Fundado em 24 de fevereiro de 2007 - Re vista Arte Real · 2016. 4. 30. · João Ferreira Durão...

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EditorialEditorial____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“É dever do discípulo, por amor e respeito ao próprio Mestre, possuir a maior “vigilância dos sentidos” para não

fazer sofrer Aquele que lhe serve de Guia na espinhosa vereda da Iniciação!”

Professor Henrique José de Souza

Iniciamos mais um ano e mantivemos acesa a chama da esperança de dias melhores.O ano de 2007 passou como uma avalancha de infortúnios e de absurdos, diante de nossa omissão. Assistindo ao espetáculo da queima de fogos, aproveitamos para, em pedidos, transferir a responsabilidade de dias melhores para nosso Pai Celestial, como se fosse Ele o culpado de tudo isso; de todo o karma que acumulamos de gerações em gerações.A maioria de nós, descomprometida com o futuro, falaria: bem, pensaremos melhor em tudo isso após o Carnaval, afinal, as crianças estão em férias, nossa Loja em recesso. Para que nos preocuparmos com tudo isso agora?

E, assim, ano após ano, estamos construindo um mundo, cada vez, pior!Este ano de 2008 traz, com ele, as eleições e, com isso, a oportunidade de mudanças. Quem vive insatisfeito com nossos

políticos (tal insatisfação é unânime) terá a chance de exercer sua cidadania e melhor escolher seu candidato.A Democracia, em sua essência, é quase uma utopia. Um Sistema Político falido, que teve seu tempo e, com a entrada

da chamada Era de Aquarius, tende a dar lugar a um novo movimento, onde exista a participação direta de todos, para haver uma Sinergia. Por isso, estamos publicando duas matérias sobre a SINARQUIA: uma, com esse mesmo nome, de autoria do Irmão Leo Cinezzi; outra chamada “A Era de Aquarius e o Sistema Sinárquico”, a qual eu a assino, sendo um trabalho de pesquisa sobre textos de vários autores.

Corroborando com as transformações provenientes da transição de Eras astrológicas, destaco a matéria de Roberto Lucíola com o título “Sinais dos Tempos”, elucidando nossos leitores do momento atual.

De olho no presente, mas sem esquecer o passado, apresentamos um belo trabalho de nosso Irmão e escritor maçônico João Ferreira Durão sobre o movimento maçônico, que resultou no “Dia do Fico”, matéria com esse mesmo nome.

Uma outra preciosidade é a transcrição do texto extraído do livro Os Arcanos Maiores do Tarô de G.O. Mebes, com o título “Interpretação cabalística do Padre Nosso”. Já, na coluna Rito Maçônico, destacamos a matéria do Irmão e Acadêmico Ubyrajara de Souza Filho sobre o Rito Schröder, enquanto brindamos nossos leitores com uma belíssima matéria sobre a Vida e Obra de Yesus Krishna, na coluna os Grandes Iniciados.

Por fim, para coluna Reflexões, a matéria “Trabalhar com Alegria” nos levará a uma profunda reflexão sobre nossa postura diante das dificuldades da vida.

A todos, uma boa leitura e um 2008 profícuo, repleto de Paz e Harmonia. Que tal leitura nos induza a uma reforma interior, tirando-nos dessa inércia de atitudes e nos posicionando, de fato, como partícipes das modificações que o mundo tanto clama.

Até a próxima edição!

Arte RealArte Real________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Arte Real é um informativo maçônico virtual de publicação mensal que se apresenta como o mais novo canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica em todo o Brasil, especialmente às Lojas do Sul de Minas de

Gerais. O

Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca.Diagramação e Editoração Gráfica e de Imagens: Francisco Feitosa da Fonseca.Revisão: João Geraldo de Freitas CamanhoColaboradores nesta edição: G. O. Mebes – João Ferreira Durão -Leo Cinezi – Roberto Lucíola – Ubyrajara de Souza Fº.Frases de Rodapé: Pensamentos do Professor Henrique José de Souza – fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose.Contatos: [email protected] ou [email protected] Empresas Patrocinadoras: Aquecedores Solar Argus e Belosol – Arte Real Software – Condomínio Recanto dos Carvalhos - CH Dedetizadora – CONCIV Construções Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Churrasqueiras ARKE – Escritor Flávio Vasques - Lider Rio - Maqtem - Santana Pneus – SBS Mármores e Granitos - Sul Minas Laboratório Fotográfico – Walmir Battu.

Distribuição gratuita via Internet.

Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários.

Titular da Cadeira nº 11 da

Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio

de Janeiro.

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Nesta EdiçãoNesta Edição________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Capa – Movimento Sinárquico e a Era de Aquarius..........CapaEditorial...................................................................................2Destaques - Sinarquia............................................................3Destaques – A Era de Aquarius e o Sistema Sinárquico........5Destaques – Sinais dos Tempos.............................................6Destaques – Interpretação Cabalística do Pai Nosso.............8

Os Grandes Iniciados – Yesus Krishna................................9Ritos Maçônicos – Apresentação do Rito Schröder...........10Trabalhos - O Fico................................................................12Reflexões – Trabalhar com Alegria......................................14Boas Dicas – Site / Livro/ Edições Anteriores...........14

DestaquesDestaques______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SinarquiaSinarquiaLeo Cinezi

isposto e com atenção aos infinitos comentários que os IIr∴ tecem em favor de nossa Subl∴ Inst∴,

deparei-me com um mar turbulento e com ondas que chegam a encobrir nossas cabeças. Este mar em fúria, que tentamos, incomensuráveis vezes, atravessar com nossas pequenas braçadas, não está assim por acaso. Ele reflete o que está ocorrendo nesta nova Era de Aquário, onde nos encontramos hoje, e faz referência direta a turbulência em que todos os corpos, astrais ou não, estão.

D

A Era de Aquário é caracterizada, também, por uma época de transição. Transformações fantásticas que são, antes de mais nada, necessárias em dado momento.

O céu azulado, refletido diretamente na água salgada do mar, remete-nos, mais uma vez, a compreender melhor o que, há anos, é ensinado pela Tábua das Esmeraldas de Thoth: “O que está em cima é como o que está embaixo e o que está em baixo é como o que está em cima”.

Visto desta forma, ouso afirmar que, assim como o mar, o céu também se encontra em fúria. Está desordenado, quase em um caos, mas crescendo exponencialmente a cada segundo, sem sequer se preocupar com o tempo.

A relação de Cronos (o Tempo) não é a mesma que a nossa e, portanto, fica inviável tentarmos acompanhar o crescimento e a transformação nessa relação Macrocosmo e Microcosmo. Basta-nos que atinemos para uma preocupação específica: re-ordenação, re-organização, que podemos traduzir como sendo ORIENTAÇÃO.

Orientar = Levar ao oriente (sempre lembrando onde fica o V∴M∴), dirigir, corrigir, auxiliar em benefício. É, em suma, uma privilegiada missão que, aliada a tantas outras, completa o círculo de obrigações do ser e do M∴.

Justamente, acerca desse tema, é que tal Trabalho transcorre. A forma pela qual podemos optar e opinar nessa Orientação e qual poder temos para tal.

Primeiramente, é necessário trazer à tona um discernimento que, muitas vezes, é dúbio: PODER.

Para muitos, cegamente equivocados e imersos no lamaçal dos costumes mundanos e heranças profanas, que ainda existem em demasia, o PODER fica facilmente camuflado no conceito que dão à AUTORIDADE.

PODER, em nada se iguala à AUTORIDADE.

“Poder (do latim potere) é o direito de deliberar e agir. Ter a faculdade ou a possibilidade de algo ou o império de dada circunstância. Ter o domínio, a influência ou a força. Deter o direito de posse ou de jurisdição. Possuir os recursos e

os meios. É ter a capacidade ou a aptidão para algo.”

Já a Autoridade transmite a mensagem de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação, e os indivíduos, subordinados a essa autoridade, aceitam e obedecem sem questionar.

Temos o PODER de auxiliar, de Orientar, oposto à AUTORIDADE, que INTERFERE outrem, filosófica ou praticamente.

Falando em INTERFERIR, um adendo: Inter+ferir, ou Ferir internamente. Definitivamente, não tem a mesma conotação que poder. Quem pratica a AUTORIDADE nesses casos subjetivos, em questões

de pensamentos e filosofia, de práticas e costumes, não somente interfere no inter-relacionado, mas fere a si próprio.

Já, nosso poder não pode ser dispersivo, tampouco disseminado ao léu. Tem que haver uma centralização desse poder. Canalizá-lo em uma só senda, como bem fazemos na Cad∴ de Un∴.

Existem muitas maneiras de coordenar essa ação conjunta orientadora. Duas delas, opostas, devem ser ressaltadas: Anarquia e Sinarquia.

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“Anarquismo é uma palavra derivada da raiz grega αναρχία — an (não, sem) e archê (governo) — e designa um termo amplo, abrangendo desde teorias políticas a movimentos sociais, que advogam a abolição do Estado enquanto autoridade imposta e detentora do monopólio do uso da força. Exemplificando, Anarquismo é a teoria libertária baseada na ausência do Estado. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita, defendendo tipos de organizações horizontais e libertárias. Para os anarquistas Anarquia significa ausência de coerção, e não ausência de ordem. Uma das visões do senso comum sobre o tema é, na verdade, o que se considera "anomia", ou seja, ausência de leis. O anarquismo não se relaciona com a prática da anomia. Os anarquistas rejeitam essa denominação e o anarquismo, enquanto teoria política, nada tem a ver com o caos ou a bagunça. As diferentes vertentes do anarquismo têm compreensões diferentes quanto aos meios para a abolição dos governos e quanto à forma de organização social, que disso resultaria.” Por isso é tão confuso falar de um sem descrever o outro. A Anarquia, muitas vezes, é acoplada a Maç∴ no conceito de liberdade. Mas só!

Sinarquia é o Governo simultâneo de um Estado. É o Poder coletivo. Convém falar acerca de Sinergia, que é a simultaneidade de forças concorrentes; na Fisiologia, a sinergia é a ação simultânea de diversos órgãos ou músculos, na realização de uma função. Em Sociologia, cabe dizer que é a cooperação entre grupos ou pessoas que contribuem para constituição ou manutenção de determinada ordem. Existe, também, uma Teoria de Sistemas que diz ser a capacidade de realizar trabalho cooperativo.

A palavra “sinarquia” surgiu em 1882, quando Joseph Alexandre Saint Yves D'alveidre (Marquês de Alveydre) escreveu "Missão dos Soberanos" e "Missão dos Operários". Com uma forma inédita e conceitual, sua idéia de Sinarquismo era dedicada à história da era cristã. Pretendia mostrar os defeitos da usurpação do temporal pelo espiritual. Aos olhos de Saint Yves, a vontade popular traduz apenas os sentimentos, as reações instintivas da massa social. Em oposição a isso, a Autoridade, semelhante à consciência humana, faz eco dos princípios eternos da razão.

Finalmente, o poder é aquilo que os romanos chamavam de “o Imperium”, isto é, a balança da justiça e o gládio que fere.

O poder não deve ser confundido com Autoridade. Saint Yves propõe a forma ideal de governo a que ele chama sinárquico, de harmonia com os princípios eternos, pretende substituir a oposição do Poder e da Autoridade, pela síntese dos dois.

A proposta é conhecida e compõe a teoria da Maçonaria desde sua fundação. Mas sempre, na teoria é muito mais simples. Já na prática, muitas vezes esquecemo-nos deste rudimentar ensinamento de amalgamar o espiritual com o material, governando orientadamente nosso universo particular, com resultantes universais e, portanto macro cósmicas.

Resumindo, o que quero dizer é que a Maçonaria tem o PODER de ORIENTAR não só os que hoje se encontram

Iniciados, mas todos os que habitam nosso sistema e estão em nosso meio, diariamente. Basta que, para isso, cada um eleve seu grau de consciência e atinja esse prismático sentimento, que por nós é conhecido como fraternidade.

Não uma fraternidade intelectual ou social, imposta pelo capitalismo fervoroso, que assola a humanidade, mas uma fraternidade branca, que religa nossos corpos etéreos, amalgamando-nos em um só corpo e encaminhando-nos para uma senda ímpar e transparente, porém com conteúdo valiosíssimo: nossa essência.

O pensamento individualizado é a maior erva daninha dessa nossa lavoura do MACROCOSMO. Enquanto, ainda, existirem pensamentos em nós, que nos individualizem, seremos os perenes, que sofrerão e arcarão com essa involutiva e cabal síntese do que chamamos de VIDA. É

muito melhor VIVER do que SOBREVIVER.Para que essa idéia nunca decline, necessário é que

nós, Homens Livres e de Bons Costumes, devemos trabalhar com afinidade, comprometimento e regularidade. Em Loj∴, criamos uma egrégora singular e cintilante, que tem o poder de se elevar no mais alto do imaginável e, assim, encontrar-se com outras formadas, amalgamando-se. Por esse fato, em todas as Lojas, há o costume de se reunir no mesmo horário, às 20h, para que, nesse momento, todos os que estiverem com seus Trabalhos Abertos e promulgando a mais pura energia dessa egrégora universal, possam contagiar-se pelos seus místicos e benéficos poderes.

Somos dínamos (vê-se pelo giro em Loj∴), produzindo ENERGIA PURA para fortalecer o universo todo. Somos, também, as baterias recarregadas por esse próprio dínamo, e, por isso, sentimo-nos melhor após a Sessão. Às vezes, em que o oposto ocorre, quando saímos mais cansados (ou, ainda, piores) de uma Sess∴, podemos ter a certeza de que um elo está faltando, ou ainda, uma das sementes da romã não está tão saudável assim, podendo, com isso, contaminar as demais e apodrecer o fruto como um todo.

Pensemos coletivo, pensemos grande e sejamos um só. Eu sou você e você sou eu. Somos todos partículas de um mesmo corpo. Cabe a nós não deixarmos nunca essa idéia se esvair. E, nunca nos esqueçamos de que o que procura, meu Ir∴, nunca esteve mais distante que um palmo de você. VITRIOL.

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DestaquesDestaques______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Era de Aquarius e o Sistema Sinárquico* A Era de Aquarius e o Sistema Sinárquico*"Reconstruir é o brado que nos compete: sim reconstruir o homem, o

pensamento, a moral, os costumes, reconstruir o lar, a escola,o caráter, para que o cérebro se transmude ao lado do

coração. Só assim a humanidade se tornará dignado estado de consciência que é exigido

pelo nova civilização." Professor Henrique José de Souza

Francisco Feitosarediz-se que a Era Aquariana será de fraternidade universal, baseada na razão, onde será possível solucionar

os problemas sociais de maneira equitativa para todos e com grandiosas oportunidades para o desenvolvimento intelectual e espiritual, dado que Aquarius é um signo aéreo, científico, intelectual, e o seu planeta regente, Uranus, é associado com a intuição (conhecimento acima da razão) e percepções diretas do coração. Em nível mundano, tal planeta rege a eletricidade e tecnologia.

P

Por trás da história, existe a História, que jamais foi contada ao mundo profano. É aquela que se desenvolve nos bastidores ocultos, onde os deuses, em forma humana, através de Ordens Secretas, Colégios Iniciáticos e outros Movimentos, lutam para libertar o homem dos laços de avidya (ignorância das coisas sagradas).

Grandes eventos político-iniciáticos, nascidos das Cruzadas, por exemplo, procuraram desbravar caminhos com o intuito de indicar à humanidade, o rumo para a felicidade ou a Sinarquia.

Ao longo das civilizações, a luta de classes entre oprimidos e opressores esteve presente nas transformações políticas, o que acabou gerando mudanças e até revoluções, que modificaram a sociedade e a própria política. Essas transformações são condições essenciais para se chegar à SINARQUIA, que deve ser um produto do Estado de Consciência do Indivíduo.

O homem, tal como Prometeu Acorrentado, por estar ligado a um rochedo e permitir que o abutre da ignorância roa suas entranhas, perde de vista a luz ou o fogo do céu e acaba tendo que encenar uma nova peça teatral, no palco da vida.

A “Vigilância dos Sentidos” é necessária para não participarmos, apenas, como espectadores, da Grande Peça Teatral, Aquela bafejada pelo Avatara, embora Este já a esteja dirigindo há muito tempo.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda, em seu dicionário, Sinarquia é: 1. O Poder comum ou compartilhado, especificamente com referência ao triunvirato em Roma; 2. Governo exercido simultaneamente por vários chefes de um Estado; administração coletiva.

Eduardo Visconti, assim, define a palavra Sinarquia: “Governo de Conjunto”, de síntese. Como tal, existiu na China e na Pérsia. Na China, a Sinarquia, de forma teocrática, deu séculos de paz e prosperidade ao povo, até que foi destruída pelos tártaros.

Na Índia, falavam de um ser lendário – “RAMA” – o Rei Divino, vindo da Terra sagrada de Agartha, que fez florescer o regime com base na dialética divina da Trimurti: Brahma-Shiva-Vishnu; Vontade-Realização-Amor; Tese-

Antítese-Síntese. A Vontade provinha dos nobres e guerreiros; a Realização, dos trabalhadores, servos, no caso; o Amor, classe sacerdotal.

O espírito da Sinarquia era harmonizar o indivíduo com a sociedade, (dentro de camadas sociais não-estanques), onde o mais humilde servo poderia, um dia, ser guerreiro ou sacerdote.

Na Alemanha, o movimento antroposofista, com Rudolf Steiner, propagou um tríplice sistema de governo com o nome de “Sinarquia”.

No Brasil, em 1924, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento tentou difundir a idéia. Em 1936, Sócrates Diniz e o General Pelio Ramalho tentaram lançar um movimento sinarquista, sem linhas definidas, porém enveredaram pelo socialismo utópico e pela orientação marxista.

Ainda, em 1936, na Faculdade Fluminense de Direito, é apresentada nova tese. Pensou-se, então, num sistema de equilíbrio de forças, em que a luta de classe teria um sentido construtivo, e, não, perturbador da ordem social. No entanto, o movimento se debilitou, e o Estado Novo dispersou o grupo.

A Democracia teve origem na Grécia clássica. Atenas e outras cidades-estados implantaram um sistema de governo por meio do qual todos os cidadãos livres podiam eleger seus governantes e serem eleitos para tal função.

Embora estejam notavelmente disseminadas no mundo de hoje e seja difícil encontrar argumentos doutrinários contrários a elas que mereçam consenso, em muitas áreas do mundo, as idéias democráticas não são postas em prática pelos sistemas políticos.

Se o Sistema Democrático se caracteriza pela liberdade de pensamento, que resulta na liberdade de expressão, na igualdade de direitos, e, conseqüentemente, que veio a resultar num Governo do povo, para o povo e pelo povo, a Sinarquia, além disso, caracteriza-se pelo Elevado Conceito Hierárquico, pelo Alto Conceito de Igualdade, pelo Perfeito Equilíbrio ou Entrosamento entre o Poder Temporal Político-Social e o Poder Espiritual.

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No Regime Sinárquico o conceito hierárquico será bastante valorizado. A Ciência Esotérica ensina e a experiência humana confirma que a Hierarquia é universal. Existe um grão de areia e a maior de todas as estrelas. Essa compreensão levará o ser humano a um novo comportamento, que será o seu posicionamento dentro do que poderemos chamar de Ética Sinárquica ou Ética do 3º Milênio.

O Regime Sinárquico, motivará o médico, o advogado, o engenheiro, o pregador, o professor a unirem e empregarem seus conhecimentos e suas forças para educar ao longo das linhas de menor resistência, que é o método da natureza, para expressão plena da consciência superior do ser humano.

Sinarquia é uma clareira luminosa, combatendo as teorias de Estado forte, totalitarismo e submissão aos potentados imperialistas. Ela mobiliza as forças vivas da Nação na luta da emancipação econômica, cultural e política. São cooperativas de crédito, produção, consumo e cultura.

Desse modo, a Sinarquia realizaria o equilíbrio entre o individualismo e coletivismo, afastando os três erros: o Capitalismo, o Fascismo e o Comunismo.

A Sinarquia vê, na individualidade, a vontade humana influenciando os acontecimentos. Característica esta que distingue o homem evoluído de nossos dias, do ser animalizado dos tempos primitivos. A Sinarquia toma o indivíduo como tese, por sua faculdade espontânea de agir e pensar.

Dentro do mais rigoroso agnosticismo, isto é, sem dogmatismo, a filosofia da Sinarquia é uma verdadeira crítica do conhecimento que progride com as descobertas da ciência, gerando um constante adaptar-se da consciência à realidade objetiva, numa dialética cético-relativista. Toda realidade social equivale a uma atitude moral, a um feixe de princípios filosóficos, uma arte etc. A Sinarquia, regime de síntese,

encerra todas as concepções humanas.A forma de governo ou sistema político-social mais

perfeito, conquistado pela humanidade até o presente momento, foi o Sistema Democrático. Entretanto, diante do término do Ciclo de Piscis e o início do Ciclo de Aquarius, diante da entrada do 3º Milênio, quando novas perspectivas evolucionais se apresentarão para a humanidade, quando faculdades superiores (mental abstrato, intuitivo e crístico) começarem a se desenvolver no ser humano, o sistema Democrático, que tanto serviu à humanidade, já terá cedido

seu lugar, por necessidade do progresso e da evolução, ao Sistema Sinárquico Universal.

Convido nossos leitores a pesquisarem esse tema – Sinarquia – e refletirem sobre o momento caótico e transitório que a humanidade está atravessando!

*Compilações de vários estudos sobre o tema

DestaquesDestaques______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Sinais dos TemposSinais dos TemposRoberto Luciola*

tualmente, a civilização está enfrentando um sério paradoxo,

pois a ciência sem consciência, escudada apenas no mental analítico, desenvolveu apenas a tecnologia que aliviou e facilitou o trabalho mais penoso, mas, por outra parte, substituiu o ser humano por máquinas gerando um grave problema social, que é o desemprego, a miséria e o crime, principalmente entre os jovens. A humanidade está sofrendo as conseqüências de seus atos em desarmonia com as Leis Cósmicas. Contudo, tudo indica o final de um ciclo que já cumpriu o seu trabalho e tem que ceder lugar a uma mudança radical, já em curso, que

A ninguém é capaz de modificar. Esse será o grande desafio a ser vencido pela nova Civilização patrocinada pelo Avatara do 3º Milênio – o Excelso Maitréia.

Segundo ensina a Sabedoria Iniciática das Idades, a essência Espiritual dos Avataras é sempre a mesma, embora se apresente com formas materiais diferentes: na Era de Peixes, apresentou-se na figura de Jesus – o Cristo; na de Aquário, apresentar-se-á na figura de Maitréia Budha. A essência Espiritual do Avatara assemelha-se ao que acontece com a cigarra, mudando de casca em

casca, embora seja sempre a mesma com novas roupagens.

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Por isso, devemos, desde já, cultivar, em nossos corações, o Amor Universal para nos sintonizar com o futuro imediato. Ao longo dos anos, está-se processando uma profunda transformação silenciosa da sociedade; conquistas tecnológicas e científicas estão, cada vez mais, facilitando a vida e a saúde; movimentos em defesa do meio ambiente, combate à fome e à miséria, hoje, têm um caráter universal e ocupam um lugar de destaque nos movimentos sociais. Tudo sinaliza para a grande transformação da Era de Maitréia. São fatos novos, que irão modificar os padrões da sociedade, e aqueles egoístas empedernidos, que não se adaptarem à Nova Ordem, serão eliminados. Assim, determina a Grande LEI.

Como já vimos anteriormente, os mais poderosos dirigentes do Poder Material do Mundo já delinearam as normas do futuro. Em relação ao mundo místico, observamos que deverá haver uma elevação acentuada do estado de consciência dos que vão implantar a instalação da Sinarquia Agarthina no Novo Mundo de paz e amor, representado por Maitréia. Todos estarão trabalhando irmanados para o equilíbrio do planeta, conforme preconizam os Iluminados de todos os tempos. Entretanto, existem os pessimistas, mercadores de catástrofes, que divulgam o fim do mundo. Na realidade, o que se opera não é o fim do mundo, mas a sua transformação para algo melhor, o fim da Era Negra, e não do mundo. Kaly-Yuga que chegou ao fim, conforme determinações das Leis Cósmicas.

As criaturas, que preconizam o fim absoluto de tudo, são vítimas da sua própria ignorância, estão em desacordo com o trabalho espiritual, realizado pelos Mestres da Sabedoria e pela Grande Fraternidade Branca sob a égide de Maitréia, símbolo da Paz, do Amor e da Justiça. O fim será daqueles violadores das Leis Divinas, que estão sob as vistas dos Senhores do Carma, por violarem as Leis do Amor Universal.

Devemos interpretar o simbolismo de Maitréia Budha com responsabilidade, sem interferência da maia religiosa. Assim, como manifestação de sua doutrina, profundas mudanças sócioeconômicas já se estão operando no mundo, principalmente no que diz respeito ao Brasil, onde os corruptos e os inimigos do povo estão sendo processados como criminosos comuns.

As transformações sociais e o avanço tecnológico já sinalizam, em escala mundial, o fim do sentimento egoísta das nações e do imperialismo. O mundo deverá marchar para uma verdadeira globalização fraterna entre todos povos, raças e religiões. Nesse sentido, o governo do Brasil preconiza, para

já, o fim da fome no mundo. Tal movimento somente poderia ter origem no Brasil, por ser a Nação que vai liderar a evolução no Novo Ciclo, iniciando-se como Lei bem certa.

Individualmente, todas as criaturas, que lograrem fazer desabrochar, em seu Chacra Cardíaco, a Consciência

Búdhica e o conseqüente Amor Universal, serão a expressão de Maitréia manifestado antropogenicamente. Para atingirmos esse estágio, é necessário que vençamos a inércia e a indiferença e marchemos, resolutamente, pelo caminho da Verdadeira Iniciação, através do estudo, da meditação e da prática constante das virtudes. Somente, assim, entraremos em sintonia com a Era de Aquário.

Não devemos esquecer-nos de que, ao longo de muitos milhares de anos, a humanidade nunca foi abandonada pelos Grandes Amorosos, Profetas,

Yokanans, Avataras e Manus de todas as categorias. Esse trabalho secreto e silencioso gerou muitos frutos benditos, milhares de Seres se iluminaram, tornando-se Homens Perfeitos, Adeptos, Araths, Yocanans, Dhyanis, etc. Essa plêiade de Seres forma a estrutura básica da nova Civilização, presidida pelo Excelso Planetário da Ronda, já presente entre nós. Portanto, devemos estar sempre alerta para glorificar o fruto de tão sublime Obra.

*O autor dessa matéria, o sr. Roberto Luciola, foi membro da Sociedade Brasileira de Eubiose há mais de meio século, desenvolvendo, com excelência, as funções de Instrutor e palestrante, deixando a face da Terra nos últimos dias do ano de 2004, ao qual prestamos uma justa homenagem.

“A melhor maneira de se comportar na vida é não se preocupar nem com o bem nem com o mal, mas com o Dever, pois aquele que

neste permanece, não tem tempo para ambas as coisas!”Professor Henrique José de Souza

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DestaquesDestaques______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Interpretação Cabalística do Pai Nosso*Interpretação Cabalística do Pai Nosso*ATER NOSTER QUI ES IN COELIS – (Pai Nosso que estás no Céu), a invocação

corresponderá, por analogia, ao mais alto, ao que está além de todas as Sephiroth da Segunda Família. O próprio termo “in coelis” (no céu) aponta “o lugar” Daquele a Quem é dirigida a prece, lugar mais elevado do que o chamado "Horizon Aeternitatis" (Horizonte da Eternidade). Esta invocação está conforme a tese básica da teurgia, ao afirmar que cada oração se dirige ao Ain-Soph, e, não, a uma das Sephiroth ou algum órgão de uma Sephira. A oração ascende através de todas as Sephiroth do Universo. Às vezes, ela pode ser reforçada por um apelo a um intercessor, mas essa intercessão desempenha o papel de um pequeno riacho, juntando-se ao rio e fluindo, também, na direção do incomensurável oceano de Ain-Soph.

P

SANCTIFICETUR NOMEM TUUM – (santificado seja Teu Nome), o primeiro pedido, que significa: santificada seja a tua Coroa (Keter), isto é, o Grande Arcano de Tua Manifestação Emanacional no plano metafísico. "Santificado seja" quer dizer que os místicos, na sua busca, não perdem de vista o ápice do Triângulo Evolutivo.

ADVENIAT REGNUM TUUM – (venha a nós o Teu Reino), o segundo pedido, isto é, o reino da Harmonia das Formas (Sephira Tiferet), tanto no coração de quem ora, como no Astrossoma do Universo.

FIAT VOLUNTAS TUA SICUT IN COELO – (que Tua vontade seja feita no Céu), terceiro pedido, que significa: inclino-me diante da Grande Lei, Iod-He-Vau-He, do mundo metafísico, o meu mental aspirando participar na aplicação dessa Lei (esfera da Sephira Binah, que contém em si a Razão das coisas, regida pela Lei mencionada).

... ET IN TERRA – (como na Terra), quarto pedido, que quer dizer ... e na criação astral de manifestações éticas, conforme a Lei, da Sephira da Justiça (Geburah).

PANUM NOSTRUM QUOTIDIANUM DA NOBIS HODIE – (o pão nosso de cada dia dai-nos hoje), quinto pedido. O que é o "pão de cada dia"? O "pão" é a possibilidade de conhecer a vida através da forma, das experiências "de cada dia". "Hoje", quer dizer, desde a última escolha do caminho (do Arcano VI) e até a escolha seguinte. O pedido, como podemos ver, refere-se à vida na Sephira Hod, o período de repouso que se segue às tentações e à Vitória.

ET DIMITTE NOBIS DEBITA NOSTRA – (e perdoa as nossas faltas), o sexto pedido significa: aplique a nós o Princípio da Sabedoria expansiva (Sephira Chocmah) ...

... SICUT ET NOS DIMITTIMUS DEBITORIBUS NOSTRIS – (assim como nós perdoamos aos nossos devedores), o sétimo pedido cuja significação é: ... que esta possa se refletir em nossos astrossomas, como Misericórdia para com nosso semelhante (Sephira Chesed).

ET NE NOS INDUCAS IN TENTATIONEM – (e não nos deixeis cair em tentação), oitavo pedido, ou: livrai-nos dos encontros demasiadamente freqüentes com o Arcano VI, tão perigosos para o resultado da nossa encarnação (Sephira Netzah).

... SED LIBERA NOS A MALO – (mas livrai-nos do mal), o nono pedido, dizendo: e mesmo livrai-nos, se possível, do contato freqüente com clichês que poderiam atrair-nos à senda negativa (o mal), no campo do mencionado Arcano VI (Sephira das Formas e clichês: Yesod). O "mal", nesse pedido, é simplesmente uma personificação da tendência de deturpar, ao infinito, os reflexos do Absoluto. O "diabo" esotérico, o "pai da mentira", é o pretexto que permite criar, complicar e "aperfeiçoar" sempre a mentira.

Nesta análise, vemos que a Oração do Senhor é uma passagem através das nove Sephiroth

"Pai Nosso ao contrário" (que aparece no livro "O Quinto Evangelho", de Rudolph Steiner).

AUM, Amém!Reinam os males, Testemunham o eu que se desprende, A culpa pessoal, por outros provocada,Vivenciada no pão de cada dia, Em que nao atua a vontade dos céus, Pois o homem se apartou do vosso reino,E esqueceu os vossos nomes,Ó Pai, que estais nos céusSegundo Steiner, Jesus inverteu-a (dando origem ao

Pai Nosso convencional) porque o homem da Nova Era não deveria mais referir-se às muitas entidades espirituais das hierarquias, e sim ao ser espiritual Uno. E, também, porque agora deveria procurar, de baixo para cima, o caminho para os mundos espirituais.

*Publicado no livro "Arcanos Maiores do Tarô", de G.O. Mebes, Editora Pensamento, págs 169 e 170.

“O processo de evolução é longo. O estudante de ocultismo não deve sentir urgênciaem sua própria salvação. Pense ele no dever que assumiu perante a LEI,

em ser digno dela. O resto virá com ou sem urgência, mas virá”Professor Henrique José de Souza

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Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados__________________________________________________________________________________________________________

Yesus KrishnaYesus KrishnaFrancisco Feitosa

ssa coluna visa trazer à luz o grandioso trabalho dos excelsos Seres da Grande Fraternidade Branca,

responsáveis pelas diretrizes da evolução da humanidade.

EOs Avataras ou Avatares, como queiram, aparecem de

tempos em tempos por razões e em circunstâncias especiais. Toda vez que o materialismo exacerbado leva a humanidade à confusão e à desordem, estabelecidas por falta de justiça social, e a ordem e a evolução espiritual ficam comprometidas; sempre que a sociedade humana mergulha no egoísmo, sendo cruel e brutal com os seres vivos, e a irreligião ou Adharma é prevalecente; quando os fundamentos sociais e as organizações se indeterminam, então, os Avataras aparecem para estabelecer o Dharma e restaurar a paz.

Todos os povos antigos receberam a graça da presença de Instrutores Celestes – os Avataras. Assim, os babilônios tiveram a orientá-los Hamurabi; os assírios, Sargão II; os persas, Zoroastro; os semitas, Abraão, Davi, Moisés e Salomão; os fenícios, o Rei Badezir e seus filhos; os egípcios, Hermés, o Manu, que deu início àquela civilização, além do Avatara Tutmés III e Nereb-Titi. Também, no Egito, no ano de 1314 a. C., apareceu o Avatara Kunaton ou Amennófis IV e Nefer-Titi.

Em breves linhas, passaremos a apresentar uma compilação de diversos textos sobre a vida e Obra do Avatara Yesus Krishna, nome bem parecido ao do avatara da Era de Piscis, conhecido como Jesus Cristo, embora seu excelso nome fosse Jeoshua Ben Pandira.

Quando os yonidjas estavam mergulhados na mais profunda noite do obscurantismo de decadência imperial, despontou, nos áureos horizontes daquele torrão indiano, o esplendoroso Sol Nascente, com seus raios fulgurantes. Krishna manifesta-se com o fulgor da mente, com a magnitude do coração e a onipotência de seu Pai, o Eterno, a fim de restabelecer o mito solar, ou seja, restaurar o Império Sinárquico e salvar os yonidjas decaídos. Surge uma nova ordem das coisas. O mundo começa a respirar um “ar mais puro”.

Krishna foi a mais célebre avatarização de Vishnu, o “Salvador” dos hindus, e seu Deus mais popular. É o oitavo Avatara, filho de Devaki e sobrinho de Kansas, o rei Herodes hindu. Este, enquanto o procurava entre os pastores e vaqueiros, que o mantinham oculto, fez matar milhares de recém-nascidos.

Era filho de Vasudeva e da Virgem Devaki e primo de Arjuna.

No Bhagavad-Gita, Krishna é a representação da Divindade Suprema, o Atmã ou espírito imortal, que vem para

iluminar o homem e contribuir para sua salvação. Por esse motivo, atribuiu-se a Krishna o papel de guia ou condutor do carro de Arjuna, seu discípulo, no Campo de Batalha. Arjuna é a representação do homem, melhor dizendo, da Mônada humana, como vem a provar o próprio significado de NARA (homem), um dos vários nomes de Krishna.

Ele é designado com vários nomes: Varudeva – o filho de Vasudeva; Yadava – o descendente de Jadu; Hrichikeza – o de cabelos ondulados; Kezava – o de abundante cabeleira; Govinda – vaqueiro ou pastor; Kezinichudana – o matador de

Kezin; Madhusudana – o matador de Madhu.

Do Bhagavad-Gita, extraímos um trecho das palavras de Krishna, preciosa jóia, como tema para meditação de nossos leitores:

“Eu estou em cada religião, como um fio através de um colar de pérolas. Sempre que vejas extraordinária Santidade e extraordinário poder brotando e purificando a humanidade, saibas que ali estou Eu”.

Quando os ensinamentos védicos foram completamente esquecidos pelo povo e, em seu lugar, surgiram as

grandes aviltações da idéia-mãe, Krishna, criado por ascetas que viviam retirados junto ao Himalaia, saindo de seu isolamento, renovou a religião primitiva.

A história de sua vida e os princípios por ele defendidos são conservados até hoje em Livros Sagrados, nos santuários do Sul do Industão. Como Jesus, Krishna, acompanhado de discípulos, saiu a pregar pelas vilas e cidades, sacrificando-se para implantar a doutrina. Alguns historiadores atribuem a ele a autoria de dois livros sagrados da coleção religiosa da Índia: Ramayana e Mahabârata. Outros, por falta de comprovação efetiva, julgaram mais prudentes reputá-los como de autor desconhecido.

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Ramayana significa “As Aventuras de Rama” e relata, em cerca de 24 mil estâncias, as façanhas do deus Vishnu, o preservador, quando, em sua sétima encarnação, apareceu como o príncipe Rama, para salvar a humanidade.

Mahabârata ou “A Grande História dos Irmãos” narra os acontecimentos de outra encarnação de Vishnu, como Krishna. É de difícil entendimento, expondo tanto a doutrina quanto os acontecimentos históricos do país. O Mahabârata ficou famoso e até hoje é consultado, mesmo fora da Índia, devido ao relato do 18º dia de uma batalha, durante o qual o general Arjuna discute com seu cocheiro Krishna o significado da vida e da morte.Tal narrativa é conhecida como Bhagavad-Gita, ou A Sublime Canção da Imortalidade.

Krishna, além de renovar os princípios, emprestando-lhes uma cara nova, poética e mais atualizada para a ocasião, falava aos discípulos de sua missão, aconselhando-os a guardar silêncio sobre as verdades apreendidas com ele: “Revelei-vos os grandes segredos. Não os digais senão àqueles que os podem compreender. Sois os meus eleitos, vedes o alvo; a multidão só descortina uma ponta do caminho”. Por essas palavras, fica compreendido que, desde então, já os mestres pregavam simbolicamente ao povo, reservando a poucos escolhidos os segredos dos mistérios.

As pregações populares de Jesus se assemelham muito às de Krishna. Eis apenas duas delas, para mostrar tal similaridade: “Se conviveres com os bons, teus exemplos serão inúteis; não receeis habitar entre os maus, para os conduzir ao bem”. Quando os fariseus criticavam Jesus por comer com os publicanos e pecadores, ele disse: “Não são os homens de boa saúde que necessitam de médico, mas sim os enfermos. Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores”. “As obras inspiradas pelo amor de nossos semelhantes são as que mais pesarão na balança celeste”. Esta máxima representa o “Amai-vos uns aos outros”, de Jesus.

Todos os ensinamentos de Krishna traduzem nada mais do que os fundamentos védicos, que, ponderados e meditados, podem trazer luz à alma, permitindo ao homem encontrar o caminho adequado para seu crescimento

espiritual. Krishna forneceu a resposta mais sábia à pergunta constante e milenar dos que reclamam a elucidação da essência e dos desígnios de Deus: “Só o Infinito pode compreender o Infinito. Somente Deus pode compreender Deus”. Selando sua obra com o próprio sangue, deixou a Terra, legando à Índia a mais bela e verídica concepção do Universo e da vida. Nesse ideal superior, ela se manteve durante milhares de anos.

O Avatara vem para desvelar a natureza divina nas pessoas e fazê-las despertar sobre a insignificante vida material de paixão e egoísmo. O Avatara é manifestação terrena da Divindade a fim do restabelecimento da Lei que a tudo e a todos rege.

Os tempos são chegados e, diante da decadência das instituições, da família, principalmente, e das absurdas inversões de valores dos dias atuais, cabe-nos uma reflexão profunda sobre o tema, para não ouvirmos novamente: “Ele habitou entre vós e vós não O reconhecestes!”

Na próxima edição, falaremos sobre Hermés – o Trismegisto.

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________

Apresentação do Rito SchröderApresentação do Rito SchröderUbyrajara de Souza Filho

s Rituais de Schröder foram aprovados por unanimidade, em 29 de junho de1801, na Magnífica Sessão, em que os

Veneráveis Mestres das Lojas de Hamburgo estavam reunidos em uma Assembléia Geral da Grande Loja Provincial de Hamburgo e da Baixa-Saxônia, filiada à Grande Loja de Londres. Esse fato, por si só, atesta a regularidade e a importância que o novo Ritual teve já no seu nascimento oficial. Seu idealizador, o Irmão Friedrich SCHRÖDER, ocupava o cargo de Deputado do Grão-Mestre, e as Lojas de Hamburgo o adotaram por unanimidade. Por sua simplicidade e beleza, desde logo, conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origem alemã e, logo, recebeu o cognome de seu criador - RITO SCHRÖDER.

O

O Irmão Friedrich Ulrich Ludwig SCHRÖDER gozava de grande prestígio como Maçom e como profano. Foi considerado reformador da Maçonaria Alemã, reformador do Teatro Alemão – introdutor de Sheakspeare no dramaturgia alemã - e reconhecido

como um profundo conhecedor da História e dos Antigos Rituais da Maçonaria. Para a elaboração de seus rituais, examinou outros

dos diversos sistemas de graus complementares, que proliferavam na Europa daqueles tempos.E dedicou especial atenção aos livros “As Três Batidas Diferentes na Porta da Mais Antiga Franco-Maçonaria” (The Three Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Freemasonry), que considerava o mais antigo ritual maçônico impresso. Ele entendia a Maçonaria como uma união de virtudes, e não uma sociedade esotérica. Por isso, enfatizou-se, no seu ritual, o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos símbolos e resgatando o princípio, que afirma ser “a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João”,

suas pesquisas o levaram a abolir os chamados “altos graus”, bem como todo o ocultismo dominador da Maçonaria Alemã, restaurando o Antigo Ritual Inglês, adaptando-o para a cultura e para o idioma germânico da sua época.

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Fundamentado no HUMANISMO IDEALISMO e expressando o essencial por símbolos, o RITO SCHRÖDER dispõe sobre a Maçonaria como sendo “uma Instituição, que, universalmente, congrega os homens inteligentes e livres, tendo como finalidade a prática, o desenvolvimento e a difusão do mais puro espírito humanístico e tem como base de sustentação três pilares, que encerram, em si, superiores valores éticos: a simplicidade, a essencialidade e a moralidade”.

A SIMPLICIDADE é a marca do Rito. Ela está presente em suas alfaias, na decoração do Templo e em seu cerimonial, como por exemplo, no gesto de humildade do Venerável Mestre, que, no encerramento das Sessões, após a Cadeia de União, sozinho, saúda aos Irmãos presentes e é retribuído por todos.

As Jóias, usadas para identificação dos Oficiais da Loja, são douradas e presas a um colar de fazenda azul claro, liso, sem decorações.

No Rito Schröder, existem os seguintes cargos: Venerável Mestre; 1º e 2º Vigilantes; Secretário e Tesoureiro (ELETIVOS) e 1º e 2º Diáconos; 2º Diácono Adjunto (Guarda do Templo); Mestre de Harmonia e Preparador (ESCOLHIDOS PELO VENERÁVEL MESTRE)

O Orador é um cargo preenchido em cada seção, por escolha do Venerável Mestre. Ele “não é o fiscal da lei, nem dá legalidade aos trabalhos”, somente dá as boas vindas aos visitantes, comenta os trabalhos apresentados, dá parabéns aos iniciados, etc. Em sessões econômicas, em que não haja visitantes, a Loja poderá funcionar sem a figura do Orador.

No Rito Schröder, todos portam o chapéu como símbolo de igualdade. O avental de Aprendiz é todo branco, com a abeta levantada; no de Companheiro, a abeta é baixada e circundada por uma fita azul; e o de Mestre é branco, sem enfeite algum, com a fita azul circundando-o, assim como na abeta. O Venerável Mestre e os Ex-Veneráveis usam o mesmo avental de Mestre. O que os diferencia em visitas às Lojas co-Irmãs é o uso da Jóia de Visitação, colocada na lapela do paletó, junto ao botton da Loja, para que os identifiquem como “Mestres Instalados”.

O Templo para a prática do Rito Schröder não é o de Salomão. È um “reservado”, onde se reúnem os obreiros que participam da construção do Templo, e, praticamente, requer apenas uma sala fechada, as Grandes Luzes sobre o único Altar (do Venerável), as pequenas Luzes sobre três colunas-castiçais em torno doTapete, os Oficiais com seus instrumentos de trabalho e suas respectivas mesas e lugares para acomodar os participantes.

O Tapete é conhecido como a Planta do Templo de Salomão, substituído pelos Painéis dos Graus em outros ritos; dessa forma, os Aprendizes (ao Norte) e Companheiros (ao Sul) sentam-se nos lugares mais próximos do Tapete (à frente), para melhor observarem a Planta.

A ESSENCIALIDADE expressa no Ritual de Schröder conduz o Iniciado pelos três graus maçônicos ao máximo, que o

homem pode alcançar – “O CONHECIMENTO DE SI MESMO”. É nessa proposta que se encerra a peculiaridade do Rito: o pensamento humanista da época, presente na maior preocupação com o exame intelectual, com destaque ao preparo mental do Iniciado e a ausência, no seu cerimonial, dos simbolismos místicos e esotéricos, tais como incensos, alquimia, lendas de cavaleiros (espadas, graal), etc.

A MORALIDADE, terceiro pilar, destaca-se em todos os ensinamentos contidos no Ritual de Schröder. A ausência de juramentos, o aperto de mãos, as mãos no ombro são passagens, que caracterizam, de forma marcante, o conteúdo moral do Rito.

Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os irmãos, que entram em contato com o Rito: a simplicidade da Liturgia e sua objetividade, que permitem aos trabalhos litúrgicos

uma excelente dinâmica, conforme se pode constatar no resumo abaixo:

O cortejo de abertura dos trabalhos é conduzido pelo 1º Diácono, responsável pelo cerimonial da sessão, cabendo ao 2º Diácono cumprir o primeiro dever de um Maçom em Loja. É ele quem dá as batidas na porta do Templo, repetidas pelo Guarda do Templo, pelo lado de fora. De imediato, o Venerável Mestre solicita a abertura do Tapete, realizada pelos Diáconos. Passa, então, ao 1º Diácono a vela auxiliar, previamente acesa, que acende as demais, representando que todas tiveram origem de uma única luz.

O Venerável Mestre e os Vigilantes, postados em volta do Tapete, acendem as velas de suas respectivas colunas, com palavras relativas ao princípio criador. Voltando aos seus lugares, tem início o catecismo relativo às atribuições dos Oficiais e, finalmente, a prece

com a abertura do trabalho. Com a loja aberta, o Venerável Mestre determina a leitura

da ata dos trabalhos anteriores e anuncia os trabalhos, que se seguirão de acordo com a ordem-do-dia; que completada a mesma, tem início o encerramento dos trabalhos. Dele constam: a palavra a bem da Loja e da Maçonaria em geral, observando-se que o 2º Vigilante é quem organiza a “ordem” da liberação da fala (O irmão, de qualquer lugar do templo, solicita a palavra, senta-se e aguarda a autorização do Venerável Mestre após o anúncio do 2º Vigilante); recolhimento dos óbolos pelo 2º Diácono; declaração de encerramento dos trabalhos pelo Venerável Mestre; fechamento da Loja pelo 1º Vigilante, que, depois de extintas as velas das colunas, determina o dobramento do Tapete. Após a Cadeia de União, obrigatória em todas as sessões, o 1° Diácono conduz os Irmãos para fora do Templo, na mesma ordem da entrada.

Uma sessão econômica, raramente, ultrapassa 1h30m, tratando-se os assuntos administrativos (ata, expedientes, etc.) e se apresentando os trabalhos ou instruções. Já uma Sessão Magna de Iniciação de três profanos, cumprindo-se, individualmente, toda a ritualística, demora cerca de 2h30m.

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TrabalhosTrabalhos____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

O FicoO FicoJoão Ferreira Durão

rei D. João VI, fortemente pressionado pelas Cortes Portuguesas, decidiu retornar a Portugal.

Embarcou com toda a família, exceto D. Pedro (que acompanhara o Rei até a saída da barra), na nau D. João VI, no dia 24 de abril de 1821, que somente “abriu velas” para Portugal, na manhã de 26 de abril.

O

O príncipe D. Pedro tornara-se, com a ausência do pai, o Regente do Brasil.

D. Pedro estava dividido entre a sua ambição (secreta) de se tornar imperador do Brasil e o juramento de fidelidade que, reiteradamente, fizera a seu pai, o rei D. João VI.

Em 29 de setembro de 1821, as Cortes de Lisboa suprimiram os tribunais aqui estabelecidos por D. João VI e ordenaram a D. Pedro que regressasse à terra natal, a pretexto de fazer uma viagem, incógnito, pelos países da Europa, para aprimorar a sua educação, pois era o herdeiro presuntivo da Coroa Portuguesa. Determinavam, ainda, as Cortes que D. Pedro entregasse o governo do Brasil a uma junta, que obedeceria diretamente ao soberano Congresso Lisboeta.

Essa notícia dos decretos de 29 de setembro, somente, chegou ao Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1821, sendo dada a conhecer no dia seguinte. Nesse dia 10 de dezembro, D. Pedro escreveu uma carta ao Rei informando que se preparava para o retorno a Portugal.

D. Pedro não dispunha de meios para resistir à arrogância dos chefes militares e teve de contemporizar, cedendo às injunções, em face das atitudes tímidas do Intendente Geral, Antônio Luiz Pereira da Cunha e do Ministro do Reino, Pedro Álvares Diniz, com relação ao clamor público, que se instalava no Rio, provocado pela Maçonaria, sobre a iminente proclamação da independência.

A tropa portuguesa, a Divisão Auxiliadora, exigia de D. Pedro a irrestrita anuência à causa constitucional, às deliberações das Cortes Portuguesas e a inteira confiança na Divisão Portuguesa, que guarnecia a cidade, sob pena de agirem, sem a menor condescendência, contra os inimigos da união dos dois reinos.

O partido da independência parecia esmorecer, quando a notícia dos decretos de 29 de setembro transformou, com a extinção dos Tribunais, os indivíduos privados de seus empregos, em novos e exaltados patriotas da causa da independência. A ordem para o príncipe retirar-se produziu, também, grande agitação entre os próprios realistas, que, com razão, temiam nunca mais ver a monarquia restabelecida no Brasil.

O maçom Rocha Pombo (José Francisco da Rocha Pombo - História do Brasil - 5 Volumes,- São Paulo, W. M. Jackson Inc. Editores, 1959) informa que, no dia 10 de dezembro de 1821, o mesmo da divulgação dos decretos das Cortes de Lisboa, os maçons da Loja Comércio e Artes e o Clube da Resistência, reuniram-se na casa do Capitão-Mor, o maçom José Joaquim da Rocha (a sua casa era a sede do Clube da Resistência, criado desde 1818), na rua da Ajuda, nº 137, para

cogitarem meios de impedir a retirada do Príncipe Regente.O historiador Alexandre José de Mello Moraes, maçom

grau 33, foi Grande Orador do Grande Oriente do Brasil, em 1861, no Grão-Mestrado do Marquês de Abrantes, e Grande Secretário do mesmo grêmio, em 1863, no Grão-Mestrado do Barão de Cayru, Bento da Silva Lisboa. Em sua obra histórica (Alexandre José de Mello Moraes - História do Brasil – Reino e do Brasil – Império – 2 Volumes, São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1982), cita que estavam presentes à

referida reunião de 10 de dezembro, entre outros, os coronéis Francisco Maria Veloso Gordilho de Barbuda (português, tinha o cargo de Guarda-Roupa do Príncipe), Luís Pereira da Nóbrega, Antônio de Meneses Vasconcelos de Drumond, Dr. José Mariano de Azeredo Coutinho e o desembargador Francisco da França Miranda. Da reunião, ficou decidido que, no intuito de não suscitar desconfianças das tropas portuguesas contra D. Pedro, fariam anunciar que S. A. R. (Sua Alteza Real) preparava-se para dar cumprimento à determinação das cortes portuguesas. Decidiram, também, enviar agentes para S. Paulo, Minas e para as Câmaras da província do Rio, pedindo que dirigissem a S. A. R. o apelo de que não abandonasse os povos do Brasil na penosa conjuntura em que estavam. Incumbiram ao coronel Gordilho da Barbuda ir a S. Cristóvão para avisar ao príncipe o que estavam fazendo.

Pedro, ao conhecer as providências que estavam sendo tomadas, receou, inicialmente, de tomar uma atitude formal de desobediência às Cortes, talvez, temendo a reação que, certamente, ocasionaria à Divisão Auxiliadora. Diante das razões insistentemente apresentadas, D. Pedro prometeu ao coronel Gordilho dar resposta no dia seguinte.

No dia seguinte, 11 de dezembro, D. Pedro respondeu ao coronel Gordilho que, se recebesse dos povos das três províncias “deputações que lhe viessem pedir que não partisse – ficaria”. O coronel Gordilho procurou, imediatamente, os companheiros, que se reuniram no Convento de Santo Antônio (na cela do frei Sampaio). Decidiram assentar as bases de um manifesto da população da cidade, cuja redação coube ao frei Francisco Sampaio, maçom e membro da Loja Comércio e Artes.

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O capitão Pedro Dias de Macedo Paes Leme ofereceu-se para ir a São Paulo e promover as representações. Chegou a São Paulo na noite de 23 de dezembro, entrando em contato com José Bonifácio. Mello Moraes (obra citada) acrescenta que o capitão Pedro Dias Paes Leme foi portador de cartas de José Joaquim da Rocha para José Bonifácio (Vice-Presidente do Governo Provisório da província de São Paulo) e seu irmão Martim Francisco (também membro do Governo Provisório), solicitando que enviassem a representação para a permanência do Príncipe Regente no Brasil. O Presidente da Junta de Governo Provisório de São Paulo era o português João Carlos Augusto de Oeynhausen. No dia seguinte, 24 de dezembro, a mensagem ao príncipe regente, redigida por José Bonifácio, foi discutida e unanimemente aprovada, apesar das objeções e hesitações do presidente da junta.

O documento da Junta Provisória de São Paulo chegou às mãos do príncipe no dia 1 de janeiro de 1822, pelas mãos do capitão Pedro Dias Paes Leme.

O emissário enviado a Minas foi o capitão Paulo Barbosa da Silva. Após alguma hesitação por parte da Junta Provisória de Minas, a notícia da adesão de São Paulo modificou o panorama em Minas, sendo designado o desembargador José Teixeira da Fonseca Vasconcelos, Vice-Presidente da Junta, para ir ao Rio de Janeiro e declarar a adesão de Minas ao Príncipe.

O manifesto do povo, redigido, no Rio de Janeiro, pelo frei Francisco de Sampaio (Redator do periódico denominado Regulador), chegou às mãos de D. Pedro em 29 de dezembro de 1821, com grande número de assinaturas. Há quem afirme que, nas diversas cópias, mandadas imprimir, do manifesto, havia cerca de 8000 assinaturas do povo do Rio de Janeiro.

Estava, portanto, cumprida a exigência feita por D. Pedro ao coronel Gordilho, no dia 11 de dezembro, para permanecer no Brasil.

Tratava-se, então, de dar um caráter solene à decisão do Príncipe Regente. S. A. Real designou o dia 9 de janeiro de 1822, para, oficialmente, receber a súplica dos povos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas.

Nesse dia, ao meio-dia, na sala do Trono do Paço da cidade, o Príncipe Regente recebeu o enorme cortejo do Senado da Câmara. O Presidente do Senado, o maçom José Clemente Pereira, leu um discurso para explicar a razão do reclamo do povo. Fez-se ler o manifesto do povo do Rio e, em seguida, as representações das províncias.

Tendo ouvido o que lhe foi dito, D. Pedro, “do alto do Trono”, dirigindo-se ao Presidente do Senado, proferiu estas palavras:

“Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico”.

José Clemente Pereira, Presidente do Senado, chegando à janela do Paço, repetiu, em alta voz, para o povo que enchia a praça, as palavras do príncipe, acolhidas com delírio.

D. Pedro apareceu, então, em uma das janelas do Paço e, depois de serenado o alvoroço, exclamou para a multidão:

“Agora só tenho a recomendar-vos – união e tranqüilidade”. Essa expressão de D. Pedro tornou-se, alguns meses mais tarde, o símbolo distintivo da Loja União e Tranqüilidade, a segunda das três que formaram o Grande Oriente Brasiliano (Grande Oriente do Brasil).

A versão para a solenidade do “Fico”, acima apresentada, é a de Rocha Pombo (obra citada). Todavia, ao ler o “Auto de Vereação do dia 9 de Janeiro de 1822”, publicado por Mello Moraes (obra citada), que é a ata da reunião realizada no Paço, verificamos que D. Pedro não fora tão incisivo, como na versão de Rocha Pombo. Consta do Auto

de Vereação que S. A. Real dignou-se responder com as expressões seguintes: “Convencido de que a presença da minha pessoa no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e conhecido que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as cortes e meu Augusto Pai e Senhor deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido”.

Ainda, segundo Mello Moraes, há uma “Declaração” apensada ao Ato de Vereação, nos seguintes termos:

“Em lugar das palavras de S. A. Real, que menos exatamente se lançaram no termo supra (o Auto de Vereação, já assinado por José Clemente Pereira e outros), devem substituir-se as seguintes, que são verdadeiras: “Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico”. (...) E para constar se mandou fazer a sobredita declaração, etc., etc.”

Tenório D’Albuquerque, em sua obra (A. Tenório D’Albuquerque - A Maçonaria e a Grandeza do Brasil, Rio de Janeiro, Gráfica Editora Aurora Ltda., 1973), acrescenta que a primeira resposta de D. Pedro (a contemporizadora) foi anunciada por José Clemente Pereira, de uma das janelas do Paço, ao povo. Essa resposta descontentou a todos. Indignaram-se os oficiais portugueses, porque D. Pedro anunciava o retardo da partida, desobedecendo às ordens das Cortes. Desagradaram aos brasileiros, porque as palavras de D. Pedro constituíam um simples adiamento da viagem, e, não, a decisão de permanecer.

Ainda, segundo Tenório D’Albuquerque, D. Pedro compreendeu que ele mesmo se colocara em situação insustentável, porque desagradou dois lados. Poucas horas depois, mandou chamar o Presidente do Senado da Câmara, José Clemente Pereira, e determinou-lhe que substituísse a primeira resposta pela seguinte:

“Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico”.

Tenório D’Albuquerque acrescenta, ainda, que, no dia seguinte, 10 de janeiro de 1822, o Senado da Câmara fez publicar um Edital (transcrito em sua obra), assinado por José Clemente Pereira, apresentando a retificação da declaração de D. Pedro.

Seja sob a forma de Edital (como menciona Tenório de Albuquerque), ou sob a forma de Declaração (apensada ao Ato de Vereação – na versão de Mello Moraes), D. Pedro, realmente, recuou de sua atitude inicial (de permanência temporária), para a posição que a história consagrou:

“Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico”.

A Maçonaria lavrou, com o “Fico”, mais uma página na sua incessante e vitoriosa luta pela Independência do Brasil.

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ReflexõesReflexões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Trabalhar com AlegriaTrabalhar com AlegriaAutor desconhecido

avia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados uns dos outros. Eles estendiam suas roupas surradas no varal e

alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições. Todos, que viviam ali, trabalhavam na roça do senhor João, dono de muitas terras, que exigia trabalho duro, pagando muito pouco por isso.

HUm dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé

alegria. Era um jovem agricultor em busca de trabalho. Foi admitido e recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali. O jovem, vendo aquela casa suja e abandonada, resolveu dar-lhe vida nova. Cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores alegres e brilhantes, além de plantar flores no jardim e nos vasos. Aquela casa limpa e arrumada destacava-se das demais e chamava a atenção de todos que por ali passavam.

Ele sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, por isso tinha o apelido de Zé alegria. Os outros trabalhadores lhe perguntavam: como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?

O jovem olhou para os amigos e disse: bem, este trabalho hoje é tudo que eu tenho. Ao invés de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele. Quando aceitei trabalhar aqui, sabia das condições. Não é justo que, agora, que estou aqui, fique reclamando. Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.

Os outros, que acreditavam ser vítimas das circunstâncias, abandonados pelo destino, olhavam-no admirados e comentavam entre si: "como ele pode pensar assim?"

O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou a atenção do fazendeiro, que passou a observá-lo a distância. Um dia, o sr. João pensou: alguém que cuida, com tanto carinho, da casa que emprestei, cuidará, com o mesmo capricho, de minha fazenda. Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na

administração da fazenda. Num final da tarde, foi até a casa do rapaz e, após tomar um

café bem fresquinho, ofereceu ao jovem o cargo de administrador da fazenda. O rapaz aceitou prontamente.

Seus amigos agricultores, novamente, foram perguntar-lhe: o que faz algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não? A resposta do jovem veio logo: “em minhas andanças, meus amigos, eu

aprendi muito e o principal é que não somos vítimas do destino. Existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca. E isso depende de cada um”.

Toda pessoa é capaz de efetuar mudanças significativas no mundo que a cerca. Mas, o que geralmente ocorre é que, ao invés de agir-nos, jogamos a responsabilidade de nossa desdita sobre os ombros alheios. Sempre encontramos alguém a quem culpar por nossa infelicidade, esquecidos de que ela só depende de nós mesmos.

Para encobrirem sua indolência, muitos jogam a culpa no governo, nos empresários, nos políticos, na sociedade como um todo, esquecidos de que quem elege os governantes são as pessoas; que quem gera empregos são os empresários, e que a

sociedade é composta pelos cidadãos. Assim sendo, cada um tem sua parcela de responsabilidade na formação da situação que nos rodeia.

E, para ser feliz, basta dar a seu mundo um colorido especial, como o personagem dessa história, que, mesmo numa situação aparentemente deprimente para os demais, soube fazer de seu mundo uma realidade bem diferente.

E conforme ele mesmo falou: “existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca”.

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