FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROJETO DO HOTEL ......popular atraem turistas para o Rio de Janeiro,...
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO PROJETO DO HOTEL - SETOR
HOTELEIRO NORTE, BRASÍLIA –DF
ALUNA: Josimeire Reis
1 Introdução:
A indústria hoteleira, do setor de serviços, é um importante segmento da
economia em termos de movimentação de recursos, geração de empregos ou atração
de capital. O turismo é uma atividade em expansão que movimenta gera renda e
contribui para a economia do Brasil e que se apoia diretamente no serviço hoteleiro.
Os serviços hoteleiros se desenvolvem a cada ano e é parte essencial para que as
atividades turísticas sejam concretizadas. Assim, torna-se importante dedicar estudo
na aplicação de entendimento de projetos dedicados a este setor dentro da arquitetura
de edifícios. A hotelaria é parte da infraestrutura da atividade turística e possui lugar
de destaque no cenário turístico. Castelli (2003) considera essa como uma 14
indústria de serviços com características próprias sendo o espaço de hospedagem um
somatório de bens e serviços. Este setor busca satisfazer as expectativas de
acomodação das pessoas que por algum motivo estão fora de seus domicílios e por
isso, necessitam de um local para se abrigar, algo que proporcione conforto e bem
estar, independentemente do tipo de turismo que as pessoas pratiquem. Para Castelli
(2003) o hotel deve voltar-se para os desejos do cliente, ou seja, para as suas
necessidades e não para as necessidades do seu proprietário.
Sendo este tema de relevância dentro da economia da cidade este trabalho
tem como objetivo o projeto de um hotel em uma localização privilegiada de Brasília,
na quadra 4 do Setor Hoteleiro Norte, a menos de 4 km do Congresso Nacional e
apenas 1,4 km de distância da Rodoviária de Brasília, e próximo a pontos turísticos
da cidade, área nobre de Brasília. Atualmente no local existe as ruinas do antigo Hotel
Torre Palace, Fundado em 1973 pelo empresário libanês Jibran El-Hadj, um dos
primeiros edifícios hoteleiros a ser construído, contendo nas suas instalações 140
apartamentos distribuídos em 14 andares, após a morte do libanês, em 2000 o
empreendimento virou palco de uma disputa entre seus herdeiros, e em 2013 teve
suas atividades encerradas, e posteriormente abandonado. O hotel virou abrigo de
moradores de rua e usuários de drogas, já foi palco de diversas tentativas
malsucedidas de reintegração de posse, e por fim condenado pela Defesa Civil, pois
sua estrutura apresenta falhas graves.
Devido ao estado de deterioração e as falhas da estrutura existente,
proponho um projeto novo, começando do zero, seguindo as diretrizes do local, seu
designer será arrojado e moderno, com propostas ambiciosas de design, buscando o
alto nível nas suas instalações e serviços para atender a clientela diferenciada, que
busca vista privilegiada de pontos turísticos da capital de todas as acomodações. Este
novo edifício também poderá assumir aspectos de ponto de referência pelo seu
formato arrojado, sem destoar dos demais hotéis da região. Seu formato permitirá a
visualização de pontos diferentes aos visitantes e clientes.
Dividindo-se em pavimento térreo, mezanino, pavimento executivo,
pavimentos sócias e de serviços. A maioria dos pavimentos serão de uso misto, no
térreo, por exemplo, pequenas praças com jardins, espelhos d’água e pátios, dividirão
espaço com a recepção do hotel, podendo até ser apenas local de passagem para os
pedestres que por ali passam e tenham o mínimo de barreiras físicas e visuais, ou
clientes externos, que não necessariamente seja usado apenas pelos hóspedes, pois,
seu interior dispõe de cafés, restaurante, salas executivas, elevador panorâmico, e
cobertura. Outro pavimento que também será de uso misto é a cobertura, que poderá
ser alugado para eventos, com uma linda vista e piscina para desfrutar.
A ideia é que ele seja completamente diferente do formato tradicional de hotéis
em formato retangular, com quartos para cada lado e corredores separando, proponho
um layout diferenciado, com um volume em ângulos diferentes, com vistas em todas
as acomodações, e ainda desfrutar da vista do interior do hotel. Seu formato permitirá
iluminação e ventilação natural, o acesso só será permitido após fazer check-in na
recepção no pavimento térreo do hotel, um cartão dará o acesso de acordo com o
serviço que for utilizar no interior do edifico, previamente cadastrado.
2 Histórico do tema
Sobre a Indústria Hoteleira no mundo temos teorias diferenciadas. Para
alguns, o marco inicial da hospedagem se deu com os Jogos Olímpicos, na Grécia
Antiga, onde visitantes de várias localidades iam à Olímpia assistir aos jogos olímpicos,
como as competições duravam dias os competidores e visitantes precisavam se
hospedar até o fim dos jogos. Outro marco de extrema importância para o
desenvolvimento dos meios de hospedagem eram os grandes deslocamentos do povo
romano na expansão do seu Império. Durante esse período foram construídas várias
pousadas ao logo da via. No século IV a.C. Roma governava a Itália Central, o
imperador romano Apio Claudio construiu nesse século a Via Appia, considerado o
primeiro caminho romano. Com o tempo esse caminho já se estendia até o sul da
Itália, e posteriormente por toda a península itálica.
Segundo GONÇALVES; CAMPO (1999, p. 37) os problemas de segurança
levaram as autoridades a colocarem os donos de pousadas em sua folha de
pagamento, eles deviam relatar tudo que ouvissem de seus hóspedes, também na
época foi ciado uma lei que obrigava a manter vigília à noite, para a segurança dos
hóspedes, e era obrigatório anotar os nomes, a procedência e a nacionalidade de
cada um deles. Esse panorama continuou mais ou menos inalterado até o final da
Idade Antiga. Mas com a queda do Império Romano, as estradas ficaram muito
inseguras e isso diminuiu o número de hóspedes, retomando apenas com a chegada
do Cristianismo, religião essa que prega o "amor ao próximo" os moradores e viajantes
voltaram e ter segurança para se hospedar pois agora estavam protegidos por Deus.
Registros históricos assinalam que apenas no século XVII teve iniciou as
atividades de hospedagem no Brasil. Nesta época a atividade hoteleira ainda não era
regularizada, sendo exercida sempre em conjunto com outras, por profissionais de
diferentes setores. Referiam-se a eles como vendedores de alimentos e hospedagem,
logo passou a ser intitulados de "vendeiros" e "taberneiros".
No início do século XVIII, começaram a surgir na cidade do Rio de Janeiro as
primeiras estalagens, ou casas de pasto, que ofereciam alojamento, tornaram a
necessidade de se classificar os meios de hospedagem já existentes. Charles Burton
que fez a primeira classificação das hospedarias paulistanas adotando como critério
a divisão em 5 categorias, 1ª Categoria Simples (pouso de tropeiro), 2ª Categoria
Telheiro (uma cobertura ou rancho ao lado das pastagens), 3ª Categoria Venda
(mistura de venda e hospedaria), 4ª Categoria Estalagens ou hospedarias e pôr fim a
5ª Categoria, que eram os hotéis.
Nos séculos XIX e XX o turismo se devolveu no Brasil garças a evolução dos
meios de transporte que se tornava mais acessível à população, em vez de ser apenas
para nobreza. Em meados do século XIX a ferrovia encurtava distâncias com a
chegada da ferrovia e da “Baroneza”, a primeira locomotiva a trafegar no Brasil na
Estrada de Ferro Mauá em 1854. Vários depoimentos de visitantes estrangeiros
relatavam a falta de hotéis de qualidade, com padrões de qualidade muito diferentes
de países desenvolvidos. Em 1870 já existiam muitos hotéis importantes na capital
paulista, mas eram poucas as pessoas que podiam se hospedar, pois os hotéis
tradicionais só permitiam a entrada de hospedes que portavam carta de apresentação.
Os hotéis de melhor categoria eram fora do centro do Rio, alguns em bairros
afastados, e ofereciam maior conforto, requinte e paisagem exuberante, longe das
confusões das ruas cheias e barulhentas, e a falta de saneamento básico da cidade.
Os antigos hotéis ofereciam para seus hospedes algo semelhante aos hotéis
fazendas ou resorts de hoje. As evoluções dos meios de transportes viabilizavam os
investimentos no setor hoteleiro em locais distantes do centro do Rio de Janeiro, com
a criação de linhas de bondes que circulavam pelo centro do rio, e nas ladeiras
íngremes de Botafogo e Copacabana. Os hotéis impulsionaram o desenvolvimento
dos bairros que até então eram quase desérticos, como os bairros de Copacabana e
Ipanema.
Alguns motivos para alavancar o nível dos hotéis eram sua decoração
extravagante, com candelabros a gás, escada de mármore branco, mobiliário
requintado, sala de banho, correio, telégrafos e outros serviços. Em 1880 com a
chegada do telefone, os melhores hotéis tinham telefone particular nos quartos para
seus hóspedes. Outro grande avanço foi a chegada da eletricidade, possibilitando o
conforto aos hóspedes com uma campainha elétrica em todos os quartos, e não
precisavam se deslocar até a recepção para solicitar serviços. Os hotéis eram parte
importante na vida social da época, e com a chegada da Corte portuguesa no Rio de
Janeiro, trouxeram costumes da antiga sociedade colonial, promoviam festas, saraus
artísticos, e traziam artistas de companhias estrangeiras para os palcos cariocas.
Logo os hotéis também se incorporaram aos divertimentos da cidade. Começaram
discretamente, exibindo apenas bandas de música, e em pouco tempo já promoviam
os primeiros bailes carnavalescos em seus salões, poupando os foliões de grosserias
nas ruas.
O Hotel Avenida foi um dos mais populares edifícios da Avenida Rio Branco,
em Rio de Janeiro. Construído por Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá
mesclando o estilo neoclássico com o ecletismo na arquitetura, foi inaugurado em
1910, e dispunha de 220 quartos, iluminados a luz elétrica, e também oferecia aos
hóspedes o conforto do elevador. Na época de sua inauguração, a diária mínima era
de 9 mil réis. Tinha 3.200 metros de área total, com 60 metros de frente, 22,85 metros
de altura geral sobre o solo e 34,30 metros de altura máxima. No térreo funcionava
uma estação circular dos bondes, a famosa Galeria Cruzeiro, assim chamada devido
à existência de duas passagens em cruz, de acordo com projeto de Aprovado em 11
de dezembro de 1905 (Figura 1). Ponto de encontro dos foliões para o carnaval
carioca, onde chegavam nos bondes lotados, e iam para as mesas do bar do hotel,
no térreo. Apesar de ter sido demolido em 1957, o Hotel Avenida era tão importante
que acabou se transformando em marco histórico do Centro e cartão-postal do Rio
Antigo (Figura 2).
Figura 1:Projeto de Aprovado em 11 de Dezembro de 1905. Vide Galeria Cruzeiro Fonte: http://www2.rio.rj.gov.br/smu/acervoimagens/imagenspaa/1/0/152.JPG
Figura 2: Hotel Avenida (1908-1957) http://www0.rio.rj.gov.br/cultura/site/fr_noticia_roubo.php
Com a expansão do turismo o setor começa a experimentar grande destaque
e notória expansão, ganhando até fama internacional. As belezas naturais e a música
popular atraem turistas para o Rio de Janeiro, tendo seu ápice com a inauguração do
Copacabana Palace, em 1923, projeto do arquiteto francês Joseph Gire, que se
inspirou em hotéis famosos da Riviera Francesa, com 239 apartamentos e suítes,
divididos entre o prédio principal e anexo, em uma área de onze mil metros quadrados.
Outro importante hotel da época foi o "Hotel Glória", em estilo neoclássico, o
primeiro prédio em concreto armado da América do Sul, teve sua construção auxiliada
por engenheiros alemães, famoso por também ser o primeiro hotel a receber a
classificação de cinco estrelas do Brasil.
Em 1936 foi criada a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – ABIH, e
em 1953 a Associação Brasileira das Agências de Viagens – ABAV, devido as
necessidades de dispor de um fórum próprio, para que pudessem discutir soluções
focadas no turismo, a Confederação Nacional do Comércio, criou, em 1955, o
Conselho de Turismo, um órgão de assessoramento que reúne notáveis da hotelaria
e da atividade turística nacional. No mesmo ano, empresários do ramo de
hospedagem e alimentação se uniram para fundar a Federação Nacional dos Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares. Devido a essa mobilização despertaram as
autoridades públicas do País, e em 1958, aprovaram a criação da Combratur;
Comissão Brasileira de Turismo (Decreto Federal nº 44.863) órgão nacional
responsável pela coordenação das atividades destinadas ao desenvolvimento do
turismo interno e externo.
O Turismo representa o terceiro produto de exportação na balança comercial
brasileira, com uma arrecadação em torno de US$ 4 bilhões somente com a entrada
de turistas estrangeiros e 24,3 milhões de passageiros, em voos domésticos. Setor
responsável por uma cadeia produtiva composta por hotéis, restaurantes, bares,
empresas de transportes, agências e operadores de viagem, entre outros, gerando
empregos, fonte de renda e riquezas em todo o País.
3 Estado da arte
3.1 Hotel LX – Lisboa, Portugal
Um bom exemplo de projeto atual e o do Hotel LX, feito pela equipe de
arquitetos: Luís Miguel Correia, Nelson Mota e Susana Constantino; que fazem parte
da Comoco, no ano de 2006, em Lisboa, Portugal. O lote possui uma forma retangular
com cerca de 22 m de largura e 35 m de profundidade, como podemos observar nas
as figuras 3 e 4. Possui características distintas pois o local sofreu uma intervenção
em sua malha estrutural, feita no final do século XIX a pedido do Eng.º Ressano Garcia,
que abriu novas avenidas e resultou em um lote com duas frentes, a que se dá para
a Avenida António Augusto de Aguiar (Av. AAA) e com a Rua de S. Sebastião da
Pedreira (SSP).
Seu projeto é simples, com cerca de 150 quartos, espaços comuns destinados
a refeições, espaços para a realização de reuniões, espaços para a parte de serviços
e estacionamento próprio. Algumas condicionantes legais como: a limitação de altura
do edifício, e os problemas referentes a topografia do lote, resultaram em um projeto
separado em dois volumes, um se relacionando com a Av. AAA e o outro com a frente
para a Rua SSP. Os volumes articulam-se em volta de um pátio, alguns pisos ficam
abaixo da cota da Rua SSP, e consequentemente sem iluminação natural, mas não é
um problema, já que foi projetado o estacionamento privativo do hotel (Figura 5).
No piso de contato com a Rua SSP, fica maior parte das áreas de serviço,
onde tem o acesso aos andares superiores, e um pátio separando os dois volumes.
Nos quartos que ficam virados para a Rua SSP os quartos constituem a ocupação
exclusiva, e no outro volume vão se sucedendo em altura os espaços comuns, como:
salas de reunião, salas de conferências e sala de refeições. Então quando o volume
atinge a cota da Av. AAA, o edifício se abre para o exterior através de transparências,
e marca o acesso do Hotel. A partir deste os de pisos são idênticos, quartos que se
dividem em alas separados por um corredor, observem as figuras 6 e 7. O resultado
é um edifício duplo com características distintas; dois volumes, com duas fachadas,
para duas ruas importantes, e com personalidades diferentes (Figuras 8,9 e 10).
Figura 3: Implantação
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 4: Fachada
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 5: cortes
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 6: Térreo e Planta tipo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 7: Plantas 4 e 1
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 8: Perspectiva fachada, 2006
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 9: Fachada pronta, maio de 2012
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
Figura 10: Detalhe da fachada oposta, maio de 2012
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-48534/hotel-lx-comoco, 2018
3.2 Edifício Califórnia - Recife, Pernambuco
Outro exemplo de projeto de hotel é a proposta de requalificação do Edifício
Califórnia, em Recife, na Av. Boa Viagem, o edifício começou a ser construído em
1958, e inaugurado em 1960, projeto do arquiteto brasileiro Acácio Borsoi, um dos
primeiros arranha-céus do Recife a ser construído.
O objetivo é de requalificar, pois apresenta potencial para atender às
demandas atuais, ou mesmo abrigar novos usos, e prolongar a vida útil e os valores
arquitetônicos do edifício que foi reconhecido como Imóvel Especial de Preservação
(IEP), e não permite que seja modificado de forma que perca sua integridade e
autenticidade da época de sua construção.
Figura 11: Hotel Califórnia, 1960. Fonte: http://www.blogdasppps.com/2017/05/edificio-california-vive-
novo-momento-no-recife.html
O objetivo é a não descaracterização do existente, para que suas principais
características fossem transmitidas para as gerações futuras. A estrutura existente da
torre foi mantida, pois se adequava quase que totalmente ao necessário para o hotel,
tendo apenas que ser construída uma escada de emergência, seu volume se destaca,
e marca as circulações horizontais do edifício, e evidencia a intervenção realizada.
Na ambientação dos apartamentos foi recriado o espírito da época que ali
existiu, os anos 50, período em que foi construído o edifício. Grande parte das
intervenções propostas ocorreram no embasamento do edifício, buscando retomar a
concepção original do espaço. Para resolver o programa de necessidades exigia uma
área maior do que a disponível, então foi proposto um edifício anexo que tivesse o
mínimo possível de interferência na compreensão e na leitura do imóvel preservado,
e que criasse uma ideia de continuidade. Utilizaram a técnica de cromatismo para
fazer um mosaico de placas com cores próximas ou iguais às empregadas nas
fachadas do edifício preservado, como podemos observar na imagem do esquema
ilustrado para compor a fachada do anexo do Edifício Califórnia (Figura 12).
O acesso ao edifício é através de duas passarelas, e por uma rua interna no
pavimento térreo. Nenhuma passarela toca a torre vertical, sua comunicação é
somente entre a base do Califórnia e o novo edifício. Esta rua interna faz parte do
projeto original (1953) que tinha como proposta conectar a frente e o fundo do terreno,
e fazer a ligação da Av. Boa Viagem e a Av. Conselheiro Aguiar, aproveitando a
estrutura existente e o potencial do comércio desta área.
A proposta foi baseada na metodologia desenvolvida pelo Laboratório de
Estudos Avançados em Arquitetura (lA²), que faz parte do Programa de Pós-
graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU), do Departamento de Arquitetura e
Figura 12: Esquema ilustrando origem das cores e composição da fachada do anexo. Fonte:http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Urbanismo da UFPE, denominada DRAPI (LOUREIRO, ET AL, 2006; AMORIM, ET
AL, 2006), tendo como objetivo estabelecer novos usos e otimização dos usos
existentes no edifício.
O programa é formado por; andar subsolo no edifício anexo ficam as 55 vagas
de estacionamento para as lojas comerciais, no térreo; recepção, lobby, café, apoio,
23 lojas comerciais distribuídas tanto na base do Califórnia, quanto no edifício anexo,
ligadas através da rua interna recriada. No primeiro pavimento do edifício preservado
foram locados foyer, auditório com 79 lugares, 04 salas de reunião, e estacionamento.
No último andar da base e do anexo foi proposto um restaurante com
capacidade para 98 pessoas, com cozinha, e área de serviço. E na torre estão locados
os 210 apartamentos suíte, e a cobertura conta com um terraço descoberto, salão
para eventos, salão de jogos e bar, (Figura 16).
Figura 13: Diagrama ilustrando os usos e zoneamento
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Figura 14: Planta Baixa - Pavimento Térreo
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Figura 15: Planta Baixa – Sobreloja
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Figura 16: Planta Baixa - Pavimento Vazado
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Figura 17: Planta Baixa - Pavimento Tipo
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
Figura 2: Corte
Fonte: http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
3.3 Apart Hotel Ismael 312 – Santiago, Chile
O Hotel Ismael é um pequeno hotel, em um terreno com dimensões de 9 por
20 metros, e apenas 180 m², se faz grande diante de seu entorno. Projeto dos
arquitetos: Rodrigo Larrain Galvez, Rodrigo Larrain Illanes do Estudio Larrain, em
2010. O edifício está localizado em um local único, com vista para duas ruas: Ismael
Valdés Vergara e Monjitas, uma para o Parque Florestal ao Norte e a outra para o sul
onde fica a cidade mais movimentada e ruidosa. A composição da quadra é de
edifícios de 9 pavimentos de altura e fachada contínua, com diferentes estilos
arquitetônicos de diversas épocas, uma amostra cultural em perfeitas condições do
patrimônio arquitetônico do Chile.
Anteriormente no local do projeto, existia um edifício de três pavimentos, que
foi declarado como "imóvel discordante e de escasso valor arquitetônico" pelo
conselho de monumentos nacionais (Figura 19), então surgiu a possibilidade de
pensar em um projeto completamente novo, com uma proposta atual (Figura 20 e 21).
Por ser um projeto atual em uma quadra consolidada, o projeto seria como
"uma pincelada sobre um quadro existente", que podia ser um acerto ou um erro
completo, então fizeram um projeto que não corresponde a nenhuma das épocas
anteriores, mas ao presente, pois acreditaram que ele não deveria camuflar-se
tentando parecer ou adotando algum estilo arquitetônico preexistente, mas deveria
que deveria propor uma linguagem que reflete uma arquitetura atual, de forma que
dialogasse com seu entorno através dos elementos predominantes, os cheios e vazios,
as cores e texturas.
A linguagem arquitetônica das edificações da quadra formadas pelas três
ordens principais (embasamento, corpo e remate), se caracterizam em cada caso
Figura 19: Imagem do antigo edifício antes de sua demolição em 2012. Fonte: https://www.archdaily.mx/mx/02-175966/en-construccion-hotel-ismael-312-estudio-larrain, 2018
pelas varandas, com elementos anexos aos edifícios, como suas balaustradas,
geometrias e detalhes, definindo o estilo e sua expressão, seja do período moderno,
barroco ou clássico.
Da mesma forma o projeto também recorre a um embasamento, mas como uso
de transparências, vinculando visualmente e funcionalmente as ruas, com acesso por
ambos os lados do edifício. O projeto do corpo médio contém os dormitórios (Figuras
24 e 25), com varandas em cada ambiente, assim como no resto da quadra, as
varandas são responsareis pela volumetria expressiva, não só como anexo, mas
como parte da edificação. Dessa forma produz no interior uma janela lateral que
aumenta a luminosidade dentro dos quartos (Figura 26). E para o remate do edifício,
um vazio na cobertura que marca o terraço com piscina (Figura 27).
Figura 20: Elevação
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 21: Corte
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 23: Térreo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 22: Subsolo
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 24: 3 ao 5 piso
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 25: 9 ao 11 piso
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 26: Imagem atual da fachada
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
Figura 27: Imagem da piscina na cobertura do hotel
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/769648/apart-hotel-ismael-312-estudio-larrain, julho de 2015
3.4 B Hotel- Brasília, Distrito Federal
Projetado pelo renomado arquiteto paulistano Isay Weinfield, graduado pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie, e em 1973 abriu seu escritório, e o mantém
até hoje, tem caráter multidisciplinar, voltado ao projeto de edificações, interiores,
mobiliário, cenografia e até mesmo cinema. Dentre os inúmeros trabalhos
desenvolvidos, destacam-se os hotéis projetados para o Grupo Fasano em São Paulo,
Punta del Este e Porto Feliz, o Centro Cultural Midrash no Rio de Janeiro e o Square
Nine Hotel em Belgrado, além de uma linha de móveis e objetos desenhada para a
Etel Interiores.
O B Hotel está instalado no Eixo Monumental, de frente ao estádio Mané
Garrincha, mesmo não sendo exatamente novo para quem circula por Brasília. A
conclusão do edifício demorou pouco mais de cinco anos, inaugurado em janeiro de
2018, faz parte de uma arquitetura contemporânea, inspirado nas linhas retas da
capital, sua fachada é um espetáculo à parte, as janelas têm o mesmo tamanho, mas
diferentes alturas, destacando-o dos demais hotéis da região (Figura 28), com um
gasto de pelo menos R$ 100 milhões de reais para ficar pronto. Seu funcionamento
se deu por etapas, na primeira etapa, os primeiros seis andares, na segunda mais
seis e, por último, os quatro andares restantes, onde ficam 42 suítes.
Figura 28: Fachada do B Hotel, 2018
Fonte: Daudier Berteli
O B Hotel conta ainda com sala de reuniões e de eventos, com o público
majoritário de políticos e executivos. Em seus 16 andares são distribuídos os 306
apartamentos e com a capacidade para 800 hóspedes, os quartos com móveis de
design e decoração minimalista, são assinados pelo designer catarinense Jader
Almeida (Figura 29), seguindo uma característica simples e moderna, que vai desde
o hall de entrada, aos banheiros em mármore.
Figura 29: Interior de uma das acomodações do B hotel
Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018
“A palavra aqui não é luxo, mas um ambiente clean e contemporâneo,
descomplicado, onde as pessoas possam se sentir em casa”, descreve a diretora-
executiva Ana Paula Ernesto, responsável pela implantação e gerenciamento do hotel.
Segundo Ana, o conceito está voltado para a gastronomia como experiência, com o
plano de que o visitante ao entrar, visualize o restaurante com cozinha-show. Sendo
a cozinha como o verdadeiro coração do empreendimento (Figura 30).
Na cobertura um bar e piscina (Figura 31), a piscina amarela é emoldurada
por cobogós, feito de cimento (Figura 32), apesar de ter sido criado em Pernambuco,
o cobogó fez história mesmo nos prédios do Plano Piloto, e estampa grade parte dos
prédios do Distrito Federal. Oferece vista para o pôr do sol de Brasília, com o estádio
Mané Garrincha e o Memorial JK ao fundo (Figura 33).
Figura 30: Restaurante
Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018
Figura 33: O bar do hotel, com fechamento em vidro e deque de madeira.
Fonte: Gessynara Mariano, 2018
Figura 32: Imagem da cobertura com piscina e o bar ao fundo
Fonte: Otávio Toledo
Figura 31: Piscina na cobertura do B Hotel
Fonte: https://bhotelbrasilia.com.br/ 2018
4 O terreno:
O terreno do hotel tem uma localização privilegiada, no Setor Hoteleiro
Norte, Quadra 4 - Asa Norte, Brasília – DF. Estando apenas 2,2 km da Rodoviária do
Plano Piloto.
Figuras 35: Mapa de localização Local Fonte: Google Maps, editado pela autora
Fonte
: goo
gle
maps, m
od
ific
ado p
ela
auto
ra
2018
Figura 34: Localização geral
Fonte: google maps google, 2018
Figuras 36: Mapa de localização Focal
Fonte: google maps google
Vias e acessos
O Setor Hoteleiro Norte tem seis vias de acesso, sendo duas pela Via N2, duas
pela Via N1, e uma pela Via W3 Norte. O local conta com estacionamentos públicos,
paradas de ônibus e faixa de pedestres.
Figura 37: Mapa de fluxos, acessos e hierarquia viária.
Fonte: http://www.geoportal.segeth.df.gov.br/mapa/#, modificado pela autora.
Dimensões do terreno:
Atualmente o Hotel existente no local ocupa toda area máxima permetida, de 15m largura por 30m de
comprimento.
LEGENDA
VIA ARTERIAL VIA COLETORA VIA LOCAL
FAIXA DE PEDESTRES ESTACINAMENTOS TERRENO
PARADA DE ÔNIBUS ACESSOS
Figura 38: Terreno, fonte: Google maps
Atributos de configuração urbana:
Os setores que integram o SHN, faz parte do centro urbano constituinte da
escala gregária do plano urbanístico de Brasília. O setor deste centro urbano tem
morfologias e tipologia diferenciadas, seguem um zoneamento de usos e atividades
que está refletido na denominação de cada um dos setores. As barreiras viárias e
topográficas, separadas por diferentes setores, configuram um espaço descontinuo, e
carecem de uma maior integração dos espaços públicos e da acessibilidade de
pedestres.
O Setor Hoteleiro Norte caracteriza-se por espaços mais densos, onde é
percebido a verticalização da paisagem e maior variedade volumétrica, com maior
diversificação de atividades, caracterizando, desse modo, a escala gregária do plano
urbanístico (Figura 39).
Figura 39: Skyline do Setor Hoteleiro Norte.
Fonte:Goolgle maps, modificado pela autora
Análise solar
Utilizando a carta solar, para indicar a incidência solar nas quatro fachadas do
edifício, chegamos aos seguintes dados:
De acordo com a carta solar a fachada Oeste, figura 40, a incidência solar no
verão a partir das 13 horas com término em torno das 18 horas. Já no inverno a
incidência solar inicia-se às 11 horas e perdura até ás 18 horas.
É possível verificar que na figura 41, a fachada Norte no verão inicia-se no pôr
do sol e permanece até o horário das 10h e 30m com temperatura solar média de
Figura 40: Carta solar fachada Oeste programa Sol-ar, acervo da autora
Figura 41: Carta solar fachada Norte programa Sol-ar, acervo da autora
Figura 42: Carta solar fachada Sul programa Sol-ar, acervo da autora
Figura 43: Carta solar fachada Leste programa Sol-ar, acervo da autora
25ºC. Já no inverno o sol tarde um pouco mais a nascer e sessa a insolação em torno
de 16 horas.
A fachada Sul (figura 42), a incidência solar se dá a partir das 11h e 30m com
término no pôr do sol com temperatura média de 25ºC. No inverno há pouca incidência
solar, o sol só aparece no final da tarde, por volta das 17 horas.
E por fim a fachada Leste, figura 43, onde foi observado que a incidência solar
no verão se inicia em torno de 5h e 30m e perdura até meio dia. Já no inverno o
amanhecer se dá das 6h e 40m e sessa em torno as 10 horas.
A partir das análises de solar nas fachadas, feitas pelo programa Sol-ar, será
possível dimensionar melhor os ambientes, de forma que favoreça a iluminação
natural, e evitando a incidência solar nos horários maior intensidade, trabalhando com
elementos nas fachadas ou controlando o tamanho das aberturas.
A topografia do terreno apresenta um desnível suave, inclui curvas de níveis a
cada 5 metros e de cada 1m, observa-se que a diferença ente cada curva mestre é
de altitude de 1.010m e 1.105 em relação ao nível do mar (Figura 45).
Figura 43: Topografia
Fonte: http://www.geoportal.segeth.df.gov.br/mapa/#, 2018
Programas de necessidades básico :
SETOR/FUNÇÃO ÁREA DESCRIÇÃO
HALL/ RECEPÇÃO 9m² Acesso e espera de abertura e
fechamento de check-in
LOBBY 10m² Áreas de descanso, passagem, e
espera
ADMINISTRACAO 12m² Ambientes para instalação de salas
administrativas relacionadas ao hotel
SALAS DE REUNIÕES 25m² Salas equipadas para reuniões e
eventos
QUARTOS 400m² Quartos com banheiros, e locais de
BANHEIROS 15m² Sanitários de uso coletivo
ACADEMIA 25m² Equipamentos de ginastica para uso
dos hospedes do hotel
RESTAURANTE 100m² Ambiente de preparo e distribuição
de comidas
PISCINA 12m² Local de lazer, e relaxamento
ESTACIONAMENTOS 3.000m² Local para os hospedes estacionar
seus veículos
SERVIÇOS GERAIS 15m² DML, vestiários e ambientes de apoio
do hotel
ÁREA TOTAL: 908m²
Tabela elaborada pela autora, junho de 2018
Organofluxograma:
LEGENDA:
Acesso do público
Acesso semi-público
Acesso privado
Organofluxograma elaborada pela autora, junho de 2018
HALL/ RECEPÇÃO
LOBBY
ADM
SALAS DE REUNIÕES
QUARTOS
PISCINA
RESTAURANTE
ACADEMIA
BANHEIROS
PÚBLICO
SERVIÇOS
GERAIS
ESTACIONAMENTOS
5 Legislação:
Normas de Edificação, Uso e Gabarito - NGB 10/87
1. USOS
1.1. Admitidos: complexo hoteleiro, inclusive apart-hotéis, atividades comerciais
e de prestação de serviços.
2. PARCELAMENTO
2.1. O definido nas plantas SHS-PR 7/1 e SHN-PR 1/2 e SHNPR 3/1
2.1.1. Cada uma das Áreas Especiais constitui unidade imobiliária fisicamente
indivisível.
3. OCUPAO E GABAR ITOS
3.1. Cota máxima de coroamento igual a 65.00m a contar da cota ou cotas de
soleira a serem determinadas pelo DeU/SVO para cada uma das Áreas
Especiais.
3.1.1. O número de pavimentos fica a critério de cada projeto, respeitadas a cota
máxima de coroamento, os pés direitos mínimos e a área máxima de
construção estipulados nos itens 3.1. acima e 3.2. e 5.1. abaixo.
3.2. Área máxima de construção (A.M.C.) igual a 118.000m², inclusive subsolos.
3.2.1 não são computados na A.M.C. os seguintes elementos:
a) Torres externas aos edifícios quando destinadas exclusivamente a
circulação vertical de emergência;
b) Marquises e pórticos abertos.
3.3 Afastamento mínimo em relação as divisas:
a) Abaixo da cota de soleira - afastamento nulo;
b) Acima da cota de soleira - afastamento nulo desde que o projeto propicie
caminhamento generoso para pedestres no interior do lote, com acessos públicos
obrigatório; caso contrário, afastamento mínimo igual a 5, OO m em relação a
todas as divisas.
4. GARAGENS E ESTACIONAMENTOS
4.1. É obrigatória a previsão de garagens e/ou estacionamentos no interior do lote, em
superfície e/ou subsolo, à razão de 25m²de superfície para cada 100m² de área
construída.
5. DISPOSICOES GERAIS
5.1. Pés direitos mínimos:
a) Abaixo da cota de soleira igual a 2,60m;
b) Acima da cota de soleira igual a 2,60m;
c) Nas circulações e banheiros igual a 2,25m.
5.2. Utilização dos subsolos.
5.2.1. A utilização dos subsolos fica a critério de cada projeto, desde que
assegurada a metragem quadrada destinada a estacionamento estipulada no item
4.1. Acima e atendidas as normas técnicas vigentes relativas as condições de
ventilação e segurança contra incêndios.
5.3. Utilização das coberturas.
5.3.1. A utilização total ou parcial das coberturas fica a critério de cada projeto,
desde que nenhum elemento construído, inclusive casas de maquinas e caixas
d'água, ultrapasse a cota máxima de coroamento.
5.4. Os projetos para as Áreas Especiais devem ser submetidos ao I DeU/SVO a
nível de estudo preliminar para consulta previa, cabendo a esse órgão avaliar a
conveniência ou não de submetê-los a aprovação do CAUMA considerando a
localização das referidas áreas.
5.5. O anteprojeto de cada área especial só poderá ser aprovado em sua totalidade,
independente da Implantação vir a ser gradativa.
5.5.1. O anteprojeto de cada área especial deve ser submetido à aprovação previa
do CBDF no que se refere a interferência de galerias cobertas para pedestres com
a segurança do conjunto.
5.6. Quaisquer despesas decorrentes de eventual passagem de redes na área
correram por conta do proprietário, cabendo-lhe inclusive efetuar as devidas
consultas junto às Concessionarias e à NOVACAP.
6 O Programa:
O hotel será divido em áreas distintas, de acordo com os usos e o grau de
intimidade, sendo um hotel de uso misto, de grande fluxo de pessoas além dos
hospedes e funcionários o programa busca setorizar por atribuições.
Para melhor atender aos clientes do hotel, o edifício não poderá ter barreiras
visuais, em todos os andares vista livre para o melhor da região, o uso de um elevador
panorâmico será indispensável para atender todas as expectativas projetuais.
Será concentrado no subsolo a maior parte de serviços do Hotel, como
caldeira, casa de maquinas, ar condicionado, depósitos, vestiários, estacionamento,
os acessos de funcionários e local para carga e descarga.
No pavimento térreo, o hall de entrada, recepção e lobby, local onde terá a
administração do Hotel, banheiros, restaurante, e áreas com acentos confortáveis
para descanso, e caminhos por jardins sensoriais, para que clientes e visitantes
possam contemplar. E na parte em que será o embasamento do edifício, teremos um
bar, banheiros, uma cafeteria, academia e uma grande área de descanso e
contemplação a céu aberto.
Salas comerciais e administrativas, serão dispostas nos andares superiores,
salas de reuniões com lavabos, iluminação e ventilação natural, e vista privilegiadas.
Será projetado ao longo de seus 15 andares pelo menos dois tipos de planta; sendo
uma planta tipo com quartos suítes menores, mas com a mesma qualidade dos
demais pavimentos, como iluminação e ventilação natural, e vistas para áreas nobres
de Brasília. Já na outra planta tipo; teremos quartos maiores, com acabemos mais
sofisticados, e com banheiros espaçosos, mantendo a mesma qualidade referente à
vista e a ventilação e iluminação natural do pavimento tipo anterior.
Na Cobertura, assim como nos estudos de caso apresentados nos itens 3.1
Hotel LX – Lisboa, Portugal, 3.3 Apart Hotel Ismael 312 – Santiago, Chile, e 3.4 B
Hotel-Brasília, Distrito Federal, Sigo no mesmo conceito de projeto, otimizando o
potencial do edifício, locando na cobertura piscina, vestiários, banheiros e um fabuloso
longe com vista panorâmica para o Eixo Monumental.
7 Considerações Finais
Utilizando-se dos procedimentos propostos nesta fundamentação teórica, foi
possível criar um estudo para um projeto de hotel em uma área nobre de Brasília,
buscando incentivar o turismo na capital, que ainda é muito pequeno se for comparado
com outras regiões. A proposta não se trata de a maior quantidade de acomodações,
nem o menor preço, mais a melhor qualidade em acomodações, com as melhores
vistas, e com propostas de flexibilidades de usos, para atender a diferentes públicos.
A altura do edifício vai manter a relação com o entorno de forma sutil, e não
vai interferir no skyline da cidade. O potencial da região e dos fatores externos, tornam
esta proposta um bom investimento. A parte apresentada foi conceitual, e o torna
possível a melhor compreensão do tema, principalmente na fase de criação, sendo
que o projeto de arquitetura deste estudo tem características próprias. Os estudos de
fluxograma e organograma, foram fundamentais para uma distribuição funcional dos
setores e da volumetria.
Esta proposta atende as expectativas de um hotel com categoria superior,
espero conseguir implementar com êxito as recomendações sugeridas durante sua
produção formal e conceitual no próximo semestre, criando e modificando volumetria,
utilizando propostas estruturais e elementos arquitetônicos atuais, que possam ser
compatíveis ao nível de exigência e qualidade de projeto que garantem o sucesso do
empreendimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo L. de; JORGE, Wilson E. Hotel: Planejamento e
Projeto. 2. ed. São Paulo: Senac, 2000.
ANGELIS, Caroline de. Dimensão para projetos hoteleiros. São Paulo, 2011.
Disponível em: <http://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2012/175.pdf>
Acesso em: 10 de junho de 2015.
BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do turismo e o mercado. / Ministério
do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de
Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de
Segmentação. – Brasília: Ministério do Turismo, 2010.
MENEZES, Paula Dutra Leão de; SILVA, Jessica Cristina da; Análise do sistema
o cial dos meios de classi cação dos meios de hospedagem no Brasil. Dispível
em <http://www.seer.ufal.br/index.php/ritur/article/view/751> Acesso em: 10 de março
de 2015.
LINKNET:
http://www.elementararquitetura.com/projeto/hotel-california
http://correiogourmand.com.br/turismo_02_turismo_03_brasil_seculos_19_e_20.htm
https://www.vitrineturismo.com.br/images/arquivos/Historico_da_Evolucao_Hoteleira.
https://www.profissaohoteleiro.com.br/da-hospedaria-a-hotelaria/
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http://calcugal.blogspot.com.br/2012/08/en-construccion-apart-hotel-ismael-312.html
http://blog.panrotas.com.br/hotel-inspectors/index.php/2018/05/06/novo-b-hotel-
revisita-a-brasilia-clean-e-minimalista/
https://bhotelbrasilia.com.br/o-hotel
http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/70166/Decreto_33442_22_12_2011.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm