FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA … INTRODUÇÃO Diante da internacionalização dos negócios...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Aryadne Siqueira Piragibe Italo Rodrigo Balbo João Marcos Teixeira Lopes Garrido FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS Marfrig Alimentos S/A Promissão - SP LINS – SP 2010

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Aryadne Siqueira Piragibe

Italo Rodrigo Balbo

João Marcos Teixeira Lopes Garrido

FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA

CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS

Marfrig Alimentos S/A

Promissão - SP

LINS – SP

2010

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ARYADNE SIQUEIRA PIRAGIBE

ITALO RODRIGO BALBO

JOÃO MARCOS TEIXEIRA LOPES GARRIDO

FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA PARA CONQUISTA DE NOVOS

MERCADOS

LINS – SP 2010

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração de Empresas sob a orientação da prof.ª M.Sc. Jovira Maria Sarraceni e orientação técnica da prof.ª M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

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Piragibe, Aryadne Siqueira; Balbo, Ítalo Rodrigo; Garrido, João Marcos Teixeira Lopes.

Fusão e Aquisição: Marfrig Alimentos S/A / Aryadne Siqueira Piragibe; Ítalo Rodrigo Balbo; João Marcos Teixeira Lopes Garrido. – – Lins, 2010.

68p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2010.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Administração Estratégica. 2. Diversificação. 3. Fusão e Aquisição. 4. Marfrig Alimentos S/A. I Título.

CDU 658

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ARYADNE SIQUEIRA PIRAGIBE

ITALO RODRIGO BALBO

JOÃO MARCOS TEIXEIRA LOPES GARRIDO

FUSÃO E AQUISIÇÃO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para obtenção do titulo de bacharel em Administração.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Prof.ª Orientadora: Jovira Maria Sarraceni

Titulação: Mestre em Administração pela Universidade Metodista de

Piracicaba, UNIMEP.

Assinatura: __________________________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:___________________________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:___________________________________________

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Dedicamos às pessoas que nos ajudaram direta e indiretamente para

que pudéssemos alcançar nosso objetivo.

Às nossas famílias e amigos que nos apoiaram e nos incentivaram em

todos os momentos que necessitamos.

Aryadne, Italo e João.

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AGRADECIMENTO

Agradecemos primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por nos permitir

estar aqui e pela capacidade por Ele concedida para a realização deste

trabalho.

Aos professores, muito mais do que mestres, nosso profundo

reconhecimento e agradecimento por tudo que aprendemos.

Em especial à orientadora Jovira Maria Sarraceni, pela paciência e

dedicação, e por sempre ter acreditado no nosso potencial e capacidade para

desenvolver o trabalho, muito obrigada querida.

Aos nossos colegas, que conviveram conosco durante toda a jornada na

busca desse ideal e partilharam as nossas angústias e alegrias.

Ao professor André Ricardo Ponce dos Santos, pelo auxílio

imprescindível no contato com a empresa para o desenvolvimento da pesquisa.

A todos na empresa Marfrig, em especial o funcionário Saulo Miranda,

que colaboraram fornecendo todas as informações necessárias, sempre nos

atendendo com muita atenção e se colocando à disposição.

Aryadne, Italo e João

Não posso me esquecer de algumas pessoas essenciais em minha

vida, e que sem elas não estaria aqui: Geyza, que é a razão da minha vida, sou

eternamente grata pelo amor incondicional, te amo muito; Neuza, tias, Gabriel

e Gabriela, obrigada pelo amor a mim dedicado, e também as minhas amigas

pra toda vida Amanda, Suellen e Denise, pelo apoio.

Aryadne

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RESUMO

Com a abertura do mercado internacional, as empresas têm procurado comercializar seus produtos e serviços em todos os mercados possíveis, para tal conquista, cabe às empresas adotarem um planejamento para a administração estratégica que visa á análise dos fatores internos e externos, com o objetivo de criar estratégias que direcionam a empresa para o sucesso. A administração estratégica visa minimizar o impacto das mudanças para o desempenho organizacional. Empresas que buscam conquistar novos mercados têm usado da estratégia de crescimento para expandir seus negócios para ambientes diferentes dos que já obtém êxito. Uma estratégia de crescimento bastante usada atualmente é a Fusão e Aquisição, que possibilita a expansão em novos mercados através da diversificação de produtos e também o aumento do portfólio de clientes, as empresas adotam o processo de fusão e aquisição para aumentar e/ou melhorar seus negócios de alguma forma antes não possível em função da falta de diferenciação para abordar o mercado. Apesar de ser uma estratégia pouco utilizada no mercado brasileiro em relação ao mercado estrangeiro, percebe-se um aquecimento nos processos de fusões e aquisições no Brasil, a partir da identificação da necessidade de crescimento, expansão e internacionalização das empresas brasileiras, onde destaca-se uma grande parte desses processos de fusões e aquisições em empresas no setor de alimentos, como carne bovina. Por tal motivo, para desenvolver o tema em questão foi escolhida a empresa Marfrig Alimentos S/A, Promissão, São Paulo; que tem usado essa estratégia de forma agressiva e nos últimos 3 anos adquiriu 38 empresas, tendo hoje em seu ramo de negócios a produção de vários tipos de proteínas, tais como bovina, suína, aves, produtos industrializados e outros, dona de 151 plantas de abate e processamento, a empresa possui também centros de distribuição e escritórios em 22 países ao longo dos cinco continentes, com uma receita estimada de R$ 27,7 bilhões para o ano de 2010.

Palavras-chave: Administração Estratégica. Diversificação. Fusão e aquisição. Marfrig Alimentos S/A.

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ABSTRACT With the international market opened, the organizations have been

started commercialize its products and services in many locations as possible, and to reach this, the companies need to adopt a planning to a strategic administration that aim at analyze the internal and external environment, objectifying create strategies to direct the company to obtain success. The strategic administration aim at minimize the impact of the changes for the organizational performance. Companies that look for conquest new markets have been used growth strategies to expand its business to different places where it already has success. A growth strategy that have been used frequently nowadays is the Merger and Acquisition, that makes possible to reach new markets through the products diversification and also the customers list growth, the companies adopt the merger and acquition process to grow and/or improve its businesses some way before impossible because of the lack of diversification offered to the market. Although of Merger and Acquisition be little used in brazilian market in comparison to the foreign market, it can be perceived a Merger and Acquitions process increase in Brazil, from the identification of the growth necessity, expansion and internationalization of the brazilian companies, where a great part of these processes of merger and acquisitions in companies in the food sector is distinguished, as bovine meat. By such reason, to develop the subject in question the company chosen was Marfrig Alimentos S/A, Promissão, São Paulo; that it has used this strategy of aggressive form and in last the 3 years acquired 38 companies, having now in its branch business-oriented the production of some kinds of proteins, such as bovine, of pigs, industrialized products, birds, and others, owner of 151 slaughter plants and processing, the company also possess centers of distribution and offices in 22 countries throughout the five continents, with an esteem prescription of R$ 27,7 billion for the year of 2010.

Key-words: Strategic Administration. Diversification. Merger and Acquisition. Marfrig Alimentos S/A.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução do número de transações de Fusões e Aquisições no

Brasil..................................................................................................................27

Figura 2: Fatores externos que têm condicionado a Estratégia de

Diversificação.....................................................................................................33

Figura 3: Estrutura Organizacional ...................................................................43

Figura 4: Produtos do Brasil .............................................................................48

Figura 5: Produtos da Argentina .......................................................................48

Figura 6: Produtos do Uruguai ..........................................................................49

Figura 7: Produtos do Chile ..............................................................................49

Figura 8: Produtos dos EUA .............................................................................49

Figura 9: Produtos da Europa ...........................................................................50

Figura 10: O poder do Marfrig ...........................................................................51

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Matriz de Ansoff................................................................................17

Quadro 2: Oportunidades e Ameaças...............................................................21

Quadro 3: Forças e Fraquezas que podem ser encontradas na análise do

ambiente interno................................................................................................22

Quadro 4: Análise interna/externa.....................................................................24

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LISTA DE SIGLAS

CPA - Cadeia Produtiva

F&A - Fusão e Aquisição

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................11

CAPÍTULO I - ESTRATÉGIA ........................... ...............................................13

1 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA........................ ......................................13

1.1 Vantagens e desvantagens da administração estratégica..........................13

1.2 Estratégias de crescimento.........................................................................15

1.3 Compreendendo o Planejamento Estratégico.............................................17

1.3.1 Processo..................................................................................................18

1.3.2 Análise de ambiente interno e externo.....................................................19

1.4 Análise de Swot ..........................................................................................20

1.4.1 Objetivos e estratégias ............................................................................23

1.4.2 Monitoramento e controle ........................................................................23

1.4.3 Feedback .................................................................................................24

CAPÍTULO II - FUSÃO E AQUISIÇÃO .................... ........................................25

2 CONCEITO....................................................................................................25

2.1 Fusão e aquisição no Brasil ........................................................................26

2.2 Fusão e aquisição no setor do agronegócio ...............................................27

2.3 Tipos de fusão e aquisição .........................................................................28

2.3.1 Horizontal.................................................................................................28

2.3.2 Vertical .....................................................................................................29

2.3.3 Conglomerado .........................................................................................29

2.4 Fatores motivadores para processos de fusão e aquisição ........................30

2.4.1 Vantagens e desvantagens da estratégia de fusão e aquisição ..............32

2.5 Diversificação..............................................................................................32

2.5.1 Diversificação a montante e a jusante .....................................................35

2.5.2 Diversificação de produtos.......................................................................36

2.5.3 Diversificação de mercado.......................................................................37

2.5.4 Vantagens e desvantagens da estratégia de diversificação ....................37

CAPÍTULO III – A PESQUISA.......................... ................................................39

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3 INTRODUÇÂO...............................................................................................39

3.1 Marfrig Alimentos S.A..................................................................................40

3.1.1Histórico.....................................................................................................40

3.1.2 Visão, Missão e Valores...........................................................................41

3.1.3 Visão.........................................................................................................41

3.1.4 Missão.......................................................................................................42

3.1.5 Valores......................................................................................................42

3.2 Estrutura Organizacional.............................................................................43

3.2.1 Bovinos Brasil e Food Service .................................................................43

3.2.2 Nova Seara ..............................................................................................44

3.2.3 Argentina ..................................................................................................45

3.2.4 Uruguai ....................................................................................................45

3.2.5 Europa .....................................................................................................45

3.2.6 Couro .......................................................................................................46

3.3 Unidades de negócios ................................................................................46

3.3.1 Produtos e marcas...................................................................................47

3.3.2 Mercado interno .......................................................................................50

3.3.3 Mercado externo ......................................................................................50

3.3.4 Diferenciais competitivos .........................................................................51

3.4 Fusão e aquisição na Marfrig......................................................................54

3.4.1 Análise e interpretação dos dados...........................................................55

3.4.2 A palavra dos profissionais ......................................................................56

3.4.3 Discussão ................................................................................................57

3.4.4 Parecer final sobre o caso .......................................................................57

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................ .........................................59

CONCLUSÃO.......................................... .........................................................60

REFERÊNCIAS ................................................................................................61

APÊNDICES.....................................................................................................65

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INTRODUÇÃO

Diante da internacionalização dos negócios e abertura dos mercados,

as empresas que desejam obter sucesso necessitam traçar e adotar

estratégias para alcançar seus objetivos.

A administração estratégica é definida por Besanko et al. (2004), como

um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um

conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente.

Para expandir a área de atuação de uma empresa e conquistar novos

mercados, deve ser adotada uma estratégia de crescimento diferenciada,

através da análise do ambiente interno e externo, sendo que a análise do

ambiente interno propõe a identificação dos principais pontos fortes e fracos, e

a análise do ambiente externo tem como objetivo a identificação das principais

oportunidades e ameaças.

Uma estratégia de crescimento que fortalece as empresas é a fusão e

aquisição, pois ocorre a união de marcas, aumento da carteira de clientes e do

portfólio de produtos oferecidos.

A estratégia de fusão e aquisição, segundo Ansoff (1977), permite à

empresa atingir mercados antes inexplorados, através da diversificação.

A Marfrig Alimentos S/A foi escolhida para a pesquisa por utilizar a

estratégia de fusão e aquisição nos últimos anos e apresentar bons resultados

através dos processos.

Para comprovar a importância da pesquisa, foi realizada uma revisão

bibliográfica, que através de fundamentos teóricos, buscou resgatar os

conceitos e a importância da estratégia e dos processos de fusão e aquisição

para a expansão em novos mercados pela empresa Marfrig alimentos S/A, com

o objetivo de descrever os processos de Fusão e Aquisição da empresa,

demonstrar a importância da estratégia para a expansão em novos mercados,

apontar as vantagens e desvantagens dos processos e verificar quais fatores

que levaram a empresa a optar pela estratégia de Fusão e Aquisição.

Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: a estratégia de

Fusão e Aquisição possibilita a expansão em novos mercados?

A estratégia de Fusão e Aquisição possibilita a expansão em novos

mercados através da diversificação de produtos e também o aumento do

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portfólio de clientes, tornando a empresa mais competitiva no mercado

globalizado.

Para demonstrar o que foi proposto na hipótese, foi realizada uma

pesquisa de campo na empresa Marfrig alimentos S/A, situada na cidade de

Promissão, no período de fevereiro a outubro de 2010, cujos métodos e

técnicas estão descritos no capítulo III da pesquisa.

O presente trabalho está estruturado da seguinte forma:

Capitulo I – Relata os conceitos e o processo de Administração

Estratégica.

Capitulo II – Descreve a estratégia de Fusão e Aquisição com sua teoria

e as matérias diretamente ligadas ao assunto, desde seu histórico até a sua

utilização nas empresas.

Capitulo III – Conta a história da Marfrig Alimentos S/A, sua atuação e

demonstra a utilização da estratégia de fusão e aquisição na empresa.

Por fim, apresentam-se a Proposta de Intervenção e a Conclusão do

trabalho.

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CAPÍTULO I

ESTRATÉGIA

1 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

A administração estratégica é uma necessidade que visa às mudanças

constantes do ambiente externo e seus vários fatores, para que a empresa

continue atuando com sucesso em seu ramo e, adequando o ambiente interno

a partir de análises para constatação da necessidade da mudança, opere com

maximização da qualidade. Ou ainda, usando a fusão e aquisição, possa

prever quais os riscos e necessidades, afim de que haja crescimento e

diversificação.

A gestão empresarial passou por várias fases, em função da evolução

histórica: (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000)

a) gestão por controle (a posteriori): desempenho, quando as mudanças

eram lentas.

b) gestão por extrapolação: mudança mais rápida, mas o futuro ainda

podia ser previsto por extrapolação do passado.

c) gestão por previsão: começam as descontinuidades; a mudança,

embora rápida, permite previsão e resposta oportunas.

d) gestão por resposta flexível e rápida: em ascensão, pois os desafios

surgem rapidamente sem tempo para previsões.

Hoje, a gestão empresarial é uma ferramenta para tomadas rápidas de

decisões, que são bem planejadas e que não permitem que sejam previstas. É

necessário que a empresa esteja preparada para os desafios externos e

internos, e tal estratégia lhe dá essa vantagem.

1.1 Vantagens e desvantagens da administração estratégica

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A administração estratégica é definida por Besanko et al. (2004), como

um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um

conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente.

Harrison (2005), cita a administração estratégica como o processo por

meio do qual as organizações analisam e aprendem com seus ambientes

internos e externos, estabelecem a direção estratégica, criam estratégias que

pretendem mover a organização naquela direção e implementam as mesmas.

Tudo em um esforço para satisfazer o público interessado.

A visão estratégica, ou seja, a pretensão futura do negócio deve ser

analisada através de um processo sistemático de análise e síntese, chamado

planejamento empresarial.

O planejamento empresarial vem evoluindo ao longo das últimas

décadas. Inicialmente, tratava-se de um orçamento anual a ser cumprido;

posteriormente, passou a incluir projeções de tendências, resultando no

planejamento a longo prazo. Somente em meados dos anos 70 surgiu o

planejamento estratégico como um método estruturado para determinar o

futuro.

A evolução mais recente do planejamento empresarial se deu nos anos

80, caracterizando a administração estratégica.

Administração estratégica, ou planejamento estratégico, centra-se no

ambiente de mercado enfrentado pelas empresas. Sendo assim, não se dá

ênfase somente em projeções, e sim em estudar profundamente o mercado,

principalmente clientes e concorrentes, para se antecipar às mudanças

estratégicas.

Muitas empresas, sejam pequenas, médias ou grandes, distribuidores e

fabricantes, bancos e todos os tipos de organizações, têm consciência de que

a administração estratégica é uma ferramenta proveitosa, totalmente aplicável

para decidir os rumos mais adequados ao interesses da empresa.

As razões dessa atenção crescente à estratégia empresarial são muitas.

Dentre elas, pode-se citar a mudança rápida nos ambientes sociais,

econômicos, tecnológicos e políticos de praticamente todas as empresas.

Segundo Ansoff e McDonnell (1993), somente um número reduzido de

empresas utiliza o verdadeiro planejamento estratégico. A grande maioria das

organizações continua empregando as antiquadas técnicas do planejamento a

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longo prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas, o que

significa tomar o ambiente mercadológico do passado como base para

projeção do futuro, sem levar em conta as mudanças do mercado, e também

políticas e sociais.

Com tal ferramenta, as organizações podem obter vários benefícios,

desde que a utilize de forma correta, elevando principalmente o lucro da

empresa. Para alcançar o sucesso, contudo, é necessário conhecer a empresa

como um todo e cada parte minuciosamente, saber de suas capacidades e

fraquezas, analisar sua interação com o ambiente externo e conhecer os

fatores provocadores de tal ambiente.

A administração estratégica permite à empresa alcançar sucesso,

através do aumento de sua capacidade de relacionamento com o mercado,

identificando a necessidade a ser suprida; porém, se o planejamento não for

adequado ao ambiente no qual a empresa está inserida, os resultados não

serão satisfatórios.

1.2 Estratégias de crescimento

Um dos maiores problemas encontrados por empresas bem-sucedidas é

como expandir seus negócios fora do ambiente em que obteve êxito. Para isso,

deve-se selecionar uma estratégia de crescimento que resulte em um aumento

de vendas ou participação de mercado. As duas estratégias gerais são de

crescimento interno e externo.

Segundo Harrison (2005), o crescimento interno usa recursos internos

para gerar venda ou buscar novos mercados, e o crescimento externo envolve

cooperações de novas organizações ou a aquisição delas.

Segundo Wright; Kroll; Parnell (2000), as estratégias de crescimento se

classificam em:

a) crescimento interno;

b) integração horizontal;

c) diversificação horizontal relacionada;

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d) diversificação horizontal não-relacionada (diversificação por

conglomerados);

e) integração vertical de empresas relacionadas;

f) integração vertical de empresas não-relacionadas;

g) fusões;

h) alianças estratégicas.

O crescimento interno é adotado por muitas empresas como único

caminho para o crescimento, evitando caminhos externos, como aquisição de

outras empresas.

Como estratégia de crescimento interno, as empresas buscam a

penetração de mercado, onde trabalham na inserção de um novo produto. Mais

tarde, pode-se decidir buscar uma diversificação fora dos mercados

tradicionais, através do desenvolvimento de mercado ou desenvolvimento do

produto.

No caso de desenvolvimento de mercado, é preciso investir no produto

para a conquista de um novo mercado antes não explorado. Para isso, são

necessários investimentos em pesquisa de mercado, propagandas e

promoções, dentre outros tipos de divulgação e incentivo ao crescimento da

venda do produto.

Tratando-se de desenvolvimento de produtos, a estratégia define que se

faça um novo produto relacionado àquele com o qual a empresa compete, ou

até mesmo produtos não relacionados ao segmento da empresa, entrando no

mercado atual para conquistar espaço e alcançar aumento nas vendas.

Para tal estratégia, muitas empresas utilizam a economia de Escopo,

que consiste, segundo Besanko et al. (2004), em a empresa fazer economia à

medida que aumenta a variedade de bens produzidos ou serviços prestados. É

normalmente definida em termos do custo total relativo da produção versus

duas ou mais empresas.

Ou seja, a economia de Escopo mostra que em algumas situações seria

mais barato para uma empresa conjuntamente produzir dois determinados

produtos do que uma produzir separadamente da outra.

Sendo assim, a melhor forma de estruturar estratégias

alternativas de crescimento está baseada, parcialmente, na matriz produto-

mercado de Ansoff (1977).

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No quadro a seguir, são apresentadas informações para aumentar a

participação de mercado e/ou aumentar o uso do produto, desenvolver

produtos de nova geração e para a empresa expandir-se geograficamente ou

estender-se para novos segmentos de mercado.

Fonte: Aaker (2007, p. 247) Quadro 1: Matriz de Ansoff

Dentro do crescimento externo, a estratégia mais utilizada e visada é a

fusão e/ou aquisição de outras empresas e todas suas variações, que serão

mais exploradas no segundo capítulo deste trabalho.

Estratégias como as citadas são exploradas arduamente por empresas

para conseguir maior oportunidade de sucesso no mercado de trabalho, sendo

cada vez mais utilizadas e com resultados mais positivos para empresas

brasileiras e internacionais.

1.3 Compreendendo o Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico foi estimulado pela saturação e declínio do

Produtos atuais Novos produtos

Mercados atuais

I. Crescimento em mercados de produtos existentes: • Aumentar a participação de mercado. • Aumentar a utilização do produto. • Aumentar a freqüência de uso. • Revitalizar a marca. • Encontrar novas aplicações para os usuários atuais.

II. Desenvolvimento de produto: • Extensões de linha. • Expandir escopo do produto. •Desenvolver um produto de nova geração. • Desenvolver novos produtos para o mesmo mercado.

Novos mercados

III. Desenvolvimento de mercado: • Expandir-se geograficamente. • Visar novos segmentos.

V. Diversificação envolvendo vários produtos e vários mercados: • Relacionada. • Não-relacionada.

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crescimento das empresas, sem explicação evidente (ANSOFF; MCDONNELL,

1993); era necessária uma medida nova e inovadora para conseguir criar um

ambiente propício visando à retomada do crescimento nas empresas. No início,

o planejamento estratégico não foi bem aceito em vista da utilização do

planejamento a longo prazo, que se caracteriza pela previsão em função do

passado, da demora e complexidade, mas, quando o ambiente se tornava

turbulento, as empresas deviam evitar o planejamento formal e tomar suas

decisões de maneira orgânica, com base na intuição e na experiência dos

administradores. (ANSOFF; MCDONNELL, 1993)

Quando o planejamento estratégico começou a ser implantado, ficou

claro que a capacidade da a empresa ingressar em novas áreas de negócio

dependia de sua capacidade de ter êxito nessas áreas. Um dos principais

critérios de seleção de estratégias era o de que as novas estratégias de

competição nas áreas tradicionais de negócio, bem como nas novas áreas,

fossem compatíveis com os pontos fortes tradicionais da empresa. Assim, a

análise dos pontos fortes e fracos da empresa passou a ser uma das primeiras

etapas do planejamento estratégico.

Algumas medidas podem ser tomadas para definir a estratégia

adequada, como o passo a passo para o processo e análise de ambiente

interno e externo e suas ferramentas.

1.3.1 Processo

Para o planejamento estratégico ser bem elaborado, a empresa deve ser

enxergada como um todo, para isso, é utilizado o planejamento tático, que por

sua vez leva em conta o planejamento operacional das atividades dos setores.

Dessa forma, o planejamento estratégico se baseia em todas as áreas da

empresa, mas busca um objetivo maior para o benefício das mesmas, sendo

eles maiores para algumas áreas e menores para outras.(OLIVEIRA, 2007)

No planejamento estratégico não se supõe que o futuro seja um

progresso em relação ao passado, e tampouco se acredita que seja previsível.

Muitos autores concordam com a divisão do processo do planejamento

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estratégico em cinco etapas:

A primeira é a realização de uma análise das perspectivas da empresa

(tendências, ameaças, oportunidades e descontinuidades singulares que

possam alterar as tendências históricas).

Na segunda etapa, analisa-se a competitividade, que identifica as

possíveis mudanças no desempenho a partir de aperfeiçoamentos das

estratégias de competição em suas áreas de negócio, mostrando que, mesmo

que a empresa adote estratégias em várias áreas, algumas terão resultados

mais promissores do que outras.

A terceira etapa compreende o processo chamado análise estratégica

de carteira, em que as perspectivas das áreas da empresa são comparadas e

priorizadas. O planejamento estratégico pode ter seu desfecho e implantação

se a empresa achar que os resultados obtidos a partir do alinhamento das

perspectivas da empresa com os objetivos proporcionaram a estratégia

adequada ao esperado, mas, se não, há outras etapas.

A análise de diversificação compreende a quarta etapa, que mostra as

deficiências da carteira e possíveis novas áreas de negócios; a partir daí

aparecem as metas e os objetivos globais da empresa.

A quinta etapa é o estabelecimento de metas de desempenho em curto

prazo e metas estratégicas.

Tais etapas são essenciais para que se possa chegar a uma decisão

sobre qual estratégia específica pode-se usar para guiar as decisões do futuro

da empresa.

1.3.2 Análise de ambiente interno e externo.

Segundo Maximiano (2006), o planejamento estratégico caracteriza o

processo de elaboração da estratégia, na qual se define a relação entre a

organização e os ambientes interno e externo, bem como os objetivos

organizacionais, com a definição de estratégias alternativas.

a) Ambiente externo

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Oportunidades: forças externas que favorecem e interagem com

a organização. Por exemplo, a implantação de novos estabelecimentos de

ensino na cidade e o provável crescimento de usuários na biblioteca.

Ameaças: situações que podem trazer algum prejuízo ou malefício

à organização. Por exemplo, a extinção da organização à qual a empresa está

vinculada.

O conhecimento de cenários futuros onde a organização se insere,

sejam eles internacionais ou nacionais, são importantes fontes de informação

nesse tipo de planejamento.

b) Ambiente Interno

Pontos fortes: reconhecimento das atividades que a organização melhor

realiza. Por exemplo: presteza no atendimento em Unidades de Informação.

Pontos fracos: reconhecimento das atividades que são pouco

expressivas no desempenho geral da organização. Por exemplo, serviço de

fotocópia inadequado.

Uma ferramenta muito utilizada para verificar qual a estratégia a ser

escolhida é Analise de Swot, em que se pode analisar claramente ambos os

ambientes.

1.4 Análise de Swot

O termo Swot resulta da conjunção das iniciais das palavras Strengths

(forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats

(ameaças). Segundo Bicho, Baptista (2006), corresponde à identificação por

parte de uma organização e, de forma integrada, dos principais aspectos que

caracterizam a sua posição estratégica num determinado momento, tanto a

nível interno quanto externo.

A análise de Swot é uma ferramenta utilizada para a análise de

ambientes organizacionais externos e internos, visando descobrir os pontos

fracos e fortes, as oportunidades e ameaças da organização, para o

Page 23: FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA … INTRODUÇÃO Diante da internacionalização dos negócios e abertura dos mercados, as empresas que desejam obter sucesso necessitam traçar

21

desenvolvimento de missão, metas e estratégias administrativas.

A análise do ambiente externo tem como objetivo a identificação das

principais oportunidades e ameaças que num determinado momento se

colocam perante a organização. As mudanças do ambiente externo estão fora

do controle da organização, não podem ser controladas, apenas monitoradas,

portanto, devem-se levar em conta não somente as tendências que afetam a

organização, mas também a probabilidade dessas tendências tornarem-se

eventos reais.

As ameaças e oportunidades sempre afetam de forma homogênea todas

as organizações que concorrem num mesmo mercado-alvo, contudo as

organizações que perceberem as mudanças e tiverem agilidade para se

adaptarem serão aquelas que tirarão maior proveito das oportunidades e

sofrerão menores danos das ameaças. A análise do ambiente externo sofre

influência de alguns fatores, como ambientais, culturais/sociais, demográficos,

econômicos, jurídicos/políticos, psicológicos, tecnológicos, e outros tipos de

variáveis, como concorrência, perfil dos consumidores, perfil dos fornecedores,

parcerias e tamanho do mercado.

Oportunidades Potenciais Ameaças Potenciais

Rápido crescimento do mercado Aumento da regulamentação

Mudanças nas necessidades dos usuários Recessão

Abertura aos mercados estrangeiros Novas tecnologias

Dificuldades enfrentadas por empresa rival Mudanças demográficas

Descoberta de novos usos dos produtos Barreiras ao comércio exterior

Novas Tecnologias Entradas de concorrentes estrangeiros

Mudanças demográficas Introdução de substitutos

Busca de aliança por outras empresas Ciclo de vida em declínio

Declínio de vendas em decorrência de um produto substituto Mudanças das necessidades

Novos métodos de distribuição Empresas rivais adotam novas estratégias

Fonte: Adaptado de WRIGHT, KROLL, PARNELL, 2000

Quadro 2: Oportunidades e Ameaças

Page 24: FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA … INTRODUÇÃO Diante da internacionalização dos negócios e abertura dos mercados, as empresas que desejam obter sucesso necessitam traçar

22

A análise do ambiente interno propõe a identificação dos principais

pontos fortes e fracos, caracterizadores da organização num determinado

momento. O ambiente interno deve ser monitorizado permanentemente;

quando se percebe um ponto forte, deve-se ressaltá-lo ainda mais, quando é

percebido um ponto fraco, deve-se agir para corrigi-lo ou para minimizar seus

efeitos.

Como a organização raramente pode investir em todas as áreas ao

mesmo tempo, os itens fraquezas importantes e forças importantes devem ser

priorizados ao se traçar estratégias. Identificar forças e fraquezas é importante

para os aspectos mais diretamente relacionados com os fatores críticos de

sucesso da organização, sem os quais a empresa não obtém os resultados

esperados. A correta listagem das forças e fraquezas dá à organização

elementos importantes no que se refere à orientação estratégica, que tenderá

naturalmente a tirar o maior partido possível das forças e a minorar ao máximo

as fraquezas.

Forças Potenciais Fraquezas Potenciais

Competência distintiva Falta de direção estratégica Liderança de mercado Poucos gastos com inovação Forças Potenciais Fraquezas Potenciais

Economia de escala Linha de produtos muito reduzida

Tecnologia própria Distribuição Limitada Processos patenteados Custos altos Custos mais baixos Produtos desatualizados

Boa imagem Problemas operacionais internos

Talento gerencial Imagem de mercado fraca

Habilidades de marketing Experiência da administração limitada

Qualidade de produto Funcionários mal treinados Parceria *

Distribuição *

Comprometimento com os funcionários *

Fonte: Adaptado de WRIGHT, KROLL, PARNELL, 2000

Quadro 3: forças e fraquezas que podem ser encontradas na análise

do ambiente interno

Page 25: FUSÃO E AQUISIÇÃO COMO ESTRATÉGIA … INTRODUÇÃO Diante da internacionalização dos negócios e abertura dos mercados, as empresas que desejam obter sucesso necessitam traçar

23

A aplicação da análise de Swot pode ser feita tendo em vista:

a) um método de distribuição;

b) uma marca ou produto;

c) uma idéia de negócio;

d) estratégias para penetrar em um novo mercado ou o lançamento de

um novo produto;

e) uma oportunidade de expansão de negócio;

f) uma estimativa de oportunidades de investimento.

A análise de Swot, se feita corretamente, com base em informações

verdadeiras e atuais, deve proporcionar à empresa uma melhor visualização

dos ambientes interno e externo para tomada de decisão. Observando-se os

objetivos da empresa, os objetivos da análise de Swot serão complementares e

base para a escolha da estratégia adequada.

1.4.1 Objetivos e estratégias

Segundo Wright, Kroll, Parnell (2000), a análise de Swot tem como objetivo

identificar riscos e oportunidades presentes e futuras, partindo de uma análise

ambiental a fim de que a organização escolha uma melhor estratégia para

alcançar seus objetivos.

1.4.2 Monitoramento e controle

Para um bom desenvolvimento da Análise de Swot, as informações

devem ser recentes, provenientes de fontes idôneas, nas quais todos os

participantes devem conhecer os conceitos envolvidos. Para isso pode-se

utilizar o brainstorming (técnica de dinâmica de grupo para explorar a

potencialidade criativa do indivíduo), focus groups (discussões de grupo),

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24

entrevistas, pesquisas. Ressalta-se que tudo estar baseado nas percepções

dos consumidores e não nas dos gerentes.

Os conceitos de Swot não devem ser considerados em termos

absolutos, uma vez que uma oportunidade também pode ser uma ameaça, e

um ponto forte pode ser um ponto fraco em outro contexto.

Há quatro tarefas principais para manter o monitoramento e controle de

um bom desenvolvimento da análise de Swot, são elas: avaliação de forças e

fraquezas, equiparação das forças e oportunidades, conversão de fraquezas

em forças e de ameaças em oportunidades, desqualificação das fraquezas e

ameaças que não podem ser transformadas.

1.4.3 Feedback

Na análise de Swot, a organização deve priorizar os esforços na busca

de solução para aqueles pontos que mais afetam o negócio; a empresa poderá

identificar os seus fatores críticos para o sucesso, associar cada ponto forte ou

fraco a um departamento da empresa, aproveitando dessa forma as

oportunidades e evitando ameaças às estratégias. A análise baseia-se em

informações que podem ser obtidas a exemplo do seguinte esquema:

Fonte: Metodologias..., 2010.

Quadro 4: para Análise interna/externa

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25

CAPÍTULO II

FUSÃO E AQUISIÇÃO

2 CONCEITO

Com o aumento da internacionalização dos negócios, da expansão e da

conquista de novos mercados, é essencial e inevitável para as empresas que

querem obter sucesso traçar estratégias de crescimento de forma diversificada.

Segundo Harrison (2005), o crescimento interno usa recursos internos

para gerar venda ou buscar novos mercados, e o crescimento externo envolve

cooperações de novas organizações ou a aquisição delas.

A estratégia de Fusão e Aquisição (F&A) possibilita a expansão em novos

mercados, através da diversificação de produtos, e também o aumento do

portfólio de clientes, tornando a empresa mais competitiva no mercado

globalizado.

De acordo com Wright, Kroll e Parnell (2000), a fusão é estratégia de

crescimento em que uma empresa combina-se com outra, e a nova empresa é

referida como empresa sucessora ou combinada. A F&A é utilizada como

instrumento para o crescimento organizacional. Seguindo a linha de pensamento

de Rasmussen (1989) e Copeland (2004), afirma-se que as fusões e aquisições

tornaram-se um meio muito importante para a realocação de recursos na

economia global e também para a execução de estratégias corporativas.

Portanto, as empresas adotam a estratégia de F&A para aumentar e/ou

melhorar seus negócios de alguma forma antes não possível em função da falta

de diferenciação na maneira de abordar o mercado.

De acordo com o Código Civil, o artigo 1.116 prevê que na incorporação,

uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos

os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para

os respectivos tipos e o artigo 1.119 estabelece que fusão determina a extinção

das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá

nos direitos e obrigações.

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26

Há várias razões para se fazer uma fusão entre empresas, e as

estratégias a serem adotadas para o processo dependem do motivo que gerou o

negócio. Algumas das razões para essas operações podem ser: maior

participação de mercado, crescimento orgânico (expansão de um negócio obtida

pelo aumento da sua produção e vendas), competitividade, ganho na carteira de

clientes, diversificação do leque de produtos e valorização da empresa.

Baseando-se no conceito de Weston et al. (1990), o processo de fusão é

a combinação de duas empresas para a formação de uma única. Para Gitman

(2002), a fusão empresarial é a combinação de duas ou mais empresas, na qual

a resultante mantém a identidade de uma das empresas, geralmente a maior.

Ressalta-se que esse conceito no Brasil é chamado de incorporação.

2.1 Fusão e aquisição no Brasil

No Brasil, apesar de ser uma estratégia pouco utilizada em relação ao

mercado estrangeiro, percebe-se um aquecimento nos processos de F&A a

partir da identificação da necessidade de crescimento, expansão e

internacionalização das empresas brasileiras. O País teve seus números de

fusão e aquisição aumentados exponencialmente e sua nota de crédito também,

inserindo-se assim no grupo de países de baixo risco de grau de investimento, o

que favorece a captação de investimento estrangeiro (que busca retorno a longo

prazo e consistência nos investimentos) e diminui o custo do crédito para as

empresas brasileiras(o que promove chances de expansão antes impensadas).

Um levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos

Mercados Financeiros e de Capital mostrou que transações envolvendo fusões e

aquisições ultrapassaram os R$ 100 bilhões de reais no ano de 2009 no País; tal

segmento responde por 45,5% do volume financeiro, grande parte desses

processos no setor de alimentos, como carne bovina. (GARCIA, 2009)

A partir das informações acima, pode-se perceber que as empresas

brasileiras estão se adaptando às novas estratégias de expansão, que são

favorecidas pelo mercado globalizado e fortalecem a posição mercadológica das

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27

organizações.

Fonte: KPMG (2005)

Figura 1: Evolução do número de transações de Fusões e Aquisições no

Brasil.

2.2 Fusão e aquisição no setor do agronegócio

No ramo do agronegócio, as fusões e aquisições firmam ainda mais a

posição da empresa no mercado, pois geralmente são feitas aquisições ou

fusões com outras empresas do mesmo ramo, facilitando a inserção rápida em

outro mercado, agilizando e diminuindo custos e melhorando a cadeia produtiva

por meio da fusão horizontal.

O conceito de Cadeia Produtiva ou Filière, segundo Batalha (1995), tem

origem na escola francesa de economia industrial e constitui-se de duas

características teóricas importantes; a primeira diz respeito ao espaço de análise

por ela delimitada, ou seja, a análise de uma cadeia produtiva (CPA) situa-se

entre o campo teórico da microeconomia (unidades individuais que compõem a

economia) e a macroeconomia (análise do sistema como um todo). O autor

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28

afirma ainda que a análise em termos de cadeia de produção é essencialmente

adaptada à problemática do sistema agroindustrial. A segunda é que ela

permite, através de cortes setoriais, uma segmentação fina do sistema

agroindustrial, de tal forma que o espaço de análise observado possa

efetivamente corresponder ao campo privilegiado da ação estratégica da

empresa, da qual fazem parte as ações estratégicas ligadas à tecnologia.

Para a caracterização de uma CPA, Batalha (1995) a divide em três

macrosegmentos de jusante a montante:

a) comercialização: empresas em contato direto com o cliente final,

podendo ser incluídas, empresas que são somente responsáveis pela

logística da distribuição;

b) indústria: transformadora de matéria-prima em produto final e;

c) produção de matéria-prima: as firmas que produzem e fornecem

matéria-prima.

2.3 Tipos de fusão e aquisição

Dependendo do motivo que levou a uma F&A e do ramo das empresas

envolvidas, essas operações são classificadas de formas diferentes; algumas

das razões para essas operações podem ser maior participação de mercado,

maior área geográfica de atuação, crescimento, maior competitividade,

diversificação do leque de produtos, valorização da empresa, boa oferta, enfim,

questões de mercado, não vislumbrando outros aspectos que influenciam nos

resultados.

De acordo com Brealey, Myers e Marcus (1995), as formas mais

importantes que o processo de fusão e aquisição pode assumir são três: a fusão

horizontal, a fusão vertical e a fusão de conglomerados.

2.3.1 Horizontal

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29

É aquela que ocorre entre empresas na mesma linha de atuação, com os

mesmos processos, produtos e mercados, visando a um aumento da

capacidade organizacional e produtividade.

Segundo Weston et al. (1990), a fusão horizontal resulta em uma alta

concentração de empresas em vários setores da economia, em que era possível

a realização de economias de escala.

Assim, em uma fusão horizontal, as empresas que se fundem operam

no mesmo tipo de negócio, sendo competidoras uma da outra. A fusão, nesse

caso, geralmente visa buscar uma redução de custos e um aumento da

eficiência operacional através da obtenção de economias de escala. Esse tipo

de fusão costuma ser regulado pelo governo porque reduz a competição em

uma dada indústria, podendo levar à criação de um monopólio ou cartel.

(MATIAS; BARRETO; GORGATI, 1996)

2.3.2 Vertical

É aquela realizada entre empresas de diferentes estágios de produção.

Assim, o comprador expande suas atividades em direção ao fornecedor de

matérias-primas ou em direção a seu cliente.(ANDRIETTA, 2006)

É caracterizada pelo aumento da propriedade da cadeia produtiva da qual

faz parte, melhora da qualidade, agilidade, confiabilidade, flexibilidade e custos.

Segundo Weston et al. (1990), a fusão vertical ocorre especialmente nos

setores alimentício, químico e de mineração, e pode ser para trás e para frente,

dependendo do estágio do processo em que a empresa se encontra. Assim, a

fusão de uma empresa montadora de automóveis com um fornecedor de

autopeças é uma fusão vertical, e o principal objetivo é diminuir custos de

transação externos ou procurar realizar economias através de operações

integradas, como planejamento de estoques, da produção e de transporte.

2.3.3 Conglomerado

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30

A fusão de conglomerados ocorre quando as empresas que se fundem

operam em negócios distintos, visando reduzir riscos, aumentar as

oportunidades e diversificar.

Um conglomerado pode ser entendido como uma empresa que controla

um leque de atividades em diversos negócios, a qual requer habilidades

administrativas diferentes e que realiza um processo de diversificação

basicamente através de aquisições e fusões.

Os conglomerados podem ser financeiros ou administrativos. Um

conglomerado financeiro é aquele que financia as demais empresas,

controlando-as e assumindo os riscos financeiros das diversas atividades. Esse

tipo de conglomerado conduz geralmente a uma melhor alocação de recursos

financeiros dentro da empresa, diminuindo riscos de falência.

O conglomerado administrativo incorpora as características do

conglomerado financeiro, acrescendo a elas o provimento de serviços

administrativos e de experiência administrativa, conduzindo, dessa forma, as

decisões operacionais das demais empresas. (MATIAS; BARRETO; GORGATI,

1996)

2.4 Fatores motivadores para processos de fusão e aquisição

De acordo com Andrietta (2006), os principais motivos alegados para a

realização das operações de F&A são: economia de escala (horizontais);

economias de integração vertical; recursos complementares; aspectos

tributários; novas oportunidades de aplicação de recursos; eliminação de

ineficiências; diversificação; aumento no lucro por ação; e redução dos custos de

financiamento.

Para Evans, Pucik e Barsoux (2002), as reestruturações organizacionais

estão ligadas a domínio de mercado para ganhar economia de escala e controle

sobre canais de distribuição, expansão geográfica, aquisição e ou alavancagem

de competências, aquisição de recursos, ajuste ao mercado competidor. Existe

um consenso entre os autores citados no que tange a ajuste ao mercado

competidor, ganho e melhoria de posição no mercado.

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31

Percebe-se que os autores concordam sobre os principais fatores que

levam as empresas a optar pela estratégia de F&A; elas procuram aumentar a

participação em mercados já atuantes e conquistar novos mercados.

Os processos de incorporação, cisão e fusão são modalidades de

reorganização societária, que permite à empresa, a qualquer tempo, promover

as reformulações que melhor lhes forem apropriadas, podendo ser de natureza e

objetivos distintos, conforme FIPECAFI (2000):

a) reorganização de sociedades de um grupo de empresas em face da

conjuntura econômica;

b) reorganização de sociedades, objetivando o planejamento sucessório

e a proteção do patrimônio da entidade e de seus sócios;

c) reorganização de sociedades a título de planejamento fiscal,

objetivando minimizar a carga tributária;

d) separação ou desmembramento das empresas ou parte delas, como

solução às divergências entre acionistas, com maior frequência entre

os herdeiros de empresas familiares; e incorporações ou fusões entre

empresas voltadas: à integração operacional; à evolução da

tecnologia, dos sistemas de produção ou de comercialização; ou ao

fortalecimento competitivo no mercado diante da concorrência;

e) alterações em face da mudança de ramo de atuação ou ingresso em

novos produtos ou novas áreas ou na internacionalização das

atividades operacionais;

f) reorganizações de empresas estatais no processo de preparação à

privatização;

g) abertura de empresas privadas familiares ao mercado de capitais.

A empresa que adere à estratégia de F&A pretende, de alguma forma,

modificar e inovar seus negócios, seja através de aumentar o portfólio de

produtos, conquistar clientes, alcançar maior produção ou produtividade, alocar

melhor os recursos disponíveis (financeiros ou materiais). Contudo, nem

sempre os objetivos desse processo são atingidos em função da complexidade

das F&A e da falta de planejamento e análise dos fatores que podem

influenciar os resultados.

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2.4.1 Vantagens e desvantagens da estratégia de fusão e aquisição

Para Lodi (2000), as fusões e aquisições são bem-vindas para a

população e para os clientes desde que não reduzam a competição em

mercados locais e a eficiência operacional gerada seja transferida ao usuário

final em preço e qualidade. Como a operação de F&A une empresas do mesmo

ramo ou mesma cadeia produtiva, o cliente final pode acabar sofrendo os

impactos da operação, como aumento dos preços, repasse dos altos custos da

operação, diminuição da qualidade por falta de concorrência ou ainda oferta de

produtos diminuída.

Há ainda outros fatores que influenciam esse processo e podem acarretar

vantagens e desvantagens na opção por uma operação de F&A, que podem ser

sentidas internamente nos processos dentro da organização, como conflito de

culturas, integração, liderança inadequada, estabelecimento de metas,

comunicação, diminuição de custos, e também externamente como rejeição do

mercado, diminuição ou aumento do valor da empresa (percebido também pelo

valor das ações e sua procura), aumento ou perda de mercado.

2.5 Diversificação

Britto (1992) define a diversificação da seguinte forma: ao nível mais

amplo, a diversificação pode ser vista como uma mudança estratégica, marcada

justamente por uma descontinuidade intertemporal, e que envolve modificações

no mix de produtos ou serviços ofertados pela firma e/ou dos mercados para os

quais os mesmos se destinam. Essa mudança obviamente não é um evento

instantâneo, consumindo tempo e esforço da firma (exigindo a realocação dos

recursos disponíveis) e está associada a um custo econômico bastante

significativo.

Uma das maneiras que a indústria utiliza como técnica para crescer é o

processo de diversificação da produção, isto é, o grupo empresarial trabalhar

com diversos tipos de mercadorias em diversos tipos de mercados.

A diversificação consiste em uma estratégia empresarial com a qual se

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33

pretende a produção de novos produtos ou serviços destinados a diferentes

mercados, indo contra o conceito de que empresas devem canalizar os seus

esforços e fatores produtivos para determinadas competências centrais.

Ansoff (1977) cita que a diversificação é uma das direções que o

crescimento da empresa pode tomar, tais como:

a) a expansão por penetração de mercado, que provém do

desenvolvimento dos produtos existentes sobre os mercados em que

a empresa já atua;

b) a expansão por extensão do mercado ou expansão geográfica, que se

caracteriza pela descoberta de novos mercados para os produtos

existentes;

c) expansão por desenvolvimento de produtos, com o lançamento de

novos produtos para os mercados atuais da empresa;

d) diversificação com a produção de novos produtos para novos

mercados.

Muitas empresas adotam as estratégias de diversificação pelo

aproveitamento de oportunidades em negócios de grande potencial de

crescimento ou em negócios que de alguma forma permitam um melhor

desempenho do negócio central.

A figura a seguir identifica fatores externos que têm influenciado as

empresas a escolher a diversificação como estratégia.

Fonte: Ferreira; Braga, 2004.

Figura 2: Fatores externos que têm condicionado a Estratégia de Diversificação.

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34

Para Oliveira (1997), a estratégia mais forte do desenvolvimento de uma

empresa é a diversificação, podendo ser relacionada ou não-relacionada.

A diversificação relacionada é o desenvolvimento da estratégia para além

dos produtos e mercados atuais, mas dentro das capacidades da organização. A

não-relacionada trata exatamente do contrario, é o desenvolvimento dos

produtos e mercados além das capacidades da organização. Sendo assim, a

diversificação pode ser relacionada com o negócio base da empresa, ou não

relacionada com nenhuma das atividades realizadas anteriormente.

Um dos motivos da diversificação é o crescimento de sua própria

estrutura, que exige a produção de mercadorias de tipos diferentes cada vez

melhores e que se trabalhe a situação de seus concorrentes, os quais se

apresentam em pequena escala e sem condições de conseguir mercado.

O crescimento da estrutura industrial é efetivado pela expansão de suas

unidades de produção através do re-investimento do seu capital próprio e/ou

pela demanda de empréstimos a bancos particulares ou de fomento, ou até

mesmo com venda de ações da própria empresa.

Nos países desenvolvidos, as grandes empresas recorreram, com

frequência, à diversificação de suas atividades no decorrer do seu

desenvolvimento.

Os recursos de algumas companhias, algumas vezes, são inadequados

para atingir alto nível de crescimento e diversificação, consequentemente,

tentam conseguir aptidões e recursos através da compra ou da fusão com outra

empresa. Comparadas ao empreendimento interno, fusões e aquisições são um

forma relativamente rápida de conseguir crescimento ou diversificação.

Segundo Harrison (2005), as aquisições são uma forma rápida de entrar

em novos mercados, adquirir novos produtos e serviços, aprender novos

processos de conversão de recursos, adquirir conhecimentos e aptidões

necessárias, integrar-se verticalmente e expandir-se geograficamente.

Fusões e aquisições são uma forma não conglomerada de diversificação

externa, em que, através da compra ou da formação de uma nova empresa, se

criam novos produtos e/ou serviços, possibilitando a exploração de novos

mercados.

Ansoff (1977), afirma que as empresas diversificam suas atividades

quando seus objetivos não podem mais ser atingidos dentro do conjunto de

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produtos e mercados definidos pela expansão. Engloba causas prováveis dos

motivos da diversificação: saturação do mercado; declínio geral da procura;

pressões dos concorrentes e; obsolescência da linha de produtos. Além disso,

as empresas diversificam suas atividades tendo em vista também as inovações

nos mercados e nos produtos.

Silva e Batalha (1997) sustentam que o grande risco ao se adotar a

estratégia de especialização é o de a empresa ficar restrita a um só mercado.

Afirmam ainda que esse tipo de opção estratégica é muito comum em empresas

de pequeno porte.

A diversificação, portanto, abre novas possibilidades para a empresa que

seriam inexploradas.

2.5.1 Diversificação a montante e a jusante

A integração vertical, de acordo com Porter (1986), é a combinação de

processos de produção, distribuição, vendas e outros processos econômicos

tecnologicamente distintos dentro das fronteiras de uma mesma organização.

Sendo assim, trata-se das empresas que diversificam suas atividades com

produtos e /ou serviços distintos.

Na integração vertical, existem dois caminhos em que se pode aplicar a

estratégia, a montante ou a jusante.

A montante, a empresa adquire ou monta uma empresa que produzem

insumos para seus produtos atuais. O controle desses fornecedores pretende

criar o fornecimento estável dos componentes e assegurar a qualidade

consistente do produto final.

A jusante é a montagem ou aquisição de uma empresa por outra para

que essas novas empresas distribuam ou vendam produtos aos consumidores

ou que os incorporem no seu processo produtivo. Sendo assim, um alto poder

de barganha dos clientes pode indicar a diversificação a jusante.

Freire (2003), esclarece que a integração vertical a montante pode

beneficiar a empresa se possibilitar a manutenção do sigilo sobre tecnologias

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36

próprias, a garantia da regularidade dos fornecimentos e permitir o acréscimo de

diferenciação do produto; por outro lado, a integração vertical a jusante torna-se

proveitosa para a empresa se obtiver informação direta do mercado, aumentar o

preço de venda, ganhar acesso aos canais de distribuição, complementar a sua

oferta aos clientes e aumentar a diferenciação de produto.

2.5.2 Diversificação de produtos

Aaker (2001), define que a diversificação de produtos cria novos

produtos, ou gera aperfeiçoamentos que alteram a percepção nos produtos

atuais, os quais venham a substituir os produtos existentes nos mercados de

atuação da empresa.

A estratégia de diversificação de produtos, ou gestão de produtos, refere-

se ao lançamento de novos produtos em mercados em que a empresa não atua.

Como exemplo, uma empresa que produz alimentos e lança produtos no

mercado de higiene e limpeza, o que exige uma nova tecnologia, um novo

processo produtivo e até novos canais de distribuição. Isso pode ser

conseguido, por exemplo, por meio do desenvolvimento de produtos de nova

geração ou pela adição de qualidades no produto atual. Contudo, tal estratégia é

aplicada quando os negócios existentes estão em fase de maturidade ou

declínio e não dão o retorno adequado aos investimentos da empresa.

Maturidade é quando as vendas do produto tendem a se estabilizar,

acompanhando o crescimento vegetativo do mercado, que é pequeno, ou até

nulo. Nessa fase, há um grande número de concorrentes e a disputa pelo

mercado fica acirrada, já que o crescimento só é possível com a perda de

participação dos concorrentes. Trata-se de declínio quando o produto fica

obsoleto e é gradativamente substituído por novos. Nessa fase, as vendas são

decrescentes e, para minimizar prejuízos, algumas empresas reduzem ou

eliminam os investimentos, outras retiram o produto do mercado, e há as que

reduzem a distribuição, atendendo exclusivamente aos segmentos de maior

volume ou aos preços, diminuem o número de itens ou versões de produto ou

deixam de investir em propaganda, tecnologia e inovações de produto. Nessa

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37

etapa, é necessário reduzir custos para minimizar a redução dos lucros.

O fenômeno da globalização também permite uma permanência maior do

produto no mercado, pois as empresas podem comercializar seus produtos em

países com alto grau de desenvolvimento tecnológico e, quando se iniciar sua

fase de declínio, introduzi-lo em países com tecnologia menos avançada, onde o

produto se torna uma novidade.

Para Johnson, Scholes e Whittington (2002), no mínimo, o

desenvolvimento de produtos pode ser necessário para sobreviver, mas também

pode representar uma oportunidade considerável.

Embora novos produtos possam ser vitais para o futuro da organização, o

processo de criar uma linha de produtos mais ampla pode ser caro e arriscado,

pois algumas ideias podem não chegar ao mercado ou não ser bem-sucedidas.

2.5.3 Diversificação de mercado

Algumas organizações normalmente são seletivas em sua cobertura de

mercado, podendo levar a empresa a uma situação na qual não há outras

oportunidades dentro dos segmentos de mercados atuais. Sendo assim, é

aplicável a estratégia de diversificação de mercado, em que o produto ou serviço

é reposicionado para apelar para um novo mercado.

Ansoff (1990) define diversificação de mercados como uma nova busca

de mercados para os atuais produtos da empresa.

Para Johnson, Scholes e Whittington (2002), saber se o produto pode ser

explorado em outros segmentos de mercado, nos quais existem fatores críticos

de sucesso similares, é uma consideração que a empresa deve estimar.

Para dar apoio ao desenvolvimento de mercado, as empresas podem

precisar investir em pesquisa de mercado, propaganda e promoção, em uma

nova equipe de vendas ou em desenvolvimento e testes de aplicação.

2.5.4 Vantagens e desvantagens da estratégia de diversificação

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38

Para Guimarães (1987), se a firma é diversificada e tem potencial para

diversificar ainda mais, ela não fica restrita a um único mercado e ainda possui

uma lógica de crescimento particular, não se igualando a uma empresa

qualquer.

Segundo Batalha, Herrera e Sproesser (1998), há possibilidades do

surgimento de novas oportunidades de produção a partir de mudanças nos

serviços produtivos e da experiência da firma, além das modificações nas

condições do mercado percebidas pela firma.

O autor afirma ainda que a produção de produtos variáveis reduz o

impacto resultante das alterações da demanda total além de modificações em

sua posição competitiva relacionada aos produtos individuais. Coloca ainda que

a ideia de que a fabricação de vários produtos é a melhor barreira contra

alterações adversas encontra-se bastante disseminada. Mas essa condição, ou

seja, a produção de uma grande variedade de produtos não apresenta apenas

vantagens, pois uma firma sem especialização alguma é tão vulnerável quanto

aquela altamente especializada.

A empresa que consegue abranger um maior mercado sofre menos com

custos e crises, pois não é vulnerável a qualquer fator que possa ameaçar um

determinado ramo, ela tem opções. Já uma empresa mais focada consegue

atingir objetivos mais facilmente, pois concentra seus recursos em um ponto fixo

e não se perde em relação ao controle.

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39

CAPÍTULO III

3 INTRODUÇÃO Devido ao aumento da internacionalização dos negócios, as empresas

têm procurado a expansão e a conquista de novos mercados. Para tal, é

essencial e inevitável traçar estratégias de crescimento e diversificação,

buscando assim obter um amplo reconhecimento e crescimento organizacional.

A estratégia de fusão e aquisição possibilita essa expansão, através da

diversificação de produtos e o aumento do portfólio de clientes, tornando a

empresa mais competitiva no mercado globalizado.

Para demonstrar que a estratégia de fusão e aquisição possibilita a

expansão em novos mercados, através da diversificação de produtos e

também o aumento do portfólio de clientes, foi realizada uma pesquisa de

campo na empresa Marfrig Alimentos S/A, no período de fevereiro a novembro

de 2010.

Foram utilizados os seguintes métodos de pesquisa:

a) Método de Estudo de Caso: Foi realizado um estudo de caso na

empresa Marfrig Alimentos S/A, analisando aspectos voltados para a

estratégia de fusão e aquisição, com o objetivo de expansão em

novos mercados. Foi entrevistado o Diretor Administrativo da

empresa.

b) Método de Observação Sistemática: Foram observadas, analisadas e

acompanhadas as causas e os procedimentos aplicados nos

processos de fusão e aquisição e seus resultados, como suporte

para desenvolvimento do estudo de caso.

c) Método Histórico: Foram observados os dados e a evolução da

história da empresa em seus processos de fusão e aquisição.

Técnicas:

a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A)

b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B)

c) Roteiro do Histórico da Empresa (Apêndice C)

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d) Roteiro de entrevista para o Diretor de Administrativo (Apêndice D)

3.1 Marfrig Alimentos S/A

A Marfrig Alimentos S.A. é uma companhia de alimentos com atividades

nos segmentos de processamento e distribuição de produtos de carne bovina,

suína, ovina e avícola in natura, processadas e industrializadas a clientes no

Brasil e no exterior, além da distribuição de outros produtos alimentícios (batata

pré-cozida congelada, legumes, embutidos, pescados, pratos prontos e

massas). A base operacional, diversificada e flexível, inclui 97 plantas e

escritórios na América do Sul, América do Norte, Ásia, África e Europa.

Considerada uma das companhias mais internacionalizadas e uma das mais

diversificadas do setor brasileiro de alimentos baseada em proteínas animais, o

Grupo realizou 39 aquisições nos três últimos anos, a maior parte delas no

exterior, garantindo a sua presença em 13 países. Seus produtos são

exportados para mais de 100 localidades globais.

3.1.1 Histórico

Aos 12 anos, Marcos Antonio Molina dos Santos começou a trabalhar no

pequeno açougue do pai, em Mogi-Guaçu, no interior de São Paulo, como uma

espécie de faz-tudo. Carregava carne nos ombros, atendia aos clientes no

balcão e, de vez em quando, ficava no caixa. Aos 16, depois de ser emancipado,

Molina abriu uma empresa para atender ao comércio local e entregar carnes em

churrascarias; apenas dois anos depois, já havia se estabelecido como um

importante distribuidor de cortes bovinos, suínos, aves e pescados, além de

vegetais congelados importados, para uma variada gama de clientes no Estado

de São Paulo, incluindo renomados restaurantes. Em 2000, aos 30 anos, fundou

a Marfrig.

A empresa sempre se preocupou em manter uma forte base de clientes

e, para atendê-los melhor, tentou estratégias ousadas e foi além do seu negócio

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41

inicial, que era distribuição, e começou a comprar frigoríficos. O Frigorífico

Marfrig Ltda começou suas operações em um frigorífico na cidade de

Bataguassu, no estado de Mato Grosso do Sul. No ano de 2001, arrendou na

cidade de Promissão, sua segunda planta frigorífica, a qual já possuía licença

para vendas no mercado externo; em pouco tempo, esse arrendamento se

tornou aquisição e nesse mesmo ano, já havia uma capacidade produtiva de

2.000 cabeças de gado, atuando nos mercados interno e externo, capacidade

essa que foi dobrada nos anos seguintes com a aquisição de mais duas plantas

no Estado de Mato Grosso, nas cidades de Tangará da Serra e Paranatinga.

A empresa, a partir desse momento, traçou metas ousadas, almejando

tornar-se um dos maiores fornecedores de alimentos para todo o mundo; com

isso, começou uma sequência de investimentos e aquisições, todos muito bem

projetados e planejados, sempre com o acompanhamento direto do Sr. Molina.

Em 2006, a empresa torna-se uma das mais importantes do País com a

aquisição de quatro unidades no Brasil: uma em Porto Murtinho-MS,

Chupinguaia-RO, São Gabriel-RS e outra planta em Promissão, além de duas

unidades no Uruguai, uma na Argentina e outra no Chile.

No ano de 2007, outras grandes aquisições marcam a trajetória de

sucesso da empresa; ainda nesse ano, a empresa tornou-se uma companhia

aberta e suas ações negociadas na BM&FBOVESPA com o tcker MRFG3,

segmento que segue critérios rigorosos de gestão coorporativa.

Hoje, presidente e maior acionista da empresa, Marcos Antonio Molina

dos Santos fez com que em dez anos a empresa saísse do zero para um

faturamento estimado em R$ 28 bilhões. Desde a abertura de seu capital, a

Marfrig comprou uma empresa por mês num total de 38 aquisições, tornando a

empresa de alimentos mais diversificada. Sem falar uma única palavra de inglês,

Molina transformou a Marfrig em uma das empresas mais globalizadas do

mundo.

3.1.2 Visão, Missão e Valores

3.1.3 Visão

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42

O grupo Marfrig tem como visão empresarial ser reconhecido como uma

empresa de excelência nos mercados brasileiro e internacional, por processar e

comercializar produtos de alta qualidade em todos os seus segmentos e marcas

comerciais. A Marfrig busca continuar a se expandir nos mercados em que atua

no Brasil e no exterior, com o compromisso de aperfeiçoamento contínuo de

seus produtos, desenvolvimento sustentável e rentabilidade nos seus negócios.

3.1.4 Missão

A missão do Grupo é superar as expectativas de seus clientes e

parceiros, fornecendo produtos com qualidade diferenciada, através de

modernas tecnologias e elevada qualidade da mão de obra, atuando com

responsabilidade social e ambiental e gerando valor para os clientes, parceiros,

empregados, acionistas e para a sociedade em que atua.

Para cumprir sua missão e alcançar sua visão, o grupo se empenha na:

a) garantia da qualidade e sanidade das etapas do processo;

b) ética empresarial ao longo de todas as negociações do sistema

produtivo;

c) fidelização de seus clientes e fornecedores com duradouras parceiras;

d) valorização e capacitação de seus profissionais;

e) tecnologia de ponta ao longo do processo de produção; e

f) responsabilidade na interatividade com o meio ambiente e a

sociedade.

3.1.5 Valores

O Código de Ética do Grupo Marfrig indica o caminho do êxito no

atendimento de sua missão e baseia-se em três pilares de compromissos,

dentre os quais os valores são a base de sustentação:

a) valores do Grupo Marfrig: respeito aos clientes; respeito ao meio

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43

ambiente; excelência e qualidade; responsabilidade social; segurança

e integridade. A segurança do trabalho reflete no respeito do grupo ao

bem mais precioso do empregado que é a vida;

b) princípios de ação coletiva: voltados para acionistas, clientes,

comunidade, concorrentes, consumidores e fornecedores; e

c) guia prático de comportamento no Grupo Marfrig: trata da observância

da legislação, do conflito de interesses, das atividades políticas, da

corrupção, da proteção dos ativos, da confidencialidade, da

manifestação pública, do assédio moral e sexual, dos empregados e

da utilização dos recursos de informática.

3.2 Estrutura Organizacional

A estrutura organizacional do Grupo Marfrig divide-se em cinco unidades

estratégicas de negócios, em que cada unidade é gerida por um executivo

responsável pelo desempenho operacional e financeiro. Todas as unidades

operam com a mesma política, coordenadas por um departamento de controle

centralizado, com clara aferição de desempenho, resultado e eficiência e

orientadas por um comitê de comercialização, que alinha cada unidade à

estratégia do Grupo. Desde janeiro de 2010, a estrutura organizacional opera da

seguinte forma:

Fonte: Divisão..., 2010

Figura 3: Estrutura Organizacional.

3.2.1 Bovinos Brasil e "Food Service"

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44

a) 22 plantas de abate de bovinos em oito estados brasileiros com

capacidade de 22.350 cabeças/dia, sendo uma delas com capacidade

para abate de 2.000 ovinos/dia;

b) cinco plantas de produtos processados e industrializados com

capacidade de 12.540 toneladas/mês;

c) confinamentos de terminação nos Estados de São Paulo e Mato

Grosso;

d) um centro de distribuição na cidade de Santo André (SP),

movimentando cerca de 300 toneladas de alimentos por dia;

e) distribuição de alimentos incluindo mais de 800 itens, entre eles

pescados, cortes especiais para churrasco, cortes bovinos, suínos,

ovinos e frangos, batatas e vegetais congelados;

f) líder na distribuição de batatas pré-cozidas no eixo Rio - São Paulo;

g) maior importador de cortes de cordeiros, cortes especiais de bovinos,

salmão e pescados;

h) forte presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Sul e Nordeste do

Brasil;

i) frota própria com 55 veículos;

j) aproximadamente 25 mil clientes ativos; e

k) marcas Bassi, Palatare e GJ (exportação).

3.2.2 Nova Seara

a) 15 plantas de abate de frangos em seis estados brasileiros com

capacidade de 2,44 milhão de frangos/dia;

b) quatro plantas de abate de suínos em três estados com capacidade

diária de 10,4 mil suínos;

c) uma planta de abate de perus com capacidade de 30,0 mil perus/dia;

d) nove plantas de processados e industrializados com capacidade

mensal de 31,9 mil toneladas;

e) granjas de suínos no Mato Grosso com capacidade de 12,2 mil

matrizes e 1,2 mil suínos/dia;

f) operação de frangos 100% integrada;

g) fábricas de ração; e

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45

h) marcas Seara, Mabella, DaGranja e Pena Branca.

3.2.3 Argentina

a) cinco plantas de abate de bovinos com capacidade diária de 3,9 mil

cabeças;

b) cinco plantas de produtos processados e industrializados com

capacidade mensal de 5.566 toneladas;

c) maior empresa do setor na Argentina em termos de abate, vendas e

exportações de carne bovina em valor;

d) 62% de participação no mercado de hambúrgueres com sua marca

Paty;

e) opera nos Estados Unidos com empacotamento e distribuição de beef

jerky em marcas próprias para varejo e com a marca Pemmican; e

f) marcas Paty, Aberdeen Angus e Pemmican.

3.2.4 Uruguai

a) quatro plantas de abate de bovinos com capacidade de 3,9 mil

cabeças/dia;

b) três plantas de abate de cordeiros (2 no Uruguai e 1 no Chile) com

capacidade de 8,4 mil cabeças/dia;

c) três plantas de produtos processados e industrializados com

capacidade de 5.885 toneladas/mês;

d) uma planta de desossa (no Chile);

e) Marfrig é a maior empresa privada do Uruguai representando

aproximadamente 30% de todo o abate e das exportações de carne

bovina do país; e

f) marcas Tacuarembó, Bernina e Paty.

3.2.5 Europa

a) três plantas de abate de frangos (duas na Inglaterra e uma na Irlanda

do Norte) com capacidade diária de 647 mil cabeças;

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b) nove plantas de produtos processados e industrializados em quatro

países (cinco na Inglaterra, duas na França, uma na Irlanda do Norte e

uma na Holanda) com capacidade de 14.806 toneladas/mês de

produtos industrializados;

c) uma unidade de importação e distribuição na Inglaterra;

d) uma fábrica de enlatados na Inglaterra;

e) Moy Park é a maior empresa da Irlanda do Norte e líder no segmento

de frangos com cerca de 30% de market share;

f) maior produtor de frango processado no Reino Unido;

g) 80% de market share no segmento de empanados resfriados e 75%

em assados no Reino Unido;

h) vendas concentradas em grandes varejistas e distribuidores no Reino

Unido como: Tesco e Sainsbury’s; e

i) marcas Moy Park, Kitchen Range e Albert van Zoonen.

3.2.6 Couro

a) um curtume na cidade de Promissão (SP) com capacidade de

processamento de 1.500 couros/dia; e

b) a Zenda, empresa adquirida em 2009, possui dez plantas, em cinco

países (quatro no Uruguai, três na África do Sul, uma na Argentina,

uma no México e uma na Alemanha) com capacidade de

processamento para 7.000 couros/dia.

3.3 Unidades de negócios

A base operacional, diversificada e flexível, inclui 93 plantas e escritórios

na América do Sul, América do Norte, Ásia, África e Europa. Considerada uma

das Companhias mais internacionalizadas e uma das mais diversificadas do

setor brasileiro de alimentos baseada em proteínas animais, o Grupo realizou 38

aquisições nos três últimos anos, a maior parte deles no exterior, garantindo a

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sua presença em 13 países. Seus produtos são exportados para mais de 100

localidades globais.

O Grupo Marfrig conta hoje com aproximadamente 73 mil funcionários e

possui a seguinte estrutura de unidades: 31 plantas de abate de bovinos (22 no

Brasil, cinco na Argentina e quatro no Uruguai), 18 unidades de abate de frangos

(15 no Brasil e três na Europa), 33 plantas de produtos industrializados e

processados (15 no Brasil, cinco na Argentina, três no Uruguai, um nos Estados

Unidos e nove na Europa), quatro plantas de abate de suínos no Brasil, uma

planta de abate de perus (Brasil), cinco plantas de abate de cordeiros (duas no

Brasil, duas no Uruguai e uma no Chile), quatro fábricas próprias de ração para

frangos e suínos e duas tradings (Chile e Reino Unido), 13 indústrias e

escritórios comerciais de couro (um no Brasil, quatro no Uruguai, um na China,

um na Alemanha, dois nos EUA, um na Argentina e três na África do Sul). A

capacidade de abate diário é de 30,2 mil cabeças de bovinos, 10,4 mil de

suínos, 10,4 mil de ovinos, 30,0 mil perus e 3,1 milhões de frangos. Além disso,

a Companhia possui capacidade instalada de aproximadamente 65 mil

toneladas de produtos industrializados, além de mais de 178,5 mil peças de

couro processadas por mês.

A Marfrig é considerada uma das empresas líderes da indústria global de

alimentos:

a) quarto maior produtor mundial de carne e produtos bovinos;

b) segundo maior exportador e processador de aves do Brasil;

c) maior empresa de carne bovina na Argentina;

d) maior processador de frangos no Reino Unido; e

e) maior empresa privada no Uruguai.

3.3.1 Produtos e marcas

A empresa sempre se preocupou em fornecer um produto de melhor

qualidade, oferecendo para seus clientes produtos sob medida, embalados a

vácuo para garantir a qualidade, cortes e tratamentos para clientes específicos,

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a fim de garantir sempre o melhor atendimento. Hoje conta com uma enorme

diversificação de produtos e marcas atendendo a vários tipos de mercados.

Seguem algumas das suas principais marcas que são encontradas nos

diversos mercados nos quais a Marfrig atua.

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 4: Produtos do Brasil.

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 5: Produtos da Argentina.

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49

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 6: Produtos do Uruguai.

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 7: Produtos do Chile.

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 8: Produtos dos EUA.

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50

Fonte: Marcas, 2010.

Figura 9: Produtos da Europa.

3.3.2 Mercado interno

Priorizando sempre a excelência de produção e o atendimento aos seus

clientes, a Marfrig hoje conta com mais de 40 mil clientes ativo no Brasil e para

atender a essa clientela, conta com nove plantas de abate de gado bovino no

País, além de duas plantas de abate de suínos, seis de aves e um de ovinos.

3.3.3 Mercado externo

Um dos muitos objetivos da empresa é maximizar a plataforma global e

os relacionamentos comerciais. Durante toda a sua trajetória, a Marfrig sempre

teve em seus planos se tornar um dos maiores fornecedores de alimentos para

todo o mundo. Para isso usou da estratégia de aquisições de empresas no

mercado externo e hoje há plantas em todo o mundo, em países da America do

Sul como, Uruguai, Argentina e Chile, América do Norte, como os Estados

Unidos, e também na Europa.

A empresa usa sempre estratégias fortes para que seus produtos sejam

conhecidos e vistos pelo mundo todo, com intensas campanhas de marketing,

tornando-se fornecedora exclusiva de marca de conhecimento mundial.

Segundo a revista Isto é Dinheiro (2010), a jogada global do frigorífico

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Marfrig, foi a compra o grupo americano Keystone Foods, tornando-se

fornecedor mundial do McDonald's e expondo sua marca Seara na Copa do

Mundo.

Fonte: Sambrana, 2010

Figura 10: O poder do Marfrig.

3.3.4 Diferenciais competitivos

A Marfrig acredita estar em posição privilegiada para continuar a

expansão de sua base atual de clientes, aproveitar as oportunidades de negócio

no segmento de alimentos industrializados e processados, de cortes nobres e no

segmento de food service e continuar a criar valor para os acionistas devido à

capacidade comprovada de crescimento orgânico e histórico de aquisições de

qualidade, consubstanciados pelo aumento de mais de 21 vezes em sua

capacidade de produção de industrializados entre os anos de 2006 e 2009.

A Companhia acredita que suas principais vantagens competitivas

incluem:

a) capacidade de crescimento orgânico: as plantas foram todas

arrendadas, adquiridas ou construídas nos últimos nove anos e foram

projetadas ou estão sendo modernizadas para produzir uma ampla

variedade de produtos de carne bovina, suína, ovina e de aves,

incluindo produtos de alto valor agregado, como cortes nobres, carne

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bovina cozida congelada, carne suína defumada, embutida e salgada.

Suas modernas instalações dão amplo acesso a clientes, como redes

mundiais de supermercados, que exigem os mais altos padrões de

qualidade de seus fornecedores. A Marfrig acredita que a capacidade

de produção de sua plataforma de bovinos, aves e suínos poderá ser

aumentada de forma relevante com investimentos nas plantas atuais.

b) comprovada capacidade de selecionar, adquirir e integrar com

sucesso novas empresas: a Companhia tem um histórico de sucesso

na integração e aquisição de companhias no Brasil e no Exterior,

conduzindo tais processos de maneira rápida, bem sucedida e

captando sinergias. Nos três últimos anos, adquiriu e integrou, com

sucesso, 38 negócios com elevado potencial de crescimento, entre

sociedades, ativos e marcas em diversos segmentos do setor. Desta

forma, acredita possuir a experiência necessária para identificar,

adquirir e integrar oportunidades de novos negócios, beneficiando-se

das sinergias decorrentes de cada nova aquisição. Isso permite aliar

crescimento com captura de sinergias operacionais, gerando uma

rentabilidade consistente e crescente à medida que mais marcas e

produtos são incluídos em seu portfólio.

c) plataforma global e diversificada: a Marfrig tem uma plataforma global

presente em cinco continentes, com 93 plantas e escritórios na

América do Sul, América do Norte, Ásia, África e Europa e um sistema

de distribuição que permite acesso a mais de 100 países. Em virtude

da localização estratégica de suas plantas no Brasil, Argentina e

Uruguai, se beneficia dos baixos custos de produção devido à grande

disponibilidade de terras e da tradição na criação de animais para

abate nessas regiões, o que resulta em preços competitivos e maior

volume de exportações. A companhia acredita que isso, combinado

com a venda de produtos de alto valor agregado, em sua maioria

processados e industrializados, em mercados consumidores com alto

poder aquisitivo, como Europa e Estados Unidos, possibilita gerar

margens de rentabilidade mais elevadas. Os volumes de exportações

e de vendas em mercados locais permitem manter a escala

necessária à condução e expansão de seus negócios em mercados

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competitivos. Adicionalmente, seu portfólio diversificado permite

oferecer uma grande variedade de produtos, o que resulta em uma

maior fidelização de seus clientes. Finalmente, a Marfrig acredita que

sua estratégia de diversificação geográfica e de portfólio de produtos

se traduz em uma proteção adicional contra riscos da indústria.

d) sólida reputação e marcas bem posicionadas: a Marfrig acredita

possuir um conjunto de marcas regionalmente fortes e reconhecidas

como símbolos de ótima qualidade e consistência em produtos

alimentícios como Bassi, Mabella, DaGranja, Pena Branca e Palatare.

Entre as principais marcas brasileiras para exportação, a companhia

possui a GJ, de carne bovina, DaGranja Exports e PenaSul, de frango

e Westphalen, de suínos. A Seara, adquirida em 2010, é uma marca

forte, com 53 anos de tradição e reconhecida nacional e

internacionalmente. A companhia possui ainda outras marcas de

prestígio, incluindo a Paty - líder do mercado argentino de

hambúrgueres – e a Aberdeen Angus, símbolo de carne de qualidade

na Argentina, a Mirab, importante marca no mercado argentino

de meat snacks, tais como beef jerky e que exporta para diversos

países, incluindo Estados Unidos, Japão e Reino Unido. No Uruguai, a

Marfrig possui a Tacuarembó, Viva, Paty e Bernina. Na Europa, possui

o Grupo Moy Park e, nos Estados Unidos, a Pemmican, importante

marca de meat snacks no país. A Marfrig acredita que sua sólida

reputação e o reconhecimento de suas marcas lhe permitem construir

relacionamentos de longo prazo com seus clientes.

e) crescimento sustentado e forte comprometimento com preservação

ambiental: a Marfrig tem uma intensa preocupação em promover seu

crescimento de forma sustentada, razão pela qual se filiou ao Task

Force for Sustainable Ranching, uma iniciativa do Banco Mundial e da

IFC para a promoção da sustentabilidade ambiental através da cadeia

de produção de gado. A Companhia se comprometeu a manter

parcerias com governos estaduais para o desenvolvimento do

Programa de Certificação de Origem Animal e se compromete a não

criar ou adquirir gado de áreas listadas pelo IBAMA e demais agências

de controle como zonas de risco ambiental, regiões de desmatamento,

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ou mesmo na floresta amazônica ou ainda lugares em que haja

indícios de trabalho escravo. A empresa firmou com o Greenpeace um

acordo para a mínima agressão social e ambiental nas operações de

bovinos no bioma amazônico brasileiro.

f) administração experiente e empreendedora: a equipe de

administração da Marfrig tem grande experiência no setor de

alimentos, cujo somatório de experiências no mercado contabiliza

mais de 150 anos, o que se reflete na grande capacidade de explorar

oportunidades nos segmentos em que atua e em ajustar seus planos

de negócio às demandas do setor, que possibilitaram a geração de

valor para seus acionistas ao longo de toda sua existência. A

administração atual tem sido responsável pelo crescimento das

vendas da Empresa, otimização de suas operações, integração de

suas recentes aquisições com sucesso e o planejamento estratégico

dos últimos anos. A Companhia possui administradores locais com

relevante experiência no setor em cada uma de suas operações

internacionais. O fundador e atual Diretor Presidente do Grupo Marfrig,

Marcos Molina, tem mais de 20 anos de experiência no mercado de

alimentos.

3.4 Fusão e aquisição na Marfrig

A Marfrig vem usando estratégia de fusão e aquisição de forma

agressiva para estar presente no mercado mundial de alimentos, adquirindo

nos últimos três anos 38 empresas, uma média de uma empresa por mês. Com

apenas dez anos de fundação, sempre usou de tal estratégia para adquirir

novos mercados e ter uma ampla diversificação de produtos, tendo hoje em

seu ramo de negócios a produção de vários tipos de proteínas, tais como

bovina, suína, aves, produtos industrializados e outros. Dona de 151 plantas de

abate e processamento, a empresa possui também centros de distribuição e

escritórios em 22 países ao longo dos cinco continentes, com uma receita

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estimada de R$ 27,7 bilhões para o ano de 2010.

3.4.1 Análise e interpretação dos dados

Com uma visão geral após os processos de fusão e aquisição, a Marfrig

detém uma base de produção na America Latina e Europa, combinada com

uma rede de distribuição internacional e sólido portfólio de clientes. Apresenta

alta qualidade, uma grande diversificação de proteínas (produtos), com marcas

bem posicionadas e liderança em mercados regionais.

Desde a abertura de seu capital em 2007, tem alcançado resultados

importantes, apresentando um forte crescimento no volume vendido, passando

de 951 toneladas/ano, em 2007, para 2.186 toneladas/ano, em 2009. Nesse

mesmo período, houve uma distribuição percentual dos produtos hoje

produzidos pela empresa representados em sua receita líquida: bovinos de

74,3% para 37,1%; aves, 2,3% para 24,5%; suínos, 1,5% para 1,9%;

industrializados, 12,3% para 27,8%. Nota-se que, anteriormente à abertura de

capital, a produção de bovino representava a maior parte da receita da

empresa. Após a diversificação de seus produtos, foi possível redistribuir o

faturamento, aumentando, assim, consideravelmente a sua receita.

Duas das principais aquisições da Marfrig, são a empresa brasileira

Seara (aves e suínos) e a americana KeyStone Foods (proteína

industrializada).

A aquisição da Seara foi anunciada em setembro de 2009. A Marfrig

pretendia diversificar mercado e diferenciar produtos através de uma marca

sólida e de qualidade reconhecida. Com o início das atividades com a marca

Seara, a Marfrig obteve liderança na produção de proteína avícola e suína no

Brasil, alto valor agregado em seus produtos, destaque na exportação, alta

qualidade produtiva e logística, além de um considerável fortalecimento como

fornecedor. Um dos pontos cruciais para o sucesso da aquisição foi a rápida

integração do time operacional e das definições de metas, criando condições

para ganhos de sinergia.

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A diversificação também proporcionou à Marfrig estabilidade na

produção de proteínas industrializadas, com a aquisição da KeyStone Foods

em junho, tornando-se assim fornecedor global de gigantes no ramo de food

service, tais como as franquias McDonald’s e SubWay.

Com isso, a Marfrig obteve aceleração de seu crescimento internacional,

sinergias na integração das principais cadeias nos continentes americano,

europeu e asiático, fazendo com que o faturamento da empresa atingisse cerca

de R$ 28 bilhões, tornando-se um dos principais frigoríficos do mundo.

3.4.2 A palavra dos profissionais

Segundo o diretor administrativo do grupo, residente na cidade de Lins,

a visão da Marfrig em optar pela estratégia de fusão e aquisição é a

diversificação de produtos e mercados.

Entrar em mercados desconhecidos com uma marca já conhecida ou

através de uma empresa já consolidada é um fator que caracteriza sucesso

para a Marfrig. Utilizar tal estratégia torna também o processo menos oneroso

do que começar a produzir um produto novo com um processo produtivo ainda

desconhecido.

Uma grande dificuldade encontrada durante a aquisição de uma nova

empresa é o choque cultural, pois é preciso adequar a estrutura organizacional

da empresa adquirida para à da empresa adquirente. Quando é percebida uma

gestão ou ferramenta útil e eficaz para o molde gerencial da Marfrig, esta é

mantida na empresa e ajusta-se tal ferramenta para a nova realidade

organizacional.

Uma das estratégias usadas na decisão das aquisições é analisar como

está o mercado e quem comprará os produtos da empresa a ser adquirida, pois

produzir não é tão difícil quanto vender posteriormente.

Após a aquisição da nova empresa, a Marfrig preocupa-se em tornar a

marca adquirida reconhecida, com estratégias de publicidade e investimentos

em marketing.

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3.4.3 Discussão

Um dos principais meios que as empresas podem vir a buscar para

obter crescimento é a estratégia de diversificação, em que a organização

procura trabalhar com diversos tipos de produtos, em diversos tipos de

mercados.

Autores como Britto (1992) e Ansoff (1993) consideram a diversificação

como uma modificação na estratégia de crescimento da empresa, que consiste

em sair do seu mix atual de produtos para certos consumidores, na conquista

de novos mercados em que antes a empresa não atuava, e em trabalhar com

novos produtos que antes a empresa não possuía em sua linha de produção.

Oliveira (1997) ainda cita a diversificação como a estratégia mais forte

do desenvolvimento de uma empresa.

Hoje em alta no mercado, a estratégia de fusão e aquisição tem sido

muito usada para alcançar um crescimento organizacional. Trata-se de um

caminho dentro da estratégia de diversificação onde se pode conquistar um

novo mercado e agregar um novo mix de produtos à empresa adquirente, ou à

nova empresa formada.

A Marfrig tem sido um exemplo quando se trata de diversificação. Com

38 aquisições em três anos, conseguiu abrir amplamente seu portfólio de

produtos e obter um crescimento significativo de mercado. Com aquisições de

grandes empresas brasileiras, como a Seara, e outras estrangeiras, tem

conquistado cada vez mais um espaço reconhecido no mercado mundial.

Grande característica na estratégia adotada é o aproveitamento dos produtos

das empresas adquiridas e o lançamento de novos produtos, usando o nome

da mesma empresa como marca. Tal fato leva à conclusão de que, na teoria

dos autores e na prática da Marfrig, a estratégia de diversificação traz grandes

benefícios e alto crescimento organizacional para a empresa que a pratica.

3.4.4 Parecer final sobre o caso

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Nesse período em que se estudou o planejamento estratégico de

diversificação na empresa Marfrig, através de processos de fusão e aquisição,

notou-se que houve sucesso na conquista de novos mercados, e que tornou a

empresa mais globalizada, trazendo maior rentabilidade e aumento em sua

receita e, consequentemente, reconhecimento nacional e internacional,

tornando referencia mundial.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Devido à empresa Marfrig possuir experiência na aplicação da estratégia

de fusão e aquisição e tendo obtido êxito em seus resultados, propõe-se

continuar tal processo a fim de conquistar novos mercados, procurando obter

maior crescimento organizacional.

Porém, um mercado que seria bastante proveitoso devido à matéria

prima que a empresa possui com os outros produtos de outros segmentos,

seria a linha de higiene e limpeza. É possível usar o sebo bovino e o ácido

graxo, presente na gordura do animal. Seria um mercado novo, nunca antes

explorado pela empresa, e onde a mesma tem condições de crescer.

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CONCLUSÃO

Hoje, muitas empresas procuram atuar em vários países além do seu

país de origem. E isso só é possível graças à abertura do mercado

internacional. Para tal realização, essas empresas buscam novas técnicas e

ferramentas para obter a conquista de novos mercados, realizando um bom

planejamento estratégico afim de aumentar as chances de sucesso do negócio.

Dentre as técnicas usadas, existe a estratégia de fusão e aquisição, que

consiste em uma empresa adquirir outra, ou ambas se fusionarem, criando

assim uma nova. O resultado da boa aplicação de tal ferramenta é o aumento

do market share para atuação nacional e/ou internacional e diversificação do

portfólio de produtos.

Realizou-se o estudo de casos na empresa Marfrig Alimentos S/A por

sua atuação agressiva com a estratégia de fusão e aquisição, buscando a

conquista de novos mercados, e também por sua reconhecida presença no

mercado mundial.

Este trabalho demonstrou a importância de se investir no

desenvolvimento de uma gestão estratégica, e os benefícios que a mesma

pode trazer à empresa, e, mais precisamente, como a estratégia de fusão e

aquisição é utilizada por grandes empresas como forma de expansão dos

negócios.

Conclui-se que empresas que procuram obter crescimento organizacional

podem usar a estratégia de fusão e aquisição como meio de expansão em

novos mercados, haja vista o sucesso dos resultados do estudo apresentado,

embora se considere que esse trabalho é apenas um ponto de partida para que

o assunto possa ser mais explorado.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

A fim de verificar teoricamente os processos de Fusão e Aquisição e

demonstrar como estes auxiliam na estratégia de expansão da empresa para

novos mercados, através da diversificação de produtos e aumento do portfólio

de clientes, descrever-se-á os processos de F&A apontando as vantagens e

desvantagens dos mesmos e quais os fatores preponderantes para a escolha

desta estratégia pela empresa Marfrig Alimentos S/A.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Análise dos processos de F&A da empresa Marfrig Alimentos S/A.

b) Depoimentos de executivos envolvidos nos processos de Fusão e

Aquisição.

1.2 Discussão

Confronto entre as teorias levantadas através da análise dos processos

de F&A e os resultados obtidos.

1.3 Parecer final sobre a estratégia de F&A para conquista de novos

mercados na Marfrig Alimentos S/A.

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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I - IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ............................................................................................................

Localização:........................................................................................................

Atividade econômica:..........................................................................................

II - ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 A princípio observar todos os processos de F&A ocorridos na Marfrig

Alimentos S/A.

2 Analisar os fatores motivadores para os processos.

3 Mostrar os resultados dos processos.

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APÊNDICE C – Roteiro do Histórico da Empresa

I – IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ............................................................................................................

Localização:........................................................................................................

Atividade econômica:..........................................................................................

II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1) Cronologia da história da empresa

2) Projetos de Expansão

3) Ações para a internacionalização

4) Cenário atual da empresa após Fusão e Aquisição

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APÊNDICE D - Roteiro de entrevista para o Diretor d e Administrativo

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Cargo: ...............................................................................................................

Formação:...........................................................................................................

Experiência Profissional:.....................................................................................

Residência: Local:................................................................................................

II - PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1) Quais as principais aquisições para a expansão e os principais motivos?

2) Quais as dificuldades e facilidades para a utilização da estratégia de

Fusão e Aquisição?

3) Foi feita alguma joint-venture nos últimos anos, e qual o objetivo?

4) Qual dos processos obteve maior alcance dos objetivos?

5) Quais os critérios analisados pela empresa adquirente para tomada de

decisão do processo?

6) Após processos de F&A, houve mudança na estrutura organizacional e

na forma de governança?

7) Considerado como fator de relevância, como é trabalhada a integração

entre as diferentes culturas organizacionais?