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Fundamentos Monoteístas por Sha’ul Bensiyon

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Fundamentos Monoteístas

por Sha’ul Bensiyon

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Aula 6

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Pecado e Perdão

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A pergunta acima é uma dúvida muito frequente, e muito pertinente. Afinal, por que o Eterno nos fez capazes de pecar, se Ele abomina o pecado?

Para responder, é preciso entender o que é o pecado.

Por que somos capazes de pecar?

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O homem foi feito com desejos. Esses desejos são importantes para que possamos viver neste mundo.

Tomemos como exemplo o desejo sexual. Ele é fundamental para que um homem procure sua companheira, e para que com ela forme uma família. Ele foi criado com uma finalidade positiva:

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn. 2:24)

Desejo

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Porém, o mesmo desejo de procriar, que faz o homem se sentir atraído por sua esposa pode fazê-lo se sentir atraído por uma mulher que já é casada.

O desejo não é o mal. Mas o que fazemos com o desejo, onde o aplicamos, pode ser ruim. Por isso, a Escritura diz: “O desejo dos justos é tão somente para o bem… A alma do ímpio deseja o mal.” (Pv. 11:23a; 21:10a)

Desejo

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Consciência e ArbítrioO Eterno não nos criou como os astros, que seguem as leis da Física sem qualquer intenção. Ou como os animais, que reagem a seus instintos de forma programada. O Eterno tinha planos mais sublimes para nós. E por isso nos deu o livre arbítrio, isto é, a capacidade de ter domínio sobre nosso desejo, e escolher nossas ações.

“Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, e a morte e o mal.. escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Dt. 30:11,19)

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Consciência e ArbítrioTodo ser humano escolhe, a todo tempo, se agirá em justiça ou em pecado. O pecado é algo que decorre do livre arbítrio que o Eterno deu ao homem. Ter escolha significa que podemos optar por fazer o bem, ou fazer o mal.

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Todos Pecaram

Todo ser humano foi dotado de uma consciência. E há valores morais que parecem estar no nosso próprio DNA, pois são comuns a todos. Assim como fomos dotados da capacidade de reconhecer nossa espiritualidade, que nos liga ao Criador.

Apesar de termos recebido do Eterno todas as ferramentas para termos plena condição de ter domínio próprio sobre nossos desejos, todo ser humano em algum momento acaba escolhendo fazer o mal.

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Todos Pecaram

“Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” (Gn. 4:7)

Essa é uma das principais lições que o Eterno deseja que aprendamos nesta terra: Ter auto-controle. Isto é, dominar os nossos desejos, e direcioná-los para fazermos somente o bem.

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Todos PecaramO salmista diz: “Se tu, ETERNO, registrasses os pecados, oh Senhor, quem ficaria de pé? Mas contigo está o perdão para que sejas temido.” (Sl. 130:3,5)

E a Escritura nos ensina: “O caminho do ímpio é abominável ao Senhor, mas ao que segue a justiça ele ama.” (Pv. 15:9)

O Eterno abomina a iniquidade. Se todo homem peca, então quem poderia permanecer de pé em Sua presença? Por causa do pecado, precisamos necessariamente obter o perdão do Eterno.

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Seis Etapas para o PerdãoE como podemos obter o perdão? O profeta Isaías responde: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao ETERNO, que se compadecerá dele; volte para o nosso Senhor, porque grandioso é em perdoar.” (Is. 55:7)

Mas, como podemos voltar para o Senhor, e obter o perdão?

Para isso, seis etapas precisam ser cumpridas.

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1) Dar Ouvidos ao EternoQuando o ser humano foi criado, o Eterno o dotou com o seu fôlego: “E formou o ETERNO Senhor o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” (Gn. 2:7)

O fôlego, ou espírito, é aquilo que nos torna seres dotados não só de uma carne animal, mas também de um aspecto divino que nos torna imagem e semelhança do Criador.

Esse fôlego divino, que forma a nossa alma, opera junto a nós como um profeta do Eterno, testificando daquilo que é bom e daquilo que é mau: “O espírito do homem é a lâmpada do ETERNO, e vasculha cada parte do seu ser.” (Pv. 20:27)

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1) Dar Ouvidos ao EternoA consciência é algo que acompanha cada ser humano. Mas aquele que tem a prática de meditar e refletir sobre as Escrituras, e que procura estar atento às palavras de pessoas sábias, também a treina, e a torna mais apurada, e cada vez mais ligada ao Criador.

Salomão, em sua sabedoria, nos ensinou: “Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber.” (Pv. 9:9)

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1) Dar Ouvidos ao EternoPrecisamos desenvolver nossa consciência, pois ela será importante no processo de voltar ao Criador.

É tentador calarmos nossa consciência, e dizermos para nós mesmos que não queremos pensar nisto ou naquilo. Porém, se fizermos isso, estamos deixando de dar ouvidos ao Eterno. E assim não haverá arrependimento.

O primeiro passo, portanto, é dar ouvidos ao Eterno. Fazemos isso através de escutar a nossa consciência, que deve estar cada vez mais desenvolvida e afinada com os propósitos do Criador.

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É importante que procuremos exercitar o hábito de sentir tristeza por nossos pecados. Mas, como fazer isso?

Se entendermos que nossos pecados nos afastam do Eterno, e causam nEle tristeza e decepção, então será mais fácil compreender que um coração sincero sentirá tristeza pelos pecados.

Por causa de seus pecados, Davi disse: “Estou abatido, extremamente recurvado, todo o dia ando cheio de tristeza.” (Sl. 38:6)

2) Sentir Remorso

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A tristeza tem uma função positiva, quando ela gera confissão e produz arrependimento. Mais adiante no mesmo salmo, Davi diz: “Sim, minha culpa eu a confesso, meu pecado me atormenta.” (Sl. 38:18)

A medida da tristeza deve ser apenas para produzir o arrependimento. Se nenhuma tristeza é ruim, tristeza demais também o é, pois pode levar à paralisia, se a pessoa pensa que é inútil tentar se reconciliar com o Eterno.

É importante lembrar que o Eterno sempre está pronto para perdoar um coração sincero: “E vós, que temeis o ETERNO, repeti: Sua misericórdia é para sempre.” (Sl. 118:4)

2) Sentir Remorso

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3) Admitir o ErroTalvez essa seja a parte mais difícil do processo de retorno. Às vezes parece que a vida seria muito menos dolorosa se não tivéssemos que admitir os nossos erros!

Essa prática funciona um pouco como ir à academia. Admitir os próprios erros, assim como fazer ginástica, pode ser dolorido das primeiras vezes. No entanto, se mantivermos a prática, o processo se torna cada vez mais tranquilo.

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3) Admitir o ErroDavi, porém, nos mostra que, quando ocultamos o pecado, isso se torna um peso enorme em nossos corações, e que nos leva à ruína:

“Enquanto guardei silêncio, os meus ossos definhavam pelo meu gemido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minhas forças se esgotavam como no tempo da seca. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniquidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao ETERNO as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” (Sl. 32:3-4)

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3) Admitir o ErroAdmitir os erros é fundamental para crescermos espiritualmente. Por isso, o Eterno condicionou o perdão à admissão de culpa:

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” (Pv. 28:13)

Existem três admissões importantes: A primeira delas é para nós mesmos. Devemos, para isso, deixar de lado o nosso orgulho e aceitar que somos imperfeitos.

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3) Admitir o ErroO orgulho não leva a lugar algum, conforme diz a Escritura: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.” (Pv. 16:18-19)

A segunda admissão é para o Eterno. Na realidade, tentar esconder o que fazemos do Criador é tolice, pois Ele já sabia antes mesmo de fazermos, conforme é dito: “Tu, ó Senhor, bem conheces a minha insensatez; e os meus pecados não te são encobertos.” (Sl. 69:5)

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3) Admitir o ErroA terceira admissão é necessária se erramos com alguém. Nesse caso, é importante admitirmos para a pessoa. Se ficarmos constrangidos, corremos o sério risco de deixarmos uma pessoa se sentindo magoada e injustiçada. Temos que agir da mesma forma que desejamos que alguém agisse conosco.

Quando Aarão fez fofoca maldosa contra Moisés, disse a esse último: “Ai, senhor meu, não ponhas sobre nós este pecado, pois agimos loucamente, e temos pecado.” (Nm. 12:11)

Observe que além de confessar sua transgressão, Aarão também demonstrou muita humildade, chamando seu irmão Moisés de ‘senhor meu’. É muito importante que exibamos a mesma humildade quando procuramos alguém para pedir perdão.

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Quando o pecado foi para com um terceiro, e estiver ao nosso alcance, é importante fazer reparação.

Se causamos a alguém prejuízo financeiro, devemos buscar restituir. Se ferimos sua reputação, devemos buscar, dentro do possível, fazer uma retratação pública para que o prejuízo para a pessoa seja o mínimo possível.

Assim o Eterno ensinou os filhos de Israel:

“Se um homem ou uma mulher causa um prejuízo qualquer ao seu próximo, tornando-se assim culpado de uma infidelidade para com o ETERNO, ele confessará a sua falta e restituirá integralmente o objeto do delito, ajuntando um quinto a mais àquele que foi lesado.” (Nm. 5:6,7)

4) Fazer Reparação (Se Possível)

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O princípio da restituição é muito importante. Não só para minimizar o prejuízo, como também para que nós não tiremos proveito da nossa transgressão.

Por isso, o Eterno ainda continua e diz: “Se, porém, não houver quem o receba, esse objeto será dado ao ETERNO, ao sacerdote, além do carneiro de expiação que se oferecerá pelo culpado.” (Nm. 5:8)

A lógica é que a pessoa não tire proveito da transgressão. Se houve algum ganho e é impossível restituir a quem causamos prejuízo, o ideal é se desfazer do ganho. Por exemplo, fazendo doação a uma instituição de caridade.

4) Fazer Reparação (Se Possível)

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Quando é impossível fazer reparação, ou quando não há o que reparar, então devemos fazer o máximo possível para extrair algo de bom daquela experiência. Por exemplo, ensinando aos nossos filhos a não agirem assim, ou aconselhando terceiros, e ajudando-os a também se recuperarem da transgressão.

Se nem isso for possível, ou se já fizemos tudo que está ao nosso alcance, devemos ir ao próximo passo.

4) Fazer Reparação (Se Possível)

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O Eterno condiciona o perdão a uma mudança de atitude. Devemos, portanto, assumir o compromisso de fazer o nosso melhor para evitar cair naquele hábito pecaminoso novamente.

Em dado momento, os israelitas perguntaram ao Eterno: “…nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre nós, e nós definhamos neles, como viveremos então?”

O Eterno, através do profeta Ezequiel, respondeu: “...…quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar a retidão; se esse ímpio… andar nos estatutos da vida, não praticando a iniquidade, certamente viverá, não morrerá. Nenhum de todos os seus pecados que cometeu será lembrado contra ele; praticou a retidão e a justiça, certamente viverá..” (Ezequiel 33:10,14-16)

Observe que o ímpio não deve somente se arrepender do pecado, mas sim passar a praticar a retidão, e deixar de lado a iniquidade.

5) Esforço de Mudança

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Isso não significa que jamais voltaremos a tropeçar, pois continuamos sendo imperfeitos. M a s , s i g n i fi c a q u e a s s u m i m o s u m compromisso com o Cr iador de nos esforçarmos para melhorar a cada dia, e evitar ao máximo esses momentos de tropeço.

Se porventura tropeçarmos novamente, não devemos desanimar! Devemos aprender essa nova lição, e repetir o ciclo do arrependimento, de modo a nos aperfeiçoarmos.

5) Esforço de Mudança

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Muitas vezes fugimos de nossas transgressões, pensando que podemos deixar para depois. Achamos que sempre haverá tempo para nos arrependermos e fazermos algo diferente.

Por três motivos. O primeiro, porque não sabemos o que o amanhã trará. Só temos controle sobre o hoje: “Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que ele trará.” (Pv. 27:1)

O segundo mo t i vo é po rque esse amanhã , frequentemente, nunca chega. O momento de investir em nossa espiritualidade é agora. Assim dizem as Escrituras: “Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca colherá.” (Ec. 11:4)

6) Não Deixar para Depois

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O terceiro é que, por mais paciente que o Eterno seja, Ele também é justo. E, devido a isso, existe um momento em que Ele exerce o Seu juízo. Por isso, pouco antes de falar do voltar aos caminhos do Eterno, o profe ta Isaías aconselhou: “Buscai ao ETERNO enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Is. 55:6)

É também importante não supor que o perdão seja uma licença para pecar. Isto é, pensar que é possível pecar agora e se arrepender depois.

6) Não Deixar para Depois

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O perdão só acontece quando o ser humano é sincero. Não há sinceridade no pedido de perdão daquele que tenta se aproveitar da misericórdia divina:

"Vindo o vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós aperto e angústia. Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do ETERNO." (Pv. 1:27-28)

O coração sincero e humilde, pronto a se arrepender, é condição indispensável para obter do Eterno a misericórdia.

6) Não Deixar para Depois

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O processo do perdão do pecado passa pelas seguintes fases:

1) Dar ouvidos ao Eterno ➞ 2) Sentir Remorso ➞

3) Admitir o erro ➞ 4) Fazer Reparação (Se Possível) ➞

5) Esforço de Mudança ➞ 6) Não Deixar para Depois

Se os seus atos se encaixam nessa sequência, você já foi perdoado!

Resumo

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Quais os benefícios do processo de arrependimento do pecado e de volta para a retidão? O Eterno promete o seguinte:

“Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça, Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniquidade, certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados que cometeu não se terá memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá.” (Ez. 33:14-16)

Disto aprendemos duas coisas: Primeiro, que aquele que se arrepende herda do Eterno a vida. Segundo, que o seu pecado será apagado, e não haverá mais memória dele!

Benefícios do Perdão

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Mas isso não é tudo! Quando voltamos ao Eterno, recebemos todas as dádivas que são reservadas ao justo, tais como proteção, abundância, socorro, bem como uma porção no mundo vindouro!

Lembre-se do que diz o salmista: “Pois tu, ETERNO, abençoas o justo; o teu favor o protege como um escudo.” (Sl. 5:12)

Benefícios do Perdão

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O Eterno frequentemente nos diz que devemos tomar o exemplo dEle. Por vários momentos nas Escrituras, Ele diz: Portanto santificai-vos, e sede santos, pois Eu sou o ETERNO vosso Senhor.” (Lv. 20:7)

E da mesma forma que Ele nos perdoa, também deseja que nós perdoemos os nossos semelhantes. Mesmo sendo essa uma tarefa bastante difícil!

A Escritura diz: "Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o ETERNO.” (Lv. 19:18)

Perdoando Outros

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Observamos com isso que o Eterno não é contra somente a vingança. Ele também não deseja que nós fiquemos alimentando a raiva uns pelos outros.

E é por isso que é importante perdoar.

Mas é bom lembrar que perdoar não é ter amnésia, nem aceitar ser feito de bobo. Perdoar é não ter mais nada contra o outro perante o Eterno, nem jogar na cara do outro o que foi feito.

Isso não significa que seja obrigatório voltar a confiar, ou mesmo a conviver com a pessoa.

Por exemplo, uma esposa traída pode perdoar o marido, mas não mais desejar permanecer casada, porque ficaria numa terrível paranóia toda vez que ele se atrasasse para chegar em casa.

Perdoando Outros

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A mesma Escritura que ensina a perdoar também ensina a ficarmos atentos para não sofrer novamente: “O prudente prevê o mal, e esconde-se; mas os simples passam e acabam pagando.” (Pv. 22:3)

Lembre-se: Perdão não é sentimento, e sim atitude.

Se você tem dificuldade de perdoar, faça a seguinte oração:

“Pai Eterno, eu perdôo… <nome e fato ocorrido>… Nada desejo ter contra ele(a) perante Ti. Anula a dívida que ele(a) tem por esse fato. Ainda me sinto ferido(a), mas peço que o Senhor trabalhe o meu coração para que todas as lágrimas sejam enxugadas. Muito obrigado porque, assim como eu perdôo, Tu também me perdoas."

Perdoando Outros

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Metas AlcançadasNa aula de hoje você aprendeu 14 coisas importantes:

✓O desejo é algo natural, e é amoral. A moralidade está em dar ou não vazão a ele.

✓O Eterno espera que tenhamos domínio sobre nossos desejos.

✓A possibilidade de pecar é decorrência natural da consciência e do livre arbítrio.

✓Todos nós somos pecadores, e para que estejamos diante do Eterno, é preciso buscar o perdão.

✓A primeira etapa para ser perdoado é dar ouvidos ao Eterno, exercitando o dom divino da consciência.

✓A segunda etapa é entender a decorrência do pecado, para que a tristeza nos leva à mudança.

✓A tristeza, contudo, não deve nos paralisar.

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Metas Alcançadas✓A terceira etapa é a mais dolorosa: Devemos admitir o erro. É necessário exercitar essa capacidade.

✓Devemos fazer três admissões: Para nós mesmos, para o Eterno, e para a pessoa com quem erramos (se aplicável).

✓A quarta etapa é fazer reparação, caso isso seja possível. Não devemos nos beneficiar da transgressão.

✓A quinta etapa é fazer um esforço genuíno de mudança, mesmo que não consigamos acertar sempre.

✓A sexta etapa é não postergar o arrependimento, nem usar a misericórdia como licença pra pecar.

✓Quando nos arrependemos, herdamos a vida, e nosso pecado é perdoado.

✓Devemos perdoar outros. Perdoar não é voltar a conviver, mas sim anular o débito conscientemente, independente do sentimento.

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