha acabado arqueologia, tinha...tava com...com mais tempo,né, já dava pra poder

aprofundar, pra poder... Aí comecei a, antes do tempo de começar a fazer, comecei a ir aos

encontros de novo, a participar, mas aí já numa outra ótica, eu não estava ali pra descobrir

108

tipo nem pra vê o crescimento, porque eu já sabia e, também, já estava no...no trabalho,né,

mas era pra eu perceber como é que era a dinâmica do curso, como é que ele apresentava, pra

ver se as pessoas...vê como é que era; aí eu peguei e fui fazendo isso, antes de...muito tempo

antes dele até falar “olha, vocês querem fazer?", eu comecei a ir. Livros também, fui

aprofundando, não só esse, mas outros matérias, eu fui vendo...e fui também vendo se eu

tinha condição de passar, porque eu acho que isso é muito importante, se a gente não...não

consegue dominar um assunto, é melhor a gente ficar,né, tipo “olha, não, não é por aí, eu não

consigo" ou então” não, não é isso", eu prefiro aperfeiçoar mais, então eu fui fazendo até eu

sentir...perceber que eu poderia passar. Aí foi uma coisa muito interessante, ele marcou um

curso, e aí ele "então vamos combinar, você já se preparou, você tem condição, e nesse curso,

você vai dá o curso junto comigo"; então eu fui dá o curso junto com ele; então ele falava uns

tipos, eu falava outros e tal, numa boa, fazendo...lógico, depois a gente sentou e aí ele falou o

que ele achava, as coisas que ele achava que podia melhorar, aí eu também falei determinadas

coisas que eu achava, que eu percebi, ou que eu me senti mais isso ou mais aquilo, ou bem ou

não e dizer e tal...então a gente fez esse...foi fazendo esse processo pra depois...aí pronto, feito

isso, aí mais pra frente eu comecei a fazer os cursos sozinha, realmente já não...já tinha um

conhecimento; aí eu lembro até que, passado um tempo, eu ainda voltei, eu ainda tenho muita

ligação com ele, lógico, por causa disso, e percebo e converso, às vezes a gente marca

reunião, e no meio da reunião ele diz” e aí, vamos ver o que a gente...como é que está o urso,

se a gente modifica alguma coisa", dou idéias...poucas idéias, né, mas, assim, dou idéias de

algumas coisas, ele também; às vezes fala "ó eu estou tentando ver mais isso nessa tônica";

então aí ele já foi fazer cursos fora, eu também já fui, então eu fui pra Recife dá cursos lá, nas

congregações religiosas também, né, dei pra grupos aqui de paróquias...aqui no nordeste;

então, assim,né, jovens...então, eu sinto também já segurança naquilo que eu estou

falando,porque, também, é aquilo que eu estudei, eu conheço, mas sempre estou

109

aprofundando,porque eu acredito que, qualquer coisa, se agente não se aprofundar, a gente

fica muito superficial, ou diz as mesmas coisas, se alguém questionar, a gente não consegue

sair daí,né. Então já existe uma ligação boa aí, então, nos cursos, agora, no Eneagrama,

sobretudo no retiro...no retiro que ele faz aqui, ele já fez duas vezes, assim, que eu fui

acompanhar pra ajudar; aqui, todos que tem eu estou aqui ajudar, né, em Fortaleza; e com ele

eu já fui foi duas vezes pra Paraíba, pra ajudar também,no retiro lá. Mas, assim, agora eu acho

que os outros, à vezes, é mais longe; também a gente tem que vê que nem sempre dá pra ir a

tudo,né. Mas o... Tentar...ele assume os encontros nos lugares, e eu também assumo; então, é

tanto que algumas pessoas ligam pra lá, se ele não tiver disponibilidade, ligam pra

mim,marcam, aí a gente vai, então assim...

2. O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Olha, eu acredito que sim,porque, imagina só, se eu me conheço...imagina que eu

tenho uma doença, se eu conheça a tal doença, eu pelo menos posso partir do conhecimento e

tentando ver os meios pra melhorar; então eu levo um pouco por aí; imagina...se eu,a

princípio, eu sou uma caixa, eu só posso saber o que tem dentro se eu for abrindo, se eu for

tirando os laços, os enfeites, for abrindo, for tentando tirar as coisas de dentro; e eu acredito

que o Eneagrama é muito isso, ta, é tipo...você pega a sua caixa, você pega você mesmo , e aí

você vai tendo possibilidade de ir abrindo, ir descobrindo, ir vendo que você reage assim, que

você tem essa tendência, ou até aí...lógico que a gente vai ter aquela coisa...pelo menos, pra

mim, eu ia vendo claramente umas coisas, algumas coisas ficaram bem claras,então...tipo...eu

quero isso? Eu vou ser considerada a vida inteira assim? Não! Então eu posso fazer outra

coisa,eu posso tentar melhorar aqui; então,pra mim, lógico, o que eu sinto é que o Eneagrama

oi também uma coisa que em ajudou a nível de saúde,até eu diria que, talvez, abriu mais a

minha cabeça, sabe...a nível de aceitar mais os outros, aceitar outras posições, ser capaz de rir

110

de mim mesma, de perceber o que eu falava, o que eu fazia, o que eu queria ou descobrir...às

vezes ainda de perceber alguma coisa que eu penso de...que é absurdo; eu digo "ah, tem que

rir mesmo"; a gente descobre que também é normal como todo mundo, e isso é bom.

3.Como você está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não desenvolvida?

O ponto de integração do 1 é o 7,né, essa coisa de levar a vida com mais

leveza,então... Eu me percebo mais integrada, não se os outros percebem, espero que eles

percebam, porque conviver com as pessoas é...sobre todas as personalidades...pessoas não

trabalhadas, muito fechadas, a gente sofre muito; tanto a pessoa sofre, porque no fundo ela

está tentando fazer o melhor, mas só que ela ainda não descobriu que o melhor,às vezes é ela

também dá uma relativisada nas coisas; ela ficar em cima o tempo inteiro, se o filhinho fez

dever de casa, se a filhinha foi pro balé...relaxa...o povo vai fazer porque gosta, porque

assumiu,né; não adianta nada eu ficar cobrando de uma pessoa a vida inteira, uma

determinada coisa que ela mesma não assumiu, né...é lógico que você tem que no

início,sobretudo quando é criança, você dá os primeiros empurrões, mas depois a pessoa vai

criando um ritmo,ela vai descobrindo. Então eu me percebo mais integrada assim.A minha asa

não desenvolvida é a 9, porque eu fui percebendo que eu desenvolvi muito a 2, aquela da

ajuda e tal...de está na frente das coisas e ...já tem isso forte no 1, e acaba que a gente puxa

muito da asa. Mas hoje eu também descubro que tenho umas coisas da asa 9 desenvolvida, e

estou desenvolvendo melhor, essa coisa da tranqüilidade; eu estou conseguindo...me

trabalhando, fazendo a meditação, tem uma coisa que a gente vai priorizando na nossa vida, a

oração, isso ajuda demais, pra mim ajuda; eu diria que é uma coisa,também, que ajuda a gente

a se entender depois, com o trabalho de auto-conhecimento...quer dizer, você tem

muito...muitas possibilidades de se crescer, até a vivência com as outras pessoas, isso pra mim

é mais...é mais terapia do que você pagar um psicólogo; eu também já fiz terapia com um

111

psicólogo, e pra mim foi muito bom, me abriu,deu pra confrontar com minhas dificuldades;

então,eu acredito que é por aí. Agora... Do 9,eu tenho algumas coisas...lógico, eu tinha mais

com mais rejeição, que eu não tinha muito aquela coisa de perceber... Depois que eu descobri

que minha asa 9 era a menos desenvolvida, eu comecei a perceber as minhas dificuldades, às

vezes, aí comecei a ver "olha, ta vendo, eu não sou tão tranqüila”, que eu poderia criar essa

tranqüilidade ou ir aprendendo, com o 9, sem ser fuga,porque no 9 é fuga,mas...no 1, pegando

mais meu lado...no 9,mais a tranqüilidade, mais calma, a gente escuta mais do que...do que

dá,né...do que diz, porque a personalidade 1 tem muito aquela coisa de, como ela tem razão, o

outro pode falar,mas ela sempre acha que a opinião dela prevalece. Então, agora eu consigo

escutar mais um pouco, e consigo até questionar,tipo "não, a gente...eu vou vê essa posição

sua, é melhor, vou revê a minha"; e assim,eu me sinto livre...hoje eu me sinto livre pra dizer

"olha, a minha posição não é a posição mais coerente, e agente pode optar por essa e ver com

todo mundo e tal"; antes eu não faria isso...eu não diria não...nunca diria que a minha

opção...que a minha posição tava errada...ora,pois,vou dar o braço a torcer porque, né; mas

hoje eu já percebo que não...não precisa, entendeu; eu não vou deixar de ser eu, e nem vou

deixar de ter toda a força que eu tenho interior, a vontade de crescer, por dizer que eu...sei lá...

Que eu me enganei, que eu errei, que eu falei uma coisa que realmente não era por aí; então,

eu acho que foi criando um pouquinho mais de linha dentro de mim, de pegar o fio condutor ,

né, interior...isso está valendo a pena muito.

Entrevista 8

1.E como é que foi durante o curso?

Eu...eu acho assim...na época eu lembro que eu era muito tímida, então,eu tinha

medo de me expor, e eu não me senti exposta, então, pra mim, eu me senti em casa, foi muito

tranqüilo, foi muito... Né, acho que pode se dizer isso. Pra mim foi até um alívio, porque eu

112

não me identifiquei logo de cara com o tipo que eu sou,né, mas...é...ir descobrindo todos

aqueles tipos, ir conhecendo a realidade da pessoa, né, das pessoas que eram apresentadas no

tipo, a partir de personalidades, foi interessante,primeiro porque eu fui percebendo

que...pronto...tinha alguém parecida comigo ali naquela história e que eu poderia me sentir

mais acolhida.Então eu fui me sentindo muito em casa, não me senti exposta, não me senti

cobrada de nada, foi muito tranqüilo,tanto que eu terminei a primeira etapa e eu não tinha me

encontrado, só na segunda foi que eu fui confirmar, e foi muito tranqüilo,foi muito...

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

No meu caso, eu aprendi a relaxar a partir do Eneagrama. Quando eu começo a

sentir aflorar a raiva, que aí dá palpitação, dá todos os transtornos do organismo...até porque a

gente tem a mania de prender, prender, reter, reter, e quando vem, vem como bomba, no caso

do meu tipo. Hoje eu já percebo quando a raiva vai aflorar e aí eu mudo o caminho e deixo de

sentir esses sintomas negativos. Eu diria que, não somente pelo Eneagrama, tem todo um

trabalho de auto-conhecimento aí por trás, mas o Eneagrama foi o pontapé inicial, mas a partir

do auto-conhecimento pessoal que eu tive, de mergulhar em mim mesma, de começar a me

aceitar e de me acolher, eu comecei, de 5 anos pra cá, eu consegui emagrecer, que eu não

consegui durante toda a juventude, isso já é um ponto positivo a nível de saúde, já emagreci

mais de 10 quilos, e cada ano controlando, tendo uma auto estima melhor, nesse sentido eu já

melhorei, isso é notório. Há algum tempo eu já estava começando a ter palpitação, a ter alta

de pressão e já está com um bocadinho de tempo que eu não sinto mais isso. Eu sinto que já

melhorou. A respeito da saúde, como personalidade do tipo 1, é o controle da emoção, não

deixar essa emoção aflorar ao ponto que vá prejudicar a minha saúde. Isso percebo que

mudou, já consigo fazer novas caminhadas, já controlo a respiração, isso tudo a partir do

perceber que eu sou visceral, que tem toda uma emoção por trás, que favorece tudo essa raiva,

113

eu vou acolher, e esse acolher vai facilitando esse meu contato comigo mesma também a nível

de saúde.

3.Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

Pois é, da primeira vez, foi altamente estranho, é...a primeira impressão, ficou

tudo muito bagunçado, ficou muito confuso,eu não consegui me identificar na primeira etapa,

eu lembro até de uma conversa que eu tive,antes da segunda etapa, com o padre Domingos, já

vésperas da segunda etapa, e eu cheguei pra ele e disse “pelo amor de Deus, ta tudo confuso,

eu não consigo perceber quem eu sou, como eu sou, o que eu sou"; a sensação que dá é de

que, realmente,a gente recebe muita informação, e a gente mesmo que quer esconder, na

verdade, o que a gente é. Então, a primeira impressão foi de muita confusão, depois, de muita

revolta, quando eu percebi quem eu era, mas um alívio...uma revolta misturada aí...com um

alívio muito grande de perceber como outras pessoas, dentro da minha personalidade. Eu sou

o tipo 1, então, o tipo 1, na verdade, não gosta muito de perceber limitações nem

imperfeições. E perceber isso em mim,não foi nada agradável, a princípio, mas me trouxe

certo alívio, no começo a vontade que eu tinha era dizer “mas tu tem que saber que eu sou

assim, por isso, isso e isso.?"; existe essa mania da gente, existe essa vontade de querer

justificar nossas falhas, a partir do que a gente descobre, mas, hoje, depois de tanto tempo

também eu percebo que eu já acolho muito mais aquilo que eu sou, não só acolho, como,

quando eu vejo alguém do meu tipo sofrendo com essas coisas, a minha primeira vontade é de

falar, de está dizendo” olha,mas não é assim, não é por aí". Na minha casa, nós nos

descobrimos quatro tipos 1, quatro pessoas do tipo 1, e foi uma experiência bonita, também,

no grupo de família, porque nós somos os 3 mais velhos, então tem toda uma resposta aí pra

isso, porque que esses três são tipos 1, e isso acalmou muita coisa, em mim, acalmou muita

114

coisa, pronto...eu fui cobrada quando criança, foi muita responsabilidade, nós somos muitos,

então papai e mamãe passaram a dividir o peso com a gente, com os primeiros; e hoje eu

acolho isso com mais naturalidade, antes eu tinha revolta, hoje eu já vejo que aconteceu

e...pronto,tem que acolher isso aí; e é muito mais fácil hoje em dia acolher essa idéia nova aí.

Pra te ser bem sincera,assim,eu achava que a minha não desenvolvida era uma

outra, um dia desses eu descobri que era outra, foi uma graça,porque eu percebi que na minha

adolescência, e isso é claro,a gente consegue perceber a asa desenvolvida na adolescência e

aí...com a maturidade a gente vai crescendo e vai desenvolvendo a outra e a primeira fica

então omitida, mas, na verdade, eu estou percebendo, eu comecei a descobrir, que

mecanismos que eu uso, que o jeito de fazer algumas coisas, a forma como eu atuo,

manifestam a asa da adolescência ainda,quer dizer, a outra que achava que já tinha

desenvolvido, ela ainda está muito...ainda tem muito a desenvolver. No meu caso, eu

desenvolvi na adolescência a asa 2,né, então, eu ainda percebo o mecanismo de chantagem

emocional, e cobranças em relação ao que eu faço, eu me dedico tanto, eu me esforço tanto e

ninguém percebe,né...e tudo isso está lá na...na...no mecanismo do jeito de ser do tipo 2; e

já...eu achava que já tinha muito da serenidade do 9, eu tenho...mas com quem não me

conheceu direito, depois que começa a me conhecer vê que o 2 é mais...então, ainda hoje... Eu

fiz o Eneagrama há quase 10 anos, e ainda hoje eu percebo que tem muita coisa

assim...transformada, mas o bonito é perceber que o Eneagrama vai te dando dicas pra isso,

né, e eu fui...tá com um mês, mais ou menos, que numa conversa, uma pessoa me abordou e

disse "presta atenção nas suas atitudes, tu não acha que tu não tem a asa 2?"; e eu toda

convencida de que tinha a asa 9, a serenidade do 9, aí eu caí em mim e vi "não, realmente eu

tenho é muito do 2 ainda", que era a da adolescência, então, existe uma outra faceta aí, a ser

desenvolvida ainda que seja o caso do tipo 9, buscar essa serenidade; que à primeira imagem

até passa, mas depois...muda um pouquinho, né.

115

Você acha que já conseguiu algumas coisas do 9?

Já, já consegui...já consegui relaxar, quando a coisa começa a pesar, já consegui

muito da integração, né, do deixar...do deixar acontecer, vou fazer o que me é possível fazer,

sem cobranças,sem...já consigo de vez em quando brincar com minha cobrança interna, já

consigo deixar ela um pouquinho de lado, e isso é muito positivo, né, assim, dá uma sensação

de...as pessoas já começam, principalmente a família, eu acho que a mudança vai acontecendo

quando a tua família começa a dizer “não, tu já ta muito diferente"; porque a família é onde a

gente...principalmente o tipo1...é onde a gente se expõe com maior...mais clareza, assim, sem

máscaras, sem ...sem...pronto, sem nada pra omitir aquilo que a gente é. E em casa, meus

irmãos já dizem "não, tu já mudou demais", né...então, isso é bem agradável. E eu percebo

que as minhas atitudes já são diferentes, que o meu jeito de fazer já é diferente, e isso eu estou

conquistando a partir do 9, por isso que é preciso desenvolver sim, essa idéia de ser mais

serena, do ficar mais tranqüila, do deixar, de ser da paz mesmo, do pegar o melhor do 9. Tudo

acontecer no seu tempo, sem muita pressa, sem muito estresse, isso não é fácil, pro tipo 1

então...que é altamente visceral, não é fácil...

E da sua integração, fale mais um pouquinho.

A integração é o mais difícil, eu acho, é mais fácil ir pro 9, conquistar ir atrás do

9, do que, eu diria, até é um pouco grosseiro, que tem que ser, a sensação que me dá é essa e

vou ser bem sincera, do que ser tão ridícula como o 7 é, pra mim, na minha impressão. Mas

ao mesmo tempo, é um ridículo que eu entendo que é baseado na alegria que eles tem

na...na... E que isso também deve ser meu caminho de conquista. Não é fácil. Eu tenho me

percebido com uma dificuldade terrível de brincar, de curtir, de...de ter a minha prioridade de

lazer, é muito mais fácil e agradável, pra mim, trabalhar...eu percebi, já descobri isso na

minha vida com clareza, e, no meu caso, eu preciso é ir atrás de lazer, preciso é desmarcar os

compromissos,preciso...e isso não está fácil, eu sempre acho...a gente sempre acha que precisa

116

ser fiel ao que assumiu, e no meu caso, eu sinto que ainda tem muito peso da personalidade 1

que precisa ser trabalhada e ir pra esse caminho do 7, que não é fácil não; é mais fácil eu ir

pro 4, aí é bom demais...aí é...ficar sofrendo as dores, se sentindo abandonada, essa coisa toda

aí que, nessas horas eu até confirmo a asa 2 bem desenvolvida, que aí vai sofrer as dores, mas

o 7 não é fácil.

Entrevista 9

1.Conte como foi sua experiência durante o curso?

A primeira etapa eu não fiz junto com o grupo,meus amigos já tinham feito, e eles

iam fazer a segunda, e eu fui correr atrás da primeira, pra poder fazer a segunda com eles, aí a

gente se reuniu , assim, várias vezes, pra eles me passarem, realmente, o conteúdo, né. Aí,

nessa história, um amigo meu, que é o George, que ele foi, tipo, o responsável, ele estava com

o material, ele tinha acabado de fazer o curso, aí foi conversando comigo tudo que estava

recente e estava fresquinho na cabeça dele. Ele me passou várias coisas e, antes desse

aprofundamento que a gente fez, reunido na casa dele, porque a gente era amigo, só da nossa

conversa mesmo, sobre, assim, geral, sobre as personalidades já mataram logo qual era o meu

tipo, eles estavam achando que era outro, por causa da asa, porque você vê a parede da casa,

mas você não vê o alicerce, você vê a asa, a fachada, e na conversa matou geral, eu peguei

logo que eu era o tipo 4 e foi legal isso, o negócio me surpreendeu, realmente você se

identifica, mas que não é só uma coisa de se identificar "ah, legal, eu sou isso", né, é mais que

isso, é um caminho de crescimento,então, além desse negócio da identificação que foi rápida,

que é legal, tem essa história do caminho, né, e pra mim foi bom demais. Durante, é um

negócio complicado, porque você, realmente tem que encarar coisas que são suas feridas, são

coisas que você foge; o assunto do curso é assustador, se for fazer um filme de terror, né...mas

eu acho que é uma coisa válida, é um processo que você tem que passar, porque os próximos,

117

depois...o bom depois, é muito grande, mas você tem que encarar no mesmo, tem que estar

preparado pra encarar o que você, normalmente, esconde, vem se utilizando de máscaras,

então, tem que ter essa predisposição.

O encontro é uma vivência bacana, pra você conversar com as outra pessoas a sua

personalidade, trocar idéias, eu acho que uma coisa que pé muito importante é

no...normalmente...não, é claro que, assim... O Domingos, na didática que ele trabalha no

curso, né, o curso, ele é mais, nas duas primeiras etapas, positivo, então, é o Domingos, você,

o Eneagrama, aquela coisa, né, e a terceira etapa já é mais de vivência,então, você vai

interagir com as pessoas da sua personalidade, sabendo dessa historia toda, vai trocar

experiências, e nessa interação, tipo, sai a figura do palestrante e entra a partilha, né, a troca

de experiências; isso é bacana também, porque você vai conversar comum a pessoa que já tem

uma caminhada maior, já redimiu certas coisas que você não redimiu ainda, você vai ouvir a

forma como ela trabalha aquilo, como ela vive hoje, venceu aquela coisa ruim da sua

personalidade,né, e outra, essa pessoa pode estar campeã em alguns pontos e ela pode estar

vacilando em outros, e você campeã nesses, aí você vai e troca a experiência e sai a figura do

professor, e entra essa troca que é muito válida, muito bacana, que você vê que a outra pessoa

venceu aquilo, redimiu aquilo, está tranqüilo, então,troca essa experiência legal.Acho que o

tipo 4 ele é um tipo que tem a sua ferida, né, no começo de tudo, naquela questão do

abandono, da sensação de não ser amado, e é muito importante...ah, ele vive numa ilusão,em

um jogo, porque ele tem essa ferida, e essa ferida vai condicioná-lo a viver em um jogo de

auto valorização, de independência, de coisas que é tudo fachada, tudo mentira, então ele vai

chegar ao ponto de até se sentir mais que algumas pessoas, querer ser mais que algumas

pessoas, agredir outras pessoas, mas na verdade ele tem uma coisa que é essa sensação do

abandono, que é a ferida original,né, e no processo Eneagrama, é muito importante

você...você vai tomando consciência disso tudo, né, é muito difícil...pra mim foi né, quando

118

caiu a ficha, que o caminho do Eneagrama vai mostrar seu tipo, no começo eu "vixe Maria...",

mas com o tempo assim, você vê que isso é bobagem, e que a proposta...o caminho,

realmente, não é abandonar a personalidade, né, é abando Aquelas coisas que te fazem ruim,

que te fazem...que são ilusórias, que são máscaras e...as agressões que você consegue fazer

com as outras pessoas, e uma coisa que foi muito boa pra mim, depois de uma caminhada que

eu já tinha, foi fazer alguns encontros que tem...que é a quarta etapa do Eneagrama, tem outra

dinâmica que o Domingos está trabalhando, que é a questão do renascimento, que isso faz a

personalidade do quatro voltar à ferida, ele encara de novo e a vivência novamente dessa

coisa que condicionou tudo faz ele crescer bastante, proporciona uma mudança e é um reforço

pra você abandonar certas raivas e compreender certas coisas que você faz a partir dessa

ferida, então você sangrando e curando aquilo, você vai curar um bocado de coisa, mas você

precisa tomar consciência disso tudo, né, querer mudar isso tudo, aí você ganha um reforço,

né, que é um reforço de você encarar que é a ferida e viver esse momento de novo e

compreender e amadurecer isso e reescrever essa coisa ruim. Então, o Eneagrama te dá essa

contemplação e você querer mudar isso tudo, você pode fazer muita coisa sozinho, mas é

fundamental essa experiência da ferida,porque ele vai experimentar, vai compreender porque

ele foi abandonado, vê que as pessoas, de repente, não tinham culpa, ele vai compreender, né,

que a ferida, ela é formada é porque você não tem maturidade pra compreender o que está

vivendo, aí você não sabe nem porque você se sente machucado e ferido, e a ferida vai ficar

pra sempre, né. Aí você volta naquele momento, compreende e tal e reescreve a história que

aconteceu com a sua mentalidade e isso te ajuda a crescer espiritualmente.

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Eu tenho até estudado muito sobre isso, eu acredito que é fundamental...até

pra...por que...falar do tipo 4 né...ele...quando ele está mal...alguma coisa...por que... Vou

119

começar de novo... Eu acredito nas doenças psicossomáticas, que começa no psicológico e

soma, que é o corpo; do psicológico vai pro corpo,alguma coisa se afeta. E isso é muito caro

pra mim,porque quando eu estava em alguma crise emocional, alguma coisa de sentimento,

isso, nitidamente, automaticamente, eu somatizava no meu peito, eu sentia dificuldade de

respiração e...ainda bem que eu cresci e evolui nisso e nunca mais isso me...é claro que você

passa por situações que você sente,né, mas, hoje em dia, eu não...tipo assim, uma coisa é um

fato externo, que é...morte do seu tio que você sente, outra coisa é você está preso a uma

estratagema, alguma coisa da emoção, alguma coisa do psicológico e você não ter consciência

daquilo, fica saboreando aquilo,fica cultivando aquilo, não tem consciência, e aquilo vai

afetando e você vai deixando, porque você não sabe o que está se passando; com o eneagrama

não, com o eneagrama você tem consciência, você "peraí, que conversa é essa, não vai ser

assim não" e com a consciência você consegue dá um direcionamento. Eu lembro que teve

uma fase, foi mais ou menos na época em que eu estava fazendo o curso do eneagrama, a

minha namorada não era minha namorada atual e ela morava fora, a gente namorava a

distância, aí...sem querer julgar quem namora a distância, acho que depende de cada um, mas

isso era uma coisa ruim, porque vinha a questão da melancolia, vinha a saudade, somatizava

tudo, somatizava no peito e aquela coisa de baixo astral, eu não sei onde é que isso ia dá, mas

boa coisa não era,né, então, eu sentia, realmente, meu peito pesado; e com relação a

sublimação artística, eu sempre desenhava, assim, como se fosse um personagem, um

rapaz...uma caricatura que eu fiz, baseado nas coisas que eu tinha, que lembro da...um rapaz

deitado no chão e, assim, um avião, um Boeing caindo com tudo em cima do peito dessa

pessoa e o chão rachado, e ele quase...sabe, aquela coisa no peito, carregando. Hoje em dia,

eu acredito que eu sou livre disso, completamente, graças ao eneagrama, graças á consciência

que eu tenho disso tudo, é claro que a gente sente alguma coisa, mas mais por fator externo,

120

algum fato, alguma coisa assim...morreu um rapaz que reagiu a um assalto, e você fica

"pôxa", não por essas estratagemas que a coisa da personalidade leva a pessoa.

3.Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

No caminho do Eneagrama, nos cursos, nas etapas, foi um negócio que foi...um

processo difícil, você reconhecer, começar a respeitar, porque as pessoas da personalidade da

asa reprimida sofrem com o tipo 4, ele cai em cima, escarra mesmo, então primeiro foi um

processo de respeito, de ver a dignidade do outro, aprender com essas pessoas e eu acho que,

hoje em dia, está...nos entendemos. A minha asa, a 5, né, eu acho que a gente se entende, essa

parte...hoje em dia eu já estou bem maduro com relação comigo mesmo, né, baixei a bola da

asa 3, hoje em dia eu boto o olho nos meus estudos, no meu trabalho, eu acho que é onde eu

consigo vê mais...eu acho que o crescimento, no Eneagrama, ele rebate muito, assim, na

questão profissional, assim, é muito importante, pra mim, né, que é o cara que o ruim dele é a

desorganização, a falta de compromisso, então, o tipo 4, principalmente, você vai crescendo

no Eneagrama e vai aprimorando o seu potencial profissional, acho que isso é muito

importante pras pessoas do tipo 4, eles se tornarem responsáveis, competentes e...responsável,

pra não precisar falar um bocado de coisa. E abraçando a sua asa 5, você começa a ser mais

conciso naquilo que você fala, porque você vai batalhar e vai atrás de ler tudo e tal...

E com relação à integração?

Com relação à integração é parecido, né, com relação à asa, precisa redimir,

primeiro começa com aquela questão do respeito e...eu tive uma ajuda muito grande com

minha namorada, ela é da personalidade da minha integração, ela é tipo 1, então, a nossa

vivência...porque a gente alem de ser namorado, ter essa parte amorosa, a gente também

trabalha juntos, é engajado em um projeto que a gente acredita, né, que é a crisma, então, a

121

gente junto com o movimento, junto com o padre Domingos, a gente prepara eventos e nesses

trabalhos, divisão de tarefas, a organização,reunião e tudo é uma oportunidade de está junto

com ela e desenvolver...vendo ela fazendo, a forma de ela trabalhar e o de outras pessoas

também, e acolher isso que é meu também, não é só de mim, é de tudo mundo, os tipos são de

todos,você tem que aprender com todos e crescer. Pra mim,foi muito importante essa vivência

com ela e hoje em dia está...também nos entendemos.

Entrevista 10

1.Conte como foi sua experiência durante o curso?

A primeira etapa eu gostei muito e o interessante é que você começa até a

entender as pessoas com quem você convive, então eu identifiquei meu marido, minhas

filhas...e aí você passa a entender porque que elas agem daquela forma, eu acho que te essa

riqueza do eneagrama, é você poder aceitar as pessoas como elas são, e você entender porque

elas são daquela forma e você passa a se relacionar melhor.Eu acho muito rico, porque são

pessoas que tem uma experiência do curso e acaba aprofundando alguns aspectos, e você

acaba descobrindo coisas novas, a cada encontro você se enriquece mais, tira dúvidas.

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Você sabe que o tipo 9 é aquela pessoa que as vezes nem se toca dessas coisas de

saúde, num tenho ido pro médico, mas eu acho que a partir do momento que eu estou

expressando meus sentimentos, então eu estou sentindo assim...eu vivia num estresse muito

grande, vivia reprimida demais... E eu acho que estou mais saudável em relação a isso, no que

eu reprimo, geralmente eu estou somatizando as minhas tensões, as minhas raivas, embora eu

seja uma pessoa muito saudável, nunca tive problema de saúde,basta dizer que faz 20 anos

que não faço exame de sangue, acredita? Eu só vou ao ginecologista fazer a minha prevenção,

122

eu me acho uma pessoa muito tranqüila, eu sou muito calma, eu tenho certa tranqüilidade pra

lhe dá com problemas de tensão. O entrave hoje está sendo a minha relação com meu marido,

é aquela questão da relação do 3 com o 9...é muita submissão, é muito autoritarismo dele e tal,

e eu vou me rebaixando, eu espero que a coisa consiga encontrar um caminho pra gente

continuar vivendo.

3.Como você está relação a sua asa não desenvolvida e com o seu ponto de integração?

Olha...eu gosto muito de ser o tipo 9, até porque a forma que a gente lida, com

estresse, com tensão, o que me incomoda é mais a questão da desintegração que é uma coisa

muito forte, que é você se omitir, as vezes, evitar conflitos, dificuldade pra tomar certas

decisões,dificuldade de se confrontar, de discordar; mas depois que eu comecei a tomar

consciência, a coisa começou a surtir efeito em mim. Eu sinto de certa forma que eu estou

vivendo uma crise, porque meu marido é tipo 3, ele se acha o máximo...pra mim vai ser muito

bom, eu não sei no que vai dar, seja o que for, eu acho que estou caminhando para a minha

integração e para o meu amadurecimento, eu era muito submissa e agora eu não sou mais, eu

estou me expressando, estou me descobrindo... Eu acho que estou desenvolvendo minhas

asas, minha asa 8 é muito reprimida, e agora eu vejo que as vezes manifesto uma

irritabilidade, as vezes, alem do normal, mas não esta me incomodando, eu acho que eu ainda

preciso melhorar muito, mas eu acho que estou caminhando. Estou crescendo muito, quando

você toma conhecimento você aprende a lidar com isso. Eu não consigo mais deixar de falar

as coisas que estão me incomodando, as coisas que me incomodam eu estou expressando.

123

Entrevista 11

1.Conte como foi sua experiência durante o curso?

Não... Eu me senti bem, foi...no início é meio chocante, quando você percebe que

você é daquele tipo e tudo, tem coisas que mexem muito com você, mas eu aceitei bem, sabe,

eu não tive problema nenhum de me aceitar do jeito que eu sou, e achei legal.

Você atribui a que, o fato de você ter se sentido bem, você acha que essa história de

aceitar é devido a que?

Eu achei que...porque é bom, né, você ter um auto-conhecimento, tem coisas que

você já sabe também, mas tem coisas novas que vai aparecendo, tinha horas que eu pensava

assim "eu sou isso aí mesmo?", "eu sou desse jeito mesmo?", mas no fundo, a gente já sabe

um pouquinho como a gente é, entendeu. Então, não teve nada assim que me...causasse em

mim...

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde? O Eneagrama pode ajudar na sua

saúde?

Pode, porque eu achei, assim, que a gente se descobrindo e a gente melhorando

essa questão...o Eneagrama também tem a ver com essa questão da qualidade, então você

procurando melhorar, se integrar, e amadurecer vai te ajudar a você entender mais sua vida, e

procurar buscar mais equilíbrio, ser uma pessoa mais equilibrada, e a partir do momento que

você consegue isso, isso muda na sua saúde, porque eu mesma sou uma pessoa muito

depressiva, o tipo 9 é depressivo, essa depressão me causou uma pressão alta, por causa da

minha ansiedade e tal; então eu acho assim, quanto mais ele procurar me ajudar a entender as

pessoas e me entender, pra procurar me equilibrar, isso vai repercutir na minha saúde. A

minha pressão alta se desenvolveu por conta disso, estresse e tudo, entendeu, e você vai

amadurecendo.

124

3. como você está com relação a sua asa não desenvolvida e com o seu ponto de

integração?

Eu sinto que eu já tenho um pouquinho do 8, que eu já não engulo tanto, eu já não

sou assim tão reprimida como ela foi, eu não sou muito de engolir, eu sou de botar tudo pra

fora, então eu sinto que já tenho uma asinha mais 8.

Entrevista 12

1.Conte como foi sua experiência durante o curso?

A primeira etapa,eu achei assim um pouco cansativa, na medida em que você vai

vendo e tendo que ver todos os tipos, achei aquela coisa bem cansativa, fora que é uma

questão...assim, é bem duro você se identificar e ver que você é daquele jeito mesmo, mas no

fundo eu gostei de descobrir que eu era daquele jeito, eu me identifiquei com aquele tipo e

gostei, porque veio ao encontro de muitas respostas e de muitas perguntas minhas, interiores,

aí eu descobri porque que eu era assim,porque que eu agia dessa forma, que tantas coisas

minhas que não deram certo...eu entendi isso através do meu tipo, e foi bom,porque eu

aprendia a me perdoar, a ter mais paciência comigo, a ter mais tranqüilidade, a não me

agoniar por eu ser daquela forma, e ao mesmo tempo me ajudou a sair desse meu eu, desse

meu tipo, porque eu acho que o importante é isso, você não se acomodar no seu tipo do

eneagrama, você perceber que você não é aquilo, que é uma máscara, que aquilo não existe,

que você pode ser mais , que você pode superar; então,no decorrer do Eneagrama eu fui

descobrindo isso. Eu me senti muito bem me auto-conhecendo, me senti bem. É aquilo que eu

te disse, não sou eu, é uma máscara que...foi o que eu compreendi do eneagrama...que é

apenas uma máscara pra poder viver na sociedade.

125

2.O Eneagrama tem alguma relação com a sua saúde?

Especificamente eu não percebi, nenhuma mudança, até porque eu não tenho

nenhum problema de saúde, não tenho como te responder.

Imagina que a partir do que você descobriu no eneagrama, sabendo que é o tipo 4,

sabendo que pode melhorar, você acha que ele pode te ajudar?

É, com certeza, porque o tipo 4 é o tipo que tem mais tendência a ter depressão,

então, com certeza, fica mais fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está

caindo, que você está querendo entrar em uma de baixo astral e querer caminhar por esse

caminho, então, com certeza o Eneagrama ajuda, nesse sentido de você puxar pra esse lado.

3.Como você está com relação às características da “Asa” não desenvolvida e do seu

“Ponto de integração”?

A asa que eu desenvolvi na adolescência foi a 3, com certeza, eu sempre quis

aparecer, eu acho que o 4 tem também essa coisa de está assim...de querer chamar atenção, e

minha asa não desenvolvida é o 5, que por sinal eu identifico aqui na minha casa um irmão

meu sendo tipo5, e eu achava ele intelectual demais pro meu gosto, então, no momento eu

tenho que estudar bastante pra concurso, então, eu entendo isso, essa questão da disciplina, de

querer conhecer as coisas, então eu acho que estou desenvolvendo essa minha asa por esse

lado.

Está sendo fácil?

É difícil, não é fácil treinar essa auto-disciplina, essa coisa de ser rígido.

E com relação ao seu ponto de integração?

Quando eu fiz o eneagrama, quando eu fiz a primeira etapa, o que eu mais

marquei daquelas listas que o padre deu, foi do tipo 1, que é meu ponto de integração, porque

126

eu me identifiquei demais... Mas quando ele explicou o tipo 1, que foi o último, eu não me

identifiquei com a explicação dele, aí eu descobri que era porque eu admirava muito aquelas

características do tipo 1, eram coisa que eu queria ser, e coisas que ás vezes eu não era, eu

tinha muita coisa do tipo 1, mas depois que eu fui vê que era meu ponto de integração...é tanto

que eu boto na minha cabeça que eu sou tipo 1, pra ser mais disciplinada, de não ficar parada,

de ter que fazer uma coisa e resolver logo e não deixar pra depois.

127

IAD - Instrumento de análise do discurso

1ª Questão: Como foi sua experiência durante o curso?

IAD1

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS 1- Eu passei a semana inteira esperando o meu tipo, então eu já estava ansiosa, bastante nervosa, porque eu tava achando que eu não era nada, o então eu era muita coisa de cada um, então foi muita ansiedade, mais aí cheguei num denominador comum. Ah, o sentimento mais forte foi quando eu descobri. Ao pegar a folha do tipo 8 muita coisa se encaixou em mim de 25 perguntas eu respondi 22, foi muito forte para mim, então quando eu descobri a sensação era de que todo mundo sabia que eu era daquele tipo, que sou eu escrito num papel, que eu não tinha como fugir, ao mesmo tempo queria fugir, porque eu não era tão ruim como parecia e nem era tão boa quanto parecia, mas sensação mais forte foi a de angústia para descobrir e de angústia ao descobrir, depois é que veio a tranqüilidade caiu a ficha de que realmente era.

(1ª idéia central) Angústia para

descobrir e angústia ao descobrir C

2–Essa coisa que mexe em você, eu fugia um pouco disso, mas assim eu lia muito, lia muito, várias vezes cada afirmativa de cada tipo, você começa a ver que é possível ser feliz, com o que você é com as pessoas do jeito que elas são, eu acho que você começa a tentar perceber que a gente tem que respeitar mais, ajudar mais, a partir do que nós somos e a partir também do que elas são.

(1ª idéia central) Você entende, mas não aceita.

D

2ª (idéia central) Você começa a ver o que fazer com o que você é você começa

a ver que é possível ser feliz. A

3 – Eu me senti muito bem, porque o facilitador do curso foi muito claro e deu pra abraçar todas as questões, então, não ficou-se nenhuma dúvida, eu, ou qualquer outro participante; eu notei que todo mundo ficou sem dúvida e alcançou o objetivo. Eu sou uma pessoa muito calma, e não me incomodo com uma coisa ruim ou boa que eu possa ter, simplesmente, tento mexer no que é ruim pra ficar melhor, mas não me incomoda.

(1ª idéia central) Eu me senti muito bem, porque o facilitador foi muito

claro. A

(2ª idéia central) Não me incomoda. B

4 – A minha primeira reação foi negar (...) percebi que tinha que assumir (...) que eu tinha que me trabalhar (...) isso me chocou muito.

(1ª idéia) A minha primeira reação foi negar

D

128

5 – Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer mais, procurar sentir essas coisas, e procurar ver... através dos tipos me conhecer mais e, durante todo o percurso, né, todos os tipos eu me identifiquei bem, sabe, me identifiquei em todos os tipos, e até naquela...papel de marcar, de ficar marcando, né, eu peguei e marquei quase em todos,praticamente o mesmo tanto; em todos né, em todos foi quase o mesmo tanto; eu até fiquei brincando até que eu...eu era o tipo 10, porque eu não conseguia me identificar bem, assim, em todos, né,(...) E...aí foi que me deu mais vontade de pegar e, na hora do curso, eu me disse isso na hora do curso, eu peguei...deu mais vontade ainda de pegar e "não, eu vou ter que me identificar agora nem que seja na marra", e isso foi muito interessante,porque, nesse final de semana da primeira etapa, eu procurei muito...me dediquei muito a esse curso, né; porque eu vi que era uma coisa boa pra mim, uma coisa muito significativa pro meu conhecimento, ainda mais pra...por causa disso, né, essa minha...minha dificuldade de tentar me descobrir,me identificar, essa minha curiosidade de tentar me descobrir cada vez mais.

(1ª idéia) Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer, mas me identifiquei com todos os tipos.

D (2ª idéia) Eu vou ter que me identificar,

nem que seja na marra. D

6 – É... quando ele falava, chegou um, dois...eu fiquei lá, até comecei a rir, depois chegou no(meu)(...) , então fiquei um pouco confuso; eu só passei aqui, fiquei parado e vendo.(...) então começou a mexer comigo, veio algumas idéias na cabeça, umas coisas que eu já fiz, que eu ia fazer, então...me tocou, então...durante os outros, eu achava engraçado, os outros, mas o (meu) mesmo que me incomodou.

(1ª idéia) Nem queira ser, mas tive que aceitar.

D

7 – Então foi interessante, também, descobrir, perceber a personalidade das pessoas, a gente... isso ajudou muito o nível de crescimento, aí a gente entendia mais um pouco uma a outra, dava mais desconto, também, né, em algumas situações, algumas colocações...eu gostei muito.

(1ª idéia) Eu gostei muito A

8 – Na época eu lembro que eu era muito tímida, então, eu tinha medo de me expor, e eu não me senti exposta, então, pra mim, eu me senti em casa, foi muito tranqüilo (...). Pra mim foi até um alívio (...), ir conhecendo a realidade da pessoa, né, das pessoas que eram

(1ª idéia) Eu não me senti exposta, eu me senti em casa, foi muito tranqüilo.

B

129

apresentadas no tipo, a partir de personalidades, foi interessante, primeiro porque eu fui percebendo que... pronto...tinha alguém parecida comigo ali naquela história e que eu poderia me sentir mais acolhida(...)não me senti cobrada de nada

9 – O negócio me surpreendeu realmente você se identifica, mas que não é só uma coisa de se identificar "ah, legal, eu sou isso", né, é mais que isso, é um caminho de crescimento, então, além desse negócio da identificação que foi rápida que é legal, tem essa história do caminho, né, e pra mim foi bom demais. Durante, é um negócio complicado, porque você, realmente tem que encarar coisas que são suas feridas, são coisas que você foge; o assunto do curso é assustador, se for fazer um filme de terror, né... mas eu acho que é uma coisa válida, é um processo que você tem que passar, porque os próximos, depois...o bom depois, é muito grande, mas você tem que encarar n=mesmo, tem que estar preparado pra encarar o que você, normalmente, esconde, vem se utilizando de máscaras, então, tem que ter essa predisposição.

(1ª idéia) O negócio me surpreendeu a identificação foi rápida.

C

(2ª idéia) Durante o negócio é complicado, o curso é assustador, tem

que encarar, tem que ter predisposição. C

10 – Eu gostei muito e o interessante é que você começa até a entender as pessoas com quem você convive,... e aí você passa a entender porque que elas agem daquela forma, eu acho que te essa riqueza do eneagrama, é você poder aceitar as pessoas como elas são, e você entender porque elas são daquela forma e você passa a se relacionar melhor.

(1ª idéia) Eu gostei muito... você começa a entender as pessoas com quem você

convive e passa a se relacionar melhor. A

11 – Eu me senti bem, foi... no início é meio chocante, quando você percebe que você é daquele tipo e tudo, tem coisas que mexem muito com você, mas eu aceitei bem, sabe, eu não tive problema nenhum de me aceitar do jeito que eu sou, e achei legal.(...)porque é bom, né, você ter um auto-conhecimento, tem coisas que você já sabe também, mas tem coisas novas que vai aparecendo, tinha horas que eu pensava assim "eu sou isso aí mesmo?", "eu sou desse jeito mesmo?", mas no fundo, a gente já sabe um pouquinho como a gente é, entendeu.

(1ª idéia) Eu me senti bem. A

(2ª idéia) No fundo a gente já sabe um pouquinho como a gente é.

B

12– Eu achei assim um pouco cansativa, na medida em que você vai vendo e tendo que ver

(1ª idéia) Achei um pouco cansativa. C

130

todos os tipos, achei aquela coisa bem cansativa, fora que é uma questão... assim, é bem duro você se identificar e ver que você é daquele jeito mesmo, mas no fundo eu gostei de descobrir que eu era daquele jeito, eu me identifiquei com aquele tipo e gostei, porque veio ao encontro de muitas respostas e de muitas perguntas minhas, interiores, aí eu descobri porque que eu era assim,porque que eu agia dessa forma, que tantas coisas minhas que não deram certo...eu entendi isso através do meu tipo.

(2ª idéia) É bem duro você se identificar, mas no fundo eu gostei de descobrir que

eu era daquele jeito. D

IAD2

A – Eu me senti muito bem

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 2. – Você começa a ver que é possível ser feliz, com o que você é com as pessoas do jeito que elas são, eu acho que você começa a tentar perceber que a gente tem que respeitar mais, ajudar mais, a partir do que nós somos e a partir também do que elas são. 3 – Eu me senti muito bem, porque o facilitador do curso foi muito claro e deu pra abraçar todas as questões, então, não ficou-se nenhuma dúvida, eu, ou qualquer outro participante; eu notei que todo mundo ficou sem dúvida e alcançou o objetivo. 7 – então foi interessante, também, descobrir, perceber a personalidade das pessoas, a gente... isso ajudou muito o nível de crescimento, aí a gente entendia mais um pouco uma a outra, dava mais desconto, também, né, em algumas situações, algumas colocações...eu gostei muito. 8 – na época eu lembro que eu era muito tímida, então, eu tinha medo de me expor, e eu não me senti exposta, então, pra mim, eu me senti em casa, foi muito tranqüilo (...). 10 – Eu gostei muito e o interessante é que você começa até a entender as pessoas com quem você convive,... e aí você passa a entender porque que elas agem daquela forma, eu acho que te essa riqueza do eneagrama, é

Eu me senti bem, foi...no início é meio chocante, quando você percebe que você é daquele tipo e tudo, tem coisas que mexem muito com você, mas eu aceitei bem, sabe, eu não tive problema nenhum de me aceitar do jeito que eu sou, e achei legal. Na época eu lembro que eu era muito tímida, então, eu tinha medo de me expor, e eu não me senti exposta, então, para mim, eu me senti em casa, foi muito tranqüilo.Eu me senti muito bem, porque o facilitador do curso foi muito claro e deu pra abraçar todas as questões, então, não ficou-se nenhuma dúvida, eu, ou qualquer outro participante;eu notei que todo mundo ficou sem dúvida e alcançou o objetivo.Então foi interessante, também, descobrir, perceber a personalidade das pessoas. O interessante é que você começa até a entender as pessoas com quem você convive,e aí você passa a entender porque que elas agem daquela forma, eu acho que te essa riqueza do eneagrama, é você poder aceitar as pessoas como elas são, e você entender porque elas são daquela forma e você passa a se relacionar melhor. Você começa a ver que é possível ser feliz, com o que você é com as pessoas do jeito que elas são, eu acho que você começa a tentar perceber que a gente tem que respeitar mais, ajudar mais,a partir do que nós somos e a partir também do que elas são.

131

você poder aceitar as pessoas como elas são, e você entender porque elas são daquela forma e você passa a se relacionar melhor. 11– Eu me senti bem, foi...no início é meio chocante, quando você percebe que você é daquele tipo e tudo, tem coisas que mexem muito com você, mas eu aceitei bem, sabe, eu não tive problema nenhum de me aceitar do jeito que eu sou, e achei legal.(...)

IAD2

B – Identificação tranqüila

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 3 – Eu sou uma pessoa muito calma, e não me incomodo com uma coisa ruim ou boa que eu possa ter, simplesmente, tento mexer no que é ruim pra ficar melhor, mas não me incomoda 8– Pra mim foi até um alívio, ir conhecendo a realidade da pessoa, né, das pessoas que eram apresentadas no tipo, a partir de personalidades.Foi interessante,primeiro porque eu fui percebendo que...pronto...tinha alguém parecida comigo ali naquela história e que eu poderia me sentir mais acolhida não me senti cobrada de nada 11 – Porque é bom, né, você ter um auto-conhecimento, tem coisas que você já sabe também, mas tem coisas novas que vai aparecendo, tinha horas que eu pensava assim "eu sou isso aí mesmo?", "eu sou desse jeito mesmo?", mas no fundo, a gente já sabe um pouquinho como a gente é, entendeu.

Foi interessante, primeiro porque eu fui percebendo que...pronto...tinha alguém parecida comigo ali naquela história e que eu poderia me sentir mais acolhida, não me senti cobrada de nada Pra mim foi até um alívio, ir conhecendo a realidade da pessoa, né, das pessoas que eram apresentadas no tipo, a partir de personalidades. Eu sou uma pessoa muito calma, e não me incomodo com uma coisa ruim ou boa que eu possa ter, simplesmente, tento mexer no que é ruim pra ficar melhor, mas não me incomoda, porque é bom, né, você ter um auto-conhecimento, tem coisas que você já sabe também, mas tem coisas novas que vai aparecendo. Tinha horas que eu pensava assim "Eu sou isso aí mesmo?", "Eu sou desse jeito mesmo?", mas no fundo, a gente já sabe um pouquinho como a gente é, entendeu

IAD2

C – Incômodo inicial

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 1 – Eu passei a semana inteira esperando o meu tipo, então eu já estava ansiosa, bastante nervosa, porque eu tava achando que eu não era nada, o então eu era muita coisa de cada um, então foi muita ansiedade, mais aí cheguei num denominador comum. Ah, o sentimento

Durante, é um negócio complicado, porque você, realmente tem que encarar coisas que são suas feridas, são coisas que você foge; o assunto do curso é assustador, se for fazer um filme de terror, né! Eu achei assim um pouco cansativa, na medida em que você vai

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mais forte foi quando eu descobri, ao pegar a folho do tipo 8 muita coisa se encaixou em mim de 25 perguntas eu respondi 22, foi muito forte para mim, então quando eu descobri a sensação era de que todo mundo sabia que eu era daquele tipo, que sou eu escrito num papel, que eu não tinha como fugir, ao mesmo tempo queria fugir, porque eu não era tão ruim como parecia e nem era tão boa quanto parecia, mas sensação mais forte foi a de angústia para descobrir e de angústia ao descobrir, depois é que veio a tranqüilidade caiu a ficha de que realmente era. 9– O negócio me surpreendeu, realmente você se identifica, mas que não é só uma coisa de se identificar "ah, legal, eu sou isso", né, é mais que isso, é um caminho de crescimento,então, além desse negócio da identificação que foi rápida, que é legal, tem essa história do caminho, né, e pra mim foi bom demais. Durante, é um negócio complicado, porque você, realmente tem que encarar coisas que são suas feridas, são coisas que você foge; o assunto do curso é assustador, se for fazer um filme de terror, né...mas eu acho que é uma coisa válida, é um processo que você tem que passar, porque os próximos, depois...o bom depois, é muito grande, mas você tem que encarar mesmo, tem que estar preparado pra encarar o que você, normalmente, esconde, vem se utilizando de máscaras, então, tem que ter essa predisposição. 12 – Eu achei assim um pouco cansativa, na medida em que você vai vendo e tendo que ver todos os tipos, achei aquela coisa bem cansativa.

vendo e tendo que ver todos os tipos, achei aquela coisa bem cansativa. Eu passei a semana inteira esperando o meu tipo, então eu já estava ansiosa, bastante nervosa, porque eu tava achando que eu não era nada, o então eu era muita coisa de cada um, então foi muita ansiedade, mais aí cheguei num denominador comum. Ah, o sentimento mais forte foi quando eu descobri ao pegar a folha do tipo 8 muita coisa se encaixou em mim de 25 perguntas eu respondi 22, foi muito forte para mim, então quando eu descobri a sensação era de que todo mundo sabia que eu era daquele tipo, que sou eu escrito num papel, que eu não tinha como fugir, ao mesmo tempo queria fugir, porque eu não era tão ruim como parecia e nem era tão boa quanto parecia, mas sensação mais forte foi a de angústia para descobrir e de angústia ao descobrir, depois é que veio a tranqüilidade caiu a ficha de que realmente era. O negócio me surpreendeu, realmente você se identifica, mas que não é só uma coisa de se identificar "Ah, legal, eu sou isso!", né, é mais que isso, é um caminho de crescimento,então, além desse negócio da identificação que foi rápida, que é legal, tem essa história do caminho. Mas eu acho que é uma coisa válida, é um processo que você tem que passar, porque os próximos, depois...o bom depois, é muito grande, mas você tem que encarar mesmo, tem que estar preparado pra encarar o que você, normalmente, esconde, vem se utilizando de máscaras, então, tem que ter essa predisposição.

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D – Dificuldade de identificação

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 2 – Essa coisa que mexe em você, eu fugia um pouco disso, mas assim eu lia muito, lia muito, várias vezes cada afirmativa de cada tipo 4 – A minha primeira reação foi negar (...) percebi que tinha que assumir (...) que eu tinha que me trabalhar (...) isso me chocou muito.

Essa coisa que mexe em você, eu fugia um pouco disso, mas assim eu lia muito, lia muito, várias vezes cada afirmativa de cada tipo. Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer mais, procurar sentir essas coisas, e procurar ver...através dos tipos me

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5 – Eu senti uma vontade muito grande de me conhecer mais, procurar sentir essas coisas, e procurar ver...através dos tipos me conhecer mais e, durante todo o percurso, né, todos os tipos eu me identifiquei bem, sabe, me identifiquei em todos os tipos, e até naquela...papel de marcar, de ficar marcando, né, eu peguei e marquei quase em todos,praticamente o mesmo tanto; em todos né, em todos foi quase o mesmo tanto; eu até fiquei brincando até que eu...eu era o tipo 10, porque eu não conseguia me identificar bem, assim, em todos, né,(...) E...aí foi que me deu mais vontade de pegar e, na hora do curso, eu me disse isso na hora do curso, eu peguei...deu mais vontade ainda de pegar e "não, eu vou ter que me identificar agora nem que seja na marra", e isso foi muito interessante,porque, nesse final de semana da primeira etapa, eu procurei muito...me dediquei muito a esse curso, né; porque eu vi que era uma coisa boa pra mim, uma coisa muito significativa pro meu conhecimento, ainda mais pra...por causa disso, né, essa minha...minha dificuldade de tentar me descobrir,me identificar, essa minha curiosidade de tentar me descobrir cada vez mais. 6- – É...quando ele falava, chegou um, dois...eu fiquei lá, até comecei a rir, depois chegou ao meu... , então fiquei um pouco confuso; eu só passei aqui, fiquei parado e vendo... Então começou a mexer comigo, veio algumas idéias na cabeça, umas coisas que eu já fiz, que eu ia fazer, então...me tocou, então...durante os outros, eu achava engraçado, os outros, mas o meu mesmo que me incomodou. 12– É bem duro você se identificar e ver que você é daquele jeito mesmo, mas no fundo eu gostei de descobrir que eu era daquele jeito, eu me identifiquei com aquele tipo e gostei, porque veio ao encontro de muitas respostas e de muitas perguntas minhas, interiores, aí eu descobri porque que eu era assim,porque que eu agia dessa forma, que tantas coisas minhas que não deram certo...eu entendi isso através do meu tipo.

conhecer mais e, durante todo o percurso, né, todos os tipos eu me identifiquei bem, sabe, me identifiquei em todos os tipos, e até naquela...papel de marcar, de ficar marcando, né, eu peguei e marquei quase em todos,praticamente o mesmo tanto; em todos né, em todos foi quase o mesmo tanto; eu até fiquei brincando até que eu...eu era o tipo 10, porque eu não conseguia me identificar bem, assim, em todos, né,! E...aí foi que me deu mais vontade de pegar e, na hora do curso, eu me disse isso na hora do curso, eu peguei...deu mais vontade ainda de pegar e "não, eu vou ter que me identificar agora nem que seja na marra", e isso foi muito interessante,porque, nesse final de semana da primeira etapa, eu procurei muito...me dediquei muito a esse curso, né; porque eu vi que era uma coisa boa pra mim, uma coisa muito significativa pro meu conhecimento, ainda mais pra...por causa disso, né, essa minha...minha dificuldade de tentar me descobrir,me identificar, essa minha curiosidade de tentar me descobrir cada vez mais. É...quando ele falava, chegou um, dois...eu fiquei lá, até comecei a rir, depois chegou ao meu tipo, então fiquei um pouco confuso; eu só passei aqui, fiquei parado e vendo... Então começou a mexer comigo, veio algumas idéias na cabeça, umas coisas que eu já fiz, que eu ia fazer, então... Me tocou, então...durante os outros, eu achava engraçado, os outros, mas o meu mesmo que me incomodou. A minha primeira reação foi negar. Percebi que tinha que assumir que eu tinha que me trabalhar, isso me chocou muito. É bem duro você se identificar e ver que você é daquele jeito mesmo, mas no fundo eu gostei de descobrir que eu era daquele jeito, eu me identifiquei com aquele tipo e gostei, porque veio ao encontro de muitas respostas e de muitas perguntas minhas, interiores, aí eu descobri porque que eu era assim, porque que eu agia dessa forma, que tantas coisas minhas que não deram certo...eu entendi isso através do meu tipo.

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IAD- Instrumento de análise do discurso

2ª Questão: Existe alguma relação do Eneagrama com a tua saúde?

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS 1 – Com a saúde entra m pouco mas a meditação do que o próprio crescimento do Eneagrama. A meditação em si, como ela proporciona um relaxamento,eu já pude perceber pelo meu tipo que eu já acalmei, eu era muito mais agoniada, claro como trabalho em si de cada pessoa, mais eu já consigo perceber hoje quando eu estou mais clama mais mansa. Mais ponderada em algumas coisas. E eu acho que no meu lado foi justamente para eu não ter uma gastrite, uma úlcera, alguma coisa desse tipo, pois a mansidão já ameniza isso, a não ter problemas, vamos dizer assim nervosos, que eu era muita nervosa, antes eu só podia dormir com tranqüilizantes hoje eu já consigo deitar na minha cama e dormir sem nada e isso para mim foi m crescimento e uma melhora na minha saúde, mesmo.

(1ª idéia) Meditação mais Eneagrama me deixou mais calma para eu não ter

uma gastrite, uma úlcera. A

2 – Muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, interessante, que quando e sinto que eu estou desintegrada que eu vacilei que eu estou com mania de eficiência, eu digo meu Deus quem mandou estudar Eneagrama , ai quando aquilo vai passando, quando e começo a domesticar aquilo, porque de fato é um bicho, quando você começa domesticar, começa a lhe fazer bem, começa a lhe fazer muito bem olha cheguei aqui chorando, mas só de falar do Eneagrama já ta melhorando) Sim pela paz de espírito, eu acho que se você usar, a mim me dá tranqüilidade, a saúde não é só física né, ela é mental também

(1ª idéia) Muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, a saúde não é

só física, ela é mental também. B

3 - Olha, sem dúvida vai repercutir na minha saúde,né. O Eneagrama...o que eu acho, é que visa uma saúde emocional perfeita,né, a gente tender a perfeição da saúde mental, né, da saúde emocional; e isso,sem dúvida, vai repercutir na saúde como um todo, apesar de que eu me orgulho muito de ter uma boa saúde,mas, com certeza, vai melhorar muito

(1ª idéia) Isso sem dúvida vai repercutir na minha saúde como um todo.

B

4 – Olha pressão alta, o médico disse você não é hipertensão você tem pressão alta por stress.

(1ª idéia) Eu tenho pressão alta por stress, o

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O eneagrama ensinou assim, quando você está com raiva a adrenalina não vai para o cérebro então, puxa vida eu estou com raiva mas não precisa ter tanta raiva assim, como é que eu vou resolver , como é que eu posso fazer, respira vamos lá a coisa vai passar.

Eneagrama me ensinou a administrar a raiva.

A

5 – Eu tinha uma dificuldade, assim...eu ainda tenho,né, essa dificuldade de pegar e ficar me segurando, de escutar as coisas e...eu seguro muito o rancor, né, eu seguro muito o rancor; e as pessoas falam,me esculhambam, brincam com minha cara, e eu fico...não falo nada, fico me segurando; e eu pensava que isso era uma coisa normal e pensava que isso era até uma coisa boa também, que eu me segurar e não ter conflito não...não fazer conflito, fugir do conflito, pensava que pra mim era uma coisa boa, mas agora depois do Eneagrama, eu percebi que isso não é bom pra mim, que isso não é bom pra minha saúde, porque esse rancor, essas coisas, dá muita dor de cabeça, sentia muita dor de cabeça em relação a isso e...não é uma raiva,mas é aquele rancor que...que guardado né...aquelas coisas que marcava muito,eu ficava "como é que pode, esse cara fez desse jeito, um amigo meu, uma pessoa, assim, da igreja e tudo", e ficava muito...marcando muito isso. É muito difícil eu pegar e...pegar e falar "ó, eu não estou gostando, eu não estou gostando", mas eu estou tentando, sabe, eu estou buscando, está difícil agora no começo , mas já estou começando já, e quando a pessoa brinca e fala alguma coisa, pego e "ó, não gostei viu",uma coisa que eu não faria, não fazia antes, e agora, pego e já faço, já...É difícil na hora,mas depois eu sinto um alívio, sinto assim um...que foi melhor e tudo, que foi uma coisa melhor. Um alívio que antes era pegar e...quando...vinha,...pegava, recebia, né, assim esse rancor, essas coisas, né, e eu pegava e depois que desabafava, aí sim, saía o alívio...saía o alívio depois de desabafar, mas agora como eu já desabafo logo, aí, como eu falo logo, fica...fica normal.

(1ª idéia) Eu sentia muita dor de cabeça por segurar o rancor, e pensava que era

uma coisa boa, mas depois do Eneagrama eu percebi que não é bom para mim, e eu estou tentando falar “ó

não gostei, viu!”, depois eu sinto um alívio .

A

6 – Pode, pode e está ajudando muito, já estou conhecendo tudo o que eu sou; antes o que eu fazia era inconsciente, agora já estou conhecendo e sei o mal que eu estava fazendo, o

(1ª idéia) Eu posso corrigir o que eu faço de mal e reforçar o bem que eu faço .

B

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bem que eu estava fazendo, e não tinha consciência de que estava fazendo o bem; aí eu posso corrigir o que eu faço de mal, que é inconsciente, e posso reforçar o bem que eu faço. 7- Olha, eu acredito que sim,porque, imagina só, se eu me conheço...imagina que eu tenho uma doença, se eu conheço a tal doença, eu pelo menos posso partir do conhecimento e tentando ver os meios pra melhorar; então eu levo um pouco por aí; imagina...se eu,a princípio, eu sou uma caixa, eu só posso saber o que tem dentro se eu for abrindo, se eu for tirando os laços, os enfeites, for abrindo, for tentando tirar as coisas de dentro; e eu acredito que o Eneagrama é muito isso, ta, é tipo...você pega a sua caixa, você pega você mesmo , e aí você vai tendo possibilidade de ir abrindo, ir descobrindo, ir vendo que você reage assim, que você tem essa tendência Então eu posso fazer outra coisa,eu posso tentar melhorar aqui; então,pra mim, lógico, o que eu sinto é que o Eneagrama foi também uma coisa que em ajudou a nível de saúde,até eu diria que, talvez, abriu mais a minha cabeça, sabe...a nível de aceitar mais os outros, aceitar outras posições, ser capaz de rir de mim mesma, de perceber o que eu falava, o que eu fazia, o que eu queria ou descobrir...às vezes ainda de perceber alguma coisa que eu penso de...que é absurdo; eu digo "ah, tem que rir mesmo"; a gente descobre que também é normal como todo mundo, e isso é bom.

(1ª idéia) Se eu me conheço, se eu conheço tal doença,eu posso ir tentando

ver os meios pra melhorar, o Eneagrama abriu minha cabeça, sou

capaz de rir de mim mesma. B

8– No meu caso, eu aprendi a relaxar a partir do Eneagrama. Quando eu começo a sentir aflorar a raiva, que aí dá palpitação, dá todos os transtornos do organismo...até porque a gente tem a mania de prender, prender, reter, reter, e quando vem, vem como bomba, no caso do meu tipo. Hoje eu já percebo quando a raiva vai aflorar e aí eu mudo o caminho e deixo de sentir esses sintomas negativos. Há algum tempo eu já estava começando a ter palpitação, a ter alta de pressão e já está com um bocadinho de tempo que eu não sinto mais isso. Eu sinto que já melhorou. A respeito da saúde, como personalidade do tipo 1, é o controle da emoção, não deixar essa emoção aflorar ao ponto que vá prejudicar a minha saúde. Isso percebo que

(1ª idéia) Quando eu começo a sentir aflorar a raiva, aprendi a relaxar, a acolher, isso vai facilitando o meu

contato comigo mesma e também a nível de saúde.

B

(2ª idéia) O Eneagrama foi o pontapé inicial.

B (3ª idéia) Uma auto-estima melhor,

emagreci 10 quilos, A

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mudou, já consigo fazer novas caminhadas, já controlo a respiração, isso tudo a partir do perceber que eu sou visceral, que tem toda uma emoção por trás, que favorece tudo essa raiva, eu vou acolher, e esse acolher vai facilitando esse meu contato comigo mesma também a nível de saúde. Eu diria que, não somente pelo Eneagrama, tem todo um trabalho de auto-conhecimento aí por trás, mas o Eneagrama foi o pontapé inicial, mas a partir do auto-conhecimento pessoal que eu tive, de mergulhar em mim mesma, de começar a me aceitar e de me acolher Eu comecei, de 5 anos pra cá, eu consegui emagrecer, que eu não consegui durante toda a juventude, isso já é um ponto positivo a nível de saúde, já emagreci mais de 10 quilos, e cada ano controlando, tendo uma auto estima melhor, nesse sentido eu já melhorei, isso é notório. 9 – Eu tenho até estudado muito sobre isso, eu acredito que é fundamental...até pra...por que...falar do tipo 4 né...ele...quando ele está mal...alguma coisa...por que... Vou começar de novo... Eu acredito nas doenças psicossomáticas, que começa no psicológico e soma, que é o corpo; do psicológico vai pro corpo,alguma coisa se afeta. E isso é muito caro pra mim,porque quando eu estava em alguma crise emocional, alguma coisa de sentimento, isso, nitidamente, automaticamente, eu somatizava no meu peito, eu sentia dificuldade de respiração e...ainda bem que eu cresci e evolui nisso e nunca mais isso me...é claro que você passa por situações que você sente,né, mas, hoje em dia, eu não...tipo assim, uma coisa é um fato externo, que é...morte do seu tio que você sente, outra coisa é você está preso a uma estratagema, alguma coisa da emoção, alguma coisa do psicológico e você não ter consciência daquilo, fica saboreando aquilo,fica cultivando aquilo, não tem consciência, e aquilo vai afetando e você vai deixando, porque você não sabe o que está se passando; com o eneagrama não, com o eneagrama você tem consciência, você "iterai, que conversa é essa, não vai ser assim não" e com a consciência você consegue dá um direcionamento. Hoje em dia, eu acredito

(1ª idéia) Eu acredito nas doenças psicossomáticas, eu somatizo no meu

peito, com o eneagrama você tem consciência dá um direcionamento, hoje

eu acredito que sou livre disso completamente.

B

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que eu sou livre disso, completamente, graças ao eneagrama, graças á consciência que eu tenho disso tudo, é claro que a gente sente alguma coisa, mas mais por fator externo, algum fato, alguma coisa assim...morreu um rapaz que reagiu a um assalto, e você fica "pôxa", não por essas estratagemas que a coisa da personalidade leva a pessoa. 10 – Você sabe que o tipo 9 é aquela pessoa que as vezes nem se toca dessas coisas de saúde, num tenho ido pro médico, mas eu acho que a partir do momento que eu estou expressando meus sentimentos, então eu estou sentindo assim...eu vivia num estresse muito grande, vivia reprimida demais... E eu acho que estou mais saudável em relação a isso, no que eu reprimo, geralmente eu estou somatizando as minhas tensões, as minhas raivas, embora eu seja uma pessoa muito saudável,

(1ª idéia) Eu vivia um stress muito grande, vivia reprimida demais...e eu

acho que estou mais saudável em relação a isso.

A

11 – Pode, porque eu achei, assim, que a gente se descobrindo e a gente melhorando essa questão...o Eneagrama também tem a ver com essa questão da qualidade, então você procurando melhorar, se integrar, e amadurecer vai te ajudar a você entender mais sua vida, e procurar buscar mais equilíbrio, ser uma pessoa mais equilibrada, e a partir do momento que você consegue isso, isso muda na sua saúde, porque eu mesma sou uma pessoa muito depressiva, o tipo 9 é depressivo, essa depressão me causou uma pressão alta, por causa da minha ansiedade e tal; então eu acho assim, quanto mais ele procurar me ajudar a entender as pessoas e me entender, pra procurar me equilibrar, isso vai repercutir na minha saúde. A minha pressão alta se desenvolveu por conta disso, estresse e tudo, entendeu, e você vai amadurecendo.

(1ª idéia) Sou uma pessoa depressiva, o que me causou uma pressão alta por

causa da ansiedade, O Eneagrama pode me ajudar a ser uma pessoa mais

equilibrada, isso muda na sua saúde. A

12 – É, com certeza, porque o tipo 4 é o tipo que tem mais tendência a ter depressão, então, com certeza, fica mais fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está caindo, que você está querendo entrar em uma de baixo astral e querer caminhar por esse caminho, então, com certeza o Eneagrama ajuda, nesse sentido de você puxar pra esse lado.

(1ª idéia) O tipo 4 tem mais tendência a ter depressão, com o Eneagrama fica

mais fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está

caindo. A

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IAD2 A –O Eneagrama previni doenças!

EXPRESSÕES-CHAVE DSC

1- Com a saúde entra m pouco mas a meditação do que o próprio crescimento do Eneagrama. A meditação em si, como ela proporciona um relaxamento,eu já pude perceber pelo meu tipo que eu já acalmei, eu era muito mais agoniada, claro como trabalho em si de cada pessoa, mais eu já consigo perceber hoje quando eu estou mais clama mais mansa. Mais ponderada em algumas coisas. E eu acho que no meu lado foi justamente para eu não ter uma gastrite, uma úlcera, alguma coisa desse tipo, pois a mansidão já ameniza isso, a não ter problemas, vamos dizer assim nervosos, que eu era muita nervosa, antes eu só podia dormir com tranqüilizantes hoje eu já consigo deitar na minha cama e dormir sem nada e isso para mim foi m crescimento e uma melhora na minha saúde, mesmo. 4-.Olha pressão alta, o médico disse você não é hipertensão você tem pressão alta por stress. O eneagrama ensinou assim, quando você está com raiva a adrenalina não vai para o cérebro então, puxa vida eu estou com raiva mas não precisa ter tanta raiva assim, como é que eu vou resolver , como é que eu posso fazer, respirar vamos lá a coisa vai passar. 5-. Eu tinha uma dificuldade, assim...eu ainda tenho,né, essa dificuldade de pegar e ficar me segurando, de escutar as coisas e...eu seguro muito o rancor, né, eu seguro muito o rancor; e as pessoas falam,me esculhambam, brincam com minha cara, e eu fico...não falo nada, fico me segurando; e eu pensava que isso era uma coisa normal e pensava que isso era até uma coisa boa também, que eu me segurar e não ter conflito não...não fazer conflito, fugir do conflito, pensava que pra mim era uma coisa boa, mas agora depois do Eneagrama, eu percebi que isso não é bom pra mim, que isso não é bom pra minha saúde, porque esse rancor, essas coisas, dá muita dor de cabeça, sentia muita dor de cabeça em relação a isso e...não é uma raiva,mas é aquele rancor que...que guardado né...aquelas coisas que marcava

A gente se descobrindo e a gente melhorando essa questão...o Eneagrama também tem a ver com essa questão da qualidade, então você procurando melhorar, se integrar, e amadurecer vai te ajudar a você entender mais sua vida, e procurar buscar mais equilíbrio, ser uma pessoa mais equilibrada, e a partir do momento que você consegue isso, isso muda na sua saúde, porque eu mesma sou uma pessoa muito depressiva, o meu tipo é depressivo, essa depressão me causou uma pressão alta, por causa da minha ansiedade e tal; então eu acho assim, quanto mais ele procurar me ajudar a entender as pessoas e me entender, pra procurar me equilibrar, isso vai repercutir na minha saúde. A minha pressão alta se desenvolveu por conta disso, estresse e tudo, entendeu, e você vai amadurecendo. É, com certeza, porque o me tipo é o tipo que tem mais tendência a ter depressão, então, com certeza, fica mais fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está caindo, que você está querendo entrar em uma de baixo astral e querer caminhar por esse caminho, então, com certeza o Eneagrama ajuda, nesse sentido de você puxar pra esse lado.O médico disse você não é hipertensão você tem pressão alta por stress.O eneagrama ensinou assim, quando você está com raiva a adrenalina não vai para o cérebro então, puxa vida eu estou com raiva mas não precisa ter tanta raiva assim, como é que eu vou resolver , como é que eu posso fazer, respira, vamos lá a coisa vai passar. Com a saúde entra m pouco mas a meditação do que o próprio crescimento do Eneagrama. A meditação em si, como ela proporciona um relaxamento,eu já pude perceber pelo meu tipo que eu já acalmei, eu era muito mais agoniada, claro como trabalho em si de cada pessoa, mais eu já consigo perceber hoje quando eu estou mais clama mais mansa. Mais ponderada em algumas coisas. E eu acho que no meu lado foi justamente

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muito,eu ficava "como é que pode, esse cara fez desse jeito, um amigo meu, uma pessoa, assim, da igreja e tudo", e ficava muito...marcando muito isso. É muito difícil eu pegar e...pegar e falar "ó, eu não estou gostando, eu não estou gostando", mas eu estou tentando, sabe, eu estou buscando, está difícil agora no começo , mas já estou começando já, e quando a pessoa brinca e fala alguma coisa, pego e "ó, não gostei viu",uma coisa que eu não faria, não fazia antes, e agora, pego e já faço, já...É difícil na hora,mas depois eu sinto um alívio, sinto assim um...que foi melhor e tudo, que foi uma coisa melhor. Um alívio que antes era pegar e...quando...vinha,...pegava, recebia, né, assim esse rancor, essas coisas, né, e eu pegava e depois que desabafava, aí sim, saía o alívio...saía o alívio depois de desabafar, mas agora como eu já desabafo logo, aí, como eu falo logo, fica...fica normal. 8- eu comecei, de 5 anos pra cá, eu consegui emagrecer, que eu não consegui durante toda a juventude, isso já é um ponto positivo a nível de saúde, já emagreci mais de 10 quilos, e cada ano controlando, tendo uma auto estima melhor, nesse sentido eu já melhorei, isso é notório. 10 – Você sabe que o tipo 9 é aquela pessoa que as vezes nem se toca dessas coisas de saúde, num tenho ido pro médico, mas eu acho que a partir do momento que eu estou expressando meus sentimentos, então eu estou sentindo assim...eu vivia num estresse muito grande, vivia reprimida demais... E eu acho que estou mais saudável em relação a isso, no que eu reprimo, geralmente eu estou somatizando as minhas tensões, as minhas raivas, embora eu seja uma pessoa muito saudável. 11. – Pode, porque eu achei, assim, que a gente se descobrindo e a gente melhorando essa questão...o Eneagrama também tem a ver com essa questão da qualidade, então você procurando melhorar, se integrar, e amadurecer vai te ajudar a você entender mais sua vida, e procurar buscar mais equilíbrio, ser uma pessoa mais equilibrada, e a partir do momento que você consegue isso, isso muda na sua saúde,

para eu não ter uma gastrite, uma úlcera, alguma coisa desse tipo, pois a mansidão já ameniza isso, a não ter problemas, vamos dizer assim nervosos, que eu era muita nervosa, antes eu só podia dormir com tranqüilizantes hoje eu já consigo deitar na minha cama e dormir sem nada e isso para mim foi m crescimento e uma melhora na minha saúde, mesmo. Você sabe que o meu tipo é aquela pessoa que as vezes nem se toca dessas coisas de saúde, num tenho ido pro médico, mas eu acho que a partir do momento que eu estou expressando meus sentimentos, então eu estou sentindo assim...eu vivia num estresse muito grande, vivia reprimida demais... E eu acho que estou mais saudável em relação a isso, no que eu reprimo, geralmente eu estou somatizando as minhas tensões, as minhas raivas, embora eu seja uma pessoa muito saudável.Eu tinha uma dificuldade, assim...eu ainda tenho,né, essa dificuldade de pegar e ficar me segurando, de escutar as coisas e...eu seguro muito o rancor, né, eu seguro muito o rancor; e as pessoas falam,me esculhambam, brincam com minha cara, e eu fico...não falo nada, fico me segurando; e eu pensava que isso era uma coisa normal e pensava que isso era até uma coisa boa também, que eu me segurar e não ter conflito não...não fazer conflito, fugir do conflito, pensava que pra mim era uma coisa boa, mas agora depois do Eneagrama, eu percebi que isso não é bom pra mim, que isso não é bom pra minha saúde, porque esse rancor, essas coisas, dá muita dor de cabeça, sentia muita dor de cabeça em relação a isso e...não é uma raiva,mas é aquele rancor que...que guardado né...aquelas coisas que marcava muito,eu ficava "como é que pode, esse cara fez desse jeito, um amigo meu, uma pessoa, assim, da igreja e tudo", e ficava muito...marcando muito isso. É muito difícil eu pegar e...pegar e falar "ó, eu não estou gostando, eu não estou gostando", mas eu estou tentando, sabe, eu estou buscando, está difícil agora no começo , mas já estou começando já, e quando a pessoa brinca e fala alguma coisa, pego e

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porque eu mesma sou uma pessoa muito depressiva, o tipo 9 é depressivo, essa depressão me causou uma pressão alta, por causa da minha ansiedade e tal; então eu acho assim, quanto mais ele procurar me ajudar a entender as pessoas e me entender, pra procurar me equilibrar, isso vai repercutir na minha saúde. A minha pressão alta se desenvolveu por conta disso, estresse e tudo, entendeu, e você vai amadurecendo. 12 – É, com certeza, porque o tipo 4 é o tipo que tem mais tendência a ter depressão, então, com certeza, fica mais fácil de você ter cuidado e perceber o momento que você está caindo, que você está querendo entrar em uma de baixo astral e querer caminhar por esse caminho, então, com certeza o Eneagrama ajuda, nesse sentido de você puxar pra esse lado.

"ó, não gostei viu",uma coisa que eu não faria, não fazia antes, e agora, pego e já faço, já...É difícil na hora,mas depois eu sinto um alívio, sinto assim um...que foi melhor e tudo, que foi uma coisa melhor. Um alívio que antes era pegar e...quando...vinha,...pegava, recebia, né, assim esse rancor, essas coisas, né, e eu pegava e depois que desabafava, aí sim, saía o alívio...saía o alívio depois de desabafar, mas agora como eu já desabafo logo, aí, como eu falo logo, fica...fica normal.Eu comecei, de 5 anos pra cá, eu consegui emagrecer, que eu não consegui durante toda a juventude, isso já é um ponto positivo a nível de saúde, já emagreci mais de 10 quilos, e cada ano controlando, tendo uma auto estima melhor, nesse sentido eu já melhorei, isso é notório.

IAD2

B–O Eneagrama promove saúde!

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 2 – Muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, interessante, que quando e sinto que eu estou desintegrada que eu vacilei que eu estou com mania de eficiência, eu digo meu Deus quem mandou estudar Eneagrama , ai quando aquilo vai passando, quando e começo a domesticar aquilo, porque de fato é um bicho, quando você começa domesticar, começa a lhe fazer bem, começa a lhe fazer muito bem olha cheguei aqui chorando, mas só de falar do Eneagrama já ta melhorando) Sim pela paz de espírito, eu acho que se você usar, a mim me dá tranqüilidade, a saúde não é só física né, ela é mental também 3-. –Olha, sem dúvida vai repercutir na minha saúde,né. O Eneagrama...o que eu acho, é que visa uma saúde emocional perfeita,né, a gente tender a perfeição da saúde mental, né, da saúde emocional; e isso,sem dúvida, vai repercutir na saúde como um todo, apesar de que eu me orgulho muito de ter uma boa saúde,mas, com certeza, vai melhorar muito

Imagina só, se eu me conheço...imagina que eu tenho uma doença, se eu conheço a tal doença, eu pelo menos posso partir do conhecimento e tentando ver os meios pra melhorar; então eu levo um pouco por aí; imagina...se eu,a princípio, eu sou uma caixa, eu só posso saber o que tem dentro se eu for abrindo, se eu for tirando os laços, os enfeites, for abrindo, for tentando tirar as coisas de dentro; e eu acredito que o Eneagrama é muito isso, ta, é tipo...você pega a sua caixa, você pega você mesmo , e aí você vai tendo possibilidade de ir abrindo, ir descobrindo, ir vendo que você reage assim, que você tem essa tendência Então eu posso fazer outra coisa,eu posso tentar melhorar aqui; então,pra mim, lógico, o que eu sinto é que o Eneagrama foi também uma coisa que em ajudou a nível de saúde,até eu diria que, talvez, abriu mais a minha cabeça, sabe...a nível de aceitar mais os outros, aceitar outras posições, ser capaz de rir de mim mesma,

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6 – Pode, pode e está ajudando muito, já estou conhecendo tudo o que eu sou; antes o que eu fazia era inconsciente, agora já estou conhecendo e sei o mal que eu estava fazendo, o bem que eu estava fazendo, e não tinha consciência de que estava fazendo o bem; aí eu posso corrigir o que eu faço de mal, que é inconsciente, e posso reforçar o bem que eu faço 7- Olha, eu acredito que sim,porque, imagina só, se eu me conheço...imagina que eu tenho uma doença, se eu conheço a tal doença, eu pelo menos posso partir do conhecimento e tentando ver os meios pra melhorar; então eu levo um pouco por aí; imagina...se eu,a princípio, eu sou uma caixa, eu só posso saber o que tem dentro se eu for abrindo, se eu for tirando os laços, os enfeites, for abrindo, for tentando tirar as coisas de dentro; e eu acredito que o Eneagrama é muito isso, ta, é tipo...você pega a sua caixa, você pega você mesmo , e aí você vai tendo possibilidade de ir abrindo, ir descobrindo, ir vendo que você reage assim, que você tem essa tendência Então eu posso fazer outra coisa,eu posso tentar melhorar aqui; então,pra mim, lógico, o que eu sinto é que o Eneagrama foi também uma coisa que em ajudou a nível de saúde,até eu diria que, talvez, abriu mais a minha cabeça, sabe...a nível de aceitar mais os outros, aceitar outras posições, ser capaz de rir de mim mesma, de perceber o que eu falava, o que eu fazia, o que eu queria ou descobrir...às vezes ainda de perceber alguma coisa que eu penso de...que é absurdo; eu digo "ah, tem que rir mesmo"; a gente descobre que também é normal como todo mundo, e isso é bom. 8. – No meu caso, eu aprendi a relaxar a partir do Eneagrama. Quando eu começo a sentir aflorar a raiva, que aí dá palpitação, dá todos os transtornos do organismo...até porque a gente tem a mania de prender, prender, reter, reter, e quando vem, vem como bomba, no caso do meu tipo. Hoje eu já percebo quando a raiva vai aflorar e aí eu mudo o caminho e deixo de sentir esses sintomas negativos. Há algum tempo eu já estava começando a ter palpitação, a ter alta de pressão e já está com um bocadinho de tempo que eu não sinto mais isso. Eu sinto que já

de perceber o que eu falava, o que eu fazia, o que eu queria ou descobrir...às vezes ainda de perceber alguma coisa que eu penso de...que é absurdo; eu digo "ah, tem que rir mesmo"; a gente descobre que também é normal como todo mundo, e isso é bom. Eu aprendi a relaxar a partir do Eneagrama. Quando eu começo a sentir aflorar a raiva, que aí dá palpitação, dá todos os transtornos do organismo...até porque a gente tem a mania de prender, prender, reter, reter, e quando vem, vem como bomba, no caso do meu tipo. Hoje eu já percebo quando a raiva vai aflorar e aí eu mudo o caminho e deixo de sentir esses sintomas negativos. Há algum tempo eu já estava começando a ter palpitação, a ter alta de pressão e já está com um bocadinho de tempo que eu não sinto mais isso. Eu sinto que já melhorou. A respeito da saúde, como personalidade do meu tipo, é o controle da emoção, não deixar essa emoção aflorar ao ponto que vá prejudicar a minha saúde. Isso percebo que mudou, já consigo fazer novas caminhadas, já controlo a respiração, isso tudo a partir do perceber que eu sou visceral, que tem toda uma emoção por trás, que favorece tudo essa raiva, eu vou acolher, e esse acolher vai facilitando esse meu contato comigo mesma também a nível de saúde. Eu acredito nas doenças psicossomáticas, que começa no psicológico e soma, que é o corpo; do psicológico vai pro corpo,alguma coisa se afeta. E isso é muito caro pra mim,porque quando eu estava em alguma crise emocional, alguma coisa de sentimento, isso, nitidamente, automaticamente, eu somatizava no meu peito, eu sentia dificuldade de respiração e...ainda bem que eu cresci e evolui nisso e nunca mais isso me...é claro que você passa por situações que você sente,né, mas, hoje em dia, eu não...tipo assim, uma coisa é um fato externo, que é...morte do seu tio que você sente, outra coisa é você está preso a uma estratagema, alguma coisa da emoção, alguma coisa do psicológico e

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melhorou. A respeito da saúde, como personalidade do tipo 1, é o controle da emoção, não deixar essa emoção aflorar ao ponto que vá prejudicar a minha saúde. Isso percebo que mudou, já consigo fazer novas caminhadas, já controlo a respiração, isso tudo a partir do perceber que eu sou visceral, que tem toda uma emoção por trás, que favorece tudo essa raiva, eu vou acolher, e esse acolher vai facilitando esse meu contato comigo mesma também a nível de saúde. 8– Eu diria que, não somente pelo Eneagrama, tem todo um trabalho de auto-conhecimento aí por trás, mas o Eneagrama foi o pontapé inicial, mas a partir do auto-conhecimento pessoal que eu tive, de mergulhar em mim mesma, de começar a me aceitar e de me acolher 9- Eu tenho até estudado muito sobre isso, eu acredito que é fundamental...até pra...por que...falar do tipo 4 né...ele...quando ele está mal...alguma coisa...por que... Vou começar de novo... Eu acredito nas doenças psicossomáticas, que começa no psicológico e soma, que é o corpo; do psicológico vai pro corpo,alguma coisa se afeta. E isso é muito caro pra mim,porque quando eu estava em alguma crise emocional, alguma coisa de sentimento, isso, nitidamente, automaticamente, eu somatizava no meu peito, eu sentia dificuldade de respiração e...ainda bem que eu cresci e evolui nisso e nunca mais isso me...é claro que você passa por situações que você sente,né, mas, hoje em dia, eu não...tipo assim, uma coisa é um fato externo, que é...morte do seu tio que você sente, outra coisa é você está preso a uma estratagema, alguma coisa da emoção, alguma coisa do psicológico e você não ter consciência daquilo, fica saboreando aquilo,fica cultivando aquilo, não tem consciência, e aquilo vai afetando e você vai deixando, porque você não sabe o que está se passando; com o eneagrama não, com o eneagrama você tem consciência, você "iterai, que conversa é essa, não vai ser assim não" e com a consciência você consegue dá um direcionamento. Hoje em dia, eu acredito que eu sou livre disso, completamente, graças ao eneagrama, graças á consciência que eu

aquilo,fica cultivando aquilo, não tem consciência, e aquilo vai afetando e você vai deixando, porque você não sabe o que está se passando; com o eneagrama não, com o eneagrama você tem consciência, você "peraí, que conversa é essa, não vai ser assim não" e com a consciência você consegue dá um direcionamento. Hoje em dia, eu acredito que eu sou livre disso, completamente, graças ao eneagrama, graças á consciência que eu tenho disso tudo, é claro que a gente sente alguma coisa, mas mais por fator externo, algum fato, alguma coisa assim...morreu um rapaz que reagiu a um assalto, e você fica "pôxa", não por essas estratagemas que a coisa da personalidade leva a pessoa. Está ajudando muito, já estou conhecendo tudo o que eu sou; antes o que eu fazia era inconsciente, agora já estou conhecendo e sei o mal que eu estava fazendo, o bem que eu estava fazendo, e não tinha consciência de que estava fazendo o bem; aí eu posso corrigir o que eu faço de mal, que é inconsciente, e posso reforçar o bem que eu faço muito mais paz de espírito, eu me acho muito mais feliz, interessante, que quando e sinto que eu estou desintegrada que eu vacilei que eu estou com mania de eficiência, eu digo meu Deus quem mandou estudar Eneagrama , ai quando aquilo vai passando, quando e começo a domesticar aquilo, porque de fato é um bicho, quando você começa domesticar, começa a lhe fazer bem, começa a lhe fazer muito bem. Sim pela paz de espírito, eu acho que se você usar, a mim me dá tranqüilidade, a saúde não é só física né, ela é mental também.Olha, sem dúvida vai repercutir na minha saúde,né. O Eneagrama...o que eu acho, é que visa uma saúde emocional perfeita,né, a gente tender a perfeição da saúde mental, né, da saúde emocional; e isso,sem dúvida, vai repercutir na saúde como um todo. Eu diria que, não somente pelo Eneagrama, tem todo um trabalho de auto-conhecimento aí por trás, mas o Eneagrama foi o pontapé inicial, mas a partir do auto-conhecimento pessoal que

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tenho disso tudo, é claro que a gente sente alguma coisa, mas mais por fator externo, algum fato, alguma coisa assim...morreu um rapaz que reagiu a um assalto, e você fica "pôxa", não por essas estratagemas que a coisa da personalidade leva a pessoa.

eu tive, de mergulhar em mim mesma, de começar a me aceitar e de me acolher.

IAD- Instrumento de análise do discurso

3ª Questão: Como você está com relação ao seu ponto de integração e a sua asa não desenvolvida?

EXPRESSÕES-CHAVE IDÉIAS CENTRAIS

1 - A partir do momento em que eu conversei com o facilitador, a gente conversou , no mesmo dia do curso, e ele disse te tranqüiliza que tu és, não tem como fugir disso, e aceitar e se trabalhar os pontos que não são tão positivos, e a parti daí vai vir o teu crescimento e a partir disso foi que eu comecei a crescer em cima da instrução dele e ao conhecer os meus defeitos eu comecei a trabalhá-los, hoje quando eu não estou bem quanto eu estou caindo, eu já sei que não estou no meu dia melhor que eu não sou essa, vamos mudar um pouco botar a bola para cima.

(1ª idéia) Eu já sei quando eu estou caindo.

A

2 - Parece que tem um chipzinho dentro de mim, eu sou uma pessoa crítica , só que eu me auto-criticava muito pouco, né antes do Eneagrama, eu tenho até que ter cuidado, porque o 3 pensa que tem que ser eficiente para ser bom, não é o ser bom para mostrar pro outro, mas o ser bom porque é correto, o que é pra ser mesmo. Assim com relação a integração, eu fico o tempo intero acabei de me desintegrar completamente, a vontade é de volta para casa e dormir. Mas aí não assim... O que é que deve acontecer, o que é que está acontecendo, como vai ser melhor, então assim ajuda muito afazer exercício sabe eu acho assim quando você está com vontade de explodir com relação a uma pessoa, um funcionário ou uma pessoa que não é eficiente como o três gostaria que fosse e você ter mais tolerância ter mais paciência a paciência do 9. A disciplina do 6, a perseverança do 6 de saber que se hoje não é assim, amanhã a pessoa pode dar conta.Então esse exercício eu faço demais. Eu consigo

(1ª idéia) Parece que tem um chipizinho dentro de mim.

A

(2ª idéia) Só funciona quando a pessoa quer.

A

(3ª idéia) Eu penso muito no que minha integração faria.

B

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bastante.

A minha asa mais desenvolvida é 4 eu não tenho dúvida, porque sabe, tem umas coisa que quando eu não estou bem eu vou logo para o pior do 4 sabe e assim depois que agente começou a participar desse grupo de oração, estudando a bíblia, foi o último ano e meio somou muito, né porque a história da misericórdia do se dá do se abnegar, do ter compaixão, do ajudar sem interesse né porque o 3 geralmente ajuda com interesse, isso é muito bonito, ir pro dois me dá tranqüilidade paz de espírito quando eu procurar desenvolver a minha asa menos desenvolvida.Assim os dois caminhos eu acho mito válido, mas em situações de crise situações de dúvida, seja quais forem eu penso muito, no que minha integração faria, se tivesse no meu lugar, eu penso muito nisso mas eu também penso mito na asa dois acho que os dois caminhos são bons. Agora é incrível como cada pessoa tem o seu tempo mesmo porque você precisa querer muito, meu esposo fez a primeira e a segunda fase ele é 7 então assim é incrível fico tentando incentivá-lo, a vir, sem forçar a barra , porque se forçar a barra ele estoura, né vai para 1,mas ele foge do Eneagrama ele não lê, não aplica eu fico tentando mostrar olha como isso tem a ver com o teu tipo numa conversa, de leve, mas é incrível só funciona quando a pessoa quer, eu acredito nisso, quando surge uma necessidade quando ela sente um desconforto que ela deve sentir melhorar e eu acho que eu sentia isso, em melhorar algumas coisas ou pelo menos dominar o que tem de ruim ou pelo menos tentar dominar, então o Eneagrama ajudou muito nesse sentido.

3 - Assim, eu desenvolvi mais a 6 que a 8 ,né, realmente, eu desenvolvi muito mais a 6 do que a 8, mas eu não estou olhando pra asa, e sim pra o ponto de desintegração e integração. Porque eu acho que me...me centrar no ponto de integração e desintegração é o caminho mais fácil e mais rápido pra mim. Nesses dias eu tenho prestado muita atenção quanto a isso e...o que...de concreto que eu tenho conseguido até agora é toda vez que eu

(1ª idéia) O ponto de integração é o caminho mais fácil.

B

(2ª idéia) Eu tenho prestado muita atenção em mim.

A

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me vejo divagando, né, chamar ao eixo, né, aí dá pra...é o que eu tenho feito até agora.Vou experimentar também no fim de cada dia fazer um balanço de qual,no dia, quanto eu estou desintegrado ou integrado, né,pra fazer esse balanço e tentar corrigir. 4 – Eu acho que eu vivo hoje muito ele, porque antigamente eu era uma pessoa muito melancólica, e quando eu tinha essa desintegração do quatro, então e pintava e eu achava o máximo, um amigo meu dizia eu não te entendo quando as pessoa tão triste ela querem sair se divertir, aí eu dizia olha Chico você não entende, você não sabe o que eu estou fazendo eu estou transformando minha dor em arte. E um dos maiores impactos que eu tive no Eneagrama foi que eu não devia fazer isso, quando eu estivesse entrando nesse estado de melancolia de achar que não tinha mais jeito, que o crítico fica dizendo você é uma idiota faz sempre do mesmo jeito, você atrapalhou tudo. Aí eu dizia que era para me conformar que eu não teria mas outra pessoa. No eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo faz, mas eu não conseguia nada nessa fase, não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me programar coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que faze m exercício, e eu descobrir a dança de salão e descobrir Deus na alegria, porque até então eu encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as minhas coisa, ou ajudando uma pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia livre com movimentos abertos, nem, na adolescência e espontâneos eu me percebi leve e entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria.

E uma das coisas que a gente aprende no curso é a conversar com esse crítico interno, porque ele tem m julgamento muito severo e faz a gente ser intransigente, radical, dona da verdade e quando a gente começa a trabalhar para lê não ser tão intransigente com a gente. Aí a gente começa a levar isso para outras pessoas.

(1ª idéia) Eu deveria fazer como o tipo 7(meu ponto de integração) faz.

B

(2ª idéia) Aprendi a conversar com esse crítico interno.(comigo mesma)

A

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5 – É...eu vejo que...é uma coisa boa pra mim, eu vejo que...que eu posso através desse ponto, pegar a melhor coisa do 3...eu vou tentar me integrar nesse 3. Eu acabo mais o medo,né...eu pego...vivo mais dentro do grupo, falo mais e...isso ajuda muito parte do meu trabalho também, né. Quando eu faço pesquisas,quando eu faço trabalhos, assim, palestras, converso com grupos de jovens e tudo e aí eu me sinto mais a vontade, certo, já me sinto mais a vontade, já mais livre...mais livre pra poder falar e...acho que essa ousadia do 3, né, essa vaidade do 3, de pegar e não está nem aí, né...ajudar...De se expor e falar. E...saindo do ponto de desintegração,né, que é o medo. Estou. Está me ajudando nesse ponto de pegar e vê as dificuldades, e pegar e vê um ponto de luz, sabe, procurar uma luz...de pegar e "não"...abriu os olhos pra mim, abriu o olho, pra mim, mas eu volto pra aquela dificuldade do conflito e...abriu olho, assim, abriu meus olhos pra eu poder ver a realidade, poder ver os meus defeitos, ver as coisas, pra que eu possa tentar, de algum jeito, que eu estou vendo, estou trabalhando, né, através do meu tipo, desse ponto de integração, que ajuda muito, pra poder...esse crescimento, né, eu vejo o Eneagrama como um sinal de transformação.

(1ª idéia) Eu acabo mais o medo e me sinto mais a vontade.

A (2ª idéia) Está me ajudando, um ponto

de luz, um sinal de transformação. A

6 - Nos últimos tempos, antes de vir pra qui, eu comecei a criar mais intimidade, mais toque com os outros, antes eu nem chegava a tocar, só verbal, só mandava, só cumpria; agora, já desenvolveu a asa 2, porque eu comecei a tocar as pessoas, abraçar e a ter mais carinho pelas pessoas, então eu criei mais intimidade com as pessoas, tive mais amigos, e antes, os amigos já era pra um determinado fim O 6 é um tipo,assim que eu me dei muito bem,

me dou muito bem com o 6, é...de 6 que eu tenho...talvez esteja desenvolvendo, como um amigo disse que eu estou um pouco discreto, as pessoas estão queixando muito que eu estou muito discreto, os alunos na escola dizem que eu não estou falando mais, aqui, diz que eu estou mais quieto; está se desenvolvendo, imagino, ser da minha integração

(1ª idéia) Comecei a criar mais intimidade, mais toque.

B

(2ª idéia) Estou um pouco discreto, imagino ser a minha integração.

B

(3ª idéia) Me sinto tranqüilo, estou dando o que eu posso dar e recebendo dos outros o que eles podem me dar.

B

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Aí, sinto assim mais tranqüilo, e eu não estou na desintegração, estou na integração, já estou passando pelo segundo, que é muito bom;mas quando estou desintegrado...é...aquele mimado,né, aqueles vícios de deitar, dormir, deixar minhas coisas rolar, e os problemas acumulavam cada vez mais; então, eu ia pra 6, sentia, talvez, menos, sentia confusão, então,dava um branco sempre que tinha que expressar algum trabalho. Isso está melhorando na minha saúde, e também na relação com meus colegas, estou compreendendo melhor, já não estou exigindo com exigia, mas...estou dando o que eu posso dar, também receber dos outros o que eles podem dar.

7 – Então achei muito válido a nível de crescimento individual...eu sempre percebi assim, porque o curso é de auto-conhecimento, eu não estou fazendo o curso nem fazendo as etapas pra te entender, acho que isso tem que ficar bem claro desde o primeiro momento que a gente fala “eu estou fazendo pra me conhecer melhor, aí eu me conhecendo,eu posso tentar me trabalhar um pouco"; aí, lógico, se eu me trabalho, lógico que a minha relação contigo vai melhorar ou vai, pelo menos, modificar, acredito que não vai ser pra pior, né, porque a pessoa vai criando gosto, vai descobrindo as dificuldades dela e tal; e eu acho que ninguém, quer descobrir coisas pra ficar pra trás, a gente quer descobrir pra crescer, né. O ponto de integração do 1 é o 7,né, essa coisa de levar a vida com mais leveza,então... Eu me percebo mais integrada, não se os outros percebem, espero que eles percebam se o filhinho fez dever de casa, se a filhinha foi pro balé...relaxa...o povo vai fazer porque gosta, porque assumiu,né; não adianta nada eu ficar cobrando de uma pessoa a vida inteira, uma determinada coisa que ela mesma não assumiu, né...é lógico que você tem que no início,sobretudo quando é criança, você dá os primeiros empurrões, mas depois a pessoa vai criando um ritmo,ela vai descobrindo. Então eu me percebo mais integrada assim. Depois que eu descobri que minha asa 9 era a

(1ª idéia) Estou fazendo para me conhecer melhor, aí eu me conhecendo

eu posso tentar me trabalhar um pouco. A

(2ª idéia) Procuro levar a vida com mais leveza, não adianta ficar cobrando de uma pessoa determinada coisa que ela

mesma não assume. B

(3ª idéia) Nunca diria que a minha percepção esteve errada, hoje eu já

percebo que não ...não precisa. B

Hoje eu tenho mais consciência, que eu tenho que reagir diante das situações, não fico esperando para explodir, digo

de forma mais calma. B

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menos desenvolvida, eu comecei a perceber as minhas dificuldades, às vezes, aí comecei a ver "olha, ta vendo, eu não sou tão tranqüila”, que eu poderia criar essa tranqüilidade ou ir aprendendo, com o 9, mais a tranqüilidade, mais calma, a gente escuta mais do que...do que dá,né...do que diz, porque a personalidade 1 tem muito aquela coisa de, como ela tem razão, o outro pode falar,mas ela sempre acha que a opinião dela prevalece. Então, agora eu consigo escutar mais um pouco, e consigo até questionar,tipo "não, a gente...eu vou vê essa posição sua, é melhor, vou revê a minha"; e assim,eu me sinto livre...hoje eu me sinto livre pra dizer "olha, a minha posição não é a posição mais coerente, e agente pode optar por essa e ver com todo mundo e tal"; antes eu não faria isso...eu não diria não...nunca diria que a minha opção...que a minha posição tava errada...ora,pois,vou dar o braço a torcer porque, né; mas hoje eu já percebo que não...não precisa, entendeu; eu não vou deixar de ser eu, e nem vou deixar de ter toda a força que eu tenho interior, a vontade de crescer, por dizer que eu...sei lá... Que eu me enganei, que eu errei, que eu falei uma coisa que realmente não era por aí; então, eu acho que foi criando um pouquinho mais de linha dentro de mim, de pegar o fio condutor , né, interior...isso está valendo a pena muito . A princípio eu percebi uma grande...pra mim foi uma grande evolução, porque, antes, eu tinha muito como a...como tem...a gente fala lá da questão da personalidade da tipologia 1, aquela coisa que...perfeccionismo, achar que está cheio de razão, e de que o outro é que não está vendo a mesma visão, você acha que todo mundo tem a sua visão, e de explodir, aquelas coisas todas que tem do tipo 1, eu já vi que muita coisa já...pra mim, já modificou, então, hoje eu já tenho mais consciência, que eu não tenho que reagir diante das situações; então, se você fala alguma coisa pra mim que eu ficava chateada, pronto, aquilo já era um motivo pra eu ficar chateada com outra pessoa, se essa pessoa não fizesse uma coisa que eu estava esperando, eu ficava chateada, já ficava fechada, às vezes implicava, mas era raro, era aquela coisa do efeito panela de pressão,né, enchia, enchia,

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enchia, e depois explodia com uma coisa tão pequenininha que não tinha nada a me ver estar com raiva e tal; então, hoje eu não tenho mais essa dinâmica tão forte, eu não fico esperando pra explodir nada, eu digo, mas, também, quando digo, digo de uma forma tão mais calma, que até eu fico assim "olha, interessante"; de conseguir falar, a questão do perfeccionismo, pra mim, acho que amenizou muito, antes eu tinha uma tendência a...tem que está limpo, tem que está assim,foi assim, foi combinado, tem que ser, tem que se cumprir; lógico, eu acredito que todas as normas que foram colocadas, as coisas que a gente combina, a princípio, nós vamos cumprir, mas nada pra...acima das pessoas 8 – ainda hoje eu percebo que tem muita coisa assim...transformada, mas o bonito é perceber que o Eneagrama vai te dando dicas pra isso, né, Já, já consegui...já consegui relaxar, quando a coisa começa a pesar, já consegui muito da integração, né, do deixar...do deixar acontecer, vou fazer o que me é possível fazer, sem cobranças,sem...já consigo de vez em quando bancar com minha cobrança interna, já consigo deixar ela um pouquinho de lado, e isso é muito positivo, né, assim, dá uma sensação de...as pessoas já começam, principalmente a família, eu acho que a mudança vai acontecendo quando a tua família começa a dizer “não, tu já ta muito diferente"; porque a família é onde a gente...principalmente o tipo1...é onde a gente se expõe com maior...mais clareza, assim, sem máscaras, sem ...sem...pronto, sem nada pra omitir aquilo que a gente é. E em casa, meus irmãos já dizem "não, tu já mudou demais", né...então, isso é bem agradável. E eu percebo que as minhas atitudes já são diferentes, que o meu jeito de fazer já é diferente, e isso eu estou conquistando a partir do 9, por isso que é preciso desenvolver sim, essa idéia de ser mais serena, do ficar mais tranqüila, do deixar, de ser da paz mesmo, do pegar o melhor do 9. Tudo acontecer no seu tempo, sem muita pressa, sem muito estresse, isso não é fácil, pro tipo 1 então...que é altamente visceral, não é fácil...

A integração é o mais difícil, eu acho, é mais fácil ir pro 9, conquistar ir atrás do 9, do que, eu diria, até é um pouco grosseiro, que tem que ser,

(1ª idéia) O Eneagrama vai te dando dicas, já consegui relaxar.

A

(2ª idéia) Não é fácil a Integração. A

(3ª idéia) Hoje em dia eu acolho muito mais aquilo que eu sou.

A

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a sensação que me dá é essa e vou ser bem sincera, do que ser tão ridícula como o 7 é, pra mim, na minha impressão. Mas ao mesmo tempo, é um ridículo que eu entendo que é baseado na alegria que eles tem na...na... E que isso também deve ser meu caminho de conquista. Não é fácil. Eu tenho me percebido com uma dificuldade terrível de brincar, de curtir, de...de ter a minha prioridade de lazer, é muito mais fácil e agradável, pra mim, trabalhar...eu percebi, já descobri isso na minha vida com clareza, e, no meu caso, eu preciso é ir atrás de lazer, preciso é desmarcar os compromissos,preciso...e isso não está fácil, eu sempre acho...a gente sempre acha que precisa ser fiel ao que assumiu, e no meu caso, eu sinto que ainda tem muito peso da personalidade 1 que precisa ser trabalhada e ir pra esse caminho do 7, que não é fácil não; é mais fácil eu ir pro 4, aí é bom demais...aí é...ficar sofrendo as dores, se sentindo abandonada, essa coisa toda aí que, nessas horas eu até confirmo a asa 2 bem desenvolvida, que aí vai sofrer as dores, mas o 7 não é fácil. . Eu sou o tipo 1, então, o tipo 1, na verdade, não gosta muito de perceber limitações nem imperfeições. E perceber isso em mim,não foi nada agradável, a princípio, mas me trouxe certo alívio, no começo a vontade que eu tinha era dizer “mas tu tem que saber que eu sou assim, por isso, isso e isso.?"; existe essa mania da gente, existe essa vontade de querer justificar nossas falhas, a partir do que a gente descobre, mas, hoje, depois de tanto tempo também eu percebo que eu já acolho muito mais aquilo que eu sou, não só acolho, como, quando eu vejo alguém do meu tipo sofrendo com essas coisas, a minha primeira vontade é de falar, de está dizendo” olha,mas não é assim, não é por aí “...eu fui cobrada quando criança, foi muita responsabilidade, nós somos muitos, então papai e mamãe passaram a dividir o peso com a gente, com os primeiros; e hoje eu acolho isso com mais naturalidade, antes eu tinha revolta, hoje eu já vejo que aconteceu e...pronto,tem que acolher isso aí; e é muito mais fácil hoje em dia acolher essa idéia nova aí.

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9– No caminho do Eneagrama, nos cursos, nas etapas, foi um negócio que foi...um processo difícil, você reconhecer, começar a respeitar, porque as pessoas da personalidade da asa reprimida sofrem com o tipo 4, ele cai em cima, escarra mesmo, então primeiro foi um processo de respeito, de ver a dignidade do outro, aprender com essas pessoas e eu acho que, hoje em dia, está...nos entendemos. A minha asa, a 5, né, eu acho que a gente se entende, essa parte...hoje em dia eu já estou bem maduro com relação comigo mesmo, né, baixei a bola da asa 3, hoje em dia eu boto o olho nos meus estudos, no meu trabalho, eu acho que é onde eu consigo vê mais...eu acho que o crescimento, no Eneagrama, ele rebate muito, assim, na questão profissional, assim, é muito importante, pra mim, né, que é o cara que o ruim dele é a desorganização, a falta de compromisso, então, o tipo 4, principalmente, você vai crescendo no Eneagrama e vai aprimorando o seu potencial profissional, acho que isso é muito importante pras pessoas do tipo 4, eles se tornarem responsáveis, competentes e...responsável, pra não precisar falar um bocado de coisa. E abraçando a sua asa 5, vocêc começa a ser mais conciso naquilo que você fala, porque você vai batalhar e vai atrás de ler tudo e tal... Com relação à integração é parecido, né, com relação à asa, precisa redimir, primeiro começa com aquela questão do respeito e...eu tive uma ajuda muito grande com minha namorada, ela é da personalidade da minha integração, ela é tipo 1, então, a nossa vivência...porque a gente alem de ser namorado, ter essa parte amorosa, a gente também trabalha juntos, é engajado em um projeto que a gente acredita, né, é uma oportunidade de está junto com ela e desenvolver...vendo ela fazendo, a forma de ela trabalhar e o de outras pessoas também, e acolher isso que é meu também, não é só de mim, é de tudo mundo, os tipos são de todos, você tem que aprender com todos e crescer. Pra mim,foi muito importante essa vivência com ela e hoje em dia está...também nos entendemos. Acho que o tipo 4 ele é um tipo que tem a sua ferida, né, no começo de tudo, naquela questão do abandono, da sensação de não ser amado, e é

(1ª idéia) Foi um processo difícil, mas o crescimento com o Eneagrama, para mim rebate na questão profissional.

A

(2ª idéia) Tive uma ajuda muito grande da minha namorada, ela é da

personalidade da minha integração. B

(3ª idéia) Você reescreve a sua história. A

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muito importante...ah, ele vive numa ilusão,em um jogo, porque ele tem essa ferida, e essa ferida vai condicioná-lo a viver em um jogo de auto valorização, de independência, de coisas que é tudo fachada, tudo mentira, então ele vai chegar ao ponto de até se sentir mais que algumas pessoas, querer ser mais que algumas pessoas, agredir outras pessoas, mas na verdade ele tem uma coisa que é essa sensação do abandono, que é a ferida original,né, e no processo Eneagrama, é muito importante você...você vai tomando consciência disso tudo, né, é muito difícil...pra mim foi né, quando caiu a ficha, que o caminho do Eneagrama vai mostrar seu tipo, no começo eu "veste Maria...", mas com o tempo assim, você vê que isso é bobagem, e que a proposta...o caminho, realmente, não é abandonar a personalidade, né, é abandonar aquelas coisas que te fazem ruim, que te fazem...que são ilusórias, que são máscaras e...as agressões que você consegue fazer com as outras pessoas, e uma coisa que foi muito boa pra mim, Então, o Eneagrama te dá essa contemplação e você querer mudar isso tudo, você pode fazer muita coisa sozinho, mas é fundamental essa experiência da ferida,porque ele vai experimentar, vai compreender porque ele foi abandonado, vê que as pessoas, de repente, não tinham culpa, ele vai compreender, né, que a ferida, ela é formada é porque você não tem maturidade pra compreender o que está vivendo, aí você não sabe nem porque você se sente machucado e ferido, e a ferida vai ficar pra sempre, né. Aí você volta naquele momento, compreende e tal e reescreve a história que aconteceu com a sua mentalidade e isso te ajuda a crescer espiritualmente. 10 – olha...eu gosto muito de ser o tipo 9, até porque a forma que a gente lida, com estresse, com tensão, o que me incomoda é mais a questão da desintegração que é uma coisa muito forte, que é você se omitir, as vezes, evitar conflitos, dificuldade pra tomar certas decisões,dificuldade de se confrontar, de discordar; mas depois que eu comecei a tomar consciência, a coisa começou a surtir efeito em mim. Eu sinto de certa forma que eu estou vivendo uma crise, porque meu marido é tipo 3, ele se acha o máximo...pra mim vai ser muito

(1ª idéia) Comecei a ter consciência, estou caminhando.

A (2ª idéia) Estou crescendo muito com as coisas que me incomodam, eu estou me

expressando. B

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bom, eu não sei no que vai dar, seja o que for, eu acho que estou caminhando para a minha integração e para o meu amadurecimento, eu era muito submissa e agora eu não sou mais, eu estou me expressando, estou me descobrindo... Eu acho que estou desenvolvendo minhas asas, minha asa 8 é muito reprimida, e agora eu vejo que as vezes manifesto uma irritabilidade, as vezes, alem do normal, mas não esta me incomodando, eu acho que eu ainda preciso melhorar muito, mas eu acho que estou caminhando. Estou crescendo muito, quando você toma conhecimento você aprende a lidar com isso. Eu não consigo mais deixar de falar as coisas que estão me incomodando, as coisas que me incomodam eu estou expressando.

11 – eu sinto que eu já tenho um pouquinho do 8, que eu já não engulo tanto, eu já não sou assim tão reprimida como ela foi, eu não sou muito de engolir, eu sou de botar tudo pra fora, então eu sinto que já tenho uma asinha mais 8.

(1ª idéia) Eu sinto que já tenho um asinha mais 8, eu não sou muito de

engolir. B

12 – É difícil, não é fácil treinar essa auto-disciplina, essa coisa de ser rígido. Aí eu descobri que era porque eu admirava muito aquelas características do tipo 1, eram coisa que eu queria ser, e coisas que ás vezes eu não era, eu tinha muita coisa do tipo 1, mas depois que eu fui vê que era meu ponto de integração...é tanto que eu boto na minha cabeça que eu sou tipo 1, pra ser mais disciplinada, de não ficar parada, de ter que fazer uma coisa e resolver logo e não deixar pra depois. . É aquilo que eu te disse, não sou eu, é uma máscara que...foi o que eu compreendi do eneagrama...que é apenas uma máscara pra poder viver na sociedade.

(1ª idéia) Eu botava na minha cabeça que eu sou do tipo 1, (minha

integração), o meu (tipo) é apenas uma máscara.

A

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IAD2

A – Comecei a tomar consciência, um sinal de transformação. (crescendo consigo mesmo)

A1 – DSC dos Tipos Agressivos A2 – DSC dos Tipos Condescendentes e Retraídos.

EXPRESSÕES-CHAVE DSC

1 – A partir do momento em que eu conversei com o facilitador, a gente conversou , no mesmo dia do curso, e ele disse te tranqüiliza que tu és, não tem como fugir disso, e aceitar e se trabalhar os pontos que não são tão positivos, e a parti daí vai vir o teu crescimento e a partir disso foi que eu comecei a crescer em cima da instrução dele e ao conhecer os meus defeitos eu comecei a trabalhá-los, hoje quando eu não estou bem quanto eu estou caindo, eu já sei que não estou no meu dia melhor que eu não sou essa, vamos mudar um pouco botar a bola para cima.

2 – Parece que tem um chipzinho dentro de mim, eu sou uma pessoa crítica , só que eu me auto-criticava muito pouco, né antes do Eneagrama, eu tenho até que ter cuidado, porque o 3 pensa que tem que ser eficiente para ser bom, não é o ser bom para mostrar pro outro, mas o ser bom porque é correto, o que é pra ser mesmo. Assim com relação a integração, eu fico o tempo intero acabei de me desintegrar completamente, a vontade é de volta para casa e dormir. Mas aí não assim... O que é que deve acontecer, o que é que está acontecendo , como vai ser melhor, então assim ajuda muito afazer exercício sabe eu acho assim quando você está com vontade de explodir com relação a uma pessoa, um funcionário ou uma pessoa que não é eficiente como o três gostaria que fosse e você ter mais tolerância ter mais paciência a paciência do 9. A disciplina do 6, a perseverança do 6 de saber que se hoje não é assim, amanhã a pessoa pode dar conta.Então esse exercício eu faço demais. Eu consigo bastante

2 –A minha asa mais desenvolvida é 4 eu não tenho dúvida, porque sabe, tem umas coisa que quando eu não estou bem eu vou logo para o pior do 4 sabe e assim depois que agente

DSC (A1) O facilitador... A gente conversou , no mesmo dia do curso, e ele disse: “Te tranqüiliza com o que tu és, não tem como fugir disso é aceitar e se trabalhar os pontos que não são tão positivos, e a parti daí vai vir o teu crescimento e a partir disso foi que eu comecei a crescer em cima da instrução dele e ao conhecer os meus defeitos eu comecei a trabalhá-los. E perceber isso em mim, não foi nada agradável, a princípio, mas me trouxe certo alívio, no começo a vontade que eu tinha era dizer” Mas tu tem que saber que eu sou assim, por isso, isso e isso!"Existe essa mania da gente, existe essa vontade de querer justificar nossas falhas, a partir do que a gente descobre, mas, hoje, depois de tanto tempo também eu percebo que eu já acolho muito mais aquilo que eu sou, não só acolho, como, quando eu vejo alguém do meu tipo sofrendo com essas coisas, a minha primeira vontade é de falar, de está dizendo” Olha, mas não é assim, não é por aí" Eu fui cobrada quando criança ,foi muita responsabilidade, nós somos muitos, então papai e mamãe passaram a dividir o peso com a gente, com os primeiros; e hoje eu acolho isso com mais naturalidade, antes eu tinha revolta, hoje eu já vejo que aconteceu e...pronto,tem que acolher isso aí; e é muito mais fácil hoje em dia acolher essa idéia nova aí. Eu tinha me percebido com uma dificuldade terrível de brincar, de curtir, de...de ter a minha prioridade de lazer, é muito mais fácil e agradável, pra mim, trabalhar...eu percebi, já descobri isso na minha vida com clareza, e, no meu caso, eu preciso é ir atrás de lazer, preciso é desmarcar os compromissos,preciso...e isso não está

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começou a participar desse grupo de oração, estudando a bíblia, foi o último ano e meio somou muito, né porque a história da misericórdia do se dá do se abnegar, do ter compaixão, do ajudar sem interesse né porque o 3 geralmente ajuda com interesse, isso é muito bonito, ir pro dois me dá tranqüilidade paz de espírito quando eu procurar desenvolver a minha asa menos desenvolvida.Assim os dois caminhos eu acho mito válido, mas em situações de crise situações de dúvida, seja quais forem eu penso muito, no que minha integração faria, se tivesse no meu lugar, eu penso muito nisso mas eu também penso mito na asa dois acho que os dois caminhos são bons. 2 – Agora é incrível como cada pessoa tem o seu tempo mesmo porque você precisa querer muito, meu esposo fez a primeira e a segunda fase ele é 7 então assim é incrível fico tentando incentivá-lo, a vir, sem forçar a barra , porque se forçar a barra ele estoura, né vai para 1,mas ele foge do Eneagrama ele não lê, não aplica eu fico tentando mostrar olha como isso tem a ver com o teu tipo numa conversa, de leve, mas é incrível só funciona quando a pessoa quer, eu acredito nisso, quando surge uma necessidade quando ela sente um desconforto que ela deve sentir melhorar e eu acho que eu sentia isso, em melhorar algumas coisas ou pelo menos dominar o que tem de ruim ou pelo menos tentar dominar, então o Eneagrama ajudou muito nesse sentido.

3 – Nesses dias eu tenho prestado muita atenção quanto a isso e...o que...de concreto que eu tenho conseguido até agora é toda vez que eu me vejo divagando, né, chamar ao eixo, né, aí dá pra...é o que eu tenho feito até agora.Vou experimentar também no fim de cada dia fazer um balanço de qual,no dia, quanto eu estou desintegrado ou integrado, né,pra fazer esse balanço e tentar corrigir 4 – E uma das coisas que a gente aprende no curso é a conversar com esse crítico interno, porque ele tem m julgamento muito severo e faz a gente ser intransigente, radical, dona da verdade e quando a gente começa a trabalhar

fácil, eu sempre acho...a gente sempre acha que precisa ser fiel ao que assumiu, e no meu caso, eu sinto que ainda tem muito peso da minha personalidade que precisa ser trabalhada e ir pra esse caminho da minha integração que não é fácil não; é mais fácil eu ir pra minha desintegração, aí é bom demais...aí é...ficar sofrendo as dores, se sentindo abandonada, essa coisa toda aí .Na verdade, não gosta muito de perceber limitações nem imperfeições. Hoje quando eu não estou bem quanto eu estou caindo, eu já sei que não estou no meu dia melhor que eu não sou essa, vamos mudar um pouco botar a bola para cima.E uma das coisas que a gente aprende no curso é a conversar com esse crítico interno, porque ele tem m julgamento muito severo e faz a gente ser intransigente, radical, dona da verdade e quando a gente começa a trabalhar para lê não ser tão intransigente com a gente. Aí a gente começa a levar isso para outras pessoas. Parece que tem um chipzinho dentro de mim, eu sou uma pessoa crítica , só que eu me auto-criticava muito pouco, né antes do Eneagrama, eu tenho até que ter cuidado, porque o meu tipo pensa que tem que ser eficiente para ser bom, não é o ser bom para mostrar pro outro, mas o ser bom porque é correto, o que é pra ser mesmo. Assim com relação a integração, eu fico o tempo intero: “Ih!Acabei de me desintegrar completamente” a vontade é de volta para casa e dormir. Mas aí não é assim... “O que é que deve acontecer”?, “O que é que está acontecendo?”, “Como vai ser melhor?” então assim ajuda muito afazer exercício sabe eu acho assim quando você está com vontade de explodir com relação a uma pessoa, um funcionário ou uma pessoa que não é eficiente como o meu tipo gostaria que fosse e você ter mais tolerância ter mais paciência a paciência da minha segunda integração. A disciplina da minha integração, a perseverança, de saber que se hoje não é assim, amanhã a pessoa pode dar conta.Então esse exercício eu faço demais.

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para lê não ser tão intransigente com a gente. Aí a gente começa a levar isso para outras pessoas.

5 – É...eu vejo que...é uma coisa boa pra mim, eu vejo que...que eu posso através desse ponto, pegar a melhor coisa do 3...eu vou tentar me integrar nesse 3. Eu acabo mais o medo,né...eu pego...vivo mais dentro do grupo, falo mais e...isso ajuda muito parte do meu trabalho também, né. Quando eu faço pesquisas,quando eu faço trabalhos, assim, palestras, converso com grupos de jovens e tudo e aí eu me sinto mais a vontade, certo, já me sinto mais a vontade, já mais livre...mais livre pra poder falar e...acho que essa ousadia do 3, né, essa vaidade do 3, de pegar e não está nem aí, né...ajudar...De se expor e falar. E...saindo do ponto de desintegração,né, que é o medo.

5 – Estou. Está me ajudando nesse ponto de pegar e vê as dificuldades, e pegar e vê um ponto de luz, sabe, procurar uma luz...de pegar e "não"...abriu os olhos pra mim, abriu o olho, pra mim, mas eu volto pra aquela dificuldade do conflito e...abriu olho, assim, abriu meus olhos pra eu poder ver a realidade, poder ver os meus defeitos, ver as coisas, pra que eu possa tentar, de algum jeito, que eu estou vendo, estou trabalhando, né, através do meu tipo, desse ponto de integração, que ajuda muito, pra poder...esse crescimento, né, eu vejo o Eneagrama como um sinal de transformação.

7 – Então achei muito válido a nível de crescimento individual...eu sempre percebi assim, porque o curso é de auto-conhecimento, eu não estou fazendo o curso nem fazendo as etapas pra te entender, acho que isso tem que ficar bem claro desde o primeiro momento que a gente fala “eu estou fazendo pra me conhecer melhor, aí eu me conhecendo,eu posso tentar me trabalhar um pouco"; aí, lógico, se eu me trabalho, lógico que a minha relação contigo vai melhorar ou vai, pelo menos, modificar, acredito que não vai ser pra pior, né, porque a pessoa vai criando gosto, vai descobrindo as dificuldades dela e tal; e eu acho que ninguém, quer descobrir coisas pra ficar pra trás, a gente quer descobrir pra crescer, né.

Eu consigo bastante. Então achei muito válido a nível de crescimento individual...eu sempre percebi assim, porque o curso é de auto-conhecimento, eu não estou fazendo o curso nem fazendo as etapas pra te entender, acho que isso tem que ficar bem claro desde o primeiro momento que a gente fala “Eu estou fazendo pra me conhecer melhor, aí eu me conhecendo,eu posso tentar me trabalhar um pouco"; aí, lógico, se eu me trabalho, lógico que a minha relação contigo vai melhorar ou vai, pelo menos, modificar, acredito que não vai ser pra pior, né, porque a pessoa vai criando gosto, vai descobrindo as dificuldades dela e tal; e eu acho que ninguém, quer descobrir coisas pra ficar pra trás, a gente quer descobrir pra crescer, né. Ainda hoje eu percebo que tem muita coisa assim...transformada, mas o bonito é perceber que o Eneagrama vai te dando dicas pra isso, né, Já, já consegui...já consegui relaxar, quando a coisa começa a pesar, já consegui muito da integração, né, do deixar...do deixar acontecer, vou fazer o que me é possível fazer, sem cobranças,sem...já consigo de vez em quando brincar com minha cobrança interna, já consigo deixar ela um pouquinho de lado, e isso é muito positivo, né, assim, dá uma sensação de...as pessoas já começam, principalmente a família, eu acho que a mudança vai acontecendo quando a tua família começa a dizer “não, tu já ta muito diferente"; porque a família é onde a gente se expõe com maior...mais clareza, assim, sem máscaras, sem ...sem...pronto, sem nada pra omitir aquilo que a gente é. E em casa, meus irmãos já dizem "não, tu já mudou demais", né...então, isso é bem agradável. E eu percebo que as minhas atitudes já são diferentes, que o meu jeito de fazer já é diferente, e isso eu estou conquistando a partir da minha asa não desenvolvida, por isso que é preciso desenvolver sim, essa idéia de ser mais serena, do ficar mais tranqüila, do deixar, de ser da paz mesmo, do pegar o melhor

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8 – ainda hoje eu percebo que tem muita coisa assim...transformada, mas o bonito é perceber que o Eneagrama vai te dando dicas pra isso, né, Já, já consegui...já consegui relaxar, quando a coisa começa a pesar, já consegui muito da integração, né, do deixar...do deixar acontecer, vou fazer o que me é possível fazer, sem cobranças,sem...já consigo de vez em quando brincar com minha cobrança interna, já consigo deixar ela um pouquinho de lado, e isso é muito positivo, né, assim, dá uma sensação de...as pessoas já começam, principalmente a família, eu acho que a mudança vai acontecendo quando a tua família começa a dizer “não, tu já ta muito diferente"; porque a família é onde a gente...principalmente o tipo1...é onde a gente se expõe com maior...mais clareza, assim, sem máscaras, sem ...sem...pronto, sem nada pra omitir aquilo que a gente é. E em casa, meus irmãos já dizem "não, tu já mudou demais", né...então, isso é bem agradável. E eu percebo que as minhas atitudes já são diferentes, que o meu jeito de fazer já é diferente, e isso eu estou conquistando a partir do 9, por isso que é preciso desenvolver sim, essa idéia de ser mais serena, do ficar mais tranqüila, do deixar, de ser da paz mesmo, do pegar o melhor do 9. Tudo acontecer no seu tempo, sem muita pressa, sem muito estresse, isso não é fácil, pro tipo 1 então...que é altamente visceral, não é fácil...

8 – A integração é o mais difícil, eu acho, é mais fácil ir pro 9, conquistar ir atrás do 9, do que, eu diria, até é um pouco grosseiro, que tem que ser, a sensação que me dá é essa e vou ser bem sincera, do que ser tão ridícula como o 7 é, pra mim, na minha impressão. Mas ao mesmo tempo, é um ridículo que eu entendo que é baseado na alegria que eles tem na...na... E que isso também deve ser meu caminho de conquista. Não é fácil. Eu tenho me percebido com uma dificuldade terrível de brincar, de curtir, de...de ter a minha prioridade de lazer, é muito mais fácil e agradável, pra mim, trabalhar...eu percebi, já descobri isso na minha vida com clareza, e, no meu caso, eu preciso é ir atrás de lazer, preciso é desmarcar os compromissos,preciso...e isso não está fácil, eu sempre acho...a gente sempre acha que precisa ser fiel ao que assumiu, e no meu caso, eu sinto

da asa não desenvolvida. Tudo acontecer no seu tempo, sem muita pressa, sem muito estresse, isso não é fácil, pro meu tipo então...que é altamente visceral, não é fácil...O meu tipo geralmente ajuda com interesse, isso é muito bonito, ir pra minha assa não desenvolvida me dá tranqüilidade paz de espírito quando eu procurar desenvolver a minha asa menos desenvolvida.Assim os dois caminhos eu acho mito válido, mas em situações de crise situações de dúvida, seja quais forem eu penso muito, no que minha integração faria, se tivesse no meu lugar, eu penso muito nisso mas eu também penso muito na asa não desenvolvida acho que os dois caminhos são bons. DSC (A2)

No caminho do Eneagrama, nos cursos, nas etapas, foi um negócio que foi um processo difícil, você reconhecer, começar a respeitar, porque as pessoas da personalidade da asa reprimida sofrem com o meu tipo, ele cai em cima, “escarra” mesmo, então primeiro foi um processo de respeito, de ver a dignidade do outro, aprender com essas pessoas e eu acho que, hoje em dia, está...nos entendemos. A minha asa não desenvolvida, né, eu acho que a gente se entende, essa parte...hoje em dia eu já estou bem maduro com relação comigo mesmo, né, baixei a bola da minha asa desenvolvida. Nesses dias eu tenho prestado muita atenção quanto a isso e...o que...de concreto que eu tenho conseguido até agora é toda vez que eu me vejo divagando, né, chamar ao eixo, né, aí dá pra...é o que eu tenho feito até agora.Vou experimentar também no fim de cada dia fazer um balanço de qual,no dia, quanto eu estou desintegrado ou integrado, né,pra fazer esse balanço e tentar corrigir. Olha...eu gosto muito de ser do meu tipo, até porque a forma que a gente lida, com estresse, com tensão, o que me incomoda é mais a questão da desintegração que é uma coisa muito forte, que é você se

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que ainda tem muito peso da personalidade 1 que precisa ser trabalhada e ir pra esse caminho do 7, que não é fácil não; é mais fácil eu ir pro 4, aí é bom demais...aí é...ficar sofrendo as dores, se sentindo abandonada, essa coisa toda aí que, nessas horas eu até confirmo a asa 2 bem desenvolvida, que aí vai sofrer as dores, mas o 7 não é fácil.

8 – Eu sou o tipo 1, então, o tipo 1, na verdade, não gosta muito de perceber limitações nem imperfeições. E perceber isso em mim,não foi nada agradável, a princípio, mas me trouxe certo alívio, no começo a vontade que eu tinha era dizer “mas tu tem que saber que eu sou assim, por isso, isso e isso.?"; existe essa mania da gente, existe essa vontade de querer justificar nossas falhas, a partir do que a gente descobre, mas, hoje, depois de tanto tempo também eu percebo que eu já acolho muito mais aquilo que eu sou, não só acolho, como, quando eu vejo alguém do meu tipo sofrendo com essas coisas, a minha primeira vontade é de falar, de está dizendo” olha,mas não é assim, não é por aí “...eu fui cobrada quando criança, foi muita responsabilidade, nós somos muitos, então papai e mamãe passaram a dividir o peso com a gente, com os primeiros; e hoje eu acolho isso com mais naturalidade, antes eu tinha revolta, hoje eu já vejo que aconteceu e...pronto,tem que acolher isso aí; e é muito mais fácil hoje em dia acolher essa idéia nova aí. 9 – No caminho do Eneagrama, nos cursos, nas etapas, foi um negócio que foi...um processo difícil, você reconhecer, começar a respeitar, porque as pessoas da personalidade da asa reprimida sofrem com o tipo 4, ele cai em cima, escarra mesmo, então primeiro foi um processo de respeito, de ver a dignidade do outro, aprender com essas pessoas e eu acho que, hoje em dia, está...nos entendemos. A minha asa, a 5, né, eu acho que a gente se entende, essa parte...hoje em dia eu já estou bem maduro com relação comigo mesmo, né, baixei a bola da asa 3, hoje em dia eu boto o olho nos meus estudos, no meu trabalho, eu acho que é onde eu consigo vê mais...eu acho que o crescimento, no Eneagrama, ele rebate muito, assim, na questão profissional, assim, é muito importante, pra

omitir, as vezes, evitar conflitos, dificuldade pra tomar certas decisões, dificuldade de se confrontar, de discordar; mas depois que eu comecei a tomar consciência, a coisa começou a surtir efeito em mim eu era muito submisso e agora eu não sou mais, eu estou me expressando, estou me descobrindo... Eu acho que estou desenvolvendo minhas asas, minha asa não desenvolvida é muito reprimida, e agora eu vejo que as vezes manifesto uma irritabilidade, as vezes, alem do normal, mas não esta me incomodando, eu acho que eu ainda preciso melhorar muito, mas eu acho que estou caminhando.É...eu vejo que...é uma coisa boa pra mim, eu vejo que...que eu posso através desse ponto, pegar a melhor coisa da minha integração.Eu vou tentar me integrar Eu acabo mais o medo, é...eu pego...vivo mais dentro do grupo, falo mais e...isso ajuda muito parte do meu trabalho também, né. E aí eu me sinto mais a vontade, certo, já me sinto mais a vontade, já mais livre...mais livre pra poder falar e...acho que essa ousadia da minha integração, né, essa vaidade da minha integração, de pegar e não está nem aí, né...ajuda... De se expor e falar. E...saindo do ponto de desintegração,né, que é o medo.E hoje em dia eu boto o olho nos meus estudos, no meu trabalho, eu acho que é onde eu consigo vê mais...eu acho que o crescimento, no Eneagrama, ele rebate muito, assim, na questão profissional, assim, é muito importante, pra mim, né, que é o cara que o ruim dele é a desorganização, a falta de compromisso, então, o meu tipo, principalmente, você vai crescendo no Eneagrama e vai aprimorando o seu potencial profissional, acho que isso é muito importante pras pessoas do meu tipo, eles se tornarem responsáveis, competentes e...responsável, pra não precisar falar um bocado de coisa. E abraçando a sua asa não desenvolvida, você começa a ser mais conciso naquilo que você fala, porque você vai batalhar e vai atrás de ler tudo e tal... É difícil, não é

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mim, né, que é o cara que o ruim dele é a desorganização, a falta de compromisso, então, o tipo 4, principalmente, você vai crescendo no Eneagrama e vai aprimorando o seu potencial profissional, acho que isso é muito importante pras pessoas do tipo 4, eles se tornarem responsáveis, competentes e...responsável, pra não precisar falar um bocado de coisa. E abraçando a sua asa 5, você começa a ser mais conciso naquilo que você fala, porque você vai batalhar e vai atrás de ler tudo e tal... 9 – Acho que o tipo 4 ele é um tipo que tem a sua ferida, né, no começo de tudo, naquela questão do abandono, da sensação de não ser amado, e é muito importante...ah, ele vive numa ilusão,em um jogo, porque ele tem essa ferida, e essa ferida vai condicioná-lo a viver em um jogo de auto valorização, de independência, de coisas que é tudo fachada, tudo mentira, então ele vai chegar ao ponto de até se sentir mais que algumas pessoas, querer ser mais que algumas pessoas, agredir outras pessoas, mas na verdade ele tem uma coisa que é essa sensação do abandono, que é a ferida original,né, e no processo Eneagrama, é muito importante você...você vai tomando consciência disso tudo, né, é muito difícil...pra mim foi né, quando caiu a ficha, que o caminho do Eneagrama vai mostrar seu tipo, no começo eu "veste Maria...", mas com o tempo assim, você vê que isso é bobagem, e que a proposta...o caminho, realmente, não é abandonar a personalidade, né, é abandonar aquelas coisas que te fazem ruim, que te fazem...que são ilusórias, que são máscaras e...as agressões que você consegue fazer com as outras pessoas, e uma coisa que foi muito boa pra mim, Então, o Eneagrama te dá essa contemplação e você querer mudar isso tudo, você pode fazer muita coisa sozinho, mas é fundamental essa experiência da ferida,porque ele vai experimentar, vai compreender porque ele foi abandonado, vê que as pessoas, de repente, não tinham culpa, ele vai compreender, né, que a ferida, ela é formada é porque você não tem maturidade pra compreender o que está vivendo, aí você não sabe nem porque você se sente machucado e ferido, e a ferida vai ficar pra sempre, né. Aí você volta naquele momento, compreende e tal e reescreve a história que

fácil treinar essa auto-disciplina, essa coisa de ser rígido. Aí eu descobri que era porque eu admirava muito aquelas características da minha integração, eram coisa que eu queria ser, e coisas que ás vezes eu não era, eu tinha muita coisa da minha integração, mas depois que eu fui vê que era meu ponto de integração...é tanto que eu boto na minha cabeça que eu sou do tipo da minha integração, pra ser mais disciplinada, de não ficar parada, de ter que fazer uma coisa e resolver logo e não deixar pra depois. . É aquilo que eu te disse, não sou eu, é uma máscara que...foi o que eu compreendi do Eneagrama...que é apenas uma máscara pra poder viver na sociedade. Acho que o tipo o meu tipo ele é um tipo que tem a sua ferida, né, no começo de tudo, naquela questão do abandono, da sensação de não ser amado, e é muito importante. Ah, ele vive numa ilusão,em um jogo, porque ele tem essa ferida, e essa ferida vai condicioná-lo a viver em um jogo de auto valorização, de independência, de coisas que é tudo fachada, tudo mentira, então ele vai chegar ao ponto de até se sentir mais que algumas pessoas, querer ser mais que algumas pessoas, agredir outras pessoas, mas na verdade ele tem uma coisa que é essa sensação do abandono, que é a ferida original, né, e no processo Eneagrama, é muito importante você...você vai tomando consciência disso tudo, né, é muito difícil...pra mim foi né, quando caiu a ficha, que o caminho do Eneagrama vai mostrar seu tipo, no começo eu "vixe Maria...", mas com o tempo assim, você vê que isso é bobagem, e que a proposta...o caminho, realmente, não é abandonar a personalidade, né, é abandonar aquelas coisas que te fazem ruim, que te fazem...que são ilusórias, que são máscaras e...as agressões que você consegue fazer com as outras pessoas, e uma coisa que foi muito boa pra mim, Então, o Eneagrama te dá essa contemplação e você querer mudar isso tudo, você pode fazer muita coisa sozinho, mas é fundamental essa experiência da

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aconteceu com a sua mentalidade e isso te ajuda a crescer espiritualmente.

10 – olha...eu gosto muito de ser o tipo 9, até porque a forma que a gente lida, com estresse, com tensão, o que me incomoda é mais a questão da desintegração que é uma coisa muito forte, que é você se omitir, as vezes, evitar conflitos, dificuldade pra tomar certas decisões,dificuldade de se confrontar, de discordar; mas depois que eu comecei a tomar consciência, a coisa começou a surtir efeito em mim. Eu sinto de certa forma que eu estou vivendo uma crise, porque meu marido é tipo 3, ele se acha o máximo...pra mim vai ser muito bom, eu não sei no que vai dar, seja o que for, eu acho que estou caminhando para a minha integração e para o meu amadurecimento, eu era muito submissa e agora eu não sou mais, eu estou me expressando, estou me descobrindo... Eu acho que estou desenvolvendo minhas asas, minha asa 8 é muito reprimida, e agora eu vejo que as vezes manifesto uma irritabilidade, as vezes, alem do normal, mas não esta me incomodando, eu acho que eu ainda preciso melhorar muito, mas eu acho que estou caminhando. 12 – É difícil, não é fácil treinar essa auto-disciplina, essa coisa de ser rígido. Aí eu descobri que era porque eu admirava muito aquelas características do tipo 1, eram coisa que eu queria ser, e coisas que ás vezes eu não era, eu tinha muita coisa do tipo 1, mas depois que eu fui vê que era meu ponto de integração...é tanto que eu boto na minha cabeça que eu sou tipo 1, pra ser mais disciplinada, de não ficar parada, de ter que fazer uma coisa e resolver logo e não deixar pra depois. . É aquilo que eu te disse, não sou eu, é uma máscara que...foi o que eu compreendi do eneagrama...que é apenas uma máscara pra poder viver na sociedade.

ferida,porque ele vai experimentar, vai compreender porque ele foi abandonado, vê que as pessoas, de repente, não tinham culpa, ele vai compreender, né, que a ferida, ela é formada é porque você não tem maturidade pra compreender o que está vivendo, aí você não sabe nem porque você se sente machucado e ferido, e a ferida vai ficar pra sempre, né. Aí você volta naquele momento, compreende e tal e reescreve a história que aconteceu com a sua mentalidade e isso te ajuda a crescer espiritualmente Está me ajudando nesse ponto de pegar e vê as dificuldades, e pegar e vê um ponto de luz, sabe, procurar uma luz...de pegar e "não"...abriu os olhos pra mim, abriu o olho, pra mim, mas eu volto pra aquela dificuldade do conflito e...abriu olho, assim, abriu meus olhos pra eu poder ver a realidade, poder ver os meus defeitos, ver as coisas, pra que eu possa tentar, de algum jeito, que eu estou vendo, estou trabalhando, né, através do meu tipo, desse ponto de integração, que ajuda muito, pra poder...esse crescimento, né, eu vejo o Eneagrama como um sinal de transformação. .

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IAD2 B– Estou dando o que eu posso dar e recebendo dos outros o que eles podem dar

(crescendo na relação como outro) B1 – DSC dos Tipos Agressivos

B2 – DSC dos Tipos Condescendentes e Retraídos

EXPRESSÕES-CHAVE DSC 3 - Assim, eu desenvolvi mais a 6 que a 8 ,né, realmente, eu desenvolvi muito mais a 6 do que a 8, mas eu não estou olhando pra asa, e sim pra o ponto de desintegração e integração. Porque eu acho que me...me centrar no ponto de integração e desintegração é o caminho mais fácil e mais rápido pra mim. 4 - Eu acho que eu vivo hoje muito ele, porque antigamente eu era uma pessoa muito melancólica, e quando eu tinha essa de integração do quatro, então e pintava e eu achava o máximo, um amigo me dizia eu não te entendo quando as pessoa tão triste elas querem sair, se divertir, aí eu dizia , olha Chico você não entende, você não sabe o que eu estou fazendo eu estou transformando minha dor em arte. E um dos maiores impactos que eu tive no Eneagrama foi que eu não devia fazer isso, quando eu estivesse entrando nesse estado de melancolia de achar que não tinha mais jeito, que o crítico fica dizendo você é ma idiota faz sempre do mesmo jeito, você atrapalhou tudo. Aí eu dizia que era para me conformar que eu não teria mas outra pessoa. No eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo faz, mas eu não conseguia nada nessa fase, não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me programar e coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que faze m exercício, e eu descobrir a dança de salão e descobrir Deus na alegria, porque até então eu encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as minhas coisa, ou ajudando uma pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia livre com movimentos abertos, nem, na adolescência e espontâneos eu me percebi leve e entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria.

6 – Nos últimos tempos, antes de vir pra qui, eu comecei a criar mais intimidade, mais toque com os outros, antes eu nem chegava a tocar, só

DSC – (B1) Eu acho que me centrar no ponto de integração e desintegração é o caminho mais fácil e mais rápido pra mim Depois que eu descobri que minha asa menos desenvolvida, eu comecei a perceber as minhas dificuldades, às vezes, aí comecei a ver: "Olha, ta vendo, eu não sou tão tranqüila", que eu poderia criar essa tranqüilidade ou ir aprendendo, com o a asa mais desenvolvida, mais a tranqüilidade, mais calma, a gente escuta mais do que...do que dá, né...do que diz, porque a personalidade a minha personalidade tem muito aquela coisa de, como ela tem razão, o outro pode falar,mas ela sempre acha que a opinião dela prevalece. Então, agora eu consigo escutar mais um pouco, e consigo até questionar,tipo "Não, a gente...eu vou vê essa posição sua, é melhor, vou revê a minha"; e assim,eu me sinto livre...hoje eu me sinto livre pra dizer "Olha, a minha posição não é a posição mais coerente, e agente pode optar por essa e ver com todo mundo e tal"; antes eu não faria isso...eu não diria não...nunca diria que a minha opção...que a minha posição tava errada...ora,pois,vou dar o braço a torcer por quê? Né mas hoje eu já percebo que não...não precisa, entendeu; eu não vou deixar de ser e mesma, e nem vou deixar de ter toda a força que eu tenho interior, a vontade de crescer, por dizer que eu...sei lá... Que eu me enganei, que eu errei, que eu falei uma coisa que realmente não era por aí; então, eu acho que foi criando um pouquinho mais de linha dentro de mim, de pegar o fio condutor , né, interior...isso está valendo a pena muito. A princípio eu percebi uma grande...pra mim foi uma grande evolução, porque, antes, eu tinha muito da questão da minha personalidade, aquela coisa

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verbal, só mandava, só cumpria; agora, já desenvolveu a asa 2, porque eu comecei a tocar as pessoas, abraçar e a ter mais carinho pelas pessoas, então eu criei mais intimidade com as pessoas, tive mais amigos, e antes, os amigos já era pra um determinado fim 6 – O 6 é um tipo,assim que eu me dei muito bem, me dou muito bem com o 6, é...de 6 que eu tenho...talvez esteja desenvolvendo, como um amigo disse que eu estou um pouco discreto, as pessoas estão queixando muito que eu estou muito discreto, os alunos na escola dizem que eu não estou falando mais, aqui, diz que eu estou mais quieto; está se desenvolvendo, imagino, ser da minha integração 6 – Aí, sinto assim mais tranqüilo, e eu não estou na desintegração, estou na integração, já estou passando pelo segundo, que é muito bom;mas quando estou desintegrado...é...aquele mimado,né, aqueles vícios de deitar, dormir, deixar minhas coisas rolar, e os problemas acumulavam cada vez mais; então, eu ia pra 6, sentia, talvez, menos, sentia confusão, então,dava um branco sempre que tinha que expressar algum trabalho. Isso está melhorando na minha saúde, e também na relação com meus colegas, estou compreendendo melhor, já não estou exigindo com exigia, mas...estou dando o que eu posso dar, também receber dos outros o que eles podem dar. 7– O ponto de integração do 1 é o 7,né, essa coisa de levar a vida com mais leveza,então... Eu me percebo mais integrada, não se os outros percebem, espero que eles percebam se o filhinho fez dever de casa, se a filhinha foi pro balé...relaxa...o povo vai fazer porque gosta, porque assumiu,né; não adianta nada eu ficar cobrando de uma pessoa a vida inteira, uma determinada coisa que ela mesma não assumiu, né...é lógico que você tem que no início,sobretudo quando é criança, você dá os primeiros empurrões, mas depois a pessoa vai criando um ritmo,ela vai descobrindo. Então eu me percebo mais integrada assim. 7- –Depois que eu descobri que minha asa 9 era

que...perfeccionismo, achar que está cheio de razão, e de que o outro é que não está vendo a mesma visão, você acha que todo mundo tem a sua visão, e de explodir, aquelas coisas todas que tem do meu tipo , eu já vi que muita coisa já...pra mim, já modificou, então, hoje eu já tenho mais consciência, que eu não tenho que reagir diante das situações; então, se você fala alguma coisa pra mim que eu ficava chateada, pronto, aquilo já era um motivo pra eu ficar chateada com outra pessoa, se essa pessoa não fizesse uma coisa que eu estava esperando, eu ficava chateada, já ficava fechada, às vezes implicava, mas era raro, era aquela coisa do efeito panela de pressão,né, enchia, enchia, enchia, e depois explodia com uma coisa tão pequenininha que não tinha nada a ver eu estar com raiva e tal; então, hoje eu não tenho mais essa dinâmica tão forte, eu não fico esperando pra explodir nada, eu digo, mas, também, quando digo, digo de uma forma tão mais calma, que até eu fico assim "olha, interessante"; de conseguir falar, a questão do perfeccionismo, pra mim, acho que amenizou muito, antes eu tinha uma tendência a...tem que está limpo, tem que está assim,foi assim, foi combinado, tem que ser, tem que se cumprir; lógico, eu acredito que todas as normas que foram colocadas, as coisas que a gente combina, a princípio, nós vamos cumprir, mas nada pra...acima das pessoas Essa coisa de levar a vida com mais leveza,então... Eu me percebo mais integrada, não se os outros percebem, espero que eles percebam se o filhinho fez dever de casa, se a filhinha foi pro balé...relaxa...o povo vai fazer porque gosta, porque assumiu,né; não adianta nada eu ficar cobrando de uma pessoa a vida inteira, uma determinada coisa que ela mesma não assumiu, né?É lógico que você tem que no início, sobretudo quando é criança, você dá os primeiros empurrões, mas depois a pessoa vai criando um ritmo,ela vai descobrindo. Então eu me percebo mais integrada assim. Isso está melhorando na minha saúde, e também na relação com meus colegas,

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a menos desenvolvida, eu comecei a perceber as minhas dificuldades, às vezes, aí comecei a ver "olha, ta vendo, eu não sou tão tranqüila”, que eu poderia criar essa tranqüilidade ou ir aprendendo, com o 9, mais a tranqüilidade, mais calma, a gente escuta mais do que...do que dá,né...do que diz, porque a personalidade 1 tem muito aquela coisa de, como ela tem razão, o outro pode falar,mas ela sempre acha que a opinião dela prevalece. Então, agora eu consigo escutar mais um pouco, e consigo até questionar,tipo "não, a gente...eu vou vê essa posição sua, é melhor, vou revê a minha"; e assim,eu me sinto livre...hoje eu me sinto livre pra dizer "olha, a minha posição não é a posição mais coerente, e agente pode optar por essa e ver com todo mundo e tal"; antes eu não faria isso...eu não diria não...nunca diria que a minha opção...que a minha posição tava errada...ora,pois,vou dar o braço a torcer porque, né; mas hoje eu já percebo que não...não precisa, entendeu; eu não vou deixar de ser eu, e nem vou deixar de ter toda a força que eu tenho interior, a vontade de crescer, por dizer que eu...sei lá... Que eu me enganei, que eu errei, que eu falei uma coisa que realmente não era por aí; então, eu acho que foi criando um pouquinho mais de linha dentro de mim, de pegar o fio condutor , né, interior...isso está valendo a pena muito . 7 – A princípio eu percebi uma grande...pra mim foi uma grande evolução, porque, antes, eu tinha muito como a...como tem...a gente fala lá da questão da personalidade da tipologia 1, aquela coisa que...perfeccionismo, achar que está cheio de razão, e de que o outro é que não está vendo a mesma visão, você acha que todo mundo tem a sua visão, e de explodir, aquelas coisas todas que tem do tipo 1, eu já vi que muita coisa já...pra mim, já modificou, então, hoje eu já tenho mais consciência, que eu não tenho que reagir diante das situações; então, se você fala alguma coisa pra mim que eu ficava chateada, pronto, aquilo já era um motivo pra eu ficar chateada com outra pessoa, se essa pessoa não fizesse uma coisa que eu estava esperando, eu ficava chateada, já ficava fechada, às vezes implicava, mas era raro, era aquela coisa do efeito panela de pressão,né, enchia, enchia,

estou compreendendo melhor, já não estou exigindo com exigia, mas...estou dando o que eu posso dar, também receber dos outros o que eles podem dar. Antigamente eu era uma pessoa muito melancólica, e quando eu tinha essa integração, então e pintava e eu achava o máximo, um amigo meu dizia: “Eu não te entendo quando as pessoa tão triste elas querem sair, se diverti, aí eu dizia: “Olha Chico você não entende, você não sabe o que eu estou fazendo eu estou transformando minha dor em arte. E um dos maiores impactos que eu tive no Eneagrama foi que eu não devia fazer isso, quando eu estivesse entrando nesse estado de melancolia de achar que não tinha mais jeito, que o crítico fica dizendo você é uma idiota faz sempre do mesmo jeito, você atrapalhou tudo.É muito bom, mas quando estou desintegrado...é...aquele mimado, né, aqueles vícios de deitar, dormir, deixar minhas coisas rolar, e os problemas acumulavam cada vez mais; então, eu ia pra 6, sentia, talvez, menos, sentia confusão, então,dava um branco sempre que tinha que expressar algum trabalho. O 6 é um tipo,assim que eu me dei muito bem, me dou muito bem com o 6, é...de 6 que eu tenho...talvez esteja desenvolvendo, como um amigo disse que eu estou um pouco discreto, as pessoas estão queixando muito que eu estou muito discreto, os alunos na escola dizem que eu não estou falando mais, aqui, diz que eu estou mais quieto; está se desenvolvendo, imagino, ser da minha integração. Aí eu dizia que era para me conformar que eu não teria mas outra pessoa. No eneagrama me disse que eu deveria fazer como o tipo da minha integração faz, mas eu não conseguia nada nessa fase, não conseguia ir pro cinema, mas aí eu comecei a me programar e coincidiu com minha pressão alta e o médico disse que eu tinha que faze m exercício, e eu descobrir a dança de salão e descobrir Deus na alegria, porque até então eu encontrava Deus no trabalho ou no trabalho de casa , fazendo as

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enchia, e depois explodia com uma coisa tão pequenininha que não tinha nada a ver eu estar com raiva e tal; então, hoje eu não tenho mais essa dinâmica tão forte, eu não fico esperando pra explodir nada, eu digo, mas, também, quando digo, digo de uma forma tão mais calma, que até eu fico assim "olha, interessante"; de conseguir falar, a questão do perfeccionismo, pra mim, acho que amenizou muito, antes eu tinha uma tendência a...tem que está limpo, tem que está assim,foi assim, foi combinado, tem que ser, tem que se cumprir; lógico, eu acredito que todas as normas que foram colocadas, as coisas que a gente combina, a princípio, nós vamos cumprir, mas nada pra...acima das pessoas 9- – Com relação à integração é parecido, né, com relação à asa, precisa redimir, primeiro começa com aquela questão do respeito e...eu tive uma ajuda muito grande com minha namorada, ela é da personalidade da minha integração, ela é tipo 1, então, a nossa vivência...porque a gente alem de ser namorado, ter essa parte amorosa, a gente também trabalha juntos, é engajado em um projeto que a gente acredita, né, é uma oportunidade de está junto com ela e desenvolver...vendo ela fazendo, a forma de ela trabalhar e o de outras pessoas também, e acolher isso que é meu também, não é só de mim, é de tudo mundo, os tipos são de todos, você tem que aprender com todos e crescer. Pra mim,foi muito importante essa vivência com ela e hoje em dia está...também nos entendemos. 10 – Estou crescendo muito, quando você toma conhecimento você aprende a lidar com isso. Eu não consigo mais deixar de falar as coisas que estão me incomodando, as coisas que me incomodam eu estou expressando.

11 – Eu sinto que eu já tenho um pouquinho do 8, que eu já não engulo tanto, eu já não sou assim tão reprimida como ela foi, eu não sou muito de engolir, eu sou de botar tudo pra fora, então eu sinto que já tenho uma asinha mais 8.

minhas coisa, ou ajudando uma pessoa. Eu experimentei Deus na Alegria, sem me preocupar com nada, eu me sentia livre com movimentos abertos, nem, na adolescência e espontâneos eu me percebi leve e entendi o que era ser livre e encontrar Deus na alegria.Eu comecei a criar mais intimidade, mais toque com os outros, antes eu nem chegava a tocar, só verbal, só mandava, só cumpria; agora, já desenvolveu a asa não desenvolvida, porque eu comecei a tocar as pessoas, abraçar e a ter mais carinho pelas pessoas, então eu criei mais intimidade com as pessoas, tive mais amigos, e antes, os amigos já era pra um determinado fim DSC – B2 Com relação à integração é parecido, né, com relação à asa, precisa redimir, primeiro começa com aquela questão do respeito e eu tive uma ajuda muito grande com minha namorada, ela é da personalidade da minha integração, então, a nossa vivência...porque a gente alem de ser namorado, ter essa parte amorosa, a gente também trabalha juntos, é engajado em um projeto que a gente acredita, né, é uma oportunidade de está junto com ela e desenvolver...vendo ela fazendo, a forma de ela trabalhar e o de outras pessoas também, e acolher isso que é meu também, não é só de mim, é de tudo mundo, os tipos são de todos, você tem que aprender com todos e crescer. Pra mim, foi muito importante essa vivência com ela e hoje em dia está...também nos entendemos. Estou crescendo muito, quando você toma conhecimento você aprende a lidar com isso. Eu não consigo mais deixar de falar as coisas que estão me incomodando, as coisas que me incomodam eu estou expressando. Eu sinto que eu já tenho um pouquinho da asa desenvolvida que eu já não engulo tanto, eu já não sou assim tão reprimida como ela foi, eu não sou muito de engolir, eu sou de botar tudo pra fora, então eu sinto que já tenho uma asinha mais desenvolvida.

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ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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