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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS ROLIM DE MOURA DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA JAMES DUARTE EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE eCG 2 OU 4 DIAS ANTES DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM VACAS NELORE (Bos indicus) ROLIM DE MOURA RO 2018

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS ROLIM DE MOURA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JAMES DUARTE

EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE eCG 2 OU 4 DIAS ANTES DA INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL EM VACAS NELORE (Bos indicus)

ROLIM DE MOURA – RO

2018

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS ROLIM DE MOURA

DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JAMES DUARTE

EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE ECG 2 OU 4 DIAS ANTES DA

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM VACAS NELORE (Bos indicus)

Trabalho de Conclusão de Curso,

apresentado como exigência em graduação no

curso de Bacharel em Medicina Veterinária na

Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Orientadora: Profa. Dra. Evelyn Rabelo

Andrade.

ROLIM DE MOURA – RO

2018

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JAMES DUARTE

EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO DE eCG 2 OU 4 DIAS ANTES DA INSEMINAÇÃO

ARTIFICIAL EM VACAS NELORE (Bos indicus)

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como exigência em graduação no curso

de Bacharel em Medicina Veterinária na Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Rolim de Moura, _____de_____________de_________

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Profa. Dra. Evelyn Rabelo Andrade

Orientadora e Presidente da banca

______________________________________________

Prof. Me. Naychê Tortato Vieira

Membro da banca

______________________________________________

Prof. Dr. Angelo Laurence Covatti Terra

Membro da banca

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AGRADECIMENTOS

A Profa. Dra. Evelyn Rabelo Andrade, prestando todo tipo de auxilio em todas as etapas da

escrita deste trabalho como orientadora;

A minha família, pela confiança e motivação;

Aos amigos e colegas, pela força e parceria em toda esta jornada;

Aos professores e colegas do Curso de Medicina Veterinária, pois juntos trilhamos uma etapa

importante de nossas vidas;

Ao Dr. Guilherme Marquezine, por auxiliar na elaboração e condução deste experimento;

A empresa Norte Genética Ltd. pelo apoio e oportunidade desde o início do curso;

Ao amigo Amerson Eler (John) pelo auxilio na configuração visual deste trabalho;

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho;

Ao professor Dr. Igor Mansur, coordenador de TCC que sempre me incentivou a estudar mais

para dar maior qualidade à este trabalho;

A estes, meus sinceros agradecimentos.

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“Insanidade é fazer sempre a mesma coisa, e

esperar por resultados diferentes.”

Albert Einstein

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RESUMO

A produção de bezerros é o setor inicial da pecuária de corte, e seu sucesso tem reflexos

a médio e longo prazo em toda a cadeia da produção de carne mundial. Vários são os obstáculos

desta atividade, como alto desafio nutricional das vacas em reprodução, tempo prolongado de

anestro pós parto, e dificuldade na seleção genética de características interessantes para a

reprodução. Para mitigar estes problemas, uma das principais estratégias é o uso da IATF, que

permite, através da administração de hormônios com protocolos variáveis, sincronizar o ciclo

estral de todo um lote de indivíduos, permitindo a inseminação de todos os animais em um

único momento, garantindo maior controle, e produtividade do rebanho. Neste trabalho, foi

testada a antecipação da aplicação de eCG de 2 para 4 dias antes da IA em um protocolo de

IATF de 9 dias de progesterona em vacas Nelore. No primeiro dia do protocolo (D0) as vacas

(n=137) receberam um implante contendo 1,9 g de progesterona (CIDR), e 2,0 mg de benzoato

de estradiol, no sétimo dia (D7) foram aplicados 12,5 mg de prostaglandina (PGF2α), o CIDR

foi retirado no nono dia (D9), síncrono a administração de 0,3 mg de cipionato de estradiol; a

inseminação ocorreu no décimo primeiro dia (D11). Os animais foram aleatoriamente

destinados a receber 300 UI de eCG no D7 (grupo: eCGD7; n=64) ou D9 (grupo: eCGD9;

n=73). O diâmetro folicular foi mensurado no D7, D9, e D11, através de ultrassonografia

ovariana transretal (Mindray®, transdutor linear, 7,5 MHz). O crescimento folicular dos dias 7

para 9, 7 para 11, e 9 para 11 foi analisado pelo método ANOVA (Analysis of Variance) usando

o GLIMMIX através do SAS. O grupo eCGD7 teve crescimento folicular geral maior (P = 0,08)

do que o grupo eCGD9 (4,9 ± 0,2 vs. 4,4 ± 0,2 mm). O crescimento folicular do D7 para o D9

foi de 2,6 ± 0,2 mm para o grupo eCGD7, e de 2,0 ± 0,2 mm para o grupo eCGD9, apresentando

diferença estatística (P < 0,01), a mesma diferença não foi observada (P = 44) no crescimento

do D9 para o D11, os grupos eCGD7 e eCGD9 apresentaram 2,3 ± 0,2 e 2,4 ± 0,1 mm de

crescimento folicular respectivamente. Diâmetro folicular no D9 foi maior (P < 0,01) no grupo

eCGD7 (12,5 ± 0,2 mm) do que no grupo eCGD9 (9,8 ± 0,2 mm). O diâmetro folicular foi

clinicamente diferente (P = 0,08) no D11 (eCGD7 = 14,7 ± 0,3 mm e eCGD9 = 14,0 ± 0,2 mm).

A antecipação da aplicação de 300 UI de eCG de 2 para 4 dias antes da inseminação, melhorou

o crescimento folicular e aumentou a média geral do diâmetro do folículo ovulatório no

momento da inseminação em vacas Nelore submetidas ao protocolo de IATF.

Palavras-chave: bovino, reprodução, IATF, eCG

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ABSTRACT

The production of calves is the initial segment of beef cattle, and its success has

medium and long-term repercussions throughout the meat production around the world. There

are many obstacles on the activity, such as the nutritional challenge to the cows, the prolonged

post-partum anestrous, and the difficulties in the genetic selection of characteristics interesting

for reproduction. Among the strategies to mitigate that, the TAI is one of the most used,

allowing, through a hormonal protocol, to synchronize the ovulation of several animals,

thereby, insaminating the whole group at the same time, enhancing the control and productivity

of the herd. In this experiment, we tested the anticipation of the eCG administration from 2 to

4 prior to TAI 9-day progesterone protocol in Nellore cows. On the first day of the protocol

(D0) the cows (n = 137) received an implant containing 1.9 g of progesterone (CIDR), and 2.0

mg of estradiol benzoate; at day 7 (D7), 12.5 of prostaglandin (PGF2α) were administrated,

CIDR was withdrawn on the ninth day (D9), with a 0.3 mg estradiol cypionate application;

insemination occurred on the eleventh day of the protocol (D11). Animals were randomly

assigned to receive 300 UI of eCG at D7 (group: eCGD7; n = 64) or D9 (group: eCGD9; n =

73). Follicular diameter for at D7, D9, and D11 were measured by transretal ovarian

ultrasonography (7.5 MHz linear transducer, Mindray®). Follicular growth from days 7 to 9, 7

to 11, and 9 to 11 was analyzed by the ANOVA (Analysis of Variance) method using

GLIMMIX through SAS. The eCGD7 group had greater overall follicular growth (P = 0.08)

than the eCGD9 group (4.9 ± 0.2 vs. 4.4 ± 0.2 mm). The follicular growth from D7 to D9 was

2.6 ± 0.2 mm for the eCGD7 group, and 2.0 ± 0.2 mm for the eCGD9 group, being the eCGD7

group significantly superior (P < 0.01), however, no difference (P = 0,44) was observed

between treatments from D9 to D11, the eCGD7 and eCGD9 groups had 2.3 ± 0.2 and 2.4 ±

0.1 mm of follicular growth respectively. The follicular diameter at D9 was greater (P <0.01)

in the eCGD7 group (12.5 ± 0.2 mm) than in the eCGD9 group (9.8 ± 0.2 mm). The follicular

diameter were clinically different (P = 0.08) at D11 (eCGD7 = 14.7 ± 0.3 mm and eCGD9 =

14.0 ± 0.2 mm). The anticipation of 300 IU of eCG administration from 2 to 4 days prior

insemination improved follicular growth and increased the mean ovulatory diameter at the time

of insemination in Nellore cows submitted to the TAI protocol.

Keywords: bovine, reproduction, TAI, eCG

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8

2. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 9

2.1 Objetivo geral: .................................................................................................................. 9

2.2 Objetivos específicos: ....................................................................................................... 9

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 10

3.2 Fisiologia reprodutiva da fêmea bovina .......................................................................... 10

3.3 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF) ................................................................. 12

3.4 Hormônios utilizados na IATF ....................................................................................... 15

3.4.1 Progestágenos ........................................................................................................... 15

3.4.2 Estrógenos ................................................................................................................ 16

3.4.3 Prostaglandina .......................................................................................................... 16

3.4.4 Gonadotrofina coriônica equina (eCG) .................................................................... 17

3.5 Fisiologia do pós-parto ................................................................................................... 18

3.6 Efeitos da eCG na dinâmica folicular ............................................................................. 20

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 23

4.1 Animais ........................................................................................................................... 23

4.2 Experimento .................................................................................................................... 23

5. RESULTADOS .................................................................................................................... 24

6. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 26

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 29

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1. INTRODUÇÃO

A inseminação artificial (IA) é uma técnica consagrada e viável para acelerar o avanço

genético e aumentar o retorno econômico da bovinocultura. Entretanto, o sucesso da técnica

depende de grande eficiência na detecção do estro das matrizes e esse problema é especialmente

importante em propriedades com grande número de animais. Para evitar esses problemas em

rebanhos de cria, foram desenvolvidos protocolos que permitem sincronizar o estro de todos os

animais em um dia programado, possibilitando a inseminação síncrona do lote. Estes

tratamentos são conhecidos como protocolos de sincronização de estro/ovulação para

inseminação artificial em tempo fixo (IATF).

Os protocolos de IATF possuem a finalidade de intervir no ciclo estral dos animais,

sincronizando assim a onda folicular de todos os indivíduos em um mesmo lote. Existem dois

tipos de protocolos, os baseados em Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH), e os

baseados em Estrógenos (E2), que são amplamente utilizados em rebanhos zebuínos brasileiros.

Seu mecanismo baseia-se na atresia folicular causada pela administração de benzoato de

estradiol (BE) ou GnRH associada a administração de P4 no primeiro dia do protocolo, e na

subsequente emergência de uma nova onda de crescimento folicular simultânea em todas as

fêmeas, visando a ovulação de todos os animais no mesmo dia (BARUSELLI et al., 2016).

A gonadotrofina coriônica equina (eCG) é um hormônio produzido nos cálices

endometriais da égua. Na vaca a eCG se liga a receptores foliculares provocando crescimento

folicular e ovulação, por este, sendo amplamente utilizado em protocolos de IATF

(BARUSELLI et al., 2008).

Uma das principais problemáticas destes tratamentos é que animais submetidos a IATF

comumente apresentam folículos ovulatórios relativamente pequenos, resultando em baixa

produção de progesterona (P4), menor estimulo para manutenção da gestação e por

consequência, baixa taxa de prenhez ao final da estação de monta (PERRY et al., 2003).

O objetivo deste trabalho foi testar a administração da eCG em um momentos distintos

do protocolo de IATF, quatro dias antes do momento da inseminação artificial (IA), ao contrário

de dois dias antes do momento da IA como feito em protocolos tradicionais.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral:

Comparar o diâmetro do folículo ovariano de fêmeas multíparas Bos indicus em resposta

a administração da gonadotrofina coriônica equina no nono (D9) ou sétimo dia (D7) do

protocolo longo de IATF.

2.2 Objetivos específicos:

Mensurar o a taxa de crescimento folicular em vacas submetidas a IATF após a

aplicação da gonadotrofina coriônica equina (eCG);

Verificar se há diferença nas taxas de crescimento folicular entre vacas que receberam

a aplicação de eCG no sétimo e no nono dia do protocolo de IATF;

Avaliar o diâmetro do folículo dominante no dia da inseminação em vacas tratadas com

eCG 4 ou 2 dias antes da IA em protocolo longo de IATF.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Aspectos gerais da pecuária no Brasil

O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino comercial do mundo com cerca de

215,2 milhões de cabeças, composto em sua maior parte por raças zebuínas que possuem melhor

adaptação ao ambiente tropical. Com um sistema de produção basicamente a pasto, a atividade

pecuária predominante é a de gado de corte (IBGE, 2016).

Devido ao crescimento da população e do padrão de consumo que aumenta conforme a

renda do consumidor, a pecuária cresce mais rápido do que outros setores da agricultura.

Portanto, transformações no sistema de produção ocorrem com o intuito de elevar a eficiência

econômica e produtiva deste setor (MILAZZOTTO et al., 2008).

O aumento na demanda pressiona o país no sentido de melhoramento do rebanho e de

técnicas que venham impactar na sua produtividade, e tornar a atividade mais eficiente e

competitiva. Para isso, é necessário um rebanho melhorado geneticamente, com manejo

eficiente de todas as categorias, capacitação de mão-de-obra, utilizando o gerenciamento de

informações, forragens, estação de montas, calendário de vacinações, descarte dos animais

inférteis, e realização do exame andrológico dos touros. Tudo isso nos leva a uma pecuária cada

vez mais eficiente, aumentando-se a eficiência dos fatores terra, capital, e mão-de-obra,

tornando-se, assim, uma atividade empresarial (SABELLA, 2008).

3.2 Fisiologia reprodutiva da fêmea bovina

As fêmeas bovinas são poliéstricas anuais, apresentando estros em intervalos regulares

de 21 dias. Durante o ciclo estral ocorre uma cadeia de eventos que se repetem até o

impedimento da luteólise pela gestação. O dia 0 é designado como o dia da ocorrência do estro,

sendo que a ovulação ocorre no dia 1. O ciclo estral é dividido em quatro fases, sendo o pró-

estro com duração de aproximadamente 3 dias, estro de 6 a 18 horas, metaestro de 2 dias e

diestro de 15 dias. No decorrer de todas as fases do ciclo estral, ocorre o crescimento folicular

em ondas, caracterizando a dinâmica folicular (JAUME; MORAES, 2002).

O ciclo estral também pode ser dividido em fase luteínica, que vai da ovulação até a

luteólise, por volta do dia 17, e a fase folicular, que compreende o período que vai da luteólise

até a formação de um novo corpo lúteo (HAFEZ, 2003).

Segundo Prestes et al. (2017), a fase folicular tem início após a luteólise, promovida

pela ação da prostaglandina F2α (PGF2α), com consequente queda nos níveis sanguíneos de

progesterona (P4), entre 12 e 36 horas após o início da regressão do corpo lúteo (CL).

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Figura 1. Esquema da sequência de fases do ciclo estral da fêmea bovina, iniciando no proestro e

terminando no diestro (FURTADO et al., 2011).

As quantidades crescentes de estradiol secretadas pelos folículos ovarianos induzem o

estro e através de retroalimentação positiva no eixo hipotalâmico-hipofisário, há um pico na

concentração do hormônio luteinizante (LH), com consequente ovulação e posterior formação

do corpo lúteo. A presença do corpo lúteo caracteriza a fase luteínica do ciclo estral. Nesta fase,

o corpo lúteo produz progesterona em quantidades crescentes, do quarto ao décimo dia do ciclo

estral, se mantendo estável até que ocorra a luteólise, entre o décimo quinto e o vigésimo dia

(HAFEZ, 2003).

Figura 1. Representação esquemática das variações na concentração dos principais hormônios que

regulam o ciclo estral em bovinos (FURTADO et al., 2011).

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O estro é um complexo de sinais fisiológicos e comportamentais que nos bovinos ocorre

momentos antes da ovulação. Estes sinais são induzidos pela elevação da concentração de

estradiol na circulação, proveniente do folículo pré-ovulatório. A ação do estradiol é

potencializada pela pré-exposição à progesterona, fato esse, que é lógico e não traz maiores

consequências quando em um ciclo estral normal, mas que tem implicações quando na indução

de estro, notadamente durante períodos de anestro (JAUME; MORAES, 2002).

No período de 21 dias, os eventos ovarianos são dinâmicos e caracterizados pela

ocorrência de 2 ou 3 ondas foliculares, em que um grupo de folículos antrais, estimulados pelo

hormônio folículo estimulante (FSH), crescem em média 3 dias (emergência folicular), até que

o futuro folículo dominante emerge e os demais entrem em atresia (divergência folicular)

(GONÇALVES, 2002).

3.3 Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)

A inseminação artificial (IA) é a biotécnica mais utilizada em todo o mundo para

disseminar material genético superior nos rebanhos bovinos. Apesar de no Brasil essa

biotecnologia ainda ser pouco empregada (13,7 milhões de doses de sêmen comercializadas,

frente a 80,6 milhões de fêmeas em idade reprodutiva), o percentual de matrizes bovinas

inseminadas aumentou consideravelmente de cerca de 5% em 2002 para aproximadamente 10%

no ano de 2012 (BARUSELLI et al., 2012), chegando a 12% em 2016, estimando-se que 91%

destas foi pelo uso da IATF (BARUSELLI, 2016). Com a intensificação do uso da IA, o país

vem acelerando o avanço do melhoramento genético do rebanho pelo incremento do número

de bezerros nascidos de touros geneticamente superiores. Assim, o uso de biotecnologias da

reprodução, tais como a IA, possibilita incremento da quantidade e da qualidade de bezerros

nascidos no mesmo rebanho, proporcionando significativo aumento da produtividade e da

rentabilidade da atividade agropecuária (BARUSELLI, 2016).

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Figura 3. Mercado da inseminação artificial no Brasil (BARUSELLI, 2016).

Um dos principais inibidores da expansão no uso da IA em rebanhos de corte é a

dificuldade na observação do cio que se faz necessária para o sucesso da técnica, principalmente

porque as vacas zebuínas de maneira geral têm um estro de curta duração (11 horas) e também

pelo fato da alta incidência de estro durante a noite (PINHEIRO et al. (1998).

Com o intuito de sanar este problema foi desenvolvida a Inseminação Artificial em

Tempo Fixo (IATF) que elimina a necessidade de observação de cio, merecendo destaque pela

facilidade de manejo e por aumentar a eficiência reprodutiva e o ganho genético dos rebanhos.

A IATF alcançou a marca de aproximadamente 10,5 milhões de procedimentos em 2015, que

representa crescimento de 11,2% em relação ao ano anterior, segundo levantamento realizado

com base no número de protocolos comercializados para IATF o número de doses de sêmen

comercializadas (ASBIA, 2017).

Atualmente, a IATF corresponde a 77% das inseminações realizadas no Brasil,

comprovando que a técnica ocupa cada vez mais espaço no mercado de IA. O forte avanço

verificado nos últimos anos é indicativo de que a tecnologia se consolidou no mercado por

apresentar resultados positivos para pecuária e pela presença de profissionais qualificados para

sua execução (ASBIA, 2017). O restante das fêmeas foi inseminado de forma convencional,

por meio da detecção do estro. A utilização mais extensiva da IATF em rebanhos corte se

justifica pela dificuldade de manejo diário para detecção de cio e pelo maior percentual de

matrizes em anestro (BARUSELLI et al., 2004; SÁ FILHO et al., 2013). Em contrapartida, as

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matrizes de leite são manejadas diariamente e apresentam nutrição diferenciada, o que aumenta

a velocidade de reestabelecimento da ciclicidade pós-parto e a eficiência de detecção do cio

para inseminação convencional. Entretanto, mesmo em rebanhos leiteiros, estudos

evidenciaram aumento da eficiência reprodutiva e produtiva com a utilização da IATF como

procedimento de manejo em comparação à inseminação convencional após detecção de cio

(TEIXEIRA et al., 2010).

Do total de vacas inseminadas com utilização dos protocolos de IATF em 2015 (10,5

milhões de protocolos comercializados), calcula-se que foram inseminadas em tempo fixo 8,2

milhões de fêmeas de corte e 2,3 milhões de fêmeas de aptidão leiteira. Esse total representa o

uso de IATF em 91% das matrizes de corte e 50% das matrizes de leite inseminadas no Brasil

(BARUSELLI, 2016).

Há basicamente dois tipos de protocolos de IATF comumente utilizados: protocolos a

base de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), que podem ou não ser associados a um

dispositivo liberador de progesterona (P4), e protocolos a base de estrógeno (E2) e P4. A adoção

de determinado protocolo pelos profissionais da área está relacionada com a disponibilidade

dos hormônios em cada país, ao custo destes hormônios e a categoria dos animais a serem

protocolados. Protocolos nos quais se utiliza E2 são amplamente utilizados na América do Sul

e em rebanhos de corte da Austrália, enquanto protocolos baseados no uso de GnRH são mais

utilizados na América do Norte, Europa e Nova Zelândia (SÁ FILHO et al., 2010).

Os protocolos a base de GnRH foram desenvolvidos para vacas de leite em lactação,

mas são também amplamente utilizados em gado de corte na América do Norte (DAY, 2015).

O primeiro relato da técnica que permitiu a IA em diversos animais sem a necessidade da

observação do estro (IATF) foi publicado por Pursley et al. (1995). Este autor desenvolveu o

protocolo Ovsynch, que consiste na aplicação de GnRH no primeiro dia de tratamento (D0; dia

aleatório do ciclo estral) para induzir o pico de LH e a ovulação do folículo dominante (quando

presente) com consequente emergência de uma nova onda de crescimento folicular 1,5 a 2,0

dias após o tratamento. Sete dias após (D7), administra-se um análogo da prostaglandina F2α

(PGF) para induzir a regressão luteínica e um segundo tratamento com GnRH é realizado 48

horas após (D9), para que ocorra um novo pico de LH e a ovulação sincronizada do novo

folículo dominante. A IATF é realizada 16 horas após o tratamento com GnRH

(VASCONCELOS et al., 1999). Em gado de corte, o segundo GnRH é administrado no

momento da IA, aproximadamente 60 horas após a aplicação da PGF, o que confere ao

protocolo o nome de Co-Synch (GEARY et al., 2001).

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Os protocolos nos quais se utiliza P4 e E2 consistem na inserção de um dispositivo

liberador de P4 associado ao tratamento intramuscular com E2 no D0. Esse tratamento, em fase

aleatória do ciclo estral, promove a atresia dos folículos em crescimento e induz a emergência

de uma nova onda de crescimento folicular entre 2,5 ± 0,2 (SÁ FILHO et al., 2011) e 4,3 ± 0,2

dias (BÓ et al., 1995) após o tratamento. O mecanismo pelo qual o E2 associado a P4 suprime

o crescimento folicular parece envolver o bloqueio na liberação de FSH e de LH, interrompendo

o estímulo para o crescimento folicular. No momento da retirada do dispositivo de P4 (no D7,

8 ou 9), a administração de um análogo de PGF é necessária para garantir a luteólise (reabsorção

do corpo lúteo) e a redução dos níveis sanguíneos de P4. Nesse momento, podem ser

administrados também um indutor de crescimento folicular (gonadotrofina coriônica equina,

eCG) e um indutor de ovulação (BURKE et al., 1996; O'ROURKE et al., 2000).

3.4 Hormônios utilizados na IATF

3.4.1 Progestágenos

O tratamento com progestágenos estimula o desenvolvimento e maturação de folículos

dominantes, em vacas em anestro, por aumentar a secreção de LH, estimular o desenvolvimento

de receptores de LH e a síntese de estradiol (Rhodes et al., 2003). Além disso, podem induzir à

puberdade quando administrados próximos ao tempo em que esta ocorreria normalmente, sendo

mais efetivos quando combinados a dietas com alto conteúdo energético (GREGORY;

ROCHA, 2004).

Existem diferenças na fisiologia reprodutiva entre Bos taurus e Bos indicus, o que pode

determinar melhor reposta à sincronização. Uma das diferenças marcantes está relacionada aos

níveis de progesterona durante o ciclo estral. Fêmeas Bos indicus apresentam níveis de

progesterona circulante inferiores as fêmeas Bos taurus (PATTERSON et al., 1989).

Existem no mercado, dois tipos de implantes de progesterona para sincronização de cio

e ovulação: os implantes vaginais e os auriculares (subcutâneos), estes, têm liberação lenta na

circulação sanguínea, garantindo níveis constantes do hormônio no período em que o implante

está inserido. Há também a progesterona injetável, que tem meia vida na circulação limitada,

pois é administrado o total da dosagem em um único momento. Nos protocolos atuais de

sincronização do estro, a utilização da progesterona está sempre associada a outros hormônios,

como por exemplo, valerato de estradiol (VE), benzoato de estradiol (BE), cipionato de

estradiol (ECP), prostaglandina e eCG (COLAZO et al., 2006).

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16

3.4.2 Estrógenos

Os estrógenos são indutores da ovulação e naturalmente produzidos pelos folículos

ovarianos. Existem várias moléculas de estrógenos disponíveis no mercado para utilização em

protocolos de sincronização de cio. Os principais são: 17β estradiol, benzoato de estradiol (BE),

valerato de estradiol (VE) e o cipionato de estradiol (ECP). Cada um apresenta metabolização

diferente, alterando sua meia vida (BINELLI et al., 2001).

A associação de estrógenos aos tratamentos com progestágenos e/ou progesterona,

provoca atresia do folículo dominante e induz a emergência de uma nova onda de crescimento

folicular, 3 a 4 dias após sua aplicação (BÓ et al., 2003). Além disso, impede a formação de

folículos persistentes, que interferem na eficiência do tratamento (BARUSELLI et al., 2004).

Nos protocolos de IATF, normalmente o benzoato de estradiol é aplicado junto com a

colocação do implante de progesterona, podendo também ser utilizado sete a oito dias após, no

momento da retirada do implante. Geralmente induz a ovulação entre 24 a 32 horas após sua

aplicação (MAPLETOFT et al., 2002).

3.4.3 Prostaglandina

As prostaglandinas foram inicialmente detectadas no líquido seminal de carneiros,

possivelmente secretadas pela próstata. São sintetizadas por inúmeras células, quando

requisitadas, não são armazenadas e tem meia vida biológica muito curta (FONSECA et al.,

2012).

A prostaglandina é um hormônio muito utilizado para controle do ciclo estral, atuando

por meio da regressão do corpo lúteo. É aplicada por via intramuscular entre os dias 6 a 17 do

ciclo estral. Entretanto a PGF2α controla somente a regressão do corpo lúteo, sem alteração do

crescimento folicular (VASCONCELOS et al., 2000).

Os análogos sintéticos são mais potentes que as prostaglandinas naturais e funcionam

como agentes luteolíticos em vacas que estão ciclando normalmente, determinando a queda dos

níveis de progesterona, o desenvolvimento do folículo terminal e o pico de LH dentro de três

dias (FONSECA et al., 2012).

Quando a luteólise é induzida por tratamento com PGF2α, o começo do cio é distribuído

por um período de seis dias. Essa variação é devida ao nível folicular dos ovários na hora do

tratamento (MAPLETOFT, 2002). Colazo et al. (2006), afirmaram que o estro decorrente da

aplicação de PGF2α depende da fase de desenvolvimento do folículo no momento da aplicação.

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17

3.4.4 Gonadotrofina coriônica equina (eCG)

A eCG é produzida nos cálices endometriais da égua prenha e se liga aos receptores de

LH do corpo lúteo. A eCG cria condições de crescimento folicular e de ovulação e é um fármaco

cuja meia vida na circulação pode chegar a três dias. Seu uso tem se mostrado compensador em

rebanhos de baixa taxa de ciclicidade, animais recém-paridos (período pós-parto inferior a 60

dias) e animais com condição corporal comprometida. Animais com boas condições corporais

apresentam alta taxa de ciclicidade, o que dispensa o tratamento com eCG (BARUSELLI et al.,

2004). Quando administrado em fêmeas bovinas a eCG se liga aos receptores de FSH e LH do

folículo e aos receptores de LH do corpo lúteo, aumentando assim o crescimento do folículo

ovulatório e o tamanho do corpo lúteo, diminuindo os problemas de reconhecimento de

gestação que ocorrem até o decimo dia após a fecundação (STEWART; ALLEN, 1981).

A eCG é um fármaco de meia vida longa (até 3 dias), produzido nos cálices endometriais

da égua prenhe (MURPHY; MARTINUK, 1991), que se liga aos receptores de FSH e LH dos

folículos e aos receptores de LH do corpo lúteo (STEWART; ALLEN, 1981). Em equinos, a

eCG causa ovulação ou luteinização de folículos durante a gestação, com consequente aumento

da progesterona circulante (MURPHY; MARTINUK, 1991).

A eCG é composta de duas subunidades (α - composta por 96 aminoácidos; e β -

composta por 149 aminoácidos). Uma característica importante da molécula de eCG é a

existência de grande quantidade de carboidratos (aproximadamente 45% de sua massa)

principalmente a N-acetil neuramina (ou ácido siálico), primordialmente presente na

subunidade β da molécula de eCG, o que proporciona uma grande meia vida a este composto

químico (MURPHY; MARTINUK, 1991). Ainda, devido ao alto peso molecular e à presença

de ácido siálico, a molécula de eCG é carregada negativamente, o que dificulta a sua filtração

glomerular e aumenta ainda mais sua meia-vida. Devido a todos estes fatores, a meia-vida da

eCG quando aplicado em bovinos é longa (SOUZA et al., 2009).

Quando administrada vacas em anestro a eCG cria condições para estimular o

crescimento folicular e a ovulação, mesmo em vacas que tenham comprometimento na

liberação de gonadotrofinas. Seu uso tem apresentado efeito positivo em rebanhos com baixa

taxa de ciclicidade, em animais recém paridos (pós-parto inferior a 2 meses), em animais com

condição corporal comprometida e em animais que apresentam comprometimento no

crescimento do folículo dominante devido à altos níveis de progesterona ao final do tratamento

de sincronização da ovulação. Ainda, devido sua ação de LH e FSH e longa meia vida, a eCG

pode ser utilizada em dose única em protocolos para superovulação em bovinos (BARUSELLI

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et al., 2008). O emprego da eCG também tem sido relatado em receptoras de embrião.

Receptoras que recebem eCG durante o tratamento de sincronização apresentam aumento da

taxa de ovulação e de aproveitamento, além de possuírem maiores níveis de progesterona

circulante no diestro (BARUSELLI et al., 2000), diminuindo falhas no reconhecimento da

gestação (BINELLI et al., 2001) e aumentando a eficiência da transferência de embriões.

3.5 Fisiologia do pós-parto

Após o parto, a fêmea bovina precisa criar um bezerro saudável e estabelecer uma nova

gestação. O padrão de desenvolvimento folicular ovariano que prevalece durante a gestação

deverá agora ser substituído por uma sequência de eventos que resultará no crescimento de um

folículo dominante que produz estrógeno suficiente para manifestação do estro, seguido de

ovulação e formação de um corpo lúteo funcional. Esses requisitos são necessários para o

restabelecimento da fertilidade no período pós-parto nos diversos tipos de criação (RHODES

et al., 2003). No entanto, o que se observa em muitos casos nas condições brasileiras de manejo

é um longo período de anestro pós-parto, tanto em fêmeas Bos indicus quanto em Bos taurus,

apesar de haver crescimento folicular durante essa fase (WILTBANK et al., 2002). Existem

pesquisas que indicam que logo após o parto, verifica-se baixa quantidade de LH armazenado

na hipófise, sendo essa característica fisiológica limitante para o restabelecimento da atividade

ovariana no período pós-parto diferentemente do que ocorre no mesmo período com o FSH, do

qual os níveis de liberação continuam normais (YAVAS; WALTON, 2000).

No final da gestação ocorre diminuição da concentração de gonadotrofinas devido à

intensa retroalimentação negativa da progesterona. Logo após o parto (cerca de 4 dias), nota-se

elevação das concentrações de FSH e, consequentemente, emergência da primeira onda de

folicular (WILTBANK et al., 2002). No entanto, para que ocorra a ovulação do folículo

dominante, a frequência dos pulsos de LH deve ser de aproximadamente 1 pulso por hora

(revisado em Bó et al., 2003). A ausência ou a inadequada pulsatilidade de LH faz com que o

folículo dominante não se desenvolva muito além do diâmetro da divergência folicular.

Wiltbank et al. (2002) especularam que zebuínos podem apresentar deficiência de FSH no

período pós-parto com base em estudo (RUIZ-CORTES; OLIVERA-ANGEL, 1999) que

identificou que folículos de vacas zebuínas não alcançavam diâmetros superiores a 6mm

durante o anestro pós-parto. Contudo, estudos recentes sobre divergência folicular em Nelore

constataram que o folículo de Bos indicus atinge a dominância com diâmetro inferior ao

relatado para Bos taurus (8,5mm), com aproximadamente 6mm. Portanto, condições

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anovulatórias frequentemente verificadas em zebuínos não parecem estar associadas à

deficiência de FSH, que promove o crescimento até a divergência, e sim de LH, responsável

pela continuidade do crescimento e indução da ovulação do folículo dominante. Sendo assim,

especula-se que em fêmeas zebuínas em anestro severo, com comprometimento na liberação de

LH, os folículos não atingem diâmetros superiores a 6mm. Já, em fêmeas taurinas nas mesmas

condições de anestro os folículos crescem até 8,5mm de diâmetro (GIMENES et al., 2005;

SARTORELLI et al., 2005; CASTILHO et al., 2006).

Existem indícios de que zebuínos e taurinos apresentem diferenças nas concentrações

plasmáticas de LH. Em um experimento, D’Occhio et al. (1990) observaram que, aos 40 dias

pós-parto, vacas Bos taurus (Hereford Shorthorn) apresentaram maior concentração plasmática

de LH (0,66±0,04 ng/ml) do que vacas Bos indicus (Brahman) (0,56±0,03 ng/ml). Essa

diferença foi maior em períodos mais distantes do parto. Nesse mesmo estudo, constatou-se que

vacas Bos taurus tiveram maior secreção pulsátil de LH e taxa de prenhez entre 50 e 120 dias

após o parto que vacas Bos indicus. Após o restabelecimento dos estoques hipofisários de LH,

os principais fatores que comprometem a ovulação são a condição nutricional e a amamentação

(MONTIEL; AHUJA, 2005).

Quanto à nutrição, sabe-se que animais criados em regiões tropicais apresentam

comprometimento na atividade ovariana pós-parto devido principalmente ao inadequado

conteúdo energético fornecido pelas pastagens. Dessa maneira, a energia ingerida pelo animal

é priorizada para funções vitais de manutenção e de produção de leite, deixando em segundo

plano as exigências reprodutivas no que se refere a preparação para uma próxima gestação

(MONTIEL; AHUJA, 2005). Os efeitos resultantes do comprometimento nutricional são a

supressão na liberação de GnRH e, consequentemente, diminuição na frequência dos pulsos de

LH (SCHILLO, 1992), reduzindo o diâmetro máximo do folículo dominante e a duração da

onda de crescimento folicular (RHODES et al., 1995; WILTBANK et al., 2002). Frente a esses

dados, a avaliação do escore de condição corporal (ECC) e da nutrição do rebanho tornam-se

importantes ferramentas do manejo reprodutivo (MONTIEL; AHUJA, 2005).

Outro fator que pode inibir a ovulação no pós-parto é a amamentação, por reduzir a

liberação de GnRH e, por consequência, a secreção de LH (WILLIAMS et al., 1996). Essa

inibição é exercida pela secreção de um peptídeo opioide produzido no hipotálamo (β-

endorfina) em resposta ao estímulo da amamentação. O efeito da amamentação na regulação da

liberação tônica de LH é determinado pela habilidade da vaca em identificar seu bezerro. A

visão e o olfato exercem um papel crítico no desenvolvimento da relação da mãe com o bezerro,

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permitindo que a vaca identifique o seu bezerro. A remoção de ambos os sentidos atenua os

efeitos negativos da amamentação na secreção de LH. Assim, existem trabalhos que apontam

que a relação da vaca com o bezerro é responsável por prolongar o anestro pós-parto. Esse

efeito supressivo é independente de estímulos neurosensoriais no úbere (MONTIEL; AHUJA,

2005).

Essas alterações fisiológicas podem afetar a maturação final e a ovulação do folículo

dominante. Além do ato de amamentar, o olfato, a visão, o estímulo tátil e a audição podem

também induzir essas alterações fisiológicas (WILLIAMS et al., 1996). Montiel e Ahuja (2005)

descreveram que para atenuar o efeito da presença do bezerro, realiza-se desmame total, parcial

(permitir ao bezerro acesso à mãe uma ou duas vezes ao dia) ou temporário (remoção do bezerro

durante 48 a 96h).

Cerca de 65% das perdas embrionárias em vacas ocorrem por falha no reconhecimento

materno do embrião e este fenômeno pode ser justificado pela baixa produção de P4 pelo corpo

lúteo, que resulta em um útero menos susceptível a implantação embrionária. Por isso, conclui-

se que é importante ter um folículo dominante grande no dia da ovulação, para atingir uma

produção de P4 maior posteriormente a ovulação (GONÇALVES et al., 2002). Condições

nutricionais associadas a pré-disposição do gado zebuíno, causam baixa produção de LH pela

hipófise, impossibilitando o crescimento normal de um folículo por meio de estímulo natural

de LH. Uma alternativa para o estimulo do crescimento folicular é a eCG, que atua como indutor

de crescimento ovulatório exógeno (BARUSELLI et al., 2016).

3.6 Efeitos da eCG na dinâmica folicular

A eCG vem sendo amplamente utilizada no momento da retirada do implante de P4 para

melhorar os índices de fertilidade no Brasil. Por apresentar a característica de “booster” no

crescimento folicular, resulta em um folículo ovulatório maior (SOUZA et al., 2009), o que tem

impacto em dois pontos chaves da ovulação induzida pelo protocolo de IATF: taxa de ovulação

folicular e níveis de P4 circulante após a ovulação (SÁ FILHO et al., 2010).

A eCG, quando administrada em fêmeas, cria condições para estimular o crescimento

folicular e a ovulação. Seu uso também tem apresentado efeito positivo em rebanhos com baixa

taxa de ciclicidade (anestro), em animais recém-paridos (período pós-parto inferior a dois

meses), em animais com condição corporal e em animais que apresentam comprometimento no

crescimento do folículo dominante devido a altos níveis de progesterona ao final do tratamento

de sincronização da ovulação (MARQUES et al., 2005).

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O tratamento com a eCG parece ter um efeito corretivo na fertilidade de fêmeas bovinas,

já que sua administração só aumenta as taxas de ovulação, concepção, e prenhez em animais

com debilidade em sua fertilidade. Porém a fertilidade de animais tratados com a eCG não se

sobressai a fertilidade natural do animal, tendo efeitos positivos apenas em animais

prejudicados pelo baixo escore de condição corporal, período de pós-parto inferior a 2 meses,

e animais com baixa liberação de LH (SÁ FILHO et al., 2010).

Em um estudo para avaliar o crescimento folicular, a ovulação e a fertilidade em fêmeas

submetidas a um protocolo de IATF, vacas Nelores lactantes com bezerro ao pé e em anestro

pós-parto foram divididas em três grupos (controle; FSH: 10mg no momento da remoção do

dispositivo intravaginal de progestágeno; e eCG: 300 UI no momento da remoção do

dispositivo intravaginal de progestágeno) e submetidas às avaliações ultrassonográficas do dia

zero (D0) ao dia 12 (D12). Nesse estudo, os autores observaram um aumento no diâmetro do

maior folículo no momento da IATF no dia 10 (D10; 12,9 ± 0,3 mm, 12,8 ± 0,3 mm e 13,9 ±

0,2 mm, P = 0,006) e na taxa de crescimento folicular do dia oito ao dia 10 (0,95 ± 0,1 mm/dia,

0,90 ± 0,1 mm/dia e 1,40 ± 0,1 mm/dia, P = 0,006) nos animais tratados com eCG em relação

aos tratados com FSH e ao grupo controle, sendo observada diferença estatística entre os grupos

controle e eCG para ambos os parâmetros da dinâmica folicular (SALES et al., 2011).

Sá Filho e colaboradores (2010) realizaram dois experimentos para se avaliar os efeitos

da eCG na dinâmica folicular e nas taxas de prenhez em vacas Nelore lactantes e em anestro

pós-parto. No experimento 1, as vacas que receberam 400UI de eCG no dia nove (dia da

remoção do dispositivo auricular de progestágeno) apresentaram aumento na taxa de

crescimento folicular do dia nove ao dia 11 (1,53 ± 0,1 mm/dia e 0,48 ± 0,1 mm/dia; P <

0,0001), aumento do diâmetro do maior folículo no momento da IATF no dia 11 (D11; 11,4 ±

0,6 mm e 9,3 ± 0,7 mm; P = 0,03) e maior taxa de ovulação (80,0 e 50,0%; P = 0,02) em relação

às vacas que não receberam eCG. No experimento 2, as vacas que receberam 400UI de eCG no

dia nove apresentaram maior taxa de prenhez (47,7 e 27,6%; P = 0,004) em relação às vacas

que não receberam eCG.

Wecker et al. (2012) avaliaram vacas não lactantes da raça Brangus e observaram que

as tratadas com 400UI de eCG sete dias após a realização da IATF demonstraram maior número

de corpos lúteos (CL) com área maior que 2 cm (21 e 13, 80,8 e 54,2% dos animais; P < 0,01)

em relação ao grupo não tratado com eCG, o que evidencia a ação luteotrófica da eCG.

Há relatos da existência de uma alta correlação entre o diâmetro do folículo ovulatório

no momento da inseminação artificial e as concentrações séricas de progesterona após a

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ovulação, podendo este ser determinante de uma subsequente gestação (SÁ FILHO et al.,

2010). As concentrações de progesterona exercem papel fundamental no momento da

implantação do embrião no endométrio materno (KENYON et al., 2013).

O diâmetro do folículo ovulatório foi mensurado dois e três dias após a administração

de 400 UI de eCG em novilhas meio sangue, e se comparou com um grupo controle (que não

recebeu eCG). Constatou-se que dois dias após a aplicação da eCG, os grupos controle e eCG,

não diferiram em diâmetro folicular, no entanto, três dias após a administração do hormônio, o

grupo eCG apresentou diâmetro folicular superior (14.7 ± 0.6 mm) ao grupo controle (13.5 ±

0.5 mm), sugerindo que a eCG apresente maior ação folículo estimulante, se aplicada mais de

três antes da inseminação artificial (MARQUEZINE et al., 2014).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Animais

Foram utilizadas vacas (n=137) multíparas lactantes ou não da raça Nelore (Bos tausus

indicus) de uma mesma propriedade no município de Vilhena (Rondônia, Brasil). Os animais

permaneceram sob regime extensivo de pastagem (Brachiaria brizantha) e tinham acesso a

agua e sal mineral ad libitum.

4.2 Experimento

Todos os procedimentos realizados no presente experimento foram avaliados e

aprovados pelo Comitê de Ética em Uso de Animais (CEUA) da Fundação Universidade

Federal de Rondônia (UNIR), sob o número de protocolo 0013/2018.

Todos os animais foram submetidos ao protocolo de IATF de acordo com o seguinte

esquema de tratamento: no primeiro dia os animais receberam 2 mg de benzoato de estradiol

(GONADIOL, Pfizer Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil) e um dispositivo intravaginal de

liberação de progesterona (CIDR, Pfizer Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil) contendo 1,9

mg de progesterona; no sétimo dia do protocolo receberam 12,5 mg de PGF2α (LUTALYSE,

Pfizer Saúde Animal, São Paulo, SP, Brasil); no D9 do protocolo, foi retirado o implante de

progesterona, e foram aplicados 0,3 mg de cipionato de estradiol (E.C.P., Pfizer Saúde Animal,

São Paulo, SP, Brasil); no D11 do protocolo, as vacas foram inseminadas.

Estes animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o grupo eCGD7 (n=64),

recebeu 300 UI de eCG (NOVORMON, Pfizer Saúde Animal, São Paulo, São Paulo, Brasil)

no D7 do protocolo e; o grupo eCGD9 (n=73) recebeu 300 UI de eCG (NOVORMON) no D9

do protocolo. Todos os animais do experimento foram mantidos em um mesmo lote, e foi

permitida a mamada dos bezerros sem restrição. Foi realizada avaliação ovariana no D7, D9, e

D11 através de ultrassonografia transretal (Mindray®, transdutor linear na frequência de

5,0MHz) com o intuito de mensurar o diâmetro do folículo ovulatório.

O crescimento folicular dos dias 7 para 9, 7 para 11, e 9 para 11 foi analisado pelo

método ANOVA (Analysis of Variance) usando o GLIMMIX através do SAS.

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5. RESULTADOS

O diâmetro do folículo ovulatório no grupo eCGD7 (n=64) foi 14,72 ± 0,29 mm, e no

grupo eCGD9 (n=73) foi de 14,03 ± 0,26 mm. O grupo eCGD7 teve diâmetro folicular

clinicamente (visualmente) superior quando comparado ao grupo eCGD9, no entanto, não foi

encontrada diferença estatística (P = 0,07). Houve um aumento na média geral do diâmetro

folicular nos dias 7, 9 e 11 do protocolo de IATF, de 11,86 ± 0,17 mm, para 12,35 ± 0,19 mm,

havendo diferença estatística entre os grupos (P = 0,04).

Tabela 1. Diâmetro do folículo dominante nos dias 7, 9 e 11 do protocolo, e média de todos os dias nas

vacas tratadas com eCG no D7 (eCGD7) ou D9 (eCGD9).

Tratamentos Valor P

Variável eCGD7 eCGD9

Diâmetro folicular (mm)

Dia 7 9,85 ± 0,18 9,80 ± 0,16 NS

Dia 9 12,48 ± 0,21 11,74 ± 0,19 0,007

Dia 11 14,72 ± 0,29 14,03 ± 0,26 0,07

Média de diâmetro folicular 12,35 ± 0,19 11,86 ± 0,17 0,04

O efeito do tratamento foi demonstrado principalmente pelo crescimento folicular entre

os grupos do dia 7 ao dia 9, sendo o mesmo de 2,6 ± 0,2 mm no grupo eCGD7 e de 2,0 ± 0,2 mm

no grupo eCGD9 (P < 0,001), enquanto o crescimento do dia 9 para o dia 11 do protocolo não

apresentou diferença entre os tratamentos, como demonstrado no gráfico 1.

Gráfico 1. Crescimento folicular do dia 7 ao dia 11 do protocolo em vacas tratadas com eCG no dia 7 (eCGD7) e

9 (eCGD9).

9,85

12,48

14,72

9,8

11,74

14,03

8

9

10

11

12

13

14

15

DIA 7 DIA 9 (P=0.007) DIA 11 (P=0.7)

Diâ

met

ro f

oli

cula

r (m

m)

eCG D 7 eCG D 9

D 11 (P = 0,07)

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Quando os indivíduos foram divididos em categorias foliculares, onde animais que

possuíam folículo menor que 9 mm foram categorizados como de folículo pequeno e animais

com folículo maior ou igual a 9 mm foram categorizados como de folículo grande, animais de

folículos pequenos apresentaram maior diferença em crescimento folicular entre grupos (0,63

mm) do que animais com folículos grandes (0,38 mm), caracterizando um efeito do tratamento

maior sobre folículos pequenos, como demonstrado no gráfico 2.

Gráfico 2. Efeito do tratamento sobre animais com folículo dominante pequeno (< 9 mm) ou grande (≥ 9 mm)

sobre o crescimento folicular do dia 7 ao dia 11 do protocolo.

A média de crescimento folicular entre o D7 e o D11 foi superior (P = 0,08) no grupo

tratado com eCG no D7 (4,87 ± 1,60 mm) quando comparado ao grupo tratado com eCG no D9

(4,35 ± 1,63 mm). As taxas de crescimento folicular diário nos grupos eCGD7 e eCGD9 foram

de 1,21 mm/dia e 1,08 mm/dia, respectivamente.

4,22

5,09

3,84

4,46

2

2,3

2,6

2,9

3,2

3,5

3,8

4,1

4,4

4,7

5

5,3

GRANDE PEQUENO

Cre

scim

ento

foli

cula

r (m

m)

Categoria folicular

eCG D 7

eCG D 9

0,64

0,38

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6. DISCUSSÃO

O presente trabalho foi o primeiro a realizar a comparação entre a administração da

gonadotrofina coriônica equina quatro e dois dias antes da inseminação artificial, sendo este o

primeiro trabalho a relatar os resultados obtidos a partir destas observações.

A antecipação da aplicação da eCG para quatro dias antes da inseminação artificial só

se faz possível em protocolos de quatro manejos (protocolos longos) nos quais o manejo quatro

dias antes da inseminação é feito para a administração de prostaglandina; em protocolos de três

manejos seria necessário um manejo adicional para a antecipação da eCG, inviabilizando a

técnica.

O diâmetro do folículo dominante no momento da inseminação tanto do grupo eCGD7

(14,72 ± 0,29 mm) quanto do grupo eCGD9 (14,03 ± 0,26 mm), foram superiores, quando

comparados com Peres et al., (2009) que obteve 12,00 ± 0,10 mm utilizando 300UI de eCG, e

Martínez et al., (2015) que obteve 12,61 ± 0,47 mm utilizando 200UI de eCG.

Perry et al. (2005) comprovaram existir uma correlação linear entre diâmetro folicular

no momento da inseminação e taxa de prenhez aos 60 dias, e a análise de regressão indicou

máxima taxa de prenhez (81% ± 17,6%) em animais com folículo dominante de diâmetro 15,2

mm. Dentre os tratamentos comparados neste experimento o que teve diâmetro folicular mais

próximo de 15,2 mm foi o grupo que recebeu a eCG no D7 do protocolo, sugerindo que este

tratamento resultaria em melhores taxas de prenhez aos 60 dias nesta categoria animal.

Este trabalho foi testada a mudança no dia da aplicação da eCG apenas com a dosagem

de 300UI; em experimento realizado por Doroteu e colaboradores (2015), não foi identificada

diferença nas taxas de cio (percentual de animais que apresentaram sinais de estro) e de prenhez

em vacas Nelore tratadas com 300 ou 200UI de eCG no D9. Assim, se faz necessário testar o

efeito da antecipação do eCG na dosagem de 200 UI, e verificar se a diminuição da dosagem

afetará o resultado quando aplicada 4 dias antes da inseminação.

Animais com folículo ovulatório menor do que 11,3 mm no momento da inseminação

neste trabalho, apresentaram menores taxas de prenhez em vacas submetidas a protocolo de

IATF; o mesmo resultado não foi observado em animais que ovularam naturalmente sem

indução de ovulação pelo protocolo de IATF (Perry et al., 2005). Estes resultados sugerem que

não há necessidade de induzir o crescimento folicular em animais que serão inseminados diante

de observação de cio natural, não sendo necessário uso da eCG em inseminação convencional.

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A secreção de estrógenos pelos folículos é dependente da ativação dos receptores de

LH, localizados nas células da teca interna dos folículos ovarianos, e receptores de FSH,

presentes nas células da granulosa dos mesmos folículos (HAFEZ, 2003). Tendo a eCG ação

sobre estes receptores, ela desencadeia um aumento na secreção de estrógenos. O estrógeno por

sua vez estimula a síntese de receptores uterinos para ocitocina (OXTR) no endométrio. A

ocitocina, liberada de forma pulsátil pela neurohipófise, liga-se a estes receptores, provocando

a liberação de prostaglandinas na corrente sanguínea; em contato com o corpo lúteo, a

prostaglandina leva a lise do mesmo (PRESTES, 2017). Antecipando a aplicação da eCG, ela

passa a ser realizada no momento da aplicação da prostaglandina exógena, podendo assim,

potencializar a luteólise, resultando em uma queda mais abrupta da progesterona circulante,

interrompendo assim o ‘feedback’ negativo e consequentemente, antecipando a ocorrência do

estro. Animais que apresentam estro mais cedo (2,3 ± 0,14 dias após a retirada do implante)

tiveram resultados melhores do que animais que apresentaram estro mais tarde (4,06 ± 0,38 dias

após a remoção do implante), com taxas de concepção de 79,0 % e 42,0 % respectivamente

(OKOUYI et al., 2015).

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7. CONCLUSÃO

A antecipação da aplicação da gonadotrofina coriônica equina de 2 para 4 dias antes da

inseminação aumentou significativamente o crescimento folicular do sétimo ao nono dia do

protocolo. Também foi notado um aumento no diâmetro do folículo ovulatório no momento da

inseminação, sendo a média geral do mesmo superior no grupo submetido a antecipação da

eCG. Avaliados estes resultados recomenda-se a realização de mais experimentos, para avaliar

o efeito da antecipação da eCG também sobre as taxas de ovulação, estro, e prenhez, bem como

níveis séricos de estradiol e progesterona antes e após a ovulação.

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