FUNDAMENTOS TÉCNICOS DA ESGRIMA MEDIEVAL-MANUAL DO BOM COMBATENTE

download FUNDAMENTOS TÉCNICOS DA ESGRIMA MEDIEVAL-MANUAL DO BOM COMBATENTE

of 25

description

boa noção de movimentação com arma brancas

Transcript of FUNDAMENTOS TÉCNICOS DA ESGRIMA MEDIEVAL-MANUAL DO BOM COMBATENTE

pg. 1

2010

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalManual do bom combatenteLUITA COM ESPADA CURTA, DE MO E MDIA E MO DOBRE - LUITA COM LANA, PAU LONGO, PAU CURTO E CALHADO - LUITA COM CUITELOS E DAGAS LUITA COM TILES DE CAMPONS - TIRO COM ARCO E TCNICAS DE DESARME.

Jos Manuel Nunes Vilar ORDEM DO ALTO MINHO 01/05/2010 1

Manual do bom combatente

Lngua: Portugus

FUNDAMENTOS TCNICOS DA ESGRIMA MEDIEVAL MANUAL DO BOM COMBATENTE

____________________________________________________________ JOS MANUEL NUNES VILAR

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medieval

Ordem do Alto Minho escola de armas medievaishttp://ordemdoaltominho.wordpress.com/ [email protected]

Autor: Jos Manuel Nunes Vilar Desenho e impresso: Cpias Ronda das Mercedes, 19 27002 de Lugo, Galiza 982 242 070

Manual do bom combatente

NDICE:I. UMA PEQUENA INTRODUO I.I. Origem da esgrima I.II. As fontes documentais da esgrima na Idade Mdia I.III. As novas sociedades de esgrima medieval II. FUNDAMENTOS BSICOS II.I. A pegada ou agarre II.II. As principais armas II.II.1. A espada II.II.2. O pau II.II.3. A faca II.II.4. A lana II.II.5. A alabarda II.II.6. O mao II.II.7. A maa II.II.8. O mangal II.II.9. O martelo de guerra II.II.10. O arco II.II.11. A besta II.II.12. O machado de guerra II.II.13. A foucinha II.II.14. A guita II.II.15. O escudo II.II.16. O tridente III. MOTRICIDADE III.I. A motricidade III.II. O equilbrio III.III. A coordenao III.IV. O ritmo IV. PRINCPIOS DE COMBATE IV.I. Os alvos IV.II. As foras IV.III. Os deslocamentos IV.IV. As guardas IV.V. Os Ataques e defesas

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalI. UMA PEQUENA INTRODUO I.I. Origem da esgrima: Em termos gerais pode-se entender como esgrima a qualquer modalidade de combate com implementos, especialmente com armas brancas. A palavra esgrima procede do termo germnico s kermjan que significa defesa ou proteo. As primeiras manifestaes de esgrima provavelmente tiveram lugar na p r-histria, quando os homens comearam a usar instrumentos quer para caar, quer para manipular os alimentos, quer para atacar e defender -se. assim que o precedente da esgrima com espada est no uso de paus, paus que com o tempo complementam -se com pedras cortantes e que, com o descobrimento dos metais, tornam-se em lana, albarda ou espada. I.II. As fontes documentais da esgrima na Idade Mdia: Na Idade Mdia, a diferena do que vai a a contecer em sculos posteriores, a cultura est monopolizada pela Igreja. A maior parte da populao analfabeta e ainda no existem meios efetivos de difuso da cultura nem interesse nenhum por esse fim. Os nicos estudos e documentais que h sobre qualquer disciplina do conhecimento ou da arte so obras de monges e clrigos que dedicam boa parte da sua vida ao estudo da botnica, da ornitologia, da filosofia, etc.. Neste cenrio de esperar que os tratados sobre a esgrima e mtodos de treino marcial sejam pouco menos que anedticos ainda quando a guerra era uma das principais ocupaes dos gover nos durante a Idade Mdia. Os principais tratados de esgrima durante esta poca so os da escola alem e os da escola italiana: a) A escola alem: a escola que oferece informao relacionada com a esgrima no mundo ocidental durante a Idade Mdia. Foi Johannes Liechtenauer quem escreve o denominado Manuscrito 3227, intitulado A arte de cercar com espada longa. Deste modo Liechtenauer d forma a um mtodo marcial de esgrima, mtodo no que sintetiza todo o aprendido dur ante as mltiplas viagens que fa z por muitas terras aprendendo e aperfeioando a sua tcnica. Os discpulos deste estilo mantiveram vivo o nome de Johannes Liechtenauer provavelmente at o sculo XV, coincidindo com a fundao em Frankfurt da Sociedade de So Marcos ou Marxbrder, uma das primeiras escolas europeias de esgrima. b) A escola italiana: nesta escola acham-se alguns dos documentos mais antigos referidos esgrima. Um dos mais conhecidos o Flos Duellatorum, de Fiore dei Liberi. um dos tratados mais completos sobre esta disciplina, analisando o combate sem e com armas, com espada curta ou duma mo, com esp ada de mo e meia, com mo-dobre, com alabarda, etc.. Em qualquer caso, quer no da escola alem, quer no da escola italiana, resulta difcil obter uma interpretao fiel do mtodo ao se tratar apenas de dicas e ilustraes bidimensionais de baixa qualidade grfica.

Manual do bom combatenteI.III. As novas sociedades de esgrima medieval A Idade Mdia fonte de muitos e smbolos dum grande atrativo para muitas pessoas. Um elevado nmero de romances e filmes histricos ou de fio esto ambientados neste perodo. Alguns dos temas mais recorrentes para novelistas e guionistas de cinema foram o Robin Hood ou a lenda do rei Arturo. Tambm chegou stima arte a histria de William Wallace num filme baseado na sociedade de fins do sculo XIII. Mas este interesse pelo medieval vai mais longe do que romances, filmes ou jogos de roll. A medievaloflia responsvel tambm de sociedades de recriao histrica onde se aprendem no s mtodos de luta com as armas da poca, seno tambm tcnicas prprias dos ofcios mais habituais da poca como a ferrari a. Deste modo acham-se agrupaes medievalistas como a Ordem de Cavalaria do Sagrado Portugal ou o Crculo de Esgrima Medieval Valherjes no Estado espanhol. Estas sociedades criadas por volta da medievaloflia achegam um valioso contributo quanto pesquisa de informao relacionada com as artes marciais ocidentais deste perodo. , pois, que existe neste sentido um vcuo que deve ser superado com novos mtodos de treino que na medida do possvel reconstruam os estilos prprios dos sculos medievais. Respondendo a esta necessidade torna -se importante orientar a arte de guerra a uma atividade desportiva e at mesmo de competio onde a graduao do aluno q uanto ao seu conhecimento no responda a uma nomenclatura militar, mas a uma classificao puramente pedaggica como pode ser a s ugerida pela nossa escola de armas, isto , aspirante, aprendiz, veterano, auxiliar, instrutor e mestre. II. FUNDAMENTOS BSICOS I I.I. A pegada ou agarre a) Pegada prono: denomina-se de pegada prono ao agarre com o punho fechado onde as palmas das mos olham para abaixo. b) Pegada supina: denomina-se de pegada supina ao agarre com o punho fechado onde as palmas olham para arriba. c) Pegada alterna: denomina-se de pegada alterna ao agarre a duas mos onde uma delas segura com pegada prono e a outra com pegada supina. Pode ser a mo direita com pegada prono e a canhot a com pegada supina ou ao invs . d) Pegada neutra ou de martelo: denomina-se de pegada neutra ou de martelo, tambm chamada pegada de meia pronao, a um agarre onde as palmas das mos esto enfrentadas como, por exemplo, quando se seguram duas armas, uma com cada mo, e se apresentam em paralelo uma a respeito da outra.

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalII.II. As principais armas II.II.1. A espada: A espada na Idade Mdia apresenta trs variantes fundamentais quanto ao tamanho e peso: a espada duma mo, a espada de mo e mdia e a espada a duas mos ou mo-dobre. Tambm cumpre ter presente que a magnitude do seu tamanho e peso variava dependendo de cada zona, do pas ou da poca. a) Espada duma mo: ela a espada mais habitual desde a Antiguidade at a Baixa Idade Mdia. De duplo gume, acostu mava ter uma lmina decrescente acabando em ponta. Era usada mais com o acompanhamento de escudo do que soa. Com respeito medida mais frequente, a espada curta acostumava medir um quinto menos do que a espada de mo e m dia. b) Espada de mo e mdia: uma espada de dobre gume c uma lmina reta cuja longitude oscila entre os 90 e 120 cm. O nome de espada de mo e meia vem da necessidade de auxiliar com uma segunda mo durante o seu manejo. c) Espada a duas mos ou mo-dobre: a espada mais longa da famlia das espadas medievais. Acha-se que a sua origem est nos sax nrdicos prprios da Baixa Idade Mdia. Em forma similar espada de mo e mdia, mas a longitude do mo-dobre oscila entre os dous metros e os dous metros e mdio. Quanto s partes da espada medieval esta consta em essncia de punho e lmina. a) Punho ou empunhadura: pomo, cabo e guarda-mo. b) Lmina: chapa de reforo, sulco ou vinco, forte, gume, salincia central, fraco e ponta.

II.II.2. O pau O pau provavelmente a primeira arma no projtil usada pelo homem. ademais fcil de fabricar e muito eficiente em combate. Com dous paus curtos podem-se lograr ataques simultneos compostos ou simples, isto , atacar/defender com os dous a um tempo ou defender com um e atacar com o outro .. No caso do basto e do pau longo, sendo o primeiro mais curto do que o segundo, pode se manter ao adversrio ou adversrios afastados a uma distncia prudencial e ademais possvel executar ataques e defesas.

Manual do bom combatenteII.II.3. A faca: A faca ou cutelo, comum a qualquer poca, uma arma fcil de ocultar, cujos movimentos so pouco previsveis, lanvel, muito cortante e pungente. frente duma espada de qualquer tamanho, p au ou lana, fica em desvantagem, mas pode resultar fatal contra mo vazia. Num enfrentamento onde ambos combatentes portam cutelos o habitual esperar graves feridas pelas duas partes. II.II.4. A lana: A lana em origem um pau, um pau ao que se lhe adicionou um a mortfera ponta. assim que o manejo da lana especializa -se em espetar ao adversrio, mas isso no exclui a esta arma de executar os mesmos movimentos do que o pau. Quanto ao seu tamanho temos a lana curta, apropriada para distncias reduzidas, e a lana longa, destinada a ser usada a cavalo ou na infantaria apoiada no ombro do companheiro da frente com o objetivo de investir ao inimigo. II.II.5. A alabarda: A alabarda uma lana cuja ponta incorpora quer um gancho, quer uma folha cortante que pode ser dupla ou simple s. Dependendo da zona e da poca h muitos tipos de alabarda , mas em qualquer caso o objetivo desta arma e incrementar a capacidade marcial da ponta com elementos de corte e ou agarre. Em funo do seu tamanho, forma e peso o manejo desta arma pode variar. II.II.6. O mao: O mao, devido ao seu tamanho e necessidade duma manipulao veloz no combate, habitualmente constitudo em madeira. Funciona como um martelo de grandes dimenses efetivo para abater ao adversrio ou adversrios com um golpe capaz de fraturar ossos. II.II.7. A maa: A origem da maa est no basto. Com o percurso do tempo a sua cabea foi reforada incorporando peas metlicas com a finalidade de perfurar e cortar. II.II.8. O mangal: O manga, tambm conhecido com o nome de ma lhal, a evoluo blica da ferramenta que os camponeses usavam para malhar os cereais. Devido a esta adaptao com fins marcia is, o pau de agarre foi reduzido para o manejo a uma s mo. Consta, pois, dum mango, duma cadeia ou no seu defeito duma corda a modo de articulao e duma pequena barra ou bola de espinhos. geralmente usada em companhia dum pequeno escudo, pois no uma boa arma defensiva.

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalII.II.9. O martelo de guerra: Trata-se duma arma que consta dum mang o longo que pode ser usado a duas mos e cuja cabea metlica incorporando um extremo pungente e outro plano para golpear. II.II.10. O arco: O arco, cuma origem pr-histrica, uma arma presente em quase todas as culturas do mundo e cujo uso sobrevive durante milhares de anos at que as armas de fogo causam o seu detrimento. O arco uma arma ligeira, de relativa preciso e silenciosa. Hoje o tiro com arco uma disciplina desportiva e mesmo uma modalidad e de caa. II.II.11. A besta: A besta um arco de grande resistncia inserido num mecanismo automatizado de disparo. Deste modo ganha -se em potncia e preciso. II.II.12. O machado de guerra: O machado uma das muitas ferramentas do agro s que o povo recorria em revoltas ou conflitos blicos. Devido ao seu elevado peso uma arma difcil de usar pelo que mesmo se chegou a fazer modelos mais ligeiros, especialmente pensados para a luta, mas ainda assim resulta um instrumento que dota os seus movimentos duma grande lentido. No entanto, a sua capacidade marcial elevada podendo transpassar a chapa de muitas armaduras e capacetes. II.II.13. A foucinha: A foucinha mais um exemplo de ferramenta agrcola usada como arma pelos camponeses durante revoltas ou guerras. O seu leve peso e feitura dotam foucinha dum grande potencial blico. Neste se ntido pode ser usada em companhia doutra arma ou escudo. II.II.14. A guita: Denomina-se de guita a uma ferramenta agrcola feita duma cana de rvore, habitualmente de carvalho ou castanh o, com forma de pequena forquilha de dous dentes e mango curto . Esta ferramenta foi pensada para assentar e segurar os talos dos matos para serem cortados com a foucinha. Na dimenso marcial a guita pode ser u sada por livre ou acompanha de foucinha, espada curta ou faca. ideal para bloquear ataques imobilizando a arma do adversrio assim como para contestar golpeando e picando.

Manual do bom combatenteII.II.15. O escudo: Mais uma vez, dependendo da cronologia e da zona, podem-se achar escudos de mltiplas formas, tamanhos e pesos. A grandes rasgos podem-se classificar os escudos em circulares ou longitudinais sendo estes ltimos aqueles que oferece m uma maior rea defensiva ainda sendo um bocado mais pesados. A demais, alm da funo defensiva, o escudo pode ser usado para empurrar e at mesmo para golpear ainda que esta seja apenas uma funo secundria. A ofensiva , pois, a especialidade da arma que acom panha ao escudo: espada curta, lana, etc.. Por vezes, a mo que segura o escudo pode ocultar uma faca que resulta til nos momentos em que se reduze a distncia. II.II. 16. O tridente: O tridente, ao igual que outros instrumentos agrcolas parecidos em tamanho e peso, resulta uma arma um bocado torpe para o combate devido ao excessivo lastre do til metlico situado num dos extremos do mango e a que os ataques com a sua zona metlica limitam-se unicamente a picar ou a arranhar. Caso diferente o da forquilha inteiramente de madeira . III. A MOTRICIDADE III.I. Orientao: A orientao o princpio que rege a organizao no espao. No desenrolo do combate fundamental dominar a distncia e ter plena conscincia de cada passo que se d. assim que o bom combatente examina com detalhe o entorno no que tem lugar a luta para us -lo no seu benefcio. Do mesmo modo tambm se adapta aos movimentos e ritmos do seu adversrio ou adversrios, formulando a sua estratgia de combate. Outro aspeto a ter em conta quanto orientao o plano multidirecional do combate. Para o profano na matria o exerccio do combate pode acabar sendo bidirecional, avanando e recuando, mas necessrio transitar as oito coordenadas fundamentais: adiante, atrs, esquerda, direita e as correspondentes diagonais. III.II. Equilbrio: O equilbrio a faculdade que permite conceder estabilidade posio e ao movimento. Ele fundamental para compensar qualquer deslocamento do ponto de gravidade e para tornar da mxima eficincia todo ataque e defesa.

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalIII.III. Coordenao: A coordenao a capacidade de relacionar a execuo duns movimentos com outros em sequncia ou em simultneo. Deve -se procurar dotar ao exerccio marcial de harmonia, preciso e velocidade. III.IV. Ritmo: O desenvolvimento do combate exige mudanas na veloc idade e na intensidade, adaptando -se natureza do espao fsico e estratgia do adversrio ou adversrio s. IV. PRINCPIOS DE COMBATE VI.I. Os alvos: Nas disciplinas blicas conhecem-se como alvos s principais vias pelas que se pode atacar e pelas que o lutador pode ser vu lnerado. Estes alvos so: a) Frontal e Anterior b) Superior e Inferior c) Lateral direita e Lateral esquerda IV.II As foras: Para obter um timo rendimento durante o combate imprescindvel usar todo o potencial fsico do corpo humano. deste modo como na luta so aplicadas cinco foras que acostumam ser combinadas durante qualquer ofensiva ou defesa. Estas foras so: a) Fora Ascendente e Descendente b) Fora de Penetrao e de Absoro c) Fora Centrpeta e Centrfuga f) Fora de reao 1. Cumpre adicionar a estas cinco outra fora mais, a fora de reao. Ela consiste na projeo de duas energias paralelas em sentido contrrio com a finalidade de aumentar a contundncia numa ofensiva ou defesa. Contudo esta fora no aplicvel se as duas mos estiverem ocupadas na fixao da espada, lana ou qualquer outra arma. Por este motivo, a presena da fora de reaco reduze-se a exerccios nos que os braos trabalham por separado. IV.III. Os deslocamentos: dito que quem domina o espao domina o combate. Deste modo o bom combatente mede os seus movimentos com preciso quer para avanar, quer para recuar.

Manual do bom combatentea) Passo cortado: d-se ajuntando um p ao outro para avanar ou recuar. b) Passo deslocado: d-se pisando com o primeiro p e arrastando o segundo. Para recuar pisa-se com o p atrasado e desliza-se para atrs o dianteiro. c) Passo cruzado: d-se ao avanar ou recuar sobrepassando um p por diante do outro. IV.IV. As guardas: A guarda a posio de alerta da que se parte para iniciar uma ofensiva ou uma defensiva e compreendem -se principalmente de perfil com o motivo de reduzir a vulnerabilidade. a) Guarda de descanso: sem perder a atitude de alerta, toma -se uma pausa para recuperar o alento e descontrair a musculatura dos braos. As pernas esto ligeiramente flexionadas cuma separao igual a um largo de ombros. O corpo deve estar ligeiramente inclinado para a frente, com as cadeiras buscando o perfil. A mo hbil na empunhadura e a auxiliar no comeo da lmina. b) Guarda baixa: Sempre sem perder de vista ao adversrio ou adversrios, a ponta da lmin a busca o cho, caindo em diagonal. As duas mos ficam firmes na empunhadura, geralmente com a mo hbil por diante e a auxiliar por detrs. c) Guarda mdia: A diferena da guarda baixa, na guarda mdia a ponta da lmina olha em diagonal para o cu, com a pegada perto, mas separada do abdominal. d) Guarda alta: com as duas mos na empunhadura, geralmente a hbil por diante e a auxiliar por detrs, a espada fica erguida por acima da cabea, com a lmina ligeiramente inclinada para trs. 1. A mo hbil: denomina-se de mo hbil direita no destro e esquerda no canhoto. 2. A mo auxiliar: denomina-se de mo auxiliar direita no canhoto e esquerda no destro. IV.V. Ataques e defesas Segundo a sua trajetria um ataque ou uma defesa pode ser interior, partindo de fora para dentro, e exterior, partindo de dentro para fora, mas tambm homnimos das foras que os dirigem:

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievala) Ascendente e Descendente b) Centrpeto e Centrfugo ou Circular Interior e Circular Exterior e) Penetrao (empurrando ao adversrio) e Esttico (golpe ando sem deslocar o centro de gravidade no endereo do adversrio). Ademais, os ataques e defesas tambm se classificam dependendo do alvo que atacam ou defendem e da altura que se destinam como, por exemplo, um ataque em cada cabea denomina -se de golpe descendente frontal a zona alta. IV.VI. Atitude em combate O combate acha a sua origem num enfrentamento entre dous ou mais indivduos e cujas conseqncias podem resultar fatais. por isto que o caminho da virtude traa -se longe da violncia, do qual se deduze como primeira norma evitar o conflito. Ora bem, se no possvel a evaso deve -se fazer uso das habilidades previamente adquiridas por meio do treino. Sentir medo algo do mais natural, um mecanismo instintivo de supervivncia, mas c a lgica faz sua a expresso galega de molhados ao rio. Ao no haver hiptese de fugida deve-se assumir a derrota e, daquela, o temor desaparece para dar passo lucidez mental. V. MODOS DE LUITA Os modos de luta classificam-se em envolventes, de reconduo e de contato, mas prpria da natureza da luta combin -los durante a solvncia do enfrentamento. V.I. Luita envolvente: A luita envolvente aquela forma de combate fundamentada no agarre e o controlo do adversrio por meio de luxaes, estrangulaes e derribas. V.II. Luita de reconduo: o sistema que aplica o conhecido princpio de aproveitar a fora do oponente na sua contra. Trata -se de adiantar-se aos ataques para desequilibrar ao adversrio com movimentos sutis. V.III. Luita de contato: A luita de contato aquela que faz uso de jutos e pancadas estrategicamente executadas para derrotar ao adversrio.

Manual do bom combatente

Lngua: Galego ILG-RAG

FUNDAMENTOS TCNICOS DA ESGRIMA MEDIEVAL MANUAL DO BON COMBATENTE

____________________________________________________________ JOS MANUEL NUNES VILAR

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medieval

Ordem do Alto Minho escola de armas medievaishttp://ordemdoaltominho.wordpress.com/ [email protected]

Autor: Jos Manuel Nunes Vilar Deseo e impresin: Cpias Ronda das Mercedes, 19 27002 de Lugo, Galiza 982 242 070

Manual do bom combatente

NDICE:I. UNHA PEQUENA INTRODUCIN I.I. Orixe da esgrima I.II. As fontes documentais da esgrima na Idade Media I.III. As novas sociedades de esgrima medieval II. FUNDAMENTOS BSICOS II.I. A pegada ou agarre II.II. As principais armas II.II.1. A espada II.II.2. O pau II.II.3. A daga II.II.4. A lanza II.II.5. A alabarda II.II.6. O mazo II.II.7. A maza II.II.8. O mangal II.II.9. O martelo de guerra II.II.10. O arco II.II.11. A besta II.II.12. O machado de guerra II.II.13. A foucia II.II.14. A guita II.II.15. O escudo II.II.16. O tridente III. MOTRICIDADE III.I. A motricidade III.II. O equilibrio III.III. A coordinacin III.IV. O ritmo IV. PRINCPIOS DE COMBATE IV.I. Os albos IV.II. As forzas IV.III. Os desprazamentos IV.IV. As gardas IV.V. Os Ataques e defensas

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalI. UNHA PEQUENA INTRODUCIN I.I. Orixe da esgrima: En termos xerais pdese entender como esgrima a c alquera modalidade de combate con implementos, especialmente con armas brancas. A palabra esgrima procede do termo xerm nico skermjan que significa defensa ou proteccin. As primeiras manifestacions de esgrima probabelmente tiveron lugar na Prehistoria, cando os home s comezaron a usar instrumentos quer para cazar, quer para manipular os alimentos, quer para atacar e defenderse. as que o precedente da esgrima con espada est no uso de paus, paus que co tempo complemntase con pedras cortantes e que, co descubrimento dos metais, trnanse en lanza albarda ou espada. I.II. As fontes documentais da esgrima na Idade Mdia: Na Idade Media, a diferenza do que vai a acontecer en sculos posteriores, a cultura est monopolizada pola Igrexa. A maior parte da poboacin analfabeta e anda non existen medi os efectivos de difusin da cultura nen interese ningn por esa fin . Os nicos estudos e documentais que hai sobre calquera disciplina do coecemento ou da arte son obras de monxes e clrigos que adican boa parte da sa vida ao estudo da botnica, da ornitoloxa, da filosofa, etc.. Neste escenario de esperar que os tratados sobre a esgrima e mtodos de adestramento marcial sexan pouco menos que anecdticos anda cando a guerra era unha das principais ocupacins dos gobernos durante a Idade Media. Os principais tratados da esgrima durante esta poca son os da escola alem e os da escola italiana: a) A escola alem: a escola que ofrece informacin relacionada coa esgrima no mundo occidental durante a Idade Media. Foi Johannes Liechtenauer quen escribe o denominado Manuscrito 3227, titulado A arte de cercar com espada longa. Deste modo Liechtenaue r d forma a un mtodo marcial de esgrima, mtodo no que sintetiza todo o aprendido durante as mltiplas viaxes que fai por mo itas terras aprendendo e perfeccionando a s a tcnica. Os discpulos deste estilo mantiveron vivo o nome de Johannes Liechtenauer probablemente at o sculo XV, coincidindo coa fundacin en Frankfurt da Sociedade de San Marcos ou Marxbrder, unha das primeiras escolas europeas de esgrima. b) A escola italiana: nesta escola encntranse algns dos documentos mis antigos referidos esgrima. Un dos mis coecidos o Flos Duellatorum, de Fiore dei Liberi. un dos tratados m is completos sobre esta disciplina, analizando o combate sen e con armas, con espada curta ou dunha man, con espada de man e media, con man-dobre, con alabarda, etc.. En calquera caso, quer no da escola alem, quer no da escola italiana, resulta difcil obter unha interpretacin fiel do mtodo ao se tratar apenas de dicas e ilustracins bidimensionais de baixa calida de grfica.

Manual do bom combatenteI.III. As novas sociedades de esgrima medieval A Idade Media fonte de moitos e smbolos dun grande atractivo para moitas persoas. Un elevado nmero de romanc es e filmes histricos ou de ficcin estn ambientados neste perodo. Algns dos temas mis recorrentes para novelistas e guionistas de cine ma foron o Robin Hood ou a lenda do rei Arturo. Tamn chegou stima arte a historia de William Wallace nun filme baseado na sociedade de fins d o sculo XIII. Mas este interese polo medieval vai mis lonxe do que romances, filmes ou xogos de roll. A medievalofilia responsbel tambn de sociedades de recreacin histrica onde se aprenden non s mtodos de loita coas armas da poca, senn tamn tcnicas propias dos oficios mis habituais da poca como a ferraria. Deste modo atpanse agrupacins medievalistas como a Ordem de Cavalaria do Sagrado Portugal ou o Crculo de Esgrima Medieval Valherjes no Estado espanhol. Estas sociedades criadas por volta da medievaloflia achegan un valioso contributo canto pesquisa de informacin relacionada co as artes marciais occidentais deste perodo. , pois, que existe neste sentido un vcuo que debe ser superado cos novos mtodos de adestramento que na medida do posbel reconstran os estilos prop ios dos sculos medievais. Respondendo a esta necesidade trnas e importante orientar a arte de guerra a unha actividade deportiva e at mesmo de competicin onde a graduacin do alumno canto ao seu coecemento non responda a unha nomenclatura militar, senn a unha clasificacin puramente pedagxica como pode ser a suxerida po la nosa escola de armas, isto , aspirante, aprendiz, veterano, auxiliar, instrutor e mestre. II. FUNDAMENTOS BSICOS I I.I. A pegada ou agarre a) Pegada prono: denomnase pegada prono ao agarre co pu o fechado onde as palmas das mans ollan para abaixo. b) Pegada supina: denomnase pegada supina ao agarre c o puo fechado onde as palmas ollan para arriba. c) Pegada alterna: denomnase de pegada alterna ao agarre a das mns onde unha delas segura con pegada prono e a outra con pegada supina. Pode ser a man dereita con pegada prono e a zurda con pegada supina ou ao rev s. d) Pegada neutra ou de martelo: denomnase de pegada neutra ou de martelo, tamn chamada pegada de me dia pronacin, a un agarre onde as palmas das mans estn enfro ntadas como, por exemplo, cando se seguran das armas, unha con cada man, e se presentan en paralelo unha a respecto da outra.

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalII.II. As principais armas II.II.1. A espada: A espada na Idade Media presenta tres variantes fundamentais canto ao tamao e peso: a espada dunha man, a espada de man e media e a espada a das mans ou man -dobre. Tamn cmpre ter presente que a magnitude do seu tama o e peso variaba dependendo de cada zona, do pas ou do sculo . a) Espada dunha man: ela a espada mis habitual desde a Antigidade at a Baixa Idade Media. De duplo gume, acostumaba ter unha lmina decrecente acabando en punta. ra usada mis co acompaamento de escudo do que soa. Con respecto medida mis frecuente, a espada curta adoitaba medir un quinto menos do que a espada de man e media. b) Espada de man e media: unha espada de dobre gume cunha lmina recta cuxa lonxitude oscila entre os 90 e 120 cm. O nome de espada de man e media ven da necesidade de auxiliar cunha segunda man durante o seu manex o. c) Espada a das mans ou man-dobre: a espada mis longa da familia das espadas medievais. Cidase que a sa orixe est nos sax nrdicos porpios da Baixa Idade Media. En forma similar espada de man e media, pero a lonxitude do man -dobre oscila entre os dous metros e os dous metros e medio. Canto s partes da espada medieval esta consta en esencia de puo e lmina. a) Puo ou empuadura: pomo, cabo e garda-man. b) Lmina: chapa de reforzo, gabia ou vinco, forte, gume, salie ncia central, fraco e punta.

II.II.2. O pau O pau probablemente a primeira arma non proxectil usada polo home. ademais fcil de fabricar e moito eficiente en combate. Con dous paus curtos pdense lograr ataques simult neos compostos ou simples, isto , atacar/defender cos dous a un tempo ou defender cun e atacar co outro.. No caso do bastn e do pau longo, sendo o primeiro mis curto do que o segundo, pdese manter ao adversario ou adversarios afastados a unha distancia prudencial e ademais posb el executar ataques e defensas.

Manual do bom combatenteII.II.3. A daga: A daga ou coitelo, comn a calquera poca, unha arma fcil de ocultar, cuxos movementos son pouco previsbeis, guindbel, moito cortante e punxente. fronte dunha espada de c alquera tamao, pau ou lanza, fica en desvantaxe, pero pode resultar fatal contra man valeira. Nun enfrontamento onde ambos combatentes portan coi telos o habitual esperar graves feridas polas da s partes. II.II.4. A lanza: A lanza en orixe un pau, un pau ao que se lle engadiu unh a mortfera punta. as que o manexo da lanza especialzase en espetar ao adversario, pero iso non excle a esta arma de executar os mesmos movementos que o pau. Canto ao seu tamao temos a lanza curta, apropiada para distancias reducidas, e a lanza longa, destinada a ser usada a cavalo ou na infantara apoiada no ombro do compaeiro da fronte co obxectivo de investir ao inimigo. II.II.5. A alabarda: A alabarda unha lanza cuxa pu nta incorpora quere un gancho, quer unha folla cortante que pode ser dupla ou simple. Dependendo da zona e da poca h moitos tipos de alabarda, pero en c alquera caso o obxectivo desta arma e incrementar a capacidade marcial da punta con elementos de corte e ou agarre. En funcin do seu tamao, forma e peso o manexo desta arma pode variar. II.II.6. O mazo: O mazo, debido ao seu tamao e necesidade dunha manipulacin veloz no combate, habitualmente constitudo en madeira. Funciona coma un martelo de grandes dimensins efectivo para abater ao adversario ou adversarios cun golpe capaz de fracturar osos. II.II.7. A maza: A orixe da maza est no basto. Co percurso do tempo a sa cabeza foi reforzada incorporando pezas metlicas coa finalidade de perfo rar e cortar. II.II.8. O mangal: O mangal, tamn coecido co nome de mallal, a evolucin blica da ferramenta que os campesios usaban para mall ar os cereais. Devido a esta adaptacin con fins marciais, o pau de agarre foi reducido para o manexo a unha s man. Consta, pois, dun mango, dunha cadea ou no seu defecto dunha corda a modo de articulacin e dunha pequena barra ou bola de espios. xeralmente usada en compaa dun pequeno escudo, pois non unh a boa arma defensiva. II.II.9. O martelo de guerra:

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medieval

Trtase dunha arma que consta dun mango longo que pode ser usado a das mans e cuxa cabeza metlica incorporando un extremo punxente e outro plano para golpear. II.II.10. O arco: O arco, cunha orixe prehistrica, unha arma presente en c ase tdalas culturas do mundo e cuxo uso sobrevive durante mill ares de anos at que as armas de fogo causan o seu detrimento. O arco unha arma lixeira, de relativa precisin e silenciosa. Hoxe o tiro con arco unha disciplina deportiva e mesmo unha modalidade de caz a. II.II.11. A besta: A besta un arco de grande resistencia inserido nun mecanismo automatizado de disparo. Deste modo gase en potencia e precisin . II.II.12. O machado de guerra: O machado unha das moitas ferramentas do agro s que o pobo recorra en revoltas ou conflitos blicos. Devido ao seu elevado peso unha arma difcil de usar polo que mesmo se chegou a facer modelos mis lixeiros, especialmente pensados para a loita, pero anda as resulta un instrumento que dota os seus movementos dunha grande lentitude. No entanto, a sa capacidade marcial elevada podendo traspasar a chapa de moitas armaduras e capacetes. II.II.13. A foucia: A foucia mis un exemplo de ferramenta agrcola usada como arma polos campesios durante revoltas ou guerras. O seu leve peso e feitura dotan foucia dun grande potencial blico. Neste sentido pode ser usada acompaa doutra arma ou escudo. II.II.14. A guita: Denomnase guita a unha ferramenta agrcola feita dunha cana de rbore, habitualmente de carballo ou castao, con forma de pequena forquilla de dous dentes e mango curto. Esta ferramenta foi pensada para asentar e segurar os talos dos matos para seren cortados coa foucia. Na dimensin marcial a guita pode ser usada por libre ou acompaada de foucia, espada curta ou faca. ideal para bloquea r ataques inmobilizando a arma do adver sario as como para contestar golpeando e picando.

Manual do bom combatenteII.II.15. O escudo: Unha vez mis, dependendo da cronoloxa e da zona, pdens e achar escudos de mltiplas formas, tamaos e pesos. A grandes rasgos pdense clasificar os escudos en circulares ou lonxitudinais sendo estes ltimos aqueles que ofrecen unha maior rea defensiva anda sendo un bocado mis pesados. Ademais, aln da funcin defensiva, o escudo pode ser usado para empu rrar e at mesmo para golpear anda que esta sexa apenas unha funcin secundaria. A ofensiva , pois, a especialidade da arma que acompaa ao escudo: espada curta, lanza, etc.. Por veces, a man que segura o escudo pode ocultar unha faca que resulta til nos momentos en que se reduce a distancia. II.II. 16. O tridente: O tridente, ao igual que outros instrumentos agrcolas parecidos en tamao e peso, resulta unha arma un bocado torpe para o combate devido ao excesivo lastre do til metlico situado nun dos extremos do mango e a que os ataques coa sa zona metlica limtans e unicamente a picar ou a rabuar. Caso diferente o da forquilla e nteiramente de madeira. III. A MOTRICIDADE III.I. Orientacin: A orientacin o principio que rexa organizacin no espazo. No desenvolvemento do combate fundamental dominar a dista ncia e ter plena consciencia de cada paso que se d. as que o bon combatente examina con detalle o entorno no que ten lugar a loita para usalo no seu proveito. Do mesmo modo tamn se adapta aos movementos e ritmos do seu adversario ou adversa rios, formulando a sa estratexia de combate. Outro aspecto a ter en conta canto orientacin o plano multidireccional do combate. Para o profano na materia o exerci cio do combate pode acabar sendo bidire ccional, avanzando e recuando, pero necesario transitar as oito coordenadas fundamentais: adiante, atrs, esquerda, dereita e as correspondentes diagonais. III.II. Equilibrio: O equilibrio a facultade que permite conceder estabilidade posicin e ao movemento. El fundamental para compensar c alquera desprazamento do punto de gravidade e para tornar da mxima eficiencia todo ataque e defensa.

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievalIII.III. Coordinacin: A coordinacin a capacidade de relacionar a execucin duns movementos cos outros en secuencia ou en simult neo. Dbese procurar dotar ao exercicio marcial de harmona, precisin e velocidade. III.IV. Ritmo: O desenvolvemento do combate esixe mudanz as na velocidade e na intensidade, adaptndose natureza do espazo fsico e estratexia do adversario ou adversarios. IV. PRINCIPIOS DE COMBATE VI.I. Os albos: Nas disciplinas blicas cocense como albos s principais vas polas que se pode atacar e polas que o loi tador pode ser vulnerado. Estes albos son: a) Frontal e Anterior b) Superior e Inferior c) Lateral dereita e Lateral esquerda IV.II As forzas: Para obter un ptimo rendemento durante o combate imprescindbel usar todo o potencial fsico do corpo humano. deste modo como na loita son aplicadas cinco forzas que acostuman ser combinadas durante calquera ofensiva ou defensa. Estas forzas son: a) Forza Ascendente e Descendente b) Forza de Penetracin e de Absorcin c) Forza Centrpeta e Centrfuga f) Forza de reaccin 1. Cmpre engadir a estas cinco outra forza mis, a forza de reaccin. Ela consiste na proxeccin de das enerxas paralelas en sentido contrario coa finalidade de aumentar a contundencia nunh a ofensiva ou defensa. Con todo, esta forza non aplicbel se as das mans estn ocupadas na fixacin da espada, lanza ou calq uera outra arma. Por este motivo, a pre senza da forza de reaccin redcese a exercicios nos que os brazos traballan por separado. IV.III. Os desprazamentos: dito que quen domina o espazo domina o combate. Deste modo o bon combatente mide os seus movementos con precisin quer para avanzar, quer para recuar.

Manual do bom combatentec) Paso cortado: dase axuntando un p ao outro para avanz ar ou recuar. d) Paso arrastrado: dase pisando co primeiro p e arrastrando o segundo. Para recuar psase co p atrasado e deslza se para atrs o dianteiro. c) Paso cruzado: dase ao avanzar ou recuar sobrepasando un p por diante do outro. IV.IV. As gardas: A garda a posicin de alerta da que se parte para iniciar unha ofensiva ou unha defensiva e comprndense principalmente de perfil co gallo de reducir a vulnerabilidade. a) Garda de descanso: sen perder a actitude de alerta, tmase unha pausa para recuperar o alento e descontraer a musculatura dos brazos. As pernas estn lixeiramente flexionadas cunha separacin igual a un ancho de ombros. O corpo debe estar lixeiramente inclinado para diante, co as cadeiras buscando o perfil. A man hbil na empuadura e a auxiliar no comezo da lmina. b) Garda baixa: Sempre sen perder de vista ao adversario ou adversarios, a punta da lmina busca o chan, caendo en diagonal. As das mans fican firmes na empuadura, xeralmente coa man hbil por diante e a auxiliar por detrs. c) Garda media: A diferenza da garda baixa , na garda media a punta da lmina olla en diagonal para o ceo, coa pegada perto, pero separada do abdominal. d) Garda alta: coas das mans na empuadura, x eralmente a hbil por diante e a auxiliar por detrs, a espada fica erguida por riba da cabeza, coa lmina lixeiramente inclinada para trs. 1. A man hbil: denomnase como man hbil de reita no diestro e esquerda no zurdo. 2. A man auxiliar: denomnase como man auxiliar dereita no zurdo e esquerda no destro. IV.V. Ataques e defensas Segundo a sa traxectoria un ataque ou unha defensa pode ser interior, partindo de fra para dentro, e exterior, partindo de dentro para fra, pero tamn homnimos das forzas que os dirixen :

a) Ascendente e Descendente b) Centrpeto e Centrfugo ou Circular Interior e Circular Exterior

Jos Manuel Nunes Vilar

Fundamentos tcnicos da esgrima medievale) Penetracin (empurrando ao adversa rio) e Esttico (golpeando sen desprazar o centro de gravidade no enderezo do adversa rio). Ademais, os ataques e defe nsas tamn se clasifican dependendo do albo que atacan ou defenden e da altura que se destinan como, por exemplo, un ataque en cada cabeza denomnase como golpe descendente frontal a zona alta. IV.VI. Actitude en combate O combate encontra a sa orixe nun enfrontamento entre dous ou mis individuos e cuxas consecuencias poden resultar fatais. por isto que o camio da virtude trzase lonxe da violencia, do cal se deduc e como primeira norma evitar o conflito. Agora ben, se non posbel a evasin dbese facer uso das habilidades previamente adquiridas por medio do adestramento. Sentir medo algo do mis natural, un mecanismo instintivo de supervivencia, pero aqu a lxica fai sa a expresin galega de mollados ao ro. Ao non haber hiptese d e fuxida dbese asumir a derrota e, daquela, o temor desaparece para dar paso lucidez mental. V. MODOS DE LOITA Os modos de loita clasifcanse en envolventes, de reconducin e de contacto, pero propia da natureza da loita combinalos durante a solvencia do enfrontamento. V.I. Loita envolvente: A loita envolvente aquela forma de combate fun damentada no agarre e o control do adversario por medio de luxacins, estrangulacins e derribas. V.II. Loita de reconducin: o sistema que aplica o coecido principio de aproveitar a forza do opoente na sa contra. Trtase de adiantar se aos ataques para desequilibrar ao adversario con movementos sut s. V.III. Loita de contacto: A loita de contacto aquela que fai uso de golpes de puo e patadas estratexicamente executadas para derrotar ao adversario.