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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE COMPILAÇÃO DOS REGISTROS DE QUELÔNIOS, CROCODILIANOS E AVES DO ESTADO DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO Autor: Túlio Dornas Orientador(a): Prof a. Dr a. Adriana Malvasio Palmas, Tocantins Abril 2009

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE

COMPILAÇÃO DOS REGISTROS DE QUELÔNIOS, CROCODILIANOS E AVES DO

ESTADO DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO

Autor: Túlio Dornas

Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Malvasio

Palmas, Tocantins

Abril 2009

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II 

 

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PALMAS

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO AMBIENTE

COMPILAÇÃO DOS REGISTROS DE QUELÔNIOS, CROCODILIANOS E AVES DO

ESTADO DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Ambiente da Fundação Universidade Federal do Tocantins, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências do Ambiente Mestrando: Túlio Dornas Orientador(a): Profa. Dra. Adriana Malvasio; Co-orientação: Prof. Dr. Renato Torres Pinheiro

Palmas, Tocantins

Abril 2009

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III 

 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Biblioteca da Universidade Federal do Tocantins

Campus Universitário de Palmas

D713c Dornas, Túlio

Compilação dos Registros de Quelônios, Crocodilianos e Aves do

Estado do Tocantins: Biodiversidade e Lacunas de Conhecimento. /

Tulio Dornas. – Palmas, 2009.

244f.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Tocantins, Curso

de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, 2009.

Orientador: Profa. Dra. Adriana Malvasio

Co-orientação: Prof. Dr. Renato Torres Pinheiro

1. Biodiversidade. 2. Lacunas de Conhecimento. 3. Quelônios.

4. Crocodilianos. 5. Aves. 6. Tocantins. I. Titulo

CDD 628

Bibliotecário: Paulo Roberto Moreira de Almeida CRB-2 / 1118

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou

por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada à fonte. A violação dos direitos

do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

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IV 

 

COMPONENTES DA BANCA AVALIADORA

Palmas, 30 de abril de 2009

Dissertação ____APROVADA ____como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Curso de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente, da Universidade Federal do Tocantins, pela seguinte banca examinadora:

_____________________________________________ Profa. Dra. Adriana Malvasio

Orientadora – Universidade Federal do Tocantins -UFT

____________________________________________ Prof. Dr. Guarino Colli

Avaliador Externo – Universidade de Brasília - UNB

_____________________________________________ Prof. Dr. Marcos Pérsio Dantas Santos

Avaliador Externo – Universidade Federal do Piauí - UFPI

______________________________________________ Profa. Dra. Elineide Eugênio Marques

Avaliador Suplente – Universidade Federal do Tocantins - UFT

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação à todos aqueles naturalistas que

adentraram ao Tocantins, na busca do conhecimento de

sua biodiversidade. A bravura e determinação destas

pessoas deram a nós, contemporâneos do século XXI, a

oportunidade ímpar de conhecer sobre as riquezas da

flora e fauna do Estado; em especial dedico esta

dissertação a José Hidasi, naturalista que imbuído do

seu espírito caçador, deixa “para toda a eternidade”,

expressão que o mesmo se orgulha de mencionar,

significativo conhecimento da biodiversidade

tocantinense.

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VI 

 

“O dia em que o homem acabar com a última árvore, o último animal, poluir todo o rio e acabar com os seus peixes, aí então ele saberá que o dinheiro não

se come.”

Provérbio indígena

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VII 

 

AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, gostaria de manifestar que a ajuda e companheirismo recebidos ao

longo destes dois anos foram fundamentais para conclusão desta dissertação. Deste modo,

caso algum nome não seja lembrado nessas próximas linhas, peço desculpas e perdão, mas

garanto-lhes que minha gratidão ultrapassa as menções de agradecimentos aqui relatadas.

Inicialmente gostaria de agradecer à Profa. Adriana, que me aceitou como seu

orientando, demonstrando confiança em minha pessoa. Sou grato pela orientação dada ao

longo deste estudo, dividindo comigo vários pormenores, dúvidas e discussões.

Indubitavelmente sua orientação contribuiu de forma significativa em minha formação

acadêmica. Agradeço a mobilização despendida para oportunizar as viagens às coleções

zoológicas visitadas, sem as quais não seria possível a conclusão dessa dissertação. Agradeço

ainda, e de tão relevante importância, a amizade e companheirismo construídos ao longo

destes dois anos e que esses sentimentos perdurem sempre em novas parcerias profissionais e

pessoais.

Agradeço ao Renato, (Prof. Renato T. Pinheiro), pela co-orientação, dividindo comigo

também vários pormenores, dúvidas e discussões, principalmente aquelas centradas na parte

da avifauna. Agradeço pela grande amizade e companheirismo que sempre teve com minha

pessoa, sendo por motivos alheios a um passado próximo, talvez o grande responsável pela

minha mudança para o Estado do Tocantins após o fim da minha graduação em Belo

Horizonte. Acredito essa ser uma conveniente oportunidade de demonstrar publicamente

minha gratidão, pois sem essa “sua mãozinha”, não estaria aqui pra contar essa “história”

sobre quelônios, crocodilianos e aves!!

Agradeço ao Cristiano Nogueira, que antes do meu ingresso ao mestrado PGCIAMB

me forneceu informações importantíssimas sobre os trabalhos de compilação de

biodiversidade, sendo determinante na minha decisão de apresentar este projeto ao curso de

mestrado e posteriormente executá-lo. Agradeço-lhe ainda, as diversas sugestões e

contribuições dadas ao longo do curso de mestrado. Não poderia deixar de agradecê-lo

também, por ter sido, junto com o Renato, o outro responsável mais importante pela minha

vinda para o Tocantins, permitindo assim a oportunidade de aqui poder apresentar essa

“história”.

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VIII 

 

Sou extremamente grato ao DAAD, Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, aqui

em nome de Rita Meyer, diretora-responsável, pela bolsa de estudos concedida nestes dois

anos de trabalhos, a qual foi incontestavelmente de inestimável importância para prosseguir e

conduzir os compromissos do curso PGCIAMB e o projeto de dissertação. Agradeço ainda à

NGC, Neotropical Grassland Conservancy, e à FAPTO, Fundação de Amparo à Pesquisa do

Tocantins, pelas contribuições financeiras com intuito de cobrir custos logísticos decorrentes

das visitas aos museus e coleções.

Gostaria de agradecer meus colegas de mestrado por ter dividido da amizade, alegrias,

frustrações, conquistas, discussões. Agradeço a todos pelos conselhos dados, que de forma

direta ou indireta, contribuíram na execução desta dissertação; em especial à Eloísa, por ter

me auxiliado na biblioteca do Ministério Publico Federal de Palmas na retirada de EIAs e

demais documentos de interesse, e ao Adson, por ter compartilhado de seu tempo para

consideráveis discussões e de importantes referências nesses dois anos.

Gostaria de agradecer ao NATURATINS e IBAMA por terem autorizado a consulta

aos EIAs e relatórios de monitoramento ambiental solicitados.

Agradeço a todos os amigos e companheiros do Grupo de Pesquisa ECOAVES:

Marcelo, Débora, Gysele, Vaninha e Gabriel pelo companheirismo, amizade e por terem

compartilhado de seus tempos para discussões, bem como para lazer e entretenimento, os

quais foram poucos, mas bem aproveitados neste período. Fica aqui um agradecimento

especial ao Marcelo, que me auxiliou de forma decisiva na elaboração da lista das espécies de

aves; sem sua ajuda eu levaria o quíntuplo de tempo para elaborá-la.

Com relação às visitas aos museus e coleções sou muito grato aos seus respectivos

curadores e equipes pela autorização de visita e pela grande e indiscutível excelente

hospitalidade (em ordem cronológica de visita): i) MZUSP, Prof. Hussam El Dine Zaher

(curador-répteis) e Prof. Luis Fabio Silveira (curador-aves), Carolina Mello (equipe-repteis),

Marina, Marco, Vitor, Érica e Danielle (equipe-aves); MPEG, Profa. Ana Prudente (curadora-

répteis) e Prof. Alexandre Aleixo e Maria de Fátima Cunha Lima (curadores-aves),

Alessandra Travassos (equipe-répteis), Edson Guilherme, João, Marcelo, Eduardo, Fabíola,

Romina, Adriana, Cristiane (equipe-aves); MOG e ITS-UCG, Prof José Hidasi (curador);

CEPB-UCG, Prof. Nilton Carlos do Valle; CEULP-ULBRA, Prof. Pedro Heber (curador);

MZJH, Advaldo D. Prado (curador); MNRJ, Prof. Ronaldo Fernandes (curador-répteis) e

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IX 

 

Prof. Marcos Raposo e Jorge Nacinovic (curadores-aves), Rafael (equipe-répteis), Renata,

Daniel e Claydson (equipe-aves).

Para cada uma das capitais visitadas sou grato pela hospedagem e hospitalidade: em

São Paulo, a Isaac Franscino, grande amigo e conterrâneo de Claudio-MG; em Belém, a

Thompson e Júnio; em Goiânia, Sr. Titinho e Dona Luiza (avós da Fabiane) e no Rio de

Janeiro, minha tia Maria Helena e seu namorado Daniel. Meu muito obrigado!!!

Gostaria de manifestar minha gratidão aos curadores das coleções não visitadas, mas

que mediante solicitação enviaram dados e registros: CHUNB, Prof. Guarino Colli (curador-

répteis), COUNB, Prof. Miguel Marine (curador-aves); MNHNA-Montivideu,Ugy, Prof. Juan

Cuello (curador-aves); MNHN-Paris, Prof. Eric Pasteur (curador-aves); MHNT-Taubaté/SP,

Prof. Herculano Alvarenga; Estacion Biologica Doñana-ESP, Ana Espinoza; AMS-Sidnei,

Austrália, Prof. Walter Boles.

Em função de contatos isolados, em busca de informações gerais desde dúvidas sobre

compilação de registros, softwares e referências na literatura dentre outras informações sobre

quelônios, crocodilianos e aves do Tocantins, sou grato também a: José Fernando Pacheco,

Marcos Pérsio, John Iverson, Alejandro Larrieda, Luís Fabio Silveira, Jorge Nacinovic,

Advaldo D. Prado, Deodato Souza, Cristiano Nogueira, Leonardo Esteves Lopes, Fábio

Schunk, Mariana Somenzari, Ulisses Albino, André Villaça, Nuno Negrões, Eduardo Ferreira,

Rita Rocha, dentre outros. Certamente há mais pessoas a serem mencionadas aqui, mas como

dito antes, peço perdão pelo esquecimento, mas minha gratidão é verdadeira e sem medidas.

Sou grato a toda minha família, pela ajuda ainda que distante, pois estão em MG.

Por fim gostaria de fazer um agradecimento especial a importantes personagens da

minha vida: à Fabiane, hoje namorada mas em breve minha futura esposa; a meus país,

Wagner e Alécia; e a Deus.

A você Fabiane, agradeço pelo amor incondicional, pela compreensão nos momentos

ausentes, pelo carinho imensurável não poupado a minha pessoa em nenhum segundo sequer.

Sua presença foi e sempre será benfeitora, e sua solidariedade, dividindo comigo dias e noites

em frente do computador, sempre será lembrada, embora pouco romântico, pois sempre

estávamos concentrados em nossas dissertações, mas momentos iguais a estes, são grandes

provas de seu infinito amor por mim. A você só me resta dizer MUITO OBRIGADO e TE

AMO!!!

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A vocês, pai e mãe, agradeço pelo esforço e incentivo irrestrito e irrevogável que nos

dão (aos meus irmãos sou grato pela amizade, irmandade e compreensão), em todos os

sentidos e segmentos da vida, principalmente aquele que diz respeito à educação e a formação

do homem de bem e de bom caráter. Agradeço a compreensão de vocês em aceitar ter um

filho tão distante fisicamente, pois sei o quanto gostariam que estivesse do lado de vocês,

assim como eu também gostaria.

A vocês sempre serei gratos, pois sei que se puderem, até o último minuto de suas

vidas, sempre irão estender suas mãos para ajudar qualquer um nós de seus filhos, e por isso

sou e serei eternamente grato por ter vocês como meus pais.

Finalmente, agradeço a Deus, pela oportunidade dada de realizar este trabalho, dando-

me sua bênção, fazendo com que eu fosse sempre guiado pelos bons espíritos e meu espírito

de guarda (a vocês também meus agradecimentos especiais). Senti a presença e participação

direta de todos em diversos momentos nesta trajetória de dois anos. Sou grato, ainda a Deus,

pela oportunidade dada de ter convivido com centenas de pessoas diferentes, ter vivido as

mais diferentes e enriquecedoras experiências de norte a sul do país, permitindo a mim crescer

profissional, pessoal e moralmente.

Oh DEUS, finalizo agradecendo a oportunidade que me dá de dizer a todos, inclusive

Você, MUITÍSSIMO OBRIGADO!!!!!

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XI 

 

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.............................................................................................................XIV

LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................XV

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................................XX

RESUMO................................................................................................................................XXII

ABSTRACT...........................................................................................................................XXIII

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO GERAL: O HISTÓRICO DO ESTUDO DA

BIODIVERSIDADE NO ESTADO DO TOCANTINS...........................................................1

HISTÓRICO DO CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE TOCANTINENSE..............6

I - SÉCULO XIX, OS NATURALISTAS OITOCENTISTAS...................................................6

II - SÉCULO XX, NATURALISTAS E PESQUISADORES...................................................11

III - SÉCULO XXI......................................................................................................................24

IMPLICAÇÕES DO CONHECIMENTO ATUAL ACUMULADO DA BIODIVERSIDADE

TOCANTINENSE.......................................................................................................................28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................30

CAPÍTULO 2 - QUELÔNIOS E CROCODILIANOS DO TOCANTINS:

BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO................................................36

ABSTRACT................................................................................................................................36

RESUMO....................................................................................................................................37

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................38

ORDEM TESTUDINES..............................................................................................................38

ORDEM CROCODYLIA...........................................................................................................44

TESTUDINES E CROCODYLIA NO TOCANTINS...............................................................51

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XII 

 

MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................................52

ÁREA DE ESTUDO....................................................................................................................52

PROCEDIMENTOS....................................................................................................................55

RESULTADOS...........................................................................................................................61

DISCUSSÃO...............................................................................................................................79

CONCLUSÃO............................................................................................................................100

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................102

ANEXOS – CAPÍTULO 2........................................................................................................112

ANEXO 1. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS DAS LISTAS PRIMÁRIAS E

SECUNDÁRIAS COM MENÇÃO AS RESPECTIVAS FONTES DE

REGISTROS...............................................................................................................................112

ANEXO 2. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES DE CROCODILIANOS DAS LISTAS

PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA COM MENÇÃO AS RESPECTIVAS FONTES

DE REGISTROS.........................................................................................................................114

CAPÍTULO 3 - AVES DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE

CONHECIMENTO.................................................................................................................115

ABSTRACT.............................................................................................................................115

RESUMO.................................................................................................................................116

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................118

MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................127

ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................................125

PROCEDIMENTO...................................................................................................................126

RESULTADOS.......................................................................................................................133

DISCUSSÃO...........................................................................................................................143

CONCLUSÃO........................................................................................................................155

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................158

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XIII 

 

ANEXOS – CAPÍTULO 3....................................................................................................169

ANEXO 3. LISTAS PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA DAS AVES DO ESTADO

DO TOCANTINS...................................................................................................................169

ANEXO 3A. LISTA PRIMÁRIA DAS ESPÉCIES DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS.

SÃO DESTACADOS STATUS DE ENDEMISMO, AMEAÇA DE EXTINÇÃO E DE

RESIDÊNCIA DA ESPÉCIE................................................................................................169

ANEXO 3B. LISTAS DAS ESPÉCIES SECUNDÁRIAS DE AVES DO TOCANTINS,

DESTACANDO STATUS DE ENDEMISMOS E FONTE DO REGISTRO.....................209

ANEXO 3C. LISTA TERCIÁRIA DAS AVES DO ESTADO DO TOCANTINS. É

DESTACADO ESPÉCIES ENDÊMICAS, AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E FONTE DOS

REGISTROS...........................................................................................................................211

ANEXO 4. LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS E SEUS RESPECTIVOS

MUNICÍPIOS E COORDENADAS. LOCALIDADES SUBLINHADAS POSSUEM

DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE 50 ESPÉCIES. LOCALIDADES ACOMPANHADAS DE *

POSSUEM DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE 80 ESPÉCIES..........................................214.

ANEXO 5. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE AMOSTRADOS NO ESTADO DO

TOCANTINS. *MUNICÍPIOS COM DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE ESPÉCIES DE

AVES. (LIMITES POLÍTICOS VER SEPLAN 2008)..........................................................217.

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................218

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XIV 

 

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. NATURALISTAS E PESQUISADORES QUE PASSARAM POR TERRITÓRIO TOCANTINENSE NOS SÉCULOS XIX E XX COM A INDICAÇÃO DO ORGANISMO DE INTERESSE DE ESTUDO..........................................................................................................21

TABELA 2. ESPÉCIES DE QUELÔNIOS COM ALGUM GRAU DE AMEAÇA NO BRASIL. FONTE: MMA (MARTINS e MOLINA 2008) E IUCN 2008..................................................................................................................43

TABELA 3. COORDENADAS, ESPÉCIES E FONTE DAS LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS NO ESTADO DO TOCANTINS...................................................................................................56

TABELA 4. ESPÉCIES DE QUELÔNIOS, FONTES E AS UNIDADES POLÍTICAS COM REGISTRO DE PELO MENOS 4 ESPÉCIES ATRAVÉS DE MÉTODOS DOCUMENTADOS NO ESTADO DO TOCANTINS............70

TABELA 5. LOCALIDADES ONDE SE EFETUOU A DOCUMENTAÇÃO DE PELO MENOS DUAS ESPÉCIES DE CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS. F – DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA...........................................................................................74

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XV 

 

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. COBERTURA ORIGINAL DO BIOMA CERRADO SEGUNDO ESTUDO DO MMA. EM VERDE, COBERTURA NATIVA E EM VERMELHO AS ÁREAS JÁ ANTROPIZADAS. FONTE: MMA 2007.................................................................................................................4

FIGURA 2. A PRESENÇA DE QUADRÍCULAS VERDES NO LESTE E OESTE TOCANTINENSES DEMONSTRA A EXISTÊNCIA DE COBERTURA ORIGINAL DO CERRADO NO ESTADO. FONTE: MACHADO et al., 2004.................................................................................................................4

FIGURA 3. MAPA MOSTRANDO TRAJETÓRIA PERCORRIDA POR BURCHELL EM 1828. BURCHELL SEGUE ATÉ BELÉM, ENQUANTO POHL, DESCE O RIO TOCANTINS ATÉ SÃO PEDRO ALCÂNTARA, ATUAL CAROLINA-MA (SETA) RETORNANDO À PORTO NACIONAL DE ONDE REGRESSA PARA CIDADE DE GOIÁS. FONTE: ADAPTADO DE PICKERING, 1998.................................................................................9

FIGURA 4. À DIREITA, EMILIE SNETHLAGE. ABAIXO, E. SNETHLAGE PORTANDO SUA ESPINGARDA, ACOMPANHADA DE SEU AUXILIAR DURANTE TRABALHOS DE COLETA NA AMAZÔNIA. FONTE: ARQUIVO PESSOAL DA FAMÍLIA SNETHLAGE apud MERE 2008...............................................................................................................16

FIGURA 5: JOSÉ HIDASI, HÚNGARO NATURALIZADO NO BRASIL DESDE 1962, EXIBINDO O RARO PICA-PAU-DO-PARNAÍBA, UM DOS MILHARES DE EXEMPLARES DE SUA COLEÇÃO ORNITOLÓGICA EM GOIÂNIA, GO. FOTO: NUNES D’ACOSTA apud J. F. PACHECO....................................................................................................19

FIGURA 6A. Kinosternum scorpioides, REPRESENTANTE DOS CRYPTODIRA. A CABEÇA É RETRAÍDA PARA DENTRO DO CORPO ACOMPANHANDO O EIXO LONGITUDINAL DO ANIMAL. FONTE: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm........................................39

FIGURA 6B. Phrynops ruficeps, REPRESENTANTE DOS PLEURODIRA. A CABEÇA É RETRAÍDA DE FORMA LATERAL ACOMPANHANDO O EIXO TRANSVERSAL DO CORPO DO ANIMAL. FONTE: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm........................................39

FIGURA 7. DESENHO ESQUEMÁTICO MOSTRANDO AS DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS DOS CRÂNIOS E DENTIÇÃO DAS TRÊS FAMÍLIAS DE CROCODILIA. FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/crocodylia........................................................46

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XVI 

 

FIGURA 8. MAPA MOSTRANDO AS FITOFISIONOMIAS PRESENTES NO ESTADO DO TOCANTINS. FONTE: ATLAS DO TOCANTINS (SEPLAN, 2008)...........................................................................................54

FIGURA 9. PLANILHA ELETRÔNICA MOSTRANDO BANCO DE DADOS COM OS REGISTROS OBTIDOS PARA CROCODILIANOS E SUAS ESPECIFICAÇÕES.....................................................................................57

FIGURA 10. MAPA HIDROGRÁFICO DO ESTADO DO TOCANTINS (À ESQUERDA) E ASPECTO HIDROGRÁFICO DE UMA DAS 250 QUADRÍCULAS DE 110.000 HA (ABAIXO) MOSTRANDO A PRESENÇA DE AMBIENTES TERRESTRES E AQUÁTICOS EM DIFERENTES NÍVEIS NO INTERIOR DE QUADRÍCULA..................60

FIGURA 11. APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO NÚMERO TOTAL DOS DIFERENTES TIPOS DE FONTES CONSULTADAS E O NÚMERO DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS (ACIMA) E CROCODILIANOS (ABAIXO) IDENTIFICADAS ASSOCIADO A CADA TIPO DE FONTE..........................................................................................................62

FIGURA 12. LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE ESPÉCIES QUELÔNIOS NO ESTADO DO TOCANTINS................................................................................................64

FIGURA 13. LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE PELO MENOS QUATROS ESPÉCIES DIFERENTES DE QUELÔNIOS NO ESTADO DO TOCANTINS................................................................................................65

FIGURA 14. MUNICÍPIOS TOCANTINENSES EM QUE SE OBTEVE O REGISTRO DE PELO MENOS DE QUATRO ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NO TOCANTINS INDEPENDENTE DA DOCUMENTAÇÃO DO REGISTRO.................................................................................................68

FIGURA 15. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS INDEPEDENTE DA DOCUMENTAÇÃO DOS REGISTROS....................................................71

FIGURA 16. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS SOMENTE PASSIVEIS DE DOCUMENTAÇÃO...................................................................................72

FIGURA 17. LOCALIDADES AMOSTRADAS PARA CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS (AZUL E AMARELO) INDEPENDENTES DO MÉTODO DE REGISTRO..................................................................75

FIGURA 18. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE AMOSTRADOS PARA

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XVII 

 

CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS.............................76

FIGURA 19. LOCALIDADES AMOSTRADAS PARA CROCODILIANOS NO ESTADO DO TOCANTINS (AZUL E AMARELO) COM REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO........................................................77

FIGURA 20. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE CROCODILIANOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO OU NÃO......................................................................................................78

FIGURA 21. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO GRADIENTE DE RIQUEZA DE ESPÉCIES DE QUELÔNIOS NAQUELAS ÁREAS DECORRENTES DE REGISTROS PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO...................................................................................79

FIGURA 22. INDIVÍDUO DE Chelanoides denticulata FOTOGRAFADO EM CERRADÃO DO PARQUE ESTADUAL DO CANTÃO. FOTOS: TÚLIO DORNAS....................................................................................................82

FIGURA 23. DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES DE QUELÔNIOS QUE COMPÕE A LISTA SECUNDARIA DO TIPO A. 1. Peltocephalus dumeriliana, 2. Mesoclemmys tuberculata, 3. Mesoclemmys perplexa 4. Mesoclemmys raniceps, 5. Acanthochelys spixii. FONTE: ADAPTADO DE www.chelidae.com.......................................................................................82

FIGURA 24. Rynoclemmys punctalaria, ACIMA ESPÉCIME DEPOSITADO O MPEG E ABAIXO ESPÉCIME DEPOSITADO MZUSP. FOTOS: TÚLIO DORNAS.....................................................................................................83

FIGURA 25. DISTRIBUIÇÃO DE Platemys platicephala...............................................85

FIGURA 26. À DIREITA, ESPÉCIME P. trigonatus MZUSP 2187 E A ESQUERDA MPEG 21. FOTOS: TÚLIO DORNAS........................................................87

FIGURA 27. MAPA COM DISTRIBUIÇÃO DE P. trigonatus, LOCALIDADE AMOSTRADAS E SUA NOVA DISTRIBUIÇÃO (LINHA TRACEJADA) CASO OS REGISTROS NO ESTADO DO TOCANTINS FOREM CONFIRMADOS.........................................................................................87

FIGURA 28. Caiman latirostris DEPOSITADO NA COLEÇÃO HERPETOLÓGICA DO MZUSP (2136)..............................................................................................89

FIGURA 29. DISTRIBUIÇÃO DE C. latirostris ACOMPANHADA DOS REGISTROS DA ESPÉCIE PARA OS ESTADOS DO TOCANTINS E GOIÁS..........................................................................................................91

FIGURA 30. ESTADO DO TOCANTINS COMO GRANDE LACUNA DE CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE DE QUELÔNIOS REFLETIDA

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XVIII 

 

PELA BAIXA DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DO GRUPO....................97

FIGURA 31. ESTADO DO TOCANTINS COMO GRANDE LACUNA DE CONHECIMENTO DA DIVERSIDADE DE CROCODILIANOS REFLETIDA PELA BAIXA DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DO GRUPO........................................................................................................97

FIGURA 32. OS OITO CENTROS DE ENDEMISMOS PARA FAUNA TERRESTRE DEFINIDOS NO BIOMA AMAZÔNICO. FONTE: SILVA et al., 2005.............................................................................................................121

FIGURA 33. LOCALIZAÇÃO DOS TRÊS CENTROS DE ENDEMISMOS DE AVES PROPOSTOS PARA O CERRADO. FONTE: SILVA E BATES, 2002.............................................................................................................121

FIGURA 34. PLANILHA ELETRÔNICA MOSTRANDO BANCO DE DADOS COM OS REGISTROS OBTIDOS PARA AVIFAUNA DO TOCANTINS E SUAS ESPECIFICAÇÕES........................................................................129

FIGURA 35. MAPA MOSTRANDO O ESTADO DO TOCANTINS DIVIDIDO EM MALHA DE 1.230 QUADRÍCULAS E 22.500HA CADA.....................132

FIGURA 36. NÚMERO DE CONSULTAS (BARRAS AZUIS) E DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS (BARRAS VERMELHAS) NOS DIFERENTES TIPOS DE FONTES UTILIZADOS NA COMPILAÇÃO DOS REGISTROS...............................................................................................133

FIGURA 37. EM VERDE E AMARELO, LOCALIDADES ONDE OCORRERAM REGISTROS DE AVES NO TOCANTINS. SOMENTE EM AMARELO, LOCALIDADES ONDE OS REGISTROS FORAM PASSÍVEIS DE DOCUMENTAÇÃO..................................................................................135

FIGURA 38. MAPA COM TODAS AS LOCALIDADES MINIMAMENTE AMOSTRADAS PARA O ESTADO DO TOCANTINS. (VERDE E AZUL). EM AZUL, LOCALIDADES ONDE SE EFETUOU A DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA DE PELO MENOS 50 ESPÉCIES DE AVES..........................................................................................................136

FIGURA 39. LOCALIDADES EM QUE FORAM EFETUADOS REGISTROS DOCUMENTADOS DE PELO MENOS 50 ESPÉCIES DE AVES (AZUL E VERDE). EM VERDE, AQUELAS LOCALIDADES ONDE OCORRERAM DOCUMENTAÇÃO DE PELO MENOS 80 ESPÉCIES DE AVES..........................................................................................................137

FIGURA 40. MUNICÍPIOS MINIMAMENTE DOCUMENTADOS NO ESTADO DO TOCANTINS..............................................................................................138

FIGURA 41. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO AS ÁREAS DO ESTADO

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XIX 

 

DO TOCANTINS ONDE OCORRERAM REGISTROS DE AVES......139

FIGURA 42. ANÁLISE DE QUADRÍCULAS MOSTRANDO AS ÁREAS DO ESTADO DO TOCANTINS ONDE OCORRERAM REGISTROS DOCUMENTADOS DE AVES................................................................140

FIGURA 43. LACUNAS DE CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS (ELIPSES ACINZENTADAS COM INTERIOR TRACEJADO) ASSOCIADAS ÀQUELAS REGIÕES ONDE OCORREU AMOSTRAGEM MÍNIMA NECESSÁRIA........................141

FIGURA 44. LACUNAS DE CONHECIMENTO DA BIODIVERSIDADE DE AVES DO ESTADO DO TOCANTINS. GRUPO DAS LACUNAS DE PRIORIDADE PRIMÁRIA (ELIPSES ACINZENTADAS E INTERIOR TRACEJADAS) E GRUPOS DAS LACUNAS DE PRIORIDADE SECUNDÁRIA (ELIPSES ESVERDEADAS E INTERIOR ONDULADO............................................................................................142

FIGURA 45. ACIMA E À ESQUERDA MAPA COM DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Alectrurus tricolor (A) COM A MARCAÇÃO DA REGIÃO DE OCORRÊNCIA NO TOCANTINS. ACIMA E A DIREITA, MAPA COM DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Plegadis chihi (B) COM AS LOCALIDADES DE REGISTRO DA ESPÉCIE NO TOCANTINS: EM VERMELHO, ARRAIAS; EM AMARELO, RIO PALMA; LARANJA, TO-374 E VERDE RIO ARAGUAIA. FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTOS: TÚLIO DORNAS...........................146

FIGURA 46. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Sporophila hypoxantha E LOCALIZAÇÃO DO REGISTRO INÉDITO PARA O TOCANTINS. FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTO: TÚLIO DORNAS..................................................................................................148

FIGURA 47. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE Neomorphus geoffroyi, COM AS RESPECTIVAS LOCALIDADES DE OCORRÊNCIA NO TOCANTINS; EM VERMELHO, PEIXE, E EM AMARELO, NATIVIDADE. EM A, ESPÉCIME MNRJ (4098), EM B, ESPÉCIME MOG (1083). FONTE: ADAPTADO DE www.avibase.bsc-eoc.org/ FOTOS: TÚLIO DORNAS..................................................................................................149

FIGURA 48. NO RETÂNGULO EM AZUL, REGIÃO CONSIDERADA COMO DE BAIXA PRIORIDADE DE INVENTÁRIOS POR SILVA (1995a), MAS SOBREPOSTA POR DUAS LACUNAS DE CONHECIMENTO ORNITOLÓGICO. O RETÂNGULO AMARELO MOSTRA REGIÃO DE BAIXA PRIORIDADE DE INVENTÁRIOS ORNITOLÓGICOS (OREN E ALBUQUERQUE, 1991) SOBREPOSTO PRO QUATRO LACUNAS DE CONHECIMENTO ORNITOLÓGICO.................................................154

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XX 

 

LISTA DE ABREVIATURAS

AMS - Australian Museum of Sydney

CAS – California Academy of Sciences

CBRO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos

CEULP/ULBRA – Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana do Brasil

CITES - Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora

COCEPB-UCG – Coleção Ornitológica do Centro de Estudos e Pesquisa em Biologia – Universidade Católica de Goiás

COCEULP/ULBRA – Coleção Ornitológica do Centro Universitário Luterano de Palmas – Universidade Luterana do Brasil

COEBD – Colección Ornitológica da Estación Biológica Doñana, Sevilla – Espanha

COITS-UCG – Coleção Ornitológica do Instituto Tropical Subúmido – Universidade Católica de Goiás

COMB-UNB – Coleção Ornitológica Marcelo Bagno – Universidade de Brasília

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

FMHN - Field Museum of Natural History

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

ICMBio - Instituto Chico Mendes de Biodiversidade

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IUCN - International Union for Conservation of Nature

KUNHM - University of Kansas Natural History Museum

LACM – Natural History Museum of Los Angeles County

LMA – Localidades Minimamente Amostradas

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XXI 

 

LSUMZ - Louisiana State University Museum of Zoology

MCZ – Museum of Comparative Zoology

MA – Monitoramento Ambiental

MHNT – Museu de História Natural de Taubaté

MMA – Município Minimamente Amostrado

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MNHNA – Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia de Montevidéu no Uruguai

MNHN – Muséum National D'histoire Naturelle de Paris – França

MNRJ – Museu Nacional do Rio de Janeiro

MOG – Museu de Ornitologia de Goiânia

MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi

MW – Mega Watts

MZUSP – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

ONG – Organização Não Governamental

PRODES – Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica

SBH – Sociedade Brasileira de Herpetologia

UC – Unidade de Conservação

UHE-LEM - Usina Hidrelétrica- Luis Eduardo Magalhães

UMMZ - University of Michigan Museum of Zoology

USMN - Museum of Natural History Smithsonian Institution

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XXII 

 

RESUMO

O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,

Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,

estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre

os vertebrados. Deste modo, este estudo de caráter inédito, tem como objetivo apresentar a

biodiversidade de espécies de quelônios, crocodilianos e aves do Tocantins. A partir da

compilação de registros fornecidos pela literatura, coleções científicas, banco de dados

sonoros e fotográficos da internet e observações pessoais, são apresentadas as listas das

espécies dos três grupos mencionados em três diferentes categorias (primária, secundária,

terciária). Também foi avaliada, através dos registros compilados, a existência de lacunas de

conhecimento amostral dos três grupos de vertebrados no Tocantins. Foi verificado que a

riqueza de espécies de quelônios no Tocantins é de nove espécies: Kinosternon scorpioides,

Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata, Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis,

Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus;

mas com potencial de ocorrência de até 17 espécies. Para crocodilianos verificou-se uma

riqueza de três espécies: Caiman crocodilus, Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus,

mas com potencial de ocorrência de mais duas espécies: Caiman latirostris e Paleosuchus

trigonatus. Para as aves, foi verificada uma riqueza de 627 espécies, com potencial de

ocorrência de até 685 espécies. A compilação dos registros de quelônios mostrou a existência

67 localidades amostradas, dentre as quais somente duas, representando 1,2% da área do

Estado, obteve-se registro mínimo documentado de quatro espécies. Para crocodilianos, foram

verificadas registros em 101 localidades, sendo que somente em seis delas, representando

1,9% da área total do Estado, houve o registro mínimo documentado de pelo menos duas

espécies. Para as aves constatou-se um total de 387 localidades com algum tipo de registro,

sendo que em apenas 126 delas, houve amostragem mínima de 100 espécies listadas ou 50

espécies documentadas, representando 9,7% da área total do Estado do Tocantins. Quando

avaliada somente a documentação mínima de 50 espécies, verifica-se que esse requisito é

cumprido em apenas 23 localidades, 1,9% do território do Estado do Tocantins. Esses

percentuais indicam que a quase totalidade do território do Estado do Tocantins representa

uma grande lacuna de conhecimento amostral para os três grupos de vertebrados focados.

Portanto, inventários para o reconhecimento da fauna de quelônios, crocodilianos e aves no

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XXIII 

 

Estado do Tocantins são prioritários, devendo haver por parte dos poderes público e privado o

fomento destes inventários para reconhecimento mais detalhado desta diversidade e

preenchimentos destas lacunas, pois são anunciadas para o Estado, uma série de

empreendimentos hidrelétricos, de logística e do agronegócio, cujas conseqüências diretas são

a perda de habitats, o que certamente poderá resultar em perda considerável da diversidade de

espécies dos três grupos para o Estado do Tocantins.

ABSTRACT

The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian

Rainforest , Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable

biodiversity. However, surveys that acknowledge that biodiversity in Tocantins are scarce,

mostly among vertebrates. Thus, the goal of this unpublished study is to present the

biodiversity of species of turtles, crocodilians and birds of Tocantins. From the compilation of

records provided by literature, scientific collections, photographic and sound database in the

internet and personal observations, the lists of species of these three groups of vertebrates are

presented, in three list categories (primary, secondary, tertiary). Compilation of records also

enabled to analyze the existence of gaps in sampling knowledge of the three groups of

vertebrates in the State of Tocantins.  Nine chelonian species were found in Tocantins:

Kinosternon scorpioides, Chelonoidis Carbonera, Chelonoidis denticulata, Podocnemis

expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys

vanderhaegei, Phrynops geoffroanus, but there is a potential occurrence of up to 17 species.

In crocodilians, three species was found in Tocantins: Caiman crocodilus, Melanosuchus

niger, Paleosuchus palpebrosus, but with the potential occurrence of two more species:

Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. In the case of birds, 627 species were found, with

the potential occurrence of up to 685 species. Compilation of records revealed the existence of

67 sampled sites for chelonians, among which only in two locations, representing 1,2% of the

State area, documental records of at least four species were obtained. Crocodilians were

recorded in 101 localities, but only in six of them, representing 1.9% of the total State area,

there was documented record of at least two species. For birds, 387 sites were found with

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XXIV 

 

some kind of record, but only in 126 of them, representing 9.7% of the total area of the state

of Tocantins, the required minimum sample of 100 listed species or 50 species documented,

was recorded,. Taking into account the documentation of at least 50 species, the requisite was

only fulfil in 23 locations, 1.9% of the territory of the Tocantins State. These numbers

indicate that almost the entire territory of the State of Tocantins is a great gap in the

knowledge of the three groups of vertebrates focused here/in this study. Therefore, checklists

for chelonians, crocodilians and birds in the State of Tocantins are prioritary and should be

promoted and supported by public and private powers, with the aim of improving knowledge

of diversity. This obligation becomes more relevant since the State Government

starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and agribusiness,

whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result in

considerable loss of species diversity for the three groups, in the State of Tocantins.

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CAPITULO 1

INTRODUÇÃO GERAL: O HISTÓRICO DO ESTUDO DA BIODIVERSIDADE NO ESTADO DO TOCANTINS

CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Introdução geral: o histórico do estudo da biodiversidade no Estado do Tocantins. Cap. 1, p. 1-36 In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.

O termo biodiversidade, segundo Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica

(BRASIL, 2002), pode ser entendido como: “a variabilidade dos organismos vivos de todas as

origens, abrangendo os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossistemas aquáticos,

incluindo seus complexos; e compreendendo a diversidade dentro de espécies, entre espécies

e de ecossistemas”. Portanto, a biodiversidade estaria expressa pela riqueza de espécies

biológicas em uma unidade geográfica, pela variabilidade genética trazida dentro ou entre as

espécies no âmbito de suas populações e comunidades e ainda pela diversidade ecossistêmica

ocupada por essas espécies; concepção essa, a propósito, compartilhada e discutida por

diversos autores (LEWINSOHN e PRADO, 2002, 2006; PRIMACK e RODRIGUES, 2002;

ZUNINO e ZULLINI, 2003; TOWNSEND et al., 2006; COX e MOORE, 2009).

Essa combinação de aspectos permite ao termo biodiversidade uma série de aplicações

e enfoques, exigindo por partes dos pesquisadores uma explicação quanto à sua utilização em

seus estudos (TOWNSEND et al., 2006). Desta forma, a concepção utilizada de

biodiversidade nesta dissertação prioriza aquela que considera a riqueza de espécies

biológicas em uma unidade geográfica, denominada por Lewinsohn e Prado (2002, 2006)

como diversidade entre espécies ou diversidade de espécies.

Por sua vez, o termo lacuna de conhecimento da biodiversidade nasce nos EUA,

com as propostas de GAP Analysis, ou em português, análise de lacunas. O objetivo dessas

análises compreende na identificação de lacunas de representação biológica para um conjunto

de áreas protegidas (SCOTT et al., 1993; JENNINGS, 2000).

Basicamente, os procedimentos metodológicos consistem na seleção de uma

determinada região de interesse, cujos limites podem ser um país, estado ou mesmo bioma;

dentro dessa região é realizada uma representação simultânea de mapas com as distribuições

de ocorrência da(s) espécie(s)-foco e das áreas protegidas ali existentes. Se após a

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sobreposição dos mapas de ambas, a(s) espécie(s)-foco não estiver(em) em nenhum ponto de

ocorrência sobre uma área protegida, fica caracterizada uma lacuna de conservação dessa(s)

espécie(s) (SCOTT et al., 1993; JENNINGS 2000; RODRIGUES et al., 2004) demonstrando

necessidade pró-conservação da(s) mesma(s).

Levando-se em conta o básico deste arcabouço teórico de GAP Analysis, é possível

sua utilização com uma série de variações. Não necessariamente o processo comparativo deve

ser obrigatório às áreas protegidas; munido da idéia de sobreposição de mapas é possível

verificar o quanto uma região foi explorada na busca de conhecimento de um determinado

grupo animal para uma determinada área geográfica (SILVA, 1995; COSTA et al., 2007).

Sobretudo, neste estudo, é dentro desta percepção que ocorrerá a indicação de lacunas de

conhecimento da biodiversidade de quelônios, crocodilianos e aves para o Estado do

Tocantins.1

Uma vez conduzidas às considerações prévias sobre biodiversidade e lacunas de

conhecimentos, constrói-se condições mais favoráveis para retomada da caracterização

biológica e histórica do conhecimento da biodiversidade tocantinense. Inicia-se, portanto, pela

distinção daquele que quase por completo abarca o Estado do Tocantins e, por conseguinte,

sua biodiversidade: o bioma Cerrado.

Com uma área estimada em 2.036.448 km², um quarto do território brasileiro (IBGE,

2004), o Cerrado é detentor de uma heterogeneidade ambiental marcante (COUTINHO, 1978;

RIZZINI, 1997; RIBEIRO e WALTER, 1998), aliada a uma riquíssima diversidade de

espécies da flora e fauna, sendo uns dos principais centros de endemismo dentre as regiões

savânicas mundiais (MYERS et al., 2000). Klink e Machado (2005) em revisão sobre o

Cerrado mostraram que o mesmo detém uma parcela significativa de espécies da fauna

brasileira: 37% dos mamíferos, 49% das aves, 50% das espécies de répteis e 20% dos

anfíbios, sendo que 28% das espécies do último grupo são endêmicas no bioma. Recentes

publicações, no entanto, apontam um incremento significativo no número de aves e répteis

distribuídas no Cerrado (SILVA e SANTOS, 2005; COSTA et al., 2007).

Contudo, o exato grau de conservação deste bioma é controverso. Klink e Machado

(2005) sugeriram que aproximadamente 45% do Cerrado ainda apresentam-se conservados

                                                            1  A Unidade Federativa do Estado do Tocantins será mencionada ao longo da dissertação sempre por Estado do Tocantins, Tocantins ou Estado. Qualquer menção que seja feita ao rio Tocantins, este virá acompanhado sempre da palavra rio, evitando qualquer confusão quanto à interpretação do substantivo Tocantins.

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integralmente. Entretanto, outros estudos apontam que cerca de 80% do total de sua área

foram modificados e/ou convertidos em centros urbanos e/ou em áreas para práticas

agropecuárias (MITTERMEIER et al., 2005). Estudo mais recente do MMA (2007) aponta

para um percentual de 60,42% do bioma Cerrado em condições originais (Figura 1).

Entretanto, numa análise mais parcimoniosa do próprio estudo, esse valor reduz a 46,74%,

pois são desconsideradas 13,68% das áreas de pastagens nativas que foram qualificadas como

áreas íntegras no primeiro percentual (MMA, 2007).

Embora haja divergências numéricas entre alguns autores quanto à cobertura original

restante do bioma, é fato que ao longo dos anos o Cerrado vem sofrendo grandes

transformações na sua estrutura biológica. A conversão, de pelo menos, mais da metade de

sua cobertura vegetal em áreas de agronegócio e complexos urbanos, juntamente à expressiva

diversidade biológica e elevado grau de endemismo, são premissas do conceito de áreas

prioritárias para conservação (hotspots), que atribui ao bioma Cerrado o título de um dos 36

hotspots de biodiversidade mundial (MYERS et al., 2005). Tal titulação exalta a necessidade

de atenção e cuidados especiais por parte do poder público e privado a este importante bioma

brasileiro.

No Tocantins, o bioma Cerrado cobre aproximadamente 87% do seu território, sendo

que 56%, segundo dados oficiais, ainda se encontram em satisfatório estado de conservação

(SEPLAN, 2008), o que denota um cenário um pouco mais animador. Machado e

colaboradores (2004), assim como estudo executado pelo MMA (2007), apontam para

existência de extensas áreas nativas do Cerrado nos extremos leste e oeste do Estado do

Tocantins (Figuras 1 e 2).

Todavia, o Cerrado do Tocantins tem como grande peculiaridade a presença de um

expressivo sistema de ecótono (AB’SABER, 2003).2 A oeste do Estado, acompanhando a

calha do rio Araguaia, o Cerrado tocantinense estabelece junto ao bioma Amazônico uma

extensa zona de transição, tanto em comprimento quanto em largura. As florestas ombrófilas

na região do Bico do Papagaio, norte do Estado Tocantins, juntamente às densas florestas

                                                            2 O conceito de ecótono é debatido insistentemente, coberto por discussões sobre sua utilização. Em linhas gerais sua aplicação se refere às zonas de tensão (do grego eco: casa, tono: tensão), isto é, áreas de contato ou de transição entre duas outras áreas (Clements 1905 apud Neiff 2003). Odum (1971) argumenta que por comportarem características de ambas as áreas adjacentes, a diversidade de espécies nestas zonas tensão seria coincidente as duas áreas e por sua vez também maiores.

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alagáveis da planície do Araguaia, na região da Ilha do Bananal e Cantão reafirmam tal

condição (SEPLAN, 2008).

Enquanto isso, a leste, de forma menos pronunciada, o Cerrado tocantinense sofre

influências da Caatinga, onde as matas estacionais decíduas, as “Matas Secas”, representam o

principal elemento xeromórfico da região. A presença destas matas séquidas é percebida

principalmente nos extremos norte e sudeste do Tocantins (SEPLAN, 2008).

Figura 2. A presença de quadrículas verdes no leste e oeste tocantinenses demonstra a existência de cobertura original do Cerrado no Estado. Fonte: Machado et al., 2004.

Figura 1. Cobertura original do bioma Cerrado segundo estudo do MMA. Em verde, cobertura nativa e em vermelho as áreas já antropizadas. Fonte: MMA 2007.

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Deste modo, diante do panorama descrito e considerando premissas do conceito de

ecótono, presume-se que o Estado do Tocantins detém uma diversidade faunística e florística

largamente representativa, com elementos do Cerrado, assim como dos biomas da Amazônia

e Caatinga.

Entretanto, toda essa biodiversidade parece contrastar-se a uma insuficiência de dados.

Lewinsohn e Prado (2002, 2006), em uma síntese de informações na base de dados Zoological

Records entre 1985 e 1999, reportaram que o Cerrado apresentava um índice de coletas e

conhecimento para vertebrados equivalente a 1,0 e 1,2 respectivamente; valor baixo quando

comparado ao índice de 1,5 - o mínimo considerado. Segundo os mesmos autores, os

inventários no bioma Cerrado seriam extremamente escassos, correspondendo pouco mais de

5% do total de inventários realizados entre os biomas brasileiros no período de 1985 e 1999.

Silva e Bates (2002), por sua vez, destacaram que o Cerrado ainda carece de grandes

expedições de reconhecimento de sua fauna; condição percebida no Estado do Tocantins onde

ainda há carência de estudos científicos de mapeamento e documentação de sua

biodiversidade principalmente no que se refere às aves (SILVA, 1995a; OREN e

ALBUQUERQUE, 1991) e répteis squamata (COSTA et al., 2007).

Aqueles estudos mais contemporâneos são decorrentes principalmente da expressiva

demanda de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Monitoramento Ambiental (MA), geradas

pelo grande número de empreendimentos em licenciamento no Estado, e ainda, devido a

investimentos em pesquisa por ONGs e programas públicos com fomento a estudos de

instituições de pesquisa e universidades.

Em contrapartida, os estudos mais antigos se devem principalmente à coleta de

exemplares da flora e fauna realizada por naturalistas e/ou pesquisadores que se aventuraram

em terras tocantinenses nos séculos XIX e XX (Tabela 1), quando o Tocantins ainda pertencia

à Capitania de Goyaz, Província de Goyaz e ao Estado de Goiás respectivamente3.

Comparado ao elevado número de naturalistas que transpôs o solo brasileiro, poucos foram os

naturalistas que passaram pelo Tocantins.

                                                            3 As Capitanias foram uma forma de divisão territorial no Brasil até pouco antes a independência brasileira em 1822, quando então, com novo desenho territorial, passam a ser chamadas de Províncias. Com a Proclamação da Republica em 1889, as Províncias tornam-se Estados.

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Histórico do conhecimento da biodiversidade tocantinense

A passagem destes naturalistas e pesquisadores em solo tocantinense será mencionada

a seguir em ordem cronológica. Para melhor exposição, essa descrição é apresentada em três

tópicos: Século XIX, os naturalistas oitocentistas; Século XX, naturalistas e pesquisadores;

Século XXI, sendo que neste terceiro tópico, a intenção é discorrer sobre a situação mais

contemporânea referente aos estudos da biodiversidade no Tocantins. A denominação

naturalista é descartada, visto que neste período as Ciências Biológicas já possuem

profissionais nas suas mais diferentes especialidades.

I. Século XIX, os naturalistas oitocentistas

Com a transferência da família real portuguesa para o Brasil e a conseqüente abertura

dos portos brasileiros às nações amigas em 1808, o que se percebe é uma entrada maciça de

naturalistas no Brasil, enviados a mando, principalmente, de suas respectivas monarquias

Européias (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1996). A região amazônica e as florestas

litorâneas da Mata Atlântica foram os principais destinos (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI,

1996), desviando assim alguns dos mais importantes naturalistas do século XIX, dos limites

do atual Estado do Tocantins. São eles: George H. Von Langsdorff (PAPAVERO 1971),

Johann Natterer (PELZELN, 1871 apud STRAUBE, 2000), Auguste de Saint-Hilare (SAINT-

HILAIRE, 1975) e a dupla Johann Spix e Carl Martius (MARTIUS e SPIX, 1981).

George H. Von Langsdorff (1774-1852), médico alemão naturalizado russo, liderou

grande expedição chamada “Expedição Langsdorff” pelo interior do Brasil entre 1826 e 1828

(PAPAVERO 1971; VANZOLINI 1996). Partindo do Rio de Janeiro, seguiu até região

amazônica passando por Cuiabá, Mato Grosso. Os trabalhos concentrados na região da

Chapada dos Guimarães, região onde localiza as nascentes da bacia do rio das Mortes,

afluente do rio Araguaia, foi à localidade mais próxima do Tocantins explorada pela

Expedição Langsdorff (PAPAVERO 1971). Sua rota de viagens seguiria para Santarém, no

Pará, onde em 1828, devido a problemas de saúde, a Expediçao Langsdorff dá-se por

encerrada.

O material coligido foi direcionado pra Museu de São Petersburgo, no entanto, as telas

pintadas por seus ilustradores Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrien Taunay e Hercules

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Florence são um dos grandes legados deixados por essa gigantesca campanha (PAPAVERO

1971; VANZOLINI 1996).

Johann Natterer, (1787 - 1843) naturalista austríaco, considerado o grande naturalista a

trabalhar em solo brasileiro (STRAUBE, 2000), em sua longa viagem de 18 anos (1817 a

1835) pelo Brasil, cruzou a porção central do atual Estado de Goiás na altura das cidades de

Jaraguá e Goiás (PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1993). Posteriormente rumou para rio

Araguaia, onde próximo a Araguaiana, Estado do Mato Grosso, fez sua travessia seguindo

para a Amazônia, esgotando qualquer possibilidade de passagem pelo Tocantins

(PAPAVERO, 1971; VANZOLINI, 1993).

Episódio semelhante ocorreu ao botânico e naturalista francês Auguste de Saint-

Hilaire (1779 - 1853), em passagem pelo interior do Brasil entre 1816 e 1822. Partindo de

Minas Gerais, percorreu as regiões centro-sul e sudeste da então Província de Goyaz,

passando por Jaraguá e Cidade de Goiás, assim como J. Natterer (SAINT-HILARE, 1975).

Em seguida tomou rumo para o sul, em direção da Província de São Paulo, não rendendo

assim trabalhos em solo tocantinense (SAINT-HILARE, 1975).

Johann Baptiste von Spix, zoólogo (1781-1826) e Karl Friedrich Von Martius,

botânico (1794-1868), foram naturalistas alemães, contemporâneos de Johann Natterer e

Saint-Hilaire, que trabalharam no Brasil entre 1817 e 1820 (PAPAVERO, 1971; SPIXI e

MARTIUS, 1981; VANZOLINI, 1996). Suas rotas de viagem, como ambos acima, não

contemplaram o Tocantins. Suas expedições iniciaram-se no Rio de Janeiro e passando por

Minas Gerais rumaram-se pelo nordeste brasileiro, cortando Bahia, Piauí e Maranhão. Daí

seguiram para Belém, até a foz do rio Amazonas, de onde subiram seu leito em direção às

suas cabeceiras (PAPAVERO, 1971; SPIX e MARTIUS, 1981; VANZOLINI, 1996).

Todavia, o primeiro naturalista oitocentista a passar pelo Tocantins parece ter sido

Johann Emmanuel Pohl (1782-1834). Austríaco, era médico, mineralogista e botânico; sua

passagem por solo brasileiro está documentada em seu diário de viagem, publicado em idoma

nativo e em português (POHL, 1976). Chegou ao Brasil em 1817, em comitiva científica4

vinda da Áustria para o casamento de arquiduquesa imperial da Áustria, D. Leopoldina, com o

                                                            4 Apenas por curiosidade, nesta comitiva junto de Pohl estavam relacionados para execução dos estudos de Historia Natural em terras brasileiras Johann Natterer e Spix e Martius. Pelo que é relatado por Pohl em seu diário de viagens, parece ter existido uma disputa ou rivalidade entre eles. Pohl em determinada passagem de sua obra, exalta o triunfo de ter conseguido peles negras de onças-pintadas em Goiás, o que segundo ele não teria sido alcançado por J. Natterer.

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príncipe herdeiro, Dom Pedro de Alcântara, mais tarde Imperador D. Pedro I. Permaneceu no

país entre os anos de 1817 e 1821, quando neste período empreendeu árdua expedição entre as

capitanias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goyaz, coligindo material zoológico,

mineralógico e principalmente botânico, todo ele levado para Viena, Áustria.

Sua viagem pelo Tocantins iniciou em 22 de abril de 1819 quando partiu de Vila Boa,

atual cidade de Goiás, em direção a Porto Real, atual Porto Nacional, no Tocantins. Após

atravessar o nordeste goiano nas imediações da Serra da Mesa, Pohl em 8 de julho atravessou

o Rio Traíras, atual divisa em entre os Estados de Goiás e Tocantins (PAPAVERO 1971;

POHL, 1976). Ao adentrar no Tocantins, Pohl tece alguns comentários sobre os grandes

bandos de araras-azuis encontradas no caminho (Anodorynchus hyacintinus) e exalta ainda a

grande qualidade das coletas botânicas naquela região devido à abundância de material fértil

(POHL 1976).

Em 01 de agosto, Pohl e sua comitiva chegam a Porto Real. Imediatamente à sua

chegada ele solicita às autoridades locais providenciarem os preparativos para uma descida de

barco por pelo menos 15 dias ao longo do rio Tocantins, por ele denominado na época rio

Maranhão (POHL, 1976). Nessa excursão fluvial que delongou por 22 dias entre descida e

subida, Pohl descreve de forma entusiasmada todos os pormenores da viagem, principalmente

os contatos estabelecidos com os temidos índios avá-canoeiros. Por fim, seu destino mais

setentrional foi a Aldeia Cocal Grande, na margem direita do rio Tocantins, após a vila de São

Pedro de Alcântara, atual Carolina, no Maranhão.

O retorno a Porto Real se dá em 23 de agosto. Em 27 de agosto, Pohl e sua comitiva

partem de Porto Real rumo novamente a Vila Boa. Contudo, o regresso em terras

tocantinenses não segue a mesma rota de chegada. A saída do Tocantins sucede por passagem

pelo Arraial de Arraias, atual Arraias, sudeste do Tocantins (PAPAVERO 1971; POHL,

1976). Dali segue até o córrego Bezerra, atual limite de Goiás e Tocantins, quando em 19 de

setembro após sua travessia retorna às terras goianas (POHL, 1976).

A grande contribuição de Pohl para Historia Natural brasileira e certamente

tocantinense foi botânica. Após retornar à Áustria, ele publicou importante obra: Plantarum

Brasiliae icones et descriptiones hactenus ineditae (Ícones e descrições de plantas do Brasil

até agora inéditos). Em seu diário de viagens (POHL, 1976), Pohl afirma ter sido um dos

primeiros a cruzar terras mais ao norte do Brasil Central, pois segundo ele, a maioria dos

naturalistas que desembarcaram no Brasil, concentrou-se em terras mais litorâneas e próximas

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ao Rio de Janeiro. Deste modo, a então inédita passagem por terras setentrionais da capitania

de Goyaz lhe renderia a coleta de primoroso e inestimável material florístico, desconhecido

dos botânicos da época.

Em seguida, o Tocantins seria explorado pelo britânico William John Burchell (1782 –

1863). Sua passagem pelo Brasil transcorreu entre os anos de 1825 e 1830 (PAPAVERO,

1973; PICKERING, 1998; OXFORD, 2008) iniciada no Rio de Janeiro, tendo com destino

final em Belém, Estado do Pará. Sua passagem pelo Tocantins, em 1828, coincide bastante

com aquela traçada por Pohl, pois parte da mesma Vila Boa, na Capitania de Goiás, com

destino a Porto Real (Figura 3). Daí, diferentemente de Pohl que retorna a Vila Boa, Burchell

segue para norte, descendo todo o leito do rio Tocantins até Belém no Pará (PAPAVERO,

1973; PICKERING, 1998).

Figura 3. Mapa mostrando trajetória percorrida por Burchell em 1828. Burchell segue até Belém, enquanto Pohl, desce o rio Tocantins até São Pedro Alcântara, atual Carolina-MA (seta) retornando à Porto Nacional de onde regressa para Cidade de Goiás. Fonte: adaptado de Pickering, 1998.

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Durante sua passagem pelo Brasil, Burchell coligiu grande quantidade de exemplares

da fauna e flora brasileira, com destaque aos mais de 16.000 espécimes de insetos e 362

espécies de aves representadas por 817 peles (OXFORD, 2008). Já em Londres, parte deste

material foi doado ao Museu de Historia Natural de Oxford (OUMNH) e outra parte teria

ficado sob sua guarda. Dois anos após a sua a sua morte, em 1865, sua esposa doa o restante

do material ao OUMNH (PAPAVERO, 1973; OXFORD, 2008).

Embora muito representativa tenha sido a coleta de Burchell, ele não dedicou atenção

especial à correta etiquetagem de seus espécimes para a determinação do local exato de

coleta. Na coleção de aves por ele coligida somente é mencionado Brasil com localidade de

coleta, como verificado, após solicitação dos tombamentos do material de Burchell à

curadoria do OUMHN. Tal descuido, advertido por Vanzolini (1996) como erro freqüente

entre os naturalistas oitocentistas, dificulta sobremaneira estudos mais detalhados de

biogeografia.

Por fim, os dois últimos naturalistas oitocentistas a transporem solo tocantinense

foram o escocês George Gardner (1809 – 1849) e o francês Francis Laporte de Castelnau

(1810 – 1880).

George Gardner era médico, geólogo e botânico (GARDNER, 1975). Chegou ao

Brasil em 1836, desembarcando no Rio de Janeiro, onde já dá início aos seus trabalhos,

fazendo relevantes incursões a Serra dos Órgãos, cadeias de serras na região de Teresópolis.

Após um ano, segue para a Bahia, de onde inicia uma longa jornada passando por

Pernambuco, Alagoas, Ceará, Piauí, novamente Bahia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e

finalmente Rio de Janeiro em 1840. Retorna à Inglaterra em 1841, embarcando no Maranhão

(GARDNER, 1975).

Gardner iniciou sua passagem pelo Tocantins em 21 de setembro de 1839, quando

cruzou a Serra Geral, divisa dos Estados da Bahia e Tocantins. Ele vinha de Santa Maria,

atual Formosa do Rio Preto, no extremo noroeste da Bahia, naquela época província de

Pernambuco, em direção à Vila do Duro, hoje Dianópolis, município do sudeste tocantinense

(GARDNER, 1975). Em seguida, rumou para Natividade, onde permaneceu de 25 de outubro

deste mesmo ano até 10 de fevereiro de 1840.

Em Natividade, Gardner despendeu bastante tempo para seus trabalhos, explorando

extensivamente as redondezas, principalmente com a coleta de material botânico. Em seu

diário de viagem, Gardner com frequência remete aos trabalhos de Pohl, Saint-Hilare,

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Burchell e Spix e Martius, como se de alguma forma efetuasse comparações em busca de

dados e informações inéditas, visto que eles executaram seus respectivos trabalhos pelo Brasil

cerca de duas décadas anteriores a Gardner.

Sua próxima e última parada pelo Tocantins ocorreu em Arraias, onde permaneceu

entre 26 de fevereiro e 6 de maio de 1840. De lá seguiu para São Romão, às margens do rio

São Francisco em Minas Gerais (GARDNER, 1975). Seu material foi depositado na Inglaterra

no Royal Botanic Gardens Kew; o material botânico soma aproximadamente 6.100

exemplares.

Francis Laporte de Castelnau (1810 – 1880), naturalista francês, realizou grande

expedição pela América do Sul (1843 – 1847) acompanhado de botânicos e do zoólogo Emile

Deville (CASTELNAU 1850-51, 1949 apud VANZOLINI, 1996; PAPAVERO, 1971;

VANZOLINI, 1996). Castelnau e sua equipe percorreram o Tocantins entre fevereiro e

novembro de 1844, quando entraram no Estado navegando o braço menor do rio Araguaia ao

sul da Ilha do Bananal. Desceram seu leito até alcançarem a foz com o rio Tocantins, onde

problemas com as embarcações resultaram na perda de valioso material zoológico coletado na

descida do rio Araguaia (PAPAVERO, 1971). Dalí em diante subiram o rio Tocantins,

passando por Porto Nacional até chegarem a Peixe. Regressaram à cidade de Goiás seguindo

por terra (PAPAVERO, 1971; SILVA, 1989; VANZOLINI, 1996), em trajeto similar aos

realizados por Gardner e Pohl.

O material coligido foi levado para o Museu de História Natural de Paris. Dentre as

aves, por exemplo, foram coletados aproximadamente 2000 espécimes, os quais são

merecedoras de atenção maior, pois nunca foram estudados de forma integral (SILVA, 1989).

A principal contribuição de Castelnau e sua equipe, sobretudo para o Tocantins, se deve a rica

coleção ictiológica reunida ao longo dos rios Araguaia e Tocantins (VANZOLINI, 1996).

II. Século XX, naturalistas e pesquisadores

Comparado ao século XIX, o século XX foi marcado por intensificação dos trabalhos

de história natural no Tocantins, pois além de naturalistas, começaram a passar pesquisadores

por solo tocantinense, principalmente na segunda metade do século. Para alguns, entretanto, a

literatura sobre obra e vida é extremamente escassa ou inexistente, sendo alguma evidência da

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passagem de um ou outro naturalista ou pesquisador descoberto somente após trabalho

compilatório executado nesta dissertação.

As coletas de testudíneos no norte do Tocantins, mais precisamente na região da

confluência dos rios Araguaia e Tocantins, em 1903, por Friedrich Siebenrock (1853-1925)

(SIEBENROCK, 1904 apud JONH IVERSON com. pessoal), naturalista herpetólogo do

Museu de História Natural de Viena na década de 1920, parecem ter sido as primeiras

documentações zoológicas de que se tem notícia para o Estado no século que se iniciava.

Em 1907 e 1908, foram depositados alguns anfíbios no Museu Carnegie de História

Natural nos EUA por John D. Hanseman, provenientes do rio Novo, próximo à cachoeira da

Velha, região do Jalapão, leste do Tocantins (www.herpnet.org.). Hanseman esteve no Brasil

durante excursão organizada pelo Museu Carnegie de História Natural, quando percorreu,

entre 1907 e 1910, grande parte da América do Sul (SPOTTS, 2007), tendo como principal

foco da expedição a coleta de material ictiológico, o que rendeu a descrição de várias novas

espécies de peixes (SPOTTS, 2007).

Em 1900, com a criação do Instituto Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, iniciou-se uma

série de expedições ao interior do Brasil para estudos de cunho parasitológicos,

epidemiológicos e de saúde pública. Dentre essas expedições, destaca-se uma, a dos médicos

sanitaristas Belisário Penna (1868 – 1939) e Arthur Neiva (1880 – 1943), que em 1912

viajaram pela Bahia, Piauí e norte (atual Tocantins) e sul de Goiás. Toda a expedição é

minuciosamente narrada pelos médicos em publicação do periódico Memórias do Instituto

Osvaldo Cruz (NEIVA e PENNA, 1916).

Nesta expedição os pesquisadores reuniram ao longo da viagem informações sobre

condições sanitárias como também as enfermidades, vetores e agentes patológicos nas

diferentes localidades assistidas. Sobretudo, tomaram nota de valiosa informação sobre a

história natural dos locais visitados, fazendo menção a aspectos culturais da população e sobre

a riqueza florística e faunísticas locais.

A passagem da comitiva de Neiva e Penna pelo Tocantins iniciou-se em 19 de julho de

1912, quando atravessaram as chapadas da Serra Geral na divisa entre Bahia e Tocantins. Os

autores descrevem, admirados, a chegada, naquele tempo, ao então Estado de Goiás:

“Partimos, pois, os cavaleiros às 10 horas e levando apenas uma carga, e chegamos a Lagoa

às 5 horas da tarde. Do alto da serra do Duro, já nas divisas da Bahia com Goiaz,

descortina-se um dos mais belos panoramas que se possa imajinar. Serras, chapadas, e

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campinas numa extensão formidável, abranjendo a vista muitas legoas em torno. Decemos

mais de 300 metros e fizemos a famosa travessia em oito horas. Contra nossa expectativa, a

meia noite, desse dia chegava a tropa, com que só contavamos na manha do dia seguinte.”

(Neiva e Penna 1916 p. 206)

Após a travessia da Serra Geral passaram por Dianópolis (São José do Duro),

Natividade, e chegaram em 4 de agosto em Porto Nacional. De lá seguiriam para oeste, em

direção ao rio Araguaia, em Conceição do Araguaia, no Pará, de onde pretendiam navegar rio

acima até Leopoldina, atual Aruanã, em Goiás. Neste trajeto, indiscutivelmente, acabariam

por cruzar extensas distâncias em solo tocantinense, inclusive a Ilha do Bananal, somente

trafegada por Castelnau e equipe na primeira metade do século XIX.

Porém aconselhados pelos frades em Porto Nacional a não tomarem o rumo do rio

Araguaia, devido à grande distância, precariedade de serviços naquela região, a vazante do rio

e ainda os possíveis ataques do temidos índios locais, decidiram prosseguir para a Cidade de

Goiás, por terra, rumando-se para sul de Porto Nacional. Partiram em 16 de julho de 1912,

passando por Brejinho de Nazaré, rio Santo Antônio, afluente do rio Tocantins, e ao chegarem

às margens do rio Cana Brava, em 27 de dezembro de 1912, finalizavam permanência por

terras tocantinense adentrando em território do atual Estado de Goiás.

Neiva e Penna colecionaram principalmente vermes e artrópodes como insetos e

carrapatos; para estes últimos, os pesquisadores apresentam em seus diários extensa lista de

espécies coligidas ao longo de toda a viagem. Por eles, também foi organizada uma coleção

de serpentes, encaminhada ao Instituto Butantan, com intuito inicial o estudo de seus venenos

e produção de soros (NEIVA e PENNA, 1916). De acordo com a cronologia de passagens de

pesquisadores e naturalista no Tocantins, Neiva e Penna seriam os primeiros brasileiros a

estudarem elementos da natureza em terras tocantinenses.

Ainda na década de 10, é constada no Tocantins a presença de Rudolph Pfrimer

(1885-1954), coletor de origem eslovena, de história pouco conhecida. Além de Tocantins,

Pfrimer passou pelos Estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais. O material coletado por ele era

encaminhado para o Museu Nacional no Rio de Janeiro (MNRJ) (observação pessoal, Silva

1989), onde era então apreciado pelo Dr. Alípio de Miranda Ribeiro (1874 – 1939) curador e

responsável na época pelo departamento de Zoologia do MNRJ. Além disso, há depósitos de

suas coletas nas coleções de anfíbios da California Academy of Sciences (CAS) e National

Museum of Natural History (USMN) (www.herpnet.org), exemplares coletados por Pfrimer

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no então Estado de “Goyaz”, sem muita distinção sobre data e o específico local de coleta,

podendo ter origem ou não nos limites tocantinenses.

Infelizmente, um equívoco existente quanto ao material colecionado por Pfrimer é

justamente a ausência de detalhamento de informação na etiquetagem dos espécimes

(Observação pessoal; SILVA, 1989, www.herpnet.org), assim como observado em Burchell.

Em várias etiquetas Pfrimer somente reporta “Goyaz” como localidade de coleta, sem

qualquer outra distinção; em alguns casos, fortuitamente, acaba por referir-se a alguma

localidade específica, quando, por exemplo, menciona “Arraias” (Tocantins) ou “Flores de

Goyaz” (Goiás), porém em casos como “Serra Geral, Goyaz”, somente é possível uma

aproximação quanto à real localidade de coleta.

Diante de tais circunstâncias, sabe-se que Pfrimer coletou no Tocantins nas localidades

de Palma (atual Paranã), rio Palma, Arraias, ribeirão Salobro em Natividade, rio Palmeiras,

Espírito Santo do Peixe (atual Peixe), São José do Duro, (atual Dianópolis) e Santa Maria do

Taguatinga (atual Taguatinga) (observação pessoal; SILVA, 1989).

Miranda-Ribeiro tinha grande apreço pela coleção de Pfrimer, pois se tratava depois

de Saint-Hilare e Castelnau do mais novo material ornitológico colecionado proveniente de

“Goyaz”, o que conferia à coleção de Pfrimer grande importância zoogeográfica (MIRANDA

RIBEIRO, 1926). Toda essa consideração ficou bem caracterizada quando Miranda-Ribeiro,

ao descrever uma nova espécie de tiriba coletada por Pfrimer, nas matas secas de Taguatinga,

sudeste do Tocantins, tratou de homenageá-lo, nomeando o novo psitacídeo de Pyrrhura

pfrimeri.

Durante a década de 1920 estiveram no Tocantins, dois naturalistas alemães: Dra

Emilie Snethlage (1868 – 1929) e seu sobrinho, Dr. Emil-Heinrich Snethlage (1897 - 1939).

Ambos dedicaram-se quase exclusivamente aos trabalhos ornitológicos (SICK, 1997). H.

Snethlage, além da coleta de aves dedicou ao estudo botânico das embaúbas, Cecropia sp,

com a descrição de novas espécies (SICK, 1997) e ainda ao estudo etnográfico de povos

indígenas na região do rio Guaporé, divisa entre Brasil e Bolívia (MERE, 2008).

No Tocantins, H. Snethlage iniciou suas coletas ornitológicas em setembro de 1825,

quando esteve nas cabeceiras do rio Perdida, em Certeza (atual Lizarda). Em seguida,

navegando a montante pelo rio Tocantins, chega a Carolina no Maranhão. Após 4 dias cruza o

rio Tocantins para sua margem esquerda, então Estado de Goyaz, permanecendo em

Philapelphia (atual Filadélfia) entre 25 de novembro e 30 de dezembro do referido ano. Segue

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para São Antônio da Boa Vista (atual Itaguatins), permanecendo entre 25 de janeiro a 24 de

fevereiro de 1926, onde finaliza sua expedição ornitológica pelos Estados do Maranhão, Piauí

e Tocantins (HELLMAYR, 1929).

Todo material coletado encontra-se depositado no Field Museum em Chicago (EUA) e

foi objeto de estudo do renomado sistemata de aves, o austríaco Carl Eugene Hellmayr (1878-

1944). Em primoroso estudo, Hellmayr reuniu todos os registros existentes de aves datados

até 1926 para os Estados do Maranhão, Piauí e Ceará e publicou o manuscrito referencial

sobre a zoogeografia das aves do nordeste brasileiro (HELLMAYR, 1929).

Por sua vez, Emilie Snethlage (Figura 4), foi considerada pesquisadora de notório

renome e prestígio no desenvolvimento das ciências naturais no Brasil. Vinda da Alemanha

em 1905, a convite de Emil Goeldi, trabalhou no Museu Paraense de Belém até 1921 (SICK,

1997; MERE, 2008).

Neste período, empreendeu pela floresta Amazônica, duradouras expedições,

coligindo principalmente, material ornitológico de extrema relevância, por conter inúmeras

espécies desconhecidas da ciência (SICK, 1997). Sua coragem e audácia fizeram com que ela

percorresse regiões da Amazônia até então nunca exploradas do ponto de vista naturalístico,

cujo acúmulo de conhecimento lhe rendeu o título de “Emilie Snethlage da Amazônia” por

outros naturalista e pesquisadores em todo mundo (SICK, 1997).

Com a crise do Ciclo da Borracha no Estado do Pará, na década de 1920, já não havia

mais recursos por parte deste Estado para financiar seus estudos. E. Snethlage, então, foi

contratada em 1922 pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro onde trabalhou até 1929, quando

em expedição a Rondônia, veio a falecer devido a complicações cardíacas (SICK, 1997;

MERE, 2008).

No período em que esteve ligada ao MNRJ, E. Snethlage percorreu boa parte do

território brasileiro coletando principalmente aves, passando pelo Tocantins em 1927, quando

esteve na Ilha do Bananal, especificamente no Furo da Pedra, localidade às margens do rio

Araguaia (SILVA, 1989; SICK, 1997).

Após sua passagem pela Ilha do Bananal, E. Snethlage descreve duas novas espécies

de aves; Serpophaga araguayae e Cercomacra ferdinandi. A primeira perde sua validação

como espécie plena, após a confirmação, que o único espécime coletado e utilizado na

descrição tratava-se de individuo de Myiopagis caniceps (SILVA, 1990; TEIXEIRA, 1990).

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A segunda, sua importante contribuição à ornitologia tocantinense, é descrita a partir

da análise de nove indivíduos coletados no Furo da Pedra, os quais foram designados como os

síntipos da espécie, atualmente depositados no MNRJ. Além da nova espécie, os trabalhos de

E. Snethlage na Ilha do Bananal tiveram grande contribuição para o entendimento da

Figura 4. À esquerda, Emilie Snethlage.

Abaixo, E. Snethlage portando sua espingarda, acompanhada de seu auxiliar durante trabalhos de coleta na Amazônia.

Fonte: Arquivo pessoal da família Snethlage apud Mere 2008

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distribuição de várias espécies de aves amazônicas na porção oriental da Amazônia (SILVA,

1989; SILVA, 1995b; SICK, 1997).

Em suma, os 24 anos de trabalhos no Brasil renderam a E. Snethlage grande

reconhecimento e admiração, pois com sua simplicidade e destemida ousadia sagrou-se, em

uma época de pouca visibilidade e crédito ao labor feminino, na primeira mulher em solo

brasileiro, e por assim dizer também tocantinense, a alcançar tamanha façanha no

desenvolvimento científico natural do país, como destacado por Emil Goeldi (SICK, 1997).

Com a morte de E. Snethlage em 1929, o Tocantins parece ser somente alvo de estudos sobre

sua biodiversidade no fim da década de 1940.

Todavia, antes de avançar no relato dos próximos trabalhos sucedidos no Tocantins,

vale ressaltar três importantes naturalistas que estiveram muito próximo de atuarem no Estado

nesta primeira metade do século XX: Monsenhor G. A. Baer (1839-1918), José Blaser (?) e o

alemão Dr. Hemult Sick (1910-1991) (SILVA, 1989; SICK, 1997).

Mons. Baer coletou abundante material entre 1905 e 1906, na região de Aruanã em

Goiás, no rio Araguaia (SILVA, 1989), região 240 km a montante da Ilha do Bananal. José

Blaser coletou em Minas Gerais e Goiás nas décadas de 1920 e 1930. Em Goiás esteve na

região da Chapada dos Veadeiros e rio São Domingos, extremo nordeste de Goiás (SILVA,

1989) quase divisa com estado do Tocantins.

Helmut Sick, considerado um dos maiores ornitólogos brasileiro, coligiu à serviço da

Fundação Brasil Central, nas décadas de 1940 e 1950, rica e vultosa coleção de vertebrados

(principalmente aves) na região de Aragarças, Goiás (SILVA, 1989). Durante o mesmo

período, atuou também na região do médio Rio das Mortes, afluente do rio Araguaia no

nordeste do Mato Grosso (PINTO e CAMARGO, 1948; SICK, 1956) e ainda na região do

alto rio Xingu, Mato Grosso (SICK, 1950). Foi durante estas expedições que Sick esteve mais

próximo do Tocantins, não chegando a adentrá-lo.

Em meados da década de 40, Harald Schultz (1909 – 1966), fotógrafo e etnógrafo

porto-alegrense, imprimiu várias excursões para o estudo etnológico e etnográfico das

diferentes etnias indígenas brasileiras quando servidor do Museu Paulista, atual MZUSP

(BALDUS, 1966; FRANÇOSO, 2005). Entre 1948 e 1951, Schultz estudou a etnia Karajá na

Ilha do Bananal, e Krahô, no norte do Tocantins, reunindo toda e qualquer informação a

respeito do cotidiano dos índios (BALDUS, 1966); conseqüentemente fez parte de sua

coleção etnológica representantes da fauna local.

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Sua maior dedicação ao estudo faunístico parece ter sido ao conhecimento ictiológico

expressos na publicação em 1964 de seu livro "Piranhas - fact and fiction”, nos vários

espécimes-tipos de peixes em coleções ictiológicas pelo mundo, alguns deles originários do

Tocantins e por fim na homenagem recebida na descrição do Coridora, Corydoras

haraldschultzi. Quelônios e crocodilianos também parecem ter sido alvos de suas coletas,

evidenciados pela existência de exemplares de ambos os grupos no MZUSP, vários deles

originados do Tocantins nas datas de sua passagem pelo Estado (observação pessoal).

Também em 1948, passou pela Ilha do Bananal, o herpetólogo belga Alphonse

Richard Hoge (1912-1982) e equipe, a serviço do Instituto Butantan (HOGE, 1952). Seus

estudos concentraram-se na região de Santa Izabel do Morro, porção sul da Ilha do Bananal,

na margem direita do rio Araguaia. Foram coletados anfíbios e répteis, sendo a coleta de

Squamata mais representativa. Dentre as 27 espécies de ofídios coletadas, nenhuma das

espécies tinha ocorrência confirmada para a região da Ilha do Bananal. Todavia, quelônios e

crocodilianos também foram contemplados (HOGE, 1952). Embora, o Instituto Butantan

tenha sido o mandante da expedição, o material coletado encontra-se atualmente, pelo menos

de forma parcial, no MZUSP, como verificado em visita a este museu.

Dentre os exemplares de quelônios e crocodilianos depositados no MZUSP

examinados, alguns deles traziam em suas etiquetas Expedição Butatan, como coletor, e 1948,

como ano de coleta. No entanto, alguns destes exemplares, somente traziam uma dessas

informações. Esta condição é percebida para o único exemplar de jacaré-de-papo-amarelo,

Caiman latirostris, já registrado para a Ilha do Bananal. Sem data de coleta, mas com menção

à Expedição Butantan como coletor (observação pessoal), este espécime de C. latirostris,

muito provavelmente fora coligido por Hoge, o que seria uma de suas principais contribuições

ao conhecimento da fauna tocantinense. No entanto existem algumas objeções quanto a este

registro que serão consideradas no capítulo seguinte desta dissertação.

Alejandro Andrés Pesce (1916 – 1967), grande admirador uruguaio da zoologia e

antropologia, foi taxidermista do Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia do seu

país. Em agosto de 1953, organizou uma expedição à Ilha do Bananal, onde fez algumas

coletas de quelônios, crocodilianos e aves, porém o estudo etnográfico das etnias indígenas da

região era seu maior interesse (MNHNA, 2008).

Por sua vez, em 1956, o Los Angeles Museum e o Museu Nacional do Rio de Janeiro

firmaram parceria que culminou na organização da Machris Brazilian Expedition, expedição

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naturalística cujo objetivo era reunir material tanto botânico quanto faunístico da região do

Planalto Central (DELACOUR, 1957). A expedição durou de 12 de abril de 1956 a 7 de maio

de 1960 e percorreu regiões do atual Estado de Goiás e Distrito Federal, bem como do

Tocantins. O município de Peixe, às margens do rio Tocantins e localidade de Santa Isabel do

Morro, na Ilha do Bananal, às margens do rio Araguaia, foram às regiões escolhidas para

amostragem e coletas no Tocantins (STAGER, 1961). Todo material colecionado foi

depositado no Los Angeles Museum, à exceção dos materiais-tipo, depositados no Museu

Nacional (STAGER, 1961).

Contudo, é a partir da década de 1960 que o Estado do Tocantins passa por uma

grande alavancada no conhecimento de sua biodiversidade. É nesta época que o naturalista

José Hidasi (Figura 5), nascido em 6 de maio de 1926, na cidade húngara de Makó e

naturalizado brasileiro desde 1962, inicia suas expedições de coleta e reconhecimento da

fauna do Tocantins (HIDASI, 1962).

Embora tenha viajado por outros estados brasileiros, e até mesmo por terras

estrangeiras, foi nos Estados de Goiás e Tocantins que José Hidasi coligiu a maior parte dos

milhares de exemplares colecionados, sua maioria aves (PEROTTI, 2005). Na década de

1950, José Hidasi, à serviço da Fundação Brasil Central, dedicou-se, na companhia de Helmut

Sick, aos trabalhos quase exclusivamente no território do atual Estado de Goiás, com

incursões também no Mato Grosso e Pará.

Figura 5: José Hidasi, húngaro naturalizado no Brasil desde 1962, exibindo o raro pica-pau-do-parnaíba, um dos milhares de exemplares de sua coleção ornitológica em Goiânia, GO. Foto: Nunes D’Acosta apud J. F. Pacheco.

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Desta forma, em solo tocantinense, seus primeiros trabalhos somente ocorreram na

Ilha do Bananal em 1962 (HIDASI, 1962). Porém, vale salientar que J. Hidasi coligiu grande

número de exemplares de aves no município paraense de Conceição do Araguaia, localizado

na margem esquerda do rio Araguaia, em 1957, conforme verificado no MZUSP e Museu de

Ornitologia de Goiânia (MOG). Alguns destes espécimes foram coletados ao longo do leito

do rio, implicando possivelmente na coleta de aves que compartilhavam de ambos os Estados.

Em sua passagem pela Ilha do Bananal, J. Hidasi permaneceu por 15 dias contados a

partir de 10 de maio daquele ano na região da aldeia de Macaúba, onde se encontrava a sede

do Parque Nacional do Araguaia, cujas instalações serviram como base e acampamento de

trabalho naquela oportunidade (HIDASI, 1962). O objetivo era listar e testemunhar por meio

de coletas e demais tipos de registros os representantes da fauna local (HIDASI, 1962).

Alguns exemplares coletados na Ilha do Bananal em 1958, 1961, 1963, 1964, 1967, 1971 e

1983, indicam uma suposta e rápida passagem de José Hidasi pelo local, antes e após a

principal expedição de 1962 (observação pessoal na coleção do MOG).

A partir de 1963 até 1968, José Hidasi imprimiu um forte ritmo de expedições no

Tocantins, sendo as regiões de Tocantínia e Araguatins as escolhidas para suas coletas. A

região de Tocantínia, na margem direita do rio Tocantins na porção central do Estado, distante

aproximadamente 80 km da capital, Palmas, foi estudada por José Hidasi entre os meses de

abril e maio de 1964. O material coligido para a região consiste em uma centena de peles de

aves (observação pessoal).

Em Araguatins, cidade localizada na margem direita do rio Araguaia na região do Bico

do Papagaio, norte do Tocantins, José Hidasi fez sistemáticas expedições que persistiram

entre 1963 e 1968. O primeiro ano, aquele com maior dedicação por parte de José Hidasi,

concentra a grande maioria dos espécimes coletados para Araguatins (observação pessoal).

Ao longo destes 10 anos de trabalho no Tocantins, o material coligido por Hidasi teve

diversos destinos; ou foram depositados no Museu de Ornitologia de Goiânia, por ele fundado

em 1968, ou foram encaminhados para outras coleções nacionais e/ou internacionais. Os

pormenores e a lista de coleções e museus recebedores do material coligido por José Hidasi é

mencionado mais adiante.

Na década de 1970, vários foram os convites a José Hidasi para organização e reforma

de laboratórios de taxidermia e coleções científicas em outras regiões do Brasil (PEROTTI,

2005), ausentando-o da coleta no Estado do Tocantins por algum tempo. Em 1975 após

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Naturalista pesquisador Período de estudo Principais organismos focados

Johann Emmanuel Pohl 1819 Plantas, aves, mamíferos

William John Burchell 1828 Plantas, insetos, aves,

George Gardner 1839 Plantas

Francis Laporte de Castelnau 1844 Plantas, peixes, aves, répteis, mamíferos

John D. Hanseman 1908 Anfíbios, Peixes

Belisário Penna e Arthur Neiva 1912 Invertebrados, serpentes

Rudolph Pfrimer 1919 Anfíbios, Aves

Emil Herinch Snethlage 1926 Plantas, Aves

Emilie Snethlage 1927 Aves, mamíferos

Harald Schultz 1948 Peixes, quelônios, crocodilianos

Alphonse R. Hoge 1948 Anfíbios, squamatas, quelônios, crocodilianos

Alejandro Andrés Pesce 1953 Quelônios, crocodilianos e aves

Machris Brazilian Expedition 1956 Plantas, aves, mamíferos

José Hidasi 1962 Peixes, aves, répteis, mamíferos

Grantsau Rolf 1963 Aves (Beija-Flores)

José Hidasi 1964 Peixes, aves, répteis, mamíferos

José Hidasi 1968 Peixes, aves, répteis, mamíferos

Dante Teixeira 1981 Aves

Manoel Santa-Brígida 1984 Aves

Herculano Alvarenga 1987 Aves

José Hidasi 1995 Aves, mamíferos

Tabela 1. Naturalistas e pesquisadores que passaram por território tocantinense nos séculos XIX e XX com a indicação do organismo de interesse de estudo.

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regressar de Cuiabá, José Hidasi retoma o projeto de Museu Itinerante, iniciado timidamente

em 1965, com a aquisição de um ônibus, após a venda de seu antigo caminhão Mercedes,

utilizado para o transporte e exposição das peças taxidermizadas nas visitas as cidades

vizinhas a Goiânia na década de 1960 (PEROTTI, 2005).

Dispondo de uma melhor estrutura, viaja por mais de vinte anos expondo seu material

colecionado às comunidades do interior do Brasil (PEROTTI, 2005) e segundo o próprio

Hidasi, oportunizando a coleta de novos exemplares de regiões não exploradas por ele

outrora, para coleção do Museu de Ornitologia de Goiânia.

Entre 1980 e 1983, por meio do Museu Itinerante, José Hidasi coletou mais de

duzentos exemplares de aves no Tocantins; sendo que os municípios visitados, de norte a sul

foram: São Miguel do Tocantins, Tocantinópolis, Axixá do Tocantins, Colméia, Colinas do

Tocantins, Presidente Kennedy, Miranorte, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, Peixe,

Santa Rosa do Tocantins, Natividade, Bonfim, Dianópolis, Taguatinga, Gurupi e Alvorada do

Tocantins. Após estas coletas, José Hidasi planeja novas investidas ao Tocantins somente a

partir de meados da década de 1990.

Ao longo destes 20 anos de expressiva documentação faunística realizada por J.

Hidasi, outros pesquisadores também passaram pelo Tocantins, contudo com uma

representatividade menor que a do ornitólogo húngaro-brasileiro. Na década de 1960, o

ornitólogo alemão Rolf Grantsau, atualmente residente em São Bernardo do Campo-SP,

coletou alguns exemplares de aves, principalmente beija-flores, de norte a sul do Tocantins ao

longo das cidades que margeiam a BR-153. Parte deste material encontra-se em coleção

particular e parte depositada no MZUSP, conforme verificado em visita a este último.

No inicio da década de 1980, o ornitólogo Dante Teixeira, pesquisador em atividade

no Museu Nacional do Rio de Janeiro, excursionou entre julho e agosto de 1981 na Ilha do

Bananal, na região de Santa Izabel do Morro e arredores. O material ornitológico coletado por

ele e equipe nesta expedição, encontra-se depositado no Museu Nacional (Silva, 1989).

Em 1983, o coletor e taxidermista Manoel Santa-Brígida, do MPEG, coletou inúmeros

exemplares de aves em alguns trechos do rio Araguaia, na margem tocantinense,

contemplando os municípios de Ananás, Santa Fé, Xambioá e Couto de Magalhães. Todo este

material encontra-se depositado no MPEG, em Belém.

O médico-paleontólogo-ornitólogo Herculano Alvarenga, atual coordenador e curador

do Museu de Historia Natural de Taubaté (MHNT), interior do Estado de São Paulo, visitou

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em 1987 a região do médio rio Caiapó, afluente tocantinense do rio Araguaia, no município

de Araguacema, região oeste do Estado. Alvarenga fez várias observações sobre a avifauna

local e ainda significativa coleta de algumas dezenas de exemplares de aves, dentre elas a do

jacupiranga, Penelope pileata (Sick 1997, comunicação pessoal H. Alvarega), cujo registro

seria o único documentado conhecido da espécie para o Tocantins.

Por fim, na década de 1990, entre 1994 e 1995, José Hidasi retoma seus trabalhos de

campo coligindo uma grande coleção de aves (mais de 800 peles) nos municípios de Porto

Nacional, Silvanópolis e Natividade. Ainda em 1995 realizou na companhia de seu amigo e

ornitólogo húngaro Attila Bankovics do Hungarian History Natural Museum, uma expedição

a Porto Nacional e Tocantinópolis coletando algumas dezenas de aves. De 1996 até 2007 a

coleção de J. Hidasi teve o acréscimo de pouco mais de 100 espécimes oriundos do Tocantins,

a maioria deles doados após atropelamentos (com. pessoal J. Hidasi, 2008; observ. pessoal).

Como descrito anteriormente, J. Hidasi possui um grande histórico de coletas no

Tocantins, iniciado na década de 1960. Por auxiliar na estruturação e fundação de várias

coleções nacionais e internacionais, o material por ele colecionado seguiu para diversas partes

do Brasil e do mundo. Em alguns casos, parte da sua coleção foi comprada por instituições e

museus (SILVA, 1989), mas parcela significativa teve como fim a doação (PEROTTI, 2005).

Atualmente material por ele coletado encontra-se: no Brasil, Museu de Zoologia da

Universidade de São Paulo; Museu Paraense Emilio Goeldi; Museu Nacional do Rio de

Janeiro; Museu de Ornitologia de Goiânia, Museu de Zoologia José Hidasi/Unitins, em Porto

Nacional, Tocantins; Coleção Zoológica do Instituto Tropical Sub-Úmido da Universidade

Católica de Goiás, em Goiânia; Coleção Ornitológica da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, em Recife; Coleção Ornitológica da Universidade Federal de Minas Gerais, em

Belo Horizonte; no exterior, Australian Museum em Sidney, Austrália; Coleção Ornitológica

da Estación Biológica de Doñana, Sevilla na Espanha; Muséum National D'histoire Naturelle,

em Paris, na França; Hungarian Natural History Museum, em Budapeste, na Hungria; Field

Museum of Natural History, em Chicago; Kansas University Natural History Museum em

Kansas, Natural History Museum of Los Angeles County, em Los Angeles; Loiusiana State

University Museum of Natural Science, em Loiusiana; e Museum of Comparative Zoology of

Havard University, em Havard; estes cinco últimos nos Estados Unidos.

Como resultado desse período de mais de 30 anos de coletas no Tocantins, José Hidasi

publica, em 1998, o livro: Lista Preliminar das Aves do Tocantins. Sem dúvida, uma grande

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contribuição ao estudo da biodiversidade do Estado, da qual para sua elaboração, J. Hidasi

utilizou-se de fotografias das aves taxidermizadas, de uma coletânea das espécies coletadas

por ele, oriundas do Tocantins. Embora o total de espécies de aves apresentadas no livro não

seja o total de espécies existente no Estado, seu trabalho é pioneiro e uma obra referencial

para o estudo ornitológico tocantinense.

Sua contribuição não foi ainda maior, pois poucos foram os estudos referentes ao

material coletado por J. Hidasi, ficando sua maior parte confinada as gavetas e armários de

museus e coleções.

III. Século XXI

A partir do século XXI, o estudo da biodiversidade do Tocantins adquire um novo

enfoque. Com a criação do Estado do Tocantins, em 1989, notam-se duas frentes de estudos

atuantes no Estado: a primeira é aquela referente aos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e

Monitoramento Ambiental (MA) decorrentes das exigências legais para licenciamento de

empreendimentos, e a segunda, pesquisa financiada por ONGs e/ou órgãos públicos de

fomento.

Dentro da perspectiva da primeira frente, com a criação do Estado, percebe-se uma

demanda gigantesca de obras de infra-estrutura, como delimitação e pavimentação de

rodovias cuja concretização é atrelada a execução de Estudos de Impacto e Monitoramento

Ambiental. Porém, o uso de metodologias pouco eficientes e sem preocupação em

documentação (coleta e depósito em coleção científica) fizeram com que esta primeira leva de

estudos fosse mais empírica, tendo quase nenhuma contribuição efetiva ao conhecimento da

biodiversidade do Estado5 (Observação Pessoal). Entretanto, existe um conjunto de EIAs e

MAs executados após o ano 2000, que tem relevante contribuição ao conhecimento da

biodiversidade do Tocantins.

Com anúncio da utilização de grande potencial hidrelétrico das bacias Tocantins-

Araguaia, são executados vários EIAs e MAs de uma série empreendimentos hidrelétricos no

Estado: UHE Luis Eduardo Magalhães (HUMANITAS, 2001, 2004), UHE de Estreito

                                                            5 A verificação de alguns EIAs da década de 1990, traz listas das espécies ocorrentes nas regiões estudas, no entanto, o uso de nomenclatura genérica como beija-flor, jacaré, cágados, gato-do-mato não auxiliava em nada, nem mesmo na indicação de um possível registro de distribuição biogeográfica das espécies.

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(CNEC, 2003), UHE de Peixe-Angical (THEMAG e ENGEVIX, 2000; NATURAE, 2005),

UHE de São Salvador (ENGEVIX, 2003) e UHE Santa Isabel (ENGEVIX, 2001). Todos

estes empreendimentos tiveram em suas metodologias a documentação dos espécimes

encontrados, sendo que, nos casos de coleta, o depósito do material em coleções zoológicas

nacionais. Mas dentre todas elas, a UHE LEM, ou Usina de Lajeado6 talvez tenha maior

destaque no conhecimento da biodiversidade tocantinense.

Os resultados obtidos com o EIA da UHE LEM foram publicadas em edições

exclusivas do periódico Humanitas (no 3 2001; no 4-6 2002-2004) com intuito de divulgar e

espalhar os resultados dos inventários locais dos diferentes grupos faunísticos estudados,

tornando-se o primeiro material referencial publicado sobre a fauna da região central do

Tocantins.

Os exemplares da fauna local coletados foram depositados em coleções zoológicas

nacionais renomadas, como também serviram de material-base para a criação da coleção

zoológica do Centro Universitário Luterano de Palmas - Universidade Luterana Brasileira,

CEULP/ULBRA, a qual possui significativos depósitos em seu acervo (VILLAÇA, 2004a).

Graças à coleta deste material testemunho, estudos posteriores ao término dos trabalhos de

coleta na Usina do Lajeado, permitiram a descrição de duas novas espécies: uma anfisbena,

Bronia saxosa (CASTRO-MELLO, 2003) e uma serpente Hydrodynastes melanogigas

(FRANCO et al., 2007). Vale ressaltar que este material testemunho também traz algumas

importantes considerações do ponto de vistas biogeográfico sobre quelônios e aves para o

Tocantins, que são apresentados nos capítulos seguintes.

Outro importante estudo, nos moldes desta primeira frente, para o conhecimento da

biodiversidade do Tocantins, foi aquele executado para as áreas de influência direta e indireta

da Ferrovia Norte-Sul (OIKOS, 2002). O principal destaque deste estudo, além da altíssima

riqueza de espécies encontradas para os grupos estudados, é a possibilidade da análise

biogeográfica dos elementos faunísticos e florísticos, proporcionados pela amostragem dos

quase 1000km de extensão previstos de ferrovia em solo tocantinense no sentido norte-sul.

Até então, nunca havia sido executado um estudo no Tocantins que vislumbrasse dessa

possibilidade. O uso de metodologias adequadas priorizando a sazonalidade e a documentação

das espécies forneceu consistência e confiabilidade aos dados gerados.                                                             6 O nome Usina de Lajeado, faz referência à cidade de Lajeado, onde foi construída a barragem da mencionada usina hidrelétrica.

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De modo geral, os EIAs e MAs não foram e não são suficientes e nem a mais

adequada via de conhecimento de estudo da biodiversidade do Tocantins. Ainda que estes

estudos tragam metodologias que respeitem sazonalidade e em alguns casos documentação,

quase sempre são realizados em períodos curtos, determinados de acordo com as prioridades e

urgências políticas e/ou econômicas do empreendedor responsável; conseqüentemente, são

insuficientes para determinar parâmetros ecológicos, biogeográficos e reprodutivos das

espécies. Apesar disso, existem pontos positivos, pois devido à prospecção de áreas pouco ou

nunca exploradas, estes estudos acabam por vezes, contribuindo para a descoberta de novas

espécies e/ou na verificação da expansão da distribuição geográfica de outras.

Por sua vez, a segunda frente de estudos da biodiversidade do Estado do Tocantins

também teve significativo crescimento a partir de 2000. ONGs e órgãos públicos de fomento,

estaduais e federais, financiaram importantes estudos no Estado, dos quais os mais relevantes

são mencionados a seguir.

Da iniciativa pública, os estudos de inventariamento biológicos para a elaboração dos

planos de manejos dos quatro Parques Estaduais, Cantão (TOCANTINS, 2004), Lajeado

(SEPLAN et al., 2003), Jalapão (SEPLAN, 2003) e Monumento Árvores Fossilizadas

(OIKOS e MRS, 2005) respectivamente, auxiliaram no preenchimento do conhecimento

biológico de regiões de pouco estudadas. Salvo o estudo do P. E. do Lajeado cujos resultados

não são exclusivos para região como os demais planos de manejo. Por ter sido contemporâneo

e sobreposto à região estudada para a implantação da UHE LEM, ele adquire um papel

complementar para o conhecimento da biodiversidade na região.

Entre 2002 e 2007, o Estado do Tocantins através da Secretária de Planejamento e

Meio Ambiente, fomentou o louvável estudo de determinação das áreas prioritárias para

conservação da biodiversidade no Estado. Com a divisão do Tocantins em quatro grandes

áreas, cobrindo todo o território tocantinense, foram realizados inventários florísticos e

faunísticos (OIKOS, 2004; DIREÇÃO, 2005; DIREÇÃO, 2006; OIKOS, 2006). Os resultados

destes trabalhos são de suma importância, pois subsidiam a indicação de 21 áreas prioritárias

para conservação da biodiversidade, onde é aconselhada a criação de uma série de Unidades

de Conservação de Proteção Integral (OLMOS, 2007).

Entre 2003 e 2005, importantes estudos de levanatamento herpetológico foram

realizados na região dos Parques Estaduais do Jalapão e Cantão conduzidos por pesquisadores

da Universidade de Brasilia, liderados pelo Prof. Guarino Colli e do Museu de Zoologia de

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Oklahoma nos EUA, liderados pelo Prof. Laurie Vitt (VITT et al., 2005). Estes estudos

permitiram um melhor entendimento da diversidade da herpetofauna tocantinense bem como

sua relação com regiões de transição entre o Cerrado-Amazonia e Cerrado-Caatinga.

Já em 2008, com o apoio financeiro da Fundação O Boticário de Proteção a Natureza,

foi organizada uma expedição de coleta e documentação científica dos diferentes grupos de

vertebrados existentes na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, localizada na região do

Jalapão. O exaustivo trabalho de coleta científica empreendido por mais de 30 dias

consecutivos pela equipe de biólogos e taxidermistas da Universidade de São Paulo e

Universidade Federal do Tocantins, liderados pelo herpetólogo Dr. Cristiano Nogueira, reuniu

mais de 440 vertebrados, incluindo 259 aves, 61 mamíferos, 52 répteis, 40 anfíbios e 30

peixes (CI-Brasil, 2008). De todo esse material, existia a expectativa da descrição de pelo

menos 14 novas espécies, felizmente este número reduziu para 13, visto que já se confirmou

tal expectativa com a descrição de Bachia oxyrhina, uma nova espécie de anfisbena para o

Cerrado e o Tocantins (RODRIGUES et al., 2008).

Também em 2008, os primeiros trabalhos realizados pelo Grupo de Pesquisa em

Ecologia e Conservaçao das Aves – ECOAVES, da Universidade Federal do Tocantins foram

divulgados, contribuindo assim para o conhecimento da avifauna tocantinense. Pinheiro e

Dornas (2009) apresentam a lista das espécies de aves da região do Cantão, importante zona

de transição entre o Cerrado e Amazônia, na porção oeste do Tocantins; Pinheiro et al. (2008)

listam a avifauna da região de Palmas, tecendo comentários sobre os impactos e possível

perda de espécies para a região da capital tocantinense após sua construção. Pinheiro e Dornas

(2008) e Dornas et al. (2009) reúnem relevantes considerações sobre os aspectos

biogeográficos e históricos do pica-pau-do-parnaiba, Celeus obrieni, redescoberto em 2006

após 80 anos de anonimato (PRADO, 2006).

Por fim, cabe destacar que Soares (2009) concluiu importantíssimo estudo sobre a

estrutura populacional de onça-pintada, Panthera onca, na região da planície do rio Araguaia,

compreendendo as regiões da Ilha do Bananal, Parque Estadual do Cantão, ambas no

Tocantins e sudeste do Pará. Dados sobre o possível tamanho populacional de onças-pintadas

na região, bem como a diversidade de presas e aspectos culturais da relação do homem local

com este felídeo foram resultados obtidos pelo autor em seus estudos.

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Implicações do conhecimento atual acumulado da biodiversidade tocantinense

Portanto, levando-se em conta a síntese histórica apresentada sobre o estudo da

biodiversidade do Tocantins, nota-se que embora nesta quase primeira década de século XXI

seja percebido um forte incremento de estudos com propósito de conhecer sobre a

biodiversidade, estes ainda somados aos estudos realizados nos séculos passados não parecem

ter sido o suficientemente representativo para se ter uma idéia satisfatória da diversidade

biológica do Estado.

Do ponto de vista ornitológico, Silva (1995a) demonstra a partir da compilação de

registros de aves depositados em museus e coleções, da literatura e observações pessoais, que

o norte do bioma Cerrado, em especial quase todo Tocantins, caracterizava-se ainda como

uma grande lacuna de conhecimento ornitológico. Oren e Albuquerque (1991), em estudo

similar para a Amazônia Legal, apresentam mesmo padrão de Silva (1995a) para o Tocantins.

Apesar de que estes resultados contemplem até a década de 1990, o mesmo padrão ainda é

encontrado em estudos atuais para outros grupos animais.

Costa et al., (2007), em estudo sobre os padrões de distribuição de Squamata no

Cerrado a partir de material depositado em museus e coleções científicas, mostram uma

disparidade da quantidade de inventários realizados e espécies registradas entre o Sul e Norte

do bioma Cerrado. Segundo o estudo, a região do Cerrado Norte, onde se inclui todo o

Tocantins, corresponde à região com menor número de inventários de Squamata ao longo de

todo bioma e, devido a esse baixo esforço amostral, a região com uma das menores riquezas

de espécies.

Os principais reflexos deste cenário são que os estudos de reconhecimento,

inventariamento e documentação da biodiversidade tocantinense, carecem ainda de mais

esforços. O Tocantins após quase duzentos anos desde a passagem de Pohl em 1819, somente

terá consciência de qual é o patamar de conhecimento de sua biodiversidade, se for priorizada

aexecução de estudos que façam uma síntese desta biodiversidade registrada em território

tocantinense. É justamente com este propósito que esta dissertação foi executada; ainda que

contemple de forma parcial esta biodiversidade, expressa na compilação dos registros de

quelônios, crocodilianos e aves do Estado.

Considerando o traçado histórico supracitado do conhecimento desta diversidade

biológica no Tocantins – cuja narrativa também acaba por refletir o nível de conhecimento

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dos grupos de vertebrados citados - nota-se, em um primeiro momento, que este

conhecimento é na sua maior parte pontual, tendo em algumas exceções uma sistematização

de coleta de informações. Além disso, este conhecimento encontra-se fortemente disperso

entre coleções zoológicas de todo mundo, periódicos, EIAs, MAs e documentos oficiais, cujos

acessos são fadigosos e muitas das vezes excessivamente burocráticos.

Portanto, a compilação dos registros de quelônios, crocodilianos, tratados no capítulo

2 e das aves tocantinenses, apresentadas no capitulo 3, tem como finalidade maior, subsidiar,

pela primeira vez no Estado do Tocantins, o agrupamento de um conjunto de informações

biológicas, dos quais se destacam dois parâmetros interconexos: biodiversidade e distribuição

biogeográfica.

Como resultado, tem-se a formação inédita de um banco de dados dos mais diferentes

tipos de registros no Tocantins para os três grupos de vertebrados citados; este banco de dados

dentre uma série de outras contribuições possíveis, auxiliará no norteamento de diversas

iniciativas de conservação tanto no Estado quanto para o Cerrado. Dentre elas, destaca-se a

inédita identificação de lacunas do conhecimento biológico de quelônios e crocodilianos,

assim como uma possível reavaliação dessas lacunas para as aves, em média, 10 anos após as

últimas propostas (SILVA, 1995; OREN e ALBUQUERQUE, 1991; OREN 1999); a

esperança, portanto, é que ambas as iniciativas contribuam para uma melhor otimização na

aquisição de dados para os três grupos selecionados neste estudo, naquelas áreas menos

inventariadas do Tocantins.

 

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CAPÍTULO 2

QUELÔNIOS E CROCODILIANOS DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO

CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Quelônios e crocodilianos do Tocantins: biodiversidade e lacunas de conhecimento. Cap 2, p. 36-114 In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.

ABSTRACT

The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian

Rainforest , Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable

biodiversity. However, surveys that acknowledge that biodiversity in Tocantins are scarce,

mostly among vertebrates. Thus, the goal of this unpublished study is to present the

biodiversity of species of turtles and crocodilians. From the compilation of records provided

by literature, scientific collections and personal observations, the lists of species of these two

groups of vertebrates are presented, in three list categories (primary, secondary, tertiary).

Compilation of records also enabled to analyze the existence of gaps in sampling knowledge

of the both groups of vertebrates in the State of Tocantins. Nine chelonian species were found

in Tocantins: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis Carbonera, Chelonoidis denticulata,

Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,

Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus, but there is a potential occurrence of up

to 17 species. In crocodilians, three species was found in Tocantins: Caiman crocodilus,

Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus, but with the potential occurrence of two more

species: Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. Compilation of records revealed the

existence of 67 sampled sites for chelonians, among which only in two locations, representing

1,2% of the State area, documental records of at least four species were obtained.

Crocodilians were recorded in 101 localities, but only in six of them, representing 1.9% of the

total State area, there was documented record of at least two species. These numbers show

that the State of Tocantins entire is a large gap in knowledge of the diversity of turtles and

crocodilians. Therefore, checklists for chelonians, crocodilians in the State of Tocantins are

prioritary and should be promoted and supported by public and private powers, with the aim

of improving knowledge of diversity. This obligation becomes more relevant since the State

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Government starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and

agribusiness, whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result

in considerable loss of species diversity for the both groups, in the State of Tocantins.

RESUMO

O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,

Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,

estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre

os vertebrados. Deste modo, este estudo de caráter inédito, tem como objetivo apresenta a

diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos do Tocantins. A partir da compilação de

registros fornecidos pela literatura, coleções científicas e observações pessoais é apresentada

uma listagem das espécies de ambos os grupos em três categorias (primária, secundária,

terciária), como também são avaliadas a existência de lacunas de conhecimento de ambos os

grupos no Tocantins. Foi verificado que a diversidade de quelônios no Tocantins é de nove

espécies: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata,

Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,

Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus; mas com potencial de ocorrência de até

17 espécies. Para crocodilianos verificou-se uma diversidade de três espécies: Caiman

crocodilus, Melanosuchus niger, Paleosuchus palpebrosus, mas com potencial de ocorrência

de mais duas espécies: Caiman latirostris, Paleosuchus trigonatus. A compilação dos

registros de quelônios mostrou a existência 67 localidades amostradas, dentre as quais

somente em duas representando 1,2% da área do Estado, obteve-se registro mínimo

documentado de quatro espécies. Para crocodilianos, foram verificadas registros em 101

localidades, sendo que somente em seis delas, representando 1.9% da área total do Estado,

com o registro mínimo documentado de pelo menos duas espécies. Estes valores demonstram

que praticamente todo o Estado do Tocantins trata-se de uma grande lacuna de conhecimento

da diversidade de quelônios e crocodilianos. Portanto, inventários para o reconhecimento da

fauna de quelônios e crocodilianos no Estado do Tocantins são prioritários, haja vista que é

anunciado para o Estado uma série de empreendimentos hidrelétricos, logísticos e do

agronegócio, cujas conseqüências diretas são a perda de habitats, o que certamente poderá

resultar em perda considerável da diversidade de espécies de ambos os grupos para o Estado

do Tocantins.

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INTRODUÇÃO 

Segundo a classificação sistemática filogenética atual os quelônios e crocodilianos são

vertebrados pertencentes à linhagem evolutiva dos Sauropsida (POUGH et al., 2008), sendo a

denominaçao destes grupos a classe Reptilia descartada 7. O caráter tetrápode, amniota e de

ectotermia presenciados em ambos os grupos são as características morfológicas basicamente

em comum entre estes animais. Os quelônios compreendem os representantes da ordem

Testudines: tartarugas, cágados e jabutis; enquanto os crocodilianos incluem os representantes

da ordem Crocodylia: crocodilos, jacarés e gaviais (POUGH et al., 2001). A apresentação das

respectivas ordens serão feitas separadamente, iniciando-se pelos quelônios.

Ordem Testudines

A terminologia quelônio tem origem na antiga denominação Chelonia, uma sinonímia

dada a ordem Testudines. O corpo grande, encaixado em uma concha firme de carapaça

dorsal (arredondada) e outra ventral (plana, chamada plastrão), unidas pelos lados e cobertas

por placas poligonais ou pele coriácia; ausência de dentes; maxilar e mandíbula com bainhas

córneas; vértebras torácicas e costelas usualmente fundidas com a carapaça são todas

características comuns aos Testudines. Além disso, são ovíparos, sendo os ovos postos pelas

fêmeas em buracos que elas mesmas escavam e depois cobrem; vivem em água doce, salgada

ou na terra (PRITCHARD, 1979; ERNEST e BAUBOR, 1989; RUEDA-ALMONACID et

al., 2007).

Os Testudines são divididos em duas subordens: Cryptodira e Pleurodira (Figura 6). A

primeira tem como característica a retração da cabeça para dentro da carapaça feita em forma

de S ao longo do eixo longitudinal. Incluem-se entre os Cryptodira 11 famílias, representadas

por 77 gêneros e mais de 200 espécies (FRITZ e HAVAS, 2007; RUEDA-ALMONACID et

al., 2007).

Em Pleurodira, a retração da cabeça para dentro do casco ocorre de modo lateral, no

eixo horizontal com a acomodação da cabeça entre as margens da carapaça. Seus

                                                            7  O termo Réptil (Classe Repitilia) é didaticamente utilizado para designar os representantes da linhagem Sauropsida, excetuando as aves, já que, essas últimas, do ponto de vista da classificação filogeneticamente são tratados como Sauropsidas descentes da linhagem dos Arcosaurios (POUGH et al., 2001; POUGH et al., 2008).

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represantantes são formados por apenas três famílias: Pelomedusidae, Podocnemididae e

Chelidae, reunindo um total de 15 gêneros (ERNEST e BAUBOUR, 1989; RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). Em todo mundo, os Testudines compreendem um total de 313

espécies (FRITZ e HAVAS, 2007; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

Para a região Neotropical, Ippi e Flores (2001) listam um total de 64 espécies de

quelônios (não consideradas as tartarugas marinhas) cujas distribuições geográficas sugerem a

Figura 6a. Kinosternum scorpioides, representante dos Cryptodira. A cabeça é retraída para dentro do corpo acompanhando o eixo longitudinal do animal. Fonte: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm

Figura 6b. Phrynops ruficeps, representante dos Pleurodira. A cabeça é retraída de forma lateral acompanhando o eixo transversal do corpo do animal. Fonte: http://www.tc.umn.edu/~gambl007/brturtles.htm

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existência de cinco áreas de endemismos na América Latina: duas no México e três na

América do Sul. Por sua vez, a diversidade de quelônios na América do Sul alcança a marca

de 54 espécies (FRITZ e HAVAS, 2007).

No Brasil, a diversidade de Testudines encontrada é de 36 espécies (SBH, 2008).

Embora esta riqueza seja baixa quando comparada ao total mundial, são encontradas no Brasil

30,8% das espécies de Pleurodira, 37,3% das espécies da família Chelidae, e 62,5% da família

Podocnemididae, respectivamente (SOUZA e MOLINA, 2007). Além disso, existem seis

espécies endêmicas ao território nacional: Acanthochelys radiolata, Hydromedusa

maximiliani, Batrachemys tuberculata, Ranacephala hogei e Trachemys audiutrix (SOUZA E

MOLINA, 2007) e a recém descrita Mesoclemys perplexa (BOUR e ZAEHR, 2005). Este

conjunto de dados demonstra a relevante representatividade dos quelônios brasileiros em

âmbito da biodiversidade mundial de Testudines.

Para a região Amazônica Brasileira, Molina e Rocha (1996) destacam a presença de 15

espécies de quelônios dentre as 31 existentes no Brasil (excluídas as espécies marinhas),

podendo subir a 16, caso seja confirmado o registro de Acanthochelys radiolata para alto rio

Xingu, no Mato Grosso (IVERSON, 1992). Para porção extra-amazônica, Souza e Molina

(2007) 8 afirmam ocorrer pelo menos 20 das 31 espécies brasileiras. Para o Cerrado são

listadas 10 espécies de quelônios (COLLI et al., 2002). Vale ressaltar que é justamente nos

limites extra-amazônicos que ocorrem as espécies de quelônios endêmicas do Brasil

(IVERSON, 1992; VANZOLINI, 1995; BOUR e ZAEHR, 2005). A divisão geográfica

supracitada foi estabelecida por critérios pessoais dos autores e não segue uma análise

biogeográfica. Esta divisão, por sua vez, é apresentada por Souza (2005a) para os

representantes da família Chelidae no Brasil.

Souza (2005a) apresenta um padrão de riqueza regional para Chelidae determinados

pelos índices pluviométricos; Mata Atlântica e Amazônia, localidades com maiores índices de

chuva são as regiões mais ricas em espécies de Chelidae, 10 e 9 espécies respectivamente.

Além disso, o padrão biogeográfico das espécies tende a distinguir-se de acordo com a

fitofisionomias presente, havendo espécies de Chelidae relacionadas às formações florestais,

                                                            8 Souza e Molina (2007) mencionam no trabalho original a existência de pelo menos 20 entre as 30 espécies de quelônios existentes. A diferença numérica de uma espécie, já que é mencionado acima pelo menos 20 das 31 existentes, é devido a descrição de Mesoclemmys perplexa em 2005, ano em que o citado artigo foi aceito para a publicação, embora a mesmo ocorresse apenas em 2007.

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Floresta Amazônica e Mata Atlântica, como aquelas ligadas as formações abertas, Cerrado,

Pantanal e Caatinga (SOUZA, 2005a).

Do ponto de vista conservacionista, os quelônios tanto em âmbito mundial, quanto

nacional, passam por sérias dificuldades de sobrevivência. As pressões impostas pelas

atividades antrópicas como caça predatória, sobrepesca, desmatamento, avanço imobiliário e

barramento de rios para empreendimentos agrícolas e hidrelétricos, têm ocasionado na

desestruturação das populações de quelônios, como também na perda de habitats para a

manutenção destas populações (PRITCHARD, 1979; PRITCHARD E TREBBAU, 1984,

MARTINS e MOLINA, 2008; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

Em função deste preocupante cenário, 139 (44,5%) espécies de quelônios das 313

existentes no mundo estão sob algum grau de ameaça de extinção (RUEDA-ALMONACID et

al., 2007; IUCN, 2008). Na América do Sul, 20 (37%) espécies dentre as 54 ocorrentes

encontram-se ameaçadas, enquanto no Brasil, das 36 espécies descritas 13 estão sob algum

grau de ameaça, segundo a IUCN (2008) e 6 segundo o Ministério do Meio Ambiente, MMA

(MARTINS e MOLINA, 2008) 9 (Tabela 2).

Em respostas a possibilidade de extinção das espécies de Testudines, a execução de

projetos e pesquisas em educação ambiental e conservação sob a óptica do manejo e

monitoramento das populações de espécies ameaçadas têm ocorrido com freqüência. Para as

espécies marinhas vários são os projetos desenvolvidos em todo mundo (RUEDA-

ALMONACID et al., 2007), com destaque no Brasil para o Projeto Tartarugas Marinhas -

TAMAR (SANCHES, 1999; CASTILHOS, 2003).

Com relação às tartarugas continentais, aspectos reprodutivos, dinâmicas das

populações, assim como a relação das mesmas com as comunidades humanas têm sido os

enfoques abordados tanto para as espécies continentais amazônicas (RÊBELO e PEZZUTI,

2000; FACHI-TERÁN et al., 2003; VOGT, 2003; FACHI-TERÁN e VOGT, 2004;

SALERA-JUNIOR et al., 2006; KEMENES e PEZZUTI, 2007; LIMA, 2007) como para as

espécies extra-amazônicas (BAGER, 2003; SOUZA, 2004; BARRETO, 2007, MARTINS,

2006; BAGER, 2006; BAGER et al., 2007; CIENLUSINSKY, 2008).

                                                            9 Embora o ano de 2008 possa causar alguma estranheza, indicando uma possível atualizaçao da lista de espécies ameaçadas do Brasil, a lista apresentada por Martins e Molina (2008) é a mesma colocada em vigor pela Instrução Normativa de 27 de maio de 2003 do MMA e publicada pela ONG Biodivérsitas em forma de livro (Machado et al., 2005).

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Souza e Molina (2007) fazem uma avaliação do conhecimento gerado para os

quelônios brasileiros, em especial, aqueles de ocorrência fora da região Amazônica, nos

últimos 20 anos, através da verificação de resumos publicados nos Anais dos Congressos

Brasileiros de Zoologia e das dissertações e teses apresentadas por diferentes programas de

pós-graduação stricto sensu no país. Embora apontem um crescimento no número de

trabalhos sobre quelônios nos últimos 20 anos, os autores ressalvam cautela na análise deste

acréscimo, já que muitos dos trabalhos apresentados em congressos não são publicados mais

adiante em artigos, privando estes trabalhos de detalhes e divulgação.

Souza e Molina (2007) advertem também que há uma reduzida contribuição dos

programas de pós-graduação no estudo dos quelônios extra-amazônicos. Das 44 universidades

existentes fora da região norte, com programas de pós-graduação que contemplem possíveis

estudos de quelônios, somente em 11 delas foram desenvolvidas pesquisas com quelônios que

resultasse em títulos acadêmicos, sendo nenhum destes estudos desenvolvidos por programa

de pós-graduação da região Nordeste.

Outro ponto destacado por Souza e Molina (2007), é que dentre as pelo menos 20

espécies de quelônios (desconsideradas as marinhas) com ocorrência extra-amazônica,

somente nove foram alvos de estudos de dissertações de mestrado e teses de doutorado

resultantes em títulos na região extra norte do país. Ademais, dois terços destes estudos

abordaram pesquisas sobre fisiologia e anatomia, enquanto o outro terço ficou com pesquisas

de campo e cativeiro cujas contribuições, segundo os autores, estariam mais ligadas à história

natural dos quelônios, tema de estudo defendido como prioritário pelos referidos autores.

Embora as espécies da família Podocnemididae tenham sido destacadamente

abordadas nos estudos avaliados, Souza e Molina (2007) advertem que a família Chelidae,

cuja diversidade de espécies é a maior dentre as famílias de quelônios brasileiros, (20 dentre

as 36 descritas) têm uma baixa representatividade com relação aos estudos apresentados

nestes 20 anos de comparação. Conseqüentemente, as espécies desta família são indicadas

como prioritárias para estudos de médio e longo prazo devendo o foco principal das

pesquisas, segundos os autores, serem a caracterização de diferentes populações ao longo de

todo país.

Ainda que não fosse objetivo avaliar o nível de conhecimento de quelônios na região

amazônica, Souza e Molina (2007) destacam, sucintamente, que as universidades e

instituições da região norte têm participação relevante na geração de conhecimentos sobre

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quelônios. Os trabalhos realizados pelo MPEG parecem ser os mais representativos, porém

são enfatizados pelos autores também aqueles gerados pelas instituições do Estado do

Tocantins.

Para o Tocantins seriam reconhecidas nove espécies de quelônios, distribuídas em

quatro famílias: Kinosternon scorpioides (Kinosternidae), Chelonoidis carbonaria,

Chelonoidis denticulata (Testudinidae), Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis

(Podocnemididae), Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys vanderhaegei,

Phrynops geoffroanus (Chelidae) (IVERSON, 1992; BRANDÃO E PERES-JUNIOR, 2001;

VILLAÇA; 2004a). Embora metade das espécies de quelônios amazônicos ocorra no

Tocantins, o conhecimento sobre aspectos básicos da biologia destas espécies no Estado é

escasso, salvo a região do rio Javaés, entorno da Ilha do Bananal e Cantão, aonde as espécies

P. expansa e P. unifilis vêm sendo objetos de inúmeros estudos, desde aspectos reprodutivos e

populacionais até questões antropológicas.

ESPÉCIE MMA IUCN

Hydromedusa maximiliani — Vulnerável

Phrynops hogei Ameaçada Ameaçada

Caretta caretta Vulnerável Ameaçada

Chelonia mydas Vulnerável Ameaçada

Eretmochelys imbricata Ameaçada Criticamente Ameaçada

Lepidochelys olivacea Ameaçada Ameaçada

Dermochelys coriacea Criticamente Ameaçada Criticamente Ameaçada

Trachemys adiutrix — Ameaçada

Peltocephalus dumeriliana — Vulnerável

Podocnemis erythrocephala — Vulnerável

Podocnemis sextuberculata — Vulnerável

Podocnemis unifilis — Vulnerável

Geochelone denticulata — Vulnerável

Tabela 2. Espécies de quelônios com algum grau de ameaça no Brasil segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (MARTINS e MOLINA, 2008) e a União Internacional de Conservação da Narureza (IUCN) (IUCN, 2008).  

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Na perspectiva da biologia reprodutiva, foram abordados temas como a identificação

de anormalidades na escutelação dos cascos dos filhotes, determinação sexual e suas relações

com temperatura de incubação e granulométrica dos sedimentos nas áreas de postura

(MALVASIO et al., 2002a, 2005a). Medições e correlações entre as gônadas de ambos os

sexos nas duas espécies bem como a determinação sexual por estudos anatômicos e

histológicos foram enaltecidos (MALVASIO, et al., 2002b, 2005b). Além disso, foi

verificado nas praias do rio Javaés, clara preferência destes quelônios por ambientes

geológicos diferenciados, seja em relação à morfologia, constituição granulométrica, ou altura

das covas em relação ao nível do rio (FERREIRA-JUNIOR e CASTRO, 2003; FERREIRA-

JUNIOR et al., 2003).

A análise de parâmetros populacionais dessas duas espécies para o entorno da Ilha do

Bananal foram relatados, tomando-se nota das medidas biométricas e razão sexual das

populações amostradas (PORTELINHA, 2007). Do ponto de vista antropológico, Salera-

Junior e colaboradores (2006) averiguaram que a relação da etnia indígena Karajá, localizada

na ilha do Bananal, com as tartarugas-da-amazônia e tracajás (P. expansa e P. unifilis,

respectivamente) não se resume somente ao consumo alimentar das mesmas de acordo com o

ciclo de seca e cheia do rio Araguaia; as relações com estes quelônios são também estreitadas

nas atividades festivas e manifestações simbólicas da cultura Karajá.

Ordem Crocodylia

Os crocodilianos (terminologia derivada da ordem Crocodylia) são répteis aquáticos

datados no planeta há 210 milhões de anos (POUGH et al., 2001; AZEVEDO, 2003;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Os registros fósseis demonstram que os representantes

da ordem poderiam alcançar toneladas de peso e mais de 14 metros de comprimento corporal

como o relatado para Phobosuchus, há 100 milhões de anos, ou o surpreendente Purusaurus

brasiliensis, Crocodylia vivente da floresta amazônica brasileira há 8 milhões de anos que

atingia a marca de até 25 metros de comprimento (AZEVEDO, 2003).

A ectotermia, característica presente nos crocodilianos, os restringe a habitarem quase

exclusivamente as áreas intertropicais ao longo do globo terrestre (POUGH et al., 2001;

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POUGH et al., 2008). São animais ovíparos, seus ovos são postos em ninhos ou covas e

apresentam cuidado parental para com sua prole (POUGH, 2001; AZEVEDO, 2003).

Quanto à morfologia, todo crocodiliano possui pele escamada, cuja textura é mais

grossa à medida que se envelhece; possuem glândulas lacrimais que excretam compostos anti-

bactericidas conferindo-lhes o dito popular “lágrimas de crocodilo” (RUEDA-ALMONACID

et al., 2007). O crânio dos crocodilianos é diapsido, diferentemente de Testudines que é

anápsido 10, e suas mandíbulas quando fechadas quase sempre deixam à mostra dentes da

arcada. Devido à semelhança de alguns caracteres morfológicos, como cérebro e ovos, e

comportamentais, cuidado parental, estudos filogenéticos apontam para parentesco maior de

crocodilianos em relação às aves do que para com outros represetantes da classe reptília

(AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

Existem no mundo 23 espécies de crocodilianos que são distinguidos em três grupos:

os crocodilos, jacarés e gaviais. A sistemática dos Crocodylia é muito questionada. Para

alguns autores, cada um destes grupos representa uma família respectivamente: Crocodylidae,

Alligatoridae e Gavialidae (AZEVEDO, 2003; SBH, 2008). Existe ainda a classificação que

determina a existência de uma única família, Crocodylidae, divida em três subfamílias:

Crocodylinae, Alligatorinae e Gavialinae (RUEDA-ALMONACID et al., 2007, ITIS, 2009).

A classificação seguida será aquela apresentada pela Sociedade Brasileira de herpetologia

(SBH) (2008).

A principal característica que distingue os representantes destas três famílias está

relacionada à morfologia do crânio e a dentição (Figura 7). Em Crocodylidae, a cabeça é mais

afilada e o quarto dente mandibular encaixa-se numa cavidade lateral na parte externa da

boca. Esse dente, assim como outros, ficam exposto mesmo com a boca fechada. Por fim, os

dentes superiores são alinhados com os inferiores (AZEVEDO, 2003; POUGH, 2003;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007). O mesmo não ocorre em Alligatoridae, cuja dentição

não se apresenta alinhada. O quarto dente mandibular fica alojado em orifício da maxila, não

sendo visível, assim como nenhum dos outros dentes da mandíbula quando a boca do animal

está fechada. Além disso, a cabeça tem o focinho mais largo e arredondado (AZEVEDO,

2003; POUGH, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Já em Gavialidae, as mandíbulas

                                                            10 Anápsido se refere ao vertebrado cujo crânio não há presença de abertura no osso temporal, ao passo que os diapsidos são aqueles que apresentam no crânio duas aberturas na região do osso temporal (Pough 2003). 

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são longas e bastante afiladas, com a presença de uma protuberância (garra) na extremidade

do focinho (AZEVEDO, 2003; POUGH, 2003).

Os gaviais têm distribuição pelos rios asiáticos, principalmente na Índia, porém

registros fósseis indicam a presença pretérita da família nas Américas do Norte e do Sul.

(AZEVEDO, 2003). Os crocodilos habitam rios da África, Ásia, Américas, enquanto na

Austrália e ilhas do Pacífico, vivem em águas marinhas. Os aligatorídios ou jacarés, por sua

Figura 7. Desenho esquemático mostrando as diferenças morfológicas dos crânios e dentição das três famílias de Crocodylia. Em A Alligatoridae, em B Crocodylidae e em C Gavialidae.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Crocodylia

A

C

B

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vez, ocorrem nas Américas e na China (Alligator sinensis), tendo no passado povoado

também o continente europeu (AZEVEDO, 2003).

Por outro lado, independentemente de qual parte do planeta, os crocodilianos são

animais utilizados no cotidiano das populações humanas para vários propósitos: fonte de

recurso alimentar, matéria-prima para benfeitorias domésticas e ou mesmo para exploração

comercial (AZEVEDO, 2003). Contudo a exploração comercial ilegal de crocodilianos com o

abate de milhões de indivíduos para comercialização de seus produtos tem sido preocupante

para a sua conservação (POUGH et al., 2001; AZEVEDO, 2003).

Como forma de controle e normatização do uso comercial das espécies de

crocodilianos, a CITES (sigla em inglês para Convenção sobre o Comércio Internacional das

Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) estabeleceu, apoiando-se

principalmente em dados populacionais e de ameaça de extinção, quais espécies de

crocodilianos estariam autorizadas (Anexo II) ou não (Anexo I) 11 para comercialização.

Das 23 espécies de crocodilianos existentes no mundo, 17 delas estão enquadradas no

Anexo I da CITES (UNEP-WCMC, 2009). Cabe frisar que algumas populações em particular

de cinco dessas 17 espécies (Caiman latirostris, Melanosuchus niger, Crocodylus acutus,

Crocodylus niloticus e Crocodylus porosus), são enquadrados no Anexo II da CITES devido a

contigentes populacionais maiores e menos ameaçados. As demais seis espécies: Caiman

yacare, Caiman crocodilus, Paleosuchus palpebrosus, Paleosuchus trigonatus, Alligator

mississipiensis e Crocodylus johnstoni são enquadradas plenamente no Anexo II da CITES

(UNEP-WCMC, 2009).

Na América do Sul são encontradas 8 espécies de crocodilianos, dois crocodilos:

Crocodylus acutus e C. intermedius; e seis jacarés: Paleosuchus palpebrosus, P. trigonatus,

Melanosuchus niger, Caiman crocodilus, C. yacare e o C. latirostris (MEDEN, 1983;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007). No Brasil ocorrem somente as seis espécies de jacarés

sul-americanos (CARVALHO, 1953; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,

2007).

                                                            11 Anexo I refere-se aquelas espécies ameaçadas de extinção, sendo sua comercialização somente autorizada em circunstâncias excepcionais. Anexo II inclui aquelas espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas que devem ter sua comercialização controlada para evitar sua utilização de forma incompatível a sua sobrevivência. Para um dado país ou continente, populações distintas de uma mesma espécie podem ser classificadas em diferentes anexos.

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O jacaré-açu, Melanosuchus niger, é o maior entre todos os aligatorídios, chegando

aos 6 metros de comprimento, possui coloração escura sendo nos jovens verificada a presença

de faixas amarelas na lateral do corpo (CARVALHO, 1953; AZEVEDO, 2003; RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). São grandes predadores, alimentando-se de peixes como bagres,

piranhas; mamíferos como capivaras e catetos (AZEVEDO, 2003). Aguirre (1956) descreve

para exemplares de M. niger coletados no Amapá, a presença no conteúdo estomacal de

grande quantidade de coleópteros. O ataque a animais domésticos e a humanos pela espécie

também são fatos verídicos (CARVALHO, 1953; AGUIRRE, 1956; AZEVEDO, 2003)

A distribuição da espécie ocorre por todos os países da região amazônica exceto

Venezuela, sendo ausente também na região centro-norte da Colômbia (ANDRADE, 2003;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007). No Brasil, sua ocorrência é constatada para a bacia

amazônica em todos os Estados da Amazônia Legal (CARVALHO, 1953; AGUIRRE, 1956;

ANDRADE, 2003). As populações brasileiras e equatorianas de M. níger, segundo a CITES,

figuram no Anexo II, sendo as demais designadas pelo Anexo I.

O jacaretinga, Caiman crocodilus é um aligatorídio de porte médio, podendo o

macho atingir 2,5m e a fêmea 1,5m de comprimento. Habita inúmeros ambientes aquáticos,

desde rios e lagos, até córregos, brejos e manguezais. Em condições adversas se enterram em

lamaceiros ou se enroscam na vegetação aquática. (AZEVEDO, 2003; RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). Sua alimentação é bastante variada contemplando moluscos,

crustáceos, peixes, répteis e aves; quando mais velhos, com porte físico maior, são capazes de

capturar catetos (AZEVEDO, 2003).

A distribuição geográfica de Caiman crocodilus se estende da America Central até

região centro-norte do América do Sul limitando-se à bacia do rio Parnaíba no Piauí

(CARVALHO, 1953; BRAZAITS et al., 1996; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et

al., 2007), sendo reconhecidas 4 subespécies de C. crocodilus (RUEDA-ALMONACID et al.,

2007).

Restrita à calha do rio Apaporis, no leste da Colômbia, C. c. apaporensis; C. c.

chiapasius ocorre na America Central estendendo-se do México ao Panamá e região costeira

do oeste da Colômbia e norte do Equador; C. c. fuscus que concentra na região norte da

Colômbia e noroeste da Venezuela; e por último C. c. crocodilus, que distribui do norte

peruano às Guianas, adentrando pela Amazônia brasileira até o Piauí (RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). Apenas C. c. apaporensis lista o Anexo I do CITES sendo

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considerara criticamente ameaçada de extinção enquanto as demais listam o Anexo II do

CITES.

Caiman yacare, popularmente conhecido jacaré-do-Pantanal, é a espécie de jacaré sul-

americana com distribuição mais ao sul, estendendo-se desde a Bolívia até o norte da

Argentina (AZEVEDO, 2003). Considerado um crocodiliano de porte médio, atinge entre 2,5

e 3 metros de comprimento; tem como hábitats preferenciais lagos e remansos, principalmente

com vegetação flutuante (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

Moluscos (caracóis aquáticos), crustáceos e peixes, destacando-se as piranhas, e

quelônios consistem na dieta da espécie (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,

2007). Uma importante característica atestada aos C. yacare é sua capacidade de migração.

No Pantanal, durante período de estiagem, com redução do nível da água dos ambientes

aquáticos locais, aglomerados de até 30 indivíduos migram em fila indiana pela planície

pantaneira em busca de hábitats mais adequados (COUTINHO e CAMPOS, 2007).

Devido à forte pressão de caça sofrida pela espécie na década de 80, observou-se

expressiva redução no contingente populacional de C. yacare, mas significativa melhora foi

constatada a partir da década de 90, sendo estimado mais de 30 milhões de indivíduos da

espécie somente na planície pantaneira, isentando assim C. yacare, de qualquer ameaça de

extinção, figurando conseqüentemente no Anexo II da CITES (COUTINHO e CAMPOS,

2007).

A terceira espécie de Caiman no Brasil é C. latirostris, jacaré-de-papo-amarelo,

denominação popular devido ao ventre amarelo-esbranquiçado. É considerado crocodiliano de

porte médio, o macho atinge os 3,5m de comprimento, enquanto a fêmea atinge a marca dos

2m de comprimento. A grande largura do focinho em contraposição ao pequeno comprimento

apresenta-se como característica particular da espécie (CARVALHO, 1953; AZEVEDO,

2003). Sua alimentação compreende invertebrados, preferencialmente os moluscos

Ampullaria e Pomacea, (RUEDA-ALMONACID et al., 2007) chegando até à ingestão de

pequenos vertebrados (AZEVEDO, 2003).

A distribuição de C. latirostris configura como uma das mais extensas

longitudinalmente, pois ocorrem desde o Rio Grande do Norte até Uruguai e norte da

Argentina (AZEVEDO, 2003; VERDADE e PINÃ, 2007; RUEDA-ALMONACID et al.,

2007). Embora não figure dentre as espécies de jacarés ameaçadas de extinção, C. latirostris

está incluída no Anexo I das CITES, à exceção das populações argentinas, reconhecidamente

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muito abundantes (VERDADE e PINÃ, 2007). No Brasil, suas populações se distribuem em

pequenos aglomerados populacionais, compreendendo algumas dezenas de indivíduos,

refletindo diferentes níveis de ameaça para a espécie em território brasileiro (VERDADE e

PINÃ, 2007).

As duas espécies restantes de jacarés no Brasil são Paleosuchus palpebrosus e P.

trigonatus. Ambas as espécies apresentam uma pele fortemente ossificada determinando um

baixo valor comercial, poupando-as do alvo de caçadores (AZEVEDO, 2003). Apresentam na

cabeça uma série de cristas protuberantes dando aspecto de uma coroa (CARVALHO, 1953;

AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

A primeira espécie é a menor dentre os crocodilianos sul-americanos, atingindo pouco

mais de 1,5m de comprimento. Habita rios com vegetação marginal, córregos e florestas

alagadas adjacentes a grande lagos (AZEVEDO, 2003). Sua distribuição geográfica é talvez a

mais extensa entre os crocodilianos da América do Sul, ocorrendo desde as porções leste do

Peru, Equador e Colômbia, passando pela Venezuela, Guianas, Brasil (exceto parte da região

sudeste e toda região sul) e as regiões norte de Paraguai e Bolívia. Possui registros no Andes

em locais com altitudes próximas a 1.300m, incomum para presença de jacarés (AZEVEDO,

2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007).

A segunda espécie atinge um tamanho pouco maior: entre 2,5 a 1,7m de comprimento,

sua íris de cor marrom, difere de P. palpebrosus que possui íris castanho-escuro (AZEVEDO,

2003). Ocupa praticamente os mesmos hábitats de P. palpebrosus, contudo gosta de utilizar-

se de tocas longe de corpos d’água durante o dia (AZEVEDO, 2003) e apresenta forte

comportamento territorialista (MAGNUSSON e LIMA, 1991). Sua distribuição geográfica é

menor comparada a P. palpebrosus, pois restringe à bacia Amazônica (CARVALHO, 1953;

AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007), onde também é encontrada em

altitudes acima de 1300 metros (AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). O

baixo valor comercial da pele destacado para ambas as espécies associada a pouca apreciação

da carne auxiliam para que P. palpeprosus e P. trigonatus figurem no Anexo II do CITES.

Para o Tocantins, apenas três das seis espécies de jacarés reconhecidas para o Brasil

ocorrem no Estado: Melanosuchus níger, Caiman crocodilus e Paleosuchus palpebrosus

(VILLAÇA, 2004b; MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006; SOARES, 2007).

Malvasio e Salera-Junior (2006) reuniram entre agosto de 2004 e 2005 dados

populacionais como densidade e classes de tamanho, e características dos habitats de Caiman

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crocodilus e Melanosuchus níger no rio Javaés, entorno do Parque Nacional do Araguaia na

Ilha do Bananal. Ainda na mesma região, entre agosto de 2004 e novembro de 2006, Soares

(2007) verificou densidades populacionais, razão sexual, anomalias e lesões das mesmas

espécies em ambiente fluvial e lacustre.

Já na bacia do rio Tocantins, Villaça (2004b) estudou a ocorrência de Caiman

crocodilus e Paleosuchus palpebrosus na região do lago da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo

Magalhães (UHE LEM). A captura e detecção de indivíduos de ambas as espécies permitiram

avaliar dados populacionais como densidade e eventos reprodutivos, e ainda possibilitou a

caracterização dos habitats freqüentados pelas espécies (VILLAÇA, 2004b).

Testudines e Crocodylia no Tocantins

Em suma, diante do exposto sobre quelônios e crocodilianos, o conhecimento

biológicos de ambos os grupos parece ainda ser bastante reduzido para o Tocantins. Para

quelônios, somente parece haver levantamento de dados sistematizados na região da Ilha do

Bananal, com destaque para o rio Javaés (MALVASIO et al., 2002a, 2002b, 2005a, 2005b,

FERREIRA-JUNIOR e CASTRO, 2003; FERREIRA-JUNIOR et al., 2003; SALERA-

JUNIOR et al., 2006; PORTELINHA, 2007). O mesmo parece ser notado para crocodilianos

sendo os estudos de Villaça (2004b), Soares (2007) e Malvasio e Salera-Junior (2006), os

únicos sistematizados sobre crocodilianos ao longo das bacias dos rios Araguaia-Tocantins

em território tocantinense.

Outro montante de informação, cujo conteúdo basicamente refere-se a registros de

ocorrência com alguma pouca anotação biológica sobre estes grupos, encontram-se dispersos

em diversos relatórios de EIAs e MAs, coleções científicas em museus, documentos oficiais

como Plano de Manejos das UCs do Tocantins e/ou publicações avulsas referente a répteis em

geral (como antevisto na seção introdutória desta dissertação). Por esses motivos, julga-se o

Estado do Tocantins que detém de duas grandes bacias hidrográficas nacionais, ainda aquém

do conhecimento potencialmente existente sobre quelônios e crocodilianos em seus limites

territoriais.

A reunião de toda informação gerada no Tocantins para estes dois grupos,

principalmente no que tange sua distribuição geográfica e diversidades de espécies pode ser

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um passo determinante para nortear prioridades de estudos posteriores a serem seguidos. Com

este propósito, é objetivo deste capítulo apresentar a compilação dos registros anotados para o

Tocantins de quelônios e crocodilianos, de modo que, após esta compilação, seja possível,

reconhecer a biodiversidade e a as lacunas de conhecimento de amostragem das espécies

destes dois grupos alvos de vertebrados, experiência até então inédita para o Estado do

Tocantins.

Para se alcançar esta meta, duas são as perguntas a serem respondidas neste capítulo.

A primeira: quantas espécies de quelônios e crocodilianos existem registradas para o Estado

do Tocantins? Para responder a essa pergunta, é considerada a hipótese de que no Tocantins

exista diversidade maior ou pelo menos igual àquela já reconhecida. O fato de nenhum outro

estudo ter realizado um síntese sistematizada sobre a biodiversidade destes dois grupos no

Estado, e de que a informação existente para ambos os grupos é muita dispersa, são condições

que dão sustentabilidade a ratificação dessa hipótese.

A segunda pergunta é: existem lacunas de conhecimento biogeográfico para quelônios

e crocodilianos no Tocantins? E se existem, quais são estas regiões? O esforço amostral para

reconhecimento da biodiversidade no Tocantins ao longo dos últimos 200 anos foi pontual e

quase sempre restrito a um determinado grupo biológico de interesse do

naturalista/pesquisador; estas condições, portanto, apóiam a hipótese de que a distribuição

biogeográfica compilada das espécies de quelônios e crocodilianos refletirá na presença de

lacunas de conhecimento biogeográfico, de ambos os grupos para o território tocantinense.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de Estudo

O Estado do Tocantins, com uma área de 277.620 Km², está localizado na região norte

do país (5º10´06”S, 45º41’46”W e 13º27’59”S, 50º44’33”W) representando 5,4% do

território da Amazônia Legal (SEPLAN, 2008). Possui população estimada em 1.300.000

habitantes e com 139 municípios, tem limites com os Estados do Pará e Mato Grosso à oeste,

Maranhão à norte e nordeste, Piauí e Bahia à leste e por fim Goiás ao sul (SEPLAN, 2008).

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A temperatura média anual está entre 25ºC e 29ºC com máximas atingindo os 40ºC e

mínimas com 14ºC. A pluviosidade média anual varia de 1.300mm na região sudeste, a

2.100mm para a região centro-oeste do Estado. O clima presente é transição entre o equatorial

e tropical, com gradativa diminuição da umidade entre o eixo noroeste-sudeste (SEPLAN,

2008). O relevo é marcado pelas formas erosivas, com declividade média do em no máximo

5%. Os latossolos e os solos concrecionários são os mais extensos. As formas aluviais e solos

hidromórficos predominam na planície da Ilha do Bananal, bacia do rio Araguaia (SEPLAN,

2008). O campo cerrado corresponde a fitofisionomia mais abundante, com 87% do território

estadual (Figura 8). Os 13% restantes distribuem em formações florestais ombrófilas, semi-

deciduais e deciduais (SEPLAN, 2008).

Em relação à hidrografia, está inserida no Tocantins as bacias hidrográficas do rio

Araguaia, com 104.990,8 km² (37,7% do território estadual) e do rio Tocantins com 173.429,9

Km² (62,3% do território estadual) (SEPLAN, 2008). Ambas apresentam potencial para a

navegação e geração de energia hidrelétrica. A bacia do rio Tocantins possui potencial para

gerar 26.595 MV (ELETROBRÁS, 2007) sendo que em território tocantinense já são gerados

1.417,14 MV, com previsão para a produção de pelo menos mais 6.465,1 MV nos próximos

anos (SEPLAN, 2008).

A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo, é delimitada pelo rio Araguaia a

oeste, e a leste pelo seu braço menor, o rio Javaés possuindo uma área de 1.916.225 hectares

(MMA, 2001). Por se apresentar encaixada dentro da planície do Araguaia, tem altitude média

de 130m, caracterizando-a como uma grande planície alagável (MMA, 2001). Em seus limites

estão instaladas as etnias indígenas Javaés e Karajás, distribuídas em várias aldeias ao longo

dos 300 km longitudinais da Ilha do Bananal.

Atualmente, no que tange o aspecto legal, todo seu território consta como Área

Indígena, sendo 138.000 ha na porção norte, destinados ao Parque Nacional do Araguaia,

cujos limites também são designados como Área Indígena, ficando assim sob cuidados dos

índios, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Fundaçao Nacional do Índio

(FUNAI). Apesar da Ilha do Bananal estar inserida nos limites políticos de três municípios:

Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia, neste estudo convencionou-se que devido

a suas particularidades hidrológicas-geomorfológicas e políticas-culturais, será tratada como

uma unidade política distinta semelhante a um município.

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Figura 8. Mapa mostrando as fitofisionomias presentes no Estado do Tocantins. Em amarelo-pálio destaca-se o Cerrado com 87% do território do Estado. Fonte: Atlas do Tocantins (SEPLAN, 2008)

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Procedimentos

Para se determinar a diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos do

Tocantins foram tomados três diferentes métodos: i) busca exaustiva de registros para ambos

os grupos na literatura, e ii) visita a museus e coleções zoológicas e iii) solicitação dos

registros às coleções e museus de zoologia quando impossibilitado de visita como no casos

das coleções estrangeiras e algumas coleções nacionais. Eventualmente, registros de algumas

espécies foram efetuados em campo ou solicitados diretamente a pesquisadores.

Para a compilação de registros na literatura, foram verificados artigos científicos,

relatórios de Estudo de Impacto Ambiental e Monitoramento Ambiental, documentos oficiais

como Planos de Manejo e estudos de cunho ambiental e conservacionista (Anexo 1). Para

busca de espécies depositadas em coleções zoológicas foram efetuadas visitas as coleções

herpetológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), Museu

Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), consideradas

as três principais instituições detentoras de coleções zoológicas do país por terem em seus

acervos especímes de diferentes partes do Brasil. Procedimentos semelhantes de levantamento

das espécies ocorreram em outros estudos (SILVA, 1989; SILVA, 1995a; 1995b; SANTOS,

2005; NOGUEIRA, 2006; COSTA et al. 2007; SANTOS e SILVA, 2007).

A solicitação de registros às coleções e museus não visitados, procedeu através de

consulta ao portal Herpnet (www.herpnet.org), onde realizou-se a busca por registros de

quelônios e crocodilianos nos acervos de museus internacionais. Os registros de ambos os

grupos procedentes da coleção herpetológica da Universidade de Brasília (CHUNB), e do

Museu Nacional de Historia Natural e Antropologia de Montevidéu no Uruguai (MNHNA),

foram requisitados diretamente aos seus respectivos curadores.

Cabe ressaltar que devido à recente formação do Estado do Tocantins, em 1988, vários

dos registros de quelônios e crocodilianos dados ao Tocantins, ainda têm como procedência o

Estado de Goiás. Desta forma, todos os registros anteriores a 1988 foram comparados ao atual

mapa político do Estado do Tocantins (SEPLAN, 2008), para a confirmação da localidade de

registro.

Posteriormente, ao término desta compilação, foi elaborado um banco de dados em

planilha eletrônica, constando os seguintes parâmetros: Família, Espécie, Subespécie, Fonte,

Registro, Localidade, Município, Coletor, Sexo, Ano e Coordenadas Geográficas do tipo

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graus decimais (Figura 9). A nomenclatura de espécies de quelônios e crocodilianos seguiu

aquela apresentada pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH, 2008). A fonte dos

registros distinguiu-se entre as coleções contempladas, literatura consultada e comunicações

e/ou observações pessoais.

O uso de subespécies somente foi adotado na compilação quando relatado no

tombamento da espécie na coleção ou descrito pelo autor do respectivo manuscrito. Não

foram feitas tentativas de determinação subespecífica para nenhum espécime examinado.

As coordenadas geográficas das localidades amostradas foram tomadas quando

fornecidas. Quando não fornecidas, a coordenada geográfica correspondente foi anotada

através de consulta ao gazetter (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) 12 ou através da verificação

da localidade no software Google Earth 4.2. Nas situações em que não foi obtido êxito com o

uso do gazetteer (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) e Google Earth 4.2, tomou-se nota das

coordenadas geográficas da sede do município associado àquela dada localidade.

Com relação aos registros, foram considerados aqueles provenientes de trabalhos

primários como também registros provenientes de métodos de entrevistas. Os registros

compilados foram classificados de acordo com método empregado: visual, captura,

fotográfico ou entrevista, quando oriundos da literatura; e “de museu”, quando verificado sua

presença no acervo de coleções científicas. A listagem das espécies de quelônios e

crocodilianos para o Tocantins foi diferenciada em três tipos de listagem: lista primária, lista

secundaria (A, B) e lista terciária.

Essa classificação tem como objetivo discernir aquelas espécies que possuem registro

documentado daquelas não documentados (definição a seguir), bem como aquelas de

distribuição geográfica de caráter duvidoso e questionável. Embora seja a SBH quem

divulgue a lista oficial dos répteis no Brasil, ela não apresenta esse tipo de classificação para

os mesmos em território brasileiro. Esse procedimento é estabelecido para a lista oficial das

espécies de aves brasileiras, apresentada pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos,

CBRO (CBRO, 2008). Os critérios de inclusão dos registros no trio das listas acima adaptadas

                                                            12 Ainda que este Gazetteer tenha enfoque ornitológico, nas localidades de coleta mencionada nesta obra, vários foram os naturalistas e pesquisadores que coletaram outros grupos animais além das aves. Um exemplo clássico são as coleta de Jonhann Natterer no século XIX. Nas localidades onde o referido naturalista percorreu, ele coligiu material de diversos grupos animais (VANZOLINI, 1996). Deste modo, o uso deste Gazetter pode ser potencializado, não necessariamente sendo de uso exclusivo ornitológico.

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Figura 9. Planilha eletrônica mostrando banco de dados com os registros obtidos para crocodilianos e suas especificações.

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ao Tocantins basea-se nos critérios utilizados por este comitê, sendo que a lista secundária,

neste estudo em particular, foi dividida em dois tipos A e B, como estabelecido a seguir:

Lista primária: Espécies com pelo menos um dos registros de ocorrência no Tocantins

provido de evidência documental. Neste contexto, são evidências documentais os itens

disponíveis, para consulta independente, na forma exclusiva de espécime integral ou parcial,

fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon.

Lista secundária: Tipo A: Espécies com provável ocorrência no Tocantins, providas

de registros específicos para o Estado, mas cuja evidência documental não é conhecida ou

disponível (são evidências documentais os itens disponíveis na forma exclusiva de espécime

integral ou parcial, fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon). Neste

contexto, a ‘provável ocorrência’ de uma espécie no Tocantins é inferida a partir do seu

padrão distribucional e de dispersão estabelecido com base em evidências documentais e/ou

em publicações na literatura. Tipo B: Espécie sem registro provido para o Tocantins, mas com

suposta ocorrência no Estado, inferida a partir do seu padrão distribucional e de dispersão

estabelecido com base em evidências documentais e/ou em publicações na literatura.

Lista terciária: Espécies providas de registros específicos para o Estado do Tocantins,

mas com evidência documental inválida (identificação incorreta ou suspeita de falha na

etiquetagem do espécime) ou com improvável ocorrência no Estado e carentes de evidência

documental (são evidências documentais os itens disponíveis na forma exclusiva de espécime

integral ou parcial, fotografia ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon).

A elaboração das respectivas listas apresenta o máximo de fontes idenficadas para

cada uma das espécies em ambos os grupos, ainda que não fosse necessária a menção de todas

elas. A documentação fotográfica foi considerada quando: o manuscrito menciona ter havido

a documentação e/ou traz impressa a fotografia da espécie, ou quando a fotografia é fornecida

pelo autor mediante solicitação.

Para análise de lacunas de conhecimento de quelônios e crocodilianos no Tocantins

foram confeccionados mapas, com auxílio de software gratuito DIVA-GIS 5.4 (www.diva-

gis.org/). Em um primeiro momento, foram plotadas nestes mapas as localidades onde

houveram amostragens do referidos grupos de répteis. Foram realizados dois tipos de

plotagens: aquela considerando todas as localidades amostradas independentes do método de

registro, e outra mais refinada, considerando aquelas localidades onde os registros foram

passíveis de documentação. Em ambas as situações foram particularizadas as localidades onde

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houve o registro de pelo menos 4 espécies de quelônios, uma vez que considerando as

distribuições geográficas das 9 espécies previstas para ocorrerem no Estado do Tocantins, é

possível que em qualquer região do Tocantins tenha-se essa riqueza de 4 espécies. Para

crocodilianos foi particularizada aquelas localidade com pelo menos duas espécies de

crocodilianos registrada e/ou documentada, embora, exista a possibilidade de ocorrência de

uma única espécie de jacaré em determinadas regiões com menor disponibilidade hídrica no

Estado de Tocantins.

Em um segundo momento, para a análise das lacunas de conhecimento da

biodiversidade de quelônios e crocodilianos, o Estado do Tocantins foi divido em uma malha

de 250 quadrículas com área de aproximadamente 110.000ha cada uma, valor correspondente

a 0,3% da área do Estado do Tocantins, permitindo assim estimar a área amostrada para

quelônios e crocodilianos no Estado. Embora os ambientes aquáticos sejam os mais

predominantes para ocorrência de ambos os grupos, sendos estes ambientes em grande parte

das 250 quadrículas menos representativos que os ambientes terrestres, o uso das quadrículas

para a referida análise foi preferida em contraposição a uma analise restrita ao ambientes

aquáticos.

Algumas espécies de quelônios, como os jabutis C. carbonaria e C. denticulata, e

alguns cágados, como Rhinoclemmys punctularia e Platemys platycephala possuem hábitos

semi-aquáticos, sendos estas espécies encontradas em ambientes terrestres (RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). Além disso, o conhecido movimento migratório entre corpos

d’água, utilizando-se de grandes faixas de terras, pelos crocodilianos, ratifica o uso dos

ambientes terrestres pelos mesmos. Deste modo, apesar da análise de quadrículas, de certo

modo, apresentar uma aparente superestimativa da área amostrada para ambos os grupos, ela

permite uma análise mais simplificada, pois no interior desta quadrícula de área de 110.000

ha, existirá todos os ambientes, seja aquático quanto terrestre (Figura 10), necessários para

sobrevivência de quelônios e crocodilianos, evitando-se assim, uma verificação mais

complexa, tendo em vista a necessídade de uma análise individualizada para uma série de

combinações entre espécie-habitat para ambos os grupos.

Importante ressaltar que o percentual de 0,3% foi estabelecido após comparação ao

percentual de cada unidade amostral em outros estudos de mesmo propósito (OREN e

ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995a; COSTA et.al., 2007). Nas análises de Oren e

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Albuquerque (1991) o percentual da unidade amostral definida é de 1,3% do todo, a

Amazônia Legal. Em Silva (1995a) o percentual de cada unidade amostral foi acerca de 0,6%

Figura  10.  Mapa  hidrográfico  do Estado do Tocantins  (à esquerda) e aspecto hidrográfico de uma das 250  quadrículas  de  110.000  ha (abaixo) mostrando a presença de ambientes  terrestres  e  aquáticos em diferentes níveis no interior de quadrícula.  

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do todo, o bioma Cerrado. Por sua vez, Costa et.al. (2007) na avaliação de lacunas de

conhecimento de Squamata no Cerrado, estabeleceram que cada célula de estudo continha

100.000ha, área correspondente a 0,05% do bioma Cerrado.

Além disso, o percentual de 0,3% estabelecido para as analises de lacunas por meio de

quadrículas foi comparado a análises de 0,2% e 0,135%, sendo o número de quadrículas

demasiadamente excessivas e pequenas para análises de lacunas para estes dois grupos de

vertebrados nestes dois percentuais.

RESULTADOS

Para quelônios foram compilados um total de 199 registros, consultados em a 27

diferentes manuscritos (EIAs, MAs, artigos, dissertações, livros, monografias etc.) e a partir

da consulta de seis coleçoes seis diferentes coleções herpetologias: CHUNB, CHCEULP-

ULBRA, MPEG, MNHNA, MZUSP, SNOMNH. Para quelônios foram constatado cinco

indicações de registros efetuados por meio de observação pessoal (Figura 11).

Para crocodilianos foram compilados 188 registros a partir da consulta de 41

diferentes manuscritos e 5 diferentes coleções herpetologicas detentoras de espécimes

oriundos do Tocantins: CHUNB, MPEG, MNHNA, MZUSP, MNRJ. Dois foram os registros

fornecidos por observação pessoal (Figura 11). A apresentação dos resultados obtidos através

dessas diferentes fontes será inicialmente realizada para os quelônios e posteriormente para os

crocodilianos.

Baseado nos tipos de registro considerados anteriormente, foi verificada a ocorrência

de 12 espécies de quelônios para o Estado do Tocantins: Rhinoclemmys punctularia (Daudin

1801), Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766), Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824),

Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766), Podocnemis expansa (Schweigger, 1812),

Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849, Podocnemis unifilis Troschel, 1848, Chelus

fimbriatus (Schneider, 1783), Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812), Mesoclemmys

vanderhaegei (Bour, 1973), Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) Platemys platycephala

(Schneider, 1792). Sobretudo, diante dos respectivos padrões de distribuição geográfica, as

espécies, Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys perplexa,

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Mesoclemys raniceps, Acanthochelys spiixi podem acrescer essa diversidade de quelônios no

Estado do Tocantins para 17 espécies.

Logo, a diversidade potencial de quelônios para o Tocantins é de 17 espécies, das

quais, nove possuem registros documentados para os limites do território tocantinense e três

espécies, Podocnemis sextuberculata, Rhinoclemmys punctularia, e Platemmys platicephala

têm suas ocorrências assinaladas para o Tocantins, porém a primeira necessita de uma

verificação do suposto espécime depositado em museu europeu (IVERSON, 1992) 13,

                                                            13 Em contato estabelecido com o autor, o mesmo mencionou que este registro fora baseado nos trabalhos de Siebenrock 1904: Schildkroten von Brazilien que assinala a espécie para "Rio Araguaya". O autor mencionou também que geralmente os registros de Siebenrock são apoiados nos espécimes depositados no Museu de Viena, sugerindo uma averiguação ao acervo do mesmo para checagem da identificação.

Figura 11. Apresentação gráfica do número total dos diferentes tipos de fontes consultadas e o número de espécies de quelônios (acima) e crocodilianos (abaixo) identificadas associado a cada tipo de fonte.

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enquanto as duas outras somente são relatadas por registros não documentados (ATIZENGEN

e SILVA, 1999; TOCANTINS, 1998).

Deste modo, a lista primária de espécies de quelônios do Tocantins traz as seguintes

espécies: Kinosternon scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata,

Podocnemis expansa, Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba,

Mesoclemmys vanderhaegei, Phrynops geoffroanus.

A lista secundária do tipo A abrange um total de três espécies: Podocnemis

sextuberculata, Rhinoclemmys punctalaria, e Platemmys platicephala; a lista secundária do

tipo B, por sua vez compreende cinco espécies: Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys

turbeculata, Mesoclemys perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys spiixi. A lista terciária

não há nenhuma espécie representada. Porém, vale destacar que há dois registros, a princípio

não documentados, de Hydromedusa maximiliani relatados em pequenos corpos d’água para o

Parque Estadual Serra das Andorinhas, na margem esquerda do rio Araguaia, no Pará

(ATIZENGEN e SILVA, 1999). Detalhes sobre as fontes dos registros apresentadas seguem

no Anexo 1.

Dentre as 12 espécies registradas para o Tocantins, nenhuma delas se enquadra no

Anexo I do CITES (UNEP-WCMC 2009). O mesmo ocorre quando comparadas à lista de

espécies de Testudines ameaçadas no Brasil (MMA, 2003; MARTINS e MOLINA, 2008).

Quando comparadas à lista vermelha de espécies de Testudines da IUCN, constam que três

espécies registradas para o Tocantins apresentam grau de ameaça de extinção: Chelonoidis

denticulata Podocnemis sextuberculata, e Podocnemis unifilis, classificadas como vulneráveis

(IUCN, 2008). Verificou-se também que nenhuma das espécies consideradas ocorrentes no

Estado do Tocantins é um testudínio endêmico brasileiro.

A compilação dos registros de quelônios no Tocantins constatou a existência de 67

diferentes localidades amostradas, das quais, 61 encontram-se exclusivamente em território

tocantinense, distribuídas em 24 diferentes municípios. Por sua vez as outras seis localidades

restantes, localizam-se nas divisas do Tocantins com o Estado do Pará, nos municípios de

Conceição do Araguaia e São Geraldo do Araguaia, Estado do Maranhão, no município de

Imperatriz e Estado do Mato Grosso no município de Santa Terezinha (Figura 12).

Por outro lado, quando somente analisadas as localidades que dispõem de material

documentado, sejam espécimes depositados em coleções, sejam registros vídeo-fotográficos

constatam-se 22 localidades dispondo de documentação de Testudines (Figura 12), dentre as

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67 localidades identificadas no Estado do Tocantins. Destas 22 localidades, apenas em três

verificou-se a coleta e/ou documentação vídeo-fotográfica de pelo menos quatro espécies de

quelônios: barra do rio Tapirapé - Ilha do Bananal, UHE LEM - Lago do Lajeado e Parque

Estadual do Cantão (Figura 12 - setas vermelha, marrom e amarela, respectivamente - e

Tabela 3).

Figura 12. Localidades onde ocorreram registros de espécies quelônios no Estado do Tocantins. Ao centro, preenchido de vermelho como referencial, Palmas, capital do Estado.

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Considerando apenas aquelas localidades que apresentaram pelo menos 4 espécies de

quelônios registradas independete do método de registro, percebe-se uma significativa

redução de 67 localidades amostradas para apenas 8 (Figura 13 e Tabela 3).

Figura 13. Localidades onde ocorreram registros de pelo menos quatros espécies diferentes de quelônios no Estado do Tocantins independentes da documentação ou não do registro.

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LOCALIDADE  COORDENADA  ESPÉCIE  FONTE 

Fazenda Dois Rios

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  BIOFÍSICA, 2007 

‐10.76944444  Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  BIOTERRA, 2005 ‐49.92416667 

Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  BIOTERRA, 2005 

   Podocnemis unifilis Troschel, 1848  BIOTERRA, 2005 

Parque Estadual do Cantão 

   Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  CHUNB 46212; SEPLAN 2004  

‐9.365  Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  CHUNB 45444; SEPLAN 2004  ‐50.01027778 

Podocnemis unifilis Troschel, 1848  CHUNB 45445‐49; SEPLAN 2004    

Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)  Túlio Dornas Obs. Pessoal 2006 (F) 

Projeto Formoso 

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  UNITINS 1998 

‐11.79277778  Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  UNITINS 1998 

‐49.61138889  Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  UNITINS 1998    Podocnemis unifilis Troschel, 1848  UNITINS 1998 

Rio Araguaia (Xambioá)  

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  SALERA‐JÚNIOR 2005 

   Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)  SALERA‐JÚNIOR 2005 

   Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  ATIZENGEN e SILVA 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005 

‐6.41222222  Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)  SALERA‐JÚNIOR , 2005 ‐48.52527778  Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

   Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  ATIZENGEN e SILVA, 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005    Podocnemis unifilis Troschel, 1848  ATIZENGEN e SILVA, 1999; SALERA‐JÚNIOR 2005   

Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801)  ATIZENGEN e SILVA, 1999 

Tabela 3. Coordenadas, espécies e fonte das localidades com pelo menos 4 especies registradas no Estado do Tocantins. As localidades com pelo menos 4 espécies documentadas encontram-se sublinhadas. F – registro fotográfico, os demais registros, salvos aqueles de coleções, são provenientes de registros visuais e/ ou entrevistas.

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LOCALIDADE  COORDENADA  ESPÉCIE  FONTE 

Barra do rio Tapirapé ‐ Ilha do 

Bananal 

   Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  MNRJ 35 e 56 apud Pritchard e Trebou 1984 

‐10.23333333  Podocnemis unifilis Troschel, 1848  MNRJ 1073, UMMZ 103243, AMNH 87966 apud Pritchard e Trebbau 1984 

‐48.4  Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)  MZUSP 2185 apud Pritchard e Trebbau 1984 

   Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  AMNH 93444 apud Pritchard e Trebbau 1984 

Rio Javaés ‐ tribo Conoanã 

‐12.01111111 ‐49.95166667 

Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

Podocnemis unifilis Troschel, 1848  SALERA‐JÚNIOR, 2005 

Rio Tocantins ‐ Lago UHE LEM 

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  THEMAG, 1996; CHUNB 16198; CHUNB 24700 

   Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)  THEMAG, 1996 

‐10.11666667  Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  THEMAG, 1996; CHUNB 15153; ‐48.38333333 

Podocnemis unifilis Troschel, 1848  THEMAG, 1996; CHUNB 15232; 

   Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812)  PAVAN e DIXO, 2004; CHUNB 14684     Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)  BRANDÃO e PEREZ‐JR, 2001   

Mesoclemmys vanderhaegei (Schweigger, 1812)  BRANDÃO et al., 2002 

Sete Barracas 

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  CONSPLAN, 2004 

‐5.54194444  Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)  CONSPLAN, 2004 ‐47.56027778 

Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  CONSPLAN, 2004 

Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)  CONSPLAN, 2004 

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Do ponto de vista da divisão geopolítica do Estado do Tocantins dos 24 municípios

com registros de quelônios, apenas oito municípios tiveram pelo menos 4 espécies de

quelônios registradas: Caseara, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Palmas, Paranã,

Pium, São Miguel do Tocantins, Xambioá; mais a Ilha do Bananal. (Figura 14).

Figura 14. Municípios tocantinenses em que se obteve o registro mínimo de quatro espécies de quelônios no Tocantins independente da documentação do registro. 1. São Miguel do TO, 2. Xambioá, 3. Caseara, 4. Pium, 5. Lagoa da Confusão, 6. Ilha do Bananal, 7. Formoso do Araguaia, 8. Paranã e 9. Palmas.

1

2

4

6

5

3

7

8

9

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O município de Paranã, ao contrário de todos os outros municípios listados, não

apresentou em seus limites territoriais uma única localidade com pelo menos quatro espécies

de quelônios registrados, sendo destacado no mapa da figura 14 devido haver mais de 4

especies nos diferentes pontos de amostragem verificados no interior do seu território.

Considerando as unidades geopolíticas que tiveram pelo menos 4 espécies

documentas, observa-se que somente em três casos foi verificada tal situação: Palmas,

representada pelas coletas e documentações de quelônios ao longo do Lago do Lajedo (Figura

14, n◦ 9); Pium, devido às coletas e documentações de espécies de quelônios realizadas no

Parque Estadual do Cantão e o Centro de Pesquisas Canguçu e entorno, (trata-se de unidades

de conservação localizadas nos limites deste município – Figura 14, n◦ 4); e a Ilha do

Bananal, neste estudo excepcionalmente separada como uma unidade geopolítica, onde existe

várias coletas de quelônios, principalmente aquelas efetuadas na barra do rio Tapirapé com rio

Araguaia e na região próxima a Santa Terezinha município mato-grossense na margem

esquerda do Araguaia (Figura 14, n◦ 6) (Tabela 4).

Com relação à análise de quadrículas, dividindo-se o território tocantinense em 250

quadrículas, com área aproximadamente de 110.000ha (0,3% da área total do Estado),

contasta-se que em apenas 40 quadrículas foram realizados algum registro de quelônio. Destas

40 quadrículas, em apenas dez delas havia sido registrada mais de quatro espécies de

quelônios, sendo em apenas um delas registrada as nove espécies reconhecidas para o Estado

(Figura 15).

Recorrendo ao um maior refinamento na análise, verificou-se que das 250

quadrículas, em apenas 19 delas houveram registros documentados de quelônios, redução de

47,5% comparados as 40 quadrículas identificadas independentes do método de registro.

Surpreendentemente, somente em três quadrículas foram constatadas a documentação de

quatro ou mais espécies de quelônios (Figura 16).

Abstendo-se dos quelônios e enfocando no grupo dos crocodilianos, verificou-se que

para o Estado do Tocantins há registros de cinco das seis espécies de Crocodyla existentes no

Brasil: Caiman crocodilus, Caiman latirostres, Melanosuchus niger, Paleosuchus

palpebrosus e Paleosuchus trigonatus. Embora a presença de C. latirostris e P. trigonatus

constitua uma surpresa positiva, já que não havia registros conhecidos da ocorrência dessas

espécies em solo

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UNIDADE POLÍTICA 

ESPÉCIE  FONTE 

   Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  MZUSP 2048, 2119, 2120, MNHNA 1751, AMNH 93444 apud Pritchard Trebbau  

Ilha do Bananal   Podocnemis unifilis Troschel, 1848 MZUSP 2106, 2109, 2110, 2111, 2112; CHUNB 10747, 10748, 10749; MZUSP 2777; MN 1073, UMMZ 103243, AMNH 87966 apuds Pritchard e Trebbau 1984 ‐.  

Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  MNHNA 1384; MN 35 e 56 apud Pritchard e Trebbau 1984  

   Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)  MZUSP 2185 apud Pritchard e Trebbau 1984  

   Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)  CHUNB 10746 

   Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  ADSON ATAÍDES Comun. Pessoal 2008 (Fotográfico) 

Pium (limites extras Ilha do Bananal) 

Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  MALVASIO et al., Comun. Pessoal (Fotográfico) 

Podocnemis unifilis Troschel, 1848  CHUNB 24753, 45445, 45446, 45446, 45447, 45448  

   Chelus fimbriatus (Schneider, 1783)  CHUNB 46212 

   Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  CHUNB 45444 

   Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)  MZUSP 4118 

Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)  CHUNB 16198, 24700, MZUSP 4119, 4120, 4121, 4122, 4123, 4124, 4125, 4126 

Palmas  Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812)   CHUNB 14684 

   Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)  CHUNB 15153 

   Podocnemis unifilis Troschel, 1848  CHUNB 15232 

Tabela 4. Espécies de quelônios, fontes e as unidades políticas com registro de pelo menos 4 espécies através de métodos documentados no Estado do Tocantins.

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Figura 15. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de quelônios naquelas áreas decorrentes de registros indepedente da documentação dos registros.

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Figura 16. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de quelônios naquelas áreas decorrentes de registros somente passíveis de documentação.

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tocantinense, para P. trigonatus os registros vigentes não possuem caráter documental,

diferentemente de C. latirostris, que há registro documentado, porém sua distribuição

geográfica atual e a não recorrência de registros na bacia do rio Araguaia – origem do

espécime examinado – e na região sudeste do Estado, discorrem sobre sua sólida validade no

Tocantins, fato que será discutido a seguir.

De acordo com os critérios estabelecidos para determinação das listagens de espécies

do Tocantins a lista primária compreende as seguintes espécies: C. crocodilus, M. niger, P.

palpebrosus; por sua vez a lista secundária traz P. trigonatus (tipo A) e a lista terciária C.

latirostris. Embora o registro de C. latirostris contemple os critérios estabelecidos para lista

terciária, existem importantes considerações sobre sua distribuição geográfica que podem

sustentar sua ocorrência no Tocantins, como discutido mais adiante. Nenhuma das espécies

registradas para o Tocantins enquadra-se em categorias de ameaça de extinção (MARTINS e

MOLINA, 2008, IUCN 2008), sendo somente C. latirostris listada no Anexo I da CITES

(UNEP-WCMC. 2008).

A compilação dos registros de crocodilianos para o Tocantins revelou 101 diferentes

localidades amostradas, em 34 diferentes municípios mais a Ilha do Bananal (Figura 17).

Destes, somente três localizam-se em regiões limítrofes, Couto de Magalhães e Xambioá com

os municípios paraenses de Conceição do Araguaia e São Geraldo do Araguaia

respectivamente, e a Ilha do Bananal, na sua porção norte fazendo limite com o município de

Santa Terezinha, no Estado do Mato Grosso.

Das 101 localidades compiladas, apenas em 38 foram observados os registros de pelo

menos duas espécies de crocodilianos, contemplando a amostragem mínima estabelecida para

de duas espécies para crocodilianos (Figura 17). Dos 34 municípios amostrados somente 17

mais a Ilha do Bananal tiveram o mínimo de duas espécies identificadas (Figura 18).

Levando-se em consideração os registros efetuados através de documentação, das 101

localidades amostradas em apenas 21 delas foram aplicados este tipo de metodologia (Figura

19). Em uma análise mais minuciosa, constatou-se que dentre essas 21 localidades passíveis

de documentação em apenas seis houve a documentação de pelo menos duas espécies de

crocodilianos (Tabela 5 e Figura 19) contemplando somente os municípios de Palmas, Pium,

Mateiros e a Ilha do Bananal.

Por sua vez, a análise de quadrículas de amostragem de crocodilianos, quando

comparado com o padrão de quadrículas amostradas em quelônios, demonstra uma conjectura

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de sutil melhora. Das 250 quadrículas (~110.000ha cada) distribuídas pelo território

tocantinense, 51 apresentaram registros de crocodilianos (Figura 20).

Considerando apenas aqueles registros passíveis de documentação, o número de

quadrículas amostrado reduziu para 20. Deste total, apenas cinco quadrículas figuram entre

aquelas com pelo menos duas espécies de crocodilianos documenta (Figura 21).

LOCALIDADE  COORDENADAS  ESPÉCIE  FONTE 

Centro de Pesquisa Canguçu 

‐9.978055556 ‐50.03638889 

Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  CHUNB 24751, 24752 

Melanosuchus niger (Spix, 1825)  SOARES, 2007 (F) 

Ilha do Bananal ‐ 2 ‐11.33333333 

‐50.4 

Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  MZUSP 2106, 2107, 2108, 2109 

Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)  MZUSP 2173 

Caiman latirostris (Daudin, 1802)  MZUSP 2136 

Ilha do Bananal ‐ Rio Araguaia 

‐11.35 ‐50.66666667 

Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  MNHNA 1412 

Melanosuchus niger (Spix, 1825)  MNHNA 1414 

Jalapão ‐10.55 

‐46.41666667 Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  VITT et al., 2005 (F) 

Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)  VITT et al., 2005 (F) 

Rio Javaés ‐9.966666667 ‐50.03333333 

Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  SOARES, 2007 (F) 

Melanosuchus niger (Spix, 1825)  SOARES, 2007 (F) 

Palmas ‐ 10.19750000  Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758)  VILLAÇA 2004b (F) 

‐48.36861111  Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)  VILLAÇA 2004b (F) 

Tabela 5. Localidades onde se efetuou a documentação de pelo menos duas espécies de crocodilianos no Estado do Tocantins. F – documentação fotográfica.

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Figura 17. Localidades amostradas para crocodilianos no Estado do Tocantins (azul e amarelo) independentes do método de registro. Em amarelo, aquelas localidades amostradas onde foram efetuados registros de pelo menos duas espécies de crocodilianos.

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Figura 18. Municípios com pelo menos duas espécies de crocodilianos registrado no Estado do Tocantins. 1. Sampaio, 2. São Miguel do Tocantins, 3. Ananás, 4. Tocantinópolis, 5. Babaçulândia, 6. Campos lindos, 7. Couto de Magalhães, 8. Araguacema, 9. Pium, 10. Lagoa da Confusão, 11. Formoso do Araguaia, 12. Lajeado, 13. Palmas, 14. Porto Nacional, 15. Brejinho de Nazaré, 16. Mateiros, 17. Ilha do Bananal.

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Figura 19. Localidades amostradas para crocodilianos no Estado do Tocantins (azul e amarelo) com registros passíveis de documentação. Em amarelo, aquelas localidades amostradas onde foram efetuados registros documentados de pelo menos duas espécies de crocodilianos.

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Figura 20. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de crocodilianos naquelas áreas decorrentes de qualquer método de registros.

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Figura 21. Análise de quadrículas mostrando gradiente de riqueza de espécies de crocodilianos naquelas áreas decorrentes de registros passíveis de documentação.

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DISCUSSÃO

A diversidade de quelônios e crocodilianos para o Tocantins era até então conhecida

de estudos pontuais e da verificação das distribuições geográficas das espécies (PRITCHARD

e TREBBAU, 1984; ERNEST e BAUBOR, 1989; IVERSON, 1992; MOLINA e ROCHA

1996; BRANDÃO et al., 2002; AZEVEDO, 2003; MEDEM, 2003; VILLAÇA, 2004a,

2004b; MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006; PORTELINHA, 2007; SOARES, 2007;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Em síntese, os resultados encontrados para ambos os

grupos de vertebrados estudados aponta que no Estado do Tocantins encontra-se uma situação

de contrastes; de um lado há uma representativa diversidade de espécies de quelônios e

crocodilianos, em contrapartida, a amostragens das mesmas são extremamente insuficientes.

Frente aos resultados sobre a representativa biodiversidade compilada serão discutidas

inicialmente as considerações referentes aos Testudines e posteriormente aos Crocodylia.

A compilação de registros de quelônios no Tocantins revelou existir 12 espécies de

quelônios registradas para o Estado; diversidade de espécies maior que a aquela conhecida

para o Estado como mencionado anteriormente. Porém, para responder a pergunta “quantas

espécies de quelônios existem registradas para o Estado do Tocantins?” há a necessidade de

avaliar as listas primária, secundária e terciária elaboradas.

Considerando o critério de documentação das espécies, a essa primeira pergunta se faz

coerente como resposta o uso da lista primária de espécies de quelônios do Tocantins. Logo,

nove é o numero de espécies documentadas e, por conseguinte, com registros comprovados

para o Tocantins, mostrando que a diversidade anteriormente considerada foi mantida. As

espécies que mais se destacam dentre aquelas com registro confirmado são Mesoclemmys

vanderhaegei (CHCEULP-ULBRA 1081) e Mesoclemmys gibba (CHUNB 14684) que foram

recentemente descobertas para o Tocantins (BRANDÃO e PEREZ-JÚNIOR, 2001;

BRANDÃO et al. 2002, VILLAÇA, 2004a) ampliando de forma considerável a distribuição

geográfica dessas espécies do centro-sul e do norte do Brasil, respectivamente, para o médio

rio Tocantins.

Outra espécie compilada que merece destaque é Chelonoides denticulata. Sua

ocorrência no Tocantins sempre foi associada a registros provenientes de entrevistas e/ou

registros sem documentação (TOCANTINS, 1998; CONSPLAN, 2004). Iverson (1992) e

Rueda-Almonacid et al. (2007) relatam a ocorrência da espécie para regiões Sudeste, centro

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sul da região Centro-Oeste, Pantanal e Amazônia Ocidental. Os registros de C. denticulata

para Ilha do Bananal (CHUNB 10746) próximo a Santa Terezinha, cidade na margem

esquerda do rio Araguaia, e para o Parque Estadual do Cantão (Figura 22), confirmam a

presença da espécie no Tocantins, assim como na porção ocidental da Amazônia e central do

Brasil.

Todavia, utilizando-se das listas secundárias estabelecidas, um importante acréscimo

na diversidade de quelônios para o Tocantins pode ocorrer de duas formas. Caso as espécies

Podocnemis sextuberculata, Rhynoclemys turbeculata e Platemys platicephala que compõem

a lista secundária do tipo A tenham seus registros confirmados; ou as espécies da lista

secundária do tipo B, Peltocephalus dumeriliana, Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys,

perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys spiixi, tenham suas distribuições geográficas

aumentadas para o Tocantins através de registros futuros dentro dos limites do Estado (Figura

23).

Podocnemis sextuberculata é um testudínio com distribuição geográfica confirmada

para bacia amazônica, sendo seus registros concentrados na calha do rio Amazonas e

afluentes norte (ERNEST E BAUBOUR, 1989; IVERSON, 1992). Contudo, Iverson (1992)

apresenta dois supostos registros da espécie fora dos afluentes norte e calha central do rio

Amazonas, um deles em afluente do médio rio Xingu e outro na confluência dos rios

Tocantins e Araguaia. Segundo o autor, este último registro é baseado em Siebenrock 1904:

Schildkroten von Brazilien (em alemão, Tartarugas do Brasil) sugerindo por a verificação do

espécime depositado na Alemanha (JOHN IVERSON Comum. Pessoal 2009) .

Considerando a confirmação da espécie no baixo rio Amazonas (IVERSON, 1992),

portanto, em regiões próximas as imediações das desembocaduras dos rios Xingu e Tocantins,

torna-se possível especular sobre a real ocorrência desta espécie no Estado do Tocantins como

mencionado logo acima, visto que habitats como lagos, rios e corregos, várzeas e florestas de

igapó, onde se estabelecem (RUEDA-ALMONACID et al., 2007) são encontrados na calha

dos rios Tocantins e Araguaia. Deste modo, as expedições que contemplem as calhas dos dois

rios já nos limites tocantinenses são necessárias e emergenciais para confirmação da

ocorrência de P. sextuberculata no Estado, já que a espécie encontra-se vulnerável de

extinção (IUCN, 2008), e são previstas a construção de barragens para produção hidrelétrica

no rio Tocantins, em Marabá – PA e no rio Araguaia em Santa Isabel, município de Ananás,

Tocantins.

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Figura 23. Distribuição das espécies de quelônios que compõe a lista secundaria do tipo B. 1. Peltocephalus dumeriliana, 2. Mesoclemmys tuberculata, 3. Mesoclemmys perplexa 4. Mesoclemmys raniceps, 5. Acanthochelys spixii. Fonte: adaptado de www.chelidae.com

Figura 22. Indivíduo de Chelonoides denticulata fotografado em cerradão do Parque Estadual do Cantão. Fotos: Túlio Dornas.

21 

4 5

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Não diferentemente, as mesmas considerações propostas para a P. sextuberculata

servem para explicar a ocorrência de Rhynoclemys punctularia para o Tocantins. Sua

distribuição geográfica é mais restrita na bacia amazônica a porção do médio e baixo rio

Amazonas e na região das Guianas (ERNEST e BAUBOR, 1989; IVERSON, 1992, RUEDA-

ALMONACID et al., 2007) concentrando-se na região de Belém uma grande abundância de

registros (IVERSON, 1992).

No Tocantins sua ocorrência é relatada, sem especificação de possível documentação,

para o rio Araguaia, entre as imediações do Parque Estadual Serras das Andorinhas, no Pará, e

o município de Ananás, no Tocantins (ATIZENGEN e SILVA, 1999). Os autores salientam

que o espécime registrado carece ainda de revisão para definitiva identificação. No entanto, a

forte presença da espécie na região de Belém, com registros de espécimes para região de

Janaguara, foz do rio Tocantins (MZUSP 3030 e 3031) (Figura 24) subsidiam com

consistência a entrada da espécie ao longo da bacia do Tocantins.

Figura 24. Rhinoclemmys punctalaria, acima espécime depositado o MPEG e abaixo espécime depositado MZUSP. Fotos: Túlio Dornas

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Essa proposição é ainda fortalecida se acrescida dos registros da espécie para Serra do

Carajás, Pará (MPEG 54 e 67) (Figura 24), na região do rio Itacaiúnas, afluente do rio

Tocantins com desembocadura em Marabá, e para a região da Aldeia Igarapé Gurupi-Una

(MZUSP 2212), no médio rio Gurupi, divisa natural dos Estados do Pará e Maranhão, cuja

cabeceira está distante algumas dezenas de quilômetros da foz do rio Araguaia com o rio

Tocantins. Assim como para P. sextuberculata, expedições no baixo rio Araguaia e na região

de sua foz com rio Tocantins são emergenciais para possível certificação da ocorrência de R.

punctalaria para o Estado do Tocantins.

Já Platemys platicephala é um cágado semi-aquático, que prefere pântanos e corpos

d’água pouco profundos chegando adentrar em ambientes florestais. Sua distribuição é dada

para toda a bacia Amazônica, tendo como limite de distribuição o rio Araguaia, porém

registros para esta bacia inexistem (ERNST, 1983; IVERSON, 1992; RUEDA-ALMONACID

et al., 2007).

Para o Estado do Tocantins sua presença foi registrada na região de Rio da Conceição

(TOCANTINS, 1998), município localizado na região sudeste do Estado, distante da calha do

rio Araguaia em pelo menos 420 quilômetros. Não é relatado método de registro sendo

provavelmente visual e sem captura. Embora o autor relate que a espécie é abundante no

local, o mais provável é que o referido cágado seja outra espécie, apesar de que as

características morfológicas de P. platycephala serem bem distinguíveis das demais

(RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Sobretudo, à grande distância com relação ao rio

Araguaia e a não documentação do registro, à execução de estudos na região de Rio da

Conceição para o reconhecimento da fauna de Testudines é sugerido o que pode vir a

confirmar a espécie nesta localidade.

Entretanto, a ocorrência de P. platycephala para o Estado do Tocantins é mais

consistente quando embasada nos registros da espécie para rio Culuene, alto rio Xingu

(UMMZ 115654 apud ERNST, 1983 e PRITCHARD e TREBBAU 1984) e rio Gurupi,

Aldeia Igarapé Gurupi-Una (MZUSP 2689, 2692). Estes registros sugerem a real ocorrência

da espécie na calha do rio Araguaia e seus afluentes (Figura 25); logo a sua busca deve ser

emergencial, priorizada junto com P. sextuberculata e R. punctalaria em toda calha do rio

Araguaia, devendo ser despendido maior esforço amostral na Ilha do Bananal, já que nela se

mantêm em bom estado de conservação os ambientes preferenciais da espécie.

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Finalmente, concomitante às buscas dessas três espécies, amostragens à procura de

Hydromedusa maximilliani devem ser consideradas. Souza (2005b) descreve que os

ambientes preferenciais da espécie na Mata Atlântica são riachos de águas claras em florestas

primária, ambientes igualmente encontrados no Parque Estadual Serra das Andorinhas, sendo

o registro conferido por Atizegen e Silva (1999) efetuado em mata de galeria dos riachos

encravados nos afloramentos rochosos da região. Embora, seja considerada endêmica da Mata

Atlântica, um registro da espécie para Anápolis-GO (AMNH 62140 apud EMY System 1999)

pode sugerir a existência de populações da espécie em regiões além da Mata Atlântica, sendo

as supostas populações do centro-norte do Brasil ainda não descobertas por escassez de

documentação e de estudos de inventariamento de cágados nessa região.

Figura 25. Distribuição de Platemys platicephala. Em vermelho, Rio da Conceição, local onde foi assinalado o registro para a espécie no Tocantins. Em amarelo e verde, respectivamente, rios Culuene - MT e Gurupi - MA, locais onde P. palticephala foi documentada (UMMZ 115654 e MZUSP 2689, 2692). Os respectivos registros subsidiam a ocorrência da espécie para a calha do rio Araguaia e afluentes. Fonte: adaptado de Rueda-Almonacid et al., 2007.

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Com relação a diversidade de crocodilianos no Estado do Tocantins, verificou-se que

há registros de cincos das seis espécies descritas para o Brasil, duas a mais que o esperado pra

o Estado. Contudo, considerando os critérios de listagem estabelecidos, a lista primária do

Tocantins tem apenas as três espécies anteriormente assumidas: Caiman crocodilus,

Paleosuchus palpebrosus e Melanosuchus níger; respondendo assim a pergunta inicialmente

proposta de “qual o número de espécies de crocodilianos para o Estado do Tocantins?”. As

outras duas: Paleosuchus trigonatus e Caiman latirostris compõem a lista secundária do tipo

A e a lista terciária, respectivamente.

Paleosuchus. trigonatus é um jacaré de porte médio, que tem distribuição geográfica

assinalada para toda a bacia Amazônica, onde é simpátrico com P. palpebrosus

(CARVALHO, 1953, MEDEN, 1967; AZEVEDO, 2003; RUEDA-ALMONACID et al.,

2007). No Tocantins, sua presença é assinalada para rio Tocantins, na região da Ilha Serra

Quebrada, município de Tocantinópolis e para o rio Araguaia, entre o Parque Estadual Serra

das Andorinhas no Pará e o município de Ananás, Tocantins. Em ambos os registros não é

confirmada à documentação da espécie, podendo assim haver equívocos na identificação, com

a possibilidade de tais registros terem sido de P. palpebrosus, já que as características

diagnósticas são diferenciadas com mais precisão em exemplares no mínimo capturados.

Entretanto, a ocorrência de P. trigonatus relatada para o Tocantins torna-se realmente

coerente quando analisada uma série de registros provenientes do leste amazônico. Existem

no MZUSP dois espécimes de P. trigonatus, MZUSP 2187 e 2188 (Figura 26), o primeiro do

médio rio Capim, no Pará, interflúvio Tocantins-Gurupi; o segundo do rio Gurupi, na Aldeia

Igarapé Gurupi-Una divisas entre Maranhão e o Pará. Ademais, outros dois espécimes, MPEG

21 e 22 (Figura 26), são anotados para o Pará nos limites da Flona Tapirapé-Aquiriri, na

região do rio Itacaíunas, afluente do rio Tocantins no município de Marabá-PA.

Este conjunto de registros depõe com veemência a favor da ocorrência da espécie no

Estado do Tocantins, pelo menos, no que se refere à região norte do Estado, onde foram

efetuados os supostos registros. O rio Itacaíunas é um afluente do rio Tocantins com

desembocadura em Marabá, a pelo menos 50km da confluência dos rios Araguaia e

Tocantins. Vários de seus afluentes nascem próximos a calha do rio Araguaia nas redondezas

do P. E. Serra das Andorinhas, o que poderia favorecer as populações do jacaré a transitarem

entre as duas bacias. Sobretudo, as bacias do rio Capim e rio Gurupi têm suas cabeceiras

muito próximas ao leito do rio Tocantins, e uma vez já confirmada a presença de P. trigonatus

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em seus limites, o possível deslocamento da espécie ao sul de ambas as bacias, também é

favorecido (Figura 27).

Figura 26. À esquerda, espécime P. trigonatus MZUSP 2187 e a direita MPEG 21. Fotos: Túlio Dornas

Figura 27. Mapa com distribuição de P. trigonatus, localidade amostradas e sua nova distribuição geográfica (linha tracejada) caso os registros no Estado do Tocantins forem confirmados. Círculo verde, rio Itacaiúnas nas proximidades da Flona Tapirapé-Aquiri; círculo vermelho, rio Araguaia, região do P. E. Serra das Andorinhas; círculo preto, rio Tocantins próxima a Ilha de Serra Quebrada; círculo azul, médio rio Capim e; círculo amarelo, rio Gurupi, Aldeia Igarapé Gurupi-Una. Fonte: adaptado de Rueda-Almonacid et al., 2007

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Além disso, é relatado para P. trigonatus a preferência por canais e corpos d`água

mais turbulentos no interior das florestas (MEDEN, 1967; MAGNUSSOM e LIMA, 1991;

RUEDA-ALMONACID et al., 2007) sendo os canais com densa vegetação ambientes

selecionados para construção de seus ninhos (MAGNUSSOM e LIMA, 1991; RUEDA-

ALMONACID et al., 2007). Estes ambientes estão espalhados por toda floresta Amazônica,

sendo que no Tocantins estariam melhor caracterizados na região norte do Estado, onde a

influência do bioma Amazônico é mais intensa (SEPLAN, 2008) (Figura 8 – em verde, ao

norte do Estado).

Deste modo, tanto do ponto de vista biogeográfico quanto ecológico, a distribuição de

P. trigonatus em território tocantinense tornar-se plausível, com possibilidades de sua

ocorrência ser destacada até em áreas mais a montante do Parque Estadual das Andorinhas, no

rio Araguaia. Isto devido a sua margem ser composta por fitofisionomias amazônicas bem

características (Figura 8), onde há a presença de lagos, canais e rios com características muito

semelhantes ao habitat ideal conhecido da espécie para outras localidades na Amazônia.

Expedições de busca à espécie devem ser efetuadas na região norte do Tocantins com

extrema urgência. A previsão dos barramentos do rio Tocantins devido à construção da

hidrelétrica de Marabá, e do rio Araguaia devido à construção da hidrelétrica de Santa Isabel

para a região, inevitavelmente alagarão os habitats favoráveis ao estabelecimento da espécie.

Levando-se em conta ainda, que o leste paraense e quase todo o norte do Tocantins estão

drasticamente desmatados 14, a confirmação da ocorrência de P. trigonatus para o Estado do

Tocantins deverá, de forma lamentável, vir acompanhada do status de espécie ameaçada de

extinção a nível estadual, pois os habitats da espécie vêm sofrendo grande alteração, sendo

convertidos em outros tipos de coberturas.

Além de P. trigonatus, outra espécie que demanda atenção é C. latirostris. Este jacaré

de médio a grande porte, também conhecido como jacaré-do-papo-amarelo, apresenta uma

ampla distribuição geográfica longitudinal, ocorrendo desde o Rio Grande do Norte passando

por todo leste brasileiro até Uruguai e centro-norte da Argentina (CARVALHO, 1953;

MEDEN, 1983; AZEVEDO, 2003; VERDADE e PIÑA, 2007; RUEDA-ALMONACID,

2007). Para o Estado do Tocantins, C. latirostris tem ocorrência verificada para duas

                                                            14 Dados oficiais (Seplan 2008) mostram que apenas 13% da cobertura vegetal original da categoria de florestas ainda estão conservadas no Tocantins. Segundo o PRODES, Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica ligada ao INPE, apenas 25% da cobertura florestal do Tocantins ainda encontram-se integras.

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localidades, Ilha do Bananal, em decorrência de espécime depositado no MZUSP 2136

(Figura 28) e para o município de Almas, sudeste do Estado (Instituto Butantan NS 547 apud

PESSÔA et al. 1972), provavelmente, em afluentes, ou mesmo no próprio rio Manuel Alves,

Figura 28. Caiman latirostris depositado na coleção herpetológica do MZUSP 2136. Acima e à esquerda, vista dorsal e ventral do indivíduo; Acima e à direita, detalhe da cabeça mostrando o quanto igualmente é largo e comprido o focinho da espécie. Abaixo, cabeça perfilada mostrando as máculas arredondadas na sua mandíbula (setas negras), característica que isenta uma diagnose equivocada do espécime como C. crocodilus, pois este último não apresenta este tipo de adorno em sua mandíbula (Carvalho 1953; Ruenda-Almonacid 2007)

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cujo leito banha o município. Os autores não fornecem maiores detalhamentos sobre a

procedência e destinaçao do indivíduo, que foi objeto de estudos na identificação da

esporulação do protozoário Hepatozoon caimani, carecendo de uma verificação na coleção do

Instituto Butatan para certificar a existência do espécime.

Estes registros de C. latirostris contrariam as expectativas de sua distribuição

geográfica (VERDADE e PIÑA, 2005, RUENDA-ALMONACID et al. 2007), a qual não seria

esperada para a bacia do rio Araguaia nem para bacia do Rio Manuel Alves, sudeste do

Tocantins (Figura 29). Assim, esta anômala distribuição geográfica acompanhada de suas

documentações recomenda que C. latirostris seja enquadrado à lista terciária de crocodilianos

do Tocantins, conforme critérios estabelecidos. Contudo, a ocorrência da espécie no Estado é

factível. Algumas considerações biogeográficas para C. latirostris acrescidas por outros

espécimes coletados para o Estado de Goiás, associada a relatos da presença da espécie na

Ilha do Bananal, além sustentam a possibilidade de sua ocorrência em solo tocantinense.

Existem para o Estado de Goiás, espécimes de C. latirostris coletados na região

nordeste de Goiás: em Flores de Goiás (MZUSP 2311, 2314, 2315, 2320, 2321, 2322) e

Alvorada do Norte (CHUNB 32705); ambas inseridas na bacia do rio Paranã, cuja foz

desemboca no rio Tocantins, em território tocantinense. A presença destes espécimes na bacia

do rio Paranã apóia a ocorrência de C. latirostris na porção sul do Estado do Tocantins,

principalmente naqueles tributários localizados nos municípios de Paranã e Arraias.

Esta suposta ocorrência de C. latirostris na bacia do Paranã, em território tocantinense,

poderia, ainda que timidamente, explicar a ocorrência da espécie no rio Manuel Alves, já que

sua bacia é vizinha a bacia do rio Paranã. Por outro lado, o rio Manuel Alves tem suas

nascentes no extremo leste do Tocantins, já na divisa com o Estado da Bahia, exatamente

onde se localiza a Serra Geral, o divisor de águas entre as bacias do rio Tocantins e São

Francisco, sendo nesta última assinalada a existência de C. latirostris (VERDADE e PIÑA,

2007; RUEDA-ALMONACID et al., 2007). Logo, uma segunda situação a ser imaginada, é a

existência de populações de C. latirostris entre o interflúvio Paranã e São Francisco,

perfazendo todo o leste do Tocantins e oeste da Bahia.

A respeito da ocorrência de C. latirostris na Ilha do Bananal, a exclusividade do

registro documentado da espécie para a mesma pode pesar a favor de possíveis equívocos na

etiquetagem e tombamento do espécime, podendo ser o espécime procedente de outra

localidade mais coerente com a sua ocorrência. Esta consideração torna-se mais evidente,

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quando observado que na Ilha do Bananal executaram-se estudos populacionais de jacarés

com a captura de centenas de indivíduos (MALVASIO e SALERA-JUNIOR, 2006;

SOARES, 2007). Presume-se que, eventualmente, um indivíduo de C. latirostris fosse

contemplado em virtude de tantas capturas, uma vez que sua suposta ocorrência na Ilha do

Bananal é documentada, ainda que estes estudos tenham abrangido prioritariamente à região

norte do Parque Nacional do Araguaia.

Embora a referência à Expedição Instituto Butantan como coletor seja a única

informação associada ao mencionado espécime, este não parece ter sido alvo de equívoco na

etiquetagem e tombamento.

Figura 29. Distribuição de C. latirostris acompanhada dos registros da espécie para os Estados do Tocantins e Goiás. Círculo vermelho, registros da Ilha do Bananal MZUSP 2136; círculo amarelo, registro para Almas - TO, (PESSOA et al. 1972); círculo azul, Flores de Goiás - GO, MZUSP 2311,14,15, 20,21,2322) e círculo verde Alvorada do Norte CHUNB 32705. Fonte: adaptado de Ruenda-Almocinad et al., 2007.

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Como mencionado no capítulo anterior, passou pela Ilha do Bananal, em 1948 o

antropólogo Harald Shultz, do então Museu Paulista. Nesta época ele realizou expedição com

propósitos naturalísticos e etnográficos na ilha do Bananal, coletando representantes da fauna

local diretamente associada à vida dos índios da região (BALDUS, 1966; FRANÇOSO,

2005). Conseqüentemente, Harald Schultz, em uma provável parceria com Instituto Butatan,

poderia ser um nome cogitado para a autoria desta coleta.

Por outro lado, também passou pela Ilha do Bananal, no mesmo ano, o herpetólogo

Alphonse R. Hoge, que coligiu à serviço do Instituto Butatan, representativo material

herpetológico, dentre eles jacarés e quelônios (HOGE, 1952). Há depósitos no MZUSP de

uma série de C. crocodilus (2106, 2107, 2108, 2109), provenientes da Ilha do Bananal, que

traz 1948 como o ano de coleta e Expedição Instituto Butantan, como coletor destes

espécimes. Além disso, o Instituto Butantan é indicado como coletor de uma série outros

répteis para a Ilha do Bananal (www.herpnet.org).

Desta forma, uma vez que Hoge afirma ter coletado jacarés na Ilha do Bananal em

1948 (HOGE, 1952), ele passa a ser o nome mais requisitado para autoria da coleta destes

espécimes de jacarés, inclusive o espécime de C. latirostris da Ilha do Bananal, eximindo-o

quase totalmente da possibilidade de ter origem em outra localidade. Entretanto uma ressalva

se faz necessário; Hoge (1952) menciona ao final do seu manuscrito ter coletado em Goiânia,

local que serviu como entreposto entre São Paulo e a Ilha do Bananal durante essa grande

expedição ao Tocantins ; porém em momento algum ao longo de sua narrativa, ele menciona

qual grupo de réptil foi alvo de coletas na então recém capital do Estado de Goiás.

Verdade et al. (2002) sugere que as populações de C. latirostris tenham certo grau de

isolamento e deste modo apresentam distribuição gregária com aglomerado de algumas

dezenas de indivíduos. Essa conformação sugere, segundo o autor, uma dinâmica

metapopulacional, em que grandes áreas úmidas cercadas por rios poderiam abrigar

populações-fontes, as quais estariam a princípio mais isoladas e protegidas da pressão de caça,

ao contrário das áreas úmidas menores, que teriam populações sumidouras ou colonizadoras,

com menor isolamento e maior pressão de caça.

Comparativamente à Ilha do Bananal, considerando verídica a ocorrência da espécie

em seus limites, as populações de C. latirostris presentes poderiam estar sujeitas a essa

dinâmica metapopulacional, já que na Ilha do Bananal possui aproximadamente 2.000.000ha.

Julga-se, portanto, que sua distribuição não ocorreria ao acaso e que haveria manchas de

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habitat com os dois tipos de populações, e pelo fato de não haver uma contigüidade na

distribuição da espécie na paisagem, centenas de capturas em determinada região pode não

contemplar essas manchas de populações, justificando assim a não captura de nenhum

indivíduo da espécie por Malvasio e Salera-Júnior (2006) e Soares (2007) na porção norte da

ilha do Bananal.

Duas outras constatações sugerem na afirmação da ocorrência de C. latirostris na Ilha

do Bananal. A primeira, é que sua presença é destacada para a bacia do rio Araguaia até os

limites da Ilha do Bananal pelo Plano de Ação de Crocodilianos elaborado pelo grupo de

especialistas em crocodilianos da IUCN

(http://www.iucncsg.org/ph1/modules/Publications/action_plan1998/clati.htm; A. Larriera 15

Com. pessoal 2009), porém maiores esclarecimentos sobre a ocorrência da especie na região

não são assinalados pelos autores.

O segundo, é o relato da ocorrência da espécie na Ilha do Bananal fornecido pelo

jornalista Willy Aureli em seus manuscritos sobre as bandeiras que imprimiu na primeira

metade do século XX à região do rio Araguaia e rio das Mortes, por ele denominado, sertão

de Goiás (AURELI, 1960). Suas viagens tinham como objetivos reportar limites geográficos

do interior do Brasil como cursos de rios e lagos, cadeias de serras e reconhecer povos e

culturas indígenas, mas sem menosprezar a riqueza faunística dos locais percorridos. Apesar

dos registros efetuados por Aurely não terem sido provenientes de nenhum estudo de

inventariamento da fauna de jacarés na ilha do Bananal, pelo contrario, são originados da

estima do autor pela caça a estes animais, eles podem ser encarado como de grande

curiosidade.

Em seu livro, Esplendor Selvagem, Willy Aureli descreve a diversidade faunística

encontrada em suas passagens pela Ilha do Bananal durante as décadas de 30 e 40. O autor

dedica em parte desta obra, a relatos de experiências vividas com jacarés, quase sempre

relacionadas à caça dos mesmos. Cabe salientar, que o autor tem habilidades para diferenciar

as espécies de jacarés ocorrentes no Brasil, visto que descreve as características morfológicas

diagnósticas de cada uma delas em capítulos iniciais antes aos seus relatos.

                                                            15 Dr. Alejandro Larriera é membro do Grupo de Especialista em Crocodilianos da IUCN, e tem vasta experiência com pesquisas relacionadas à distribuição, ecologia e conservação de Caiman latirostris, as quais vêm desenvolvendo desde 1982.

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Ao longo de sua narrativa Willy Aureli relata deparar com C. latirostris por pelo

menos quatro vezes; uma no rio das Mortes, afluente mato-grossense do rio Araguaia e as

outras três no rio Javaés e afluentes. Segue relatos do autor:

“Eu poderia levar muito tempo escrevendo sobre jacarés, tantas e tais vezes foram às

ocorrências. Direi de uma outra aventura nos rio das Mortes. Estávamos alcançando os

primeiros pedrais (...). Em dado momento, em estreito canal, vimos um grande jacaré

dormitando. (...) Foi a minha vez de arrancar um mosquetão das mao do companheiro e

meter um belíssimo tiro na testa do aligátor. Mais como se no lugar de balas fossem

confetes carnavalescos, o jacaré investiu mais brutal ainda. Mais dois tiros então. (...)

Nisso, outros rapazes, alertados pelos tiros e gritos, pularam pelo pedral e fuzilaram o

jacaré. Já a canoa tripulada por três homens, sulcava as águas, na ânsia de agarrá-lo. Mas

tudo em vão! Lá se foi o ‘ferocíssimo papo amarelo’ ” Aureli 1960, p.90-92

“... na confluência de outro rio, o Belebôh, abatemos já dentro do nosso acampamento,

quatro grandes ‘cabeçudos’ e um ‘papo amarelo’(...) O ‘papo amarelo’, depois de abatido a

tiros ficou a noite toda ‘gemendo’, nun ronco ritmado(...). Pela manhã um dos homens

jogou-o dentro do rio.” Aureli 1960, p.93.

Pela descrição feita por Willy Aureli, duas situações são percebidas; a primeira de que

indivíduos de C. latirostris e M. niger foram observados lado a lado, pois ao longo de sua

narrativa ele faz referência a M. níger como “cabeçudo”. E a segunda, é que os locais

descritos para C. latirostris estão na porção sul da Ilha do Bananal, onde estão as confluências

do rio das Mortes com o rio Araguaia e do rio Belebôh com rio Javaés (AURELLI, 1960).

Essa aparente restrição de C. latirostris a porção sul da Ilha pode justificar, em parte, a não

eventual captura da espécie na região norte da ilha e reforçar a ocorrência da espécie ao longo

das latitudes mais meridionais do Estado do Tocantins.

O aparente bom estado de conservação da Ilha do Bananal não é garantia de

populações estáveis da espécie. Willy Aureli relata que após suas primeiras viagens à região,

quando desvendou os traçados dos leitos dos rios das redondezas, tornando-os públicos em

suas publicações, iniciou-se maciça penetração de caçadores de jacarés na Ilha do Bananal. Os

animais abatidos, segundo Aureli, tinham seus couros comercializados entre caçadores e

atravessadores, sendo o principal destino destas peles a exportação.

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Quantidades enormes de jacarés foram abatidos na região da Ilha do Bananal

(AURELI, 1960), o que leva a crer, ainda que timidamente, que essa forte pressão de caça

pode ter culminado em uma extinção prematura de C. latirostris na região, considerando a

possibilidade na Ilha do Bananal da vigência das dinâmicas populacionais descritas por

Verdade et al. (2002).

Resta assim, como para P. trigonatus, a organização de expedições que tenham como

objetivo à confirmação de C. latirostris para o Estado do Tocantins priorizando toda a porção

sul do Estado, estendendo as buscas entre o rio Araguaia, limite ocidental, até a Serra Geral,

no extremo leste do Tocantins. Somente assim populações da espécie podem ser

eventualmente redescobertas no Tocantins e políticas de preservação da espécie, que figura no

Anexo I da CITES, serem implementadas.

Em suma nota-se que os registros compilados demonstram uma representativa

diversidade de espécies de quelônios e crocodilianos para o Tocantins. Entretanto, os mesmos

registros mostram-se insuficientes para estabelecer um patamar mínimo de conhecimento da

biodiversidade de ambos os grupos em nível Estadual. Essa insuficiência revela-se como

conseqüência da falta de utilização de métodos passíveis de documentação em diversos

estudos realizados no Estado, bem como, da escassez de trabalhos de inventariamento da

biodiversidade de ambos os grupos ao longo de diversas regiões do Tocantins.

Inicialmente, os registros de quelônios e crocodilianos provenientes dos Estudos de

Impacto Ambiental, Relatório de Monitoramento Ambiental e/ou Documentos Oficiais de

repartições públicas federais e/ou estaduais são numericamente maiores comparados aos

outros tipos de fontes (Figura 10, Anexo 1). A dominância desta categoria de fonte em

detrimento às demais pode refletir nessa baixa amostragem. Embora, haja indicação da

legislação (Resolução do Conama Nº 001, de 23 de janeiro de 1986) para que estudos desta

natureza considerem variáveis ambientais como a sazonalidade, geralmente os mesmos não

possuem metodologias sistematizadas, em que tempo e o esforço amostral para ambos os

grupos de vertebrados são reduzidíssimos, e os métodos de amostragem quase sempre são os

menos eficientes.

A prova disto está nos EIAs e MAs examinados. Os registros de quelônios e

crocodilianos são baseados praticamente em encontros visuais e entrevistas, métodos que

podem comprometer a correta identificação das espécies. Além disso, o conhecimento

herpetológico existente concentra-se quase todo em Squamata e anfíbios (COLLI et al. 2002),

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o que de fato é refletido nestes estudos de avaliação e monitoramento de impactos, pois o

esforço amostral das equipes herpetológicas é focado quase integralmente nestes dois grupos.

Assim, os registros de quelônios e crocodilianos são acabam por ser acidentais,

demonstrando a inexistência de esforço amostral concentrado para os mesmos. Poucos são os

registros documentados através de fotografias, cujas ocorrências são conseqüentes da captura

ou da detecção da espécie, e raríssimas são os EIAs e MAs que preocupam com a coleta de

indivíduos de quelônios e crocodilianos e seu posterior depósito em coleções e museus.

A falta de otimização dos resultados obtidos por estes estudos não são os únicos

indicadores da insuficiência de informação para esses dois grupos no Tocantins. Via de regra,

aqueles registros fornecidos através de documentação são os principais pilares para se ter

idéia da biodiversidade de determinada região, bioma ou unidade política (LEWINSONH E

PRADO, 2006). Rodrigues (2005) destaca que mesmo reunindo todos os registros das

principais coleções herpetológicas do país, MZUSP, MPEG, CHUNB e MNRJ, ainda

encontrar-se-á no Brasil grandes lacunas de amostragem para répteis. Os registros compilados

distintos de documentação aqui apresentados contemplaram as citadas coleções e revelaram

uma insuficiência de informação, demonstrando que praticamente todo o Estado do Tocantins

representa uma dessas lacunas preanunciadas por Rodrigues (2005).

Embora as análises de quadrículas independentes dos tipos de registros demonstrarem

algumas regiões bem amostradas no Tocantins - 10 quadrículas com pelo menos quatro

espécies registradas para quelônios (Figura 15) e 29 quadrículas com pelo menos duas

espécies registradas para crocodilianos, (Figura 20) - o uso de métodos não documentativos,

empregados nos registros de ambos os grupos nas localidades existentes em várias dessas

quadrículas, não dão consistência para uma representativa amostragem destes grupos para o

Estado.

Portanto, considerando somente as quadrículas com documentação de pelo menos

quatro espécies de quelônios e duas de crocodilianos, nota-se que não há como indicar uma

determinada região do Tocantins como lacuna de conhecimento de quelônios ou crocodilianos

(Figura 30 e 31). O que se nota é algo inverso com a existencia de uma única grande lacuna

de conhecimento para quelônios e crocodilianos, a qual pode ser concebida pela quase

totalidade do territorio do Estado do Tocantins (Figura 30 e 31).

Para quelônios, das 19 quadrículas identificadas com registros documentados (Figura

16) - 7,5% da área do Estado - somente três quadrículas, 1,2% do território tocantinense,

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contemplaram a documentação de pelo menos quatro espécies (Figura 30). Já crocodilianos,

das 23 quadrículas – 9,1% da área do Tocantins - que tiveram documentação das espécies

(Figura 20), apenas em cinco delas, 1,9% do território do Estado, houve pelo menos duas

espécies de crocodilianos documentadas (Figura 31).

Figura 30. Estado do Tocantins como grande lacuna de conhecimento da diversidade de quelônios refletida pela baixa documentação mínima do grupo.

Figura 31. Estado do Tocantins como grande lacuna de conhecimento da diversidade de crocodilianos refletida pela baixa documentação mínima do grupo.

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Levando-se em conta que as quadrículas de 110.000ha podem revelar áreas de

amostragem superestimadas para ambos os grupos, por possuir em seus limites ambientes

com pouca ou nenhuma possibilidade de registro de várias das espécies de quelônios e

crocodilinos listada para o Estado, é presumível que os percentuais sugeridos de áreas

amostradas para quelônios e crocodilianos podem ser ainda menores.

Para remediar tal situação, é necessário o incentivo público e privado a estudos de

inventariamento da biodiversidade de quelônios e crocodilianos no Estado do Tocantins. As

altíssimas taxas de alteração do bioma Cerrado com previsão de sua extinção até 2030

(MACHADO et al. 2004), e o programa ousado de uso do potencial hidrelétrico da bacia

Tocantins-Araguaia, podem significar o desaparecimento de habitats e conseqüentemente das

espécies, algumas delas, talvez se quer conhecidas para o Tocantins e para a ciência.

Exceto Crocodylia, o número de espécies de répteis ainda é subestimado no Brasil

(RODRIGUES, 2005) e estudos em áreas pouco ou quase nunca amostradas tem revelado

quase sempre o descobrimento de novas espécies (COLLI et al. 2002) como tem acontecido,

por exemplo, para quelônios, com descrição de Mesoclemmys perplexa, no Piauí (BOUR E

ZAHER, 2005).

Considerando o padrão biogeográfico para os representates da família Chelidae

relatado no Brasil (SOUZA, 2005a) - dois grupos distintos, um, aqueles associados a regiões

com altos índices pluviométricos e densas formações vegetais, e o outro, de espécies com

preferência por regiões com menores índices pluviométricos e de vegetação mais aberta

(Souza 2005a) - e à escassez de amostragem identificada no Tocantins, pode-se presumir

certamente que em caso de execução de estudos voltados para amostragem de quelônios no

Estado, grande será a probabilidade de descoberta de novas espécies.

À exceção de duas localidades na região do Jalapão, no município de Mateiros (Figura

13) onde foram coletados indivíduos de Phrynops geoffroanus (SNOMNH 42311-12) nunca

em todo leste do Tocantins se imprimiu expedições para amostragem e documentação de

quelônios, de onde, devido ao menor índice pluviométrico e predominância de fitofisionomias

do Cerrado, podem, portanto, ser descobertas novas espécies.

Por outro lado, o Estado do Tocantins têm uma série de empreendimentos previstos

para serem implantados como: a Hidrovia Tocantins-Araguaia, inúmeras PCHs ao longo de

afluentes do rio Tocantins, hidrelétrica Santa Isabel no rio Araguaia, projetos faraônicos de

silvicultura com espécies exóticas, conclusão e acabamento da infra-estrutura da Ferrovia

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Norte-Sul, dentre outras. Como forma de otimizar os esforços amostrais despendidos na

execução dos EIAs e MAs referentes a estes empreendimentos, os órgãos licenciadores

deviam tornar como exigência obrigatória à coleta e documentação vídeo-fotográfica de um

ou dois exemplares de cada espécie de quelônios e crocodiliano encontrado nas respectivas

áreas estudadas, considerando obviamente, as imposições legais impostas pela legislação

quanto a coleta de espécies ameaçadas e endêmicas. Um resultado imediato, a curto-prazo,

seria o reconhecimento e acréscimo de várias localidades minimamente amostradas, de modo

que, essa grande lacuna de conhecimento de biodiversidade caracterizada para o Tocantins,

passaria a ser, paulatinamente, preenchida.

Contudo, a documentação de quelônios e crocodilianos não pode ser exclusivamente

planejada em função da necessidade de estudos de avaliação e monitoramento de impactos

ambientais. Verificando as localidades onde se constatou a documentação mínima de espécies

no Tocantins, observa-se que para aquelas áreas definidas como Unidades de Conservação de

Proteção Integral, somente o Parque Estadual do Cantão e a Ilha do Bananal tiveram

documentação mínima para quelônios, porém nenhuma dessas UCs excedeu a cinco, das

noves espécies de quelônios reconhecidas para o Estado. Enquanto isso para crocodilianos,

somente o Parque Estadual do Cantão, Ilha do Bananal e Parque Estadual do Jalapão

contemplaram a exigência mínima de documentação.

Desta forma, estudos de inventariamento das espécies destes grupos nas UCs de

Proteção Integral do Tocantins devem ser encorajados. Uma vez protegidas legalmente, sendo

teoricamente mantidas as suas condições naturais, estas áreas designadas como UCs tem

condições de conservar melhor essa diversidade de espécies, inclusive um número próximo da

diversidade total do Estado e aquelas possíveis novas espécies.

Além disso, pelo fato das UCs de Proteção Integral do Tocantins estarem dispostas

geograficamente no sentido leste-oeste, o reconhecimento exaustivo da diversidade de

espécies de quelônios e crocodilianos nessas áreas protegidas permitiriam entender melhor os

padrões biogeográficos dos respectivos grupos de vertebrados não só a nível estadual, como

também nacional.

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CONCLUSÃO

A biodiversidade de quelônios para o Estado compreende nove espécies: Kinosternon

scorpioides, Chelonoidis carbonaria, Chelonoidis denticulata, Podocnemis expansa,

Podocnemis unifilis, Chelus fimbriatus, Mesoclemmys gibba, Mesoclemmys

vanderhaegei, Phrynops geoffroanus;

O potencial de biodiversidade de quelônios no Tocantins é de 17 espécies, as nove

confirmadas e mais oito carentes de confirmação: Podocnemis sextuberculata,

Rhinoclemmys punctalaria, Platemmys platicephala, Peltocephalus dumeriliana,

Mesoclemys turbeculata, Mesoclemys perplexa, Mesoclemys raniceps, Acanthocelys

spiixi.

A biodiversidade de crocodilianos no Estado é composta de três espécies: Paleosuchus

palpebrosus, Caiman crocodilus e Melanosuchus níger;

O potencial de biodiversidade de crocodilianos no Tocantins é de 5 espécies, as três

confirmadas e mais duas carentes de confirmações: Caiman latirostris e Paleosuchus

trigonatus;

Tanto para quelônios quanto crocodilianos os registros compilados demonstraram ser

insuficientes para representarem a ocorrência da biodiversidade de ambos os grupos

no Estado do Tocantins;

A exceção de algumas localidades no Parque Estadual do Cantão, Ilha do Bananal,

UHE LEM e Parque Estadual do Jalapão, o Estado do Tocantins mostrou ser uma

grande lacuna de conhecimento de biodiversidade para quelônios e crocodilianos com

aproximadamente 98% de seu território sem a amostragem mínima documentada para

ambos os grupos;

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A documentação das espécies de ambos os grupos devem ser tomados como

prioridade em território tocantinense para os futuros inventários, tanto no que diz

respeito a Estudos de Avaliação e Monitoramento de Impactos Ambientais quanto em

estudos de pesquisa acadêmicos ou encomendados por instituições de pesquisa e

ONGs.

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ANEXOS – CAPITULO 2.

LISTA PRIMÁRIA ‐ ESPÉCIES  FONTE 

Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) MZUSP 2581, 2706 apud PRITCHARD e TREBBAU, 1984; CONSPLAN, 2004; SALERA‐JUNIOR, 2005 

Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) 

CHUNB 16198, 24700; MZUSP 4119‐26; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; THEMAG, 1996, TOCANTINS, 1998; FAET, 1999;  THEMAG,  2000;  ENGEVIX,  2001; MAGNA,  2002; CONSPLAN,  2004;  BIOTERRA,  2005;  NATURAE,  2005; OIKOS,  2006;  SALERA‐JUNIOR,  2005;  BIOFÍSICA,  2007; ADSON  ATAÍDES  (Com.  pessoal)  2008  (F);  CMT,  2008; Tulio Dornas (Obs. Pessoal) 2008 (F) 

Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) CHUNB 10746; CONSPLAN, 2004; SALERA‐JUNIOR, 2005; TÚLIO DORNAS (Obs. Pessoal) 2006 (F) 

Podocnemis expansa (Schweigger, 1812) 

CHUNB 15153, 45444; MNHNA 1384; MZUSP 3342; MN 35,  56  apud  PRITCHARD  e  TREBBAU  1984;  THEMAG, 1996; UNITINS, 1996; UNITINS, 1998; TOCANTINS, 1998; ATIZENGEN  e  SILVA,  1999;  FAET,  1999;  THEMAG  2000; THEMAG e ENGEVIX, 2000; ENGEVIX, 2001; ANEEL, 2002 apud  FAROL,  2002;  MAGNA,  2002;  CONSPLAN,  2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005; NATURAE, 2005; OIKOS 2006; SALERA‐JUNIOR, 2005; Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2006;  BIOFÍSICA,  2007;  PORTELINHA,  2007;  Adson Ataídes  (Com.  Pessoal)  2008;  CMT,  2008;  Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2008 

Podocnemis unifilis Troschel, 1848 

CHUNB 10747‐49, 45445‐49; MPEG 2, 3, 4; MZUSP 2106, 2109‐12;  AMNH  87966  apud  PRITCHARD  e  TREBBAU 1984;  MN  1073  apud  PRITCHARD  e  TREBBAU  1984; UMMZ  103243  apud  PRITCHARD  e  TREBBAU  1984; THEMAG,  1996;  UNITINS,  1996;  UNITINS,  1998; TOCANTINS,  1998;  ATIZENGEN  e  SILVA,  1999;  FADESP, 1999; FAET, 1999; THEMAG, 2000; THEMAG e ENGEVIX, 2000; ENGEVIX, 2001; ANEEL, 2002 apud  FAROL, 2002; OIKOS, 2002; MAGNA, 2002; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004;  BIOTERRA,  2005;  NATURAE,  2005;  OIKOS,  2006; SALERA‐JUNIOR, 2005; Túlio Dornas (Obs. Pessoal) 2006; BIOFÍSICA,  2007;  PORTELINHA,  2007;  Adson  Ataídes (Com.  Pessoal)  2008;  CMT,  2008;  Túlio  Dornas  Obs. Pessoal 2008 

Anexo 1. Composição de espécies de quelônios das listas primárias e secundárias com menção as respectivas fontes de registros. Embora as fontes da lista primária se resumissem somente a aquelas providas de documentação, preferiu-se a listagem de todas aquelas consultadas.

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113 

 

 

 

Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) 

CHUNB  46212; MPEG  42; MNHNA  1751; MZUSP  2048, 2119‐20;  AMNH  93444  apud  PRITCHARD  e  TREBBAU 1984;  UNITINS,  1996;  UNITINS,  1998;  ATIZENGEN  e SILVA, 1999; CONSPLAN, 2004; SEPLAN, 2004; BIOTERRA, 2005;  SALERA‐JUNIOR,  2005;  MALVASIO  et  al.  (Com. Pessoal) 2007 (F) 

Mesoclemmys gibba (Schweigger, 1812)  CHUNB 14684; PAVAN e DIXO, 2004  

Mesoclemmys vanderhaegei (Bour, 1973) CHCEULP‐ULBRA  1081;  PAVAN  e  DIXO,  2004;  VILLAÇA, 2004  

Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) 

CHUNB 37559‐60, 33492, 40893, 41395, 41369; MZUSP 3241,  4118;  SNOMNH  42311‐12;  THEMAG,  1996; THEMAG, 2000; BRANDÃO e PEREZ‐JR, 2001; NATURAE, 2005; VITT et al. 2005 (F); SALERA‐JUNIOR, 2005 

LISTA SECUNDARIA ‐TIPO A ‐ ESPÉCIES  FONTE 

Rhinoclemmys punctularia (Daudin, 1801) PRITCHARD  e  TREBBAU  1984;  IVERSON,  1992, ATIZENGEN  e  SILVA,  1999;  RUEDA‐ALMONACID  et  al., 2007 

Podocnemis sextuberculata Cornalia, 1849  IVERSON, 1992 

Platemys platycephala (Schneider, 1792) PRITCHARD  e  TREBBAU  1984;  IVERSON,  1992; TOCANTINS, 1998 

LISTA SECUNDARIA ‐TIPO B ‐ ESPÉCIES  FONTE 

Peltocephalus dumeriliana (Schweigger, 1812)  IVERSON, 1992; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007 

Acanthocelys spiixi (Duméril & Bibron, 1835)  RUEDA‐ALMONACID et al., 2007; www.chelidae.com 

Mesoclemys perplexa Bour & Zaher, 2005  BOUR e ZAHER, 2005; www.chelidae.com 

Mesoclemys raniceps (Gray, 1955)  IVERSON, 1992; RUEDA‐ALMONACID et al., 2007 

Mesoclemys turbeculata (Lüderwaldt, 1926) IVERSON,  1992;  BOUR  e  ZAHER,  2005;  RUEDA‐ALMONACID et al., 2007; www.chelidae.com 

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ESPÉCIES  FONTE 

LISTA PRIMÁRIA 

Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) 

CHUNB 15231, 24751‐52, 49928; MPEG 6; MZUSP 2106‐09,  2343,  2377‐78;    MNHN  1412;  MNRJ  4177‐85  ; THEMAG,  1996;  UNITINS,  1996;  UNITINS,  1998; TOCANTINS, 1998; FADESP, 1999; FAET, 1999; THEMAG e  ENGEVIX,  2000;  FAROL,  2002; MAGNA,  2002; OIKOS, 2002;  CNEC,  2003;  PERES‐JÚNIOR,  2001;  PEÑA  e CASTRO,  2004;  CONSPLAN,  2004;  SEPLAN,  2004; VILLAÇA, 2004b (F); BIOTERRA, 2005; SEPLAN, 2005; VITT et al., 2005  (F); OIKOS, 2006  (F); MALVASIO  e  SALERA‐JÚNIOR.,  2006;  SALERA‐JÚNIOR,  2005;  CMT,  2006; SOARES, 2007 (F); CMT, 2008; 

Melanosuchus niger (Spix, 1825) 

MZUSP  2374; MNHNA  1414;  THEMAG,  1996; UNITINS, 1996; UNITINS,  1998;  TOCANTINS,  1998;  ATIZENGEN  e SILVA,  1999  (F);  FADESP,  1999;  FAET,  1999;  THEMAG, 2000;  RODRIGUES,  2001;  MAGNA,  2002;  OIKOS,  2002 (F);  PEÑA  e  CASTRO,  2004;  CONSPLAN,  2004;  SEPLAN, 2004;  BIOTERRA,  2005;  OIKOS,  2006;  MALVASIO  e SALERA‐JÚNIOR, 2006; SOARES, 2007 (F);  

Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) 

CHUNB  37540,  42271,  47791;  MZUSP  2173,  2369; MAGNA, 2002; OIKOS, 2002; CONSPLAN, 2004; PAVAN E DIXO, 2004; VILLAÇA, 2004b (F); NATURAE, 2005; VITT et al., 2005 (F); DIREÇÃO, 2006 (F); OIKOS, 2006. 

LISTA SECUNDÁRIA TIPO A   FONTE 

Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) ATIZENGEN  e  SILVA,  1999;  THEMAG,  2000;  RUENDA‐ALMOCINAD et al., 2007 

LISTA TERCIÁRIA  FONTE 

Caiman latirostris (Daudin, 1802) MZUSP  2136;  PESSOA  et  al.  1972;  VERDADE  e  PIÑA 2007; Alejandro Larriera Com. Pessoal 2009. 

Anexo 2. Composição de espécies de crocodilianos das listas primárias e secundárias com menção as respectivas fontes de registros. F – registros fotográficos

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115 

 

 

 

CAPÍTULO 3

AVES DO TOCANTINS: BIODIVERSIDADE E LACUNAS DE CONHECIMENTO

CITAÇÃO SUGERIDA POR CAPÍTULO: DORNAS, T. 2009. Aves do Tocantins: biodiversidade e lacunas de conhecimento. Cap 3, p. 115-217. In: Dornas, Túlio. Compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do Estado do Tocantins: biodiversiade e lacunas de conhecimento. Palmas, 2009. Dissertação (Mestrado em Ciencias do Ambiente) – Programa de Pós Graduação em Ciencias do Ambiente, Universidade Federal do Tocantins. 244f.

ABSTRACT

The State of Tocantins comprises within its boundaries ecosystems of the Amazonian

Rainforest, Caatinga and Cerrado biomes, which favours the existence of a remarkable

biodiversity. However, data on biodiversity in Tocantins are especially scarce among

vertebrates. Thus, it is objective of this study to provide more accurate data on the number of

bird species in the State of Tocantins, as well as to identify possible gaps in ornithological

knowledge in the State of Tocantins. From the compilation of records provided by literature,

scientific collections, personal observations and databases on vocalizations and photographs

available on the Internet, a list of bird species of Tocantins was elaborated. The list was

divided into three different categories (primary, secondary, tertiary). The number of species

determined/identified for Tocantins was 628, representing 34,5% of the Brazilian avifauna.

From the total number, 598 species (95.2%) are residents, 18 (2.8%) are migratory (12

nearctic migrants and 6 southern migrant) and 12 (2%) with undefined status. With respect to

endemic species found in Tocantins, 24 of them are endemic to Brazil, 22 endemic to Cerrado

biome and 67 endemic to Amazonian biome. From the listed species for Tocantins,16

presented some degree of threat of extinction. Although the compilation of records had shown

the existence of 387 sites, in the State of Tocantins, with some record on birds, only 130 of

those reports, representing 10% of the State of Tocantins total area, provided the required

minimum of 100 listed species or 50 documented species. Considering only the report of at

least 50 documented species, only in 23 studies, representing 1.9% of the State of Tocantins

area, that objective was fulfil. Regarding that almost 98% of the territory of Tocantins

presents a lack of documentation, and that nearly 90% of the State area lacks any kind of bird

record, documented or not, 21 gaps in the knowledge of the biodiversity of birds in Tocantins

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are suggested and divided between primary and secondary priority gaps. Therefore, checklists

for birds in the State of Tocantins are critically necessary, with priority for inventories

providing species documentation. This obligation becomes more relevant since the State

Government starts/continues to announce a series of projects in hydroelectrics, logistics and

agribusiness, whose direct consequences are the loss of habitats, which certainly could result

in considerable loss of species diversity bird species, in the State of Tocantins.

RESUMO

O Estado do Tocantins compreende em seus limites ecossistemas dos biomas da Amazônia,

Caatinga e Cerrado, o que favorece a existência de uma notável biodiversidade. Entretanto,

estudos que reconheçam essa biodiversidade no Tocantins são escassos principalmente dentre

os vertebrados. Deste modo, é objetivo deste estudo apresentar a diversidade de espécies de

aves do Estado do Tocantins, bem como as possíveis lacunas de conhecimento ornitológico

para o Tocantins. A partir da compilação de registros fornecidos pela literatura, coleções

científicas, observações pessoais e pela base de vocalizações e fotografias disponíveis na

internet é apresentada uma listagem das espécies de aves do Tocantins dividida em três

diferentes categorias (primária, secundária, terciária). Foi verificado que a diversidade de aves

no Tocantins é de 628 espécies, 34,5% da avifauna brasileira. Deste total, 598 espécies

(95,2%) são residentes, 18 (2,8%) são migratórias (12 migrantes neárticas e seis migrantes

austrais) e 12 (2%) não têm status definido. Com relação as espécies endêmicas, constatou-se

haver no Tocantins 24 espécies endêmicas brasileiras, 22 endêmicas do bioma Cerrado e 67

endêmicas do bioma Amazônico. Verificou-se que no Tocantins há 16 espécies com algum

grau de ameaça de extinção. Embora a compilação de registros tenha evidenciado no Estado

do Tocantins a existência de 387 localidades com algum tipo de registro de aves, em apenas

130 delas, cuja representatividade é de 10% da área total do Estado do Tocantins, houve

amostragem mínima exigida de 100 espécies listadas ou 50 espécies documentadas. Quando

avaliado somente a documentação mínima de 50 espécies, verifica-se que em apenas 23

localidades, 1,9% do território do Estado do Tocantins, é cumprido esse requisito. Em função

dos quase 98% do território do Tocantins carente de documentação e, dos 90% da área do

Estado carente de qualquer tipo de registro, documentado ou não, das espécies de aves, são

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sugeridos 21 lacunas do conhecimento da biodiversidade de aves ao longo do Tocantins,

divididas entre prioritárias primárias e secundárias. Portanto, a realização de inventários da

avifauna do Tocantins é de caráter emergencial, principalmente aquele que priorize pela

documentação das espécies, pois é anunciada para o Estado uma série de empreendimentos

hidrelétricos, de logística e do agronegócio, cujas conseqüências são a perda de habitats, o que

possivelmente provocará extinções de espécies de aves em nível estadual, acarretando assim

em uma perda considerável da diversidade de espécies de aves para o Estado do Tocantins. 

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INTRODUÇÃO

No mundo são conhecidas aproximadamente 9.700 espécies de aves (SICK, 1997), as

quais se dividem em não-voadoras, as Ratitas, (avestruzes, emas e afins), e as voadoras,

Carinatas, que compreendem o restante das espécies (SICK, 1997). Os números de ordens e

famílias no mundo, no entanto são muito debatidas. As ordens podem variar entre 22 (ITIS,

2009) a 28 (POUGH et al., 2008) enquanto as famílias variam entre 184 (ITIS, 2009) e

197(POUGH et al., 2008). Na América do Sul, existe mais de 3.200 espécies de aves

aproximadamente, um terço das aves do mundo, fazendo do continente sul-americano, aquele

com maior diversidade de aves dentre todos os continentes (SICK, 1997).

Atualmente são listadas para o Brasil 1822 espécies de aves, das quais 1788 têm suas

ocorrências confirmadas para o país (CBRO, 2008). Este total representa aproximadamente

56% das espécies da America do Sul, e 18% das espécies do planeta. São reconhecidas para o

Brasil 26 ordens e 96 famílias, sendo que as famílias inseridas na ordem Passeriformes listam

um total de 805 espécies enquanto as famílias das ordens não-passeriformes listam 1017

espécies.

Importante ressaltar que o número de novas espécies de aves no Brasil vem

aumentando gradativamente a cada ano, com taxa de uma a três novas espécies por ano

(MARINI e GARCIA 2005; SILVEIRA e OLMOS, 2007). Revisões taxonômicas mais

consistentes e criteriosas vêm auxiliando este incremento, permitindo a validação de raças

geográficas ao status de espécie plena (SILVEIRA e OLMOS, 2007). Inclusive, é esperado

que este procedimento seja intensificado ao longo dos anos, promovendo um aumento

significativo no número de espécies de aves do país (SILVEIRA e OLMOS, 2007, BORGES,

2008).

A avifauna brasileira é formada por espécies residentes, aproximadamente 92% das

espécies (SICK, 1997; CBRO, 2008). Deste percentual, 232 espécies são consideradas

endêmicas do território brasileiro (CBRO, 2008). Os 8% restantes são formados por espécies

migratórias; classificadas em migrantes Neárticos, 61% das espécies (MARINI e GARCIA,

2005), que são aquelas de origem do Hemisfério Norte (STOTZ et al. 1996; SICK, 1997;

RAPOLLE et al., 2003), e os migrantes Austrais, 39% das espécies (MARINI e GARCIA,

2005), oriundos da região Sul da América do Sul (STOTZ et al. 1996; SICK, 1997;

RAPOLLE et al., 2003). Ambas as categorias de aves migratórias utilizam solo brasileiro,

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principalmente a costa litorânea e a calha central das principais bacias hidrográficas do país

durante o período de invernada, onde buscam descanso após o período reprodutivo e refúgio

do inverno rigoroso nos sítios de reprodução (STOTZ et al. 1996; SICK, 1983; RAPOLLE et

al., 2003).

Dentre as espécies de aves residentes no Brasil é percebida uma distribuição desigual

da diversidade de espécies ao longo do país, já que biomas como Amazônia e Mata Atlântica

concentram boa parte dessa diversidade (MARINI e GARCIA, 2005).

Na Amazônia, são estimadas 1.300 espécies, o que faz do bioma, o mais rico em

espécies de aves do Brasil. Mittemeier et al., (2003) menciona que 263 espécies seriam

consideradas endêmicas da Amazônia. Stotz et al. (1996) apresenta lista de endêmicas

amazônicas, com 76 endemismos na porção norte da calha do rio Amazonas, 79 endemismos

na porção sul, e 238 coincidentes às duas porções. Essas espécies endêmicas estariam

distribuídas nos chamados “Centros de Endemismos”, cuja origem estaria ligada a

combinação de episódios morfo-geo-climáticos, da modificação da cobertura vegetal e da

presença de um forte isolamento geográfico causado pelos grandes rios da planície

Amazônica (CRACRAFT, 1985; HAFFER, 1992; SILVA et al., 2005). Esses fatores

associados promoveram uma diversificação na fauna terrestre amazônica, inclusive as aves, a

ponto de conceber uma riqueza de espécies particular entre os grandes interflúvios

amazônicos, culminando na determinação de pelo menos oito grandes centros de endemismos

na Amazônia (Figura 32).

Todavia, espécies de aves endêmicas, exclusivamente, da Amazônia brasileira, seriam

apenas 32 espécies, devido ao fato do bioma Amazônico ter seus limites compartilhados com

mais oito países na América do Sul e, por conseguinte boa parte de sua avifauna (OREN,

1999).

A Mata Atlântica, por sua vez contém cerca de 1020 espécies de aves, sendo o

segundo bioma em diversidade de aves no Brasil, com 188 espécies de aves endêmicas

reconhecidas (MMA, 2000; STRAUBE, 2003; MARINI e GARCIA, 2005). Os Campos

Sulinos, bioma associado algumas vezes à Mata Atlântica, apresenta 476 espécies, com 2

espécies endêmicas (MMA, 2000; MARINI e GARCIA, 2005), contudo, vale destacar que

sua menor complexidade estrutural, ambiente predominantemente campestre, comparado aos

demais biomas brasileiros justifica em parte este reduzido número de espécies.

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O bioma Cerrado é o terceiro em diversidade de aves. Silva (1995b) apresentou inédita

lista das aves do bioma com um escore de 837 espécies, a qual após dez anos sofreu dois

acréscimos, um primeiro, com a compilação de 19 espécies (SILVA e SANTOS, 2005),

totalizando 856 espécies, e um segundo, com mais oito, passando para 864 espécies de aves

no Cerrado (PINHEIRO e DORNAS, 2009). São mencionadas para o Cerrado 36 espécies

endêmicas (MARINI e GARCIA, 2005), no entanto, 33 espécies parecem ser o máximo

passível de reconhecimento para o Cerrado (CAVALCANTE, 1999; SILVA e BATES, 2002;

SILVA e SANTOS, 2005). Silva (1997) e Silva e Bates (2002) relatam a presença de três

centros de endemismos para aves no Cerrado: planície do rio Araguaia, vale do rio Paranã e

Cadeia da Serra do Espinhaço; localidades onde distintos grupos de espécies endêmicas

teriam ocorrência restrita ao longo de todo bioma Cerrado (Figura 33).

Para o bioma da Caatinga são listadas 510 espécies de aves (SILVA et al., 2003;

MARINI e GARCIA, 2005), das quais 15 são consideradas endêmicas (MARINI e GARCIA,

2005). Por fim, o Pantanal compreende um total de 463 espécies (TUBELIS e TOMAS, 2003;

MARINI e GARCIA, 2005) e os ambientes costeiros pouco mais de 130 espécies, sendo que

nenhum deles possui espécies de aves endêmicas dentro dos seus limites (MARINI e

GARCIA, 2005).

Com relação ao risco de ameaça de extinção, no Brasil são reconhecidas 197 espécies

de aves com algum grau de ameaça, sendo 123 listadas pela IUCN (2008) e 160 por Silveira e

Straube (2008); quatros delas são consideradas extintas na natureza, Anodorhynchus glaucus,

Numenius borealis, Cyanopsitta spixii e Mitu mitu (MACHADO et al., 2005; SILVEIRA e

STRAUBE, 2008). As principais causas para ameaça de extinção das aves brasileiras são a

destruição dos seus habitats, promovidos principalmente pelo desmatamento, e a sobre

exploraçao, representada pela caça indiscriminada e tráfico de animais (MACHADO et al.,

2005; MARINI e GARCIA, 2005; IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008).

Os biomas Mata Atlântica e Cerrado, detém juntas, aproximadamente 80% das

espécies de aves ameaçadas de extinção, sendo 112 para o primeiro e 48 espécies para o

segundo (IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008). Este elevado percentual reflete o

excessivo grau de antropização que ambos os biomas se encontram. Para a Amazônia,

embora somente 10 espécies sejam listadas como ameaçadas de extinção, o fato preocupante é

que todas elas têm suas ocorrências assinaladas para centro de Endemismo Belém, localizado

entre a margem leste do rio Tocantins, no Pará, e centro-oeste do

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Figura 32. Os oito centros de endemismos para fauna terrestre definidos no bioma Amazônico. Fonte: Silva et al. 2005.

Figura 33. Localização dos três centros de endemismos de aves propostos para o Cerrado. Fonte: Silva e Bates, 2002.

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Maranhão, onde a vegetação nativa foi em grande parte suprimida e ainda vem sofrendo

desmatamento (SILVEIRA e STRAUBE, 2008). Na Caatinga, Campos Sulinos, Pantanal e

regiões Costeiras o número de espécies de aves ameaçadas para cada um são menores que os

biomas anteriores (IUCN, 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008), porém não menos

preocupantes.

Uma tendência com relação ao conhecimento da biodiversidade das aves no Brasil tem

sido a elaboração de listas das espécies de aves dos diferentes Estados da Federação. Tal

iniciativa já pode ser observada para os Estados do Maranhão (OREN, 1991), Minas Gerais

(MATTOS et al. 1993), Bahia (SOUZA, 1995), Paraíba (SCHULZ-NETO, 1995), São Paulo

(SILVA e ALEIXO, 1996; FIGUEIREDO et al, 2009), Rio Grande do Sul (BENCKE, 2001),

Roraima (SANTOS, 2005) e Distrito Federal (NEGRET et al., 1984), dentre outros.

Outro importante passo é a elaboraçào das listas vermelhas em nível estadual como já

é observado para os Estados de Minas Gerais (MACHADO, et al. 1998), Paraná (STRAUBE

et al., 2004), Rio Grande do Sul (FONTANA et al. 2002) e recentemente para o Estado do

Pará (SEMA, 2008).

Para o Estado do Tocantins, a avifauna é conhecida dos registros e coletas de alguns

naturalistas e pesquisadores do século XIX e XX, com significativo acréscimo após o ano de

2000 (ver capítulo 1). Contribuições relevantes foram aquelas concedidas pelo esloveno

Rudolph Pfrimer entre 1915 e 1926, quando atuou na região sudeste do Estado, e pela

ornitóloga alemã Dra. Emile Snethlage, que conduziu significativa coleta de aves na Ilha do

Bananal em 1927. Ambos coletores trabalharam nesta época a serviço do MNRJ.

Das coletas de Pfrimer, foi descrita uma nova espécie de psitacídeo, Pyrrhura

pfrimeri, atualmente ameaçada de extinção (SILVEIRA e STRAUBE, 2008) e endêmica do

Cerrado (SILVA e SANTOS, 2005) da qual ele enviou expressivo material coligido para o

MNRJ (MIRANDA-RIBEIRO, 1926). Devido à ausência de estudo mais detalhado do

material colecionado por Pfrimer, poucas foram as implicações decorrentes deste material à

ornitologia brasileira. Algumas importantes considerações sobre a distribuição geográfica de

algumas das espécies coletadas por Pfrimer, são apresentadas a seguir.

Por sua vez, Dra Emilie Snethlage teve fundamental importância na ornitologia

tocantinense, devido aos trabalhos realizados na Ilha do Bananal, onde coletou centenas de

espécies de aves, um montante significativo (SILVA, 1989; SICK 1997). Além de ter

verificado que várias espécies amazônicas tinham ocorrência até o extremo da Amazônia

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ocidental, E. Snethlage foi quem descreveu uma nova espécie de thamnofilídeo, Cercomacra

ferdinandi, que além de endêmica também está listada entre as ameaçadas de extinção

(SILVA e SANTOS, 2005; SILVEIRA e STRAUBE, 2008).

Contudo, José Hidasi, húngaro radicado no Brasil desde 1950, foi certamente o

principal responsável pelo conhecimento da avifauna tocantinense, uma vez que coligiu

milhares de exemplares da fauna do Estado entre as décadas de 60 e 90. Suas principais

coletas foram realizadas na região da Ilha do Bananal, extremo oeste do Estado, em Porto

Nacional e Tocantínia, ambas às margens do rio Tocantins na região central do Estado, e por

fim na região de Araguatins, margem do rio Araguaia, no extremo norte do Estado, onde

coligiu o maior número de espécies e espécimes de uma mesma localidade no Tocantins.

Embora não tenha publicado uma volumosa série de ensaios e manuscritos sobre seu

material, J. Hidasi foi quem primeiro apresentou uma listagem das aves do Estado do

Tocantins (HIDASI, 1998). Utilizando-se de espécimes taxidermizados e empoleirados em

gravetos, imitando a postura das espécies na natureza, J. Hidasi publica seu livro “Lista

preliminar das Aves do Tocantins” com 524 espécies de aves, das quais faz rápida descrição e

sucinta referência por meios de mapas à região de ocorrência das mesmas no Estado.

A partir do ano 2000, com a intensificação de obras de infra-instrutura no Tocantins,

uma demanda de Estudos de Impacto Ambiental resultaram em publicações ornitológicas

(BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO, 2004; LOPES e BRAZ, 2007); a criação de Unidades

de Conservação no Estado, bem como o financiamento de estudos de cunho conservacionista

promoveram a elaboração de lista de espécies de aves para diferentes localidades no

Tocantins, caracterizando um acréscimo ao conhecimento da ornitologia tocantinense

SEPLAN, 2003; SEPLAN et al., 2003; TOCANTINS, 2004; OIKOS e MRS, 2005; OLMOS

et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009).

Mas, este acréscimo ao conhecimento ornitológico foi suficientemente representativo?

Há pouco mais de dez anos foi verificado que o esforço amostral ornitológico no Tocantins

ainda era pequeno, refletindo na presença de grandes lacunas de conhecimento ornitológico

(SILVA, 1995a; OREN e ALBUQUERQUE, 1991; OREN, 1999; SILVA e BATES, 2002).

Somente a partir da compilação dos registros ornitológicos ao longo destes 200 anos de

história da ornitologia no Tocantins será possível a verificação de tal situação. Deste modo,

dois são os propósitos deste capítulo:

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i) Apresentar uma lista das espécies de aves ocorrentes no Tocantins,

caracterizando a biodiversidade avifaunística do Estado. Pra tal, a pergunta a

ser respondida é: quantas espécies de aves possuem registros para o Tocantins?

Levando em consideração a heterogeneidade ambiental do bioma Cerrado,

predominante no Tocantins, associada à marcante zona de tensão ecológica

existente entre a Amazônia e Cerrado e ainda que de modo menos pronunciado

entre Caatinga e Cerrado em solo tocantinense, a hipótese proposta é que a

biodiversidade de aves no Tocantins seja maior que aquela até então conhecida,

apresentada por Hidasi (1998).

ii) Verificar se há a existência de lacunas de conhecimento da biodiversidade de

aves no Tocantins. Para isso, a seguinte pergunta deve ser respondida: existem

regiões no Estado do Tocantins onde não foram efetuados registros

representativos da avifauna? Considerando que a informação ornitológica no

Tocantins encontra-se dispersa, e que, embora exista uma complementação

atual ao conhecimento ornitológico pré-século XXI, não é esperado que este

acúmulo de espécies seja representativo, deste modo, a hipótese sugerida é

aquela que presume a existência de lacunas de conhecimento ornitológico no

Tocantins.

A elaboração de uma lista das aves do Tocantins estabelecida por meio de uma

compilação de dados de diferentes literaturas como registros provenientes de museus e

coleções cientificas é inédito para o Estado. Do mesmo modo, é inédito para o Tocantins a

avaliação de lacunas de conhecimento ornitológico diretamente em nível estadual. As

propostas de avaliação de lacunas anteriormente mencionadas abrangiam o Tocantins, mas

tinham como propósito a verificação de lacunas no bioma Cerrado (SILVA, 1995a) e na

Amazonia Legal (OREN e ALBUQUERQUE, 1991).

Uma vez estabelecida uma lista de aves do Tocantins, a mesma poderá atuar como

parâmetro inicial para políticas de conservação das aves e demais recursos naturais

associados. A indicação das lacunas de conhecimento, por sua vez, permitirá o

direcionamento de esforços de amostragem e inventariamento, otimizando o gerenciamento

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de recursos financeiros e tempo com as regiões mais prioritárias, resultando em um maior

custo-benefício para o estudo e conservação das aves do Tocantins.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de Estudo

O Estado do Tocantins, com uma área de 277.620 Km², está localizado na região

Norte do país (5º10´06”S, 45º41’46”W e 13º27’59”S, 50º44’33”W) representando 5,4% do

território da Amazônia Legal (SEPLAN, 2008). Possui população estimada em 1.300.000

habitantes e 139 municípios. Tem limites com os Estados do Pará e Mato Grosso a oeste,

Maranhão a norte e nordeste, Piauí e Bahia a leste e Goiás ao sul (SEPLAN, 2008).

A temperatura média anual está entre 25ºC e 29ºC com máximas atingindo os 40ºC e

mínimas de 14ºC. A pluviosidade média anual varia de 1.300mm na região sudeste, a

2.100mm para a região centro-oeste. O clima presente é uma transição entre o equatorial e

tropical, com gradativa diminuição da umidade entre o eixo noroeste-sudeste (SEPLAN,

2008). O relevo é marcado pelas formas erosivas, com declividade média de no máximo 5%.

Os latossolos e os solos concrecionários são os mais extensos. As formas aluviais e solos

hidromórficos predominam na planície da Ilha do Bananal, bacia do rio Araguaia (SEPLAN,

2008). As fitofisionomias do Cerrado correspondem a 87% do território estadual (Figura 8).

Os 13% restantes distribuem em formações florestais ombrófilas, semi-deciduais e deciduais

(SEPLAN, 2008).

Duas são as bacias hidrográficas do Tocantins: bacia do rio Araguaia, com 104.990,8

km² (37,7% do território estadual) e bacia do Rio Tocantins, com 173.429,9 Km² (62,3% do

território estadual) (SEPLAN, 2008). Ambas apresentam potencial para a navegação e

geração de energia hidrelétrica. A bacia do rio Tocantins possui potencial para gerar 26.595

MV (ELETROBRÁS, 2007) sendo que em território tocantinense já são gerados 1.417,14

MV, com previsão para a produção de pelo menos mais 6.465,1 MV nos próximos anos

(SEPLAN, 2008).

A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do Mundo, é delimitada pelo rio Araguaia a

oeste, e a leste pelo seu braço menor, o rio Javaés possuindo uma área de 1.916.225 hectares

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(MMA et al., 2001). Por se apresentar encaixada dentro da planície do Araguaia, tem altitude

média de 130 m, o que a caracteriza como uma grande planície alagável (MMA et al., 2001).

Em seus limites estão instaladas as etnias indígenas Javaés e Karajás, distribuídas em várias

aldeias ao longo dos 300 km longitudinais da Ilha do Bananal.

Atualmente, no que tange ao aspecto legal, todo o território da Ilha do Bananal é

considerada Área Indígena, sendo somente 138.000ha na sua porção norte, destinados ao

Parque Nacional do Araguaia, cujos limites também são designados como Área Indígena,

ficando assim sob cuidados dos índios, FUNAI e ICMBio. Embora a Ilha do Bananal esteja

inserida nos limites políticos de três municípios: Pium, Lagoa da Confusão e Formoso do

Araguaia, neste estudo, convencionou-se que a Ilha do Bananal, devido suas particularidades

hidrológicas-geomorfológicas e políticas-culturais, será tratada como uma unidade política

distinta como se um município fosse.

Procedimento

Para se determinar a diversidade de espécies de aves do Estado do Tocantins foram

abordados diferentes métodos: i) busca exaustiva de registros na literatura; ii) compilação de

registros a partir de visita a museus e coleções ornitológicas; iii) solicitação dos registros às

coleções e museus de zoologia quando impossibilitado de visita como no casos das coleções

estrangeiras ou algumas coleções nacionais; iv) eventualmente, registros foram efetuados em

campo e/ou obtidos com ornitólogos; v) foram verificados a ocorrência de registros de aves

para o Tocantins na internet em portais fotográficos (www.multiplay.com e

www.aves.brasil.nom.br) e no banco de vocalizações de aves neotropicais Xeno Canto

(www.xenocanto.org).

A compilação de registros na literatura procedeu com a verificação de artigos

científicos, relatórios de Estudos de Impacto Ambiental e Monitoramento Ambiental,

documentos oficiais como Planos de Manejo e estudos de cunho ambiental e conservacionista.

Para compilação de espécies depositadas em coleções zoológicas foram efetuadas visitas às

coleções ornitológicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP),

Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG), Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), Museu

de Ornitologia de Goiânia (MOG), Coleção Ornitológica do Instituto Tropical Subúmido da

Universidade Católica de Goiás (COITS-UCG), Coleção Ornitológica do Centro de Estudos e

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Pesquisa em Biologia da Universidade Católica de Góias (COCEPB-UCG), Coleção do

Museu de Zoologia José Hidasi da Universidade Estadual do Tocantins (MZJH-UNITINS) e a

Coleção Ornitológica do Centro Universitário Luterano de Palmas (COCEULP-ULBRA).

Procedimentos semelhantes de levantamento das espécies ocorreram em outros estudos de

propósitos semelhantes (SILVA, 1989; SILVA, 1995a; 1995b; SANTOS, 2005; NOGUEIRA,

2006; COSTA et al. 2007; SANTOS e SILVA, 2007).

A solicitação de registros às coleções e museus não visitados procedeu de duas

formas:

1) através de consulta ao portal ORNISNET (www.ornisnet.org), de onde foi possível

compilar registros de aves nos seguintes acervos de coleções e museus dos Estados Unidos:

California Academy of Sciences (CAS), Field Museum of Natural History (FMHN), Museum

of Comparative Zoology (MCZ), Louisiana State University Museum of Zoology (LSUMZ),

Museum of Natural History Smithsonian Institution (USMN), Natural History Museum of

Los Angeles County (LACM), University of Kansas Natural History Museum (KUNHM),

University of Michigan Museum of Zoology (UMMZ), ou

2) requisitando os registros diretamente aos respectivos curadores, como procedido

com a seguintes coleções e museus: Coleção Ornitológica Marcelo Bagno da Universidade de

Brasília (COMB-UNB), Museu de Historia Natural de Taubaté (MHNT), Museu de Zoologia

de São Paulo (MZUSP) 16, Museo Nacional de Historia Natural e Antropologia, em

Montevidéu no Uruguai (MNHNA), Colección Ornitológica da Estación Biológica Doñana,

em Sevilla, Espanha (COEBD), Muséum National D'histoire Naturelle de Paris, na França

(MNHN), do Australian Museum, em Sidnei na Austrália (AMS).

Devido à recente formação do Estado do Tocantins, em 1988, vários registros de aves

concebidos ao Tocantins ainda tem como procedência o Estado de Goiás. Desta forma todos

os registros anteriores a 1988 foram comparados ao atual mapa político do Estado do

Tocantins (SEPLAN, 2008) para verificar se a localidade do registro encontrava-se dentro do

território tocantinense.

Concomitante a compilação, foi elaborado um banco de dados em planilha eletrônica,

constando os seguintes parâmetros: Família, Espécie, Subespécie, Fonte, Registro,

                                                            16  Os espécimes coletados em expedição de coleta na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins em fevereiro de 2008 tiveram seus registros enviados gentilmente por Luis Fabio Silveira e equipe mediante solicitação, pois o tombamento dos mesmos ocorreu após visita realizada ao MZUSP em novembro de 2007.

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Localidade, Município, Coletor, Sexo, Ano e Coordenadas Geográficas do tipo graus

decimais (Figura 34). A nomenclatura ornitológica segue aquela apresentada pelo Comitê

Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2008). Cada registro teve sua fonte

diferenciada. No caso das coleções contempladas, o registro recebeu a sigla da coleção ou

museu de origem seguido de seu número de depósito. Quando originado da literatura

consultada foram evidenciados autor e ano da publicação ou elaboração do documento.

O uso de subespécies somente foi anotado na compilação quando relatado no

tombamento da espécie na coleção ou descrito pelo autor do respectivo manuscrito. Não

foram feitas tentativas de determinação subespecífica para nenhum espécime examinado.

As coordenadas geográficas das localidades amostradas foram tomadas quando

fornecidas. Quando não fornecidas, a coordenada geográfica correspondente foi anotada

através de consulta ao gazetteers (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) ou através da verificação

da localidade no software Google Earth 4.2. Nas situações em que não se obteve êxito com a

consulta ao gazetteer (PAYNTER e TRAYLOR, 1991) e Google Earth 4.2, tomou-se nota das

coordenadas geográficas da sede do município associado àquela dada localidade. Registros

que eventualmente destaque uma dada localidade desconhecida e/ou de difícil determinação,

sem um município associado, foram descartados.

Os registros procedentes da literatura, somente foram considerados, quando no

manuscrito fonte houve a menção dos mesmos terem origem em trabalhos primários. Os

registros compilados foram classificados de acordo com método empregado: visual, auditivo,

captura, fotográfico e gravação sonora, quando oriundos da literatura; e “de museu”, quando

verificado sua presença no acervo de coleções científicas.

A listagem elaborada das espécies de aves do Tocantins levou em conta a

documentação (OREN e ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995b; SILVA et al., 2003;

TUBELIS e TOMAS, 2003; SANTOS e SILVA, 2007; CBRO, 2008) e freqüência de

ocorrência dos registros não documentados das espécies (BENCKE, 2001), sendo

diferenciado três tipos de listas: lista primária, lista secundária e lista terciária; a exemplo do

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Figura 34. Planilha eletrônica mostrando banco de dados com os registros obtidos para avifauna do Tocantins e suas especificações.

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que é estabelecido para elaboração da lista oficial das espécies de aves brasileiras, pelo

Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos.Os critérios de inclusão dos registros no trio das

listas supracitados baseiam-se em CBRO (2008) e Bencke (2001) como se segue:

Lista primária: Espécies com pelo menos um dos registros de ocorrência no Tocantins

provido de evidência documental. Neste contexto, são evidências documentais os itens

disponíveis, para consulta independente, na forma exclusiva de espécime integral ou parcial,

fotografia, gravação de áudio ou vídeo, que permitam a determinação segura do táxon. Caso a

espécie não tenha registros documentados, mas o seu registro no Estado é concebido por três

diferentes fontes, considera-se a espécie inserida na proposta listagem.

Lista secundária: Espécies com provável ocorrência no Tocantins, providas

de registros específicos para o Estado, mas cuja evidência documental não é conhecida ou

disponível, desde que não tenha pelo menos três diferentes fontes de registros concebendo sua

ocorrência para o Tocantins. Neste contexto, a ‘provável ocorrência’ no Tocantins é inferida a

partir do seu padrão distribucional e de dispersão estabelecido com base em evidências

documentais ou publicadas.

Lista terciária: Espécies providas de registros específicos para o Estado do Tocantins,

mas com evidência documental inválida ou com improvável ocorrência no Estado e carentes

de evidência documental.

Para a montagem das listas foram evidenciados os seguintes status das espécies:

residente ou migratório, endemismo, ameaça de extinção, e ainda a fonte do registro. A

disposição das fontes seguiu a ordem: depósito em museus, registros documentados, artigos

científicos, EIAs e documentos oficiais e observações pessoais, limitando-se à apresentação

de pelo menos três fontes. Para os registros de museus foram apresentados todos os registros,

sendo que para algumas espécies o registro somente foi confirmado por um ou dois

espécimes.

A distribuição geográfica das espécies de aves seguiu aquelas apresentadas por Pinto

(1978), Hilty e Brown (1986), Ridgely e Tudor (1989), Ridgely e Tudor (1994), Sick (1997),

Grantsau (1998) Sigrist (2006) e portal Nature-Serve/Avibase (http://avibase.bsc-eoc.org/). As

espécies compiladas foram classificadas quanto ao status de residente, migratória (neárticas e

austrais) ou status indeterminado, seguindo primeiramente Silva (1995b), sendo que, quando

necessário, seguiu-se classificação apresentada pelo CBRO (2008).

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Para plotagens de mapas das localidades amostradas e verificação das lacunas de

conhecimento biogeográfico das espécies de aves no Tocantins foi utilizado software gratuito

DIVA-GIS 5.4 (http://www.diva-gis.org/).

Os mapas das localidades amostradas foram elaborados a partir dos registros

compreendidos na lista primária, considerando as seguintes situações: i) todas as localidades

amostradas independentes do método de registro, ii) todas as localidades onde os registros

foram passíveis de documentação, iii) todas as localidades minimamente amostradas, iv) todas

as localidades minimamente amostradas passíveis de documentação, v) todos os municípios

minimamente amostrados passíveis de documentação.

O caráter “minimamente amostrado” foi utilizado com freqüência nos estudos para

conhecimento de lacunas de diversidade para as aves (OREN e ALBUQUERQUE, 1991;

SILVA, 1995; SANTOS, 2005). Oren e Albuquerque (1991) consideraram aquelas

localidades com pelo menos 100 espécimes coletadas como minimamente amostradas para

Amazônia Legal. Para Silva (1995a) aquela localidade com 80 espécimes coletadas ou 100

espécies listadas por diferentes métodos foi definida como minimamente amostrada.

Silva e Santos (2005), argumentam que 80 espécimes ou 100 espécies

respectivamente, são os valores mínimos que geralmente são atingidos em trabalhos de campo

de quatro a cinco dias em localidades do Cerrado. Por fim, Santos (2005) avalia o esforço

amostral ornitológico em Roraima considerando as localidades minimamente amostradas em

dois níveis de amostragem: com pelo menos 50 espécies coletadas e outra com pelo menos

100 espécies de aves coletadas.

Diante dessas diferentes proposições, foram consideradas para este estudo Localidade

Minimamente Amostrada (LMA) aquelas com pelo menos 50 espécies documentadas

(aproximando das situações definidas por Santos (2005)) ou 100 espécies listadas,

independente do método de registro (SILVA, 1995a). Contudo, as localidades com pelo

menos 80 espécies documentadas também foram levadas em conta nas análises de lacunas de

conhecimento.

Para verificação de lacunas de conhecimento ornitológico, o Estado do Tocantins foi

dividido em uma malha de 1.230 quadrículas, com área de aproximadamente 22.500ha cada

uma (Figura 35), valor correspondente a 0,08% da área do Estado do Tocantins. Este

percentual foi estabelecido após comparação ao percentual de cada unidade amostral em

outros estudos de mesmo propósito.

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Nas análises de Oren e Albuquerque (1991) o percentual da unidade amostral definida

é de 1,3% da área total amostrada, a Amazônia Legal. Em Silva (1995a) o percentual de cada

unidade amostral foi aproximadamente de 0,6% da área do todo, o bioma Cerrado. Por sua

vez, Costa et. al. (2007) na avaliação de lacunas de conhecimento de Squamata no Cerrado,

estabeleceram que cada célula de estudo continha 100.000ha, área correspondente a 0,05% do

bioma Cerrado.

Uma vez definidos o número de espécies das LMAs, a quantidade e áreas das

quadrículas, foram confeccionados mapas, onde cada quadrícula teve representada sua riqueza

de espécies de aves. As lacunas foram estabelecidas a partir dos mapas baseados nas LMA,

sendo definidas lacunas primárias as áreas sem qualquer amostragem minimamente

representativa (pelo menos 100 espécies listadas ou 50 espécies documentadas) e lacunas

secundárias aquelas áreas ausentes de amostragem mínima documentada (existem listas de

pelo menos 100 espécies, mas há carência na documentação mínima de 50 espécies).

Figura 35. Mapa mostrando o Estado do Tocantins dividido em malha de 1.230 quadrículas e 22.500ha cada.

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RESULTADOS

Foram compilados 27.376 registros de aves para o Estado do Tocantins, distribuídos

em diferentes tipos de fontes. Manuscritos diversos (EIAs, MAs, artigos, dissertações, livros,

monografias etc.) computaram um total de 71 títulos. Foi verificado o depósito de espécimes

de aves coletadas no Tocantins em 23 diferentes coleções ornitológicas de museus e/ou

coleções particulares. O recebimento de registros não publicados, diretamente através de

outros ornitólogos ou uso de registros pessoais não publicados, ocorreram em dez

oportunidades. Por último, na internet foram consultados quatro diferentes portais

fotográficos e um banco de dados de vocalizações de aves neotropicais (Figura 36).

Figura 36. Número de consultas (barras azuis) e de espécies de aves registradas (barras vermelhas) nos diferentes tipos de fontes utilizados na compilação dos registros.

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As consultas conduzidas a estes diferentes tipos de fontes contabilizaram o registro de

um total de 753 espécies de aves para o Tocantins (Anexo 3), as quais estão divididas entre as

três listas propostas. Para a lista primária são listadas 628 espécies de aves (Anexo 3a), destas

580 espécies apresentaram registro com documentação, sendo as 48 espécies restantes

carentes de documentação, mas com registros efetuados por pelo menos três fontes distintas.

A lista secundária traz um total de 57 espécies (Anexo 3b), enquanto a lista terciária

compreende um total de 68 espécies (Anexo 3c). As considerações a seguir levam em conta

somente as 628 espécies de aves da lista primária.

O Tocantins tem representado em seu território 34,5 % da avifauna brasileira. As

espécies residentes representam 95,2% do total de espécies (598) sendo as migratórias 2,8%

(18 espécies, 12 migrantes neárticos e 6 migrantes austrais). Os 2% restantes (12) são espécies

que tem status desconhecido para o Tocantins (SILVA 1995b; CBRO, 2008) (Anexo 3).

No Estado foi verificado o registro de 24 espécies endêmicas brasileiras (CBRO,

2008), 22 endêmicas do bioma Cerrado (CAVALCANTI, 1999; SILVA e SANTOS, 2005) e

67 como endêmicas amazônicas (STOTZ, 1996) 17 18. Dentre as espécies de aves dadas com

algum grau de ameaça de extinção no Brasil (IUCN 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008)

são listadas para o Tocantins 16 espécies (Anexo 3a).

Foi verificado um total de 391 localidades de registro no Estado, sem qualquer

restrição ou exigência quanto ao tipo de registro. Quando verificado o número de localidades

onde ocorreram registros passíveis de documentação, independentemente do número de

espécies por localidade, fonte ou naturalista/pesquisador/ornitólogo associado à localidade

constata-se uma redução de 391 para 244 localidades, uma queda de 37,5%. (Figura 37).

                                                            17 Stotz et al. (1996) apresenta Paroaria baeri e Cercomacra ferdinandi como espécies endêmicas amazônicas do Centro Endemismo Pará, o qual, segundo critérios do autor, abrangeria a bacia do rio Araguaia, região de ocorrência das respectivas espécies. Porém estas duas espécies neste estudo foram somente consideradas endêmicas do bioma Cerrado como apresentado por Silva e Bates (2002) e Silva e Santos (2005).  

18 Posteriormente a Stotz et al. (1996) alguns estudos taxonômicos promoveram a validação de várias subespécies em espécies plenas na Amazônia (ISLER et al., 1997; ISLER et al. 1999; JOSEPH, 2002; ISLER et al., 2007). Várias delas após esse split passaram a ter distribuição geográfica restrita dentro da Amazônia sendo suas considerações biogeográficas levadas em conta junto às listas apresentadas por Stotz (1996).

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Figura 37. Em verde e amarelo, localidades onde ocorreram registros de aves no Tocantins. Somente em amarelo, localidades onde os registros foram passíveis de documentação.

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Considerando a proposta de localidade minimamente amostrada (LMA), verificou-se

que 130 localidades contemplaram os critérios mínimos exigidos de pelo menos 50 espécies

documentadas ou 100 espécies listadas (Figura 38).

Figura 38. Mapa com todas as localidades minimamente amostradas para o Estado do Tocantins. (verde e azul). Em azul, localidades onde se efetuou a documentação mínima de pelo menos 50 espécies de aves.

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Refinando-se para aquelas localidades onde somente houveram registros

documentados, uma análise das localidades com pelo menos 50 espécies registradas, revela

uma quantidade significativamente minúscula de apenas 23 localidades estudadas. Se

aumentado for o valor desse limite minimamente amostrado para pelo menos 80 espécies

documentadas, o total de localidades amostradas reduz para apenas 13 localidades (Figura

39).

Figura 39. Localidades em que foram efetuados registros documentados de pelo menos 50 espécies de aves (azul e verde). Em verde, aquelas localidades onde ocorreram documentação de pelo menos 80 espécies de aves.

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138 

 

 

 

Atentando-se aos limites políticos estabelecidos para o Estado, dos 139 municípios

emancipados, 78 deles, mais a Ilha do Bananal, possuem algum tipo de registros em seus

limites. Considerando os critérios de LMA, e transferindo-os em nível municipal, somente 59

deles, mais a Ilha do Bananal, pode ser denominado Município Minimante Amostrado

(MMA). Levando-se em conta apenas os municípios onde se efetuaram registro documentado

de pelo menos 50 espécies de aves, este valor reduz para 18 municípios, mais a Ilha do

Bananal (Figura 40).

1  2

3

4

56 

78

9

10 

11

12

13 

1415

16 17

18

19@ 

@

Figura 40. Municípios minimamente documentados no Estado do Tocantins. 1. Araguatins; 2. Itaguatins; 3. Ananás; 4. Wanderlândia; 5. Babaçulândia; 6. Santa Fé do Araguaia; 7. Araguacema; 8. Guaraí; 9. Pium; 10. Ilha do Bananal; 11. Tocantínia; 12. Palmas; 13. Porto Nacional; 14. Gurupi; 15. Peixe; 16. São Salvador; 17. Paranã; 18. Natividade; 19. Mateiros. @ - Desconsiderar a porção Extra Ilha do Bananal dos municípios de Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia.

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139 

 

 

 

Por sua vez, a análise de lacunas através da divisão do Estado do Tocantins em uma

malha de 1230 quadrículas de 22.500 hectares cada uma, mostrou que apenas 124

quadrículas, ou seja, 27.900 Km² (10% do território tocantinense) foram minimamente

amostrados (Figura 41). A mesma análise, porém considerando-se apenas aqueles registros

passíveis de documentação, revela que estes valores percentuais de cobertura amostrada

sofrem fortíssima redução. Das 124 quadrículas minimamente amostradas somente em 23

delas houve localidades com pelo menos 50 espécies registradas por meio de documentação.

Isso corresponde a apenas 5.175 Km², minúsculos 1,86% da área total do Estado do Tocantins

(Figura 42).

Figura 41. Análise de quadrículas mostrando as áreas do Estado do Tocantins onde ocorreram registros de aves.

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Mantendo-se somente aquelas quadrículas com pelo menos 50 espécies documentadas

e/ou 100 espécies listadas nessas duas últimas análises, tem-se como resultado uma evidente

Figura 42. Análise de quadrículas mostrando as áreas do Estado do Tocantins onde ocorreram registros documentados de aves.

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141 

 

 

 

demonstração das áreas do Estado do Tocantins onde não se tem informações mínimas sobre

a amostragem de aves. Logo, essas áreas representam justamente as lacunas de conhecimento

da biodiversidade avifaunística do Tocantins. Em um primeiro momento, quando são

consideradas pelo menos 100 espécies listadas e/ou 50 documentadas, são reveladas a

presença de 5 blocos de lacunas de conhecimento (Figura 43).

Figura 43. Blocos de lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves do Estado do Tocantins resultantes dàquelas regiões onde ocorreu amostragem mínima necessária – pelo menos 50 espécies documentadas ou 100 espécies listadas.

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142 

 

 

 

Por conseguinte, se mantidas somente aquelas quadrículas em que se tenha pelo menos

50 espécies documentadas e também as lacunas anteriormente propostas, nota-se que há a

indicação de pelo menos mais 16 lacunas de conhecimento da biodiversidade (Figura 44).

Deste modo, existe um primeiro grupo de lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves,

marcado pelo alto grau de prioridade de estudos de inventariamento, pois nada se sabe de

concreto sobre quais espécies ocorrem nestas áreas. O segundo grupo de lacunas seria

Figura 44. Lacunas de conhecimento da biodiversidade de aves do Estado do Tocantins. Grupo das lacunas de prioridade primária (elipses acinzentadas e interior tracejadas) e grupos das lacunas de prioridade secundária (elipses esverdeadas e interior ondulado.

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caracterizado por áreas onde já se conhece uma parcela representativa da avifauna, pois as

mesmas apresentam listas com pelo menos 100 espécies, ainda que através de registros

visuais e auditivos, no entanto, a documentação da avifauna destas áreas ainda é escassa.

DISCUSSÃO

Avifauna do Tocantins: biodiversidade

Os registros da avifauna do Tocantins foram obtidos por meio de diversos tipos de

fontes, cujos esforços de consulta, procuraram compilar o máximo de registros possíveis, de

modo que se pretendeu alcançar ao máximo a totalidade de registros de aves para o Tocantins

que cada tipo de fonte pudesse fornecer. Haja vista que mais de 27.376 registros foram

compilados, embora não haja um número mínimo estipulado para uma compilação, acredita-

se que o total compilado possa estar perto do esforço máximo possível até o presente

momento de conclusão desta dissertação. Assim essas diferentes fontes compiladas fornecem

importantes implicações sobre a biodiversidade de aves no Tocantins.

As coleções ornitológicas contempladas demonstram ter fundamental papel no

reconhecimento da avifauna do Tocantins, pois das 628 espécies de aves fornecidas na lista

primária, 510 tem origem em coleções científicas (Figura 36). Este valor garante que pelo

menos 81,5% das espécies do Estado tenham seus registros depositados em coleções ou

museus, atestando a importância destas instituições (VUILLEUMIER, 1998; ALEIXO e

STRAUBE, 2007) para conhecimento da avifauna tocantinense. Este número pode sofrer

ainda algum acréscimo visto que algumas coleções onde há depósitos de material coletado por

José Hidasi não foram contempladas nesta compilação, como o Museu Nacional de Historia

Natural da Hungria, em cujas dependências existem algumas centenas de espécimes coletados

por Hidasi, em Goiás e Tocantins (José Hidasi, com. pessoal).

Por sua vez EIAs, MAs e documentos oficiais tiveram papel fundamental na

compilação dos registros de aves do Tocantins. Além de ter sido a categoria de fonte mais

consultada, com 40 diferentes documentos examinados, cerca de 600 espécies compiladas

destes documentos enquadram-se na lista primária das aves do Tocantins. Apesar disso,

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144 

 

 

 

existem EIAs e MAs que estão sendo executados e por isso não foram examinados bem como

alguns outros que não foram consultados por motivos extras, o que denota na possibilidade

deste tipo de fonte ter uma contribuição maior. Vasconcelos e Straube (2006) apóiam a

utilização desta categoria de fonte no estudo no conhecimento biogeográfico e conservação

das espécies de aves no Brasil, fornecendo inclusive, uma série de medidas na elaboração

destes documentos para otimizar a máxima praticidade destes inventários avifaunísticos após

a conclusão dos respectivos estudos.

Uma desvantagem de EIAs e MAs, que também pode ser percebida em artigos ou

mesmos outros tipos de manuscritos, é a não indicação da documentação das espécies na

apresentação das listas, sugerindo a interpretação dos registros como somente visuais e

auditivos. Bencke (2001) argumenta que a documentação não é o mais essencial para

indicação de ocorrência de uma espécie em dada área, porém uma indicação física, seja um

registro visual ou até mesmo uma gravação de vocalização, é de relevante importância, pois

trata-se de um elemento referencial.

A partir daí, avaliar a validade dos registros torna-se papel importante e fundamental

(PACHECO apud BENCKE, 2001), conseqüentemente, a consideração de listas de espécies,

como aquelas fornecidas em EIAs e MAs são justificáveis. A proposta de elaboração de três

diferentes categorias de listas neste estudo, mediadas por critérios de seleção, é justamente

uma tentativa de avaliação dos registros compilados, de modo a evitar-se que os mesmos

sejam somente inseridos na lista final, por simplesmente terem relatadas suas ocorrências no

Tocantins.

Por outro lado, fontes como bancos fotográficos e bancos de vocalizações tiveram

pouca representatividade no número de espécies compiladas. Com avanços tecnológicos

proporcionados principalmente pela digitalização de dados e seu respectivo compartilhamento

através da internet, registros fotográficos e sonoros podem ser alternativas eficientes para

divulgação da documentação das espécies. Estes registros podem ser compartilhados em

portais especializados na internet (www.aves.brasil.nom.br; www.xenocanto.org), bem como

passíveis de publicação em periódicos, quando assegurada a identificação da espécie

fotografada ou gravada.

O primeiro registro documentado de Spizaetus tyrannus para o Estado do Ceará é

decorrente da documentação da vocalização da espécie (ALBANO et al., 2007). O mesmo

ocorre para outros diversos Estados por meio de registros fotográficos (SIMON, et al., 2005;

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PEREIRA et al., 2006; PATRIAL, 2008; UBAID e DONATELLI, 2008). Dentre os registros

compilados, as documentações fotográficas de Conopophaga roberti (Com. pessoal, Advaldo

D. Prado) e Egretta caeruela (PINHEIRO E DORNAS, 2009) são as principais evidências da

ocorrência da espécie no Tocantins.

Hidasi (1998) fornece uma lista de 524 espécies de aves para o Tocantins. O total de

628 espécies registradas na lista primária propõe um aumento de 104 espécies para o Estado

do Tocantins. Comparada ao total 636 espécies de aves listadas para o Estado do Maranhão

(OREN, 1991), a diversidade de 628 espécies de aves encontrada no Estado estaria dentro de

um patamar esperado, pois em ambos os Estados existe uma semelhança fitoecológica

marcante devido à presença dos biomas do Cerrado, Caatinga e Amazônia e suas respectivas

zonas de tensão ecológica (AB’SABER, 2003; MMA, 2007). Inclusive, a presença de 68

espécies endêmicas Amazônicas e 22 espécies endêmicas do Cerrado demonstra que o caráter

ecotonal estabelecido por Ab’Saber (2003) em termos paisagísticos, também é evidente com

relação as comunidades de aves que ocorrerem no Tocantins.

Além disso, a lista primária de aves do Tocantins traz o primeiro registro de 24

espécies: Tinamus major, Pauxi tuberosa, Porzana flaviventer, Asio flammeus, Nystalus

striolatus, Philydor rufum, Thamnophilus palliatus, Thamnophilus aethiops, Pygiptila

stelaris, Cercomacra manu, Pyriglena leuconota, Myrmoborus leucophrys, Hylophylax

naevius, Grallaria varia, Automolus paraensis, Phyllomyias reiseri, Elaenia albiceps,

Ramphotrigon ruficauda, Cephalopterus ornatus, Atticora tibialis, Tachyphonus phoenicius,

Dacnis flaviventer, Chlorophanes spiza e Phaeothypis mesoleuca até então desconhecidas

para os limites do Tocantins, aumentando de modo considerável a distribuição geográfica

destas espécies.

Além disso, várias outras espécies apresentadas na lista primária tiveram suas áreas de

ocorrência aumentadas em função de registros compilados.Várias delas foram coligidas por

Rudolph Pfrimer e José Hidasi, cujas coleções foram pouco estudadas, o que as impediu de

maiores contribuições ao conhecimento biogeográfico das aves no Brasil.

A título de ilustração, por parte de R. Pfrimer, os registros de Alectrurus tricolor,

Plegadis chihi merecem destaque. Para José Hidasi, destaca-se o registro de Sporophila

hypoxantha. Para ambos coletores, é válido de menção, o registro de Neomorphus geoffroyi

para o Estado do Tocantins.

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146 

 

 

 

Alectrurus tricolor é um tiranídeo ameaçado de extinção (SILVEIRA e STRAUBE,

2008) que tem ocorrência local a cerrados campestres e áreas pantanosas com distribuição

geográfica de Minas Gerais ao Mato Grosso, chegando ao Paraguai e Bolívia (RIDGELY e

TUDOR, 1994; SICK, 1997; SIGRIST, 2006; NATURE-SERVE, 2007a). Sua ocorrência no

Tocantins é relatada para Palma, atual Paranã (MNRJ 9947), sudeste do Estado, o que acarreta

no aumento da distribuição da espécie para norte em pelo menos 200km além do limite mais

setentrional conhecido para espécie (Figura 45).

Figura 45. Acima e à esquerda mapa com distribuição geográfica de Alectrurus tricolor (A) com a marcação da região de ocorrência no Tocantins. Acima e a direita, mapa com distribuição geográfica de Plegadis chihi (B) com as localidades de registro da espécie no Tocantins: em vermelho, Arraias; em amarelo, rio Palma; laranja, TO-374 e verde rio Araguaia. Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Fotos: Túlio Dornas

A  B

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147 

 

 

 

Situação muito idêntica é verificada para Plegadis chihi, ave paludícola, que tem

preferências por banhados, arrozais e várzeas. Sua distribuição geográfica é assinalada desde

a região centro-norte do Chile, centro-norte da Argentina, todo Paraguai, alcançando o Brasil,

onde se estenderia do Rio Grande do Sul até região central de Goiás e Mato Grosso (SICK,

1997; SIGRIST, 2006).

No Tocantins, a espécie tem registros para a região sudeste do Estado em Arraias

(MNRJ 6420), e no rio Palma (MNRJ 6421, 6422) e, para região oeste, onde há dois registros

não documentados, um para a região da TO-374, entre Lagoa da Confusão e Dueré, (OIKOS,

2006) e outro para o rio Araguaia, no município de Caseara (OIKOS, 2006) (Figura 45). Os

registros depõem a favor de um aumento na área de distribuição da espécie em

aproximadamente 800km em direção nordeste.

Sporophila hypoxantha, é uma espécie de emberezídeo que tem preferência por brejos

em áreas campestres. Sua distribuição se estende da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil,

onde ocorre nos estados do sul, sítios de nidificação, de onde migram para os estados de

Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul (RIDGELY e TUDOR; 1989; SICK, 1997;

SIGRIST 2006; NATURE-SERVE 2007b).

Para o Estado do Tocantins seu registro é assinalado para o Parque Estadual

Monumentos Árvores Fossilizadas, entretanto não há menção de documentação (OIKOS e

MRS 2005). Contudo, a confirmação da espécie para o município de Peixe (MOG 3876),

centro-sul do Estado, sugere a utilização da calha do rio Tocantins como uma das rotas de

migração da espécie para regiões setentrionais do Cerrado, não limitando sua distribuição

geográfica somente a porção mais central do território goiano (Figura 46).

Já, Neomorphus geoffroyi, é uma ave terrícola, com preferências por matas virgens e

altas. É de difícil detecção na natureza, sendo considerada uma ave rara (HILTY e BROWN,

1986; SICK, 1997). Sua taxonomia ainda é incerta havendo discussões quanto à proposição

da localidade-tipo (PINTO, 1978; RAPOSO e SIMON, 2008) gerando indefinições na

validade e determinação das supostas subespécies (RAPOSO e SIMON; 2008). Deste modo,

sua ocorrência é assinalada para o Espírito Santo (N. g. dulcis), Bahia (N. g. maximilliani ou

N. g. geoffroyi) e região amazônica (N. g. amazonicus ou N. g. geoffroyi), compreendendo

faixas territoriais desde o Estado do Pará, até o Acre. Sua ocorrência também é assinalada

para Bolívia, Peru, Equador e Colômbia e Panamá (PINTO, 1978; HILTY e BROWN, 1986;

SICK, 1997; SIGRIST, 2006) (Figura 47).

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Embora não assinalado nos mapas de distribuição geográfica da espécie (SIGRIST,

2006; NATURE-SERVE, 2007c), a ocorrência da espécie é relatada no Tocantins

(SICK,1997), mais especificamente no rio Tocantins, sem maiores detalhes (PINTO, 1978).

Na verdade, este relatado faz referência a um espécime coletado por R. Pfrimer, em Espírito

Santo do Peixe, atual Peixe, as margens do rio Tocantins, e que atualmente está depositado no

MNRJ (4098). De certo modo, os equívocos cometidos por Miranda-Riberio, na etiquetagem

de espécimes de Pfrimer (ver a seguir), podem ser a explicação dessa suposta omissão.

Contudo, há um segundo registro de N. geoffroyi para o Tocantins; um espécime

depositado no Museu de Ornitologia de Goiânia (MOG 1083) procedente de Natividade,

Figura 46. Distribuição geográfica de Sporophila hypoxantha. Em vermelho, localização do registro inédito para Peixe. Em verde, registro da espécie no P. E. Monumento Árvores Fossilizadas. Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Foto: Túlio Dornas.

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149 

 

 

 

município distante cerca de 150 km à leste de Peixe. Apesar deste espécime não ter um

coletor responsável, segundo José Hidasi, o espécime teria sido coligido por R. Pfrimer, que

teria negociado um lote de espécimes à Universidade Católica de Goiás, no final da década de

40, quando nascia a citada instituição.

Entre os anos de 1960 e 1970, José Hidasi adquire o espécime junto a Universidade

Católica de Goiás, e adverte que no local, havia outros espécimes de diversas espécies,

inclusive, segundo ele, uma Harpia harpija, proveniente de Arraias, que teria sido entregue,

de acordo com responsáveis da instituição, por um viajante do norte de Goiás. As menções à

Arraias e a um viajante do norte de Goiás, remetem fortemente a R. Pfrimer.

Diante dos fatos e relatos de José Hidasi, ainda que não se possa ter total certeza da

procedência do segundo espécime de N. geoffroyi para o Tocantins, fica mais improvável

acreditar que o espécime depositado no MNRJ tenha sido alvo de um erro de etiquetagem.

Essa assertiva é reforçada por dois outros fatores: a região indicada como os locais de coleta

apresentam habitats descritos favoráveis à ocorrência da espécie e, os espécimes coletados

têm padrão de plumagem distinto das outras subespécies conhecidas, podendo vir a ser, após

Figura 47. Distribuição geográfica de Neomorphus geoffroyi, com as respectivas localidades de ocorrência no Tocantins; em vermelho, Peixe, e em amarelo, Natividade. Em A, espécime MNRJ (4098), em B, espécime MOG (1083). Fonte: adaptado de www.avibase.bsc-eoc.org/ Fotos: Túlio Dornas

A

B

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150 

 

 

 

revisão que o gênero vem sofrendo, talvez até, uma das novas espécies pré-sugeridas pelos

desmembramentos das diferentes subespécies (RAPOSO e SIMON; 2008).

Todavia, considerando que a lista secundária de aves do Tocantins traz 58 espécies, o

potencial de riqueza de espécies de aves no Tocantins pode aumentar para 685 espécies. Uma

demonstração de tal situação é dada pelas espécies Florisuga mellivora e Ixobricus exilis.

Ambas apresentam distribuições geográficas compatíveis com o Estado do Tocantins (SICK,

1997; SIGRIST, 2006), mas possuem cada uma, somente duas diferentes fontes de registro

não documentado (Anexo 3b). A ocorrência de um registro não documentado, somado as duas

fontes já conhecidas, ou senão, um único registro documentado, transfere as espécies da lista

secundaria para a lista primária. Esta mesma situação é verificada para demais espécies da

lista secundária.

Silva (1995b) lista para o Cerrado pelos menos 38 espécies migratórias entre visitantes

neárticos e austrais. Para o Tocantins foram compiladas 22 espécies de aves migratórias, das

quais 18 estão na lista primária, sendo 12 neárticas e 6 austrais. Caso confirme-se a ocorrência

de Falco peregrinus, Bartramia longicuada, Tringa melanoleuca, Chordeiles minor (quatro

espécies migratórias neárticas da lista secundária) para o Estado, ter-se-ia uma aumento na

diversidade de aves migratórias do Tocantins de 18 para 22 espécies confirmadas e

conseqüentemente mais quatro no total de 628 espécies de aves.

Essa diversidade de migratórias pode ser ainda mais incrementada. As calhas centrais

dos grandes rios brasileiros são dadas como umas das principais rotas migratórias das

espécies migrantes neárticas, o que torna o rio Tocantins e rio Araguaia um corredor de

entrada de aves migratórias para o interior do Brasil (SICK, 1983; RAPOLLE et al., 1998;

DORNAS e PINHEIRO, no prelo). Como existem 10 espécies migratórias neárticas

confirmadas para o Cerrado (SILVA, 1995b) sem registros para o Tocantins, onde as suas

duas principais bacias são rotas migratórias consolidadas de aves migrantes neárticas, as

possibilidades de um número maior de espécies migratórias e conseqüentemente de

diversidade de aves no Estado são muito grandes.

Outra possibilidade de acréscimo a diversidade do Tocantins é o remanejamento de

espécies da lista terciária para a lista primária. Mas esta transferência tem probabilidades

reduzidas, pois a lista terciária traz espécies com distribuição geográficas improváveis para o

Tocantins. Dificilmente, diante do conhecimento ornitológico atual, serão registradas no

Tocantins as espécies Aburria cumanensis grayi (MNRJ 18923), Pyrilia barrabandi (MNRJ

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151 

 

 

 

3979, 3980), Pyrrhura perlata rodogaster (MNRJ 3633), Cyanerpes nitidus (MNRJ 11554),

cujos depósitos no MNRJ assinalam o Tocantins como local de coleta.

Aburria cumanensis grayi possui distribuição geográfica assinalada para região do

Pantanal, Bolívia e sul do Peru (SICK 1997; SIGRIST 2006), as demais espécies possuem

distribuição para a Amazônia centro-ocidental (HAFFER, 1992; RIDGELY e TUDOR, 1989;

SICK, 1997; SIGRIST, 2006). Para todas essas espécies, R. Prifmer é apontado como coletor,

cujo material coligido na década de 20, entre o sudeste do Tocantins e nordeste de Goiás, era

enviado para MNRJ. Posteriormente à chegada do material, o mesmo era identificado e

tombado pelo curador Alípio de Miranda-Ribeiro junto à coleção ornitológica do Museu

Nacional. Entretanto uma substituição de etiquetas, em um dos lotes enviados por Pfrimer,

parece ter ocasionado uma série de equívocos no tombamento de vários espécimes (SILVA,

1989; SICK, 1997; PACHECO, 2004).

As espécies mencionadas acima têm suas distribuições geográficas coincidentes com

aquelas regiões onde a Comissão Rondon realizou várias de suas coletas, as quais foram

posteriormente enviadas ao MNRJ. Deste modo, a evidência mais persistente, são que, esses

espécimes, por um descuido de Miranda-Ribeiro, foram etiquetados junto do lote de aves

coletadas por Pfrimer que havia sido re-etiquetado (SILVA, 1989; SICK, 1997; PACHECO,

2004).

Evidente que a classificação de uma espécie na lista terciária não impede que,

efetivamente, a mesma tenha populações no Tocantins; mas uma possível transferência da

lista terciária para as listas antecedentes carece, quase que obrigatoriamente, de uma

documentação segura da espécie em questão.

Lacunas de conhecimento ornitológico no Tocantins

No que se refere às localidades ornitologicamente amostradas, verifica-se que o total

de 391 localidades, com pelo menos um registro efetuado de qualquer natureza, ou as 244

localidades com pelo menos um registro documentado, podem em um primeiro momento

demonstrar certa representatividade, do ponto vista ornitológico, quanto à cobertura territorial

amostrada no Estado do Tocantins (Figura 37). No entanto, este cenário não pode ser tomado

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152 

 

 

 

como referencial, pois quando considerados somente as LMA, verifica-se um total de 130

localidades, das quais apenas 23 localidades possuem amostragem mínima de documentação

(Figuras 38 e 39). Este segundo cenário, quando confrontado às quadrículas de amostragem

correspondem aproximadamente a 10% e 2% do território tocantinense, respectivamente

(Figuras 41 e 42).

Contudo, são demonstrados avanços, já que seis eram as áreas enumeradas como

minimamente amostradas no Tocantins (OREN E ALBUQUERQUE, 1991; SILVA, 1995a) e

são apresentadas 130, com pelo menos 23 documentadas minimamente. Além disso, o fato de

60 municípios do Estado terem conhecimento mínimo de suas riquezas de aves, também

contribui para esse avanço, muito embora a documentação mínima das espécies a nível

municipal ainda seja carente, contemplando somente 18 municípios, mais a Ilha do Bananal.

De modo geral, o Estado do Tocantins ainda necessita ser mais investigado para

alcançar uma representatividade significativa do conhecimento de sua avifauna. A indicação

de 5 blocos carentes em amostragem ornitológica no Estado somados a mais outras 16 de

lacunas de conhecimento da avifauna no Tocantins pode ser observada como importante

instrumento norteador para atingir essa maior representatividade.

Uma vez definidos 10% do território do Tocantins como minimamente amostrados,

aparentemente cabe aos 90% restantes serem definidos como as lacunas. Porém nesses 10%

delimitados, não necessariamente, houve documentação mínima das espécies, sendo em

muitas das áreas somente conhecidas listas com pelo menos 100 espécies. Logo uma

categorização das lacunas, torna-se providencial, permitindo assim a formalização de lacunas

primárias e secundárias de conhecimento da avifauna tocantinense (Figura 44).

As lacunas primárias somam-se 5 grandes regiões (Figura 43), e devem ser aquelas

primariamente priorizadas para estudos de inventariamento ornitológico, pois são áreas nunca

amostradas ou com, no máximo, 49 espécies de aves registradas, sendo pouquíssimas delas

por meio de documentação. As lacunas secundárias, um total de 16 enumeradas, possuem um

conhecimento mínimo de sua avifauna, pois existem em suas respectivas áreas listas com no

mínimo 100 espécies registradas, a maioria delas quase em sua totalidade por meio de

registros visuais e auditivos. A carência de registros documentados nessas áreas é o ponto

mais preocupante, sendo assim sugerido, inventários nessas regiões que concentrem seus

esforços em metodologias que promovam a documentação das espécies.

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Equiparando-se as propostas de lacunas de conhecimento ornitológico para o

Tocantins, Silva (1995a), focando todo o Cerrado, prioriza aquelas áreas com menor número

de espécies de aves conhecidas, como a mais importante para realização de inventários.

Dentro dessas áreas, o autor diferencia aquelas que têm maior ou menor grau de modificação

de seus habitats. O Estado do Tocantins, segundo Silva (1995a) é classificado como de

importância prioritária primária para inventários de aves, pois é marcante o baixo

conhecimento ornitológico associados a grandes áreas pouco modificadas.

A mesma prioridade de inventários ornitológicos no Tocantins é percebida com a

proposta de lacunas apresentadas nesta dissertação, mas as quadrículas de 1º x 1º

(>1.000.000ha), estabelecidas por Silva (1995a), mostraram-se grandes para análise a nível

estadual, comparativamente ao proposto neste estudo. Uma extensa área no centro-norte do

Tocantins, entre os municípios de Araguaína e Guaraí, é definida por Silva (1995a) como de

baixa prioridade para inventários, por apresentar altamente modificada (na data de publicação

do manuscrito do autor a região era mais desenvolvida do Estado). Porém, para a proposta de

lacunas aqui sugerida, baseada em quadrículas menores (0.135º x 0.135º = 22.500ha), haveria

ao longo dessa região, pelo menos, duas grandes lacunas de conhecimento ornitológico, uma

de prioridade primária e uma de prioridade secundária (Figura 48). De fato, boa parte da área

encoberta por essas lacunas encontram-se antropizadas (SEPLAN, 2008), no entanto existem

importantes fragmentos de florestas ombrófilas nessa região bem como extensas áreas de

Cerrado (SEPLAN, 2008) nunca inventariadas.

Oren e Albuquerque (1991) também estabeleceram critérios na indicação das lacunas

de conhecimento entre aquelas áreas mais e menos prioritárias, semelhante ao proposto neste

estudo. No entanto, o raio de 150 km medidos a partir da localidade de referência para

determinar uma área minimante amostrada, quando focado somente no Tocantins, abrange

uma área muito além daquela representativa da localidade inventariada considerada. No atual

estudo, são indicadas para o extremo norte do Tocantins, três lacunas de conhecimento (uma

primária e duas secundárias), enquanto que para Oren e Albuquerque (1991) a região é

indicada como de baixa prioridade de inventariamento (Figura 48), pois em função das

centenas de espécies coletadas por Hidasi em Araguatins meados da década de 60, a região

estaria suficientemente estudada ornitologicamente.

Nota-se, a partir dos trabalhos de Silva (1995a) e Oren e Albuquerque (1991) que a

indicação de lacunas em áreas como Cerrado e Amazônia Legal exigem unidades de

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amostragem mínimas vinculadas a uma escala maior que aquela considerada para o Estado do

Tocantins, o que não exclui a credulidade dos resultados dos autores. Em ambos os estudos, o

Tocantins é contundentemente apresentado como região carente e necessitada de inventários

avifaunísticos, bem como também mostrado neste estudo.

Figura 48. No retângulo em azul, região considerada como de baixa prioridade de inventários por Silva (1995a), mas sobreposta por duas lacunas de conhecimento ornitológico. O retângulo amarelo mostra região de baixa prioridade de inventários ornitológicos (OREN e ALBUQUERQUE, 1991) sobreposto por quatro lacunas de conhecimento ornitológico.

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Portanto, inventários que busquem preencher essas lacunas de conhecimento

ornitológico no Tocantins, devem ser oportunizados, tanto por parte do poder público como

pela iniciativa privada, através do fomento as pesquisas de campo. Os EIAs, MAs e

documentos oficiais, que corresponderam as fontes de registros mais numerosas, e que

certamente continuará a serem executados no Tocantins, devem trazer as listas das espécies de

aves, distinguindo para cada espécie, o tipo de registro efetuado e sua localidade exata de

registro (VASCONCELOS, 2006; VASCONCELOS e STRAUBE, 2006).

A publicação científica de livros e periódicos que a abordem sobre a diversidade

avifaunística do Tocantins tem que ser intensificados, tanto por aqueles pesquisadores

residentes no Estado, quanto aqueles externos que executam estudos ou consultoria nos

limites do Tocantins. A documentação das espécies, por coleta, fotografia ou gravação da

vocalização deve ser enaltecida e exigida pelos órgãos licenciadores, de modo que, áreas

previstas para instalação de empreendimentos e, portanto que serão alteradas tenha garantido

um material testemunho de sua diversidade ornitológica (VUILLEUMIER, 1998;

VASCONCELOS e STRAUBE, 2006).

Embora, em curto prazo, a tendência é que novos inventários incrementem a listagem

de espécies de aves do Tocantins, a médio e longo prazo, a situação poderá ser inversa, com a

possível queda de espécies de aves listadas na lista primária do Tocantins, pois as mesmas

poderão ser enquadradas em listas de espécies extintas. O Estado do Tocantins tem anunciado

em sua política econômica, atividades diretamente ligadas ao uso dos recursos naturais, sendo

previstas mais hidrelétricas, como a UHE de Santa Isabel no rio Araguaia, e uma série de

PCHs na bacia do rio Tocantins (SEPLAN, 2008); o crescimento da área de cultivo de grãos e

oleaginosas é intensamente divulgado, e o setor de silvicultura vem se estabelecendo de forma

incisiva no Estado com a compra de áreas de centenas de milhares de hectares (SECOM,

2008a, 2008b). Atividades econômicas deste porte têm mostrado conseqüências drásticas

para a biologia da conservação: perda de habitat e biodiversidade associadas (PRIMACK e

RODRIGUES, 2002; MACHADO et al., 2004; IUCN, 2008; SILVEIRA e STRAUBE, 2008)

Caso, concomitantemente a este cenário, não sejam tomadas medidas de conservação,

tanto em âmbito federal quanto estadual, que garantam a conservação dos grandes

remanescentes de Cerrado no Estado, bem como a já definhada e fragmentada Amazônia

tocantinense, a redução na diversidade de aves do Tocantins será iminente, com decréscimo

de espécies da lista de aves do Estado, circunstância indesejada e inteiramente lamentável.

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CONCLUSÃO

Diante dos resultados apresentados e discutidos são conclusões acerca das aves para o

Estado do Tocantins:

EIAs, MAs e documentos oficiais, bem como as coleções ornitológicas em Museus e

coleções específicas foram as categorias de fontes que mais espécies de aves

contribuíram com registros da avifauna tocantinense;

A biodiversidade de aves para o Estado do Tocantins é de 628 espécies, 104 espécies a

mais que a última lista apresentada, e representa 35,0% das aves do Brasil. Cerca de

95% das espécies das aves tocantinenses são residentes, sendo que 22 espécies são

endêmicas do bioma Cerrado e 69 endêmicas do bioma Amazônico;

O potencial de espécies de aves do Tocantins foi calculado em 685 espécies. Este

valor deve ser alcançado e até mesmo ultrapassado à medida que novos inventários

forem realizados no Estado;

O número de localidades minimamente amostradas no Estado comparados a estudos

anteriores sofreu expressivo aumento, mas ainda refletem a necessidade de se

estabelecer novas localidades de amostragem no Tocantins;

O Estado do Tocantins tem somente 10% de seu território minimamente amostrado

ornitologicamente, indicando a presença de pelo menos 21 lacunas de conhecimento

ornitológico de aves no Tocantins. Dessas 21 lacunas, 5 regiões têm prioridade

primária em inventariamento, pois não se tem conhecimento algum da avifauna local;

enquanto outras 16 lacunas têm prioridade secundária, pois há um conhecimento

ornitológico mínimo, mas carece de documentação mínima das espécies

A execução de inventários ornitológicos no Tocantins é emergencial, pois várias das

áreas indicadas prioritárias para inventariamento no Tocantins vem sofrendo

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profundas modificações na sua estrutura ambiental original pelo estabelecimento de

empreendimentos diversos, sendo que tantas outras são postulantes a contemplarem

novos empreendimentos, situações que podem acarretar na extinção das espécies sem

antes mesmos delas serem registradas.

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ANEXOS – CAPÍTULO 3

Legenda - Status: R – Residente; IN – Indeterminado; VN – Visitante sazonal do hemisfério norte, VS – Visitante sazonal do sul do país ou continente; (SILVA, 1995b; CBRO, 2008) Endemismo: EnA – Endêmica da Amazônia (STOTZ et al.,1996); EnC – Endêmica do Cerrado (CAVALCANTI, 1999; SILVA e SANTOS, 2005); EnBr – Endêmica do Brasil (CBRO, 2008) Ameaça de extinção: Vul – Vulnerável; EN – Em Perigo; Cri – Criticamente ameaçada (#) Segundo MMA, (SILVEIRA e STRAUBE, 2008) - (©) Segundo (IUCN, 2008) Fonte: (F) – registro documentado através de fotografia (G) – registro documentado através de gravação

*Espécime mencionados no livro tombo do MOG, porém não encontrado nas coleções do mesmo. ® Espécimes com registro de tombamento original do MOG, podendo ser encontrado na seção de exposição do MZJH – Unitins.

Anexo 3a. Lista primária das espécies de aves do Estado do Tocantins. São destacados status de endemismo, ameaça de extinção e de residência da espécie

ESPÉCIE  ENDEMISMO AMEAÇA STATUS FONTE

RHEIDAE 

Rhea americana (Linnaeus 1758)  R MHNT 668; MOG 8590*, 11792*; MZJH 2507‐08

TINAMIDAE

Tinamus tao Temminck 1815  R MHNT 2770; MOG 2; MPEG 20602

Tinamus major (Gmelin 1789)  R MOG 3 

Crypturellus cinereus (Gmelin 1789)  EnA R MOG 4, 983; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Crypturellus soui (Hermann 1783)  R LSUMZ 64934; MHNT 299; MOG 5, 878, 4705*, 5413*, 9245*; MPEG 20605, 28354; 

MZUSP 52160‐63, 72028 

Crypturellus undulatus (Temminck 1815)  R LSUMZ 63516; MHNT 305, 2772; MNRJ 4400; MOG 4704; MZUSP 70524, 79467 

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Crypturellus strigulosus (Temminck 1815)  EnA R MNRJ 1876; OIKOS 2002; OIKOS et al. 2004 (G)

Crypturellus variegatus (Gmelin 1789)  R MOG 6, 8174;  

Crypturellus parvirostris (Wagler 1827)  R COCEULP/ULBRA 102, 105, 106, 108; FMHN 344284, MHNT 638, MNHN 425, MOG 7807*, 

10110*, 13496*, 13918; MPEG 20603‐04, 20606‐07; MZJH 46, 725, 1012; MZUSP 52166‐

69, 72026   

Crypturellus tataupa (Temminck 1815)  R DIREÇÃO, 2005, MATHIAS, 2006; PRADO e BRAZ, 2008.

Rhynchotus rufescens (Temminck 1815)  R AMS O. 65977; COCEULP/ULBRA 76; MOG 7002*, 7804, 8506*; MZJH 60; MZUSP 79468‐

70 

Nothura maculosa (Temminck 1815)  R COCEULP/ULBRA 129; MOG 7803, 9395*; MZJH 38 MZUSP 79471

Taoniscus nanus (Temminck 1815)  EnC Vul‐#‐© R BAGNO e ABREU 2001; BRAZ, 2004; BRAZ, 2003

ANHIMIDAE

Anhima cornuta (Linnaeus 1766)  R ciroalbano.multiply.com (F); www.avesbrasil.nom.br (F); XC28691 (G); 

ANATIDAE 

Dendrocygna bicolor (Vieillot 1816)  IN IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; BIOTERRA 2005; PINHEIRO et al., 2008

Dendrocygna viduata (Linnaeus 1766)  R MPEG 34766 

Dendrocygna autumnalis (Linnaeus 1758)  R OIKOS, 2002 (F); BUZZETTI, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F); 

Neochen jubata (Spix 1825)  R LACM 32293; MNHNA 4371; MNRJ 4965‐66, 21767; MOG 14718*

Cairina moschata (Linnaeus 1758)  R COCEULP/ULBRA 39; MOG 8684*; MZJH 186

Sarkidiornis sylvicola Ihering & Ihering 1907 R MZJH 144; MZUSP 79472; MMA 1981 apud MMA et al 2001

Amazonetta brasiliensis (Gmelin 1789)  R MNRJ 7312, 19035; OIKOS 2002

Mergus octosetaceus Vieillot 1817  Cri‐#‐© R BRAZ et al., 2003 (F); SEPLAN 2003; DIREÇÃO, 2006

Nomonyx dominica (Linnaeus 1766)  IN UNITINS 1998; CTE, 2001; BIOTERRA 2005

CRACIDAE 

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Ortalis motmot (Linnaeus 1766)  R FMHN 404242; OIKOS 2006: PINHEIRO e DORNAS 2009

Ortalis superciliaris (Gray 1867)  EnBr R MOG 93*, 989; MPEG 20612; MZUSP 52194‐95

Penelope superciliaris Temminck 1811  R COCEULP/ULBRA 37, 43, 46; FMHN 404239; LSUMZ 65079; MHNT 296; MNHNA 4390; 

MNRJ 18889; MOG 7857*; MPEG 20609; MZUSP 52192, 79473 

Penelope pileataWagler 1830  EnBr,EnA R MHNT 2836 

Penelope ochrogaster Pelzeln 1870  EnBr,EnC Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 42, 44, 51; LSUMZ 65078; MNRJ 33440; MOG 91*; MZUSP 75494 

Aburria cujubi (Pelzeln 1858)  EnA R MOG 1172*; MPEG 34763; MZJH 2881®

Pauxi tuberosa (Spix 1825)  EnA R OIKOS, 2006 (F)

Crax fasciolata Spix 1825  R CEULP/ULBRA 33, 40, 41, 50; MHNT 727

ODONTHOPHORIDAE

Odontophorus gujanensis (Gmelin 1789)  R MZJH 308; OLMOS et al. 2004

PODICIPEDIDAE

Tachybaptus dominicus (Linnaeus 1766)  R MNRJ 10081‐82, 10085, 21504, 32389

Podilymbus podiceps (Linnaeus 1758)  R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; SEPLAN, 2003; MATHIAS, 2006

PHALACROCORACIDAE

Phalacrocorax brasilianus (Gmelin 1789)  R LSUMZ 65070; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO 2004

ANHINGIDAE

Anhinga anhinga (Linnaeus 1766)  R MNRJ 18836; MNHNA 4891; LSUMZ 65071

ARDEIDAE 

Tigrisoma lineatum (Boddaert 1783)  R MHNT 724, 735; MNHNA 4332; COCEULP/ULBRA 97; MOG 3368; LCUMZ 33650 

Agamia agami (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 32; MNRJ 6549; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Cochlearius cochlearius (Linnaeus 1766)  R MNRJ 6565; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009

Zebrilus undulatus (Gmelin 1789)  R LCUMZ 65060; MOG 35, MPEG 34765

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Nycticorax nycticorax (Linnaeus 1758)  R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; WHITTAKER, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F) 

Butorides striata (Linnaeus 1758)  R COCEULP/ULBRA 89, 96; LSUMZ 28795; MNRJ 6588; MZJH 2500; MPEG 20613, 21831‐33; 

MZUSP 52173‐76, 79474 

Bubulcus ibis (Linnaeus 1758)  R BAGNO e ABREU, 2001; OLMOS et al., 2004; PACHECO e OLMOS, 2006

Ardea cocoi Linnaeus 1766  R COCEULP/ULBRA 54; MPEG 40652; MZUSP 72354

Ardea alba Linnaeus 1758  R MOG 2639*, 9634; MPEG 34706; MZUSP 61024

Syrigma sibilatrix (Temminck 1824)  R OIKOS, 2006 (F); BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS, 2006

Pilherodius pileatus (Boddaert 1783)  R COCEULP/ULBRA 30, 48; MNRJ 6517; MOG 5065*

Egretta thula (Molina 1782)  R COCEULP/ULBRA 47, 58; MNRJ 6495

Egretta caerulea (Linnaeus 1758)  R PINHEIRO e DORNAS 2009 (F); THEMAG e ENGEVIX, 2000

THRESKIORNITIDAE

Plegadis chihi (Vieillot 1817)  R MNRJ 6420‐22; OIKOS 2006

Mesembrinibis cayennensis (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 31; MHNT 662, 2834; MPEG 20650; MZUSP 72328

Phimosus infuscatus (Lichtenstein 1823)  R MNRJ 6427, 6429, 6451; MOG 42

Theristicus caudatus (Boddaert 1783)  R LSUMZ 65073; MNRJ 6430‐31; MOG 7004

Platalea ajaja Linnaeus 1758  R MOG 44;  PACHECO e OLMOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

CICONIIDAE

Ciconia maguari (Gmelin 1789)  R IDBF, 1981 apud MMA et al 2001; BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007;  

Jabiru mycteria (Lichtenstein 1819)  R MZUSP 71968; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F); Tulio Dornas (obser. Pessoal) (F) 

Mycteria americana Linnaeus 1758  R www.avesbrasil.nom.br (F); OIKOS, 2002 (F); DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008 

(F) 

CATHARTIDAE

Cathartes aura (Linnaeus 1758)  R MZUSP 79475; BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2002; 

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173 

 

 

 

Cathartes burrovianus Cassin 1845  R MZUSP 79476‐77; OLMOS et al. 2004 (F)

Cathartes melambrotusWetmore 1964  EnA R OIKOS, 2002 (F); OLMOS et al. 2004; OIKOS e MRS, 2005

Coragyps atratus (Bechstein 1793)  R MOG 10193*; BAGNO e ABREU 2001; MATHIAS 2006

Sarcoramphus papa (Linnaeus 1758)  R www.avesbrasil.nom.br (F); OIKOS, 2002 (F); DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008 

(F) 

PANDIONIDAE

Pandion haliaetus (Linnaeus 1758)  VN MHNT 2837; OLMOS et al. 2004 (F); PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

ACCIPITRIDAE

Leptodon cayanensis (Latham 1790)  R MNRJ 6179; MOG 7850; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G)

Chondrohierax uncinatus (Temminck 1822) R MOG 14542; MNRJ 9246; MZUSP 79860

Elanoides forficatus (Linnaeus 1758)  R COMB 266; MOG 58*; www.avesbrasil.nom.br (F)

 

Gampsonyx swainsonii Vigors 1825  R COCEULP/ULBRA 10, 27, 59, 63; LACM 32321; MOG 4964*, 5003*; MPEG 28400; MZUSP 

65700 

Elanus leucurus (Vieillot 1818)  R OIKOS, 2002 (F); BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007

Rostrhamus sociabilis (Vieillot 1817)  R LSUMZ 33651; MOG 956; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Harpagus bidentatus (Latham 1790)  R MOG 14222; MZUSP 52177

Harpagus diodon (Temminck 1823)  R OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; OIKOS, 2006

Ictinia plumbea (Gmelin 1788)  R COCEULP/ULBRA 36; MZUSP 52178‐79, 75723

Circus buffoni (Gmelin 1788)  R BAGNO e ABREU, 2001; WHITTAKER, 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009

Accipiter superciliosus (Linnaeus 1766)  R MZUSP76013; DIREÇÃO 2005; PINHEIRO e DORNAS 2005 (F)

Accipiter striatus Vieillot 1808  R MZUSP 79479; OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2006

Accipiter bicolor (Vieillot 1817)  R OIKOS, 2002; WHITTAKER, 2004; OIKOS, 2006

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174 

 

 

 

Geranospiza caerulescens (Vieillot 1817)  R MOG 2086*, 7338; PACHECO e OLMOS 2006

Leucopternis albicollis (Latham 1790)  R MZUSP 52187; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Buteogallus urubitinga (Gmelin 1788)  R MNRJ 7251, 7253, 9263; MZUSP 79481

Heterospizias meridionalis (Latham 1790)  R MOG 7847, 14106*; MPEG 34715; MZUSP 65580‐81

Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot 1817)  Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 52; BAGNO e ABREU 2001; DIREÇÃO 2006

Busarellus nigricollis (Latham 1790)  R MNHNA 4323; MNRJ 9275; arthurmacarrao.multiply.com (F)

Parabuteo unicinctus (Temminck 1824)  R FADESP 1999; BIOFiSICA 2007; ECOPLAN, 2006

Rupornis magnirostris (Gmelin 1788)  R COCEULP/ULBRA 21‐23, 64; COMB 262; LSUMZ 28798; MOG 4975*, 4978*, 7339*, 

7622*, 7851*; MPEG 20651, 20653, 28108‐09, 34712; MZJH 210, 229, 2486; MZUSP 

52180‐85, 78526, 79478, 60094 

Buteo albicaudatus Vieillot 1816  R MOG 68; MZUSP 79480; OIKOS 2002

Buteo melanoleucus (Vieillot 1819)  IN MZUSP 79482; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Buteo nitidus (Latham 1790)  R COCEULP/ULBRA 53; LACM 32301; MNRJ 8543; MOG 967*; MZJH 233; MZUSP 52186 

Buteo swainsoni Bonaparte 1838  VN OIKOS, 2002; ECOPLAN, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009;

Buteo brachyurus Vieillot 1816  R BAGNO e ABREU, 2001; OIKOS, 2002; PACHECO e OLMOS, 2006 

Buteo albonotatus Kaup 1847  IN BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI, 2004 ; PACHECO e OLMOS,, 2006

Harpia harpyja (Linnaeus 1758)  R OLMOS et al. 2004 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F); IDBF, 1981 apud MMA et al 2001 

Spizaetus tyrannus (Wied 1820)  R BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004; LOPES E BRAZ, 2007

Spizaetus melanoleucus (Vieillot 1816)  R COCEULP/ULBRA 61; MOG 5290*;  OIKOS e MRS 2005

Spizaetus ornatus (Daudin 1800)  R MNRJ 7921; OIKOS 2006; DORNAS e PINHEIRO 2007

FALCONIDAE

Daptrius ater Vieillot 1816  R MNRJ 33582; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009 (F) 

Ibycter americanus (Boddaert 1783)  R LSUMZ 33652; MNRJ 8571; MOG 80; MZJH 222

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175 

 

 

 

Caracara plancus (Miller 1777)  R CEULP/ULBRA 49; MOG 5275*, 7003*, 10192*; MPEG 34714; MZJH 232; MZUSP 79490 

Milvago chimachima (Vieillot 1816)  R COCEULP/ULBRA 24; MOG 3366*, 9071*; MPEG 20652, 34713; 76018, 79487‐89 

Herpetotheres cachinnans (Linnaeus 1758) R LSUMZ 33637; MNRJ 9230; MPEG 21834

Micrastur ruficollis (Vieillot 1817)  R MZUSP 52189; OLMOS et al. 2004 (G); ECOPLAN 2006 (G)

Micrastur gilvicollis (Vieillot 1817)  R OLMOS et al. 2004 (G)

Micrastur mintoniWittaker 2002  R XC 3413 

Micrastur mirandollei (Schlegel 1862)  R MZUSP 52188; OLMOS et al. 2004 (G)

Micrastur semitorquatus (Vieillot 1817)  R COCEULP/ULBRA 25, 26; PACHECO e OLMOS 2006

Falco sparverius Linnaeus 1758  R COCEULP/ULBRA 60, 62; FMHN 64009‐10; LACM 45975; MNRJ 9208; MZJH 250‐51, 2541; 

MZUSP 75858, 79484‐86 

Falco rufigularis Daudin 1800  R FMHN 64008; MNRJ 6302, 6305; MPEG 34724; MZUSP 75724‐25

Falco deiroleucus Temminck 1825  R MOG 7706*; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal)

Falco femoralis Temminck 1822  R MNRJ 8589; MZJH 239; MZUSP 79483

ARAMIDAE 

Aramus guarauna (Linnaeus 1766)  R MOG 5106*; OIKOS 2002; MATHIAS 2006

RALLIDAE 

Micropygia schomburgkii (Schomburgk, 1848) R OIKOS, 2006; Advaldo Prado 2008 (Observ. Pessoal); Tulio Dornas 2009 (Obser. Pessoal) 

Aramides ypecaha (Vieillot 1819)  R MOG 10058; XC28693; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G)

Aramides cajanea (Statius Muller 1776)  R COCEULP/ULBRA 71; LSUMZ 33653; MHNT 597; MOG 1004*, 7547, 11913*; MPEG 21925 

Amaurolimnas concolor (Gosse 1847)  R MZUSP 53045; BAGNO e ABREU 2001; BIOFÍSICA 2007

Laterallus viridis (Statius Muller 1776)  R COCEULP/ULBRA 113, 119, 134; COITS‐UCG 107; MZUSP 52198, 65065, 79491 

Laterallus exilis (Temminck 1831)  R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004, WHITTAKER, 2004

Porzana flaviventer (Boddaert 1783)  IN MOG 105 

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176 

 

 

 

Porzana albicollis (Vieillot 1819)  R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006;

Neocrex erythrops (Sclater 1867)  R COCEULP/ULBRA 115; MOG 4277*

Gallinula chloropus (Linnaeus 1758)  IN MNRJ 16315; LOPEZ e BRAZ 2008; PINHEIRO e DORNAS 2009

Porphyrio martinica (Linnaeus 1766)  R COCEULP/ULBRA 72, 73, 75; MZUSP 65067

Porphyrio flavirostris (Gmelin 1789)  R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 

HELIORNITHIDAE

Heliornis fulica (Boddaert 1783)  R COCEULP/ULBRA 87; MHNT 75, 353

EURYPYGIDAE

Eurypyga helias (Pallas 1781)  R MHNT 354; MOG 112*; MZUSP 52199, 68575

CARIAMIDAE

Cariama cristata (Linnaeus 1766)  R COCEULP/ULBRA 34, 35, 55, 56; MOG 8029*, 8231*, 14638; MZJH 12076®;  

CHARADRIIDAE

Vanellus cayanus (Latham 1790)  R AMS O. 66297; FMHN 404229‐32; LSUMZ 32249; MOG 7310*‐14*, 7961*; MPEG 20614, 

21827‐28; MZJH 437, 2472; MZUSP 52203‐08, 65070, 72013, 76068 

Vanellus chilensis (Molina 1782)  R COCEULP/ULBRA 82, 205; COMB 293; MOG 6931, 7304, 7724*, 9017*, 10359‐63; MPEG 

21826, 34653; MZUSP 79492 

Pluvialis dominica (Statius Muller 1776)  VN MOG 7334*; MZJH 2470; MZUSP 52209‐10

Charadrius collaris Vieillot 1818  R MNRJ 33563; MOG 7325*‐28, 9018*, 10358; MPEG 27440‐41; MZJH 426, 2471; USNM 

B41078 

SCOLOPACIDAE

Gallinago paraguaiae (Vieillot 1816)  R MZJH 2475; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Gallinago undulata (Boddaert 1783)  R MOG 10364* BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2006

Actitis macularius (Linnaeus 1766)  VN MOG 7322, 7333*, 7460*, 7461*

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177 

 

 

 

Tringa solitariaWilson 1813  VN MOG 7320*, 7332*; MZUSP 76069; 79493‐94

Tringa flavipes (Gmelin 1789)  VN AMS O. 66287; COITS‐UCG 7963; MNRJ 6700; MOG 7315‐19, 7459*

Calidris minutilla (Vieillot 1819)  VN MOG 7480*, 7966; BAGNO e ABREU 2001; OIKOS 2002 

Calidris fuscicollis (Vieillot 1819)  VN AMS O.66289; COITS‐UCG 7323; MOG 7479, 7964‐65*; MZJH 425, 1586; 2474; MZUSP 

52214‐20 

JACANIDAE 

Jacana jacana (Linnaeus 1766)  R LSUMZ 51220; MNRJ 7805; MOG 7302‐03*, 7862*; MPEG 20615; MZJH 432; MZUSP 

52200‐02 

STERNIDAE 

Sternula superciliaris (Vieillot 1819)  R MOG 130, 7960; MZUSP 52221, 

Phaetusa simplex (Gmelin 1789)  R MOG 7483; MPEG 40767‐68

RYNCHOPIDAE

Rynchops niger Linnaeus 1758  R COEBD 2609; LSUMZ 28801; MOG 7481*‐82; MPEG 20611, 27408; MZJH 2496; MZUSP 

52222‐25 

COLUMBIDAE

Columbina minuta (Linnaeus 1766)  R LSUMZ 34807; MOG 140, 7895*; MZJH 453; MZUSP 65024

Columbina talpacoti (Temminck 1811)  R CEULP/ULBRA 114, 169, 174; FMHN 404247; LSUMZ 28803; MOG 7239*, 7896*, 7898*, 

13545‐46, 13825; MPEG 20619, 22044, 22046, 27485, 34652; MZJH 451, 1016; MZUSP 

52241‐44 

Columbina squammata (Lesson 1831)  R COMB 268; FMHN 404243, 425472; LSUMZ 28804; MOG 7341*, 7889*, 13547; MPEG 

20620, 21941, 22040, 22048, 27495‐96, 34659; MZJH 554, 566‐67, 570, 572; MZUSP 

52246‐52, 79501 

Columbina picui (Temminck 1813)  R BAGNO e ABREU, 2001; SANTOS 2001; BRAZ 2003

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178 

 

 

 

Claravis pretiosa (Ferrari‐Perez 1886)  R COCEULP/ULBRA 127; MOG 4785*; MPEG 20621‐22, 27488; MZUSP 52253‐55 

Uropelia campestris (Spix 1825)  R FMHN 63969‐71; LSUMZ 34806; MPEG 34651; MOG 142, 3526*, 3896*‐97*; MZUSP 

79502‐04 

Columba livia Gmelin 1789  R BAGNO e ABREU, 2001; MATHIAS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007;

Patagioenas speciosa (Gmelin 1789)  R MOG 8094*; MPEG 20616; MZUSP 52237‐39, 69917

Patagioenas picazuro (Temminck 1813)  R MZJH 634; BAGNO e ABREU 2001; OLMOS et al. 2004

Patagioenas cayennensis (Bonnaterre 1792) R LSUMZ 28802; MPEG 40712‐13; MZUSP 52225, 79495‐97

Patagioenas plumbea (Vieillot 1818)  R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2003; PACHECO e OLMOS, 2006;

Patagioenas subvinacea (Lawrence 1868)  R LCUMZ 63523; MOG 5294*; BUZZETI 2004

Zenaida auriculata (Des Murs 1847)  R LSUMZ 33654; BAGNO e ABREU 2001; SANTOS 2001 

Leptotila verreauxi Bonaparte 1855  R COCEULP/ULBRA 104, 107; LSUMZ 33655; MOG 3374; MPEG 20617‐18, 21932, 27499‐

500, 34658; MZJH 2544; MZUSP 52226‐34, 65037‐39, 65041  

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard 1792) R MOG 7894, 13543; MPEG 20623, 21931, 27504; MZUSP 52235‐36, 65043, 79498‐500 

Geotrygon montana (Linnaeus 1758)  R COCEULP/ULBRA 100, 101, 103; MOG 147*, 1051, 2402*, 5152*, 9652*, 12381*; MZJH 

607; MZUSP 52256‐57 

PSITTACIDAE

Anodorhynchus hyacinthinus (Latham 1790) Vul‐#‐© R LACM 32364‐366; LSUMZ 65081; MNRJ 3306; MOG 776*, 2403*, 5377, 7791*; MZJH 811, 

2528 

Ara ararauna (Linnaeus 1758)  R MNRJ 3272; MZUSP 79505‐06; MZJH 994

Ara macao (Linnaeus 1758)  R OLMOS et al. 2004; HERCULANO ALVARENGA (Comun. Pessoal) 2008; ULISSES ALBINO 

(Com. Pessoal) 2008 (F) 

Ara chloropterus Gray 1859  R OIKOS, 2002 (F); OLMOS et al. 2004 (F); PACHECO e OLMOS, 2006

Ara severus (Linnaeus 1758)  R LACM 32383; MNRJ 3321; MZUSP 65779

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179 

 

 

 

Orthopsittaca manilata (Boddaert 1783)  R COCEULP/ULBRA 91; MNRJ 3362, 3364, 3370, 3372; MZJH 985; MZUSP 79510 

Primolius maracana (Vieillot 1816)  R MHNT 614, 2835; MOG 10230

Primolius auricollis (Cassin 1853)  R COITS‐UCG 163; LSUMZ 28805; MNHNA 4896; MOG 4693; MPEG 27413‐18

Diopsittaca nobilis (Linnaeus 1758)  R FMHN 62880; MOG 4751; MPEG 20586, 20590, 34655, 34670; MZUSP 52349‐55, 78523‐

28 

Aratinga acuticaudata (Vieillot 1818)  R MZUSP 79513‐20; 

Aratinga leucophthalma (Statius Muller 1776) R MPEG 20587‐89, 20597, 21948; MZUSP 52305‐25

Aratinga jandaya (Gmelin 1788)  EnBr R COMB 107‐08; FMHN 344303; LSUMZ 32251; MNHN 469; MOG 170*, 4747*‐48*, 5056, 

6290*; MPEG 20591‐93, 21937, 21945; MZUSP 52356‐62  

Aratinga aurea (Gmelin 1788)  R COCEULP/ULBRA 90, 92; FMHN 62922‐23; LSUMZ 28807; MOG 14698*; MPEG 20595, 

21935‐36, 21938‐40, 21942‐44, 21946, 28137‐38, 28140‐46, 28149‐50; MZJH 399, 715, 

789; MZUSP 52366, 79521‐27 

Pyrrhura lepida (Wagler 1832)  EnBr,EnA R MNRJ 3632; OLMOS et al. 2004; OIKOS 2006

Pyrrhura pfrimeriMiranda‐Ribeiro 1920  EnBr,EnC vul‐#‐© R MNRJ 3664‐66, 3668, 3670‐71; MOG 6807*; MZUSP 11333

Pyrrhura amazonum Hellmayr 1906  EnBr,EnA R COMB 1636; FMHN 62908, 344298; MNHN 476‐77; MOG 179, 805*; MPEG 20600, 22038; 

MZUSP 52367‐72, 72262 

Forpus xanthopterygius (Spix 1824)  R arthurmacarrao.multiply.com (F); BAGNO e ABREU, 2001; OIKOS, 2002 (G)

Brotogeris chiriri (Vieillot 1818)  R FMHN 62935; MNHN 488, 490; MNRJ 3753; MOG 184*, 6933*, 7882*, 7884*, 12672*, 

13746*, 13809; MPEG 20598, 28211, 28214; MZJH 705‐08, 935; MZUSP 52381, 52406, 

79511‐12 

Brotogeris chrysoptera (Linnaeus 1766)  R COMB 264‐65; MPEG 20599; 20601; MZUSP 52407‐14

Touit huetii (Temminck 1830)  R MOG 849*, MPEG 20595, 27839; MZUSP 52419, 65097, 72239

Pyrilia vulturina (Kuhl 1820)  EnBr,EnA R MOG 202; OLMOS et al. 2004 (G)

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180 

 

 

 

Alipiopsitta xanthops (Spix 1824)  EnC R COITS‐UCG 8279; MNRJ 3993‐95, 3998‐99; MOG 3376*, 9966*; MOG (ZooGoiânia) 192; 

MZJH 784; MZUSP 79509 

Pionus menstruus (Linnaeus 1766)  R LSUMZ 28806; MNHN 427; MNRJ 3970; MPEG 20594, 27390, 27392; MZUSP 52516‐17 

Pionus maximiliani (Kuhl 1820)  R MNRJ 3965; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Amazona aestiva (Linnaeus 1758)  R MZJH 771, 970; MZUSP 40718, 79507‐08; MOG 5066*

Amazona amazonica (Linnaeus 1766)  R COITS‐UCG 3375; LSUMZ 32255; MOG 4627*, 6251*, 7000*, 9005*, 11415*, 13747*; 

MPEG 20584; MZUSP 52415 

Amazona farinosa (Boddaert 1783)  R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006

Deroptyus accipitrinus (Linnaeus 1758)  EnA R MOG 199, 2655; MPEG 20585; MZJH 810, 7870®; MZUSP 52418

OPISTHOCOMIDAE

Opisthocomus hoazin (Statius Muller 1776) R LSUMZ 28799; MHNT 59, 665; MOG 96*, 2405*, 5105*; MPEG 20610, 21830, 40684‐86; 

MZJH 998, MZUSP 52196; 72369 

CUCULIDAE 

Coccycua minuta (Vieillot 1817)  R COCEULP/ULBRA 223; MZJH 2502; BUZZETI 2004

Micrococcyx cinereus (Vieillot 1817)  R guiserpa.multiply.com (F); www.avesbrasil.nom.br (F)

Piaya cayana (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65076; COCEULP/ULBRA 86; COITS‐UCG 3359; KUNHM 52424, 52565; LSUMZ 

28810; MNRJ 4026; MOG 4750*, 7301*, 7458*; MPEG 31330‐32; MZUSP 52258‐63, 

72317 

Coccyzus melacoryphus Vieillot 1817  R OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007

Coccyzus euleri Cabanis 1873   R OIKOS, 2002; OIKOS e MRS, 2005; PINHEIRO et al. 2008

Crotophaga major Gmelin 1788  R COCEULP/ULBRA 85; COUFRPE 121; MHNT 302; MOG 155*; MPEG 20703‐05; MZJH 1029; 

MZUSP 52272‐81; USNM 516001 

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181 

 

 

 

Crotophaga ani Linnaeus 1758  R AMS O.65981; CEULP/ULBRA 14, 15, 84, 93, COITS‐UCG 10568; MNHNA 4517; MOG 

7296*‐99*, 7910*; MPEG 20706, 27532, 27537, 27543; MZJH 1031; MZUSP 52267‐68, 

70935, 72718 USNM 516003 

Guira guira (Gmelin 1788)  R COCEULP/ULBRA 19; COMB 267; COITS‐UCG 4752; MOG 7247*, 7300*, 7907; MPEG 

20707, 28014; MZJH 392, 1034; MZUSP 52298, 78538  

Tapera naevia (Linnaeus 1766)  R MNRJ 4152; MPEG 21930, 21947; MZJH 1036; MZUSP 52265‐66, 65601

Dromococcyx phasianellus (Spix 1824)  R BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004; PACHECO e OLMOS, 2006

Dromococcyx pavoninus Pelzeln 1870  R MNRJ 4097; PACHECO e OLMOS 2006; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (G) 

Neomorphus geoffroyi (Temminck 1820)  Cri‐# R MNRJ 4098; MOG 1083

TYTONIDAE 

Tyto alba (Scopoli 1769) R COCEULP/ULBRA 45; MOG 10127*, 14063*

STRIGIDAE 

Megascops choliba (Vieillot 1817)  R LSUMZ 63525; MHNT 2779; MOG 14736*; MPEG 20649; MZJH 1005, 2501; MZUSP 

52421‐23, 72347 

Megascops usta (Sclater 1858)  EnA R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004 (G)

Pulsatrix perpicillata (Latham 1790)  R COCEULP/ULBRA 38; MOG 1092; MZUSP 52420

Bubo virginianus (Gmelin 1788)  R MOG 208*; www.avesbrasil.nom.br (F); DORNAS e PINHEIRO 2008 (F)

Strix virgata (Cassin 1849)  R UNITINS 1996; BUZZETTI 2004; ECOPLAN, 2006 (G)

Strix huhula Daudin 1800  R www.avesbrasil.nom.br (F); BAGNO e ABREU, 2001

Glaucidium brasilianum (Gmelin 1788)  R COITS‐UCG 13911; MNHNA 4322; MNRJ 4913; MOG 7899; MZUSP 52424, 76070, 79528  

Athene cunicularia (Molina 1782)  R COCEULP/ULBRA 20; COITS‐UCG 8339; LACM 45976; MOG 13748*; MZUSP 79529‐31 

Rhinoptynx clamator (Vieillot 1808)  R MZUSP 52708, 79532; BAGNO e ABREU 2001

Asio flammeus (Pontoppidan 1763)  R MZUSP 79533 

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182 

 

 

 

CAPRIMULGIDAE

Nyctibius grandis (Gmelin 1789)  R MZUSP 72351; OLMOS et al. 2004; Tulio Dornas 2008 (Observ. Pessoal)

Nyctibius griseus (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 67; BAGNO e ABREU 2001; Tulio Dornas 2008 (Observ. Pessoal) (F) 

Lurocalis semitorquatus (Gmelin 1789)  R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006

Chordeiles pusillus Gould 1861  R MOG 7516, MZUSP 79534; MZJH 2526

Chordeiles rupestris (Spix 1825)  R BUZZETTI 2004; OIKOS, 2006 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009

Chordeiles acutipennis (Hermann 1783)  R AMS O.66298; COITS‐UCG 7347; MOG 1109, 1112*, 7344*‐46*, 7348‐49*, 7586*, 

10366*; MPEG 21919; MZJH 1117 

Nyctiprogne leucopyga (Spix 1825)  R MPEG 34650; MZUSP 71976‐77

Podager nacunda (Vieillot 1817)  R COCEULP‐ULBRA 65, 68; LSUMZ 33581; MNRJ 4672; MZJH 6270®

Nyctidromus albicollis (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 16, 69, 70, 175, 176, 213; LSUMZ 33660; MHNT 290, 635; MPEG 20648, 

27371 28341; MZJH 1130; MZUSP 52425‐29, 69950‐52, 75726, 76071, 79535 

Caprimulgus rufus Boddaert 1783  R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007

Caprimulgus longirostris Bonaparte 1825  R MZUSP 79538; OLMOS et al. 2004 (G)

Caprimulgus maculicaudus (Lawrence 1862) R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; OIKOS e MRS, 2005

Caprimulgus parvulus Gould 1837  R COCEULP/ULBRA 11, 211; LSUMZ 33661; MNRJ 4713; MOG 7225*; MZJH 1123‐25, 1127‐

28 

Hydropsalis climacocerca (Tschudi 1844)  EnA R arthurmacarrao.multiply.com (F); BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 

Hydropsalis torquata (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 13, 66; MZUSP 79536‐37

Eleothreptus candicans (Pelzeln 1867)  EnC EN‐# R FADESP 1999; ECOPLAN, 2006 (F)

APODIDAE 

Cypseloides senex (Temminck 1826)  R BRAZ 2003; SEPLAN 2003; Pacheco e Silva 2002 apud SEPLAN 2003

Streptoprocne zonaris (Shaw 1796)  IN BAGNO e ABREU, 2001; SEPLAN et al., 2003; PACHECO e OLMOS, 2006

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183 

 

 

 

Chaetura spinicaudus (Temminck 1839)  R OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009

Chaetura meridionalis Hellmayr 1907  R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007

Chaetura brachyura (Jardine 1846)  IN OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS e MRS, 2005; 

Tachornis squamata (Cassin 1853)  R LSUMZ 32259; MZUSP 79539; ECOPLAN 2006 (G)

Panyptila cayennensis (Gmelin 1789)  R WHITTAKER, 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)

TROCHILIDAE

Glaucis hirsutus (Gmelin 1788)  R MZUSP 52431, 76026‐27

Phaethornis maranhaoensis Grantsau 1968 R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004

Phaethornis nattereri Berlepsch 1887  R COCEULP/ULBRA 221; COITS‐UCG 7206

Phaethornis ruber (Linnaeus 1758)  R COMB 1770; MZUSP 52433; OLMOS et al. 2004 (G)

Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre 1839) R MOG 7912*, 14617, 14633; MZJH 724, 726; MZUSP 52431, 76028‐29

Campylopterus largipennis (Boddaert 1783) R MZUSP 52434, 68453; OIKOS 2002

Eupetomena macroura (Gmelin 1788)  R COCEULP/ULBRA 140‐41; MOG 7276*, 13562, 13564; MPEG 20699, 26906; MZJH 1157; 

MZUSP 52435‐37, 76032, 79540‐58 

Colibri serrirostris (Vieillot 1816)  R OIKOS, 2002; BAGNO e ABREU, 2001; SANTOS, 2001

Anthracothorax nigricollis (Vieillot 1817)  R MOG 3559*‐61*; MPEG 26915; MZUSP 52469‐72; 79559‐60, 79562, 79661  

Avocettula recurvirostris (Swainson 1822)  EnA R ECOPLAN, 2006; PINHEIRO et al. 2008 (F); 

Chrysolampis mosquitus (Linnaeus 1758)  R MOG 4784*; MPEG 20692‐94, 20698; MZUSP 52474, 52484, 79563

Lophornis gouldii (Lesson 1832)  R FMHN 63236; MOG 1129; MZUSP 10517

Chlorostilbon notatus (Reich 1793)  R FMHN 63285; MPEG 20691, 20697, 20700; MZUSP 32465, 52463, 52473

Chlorostilbon mellisugus (Linnaeus 1758)  R BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)

Chlorostilbon lucidus (Shaw 1812)  R SANTOS, 2001; BRAZ, 2003; SEPLAN, 2003

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184 

 

 

 

Thalurania furcata (Gmelin 1788)  R AMS O. 66292; MNRJ 18597, 18687, 18287; MOG 3563‐64, 3906*, 7242*, 7410*, 7466*; 

MZJH  1145, 2479; MZUSP 79570‐88  

Hylocharis cyanus (Vieillot 1818)  R MZUSP 78736‐37

Polytmus guainumbi (Pallas 1764)  R MNRJ 18596, 18653; MZJH 2503

Amazilia versicolor (Vieillot 1818)  R FMHN 63265; MZUSP 52451, 61035, 61037‐38 

Amazilia fimbriata (Gmelin 1788)  R MPEG 20696, 20931‐32, 20934; COCEULP/ULBRA 139, 142; COITS‐UCG 8403; KUNHN 

52618; MOG 7411*, 8404, 8406; MZJH 1136‐42; MZUSP 52438‐60, 70007, 76030‐31  

Heliactin bilophus (Temminck 1820)  R MOG 3566*, 7913*; MZUSP 79564‐69

Heliothryx auritus (Gmelin, 1788)  R OLMOS et al.,2004; OIKOS, 2006; Tulio Dornas 2009 (Obser. Pessoal)

Heliomaster longirostris (Audebert & Vieillot 

1801) 

R MOG 260*, 1140; MPEG 20695, 22031; MZUSP 52485‐89, 75728

Calliphlox amethystina (Boddaert 1783)  R OIKOS, 2002; BRAZ 2003; OIKOS e MRS, 2005 (F) 

TROGONIDAE

Trogon melanurus Swainson 1838  R COEBD 2612; LSUMZ 33585; MNRJ 4414, 4422; MOG 4755; MPEG 20657; MZUSP 52500‐

04 

Trogon viridis Linnaeus 1766  R KUNHM 51322, 52691; MNRJ 4376; MPEG 20654, 21917, 27311; MZUSP 52490‐99, 

52509; USNM 516014 

Trogon violaceus Gmelin 1788  R MPEG 21949; OIKOS 2002

Trogon curucui Linnaeus 1766  R CAS 10452; COCULP/ULBRA 128; FMHN 63531; KUNHM 52690; MNRJ 4389; MOG 3361*, 

7919*, 8391; MPEG 20655‐56; MZJH 1160; MZUSP 52505‐08, 66963 

ALCEDINIDAE

Megaceryle torquata (Linnaeus 1766)  R COCEULP/ULBRA 77, 95; LSUMZ 28814; MNRJ 4762, 4763; MOG 7337

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185 

 

 

 

Chloroceryle amazona (Latham 1790)  R FMHN 295601; COITS‐UCG 8382; LACM 45452; LSUMZ 31754; MNRJ 13986, 13990; MOG 

7340; MPEG 21981, 27313‐14; MZUSP 52510‐13 

Chloroceryle aenea (Pallas 1764)  R COCEULP/ULBRA 190; COMB 1632; MNRJ 13965, 13968; MZUSP 76034, 79589 

Chloroceryle americana (Gmelin 1788)  R COCEULP‐ULBRA 116; FMHN 295603‐04; MNRJ 7781, 7790; MOG 7342‐43*; MZUSP 

52514‐18, 69965, 76016 

Chloroceryle inda (Linnaeus 1766)  R COMB 1633; FMHN 64034; MOG 8380, 14118; MPEG 27323; MZUSP 75725, 76015 

MOMOTIDAE

Momotus momota (Linnaeus 1766)  R COCEULP/ULBRA 88; LSUMZ 32963; MNRJ 4185, 4187; MOG 277*, 1164*, 3362, 14064*; 

MPEG 20647, 27345; MZUSP 52521‐28, 68928‐29, 78330, 78730 

GALBULIDAE

Brachygalba lugubris (Swainson 1838)  R FMHN 63936, 295615; ciroalbano.multiply.com (F)

Galbula cyanicollis Cassin 1851  EnA R MNRJ 5938‐40 

Galbula ruficauda Cuvier 1816  R COCEULP/ULBRA 222; COMB 122; COEBD 2624; FMHN 295620, 265622; COITS‐UCG 

13698; LSUMZ 28818; MHNT 139, 293; MNRJ 5471; MOG 3576; 3894*; 4759*‐60*, 

7291*, 7438*, 9015*, 10375*, 13818; MPEG 20658‐59, 22059, 27291‐300, 34657; MZJH 

1199, 1200, 1202‐03, 1205; MZUSP 52542, 52544, 52556, 52561, 56547, 69967, 68576, 

79590‐93, 80893, 80895; USNM 516017  

Galbula dea (Linnaeus 1758)  EnA R COITS‐UCG 279, 7569

Jacamerops aureus (Statius Muller 1776)  R MNRJ 5906; FADESP 1999

BUCCONIDAE

Notharchus macrorhynchos (Gmelin 1788)  R MOG 1180 

Notharchus tectus (Boddaert 1783)  R AMS O. 65975; MOG 289*; MPEG 21859; MZUSP 65903

Bucco tamatia Gmelin 1788  EnA R COMB 1622‐23; MHNT 2838; MOG 291, 7272*, 8390; MPEG 20660, 21858, 34661; 

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186 

 

 

 

MZUSP 52560‐67, 78735

Nystalus striolatus (Pelzeln 1856)  R MPEG 34649 

Nystalus chacuru (Vieillot 1816)  R COCEULP/ULBRA 29, 109; COMB 118‐19; FMHN 63937; LACM 45980‐81; MOG 3372*, 

3768, 12454*; MZJH 1195; MZUSP 79595‐600, 80889 

Nystalus maculatus (Gmelin 1788)  R AMS O. 65892; COCEULP/ULBRA 112; LSUMZ 32270; MNRJ 9490; MOG 3371, 3895*, 

7437*, 8389*; MZUSP 52565, 52568, 52571, 51844, 76094 

Nonnula rubecula (Spix 1824)  R COCEULP/ULBRA 159; COITS‐UCG 297; MZJH 1196; MZUSP 79594

Monasa nigrifrons (Spix 1824)  R AMS O. 65979‐80; COCEULP/ULBRA 94, 209; COITS‐UCG 8384; MHNT 298; MNHNA 4618; 

MOG 4753*, 6932*, 7245*, 7433*‐34*, 7616*, 7921, 8386, 13820; MPEG 20664‐66, 

27046, 27056‐60, 27229, 34654; MZJH 1188, 1190, 8918®; MZUSP 52577, 52580‐84 

Chelidoptera tenebrosa (Pallas 1782)  R AMS O.65969‐70; COCEULP‐ULBRA 5; FMHN 295642, 295644; COITS‐UCG 8387; LACM 

45982; MNRJ 8634, 8657; MOG 7226*, 7329*‐31, 7435*‐36*, 7578*, 8611*; MPEG 

20662, 21864, 27258; MZJH 1192‐93; MZUSP 52591‐97 

RAMPHASTIDAE

Ramphastos toco Statius Muller 1776  R MHNT 2769; MNRJ 5400, 5602, 5604, 5636; MOG 1020*, 9633*; MPEG 26732, 34656; 

MZJH 389, 2498; MZUSP 34477 

Ramphastos tucanus Linnaeus 1758  R MPEG 21980, 21985; OLMOS et al. 2004 (G)

Ramphastos vitellinus Lichtenstein 1823  R MHNT 303, 2764‐65; MOG 308*, 1192*, 2410*, 5079*; MPEG 20634, 21993; MZUSP 

52603‐06 

Selenidera gouldii (Natterer 1837)  EnA R MOG 317*, 1198*; OLMOS et al. 2004 (G); OIKOS 2006

Pteroglossus inscriptus Swainson 1822  R COCEULP/ULBRA 78; MHNT 304, 615, 2767; MOG 315*, 1218, 2408*, 7676*; MPEG 

20635, 21987; MZJH 1235; MZUSP 52613‐16, 68976‐79;  

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187 

 

 

 

Pteroglossus aracari (Linnaeus 1758)  R COMB 270; LACM 45983; LSUMZ 28820; MHNT 143, 2768; MNRJ 5364‐66; MOG 1215*, 

5060*, 3360, 5556*, 6266*, 7336*, 9016*, 10360*; MPEG 20663; 21979, 26752; MZUSP 

52609‐11, 68980 

Pteroglossus castanotis Gould 1834  R MOG 1216* BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

PICIDAE 

Picumnus albosquamatus d'Orbigny 1840  R COMB 1619; 1635; COITS‐UCG 7938; LSUMZ 31755; MNRJ 5119‐20, 5122; MOG 4767*; 

MPEG 20630; MZJH 2478; MZUSP 79614, 76035‐36 

Melanerpes candidus (Otto 1796)  R COCEULP/ULBRA 111; COMB 111, 116‐17; MNRJ 5530, 5532‐33, 5535; MPEG 20628, 

26800; MZUSP 52618, 79602‐04 

Melanerpes cruentatus (Boddaert 1783)  R COCEULP/ULBRA 6; MOG 319*, 3291*, 3514, 7940*, 8376*; MPEG 20629; MZUSP 52620, 

75730, 80864‐65, 80928 

Veniliornis affinis (Swainson 1821)  R COCEULP/ULBRA 173; MPEG 21852; OLMOS et al. 2004 (G)

Veniliornis passerinus (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65875, 65879; COMB 115; COITS‐UCG 7420; MNRJ 5406, 7093; MOG 4766*, 

7421*‐22*; 7439*‐40*, 8377*, 13506*; MPEG 41595; MZJH 1248‐52; MZUSP 51856, 

52640‐41, 79601, 79679  

Veniliornis mixtus (Boddaert 1783)  R MZUSP 80898; OIKOS 2002; BEADLE et al. 2004 (Fi); 

Piculus leucolaemus (Natterer & Malherbe 1845) R MNRJ 5174‐75; OIKOS 2002; OIKOS 2006

Piculus flavigula (Boddaert 1783)  R MOG 323; MPEG 21846; OLMOS et al. 2004 (G)

Piculus chrysochloros (Vieillot 1818)  R BUZZETTI 2004; OIKOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a)

Colaptes melanochloros (Gmelin 1788)  R MPEG 20626, 26811; MNRJ 5054; MOG 3931*; MZJH 1282; MZUSP 79613

Colaptes campestris (Vieillot 1818)  R CODEULP/ULBRA 90, 98; MNRJ 5495; MOG 7929, 13292*; MZJH 1263; MZUSP 62617, 

72198‐99, 79612‐12, 80867, 80871 

Celeus elegans (Statius Muller 1776)  EnA R MOG 327*; MPEG 21847‐48

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188 

 

 

 

Celeus flavescens (Gmelin 1788)  R MNRJ 4860; MOG 3513*, 7931‐32; MPEG 20624, 21850, 26824; MZJH 3512®; MZUSP 

51852, 79607‐10, 80874, 80915; USNM 516031 

Celeus flavus (Statius Muller 1776)  R LSUMZ 32274; COITS‐UCG 7933, MNHNA 4450, MOG 7423, 13291; MPEG 21849; MZJH 

1247; MZUSP 52624 

Celeus obrieni Short 1973  EnBr Cri‐© R XC28191 (G); PRADO, 2006 (F); PINHEIRO e DORNAS, 2008 (F)

Celeus torquatus (Boddaert 1783)  R arthurmacarrao.multiply.com (F); PACHECO e OLMOS, 2006; PINHEIRO e DORNAS, 2009 

Dryocopus lineatus (Linnaeus 1766)  R MNRJ 5551; MOG 3529*; MPEG 20625; MZUSP 52925‐29, 65322‐23, 79605‐06, 80916‐17 

Campephilus rubricollis (Boddaert 1783)  EnA R COMB 110; LSUMZ 31757; MHNT 2774; MOG 330*, 5347*; MPEG 20631, 21851 

Campephilus melanoleucos (Gmelin 1788)  R KUNHM 52339; MOG 7930; MPEG 20632, 26840; MZUSP 52635‐38

MELANOPAREIIDAE

Melanopareia torquata (Wied 1831)  EnC R MZUSP 79618‐21; BAGNO e ABREU 2001

THAMNOPHILIDAE

Taraba major (Vieillot 1816)  R FMHN 63865, 63879, 295699; MNHN 447‐49, 490, 584; MNRJ 17338‐39, 17332‐34, 

17343; MOG 4193, 7957*; MPEG 19152, 22002, 20047; MZJH 1380; MZUSP 52668‐70, 

69010, 76077, 75736 

Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein 1823)  EnBr,EnA R COCEULP/ULBRA 121; FMHN 344462; LSUMZ 32279, 67246; MNHN 480‐83; MNRJ 17521, 

17523‐25, 17529; MOG 381*, 5379*, 7955; MPEG 20747, 26665‐68; MZUSP 52671‐74, 

66057 

Thamnophilus doliatus (Linnaeus 1764)  R FMHN 63909; LSUMZ 28823‐24; MNHN 484; MNRJ 17508, 17510; MOG 4777, 7952*; 

MPEG 20743, 26700‐03; MZUSP 52675‐77, 76020‐38 

Thamnophilus torquatus Swainson 1825  R COCEULP/ULBRA 208; FMHN 63862‐64; LSUMZ 63532; MPEG 21994; MZUSP 68487, 

76103, 79622 

Thamnophilus palliatus (Lichtenstein 1823) R COITS‐UCG 383

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189 

 

 

 

Thamnophilus stictocephalus Pelzeln 1868  EnA R OLMOS et al. 2004 (G); OIKOS, 2006

Thamnophilus pelzelni Hellmayr 1924  EnBr R AMS O. 65972; COMB 1638; MOG 3905*, 6974*‐75*, 7229*, 7441*, 7968*; MZJH 1386‐

91, 1393, 2248; MZUSP 76039, 80878 

Thamnophilus caerulescens Vieillot 1816  R FADESP 1999; FAET 1999; THEMAG e ENGEVIX, 2000

Thamnophilus aethiops Sclater 1858  R MZUSP 70519 

Thamnophilus amazonicus Sclater 1858  EnA R COMB 1625, 1637; FMHN 63429‐30; MPEG 34750; MZUSP 52686

Dysithamnus mentalis (Temminck 1823)  R COCEULP/ULBRA 189, 200; MNRJ 16813, 16815‐16, 16824; MPEG 34708, 34722, 34743, 

34757; MZUSP 75738, 76100, 78740 

Thamnomanes caesius (Temminck 1820)  R MPEG 34758, OLMOS et al. 2004 (G)

Pygiptila stellaris (Spix 1825)  EnA R OLMOS et al. 2004 (G)

Myrmotherula multostriata Sclater 1858  EnA R MNRJ 15801; MOG 394; MZUSP 52687, 66093

Myrmotherula axillaris (Vieillot 1817)  R MOG 7976; MPEG 21982, 34756; MZUSP 52688

Myrmotherula menetriesii (d'Orbigny 1837) EnA R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004 (G)

Herpsilochmus atricapillus Pelzeln 1868  R KUNHM 52454‐55; LSUMZ 32703, 50245; MZUSP 51881, 75737, 79638, 80890 

Herpsilochmus longirostris Pelzeln 1868  EnC R MZJH 1384; MZUSP 79628‐36

Formicivora grisea (Boddaert 1783)  R AMS O. 63310; COCEULP/ULBRA 163, 193, 204; LACM 45985; LSUMZ 32704; MNHN 485, 

MNRJ 17278; MOG 407*, 1354*, 3569*‐72*, 7259*, 7974*; MPEG 20746; 22003, 24620‐

23, 34748, 34753; MZJH 1375, 1376, 1400, 2522; MZUSP 52689‐93, 66094, 76041 

Formicivora melanogaster Pelzeln 1868  R MZUSP 76040; Pacheco e Silva 2002 apud SEPLAN 2003; PACHECO e OLMOS 2006 

Formicivora rufa (Wied 1831)  R FMHN 63470; MNRJ 17214, 17224, 17259; MZUSP 76104‐05, 79623‐27

Cercomacra manu Fitzpatrick & Willard 1990 EnA R OIKOS, 2006 (G)

Cercomacra ferdinandi Snethlage 1928  EnBr,EnC Vul‐#‐© R COCEULP/ULBRA 224‐25; MNRJ 16725, 16745‐48, 16750‐51, 17108; MPEG 20552‐53, 

34740; MZUSP 52750‐51, 64906, 76181‐89 

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190 

 

 

 

Pyriglena leuconota (Spix 1824)  R MPEG 21978 

Myrmoborus leucophrys (Tschudi 1844)  R MOG 412 

Hypocnemis striata (Spix 1825)  EnBr,EnA R COITS‐UCG 5568; MOG 417

Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln 1868) EnA R MOG 392*, 419; MNRJ 17302; MPEG 20744

Sclateria naevia (Gmelin 1788)  R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004 (G)

Hylophylax naevius (Gmelin 1789)  EnA R MOG 431 

Willisornis poecilinotus (Cabanis 1847)  EnA R MPEG 34741, 34752, 34754, 34760‐61, 78739‐40

CONOPOPHAGIDAE

Conopophaga roberti Hellmayr 1905  EnBr R ADVALDO D. PRADO (Comun. Pessoal) 2008 (F); SHUNCK et al., 2006

GRALLARIIDAE

Grallaria varia (Boddaert 1783)  R OLMOS et al. 2004 (G)

FORMICARIIDAE

Formicarius colma Boddaert 1783  R MNHN 479, 587; MOG (ZooGoiânia)  425; MPEG 20745, 21920, 34689; MZUSP 52694‐98, 

69019‐20, 78741‐42 

Formicarius analis (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MOG 1373*; MZUSP 52699; OLMOS et al 2004 (G)

SCLERURIDAE

Sclerurus mexicanus Sclater 1857  R COCEULP/ULBRA 162; MPEG 34759; 

Geositta poeciloptera (Wied 1830)  EnC Vul‐# R PACHECO e OLMOS, 2006 (F); FAET 1999; UNITINS 1996 

DENDROCOLAPTIDAE

Dendrocincla fuliginosa (Vieillot 1818)  R COMB 1634, MNRJ 13649‐50, 13652, 13659; MZUSP 78737

Sittasomus griseicapillus (Vieillot 1818)  R COCEULP/ULBRA 165; FNHM 63833; MNRJ 13849; MOG 354, 3902*, 7418*; MOG 

(ZooGoiania) 3523; MPEG 34764; MZJH 1362; MZUSP 52658, 72380, 76037, 76099, 

79648‐51, 80910 

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191 

 

 

 

Nasica longirostris (Vieillot 1818)  EnA R MHNT 632, 677, 2784; MNRJ 13789

Dendrocolaptes certhia (Boddaert 1783)  EnA R COCEULP/ULBRA 166; MZUSP 52647; OLMOS et al 2004 (G)

Dendrocolaptes platyrostris Spix 1825  R COMB 1620, 1624; LACM 46002; MNRJ 13721‐22, 13728; MOG 3513*, 3953*, 4779*; 

MZUSP 79644‐46, 75735  

Dendroplex picus (Gmelin 1788)  R AMS O. 63290; LSUMZ 32701; MNHN 1280; MNRJ 13286, 13288, 13294, MOG 343, 1272, 

3517*, 7947; MPEG 20446‐50; MZJH 2525, 2542; MZUSP 52652‐53, 79647, 75731  

Xiphorhynchus spixii (Lesson 1830)  EnA R MPEG 34749, 34762

Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein 1820) EnA R LSUMZ 32278; WHITTAKER 2004; OIKOS 2006

Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein 1820) EnA R MNRJ 13952, 13957; MOG 344*; MZUSP 52654‐55, 75332‐34, 76018, 76072 

Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot 1818) R FMHN 63846‐49; KUNHM 52355; LSUMZ 30921; MNRJ 13734, 13739; MOG 7390*, 

7585*, 13814, 13841; MZJH 1347, 1349, 1353; MZUSP 76073, 76096, 79639‐43, 80876, 

80883, 80903; UMMZ 215373 

Lepidocolaptes albolineatus (Lafresnaye 1845) EnA R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006

Campylorhamphus trochilirostris (Lichtenstein 

1820) 

R LOPES E BRAZ, 2007; TULIO DORNAS (Obser. Pessoal) 2008 (G);

FURNARIIDAE

Furnarius figulus (Lichtenstein 1823)  R MOG 359*; MNRJ 15044; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F) (G)

Furnarius leucopus Swainson 1838  R MNRJ 15060, 15063; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F) (G)

Furnarius rufus (Gmelin 1788)  R LSUMZ 28822; MNRJ 15052, 15088; MOG 13551‐52; MPEG 24718‐19

Synallaxis frontalis Pelzeln 1859  R MOG 3901*; KUNHM 52706; MZJH 1367; MZUSP 51871, 79652‐54 

Synallaxis albescens Temminck 1823  R FMHN 63837; MNRJ 15437; BAGNO e ABREU 2001

Synallaxis rutilans Temminck 1823  EnA R MOG 364; UNITINS 1996; FAET 1999

Synallaxis gujanensis (Gmelin 1789)  EnA R FMHN 63801; MZUSP 52661; OLMOS et al. 2004 (G)

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192 

 

 

 

Synallaxis simoni Hellmayr 1907  EnC Vul‐# R MNRJ 15035‐37; WHITTAKER 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Synallaxis scutata Sclater 1859  R COCEULP/ULBRA 158; MOG 363*; MZJH 1365

Cranioleuca vulpina (Pelzeln 1856)  R MOG 366; MPEG 20505‐08; MZUSP 52662‐63

Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin 1788)  R MNRJ 15228; MZUSP 72387; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Phacellodomus rufifrons (Wied 1821)  R MOG 7323*‐24*; MZUSP 79655‐56

Phacellodomus ruber (Vieillot 1817)  R MNHNA 4399; MNRJ 15177; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Anumbius annumbi (Vieillot 1817)  R PACHECO e OLMOS, 2006; ENGEMIN 1996; FADESP 1999

Berlepschia rikeri (Ridgway 1886)  R MZUSP 76019, 79657‐61

Philydor rufum (Vieillot 1818)  R PACHECO e OLMOS, 2006 (F)

Automolus paraensis Hartert 1902  R OLMOS et al. 2004 (G)

Automolus rufipileatus (Pelzeln 1859)  R MOG 1301; OLMOS et al. 2004 (G)

Lochmias nematura (Lichtenstein 1823)  R BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO 2004; SEPLAN et al., 2003

Xenops minutus (Sparrman 1788)  R COCEULP/ULBRA 201; MOG 374; MPEG 34742, 34751, 34755; 

Xenops rutilans Temminck 1821  R COCEULP/ULBRA 216; MNRJ 14882, 14884; MOG 3519*, 8482*; MPEG 21856; MZJH 1364 

TYRANNIDAE

Mionectes oleagineus (Lichtenstein 1823)  R COCEULP/ULBRA 215; MPEG 34693; MZUSP 70141

Leptopogon amaurocephalus Tschudi 1846 R COCEULP/ULBRA 148; LSUMZ 32708; MNRJ 13121; MZUSP 75743

Corythopis torquatus (Tschudi 1844)  EnA R COCEULP/ULBRA 194; MPEG 34707, 34721, 

Corythopis delalandi (Lesson 1830)  R COCEULP/ULBRA 135; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Hemitriccus minor (Snethlage 1907)  EnA R OLMOS et al. 2004 (G); BUZZETTI 2004; OLMOS et al. 2004 (G)

Hemitriccus griseipectus (Snethlage 1907)  R MOG 548*; OLMOS et al. 2004

Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye 1853)  R FMHN 63081; MNRJ 13529, 13535; MOG 3537, 7380*; MPEG 20717, 25623‐24; MZJH 

1416; MZUSP 70668‐72, 52834‐37, 76045‐46 

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193 

 

 

 

Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & 

Lafresnaye 1837) 

R COCEULP/ULBRA 155; MZUSP 52838‐39, 76110‐11

Hemitriccus minimus (Todd 1925)  EnA R XC 12215 (G); OLMOS et al. 2004; OIKOS, 2006 (F) (G)

Myiornis ecaudatus (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MZUSP 78743; OLMOS et al. 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009

Poecilotriccus fumifrons (Hartlaub 1853)  R COCEULP/ULBRA 153; MOG 4214*, 4813; MZJH 1417; MZUSP 80881

Poecilotriccus latirostris (Pelzeln 1868)  R LSUMZ 31772; MNRJ 12777‐78, 12780, 12783, 12785, 12787; MZUSP 70132, 76042 

Poecilotriccus sylvia (Desmarest 1806)  R MOG 546*, 5371; MPEG 25616; MZUSP 75757

Todirostrum maculatum (Desmarest 1806) EnA R MPEG 34688, 20640, 20668‐69; MZUSP 52831‐33

Todirostrum cinereum (Linnaeus 1766)  R AMS O. 63233; LACM 45991; LSUMZ 31771; MNRJ 13580; MOG 3911*‐13*; MPEG 22055; 

MZUSP 52828‐30, 79680 

Phyllomyias reiseri Hellmayr 1905  R PACHECO e OLMOS, 2006 (G)

Phyllomyias fasciatus (Thunberg 1822)  R MZJH 1411, 1293, 2481; MZUSP 52852; OLMOS et al. 2004 (G)

Tyrannulus elatus (Latham 1790)  R MOG 566; MZUSP 52851; OLMOS et al. 2004

Myiopagis gaimardii (d'Orbigny 1839)  R COCEULP/ULBRA 149; COMB 1618; KUNHM 52496; LACM 45992; MOG 559*; MZJH 1433, 

2482; MZUSP 52846, 79719‐22, 76082 

Myiopagis caniceps (Swainson 1835)  R MOG 3916*‐17*; MZJH 1434; 

Myiopagis viridicata (Vieillot 1817)  R COMB 1626; LACM 45993; MOG 8854, 8862; MPEG 34696; MZJH 1432; MZUSP 52847, 

76081 

Elaenia flavogaster (Thunberg 1822)  R MNRJ 13151; MOG 3914; MPEG 20713, 22060; MZJH 1420, 1425; MZUSP 51954, 52979‐

85, 79703‐04  

Elaenia spectabilis Pelzeln 1868  R COCEULP/ULBRA 217; OIKOS 2002; BUZETTI 2004

Elaenia albiceps (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) VS MOG 8865;  

Elaenia parvirostris Pelzeln 1868  VS MZJH 1301, 1302, 1423

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194 

 

 

 

Elaenia mesoleuca (Deppe 1830)  R OIKOS, 2002; OLMOS et al. 2004; DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal 2008) (F) 

Elaenia cristata Pelzeln 1868  R FMHN 63416‐17; LSUMZ 31773; MOG 4810*‐11*; MPEG 22030; MZJH 1426; MZUSP 

52989‐94, 79683‐94 

Elaenia chiriquensis Lawrence 1865  R MOG 7554; MPEG 20719, 20722, 22061, 22066; MZJH 1421‐22, MZUSP 68479, 79695‐

702, 80875‐77 

Ornithion inerme Hartlaub 1853  R COCEULP/ULBRA 156; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009

Camptostoma obsoletum (Temminck 1824) R MNRJ 12686, 12688; MOG 8858*; MZJH 1408‐10; MZUSP 52853‐54, 76083, 79665‐66; 

Suiriri suiriri (Vieillot 1818)  R COMB 126; KUNHM 52477; LACM 46005; MNHN 463; MZUSP 79707‐10, 80899 

Suiriri islerorum Zimmer Whittaker & Oren 2001 EnC R LACM 46004; MZUSP 79711‐15

Serpophaga hypoleuca Sclater & Salvin 1866 EnA R MZUSP 70528; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009

Phaeomyias murina (Spix 1825)  R COMB 1628‐29; FMHN 63190; MNRJ 12873; MOG 565

Capsiempis flaveola (Lichtenstein 1823)  R MNRJ 12621‐22; MZJH 1414‐15

Euscarthmus meloryphus Wied 1831  R COCEULP/ULBRA 151‐52; arthurmacarrao.multiply.com (F);

Euscarthmus rufomarginatus (Pelzeln 1868) EnC R MZUSP 79673‐76; OIKOS 2002

Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin 1868) R MOG 6973*, MZJH 2480; OIKOS 2002; OLMOS et al. 2004

Sublegatus modestus (Wied 1831)  R COITS‐UCG 8421; MZUSP 52856, 70520, 76043, 76106

Inezia subflava (Sclater & Salvin 1873)  R MNRJ 3222, 3226; MPEG 20715, 34687; MZUSP 52841‐42

Culicivora caudacuta (Vieillot 1818)  Vul‐#‐© R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2004 (F); DIREÇÃO, 2006

Tolmomyias sulphurescens (Spix 1825)  R COCEULP/ULBRA 218, 220; MNRJ 23151; MPEG 21821; MZJH 1440; MZUSP 75742, 78744 

Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski 1884) R MPEG 34684; arthurmacarrao.multiply.com (F); BUZETTI 2004

Tolmomyias flaviventris (Wied 1831)  R AMS O. 63234; FMHN 63138; COITS‐UCG 12568; LACM 45990; LSUMZ 31770; MNRJ 

13311; MOG 540, 3910*, 4003*; MZJH 1441‐43; MZUSP 76044; 79663‐64 

Platyrinchus mystaceus Vieillot 1818  R COCEULP/ULBRA 180; COMB 1630; MZJH 424®; MZUSP 52825

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195 

 

 

 

Onychorhynchus coronatus (Statius Muller 1776) EnA R MOG 535, 14099‐A

Myiophobus fasciatus (Statius Muller 1776) R AMS O. 93236; MOG 533*; MPEG 20712; MZUSP 52824

Myiobius atricaudus Lawrence 1863  R MZJH 1418; BAGNO e ABREU 2001; LOPEZ e BRAZ 2008

Terenotriccus erythrurus (Cabanis 1847)  R COCEULP/ULBRA 185; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS 2009

Hirundinea ferruginea (Gmelin 1788)  R MNRJ 10487; www.avesbrasil.nom.br (F); OLMOS et al. 2004 (G)

Lathrotriccus euleri (Cabanis 1868)  R COCEULP/ULBRA 150; MNRJ 12363‐64; MOG 3532*; MZJH 1419; MZUSP 79967 

Cnemotriccus fuscatus (Wied 1831)  R COMB 1627; MNRJ 9999, 12941; MOG 528; MZUSP 52818, 79716‐18

Contopus cinereus (Spix 1825)  R MOG 3535*, 3909*; MZJH 1407; MZUSP 76102

Pyrocephalus rubinus (Boddaert 1783)  VS MNRJ 9956‐57, 9964, 9976, 9969; MZUSP 52758, 70118; USNM 516069

Knipolegus poecilocercus (Pelzeln 1868)  EnA R MPEG 20645; MZUSP 52820; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Knipolegus orenocensis Berlepsch 1864  EnA R MNRJ 10152; MOG 498; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Knipolegus franciscanus Snethlage 1928  EnBr,EnC R MNRJ 10283; MZUSP 79681‐82

Knipolegus lophotes Boie 1828  R Hellmayr 1927; FADESP 1999; DIREÇÃO, 2005

Satrapa icterophrys (Vieillot 1818)  R OIKOS, 2002; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)

Xolmis cinereus (Vieillot 1816)  R KUNHM 52465; MNHN 457; MNRJ 10713‐14; MOG 7558, 8838

Xolmis velatus (Lichtenstein 1823)  R AMS O. 63242; KUNHM 52461‐62; MOG 3373*; MZUSP 79662

Gubernetes yetapa (Vieillot 1818)  R TOCANTINS 1998; FADESP 1999; NATURAE, 2005a

Fluvicola albiventer (Spix 1825)  R AMS O. 65878; COITS‐UCG 7388, 8844; MNRJ 10286; MOG 7381‐82*‐87*; MPEG 20734; 

MZJH 1412‐13; MZUSP 52756‐57 

Fluvicola nengeta (Linnaeus 1766)  R COITS‐UCG 502; OIKOS 2002; OLMOS et al. 2004

Arundinicola leucocephala (Linnaeus 1764) R arthurmacarrao.multiply.com (F); BAGNO e ABREU, 2001; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a) 

(F); 

Alectrurus tricolor (Vieillot 1816)  Vul‐#‐© R MNRJ 6549; FADESP 1999

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196 

 

 

 

Colonia colonus (Vieillot 1818)  R MZJH 1405; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Machetornis rixosa (Vieillot 1819)  R SANTOS 2001; BAGNO e ABREU, 2001; LUIS F. SILVEIRA et al., (Comun. Pessoal) 2008 

Legatus leucophaius (Vieillot 1818)  R MOG 8868; MPEG 20730‐32, 22029; MZUSP 52782‐84

Myiozetetes cayanensis (Linnaeus 1766)  R COMB 112; MNHN 455; MNRJ 10733, 10755; MPEG 22037, 26545‐46; MZJH 1453; MZUSP 

52801‐04 

Myiozetetes similis (Spix 1825)  R AMS O. 65858; MOG 4769*‐70*, 5327*, 7368*, 7432*, 7559*, 13548; MZJH 1451‐52; 

MZUSP 75739‐40 

Myiozetetes luteiventris (Sclater 1858)  EnA R MOG 518; OIKOS 2002

Pitangus sulphuratus (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65861‐62; COCEULP/ULBRA 138; FMHN 295812; COITS‐UCG 13921; MNRJ 7964; 

MOG 4787*, 7351‐52*‐57*, 7577*, 7981*, 8840*, 13549‐50; MPEG 22036, 25468; MZJH 

1326, 1332, 1459, 1461, 2489, 2543, 7358®; MZUSP 52807‐10, 79723 

Philohydor lictor (Lichtenstein 1823)  R LSUMZ 32290; MOG 521; MPEG 22042; MZJH 1439

Myiodynastes maculatus (Statius Muller 1776) R COITS‐UCG 8416; MNRJ 12542, 12544; MOG 7360*‐62*; 7429*‐30*, 7560*, 8415, 8841*; 

MPEG 20727, 22032; MZJH 1014, 1435; MZUSP 52785‐89, 70049 

Megarynchus pitangua (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65859‐60; FMHN 63032; COITS‐UCG 7980; MNRJ 7862,7867; MOG 7425*‐26*, 

7617, 8414; MPEG 20723‐24, 22050, 22053; MZJH 1444; MZUSP 52795‐800, 79724, 

80884, 80900, 80912 

Tyrannopsis sulphurea (Spix 1825)  R MZUSP 52806, 79730‐31

Empidonomus varius (Vieillot 1818)  R AMS O. 65857, O. 65869; MNRJ 12425; MOG 7363*‐65; 7431*; MPEG 20728‐29, 22041, 

22057, MZJH 1299, 1300, 1438; MZUSP 52778‐79 

Griseotyrannus aurantioatrocristatus (d'Orbigny & 

Lafresnaye 1837) 

R COITS‐UCG 8870; MNRJ 12380‐81, 12658; MOG 7379, 8869; MPEG 20733, 22039, 22058, 

22062, 34695, 52780  

Tyrannus albogularis Burmeister 1856  R MPEG 22054; MZUSP 52761, 79725‐29, 79861

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197 

 

 

 

Tyrannus melancholicus Vieillot 1819  R AMS O. 65865‐66; COMB 114; LSUMZ 28828‐29; MNRJ 10198‐99, 10601; MOG 3531, 

3988*, 7373*‐74*, 7427*‐28*, 7562*; MPEG 20725‐26, 26024‐25; MZJH 1314, 1446, 

1448; MZUSP 52762‐75, 70078‐80, 75741, 80711 

Tyrannus savana Vieillot 1808  R MPEG 20716; MOG 3951*, 7548*; MZUSP 79677‐78

Rhytipterna simplex (Lichtenstein 1823)  R MNRJ 6061; MOG 1399; MPEG 27191

Rhytipterna immunda (Sclater & Salvin 1873) EnA R MOG 1397; OLMOS et al. 2004 (F); 

Sirystes sibilator (Vieillot 1818)  R MNRJ 10638, 10641; OLMOS et al. 2004 (F)

Casiornis rufus (Vieillot 1816)  R MZJH 1404; BAGNO e ABREU 2001; PACHECO e OLMOS 2006

Casiornis fuscus Sclater & Salvin 1873  EnBr R MNRJ 6004; MZUSP 52704‐07; UMMZ 215405

Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny & Lafresnaye 

1837) 

R OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; PINHEIRO 2004

Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine 1859 R COCEULP/ULBRA 4, COITS‐UCG 7369, 8837; MOG 7773*, 7561; MPEG 25529; MZJH 1308, 

1309, 1310, 1428‐29; MZUSP 76080, 79705 

Myiarchus ferox (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 125; MNRJ 12574, 12579; MOG 524*, 7378, 7424*; MPEG 25561; MZJH 

1305, 1431; MZUSP 51929, 52814‐15, 70167, 79706, 76078 

Myiarchus tyrannulus (Statius Muller 1776) R COITS‐UCG 7372; KUNHM 52681; LSUMZ 32707; MOG 7371; MZJH 1311, 1430 

Ramphotrigon ruficauda (Spix 1825)  EnA R OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; DORNAS e PINHEIRO (Obser. Pessoal) 2008 (F) 

Ramphotrigon fuscicauda Chapman 1925  EnA R OIKOS, 2006 (F)

Attila cinnamomeus (Gmelin 1789)  EnA R COMB 1616; LSUMZ 32289, 67382; MPEG 21924; MZUSP 52702

Attila spadiceus (Gmelin 1789)  R MOG 1393; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

COTINGIDAE

Cotinga cayana (Linnaeus 1766)  EnA R MOG 448, 1390, 2417; MPEG 21996; MZJH 1478

Cotinga cotinga (Linnaeus 1766)  EnA R LSUMZ 51223; MNHN 444, 627; MOG 447*, 2421*, 4756*; MPEG 20638; MZUSP 52700, 

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198 

 

 

 

68652‐53 

Procnias averano (Hermann 1783) sp novum Vul‐# R MZUSP 79732‐35; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F)

Lipaugus vociferans (Wied 1820)  R LSUMZ 28827; MOG 458, MPEG 20639, 27193; MZJH 1482; MZUSP 52709‐10 

Gymnoderus foetidus (Linnaeus 1758)  EnA R MHNT 161, 2773; MNHN 435; MOG 471; MPEG 20637; MZUSP 52729‐31

Querula purpurata (Statius Muller 1776)  R FMHN 63763; KUNHM 52694; MHNT 297, 2766, 2776, 2781; MNRJ 6213; MOG 1381*, 

5334*; MPEG 20636; MZUSP 52724‐28 

Cephalopterus ornatus Geoffroy Saint‐Hilaire 1809 R MOG 469 

PIPRIDAE 

Neopelma pallescens (Lafresnaye 1853)  R COCEULP/ULBRA 154, 160, 197; LSUMZ 32287; MNRJ 11237; MOG 489*, 1453*, 3541, 

7555; MPEG 20718, 22418, 34673; MZJH 1473; MZUSP 52749, 68517‐18 

Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr 1906)  R COMB 1639; MNRJ 11142‐43; MOG 482

Machaeropterus pyrocephalus (Sclater 1852) EnA R COCEULP/ULBRA 181; OLMOS et al. 2004 (G); PINHEIRO 2004

Manacus manacus (Linnaeus 1766)  R AMS O. 63260; COCEULP/ULBRA 147, 164, 178, 179, 184, 192, 196; MNRJ 11061; MOG 

486*, 1447, 1449*, 4764; MPEG 20643, 22047; MZJH 1466; MZUSP 52741‐47, 69048, 

75765 

Antilophia galeata (Lichtenstein 1823)  EnC R MNRJ 10850, 10854; MOG 4393*; MZUSP 79744‐45, 79737‐43, 76047 

Chiroxiphia pareola (Linnaeus 1766)  R FMHN 344699; LSUMZ 65065‐66; MNHN 629; MNRJ 11068, 11983; MOG 485, 1444*, 

2429*, 4763, 4939*; MPEG 20642, 34675, 34685, 34692; MZJH 1468; MZUSP 52738‐40, 

68516, 69042‐47 

Xenopipo atronitens Cabanis 1847  EnA R MPEG 34691, MZUSP 52737; OIKOS 2002; PINHEIRO e DORNAS, 2009 

Heterocercus linteatus (Strickland 1850)  EnA R PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F);

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199 

 

 

 

Pipra fasciicauda Hellmayr 1906  R COCEULP/ULBRA 145, 146, 157, 199, 210, 214; MHNT 2771, 2778, 2780; MNHN 628; 

MNRJ 10872, 10878, MOG 475*, 1430, 8434; MPEG 20644, 25806; MZJH 1467, 2465; 

MZUSP 52732‐35, 75758‐60, 80887, 80892, 80907 

Pipra rubrocapilla Temminck 1821  R COCEULP/ULBRA 182, 183; MNRJ 10795; MOG 1437*, 2693*; MPEG 34674; MZJH 1474 

MZUSP 52736 

TITYRIDAE 

Schiffornis turdina (Wied 1831)  EnBr R MPEG 34686, 34690; MZUSP 52748

Iodopleura isabellae Parzudaki 1847  EnA R COITS‐UCG 5363; LSUMZ 67375; MOG 451*, 5561; MPEG 20646; MZUSP 52701 

Tityra inquisitor (Lichtenstein 1823)  R MNHN 439‐40; MNRJ 6221; MOG 1418, 8874; MZUSP 52722, 76075‐76

Tityra cayana (Linnaeus 1766)  R MNHN 437; MOG 4776, 6930; MZUSP 419, 76022‐23

Tityra semifasciata (Spix 1825)  R COCEULP/ULBRA 9, 17; LSUMZ 67421; MHNT 2582‐83; MHNH 437; MNRJ 6046‐47; MOG, 

7569; MPEG 20641, 21995, 27216; MZJH 1403; MZUSP 52720‐21, 72268‐69, 80868, 

80904 

Pachyramphus viridis (Vieillot 1816)  R LSUMZ 67394; MOG 7260; MZJH 1406; MZUSP 70137

Pachyramphus rufus (Boddaert 1783)  R LSUMZ 65415; MZUSP 52719

Pachyramphus polychopterus (Vieillot 1818) R LACM 45465; KUNHM 52653; MNHN 445; MOG 1403; MZUSP 52711

Pachyramphus validus (Lichtenstein 1823)  R MHNH 443; OIKOS 2002; PACHECO e SILVA 2002 apud SEPLAN 2003

Xenopsaris albinucha (Burmeister 1869)  R MOG 7273; MZJH 1295; ciroalbano.multiply.com (F);

VIREONIDAE

Cyclarhis gujanensis (Gmelin 1789)  R AMS O. 66000; FMHN 62789‐92; LACM 45944; LSUMZ 28833; MNRJ 16172‐73; MOG 

3577*, 7450*, 7610*, 8441*, 9012*; MPEG 23782, 23786, 34709; MZJH 2229, 2262‐63; 

MZUSP 52913‐14, 75766, 76088, 79758‐59, 80882, 80906 

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200 

 

 

 

Vireo olivaceus (Linnaeus 1766)  R AMS O. 66293‐94; COCEULP/ULBRA 198; COITS‐UCG 7399, 7401; MOG 7236*, 7394‐96*, 

7398*, 7400, 7451*‐52*, 8489*, 8717, 8731*, 8787; MPEG 20689‐90, 24402, 24404; 

MZJH 2249‐53, 2255‐56; MZUSP 52915‐16, 69053‐54  

Hylophilus semicinereus Sclater & Salvin 1867 EnA R MZUSP 52918; WHITTAKER 2004; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Hylophilus pectoralis Sclater 1866  EnA R MNRJ 16076; XC28687; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

CORVIDAE 

Cyanocorax cristatellus (Temminck 1823)  EnC R MOG 6929*, 13418; MPEG 34711; MZUSP 79754‐56, 76074

Cyanocorax cyanopogon (Wied 1821)  EnBr R COEBD 2638; LACM 45471; MOG 3510*, 3921*, 8364*‐65*, 8367; MPEG 20608, 21934, 

34710; MZUSP 52865‐68, 68566, 79757, 79859, 61354 

HIRUNDINIDAE

Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot 1817)  R BAGNO e ABREU, 2001; BRAZ 2003; MATHIAS, 2006

Pygochelidon melanoleuca (Wied 1820)  R AMS O. 66300; COCEULP/ULBRA 2; COITS‐UCG 7278, 8825; MOG 7258*, 7277, 7279*‐

84*, 8824; MPEG 22063‐64; MZJH 2467 

Alopochelidon fucata (Temminck 1822)  R UNITINS 1996; BAGNO e ABREU, 2001; ECOPLAN, 2006 

Atticora tibialis (Cassin 1853)  IN OLMOS et al. 2004 (G); 

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot 1817)  R FMHN 295827; LSUMZ 32296; MOG 7288*‐89‐90*; MZJH 1472; MZUSP 52861 

Progne tapera (Vieillot 1817)  R AMS O. 63317; MOG 3968*; MZUSP 52857‐59

Progne subis (Linnaeus 1758)  VN Olmos e Pacheco 2008 (F); PINHEIRO et al., 2008; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (a) (F) 

Progne chalybea (Gmelin 1789)  R COCEULP/ULBRA 212; COITS‐UCG 8823; LSUMZ 32709; MOG 1538*

Tachycineta albiventer (Boddaert 1783)  R AMS O. 66299; MOG 7285*‐87*, 8826*; MPEG 21923, 22052, 22056, 22065; MZJH 1475; 

MZUSP 52862‐63 

Tachycineta leucorrhoa (Vieillot 1817)  R NATURAE, 2005a; PACHECO e OLMOS, 2006; LUÍS F. SILVEIRA et al., (Comun Pessoal) 

2008 

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201 

 

 

 

Riparia riparia (Linnaeus 1758)  VN BUZZETTI, 2004; CNEC, 2003; OIKOS, 2006

Hirundo rustica Linnaeus 1758  VN BUZZETTI 2004; PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007

TROGLODYTIDAE

Troglodytes musculus Naumann 1823  R MNRJ 16393; MOG 3899*, 4209*, 7417*; MZUSP 52876, 79760‐62  

Campylorhynchus turdinus (Wied 1831)  R FMHN 62685‐88; ENGEVIX 2001

Pheugopedius genibarbis (Swainson 1838)  R COCEULP/ULBRA 137; MPEG 20751, 21927‐28; MZUSP 52872‐73 

Cantorchilus leucotis (Lafresnaye 1845)  R FMHN 62700; LSUMZ 32710; MNRJ 16373‐75; MPEG 20750; MZJH 387, 1491, 1492; 

MZUSP 52871, 76048‐49, 79763‐72 

DONACOBIIDAE

Donacobius atricapilla (Linnaeus 1766)  R COCEULP/ULBRA 8; FMHN 62671; MNHNA 4599; MNRJ 15409, 15967; MPEG 21916, 

21933; MZJH 1484; MZUSP 52880‐81 

POLIOPTILIDAE

Polioptila dumicola (Vieillot 1817)  R FMHN 62719‐20; LACM 45469, 46007‐08; LSUMZ 67648; MNRJ 14075, 14083; MOG 

4772‐73; 7406; 7573*, 7605*, 8783, 8816; MPEG 21915, 21918, 24487, 24490, 24492‐93; 

MZUSP 52909‐10, 76084‐85, 79783‐84,   

TURDIDAE 

Catharus fuscescens (Stephens 1817)  VN COCEULP/ULBRA 124; MOG 604; OIKOS 2006

Turdus rufiventris Vieillot 1818  R COCEULP/ULBRA 110; COITS‐UCG 13911; LSUMZ 32975

Turdus leucomelas Vieillot 1818  R COCEULP/ULBRA 206; MNRJ 16738; MOG 7305, 8427, 8724, 8747, 8751, 8759‐60; MPEG 

34694; MZJH 1520, 1525, 1559, 1561; MZUSP 52904‐08, 70421, 72531, 76097, 79775‐82 

Turdus fumigatus Lichtenstein 1823  R MZUSP 52883; OIKOS 2006; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Turdus amaurochalinus Cabanis 1850  VS COCEULP/ULBRA 122; MNRJ 16217; MOG 3525*, 4620*, 4820*‐21*, 7306‐07*‐08; MZJH 

1527; MZUSP 52884 

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202 

 

 

 

Turdus subalaris (Seebohm 1887)  VS COCEULP/ULBRA 167; MOG 3966*

Turdus albicollis Vieillot 1818  R COCEULP/ULBRA 168; MOG 598; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

MIMIDAE 

Mimus saturninus (Lichtenstein 1823)  R FMHN 295838; KUNHM 52575‐77; MNRJ 15410; MOG 8408; MZJH 1545; MZUSP 52877, 

70371, 79773‐74 

MOTACILLIDAE

Anthus lutescens Pucheran 1855  R LACM 46012‐13; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

COEREBIDAE

Coereba flaveola (Linnaeus 1758)  R AMS O.65889; LSUMZ 28834; MNRJ 11687; MOG 4790*, 7402*‐03, 7454*, 11011; MPEG 

20686, 21867, 23869, 23872; MZJH 2238‐41; MZUSP 52967‐68, 69069‐70, 76057‐58, 

79855; USNM 516101 

THRAUPIDAE

Schistochlamys melanopis (Latham 1790)  R BAGNO e ABREU, 2001; arthurmacarrao.multiply.com (F); PINHEIRO e DORNAS, 2009  (F); 

Schistochlamys ruficapillus (Vieillot 1817)  EnBr R COCEULP/ULBRA 3, 7; MPEG 20681; MZUSP 53106‐07, 65831‐32, 70442, 76107 

Cissopis leverianus (Gmelin 1788)  R OLMOS et al. 2004; BAGNO e ABREU, 2001; LOPES E BRAZ, 2007

Neothraupis fasciata (Lichtenstein 1823)  EnC R COMB 123‐24; LACM 45999; LSUMZ 32715‐16; MZJH 2145; MZUSP 53104, 79798 

Compsothraupis loricata (Lichtenstein 1819) EnBr R LACM 45470; MNRJ 10828; MOG 681*, 1740, 1745, 1774*; MZUSP 52041

Nemosia pileata (Boddaert 1783)  R AMS O. 65870, 65974; MNRJ 10654, 10659; MOG 7412*‐14*, 7448*‐49*, 8491*; MPEG 

20684, 21589; MZJH 2193‐96; MZUSP 53099‐100, 76067, 76086 

Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MNRJ 11814, 11820; MOG 8786; MZUSP 53103

Cypsnagra hirundinacea (Lesson 1831)  EnC R FMHN 63619‐20; LACM 45998, 46011; MNRJ 9733, 9735, 9754; MOG 9070; MZUSP 

79785‐92 

Piranga flava (Vieillot 1822)  R FMHN 63560; MNRJ 7050, 11338‐39; MZUSP 79793‐95

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203 

 

 

 

Eucometis penicillata (Spix 1825)  R COCEULP/ULBRA 123; MHRJ 11872, 11875; MZJH 1922

Tachyphonus cristatus (Linnaeus 1766)  R MNRJ 12715, 12724, 12733; MOG 1729*

Tachyphonus luctuosus d'Orbigny & Lafresnaye 

1837 

R MOG 1731*; MOG (ZooGoiania) 674; OLMOS et al. 2004

Tachyphonus rufus (Boddaert 1783)  R AMS O. 65894; MNRJ 6977, 12758; MOG 3544*, 3889, 7442*, 8463, 8721; MZJH 2139, 

2143, 2190, 2191; MZUSP 53091‐94, 76021, 80896 

Tachyphonus phoenicius Swainson 1838  EnA R COITS‐UCG 1724; 

Ramphocelus carbo (Pallas 1764)  R AMS O. 65895, O. 65967; COCEULP/ULBRA 83, 170; LSUMZ 28841; MNHNA 4436; MNRJ 

11973, 11976, 11982; MOG 3538*‐39*, 3891*, 4189*, 4778*, 7443*‐44*, 7231*, 7583*, 

7597*‐98*, 8443*, 8730*, 8801, 10354*; MPEG 20678‐80, 21590‐91, 21986, 21990; MZJH 

2110‐12, 2167, 2171‐73; MZUSP 53077‐89, 70458‐59, 76062‐66, 76516‐17, 79802‐05, 

80913  

Thraupis episcopus (Linnaeus 1766)  R MOG 8799; MPEG 20676‐77; MZJH 2157; MZUSP 53063‐69

Thraupis sayaca (Linnaeus 1766)  R AMS O. 63352; KUNHM 52368‐69; MNRJ 6843; MOG 3542*, 4191*, 4780*; MZJH 2152, 

2159, 2492; MZUSP 76101, 80873, 80888 

Thraupis palmarum (Wied 1823)  R AMS O. 65893; COMB 113; FMHN 295883‐84; LSUMZ 28840; MNRJ 6778; MOG 4768, 

7445*, 8462*, 8775, 7238*, 10529, 13557‐58; MPEG 20675, 21984, 21989, 21991, 21711; 

MZJH 2174‐78, 2180, 2520; MZUSP 53072‐76, 76056, 76518‐22, 79797, 80770, 80880 

Tangara mexicana (Linnaeus 1766)  EnA R MOG 652; MPEG 20682; MZJH 1691®; MZUSP 53054, 65820, 66095‐96

Tangara cayana (Linnaeus 1766)  R FMHN 63341‐44; MNRJ 10215‐16; MOG 4708, 4771*; MPEG 20683; MZJH 2101, 2183, 

2189; MZUSP 53055‐60, 65821, 79806, 80901‐02 

Tangara cyanicollis (d'Orbigny & Lafresnaye 1837) R MOG 648*; BAGNO e ABREU 2001; LOPEZ e BRAZ 2008

Tersina viridis (Illiger 1811)  R COCEULP/ULBRA 133, 185; MNRJ 6283; MOG 7267*, 8798, MPEG 20749, 22051; MZUSP 

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204 

 

 

 

53046, 70496‐506

Dacnis lineata (Gmelin 1789)  R MOG 619; OLMOS et al. 2004; OIKOS 2006

Dacnis flaviventer d'Orbigny & Lafresnaye 1837 EnA R MOG 618 

Dacnis cayana (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65883‐84; COEBD 2640, LACM 46009; LSUMZ 28838‐39, 67692‐94; MNRJ 11000, 

11617, 11628; MOG 4791*, 7268*; 7270*‐71*, 7469*, 7541*, 7576*; MPEG 23831, 

23835; MZJH 2113, 2205; MZUSP 52960‐66, 62978, 80908,   

Cyanerpes caeruleus (Linnaeus 1758)  R MOG 1621; OLMOS et al. 2004

Cyanerpes cyaneus (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65885, O. 65897; COUFRPE 389; COEBD 2644; FMHN 344881; MOG 2312*, 

6245*, 7261‐62*‐64*, 7266*, 7446*‐47*, 7540, 7568*, 8725*, 8727*, 8764*, 9629‐30*; 

MEPG 20667, 20670‐72, 22004‐05, 22033, 22035, 22049; MZJH 2082‐87, 2203, 9637; 

MZUSP 52919‐59, 69072; USNM 516104  

Chlorophanes spiza (Linnaeus 1758)  R COITS‐UCG 613

Hemithraupis guira (Linnaeus 1766)  R LSUMZ 28843; MNRJ 11305, 11496, 11801; MOG 3546*, 3892*, 4196, 4715*, 4781*, 

7416*, 8490*; MPEG 21713, 21715, 23141; MZJH 2119‐21, 2201‐02; MZUSP 53101‐02, 

76089, 79796, 80879 

Conirostrum speciosum (Temminck 1824)  R AMS O. 65867, O.65877; LACM 45997; MNRJ 11521‐22; MOG 3553*, 3900*, 7391*‐92, 

7409*, 7453*, 8979*; MPEG 21541; MZJH 1583 

EMBERIZIDAE

Zonotrichia capensis (Statius Muller 1776)  R MNRJ 15004; MZUSP 53141, 79838‐48, 79863

Ammodramus humeralis (Bosc 1792)  R COMB 120; KUNHN 52532‐34; LACM 49017‐19; MCZ 262724, 262726‐28; MNRJ 15126; 

MOG 7293*‐94*, 4789*; MPEG 23456, 34720; MZJH 1587‐88, 1591; MZUSP 79236, 

79835, 79837, 80872, 80894 

Ammodramus aurifrons (Spix 1825)  R MCZ 262725; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

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205 

 

 

 

Porphyrospiza caerulescens (Wied 1830)  EnC R MZUSP 80897; Pacheco e Olmos 2006; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G) 

Sicalis citrina Pelzeln 1870  R BAGNO e ABREU, 2001; SEPLAN 2003; SEPLAN et al., 2003

Sicalis columbiana Cabanis 1851  R MMA et  al., 2001; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009 (F)

Sicalis flaveola (Linnaeus 1766)  R MZJH 1748, 1756; www.avesbrasil.nom.br; OIKOS 2002

Emberizoides herbicola (Vieillot 1817)  R COMB 121; LACM 46016; MZC 262718‐21, 262729; MOG 3527*; MZJH 1592; MZUSP 

76501, 79849‐50 

Volatinia jacarina (Linnaeus 1766)  R AMS O. 65886; LSUMZ 28845; MNRJ 14359; MOG 7463*, 8496; MPEG 20737; MZJH 1604, 

1767, 2468; MZUSP 53126‐28, 69061 

Sporophila schistacea (Lawrence 1862)  R BAGNO e ABREU, 2001; BUZZETTI 2004; SEPLAN et al., 2003

Sporophila plumbea (Wied 1830)  R MZJH 1786; MZUSP 76052, 79820‐30

Sporophila collaris (Boddaert 1783)  R MZJH 2504; MZUSP 76091, 80885

Sporophila lineola (Linnaeus 1758)  IN MZJH 1783; MZUSP 79819; PINHEIRO e DORNAS 2009 (F)

Sporophila nigricollis (Vieillot 1823)  R COCEULP/ULBRA 1; MCZ 262752; FMHN 63727

Sporophila caerulescens (Vieillot 1823)  R MCZ 262722‐23; MZJH 1612, 1790; MZUSP 80909

Sporophila leucoptera (Vieillot 1817)  R MZJH 1782; MZUSP 79818; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G)

Sporophila bouvreuil (Statius Muller 1776)  R MOG 734; MZUSP 76112; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F)

Sporophila hypoxantha Cabanis 1851  R MOG 3876; OIKOS 2002; OIKOS e MRS 2005

Sporophila ruficollis Cabanis 1851  R MOG 4575*; OIKOS 2002; OIKOS 2006

Sporophila castaneiventris Cabanis 1849  EnA IN OLMOS et al. 2004; BUZZETTI 2004; PINHEIRO e DORNAS, 2009

Sporophila cinnamomea (Lafresnaye 1839) EN‐#‐© VS LSUMZ 34832; MCZ 262891‐92; MOG 735; MZUSP 70000

Sporophila angolensis (Linnaeus 1766)  R MNRJ 14714; MOG 1424, 3875*, 9193*, 9200*‐05*, 9248*, 9250*, 9492*; MPEG 21929; 

MZJH 1619‐21, 1803, 1805; MZUSP 53125, 70698‐99, 76053, 76524, 79831‐34;  

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206 

 

 

 

Arremon taciturnus (Hermann 1783)  R COCEULP/ULBRA 120, 126, 131, 191; COMB 1621; LSUMZ 32721; MHNT 2775; MNRJ 

10818; MOG 2477*, 4786*; MPEG 34719; MZJH 1596; MZUSP 53136 

Arremon flavirostris Swainson 1838  R COCEULP/ULBRA 172; PACHECO e OLMOS 2006

Charitospiza eucosma Oberholser 1905  EnC R FMHN 295913; LSUMZ 32718; MCZ 262715; MNRJ 14847‐48; MPEG 28355‐56; MZJH 

1765, MZUSP 53129, 76108, 76113, 79807‐17, 80914, 80927; UMMZ 215416 

Coryphospingus pileatus (Wied 1821)  R AMS O. 65880, O. 65896; COCEULP/ULBRA 136; LSUMZ 32719‐20; MNRJ 14645, 14661; 

MOG 749, 4782*‐83*, 7407*‐08*, 7464*‐65*, 7599*, 7600*; MPEG 20752, 21912‐14, 

21921, 21926; MZJH 1597‐98; MZUSP 53134‐35, 70697, 76087, 76050, 76106 

Coryphospingus cucullatus (Statius Muller 1776) R FADESP 1999; CTE, 2001; NATURAE, 2005a

Paroaria gularis (Linnaeus 1766)  R FMHN 63646‐47; MOG 721; MPEG 20673‐74; 21974‐75; MZUSP 53117‐22

Paroaria baeri Hellmayr 1907  EnBr,EnC R MNRJ 14813‐15; Dornas 2008 (F)

CARDINALIDAE

Saltator grossus (Linnaeus 1766)  R MOG 717, 1846, 5115*; MPEG 21922, 21950

Saltator maximus (Statius Muller 1776)  R FMHN 63653; LACM 46015; LSUMZ 28844; MHNT 2777; MNRJ 6900; MOG 8784, 8791; 

MPEG 20736, 22001; MZJH 2090, 2092‐94, 2464; MZUSP 53108‐12, 76523, 78745 

Saltator coerulescens Vieillot 1817  R MNRJ 12903; MOG 712; 4774, 5463*, 13559; MPEG 21973, 21998, 23652; MZUSP 53114‐

16 

Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye 1837 R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; MATHIAS, 2006

Saltator atricollis Vieillot 1817  EnC R COCEULP/ULBRA 117; COMB 125; FMHN 63638‐39; MZJH 8767®; MZUSP 76098, 79851‐

53, 80905 

Cyanoloxia moesta (Hartlaub 1853)  IN XC16662 (G); XC28731 (G); PACHECO et al.,2007 (F)

Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye 1847)  R MPEG 34723; MZUSP 53123, 72743

PARULIDAE 

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207 

 

 

 

Parula pitiayumi (Vieillot 1817)  R OLMOS et al. 2004 (G); PACHECO e OLMOS, 2006; LOPES E BRAZ, 2007

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin 1789)  R BAGNO e ABREU, 2001; PACHECO e OLMOS, 2006; BRAZ 2003

Basileuterus culicivorus (Deppe 1830)  R MOG 8702*, 8788*; FMHN 62761; MZJH 1584; MZUSP 52004

Basileuterus hypoleucus Bonaparte 1830  R MNRJ 14459; KUNHM 52722; PACHECO e OLMOS 2006

Basileuterus flaveolus (Baird 1865)  R COCEULP/ULBRA 187, 219; LSUMZ 32718; MNRJ 14146; MOG 7335*; MZUSP 79753, 

80886 

Basileuterus leucophrys Pelzeln 1868  EnBR,EnC R MZUSP 79746‐52; Bagno e Abreu 2001

Phaeothlypis mesoleuca (Sclater 1866)  R MOG 631;  

Phaeothlypis rivularis (Wied 1821)  EnA R MOG 1637*; THEMAG e ENGEVIX, 2000

Granatellus pelzelni Sclater 1865  EnA R MOG 626, 1632; MZUSP 52970

ICTERIDAE 

Psarocolius viridis (Statius Muller 1776)  EnA R MOG 689, 2714, 5117*; MZUSP 52997

Psarocolius decumanus (Pallas 1769)  R LSUMZ 33670, 67728; MOG 5325*, 7244*, 8818, 8822, 8920*; MZUSP 69163‐65 

Psarocolius bifasciatus (Spix 1824)  EnA R LSUMZ 64944, 67722; MOG 687, 2407*; MZUSP 52996, 64230

Procacicus solitarius (Vieillot 1816)  R MOG 693; MPEG 23313; PINHEIRO e DORNAS 2009 (G)

Cacicus haemorrhous (Linnaeus 1766)  R XC27945 (G); OLMOS et al. 2004 (G); IDBF, 1981 apudMMA et al 2001

Cacicus cela (Linnaeus 1758)  R FMHN 63378‐79; LSUMZ 28835; MNHNA 4552; MOG 8817*; MPEG 20708‐10, 23354, 

23359, 32316‐18; MZJH 2236; MZUSP 53003‐26, 68619, 70987; USNH 516112 

Icterus cayanensis (Linnaeus 1766)  R MNRJ 11254; MOG 1935, 6935*; MPEG 21863; MZJH 2233; MZUSP 53035‐37, 66046‐47, 

69178‐79, 76054‐55, 76092‐93 

Icterus jamacaii (Gmelin 1788)  EnBr R CAS 70564; MOG 701*; PACHECO e OLMOS 2006

Icterus croconotus (Wagler 1829)  R MPEG 23248‐49; MZUSP 68577

Gnorimopsar chopi (Vieillot 1819)  R COCEULP/ULBRA 18, 28; COITS‐UCG 13923‐24; MNRJ 15661; MOG 4749*, 7389*, 10716*; 

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208 

 

 

 

MZUSP 79857‐58

Agelasticus cyanopus (Vieillot 1819)  R MOG 702*; Renato T. Pinheiro (Observ. Pessoal) (F)

Chrysomus ruficapillus (Vieillot 1819)  R MOG 703*, 4399*; MZJH 1786

Molothrus rufoaxillaris Cassin 1866  IN OIKOS, 2002; PACHECO e OLMOS, 2006; LUÍS F. SILVEIRA et al., (Comun pessoal) 2008 

Molothrus oryzivorus (Gmelin 1788)  R LSUMZ 32717; MOG 694*, 8820; MZUSP 53030

Molothrus bonariensis (Gmelin 1789)  R LSUMZ 32303; MOG 1790*, 3504*, 14637*; MPEG 20701, 21976; MZUSP 53031‐33 

Sturnella militaris (Linnaeus 1758)  R MZUSP 53044; DORNAS et al. 2006 (F)

Sturnella superciliaris (Bonaparte 1850)  R MZUSP 79856; Tulio Dornas 2008 (Obser. Pessoal) (F, G)

FRINGILLIDAE

Carduelis magellanica (Vieillot 1805)  R FMHN 63598; MZUSP 79854; OIKOS 2002

Euphonia chlorotica (Linnaeus 1766)  R LSUMZ 67777; MNRJ 12094, 12198, 12342; MOG 1660, 7275*; MPEG 20687, 21866; 

MZUSP 53047‐48, 76061, 76090  

Euphonia violacea (Linnaeus 1758)  R COCEULP/ULBRA 188; FMHN 63368; MNRJ 12194; MOG 635, 1647*, 3893*, 4765*, 5477, 

7549*, 14001; MPEG 23928‐31, 23934; MZJH 2124, 2127; MZUSP 53049‐52, 80891 

Euphonia cyanocephala (Vieillot 1818)  R MOG 3550; OIKOS 2002

Euphonia minuta Cabanis 1849  R MZUSP 65902; OLMOS et al. 2004

PASSERIDAE

Passer domesticus (Linnaeus 1758)  R LSUMZ 32713; MZUSP 66028; BAGNO e ABREU 2001; PINHEIRO 2004

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209 

 

 

 

FAMÍLIA / ESPECIE  ENDÊMICAS FONTE 

TINAMIDAE 

Tinamus guttatus Pelzeln, 1863 cf.  OIKOS, 2006

Crypturellus noctivagus (Wied, 1820)  ENGEMIN, 1996

ARDEIDAE 

Botaurus pinnatus (Wagler, 1829) FADESP, 1999

Ixobrychus exilis (Gmelin, 1789)  IDBF, 1981 apudMMA et al.,2001; LOPES e BRAZ, 2007

ACCIPITRIDAE 

Accipiter poliogaster (Temminck, 1824)  UNITINS, 1996

FALCONIDAE 

Falco peregrinus Tunstall, 1771  PINHEIRO e DORNAS, 2009 

RALLIDAE 

Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819)  OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2005 

Pardirallus maculatus (Boddaert, 1783)  OIKOS, 2002

Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819)  ENGEMIN, 1996; BAGNO e ABREU, 2001

SCOLOPACIDAE 

Bartramia longicauda (Bechstein, 1812)  PACHECO e OLMOS, 2006 

Tringa melanoleuca (Gmelin, 1789)  UNITINS, 1996; OIKOS, 2002 

COLUMBIDAE 

Columbina passerina (Linnaeus, 1758)  PINHEIRO e DORNAS, 2009 

PSITTACIDAE 

Brotogeris versicolurus (Statius Muller 1776)  EnA MOG 7222*

STRIGIDAE 

Lophostrix cristata (Daudin, 1800) BUZZETTI, 2004

Asio stygius (Wagler, 1832)  FADESP, 1999; CTE, 2001 

CAPRIMULGIDAE 

Chordeiles minor (Forster, 1771) ECOPLAN, 2006

Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844)  FADESP, 1999

Eleothreptus anomalus (Gould, 1838)  DIREÇÃO, 2006

Streptoprocne biscutata (Sclater, 1866)  PACHECO e OLMOS, 2006 

TROCHILIDAE 

Florisuga mellivora (Linnaeus, 1758)  BAGNO e ABREU, 2001; OLMOS et al.,2004

Amazilia lactea (Lesson, 1832)  GIOCOMETTI, 2004

TROGONIDAE 

Trogon rufus Gmelin, 1788  CTE, 2001; THEMAG, 2000 

MOMOTIDAE 

Baryphthengus ruficapillus (Vieillot, 1818)  FADESP, 1999

BUCCONIDAE 

Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823)  ENGEVIX, 2001

THAMNOPHILIDAE 

Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783)  EnA ENGEVIX, 2001

Anexo 3b. Listas das espécies secundárias de aves do Tocantins, destacando status de endemismos e  fonte do registro 

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210 

 

 

 

Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857)  ENGEVIX, 2001; OLMOS et al.,2004 

Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868  UNITINS, 1996; FAET 1999  

Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859)  ENGEVIX, 2001

Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783)  EnA UNITINS, 1996; ENGEVIX, 2001 

CONOPOPHAGIDAE 

Conopophaga lineata (Wied, 1831)  PACHECO e OLMOS, 2006 

DENDROCOLAPTIDAE 

Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829)  EnA OIKOS, 2006

FURNARIIDAE 

Synallaxis hypospodia Sclater, 1874  IDBF, 1981 apud MMA et al 2001 

Syndactyla dimidiata (Pelzeln, 1859)  EnC FADESP 1999

Automolus leucophthalmus (Wied, 1821)  FADESP, 1999

TYRANIIDAE 

Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868)  CNEC, 2003; BUZZETTI, 2004 

Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788)  EnA BUZZETTI, 2004; OIKOS, 2006 

Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) CNEC, 2003; PRADO e BRAZ, 2008 

COTINGIDAE 

Xipholena lamellipennis (Lafresnaye, 1839)  EnA OLMOS et al.2004

PIPRIDAE 

Dixiphia pipra (Linnaeus, 1758) cf. TOCANTINS, 1998

TITYRIDAE 

Pachyramphus castaneus (Jardine & Selby, 1827)  FADESP, 1999; WHITTAKER, 2004 

Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823)  ENGEMIN, 1996; ENGEVIX, 2001 

HIRUNDINIDAE 

Atticora fasciata (Gmelin, 1789) EnA ENGEVIX, 2001

TROGLODYTIDAE 

Pheugopedius coraya (Gmelin, 1789)  ENGEVIX, 2001

Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819)  SHUNCK et al., 2006

Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819  UNITINS, 1996

POLIOPTILIDAE 

Polioptila plumbea (Gmelin, 1788)  OIKOS, 2002; NATURAE, 2005a 

THRAUPIDAE 

Habia rubica (Vieillot, 1817)  OIKOS, 2002; SHUNCK et al., 2006 

Hemithraupis flavicollis (Vieillot, 1818)  OIKOS, 2006

EMBEREZIDAE 

Sicalis luteola (Sparrman, 1789)  FAET, 1999; UNITINS, 1996 

Sporophila palustris (Barrows, 1883)  OIKOS e MRS, 2005

Sporophila maximiliani (Cabanis, 1851)  FAET, 1999; TOCANTINS, 1998  

Tiaris fuliginosus (Wied, 1830)  OIKOS, 2002; DIREÇÃO, 2005 

Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823)  MMA et al.,2001; ADVALDO D. PRADO (Comun. Pessoal)2004 

ICTERIDAE 

Agelaioides fringillarius (Spix, 1824)  Luis F. Silveira et al ( Comun. Pessoal) 2008

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211 

 

 

 

FAMILIA / ESPÉCIE  ENDÊMICAS AMEAÇADA FONTE 

TINAMIDAE 

Tinamus solitarius (Vieillot, 1819) BIOTERRA, 2005 

Nothura boraquira (Spix, 1825)  CONSPLAN, 2004 

Nothura minor (Spix, 1825)  EnC Vul‐# FADESP, 1999 

ANATIDAE 

Anas bahamensis Linnaeus, 1758 IDBF, 1981 apud MMA et al., 2001

CRACIDAE 

Aburria cumanensis grayi (Pelzeln, 1870)  MNRJ 18923 

PODICIPEDIDAE 

Podicephorus major (Boddaert, 1783)  ECOPLAN, 2006 

ARDEIDAE 

Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758)  IDBF, 1981 apud MMA et al.,2001

Egretta tricolor (Statius Muller, 1776)  PINHEIRO, 2004 

ACCIPITRIDAE 

Helicolestes hamatus (Temminck, 1821)  OIKOS, 2002 

Leucopternis schistaceus (Sundevall, 1851)  EnA OIKOS, 2006 

RALLIDAE 

Laterallus leucopyrrhus (Vieillot, 1819)  ENGEMIN, 1996 

CHARADRIIDAE 

Charadrius wilsonia Ord, 1814 cf. LEITE e LOPEZ, 2003 apud SEPLAN, 2003

Calidris alba (Pallas, 1764)  CNEC, 2003 

Calidris mauri (Cabanis, 1857)  AMS O.65983 

Calidris melanotos (Vieillot, 1819) NATURAE, 2005a 

PSITACIDAE 

Pyrrhura perlata rhodogaster (Sclater, 1864)  EnA MNRJ 3633 

Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820)  EnA MNRJ 3979, 3980 

APODIDAE 

Chaetura cinereiventris Sclater, 1862  OIKOS, 2002 

TROCHILIDAE 

Lophornis ornatus (Boddaert, 1783)  MOG 262* 

Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788)  OIKOS, 2002 

Heliomaster furcifer (Shaw, 1812) BAGNO e ABREU, 2001 

MOMOTIDAE 

Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829)  MIRANDA‐RIBEIRO, 1931 apud SILVA, 1989

BUCCONIDAE 

Monasa atra (Boddaert, 1783) cf. EnA TOCANTINS, 1998 

RAMPHASTIDAE 

Ramphastos dicolorus Linnaeus, 1766  THEMAG, 2000 

Pteroglossus viridis (Linnaeus, 1766)  EnA MOG 5062* 

PICIDAE 

Picumnus cirratus Temminck, 1825  MOG 7419*; THEMAG e ENGEVIX, 2000;

Anexo  3c.  Lista  terciária  das  aves  do  Estado  do  Tocantins.  É  destacado  espécies  endêmicas,  ameaçadas  de extinção e fonte dos registros. 

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212 

 

 

 

Melanerpes flavifrons (Vieillot, 1818)  FADESP, 1999 

Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)  FADESP, 1999 

THAMNOPHILIDAE 

Batara cinerea (Vieillot, 1819)  TOCANTINS, 1998 

Herpsilochmus pileatus (Lichtenstein, 1823)  BIOTERRA, 2005 

Herpsilochmus pectoralis Sclater, 1857 cf.  TOCANTINS, 1998 

Cercomacra melanaria (Menetriès, 1835)  MZUSP 54760 

Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825)  ENGEVIX, 2001 

Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856)  EnA TOCANTINS, 1998 

Hylopezus macularius (Temminck, 1823)  EnA ENGEVIX, 2001 

FORMICARIIDAE 

Chamaeza campanisona (Lichtenstein, 1823)  MNHNA 4633 

DENDROCOLAPITIDAE 

Xiphocolaptes albicollis (Vieillot, 1818)  THEMAG, 2000; NATURAE, 2005a

Dendrocolaptes picumnus Lichtenstein, 1820  UNITINS, 1996 

Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) cf.  SHUNCK et al.,2006 

FURNARIIDAE 

Synallaxis spixi Sclater, 1856  TOCANTINS, 1998 

Limnoctites rectirostris (Gould, 1839)  CTE, 2001 

Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831)  EnC FADESP, 1999; NATURAE, 2005a

TYRANIIDAE 

Mionectes rufiventris Cabanis, 1846  NATURAE, 2005a; NATURAE, 2005b

Myiornis auricularis (Vieillot, 1818)  FADESP, 1999 

Todirostrum poliocephalum (Wied, 1831)  EnBr SEPLAN et al., 2003; SHUNCK et al.,2006

Serpophaga nigricans (Vieillot, 1817)  SEPLAN, 2003 

Stigmatura napensis Chapman, 1926  THEMAG e ENGEVIX, 2000

Inezia inornata (Salvadori, 1897) MOG 8848 

Contopus fumigatus (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) LOPES e BRAZ, 2007 

Xolmis irupero (Vieillot, 1823) cf. TOCANTINS, 1998 

Conopias trivirgatus (Wied, 1831) OIKOS, 2002 

PIPRIDAE 

Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865)  EnA MOG 5525* 

TYTIRIDAE 

Schiffornis major Des Murs, 1856 EnA WHITTAKER, 2004 

CORVIDAE 

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)  GIOCOMETTI, 2004, SHUNCK et al., 2006

TURDIDAE 

Turdus nudigenis Lafresnaye, 1848  ENGEVIX, 2001 

Turdus ignobilis Sclater, 1858  WHITTAKER, 2004 

MIMIDAE 

Mimus gilvus (Vieillot, 1807)  SHUNCK et al., 2006 

THRAUPIDAE 

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)  SEPLAN et al., 2003 

Tangara schrankii (Spix, 1825)  EnA MOG 9215* 

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213 

 

 

 

Cyanerpes nitidus (Hartlaub, 1847)  EnA MNRJ 11554 

EMBEREZIDAE 

Poospiza cinerea Bonaparte, 1850 EnC TOCANTINS 1998 

Sporophila americana (Gmelin, 1789)  EnA MCZ 262747; ENGEVIX, 2001

Sporophila melanops (Pelzeln, 1870)  EnBr FADESP, 1999 

Sporophila hypochroma Todd, 1915  OIKOS e MRS, 2005 

ICTERIDAE 

Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819)  IDBF, 1981 apud MMA et al.,2001

Dolichonyx oryzivorus (Linnaeus, 1758)  UNITINS, 1996 

FRINGILLIDAE 

Euphonia laniirostris d'Orbigny & Lafresnaye, 1837 MNRJ 12340 

Euphonia cayennensis (Gmelin, 1789)  EnA COITS‐UCG 1662 

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214 

 

 

 

LOCALIDADES  MUNICÍPIOS  LAT  LONG 

 RPPN Minehaha  Almas   ‐11.1167  ‐47.1333 

 Fazenda 3R / Cerrado  Ananás   ‐6.25043  ‐47.9682 

 Fazenda 3R / Floresta Ombrófila Aluvial  Ananás   ‐6.23066  ‐47.9607 

 Fazenda Mogno / CA  Ananás   ‐6.16326  ‐48.0131 

Área 1   Aparecida do Rio Negro  ‐9.97685  ‐47.9898 

 Ilha Barreira Branca  Aragominas   ‐6.7  ‐48.7667 

Araguacema  Araguacema  ‐8.78333  ‐49.5167 

 Rio Caiapó / Cerrado a Leste  Araguacema   ‐9.055  ‐49.7189 

 Rio Caiapó e Ilhas fluviais  Araguacema   ‐8.8625  ‐49.6022 

 Senhor do Bonfim  Araguacema   ‐8.72944  ‐49.4628 

 TO 235 / Rio Piranhas  Araguacema   ‐8.80694  ‐49.4322 

 TO 442 / Rio Caiapó  Araguacema   ‐9.12667  ‐49.7456 

 Rio Muricizal  Araguanã   ‐6.76667  ‐48.6333 

Araguatins*  Araguatins  ‐5.65  ‐48.1167 

 Pedral Estreito Pequeno e Pedral Ilha de Campo  Arguianópolis   ‐6.53333  ‐47.45 

 Sitio 2 Cerrado Sensu Stricto  Arraias   ‐12.4877  ‐47.1609 

 Matas secas  Aurora do TO   ‐12.6569  ‐46.4808 

 Setor Babaçulândia   Babaçulândia   ‐7.125  ‐47.7994 

 Projeto Agrícola Campos Lindos   Campos Lindos   ‐7.96667  ‐46.6833 

 Serra da Cangalha 1  Campos Lindos   ‐8.04278  ‐46.8492 

 Serra da Cangalha 2  Campos Lindos   ‐7.91389  ‐47.1931 

 Aeroporto  Caseara   ‐9.30417  ‐49.945 

 Assentamento Buritirana  Caseara   ‐9.35889  ‐49.7581 

 Assentamento Califórnia / Reserva Legal  Caseara   ‐9.3  ‐49.8 

 Assentamento União II / Reserva Legal  Caseara   ‐9.51472  ‐49.855 

 Rio Araguaia / cerrados marginais  Caseara   ‐9.2  ‐49.9333 

 Rio Araguaia / Porto da Balsa  Caseara   ‐9.23861  ‐49.955 

 Rio Araguaia / Travessão de Santa Maria  Couto de Magalhães   ‐8.33333  ‐49.2667 

 Fazenda Santa Helena / Rio Campeira  Cristalândia   ‐10.4764  ‐49.2869 

Dianópolis  Dianópolis  ‐11.6333  ‐46.6833 

 Projeto de Irrigação Manuel Alves   Dianópolis   ‐11.5333  ‐46.9667 

 Rio Piranhas / Área de Cerrado    Dois irmãos   ‐9.14639  ‐49.3206 

 Formoso do Araguaia TO 070  Dueré   ‐11.6194  ‐49.4161 

 Projeto Xavante  Dueré   ‐11.475  ‐49.5658 

 Monumento Árvores Fossilizadas I  Filadélfia   ‐7.46361  ‐47.7814 

 Monumento Árvores Fossilizadas II  Filadélfia   ‐7.45167  ‐47.82 

 Monumento Árvores Fossilizadas III  Filadélfia   ‐7.45  ‐47.8333 

Cartucho  Goiatins  ‐8.33613  ‐47.7331 

 Cerrado / Cerradão / Mata Amazônica  Goiatins   ‐7.8874  ‐47.9032 

 Fazenda Renascer  Goiatins   ‐7.69833  ‐47.4886 

Anexo 4. Localidades Minimamente Amostradas e seus respectivos municípios e coordenadas. Localidades sublinhadas possuem documentação mínima de 50 espécies. Localidades acompanhadas de * possuem documentação mínima de 80 espécies.

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215 

 

 

 

 Rio Manuel Alves Grande jusante a Goiatins  Goiatins   ‐7.70278  ‐47.3056 

 Setor Guaraí  Guaraí   ‐8.80472  ‐48.4472 

 Setor Gurupi*  Gurupi   ‐11.8497  ‐48.9436 

 Furo da Pedra*  Ilha do Bananal   ‐10.6167  ‐50.55 

 Macaúba*  Ilha do Bananal   ‐10.5167  ‐50.5 

 Santa Isabel do Morro*   Ilha do Bananal   ‐11.5667  ‐50.6667 

 Sede e arredores do PARNA Araguaia  Ilha do Bananal   ‐10.45  ‐50.4333 

Ipueiras  Ipueiras  ‐11.2333  ‐48.45 

 Fazenda Cajueiro*  Itaguatins   ‐5.6869  ‐47.5535 

 Água Boa  Itapiratins   ‐8.4  ‐48.0667 

 Cerrado  Lagoa da Confusão   ‐10.7347  ‐49.8525 

 Fazenda Dois Rios  Lagoa da Confusão   ‐10.75  ‐49.8833 

 Floresta aluvial  Lagoa da Confusão   ‐10.9594  ‐49.7747 

 Floresta ciliar  Lagoa da Confusão   ‐10.7914  ‐49.7117 

 Ipuca  Lagoa da Confusão   ‐10.7683  ‐49.7186 

 Ipucas e Varjão / Projeto ProIgui  Lagoa da Confusão   ‐10.5517  ‐49.7906 

 Rio Formoso / lagoa  Lagoa da Confusão   ‐10.75  ‐49.85 

 Varjão  Lagoa da Confusão   ‐10.8092  ‐49.7153 

 Canteiro da Balsa rio Tocantins  Lajeado   ‐9.72778  ‐48.3583 

 Área Lizarda  Lizarda   ‐9.41667  ‐46.9833 

 Assentamento Manchete  Marianópolis do TO   ‐9.7875  ‐49.9175 

 Estação Ecológica Serra Geral do TO   Mateiros   ‐11  ‐46.6667 

 Estação Ecológica Serra Geral do TO / campo sujo limite norte  Mateiros   ‐10.6644  ‐46.8075 

 Fazenda São Gabriel  Mateiros   ‐10.3  ‐45.7833 

 Mata do Rio Galhão  Mateiros   ‐10.5267  ‐46.1056 

 Parque Estadual do Jalapão  Mateiros   ‐10.6  ‐46.6667 

 Rio Tocantins  Miracema do TO   ‐9.53333  ‐48.3667 

Muricilândia  Muricilândia  ‐7.1  ‐48.6167 

 Vale do rio Palmeiras / Cerrados  Novo Jardim   ‐11.8475  ‐46.7069 

 Vale do rio Palmeiras / Matas Secas  Novo Jardim   ‐11.9289  ‐46.5647 

 Fruticultura São João*  Palmas   ‐10.3936  ‐48.3525 

Palmas*  Palmas  ‐10.2  ‐48.3333 

 Parque Estadual do Lajeado  Palmas   ‐10.1167  ‐48.1833 

 Plano Diretor Urbano  Palmas   ‐10.25  ‐48.3 

 Serra do Lajeado  Palmas   ‐10.1317  ‐48.215 

 Taquaruçu / Fazenda Ecológica e Encantada  Palmas   ‐10.2667  ‐48.15 

 Cerrado / Cerradão / Mata Amazônica  Palmeirante do TO   ‐7.88655  ‐47.954 

 Mata Virgem  Palmeiras do TO   ‐6.66944  ‐47.5194 

 Fazenda Indaiá / Foz do córrego São Miguel  Paranã   ‐12.4983  ‐48.1158 

 Fazenda Santa Cruz / Foz do ribeirão Santa Cruz  Paranã   ‐12.3072  ‐48.2569 

 Fazenda São Luis  Paranã   ‐12.6103  ‐47.8428 

 Fazenda União / Ribeirão das Lages  Paranã   ‐12.5811  ‐48.0411 

 Fazenda Vereda Comprida / rio Tocantins  Paranã   ‐12.4517  ‐48.2103 

 Interflúvio rios Tocantins Paranã / cerrados  Paranã   ‐12.6681  ‐47.9075 

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216 

 

 

 

 Interflúvio Tocantins Paranã / Serra Contenda  Paranã   ‐13.3958  ‐47.7056 

 Rio Palma  Paranã   ‐12.45  ‐47.4833 

 Rio Paranã 1  Paranã   ‐12.4939  ‐48.1078 

 Rio Paranã 2  Paranã   ‐12.6206  ‐47.8836 

 Rio Tocantins / margem direita  Paranã   ‐12.9078  ‐48.1742 

 Sítio 3 / Cerrado Sensu Stricto  Paranã   ‐12.5648  ‐47.3549 

 Sítio 4 / Cerrado Sensu Stricto  Paranã   ‐12.6397  ‐47.8296 

 Rio Sono  Pedro Afonso   ‐9.15  ‐47.9833 

 Fazenda Vale das Pacas  Peixe   ‐12.255  ‐48.4064 

 Centro de Pesquisas Canguçu  Pium   ‐9.96667  ‐50.0333 

 Fazenda Brasil Palmeira  Pium   ‐10.0789  ‐49.7417 

 Fazenda Santa Luzia / Rio Riozinho  Pium   ‐10.3603  ‐49.4047 

 Parque Estadual do Cantão*  Pium   ‐9.28333  ‐49.9833 

 Parque Estadual do Cantão / Furo do Cicica  Pium   ‐9.45694  ‐50.0264 

 Parque Estadual do Cantão / Furo Goiano  Pium   ‐9.27722  ‐50.0019 

 Parque Estadual do Cantão / Rio Araguaia  Pium   ‐9.57667  ‐50.1039 

 Parque Estadual do Cantão / Rio Araguaia Furo da Barreirinha  Pium   ‐9.39917  ‐50.0256 

 Parque Estadual do Cantão / Rio Javaezinho / Javaés  Pium   ‐9.83917  ‐50.1611 

 Rio Pium Assentamento Proavi  Pium   ‐10.4272  ‐49.4272 

 TO 374 (Entre Marianópolis e Lagoa da Confusão)  Pium   ‐10.1739  ‐49.6961 

 TO 374 / Rio Riozinho   Pium   ‐10.3286  ‐49.5922 

 Córrego Capivara  Porto Nacional   ‐10.1422  ‐48.4419 

 Córrego Chupe  Porto Nacional   ‐10.4131  ‐48.3369 

Córrego Santa Luzia  Porto Nacional   ‐10.0725  ‐48.3894 

 Gruta da Serra  Porto Nacional   ‐10.7542  ‐48.4808 

Porto Nacional*  Porto Nacional  ‐10.7  ‐48.4 

 Estrada rio mateiro / Comunidade Catingueiro   Recursolândia   ‐8.76556  ‐47.1447 

 TO 476 (Entre Dianópolis e Rio da Conceição)  Rio da Conceição   ‐11.4667  ‐46.8167 

Área 2  Rio Sono  ‐9.56978  ‐47.7079 

 Projeto Sampaio  Sampaio   ‐5.3461  ‐47.9202 

 Fazenda Malasca*  Santa Fé do Araguaia   ‐7.09952  ‐48.8186 

Área 3  Santa Maria do TO  ‐8.76664  ‐47.7547 

 TO 374 (Entre Lagoa da Confusão e Dueré)  Santa Rita do TO   ‐11.1139  ‐49.4653 

 Área São Felix  São Felix do TO   ‐9.98333  ‐46.6667 

 Fazenda Piabanha / Córrego Piabanha  São Salvador   ‐12.7506  ‐48.2831 

 Pedra Riscada / Foz do Córrego Cipó  São Salvador   ‐12.3267  ‐48.3081 

 Rio Tocantins / Margem esquerda  São Salvador   ‐12.6225  ‐48.2842 

 Rio Palmeiras 1  Taipas do TO   ‐12.3  ‐46.9333 

 Rio Palmeiras 2  Taipas do TO   ‐12.3  ‐46.9333 

Tocantínia  Tocantínia  ‐9.55  ‐48.3667 

 AID Serra Quebrada  Tocantinópolis   ‐6.25  ‐47.55 

 Barra do Tranqueira  Tupirama   ‐8.76667  ‐48.1333 

 Fazenda Sapucaia / Floresta Ombrófila Aluvial  Wanderlândia   ‐6.62391  ‐48.1292 

 Fazenda Sapucaia / Floresta Ombrófila*  Wanderlândia   ‐6.61606  ‐48.141 

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217 

 

 

 

 AID UHE de Santa Izabel  Xambioá   ‐6.41667  ‐48.5333 

 Rio Araguaia / vegetação marginal  Xambioá   ‐6.41667  ‐48.5667 

1  Aguiarnópolis 2  Almas 3  Ananás* 4  Aparecida do Rio Negro 5  Aragominas 6  Araguacema* 7  Araguanã 8  Araguatins* 9  Arraias 

10  Aurora do Tocantins 11  Babaçulândia* 12  Bom Jesus do TO 13  Campos Lindos 14  Caseara 15  Couto de Magalhães 16  Darcinópolis 17  Dianópolis 18  Divinópolis do TO 19  Dois Irmãos do TO 20  Dueré 21  Filadélfia 22  Goiatins 23  Guaraí* 24  Gurupi* 25  Ilha do Bananal* 26  Ipueiras 27  Itaguatins* 28  Itapiratins 29  Lagoa da Confusão 30  Lajeado 31  Lizarda 32  Marianópolis do TO 33  Mateiros* 34  Miracema do TO 35  Muricilândia 36  Natividade* 37  Novo Jardim 

38 Palmas* 39 Palmeirante do TO 40 Paranã* 41 Pedro Afonso 42 Peixe* 43 Pium* 44 Porto Nacional* 45 Recursolândia 46 Rio da Conceição 47 Rio Novo 48 Sampaio 49 Santa Fe do Araguaia* 50 Santa Maria do TO 51 São Salvador* 52 São Félix do Tocantins 53 Santa Rita do TO 54 Taipas do TO 55 Tocantínia* 56 Tocantinópolis 57 Tupirama 58 Tupiratins 59 Wanderlândia* 60 Xambioá 

Anexo 5. Municípios minimamente amostrados no Estado do Tocantins. * Municípios com documentação mínima de espécies de aves. (Limites políticos ver SEPLAN 2008).

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218 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De um modo geral, a compilação dos registros de quelônios, crocodilianos e aves do

Estado do Tocantins evidenciou duas situações distintas: a presença de uma significativa

biodiversidade para os três grupos no Estado com um elevado potencial de acréscimo de

espécies, e a constatação de que o Tocantins ainda é uma grande lacuna de conhecimento no

Brasil para os três grupos estudados, sendo a situação um pouco menos crítica para aves.

Diante destas circunstâncias a indicação de estudos de inventariamento para estes três

grupos no Estado é extremamente pertinente e emergencial, pois o nível de antropização no

Tocantins vem aumentando de forma acelerada desde a sua formação, resultando na

modificação de seus ambientes naturais.

As várias hidrelétricas instaladas e mais algumas dezenas que são previstas para os

próximos anos colocam em perigo principalmente populações de quelônios e crocodilianos.

As ocorrências de Paleosuchus trigonatus e Caiman latirostris no Tocantins correm sérios

riscos de não serem confirmados, pois as hidrelétricas previstas para as regiões sudeste e norte

do Estado podem suprimir com os habitats dessas espécies. O mesmo é verificado para

quelônios; Podocnemis sexturbeculata, espécie amazônica cuja ocorrência no Tocantins é

suspeitada para a região norte do Estado, pode ter suas populações extintas na região com os

alagamentos conseqüentes dos barramentos previstos nos rios Tocantins e Araguaia.

Além disso, o leste do Tocantins, visado para práticas de silvicultura e plantio de soja,

pode ter sua fauna de quelônios ameaçada, cujo conhecimento é pífio (dois espécimes de

Phrynops geoffroyi documentados) e probabilidade de novas espécies, ou seja, sem descrição

taxonomica é grande.

Deste modo, embora quase a totalidade da área do Estado seja uma lacuna de

conhecimento para ambos os grupos, a porção norte do Tocantins, principalmente no que diz

respeito à confluência dos rios Araguaia e Tocantins e toda a extensão sul do Estado (entre a

Ilha do Bananal a região de Arraias) tornam essenciais para inventários de crocodilianos. Não

diferentemente a mesma porção norte é essencial para inventários de quelônios, mas para este,

tambem é de altíssima importância a realização de inventários em toda parte leste do

Tocantins.

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Já para as aves do Estado, a supressão da cobertura vegetal, seja pelo alagamento

proporcionado pelas barragens das hidrelétricas, seja pelo desmatamento devido à pecuária,

agricultura ou crescimento urbano, pode ser encarado como fator mais preocupante contra o

incremento da biodiversidade deste grupo. Existem extensas áreas de Cerrado em condições

naturais como no extremo sudoeste do Estado, incluindo a porção sul da Ilha do Bananal, e

um grande bloco de regiões na porção leste do Tocantins, incluindos partes da região do

Jalapão, toda a Serra do Carmo e baixo rio Balsas, que nunca foram exploradas

ornitologicamente e, caso não sejam inventariadas, correm o risco de não terem suas

avifaunas reconhecidas, pois são postulantes a diversos empreendimentos, principalmente

agrícolas.

Mais alarmantes são aquelas regiões nunca inventariadas da Amazônia tocantinense,

cuja cobertura vegetal foi fortemente suprimida, restando apenas fragmentos testemunhos da

cobertura vegetal original. Este cenário pode refletir lamentavelmente, em extinções de aves

no Tocantins. Cephalopterus ornatus, por exemplo, é uma espécie de ave conhecida para o

Tocantins de um único registro da década de 60, sendo que nos últimos 50 anos nenhum outro

registro da espécie foi efetuado. Essa possibilidade de extinção de espécies de aves demonstra

o quão importante é a realização de inventários na região norte do Estado.

Contudo, para que se possa realizar esta série de inventários faunísticos

indispensáveis no Estado do Tocantins, conforme indicado pelos resultados obtidos nos

capítulos anteriores, é necessária que se tenha maiores investimentos por parte do poderes

públicos e privados no conhecimento da biodiversidade tocantinense. Esses investimentos

compreendem desde o fomento de inventários sistematizados às equipes de pesquisadores

dedicadas a esses três grupos de animais (as quais inclusive existem e atuam dentro dos

limites estaduais), como também na construção de um centro de referência da biodiversidade

tocantinense, onde os materiais testemunhos provenientes das coletas realizadas em campo

pudessem ser depositados em coleções específicas.

Uma vez atingida essas especificações, não só a biodiversidade de quelônios,

crocodilianos e aves seriam beneficiadas, por serem melhores reconhecidas, mas o Estado

teria a oportunidade de formar pesquisadores atuantes no estudo da biodiversidade local.

Além disso, um espaço físico dedicado a biodiversidade do Tocantins abriria novas portas

para que o estudo de reconhecimento dos demais grupos de organismos tambem seja

executado.

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Como resultado final, as lacunas de conhecimento identificadas para quelônios,

crocodilianos e aves existentes em território tocantinense, condição que devem refletir a

realidade dos demais grupos de organismos no Estado, poderão ser preenchidas, trazendo a

tona informações outrora obscurecidas, o que certamente contribuirá para a adoção de

estratégias eficientes de conservação da biodiversidade abrigada no Estado do Tocantins. 

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