Fundamentos Da Cinemática - Parte 2

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Aula 1 Fundamentos da Cinemática Parte 2 Prof.: Ricardo Humberto de Oliveira Filho

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Fundamentos Da Cinemática - Parte 2

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  • Aula 1 Fundamentos da Cinemtica

    Parte 2

    Prof.: Ricardo Humberto de Oliveira Filho

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Nmero de Sntese

    O termo nmero de sntese tem sido usado para indicar a determinao da

    quantidade e da ordem dos elos e juntas necessrios para produzir movimento

    em um GDL particular.

    A ordem do elo, refere-se quantidade de ns (binrio, tercirio, quatercirio,

    etc.).

    O valor do nmero de sntese permite determinar todas as combinaes

    possveis de elos de vrias ordens que resultaro em qualquer GDL escolhido.

    Com tal dado, o projetista identifica elos que resolvero uma variedade de

    problemas de controle de movimento.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Como exemplo, derivaremos todas as possveis combinaes de at 8 elos para

    gerar 1 GDL. Utilizar ordem de elos at hexagonais.

    Para simplificar, considere que os elos sero unidos por juntas de rotao

    pura (juntas completas).

    Dica: Todos os nmeros pares inteiros podem ser denotados por 2m ou 2n, e

    todos os mpares por 2m-1 ou 2n-1, sendo m e n qualquer inteiro positivo.

    Tipos de elos: binrio; tercirio; quaternrio; pentagonal e hexagonal.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Sendo: L = n de elos; J = n de juntas; M = GDL

    Reescrevendo a equao de Gruebler, isolando J:

    Substituindo M=2m, e L=2n (no exemplo, qualquer nmero par para ambos)

    Que no resulta em J inteiro positivo como desejado...

    Tentar M=2m-1 e L=2n-1 (no exemplo, qualquer nmero mpar para ambos)

    Que tambm no resulta em J inteiro positivo...

    3

    3 1 2 12 2

    MM L J J L

    3 2 32 1 3

    2 2 2

    mJ n J n m

    2 13 5

    2 1 1 32 2 2

    mJ n J n m

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Tentar M=2m-1 e L=2n (mpar e par respectivamente)

    J um inteiro positivo para e

    Tentar M=2m e L=2n-1 (par e mpar respectivamente)

    J um inteiro positivo para e

    2 13

    2 1 3 22 2

    mJ n J n m

    3 2

    2 1 1 3 32 2

    mJ n J n m

    1m 2n

    1m 2n

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Ento, para o exemplo de um mecanismo com 1 GDL (M mpar), vamos considerar

    somente combinaes com L= 2, 4, 6 ou 8 elos. Fazendo com que a ordem dos elos seja

    representada por:

    B = n de elos binrios; T = n de elos tercirios; Q = n de elos quaternrios; P = n de elos

    pentagonais; H = n de elos hexagonais

    O total de elos ser:

    L = B + T + Q + P + H (1)

    Sendo necessrios 2 ns de elos para se fazer uma junta: (2)

    E ainda: ns = ordem do elo x nmero de elos daquela ordem (3)

    Ento:

    (4)

    2

    nsJ

    2 3 4 5 62

    B T Q P HJ

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Para se determinar todas as combinaes possveis deve-se combinar a equao de

    Gruebler onde J foi isolado, com a equao (4):

    Resultando em:

    (5)

    Substituindo B = L-( T + Q + P + H), da equao (1) na equao (5), resulta em:

    (6)3 2 3 4L M T Q P H

    23 3

    1 12 2

    3 4 5 6

    22 2

    B T Q PL

    HMJ

    ML

    3 3 2 3 4 5 6L M B T Q P H

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Vamos agora resolver as equaes (1) e (6) simultaneamente, por substituio

    progressiva, para determinar todas as combinaes compatveis de elos para GDL=1,

    at oito elos (L=8).

    A estratgia aqui definida ser comear com o menor n de elos, at o elo de maior ordem

    possvel com aquele n, eliminando as combinaes impossveis.

    Mas como o exemplo pede GDL=1, a equao (6) pode ser simplificada:

    Obtendo:

    Ento usaremos para o desenvolvimento do problema as equaes abaixo:

    3 2 3 4L M T Q P H

    3 2 3 41L T Q P H

    4 2 3 4L T Q P H L = B + T + Q + P + H

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Caso 1: L=2

    Que requer um nmero negativo de elos de algum tipo, o que impossvel;

    Caso 2: L=4

    No possvel que a quantidade de elos seja negativa, ento: T=Q=P=H=0.

    Voltando ento equao (1): L = B + T + Q + P + H

    L=B+0=4 ento B=4

    O mecanismo mais simples com 1GDL formado por 4 elos binrios.

    4 2 3 4 4 2 3 4 2 2 3 42L T Q P H T Q P H T Q P H

    4 2 3 4 0 2 3 4L T Q P H T Q P H

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Caso 3: L=6

    Desta forma, elos da forma P ou H so impossveis (seriam necessrios 3 e 4 de cada), pois

    algum outro elo deveria ter quantidade negativa.

    T pode ser igual a 0, 1 ou 2; Q pode ser somente igual a 0 ou 1;

    Caso Q=0: ento T=2, aplicando os valores na equao (1):

    L=B+2+0=6 ento B=4

    Caso Q=1: ento T=0, aplicando os valores na equao (1):

    L=B+0+1=6 ento B=5

    Note que agora existem 2 combinaes possveis: T=2 e B=4 ou Q=1 e B=5

    4 2 3 4 2 2 3 4L T Q P H T Q P H

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Caso 4: L=8

    Com tantos elos, monta-se um fluxograma:

    L-4=T+2Q+3P+4H=4

    B+T+Q+P+H=8

    H=1 H=0

    B=7, T=0

    Q=0, P=0

    T+2Q+3P=4

    B+T+Q+P=8

    P=0 P=1

    T+2Q=1

    B+T+Q=7

    T+2Q=4

    B+T+Q=8

    T=1 B=6

    Q=0 Q=1 Q=2

    T=0 B=6T=2 B=5T=4 B=4

    Q=0

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Para melhor visualizao:

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Paradoxos

    O fato do critrio de Gruebler no considerar o comprimento e a forma dos elos pode levar

    a resultados enganosos, tendo em vista configuraes geomtricas nicas.

    A estrutura mostrada em (a) chamada mecanismo quinteto-E com GDL=0. Sua

    montagem condiz com o imposto pelo critrio de Gruebler.

    J a montagem em (b) outro tipo de

    construo do mesmo mecanismo,

    mas agora com GDL=1,

    contradizendo o critrio de Gruebler.

    Desta forma, deve-se tomar cuidado

    ao se utilizar o mtodo, sempre

    avaliando a possibilidade de algum

    tipo de movimento.

    1 23 1 2M L J J

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Transformao de Mecanismos

    Existem vrias tcnicas ou regras para transformao de mecanismos bsicos em outros

    mais teis:

    1. Juntas de revoluo podem ser trocadas por juntas prismticas sem mudar o GDL do

    mecanismo. A figura mostra uma montagem de 4 barras manivela-seguidor

    transformada em uma biela-manivela trocando-se o elo 4 por um bloco deslizante.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    2. Qualquer junta completa pode ser trocada por uma meia junta, resultando no aumento

    de 1 GDL.

    3. A remoo de 1 elo reduz o GDL de 1.

    4. A combinao das regras 2 e 3 no alteram o GDL. A figura mostra um mecanismo de

    4 barras transformado em um came-seguidor pela remoo do elo 3, e substituio de

    uma meia junta por uma completa entre os elos 2 e 4. O mecanismo continua com 1

    GDL.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    5. Qualquer elo tercirio ou de ordem maior pode ser parcialmente encolhido para um elo

    de ordem menor, fundindo os ns. Isso cria uma junta mltipla, mas no altera o GDL.

    A figura mostra um mecanismo de 6

    barras de Stephenson transformado pelo

    encolhimento parcial do elo tercirio 6

    para criar uma junta mltipla, ainda um

    sistema de GDL=1.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    6. O completo encolhimento de um elo de ordem maior equivalente sua remoo. Uma

    junta mltipla ser criada e o GDL reduzido.

    A figura mostra um mecanismo de 6

    barras de Stephenson transformado pelo

    encolhimento completo do elo tercirio 6

    para criar uma junta mltipla, resultando

    em um sistema de GDL=0.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Movimento Intermitente

    uma sequncia de movimentos e tempos de espera. Sendo o tempo de espera um

    perodo no qual a pea de sada se mantm em estado estacionrio, enquanto a pea de

    entrada continua em movimento.

    Mecanismo de Genebra

    Amanivela tem um pino que entra em uma das

    fendas radias da roda de Genebra e faz com

    que a roda gire durante um trecho de uma

    revoluo. Quando o pino deixa o canal, a roda

    de Genebra se mantm parada at que o pino

    entre no prximo canal.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Mecanismo Linear de Genebra

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Mecanismo de Catraca e Lingueta

    O brao gira ao redor do centro da

    catraca e movido de um lado para o

    outro. A lingueta de conduo gira a

    catraca no sentido anti-horrio e no faz

    nada no retorno. A lingueta de

    travamento evita que a catraca inverta a

    direo enquanto a lingueta de conduo

    retorna. As molas pressionam as

    linguetas para manter o contato com a

    catraca.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Mecanismo de Inverso

    Uma inverso criada pelo fato de se fixar um elo diferente na cadeia cinemtica.

    Assim, existem tantas inverses quanto o nmero de peas do mecanismo.

    1. A partir do mecanismo cursor-manivela, que possui a pea 1 fixa e a pea 4 em

    translao pura, pode-se obter inverses fixando a manivela ou as demais peas

    mveis, obtendo-se um movimento complexo. Uma aplicao desta inverso no

    mecanismo Whitworth que apresenta retorno rpido.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    2. Outra inverso possvel quando a biela a pea fixa, dando um movimento de

    rotao pura. Esta inverso empregada em mquinas a vapor auxiliares e tambm

    a base do mecanismo da plaina limadora.

    3. A terceira inverso, onde o cursor a pea fixa, usada em operaes manuais,

    como em bombas de poo.

    Mecanismo clssico Inverso 1 Inverso 2 Inverso 3

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    A Condio de Grashof

    Os mecanismos planos de quatro barras que possuem apenas pares rotativos so divididos

    em classes.

    A classe 1 inclui todos os mecanismos em que um elo, o de menor dimenso, poder

    realizar uma rotao completa em relao aos outros trs;

    J quando nenhum elo pode realizar uma rotao completa em relao aos outros trs,

    chamado de mecanismo de classe 2.

    A lei de Grashof utilizada para verificar a classe destes tipos de mecanismos, esta lei diz

    que:

    A soma dos comprimentos do elo menor e do elo maior, devem ser menor ou igual soma

    dos comprimentos dos elos restantes, para que um ou mais elos consigam realizar uma

    rotao completa (360 graus ou movimento circular contnuo).

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Ento se:

    onde: S = comprimento do elo menor; L = comprimento do elo maior; P e Q =

    comprimento dos elos restantes.

    A montagem atende condio de Grashof se pelo menos 1 dos elos consegue fazer uma

    revoluo completa em torno do elo de referncia.

    Os movimentos possveis para o mecanismo de 4 barras vai depender da condio de

    Grashof e da inverso escolhida, sendo as inverses definidas de acordo com o elo menor.

    S L P Q

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Para o caso da Classe I, S+L

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Fixando o elo menor, obtm-se a dupla manivela, na qual ambos os elos, motor e

    conduzido, giraro totalmente de acordo com o acoplador.

    Fixando o elo oposto ao menor, obtm-se o duplo seguidor, onde ambos elos, motor e

    conduzido, oscilaro e apenas o acoplador girar totalmente.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Para o caso da Classe II, S+L>P+Q

    Todas as inverses so triplo seguidores, nas quais nenhum elo conseguir girar

    totalmente.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA

    Existe ainda um caso particular, conhecido como Classe III, S+L=P+Q

    Tratado como caso especial de Grashof, todas as configuraes sero dupla manivela ou

    manivela seguidor, mas tero 2 pontos de mudana para cada revoluo da manivela de

    entrada quando os elos ficarem colineares.

    Neste ponto, o comportamento da mudana ser indeterminado, sendo classificada como

    configurao incerta.

    O movimento deve ser limitado para se evitar chegar aos pontos de mudanas ou em um

    elo adicional fora de fase, fornecido para garantir a passagem por esses pontos de

    mudana.

  • FUNDAMENTOS DA CINEMTICA