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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE
COMPILAÇÃO DOS REGISTROS DE QUELÔNIOS, CROCODILIANOS E AVES DO
ESTADO DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO
Autor: Túlio Dornas
Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Malvasio
Palmas, Tocantins
Abril 2009
Livros Grátis
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II
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE
COMPILAÇÃO DOS REGISTROS DE QUELÔNIOS, CROCODILIANOS E AVES DO
ESTADO DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Ambiente da Fundação Universidade Federal do Tocantins, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências do Ambiente Mestrando: Túlio Dornas Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Malvasio; Co-orientação: Prof. Dr. Renato Torres Pinheiro
Palmas, Tocantins
Abril 2009
III
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins
Campus Universitário de Palmas
D713c Dornas, Túlio
Compilação dos Registros de Quelônios, Crocodilianos e Aves do
Estado do Tocantins: Biodiversidade e Lacunas de Conhecimento. /
Tulio Dornas. – Palmas, 2009.
244f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Tocantins, Curso
de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, 2009.
Orientador: Profa. Dra. Adriana Malvasio
Co-orientação: Prof. Dr. Renato Torres Pinheiro
1. Biodiversidade. 2. Lacunas de Conhecimento. 3. Quelônios.
4. Crocodilianos. 5. Aves. 6. Tocantins. I. Titulo
CDD 628
Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de Almeida CRB-2 / 1118
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou
por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada à fonte. A violação dos direitos
do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
IV
COMPONENTES DA BANCA AVALIADORA
Palmas, 30 de abril de 2009
Dissertação ____APROVADA ____como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, da Universidade Federal do Tocantins, pela seguinte banca examinadora:
_____________________________________________ Profa. Dra. Adriana Malvasio
Orientadora – Universidade Federal do Tocantins -UFT
____________________________________________ Prof. Dr. Guarino Colli
Avaliador Externo – Universidade de Brasília - UNB
_____________________________________________ Prof. Dr. Marcos Pérsio Dantas Santos
Avaliador Externo – Universidade Federal do Piauí - UFPI
______________________________________________ Profa. Dra. Elineide Eugênio Marques
Avaliador Suplente – Universidade Federal do Tocantins - UFT
V
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação à todos aqueles naturalistas que
adentraram ao Tocantins, na busca do conhecimento de
sua biodiversidade. A bravura e determinação destas
pessoas deram a nós, contemporâneos do século XXI, a
oportunidade ímpar de conhecer sobre as riquezas da
flora e fauna do Estado; em especial dedico esta
dissertação a José Hidasi, naturalista que imbuído do
seu espírito caçador, deixa “para toda a eternidade”,
expressão que o mesmo se orgulha de mencionar,
significativo conhecimento da biodiversidade
tocantinense.
VI
“O dia em que o homem acabar com a última árvore, o último animal, poluir todo o rio e acabar com os seus peixes, aí então ele saberá que o dinheiro não
se come.”
Provérbio indígena
VII
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo, gostaria de manifestar que a ajuda e companheirismo recebidos ao
longo destes dois anos foram fundamentais para conclusão desta dissertação. Deste modo,
caso algum nome não seja lembrado nessas próximas linhas, peço desculpas e perdão, mas
garanto-lhes que minha gratidão ultrapassa as menções de agradecimentos aqui relatadas.
Inicialmente gostaria de agradecer à Profa. Adriana, que me aceitou como seu
orientando, demonstrando confiança em minha pessoa. Sou grato pela orientação dada ao
longo deste estudo, dividindo comigo vários pormenores, dúvidas e discussões.
Indubitavelmente sua orientação contribuiu de forma significativa em minha formação
acadêmica. Agradeço a mobilização despendida para oportunizar as viagens às coleções
zoológicas visitadas, sem as quais não seria possível a conclusão dessa dissertação. Agradeço
ainda, e de tão relevante importância, a amizade e companheirismo construídos ao longo
destes dois anos e que esses sentimentos perdurem sempre em novas parcerias profissionais e
pessoais.
Agradeço ao Renato, (Prof. Renato T. Pinheiro), pela co-orientação, dividindo comigo
também vários pormenores, dúvidas e discussões, principalmente aquelas centradas na parte
da avifauna. Agradeço pela grande amizade e companheirismo que sempre teve com minha
pessoa, sendo por motivos alheios a um passado próximo, talvez o grande responsável pela
minha mudança para o Estado do Tocantins após o fim da minha graduação em Belo
Horizonte. Acredito essa ser uma conveniente oportunidade de demonstrar publicamente
minha gratidão, pois sem essa “sua mãozinha”, não estaria aqui pra contar essa “história”
sobre quelônios, crocodilianos e aves!!
Agradeço ao Cristiano Nogueira, que antes do meu ingresso ao mestrado PGCIAMB
me forneceu informações importantíssimas sobre os trabalhos de compilação de
biodiversidade, sendo determinante na minha decisão de apresentar este projeto ao curso de
mestrado e posteriormente executá-lo. Agradeço-lhe ainda, as diversas sugestões e
contribuições dadas ao longo do curso de mestrado. Não poderia deixar de agradecê-lo
também, por ter sido, junto com o Renato, o outro responsável mais importante pela minha
vinda para o Tocantins, permitindo assim a oportunidade de aqui poder apresentar essa
“história”.
VIII
Sou extremamente grato ao DAAD, Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, aqui
em nome de Rita Meyer, diretora-responsável, pela bolsa de estudos concedida nestes dois
anos de trabalhos, a qual foi incontestavelmente de inestimável importância para prosseguir e
conduzir os compromissos do curso PGCIAMB e o projeto de dissertação. Agradeço ainda à
NGC, Neotropical Grassland Conservancy, e à FAPTO, Fundação de Amparo à Pesquisa do
Tocantins, pelas contribuições financeiras com intuito de cobrir custos logísticos decorrentes
das visitas aos museus e coleções.
Gostaria de agradecer meus colegas de mestrado por ter dividido da amizade, alegrias,
frustrações, conquistas, discussões. Agradeço a todos pelos conselhos dados, que de forma
direta ou indireta, contribuíram na execução desta dissertação; em especial à Eloísa, por ter
me auxiliado na biblioteca do Ministério Publico Federal de Palmas na retirada de EIAs e
demais documentos de interesse, e ao Adson, por ter compartilhado de seu tempo para
consideráveis discussões e de importantes referências nesses dois anos.
Gostaria de agradecer ao NATURATINS e IBAMA por terem autorizado a consulta
aos EIAs e relatórios de monitoramento ambiental solicitados.
Agradeço a todos os amigos e companheiros do Grupo de Pesquisa ECOAVES:
Marcelo, Débora, Gysele, Vaninha e Gabriel pelo companheirismo, amizade e por terem
compartilhado de seus tempos para discussões, bem como para lazer e entretenimento, os
quais foram poucos, mas bem aproveitados neste período. Fica aqui um agradecimento
especial ao Marcelo, que me auxiliou de forma decisiva na elaboração da lista das espécies de
aves; sem sua ajuda eu levaria o quíntuplo de tempo para elaborá-la.
Com relação às visitas aos museus e coleções sou muito grato aos seus respectivos
curadores e equipes pela autorização de visita e pela grande e indiscutível excelente
hospitalidade (em ordem cronológica de visita): i) MZUSP, Prof. Hussam El Dine Zaher
(curador-répteis) e Prof. Luis Fabio Silveira (curador-aves), Carolina Mello (equipe-repteis),
Marina, Marco, Vitor, Érica e Danielle (equipe-aves); MPEG, Profa. Ana Prudente (curadora-
répteis) e Prof. Alexandre Aleixo e Maria de Fátima Cunha Lima (curadores-aves),
Alessandra Travassos (equipe-répteis), Edson Guilherme, João, Marcelo, Eduardo, Fabíola,
Romina, Adriana, Cristiane (equipe-aves); MOG e ITS-UCG, Prof José Hidasi (curador);
CEPB-UCG, Prof. Nilton Carlos do Valle; CEULP-ULBRA, Prof. Pedro Heber (curador);
MZJH, Advaldo D. Prado (curador); MNRJ, Prof. Ronaldo Fernandes (curador-répteis) e
IX
Prof. Marcos Raposo e Jorge Nacinovic (curadores-aves), Rafael (equipe-répteis), Renata,
Daniel e Claydson (equipe-aves).
Para cada uma das capitais visitadas sou grato pela hospedagem e hospitalidade: em
São Paulo, a Isaac Franscino, grande amigo e conterrâneo de Claudio-MG; em Belém, a
Thompson e Júnio; em Goiânia, Sr. Titinho e Dona Luiza (avós da Fabiane) e no Rio de
Janeiro, minha tia Maria Helena e seu namorado Daniel. Meu muito obrigado!!!
Gostaria de manifestar minha gratidão aos curadores das coleções não visitadas, mas
que mediante solicitação enviaram dados e registros: CHUNB, Prof. Guarino Colli (curador-
répteis), COUNB, Prof. Miguel Marine (curador-aves); MNHNA-Montivideu,Ugy, Prof. Juan
Cuello (curador-aves); MNHN-Paris, Prof. Eric Pasteur (curador-aves); MHNT-Taubaté/SP,
Prof. Herculano Alvarenga; Estacion Biologica Doñana-ESP, Ana Espinoza; AMS-Sidnei,
Austrália, Prof. Walter Boles.
Em função de contatos isolados, em busca de informações gerais desde dúvidas sobre
compilação de registros, softwares e referências na literatura dentre outras informações sobre
quelônios, crocodilianos e aves do Tocantins, sou grato também a: José Fernando Pacheco,
Marcos Pérsio, John Iverson, Alejandro Larrieda, Luís Fabio Silveira, Jorge Nacinovic,
Advaldo D. Prado, Deodato Souza, Cristiano Nogueira, Leonardo Esteves Lopes, Fábio
Schunk, Mariana Somenzari, Ulisses Albino, André Villaça, Nuno Negrões, Eduardo Ferreira,
Rita Rocha, dentre outros. Certamente há mais pessoas a serem mencionadas aqui, mas como
dito antes, peço perdão pelo esquecimento, mas minha gratidão é verdadeira e sem medidas.
Sou grato a toda minha família, pela ajuda ainda que distante, pois estão em MG.
Por fim gostaria de fazer um agradecimento especial a importantes personagens da
minha vida: à Fabiane, hoje namorada mas em breve minha futura esposa; a meus país,
Wagner e Alécia; e a Deus.
A você Fabiane, agradeço pelo amor incondicional, pela compreensão nos momentos
ausentes, pelo carinho imensurável não poupado a minha pessoa em nenhum segundo sequer.
Sua presença foi e sempre será benfeitora, e sua solidariedade, dividindo comigo dias e noites
em frente do computador, sempre será lembrada, embora pouco romântico, pois sempre
estávamos concentrados em nossas dissertações, mas momentos iguais a estes, são grandes
provas de seu infinito amor por mim. A você só me resta dizer MUITO OBRIGADO e TE
AMO!!!
X
A vocês, pai e mãe, agradeço pelo esforço e incentivo irrestrito e irrevogável que nos
dão (aos meus irmãos sou grato pela amizade, irmandade e compreensão), em todos os
sentidos e segmentos da vida, principalmente aquele que diz respeito à educação e a formação
do homem de bem e de bom caráter. Agradeço a compreensão de vocês em aceitar ter um
filho tão distante fisicamente, pois sei o quanto gostariam que estivesse do lado de vocês,
assim como eu também gostaria.
A vocês sempre serei gratos, pois sei que se puderem, até o último minuto de suas
vidas, sempre irão estender suas mãos para ajudar qualquer um nós de seus filhos, e por isso
sou e serei eternamente grato por ter vocês como meus pais.
Finalmente, agradeço a Deus, pela oportunidade dada de realizar este trabalho, dando-
me sua bênção, fazendo com que eu fosse sempre guiado pelos bons espíritos e meu espírito
de guarda (a vocês também meus agradecimentos especiais). Senti a presença e participação
direta de todos em diversos momentos nesta trajetória de dois anos. Sou grato, ainda a Deus,
pela oportunidade dada de ter convivido com centenas de pessoas diferentes, ter vivido as
mais diferentes e enriquecedoras experiências de norte a sul do país, permitindo a mim crescer
profissional, pessoal e moralmente.
Oh DEUS, finalizo agradecendo a oportunidade que me dá de dizer a todos, inclusive
Você, MUITÍSSIMO OBRIGADO!!!!!
XI
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................XIV
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................XV
LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................XX
RESUMO................................................................................................................................XXII
ABSTRACT...........................................................................................................................XXIII
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO GERAL: O HISTÓRICO DO ESTUDO DA
BIODIVERSIDADE NO ESTADO DO TOCANTINS...........................................................1
HISTÓRICO DO CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE TOCANTINENSE..............6
I - SÉCULO XIX, OS NATURALISTAS OITOCENTISTAS...................................................6
II - SÉCULO XX, NATURALISTAS E PESQUISADORES...................................................11
III - SÉCULO XXI......................................................................................................................24
IMPLICAÇÕES DO CONHECIMENTO ATUAL ACUMULADO DA BIODIVERSIDADE
TOCANTINENSE.......................................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................30
CAPÍTULO 2 - QUELÔNIOS E CROCODILIANOS DO TOCANTINS:
BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO................................................36
ABSTRACT................................................................................................................................36
RESUMO....................................................................................................................................37
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................38
ORDEM TESTUDINES..............................................................................................................38
ORDEM CROCODYLIA...........................................................................................................44
TESTUDINES E CROCODYLIA NO TOCANTINS...............................................................51
XII
MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................................52
ÁREA DE ESTUDO....................................................................................................................52
PROCEDIMENTOS....................................................................................................................55
RESULTADOS...........................................................................................................................61
DISCUSSÃO...............................................................................................................................79
CONCLUSÃO............................................................................................................................100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................102
ANEXOS – CAPÍTULO 2........................................................................................................112
ANEXO 1. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS DAS LISTAS PRIMÁRIAS E
SECUNDÁRIAS COM MENÇÃO AS RESPECTIVAS FONTES DE
REGISTROS...............................................................................................................................112
ANEXO 2. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE CROCODILIANOS DAS LISTAS
PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA COM MENÇÃO AS RESPECTIVAS FONTES
DE REGISTROS.........................................................................................................................114
CAPÍTULO 3 - AVES DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE
CONHECIMENTO.................................................................................................................115
ABSTRACT.............................................................................................................................115
RESUMO.................................................................................................................................116
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................118
MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................127
ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................................125
PROCEDIMENTO...................................................................................................................126
RESULTADOS.......................................................................................................................133
DISCUSSÃO...........................................................................................................................143
CONCLUSÃO........................................................................................................................155
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................158
XIII
ANEXOS – CAPÍTULO 3....................................................................................................169
ANEXO 3. LISTAS PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA DAS AVES DO ESTADO
DO TOCANTINS...................................................................................................................169
ANEXO 3A. LISTA PRIMÁRIA DAS ESPÉCIES DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS.
SÃO DESTACADOS STATUS DE ENDEMISMO, AMEAÇA DE EXTINÇÃO E DE
RESIDÊNCIA DA ESPÉCIE................................................................................................169
ANEXO 3B. LISTAS DAS ESPÉCIES SECUNDÁRIAS DE AVES DO TOCANTINS,
DESTACANDO STATUS DE ENDEMISMOS E FONTE DO REGISTRO.....................209
ANEXO 3C. LISTA TERCIÁRIA DAS AVES DO ESTADO DO TOCANTINS. É
DESTACADO ESPÉCIES ENDÊMICAS, AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E FONTE DOS
REGISTROS...........................................................................................................................211
ANEXO 4. LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS E SEUS RESPECTIVOS
MUNICÍPIOS E COORDENADAS. LOCALIDADES SUBLINHADAS POSSUEM
DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE 50 ESPÉCIES. LOCALIDADES ACOMPANHADAS DE *
POSSUEM DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE 80 ESPÉCIES..........................................214.
ANEXO 5. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE AMOSTRADOS NO ESTADO DO
TOCANTINS. *MUNICÍPIOS COM DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE ESPÉCIES DE
AVES. (LIMITES POLÍTICOS VER SEPLAN 2008)..........................................................217.
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................218
XIV
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. NATURALISTAS E PESQUISADORES QUE PASSARAM POR TERRITÓRIO TOCANTINENSE NOS SÉCULOS XIX E XX COM A INDICAÇÃO DO ORGANISMO DE INTERESSE DE ESTUDO..........................................................................................................21
TABELA 2. ESPÉCIES DE QUELÔNIOS COM ALGUM GRAU DE AMEAÇA NO BRASIL. FONTE: MMA (MARTINS e MOLINA 2008) E IUCN 2008..................................................................................................................43
TABELA 3. COORDENADAS, ESPÉCIES E FONTE DAS LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS NO ESTADO DO TOCANTINS...................................................................................................56
TABELA 4. ESPÉCIES DE QUELÔNIOS, FONTES E AS UNIDADES POLÍTICAS COM REGISTRO DE PELO MENOS 4 ESPÉCIES ATRAVÉS DE MÉTODOS DOCUMENTADOS NO ESTADO DO TOCANTINS............70
TABELA 5. LOCALIDADES ONDE SE EFETUOU A DOCUMENTAÇÃO DE PELO MENOS DUAS ESPÉCIES DE CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS. F – DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA...........................................................................................74
XV
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. COBERTURA ORIGINAL DO BIOMA CERRADO SEGUNDO ESTUDO DO MMA. EM VERDE, COBERTURA NATIVA E EM VERMELHO AS ÁREAS JÁ ANTROPIZADAS. FONTE: MMA 2007.................................................................................................................4
FIGURA 2. A PRESENÇA DE QUADRÍCULAS VERDES NO LESTE E OESTE TOCANTINENSES DEMONSTRA A EXISTÊNCIA DE COBERTURA ORIGINAL DO CERRADO NO ESTADO. FONTE: MACHADO et al., 2004.................................................................................................................4
FIGURA 3. MAPA MOSTRANDO TRAJETÓRIA PERCORRIDA POR BURCHELL EM 1828. BURCHELL SEGUE ATÉ BELÉM, ENQUANTO POHL, DESCE O RIO TOCANTINS ATÉ SÃO PEDRO ALCÂNTARA, ATUAL CAROLINA-MA (SETA) RETORNANDO À PORTO NACIONAL DE ONDE REGRESSA PARA CIDADE DE GOIÁS. FONTE: ADAPTADO DE PICKERING, 1998.................................................................................9
FIGURA 4. À DIREITA, EMILIE SNETHLAGE. ABAIXO, E. SNETHLAGE PORTANDO SUA ESPINGARDA, ACOMPANHADA DE SEU AUXILIAR DURANTE TRABALHOS DE COLETA NA AMAZÔNIA. FONTE: ARQUIVO PESSOAL DA FAMÍLIA SNETHLAGE apud MERE 2008...............................................................................................................16
FIGURA 5: JOSÉ HIDASI, HÚNGARO NATURALIZADO NO BRASIL DESDE 1962, EXIBINDO O RARO PICA-PAU-DO-PARNAÍBA, UM DOS MILHARES DE EXEMPLARES DE SUA COLEÇÃO ORNITOLÓGICA EM GOIÂNIA, GO. FOTO: NUNES D’ACOSTA apud J. F. PACHECO....................................................................................................19
FIGURA 6A. Kinosternum scorpioides, REPRESENTANTE DOS CRYPTODIRA. A CABEÇA É RETRAÍDA PARA DENTRO DO CORPO ACOMPANHANDO O EIXO LONGITUDINAL DO ANIMAL. FONTE: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm........................................39
FIGURA 6B. Phrynops ruficeps, REPRESENTANTE DOS PLEURODIRA. A CABEÇA É RETRAÍDA DE FORMA LATERAL ACOMPANHANDO O EIXO TRANSVERSAL DO CORPO DO ANIMAL. FONTE: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm........................................39
FIGURA 7. DESENHO ESQUEMÁTICO MOSTRANDO AS DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS DOS CRÂNIOS E DENTIÇÃO DAS TRÊS FAMÍLIAS DE CROCODILIA. FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/crocodylia........................................................46
XVI
FIGURA 8. MAPA MOSTRANDO AS FITOFISIONOMIAS PRESENTES NO ESTADO DO TOCANTINS. FONTE: ATLAS DO TOCANTINS (SEPLAN, 2008)...........................................................................................54
FIGURA 9. PLANILHA ELETRÔNICA MOSTRANDO BANCO DE DADOS COM OS REGISTROS OBTIDOS PARA CROCODILIANOS E SUAS ESPECIFICAÇÕES.....................................................................................57
FIGURA 10. MAPA HIDROGRÁFICO DO ESTADO DO TOCANTINS (À ESQUERDA) E ASPECTO HIDROGRÁFICO DE UMA DAS 250 QUADRÍCULAS DE 110.000 HA (ABAIXO) MOSTRANDO A PRESENÇA DE AMBIENTES TERRESTRES E AQUÁTICOS EM DIFERENTES NÍVEIS NO INTERIOR DE QUADRÍCULA..................60
FIGURA 11. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO NÚMERO TOTAL DOS DIFERENTES TIPOS DE FONTES CONSULTADAS E O NÚMERO DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS (ACIMA) E CROCODILIANOS (ABAIXO) IDENTIFICADAS ASSOCIADO A CADA TIPO DE FONTE..........................................................................................................62
FIGURA 12. LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE ESPÉCIES QUELÔNIOS NO ESTADO DO TOCANTINS................................................................................................64
FIGURA 13. LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE PELO MENOS QUATROS ESPÉCIES DIFERENTES DE QUELÔNIOS NO ESTADO DO TOCANTINS................................................................................................65
FIGURA 14. MUNICÍPIOS TOCANTINENSES EM QUE SE OBTEVE O REGISTRO DE PELO MENOS DE QUATRO ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NO TOCANTINS INDEPENDENTE DA DOCUMENTAÇÃO DO REGISTRO.................................................................................................68
FIGURA 15. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS INDEPEDENTE DA DOCUMENTAÇÃO DOS REGISTROS....................................................71
FIGURA 16. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS SOMENTE PASSIVEIS DE DOCUMENTAÇÃO...................................................................................72
FIGURA 17. LOCALIDADES AMOSTRADAS PARA CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS (AZUL E AMARELO) INDEPENDENTES DO MÉTODO DE REGISTRO..................................................................75
FIGURA 18. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE AMOSTRADOS PARA
XVII
CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS.............................76
FIGURA 19. LOCALIDADES AMOSTRADAS PARA CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS (AZUL E AMARELO) COM REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO........................................................77
FIGURA 20. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE CROCODILIANOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO OU NÃO......................................................................................................78
FIGURA 21. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO...................................................................................79
FIGURA 22. INDIVÍDUO DE Chelanoides denticulata FOTOGRAFADO EM CERRADÃO DO PARQUE ESTADUAL DO CANTÃO. FOTOS: TÚLIO DORNAS....................................................................................................82
FIGURA 23. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE QUELÔNIOS QUE COMPÕE A LISTA SECUNDARIA DO TIPO A. 1. Peltocephalus dumeriliana, 2. Mesoclemmys tuberculata, 3. Mesoclemmys perplexa 4. Mesoclemmys raniceps, 5. Acanthochelys spixii. FONTE: ADAPTADO DE www.chelidae.com.......................................................................................82
FIGURA 24. Rynoclemmys punctalaria, ACIMA ESPÉCIME DEPOSITADO O MPEG E ABAIXO ESPÉCIME DEPOSITADO MZUSP. FOTOS: TÚLIO DORNAS.....................................................................................................83
FIGURA 25. DISTRIBUIÇÃO DE Platemys platicephala...............................................85
FIGURA 26. À DIREITA, ESPÉCIME P. trigonatus MZUSP 2187 E A ESQUERDA MPEG 21. FOTOS: TÚLIO DORNAS........................................................87
FIGURA 27. MAPA COM DISTRIBUIÇÃO DE P. trigonatus, LOCALIDADE AMOSTRADAS E SUA NOVA DISTRIBUIÇÃO (LINHA TRACEJADA) CASO OS REGISTROS NO ESTADO DO TOCANTINS FOREM CONFIRMADOS.........................................................................................87
FIGURA 28. Caiman latirostris DEPOSITADO NA COLEÇÃO HERPETOLÓGICA DO MZUSP (2136)..............................................................................................89
FIGURA 29. DISTRIBUIÇÃO DE C. latirostris ACOMPANHADA DOS REGISTROS DA ESPÉCIE PARA OS ESTADOS DO TOCANTINS E GOIÁS..........................................................................................................91
FIGURA 30. ESTADO DO TOCANTINS COMO GRANDE LACUNA DE CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE DE QUELÔNIOS REFLETIDA
XVIII
PELA BAIXA DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DO GRUPO....................97
FIGURA 31. ESTADO DO TOCANTINS COMO GRANDE LACUNA DE CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE DE CROCODILIANOS REFLETIDA PELA BAIXA DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DO GRUPO........................................................................................................97
FIGURA 32. OS OITO CENTROS DE ENDEMISMOS PARA FAUNA TERRESTRE DEFINIDOS NO BIOMA AMAZÔNICO. FONTE: SILVA et al., 2005.............................................................................................................121
FIGURA 33. LOCALIZAÇÃO DOS TRÊS CENTROS DE ENDEMISMOS DE AVES PROPOSTOS PARA O CERRADO. FONTE: SILVA E BATES, 2002.............................................................................................................121
FIGURA 34. PLANILHA ELETRÔNICA MOSTRANDO BANCO DE DADOS COM OS REGISTROS OBTIDOS PARA AVIFAUNA DO TOCANTINS E SUAS ESPECIFICAÇÕES........................................................................129
FIGURA 35. MAPA MOSTRANDO O ESTADO DO TOCANTINS DIVIDIDO EM MALHA DE 1.230 QUADRÍCULAS E 22.500HA CADA.....................132
FIGURA 36. NÚMERO DE CONSULTAS (BARRAS AZUIS) E DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS (BARRAS VERMELHAS) NOS DIFERENTES TIPOS DE FONTES UTILIZADOS NA COMPILAÇÃO DOS REGISTROS...............................................................................................133
FIGURA 37. EM VERDE E AMARELO, LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE AVES NO TOCANTINS. SOMENTE EM AMARELO, LOCALIDADES ONDE OS REGISTROS FORAM PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO..................................................................................135
FIGURA 38. MAPA COM TODAS AS LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS PARA O ESTADO DO TOCANTINS. (VERDE E AZUL). EM AZUL, LOCALIDADES ONDE SE EFETUOU A DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE PELO MENOS 50 ESPÉCIES DE AVES..........................................................................................................136
FIGURA 39. LOCALIDADES EM QUE FORAM EFETUADOS REGISTROS DOCUMENTADOS DE PELO MENOS 50 ESPÉCIES DE AVES (AZUL E VERDE). EM VERDE, AQUELAS LOCALIDADES ONDE OCORRERAM DOCUMENTAÇÃO DE PELO MENOS 80 ESPÉCIES DE AVES..........................................................................................................137
FIGURA 40. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE DOCUMENTADOS NO ESTADO DO TOCANTINS..............................................................................................138
FIGURA 41. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO AS ÁREAS DO ESTADO
XIX
DO TOCANTINS ONDE OCORRERAM REGISTROS DE AVES......139
FIGURA 42. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO AS ÁREAS DO ESTADO DO TOCANTINS ONDE OCORRERAM REGISTROS DOCUMENTADOS DE AVES................................................................140
FIGURA 43. LACUNAS DE CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS (ELIPSES ACINZENTADAS COM INTERIOR TRACEJADO) ASSOCIADAS ÀQUELAS REGIÕES ONDE OCORREU AMOSTRAGEM MÍNIMA NECESSÁRIA........................141
FIGURA 44. LACUNAS DE CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS. GRUPO DAS LACUNAS DE PRIORIDADE PRIMÁRIA (ELIPSES ACINZENTADAS E INTERIOR TRACEJADAS) E GRUPOS DAS LACUNAS DE PRIORIDADE SECUNDÁRIA (ELIPSES ESVERDEADAS E INTERIOR ONDULADO............................................................................................142
FIGURA 45. ACIMA E À ESQUERDA MAPA COM DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Alectrurus tricolor (A) COM A MARCAÇÃO DA REGIÃO DE OCORRÊNCIA NO TOCANTINS. ACIMA E A DIREITA, MAPA COM DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Plegadis chihi (B) COM AS LOCALIDADES DE REGISTRO DA ESPÉCIE NO TOCANTINS: EM VERMELHO, ARRAIAS; EM AMARELO, RIO PALMA; LARANJA, TO-374 E VERDE RIO ARAGUAIA. FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTOS: TÚLIO DORNAS...........................146
FIGURA 46. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Sporophila hypoxantha E LOCALIZAÇÃO DO REGISTRO INÉDITO PARA O TOCANTINS. FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTO: TÚLIO DORNAS..................................................................................................148
FIGURA 47. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Neomorphus geoffroyi, COM AS RESPECTIVAS LOCALIDADES DE OCORRÊNCIA NO TOCANTINS; EM VERMELHO, PEIXE, E EM AMARELO, NATIVIDADE. EM A, ESPÉCIME MNRJ (4098), EM B, ESPÉCIME MOG (1083). FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTOS: TÚLIO DORNAS..................................................................................................149
FIGURA 48. NO RETÂNGULO EM AZUL, REGIÃO CONSIDERADA COMO DE BAIXA PRIORIDADE DE INVENTÁRIOS POR SILVA (1995a), MAS SOBREPOSTA POR DUAS LACUNAS DE CONHECIMENTO ORNITOLÓGICO. O RETÂNGULO AMARELO MOSTRA REGIÃO DE BAIXA PRIORIDADE DE INVENTÁRIOS ORNITOLÓGICOS (OREN E ALBUQUERQUE, 1991) SOBREPOSTO PRO QUATRO LACUNAS DE CONHECIMENTO ORNITOLÓGICO.................................................154
XX
LISTA DE ABREVIATURAS
AMS - Australian Museum of Sydney
CAS – California Academy of Sciences
CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos
CEULP/ULBRA – Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana do Brasil
CITES - Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora
COCEPB-UCG – Coleção Ornitológica do Centro de Estudos e Pesquisa em Biologia – Universidade Católica de Goiás
COCEULP/ULBRA – Coleção Ornitológica do Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana do Brasil
COEBD – Colección Ornitológica da Estación Biológica Doñana, Sevilla – Espanha
COITS-UCG – Coleção Ornitológica do Instituto Tropical Subúmido – Universidade Católica de Goiás
COMB-UNB – Coleção Ornitológica Marcelo Bagno – Universidade de Brasília
EIA – Estudo de Impacto Ambiental
FMHN - Field Museum of Natural History
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
ICMBio - Instituto Chico Mendes de Biodiversidade
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IUCN - International Union for Conservation of Nature
KUNHM - University of Kansas Natural History Museum
LACM – Natural History Museum of Los Angeles County
LMA – Localidades Minimamente Amostradas
XXI
LSUMZ - Louisiana State University Museum of Zoology
MCZ – Museum of Comparative Zoology
MA – Monitoramento Ambiental
MHNT – Museu de História Natural de Taubaté
MMA – Município Minimamente Amostrado
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MNHNA – Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia de Montevidéu no Uruguai
MNHN – Muséum National D'histoire Naturelle de Paris – França
MNRJ – Museu Nacional do Rio de Janeiro
MOG – Museu de Ornitologia de Goiânia
MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi
MW – Mega Watts
MZUSP – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
ONG – Organização Não Governamental
PRODES – Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica
SBH – Sociedade Brasileira de Herpetologia
UC – Unidade de Conservação
UHE-LEM - Usina Hidrelétrica- Luis Eduardo Magalhães
UMMZ - University of Michigan Museum of Zoology
USMN - Museum of Natural History Smithsonian Institution
XXII
RESUMO
O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,
Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,
estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre
os vertebrados. Deste modo, este estudo de caráter inédito, tem como objetivo apresentar a
biodiversidade de espécies de quelônios, crocodilianos e aves do Tocantins. A partir da
compilação de registros fornecidos pela literatura, coleções científicas, banco de dados
sonoros e fotográficos da internet e observações pessoais, são apresentadas as listas das
espécies dos três grupos mencionados em três diferentes categorias (primária, secundária,
terciária). Também foi avaliada, através dos registros compilados, a existência de lacunas de
conhecimento amostral dos três grupos de vertebrados no Tocantins. Foi verificado que a
riqueza de espécies de quelônios no Tocantins é de nove espécies: Kinosternon scorpioides,
Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata, Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis,
Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus;
mas com potencial de ocorrência de até 17 espécies. Para crocodilianos verificou-se uma
riqueza de três espécies: Caiman crocodilus, Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus,
mas com potencial de ocorrência de mais duas espécies: Caiman latirostris e Paleosuchus
trigonatus. Para as aves, foi verificada uma riqueza de 627 espécies, com potencial de
ocorrência de até 685 espécies. A compilação dos registros de quelônios mostrou a existência
67 localidades amostradas, dentre as quais somente duas, representando 1,2% da área do
Estado, obteve-se registro mínimo documentado de quatro espécies. Para crocodilianos, foram
verificadas registros em 101 localidades, sendo que somente em seis delas, representando
1,9% da área total do Estado, houve o registro mínimo documentado de pelo menos duas
espécies. Para as aves constatou-se um total de 387 localidades com algum tipo de registro,
sendo que em apenas 126 delas, houve amostragem mínima de 100 espécies listadas ou 50
espécies documentadas, representando 9,7% da área total do Estado do Tocantins. Quando
avaliada somente a documentação mínima de 50 espécies, verifica-se que esse requisito é
cumprido em apenas 23 localidades, 1,9% do território do Estado do Tocantins. Esses
percentuais indicam que a quase totalidade do território do Estado do Tocantins representa
uma grande lacuna de conhecimento amostral para os três grupos de vertebrados focados.
Portanto, inventários para o reconhecimento da fauna de quelônios, crocodilianos e aves no
XXIII
Estado do Tocantins são prioritários, devendo haver por parte dos poderes público e privado o
fomento destes inventários para reconhecimento mais detalhado desta diversidade e
preenchimentos destas lacunas, pois são anunciadas para o Estado, uma série de
empreendimentos hidrelétricos, de logística e do agronegócio, cujas conseqüências diretas são
a perda de habitats, o que certamente poderá resultar em perda considerável da diversidade de
espécies dos três grupos para o Estado do Tocantins.
ABSTRACT
The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian
Rainforest , Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable
biodiversity. However, surveys that acknowledge that biodiversity in Tocantins are scarce,
mostly among vertebrates. Thus, the goal of this unpublished study is to present the
biodiversity of species of turtles, crocodilians and birds of Tocantins. From the compilation of
records provided by literature, scientific collections, photographic and sound database in the
internet and personal observations, the lists of species of these three groups of vertebrates are
presented, in three list categories (primary, secondary, tertiary). Compilation of records also
enabled to analyze the existence of gaps in sampling knowledge of the three groups of
vertebrates in the State of Tocantins. Nine chelonian species were found in Tocantins:
Kinosternon scorpioides, Chelonoidis Carbonera, Chelonoidis denticulata, Podocnemis
expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys
vanderhaegei, Phrynops geoffroanus, but there is a potential occurrence of up to 17 species.
In crocodilians, three species was found in Tocantins: Caiman crocodilus, Melanosuchus
niger, Paleosuchus palpebrosus, but with the potential occurrence of two more species:
Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. In the case of birds, 627 species were found, with
the potential occurrence of up to 685 species. Compilation of records revealed the existence of
67 sampled sites for chelonians, among which only in two locations, representing 1,2% of the
State area, documental records of at least four species were obtained. Crocodilians were
recorded in 101 localities, but only in six of them, representing 1.9% of the total State area,
there was documented record of at least two species. For birds, 387 sites were found with
XXIV
some kind of record, but only in 126 of them, representing 9.7% of the total area of the state
of Tocantins, the required minimum sample of 100 listed species or 50 species documented,
was recorded,. Taking into account the documentation of at least 50 species, the requisite was
only fulfil in 23 locations, 1.9% of the territory of the Tocantins State. These numbers
indicate that almost the entire territory of the State of Tocantins is a great gap in the
knowledge of the three groups of vertebrates focused here/in this study. Therefore, checklists
for chelonians, crocodilians and birds in the State of Tocantins are prioritary and should be
promoted and supported by public and private powers, with the aim of improving knowledge
of diversity. This obligation becomes more relevant since the State Government
starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and agribusiness,
whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result in
considerable loss of species diversity for the three groups, in the State of Tocantins.
1
CAPITULO 1
INTRODUÇÃO GERAL: O HISTÓRICO DO ESTUDO DA BIODIVERSIDADE NO ESTADO DO TOCANTINS
CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Introdução geral: o histórico do estudo da biodiversidade no Estado do Tocantins. Cap. 1, p. 1-36 In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.
O termo biodiversidade, segundo Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica
(BRASIL, 2002), pode ser entendido como: “a variabilidade dos organismos vivos de todas as
origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossistemas aquáticos,
incluindo seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies, entre espécies
e de ecossistemas”. Portanto, a biodiversidade estaria expressa pela riqueza de espécies
biológicas em uma unidade geográfica, pela variabilidade genética trazida dentro ou entre as
espécies no âmbito de suas populações e comunidades e ainda pela diversidade ecossistêmica
ocupada por essas espécies; concepção essa, a propósito, compartilhada e discutida por
diversos autores (LEWINSOHN e PRADO, 2002, 2006; PRIMACK e RODRIGUES, 2002;
ZUNINO e ZULLINI, 2003; TOWNSEND et al., 2006; COX e MOORE, 2009).
Essa combinação de aspectos permite ao termo biodiversidade uma série de aplicações
e enfoques, exigindo por partes dos pesquisadores uma explicação quanto à sua utilização em
seus estudos (TOWNSEND et al., 2006). Desta forma, a concepção utilizada de
biodiversidade nesta dissertação prioriza aquela que considera a riqueza de espécies
biológicas em uma unidade geográfica, denominada por Lewinsohn e Prado (2002, 2006)
como diversidade entre espécies ou diversidade de espécies.
Por sua vez, o termo lacuna de conhecimento da biodiversidade nasce nos EUA,
com as propostas de GAP Analysis, ou em português, análise de lacunas. O objetivo dessas
análises compreende na identificação de lacunas de representação biológica para um conjunto
de áreas protegidas (SCOTT et al., 1993; JENNINGS, 2000).
Basicamente, os procedimentos metodológicos consistem na seleção de uma
determinada região de interesse, cujos limites podem ser um país, estado ou mesmo bioma;
dentro dessa região é realizada uma representação simultânea de mapas com as distribuições
de ocorrência da(s) espécie(s)-foco e das áreas protegidas ali existentes. Se após a
2
sobreposição dos mapas de ambas, a(s) espécie(s)-foco não estiver(em) em nenhum ponto de
ocorrência sobre uma área protegida, fica caracterizada uma lacuna de conservação dessa(s)
espécie(s) (SCOTT et al., 1993; JENNINGS 2000; RODRIGUES et al., 2004) demonstrando
necessidade pró-conservação da(s) mesma(s).
Levando-se em conta o básico deste arcabouço teórico de GAP Analysis, é possível
sua utilização com uma série de variações. Não necessariamente o processo comparativo deve
ser obrigatório às áreas protegidas; munido da idéia de sobreposição de mapas é possível
verificar o quanto uma região foi explorada na busca de conhecimento de um determinado
grupo animal para uma determinada área geográfica (SILVA, 1995; COSTA et al., 2007).
Sobretudo, neste estudo, é dentro desta percepção que ocorrerá a indicação de lacunas de
conhecimento da biodiversidade de quelônios, crocodilianos e aves para o Estado do
Tocantins.1
Uma vez conduzidas às considerações prévias sobre biodiversidade e lacunas de
conhecimentos, constrói-se condições mais favoráveis para retomada da caracterização
biológica e histórica do conhecimento da biodiversidade tocantinense. Inicia-se, portanto, pela
distinção daquele que quase por completo abarca o Estado do Tocantins e, por conseguinte,
sua biodiversidade: o bioma Cerrado.
Com uma área estimada em 2.036.448 km², um quarto do território brasileiro (IBGE,
2004), o Cerrado é detentor de uma heterogeneidade ambiental marcante (COUTINHO, 1978;
RIZZINI, 1997; RIBEIRO e WALTER, 1998), aliada a uma riquíssima diversidade de
espécies da flora e fauna, sendo uns dos principais centros de endemismo dentre as regiões
savânicas mundiais (MYERS et al., 2000). Klink e Machado (2005) em revisão sobre o
Cerrado mostraram que o mesmo detém uma parcela significativa de espécies da fauna
brasileira: 37% dos mamíferos, 49% das aves, 50% das espécies de répteis e 20% dos
anfíbios, sendo que 28% das espécies do último grupo são endêmicas no bioma. Recentes
publicações, no entanto, apontam um incremento significativo no número de aves e répteis
distribuídas no Cerrado (SILVA e SANTOS, 2005; COSTA et al., 2007).
Contudo, o exato grau de conservação deste bioma é controverso. Klink e Machado
(2005) sugeriram que aproximadamente 45% do Cerrado ainda apresentam-se conservados
1 A Unidade Federativa do Estado do Tocantins será mencionada ao longo da dissertação sempre por Estado do Tocantins, Tocantins ou Estado. Qualquer menção que seja feita ao rio Tocantins, este virá acompanhado sempre da palavra rio, evitando qualquer confusão quanto à interpretação do substantivo Tocantins.
3
integralmente. Entretanto, outros estudos apontam que cerca de 80% do total de sua área
foram modificados e/ou convertidos em centros urbanos e/ou em áreas para práticas
agropecuárias (MITTERMEIER et al., 2005). Estudo mais recente do MMA (2007) aponta
para um percentual de 60,42% do bioma Cerrado em condições originais (Figura 1).
Entretanto, numa análise mais parcimoniosa do próprio estudo, esse valor reduz a 46,74%,
pois são desconsideradas 13,68% das áreas de pastagens nativas que foram qualificadas como
áreas íntegras no primeiro percentual (MMA, 2007).
Embora haja divergências numéricas entre alguns autores quanto à cobertura original
restante do bioma, é fato que ao longo dos anos o Cerrado vem sofrendo grandes
transformações na sua estrutura biológica. A conversão, de pelo menos, mais da metade de
sua cobertura vegetal em áreas de agronegócio e complexos urbanos, juntamente à expressiva
diversidade biológica e elevado grau de endemismo, são premissas do conceito de áreas
prioritárias para conservação (hotspots), que atribui ao bioma Cerrado o título de um dos 36
hotspots de biodiversidade mundial (MYERS et al., 2005). Tal titulação exalta a necessidade
de atenção e cuidados especiais por parte do poder público e privado a este importante bioma
brasileiro.
No Tocantins, o bioma Cerrado cobre aproximadamente 87% do seu território, sendo
que 56%, segundo dados oficiais, ainda se encontram em satisfatório estado de conservação
(SEPLAN, 2008), o que denota um cenário um pouco mais animador. Machado e
colaboradores (2004), assim como estudo executado pelo MMA (2007), apontam para
existência de extensas áreas nativas do Cerrado nos extremos leste e oeste do Estado do
Tocantins (Figuras 1 e 2).
Todavia, o Cerrado do Tocantins tem como grande peculiaridade a presença de um
expressivo sistema de ecótono (AB’SABER, 2003).2 A oeste do Estado, acompanhando a
calha do rio Araguaia, o Cerrado tocantinense estabelece junto ao bioma Amazônico uma
extensa zona de transição, tanto em comprimento quanto em largura. As florestas ombrófilas
na região do Bico do Papagaio, norte do Estado Tocantins, juntamente às densas florestas
2 O conceito de ecótono é debatido insistentemente, coberto por discussões sobre sua utilização. Em linhas gerais sua aplicação se refere às zonas de tensão (do grego eco: casa, tono: tensão), isto é, áreas de contato ou de transição entre duas outras áreas (Clements 1905 apud Neiff 2003). Odum (1971) argumenta que por comportarem características de ambas as áreas adjacentes, a diversidade de espécies nestas zonas tensão seria coincidente as duas áreas e por sua vez também maiores.
4
alagáveis da planície do Araguaia, na região da Ilha do Bananal e Cantão reafirmam tal
condição (SEPLAN, 2008).
Enquanto isso, a leste, de forma menos pronunciada, o Cerrado tocantinense sofre
influências da Caatinga, onde as matas estacionais decíduas, as “Matas Secas”, representam o
principal elemento xeromórfico da região. A presença destas matas séquidas é percebida
principalmente nos extremos norte e sudeste do Tocantins (SEPLAN, 2008).
Figura 2. A presença de quadrículas verdes no leste e oeste tocantinenses demonstra a existência de cobertura original do Cerrado no Estado. Fonte: Machado et al., 2004.
Figura 1. Cobertura original do bioma Cerrado segundo estudo do MMA. Em verde, cobertura nativa e em vermelho as áreas já antropizadas. Fonte: MMA 2007.
5
Deste modo, diante do panorama descrito e considerando premissas do conceito de
ecótono, presume-se que o Estado do Tocantins detém uma diversidade faunística e florística
largamente representativa, com elementos do Cerrado, assim como dos biomas da Amazônia
e Caatinga.
Entretanto, toda essa biodiversidade parece contrastar-se a uma insuficiência de dados.
Lewinsohn e Prado (2002, 2006), em uma síntese de informações na base de dados Zoological
Records entre 1985 e 1999, reportaram que o Cerrado apresentava um índice de coletas e
conhecimento para vertebrados equivalente a 1,0 e 1,2 respectivamente; valor baixo quando
comparado ao índice de 1,5 - o mínimo considerado. Segundo os mesmos autores, os
inventários no bioma Cerrado seriam extremamente escassos, correspondendo pouco mais de
5% do total de inventários realizados entre os biomas brasileiros no período de 1985 e 1999.
Silva e Bates (2002), por sua vez, destacaram que o Cerrado ainda carece de grandes
expedições de reconhecimento de sua fauna; condição percebida no Estado do Tocantins onde
ainda há carência de estudos científicos de mapeamento e documentação de sua
biodiversidade principalmente no que se refere às aves (SILVA, 1995a; OREN e
ALBUQUERQUE, 1991) e répteis squamata (COSTA et al., 2007).
Aqueles estudos mais contemporâneos são decorrentes principalmente da expressiva
demanda de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Monitoramento Ambiental (MA), geradas
pelo grande número de empreendimentos em licenciamento no Estado, e ainda, devido a
investimentos em pesquisa por ONGs e programas públicos com fomento a estudos de
instituições de pesquisa e universidades.
Em contrapartida, os estudos mais antigos se devem principalmente à coleta de
exemplares da flora e fauna realizada por naturalistas e/ou pesquisadores que se aventuraram
em terras tocantinenses nos séculos XIX e XX (Tabela 1), quando o Tocantins ainda pertencia
à Capitania de Goyaz, Província de Goyaz e ao Estado de Goiás respectivamente3.
Comparado ao elevado número de naturalistas que transpôs o solo brasileiro, poucos foram os
naturalistas que passaram pelo Tocantins.
3 As Capitanias foram uma forma de divisão territorial no Brasil até pouco antes a independência brasileira em 1822, quando então, com novo desenho territorial, passam a ser chamadas de Províncias. Com a Proclamação da Republica em 1889, as Províncias tornam-se Estados.
6
Histórico do conhecimento da biodiversidade tocantinense
A passagem destes naturalistas e pesquisadores em solo tocantinense será mencionada
a seguir em ordem cronológica. Para melhor exposição, essa descrição é apresentada em três
tópicos: Século XIX, os naturalistas oitocentistas; Século XX, naturalistas e pesquisadores;
Século XXI, sendo que neste terceiro tópico, a intenção é discorrer sobre a situação mais
contemporânea referente aos estudos da biodiversidade no Tocantins. A denominação
naturalista é descartada, visto que neste período as Ciências Biológicas já possuem
profissionais nas suas mais diferentes especialidades.
I. Século XIX, os naturalistas oitocentistas
Com a transferência da família real portuguesa para o Brasil e a conseqüente abertura
dos portos brasileiros às nações amigas em 1808, o que se percebe é uma entrada maciça de
naturalistas no Brasil, enviados a mando, principalmente, de suas respectivas monarquias
Européias (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1996). A região amazônica e as florestas
litorâneas da Mata Atlântica foram os principais destinos (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI,
1996), desviando assim alguns dos mais importantes naturalistas do século XIX, dos limites
do atual Estado do Tocantins. São eles: George H. Von Langsdorff (PAPAVERO 1971),
Johann Natterer (PELZELN, 1871 apud STRAUBE, 2000), Auguste de Saint-Hilare (SAINT-
HILAIRE, 1975) e a dupla Johann Spix e Carl Martius (MARTIUS e SPIX, 1981).
George H. Von Langsdorff (1774-1852), médico alemão naturalizado russo, liderou
grande expedição chamada “Expedição Langsdorff” pelo interior do Brasil entre 1826 e 1828
(PAPAVERO 1971; VANZOLINI 1996). Partindo do Rio de Janeiro, seguiu até região
amazônica passando por Cuiabá, Mato Grosso. Os trabalhos concentrados na região da
Chapada dos Guimarães, região onde localiza as nascentes da bacia do rio das Mortes,
afluente do rio Araguaia, foi à localidade mais próxima do Tocantins explorada pela
Expedição Langsdorff (PAPAVERO 1971). Sua rota de viagens seguiria para Santarém, no
Pará, onde em 1828, devido a problemas de saúde, a Expediçao Langsdorff dá-se por
encerrada.
O material coligido foi direcionado pra Museu de São Petersburgo, no entanto, as telas
pintadas por seus ilustradores Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrien Taunay e Hercules
7
Florence são um dos grandes legados deixados por essa gigantesca campanha (PAPAVERO
1971; VANZOLINI 1996).
Johann Natterer, (1787 - 1843) naturalista austríaco, considerado o grande naturalista a
trabalhar em solo brasileiro (STRAUBE, 2000), em sua longa viagem de 18 anos (1817 a
1835) pelo Brasil, cruzou a porção central do atual Estado de Goiás na altura das cidades de
Jaraguá e Goiás (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1993). Posteriormente rumou para rio
Araguaia, onde próximo a Araguaiana, Estado do Mato Grosso, fez sua travessia seguindo
para a Amazônia, esgotando qualquer possibilidade de passagem pelo Tocantins
(PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1993).
Episódio semelhante ocorreu ao botânico e naturalista francês Auguste de Saint-
Hilaire (1779 - 1853), em passagem pelo interior do Brasil entre 1816 e 1822. Partindo de
Minas Gerais, percorreu as regiões centro-sul e sudeste da então Província de Goyaz,
passando por Jaraguá e Cidade de Goiás, assim como J. Natterer (SAINT-HILARE, 1975).
Em seguida tomou rumo para o sul, em direção da Província de São Paulo, não rendendo
assim trabalhos em solo tocantinense (SAINT-HILARE, 1975).
Johann Baptiste von Spix, zoólogo (1781-1826) e Karl Friedrich Von Martius,
botânico (1794-1868), foram naturalistas alemães, contemporâneos de Johann Natterer e
Saint-Hilaire, que trabalharam no Brasil entre 1817 e 1820 (PAPAVERO, 1971; SPIXI e
MARTIUS, 1981; VANZOLINI, 1996). Suas rotas de viagem, como ambos acima, não
contemplaram o Tocantins. Suas expedições iniciaram-se no Rio de Janeiro e passando por
Minas Gerais rumaram-se pelo nordeste brasileiro, cortando Bahia, Piauí e Maranhão. Daí
seguiram para Belém, até a foz do rio Amazonas, de onde subiram seu leito em direção às
suas cabeceiras (PAPAVERO, 1971; SPIX e MARTIUS, 1981; VANZOLINI, 1996).
Todavia, o primeiro naturalista oitocentista a passar pelo Tocantins parece ter sido
Johann Emmanuel Pohl (1782-1834). Austríaco, era médico, mineralogista e botânico; sua
passagem por solo brasileiro está documentada em seu diário de viagem, publicado em idoma
nativo e em português (POHL, 1976). Chegou ao Brasil em 1817, em comitiva científica4
vinda da Áustria para o casamento de arquiduquesa imperial da Áustria, D. Leopoldina, com o
4 Apenas por curiosidade, nesta comitiva junto de Pohl estavam relacionados para execução dos estudos de Historia Natural em terras brasileiras Johann Natterer e Spix e Martius. Pelo que é relatado por Pohl em seu diário de viagens, parece ter existido uma disputa ou rivalidade entre eles. Pohl em determinada passagem de sua obra, exalta o triunfo de ter conseguido peles negras de onças-pintadas em Goiás, o que segundo ele não teria sido alcançado por J. Natterer.
8
príncipe herdeiro, Dom Pedro de Alcântara, mais tarde Imperador D. Pedro I. Permaneceu no
país entre os anos de 1817 e 1821, quando neste período empreendeu árdua expedição entre as
capitanias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goyaz, coligindo material zoológico,
mineralógico e principalmente botânico, todo ele levado para Viena, Áustria.
Sua viagem pelo Tocantins iniciou em 22 de abril de 1819 quando partiu de Vila Boa,
atual cidade de Goiás, em direção a Porto Real, atual Porto Nacional, no Tocantins. Após
atravessar o nordeste goiano nas imediações da Serra da Mesa, Pohl em 8 de julho atravessou
o Rio Traíras, atual divisa em entre os Estados de Goiás e Tocantins (PAPAVERO 1971;
POHL, 1976). Ao adentrar no Tocantins, Pohl tece alguns comentários sobre os grandes
bandos de araras-azuis encontradas no caminho (Anodorynchus hyacintinus) e exalta ainda a
grande qualidade das coletas botânicas naquela região devido à abundância de material fértil
(POHL 1976).
Em 01 de agosto, Pohl e sua comitiva chegam a Porto Real. Imediatamente à sua
chegada ele solicita às autoridades locais providenciarem os preparativos para uma descida de
barco por pelo menos 15 dias ao longo do rio Tocantins, por ele denominado na época rio
Maranhão (POHL, 1976). Nessa excursão fluvial que delongou por 22 dias entre descida e
subida, Pohl descreve de forma entusiasmada todos os pormenores da viagem, principalmente
os contatos estabelecidos com os temidos índios avá-canoeiros. Por fim, seu destino mais
setentrional foi a Aldeia Cocal Grande, na margem direita do rio Tocantins, após a vila de São
Pedro de Alcântara, atual Carolina, no Maranhão.
O retorno a Porto Real se dá em 23 de agosto. Em 27 de agosto, Pohl e sua comitiva
partem de Porto Real rumo novamente a Vila Boa. Contudo, o regresso em terras
tocantinenses não segue a mesma rota de chegada. A saída do Tocantins sucede por passagem
pelo Arraial de Arraias, atual Arraias, sudeste do Tocantins (PAPAVERO 1971; POHL,
1976). Dali segue até o córrego Bezerra, atual limite de Goiás e Tocantins, quando em 19 de
setembro após sua travessia retorna às terras goianas (POHL, 1976).
A grande contribuição de Pohl para Historia Natural brasileira e certamente
tocantinense foi botânica. Após retornar à Áustria, ele publicou importante obra: Plantarum
Brasiliae icones et descriptiones hactenus ineditae (Ícones e descrições de plantas do Brasil
até agora inéditos). Em seu diário de viagens (POHL, 1976), Pohl afirma ter sido um dos
primeiros a cruzar terras mais ao norte do Brasil Central, pois segundo ele, a maioria dos
naturalistas que desembarcaram no Brasil, concentrou-se em terras mais litorâneas e próximas
9
ao Rio de Janeiro. Deste modo, a então inédita passagem por terras setentrionais da capitania
de Goyaz lhe renderia a coleta de primoroso e inestimável material florístico, desconhecido
dos botânicos da época.
Em seguida, o Tocantins seria explorado pelo britânico William John Burchell (1782 –
1863). Sua passagem pelo Brasil transcorreu entre os anos de 1825 e 1830 (PAPAVERO,
1973; PICKERING, 1998; OXFORD, 2008) iniciada no Rio de Janeiro, tendo com destino
final em Belém, Estado do Pará. Sua passagem pelo Tocantins, em 1828, coincide bastante
com aquela traçada por Pohl, pois parte da mesma Vila Boa, na Capitania de Goiás, com
destino a Porto Real (Figura 3). Daí, diferentemente de Pohl que retorna a Vila Boa, Burchell
segue para norte, descendo todo o leito do rio Tocantins até Belém no Pará (PAPAVERO,
1973; PICKERING, 1998).
Figura 3. Mapa mostrando trajetória percorrida por Burchell em 1828. Burchell segue até Belém, enquanto Pohl, desce o rio Tocantins até São Pedro Alcântara, atual Carolina-MA (seta) retornando à Porto Nacional de onde regressa para Cidade de Goiás. Fonte: adaptado de Pickering, 1998.
10
Durante sua passagem pelo Brasil, Burchell coligiu grande quantidade de exemplares
da fauna e flora brasileira, com destaque aos mais de 16.000 espécimes de insetos e 362
espécies de aves representadas por 817 peles (OXFORD, 2008). Já em Londres, parte deste
material foi doado ao Museu de Historia Natural de Oxford (OUMNH) e outra parte teria
ficado sob sua guarda. Dois anos após a sua a sua morte, em 1865, sua esposa doa o restante
do material ao OUMNH (PAPAVERO, 1973; OXFORD, 2008).
Embora muito representativa tenha sido a coleta de Burchell, ele não dedicou atenção
especial à correta etiquetagem de seus espécimes para a determinação do local exato de
coleta. Na coleção de aves por ele coligida somente é mencionado Brasil com localidade de
coleta, como verificado, após solicitação dos tombamentos do material de Burchell à
curadoria do OUMHN. Tal descuido, advertido por Vanzolini (1996) como erro freqüente
entre os naturalistas oitocentistas, dificulta sobremaneira estudos mais detalhados de
biogeografia.
Por fim, os dois últimos naturalistas oitocentistas a transporem solo tocantinense
foram o escocês George Gardner (1809 – 1849) e o francês Francis Laporte de Castelnau
(1810 – 1880).
George Gardner era médico, geólogo e botânico (GARDNER, 1975). Chegou ao
Brasil em 1836, desembarcando no Rio de Janeiro, onde já dá início aos seus trabalhos,
fazendo relevantes incursões a Serra dos Órgãos, cadeias de serras na região de Teresópolis.
Após um ano, segue para a Bahia, de onde inicia uma longa jornada passando por
Pernambuco, Alagoas, Ceará, Piauí, novamente Bahia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e
finalmente Rio de Janeiro em 1840. Retorna à Inglaterra em 1841, embarcando no Maranhão
(GARDNER, 1975).
Gardner iniciou sua passagem pelo Tocantins em 21 de setembro de 1839, quando
cruzou a Serra Geral, divisa dos Estados da Bahia e Tocantins. Ele vinha de Santa Maria,
atual Formosa do Rio Preto, no extremo noroeste da Bahia, naquela época província de
Pernambuco, em direção à Vila do Duro, hoje Dianópolis, município do sudeste tocantinense
(GARDNER, 1975). Em seguida, rumou para Natividade, onde permaneceu de 25 de outubro
deste mesmo ano até 10 de fevereiro de 1840.
Em Natividade, Gardner despendeu bastante tempo para seus trabalhos, explorando
extensivamente as redondezas, principalmente com a coleta de material botânico. Em seu
diário de viagem, Gardner com frequência remete aos trabalhos de Pohl, Saint-Hilare,
11
Burchell e Spix e Martius, como se de alguma forma efetuasse comparações em busca de
dados e informações inéditas, visto que eles executaram seus respectivos trabalhos pelo Brasil
cerca de duas décadas anteriores a Gardner.
Sua próxima e última parada pelo Tocantins ocorreu em Arraias, onde permaneceu
entre 26 de fevereiro e 6 de maio de 1840. De lá seguiu para São Romão, às margens do rio
São Francisco em Minas Gerais (GARDNER, 1975). Seu material foi depositado na Inglaterra
no Royal Botanic Gardens Kew; o material botânico soma aproximadamente 6.100
exemplares.
Francis Laporte de Castelnau (1810 – 1880), naturalista francês, realizou grande
expedição pela América do Sul (1843 – 1847) acompanhado de botânicos e do zoólogo Emile
Deville (CASTELNAU 1850-51, 1949 apud VANZOLINI, 1996; PAPAVERO, 1971;
VANZOLINI, 1996). Castelnau e sua equipe percorreram o Tocantins entre fevereiro e
novembro de 1844, quando entraram no Estado navegando o braço menor do rio Araguaia ao
sul da Ilha do Bananal. Desceram seu leito até alcançarem a foz com o rio Tocantins, onde
problemas com as embarcações resultaram na perda de valioso material zoológico coletado na
descida do rio Araguaia (PAPAVERO, 1971). Dalí em diante subiram o rio Tocantins,
passando por Porto Nacional até chegarem a Peixe. Regressaram à cidade de Goiás seguindo
por terra (PAPAVERO, 1971; SILVA, 1989; VANZOLINI, 1996), em trajeto similar aos
realizados por Gardner e Pohl.
O material coligido foi levado para o Museu de História Natural de Paris. Dentre as
aves, por exemplo, foram coletados aproximadamente 2000 espécimes, os quais são
merecedoras de atenção maior, pois nunca foram estudados de forma integral (SILVA, 1989).
A principal contribuição de Castelnau e sua equipe, sobretudo para o Tocantins, se deve a rica
coleção ictiológica reunida ao longo dos rios Araguaia e Tocantins (VANZOLINI, 1996).
II. Século XX, naturalistas e pesquisadores
Comparado ao século XIX, o século XX foi marcado por intensificação dos trabalhos
de história natural no Tocantins, pois além de naturalistas, começaram a passar pesquisadores
por solo tocantinense, principalmente na segunda metade do século. Para alguns, entretanto, a
literatura sobre obra e vida é extremamente escassa ou inexistente, sendo alguma evidência da
12
passagem de um ou outro naturalista ou pesquisador descoberto somente após trabalho
compilatório executado nesta dissertação.
As coletas de testudíneos no norte do Tocantins, mais precisamente na região da
confluência dos rios Araguaia e Tocantins, em 1903, por Friedrich Siebenrock (1853-1925)
(SIEBENROCK, 1904 apud JONH IVERSON com. pessoal), naturalista herpetólogo do
Museu de História Natural de Viena na década de 1920, parecem ter sido as primeiras
documentações zoológicas de que se tem notícia para o Estado no século que se iniciava.
Em 1907 e 1908, foram depositados alguns anfíbios no Museu Carnegie de História
Natural nos EUA por John D. Hanseman, provenientes do rio Novo, próximo à cachoeira da
Velha, região do Jalapão, leste do Tocantins (www.herpnet.org.). Hanseman esteve no Brasil
durante excursão organizada pelo Museu Carnegie de História Natural, quando percorreu,
entre 1907 e 1910, grande parte da América do Sul (SPOTTS, 2007), tendo como principal
foco da expedição a coleta de material ictiológico, o que rendeu a descrição de várias novas
espécies de peixes (SPOTTS, 2007).
Em 1900, com a criação do Instituto Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, iniciou-se uma
série de expedições ao interior do Brasil para estudos de cunho parasitológicos,
epidemiológicos e de saúde pública. Dentre essas expedições, destaca-se uma, a dos médicos
sanitaristas Belisário Penna (1868 – 1939) e Arthur Neiva (1880 – 1943), que em 1912
viajaram pela Bahia, Piauí e norte (atual Tocantins) e sul de Goiás. Toda a expedição é
minuciosamente narrada pelos médicos em publicação do periódico Memórias do Instituto
Osvaldo Cruz (NEIVA e PENNA, 1916).
Nesta expedição os pesquisadores reuniram ao longo da viagem informações sobre
condições sanitárias como também as enfermidades, vetores e agentes patológicos nas
diferentes localidades assistidas. Sobretudo, tomaram nota de valiosa informação sobre a
história natural dos locais visitados, fazendo menção a aspectos culturais da população e sobre
a riqueza florística e faunísticas locais.
A passagem da comitiva de Neiva e Penna pelo Tocantins iniciou-se em 19 de julho de
1912, quando atravessaram as chapadas da Serra Geral na divisa entre Bahia e Tocantins. Os
autores descrevem, admirados, a chegada, naquele tempo, ao então Estado de Goiás:
“Partimos, pois, os cavaleiros às 10 horas e levando apenas uma carga, e chegamos a Lagoa
às 5 horas da tarde. Do alto da serra do Duro, já nas divisas da Bahia com Goiaz,
descortina-se um dos mais belos panoramas que se possa imajinar. Serras, chapadas, e
13
campinas numa extensão formidável, abranjendo a vista muitas legoas em torno. Decemos
mais de 300 metros e fizemos a famosa travessia em oito horas. Contra nossa expectativa, a
meia noite, desse dia chegava a tropa, com que só contavamos na manha do dia seguinte.”
(Neiva e Penna 1916 p. 206)
Após a travessia da Serra Geral passaram por Dianópolis (São José do Duro),
Natividade, e chegaram em 4 de agosto em Porto Nacional. De lá seguiriam para oeste, em
direção ao rio Araguaia, em Conceição do Araguaia, no Pará, de onde pretendiam navegar rio
acima até Leopoldina, atual Aruanã, em Goiás. Neste trajeto, indiscutivelmente, acabariam
por cruzar extensas distâncias em solo tocantinense, inclusive a Ilha do Bananal, somente
trafegada por Castelnau e equipe na primeira metade do século XIX.
Porém aconselhados pelos frades em Porto Nacional a não tomarem o rumo do rio
Araguaia, devido à grande distância, precariedade de serviços naquela região, a vazante do rio
e ainda os possíveis ataques do temidos índios locais, decidiram prosseguir para a Cidade de
Goiás, por terra, rumando-se para sul de Porto Nacional. Partiram em 16 de julho de 1912,
passando por Brejinho de Nazaré, rio Santo Antônio, afluente do rio Tocantins, e ao chegarem
às margens do rio Cana Brava, em 27 de dezembro de 1912, finalizavam permanência por
terras tocantinense adentrando em território do atual Estado de Goiás.
Neiva e Penna colecionaram principalmente vermes e artrópodes como insetos e
carrapatos; para estes últimos, os pesquisadores apresentam em seus diários extensa lista de
espécies coligidas ao longo de toda a viagem. Por eles, também foi organizada uma coleção
de serpentes, encaminhada ao Instituto Butantan, com intuito inicial o estudo de seus venenos
e produção de soros (NEIVA e PENNA, 1916). De acordo com a cronologia de passagens de
pesquisadores e naturalista no Tocantins, Neiva e Penna seriam os primeiros brasileiros a
estudarem elementos da natureza em terras tocantinenses.
Ainda na década de 10, é constada no Tocantins a presença de Rudolph Pfrimer
(1885-1954), coletor de origem eslovena, de história pouco conhecida. Além de Tocantins,
Pfrimer passou pelos Estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais. O material coletado por ele era
encaminhado para o Museu Nacional no Rio de Janeiro (MNRJ) (observação pessoal, Silva
1989), onde era então apreciado pelo Dr. Alípio de Miranda Ribeiro (1874 – 1939) curador e
responsável na época pelo departamento de Zoologia do MNRJ. Além disso, há depósitos de
suas coletas nas coleções de anfíbios da California Academy of Sciences (CAS) e National
Museum of Natural History (USMN) (www.herpnet.org), exemplares coletados por Pfrimer
14
no então Estado de “Goyaz”, sem muita distinção sobre data e o específico local de coleta,
podendo ter origem ou não nos limites tocantinenses.
Infelizmente, um equívoco existente quanto ao material colecionado por Pfrimer é
justamente a ausência de detalhamento de informação na etiquetagem dos espécimes
(Observação pessoal; SILVA, 1989, www.herpnet.org), assim como observado em Burchell.
Em várias etiquetas Pfrimer somente reporta “Goyaz” como localidade de coleta, sem
qualquer outra distinção; em alguns casos, fortuitamente, acaba por referir-se a alguma
localidade específica, quando, por exemplo, menciona “Arraias” (Tocantins) ou “Flores de
Goyaz” (Goiás), porém em casos como “Serra Geral, Goyaz”, somente é possível uma
aproximação quanto à real localidade de coleta.
Diante de tais circunstâncias, sabe-se que Pfrimer coletou no Tocantins nas localidades
de Palma (atual Paranã), rio Palma, Arraias, ribeirão Salobro em Natividade, rio Palmeiras,
Espírito Santo do Peixe (atual Peixe), São José do Duro, (atual Dianópolis) e Santa Maria do
Taguatinga (atual Taguatinga) (observação pessoal; SILVA, 1989).
Miranda-Ribeiro tinha grande apreço pela coleção de Pfrimer, pois se tratava depois
de Saint-Hilare e Castelnau do mais novo material ornitológico colecionado proveniente de
“Goyaz”, o que conferia à coleção de Pfrimer grande importância zoogeográfica (MIRANDA
RIBEIRO, 1926). Toda essa consideração ficou bem caracterizada quando Miranda-Ribeiro,
ao descrever uma nova espécie de tiriba coletada por Pfrimer, nas matas secas de Taguatinga,
sudeste do Tocantins, tratou de homenageá-lo, nomeando o novo psitacídeo de Pyrrhura
pfrimeri.
Durante a década de 1920 estiveram no Tocantins, dois naturalistas alemães: Dra
Emilie Snethlage (1868 – 1929) e seu sobrinho, Dr. Emil-Heinrich Snethlage (1897 - 1939).
Ambos dedicaram-se quase exclusivamente aos trabalhos ornitológicos (SICK, 1997). H.
Snethlage, além da coleta de aves dedicou ao estudo botânico das embaúbas, Cecropia sp,
com a descrição de novas espécies (SICK, 1997) e ainda ao estudo etnográfico de povos
indígenas na região do rio Guaporé, divisa entre Brasil e Bolívia (MERE, 2008).
No Tocantins, H. Snethlage iniciou suas coletas ornitológicas em setembro de 1825,
quando esteve nas cabeceiras do rio Perdida, em Certeza (atual Lizarda). Em seguida,
navegando a montante pelo rio Tocantins, chega a Carolina no Maranhão. Após 4 dias cruza o
rio Tocantins para sua margem esquerda, então Estado de Goyaz, permanecendo em
Philapelphia (atual Filadélfia) entre 25 de novembro e 30 de dezembro do referido ano. Segue
15
para São Antônio da Boa Vista (atual Itaguatins), permanecendo entre 25 de janeiro a 24 de
fevereiro de 1926, onde finaliza sua expedição ornitológica pelos Estados do Maranhão, Piauí
e Tocantins (HELLMAYR, 1929).
Todo material coletado encontra-se depositado no Field Museum em Chicago (EUA) e
foi objeto de estudo do renomado sistemata de aves, o austríaco Carl Eugene Hellmayr (1878-
1944). Em primoroso estudo, Hellmayr reuniu todos os registros existentes de aves datados
até 1926 para os Estados do Maranhão, Piauí e Ceará e publicou o manuscrito referencial
sobre a zoogeografia das aves do nordeste brasileiro (HELLMAYR, 1929).
Por sua vez, Emilie Snethlage (Figura 4), foi considerada pesquisadora de notório
renome e prestígio no desenvolvimento das ciências naturais no Brasil. Vinda da Alemanha
em 1905, a convite de Emil Goeldi, trabalhou no Museu Paraense de Belém até 1921 (SICK,
1997; MERE, 2008).
Neste período, empreendeu pela floresta Amazônica, duradouras expedições,
coligindo principalmente, material ornitológico de extrema relevância, por conter inúmeras
espécies desconhecidas da ciência (SICK, 1997). Sua coragem e audácia fizeram com que ela
percorresse regiões da Amazônia até então nunca exploradas do ponto de vista naturalístico,
cujo acúmulo de conhecimento lhe rendeu o título de “Emilie Snethlage da Amazônia” por
outros naturalista e pesquisadores em todo mundo (SICK, 1997).
Com a crise do Ciclo da Borracha no Estado do Pará, na década de 1920, já não havia
mais recursos por parte deste Estado para financiar seus estudos. E. Snethlage, então, foi
contratada em 1922 pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro onde trabalhou até 1929, quando
em expedição a Rondônia, veio a falecer devido a complicações cardíacas (SICK, 1997;
MERE, 2008).
No período em que esteve ligada ao MNRJ, E. Snethlage percorreu boa parte do
território brasileiro coletando principalmente aves, passando pelo Tocantins em 1927, quando
esteve na Ilha do Bananal, especificamente no Furo da Pedra, localidade às margens do rio
Araguaia (SILVA, 1989; SICK, 1997).
Após sua passagem pela Ilha do Bananal, E. Snethlage descreve duas novas espécies
de aves; Serpophaga araguayae e Cercomacra ferdinandi. A primeira perde sua validação
como espécie plena, após a confirmação, que o único espécime coletado e utilizado na
descrição tratava-se de individuo de Myiopagis caniceps (SILVA, 1990; TEIXEIRA, 1990).
16
A segunda, sua importante contribuição à ornitologia tocantinense, é descrita a partir
da análise de nove indivíduos coletados no Furo da Pedra, os quais foram designados como os
síntipos da espécie, atualmente depositados no MNRJ. Além da nova espécie, os trabalhos de
E. Snethlage na Ilha do Bananal tiveram grande contribuição para o entendimento da
Figura 4. À esquerda, Emilie Snethlage.
Abaixo, E. Snethlage portando sua espingarda, acompanhada de seu auxiliar durante trabalhos de coleta na Amazônia.
Fonte: Arquivo pessoal da família Snethlage apud Mere 2008
17
distribuição de várias espécies de aves amazônicas na porção oriental da Amazônia (SILVA,
1989; SILVA, 1995b; SICK, 1997).
Em suma, os 24 anos de trabalhos no Brasil renderam a E. Snethlage grande
reconhecimento e admiração, pois com sua simplicidade e destemida ousadia sagrou-se, em
uma época de pouca visibilidade e crédito ao labor feminino, na primeira mulher em solo
brasileiro, e por assim dizer também tocantinense, a alcançar tamanha façanha no
desenvolvimento científico natural do país, como destacado por Emil Goeldi (SICK, 1997).
Com a morte de E. Snethlage em 1929, o Tocantins parece ser somente alvo de estudos sobre
sua biodiversidade no fim da década de 1940.
Todavia, antes de avançar no relato dos próximos trabalhos sucedidos no Tocantins,
vale ressaltar três importantes naturalistas que estiveram muito próximo de atuarem no Estado
nesta primeira metade do século XX: Monsenhor G. A. Baer (1839-1918), José Blaser (?) e o
alemão Dr. Hemult Sick (1910-1991) (SILVA, 1989; SICK, 1997).
Mons. Baer coletou abundante material entre 1905 e 1906, na região de Aruanã em
Goiás, no rio Araguaia (SILVA, 1989), região 240 km a montante da Ilha do Bananal. José
Blaser coletou em Minas Gerais e Goiás nas décadas de 1920 e 1930. Em Goiás esteve na
região da Chapada dos Veadeiros e rio São Domingos, extremo nordeste de Goiás (SILVA,
1989) quase divisa com estado do Tocantins.
Helmut Sick, considerado um dos maiores ornitólogos brasileiro, coligiu à serviço da
Fundação Brasil Central, nas décadas de 1940 e 1950, rica e vultosa coleção de vertebrados
(principalmente aves) na região de Aragarças, Goiás (SILVA, 1989). Durante o mesmo
período, atuou também na região do médio Rio das Mortes, afluente do rio Araguaia no
nordeste do Mato Grosso (PINTO e CAMARGO, 1948; SICK, 1956) e ainda na região do
alto rio Xingu, Mato Grosso (SICK, 1950). Foi durante estas expedições que Sick esteve mais
próximo do Tocantins, não chegando a adentrá-lo.
Em meados da década de 40, Harald Schultz (1909 – 1966), fotógrafo e etnógrafo
porto-alegrense, imprimiu várias excursões para o estudo etnológico e etnográfico das
diferentes etnias indígenas brasileiras quando servidor do Museu Paulista, atual MZUSP
(BALDUS, 1966; FRANÇOSO, 2005). Entre 1948 e 1951, Schultz estudou a etnia Karajá na
Ilha do Bananal, e Krahô, no norte do Tocantins, reunindo toda e qualquer informação a
respeito do cotidiano dos índios (BALDUS, 1966); conseqüentemente fez parte de sua
coleção etnológica representantes da fauna local.
18
Sua maior dedicação ao estudo faunístico parece ter sido ao conhecimento ictiológico
expressos na publicação em 1964 de seu livro "Piranhas - fact and fiction”, nos vários
espécimes-tipos de peixes em coleções ictiológicas pelo mundo, alguns deles originários do
Tocantins e por fim na homenagem recebida na descrição do Coridora, Corydoras
haraldschultzi. Quelônios e crocodilianos também parecem ter sido alvos de suas coletas,
evidenciados pela existência de exemplares de ambos os grupos no MZUSP, vários deles
originados do Tocantins nas datas de sua passagem pelo Estado (observação pessoal).
Também em 1948, passou pela Ilha do Bananal, o herpetólogo belga Alphonse
Richard Hoge (1912-1982) e equipe, a serviço do Instituto Butantan (HOGE, 1952). Seus
estudos concentraram-se na região de Santa Izabel do Morro, porção sul da Ilha do Bananal,
na margem direita do rio Araguaia. Foram coletados anfíbios e répteis, sendo a coleta de
Squamata mais representativa. Dentre as 27 espécies de ofídios coletadas, nenhuma das
espécies tinha ocorrência confirmada para a região da Ilha do Bananal. Todavia, quelônios e
crocodilianos também foram contemplados (HOGE, 1952). Embora, o Instituto Butantan
tenha sido o mandante da expedição, o material coletado encontra-se atualmente, pelo menos
de forma parcial, no MZUSP, como verificado em visita a este museu.
Dentre os exemplares de quelônios e crocodilianos depositados no MZUSP
examinados, alguns deles traziam em suas etiquetas Expedição Butatan, como coletor, e 1948,
como ano de coleta. No entanto, alguns destes exemplares, somente traziam uma dessas
informações. Esta condição é percebida para o único exemplar de jacaré-de-papo-amarelo,
Caiman latirostris, já registrado para a Ilha do Bananal. Sem data de coleta, mas com menção
à Expedição Butantan como coletor (observação pessoal), este espécime de C. latirostris,
muito provavelmente fora coligido por Hoge, o que seria uma de suas principais contribuições
ao conhecimento da fauna tocantinense. No entanto existem algumas objeções quanto a este
registro que serão consideradas no capítulo seguinte desta dissertação.
Alejandro Andrés Pesce (1916 – 1967), grande admirador uruguaio da zoologia e
antropologia, foi taxidermista do Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia do seu
país. Em agosto de 1953, organizou uma expedição à Ilha do Bananal, onde fez algumas
coletas de quelônios, crocodilianos e aves, porém o estudo etnográfico das etnias indígenas da
região era seu maior interesse (MNHNA, 2008).
Por sua vez, em 1956, o Los Angeles Museum e o Museu Nacional do Rio de Janeiro
firmaram parceria que culminou na organização da Machris Brazilian Expedition, expedição
19
naturalística cujo objetivo era reunir material tanto botânico quanto faunístico da região do
Planalto Central (DELACOUR, 1957). A expedição durou de 12 de abril de 1956 a 7 de maio
de 1960 e percorreu regiões do atual Estado de Goiás e Distrito Federal, bem como do
Tocantins. O município de Peixe, às margens do rio Tocantins e localidade de Santa Isabel do
Morro, na Ilha do Bananal, às margens do rio Araguaia, foram às regiões escolhidas para
amostragem e coletas no Tocantins (STAGER, 1961). Todo material colecionado foi
depositado no Los Angeles Museum, à exceção dos materiais-tipo, depositados no Museu
Nacional (STAGER, 1961).
Contudo, é a partir da década de 1960 que o Estado do Tocantins passa por uma
grande alavancada no conhecimento de sua biodiversidade. É nesta época que o naturalista
José Hidasi (Figura 5), nascido em 6 de maio de 1926, na cidade húngara de Makó e
naturalizado brasileiro desde 1962, inicia suas expedições de coleta e reconhecimento da
fauna do Tocantins (HIDASI, 1962).
Embora tenha viajado por outros estados brasileiros, e até mesmo por terras
estrangeiras, foi nos Estados de Goiás e Tocantins que José Hidasi coligiu a maior parte dos
milhares de exemplares colecionados, sua maioria aves (PEROTTI, 2005). Na década de
1950, José Hidasi, à serviço da Fundação Brasil Central, dedicou-se, na companhia de Helmut
Sick, aos trabalhos quase exclusivamente no território do atual Estado de Goiás, com
incursões também no Mato Grosso e Pará.
Figura 5: José Hidasi, húngaro naturalizado no Brasil desde 1962, exibindo o raro pica-pau-do-parnaíba, um dos milhares de exemplares de sua coleção ornitológica em Goiânia, GO. Foto: Nunes D’Acosta apud J. F. Pacheco.
20
Desta forma, em solo tocantinense, seus primeiros trabalhos somente ocorreram na
Ilha do Bananal em 1962 (HIDASI, 1962). Porém, vale salientar que J. Hidasi coligiu grande
número de exemplares de aves no município paraense de Conceição do Araguaia, localizado
na margem esquerda do rio Araguaia, em 1957, conforme verificado no MZUSP e Museu de
Ornitologia de Goiânia (MOG). Alguns destes espécimes foram coletados ao longo do leito
do rio, implicando possivelmente na coleta de aves que compartilhavam de ambos os Estados.
Em sua passagem pela Ilha do Bananal, J. Hidasi permaneceu por 15 dias contados a
partir de 10 de maio daquele ano na região da aldeia de Macaúba, onde se encontrava a sede
do Parque Nacional do Araguaia, cujas instalações serviram como base e acampamento de
trabalho naquela oportunidade (HIDASI, 1962). O objetivo era listar e testemunhar por meio
de coletas e demais tipos de registros os representantes da fauna local (HIDASI, 1962).
Alguns exemplares coletados na Ilha do Bananal em 1958, 1961, 1963, 1964, 1967, 1971 e
1983, indicam uma suposta e rápida passagem de José Hidasi pelo local, antes e após a
principal expedição de 1962 (observação pessoal na coleção do MOG).
A partir de 1963 até 1968, José Hidasi imprimiu um forte ritmo de expedições no
Tocantins, sendo as regiões de Tocantínia e Araguatins as escolhidas para suas coletas. A
região de Tocantínia, na margem direita do rio Tocantins na porção central do Estado, distante
aproximadamente 80 km da capital, Palmas, foi estudada por José Hidasi entre os meses de
abril e maio de 1964. O material coligido para a região consiste em uma centena de peles de
aves (observação pessoal).
Em Araguatins, cidade localizada na margem direita do rio Araguaia na região do Bico
do Papagaio, norte do Tocantins, José Hidasi fez sistemáticas expedições que persistiram
entre 1963 e 1968. O primeiro ano, aquele com maior dedicação por parte de José Hidasi,
concentra a grande maioria dos espécimes coletados para Araguatins (observação pessoal).
Ao longo destes 10 anos de trabalho no Tocantins, o material coligido por Hidasi teve
diversos destinos; ou foram depositados no Museu de Ornitologia de Goiânia, por ele fundado
em 1968, ou foram encaminhados para outras coleções nacionais e/ou internacionais. Os
pormenores e a lista de coleções e museus recebedores do material coligido por José Hidasi é
mencionado mais adiante.
Na década de 1970, vários foram os convites a José Hidasi para organização e reforma
de laboratórios de taxidermia e coleções científicas em outras regiões do Brasil (PEROTTI,
2005), ausentando-o da coleta no Estado do Tocantins por algum tempo. Em 1975 após
21
Naturalista pesquisador Período de estudo Principais organismos focados
Johann Emmanuel Pohl 1819 Plantas, aves, mamíferos
William John Burchell 1828 Plantas, insetos, aves,
George Gardner 1839 Plantas
Francis Laporte de Castelnau 1844 Plantas, peixes, aves, répteis, mamíferos
John D. Hanseman 1908 Anfíbios, Peixes
Belisário Penna e Arthur Neiva 1912 Invertebrados, serpentes
Rudolph Pfrimer 1919 Anfíbios, Aves
Emil Herinch Snethlage 1926 Plantas, Aves
Emilie Snethlage 1927 Aves, mamíferos
Harald Schultz 1948 Peixes, quelônios, crocodilianos
Alphonse R. Hoge 1948 Anfíbios, squamatas, quelônios, crocodilianos
Alejandro Andrés Pesce 1953 Quelônios, crocodilianos e aves
Machris Brazilian Expedition 1956 Plantas, aves, mamíferos
José Hidasi 1962 Peixes, aves, répteis, mamíferos
Grantsau Rolf 1963 Aves (Beija-Flores)
José Hidasi 1964 Peixes, aves, répteis, mamíferos
José Hidasi 1968 Peixes, aves, répteis, mamíferos
Dante Teixeira 1981 Aves
Manoel Santa-Brígida 1984 Aves
Herculano Alvarenga 1987 Aves
José Hidasi 1995 Aves, mamíferos
Tabela 1. Naturalistas e pesquisadores que passaram por território tocantinense nos séculos XIX e XX com a indicação do organismo de interesse de estudo.
22
regressar de Cuiabá, José Hidasi retoma o projeto de Museu Itinerante, iniciado timidamente
em 1965, com a aquisição de um ônibus, após a venda de seu antigo caminhão Mercedes,
utilizado para o transporte e exposição das peças taxidermizadas nas visitas as cidades
vizinhas a Goiânia na década de 1960 (PEROTTI, 2005).
Dispondo de uma melhor estrutura, viaja por mais de vinte anos expondo seu material
colecionado às comunidades do interior do Brasil (PEROTTI, 2005) e segundo o próprio
Hidasi, oportunizando a coleta de novos exemplares de regiões não exploradas por ele
outrora, para coleção do Museu de Ornitologia de Goiânia.
Entre 1980 e 1983, por meio do Museu Itinerante, José Hidasi coletou mais de
duzentos exemplares de aves no Tocantins; sendo que os municípios visitados, de norte a sul
foram: São Miguel do Tocantins, Tocantinópolis, Axixá do Tocantins, Colméia, Colinas do
Tocantins, Presidente Kennedy, Miranorte, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Peixe,
Santa Rosa do Tocantins, Natividade, Bonfim, Dianópolis, Taguatinga, Gurupi e Alvorada do
Tocantins. Após estas coletas, José Hidasi planeja novas investidas ao Tocantins somente a
partir de meados da década de 1990.
Ao longo destes 20 anos de expressiva documentação faunística realizada por J.
Hidasi, outros pesquisadores também passaram pelo Tocantins, contudo com uma
representatividade menor que a do ornitólogo húngaro-brasileiro. Na década de 1960, o
ornitólogo alemão Rolf Grantsau, atualmente residente em São Bernardo do Campo-SP,
coletou alguns exemplares de aves, principalmente beija-flores, de norte a sul do Tocantins ao
longo das cidades que margeiam a BR-153. Parte deste material encontra-se em coleção
particular e parte depositada no MZUSP, conforme verificado em visita a este último.
No inicio da década de 1980, o ornitólogo Dante Teixeira, pesquisador em atividade
no Museu Nacional do Rio de Janeiro, excursionou entre julho e agosto de 1981 na Ilha do
Bananal, na região de Santa Izabel do Morro e arredores. O material ornitológico coletado por
ele e equipe nesta expedição, encontra-se depositado no Museu Nacional (Silva, 1989).
Em 1983, o coletor e taxidermista Manoel Santa-Brígida, do MPEG, coletou inúmeros
exemplares de aves em alguns trechos do rio Araguaia, na margem tocantinense,
contemplando os municípios de Ananás, Santa Fé, Xambioá e Couto de Magalhães. Todo este
material encontra-se depositado no MPEG, em Belém.
O médico-paleontólogo-ornitólogo Herculano Alvarenga, atual coordenador e curador
do Museu de Historia Natural de Taubaté (MHNT), interior do Estado de São Paulo, visitou
23
em 1987 a região do médio rio Caiapó, afluente tocantinense do rio Araguaia, no município
de Araguacema, região oeste do Estado. Alvarenga fez várias observações sobre a avifauna
local e ainda significativa coleta de algumas dezenas de exemplares de aves, dentre elas a do
jacupiranga, Penelope pileata (Sick 1997, comunicação pessoal H. Alvarega), cujo registro
seria o único documentado conhecido da espécie para o Tocantins.
Por fim, na década de 1990, entre 1994 e 1995, José Hidasi retoma seus trabalhos de
campo coligindo uma grande coleção de aves (mais de 800 peles) nos municípios de Porto
Nacional, Silvanópolis e Natividade. Ainda em 1995 realizou na companhia de seu amigo e
ornitólogo húngaro Attila Bankovics do Hungarian History Natural Museum, uma expedição
a Porto Nacional e Tocantinópolis coletando algumas dezenas de aves. De 1996 até 2007 a
coleção de J. Hidasi teve o acréscimo de pouco mais de 100 espécimes oriundos do Tocantins,
a maioria deles doados após atropelamentos (com. pessoal J. Hidasi, 2008; observ. pessoal).
Como descrito anteriormente, J. Hidasi possui um grande histórico de coletas no
Tocantins, iniciado na década de 1960. Por auxiliar na estruturação e fundação de várias
coleções nacionais e internacionais, o material por ele colecionado seguiu para diversas partes
do Brasil e do mundo. Em alguns casos, parte da sua coleção foi comprada por instituições e
museus (SILVA, 1989), mas parcela significativa teve como fim a doação (PEROTTI, 2005).
Atualmente material por ele coletado encontra-se: no Brasil, Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo; Museu Paraense Emilio Goeldi; Museu Nacional do Rio de
Janeiro; Museu de Ornitologia de Goiânia, Museu de Zoologia José Hidasi/Unitins, em Porto
Nacional, Tocantins; Coleção Zoológica do Instituto Tropical Sub-Úmido da Universidade
Católica de Goiás, em Goiânia; Coleção Ornitológica da Universidade Federal Rural de
Pernambuco, em Recife; Coleção Ornitológica da Universidade Federal de Minas Gerais, em
Belo Horizonte; no exterior, Australian Museum em Sidney, Austrália; Coleção Ornitológica
da Estación Biológica de Doñana, Sevilla na Espanha; Muséum National D'histoire Naturelle,
em Paris, na França; Hungarian Natural History Museum, em Budapeste, na Hungria; Field
Museum of Natural History, em Chicago; Kansas University Natural History Museum em
Kansas, Natural History Museum of Los Angeles County, em Los Angeles; Loiusiana State
University Museum of Natural Science, em Loiusiana; e Museum of Comparative Zoology of
Havard University, em Havard; estes cinco últimos nos Estados Unidos.
Como resultado desse período de mais de 30 anos de coletas no Tocantins, José Hidasi
publica, em 1998, o livro: Lista Preliminar das Aves do Tocantins. Sem dúvida, uma grande
24
contribuição ao estudo da biodiversidade do Estado, da qual para sua elaboração, J. Hidasi
utilizou-se de fotografias das aves taxidermizadas, de uma coletânea das espécies coletadas
por ele, oriundas do Tocantins. Embora o total de espécies de aves apresentadas no livro não
seja o total de espécies existente no Estado, seu trabalho é pioneiro e uma obra referencial
para o estudo ornitológico tocantinense.
Sua contribuição não foi ainda maior, pois poucos foram os estudos referentes ao
material coletado por J. Hidasi, ficando sua maior parte confinada as gavetas e armários de
museus e coleções.
III. Século XXI
A partir do século XXI, o estudo da biodiversidade do Tocantins adquire um novo
enfoque. Com a criação do Estado do Tocantins, em 1989, notam-se duas frentes de estudos
atuantes no Estado: a primeira é aquela referente aos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e
Monitoramento Ambiental (MA) decorrentes das exigências legais para licenciamento de
empreendimentos, e a segunda, pesquisa financiada por ONGs e/ou órgãos públicos de
fomento.
Dentro da perspectiva da primeira frente, com a criação do Estado, percebe-se uma
demanda gigantesca de obras de infra-estrutura, como delimitação e pavimentação de
rodovias cuja concretização é atrelada a execução de Estudos de Impacto e Monitoramento
Ambiental. Porém, o uso de metodologias pouco eficientes e sem preocupação em
documentação (coleta e depósito em coleção científica) fizeram com que esta primeira leva de
estudos fosse mais empírica, tendo quase nenhuma contribuição efetiva ao conhecimento da
biodiversidade do Estado5 (Observação Pessoal). Entretanto, existe um conjunto de EIAs e
MAs executados após o ano 2000, que tem relevante contribuição ao conhecimento da
biodiversidade do Tocantins.
Com anúncio da utilização de grande potencial hidrelétrico das bacias Tocantins-
Araguaia, são executados vários EIAs e MAs de uma série empreendimentos hidrelétricos no
Estado: UHE Luis Eduardo Magalhães (HUMANITAS, 2001, 2004), UHE de Estreito
5 A verificação de alguns EIAs da década de 1990, traz listas das espécies ocorrentes nas regiões estudas, no entanto, o uso de nomenclatura genérica como beija-flor, jacaré, cágados, gato-do-mato não auxiliava em nada, nem mesmo na indicação de um possível registro de distribuição biogeográfica das espécies.
25
(CNEC, 2003), UHE de Peixe-Angical (THEMAG e ENGEVIX, 2000; NATURAE, 2005),
UHE de São Salvador (ENGEVIX, 2003) e UHE Santa Isabel (ENGEVIX, 2001). Todos
estes empreendimentos tiveram em suas metodologias a documentação dos espécimes
encontrados, sendo que, nos casos de coleta, o depósito do material em coleções zoológicas
nacionais. Mas dentre todas elas, a UHE LEM, ou Usina de Lajeado6 talvez tenha maior
destaque no conhecimento da biodiversidade tocantinense.
Os resultados obtidos com o EIA da UHE LEM foram publicadas em edições
exclusivas do periódico Humanitas (no 3 2001; no 4-6 2002-2004) com intuito de divulgar e
espalhar os resultados dos inventários locais dos diferentes grupos faunísticos estudados,
tornando-se o primeiro material referencial publicado sobre a fauna da região central do
Tocantins.
Os exemplares da fauna local coletados foram depositados em coleções zoológicas
nacionais renomadas, como também serviram de material-base para a criação da coleção
zoológica do Centro Universitário Luterano de Palmas - Universidade Luterana Brasileira,
CEULP/ULBRA, a qual possui significativos depósitos em seu acervo (VILLAÇA, 2004a).
Graças à coleta deste material testemunho, estudos posteriores ao término dos trabalhos de
coleta na Usina do Lajeado, permitiram a descrição de duas novas espécies: uma anfisbena,
Bronia saxosa (CASTRO-MELLO, 2003) e uma serpente Hydrodynastes melanogigas
(FRANCO et al., 2007). Vale ressaltar que este material testemunho também traz algumas
importantes considerações do ponto de vistas biogeográfico sobre quelônios e aves para o
Tocantins, que são apresentados nos capítulos seguintes.
Outro importante estudo, nos moldes desta primeira frente, para o conhecimento da
biodiversidade do Tocantins, foi aquele executado para as áreas de influência direta e indireta
da Ferrovia Norte-Sul (OIKOS, 2002). O principal destaque deste estudo, além da altíssima
riqueza de espécies encontradas para os grupos estudados, é a possibilidade da análise
biogeográfica dos elementos faunísticos e florísticos, proporcionados pela amostragem dos
quase 1000km de extensão previstos de ferrovia em solo tocantinense no sentido norte-sul.
Até então, nunca havia sido executado um estudo no Tocantins que vislumbrasse dessa
possibilidade. O uso de metodologias adequadas priorizando a sazonalidade e a documentação
das espécies forneceu consistência e confiabilidade aos dados gerados. 6 O nome Usina de Lajeado, faz referência à cidade de Lajeado, onde foi construída a barragem da mencionada usina hidrelétrica.
26
De modo geral, os EIAs e MAs não foram e não são suficientes e nem a mais
adequada via de conhecimento de estudo da biodiversidade do Tocantins. Ainda que estes
estudos tragam metodologias que respeitem sazonalidade e em alguns casos documentação,
quase sempre são realizados em períodos curtos, determinados de acordo com as prioridades e
urgências políticas e/ou econômicas do empreendedor responsável; conseqüentemente, são
insuficientes para determinar parâmetros ecológicos, biogeográficos e reprodutivos das
espécies. Apesar disso, existem pontos positivos, pois devido à prospecção de áreas pouco ou
nunca exploradas, estes estudos acabam por vezes, contribuindo para a descoberta de novas
espécies e/ou na verificação da expansão da distribuição geográfica de outras.
Por sua vez, a segunda frente de estudos da biodiversidade do Estado do Tocantins
também teve significativo crescimento a partir de 2000. ONGs e órgãos públicos de fomento,
estaduais e federais, financiaram importantes estudos no Estado, dos quais os mais relevantes
são mencionados a seguir.
Da iniciativa pública, os estudos de inventariamento biológicos para a elaboração dos
planos de manejos dos quatro Parques Estaduais, Cantão (TOCANTINS, 2004), Lajeado
(SEPLAN et al., 2003), Jalapão (SEPLAN, 2003) e Monumento Árvores Fossilizadas
(OIKOS e MRS, 2005) respectivamente, auxiliaram no preenchimento do conhecimento
biológico de regiões de pouco estudadas. Salvo o estudo do P. E. do Lajeado cujos resultados
não são exclusivos para região como os demais planos de manejo. Por ter sido contemporâneo
e sobreposto à região estudada para a implantação da UHE LEM, ele adquire um papel
complementar para o conhecimento da biodiversidade na região.
Entre 2002 e 2007, o Estado do Tocantins através da Secretária de Planejamento e
Meio Ambiente, fomentou o louvável estudo de determinação das áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade no Estado. Com a divisão do Tocantins em quatro grandes
áreas, cobrindo todo o território tocantinense, foram realizados inventários florísticos e
faunísticos (OIKOS, 2004; DIREÇÃO, 2005; DIREÇÃO, 2006; OIKOS, 2006). Os resultados
destes trabalhos são de suma importância, pois subsidiam a indicação de 21 áreas prioritárias
para conservação da biodiversidade, onde é aconselhada a criação de uma série de Unidades
de Conservação de Proteção Integral (OLMOS, 2007).
Entre 2003 e 2005, importantes estudos de levanatamento herpetológico foram
realizados na região dos Parques Estaduais do Jalapão e Cantão conduzidos por pesquisadores
da Universidade de Brasilia, liderados pelo Prof. Guarino Colli e do Museu de Zoologia de
27
Oklahoma nos EUA, liderados pelo Prof. Laurie Vitt (VITT et al., 2005). Estes estudos
permitiram um melhor entendimento da diversidade da herpetofauna tocantinense bem como
sua relação com regiões de transição entre o Cerrado-Amazonia e Cerrado-Caatinga.
Já em 2008, com o apoio financeiro da Fundação O Boticário de Proteção a Natureza,
foi organizada uma expedição de coleta e documentação científica dos diferentes grupos de
vertebrados existentes na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, localizada na região do
Jalapão. O exaustivo trabalho de coleta científica empreendido por mais de 30 dias
consecutivos pela equipe de biólogos e taxidermistas da Universidade de São Paulo e
Universidade Federal do Tocantins, liderados pelo herpetólogo Dr. Cristiano Nogueira, reuniu
mais de 440 vertebrados, incluindo 259 aves, 61 mamíferos, 52 répteis, 40 anfíbios e 30
peixes (CI-Brasil, 2008). De todo esse material, existia a expectativa da descrição de pelo
menos 14 novas espécies, felizmente este número reduziu para 13, visto que já se confirmou
tal expectativa com a descrição de Bachia oxyrhina, uma nova espécie de anfisbena para o
Cerrado e o Tocantins (RODRIGUES et al., 2008).
Também em 2008, os primeiros trabalhos realizados pelo Grupo de Pesquisa em
Ecologia e Conservaçao das Aves – ECOAVES, da Universidade Federal do Tocantins foram
divulgados, contribuindo assim para o conhecimento da avifauna tocantinense. Pinheiro e
Dornas (2009) apresentam a lista das espécies de aves da região do Cantão, importante zona
de transição entre o Cerrado e Amazônia, na porção oeste do Tocantins; Pinheiro et al. (2008)
listam a avifauna da região de Palmas, tecendo comentários sobre os impactos e possível
perda de espécies para a região da capital tocantinense após sua construção. Pinheiro e Dornas
(2008) e Dornas et al. (2009) reúnem relevantes considerações sobre os aspectos
biogeográficos e históricos do pica-pau-do-parnaiba, Celeus obrieni, redescoberto em 2006
após 80 anos de anonimato (PRADO, 2006).
Por fim, cabe destacar que Soares (2009) concluiu importantíssimo estudo sobre a
estrutura populacional de onça-pintada, Panthera onca, na região da planície do rio Araguaia,
compreendendo as regiões da Ilha do Bananal, Parque Estadual do Cantão, ambas no
Tocantins e sudeste do Pará. Dados sobre o possível tamanho populacional de onças-pintadas
na região, bem como a diversidade de presas e aspectos culturais da relação do homem local
com este felídeo foram resultados obtidos pelo autor em seus estudos.
28
Implicações do conhecimento atual acumulado da biodiversidade tocantinense
Portanto, levando-se em conta a síntese histórica apresentada sobre o estudo da
biodiversidade do Tocantins, nota-se que embora nesta quase primeira década de século XXI
seja percebido um forte incremento de estudos com propósito de conhecer sobre a
biodiversidade, estes ainda somados aos estudos realizados nos séculos passados não parecem
ter sido o suficientemente representativo para se ter uma idéia satisfatória da diversidade
biológica do Estado.
Do ponto de vista ornitológico, Silva (1995a) demonstra a partir da compilação de
registros de aves depositados em museus e coleções, da literatura e observações pessoais, que
o norte do bioma Cerrado, em especial quase todo Tocantins, caracterizava-se ainda como
uma grande lacuna de conhecimento ornitológico. Oren e Albuquerque (1991), em estudo
similar para a Amazônia Legal, apresentam mesmo padrão de Silva (1995a) para o Tocantins.
Apesar de que estes resultados contemplem até a década de 1990, o mesmo padrão ainda é
encontrado em estudos atuais para outros grupos animais.
Costa et al., (2007), em estudo sobre os padrões de distribuição de Squamata no
Cerrado a partir de material depositado em museus e coleções científicas, mostram uma
disparidade da quantidade de inventários realizados e espécies registradas entre o Sul e Norte
do bioma Cerrado. Segundo o estudo, a região do Cerrado Norte, onde se inclui todo o
Tocantins, corresponde à região com menor número de inventários de Squamata ao longo de
todo bioma e, devido a esse baixo esforço amostral, a região com uma das menores riquezas
de espécies.
Os principais reflexos deste cenário são que os estudos de reconhecimento,
inventariamento e documentação da biodiversidade tocantinense, carecem ainda de mais
esforços. O Tocantins após quase duzentos anos desde a passagem de Pohl em 1819, somente
terá consciência de qual é o patamar de conhecimento de sua biodiversidade, se for priorizada
aexecução de estudos que façam uma síntese desta biodiversidade registrada em território
tocantinense. É justamente com este propósito que esta dissertação foi executada; ainda que
contemple de forma parcial esta biodiversidade, expressa na compilação dos registros de
quelônios, crocodilianos e aves do Estado.
Considerando o traçado histórico supracitado do conhecimento desta diversidade
biológica no Tocantins – cuja narrativa também acaba por refletir o nível de conhecimento
29
dos grupos de vertebrados citados - nota-se, em um primeiro momento, que este
conhecimento é na sua maior parte pontual, tendo em algumas exceções uma sistematização
de coleta de informações. Além disso, este conhecimento encontra-se fortemente disperso
entre coleções zoológicas de todo mundo, periódicos, EIAs, MAs e documentos oficiais, cujos
acessos são fadigosos e muitas das vezes excessivamente burocráticos.
Portanto, a compilação dos registros de quelônios, crocodilianos, tratados no capítulo
2 e das aves tocantinenses, apresentadas no capitulo 3, tem como finalidade maior, subsidiar,
pela primeira vez no Estado do Tocantins, o agrupamento de um conjunto de informações
biológicas, dos quais se destacam dois parâmetros interconexos: biodiversidade e distribuição
biogeográfica.
Como resultado, tem-se a formação inédita de um banco de dados dos mais diferentes
tipos de registros no Tocantins para os três grupos de vertebrados citados; este banco de dados
dentre uma série de outras contribuições possíveis, auxiliará no norteamento de diversas
iniciativas de conservação tanto no Estado quanto para o Cerrado. Dentre elas, destaca-se a
inédita identificação de lacunas do conhecimento biológico de quelônios e crocodilianos,
assim como uma possível reavaliação dessas lacunas para as aves, em média, 10 anos após as
últimas propostas (SILVA, 1995; OREN e ALBUQUERQUE, 1991; OREN 1999); a
esperança, portanto, é que ambas as iniciativas contribuam para uma melhor otimização na
aquisição de dados para os três grupos selecionados neste estudo, naquelas áreas menos
inventariadas do Tocantins.
30
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CAPÍTULO 2
QUELÔNIOS E CROCODILIANOS DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO
CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Quelônios e crocodilianos do Tocantins: biodiversidade e lacunas de conhecimento. Cap 2, p. 36-114 In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.
ABSTRACT
The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian
Rainforest , Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable
biodiversity. However, surveys that acknowledge that biodiversity in Tocantins are scarce,
mostly among vertebrates. Thus, the goal of this unpublished study is to present the
biodiversity of species of turtles and crocodilians. From the compilation of records provided
by literature, scientific collections and personal observations, the lists of species of these two
groups of vertebrates are presented, in three list categories (primary, secondary, tertiary).
Compilation of records also enabled to analyze the existence of gaps in sampling knowledge
of the both groups of vertebrates in the State of Tocantins. Nine chelonian species were found
in Tocantins: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis Carbonera, Chelonoidis denticulata,
Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,
Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus, but there is a potential occurrence of up
to 17 species. In crocodilians, three species was found in Tocantins: Caiman crocodilus,
Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus, but with the potential occurrence of two more
species: Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. Compilation of records revealed the
existence of 67 sampled sites for chelonians, among which only in two locations, representing
1,2% of the State area, documental records of at least four species were obtained.
Crocodilians were recorded in 101 localities, but only in six of them, representing 1.9% of the
total State area, there was documented record of at least two species. These numbers show
that the State of Tocantins entire is a large gap in knowledge of the diversity of turtles and
crocodilians. Therefore, checklists for chelonians, crocodilians in the State of Tocantins are
prioritary and should be promoted and supported by public and private powers, with the aim
of improving knowledge of diversity. This obligation becomes more relevant since the State
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Government starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and
agribusiness, whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result
in considerable loss of species diversity for the both groups, in the State of Tocantins.
RESUMO
O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,
Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,
estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre
os vertebrados. Deste modo, este estudo de caráter inédito, tem como objetivo apresenta a
diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos do Tocantins. A partir da compilação de
registros fornecidos pela literatura, coleções científicas e observações pessoais é apresentada
uma listagem das espécies de ambos os grupos em três categorias (primária, secundária,
terciária), como também são avaliadas a existência de lacunas de conhecimento de ambos os
grupos no Tocantins. Foi verificado que a diversidade de quelônios no Tocantins é de nove
espécies: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata,
Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,
Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus; mas com potencial de ocorrência de até
17 espécies. Para crocodilianos verificou-se uma diversidade de três espécies: Caiman
crocodilus, Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus, mas com potencial de ocorrência
de mais duas espécies: Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. A compilação dos
registros de quelônios mostrou a existência 67 localidades amostradas, dentre as quais
somente em duas representando 1,2% da área do Estado, obteve-se registro mínimo
documentado de quatro espécies. Para crocodilianos, foram verificadas registros em 101
localidades, sendo que somente em seis delas, representando 1.9% da área total do Estado,
com o registro mínimo documentado de pelo menos duas espécies. Estes valores demonstram
que praticamente todo o Estado do Tocantins trata-se de uma grande lacuna de conhecimento
da diversidade de quelônios e crocodilianos. Portanto, inventários para o reconhecimento da
fauna de quelônios e crocodilianos no Estado do Tocantins são prioritários, haja vista que é
anunciado para o Estado uma série de empreendimentos hidrelétricos, logísticos e do
agronegócio, cujas conseqüências diretas são a perda de habitats, o que certamente poderá
resultar em perda considerável da diversidade de espécies de ambos os grupos para o Estado
do Tocantins.
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INTRODUÇÃO
Segundo a classificação sistemática filogenética atual os quelônios e crocodilianos são
vertebrados pertencentes à linhagem evolutiva dos Sauropsida (POUGH et al., 2008), sendo a
denominaçao destes grupos a classe Reptilia descartada 7. O caráter tetrápode, amniota e de
ectotermia presenciados em ambos os grupos são as características morfológicas basicamente
em comum entre estes animais. Os quelônios compreendem os representantes da ordem
Testudines: tartarugas, cágados e jabutis; enquanto os crocodilianos incluem os representantes
da ordem Crocodylia: crocodilos, jacarés e gaviais (POUGH et al., 2001). A apresentação das
respectivas ordens serão feitas separadamente, iniciando-se pelos quelônios.
Ordem Testudines
A terminologia quelônio tem origem na antiga denominação Chelonia, uma sinonímia
dada a ordem Testudines. O corpo grande, encaixado em uma concha firme de carapaça
dorsal (arredondada) e outra ventral (plana, chamada plastrão), unidas pelos lados e cobertas
por placas poligonais ou pele coriácia; ausência de dentes; maxilar e mandíbula com bainhas
córneas; vértebras torácicas e costelas usualmente fundidas com a carapaça são todas
características comuns aos Testudines. Além disso, são ovíparos, sendo os ovos postos pelas
fêmeas em buracos que elas mesmas escavam e depois cobrem; vivem em água doce, salgada
ou na terra (PRITCHARD, 1979; ERNEST e BAUBOR, 1989; RUEDA-ALMONACID et
al., 2007).
Os Testudines são divididos em duas subordens: Cryptodira e Pleurodira (Figura 6). A
primeira tem como característica a retração da cabeça para dentro da carapaça feita em forma
de S ao longo do eixo longitudinal. Incluem-se entre os Cryptodira 11 famílias, representadas
por 77 gêneros e mais de 200 espécies (FRITZ e HAVAS, 2007; RUEDA-ALMONACID et
al., 2007).
Em Pleurodira, a retração da cabeça para dentro do casco ocorre de modo lateral, no
eixo horizontal com a acomodação da cabeça entre as margens da carapaça. Seus
7 O termo Réptil (Classe Repitilia) é didaticamente utilizado para designar os representantes da linhagem Sauropsida, excetuando as aves, já que, essas últimas, do ponto de vista da classificação filogeneticamente são tratados como Sauropsidas descentes da linhagem dos Arcosaurios (POUGH et al., 2001; POUGH et al., 2008).
39
represantantes são formados por apenas três famílias: Pelomedusidae, Podocnemididae e
Chelidae, reunindo um total de 15 gêneros (ERNEST e BAUBOUR, 1989; RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). Em todo mundo, os Testudines compreendem um total de 313
espécies (FRITZ e HAVAS, 2007; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
Para a região Neotropical, Ippi e Flores (2001) listam um total de 64 espécies de
quelônios (não consideradas as tartarugas marinhas) cujas distribuições geográficas sugerem a
Figura 6a. Kinosternum scorpioides, representante dos Cryptodira. A cabeça é retraída para dentro do corpo acompanhando o eixo longitudinal do animal. Fonte: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm
Figura 6b. Phrynops ruficeps, representante dos Pleurodira. A cabeça é retraída de forma lateral acompanhando o eixo transversal do corpo do animal. Fonte: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm
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existência de cinco áreas de endemismos na América Latina: duas no México e três na
América do Sul. Por sua vez, a diversidade de quelônios na América do Sul alcança a marca
de 54 espécies (FRITZ e HAVAS, 2007).
No Brasil, a diversidade de Testudines encontrada é de 36 espécies (SBH, 2008).
Embora esta riqueza seja baixa quando comparada ao total mundial, são encontradas no Brasil
30,8% das espécies de Pleurodira, 37,3% das espécies da família Chelidae, e 62,5% da família
Podocnemididae, respectivamente (SOUZA e MOLINA, 2007). Além disso, existem seis
espécies endêmicas ao território nacional: Acanthochelys radiolata, Hydromedusa
maximiliani, Batrachemys tuberculata, Ranacephala hogei e Trachemys audiutrix (SOUZA E
MOLINA, 2007) e a recém descrita Mesoclemys perplexa (BOUR e ZAEHR, 2005). Este
conjunto de dados demonstra a relevante representatividade dos quelônios brasileiros em
âmbito da biodiversidade mundial de Testudines.
Para a região Amazônica Brasileira, Molina e Rocha (1996) destacam a presença de 15
espécies de quelônios dentre as 31 existentes no Brasil (excluídas as espécies marinhas),
podendo subir a 16, caso seja confirmado o registro de Acanthochelys radiolata para alto rio
Xingu, no Mato Grosso (IVERSON, 1992). Para porção extra-amazônica, Souza e Molina
(2007) 8 afirmam ocorrer pelo menos 20 das 31 espécies brasileiras. Para o Cerrado são
listadas 10 espécies de quelônios (COLLI et al., 2002). Vale ressaltar que é justamente nos
limites extra-amazônicos que ocorrem as espécies de quelônios endêmicas do Brasil
(IVERSON, 1992; VANZOLINI, 1995; BOUR e ZAEHR, 2005). A divisão geográfica
supracitada foi estabelecida por critérios pessoais dos autores e não segue uma análise
biogeográfica. Esta divisão, por sua vez, é apresentada por Souza (2005a) para os
representantes da família Chelidae no Brasil.
Souza (2005a) apresenta um padrão de riqueza regional para Chelidae determinados
pelos índices pluviométricos; Mata Atlântica e Amazônia, localidades com maiores índices de
chuva são as regiões mais ricas em espécies de Chelidae, 10 e 9 espécies respectivamente.
Além disso, o padrão biogeográfico das espécies tende a distinguir-se de acordo com a
fitofisionomias presente, havendo espécies de Chelidae relacionadas às formações florestais,
8 Souza e Molina (2007) mencionam no trabalho original a existência de pelo menos 20 entre as 30 espécies de quelônios existentes. A diferença numérica de uma espécie, já que é mencionado acima pelo menos 20 das 31 existentes, é devido a descrição de Mesoclemmys perplexa em 2005, ano em que o citado artigo foi aceito para a publicação, embora a mesmo ocorresse apenas em 2007.
41
Floresta Amazônica e Mata Atlântica, como aquelas ligadas as formações abertas, Cerrado,
Pantanal e Caatinga (SOUZA, 2005a).
Do ponto de vista conservacionista, os quelônios tanto em âmbito mundial, quanto
nacional, passam por sérias dificuldades de sobrevivência. As pressões impostas pelas
atividades antrópicas como caça predatória, sobrepesca, desmatamento, avanço imobiliário e
barramento de rios para empreendimentos agrícolas e hidrelétricos, têm ocasionado na
desestruturação das populações de quelônios, como também na perda de habitats para a
manutenção destas populações (PRITCHARD, 1979; PRITCHARD E TREBBAU, 1984,
MARTINS e MOLINA, 2008; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
Em função deste preocupante cenário, 139 (44,5%) espécies de quelônios das 313
existentes no mundo estão sob algum grau de ameaça de extinção (RUEDA-ALMONACID et
al., 2007; IUCN, 2008). Na América do Sul, 20 (37%) espécies dentre as 54 ocorrentes
encontram-se ameaçadas, enquanto no Brasil, das 36 espécies descritas 13 estão sob algum
grau de ameaça, segundo a IUCN (2008) e 6 segundo o Ministério do Meio Ambiente, MMA
(MARTINS e MOLINA, 2008) 9 (Tabela 2).
Em respostas a possibilidade de extinção das espécies de Testudines, a execução de
projetos e pesquisas em educação ambiental e conservação sob a óptica do manejo e
monitoramento das populações de espécies ameaçadas têm ocorrido com freqüência. Para as
espécies marinhas vários são os projetos desenvolvidos em todo mundo (RUEDA-
ALMONACID et al., 2007), com destaque no Brasil para o Projeto Tartarugas Marinhas -
TAMAR (SANCHES, 1999; CASTILHOS, 2003).
Com relação às tartarugas continentais, aspectos reprodutivos, dinâmicas das
populações, assim como a relação das mesmas com as comunidades humanas têm sido os
enfoques abordados tanto para as espécies continentais amazônicas (RÊBELO e PEZZUTI,
2000; FACHI-TERÁN et al., 2003; VOGT, 2003; FACHI-TERÁN e VOGT, 2004;
SALERA-JUNIOR et al., 2006; KEMENES e PEZZUTI, 2007; LIMA, 2007) como para as
espécies extra-amazônicas (BAGER, 2003; SOUZA, 2004; BARRETO, 2007, MARTINS,
2006; BAGER, 2006; BAGER et al., 2007; CIENLUSINSKY, 2008).
9 Embora o ano de 2008 possa causar alguma estranheza, indicando uma possível atualizaçao da lista de espécies ameaçadas do Brasil, a lista apresentada por Martins e Molina (2008) é a mesma colocada em vigor pela Instrução Normativa de 27 de maio de 2003 do MMA e publicada pela ONG Biodivérsitas em forma de livro (Machado et al., 2005).
42
Souza e Molina (2007) fazem uma avaliação do conhecimento gerado para os
quelônios brasileiros, em especial, aqueles de ocorrência fora da região Amazônica, nos
últimos 20 anos, através da verificação de resumos publicados nos Anais dos Congressos
Brasileiros de Zoologia e das dissertações e teses apresentadas por diferentes programas de
pós-graduação stricto sensu no país. Embora apontem um crescimento no número de
trabalhos sobre quelônios nos últimos 20 anos, os autores ressalvam cautela na análise deste
acréscimo, já que muitos dos trabalhos apresentados em congressos não são publicados mais
adiante em artigos, privando estes trabalhos de detalhes e divulgação.
Souza e Molina (2007) advertem também que há uma reduzida contribuição dos
programas de pós-graduação no estudo dos quelônios extra-amazônicos. Das 44 universidades
existentes fora da região norte, com programas de pós-graduação que contemplem possíveis
estudos de quelônios, somente em 11 delas foram desenvolvidas pesquisas com quelônios que
resultasse em títulos acadêmicos, sendo nenhum destes estudos desenvolvidos por programa
de pós-graduação da região Nordeste.
Outro ponto destacado por Souza e Molina (2007), é que dentre as pelo menos 20
espécies de quelônios (desconsideradas as marinhas) com ocorrência extra-amazônica,
somente nove foram alvos de estudos de dissertações de mestrado e teses de doutorado
resultantes em títulos na região extra norte do país. Ademais, dois terços destes estudos
abordaram pesquisas sobre fisiologia e anatomia, enquanto o outro terço ficou com pesquisas
de campo e cativeiro cujas contribuições, segundo os autores, estariam mais ligadas à história
natural dos quelônios, tema de estudo defendido como prioritário pelos referidos autores.
Embora as espécies da família Podocnemididae tenham sido destacadamente
abordadas nos estudos avaliados, Souza e Molina (2007) advertem que a família Chelidae,
cuja diversidade de espécies é a maior dentre as famílias de quelônios brasileiros, (20 dentre
as 36 descritas) têm uma baixa representatividade com relação aos estudos apresentados
nestes 20 anos de comparação. Conseqüentemente, as espécies desta família são indicadas
como prioritárias para estudos de médio e longo prazo devendo o foco principal das
pesquisas, segundos os autores, serem a caracterização de diferentes populações ao longo de
todo país.
Ainda que não fosse objetivo avaliar o nível de conhecimento de quelônios na região
amazônica, Souza e Molina (2007) destacam, sucintamente, que as universidades e
instituições da região norte têm participação relevante na geração de conhecimentos sobre
43
quelônios. Os trabalhos realizados pelo MPEG parecem ser os mais representativos, porém
são enfatizados pelos autores também aqueles gerados pelas instituições do Estado do
Tocantins.
Para o Tocantins seriam reconhecidas nove espécies de quelônios, distribuídas em
quatro famílias: Kinosternon scorpioides (Kinosternidae), Chelonoidis carbonaria,
Chelonoidis denticulata (Testudinidae), Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis
(Podocnemididae), Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys vanderhaegei,
Phrynops geoffroanus (Chelidae) (IVERSON, 1992; BRANDÃO E PERES-JUNIOR, 2001;
VILLAÇA; 2004a). Embora metade das espécies de quelônios amazônicos ocorra no
Tocantins, o conhecimento sobre aspectos básicos da biologia destas espécies no Estado é
escasso, salvo a região do rio Javaés, entorno da Ilha do Bananal e Cantão, aonde as espécies
P. expansa e P. unifilis vêm sendo objetos de inúmeros estudos, desde aspectos reprodutivos e
populacionais até questões antropológicas.
ESPÉCIE MMA IUCN
Hydromedusa maximiliani — Vulnerável
Phrynops hogei Ameaçada Ameaçada
Caretta caretta Vulnerável Ameaçada
Chelonia mydas Vulnerável Ameaçada
Eretmochelys imbricata Ameaçada Criticamente Ameaçada
Lepidochelys olivacea Ameaçada Ameaçada
Dermochelys coriacea Criticamente Ameaçada Criticamente Ameaçada
Trachemys adiutrix — Ameaçada
Peltocephalus dumeriliana — Vulnerável
Podocnemis erythrocephala — Vulnerável
Podocnemis sextuberculata — Vulnerável
Podocnemis unifilis — Vulnerável
Geochelone denticulata — Vulnerável
Tabela 2. Espécies de quelônios com algum grau de ameaça no Brasil segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (MARTINS e MOLINA, 2008) e a União Internacional de Conservação da Narureza (IUCN) (IUCN, 2008).
44
Na perspectiva da biologia reprodutiva, foram abordados temas como a identificação
de anormalidades na escutelação dos cascos dos filhotes, determinação sexual e suas relações
com temperatura de incubação e granulométrica dos sedimentos nas áreas de postura
(MALVASIO et al., 2002a, 2005a). Medições e correlações entre as gônadas de ambos os
sexos nas duas espécies bem como a determinação sexual por estudos anatômicos e
histológicos foram enaltecidos (MALVASIO, et al., 2002b, 2005b). Além disso, foi
verificado nas praias do rio Javaés, clara preferência destes quelônios por ambientes
geológicos diferenciados, seja em relação à morfologia, constituição granulométrica, ou altura
das covas em relação ao nível do rio (FERREIRA-JUNIOR e CASTRO, 2003; FERREIRA-
JUNIOR et al., 2003).
A análise de parâmetros populacionais dessas duas espécies para o entorno da Ilha do
Bananal foram relatados, tomando-se nota das medidas biométricas e razão sexual das
populações amostradas (PORTELINHA, 2007). Do ponto de vista antropológico, Salera-
Junior e colaboradores (2006) averiguaram que a relação da etnia indígena Karajá, localizada
na ilha do Bananal, com as tartarugas-da-amazônia e tracajás (P. expansa e P. unifilis,
respectivamente) não se resume somente ao consumo alimentar das mesmas de acordo com o
ciclo de seca e cheia do rio Araguaia; as relações com estes quelônios são também estreitadas
nas atividades festivas e manifestações simbólicas da cultura Karajá.
Ordem Crocodylia
Os crocodilianos (terminologia derivada da ordem Crocodylia) são répteis aquáticos
datados no planeta há 210 milhões de anos (POUGH et al., 2001; AZEVEDO, 2003;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Os registros fósseis demonstram que os representantes
da ordem poderiam alcançar toneladas de peso e mais de 14 metros de comprimento corporal
como o relatado para Phobosuchus, há 100 milhões de anos, ou o surpreendente Purusaurus
brasiliensis, Crocodylia vivente da floresta amazônica brasileira há 8 milhões de anos que
atingia a marca de até 25 metros de comprimento (AZEVEDO, 2003).
A ectotermia, característica presente nos crocodilianos, os restringe a habitarem quase
exclusivamente as áreas intertropicais ao longo do globo terrestre (POUGH et al., 2001;
45
POUGH et al., 2008). São animais ovíparos, seus ovos são postos em ninhos ou covas e
apresentam cuidado parental para com sua prole (POUGH, 2001; AZEVEDO, 2003).
Quanto à morfologia, todo crocodiliano possui pele escamada, cuja textura é mais
grossa à medida que se envelhece; possuem glândulas lacrimais que excretam compostos anti-
bactericidas conferindo-lhes o dito popular “lágrimas de crocodilo” (RUEDA-ALMONACID
et al., 2007). O crânio dos crocodilianos é diapsido, diferentemente de Testudines que é
anápsido 10, e suas mandíbulas quando fechadas quase sempre deixam à mostra dentes da
arcada. Devido à semelhança de alguns caracteres morfológicos, como cérebro e ovos, e
comportamentais, cuidado parental, estudos filogenéticos apontam para parentesco maior de
crocodilianos em relação às aves do que para com outros represetantes da classe reptília
(AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
Existem no mundo 23 espécies de crocodilianos que são distinguidos em três grupos:
os crocodilos, jacarés e gaviais. A sistemática dos Crocodylia é muito questionada. Para
alguns autores, cada um destes grupos representa uma família respectivamente: Crocodylidae,
Alligatoridae e Gavialidae (AZEVEDO, 2003; SBH, 2008). Existe ainda a classificação que
determina a existência de uma única família, Crocodylidae, divida em três subfamílias:
Crocodylinae, Alligatorinae e Gavialinae (RUEDA-ALMONACID et al., 2007, ITIS, 2009).
A classificação seguida será aquela apresentada pela Sociedade Brasileira de herpetologia
(SBH) (2008).
A principal característica que distingue os representantes destas três famílias está
relacionada à morfologia do crânio e a dentição (Figura 7). Em Crocodylidae, a cabeça é mais
afilada e o quarto dente mandibular encaixa-se numa cavidade lateral na parte externa da
boca. Esse dente, assim como outros, ficam exposto mesmo com a boca fechada. Por fim, os
dentes superiores são alinhados com os inferiores (AZEVEDO, 2003; POUGH, 2003;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007). O mesmo não ocorre em Alligatoridae, cuja dentição
não se apresenta alinhada. O quarto dente mandibular fica alojado em orifício da maxila, não
sendo visível, assim como nenhum dos outros dentes da mandíbula quando a boca do animal
está fechada. Além disso, a cabeça tem o focinho mais largo e arredondado (AZEVEDO,
2003; POUGH, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Já em Gavialidae, as mandíbulas
10 Anápsido se refere ao vertebrado cujo crânio não há presença de abertura no osso temporal, ao passo que os diapsidos são aqueles que apresentam no crânio duas aberturas na região do osso temporal (Pough 2003).
46
são longas e bastante afiladas, com a presença de uma protuberância (garra) na extremidade
do focinho (AZEVEDO, 2003; POUGH, 2003).
Os gaviais têm distribuição pelos rios asiáticos, principalmente na Índia, porém
registros fósseis indicam a presença pretérita da família nas Américas do Norte e do Sul.
(AZEVEDO, 2003). Os crocodilos habitam rios da África, Ásia, Américas, enquanto na
Austrália e ilhas do Pacífico, vivem em águas marinhas. Os aligatorídios ou jacarés, por sua
Figura 7. Desenho esquemático mostrando as diferenças morfológicas dos crânios e dentição das três famílias de Crocodylia. Em A Alligatoridae, em B Crocodylidae e em C Gavialidae.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crocodylia
A
C
B
47
vez, ocorrem nas Américas e na China (Alligator sinensis), tendo no passado povoado
também o continente europeu (AZEVEDO, 2003).
Por outro lado, independentemente de qual parte do planeta, os crocodilianos são
animais utilizados no cotidiano das populações humanas para vários propósitos: fonte de
recurso alimentar, matéria-prima para benfeitorias domésticas e ou mesmo para exploração
comercial (AZEVEDO, 2003). Contudo a exploração comercial ilegal de crocodilianos com o
abate de milhões de indivíduos para comercialização de seus produtos tem sido preocupante
para a sua conservação (POUGH et al., 2001; AZEVEDO, 2003).
Como forma de controle e normatização do uso comercial das espécies de
crocodilianos, a CITES (sigla em inglês para Convenção sobre o Comércio Internacional das
Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) estabeleceu, apoiando-se
principalmente em dados populacionais e de ameaça de extinção, quais espécies de
crocodilianos estariam autorizadas (Anexo II) ou não (Anexo I) 11 para comercialização.
Das 23 espécies de crocodilianos existentes no mundo, 17 delas estão enquadradas no
Anexo I da CITES (UNEP-WCMC, 2009). Cabe frisar que algumas populações em particular
de cinco dessas 17 espécies (Caiman latirostris, Melanosuchus niger, Crocodylus acutus,
Crocodylus niloticus e Crocodylus porosus), são enquadrados no Anexo II da CITES devido a
contigentes populacionais maiores e menos ameaçados. As demais seis espécies: Caiman
yacare, Caiman crocodilus, Paleosuchus palpebrosus, Paleosuchus trigonatus, Alligator
mississipiensis e Crocodylus johnstoni são enquadradas plenamente no Anexo II da CITES
(UNEP-WCMC, 2009).
Na América do Sul são encontradas 8 espécies de crocodilianos, dois crocodilos:
Crocodylus acutus e C. intermedius; e seis jacarés: Paleosuchus palpebrosus, P. trigonatus,
Melanosuchus niger, Caiman crocodilus, C. yacare e o C. latirostris (MEDEN, 1983;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007). No Brasil ocorrem somente as seis espécies de jacarés
sul-americanos (CARVALHO, 1953; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,
2007).
11 Anexo I refere-se aquelas espécies ameaçadas de extinção, sendo sua comercialização somente autorizada em circunstâncias excepcionais. Anexo II inclui aquelas espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas que devem ter sua comercialização controlada para evitar sua utilização de forma incompatível a sua sobrevivência. Para um dado país ou continente, populações distintas de uma mesma espécie podem ser classificadas em diferentes anexos.
48
O jacaré-açu, Melanosuchus niger, é o maior entre todos os aligatorídios, chegando
aos 6 metros de comprimento, possui coloração escura sendo nos jovens verificada a presença
de faixas amarelas na lateral do corpo (CARVALHO, 1953; AZEVEDO, 2003; RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). São grandes predadores, alimentando-se de peixes como bagres,
piranhas; mamíferos como capivaras e catetos (AZEVEDO, 2003). Aguirre (1956) descreve
para exemplares de M. niger coletados no Amapá, a presença no conteúdo estomacal de
grande quantidade de coleópteros. O ataque a animais domésticos e a humanos pela espécie
também são fatos verídicos (CARVALHO, 1953; AGUIRRE, 1956; AZEVEDO, 2003)
A distribuição da espécie ocorre por todos os países da região amazônica exceto
Venezuela, sendo ausente também na região centro-norte da Colômbia (ANDRADE, 2003;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007). No Brasil, sua ocorrência é constatada para a bacia
amazônica em todos os Estados da Amazônia Legal (CARVALHO, 1953; AGUIRRE, 1956;
ANDRADE, 2003). As populações brasileiras e equatorianas de M. níger, segundo a CITES,
figuram no Anexo II, sendo as demais designadas pelo Anexo I.
O jacaretinga, Caiman crocodilus é um aligatorídio de porte médio, podendo o
macho atingir 2,5m e a fêmea 1,5m de comprimento. Habita inúmeros ambientes aquáticos,
desde rios e lagos, até córregos, brejos e manguezais. Em condições adversas se enterram em
lamaceiros ou se enroscam na vegetação aquática. (AZEVEDO, 2003; RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). Sua alimentação é bastante variada contemplando moluscos,
crustáceos, peixes, répteis e aves; quando mais velhos, com porte físico maior, são capazes de
capturar catetos (AZEVEDO, 2003).
A distribuição geográfica de Caiman crocodilus se estende da America Central até
região centro-norte do América do Sul limitando-se à bacia do rio Parnaíba no Piauí
(CARVALHO, 1953; BRAZAITS et al., 1996; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et
al., 2007), sendo reconhecidas 4 subespécies de C. crocodilus (RUEDA-ALMONACID et al.,
2007).
Restrita à calha do rio Apaporis, no leste da Colômbia, C. c. apaporensis; C. c.
chiapasius ocorre na America Central estendendo-se do México ao Panamá e região costeira
do oeste da Colômbia e norte do Equador; C. c. fuscus que concentra na região norte da
Colômbia e noroeste da Venezuela; e por último C. c. crocodilus, que distribui do norte
peruano às Guianas, adentrando pela Amazônia brasileira até o Piauí (RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). Apenas C. c. apaporensis lista o Anexo I do CITES sendo
49
considerara criticamente ameaçada de extinção enquanto as demais listam o Anexo II do
CITES.
Caiman yacare, popularmente conhecido jacaré-do-Pantanal, é a espécie de jacaré sul-
americana com distribuição mais ao sul, estendendo-se desde a Bolívia até o norte da
Argentina (AZEVEDO, 2003). Considerado um crocodiliano de porte médio, atinge entre 2,5
e 3 metros de comprimento; tem como hábitats preferenciais lagos e remansos, principalmente
com vegetação flutuante (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
Moluscos (caracóis aquáticos), crustáceos e peixes, destacando-se as piranhas, e
quelônios consistem na dieta da espécie (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,
2007). Uma importante característica atestada aos C. yacare é sua capacidade de migração.
No Pantanal, durante período de estiagem, com redução do nível da água dos ambientes
aquáticos locais, aglomerados de até 30 indivíduos migram em fila indiana pela planície
pantaneira em busca de hábitats mais adequados (COUTINHO e CAMPOS, 2007).
Devido à forte pressão de caça sofrida pela espécie na década de 80, observou-se
expressiva redução no contingente populacional de C. yacare, mas significativa melhora foi
constatada a partir da década de 90, sendo estimado mais de 30 milhões de indivíduos da
espécie somente na planície pantaneira, isentando assim C. yacare, de qualquer ameaça de
extinção, figurando conseqüentemente no Anexo II da CITES (COUTINHO e CAMPOS,
2007).
A terceira espécie de Caiman no Brasil é C. latirostris, jacaré-de-papo-amarelo,
denominação popular devido ao ventre amarelo-esbranquiçado. É considerado crocodiliano de
porte médio, o macho atinge os 3,5m de comprimento, enquanto a fêmea atinge a marca dos
2m de comprimento. A grande largura do focinho em contraposição ao pequeno comprimento
apresenta-se como característica particular da espécie (CARVALHO, 1953; AZEVEDO,
2003). Sua alimentação compreende invertebrados, preferencialmente os moluscos
Ampullaria e Pomacea, (RUEDA-ALMONACID et al., 2007) chegando até à ingestão de
pequenos vertebrados (AZEVEDO, 2003).
A distribuição de C. latirostris configura como uma das mais extensas
longitudinalmente, pois ocorrem desde o Rio Grande do Norte até Uruguai e norte da
Argentina (AZEVEDO, 2003; VERDADE e PINÃ, 2007; RUEDA-ALMONACID et al.,
2007). Embora não figure dentre as espécies de jacarés ameaçadas de extinção, C. latirostris
está incluída no Anexo I das CITES, à exceção das populações argentinas, reconhecidamente
50
muito abundantes (VERDADE e PINÃ, 2007). No Brasil, suas populações se distribuem em
pequenos aglomerados populacionais, compreendendo algumas dezenas de indivíduos,
refletindo diferentes níveis de ameaça para a espécie em território brasileiro (VERDADE e
PINÃ, 2007).
As duas espécies restantes de jacarés no Brasil são Paleosuchus palpebrosus e P.
trigonatus. Ambas as espécies apresentam uma pele fortemente ossificada determinando um
baixo valor comercial, poupando-as do alvo de caçadores (AZEVEDO, 2003). Apresentam na
cabeça uma série de cristas protuberantes dando aspecto de uma coroa (CARVALHO, 1953;
AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
A primeira espécie é a menor dentre os crocodilianos sul-americanos, atingindo pouco
mais de 1,5m de comprimento. Habita rios com vegetação marginal, córregos e florestas
alagadas adjacentes a grande lagos (AZEVEDO, 2003). Sua distribuição geográfica é talvez a
mais extensa entre os crocodilianos da América do Sul, ocorrendo desde as porções leste do
Peru, Equador e Colômbia, passando pela Venezuela, Guianas, Brasil (exceto parte da região
sudeste e toda região sul) e as regiões norte de Paraguai e Bolívia. Possui registros no Andes
em locais com altitudes próximas a 1.300m, incomum para presença de jacarés (AZEVEDO,
2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).
A segunda espécie atinge um tamanho pouco maior: entre 2,5 a 1,7m de comprimento,
sua íris de cor marrom, difere de P. palpebrosus que possui íris castanho-escuro (AZEVEDO,
2003). Ocupa praticamente os mesmos hábitats de P. palpebrosus, contudo gosta de utilizar-
se de tocas longe de corpos d’água durante o dia (AZEVEDO, 2003) e apresenta forte
comportamento territorialista (MAGNUSSON e LIMA, 1991). Sua distribuição geográfica é
menor comparada a P. palpebrosus, pois restringe à bacia Amazônica (CARVALHO, 1953;
AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007), onde também é encontrada em
altitudes acima de 1300 metros (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). O
baixo valor comercial da pele destacado para ambas as espécies associada a pouca apreciação
da carne auxiliam para que P. palpeprosus e P. trigonatus figurem no Anexo II do CITES.
Para o Tocantins, apenas três das seis espécies de jacarés reconhecidas para o Brasil
ocorrem no Estado: Melanosuchus níger, Caiman crocodilus e Paleosuchus palpebrosus
(VILLAÇA, 2004b; MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006; SOARES, 2007).
Malvasio e Salera-Junior (2006) reuniram entre agosto de 2004 e 2005 dados
populacionais como densidade e classes de tamanho, e características dos habitats de Caiman
51
crocodilus e Melanosuchus níger no rio Javaés, entorno do Parque Nacional do Araguaia na
Ilha do Bananal. Ainda na mesma região, entre agosto de 2004 e novembro de 2006, Soares
(2007) verificou densidades populacionais, razão sexual, anomalias e lesões das mesmas
espécies em ambiente fluvial e lacustre.
Já na bacia do rio Tocantins, Villaça (2004b) estudou a ocorrência de Caiman
crocodilus e Paleosuchus palpebrosus na região do lago da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo
Magalhães (UHE LEM). A captura e detecção de indivíduos de ambas as espécies permitiram
avaliar dados populacionais como densidade e eventos reprodutivos, e ainda possibilitou a
caracterização dos habitats freqüentados pelas espécies (VILLAÇA, 2004b).
Testudines e Crocodylia no Tocantins
Em suma, diante do exposto sobre quelônios e crocodilianos, o conhecimento
biológicos de ambos os grupos parece ainda ser bastante reduzido para o Tocantins. Para
quelônios, somente parece haver levantamento de dados sistematizados na região da Ilha do
Bananal, com destaque para o rio Javaés (MALVASIO et al., 2002a, 2002b, 2005a, 2005b,
FERREIRA-JUNIOR e CASTRO, 2003; FERREIRA-JUNIOR et al., 2003; SALERA-
JUNIOR et al., 2006; PORTELINHA, 2007). O mesmo parece ser notado para crocodilianos
sendo os estudos de Villaça (2004b), Soares (2007) e Malvasio e Salera-Junior (2006), os
únicos sistematizados sobre crocodilianos ao longo das bacias dos rios Araguaia-Tocantins
em território tocantinense.
Outro montante de informação, cujo conteúdo basicamente refere-se a registros de
ocorrência com alguma pouca anotação biológica sobre estes grupos, encontram-se dispersos
em diversos relatórios de EIAs e MAs, coleções científicas em museus, documentos oficiais
como Plano de Manejos das UCs do Tocantins e/ou publicações avulsas referente a répteis em
geral (como antevisto na seção introdutória desta dissertação). Por esses motivos, julga-se o
Estado do Tocantins que detém de duas grandes bacias hidrográficas nacionais, ainda aquém
do conhecimento potencialmente existente sobre quelônios e crocodilianos em seus limites
territoriais.
A reunião de toda informação gerada no Tocantins para estes dois grupos,
principalmente no que tange sua distribuição geográfica e diversidades de espécies pode ser
52
um passo determinante para nortear prioridades de estudos posteriores a serem seguidos. Com
este propósito, é objetivo deste capítulo apresentar a compilação dos registros anotados para o
Tocantins de quelônios e crocodilianos, de modo que, após esta compilação, seja possível,
reconhecer a biodiversidade e a as lacunas de conhecimento de amostragem das espécies
destes dois grupos alvos de vertebrados, experiência até então inédita para o Estado do
Tocantins.
Para se alcançar esta meta, duas são as perguntas a serem respondidas neste capítulo.
A primeira: quantas espécies de quelônios e crocodilianos existem registradas para o Estado
do Tocantins? Para responder a essa pergunta, é considerada a hipótese de que no Tocantins
exista diversidade maior ou pelo menos igual àquela já reconhecida. O fato de nenhum outro
estudo ter realizado um síntese sistematizada sobre a biodiversidade destes dois grupos no
Estado, e de que a informação existente para ambos os grupos é muita dispersa, são condições
que dão sustentabilidade a ratificação dessa hipótese.
A segunda pergunta é: existem lacunas de conhecimento biogeográfico para quelônios
e crocodilianos no Tocantins? E se existem, quais são estas regiões? O esforço amostral para
reconhecimento da biodiversidade no Tocantins ao longo dos últimos 200 anos foi pontual e
quase sempre restrito a um determinado grupo biológico de interesse do
naturalista/pesquisador; estas condições, portanto, apóiam a hipótese de que a distribuição
biogeográfica compilada das espécies de quelônios e crocodilianos refletirá na presença de
lacunas de conhecimento biogeográfico, de ambos os grupos para o território tocantinense.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
O Estado do Tocantins, com uma área de 277.620 Km², está localizado na região norte
do país (5º10´06”S, 45º41’46”W e 13º27’59”S, 50º44’33”W) representando 5,4% do
território da Amazônia Legal (SEPLAN, 2008). Possui população estimada em 1.300.000
habitantes e com 139 municípios, tem limites com os Estados do Pará e Mato Grosso à oeste,
Maranhão à norte e nordeste, Piauí e Bahia à leste e por fim Goiás ao sul (SEPLAN, 2008).
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A temperatura média anual está entre 25ºC e 29ºC com máximas atingindo os 40ºC e
mínimas com 14ºC. A pluviosidade média anual varia de 1.300mm na região sudeste, a
2.100mm para a região centro-oeste do Estado. O clima presente é transição entre o equatorial
e tropical, com gradativa diminuição da umidade entre o eixo noroeste-sudeste (SEPLAN,
2008). O relevo é marcado pelas formas erosivas, com declividade média do em no máximo
5%. Os latossolos e os solos concrecionários são os mais extensos. As formas aluviais e solos
hidromórficos predominam na planície da Ilha do Bananal, bacia do rio Araguaia (SEPLAN,
2008). O campo cerrado corresponde a fitofisionomia mais abundante, com 87% do território
estadual (Figura 8). Os 13% restantes distribuem em formações florestais ombrófilas, semi-
deciduais e deciduais (SEPLAN, 2008).
Em relação à hidrografia, está inserida no Tocantins as bacias hidrográficas do rio
Araguaia, com 104.990,8 km² (37,7% do território estadual) e do rio Tocantins com 173.429,9
Km² (62,3% do território estadual) (SEPLAN, 2008). Ambas apresentam potencial para a
navegação e geração de energia hidrelétrica. A bacia do rio Tocantins possui potencial para
gerar 26.595 MV (ELETROBRÁS, 2007) sendo que em território tocantinense já são gerados
1.417,14 MV, com previsão para a produção de pelo menos mais 6.465,1 MV nos próximos
anos (SEPLAN, 2008).
A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo, é delimitada pelo rio Araguaia a
oeste, e a leste pelo seu braço menor, o rio Javaés possuindo uma área de 1.916.225 hectares
(MMA, 2001). Por se apresentar encaixada dentro da planície do Araguaia, tem altitude média
de 130m, caracterizando-a como uma grande planície alagável (MMA, 2001). Em seus limites
estão instaladas as etnias indígenas Javaés e Karajás, distribuídas em várias aldeias ao longo
dos 300 km longitudinais da Ilha do Bananal.
Atualmente, no que tange o aspecto legal, todo seu território consta como Área
Indígena, sendo 138.000 ha na porção norte, destinados ao Parque Nacional do Araguaia,
cujos limites também são designados como Área Indígena, ficando assim sob cuidados dos
índios, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Fundaçao Nacional do Índio
(FUNAI). Apesar da Ilha do Bananal estar inserida nos limites políticos de três municípios:
Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia, neste estudo convencionou-se que devido
a suas particularidades hidrológicas-geomorfológicas e políticas-culturais, será tratada como
uma unidade política distinta semelhante a um município.
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Figura 8. Mapa mostrando as fitofisionomias presentes no Estado do Tocantins. Em amarelo-pálio destaca-se o Cerrado com 87% do território do Estado. Fonte: Atlas do Tocantins (SEPLAN, 2008)
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Procedimentos
Para se determinar a diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos do
Tocantins foram tomados três diferentes métodos: i) busca exaustiva de registros para ambos
os grupos na literatura, e ii) visita a museus e coleções zoológicas e iii) solicitação dos
registros às coleções e museus de zoologia quando impossibilitado de visita como no casos
das coleções estrangeiras e algumas coleções nacionais. Eventualmente, registros de algumas
espécies foram efetuados em campo ou solicitados diretamente a pesquisadores.
Para a compilação de registros na literatura, foram verificados artigos científicos,
relatórios de Estudo de Impacto Ambiental e Monitoramento Ambiental, documentos oficiais
como Planos de Manejo e estudos de cunho ambiental e conservacionista (Anexo 1). Para
busca de espécies depositadas em coleções zoológicas foram efetuadas visitas as coleções
herpetológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), Museu
Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), consideradas
as três principais instituições detentoras de coleções zoológicas do país por terem em seus
acervos especímes de diferentes partes do Brasil. Procedimentos semelhantes de levantamento
das espécies ocorreram em outros estudos (SILVA, 1989; SILVA, 1995a; 1995b; SANTOS,
2005; NOGUEIRA, 2006; COSTA et al. 2007; SANTOS e SILVA, 2007).
A solicitação de registros às coleções e museus não visitados, procedeu através de
consulta ao portal Herpnet (www.herpnet.org), onde realizou-se a busca por registros de
quelônios e crocodilianos nos acervos de museus internacionais. Os registros de ambos os
grupos procedentes da coleção herpetológica da Universidade de Brasília (CHUNB), e do
Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia de Montevidéu no Uruguai (MNHNA),
foram requisitados diretamente aos seus respectivos curadores.
Cabe ressaltar que devido à recente formação do Estado do Tocantins, em 1988, vários
dos registros de quelônios e crocodilianos dados ao Tocantins, ainda têm como procedência o
Estado de Goiás. Desta forma, todos os registros anteriores a 1988 foram comparados ao atual
mapa político do Estado do Tocantins (SEPLAN, 2008), para a confirmação da localidade de
registro.
Posteriormente, ao término desta compilação, foi elaborado um banco de dados em
planilha eletrônica, constando os seguintes parâmetros: Família, Espécie, Subespécie, Fonte,
Registro, Localidade, Município, Coletor, Sexo, Ano e Coordenadas Geográficas do tipo
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graus decimais (Figura 9). A nomenclatura de espécies de quelônios e crocodilianos seguiu
aquela apresentada pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH, 2008). A fonte dos
registros distinguiu-se entre as coleções contempladas, literatura consultada e comunicações
e/ou observações pessoais.
O uso de subespécies somente foi adotado na compilação quando relatado no
tombamento da espécie na coleção ou descrito pelo autor do respectivo manuscrito. Não
foram feitas tentativas de determinação subespecífica para nenhum espécime examinado.
As coordenadas geográficas das localidades amostradas foram tomadas quando
fornecidas. Quando não fornecidas, a coordenada geográfica correspondente foi anotada
através de consulta ao gazetter (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) 12 ou através da verificação
da localidade no software Google Earth 4.2. Nas situações em que não foi obtido êxito com o
uso do gazetteer (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) e Google Earth 4.2, tomou-se nota das
coordenadas geográficas da sede do município associado àquela dada localidade.
Com relação aos registros, foram considerados aqueles provenientes de trabalhos
primários como também registros provenientes de métodos de entrevistas. Os registros
compilados foram classificados de acordo com método empregado: visual, captura,
fotográfico ou entrevista, quando oriundos da literatura; e “de museu”, quando verificado sua
presença no acervo de coleções científicas. A listagem das espécies de quelônios e
crocodilianos para o Tocantins foi diferenciada em três tipos de listagem: lista primária, lista
secundaria (A, B) e lista terciária.
Essa classificação tem como objetivo discernir aquelas espécies que possuem registro
documentado daquelas não documentados (definição a seguir), bem como aquelas de
distribuição geográfica de caráter duvidoso e questionável. Embora seja a SBH quem
divulgue a lista oficial dos répteis no Brasil, ela não apresenta esse tipo de classificação para
os mesmos em território brasileiro. Esse procedimento é estabelecido para a lista oficial das
espécies de aves brasileiras, apresentada pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos,
CBRO (CBRO, 2008). Os critérios de inclusão dos registros no trio das listas acima adaptadas
12 Ainda que este Gazetteer tenha enfoque ornitológico, nas localidades de coleta mencionada nesta obra, vários foram os naturalistas e pesquisadores que coletaram outros grupos animais além das aves. Um exemplo clássico são as coleta de Jonhann Natterer no século XIX. Nas localidades onde o referido naturalista percorreu, ele coligiu material de diversos grupos animais (VANZOLINI, 1996). Deste modo, o uso deste Gazetter pode ser potencializado, não necessariamente sendo de uso exclusivo ornitológico.
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Figura 9. Planilha eletrônica mostrando banco de dados com os registros obtidos para crocodilianos e suas especificações.
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ao Tocantins basea-se nos critérios utilizados por este comitê, sendo que a lista secundária,
neste estudo em particular, foi dividida em dois tipos A e B, como estabelecido a seguir:
Lista primária: Espécies com pelo menos um dos registros de ocorrência no Tocantins
provido de evidência documental. Neste contexto, são evidências documentais os itens
disponíveis, para consulta independente, na forma exclusiva de espécime integral ou parcial,
fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon.
Lista secundária: Tipo A: Espécies com provável ocorrência no Tocantins, providas
de registros específicos para o Estado, mas cuja evidência documental não é conhecida ou
disponível (são evidências documentais os itens disponíveis na forma exclusiva de espécime
integral ou parcial, fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon). Neste
contexto, a ‘provável ocorrência’ de uma espécie no Tocantins é inferida a partir do seu
padrão distribucional e de dispersão estabelecido com base em evidências documentais e/ou
em publicações na literatura. Tipo B: Espécie sem registro provido para o Tocantins, mas com
suposta ocorrência no Estado, inferida a partir do seu padrão distribucional e de dispersão
estabelecido com base em evidências documentais e/ou em publicações na literatura.
Lista terciária: Espécies providas de registros específicos para o Estado do Tocantins,
mas com evidência documental inválida (identificação incorreta ou suspeita de falha na
etiquetagem do espécime) ou com improvável ocorrência no Estado e carentes de evidência
documental (são evidências documentais os itens disponíveis na forma exclusiva de espécime
integral ou parcial, fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon).
A elaboração das respectivas listas apresenta o máximo de fontes idenficadas para
cada uma das espécies em ambos os grupos, ainda que não fosse necessária a menção de todas
elas. A documentação fotográfica foi considerada quando: o manuscrito menciona ter havido
a documentação e/ou traz impressa a fotografia da espécie, ou quando a fotografia é fornecida
pelo autor mediante solicitação.
Para análise de lacunas de conhecimento de quelônios e crocodilianos no Tocantins
foram confeccionados mapas, com auxílio de software gratuito DIVA-GIS 5.4 (www.diva-
gis.org/). Em um primeiro momento, foram plotadas nestes mapas as localidades onde
houveram amostragens do referidos grupos de répteis. Foram realizados dois tipos de
plotagens: aquela considerando todas as localidades amostradas independentes do método de
registro, e outra mais refinada, considerando aquelas localidades onde os registros foram
passíveis de documentação. Em ambas as situações foram particularizadas as localidades onde
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houve o registro de pelo menos 4 espécies de quelônios, uma vez que considerando as
distribuições geográficas das 9 espécies previstas para ocorrerem no Estado do Tocantins, é
possível que em qualquer região do Tocantins tenha-se essa riqueza de 4 espécies. Para
crocodilianos foi particularizada aquelas localidade com pelo menos duas espécies de
crocodilianos registrada e/ou documentada, embora, exista a possibilidade de ocorrência de
uma única espécie de jacaré em determinadas regiões com menor disponibilidade hídrica no
Estado de Tocantins.
Em um segundo momento, para a análise das lacunas de conhecimento da
biodiversidade de quelônios e crocodilianos, o Estado do Tocantins foi divido em uma malha
de 250 quadrículas com área de aproximadamente 110.000ha cada uma, valor correspondente
a 0,3% da área do Estado do Tocantins, permitindo assim estimar a área amostrada para
quelônios e crocodilianos no Estado. Embora os ambientes aquáticos sejam os mais
predominantes para ocorrência de ambos os grupos, sendos estes ambientes em grande parte
das 250 quadrículas menos representativos que os ambientes terrestres, o uso das quadrículas
para a referida análise foi preferida em contraposição a uma analise restrita ao ambientes
aquáticos.
Algumas espécies de quelônios, como os jabutis C. carbonaria e C. denticulata, e
alguns cágados, como Rhinoclemmys punctularia e Platemys platycephala possuem hábitos
semi-aquáticos, sendos estas espécies encontradas em ambientes terrestres (RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). Além disso, o conhecido movimento migratório entre corpos
d’água, utilizando-se de grandes faixas de terras, pelos crocodilianos, ratifica o uso dos
ambientes terrestres pelos mesmos. Deste modo, apesar da análise de quadrículas, de certo
modo, apresentar uma aparente superestimativa da área amostrada para ambos os grupos, ela
permite uma análise mais simplificada, pois no interior desta quadrícula de área de 110.000
ha, existirá todos os ambientes, seja aquático quanto terrestre (Figura 10), necessários para
sobrevivência de quelônios e crocodilianos, evitando-se assim, uma verificação mais
complexa, tendo em vista a necessídade de uma análise individualizada para uma série de
combinações entre espécie-habitat para ambos os grupos.
Importante ressaltar que o percentual de 0,3% foi estabelecido após comparação ao
percentual de cada unidade amostral em outros estudos de mesmo propósito (OREN e
ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995a; COSTA et.al., 2007). Nas análises de Oren e
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Albuquerque (1991) o percentual da unidade amostral definida é de 1,3% do todo, a
Amazônia Legal. Em Silva (1995a) o percentual de cada unidade amostral foi acerca de 0,6%
Figura 10. Mapa hidrográfico do Estado do Tocantins (à esquerda) e aspecto hidrográfico de uma das 250 quadrículas de 110.000 ha (abaixo) mostrando a presença de ambientes terrestres e aquáticos em diferentes níveis no interior de quadrícula.
61
do todo, o bioma Cerrado. Por sua vez, Costa et.al. (2007) na avaliação de lacunas de
conhecimento de Squamata no Cerrado, estabeleceram que cada célula de estudo continha
100.000ha, área correspondente a 0,05% do bioma Cerrado.
Além disso, o percentual de 0,3% estabelecido para as analises de lacunas por meio de
quadrículas foi comparado a análises de 0,2% e 0,135%, sendo o número de quadrículas
demasiadamente excessivas e pequenas para análises de lacunas para estes dois grupos de
vertebrados nestes dois percentuais.
RESULTADOS
Para quelônios foram compilados um total de 199 registros, consultados em a 27
diferentes manuscritos (EIAs, MAs, artigos, dissertações, livros, monografias etc.) e a partir
da consulta de seis coleçoes seis diferentes coleções herpetologias: CHUNB, CHCEULP-
ULBRA, MPEG, MNHNA, MZUSP, SNOMNH. Para quelônios foram constatado cinco
indicações de registros efetuados por meio de observação pessoal (Figura 11).
Para crocodilianos foram compilados 188 registros a partir da consulta de 41
diferentes manuscritos e 5 diferentes coleções herpetologicas detentoras de espécimes
oriundos do Tocantins: CHUNB, MPEG, MNHNA, MZUSP, MNRJ. Dois foram os registros
fornecidos por observação pessoal (Figura 11). A apresentação dos resultados obtidos através
dessas diferentes fontes será inicialmente realizada para os quelônios e posteriormente para os
crocodilianos.
Baseado nos tipos de registro considerados anteriormente, foi verificada a ocorrência
de 12 espécies de quelônios para o Estado do Tocantins: Rhinoclemmys punctularia (Daudin
1801), Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766), Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824),
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766), Podocnemis expansa (Schweigger, 1812),
Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849, Podocnemis unifilis Troschel, 1848, Chelus
fimbriatus (Schneider, 1783), Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812), Mesoclemmys
vanderhaegei (Bour, 1973), Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) Platemys platycephala
(Schneider, 1792). Sobretudo, diante dos respectivos padrões de distribuição geográfica, as
espécies, Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys perplexa,
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Mesoclemys raniceps, Acanthochelys spiixi podem acrescer essa diversidade de quelônios no
Estado do Tocantins para 17 espécies.
Logo, a diversidade potencial de quelônios para o Tocantins é de 17 espécies, das
quais, nove possuem registros documentados para os limites do território tocantinense e três
espécies, Podocnemis sextuberculata, Rhinoclemmys punctularia, e Platemmys platicephala
têm suas ocorrências assinaladas para o Tocantins, porém a primeira necessita de uma
verificação do suposto espécime depositado em museu europeu (IVERSON, 1992) 13,
13 Em contato estabelecido com o autor, o mesmo mencionou que este registro fora baseado nos trabalhos de Siebenrock 1904: Schildkroten von Brazilien que assinala a espécie para "Rio Araguaya". O autor mencionou também que geralmente os registros de Siebenrock são apoiados nos espécimes depositados no Museu de Viena, sugerindo uma averiguação ao acervo do mesmo para checagem da identificação.
Figura 11. Apresentação gráfica do número total dos diferentes tipos de fontes consultadas e o número de espécies de quelônios (acima) e crocodilianos (abaixo) identificadas associado a cada tipo de fonte.
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enquanto as duas outras somente são relatadas por registros não documentados (ATIZENGEN
e SILVA, 1999; TOCANTINS, 1998).
Deste modo, a lista primária de espécies de quelônios do Tocantins traz as seguintes
espécies: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata,
Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,
Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus.
A lista secundária do tipo A abrange um total de três espécies: Podocnemis
sextuberculata, Rhinoclemmys punctalaria, e Platemmys platicephala; a lista secundária do
tipo B, por sua vez compreende cinco espécies: Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys
turbeculata, Mesoclemys perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys spiixi. A lista terciária
não há nenhuma espécie representada. Porém, vale destacar que há dois registros, a princípio
não documentados, de Hydromedusa maximiliani relatados em pequenos corpos d’água para o
Parque Estadual Serra das Andorinhas, na margem esquerda do rio Araguaia, no Pará
(ATIZENGEN e SILVA, 1999). Detalhes sobre as fontes dos registros apresentadas seguem
no Anexo 1.
Dentre as 12 espécies registradas para o Tocantins, nenhuma delas se enquadra no
Anexo I do CITES (UNEP-WCMC 2009). O mesmo ocorre quando comparadas à lista de
espécies de Testudines ameaçadas no Brasil (MMA, 2003; MARTINS e MOLINA, 2008).
Quando comparadas à lista vermelha de espécies de Testudines da IUCN, constam que três
espécies registradas para o Tocantins apresentam grau de ameaça de extinção: Chelonoidis
denticulata Podocnemis sextuberculata, e Podocnemis unifilis, classificadas como vulneráveis
(IUCN, 2008). Verificou-se também que nenhuma das espécies consideradas ocorrentes no
Estado do Tocantins é um testudínio endêmico brasileiro.
A compilação dos registros de quelônios no Tocantins constatou a existência de 67
diferentes localidades amostradas, das quais, 61 encontram-se exclusivamente em território
tocantinense, distribuídas em 24 diferentes municípios. Por sua vez as outras seis localidades
restantes, localizam-se nas divisas do Tocantins com o Estado do Pará, nos municípios de
Conceição do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, Estado do Maranhão, no município de
Imperatriz e Estado do Mato Grosso no município de Santa Terezinha (Figura 12).
Por outro lado, quando somente analisadas as localidades que dispõem de material
documentado, sejam espécimes depositados em coleções, sejam registros vídeo-fotográficos
constatam-se 22 localidades dispondo de documentação de Testudines (Figura 12), dentre as
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67 localidades identificadas no Estado do Tocantins. Destas 22 localidades, apenas em três
verificou-se a coleta e/ou documentação vídeo-fotográfica de pelo menos quatro espécies de
quelônios: barra do rio Tapirapé - Ilha do Bananal, UHE LEM - Lago do Lajeado e Parque
Estadual do Cantão (Figura 12 - setas vermelha, marrom e amarela, respectivamente - e
Tabela 3).
Figura 12. Localidades onde ocorreram registros de espécies quelônios no Estado do Tocantins. Ao centro, preenchido de vermelho como referencial, Palmas, capital do Estado.
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Considerando apenas aquelas localidades que apresentaram pelo menos 4 espécies de
quelônios registradas independete do método de registro, percebe-se uma significativa
redução de 67 localidades amostradas para apenas 8 (Figura 13 e Tabela 3).
Figura 13. Localidades onde ocorreram registros de pelo menos quatros espécies diferentes de quelônios no Estado do Tocantins independentes da documentação ou não do registro.
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LOCALIDADE COORDENADA ESPÉCIE FONTE
Fazenda Dois Rios
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) BIOFÍSICA, 2007
‐10.76944444 Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) BIOTERRA, 2005 ‐49.92416667
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) BIOTERRA, 2005
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 BIOTERRA, 2005
Parque Estadual do Cantão
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) CHUNB 46212; SEPLAN 2004
‐9.365 Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) CHUNB 45444; SEPLAN 2004 ‐50.01027778
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 CHUNB 45445‐49; SEPLAN 2004
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) Túlio Dornas Obs. Pessoal 2006 (F)
Projeto Formoso
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) UNITINS 1998
‐11.79277778 Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) UNITINS 1998
‐49.61138889 Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) UNITINS 1998 Podocnemis unifilis Troschel, 1848 UNITINS 1998
Rio Araguaia (Xambioá)
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) SALERA‐JÚNIOR 2005
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) SALERA‐JÚNIOR 2005
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) ATIZENGEN e SILVA 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005
‐6.41222222 Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) SALERA‐JÚNIOR , 2005 ‐48.52527778 Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) SALERA‐JÚNIOR, 2005
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) ATIZENGEN e SILVA, 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005 Podocnemis unifilis Troschel, 1848 ATIZENGEN e SILVA, 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005
Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801) ATIZENGEN e SILVA, 1999
Tabela 3. Coordenadas, espécies e fonte das localidades com pelo menos 4 especies registradas no Estado do Tocantins. As localidades com pelo menos 4 espécies documentadas encontram-se sublinhadas. F – registro fotográfico, os demais registros, salvos aqueles de coleções, são provenientes de registros visuais e/ ou entrevistas.
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LOCALIDADE COORDENADA ESPÉCIE FONTE
Barra do rio Tapirapé ‐ Ilha do
Bananal
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) MNRJ 35 e 56 apud Pritchard e Trebou 1984
‐10.23333333 Podocnemis unifilis Troschel, 1848 MNRJ 1073, UMMZ 103243, AMNH 87966 apud Pritchard e Trebbau 1984
‐48.4 Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) MZUSP 2185 apud Pritchard e Trebbau 1984
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) AMNH 93444 apud Pritchard e Trebbau 1984
Rio Javaés ‐ tribo Conoanã
‐12.01111111 ‐49.95166667
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) SALERA‐JÚNIOR, 2005
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) SALERA‐JÚNIOR, 2005
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) SALERA‐JÚNIOR, 2005
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) SALERA‐JÚNIOR, 2005
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 SALERA‐JÚNIOR, 2005
Rio Tocantins ‐ Lago UHE LEM
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) THEMAG, 1996; CHUNB 16198; CHUNB 24700
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) THEMAG, 1996
‐10.11666667 Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) THEMAG, 1996; CHUNB 15153; ‐48.38333333
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 THEMAG, 1996; CHUNB 15232;
Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) PAVAN e DIXO, 2004; CHUNB 14684 Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) BRANDÃO e PEREZ‐JR, 2001
Mesoclemmys vanderhaegei (Schweigger, 1812) BRANDÃO et al., 2002
Sete Barracas
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) CONSPLAN, 2004
‐5.54194444 Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) CONSPLAN, 2004 ‐47.56027778
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) CONSPLAN, 2004
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) CONSPLAN, 2004
68
Do ponto de vista da divisão geopolítica do Estado do Tocantins dos 24 municípios
com registros de quelônios, apenas oito municípios tiveram pelo menos 4 espécies de
quelônios registradas: Caseara, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Palmas, Paranã,
Pium, São Miguel do Tocantins, Xambioá; mais a Ilha do Bananal. (Figura 14).
Figura 14. Municípios tocantinenses em que se obteve o registro mínimo de quatro espécies de quelônios no Tocantins independente da documentação do registro. 1. São Miguel do TO, 2. Xambioá, 3. Caseara, 4. Pium, 5. Lagoa da Confusão, 6. Ilha do Bananal, 7. Formoso do Araguaia, 8. Paranã e 9. Palmas.
1
2
4
6
5
3
7
8
9
69
O município de Paranã, ao contrário de todos os outros municípios listados, não
apresentou em seus limites territoriais uma única localidade com pelo menos quatro espécies
de quelônios registrados, sendo destacado no mapa da figura 14 devido haver mais de 4
especies nos diferentes pontos de amostragem verificados no interior do seu território.
Considerando as unidades geopolíticas que tiveram pelo menos 4 espécies
documentas, observa-se que somente em três casos foi verificada tal situação: Palmas,
representada pelas coletas e documentações de quelônios ao longo do Lago do Lajedo (Figura
14, n◦ 9); Pium, devido às coletas e documentações de espécies de quelônios realizadas no
Parque Estadual do Cantão e o Centro de Pesquisas Canguçu e entorno, (trata-se de unidades
de conservação localizadas nos limites deste município – Figura 14, n◦ 4); e a Ilha do
Bananal, neste estudo excepcionalmente separada como uma unidade geopolítica, onde existe
várias coletas de quelônios, principalmente aquelas efetuadas na barra do rio Tapirapé com rio
Araguaia e na região próxima a Santa Terezinha município mato-grossense na margem
esquerda do Araguaia (Figura 14, n◦ 6) (Tabela 4).
Com relação à análise de quadrículas, dividindo-se o território tocantinense em 250
quadrículas, com área aproximadamente de 110.000ha (0,3% da área total do Estado),
contasta-se que em apenas 40 quadrículas foram realizados algum registro de quelônio. Destas
40 quadrículas, em apenas dez delas havia sido registrada mais de quatro espécies de
quelônios, sendo em apenas um delas registrada as nove espécies reconhecidas para o Estado
(Figura 15).
Recorrendo ao um maior refinamento na análise, verificou-se que das 250
quadrículas, em apenas 19 delas houveram registros documentados de quelônios, redução de
47,5% comparados as 40 quadrículas identificadas independentes do método de registro.
Surpreendentemente, somente em três quadrículas foram constatadas a documentação de
quatro ou mais espécies de quelônios (Figura 16).
Abstendo-se dos quelônios e enfocando no grupo dos crocodilianos, verificou-se que
para o Estado do Tocantins há registros de cinco das seis espécies de Crocodyla existentes no
Brasil: Caiman crocodilus, Caiman latirostres, Melanosuchus niger, Paleosuchus
palpebrosus e Paleosuchus trigonatus. Embora a presença de C. latirostris e P. trigonatus
constitua uma surpresa positiva, já que não havia registros conhecidos da ocorrência dessas
espécies em solo
70
UNIDADE POLÍTICA
ESPÉCIE FONTE
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) MZUSP 2048, 2119, 2120, MNHNA 1751, AMNH 93444 apud Pritchard Trebbau
Ilha do Bananal Podocnemis unifilis Troschel, 1848 MZUSP 2106, 2109, 2110, 2111, 2112; CHUNB 10747, 10748, 10749; MZUSP 2777; MN 1073, UMMZ 103243, AMNH 87966 apuds Pritchard e Trebbau 1984 ‐.
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) MNHNA 1384; MN 35 e 56 apud Pritchard e Trebbau 1984
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) MZUSP 2185 apud Pritchard e Trebbau 1984
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) CHUNB 10746
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) ADSON ATAÍDES Comun. Pessoal 2008 (Fotográfico)
Pium (limites extras Ilha do Bananal)
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) MALVASIO et al., Comun. Pessoal (Fotográfico)
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 CHUNB 24753, 45445, 45446, 45446, 45447, 45448
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) CHUNB 46212
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) CHUNB 45444
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) MZUSP 4118
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) CHUNB 16198, 24700, MZUSP 4119, 4120, 4121, 4122, 4123, 4124, 4125, 4126
Palmas Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) CHUNB 14684
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) CHUNB 15153
Podocnemis unifilis Troschel, 1848 CHUNB 15232
Tabela 4. Espécies de quelônios, fontes e as unidades políticas com registro de pelo menos 4 espécies através de métodos documentados no Estado do Tocantins.
71
Figura 15. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de quelônios naquelas áreas decorrentes de registros indepedente da documentação dos registros.
72
Figura 16. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de quelônios naquelas áreas decorrentes de registros somente passíveis de documentação.
73
tocantinense, para P. trigonatus os registros vigentes não possuem caráter documental,
diferentemente de C. latirostris, que há registro documentado, porém sua distribuição
geográfica atual e a não recorrência de registros na bacia do rio Araguaia – origem do
espécime examinado – e na região sudeste do Estado, discorrem sobre sua sólida validade no
Tocantins, fato que será discutido a seguir.
De acordo com os critérios estabelecidos para determinação das listagens de espécies
do Tocantins a lista primária compreende as seguintes espécies: C. crocodilus, M. niger, P.
palpebrosus; por sua vez a lista secundária traz P. trigonatus (tipo A) e a lista terciária C.
latirostris. Embora o registro de C. latirostris contemple os critérios estabelecidos para lista
terciária, existem importantes considerações sobre sua distribuição geográfica que podem
sustentar sua ocorrência no Tocantins, como discutido mais adiante. Nenhuma das espécies
registradas para o Tocantins enquadra-se em categorias de ameaça de extinção (MARTINS e
MOLINA, 2008, IUCN 2008), sendo somente C. latirostris listada no Anexo I da CITES
(UNEP-WCMC. 2008).
A compilação dos registros de crocodilianos para o Tocantins revelou 101 diferentes
localidades amostradas, em 34 diferentes municípios mais a Ilha do Bananal (Figura 17).
Destes, somente três localizam-se em regiões limítrofes, Couto de Magalhães e Xambioá com
os municípios paraenses de Conceição do Araguaia e São Geraldo do Araguaia
respectivamente, e a Ilha do Bananal, na sua porção norte fazendo limite com o município de
Santa Terezinha, no Estado do Mato Grosso.
Das 101 localidades compiladas, apenas em 38 foram observados os registros de pelo
menos duas espécies de crocodilianos, contemplando a amostragem mínima estabelecida para
de duas espécies para crocodilianos (Figura 17). Dos 34 municípios amostrados somente 17
mais a Ilha do Bananal tiveram o mínimo de duas espécies identificadas (Figura 18).
Levando-se em consideração os registros efetuados através de documentação, das 101
localidades amostradas em apenas 21 delas foram aplicados este tipo de metodologia (Figura
19). Em uma análise mais minuciosa, constatou-se que dentre essas 21 localidades passíveis
de documentação em apenas seis houve a documentação de pelo menos duas espécies de
crocodilianos (Tabela 5 e Figura 19) contemplando somente os municípios de Palmas, Pium,
Mateiros e a Ilha do Bananal.
Por sua vez, a análise de quadrículas de amostragem de crocodilianos, quando
comparado com o padrão de quadrículas amostradas em quelônios, demonstra uma conjectura
74
de sutil melhora. Das 250 quadrículas (~110.000ha cada) distribuídas pelo território
tocantinense, 51 apresentaram registros de crocodilianos (Figura 20).
Considerando apenas aqueles registros passíveis de documentação, o número de
quadrículas amostrado reduziu para 20. Deste total, apenas cinco quadrículas figuram entre
aquelas com pelo menos duas espécies de crocodilianos documenta (Figura 21).
LOCALIDADE COORDENADAS ESPÉCIE FONTE
Centro de Pesquisa Canguçu
‐9.978055556 ‐50.03638889
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) CHUNB 24751, 24752
Melanosuchus niger (Spix, 1825) SOARES, 2007 (F)
Ilha do Bananal ‐ 2 ‐11.33333333
‐50.4
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) MZUSP 2106, 2107, 2108, 2109
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) MZUSP 2173
Caiman latirostris (Daudin, 1802) MZUSP 2136
Ilha do Bananal ‐ Rio Araguaia
‐11.35 ‐50.66666667
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) MNHNA 1412
Melanosuchus niger (Spix, 1825) MNHNA 1414
Jalapão ‐10.55
‐46.41666667 Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) VITT et al., 2005 (F)
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) VITT et al., 2005 (F)
Rio Javaés ‐9.966666667 ‐50.03333333
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) SOARES, 2007 (F)
Melanosuchus niger (Spix, 1825) SOARES, 2007 (F)
Palmas ‐ 10.19750000 Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) VILLAÇA 2004b (F)
‐48.36861111 Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) VILLAÇA 2004b (F)
Tabela 5. Localidades onde se efetuou a documentação de pelo menos duas espécies de crocodilianos no Estado do Tocantins. F – documentação fotográfica.
75
Figura 17. Localidades amostradas para crocodilianos no Estado do Tocantins (azul e amarelo) independentes do método de registro. Em amarelo, aquelas localidades amostradas onde foram efetuados registros de pelo menos duas espécies de crocodilianos.
76
Figura 18. Municípios com pelo menos duas espécies de crocodilianos registrado no Estado do Tocantins. 1. Sampaio, 2. São Miguel do Tocantins, 3. Ananás, 4. Tocantinópolis, 5. Babaçulândia, 6. Campos lindos, 7. Couto de Magalhães, 8. Araguacema, 9. Pium, 10. Lagoa da Confusão, 11. Formoso do Araguaia, 12. Lajeado, 13. Palmas, 14. Porto Nacional, 15. Brejinho de Nazaré, 16. Mateiros, 17. Ilha do Bananal.
12
3 4
5
6
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8
9
10
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17
77
Figura 19. Localidades amostradas para crocodilianos no Estado do Tocantins (azul e amarelo) com registros passíveis de documentação. Em amarelo, aquelas localidades amostradas onde foram efetuados registros documentados de pelo menos duas espécies de crocodilianos.
78
Figura 20. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de crocodilianos naquelas áreas decorrentes de qualquer método de registros.
79
Figura 21. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de crocodilianos naquelas áreas decorrentes de registros passíveis de documentação.
80
DISCUSSÃO
A diversidade de quelônios e crocodilianos para o Tocantins era até então conhecida
de estudos pontuais e da verificação das distribuições geográficas das espécies (PRITCHARD
e TREBBAU, 1984; ERNEST e BAUBOR, 1989; IVERSON, 1992; MOLINA e ROCHA
1996; BRANDÃO et al., 2002; AZEVEDO, 2003; MEDEM, 2003; VILLAÇA, 2004a,
2004b; MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006; PORTELINHA, 2007; SOARES, 2007;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Em síntese, os resultados encontrados para ambos os
grupos de vertebrados estudados aponta que no Estado do Tocantins encontra-se uma situação
de contrastes; de um lado há uma representativa diversidade de espécies de quelônios e
crocodilianos, em contrapartida, a amostragens das mesmas são extremamente insuficientes.
Frente aos resultados sobre a representativa biodiversidade compilada serão discutidas
inicialmente as considerações referentes aos Testudines e posteriormente aos Crocodylia.
A compilação de registros de quelônios no Tocantins revelou existir 12 espécies de
quelônios registradas para o Estado; diversidade de espécies maior que a aquela conhecida
para o Estado como mencionado anteriormente. Porém, para responder a pergunta “quantas
espécies de quelônios existem registradas para o Estado do Tocantins?” há a necessidade de
avaliar as listas primária, secundária e terciária elaboradas.
Considerando o critério de documentação das espécies, a essa primeira pergunta se faz
coerente como resposta o uso da lista primária de espécies de quelônios do Tocantins. Logo,
nove é o numero de espécies documentadas e, por conseguinte, com registros comprovados
para o Tocantins, mostrando que a diversidade anteriormente considerada foi mantida. As
espécies que mais se destacam dentre aquelas com registro confirmado são Mesoclemmys
vanderhaegei (CHCEULP-ULBRA 1081) e Mesoclemmys gibba (CHUNB 14684) que foram
recentemente descobertas para o Tocantins (BRANDÃO e PEREZ-JÚNIOR, 2001;
BRANDÃO et al. 2002, VILLAÇA, 2004a) ampliando de forma considerável a distribuição
geográfica dessas espécies do centro-sul e do norte do Brasil, respectivamente, para o médio
rio Tocantins.
Outra espécie compilada que merece destaque é Chelonoides denticulata. Sua
ocorrência no Tocantins sempre foi associada a registros provenientes de entrevistas e/ou
registros sem documentação (TOCANTINS, 1998; CONSPLAN, 2004). Iverson (1992) e
Rueda-Almonacid et al. (2007) relatam a ocorrência da espécie para regiões Sudeste, centro
81
sul da região Centro-Oeste, Pantanal e Amazônia Ocidental. Os registros de C. denticulata
para Ilha do Bananal (CHUNB 10746) próximo a Santa Terezinha, cidade na margem
esquerda do rio Araguaia, e para o Parque Estadual do Cantão (Figura 22), confirmam a
presença da espécie no Tocantins, assim como na porção ocidental da Amazônia e central do
Brasil.
Todavia, utilizando-se das listas secundárias estabelecidas, um importante acréscimo
na diversidade de quelônios para o Tocantins pode ocorrer de duas formas. Caso as espécies
Podocnemis sextuberculata, Rhynoclemys turbeculata e Platemys platicephala que compõem
a lista secundária do tipo A tenham seus registros confirmados; ou as espécies da lista
secundária do tipo B, Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys,
perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys spiixi, tenham suas distribuições geográficas
aumentadas para o Tocantins através de registros futuros dentro dos limites do Estado (Figura
23).
Podocnemis sextuberculata é um testudínio com distribuição geográfica confirmada
para bacia amazônica, sendo seus registros concentrados na calha do rio Amazonas e
afluentes norte (ERNEST E BAUBOUR, 1989; IVERSON, 1992). Contudo, Iverson (1992)
apresenta dois supostos registros da espécie fora dos afluentes norte e calha central do rio
Amazonas, um deles em afluente do médio rio Xingu e outro na confluência dos rios
Tocantins e Araguaia. Segundo o autor, este último registro é baseado em Siebenrock 1904:
Schildkroten von Brazilien (em alemão, Tartarugas do Brasil) sugerindo por a verificação do
espécime depositado na Alemanha (JOHN IVERSON Comum. Pessoal 2009) .
Considerando a confirmação da espécie no baixo rio Amazonas (IVERSON, 1992),
portanto, em regiões próximas as imediações das desembocaduras dos rios Xingu e Tocantins,
torna-se possível especular sobre a real ocorrência desta espécie no Estado do Tocantins como
mencionado logo acima, visto que habitats como lagos, rios e corregos, várzeas e florestas de
igapó, onde se estabelecem (RUEDA-ALMONACID et al., 2007) são encontrados na calha
dos rios Tocantins e Araguaia. Deste modo, as expedições que contemplem as calhas dos dois
rios já nos limites tocantinenses são necessárias e emergenciais para confirmação da
ocorrência de P. sextuberculata no Estado, já que a espécie encontra-se vulnerável de
extinção (IUCN, 2008), e são previstas a construção de barragens para produção hidrelétrica
no rio Tocantins, em Marabá – PA e no rio Araguaia em Santa Isabel, município de Ananás,
Tocantins.
82
Figura 23. Distribuição das espécies de quelônios que compõe a lista secundaria do tipo B. 1. Peltocephalus dumeriliana, 2. Mesoclemmys tuberculata, 3. Mesoclemmys perplexa 4. Mesoclemmys raniceps, 5. Acanthochelys spixii. Fonte: adaptado de www.chelidae.com
Figura 22. Indivíduo de Chelonoides denticulata fotografado em cerradão do Parque Estadual do Cantão. Fotos: Túlio Dornas.
21
3
4 5
83
Não diferentemente, as mesmas considerações propostas para a P. sextuberculata
servem para explicar a ocorrência de Rhynoclemys punctularia para o Tocantins. Sua
distribuição geográfica é mais restrita na bacia amazônica a porção do médio e baixo rio
Amazonas e na região das Guianas (ERNEST e BAUBOR, 1989; IVERSON, 1992, RUEDA-
ALMONACID et al., 2007) concentrando-se na região de Belém uma grande abundância de
registros (IVERSON, 1992).
No Tocantins sua ocorrência é relatada, sem especificação de possível documentação,
para o rio Araguaia, entre as imediações do Parque Estadual Serras das Andorinhas, no Pará, e
o município de Ananás, no Tocantins (ATIZENGEN e SILVA, 1999). Os autores salientam
que o espécime registrado carece ainda de revisão para definitiva identificação. No entanto, a
forte presença da espécie na região de Belém, com registros de espécimes para região de
Janaguara, foz do rio Tocantins (MZUSP 3030 e 3031) (Figura 24) subsidiam com
consistência a entrada da espécie ao longo da bacia do Tocantins.
Figura 24. Rhinoclemmys punctalaria, acima espécime depositado o MPEG e abaixo espécime depositado MZUSP. Fotos: Túlio Dornas
84
Essa proposição é ainda fortalecida se acrescida dos registros da espécie para Serra do
Carajás, Pará (MPEG 54 e 67) (Figura 24), na região do rio Itacaiúnas, afluente do rio
Tocantins com desembocadura em Marabá, e para a região da Aldeia Igarapé Gurupi-Una
(MZUSP 2212), no médio rio Gurupi, divisa natural dos Estados do Pará e Maranhão, cuja
cabeceira está distante algumas dezenas de quilômetros da foz do rio Araguaia com o rio
Tocantins. Assim como para P. sextuberculata, expedições no baixo rio Araguaia e na região
de sua foz com rio Tocantins são emergenciais para possível certificação da ocorrência de R.
punctalaria para o Estado do Tocantins.
Já Platemys platicephala é um cágado semi-aquático, que prefere pântanos e corpos
d’água pouco profundos chegando adentrar em ambientes florestais. Sua distribuição é dada
para toda a bacia Amazônica, tendo como limite de distribuição o rio Araguaia, porém
registros para esta bacia inexistem (ERNST, 1983; IVERSON, 1992; RUEDA-ALMONACID
et al., 2007).
Para o Estado do Tocantins sua presença foi registrada na região de Rio da Conceição
(TOCANTINS, 1998), município localizado na região sudeste do Estado, distante da calha do
rio Araguaia em pelo menos 420 quilômetros. Não é relatado método de registro sendo
provavelmente visual e sem captura. Embora o autor relate que a espécie é abundante no
local, o mais provável é que o referido cágado seja outra espécie, apesar de que as
características morfológicas de P. platycephala serem bem distinguíveis das demais
(RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Sobretudo, à grande distância com relação ao rio
Araguaia e a não documentação do registro, à execução de estudos na região de Rio da
Conceição para o reconhecimento da fauna de Testudines é sugerido o que pode vir a
confirmar a espécie nesta localidade.
Entretanto, a ocorrência de P. platycephala para o Estado do Tocantins é mais
consistente quando embasada nos registros da espécie para rio Culuene, alto rio Xingu
(UMMZ 115654 apud ERNST, 1983 e PRITCHARD e TREBBAU 1984) e rio Gurupi,
Aldeia Igarapé Gurupi-Una (MZUSP 2689, 2692). Estes registros sugerem a real ocorrência
da espécie na calha do rio Araguaia e seus afluentes (Figura 25); logo a sua busca deve ser
emergencial, priorizada junto com P. sextuberculata e R. punctalaria em toda calha do rio
Araguaia, devendo ser despendido maior esforço amostral na Ilha do Bananal, já que nela se
mantêm em bom estado de conservação os ambientes preferenciais da espécie.
85
Finalmente, concomitante às buscas dessas três espécies, amostragens à procura de
Hydromedusa maximilliani devem ser consideradas. Souza (2005b) descreve que os
ambientes preferenciais da espécie na Mata Atlântica são riachos de águas claras em florestas
primária, ambientes igualmente encontrados no Parque Estadual Serra das Andorinhas, sendo
o registro conferido por Atizegen e Silva (1999) efetuado em mata de galeria dos riachos
encravados nos afloramentos rochosos da região. Embora, seja considerada endêmica da Mata
Atlântica, um registro da espécie para Anápolis-GO (AMNH 62140 apud EMY System 1999)
pode sugerir a existência de populações da espécie em regiões além da Mata Atlântica, sendo
as supostas populações do centro-norte do Brasil ainda não descobertas por escassez de
documentação e de estudos de inventariamento de cágados nessa região.
Figura 25. Distribuição de Platemys platicephala. Em vermelho, Rio da Conceição, local onde foi assinalado o registro para a espécie no Tocantins. Em amarelo e verde, respectivamente, rios Culuene - MT e Gurupi - MA, locais onde P. palticephala foi documentada (UMMZ 115654 e MZUSP 2689, 2692). Os respectivos registros subsidiam a ocorrência da espécie para a calha do rio Araguaia e afluentes. Fonte: adaptado de Rueda-Almonacid et al., 2007.
86
Com relação a diversidade de crocodilianos no Estado do Tocantins, verificou-se que
há registros de cincos das seis espécies descritas para o Brasil, duas a mais que o esperado pra
o Estado. Contudo, considerando os critérios de listagem estabelecidos, a lista primária do
Tocantins tem apenas as três espécies anteriormente assumidas: Caiman crocodilus,
Paleosuchus palpebrosus e Melanosuchus níger; respondendo assim a pergunta inicialmente
proposta de “qual o número de espécies de crocodilianos para o Estado do Tocantins?”. As
outras duas: Paleosuchus trigonatus e Caiman latirostris compõem a lista secundária do tipo
A e a lista terciária, respectivamente.
Paleosuchus. trigonatus é um jacaré de porte médio, que tem distribuição geográfica
assinalada para toda a bacia Amazônica, onde é simpátrico com P. palpebrosus
(CARVALHO, 1953, MEDEN, 1967; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,
2007). No Tocantins, sua presença é assinalada para rio Tocantins, na região da Ilha Serra
Quebrada, município de Tocantinópolis e para o rio Araguaia, entre o Parque Estadual Serra
das Andorinhas no Pará e o município de Ananás, Tocantins. Em ambos os registros não é
confirmada à documentação da espécie, podendo assim haver equívocos na identificação, com
a possibilidade de tais registros terem sido de P. palpebrosus, já que as características
diagnósticas são diferenciadas com mais precisão em exemplares no mínimo capturados.
Entretanto, a ocorrência de P. trigonatus relatada para o Tocantins torna-se realmente
coerente quando analisada uma série de registros provenientes do leste amazônico. Existem
no MZUSP dois espécimes de P. trigonatus, MZUSP 2187 e 2188 (Figura 26), o primeiro do
médio rio Capim, no Pará, interflúvio Tocantins-Gurupi; o segundo do rio Gurupi, na Aldeia
Igarapé Gurupi-Una divisas entre Maranhão e o Pará. Ademais, outros dois espécimes, MPEG
21 e 22 (Figura 26), são anotados para o Pará nos limites da Flona Tapirapé-Aquiriri, na
região do rio Itacaíunas, afluente do rio Tocantins no município de Marabá-PA.
Este conjunto de registros depõe com veemência a favor da ocorrência da espécie no
Estado do Tocantins, pelo menos, no que se refere à região norte do Estado, onde foram
efetuados os supostos registros. O rio Itacaíunas é um afluente do rio Tocantins com
desembocadura em Marabá, a pelo menos 50km da confluência dos rios Araguaia e
Tocantins. Vários de seus afluentes nascem próximos a calha do rio Araguaia nas redondezas
do P. E. Serra das Andorinhas, o que poderia favorecer as populações do jacaré a transitarem
entre as duas bacias. Sobretudo, as bacias do rio Capim e rio Gurupi têm suas cabeceiras
muito próximas ao leito do rio Tocantins, e uma vez já confirmada a presença de P. trigonatus
87
em seus limites, o possível deslocamento da espécie ao sul de ambas as bacias, também é
favorecido (Figura 27).
Figura 26. À esquerda, espécime P. trigonatus MZUSP 2187 e a direita MPEG 21. Fotos: Túlio Dornas
Figura 27. Mapa com distribuição de P. trigonatus, localidade amostradas e sua nova distribuição geográfica (linha tracejada) caso os registros no Estado do Tocantins forem confirmados. Círculo verde, rio Itacaiúnas nas proximidades da Flona Tapirapé-Aquiri; círculo vermelho, rio Araguaia, região do P. E. Serra das Andorinhas; círculo preto, rio Tocantins próxima a Ilha de Serra Quebrada; círculo azul, médio rio Capim e; círculo amarelo, rio Gurupi, Aldeia Igarapé Gurupi-Una. Fonte: adaptado de Rueda-Almonacid et al., 2007
88
Além disso, é relatado para P. trigonatus a preferência por canais e corpos d`água
mais turbulentos no interior das florestas (MEDEN, 1967; MAGNUSSOM e LIMA, 1991;
RUEDA-ALMONACID et al., 2007) sendo os canais com densa vegetação ambientes
selecionados para construção de seus ninhos (MAGNUSSOM e LIMA, 1991; RUEDA-
ALMONACID et al., 2007). Estes ambientes estão espalhados por toda floresta Amazônica,
sendo que no Tocantins estariam melhor caracterizados na região norte do Estado, onde a
influência do bioma Amazônico é mais intensa (SEPLAN, 2008) (Figura 8 – em verde, ao
norte do Estado).
Deste modo, tanto do ponto de vista biogeográfico quanto ecológico, a distribuição de
P. trigonatus em território tocantinense tornar-se plausível, com possibilidades de sua
ocorrência ser destacada até em áreas mais a montante do Parque Estadual das Andorinhas, no
rio Araguaia. Isto devido a sua margem ser composta por fitofisionomias amazônicas bem
características (Figura 8), onde há a presença de lagos, canais e rios com características muito
semelhantes ao habitat ideal conhecido da espécie para outras localidades na Amazônia.
Expedições de busca à espécie devem ser efetuadas na região norte do Tocantins com
extrema urgência. A previsão dos barramentos do rio Tocantins devido à construção da
hidrelétrica de Marabá, e do rio Araguaia devido à construção da hidrelétrica de Santa Isabel
para a região, inevitavelmente alagarão os habitats favoráveis ao estabelecimento da espécie.
Levando-se em conta ainda, que o leste paraense e quase todo o norte do Tocantins estão
drasticamente desmatados 14, a confirmação da ocorrência de P. trigonatus para o Estado do
Tocantins deverá, de forma lamentável, vir acompanhada do status de espécie ameaçada de
extinção a nível estadual, pois os habitats da espécie vêm sofrendo grande alteração, sendo
convertidos em outros tipos de coberturas.
Além de P. trigonatus, outra espécie que demanda atenção é C. latirostris. Este jacaré
de médio a grande porte, também conhecido como jacaré-do-papo-amarelo, apresenta uma
ampla distribuição geográfica longitudinal, ocorrendo desde o Rio Grande do Norte passando
por todo leste brasileiro até Uruguai e centro-norte da Argentina (CARVALHO, 1953;
MEDEN, 1983; AZEVEDO, 2003; VERDADE e PIÑA, 2007; RUEDA-ALMONACID,
2007). Para o Estado do Tocantins, C. latirostris tem ocorrência verificada para duas
14 Dados oficiais (Seplan 2008) mostram que apenas 13% da cobertura vegetal original da categoria de florestas ainda estão conservadas no Tocantins. Segundo o PRODES, Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica ligada ao INPE, apenas 25% da cobertura florestal do Tocantins ainda encontram-se integras.
89
localidades, Ilha do Bananal, em decorrência de espécime depositado no MZUSP 2136
(Figura 28) e para o município de Almas, sudeste do Estado (Instituto Butantan NS 547 apud
PESSÔA et al. 1972), provavelmente, em afluentes, ou mesmo no próprio rio Manuel Alves,
Figura 28. Caiman latirostris depositado na coleção herpetológica do MZUSP 2136. Acima e à esquerda, vista dorsal e ventral do indivíduo; Acima e à direita, detalhe da cabeça mostrando o quanto igualmente é largo e comprido o focinho da espécie. Abaixo, cabeça perfilada mostrando as máculas arredondadas na sua mandíbula (setas negras), característica que isenta uma diagnose equivocada do espécime como C. crocodilus, pois este último não apresenta este tipo de adorno em sua mandíbula (Carvalho 1953; Ruenda-Almonacid 2007)
90
cujo leito banha o município. Os autores não fornecem maiores detalhamentos sobre a
procedência e destinaçao do indivíduo, que foi objeto de estudos na identificação da
esporulação do protozoário Hepatozoon caimani, carecendo de uma verificação na coleção do
Instituto Butatan para certificar a existência do espécime.
Estes registros de C. latirostris contrariam as expectativas de sua distribuição
geográfica (VERDADE e PIÑA, 2005, RUENDA-ALMONACID et al. 2007), a qual não seria
esperada para a bacia do rio Araguaia nem para bacia do Rio Manuel Alves, sudeste do
Tocantins (Figura 29). Assim, esta anômala distribuição geográfica acompanhada de suas
documentações recomenda que C. latirostris seja enquadrado à lista terciária de crocodilianos
do Tocantins, conforme critérios estabelecidos. Contudo, a ocorrência da espécie no Estado é
factível. Algumas considerações biogeográficas para C. latirostris acrescidas por outros
espécimes coletados para o Estado de Goiás, associada a relatos da presença da espécie na
Ilha do Bananal, além sustentam a possibilidade de sua ocorrência em solo tocantinense.
Existem para o Estado de Goiás, espécimes de C. latirostris coletados na região
nordeste de Goiás: em Flores de Goiás (MZUSP 2311, 2314, 2315, 2320, 2321, 2322) e
Alvorada do Norte (CHUNB 32705); ambas inseridas na bacia do rio Paranã, cuja foz
desemboca no rio Tocantins, em território tocantinense. A presença destes espécimes na bacia
do rio Paranã apóia a ocorrência de C. latirostris na porção sul do Estado do Tocantins,
principalmente naqueles tributários localizados nos municípios de Paranã e Arraias.
Esta suposta ocorrência de C. latirostris na bacia do Paranã, em território tocantinense,
poderia, ainda que timidamente, explicar a ocorrência da espécie no rio Manuel Alves, já que
sua bacia é vizinha a bacia do rio Paranã. Por outro lado, o rio Manuel Alves tem suas
nascentes no extremo leste do Tocantins, já na divisa com o Estado da Bahia, exatamente
onde se localiza a Serra Geral, o divisor de águas entre as bacias do rio Tocantins e São
Francisco, sendo nesta última assinalada a existência de C. latirostris (VERDADE e PIÑA,
2007; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Logo, uma segunda situação a ser imaginada, é a
existência de populações de C. latirostris entre o interflúvio Paranã e São Francisco,
perfazendo todo o leste do Tocantins e oeste da Bahia.
A respeito da ocorrência de C. latirostris na Ilha do Bananal, a exclusividade do
registro documentado da espécie para a mesma pode pesar a favor de possíveis equívocos na
etiquetagem e tombamento do espécime, podendo ser o espécime procedente de outra
localidade mais coerente com a sua ocorrência. Esta consideração torna-se mais evidente,
91
quando observado que na Ilha do Bananal executaram-se estudos populacionais de jacarés
com a captura de centenas de indivíduos (MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006;
SOARES, 2007). Presume-se que, eventualmente, um indivíduo de C. latirostris fosse
contemplado em virtude de tantas capturas, uma vez que sua suposta ocorrência na Ilha do
Bananal é documentada, ainda que estes estudos tenham abrangido prioritariamente à região
norte do Parque Nacional do Araguaia.
Embora a referência à Expedição Instituto Butantan como coletor seja a única
informação associada ao mencionado espécime, este não parece ter sido alvo de equívoco na
etiquetagem e tombamento.
Figura 29. Distribuição de C. latirostris acompanhada dos registros da espécie para os Estados do Tocantins e Goiás. Círculo vermelho, registros da Ilha do Bananal MZUSP 2136; círculo amarelo, registro para Almas - TO, (PESSOA et al. 1972); círculo azul, Flores de Goiás - GO, MZUSP 2311,14,15, 20,21,2322) e círculo verde Alvorada do Norte CHUNB 32705. Fonte: adaptado de Ruenda-Almocinad et al., 2007.
92
Como mencionado no capítulo anterior, passou pela Ilha do Bananal, em 1948 o
antropólogo Harald Shultz, do então Museu Paulista. Nesta época ele realizou expedição com
propósitos naturalísticos e etnográficos na ilha do Bananal, coletando representantes da fauna
local diretamente associada à vida dos índios da região (BALDUS, 1966; FRANÇOSO,
2005). Conseqüentemente, Harald Schultz, em uma provável parceria com Instituto Butatan,
poderia ser um nome cogitado para a autoria desta coleta.
Por outro lado, também passou pela Ilha do Bananal, no mesmo ano, o herpetólogo
Alphonse R. Hoge, que coligiu à serviço do Instituto Butatan, representativo material
herpetológico, dentre eles jacarés e quelônios (HOGE, 1952). Há depósitos no MZUSP de
uma série de C. crocodilus (2106, 2107, 2108, 2109), provenientes da Ilha do Bananal, que
traz 1948 como o ano de coleta e Expedição Instituto Butantan, como coletor destes
espécimes. Além disso, o Instituto Butantan é indicado como coletor de uma série outros
répteis para a Ilha do Bananal (www.herpnet.org).
Desta forma, uma vez que Hoge afirma ter coletado jacarés na Ilha do Bananal em
1948 (HOGE, 1952), ele passa a ser o nome mais requisitado para autoria da coleta destes
espécimes de jacarés, inclusive o espécime de C. latirostris da Ilha do Bananal, eximindo-o
quase totalmente da possibilidade de ter origem em outra localidade. Entretanto uma ressalva
se faz necessário; Hoge (1952) menciona ao final do seu manuscrito ter coletado em Goiânia,
local que serviu como entreposto entre São Paulo e a Ilha do Bananal durante essa grande
expedição ao Tocantins ; porém em momento algum ao longo de sua narrativa, ele menciona
qual grupo de réptil foi alvo de coletas na então recém capital do Estado de Goiás.
Verdade et al. (2002) sugere que as populações de C. latirostris tenham certo grau de
isolamento e deste modo apresentam distribuição gregária com aglomerado de algumas
dezenas de indivíduos. Essa conformação sugere, segundo o autor, uma dinâmica
metapopulacional, em que grandes áreas úmidas cercadas por rios poderiam abrigar
populações-fontes, as quais estariam a princípio mais isoladas e protegidas da pressão de caça,
ao contrário das áreas úmidas menores, que teriam populações sumidouras ou colonizadoras,
com menor isolamento e maior pressão de caça.
Comparativamente à Ilha do Bananal, considerando verídica a ocorrência da espécie
em seus limites, as populações de C. latirostris presentes poderiam estar sujeitas a essa
dinâmica metapopulacional, já que na Ilha do Bananal possui aproximadamente 2.000.000ha.
Julga-se, portanto, que sua distribuição não ocorreria ao acaso e que haveria manchas de
93
habitat com os dois tipos de populações, e pelo fato de não haver uma contigüidade na
distribuição da espécie na paisagem, centenas de capturas em determinada região pode não
contemplar essas manchas de populações, justificando assim a não captura de nenhum
indivíduo da espécie por Malvasio e Salera-Júnior (2006) e Soares (2007) na porção norte da
ilha do Bananal.
Duas outras constatações sugerem na afirmação da ocorrência de C. latirostris na Ilha
do Bananal. A primeira, é que sua presença é destacada para a bacia do rio Araguaia até os
limites da Ilha do Bananal pelo Plano de Ação de Crocodilianos elaborado pelo grupo de
especialistas em crocodilianos da IUCN
(http://www.iucncsg.org/ph1/modules/Publications/action_plan1998/clati.htm; A. Larriera 15
Com. pessoal 2009), porém maiores esclarecimentos sobre a ocorrência da especie na região
não são assinalados pelos autores.
O segundo, é o relato da ocorrência da espécie na Ilha do Bananal fornecido pelo
jornalista Willy Aureli em seus manuscritos sobre as bandeiras que imprimiu na primeira
metade do século XX à região do rio Araguaia e rio das Mortes, por ele denominado, sertão
de Goiás (AURELI, 1960). Suas viagens tinham como objetivos reportar limites geográficos
do interior do Brasil como cursos de rios e lagos, cadeias de serras e reconhecer povos e
culturas indígenas, mas sem menosprezar a riqueza faunística dos locais percorridos. Apesar
dos registros efetuados por Aurely não terem sido provenientes de nenhum estudo de
inventariamento da fauna de jacarés na ilha do Bananal, pelo contrario, são originados da
estima do autor pela caça a estes animais, eles podem ser encarado como de grande
curiosidade.
Em seu livro, Esplendor Selvagem, Willy Aureli descreve a diversidade faunística
encontrada em suas passagens pela Ilha do Bananal durante as décadas de 30 e 40. O autor
dedica em parte desta obra, a relatos de experiências vividas com jacarés, quase sempre
relacionadas à caça dos mesmos. Cabe salientar, que o autor tem habilidades para diferenciar
as espécies de jacarés ocorrentes no Brasil, visto que descreve as características morfológicas
diagnósticas de cada uma delas em capítulos iniciais antes aos seus relatos.
15 Dr. Alejandro Larriera é membro do Grupo de Especialista em Crocodilianos da IUCN, e tem vasta experiência com pesquisas relacionadas à distribuição, ecologia e conservação de Caiman latirostris, as quais vêm desenvolvendo desde 1982.
94
Ao longo de sua narrativa Willy Aureli relata deparar com C. latirostris por pelo
menos quatro vezes; uma no rio das Mortes, afluente mato-grossense do rio Araguaia e as
outras três no rio Javaés e afluentes. Segue relatos do autor:
“Eu poderia levar muito tempo escrevendo sobre jacarés, tantas e tais vezes foram às
ocorrências. Direi de uma outra aventura nos rio das Mortes. Estávamos alcançando os
primeiros pedrais (...). Em dado momento, em estreito canal, vimos um grande jacaré
dormitando. (...) Foi a minha vez de arrancar um mosquetão das mao do companheiro e
meter um belíssimo tiro na testa do aligátor. Mais como se no lugar de balas fossem
confetes carnavalescos, o jacaré investiu mais brutal ainda. Mais dois tiros então. (...)
Nisso, outros rapazes, alertados pelos tiros e gritos, pularam pelo pedral e fuzilaram o
jacaré. Já a canoa tripulada por três homens, sulcava as águas, na ânsia de agarrá-lo. Mas
tudo em vão! Lá se foi o ‘ferocíssimo papo amarelo’ ” Aureli 1960, p.90-92
“... na confluência de outro rio, o Belebôh, abatemos já dentro do nosso acampamento,
quatro grandes ‘cabeçudos’ e um ‘papo amarelo’(...) O ‘papo amarelo’, depois de abatido a
tiros ficou a noite toda ‘gemendo’, nun ronco ritmado(...). Pela manhã um dos homens
jogou-o dentro do rio.” Aureli 1960, p.93.
Pela descrição feita por Willy Aureli, duas situações são percebidas; a primeira de que
indivíduos de C. latirostris e M. niger foram observados lado a lado, pois ao longo de sua
narrativa ele faz referência a M. níger como “cabeçudo”. E a segunda, é que os locais
descritos para C. latirostris estão na porção sul da Ilha do Bananal, onde estão as confluências
do rio das Mortes com o rio Araguaia e do rio Belebôh com rio Javaés (AURELLI, 1960).
Essa aparente restrição de C. latirostris a porção sul da Ilha pode justificar, em parte, a não
eventual captura da espécie na região norte da ilha e reforçar a ocorrência da espécie ao longo
das latitudes mais meridionais do Estado do Tocantins.
O aparente bom estado de conservação da Ilha do Bananal não é garantia de
populações estáveis da espécie. Willy Aureli relata que após suas primeiras viagens à região,
quando desvendou os traçados dos leitos dos rios das redondezas, tornando-os públicos em
suas publicações, iniciou-se maciça penetração de caçadores de jacarés na Ilha do Bananal. Os
animais abatidos, segundo Aureli, tinham seus couros comercializados entre caçadores e
atravessadores, sendo o principal destino destas peles a exportação.
95
Quantidades enormes de jacarés foram abatidos na região da Ilha do Bananal
(AURELI, 1960), o que leva a crer, ainda que timidamente, que essa forte pressão de caça
pode ter culminado em uma extinção prematura de C. latirostris na região, considerando a
possibilidade na Ilha do Bananal da vigência das dinâmicas populacionais descritas por
Verdade et al. (2002).
Resta assim, como para P. trigonatus, a organização de expedições que tenham como
objetivo à confirmação de C. latirostris para o Estado do Tocantins priorizando toda a porção
sul do Estado, estendendo as buscas entre o rio Araguaia, limite ocidental, até a Serra Geral,
no extremo leste do Tocantins. Somente assim populações da espécie podem ser
eventualmente redescobertas no Tocantins e políticas de preservação da espécie, que figura no
Anexo I da CITES, serem implementadas.
Em suma nota-se que os registros compilados demonstram uma representativa
diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos para o Tocantins. Entretanto, os mesmos
registros mostram-se insuficientes para estabelecer um patamar mínimo de conhecimento da
biodiversidade de ambos os grupos em nível Estadual. Essa insuficiência revela-se como
conseqüência da falta de utilização de métodos passíveis de documentação em diversos
estudos realizados no Estado, bem como, da escassez de trabalhos de inventariamento da
biodiversidade de ambos os grupos ao longo de diversas regiões do Tocantins.
Inicialmente, os registros de quelônios e crocodilianos provenientes dos Estudos de
Impacto Ambiental, Relatório de Monitoramento Ambiental e/ou Documentos Oficiais de
repartições públicas federais e/ou estaduais são numericamente maiores comparados aos
outros tipos de fontes (Figura 10, Anexo 1). A dominância desta categoria de fonte em
detrimento às demais pode refletir nessa baixa amostragem. Embora, haja indicação da
legislação (Resolução do Conama Nº 001, de 23 de janeiro de 1986) para que estudos desta
natureza considerem variáveis ambientais como a sazonalidade, geralmente os mesmos não
possuem metodologias sistematizadas, em que tempo e o esforço amostral para ambos os
grupos de vertebrados são reduzidíssimos, e os métodos de amostragem quase sempre são os
menos eficientes.
A prova disto está nos EIAs e MAs examinados. Os registros de quelônios e
crocodilianos são baseados praticamente em encontros visuais e entrevistas, métodos que
podem comprometer a correta identificação das espécies. Além disso, o conhecimento
herpetológico existente concentra-se quase todo em Squamata e anfíbios (COLLI et al. 2002),
96
o que de fato é refletido nestes estudos de avaliação e monitoramento de impactos, pois o
esforço amostral das equipes herpetológicas é focado quase integralmente nestes dois grupos.
Assim, os registros de quelônios e crocodilianos são acabam por ser acidentais,
demonstrando a inexistência de esforço amostral concentrado para os mesmos. Poucos são os
registros documentados através de fotografias, cujas ocorrências são conseqüentes da captura
ou da detecção da espécie, e raríssimas são os EIAs e MAs que preocupam com a coleta de
indivíduos de quelônios e crocodilianos e seu posterior depósito em coleções e museus.
A falta de otimização dos resultados obtidos por estes estudos não são os únicos
indicadores da insuficiência de informação para esses dois grupos no Tocantins. Via de regra,
aqueles registros fornecidos através de documentação são os principais pilares para se ter
idéia da biodiversidade de determinada região, bioma ou unidade política (LEWINSONH E
PRADO, 2006). Rodrigues (2005) destaca que mesmo reunindo todos os registros das
principais coleções herpetológicas do país, MZUSP, MPEG, CHUNB e MNRJ, ainda
encontrar-se-á no Brasil grandes lacunas de amostragem para répteis. Os registros compilados
distintos de documentação aqui apresentados contemplaram as citadas coleções e revelaram
uma insuficiência de informação, demonstrando que praticamente todo o Estado do Tocantins
representa uma dessas lacunas preanunciadas por Rodrigues (2005).
Embora as análises de quadrículas independentes dos tipos de registros demonstrarem
algumas regiões bem amostradas no Tocantins - 10 quadrículas com pelo menos quatro
espécies registradas para quelônios (Figura 15) e 29 quadrículas com pelo menos duas
espécies registradas para crocodilianos, (Figura 20) - o uso de métodos não documentativos,
empregados nos registros de ambos os grupos nas localidades existentes em várias dessas
quadrículas, não dão consistência para uma representativa amostragem destes grupos para o
Estado.
Portanto, considerando somente as quadrículas com documentação de pelo menos
quatro espécies de quelônios e duas de crocodilianos, nota-se que não há como indicar uma
determinada região do Tocantins como lacuna de conhecimento de quelônios ou crocodilianos
(Figura 30 e 31). O que se nota é algo inverso com a existencia de uma única grande lacuna
de conhecimento para quelônios e crocodilianos, a qual pode ser concebida pela quase
totalidade do territorio do Estado do Tocantins (Figura 30 e 31).
Para quelônios, das 19 quadrículas identificadas com registros documentados (Figura
16) - 7,5% da área do Estado - somente três quadrículas, 1,2% do território tocantinense,
97
contemplaram a documentação de pelo menos quatro espécies (Figura 30). Já crocodilianos,
das 23 quadrículas – 9,1% da área do Tocantins - que tiveram documentação das espécies
(Figura 20), apenas em cinco delas, 1,9% do território do Estado, houve pelo menos duas
espécies de crocodilianos documentadas (Figura 31).
Figura 30. Estado do Tocantins como grande lacuna de conhecimento da diversidade de quelônios refletida pela baixa documentação mínima do grupo.
Figura 31. Estado do Tocantins como grande lacuna de conhecimento da diversidade de crocodilianos refletida pela baixa documentação mínima do grupo.
98
Levando-se em conta que as quadrículas de 110.000ha podem revelar áreas de
amostragem superestimadas para ambos os grupos, por possuir em seus limites ambientes
com pouca ou nenhuma possibilidade de registro de várias das espécies de quelônios e
crocodilinos listada para o Estado, é presumível que os percentuais sugeridos de áreas
amostradas para quelônios e crocodilianos podem ser ainda menores.
Para remediar tal situação, é necessário o incentivo público e privado a estudos de
inventariamento da biodiversidade de quelônios e crocodilianos no Estado do Tocantins. As
altíssimas taxas de alteração do bioma Cerrado com previsão de sua extinção até 2030
(MACHADO et al. 2004), e o programa ousado de uso do potencial hidrelétrico da bacia
Tocantins-Araguaia, podem significar o desaparecimento de habitats e conseqüentemente das
espécies, algumas delas, talvez se quer conhecidas para o Tocantins e para a ciência.
Exceto Crocodylia, o número de espécies de répteis ainda é subestimado no Brasil
(RODRIGUES, 2005) e estudos em áreas pouco ou quase nunca amostradas tem revelado
quase sempre o descobrimento de novas espécies (COLLI et al. 2002) como tem acontecido,
por exemplo, para quelônios, com descrição de Mesoclemmys perplexa, no Piauí (BOUR E
ZAHER, 2005).
Considerando o padrão biogeográfico para os representates da família Chelidae
relatado no Brasil (SOUZA, 2005a) - dois grupos distintos, um, aqueles associados a regiões
com altos índices pluviométricos e densas formações vegetais, e o outro, de espécies com
preferência por regiões com menores índices pluviométricos e de vegetação mais aberta
(Souza 2005a) - e à escassez de amostragem identificada no Tocantins, pode-se presumir
certamente que em caso de execução de estudos voltados para amostragem de quelônios no
Estado, grande será a probabilidade de descoberta de novas espécies.
À exceção de duas localidades na região do Jalapão, no município de Mateiros (Figura
13) onde foram coletados indivíduos de Phrynops geoffroanus (SNOMNH 42311-12) nunca
em todo leste do Tocantins se imprimiu expedições para amostragem e documentação de
quelônios, de onde, devido ao menor índice pluviométrico e predominância de fitofisionomias
do Cerrado, podem, portanto, ser descobertas novas espécies.
Por outro lado, o Estado do Tocantins têm uma série de empreendimentos previstos
para serem implantados como: a Hidrovia Tocantins-Araguaia, inúmeras PCHs ao longo de
afluentes do rio Tocantins, hidrelétrica Santa Isabel no rio Araguaia, projetos faraônicos de
silvicultura com espécies exóticas, conclusão e acabamento da infra-estrutura da Ferrovia
99
Norte-Sul, dentre outras. Como forma de otimizar os esforços amostrais despendidos na
execução dos EIAs e MAs referentes a estes empreendimentos, os órgãos licenciadores
deviam tornar como exigência obrigatória à coleta e documentação vídeo-fotográfica de um
ou dois exemplares de cada espécie de quelônios e crocodiliano encontrado nas respectivas
áreas estudadas, considerando obviamente, as imposições legais impostas pela legislação
quanto a coleta de espécies ameaçadas e endêmicas. Um resultado imediato, a curto-prazo,
seria o reconhecimento e acréscimo de várias localidades minimamente amostradas, de modo
que, essa grande lacuna de conhecimento de biodiversidade caracterizada para o Tocantins,
passaria a ser, paulatinamente, preenchida.
Contudo, a documentação de quelônios e crocodilianos não pode ser exclusivamente
planejada em função da necessidade de estudos de avaliação e monitoramento de impactos
ambientais. Verificando as localidades onde se constatou a documentação mínima de espécies
no Tocantins, observa-se que para aquelas áreas definidas como Unidades de Conservação de
Proteção Integral, somente o Parque Estadual do Cantão e a Ilha do Bananal tiveram
documentação mínima para quelônios, porém nenhuma dessas UCs excedeu a cinco, das
noves espécies de quelônios reconhecidas para o Estado. Enquanto isso para crocodilianos,
somente o Parque Estadual do Cantão, Ilha do Bananal e Parque Estadual do Jalapão
contemplaram a exigência mínima de documentação.
Desta forma, estudos de inventariamento das espécies destes grupos nas UCs de
Proteção Integral do Tocantins devem ser encorajados. Uma vez protegidas legalmente, sendo
teoricamente mantidas as suas condições naturais, estas áreas designadas como UCs tem
condições de conservar melhor essa diversidade de espécies, inclusive um número próximo da
diversidade total do Estado e aquelas possíveis novas espécies.
Além disso, pelo fato das UCs de Proteção Integral do Tocantins estarem dispostas
geograficamente no sentido leste-oeste, o reconhecimento exaustivo da diversidade de
espécies de quelônios e crocodilianos nessas áreas protegidas permitiriam entender melhor os
padrões biogeográficos dos respectivos grupos de vertebrados não só a nível estadual, como
também nacional.
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CONCLUSÃO
A biodiversidade de quelônios para o Estado compreende nove espécies: Kinosternon
scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata, Podocnemis expansa,
Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys
vanderhaegei, Phrynops geoffroanus;
O potencial de biodiversidade de quelônios no Tocantins é de 17 espécies, as nove
confirmadas e mais oito carentes de confirmação: Podocnemis sextuberculata,
Rhinoclemmys punctalaria, Platemmys platicephala, Peltocephalus dumeriliana,
Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys
spiixi.
A biodiversidade de crocodilianos no Estado é composta de três espécies: Paleosuchus
palpebrosus, Caiman crocodilus e Melanosuchus níger;
O potencial de biodiversidade de crocodilianos no Tocantins é de 5 espécies, as três
confirmadas e mais duas carentes de confirmações: Caiman latirostris e Paleosuchus
trigonatus;
Tanto para quelônios quanto crocodilianos os registros compilados demonstraram ser
insuficientes para representarem a ocorrência da biodiversidade de ambos os grupos
no Estado do Tocantins;
A exceção de algumas localidades no Parque Estadual do Cantão, Ilha do Bananal,
UHE LEM e Parque Estadual do Jalapão, o Estado do Tocantins mostrou ser uma
grande lacuna de conhecimento de biodiversidade para quelônios e crocodilianos com
aproximadamente 98% de seu território sem a amostragem mínima documentada para
ambos os grupos;
101
A documentação das espécies de ambos os grupos devem ser tomados como
prioridade em território tocantinense para os futuros inventários, tanto no que diz
respeito a Estudos de Avaliação e Monitoramento de Impactos Ambientais quanto em
estudos de pesquisa acadêmicos ou encomendados por instituições de pesquisa e
ONGs.
102
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ANEXOS – CAPITULO 2.
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Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)
CHUNB 16198, 24700; MZUSP 4119‐26; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; THEMAG, 1996, TOCANTINS, 1998; FAET, 1999; THEMAG, 2000; ENGEVIX, 2001; MAGNA, 2002; CONSPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; NATURAE, 2005; OIKOS, 2006; SALERA‐JUNIOR, 2005; BIOFÍSICA, 2007; ADSON ATAÍDES (Com. pessoal) 2008 (F); CMT, 2008; Tulio Dornas (Obs. Pessoal) 2008 (F)
Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) CHUNB 10746; CONSPLAN, 2004; SALERA‐JUNIOR, 2005; TÚLIO DORNAS (Obs. Pessoal) 2006 (F)
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)
CHUNB 15153, 45444; MNHNA 1384; MZUSP 3342; MN 35, 56 apud PRITCHARD e TREBBAU 1984; THEMAG, 1996; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; TOCANTINS, 1998; ATIZENGEN e SILVA, 1999; FAET, 1999; THEMAG 2000; THEMAG e ENGEVIX, 2000; ENGEVIX, 2001; ANEEL, 2002 apud FAROL, 2002; MAGNA, 2002; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; NATURAE, 2005; OIKOS 2006; SALERA‐JUNIOR, 2005; Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2006; BIOFÍSICA, 2007; PORTELINHA, 2007; Adson Ataídes (Com. Pessoal) 2008; CMT, 2008; Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2008
Podocnemis unifilis Troschel, 1848
CHUNB 10747‐49, 45445‐49; MPEG 2, 3, 4; MZUSP 2106, 2109‐12; AMNH 87966 apud PRITCHARD e TREBBAU 1984; MN 1073 apud PRITCHARD e TREBBAU 1984; UMMZ 103243 apud PRITCHARD e TREBBAU 1984; THEMAG, 1996; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; TOCANTINS, 1998; ATIZENGEN e SILVA, 1999; FADESP, 1999; FAET, 1999; THEMAG, 2000; THEMAG e ENGEVIX, 2000; ENGEVIX, 2001; ANEEL, 2002 apud FAROL, 2002; OIKOS, 2002; MAGNA, 2002; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; NATURAE, 2005; OIKOS, 2006; SALERA‐JUNIOR, 2005; Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2006; BIOFÍSICA, 2007; PORTELINHA, 2007; Adson Ataídes (Com. Pessoal) 2008; CMT, 2008; Túlio Dornas Obs. Pessoal 2008
Anexo 1. Composição de espécies de quelônios das listas primárias e secundárias com menção as respectivas fontes de registros. Embora as fontes da lista primária se resumissem somente a aquelas providas de documentação, preferiu-se a listagem de todas aquelas consultadas.
113
Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)
CHUNB 46212; MPEG 42; MNHNA 1751; MZUSP 2048, 2119‐20; AMNH 93444 apud PRITCHARD e TREBBAU 1984; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; ATIZENGEN e SILVA, 1999; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; SALERA‐JUNIOR, 2005; MALVASIO et al. (Com. Pessoal) 2007 (F)
Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812) CHUNB 14684; PAVAN e DIXO, 2004
Mesoclemmys vanderhaegei (Bour, 1973) CHCEULP‐ULBRA 1081; PAVAN e DIXO, 2004; VILLAÇA, 2004
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)
CHUNB 37559‐60, 33492, 40893, 41395, 41369; MZUSP 3241, 4118; SNOMNH 42311‐12; THEMAG, 1996; THEMAG, 2000; BRANDÃO e PEREZ‐JR, 2001; NATURAE, 2005; VITT et al. 2005 (F); SALERA‐JUNIOR, 2005
LISTA SECUNDARIA ‐TIPO A ‐ ESPÉCIES FONTE
Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801) PRITCHARD e TREBBAU 1984; IVERSON, 1992, ATIZENGEN e SILVA, 1999; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007
Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849 IVERSON, 1992
Platemys platycephala (Schneider, 1792) PRITCHARD e TREBBAU 1984; IVERSON, 1992; TOCANTINS, 1998
LISTA SECUNDARIA ‐TIPO B ‐ ESPÉCIES FONTE
Peltocephalus dumeriliana (Schweigger, 1812) IVERSON, 1992; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007
Acanthocelys spiixi (Duméril & Bibron, 1835) RUEDA‐ALMONACID et al., 2007; www.chelidae.com
Mesoclemys perplexa Bour & Zaher, 2005 BOUR e ZAHER, 2005; www.chelidae.com
Mesoclemys raniceps (Gray, 1955) IVERSON, 1992; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007
Mesoclemys turbeculata (Lüderwaldt, 1926) IVERSON, 1992; BOUR e ZAHER, 2005; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007; www.chelidae.com
114
ESPÉCIES FONTE
LISTA PRIMÁRIA
Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)
CHUNB 15231, 24751‐52, 49928; MPEG 6; MZUSP 2106‐09, 2343, 2377‐78; MNHN 1412; MNRJ 4177‐85 ; THEMAG, 1996; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; TOCANTINS, 1998; FADESP, 1999; FAET, 1999; THEMAG e ENGEVIX, 2000; FAROL, 2002; MAGNA, 2002; OIKOS, 2002; CNEC, 2003; PERES‐JÚNIOR, 2001; PEÑA e CASTRO, 2004; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; VILLAÇA, 2004b (F); BIOTERRA, 2005; SEPLAN, 2005; VITT et al., 2005 (F); OIKOS, 2006 (F); MALVASIO e SALERA‐JÚNIOR., 2006; SALERA‐JÚNIOR, 2005; CMT, 2006; SOARES, 2007 (F); CMT, 2008;
Melanosuchus niger (Spix, 1825)
MZUSP 2374; MNHNA 1414; THEMAG, 1996; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; TOCANTINS, 1998; ATIZENGEN e SILVA, 1999 (F); FADESP, 1999; FAET, 1999; THEMAG, 2000; RODRIGUES, 2001; MAGNA, 2002; OIKOS, 2002 (F); PEÑA e CASTRO, 2004; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; OIKOS, 2006; MALVASIO e SALERA‐JÚNIOR, 2006; SOARES, 2007 (F);
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)
CHUNB 37540, 42271, 47791; MZUSP 2173, 2369; MAGNA, 2002; OIKOS, 2002; CONSPLAN, 2004; PAVAN E DIXO, 2004; VILLAÇA, 2004b (F); NATURAE, 2005; VITT et al., 2005 (F); DIREÇÃO, 2006 (F); OIKOS, 2006.
LISTA SECUNDÁRIA TIPO A FONTE
Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) ATIZENGEN e SILVA, 1999; THEMAG, 2000; RUENDA‐ALMOCINAD et al., 2007
LISTA TERCIÁRIA FONTE
Caiman latirostris (Daudin, 1802) MZUSP 2136; PESSOA et al. 1972; VERDADE e PIÑA 2007; Alejandro Larriera Com. Pessoal 2009.
Anexo 2. Composição de espécies de crocodilianos das listas primárias e secundárias com menção as respectivas fontes de registros. F – registros fotográficos
115
CAPÍTULO 3
AVES DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO
CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Aves do Tocantins: biodiversidade e lacunas de conhecimento. Cap 3, p. 115-217. In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.
ABSTRACT
The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian
Rainforest, Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable
biodiversity. However, data on biodiversity in Tocantins are especially scarce among
vertebrates. Thus, it is objective of this study to provide more accurate data on the number of
bird species in the State of Tocantins, as well as to identify possible gaps in ornithological
knowledge in the State of Tocantins. From the compilation of records provided by literature,
scientific collections, personal observations and databases on vocalizations and photographs
available on the Internet, a list of bird species of Tocantins was elaborated. The list was
divided into three different categories (primary, secondary, tertiary). The number of species
determined/identified for Tocantins was 628, representing 34,5% of the Brazilian avifauna.
From the total number, 598 species (95.2%) are residents, 18 (2.8%) are migratory (12
nearctic migrants and 6 southern migrant) and 12 (2%) with undefined status. With respect to
endemic species found in Tocantins, 24 of them are endemic to Brazil, 22 endemic to Cerrado
biome and 67 endemic to Amazonian biome. From the listed species for Tocantins,16
presented some degree of threat of extinction. Although the compilation of records had shown
the existence of 387 sites, in the State of Tocantins, with some record on birds, only 130 of
those reports, representing 10% of the State of Tocantins total area, provided the required
minimum of 100 listed species or 50 documented species. Considering only the report of at
least 50 documented species, only in 23 studies, representing 1.9% of the State of Tocantins
area, that objective was fulfil. Regarding that almost 98% of the territory of Tocantins
presents a lack of documentation, and that nearly 90% of the State area lacks any kind of bird
record, documented or not, 21 gaps in the knowledge of the biodiversity of birds in Tocantins
116
are suggested and divided between primary and secondary priority gaps. Therefore, checklists
for birds in the State of Tocantins are critically necessary, with priority for inventories
providing species documentation. This obligation becomes more relevant since the State
Government starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and
agribusiness, whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result
in considerable loss of species diversity bird species, in the State of Tocantins.
RESUMO
O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,
Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,
estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre
os vertebrados. Deste modo, é objetivo deste estudo apresentar a diversidade de espécies de
aves do Estado do Tocantins, bem como as possíveis lacunas de conhecimento ornitológico
para o Tocantins. A partir da compilação de registros fornecidos pela literatura, coleções
científicas, observações pessoais e pela base de vocalizações e fotografias disponíveis na
internet é apresentada uma listagem das espécies de aves do Tocantins dividida em três
diferentes categorias (primária, secundária, terciária). Foi verificado que a diversidade de aves
no Tocantins é de 628 espécies, 34,5% da avifauna brasileira. Deste total, 598 espécies
(95,2%) são residentes, 18 (2,8%) são migratórias (12 migrantes neárticas e seis migrantes
austrais) e 12 (2%) não têm status definido. Com relação as espécies endêmicas, constatou-se
haver no Tocantins 24 espécies endêmicas brasileiras, 22 endêmicas do bioma Cerrado e 67
endêmicas do bioma Amazônico. Verificou-se que no Tocantins há 16 espécies com algum
grau de ameaça de extinção. Embora a compilação de registros tenha evidenciado no Estado
do Tocantins a existência de 387 localidades com algum tipo de registro de aves, em apenas
130 delas, cuja representatividade é de 10% da área total do Estado do Tocantins, houve
amostragem mínima exigida de 100 espécies listadas ou 50 espécies documentadas. Quando
avaliado somente a documentação mínima de 50 espécies, verifica-se que em apenas 23
localidades, 1,9% do território do Estado do Tocantins, é cumprido esse requisito. Em função
dos quase 98% do território do Tocantins carente de documentação e, dos 90% da área do
Estado carente de qualquer tipo de registro, documentado ou não, das espécies de aves, são
117
sugeridos 21 lacunas do conhecimento da biodiversidade de aves ao longo do Tocantins,
divididas entre prioritárias primárias e secundárias. Portanto, a realização de inventários da
avifauna do Tocantins é de caráter emergencial, principalmente aquele que priorize pela
documentação das espécies, pois é anunciada para o Estado uma série de empreendimentos
hidrelétricos, de logística e do agronegócio, cujas conseqüências são a perda de habitats, o que
possivelmente provocará extinções de espécies de aves em nível estadual, acarretando assim
em uma perda considerável da diversidade de espécies de aves para o Estado do Tocantins.
118
INTRODUÇÃO
No mundo são conhecidas aproximadamente 9.700 espécies de aves (SICK, 1997), as
quais se dividem em não-voadoras, as Ratitas, (avestruzes, emas e afins), e as voadoras,
Carinatas, que compreendem o restante das espécies (SICK, 1997). Os números de ordens e
famílias no mundo, no entanto são muito debatidas. As ordens podem variar entre 22 (ITIS,
2009) a 28 (POUGH et al., 2008) enquanto as famílias variam entre 184 (ITIS, 2009) e
197(POUGH et al., 2008). Na América do Sul, existe mais de 3.200 espécies de aves
aproximadamente, um terço das aves do mundo, fazendo do continente sul-americano, aquele
com maior diversidade de aves dentre todos os continentes (SICK, 1997).
Atualmente são listadas para o Brasil 1822 espécies de aves, das quais 1788 têm suas
ocorrências confirmadas para o país (CBRO, 2008). Este total representa aproximadamente
56% das espécies da America do Sul, e 18% das espécies do planeta. São reconhecidas para o
Brasil 26 ordens e 96 famílias, sendo que as famílias inseridas na ordem Passeriformes listam
um total de 805 espécies enquanto as famílias das ordens não-passeriformes listam 1017
espécies.
Importante ressaltar que o número de novas espécies de aves no Brasil vem
aumentando gradativamente a cada ano, com taxa de uma a três novas espécies por ano
(MARINI e GARCIA 2005; SILVEIRA e OLMOS, 2007). Revisões taxonômicas mais
consistentes e criteriosas vêm auxiliando este incremento, permitindo a validação de raças
geográficas ao status de espécie plena (SILVEIRA e OLMOS, 2007). Inclusive, é esperado
que este procedimento seja intensificado ao longo dos anos, promovendo um aumento
significativo no número de espécies de aves do país (SILVEIRA e OLMOS, 2007, BORGES,
2008).
A avifauna brasileira é formada por espécies residentes, aproximadamente 92% das
espécies (SICK, 1997; CBRO, 2008). Deste percentual, 232 espécies são consideradas
endêmicas do território brasileiro (CBRO, 2008). Os 8% restantes são formados por espécies
migratórias; classificadas em migrantes Neárticos, 61% das espécies (MARINI e GARCIA,
2005), que são aquelas de origem do Hemisfério Norte (STOTZ et al. 1996; SICK, 1997;
RAPOLLE et al., 2003), e os migrantes Austrais, 39% das espécies (MARINI e GARCIA,
2005), oriundos da região Sul da América do Sul (STOTZ et al. 1996; SICK, 1997;
RAPOLLE et al., 2003). Ambas as categorias de aves migratórias utilizam solo brasileiro,
119
principalmente a costa litorânea e a calha central das principais bacias hidrográficas do país
durante o período de invernada, onde buscam descanso após o período reprodutivo e refúgio
do inverno rigoroso nos sítios de reprodução (STOTZ et al. 1996; SICK, 1983; RAPOLLE et
al., 2003).
Dentre as espécies de aves residentes no Brasil é percebida uma distribuição desigual
da diversidade de espécies ao longo do país, já que biomas como Amazônia e Mata Atlântica
concentram boa parte dessa diversidade (MARINI e GARCIA, 2005).
Na Amazônia, são estimadas 1.300 espécies, o que faz do bioma, o mais rico em
espécies de aves do Brasil. Mittemeier et al., (2003) menciona que 263 espécies seriam
consideradas endêmicas da Amazônia. Stotz et al. (1996) apresenta lista de endêmicas
amazônicas, com 76 endemismos na porção norte da calha do rio Amazonas, 79 endemismos
na porção sul, e 238 coincidentes às duas porções. Essas espécies endêmicas estariam
distribuídas nos chamados “Centros de Endemismos”, cuja origem estaria ligada a
combinação de episódios morfo-geo-climáticos, da modificação da cobertura vegetal e da
presença de um forte isolamento geográfico causado pelos grandes rios da planície
Amazônica (CRACRAFT, 1985; HAFFER, 1992; SILVA et al., 2005). Esses fatores
associados promoveram uma diversificação na fauna terrestre amazônica, inclusive as aves, a
ponto de conceber uma riqueza de espécies particular entre os grandes interflúvios
amazônicos, culminando na determinação de pelo menos oito grandes centros de endemismos
na Amazônia (Figura 32).
Todavia, espécies de aves endêmicas, exclusivamente, da Amazônia brasileira, seriam
apenas 32 espécies, devido ao fato do bioma Amazônico ter seus limites compartilhados com
mais oito países na América do Sul e, por conseguinte boa parte de sua avifauna (OREN,
1999).
A Mata Atlântica, por sua vez contém cerca de 1020 espécies de aves, sendo o
segundo bioma em diversidade de aves no Brasil, com 188 espécies de aves endêmicas
reconhecidas (MMA, 2000; STRAUBE, 2003; MARINI e GARCIA, 2005). Os Campos
Sulinos, bioma associado algumas vezes à Mata Atlântica, apresenta 476 espécies, com 2
espécies endêmicas (MMA, 2000; MARINI e GARCIA, 2005), contudo, vale destacar que
sua menor complexidade estrutural, ambiente predominantemente campestre, comparado aos
demais biomas brasileiros justifica em parte este reduzido número de espécies.
120
O bioma Cerrado é o terceiro em diversidade de aves. Silva (1995b) apresentou inédita
lista das aves do bioma com um escore de 837 espécies, a qual após dez anos sofreu dois
acréscimos, um primeiro, com a compilação de 19 espécies (SILVA e SANTOS, 2005),
totalizando 856 espécies, e um segundo, com mais oito, passando para 864 espécies de aves
no Cerrado (PINHEIRO e DORNAS, 2009). São mencionadas para o Cerrado 36 espécies
endêmicas (MARINI e GARCIA, 2005), no entanto, 33 espécies parecem ser o máximo
passível de reconhecimento para o Cerrado (CAVALCANTE, 1999; SILVA e BATES, 2002;
SILVA e SANTOS, 2005). Silva (1997) e Silva e Bates (2002) relatam a presença de três
centros de endemismos para aves no Cerrado: planície do rio Araguaia, vale do rio Paranã e
Cadeia da Serra do Espinhaço; localidades onde distintos grupos de espécies endêmicas
teriam ocorrência restrita ao longo de todo bioma Cerrado (Figura 33).
Para o bioma da Caatinga são listadas 510 espécies de aves (SILVA et al., 2003;
MARINI e GARCIA, 2005), das quais 15 são consideradas endêmicas (MARINI e GARCIA,
2005). Por fim, o Pantanal compreende um total de 463 espécies (TUBELIS e TOMAS, 2003;
MARINI e GARCIA, 2005) e os ambientes costeiros pouco mais de 130 espécies, sendo que
nenhum deles possui espécies de aves endêmicas dentro dos seus limites (MARINI e
GARCIA, 2005).
Com relação ao risco de ameaça de extinção, no Brasil são reconhecidas 197 espécies
de aves com algum grau de ameaça, sendo 123 listadas pela IUCN (2008) e 160 por Silveira e
Straube (2008); quatros delas são consideradas extintas na natureza, Anodorhynchus glaucus,
Numenius borealis, Cyanopsitta spixii e Mitu mitu (MACHADO et al., 2005; SILVEIRA e
STRAUBE, 2008). As principais causas para ameaça de extinção das aves brasileiras são a
destruição dos seus habitats, promovidos principalmente pelo desmatamento, e a sobre
exploraçao, representada pela caça indiscriminada e tráfico de animais (MACHADO et al.,
2005; MARINI e GARCIA, 2005; IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008).
Os biomas Mata Atlântica e Cerrado, detém juntas, aproximadamente 80% das
espécies de aves ameaçadas de extinção, sendo 112 para o primeiro e 48 espécies para o
segundo (IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008). Este elevado percentual reflete o
excessivo grau de antropização que ambos os biomas se encontram. Para a Amazônia,
embora somente 10 espécies sejam listadas como ameaçadas de extinção, o fato preocupante é
que todas elas têm suas ocorrências assinaladas para centro de Endemismo Belém, localizado
entre a margem leste do rio Tocantins, no Pará, e centro-oeste do
121
Figura 32. Os oito centros de endemismos para fauna terrestre definidos no bioma Amazônico. Fonte: Silva et al. 2005.
Figura 33. Localização dos três centros de endemismos de aves propostos para o Cerrado. Fonte: Silva e Bates, 2002.
122
Maranhão, onde a vegetação nativa foi em grande parte suprimida e ainda vem sofrendo
desmatamento (SILVEIRA e STRAUBE, 2008). Na Caatinga, Campos Sulinos, Pantanal e
regiões Costeiras o número de espécies de aves ameaçadas para cada um são menores que os
biomas anteriores (IUCN, 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008), porém não menos
preocupantes.
Uma tendência com relação ao conhecimento da biodiversidade das aves no Brasil tem
sido a elaboração de listas das espécies de aves dos diferentes Estados da Federação. Tal
iniciativa já pode ser observada para os Estados do Maranhão (OREN, 1991), Minas Gerais
(MATTOS et al. 1993), Bahia (SOUZA, 1995), Paraíba (SCHULZ-NETO, 1995), São Paulo
(SILVA e ALEIXO, 1996; FIGUEIREDO et al, 2009), Rio Grande do Sul (BENCKE, 2001),
Roraima (SANTOS, 2005) e Distrito Federal (NEGRET et al., 1984), dentre outros.
Outro importante passo é a elaboraçào das listas vermelhas em nível estadual como já
é observado para os Estados de Minas Gerais (MACHADO, et al. 1998), Paraná (STRAUBE
et al., 2004), Rio Grande do Sul (FONTANA et al. 2002) e recentemente para o Estado do
Pará (SEMA, 2008).
Para o Estado do Tocantins, a avifauna é conhecida dos registros e coletas de alguns
naturalistas e pesquisadores do século XIX e XX, com significativo acréscimo após o ano de
2000 (ver capítulo 1). Contribuições relevantes foram aquelas concedidas pelo esloveno
Rudolph Pfrimer entre 1915 e 1926, quando atuou na região sudeste do Estado, e pela
ornitóloga alemã Dra. Emile Snethlage, que conduziu significativa coleta de aves na Ilha do
Bananal em 1927. Ambos coletores trabalharam nesta época a serviço do MNRJ.
Das coletas de Pfrimer, foi descrita uma nova espécie de psitacídeo, Pyrrhura
pfrimeri, atualmente ameaçada de extinção (SILVEIRA e STRAUBE, 2008) e endêmica do
Cerrado (SILVA e SANTOS, 2005) da qual ele enviou expressivo material coligido para o
MNRJ (MIRANDA-RIBEIRO, 1926). Devido à ausência de estudo mais detalhado do
material colecionado por Pfrimer, poucas foram as implicações decorrentes deste material à
ornitologia brasileira. Algumas importantes considerações sobre a distribuição geográfica de
algumas das espécies coletadas por Pfrimer, são apresentadas a seguir.
Por sua vez, Dra Emilie Snethlage teve fundamental importância na ornitologia
tocantinense, devido aos trabalhos realizados na Ilha do Bananal, onde coletou centenas de
espécies de aves, um montante significativo (SILVA, 1989; SICK 1997). Além de ter
verificado que várias espécies amazônicas tinham ocorrência até o extremo da Amazônia
123
ocidental, E. Snethlage foi quem descreveu uma nova espécie de thamnofilídeo, Cercomacra
ferdinandi, que além de endêmica também está listada entre as ameaçadas de extinção
(SILVA e SANTOS, 2005; SILVEIRA e STRAUBE, 2008).
Contudo, José Hidasi, húngaro radicado no Brasil desde 1950, foi certamente o
principal responsável pelo conhecimento da avifauna tocantinense, uma vez que coligiu
milhares de exemplares da fauna do Estado entre as décadas de 60 e 90. Suas principais
coletas foram realizadas na região da Ilha do Bananal, extremo oeste do Estado, em Porto
Nacional e Tocantínia, ambas às margens do rio Tocantins na região central do Estado, e por
fim na região de Araguatins, margem do rio Araguaia, no extremo norte do Estado, onde
coligiu o maior número de espécies e espécimes de uma mesma localidade no Tocantins.
Embora não tenha publicado uma volumosa série de ensaios e manuscritos sobre seu
material, J. Hidasi foi quem primeiro apresentou uma listagem das aves do Estado do
Tocantins (HIDASI, 1998). Utilizando-se de espécimes taxidermizados e empoleirados em
gravetos, imitando a postura das espécies na natureza, J. Hidasi publica seu livro “Lista
preliminar das Aves do Tocantins” com 524 espécies de aves, das quais faz rápida descrição e
sucinta referência por meios de mapas à região de ocorrência das mesmas no Estado.
A partir do ano 2000, com a intensificação de obras de infra-instrutura no Tocantins,
uma demanda de Estudos de Impacto Ambiental resultaram em publicações ornitológicas
(BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO, 2004; LOPES e BRAZ, 2007); a criação de Unidades
de Conservação no Estado, bem como o financiamento de estudos de cunho conservacionista
promoveram a elaboração de lista de espécies de aves para diferentes localidades no
Tocantins, caracterizando um acréscimo ao conhecimento da ornitologia tocantinense
SEPLAN, 2003; SEPLAN et al., 2003; TOCANTINS, 2004; OIKOS e MRS, 2005; OLMOS
et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009).
Mas, este acréscimo ao conhecimento ornitológico foi suficientemente representativo?
Há pouco mais de dez anos foi verificado que o esforço amostral ornitológico no Tocantins
ainda era pequeno, refletindo na presença de grandes lacunas de conhecimento ornitológico
(SILVA, 1995a; OREN e ALBUQUERQUE, 1991; OREN, 1999; SILVA e BATES, 2002).
Somente a partir da compilação dos registros ornitológicos ao longo destes 200 anos de
história da ornitologia no Tocantins será possível a verificação de tal situação. Deste modo,
dois são os propósitos deste capítulo:
124
i) Apresentar uma lista das espécies de aves ocorrentes no Tocantins,
caracterizando a biodiversidade avifaunística do Estado. Pra tal, a pergunta a
ser respondida é: quantas espécies de aves possuem registros para o Tocantins?
Levando em consideração a heterogeneidade ambiental do bioma Cerrado,
predominante no Tocantins, associada à marcante zona de tensão ecológica
existente entre a Amazônia e Cerrado e ainda que de modo menos pronunciado
entre Caatinga e Cerrado em solo tocantinense, a hipótese proposta é que a
biodiversidade de aves no Tocantins seja maior que aquela até então conhecida,
apresentada por Hidasi (1998).
ii) Verificar se há a existência de lacunas de conhecimento da biodiversidade de
aves no Tocantins. Para isso, a seguinte pergunta deve ser respondida: existem
regiões no Estado do Tocantins onde não foram efetuados registros
representativos da avifauna? Considerando que a informação ornitológica no
Tocantins encontra-se dispersa, e que, embora exista uma complementação
atual ao conhecimento ornitológico pré-século XXI, não é esperado que este
acúmulo de espécies seja representativo, deste modo, a hipótese sugerida é
aquela que presume a existência de lacunas de conhecimento ornitológico no
Tocantins.
A elaboração de uma lista das aves do Tocantins estabelecida por meio de uma
compilação de dados de diferentes literaturas como registros provenientes de museus e
coleções cientificas é inédito para o Estado. Do mesmo modo, é inédito para o Tocantins a
avaliação de lacunas de conhecimento ornitológico diretamente em nível estadual. As
propostas de avaliação de lacunas anteriormente mencionadas abrangiam o Tocantins, mas
tinham como propósito a verificação de lacunas no bioma Cerrado (SILVA, 1995a) e na
Amazonia Legal (OREN e ALBUQUERQUE, 1991).
Uma vez estabelecida uma lista de aves do Tocantins, a mesma poderá atuar como
parâmetro inicial para políticas de conservação das aves e demais recursos naturais
associados. A indicação das lacunas de conhecimento, por sua vez, permitirá o
direcionamento de esforços de amostragem e inventariamento, otimizando o gerenciamento
125
de recursos financeiros e tempo com as regiões mais prioritárias, resultando em um maior
custo-benefício para o estudo e conservação das aves do Tocantins.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
O Estado do Tocantins, com uma área de 277.620 Km², está localizado na região
Norte do país (5º10´06”S, 45º41’46”W e 13º27’59”S, 50º44’33”W) representando 5,4% do
território da Amazônia Legal (SEPLAN, 2008). Possui população estimada em 1.300.000
habitantes e 139 municípios. Tem limites com os Estados do Pará e Mato Grosso a oeste,
Maranhão a norte e nordeste, Piauí e Bahia a leste e Goiás ao sul (SEPLAN, 2008).
A temperatura média anual está entre 25ºC e 29ºC com máximas atingindo os 40ºC e
mínimas de 14ºC. A pluviosidade média anual varia de 1.300mm na região sudeste, a
2.100mm para a região centro-oeste. O clima presente é uma transição entre o equatorial e
tropical, com gradativa diminuição da umidade entre o eixo noroeste-sudeste (SEPLAN,
2008). O relevo é marcado pelas formas erosivas, com declividade média de no máximo 5%.
Os latossolos e os solos concrecionários são os mais extensos. As formas aluviais e solos
hidromórficos predominam na planície da Ilha do Bananal, bacia do rio Araguaia (SEPLAN,
2008). As fitofisionomias do Cerrado correspondem a 87% do território estadual (Figura 8).
Os 13% restantes distribuem em formações florestais ombrófilas, semi-deciduais e deciduais
(SEPLAN, 2008).
Duas são as bacias hidrográficas do Tocantins: bacia do rio Araguaia, com 104.990,8
km² (37,7% do território estadual) e bacia do Rio Tocantins, com 173.429,9 Km² (62,3% do
território estadual) (SEPLAN, 2008). Ambas apresentam potencial para a navegação e
geração de energia hidrelétrica. A bacia do rio Tocantins possui potencial para gerar 26.595
MV (ELETROBRÁS, 2007) sendo que em território tocantinense já são gerados 1.417,14
MV, com previsão para a produção de pelo menos mais 6.465,1 MV nos próximos anos
(SEPLAN, 2008).
A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do Mundo, é delimitada pelo rio Araguaia a
oeste, e a leste pelo seu braço menor, o rio Javaés possuindo uma área de 1.916.225 hectares
126
(MMA et al., 2001). Por se apresentar encaixada dentro da planície do Araguaia, tem altitude
média de 130 m, o que a caracteriza como uma grande planície alagável (MMA et al., 2001).
Em seus limites estão instaladas as etnias indígenas Javaés e Karajás, distribuídas em várias
aldeias ao longo dos 300 km longitudinais da Ilha do Bananal.
Atualmente, no que tange ao aspecto legal, todo o território da Ilha do Bananal é
considerada Área Indígena, sendo somente 138.000ha na sua porção norte, destinados ao
Parque Nacional do Araguaia, cujos limites também são designados como Área Indígena,
ficando assim sob cuidados dos índios, FUNAI e ICMBio. Embora a Ilha do Bananal esteja
inserida nos limites políticos de três municípios: Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do
Araguaia, neste estudo, convencionou-se que a Ilha do Bananal, devido suas particularidades
hidrológicas-geomorfológicas e políticas-culturais, será tratada como uma unidade política
distinta como se um município fosse.
Procedimento
Para se determinar a diversidade de espécies de aves do Estado do Tocantins foram
abordados diferentes métodos: i) busca exaustiva de registros na literatura; ii) compilação de
registros a partir de visita a museus e coleções ornitológicas; iii) solicitação dos registros às
coleções e museus de zoologia quando impossibilitado de visita como no casos das coleções
estrangeiras ou algumas coleções nacionais; iv) eventualmente, registros foram efetuados em
campo e/ou obtidos com ornitólogos; v) foram verificados a ocorrência de registros de aves
para o Tocantins na internet em portais fotográficos (www.multiplay.com e
www.aves.brasil.nom.br) e no banco de vocalizações de aves neotropicais Xeno Canto
(www.xenocanto.org).
A compilação de registros na literatura procedeu com a verificação de artigos
científicos, relatórios de Estudos de Impacto Ambiental e Monitoramento Ambiental,
documentos oficiais como Planos de Manejo e estudos de cunho ambiental e conservacionista.
Para compilação de espécies depositadas em coleções zoológicas foram efetuadas visitas às
coleções ornitológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP),
Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), Museu
de Ornitologia de Goiânia (MOG), Coleção Ornitológica do Instituto Tropical Subúmido da
Universidade Católica de Goiás (COITS-UCG), Coleção Ornitológica do Centro de Estudos e
127
Pesquisa em Biologia da Universidade Católica de Góias (COCEPB-UCG), Coleção do
Museu de Zoologia José Hidasi da Universidade Estadual do Tocantins (MZJH-UNITINS) e a
Coleção Ornitológica do Centro Universitário Luterano de Palmas (COCEULP-ULBRA).
Procedimentos semelhantes de levantamento das espécies ocorreram em outros estudos de
propósitos semelhantes (SILVA, 1989; SILVA, 1995a; 1995b; SANTOS, 2005; NOGUEIRA,
2006; COSTA et al. 2007; SANTOS e SILVA, 2007).
A solicitação de registros às coleções e museus não visitados procedeu de duas
formas:
1) através de consulta ao portal ORNISNET (www.ornisnet.org), de onde foi possível
compilar registros de aves nos seguintes acervos de coleções e museus dos Estados Unidos:
California Academy of Sciences (CAS), Field Museum of Natural History (FMHN), Museum
of Comparative Zoology (MCZ), Louisiana State University Museum of Zoology (LSUMZ),
Museum of Natural History Smithsonian Institution (USMN), Natural History Museum of
Los Angeles County (LACM), University of Kansas Natural History Museum (KUNHM),
University of Michigan Museum of Zoology (UMMZ), ou
2) requisitando os registros diretamente aos respectivos curadores, como procedido
com a seguintes coleções e museus: Coleção Ornitológica Marcelo Bagno da Universidade de
Brasília (COMB-UNB), Museu de Historia Natural de Taubaté (MHNT), Museu de Zoologia
de São Paulo (MZUSP) 16, Museo Nacional de Historia Natural e Antropologia, em
Montevidéu no Uruguai (MNHNA), Colección Ornitológica da Estación Biológica Doñana,
em Sevilla, Espanha (COEBD), Muséum National D'histoire Naturelle de Paris, na França
(MNHN), do Australian Museum, em Sidnei na Austrália (AMS).
Devido à recente formação do Estado do Tocantins, em 1988, vários registros de aves
concebidos ao Tocantins ainda tem como procedência o Estado de Goiás. Desta forma todos
os registros anteriores a 1988 foram comparados ao atual mapa político do Estado do
Tocantins (SEPLAN, 2008) para verificar se a localidade do registro encontrava-se dentro do
território tocantinense.
Concomitante a compilação, foi elaborado um banco de dados em planilha eletrônica,
constando os seguintes parâmetros: Família, Espécie, Subespécie, Fonte, Registro,
16 Os espécimes coletados em expedição de coleta na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins em fevereiro de 2008 tiveram seus registros enviados gentilmente por Luis Fabio Silveira e equipe mediante solicitação, pois o tombamento dos mesmos ocorreu após visita realizada ao MZUSP em novembro de 2007.
128
Localidade, Município, Coletor, Sexo, Ano e Coordenadas Geográficas do tipo graus
decimais (Figura 34). A nomenclatura ornitológica segue aquela apresentada pelo Comitê
Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008). Cada registro teve sua fonte
diferenciada. No caso das coleções contempladas, o registro recebeu a sigla da coleção ou
museu de origem seguido de seu número de depósito. Quando originado da literatura
consultada foram evidenciados autor e ano da publicação ou elaboração do documento.
O uso de subespécies somente foi anotado na compilação quando relatado no
tombamento da espécie na coleção ou descrito pelo autor do respectivo manuscrito. Não
foram feitas tentativas de determinação subespecífica para nenhum espécime examinado.
As coordenadas geográficas das localidades amostradas foram tomadas quando
fornecidas. Quando não fornecidas, a coordenada geográfica correspondente foi anotada
através de consulta ao gazetteers (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) ou através da verificação
da localidade no software Google Earth 4.2. Nas situações em que não se obteve êxito com a
consulta ao gazetteer (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) e Google Earth 4.2, tomou-se nota das
coordenadas geográficas da sede do município associado àquela dada localidade. Registros
que eventualmente destaque uma dada localidade desconhecida e/ou de difícil determinação,
sem um município associado, foram descartados.
Os registros procedentes da literatura, somente foram considerados, quando no
manuscrito fonte houve a menção dos mesmos terem origem em trabalhos primários. Os
registros compilados foram classificados de acordo com método empregado: visual, auditivo,
captura, fotográfico e gravação sonora, quando oriundos da literatura; e “de museu”, quando
verificado sua presença no acervo de coleções científicas.
A listagem elaborada das espécies de aves do Tocantins levou em conta a
documentação (OREN e ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995b; SILVA et al., 2003;
TUBELIS e TOMAS, 2003; SANTOS e SILVA, 2007; CBRO, 2008) e freqüência de
ocorrência dos registros não documentados das espécies (BENCKE, 2001), sendo
diferenciado três tipos de listas: lista primária, lista secundária e lista terciária; a exemplo do
129
Figura 34. Planilha eletrônica mostrando banco de dados com os registros obtidos para avifauna do Tocantins e suas especificações.
130
que é estabelecido para elaboração da lista oficial das espécies de aves brasileiras, pelo
Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos.Os critérios de inclusão dos registros no trio das
listas supracitados baseiam-se em CBRO (2008) e Bencke (2001) como se segue:
Lista primária: Espécies com pelo menos um dos registros de ocorrência no Tocantins
provido de evidência documental. Neste contexto, são evidências documentais os itens
disponíveis, para consulta independente, na forma exclusiva de espécime integral ou parcial,
fotografia, gravação de áudio ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon. Caso a
espécie não tenha registros documentados, mas o seu registro no Estado é concebido por três
diferentes fontes, considera-se a espécie inserida na proposta listagem.
Lista secundária: Espécies com provável ocorrência no Tocantins, providas
de registros específicos para o Estado, mas cuja evidência documental não é conhecida ou
disponível, desde que não tenha pelo menos três diferentes fontes de registros concebendo sua
ocorrência para o Tocantins. Neste contexto, a ‘provável ocorrência’ no Tocantins é inferida a
partir do seu padrão distribucional e de dispersão estabelecido com base em evidências
documentais ou publicadas.
Lista terciária: Espécies providas de registros específicos para o Estado do Tocantins,
mas com evidência documental inválida ou com improvável ocorrência no Estado e carentes
de evidência documental.
Para a montagem das listas foram evidenciados os seguintes status das espécies:
residente ou migratório, endemismo, ameaça de extinção, e ainda a fonte do registro. A
disposição das fontes seguiu a ordem: depósito em museus, registros documentados, artigos
científicos, EIAs e documentos oficiais e observações pessoais, limitando-se à apresentação
de pelo menos três fontes. Para os registros de museus foram apresentados todos os registros,
sendo que para algumas espécies o registro somente foi confirmado por um ou dois
espécimes.
A distribuição geográfica das espécies de aves seguiu aquelas apresentadas por Pinto
(1978), Hilty e Brown (1986), Ridgely e Tudor (1989), Ridgely e Tudor (1994), Sick (1997),
Grantsau (1998) Sigrist (2006) e portal Nature-Serve/Avibase (http://avibase.bsc-eoc.org/). As
espécies compiladas foram classificadas quanto ao status de residente, migratória (neárticas e
austrais) ou status indeterminado, seguindo primeiramente Silva (1995b), sendo que, quando
necessário, seguiu-se classificação apresentada pelo CBRO (2008).
131
Para plotagens de mapas das localidades amostradas e verificação das lacunas de
conhecimento biogeográfico das espécies de aves no Tocantins foi utilizado software gratuito
DIVA-GIS 5.4 (http://www.diva-gis.org/).
Os mapas das localidades amostradas foram elaborados a partir dos registros
compreendidos na lista primária, considerando as seguintes situações: i) todas as localidades
amostradas independentes do método de registro, ii) todas as localidades onde os registros
foram passíveis de documentação, iii) todas as localidades minimamente amostradas, iv) todas
as localidades minimamente amostradas passíveis de documentação, v) todos os municípios
minimamente amostrados passíveis de documentação.
O caráter “minimamente amostrado” foi utilizado com freqüência nos estudos para
conhecimento de lacunas de diversidade para as aves (OREN e ALBUQUERQUE, 1991;
SILVA, 1995; SANTOS, 2005). Oren e Albuquerque (1991) consideraram aquelas
localidades com pelo menos 100 espécimes coletadas como minimamente amostradas para
Amazônia Legal. Para Silva (1995a) aquela localidade com 80 espécimes coletadas ou 100
espécies listadas por diferentes métodos foi definida como minimamente amostrada.
Silva e Santos (2005), argumentam que 80 espécimes ou 100 espécies
respectivamente, são os valores mínimos que geralmente são atingidos em trabalhos de campo
de quatro a cinco dias em localidades do Cerrado. Por fim, Santos (2005) avalia o esforço
amostral ornitológico em Roraima considerando as localidades minimamente amostradas em
dois níveis de amostragem: com pelo menos 50 espécies coletadas e outra com pelo menos
100 espécies de aves coletadas.
Diante dessas diferentes proposições, foram consideradas para este estudo Localidade
Minimamente Amostrada (LMA) aquelas com pelo menos 50 espécies documentadas
(aproximando das situações definidas por Santos (2005)) ou 100 espécies listadas,
independente do método de registro (SILVA, 1995a). Contudo, as localidades com pelo
menos 80 espécies documentadas também foram levadas em conta nas análises de lacunas de
conhecimento.
Para verificação de lacunas de conhecimento ornitológico, o Estado do Tocantins foi
dividido em uma malha de 1.230 quadrículas, com área de aproximadamente 22.500ha cada
uma (Figura 35), valor correspondente a 0,08% da área do Estado do Tocantins. Este
percentual foi estabelecido após comparação ao percentual de cada unidade amostral em
outros estudos de mesmo propósito.
132
Nas análises de Oren e Albuquerque (1991) o percentual da unidade amostral definida
é de 1,3% da área total amostrada, a Amazônia Legal. Em Silva (1995a) o percentual de cada
unidade amostral foi aproximadamente de 0,6% da área do todo, o bioma Cerrado. Por sua
vez, Costa et. al. (2007) na avaliação de lacunas de conhecimento de Squamata no Cerrado,
estabeleceram que cada célula de estudo continha 100.000ha, área correspondente a 0,05% do
bioma Cerrado.
Uma vez definidos o número de espécies das LMAs, a quantidade e áreas das
quadrículas, foram confeccionados mapas, onde cada quadrícula teve representada sua riqueza
de espécies de aves. As lacunas foram estabelecidas a partir dos mapas baseados nas LMA,
sendo definidas lacunas primárias as áreas sem qualquer amostragem minimamente
representativa (pelo menos 100 espécies listadas ou 50 espécies documentadas) e lacunas
secundárias aquelas áreas ausentes de amostragem mínima documentada (existem listas de
pelo menos 100 espécies, mas há carência na documentação mínima de 50 espécies).
Figura 35. Mapa mostrando o Estado do Tocantins dividido em malha de 1.230 quadrículas e 22.500ha cada.
133
RESULTADOS
Foram compilados 27.376 registros de aves para o Estado do Tocantins, distribuídos
em diferentes tipos de fontes. Manuscritos diversos (EIAs, MAs, artigos, dissertações, livros,
monografias etc.) computaram um total de 71 títulos. Foi verificado o depósito de espécimes
de aves coletadas no Tocantins em 23 diferentes coleções ornitológicas de museus e/ou
coleções particulares. O recebimento de registros não publicados, diretamente através de
outros ornitólogos ou uso de registros pessoais não publicados, ocorreram em dez
oportunidades. Por último, na internet foram consultados quatro diferentes portais
fotográficos e um banco de dados de vocalizações de aves neotropicais (Figura 36).
Figura 36. Número de consultas (barras azuis) e de espécies de aves registradas (barras vermelhas) nos diferentes tipos de fontes utilizados na compilação dos registros.
134
As consultas conduzidas a estes diferentes tipos de fontes contabilizaram o registro de
um total de 753 espécies de aves para o Tocantins (Anexo 3), as quais estão divididas entre as
três listas propostas. Para a lista primária são listadas 628 espécies de aves (Anexo 3a), destas
580 espécies apresentaram registro com documentação, sendo as 48 espécies restantes
carentes de documentação, mas com registros efetuados por pelo menos três fontes distintas.
A lista secundária traz um total de 57 espécies (Anexo 3b), enquanto a lista terciária
compreende um total de 68 espécies (Anexo 3c). As considerações a seguir levam em conta
somente as 628 espécies de aves da lista primária.
O Tocantins tem representado em seu território 34,5 % da avifauna brasileira. As
espécies residentes representam 95,2% do total de espécies (598) sendo as migratórias 2,8%
(18 espécies, 12 migrantes neárticos e 6 migrantes austrais). Os 2% restantes (12) são espécies
que tem status desconhecido para o Tocantins (SILVA 1995b; CBRO, 2008) (Anexo 3).
No Estado foi verificado o registro de 24 espécies endêmicas brasileiras (CBRO,
2008), 22 endêmicas do bioma Cerrado (CAVALCANTI, 1999; SILVA e SANTOS, 2005) e
67 como endêmicas amazônicas (STOTZ, 1996) 17 18. Dentre as espécies de aves dadas com
algum grau de ameaça de extinção no Brasil (IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008)
são listadas para o Tocantins 16 espécies (Anexo 3a).
Foi verificado um total de 391 localidades de registro no Estado, sem qualquer
restrição ou exigência quanto ao tipo de registro. Quando verificado o número de localidades
onde ocorreram registros passíveis de documentação, independentemente do número de
espécies por localidade, fonte ou naturalista/pesquisador/ornitólogo associado à localidade
constata-se uma redução de 391 para 244 localidades, uma queda de 37,5%. (Figura 37).
17 Stotz et al. (1996) apresenta Paroaria baeri e Cercomacra ferdinandi como espécies endêmicas amazônicas do Centro Endemismo Pará, o qual, segundo critérios do autor, abrangeria a bacia do rio Araguaia, região de ocorrência das respectivas espécies. Porém estas duas espécies neste estudo foram somente consideradas endêmicas do bioma Cerrado como apresentado por Silva e Bates (2002) e Silva e Santos (2005).
18 Posteriormente a Stotz et al. (1996) alguns estudos taxonômicos promoveram a validação de várias subespécies em espécies plenas na Amazônia (ISLER et al., 1997; ISLER et al. 1999; JOSEPH, 2002; ISLER et al., 2007). Várias delas após esse split passaram a ter distribuição geográfica restrita dentro da Amazônia sendo suas considerações biogeográficas levadas em conta junto às listas apresentadas por Stotz (1996).
135
Figura 37. Em verde e amarelo, localidades onde ocorreram registros de aves no Tocantins. Somente em amarelo, localidades onde os registros foram passíveis de documentação.
136
Considerando a proposta de localidade minimamente amostrada (LMA), verificou-se
que 130 localidades contemplaram os critérios mínimos exigidos de pelo menos 50 espécies
documentadas ou 100 espécies listadas (Figura 38).
Figura 38. Mapa com todas as localidades minimamente amostradas para o Estado do Tocantins. (verde e azul). Em azul, localidades onde se efetuou a documentação mínima de pelo menos 50 espécies de aves.
137
Refinando-se para aquelas localidades onde somente houveram registros
documentados, uma análise das localidades com pelo menos 50 espécies registradas, revela
uma quantidade significativamente minúscula de apenas 23 localidades estudadas. Se
aumentado for o valor desse limite minimamente amostrado para pelo menos 80 espécies
documentadas, o total de localidades amostradas reduz para apenas 13 localidades (Figura
39).
Figura 39. Localidades em que foram efetuados registros documentados de pelo menos 50 espécies de aves (azul e verde). Em verde, aquelas localidades onde ocorreram documentação de pelo menos 80 espécies de aves.
138
Atentando-se aos limites políticos estabelecidos para o Estado, dos 139 municípios
emancipados, 78 deles, mais a Ilha do Bananal, possuem algum tipo de registros em seus
limites. Considerando os critérios de LMA, e transferindo-os em nível municipal, somente 59
deles, mais a Ilha do Bananal, pode ser denominado Município Minimante Amostrado
(MMA). Levando-se em conta apenas os municípios onde se efetuaram registro documentado
de pelo menos 50 espécies de aves, este valor reduz para 18 municípios, mais a Ilha do
Bananal (Figura 40).
1 2
3
4
56
78
9
10
11
12
13
1415
16 17
18
19@
@
Figura 40. Municípios minimamente documentados no Estado do Tocantins. 1. Araguatins; 2. Itaguatins; 3. Ananás; 4. Wanderlândia; 5. Babaçulândia; 6. Santa Fé do Araguaia; 7. Araguacema; 8. Guaraí; 9. Pium; 10. Ilha do Bananal; 11. Tocantínia; 12. Palmas; 13. Porto Nacional; 14. Gurupi; 15. Peixe; 16. São Salvador; 17. Paranã; 18. Natividade; 19. Mateiros. @ - Desconsiderar a porção Extra Ilha do Bananal dos municípios de Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia.
139
Por sua vez, a análise de lacunas através da divisão do Estado do Tocantins em uma
malha de 1230 quadrículas de 22.500 hectares cada uma, mostrou que apenas 124
quadrículas, ou seja, 27.900 Km² (10% do território tocantinense) foram minimamente
amostrados (Figura 41). A mesma análise, porém considerando-se apenas aqueles registros
passíveis de documentação, revela que estes valores percentuais de cobertura amostrada
sofrem fortíssima redução. Das 124 quadrículas minimamente amostradas somente em 23
delas houve localidades com pelo menos 50 espécies registradas por meio de documentação.
Isso corresponde a apenas 5.175 Km², minúsculos 1,86% da área total do Estado do Tocantins
(Figura 42).
Figura 41. Análise de quadrículas mostrando as áreas do Estado do Tocantins onde ocorreram registros de aves.
140
Mantendo-se somente aquelas quadrículas com pelo menos 50 espécies documentadas
e/ou 100 espécies listadas nessas duas últimas análises, tem-se como resultado uma evidente
Figura 42. Análise de quadrículas mostrando as áreas do Estado do Tocantins onde ocorreram registros documentados de aves.
141
demonstração das áreas do Estado do Tocantins onde não se tem informações mínimas sobre
a amostragem de aves. Logo, essas áreas representam justamente as lacunas de conhecimento
da biodiversidade avifaunística do Tocantins. Em um primeiro momento, quando são
consideradas pelo menos 100 espécies listadas e/ou 50 documentadas, são reveladas a
presença de 5 blocos de lacunas de conhecimento (Figura 43).
Figura 43. Blocos de lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves do Estado do Tocantins resultantes dàquelas regiões onde ocorreu amostragem mínima necessária – pelo menos 50 espécies documentadas ou 100 espécies listadas.
142
Por conseguinte, se mantidas somente aquelas quadrículas em que se tenha pelo menos
50 espécies documentadas e também as lacunas anteriormente propostas, nota-se que há a
indicação de pelo menos mais 16 lacunas de conhecimento da biodiversidade (Figura 44).
Deste modo, existe um primeiro grupo de lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves,
marcado pelo alto grau de prioridade de estudos de inventariamento, pois nada se sabe de
concreto sobre quais espécies ocorrem nestas áreas. O segundo grupo de lacunas seria
Figura 44. Lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves do Estado do Tocantins. Grupo das lacunas de prioridade primária (elipses acinzentadas e interior tracejadas) e grupos das lacunas de prioridade secundária (elipses esverdeadas e interior ondulado.
143
caracterizado por áreas onde já se conhece uma parcela representativa da avifauna, pois as
mesmas apresentam listas com pelo menos 100 espécies, ainda que através de registros
visuais e auditivos, no entanto, a documentação da avifauna destas áreas ainda é escassa.
DISCUSSÃO
Avifauna do Tocantins: biodiversidade
Os registros da avifauna do Tocantins foram obtidos por meio de diversos tipos de
fontes, cujos esforços de consulta, procuraram compilar o máximo de registros possíveis, de
modo que se pretendeu alcançar ao máximo a totalidade de registros de aves para o Tocantins
que cada tipo de fonte pudesse fornecer. Haja vista que mais de 27.376 registros foram
compilados, embora não haja um número mínimo estipulado para uma compilação, acredita-
se que o total compilado possa estar perto do esforço máximo possível até o presente
momento de conclusão desta dissertação. Assim essas diferentes fontes compiladas fornecem
importantes implicações sobre a biodiversidade de aves no Tocantins.
As coleções ornitológicas contempladas demonstram ter fundamental papel no
reconhecimento da avifauna do Tocantins, pois das 628 espécies de aves fornecidas na lista
primária, 510 tem origem em coleções científicas (Figura 36). Este valor garante que pelo
menos 81,5% das espécies do Estado tenham seus registros depositados em coleções ou
museus, atestando a importância destas instituições (VUILLEUMIER, 1998; ALEIXO e
STRAUBE, 2007) para conhecimento da avifauna tocantinense. Este número pode sofrer
ainda algum acréscimo visto que algumas coleções onde há depósitos de material coletado por
José Hidasi não foram contempladas nesta compilação, como o Museu Nacional de Historia
Natural da Hungria, em cujas dependências existem algumas centenas de espécimes coletados
por Hidasi, em Goiás e Tocantins (José Hidasi, com. pessoal).
Por sua vez EIAs, MAs e documentos oficiais tiveram papel fundamental na
compilação dos registros de aves do Tocantins. Além de ter sido a categoria de fonte mais
consultada, com 40 diferentes documentos examinados, cerca de 600 espécies compiladas
destes documentos enquadram-se na lista primária das aves do Tocantins. Apesar disso,
144
existem EIAs e MAs que estão sendo executados e por isso não foram examinados bem como
alguns outros que não foram consultados por motivos extras, o que denota na possibilidade
deste tipo de fonte ter uma contribuição maior. Vasconcelos e Straube (2006) apóiam a
utilização desta categoria de fonte no estudo no conhecimento biogeográfico e conservação
das espécies de aves no Brasil, fornecendo inclusive, uma série de medidas na elaboração
destes documentos para otimizar a máxima praticidade destes inventários avifaunísticos após
a conclusão dos respectivos estudos.
Uma desvantagem de EIAs e MAs, que também pode ser percebida em artigos ou
mesmos outros tipos de manuscritos, é a não indicação da documentação das espécies na
apresentação das listas, sugerindo a interpretação dos registros como somente visuais e
auditivos. Bencke (2001) argumenta que a documentação não é o mais essencial para
indicação de ocorrência de uma espécie em dada área, porém uma indicação física, seja um
registro visual ou até mesmo uma gravação de vocalização, é de relevante importância, pois
trata-se de um elemento referencial.
A partir daí, avaliar a validade dos registros torna-se papel importante e fundamental
(PACHECO apud BENCKE, 2001), conseqüentemente, a consideração de listas de espécies,
como aquelas fornecidas em EIAs e MAs são justificáveis. A proposta de elaboração de três
diferentes categorias de listas neste estudo, mediadas por critérios de seleção, é justamente
uma tentativa de avaliação dos registros compilados, de modo a evitar-se que os mesmos
sejam somente inseridos na lista final, por simplesmente terem relatadas suas ocorrências no
Tocantins.
Por outro lado, fontes como bancos fotográficos e bancos de vocalizações tiveram
pouca representatividade no número de espécies compiladas. Com avanços tecnológicos
proporcionados principalmente pela digitalização de dados e seu respectivo compartilhamento
através da internet, registros fotográficos e sonoros podem ser alternativas eficientes para
divulgação da documentação das espécies. Estes registros podem ser compartilhados em
portais especializados na internet (www.aves.brasil.nom.br; www.xenocanto.org), bem como
passíveis de publicação em periódicos, quando assegurada a identificação da espécie
fotografada ou gravada.
O primeiro registro documentado de Spizaetus tyrannus para o Estado do Ceará é
decorrente da documentação da vocalização da espécie (ALBANO et al., 2007). O mesmo
ocorre para outros diversos Estados por meio de registros fotográficos (SIMON, et al., 2005;
145
PEREIRA et al., 2006; PATRIAL, 2008; UBAID e DONATELLI, 2008). Dentre os registros
compilados, as documentações fotográficas de Conopophaga roberti (Com. pessoal, Advaldo
D. Prado) e Egretta caeruela (PINHEIRO E DORNAS, 2009) são as principais evidências da
ocorrência da espécie no Tocantins.
Hidasi (1998) fornece uma lista de 524 espécies de aves para o Tocantins. O total de
628 espécies registradas na lista primária propõe um aumento de 104 espécies para o Estado
do Tocantins. Comparada ao total 636 espécies de aves listadas para o Estado do Maranhão
(OREN, 1991), a diversidade de 628 espécies de aves encontrada no Estado estaria dentro de
um patamar esperado, pois em ambos os Estados existe uma semelhança fitoecológica
marcante devido à presença dos biomas do Cerrado, Caatinga e Amazônia e suas respectivas
zonas de tensão ecológica (AB’SABER, 2003; MMA, 2007). Inclusive, a presença de 68
espécies endêmicas Amazônicas e 22 espécies endêmicas do Cerrado demonstra que o caráter
ecotonal estabelecido por Ab’Saber (2003) em termos paisagísticos, também é evidente com
relação as comunidades de aves que ocorrerem no Tocantins.
Além disso, a lista primária de aves do Tocantins traz o primeiro registro de 24
espécies: Tinamus major, Pauxi tuberosa, Porzana flaviventer, Asio flammeus, Nystalus
striolatus, Philydor rufum, Thamnophilus palliatus, Thamnophilus aethiops, Pygiptila
stelaris, Cercomacra manu, Pyriglena leuconota, Myrmoborus leucophrys, Hylophylax
naevius, Grallaria varia, Automolus paraensis, Phyllomyias reiseri, Elaenia albiceps,
Ramphotrigon ruficauda, Cephalopterus ornatus, Atticora tibialis, Tachyphonus phoenicius,
Dacnis flaviventer, Chlorophanes spiza e Phaeothypis mesoleuca até então desconhecidas
para os limites do Tocantins, aumentando de modo considerável a distribuição geográfica
destas espécies.
Além disso, várias outras espécies apresentadas na lista primária tiveram suas áreas de
ocorrência aumentadas em função de registros compilados.Várias delas foram coligidas por
Rudolph Pfrimer e José Hidasi, cujas coleções foram pouco estudadas, o que as impediu de
maiores contribuições ao conhecimento biogeográfico das aves no Brasil.
A título de ilustração, por parte de R. Pfrimer, os registros de Alectrurus tricolor,
Plegadis chihi merecem destaque. Para José Hidasi, destaca-se o registro de Sporophila
hypoxantha. Para ambos coletores, é válido de menção, o registro de Neomorphus geoffroyi
para o Estado do Tocantins.
146
Alectrurus tricolor é um tiranídeo ameaçado de extinção (SILVEIRA e STRAUBE,
2008) que tem ocorrência local a cerrados campestres e áreas pantanosas com distribuição
geográfica de Minas Gerais ao Mato Grosso, chegando ao Paraguai e Bolívia (RIDGELY e
TUDOR, 1994; SICK, 1997; SIGRIST, 2006; NATURE-SERVE, 2007a). Sua ocorrência no
Tocantins é relatada para Palma, atual Paranã (MNRJ 9947), sudeste do Estado, o que acarreta
no aumento da distribuição da espécie para norte em pelo menos 200km além do limite mais
setentrional conhecido para espécie (Figura 45).
Figura 45. Acima e à esquerda mapa com distribuição geográfica de Alectrurus tricolor (A) com a marcação da região de ocorrência no Tocantins. Acima e a direita, mapa com distribuição geográfica de Plegadis chihi (B) com as localidades de registro da espécie no Tocantins: em vermelho, Arraias; em amarelo, rio Palma; laranja, TO-374 e verde rio Araguaia. Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Fotos: Túlio Dornas
A B
147
Situação muito idêntica é verificada para Plegadis chihi, ave paludícola, que tem
preferências por banhados, arrozais e várzeas. Sua distribuição geográfica é assinalada desde
a região centro-norte do Chile, centro-norte da Argentina, todo Paraguai, alcançando o Brasil,
onde se estenderia do Rio Grande do Sul até região central de Goiás e Mato Grosso (SICK,
1997; SIGRIST, 2006).
No Tocantins, a espécie tem registros para a região sudeste do Estado em Arraias
(MNRJ 6420), e no rio Palma (MNRJ 6421, 6422) e, para região oeste, onde há dois registros
não documentados, um para a região da TO-374, entre Lagoa da Confusão e Dueré, (OIKOS,
2006) e outro para o rio Araguaia, no município de Caseara (OIKOS, 2006) (Figura 45). Os
registros depõem a favor de um aumento na área de distribuição da espécie em
aproximadamente 800km em direção nordeste.
Sporophila hypoxantha, é uma espécie de emberezídeo que tem preferência por brejos
em áreas campestres. Sua distribuição se estende da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil,
onde ocorre nos estados do sul, sítios de nidificação, de onde migram para os estados de
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul (RIDGELY e TUDOR; 1989; SICK, 1997;
SIGRIST 2006; NATURE-SERVE 2007b).
Para o Estado do Tocantins seu registro é assinalado para o Parque Estadual
Monumentos Árvores Fossilizadas, entretanto não há menção de documentação (OIKOS e
MRS 2005). Contudo, a confirmação da espécie para o município de Peixe (MOG 3876),
centro-sul do Estado, sugere a utilização da calha do rio Tocantins como uma das rotas de
migração da espécie para regiões setentrionais do Cerrado, não limitando sua distribuição
geográfica somente a porção mais central do território goiano (Figura 46).
Já, Neomorphus geoffroyi, é uma ave terrícola, com preferências por matas virgens e
altas. É de difícil detecção na natureza, sendo considerada uma ave rara (HILTY e BROWN,
1986; SICK, 1997). Sua taxonomia ainda é incerta havendo discussões quanto à proposição
da localidade-tipo (PINTO, 1978; RAPOSO e SIMON, 2008) gerando indefinições na
validade e determinação das supostas subespécies (RAPOSO e SIMON; 2008). Deste modo,
sua ocorrência é assinalada para o Espírito Santo (N. g. dulcis), Bahia (N. g. maximilliani ou
N. g. geoffroyi) e região amazônica (N. g. amazonicus ou N. g. geoffroyi), compreendendo
faixas territoriais desde o Estado do Pará, até o Acre. Sua ocorrência também é assinalada
para Bolívia, Peru, Equador e Colômbia e Panamá (PINTO, 1978; HILTY e BROWN, 1986;
SICK, 1997; SIGRIST, 2006) (Figura 47).
148
Embora não assinalado nos mapas de distribuição geográfica da espécie (SIGRIST,
2006; NATURE-SERVE, 2007c), a ocorrência da espécie é relatada no Tocantins
(SICK,1997), mais especificamente no rio Tocantins, sem maiores detalhes (PINTO, 1978).
Na verdade, este relatado faz referência a um espécime coletado por R. Pfrimer, em Espírito
Santo do Peixe, atual Peixe, as margens do rio Tocantins, e que atualmente está depositado no
MNRJ (4098). De certo modo, os equívocos cometidos por Miranda-Riberio, na etiquetagem
de espécimes de Pfrimer (ver a seguir), podem ser a explicação dessa suposta omissão.
Contudo, há um segundo registro de N. geoffroyi para o Tocantins; um espécime
depositado no Museu de Ornitologia de Goiânia (MOG 1083) procedente de Natividade,
Figura 46. Distribuição geográfica de Sporophila hypoxantha. Em vermelho, localização do registro inédito para Peixe. Em verde, registro da espécie no P. E. Monumento Árvores Fossilizadas. Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Foto: Túlio Dornas.
149
município distante cerca de 150 km à leste de Peixe. Apesar deste espécime não ter um
coletor responsável, segundo José Hidasi, o espécime teria sido coligido por R. Pfrimer, que
teria negociado um lote de espécimes à Universidade Católica de Goiás, no final da década de
40, quando nascia a citada instituição.
Entre os anos de 1960 e 1970, José Hidasi adquire o espécime junto a Universidade
Católica de Goiás, e adverte que no local, havia outros espécimes de diversas espécies,
inclusive, segundo ele, uma Harpia harpija, proveniente de Arraias, que teria sido entregue,
de acordo com responsáveis da instituição, por um viajante do norte de Goiás. As menções à
Arraias e a um viajante do norte de Goiás, remetem fortemente a R. Pfrimer.
Diante dos fatos e relatos de José Hidasi, ainda que não se possa ter total certeza da
procedência do segundo espécime de N. geoffroyi para o Tocantins, fica mais improvável
acreditar que o espécime depositado no MNRJ tenha sido alvo de um erro de etiquetagem.
Essa assertiva é reforçada por dois outros fatores: a região indicada como os locais de coleta
apresentam habitats descritos favoráveis à ocorrência da espécie e, os espécimes coletados
têm padrão de plumagem distinto das outras subespécies conhecidas, podendo vir a ser, após
Figura 47. Distribuição geográfica de Neomorphus geoffroyi, com as respectivas localidades de ocorrência no Tocantins; em vermelho, Peixe, e em amarelo, Natividade. Em A, espécime MNRJ (4098), em B, espécime MOG (1083). Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Fotos: Túlio Dornas
A
B
150
revisão que o gênero vem sofrendo, talvez até, uma das novas espécies pré-sugeridas pelos
desmembramentos das diferentes subespécies (RAPOSO e SIMON; 2008).
Todavia, considerando que a lista secundária de aves do Tocantins traz 58 espécies, o
potencial de riqueza de espécies de aves no Tocantins pode aumentar para 685 espécies. Uma
demonstração de tal situação é dada pelas espécies Florisuga mellivora e Ixobricus exilis.
Ambas apresentam distribuições geográficas compatíveis com o Estado do Tocantins (SICK,
1997; SIGRIST, 2006), mas possuem cada uma, somente duas diferentes fontes de registro
não documentado (Anexo 3b). A ocorrência de um registro não documentado, somado as duas
fontes já conhecidas, ou senão, um único registro documentado, transfere as espécies da lista
secundaria para a lista primária. Esta mesma situação é verificada para demais espécies da
lista secundária.
Silva (1995b) lista para o Cerrado pelos menos 38 espécies migratórias entre visitantes
neárticos e austrais. Para o Tocantins foram compiladas 22 espécies de aves migratórias, das
quais 18 estão na lista primária, sendo 12 neárticas e 6 austrais. Caso confirme-se a ocorrência
de Falco peregrinus, Bartramia longicuada, Tringa melanoleuca, Chordeiles minor (quatro
espécies migratórias neárticas da lista secundária) para o Estado, ter-se-ia uma aumento na
diversidade de aves migratórias do Tocantins de 18 para 22 espécies confirmadas e
conseqüentemente mais quatro no total de 628 espécies de aves.
Essa diversidade de migratórias pode ser ainda mais incrementada. As calhas centrais
dos grandes rios brasileiros são dadas como umas das principais rotas migratórias das
espécies migrantes neárticas, o que torna o rio Tocantins e rio Araguaia um corredor de
entrada de aves migratórias para o interior do Brasil (SICK, 1983; RAPOLLE et al., 1998;
DORNAS e PINHEIRO, no prelo). Como existem 10 espécies migratórias neárticas
confirmadas para o Cerrado (SILVA, 1995b) sem registros para o Tocantins, onde as suas
duas principais bacias são rotas migratórias consolidadas de aves migrantes neárticas, as
possibilidades de um número maior de espécies migratórias e conseqüentemente de
diversidade de aves no Estado são muito grandes.
Outra possibilidade de acréscimo a diversidade do Tocantins é o remanejamento de
espécies da lista terciária para a lista primária. Mas esta transferência tem probabilidades
reduzidas, pois a lista terciária traz espécies com distribuição geográficas improváveis para o
Tocantins. Dificilmente, diante do conhecimento ornitológico atual, serão registradas no
Tocantins as espécies Aburria cumanensis grayi (MNRJ 18923), Pyrilia barrabandi (MNRJ
151
3979, 3980), Pyrrhura perlata rodogaster (MNRJ 3633), Cyanerpes nitidus (MNRJ 11554),
cujos depósitos no MNRJ assinalam o Tocantins como local de coleta.
Aburria cumanensis grayi possui distribuição geográfica assinalada para região do
Pantanal, Bolívia e sul do Peru (SICK 1997; SIGRIST 2006), as demais espécies possuem
distribuição para a Amazônia centro-ocidental (HAFFER, 1992; RIDGELY e TUDOR, 1989;
SICK, 1997; SIGRIST, 2006). Para todas essas espécies, R. Prifmer é apontado como coletor,
cujo material coligido na década de 20, entre o sudeste do Tocantins e nordeste de Goiás, era
enviado para MNRJ. Posteriormente à chegada do material, o mesmo era identificado e
tombado pelo curador Alípio de Miranda-Ribeiro junto à coleção ornitológica do Museu
Nacional. Entretanto uma substituição de etiquetas, em um dos lotes enviados por Pfrimer,
parece ter ocasionado uma série de equívocos no tombamento de vários espécimes (SILVA,
1989; SICK, 1997; PACHECO, 2004).
As espécies mencionadas acima têm suas distribuições geográficas coincidentes com
aquelas regiões onde a Comissão Rondon realizou várias de suas coletas, as quais foram
posteriormente enviadas ao MNRJ. Deste modo, a evidência mais persistente, são que, esses
espécimes, por um descuido de Miranda-Ribeiro, foram etiquetados junto do lote de aves
coletadas por Pfrimer que havia sido re-etiquetado (SILVA, 1989; SICK, 1997; PACHECO,
2004).
Evidente que a classificação de uma espécie na lista terciária não impede que,
efetivamente, a mesma tenha populações no Tocantins; mas uma possível transferência da
lista terciária para as listas antecedentes carece, quase que obrigatoriamente, de uma
documentação segura da espécie em questão.
Lacunas de conhecimento ornitológico no Tocantins
No que se refere às localidades ornitologicamente amostradas, verifica-se que o total
de 391 localidades, com pelo menos um registro efetuado de qualquer natureza, ou as 244
localidades com pelo menos um registro documentado, podem em um primeiro momento
demonstrar certa representatividade, do ponto vista ornitológico, quanto à cobertura territorial
amostrada no Estado do Tocantins (Figura 37). No entanto, este cenário não pode ser tomado
152
como referencial, pois quando considerados somente as LMA, verifica-se um total de 130
localidades, das quais apenas 23 localidades possuem amostragem mínima de documentação
(Figuras 38 e 39). Este segundo cenário, quando confrontado às quadrículas de amostragem
correspondem aproximadamente a 10% e 2% do território tocantinense, respectivamente
(Figuras 41 e 42).
Contudo, são demonstrados avanços, já que seis eram as áreas enumeradas como
minimamente amostradas no Tocantins (OREN E ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995a) e
são apresentadas 130, com pelo menos 23 documentadas minimamente. Além disso, o fato de
60 municípios do Estado terem conhecimento mínimo de suas riquezas de aves, também
contribui para esse avanço, muito embora a documentação mínima das espécies a nível
municipal ainda seja carente, contemplando somente 18 municípios, mais a Ilha do Bananal.
De modo geral, o Estado do Tocantins ainda necessita ser mais investigado para
alcançar uma representatividade significativa do conhecimento de sua avifauna. A indicação
de 5 blocos carentes em amostragem ornitológica no Estado somados a mais outras 16 de
lacunas de conhecimento da avifauna no Tocantins pode ser observada como importante
instrumento norteador para atingir essa maior representatividade.
Uma vez definidos 10% do território do Tocantins como minimamente amostrados,
aparentemente cabe aos 90% restantes serem definidos como as lacunas. Porém nesses 10%
delimitados, não necessariamente, houve documentação mínima das espécies, sendo em
muitas das áreas somente conhecidas listas com pelo menos 100 espécies. Logo uma
categorização das lacunas, torna-se providencial, permitindo assim a formalização de lacunas
primárias e secundárias de conhecimento da avifauna tocantinense (Figura 44).
As lacunas primárias somam-se 5 grandes regiões (Figura 43), e devem ser aquelas
primariamente priorizadas para estudos de inventariamento ornitológico, pois são áreas nunca
amostradas ou com, no máximo, 49 espécies de aves registradas, sendo pouquíssimas delas
por meio de documentação. As lacunas secundárias, um total de 16 enumeradas, possuem um
conhecimento mínimo de sua avifauna, pois existem em suas respectivas áreas listas com no
mínimo 100 espécies registradas, a maioria delas quase em sua totalidade por meio de
registros visuais e auditivos. A carência de registros documentados nessas áreas é o ponto
mais preocupante, sendo assim sugerido, inventários nessas regiões que concentrem seus
esforços em metodologias que promovam a documentação das espécies.
153
Equiparando-se as propostas de lacunas de conhecimento ornitológico para o
Tocantins, Silva (1995a), focando todo o Cerrado, prioriza aquelas áreas com menor número
de espécies de aves conhecidas, como a mais importante para realização de inventários.
Dentro dessas áreas, o autor diferencia aquelas que têm maior ou menor grau de modificação
de seus habitats. O Estado do Tocantins, segundo Silva (1995a) é classificado como de
importância prioritária primária para inventários de aves, pois é marcante o baixo
conhecimento ornitológico associados a grandes áreas pouco modificadas.
A mesma prioridade de inventários ornitológicos no Tocantins é percebida com a
proposta de lacunas apresentadas nesta dissertação, mas as quadrículas de 1º x 1º
(>1.000.000ha), estabelecidas por Silva (1995a), mostraram-se grandes para análise a nível
estadual, comparativamente ao proposto neste estudo. Uma extensa área no centro-norte do
Tocantins, entre os municípios de Araguaína e Guaraí, é definida por Silva (1995a) como de
baixa prioridade para inventários, por apresentar altamente modificada (na data de publicação
do manuscrito do autor a região era mais desenvolvida do Estado). Porém, para a proposta de
lacunas aqui sugerida, baseada em quadrículas menores (0.135º x 0.135º = 22.500ha), haveria
ao longo dessa região, pelo menos, duas grandes lacunas de conhecimento ornitológico, uma
de prioridade primária e uma de prioridade secundária (Figura 48). De fato, boa parte da área
encoberta por essas lacunas encontram-se antropizadas (SEPLAN, 2008), no entanto existem
importantes fragmentos de florestas ombrófilas nessa região bem como extensas áreas de
Cerrado (SEPLAN, 2008) nunca inventariadas.
Oren e Albuquerque (1991) também estabeleceram critérios na indicação das lacunas
de conhecimento entre aquelas áreas mais e menos prioritárias, semelhante ao proposto neste
estudo. No entanto, o raio de 150 km medidos a partir da localidade de referência para
determinar uma área minimante amostrada, quando focado somente no Tocantins, abrange
uma área muito além daquela representativa da localidade inventariada considerada. No atual
estudo, são indicadas para o extremo norte do Tocantins, três lacunas de conhecimento (uma
primária e duas secundárias), enquanto que para Oren e Albuquerque (1991) a região é
indicada como de baixa prioridade de inventariamento (Figura 48), pois em função das
centenas de espécies coletadas por Hidasi em Araguatins meados da década de 60, a região
estaria suficientemente estudada ornitologicamente.
Nota-se, a partir dos trabalhos de Silva (1995a) e Oren e Albuquerque (1991) que a
indicação de lacunas em áreas como Cerrado e Amazônia Legal exigem unidades de
154
amostragem mínimas vinculadas a uma escala maior que aquela considerada para o Estado do
Tocantins, o que não exclui a credulidade dos resultados dos autores. Em ambos os estudos, o
Tocantins é contundentemente apresentado como região carente e necessitada de inventários
avifaunísticos, bem como também mostrado neste estudo.
Figura 48. No retângulo em azul, região considerada como de baixa prioridade de inventários por Silva (1995a), mas sobreposta por duas lacunas de conhecimento ornitológico. O retângulo amarelo mostra região de baixa prioridade de inventários ornitológicos (OREN e ALBUQUERQUE, 1991) sobreposto por quatro lacunas de conhecimento ornitológico.
155
Portanto, inventários que busquem preencher essas lacunas de conhecimento
ornitológico no Tocantins, devem ser oportunizados, tanto por parte do poder público como
pela iniciativa privada, através do fomento as pesquisas de campo. Os EIAs, MAs e
documentos oficiais, que corresponderam as fontes de registros mais numerosas, e que
certamente continuará a serem executados no Tocantins, devem trazer as listas das espécies de
aves, distinguindo para cada espécie, o tipo de registro efetuado e sua localidade exata de
registro (VASCONCELOS, 2006; VASCONCELOS e STRAUBE, 2006).
A publicação científica de livros e periódicos que a abordem sobre a diversidade
avifaunística do Tocantins tem que ser intensificados, tanto por aqueles pesquisadores
residentes no Estado, quanto aqueles externos que executam estudos ou consultoria nos
limites do Tocantins. A documentação das espécies, por coleta, fotografia ou gravação da
vocalização deve ser enaltecida e exigida pelos órgãos licenciadores, de modo que, áreas
previstas para instalação de empreendimentos e, portanto que serão alteradas tenha garantido
um material testemunho de sua diversidade ornitológica (VUILLEUMIER, 1998;
VASCONCELOS e STRAUBE, 2006).
Embora, em curto prazo, a tendência é que novos inventários incrementem a listagem
de espécies de aves do Tocantins, a médio e longo prazo, a situação poderá ser inversa, com a
possível queda de espécies de aves listadas na lista primária do Tocantins, pois as mesmas
poderão ser enquadradas em listas de espécies extintas. O Estado do Tocantins tem anunciado
em sua política econômica, atividades diretamente ligadas ao uso dos recursos naturais, sendo
previstas mais hidrelétricas, como a UHE de Santa Isabel no rio Araguaia, e uma série de
PCHs na bacia do rio Tocantins (SEPLAN, 2008); o crescimento da área de cultivo de grãos e
oleaginosas é intensamente divulgado, e o setor de silvicultura vem se estabelecendo de forma
incisiva no Estado com a compra de áreas de centenas de milhares de hectares (SECOM,
2008a, 2008b). Atividades econômicas deste porte têm mostrado conseqüências drásticas
para a biologia da conservação: perda de habitat e biodiversidade associadas (PRIMACK e
RODRIGUES, 2002; MACHADO et al., 2004; IUCN, 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008)
Caso, concomitantemente a este cenário, não sejam tomadas medidas de conservação,
tanto em âmbito federal quanto estadual, que garantam a conservação dos grandes
remanescentes de Cerrado no Estado, bem como a já definhada e fragmentada Amazônia
tocantinense, a redução na diversidade de aves do Tocantins será iminente, com decréscimo
de espécies da lista de aves do Estado, circunstância indesejada e inteiramente lamentável.
156
CONCLUSÃO
Diante dos resultados apresentados e discutidos são conclusões acerca das aves para o
Estado do Tocantins:
EIAs, MAs e documentos oficiais, bem como as coleções ornitológicas em Museus e
coleções específicas foram as categorias de fontes que mais espécies de aves
contribuíram com registros da avifauna tocantinense;
A biodiversidade de aves para o Estado do Tocantins é de 628 espécies, 104 espécies a
mais que a última lista apresentada, e representa 35,0% das aves do Brasil. Cerca de
95% das espécies das aves tocantinenses são residentes, sendo que 22 espécies são
endêmicas do bioma Cerrado e 69 endêmicas do bioma Amazônico;
O potencial de espécies de aves do Tocantins foi calculado em 685 espécies. Este
valor deve ser alcançado e até mesmo ultrapassado à medida que novos inventários
forem realizados no Estado;
O número de localidades minimamente amostradas no Estado comparados a estudos
anteriores sofreu expressivo aumento, mas ainda refletem a necessidade de se
estabelecer novas localidades de amostragem no Tocantins;
O Estado do Tocantins tem somente 10% de seu território minimamente amostrado
ornitologicamente, indicando a presença de pelo menos 21 lacunas de conhecimento
ornitológico de aves no Tocantins. Dessas 21 lacunas, 5 regiões têm prioridade
primária em inventariamento, pois não se tem conhecimento algum da avifauna local;
enquanto outras 16 lacunas têm prioridade secundária, pois há um conhecimento
ornitológico mínimo, mas carece de documentação mínima das espécies
A execução de inventários ornitológicos no Tocantins é emergencial, pois várias das
áreas indicadas prioritárias para inventariamento no Tocantins vem sofrendo
157
profundas modificações na sua estrutura ambiental original pelo estabelecimento de
empreendimentos diversos, sendo que tantas outras são postulantes a contemplarem
novos empreendimentos, situações que podem acarretar na extinção das espécies sem
antes mesmos delas serem registradas.
158
RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TUBELIS, D. P.; TOMAS, W. M. 2003. Bird species of the Pantanal wetland, Brazil. Ararajuba. Revista Brasileira de Ornitologia 11: 5-33. UBAID, F. K. e DONATELLI, R. J. 2008. Primeiro registro documentado da garça-da-mata (Agamia agami, Ardeidae) para o Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Atualidades Ornitológicas, 142:44-45. UNITINS 1996. Estudo de Impacto Ambiental, Projeto de Irrigação Javaés, Subprojeto Lagoa. Fauna de Tetrapodes, Volume II, Fundação Universidade do Estado do Tocantins, unitins, Palmas. UNITINS. 1998. Estudo de Impacto Ambiental, Projeto Rio Formoso-Suplementação dos Recursos Hídricos do Reservatório Taboca. Volume I. Fundaçao Universidade do Estado do Tocantins, Unitins, Palmas. VASCONCELOS, M. F. 2006. Uma opinião crítica sobre a qualidade e a utilidade dos trabalhos de consultoria ambiental sobre avifauna. Atualidades ornitológicas, Londrina, v. 131, p. 10 - 12. VASCONCELOS, M. F. ; STRAUBE, F. C. 2006. Sugestões para melhor aproveitamento dos resultados de consultorias em estudos biogeográficos e na conservação das aves. Atualidades ornitológicas, Ivaiporã/PR, v. 132, p. 10-11. VUILLEUMIER, F. 1998. The need to collect birds in the Neotropics. Ornitologia Neotropical 9: 269-274 WHITTAKER, A. 2004. Vent Brazil 2004 Northern Minas Gerais & The Rio Araguaia. Disponivel em: http://www.ventbird.com/system/tour_departure/legacy_birdlist/310/birdlist_310.pdf Acessado: 20/10/2008.
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ANEXOS – CAPÍTULO 3
Legenda - Status: R – Residente; IN – Indeterminado; VN – Visitante sazonal do hemisfério norte, VS – Visitante sazonal do sul do país ou continente; (SILVA, 1995b; CBRO, 2008) Endemismo: EnA – Endêmica da Amazônia (STOTZ et al.,1996); EnC – Endêmica do Cerrado (CAVALCANTI, 1999; SILVA e SANTOS, 2005); EnBr – Endêmica do Brasil (CBRO, 2008) Ameaça de extinção: Vul – Vulnerável; EN – Em Perigo; Cri – Criticamente ameaçada (#) Segundo MMA, (SILVEIRA e STRAUBE, 2008) - (©) Segundo (IUCN, 2008) Fonte: (F) – registro documentado através de fotografia (G) – registro documentado através de gravação
*Espécime mencionados no livro tombo do MOG, porém não encontrado nas coleções do mesmo. ® Espécimes com registro de tombamento original do MOG, podendo ser encontrado na seção de exposição do MZJH – Unitins.
Anexo 3a. Lista primária das espécies de aves do Estado do Tocantins. São destacados status de endemismo, ameaça de extinção e de residência da espécie
ESPÉCIE ENDEMISMO AMEAÇA STATUS FONTE
RHEIDAE
Rhea americana (Linnaeus 1758) R MHNT 668; MOG 8590*, 11792*; MZJH 2507‐08
TINAMIDAE
Tinamus tao Temminck 1815 R MHNT 2770; MOG 2; MPEG 20602
Tinamus major (Gmelin 1789) R MOG 3
Crypturellus cinereus (Gmelin 1789) EnA R MOG 4, 983; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Crypturellus soui (Hermann 1783) R LSUMZ 64934; MHNT 299; MOG 5, 878, 4705*, 5413*, 9245*; MPEG 20605, 28354;
MZUSP 52160‐63, 72028
Crypturellus undulatus (Temminck 1815) R LSUMZ 63516; MHNT 305, 2772; MNRJ 4400; MOG 4704; MZUSP 70524, 79467
170
Crypturellus strigulosus (Temminck 1815) EnA R MNRJ 1876; OIKOS 2002; OIKOS et al. 2004 (G)
Crypturellus variegatus (Gmelin 1789) R MOG 6, 8174;
Crypturellus parvirostris (Wagler 1827) R COCEULP/ULBRA 102, 105, 106, 108; FMHN 344284, MHNT 638, MNHN 425, MOG 7807*,
10110*, 13496*, 13918; MPEG 20603‐04, 20606‐07; MZJH 46, 725, 1012; MZUSP 52166‐
69, 72026
Crypturellus tataupa (Temminck 1815) R DIREÇÃO, 2005, MATHIAS, 2006; PRADO e BRAZ, 2008.
Rhynchotus rufescens (Temminck 1815) R AMS O. 65977; COCEULP/ULBRA 76; MOG 7002*, 7804, 8506*; MZJH 60; MZUSP 79468‐
70
Nothura maculosa (Temminck 1815) R COCEULP/ULBRA 129; MOG 7803, 9395*; MZJH 38 MZUSP 79471
Taoniscus nanus (Temminck 1815) EnC Vul‐#‐© R BAGNO e ABREU 2001; BRAZ, 2004; BRAZ, 2003
ANHIMIDAE
Anhima cornuta (Linnaeus 1766) R ciroalbano.multiply.com (F); www.avesbrasil.nom.br (F); XC28691 (G);
ANATIDAE
Dendrocygna bicolor (Vieillot 1816) IN IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; BIOTERRA 2005; PINHEIRO et al., 2008
Dendrocygna viduata (Linnaeus 1766) R MPEG 34766
Dendrocygna autumnalis (Linnaeus 1758) R OIKOS, 2002 (F); BUZZETTI, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F);
Neochen jubata (Spix 1825) R LACM 32293; MNHNA 4371; MNRJ 4965‐66, 21767; MOG 14718*
Cairina moschata (Linnaeus 1758) R COCEULP/ULBRA 39; MOG 8684*; MZJH 186
Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering 1907 R MZJH 144; MZUSP 79472; MMA 1981 apud MMA et al 2001
Amazonetta brasiliensis (Gmelin 1789) R MNRJ 7312, 19035; OIKOS 2002
Mergus octosetaceus Vieillot 1817 Cri‐#‐© R BRAZ et al., 2003 (F); SEPLAN 2003; DIREÇÃO, 2006
Nomonyx dominica (Linnaeus 1766) IN UNITINS 1998; CTE, 2001; BIOTERRA 2005
CRACIDAE
171
Ortalis motmot (Linnaeus 1766) R FMHN 404242; OIKOS 2006: PINHEIRO e DORNAS 2009
Ortalis superciliaris (Gray 1867) EnBr R MOG 93*, 989; MPEG 20612; MZUSP 52194‐95
Penelope superciliaris Temminck 1811 R COCEULP/ULBRA 37, 43, 46; FMHN 404239; LSUMZ 65079; MHNT 296; MNHNA 4390;
MNRJ 18889; MOG 7857*; MPEG 20609; MZUSP 52192, 79473
Penelope pileataWagler 1830 EnBr,EnA R MHNT 2836
Penelope ochrogaster Pelzeln 1870 EnBr,EnC Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 42, 44, 51; LSUMZ 65078; MNRJ 33440; MOG 91*; MZUSP 75494
Aburria cujubi (Pelzeln 1858) EnA R MOG 1172*; MPEG 34763; MZJH 2881®
Pauxi tuberosa (Spix 1825) EnA R OIKOS, 2006 (F)
Crax fasciolata Spix 1825 R CEULP/ULBRA 33, 40, 41, 50; MHNT 727
ODONTHOPHORIDAE
Odontophorus gujanensis (Gmelin 1789) R MZJH 308; OLMOS et al. 2004
PODICIPEDIDAE
Tachybaptus dominicus (Linnaeus 1766) R MNRJ 10081‐82, 10085, 21504, 32389
Podilymbus podiceps (Linnaeus 1758) R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; SEPLAN, 2003; MATHIAS, 2006
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin 1789) R LSUMZ 65070; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO 2004
ANHINGIDAE
Anhinga anhinga (Linnaeus 1766) R MNRJ 18836; MNHNA 4891; LSUMZ 65071
ARDEIDAE
Tigrisoma lineatum (Boddaert 1783) R MHNT 724, 735; MNHNA 4332; COCEULP/ULBRA 97; MOG 3368; LCUMZ 33650
Agamia agami (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 32; MNRJ 6549; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Cochlearius cochlearius (Linnaeus 1766) R MNRJ 6565; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009
Zebrilus undulatus (Gmelin 1789) R LCUMZ 65060; MOG 35, MPEG 34765
172
Nycticorax nycticorax (Linnaeus 1758) R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; WHITTAKER, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)
Butorides striata (Linnaeus 1758) R COCEULP/ULBRA 89, 96; LSUMZ 28795; MNRJ 6588; MZJH 2500; MPEG 20613, 21831‐33;
MZUSP 52173‐76, 79474
Bubulcus ibis (Linnaeus 1758) R BAGNO e ABREU, 2001; OLMOS et al., 2004; PACHECO e OLMOS, 2006
Ardea cocoi Linnaeus 1766 R COCEULP/ULBRA 54; MPEG 40652; MZUSP 72354
Ardea alba Linnaeus 1758 R MOG 2639*, 9634; MPEG 34706; MZUSP 61024
Syrigma sibilatrix (Temminck 1824) R OIKOS, 2006 (F); BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS, 2006
Pilherodius pileatus (Boddaert 1783) R COCEULP/ULBRA 30, 48; MNRJ 6517; MOG 5065*
Egretta thula (Molina 1782) R COCEULP/ULBRA 47, 58; MNRJ 6495
Egretta caerulea (Linnaeus 1758) R PINHEIRO e DORNAS 2009 (F); THEMAG e ENGEVIX, 2000
THRESKIORNITIDAE
Plegadis chihi (Vieillot 1817) R MNRJ 6420‐22; OIKOS 2006
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 31; MHNT 662, 2834; MPEG 20650; MZUSP 72328
Phimosus infuscatus (Lichtenstein 1823) R MNRJ 6427, 6429, 6451; MOG 42
Theristicus caudatus (Boddaert 1783) R LSUMZ 65073; MNRJ 6430‐31; MOG 7004
Platalea ajaja Linnaeus 1758 R MOG 44; PACHECO e OLMOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
CICONIIDAE
Ciconia maguari (Gmelin 1789) R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007;
Jabiru mycteria (Lichtenstein 1819) R MZUSP 71968; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F); Tulio Dornas (obser. Pessoal) (F)
Mycteria americana Linnaeus 1758 R www.avesbrasil.nom.br (F); OIKOS, 2002 (F); DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008
(F)
CATHARTIDAE
Cathartes aura (Linnaeus 1758) R MZUSP 79475; BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2002;
173
Cathartes burrovianus Cassin 1845 R MZUSP 79476‐77; OLMOS et al. 2004 (F)
Cathartes melambrotusWetmore 1964 EnA R OIKOS, 2002 (F); OLMOS et al. 2004; OIKOS e MRS, 2005
Coragyps atratus (Bechstein 1793) R MOG 10193*; BAGNO e ABREU 2001; MATHIAS 2006
Sarcoramphus papa (Linnaeus 1758) R www.avesbrasil.nom.br (F); OIKOS, 2002 (F); DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008
(F)
PANDIONIDAE
Pandion haliaetus (Linnaeus 1758) VN MHNT 2837; OLMOS et al. 2004 (F); PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
ACCIPITRIDAE
Leptodon cayanensis (Latham 1790) R MNRJ 6179; MOG 7850; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G)
Chondrohierax uncinatus (Temminck 1822) R MOG 14542; MNRJ 9246; MZUSP 79860
Elanoides forficatus (Linnaeus 1758) R COMB 266; MOG 58*; www.avesbrasil.nom.br (F)
Gampsonyx swainsonii Vigors 1825 R COCEULP/ULBRA 10, 27, 59, 63; LACM 32321; MOG 4964*, 5003*; MPEG 28400; MZUSP
65700
Elanus leucurus (Vieillot 1818) R OIKOS, 2002 (F); BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007
Rostrhamus sociabilis (Vieillot 1817) R LSUMZ 33651; MOG 956; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Harpagus bidentatus (Latham 1790) R MOG 14222; MZUSP 52177
Harpagus diodon (Temminck 1823) R OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; OIKOS, 2006
Ictinia plumbea (Gmelin 1788) R COCEULP/ULBRA 36; MZUSP 52178‐79, 75723
Circus buffoni (Gmelin 1788) R BAGNO e ABREU, 2001; WHITTAKER, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Accipiter superciliosus (Linnaeus 1766) R MZUSP76013; DIREÇÃO 2005; PINHEIRO e DORNAS 2005 (F)
Accipiter striatus Vieillot 1808 R MZUSP 79479; OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2006
Accipiter bicolor (Vieillot 1817) R OIKOS, 2002; WHITTAKER, 2004; OIKOS, 2006
174
Geranospiza caerulescens (Vieillot 1817) R MOG 2086*, 7338; PACHECO e OLMOS 2006
Leucopternis albicollis (Latham 1790) R MZUSP 52187; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Buteogallus urubitinga (Gmelin 1788) R MNRJ 7251, 7253, 9263; MZUSP 79481
Heterospizias meridionalis (Latham 1790) R MOG 7847, 14106*; MPEG 34715; MZUSP 65580‐81
Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot 1817) Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 52; BAGNO e ABREU 2001; DIREÇÃO 2006
Busarellus nigricollis (Latham 1790) R MNHNA 4323; MNRJ 9275; arthurmacarrao.multiply.com (F)
Parabuteo unicinctus (Temminck 1824) R FADESP 1999; BIOFiSICA 2007; ECOPLAN, 2006
Rupornis magnirostris (Gmelin 1788) R COCEULP/ULBRA 21‐23, 64; COMB 262; LSUMZ 28798; MOG 4975*, 4978*, 7339*,
7622*, 7851*; MPEG 20651, 20653, 28108‐09, 34712; MZJH 210, 229, 2486; MZUSP
52180‐85, 78526, 79478, 60094
Buteo albicaudatus Vieillot 1816 R MOG 68; MZUSP 79480; OIKOS 2002
Buteo melanoleucus (Vieillot 1819) IN MZUSP 79482; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Buteo nitidus (Latham 1790) R COCEULP/ULBRA 53; LACM 32301; MNRJ 8543; MOG 967*; MZJH 233; MZUSP 52186
Buteo swainsoni Bonaparte 1838 VN OIKOS, 2002; ECOPLAN, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009;
Buteo brachyurus Vieillot 1816 R BAGNO e ABREU, 2001; OIKOS, 2002; PACHECO e OLMOS, 2006
Buteo albonotatus Kaup 1847 IN BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI, 2004 ; PACHECO e OLMOS,, 2006
Harpia harpyja (Linnaeus 1758) R OLMOS et al. 2004 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F); IDBF, 1981 apud MMA et al 2001
Spizaetus tyrannus (Wied 1820) R BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004; LOPES E BRAZ, 2007
Spizaetus melanoleucus (Vieillot 1816) R COCEULP/ULBRA 61; MOG 5290*; OIKOS e MRS 2005
Spizaetus ornatus (Daudin 1800) R MNRJ 7921; OIKOS 2006; DORNAS e PINHEIRO 2007
FALCONIDAE
Daptrius ater Vieillot 1816 R MNRJ 33582; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Ibycter americanus (Boddaert 1783) R LSUMZ 33652; MNRJ 8571; MOG 80; MZJH 222
175
Caracara plancus (Miller 1777) R CEULP/ULBRA 49; MOG 5275*, 7003*, 10192*; MPEG 34714; MZJH 232; MZUSP 79490
Milvago chimachima (Vieillot 1816) R COCEULP/ULBRA 24; MOG 3366*, 9071*; MPEG 20652, 34713; 76018, 79487‐89
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus 1758) R LSUMZ 33637; MNRJ 9230; MPEG 21834
Micrastur ruficollis (Vieillot 1817) R MZUSP 52189; OLMOS et al. 2004 (G); ECOPLAN 2006 (G)
Micrastur gilvicollis (Vieillot 1817) R OLMOS et al. 2004 (G)
Micrastur mintoniWittaker 2002 R XC 3413
Micrastur mirandollei (Schlegel 1862) R MZUSP 52188; OLMOS et al. 2004 (G)
Micrastur semitorquatus (Vieillot 1817) R COCEULP/ULBRA 25, 26; PACHECO e OLMOS 2006
Falco sparverius Linnaeus 1758 R COCEULP/ULBRA 60, 62; FMHN 64009‐10; LACM 45975; MNRJ 9208; MZJH 250‐51, 2541;
MZUSP 75858, 79484‐86
Falco rufigularis Daudin 1800 R FMHN 64008; MNRJ 6302, 6305; MPEG 34724; MZUSP 75724‐25
Falco deiroleucus Temminck 1825 R MOG 7706*; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal)
Falco femoralis Temminck 1822 R MNRJ 8589; MZJH 239; MZUSP 79483
ARAMIDAE
Aramus guarauna (Linnaeus 1766) R MOG 5106*; OIKOS 2002; MATHIAS 2006
RALLIDAE
Micropygia schomburgkii (Schomburgk, 1848) R OIKOS, 2006; Advaldo Prado 2008 (Observ. Pessoal); Tulio Dornas 2009 (Obser. Pessoal)
Aramides ypecaha (Vieillot 1819) R MOG 10058; XC28693; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G)
Aramides cajanea (Statius Muller 1776) R COCEULP/ULBRA 71; LSUMZ 33653; MHNT 597; MOG 1004*, 7547, 11913*; MPEG 21925
Amaurolimnas concolor (Gosse 1847) R MZUSP 53045; BAGNO e ABREU 2001; BIOFÍSICA 2007
Laterallus viridis (Statius Muller 1776) R COCEULP/ULBRA 113, 119, 134; COITS‐UCG 107; MZUSP 52198, 65065, 79491
Laterallus exilis (Temminck 1831) R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004, WHITTAKER, 2004
Porzana flaviventer (Boddaert 1783) IN MOG 105
176
Porzana albicollis (Vieillot 1819) R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006;
Neocrex erythrops (Sclater 1867) R COCEULP/ULBRA 115; MOG 4277*
Gallinula chloropus (Linnaeus 1758) IN MNRJ 16315; LOPEZ e BRAZ 2008; PINHEIRO e DORNAS 2009
Porphyrio martinica (Linnaeus 1766) R COCEULP/ULBRA 72, 73, 75; MZUSP 65067
Porphyrio flavirostris (Gmelin 1789) R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009
HELIORNITHIDAE
Heliornis fulica (Boddaert 1783) R COCEULP/ULBRA 87; MHNT 75, 353
EURYPYGIDAE
Eurypyga helias (Pallas 1781) R MHNT 354; MOG 112*; MZUSP 52199, 68575
CARIAMIDAE
Cariama cristata (Linnaeus 1766) R COCEULP/ULBRA 34, 35, 55, 56; MOG 8029*, 8231*, 14638; MZJH 12076®;
CHARADRIIDAE
Vanellus cayanus (Latham 1790) R AMS O. 66297; FMHN 404229‐32; LSUMZ 32249; MOG 7310*‐14*, 7961*; MPEG 20614,
21827‐28; MZJH 437, 2472; MZUSP 52203‐08, 65070, 72013, 76068
Vanellus chilensis (Molina 1782) R COCEULP/ULBRA 82, 205; COMB 293; MOG 6931, 7304, 7724*, 9017*, 10359‐63; MPEG
21826, 34653; MZUSP 79492
Pluvialis dominica (Statius Muller 1776) VN MOG 7334*; MZJH 2470; MZUSP 52209‐10
Charadrius collaris Vieillot 1818 R MNRJ 33563; MOG 7325*‐28, 9018*, 10358; MPEG 27440‐41; MZJH 426, 2471; USNM
B41078
SCOLOPACIDAE
Gallinago paraguaiae (Vieillot 1816) R MZJH 2475; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Gallinago undulata (Boddaert 1783) R MOG 10364* BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2006
Actitis macularius (Linnaeus 1766) VN MOG 7322, 7333*, 7460*, 7461*
177
Tringa solitariaWilson 1813 VN MOG 7320*, 7332*; MZUSP 76069; 79493‐94
Tringa flavipes (Gmelin 1789) VN AMS O. 66287; COITS‐UCG 7963; MNRJ 6700; MOG 7315‐19, 7459*
Calidris minutilla (Vieillot 1819) VN MOG 7480*, 7966; BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2002
Calidris fuscicollis (Vieillot 1819) VN AMS O.66289; COITS‐UCG 7323; MOG 7479, 7964‐65*; MZJH 425, 1586; 2474; MZUSP
52214‐20
JACANIDAE
Jacana jacana (Linnaeus 1766) R LSUMZ 51220; MNRJ 7805; MOG 7302‐03*, 7862*; MPEG 20615; MZJH 432; MZUSP
52200‐02
STERNIDAE
Sternula superciliaris (Vieillot 1819) R MOG 130, 7960; MZUSP 52221,
Phaetusa simplex (Gmelin 1789) R MOG 7483; MPEG 40767‐68
RYNCHOPIDAE
Rynchops niger Linnaeus 1758 R COEBD 2609; LSUMZ 28801; MOG 7481*‐82; MPEG 20611, 27408; MZJH 2496; MZUSP
52222‐25
COLUMBIDAE
Columbina minuta (Linnaeus 1766) R LSUMZ 34807; MOG 140, 7895*; MZJH 453; MZUSP 65024
Columbina talpacoti (Temminck 1811) R CEULP/ULBRA 114, 169, 174; FMHN 404247; LSUMZ 28803; MOG 7239*, 7896*, 7898*,
13545‐46, 13825; MPEG 20619, 22044, 22046, 27485, 34652; MZJH 451, 1016; MZUSP
52241‐44
Columbina squammata (Lesson 1831) R COMB 268; FMHN 404243, 425472; LSUMZ 28804; MOG 7341*, 7889*, 13547; MPEG
20620, 21941, 22040, 22048, 27495‐96, 34659; MZJH 554, 566‐67, 570, 572; MZUSP
52246‐52, 79501
Columbina picui (Temminck 1813) R BAGNO e ABREU, 2001; SANTOS 2001; BRAZ 2003
178
Claravis pretiosa (Ferrari‐Perez 1886) R COCEULP/ULBRA 127; MOG 4785*; MPEG 20621‐22, 27488; MZUSP 52253‐55
Uropelia campestris (Spix 1825) R FMHN 63969‐71; LSUMZ 34806; MPEG 34651; MOG 142, 3526*, 3896*‐97*; MZUSP
79502‐04
Columba livia Gmelin 1789 R BAGNO e ABREU, 2001; MATHIAS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007;
Patagioenas speciosa (Gmelin 1789) R MOG 8094*; MPEG 20616; MZUSP 52237‐39, 69917
Patagioenas picazuro (Temminck 1813) R MZJH 634; BAGNO e ABREU 2001; OLMOS et al. 2004
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre 1792) R LSUMZ 28802; MPEG 40712‐13; MZUSP 52225, 79495‐97
Patagioenas plumbea (Vieillot 1818) R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2003; PACHECO e OLMOS, 2006;
Patagioenas subvinacea (Lawrence 1868) R LCUMZ 63523; MOG 5294*; BUZZETI 2004
Zenaida auriculata (Des Murs 1847) R LSUMZ 33654; BAGNO e ABREU 2001; SANTOS 2001
Leptotila verreauxi Bonaparte 1855 R COCEULP/ULBRA 104, 107; LSUMZ 33655; MOG 3374; MPEG 20617‐18, 21932, 27499‐
500, 34658; MZJH 2544; MZUSP 52226‐34, 65037‐39, 65041
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard 1792) R MOG 7894, 13543; MPEG 20623, 21931, 27504; MZUSP 52235‐36, 65043, 79498‐500
Geotrygon montana (Linnaeus 1758) R COCEULP/ULBRA 100, 101, 103; MOG 147*, 1051, 2402*, 5152*, 9652*, 12381*; MZJH
607; MZUSP 52256‐57
PSITTACIDAE
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham 1790) Vul‐#‐© R LACM 32364‐366; LSUMZ 65081; MNRJ 3306; MOG 776*, 2403*, 5377, 7791*; MZJH 811,
2528
Ara ararauna (Linnaeus 1758) R MNRJ 3272; MZUSP 79505‐06; MZJH 994
Ara macao (Linnaeus 1758) R OLMOS et al. 2004; HERCULANO ALVARENGA (Comun. Pessoal) 2008; ULISSES ALBINO
(Com. Pessoal) 2008 (F)
Ara chloropterus Gray 1859 R OIKOS, 2002 (F); OLMOS et al. 2004 (F); PACHECO e OLMOS, 2006
Ara severus (Linnaeus 1758) R LACM 32383; MNRJ 3321; MZUSP 65779
179
Orthopsittaca manilata (Boddaert 1783) R COCEULP/ULBRA 91; MNRJ 3362, 3364, 3370, 3372; MZJH 985; MZUSP 79510
Primolius maracana (Vieillot 1816) R MHNT 614, 2835; MOG 10230
Primolius auricollis (Cassin 1853) R COITS‐UCG 163; LSUMZ 28805; MNHNA 4896; MOG 4693; MPEG 27413‐18
Diopsittaca nobilis (Linnaeus 1758) R FMHN 62880; MOG 4751; MPEG 20586, 20590, 34655, 34670; MZUSP 52349‐55, 78523‐
28
Aratinga acuticaudata (Vieillot 1818) R MZUSP 79513‐20;
Aratinga leucophthalma (Statius Muller 1776) R MPEG 20587‐89, 20597, 21948; MZUSP 52305‐25
Aratinga jandaya (Gmelin 1788) EnBr R COMB 107‐08; FMHN 344303; LSUMZ 32251; MNHN 469; MOG 170*, 4747*‐48*, 5056,
6290*; MPEG 20591‐93, 21937, 21945; MZUSP 52356‐62
Aratinga aurea (Gmelin 1788) R COCEULP/ULBRA 90, 92; FMHN 62922‐23; LSUMZ 28807; MOG 14698*; MPEG 20595,
21935‐36, 21938‐40, 21942‐44, 21946, 28137‐38, 28140‐46, 28149‐50; MZJH 399, 715,
789; MZUSP 52366, 79521‐27
Pyrrhura lepida (Wagler 1832) EnBr,EnA R MNRJ 3632; OLMOS et al. 2004; OIKOS 2006
Pyrrhura pfrimeriMiranda‐Ribeiro 1920 EnBr,EnC vul‐#‐© R MNRJ 3664‐66, 3668, 3670‐71; MOG 6807*; MZUSP 11333
Pyrrhura amazonum Hellmayr 1906 EnBr,EnA R COMB 1636; FMHN 62908, 344298; MNHN 476‐77; MOG 179, 805*; MPEG 20600, 22038;
MZUSP 52367‐72, 72262
Forpus xanthopterygius (Spix 1824) R arthurmacarrao.multiply.com (F); BAGNO e ABREU, 2001; OIKOS, 2002 (G)
Brotogeris chiriri (Vieillot 1818) R FMHN 62935; MNHN 488, 490; MNRJ 3753; MOG 184*, 6933*, 7882*, 7884*, 12672*,
13746*, 13809; MPEG 20598, 28211, 28214; MZJH 705‐08, 935; MZUSP 52381, 52406,
79511‐12
Brotogeris chrysoptera (Linnaeus 1766) R COMB 264‐65; MPEG 20599; 20601; MZUSP 52407‐14
Touit huetii (Temminck 1830) R MOG 849*, MPEG 20595, 27839; MZUSP 52419, 65097, 72239
Pyrilia vulturina (Kuhl 1820) EnBr,EnA R MOG 202; OLMOS et al. 2004 (G)
180
Alipiopsitta xanthops (Spix 1824) EnC R COITS‐UCG 8279; MNRJ 3993‐95, 3998‐99; MOG 3376*, 9966*; MOG (ZooGoiânia) 192;
MZJH 784; MZUSP 79509
Pionus menstruus (Linnaeus 1766) R LSUMZ 28806; MNHN 427; MNRJ 3970; MPEG 20594, 27390, 27392; MZUSP 52516‐17
Pionus maximiliani (Kuhl 1820) R MNRJ 3965; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Amazona aestiva (Linnaeus 1758) R MZJH 771, 970; MZUSP 40718, 79507‐08; MOG 5066*
Amazona amazonica (Linnaeus 1766) R COITS‐UCG 3375; LSUMZ 32255; MOG 4627*, 6251*, 7000*, 9005*, 11415*, 13747*;
MPEG 20584; MZUSP 52415
Amazona farinosa (Boddaert 1783) R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006
Deroptyus accipitrinus (Linnaeus 1758) EnA R MOG 199, 2655; MPEG 20585; MZJH 810, 7870®; MZUSP 52418
OPISTHOCOMIDAE
Opisthocomus hoazin (Statius Muller 1776) R LSUMZ 28799; MHNT 59, 665; MOG 96*, 2405*, 5105*; MPEG 20610, 21830, 40684‐86;
MZJH 998, MZUSP 52196; 72369
CUCULIDAE
Coccycua minuta (Vieillot 1817) R COCEULP/ULBRA 223; MZJH 2502; BUZZETI 2004
Micrococcyx cinereus (Vieillot 1817) R guiserpa.multiply.com (F); www.avesbrasil.nom.br (F)
Piaya cayana (Linnaeus 1766) R AMS O. 65076; COCEULP/ULBRA 86; COITS‐UCG 3359; KUNHM 52424, 52565; LSUMZ
28810; MNRJ 4026; MOG 4750*, 7301*, 7458*; MPEG 31330‐32; MZUSP 52258‐63,
72317
Coccyzus melacoryphus Vieillot 1817 R OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007
Coccyzus euleri Cabanis 1873 R OIKOS, 2002; OIKOS e MRS, 2005; PINHEIRO et al. 2008
Crotophaga major Gmelin 1788 R COCEULP/ULBRA 85; COUFRPE 121; MHNT 302; MOG 155*; MPEG 20703‐05; MZJH 1029;
MZUSP 52272‐81; USNM 516001
181
Crotophaga ani Linnaeus 1758 R AMS O.65981; CEULP/ULBRA 14, 15, 84, 93, COITS‐UCG 10568; MNHNA 4517; MOG
7296*‐99*, 7910*; MPEG 20706, 27532, 27537, 27543; MZJH 1031; MZUSP 52267‐68,
70935, 72718 USNM 516003
Guira guira (Gmelin 1788) R COCEULP/ULBRA 19; COMB 267; COITS‐UCG 4752; MOG 7247*, 7300*, 7907; MPEG
20707, 28014; MZJH 392, 1034; MZUSP 52298, 78538
Tapera naevia (Linnaeus 1766) R MNRJ 4152; MPEG 21930, 21947; MZJH 1036; MZUSP 52265‐66, 65601
Dromococcyx phasianellus (Spix 1824) R BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006
Dromococcyx pavoninus Pelzeln 1870 R MNRJ 4097; PACHECO e OLMOS 2006; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G)
Neomorphus geoffroyi (Temminck 1820) Cri‐# R MNRJ 4098; MOG 1083
TYTONIDAE
Tyto alba (Scopoli 1769) R COCEULP/ULBRA 45; MOG 10127*, 14063*
STRIGIDAE
Megascops choliba (Vieillot 1817) R LSUMZ 63525; MHNT 2779; MOG 14736*; MPEG 20649; MZJH 1005, 2501; MZUSP
52421‐23, 72347
Megascops usta (Sclater 1858) EnA R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004 (G)
Pulsatrix perpicillata (Latham 1790) R COCEULP/ULBRA 38; MOG 1092; MZUSP 52420
Bubo virginianus (Gmelin 1788) R MOG 208*; www.avesbrasil.nom.br (F); DORNAS e PINHEIRO 2008 (F)
Strix virgata (Cassin 1849) R UNITINS 1996; BUZZETTI 2004; ECOPLAN, 2006 (G)
Strix huhula Daudin 1800 R www.avesbrasil.nom.br (F); BAGNO e ABREU, 2001
Glaucidium brasilianum (Gmelin 1788) R COITS‐UCG 13911; MNHNA 4322; MNRJ 4913; MOG 7899; MZUSP 52424, 76070, 79528
Athene cunicularia (Molina 1782) R COCEULP/ULBRA 20; COITS‐UCG 8339; LACM 45976; MOG 13748*; MZUSP 79529‐31
Rhinoptynx clamator (Vieillot 1808) R MZUSP 52708, 79532; BAGNO e ABREU 2001
Asio flammeus (Pontoppidan 1763) R MZUSP 79533
182
CAPRIMULGIDAE
Nyctibius grandis (Gmelin 1789) R MZUSP 72351; OLMOS et al. 2004; Tulio Dornas 2008 (Observ. Pessoal)
Nyctibius griseus (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 67; BAGNO e ABREU 2001; Tulio Dornas 2008 (Observ. Pessoal) (F)
Lurocalis semitorquatus (Gmelin 1789) R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006
Chordeiles pusillus Gould 1861 R MOG 7516, MZUSP 79534; MZJH 2526
Chordeiles rupestris (Spix 1825) R BUZZETTI 2004; OIKOS, 2006 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009
Chordeiles acutipennis (Hermann 1783) R AMS O.66298; COITS‐UCG 7347; MOG 1109, 1112*, 7344*‐46*, 7348‐49*, 7586*,
10366*; MPEG 21919; MZJH 1117
Nyctiprogne leucopyga (Spix 1825) R MPEG 34650; MZUSP 71976‐77
Podager nacunda (Vieillot 1817) R COCEULP‐ULBRA 65, 68; LSUMZ 33581; MNRJ 4672; MZJH 6270®
Nyctidromus albicollis (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 16, 69, 70, 175, 176, 213; LSUMZ 33660; MHNT 290, 635; MPEG 20648,
27371 28341; MZJH 1130; MZUSP 52425‐29, 69950‐52, 75726, 76071, 79535
Caprimulgus rufus Boddaert 1783 R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007
Caprimulgus longirostris Bonaparte 1825 R MZUSP 79538; OLMOS et al. 2004 (G)
Caprimulgus maculicaudus (Lawrence 1862) R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; OIKOS e MRS, 2005
Caprimulgus parvulus Gould 1837 R COCEULP/ULBRA 11, 211; LSUMZ 33661; MNRJ 4713; MOG 7225*; MZJH 1123‐25, 1127‐
28
Hydropsalis climacocerca (Tschudi 1844) EnA R arthurmacarrao.multiply.com (F); BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Hydropsalis torquata (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 13, 66; MZUSP 79536‐37
Eleothreptus candicans (Pelzeln 1867) EnC EN‐# R FADESP 1999; ECOPLAN, 2006 (F)
APODIDAE
Cypseloides senex (Temminck 1826) R BRAZ 2003; SEPLAN 2003; Pacheco e Silva 2002 apud SEPLAN 2003
Streptoprocne zonaris (Shaw 1796) IN BAGNO e ABREU, 2001; SEPLAN et al., 2003; PACHECO e OLMOS, 2006
183
Chaetura spinicaudus (Temminck 1839) R OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Chaetura meridionalis Hellmayr 1907 R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007
Chaetura brachyura (Jardine 1846) IN OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS e MRS, 2005;
Tachornis squamata (Cassin 1853) R LSUMZ 32259; MZUSP 79539; ECOPLAN 2006 (G)
Panyptila cayennensis (Gmelin 1789) R WHITTAKER, 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)
TROCHILIDAE
Glaucis hirsutus (Gmelin 1788) R MZUSP 52431, 76026‐27
Phaethornis maranhaoensis Grantsau 1968 R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004
Phaethornis nattereri Berlepsch 1887 R COCEULP/ULBRA 221; COITS‐UCG 7206
Phaethornis ruber (Linnaeus 1758) R COMB 1770; MZUSP 52433; OLMOS et al. 2004 (G)
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre 1839) R MOG 7912*, 14617, 14633; MZJH 724, 726; MZUSP 52431, 76028‐29
Campylopterus largipennis (Boddaert 1783) R MZUSP 52434, 68453; OIKOS 2002
Eupetomena macroura (Gmelin 1788) R COCEULP/ULBRA 140‐41; MOG 7276*, 13562, 13564; MPEG 20699, 26906; MZJH 1157;
MZUSP 52435‐37, 76032, 79540‐58
Colibri serrirostris (Vieillot 1816) R OIKOS, 2002; BAGNO e ABREU, 2001; SANTOS, 2001
Anthracothorax nigricollis (Vieillot 1817) R MOG 3559*‐61*; MPEG 26915; MZUSP 52469‐72; 79559‐60, 79562, 79661
Avocettula recurvirostris (Swainson 1822) EnA R ECOPLAN, 2006; PINHEIRO et al. 2008 (F);
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus 1758) R MOG 4784*; MPEG 20692‐94, 20698; MZUSP 52474, 52484, 79563
Lophornis gouldii (Lesson 1832) R FMHN 63236; MOG 1129; MZUSP 10517
Chlorostilbon notatus (Reich 1793) R FMHN 63285; MPEG 20691, 20697, 20700; MZUSP 32465, 52463, 52473
Chlorostilbon mellisugus (Linnaeus 1758) R BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)
Chlorostilbon lucidus (Shaw 1812) R SANTOS, 2001; BRAZ, 2003; SEPLAN, 2003
184
Thalurania furcata (Gmelin 1788) R AMS O. 66292; MNRJ 18597, 18687, 18287; MOG 3563‐64, 3906*, 7242*, 7410*, 7466*;
MZJH 1145, 2479; MZUSP 79570‐88
Hylocharis cyanus (Vieillot 1818) R MZUSP 78736‐37
Polytmus guainumbi (Pallas 1764) R MNRJ 18596, 18653; MZJH 2503
Amazilia versicolor (Vieillot 1818) R FMHN 63265; MZUSP 52451, 61035, 61037‐38
Amazilia fimbriata (Gmelin 1788) R MPEG 20696, 20931‐32, 20934; COCEULP/ULBRA 139, 142; COITS‐UCG 8403; KUNHN
52618; MOG 7411*, 8404, 8406; MZJH 1136‐42; MZUSP 52438‐60, 70007, 76030‐31
Heliactin bilophus (Temminck 1820) R MOG 3566*, 7913*; MZUSP 79564‐69
Heliothryx auritus (Gmelin, 1788) R OLMOS et al.,2004; OIKOS, 2006; Tulio Dornas 2009 (Obser. Pessoal)
Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot
1801)
R MOG 260*, 1140; MPEG 20695, 22031; MZUSP 52485‐89, 75728
Calliphlox amethystina (Boddaert 1783) R OIKOS, 2002; BRAZ 2003; OIKOS e MRS, 2005 (F)
TROGONIDAE
Trogon melanurus Swainson 1838 R COEBD 2612; LSUMZ 33585; MNRJ 4414, 4422; MOG 4755; MPEG 20657; MZUSP 52500‐
04
Trogon viridis Linnaeus 1766 R KUNHM 51322, 52691; MNRJ 4376; MPEG 20654, 21917, 27311; MZUSP 52490‐99,
52509; USNM 516014
Trogon violaceus Gmelin 1788 R MPEG 21949; OIKOS 2002
Trogon curucui Linnaeus 1766 R CAS 10452; COCULP/ULBRA 128; FMHN 63531; KUNHM 52690; MNRJ 4389; MOG 3361*,
7919*, 8391; MPEG 20655‐56; MZJH 1160; MZUSP 52505‐08, 66963
ALCEDINIDAE
Megaceryle torquata (Linnaeus 1766) R COCEULP/ULBRA 77, 95; LSUMZ 28814; MNRJ 4762, 4763; MOG 7337
185
Chloroceryle amazona (Latham 1790) R FMHN 295601; COITS‐UCG 8382; LACM 45452; LSUMZ 31754; MNRJ 13986, 13990; MOG
7340; MPEG 21981, 27313‐14; MZUSP 52510‐13
Chloroceryle aenea (Pallas 1764) R COCEULP/ULBRA 190; COMB 1632; MNRJ 13965, 13968; MZUSP 76034, 79589
Chloroceryle americana (Gmelin 1788) R COCEULP‐ULBRA 116; FMHN 295603‐04; MNRJ 7781, 7790; MOG 7342‐43*; MZUSP
52514‐18, 69965, 76016
Chloroceryle inda (Linnaeus 1766) R COMB 1633; FMHN 64034; MOG 8380, 14118; MPEG 27323; MZUSP 75725, 76015
MOMOTIDAE
Momotus momota (Linnaeus 1766) R COCEULP/ULBRA 88; LSUMZ 32963; MNRJ 4185, 4187; MOG 277*, 1164*, 3362, 14064*;
MPEG 20647, 27345; MZUSP 52521‐28, 68928‐29, 78330, 78730
GALBULIDAE
Brachygalba lugubris (Swainson 1838) R FMHN 63936, 295615; ciroalbano.multiply.com (F)
Galbula cyanicollis Cassin 1851 EnA R MNRJ 5938‐40
Galbula ruficauda Cuvier 1816 R COCEULP/ULBRA 222; COMB 122; COEBD 2624; FMHN 295620, 265622; COITS‐UCG
13698; LSUMZ 28818; MHNT 139, 293; MNRJ 5471; MOG 3576; 3894*; 4759*‐60*,
7291*, 7438*, 9015*, 10375*, 13818; MPEG 20658‐59, 22059, 27291‐300, 34657; MZJH
1199, 1200, 1202‐03, 1205; MZUSP 52542, 52544, 52556, 52561, 56547, 69967, 68576,
79590‐93, 80893, 80895; USNM 516017
Galbula dea (Linnaeus 1758) EnA R COITS‐UCG 279, 7569
Jacamerops aureus (Statius Muller 1776) R MNRJ 5906; FADESP 1999
BUCCONIDAE
Notharchus macrorhynchos (Gmelin 1788) R MOG 1180
Notharchus tectus (Boddaert 1783) R AMS O. 65975; MOG 289*; MPEG 21859; MZUSP 65903
Bucco tamatia Gmelin 1788 EnA R COMB 1622‐23; MHNT 2838; MOG 291, 7272*, 8390; MPEG 20660, 21858, 34661;
186
MZUSP 52560‐67, 78735
Nystalus striolatus (Pelzeln 1856) R MPEG 34649
Nystalus chacuru (Vieillot 1816) R COCEULP/ULBRA 29, 109; COMB 118‐19; FMHN 63937; LACM 45980‐81; MOG 3372*,
3768, 12454*; MZJH 1195; MZUSP 79595‐600, 80889
Nystalus maculatus (Gmelin 1788) R AMS O. 65892; COCEULP/ULBRA 112; LSUMZ 32270; MNRJ 9490; MOG 3371, 3895*,
7437*, 8389*; MZUSP 52565, 52568, 52571, 51844, 76094
Nonnula rubecula (Spix 1824) R COCEULP/ULBRA 159; COITS‐UCG 297; MZJH 1196; MZUSP 79594
Monasa nigrifrons (Spix 1824) R AMS O. 65979‐80; COCEULP/ULBRA 94, 209; COITS‐UCG 8384; MHNT 298; MNHNA 4618;
MOG 4753*, 6932*, 7245*, 7433*‐34*, 7616*, 7921, 8386, 13820; MPEG 20664‐66,
27046, 27056‐60, 27229, 34654; MZJH 1188, 1190, 8918®; MZUSP 52577, 52580‐84
Chelidoptera tenebrosa (Pallas 1782) R AMS O.65969‐70; COCEULP‐ULBRA 5; FMHN 295642, 295644; COITS‐UCG 8387; LACM
45982; MNRJ 8634, 8657; MOG 7226*, 7329*‐31, 7435*‐36*, 7578*, 8611*; MPEG
20662, 21864, 27258; MZJH 1192‐93; MZUSP 52591‐97
RAMPHASTIDAE
Ramphastos toco Statius Muller 1776 R MHNT 2769; MNRJ 5400, 5602, 5604, 5636; MOG 1020*, 9633*; MPEG 26732, 34656;
MZJH 389, 2498; MZUSP 34477
Ramphastos tucanus Linnaeus 1758 R MPEG 21980, 21985; OLMOS et al. 2004 (G)
Ramphastos vitellinus Lichtenstein 1823 R MHNT 303, 2764‐65; MOG 308*, 1192*, 2410*, 5079*; MPEG 20634, 21993; MZUSP
52603‐06
Selenidera gouldii (Natterer 1837) EnA R MOG 317*, 1198*; OLMOS et al. 2004 (G); OIKOS 2006
Pteroglossus inscriptus Swainson 1822 R COCEULP/ULBRA 78; MHNT 304, 615, 2767; MOG 315*, 1218, 2408*, 7676*; MPEG
20635, 21987; MZJH 1235; MZUSP 52613‐16, 68976‐79;
187
Pteroglossus aracari (Linnaeus 1758) R COMB 270; LACM 45983; LSUMZ 28820; MHNT 143, 2768; MNRJ 5364‐66; MOG 1215*,
5060*, 3360, 5556*, 6266*, 7336*, 9016*, 10360*; MPEG 20663; 21979, 26752; MZUSP
52609‐11, 68980
Pteroglossus castanotis Gould 1834 R MOG 1216* BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
PICIDAE
Picumnus albosquamatus d'Orbigny 1840 R COMB 1619; 1635; COITS‐UCG 7938; LSUMZ 31755; MNRJ 5119‐20, 5122; MOG 4767*;
MPEG 20630; MZJH 2478; MZUSP 79614, 76035‐36
Melanerpes candidus (Otto 1796) R COCEULP/ULBRA 111; COMB 111, 116‐17; MNRJ 5530, 5532‐33, 5535; MPEG 20628,
26800; MZUSP 52618, 79602‐04
Melanerpes cruentatus (Boddaert 1783) R COCEULP/ULBRA 6; MOG 319*, 3291*, 3514, 7940*, 8376*; MPEG 20629; MZUSP 52620,
75730, 80864‐65, 80928
Veniliornis affinis (Swainson 1821) R COCEULP/ULBRA 173; MPEG 21852; OLMOS et al. 2004 (G)
Veniliornis passerinus (Linnaeus 1766) R AMS O. 65875, 65879; COMB 115; COITS‐UCG 7420; MNRJ 5406, 7093; MOG 4766*,
7421*‐22*; 7439*‐40*, 8377*, 13506*; MPEG 41595; MZJH 1248‐52; MZUSP 51856,
52640‐41, 79601, 79679
Veniliornis mixtus (Boddaert 1783) R MZUSP 80898; OIKOS 2002; BEADLE et al. 2004 (Fi);
Piculus leucolaemus (Natterer & Malherbe 1845) R MNRJ 5174‐75; OIKOS 2002; OIKOS 2006
Piculus flavigula (Boddaert 1783) R MOG 323; MPEG 21846; OLMOS et al. 2004 (G)
Piculus chrysochloros (Vieillot 1818) R BUZZETTI 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a)
Colaptes melanochloros (Gmelin 1788) R MPEG 20626, 26811; MNRJ 5054; MOG 3931*; MZJH 1282; MZUSP 79613
Colaptes campestris (Vieillot 1818) R CODEULP/ULBRA 90, 98; MNRJ 5495; MOG 7929, 13292*; MZJH 1263; MZUSP 62617,
72198‐99, 79612‐12, 80867, 80871
Celeus elegans (Statius Muller 1776) EnA R MOG 327*; MPEG 21847‐48
188
Celeus flavescens (Gmelin 1788) R MNRJ 4860; MOG 3513*, 7931‐32; MPEG 20624, 21850, 26824; MZJH 3512®; MZUSP
51852, 79607‐10, 80874, 80915; USNM 516031
Celeus flavus (Statius Muller 1776) R LSUMZ 32274; COITS‐UCG 7933, MNHNA 4450, MOG 7423, 13291; MPEG 21849; MZJH
1247; MZUSP 52624
Celeus obrieni Short 1973 EnBr Cri‐© R XC28191 (G); PRADO, 2006 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2008 (F)
Celeus torquatus (Boddaert 1783) R arthurmacarrao.multiply.com (F); PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Dryocopus lineatus (Linnaeus 1766) R MNRJ 5551; MOG 3529*; MPEG 20625; MZUSP 52925‐29, 65322‐23, 79605‐06, 80916‐17
Campephilus rubricollis (Boddaert 1783) EnA R COMB 110; LSUMZ 31757; MHNT 2774; MOG 330*, 5347*; MPEG 20631, 21851
Campephilus melanoleucos (Gmelin 1788) R KUNHM 52339; MOG 7930; MPEG 20632, 26840; MZUSP 52635‐38
MELANOPAREIIDAE
Melanopareia torquata (Wied 1831) EnC R MZUSP 79618‐21; BAGNO e ABREU 2001
THAMNOPHILIDAE
Taraba major (Vieillot 1816) R FMHN 63865, 63879, 295699; MNHN 447‐49, 490, 584; MNRJ 17338‐39, 17332‐34,
17343; MOG 4193, 7957*; MPEG 19152, 22002, 20047; MZJH 1380; MZUSP 52668‐70,
69010, 76077, 75736
Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein 1823) EnBr,EnA R COCEULP/ULBRA 121; FMHN 344462; LSUMZ 32279, 67246; MNHN 480‐83; MNRJ 17521,
17523‐25, 17529; MOG 381*, 5379*, 7955; MPEG 20747, 26665‐68; MZUSP 52671‐74,
66057
Thamnophilus doliatus (Linnaeus 1764) R FMHN 63909; LSUMZ 28823‐24; MNHN 484; MNRJ 17508, 17510; MOG 4777, 7952*;
MPEG 20743, 26700‐03; MZUSP 52675‐77, 76020‐38
Thamnophilus torquatus Swainson 1825 R COCEULP/ULBRA 208; FMHN 63862‐64; LSUMZ 63532; MPEG 21994; MZUSP 68487,
76103, 79622
Thamnophilus palliatus (Lichtenstein 1823) R COITS‐UCG 383
189
Thamnophilus stictocephalus Pelzeln 1868 EnA R OLMOS et al. 2004 (G); OIKOS, 2006
Thamnophilus pelzelni Hellmayr 1924 EnBr R AMS O. 65972; COMB 1638; MOG 3905*, 6974*‐75*, 7229*, 7441*, 7968*; MZJH 1386‐
91, 1393, 2248; MZUSP 76039, 80878
Thamnophilus caerulescens Vieillot 1816 R FADESP 1999; FAET 1999; THEMAG e ENGEVIX, 2000
Thamnophilus aethiops Sclater 1858 R MZUSP 70519
Thamnophilus amazonicus Sclater 1858 EnA R COMB 1625, 1637; FMHN 63429‐30; MPEG 34750; MZUSP 52686
Dysithamnus mentalis (Temminck 1823) R COCEULP/ULBRA 189, 200; MNRJ 16813, 16815‐16, 16824; MPEG 34708, 34722, 34743,
34757; MZUSP 75738, 76100, 78740
Thamnomanes caesius (Temminck 1820) R MPEG 34758, OLMOS et al. 2004 (G)
Pygiptila stellaris (Spix 1825) EnA R OLMOS et al. 2004 (G)
Myrmotherula multostriata Sclater 1858 EnA R MNRJ 15801; MOG 394; MZUSP 52687, 66093
Myrmotherula axillaris (Vieillot 1817) R MOG 7976; MPEG 21982, 34756; MZUSP 52688
Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny 1837) EnA R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004 (G)
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln 1868 R KUNHM 52454‐55; LSUMZ 32703, 50245; MZUSP 51881, 75737, 79638, 80890
Herpsilochmus longirostris Pelzeln 1868 EnC R MZJH 1384; MZUSP 79628‐36
Formicivora grisea (Boddaert 1783) R AMS O. 63310; COCEULP/ULBRA 163, 193, 204; LACM 45985; LSUMZ 32704; MNHN 485,
MNRJ 17278; MOG 407*, 1354*, 3569*‐72*, 7259*, 7974*; MPEG 20746; 22003, 24620‐
23, 34748, 34753; MZJH 1375, 1376, 1400, 2522; MZUSP 52689‐93, 66094, 76041
Formicivora melanogaster Pelzeln 1868 R MZUSP 76040; Pacheco e Silva 2002 apud SEPLAN 2003; PACHECO e OLMOS 2006
Formicivora rufa (Wied 1831) R FMHN 63470; MNRJ 17214, 17224, 17259; MZUSP 76104‐05, 79623‐27
Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard 1990 EnA R OIKOS, 2006 (G)
Cercomacra ferdinandi Snethlage 1928 EnBr,EnC Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 224‐25; MNRJ 16725, 16745‐48, 16750‐51, 17108; MPEG 20552‐53,
34740; MZUSP 52750‐51, 64906, 76181‐89
190
Pyriglena leuconota (Spix 1824) R MPEG 21978
Myrmoborus leucophrys (Tschudi 1844) R MOG 412
Hypocnemis striata (Spix 1825) EnBr,EnA R COITS‐UCG 5568; MOG 417
Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln 1868) EnA R MOG 392*, 419; MNRJ 17302; MPEG 20744
Sclateria naevia (Gmelin 1788) R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004 (G)
Hylophylax naevius (Gmelin 1789) EnA R MOG 431
Willisornis poecilinotus (Cabanis 1847) EnA R MPEG 34741, 34752, 34754, 34760‐61, 78739‐40
CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga roberti Hellmayr 1905 EnBr R ADVALDO D. PRADO (Comun. Pessoal) 2008 (F); SHUNCK et al., 2006
GRALLARIIDAE
Grallaria varia (Boddaert 1783) R OLMOS et al. 2004 (G)
FORMICARIIDAE
Formicarius colma Boddaert 1783 R MNHN 479, 587; MOG (ZooGoiânia) 425; MPEG 20745, 21920, 34689; MZUSP 52694‐98,
69019‐20, 78741‐42
Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MOG 1373*; MZUSP 52699; OLMOS et al 2004 (G)
SCLERURIDAE
Sclerurus mexicanus Sclater 1857 R COCEULP/ULBRA 162; MPEG 34759;
Geositta poeciloptera (Wied 1830) EnC Vul‐# R PACHECO e OLMOS, 2006 (F); FAET 1999; UNITINS 1996
DENDROCOLAPTIDAE
Dendrocincla fuliginosa (Vieillot 1818) R COMB 1634, MNRJ 13649‐50, 13652, 13659; MZUSP 78737
Sittasomus griseicapillus (Vieillot 1818) R COCEULP/ULBRA 165; FNHM 63833; MNRJ 13849; MOG 354, 3902*, 7418*; MOG
(ZooGoiania) 3523; MPEG 34764; MZJH 1362; MZUSP 52658, 72380, 76037, 76099,
79648‐51, 80910
191
Nasica longirostris (Vieillot 1818) EnA R MHNT 632, 677, 2784; MNRJ 13789
Dendrocolaptes certhia (Boddaert 1783) EnA R COCEULP/ULBRA 166; MZUSP 52647; OLMOS et al 2004 (G)
Dendrocolaptes platyrostris Spix 1825 R COMB 1620, 1624; LACM 46002; MNRJ 13721‐22, 13728; MOG 3513*, 3953*, 4779*;
MZUSP 79644‐46, 75735
Dendroplex picus (Gmelin 1788) R AMS O. 63290; LSUMZ 32701; MNHN 1280; MNRJ 13286, 13288, 13294, MOG 343, 1272,
3517*, 7947; MPEG 20446‐50; MZJH 2525, 2542; MZUSP 52652‐53, 79647, 75731
Xiphorhynchus spixii (Lesson 1830) EnA R MPEG 34749, 34762
Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein 1820) EnA R LSUMZ 32278; WHITTAKER 2004; OIKOS 2006
Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein 1820) EnA R MNRJ 13952, 13957; MOG 344*; MZUSP 52654‐55, 75332‐34, 76018, 76072
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot 1818) R FMHN 63846‐49; KUNHM 52355; LSUMZ 30921; MNRJ 13734, 13739; MOG 7390*,
7585*, 13814, 13841; MZJH 1347, 1349, 1353; MZUSP 76073, 76096, 79639‐43, 80876,
80883, 80903; UMMZ 215373
Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye 1845) EnA R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006
Campylorhamphus trochilirostris (Lichtenstein
1820)
R LOPES E BRAZ, 2007; TULIO DORNAS (Obser. Pessoal) 2008 (G);
FURNARIIDAE
Furnarius figulus (Lichtenstein 1823) R MOG 359*; MNRJ 15044; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F) (G)
Furnarius leucopus Swainson 1838 R MNRJ 15060, 15063; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F) (G)
Furnarius rufus (Gmelin 1788) R LSUMZ 28822; MNRJ 15052, 15088; MOG 13551‐52; MPEG 24718‐19
Synallaxis frontalis Pelzeln 1859 R MOG 3901*; KUNHM 52706; MZJH 1367; MZUSP 51871, 79652‐54
Synallaxis albescens Temminck 1823 R FMHN 63837; MNRJ 15437; BAGNO e ABREU 2001
Synallaxis rutilans Temminck 1823 EnA R MOG 364; UNITINS 1996; FAET 1999
Synallaxis gujanensis (Gmelin 1789) EnA R FMHN 63801; MZUSP 52661; OLMOS et al. 2004 (G)
192
Synallaxis simoni Hellmayr 1907 EnC Vul‐# R MNRJ 15035‐37; WHITTAKER 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Synallaxis scutata Sclater 1859 R COCEULP/ULBRA 158; MOG 363*; MZJH 1365
Cranioleuca vulpina (Pelzeln 1856) R MOG 366; MPEG 20505‐08; MZUSP 52662‐63
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin 1788) R MNRJ 15228; MZUSP 72387; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Phacellodomus rufifrons (Wied 1821) R MOG 7323*‐24*; MZUSP 79655‐56
Phacellodomus ruber (Vieillot 1817) R MNHNA 4399; MNRJ 15177; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Anumbius annumbi (Vieillot 1817) R PACHECO e OLMOS, 2006; ENGEMIN 1996; FADESP 1999
Berlepschia rikeri (Ridgway 1886) R MZUSP 76019, 79657‐61
Philydor rufum (Vieillot 1818) R PACHECO e OLMOS, 2006 (F)
Automolus paraensis Hartert 1902 R OLMOS et al. 2004 (G)
Automolus rufipileatus (Pelzeln 1859) R MOG 1301; OLMOS et al. 2004 (G)
Lochmias nematura (Lichtenstein 1823) R BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO 2004; SEPLAN et al., 2003
Xenops minutus (Sparrman 1788) R COCEULP/ULBRA 201; MOG 374; MPEG 34742, 34751, 34755;
Xenops rutilans Temminck 1821 R COCEULP/ULBRA 216; MNRJ 14882, 14884; MOG 3519*, 8482*; MPEG 21856; MZJH 1364
TYRANNIDAE
Mionectes oleagineus (Lichtenstein 1823) R COCEULP/ULBRA 215; MPEG 34693; MZUSP 70141
Leptopogon amaurocephalus Tschudi 1846 R COCEULP/ULBRA 148; LSUMZ 32708; MNRJ 13121; MZUSP 75743
Corythopis torquatus (Tschudi 1844) EnA R COCEULP/ULBRA 194; MPEG 34707, 34721,
Corythopis delalandi (Lesson 1830) R COCEULP/ULBRA 135; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Hemitriccus minor (Snethlage 1907) EnA R OLMOS et al. 2004 (G); BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004 (G)
Hemitriccus griseipectus (Snethlage 1907) R MOG 548*; OLMOS et al. 2004
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye 1853) R FMHN 63081; MNRJ 13529, 13535; MOG 3537, 7380*; MPEG 20717, 25623‐24; MZJH
1416; MZUSP 70668‐72, 52834‐37, 76045‐46
193
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny &
Lafresnaye 1837)
R COCEULP/ULBRA 155; MZUSP 52838‐39, 76110‐11
Hemitriccus minimus (Todd 1925) EnA R XC 12215 (G); OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006 (F) (G)
Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MZUSP 78743; OLMOS et al. 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009
Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub 1853) R COCEULP/ULBRA 153; MOG 4214*, 4813; MZJH 1417; MZUSP 80881
Poecilotriccus latirostris (Pelzeln 1868) R LSUMZ 31772; MNRJ 12777‐78, 12780, 12783, 12785, 12787; MZUSP 70132, 76042
Poecilotriccus sylvia (Desmarest 1806) R MOG 546*, 5371; MPEG 25616; MZUSP 75757
Todirostrum maculatum (Desmarest 1806) EnA R MPEG 34688, 20640, 20668‐69; MZUSP 52831‐33
Todirostrum cinereum (Linnaeus 1766) R AMS O. 63233; LACM 45991; LSUMZ 31771; MNRJ 13580; MOG 3911*‐13*; MPEG 22055;
MZUSP 52828‐30, 79680
Phyllomyias reiseri Hellmayr 1905 R PACHECO e OLMOS, 2006 (G)
Phyllomyias fasciatus (Thunberg 1822) R MZJH 1411, 1293, 2481; MZUSP 52852; OLMOS et al. 2004 (G)
Tyrannulus elatus (Latham 1790) R MOG 566; MZUSP 52851; OLMOS et al. 2004
Myiopagis gaimardii (d'Orbigny 1839) R COCEULP/ULBRA 149; COMB 1618; KUNHM 52496; LACM 45992; MOG 559*; MZJH 1433,
2482; MZUSP 52846, 79719‐22, 76082
Myiopagis caniceps (Swainson 1835) R MOG 3916*‐17*; MZJH 1434;
Myiopagis viridicata (Vieillot 1817) R COMB 1626; LACM 45993; MOG 8854, 8862; MPEG 34696; MZJH 1432; MZUSP 52847,
76081
Elaenia flavogaster (Thunberg 1822) R MNRJ 13151; MOG 3914; MPEG 20713, 22060; MZJH 1420, 1425; MZUSP 51954, 52979‐
85, 79703‐04
Elaenia spectabilis Pelzeln 1868 R COCEULP/ULBRA 217; OIKOS 2002; BUZETTI 2004
Elaenia albiceps (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) VS MOG 8865;
Elaenia parvirostris Pelzeln 1868 VS MZJH 1301, 1302, 1423
194
Elaenia mesoleuca (Deppe 1830) R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal 2008) (F)
Elaenia cristata Pelzeln 1868 R FMHN 63416‐17; LSUMZ 31773; MOG 4810*‐11*; MPEG 22030; MZJH 1426; MZUSP
52989‐94, 79683‐94
Elaenia chiriquensis Lawrence 1865 R MOG 7554; MPEG 20719, 20722, 22061, 22066; MZJH 1421‐22, MZUSP 68479, 79695‐
702, 80875‐77
Ornithion inerme Hartlaub 1853 R COCEULP/ULBRA 156; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009
Camptostoma obsoletum (Temminck 1824) R MNRJ 12686, 12688; MOG 8858*; MZJH 1408‐10; MZUSP 52853‐54, 76083, 79665‐66;
Suiriri suiriri (Vieillot 1818) R COMB 126; KUNHM 52477; LACM 46005; MNHN 463; MZUSP 79707‐10, 80899
Suiriri islerorum Zimmer Whittaker & Oren 2001 EnC R LACM 46004; MZUSP 79711‐15
Serpophaga hypoleuca Sclater & Salvin 1866 EnA R MZUSP 70528; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009
Phaeomyias murina (Spix 1825) R COMB 1628‐29; FMHN 63190; MNRJ 12873; MOG 565
Capsiempis flaveola (Lichtenstein 1823) R MNRJ 12621‐22; MZJH 1414‐15
Euscarthmus meloryphus Wied 1831 R COCEULP/ULBRA 151‐52; arthurmacarrao.multiply.com (F);
Euscarthmus rufomarginatus (Pelzeln 1868) EnC R MZUSP 79673‐76; OIKOS 2002
Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin 1868) R MOG 6973*, MZJH 2480; OIKOS 2002; OLMOS et al. 2004
Sublegatus modestus (Wied 1831) R COITS‐UCG 8421; MZUSP 52856, 70520, 76043, 76106
Inezia subflava (Sclater & Salvin 1873) R MNRJ 3222, 3226; MPEG 20715, 34687; MZUSP 52841‐42
Culicivora caudacuta (Vieillot 1818) Vul‐#‐© R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2004 (F); DIREÇÃO, 2006
Tolmomyias sulphurescens (Spix 1825) R COCEULP/ULBRA 218, 220; MNRJ 23151; MPEG 21821; MZJH 1440; MZUSP 75742, 78744
Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski 1884) R MPEG 34684; arthurmacarrao.multiply.com (F); BUZETTI 2004
Tolmomyias flaviventris (Wied 1831) R AMS O. 63234; FMHN 63138; COITS‐UCG 12568; LACM 45990; LSUMZ 31770; MNRJ
13311; MOG 540, 3910*, 4003*; MZJH 1441‐43; MZUSP 76044; 79663‐64
Platyrinchus mystaceus Vieillot 1818 R COCEULP/ULBRA 180; COMB 1630; MZJH 424®; MZUSP 52825
195
Onychorhynchus coronatus (Statius Muller 1776) EnA R MOG 535, 14099‐A
Myiophobus fasciatus (Statius Muller 1776) R AMS O. 93236; MOG 533*; MPEG 20712; MZUSP 52824
Myiobius atricaudus Lawrence 1863 R MZJH 1418; BAGNO e ABREU 2001; LOPEZ e BRAZ 2008
Terenotriccus erythrurus (Cabanis 1847) R COCEULP/ULBRA 185; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS 2009
Hirundinea ferruginea (Gmelin 1788) R MNRJ 10487; www.avesbrasil.nom.br (F); OLMOS et al. 2004 (G)
Lathrotriccus euleri (Cabanis 1868) R COCEULP/ULBRA 150; MNRJ 12363‐64; MOG 3532*; MZJH 1419; MZUSP 79967
Cnemotriccus fuscatus (Wied 1831) R COMB 1627; MNRJ 9999, 12941; MOG 528; MZUSP 52818, 79716‐18
Contopus cinereus (Spix 1825) R MOG 3535*, 3909*; MZJH 1407; MZUSP 76102
Pyrocephalus rubinus (Boddaert 1783) VS MNRJ 9956‐57, 9964, 9976, 9969; MZUSP 52758, 70118; USNM 516069
Knipolegus poecilocercus (Pelzeln 1868) EnA R MPEG 20645; MZUSP 52820; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Knipolegus orenocensis Berlepsch 1864 EnA R MNRJ 10152; MOG 498; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Knipolegus franciscanus Snethlage 1928 EnBr,EnC R MNRJ 10283; MZUSP 79681‐82
Knipolegus lophotes Boie 1828 R Hellmayr 1927; FADESP 1999; DIREÇÃO, 2005
Satrapa icterophrys (Vieillot 1818) R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)
Xolmis cinereus (Vieillot 1816) R KUNHM 52465; MNHN 457; MNRJ 10713‐14; MOG 7558, 8838
Xolmis velatus (Lichtenstein 1823) R AMS O. 63242; KUNHM 52461‐62; MOG 3373*; MZUSP 79662
Gubernetes yetapa (Vieillot 1818) R TOCANTINS 1998; FADESP 1999; NATURAE, 2005a
Fluvicola albiventer (Spix 1825) R AMS O. 65878; COITS‐UCG 7388, 8844; MNRJ 10286; MOG 7381‐82*‐87*; MPEG 20734;
MZJH 1412‐13; MZUSP 52756‐57
Fluvicola nengeta (Linnaeus 1766) R COITS‐UCG 502; OIKOS 2002; OLMOS et al. 2004
Arundinicola leucocephala (Linnaeus 1764) R arthurmacarrao.multiply.com (F); BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a)
(F);
Alectrurus tricolor (Vieillot 1816) Vul‐#‐© R MNRJ 6549; FADESP 1999
196
Colonia colonus (Vieillot 1818) R MZJH 1405; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Machetornis rixosa (Vieillot 1819) R SANTOS 2001; BAGNO e ABREU, 2001; LUIS F. SILVEIRA et al., (Comun. Pessoal) 2008
Legatus leucophaius (Vieillot 1818) R MOG 8868; MPEG 20730‐32, 22029; MZUSP 52782‐84
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus 1766) R COMB 112; MNHN 455; MNRJ 10733, 10755; MPEG 22037, 26545‐46; MZJH 1453; MZUSP
52801‐04
Myiozetetes similis (Spix 1825) R AMS O. 65858; MOG 4769*‐70*, 5327*, 7368*, 7432*, 7559*, 13548; MZJH 1451‐52;
MZUSP 75739‐40
Myiozetetes luteiventris (Sclater 1858) EnA R MOG 518; OIKOS 2002
Pitangus sulphuratus (Linnaeus 1766) R AMS O. 65861‐62; COCEULP/ULBRA 138; FMHN 295812; COITS‐UCG 13921; MNRJ 7964;
MOG 4787*, 7351‐52*‐57*, 7577*, 7981*, 8840*, 13549‐50; MPEG 22036, 25468; MZJH
1326, 1332, 1459, 1461, 2489, 2543, 7358®; MZUSP 52807‐10, 79723
Philohydor lictor (Lichtenstein 1823) R LSUMZ 32290; MOG 521; MPEG 22042; MZJH 1439
Myiodynastes maculatus (Statius Muller 1776) R COITS‐UCG 8416; MNRJ 12542, 12544; MOG 7360*‐62*; 7429*‐30*, 7560*, 8415, 8841*;
MPEG 20727, 22032; MZJH 1014, 1435; MZUSP 52785‐89, 70049
Megarynchus pitangua (Linnaeus 1766) R AMS O. 65859‐60; FMHN 63032; COITS‐UCG 7980; MNRJ 7862,7867; MOG 7425*‐26*,
7617, 8414; MPEG 20723‐24, 22050, 22053; MZJH 1444; MZUSP 52795‐800, 79724,
80884, 80900, 80912
Tyrannopsis sulphurea (Spix 1825) R MZUSP 52806, 79730‐31
Empidonomus varius (Vieillot 1818) R AMS O. 65857, O. 65869; MNRJ 12425; MOG 7363*‐65; 7431*; MPEG 20728‐29, 22041,
22057, MZJH 1299, 1300, 1438; MZUSP 52778‐79
Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny &
Lafresnaye 1837)
R COITS‐UCG 8870; MNRJ 12380‐81, 12658; MOG 7379, 8869; MPEG 20733, 22039, 22058,
22062, 34695, 52780
Tyrannus albogularis Burmeister 1856 R MPEG 22054; MZUSP 52761, 79725‐29, 79861
197
Tyrannus melancholicus Vieillot 1819 R AMS O. 65865‐66; COMB 114; LSUMZ 28828‐29; MNRJ 10198‐99, 10601; MOG 3531,
3988*, 7373*‐74*, 7427*‐28*, 7562*; MPEG 20725‐26, 26024‐25; MZJH 1314, 1446,
1448; MZUSP 52762‐75, 70078‐80, 75741, 80711
Tyrannus savana Vieillot 1808 R MPEG 20716; MOG 3951*, 7548*; MZUSP 79677‐78
Rhytipterna simplex (Lichtenstein 1823) R MNRJ 6061; MOG 1399; MPEG 27191
Rhytipterna immunda (Sclater & Salvin 1873) EnA R MOG 1397; OLMOS et al. 2004 (F);
Sirystes sibilator (Vieillot 1818) R MNRJ 10638, 10641; OLMOS et al. 2004 (F)
Casiornis rufus (Vieillot 1816) R MZJH 1404; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006
Casiornis fuscus Sclater & Salvin 1873 EnBr R MNRJ 6004; MZUSP 52704‐07; UMMZ 215405
Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye
1837)
R OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; PINHEIRO 2004
Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine 1859 R COCEULP/ULBRA 4, COITS‐UCG 7369, 8837; MOG 7773*, 7561; MPEG 25529; MZJH 1308,
1309, 1310, 1428‐29; MZUSP 76080, 79705
Myiarchus ferox (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 125; MNRJ 12574, 12579; MOG 524*, 7378, 7424*; MPEG 25561; MZJH
1305, 1431; MZUSP 51929, 52814‐15, 70167, 79706, 76078
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller 1776) R COITS‐UCG 7372; KUNHM 52681; LSUMZ 32707; MOG 7371; MZJH 1311, 1430
Ramphotrigon ruficauda (Spix 1825) EnA R OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008 (F)
Ramphotrigon fuscicauda Chapman 1925 EnA R OIKOS, 2006 (F)
Attila cinnamomeus (Gmelin 1789) EnA R COMB 1616; LSUMZ 32289, 67382; MPEG 21924; MZUSP 52702
Attila spadiceus (Gmelin 1789) R MOG 1393; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
COTINGIDAE
Cotinga cayana (Linnaeus 1766) EnA R MOG 448, 1390, 2417; MPEG 21996; MZJH 1478
Cotinga cotinga (Linnaeus 1766) EnA R LSUMZ 51223; MNHN 444, 627; MOG 447*, 2421*, 4756*; MPEG 20638; MZUSP 52700,
198
68652‐53
Procnias averano (Hermann 1783) sp novum Vul‐# R MZUSP 79732‐35; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F)
Lipaugus vociferans (Wied 1820) R LSUMZ 28827; MOG 458, MPEG 20639, 27193; MZJH 1482; MZUSP 52709‐10
Gymnoderus foetidus (Linnaeus 1758) EnA R MHNT 161, 2773; MNHN 435; MOG 471; MPEG 20637; MZUSP 52729‐31
Querula purpurata (Statius Muller 1776) R FMHN 63763; KUNHM 52694; MHNT 297, 2766, 2776, 2781; MNRJ 6213; MOG 1381*,
5334*; MPEG 20636; MZUSP 52724‐28
Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint‐Hilaire 1809 R MOG 469
PIPRIDAE
Neopelma pallescens (Lafresnaye 1853) R COCEULP/ULBRA 154, 160, 197; LSUMZ 32287; MNRJ 11237; MOG 489*, 1453*, 3541,
7555; MPEG 20718, 22418, 34673; MZJH 1473; MZUSP 52749, 68517‐18
Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr 1906) R COMB 1639; MNRJ 11142‐43; MOG 482
Machaeropterus pyrocephalus (Sclater 1852) EnA R COCEULP/ULBRA 181; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO 2004
Manacus manacus (Linnaeus 1766) R AMS O. 63260; COCEULP/ULBRA 147, 164, 178, 179, 184, 192, 196; MNRJ 11061; MOG
486*, 1447, 1449*, 4764; MPEG 20643, 22047; MZJH 1466; MZUSP 52741‐47, 69048,
75765
Antilophia galeata (Lichtenstein 1823) EnC R MNRJ 10850, 10854; MOG 4393*; MZUSP 79744‐45, 79737‐43, 76047
Chiroxiphia pareola (Linnaeus 1766) R FMHN 344699; LSUMZ 65065‐66; MNHN 629; MNRJ 11068, 11983; MOG 485, 1444*,
2429*, 4763, 4939*; MPEG 20642, 34675, 34685, 34692; MZJH 1468; MZUSP 52738‐40,
68516, 69042‐47
Xenopipo atronitens Cabanis 1847 EnA R MPEG 34691, MZUSP 52737; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Heterocercus linteatus (Strickland 1850) EnA R PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F);
199
Pipra fasciicauda Hellmayr 1906 R COCEULP/ULBRA 145, 146, 157, 199, 210, 214; MHNT 2771, 2778, 2780; MNHN 628;
MNRJ 10872, 10878, MOG 475*, 1430, 8434; MPEG 20644, 25806; MZJH 1467, 2465;
MZUSP 52732‐35, 75758‐60, 80887, 80892, 80907
Pipra rubrocapilla Temminck 1821 R COCEULP/ULBRA 182, 183; MNRJ 10795; MOG 1437*, 2693*; MPEG 34674; MZJH 1474
MZUSP 52736
TITYRIDAE
Schiffornis turdina (Wied 1831) EnBr R MPEG 34686, 34690; MZUSP 52748
Iodopleura isabellae Parzudaki 1847 EnA R COITS‐UCG 5363; LSUMZ 67375; MOG 451*, 5561; MPEG 20646; MZUSP 52701
Tityra inquisitor (Lichtenstein 1823) R MNHN 439‐40; MNRJ 6221; MOG 1418, 8874; MZUSP 52722, 76075‐76
Tityra cayana (Linnaeus 1766) R MNHN 437; MOG 4776, 6930; MZUSP 419, 76022‐23
Tityra semifasciata (Spix 1825) R COCEULP/ULBRA 9, 17; LSUMZ 67421; MHNT 2582‐83; MHNH 437; MNRJ 6046‐47; MOG,
7569; MPEG 20641, 21995, 27216; MZJH 1403; MZUSP 52720‐21, 72268‐69, 80868,
80904
Pachyramphus viridis (Vieillot 1816) R LSUMZ 67394; MOG 7260; MZJH 1406; MZUSP 70137
Pachyramphus rufus (Boddaert 1783) R LSUMZ 65415; MZUSP 52719
Pachyramphus polychopterus (Vieillot 1818) R LACM 45465; KUNHM 52653; MNHN 445; MOG 1403; MZUSP 52711
Pachyramphus validus (Lichtenstein 1823) R MHNH 443; OIKOS 2002; PACHECO e SILVA 2002 apud SEPLAN 2003
Xenopsaris albinucha (Burmeister 1869) R MOG 7273; MZJH 1295; ciroalbano.multiply.com (F);
VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis (Gmelin 1789) R AMS O. 66000; FMHN 62789‐92; LACM 45944; LSUMZ 28833; MNRJ 16172‐73; MOG
3577*, 7450*, 7610*, 8441*, 9012*; MPEG 23782, 23786, 34709; MZJH 2229, 2262‐63;
MZUSP 52913‐14, 75766, 76088, 79758‐59, 80882, 80906
200
Vireo olivaceus (Linnaeus 1766) R AMS O. 66293‐94; COCEULP/ULBRA 198; COITS‐UCG 7399, 7401; MOG 7236*, 7394‐96*,
7398*, 7400, 7451*‐52*, 8489*, 8717, 8731*, 8787; MPEG 20689‐90, 24402, 24404;
MZJH 2249‐53, 2255‐56; MZUSP 52915‐16, 69053‐54
Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin 1867 EnA R MZUSP 52918; WHITTAKER 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Hylophilus pectoralis Sclater 1866 EnA R MNRJ 16076; XC28687; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
CORVIDAE
Cyanocorax cristatellus (Temminck 1823) EnC R MOG 6929*, 13418; MPEG 34711; MZUSP 79754‐56, 76074
Cyanocorax cyanopogon (Wied 1821) EnBr R COEBD 2638; LACM 45471; MOG 3510*, 3921*, 8364*‐65*, 8367; MPEG 20608, 21934,
34710; MZUSP 52865‐68, 68566, 79757, 79859, 61354
HIRUNDINIDAE
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot 1817) R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2003; MATHIAS, 2006
Pygochelidon melanoleuca (Wied 1820) R AMS O. 66300; COCEULP/ULBRA 2; COITS‐UCG 7278, 8825; MOG 7258*, 7277, 7279*‐
84*, 8824; MPEG 22063‐64; MZJH 2467
Alopochelidon fucata (Temminck 1822) R UNITINS 1996; BAGNO e ABREU, 2001; ECOPLAN, 2006
Atticora tibialis (Cassin 1853) IN OLMOS et al. 2004 (G);
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot 1817) R FMHN 295827; LSUMZ 32296; MOG 7288*‐89‐90*; MZJH 1472; MZUSP 52861
Progne tapera (Vieillot 1817) R AMS O. 63317; MOG 3968*; MZUSP 52857‐59
Progne subis (Linnaeus 1758) VN Olmos e Pacheco 2008 (F); PINHEIRO et al., 2008; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a) (F)
Progne chalybea (Gmelin 1789) R COCEULP/ULBRA 212; COITS‐UCG 8823; LSUMZ 32709; MOG 1538*
Tachycineta albiventer (Boddaert 1783) R AMS O. 66299; MOG 7285*‐87*, 8826*; MPEG 21923, 22052, 22056, 22065; MZJH 1475;
MZUSP 52862‐63
Tachycineta leucorrhoa (Vieillot 1817) R NATURAE, 2005a; PACHECO e OLMOS, 2006; LUÍS F. SILVEIRA et al., (Comun Pessoal)
2008
201
Riparia riparia (Linnaeus 1758) VN BUZZETTI, 2004; CNEC, 2003; OIKOS, 2006
Hirundo rustica Linnaeus 1758 VN BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007
TROGLODYTIDAE
Troglodytes musculus Naumann 1823 R MNRJ 16393; MOG 3899*, 4209*, 7417*; MZUSP 52876, 79760‐62
Campylorhynchus turdinus (Wied 1831) R FMHN 62685‐88; ENGEVIX 2001
Pheugopedius genibarbis (Swainson 1838) R COCEULP/ULBRA 137; MPEG 20751, 21927‐28; MZUSP 52872‐73
Cantorchilus leucotis (Lafresnaye 1845) R FMHN 62700; LSUMZ 32710; MNRJ 16373‐75; MPEG 20750; MZJH 387, 1491, 1492;
MZUSP 52871, 76048‐49, 79763‐72
DONACOBIIDAE
Donacobius atricapilla (Linnaeus 1766) R COCEULP/ULBRA 8; FMHN 62671; MNHNA 4599; MNRJ 15409, 15967; MPEG 21916,
21933; MZJH 1484; MZUSP 52880‐81
POLIOPTILIDAE
Polioptila dumicola (Vieillot 1817) R FMHN 62719‐20; LACM 45469, 46007‐08; LSUMZ 67648; MNRJ 14075, 14083; MOG
4772‐73; 7406; 7573*, 7605*, 8783, 8816; MPEG 21915, 21918, 24487, 24490, 24492‐93;
MZUSP 52909‐10, 76084‐85, 79783‐84,
TURDIDAE
Catharus fuscescens (Stephens 1817) VN COCEULP/ULBRA 124; MOG 604; OIKOS 2006
Turdus rufiventris Vieillot 1818 R COCEULP/ULBRA 110; COITS‐UCG 13911; LSUMZ 32975
Turdus leucomelas Vieillot 1818 R COCEULP/ULBRA 206; MNRJ 16738; MOG 7305, 8427, 8724, 8747, 8751, 8759‐60; MPEG
34694; MZJH 1520, 1525, 1559, 1561; MZUSP 52904‐08, 70421, 72531, 76097, 79775‐82
Turdus fumigatus Lichtenstein 1823 R MZUSP 52883; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Turdus amaurochalinus Cabanis 1850 VS COCEULP/ULBRA 122; MNRJ 16217; MOG 3525*, 4620*, 4820*‐21*, 7306‐07*‐08; MZJH
1527; MZUSP 52884
202
Turdus subalaris (Seebohm 1887) VS COCEULP/ULBRA 167; MOG 3966*
Turdus albicollis Vieillot 1818 R COCEULP/ULBRA 168; MOG 598; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
MIMIDAE
Mimus saturninus (Lichtenstein 1823) R FMHN 295838; KUNHM 52575‐77; MNRJ 15410; MOG 8408; MZJH 1545; MZUSP 52877,
70371, 79773‐74
MOTACILLIDAE
Anthus lutescens Pucheran 1855 R LACM 46012‐13; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
COEREBIDAE
Coereba flaveola (Linnaeus 1758) R AMS O.65889; LSUMZ 28834; MNRJ 11687; MOG 4790*, 7402*‐03, 7454*, 11011; MPEG
20686, 21867, 23869, 23872; MZJH 2238‐41; MZUSP 52967‐68, 69069‐70, 76057‐58,
79855; USNM 516101
THRAUPIDAE
Schistochlamys melanopis (Latham 1790) R BAGNO e ABREU, 2001; arthurmacarrao.multiply.com (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F);
Schistochlamys ruficapillus (Vieillot 1817) EnBr R COCEULP/ULBRA 3, 7; MPEG 20681; MZUSP 53106‐07, 65831‐32, 70442, 76107
Cissopis leverianus (Gmelin 1788) R OLMOS et al. 2004; BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007
Neothraupis fasciata (Lichtenstein 1823) EnC R COMB 123‐24; LACM 45999; LSUMZ 32715‐16; MZJH 2145; MZUSP 53104, 79798
Compsothraupis loricata (Lichtenstein 1819) EnBr R LACM 45470; MNRJ 10828; MOG 681*, 1740, 1745, 1774*; MZUSP 52041
Nemosia pileata (Boddaert 1783) R AMS O. 65870, 65974; MNRJ 10654, 10659; MOG 7412*‐14*, 7448*‐49*, 8491*; MPEG
20684, 21589; MZJH 2193‐96; MZUSP 53099‐100, 76067, 76086
Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MNRJ 11814, 11820; MOG 8786; MZUSP 53103
Cypsnagra hirundinacea (Lesson 1831) EnC R FMHN 63619‐20; LACM 45998, 46011; MNRJ 9733, 9735, 9754; MOG 9070; MZUSP
79785‐92
Piranga flava (Vieillot 1822) R FMHN 63560; MNRJ 7050, 11338‐39; MZUSP 79793‐95
203
Eucometis penicillata (Spix 1825) R COCEULP/ULBRA 123; MHRJ 11872, 11875; MZJH 1922
Tachyphonus cristatus (Linnaeus 1766) R MNRJ 12715, 12724, 12733; MOG 1729*
Tachyphonus luctuosus d'Orbigny & Lafresnaye
1837
R MOG 1731*; MOG (ZooGoiania) 674; OLMOS et al. 2004
Tachyphonus rufus (Boddaert 1783) R AMS O. 65894; MNRJ 6977, 12758; MOG 3544*, 3889, 7442*, 8463, 8721; MZJH 2139,
2143, 2190, 2191; MZUSP 53091‐94, 76021, 80896
Tachyphonus phoenicius Swainson 1838 EnA R COITS‐UCG 1724;
Ramphocelus carbo (Pallas 1764) R AMS O. 65895, O. 65967; COCEULP/ULBRA 83, 170; LSUMZ 28841; MNHNA 4436; MNRJ
11973, 11976, 11982; MOG 3538*‐39*, 3891*, 4189*, 4778*, 7443*‐44*, 7231*, 7583*,
7597*‐98*, 8443*, 8730*, 8801, 10354*; MPEG 20678‐80, 21590‐91, 21986, 21990; MZJH
2110‐12, 2167, 2171‐73; MZUSP 53077‐89, 70458‐59, 76062‐66, 76516‐17, 79802‐05,
80913
Thraupis episcopus (Linnaeus 1766) R MOG 8799; MPEG 20676‐77; MZJH 2157; MZUSP 53063‐69
Thraupis sayaca (Linnaeus 1766) R AMS O. 63352; KUNHM 52368‐69; MNRJ 6843; MOG 3542*, 4191*, 4780*; MZJH 2152,
2159, 2492; MZUSP 76101, 80873, 80888
Thraupis palmarum (Wied 1823) R AMS O. 65893; COMB 113; FMHN 295883‐84; LSUMZ 28840; MNRJ 6778; MOG 4768,
7445*, 8462*, 8775, 7238*, 10529, 13557‐58; MPEG 20675, 21984, 21989, 21991, 21711;
MZJH 2174‐78, 2180, 2520; MZUSP 53072‐76, 76056, 76518‐22, 79797, 80770, 80880
Tangara mexicana (Linnaeus 1766) EnA R MOG 652; MPEG 20682; MZJH 1691®; MZUSP 53054, 65820, 66095‐96
Tangara cayana (Linnaeus 1766) R FMHN 63341‐44; MNRJ 10215‐16; MOG 4708, 4771*; MPEG 20683; MZJH 2101, 2183,
2189; MZUSP 53055‐60, 65821, 79806, 80901‐02
Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MOG 648*; BAGNO e ABREU 2001; LOPEZ e BRAZ 2008
Tersina viridis (Illiger 1811) R COCEULP/ULBRA 133, 185; MNRJ 6283; MOG 7267*, 8798, MPEG 20749, 22051; MZUSP
204
53046, 70496‐506
Dacnis lineata (Gmelin 1789) R MOG 619; OLMOS et al. 2004; OIKOS 2006
Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye 1837 EnA R MOG 618
Dacnis cayana (Linnaeus 1766) R AMS O. 65883‐84; COEBD 2640, LACM 46009; LSUMZ 28838‐39, 67692‐94; MNRJ 11000,
11617, 11628; MOG 4791*, 7268*; 7270*‐71*, 7469*, 7541*, 7576*; MPEG 23831,
23835; MZJH 2113, 2205; MZUSP 52960‐66, 62978, 80908,
Cyanerpes caeruleus (Linnaeus 1758) R MOG 1621; OLMOS et al. 2004
Cyanerpes cyaneus (Linnaeus 1766) R AMS O. 65885, O. 65897; COUFRPE 389; COEBD 2644; FMHN 344881; MOG 2312*,
6245*, 7261‐62*‐64*, 7266*, 7446*‐47*, 7540, 7568*, 8725*, 8727*, 8764*, 9629‐30*;
MEPG 20667, 20670‐72, 22004‐05, 22033, 22035, 22049; MZJH 2082‐87, 2203, 9637;
MZUSP 52919‐59, 69072; USNM 516104
Chlorophanes spiza (Linnaeus 1758) R COITS‐UCG 613
Hemithraupis guira (Linnaeus 1766) R LSUMZ 28843; MNRJ 11305, 11496, 11801; MOG 3546*, 3892*, 4196, 4715*, 4781*,
7416*, 8490*; MPEG 21713, 21715, 23141; MZJH 2119‐21, 2201‐02; MZUSP 53101‐02,
76089, 79796, 80879
Conirostrum speciosum (Temminck 1824) R AMS O. 65867, O.65877; LACM 45997; MNRJ 11521‐22; MOG 3553*, 3900*, 7391*‐92,
7409*, 7453*, 8979*; MPEG 21541; MZJH 1583
EMBERIZIDAE
Zonotrichia capensis (Statius Muller 1776) R MNRJ 15004; MZUSP 53141, 79838‐48, 79863
Ammodramus humeralis (Bosc 1792) R COMB 120; KUNHN 52532‐34; LACM 49017‐19; MCZ 262724, 262726‐28; MNRJ 15126;
MOG 7293*‐94*, 4789*; MPEG 23456, 34720; MZJH 1587‐88, 1591; MZUSP 79236,
79835, 79837, 80872, 80894
Ammodramus aurifrons (Spix 1825) R MCZ 262725; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
205
Porphyrospiza caerulescens (Wied 1830) EnC R MZUSP 80897; Pacheco e Olmos 2006; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G)
Sicalis citrina Pelzeln 1870 R BAGNO e ABREU, 2001; SEPLAN 2003; SEPLAN et al., 2003
Sicalis columbiana Cabanis 1851 R MMA et al., 2001; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)
Sicalis flaveola (Linnaeus 1766) R MZJH 1748, 1756; www.avesbrasil.nom.br; OIKOS 2002
Emberizoides herbicola (Vieillot 1817) R COMB 121; LACM 46016; MZC 262718‐21, 262729; MOG 3527*; MZJH 1592; MZUSP
76501, 79849‐50
Volatinia jacarina (Linnaeus 1766) R AMS O. 65886; LSUMZ 28845; MNRJ 14359; MOG 7463*, 8496; MPEG 20737; MZJH 1604,
1767, 2468; MZUSP 53126‐28, 69061
Sporophila schistacea (Lawrence 1862) R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; SEPLAN et al., 2003
Sporophila plumbea (Wied 1830) R MZJH 1786; MZUSP 76052, 79820‐30
Sporophila collaris (Boddaert 1783) R MZJH 2504; MZUSP 76091, 80885
Sporophila lineola (Linnaeus 1758) IN MZJH 1783; MZUSP 79819; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)
Sporophila nigricollis (Vieillot 1823) R COCEULP/ULBRA 1; MCZ 262752; FMHN 63727
Sporophila caerulescens (Vieillot 1823) R MCZ 262722‐23; MZJH 1612, 1790; MZUSP 80909
Sporophila leucoptera (Vieillot 1817) R MZJH 1782; MZUSP 79818; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G)
Sporophila bouvreuil (Statius Muller 1776) R MOG 734; MZUSP 76112; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F)
Sporophila hypoxantha Cabanis 1851 R MOG 3876; OIKOS 2002; OIKOS e MRS 2005
Sporophila ruficollis Cabanis 1851 R MOG 4575*; OIKOS 2002; OIKOS 2006
Sporophila castaneiventris Cabanis 1849 EnA IN OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009
Sporophila cinnamomea (Lafresnaye 1839) EN‐#‐© VS LSUMZ 34832; MCZ 262891‐92; MOG 735; MZUSP 70000
Sporophila angolensis (Linnaeus 1766) R MNRJ 14714; MOG 1424, 3875*, 9193*, 9200*‐05*, 9248*, 9250*, 9492*; MPEG 21929;
MZJH 1619‐21, 1803, 1805; MZUSP 53125, 70698‐99, 76053, 76524, 79831‐34;
206
Arremon taciturnus (Hermann 1783) R COCEULP/ULBRA 120, 126, 131, 191; COMB 1621; LSUMZ 32721; MHNT 2775; MNRJ
10818; MOG 2477*, 4786*; MPEG 34719; MZJH 1596; MZUSP 53136
Arremon flavirostris Swainson 1838 R COCEULP/ULBRA 172; PACHECO e OLMOS 2006
Charitospiza eucosma Oberholser 1905 EnC R FMHN 295913; LSUMZ 32718; MCZ 262715; MNRJ 14847‐48; MPEG 28355‐56; MZJH
1765, MZUSP 53129, 76108, 76113, 79807‐17, 80914, 80927; UMMZ 215416
Coryphospingus pileatus (Wied 1821) R AMS O. 65880, O. 65896; COCEULP/ULBRA 136; LSUMZ 32719‐20; MNRJ 14645, 14661;
MOG 749, 4782*‐83*, 7407*‐08*, 7464*‐65*, 7599*, 7600*; MPEG 20752, 21912‐14,
21921, 21926; MZJH 1597‐98; MZUSP 53134‐35, 70697, 76087, 76050, 76106
Coryphospingus cucullatus (Statius Muller 1776) R FADESP 1999; CTE, 2001; NATURAE, 2005a
Paroaria gularis (Linnaeus 1766) R FMHN 63646‐47; MOG 721; MPEG 20673‐74; 21974‐75; MZUSP 53117‐22
Paroaria baeri Hellmayr 1907 EnBr,EnC R MNRJ 14813‐15; Dornas 2008 (F)
CARDINALIDAE
Saltator grossus (Linnaeus 1766) R MOG 717, 1846, 5115*; MPEG 21922, 21950
Saltator maximus (Statius Muller 1776) R FMHN 63653; LACM 46015; LSUMZ 28844; MHNT 2777; MNRJ 6900; MOG 8784, 8791;
MPEG 20736, 22001; MZJH 2090, 2092‐94, 2464; MZUSP 53108‐12, 76523, 78745
Saltator coerulescens Vieillot 1817 R MNRJ 12903; MOG 712; 4774, 5463*, 13559; MPEG 21973, 21998, 23652; MZUSP 53114‐
16
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye 1837 R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; MATHIAS, 2006
Saltator atricollis Vieillot 1817 EnC R COCEULP/ULBRA 117; COMB 125; FMHN 63638‐39; MZJH 8767®; MZUSP 76098, 79851‐
53, 80905
Cyanoloxia moesta (Hartlaub 1853) IN XC16662 (G); XC28731 (G); PACHECO et al.,2007 (F)
Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye 1847) R MPEG 34723; MZUSP 53123, 72743
PARULIDAE
207
Parula pitiayumi (Vieillot 1817) R OLMOS et al. 2004 (G); PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin 1789) R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; BRAZ 2003
Basileuterus culicivorus (Deppe 1830) R MOG 8702*, 8788*; FMHN 62761; MZJH 1584; MZUSP 52004
Basileuterus hypoleucus Bonaparte 1830 R MNRJ 14459; KUNHM 52722; PACHECO e OLMOS 2006
Basileuterus flaveolus (Baird 1865) R COCEULP/ULBRA 187, 219; LSUMZ 32718; MNRJ 14146; MOG 7335*; MZUSP 79753,
80886
Basileuterus leucophrys Pelzeln 1868 EnBR,EnC R MZUSP 79746‐52; Bagno e Abreu 2001
Phaeothlypis mesoleuca (Sclater 1866) R MOG 631;
Phaeothlypis rivularis (Wied 1821) EnA R MOG 1637*; THEMAG e ENGEVIX, 2000
Granatellus pelzelni Sclater 1865 EnA R MOG 626, 1632; MZUSP 52970
ICTERIDAE
Psarocolius viridis (Statius Muller 1776) EnA R MOG 689, 2714, 5117*; MZUSP 52997
Psarocolius decumanus (Pallas 1769) R LSUMZ 33670, 67728; MOG 5325*, 7244*, 8818, 8822, 8920*; MZUSP 69163‐65
Psarocolius bifasciatus (Spix 1824) EnA R LSUMZ 64944, 67722; MOG 687, 2407*; MZUSP 52996, 64230
Procacicus solitarius (Vieillot 1816) R MOG 693; MPEG 23313; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)
Cacicus haemorrhous (Linnaeus 1766) R XC27945 (G); OLMOS et al. 2004 (G); IDBF, 1981 apudMMA et al 2001
Cacicus cela (Linnaeus 1758) R FMHN 63378‐79; LSUMZ 28835; MNHNA 4552; MOG 8817*; MPEG 20708‐10, 23354,
23359, 32316‐18; MZJH 2236; MZUSP 53003‐26, 68619, 70987; USNH 516112
Icterus cayanensis (Linnaeus 1766) R MNRJ 11254; MOG 1935, 6935*; MPEG 21863; MZJH 2233; MZUSP 53035‐37, 66046‐47,
69178‐79, 76054‐55, 76092‐93
Icterus jamacaii (Gmelin 1788) EnBr R CAS 70564; MOG 701*; PACHECO e OLMOS 2006
Icterus croconotus (Wagler 1829) R MPEG 23248‐49; MZUSP 68577
Gnorimopsar chopi (Vieillot 1819) R COCEULP/ULBRA 18, 28; COITS‐UCG 13923‐24; MNRJ 15661; MOG 4749*, 7389*, 10716*;
208
MZUSP 79857‐58
Agelasticus cyanopus (Vieillot 1819) R MOG 702*; Renato T. Pinheiro (Observ. Pessoal) (F)
Chrysomus ruficapillus (Vieillot 1819) R MOG 703*, 4399*; MZJH 1786
Molothrus rufoaxillaris Cassin 1866 IN OIKOS, 2002; PACHECO e OLMOS, 2006; LUÍS F. SILVEIRA et al., (Comun pessoal) 2008
Molothrus oryzivorus (Gmelin 1788) R LSUMZ 32717; MOG 694*, 8820; MZUSP 53030
Molothrus bonariensis (Gmelin 1789) R LSUMZ 32303; MOG 1790*, 3504*, 14637*; MPEG 20701, 21976; MZUSP 53031‐33
Sturnella militaris (Linnaeus 1758) R MZUSP 53044; DORNAS et al. 2006 (F)
Sturnella superciliaris (Bonaparte 1850) R MZUSP 79856; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G)
FRINGILLIDAE
Carduelis magellanica (Vieillot 1805) R FMHN 63598; MZUSP 79854; OIKOS 2002
Euphonia chlorotica (Linnaeus 1766) R LSUMZ 67777; MNRJ 12094, 12198, 12342; MOG 1660, 7275*; MPEG 20687, 21866;
MZUSP 53047‐48, 76061, 76090
Euphonia violacea (Linnaeus 1758) R COCEULP/ULBRA 188; FMHN 63368; MNRJ 12194; MOG 635, 1647*, 3893*, 4765*, 5477,
7549*, 14001; MPEG 23928‐31, 23934; MZJH 2124, 2127; MZUSP 53049‐52, 80891
Euphonia cyanocephala (Vieillot 1818) R MOG 3550; OIKOS 2002
Euphonia minuta Cabanis 1849 R MZUSP 65902; OLMOS et al. 2004
PASSERIDAE
Passer domesticus (Linnaeus 1758) R LSUMZ 32713; MZUSP 66028; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO 2004
209
FAMÍLIA / ESPECIE ENDÊMICAS FONTE
TINAMIDAE
Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 cf. OIKOS, 2006
Crypturellus noctivagus (Wied, 1820) ENGEMIN, 1996
ARDEIDAE
Botaurus pinnatus (Wagler, 1829) FADESP, 1999
Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789) IDBF, 1981 apudMMA et al.,2001; LOPES e BRAZ, 2007
ACCIPITRIDAE
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) UNITINS, 1996
FALCONIDAE
Falco peregrinus Tunstall, 1771 PINHEIRO e DORNAS, 2009
RALLIDAE
Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819) OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2005
Pardirallus maculatus (Boddaert, 1783) OIKOS, 2002
Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819) ENGEMIN, 1996; BAGNO e ABREU, 2001
SCOLOPACIDAE
Bartramia longicauda (Bechstein, 1812) PACHECO e OLMOS, 2006
Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789) UNITINS, 1996; OIKOS, 2002
COLUMBIDAE
Columbina passerina (Linnaeus, 1758) PINHEIRO e DORNAS, 2009
PSITTACIDAE
Brotogeris versicolurus (Statius Muller 1776) EnA MOG 7222*
STRIGIDAE
Lophostrix cristata (Daudin, 1800) BUZZETTI, 2004
Asio stygius (Wagler, 1832) FADESP, 1999; CTE, 2001
CAPRIMULGIDAE
Chordeiles minor (Forster, 1771) ECOPLAN, 2006
Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844) FADESP, 1999
Eleothreptus anomalus (Gould, 1838) DIREÇÃO, 2006
Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866) PACHECO e OLMOS, 2006
TROCHILIDAE
Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758) BAGNO e ABREU, 2001; OLMOS et al.,2004
Amazilia lactea (Lesson, 1832) GIOCOMETTI, 2004
TROGONIDAE
Trogon rufus Gmelin, 1788 CTE, 2001; THEMAG, 2000
MOMOTIDAE
Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818) FADESP, 1999
BUCCONIDAE
Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823) ENGEVIX, 2001
THAMNOPHILIDAE
Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) EnA ENGEVIX, 2001
Anexo 3b. Listas das espécies secundárias de aves do Tocantins, destacando status de endemismos e fonte do registro
210
Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) ENGEVIX, 2001; OLMOS et al.,2004
Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 UNITINS, 1996; FAET 1999
Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) ENGEVIX, 2001
Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) EnA UNITINS, 1996; ENGEVIX, 2001
CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga lineata (Wied, 1831) PACHECO e OLMOS, 2006
DENDROCOLAPTIDAE
Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) EnA OIKOS, 2006
FURNARIIDAE
Synallaxis hypospodia Sclater, 1874 IDBF, 1981 apud MMA et al 2001
Syndactyla dimidiata (Pelzeln, 1859) EnC FADESP 1999
Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) FADESP, 1999
TYRANIIDAE
Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868) CNEC, 2003; BUZZETTI, 2004
Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) EnA BUZZETTI, 2004; OIKOS, 2006
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) CNEC, 2003; PRADO e BRAZ, 2008
COTINGIDAE
Xipholena lamellipennis (Lafresnaye, 1839) EnA OLMOS et al.2004
PIPRIDAE
Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cf. TOCANTINS, 1998
TITYRIDAE
Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827) FADESP, 1999; WHITTAKER, 2004
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) ENGEMIN, 1996; ENGEVIX, 2001
HIRUNDINIDAE
Atticora fasciata (Gmelin, 1789) EnA ENGEVIX, 2001
TROGLODYTIDAE
Pheugopedius coraya (Gmelin, 1789) ENGEVIX, 2001
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) SHUNCK et al., 2006
Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819 UNITINS, 1996
POLIOPTILIDAE
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) OIKOS, 2002; NATURAE, 2005a
THRAUPIDAE
Habia rubica (Vieillot, 1817) OIKOS, 2002; SHUNCK et al., 2006
Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818) OIKOS, 2006
EMBEREZIDAE
Sicalis luteola (Sparrman, 1789) FAET, 1999; UNITINS, 1996
Sporophila palustris (Barrows, 1883) OIKOS e MRS, 2005
Sporophila maximiliani (Cabanis, 1851) FAET, 1999; TOCANTINS, 1998
Tiaris fuliginosus (Wied, 1830) OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2005
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) MMA et al.,2001; ADVALDO D. PRADO (Comun. Pessoal)2004
ICTERIDAE
Agelaioides fringillarius (Spix, 1824) Luis F. Silveira et al ( Comun. Pessoal) 2008
211
FAMILIA / ESPÉCIE ENDÊMICAS AMEAÇADA FONTE
TINAMIDAE
Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) BIOTERRA, 2005
Nothura boraquira (Spix, 1825) CONSPLAN, 2004
Nothura minor (Spix, 1825) EnC Vul‐# FADESP, 1999
ANATIDAE
Anas bahamensis Linnaeus, 1758 IDBF, 1981 apud MMA et al., 2001
CRACIDAE
Aburria cumanensis grayi (Pelzeln, 1870) MNRJ 18923
PODICIPEDIDAE
Podicephorus major (Boddaert, 1783) ECOPLAN, 2006
ARDEIDAE
Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758) IDBF, 1981 apud MMA et al.,2001
Egretta tricolor (Statius Muller, 1776) PINHEIRO, 2004
ACCIPITRIDAE
Helicolestes hamatus (Temminck, 1821) OIKOS, 2002
Leucopternis schistaceus (Sundevall, 1851) EnA OIKOS, 2006
RALLIDAE
Laterallus leucopyrrhus (Vieillot, 1819) ENGEMIN, 1996
CHARADRIIDAE
Charadrius wilsonia Ord, 1814 cf. LEITE e LOPEZ, 2003 apud SEPLAN, 2003
Calidris alba (Pallas, 1764) CNEC, 2003
Calidris mauri (Cabanis, 1857) AMS O.65983
Calidris melanotos (Vieillot, 1819) NATURAE, 2005a
PSITACIDAE
Pyrrhura perlata rhodogaster (Sclater, 1864) EnA MNRJ 3633
Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) EnA MNRJ 3979, 3980
APODIDAE
Chaetura cinereiventris Sclater, 1862 OIKOS, 2002
TROCHILIDAE
Lophornis ornatus (Boddaert, 1783) MOG 262*
Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788) OIKOS, 2002
Heliomaster furcifer (Shaw, 1812) BAGNO e ABREU, 2001
MOMOTIDAE
Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829) MIRANDA‐RIBEIRO, 1931 apud SILVA, 1989
BUCCONIDAE
Monasa atra (Boddaert, 1783) cf. EnA TOCANTINS, 1998
RAMPHASTIDAE
Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766 THEMAG, 2000
Pteroglossus viridis (Linnaeus, 1766) EnA MOG 5062*
PICIDAE
Picumnus cirratus Temminck, 1825 MOG 7419*; THEMAG e ENGEVIX, 2000;
Anexo 3c. Lista terciária das aves do Estado do Tocantins. É destacado espécies endêmicas, ameaçadas de extinção e fonte dos registros.
212
Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818) FADESP, 1999
Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818) FADESP, 1999
THAMNOPHILIDAE
Batara cinerea (Vieillot, 1819) TOCANTINS, 1998
Herpsilochmus pileatus (Lichtenstein, 1823) BIOTERRA, 2005
Herpsilochmus pectoralis Sclater, 1857 cf. TOCANTINS, 1998
Cercomacra melanaria (Menetriès, 1835) MZUSP 54760
Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825) ENGEVIX, 2001
Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) EnA TOCANTINS, 1998
Hylopezus macularius (Temminck, 1823) EnA ENGEVIX, 2001
FORMICARIIDAE
Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823) MNHNA 4633
DENDROCOLAPITIDAE
Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818) THEMAG, 2000; NATURAE, 2005a
Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820 UNITINS, 1996
Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) cf. SHUNCK et al.,2006
FURNARIIDAE
Synallaxis spixi Sclater, 1856 TOCANTINS, 1998
Limnoctites rectirostris (Gould, 1839) CTE, 2001
Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) EnC FADESP, 1999; NATURAE, 2005a
TYRANIIDAE
Mionectes rufiventris Cabanis, 1846 NATURAE, 2005a; NATURAE, 2005b
Myiornis auricularis (Vieillot, 1818) FADESP, 1999
Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831) EnBr SEPLAN et al., 2003; SHUNCK et al.,2006
Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817) SEPLAN, 2003
Stigmatura napensis Chapman, 1926 THEMAG e ENGEVIX, 2000
Inezia inornata (Salvadori, 1897) MOG 8848
Contopus fumigatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) LOPES e BRAZ, 2007
Xolmis irupero (Vieillot, 1823) cf. TOCANTINS, 1998
Conopias trivirgatus (Wied, 1831) OIKOS, 2002
PIPRIDAE
Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) EnA MOG 5525*
TYTIRIDAE
Schiffornis major Des Murs, 1856 EnA WHITTAKER, 2004
CORVIDAE
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) GIOCOMETTI, 2004, SHUNCK et al., 2006
TURDIDAE
Turdus nudigenis Lafresnaye, 1848 ENGEVIX, 2001
Turdus ignobilis Sclater, 1858 WHITTAKER, 2004
MIMIDAE
Mimus gilvus (Vieillot, 1807) SHUNCK et al., 2006
THRAUPIDAE
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) SEPLAN et al., 2003
Tangara schrankii (Spix, 1825) EnA MOG 9215*
213
Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847) EnA MNRJ 11554
EMBEREZIDAE
Poospiza cinerea Bonaparte, 1850 EnC TOCANTINS 1998
Sporophila americana (Gmelin, 1789) EnA MCZ 262747; ENGEVIX, 2001
Sporophila melanops (Pelzeln, 1870) EnBr FADESP, 1999
Sporophila hypochroma Todd, 1915 OIKOS e MRS, 2005
ICTERIDAE
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) IDBF, 1981 apud MMA et al.,2001
Dolichonyx oryzivorus (Linnaeus, 1758) UNITINS, 1996
FRINGILLIDAE
Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 MNRJ 12340
Euphonia cayennensis (Gmelin, 1789) EnA COITS‐UCG 1662
214
LOCALIDADES MUNICÍPIOS LAT LONG
RPPN Minehaha Almas ‐11.1167 ‐47.1333
Fazenda 3R / Cerrado Ananás ‐6.25043 ‐47.9682
Fazenda 3R / Floresta Ombrófila Aluvial Ananás ‐6.23066 ‐47.9607
Fazenda Mogno / CA Ananás ‐6.16326 ‐48.0131
Área 1 Aparecida do Rio Negro ‐9.97685 ‐47.9898
Ilha Barreira Branca Aragominas ‐6.7 ‐48.7667
Araguacema Araguacema ‐8.78333 ‐49.5167
Rio Caiapó / Cerrado a Leste Araguacema ‐9.055 ‐49.7189
Rio Caiapó e Ilhas fluviais Araguacema ‐8.8625 ‐49.6022
Senhor do Bonfim Araguacema ‐8.72944 ‐49.4628
TO 235 / Rio Piranhas Araguacema ‐8.80694 ‐49.4322
TO 442 / Rio Caiapó Araguacema ‐9.12667 ‐49.7456
Rio Muricizal Araguanã ‐6.76667 ‐48.6333
Araguatins* Araguatins ‐5.65 ‐48.1167
Pedral Estreito Pequeno e Pedral Ilha de Campo Arguianópolis ‐6.53333 ‐47.45
Sitio 2 Cerrado Sensu Stricto Arraias ‐12.4877 ‐47.1609
Matas secas Aurora do TO ‐12.6569 ‐46.4808
Setor Babaçulândia Babaçulândia ‐7.125 ‐47.7994
Projeto Agrícola Campos Lindos Campos Lindos ‐7.96667 ‐46.6833
Serra da Cangalha 1 Campos Lindos ‐8.04278 ‐46.8492
Serra da Cangalha 2 Campos Lindos ‐7.91389 ‐47.1931
Aeroporto Caseara ‐9.30417 ‐49.945
Assentamento Buritirana Caseara ‐9.35889 ‐49.7581
Assentamento Califórnia / Reserva Legal Caseara ‐9.3 ‐49.8
Assentamento União II / Reserva Legal Caseara ‐9.51472 ‐49.855
Rio Araguaia / cerrados marginais Caseara ‐9.2 ‐49.9333
Rio Araguaia / Porto da Balsa Caseara ‐9.23861 ‐49.955
Rio Araguaia / Travessão de Santa Maria Couto de Magalhães ‐8.33333 ‐49.2667
Fazenda Santa Helena / Rio Campeira Cristalândia ‐10.4764 ‐49.2869
Dianópolis Dianópolis ‐11.6333 ‐46.6833
Projeto de Irrigação Manuel Alves Dianópolis ‐11.5333 ‐46.9667
Rio Piranhas / Área de Cerrado Dois irmãos ‐9.14639 ‐49.3206
Formoso do Araguaia TO 070 Dueré ‐11.6194 ‐49.4161
Projeto Xavante Dueré ‐11.475 ‐49.5658
Monumento Árvores Fossilizadas I Filadélfia ‐7.46361 ‐47.7814
Monumento Árvores Fossilizadas II Filadélfia ‐7.45167 ‐47.82
Monumento Árvores Fossilizadas III Filadélfia ‐7.45 ‐47.8333
Cartucho Goiatins ‐8.33613 ‐47.7331
Cerrado / Cerradão / Mata Amazônica Goiatins ‐7.8874 ‐47.9032
Fazenda Renascer Goiatins ‐7.69833 ‐47.4886
Anexo 4. Localidades Minimamente Amostradas e seus respectivos municípios e coordenadas. Localidades sublinhadas possuem documentação mínima de 50 espécies. Localidades acompanhadas de * possuem documentação mínima de 80 espécies.
215
Rio Manuel Alves Grande jusante a Goiatins Goiatins ‐7.70278 ‐47.3056
Setor Guaraí Guaraí ‐8.80472 ‐48.4472
Setor Gurupi* Gurupi ‐11.8497 ‐48.9436
Furo da Pedra* Ilha do Bananal ‐10.6167 ‐50.55
Macaúba* Ilha do Bananal ‐10.5167 ‐50.5
Santa Isabel do Morro* Ilha do Bananal ‐11.5667 ‐50.6667
Sede e arredores do PARNA Araguaia Ilha do Bananal ‐10.45 ‐50.4333
Ipueiras Ipueiras ‐11.2333 ‐48.45
Fazenda Cajueiro* Itaguatins ‐5.6869 ‐47.5535
Água Boa Itapiratins ‐8.4 ‐48.0667
Cerrado Lagoa da Confusão ‐10.7347 ‐49.8525
Fazenda Dois Rios Lagoa da Confusão ‐10.75 ‐49.8833
Floresta aluvial Lagoa da Confusão ‐10.9594 ‐49.7747
Floresta ciliar Lagoa da Confusão ‐10.7914 ‐49.7117
Ipuca Lagoa da Confusão ‐10.7683 ‐49.7186
Ipucas e Varjão / Projeto ProIgui Lagoa da Confusão ‐10.5517 ‐49.7906
Rio Formoso / lagoa Lagoa da Confusão ‐10.75 ‐49.85
Varjão Lagoa da Confusão ‐10.8092 ‐49.7153
Canteiro da Balsa rio Tocantins Lajeado ‐9.72778 ‐48.3583
Área Lizarda Lizarda ‐9.41667 ‐46.9833
Assentamento Manchete Marianópolis do TO ‐9.7875 ‐49.9175
Estação Ecológica Serra Geral do TO Mateiros ‐11 ‐46.6667
Estação Ecológica Serra Geral do TO / campo sujo limite norte Mateiros ‐10.6644 ‐46.8075
Fazenda São Gabriel Mateiros ‐10.3 ‐45.7833
Mata do Rio Galhão Mateiros ‐10.5267 ‐46.1056
Parque Estadual do Jalapão Mateiros ‐10.6 ‐46.6667
Rio Tocantins Miracema do TO ‐9.53333 ‐48.3667
Muricilândia Muricilândia ‐7.1 ‐48.6167
Vale do rio Palmeiras / Cerrados Novo Jardim ‐11.8475 ‐46.7069
Vale do rio Palmeiras / Matas Secas Novo Jardim ‐11.9289 ‐46.5647
Fruticultura São João* Palmas ‐10.3936 ‐48.3525
Palmas* Palmas ‐10.2 ‐48.3333
Parque Estadual do Lajeado Palmas ‐10.1167 ‐48.1833
Plano Diretor Urbano Palmas ‐10.25 ‐48.3
Serra do Lajeado Palmas ‐10.1317 ‐48.215
Taquaruçu / Fazenda Ecológica e Encantada Palmas ‐10.2667 ‐48.15
Cerrado / Cerradão / Mata Amazônica Palmeirante do TO ‐7.88655 ‐47.954
Mata Virgem Palmeiras do TO ‐6.66944 ‐47.5194
Fazenda Indaiá / Foz do córrego São Miguel Paranã ‐12.4983 ‐48.1158
Fazenda Santa Cruz / Foz do ribeirão Santa Cruz Paranã ‐12.3072 ‐48.2569
Fazenda São Luis Paranã ‐12.6103 ‐47.8428
Fazenda União / Ribeirão das Lages Paranã ‐12.5811 ‐48.0411
Fazenda Vereda Comprida / rio Tocantins Paranã ‐12.4517 ‐48.2103
Interflúvio rios Tocantins Paranã / cerrados Paranã ‐12.6681 ‐47.9075
216
Interflúvio Tocantins Paranã / Serra Contenda Paranã ‐13.3958 ‐47.7056
Rio Palma Paranã ‐12.45 ‐47.4833
Rio Paranã 1 Paranã ‐12.4939 ‐48.1078
Rio Paranã 2 Paranã ‐12.6206 ‐47.8836
Rio Tocantins / margem direita Paranã ‐12.9078 ‐48.1742
Sítio 3 / Cerrado Sensu Stricto Paranã ‐12.5648 ‐47.3549
Sítio 4 / Cerrado Sensu Stricto Paranã ‐12.6397 ‐47.8296
Rio Sono Pedro Afonso ‐9.15 ‐47.9833
Fazenda Vale das Pacas Peixe ‐12.255 ‐48.4064
Centro de Pesquisas Canguçu Pium ‐9.96667 ‐50.0333
Fazenda Brasil Palmeira Pium ‐10.0789 ‐49.7417
Fazenda Santa Luzia / Rio Riozinho Pium ‐10.3603 ‐49.4047
Parque Estadual do Cantão* Pium ‐9.28333 ‐49.9833
Parque Estadual do Cantão / Furo do Cicica Pium ‐9.45694 ‐50.0264
Parque Estadual do Cantão / Furo Goiano Pium ‐9.27722 ‐50.0019
Parque Estadual do Cantão / Rio Araguaia Pium ‐9.57667 ‐50.1039
Parque Estadual do Cantão / Rio Araguaia Furo da Barreirinha Pium ‐9.39917 ‐50.0256
Parque Estadual do Cantão / Rio Javaezinho / Javaés Pium ‐9.83917 ‐50.1611
Rio Pium Assentamento Proavi Pium ‐10.4272 ‐49.4272
TO 374 (Entre Marianópolis e Lagoa da Confusão) Pium ‐10.1739 ‐49.6961
TO 374 / Rio Riozinho Pium ‐10.3286 ‐49.5922
Córrego Capivara Porto Nacional ‐10.1422 ‐48.4419
Córrego Chupe Porto Nacional ‐10.4131 ‐48.3369
Córrego Santa Luzia Porto Nacional ‐10.0725 ‐48.3894
Gruta da Serra Porto Nacional ‐10.7542 ‐48.4808
Porto Nacional* Porto Nacional ‐10.7 ‐48.4
Estrada rio mateiro / Comunidade Catingueiro Recursolândia ‐8.76556 ‐47.1447
TO 476 (Entre Dianópolis e Rio da Conceição) Rio da Conceição ‐11.4667 ‐46.8167
Área 2 Rio Sono ‐9.56978 ‐47.7079
Projeto Sampaio Sampaio ‐5.3461 ‐47.9202
Fazenda Malasca* Santa Fé do Araguaia ‐7.09952 ‐48.8186
Área 3 Santa Maria do TO ‐8.76664 ‐47.7547
TO 374 (Entre Lagoa da Confusão e Dueré) Santa Rita do TO ‐11.1139 ‐49.4653
Área São Felix São Felix do TO ‐9.98333 ‐46.6667
Fazenda Piabanha / Córrego Piabanha São Salvador ‐12.7506 ‐48.2831
Pedra Riscada / Foz do Córrego Cipó São Salvador ‐12.3267 ‐48.3081
Rio Tocantins / Margem esquerda São Salvador ‐12.6225 ‐48.2842
Rio Palmeiras 1 Taipas do TO ‐12.3 ‐46.9333
Rio Palmeiras 2 Taipas do TO ‐12.3 ‐46.9333
Tocantínia Tocantínia ‐9.55 ‐48.3667
AID Serra Quebrada Tocantinópolis ‐6.25 ‐47.55
Barra do Tranqueira Tupirama ‐8.76667 ‐48.1333
Fazenda Sapucaia / Floresta Ombrófila Aluvial Wanderlândia ‐6.62391 ‐48.1292
Fazenda Sapucaia / Floresta Ombrófila* Wanderlândia ‐6.61606 ‐48.141
217
AID UHE de Santa Izabel Xambioá ‐6.41667 ‐48.5333
Rio Araguaia / vegetação marginal Xambioá ‐6.41667 ‐48.5667
1 Aguiarnópolis 2 Almas 3 Ananás* 4 Aparecida do Rio Negro 5 Aragominas 6 Araguacema* 7 Araguanã 8 Araguatins* 9 Arraias
10 Aurora do Tocantins 11 Babaçulândia* 12 Bom Jesus do TO 13 Campos Lindos 14 Caseara 15 Couto de Magalhães 16 Darcinópolis 17 Dianópolis 18 Divinópolis do TO 19 Dois Irmãos do TO 20 Dueré 21 Filadélfia 22 Goiatins 23 Guaraí* 24 Gurupi* 25 Ilha do Bananal* 26 Ipueiras 27 Itaguatins* 28 Itapiratins 29 Lagoa da Confusão 30 Lajeado 31 Lizarda 32 Marianópolis do TO 33 Mateiros* 34 Miracema do TO 35 Muricilândia 36 Natividade* 37 Novo Jardim
38 Palmas* 39 Palmeirante do TO 40 Paranã* 41 Pedro Afonso 42 Peixe* 43 Pium* 44 Porto Nacional* 45 Recursolândia 46 Rio da Conceição 47 Rio Novo 48 Sampaio 49 Santa Fe do Araguaia* 50 Santa Maria do TO 51 São Salvador* 52 São Félix do Tocantins 53 Santa Rita do TO 54 Taipas do TO 55 Tocantínia* 56 Tocantinópolis 57 Tupirama 58 Tupiratins 59 Wanderlândia* 60 Xambioá
Anexo 5. Municípios minimamente amostrados no Estado do Tocantins. * Municípios com documentação mínima de espécies de aves. (Limites políticos ver SEPLAN 2008).
218
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De um modo geral, a compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do
Estado do Tocantins evidenciou duas situações distintas: a presença de uma significativa
biodiversidade para os três grupos no Estado com um elevado potencial de acréscimo de
espécies, e a constatação de que o Tocantins ainda é uma grande lacuna de conhecimento no
Brasil para os três grupos estudados, sendo a situação um pouco menos crítica para aves.
Diante destas circunstâncias a indicação de estudos de inventariamento para estes três
grupos no Estado é extremamente pertinente e emergencial, pois o nível de antropização no
Tocantins vem aumentando de forma acelerada desde a sua formação, resultando na
modificação de seus ambientes naturais.
As várias hidrelétricas instaladas e mais algumas dezenas que são previstas para os
próximos anos colocam em perigo principalmente populações de quelônios e crocodilianos.
As ocorrências de Paleosuchus trigonatus e Caiman latirostris no Tocantins correm sérios
riscos de não serem confirmados, pois as hidrelétricas previstas para as regiões sudeste e norte
do Estado podem suprimir com os habitats dessas espécies. O mesmo é verificado para
quelônios; Podocnemis sexturbeculata, espécie amazônica cuja ocorrência no Tocantins é
suspeitada para a região norte do Estado, pode ter suas populações extintas na região com os
alagamentos conseqüentes dos barramentos previstos nos rios Tocantins e Araguaia.
Além disso, o leste do Tocantins, visado para práticas de silvicultura e plantio de soja,
pode ter sua fauna de quelônios ameaçada, cujo conhecimento é pífio (dois espécimes de
Phrynops geoffroyi documentados) e probabilidade de novas espécies, ou seja, sem descrição
taxonomica é grande.
Deste modo, embora quase a totalidade da área do Estado seja uma lacuna de
conhecimento para ambos os grupos, a porção norte do Tocantins, principalmente no que diz
respeito à confluência dos rios Araguaia e Tocantins e toda a extensão sul do Estado (entre a
Ilha do Bananal a região de Arraias) tornam essenciais para inventários de crocodilianos. Não
diferentemente a mesma porção norte é essencial para inventários de quelônios, mas para este,
tambem é de altíssima importância a realização de inventários em toda parte leste do
Tocantins.
219
Já para as aves do Estado, a supressão da cobertura vegetal, seja pelo alagamento
proporcionado pelas barragens das hidrelétricas, seja pelo desmatamento devido à pecuária,
agricultura ou crescimento urbano, pode ser encarado como fator mais preocupante contra o
incremento da biodiversidade deste grupo. Existem extensas áreas de Cerrado em condições
naturais como no extremo sudoeste do Estado, incluindo a porção sul da Ilha do Bananal, e
um grande bloco de regiões na porção leste do Tocantins, incluindos partes da região do
Jalapão, toda a Serra do Carmo e baixo rio Balsas, que nunca foram exploradas
ornitologicamente e, caso não sejam inventariadas, correm o risco de não terem suas
avifaunas reconhecidas, pois são postulantes a diversos empreendimentos, principalmente
agrícolas.
Mais alarmantes são aquelas regiões nunca inventariadas da Amazônia tocantinense,
cuja cobertura vegetal foi fortemente suprimida, restando apenas fragmentos testemunhos da
cobertura vegetal original. Este cenário pode refletir lamentavelmente, em extinções de aves
no Tocantins. Cephalopterus ornatus, por exemplo, é uma espécie de ave conhecida para o
Tocantins de um único registro da década de 60, sendo que nos últimos 50 anos nenhum outro
registro da espécie foi efetuado. Essa possibilidade de extinção de espécies de aves demonstra
o quão importante é a realização de inventários na região norte do Estado.
Contudo, para que se possa realizar esta série de inventários faunísticos
indispensáveis no Estado do Tocantins, conforme indicado pelos resultados obtidos nos
capítulos anteriores, é necessária que se tenha maiores investimentos por parte do poderes
públicos e privados no conhecimento da biodiversidade tocantinense. Esses investimentos
compreendem desde o fomento de inventários sistematizados às equipes de pesquisadores
dedicadas a esses três grupos de animais (as quais inclusive existem e atuam dentro dos
limites estaduais), como também na construção de um centro de referência da biodiversidade
tocantinense, onde os materiais testemunhos provenientes das coletas realizadas em campo
pudessem ser depositados em coleções específicas.
Uma vez atingida essas especificações, não só a biodiversidade de quelônios,
crocodilianos e aves seriam beneficiadas, por serem melhores reconhecidas, mas o Estado
teria a oportunidade de formar pesquisadores atuantes no estudo da biodiversidade local.
Além disso, um espaço físico dedicado a biodiversidade do Tocantins abriria novas portas
para que o estudo de reconhecimento dos demais grupos de organismos tambem seja
executado.
220
Como resultado final, as lacunas de conhecimento identificadas para quelônios,
crocodilianos e aves existentes em território tocantinense, condição que devem refletir a
realidade dos demais grupos de organismos no Estado, poderão ser preenchidas, trazendo a
tona informações outrora obscurecidas, o que certamente contribuirá para a adoção de
estratégias eficientes de conservação da biodiversidade abrigada no Estado do Tocantins.
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