Fundamentos Da Ciencia Economica

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Economia

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  • ATIVIDADES/ CRITRIO DE AVALIAO* INCIO TRMINO

    Frum de Apresentao e Interao 12/03 (tera-feira) a 30/04 (tera-feira)

    1 Frum Temtico = 20 pontos

    20/03 (quarta-feira) 27/03 (quarta-feira)

    Primeira Avaliao = 20 pontos

    02/04 (tera-feira) 08/04 (segunda-feira)

    2 Frum Temtico = 20 pontos

    11/04 (quinta-feira) 17/04 (quarta-feira)

    Avaliao Final = 40 pontos

    11/04 (quinta-feira) 22/04 (segunda-feira)

    Prazo para correo da Avaliao Final 23/04 (tera-feira) 30/04 (tera-feira)

    Fim do acesso ao curso 30/04 (tera-feira)

    Aos nossos alunos e colaboradores

    Aos nossos alunos e colaboradores

    Se constatarem que utilizamos na ntegra ou em parte e sem a devida citao da fonte obrasprotegidas por direito autoral, solicitamos entrarem em contato para que, procedente a reclamao,providenciemos a imediata retirada do material indevidamente disponibilizado. Enfatizamos, contudo, o carter excepcional, inadvertido e de boa-f dos procedimentos, pois nosso objetivo principal difundir o conhecimento e a cidadania, por meio de oferta gratuita, plural edemocrtica.

    Equipe de Educao a Distncia do ILB

    Agenda/Calendrio do curso

    CALENDRIO DO CURSO

  • *Para aprovao necessria mdia mnima de 70 pontos.

    Guia do Estudante - Pg 1

    Guia do Estudante

    As orientaes abaixo ajudaro voc, estudante a distncia, a utilizar melhor os recursos didticos do nosso curso. Estas instrues visam a auxili-lo durante todo o seu percurso, levando-o a um maior aproveitamento e sucessoem seus estudos. O material didtico, elaborado conforme os preceitos da Educao a Distncia, est dividido em Mdulos, cujoscontedos so colocados de maneira clara e compreensvel. Familiarize-se com os recursos disponveis em nosso ambiente virtual de aprendizagem, o Trilhas:

  • Guia do Estudante - Pg 2

    Ao acessar o curso, explore as funcionalidades localizadas no menu lateral:

    COMUNICAO

  • Guia do Estudante - Pg 3

    APOIO

  • Guia do Estudante - Pg 4

    AVALIAO FINAL

  • Guia do Estudante - Pg 5

  • Apresentao

    Apresentao do Curso

    Bem-vindo ao curso Fundamentos da Cincia Econmica!

    Mesmo sem saber, a conjuntura econmica da sociedade em que vivemos afeta nossas vidas diariamente. O localem que moramos, as roupas que vestimos, os alimentos que ingerimos, o salrio que recebemos, tudo est atrelados condies econmicas atuais.

    Frequentemente, somos bombardeados com notcias sobre inflao, desemprego, crescimento econmico, pobreza,distribuio de renda. Comeamos a nos indagar se teremos recursos para gozar a vida, para proporcionar umfuturo melhor para nossas crianas, ficamos refletindo at como estar o planeta amanh.

    Essas questes so discutidas todo dia, nas conversas de barzinho, no trabalho, nas empresas, nas cpulas

  • governamentais. neste ponto que surge o interesse pela economia. Essa cincia nos d ferramentas paracompreendermos melhor os problemas cotidianos.

    medida que avanarmos, voc ficar surpreso de ver como a anlise econmica pode ajudar a entender a vidadiria.

    Ao longo do curso, voc encontrar uma srie de cones que permeiam o dilogo virtual entre o cursista e osorganizadores do curso. So eles:

    Autoavaliao

    Exerccio de fixao

    Avaliao final

    Exerccio resolvido

    Estudo de caso

    Para refletir

    Livro indicado

    Continuao

    Pesquise na Internet

    Voc sabia?

    Ateno

    Resumo do contedo

    Assista ao filme

    Leia mais

    Objetivosde aprendizagem

    MDULO I - INICIANDO O ESTUDO DA ECONOMIA

    Neste primeiro mdulo, vamos explicar o objeto de estudos da Cincia Econmica e sua aplicao no dia a dia,conforme o tipo de organizao econmica vigente.

    Objetivos

    Ao final, esperamos que voc possa:

    conceituar economia;identificar os seus principais componentes.

    Unidade 1 - Introduo

  • Vamos iniciar o estudo da Economia

    Nesta primeira unidade, vamos entender seus principais conceitos e aplicao no dia a dia.Veremos aqui que, ao contrrio dos recursos disponveis, as necessidades humanas so ilimitadas e a sociedade temque decidir o qu, como e para quem produzir, de acordo com a forma de organizao econmica vigente.

    Vdeo

    Assista o vdeo educacional sobre o tema proposto, produzido pelo Instituto Legislativo Brasileiro.

    Pg. 1

    Antes de iniciarmos o nosso estudo, vamos conhecer a origem da palavra economia e seu objeto de estudo.

    Qual a origem da palavra e qual o objeto da economia?

    Uma ideia muito boa da utilidade do estudo da cincia econmica vem da sua prpria etimologia: a palavraeconomia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Ou seja, trata da administrao da casa, que pode ser

    estendida para a administrao das empresas, para a administrao do pas.

    Conceitualmente, podemos dizer que o objeto de estudo da cincia econmica a questo da escassez.

    A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da restrio de recursos disponveis. Vejamos:

  • quando conseguimos atender nossas necessidades bsicas (alimentao, vesturio, moradia), passamos a desejarmais, como por exemplo uma casa maior, um carro mais potente, uma viagem internacional, ou seja, na prtica,

    nunca estamos satisfeitos.

    Produzir o qu? Como? Para quem?

    Ocorre que os recursos so limitados, o que significa que nem todas as necessidades podem ser simultaneamenteatendidas.Dessa maneira, as pessoas, os governos, a sociedade como um todo, qualquer que seja seu tipo deorganizao econmica, ou regime poltico, obrigada a fazer opes, escolhas.

    Assim, tambm podemosdefinir a economia como o estudo pelo qual a sociedade decide o qu (quais desejos serosafisfeitos e em que quantidade), como (qual tcnica ser utilizada para se conseguir o mximo de produo com amenor quantidade de recursos) e para quem produzir (quem ser o beneficirio da produo, como o produto serdistribudo).

    Veja o resumo no diagrama a seguir:

    Quadro I.1.

    Se os recursos so limitados, significa que nem todas as necessidades podem ser simultaneamente atendidas?

    Sim. Dessa maneira, as pessoas, os governos, a sociedade como um todo, qualquer que seja seu tipo de organizao econmica,ou regime poltico, so obrigados a fazer escolhas.

    Pg. 2

    Curva de Possibilidade de Produo Custo de OportunidadePara ilustrar a questo da escassez de recursos, a economia dispe de um grfico chamado de curva depossibilidade de produo. Essa representao mostra o mximo que uma sociedade pode produzir, dados osrecursos produtivos limitados.

    Primeiramente, vamos definir fatores de produo: so todos os insumos utilizados para produzir bens eservios.

    E o que podemos considerar como fatores de produo?

    Tradicionalmente, so considerados fatores de produo:

    a terra (campos cultivveis, minas);

  • o trabalho (recursos fsicos e mentais do homem); e o capital (mquinas, instalaes, matrias-primas).

    Agora, vamos supor que usamos todos os fatores de produo para produzir dois tipos de bens: automveis ealimentos.

    As alternativas de produo de automveis e alimentos esto expressas na tabela I.1 e representadas no grfico I.1.

    Dada a escassez de recursos, a sociedade deve decidir qual ponto da curva de possibilidades de produo serescolhido. A tomada de decises exige escolher um objeto em detrimento do outro.

    Curva de Possibilidade de Produo Tab I.1 - grfico I.1

    No ponto A do grfico I.1, a sociedade escolheu canalizar todos os fatores, todos os recursos, para produzirunicamente automveis. No ponto F, a sociedade optou por produzir apenas alimentos. As outras alternativas sosituaes intermedirias. Por exemplo, no ponto D, a economia produz 10 mil automveis e 8 mil toneladas dealimentos.

    Note que temos um ponto G, que est alm da curva (externo a ela). Esse ponto retrata uma situao que no podeser atingida com os recursos disponveis. S conseguiramos atingir o patamar G se houvesse recursos extras(veremos nos mdulos seguintes como fazer para aumentar os recursos produtivos de uma sociedade).

    Atente tambm para a existncia de um ponto H (interno curva). Nesse caso, temos uma situao ineficiente, poisno se est utilizando todos os recursos disponveis. H desemprego de fatores. E como resolver esse problema dodesemprego? Tenha calma, tambm estudaremos isso nos prximos mdulos.

    Em suma, a curva de possibilidades de produo nos mostra que, quando os recursos so escassos, a sociedade spode obter mais de algumas coisas se receber menos de outras. Voltando ao nosso exemplo: se estivermos noponto B, estaro sendo produzidas 3 mil toneladas de alimentos e 14 mil automveis. Suponha que a sociedadedecidiu que queria mais alimentos, o equivalente a 6 mil toneladas. Nesse caso, para conseguir essa produo dealimentos, a produo de veculos cair para 12 mil unidades (ponto C).

    Esse sacrifcio de 2 mil carros (ao irmos do ponto B para o ponto C) o que denominamos de custo deoportunidade, ou seja, custo de oportunidade o quanto temos de abrir mo de algo para conseguir mais de outroitem.

    Essa situao remete famosa frase de um eminente economista norte-americano, ganhador do Prmio Nobel:

  • "No existe almoo grtis.Milton Friedman

    Isto , nada de graa numa situao de pleno empregodos fatores.

    Pg. 3

    Avaliao Objetiva

    Mdulo I- Exerccio de Autoavaliao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/Objetivas"

    Avaliao Subjetiva

    Mdulo I - Exerccio de Fixao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas"

    MDULO II - FUNDAMENTOS DA MICROECONOMIA

    Neste mdulo vamos conhecer a microeconomia atravs da anlise do estudo das preferncias individuais e dasteorias da oferta e demanda.

    Veremos aqui as diversas estruturas de mercado e suas principais caractersticas.

    Objetivos

    Ao trmino desta leitura esperamos que voc possa:

    conceituar oferta e demanda;

  • compreender as teorias da microeconomia; eanalisar o comportamento de compradores e vendedores numa economia de mercado.

    Unidade 1 - Oferta, Demanda e Equilbrio de Mercado

    Como j citamos na Unidade 1 do Mdulo I do curso, em uma economia de mercado, o mecanismo de preosresolve problemas econmicos fundamentais.

    Nesta unidade vamos entender como se processa essa dinmica do mercado e como os preos tm o poder deharmonizar a oferta com a demanda, gerando um equilbrio.

    Ateno

    Consulte com regularidade o cronograma do curso.

    (Lembre-se: o no cumprimento de atividades nas datas previstas poder implicar o cancelamento de sua

    matrcula.)

    Vdeos

    Acesse os vdeos educacionais sobre o tema proposto, produzidos pelo Instituto LegislativoBrasileiro:

  • Pg. 1

    Introduo

    A Economia divide-se tradicionalmente em dois amplos ramos:

    Microeconomia;

  • Macroeconomia (veremos no Mdulo III).

    A microeconomia, objeto desta unidade, o estudo de como as famlias e empresas tomam decises e de como elasinteragem em mercados especficos.

    Por exemplo, o microeconomista estuda as preferncias dos indivduos, se as famlias preferem comprar laranjas amas e quanto os produtores, nesse caso, oferecem de cada uma das frutas. Estuda ainda os preos relativos e aproduo relativa desses dois bens (laranjas e mas).

    Teoria da Demanda e da Oferta

    Pense agora na seguinte situao: nos bares e restaurantes de uma cidade, consomem-se X garrafas de cerveja e Ygarrafas de vinho. Suponha tambm que os consumidores tenham mudado sua preferncia e passaram a bebermais vinho e menos cerveja (talvez porque se tenha divulgado que vinho faz bem sade). Considerando que arenda dos consumidores no foi alterada e que a produo de cerveja e vinho permaneceu a mesma em umprimeiro momento, o que vai acontecer com o preo dos produtos? Ser que as quantidades produzidas de cerveja evinho sero alteradas num segundo momento?

    Vejamos outros casos: voc j percebeu que o preo da gua de coco sempre aumenta no vero, que as roupas defrio ficam mais caras no inverno ou que os artigos de papelaria custam mais no incio do perodo escolar?

    Pois , essas questes so estudadas pela teoria da oferta e da demanda, a serem introduzidas neste mdulo. Analisa-secomo compradores e vendedores se comportam e como interagem uns com os outros. Mostra-se como a oferta(comportamento dos vendedores) e a demanda (comportamento dos compradores) determinam os preos em umaeconomia de mercado e como os preos influenciam a alocao dos recursos escassos da economia.

    Anlise da demanda

    A demanda (ou procura) a quantidade de determinada mercadoria (bem ou servio) que os compradores(consumidores) desejam adquirir de acordo com cada preo dado. A quantidade demandada de um produtoqualquer a quantidade desse bem que os compradores desejam e podem comprar.

    Normalmente, temos uma relao inversa entre o preo do bem e a quantidade demandada. Pensemos em umamercadoria em particular: chocolate. Quando o preo do chocolate cai, voc tem uma inclinao maior para comprarmais barras e bombons; no entanto, se o chocolate ficar mais caro, voc provavelmente vai se conter e comprarmenos.

    Como a quantidade demandada diminui quando o preo aumenta e aumenta quando o preo diminui, dizemos que aquantidade demandada negativamente relacionada com o preo (em um grfico, isso se traduz por uma curvadecrescente).

    Vamos supor a seguinte escala de demanda (tabela II-1.1), ou seja, quantas barras de chocolate as pessoas estodispostas a comprar conforme seja o preo da mercadoria. Note que quanto mais alto o preo, menos chocolate aspessoas compraro. Se a barra custar R$ 2,00, apenas 10 barras de chocolate sero adquiridas.

  • Vejamos agora a representao desses valores em um grfico. A juno dos pontos forma a curva da demanda(linha inclinada para baixo).

    Acompanhe as setas no grfico: quando os preos caem, a quantidade demandada aumenta (tambm vale ocontrrio, se os preos subirem, a quantidade demandada diminui).

    Essa relao entre quantidade demandada e preo funciona para a maioria dos bens e servios existentes. Naverdade, to universal que chamada de lei da demanda.

    Lei da demanda: considerando todas as demais variveis constantes, a quantidade demandada deum bem diminui medida que o preo dele aumentar.

    pg. 2

    Preos, Bens Substitutos, Preferncias e Renda

    Imagine agora a seguinte situao: voc vai a um restaurante e pede o cardpio para escolher seu jantar. Para fazersua escolha, voc olha primeiramente os preos. Vamos supor que sua opo seja por um fil de carne vermelha.No entanto, o garom lhe informa que existe um peixe em promoo. O peixe, por ser um substituto da carnevermelha, pode alterar sua escolha. Se os preos fossem parecidos, voc levaria em conta apenas seu gosto. Masento voc percebe que est com muita fome e poderia comer os dois pratos; porm, a deciso de consumir maisou menos ir depender da sua renda disponvel.

    Vimos que a curva da demanda mostra a relao entre preo e quantidade demandada, mantendo todos os outros fatoresconstantes. Ocorre que, como a histria do restaurante retrata, existem outros fatores alm do preo que so relevantespara a demanda: o preo dos bens relacionados, a renda dos consumidores e seus gostos ou preferncias.

    Bens Substitutos e Complementares

  • Relativamente ao preo dos bens relacionados, temos dois casos. O primeiro deles trata dos bens substitutos. Issoacontece quando o consumo de um bem substitui o consumo do outro. So exemplos de bens substitutos: coca-colae guaran, viagem de nibus e de metr, carne de vaca e de peixe, entre outros.

    O outro caso de bens relacionados so os bens complementares. Nesse caso, os bens so consumidos em conjunto,como por exemplo po e manteiga, carro e combustvel, computador e software.

    Um aumento no preo de um bem impulsiona a demanda por seus substitutos, mas reduz a demanda de seuscomplementares (e vice-versa).

    Vejamos outra exemplificao.

    Uma vez que tanto a viagem de nibus quanto a de metr atendem mesma finalidade de transporte pblico, essesdois servios so considerados substitutos e, portanto, se a passagem de nibus aumentar, aumentar a quantidadedemandada das viagens de metr. Agora imagine que o preo dos computadores caia; isto implica que a quantidadedemandada de computadores aumentar, mas tambm aumentar a demanda de programas de computador(software), pois no faz sentido ter um computador sem programas (caso dos bens complementares).

    Quais outros fatores alteram a demanda?

    Outro fator que altera a demanda a renda. Se ela aumenta, a demanda da maioria dos bens aumenta, ou seja, osconsumidores compram mais de todas as coisas. Quando isso acontece, chamamos os bens de normais. No entanto,h excees, como os bens inferiores. Nesse caso, quando o indivduo tem um aumento na renda, ele passa aconsumir menos dos bens inferiores (normalmente, so bens de baixa qualidade e baratos). Um exemplo disso acarne de segunda: em geral, s compramos esse tipo de carne quando dispomos de pouco dinheiro - se a nossarenda aumenta um pouco, passamos a comprar carne de primeira.

    Por fim, temos a questo do gosto. A demanda por bens pode ser alterada se houver mudanas no gosto dosindivduos. Isso pode acontecer por meio de campanhas publicitrias, modismos, atitudes sociais, etc. Por exemplo,se as protagonistas de novelas usam um determinado tipo de roupa, a demanda por essa roupa crescer.

    E qual ser o reflexo na curva da demanda decorrente de alteraes na renda, nos bens relacionados e no gosto?

    J vimos que mudanas ao longo da curva da demanda so causadas por mudanas nos preos (a quantidadedemandada varia conforme o preo), - lembre-se do grfico II-1.1. Mas e alteraes nos outros fatores?

    A curva da demanda se desloca toda para a direita ou para a esquerda em resposta a mudanas nos preos dosbens substitutos e complementares, na renda e nos gostos.

    Retornemos ao nosso exemplo das barras de chocolate. Se acontecer um aumento da renda, ou uma elevao dopreo de algum bem substituto do chocolate, ou uma diminuio do preo de algum bem complementar a ele, ou,por fim, uma alterao no gosto de forma que os indivduos queiram mais chocolate, ento a curva da demanda sedesloca toda para a direita (de D vai para D).

  • Note que, para todos os preos, a demanda ficou maior, ou seja, as famlias esto comendo mais chocolateindependentemente do preo dele. O aumento no consumo ocorreu devido a alteraes nos fatores renda, bensrelacionados e gosto. Analogamente, temos a situao de diminuio do consumo retratada por um deslocamentoda curva da demanda para a esquerda.

    Pg. 3

    Anlise da oferta

    A oferta a quantidade de determinada mercadoria (bem ou servio) que os vendedores querem

    oferecer de acordo com cada preo dado. A quantidade ofertada de um produto qualquer aquantidade desse bem que os produtores (vendedores) esto dispostos e aptos a vender.

    Qual a relao entre o preo do bem e a quantidade ofertada?

    Em geral, temos uma relao direta. Continuemos com o nosso exemplo do chocolate. Quando o preo do chocolatesobe, o produtor (vendedor) tem uma inclinao maior para produzir (vender) mais barras e bombons; no entanto,se o chocolate ficar mais barato, ele tem menos incentivos para fabricar e vender chocolates.

    Como a quantidade ofertada aumenta quando o preo sobe e diminui quando o preo cai, dizemos que a quantidadeofertada positivamente relacionada com o preo (em um grfico, isso se traduz por uma curva crescente).

    Vamos supor a seguinte escala de oferta (tabela II-1.2), ou seja, quantas barras de chocolate os produtores estodispostos a vender conforme seja o preo da mercadoria. Note que quanto mais alto o preo, mais chocolate serposto venda. Se a barra custar R$ 2,00, ento 50 barras de chocolate sero fabricadas e oferecidas no mercado.

    O conjunto desses dados, representados em um grfico, forma a curva da oferta S (linha inclinada para cima).Usualmente a curva da oferta representada pela letra S em referncia palavra inglesa supply (oferta).

  • Acompanhe as setas no grfico II-1.3: quando os preos sobem, a quantidade ofertada aumenta (tambm vale ocontrrio: se os preos carem, a quantidade ofertada cai). Esse movimento d origem chamada lei da oferta .

    Lei da oferta: considerando todas as demais variveis constantes, a quantidade ofertada de um bem aumenta

    medida que o preo dele aumentar.

    Bem, ento a curva da oferta mostra a relao entre preo e quantidade ofertada, mantendo todos os outros fatoresconstantes.

    Quais outros fatores alteram a oferta?

    Ocorre que, analogamente demanda, existem outros fatores alm do preo que so relevantes para a oferta.Citamos dois dos principais: a tecnologia e o preo dos insumos.

    A tecnologia se destaca, pois ela tem o papel de reduzir os custos das empresas e incrementar a produo. Porexemplo, quando o chocolate fabricado artesanalmente, a produo muito menor do que quando se utilizammquinas que propiciam a fabricao do chocolate em escala industrial. Uma tecnologia melhor desloca a curva daoferta para a direita, pois os produtores ofertam mais que antes para cada um dos preos (veja o grfico II-1.4).

  • Para produzir o chocolate, os produtores usam diversos insumos, como leite, acar, cacau, mquinas parafabricao e trabalhadores, entre outros. Se algum desses insumos fica mais caro, a produo do chocolate se tornamenos lucrativa, logo o produtor passa a oferecer menos do produto, o que desloca a curva da oferta toda para aesquerda. Analogamente, preos menores dos insumos (como salrios mais baixos) induzem as empresas aproduzirem mais a cada preo, deslocando a curva da oferta para a direita (um motivo das elevadas taxas decrescimento econmico da China a mo de obra barata disponvel por l, mas voltaremos a discutir isso maistarde).

    Pg. 4

    O equilbrio de mercado

    O preo em uma economia de mercado determinado tanto pela oferta quanto pela demanda. Vamos colocar emum nico grfico as nossas curvas de oferta e de demanda de chocolate.

    Observe, no grfico II-1.5, que h um nico ponto de interseo das curvas de oferta e de demanda: elas secruzam no ponto E. Esse ponto chamado de equilbrio de mercado. Nele temos o preo de equilbrio que faz comque a quantidade ofertada seja igual quantidade demandada. Em relao ao nosso exemplo, o preo de equilbrio R$ 1,20 que implica uma quantidade ofertada e demandada de chocolate igual a 30 barras.

  • VALE DESDE O CHUCHU AO DLAR

    (extrado da revista Veja de 22/02/2006)

    "Desde a introduo do sistema de cmbio flutuante no pas, em 1999, as cotaes oscilam deacordo com a lei mais bsica da economia, a da oferta e da procura.

    Quando a oferta pequena e a procura elevada, os preos sobem. Vale tanto para chuchu quantopara moedas sob o regime de cmbio flutuante".

    As aes de compradores e vendedores conduzem naturalmente o mercado em direo ao equilbrio entre demandae oferta. Vejamos o que acontece se o mercado estiver em desequilbrio

    No nosso exemplo, ao preo de R$ 1,20, a quantidade que os compradores desejam comprar e os vendedoresdesejam vender 30 barras de chocolate. Se o preo for cotado acima de R$ 1,20, os vendedores vo querervender mais de 30 barras, mas os compradores estaro dispostos a comprar menos que isso. Haver um excesso deoferta de barras de chocolate. Em consequncia, os vendedores acumularo estoques no planejados e tero dediminuir seus preos de forma que a produo seja escoada. No final do processo, o preo volta ao equilbrio.

    Da mesma forma, grfico II-1.6, se o preo for cotado abaixo de R$ 1,20, os vendedores vo produzir menos de 30barras, mas os compradores estaro dispostos a comprar mais que isso. Haver um excesso de demanda de barrasde chocolate, e os consumidores estaro dispostos a pagar mais pelo chocolate escasso. Novamente, o sistemavoltar ao equilbrio.

    Link

    Referncia para o Exerccio de fixao - Unidade 2

  • Exerccio Resolvido

    Sntese

    A demanda a quantidade de bens que os compradores desejam comprar conforme o preoadotado. Considerando as outras variveis constantes, quanto maior o preo, menor ser aquantidade demandada.

    A oferta a quantidade de bens que os vendedores ou produtores esto dispostos a venderconforme o preo estipulado. Tendo os demais valores constantes, quanto maior o preo, maior sera quantidade ofertada.

    O mercado est em equilbrio quando a quantidade ofertada igual quantidade demandada em umdeterminado preo de equilbrio. Isso acontece no cruzamento das curvas de oferta e de demanda.

    Pg. 5

    Avaliao Objetiva

    Mdulo II- Exerccio de Autoavaliao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/Objetivas"

    Avaliao Subjetiva

    Mdulo II - Exerccio de Fixao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas"

  • Unidade 2 - Estruturas de Mercado

    Objetivos

    Estudamos, na unidade passada, que o mercado est em equilbrio quando a quantidade ofertada igual quantidade demandada em um determinado preo de equilbrio.

    Isso acontece no cruzamento das curvas de oferta e de demanda.

    Nesta unidade vamos conhecer as estruturas de mercado existentes e suas caractersticas, esperando que, aofinal, voc possa identificar o impacto de cada uma dessas estruturas nos preos e no lucro dos produtores.

    Ateno

    Sugesto para um bom estudo:

    Procure realizar as atividades dentro dos prazos previstos - eles so planejados de forma a otimizar os resultadospretendidos, e a pontualidade demonstra seu compromisso com o processo de aprendizagem.

    Pg. 1

    Estruturas de Mercado

    Introduo

    Recentemente, presenciamos uma disputa entre os postos de gasolina para ver qual estabelecimento oferecia ocombustvel a um preo menor, a competio chegava a centavos. Nesse ambiente, vamos supor que o postoprximo a sua casa venda o litro da gasolina a um preo 10% maior que a mdia dos concorrentes. O queacontecer com esse posto? Os clientes, ao perceberem a diferena de preo, certamente procuraro outroestabelecimento onde a gasolina esteja mais barata, e o posto careiro ficar vazio.

    Vejamos agora outra situao: a companhia que oferece energia eltrica na sua cidade, alm de prestar um servioruim com falta de luz a todo momento, ainda decidiu majorar a tarifa em 20%. O que voc vai fazer? Provavelmentevai tentar no deixar tanto as luzes da casa acesas, mas ser impossvel deixar de usar a energia eltrica ou trocarde fornecedor.

  • Com esses exemplos, percebemos que existem mercados com estruturas diferentes que geram formas distintas dese fixar o preo do bem (ou do servio).

    Basicamente, no mercado de bens e servios, existem quatro tipos de estrutura que estudaremos neste mdulo:

    concorrncia perfeita; monoplio; concorrncia monopolstica; oligoplio.

    Pg. 2

    Concorrncia perfeita

    O mercado em concorrncia perfeita um modelo hipottico que retrata uma situao ideal. Sua importncia resideno fato de servir de base para a avaliao das outras estruturas de mercado.

    Quais as caractersticas do mercado em concorrncia perfeita?

    As seguintes condies devem ser preenchidas para que o mercado seja considerado perfeitamente competitivo (emconcorrncia perfeita):

    H muitos compradores e vendedores no mercado.

    Isso significa que cada agente muito pequeno em relao ao mercado como um todo, sendo, em consequncia,incapaz de influenciar os nveis de oferta e de demanda e o preo de equilbrio. Assim, cada comprador e vendedor um tomador de preos, ou seja, ele simplesmente aceita o preo dado pelo mercado, no tem poder nenhum demodific-lo.

    Os diversos vendedores oferecem bens homogneos.

    Ou seja, os produtos so parecidos, de forma que no h margem para haver diferenciao de preo por conta decaractersticas individuais dos produtos de cada vendedor.

    Infere-se das duas hipteses acima que, num modelo de concorrncia perfeita, todas as firmas do mercado praticamo mesmo preo p0, e tudo o que for ofertado por uma e outra firma ser vendido. Se alguma firma tentar praticarpreo mais alto, perder todos os clientes. Se quiser vender a um preo mais baixo, no estar sendo racional, pois,se vende quanto quer no preo p0, no h motivo para diminuir sua receita vendendo a um preo menor.

    Mas ento vem a dvida: por que todos os vendedores desse mercado no combinam uma medida para empurrar opreo para cima, obrigando os compradores a aceitarem esse preo mais alto (principalmente se for um bem cujoconsumo necessrio)? Para que isso no acontea, h uma terceira hiptese no modelo de concorrncia perfeita:

    H livre entrada de firmas e compradores no mercado.

    Mesmo que os preos fossem elevados, o consequente aumento dos lucros atrairia novas firmas para esse mercado,aumentando a oferta total e empurrando o preo para baixo.

    A CONCORRNCIA DERRUBA OS PREOS

    (extrado da Revista Veja de 08/03/2006)

    O filsofo e economista escocs Adam Smith, pai do pensamento econmico moderno, escreveu no clssicoA Riqueza das Naes, de 1776,

    que no da benevolncia do padeiro ou do aougueiro que devemos esperar nosso jantar, "mas sim docomprometimento deles com seus prprios interesses". Ou seja, a concorrncia, com cada comerciante

  • tentando vender mais que o outro, que derruba os preos, beneficiando toda a sociedade.

    Voltemos ao exemplo da gasolina. Em uma cidade grande, existem vrios postos oferecendo combustvel e, claro,vrios motoristas para comprarem a gasolina. O produto o mesmo: em tese, no h diferena na gasolina entre os

    estabelecimentos (a exceo se faz quando adulteram o combustvel misturando gua). Assim, o mercado degasolina se aproxima bastante do mercado perfeitamente competitivo, mas ainda no uma concorrncia perfeita.

    Por qu?

    Bom, no qualquer um que consegue montar um posto. Para tanto, necessrio um capital alto e licenas defuncionamento especiais. Ou seja, no h livre entrada de firmas. O no cumprimento dessa condio abre espao

    para a formao de cartis, isto , as empresas fornecedoras se unem para manipular o preo.

    As trs hipteses mencionadas so as mais citadas para se caracterizar uma concorrncia perfeita. No entanto,ainda podemos enumerar outras:

    Transparncia de mercado: compradores e vendedores detm informao completa sobre preos, locais devendas, qualidade dos produtos, lucro dos concorrentes.

    Mobilidade dos bens: livre movimentao dos fatores de produo e dos produtos. No existem custos detransportes.

    Cabe frisar novamente: a concorrncia perfeita um modelo hipottico. usado apenas por seu valor analtico, poisno existe na prtica.

    Pg. 3

    Monoplio

    Aps termos discutido a concorrncia perfeita, passamos agora ao caso oposto: o monoplio. Uma firma chamadamonopolista se ela a nica fornecedora de determinado produto. Mais ainda, uma empresa um monoplio se anica vendedora de seu produto, se o produto no tem substitutos prximos e se h barreiras entrada de outrasempresas.

    A grande questo do monoplio saber o motivo pelo qual outras empresas no vendem o produto do monopolista.Isso acontece justamente pelas barreiras existentes que impedem outras firmas de atuarem no mercadomonopolizado. Como podem ocorrer essas barreiras? Vejamos.

    Monoplio natural

    Esse tipo de estrutura surge quando h economias de escala na produo. Isto , a empresa monopolista, jestabelecida, tem condies de operar com baixos custos. Qualquer outra empresa que tente entrar no mercadoter que fazer muitos investimentos e no conseguir oferecer o produto a um preo equivalente ao da firmamonopolista.

    Um exemplo de monoplio natural est na distribuio de energia eltrica. Para levar energia a uma cidade, umaempresa precisa de equipamentos caros e postes com fiao por todo o permetro municipal. Outra empresa notem interesse em explorar esse ramo, porque o custo fixo de construo da rede muito alto e, com duas firmascompetindo na prestao desse servio, as duas teriam desembolsado esse valor alto e o custo mdio do servio defornecimento de energia eltrica seria mais elevado, diminuindo os lucros.

    Controle exclusivo sobre as matrias-primas

    Uma nica empresa detentora de um recurso-chave. Por exemplo, em uma cidade isolada, existe apenas umafonte de gua de propriedade de uma firma e no h outra maneira de se obter gua. Essa modalidade de barreira entrada rara, pois hoje as economias so grandes, inclusive mundiais, os recursos esto distribudos por vrios

  • proprietrios e h fcil transporte deles por entre reas distantes.

    Monoplios criados pelo governo

    Em muitos casos, os monoplios surgem porque o governo concede a uma s firma o direito exclusivo de venderalgum bem ou servio. A lei de patentes um exemplo de como o governo cria um monoplio para atender aointeresse pblico. Com a autorizao para produzir exclusivamente algum bem, o preo deve ficar num patamarmais elevado do que ocorreria se houvesse competio. Mas, concedendo a patente, o governo cria incentivosmaiores atividade criativa e pesquisa.

    Podemos resumir at aqui os conceitos estudados. A principal diferena entre uma empresa competitiva e umamonopolista a capacidade que esta ltima tem de influenciar o preo do seu produto. Uma empresa competitiva pequena em relao ao mercado em que opera e, portanto, toma o preo do seu produto como dado pelascondies do mercado. Em contrapartida, uma monopolista, como nica produtora em seu mercado, pode alterar opreo de seu bem, garantindo lucros acima do normal (chamamos de lucros extraordinrios).

    Como lidar com o poder do monoplio?

    Do ponto de vista da poltica pblica, os monoplios produzem menos do que a quantidade socialmente eficiente ecobram preos superiores ao que deveriam. Nesse caso, o governo pode reagir com uma legislao antitruste paratentar tornar as firmas mais competitivas. Pode, por exemplo, proibir fuses de grandes corporaes quando oresultado disso for um mercado monopolizado. No Brasil, um dos rgos responsveis por esse controle oConselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE).

    O governo pode tambm transformar o monoplio em estatal, de forma a controlar o comportamento da firma em nome do interessepblico (exemplo: Petrobras). Ou pode ainda regulamentar os preos cobrados pelos monopolistas, como fazem algumas agnciasreguladoras (exemplo: ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica).

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    Concorrncia monopolstica

    A concorrncia monopolstica abrange os mercados que possuem algumas caractersticas do mercado competitivo ealgumas caractersticas de monoplio. Trata de um modelo muito mais prximo da realidade do que a concorrnciaperfeita.

    Vejamos um exemplo. Voc decide almoar num shopping e vai praa de alimentao. L voc se depara comrestaurantes de diversos tipos: comida italiana, japonesa, natural etc. Parece ser um mercado competitivo, todos osrestaurantes esto disputando seu apetite. No entanto, tambm parece um monoplio, pois cada estabelecimentooferece exclusivamente um tipo de comida, com seu tempero prprio.

    Assim, a concorrncia monopolstica tem as seguintes caractersticas principais:

    muitas empresas produzindo um dado bem ou servio; os produtos so diferenciados, mas so substitutos prximos; cada empresa tem certo poder sobre preos, dado que o produto diferenciado - o consumidor tem opo deescolha, de acordo com sua preferncia.

    Como no existem barreiras para a entrada de firmas, a longo prazo h tendncia apenas para lucros normais, comoem concorrncia perfeita.

    Oligoplio

    um tipo de estrutura de mercado que apresenta pequeno nmero de empresas no setor. Um timo exemplo deoligoplio a OPEP (Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo). Grande parte do petrleo do mundo produzida por um pequeno grupo de pases, a maioria deles localizada no Oriente Mdio. Juntos eles tomamdecises sobre a quantidade extrada de petrleo e influenciam o preo do barril em escala mundial.

  • Em oposio concorrncia monopolstica e de forma semelhante ao monoplio, as empresas pertencentes aooligoplio garantiro lucros extraordinrios, pois sempre haver barreiras entrada de novos concorrentes,principalmente no oligoplio natural, como o caso do petrleo.

    Sntese

    Vimos quatro tipos de estrutura de mercado. A concorrncia perfeita pressupe um mercado com muitoscompradores e vendedores negociando produtos idnticos, de modo que cada comprador e cada vendedor um tomador de preo. O monoplio consiste em uma empresa que a nica vendedora de um produto queno tem substitutos semelhantes. A concorrncia monopolstica uma estrutura de mercado em que muitasempresas vendem produtos que so similares, porm existe uma diferenciao. Por fim, temos o oligoplio, emque h poucos vendedores oferecendo produtos muito similares ou idnticos.

    O funcionamento da economia de mercado passou por diversas alteraes na atualidade, como o gigantismodas modernas unidades industriais e o crescente intervencionismo do Estado na economia. Em consequncia,prevalece, entre as situaes de mercado, o monoplio e o oligoplio

    Pg. 5

    Avaliao Objetiva

    Mdulo II- Exerccio de Autoavaliao - Unidade 2 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/Objetivas".

    Avaliao Subjetiva

    Mdulo II - Exerccio de Fixao - Unidade 2 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas"

    Avaliao Final

    Mdulo II - Avaliao Final Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas"

  • MDULO III - FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA

    O terceiro mdulo deste estudo tem por objetivo analisar os principais fundamentos da macroeconomia.

    Vamos entender em que se baseia a poltica macroeconmica, suas metas e os instrumentos disponveis paraatingi-las.

    Conheceremos os conceitos e identidades fundamentais e veremos como ocorrem as flutuaes econmicas.

    Objetivos

    Ao trmino deste estudo esperamos que voc possa:

    definir o objeto de estudo da macroeconomia;

    distinguir as principais variveis macroeconmicas e us-las para anlise de economias reais;

    identificar os efeitos das polticas fiscal e monetria nas flutuaes e como podem ser usadas para aconsecuo de determinados fins.

    Unidade 1 - Poltica Macroeconmica

    Vimos na unidade anterior que a Microeconomia, um dos amplos ramos da Economia, estuda as preferncias dosindivduos, os preos relativos e a produo relativa dos bens.

    Nesta unidade vamos entender o objeto de estudo da Macroeconomia, suas metas e instrumentos de polticautilizados para atuar sobre a capacidade produtiva e sobre a despesa planejada da sociedade.

    Vdeo

    Acesse os vdeos educacionais sobre o tema proposto, produzidos pelo Instituto Legislativo Brasileiro.

  • Pg. 1

    Qual o objeto de estudo da Macroeconomia?

    A macroeconomia tem como objeto de estudo as relaes entre os grandes agregados: a renda nacional, o nvel deemprego e dos preos, o consumo, a poupana e os investimentos totais.

  • A macroeconomia, ao tentar responder como o mercado de bens e servios se comporta, efetua uma agregao detodos os bens produzidos pela economia durante certo perodo de tempo. Esse conjunto chamado de produtoagregado, ou seja, o somatrio de todos os bens produzidos pela economia. O preo de produto agregado umamdia de todos os preos produzidos. A isso, d-se o nome de nvel geral de preos.

    Para que as compras e vendas de mercadorias e servios aconteam, necessrio um elemento comum de troca: odinheiro. Para tanto, existe o mercado monetrio, em que so determinadas as taxas de juros e a quantidade de moeda

    necessria para efetuar as transaes econmicas. A moeda tem importncia na determinao dos preos e nasquantidades produzidas.

    Analogamente, a macroeconomia tambm v o mercado de trabalho como uma agregao de todos os tipos de trabalho existentes na economia.Como resultado temos outras duas variveis macroeconmicas: a taxa salarial e o nvel de emprego.

    A macroeconomia se incumbe ainda de estudar as relaes do nosso pas com o resto do mundo. Analisa o mercado cambial, de forma a conhecer ataxa de cmbio que permite calcular a relao de troca entre diferentes moedas.

    Em sntese, a macroeconomia o estudo de fenmenos que englobam toda a economia.

    O que deve estudar um macroeconomista?

    Um macroeconomista estuda assuntos como os efeitos de emprstimos feitos pelo governo federal, as mudanas da taxa de desemprego ao longodo tempo ou polticas alternativas para promover a elevao do padro de vida nacional.

    Pg. 2

    Metas da poltica macroeconmicaSo metas da poltica macroeconmica: alto nvel de emprego, estabilidade de preos, distribuio de rendasocialmente justa e crescimento econmico.

    Alto nvel de emprego

    As pessoas que gostariam de trabalhar, mas no conseguem encontrar um emprego, no esto contribuindo para aproduo de bens e servios da economia (alm de terem sua autoestima completamente abalada). Embora umcerto grau de desemprego seja inevitvel em uma economia complexa, quando um pas consegue manter a maiorparte de seus trabalhadores plenamente empregados, atinge um nvel de PIB (Produto Interno Bruto) maior do quese deixasse muitos deles ociosos.

    Estabilidade de preos

    Define-se inflao como um aumento contnuo e generalizado no nvel geral de preos, o que provoca uma perda dopoder aquisitivo da moeda. A inflao um problema porque gera distores de toda ordem no sistema econmico,como uma piora na distribuio de renda (os pobres tm mais dificuldade em se defender da inflao) e incertezas

  • sobre o futuro, o que desestimula os investimentos produtivos. Da a necessidade de polticas que preservem aestabilidade dos preos.

    Distribuio de renda socialmente justa

    A distribuio de renda resultante do sistema econmico pode no ser a desejada pela sociedade. O governo podeintervir, por meio de impostos, subsdios ou transferncias, no sentido de fazer ajustes e tornar a distribuio maisjusta, mais equitativa. No caso do Brasil, isso ainda mais urgente, dadas as diferenas absurdas existentes nasociedade brasileira.

    A distribuio de renda tambm tem sido assunto recorrente nos pases emergentes que conseguiram umcrescimento econmico rpido, como a ndia (cresce a uma mdia anual de 6% desde 1990), pois a riquezaproduzida demora a chegar s camadas mais pobres.

    Crescimento econmico

    Crescimento econmico o aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto, da produo de bens eservios de determinado pas. O melhor indicador para isso aferir o aumento da renda nacional per capita, isto , oaumento da razo entre a quantidade produzida e a populao. Para termos incremento na renda nacional percapita, o aumento dos bens e servios produzidos deve superar o crescimento populacional.

    Considerando as baixas taxas de crescimento brasileiro nos ltimos anos (em 2005, foi de apenas 2,3%), essa metadeve ser uma das prioridades nacionais.

    BRASIL NA LANTERNA DA DISTRIBUIO DE RENDA

    (publicado na Folha Online de 01/06/2005)

    O Brasil tem a segunda pior distribuio de renda do mundo de acordo com o ndice de Gini - que mede adesigualdade de renda em valores de 0 (igualdade absoluta) a 1 (desigualdade absoluta). O ndice do Brasil

    de 0,60, sendo superado s por Serra Leoa (0,62). A ustria uma das naes que tem a melhordistribuio de renda do mundo (0,23).

    Segundo o Radar Social, estudo divulgado nesta quarta-feira pelo IPEA (Instituto de Pesquisa EconmicaAplicada), embora o pas tenha conseguido melhorar alguns de seus principais indicadores sociais, a

    distribuio de renda ainda um dos piores problemas do pas.

    De acordo com a pesquisa, 1% dos brasileiros mais ricos (1,7 milho de pessoas) detm uma rendaequivalente a da parcela formada pelos 50% mais pobres (86,5 milhes de pessoas).

    Pg. 3

    Instrumentos da poltica macroeconmica

    O governo, para atingir as metas, deve atuar sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e sobre a despesa planejada da sociedade(demanda agregada). Basicamente, os instrumentos de poltica macroeconmica utilizados para isso so:

    poltica fiscal;

    poltica monetria;

    polticas cambial e comercial.

  • A poltica fiscal diz respeito s decises dos governos sobre gastos e tributos. Seus efeitos podem ser sentidosdiretamente na demanda agregada, por meio da variao dos gastos pblicos em consumo e investimento, ouindiretamente, pela reduo dos impostos, o que eleva a renda disponvel no setor privado. Estudaremos, maisadiante, como funcionam esses mecanismos.

    CONSUMO DO GOVERNO SOBE EM ANO ELEITORAL

    (publicado na Folha de So Paulo de 11/06/2008)

    Na comparao com o quarto trimestre de 2007, o consumo governamental aumentou 4,5%, considerando as trs esferasde governo (federal, estadual e municipal). Nesse caso, a maior variao de toda a srie do IBGE, que teve incio em1996. A despesa do governo corresponde a 19% do PIB.

    E para financiar tanta despesa os impostos subiram, mais uma vez, num patamar superior ao do PIB, segundo o IBGE. Ovolume de tributos cresceu 8% no primeiro trimestre deste ano na comparao com o mesmo perodo de 2007.Desde o terceiro trimestre de 2006, os impostos aumentam sistematicamente mais do que o PIB.

    A poltica monetria refere-se atuao do governo sobre a quantidade de moeda, de crdito e das taxas de juros.Na atualidade, o principal instrumento da poltica monetria a taxa de juros, e seu objetivo primordial a inflao

    baixa.As polticas monetria e fiscal representam diferentes alternativas para as mesmas finalidades. A polticamacroeconmica deve utilizar uma combinao das duas.

    A poltica fiscal apresenta maior eficcia na distribuio de renda, utilizando como instrumentos, por exemplo, ataxao de rendas mais altas ou promovendo gastos pblicos para os setores menos favorecidos.

    A poltica monetria possui a vantagem de ser facilmente implementada, pois s depende de decises dasautoridades monetrias (no caso brasileiro, temos as famosas reunies do COPOM Comit de Poltica Monetria do

    Banco Central).

    A poltica fiscal depende, normalmente, de votao no Congresso Nacional e, portanto, exige um perodo maior parasua implementao. Por fim, a poltica cambial envolve as aes para afetar a taxa de cmbio, e a poltica comercialtrata dos incentivos s exportaes e dos desestmulos (ou em alguns casos estmulos) s importaes, que podem

    acontecer por meio de alteraes nas tarifas, no crdito ou via cotas.

    Sntese

    Vimos que a macroeconomia se preocupa com os grandes agregados da economia. Suas metas so obter nveissatisfatrios de emprego, ausncia de inflao, uma distribuio de renda mais equitativa e altas taxas de crescimento

    econmico. Para tanto, pode utilizar-se das polticas fiscal, monetria, cambial e comercial.

    O texto a seguir comenta de forma sucinta e clara como aconteceu o desenvolvimento da macroeconomia, dando umaideia de vrios assuntos que iremos estudar. No se preocupe se no entender algo, as informaes constantes do texto

    sero explicadas em maior detalhe a seguir.

  • Link

    Desenvolvimento da Macroeconomia

    Pg. 4

    Avaliao Objetiva

    Mdulo III- Exerccio de Autoavaliao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/Objetivas".

    Avaliao Subjetiva

    Mdulo III - Exerccio de Fixao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas".

    Unidade 2 - Conceitos e Identidades Fundamentais

    Nesta unidade seguiremos com o estudo da Macroeconomia.

    Vamos compreender as principais identidades macroeconmicas e us-las para anlise de economias reais.

  • Ateno

    Sugestes para um bom estudo:

    Sempre que acessar a plataforma, navegue pelos ambientes de estudo para ver se algo novo foiacrescentado.

    Pg. 1

    Introduo

    Como j vimos anteriormente, o principal objeto da macroeconomia a formao e a distribuio do produto e darenda gerados pela atividade econmica. Esses agregados representam importantes medidas de desempenhoeconmico e bem-estar da sociedade. Assim, para entendermos os modelos macroeconmicos, essencial conheceresses conceitos, bem como seus sistemas de contabilizao.

    Consideraremos, num primeiro momento, que existem apenas dois agentes na economia: as famlias e as firmas.Estudaremos como ocorrem as relaes entre esses dois agentes. A seguir, permitiremos que haja acumulao decapital no nosso sistema, adicionaremos o governo ao modelo e abriremos nossa economia para o comrciointernacional.

    Famlias e Firmas

    As famlias so compostas por todos os indivduos da sociedade. Para que essas famlias consigam suprir suasnecessidades (alimentos, vesturio, lazer, ou qualquer outro item de que precisem), algum deve produzir. Assim,os prprios indivduos da sociedade formam as firmas, com o objetivo de fabricar tudo que demandado pelaspessoas. Ou seja, as firmas ou empresas so os locais onde se organiza e ocorre a produo.

    Para que todos os itens demandados sejam fabricados, as firmas precisam de vrios elementos, ou melhor, sonecessrios os fatores de produo, definidos como todos os insumos utilizados para produzir bens e servios.Tradicionalmente, so considerados fatores de produo a terra (campos cultivveis, minas), o trabalho (recursosfsicos e mentais do homem) e o capital (mquinas, instalaes, matrias-primas). E quem so os detentores dosfatores de produo? So as prprias famlias.

    Bem, ento a atividade produtiva requer a utilizao de fatores produtivos terra, trabalho, capital que devem ser

  • remunerados quando utilizados. Ou seja, as famlias, quando fornecerem os fatores de produo s firmas, devem receberuma contrapartida, uma remunerao por esses fatores que foram entregues ao processo produtivo.

    Pg. 2

    Para refletir

    As remuneraes dos fatores de produo so: salrios (remunerao do fator trabalho), juros (remunerao do capitalmonetrio), lucros (remunerao do risco incorrido pelo empresrio) e aluguis (remunerao do capital fsico). Essas

    remuneraes constituem a renda das famlias.

    As firmas produzem os bens e servios e os oferecem s famlias que os compram, utilizando a renda que tinhamauferido.

    Dessas relaes, saem alguns importantes conceitos:

    Produto agregado (Y): soma de todos os bens e servios finais produzidos na economia durante determinadoperodo de tempo (expresso em unidades monetrias). Algebricamente, o somatrio da quantidade (q) de cadabem i produzido, multiplicado pelo seu respectivo preo (p):

    Y = Produto = pi.qi

    Renda agregada (Y): soma de todas as remuneraes dos fatores de produo (trabalho, capital, terra) pagasna economia:

    Y = Renda Agregada = salrios(w) + juros(j) + aluguis(a) + lucros(l)

    Obs.: Representa-se salrio pela letra w em virtude da palavra inglesa wage.

    Consumo agregado (C): total da aquisio de bens de consumo pelas famlias. Lembramos que bens deconsumo so aqueles para satisfao das necessidades pessoais, como alimentao, sade, lazer e outros.

    Demanda agregada (DA) (ou Despesa Agregada): despesa com o produto ou a destinao do produto.

    Considerando uma economia hipottica que seja fechada (isto , sem relaes com o exterior), que no tenhagoverno e que produz apenas bens de consumo, a despesa agregada igual ao consumo agregado (C = DA).

    Pg. 3

    Outra maneira de analisarmos essas relaes por meio de um diagrama chamado de Fluxo Circular da Renda, quedescreve todas as transaes que envolvem as famlias e as empresas de uma economia simples.

    Fluxo Circular da Renda

  • Note que existem dois fluxos no diagrama: um, com linha tracejada, que representa o lado real da economia, ouseja, insumos e produtos e outro, com linha contnua, que o fluxo de dinheiro. As famlias fornecem os fatores deproduo para as firmas e so remuneradas por isso (renda agregada). As firmas utilizam os fatores produtivos eproduzem bens e servios (produto agregado). A remunerao recebida pelas famlias gasta com os bens eservios produzidos pelas firmas (demanda agregada). O dinheiro que as firmas recebem pela venda dos bens eservios serve para pagar os fatores de produo oferecidos pelas famlias e a voltamos ao ponto de partida.

    Pelo Fluxo Circular da Renda, pode-se inferir a Identidade Macroeconmica Bsica:

    Produto Agregado = Demanda Agregada = Renda Agregada

    Essa identidade mostra que o valor de todos os bens e servios produzidos em uma economia equivale ao gastototal da populao com bens e servios que, por sua vez, igual ao valor de todos os rendimentos recebidos pelapopulao, tudo considerado no mesmo perodo de tempo. Essa identidade faz com que o fluxo circular da rendaesteja sempre equilibrado.

    Pg. 4

    Vazamentos e injees

    At ento, estamos trabalhando com uma economia que s produz bens de consumo. No entanto, as empresastambm produzem e investem em bens de capital. Alm disso, as famlias podem no gastar toda sua renda, isto ,podem poupar uma parte.

    Antes de continuarmos a discusso, cabe apresentarmos algumas definies:

    Bens de capital: so bens destinados produo de outros bens, como mquinas e equipamentos. Os bens decapital no se destinam ao consumo final dos indivduos.

    Investimento (I): so gastos que visam a aumentar a capacidade produtiva da economia, como a aquisio debens de capital, a construo de hidreltricas, a construo ou ampliao de fbricas. Cuidado para noconfundir investimento com aplicao financeira. Se voc colocou seu dinheiro na bolsa de valores, voc fez umaaplicao financeira e no um investimento.

    Poupana (S): a parcela da renda que no foi gasta com consumo.

    Observao: Poupana representada pela letra S em virtude da palavra inglesa savings.

    Bem, de posse desses conceitos, podemos estabelecer algumas relaes algbricas.

  • O produto agregado (Y), que igual demanda agregada (DA), composto no s de bens de consumo, mastambm dos bens de capital e de toda a produo destinada a produzir outros bens, ou seja, o produto agregado equivalente ao consumo agregado (C) mais o investimento agregado (I) da economia:

    Y = DA = C + I

    Por outro lado, a renda agregada (Y), que antes era toda gasta com consumo, pode agora ter uma parte poupada:

    Y = C + S

    Pela identidade bsica, sabemos que a renda agregada igual demanda agregada, de onde resulta que o valor dapoupana equivale ao valor dos investimentos:

    C + S = C + I S = I

    Perceba que a poupana um vazamento do fluxo circular, pois um dinheiro das famlias que no retorna sfirmas na forma de gasto com consumo. Em contrapartida, temos os investimentos, que so considerados umainjeo. A parte poupada pelas famlias se converte em investimentos para aumentar a capacidade produtiva daeconomia. Assim, o dinheiro poupado retorna ao fluxo que se equilibra novamente.

    Agora vejamos o que acontece quando colocamos o governo na nossa economia. Cabe lembrar que o governodesempenha inmeras atividades e, para a consecuo de suas atividades, promove gastos. Para fazer frente aesses gastos, o governo arrecada tributos.

    Dessa maneira, a renda das famlias ter mais um destino, pagamento de tributos (T):

    Y = C + S + T

    Por outro lado, conforme dissemos, o governo tambm adquire bens e servios, logo a DA fica acrescida dos gastospblicos (G):

    DA = C + I + G

    No caso do governo, os gastos com bens de consumo so chamados de despesas correntes, ou seja, so gastosdestinados manuteno da mquina pblica, como material de expediente ou pagamento dos funcionriospblicos.

    Note que os tributos se configuram como um vazamento no fluxo circular da renda enquanto os gastos do governoso uma injeo para o fluxo. Novamente, utilizando a identidade bsica da macroeconomia (Y = DA), temos:

    S + T = I + G S I = G T

    Isso significa que, se houver dficit pblico, ou seja, se os gastos do governo superarem sua arrecadao (G > T),dever haver excesso de poupana do setor privado para financiar o governo (S > I). Em outras palavras, recursosque deveriam estar disposio da iniciativa privada para financiar aumentos da capacidade produtiva, esto sendocanalizados para financiar o governo, que gasta demais. Esse exatamente o caso do Brasil.

    O que entrava o crescimento econmico?(extrado da revista Conjuntura Econmica de fev/2006)

    Segundo Drio Fernandes Presidente do Banco Opportunity o principal entrave ao crescimento econmico so o"tamanho e a ineficincia do Estado. Ao longo dos anos foi construdo um Estado cada vez maior e que para sobreviver

    precisa sugar cada vez mais recursos do setor privado. Alm disso, esses recursos so desperdiados no financiamento dedespesas correntes e na manuteno de um aparato distante dos padres de eficincia necessrios para viabilizar um

    maior dinamismo da iniciativa privada."

  • Pg. 5

    Por fim, vamos acrescentar ao nosso modelo o setor externo, isto , vamos permitir que aconteam importaes(denominadas por M) e exportaes (denominadas por X).

    Apesar de termos um novo vazamento, as importaes (recursos gastos com bens produzidos no exterior), temostambm uma nova injeo, as exportaes (recursos externos comprando bens e servios produzidos no pas).

    Nesse contexto, temos a demanda agregada global, que a soma da demanda agregada at ento vista mais asexportaes (X). Isso se deve ao fato de que parte da produo est sendo consumida por agentes no exterior. Emoutras palavras, as exportaes se caracterizam por ser um elemento de demanda por produo interna.

    Demanda Agregada Global = C + I + G + X

    Por outro lado, alm dos produtos produzidos no pas, temos produtos estrangeiros sendo ofertados internamente,so as importaes (M). Ento podemos definir a oferta agregada global como a soma do produto agregado interno(Y) mais as importaes (M).

    Oferta Agregada Global = Y + M

    Igualando a demanda agregada global com a oferta agregada global, temos o seguinte:

    Y + M = C + I + G + X

    Assim, a demanda agregada interna ou produto agregado interno (Y) dado por:

    Y = C + I + G + X M

    Essa, provavelmente, a principal expresso existente na literatura macroeconmica. A parte (X-M) chamada degastos lquidos do setor externo e (C+I+G) a absoro interna.

    Lembre-se que a renda das famlias gasta com consumo, poupana e tributos (Y=C+S+T). Como, pela identidadebsica, a renda agregada igual ao produto agregado, que igual demanda agregada, temos que:

    C + S + T = C + I + G + X M

    S + T + M = I + G + X

    Essa ltima expresso mostra que os vazamentos se igualam s injees no fluxo circular da renda.Pode-se ainda escrever a equao anterior como:

    (X M) = (T G) + (S I)

    Isso interpretado da seguinte maneira: se houver um supervit externo (X>M, exportaes maiores que asimportaes), deve ocorrer um supervit ou no setor privado (S>I) ou no governo (T>G), ou em ambos.Analogamente, se houver dficit externo, vai haver dficit interno no setor privado ou dficit pblico. sabido que oBrasil est batendo recordes de supervit no setor externo (X>M). O que est acontecendo ento com as outrasvariveis? Discutiremos isso em um estudo de caso mais adiante.

    Outra maneira de escrever a equao anterior :

    I = S + ( T G ) + ( M X )

    Investimentoglobal

    Poupanaprivada

    Poupanapblica

    Poupanaexterna

  • Poupanainterna

    Isto , os investimentos de um pas podem ser financiados ou pela poupana privada, ou pela poupana pblica, oupela poupana externa. Note que a poupana externa dada por (M-X). Isso acontece porque pensamos em termosreais, ou seja, as importaes representam recursos reais que entram no pas, como mquinas e equipamentos. Seas exportaes superam as importaes, temos uma poupana externa negativa.

    Sntese

    Estudamos vrias expresses que nos permitem aferir e analisar macroeconomicamente um pas. A principal identidade aque chegamos a do produto agregado ou demanda agregada (podemos, simplificadamente, cham-lo de PIB - ProdutoInterno Bruto): Y = C + I + G + X M. Essa medida importante porque permite quantificarmos tudo que est sendoproduzido no pas em termos de bens e servios. Permite tambm sabermos como est o crescimento da economia, ouseja, como est a ampliao da produo da economia.

    .

    Pg. 6

    Exerccios de fixao

    Mdulo III - Exerccio de Fixao - Unidade 2 - Acesso pelo menu lateral "Trabalhos/Redaes"

    Unidade 3 - Flutuaes Econmicas

    Vimos, na unidade anterior, as principais identidades macroeconmicas e como us-las para anlise de economiasreais.

    Nesta unidade estudaremos como ocorrem as flutuaes de curto prazo na atividade econmica e o impacto daspolticas fiscal e monetria sobre a economia

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    Introduo

    As flutuaes de curto prazo na economia so comuns, acontecem em todos os pases. Nos perodos de expansoeconmica, em que temos um rpido crescimento do PIB real, ou seja, um aumento da produo de bens e servios,a taxa de desemprego diminui, os lucros das firmas so crescentes e a tendncia se alcanar um melhor padro devida para toda a populao. Por outro lado, h perodos em que as empresas no conseguem vender tudo o queproduzem, reduzem a produo e demitem trabalhadores, a taxa de desemprego aumenta, o PIB e a renda caem.Isso caracteriza uma situao de recesso.

    Vamos ento, entender como ocorrem as flutuaes de curto prazo na atividade econmica e o impacto das polticasfiscal e monetria sobre a economia.

    O modelo bsico para tanto o de demanda agregada e oferta agregada. Sua ilustrao consta do grfico III-3.1.No eixo vertical est o nvel geral de preos da economia. No eixo horizontal est a quantidade geral de bens eservios. A curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e servios que as famlias, as empresas e ogoverno desejam comprar a cada nvel de preos. A curva de oferta agregada mostra a quantidade de bens eservios que as empresas produzem e vendem a cada nvel de preos. A produo e o nvel de preos se ajustamat chegar ao ponto (Y0,P0), em que as curvas de oferta agregada e de demanda agregada se cruzam.

    Vamos detalhar essa teoria nos tpicos seguintes.

    Demanda Agregada

  • Como vimos, a curva de demanda agregada mostra a quantidade de bens e servios que as famlias, as empresas eo governo desejam comprar a cada nvel de preos. Note pelo grfico III-3.2, que a curva da demanda agregada decrescente (negativamente inclinada).

    Isso significa que quando o nvel de preos diminui de P1 para P2, a quantidade demandada de bens e serviosaumenta de Y1 para Y2. (veja o grfico III-3.2).

    Mas qual o motivo da demanda agregada ser negativamente inclinada? Para tanto, lembremos seus componentes:consumo (C), investimentos (I), gastos do governo (G) e exportaes lquidas (X M). Se tiver dvida, releia omdulo III-2.

    Y = C + I + G + X M

    Vejamos a contribuio de cada um dos componentes para o comportamento decrescente da demanda agregada,exceto pelos gastos pblicos, cujo valor fixado por critrios polticos e no econmicos.

    Primeiramente analisemos o consumo. Quando os preos das mercadorias caem, ns, consumidores, conseguimoscomprar mais itens com nosso dinheiro. Generalizando, quando o nvel de preos de toda a economia diminui, odinheiro das pessoas passa a ser mais valioso, permitindo que os consumidores adquiram mais bens e servios e,por consequncia, a demanda agregada aumenta. Note a relao inversa que caracteriza a inclinao negativa dademanda agregada: nvel de preos cai e quantidade demandada aumenta. Esse fato conhecido na literaturaeconmica por "efeito riqueza".

    Vejamos agora o caso dos investimentos. As firmas, objetivando aumentar seus lucros, sempre querem expandirsuas plantas industriais e seus equipamentos. Assim, as firmas tm projetos de investimentos para aumentar suacapacidade produtiva, que, se implementados, geram uma determinada taxa de retorno. No entanto, se a taxa dejuros praticada pelo mercado financeiro for alta, o retorno dos investimentos da firma talvez no seja o suficiente. melhor para o empresrio fazer uma aplicao financeira do que aumentar sua capacidade produtiva. Porm, se ataxa de juros cai, ser lucrativo empreender mais e mais projetos. Em suma, taxas de juros altas reduzem ademanda de investimento. Mas onde est a relao disso com o nvel de preos?

    Comeamos a responder com um novo questionamento: quando o nvel de preos est baixo, voc precisa de maisou menos moeda (dinheiro) para suas transaes dirias? Ora, se tudo custa pouco, vou precisar de pouco dinheiropara pagar minhas contas e comprar o que necessito. Bem, ento quando o nvel de preos baixo, a demanda pormoeda para transaes menor. Mas se a necessidade de reter moeda pequena, as famlias racionalmentedepositam o excedente de seu dinheiro em uma poupana de forma a receber juros. Os bancos, ao receberem essesdepsitos, colocam o dinheiro disposio para emprstimos, afinal essa uma das funes do sistema bancrio:servir de intermediador financeiro.

    Quanto mais dinheiro estiver disposio, mais fcil consegui-lo (dinheiro mais barato) e, por conseguinte,menores sero as taxas de juros. J vimos que, com taxas de juros baixas, os projetos de investimentos das firmasganham prioridade; alm disso, menos custoso financiar o investimento (tomar emprstimos).

  • Resumindo, quando o nvel de preos baixo, a necessidade de moeda menor, o que acarreta taxas de jurosmenores, que incentivam o investimento, que aumenta a demanda agregada.

    Por fim, temos que as exportaes lquidas tambm aumentam quando o nvel de preos est mais baixo. Issoocorre por meio da taxa de cmbio. Deixaremos para explicar melhor esse tema logo adiante.

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    Bem, vimos at agora que oscilaes no nvel de preos alteram a quantidade demandada de bens e servios e,assim, caminhamos sobre a curva da demanda agregada.

    Alm desse caso, existem outros fatores que alteram a quantidade demandada, deslocando a curva da demandaagregada para outro patamar, sem alterar o nvel de preos. Tais flutuaes podem ser causadas, por exemplo, porum aumento generalizado de impostos que diminui a renda disponvel da populao e sacrifica o consumo,deslocando a curva da demanda agregada para a esquerda.

    Esse mesmo movimento pode ser causado por quedas no investimento decorrentes, por exemplo, do pessimismodos empresrios em relao a um novo governo que prope intervir demasiadamente na economia.

    A demanda agregada pode ainda ser deslocada para a esquerda se o governo opta por uma poltica de supervit(economizar recursos) tendo por base a conteno das compras de bens e servios pelo Estado. Ou, por fim, odeslocamento para a esquerda pode acontecer se as exportaes diminuem porque um importante parceirocomercial do Brasil, como os Estados Unidos, entra em recesso.

    Todos esses eventos podem ser ilustrados pelo grfico III-3.3.

    Demos exemplos que deslocaram a curva da demanda agregada para a esquerda, diminuindo o PIB, mas, claro,podemos ter os mesmos exemplos fazendo a demanda agregada ir para a direita, refletindo um aumento do PIB(diminuio dos impostos, otimismo com um prximo governo, gastos pblicos maiores e o exterior comprando maisdo Brasil). Vejamos em seguida a oferta agregada.

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    Oferta Agregada

    Como dissemos, a curva de oferta agregada mostra a quantidade de bens e servios que as empresas produzem e

  • vendem a cada nvel de preos.

    Neste ponto, temos de fazer a distino entre a oferta agregada de longo prazo e a de curto prazo.

    No longo prazo, presume-se que a economia estar sempre no seu produto potencial, isto , estar produzindo omximo que pode considerando os fatores de produo disponveis. Nesse caso, o produto de equilbrio independente do nvel de preos e, portanto, representado por uma reta vertical (grfico III-3.4). A ofertaagregada de longo prazo no influenciada pelos preos porque depende apenas da oferta de trabalho, capital,recursos naturais e da tecnologia disponvel.

    Como se aumenta o produto potencial? Ou seja, como se desloca a curva da oferta agregada para a direita? Nolongo prazo, isso se consegue por meio de aumento da fora de trabalho (como pela promoo da entrada deimigrantes); de aumento do estoque de capital, o que eleva a produtividade; e a descoberta de novas fontes derecursos naturais e inovaes tecnolgicas. Esses eventos permitem que mais bens e servios sejam produzidos,elevando o produto potencial.

    No curto prazo, porm, a economia no tem tempo para fazer os ajustes necessrios quando h alteraes nospreos, de modo que o produto pode se desviar do nvel potencial (em que h pleno emprego dos fatores deproduo). Nesse caso, a curva de oferta representada por uma curva crescente, em que uma queda do nvel depreos produz uma queda na quantidade de bens e servios ofertados (grfico III-3.5).

    Os mesmos eventos que deslocam a curva de oferta agregada de longo prazo podem deslocar a de curto prazo.

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  • Flutuaes econmicas e o equilbrio

    Vamos supor uma situao em que estejamos no nvel do produto potencial (grfico III-3.6). A economia estequilibrada no ponto O (a oferta agregada igual demanda agregada).

    No entanto, por alguma conjuntura pessimista (uma guerra, por exemplo), as famlias diminuem seu consumo e asfirmas param de investir. Isso causa um deslocamento da demanda agregada para a esquerda (de DA0 para DA2).No curto prazo, isso causa uma diminuio do PIB e uma queda dos preos (ponto B). No entanto, nessa novarealidade, depois de transcorrido mais tempo (longo prazo), os custos das empresas tambm iro diminuir, e elaspassaro a pagar salrios menores. Com menor custo, a margem de lucro aumenta e as firmas tm incentivos aofertar mais bens e servios, o que desloca a oferta agregada para a direita (de OA0 para OA2) e o equilbrio daeconomia fica no ponto C. Ou seja, no longo prazo, a economia volta a se estabilizar no seu produto potencial, mascom nvel de preos bem abaixo do equilbrio inicial. Veja a ilustrao no grfico III-3.7.

    ESTABILIDADE DE PREOS PILAR DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

  • (publicado na Folha Online de 13/06/2008)

    A ata da ltima reunio do Copom (Comit de Poltica Monetria do BC), divulgada ontem, apontou preocupao daautoridade monetria ante o aumento de preos no pas. No documento, os diretores do BC informam que a poltica de

    aumento dos juros ser mantida "enquanto for necessrio" para assegurar que a inflao fique dentro da meta, cujo centro 4,5%.

    A ata do Copom divulgada na semana seguinte reunio que decide os rumos da taxa bsica de juros, a Selic. Nasemana passada, o BC elevou os juros de 11,75% para 12,25% ao ano.

    O Copom avaliou que o risco de um cenrio inflacionrio "menos benigno segue elevado" e que todos os cenrios deprevises econmicas indicaram uma inflao acima desse patamar, caso os juros fossem mantidos em 11,75% ao ano.

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    A influncia das polticas monetria e fiscalEstudamos na Unidade 4 que a poltica monetria refere-se atuao do governo sobre a quantidade de moeda,crdito e das taxas de juros, mas que, na atualidade, o principal instrumento da poltica monetria a taxa de juros.

    O Banco Central, ao alterar a taxa de juros (Taxa SELIC Sistema Especial de Liquidao e Custdia a taxa quebaliza as operaes financeiras realizadas pelos bancos na liquidao de ttulos; a taxa bsica de juros naeconomia brasileira), promove mudanas na demanda agregada. Se a taxa de juros fica menor, reduz o custo dosemprstimos e o retorno da poupana. Em consequncia, as famlias compram mais e as firmas investem em novasfbricas e equipamentos. Como resultado, a quantidade demandada de bens e servios a um dado nvel de preosaumenta, deslocando a curva da demanda agregada para a direita.

    No Brasil, toda a sociedade fica atenta s reunies do COPOM (Comit de Poltica Monetria do Banco Central), quetem por atribuio fixar a taxa SELIC. O resultado dessas reunies tem reflexos por todo o ambiente econmico.

    Voc percebeu que normalmente os noticirios divulgam a taxa SELIC e informam logo em seguida o impacto nabolsa de valores? Isso acontece porque o mercado de aes muito sensvel s mudanas na taxa bsica de juros,mas por qu? Um aumento na taxa de juros faz o ndice da bolsa de valores cair porque surgem aplicaesfinanceiras mais atraentes que as aes da bolsa, como os ttulos pblicos. Alm disso, uma elevao das taxas dejuros impacta negativamente a economia, diminuindo os lucros das empresas e tambm o valor de suas aes.

    Vejamos agora os efeitos da poltica fiscal. O governo pode aumentar a demanda agregada, comprando mais bens eservios. Isso desloca a demanda agregada para a direita e, no curto prazo, teremos um aumento do PIB. Ogoverno pode tambm atuar por meio da poltica tributria. Por exemplo, se a alquota do imposto de renda diminui,os cidados passam a ter mais renda disponvel. Parte dessa renda extra ser gasta com consumo, o que aquece ademanda agregada. Analogamente, se os impostos aumentam, a demanda agregada se contrai.

    Por fim, cabe enfatizar que tanto a poltica fiscal quanto a monetria podem ser usadas para estabilizar a economia.Se estivermos em um perodo de extremo otimismo e as pessoas consumindo muito alm da capacidade das firmasde ofertarem produtos, isso causaria elevao generalizada dos preos, ou seja, inflao. O governo, desejandomanter a estabilidade dos preos, pode tomar medidas para contrair a demanda agregada, como aumentar a taxade juros ou cortar os gastos pblicos. Por outro lado, se passamos por um momento de recesso, o governo vaiquerer incentivar a economia a crescer. Para tanto, pode baixar as taxas de juros, diminuir os impostos ouaumentar os gastos pblicos.

    Sntese

  • Vimos que as oscilaes econmicas so causadas por alteraes na oferta ou demanda agregada. Essas alteraespodem ser incentivadas pelos governos, usando como instrumentos macroeconmicos a poltica fiscal e a poltica

    monetria.

    Se a ao desejada um aquecimento da economia, fortalecendo o crescimento econmico no curto prazo, pode-sediminuir a taxa de juros, aumentar os gastos pblicos ou diminuir os tributos.

    No entanto, se a inteno governamental manter a estabilidade dos preos, pode-se contrair a demanda agregada pormeio de elevaes da taxa de juros, diminuio dos gastos pblicos ou aumento dos tributos.

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    Exerccios de fixao

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    Avaliao Final

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    MDULO IV - SETOR EXTERNO

    Neste mdulo, vamos entender como ocorrem as converses entre moedas diferentes, conhecer os tipos de regimescambiais existentes e analisar as consequncias na macroeconomia decorrentes de alteraes na taxa de cmbio.

    Objetivos

  • Ao trmino deste estudo esperamos que voc possa:

    conceituar taxa de cmbio e seus efeitos de variao no mundo globalizado em que vivemos.

    Unidade 1 - Taxa de Cmbio e Regimes Cambiais

    Vimos na unidade anterior os fundamentos da macroeconomia, cujas metas so obter nveis satisfatrios deemprego, ausncia de inflao, uma distribuio de renda mais equitativa e altas taxas de crescimento econmico.

    Nesta unidade, estudaremos como acontece a definio da taxa de cmbio, os regimes cambiais existentes e oimpacto, nas variveis macroeconmicas, decorrente de alteraes no mercado cambial.

    Ateno

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    Procure participar dos fruns de debates - eles so instrumentos valiosssimos de interao com ogrupo, alm de integrarem a avaliao.

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    Afinal o que globalizao?

    Atualmente, as economias de todos os pases esto interligadas, havendo uma integrao cada vez maior dosmercados, dos meios de comunicao e dos transportes. A esse processo de interligao das economias chamou-seglobalizao.

    Com essa maior interao entre os pases, as relaes econmicas internacionais ocupam, cada vez mais, papelfundamental para as naes.

    No entanto, cada pas possui sua prpria moeda. Para que as transaes econmicas aconteam entre eles, preciso que haja uma regra de converso que permita a comparao entre moedas diferentes. Essa regra a taxade cmbio.

    Com funciona o mercado cambial?

    Voc se lembra da Unidade 2, em que estudamos as leis de mercado? Vimos que quando havia um excesso dechocolate, a tendncia era o preo cair e quando havia falta, o preo das barras de chocolate aumentava. O mesmoacontece no mercado cambial.

  • Basta imaginar a moeda estrangeira, ou divisa, como se fosse um bem e a taxa de cmbio como se fosse seu preo.Assim, a taxa de cmbio determinada pela oferta de divisas (agentes que precisam trocar dlares por reais, comoos exportadores) e pela demanda de divisas (agentes que precisam trocar reais por dlares, como os importadores).Em 13/04/2006, a taxa de cmbio estava no seguinte patamar: 1 dlar = 2,14 reais (US$ 1,00 = R$ 2,14).

    Por simplificao, estaremos sempre comparando o real ao dlar; no entanto, a taxa de cmbio existe entre todasas moedas, como libra, iene, euro e as demais.

    A taxa de cmbio um reflexo de diversas variveis, como o resultado do balano de pagamentos (que serestudado no mdulo seguinte), especulaes financeiras e polticas governamentais. Assim, comum a taxa decmbio no refletir a paridade do poder de compra entre as moedas.

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    Paridade do poder de compra, o que isso?

    Se a taxa de cmbio fosse equivalente ao poder de compra, bastaria fazermos a converso das moedas econseguiramos comprar os mesmos bens em pases diferentes. Por exemplo, considerando que um refrigeranteaqui custa R$ 2,14, nos Estados Unidos esse mesmo refrigerante deve custar US$ 1,00 (uma vez que a taxa decmbio US$1,00=R$2,14). No entanto, isso no acontece, pois um refrigerante custa em torno de dois dlares nosEUA.

    Em 1986, a revista inglesa The Economist criou o ndice Big Mac, que um indicador do poder de compra dasprincipais moedas mundiais, tendo como referncia o preo do sanduche, que produzido com as mesmasmatrias-primas e vendido em praticamente todo o mundo.

    Curiosidade

    NDICE BIG MAC

    Conforme o site www.oanda.com, que um provedor de informaes sobre comrcio e moedasinternacionais, o Big Mac custa o seguinte em dlar:

  • Estados Unidos US$ 3,00Brasil US$ 2,55China US$ 1,31Sua US$ 4,80Argentina US$ 1,48

    Por esses dados, o maior poder de compra do dlar americano na China e o menor poder de compra na Sua?Sim, isso!

    Como todo equilbrio, a taxa de cmbio oscila conforme as foras de mercado (oferta e demanda). A seguir,apresentamos um grfico que ilustra as oscilaes do real em relao ao dlar.

    Note, pelo grfico IV-1.2, dois momentos interessantes da histria econmica recente do Brasil. O real comeou avigorar em julho de 1994. Um dos grandes alicerces da nova moeda era a ncora cambial: instrumento utilizadopara manter a estabilidade da moeda, fixando-se seu valor em uma taxa de cmbio valorizada. Veremos esse tpicomais detalhadamente logo adiante. Por causa da ncora cambial, um dlar, ao final de 1995, valia apenas 97centavos de real.

    J em 2002, quando as eleies presidenciais se concluram, Lula foi o vencedor. Como existiam incertezas sobre aconduo da poltica econmica de um presidente do Partido dos Trabalhadores, o dlar atingiu uma de suascotaes mais altas: valia R$ 3,53 no final do ano. Aps a posse de Lula, em 2003, percebeu-se que no haveriamudanas na economia, o que causou o declnio do cmbio desde ento.

    Em 1995, podemos dizer que o real estava valorizado, mas como se define valorizao cambial?

    Trata-se de um aumento do poder de compra da moeda nacional (1 real compra mais dlares). Corresponde a umaqueda na taxa de cmbio.

    J no exerccio de 2002, o real estava muito desvalorizado, ou seja, a desvalorizao cambial representa uma perdado poder de compra da moeda nacional (1 real compra menos dlares). Corresponde a um aumento da taxa decmbio.

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    Regimes cambiais

  • Um regime cambial descreve as regras estabelecidas pelo governo que permitem a determinao da taxa decmbio. Basicamente, existem dois tipos de regimes cambiais:

    Regime de Cmbio Fixo: o Banco Central - BACEN fixa o valor da taxa de cmbio. Nesse caso, o BACEN devepossuir moeda estrangeira suficiente para atender uma situao de excesso de demanda por esta moeda (aexemplo de uma situao de dficit no Balano de Pagamentos, que ser detalhada no Mdulo IV-2). Alm disso,o BACEN perde liberdade na conduo da poltica monetria, tendo de adquirir qualquer oferta de moedaestrangeira.

    Regime de Cmbio Flutuante: a taxa de cmbio deve ajustar-se de modo a equilibrar o mercado de divisas. Oexcesso de demanda por divisas elevar o preo da moeda estrangeira (a moeda nacional se desvalorizar) evice-versa. Baseia-se num mercado de divisas do tipo concorrncia perfeita. O problema desse regime quegera instabilidade em virtude da maior volatilidade da taxa de cmbio. Isso pode desestabilizar os fluxoscomerciais e reduzir os investimentos.

    Existem outros regimes, baseados nos dois primeiros?

    Sim, vamos ver quais so:

    Flutuao Suja (dirty-floating): baseia-se no regime flutuante, mas com intervenes do BACEN, limitando asinstabilidades.

    Bandas Cambiais: estipula-se uma taxa de cmbio central e um intervalo de variao para cima e para baixo.Enquanto a taxa de cmbio estiver dentro do intervalo estipulado, segue-se o regime flutuante; atingindo oslimites de variao, o BACEN age como se fosse regime de cmbio fixo.

    No Brasil, hoje, o cmbio dito pelas autoridades monetrias como flutuante, mas sabe-se que o Banco Centralatua para limitar as instabilidades.

    Como reconhecer os efeitos da variao da taxa de cmbio?

    Com desvalorizao cambial, a taxa de cmbio sobe, um dlar passa a valer mais reais, e em consequncia osprodutos brasileiros ficam mais baratos e os estrangeiros mais caros. H um estmulo s exportaes e desestmulos importaes. Na valorizao cambial, acontece o contrrio.

    Com relao aos aumentos generalizados de preos, o controle da inflao por meio da valorizao cambialchama-se ncora cambial. Com a valorizao, a moeda nacional tem maior poder de compra no exterior, asimportaes aumentam, crescendo a concorrncia com os produtos nacionais, o que provoca presso pela quedados preos internos. Essa poltica representa um custo para o setor exportador e para a indstria nacional.

    Hoje no se discute tanto a dvida externa quanto antigamente, pois ela passou a no ser to expressiva quanto advida interna. Mas, de qualquer forma, no curto prazo, uma desvalorizao cambial aumenta o estoque da dvidaexterna em reais. Num mdio prazo, a desvalorizao, ao estimular exportaes e desestimular importaes, podeaumentar a oferta de dlares, com consequente queda da moeda estrangeira. Isso levaria a uma queda da dvidaexterna.

    H ainda o efeito da taxa de juros sobre a taxa de cmbio. Com taxa de juros interna alta, h uma tendncia a umaumento do fluxo de capitais financeiros internacionais para o pas. Isso aumenta a oferta de divisas, fazendo cair ataxa de cmbio. No caso de queda da taxa de juros interna, o movimento se d ao contrrio.

    Sntese

    A taxa de cmbio o meio utilizado para os pases, com moedas diferentes, realizarem transaes econmico-financeiras.

    Quanto mais valorizada for a moeda local, menor ser a taxa de cmbio e maior poder de compra ter essa moeda.

    Uma taxa de cmbio desvalorizada incentiva as exportaes do pas, uma vez que o bem produzido internamente fica

  • mais barato em relao aos concorrentes internacionais.O regime cambial do Brasil o flutuante, embora se aceite intervenes do Banco Central para manter umacerta estabilidade da taxa de cmbio.

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    Exerccios de fixao

    Mdulo IV - Exerccio de Fixao - Unidade 1 - Acesso atravs do Menu lateral "Avaliao/ Discursivas".

    Unidade 2 - Balano de Pagamentos

    Na unidade anterior vimos a importncia da taxa de cmbio na realizao de transaes econmico-financeiras.

    Vimos, tambm, a relao entre a taxa de cmbio e as importaes e exportaes, ou seja, quanto mais valorizadafor a moeda local, menor ser a taxa e cmbio e maior poder de compra ter essa moeda.

    Ateno

    Consulte com regularidade o cronograma do curso (lembramos que o no cumprimento de atividades poder implicar ocancelamento de sua matrcula).

    Procure realizar as atividades dentro dos prazos previstos - eles so planejados de forma a otimizar os resultadospretendidos, e a pontualidade demonstra seu compromisso com o processo de aprendizagem.

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  • Mas, afinal, qual a relao entre taxa de cmbio, importaes e exportaes e balano de pagamento?

    Ao longo do tempo, o comrcio internacional foi ganhando mais e mais importncia. Face a essa atividade crescente,os pases comearam a sentir necessidade de medir o valor das transaes efetuadas com o exterior, principalmentedevido s dificuldades advindas de problemas econmicos como inflao, escassez de divisas, e contingenciamentode importaes.

    Como o assunto tornou-se de interesse geral por grande parte do mundo, o Fundo Monetrio Internacional (FMI)criou um modelo padronizado para fazer essa contabilizao das transaes internacionais. Tal modelo foi chamadode Balano de Pagamentos (BP).

    Em suma, o Balano de Pagamentos de um pas representa o resumo contbil das transaes econmicas que essepas faz com o resto do mundo, durante certo perodo de tempo. Possibilita avaliar a situao econmicainternacional do pas.

    Como a estrutura do Balano de Pagamentos no Brasil?

    No Brasil, o BP elaborado pelo Banco Central. A contabilizao feita em dlar e segue, desde 2001, a maisrecente metodologia do Fundo Monetrio, divulgada na quinta edio do Manual de Balano de Pagamentos do FMI.

    A atual estrutura do BP a seguinte:

    A. Transaes Correntes

    1. Balana Comercial (operaes com mercadorias)

    1.1. Exportaes FOB

    1.2. Importaes FOB

    2. Servios (viagens, transportes, seguros, serviosgovernamentais etc.)

    3. Rendas (salrios, juros, lucros, dividendos)

    4. Transferncias Unilaterais (donativos)

    B. Conta Capital (transferncias de patrimnio)

    C. Conta Financeira

    1. Investimentos Diretos2. Investimentos em Carteira3. Derivativos4. Outros Investimentos

    D. Erros e Omisses

    Resultado do Balano (A+B+C+D)

    E. Transaes Compensatrias (Financiamento OficialCompensatrio)

    1. Variaes de Reservas (moeda estrangeira e ouro)

  • 2. Operaes de Regularizao (acordo com bancosinternacionais, FMI)3. Atrasados Comerciais (no pagamento de um compromissono prazo)

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    Qual a finalidade da Balana Comercial?

    A Balana Comercial registra as exportaes e as importaes pelo seu valor FOB (free on board, significa que amercadoria contabilizada pelo seu valor de embarque no pas de origem, antes de acontecer o transporte). Asexportaes so contabilizadas como receitas, e as importaes, como despesas. No caso brasileiro, a BalanaComercial a maior fonte de divisas.

    O que a conta Servios?

    A conta Servios, como o prprio nome diz, registra todos os servios pagos ou recebidos pelo pas, como viagensinternacionais, fretes, manuteno de embaixadas etc. As entradas de divisas so contabilizadas com sinal positivo,e as sadas, com sinal negativo.

    O que contabilizado em Rendas?

    Em Rendas, constam as remuneraes do fator trabalho (salrios), bem com as remuneraes dos investimentos(juros, lucros e dividendos).

    O que representado em Transferncias Unilaterais?

    Transferncias Unilaterais representam transaes que no criam contrapartidas. So exemplos os donativos,remessas de dinheiro de no residentes (como os brasileiros de Governador Valadares que migram para os EUA econstantemente enviam ajuda para suas famlias aqui no Brasil), auxlios a instituies beneficentes ou religiosas,etc.

    E a Conta Transaes Correntes?

    A conta Transaes Correntes a soma da Balana Comercial, de Servios, de Rendas e das TransfernciasUnilaterais.

    O saldo em Transaes Correntes chamado de poupana externa. Se esse saldo for negativo (dfici