Futebol ao redor do mundo

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AGRADECIMENTOSAgradeço a inestimável colaboração dos meus filhos Ricardo Franco Moura e Rodolfo Machado Moura, na elaboração dos textos, e, tam-bém, do meu enteado André Luís Ferretti Taboquini, designer das nove capas da coleção.

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OS VELHOS NA PADARIA

A população brasileira está envelhecendo. Lentamente, porém de forma constante, a parcela de idosos está aumentando, ao longo dos anos. A expectativa de vida do brasileiro cresceu substancialmente du-rante o século XX. Por outro lado, a qualidade de vida que Brasília oferece é sig-nificativamente melhor que a das outras metrópoles brasileiras. Isso faz com que muitos aposentados que poderiam retornar às suas origens, deixam-se ficar na Capital Federal. Alguns por causa dos netos can-dangos, outros por preguiça de alterar rotinas, como a de se reunir com antigos colegas ou amigos de longa data, para jogar conversa fora. Assim, quem passava pela Padaria Lago Sul no Centro Com-ercial Gilberto Salomão, via, todas as manhãs, meia dúzia de velhos, reunidos em torno de uma mesa na calçada, tomando café ou comendo pão de queijo, mas sobretudo discutindo sobre qualquer assunto, em animado bate-papo. Neste ano de 2010, com a expectativa da conquista pelo Brasil de mais uma Copa do Mundo, o futebol foi o tema da maioria das con-versas matinais. Fazem parte do grupo permanente dos “velhos da pa-daria”, além de outros participantes eventuais: Roberto Mauro Macha-do, 72 anos, engenheiro, carioca, torcedor do “Fluminense”; Pedro Paulo Paredes, 75 anos, arquiteto, paulista, torcedor do “São Paulo”; Brian Butler, 79 anos, ex-adido cultural da Embaixada Britânica, natu-ral de Londres, torcedor do “Arsenal”, que aqui se deixara ficar após sua aposentadoria, por ser casado com brasileira; Cristiano Ferreira, 81 anos, comerciante, mineiro, natural de Uberaba, torcedor do “Atlético” de Minas Gerais; Marcos Pereira, 76 anos, contador, gaúcho de Cruz Alta, torcedor do “Internacional”. _ Vocês conhecem as origens do futebol? Perguntou Roberto Mauro. _ É claro que é a Inglaterra o berço do futebol, respondeu Brian. _ Isso, todo mundo sabe, seu “ingrês” pernóstico, interveio Pedro Paulo Paredes, o PPP, com a liberdade que lhe era permitida pela amizade de longos anos, iniciada quando elaborou alguns projetos

arquitetônicos para melhoramentos no prédio da embaixada. _ Sim, o que eu quero saber são os precedentes, como surgiu esse jogo empolgante que se convencionou chamar de esporte bretão, esclareceu o Roberto. ¬_ “Well”, eu vou ter que pesquisar na “internet”. Me dêem um prazo, redargüiu o Brian. Dois dias depois, conforme prometido, o inglês apresentou o seguinte relato, denominado “Origens do Futebol”.

AS ORIGENS DO FUTEBOL

Todos sabem que a Inglaterra é o berço do futebol. Muitos im-aginam, acertadamente, que o outrora chamado esporte bretão teve suas primeiras regras estabelecidas no século XIX. Entretanto, as raízes do jogo são muito mais antigas. Supõe-se que seja derivado dos jogos praticados na Bretanha e na Normandia e levados para a Inglaterra por ocasião da invasão dos normandos. Era um esporte violento, sem muitas regras. Em conseqüência, eram tais jogos, muitas vezes proibidos. O primeiro registro de um jogo de bola, disputado com os pés, data de 1280, em Ulgham, perto de Ashington na região de Northum-berland, quando um jogador foi morto ao correr contra um oponente armado de punhal. A mais antiga referência a um jogo chamado futebol é de 1314, quando o Prefeito (“Lord Mayor”) de Londres, Nicholas de Farndome, baixou um decreto, em nome do Rei Edward II, proibindo-o, sob pena de prisão. O Rei Henry IV, em 1409, emitiu uma proclamação tornando il-egal a coleta de dinheiro destinada ao futebol. Ainda no século XV (data incerta, entre 1481 e 1500), surgiu a primeira descrição de um jogo de futebol ocorrido em Cawston, Nottinghamshire, contendo diversos aspectos semelhantes ao futebol moderno: exclusivamente com os pés, batendo em uma grande bola, fazendo-a rolar sobre um campo com seus limites previamente demarcados. Já no século seguinte, em 1526, foi feito o registro da aquisição

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de um par de chuteiras (“football boots”) pelo Rei Henry VIII. Rich-ard Mulcaster, estudante do Eton College e, posteriormente, diretor de diversas escolas inglesas, fez, em 1581, um relato mencionando, pela primeira vez, a existência de equipes, com posições (“standings”), treinador (“trayning meister”) e de um árbitro (“judge over the parties”). De acordo com Mulcaster, no século XVI, o futebol inglês já evoluíra bastante a partir dos violentos embates, passando a ser um saudável exercício para o corpo, muito popular e largamente praticado pelos es-tudantes. Entretanto, a violência ainda perdurava na prática do futebol, conforme os arquivos da paróquia de North Moreton, Oxfordshire, que registram duas mortes em maio de 1595. A primeira referência conhe-cida a gols também é datada do século XVI (1584), sendo da autoria de John Norden. O futebol passou a receber citações literárias a partir do século XVII. Na peça teatral O Mendigo Cego de Bethnal Green, apresentada logo no início do referido século, mas só publicada em 1659, consta uma referência a marcar um gol no “camp-ball” (uma variedade extre-mamente violenta do futebol, praticada na região de East Anglia). Da mesma forma, o poeta Michael Drayton, em 1613, menciona o gol, nos versos abaixo:“When the ball to throw,And drive it to the gole,In squadrons forth they goe”Outro poeta inglês, Edmund Waller, em 1624, apresenta, em seus ver-sos, o conceito de atuação em equipe pelos praticantes do futebol da época. Entretanto, o esporte continuava ilegal em várias cidades in-glesas, como Manchester (onde tem sede hoje o Manchester United, clube que é uma das maiores forças do futebol mundial), que, em 12 de outubro de 1608, proibiu o jogo em suas ruas, por causa dos distúrbios causados e quebras dos vidros de janelas. Sua popularidade, porém, continuava crescente, como atesta o relato de James Howell sobre a participação, durante o reinado de James I, dos nobres Lord Willoughby e Lord Sunderland em uma partida de futebol, juntamente com seus empregados e outros camponeses. Em 1660, surge o primeiro estudo objetivo sobre futebol, escrito

por Francis Willughby em seu livro “Book of Sports”, que descreve: 1) o campo: um espaço cercado, com um portão, chamado gol, em cada extremidade; 2) a tática: deixar alguns dos melhores jogadores guar-necendo o gol; 3) a maneira de formar os times: dividir os jogadores igualitariamente, de acordo com sua força e agilidade; 4) a contagem: a equipe que primeiro conseguir fazer a bola ultrapassar o gol adversário vence a partida; 5) a lei da bola dividida: quando dois adversários chu-tam juntos a bola, eles não podem atingir mais alto que a bola.

DOIS DIAS DEPOIS

_ Puxa, essa de jogar armado de punhal, me lembra alguns zagueiros de 50 anos atrás, nos subúrbios do Rio, disse Roberto Mauro. _ Parabéns Mister Butler, disse Marcos, com o tom cerimonioso que o caracterizava, ao se dirigir ao diplomata inglês. _Trate-me por Brian. De qualquer forma, obrigado! Aprendi muito, consultando a Wikipédia. É uma ótima fonte. _ Realmente, um excelente trabalho, elogiou o PPP. _ Achei interessante duas coisas no estudo de 1660, citado. Primeiro, dividir os times de forma igualitária. É o que fazíamos em nossas peladas de garotos, na praia de Ipanema. Os dois melhores jogadores tiravam par ou ímpar e a escolha era feita, um a um, de forma alternada Em segundo lugar, a primeira regra estabelecida:”é proibido chutar os culhões do adversário”, comentou Roberto._Tive uma idéia. Talvez possamos estudar e aprender, uns com os out-ros, sobre o futebol ao redor do mundo, disse Brian._Magnífica sugestão, Mr. Butler, ou melhor, Brian, apoiou Marcos._ Mas, em todo o mundo é muito amplo. Vamos morrer antes de termi-nar, objetou o PPP._ Vamos estabelecer alguns limites. Em primeiro lugar, o futebol na Inglaterra, berço do futebol, como diz o nosso Brian. Em segundo lugar, a introdução e a evolução no Brasil. Outro país importante é a Itália...sugeriu o carioca._Acho que podemos considerar, apenas, os países que têm maior tradição, ou seja, os que já conquistaram a Copa do Mundo, falou o

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PPP._ Na minha modesta opinião, temos dois tipos de limites: o temporal, que deve ser o mais amplo possível, desde os primórdios do futebol, em cada país, até a Copa de 2010, recém terminada. O segundo limite é o espacial, no qual concordo com o PPP: somente campeões mundiais, Marcos disse._Isso significa incluir, além dos já citados Inglaterra, Brasil e Itália, os sul-americanos Uruguai e Argentina e mais os europeus Alemanha e França, sintetizou o arquiteto paulistano._Estou de acordo, embora essa solução implique a exclusão da Hungria, que assombrou o mundo, em 1954, com Puskas e Cia, e a Holanda da revolucionária laranja mecânica...manifestou-se Roberto._ Não podemos nos esquecer da Espanha, que entrou nesse seleto rol de campeões, agora. Além da história do futebol, podemos relatar casos jocosos e, talvez, dados biográficos de alguns ídolos, especialmente dos brasileiros, Marcos acrescentou._ Ainda bem que a meticulosidade do nosso contador não nos deixa esquecer nada. Precisamos, agora, dividir as tarefas de pesquisa, argu-mentou PPP._Na condição de único inglês do grupo, e considerando ser a Inglaterra o berço do futebol, proponho-me a fazer o primeiro relato, tendo como tema o futebol inglês, desde o seu início até a partida da Copa de 2010, quando a bola chutada pelo Lampard entrou quase meio metro e o juiz não assinalou o gol...,Brian se ofereceu._ Nós aceitamos seu oferecimento. Quanto ao gol, legítimo mas não anotado pelo árbitro, lembre-se daquele outro lance, ocorrido muito antes em Londres, quando a Inglaterra, também contra a Alemanha, teve um gol assinalado sem a bola entrar. Foi uma espécie de divina compen-sação... concluiu Roberto.

O FUTEBOL NA INGLATERRA (de 1844 a 2010)

Em 1844, o futebol já era muito popular na Inglaterra, inclu-sive em Londres, onde o jornal “The Guardian” publicou, em 14 de dezembro desse ano, um anúncio referente à procura de um campo para

futebol nas proximidades da “London Road” ou “Oxford Street”. Muito praticado nas escolas públicas inglesas, o futebol precisou ser regulamentado para permitir disputas entre as mesmas, pois cada es-cola tinha suas próprias regras. Assim, os anos 40 do século XIX foram pródigos em encontros de representantes escolares na busca de consen-so sobre um regulamento para o jogo. O primeiro fruto desse esforço foi o aparecimento das regras de Cambridge (“The Cambridge Rules”), em 1848. Em 1857, surgiu o primeiro clube de futebol do mundo: “Shef-field Football Club”, que estabeleceu suas próprias regras, datadas de 1862. A primeira entidade mundial dedicada ao esporte que é, hoje, o mais popular do planeta, a associação de futebol inglesa (“Football Association”) foi fundada em 1863. Coube-lhe a tarefa de unificar os diversos regulamentos do jogo existentes. Entretanto, alguns clubes continuaram a jogar sob as regras de Sheffield até 1878. De acordo com C. W. Alcock, o estilo Sheffield deu origem à moderna prática do futebol, baseada em passes. Em 1866, foram in-corporados ao regulamento Sheffield: o travessão superior nas balizas, o intervalo entre dois tempos iguais e os tiros livres. No mesmo ano, ocorreu a introdução no regulamento da “Football Association” da regra do impedimento (“offside rule”). A adoção dessa regra que causa tantas polêmicas e discussões nas mesas redondas dos programas esportivos de TV, nos dias atuais, foi feita em decorrência do posicionamento per-manente de jogadores próximos ao gol do adversário, à espera do passe de um companheiro de time. O mais antigo troféu instituído para uma disputa futebolística foi a “Youdan Cup”, em 1867. A primeira competição nacionalmente or-ganizada na Inglaterra pela “Football Association” foi a “FA Cup”, dis-putada a partir de 1871, sob o sistema de jogos eliminatórios, vencida nesse ano pelo “Wanderers”. O profissionalismo não era permitido e os times, constituídos por onze jogadores, eram formados por colegas de trabalho ou ex-alunos de escolas, como os Old Etonians (antigos alunos do “Eton College”). Dessa forma, a mais renomada equipe inglesa, com o melhor jogo de conjunto, em 1872, era a do “Royal Engineers AFC”. Por iniciativa do inglês C. W. Alcock, foram realizados, de 1870 a 1873, quatro jogos entre ingleses e escoceses (dos quais, a maioria

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radicada na Inglaterra). As partidas disputadas em 1870 e 1871 não foram reconhecidas como oficiais pela FIFA. Assim, o primeiro jogo internacional de futebol (Escócia x Inglaterra) foi o realizado em 30 de novembro de 1872, na capital da Escócia (Glasgow), que terminou empatado. No ano seguinte, a Inglaterra venceu a Escócia na peleja realizada em Londres. Neste mesmo ano, 1873, a “Scotish Football As-sociation” separou-se da FA. Os anos de 1874 a 1884 foram dominados pelo conflito entre os que defendiam o profissionalismo e aqueles que desejavam manter o futebol amador. Os clubes da Escócia e do norte da Inglaterra de-fendiam o jogo profissional, pois o esporte era mais difundido entre as classes trabalhadoras, que não podiam sacrificar seu sustento pessoal para jogar futebol. Já no sul da Inglaterra, o esporte era muito popular na classe média, que defendia os valores do amadorismo. A acusação de empregar profissionais que pesava sobre alguns clubes, entre os quais o “Blackburn Rovers”, levou a FA a legalizar o procedimento, em 1885, para evitar uma cisão. O advento do profissionalismo trouxe a necessidade de um maior número de competições, resultando na criação da “Football League”, em 1888. Essa liga de futebol profissional foi obra de William McGregor, diretor do “Aston Villa”. Foram doze os clubes fundadores, sendo seis da região de Lancashire: “Blackburn Rovers”, “Burnley”, “Bolton Wanderers”, “Accrington”, “Everton” e “Preston North End”; e seis da área chamada de Midlands: “Aston Villa”, “Derby County”, “Notts County”, “Stoke”, “West Bromwich Albion” e “Wolverhampton Wanderers”. Nenhum clube de Londres ou do sul da Inglaterra aderiu á liga, nesse momento inicial. O primeiro vencedor do campeonato da “Football League” foi o “Preston North End”, que ganhou, também a “FA Cup”. A rede para o gol foi inventada pelo engenheiro John Alexander Brodie no ano de 1891, em Liverpool. Nesse período, entre 1889 e 1900, os clubes de maior sucesso, além do “Preston”, foram: “Blackburn Rovers”, “West Bromwich Al-bion” e “Aston Villa” que, em 1897, venceu o campeonato da liga e a copa da FA. Em 1892, foi criada a segunda divisão da liga, permitindo a

inclusão de diversos clubes, oriundos das várias regiões do país. O primeiro clube da capital a se filiar à liga foi o “Woolwich Arsenal”, em 1893. No mesmo ano, registrou-se a filiação do “Liverpool”. Em 1898, as duas divisões foram ampliadas para 18 clubes em cada uma. Outras ligas existentes, de pequeno porte e âmbito local, foram eclipsadas pela “Football League”. No entanto, a “Northern League” e a “Southern League”, de onde proveio o único vencedor da “FA Cup” não filiado à principal liga _ o “Tottenham Hotspur”, em 1901_ ambas, continuaram existindo até a suspensão das atividades esportivas em 1914, por motivo da 1ª Guerra Mundial. Na virada do século, os clubes de Sheffield foram o destaque, com o “Sheffield United”, conquistando um título de campeão da liga e duas copas da FA, tendo ainda disputado e perdido para o “Totten-ham” a final de 1901; e o “The Wednesday” (posteriormente “Sheffield Wednesday”) vencendo dois campeonatos e duas copas, apesar de ter sido rebaixado em 1899 e retornado à primeira divisão no ano seguinte. O “Sunderland” e o “Newcastle United” também estiveram em primeiro plano: o primeiro conquistou quatro campeonatos, entre 1892 e 1902; o segundo ganhou os títulos de 1905, 1907 e 1909 e disputou sete finais da copa, entre 1905 e 1911, embora tenha vencido apenas uma. O “Manchester City” parecia estar atingindo o nível mais el-evado dos clubes ingleses ao vencer, pela primeira vez em 1904, a “FA Cup”. Constataram-se, porém, irregularidades financeiras, entre as quais o pagamento aos atletas de 6 ou 7 libras por semana, quando o máximo permitido era de 4 libras. Em conseqüência, o clube foi punido com o afastamento de cinco diretores e quatro jogadores. Entrementes, seu viz-inho e rival “Manchester United” alcançou a primeira divisão em 1906 e sagrou-se campeão dois anos depois. No ano seguinte, 1909, venceu a copa e conquistou outro campeonato da liga em 1911. Nesse início do século XX, outros clubes do noroeste inglês sobressaíram-se: o “Liverpool”, que venceu os campeonatos da liga, em 1901 e 1906; e o “Everton”, vencedor da copa de 1906. No período imediatamente anterior à primeira grande guerra, destacou-se o “Black-burn Rovers”, campeão da liga em 1912 e 1914. Os clubes do sul tiveram desempenhos insatisfatórios, nesse período. O “Woolwich Arsenal” foi o primeiro clube de Londres que

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ascendeu à primeira divisão, em 1904. Na mesma época, vários clubes da capital filiaram-se à liga, entre os quais: “Chelsea”, “Totenham Hot-spur”, “Fulham” e “Clapton Orient”. Os jogos “internacionais” entre os quatro integrantes da Grã-Bretanha continuaram a ocorrer, nesses primeiros anos do século XX, com ligeira vantagem para a Escócia. Para disputar os jogos olímpicos, porém, os quatro países preferiram se unir , formando uma seleção britânica que veio a conquistar as medalhas de ouro no futebol nas três Olimpíadas realizadas antes da Primeira Guerra Mundial. Após o término da guerra, a “Football League” voltou a se expandir, a partir de 1920, mediante a criação de sua terceira divisão, logo subdividida em “Division Three South” e “Division Three North”. Cada divisão era composta por 22 clubes, totalizando 88. Em 1923 foi inaugurado o estádio de Wembley que passou a ser considerado o templo sagrado do futebol, tendo abrigado a final da “FA Cup” desse ano entre “Bolton Wanderers” e “West Ham United”, vencida pelo primeiro por 2x0. A “Football Association Cup” de 1927 foi vencida, pela primeira e única vez, por um clube do País de Gales: “Cardiff City” que derro-tou, na final, o “Arsenal” por 1x0. O futebol inglês, no período entre as duas grandes guerras, foi dominado pelos clubes “Everton” e “Arsenal”. A vitória no campeonato da liga, em 1928, obtida pelo “Everton”, foi devida em grande parte ao seu jovem (21 anos) centroavante (“centre-forward”) Dixie Dean que marcou 60 gols, estabelecendo um novo “record”. O “Everton” venceu também os campeonatos, em 1932 e 1939, além da copa de 1933. Já os sucessos do “Arsenal” devem-se principalmente ao seu técnico Herbert Chapman que o levou à vitória em uma “FA Cup” e em dois campeonatos, no início dos anos 30, e que veio a falecer subitamente durante a tempo-rada 1933-34, quando estava a caminho de mais um título da liga. Antes de ser contratado pelo “Arsenal”, Chapman havia conduzido o “Hud-dersfield Town” à conquista de seus dois primeiros campeonatos, nas temporadas 1923-24 e 1924-25. Ainda nos anos 30, o “Arsenal” voltaria a se sagrar campeão da liga por mais duas vezes e a conquistar mais uma Copa FA.

A grande contribuição de Herbert Chapman à evolução do fute-bol, foi a criação do Sistema WM, em 1930, já como técnico do “Arse-nal”. Essa nova disposição tática foi criada por ele devido à alteração da lei do impedimento, efetuada em 1925, que passou a dar condição de jogo ao atacante que tivesse à sua frente (entre ele e a linha de fundo) dois defensores, no mínimo, e não mais três, como exigido anterior-mente. Até então, o sistema adotado por todos os times era o chamado clássico ou piramidal, formado por 1 goleiro, 2 zagueiros, 3 médios e 5 atacantes:1x2x3x5. A nova formação, introduzida por Chapman, pre-via o recuo do centromédio, passando a compor com os dois zagueiros o trio da base do M defensivo: o W do ataque era formado graças ao recuo dos dois meias, permanecendo no ataque três homens: os dois pontas e o centroavante. Assim, o 2-3-5 usual transformou-se em 3-4-3 ou 3-2-2-3.Sob o comando técnico de Chapman, adotando o WM, o “Arsenal” pas-sou a usar o contra-ataque veloz como sua maior arma ofensiva. Quan-do atacado, recuava e compactava a defesa com seus três zagueiros e dois volantes. Ao recuperar a bola, partia em velocidade com seus meias armadores ou recorria à ligação direta, com lançamentos longos. Dessa forma a equipe londrina obteve grandes sucessos em 1933, 1934 e 1935. Outro clube de relativo sucesso nesse período foi o “Sheffield Wednesday”, vitorioso no campeonato da liga, temporada 1929-30, e na Copa FA, edição de 1935. Além disso, de 1930 a 1936, classificou-se sempre entre os três primeiros no campeonato, com exceção de uma temporada. Na área internacional, a seleção inglesa perdeu seu primeiro jogo para um país de fora do arquipélago britânico, em 1929 (contra a Espanha, em Madrid). Além disso, recusou-se a participar das Copas do Mundo de 1930, 34 e 38. Logo após a interrupção causada pela Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, a Copa FA voltou a ser disputada, com seu início ainda em 1945 e término em 1946, sendo conquistada pelo “Derby County” que derrotou, na final, o “Charlton Athletic” por 4x1. O campeonato da liga voltou na temporada 1946-47, tendo o “Liverpool” como vencedor. Nos anos pós-guerra, o “Arsenal” conquistou mais dois títulos da liga e uma Copa FA, mas, após a vitória no campeonato de 1953,

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entrou em declínio, não ganhando mais nenhum troféu por cerca de 20 anos. Também o “Liverpool”, vencedor de um campeonato nessa época, sofreu uma queda ainda maior, sendo rebaixado para a 2ª divisão em 1954. Da mesma forma, o “Portsmouth”, tendo vencido a última “FA Cup” disputada antes da guerra, veio a ser bi-campeão da liga nas tem-poradas 1948-49 e 1949-50, mas foi rebaixado logo no início da década seguinte. O “Manchester United” ressurgiu como uma força do futebol inglês, sob o comando do novo gerente técnico Matt Busby, vencendo a “FA Cup” de 1948 e o campeonato de 1952, pela primeira vez em sua história. O seu time, chamado de “Busby Babes” (Bebês do Busby) por ser formado por jogadores muito jovens, oriundos de suas divisões de base, veio a ser uma das mais brilhantes equipes inglesas de todos os tempos, tendo, como destaques, Bobby Charlton, Albert Scanlon e Dun-can Edwards. Esse time, campeão da liga em 1956 e 1957, foi esfacela-do em 6 de fevereiro de 1958 pelo acidente aéreo ocorrido em Munique, que resultou na morte de oito jogadores, entre os quais Edwards, e no término da carreira de outros dois. Busby, que se salvou com sérias in-júrias físicas, conseguiu remontar uma equipe com os jogadores sobre-viventes, outros jovens formados no clube e novas contratações, vindo a ser recompensado, cinco anos depois, com a conquista de mais uma Copa FA. Outro time de sucesso, nessa época, foi o “Wolverhampton Wanderers”, também chamado de “Wolves” (Lôbos), que, embora tenha passado grande parte do período entre guerras (1919-1939) nas divisões inferiores, veio a conquistar, no pós-guerra, uma Copa da Inglaterra (1949), três supercopas inglesas (1949, 1954 e 1959) e três campeona-tos da primeira divisão (1954, 1958 e 1959), sob o comando técnico de Stan Cullis, tendo Billy Wright como capitão. O “West Bromwich Albion” e o “Aston Villa”, após longos períodos estéreis, conquistaram a Copa FA, em 1954 e 1957, respectivamente. Esses troféus representa-ram, para o primeiro, uma quebra de jejum de 23 anos, e para o seg-undo, de 37 anos. O primeiro clube inglês que venceu o campeonato da liga, ime-diatamente após subir para a primeira divisão, foi o “Tottenham Hot-spur”, em 1951. O “Chelsea” ganhou o seu primeiro e único título do

século XX, em 1955. Um dos jogos mais lembrados dessa era foi a final da “FA Cup” de 1953, que se tornou conhecida como a “Mathews Final” em hom-enagem ao extraordinário jogador Stanley Mathews, um dos maiores responsáveis pela vitória do seu time “Blackpool” sobre o “Bolton Wanderers” por 4x3. Essa partida é considerada até hoje a maior glória do “Blackpool”. StanleyMatthews nasceu em 1º de fevereiro de 1915, em Han-ley, cidade que fica no centro do triângulo formado pelos importantes pólos industriais que são Liverpool, Manchester e Birmingham. Em 1932, iniciou sua trajetória como futebolista no “Stoke City”, da cidade de mesmo nome. Dois anos depois, estreiou na seleção inglesa, que derrotou o País de Gales, por 4x0. Cogitada sua transferência para outro clube, em 1938, a saída do “Stoke” foi impedida por uma manifestação popular: “Stan must stay” diziam os cartazes e gritos. Em 1939, iniciada a Segunda Guerra Mundial, Stan foi servir na base da “RAF – Royal Air Force” em Blackpool. Finda a guerra, transferiu-se para o “Blackpool”, em 1947, já com 32 anos. Stanley Mathews tinha verdadeira obsessão pela saúde e condicionamento físico.Ponta-direita extremamente veloz, era dotado de grande habilidade para o drible. Pelo “English Team”, disputou 54 partidas oficiais, entre 1934 e 1957. Alguns desses jogos foram memoráveis, como a vitória sobre Portugal por 10x0. Em 1948, a Inglaterra goleou também a Itália por 4x0. Nesse jogo, diz a lenda, Mathews disparou com tanta veloci-dade em direção à linha de fundo, que teve tempo para parar e pentear o cabelo, antes que o seu marcador o alcançasse. Em 1956, já com 41 anos, em amistoso com a seleção brasileira, coube-lhe duelar contra outro mito do futebol, Nílton Santos. Levou a melhor, contribuindo para a vitória inglesa, por 4x2, em Wembley. Ganhou a primeira Bola de Ouro da revista France Football, eleito o melhor jogador da Europa, em 1956. Voltou a jogar palo “Soke City” em 1961. No ano seguinte, seu clube foi campeão da segunda divisão e Stan foi escolhido, novamente, como o melhor futebolista do ano, aos 46 anos. Stanley Mathews tornou-se Cavaleiro do Império Britânico, por relevantes serviços ao esporte. Em 6 de fevereiro de 1965, com 50 anos,

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jogou sua última partida como profissional. Disputou ainda uma partida beneficente, aos 66 anos, em Grangemouth, no ano de 1981. Morreu com 85 anos, no dia 23 de fevereiro de 2000, em Stoke-on-Tent. Seu cortejo fúnebre foi homenageado por cerca de 100.000 pessoas, nas ruas da cidade.Sua cidade natal, Hanley, ergueu uma estátua em sua homenagem. No plano internacional, entretanto, o futebol inglês passou a so-frer, por conta da ingenuidade de suas táticas, que não acompanharam a evolução do esporte em outras partes do mundo. A sua seleção na Copa do Mundo de 1950, disputada no Brasil, sofreu uma humilhante derrota para os Estados Unidos, que, na época, não tinham nenhuma tradição no futebol, por eles chamado de “soccer”. Em seguida, no ano de 1953, a Inglaterra foi destroçada pela Hungria, sendo derrotada por 6x3, em casa, e por 7x1 em Budapest. As primeiras disputas de copas entre clubes europeus acon-teceram nessa época. Inicialmente, a “Football Association” opôs-se à participação de times ingleses. Mesmo depois de superada essa resistên-cia, as equipes da Inglaterra não fizeram grande sucesso. Entre os grandes jogadores ingleses da década de 50, cum-pre mencionar os já citados Stanley Mathews e Billy Wright, além de outros veteranos como Tom Finney, Nat Lofthouse, Johnny Carey, Bert Williams e Stan Mortensen; e, ainda, os mais jovens, que atingiram o auge de suas carreiras nessa década: Duncan Edwards e Tommy Taylor (falecidos em 1958, na tragédia aérea de Munique), Bobby Charlton, Denis Law, Bobby Robson, Peter Sillett, Danny Blanchflower, Norman Deeley, Joe Mercer r Denis Compton. Os técnicos, então chamados de gerentes (“managers”), que se destacaram nessa época foram, além dos já citados Matt Busby e Stan Cullis: Ted Drake, Tom Whittaker e Stan Seymour. William Ambrose Wright, mais conhecido como Billy Wright, nasceu em Ironbridge, no dia 6 de fevereiro de 1924. Com dez anos, começou a praticar futebol no “Wolverhampton Wanderers”, ao qual foi fiel durante toda a sua carreira. Quatro anos depois, com a idade de quatorze, passou a integrar a equipe B do “Wolves”, e aos quinse anos, estreiou na equipe principal, vencendo o “Notts County” por 2x1, em partida não oficial, no ano de 1939. Com 17 anos, Wright assinou seu

primeiro contrato profissional, em 1941. A Segunda Guerra Mundial causou a interrupção do campeonato e dos torneios oficiais, mas Billy continuou a atuar em partidas regionais do “Wolverhampton”. Final-mente, após o término do conflito armado, ele estréiou em uma partida oficial, na temporada 1945/46, pela Copa da Inglaterra, que terminou com um empate de 2x2 entre o “Wolves” e o “Lovells Athletic”. Pouco depois, foi promovido ao posto de capitão da equipe. Seguiu-se uma fase áurea para o “Wolverhampton Wanderers” e seu capitão, com a conquista de uma Copa da Inglaterra (1949), três edições da Super-copa da Inglaterra (1949, 1954 e 1959), e três títulos do campeonato da primeira divisão (1954, 1958 e 1959). Em 1952, foi eleito o melhor jogador inglês. Além de sua grande habilidade e visão de jogo, o meio-campista Billy Wright era muito disciplinado, nunca recebendo ad-vertências dos árbitros ou sofrendo expulsão da partida. Sua estréia na seleção aconteceu em 19 de janeiro de 1946, em partida amistosa contra a Bélgica. Em 1948, passou a ser o capitão do “English Team”. Capita-neou a equipe em 90 partidas, durante 12 anos, inclusive nas Copas do Mundo de 1950, 1954 e 1958. Foi o primeiro jogador a completar 100 jogos pela sua seleção nacional. William Wright foi agraciado com a Osdem do Mérito do Império Britânico, no grau de Cavaleiro, e mere-ceu uma estátua. Sua última partida pela Inglaterra, com a qual chegou a 103 jogos, em 1959, foi contra os Estados Unidos, derrotados por 8x1. Após ter pendurado as chuteiras, ainda atuou como técnico por alguns anos, tendo treinado o “Arsenal”, da capital inglesa, entre 1962 e 1966. Faleceu em Londres, no dia 3 de setembro de 1994. A modernização do futebol inglês teve início na transição dos anos 50 para a década de 60. Em 1958, houve a fusão das terceiras divisões Norte e Sul em uma única “Division Three” nacional, dando origem, também, à quarta divisão. A introdução da “League Cup” aconteceu em 1960, tendo como primeiro vencedor o “Aston Villa”. O ganhador da nova copa nas disputas de 1961 e 1962, foi o “Tottenham Hotspur”, vitorioso ainda na final da Copa dos Campeões da UEFA de 1963, derrotando o “Atlético de Madrid” pelo convincente placar de 5x1, tornando-se assim o primeiro clube britânico a conquistar um troféu europeu e a força dominante no cenário futebolístico da Inglat-erra.

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Enquanto isso, o técnico Matt Busby conseguiu, no “Manches-ter United”, recriar o time dos “Busby Babes”, com destaque para o craque George Best. Por outro lado, antigos gigantes como a equipe dos “Wolves” principiaram uma fase decadente, culminando com o rebaixa-mento em 1965. Com a participação dos craques Bobby Moore, Geoff Hurst e Martin Peters, a equipe londrina do “West Ham United” venceu a “FA CUP” (Copa da Inglaterra) de 1964 e a Copa dos Campeões (Recopa) de 1965.A seleção nacional inglesa, sob o comando do técnico Alf Ramsey, mos-trou algum progresso, chegando às quartas de final da Copa do Mundo de 1962, no Chile. Em 1966 a Copa do Mundo realizou-se na Inglaterra, que foi a campeã, vencendo a Alemanha na final, pelo controvertido placar de 4x2 ao término da prorrogação de 30 minutos, pois houve um empate, ao fim do tempo normal. O motivo principal da controvér-sia foi que, em um dos três gols atribuídos a Geoff Hurst, a bola não chegou a entrar, havendo um erro clamoroso do juiz que o validou. Um dos jogadores ingleses que se sagraram campeões foi o grande craque Bobby Charlton, sobrevivente do desastre aéreo que dizimou o time do “Manchester United”. Outro grande jogador da equipe vitoriosa foi o seu capitão Bobby Moore.A campanha do “English Team” foi a seguinte: Uruguai (0x0), México (2x0), França (2x0), Argentina (1x0), Portugal (2x1) e Alemanha Oci-dental (4x2). Orientados por Alf Ramsey, atuaram os seguntes joga-dores: Gordon Banks, George Cohen, Ramon Wilson, Norbert Stiles, John Charlton, Bobby Moore (capitão), Bobby Charlton e Roger Hunt, nas seis partidas; Martin Peters, em cinco jogos; Alan Ball, em quatro; Geoffrey Hurst e James Greaves, em três; John Connelly, Terence Paine e Ian Callaghan, em uma partida, cada.Robert Charlton, mais conhecido como Bobby Charlton, nasceu em Ashington, no dia 11 de outubro de 1937. Seu início no futebol deu-se nas categorias de base do “Manchester United”, e sua promoção para a equipe prncipal aconteceu em 1954. Marcou dois gols em seu jogo de estréia. Fez parte da geração carinhosamente chamada de “Busby Babes”, composta por jovens talentos revelados pelo técnico do time, o escocês Matt Busby. Nas temporadas seguintes (1955/56 e 1956/57), o “Manchester United” foi bicampeão inglês e fez boa campanha na Copa

dos Campeões da UEFA, perdendo na semifinal, para a força dominante do fuebol europeu, na época, o “Real Madrid” de Alfredo di Stéfano. Em 1958, a equipe de Bobby Charlton, após vencer o Estrela Vermelha, da Iugoslávia, em seu estádio de Old Trafford, foi a Belgrado disputar a segunda partida. Com o empate de 3x3, o “United” garantiu a vaga na semifinal da Copa dos Campeões. No retorno, em fevereiro, o avião fretado pelo clube fez escala em Munique. Na decolagem do aeroporto da cidade da Bavária, sobreveio o trágico acidente que vitimou oito jogadores da equipe. Entre os feridos que sobrviveram estavam Charl-ton e o técnico Busby. Três meses depois, Bobby já estava atuando na final da “FA Cup”, perdida para o “Bolton Wanderers”. No mês seguinte foi convocado para a seleção, visando à disputa da Copa do Mundo de 1958, na Suécia.A estréia de Charlton na seleção da Inglaterra foi feita em 1958, na vitória por 4x0 sobre a Escócia, no Campeonato Britânico de Nações. No seu segundo jogo, um amistoso com Portugal,em Wembley, ele marcou os dois gols da vitória por 2x1. Ainda em 1958, ficou na reserva durante o campeonato mundial. Na Copa do Mundo seguinte, realizada no Chile em 1962, já titular, marcou o seu 25º gol como artilheiro do “English Team”, na vitória de 3x1 sobre a Argentina. Bobby Charlton, um atacante cerebral, com notável visão de jogo, participou ativamente da recuperação do “Manchester United”, du-rante os anos seguintes à tragédia de Munique. O primeiro fruto obtido foi a conquista da “FA Cup” em 1963. Seguiram-se dois títulos de campeão da liga inglesa entre 1965 e 1967. Àquela altura, o clube já contava com dois outros craques excepcionais: o escocês Dennis Law e o norte-irlandês George Best. Esses dois jogadores, juntamente com ele, formaram a chamada “Trindade do United (Best, Law e Charl-ton)”, celebrizada até em estátua. Na Copa dos Campeões de 1966, o time comandado por Busby ultrapassou o “Benfica”, de Portugal, que tinha em suas fileiras o célebre jogador fora-de-série Eusébio, com uma retumbante vitória por 5x1. Mas, foi derrotado na semifinal pelo “Parti-zan” da Iugoslávia.Pela seleção, Charlton que, além de habilidoso e exímio driblador, era um “gentleman” da esportividade e “fair play”, liderou s campanha que levou os ingleses à vitória na Copa do Mundo de 1966, da qual foram

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os anfitriões. A exemplo do que fizera, em 1958, num amistoso, marcou os dois gols da vitória inglesa por 2x1, na semifinal do campeonato mundial, contra o excelente time português, que contou com o pro-digioso atacante Eusébio, que viria a ser o artilheiro da competição com nove gols. Embora tenha marcado só três tentos no certame, e nenhum na final contra a Alemanha, quando foi marcado pelo também craque fora-de-série Franz Beckenbauer, Bobby Charlton sagrou-se Campeão Mundial, ao vencer a decisão por 4x2. Ao final de 1966, Charlton recebeu a Bola de Ouro da France Football, como o melhor jogador do continente europeu. Em 1968, após a de-cepção de perder o título do campeonato inglês, por dois pontos, para o rival “Manchester City”, os “Red Devils” conquistaram a Copa dos Campeões da Europa, obtendo a vitória sobre o “Benfica” na prorro-gação por 4x1, depois de um empate em 1x1 no tempo normal. Bobby fez dois gols: um, no decorrer do jogo de 90 minutos; e o outro, durante o tempo extra. Disputou, ainda, a Copa do Mundo de 1970, na qual a Inglaterra foi eliminada peã Alemanha Ocidental, quando perdeu por 3x2. Foi essa a sua última partida pelo “English Team”, do qual ainda é o maior goleador com 49 gols marcados.Em 1973, deixou o “Manchester United”, após 758 jogos e 249 gols anotados (recorde até hoje). Atuou, simultâneamente, como técnico e jogador do “Preston North End”, da 2ª divisão, na temporada 1973/74. Em melancólica campanha, o clube terminou em penúltimo lugar e foi rebaixado para a 3ª divisão.A Rainha Elizabeth II conferiu-lhe o título de “Sir”, em 1974. No ano seguinte, Robert Charlton encerrou sua carreira de jogador no modesto “Waterford United”. Em 1976, foi, por um curto período, técnico do “Wigan Athletic”. Os clubes de maior sucesso, entre 1963 e 1971, época considerada de ouro para o futebol inglês, foram: “Manchester United”, “Leeds”, “Manchester City”, “Liverpool” (que foi promovido em 1962 e campeão em 1964 e 1966) e “Everton”. Entre os jogadores, destacaram-se: Bobby Moore, Bobby Charl-ton, Geoff Hurst, George Best, Gordon Banks (goleiro que defendeu sensacionalmente uma cabeçada do Pelé, à queima-roupa), Jimmy Greaves, Denis Law, Francis Lee, Roger Hunt e Jeff Astle. Também

estiveram nas manchetes esportivas, antigos ídolos, próximos do encer-ramento de suas carreiras, como: Bert Trautmann, Danny Blanchflower, Dennis Violet, Harry Greg, Jimmy Adamson, Noel Cantwell, Norman Deeley, Peter McParland, Syd Owen e o cinqüentão Stanley Mathews (talvez o único jogador de renome que tenha atuado profissionalmente até essa idade, em todo o mundo). Gordon Banks nasceu em Sheffield, no dia 30 de dezembro de1937. Atuou nos clubes ingleses “Chesterfield”, “Leicester” e “Stoke City”, vencendo a Copa da Inglaterra em duas oportunidades. Consid-erado um dos melhores goleiros do futebol mundial, guarneceu a meta do “English Team” em 73 jogos, entre 1963 e 1972. Foi um dos esteios da seleção inglesa na conquista da Copa do Mundo de 1966. Propor-cionou a todos nós, amantes do bom futebol, um momento inesquecível, no campeonato mundial de 1970, ao defender, de forma sensacional, uma forte cabeçada de Pelé, à queima-roupa. Teve uma perda parcial da visão, decorrente de um acidente automobilístico, em 1972. Ainda as-sim, jogou no “Fort Lauderdale Strikers”, dos Estados Unidos, antes de encerrar sua carreira. Robert Frederick Chelsea Moore, ou, mais simplesmente, Bobby Moore, nasceu em 12 de abril de 1941, na cidade de Londres. Zagueiro habilidoso, destro, com 1,81m de altura e 80kg de peso, só jogou por clubes de pequeno porte, apesar de sua incontestável categoria. De-senvolveu praticamente toda a sua carreira no “West Ham United”, a partir de 1958. Com esse modesto clube londrino, conquistou a Copa da Inglaterra de 1964 e a Recopa, em1965. Transferiu-se para o “Fulham”, também de Londres, em 1974. Foi para os Estados Unidos em 1977, jogando pelo “S.A. Thunder” e encerrou a carreira no “S. Sounders”, na temporada seguinte.Foi na seleção inglesa, porém, que sua classe invejável mais se sobres-saiu. Atuou soberano na defesa do “English Team”, por onze anos, em 108 jogos, entre 1962 e 1973. Participou de três Copas do Mundo: 1962, 1966 e 1970. Suas atuações seguras foram fundamentais na con-quista do campeonato mundial de 1966, quando teve a honra de levantar a taça no Estádio de Wembley, como capitão da Seleção Inglesa. Em sua homenagem, foi erguida uma estátua no novo Wembley. Participou, em 1981, da filmagem de “Victory” (Fuga para a Vitória), junto com

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outros ídolos do esporte. Faleceu em 24 de fevereiro de 1993, vítima de câncer. Em 2004, na comemoração do jubileu da UEFA, Bobby Moore foi escolhido como o melhor jogador da Inglaterra durante os 50 anos da entidade. A lista dos técnicos ingleses de sucesso, nessa época áurea (1963 a 1971), inclui: Bill Nicholson, Bill Shankly, Don Revie, Harry Catter-ick, Joe Mercer, Matt Busby e Ron Greenwood. A década dos anos 70 foi decepcionante no que se refere ao selecionado da Inglaterra que não logrou classificar-se para as Copas do Mundo de 74 e 78. No entanto, os clubes ingleses dominaram o cenário futebolístico europeu, vencendo oito das copas anuais. O “Arsenal”, após dez anos desanimadores, quando perdeu inclusive a final da “League Cup” de 1969 para um clube da terceira di-visão (“Swindon Town”), finalmente conquistou, conduzido por Bertie Mee, a “Fairs Cup” de 1970 e, logo em seguida, os títulos da liga e da copa em 1971. Seu troféu seguinte veio só em 1979, já sob o comando de Terry Neill. Outro clube londrino, o “Chelsea” também teve sucesso no início dos anos 70, vencendo a “FA Cup” de 1970 e a “Winners Cup”, em 1971. Finalmente, o também de Londres “Tottenham” con-quistou a “UEFA Cup” e a “League Cup”, em 1971 e 1973, respecti-vamnte. Entretanto, no período 1972-1985, o time inglês predominante não foi de Londres e, sim, da região noroeste, o “Liverpool”, que gan-hou os campeonatos da liga em 1973, 1976, 1979, 1980, 1982, 1983 e 1984. Foi vencedor, também, de três copas européias, três “FA Cups” e quatro “League Cups”. O seu comando técnico, durante esses anos vi-toriosos, esteve a cargo, inicialmente, de Bill Shankly e, depois, de Bob Paisley, que se aposentou em 1983, sendo substituído por Joe Fagan. Jogadores como Emlyn Hughes e Alan Hansen foram responsáveis pela solidez da equipe, que tinha também o artilheiro matador Kevin Keegan, até 1977, quando foi vendido para o “HSV Hamburg”, sendo substituído por Kevin Dalglish. O meio de campo foi reforçado com a chegada de Graeme Souness e com a nova safra do início dos anos 80, incluindo o atacante matador Ian Rush, o talentoso meiocampista Craig Johnson e o habilidoso defensor Steve Nicol. Outros clubes que fizeram sucesso nessa época foram: “Derby

County”, “Nottingham Forest”, “Everton” e “Aston Villa”. O “Derby”, liderado por Brian Clough e, posteriormente, por Dave Mackay, foi o único time, além do “Liverpool”, a vencer o campeonato da liga por mais de uma vez nos anos 70. No entanto, entrou em rápida decadência ao final da década. O “Forest”, então um esforçado clube da 2ª Divisão, também conduzido por Brian Clough ascendeu à 1ª Divisão em 1977 e, um ano depois, ganhou o título da liga e, em seqüência, dois triunfos sucessivos na “European Cup”, e, ainda, duas “League Cups”. O “Ever-ton” iniciou a década de 70 muito bem cotado, em face da conquista do campeonato em 1970, mas não esteve mais presente nas principais disputas decisivas até 1985 quando venceu a “FA Cup”, sob o comando de Howard Kendall. O “Aston Villa”, que havia descido até a 3ª Di-visão em 1970, conseguiu retornar ao topo em 1975 e, no mesmo ano, conquistar a “League Cup” e, de novo, em 1977. Além disso, venceu o campeonato de 1981 e, no ano seguinte, ao derrotar o “Bayern” de Mu-nique por 1x0 em Rotterdam, sagrou-se campeão da “European Cup”. Também o “Leeds” iniciou esse período com sucesso, vencendo a “FA Cup” em 1972 e o campeonato da liga na temporada 1973-74. Porém quando o técnico Don Revie, em 1974, deixou o clube para as-sumir a seleção, acabaram-se as vitórias e o “Leeds” terminou rebaix-ado em 1982. O clube londrino “West Ham United’, vencedor da copa de 1975, voltou a conquistá-la em 1980, batendo, na final, o também de Londres “Arsenal”, que fora o ganhador no ano anterior, ao vencer o “Manchester United” por 3x2. Este último, rebaixado em 1974, retornou à primeira divisão logo na temporada seguinte e chegou à final da copa em três oportunidades: 1976, 77 e 79, tendo sido vitorioso em 1977. “ O “Manchester United” venceu, ainda outra vez, a “FA Cup” em 1983. Por outro lado, seu vizinho “Manchester City” chegou à final da copa em 1981, mas entrou em declínio rapidamente, sendo rebaixado em1983. Entrementes, o “Chelsea”, após vencer a “FA Cup” em 1970 e a copa dos campeões europeus em 1971, entrou em uma fase de turbulências, em decorrência de problemas financeiros, agravados pela perda de joga-dores importantes, fazendo com que o clube oscilasse entre a primeira e a segunda divisões durante esse período. Em 1983, escapou por pouco do rebaixamento para a terceira divisão, mas conseguiu retornar à elite no ano seguinte. O “Wolves”, um dos melhores times dos anos 1950

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e ainda uma força respeitável em 1980, quando conquistou a “League Cup”, sofreu um declínio fantástico entre 1984 e 1986, com três re-baixamentos sucessivos que o levaram para a quarta divisão. Da mesma forma, o pequeno “Bristol City”, após apenas quatro anos na primeira divisão, foi sucessivamente rebaixado entre 1980 e 1982, chegando à quarta divisão. Também o “Huddersfield Town” saiu da primeira divisão em 1971 e chegou à quarta em 1975. O “Portsmouth”, bi-campeão da liga em 1949 e 1950, caiu para a quarta divisão em 1978, mas começou o caminho de volta em 1980. O “Derby County” (campeão da liga em 1972 e 1975) desceu para a segunda divisão em 1980 e para a terceira em 1984. Essa época (1972 – 1985) foi marcada, ainda por surpreendentes vitórias de pequenos clubes (inclusive alguns das divisões inferiores) vencendo rivais da elite nas finais da “FA Cup”. Assim, o “Sunderland” derrotou o “Leeds United” em 1973; o “Southampon” bateu o “Man-chester United” em 1976; e o “Arsenal” perdeu para o “West Ham United” (1980). O “Ipswich Town”, com Bobby Robson no comando, foi mais um pequeno clube que obteve sucesso, vencendo a “FA Cup” em 1978 e a Copa da UEFA em 1981. Além disso, foi vice-campeão da liga em 1981 e 1982. Os jogadores de maior prestígio na década de 70 e início dos anos 80 foram: Alan Hansen, Bryan Robson, Glenn Hoddle, Graeme Souness, John Wark, Kenny Dalglish, Kevin Keegan, Liam Brady, Peter Shilton e Steve Perryman. Peter Leslie Shilton nasceu no dia 18 de setembro de 1949, em Leicester. Começou a praticar futebol em sua cidade natal, no ano de 1963, nos times de base do “Leicester City”. Sua carreira na equipe profissional teve início em 1966, quando ele era ainda muito jovem. Em 1968, foi convocado para a seleção nacional, na categoria sub-23, tendo disputado treze jogos, até 1972. Entretanto, desde 1970, já integrava também o “England squad” principal. Durante os vinte anos seguintes (1970-1990), esse goleiro, com 1,90m de altura e grande categoria, foi um baluarte na defesa inglesa. É, até hoje, com 125 partidas, o record-iste em número de participações na seleção. Shilton permaneceu no “Leicester” até 1974, quando se trans-

feriu para o “Stoke City”. Decorridos mais três anos, nova mudança, e Peter passou a defender a meta do Nottingham Forest, em uma fase brilhante para o clube, que conduzido pelo técnico Brian Clough foi promovido, em 1977, da segunda divisão para a elite do futebol inglês. Logo em seqüência, conquistou o título da liga, duas “European Cups” e duas “League Cups”. Seu vínculo com o “Forest” perdurou até 1982, quando assinou contrato com o “Southampton”. A permanência de Peter Shilton no clube do sul durou até 1987. Durante esse período, partic-ipou das Copas do Mundo de 1982 e 1986. Entre 1987 e 1992, atuou pelo “Derby County”. Jogou pelo “Plymouth Argyle”, de 1992 a 1995, acumulando as funções de arqueiro e treinador. Em 1995, foi contratado pelo “Bolton Wanderers”. Como não teve êxito, saiu no mesmo ano, indo para o “Coventry City”. No ano seguinte, 1976, foi para o “West Ham United”, onde não chegou a disputar nenhuma partida, e mudou novamente de clube. No “Leyton Orient”, jogou nove partidas da tem-porada 1996/97, e finalmente se aposentou, aos 47 anos de idade. Peter Shilton teve uma participação fundamental na Copa do Mundo de 1990, sua terceira e última, quando foi peça-chave na boa campanha inglesa (a segunda melhor, inferior apenas à de 1966)., ape-sar dos aeus quarenta anos, na ocasião. Entretanto, ele é mais lembrado por ter sido vítima, durante o jogo Inglaterra e Argentina, no mundial de 1986, do famoso gol de Maradona, feito com a mão, e denominado, pelo autor da irregularidade, como “la mano de Dios”. A lista dos grandes craques, que encerraram suas brilhantes car-reiras nessa época, inclui: Alex Stepney, Billy Bremner, Bobby Charl-ton, Bobby Moore, Denis Law, Emlyn Hughes, George Best, Gordon Banks, Jack Charlton e Jimmy Greaves. Os técnicos de maior sucesso foram: Bill Shankly, Bob Paisley, Bobby Robson, Brian Clough, Don Revie, John Lyall, Keith Burkin-shaw, Ron Atkinson e Ron Saunders. Durante os anos 70 e 80, o futebol inglês passou a sofrer dos malefícios causados pelos “hooligans” (baderneiros). O ápice do prob-lema ocorreu em 1985, na final da “European Cup” entre o “Liverpool” e o “Juventus” de Turim, no “Heysel Stadium”. Trinta e nove torcedores do clube italiano foram mortos em decorrência dos conflitos provocados pelos baderneiros ingleses em um estádio antigo, sem boas condições de

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segurança e um policiamento deficiente. Em conseqüência desse triste episódio, os times ingleses foram banidos das competições européias por cinco anos e o “Liverpool” por seis. Outra tragédia foi a de Hillsborough, em 15 de abril de 1989, onde ocorreram 94 mortes e mais de 300 feridos, dos quais mais dois vieram a falecer. Esse desastre, envolvendo também o “Liverpool”, não foi causado diretamente pelos “hooligans”, mas proveniente da pre-cariedade das instalações de um estádio antigo, com cercas colocadas por causa do “hooliganism”, e um policiamento falho. O inquérito realizado, cujas conclusões constam do relatório de-nominado “Taylor Report”, apontou como causa principal o fracasso do controle policial. O resultado benéfico da investigação foi a conversão realizada em muitos estádios para terem apenas lugares sentados. Os esforços feitos para retirar os “hooligans” dos campos de futebol e as melhorias efetuadas nos estádios mais importantes, fizeram com que o número de torcedores presentes nos jogos voltasse a au-mentar na década de noventa, após o longo declínio iniciado nos anos setenta. Logicamente houve também fatores externos importantes, como o fortalecimento da economia inglesa e a diminuição do desemprego, que contribuíram para isso. Entre 1986 e 1991, começou a findar a era de domínio do “Liverpool”. Nesse período, ocorreu a espetacular ascensão do “Wim-bledon” que subiu da 4ª Divisão para a Primeira em apenas quatro temporadas, e conquistou a “FA Cup” de 1988, derrotando, na final, o “Liverpool” por 1x0. O “Swansea City” que também havia subido da Quarta para a Primeira Divisão, entre 1977 e 1981, iniciou o caminho inverso em 1982 e voltou à 4ª Divisão em 1986. Outros clubes pequenos fizeram sucesso, nesse período. O “Charlton Athletic” foi promovido à 1ª Divisão em 1986, após cerca de 30 anos no ostracismo, e, desafiando os incrédulos, permaneceu na elite até 1990, quando foi rebaixado. O “Norwich City” desceu para a 2ª Di-visão em 1985, mas sua queda foi atenuada pela conquista da “League Cup”. Voltou para o topo no ano seguinte e chegou às semi-finais da “FA Cup”, em 1989 e 1992. O “Oxford United”, filiado à liga somente em 1962, alcançou a Primeira Divisão em 1985 e levantou a “League Cup” no ano seguinte. O “Luton Town” conquistou a copa da liga em

1988. Com o declínio do “Liverpool”, o “Arsenal”, sob o comando de George Graham, voltou a ser o maior ganhador de troféus, tendo ven-cido a “League Cup” de 1987 e os campeonatos em 1989 e 1991. Foi, ainda, vencedor da “Cup Double” em 1993, e da “Cup Winners’ Cup” em 1994. Na Copa do Mundo de 1986, a seleção inglesa teve boa partici-pação, mas perdeu para a Argentina, de forma controversa. Em 1990, ficou em quarto lugar, após perder, na decisão por pênaltis, uma semifi-nal para a Alemanha. Nesse período, de 1986 a 1991, surgiram muitos novos joga-dores de valor: David Platt, Lee Sharpe, Matt Le Tissier, Paul Gas-coigne, Paul Merson e Ryan Giggs. Entre os veteranos em plena ativi-dade de alto nível, podemos citar: Bryan Robson, Gary Lineker, Ian Rush, Neville Southall, Peter Beardsley, Ray Wilkins e Steve Bruce. Entre os craques que penduraram as chuteiras, mencionamos: Alan Hansen, Andy Gray, Billy Bonds, Craig Johnston, Gary Bailey, Norman Whiteside e Ray Clemence. A relação de técnicos que obtiveram êxitos inclui: Alex Ferguson, Bobby Gould, Dave Bassett, George Graham, Howard Kendall, Howard Wilkinson, Jim Smith, John Lyall, Kenny Dalglish e Maurice Evans. Gary Winston Lineker nasceu no dia 30 de janeiro de 1960, em Leicester. Começou a praticar o futebol na cidade de seu nascimento, em 1976, no “Leicester City”. Em 1979, assinou o seu primeiro con-trato profissional, com o mesmo clube, então integrante da 2ª divisão. Com Lineker, que, aos poucos, foi assumindo o papel de líder do time, o “Leicester” obteve sua promoção para a elite. Na temporada 1983/84, Gary foi o artilheiro do campeonato inglês, com 24 gols. Sua primeira convocação para a seleção inglesa data de 1984. Seu sucesso atraiu o interesse de um clube maior, o “Everton”, justamente o campeão da temporada, que o contratou em 1985. No mesmo ano, pelo clube azul de Liverpool, Gary Lineker conquistou a Supercopa da Inglaterra. Foi também o artilheiro da temporada 1985/86, com 30 gols marcados. Convocado para o “English Team” que disputou a Copa do Mundo de 1986, no México, suas boas atuações fizeram-no o maior goleador da competição e ser contratado pelo “Barcelona”, da Espanha.

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Esse habilidoso atacante de 1,77m de altura, com excelente faro de gol, destacou-se também pelo “fair-play”, jamais sendo advertido e, muito menos, expulso de um jogo, durante toda a sua trajetória nos clubes e na seleção. Foi no “Barça” que ele ganhou dois títulos ex-pressivos (entre os poucos de sua coleção): a Copa do Rei, em 1988; e a Recopa Européia, em 1989. Com a seleção, Lineker participou da Eurocopa 1988. Após a conquista da Recopa, ele deixou os “blaugra-nas” de “Camp Nou” e retornou para a Inglaterra, passando a defender o “Tottenham Hotspur”, de Londres. No ataque dos “spurs”, foi, nova-mente, o artilheiro do campeonato inglês, com 24 tentos, na temporada 1989/90. Voltou a disputar a Copa do Mundo de 1990, na qual a Ingla-terra chegou à semifinal, marcando gols importantes e formando boa dupla de atacantes com seu companheiro do “Tottenham”, Gascoigne. Na temporada 1990/91, o clube londrino venceu a Copa da Inglaterra, que se tornou o mais importante troféu britânico de Lineker. No fim da temporada seguinte (1991/92), deixou “White Hart Lane” e também se despediu do “English Team”, depois da Eurocopa 1992. Foi jogar no “Nagoya” do Japão, onde ficou dois anos até pendurar as chuteiras, em 1994. O seu prestígio fez com que fosse usada sua imagem e seu nome no jogo eletrônico “Gary Lineker’s Superstar Soccer”, lançado em 1987. Após sua aposentadoria, tornou-se comentarista esportivo da BBC. Empenhou-se, em 2002, para salvar da falência seu time do coração e sua primeira equipe, o “Leicester City”, que precisava de 7,8 milhões de dólares. O consórcio liderado por Lineker obteve sucesso, angariando recursos das empresas e moradores da cidade, e negociando com os credores em janeiro de 2003. Paul John Gascoigne é natural de Duston. Nascido em 27 de maio de1967, começou a jogar bola, aos treze anos, no “Newcastle United”, em 1980. Sua carreira prfissional teve início no mesmo clube, em 1985. Permaneceu no “Newscatle” até 1988, quando se transferiu para o “Totenham Hotspur”. Em 1992, deixou a Inglaterra para jogar pela “Lazio”, da Itália. Retornou à Grã-Bretanha, em 1995, passando a defender, até 1998, o “Rangers”. De volta à Inglaterra, passou a jogar pelo “Middlesbrough”, até o ano 2000. Na mudança do século, trocou de clube, indo para o “Everton”. Em 2002, transferiu-se para o “Burn-

ley”, onde fez apenas quatro jogos. Após a Copa do Mundo de 2002, foi jogar na China, no modesto “Gansu Tianma”. Voltou para a Inglaterra, em 2004, para atuar no “Boston United”, onde pendurou as chuteiras. Pela seleção inglesa, esse atacante, de 1,77m de altura, com 73kg de peso e dotado de boas qualidades técnicas, além de grande sen-so de oportunismo, disputou 57 partidas, entre 1988 e 1998. Sua única Copa do Mundo foi a de 1990, pois a Inglaterra não se classificou para disputar a de 1994, e Gascoigne foi barrado pelo técnico Glenn Hoddle, no campeonato mundial de 1998. Em 1990, na Itália, protagonizou um episódio inusitado e comovente. Na semifinal contra a Alemanha Oci-dental, recebeu o seu segundo cartão amarelo do torneio, significando que não poderia jogar a partida seguinte, que seria a final, na eventuali-dade de vitória britânica. Ciente disso, começou a chorar, compulsiva-mente, em pleno gramado, tão grande era a sua vontade de colaborar, de forma efetiva, para mais uma conquista do “English Team”. O ano de 1992 deu início a um nova era no futebol inglês, com a formação da “Premier League”. Os vinte e dois clubes de mais alto nível formaram-na, visando a aumentar seus ganhos por meio da venda direta, independentemente da “Football League”, dos direitos de transmissão dos jogos pela TV. A “Premier” tornou-se a elite, passando a “Division One” (posteriormente rebatizada para “Football League Championship”) para o segundo nível. O “Manchester United” foi o primeiro ganhador do campeonato da “Premier League” e, sob o comando de Alex Ferguson, passou a dominar o cenário do futebol inglês, obtendo cinco títulos e levantando uma “League Cup” e uma “Cup Winners’ Cup”. Em 1999, uma façanha inédita do “Manchester United” foi a tríplice vitória em uma só tempo-rada: “FA Cup”, “League” e “Champion League”. A realçar, também, o trabalho efetuado na formação de jovens talentos que permitiu o lança-mento simultâneo de vários craques, entre os quais: David Beckham, os irmãos Gary e Philip Neville, e Paul Scholes. David Robert Joseph Beckham, natural de Leytonstone, nasceu em 2 de maio de 1975. David Beckham começou a brincar com a bola de futebol, ainda criança, no “Brimsdown Rovers”. Aos doze anos, em 1987, foi jogar na equipe infantil do “Totenham Hotspur”. Em 1991, aos dezesseis, passou a atuar no time juvenil do “Manchester United”. Sua

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carreira profissional teve início, em 1993, no mesmo “United”. Já no ano seguinte, foi convocado para a seleção nacional sub-21, disputando nove partidas, entre 1994 e 1996. Foi emprestado, em 1995, ao “Preston North End”. De volta a “Old Trafford”, participou de uma fase extrema-mente profícua em títulos para os “Red Devils’, a partir de 1996. Com magníficas atuações, Becks contribuiu decisivamente para as conquistas de seis campeonatos da “Premier League” (1995/96, 1996/97, 1998/99, 1999/2000, 2000/01 e 2002/03); da “UEFA Champions League” de 1998/99; e da Copa Intercontinental (Europa/América do Sul) de 1999, derrotando o “Palmeiras”; além de outros títulos. Sua primeira participação na seleção principal da Inglaterra ocorreu em 1996. De lá até agora, foram 115 partidas disputadas, o que lhe confere a segunda colocação entre os jogadores que mais atuaram pelo “English Team”, superado apenas pelo goleiro, já aposentado, Pe-ter Shilton.David Beckham tem 1,83m de altura, pesa 73kg, e é considerado um dos maiores meio-campistas do futebol mundial, defendendo com eficiência e atacando com desenvoltura. Exímio cobrador de faltas, dest-aca-se, também, pelas exelentes assistências presenteadas aos compan-heiros. Seu ano de ouro, com o “United”, foi o de 1999, quando ganhou quatro títulos: Campeão Inglês, Copa da Inglaterra, Liga dos Campeões da UEFA e Mundial Interclubes. No final desse ano, foi escolhido, pela UEFA, como o melhor jogador europeu.Em 2002, num jogo contra o “Deportivo La Coruña”, pela Liga dos Campeões da UEFA, sofreu uma fratura no pé direito. Ameaçado de não poder disputar a Copa do Mundo de 2002, conseguiu se recuperar a tempo. Ficou de fora, entretanto, do campeonato mundial de 2010, disputado na África do Sul, devido à ruptura de um dos seus tendões de Aquiles. Assim, Beckham participou, até hoje, de três Copas do Mundo: 1998, na França; 2002, na Ásia (Japão e Coréia do Sul); e 2006, na Alemanha. Em 2003, agraciado com a Ordem do Império Britânico, Becks deixou o “Manchester United”, transferindo-se para o “Real Madrid”, onde integrou o famoso time dos “galáticos”, ao lado de outros astros do futebol, como Ronaldo, Zidane, Roberto Carlos e Figo. Transferiu-se para o “Los Angeles Galaxy”. dos Estados Unidos, em 2007. Foi

cedido, por empréstimo, ao “Milan”, da Itália, estreiando em janeiro de 2009. Nesse mesmo ano, retornou ao “LA Galsxy”, que chegou à final da “Major League Socccr” norte-americana, perdendo-a para o “Salt Lake”, na disputa por pênaltis. No início de 2010, voltou ao “Milan”, em novo empréstimo. Sofreu, então, a lesão no calcanhar que o impe-diu de jogar na Copa do Mundo de 2010. Neste mesmo ano de 2010, já recuperado e, outra vez no “Galaxy”, conquistou seu primeiro título estadunidense. Apesar de sua fama e riqueza, proporcionadas pelo futebol, David Beckham prima pela disciplina e profissionalismo. Outrossim, possui boa estrutura emocional, o que lhe permite administrar bem os percalços ocasionados pela intensa exposição à mídia e pelos excessos dos “paparazzi”. Os principais rivais do “Manchester United” nos primeiros anos da “Premier League” foram o “Blackburn Rovers” e o “Newcastle United”. Em 1995, o número de participantes da “Premier League” di-minuiu de 22 para 20 clubes. O “Arsenal”, embora tenha tido um desempenho discreto nos primeiros campeonatos da ‘Premier”, destacou-se na disputa das copas, tendo, por duas vezes, vencido as duas copas domésticas, na mesma temporada. O futebol inglês tornou-se ainda mais popular e mais rico nos últimos anos do século XX, com o dispêndio de dezenas de milhões de libras nas contratações e salários dos jogadores, chegando a superar a quantia de cem mil libras por semana para os mais renomados. A seleção da Inglaterra teve altos e baixos no período. Não lo-grou classificar-se para a Copa do Mundo de 1994. Na Euro 96, chegou a uma semi-final contra a Alemanha, perdendo nos pênaltis. Em 1998, na Copa do Mundo, logrou classificar-se na fase de grupos, sendo elimi-nada na fase seguinte pela Argentina, na disputa de pênaltis. Entre os jovens talentos que surgiram nessa época, menciona-mos: Chris Sutton, David Beckham, Gary Neville, Michael Owen, Rio Ferdinand, Robbie Fowler, Ryan Giggs e Sol Campbell. Houve também a contratação pelos clubes ingleses de grandes jogadores estrangeiros, entre os quais: Dennis Bergkamp, Eric Cantona, Gianfranco Zola, Jur-

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gen Klinsmann, Patrick Vieira e Peter Schmeichel. A relação de vetera-nos que continuavam a brilhar no futebol inglês, inclui: Alan Shearer, Colin Hendry, David Seaman, Gary Pallister, Mark Hughes, Paul Ince e Tony Adams. A lista de astros que encerraram suas carreiras entre 1992 e 2002 é composta por: Bryan Robson, Gordon Strachan, Ian Rush, John Barnes, Peter Beardsley, Peter Shilton e Steve Bruce. Rio Gavin Ferdinand nasceu em Peckham, no dia 7 de novem-bro de 1978. Começou a brincar de jogar futebol, aos nove anos, no “Millwall”. Com 14 anos, em 1993, integrou o time infantil do “Queens Park Rangers” e, um ano depois, o juvenil do “West Ham United”. Nesse clube, iniciou sua carreira profissional, com 16 anos de idade, em 1995. Zagueiro alto (1,91m) e habilidoso, foi convocado para a se-leção sub-21, em 1997. No mesmo ano, foi chamado, pela primeira vez, também para o “English Team” principal. Snoop (seu apelido) realizou 5 jogos pela equipe nacional de jovens, entre 1997 e 2000; e, até o mo-mento, 75 partidas nn time da Inglaterra, do qual se tornou o capitão. Foi atleta do “West Ham” de 1995 até 2000, tendo jogado no “Bournemouth”,em 1996, por empréstim. Participou, em 1998, da Copa do Mundo, na França, onde a Inglaterra foi eliminada nas oitavas-de-final. Em novembro de 2000, Rio Ferdinand transferiu-se para o “Leeds United”. Sua mudança seguinte, para o “Manchestr United”, aconteceu em 2002, após a Copa do Mundo, realizada no Japão e Coréia do Sul, na qual a seleção inglesa chegou às quartas-de-final, e Ferdinand foi um dos seus melhores valores. Com os “Red Devils”, conquistou seu primeiro campeonato da “Premier League”, logo na temporada 2002/03. Venceu, em seguida, a Supercopa da Inglaterra de 2003. Em setem-bro de 2003, não compareceu a um exame antidoping. Embora tenha tentado se justificar, por estar se mudando de residência, a federação o suspendeu por oito meses. Em conseqüência, não jogou pela seleção s Euro 2004, disputada em Portugal. Pelo clube, foi vencedor da Copa da Inglaterra, ainda em 2004. Foi convocado, em maio de 2006, para defender o “English Team”, na Copa do Mundo da Alemanha, efetivada nos meses de junho e julho daquele ano, na qual os ingleses ficaram, novamrnte, nas quartas-de-final. No cenário doméstico, Rio contiinuou a colecionar títulos, pelo “Manchester United”: Campeão Inglês, nas

temporadas 2006/07. 2007/08 e 2008/09; Copas da Liga Inglesa, de 2006 e 2009; e a Supercopa da Inglaterra, em 2007 e 2008. Ainda com o clube rubro de Manchester, conseguiu mais as seguintes conquistas de expressão internacional: Liga dos Campeões da UEFA. 2007/08; e Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, em 2008. Jar Jar Binks (seu outro apelido) foi cortado da seleção inglesa que disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, por motivo de contusão, tendo sido o posto de capitão ocupado por Steven Gerrard.. Michael James Owen é natural de Chester, onde nasceu em 14 de dezembro de 1979. Apoiado por seu pai, Terry Owen, que fora joga-dor do “Everton”, o pequeno Michael já fazia sucesso, antes dos dez anos, no time infantil onde jogava, bem como na equipe da escola do ensino fundamental. Com 12 anos, contiuou a jogar no time da escola secundária, e ingressou no “Liverpool”. Induzido pelo clube, matric-ulou-se, em 1994, na Escola de Excelência da FA (“Fooiball Associa-tion”) em Lilleshall, Shropshire. Esse centro de excelência em futebol, mantido pela federação inglesa até 1999, destinava-se a desenvolver o talento de jovens promessas do esporte, entre 14 e 16 anos. Para concil-iar os estudos regulares com o treinamento esportivo, Michael, o futuro Golden Boy, trocou sua escola Hawarden High pela Idsall Scool, no mesmo condado de Shropshire. Aos 16 anos, recém-saído de Lilleshall, voltou ao “Liverpool” e ganhou a Copa da Inglaterra de Juniores de 1996. Quatro meses depois, com 17 anos recém completados, Owen assinou seu primeiro contrato profissional. Sua estréia, na qual marcou um gol, aconteceu no jogo “Liverpool” x “Wimbledon”, em maio de 1997. Com 18 gols, foi o artilheiro da “Premier League” (empatado com Chris Sutton e Dion Dublin) na temporada1997/98. Foi, então, escolhido como o melhor jovem jogador inglês do ano. Esse excelente atacante destro, com 1,75m de altura, extrema-mente habilidoso, após uma bem sucedida passagem pelas seleções de base, foi alçado para o “English Team” principal, aos 18 anos, em 1998. Convocado para a Copa do Mundo de 1998, foi suplente no primeiro jogo. Na segunda partida, entrou no seu decorrer, como substituto, e marcou um gol. Passou a ser titular e, nas oitavas-de-final, contra a Argentina, assinalou um tento antológico, em belíssima jogada pessoal. No final do ano, foi eleito, pelo público inglês, como a personalidade

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esportiva do ano, da emissora BBC. Owen voltou a atuar pela Inglaterra ns Euro 2000. Pelo “Liver-pool”, continuou a ser um grande goleador, colaborando decisivamente para o glorioso ano de 2001, no qual o clube ganhou a Copa da Liga, a “FA Cup” e a Copa da UEFA. Participou, em seqüência, na temporada 2001/02, da conquista da “Community Shield”, batendo o “Manchester United”, com um gol seu; e da campanha da vitória na Supercopa Eu-ropéia, vencendo o “Bayern München”, na final, por 3x2, sendo da sua autoria o gol decisivo.Uma semana depois, pela seleção, Owen fez o que os ingleses chamam de “hat trick” (três gols em uma só partida) contra a Alemanha, em Munique, na histórica vitória por 5x1, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. No final de 2001, o “Golden Boy” foi premiado com a Bola de Ouro da France Football, como o melhor jogador europeu do ano. Em abril de 2002, em partida contra o Paraguai, Michael Owen assumiu o posto de capitão do “English Team”, face à ausência, por contusão, de David Beckham. Participou, em seguida, da Copa do Mundo de 2002, realizada na Ásia, na qual a Inglaterra teve bom de-sempenho, mas foi eliminada nas quartas-de-final, ao perder por 2x1 para o Brasil, que viria a ser o campeão. A permanência de Owen no “Liverpool” terminou em 2004, quando ele assinou contrato com o “Real Madrid”, da Espanha, no mês de agosto. Seu início no clube “me-rengue” não foi feliz, tendo amargado a condição de reserva. Porém, as suas ótimas atuações pela seleção inglesa na Eurocopa 2004, no mês de outubro, levantaram o seu moral e, no retorno ao time espan-hol, com novo ânimo, foi titular e marcou o único gol do jogo contra o “Dynamo” de Kiev, na “UEFA Champions League”. No campeonato da Espanha, voltou a encontrar o caminho das redes, contribuindo para a conquista do vice-campeonato da equipe da capital, superada apenas pelo “Barcelona”. Em 2005, Michael Owen retornou ao seu país, assinando, no dia 31 de agosto, contrato com o “Newcastle United”. Marcou o seu primeiro gol pelo clube alvi-negro, na segunda partida disputada, em 18 de setembro, contribuindo para a vitória, por 3x0, sobre o “Black-burn Rovers”. No dia 17 de dezembro, fez um “hat trick” perfeito (três

gols, sendo um com o pé direito, outro com o esquerdo e, mais um, de cabeça), na derrota imposta ao “West Ham United” por 4x2. No último dia do ano de 2005, em partida contra o “Tottenham”, Owen sofreu uma fratura no pé. Foi a primeira de uma série de contusões que prejudic-aram seu desempenho no “Newcastle” e na seleção inglesa. Submetido a uma cirurgia, foi prevista a sua recuperação para o final de março de 2006. Entretanto, isso não ocorreu e foi necessária uma nova operação, realizada em 24 de março. Em 29 de abril, retornou em jogo contra o “Birmingham”, no qual atuou por cerca de 30 minutos. Foi constatado, então, que ele não estava ainda 100% recuperado, motivando sua ausên-cia na partida seguinte. Com a finalidade de obter condições físicas para disputar a Copa do Mundo de 2006, Owen aceitou jogar pels seleção B inglesa, enfrentando a Bielorússia. em 25 de maio de 2006. Na sua 80ª partida pelo “English Team”, na Copa do Mundo de 2006, contra a Suécia, o “Golden Boy” sofreu séria lesão no joelho, com menos de um minutode jogo, forçando-o a abandonar a partida e o torneio. Owen foi submetido a uma cirurgia para a reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho em 6 de setembro de 2006, com previsão de retorno ao futebol somente no segundo trimestre de 2007. Michael Owen voltou a jogar pelo “Newcastle” na temporada 2007/08, participando de 29 partidas pelo campeonato e assinalando 11 gols; na temporada 2008/09, foram 27 jogos na “Premier League” e 8 gols. Em 3 de julho de 2009 foi contratado pelo “Manchester United”. Embora apoiado pelo técnico Alex Ferguson, que o integrou a uma equipe que já contava com outros astros do naipe de Wayne Rooney, Rio Ferdinsnd e Ryan Giggs, sua permanência entre os “Red Devils” foi curta, uma vez que se transferiu, neste ano de 2010, para o “Aston Villa”. A realçar, em sua breve pas-sagem por “Old Trafford”, o seu gol da vitória sobre o rival da mesma cidade, o “Manchester City”, por 4x3, aos 50 minutos do segundo tempo, em 20 de setembro de 2009, e as conquistas da Copa da Liga Inglesa e da Supercopa da Inglaterra, em 2010. Da relação de técnicos bem sucedidos na época (última década do século XX), citamos: Alex Ferguson, Arsène Wenger, Brian Little, Frank Clark, George Graham, Gianluca Vialli, Joe Royle, Kenny Dalg-lish, Martin O’Neill e Ruud Gullit. O início do século XXI, foi marcado na Inglaterra e na Europa,

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em geral, pela crise financeira conhecida como estouro da bolha (“finan-cial bubble burst”) que levou ao colapso a “ITV Digital” em maio de 2002. Os clubes que contavam com as cotas da TV para pagar os altos salários de seus jogadores, ficaram de bolsos furados. Embora nenhum clube tenha falido, alguns enfrentaram dificuldades financeiras como “Leicester City”, “Bradford City” e “Leeds United”. Os clubes mais ricos, no entanto, continuaram a crescer. O “Manchester United” consolidou sua trajetória de sucessos: venceu a “FA Cup” em 2004 e a “League Cup” em 2006, além dos títulos da liga em 2000, 2001, 2003, e 2007. O “Arsenal” conquistou, pela terceira vez, em 2002, as duas taças; e, em 2004, ganhou o campeonato, de forma invicta. Em 2003 e 2005, quando não ganhou o título, levantou a “FA Cup”. O “Chelsea”, comprado pelo russo Roman Abramovich, em 2003, foi vice-campeão em 2004, com o técnico Claudio Ranieri e, pos-teriormente, sob o comando do português José Mourinho, conquistou a “League Cup” de 2005 e dois títulos de campeão , em 2005 e 2006. Em-bora sem ganhar o campeonato nesses primeiros anos do novo século, o “Liverpool” obteve sucessos na disputa das taças, conquistando uma tríplice vitória em 2001 (“League Cup”, “FA Cup” e “UEFA Cup”). Em 2003 e 2006, obteve novos triunfos na “FA Cup”. Porém, a maior c mais memorável conquista do “Liverpool”, na década, ocorreu em 2005, com a vitória sobre o “Milan”, que lhe assegurou a “Champions League”. Pela primeira vez em sua história, a equipe nacional da Ingla-terra veio a ser dirigida por um técnico não inglês, em face da con-tratação do sueco Sven-Göran Eriksson. Na Copa do Mundo de 2002, a seleção inglesa foi eliminada ao ser derrotada pelo Brasil, que viria a ser o campeão. Na Euro 2004, perdeu para Portugal, que era o anfitrião. Voltou a perder para a seleção portuguesa, em uma disputa de pênaltis, na fase semi-final da Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha. Em 1º de agosto de 2006, Eriksson foi substituído pelo inglês Steve McClaren que, entretanto só foi mantido até 22 de novembro de 2007, tendo em vista a não classificação da Inglaterra para o campeonato eu-ropeu de 2008. Seu substituto foi o italiano Fabio Capello, que dirigiu o time inglês na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Na temporada 2006-07, o “Manchester United” foi o campeão da “Premier League”; o “Chelsea” terminou em segundo lugar: o ter-

ceiro foi o “Liverpool”; e o “Arsenal” ficou em quarto. Em 2007-08, repetiu-se o resultado: “Manchester United” em 1º e “Chelsea” em 2º. Nas 3ª e 4ª colocações, houve uma inversão: “Arsenal” e “Liverpool”, respectivamente. A temporada 2008-09 assinalou a terceira vitória con-secutiva do “Manchester United” no campeonato da “Premier League”, com o “Liverpool” em segundo, o “Chelsea” em terceiro e o “Arsenal” em quarto. Foi nessa temporada, também, que ocorreram as duas trans-ferêcias de maior valor, até então, no futebol inglês: o “Manchester City” pagou 32,4 milhões de libras pelo atacante brasileiro Robinho e o “Manchester United” dispendeu 30,75 milhões de libras para ter o artilheiro búlgaro Dimitar Berbatov. Foi ainda o “Manchester United” o ganhador da “League Cup”, mas perdeu para o “FC Barcelona” a final da “European Cup”. Ao término de 2009, o “Manchester United” recebeu o maior valor já pago, em todo o mundo, pela transferência de um jogador de futebol, quando cedeu, por 80 milhões de libras, o atacante português Cristiano Ronaldo, então considerado o melhor do mundo, para o “Real Madrid”. O time nacional da Inglaterra, sob o comando de Fabio Capello, que fora anteriormente técnico do “Real Madrid” e da “AC Milan”, fez brilhante campanha nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, vencendo todas as partidas com exceção de uma. Com a convincente vitória sobre a Croácia por 5x1, no estádio de Wembley, a Inglaterra as-segurou sua qualificação com duas rodadas de antecipação. Entretanto, sua participação na Copa da África do Sul foi decepcionante. Empatou por 1x1 com os Estados Unidos e por 0x0 com a Argélia. Ao vencer por 1x0 a Eslovênia, classificou-se para a fase seguinte. Foi, então, elimina-da ao ser derrotada pela Alemanha por 4x1. É bem verdade que o árbitro uruguaio Jorge Larrionda deixou de assinalar, quando o placar estava 2x1 para a Alemanha, um gol inglês, pois a bola (a famosa “Jabulani”) chutada por Lampard, após bater na parte inferior do travessão, chegou a entrar por mais de 30 cm. O episódio serviu para reavivar o debate sobre o uso de tecnologia para evitar as falhas humanas na arbitragem dos jogos de futebol, e poderá vir a ser benéfico, caso a FIFA se sensi-bilize a essa necessidade. Classificada em 13º lugar, foi o pior resultado da Inglaterra em Copas do Mundo.

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A relação de jovens talentos desse período inclui: Frank Lam-pard, Joe Cole, Steven Gerrard, Thierry Henry (francês) e Wayne Rooney. Entre os veteranos em plena atividade de alto nível, citamos: David Beckham (que não atua na Inglaterra desde 2003), Michael Owen, Rio Ferdinand, Ryan Giggs e Sol Campbell. Os grandes craques que encerraram suas carreiras nessa década foram: Alan Shearer, Dennis Bergkamp, Denis Irwin, Paul Ince e Roy Keane. Mencionamos, entre os técnicos de sucesso: Alan Curbishley, Alex Ferguson, Arsène Wenger, Bobby Robson, David O’Leary, Gerard Houllier, José Mourinho, Rafael Benitez, Sam Allardyce e Steve McClaren. Frank James Lampard Jr. é natural da capital inglesa, onde nasceu em 20 de junho de 1978. Seu início e sua evolução no futebol aconteceram nas divisões de base do “West Ham United”. O começo como profissional ocorreu em 1994, no mesmo clube. No ano seguinte, foi emprestado ao “Swansea City”, do País de Gales. Retornou, mais experiente, ao plantel dos “Hammers”, em 1996. Entre 1997 e 2000, realizou 16 partidas pela seleção nacional sub-21. Com 1,83m de altura e 78kg esse hábil meia destaca-se pela potência e precisão do seu chute com o pé direito. As suas boas atuações no “West Ham” motivaram a sua primeira convocação para a seleção inglesa principal, na qual estreiou em 1999. Em junho de 2001, transferiu-se para o “Chelsea”. Seu apogeu se iniciou na temporada 2003/04, quando os “blues” se reforçaram graças aos investimentos em contratações feitos pelo russo Abramovich, e Lampard cresceu junto, tornando-se um dos melhores jogadores da Europa. Além dos eventuais gols marcados graças à força e colocação de suas conclusões, de longa e média distâncias, Frank aperfeiçoou suas assistências, transformando-se em exímio “garçon”, para a alegria de seus companheiros atacantes. Pelo “English Team”, participou da Eurocopa 2004. Pelo “Chelsea”, foi bicampeão da “Pre-mier League” em 2004/05 e 2005/06. Considerado o melhor jogador do seu clube em 2004 e 2005, e líder de assistências na “Premier League” (2004/05), Frank Lampard foi escolhido, também, como o melhor jogador inglês da temporada 2004/05. De novo na seleção, disputou as Copas do Mundo de 2006 e 2010. De acordo com suas declarações, o “Chelsea” conquistou seu coração e é o clube onde esse excelente meio-campista, hoje com 32

anos, pretende encerrar sua vitoriosa carreira, no futuro. Entre as in-úmeras conquistas dos “blues” de Londres, com a eficiente colaboração de Lampard, salientam-se: “FA Cup”, de 2006/07, 2008/09 e 2009/10; e mais um, além dos mencionados anteriormente, campeonato inglês, na temporada 2009/10. Nas duas primeiras campanhas vitoriosas das Co-pas da “Football Association” (2006/07 e 2008/09), ele foi considerado o melhor jogador do certame. Frank Lampard detém, hoje, o galardão de meio-campista com mais gols desde a criação da “Premier League” (130 tentos) e foi considerado o Jogador da Década (2000 – 2009) da primeira divisão do campeonato inglês. Steven George Gerrard nasceu no dia 30 de maio de 1980, em Whiston. Ingressou nas categorias de base do “Liverpool” em 1987, com apenas sete anos. Profissionalizou-se, em 1998, no mesmo clube, que defende até hoje Quatro anos depois, recebeu a braçadeira de capitão, identificando-se ainda mais com os “reds”. Para Gerrard, meio-campista fisicamente forte, com 83 kg de peso, dotado de poderoso chute e habilidade no trato com a bola, e, ainda, grande capacidade de marcação, o “Liverpool” é, além de seu empregador, sua paixão no futebol. O clube, uma das forças nos anos 70 e 80, conquistara seu último título em 1990 e estivera decadente na década 1991-2000. O início do ressurgimento, já com Gerrard no time, aconteceu na tem-porada 2000/01, na qual o “Liverpool” ganhou cinco troféus: Copa da Inglaterra, vencendo o “Arsenal”; Copa da Liga Inglesa, com a vitória sobre o “Birmingham City”; Copa da UEFA, derrotando o “Deportivo Alavés”, da Espanha; Supercopa da Inglaterra, abatendo o grande rival “Manchester United”; e Supercopa Européia, vitorioso na final contra o “Bayern München”, da Alemanha. Dois anos depois, já como capitão, “Stevie G” levantou a taça da Liga Inglesa, graças a uma nova vitória em cima do “Manchester United”. Na temporada 2004/05, o “Liver-pool” disputou a Liga dos Campeões da UEFA e enfrentou, na final, o “Milan”. A equipe italiana começou vencendo e chegou a abrir 3x0 no placar. Os “reds”, entretanto, iniciaram, com um gol marcado por Gerrard, uma fantástica reação, chegaram ao empate e venceram, na decisão por pênaltis. Em seguida, conquistaram novo título, ao vencer o “CSKA Moscou”, da Rússia, na final da Supercopa Européia. Em 2006, o “Liverpool” conquistou a Copa da Inglaterra, vencendo o “West

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Ham”, em jogo no qual “Stevie G” marcou um belo gol com um chute de 32 metros que alcançou a velocidade de 110 km/h. Após atuar, em 1999, pela seleção nacional inglesa sub-21, Steven Garrard foi chamado para o “English Team” principal em 2000, em um amistoso contra a Ucrânia. Foi reserva na Eurocopa 2000, tendo atuado somente em um jogo. Ficou de fora da Copa do Mundo de 2002, devido a uma contusão no músculo adutor da coxa. No campeonato mundial seguinte, realizado na Alemanha, em 2006, formou um exce-lente quadrado no meio-de-campo, com David Beckham, Frank Lam-pard e Joe Cole. Voltou a defender a Inglaterra, juntamente com Lam-pard, na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Wayne Mark Rooney, nascido em 24 de outubro de 1985, é natu-ral de Liverpool. Seu início no futebol ocorreu em 1996, nas divisões de base do “Everton”. Seis anos depois, estreiou na equipe principal. Duas temporadas com os “toffees” foram suficientes para que ele demon-strasse seu grande potencial e despertasse o interesse de grandes clubes ingleses. Terminada a temporada 2003/04, o “Manchester United” o contratou, em agosto de 2004, antes que Wayne completasse 19 anos de idade. Em seu primeiro jogo pela equipe de “Old Trafford”, no dia 28 se setembro de 2004, fez um “hat trick” (três gols) na vitória por 6x2 sobre o “Fenerbahçe”, da Turquia, pela “UEFA Champions League” de 2004/05. Ao final dessa sua primeira temporada com os “Red Dev-ils”, Rooney totalizou 43 jogos, com 17 gols marcados, e foi eleito o “Melhor Jogador Jovem do Ano” na “Premier League”. Na temporada seguinte (2005/06), atuou em 48 partidas e assinalou 19 tentos; recebeu, novamente, o galardão de melhor jogador jovem e foi escolhido, pelos torcedores do “Manchester United” como o “Jogador do Ano” do clube. Em 2006/07, após um longo jejum de gols, voltou a marcar de forma esplêndida, com um “hat trick” contra o “Bolton Wanderers”. Assinalou gols importantes, também, na UEFA “Champions League”, marcando nos jogos de ida e volta das quartas-de-final com a “Roma”, e mais dois na semifinal contra o “Milan”, que, entretanto, levou a melhor, graças ao talento do brasileiro Kaká, em grande fase. Wayne terminou a tem-porada com 23 gols em 55 jogos. Logo no início da temporada 2007/08, “Shrek” (um dos seus apelidos) teve a infelicidade de fraturar o metatarso esquerdo (mesma

lesão que sofrera, três anos antes, no pé direito). Depois do afastamento de um mês e meio, retornou ao time no dia 2 de outubro de 2007, em um jogo contra a “Roma”, válido pela Liga dos Campeões da UEFA, cabendo-lhe a autoria do gol da vitória pelo placar mínimo. Porém, contundiu-se no tornozelo, em um treino, um mês depois, ficando inativo mais duas semanas. Embora prejudicado pelas lesões, ele partic-ipou de 43 jogos, marcando 18 gols nessa temporada, na qual o “Man-chester United” conquistou a tríplice coroa: o campeonato da Inglaterra, a “Champions League” da UEFA e o Mundial de Clubes da FIFA. Na temporada 2008/09, Rooney voltou a se machucar, num jogo com o “Wigan Athletic”, tendo que ficar no “estaleiro” por três semanas. Ao final, “Wazza” (outro apelido seu) participou de 49 partidas, assinalsndo 20 gols (seis a menos que seu companheiro de ataque, o português Cris-tiano Ronaldo). 2009/10 foi a melhor temporada de Wayne Rooney em seu clube. Com excelentes atuações, marcou 34 gols em 44 jogos. Em outubro deste ano de 2010, renovou seu contrato com o “Manchester United”, por mais cinco anos. A primeira convocação de Rooney para a seleção nacional in-glesa foi para a Euro 2004. Com 1,76 m de altura e 82 kg, é um atacante muito veloz que finaliza com muita categoria, mas seu temperamento o leva a receber cartões amarelos e vermelhos, com freqüência. Jogou a Copa do Mundo de 1966, na qual a Inglaterra foi derrotada, nas quartas-de-final, por Portugal, em jogo no qual ele foi merecidamente expulso. No último campeonato mundial (África do Sul, 2010) seu desempenho, junto com o do “English Team”, como um todo, foi muito abaixo das expectativas.

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DUAS SEMANAS SE PASSARAM

Finalmente, passadas duas semanas, o inglês Brian Butler chegou à Padaria Lago Sul, com cinco cópias de um texto debaixo do braço. À sua espera, na tradicional mesa do café matinal, já estavam os seus amigos Roberto Mauro e Pedro Paulo. Marcos chegou em seguida. Logo após os cumprimentos efusivos, Brian distribuiu com orgulho as cópias do seu trabalho sobre o futebol inglês, que todos passaram a ler, com olhos ávidos, em silêncio. O primeiro a se manifestar foi Roberto Mauro: _ Interessante, o profissionalismo começou na Inglaterra ainda no século XIX._ É verdade, redargüiu Brian. Curioso, também, o aparecimento do primeiro “Football Club”, o “Sheffield” em 1857. Depois, já na parte final do século, com o profissionalismo, começaram a despontar com sucesso os clubes das regiões de Lancarshire e Midlands. Já os clubes de Londres somente vieram a se sobressair no século XX. O meu “Arse-nal” chegou à primeira divisão em 1904. _ Apreciei muito, Brian, aprender sobre a evolução das regras desde o regulamento de Cambridge, passando pela criação da lei do impedimento, e a unificação dos procedimentos adotados nas diferentes escolas, comentou PPP. _ Também gostei muito do relato. Agora sei que o travessão superior nos gols foi adotado em 1866 e a rede foi inventada em 1891, Marcos manifestou-se. _Ainda sobre a evolução do esporte, li um livro chamado “Na Boca do Túnel” que apresentava as idéias de diversos técnicos brasilei-ros, dos anos sessenta. O que mais chamou minha atenção foi o texto de apresentação escrito pelo jornalista João Saldanha (acho que antes de ter sido técnico da seleção) no qual ele comenta com muita propriedade a importância do WM criado pelo Chapman, do qual derivaram todos os demais sistemas de jogo, de acordo com o Saldanha, acrescentou o PPP. _Achei muito boa a escolha, feita pelo Brian, dos jogadores cujas biografias foram resumidamente apresesentadas, simbolizando as diversas épocas do futebol inglês, comentou, novamente, o Marcos, que prosseguiu: _Bem, agora que temos um bom conhecimento sobre as

origens do futebol a sua evolução histórica na terra dos seus inventores, está na hora de pensarmos no futebol brasileiro. Qual de nós fará a pes-quisa inicial? Quem se habilita?. _Como, certamente, vamos ter uma abundância de informações, acho que podemos dividir a história do futebol no Brasil em duas partes; antes e depois da Copa de 50, provocou o inglês Brian. _Realmente, a derrota para o Uruguai, que ficou conhecida como “Maracanazo” é um marco histórico significativo, concordou Roberto. _Se adotarmos a idéia de dividir o trabalho, proponho-me a fazer o relato dos últimos 60 anos, ou seja, de 1950 a 2010, quando a nossa seleção ganhou cinco mundiais, admitiu Pedro Paulo. _Acho que podemos enriquecer o estudo com a inclusão de dados biográficos dos nossos maiores craques, ao longo de todos esses anos, como Friedenreich, Leônidas, Nílton Santos, Pelé e tantos outros. É uma pesquisa que me agradaria fazê-la, Marcos ofereceu-se. _Vejo que sobrou para mim a tarefa de fazer o levantamento dos últimos anos do século XIX e da primeira metade do século XX. Como gosto de História...,concluiu o carioca Roberto Mauro.

O FUTEBOL NO BRASIL (1878 – 1950)

O primeiro registro de uma partida de futebol disputada no Brasil data de 1874, quando marinheiros estrangeiros (a maioria in-gleses, logicamente) jogaram em uma praia carioca. Entretanto, a sua informalidade e o fato de ter sido praticada na areia fazem com que ela não seja aceita como marco inicial. Quatro anos depois (1878), houve outra partida, também no Rio de Janeiro, disputada por tripulantes do navio Criméia, em caráter de exibição para a corte imperial, contando com a presença da Princesa Isabel. Esse jogo, mais formal, pode ser considerado como a introdução do esporte em solo pátrio. Entretanto, consta que já teria havido, em 1875 ou 1876, uma partida de futebol entre funcionários de duas com-panhias estrangeiras no Rio de Janeiro, no Paissandu Atlético Clube.Da mesma forma que na Inglaterra, onde o futebol começou sendo

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praticado nas escolas, aqui no Brasil, em 1886, no Colégio Anchieta, di-rigido por padres jesuítas em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, já era uma atividade regular a prática futebolística. De acordo com o historiador Loris Baena Cunha, há o registro de uma partida entre funcionários ingleses da “Amazon Steam Naviga-tion Company”, da “Parah Gaz Company” e da “Western Telegraph” no ano de 1890, em Belém, no Pará. O “Bangu Atlético Clube” reivindica o pioneirismo da implan-tação do futebol no Brasil para o escocês Thomas Donohoe, da firma inglesa “Platt Brothers and Co.” de Southampton, contratada para a implantação da fábrica de tecidos Bangu, no Rio. Donohoe trouxe da Inglaterra um bola, com a qual foi disputado o primeiro jogo em maio de 1894. Entretanto, a versão mais difundida aponta para Charles Wil-liam Miller ser considerado “o pai do futebol brasileiro”, conforme John Mills (Panda Books, 2005). Na década iniciada em 1871, seu pai, o britânico John Miller veio trabalhar na construção ferroviária do empreendimento da “São Paulo Railway”. Em 1884, John enviou o seu filho Charles, nascido no Brasil e então com 10 anos, para estudar na Inglaterra, mais precisamente em Southampton, na “Bannisters School”. Habilidoso como atleta, ele rapidamente assimilou o jogo de futebol e ajudou, como rápido artilheiro, o time da escola a conquistar algumas glórias, habilitando-se ainda a ingressar na equipe do “Southampton Football Club” e, mais tarde, no time do condado de Hampshire. Ao retornar para o Brasil, em 1894, Charles Miller trouxe duas bolas e um livro de regras de futebol. Já aos 78 anos de idade, em 1952, Charles Miller concedeu en-trevista à revista “O Cruzeiro” e relatou:“Numa tarde fria de outono em 1895, reuni os amigos e convidei-os a disputarem uma partida de football. Aquele nome, por si só, era novi-dade, já que naquela época somente conheciam o críquete.” Em 14 de abril de 1895 houve, na Várzea do Carmo, uma par-tida entre ingleses e anglo-brasileiros, funcionários da Companhia de Gás e da São Paulo Railway, vencida pelos ferroviários por 4x2. Esse jogo é considerado o primeiro realizado em São Paulo. O “São Paulo Athletic Club”, fundado em 1888, foi o primeiro

clube brasileiro a ter um time de futebol, criado por Charles Miller, logo após seu retorno da Inglaterra. Pouco depois, o esporte começou a ser difundido por outros estados. Em 1897, o estudante Oscar Cox, ao regressar da Suíça, introduziu o futebol no Rio de Janeiro. A “As-sociação Atlética Mackenzie College” criou a primeira equipe de futebol composta por brasileiros, em 1898. O primeiro clube destinado ao futebol foi o “Sport Club Internacional” de São Paulo, fundado em 1899 e já extinto. No mesmo ano, foi fundado pelo alemão Hans Nobil-ing o “Sport Club Germânia”, que ainda existe hoje sob a denominação de “Esporte Clube Pinheiros”, mas sem o departamento de futebol. No Rio Grande do Sul, o futebol foi introduzido por Johannes Minerman e Richard Woelckers, fundadores do “Sport Club Rio Grande” na cidade de Rio Grande, em 1900. Devido à extinção do futebol no “Germânia”, o “Sport Club Rio Grande”, ainda em atividade, é considerado o primeiro clube de futebol fundado no país. A primeira equipe carioca de futebol foi o “Rio Team”, criada por Cox, em 1901. Na Bahia, o fute-bol foi introduzido por José Ferreira Filho, o Zuza Ferreira, em 1901, ao retornar da Inglaterra, depois de cinco anos de estudos. Da mesma forma, o futebol foi levado para Pernambuco por Guilherme de Aquino Fonseca, em 1903, após ter estudado na Inglaterra, na Hooton Lown School. O responsável pela introdução do esporte em Minas Gerais foi Vitor Serpa, em 1904. O aparecimento do futebol no Paraná foi obra de Charles Wright, em 1908. O primeiro jogo entre cariocas, representados pelo “Rio Team”, formado por Cox em 1901, e paulistas aconteceu em 19 de outubro de 1901, no campo do “São Paulo Athletic Club” e terminou empatado por 1x1. Logo no dia seguinte, realizou-se no mesmo local, nova partida que resultou em outro empate: 2x2. A “Liga Paulista de Football” foi criada por Antonio Casemiro da Costa, em 19 de dezembro de 1901. O primeiro campeonato oficial, o Campeonato Paulista de Football, realizou-se pela primeira vez no ano seguinte, com a participação de cinco clubes: “CA Paulistano”, “São Paulo AC”, “AA Mackenzie College”, “SG Germânia” e “SC In-ternacional”. O vencedor desse primeiro campeonato foi o “São Paulo Athletic Club”, hoje já extinto. O “Fluminense Football Club”, o primeiro clube do Rio de

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Janeiro dedicado ao novo esporte, foi fundado em 21 de julho de 1902, por Oscar Cox, Manoel Rios, Horácio Costa Santos e mais 17 amigos. A sua primeira partida oficial foi realizada em 19 de outubro de 1902, quando o “Fluminense FC” venceu o “Rio FC” por 8x0, no campo do “Payssandu Cricket Club”. A estréia do “Fluminense” em jogos inter-es-taduais ocorreu em setembro de 1903 na capital paulista. Após quatorze horas de viagem, o time foi a campo, no dia 6, para enfrentar o “Sport Club Internacional”, empatando por 0x0. Nos dias seguintes, mais dois jogos e duas vitórias: 2x1 sobre o “Club Athletico Paulistano” e 3x0 em cima do “São Paulo Athletic”. O primeiro jogo inter-estadual no campo do “Fluminense”, então na Rua Guanabara, foi realizado em 14 de agosto de 1904, contra o “Paulistano”. Em 15 de julho de 1904, em Assembléia Geral Extraordinária, o “Fluminense” decidiu trocar o seu uniforme branco e cinza pela camisa tricolor: verde, branco e grená. A estréia do novo uniforme, entretanto, só ocorreu em 7 de maio de 1905, em um amistoso contra o “Rio Cricket”, vencido pelo agora tricolor por 7x0. No mês de julho de 1905, o “Club Athletico Paulistano” veio ao Rio enfrentar o “Fluminense Football Club”. Foram duas partidas: a primeira, no dia 14, foi vencida pelos cariocas, por 2x0; na segunda, dia 16, 3x2 para os paulistas. Esses jogos foram assistidos por cerca de 2.500 pessoas, cada um, entre os quais o Presidente da República Rod-rigues Alves. No mesmo ano de 1905, em 22 de outubro, aconteceu o primeiro jogo entre “Fluminense” e “Botafogo”, vencido pelo primeiro por 6x0. Foi a primeira edição do “Clássico Vovô”, assim chamado por ser o clássico de futebol mais antigo do Brasil. A fundação do “Botafogo” ocorreu no dia 12 de agosto de 1904 por iniciativa de Flávio Ramos e Emmanuel Sodré, então jovens adoles-centes que estudavam no Colégio Alfredo Gomes. A reunião promovida com alguns colegas, todos na faixa etária de 14 e15 anos, resultou na criação de um clube de futebol que recebeu inicialmente o nome de Electro Club. Sabiamente, os meninos residentes no bairro carioca de Botafogo convidaram pessoas de mais idade e maior experiência para administrá-lo, como Alfredo Gomes de Mello, empossado presidente na reunião havida no dia 18 do mês seguinte, quando também foi decidida a modificação da denominação para “Botafogo Football Club”. A primeira partida, um amistoso contra o “Football and Athletic Club”,

que venceu por 3x0, aconteceu logo em seguida, no dia 2 de outubro de 1904.A partir de 1904, surgiram no Rio novos clubes, entre os quais, além do “Botafogo Football Club” (hoje “Botafogo de Futebol e Regatas”), o “América Football Club”. A “Liga Carioca” foi fundada em 8 de junho de 1905, sob a denominação de “Liga Metropolitana de Football – LMF”, composta pelos seguintes clubes: “Rio Cricket and Athletic Association”, “Fluminense Football Club”, “Football Athletic Club”, “América Football Club”, “Bangu Atlético Club”, “Botafogo Football Club”, “Sport Club Petrópolis” e “Paysandu Cricket Club”. O primeiro Campeonato Carioca foi disputado em 1906, sagrando-se campeão o “Fluminense”. No campeonato de 1909, o “Botafogo” estabeleceu o recorde de maior goleada do futebol brasileiro, no dia 30 de maio, vencendo por 24x0 o “Sport Club Mangueira”. O maior goleador da parida foi Gilbert Hime, com 9 gols, recorde que perdurou até 1976, quando Dario marcou dez tentos no jogo “Sport’ 14X0 “Santo Amaro”, pelo Campeonato Pernambucano. No Estado de São Paulo, foram também surgindo novos clubes: “SC Americano”, “AA São Bento” e “Ypiranga”, que hoje não mais existem ou deixaram de praticar o futebol. No Rio Grande do Sul, após a fundação, em 19 de julho de 1900, do “Sport Club Rio Grande”, surgem: em 1902, o “14 de Julho” de Sant’Ana do Livramento; em 1906, o “Sport Club Bagé”; e, em 1907, o “Guarany Football Club”, também de Bagé. Na capital gaúcha, em setembro de 1903, surgem o “Grêmio de Football Portoalegrense” e o “Fuss-Ball Club Porto Alegre”(extinto nos anos 40). O “Sport Club Internacional” foi fundado em abril de 1909, constituindo-se, junto com o “Grêmio”, nas duas grandes forças do futebol gaúcho, até os dias atuais. A primeira agremiação esportiva de Belo Horizonte dedicada ao futebol, o “Sport Club Football”, foi fundada, em 10 de junho de 1904, pelo estudante carioca Vítor Serpa, que aprendera a praticar o esporte na Suíça. O “Atlético Mineiro Football Club” (hoje “Clube Atlético Mineiro”) surgiu em março de 1908; o “Yale”, clube da colônia italiana, foi criado em 1910; e o “América Football Club” nasceu em 30 de abril de 1912.

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O “Sport Club do Recife” foi fundado em 1905 por Zuza Fer-reira.A “Liga Bahiana de Sports Terrestres”, também criada em 1905, teve quatro clubes fundadores: “São Paulo Clube”, “Clube Internacinal de Cricket”, “Sport Club Victoria” e “Sport Club Bahiano”. O primeiro campeonato, cujo vencedor foi o “Internacional de Cricket”, não contou com a participação do “São Paulo”, mas teve a presença do “Clube de Natação e Regatas São Salvador”, que se filiou à liga pouco antes do início do certame. Hoje, somente o “Esporte Clube Vitória”, fundado em 1899 com a denominação de “Club de Cricket Victoria”, continua atuante no futebol. Em 1910, por iniciativa de Charles Miller, o “Corinthians”, time amador de Londres, veio ao Brasil. Em decorrência do entusiasmo despertado por essa visita, foi criado, no mesmo ano, o “Sport Club Corinthians Paulista”. Em 1912, em virtude de uma dissidência havida no “Fluminense”, o “Clube de Regatas Flamengo” passou a ter um time de futebol. Hoje, o “Flamengo” e o “Corinthians” são as equipes de maiores torcidas no Brasil. O primeiro torneio oficial de futebol na capital mineira realizou-se em 1914, tendo sido vencido, de forma invicta, pelo “Atlético Mi-neiro”, que se sagrou, também, campeão do primeiro campeonato, em 1915. Entretanto, a partir do ano seguinte, a hegemonia passou a ser do “América” de Minas que realizou a incrível façanha de conquistar por dez anos sucessivos, de 1916 a 1925. o campeonato, sendo, portanto, decacampeão. O “Clube de Regatas Vasco da Gama”, fundado no século XIX para a prática do remo, veio a se dedicar também ao futebol a partir de 1915. Até essa época, o futebol brasileiro era um esporte de elite, praticado amadoristicamente por jovens das classes média e alta, brancos em esmagadora maioria. No campeonato carioca de 1914, o “Fluminense’ tinha em sua equipe um jogador mulato chamado Carlos Alberto. Esca-lado para enfrentar o “América”, seu ex-time, o atleta mestiço resolveu, por conta própria, cobrir-se com pó-de-arroz para parecer branco. En-tretanto, no decorrer do jogo, o suor desfez o seu disfarce. A torcida do “América”, já descontente com o jogador que fora um dos que saíram

do clube na cisão interna havida logo após a conquista do campeonato de 1913, não o perdoou. “Pó-de-arroz”, eram os gritos dos torcedores, sempre que o Carlos Alberto tocava na bola. O apelido, entretanto, foi absorvido por toda a equipe do “Fluminense” e sua torcida, muito maior que a do “América”.Até hoje, os torcedores tricolores saúdam a entrada do seu time em campo com “pó-de-arroz” (na verdade, “maizena” ou talco), em tal quantidade que chega a prejudicar a visão da partida, em seus minutos iniciais. O futebol foi se popularizando cada vez mais e se tornando um esporte de massa, especialmente a partir de 1920. O “Vasco” foi o primeiro clube brasileiro a contar com um grande número de mulatos e negros em sua equipe. A “Federação Brasileira de Sports (FBS)” foi fundada em 1914. Logo em seguida foi formada a primeira Seleção Brasileira, que dis-putou seu primeiro jogo internacional, no campo do “Fluminense FC”, então na Rua Guanabara (hoje Pinheiro Machado), no Rio de Janeiro, contra o clube britânico “Exeter City”. O primeiro gol do Brasil foi assinalado por Oswaldo Gomes, jogador do “Fluminense”, perante um público de 10.000 pessoas, aproximadamente. A vitória foi brasileira por 2x0, mas a FIFA considerou a partida não oficial. Assim, o primeiro jogo oficial do selecionado do Brasil ocorreu dois meses depois, na cidade de Buenos Aires, no campo do “Club de Gimnasia y Esgrima”, com mais uma vitória, esta sobre a Argentina por 1x0, conquistando a “Copa Roca”. Uma das figuras marcantes do primeiro time que representou o Brasil foi o seu goleiro, que apresentamos nas linhas seguintes. Marcos Carneiro de Mendonça nasceu em Cataguazes, na Zona da Mata de Minas Gerais, no dia 25 de dezembro de 1894. Radicado, desde os seis anos de idade, no Rio de Janeiro, iniciou a prática do fute-bol aos treze anos no “Haddock Lobo Football Club”. Com a absorção dessa agremiação pelo “América”, passou a guarnecer a meta da equipe rubra carioca. Marcos foi um goleiro excepcional que estudava, geometrica-mente, as suas melhores posições para fechar o ângulo dos chutes ad-versários. Extremamente alto para os padrões da época (1,87m), esguio e de braços longos, tinha reflexos apurados, tranqüilidade e excelente

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senso de colocação. Usava sempre o mesmo uniforme: camisa branca e calção também branco, preso na cintura por uma fita roxa (dada por sua esposa). Foi Campeão Carioca em 1913, pelo “América”. Juntamente com muitos outros atletas e sócios do clube da Rua Campos Sales, des-contentes com a diretoria, transferiu-se, em 1914, para o “Fluminense”. Foi o titular da meta tricolor até 1922, conquistando o Torneio Início de 1916, o Tricampeonato Carioca de 1917/18/19 e a Taça Ioduran (precur-sora do Torneio Rio-São Paulo) de 1919. Em decorrência de um desen-tendiento entre o goleiro Batalha e a diretoria do clube, foi chamado de novo para defender o gol tricolor em agosto e setembro de 1928. Foi o primeiro “goal-keeper” da Seleção Brasileira, estreiando em 1914, junto com o próprio selecionado. Tinha apenas 19 anos e detem, até hoje, o título de mais jovem goleiro a defender o Brasil. Titular por nove anos, conquistou a Copa Roca de 1914, e foi Campeão Sul-Americano, em 1919 e 1922. Disputou quinze partidas pela equipe brasileira, das quais dez oficiais. Historiador conceituado, foi Presidente do Fluminense entre 1941 e 1943, quando o clube foi Bicampeão Carioca (1941/42). Faleceu em 1988, aos noventa e quatro anos. A popularização do futebol no Brasil não foi feita sem percalços.Nos anos iniciais do século XX, as incipientes lideranças sindicais, formadas em sua maioria por comunistas e anarquistas, consideravam o futebol como uma alienação incentivada pelos industriais para desviar a atenção dos operários da causa proletária. De acordo com Pereira (2000), o futebol era, para essas lideranças “mera expressão da manipu-lação consumista e alienante da burguesia”. Por outro lado, o futebol sofria críticas também de setores intelectuais. O grande escritor Gracili-ano Ramos, célebre por sua obra “Vidas Secas”, chegou a afirmar que a popularidade do futebol seria apenas “fogo de palha”, ou seja, pas-sageira, devido ao frágil biótipo dos brasileiros. Mais contundente foi Lima Barreto, autor do romance “Bruzundangas”, que considerou ser o futebol “primado da ignorância e da imbecilidade”, conforme relatado por Franzini (2003). O escritor chegou a propor a proibição do esporte no país, usando como justificativa a ocorrência de brigas e mortes. Embora sua campanha não tenha tido êxito, pois jamais foi o futebol

proibido no Brasil, algumas restrições chegaram a ser discutidas. A Academia Nacional de Medicina, em 1916, analisou a hipótese de não permitir a prática do esporte por menores de 18 anos. No tradicional Colégio Pedro II, do Rio, o futebol foi vetado em 1919. Entretanto, o “Fluminense” já havia criado, em 1914, o seu departamento de futebol infantil, com 30 meninos entre 7 e 12 anos. Dois anos depois, os quad-ros infantis do “Fluminense” já contavam com 110 jogadores. À medida que o futebol continuava a se popularizar entre todas as camadas so-ciais, nos anos 10 do século passado, a desconfiança dos líderes sindic-ais foi sendo superada, inclusive porque alguns, mais lúcidos, perce-beram que poderiam utilizar o esporte como fator de mobilização para a causa operária. Assim, passaram a ser comuns partidas amistosas entre times de operários. Em 1919, foi organizado o Festival Operário, com a disputa de jogos de futebol entre equipes de trabalhadores de diversas fábricas e empresas. Inicialmente, os campeonatos no Brasil eram apenas munici-pais ou estaduais, não havendo um campeonato nacional entre clubes, mas somente disputas entre seleções. Por ser o Rio de Janeiro a Capital Federal, o Campeonato Carioca era o de maior repercussão entre to-dos os torneios regionais. O primeiro jogo da história do Campeonato Carioca aconteceu no dia 3 de maio de 1906, quando o “Fluminense”, no seu campo, em Laranjeiras, venceu pelo expressivo placar de 7x1 o “Payssandu”, com a presença de cerca de 1.000 assistentes, elegante-mente vestidos, como de praxe, na época. O período de 1906 a 1911 foi de amplo domínio do “Fluminense” no futebol do Rio, pois venceu 5 dos 6 campeonatos disputados. Nesses seis primeiros campeonatos, o “Fluminense” obteve 43 vitórias e 5 empates, sofrendo apenas 4 der-rotas. Foram 217 gols a favor e só 49 contra (saldo positivo de 168). Em 1907, houve um empate entre o “Botafogo” e o clube tricolor, em número de pontos ao final do campeonato, mas o “Fluminense” levou vantagem no confronto direto e no saldo de gols. Passados quase 90 anos, em 1996, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro de-cidiu, salomonicamente, considerar ambos os clubes campeões de 1907. No campeonato seguinte, 1908, foi campeão invicto o “Fluminense”, repetindo o feito em 1909 e, novamente, em 1911, quando não perdeu um ponto sequer. O campeonato de 1910 foi vencido pelo “Borafogo”,

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que se celebrizou por vencer de goleada muitos de seus jogos. Além dos 24x0 sobre o Mangueira, em 2009, os placares de 15x1em cima do “Riachuelo”, 13x0 e 11x0 contra o “Haddock Lobo” e 9x0 no “Internac-ional”, fizeram-no merecedor do apelido de “O Glorioso”. . A “Liga Metropolitana de Football” teve sua denominação alterada, em 18 de fevereiro de 1907, para “Liga Metropolitana de Esportes Terrestres”, que, entretanto, teve existência efêmera, sendo substituída, em 29 de fevereiro de 1908, pela “Liga Metropolitana de Sports Athleticos – LMSA”, fundada por “Fluminense”, “Botafogo”, “América”, “Paysandu”, “Rio-Cricket” e “Riachuelo”. Em São Paulo, as primeiras edições do campeonato paulista foram todas vencidas pelo time de futebol dos ingleses, o “São Paulo Athletic Club”. Em 1911, um dos principais jogadores do “Fluminense”, Ed-win Cox, e seu cunhado, o alemão Bruno Schuback, deixaram o clube, mudando-se para Porto Alegre, e passaram a jogar pelo “Grêmio Football Porto Alegrense”. No final do ano, houve uma grave crise no futebol tricolor, resultando em uma cisão, na qual mais nove titulares saíram do clube, indo criar o departamento de futebol do “Clube de Regatas do Flamengo”, sob a liderança do ex-jogador do “Fluminense” Alberto Borgerth. Assim, realizou-se, em 1912, o primeiro “Fla-Flu” da história, clássico que, até hoje, é um dos mais importantes do futebol carioca e brasileiro. Essa disputa inicial, na qual o time do “Flamengo” foi formado, basicamente, pelos antigos titulares do time adversário, e a equipe tricolor, pelos seus ex-reservas, terminou, surpreendentemente, com a vitória por 3x2 do “Fluminense”. Ainda em 1911, o “Fluminense” contratou um técnico profis-sional por longo prazo, trazendo de Londres o inglês Charles Williams, sendo o primeiro clube brasileiro a fazê-lo. É verdade que, em 1907, o “Paulistano” havia contratado o técnico Jack Hamilton, também inglês, mas o fez por apenas três meses, findos os quais, o treinador retornou ao “Fulham FC”. Outro episódio de 1911, foi o protesto do “Botafogo” por ter tido um jogador suspenso por um ano, que culminou com a saída do clube da liga e a fundação da “Associação de Football do Rio de Janeiro – AFRJ” que, porém, teve vida muito curta, sendo, em 1913, reabsorvi-

da pela “Liga Metropolitana de Sports Athleticos – LMSA”. O modesto campeonato paralelo realizado pela AFRJ, em 1912, foi vencido pelo “Botafogo”, como era de se esperar. Em 1913, o “América Football Club” foi o campeão carioca. Logo no ano seguinte, houve uma séria crise interna, resultando na saída de setenta americanos, entre jogadores e outros associados, que resolveram se tornar sócios do “Fluminense FC”. Também na “Liga Paulista de Football”, aconteceu uma cisão em 1913, decorrente de um problema havido com o “CA Paulistano”. O jogo desse clube contra o “Americano” foi programado pela entidade para ser realizado no gramado do Parque da Antarctica, com o que não concordou o “Paulistano”, alegando já ter sido escolhido o campo do Velódromo como local da partida. No dia marcado e na hora certa, o “Americano” estava no Parque da Antártica e o “Paulistano” no Veló-dromo. Como não houve o jogo, ao julgar o incidente, a liga atribuiu os dois pontos correspondentes à vitória (os três pontos é um critério relati-vamente novo) ao “Americano”.De imediato, o “Paulistano” saiu da Liga e fundou a “Associação Pau-lista de Sports Athleticos”, com a adesão da “AA das Palmeiras”. Em decorrência desses fatos, de 1913 a 1916, foram disputados, em São Paulo, dois campeonatos anuais de futebol em paralelo: o da Liga e o da APEA, sigla pela qual ficou conhecida a Associação, aportuguesando o “Sports” para “Esportes”. Em 1917, finalmente o problema foi sanado, com a filiação dos oito clubes da extinta liga à APEA, que passou a ter dezoito filiados, separados em duas divisões. Após o domínio inicial do futebol paulista pelo “São Paulo Athletic”, que foi total porém efêmero, outros clubes começaram a se sobressair, como o “Corinthians”, campeão em 1914, e sobretudo o “Paulistano”, tetracampeão em 1916/17/18/19, que passou a deter a supremacia futebolística em São Paulo durante todo o período do ama-dorismo. No dia 26 de agosto de 1914, foi fundada por imigrantes italianos a “Societá Sportiva Palestra Itália”, com as cores da bandeira italiana: verde, branco e vermelho. Sua primeira partida foi realizada em 24 de janeiro de 1915, obtendo uma vitória por 2x0 sobre o “Savoia”, clube do interior paulista, sediado onde hoje é o município de Votoran-

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tim e que, na época, era um distrito de Sorocaba. Pouco anos depois, conquistou seu primeiro campeonato paulista. No Rio, o “Clube de Regatas do Flamengo”, cuja atuação no futebol teve início em 1912, tendo vencido o “Mangueira” por 16x2 em sua primeira partida, realizada em 3 de maio, no campo do “América”, foi bicampeão logo em 1914/15, sendo o título de 1915 conquistado de forma invicta. O “Fluminense” foi tricampeão em 1917, 18 e 19, dis-putando, nesses três anos, 54 partidas, das quais venceu 44, empatou 5 e foi derrotado em 5. O seu artilheiro Henry Welfare marcou 56 dos 178 gols tricolores do triênio. O “Botafogo”, em 1917, foi o responsável involuntário por ter sido criado pela imprensa um termo, usado até hoje, para designar, geralmente com conotação pejorativa, os dirigentes es-portivos: “cartolas”. Os seus diretores entraram em campo para receber a equipe uruguaia do “Dublin FC”, com trajes a rigor: fraques e carto-las.Em 1917, o Brasil foi indicado pela Confederação Sul-Americana de Futebol para sediar o terceiro Campeonato Sul-Americano de Seleções programado par a 1918. Para a realização de tal evento, o Governo recorreu ao “Fluminense”, que contraiu um empréstimo no Banco do Brasil, além de obter recursos junto aos seus sócios e torcedores. Por motivo da epidemia de gripe, que ficou conhecida como Gripe Espan-hola, e atingiu vários países do continente, o campeonato foi adiado para 1919. No dia 11 de maio de 1919, então, foi inaugurado o Estádio das Laranjeiras com o jogo entre as seleções brasileira e chilena, tendo a presença de espectadores em número superior à lotação oficial de 18.000 pessoas, que viram a vitória do Brasil por 6x0. A final, entre Brasil e Uruguai, que havia sido o campeão dos dois torneios anteriores (1916 e 1917), aconteceu em 29 de maio, no mesmo local, despertando tamanho interesse que o comércio carioca decidiu não abrir as portas e o Presidente da República Delfim Moreira decretou ponto facultativo. A vitória do Brasil significou o seu primeiro título de campeão sul-americano e um verdadeiro marco do início da paixão brasileira pela sua seleção. A partida só foi decidida em sua terceira prorrogação, graças a um gol de Friedenreich, que foi carregado, logo após o término do jogo, nos ombros dos torcedores pelas ruas do Rio. As chuteiras do craque

brasileiro, apelidado de “El Tigre” pelos próprios adversários, foram expostas em uma joalheria da cidade. Fried, como era tratado Arthur Friedenreich, mulato de nome ger-mânico, pois era filho do alemão Oscar Friedenreich e de sua esposa Matilde, negra brasileira, nasceu em 18 de julho de 1892, na cidade de São Paulo, e começou a jogar futebol pelo “Germânia” (atual “Pinhei-ros”) em 1909. Atuou em diversos outros clubes, como o “Ypiranga” e o “Mackenzie”, também da capital paulista, entre 1910 e 1917.Celebrizou-se, porém, como atacante do “Paulistano”, então o melhor clube de São Paulo, onde atuou de 1917 a 1929. Foi Campeão Paulista em 1918, 1919, 1921, 1926, 1927 e 1929. Foi a estrela maior da equipe paulistana que excursionou a Europa, em 1925, vencendo nove das dez partidas disputadas.Friedenreich foi um centroavante objetivo, inteligente e corajoso, que usava imaginação e capacidade de improvisar. Foi um dos primeiros jogadores brasileiros a utilizar o drible curto, a finta de corpo e o chute com efeito.Entre 1930 e 1935, jogou no “São Paulo”, sagrando-se, mais uma vez, Campeão Paulista, em 1931. Uma atitude infeliz do presidente da Liga Paulista, Elpídio de Paiva Azevedo, impediu a participação de Frieden-reich na Copa do Mundo de 1930, no Uruguai, causando-lhe a maior decepção de sua carreira. Ao saber que a comissão técnica da Seleção Brasileira não seria paulista, impediu a ida dos jogadores do Estado de São Paulo.Com a Seleção Brasileira, conquistou a Copa Roca em 1914, e os Campeonatos Sul-Americanos de 1919 e 1922. Sua estréia na seleção ocorreu em 1912, em um amistoso contra o ecrete paulista, vencido pelo Brasil por 7x0, com dois gols de Fried. Seu último jogo aconteceu em 1935, com uma vitória por 2x1 sobre o clube argentino “River Plate”.El Tigre não quis se profissionalizar e encerrou sua carreira no “Flamen-go”, logo depois do seu 43º aniversário, despedindo-se dos gramados no dia 21 de julho de 1935, em um FlaxFlu, que terminou empatado (2x2). Arthur Friedenreich morreu aos 77 anos, em setembro de 1969, em sua cidade natal.Na zona leste de São Paulo, no bairro de Vila Alpina, existe um parque com seu nome. A cidade do Rio de Janeiro também homenageou o

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grande ídolo do futebol brasileiro, dando o seu nome a uma escola, localizada no complexo esportivo do Maracanã. Fried foi considerado, pela FIFA, o maior artilheiro do futebol mundial, com 1.329 gols em 26 anos de carreira. De acordo, porém, com Alex-andre da Costa (livro “O Tigre do Futebol”), foram 554 gols em 561 partidas. Já no livro “Fried versus Pelé”, de Orlando Duarte e Severino Filho, constam 558 gols e 562 jogos. A primeira música brasileira relativa ao futebol foi um choro denomi-nado “1x0”, inspirado na memorável partida final do Sul-Americano de 1919, e composto por Benedito Lacerda, Nelson Ângelo e pelo célebre Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho).Em São Paulo, após a pacificação entre a Liga e a APEA, ocorrida em 1917, houve um período de relativa tranqüilidade até 1926, quando o “Paulistano” se desligou da associação, denunciando o falso ama-dorismo e criando a LAF – Liga de Amadores de Football. Destarte, o futebol paulista voltou a ter dois campeonatos simultâneos nos anos de 1926 a 1929. Em 1930, graças à decisiva atuação do jornalista Cásper Líbero, houve um nova paz, com a volta dos clubes dissidentes à APEA. O “Paulistano”, porém, manteve-se irredutível, fiel à defesa dos princí-pios amadorísticos, e preferiu extinguir o seu departamento de futebol.Em 1921, na cidade de Belo Horizonte, devido a uma dissidência no “Yale”, surgiu a “Societá Sportiva Palestra Itália” que viria a trocar sua denominação para “Cruzeiro Esporte Clube”, em 1942, por causa da animosidade provocada pela Segunda Grande Guerra. A popularização do futebol, crescente nos anos 20, trouxe à tona a luta que já se tratava entre o amadorismo ainda vigente e o profissionalismo. As raízes do futebol profissional no Brasil são encontradas nos jogos entre operários. Encarado inicialmente como lazer e fator de coesão interna, despertando o espírito de equipe e de atuação em conjunto dos empregados, o sucesso dos times das fábricas mostrou-se eficaz como meio de divulgação de produtos e de promoção institucional de marcas. Embora a publicidade ainda não fosse a ciência que é hoje, intuitiva-mente os patrões perceberam as vantagens de investir no esporte. Os trabalhadores que se mostravam bons de bola passaram a usufruir de regalias, como a dispensa para treinar e trabalho menos pesado. No livro “O Negro no Futebol Brasileiro”, o notável jornalista e escritor

Mário Filho, que mereceu ser imortalizado ao ter seu nome colocado no Estádio do Maracanã, escreveu:“Operário que jogasse bem futebol, que garantisse um lugar no primeiro time, ia logo para a sala do pano. Trabalho mais leve. (...) Os garotos que jogavam no largo da igreja sabiam que, quando crescessem, se fos-sem bons jogadores de futebol, teriam lugares garantidos na fábrica. (...) Depois de trabalhar muito, e principalmente, de jogar muito, o operário-jogador ganhava o prêmio da sala do pano. E podia ser ainda melhor se continuasse a merecer a confiança da fábrica, do Bangu. Havia o escritório, o trabalho mais suave do que na sala do pano. E o ordenado maior.” Embora o escritor tenha abordado o caso específico da “Fábrica Bangu”, de tecidos, e do clube por ela patrocinado, o “Bangu Atlético Club”, as idéias expostas eram utilizadas, também, por outros estabel-ecimentos fabris ou comerciais. Há, ainda, uma certa semelhança com a prática da concessão de bolsas aos atletas de destaque, ainda hoje usada pelas universidades norte-americanas.Um benefício que foi criado para o chamado operário-jogador e depois transformado em praxe por todos os clubes, foi o chamado “bicho” (prêmio por vitória). A denomimação de “bicho” que se popularizou até hoje, surgiu porque as gratificações nem sempre eram pagas em dinhei-ro. Eventualmente, alguns clubes as pagavam em animais (galinhas ou porcos), com os quais, as mães ou esposas dos jogadores, reforçavam o cardápio familiar. Assim, o futebol começou a ser uma segunda fonte de renda. O famoso zagueiro Domingos da Guia, de enorme sucesso nos anos 30, declarou, em entrevista, que se iniciou no futebol muito mais por necessidade financeira do que por gostar do esporte. Seu grande interesse eram os “bichos” por vitória.O Centenário da Independência do Brasil, em 1922, foi motivo de grandes comemorações, incluindo uma importante Exposição Internac-ional. No futebol, foi realizado, novamente no campo do “Fluminense”, que arcou com os elevados custos da ampliação do seu estádio para 25.000 espectadores, o Campeonato Sul-Americano de Seleções. O selecionado brasileiro repetiu o feito de 1919, sagrando-se novamente campeão da América do Sul. O ano de 1923 teve um grande significado para a futura implantação

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do regime profissional no futebol brasileiro. A subida do “Vasco” para a primeira divisão do Campeonato Carioca, após ter sido o campeão da 2ª divisão, mostrou a todos uma realidade que muitos não queriam ver. Durante algum tempo, o futebol carioca conviveu com um dilema: o amadorismo puro na divisão principal; e o amadorismo “marrom” ou semi-profissionalismo nas divisões inferiores. Os times dos grandes clubes de elite eram formados, basicamente, por estudantes universi-tários, brancos e provenientes de famílias abastadas ou de renda, ao menos, razoável. Os times de subúrbio, por seu turno, apresentavam uma grande mistura racial e de classes sociais. Entre os jogadores do “Vasco da Gama”, alinhavam-se: os negros Nicolino (estivador), Ceci (pintor de paredes), Bolão (motorista de caminhão) e Nelson da Con-ceição (chofer de táxi); além de quatro brancos analfabetos. A conquista do campeonato carioca de 23 pelo “CR Vasco da Gama”, de forma insofismável, logo na sua primeira participação na divisão de topo, não foi bem aceita pelos clubes tradicionais, visto representar uma intromissão de indivíduos das classes mais baixas em uma prática esportiva que era restrita a pessoas de maior status social.O impacto causado pela vitória vascaína mereceu as seguintes consider-ações do jornalista Mário Filho;“Desaparecera a vantagem de ser de boa família, de ser estudante, de ser branco. O rapaz de boa família, o estudante, o branco, tinha de com-petir, em igualdade de condições, com o pé-rapado, quase analfabeto, o mulato e o preto para ver quem jogava melhor. Era uma verdadeira revolução que se operava no futebol brasileiro.”A reação dos chamados grandes clubes não se fez esperar. Exigiram uma mudança no regulamento da Liga Metropolitana de Desportos Ter-restres – LMDT, instituindo o voto qualificado, no qual a maior pon-tuação caberia aos seguintes clubes da elite: “América”, “Botafogo”, “Flamengo” e “Fluminense”. Não atendidas suas exigências, os quatro clubes citados e mais alguns outros desligaram-se da liga e criaram, em 1º de março de 1924, a Associação Metropolitana de Esportes Athleti-cos – AMEA, cujo primeiro presidente foi o patrono do “Fluminense” Arnaldo Guinle.No estatuto da nova associação, ficaram explícitos sua opção pelo ama-dorismo e seu caráter elitista, conforme a transcrição a seguir:

“CAPÍTULO IX – Da inscripção dos amadores, suas formalidades e requisitos...............................................................................................Art. 65 – Não poderão, porém, ser inscriptos:.................................................................................................Ítem 2 – os que tirem os seus meios de subsistência de qualquerprofissão braçal, entendendo-se como tal a em que predomine oesforço physico;....................................................................................................................................................................................................Ítem 7 – os que não saibam ler ou escrever correntemente;..................................................................................................Ítem 9 – os que habitualmente não tenham profissão ou empregoscertos”

A existência de duas ligas acarretou a disputa simultânea de dois campeonatos de futebol com os inconvenientes e prejuízos decorrentes.O fim do amadorismo no futebol, entretanto, era apenas uma questão de tempo. Na Itália, em 1923, o Juventus aliciou o jogador Viri Rossetta mediante pagamento. O seu antigo clube recorreu à justiça, que deu o ganho da causa ao clube de Turim, abrindo o precedente para as trans-ferências serem feitas por dinheiro. Foi esse o passo inicial para a im-plantação do profissionalismo no futebol italiano. Em 1924, a Espanha e a Áustria também adotaram o profissionalismo, da mesma forma que a Argentina e o Uruguai, na América do Sul. Após ter conseguido o terceiro lugar nos campeonatos de 1923 e 1924, o “São Cristovão”, sob o comando do técnico Luís Vinhaes, conquistou o Campeonato Carioca de 1926, vencendo por 5x1 o “Flamengo” no último jogo, realizado no estádio da Rua Paysandu. Com os três tentos marcados nessa parida, o seu goleador Vicente assegurou a artilharia do certame. A primeira Copa do Mundo, organizada pelo novo Presidente da FIFA, o francês Jules Rimet, e realizada em 1930, no Uruguai, já admitiu a participação de jogadores profissionais. A Seleção Brasileira era amado-ra e tinha, entre os seus destaques, o defensor Fortes, incansável mar-cador, campeão sul-americano de 1919 e 22, e como capitão o grande

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craque Preguinho (João Coelho Netto), que jogava no “Fluminense” e marcou o primeiro gol do Brasil na disputa mundial. Entretanto, o escrete brasileiro perdeu por 2x1 para a Iugoslávia, na estréia, e venceu o jogo seguinte, contra a Bolívia, por 4x0, mas não se classificou para a segunda fase. O técnico brasileiro foi Píndaro Rodrigues.Apresntamos, a seguir, os dados biográficos, do craque Preguinho, sím-bolo da Seleção do Brasil, em 1930, e da era amadorista que se aproxi-mava do fim.João Baptista Coelho Neto, mais conhecido como Preguinho, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de fevereiro de 1905. Sócio do “Fluminense” desde 1916, quando tinha onze anos, começou a praticar futebol nos infantis do clube.Filho do escritor Coelho Neto, de família abastada, Preguinho pode se dedicar aos esportes e praticou, com êxito, nove modalidades. Seu pai incentivou os quatorze filhos à prática desportiva, uma forma eficaz de manter a saúde, no seu entender. Assim, o menino João foi aprender a nadar e foi jogado n’água. Afundou como um prego, e ganhou o ape-lido. Defendeu as cores do clube das Laranjeiras no atletismo, basquete, vôlei, natação, saltos ornamentais, pólo aquático, hóquei sobre patins, além de sua paixão, o futebol. Em todos, foi um vencedor, conquistando glórias (55 títulos) e medalhas (387). Praticou também remo, pelo “Guanabara”, uma vez que o tricolor do seu coração não disputava esse esporte. Alto e forte, foi um virtuoso da bola no futebol , dotado de um chute muito potente, chamado de tijolo quente pelos torcedores. Aos dezesseis anos, começou a se destacar pelo seu excelente tino para marcar gols. Seu único clube foi o “Fluminense”, de cuja equipe principal ele foi titular de 1925 a 1935 e de 1937 a 1938. Preguinho jogou como meio-campista e como atacante, especialmente na ponta-esquerda. Mesmo após a implantação do profissionalismo, continuou sendo amador. Foi Campeão Carioca em 1937 e 1938, vencedor do Torneio Início em 1925 e 1927, e Campeão do Torneio Aberto do Rio de Janeiro em 1935. Foi artilheiro do Campeonato Carioc em 1928 e 1932.Um fato pitoresco ocorreu em 1928. Na véspera do clássico FlaxFlu, Preguinho recebeu do goleiro rubronegro Amado o seguinte telegrama: “Amanhã não farás nenhum gol. Vai ser canja para o Flamengo. E a

zero”. Então, ele entrou em campo com gana de gol e logo, aos dois minutos, marcou, de longa distância. Fez, em seguda, o segundo, de calcanhar. No final, o tricolor venceu por 4x1 e Amado nunca mais brin-cou com o seu amigo, menosprezando-o como adversário. O gol que Preguinho considerava o mais bonito de sua carreira, foi um no qual ele recebeu a bola na sua intermediária e, ao ver o goleiro do “Botafogo” adiantado, desferiu um petardo, encobrindo-o e marcando um golaço.Disputou, como capitão da Seleção Brasileira, a primeira Copa do Mundo, realizada em 1930, no Uruguai. Foi o autor do primeiro gol do Brasil em campeonatos mundiais, no jogo em que a equipe brasileira perdeu para a iugoslava por 2x1. Na segunda partida, Prego, como ainda era chamado (o diminutivo carinhoso foi-lhe dado, posteriormente, pela torcida tricolor), marcou dois gols, na goleada sobre a Bolívia (4x0).Após pendurar as chuteiras, continuou a participar ativamente das decisões político-administratativas do clube da Rua Álvaro Chaves. Foi ele o diretor de futebol que aprovou a entrada de Telê, ainda juvenil, nas Laranjeiras. Em 1952, o “Fluminense Football Club” concedeu a João Coelho Neto o primeiro título de Grande Benemérito Atleta, seu maior motivo de orgulho.Preguinho morreu em 1979, em sua cidade natal. Sua memória está per-petuada no “Fluminense” na denominação do ginásio do clube, e com um busto na sede social. Também no Brasil, crescia a pressão pela adoção do profissionalismo. Um grupo de atletas publicou no jornal especializado Gazeta Esportiva, em 1932, um manifesto a favor da profissão de jogador de futebol. O livro “Grandezas e Misérias do Nosso Futebol”, de autoria do jogador Floriano Peixoto Correa, publicado em 1933, faz veementes críticas ao falso amadorismo então vigente, conforme exemplo a seguir:“E o ‘amadorismo’ foi-se desmascarando. Em 1915 já não era escândalo a gratificação aos jogadores feita às claras em qualquer clube de São Paulo ou do Rio, de Pernambuco ou do Rio Grande do Sul.”Os clubes brasileiros, que eram amadores, não tinham como impedir que seus melhores atletas se transferissem para o exterior, quando recebiam tentadoras propostas de clubes profissionais. Assim, o “Bar-celona” da Espanha contratou o craque Fausto dos Santos, em 1931. No mesmo livro acima referido, o jogador-escritor Correa cita o caso do

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colega Amilcar Barbuy, transcrevendo o seu desabafo, conforme segue:“Vou para a Itália. Cansei de ser amador no futebol onde essa condição há muito deixou de existir, maculada pelo regime hipócrita da gorjeta que os clubes dão aos seus jogadores, reservando-se para si o grosso das rendas.Durante 20 anos prestei desinteressadamente ao futebol nacional os meus modestos serviços. Que aconteceu? Os clubes enriqueceram e eu não tenho nada. Sou pobre. Sou um pária do futebol. Não tenho nada. Vou para o país onde sabem remunerar a capacidade do jogador.”Em função desse clima a favor do profissionalismo e percebendo a inevitabilidade do fim do amadorismo no futebol de alto nível, os clubes cariocas “América”, “Bangu”, “Fluminense” e “Vasco”, em 1933, des-filiam-se da AMEA – Associação Metropolitana de Esportes Amadores, criada em 1924, e fundam a LCF – Liga Carioca de Football, primeira entidade brasileira a oficializar a inscrição de jogadores profissionais. Logo em seguida, em agosto de 1933, a APEA – Associação Paulista de Esportes Athleticos adota a mesma prática. Assim, as duas mais impor-tantes ligas regionais decidem romper com a CBD – Confederação Bra-sileira de Desportes e criar a FBF – Federação Brasileira de Football. Passam, então, as duas entidades nacionais a disputar, em renhida luta, o direito de representar o Brasil em competições internacionais, sobr-etudo naquelas que tinham o aval da FIFA. Enquanto a FBF adotava o profissionalismo, já corrente em outras federações nacionais e aceito pela FIFA, a CBD permanecia fiel ao amadorismo, ainda que eivado de vícios.A FBF, baseada em um artigo da FIFA, que estabelecia que suas filiadas deveriam dedicar-se exclusivamente ao futebol, confiava em vencer a luta, uma vez que a CBD congregava todos os esportes. Entretanto, a CBD já dispunha de um poder de fogo muito maior e conhecia melhor a arte da barganha. Assim, conseguiu o apoio de alguns clubes cariocas: “Vasco”, “São Cristovâo” e “Bangu”; e dos paulistas: “Palestra Itália” e “Corinthians”. Com um registro provisório na FIFA, continuou coman-dando o futebol brasileiro na área internacional, até que, muitos anos depois, alterou seus estatutos e sua estrutura, passando a se constituir na CBF – Confederação Brasileira de Futebol, e regularizou-se junto à FIFA.

A Copa do Mundo de 1934, cujo país sede foi a Itália, coincidiu com o auge da briga CBDxFBF e a seleção do Brasil, composta ainda por amadores, teve uma participação muito modesta, sendo eliminada logo no primeiro jogo, ao ser derrotada pela Espanha por 3x1 (os jogos foram eliminatórios desde o início, ou seja, mata-mata já na 1ª fase). Dos convocados para o escrete brasileiro, nove atletas jogavam pelo “Botafogo”, entre os quais o artilheiro Carvalho Leite. O único gol do Brasil foi marcado por Leônidas da Silva, então jogador do “Vasco da Gama”. O técnico do selecionado brasileiro foi Luiz Augusto Vinhaes.Carlos Antônio Dobbert de Carvalho Leite nasceu em Niterói, RJ, no dia 26 de maio de 1912. Iniciou sua atividade futebolística no “Petro-politano FC”, aos quinze anos. Depois de três anos no clube da serrana Cidade Imperial, começou, em 1930, sua carreira no “Botafogo”, do Rio de Janeiro. onde atuou até 1941.Carvalho Leite foi um centroavante trombador e artilheiro, com mar-cante presença de área. Ídolo alvinegro, foi Campeão Carioca em 1930, 1932, 1933, 1934 e 1935. Realizou 326 partidas, marcando 273 gols, pela equipe botafoguense. Com a Seleção Brasileira, disputou as Copas do Mundo de 1930 e 1934. Marcou 15 gols em 25 jogos, entre 1930 e 1937.Médico, exerceu essa atividade no “Botafogo”, nos anos 40, e também colaborou com o clube, como treinador, em quatro oportunidades. Fale-ceu em 2004, aos 92 anos de idade.A profissionalização do futebol no Brasil propiciou o surgimento de grandes craques, legítimos sucessores do “El Tigre” Friedenreich: Fausto dos Santos, Domingos da Guia, Leônidas da Silva e Waldemar de Brito. Fausto dos Santos, nascido em 1905, tinha 1,86 m de altura (muitís-simo alto, se considerarmos os padrões médios brasileiros da época) e jogava no meio de campo, na posição hoje chamada de volante. Aliava muita disposição à grande habilidade, com um toque de bola refinado de elegância e precisão nos passes. Iniciou sua carreira em 1926, no “Ban-gu”. Em 1930, atuava no Vasco, quando integrou a seleção brasileira e recebeu a alcunha de “Maravilha Negra”. No ano seguinte, ao participar de uma excursão do “Vasco” à Espanha, acabou sendo contratado pelo “Barcelona”. Ficou pouco tempo no país ibérico por ter sido alvo de

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discriminação racial. Morreu aos 34 anos, vítima da tuberculose.Domingos Antônio da Guia nasceu no Rio de Janeiro em novembro de 1912. Foi revelado, em 1929, pelo “Bangu”, clube pelo qual tinha grande ligação afetiva e onde encerrou sua carreira em 1949. Domingos foi um zagueiro de grande habilidade que se caracterizou por realizar, com sucesso, uma jogada de grande risco que consistia em sair da sua área com a bola nos pés, driblando os adversários. Essa jogada ficou conhecida como “domingada”. Anos mais tarde, alguns locutores, pas-saram e empregar esse termo, com certo tom pejorativo, quando zaguei-ros menos habilidosos tentavam fazê-la, colocando em perigo a sua meta. Domingos da Guia foi campeão carioca pelo “Vasco” (1934) e pelo “Flamengo” (1939, 1942 e 1943), uruguaio pelo “Nacional” (1933) e argentino pelo “Boca Juniors” (1935). Pela seleção do Brasil, conquis-tou a Copa Rio (1931 e 1932) e a Copa Roca, em 1945, além do terceiro lugar na Copa do Mundo de 1938. Waldemar de Brito nasceu em 1913, em São Paulo. Foi artilheiro do campeonato paulista de 1933, com 21 gols. Defendeu, principalmente, as cores do “São Paulo FC”, tendo atuado no Rio de Janeiro pelo “Botafogo” e “Flamengo”, clube no qual foi campeão carioca, em 1939. Jogou pela seleção do Brasil na Copa do Mundo de 1934. Atuou tam-bém na Argentina, envergando o uniforme do “San Lorenzo”. Posterior-mente, como técnico do “Bauru Atlético Clube”, revelou, em 1954, um jovem jogador chamado Edson Arantes do Nascimento, cujo apelido na ocasião era “Dico”, mas se tornou mundialmente famoso como “Pelé”. Em 1913, nasceu, no Rio de Janeiro, Leônidas da Silva, que começou a jogar futebol no time infantil do São Cristovão, em 1923. Conhecido como “Diamante Negro”, embora também chamado de “Homem Bor-racha”, por sua elasticidade, celebrizou-se como o inventor da “bici-cleta” no futebol, embora alguns reivindiquem essa glória para outro jogador brasileiro, Petronilho de Brito. Além de ter disputado as Copas do Mundo de 1930, 1934 e 1938, pela seleção brasileira, Leônidas atuou por vários clubes cariocas, entre os quais, “Bonsucesso”, “Vasco”, “Botafogo”, e “Flamengo”; “Peñarol”, no Uruguai; e “São Paulo”, na capital paulista.Com a Seleção Carioca, conquistou o Campeonato Brasileiro de Se-leções Estaduais, em 1931. Ganhou os títulos de Campeão Carioca em

1935 (“Botafogo”) e 1939 (“Flamengo”); e de Campeão Paulista, em 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949 (“São Paulo”). Pela Seleção Brasleira, com a qual fez 37 gols em 37 jogos, venceu a Copa Rio Branco de 1932 e a Copa Roca de 1945. Leônidas da Silva encerrou sua brilhante carreira de jogador, em 1950. Tornou-se renomado comentarista em São Paulo, até 1974, quando teve que interromper suas atividades, devido ao “Mal de Alzheimer”. Fale-ceu aos 90 anos, em janeiro de 2004, na capital de São Paulo. Finalmente, em 1937, a CBD rendeu-se ao profissionalismo, tendo em vista a manutenção do seu controle sobre o futebol do Brasil. Com a idéia de usufruir das vantagens oferecidas pela CBD, o “Palestra Itália” (hoje “Palmeiras”) e o “Corinthians” saíram da APEA e funda-ram a Liga Bandeirante de Football com a adesão de: “CA Juventus”, “São Paulo Railway AC”, “Hespanha FC”, “Santos FC”, “AA Portu-guesa” e, posteriormente, do “São Paulo FC”. Pouco depois, a Liga Bandeirante veio a se chamar Liga Paulista de Football e promoveu um campeonato, paralelo ao da APEA. Com o desaparecimento da APEA, em 1937, o campeonato paulista \voltou a ser um só, agora sob o comando da LPF, que alterou novamente, em 1938, sua denominação para Liga de Football do Estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, o “Vasco”, contando em sua equipe com um naipe de craques como Leônidas, Domingos da Guia e Fausto, venceu o Campeonato Carioca de 1934. No final do ano, precisamente no dia 11 de dezembro de 1934, oito clubes reunidos na sede do “Botafogo”, a saber, além do anfitrião: “Andaraí”, “Bangu”, “Carioca”, “Madureira”, “Olaria”, “São Cristovão” e “Vasco”; resolveram fundar a Federação Metropolitana de Desportos – FMD, de cunho amador. Assim, nova-mente, nos anos de 1935, 36 e 37, passaram a coexistir dois campeona-tos: o da Liga Carioca de Football – LCF (fundada em janeiro de 1933, adotando o profissionalismo) e o da recém-criada FMD. Além disso, passou a existir o Torneio Aberto, assim chamado por ser uma com-petição na qual se enfrentavam os times profissionais e os amadores. No dia 29 de julho de 1937, foi selada a paz, com a fusão da LCF e da FMD e o surgimento da Liga de Football do Rio de Janeiro que, em 1941, teve seu nome alterado para Federação Metropolitana de Football - FMF.

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Em 1930, a extinção do departamento de futebol do “Paulistano” fez com que alguns de seus integrantes, juntamente com outros desportistas vinculados à “Associação Atlética das Palmeiras” criassem um clube de futebol que se denominou “São Paulo Floresta”. Logo em 1931, graças à herança da forte base da equipe do “Paulistano”, foi o campeão de São Paulo. Entretanto, pouco tempo depois surgiu uma crise decorrente de uma pretendida fusão com o clube de regatas “Tietê”, que resultou em uma paralisação temporária de atividades, que cessou graças à re-fundação do clube, com nova denominação: “São Paulo Football Club”, em 1935. O campeão carioca de 1930 foi o “Botafogo”, liderado pelos craques Carvalho Leite e Nilo. Pouco depois, “O Glorioso” alvi-negro conquis-tou o tetracampeonato (1932/33/34/35) na liga amadora. Em 1935, o “Fluminense” no afã de reconquistar sua antiga suprema-cia no futebol do Rio de Janeiro, que a partir de 1925 viu a ascensão de “São Cristovão” e “Bangu”, que passaram a dividir com “Amé-rica”, “Botafogo”, “Flamengo”, “Vasco” e o próprio tricolor, as glórias cariocas, contratou nada menos que 11 jogadores da seleção paulista, bicampeã do campeonato brasileiro de seleções estaduais, entre os quais o goleiro, Algisto Lorenzato, o Batatais. Em seguida, nos anos seguintes, reforçou-se, ainda mais, com jogadores de altíssimo nível, como: Brant, Russo, Hércules, Pedro Amorim, Carreiro e o argentino Rongo (vindo do “River Plate”). Explica-se assim a grande hegemonia do tricolor das Laranjeiras no período de 1936 a 1941, quando con-quistou cinco campeonatos cariocas. A exceção foi o campeonato de 1939, vencido pelo “Flamengo”. Memorável foi a campanha tricolor no tricampeonato de 1936/37/38, com um time que teve expoentes como o goleiro Batatais; os defensores Ernesto, Marcial, Brant e Orozimbo; e os atacantes Sobral, Romeu, Russo e Hércules; além da participação do então já veterano Preguinho. Sobre o ponteiro esquerdo Hércules, dizia o cronista Geraldo Romualdo da Silva: “tem um canhão no pé esquerdo e um míssil no direito”. No bicampeonato de 1940/41, o “Fluminense” marcou 106 gols, só em 1941(recorde no Campeonato Carioca).Algisto Lorenzato nasceu em Batatais, S.P., em 1910. Com nome tão incomum aos ouvidos brasileiros, foi natural que ficasse conhecido pela alcunha advinda de sua cidade natal. O goleiro Batatais iniciou sua car-

reira profissional no “Comercial F C”, de Ribeirão Preto. Transferiu-se, em 1933, para a “Portuguesa de Desportos” e, para o “Palmeiras”, em janeiro de 1935, onde ficou apenas seis meses. Em junho do mesmo ano, foi para o “Fluminense” onde teve o seu auge, como o melhor goleiro do país, sendo tri-campeão carioca em 1937/38/38 e bi em 1940/41. Teve atuação decisiva no célebre Fla – Flu da Lagoa, quando embora contundido no braço, pisado pelo centro-avante Pirillo, gar-antiu o empate que assegurou o Campeonato de 1941 ao tricolor das Laranjeiras. Esse jogo ficou famoso porque, realizado no campo rubro negro, junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, os jogadores do “Flu”, com um a menos, para resistir à pressão do “Fla”, chutavam a bola para a água (na época, jogava-se com apenas uma bola), obrigando os rema-dores flamenguistas a irem buscá-la para recomeçar a partida. Apesar do esforço do Flamengo em buscar a vitória, Batatais evitou que o time da Gávea a alcançasse e a disputa terminou 2 X 2. Na Copa do Mundo de 1938, Batatais foi o “goal-keeper” da Seleção Brasileira. Terminou sua carreira em 1946, no “América F C”.Romeu Pellicciari, nascido em Jundiaí (SP), no ano de 1911, iniciou-se no futebol em times amadores de sua cidade natal. Sua carreira profis-sional começou, em 1930, no “Palestra Itália”, clube pelo qual foi tricampeão paulista (1932/33/34). Integrou a excelente seleção de São Paulo, bicampeã (1934/35) do Campeonato Brasileiro de Seleções Es-taduais, cuja base foi totalmente contratada pelo “Fluminense”, trans-ferindo-se para o Rio. Pelo tricolor carioca, foi tricampeão (1936/37/38) e tornou-se ídolo nacional. Careca e gordinho, era exímio lançador, deixando sempre seus companheiros de ataque em condições de marcar. Entretanto, não foi a precisão nos passes a sua maior qualidade e, sim, os seus sensacionais dribles. Em seu enorme repertório, destacava-se o “Passo de Ganso”, jogada precursora da “pedalada” praticada nos dias atuais, especialmente pelo craque Robinho. No célebre FlaxFlu da Lagoa, após a expulsão de Carreiro, que, com seu potente chute, jogou a bola, inúmeras vezes, para o meio do espelho d’água, Romeu incumbiu-se de gastar os minutos finais, driblando os adversários, de um lado para o outro. Disputou a Copa do Mundo de 1938, na França, onde foi artilheiro. Ainda no “Fluminense”, Romeu conquistou o bicampeonato carioca de 1940 e 1941. Voltou para o Palmeitas, para se sagrar nova-

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mente campeão paulista, em 1942. Encerrou a carreira em 1947. Tim, o Elba de Pádua Lima, nasceu em 1916, em Rifaina, interior de São Paulo. Aos 12 anos, em 1928,começou a jogar na equipe infantil do “Botafogo F C”, de Ribeirão Preto. Com 15 anos, em 1931, passou para o time principal, profissional. Aos 18, em 1934, foi vendido à “Portu-guesa Santista”. No ano seguinte, atuou pela Seleção Paulista, vencendo o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. Em 1936, participou da Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Sui-Americano. No mes-mo ano, foi para o “Fluminense”, onde o seu futebol atingiu o apogeu e, como meia armador, foi cinco vezes campeão carioca (1936/37/38 e 1940/41). Pela Seleção Brasileira, jogou na Copa do Mundo de 1938, realizada na França, e na Copa da América de 1942, disputada na Argentina, onde recebeu o apelido de “El Peón”, pela sua facilidade de conduzir o time, como meia de ligação. Em 1947, ainda como jogador, passou a exercer, simultâneamente, a função de técnico, no “Olaria” do Rio de Janeiro; em 1948, voltou ao “Botafogo” de Ribeirão Preto, ainda acumulando as funções de jogador e técnico, até 1950. A partir de 1951, com 35 anos, continuou sua carreira como técnico, exclusivamente. Al-guns anos depois, obteve muitas glórias nessa atividade, conquistando os campeonatos cariocas de 1964, 1966 e 1970, pelo “Fluminense”, “Bangu” e “Vasco”, respectivamente; foi campeão do Torneio do Povo, em 1972, no Paraná, pelo “Coritiba”; e, na Argentina, foi campeão pelo “San Lorenzo de Almagro”, em 1968. Assumiu a Seleção do Peru, em 1982, e conseguiu a sua classificação para a Copa do Mundo daquele ano; nesse mundial, o time peruano foi eliminado, após dois empates (Cameroun e Itália) e uma derrota (Polônia). Na Copa do Mundo de 1938, disputada na França, o Brasil teve uma participação mais expressiva que nas duas edições anteriores. A seleção brasileira, tendo Adhemar Pimenta no comando técnico e a equipe do “Fluminense”, como base, conquistou o honroso terceiro lugar, ao vencer a Suécia por 4x2. O artilheiro da competição, com 8 gols, foi o centroavante brasileiro, jogador do “Flamengo” na época, Leôni-das, o “Diamante Negro”. A estréia foi um jogo emocionante, contra a Polônia, que terminou 4x4 no tempo normal. Na prorrogação, vitória brasileira por 2x1, totalizando o resultado final: Brasil 6 x Polônia 5. No jogo seguinte, o adversário foi a Tchecoslováquia, registrando-se novo

empate por 1x1 no tempo normal. Como o empate permaneceu até o fim da prorrogação, houve necessidade de um novo jogo, vencido pelo Brasil: 2x1. Depois dessas duas emocionantes, porém cansativas vitóri-as, coube ao Brasil enfrentar, em uma das semifinais, a Itália, campeã em 1934, desfalcado de Leônidas, seu melhor atacante (posteriormente eleito o melhor jogador da Copa de 38), por motivo de contusão. Ocor-reu, então, a derrota brasileira por 2x1. Assim, a Itália conquistou o bicampeonato, vencendo por 4x2 a Hungria, na final. Após a fase de predomínio do “Fluminense” no futebol carioca (1935 a 1941), foi a vez do rubro-negro “Flamengo” mostrar a sua força, con-quistando o tri-campeonato de 1942, 43 e 44. Entre seus valores, pon-tificavam: Domingos da Guia (1942/43), na zaga; Biguá e o paraguaio Bria, na linha média; e, no ataque, o melhor de todos, Zizinho, o golea-dor Sylvio Pirillo e o argentino Valido, que já aposentado, voltou a jogar em 1944, atendendo convite do técnico Flávio Costa, e marcou o gol do último jogo (vitória de 1x0 sobre o “Vasco”), assegurando o primeiro tricampeonato da história rubro-negra.Sylvio Pirillo Camerino nasceu em Porto Alegre, no dia 26 de julho de 1916. Após o início, em 1934, no “Americano” de sua cidade natal, transferiu-se para o “Internacional” em 1936. Defendeu o colorado gaú-cho até 1939, quando foi para o Uruguai jogar no “Peñarol”. Em 1941, retornou ao Brasil, contratado pelo “Flamengo”. No Rio de Janeiro, passou a ter mais destaque, conquistando, logo no seu primeiro ano, a artilharia do campeonato carioca, com a marca recorde de 39 gols. Sylvio Pirillo foi um atacante (centroavante) com grande vocação para goleador. Jogou na Seleção Brasileira em 1942. Com a camisa rubrone-gra, que vestiu até 1947, foi Tricampeão Carioca (1942/43/44). Voltou a ganhar o título de Campeão Carioca, em 1948, com o “Botafogo”, onde pendurou as chuteiras e começou suas atividades de treinador. Como técnico, a sua melhor fase ocorreu no comando do “Fluminense” (1956 a 1958), quando conquistou o Torneio Rio–São Paulo de 1957.Pirillo também treinou a Seleção do Brasil, em 1957 (quando convocou, pela primeira vez, o ainda muito jovem Pelé para disputar a Copa Roca) e em 1962. Encerrou a carreira de treinador em 1980, aos 64 anos e faleceu com 74 anos, em 1991. Tomás Soares da Silva, o Zizinho, nasceu em São Gonçalo, Estado do

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Rio de Janeiro, em 1921. De 1939 a 1950, jogou pelo rubro negro cari-oca. Pouco antes do início da Copa do Mundo de 50, na qual foi consid-erado o melhor jogador, foi cedido para o ‘Bangu Atlético Clube”. Em 1957, transferiu-se para o São Paulo, conquistando o título de Campeão Paulista no mesmo ano. De 1958 a 1962, quando encerrou sua magní-fica carreira, atuou pelo “Audax Italiano” do Chile. Na década de 1940, o “Mestre Ziza” , como era carinhosamente cham-ado, integrou a seleção brasileira, formando um dos melhores ataques da sua história de glórias: Tesourinha, Zizinho, Heleno, Jair e Ademir. Além do vice-campeonato mundial de 1950, Zizinho foi Campeão Sul-Americano em 1949.No dia 8 de dezembro de 1942, surgiu o “Botafogo de Futebol e Rega-tas”, resultante da fusão entre o “Club de Regatas Botafogo” e o “Bota-fogo Football Club”. Ainda antes da fusão, em 1938, o “Botafogo FC” havia reformado seu estádio, na Rua General Severiano, com a con-strução de novas arquibancadas e, em 1939, viu surgir o substituto do ídolo Carvalho Leite, o grande craque Heleno de Freitas que viria a ser o maior nome da equipe do novo “Botafogo” até 1947.Em São Paulo, a inauguração do Estádio Municipal do Pacaembu, em 1940, significou o advento de uma nova era para o futebol local. Até 1941, os clubes hegemônicos na capital paulista eram o “Corinthians” e o “Palmeiras” (“Palestra Itália”). Em 1942, porém, o “São Paulo” fez uma fantástica contratação: Leônidas da Silva. O objetivo do clube vermelho, preto e branco ao fazer tão grande investimento, era o de conquistar o seu segundo título de campeão paulista. Na reunião havida na Federação Paulista para definir o calendário do campeonato de 1943, o representante do “Corinthians”, com a soberba característica da sua torcida, afirmou que, para saber de antemão o futuro campeão, bastava jogar uma moeda ao ar: se desse cara, seria o seu clube; coroa, signifi-caria o triunfo do “Palmeiras”. Questionado sobre as possibilidades do São Paulo, o corintiano afirmou que o tricolor só ganharia se a moeda parasse em pé; e, se ficasse no ar, o campeão seria a “Portuguesa”, debochou. E, não deu outra! O “São Paulo” foi o campeão de 1943 e comemorou, fazendo um carro alegórico com uma moeda em pé. Além disso, confirmou ser o melhor da década, conquistando os bicampeona-tos paulistas de 1945/46 e 1948/49.

Muito possivelmente, o nome mais famoso do futebol em São Paulo, na década 1941/50, tenha sido o de um goleiro, que recebeu o sugestivo apelido de “A Muralha”, por feehar o gol do “Palmeiras” e da Seleção Paulista, em muitas oportunidades.Oberdan Cattani nasceu em Sorocaba (Estado de São Paulo), no dia 12 de junho de 1919. Começou a jogar futebol, na posição de guardião (“goal-keeper”, como se dizia, na época), muito jovem, como amador, tendo atuado em diversos clubes de sua cidade, entre os quais o “Estra-da de Ferro Sorocabana Futebol Clube” e o “Esporte Clube São Bento”.Oberdan foi um goleiro excepcional, dotado de ótimo senso de colo-cação e reflexos aguçados. Foi ídolo da torcida palmeirense e titular do gol da Seleção Paulista durante muitos anos. Disputou nove jogos pela Seleção Brasileira, nos anos de 1944 e 1945.Sua carreira profissional teve início em 1940, no “Palmeiras”. Permane-ceu no Parque Antártica até 1954, tendo guarneido a meta palestrina em 351 jogos. Foi Campeão Paulista em 1942, 1944, 1947 e 1950. Em 1951, foi vencedor do Torneio Rio-São Paulo e conquistou a Copa Rio (campeonato mundial de clubes). Transferiu-se em 1954 para o “Juven-tus”, da capital paulista, onde encerrou a carreira, em 1955. Em junho de 2011, completou 92 anos, na cidade de São Paulo, onde reside. Nos anos 40, o futebol gaúcho foi amplamente dominado pelo “Inter-nacional”, hexacampeão (1940/41/42/43/44/45) e bicampeão (1947/48), restando ao Grêmio contentar-se com os títulos de 1946 e 1949. A equipe colorada, composta por grandes craques, ficou conhecida como o “Rolo Compressor” do Rio Grande do Sul. O campeão carioca invicto de 1945 foi o “Vasco”, cuja equipe, celebri-zada sob o apelido de “Expresso da Vitória”, tinha um trio atacante temido pelos goleiros adversários, formado por Ademir, Lelé e Jair. Ademir Marques Menezes, nascido no Recife, em 1922, foi revelado pelo “Sport Club do Recife”, em 1937/1938, ao conquistar o bicampe-onato juvenil. Campeão pernambucano e artilheiro em 1941, transferiu-se para o “Vasco”, no final do mesmo ano, sem concluir seus estudos universitários de Medicina, que cursava no Recife. Sua estréia ocorreu em março de 1942, contra o “América”, com vitória vascaína por 2x1, em disputa do troféu da Paz. Desde então o jogo Vasco x América pas-sou a ser conhecido como “Clássico da Paz”. Dotado de excepcional

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velocidade, sua jogada mais característica era o chamado “rush”, que consistia em uma arrancada com a bola dominada, vencendo os ad-versários na corrida ou driblando-os, até a área adversária, de onde des-feria um tiro certeiro, geralmente sem defesa. Devido à proeminência de seu queixo, que se destacava em seu rosto magro, recebeu o apelido de Queixada. O consagrado jornalista Armando Nogueira, botafoguense de quatro costados, recentemente falecido, em belíssima crônica publicada, nos anos 80, em “O Globo, escreveu: “Quantas vezes amaldiçoei os “rushes” de Ademir. Ele arrancava do meio campo, temível, e, como um raio, entrava pela grande área, fulmi-nante. O desfecho da jogada era sempre o mesmo. Uma bola no fundo da rede, um goleiro desvalido e o meu coração magoado.”Terminado o campeonato de 1945, o técnico Gentil Cardoso, do “Flu-minense” lançou um desafio à sua diretoria: “Me dêem o Ademir que eu lhes dou o título de campeão”. E Ademir Menezes foi para as Laran-jeiras. Entretanto, o Campeonato Carioca de 1946 terminou empatado entre quatro clubes, sendo necessária uma fase final extra, chamada de “Supercampeonato”. Promessa feita, promessa cumprida! Na disputa extra, o tricolor obteve 5 vitórias e 1 empate, sagrando-se “Super-campeão”. E o grande astro da campanha foi o supercraque Ademir. O jogo final contra o “Botafogo” terminou com a vitória do “Fluminense” por 1x0, gol de Ademir, perante cerca de 35.000 pessoas, no Estádio de São Januário. Ademir Menezes brilhou intensamente ao atuar pela Seleção Brasileira em diversas oportunidades, tendo sido o artilheiro da Copa do Mundo de 1950, com 9 gols.Seu companheiro de ataque no “Expresso da Vitória”, Lelé, foi o artil-heiro do Campeonato Carioca de 1945. Nascido em 1918, Manuel Pes-sanha integrou um excelente trio atacante do “Madureira”, jocosamente alcunhado de “Os Três Patetas”, formado por ele, Isaías e Jair. Des-pertado o interesse vascaíno, os três foram contratados de uma só vez. Lelé não era rápido, mas tinha um potente chute de pé direito. Atuou no “Vasco” de 1943 a 1948, e após a vitória de 45, foi citado na marchinha do carnaval de 1946 “No boteco do José”, de autoria do famoso Wilson Batista e de Augusto Garcez, interpretada pela não menos famosa Linda Batista.

Jair da Rosa Pinto, o “Jájá de Barra Mansa”, nasceu em 1921, em Quatis, na época distrito do município de Barra Mansa. Iniciou sua car-reira em 1938 no “Madureira”. Ingressou no “Vasco” em 1943. Após a espetacular campanha invicta de 1945, transferiu-se, no ano seguinte, para o “Flamengo”. Jair foi o melhor cobrador de faltas do futebol bra-sileiro da época. A sua saída do rubro-negro, em 1949, foi causada por um episódio lamentável, sob todos os aspectos. Seu ex-clube, o “Vasco da Gama” havia formado um grande time, tanto que veio a ser, no ano seguinte, a base da seleção brasileira convocada para a Copa do Mundo. Entrementes, o time do “Flamengo”, dirigido por Kanela, competente técnico de basquete, mas neófito em futebol, era constituído por muitos veteranos, alguns ainda remanescentes da equipe tricampeã de 42/3/4. Na concentração, o radialista e compositor Ary Barroso, fanático fla-menguista que transmitia os jogos, saudando os gols de seu time com uma famosa gaitinha, o inquiriu: “Vamos ganhar do “Vasco”, Jair?”. Desanimado, o craque respondeu: “Não sei não. Se Deus ajudar...”. Iniciado o jogo, o “Flamengo” surpreendeu, abrindo uma vantagem de 2x0. Em seguida, Jair, frente à frente com o goleiro vascaíno, o exce-lente Moacir Barbosa, perdeu o gol.Logo após, o time rubro negro, inclusive seu maior craque, o Jair, recuou e permitiu a reação do rival que marcou cinco gols. Indignado, Ary não conteve seu fanatismo. Em plena transmissão, relembrou seu diálogo com o jogador e, acusando-o de covarde, incitou a torcida a queimar a camisa do, até então, ídolo. Efetivamente, uma camisa rubro-negra foi queimada (não se sabe se a usada pelo Jair ou outra qualquer) e, pior, ele foi acusado de ter sido subornado pelo Major Póvoas, di-rigente do clube da Cruz de Malta.Inconformado e sem ambiente, Jair transferiu-se, uma semana depois, para o “Palmeiras”. Heleno de Freitas, nascido em 1920, é considerado o primeiro “craque problema” do futebol brasileiro. Genioso, freqüentemente era expulso de campo, prejudicando sua equipe. Foi apelidado de “Gilda”, título e personagem principal de um famoso filme de Hollywood, inter-pretado pela belíssima Rita Hayworth, por causa de seu estrelismo. Filho de pai rico, Heleno estudou em um dos melhores e mais tradi-cionais educandários cariocas, o Colégio São Bento; depois obteve o

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bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Alto (1,82 m), extremamente hábil com a bola nos pés e dotado de excelente cabeceio, instruído e de boa aparência, tinha tudo para fazer sucesso, como fez; por outro lado, seu temperamento irritadiço, sua pinta de galã e sua propensão à boemia, levaram-no à derrocada, com problemas de sífilis e morte prematura, em 1959.Após ser descoberto por Neném Prancha, conhecido olheiro bota-foguense do futebol de areia na praia de Copacabana, iniciou sua brilhante carreira no “Botafogo” em 1937. Heleno defendeu as cores alvinegras até 1948, marcando 209 gols em 235 jogos disputados. Curiosamente, o “Botafogo não conquistou nenhum campeonato cari-oca nesse período, só vindo a fazê-lo, em 1948, logo depois da saída do seu então maior ídolo, transferido para o “Boca Juniors”, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro da época. Retornou ao Rio, no ano seguinte, para jogar pelo “Vasco”, sagrando-se campeão carioca de 1949. Em seguida, atuou pelo “Atlético Juniors” de Barranquilla, na Colômbia, e pelo “Santos”, voltando ao Rio para encerrar sua carreira no “América” pelo qual atuou apenas 35 minutos, pois em sua estréia e primeira (e única) partida no Estádio do Maracanã, foi expulso por falta violenta, ainda no tempo inicial. Ainda fez uma tentativa de voltar a jogar profissionalmente pelo “Flamengo”, mas se desentendeu com os futuros companheiros de time, em um jogo-treino, e não chegou a ser contratado.Pela seleção brasileira, Heleno de Freitas marcou 15 gols em 18 partidas, tendo vencido a Copa Roca de 1945 e a Rio Branco, em 1947.O “Fluminense” conquistou o título de Supercampeão, em 1946, com um ataque fabuloso, formado por Pedro Amorim, Ademir, Simões, Orlando e Rodrigues, contando, ainda, no meio-de-campo,com o vali-oso apoio do Pé-de-Valsa. Nascido em 1º de dezembro de 1924, no Rio, Antônio Machado de Oliveira recebeu o apelido pela facilidade que tinha para driblar os adversários e pela sua grande mobilidade no gramado. O “Vasco” voltou a triunfar em 1947, com o “Expresso da Vitória”, repetindo a façanha, novamente, em 1949.Depois de quatro vice-campeonatos seguidos (1944/45/46 e 47), final-mente o “Botafogo F R” foi campeão em 1948, quando, pela primeira

vez, utilizou números em suas camisas alvinegras. Foi uma campanha memorável, com fé e superstição, tendo à frente o Presidente Carlito Rocha com suas gemadas, o ex-centromédio Zezé Moreira, como téc-nico, e o vira-lata preto e branco Biriba, como mascote. Apesar de ter perdido por 4x0 para o “São Cristovão” no jogo de estréia, o time da Estela Solitária venceu 17 das 19 partidas seguintes, empatando as out-ras duas. Contando com Sylvio Pirillo e Octávio de Moraes, no ataque; Gérson dos Santos e Nílton Santos, na zaga; e Osvaldo Baliza no gol, a equipe botafoguense venceu o “Expresso da Vitória” vascaíno por 3X1 no jogo final, em General Severiano, no dia 12 de dezembro de 1948.Nessa época, disputava-se também o Torneio Municipal, do qual o “Fluminense” fora vencedor em 1938. Dez anos depois, em 1948, o tricolor das Laranjeiras voltou a conquistá-lo após excelente campanha com 8 vitórias, 4 empates e apenas 1 derrota em 13 jogos. Entretanto a conquista do título não foi fácil, pois foi necessária uma série de três partidas contra o “Vasco” para definir o campeão. O “Flu” venceu a primeira por 4x2; perdeu a segunda por 2X1; e venceu o jogo desem-pate por 1X0, com um gol do Orlando Pingo de Ouro, de bicicleta. Orlando de Azevedo Viana nasceu no Recife, em 1923. Começou sua carreira no “Náutico”, onde jogou de 1942 a 44. Seu apogeu ocorreu no “Fluminense”, onde atuou de 1945 a 54. Pelo tricolor, foi campeão carioca em 1946 e 1951; conquistou também o título de campeão do Torneio Municipal de 1948, Foi campeão sul-americano de 1949, pela seleção brasileira. Era um ponta de lança veloz, de extrema habilidade, que jogava com inteligência e sutileza. De porte físico pequeno, era excelente finalizador, motivo de seu apelido: “Pingo de Ouro”. Moacir Cordeiro, mais conhecido como Biguá, nasceu em 1921, em Irati, no Paraná. Revelado no infantil do “Atlético” paranaense, foi para o “Flamengo” em 1941. Foi tricampeão carioca (1942/3/4). Atuou na Seleção do Rio de Janeiro em 1943 e 1944, e na Seleção do Brasil, pela qual foi campeão sul-americano, em Santiago do Chile. Marcador implacável, jogando como “half” direito, Biguá destacava-se pela garra e foi um dos precursores dos modernos laterais, pois também apoiava o araque, com eficiência. Encerrou sua carreira em 1953, devido a uma contusão que afetou os ligamentos do joelho.Pedro Amorim Duarte, natural da cidade de Senhor do Bonfim, na

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Bahia, era filho de um rico fazendeiro e comerciante que desejava vê-lo formado em medicina. Entretanto, o garoto, nascido em 13 de outubro de 1919, só queria jogar futebol. Mandado pelo pai para estudar em Sal-vador (internato do Liceu Salesiano e Colégio Ipiranga) logo foi jogar no “Esporte Clube Bahia”. Pouco depois, já emprestado ao ‘Botafogo” de Salvador, como ponta direita, despertou o interesse do “Fluminense” que o contratou. No Rio, foi convocado para a Seleção Brasileira, em 1941, formando um ataque memorável: Pedro Amorim, Romeu, Leôni-das, Tim e Patesco. Cinco anos depois, formou-se em Medicina. Além disso, o ano de 1946 foi-lhe excelente, também, no aspecto esportivo; supercampeão carioca pelo “Flu”, participando de uma linha de ataque excepcional: Pedro Amorim, Ademir, Simões, Orlando e Rodrigues; campeão brasileiro, pela Seleção Carioca, formando outro magnífico ataque: Pedro Amorim, Zizinho, Heleno, Ademir e Vevé.Cabe aqui um comentário sobre os ataques constituídos por cinco jogadores. A formação típica da época era: uma zaga composta por dois beques ou “backs”, como se dizia; uma linha média, com três jogadores, os “halfs” (um “center-half” e dois laterais, direito e esquerdo): e o ataque, com dois pontas ou extremas (direita e esquerda), dois meias (direita e esquerda) e um centro-avante ou “center-forward”. Essa formação, utilizada pela imprensa, era oriunda da formação clássica ou piramidal (pirâmide invertida) 2-3-5, embora os esquemas táticos mais comuns já fossem o chamado WM (importado da Inglaterra) ou a variante brasileira denominada diagonal, implicando o recuo dos dois meias, incumbidos da armação das jogadas ofensivas, no sistema inglês, ou pelo menos de um (pela direita ou pela esquerda, podendo ser de forma alternada ou não) na diagonal brasileira. Moacir Barbosa Nascimento, o goleiro Barbosa, nasceu em Campi-nas, no dia 27 de março de 1921. Iniciou sua carreira, em 1940, como ponta esquerda do extinto “Comercial” da capital paulista, Transferiu-se em 1942, já como goleiro, para o “Ypiranga”, também de São Paulo. Demonstrando excelente colocação, coragem de se atirar aos pés dos atacantes adversários, elasticidade e firmeza em suas defesas, atraiu o interesse do “Vasco da Gama” que o contratou em 1945. Foi campeão carioca em 1945, 1947,1949,1950,1952 e 1958, Em 1948, participou da conquista do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões (torneio

precursor da atual Copa dos Libertadores). Pela Seleção Carioca, foi bicampeão brasileiro em 1950. Pela Seleção do Brasil, foi vencedor da Copa Roca de 1945; da Copa Rio Branco em 1947 e 1950; Campeão Sul-Americano, em 1949; Vice-Campeão do Mundo em 1950. Entre-tanto, ficou marcado negativamente por ter sofrido o gol do ponteiro Ghiggia que deu o título ao Uruguai. Porém, o renomado jornalista Armando Nogueira, a propósito do episódio, refere-se a Barbosa, com as seguintes palavras:“Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasilei-ro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais eu vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera.” João Ferreira, o Bigode, nasceu em 4 de abril de 1922, em Belo Hori-zonte. Começou, em 1940, a jogar futebol pelo “Sete de Setembro FC” de Minas Gerais. Transferido, logo em seguida, para o “Atlético Mi-neiro”, sagra-se bicampeão de Minas (1941/42). No ano seguinte, vai para o Rio de Janeiro, defender o “Fluminense”, até 1949. Nesse perío-do, conquista o título de supercampeão carioca (1946) e, pela Seleção Brasileira, o Campeonato Sul-Americano de 1949. Transfere-se para o “Flamengo” em 1950 e integra a Seleção do Brasil, Vice-Campeã da Copa do Mundo. O gol marcado por Ghiggia, aos 36 minutos do seg-undo tempo da partida final, após vencê-lo na corrida, tornou-se o maior trauma da carreira vitoriosa do Bigode, transformado, juntamente com o goleiro Barbosa, em bodes expiatórios da derrota. Entretanto, se houve falha dos dois, ela precisa ser compartilhada também pelo zagueiro Juvenal que não fez a devida cobertura ao lateral esquerdo. Francisco Rodrigues, o ponta esquerda Rodrigues, nasceu em São Paulo, em 1925. Começou no “Ypiranga”, em 1942. Foi para o “Flu-minense” em 1945, permanecendo até 1950, quando se transferiu para o “Palmeiras”. No tricolor carioca, integrou o esquadrão supercampeão de 1946. Em seu primeiro período no alviverde paulista (1950 a 1955), marcou 125 gols, ganhou o Campeonato Paulista de 1950 e foi decisivo na conquista da Copa Rio de 1951, marcando gols nos dois jogos finais contra a “Juventus” de Turim, Itália. Pela Seleção do Brasil, participou das Copas do Mondo de 1950 e 1954.

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Danilo Faria Alvim, o “Príncipe Danilo”, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 3 de dezembro de 1920. Começou a jogar profissionalmente no “América”, em 1939. O seu apogeu ocorreu no “Vasco”, onde atuou de 1946 a 1954. No clube da Cruz de Malta, foi um dos principais valores da equipe celebrizada pelo apelido de Expresso da Vitória, conquistando os títulos cariocas de 1947, 1949,1950 e 1952, além do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, em 1948. Com seu estilo fino de jogo, com passes precisos, foi Campeão Sul-Americano de 1949 e Vice-Campeão do Mundo, em 1950, pela Seleção do Brasil. Após encerrar sua vitoriosa carreira de jogador, tornou-se técnico, tendo dirigido a Seleção Boliviana na inédita conquista do Campeonato Sul-Americano de 1963.Tesourinha, ou melhor, Osmar Fortes Barcellos nasceu em Porto Alegre, no dia 3 de dezembro de 1921 (era exatamente um ano mais novo que o Danilo, seu companheiro no lendário Expresso da Vitória). O apelido é oriundo do bloco carnavalesco “Os Tesouras”, do qual o jovem Osmar era participante. Jogando pelo “Ferroviário”, clube amador da capital gaúcha, Tesourinha foi descoberto por um olheiro do “Internacional”, onde estreou em 1939. Passou, então, a atuar como ponteiro direito, integrando a equipe colorada hexacampeã gaúcha nos anos 40, que mereceu o apelido de Rolo Compressor. Em 1944, foi convocado pelo técnico Flávio Costa para a Seleção do Brasil que venceu o Uruguai, em um amistoso, por 6x1, tendo marcado um dos gols brasileiros. No Sul-Americano de 1945, titular da ponta direita do time brasileiro, foi eleito o melhor jogador da competição, láurea que novamente obteve em 1949, quando o Brasil se sagrou Campeão Sul-Americano, tendo Tesourinha assinalado 7 tentos. Nesse mesmo ano, transferiu-se para o “Vasco”, onde foi campeão carioca, em 1950. Não participou da Copa do Mundo de 1950, por motivo de grave contusão. Em 1952, voltou para o Rio Grande do Sul, contratado pelo “Grêmio”. Embora não tenha sido o primeiro atleta negro do aristocrático clube porto-alegrense, sua presença no tricolor gaúcho ainda foi vista com estranheza por alguns, apesar de já estar se iniciando a segunda metade do século XX. José Carlos Bauer foi considerado, por muitos, o melhor jogador da Copa do Mundo de 1950, o “Gigante do Maracanã”. Filho de mãe bra-sileira e pai suíço, Bauer nasceu na cidade de São Paulo, no dia 21 de

novembro de 1925. Começou a jogar no infantil do “São Paulo”, onde foi campeão, pela primeira vez em 1942, já como juvenil. Pelo time profissional do São Paulo, formou uma linha média inesquecível, junta-mente com Rui e Noronha. Foi campeão paulista em 1945, 1946, 1948, 1949 e 1953. Pela Seleção Brasileira foi Campeão Sul-Americano em 1949 e Vice-Campeão Mundial em 1950, tendo defendido o Brasil, tam-bém, na Copa de 1954. Nesse mesmo ano transferiu-se para o “Bota-fogo” do Rio. De físico forte, praticava, porém, um futebol elegante, com muita classe e habilidade. Após rápida passagem pela “Portuguesa” de São Paulo, encerrou sua magnífica carreira no “São Bento” de So-rocaba. Em seguida, continuou ligado ao futebol, como técnico, tendo treinado as equipes do “Guadalajara”, no México, e do “Millonários”, na Colômbia.Bem, assim chegamos ao meio do século XX, nesse despretencioso relato da rica história do futebol brasileiro. Está na hora de abordarmos a Copa do Mundo de 1950, a excelente Seleção Brasileira, que realizou magnífica campanha, ofuscada ao final pela inesperada derrota perante o Uruguai, no episódio que ficou conhecido como “Maracanazo”.Já apresentamos as belas biografias de alguns participantes daquela fatídica tarde de 16 de julho: o goleiro Barbosa, os integrantes da linha média Bauer, Danilo e Bigode, os atacantes Zizinho, Ademir e Jair. Completaram o time brasileiro: os zagueiros Augusto e Juvenal; e os pontas Friaça e Chico. Augusto da Costa nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 1920. Começou sua carreira no “São Cristovão”, onde já demonstrou, além do seu bom futebol, grande capacidade de liderança e espírito de equipe. Essas qualidades levaram-no ao “Vasco”, clube que defendeu de 1945 a 1953, como zagueiro firme e eficaz. Logo tornou-se o capitão do time, respeitado por todos os companheiros. Foi também o capitão da Seleção do Brasil, de 1948 a 1950, tendo sido Campeão Sul-Americano em 1949 e Vice-Campeão Mundial de 1950. Embora profissional de fute-bol, Augusto era também soldado da famosa Polícia Especial, unidade militar incumbida da repressão a desordens e manifestações no Rio, então Capital Federal.Juvenal Amarijo nasceu em Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, em 27 de novembro de 1923. Iniciou sua trajetória, em 1945,

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no “Brasil” de Pelotas (RS). Zagueiro vigoroso, logo estava no Rio de Janeiro, para jogar pelo “Flamengo”. Transferiu-se, depois, para o “Palmeiras”. Em seguida, atuou pelo “Bahia” e encerrou sua carreira em 1959, no “Ypiranga” (BA). Pela Seleção Brasileira, disputou somente onze partidas, obtendo oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota, que, para sua infelicidade, foi justamente a final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã, no RioAlbino Friaça Cardoso, ou simplesmente Friaça, nascido em 20 de outubro de 1924, no Estado do Rio (Porciúncula), foi um atacante veloz, de chute forte. Jogou no “Vasco”, de 1943 a 1949. Nesse mesmo ano, transferiu-se para o “São Paulo”, onde ficou até 1950, quando foi para a “Ponte Preta”, de Campinas. Retornou ao clube cruzmaltino em 1951. Voltou à “Ponte Preta” em 1953, mas logo foi, outra vez, para o “Vasco”. Pendurou as chuteiras em 1958, no Guarani, de Campinas. Foi campeão carioca pelo “Vasco da Gama” em 1945e 1947, tendo vencido, também, o Torneio Municipal, em 1946 e 1947, e o Campeonato Sul-Americano de Clubes de 1948 ; pelo “São Paulo”, conquistou o título paulista de 1949. Pela Seleção Brasileira, participou da conquista dos seguintes títulos: Copa Rio Branco, de 1947 e 1950; Taça Oswaldo Cruz, de 1950; e Campeonato Pan-Americano, de 1952. Foi, ainda, Vice-Campeão do Mundo em 1950. Friaça foi o autor do único gol brasileiro na partida final, atuando na ponta direita. Para sua tristeza, o ponta direita do adversário, Ghiggia, fez o segundo gol do seu time, dando a vitória e o título de Campeão do Mundo ao Uruguai.Francisco Aramburu, o ponta esquerda Chico do “Vasco” e da Seleção do Brasil, nasceu no dia 7 de janeiro de 1922, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Jogou no “Vasco da Gama” de 1942 a 1953. Chutava forte com os dois pés e fazia cruzamentos certeiros. Era veloz e driblava bem na corrida. Não fugia das jogadas ríspidas. Seus duelos contra seu marcador Biguá, do “Flamengo”, ficaram famosos, especialmente por causa de um episódio ocorrido em 1945. O jogo estava empatado em 1x1 e se aproximava do final, quando o centro-avante do “Vasco”, Lelé, avançou com a bola dominada. Biguá, de olho em Chico, que aguardava um passe, ficou de costas para o gol. Ao invés de passar, Lelé chutou em gol, com força. A bola bateu na trave e, ao voltar, chocou-se contra a nuca do lateral rubro-negro e entrou no gol. Biguá foi ao chão. Chico

ao invés de comemorar o gol, correu para ajudá-lo, conforme o relato do próprio Biguá: “E a primeira mão que se ergueu para me ajudar foi a do meu grande adversário, Chico. Ele me levantou, me abraçou com carinho, me consolou”. Na Copa do Mundo de 1950, Chico marcou quatro gols. O futebol brasileiro vivia um grande momento em 1950. Vencera, com brilho, o Campeonato Sul-Americano (Copa América) de 1949 e dis-punha de uma plêiade de craques que permitiu ao técnico Flávio Costa, no ano seguinte, disputar, antes da Copa do Mundo, duas importantes competições, simultaneamente, com duas seleções de alto nível. Vamos rememorar os jogos disputados pelo Brasil, em 1950. Esses certames foram: a Copa Rio Branco, disputada contra o Uruguai, em três jogos que terminaram com uma vitória uruguaia e duas brasileiras; e a Copa Oswaldo Cruz, contra o Paraguai, também conquistada pelo Brasil, com uma vitória e um empate. Apresentamos a seguir, em ordem cronológica as súmulas resumidas dessas partidas:1) Data: 6 de maio de 1950Local: Estádio do Pacaembu (São Paulo)Adversário: Uruguai (Copa Rio Branco)Resultado: Uruguai 4x3 Brasil Seleção Brasileira: Barbosa, Mauro Oliveira e Nílton Santos; Ely, Rui e Noronha; Tesourinha, Zizinho, Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e Chico.Gols do Brasil: Ademir Menezes (2) e Zizinho.2) Data: 7 de maio de 1950Local: Estádio de São Januário (Rio de Janeiro)Adversário: Paraguai (Copa Oswaldo Cruz)Resultado: Brasil 2x0 ParaguaiSeleção Brasileira: Castilho, Nílton Santos e Juvenal (Nena); Bauer, Danilo Alvim e Bigode; Friaça, Maneca, Baltazar, Pinga e RodriguesGols do Brasil: Pinga (2).3) Data: 13 de maio de 1950Local: Estádio do Pacaembu (São Paulo)Adversário: Paraguai (Copa Oswaldo Cruz)Resultado: Brasil 3x3 ParaguaiSeleção Brasileira: Castilho, Juvenal e Nena; Bauer, Danilo Alvim e

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Bigode; Friaça, Maneca, Baltazar, Pinga e RodriguesGols do Brasil: Baltazar, Maneca e Pinga.4) Data: 14 de maio de 1950Local: Estádio de São Januário (Rio de Janeiro)Adversário: Uruguai (Copa Rio Branco)Resultado: Brasil 3x2 UruguaiSeleção Brasileira: Barbosa, Mauro Oliveira (Juvenal) e Nílton Santos; Ely, Rui e Noronha; Tesourinha (Friaça), Zizinho, Ademit Menezes, Jair da Rosa Pinto (Baltazar) e ChicoGols do Brasil: Ademir Menezes (2) e Chico.5) Data: 17 de maio de 1950Local: Estádio de São Januário (Rio de Janeiro)Adversário: Uruguai (Copa Rio Branco)Resultado: Brasil 1x0 Uruguai Seleção Brasileira: Barbosa, Juvenal e Nílton Santos; Ely, Danilo Alvim e Bigode; Friaça, Zizinho (Jair da Rosa Pinto), Baltazar, Ademir Men-ezes e ChicoGol do Brasil: Ademir Menezes. Além dessas partidas oficiais, a Seleção do Brasil, que se prepar-ava para a Copa do Mundo, disputou, já no mês de junho de 1950, dois jogos-treinos, conforme súmulas resumidas, a seguir:1) Data: 3 de junho de 1950Local: Estádio de São Januário (Rio de Janeiro)Adversário: Seleção GaúchaResultado: Brasil 6x4 Seleção GaúchaSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Mauro Oliveira; Ely (Bauer), Danilo Alvim (Rui) e Alfredo (Noronha); Maneca, Zizinho (Jair da Rosa Pinto), Baltazar, Ademir Menezes e ChicoGols do Brasil: Ademir Menezes (3), Jair da Rosa Pinto (2) e Chico.2) Data:11 de junho de 1950Local: Estádio de São JanuárioAdversário: Seleção Paulista de NovosResultado: Brasil 4x3 Seleção Paulista de NovosSeleção Brasileira: Barbosa (Castilho), Nílton Santos (Augusto) e Nena (Juvenal); Bauer (Ely), Rui (Danilo Alvim) e Bigode (Alfredo); Friaça, Ademir Menezes, Baltazar (Adãozinho), Jair da Rosa Pinto e Chico

(Rodrigues)Gols do Brasil: Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto, Baltazar e Rodri-gues. Após esses jogos, foram definidos, pelo técnico Flávio Rodri-gues Costa, os 22 jogadores (não se cogitava, ainda de relacionar 23 jogadores em decorrência da inscrição de um terceiro goleiro) compo-nentes da delegação brasileira, a saber (em ordem alfabética): Adãoz-inho, Ademir Menezes, Alfredo II, Augusto, Baltazar, Barbosa, Bauer, Bigode, Castilho, Chico, Danilo Alvim, Ely, Friaça, Jair da Rosa Pinto, Juvenal, Maneca, Nena, Nílton Santos, Noronha, Rodrigues, Rui e Ziz-inho. Já apresentamos a maioria dos craques acima. Vamos, agora, conhecer as biografias resumidas dos demais.O centroavante Adão Nunes Dornelles, conhecido como Adãozinho, nascido na cidade de Porto Alegre, em 2 de abril de 1925, começou a jogar futebol em um clube de várzea chamado “Diário Oficial”, em 1938, com 13 anos. Cinco anos depois, foi convidado a atuar profis-sionalmente pelo “Internacional”. No ano seguinte, 1944, passou a ser titular da fortíssima equipe colorada que dominou o futebol gaúcho nos anos 40. Pela Seleção Brasileira, disputou duas partidas contra o Uruguai (Copas Rio Branco de 1947 e 1948). Fez parte do grupo vice-campeão mundial em 1950, mas não foi titular em nenhum jogo. Transferiu-se para o “Flamengo” em 1951. Conquistou os títulos do Campeonato do Rio Grande do Sul nos anos de 1944, 1945, 1947, 1948 e 1950.Alfredo Ramos dos Santos ou Alfredo II, como se tornou mais conhe-cido, nasceu no Rio, no dia 1º de janeiro de 1920. Foi um atacante que fez toda sua carreira, de 1937 a 1956, no “Vasco”, exceto no ano de 1949, quando atuou pelo “Flamengo”. Participou das conquistas cruz-maltinas dos campeonatos cariocas de 1945, 1947, 1950 e 1952, além do título de Campeão Sul-Americano de Clubes, em 1948. Pela Seleção do Brasil, jogou apenas uma partida, na Copa do Mundo de 1950, con-tra a Suíça (2x2), tendo marcado um dos gols brasileiros, logo aos três minutos de jogo. Manuel Marinho Alves, o Maneca, nascido aos 28 dias de janeiro de 1926, na cidade de Salvador (Bahia), foi um atacante que, embora reve-

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lado pelo “Galícia Esporte Clube” de sua cidade natal, fez praticamente toda sua carreira no Rio de Janeiro, atuando pelo “Vasco da Gama”, de 1947 a 1955. Obteve os títulos de: Campeão Carioca em 1947, 49, 50 e 52, Campeão Sul-Americano de Clubes de 1948 e Campeão da Copa Rio de 1953, todos pelo “Vasco”; Vice-Campeão do Mundo, em 1950, pela Seleção Brasileira.Olavo Rodrigues Barbosa, o zagueiro Nena, nasceu na cidade de Porto Alegre, em 1923 (11 de junho). Começou na várzea portoalegrense, jogando pelo “Esporte Clube Paraná”, onde foi descoberto e levado para o “Internacional”. Estreou na equipe colorada em 1942 e passou a inte-grar o lendário time apelidado de “Rolo Compressor”, ao lado de outros craques do naipe de Tesourinha e Adãozinho. Com bom porte físico, muito seguro na disputa de bolas aéreas, Nena era, também, chamado de “Parada 18”, pelos torcedores do Inter. A “Parada 18” era um ponto de ônibus, localizado em frente a uma loja, cuja propaganda no rádio afirmava que todos os passageiros ali ficavam, ninguém passava. Foi Campeão Gaúcho em 1942, 43, 44, 45, 47 e 48. Em 1948, foi convocado para disputar a Copa Rio Branco pela Seleção do Brasil. Integrou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1950, mas ficou na reserva, não chegando a jogar.Transferiu-se, em 1951, para a “Portuguesa” de São Paulo, compondo o melhor time que o clube já teve, até hoje, com craques como Júlio Botelho, Pinga e Simão. Pela equipe lusa, foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955. Alfredo Eduardo Ribeiro Mena Barreto de Freitas Noronha foi, cer-tamente, o jogador brasileiro de nome mais aristocrático e comprido. Noronha, como ficou conhecido, nasceu em 25 de setembro de 1918, na capital do Rio Grande do Sul. Atuou, com zagueiro e lateral esquerdo, nos seguintes clubes: “Grêmio Portoalegrense”, “Vasco da Gama”, “São Paulo” e “Portuguesa”. Sua fase áurea aconteceu no São Paulo, onde formou, com Bauer e Rui, uma linha média inesquecível. Por esse clube foi campeão paulista em 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949. Tinha espírito de liderança e, quando necessário, falava grosso com os com-panheiros. Essa característica fez com que ele tivesse alguns atritos com Leônidas, então a estrela do time sãopaulino e, posteriormente, seu técnico, quando as rusgas ainda continuaram. Fez parte da Seleção

do Brasil, Vice-Campeã da Copa do Mundo de 1950, como reserva do Bigode.Nílton dos Santos, ou simplesmente Nilton Santos, nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de maio de 1925. Começou a jogar futebol na praia. Em 1948, foi levado para o “Botafogo”, único clube que defendeu até o final da carreira, em 1964. Com 1,84 m de altura e ambidestro, foi, com certeza, o melhor lateral esquerdo brasileiro de todos os tempos, e, possivelmente, o melhor do mundo. No mínimo, o melhor da América do Sul, conforme enquete realizada com cronistas esportivos das mãos diferentes nacionalidades.Chamado de “A Enciclopédia” por saber tudo de futebol, foi o precur-sor das jogadas ofensivas por parte dos laterais, numa época em que os técnicos recomendavam, aos jogadores dessas posições, uma postura exclusivamente defensiva. Foi antológico o gol marcado por ele contra a Áustria, na Copa do Mundo de 1958, quando saiu da defesa driblando praticamente rodos os adversários e fazendo o técnico da Seleção Bra-sileira Vicente Feola suar frio. Para seu alívio, a conclusão do lance foi magnífica: com um excelente chute, Nilton Santos venceu o goleiro aus-tríaco e assinalou o gol.Na Copa do Mundo de 1962, foi protagonista de outro lance que ficou famoso. No jogo contra a Espanha, Nilton Santos cometeu uma falta dentro da grande área, próximo à sua linha demarcatória. O árbitro api-tou. Com a bola já parada, êle deu, discretamente, um passo à frente e ficou parado, perfilado fora da área. Aproximando-se para determinar o local exato da infração, o juiz acabou por marcá-la onde estava o defen-sor brasileiro, não assinalando o pênalti. Pelo alvinegro carioca, Nílton Santos conquistou os títulos dos Campe-onatos de 1948, 1957, 1961 e 1962; do Torneio Roberto Gomes Pedro-sa, em 1962 e 1964; e do Torneio Ibero Americano, em 1964, na cidade de Buenos Aires, entre outros.Na Seleção do Brasil, estreou em 1949, vencendo o Campeonato Sul-Americano. Participou de quatro Copas do Mundo: 1950, 1954, 1958 e 1962. Na primeira, ainda como reserva, foi Vice-Campeão; sagrou-se Bicampeão em 1958/62. Foi, também, Campeão Pan-Americano em 1952. Venceu as edições de 1950, 1955, 1956, 1958, 1961 e 1962 da Taça Oswaldo Cruz (disputada com o Paraguai); e de 1950, da Copa

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Rio Branco (contra o Uruguai), entre outros títulos. Nílton Santos é autor do livro “Minha Bola, Minha Vida”, relato de sua exitosa carreira de futebolista. O “Botafogo” expressou sua gratidão ao atleta que jamais atuou por outro clube, homenageando-o com um busto na sede da Rua General Severiano e uma estátua inaugu-rada em 2009, no Estádio do Engenhão. Rui Campos, ou simplesmente Rui, nascido no dia 2 de abril de 1922, na cidade de São Paulo formou, com Bauer e Noronha, uma fa-mosa linha média, que brilhou no “São Paulo FC” e na seleção paulista, na década iniciada em 1941. Jogador de elevado nível técnico, foi Bi-campeão Paulista em 1945/46 e 1948/49, sempre defendendo o tricolor paulistano.Integrou a Seleção Brasileira, sendo Campeão Sul-Americano de 1949 e Vice-Campeão Mundial em 1950. Pendurou as chuteiras em 1953. Oswaldo Silva nasceu em Santos, no dia 14 de janeiro de 1926. Conhecido como Baltazar, teve seu auge como centroavante do “Cor-inthians”, onde recebeu o apelido de “Cabecinha de Ouro”, graças à sua extraordinária capacidade de marcar gols de cabeça. Participou das Copas do Mundo de 1950 e 1954. Carlos José Castilho nasceu em 27 de novembro de 1927, na cidade do Rio de Janeiro. Jogou inicialmente pelo “Olaria”, clube tradicional do subúrbio carioca. Pelas mãos do grande craque Ademir Menezes, foi levado ao “Fluminense”, em 1947. O goleiro Castilho de-fendeu a meta tricolor de 1947 até 1964, disputando 696 partidas, das quais 255 sem ser vazado. Com 1,81m de altura (alto para os padrões da época, embora baixo em comparação com os goleiros do século XXI), foi, seguramente, o melhor arqueiro brasileiro, nos primeiros anos da década iniciada em 1951, e um dos melhores do mundo, rivalizando com o russo Iachin. Entrou para a história futebolística, como um joga-dor milagroso, autor de defesas incríveis, inclusive de pênaltis. Como ele próprio reconhecia, possuía uma grande boa sorte. Quando a bola passava por ele, acabava batendo na trave e não entrava, para desespero dos atacantes e, principalmente, dos torcedores adversários. Por isso, a torcida do “Fluminense” o chamava de “São Castilho”, enquanto as rivais o apelidaram de “leiteiro” (alcunha designativa de sujeito sortudo, naqueles tempos). Em um clube que, ao longo dos anos teve grandes

goleiros, em nível de seleção brasileira, como Marcos Carneiro de Mendonça, Batatais, Veludo (reserva do Castilho, no clube e no time do Brasil), Félix e Paulo Victor, Castilho foi o melhor de todos, até os dias atuais. Por ser daltônico, acredita-se que era favorecido por ver com mais destaque as bolas amarelas usadas então nos jogos diurnos. En-tretanto, a vantagem indubitável que ele tinha era a rapidez de seus reflexos. Castilho demonstrou seu grande amor ao “Flu”, quando ouviu do médico do clube a recomendação de passar dois meses inativo, em tratamento da quinta contusão do dedo mínimo da sua mão esquerda. Com coragem e estoicismo, preferiu amputar o dedo. Duas semanas após a cirurgia, já estava em campo, guarnecendo a meta tricolor. Campeão Carioca três vezes (1951, 1959 e 1964), vencedor da Copa Rio (o maior torneio mundial de clubes da época), em 1952, e duas vezes Campeão do Torneio Rio - São Paulo (1957 e 1960) foram os principais títulos do “Fluminense” com Castilho no gol. Um dos pou-cos craques que disputaram quatro Copas do Mundo, Carlos Castilho, da mesma forma que Nílton Santos, participou da Seleção Brasileira em 1950, 1954, 1958 e 1962. Ainda pelo Brasil, foi Campeão Pan-America-no em 1952, vencedor da Taça Oswaldo Cruz em 1950 e 1962, da Copa Bernardo O’Higgins de 1955, e da Copa Roca em 1957. Atuou, também em defesa do selecionado canarinho, nos Campeonatos Sul-Americanos de 1953 e 1959. Após encerrar sua brilhante carreira de jogador, Castilho con-tinuou a trabalhar, como técnico de diversos clubes brasileiros, tendo se destacado: no Vitória, nas temporadas 1973/1974, conquistando bons resultados na 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro; no modesto Operário de Mato Grosso, que chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1977; e no Santos que, sob seu comando, foi o Campeão Paulista de 1984. Em reconhecimento aos seus méritos e. sobretudo, à sua dedi-cação ao clube , o “Fluminense FC” colocou, em 2007, um busto de Carlos José Castilho na entrada da sua bela e aristocrática sede social, na Rua Álvaro Chaves, em Laranjeiras. Após a apresentação de todos os integrantes da equipe brasileira, finalizada com os dado biográficos do então reserva de Barbosa, vamos

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recapitular a campanha brasileira na Copa do Mundo de 1950. Depois de doze anos, devido à interrupção causada pela Se-gunda Guerra Mundial, que impediu a realização do grande evento esportivo em 1942 e 1946, a Taça Jules Rimet voltou a ser disputada no IV Campeonato Mundial de Futebol. Por não ter sofrido danos em seu território, o Brasil foi escolhido como país sede da Copa de 1950, assim como a Suíça para 1954. A definição do Brasil como o país sul-americano anfitrião do campeonato de 1950, desagradou à Argentina, que também pleiteava sediar o grandioso evento, motivando a sua não participação, em protesto. Em compensação, a Seleção da Inglaterra, terra dos inventores do futebol, que havia se recusado a participar das três edições anteriores (1930, 1934 e 1938), fez a sua estréia na Copa de 1950. Para assegurar o sucesso do campeonato mundial, a cidade do Rio de Janeiro, então Capital Federal, investiu pesadamente, construin-do o maior estádio de futebol do mundo, o Maracanã. Prevista para ser disputada por 16 seleções, a Copa de 1950 acabou contando com apenas 13 participantes: Bolívia, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Ingla-terra, Itália, Iugoslávia, México, Paraguai, Suécia, Suíça e Uruguai. As eliminatórias prévias reuniram 34 países em disputa de 14 vagas, uma vez que a Itália (última campeã) e o Brasil (país sede) esta-vam automaticamente classificados. Assim, a competição foi organiza-da com base em uma distribuição das 16 seleções previstas em 4 grupos com quatro participantes em cada um. Com as desistências ocorridas, o grupo nº3 ficou com somente três seleções: Itália, Suécia e Paraguai; e o grupo nº4, com dois países apenas: Uruguai e Bolívia. O grupo nº1 reuniu: Brasil, Suíça, Iugoslávia e México; e, no grupo nº2, ficaram: Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e Chile. As regras previam duas fases: a primeira destinava-se a classificar os quatro vencedores dos grupos para a disputa da segunda fase: um quadrangular final, visando a apontar o campeão. Dessa forma, foram vencedores dos seus respectivos grupos, classificando-se para o quadrangular: Brasil, Espanha, Suécia e Uru-guai, que só precisou vencer um jogo, derrotando a Bolívia, por 8x0. Vamos, agora, detalhar a campanha brasileira.Primeira Fase da Copa do Mundo de 1950:

1) Data: 24 de junho de 1950Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro)Adversário: MéxicoResultado: Brasil 4 x 0 MéxicoSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Ely, Danilo e Bigode; Maneca, Ademir, Baltazar, Jair e Friaça.Gols do Brasil: Ademir (2), Jair e Baltazar.2) Data: 28 de junho de 1954Local: Estádio do Pacaembu (São Paulo)Adversário: SuíçaResultado: Brasil 2 x 2 SuíçaSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Rui e Noronha; Alfredo II, Maneca, Baltazar, Ademir e Friaça.Gols do Brasil: Alfredo II e Baltazar.3) Data: 1° de julho de 1950Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro)Adversário: IugosláviaResultado: Brasil 2 x 0 IugosláviaSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bi-gode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.Gols do Brasil: Ademir e Zizinho.Segunda Fase (Quadrangular Final) da Copa do Mundo de 19501) Data: 9 de julho de 1950Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro)Adversário: SuéciaResultado: Brasil 7 x 1 SuéciaSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bi-gode; Maneca, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.Gols do Brasil: Ademir (4), Chico (2) e Maneca.2) Data: 13 de julho de 1950Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro0Adversário: EspanhaResultado: Brasil 6 x 1 EspanhaSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bi-gode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.Gols do Brasil: Ademir (2), Chico (2), Jair e Zizinho.

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3) Data: 16 de julho de 1950Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeirp)Adversário: UruguaiResultdo: Brasil 1 x 2 UruguaiSeleção Brasileira: Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bi-gode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.Seleção Uruguaia: Maspoli, Matias Gonzalez e Tejera; Gambetta, Obdulio Varela e Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino e Moran.Gol do Brasil: FriaçaGols do Uruguai: Schiaffino e Ghiggia. Para o Brasil sagrar-se campeão, bastaria empatar com o Uru-guai, uma vez que havia vencido os outros dois participantes do quad-rangular, Suécia e Espanha, com exibições de gala e goleadas retum-bantes; ao passo que o Uruguai ficara em um empate, por 2 x 2, com a Espanha e vencera a Suécia, pelo apertado placar de 3 x 2. A derrota para o Uruguai, presenciada por mais de 200 mil pes-soas (174 mil pagantes e cerca de 50 mil não pagantes), transformou-se em verdadeira tragédia nacional. Era enorme e justificada a expectativa para a conquista do título de campeão mundial pelo Brasil. A seleção brasileira era a grande favorita, com inteira justiça, pois fizera, até aquele fatídico dia, uma excelente campanha, encantando a imprensa esportiva mundial. Era um time realmente muito bom, que praticava um futebol extremamente veloz, mas com uma característica inteiramente nova, segundo os cronistas especializados da Europa _ a alegria de jogar! Assim, a justa expectativa transformou-se em certeza antecipada de vitória em um jogo que ainda não acontecera, contagiando a todos os brasileiros: torcida, imprensa, dirigentes esportivos e políticos. O excesso de otimismo que levou a um clima de festejos, antes da hora, contribuiu muito para a débâcle final. Na véspera da partida com o Uru-guai, os jogadores viram-se obrigados a deixar a tranqüila concentração do Hotel das Paineiras, mudando-se para as instalações do “Vasco da Gama” no Estádio de São Januário, onde não tiveram mais sossego, devido ao assédio de torcedores, jornalistas e políticos. Ainda antes da mudança, um fotógrafo pediu aos jogadores para tirar fotos destinadas

à publicidade da cerveja “Faixa Azul” da Antártica, que estava sendo lançada. Embora ainda não existisse o computador e, muito menos, o programa “Photoshop”, já se faziam fotomontagens. Assim, na véspera do jogo, os jornais estamparam as fotos dos craques brasileiros, os-tentando faixas de campeão, em alusão à faixa cervejeira. Logicamente, os atletas do Brasil ficaram aborrecidos; mais chateados, ainda, ficaram os uruguaios. O triste episódio serviu de mote para o técnico do Uru-guai chamar pelo brio de seus comandados, sendo seguido pelo capitão Obdulio Varela, que pediu raça aos seus companheiros. O assédio de políticos, que queriam aparecer junto com os então já considerados campeões do mundo, continuou até no vestiário, quando os jogadores do Brasil estavam se preparando para entrar em campo. Para descrever o que aconteceu em seguida, julgamos oportuno transcrever, parcialmente, as palavras do jornalista Jorge Tadeu, em seu texto “A derrota que abalou um país inteiro”: “Maracanã, 16 de julho de 1950. Augusto, capitão da seleção brasileira, surgiu no túnel e as duzentas mil pessoas que lotavam o estádio quase entraram em delírio. Aquela tarde de domingo tinha sido reservada para o Brasil ser campeão do mundo. Bastava um empate contra os uruguaios. Mas ninguém falava em empate. Afinal, o Brasil havia vencido o México por 4x0, a Iugoslávia por 2x0, a Suécia por 7x1 e a Espanha por 6x1. Um empate com a Suíça já tinha sido um erro de percurso. Era o que todos pensavam naquela tarde. O Maracanã também havia sido construído para a festa da vitória. O jogo começou e os uruguaios foram resistindo. Resistiram o primeiro tempo e, até aos quatro minutos do segundo, quando Friaça abriu a contagem para o Brasil. Um gol que quase desencadeou uma alucinação coletiva. Na Tribuna de Honra, trazendo na mão um ped-acinho de papel, o velho Jules Rimet, Presidente da FIFA, ainda tentava decorar uma pequena saudação, em português, quando entregasse a taça ao capitão Augusto. Mas, dezessete minutos depois, os uruguaios em-pataram e, a nove minutos do final, fizeram o segundo gol. Um gol que provocou paradas cardíacas e tentativas de suicídio por todo o país. Jules Rimet viu o jogo até o gol de empate. Em seguida, com a taça na mão, tomou o elevador para descer até o campo. No gramado

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haveria uma guarda de honra e, perfilado ao lado dos campeões, ele ouviria o hino nacional. O empate favorecia ao Brasil e quando Jules Rimet descia, o estádio se agitava como numa tempestade que se abate sobre o mar, e as vozes se avolumavam como os rumores de um fura-cão. Cinco minutos depois, quando o presidente da FIFA chegou à boca do túnel, um silêncio de morte havia substituído todo aquele tumulto. Quando o jogo acabou, Jules Rimet se viu sozinho, com a taça na mão e sem saber o que fazer com ela. Terminou por descobrir o capitão Ob-dulio Varela e lhe entregou a taça, sem nenhum discurso. A festa era dos uruguaios. Realmente, o 16 de julho de 1950, a partir daquele momento, entraria na história esportiva do Brasil como um novo dia de finados. O título a caminho de Montevidéu era mais que uma lição. Flávio Costa e os jogadores, de heróis, se transformaram em réus. O tribunal da opinião pública os condenou como autores de um crime monstruoso. O crime de perder a última batalha. E o Maracanã, construído para a vitória, somente para a vitória, ficou marcado para sempre pelo gol de Ghiggia. Foi uma lembrança eterna e triste de uma tarde que os campeões do mundo deixaram de ser campeões para ser pobres e desacreditados vice-campeões.” O chamado “Maracanazo” trouxe algumas conseqüências para o futebol brasileiro, principiando pela troca do uniforme da seleção (camisa branca) por outro calcado nas cores da bandeira nacional, fazendo surgir a hoje já tradicional camisa amarela e dando origem ao apelido de “canarinho” para o time. Mais importante, porém, foi a idéia do jornalista Mário Filho de promover a disputa do Torneio Rio – São Paulo, anualmente, com a participação das principais equipes desses dois centros de excelência do esporte. Posteriormente, esse torneio, ampliado, serviu de base, anos depois, para a criação do campeonato nacional, o popular “Brasileirão”.

SURPRESA

Marcos foi o primeiro a saber do boato: a Padaria Lago Sul iria fechar. Procurado, o proprietário do centro comercial, o simples e aces-sível, embora milionário, Gilberto Salomão confirmou a triste notícia.

Pelo telefone celular, o contador comunicou-se com Roberto. _Só nos resta, então, procurarmos outro lugar para os nossos pa-pos futebolísticos. Sugiro dois locais, Ambos no mesmo centro comer-cial, onde estamos acostumados: aquela casa de empadas, que tem uma excelente de camarão e um ótimo café expresso; ou o velho Bier Fass, onde o Palhares e a Dona Maria garantem que o chope é sempre bem tirado. _Porque não os dois? retrucou Marcos. _ Ótima idéia! Temos, apenas, que mudar nossos horários. Ao invés de encontros matinais, vamos fazê-los à tarde, quando for na Em-pada Brasil, e no início da noite, quando for a vez do chope, ponderou o engenheiro. _ E vamos ter que limitar, por razões de saúde, por causa de nossa faixa etária, e de bolso, por sermos aposentados sem aumento cor-respondente ao do custo de vida, a freqüência de nossas reuniões. Que tal duas vezes por semana, uma em cada local? Acrescentou o gaúcho. _ Sugiro, então, comer empada nas terças feiras e tomar chope nas quintas, propôs o carioca._ De acordo. Vou me comunicar com o Brian e o Pedro Paulo para ver se eles concordam. Vou contatar, também, o Cristiano, pois soube que ele acabou de chegar, após seu longo cruzeiro marítimo, finalizou o Marcos.Com a concordância de todos, inclusive do mineiro Cristiano, que não sabia ainda do projeto futebolístico, mas estava ansioso por se reintegrar ao grupo dos velhos, foi marcada uma reunião para as 16 horas da terça-feira seguinte, na Empada Brasil.No domingo, Roberto Mauro encaminhou cópias do trabalho elaborado com a ajuda do Marcos, para que os demais tomassem conhecimento prévio.Dessa maneira, no dia marcado, estavam todos prontos para a discussão. _Que beleza de trabalho, quanta riqueza de fatos históricos! Elogiou PPP, acrescentando: _ Assim, vamos acabar fazendo um magnífico livro._Também gostei. Achei muito interessantes os dados biográficos le-vantados pelo Marcos, desde Arthur Friedenreich até Carlos Castilho. Minha mulher, que é botafoguense, adorou a biografia do Nílton Santos,

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seu ídolo de infância, comentou o Brian._ Realmente, não me esqueci nem de mencionar o pênalti cometido por ele no jogo contra a Espanha, na Copa do Mundo de 1962, que acabou não marcado. Entretanto, a meu ver, esse episódio não enriquece a sua bela biografia. Mais nobre foi o procedimento do atacante Leonardi, da seleção argentina, na disputa da primeira Copa Roca, em 1914. O Brasil vencia por 1x0, quando o jogador argentino recebeu um lançamento, dominou no peito e marcou um belo gol, empatando a partida. O árbitro brasileiro Alberto Borgerth validou o lance, normalmente. Antes que a seleção brasileira desse a nova saída, porém, Leonardi dirigiu-se ao árbitro: “_Anule o gol, senhor juiz, porque ajeitei a bola com a mão” . Após apertar a mão do autor de tão honesta atitude, Borgerth assinalou a infração e mandou continuar o jogo, que terminou com a vitória bra-sileira por 1x0, concordou, sem modéstia, o Marcos._Realmente, uma bela atitude que poderia servir de exemplo para o seu compatriota Maradona, que até hoje se gaba de “La mano de Dios”, comentou PPP._ Não podemos nos esquecer que o nosso conterrâneo Luiz Fabiano também aprontou uma dessas, agora recentemente, na Copa de 2010, ponderou Roberto Mauro._ Eu acho que essa atitude altamente elogiável do tal Leonardi, de quem eu nunca havia ouvido falar, só foi possível porque aconteceu em 1914, época ainda do amadorismo puro no Brasil e também na Argentina, creio. Nos dias atuais se o “Fabuloso”, como os narradores esportivos o chamam, ou o hoje técnico Diego Maradona, tivesse confessado seu deslize, seria execrado pelos próprios companheiros e, até, pelo seu treinador, falou o mineiro Cristiano, em sua primeira intervenção._ A meu ver foram muito esclarecedoras as detalhadas considerações sobre a Copa de 50, inclusive quanto ao seu regulamento que previu a inusitada forma de decisão em um quadrangular, comentou Brian. ¬ ¬__Pois eu acho que a FIFA errou na formação dos grupos, Se haviam apenas treze equipes ao invés das dezesseis previstas, o lógico seria formar três grupos com três seleções e um com quatro. Da maneira como foi feita a distribuição: dois grupos com quatro times, um com três e outro com apenas dois; o Uruguai acabou favorecido, pois jogou somente uma partida na primeira fase, classificando-se com uma única

vitória sobre a reconhecidamente fraca, na época, seleção da Bolívia, criticou Cristiano Ferreira. _Foi muito bom ficar sabendo que a primeira música brasileira, que teve como tema o futebol, foi composta pelo grande e inolvidável Pixinguinha, comentou o PPP. _Uma das glórias da minha juventude carioca foi a de ter con-hecido pessoalmente o Pixinguinha, logicamente muito tempo depois do chorinho “1 X 0”, e com ele tomar um bom uísque escocês, às 10 horas da manhã, em sua mesa cativa na famosa Uisqueria Gouveia, na Travessa do Ouvidor, no centro do Rio de Janeiro, vangloriou-se Rob-erto Mauro. _Gostei muito das curiosidades relatadas, como a origem da expressão “pó de arroz”, adotada pela torcida do tricolor carioca, e a razão do termo “cartola” para designar os dirigentes esportivos, interveio Marcos. E acrescentou; _Vou contar-lhes o porquê de ser chamado de “olímpico” o gol obtido, de forma direta na cobrança de um escanteio: em 1928, o “Vasco da Gama” enfrentou o time uruguaio do”Wanderers”, em um amistoso, no seu Estádio de São Januário. O clube carioca venceu por 1x0, graças a um gol marcado por seu jogador Santana, na cobrança de um escanteio (corner, com se dizia,então), que entrou direto no gol. Como os uruguaios eram, na época, os campeões olímpicos de futebol, esse gol foi chamado de olímpico, denominação que perdura até hoje. _Vou contar-lhes outra curiosidade referente ao jargão futebolís-tico brasileiro, decorrente, também, de uma característica de um jogador vascaíno. Em 1939,quando se usava apenas uma bola durante as par-tidas, atuava no “Vasco”, um bom meia-esquerda, argentino, chamado Bernardo Gandula. Esse jogador, conhecido pelo sobrenome, embora profissional, tinha o hábito, que eu classifico como amador, de não gostar que o jogo parasse. Assim, quando a bola saía pela lateral, ele corria para pegá-la e a trazia para ser reposta em jogo, ainda que pelo adversário. Assim, quando, tempos depois, surgiram nos campos de futebol os garotos incumbidos de buscar a bola, alguém se lembrou do ex-craque, e o seu nome próprio acabou transformado em substantivo comum, designando esses meninos, explicou o Cristiano. _Eu, como bom paulista, apesar de defender o pioneirismo do

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Charles Miller, reconheço que na primeira metade do século passado, quando o Rio era a capital federal, o futebol carioca era o que tinha maior repercussão nacional. Assim, dou razão ao Roberto Mauro por ter enfatizado a história do futebol na Cidade Maravilhosa, sem des-cuidar de apresentar a evolução do esporte em São Paulo, nem deixar de mencionar os fatos mais significativos do futebol mineiro, gaúcho, paranaense, pernambucano e baiano, elogiou o arquiteto Pedro Paulo. _ Muito obrigado, agradeceu Roberto e acrescentou: _Agora, você, PPP, com a ajuda do Cristiano, que voltou com muita disposição, e do Marcos, que se revelou ótimo biógrafo, precisam contar a história do futebol no Brasil, desde 1951 até 2010. Nesse dia, em comemoração ao seu retorno, o Cristiano que-brou a praxe estabelecida de sempre dividirem a conta, fazendo questão de pagá-la integralmente. Diga-se, de passagem, que o mineiro de Uberaba, apesar de ser o único do grupo que não tinha curso superior, era o mais abastado de todos, pois fizera fortuna como comerciante de materiais de construção desde os primórdios de Brasília, com sua loja instalada inicialmente na Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e pos-teriormente na W3 Sul. Antes de se despedirem, ficou combinado que, nas próximas três re-uniões, a conversa giraria sobre generalidades e, inclusive, a longa volta de navio feita pelo Cristiano Ferreira, após ter assistido à Copa do Mundo, na África do Sul. O relato e a discussão sobre o futebol bra-sileiro pós Maracanazo ficaria para a primeira quinta feira de setembro, no Bier Fass.

O FUTEBOL BRASILEIRO (1951 – 1960)

A partir de 1951, além das alterações havidas no futebol brasileiro, pro-vocadas, direta ou indiretamente, pela derrota de 16 de julho de 1950, desabrocharam novos valores nos gramados. Alguns, como Castilho e Nílton Santos, já haviam sido revelados no final da década anterior, tanto que fizeram parte da seleção vice-campeã da Copa de 1950, em-bora ainda na condição de reservas.Outros, como Pinga e Didi, embora não tivessem sido selecionados pelo

técnico Flávio Costa para a Copa de 50, já haviam demonstrado suas qualidades de grandes craques.José Lázaro Robles, nascido na capital paulista em 11 de fevereiro de 1924, tornou-se conhecido no mundo do futebol como Pinga. Antes que algum desavisado associe seu apelido a alguma bebida alcoólica, é preciso esclarecer que o José, quando menino, era chamado de “pin-ga-fogo”, por seu temperamento irrequieto e travesso. Essa alcunha, encurtada para “pinga”, passou a acompanhá-lo até sua morte, em 1996. Pinga estreou no time profissional da “Portuguesa de Desportos”, de São Paulo, em marco de 1944, como meia-esquerda. Seis anos depois, foi convocado para disputar a Taça Oswaldo Cruz de 1950 pela Seleçâo do Brasil, que conquistou o troféu, tendo Pinga marcado três dos cinco gols brasileiros contra o Paraguai, nas duas partidas realizadas. Entre-tanto, não fez parte do selecionado que jogou na Copa do Mundo de 50. Nesse ano de 1950, foi o artilheiro do campeonato paulista, com 22 gols, pela “Portuguesa”. Voltou a atuar pelo Brasil na conquista do Pan-Americano de 1952. Nesse mesmo ano, obteve seu único título de campeão pela associação lusa: o Torneio Rio –São Paulo, do qual foi o artilheiro, com 11 gols. No início de 1953, transferiu-se para o “Vasco”, no Rio, onde foi deslocado para a ponta-esquerda. Foi novamente convocado para a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1954, na Suíca, na qual assinalou dois gols. Ganhou dois Campeonatos Cariocas (1956 e 1958) e um Torneio Rio-São (1958), pela equipe da Cruz de Malta. Cedido para o “Juventus (SP)” em 1962, pendurou as chuteiras no ano seguinte.Waldir Pereira, o Didi, nasceu em Campos, norte fluminense, no dia 8 de outubro de 1928. Após ter começado a jogar futebol em sua cidade natal, pelo “Americano”, em 1946, o meio-campista atuou, a partir de 1947, pelo “Madureira” do Rio, transferindo-se para o “Fluminense”, em 1949. Jogou no tricolor das Laranjeiras até 1956. Nesse período at-ingiu o estrelato, tendo sido o autor do primeiro gol marcado no Estádio do Maracanã, em favor da Seleção Carioca, no dia 16 de junho de 1950. Chamado de “O Príncipe Etíope” pelo jornalista e grande dramaturgo Nelson Rodrigues, tricolor de quatro costados, Didi, com seu estilo refinado e preciso de toques na bola, foi peça-chave nas conquistas do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio de 1952 (mais importante

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torneio internacional de clubes na ocasião), pelo “Fluminense”, incluin-do uma vitória por 3x0 sobre o “Peñarol”, base da Seleção Uruguaia, Campeã do Mundo. Pela Seleção do Brasil, Didi participou, junto com seus companheiros de equipe Castilho, Pinheiro e Bigode, da conquista do Campeonato Pan-Americano de 1952, no Chile. Integrou, também, a equipe brasileira na Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Cedido ao Botafogo em 1956, permaneceu no alvinegro carioca até 1964, com breves interrupções: de 1959 a 1960, para atuar no célebre time do Real Madrid, da Espanha, que contava, entre seus astros, com os famosos Di Stéfano (argentino) e Puskas (húngaro), tendo sido vencedor da Liga dos Campeões da UEFA; e, em 1963, para jogar pelo Sporting Cris-tal, do Perú. Defendendo o Botafogo, foi Campeão Carioca em 1957, 1961, 1962 e vencedor do Torneio Rio-São Paulo de 1962. Pela Seleção do Brasil, sua maior glória: bicampeão mundial em 1958 e 1962. Nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1958, no jogo contra o Perú, Didi marcou um gol, em cobrança de falta, que ganhou notoriedade, por ser fruto da sua criação chamada de “folha seca”. Consistia em bater na bola com a parte externa do pé, conferindo-lhe um efeito especial, se-melhante ao de uma folha ao vento, ao se aproximar da meta adversária. Essa forma de usar o lado externo do pé para chutar se tornou comum, sendo hoje denominada de “trivela”. É muito utilizada, atualmente, em passes longos, mas, raramente na cobrança de faltas, como Didi fazia, com maestria. Foi ele considerado o melhor jogador da Copa do Mundo de 1958, sendo apelidado de Mr. Football, pela imprensa especiali-zada da Europa. Durante seu longo tempo botafoguense, teve grandes craques como companheiros de equipe: Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Gérson, Quarentinha, Manga e Amarildo. Em 1964, transferiu-se para o “São Paulo FC”; voltou ao “Botafogo”, ainda no mesmo ano; no seguinte, 1965, foi para o México, contratado pelo “Veracruz”; em 1966, finalmente, encerrou sua carreira de jogador vitorioso, após ter retornado ao “São Paulo”. Continuou em atividade como treinador, colecionando alguns títulos: Campeão Peruano de 1968 (“Sporting Cris-tal”); Campeão Turco (1973/74 e 1974/75) pelo “Fenerbaçe”; Campeão Carioca pelo “Fluminense” (1975); Campeão Mineiro de 1977 (“Cru-zeiro”). Como técnico da Seleção do Perú, obreve a sua classificação para a Copa de 1970, onde terminou derrotada pela Seleção do Brasil.

Foi, ainda, técnico do “River Plate” da Argentina. No futebol paulista, a grande estrela do timr sãopaulino. que coseguiu se sobressair nos anos 40, Leônidas, se aposentou. Ao mesmo tempo, tomou força, dentro do clube, o movimento pela construção do Estádio do Morumbi, que teve inpicio em 1953. Assim, a performance do fute-bol foi relegada a um segundo plano, no “São Paulo”. O “Corinthians” foi o vencedor dos campeonatos estaduais de S. Paulo, em 1951, 1952 e 1954. Essa última conuista revestiu-se de uma glória especial por ser referente ao ano do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Sob o comando do técnico Osvaldo Brandão, formou no jogo final com: Gilmar, Homero e Alan; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luisinho, Baltazar, Rafael e Simão. Nos Torneios Rio-São Paulo, além do título obtido em 1950 (último ano da década iniciada em 1941), foi vitorioso em 1953 e 1954.O grande feito do “Palmeiras”, na década iniciada em 1951, ocorreu nesse mesmo ano: a conquista da Copa Rio Internacional, considerada na época como o primeiro mundial de clubes. Ainda em 1951, foi vito-rioso no Torneio Rio-São Paulo.A “Portuguesa de Desportos”, com uma excelente equipe, onde pon-tificavam legítimos craques como Djalma Santos, Julinho, Pinga e Brandãozinho, venceu o Torneio Rio-São Paulo, em 1952 e 1955.O “Santos”, fundado em 1912, na cidade praiana e portuária de mesmo nome, foi, até a década iniciada em 1951, um mero coajuvante na disputa do campeonato paulista. Como destaque na primeita metade do século XX, registre-se o período de 1927 a 1930, quando foi, por três vezes, vicecampeão com um ataque fabuloso, onde pontificavam o jovem craque Araken e o mais experiente Feitiço. No campeonato de 1927, com a extraordinária média de 6,25 gols por partida, a linha ofensiva santista assinalou 100 tentos, recebendo o apelido de “limha dos 100 gols”. O único título de Campeão Paulista foi obtido em 1935, com o retorno do Araken, ausente do “Santos” desde 1931. Em 1955, finalmente, o alvi-negro praiano voltou a ser Campeão em São Paulo, com uma equipe na qual foram destaques: Zito, Formiga, Ramiro e Vasconcelos. Mas, o fato que modificou a história do “Santos” acon-teceu em 1956. O craque do passado Waldemar de Brito levou para a Vila Belmiro um menino de 15 anos, chamado Edison e apelidado Pelé.

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Nesse mesmo ano, prenunciando a fase áurea que iria se iniciar, o time do Santos, com o reforço do excelente ponta-esquerda Pepe, con-quistou o bicampeonato paulista. Pelé marcou o seu primeiro gol pela equipe santista em um amistoso, contra o Corinthians de Santo André, em 1958, ano em que o Santos foi novamente Campeão Paulista, tendo Pelé como artilheiro, com a marca recorde de 58 gols. Assim começou a era Pelé, de grande sucesso para o Santos, que conquistou o Rio-São Paulo de 1959 e, encerrando a década, o título paulista de 1960. No Rio Grande do Sul, ao início dos anos 50, continuou a supremacia já mostrada pelo “Inter” na década anterior, conquistando um tetracampe-onato (1950/51/52/53) . Surpreendentemente, o campeão de 1954 foi o “Renner”. A partir de 1955, a hegemonia passou a ser do “Grêmio” que se sagrou pentacampeão gaúcho (1955/56/57/58/59/60).Em Belo Horizonte, na década 1951-60, o cenário futebolístico era dominado pelo “Atlético Mineiro”. Esse clube, após revelar, na década anterior, como grande goleador, o centroavante Carlyle, que se transfeiu para o Fluminense, propiciou a ascensão de Ubaldo, o centroavante dos gols inexplicáveis, chamados de “espíritas”, que se tornou o grande ídolo do time. Em 1955, a marcha do carnaval carioca “Tem nego bebo aí”, de Miabeau e Ayrton Amorim, transformou-se em sucesso nacional, e foi adotada pelos atleticanos para saudar o sru jogador, com o refrão modificado para “tem nego Ubaldo aí”. A equipe do “Vasco”, base da Seleção do Brasil derrotada pelo Uru-guai no último jogo da Copa do Mundo, embora abalada pela perda do título, conquistou o Campeonato Carioca de 1950. E, ainda pratica-mente com o mesmo time, venceu também o de 1952. No ano seguinte, houve uma renovação e novos craques, como Bellini, Pinga e Sabará, vieram juntar-se a Vavá, contratado em 1952. Assim, o time cruzmaltino veio a ser Campeão Carioca em 1956 e 1958, novamente. Nesses mes-mos anos, mais duas importantes conquistas: em 1956, a Pequena Copa do Mundo, enfrentando equipes de renome como Real Madrid, Porto e Roma, na Venezuela; em 1958, o Torneio Rio-São Paulo. Após esse tri-unfo e duas importantes vitórias internacionais (4x3 sobre o bicampeão europeu Real Madrid, no Torneio de Paris: e 7x2 em cima do Barcelona, no seu Estádio de Camp Nou) obtidas em 1959, o clube da colônia por-tuguesa no Rio iniciou uma fase adversa, com jejum de títulos.

O “Botafogo de Futebol e Regatas”, muito embora contasse com um time de jogadores excepcionais, entre os quais Garrincha e Nílton San-tos (melhores do século XX, em suas posições, de acordo com a FIFA), na década iniciada em 1951 foi Campeão Carioca somente uma vez, em 1957 Apesar da má campanha realizada em 1950, quando a sua equipe recebeu da crônica esportiva o epíteto de “timinho”, o “Fluminense” iniciou a década, em 1951, sob novos ares. Venceu, no Maracanã, dois clubes ingleses: o “Arsenal”, por 2x0; e o “Portsmouth”, por 2x1. Sob o comando técnico de Zezé Mooreira, a formação básica do “timinho” era: Castilho, Píndaro e Pinheiro; Vítor, Edson e Lafayete; Telê, Didi, Carlyle, Orlando e Robson. Conquistou o Campeonato Carioca, vencen-do o Bangu nos dois jogos extras, necessários à decisão do título. No primeiro FlaxFlu, realizado no Maracanã e vencido pelo Fluminense, registrou-se a presença de 109.212 torcedores. Como houve um grande derrame de ingressos falsos, é possível que cerca de 40.000 pessoas a mais também tenham adentrado o estádio., além dos registrados, para assistir ao “Clássico das Multidões”. Em 1952, sagrou-se Campeão da Copa Rio, de forma invicta, com cinco vitórias e dois empates. Também invicto, em 1957, o “Fluminense” venceu o “Torneio Rio-São Paulo”, com sete vitórias e dois empates, incluindo uma goleada de 5 a 1 sobre o “Palmeiras”. Com uma equipe que contava com o grande artilheiro Waldo e os craques Castilho, Pinheiro, Altair, Maurinho e Telê, foi o Campeão Carioca de 1959. No último ano da década, 1960, obteve novamente o título do Torneio Rio-São Paulo, com apenas uma derrota, dois empates e seis vitórias, inclusive uma por 7 a 2, em cima do “São Paulo”.O “Flamengo”, nesse período, obteve o seu segundo tricampeonato carioca (1953/54/55). Fizeram parte das memoráveis campanhas os seguintes craques; o goleiro paraguaio Garcia (1953/54); os médios Servílio, Dequinha e Jordan; os meias Rubens, Benitez (1953), Evaristo (1954) e Dida (1955); e os pontas Joel e Zagallo (1954/55). Os zaguei-ros Tomires e Pavão, tecnicamente menos dotados, jogavam com muita disposição e vigor.Apresentamos, a seguir, alguns dos principais personagens dessa dé-cada.

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Carlyle Guimarães Caedoso nasceu na cidade de Almenara, interior de Minas Gerais, em 15 de junho de 1926. Ficou famoso pelos gols assi-nalados como centroavante do “Atlético Moneiro”, onde jogou de 1947 a 1950. Em 1948, foi convocado para a Seleção Brasileira, tendo sido o segundo jogador atleticano a merecer tal honraria, até então. Carlyle transferiu-se para o “Fluminense”, do Rio de Janeiro, em 1950. Inte-grou, então, a Seleção Carioca que inaugurou, em 16 de junho de 1950, o grandioso Estádio do Maracanã, em jogo com a Seleção Paulista. No tricolor das Laranjeiras, foi “Canpeão Carioca” e artilheiro do certame com 23 gols, logo em 1951.Píndaro Possidente Marconi nasceu em Pádua, interior do Estado do Rio de Janeiro, em 12 de março de1925. Atuou pelo “Fluminense” de 1948 a 1955, tendo tido participação em mais de 250 jogos. Formou, com Castilho e Pinheiro, um trio final quase inexpugnável, chamado pe-los torcedores tricolores de “Santíssima Trindade”. Foi convocado para a Seleção do Brasil em 1950, mas pediu dispensa, após desentendimen-to com o técnico Flávio Costa. Píndaro sagrou-se “Campeão Carioca” em 1951, e vencedor da Copa Rio de 1952, competição considerada na época como o campeonato mundial de clubes.João Carlos Batista Pinheiro , conhecido pelo seu sobrenome Pinheiro, nasceu no norte fluminense, na cidade de Campos, no dia 13 de janeiro de 1932. Seu primeiro clube foi o “Americano”, em sua cidade natal. Nesse time, jogou como goleiro, centroavante, meia-armador e, final-mente zagueiro, posição em que se consgrou, mais tarde, no “Flumin-ense” e na Seleção Brasileira. Com 1,87 m de altura e extremamemte forte, Pinheiro foi um zagueiro viril, porém não violento. Com muita categoria, visava somente a bola, desarmando os adversários e se trans-formando em um verdadeiro paredão na defesa. Era o xerife da zaga tricolor, tendo efeuado 605 jogos pelo “Fluminense”, entre 1949 e 1961. Com a camisa amarela da Seleção Brasileira, disputou 17 partidas, tendo marcado 1 gol. Foram 11 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Pelo Brasil, foi Campeão Pan-Americano de 1952, no Chile, e vencedor da Taça Bernaedo O’Higgins, em1955. Participou, como zagueiro titular, da Copa do Mundo de 1954, na Suíça, onde o Brasil foi eliminado, ao perder para a espetacular equipe da Hungria, de Puskas & Cia, por 4x2, em jogo conturbado. Quando pendurou as chuteiras, Pinheiro continuou

a trabalhar no “Fluminense”, como técnico das categorias de base, tendo conquistado diversos títulos e revelado inúmeros jovens talentos. Como técnico principal de times profissionais, Pinheiro foi Campeão da Copa do Brasil de 1993, pelo “Cruzeiro”; Vice-Campeão Brasileiro pelo “Bangu”, em 1985; e Vice-Gampeão da Taça de Prata, pelo “Goyta-caz”, de Campos, RJ. Prestou, ainda, bons serviços como treinador do “Americano”, do “América” de Minas Gerais, e do próprio “Flumin-ense”.Telê Santana da Silva, nascido em 26 de julho de 1931, é natural de Itabirito, MG. Nos anos 40, começou a jogar futebol no “América Recreativo” de São João del Rey, cujo presidente era seu pai, que acumulava também as funções de técnico. Logo depois, foi levado para o time juvenil do “Fluminense”, onde atuou como centroavante. Em 1951, promovido à equipe principal, foi deslocado para a ponta-direita do chamado “timinho” que se sagrou “Campeão Carioca”. Telê era extremamente magro, pesando apenas 57 kg com pouco mais de 1,70 m de altura, quando iniciou sua arividade profissional. Além de muito habilidoso, destacava-se pela excelente visão de jogo e fôlego exreaordinário, que lhe permitia atacar e auxiliar a defesa durante os 90 minutos da partida. O seu porte franzino, aliado à sua fenomenal capacidade de luta, fez com que lhe fosse conferido o apelido de “Fio de Esperança”, título de um filme de grande sucesso, estrelado por John Wayne, lançado em 1954. Pelo “Fluminense”, clube que defendeu com brilho até 1962, foi, também, Campeão do Rio-São Paulo de 1957, Campeão Carioca em 1959 e Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1960. Antes de encerrar sua carreira de jogador, em 1965 no “Vasco”, passou por clubes de menor expressão (“Madureira”, no Rio, e “Guarani”, em Campinas,SP). Embora tenha sido um ídolo da tor-cida tricolor e reconhecido como um craque de inestimável valor pela crítica esportiva, Telê nunca jogou pela Seleção Brasileira. Entretanto, o “Mestre Telê” foi técnico do Brasil, nas Copas do Mundo de 1982 e de 1986. Como treinador competente, adepto do futebol bem jogado, eficaz e bonito, granjeou fama e comquistou glórias. Da mesma forma que como jogador, seu início como técnico aconteceu no juvenil do “Fluminense”, em 1967. Pouco depois, assumiu o comando da equipe principal que foi Campeã Carioca de 1969. Em seguida, obteve o título

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do campeonato mineiro pelo “Atlético”, em 1970. Foi Campeão do Rio Grande do Sul, em 1977, pelo “Grêmio”. Após excelente trabalho no “Palmeiras” em 1979, Telê foi convidado para ser o técnico da seleção brasileira que se preparava para a Copa do Mundo de 1982, na Es-panha. Fez um ótimo trabalho, armando uma equipe, com jogadores do naipe de Zico, Sócrates, Falcão e Júnior, que jogou o melhor futebol da competição. Infelizmente, Fortuna, a mitológica deusa romana da sorte, decidiu favorecer seus compatriotas, e um lance desafortunado do consagrado volante brasileiro Toninho Cerezo acabou propiciando a vitória da Itália sobre o Brasil. Assim, da mesma forma que acontecera em 1954 e 1974, quando as melhores seleções de cada torneio (o es-quadrão húngaro e o carrossel holandês, respectivamente) não foram vitoriosas, também o Brasil não logrou sucesso em 1982. Então, Mestre Telê foi para a Arábia, como técnico do “Al Ahli”. De retorno ao Brasil, foi novamente contratado pela CBF para comandar a seleção nacional na Copa de 1986, a ser disputada no México. Mais uma vez não contou com a ajuda da sorte e passou a ser considerado “pé frio”. No entamto, suas maiores vitórias ainda estavam por vir. A partir de 1991, como técnico do “São Paulo”, conseguiu os seguintes títulos: Bicampeão Paulista, em 1991/92; Campeão Brasileiro de 1992; Bicampeão da Copa Libertadores da América, em 1992/93; Bicampeão Mundial de Clubes, em 1992/93; Campeão da Super Copa de 1993; Bicampeão da Recopa Sul-Americana, em 1993/94; e Campeão da Copa Conmebol de 1994.Evaristo de Macedo Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1933. Iniciou sua profissão de jogador de futebol em 1950, no “Ma-dureira”, o tricolor suburbano do Rio Transferiu-se para o Flamengo, dois anos depois, e começou a se projetar no cenário futebolístico, ao conquistar o tricampeonato carioca, em 1953/54/55. Foi para a Espanha, onde defendeu o “Barcelona”, de 1957 a 1962, ganhando os campe-onatos espanhóis de 1959 e 1960, e as Copas da UEFA de 1958, 1959 e 1960. Entre 1963 e 1965, atuou pelo “Real Madrid”, sando Tricampeão Espanhol em 1963/64/65. Evaristo de Macedo retornou ao Brasil, logo em seguida, e encerrou suas atividades no mesmo clube onde começou a ter sucesso, o “Flamengo”. Atacante habilidoso, Evaristo integrou a Seleção Brasileira em 14 partidas, marcando 8 gols, sendo 5 em um único jogo. Após pendurar as chuteiras, começou sua carreira de técnic

em 1967, no “América” do Rio, e chegou a dirigir a Seleção do Brasil, em 1985. Dirigiu equipes de grandes clubes, como os cariocas “Flumin-ense”, “Flamengo” e “Vasco”; “Corinthians”, de São Paulo; o gaúcho “Grêmio”; “Atlético Paranaense”; o mineiro “Cruzeiro”; “Bahia” e “Vitória”, da Bahia; e o pernambucano “Santa Cruz” Por esses clubes, foi seis vezes Campeão Baiano (1970, 1971, 1973, 1988, 1998 e 2001); três vezes Campeão Pernambucano (1972, 1978 e 1979); uma vez Campeão Gaúcho (1990); e Campeão do Brasil, em 1988, comandando o Bahia.Mário Jorge Lobo Zagallo nasceu no dia 9 de agosto de 1931, em Ma-ceió, Alagoas. Seu primeiro clube, no Rio de Janeiro, foi o “América”, em 1948 e 1949. No ano seguinte, foi para o “Flamengo”. Nesse clube, começou a se destacar na ponta-esquerda, especialmente quando, em 1955, conquistou o tricampeonato carioca. Recebeu o apelido de “for-miguinha” por sua característica de recuar para ajudar o meio-campo. Participou da Seleção Brasileira, Campeã do Mundo, em 1958, na Suécia. Taticamente foi importantíssima sua atuação na campanha do time brasileiro, que inovou ao adotar o sistema 4-3-3. Transferiu-se para o “Botafogo”, em 1958, sendo Bicampeão Carioca (1961/62). Sagrou-se Bicampeão Mundial pela Seleção do Brasil, na Copa so Mundo de 1962, no Chile. Ainda como jogador do alvi-negro carioca, venceu os Torneios Rio-São Paulo de 1962 e 1964. Após terminar sua vitoriosa carreira de ponta-esquerda, iniciou suas atividades de técnico, treinando os juvenis do “Botafogo” onde permaneceu de 1966 a 1970, tendo logo assumido o comando do time principal e conquistado o título de Bi-campeão Carioca (1967/68). Foi contratado para preparar, como técni-co, a Seleção Brasileira que se sagrou Campeã do Mundo, pela terceira vez, em 1970, no México. De 1971 a 1972, foi o técnico do “Flumin-ense”, transferindo-se, a seguir, para o “Flamengo”, onde ficou de 1972 a 1974, tendo vencido o campeonato carioca de 1972. Voltou a dirigir o selecionado brasileiro que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Ale-manha, mas não teve o mesmo sucesso, ficando em 4º lugar. De 1975 a 2001, treinou diversos clubes: “Botafogo”, “Vasco da Gama”, “Bangu”, “Portuguesa” e “Flamengo”, pelo qual voltou a ser Campeão Carioca em 2001, já quase com 70 anos completos. Além desses clubes brasilei-ros, o Velho Lobo, como também veio a ser chamado, treinou a Seleção

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do Kuwait (1976 a 1978) e a Seleção da Arábia Saudita (1981 a 1984), tendo obtido sua classificação para os Jogos Olímpicos de Montreal. Também na Arábia, foi técnico do clube “Al Hilal”, em 1979. Ainda trabalhou com a Seleção dos Emirados Árabes, classificando-a para a Copa do Mundo de 1990, na Itália. Voltou a colaborar com a Seleção Brasileira, integrando sua comissão técnica, na posição de auxiliar de Carlos Alberto Parreira, conquistando a Copa do Mundo de 1994. Foi, novamente, o técnico do Brasil, em 1997, conquistando a Copa Amé-rica e a Copa das Confederações. Continuou como o técnico brasileiro na Copa do Mundo de 1998, quando foi Vice-Campeão. Voltou a ser o auxliar técnico de Parreira, na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, prestes a completar 75 anos de idade. Edvaldo Alves de Santa Rosa, o craque Dida, nasceu em 26 de março de 1934, na cidade de Maceió, capital do Estado de Alagoas. Seu primeiro clube foi o CSA, da sua cidade natal, onde jogou, de 1950 a 1954, con-quistando o Campeonato Alagoano de 1952, do qual foi o artilheiro com 9 gols. Curiosamente, o meia- esquerda Dida foi descoberto, em 1954, por uma delegação de vôlei do “Flamengo” que assistiu a uma partida entre as seleções de futebol de Alagoas e da Paraíba, na qual ele mar-cou três gols. No Rio de Janeiro, passou a integrar a euipe de aspirantes do rubro-negro. Conseguiu a posição de titular no ano seguinte, par-ticipando assim do último ano da campanha do tricampeonato (1955). Permaneceu no “Flamengo” por dez anos, onde voltou a ser Campeão Carioca, em 1963, tendo, antes, conquistado o Torneio Rio-São Paulo, de 1961. Em 1964, transferiu-se para a capital paulista, onde defendeu a “Portuguesa”, até 1965. Mudou-se para Colômbia, em 1966, para atuar pelo “Atlético Júnior” até 1968. Na Seleção Brasileira, participou da vitória na Copa Roca de 1957. Convocado, como o titular da camisa 10, para a Copa do Mundo de 1958, perdeu a posição, por motivo de con-tusão. Entretanto, seu substituto foi o jovem Pelé, que assumiu a vaga, para não mais perdê-la. Assim, Dida fez apenas 8 jogos pelo Brasil, tendo assinalado 5 gols. José Ely de Miranda, apelidado de Zito, nasceu em Roseira, interior do Estado de São Paulo, no dia 8 de agosto de 1932. Revelado pelo “Taubaté”, da cidade de mesmo nome, jogou no “Santos” durante quinze anos, de 1952 a 1967, tendo disputado 733 partidas. Foi um

volante de excelente qualidade técnica que se caracterizou como ótimo marcador. Entretanto, foi a liderança exercida dentro de campo o seu maior destaque, que motivou os seus companheiros da equipe santista a chamá-lo de “gerente”. Zito foi “Campeão Paulista” por nove vezes (1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967). Conquistou quatro Taças do Brasil (1961, 1962, 1963 e 1964), duas Copas Liberta-dores (1962 e 1963), dois Mundiais de Clubes (1962 e 1963) e quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 1963, 1964 e 1966). Pela Seleção do Brasil, foi Bicampeão Mundial (1958 e 1962), tendo marcado um dos gols brasileiros na final de 62, contra a Tchecoslováquia.Rubens Josué da Costa, talentoso meia-direita, jogou no “Flamengo”, de 1951 a 1957. O “Doutor Rubens”, como foi apelidado pelos fla-menguistas, nasceu em Barra Funda, interior de S. Paulo, no dia 24 de novembro de 1928. Começou a jogar futebol no “Ypiranga”, de São Paulo, em 1943. Permaneceu nesse pequeno clube atá 1950, quando, contratado pela “Portuguesa”, participou de uma excursão pela Europa. No ano seguinte, deixou a capital paulista para adquirir fama no Rio. Foi Tricampeão Carioca (1953/54/55) pelo “Flamengo”. Permaneceu no rubro-negro até 1957, ano em que passou a atuar pelo “Vasco”. Por esse clube, que foi seu último, conquistou o Campeonato Carioca de 1958 e o Torneio Rio-São Paulo do mesmo ano. Pela Seleção Brasileira foi Campeão Pan-Americano em 1952.Luís Trochillo iniciou sua carreira no “Corinthians”, em 1949. Nascido em São Paulo, no dia 7 de março de 1930, permaneceu no grande clube paulistano até 1962. Devido a um desentendimento com o ténico Sylvio Pirillo, transferiu-se, em 1963, para o “Juventus”, também da capital paulista. Retornou, porém, logo no ano seguinte, ao “Corinthians”, onde ficou até 1967, quando pendurou as chuteiras. Luizinho, como era conhecido, foi um atacante que se destacava pela extrema facilidade que tinha para aplicar dribles nos adversários, dos quais costumava debo-char. Apesar de sua baixa estatura (1,65 m), que lhe valeu o apelido de “pequeno polegar”, era bom cabeceador, marcando alguns gols dessa forma. Fez parte da Seleção do Brasil, entre 1955 e 1957, jogando 11 partidas e marcando 1 gol, tendo sido vitorioso na Copa O’Higgins de 1955, Taça Oswaldo Cruz, também em 1955, e Copa Roca de 1957. No clube alvinegro, conquistou os Campeonatos Paulistas de 1951, 1952

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e 1954 (ano do IV Centenário da Cidade de São Paulo) e os Torneios Rio-São Paulo, em 1950, 1953 e 1954. Foi homenageado, em 1994, com a instalação de um busto, no jardim do Parque São Jorge (campo corintiano).Cláudio Christovam de Pinho, hábil ponta-direita, nasceu em 18 de julho de 1922, na cidade de Santos. Revelado pelo “Santos FC”, foi contratado pelo “Palmeiras”, tendo, em 1942, marcado o primeiro gol pasmeirense sob essa nova denominação (anteriormente chamava-se “Palestra Itália”). Entretanto, foi no rival “Corinthians” que Cláudio, como ficou conhecido, viveu sua fase mais expressiva. Com grande facilidade para chutar a bola, colocando-a onde queria, tanto nos cru-zamentos para a área, como nos chutes a gol, foi o maior artilheiro da história corintiana, com 306 gols assinalados. Pelo alvinegro do Parque São Jorge, foi Campeão Paulista de 1951, 1952 e 1954 e do Torneio Rio-São Paulo, em 1950, 19553 e 1954. Pelo alviverde do Parque Antártica, já havia sido Campeão Paulista em 1942. Foi, também, Campeão Sul Americano, pela Seleção do Brasil, em 1949. Cláudio jogou até 1957 no “Corinthians”, onde assumiu o lugar de técnico, no ano seguinte, substitundo Osvaldo Brandão que se trnsferira para o “Palmeiras”. Entretanto, em 1959, voltou a atuar como jogador profis-sional, defendendo o “São Paulo”, por mais um ano, e pendurou as chuteiras. Gylmar dos Santos Neves, goleiro que ficou famoso como Gilmar, nas-ceu em Santos, no dia 22 de agosto de 1930. Começou a jogar futebol, em 1945, no “Jabaquara”, pequeno clube de sua cidade natal, onde ficou até 1951, quando foi cedido ao “Corinthians”, seu primeiro grande clube. Tanto o início como o término de sua permanência de dez anos no Parque São Jorge foram conturbados. Ao começar a jogar no campe-onato paulista, foi considerado o culpado principal pela contundente derrota por 7x3, diante da “Portuguesa de Desportos”. Ficou, então, na “geladeira” por mais de quatro meses. Pior ainda foi sua despedida do alvinegro paulistano, em meio a brigas com o presidente Wadih Helou, que o acusava de fazer corpo mole. Ao sair de um treino com o braço inchado, em 1961, procurou um médico particular e ficou sabendo que vinha jogando há meses com um tendão partido, razão das fortes dores que sentia, às quais o médico do clube não dera a menor importância.

Por sua conta, submeteu-se a uma cirurgia, e decidiu sair do “Corinthi-ans”. Para dificultar seu intento, o presidente do clube estabeleceu um valor altíssimo para o seu passe. Mesmo assim, o “Santos” se interes-sou, e, graças a uma doação do empresário José Ermírio de Moraes e a um empréstimo junto à Federação Paulista de Futebol, conseguiu contratá-lo. Gilmar não ganhou nada, mas conseguiu mudar de time. Segundo o jogador, teria sido financeiramente melhor para ele e para o clube alvinegro paulistano, aceitar uma proposta do “Peñarol” do Uru-guai: “O Peñarol” ofereceu uns 12 milhões para o “Corinthians”, mais uma fortuna na minha mão, mas resolvi não ir. Não queria dar mais nenhum tostão para o “Corinthians”. Eles me judiaram demais.” Entre-tanto, o goleiro deu muitas glórias ao clube que o projetou, participando das conquistas corintianas dos campeonatos paulistas, em 1951, 1952 e 1954, quando recebeu o título de “Supremo Guardião do Campeão do IV Centenário”. Foi, também, Campeão do Torneio Rio-São Paulo, em 1953 e 1954. Alto (1,81m), segundo os padrões da época, magro (69 kg), Gilmar tinha excelente senso de colocação e reflexos rápidos. Sua qualidade mais reconhecida era a de manter a tranqüilidade, mesmo após uma falha. Sua estréia na Seleção Brasileira ocorreu em 1953, no Campeonato Sul Americano, disputado no Peru. Participou das Copas do Mundo de 1958, na Suécia, e de 1962,no Chile, sagrando-se Bi-campeão. Jogou ainda duas partidas no Mundial de 1966, sendo poste-riormente substituído pelo goleiro Manga (Haílton Corrêa de Arruda). Sua última partida pelo Brasil, aconteceu em 1969, com uma vitória de 2x1 sobre a Inglaterra, em um amistoso disputado no Maracanã. Sua fase mais brilhante teve início em 1962, aos 32 anos, quando além de Campeão Mundial pela seleção “canarinho”, conquistou, pelo “Santos”, seu clube de coração, os títulos de Campeão Paulista, da Taça Brasil, da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes. Em 1963, as vitórias san-tistas na Taça Brasil, Copa Libertadores e Mundial de Clubes, nova-mente. No ano de 1964, Campeão Paulista, da Taça Brasil e do Torneio Rio-São Paulo, quando foram proclamados dois vencedores: “Botafo-go” e “Santos”. Continuaram as vitórias em 1965: Campeonato Paulista e Taça Brasil. Em 1966, houve um empate quádruplo no primeiro lugar da classificação do Torneio Rio-São Paulo, entre “Botafogo”, “Corinthi-ans”, “Santos” e “Vasco da Gama”. No ano seguinte, somente o título

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de Campeão Paulista de 1967. Finalmente, em 1968, mais duas conquis-tas: o Trneio Roberto Gomes Pedrosa e a Recopa dos Campeões Mundi-ais. Encerrou sua vitoriosa carreira no “Santos”, em 1969.José Macia nasceu em 25 de fevereiro de 1935, na cidade de Santos. Pepe, como se tornou conhecido, fez toda sua carreira de grande ponta-esquerda em um único clube: o “Santos FC”, entre 1954 e 1969. Partic-ipou de 750 partidas e marcou 405 gols. É o segundo maior artilheiro da história do clube alvinegro da Vila Belmiro, perdendo apenas para o extraordinário Pelé. De acordo com ele próprio, é “o maior artilheiro humano da hstória do “Santos”, porque Pelé não é humano.” Devido ao seu fortíssimo chute de pé esquerdo, ganhou o apelido de “Canhão da Vila”. No time praiano, conquistou os seguintes títulos: Bicampeão Paulista, em 1955/56; Campeão Paulista de 1958; Tricampeão Paulista, em 1960/61/62; Bicampeão Paulista, em 1964/65; Tricampeão Paulista, em 1967/68/69; Campeão do Torneio Rio-São Paulo, em 1959 e 1966; Bicampeão do Torneio Rio-São Paulo, em 1963/64. Pentacampeão da Taça Brasil, em 1961/62/63/64/65; Bicampeão da Libertadores, em 1962/63; Bicampeão Mundial de Clubes, em 1962/63; e, em 1968, Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, da Recopa Sul America-na e da Recopa Mundial. Pela Seleção Brasileira, participou e venceu as seguintes competições: Taça do Atlântico, de 1956 e 1960; Copa Roca, de 1957 e 1963; Copa Bernardo O’Higgins, em 1961; Taça Oswaldo Cruz, de 1961 e 1962; e, como reserva de Zagallo, as mais importantes _ as Copas do Mundo de 1958 e 1962. O canhão da Vila encerrou suas atividades de artilheiro, em 1969. Continuou ligado ao futebol,como técnico, obtendo novos sucessos: Campeão Pauliste de 1973, com o “Santos”; Campeão Cearense de 1985, pelo Fortaleza; Campeão Pau-lista de 1986, com o “Internaconal” de Limeira; Campeão Brasileiro de 1986, com o “São Paulo”; Campeão Brasileiro da Série B, em 1988, pelo “Internacional” de Limeira; Campeão Japonês de 1993, com o “Yomiuri Vesdy”; Campeão Brasileiro da Série B, em 1995, pelo “Atlé-tico Paranaense”. José João Altafini, conhecido como Mazzola, é natural de Piracicaba, Estado de São Paulo, nascido em 24 de julho de 1938. Iniciou sua carreira de futebolista no Palmeiras. Recebeu a alcunha de Mazzola por sua semelhança física com o famoso jogador italiano Valentino

Mazzola. Centroavante de técnica apurada, logo foi convocado para a Seleção Brasileira, ainda muito jovem. Na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, disputou as duas primeiras partidas, como titular. Nas partidas seguintes, a posição de centroavante passou a ser ocupada pelo mais experiente Vavá. Já Campeão Mundial aos 20 anos de idade, e neto de italianos, Mazzola foi contratado pelo “Milan”, ainda em 1958. Na Itália, passou a ser tratado por Altafini, seu verdadeiro sobrenome. Foi Campeão Italiano já em sua primeira temporada pelo “rossonero” de Milão. Voltou a conquistar o mesmo título em 1962, tendo sido um dos artilheiros do campeonato, com 22 gols. Em 1965, transferiu-se para o “Napoli”, onde ficou até 1972. No ano seguinte, conquistou, mais uma vez, o título de Campeão Italiano, pela “Juventus”, de Turim. A sua última conquista do título italiano aconteceu em 1975, ainda pela “Vec-chia Signora”. No ano seguinte, encerrou sua participação na Séria A da Itália, após 459 jogos e 216 gols marcados. Transferiu-se, então, para o “Chiasso” e, depois, para o “Mendrisio”, ambos da Suíça, onde atuou por quatro temporadas, antes de pendurar as chuteiras aos 42 anos. Por ter dupla nacionalidade, sendo, também, cidadão da Itália, Altafini, graças ao seu excelente futebol, integrou a Seleção Italiana. Após sua aposentadoria, continuou ligado ao esporte que o consagrou, como renomado comentarista de TV, na Itália. Joel Antônio Martins, natural do Rio de Janeiro, nasceu em 23 de novembro de 1931. Revelado, em 1950, pelo “Botafogo”, transferiu-se, em 1951, para o “Flamengo”, deflagrando uma crise entre os dois clubes, sob a acusação de aliciamento. Ponta-direita habilidoso e bom driblador, foi um dos destaues do ótimo ataque rubronegro, na década iniciada em 1951, tendo conquistado o Tricampeonato Carioca de 1953/54/55. Em 1958, após ter se sagrado Campeão do Mundo pela Se-leção do Brasil, foi para a Espanha, defender o “Valencia”. Na Copa do Mundo, realizada na Suécia, Joel, inicialmente titular, perdeu o lugar, de forma inquestionável, para o fenomenal Garrincha. Em 1961, retornou à Gávea, vencendo o Torneio Rio-São Paulo. Esse seu segundo período flamenguista durou até 1963, qundo se transferiu para outro rubronegro, o “Vitória” da Bahia, onde encerrou a carreira, no ano seguinte. Edvaldo Izídio Neto, o Vavá, nasceu na localidade de Lagoa dos Gatos, no Estado de Pernambuco, em 12 de novembro de 1934. Começou

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a jogar futebol, ainda menino, em 1948, no “América F. C.”, do Re-cife. No mesmo ano, foi para outro pequeno time, o “Íbis Sport Club”. Finalmente, em 1949, foi para o “Sport Clube do Recife”, onde ficou até 1950. No ano seguinte, mudou-se para o Rio de Janeiro, passando a atuar pelo “Vasco”. Ao chegar a São Januário, Vavá era meia-esquerda, de ligação. O técnico Flávio Costa alterou sua posição e suas carac-terísticas. Passando a jogar na área, destacou-se por unir a boa técnica ao oportunismo, faro de gol e valentia. No ano de 1952, foi Campeão Carioca Amador, Campeão Brasileiro de Amadores e titular da Seleção Olímpica do Brasil. Ainda em 1952, o garoto Vavá foi escalado para enfrentar o Bangu pela penúltima rodada do campeonato de profission-ais, em face de vários desfalques, por motivo de contusões dos titulares. A vitória por 2x1 foi obtida graças a um gol seu. Como, no dia seguinte, houve um empate no Fla-Flu que deu o título ao “Vasco da Gama”, por antecipação, esse gol do Vavá se transformou em decisivo para o campeonato. Consagrou-se na equipe cruzmaltina, como centroavante matador, recebendo a alcunha de “Peito de Aço”. Além do título de 1952, conquistou também os Campeonatos Cariocas de 1956 e 1958 e, ainda, o Torneio Rio-São Paulo de 1958. Pela Seleção Brasileira, foi Campeão da Taça Oswaldo Cruz, em 1958 e 1962; e Campeão das Co-pas do Mundo, também de 1958 e 1962. Após a Copa de 58, transferiu-se para o “Atlético de Madrid”, ficando na Espanha até 1961. De 1961 a 1964, defendeu o “Palmeiras”. De 1964 a 1965, atuou no México, pelo “América”. Foi novamente para a Espanha, em 1965, para jogar no “Elche”, onde permaneceu até o ano seguinte, quando voltou ao “Amé-rica” do México. Em 1967 e 1968, continuou no México, mas em outro clube: “Toros Naza”. Ainda em 1968, transferiu-se para o “San Diego Toros”, dos Estados Unidos, onde ficou até 1969, quando retornou ao Brasil e encerrou sua bela carreira na “Portuguesa” do Rio. Após pen-durar as chuteiras, ainda prestou sua colaboração à Seleção do Brasil, como auxiliar técnico de Telê Santana na Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Hilderaldo Luiz Bellini nasceu no dia 7 de junho de 1930, em Itapira, interior de São Paulo. Em 1946, começou a jogar futebol no “Itapi-rense”, pequeno clube de sua cidade, nele permanecendo até 1948. De 1949 até 1951, atuou pelo “Sanjoanense”. O seu primeiro grande clube

foi o “Vasco da Gama”, que o contratou em 1952 e o manteve até 1961. Bellini ficou famoso no clube vascaíno e conquistou vários títulos, entre os quais: Campeão Carioca em 1952, 1956 e 1958; vencedor do Torneio Rio-São Paulo de 1958 e do Troféu Teresa Herrera, em 1957. Cedido ao São Paulo, em 1962, defendeu o tricolor paulistano até 1968, não tendo conseguido mais nenhum título expressivo. Em 1968, foi para o “Atlético Paranaense”, onde pendurou suas chuteiras, em 1969, aos 35 anos de idade. Bellini foi um zagueiro raçudo, que aliava o vigor físico à lealdade. O ponto alto de sua vitoriosa carreira foi obtido na Seleção Brasileira, na qual assumiu o posto de capitão, graças à seriedade com que sempre jogava. Sua foto com a Taça Jules Rimet, levantada acima da cabeça, após a vitória de 1958 na Suécia, tornou-se um ícone do futebol brasileiro. Além do bicampeonato mundial conquistado em 1962, no Chile, Bellini obteve, pelo Brasil, outros títulos de expressão: Copa Roca, em 1957 e 1960; Tçaa Oswaldo Cruz de 1958, 1961 e 1962; Copa O’Higgins em 1959; e Copa do Atlântico, em 1960. Bellini, como capitão e representante da Seleção do Brasil, Campeã do Mundo, pela primeira vez em 1958, foi homenageado com uma estátua colocada em uma das entradas do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Mauro Ramos de Oliveira, mineiro, natural de Poços de Caldas, nasceu em 30 de agosto de 1930. O zagueiro Mauro, muito alto para a época, com 1,85 m, jogava limpo, na bola, sendo preciso nos botes para desar-mar os adversários. Começou a jogar futebol em sua cidade natal, na “Caldense”. Em 1947, quando ele tinha ainda 16 anos, o grande time do “São Paulo” foi à estância hidromineral do sul de Minas, enfrentar a “Caldense”. Mauro não se intimidou por ter de marcar o famoso astro Leônidas. Assim, foi contratado pelo clube paulistano no ano seguinte. Foi Campeão Paulista logo em 1948, e Bicampeão em 1949. Repetiu o feito em 1953 e 1957. Ainda muito jovem (19 anos), foi convocado para a Seleção do Brasil, que conuistou o Campeonato Sul Ameicano de 1949. Participou, como reserva do Pinheiro, da Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Integrou o selecionado Campeão do Mundo em 1958, na Suécia, como reserva do Bellini. Em 1962, sagou-se Bicampeão do Mundo, como sagüeiro titular e capitão da equipe. Em 1960, aos 30 anos e após uma cirurgia de meniscos, havia se transferido para o “Santos”, onde colecionou títulos: Campeão Brasileiro por cinco vezes;

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Campeão Paulista, também cinco vezes; Bicampeão da Libertadores; Bicampeão do Mundial de Clubes; e Campeão do Torneio Rio-São Paulo. Pendurou as chuteiras em 1967 e, no ano seguinte, começou nova atividade futebolística, como técnico do “Oro”, em Guadalajara, no México. Depois treinou o “Coritiba”, o “Santos” e o “Jalisco”, tam-bém do México. Aposentou-se em 1974. Mauro Rafael nasceu em Araraquara, interior paulista, no dia 6 de junho de 1933. Garoto pobre, trabalhava como engraxate no centro velho da cidade e batia bola, com os pés descalços, num campinho de terra batida, no bairro São José, onde morava. Entretanto, sua habilidade era notória, fazendo antever o excelente ponta-direito que Maurinho viria a ser. Assim, em 1948, o “Paulista FC”, de sua cidade natal resolveu dar-lhe uma oportunidade e o escalou no seu time para enfrentar o bicho-papão “Palmeiras” que foi jogar em Araraquara. O goleiro pameirense era o famoso Oberdan, um dos maiores ídolos do futebol paulista, na época. Muitos anos depois, o próprio guardião comentou: “Me lembro perfeitamente: o garoto calçou chuteiras pela primeira vez e, em questão de segundos, aparecia cara a cara comigo, vindo lá da intermediária; tomei três e quase perdemos o jogo”. Maurinho, segundo ele mesmo, não conseguiu dormir àquela noite, pois marcara três gols no time da capital.Três anos depois, em 1951, Maurinho foi contratado pelo “Gua-rani”, de Campinas. Ao disputar o campeeonato paulista, despertou o interesse dos grandes clubes paulistanos e acabou indo para o “São Paulo”. O ponta magrinho, oportunista, veloz e bom cabeceador, desta-cou-se no tricolor paulista. Foi Campeão Paulista em 1953 e, convocado para a Seleção do Brasil, disputou a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Voltou a conquistar o título do Campeonato Paulista em 1957. Depois de atuar várias vezes pela Seleção Paulista, Maurinho mudou-se para o Rio, ao se transferir para o “Fluminense”. No tricolor das Laranjeiras, foi Campeão Carioca, logo em 1959, seu primeiro ano. Em 1962, já no “Boca Juniors”, conquistou o Campeonato Argentino. Retornou ao tricolor carioca para ser tratado de um problema no joelho e, em 1967, com 34 anos, pendurou as chuteiras. Waldo Machado da Silva, natural de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, nascido em 9 de setembro de 1934, começou sua carreira de futebolista no Rio, pelo “Madureira”. Centroavante de estilo rompedor, matador

por excelência, raramente perdia uma oporunidade de gol, aproveitan-do-as sempre, com muita objetividade. Transferiu-se, em 1954, para o “Fluminense”, onde obteve suas maiores glórias, em sete anos (até 1961). Waldo conquistou os títulos de Campeão Carioca em 1959, e de Campeão do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. Foi o artil-heiro do Campeonato Carioca de 1956 e do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. Com ele como comandante, o tricolor das Laranjeiras teve o ataque mais positivo nos Torneios Rio-São Paulo de 1954, 1955, 1957 e 1960, e na Taça Brasil de 1960. Waldo assinalou 304 gols para o “Fluminense”, em 403 jogos, sendo, até hoje, o seu maior goleador. Nesse período, jogou algumas vezes pela Seleção Carioca, marcando seis gols. Pela Seleção do Brasil, foi Campeão da Copa do Atlântico, em 1960, tendo assinalado dois gols. Transferiu-se, em 1962, para o “Valencia” da Espanha, onde, logo em seu primeiro ano, conquistou o título de Campeão da Copa UEFA e a artilharia do certame. Repetiu o feito, tornando-se Bicampeão da Copa UEFA, em 1963. Na temporada 1966/67, foi o artilheiro da Liga Espanhola. Sagrou-se Campeão da Copa del Rey, em 1967. Ao encerrar sua exitosa carreira de jogador, decidiu permanecer na Espanha, radicando-se na cidade de Valência.Caetano da Silva Nascimento, o Veludo, era carioca, nascido em 7 de agosto de 1930. Antes de começar a jogar, como goleiro do “Flumin-ense”, trabalhava como estivador no cais do porto do Rio. Era um negro extremamente forte e com cara de brabo. Jogava sempre com uma camisa cinza chumbo, colada ao corpo, que realçava sua compleição física. Pelo tricolor, foi Campeão Carioca de 1951, como reserva do Castilho. Pela Seleção Brasileira, convocado mesmo sendo suplente em seu clube, jogou nove partidas, sofrendo apenas três gols. O seu mais memorável jogo pelo Brasil aconteceu em 7 de março de 1954, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Era uma partida muito importante, contra o Paraguai, em Assunção, no Estádio Defensores del Chaco, que era um alçapão onde a equipe guarani dificilmente era batida. O Brasil venceu por 1x0, graças a um gol de Baltazar, o “Cabe-cinha de Ouro”. Mas, o grande nome da peleja foi Veludo que fechou o gol brasileiro, garantindo o zero paraguaio. Naquela época, não exis-tiam as medidas de segurança hoje adotadas e a proteção aos jogadores e árbitros era muito precária. A inflamada torcida local transformou o

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estádio em um verdadeiro caldeirão e apedrejou Veludo, o tempo todo. Terminado o jogo, o goleiro saiu de campo, com a cabeça ferida e o corpo todo doído das pedradas, mas de alma lavada pela vitória e es-plêndida atuação. Foi o píncaro da glória. Dois anos e meio depois, em dezembro de 1956, porém, Veludo viveu situação inversa. O reverso da medalha ocorreu em um FlaxFlu, vencido pelo Flamengo pelo alarman-te “score” de 6x1. Dos seis gols rubronegros, pelo menos quatro foram atribuídos a falhas do arqueiro. Veludo saiu de campo chorando e, segundo alguns, cheirando a cachaça. O episódio foi determinante para sua saída imediata do “Fluminense”, que o cedeu ao pequeno “Canto do Rio”. No ano seguinte, no entanto, voltou a defender um grande clube, ao ser contratado pelo “Santos”. Em 1958, transferido para o “Atlético Mineiro”, sagrou-se Campeão de Minas Gerais. Voltou ao Rio, em 1961, para atuar no “Madureira”. Em 1963, foi para o pouco conhecido “Renascença”, de Minas Gerais, onde encerrou sua carreira. Veluso morreu, aos 40 anos, de cirrose hepática, em uma clínica do bairro de Botafogo, no Rio. Luís Morais, o Cabeção, nasceu no dia 23 de agosto de 1930, em Areado, MG. Começou a jogar futebol no “Corinthians”, ainda muito menino, em 1938, no time infantil. Foi goleiro da boa equipe de as-pirantes, cujos jogadores começaram a subir para o time principal em 1949. Seu período no Parque São Jorge perdurou até 1966, embora entremeado por temporadas em outros clubes: “Portuguesa de Despor-tos”, especialmente, além de “Bangu” e “Comercial”, de Ribeirão Preto. Pelo alvinegro paulistano, foi Campeão Paulista, em 1951, como titular. Na conquista do Bicampeonato, no ano seguinte, ficou na suplência de Gylmar, não tendo jogado uma partida, siquer. Participou da Seleção do Brasil que disputou a Copa so Mundo de 1954, como reserva de Castil-ho. Era voz corrente que o grande goleiro Cabeção não apresentava, nos jogos noturnos, a mesma eficácia que nos diurnos. Entretanto, não há registro médico de qualquer deficiência visual que comprove isso. Em 1966, trocou o “Corinthians” pela “Portuguesa Santista”, onde encerrou a carreira, no ano seguinte.Nílton De Sordi nasceu em Piracicaba, Estado de São Paulo, no dia 14 de fevereiro de 1931. Começou a jogar, em 1949, no “XV de Pi-racicaba”. Lateral direito dotado de boa técnica, era ótimo marcador e

tinha boa noção de cobertura. Como era comum no seu tempo, muito raramente apoiava o ataque, para não desguarnecer a defesa, tanto assim que, em toda sua carreira, jamais marcou um gol. Em janeiro de 1952, foi contratado pelo “São Paulo”, no qual permaneceu até o final da carreira em 1965. Pelo tricolor do Morumbi, jogou 536 partidas, tendo sido Campeão Paulisa em 1953 e 1957. Pela Seleção Brasileira, realizou 25 jogos. De Sordi participou da Copa do Mundo de 1954, na Suiça, e da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Nessa campanha que deu o primeiro título mundial ao Brasil, foi titular em todas as partidas, exceto na final, quando foi substituído por Djalma Santos. Apesar de sua baixa estatura, tinha boa impulsão, o que lhe permitiu jogar como zagueiro central, em algumas oportunidades. Em 1966, após ter pendurado as chuteiras, De Sordi foi treinador do “União Bandeirante” do Paraná. Voltou a treinar esse mesmo clube outras vezes, a última das quais em 1977. Djalma dos Santos, ou simplesmente Djalma Santos, como se tornou conhecido, nasceu em São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 1929. Seu primeiro grande clube foi a “Portuguesa de Desportos”, de sua cidade natal, onde começou em 1948 e permaneceu até 1959. Fez parte, ao lado de outros craques como Julinho Botelho, Pinga e Brandãozinho, de um dos melhores times que a associação lusa já teve. Lateral direito de elevada capacidade técnica, era um exemplo de disciplina, jamais tendo sido expulso, em toda a sua longa e brilhante trajetória. Realizou 434 partidas pela “Portuguesa” e conquistou o Torneio Rio-São Paulo em 1952 e 1955. Contratado pelo “Palmeiras” em 1959, ficou no Parque Antártica até 1968. Venceu o Campeonato Paulista em 1959, 1963 e 1966; a Taça Brasil, em 1960 e 1967; o Torneio Rio-São Paulo de 1965; e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967. Participou, nesse período, de 498 jogos, defendendo o chamado Verdão. Pela Seleção Brasileira, disputou mais de cem jogos, tendo estado presente em quatro Copas do Mundo (1954, 1958, 1962 e 1966). No primeiro campeonato mundial vencido pelo Brasil, o de 1958, foi reserva do De Sordi até a partida final, quando o substituiu. Um único jogo foi suficiente para conagrá-lo como o melhor lateral direito do certame. Uma de suas marcas registra-das era a cobrança de laterais com arremesos fortes, colocando a bola na área adversária. Em 1963, integrou a seleção da FIFA que enfrentou

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a Inglaterra no lendári Estádio de Wembley, em Londres. O seu último clube foi o “Atlético Paranaense” de Curitiba, para onde se transferiu em 1968. Conquistou o Campeonato do Paraná em 1970 e se aposentou, no início de 1972, com quase 43 anos de idade. Paulo de Almeida Ribeiro, o Paulinho de Almeida, era gaúcho, natu-ral de Porto Alegre. Nascido em 15 de abril de 1932, começou a jogar futebol no time amador do “Partenon”, no bairro de mesmo nome, na capital do Rio Grande do Sul, sua cidade natal. Seu primeiro clube profissional foi o “Internacional”, no qual jogou de 1950 a 1954. Pelo colorado, foi Tricampeão Gaúcho, em 1951/52/53. Recebeu dos colegas de time a alcunha de “Capitão Piranha”, em virtude da sua liderança sobre os companheiros e dos seus dentes saltados, além do hábito de comer muito rápido. Paulinho foi um lateral direito extremamente téc-nico, com excelente domínio de bola, que marcava com muita precisão, sem dar espaço aos adversários. Em 1954, foi negociado com o “Vas-co”. Convocado para a Seleção do Brasil pelo técnico Zezé Moreira, participou da Copa do Mundo de 1954, como reserva do Djalma Santos. Ainda pela Seleção Brasileira,colaborou, em 1955, para as conquia-tas da Copa O’Higgins e da Taça Oswaldo Cruz; e, em 1957, da Copa Roca. Ao todo, defendeu o Brasil em nove jogos. Deixou de ser con-vocado para a seleção que disputou a Copa do Mundo de 1958, porque quebrou a perna, em um jogo contra o “Flamengo”, no início daquele ano. Pelo clube de São Januário, conquistou os títulos de Campeão Carioca, em 1956 e 1958; e Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1958. Pendurou as chuteiras em 1964, e começou sua carreira de tácni-co, treinando os jovens das categorias de base do “Vasco da Gama”. Se, em seus 14 anos de jogador profissional, defendeu apenas dois clubes, como técnico atuou em 24 diferentes agremiações, do sul ao norte do Brasil, entre 1966 e 1995, conforme segue: “Internacional”, “Vasco”, “Olaria”, “Náutico”, “Bangu”, “Botafogo”, “Vitória”, “América-RJ”, “Remo”, “Coritiba”, “Sport”, “Ceará”, “Vila Nova”, “Campo Grande”, “Grêmio-RS”, “Palmeiras”, “Fluminense”, “Atlético-MG”, “Bahia”, “Rio Branco”, “Santa Cruz”, “São Paulo”, “Paysandu” e “Joinville”. Alfredo Ramos Castilho nasceu em 27 de outubro de 1924, na cidade de Jacareí, S.P. Iniciou sua trajetória como profissional de futebol no “Santos”, em 1945. A partir de 1947, começou a se sobressair, como um

lateral com grande poder de marcação. Transderiu-se, em 1950, para o “São Paulo”, onde atuou em diversas posições da defesa, tanto pelo lado direito como pelo esquerdo, tanto como lateral ou zagueiro. Conquistou o título de Campeão Paulista de 1953 e recebeu o apelido de “O Polvo”, graças à sua capacidade de marcar muito bem. Até 1957, realizou 315 partidas pelo tricolor do Morumbi. Nesse ano, foi para o “Corinthians”, mas, em seu primeiro confronto com o ex-clube, no dia 20 de outubro de 1957, fraturou a perna em um lance casual. Acabou ficando parado cerca de um ano. Permaneceu no Parque São Jorge até 1959, quando encerrou a carreira de atleta profissional. Pela Seleção do Brasil, Al-fredo Ramos participou de dois Campeonatos Sul-Americanos, da Taça Oswaldo Cruz e da Copa Bernardo O’Higgins, além da Copa do Mundo de 1954. Disputou, efetivamente, apenas 9 jogos (4 vitórias, 3 empates e 2 derrotas). Após ter pendurado as chuteiras, voltou aos campos de fute-bol, como técnico. Dirigiu vários times paulistas. Em 1972, teve uma passagem expressiva pelo São Paulo, com 23 vitórias, 15 empates e, só 4 derrotas. Entretanto, esses poucos resultados negativos ocorreram, justamente, nos jogos decisivos, o que levou à sua demissão. Júlio Botelho, o ponta-direita Julinho, nasceu na capital paulista, em 29 de julho de 1929. Começou a jogar futebol nas divisões de base do “Corinthians”. Por ter sido dispensado pelo clube do Parque São Jorge, Julinho procurou, aos 19 anos, o “Clube Atlético Juventus”, também da sua cidade natal. Promovido ao time principal do clube da Moóca, em 1950, foi contratado, seis meses depois, pela “Portuguesa de De-sportos”. No Canindé, tornou-se logo titular, estreando no dia 18 de fevereiro de 1951. Integrou, junto com outros grandes nomes do fute-bol brasileiro, como Djalma Santos, Brandãozinho e Pinga, talvez a melhor equipe que já tenha envergado o uniforme vermelho e verde da lusa paulista. Foi venedor do Torneio Rio-São Paulo, em 1952 e 1955. Nesse último ano, deixou o Brasil para jogar na Itália, pela “Fioren-tina”. Enquanto vinculado à “Portuguesa”, serviu à Seleção Brasileira, conquistando os títulos de Campeão Pan-Americano em 1952 e o de Vice-Campeão Sul-Americano em 1953, e disputando a Copa do Mundo de 1954, quando foi considerado um dos melhores jogadores da competição. Em 1960, já vinculado ao “Palmeiras”, Julinho voltou a defender as cores do Brasil, vencendo a Copa Roca. Quando estava em

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Florença, declinou da convocação para a Copa de 1958, por não con-siderar justo que um jogador atuando no exterior, como era o seu caso, tomasse o lugar de outro colega brasileiro que jogasse em seu próprio país. Julinho só voltou a vestir a “amarelinha”, após seu retorno ao país, em 1959. Nesse ano, o dia 13 de maio teve um significado especial para a sua carreira. Foi marcado um amistoso Brasil x Inglaterra, no Rio de Janeiro. O genial Garrincha, que jogava no “Botafogo”, clube tradicional do futebol carioca, e que se consagrara como ídolo nacional, na vitoriosa campanha da Copa do Mundo de 1958, era o favorito da torcida para ocupar a ponta-direita da Seleção Brasileira. Entretanto, o escalado pelo técnico Vicente Feola, foi Julinho Botelho. Por isso, seu nome foi estrondossamente vaiado ao ser anunciado pelo locutor oficial do Estádio do Maracanã. Porém, ele não se abalou e, com magnífica at-uação, marcando inclusive um belíssimo gol, calou as vaias e as tranfor-mou em uníssonos aplausos dos mais de 150 mil torcedores presentes. Na Fiorentina, Julinho foi um dos pricipais responsáveis pelo primeiro título de Campeão Italiano, conqustado na temporada 1955/56. O clube de Florença, com a ajuda de Júlio Botelho, foi ainda Vice-Campeão, nas duas temporadas seguintes; 1956/57 e 1957/58. No “Palmeiras”, foi ídolo da torcida, e conquistou os títulos de: Campeão Paulista, em 1959, 1963 e 1966; Campeão da Taça Brasil , em 1960; e Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965. Pendurou as chuteiras, encerrando sua gloriosa carreira, em 1967.Antenor Lucas, o Brandãozinho, nasceu em Campinas, S.P., no dia 9 de junho de 1925. Jogava, com talento invulgar, como médio, coforme a denominação então usada, ou volante, como é chamada, hoje, a posição. Brandãozinho iniciou suas atividades de jogador de futebol no “Velo FC”, clube da chamada várzea de ouro da Vila Induatrial de Campi-nas. Em seguida, foi para o “Campinas FC”, também da Vila Induatrial campineira. Em 1943, foi contratado pela “Portuguesa Santista”, que defendeu até 1948. A partir do ano seguinte, passou a atuar pela “Por-tuguesa de Desportos” da capital paulista. Fez parte da Seleção Paulista que, enfrentando a Seleção Carioca, inaugurou o Estádio do Maracanã, em 16 de junho de 1950. Pelo clube do Canindé, foi Campeão do Tor-neio Rio-São Paulo, em 1952 e 1955. Disputou 18 partidas pela Seleção Brasileira, conquistando o título de Campeão Pan Americano, em 1952,

e participando da Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Devido ao insuc-esso de uma cirurgia decorrente de fratura, viu-se obrigado a encerrar prematuramente sua carreira de atleta profissional, passando a dedicar-se à sua outra profissão, a de professor de matemática. José Mendonça dos Santos, o Dequinha, nascido em Mossoró, Rio Grande do Norte, no dia 19 de março de 1929, iniciou sua trajetória de futebolista, como ponta-esquerda do “Atlético de Mossoró”, em 1945. Transferido para o “Potiguar”, no ano seguinte, transformou-se em cen-tro-médio. Nova transferência, em 1947, levou-o para o “ABC”, clube pelo qual foi Campeão Potiguar, no mesmo ano, e onde permaneceu até 1949. Seu estilo refinado de jogo despertou o interesse do “América” de Pernambuco que o contratou, em 1950. Entretanto, o clube pernambu-cano era presidido por um torcedor fanático do rubronegro carioca que, imediatamente, o cedeu ao time do seu coração. No “Flamengo”, par-ticipou da campanha vitoriosa do tricampeonato do Rio de 1953/54/55, e se tornou um dos maiores ídolos de sua imensa torcida. Suas boas atuações, sempre com classe, conduziram-no à Seleção do Brasil, tendo participado da Copa do Mundo, em 1954, e da conquista da Copa Bernardo O’Higgins de 1955. Terminou seu ciclo flamenguista em 1960, quando se transferiu para o “Botafogo”. Entretanto, foi cedido, no mesmo ano, para o “Campo Grande”, clube de pouca expressão no cenário carioca, onde encerrou sua exitosa carreira, em 1962. Dequinha é citado, ao lado de Rubens e Pavão, na música, de Wilson Batista e Jorge de Castro, Samba Rubro-Negro.Humberto Barbosa Tozzi nasceu em São João de Meriti, Estado do Rio, no dia 4 de fevereiro de 1934. Foi descoberto pelo pequeno “Coqueiros Futebol Clube”, de sua cidade natal, em 1952. Transderiu-se no mesmo ano para o “São Cristovão” e foi convocado para as Olimpíadas de Helsinque, na Finlândia. Humberto era um meia que jogava bem, tanto no ataque como no meio-campo. Contratado pelo “Palmeiras”, mudou-se, em 1953, para a capital paulista, onde se consagrou. Rápido e habi-lidoso, foi Campeão Paulista, logo no seu primeiro ano como jogador do alviverde. Foi também o artilheiro desse campeonato de 1952, com 22 gols. No ano seguinte, foi novamente o artilheiro do certame, melho-rando sua marca para 36 gols. Esses feitos fizeram-no merecer a convo-cação para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1954,

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na Suíça. Em 1956, trocou o “Palmeiras” pela “Lazio”, na Itália. Pela equipe romana, venceu a Copa da Itália de 1958. Retornou ao Parque Antártica, em 1960, e conquitou a Taça Brasil desse ano. Pelo “Palmei-ras”, Humberto assinalou um total de 129 gols, o que lhe confere uma magnífica média se 0,95 por partida. Transferiu-se, em 1961, para o “Fluminense” e, pouco depois, encerrou sua bela carreira.Aluísio Francisco da Luz, mais conhecido pela alcunha se Índio, nasceu em Cabedelo, Estado da Paraíba, no dia 1º de março de 1931. Iniciou sua trajetória futebolística, aos 16 anos, no “Bangu”, clube que defen-deu, por dois anos, até 1949, quando se transferiu para o “Flamengo”. No time da Gávea, foi o centroavante de um ataque fabuloso, no qual pontificaram grandes craques, como os seus companheiros Evaristo, Rubens, Zagallo e Joel. Foi Trcampeão Carioca, em 1953/54/55, pelo rubronegro. Participou da Copa do Mundo de 1954, na Suíça, pela Se-leção Brasileira. Em 1957, foi para São Paulo, atuar pelo “Corinthians”. Ficou no Parque São Jorge até 1959. Mudou-se para a Espanha, em 1960, para jogar no “Espanyol”, lá permanecendo até 1964. Nesse ano, retornou ao Rio de Janeiro, contratado pelo “América”. Encerrou sua carreira, em 1965, no clube rubro da Rua Campos Sales. A década 1951/1960 foi estremamente importante para o futebol brasileiro. Ainda sob os efeitos do “Maracanazo” de 1950, a Seleção Brasileira teve que disputar, pela primeira vez, as eliminatórias para poder participar da Copa do Mundo, de 1954. Sob o comando técnico de Zezé Moreira (Alfredo Moreira Júnior), que substituíra o tácnico Flávio Costa, o Brasil armou um time de excelente nível. Inicialmente, a Seleção Brasileira conquistou, de forma brilhante, com invencibili-dade em cinco jogos, sendo quatro vitórias e apenas um empate, 14 gols pró e só dois contra, o Campeonato Pan-Americano de 1952, realizado em Santiago, no Chile. Os resultados foram: Brasil 2x0 México; Brasil 0x0 Peru; Brasil 5x0 Panamá; Brasil 4x2 Uruguai; e Brasil 3x0 Chile. Nas eliminatórias do mundial, a Seleção Brasileira fez parte do Grupo 11, da América do Sul. Com a desistência do Peru, apenas três países se enfrentaram, em partidas de ida e volta. O Brasil foi o vencedor in-victo, com quatro vitórias em quatro jogos (100% de aproveitamento), marcando oito gols e sofrendo somente um. Os resultados foram os seguites: em Santiago do Chile, no mês de fevereiro de 1954, Brasil

2x0 Chile; em Assunção, no Paraguai, mês de março de 1954, Brasil 1x0 Paraguai; março de 1954, no Rio de Janeiro, Brasil 1x0 Paraguai; e, no Rio, março de 1954, Brasil 4x1 Chile. Assim, o Brasil e o Uru-guai, classificdo automaticamente por ter sido o Campeão em 1950, foram os únicos países sul-americanos que participaram do evento na Suíça, juntamente com doze europeus (Alemanha Ocidental, Áustria, Bélgica, Escócia, França, Hungria, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, Suíça, Tchecoslováquia e Turquia), um da América do Norte (México) e um da Ásia (Coréia do Sul).Pela primeira vez, o Brasil inscreveu três goleiros, sacrificando um meio-campista (volante) para não ultrapassar o limite estipulado pela FIFA de 22 atletas por seleção. Os seguintes jogadores foram inscritos pelo Brasil: Castilho, Djalma Santos, Pinheiro, Brandãozinho, Nílton Santos, Ely, Bauer, Julinho, Didi, Baltazar, Pinga, Veludo, Paulinho de Almeida, Mauro Ramos, Alfredo Ramos, Dequinha, Maurinho, Rubens, Índio, Humberto Tozzi, Rodrigues e Cabeção. Isso foi possível porque Brandãozinho e Alfredo Ramos eram polivantes, atuando o primeiro tanto na zaga, ou como médio (volante) e o segundo podendo jogar na lateral esquerda ou como zagueiro, permitindo ao técnico levar ainda mais um atacante. Os dados biográficos de todos esses craques já foram apresentados. Nessa delegação, apenas seis jogadores (Castilho, Níl-ton Santos, Ely, Bauer, Baltazar e Rodrigues) eram remanescentes da campanha de 1950. Além da natural vontade de dar cara nova à seleção, principiando pela camisa, houve necessidade de uma grande renovação, pois a maioria dos convocados, já veteranos em 1950, tinha ultrapas-sado a barreira dos 30 anos, em 1954, e se aproximava da aposentado-ria. De qualquer forma, o gupo era muito bom e contava com revelações de grande valor como Djalma Santos, Pinheiro, Brandãozinho, Julinho e Didi.Pela primeira vez, a Copa do Mundo teve cobertura pela TV. Também, foi a primeira vez que a Seleção Brasileira usou, no campeonato mun-dial, o uniforme de camisa amarela e calção azul, aposentando a camisa branca usada no Maracanã, em 16 de julho de 1950, pela última vez. Outra novidade introduzida, a partir desse certame, foi a numeração fixa, para cada jogador, durante toda a competição. Apesar do sucesso que foi alcançado, graças especialmente à fantástica seleção húngara, a

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maior responsável pela incrível média de 5,4 gols por partida, consid-erados todos os jogos do torneio, o regulamento apresentou falhas gri-tantes. Na fase inicial, cada um dos quatro grupos, composto por quatro participantes, tinha dois cabeças de chave que não se enfrentavam, assim como as duas equipes restantes, que não jogavam entre si. Dessa forma, ao invés de três jogos para cada time, como acontece tradicional-mente no sistema todos contra todos, realizaram-se apenas dois jogos por equipe. Na fase seguinte, enfrentavam-se entre si, pelas quartas de final, os primeiros de dois grupos e os segundos dos mesmos. Como não era o primeiro de um versus o segundo do outro, não havia vantagem alguma em ser vencedor do grupo. O Grupo 1 foi composto por Brasil, França, Iugoslávia e México, sendo os dois primeiros citados considerados cabeças de chave, com base no ranking da FIFA à época. No primeiro jogo, o Brasil venceu o México, de forma convincente, por 5x0, com gols de Pinga (2), Bal-tazar, Didi e Julinho. Como a Iugoslávia vencera a França por 1x0, bastava um empate no jogo Brasil x Iugoslávia, para que ambos se classificassem. Foi o que aconteceu: 1x1, sendo da autoria de Didi o gol brasileiro. Assim, pelo saldo de gols, a Iugoslávia ficou em segundo lugar, e o Brasil classificou-se como o primeiro da sua chave (Grupo 1), cabendo-lhe, por infelicidade, enfrentar a Hungria, primeira colocada no Grupo 2. Em seus dois jogos pela primeira fase, a seleção magiar aplicou duas goleadas: 9x0 sobre a Coréia do Sul e 8x3 em cima da Alemanha Ocidental.A Seleção Húngara já fora Campeão Olímpica em 1952. Embora as Olimpíadas fossem teoricamente disputadas por amadores, os países da então chamada Cortina de Ferro, enviavam suas equipes formadas por militares, pagos pelo Estado exclusivamente para jogar futebol. Dessa forma foi montado um time praticamente imbatível, de acordo com a abalizada opinião de Armando Nogueira. Além disso, os húngaros inovaram na preparação física. O segredo, hoje difundido no mundo todo, era fazer um bom pré-aquecimento, antes de iniciar o jogo. Como os adversários, em sua maioria, ainda ignoravam essa prática elementar, eram massacrados logo no início da partida, decidida ainda no primeiro tempo.Assim, foi marcado para o dia 27 de junho de 1954, às 17 h, no Wank-

dorf Stadium, o jogo Brasil x Hungria, que ficou tristemente famoso como a “Batalha de Berna”. Embora desfalcada de seu principal astro, Puskas, por motivo de contusão, a equipe magiar começou, como de praxe, de forma arrasadora. Em menos de 10 minutos, já vencia por 2x0 (gols de Hidegkuti, aos 4 min, e Kocsis, aos 7 min). Após se aquecer, refazer-se do susto inicial e, finalmente, entrar no jogo, o time brasileiro começou a reagir e marcou, aos 18 minutos, por intermédio de Djalma Santos, cobrando pênalti, cometido por Buzanski sobre o centroavante Índio. Com 15 minutos no segundo tempo, novo pênalti marcado pelo árbitro inglês Arthur Ellis, dessa vez contra o Brasil. Lantos cobrou, sem possibilidade de defesa para Castilho, fazendo Hungria 3x1. Mas o Brasil continuou atacando e, em belíssima jogada pela direita, Julinho descontou. Começaram, então as cenas de violência, que culminaram com os lamentáveis episódios ocorridos perante cerca de 60.000 es-pectadores e tornaram o jogo conhecido como a “Batalha de Berna”. Nílton Santos e Boszik trocaram socos e foram expulsos. Logo após, Humberto Tozzi perdeu a cabeça e também foi expulso, por desferir um pontapé em Kocsis, pelas costas. Com apenas nove em campo, o Brasil perdeu sua capacidade de reação e ainda foi castigado com o quarto gol húngaro, marcado por Kocsis, faltando dois minutos para o apito final. Após o encerramento da partida, o pau cantou, havendo agressões mútuas, ficando célebre a chuteirada aplicada pelo técnico Zezé Moreira no magiar Gustav Sebes, flagrada pela objetiva da câmera fotográfica do jornalista Armando Nogueira. A Seleção Brasileira atuou com: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Brandãozinho e Nílton Santos; Bauer e Didi; Julinho, Índio, Humberto Tozzi e Maurinho. Conforme vimos, a redenção do escrete brasileiro não se deu em 1954, muito embora sua campanha não tenha sido fraca, como alguns de-savisados a consideram. Na verdade, o Brasil venceu as eliminatórias com 100% de aproveitamento; e, na fase inicial da Copa, classificou-se como primeiro do seu grupo, de forma invicta, com seis gols marcados e apenas um sofrido. A falta de sorte foi ter de enfrentar, logo no primei-ro jogo mata-mata, a fortíssima e quase imbatível equipe da Hungria, por falha do regulamento, como exposto.De acordo com o critério do revezamento então vigente, a Copa de 1958 deveria ser realizada na América do Sul. Entretanto, a FIFA escolheu

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a Suécia como país-sede, sob protestos dos sul-americanos. Mais de cinqüenta países disputaram, nas eliminatórias, as dezesseis vagas que foram preenchidas por: Alemanha Ocidental (classificada automat-icamente como campeã), Argentina, Áustria, Brasil, Escócia, França, Gales, Hungria, Inglaterra, Irlanda do Norte, Iugoslávia, México, Paraguai, Suécia (classificada automaticamente como anfitriã), Tch-ecoslováquia e União Soviética.Das doze seleções européias classificadas, algumas podiam ser aponta-das como favoritas. A União Soviética, embora estreante em Copa do Mundo, tinha como time base a fortíssima equipe campeã olímpica de 1956, nos Jogos de Melbourne. O goleiro soviético era o excelente e famoso Yashin. A Alemanha Ocidental, campeã de 1954, colhera maus resultados, perdendo sete dos dez amistosos disputados nos meses que antecederam à competição. Sua equipe base era quase a mesma que vencera o último campeonato, inclusive com o seu capitão Fritz Walter (já com 38 anos), mais alguns novatos como Karl-Heinz Schnellinger e Uwe Seeler. Em decorrência da revolução havida em 1956, a Hungria viu-se desfalcada de Ferenc Puskas, Sándor Kocsis e Zoltán Czibor que deixaram o país, indo atuar em clubes espanhóis. Os remanescentes do fantástico escrete de 1954 Gyula Grosics, Lászlo Budai e Jozsef Bozsik não eram suficientes para manter o brilho. A Inglaterra montara uma excelente equipe, mas uma tragédia aérea ocorrida em Munique, seis meses antes da Copa de 1958, vitimou os craques da seleção Duncan Edwards, Tommy Taylor e Roger Byrne, além de outros grandes joga-dores do “Manchester United”, então tricampeão inglês. Finalmente, a Suécia, embora sem maior tradição, tinha a grande vantagem de jogar em casa e de contar com atletas de qualidade e experientes, por atuarem na Sére A do “calcio” italiano: Niels Liedholm, Kurt Hamrin, Agne Simonsson e Gunnar Gren. Para a disputa das eliminatórias sul-americanas, foram formados três grupos. Um deles foi composto por Brasil, Peru e Venezuela. Como este último desistiu, houve apenas dois jogos Brasil x Peru. No primeiro, na capital peruana, Lima, aconteceu um empate por 1x1. O segundo foi re-alizado no Rio, no Estádio do Maracanã, tendo terminado com a vitória brasileira por 1x0, gol de Didi, com uma “folha seca”. Foi, portanto, uma classificação difícil, obtida com muito suor.

A preparação para a Copa do Mundo de 1958 foi cercada de muitos cuidados especiais. A delegação brasileira, chefiada por Paulo Machado de Carvalho, incluía, slém do técnico Vicente Feola, do médico Hilton Gosling e do preparador físico Paulo Amaral, o dentista Mário Trigo e o psicólogo João Carvalhaes. O massagista continuou sendo o já ta-rimbado Mário Américo. Os atletas foram previamente submetidos a uma bateria completa de exames médicos, além da consulta e eventual tratamento dentário.. O condicionamento físico foi rigoroso, utilizando os mais modernos aparelhos disponíveis na época. Foram impostas re-gras de conduta, sendo distribuída uma cartilha com quarenta restrições. Os jogadores selecionados e aprovados nos exames foram: Gylmar, Castilho, De Sordi, Djalma Santos, Bellini, Mauro, Orlando, Zózimo, Nílton Santos, Oréco, Dino, Zito, Didi, Moacyr, Joel, Garrincha, Maz-zola, Vavá, Dida, Pelé, Zagallo e Pepe. Desses, Castilho e Nílton Santos haviam sido reservas em 1950 e titulares em 1954. Djalma Santos, Didi e Mauro participaram da campanha de 1954, sendo titulares os dois primeiros. Os demais erm estreantes em campeonatos mundiais. Os que participaram, anteriormente, da maior competição promovida pela FIFA, bem como outros integrantes do grupo de 1958, já tiveram a oportunidade de serem apresntados. Vamos mostrar, a seguir, os dados biográficos dos demais:Orlando Peçanha de Carvalho nascido em Niterói, RJ, no dia 20 de setembro de 1935 foi um grande zagueiro, que se destacava pela sua ex-cepcional capacidade de antecipação aos adversários. Jogou no “Vasco” de 1955 a 1960. Devido à sua habilidade, aliada à força física e grande aplicação, foi convocado para a Seleção Brasileira de 1958, formando a segura zaga titular ao lado do seu companheiro de clube Bellini. Pelo Vasco, conquistou os títulos de Campeão Carioca de 1956 e 1958. Defendendo o escrete do Brasil, conquistou, além da Copa do Mundo de 1958, a Copa Bernardo O’Higgins de 1959 e a Taça do Atlântico de 1960. Mudou-se para Buenos Aires, em 1960, contratado pelo “Boca Juniors”. Pelo clube platino, foi Campeão Argentino em 1962 e 1964, tendo tido, entre seus companheiros de time, outros brasileiros: Dino Sani, Paulo Valentim e Almir Pernambuquinho. Em 1965, voltou para o Brasil, ao transferir-se para o “Santos”. No clube alvinegro praiano, foi Campeão Paulista de 1965 e 1967, tendo conquistado a Taça Brasil, em

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1965. De volta à Seleção do Brasil, participou da Copa do Mundo de 1966. Pelo escrete canarinho, jogou 34 partidas, com 25 vitórias, 7 em-pates e apenas 1 derrota. Pendurou as chuteiras em 1970. Teve, ainda, uma curta carreira como técnico, treinando o “CSA”, de Alagoas, em 1977, e o “Vitória” da Bahia, em 1980. Dino Sani, nascido na cidade de São Paulo, em 23 de maio de 1932, começou sua carreira na “SE Palmeiras”, em 1950. No ano seguinte, teve uma rápida passagem pelo “Jaú”. Atuou pelo “Comercial” entre 1952 e 1953. Finalmente, transferiu-se para o “São Paulo”, em 1954. Sua posição inicial de meia, foi modificada para volante, tendo se sbres-saído pela excelência dos seus passes e pela precisão nas roubadas de bola. No tricolor paulistano, conquistou o título de Campeão Paulista de 1957; tendo participado da Seleção Paulista de 1955, foi convo-cado pars a equipe do Brasil, campeã do mundo em 1958. Permaneceu no São Paulo até 1959, quando se tranferiu para o “Boca Juniors”, da Argentina, onde atuou ao lado de outro brasileiro campeão mundial: Orlando Peçanha. Em 1961, trocou Buenos Aires por Milão, passando a defender as cores vermelho e preta do “Milan”, onde foi Bicampeão Italiano (1961/62) e Bicampeão da Liga de Campeões da Europa (1962/63). Permaneceu no “rossonero” da Itália até 1964. No seu re-torno ao Brasil, jogou pelo “Corinthians” de 1965 a 1968, onde con-quistou o Torneio Rio-São Paulo de 1966 e encerrou a carreira em 1968. Iniciou-se como técnico no próprio clube do Parque São Jorge e treinou outros times de renome, como os do “Internacional”, “Flamengo”, “Peñarol” do Uruguai, “Palmeiras” e “Coritiba”, tendo sido o respon-sável pelo aparecimento de vários craques que vieram a se consagrar como Falcão e Carpeggiani (no “Internacional”), Leandro (zagueiro do “Flamengo”), Rubens Paz (do “Peñarol”) e Jorge Mendonça (“Palmei-ras”). Foi, ainda, técnico da Seleção do Quatar. Zózimo Alves Calazans nasceu em Salvador, Bahia, no dia 19 de junho de 1932. A maior parte de sua carreira esportiva foi desenvolvida no “Bangu”, do Rio de Janeiro. Zózimo era um defensor de estilo clássico, muito seguro. Integrou, em 1952, a Seleção Olímpica do Brasil que dis-putou os Jogos de Helsinki. Pela seleção principal, foi Bicampeão Mun-dial em 1958 e 1962. Participou, ao todo, de 36 partidas pela Seleção Brasileira, todas enquanto jogador banguense. Posterirmente, atuou pela

“Esportiva de Guaratnguetá”, do interior paulista, “Flamengo” e “Sport Boys”, da Argentina. Faleceu em um acidente de automóvel, em 1977.Valdemar Rodrigues Martins, o Oréco, era gaúcho de Santa Maria, nascido no dis 13 de junho de 1932. Graças à sua capacidade de adap-tação, foi um versadeiro jogador polivalente, tendo atuado no ataque, como ponta-esquerda, e em diversas posições da defesa: quarto zague-iro, lateral –direito e lateral-esquerdo. Ganhou destaque nessa última posição, tendo chegado à Seleção Brasileira. Sua carreira teve início, em 1949, no “Internacional” de sua cidade natal. Logo no ano seguinte, foi contratado pelo “Internacional” de Porto Alegre. Foi Campeão Gaúcho em 1950, 1951, 1952, 1953 e 1955. Ficou na capital gaúcha até 1957, quando se transferiu para o “Corinthians” Permaneceu oito anos no Parque São Jorde, mas não conquistou nanhum título de campeão paulista. Mudou-se de São Paulo em 1965, indo para a Colômbia, jogar pelo “Millonarios”, até 1966. Em seguida, foi para o México, defender o “Toluca” nos anos de 1967 e 1968, sagrando-se Bicampeão Mexicano. De 1969 a 1971, atuou pelo “Dallas Tornado”, dos Estados Unidos, seu último clube, despedindo-se do futebol como Campeão da “North American Soccer League”, em 1971. Pela Seleção Brasileira foi Campeão Pan-Americano em 1956; Campeão da Copa Roca de 1957; e Campeão do Mundo, em 1958 (reserva do Nílton Santos). José Ribamar de Oliveira, o Canhoteiro era natural de Coroatá, no Maranhão, e nasceu em 24 de setembro de 1932. Começou sua car-reira profissional em 1949, no “América” de Fortaleza. Integrou, pouco depois, a Seleção do Ceará. Teve uma rápida passagem pelo “Paysandu”,de Belém doPará, antes de se transferir para o “São Paulo”, em 1954.Canhoteiro, que media 1,68 m e pesava 73 kg, foi um ponteiro-esquerdo muito talentoso, veloz e dono de um chute forte e certeiro, mas sua principal característica eram os dribles desconcertantes, com os quais infernizava seus marcadores.Com o tricolor paulistano, foi Campeão Paulista em 1957. Sofreu, em 1963, uma séria contusão, após a qual a qualidade de seu futebol di-minuiu sensivelmente. Deixou o Morumbi, no mesmo ano, e foi tentar a sorte no futebol mexicano. No México, onde ficou três anos, defendeu o “Nacional” e o “Toluca”. Retornou ao Brasil, para jogar nos modestos

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“Nacional”, de São Paulo, e “Saad”, de São Caetano do Sul, no qual pendurou as chuteiras.Pela Seleção Brasileira, disputou dezesseis partidas, entre 1955 e 1959, marcando apenas um gol. Canhoteiro, que levava uma vida boêmia, morreu cedo, em agosto de 1974, antes de completar 42 anos. Darcy Silveira dos Santos, mais conhecido como Canário, nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de maio de 1934. Iniciou sua carreira no “Olar-ia”, de sua cidade natal, mas ganhou destaque a partir de 1955, quando se transferiu para o América, também do Rio. Em seu primeiro ano na equipe rubra, foi vice-campeão carioca. Em função das suas boas apresentações, foi convocado, em 1956, para a Seleção Brasileira, e participou da Copa Oswaldo Cruz e da Copa do Alântico, tendo sido campeão, em ambas.Canário foi um ponta-direito incisivo, de boas qualidades técnicas. Não teve maiores oportunidades na seleção, porque havia, na sua época, igualmente na “cidade maravilhosa”, um gênio chamado Garrincha, que também era ponta-direita. Com a camisa amarela, disputou sete jogos e assinalou dois gols, em 1956. Transferiu-se, em 1959, para o “Real Ma-drid”, no qual integrou um ataque fabuloso, formado por ele, Del Sol, Di Stéfano, Puskás e Gento. Com os “blancos”, conquistou os seguintes títulos: Copa dos Campeões da Europa (1960); Copa Intercontinen-tal (mundial interclubes, de 1960); Campeonato Espanhol (1960/61 e 1961/62); e a Copa do Rei da Espanha (!961/62). Defendeu o “Sevilla”, na temporada 1962/63 e o “Zaragoza”, de 1963 a 1968. Com o clube aragonês conquistou a Copa do Rei da Espanha, em 1963/64 e 1965/66, além da Copa das Cidades com Feiras de 1963/64, importante torneio internacional, na época. Atuou pelo “Mallorca” na temporada 1968/69. Pendurou as chuteiras em 1969, com 35 anos de idade. Naturalizado espanhol, fixou residência em Saragoça, passando a se dedicar ao ramo da hotelaria.Moacyr Claudino Pinto, nascido em São Paulo, no dia 18 de maio de 1936, foi um meia armador que se destacou no “Flamengo”, clube que defendeu de 1956 a 1961, não tendo conseguido vencer o campeonato carioca, mas conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1961. Em seguida, jogou duas temporadas pelo “River Plate”, da Argentina (1961/62), e mais duas no “Peñarol”, do Uruguai (1962/63), pelo qual foi Campeão

Uruguaio em 1962. Mudou-se para o Equador, onde atuou pelo “Ever-est FC” (1963/64) e “Barcelona de Guayaquil” (1964 a 1966), conqui-stando o título de Campeão Equatoriano em 1966. Esse foi o seu último clube. Pela Seleção Brasileira, foi Campeão da Copa Roca em 1957; Campeão da Copa do Mundo em 1958 (reserva do Didi); e Campeão da Taça do Atlântico de 1960. Jogou sete partidas com a camisa canarinho, somando cinco vitórias, um empate e uma derrota. Após pendurar as chuteiras em 1966, aos 30 anos, Moacyr radicou-se no Equador, fixando residência em Guayaquil. Propositadamente, deixamos por último os dois craques que passaram de reservas a titulares no decorrer do certame mundial de 1958 e, muito mais do que isso, revolucionaram positivamente o futebol brasileiro e alteraram o cenário futebolístico do mundo: os gênios Garrincha e Pelé.Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha, nasceu em 28 de outubro de 1933, na localidade de Pau Grande, situada na raiz da serra de Petrópo-lis, no Distrito de Magé, Estado do Rio de Janeiro. Suas paixões de menino pobre, de família humilde e numerosa (quinze irmãos), eram a bola e os passarinhos. Seu apelido, dado por uma irmã, provém de um pequeno pássaro, muito comum na região da sua infância e adolescência e em muitas partes do Brasil, conhecido por vários nomes: garrincha, garrinchão, garricha, corruíra e cambaxirra, entre outros. Garrincha tinha as pernas tortas. O joelho esquerdo era desviado para o lado de fora; o direito para dentro. De acordo com Ruy Castro, autor de sua mais completa e conceituada biografia intitulada Estrela Solitária: Um Brasileiro Chamado Garrincha, era um defeito de nascença. Outros atribuem os desvios a seqüelas de uma poliomielite. Em 1948, ainda com 14 anos, começou a jogar no time amador do “Pau Grande Esporte Clube”, mantido pela fábrica de tecidos, onde o jovem Mané chegou a trabalhar. Teve uma passagem pelo “Serrano” de Petrópolis, e tentou ser aproveitado por um dos grandes clubes do Rio, tendo procurado o “Flamengo”, o “Fluminense” e o “Vasco”. Não logrou sucesso, talvez prejudicado pela aparência de suas pernas arqueadas. Em 1953, porém, sua sorte mudou. Levado ao campo do Botafogo, possivelmente pelo ex-jogador Arati, foi apresentado ao técnico Gentil Cardoso, que lhe perguntou: “Você joga de que, meu filho?” “De chuteiras” respondeu-lhe Garrincha, acrescentando: “Mas posso jogar descalço. Jogo de

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qualquer jeito.” Após as risadas gerais, e um pouco constrangido, o rapazinho de talento promissor entendeu que a pergunta referia-se à posição no time. Esclarecida a questão, Gentil o escalou na ponta-direi-ta da equipe reserva. Isso significava que seria marcado pelo lateral-esquerdo da Seleção Brasileira, o já consagrado Nílton Santos. Para saber o que aconteceu, naquele 10 de junho de 1953, vamos nos apro-priar das palavras de Ruy Castro: “Quando aquele ponta novato domi-nou a bola e parou para esperá-lo, Nílton Santos partiu tranqüilo para dominá-lo. Tranqüilo até demais, porque quando se deu conta, já havia sido driblado para fora. Correu atrás dele, e quando emparelharam, o ponta freou cantando os pneus. Ficaram de novo frente a frente. Nílton entrou duro para assustá-lo, mas foi driblado outra vez, e do mesmo jeito. Em outra jogada, minutos depois, o pontinha cometeu a suprema indelicadeza e enfiou-lhe a bola entre as pernas. Até então, Nílton Santos nunca permitiria tal desfeita a ninguém. Tudo isso é fato, mas o tempo exagerou o que aconteceu. Os relatos futuros criaram a ilusão de um fantástico baile de Garrincha em Nílton Santos. E não foi bem assim. Houve lances em que Nílton Santos também desarmou Garrincha com facilidade, e igualmente o driblou”. Logicamente, os dirigentes botafoguenses imediatamente se interessaram em contratá-lo. Consul-tado, Nílton Santos se manifestou: “O garoto é um monstro. Acho bom vocês o contratarem. É melhor ele conosco do que contra nós.” Assim começou sua carreira no “Botafogo”, clube que defendeu por doze anos, até 1965, e no qual viveu seu auge, participando de 614 jogos e mar-cando 245 gols. Pela Seleção Brasileira, jogou 61 partidas, marcando 17 gols, entre 1955 e 1966, tendo sofrido apenas uma derrota, justamente em seu último jogo, perante a Hungria, na Copa do Mundo de 1966. Jogando junto com Pelé, nunca foi vencido. Pela Seleção Carioca, entre 1955 e 1962, atuou 9 vezes, assinalando 7 gols. Transferiu-se para o Corinthians, em 1966, onde jogou alguns meses ( de março a outubro), já na sua fase de declínio, decorrente das inúmeras infiltrações no joelho e da bebida, tendo, porém, realizado 13 partidas e 2 gols. Nesse período, disputou uma partida amistosa pelo “Vasco”, que não se interessou em contratá-lo, devido à sua má condição física. Em 1967, jogou pela “Portuguesa” do Rio de Janeiro. No mês de janeiro de 1968, fez uma partida pelo “Fortaleza”, no Ceará; em fevereiro, jogou uma vez pelo

“Alecrim”, de Natal; no mês de agosto do mesmo ano, atuou na Colôm-bia, em um único jogo do “Atlético Júnior”, de Barranquilla. Final-mente, em novembro de 1968, estreiou no “Flamengo”, onde ficou até o fim de 1969, participando de 15 partidas e assinalando 4 gols. Durante o vínculo com o clube da Gávea, jogou uma vez pelo “Esporte Clube Novo Hamburgo”, no Rio Grande do Sul, em 2 de julho de 1969. Não há registro de suas atuações nos anos de 1970 e 1971. Por último, jogou no “Olaria”, do Rio de Janeiro, de fevereiro a agosto de 1972, realizan-do 10 jogos e marcando só um gol, o último como profissional, em 23 de março de 1972. Os títulos mais importantes, conquistados pelo “Botafogo” com Garrincha, foram: Campeão Carioca em 1957, 1961 e 1962; Torneio Rio-São Paulo, de 1962 e 1964; Torneio Internacional da Colômbia, em 1960: e Torneio Intercontinental de Clubes, na França, em 1963. Pela Seleção do Brasil: Copa Bernardo O’Higgins, em 1955, 1959 e 1961; Taça Oswaldo Cruz, em 1958, 1961 e 1962; Copa Roca, em 1960; e as Copas do Mundo, de 1958 e 1962. Pelo “Corinthians”, o Torneio Rio-São Paulo de 1966. Mané Garrincha, o Anjo de Pernas Tortas, a Alegria do Povo, foi o maior ícone do futebol irreverente, moleque mesmo, de muitos dribles, alguns até desnecessários, e das brincadeiras carregadas de ingenuidade. O “Anjo das Pernas Tortas” é o título de um poema do renomado Vinicius de Morais: “A um passe de Didi, Garrincha avança / Colado o couro aos pés, o olhar atento. / Dribla um, dribla dois, depois descansa, / como a medir o lance do momento. / Vem-lhe o pressentimento, ele se lança / mais rápido que o próprio pensamento. / Dribla mais um, mais dois, a bola trança / feliz entre seus pés _ um pé de vento! / Num só transporte a multidão con-trita, / em ato de morte se levanta e grita / seu uníssono canto de esper-ança. / Garrincha, o anjo, escuta e atende: Goooooool. / É pura imagem: um G que chuta um O. / Dentro da meta um L. É pura dança”. Sobre ele, assim se manifestou o dramaturgo e jornalista esportivo Nelson Rodrigues: “Eu digo: não há no Brasil, não há no mundo ninguém tão terno, ninguém tão passarinho como o Mané.” Ainda Nelson Rodrigues: “Um Garrincha transcende todos os padrões de julgamento. Estou certo de que o próprio Juízo Final há de sentir-se incompetente para opinar sobre o nosso Mané”. Companheiros e adversários na Copa de 58 expressaram sua admiração: “Eu fazia o lançamento e tinha vontade de

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rir. O Mané ia passando e deixando os homens de bunda no chão. Em fila, disciplinadamente” (Didi, meia armador do Brasil); “Eles começar-am marcando no mano a mano. Tsarev contra Garrincha. De repente, passaram a amontoar vários outros naquele lado esquerdo do campo Era hilariante o desmanche que Mané fazia por ali” (Nilton Santos, na partida contra a Rússia); “Eles eram infernais. Ninguém os conteria. Se você marcasse o Pelé, Garrincha escapava e vice-versa. Se você mar-casse os dois, o Vavá entraria e faria o gol. Eles eram endemoniados” (Just Fontaine, atacante francês, maior artilheiro em uma única Copa do Mundo); “Estávamos em pânico pensando no que Garrinchapoderia fazer. Não existe marcador no mundo capaz de neutralizá-lo” (Nils Liedholm, meia da seleção sueca, vice-campeã); “Em cinqüenta anos de futebol jamais apareceu um jogador como Garrincha” (jornal inglês Daily Mirror). Na Copa de 62, o técnico soviético Gavril Katchalin comentou: “Garrincha é um verdadeiro assombro. Não pode ser produto de nenhuma escola de futebol. É um jogador como jamais vi igual”. E o jornal chileno El Mercurio indagou, em manchete: “De que planeta viene Garrincha?” Algumas declarações do Garrincha, plenas de in-genuidade ou ironia, ficaram famosas: “E o senhor já combinou isso com eles? rederindo-se aos russos, em 1958, quando, antes do jogo, o técnico Feola tentava explicar-lhe uma jogada; “Campeonatozinho mixuruco, nem tem segundo turno!”, durante a comemoração da con-quista do título mundial, em 1958; “Você viu, Didi, o São Cristovâo está de uniforme novo!”, reparando no uniforme inglês, na Copa de 1962; “A bola veio para a esquersa e eu não chuto bem de esquerda, mas não dava para trocar de pé. Então chutei de esquerda fazendo de conta que era de direita” sobre o gol que marcou contra o Chile, no Mundial de 1962. Garrincha foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1962 e consid-erado pela FIFA o melhor jogador da mesma. Em 1999, foi galardoado como o Segundo Maior Jogador Brasileiro do Século XX e Quarto Maior Jogador Sul-Americano do Século XX, pela IFFHS (International Federation of Football History and Statistics). No ano seguinte, foi reconhecido pelo Grande Júri FIFA 2000 como o Sétimo Maior Jogador do Mundo no Século XX. Dois filmes foram feitos, a seu respeito: Garrincha, Alegria do Povo (Joaquim Pedro de Andrade, 1962) e Gar-rincha – Estrela Solitária (baseado no livro de Ruy Castro, 2003). O

maior estádio de futebol de Brasília, Capital Federal do Brasil, recebeu o nome de Mané Garrincha. Existe um busto seu, no Estádio do Marac-anã, no Rio de Janeiro. Garrincha tinha o hábito de chamar de João todos os seus marcadores. De acordo com Gérson Soares, filho da cantora Elza Soares, e que conviveu muitos anos com o Mané, esse hábito surgiu na adolescência do jogador, quando, em toda Semana Santa, assistia a um filme sobre a Vida de Criato, no qual a cena mais marcante para ele era a entrega da cabeça de João Batista à Salomé, numa bandeja. Num domingo de Páscoa, aconteceu um jogo do time de Pau Grande, contra a equipe de uma fábrica de Petrópolis. Sem con-dições técnicas e físicas, o lateral esquerdo levou um baile e apelou para a violência contra o jovem Garrincha. Depois, murmurou: “Desculpe, perdi a cabeça”.”Você é João Batista?”, retrucou-lhe, gozador, o Mané, para quem, a partir daí, todos os seus adversários diretos passaram a se chamar João. Manoel Francisco dos Santos faleceu em 20 de janeiro de 1983, vítima de cirrose do fígado. No dia seguinte, um dos maiores poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade, publicou no Jornal do Brasil: “Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estnteante Garrincha a faculdade de perceber sua con-dição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.”. Edison Arantes do Nascimento, o Pelé, nasceu em 23 de outubro de 1940, na cidade de Três Corações, Estado de Minas Gerais. Seu pai, João Ramos do Nascimento, também jogou futebol, sendo conhecido como Dondinho. Ao assistir aos jogos do “São Lourenço” equipe do sul de Minas, da qual o pai era atacante, o menino Edison, com três anos, entusiasmado com as atuações do goleiro, cuja alcunha era Bilé, gri-tava: “Dá-lhe Bilé. Defende Bilé”. De tanto incentivar o Bilé, acabou ele próprio sendo apelidado de Bilé. Entretanto, alguns de seus amigu-inhos, todos de tenra idade, com dificuldade em pronunciar Bilé, trans-formaram seu apelido para Pelé. Em 1945, sua família mudou-se para Baurú, no Estado de São Paulo. Aos dez para onze anos, já começou a

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jogar em um time infanto-juvenil, chamado “Canto do Rio”, no qual os garotos tinham, no mínimo, treze anos de idade. Estimulado pelo pai, Pelé e seus companheiros decidiram criar o seu próprio time, que se chamou “Sete de Setembro”. Pelé trabalhava como engraxate e, para poder adquirir camisas, calções e bolas para o time, ele e seus amigos passaram a vender o que podiam na praça e na porta do cinema. Logo depois, porém, em 1952, foi convidado por Antoninho, responsável pela equipe juvenil do “Bauru Atlético Clube - BAC”, para jogar no time, conhecido como Baquinho. O técnico do time principal do “Bauru” era o famoso ex-jogador Valdemar de Brito, que percebendo o potencial do jovem atacante, levou-o em 1956 para o “Santos”. Sua estréia ocorreu no dia 7 de julho daquele ano, quando marcou um gol na vitória santista sobre o “Corinthians de Santo André” por 7x1. Pelé permaneceu na Vila Belmiro por dezoito anos, até 1974, defendendo o alvinegro praiano em 1.115 jogos, nos quais marcou 1.091 gols. De 1975 a 1977, atuou pelo “New York Cosmos”, nos Estados Unidos. Além do “Rei do Futebol”, outros astros, como o alemão Beckenbauer e Carlos Alberto, capitão da Seleção Brasileira, Campeã do Mundo em 1970, foram contratados pelo clube nova-iorquino, com o intuito de popularizr o esporte naquele país. No dia 1º de outubro de 1977, aconteceu sua última partida pelo “Cos-mos”, que enfrentou e venceu o “Santos” por 2x1. Pelé jogou um tempo por cada uma das equipes e marcou um gol para o time estadunidense.Edison Arantes do Nascimento foi o grande responsável pala vertginosa ascenção do “Santos FC” à elite do futebol brasileiro e internacional. Foi Campeão Paulista em 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973; Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1959, 1963, 1964 e 1966; e Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1968. Também pelo “Santos”, conquistou: Taça Brasil, em 1961,1962, 1963, 1964 e 1965; Copa Libertadores, em 1962 e 1963; Copa Interconti-netal (campeonato mundial de clubes) de 1962 e 1963; Recopa Sul-Americana e Recopa dos Campeões Intercontinentais, ambas em 1968. Além dos títulos dos campeonatos paulistas, Pelé foi o artilheiro da competição nos seguintes anos: 1957, com 20 g0ls; 1958, com 58 gols (marca recorde até hoje); 1959, com 45 gols; 1960, com 34 gols; 1961, com 47 gols; 1962, com 37 gols; 1963, com 22 gols; 1964, com 34 gols; 1965, com 49 gols; 1968, com 26 gols; e 1973, com 11 gols. Também

conquistou a artlharia nos Torneios Rio-São Paulo de: 1961 (7 gols); 1963 (15 gols); 1964 (3 gols); e 1965 (7 gols); e, ainda, na Taça Brasil, em 1961, com 11 gols e 1963, quando assinalou 12 gols e na Copa Lib-ertadores de 1963, marcando 11 gols. Em 1959, já Campeão do Mundo, Pelé integrou a equipe do 6º grupo de Artilharia de Costa Motorizado, conquistando o Campeonato Brasileiro das Forças Armadas, do qual foi o maior goleador, com 11 tentos; logo, em seguida, no mesmo ano, par-ticipou da Seleção Brasileira das Forças Armadas que venceu o Campe-onato Sul-Americano Militar, tendo sido, mais uma vez, o artilheiro, com 11 gols. Após brilhantes atuações por um combinado Vasco-Santos, Pelé foi convocado pela primeira vez para a Seleção do Brasil, em 1957, pelo técnico Sylvio Pirillo. Estreiou ainda com 16 anos, em julho de 1957, num jogo contra a Argentina, que venceu por 2x1, tendo sido o autor do gol brasileiro. Pela seleção nacional, Pelé disputou, entre 1957 e 1971, 114 partidas, assinalando 95 gols. Seu jogo de despedida da Se-leção Brasileira, em 18 de julho de 1971, aconteceu no Maracanã, com público de 138.575 pagantes, enfrentando a Iugoslávia, que obteve um empate, por 2x2. Aos 17 anos, foi novamente convocado para disputar a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. No início da competição, ficou na reserva de Dida. Entrou no terceiro jogo, contra a URSS, junto com Garrincha e Zito. Segundo consta, a escalação dos três foi solicitada ao técnico Feola pelos líderes da equipe: Didi, Nílton Santos e o capitão Bellini. A canisa 10 foi destinada a Pelé por acaso. Antes do início da competição, a CBF deveria ter enviado a relação dos números atribuí-doa aos jogadores, pois já na edição anterior do campeonato mundial (1954) a numeração passara a ser fixa para cada atleta. Como a entidade brasileira não o fez, a FIFA assumiu esse encargo e designou o número 10 para o Pelé, embora ele ainda fosse reserva no início do certame. Suas magníficas apresentações no campeonato mundial de 1958 fizeram com que a imprensa esportiva francesa o chamasse de “Rei do Futebol”. Pelé participou de quatro copas do mundo (1958, 1962, 1966 e 1970), tendo sido Campeão em 58, 62 e 70. O seu último título de campeão foi o da Liga Norte-Americana de Futebol, em 1977, pelo “Cosmos”. O Es-tádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, foi o palco grandioso de algumas das mais brilhantes e marcantes atuações de Pelé. No dia 5 de março de 1961, em um jogo “Fluminense” x “Santos”, ele marcou um belís-

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simo gol, após partir do meio de campo, driblando vários adversários e concluir de forma indefensávelpara o grande goleiro Carlos Castilho. Entusiasmado, o jornalista Joelmir Betting cunhou a expressão “Gol de Placa” e mandou confeccionar uma placa alusiva ao feito, que foi colo-cada no saguão principal do estádio. Na noite do dia 19 de novembro de 1969, também no Maracanã, em partida válida pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o “Santos” enfrentou o “Vasco”. Aos 33 minutos do segundo tempo, Pelé marcou seu milésimo gol, cobrando pênalti, com o pé direito, no canto esquerdo do goleiro Andrada. Entretanto, o seu gol mais bonito, segundo ele próprio, teria sido marcado no Estádio do “Juventus”, na Rua Javari (bairro da Mooca), em 2 de agosto de 1959, no jogo “Juventus” x “Santos”, pelo campeonato paulista.Pelé foi um meia atacante, ambidestro, chutando forte com ambos os pés. Com altura de 1,72 m, mas dotado de grande impulsão, foi também exímio cabeceador Jogador completo, destacava-se pelo seu incomparável domínio da bola, que nunca lhe escapava em suas céle-bres matadas de peito. Diferentemente do Garrincha que, muitas vezes, driblava até por brincadeira, os dribles que Pelé aplicava eram sempre produtivos. Seu repertório de jogadas era fantástico: “chapéus”, “len-çóis”, dribles “da vaca”, e até “tabelas” com as canelas dos adversários, mas com um padrão de jogo muito objetivo. Devido à sua categoria inigualável que o tornava difícil ou quase impossível de ser marcado, ele sofria, algumas vezes, entradas duras ou mesmo desleais. Na Copa de 1966, Pelé foi verdadeiramente caçado em campo. Sabia, entretanto, se defender, batendo nos adversários com sutileza, tanto que muitos árbitros siquer percebiam seus revides. No entanto, em alguns casos, ele exagerou. Em 1965, causou s fratura da perna do jogador Kiesman, da Seleção Alemã, em uma partida Brasil x Alemanha Ocidental, disputada no Maracanã. Quebrou também a perna do zagueiro cruzeirense Procó-pio, em um jogo “Cruzeiro” x “Santos”, no ano de 1968.Pelé tinha devoção pelo gol e vocação para artilheiro. Ameaçado de perder a artilharia do campeonato paulista de 1964, interrompendo sua série de conquistas sucessivas desde 1958, ele se esmerou e marcou oito gols em um só jogo: “Santos” 11x0 “Botafogo de Ribeirão Preto”. O “Rei Pelé” disputou, em sua carreira de jogador profissional, um to-tal de 1.375 partidas, assinalando 1.284 gols, o que lhe confere a ex-

traordinária média de 0,93 gol por jogo. É o maior artilheiro da Saleção Brasileira com 95 gols em 115 partidas.Além das camisas do “Santos” e do “Cosmos”, Pelé envergou, em oc-asiões excepcionais, mais dois uniformes de clubes cariocas. Em 1978, em uma excursão do “Fluminense” pela África, Pelé usou a camisa tricolor na cidade de Kaduba, em um jogo contra o “Racca Rovers”, Campeão da Nigéria naquele ano, que perdeu por 2x1. Pouco antes, no dia 22 de abril de 1978, visando a promover as apresentações da equipe das Laranjeiras no continente africano, o “Rei” atuou durante 35 minutos pela Seleção da Nigéria. A camisa rubronegra do “Flamengo” foi usada por ele, no dia 6 de abril de 1979, em um jogo contra o “Atlé-tico Mineiro”, com renda destinada às vítimas das enchentes em Minas Gerais.Pelé é considerado o melhor jogador de futebol do mundo, de todos os tempos. Em 1999, foram-lhe outorgados, entre outros, os seguintes prêmos: Atleta do Século, eleito pelo Comitê Olímpico Internacional; Maior Jogador de Futebol do Século XX, pela IFFHS (International Federation of Football History & Statistics); Jogador de Futebol do Século, escolhido pela UNICEF. Em 2000, a FIFA o reconheceu como o Maior Jogador do Século.A importância de Pelé no cenário mundial é tamanha que, já em 1969, a guerra civil no Congo Belga foi interrompida temporariamente para per-mitir a viagem em segurança da delegação do “Santos” entre Kinshasa e Brazzzaville. Em 1974,quando ainda atuava como jogador, Edison Arantes do Nascimento formou-se pela Faculdade de Educação Física da Universidade Metropolitana de Santos. Foi Ministro dos Esportes do Brasil de 1995 a 1998. É dessa época, a chamada “Lei Pelé”, referente à contratação de jogadores, que segue, em linhas gerais, as diretrizes internacionais preconizadas pela FIFA.Pelé também se aventurou como cantor, tendo gravado junto com a in-esquecível Ellis Regina, em 1969, um compacto chamado “Tabelinha”, com as canções “Vexamão” e “Perdão Não Tem”. Além disso, existe uma extensa filmografia a seu respeito, com a sua participação como ator em muitos dos filmes: “Isto é Pelé” (documentário), “Os Trom-badinhas”, “Pedro Mico”, “Fuga para a Vitória”, “A Marcha”, “Os Tra-palhões e o Rei do Futebol”, e “Pelé Eterno” (documentário); e, ainda,

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uma telenovela: “Os Estranhos”.Em reconhecimento aos seus méritos, o Governo Britânico conferiu-lhe o título de Sir da Ordem do Império Britânico (“Knight Commander of the Order of the British Empire”). Após apresentarmos todos os craques que participaram da memosável conquista do primeiro título de Campeão do Mundo pela Seleção do Brasil, vamos recordar a campanha de seis jogos, na Suécia, com cinco vitórias e um empate; 16 gols marcados e 4 sofridos.Primeira FaseBrasil 3 x 0 ÁustriaData: 8 de junho de 1958Local: Rimervallen (Uddevalla)Seleção do Brasil: Gylmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton San-tos; Dino e Didi; Joel, Mazzola, Dida e ZagalloGols do Brasil: Mazzola (2) e Nílton SantosBrasil 0 x 0 InglaterraData: 11 de junho de 1958Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)Seleção do Brasil: Gylmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino e Didi; Joel, Mazzola, Vavá e ZagalloBrasil 2 x 0 URSSData: 15 de junho de 1958Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)Seleção do Brasil: Gylmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e ZagalloGols do Brasil: Vavá (2)Quartas de FinalBrasil 1 x 0 País de GalesData: 19 de junho de 1958Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)Seleção do Brasil: Gylmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos: Zito e Didi; Garrincha, Mazzola, Pelé e ZagalloGol do Brasil: PeléSemifinalBrasil 5 x 2 FrançaData: 24 de junho de 1958

Local: Raasunda (Estocolmo)Seleção do Brasil: Gylmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e ZagalloGols do Brasil: Vavá, Didi e Pelé (3)FinalBrasil 5 x 2 SuéciaData: 29 de junho de 1958Local: Raasunda (Estocolmo)Seleção do Brasil: Gylmar; Djalma Santos, Bellini,Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e ZagalloGols do Brasil: Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo.Um fato marcante e, possivelmente, decisivo para o sucesso brasileiro foram os três minutos iniciais da partida contra a União Soviética. Logo após a saída, Garrincha foi acionado e, após driblar três adversários, chutou em gol, acertando a trave. A pressão foi mantida e coroada de êxito aos três minutos de jogo, quando Vavá venceu o goleiro Yashin, abrindo o marcador. Esse episódio ficou conhecido, na imprensa es-portiva mundial, como “os três minutos mais grandiosos da história do futebol”.

BIER FASS, 2 DE SETEMBRO DE 2010

Conforme combinado, o grupo se reuniu, pontualmente, às 18 horas da primeira quinta-feira de setembro, no Bier Fass. Servidos os chopes, Pedro Paulo tomou a palavra:_Meus caros amigos: o Cristiano, o Marcos e eu trabalhamos duro, mas só relatamos, como vocês já viram nas cópias que enviamos por e-mail, até a década 1951-60. A verdade é que o futebol brasileiro, nessa época, passou por uma fase de transição, pós Copa de 50, e teve um ponto de inflexão, em 1958, dando início a uma era de ouro. É uma história muito rica e nós optamos por detalhá-la, inclusive com os dados biográ-ficos de todos os jogadores de destaque. Vocês estão de acordo com essa orientação?_ Eu acho que sim. Estamos adotando a prática salutar de informar, independentemente das preferências clubísticas que todos nós temos. Os torcedores mais fanáticos, que só se interessam pelos ídolos do seu

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time, podem pular as biografias dos demais. respondeu Roberto Mauro._Também concordo. Vou aproveitar que estou com a palavra, para tirar umas dúvidas. Vi muitas referências a competições como Copa Roca, Taça Oswaldo Cruz e outras que eu não conhecia. Alguém pode me esclarecer? Perguntou o inglês Brian._Vou tentar. Eu também tive essa curiosidade de saber mais sobre essas disputas sul- americanas, pois embora soubesse que a Copa Roca envol-via jogos entre Brasil e Argentina, eu tinha muito pouco conhecimento a respeito. Por sorte, fiz uma pesquisa, cujos resultados estão aqui na minha pasta, informou o PPP. –Vamos ver: a Copa Roca foi instituída em 1913, quando era Presidente da Argentina o General Julio Roca. A disputa do troféu era inicialmente feita em uma única partida. As-sim, a primeira competição aconteceu em 1914, em Buenos Aires, com a vitória do Brasil. A segunda edição só ocorreu em 1922. O jogo foi disputado em São Paulo, com novo triunfo brasileiro. No ano seguinte, a Argentina venceu, em Buenos Aires. Após uma longa interrupção, a taça voltou a ser disputada, sendo realizadas quatro partidas: duas no Rio de Janeiro, em janeiro de 1939; e mais duas em São Paulo, no mês de fevereiro de 1940. O resultado final foi favorável à Argentina, com duas vitórias, um empate e uma derrota. Em março de 1940, nova con-quista argentina que venceu dois dos três jogos realizados em Buenos Aires, tendo perdido apenas a segunda partida. A edição seguinte foi realizada no final de 1945, com a disputa de três jogos. A Argentina ganhou o primeiro, em São Paulo. O Brasil venceu os dois seguintes, no Rio de Janeiro, conquistando a Copa Roca daquele ano. Houve nova interrupção até 1957, quando aconteceram duas partidas. O primeiro jogo, no Rio de Janeiro, teve a Argentina como vencedora. No segundo, em São Paulo, o Brasil foi vitorioso, conquistando o troféu em decor-rência do melhor saldo de gols. A disputa seguinte ocorreu em Buenos Aires, no ano de 1960, em dois jogos, com uma vitória de cada seleção. Novamente a taça coube ao Brasil, graças ao melhor saldo de gols. O fato se repetiu em 1963, quando a Argentina ganhou o primeiro jogo, re-alizado em São Paulo, por 3x2 e sofreu uma goleada do Brasil, por 5x2, na outra partida, disp utada no Rio. Na competição seguinte, em 1971, o título foi dividido, pois os dois jogos, realizados em Buenos Aires, terminaram empatados. Finalmente, a última edição, em 1976, teve o

primeiro jogo em Buenos Aires, com vitória argentina; no segundo, no Rio de Janeiro, o triunfo foi brasileiro. Mais uma vez, o Brasil ficou com a taça, em virtude do melhor saldo de gols. Em resumo, foram oito conquistas do Brasil e quatro da Argentina, no decorrer do Século XX. Prevê-se a volta da disputa da Copa Roca, em 2011. Terminada a longa exposição, Pedro Paulo parou para tomar fôlego, saboreando seu chope, ainda gelado. Marcos veio em seu socorro: _Vou continuar, lendo a pesquisa do PP sobre a Copa ou Taça Rio Branco. Ela foi criada em 1916, recebendo seu nome como uma justa homenagem ao grande diplomata brasileiro. O seu objetivo foi o de colocar, frente a frente, as seleções de futebol do Brasil e do Uruguai. Entretanto, sua disputa efetiva só começou em 1931, com vitória brasileira, que se repe-tiu na edição seguinte, realizada em 1932. O terceiro confronto só veio a ocorrer em 1940, com o Uruguai conquistando o troféu. Em 1946, nova disputa e nova vitória uruguaia. A quinta edição, em 1947, teve o Brasil como vencedor. No ano seguinte, o Uruguai voltou a vencer. Em 1950, pouco antes da Copa do Mundo, aconteceu a sétima disputa da Copa Rio Branco, no mês de maio, com três jogos Brasil x Uruguai. No primeiro, no Pacaembu, em S. Paulo, vitória uruguaia por 4x3. O segundo e o terceiro, realizados no Rio, no Estádio de São Januário, terminaram com vitórias brasileiras por 3x2 e 1x0, respectivamente. Aliás, apresentamos as resenhas desses três jogos quando comentamos a respeito da Seleção Brasileira. Assim, o Brasil conquistou a Copa Rio Branco de 1950, sobre o Uruguai. Esse triunfo foi, no entanto, totalmente ofuscado pela derrota brasileira na final da Copa do Mundo, em julho do mesmo ano. A oitava edição aconteceu somente em 1967, quando as três partidas efetuadas terminaram empatadas (0x0, 2x2 e 1x1), sendo o título dividido entre as duas equipes, de comum acordo. A disputa seguinte, em 1968, terminou com uma conquista brasleira. Finalmente, a décima e última edição, realizada em 1976, premiou novamente a Seleção do Brasil. Resumindo, seis vitórias brasileiras, três uruguaias e um empate, nos dez anos em que houve a competição, entre 1931 e 1976. Com a chegada de uma nova rodada de chopes, foi a vez do Cristiano socorrer o Marcos, tomando a palavra: _Vou continuar, relatando o que aprendemos sobre a Taça Oswaldo Cruz, cujo nome relembra o grande

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médicico e sanitarista brasileiro. Foi um torneio de futebol, disputado de 1950 a 1976, entre as seleções do Brasil e do Paraguai, para pro-mover o intercâmbio esportivo entre os dois países. Foram realizadas, ao todo, oito edições, noa anos de 1950, 1955, 1956, 1958, 1961, 1962, 1968 e 1976. Em todas as disputas havidas, o Brasil conquistou a taça.Tendo terminado o seu segundo chope, o arquiteto Pedro Paulo Paredes retomou o relato de sua pesquisa: _Falta-nos dizer alguma coisa sobre a Taça ou Copa Bernardo O’Higgins, assim batizada em homenagem a esse general, gande herói do processo de libertação chileno Trata-se de uma competição entre as seleções de futebol do Brasil e do Chile, que foi disputada cinco vezes, entre 1955 e 1966. O sistema adotado era o de dois jogos realizados no mesmo país, alternando-os em cada edição. Na primeira disputa, em 1955, no Rio de Janeiro e em São Paulo, acon-teceu um empate e uma vitória da seleção brasileira, cabendo o troféu ao Brasil. A segunda edição, realizada em 1957 na cidade de Santiago, foi vencida pela Seleção Chilena, com uma vitória e um empate. Em 1959, no Brasil, novamente no Rio e em S. Paulo, aconteceram duas vitórias brasileiras, sendo a primeira por 7x0. Dois anos depois, no Chile (Santiago), nova conquista da taça pelo Brasil, com duas vitórias. A última edição foi realizada de novo no Chile, com jogos em Santiago e Viña Del Mar, cujos resultados foram uma vitória brasileira por 1x0 e uma do Chile por 2x1. Em face do empate no resultado acumulado, não havendo saldo favorável de gols para nenhuma das duas equipes, o título foi dividido entre as duas seleções. No total, três conquistas bra-sileiras, uma chilena e um empate. Acho que terminei._Não, interveio Marcos, e continuou: _ Existiu, também, a Taça do Atlântico, que, por acaso, eu também pesquisei e tenho aqui o que achei. O troféu foi criado com o objetivo de estimular a competição entre os países sul-americanos onde se praticava o melhor futebol do continente, coincidentemente, banhados pelo Oceano Atlântico: Argen-tina, Brasil e Uruguai. Esse torneio foi disputado em 1957, 1960 e 1976. A partir da segunda edição foi incluído o Paraguai. Na última edição foram efetuados jogos de ida e volta. O Brasil foi o campeão em todas as disputas, tendo a Argentina como vice. Em 1976, a Seleção Brasileira conquistou o troféu de forma invicta com cinco vitórias e um empate._Ótimo, comentou Roberto. _Vou me vangloriar, mais uma vez, da

minha infância e juventude cariocas. Eu morava em Ipanema e freqüen-tava a praia em frente à minha rua, Paul Redfern, justamente no trecho entre o canal do Jardim de Alá e o Bar Vinte (ponto final dos bondes Ip-anema, na época) O Nílton Santos também morava no bairro e , quando não tinha que jogar pelo Botafogo ou pela seleção, ia à praia, no mesmo local. Assim, tive algumas oportunidades (poucas, a bem da verdade) de bater uma bola com ele em animadas linhas de passes. Isso foi por volta de 1953, quando eu tinha meus quinze anos, e o Nílton, aos vinte e oito, já estava em vésperas de disputar sua terceira Copa do Mundo Dois anos depois, em 1955, aluno do científico do Colégio Mello e Souza (um dos melhores do Rio, na época), e jogador do seu time de futebol, tive a oportunidade de enfrentar a equipe do Colégio Rio de Janeiro, na final do campeonato colegial. O grande nome do nosso time era o meu colega de turma Ronald, apelidado de Marreta, que jogava no juvenil do Botafogo. Em contrapartida, nossos adversários contavam com três integrantes da equipe de aspirantes do Flamengo: Luís Roberto, Babá e Dida, que três anos mais tarde, em 1958, seria Campeão Mundial na Suécia. Perdemos só por 2x1, sendo os dois gols deles marcados pelo pequenino ponta-esquerda Babá, em bolas paradas: uma falta com bar-reira e um pênalti. _Recordar é viver..., comentou, com uma ponta de ironia, o PPP. Tenho uma sugestão: como eu já disse, a história do futebol brasileiro, nos últi-mos cinqüenta anos, é extremamente interessante e, certamente, vamos querer apresentá-la com riqueza de detalhes, uma vez que dispomos de muitas fontes. Assim, proponho que intercalemos os relatos brasilei-ros com a história do futebol em outros países, alternando também de acordo com sua localização geográfica: Europa e América do Sul. A minha sugestão é tratarmos, agora do “calcio”.Após alguns comentários, houve consenso na aceitação do proposto, e, também, na escolha dos relatores: Brian e Roberto. _Antes de encerrarmos nosso bate-papo de hoje, tenho mais uma per-gunta: por que a grafia de Gylmar, goleiro da Seleção Campeã de 1958, com Y quando0 em todos os jornais da época aparecia com I? E tam-bém por que Edison e não Edson Arantes do Nascimento, como é mais comum vermos na imprensa?, indagou o Brian. PP esclareceu:_É simples. Procuramos respeitar a grafia constante em

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suas certidões de nascimento. O mesmo ocorreu com o meia Moacyr..

O FUTEBOL NA ITÁLIA (1893-2010)

O primeiro clube italiano, pioneiro na prática do futebol, foi o “Genoa Cricket and Athletic Club” (atual “Genoa Cricket & Football Club”). As primeiras ligas de futebol na Itália foram criadas por imigrantes ingleses na década iniciada em 1891. Existiram, inicialmente, ligas separadas para italianos e estrangeiros, que vieram a fundir-se, antes de 1897, possibilitando a criação, em março de 1898, da Federação Italiana de Futebol (Federazione Italiana del Football, posteriormente chamada de Federazione Italiana Giuco Calcio). Existem registros históricos de que, na época do Império Romano, já era praticado um esporte, chamado harpastum, usado inclusive como forma de aprimoramento físico dos soldados. Entretanto, esse jogo praticado com os pés e as mãos era mais parecido com o “rugby” do que com o futebol (socccr) hoje tão popular. Sabe-se, também , que o “calcio” já era praticado na Itália do Século XVI, especialmente nas praças de Veneza e de Florença. Os times tinham 27 jogadores e usavam-se tanto os pés como as mãos. Até hoje, ainda acontece, uma vez por ano, um jogo de “calcio storico” na “Piazza Santa Croce”, em Florença. Entretanto, não se deve confundir esse esporte com o “calcio” hoje jogado, ou seja, o futebol originário da Inglaterra.Assim, a cidade de Gênova, com seu importante porto e intenso comé-rcio com a Inglaterra, foi um dos berços do futebol italiano, datando de 1893 a fundação do “Genoa”. Outro centro pioneiro na introdução do esporte bretão na Itália foi Turim. A criação do “Internazionale di Torino” (precursor do “Torino FC”), em 1891, foi anterior à do clube genovês. Entretanto, a implantação do futebol foi mais rápida na ci-dade portuária, berço de Cristovão Colombo. Cumpre assinalar o papel desempenhado pelo médico James Spensley, que beneficiou o desen-volvimento do futebol, ao conseguir, em 1895, a admissão de italianos no quadro social do “Genoa”, até então restrito aos membros da comu-nidade britânica. No mesmo ano, foi fundado, na área do porto, o clube “Andrea Doria” e, em 1899, a “Sampierdarenese”. Esses dois clubes,

após um longo e conturbado processo de tentativas mal sucedidas de fusão, vieram a se unir em 1946, dando origem à “Sampdoria”.Outro importante pioneiro foi Edoardo Bosio, nascido em Turim, que viveu na Inglaterra em decorrência de sua atividade comercial ligada à indústria têxtil. De retorno à sua cidade natal, em 1897, com algu-mas bolas de couro (então pouco conhecidas na Itália), criou um grupo dedicado à prática do esporte. Pouco depois, em 1899, outra equipe de futebol foi criada sob o nome de “Time dos Nobres”, uma vez que era liderada pelo Duque de Abruzzi e pelo Marquês Ferrero de Ventimiglia. A fusão dos dois grupos de entusiasmados futebolistas deu origem ao clube “Internazionale di Torino”, em cuja equipe jogavam juntos nobres e operários. Em 1894, foi fundado o “Football Club Torinese” e, em 1897, a “Reale Societá Ginnastica Torino”, estabelecida desde 1844, criou o seu departamento de futebol. Com a instituição da “Federazione Italiana del Football” em 1897, foi possível a realização, no ano seguinte, do primeiro campeonato, com a participação de quatro clubes: “Internazioale di Torino”, “Football Club Torinese”, “Ginnastica di Torino” e “Genoa”. Essa primeira competição foi disputada em um único dia, pelo sistema de partidas eliminatórias. Embora realizado em Turim, com a participação de três equipes locais, o vencedor do torneio foi o “Genoa”. Esse clube, a primeira grande força do futebol italiano, voltou a ser o campeão em 1899, 1900, 1902, 1903 e 1904.Ainda em 1897, e na mesma Turim, foi fundado por estudantes e outros membros da comunidade britânica, o “Sport Club Juventus” que, dois anos mais tarde, alteraria sua denominação para “Foot-Ball Club Juven-tus” e se tornaria, posteriormente, o mais famoso da cidade.Em 1899, na cidade de Milão, também por obra dos ingleses ali resi-dentes, surgiu o “Milan Cricket and Football Club”. O primeiro campe-onato vencido pelo “Milan” aconteceu logo em 1901, interrompendo a vitoriosa seqüência de títulos do “Genoa”.Aconteceu, em 1900, a absorção do “Internazionale di Torino” pelo “Football Club Torinese”. Em 1906, com a participação de dissidentes do “Juventus”, houve a transformação para “Foot-Ball Club Torino”.Em 1905, ocorreu a primeira conquista do título de campeão pelo “Ju-ventus”. O “Milan” voltou a ser campeão em 1906, repetindo o feito,

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mais uma vez, em 1907.Na cidade piemontesa de Vercelli, localizada entre Milão e Turim, foi fundada, em 1892, a “Societá de Ginnastica Pro Vercelli”, que adotou o futebol em 1903 e venceu cinco campeonatos entre 1908 e 1913 (1908, 1909, 1910/11, 1911/12, e 1912/13).Alguns dos clubes que hoje fazem parte da elite do futebol italiano, integrando a Série A do “calcio”, são bastante antigos, embora não tenham se destacado na fase inicial da implantação do esporte na penín-sula. O “Udinese Calcio” foi fundado em 1896; a “Societá Sportiva Lazio” surgiu na cidade de Roma, em 1900; o “Atalanta Bergamasca Calcio” é de 1907; a “Unione Sportiva Lecce” foi criada em 1908; o “Bologna Football Club” teve sua fundação no ano de 1909; e a “Parma Associazione Calcio” data de 1913.Em 1908, uns dissidentes do “Milan”, suíços em sua maioria, descon-tentes com os privilégios dados pelo clube aos seus sócios britânicos, juntaram-se a alguns associados da “Unione Sportiva Milanese” para fundar o “Internazionale Football Club di Milano”. Após o primeiro campeonato de 1898, as edições seguintes continuaram adotando as partidas eliminatórias, mas utilizando o sistema “chal-lenge”, no qual o campeão do ano anterior disputa apenas a final contra o vencedor das elimnatórias. Em 1905, aconteceu a mudança da sede da federação de Turim para Milão, e a alteração da forma de disputa do campeonato que passou a ser no sistema de todos contra todos. Entre-tanto, o número de participantes continuou reduzido (quatro ou cinco clubes) até o final da década. A partir de 1909, o campeonato passou a ser iniciado em um ano para témino no ano seguinte. Assim, o campeão da temporada 1909/10 foi o “Inter”. Já o torneio de 1911 teve quatorze equipes inscritas. Foram, então, criados grupos regionais. Dois anos depois, visando à incorporação ao campeonato dos clubes da Itália cen-tral e meridional, criaram-se mais três grupos, denominados: Toscano, Laziale e Campano.Ainda em 1905, a federação italiana filiou-se à FIFA. Internamente, porém, o seu poder enfrentava muitas resistências, oriundas do bairris-mo e rivalidades entre as cidades. A formação de uma equipe nacional foi a bandeira desfraldada pela federação, que lhe permitiu integrar, aos poucos, os clubes das várias regiões. Assim, a primeira seleção itali-

ana de futebol foi convocada em 1910. Essa convocação foi feita em meio a controvérsias e polêmicas. O título da temporada estava por ser decidido na partida final, entre a “Pro Vercelli”, campeã do ano ante-rior, e o “Internazionale” de Milão. Em sinal de protesto, a “Societá Pro Vercelli” mandou a campo sua equipe infantil, composta por meninos entre 10 e 13 anos. O resultado, lógico, foi a vitória da equipe princi-pal do “Inter” por 10x3. A punição, imposta pela federação, foi a não participação dos jogadores do clube de Vercelli, então o melhor time do país, na seleção nacional. Dessa forma, após três treinos, o técnico Um-berto Meazza escalou, sob o calor das disputas bairristas, o time com oito jogadores de clubes de Milão (três da “Unione Sportiva Milanese”, dois do “Ausonia”, dois do “Milan” e um do “Internazionale”), dois de Turim (ambos do “Torino”) e um do clube “Andrea Doria”, da cidade de Gênova.O primeiro jogo da Seleção Nacional, com uniforme branco (a célebre camisa azul veio depois), aconteceu no dia 15 de maio de 1910, no Stadio Cívico Arena di Milano, com a convincente vitória por 6x2 sobre a França, assistida por cerca de quatro mil torcedores. O primeiro gol da história da Seleção Italiana foi marcado por Pietro Lana, do “Milan”. Pouco tempo depois, com as hostilidades da Primeira Guerra Mun-dial (1914-18), houve uma interrupção das atividades esportivas na Itália. Entretanto, ainda chegaram a ser disputados os campeonatos de 1913/14, vencido pelo clube “Casale”; e o de 1914/15, cujo campeão foi o “Genoa”. Conforme vimos, desde o primeiro campeonato, em 1898, até o início da primeira guerra, em 1914, os dois clubes, que dominaram o cenário futebolístico da Itália, foram o “Genoa”, com nítida suprema-cia até 1904, e a “Pro Vercelli”, a partir de 1908. Como terceira força no período, aparece o “Milan”, campeão de 1901 e bicampeão em 1906 e 1907. Após o término da guerra em 1918, o “calcio” voltou a ganhar espaço com o aumento da sua popularidade. O primeiro campeonato disputado após a interrupção causada pela Primeira Guerra, o da temporada 1919/20, foi vencido pelo “Inter”. A campeã seguinte (1920/21) foi, novamente, a “Pro Vercelli”. Dezoito ligas regionais, compostas por clubes extremamente diferenciados no tocante à sua qualificação ténica e poderio econômico, forçaram sua participação no campeonato da fed-

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eração (FIGC), em 1921. Isso provocou uma imediata reação dos clubes maiores que se desligaram da FIGC e criaram outra associação, a “Con-federazione Calcistica Italiana” (CCI), no mesmo ano. Por isso, houve dois campeonatos na temporada 1921/1922, sagrando-se campeões a “Pro Vercelli” (CCI) e a “Union Sportiva Novese” (FIGC). No final da temporada, houve uma reconciliação e a reintegração de todos à FIGC.Ainda em 1922, foi organizada a primeira Copa da Itália. Trinta e cinco clubes a disputaram, sob a forma de eliminação direta. A final reuniu o “Udinese” e o “Vado”, sendo vencida por este último pelo placar mínimo (1x0). Ao longo dos anos, a Copa da Itália não conseguiu ri-valizar com o campeonato, sendo a conquista do “scudetto” muito mais valorizada. O único atrativo da copa é garantir uma vaga na Recopa da Europa.A sede da Federazione Italiana Giuco Calcio (FIGC) foi transferida de Milão para Bolonha, em 1926. Nesse mesmo ano, o ditador fascista Benito Mussolini fez uma intervenção no futebol, passando a indicar o presidente da FIGC. Sob sua tutela, a federação foi reestruturada e incentivado o profissionalismo. Em 1927, o campeonato nacional pas-sou a ser disputado por vinte times, divididos em dois grupos de dez, classificando os três primeiros colocados de cada grupo para uma fase final. Em 1929, a sede da FIGC foi novamente mudada, de Bolonha para Roma, e o campeonato passou a ser realizado pelo sistema adotado na Inglaterra, ou seja, por pontos corridos, com partidas de ida e volta. A primeisa edição do certame nos novos moldes, em 1929/30, contou com dezoito participantes e teve, como vencedor, o “Internazionale” de Milão, sob a denominação, motivada por razões da política nacionalista vigente na época, de “Ambrosiana-Inter”.No período entre as duas grandes guerras mundiais, surgiram outros importantes clubes de futebol na Itália. O “Piacenza Football Club” foi criado em 1919; a “Associazione Calcio Fiorentina” foi fundada em 1925; a “Societá Sportiva Calcio Napoli” é de 1926; a “Associazione Sportiva Roma” resultou da união entre quatro agremiações da capital italiana (“Alba”, “Fortitudo”, “Pro Roma” e “Roman”) determinada por Mussolini, em 1927. A “Associazione Sportiva Bari” surgiu em 1928.O futebol ainda era, oficialmente, um esporte anador, mas os clubes ofereciam aos jogadores vultosos incentivos financeiros. O “Juventus”,

graças aos seus fortes laços econômicos com a fábrica de automóveis Fiat, estabelecidos desde o final da primeira guerra, foi o primeiro a promover a importação maciça de craques estrangeiros, dando início à prática que coloca a Serie A do “calcio”, nos dias atuais, como uma das maiores vitrines de jogadores de alta qualidade, provenientes de todas as partes do mundo.Entre 1922 e 1929, antes da mudança para o sistema de pontos cor-ridos, foram campeões italianos: “Genoa” (bicampeão das tempora-das 1922/23 e 1923/24); “Bologna” (1924/25); “Juventus” (1925/26); “Torino” (campeão da temporada 1926/27, teve o “scudetto” revogado pela federação, devido à suspeita de suborno); “Torino” (novamente em 1927/28); e “Bologna” (1928/29). A primeira Copa do Mundo organizada pela FIFA aconteceu em 1930, no Uruguai, porém não contou com a participação italiana. A edição seguinte, em 1934, teve a Itália como anfitriã. A esquadra “azzurra”, sob a batuta do técnico Vittorio Pozzo, contou com os seguintes jogadores: goleiros: Cavanna, Combi e Masetti; defensores: Allemandi, Caligaris, Monzeglio e Rosetta; meio-campistas: Bertolini, Castellazzi, Ferraris, Monti, Pizziolo e Varglieri; atacantes: Arcari, Borel, Demaria, Ferrari, Guaita, Guarisi (o ítalo-brasleiro Anfilogino Guarisi, também conhecido como Filó, no Brasil), Meazza, Orsi e Schiavio. Após obter sua quali-ficação (a classificação automática do país sede só passou a vigorar a partir da copa seguinte), os “azzurri” fiseram a seguinte campanha:Primeira faseData: 27 de maio de 1930Itália 7x1 Estados UnidosGols da Itália: Schiavio (3), Orsi (2), Ferrari e MeazzaQuartas de finalData: 31 de maio de 1930Itália 1x1 EspanhaCol da Itália: FerrariQuartas de final (jogo desempate)Data: 1º de junho de 1930Itália 1x0 EspanhaCol da Itália: MeazzaSemifinal

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Data: 3 de junho de 1930Itália 1x0 ÁustriaGol da Itália: GuaitaFinalData: 10 de junho de 1930Itália 2x1 TchecoslováquiaGols da Itália: Orsi e SchiavioO jogo final, disputado no Estádio do Partido Nacional Fascista, foi emocionante, pois os tchecos abriram o placar, já aos 31 minutos do segundo tempo. A Itália conseguiu empatar quando faltavam apenas 9 minutos para o término. Na prorrogação, finalmente, assinalando mais um gol, a Itália venceu e assegurou o título, cuja conquista era consid-erada questão de honra nacional.Em 1938, na Copa do Mundo realizada na França, a Itália não precisou disputar a fase de qualificação, pois obteve a classificação automática, como equipe campeã da edição anterior. Novamente com Vittorio Poz no comando técnico, a “azzurra” contou com os seguintes atletas: goleiros: Ceresoli, Masetti e Olivieri; defensores: Foni, Monzeglio e Rava; meio-campistas: Andreolo, Chizzo, Donati, Genta, Locatelli, Olmi, Perazzolo e Serantoni; atacantes: Bertoni, Biavati, Colaussi, Ferrari, Ferraris, Meazza, Pasinati e Piola. Desses, apenas quatro eram remanescentes do grupo de 1930: o goleiro Masetti; o meio-campista Ferraris, agora convocado como atacante; e Meazza e Ferrari, também “forwards”. A campanha italiana vitoriosa foi a seguinte:Primeira faseData: 5 de junho de 1938Itália 2x1 Noruega (empate de 1x1 no tempo normal)Gols da Itália: Ferraris e Piola (na prorrogação)Quartas de finalData: 12 de junho de 1938Itália 3x1 FrançaGols da Itália: Colaussi e Piola (2)SemifinalData: 16 d junho de 1938Itália 2x1 BrasilGols da Itália: Colaussi e Meazza (de pênalti)

FinalData: 19 de junho de 1938Itália 4x2 HungriaGols da Itália: Colaussi (2) e Piola (2)A vitória italiana no Estádio Olímpico de Colombes, em Paris, consa-grou a “azzurra” como a primeira equipe bi-campeã do mundo. Alguns argumentam que os jogadores húngaros _ ou, no mínimo, seu goleiro _ facilitaram a vitória da Itália, com o intuito de salvar a vida dos seus colegas “azzurri”, que haviam recebido telegramas do ditador Mus-solini com a mensagem: “Vincere o Morire”. O goleiro Antal Szabó declarou: “Eu posso ter permitido quatro gols, mas, pelo menos, salvei suas vidas”. A versão predominante, entretanto, é a de que os dizeres não continham uma ameaça de morte, mas seriam apenas um “slogan” fascista com significado de encorajamento, onde “morire” teria a cono-tação de desonra ou degradação. Efetivamente, o regime realçava muito as glórias esportivas, que eram usadas por sua máquina de propaganda. Outra ingerência do fascismo na competição foi o uniforme utilizado no jogo contra a França, com uma provocativa cor preta, simbolizando o partido. No plano interno, os anos 30 e os primeiros da década iniciada em 1940 foram de intensa movimentação, com as maiores glórias cabendo ao “Juventus”, pentacampeão nas temporadas 1930/31, 1931/32, 1932/33, 1933/34 e 1934/35. O “Bologna” conquistou o bicampeonato e mais dois títulos de campeão nas temporadas seguintes (1935/36, 1936/37, 1938/39 e 1940/41); a “Ambrosiana-Inter” venceu dois campeonatos (1937/38 e 1939/40). Os últimos dois certames, realizados antes do acir-ramento do conflito, tiveram como vencedores a “Roma” (1941/42) e o “Torino” (1942/43). A fórmula de disputa do campeonato em pontos corridos, com turno e returno, não foi mais abandonada, exceto durante a II Guerra Mundial. Em 1944, no auge dos combates em território italiano, o campeonato iniciado em 1943, não deixou de ser disputado, embora em condições bastante precárias, com a presença apenas dos clubes coja localização geográfica permitia a participação. A “Spezia” venceu a competição, que, entretanto, não teve o reconhecimento oficial da federação. Pela mesma razão, o campeonato de 1944/45 foi suspenso. A atividade

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futebolística foi retomada na temporada 1945/46, ainda no meio do avanço das tropas aliadas pela península. Em face da impossibilidade de organizar o campeonato na modalidade de todos contra todos, pois era muito arriscado viajar pelo país, a FIGC optou por programá-lo em dois grupos definidos geograficamente: “Alta Itália” e “Centro-Sud”; segui-dos por uma fase final (“play-off”), com os quatro primeiros colocados de cada grupo. Foram vencedores dos grupos o “Torino” e o “Napoli”. O vencedor do “play-off” e , coseqüentemente, campeão da temporada foi o “Torino”. No pós-guerra, já normalizado o sistema de todos contra todos, o “Torino” voltou a ser o vencedor nas três temporadas seguintes, sagrando-se tetracampeão (1945/46, 1946/47, 1947/48 e 1948/49), já tendo sido também o último campeão de antes da guerra. Infelizmente, o período mais glorioso da história do “Torino”, indubitavelmente a grande força do futebol italiano nos anos 40, foi brutalmente interrom-pido pela tragédia aérea ocorrida no dia 4 de maio de 1949, em Su-perga, perto de Turim. A delegação do clube retornava de Lisboa, onde disputara um amistoso contra o “Benfica”, quando o avião se chocou contra a basílica da pequena cidade, morrendo todos os passageiros e tripulantes. O elenco da equipe principal do “Torino” ficou reduzido a três jogadores, que não haviam viajado. Por isso, o restante do campe-onato 1948/49 foi disputado por uma equipe composta por juvenis, em sua maioria, ganhando o título, mesmo assim. O baque foi muito grande e o “Torino” só voltaria a ser campeão na temporada 1975/76, embora tivesse ganho a Copa da Itália em 1967/68. Durante o ostracismo, o “Torino” chegou a ser rebaixado para a série B, em 1959, mas logo retornou à elite.O campeão da temporada 1949/50 foi o clube rival de Turim: o “Ju-ventus”. No plano internacional, a Itália também sentiu os efeitos do desastre de Superpega, tendo a “Azzurra” sido desclassificada logo na primeira fase da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Entre 1950 e 1960, foram campeões nacionais: “Milan” (1950/51); “Juventus” (1951/52); “Inter” (bicampeão 1952/53 e 1953/54); “Milan” (1954/55); “Fioren-tina” (1955/56); “Milan” (1956/57); e “Juventus” (bicampeão 1959/60 e 1960/61). A seleção italiana também fracassou nas Copas do Mundo de 1954, quando ficou na primeira fase, e de 1958, quando siquer logrou

qualificar-se. Por oportuno, apresentaremos os dados biográficos de alguns dos ídolos do futebol italiano que brilharam na primeira metade do Século XX:Giuseppe Meazza nasceu em Milão no dia 23 de agosto de 1910. Começou, aos 17 anos, como centroavante do “Inter” de sua cidade natal, em 1927. Marcou 33 gols em sua primeira temporada (1928/29) e, na seguinte, 1929/30, foi o artilheiro do campeonato com 31 gols. Chegou a marcar seis gols em um único jogo (“Inter” 10x2 “Venezia”, em 12 de maio de 1929). Nas 13 temporadas em que defendeu as cores do “Internazionale”, foi campeão italiano em 1929/30 e 1937/38. Voltou a conquistar a artilharia do campeonato em 1935/36 e 1937/38. Pela “Azzurra” assinalou 33 gols em 53 partidas. Foi Bicampeão Mundial em 1934 e 1938, jogando como meia atacante. Foi o capitão da Se-leção Italiana, campeã na Copa do Mundo de 1938. “Peppino” Meazza transferiu-se para o “Milan” no final de 1939, onde atuou por duas temporadas. Também defendeu o “Juventus” e encerrou a carreira em 1945, no “Atalanta”. Em 440 partidas na Série A, assinalou 269 gols. Após pendurar as chuteiras, tornou-se técnico, iniciando sua atividade novamente no “Inter”, cujo estádio, hoje, leva seu nome.Valentino Mazzola nasceu no dia 26 de janeiro de 1919, em Cassano D’Adda, localidade próxima de Milão. Começou no futebol, jogando pela equipe da fábrica Alfa-Romeo, em Milão. Em 1939, em decor-rência do serviço militar, foi levado para Veneza, onde passou a atuar profissionalmente pelo “Venezia”. Sua estréia na Série A ocorreu em 31 de março de 1940. Em 1941, conquistou a Copa Itália, a primeira e única glória do clube veneziano. No ano seguinte, mudou-se para Tu-rim, onde defendendo a camisa grená do “Torino”, como meia atacante, tornou-se o maior jogador italiano da sua geração. Seu primeiro jogo pela “Azzurra” aconteceu em 5 de abril de 1942 (Itália 4x0 Croácia). Pelo clube de Turim, conquistou cinco campeonatos, mais uma Copa da Itália e fez mais de cem gols na Serie A, entre 1942 e 1949, apesar da não realização de dois campeonatos durante a II Guerra Mundial. Mor-reu trágica e precocemente, aos 30 anos, no desastre aéreo de Superga, em 1949.Giampiero Boniperti, nascido em 4 de julho de 1928, em Barengo, foi um atacante que iniciou sua carreira aos 16 anos, nas categorias

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de base da “Juventus”. Era o ano de 1944, em plena Segunda Guerra Mundial, quando “Il Marisa”, apelido que lhe foi dado por causa da cor de seus cabelos, começou a despertar atenção pelas suas qualidades de atacante e, sobretudo, de artilheiro. Versátil, também jogava muito bem pela ponta direita. Logo foi chamado para a equipe principal da “Velha Senhora”, onde atuou de 1946 a 1961. Não conquistou nenhum título durante os seus primeiros anos defendendo a camisa “bianconera” da “Juve”, seu único clube durante toda sua brilhante carreira, uma vez que era nítida a supremacia do rival “Torino”. Entretanto, foi o artilheiro do campeonato 1947/48 e mereceu sua primeira convocação para a “Squadra Azzurra” em 1947, aos 19 anos. Pela seleção nacional, disput-ou 38 jogos e assinalou 8 gols. Integou a equipe que participou da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. Na “Juve”, “La Fidanzata D’Italia”, con-quistou o campeonato da temporada 1949/50, no qual marcou 21 gols em 35 partidas. Assinalou 22 tentos na temporada 1950/51. Partcipou da Copa Rio, em 1951, sagrando-se vice-campeão, no Brasil. No campe-onato italiano de 1951/52, marcou 19 gols. Assim, ultrapassou a barreira de 100 gols na Série A, antes de completar 24 anos. Voltou a conquistar o “scudetto” em 1951/52, quando a “Juventus” contou com o reforço dos dinamarqueses John Hansen e Karl Praest. Os anos seguintes foram de domínio dos clubes milaneses “Inter” e “Milan”, mas a “Juve” vol-tou a vencer na temporada 1957/58, com a chegada dos novos reforços internacionais John Charles e Omar Sivori, que juntos com Boniperti passaram a formar o chamado “Trio Mágico”. Com esses três fantásti-cos jogadores, a “Juventus” ganhou três campeonatos italianos e duas edições da Copa da Itália. Giampero Boniperti aposentou-se em 1961, como o maior artilheiro da história juventina e o jogador que mais vezes vestira sua camisa alvinegra até então. Dez anos após pendurar as chuteiras, foi convidado pela família Agnelli, proprietária do clube, para assumir sua presidência. Como presidente, Boniperti foi um grande vitorioso, pois sob sua administração, a “Juventus” conquistou dezoito títulos, entre os quais nove campeonatos, uma Copa dos Campeões Europeus e um Mundal de Clubes. Ocupa, hoje, aos 82 anos, o cargo de Presidente de Honra da “Juventus”. Os técnicos de futebol italiamos da época pós II Guerra são acusados de impor sistemas exageradamente defensivos, chegando ao extremo do

“catenaccio” (retranca).Entre 1961 e 1970, foram campeões os seguintes clubes: “Milan”, duas vezes (1961/62 e 1967/68); “Inter”, três vezes (1962/63, 1964/65 e 1965/66); “Bologna” (1963/64); “Juventus” (1966/67); “Fiorentina” (1968/69); e “Cagliari” (1969/70).A Seleção Italiana, nas Copas do Mundo de 1962 e 1966, realizadas no Chile e na Inglaterra, não coneguiu ir além da primeira fase. No entanto, em 1968, obteve uma significativa vitória no Campeonato Europeu, quando derrotou a Iugoslávia por 2x0, em Roma. Dois anos depois, disputou com brilho a Copa do Mundo de 1970, no México, quando foi vice-campeã, perdendo a final para o Brasil por 4x1.Escolhemos três, entre os muitos craques italianos de relevo, nessa década:Giovanni Rivera nasceu no dia 18 de agosto de 1943, no Valle San Bar-tolomeo, em Alessandria (regão de Piamonte, norte ocidental da Itália). Gianni, como também era tratado, foi cria da academia de futebol para jovens de Alessandria e estreou, aos quinze anos, na Serie A, no dia 2 de junho de1959, atuando pelo “Alessandria” contra o “Internazionale”. Jogou 26 partidas por seu primeiro clube, até ser transferido, um ano depois, para o “Milan”. Conquistou, então, seu primeiro “scudetto”, em 1962. Em seguida, no mesmo ano, Rivera, apelidado de “Golden Boy” italiano, participou da conquista, pelo “AC Milan”, da Copa Européia, vencendo o “Benfica” de Portugal, na final, por2x1. Ainda em 1962, o meia de ligação Abatino (seu outro apelido), aos dezoito anos, estreiou na “Azzurra” em jogo contra a Alemanha Ocidental, válido pela Copa do Mundo de 1962, no Chile. Na temporada 1967/68, o “Milan” de Ri-vera conquistou o título de Campeão da Itália e a Copa dos Vencedores da UEFA. Na temporada seguinte Gianni Rivera conduziu o seu time à vitória na Copa dos Campeões e ganhou o troféu Bola de Ouro. Pela Seleção Italiana, partcipou da Copa do Mundo de 1970, sagrando-se vice-campeão, ao perder a final contra o Brasil. Jogou também na Copa de 1974, na qual a Itália foi eliminada pela Polônia, ao ser derrotada por 2x1. Foi a sua despedida da “Azzurra”, após 60 jogos e 14 gols marca-dos. Com a equipe rubro-negra de Mlão, Rivera participou das finais da Copa dos Vencedores da UEFA em 1973e 1974, vencendo a primeira e perdendo a segunda. O seu último título de Campeão da Itália foi o

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da tmporada 1978/79. Ao todo, Giovanni Rivera defendeu o “Milan” em 501 jogos da Série A e assinalou160 gols. Após sua aposentadoria, tornou-se vice-presidente do clube. Quando Silvio Berlusconi adquiriu o “AC Milan” em 1986, Rivera afastou-se e ingressou na política, vindo a ser membro do Parlamento Italiano. Foi, ainda, Subsecretário da Def-esa no Gabinete de Romsno Prodi. Sandro Mazzola, filho de Valentino Mazzola, nasceu no dia 8 de no-vembro de 1942, em Turim. Sua carreira, como excepcional meia apoi-ador foi desenvolvida na “Internazionale” de Milão. Estreiou na Série A em 10 de junho de 1961. Sandro tornou-se um símbolo da “Inter”, tendo conquistado quatro “scudettos” (1962/63, 1964/65, 1965/66 e 1970/71).Foi o artlheiro da Série A em 1965, e vencedor de duas Copas Euro-péias e duas Copas Intercontinentais, em 1964 e 1965. Sua estréia na “Azzurra” ocorreu no dia 12 de maio de 1963, em jogo contra o Brasil, vencido pela Itália por 3x0. Para infelicidade do técnico Ferruccio Valcareggi, da Seleção Italiana entre 1966 e 1974, os seus dois melhores jogadores na Copa de 1970, Gianni Rivera e Sandro Mazzola, atuavam ambos na mesma posição, obrigando-o a fazer um revezamento entre os dois. Sandro teve importante participação na conquista italiana do título de Campeão Europeu, em 1968, e de Vice-Campeão do Mundo em 1970. Atuou, ainda, na Copa do Mundo de 1974. Pela seleção, atuou em 70 jogos e marcou 22 gols. Com a camisa neroazzurra da “Inter”, realizou mais de 400 jogos e 116 gols na Série A. Pendurou as chuteiras em 1977, mas continuou a colaborar com o seu clube, desempenhando várias funções. Mais tarde, entretanto, não resistiu à tentação de enfren-tar um desafio para tentar reerguer o clube onde seu pai tanto brilhou, o “Torino”.Dino Zoff nasceu no dia 28 de fevereiro de 1942, em Mariano del Friuli. Aos dezenove anos, estreou na Série A, guarnecendo o arco da “Udinese” contra a “Fiorentina”, em 24 de setembro de 1961. Dotado de grande técnica e habilidade, com 1,82 e 81 kg, era considerado um goleiro alto para os padrões da época. Após duas temporadas, transfe-riu-se, em 1963, para o “Mantova”, onde atuou por quatro temporadas até 1967, quando foi contratado pelo “Napoli”. Foi, então, convocado para a seleção italiana e participou da conquista da Eurocopa de 1968, tendo estreiado na partida contra a Bulgaria, pela quartas de final.

Continuou entre os “azzurri” na Copa do Mundo de 1970, realizada no México, como reserva do goleiro Enrico Albertosi, com o qual passou a se revezar até 1972, quando o titular decidiu se aposentar da seleção nacional. Nesse mesmo ano, Zoff transferiu-se para a “Juventus”. No seu primeiro ano no novo clube, estabeleceu o recorde de 902 minu-tos sem ser vazado, entre 3 de dezembro de 1972 e 18 de fevereiro de 1973. Na “Azzura”, tornou-se o titular absoluto da meta por onze anos (1972 a 1983). Participou da Copa do Mundo de 1974, na qual a campanha italiana foi fraca (eliminada na primeira fase). No campe-onato mundial seguinte, na Argentina em 1978, os “azzurri” tiveram um desempenho melhor, conquistando o quarto lugar. Melhor ainda, foi a atuação italiana na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, quando Zoff, como capitão, ergueu a taça de Campeão, com 40 anos de idade. É dele o recorde de invencibilidade em jogos internacionais (1143 minu-tos sem sofrer gol, de 20 de setembro de 1972 a 15 de junho de 1974, quando o Haiti conseguiu marcar um gol na Itália, em jogo vencido pela “Azzurra” por 3x1, na Copa do Mundo de 74). Pelo alvinegro de Turim, Dino Zoff conquistou os seguintes títulos: Campeão Italiano seis vezes (1972/73, 1974/75, 1976/77, 1977/78, 1980/81 e 1981/82); uma Copa da UEFA (1976/77); e duas Copas da Itália (1978/79 e 1982/83). Aposentou-se como goleiro em 2 de junho de 1983, após ter disputado 570 partidas na Série A e 112 jogos, dos quais 59 como capitão, pela seleção italiana. Foi considerado o melhor jogador da Itália pela UEFA, nos cinqüenta anos de existência da entidade européia. Imediatamente após pendurar as chuteiras, iniciou nova carreira, começando somo treinador de goleiros da “Juventus”. Entre 1986 e 1988, foi o técnico da seleção olímpica da Itália, que disputou os Jogos de Seul. Dirigiu a equipe da “Vecchia Signora” entre 1988 e 1990, conquistando a Copa da Itália e a Copa da UEFA, ambas na temporada 1989/90. Entre 1990 e 2005, foi técnico dos clubes “Lazio” e “Fiorentina” e da “Azzurra” (de 1998 a 2000). Na década iniciada em 1971, os seguintes clubes foram proclamados campeões italianos: “Inter” (duas vezes, no começo e no fim do período, 1970/71 e 1979/80); “Juventus” (cinco vezes, incluindo dois bicampe-onatos, 1971/72 e 1972/73, 1974/75, 1976/77 e 1977/78); “Lazio” (1973/74); “Torino” (1975/76); e “Milan” (1978/79).

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A seleção nacional, no campeonato europeu, chegou às quartas de final em 1972; e não se qualificou, em 1976. Após ter sido finalista no campeonato mundial de 1970, não passou da fase inicial na Copa do Mundo de 1974; quatro anos depois, em 1978, a Itália, com uma se-leção renovada, contando com Conti, Scirea e Paolo Rossi, entre outros craques, venceu os seus três jogos da primeira fase, sobrepujando inclu-sive a anfitriã Argentina por 1x0. Na segunda fase, a “Azzurra” empatou com a Alemanha Ocidental por 0x0, venceu a Áustria por 1x0, e perdeu para a Holanda por 2x1. Coube-lhe então disputar o terceiro lugar com o Brasil, quando foi derrotada por 2x1. Paolo Rossi foi premiado com a Bola de Prata, como o segundo melhor jogador da competição.Selecionamos alguns poucos craques como símbolos do “cálcio” nessa época:Gaetano Scirea nasceu no dia 25 de maio de 1953 em Cernusco sul Naviglio, uma província de Milão. Iniciou sua carreira como meio-campista no “Atalanta”. Aos 19 anos, estreiou na Série A no dia 24 de setembro de 1972, na Sardenha, no jogo “Cagliari” 0x0 “Atalanta”. Par-ticipou de 20 jogos nessa sua primeira temporada na Série A. Entretanto o “Atalanta” viu-se rebaixado e na temporada 1973/74, Scirea disputou todas as 38 partidas do seu clube na Série B, e passou a atuar como líbero.No verão de 1974, a “Juventus”, sob a presidência de Boniperti, o contratou. Seu primeiro jogo com a camisa “bianco-nera” aconteceu no dia 28 de agosto de 1974, pela Copa da Itália (“Juventus” 4x0 “Var-ese”). Gai, como também era chamado, foi um zagueiro que disputou 686 jogos oficiais sem jamais ter sido expulso. Caracterizava-se por sua tranqüilidade, mantendo sempre a calma, aliada a uma grande catego-ria, com excelente senso de posicionamento e estilo clássico de jogo. Conquistou o “scudetto” logo em sua primeira temporada na “Vecchia Signora” (1974/75). Scirea jogou 13 temporadas pela”Juve”, vencendo sete campeonatos. Foi o capitão da equipe nas duas últimas conquistas: 1983/84 e 1985/86. Ganhou, também, duas Copas da Itália, uma delas como capitão. Seu primeiro troféu europeu foi a Copa da UEFA de 1976/77. Prosseguiu, vencendo mais quatro competições, como capitão do time: Copa dos Vencedores da UEFA, 1983/84; Super Copa Euro-péia, de 1984; Copa dos Campeões, 1984/85; e Copa Intercontinental, em 1985. Além disso, ganhou, na temporada 1982/83, o campeonato

mundial de clubes (não oficial) denominado “Mondialito”. Um episó-dio marcante e triste aconteceu em 29 de maio de 1985, em Bruxelas (Bélgica), antes da partida final da Copa dos Campeões da Europa entre “Juventus” e “Liverpool”, quando os baderneiros ingleses conhecidos como “hooligans” provocaram um conflito sangrento no qual perderam a vida 38 pessoas (31 italianos, 4 belgas, 2 franceses e 1 inglês). Como capitão, Scirea cumpriu a missão de falar aos torcedores, antes do início do jogo, para tranqüilizá-los. A “Fidanzata d’Italia” (outro apelido da “Juve”) venceu por 1x0. Estreou na seleção nacional sub-23 em 29 de setembro de 1974, e participou de mais quatro partidas. Pela “Azzurra” principal, Gaetano Scirea jogou durante onze anos, durante os quais disputou 78 jogos, tendo sido o capitão da seleção em 10 partidas. Ele teve uma partici-pação muito importante, especialmente em três ocasiões: na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, quando a Itália foi a quarta colocada; no Campeonato Europeu de Seleções de 1980, na própria Itália, em que os “azzurri” ficaram, também, com o quarto lugar; e a Copa do Mundo de 1982, na Espanha, conquistada pela Itália. Foi, ainda, o capitão da seleção italiana na campanha da Copa do Mundo de 1986, no México, onde sua equipe foi derrotada pela seleção francesa, na segunda fase do torneio, em17 de junho de 1986. Foi esse o seu último jogo com a camis azul da Itália.Ao término da temporada 1986/87, Scirea decidiu, aos 34 anos, en-cerrar sua belíssima carreira, na qual defendeu as cores alvi-negras do clube de Turim em 377 jogos, tendo assinalado 23 gols, na Série A. Aceitou, porém, continuar prestando seus bons serviços à “Juventus”, como assistente do técnico Dino Zoff, seu amigo pessoal de longa data. Foi no desempenho dessas atividades que Scirea veio a falecer, premat-uramente aos 36 anos, em um acidente automobilístico numa rodovia da Polônia, onde ele fora com a missão de observar o próximo adversário da “Juventus” na Copa da UEFA, o “Gornik Zabrze”.Bruno Conti nasceu no dia 13 de março de 1955, em Nettuno, provín-cia de Roma. Iniciou sua carreira na equipe principal da “AS Roma”, aos 18 anos, em 1973. Criativo, rápido e incisivo são adjetivos que se aplicam ao ponta-direita, mas não são suficientes para definir o fute-bol mágico que ele praticava. Entretanto, em seus primeiros anos de

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atividade profissional, Conti não demonstrou todo seu potencial, tanto assim que a “Roma” o emprestou ao “Genoa” em duas oportunidades (temporadas de 1975/76 e 1978/79). Efetivamente, foi a partir de 1980 que seu talento floresceu, tornando-o um dos maiores esteios da equipe “gialorossa”, juntamente com o brasileiro Falcão. É interessante que o seu estilo de jogo fazia com que ele parecesse mais brasileiro que o seu companheiro nascido no Brasil. Juntos, formavam a dupla dos “alquimistas da Roma”. Bruno Conti conquistou o título de Campeão Italiano em 1982/83 e quatro Copas da Itália (1980, 1981, 1984 e 1986). Pela “Squadra Azzurra” venceu a Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Ao todo, atuou pela Seleção Italiana 47 vezea e marcou 5 gols, entre 1980 e 1986. No time da “Lupa”, disputou 304 jogos, assinalando 37 gols. Pendurou as chuteiras em 1990, encerrando sua carreira de joga-dor da “Roma”. Continuou suas atividades ligadas ao futebol, como técnico. Até hoje, tem vínculos com a “Lupa gialorossa”.A década seguinte inicia-se com o bicampeonato (1980/81 e 1981/82) conquistado pela “Juventus”, que se sagrou campeã mais duas vezes no período (1983/84 e 1985/86). O título de 1982/83 coube à Roma; o “Ve-rona” foi Campeão Italiano em 1984/85; o “Napoli” venceu em 1986/87 e 1989/90; no campeonato de 1987/88, o “Milan” foi o vitorioso; e, na temporada 1988/89, a “Internazionale” obteve a vitória. Memorável a campanha do Napoli, campeão 1989/90, com um time excepcional, onde pontificavam o argentino Maradona e os brasileiros Alemão e Careca. A “Juve”, maior vencedora da época, especialmente entre 1980 e 1985, também contava com jogadores fora-de-série como Paolo Rossi e o francês Michel Platini.Esse período (1981-1990) foi esplendoroso para a Seleção Italiana, graças à conquista da Copa do Mundo de 1982, na Espanha. Após uma qualificação sem brilho e uma primeira fase sofrível, na qual superou Camarões apenas no saldo de gols, a “Azzurra” deslanchou nas quatro últimas partidas, com vitórias convincentes sobre adversários de alto nível: Argentina (2x1); Brasil (3x2); Polônia (2x0), na semifinal; e Ale-manha (3x1), no jogo final. A equipe campeã formou com: Zoff, Grazi-ani, Bergomi, Scirea, Collovati, Gentile, Conti, Rossi, Oriali, Cabrini e Tardelli. Na edição seguinte do campeonato mundial (México, 1986), ficou nas oitavas de final, obtendo um decepcionante décimo-segundo

lugar, embora contasse com craques do quilate de Bergomi, Scirea, Cabrini e Conti. Quatro depois, porém, na própria Itália (Copa de 1990), conquistou o terceiro lugar. Na primeira fase, a Itália, uma das maiores favoritas, teve 100% de aproveitamento, com três vitórias em três jogos: 1x0, sobre a Áustria; também 1x0, nos Estados Unidos; e 2x0 em cima da Tchecoslováquia. A “Azzurra” venceu o Uruguai por 2x0, nas oitavas de final. Nas quartas de final, deu Itália 1x0 Irlanda. O adversário da semifinal foi a Argentina, de Diego Maradona, jogador do “Napoli”, na época. A partida foi realizada no Estádio San Paolo, de Nápoles, onde o grande craque argentino era ídolo. O resultado, ao final dos 90 minutos, foi 1x1. Esse empate persistiu até o término da prorrogação. Na decisão por pênaltis, a Seleção Italiana foi derrotada por 4x3. Assim, restou-lhe disputar o terceiro lugar, enfrentando a Inglaterra e vencendo-a por 2x1, em partida muito bem disputada. Integraram a “Azzurra”: Zenga, Maldini, Berti, Ferri, Carnevale, Bergomi, De Napoli, Donadoni, Ba-resi, Vialli e Giannini. No jogo final, a Alemanha Ocidental derrotou a Argentina por 1x0, sagrando-se campeã. Alguns dos maiores símbolos do “cálcio” nessa década foram: Giuseppe Bergomi nasceu em Milão. Começou sua carreira, aos 17 anos, durante a temporada 1980/81, no “Internazionale”, que foi seu único clube durante 19 campeonatos. Nesse período com o grande zagueiro que foi Bergomi, a equipe de Milão conquistou a Copa da Itália em 1981/82 e apenas um campeonato nacional (1988/89). Igual-mente longa e mais brilhante foi sua trajetória na “Azzurra”. Começou muito cedo, quando não havia disputado mais que trinta partidas na Série A e o técnico Enzo Bearzot o convocou para a Copa do Mundo de 1982. Embora tenha começado o torneio no banco de reservas, Giuseppe integrou a equipe titular nos três últimos jogos e tornou-se Campeão do Mundo. Continuou sendo titular absoluto da seleção italiana até 1990, tendo participado dos campeonatos mundiais de 1986 e de 1990, quando os “azzurri” obtiveram o terceiro lugar, sendo ele o capitão. Continuou sendo convocado para a seleção durante a década iniciada em 1991, embora ficando na reserva. Sua última participação foi na Copa de 1998 (sua quarta copa do mundo), sob o comando téc-nico de Cesare Maldini. Depois, ainda disputou mais uma temporada pelo “Inter” e se aposentou, aos 36 anos.

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Walter Zenga nasceu no dia 28 de abril de 1960, em Milão. Iniciou sua carreira em 1978, nas divisões inferiores do “cálcio”. Seu primeiro clube foi a “Salernitana” da Série C1. Transferiu-se, em 1979, para o “Savona” e, em 1980, para a “Sambenedettese”. Finalmente, em 1982, o goleiro de 1,88 m de altura e excelente elasticidade con-seguiu despertar a atenção de uma equipe da Série A e foi contratado pela “Internazionale”. No ano seguinte assume a titularidade na meta “neraazzurro”, onde permanece por mais onze temporadas. Participa da Copa do Mundo de 1986, como reserva da seleção italiana. Em seguida torna-se titular e fica 517 minutos sem levar gol na Copa de 1990, na qual a Itália conquista o terceiro lugar. Realizou ao todo 58 partidas pela “Azzurra”. Foi escolhido pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) como o melhor goleiro do mundo, em 1989, 1990 e 1991. Em sua última temporada na “Inter” conquista a Copa da UEFA e, logo após. transfere-se para a “Sampdoria” (1994). Dois anos depois, muda novamente, passando a atuar pelo “Padova” (1996 a 1997). Vai para os Estados Unidos, em 1997, defender o “New England Revolution”. Interrompe, temporariamente, seu contrato para tentar uma carreira de ator de novela. Volta a jogar pelos “Revs” em 1999, sendo simultâneamente seu treinador. Depois de um ano encerra sua carreira de goleiro, mas continua em atividade como técnico, em diversos países. Desde 2009, treina o “Palermo”. Paolo Rossi nasceu no dia 23 de setembro de 1955, em Santa Lucia di Prato, na Toscana. Após jogar, como ponta-direita, nas catego-rias de base da “Juventus”, iniciou sua carreira profissional, em 1976, na segunda divisão do campeonato italiano, pelo “Como”, onde atuou em seis partidasa apenas, pois logo se transferiu para o “Vicenza”. Pas-sou, então, a atuar com centro-avante. Com seus 21 gols na temporada 1976/77, Rossi muito contribuiu para a ascensão do clube à Série A. No campeonato seguinte (1977/78) assinalou 24 gols, conquistando a artilharia, e o “Vicenza” fou vice-campeão. Foi, então, convocado pela “Azzurra” para disputar a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, tendo marcado três gols. No segundo semestre de 1978, foi transferido para o Perugia. O “Bambino D’Oro” viu-se envolvido em um escândalo de apostas, o chamado “totonero”, sendo acusado de manipular o resultado da partida “Perugia” 2 x 2 “Avellino”. Em conseqüência, foi suspenso,

em 1980, por dois anos. Voltou a jogar em abril de 1982, de volta à “Juve”, que conquistou o “scudetto” da temporada 1981/82, com uma pequena contribuição de Rossi, que só atuou em três partidas e marcou apenas um gol. Convocado para a Copa do Mundo de 1982, na Espan-ha, foi o artilheiro do certame e ganhou a Bola de Ouro. Nos três jogos da primeira fase, não atuou bem, nem marcou gol. Entretanto, a Itália conseguiu passar para a fase seguinte, com três empates. Sua estrela começou a brilhar, a partir daí. Após uma boa atuação na vitória contra a Argentina de Maradona, Rossi marcou os três gols “azzurri” contra a magnífica seieção “canarinha” do Mestre Telê, que contava com Zico, Sócrates, Falcão e Júnior, para citar só quatro, no jogo que ficou con-hecido, no Brasil, como o “desastre de Sarriá”. Na semifinal contra a Polônia de Lato e Boniek, Paolo Rossi definiu, de novo, o placar, assi-nalando os dois gols da vitória por 2x0. Contribuiu com mais um gol, para a conquista italiana do título máximo, na final contra a Alemanha, vencida por 3x1. Consagrado, Rossi voltou para a “Vecchia Signora”, onde venceu a Copa da Itália, em 1983. Conquistou o campeonato italiano de 1983/84, vencendo também a Copa dos Campeões da Eu-ropa e a Supercopa Européia, em 1984. Na sua última temporada com a camisa alvinegra de Turim, ganhou mais um “scudetto” (1985/86) e a Copa da UEFA. Transferido para a “Associazione Calcio Milan”, foi convocado para a Copa do Mundo de 1986, mas não jogou por motivo de contusão no joelho. Após o campeonato mundial, foi para o “Vero-na”, pelo qual atuou em uma única temporada e pendurou as chuteiras, em 1987, com somente 31 anos de idade. Em 2002, publicou um livro autobiográfico, sugestivamente intitulado “Ho fatto piagere Il Brasile” (“Fiz o Brasil chorar”), no qual se defende das acusações que provo-caram sua suspensão em 1980. O campeão italiano na temporada 1990/91 foi a “Sampdoria”. Mas o domínio da década de 1991 a 2000 foi do “Milan” que conquistou cinco “scudettos” (1991/92, 1992/93, 1993/94, 1995/96 e 1998/99), seguido pela “Juventus” com três (1994/95, 1996/97 e 1997/98). O último título do período coube à Lazio. A supremacia do “rossonero” de Milão tem muito a ver com a sua aquisição, em 1986, pelo rico empresário e influente político Silvio Berlisconi. Com um alto investimento, foram contratados o técnico Ar-

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rigo Sacchi e os três craques holandeses Marco Van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard. Esse magnífico trio começou a jogar pelo Milan em 1987 (Gullit e Van Basten) e 1988 (Rijkaard) e deu início a uma se-qüencia de equipes vitoriosas. Também se destacaram no time milanês dessa época: o meio-campista croata Zvonimir Boban (1992-2001); os italianos Franco Baresi (zagueiro, 1977-1997), Roberto Baggio (ata-cante, 1995-1997), Roberto Donadoni (meio-campista, 1986-1999), Filippo Galli (zagueiro, 1983-1997), Paolo Maldini (zagueiro, 1985-2009), Daniele Massaro (atacante, 1986-1995), Christian Panucci (zagueiro, 1993-1997), Marco Simone (atacante, 1989-2002), Mauro Tassotti (zagueiro,1980-1997); o zagueiro francês Marcel Desailly (1993-1998) e o atacante liberiano George Weah (1995-2000).O rival “bianconero” da vizinha Turim secundou o Milan nas glórias conquistadas nos anos 90. Efetivamente, a contratação do técnico Mar-cello Lippi pela “Juventus”, no início da campanha 1994/95 deu início a uma era de sucesso. Entre os seus jogadores de maior realce, nessa década, estão: Ciro Ferrara, Roberto Baggio, Gianluca Vialli e um jo-vem Alessandro Del Piero. Após a conquista da Liga dos Campeões da UEFA, batendo o “Ajax” da Holanda, nos pênaltis depois de um empate por 1x1, a “Juve” fez novas contratações de vulto: Zinedine Zidane, Filippo Inzaghi e Edgard Davids. Vieram então as vitórias na Supercopa UEFA de 1996 e o título da Copa Intercontinental, também em 1996.Na Copa do Mundo de 1994, a Itália, após o terceiro lugar de 1990, subiu mais um pouco no pódio, sagrando-se Vice-Campeã, nos Esta-dos Unidos. Apesar da pouca tradição do futebol (“soccer”) no país sede, esse campeonato bateu o recorde de público. A participação da “Azzurra” foi distinta nas duas fases: discreta na primeira fase, tendo se classificado apenas graças ao critério do maior número de gols marca-dos, em um grupo no qual as demais seleções foram México, Irlanda e Noruega, todas consideradas de nível inferior ao da Itália. No jogo con-tra a Noruega, o goleiro italiano Gianluca Pagliuca foi espulso (primeira expulsão de “goal-keeper” na história das Copas do Mundo). Na seg-unda fase, entretanto, os “azzurri” brilharam, especialmente Roberto Baggio. Na partida pelas oitavas de final, a Nigéria abriu o marcador, mas Baggio empatou e voltou a marcar na prorrogação, estabelecndo a vitória por 2x1. Por esse mesmo placar, a Itália venceu sucessivamente

a Espanha e a Bulgária, que fez uma campanha brilhante, liderada pelo artilheiro Stoichkov, tendo vencido a Argentina e a Alemanha. Assim, a Itália se credenciou a disputar a final contra o Brasil. Ambas as seleções já haviam conquistado três títulos mundiais. O jogo, muito equilibrado, terminou 0x0 no tempo normal e na prorrogação. Era a primeira vez que a final da Copa do Mundo iria ser decidida na cobrança de pênaltis. O goleiro brasileiro Taffarel defendeu um dos pênaltis. Dois dos cobra-dores italianos, justamente os ídolos Franco Baresi e Roberto Baggio, chutaram para fora. O Brasil conquistou seu quarto título e a Itália teve que se contentar com o vice-campeonato.Na disputa da Copa do Mundo de 1998, na França, a “Azzurra”, con-tando com o então novato Francesco Totti, chegou às quartas de final, classificando-se em quinto lugar, após disputar cinco partidas, com três vitórias e dois empates. Em 1998, a Copa do Mundo da FIFA voltou a ser disputada na Europa, entre 10 de junho e 12 se julho, tendo a França como país sede. Nada menos que 172 países participaram das eliminatórias regionais que definiram os 32 competidores do torneio. As seleções nacionais quali-ficadas (15 européias, 8 das Américas, 5 africanas e 4 da Ásia) foram divididas em oito grupos. A Itália foi incluída no Grupo B, juntamente com Chile, Áustria e Camarões. A “Azzurra” empatou com o Chile por 2x2 e, em seguida, venceu Camarões (3x0) e a Áustria (2x1), classifi-cando-se no primeiro lugar desse grupo. Na fase seguinte (mata-mata), a seleção italiana venceu a norueguesa por 1x0, pelas oitavas de final. Coube-lhe, então, enfrentar os donos da casa, pelas quartas de final. O jogo, muito equilibrado, terminou 0x0, no tempo normal, e na prorro-gação. Na decisão por pênaltis, Baggio, Costacurta e Vieri converteram, ao passo que Albertini e Di Biagio desperdiçaram suas cobranças. Como a França marcou em quatro das suas cinco oportunidades, a “Azzurra” foi eliminada, ficando com o 5º lugar, em função dos onze pontos conquistados. Com cinco gols assinalados, Christian Vieri foi um dos vice-artilheiros. Embora tenham desperdiçado as suas cobranças de pênaltis na decisão da Copa de 1994, Baggio e Baresi merecem estar entre os melhores jogadores do “calcio” dessa década.Roberto Baggio, nascido em Caldogno, localidade próxima à cidade de

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Vicenza, na região do Vêneto,no dia 18 de fevereiro de 1967, foi um dos mais brilhantes e populares atacantes do futebol italiano. Aos treze anos, jogando pelo time juvenil da sua terra natal, o “Caldogno”, foi alvo da atenção de um olheiro que o levou para o “Vicenza”. Em 1982, com quinze anos, iniciou sua carreira profissional, na Série C1. A sua primeira conquista foi, justamente, o título da Série C1, em 1985. A conquista seguinte, ainda pelo “Vicenza” foi o campeonato da Série CA, em 1986. Roberto foi, então, contratado pela “Fiorentina”. Sua estréia na Série A, entretanto, demorou a acontecer, devido a uma séria lesão no joelho que necessitou de 220 pontos cirúrgicos. Finalmente, em 21 de setembro de 1986, defendeu a equipe de Florença em jogo contra a “Sampdoria”. No entanto, seu primeiro gol na divisão principal só ocor-reu no início do ano seguinte, na partida entre a “Fiorentina” e o “Napo-li”. Seu futebol começou a florescer a partir de 1988, em virtude da sua enorme habilidade para marcar gols, muitos dos quais de excelente feitura. Na temporada 1989/90, o clube florentino foi vice-campeão da Copa UEFA, perdendo a final para a “Juventus”. E foi justamente para a “Vecchia Signora” que a família Pondella, dona da “Fiorentina” decidiu vendê-lo, contra sua vontade, e sob protestos violentos da torcida vio-leta. No primeiro confronto do alvinegro de Turim contra seu ex-clube, Baggio não quis cobrar um pênalti, que acabou desperdiçado pelo com-panheiro encarregado de batê-lo. A derrota subseqüente fez com que a torcida “bianconera” o hostilizasse. Aos poucos, porém, suas excelentes atuações conquistaram os torcedores da “Juve”. Em 1993, quando con-quistou a Copa da UEFA, foi considerado o melhor jogador da Europa, recebendo a Bola de Ouro da revista France Football. No mesmo ano, mereceu da FIFA o galardão de melhor do mundo. A temporada de 1994/95 teve seu scudetto entregue à “Juventus” de Roberto Baggio, apelidado de “Il Codino Divino” (“O Rabo-de-Cavalo Divino”). Ainda em 1995, a “Juve” ganhou a Copa da Itália e chegou à final da Copa da UEFA, sendo derrotada pelo “Parma”. Ao final da temporada, Baggio foi transferido para a “Milan”, pelo qual sagrou-se logo campeão, na temporada 1995/96. Entretanto, sua permanência no time “rossonero” não foi longa, tendo se transferido para o “Bologna”, pelo qual disputou a temporada 1997/98, marcando 22 gols. Voltou então para Milão, para defender o “Internazionale”, por duas temporadas. Seu próximo clube

foi o então emergente Brescia, na temporada 2000/01. Esteve ausente do time durante a primeira metade do campeonato, em virtude de nova contusão grave. Entretanto, graças às suas atuações, a equipe saiu das últimas posições para o sétimo lugar. Manteve sua boa fase na tempo-rada seguinte (2001/02). Nova lesão, porém, cortou suas esperanças de disputar a Copa do Mundo de 2002, aquela que seria sua quarta participação. Em 16 de maio de 2004, o jogo “Brescia” x “Milan”, no Estádio San Siro, marcou sua despedida, perante 80.000 pessoas que o aplaudiram demoradamente. Foi importantíssima sua trajetória na Seleção Italiana, que teve início em 1988, quando Roberto Baggio ainda atuava pela “Fiorentina”, seu primeiro clube da Série A. Participou dos campeonatos mundiais de 1990, 1994 e 1998. Fez sua despedida da “Azzurra” em abril de 2004, em um amistoso. A carreira de Baggio foi prejudicada, seguramente, por suas constantes lesões no joelho e, pos-sivelmente, por seu mau relacionamento com os técnicos Arrigo Sacchi e, principalmente, Marcello Lippi. Franco Baresi, cujo nome de bstismo é Franchino Baresi, nasceu em Travagliato, no dia 8 de maio de 1960. Com 14 anos de idade, em 1974, começou nas categorias de base da “AC Milan” seu time de coração e único clube que defendeu, de 1977 a 1997, como profissdonal. Sua estréia pela equipe principal “rossonera” aconteceu em 1978, pouco antes de completar 18 anos. Seu espírito de liderança levou-o ao posto de capitão da equipe quatro anos depois, aos 22 anos de idade. Com 1,81m de altura e 70 kg de peso, foi um zagueiro de grande categoria, com excelente senso de colocação e precisão no desarme, sem recorrer a faltas excessivas. Celebrizou-se pelas suas magníficas atuações como líbero. Disputou 719 partidas pelo rubro-negro de Milão, marcando 33 gols. Conquistou seis “scudetti” (temporadas de 1978/79, 1987/88, 1991/92, 1992/93, 1993/94 e 1995/96), três Copas dos Campeões da Europa (1989. 1990 e 1994), dois Mundiais Interclubes (1989 e 1990), três Supercopas Européias (1989, 1990 e 1994) e quatro Supercopas da Itália (1988, 1992, 1993 e 1994). Seu jogo de despedida aconteceu em 1997, perante cerca de 70.000 torcedores. Foi convocado para a Seleção Italiana, pela primeira vez, para a Eurocopa de 1980, mas não chegou a jogar. Sua estréia na “Azzurra” aconteceu em 1982. Participou de três Copas do Mundo (1982, 1990 e 1994). Ao todo, Baresi jogou 81 parti-

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das pela Seleção da Itália e marcou apenas um gol.O primeiro título de Campeão Italiano no Século XXI (temporada 2000/01) coube à “Roma”, dezoito anos após o seu último “scudetto” (1982/83). Seguiu-se um bicampeonato da “Juventus” (2001/02 e 2002/03) e uma conquista da”Milan” na temporada 2003/04. O campe-onato seguinte (2004/05) voltou a ser vencido pela “Juventus”, mas o título foi revogado em maio de 2006, por ter sido apurado o envolvi-mento do clube, juntamente com outros quatro (“Lazio”, “Fiorentina”, “Reggina” e “Milan”), em uma escandalosa armação de resultados de jogos da Série A. Além de perder o “scudetto”, a “Vecchia Signora” foi, pela primeira vez em sua história, rebaixada para a Série B. Alguns jogadores importantes, como Thuram, Ibrahimovic e Fabio Cannavaro, deixaram o clube. Outros grandes nomes, porém, entre os quais Buf-fon, Del Piero e Nedved, permaneceram em suas fileiras. Assim, os “bianconeri” venceram o campeonato da segunda divisão na temporada 2006/07 e voltaram à Série A. Enquanto isso, o “Inter” de Milão assume a supremacia incontestável da década, sagrando-se pentacampeã, ao vencer todos os campeonatos subseqüentes da Série A (temporadas de 2005/06, 2006/07, 2007/08, 2008/09 e 2009/10). Em verdade, a equipe “neroazzura” terminou o campeonato 2005/06 em terceiro lugar, mas com as punições impostas ao primeiro e segundo colocados (“Juventus” e “Milan”, respectivamente) ascendeu ao posto de honra. A era de suc-esso da “Inter” foi possível graças aos reforços contratados, cujo início ocorreu em 2004, com as chegadas de Adriano e Stankovic, que su-priram as lacunas surgidas com a saídas de Crespo e Seedorf . Entre os demais jogadores de realce que integraram a equipe nessa fase áurea en-tre 2005 e 2010, salientam-se: o zagueiro Marco Materazzi, o atacante sueco Zlatan Ibramovic, o brasileiro Mancini, o ganês Sulley Muntari, o português Ricardo Quaresma, o zagueiro brasileiro Lúcio, o também brasileiro Thiago Motta, o camaronês Samuel Eto’o, o lateral brasileiro Maicon, o argentino Diego Milito, o meia holandês Wesley Sneijder, o volante argentino Esteban Cambiasso, o goleiro brasileiro Julio Cesar, o zagueiro argentino Walter Samuel e o também argentino Javier Zanetti, lateral esquerdo, que é o atual capitão do time. Recentemente, o “Foot-ball Club Internazionale Milano” contratou o jovem brasileiro muito promissor Phillipe Coutinho. Entre 2004 e 2008, o comando técnico da

equipe coube a Roberto Mancini, sucedido por José Mourinho (2008 a 2010) e Rafa Benitez (recentemente contratado). Nesta primeira década do Século XXI, a Itália teve uma participação discreta, com fraco desempenho, na Copa do Mundo de 2002, cuja sede foi compartilhada por Japão e Coréia do Sul. Eliminada nas oitavas de final, classificou-se em 15º lugar entre as 32 seleções disputantes, com uma vitória, um empate e duas derrotas nos seus quatro jogos. Na disputa seguinte, reverteu completamente a situação, conquistando a Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, de forma invicta, com cinco vitórias e dois empates, marcando 12 gols e sofrendo apenas dois. Foi seu quarto título mundial. Divididas as trinta e duas seleções competidoras em oito grupos de quatro por meio de sorteio dirigido, no qual a Itália foi cabeça-de-chave, a “Azzurra” teve como adversários na primeira fase: Gana (vitória por 2x0); Estados Unidos (empate de 1x1); e República Tcheca (vitória por 2x0). Com sete pontos, classificou-se no primeiro lugar do Grupo E. Na segunda fase, a Itália venceu a Austrália, por 1x0, no seu jogo das oitavas-de-final. A seguir, nas quartas-de-final, derrotou a Ucrânia por 3x0; na disputa de uma das semifinais, infligiu 2x0 na Argentina. A final, contra a França, aconteceu em Berlim, no dia 9 de julho. O resultado foi um empate de 1x1. Na disputa dos pênal-tis, os “azzurri” venceram os “bleus” por 5x3. Seus cobradores, que não desperdiçaram nenhuma oportunidade, foram: Pirlo, Materazzi, De Rossi, Del Piero e Grosso. O italiano Gianluigi Buffon recebeu o prêmio de melhor goleiro da campetição. Além dos já citados, tiveram atuações destacadas no onze comandado pelo tácnico Marcello Lippi: Fabio Cannavaro, Gennaro Gattuso, Francesco Totti e Luca Toni.Na recente Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o desempenho italiano foi pífio, sendo a “Squadra Azzurra” eliminada logo na primeira fase, sem nenhuma vitória, e ficando na 26ª colocação entre as 32 se-leções participantes Selecionamos dois monstros sagrados dos “tiffosi” como símbolos dos grandes craques italianos dessa última década.Alessandro Del Piero nasceu em Conegliano, província de Treviso, no dia 9 de novembro de 1974. Começou a jogar, em 1988, nas categorias de base do “Padova”, onde se profissionalizou a partir de 1991. Dis-putou apenas 14 partidas pelo clube da cidade de Pádua, pois logo se

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transferiu para a “Juventus”, cuja equipe defende até hoje. A partir de 1993, conquistou os seguintes títulos pelo alvinegro de Turim: “scudet-tos” das temporadas 1994/95, 1996/97, 1997/98, 2001/02 e 2002/03; Copa da Itália (1995); Supercopa italiana (1995, 1997, 2002 e 2003); Liga dos Campeões da UEFA (1996); Supercopa européia (1996); In-tercontinental de Clubes (1996) e campeão da Série B (2006/07). Foi o artilheiro nas seguintes competições: Liga dos Campeões da UEFA, em 1997 e 1998; Campeonato Italiano da Série B, em 2006/07; Campeona-to Italiano da Série A, em 2007/08. Recebeu os prêmios de Futebolista Europeu Sub-21 do Ano de 1996 e de Melhor Atacante da Europa nos Anos 90. Ale, como também é chamado, havia disputado, até o final da temporada 2008/2009, 595 jogos pela equipe da “Juve”, da qual é o capitão, tendo assinalado 258 gols. Pela seleção nacional, que defende desde 1996, foram 91 partidas e 27 gols. Participou das Eurocopas de 1996, 2000, 2004 e 2008, e das Copas do Mundo de 1998 e 2006, quan-do ds sagrou Campeão Mundial. Del Piero, que mede 1,73 m e pesa 73 kg, é um meia atacante extremamente habilidoso, oportunista, com faro de gol, e excelente cobrador de faltas.Francesco Totti, nascido em 27 de setembro de 1976, na capital italiana, só jogou profissionalmente pela “AS Roma” equipe que ainda defende e da qual é o capitão, donde lhe surgiu o apelido de “Il Capitano”. Com 1,80 m de altura e peso de 82 kg, Totti é um meia com extraordinária técnica, cuja principal característica é a precisão dos seus passes, com excelentes assistências para seus companheiros, embora também seja exímio finalizador. Seu outro apelido, “O Menino da Porta Metro-nia”, adveio do fato de ser natural do bairro romano Appio Latino, situado nas proximidades da Porta Metronia, onde viveu sua infância. Em 1986, começou a jogar no time infantil do “Lodigiani” e, três anos depois, com treze anos, ingressou na “Roma”. Sua estréia na equipe principal aconteceu no dia 28 de março de 1993, na partida “Roma” 2x0 “Brescia”, na qual ele entrou no segundo tempo, em substituição a Rizzitelli. Em 1996, conquistou o título de Campeão Europeu Sub-21, atuando pela seleção italiana da categoria. A estréia de Totti na seleção proncipal, dirigida por Dino Zoff, ocorreu em 10 de outubro de 1998, contra a Suíça, em Udine. Na Euro 2000, ele teve uma boa par-ticipação com a “Azzurra”, mas o título acabou ficando com a França.

Finalmente, na temporada 2000/01, a “Roma” ganhou o “scudetto”, vencendo, no dia 17 de junho de 2001, o “Parma” por 3x1. “Il Capi-tano” marcou o primeiro gol do jogo e foi escolhido como o jogador italiano do ano. Em 2002, ao fim da temporada 2001/02, a “Roma” foi vice-campeã e Francesco Totti foi titular na Seleção da Itália que disputou o mundial daquele ano e foi eliminada ainda nas oitavas-de-final. Participou, também, do primeiro jogo da “Azzurra” na Eurocopa 2004, em Portugal, mas foi suspenso por três partidas, devido a uma cusparada no dinamarquês Poulsen, e a Itália foi eliminada, durante sua suspensão. Sua maior glória foi o títulode Campeão Mundial, obtido na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Após essa magnífica conquista, resolveu se aposentar da seleção. De volta ao seu clube de coração, o eterno capitão levantou a Copa da Itália, em 2007. No campeonato da temporada 2006/07, a equipe “giallorossa” foi novamente vice-campeã, mas Francesco foi o artilheiro do certame, com 26 gols e ganhou, ainda, a Chuteira de Ouro da Europa. Na temporada seguinte (2007/08), outro vice-campeonato da “Roma” e nova conquista da Copa da Itália. Em 16 de dezembro de 2009, Totti renovou seu contrato com a “Lupa” até 30 de junho de 2014, quando estará próximo dos 38 anos de idade.

UM JOVEM NO GRUPO

Brian Butler e Roberto Mauro Machado, que haviam sido escolhidos, na reunião anterior, para relatar a história do futebol na Itália chegaram, pontualmente, à Empada Brasil, acompanhados de um homem com cerca de 35 anos.Qundo Pedro Paulo, o último a chegar, sentou-se, todos fizeram seus pedidos de empadas e bebidas, quentes ou geladas. Roberto Mauro, então, tomou a palavra: _Quero apresentar-lhes o ad-vogado Rodolfo Moura. Ele foi convidado a participar da nossa reunião na condição de um dos maiores experts brasileiros em futebol italiano. O Rodolfo é o titular do blog “calcioseriea.blospot.com” onde ele apresenta, regularmente, magníficas análises sobre tudo que acontece no “calcio”. Embora amador, seus conhecimentos sobre o tema rivalizam com o do renomado comentarista Sylvio Lancellotti.

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_Isso é bondade sua, retrucou modesto o Rodolfo. _ Eu sou, isto sim, um dos maiores admiradores do Lancellotti. Li o texto que o Brian e o Roberto prepararam e o achei ótimo. _Eu também considero excelente o trabalho. Mas vou aproveitar a pre-sença do Rodolfo, para perguntar-lhe sobre a participação de jogadores estrangeiros na seleção italiana, Marcos interveio. _ Conforme vocês sabem, o futebol italiano é um grande importador, desde longa data, de excelentes jogadores estrangeiros. Para vocês terem uma idéia, de acordo com as minhas anotações, nada menos que 57 jogadores que atuam na Itália fiseram parte das suas seleções na-cionais de origem que participaram da Copa do Mundo de 2010. Se computarmos os 23 integrantes da “Azzurra”, são 80 atletas atuantes na península da “Bota” que estiveram na África do Sul. Só na Seleção do Brasil, foram oito: Júlio César (“Inter”), Doni (“Roma”), Maicon (“In-ter”), Lúcio (“Inter”), Juan (“Roma”), Thiago Silva (“Milan”), Felipe Melo (“Juventus”) e Júlio Baptista (“Roma”). Na seleção da Argentina, seis; da Eslovênia, cinco; do Uruguai, quatro; também quatro na seleção de Gana; mais quatro participaram da delegação suíça; três, da Grécia; na seleção da Sérvia, outros três; da Dinamarca, mais três; o Chile, da mesma forma, contou com três; na vice-campeã Holanda, dois; na equipe da Eslováquia, dois também; dois foram integrantes da seleção hondurenha; da mesma forma que outros dois jogaram pela Argélia; e, ainda, mais dois pela Austrália; os times dos Estados Unidos, Paraguai, Japão e Camarões tiveram um, em cada. Bem, isso tudo foi um intróito para ilustrar a importância dos craques do mundo todo no “calcio”. É claro que há um outro lado. Existem reações contrárias por parte dos que defendem mais espaço para os jogadores nascidos na Itália. Assim, de quando em vez, são estabelecidas limitações. Logo após a Copa, foi decidida a redução, de dois para um em cada equipe, na presença de jogadores estrangeiros (extra-comunitários). Agora, vamos tratar da questão específica que foi formulada. Já foi mencionada a participação do ítalo-brasileiro Filó (Anfilogino Guarisi) na seleção italiana campeã do mundo em 1934. Também tivemos a presença do centroavante Mazzola, apelido brasileiro de José João Altafini, na seleção bradileira campeã da Copa do Mundo de 1958. Altafini, filho de italianos, natu-ralizou-se e jogou pela “Azzurra” o campeonato mundial de 1962. Ele

autou muitos anos no “calcio”, sendo um dos maiores artilheiros da Série A com 216 gols. Outros ítalo-brasileiros que defenderam a Itália foram Dino da Costa e Ângelo Sormani, nos anos 50 e 60. Os chama-dos “oriundi” (filhos de italianos) tiveram ampla presença nas seleções italianas até os anos 60, eapecialmente os nascidos na Argentina. Luis Monti disputou a final da Copa do Mundo de 1930 por seu país natal, e a do campeonato mundial de 1934 pela Itália, sendo o único jogador, até hoje, a disputar duas partiidas finais por países diferentes. Enrique Guaíta, Raimundo Orsi. Omar Sívori e Humberto Maschio são outros ítalo-argentinos que disputaram campeonatos mundiais pela “Azzurra”. Também os uruguaios marcaram presença nas seleções italianas entre 1930 e 1960. Michele Andreolo foi campeão mundial em 1938. Os carrascos do Brasil em 1950, Juan Schiaffino e Alcides Ghiggia, poste-riormente vestiram a camisa azul italiana. Mais recentemente, a seleção campeã de 2006, contou com a colaboração de Mauro Camoranesi, nas-cido na Argentina, e de Simone Perrotta, natural da Inglaterra. Camo-ranesi, atualmente com 34 anos, participou também da recente Copa de 2010, discorreu o jovem. _Muito obrigado, Rodolfo, em meu nome e de todo o grupo, agradeceu o Marcos.Cristiano então se manifestou: _Acho que estamos todos de parabéns pelo desenrolar do trabalho. Para prosseguí-lo, precisamos definir o próximo país, que deve ser sul-americano, e quem será o responsável pelo relato. Proponho que seja o Uruguai, por uma questão de antigui-dade, como primeiro campeão do mundo. E como sou o mais velho do grupo, posso ser o relator, contando com a ajuda de todos._Ótimo, aplaudiu o Pedro Paulo. _Só não concordo com você se chamar de “o mais velho”. Você é o mais experiente e nenhum de nós é velho. Nós somos apenas idosos, concluiu._Muito bem, falou o Brien, encerrando o assunto. Como saideira, tomos tomaram “irish coffee” (café com chantilly e uísque irlandês).

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O FUTEBOL NO URUGUAI (1881-2010)

O primeiro jogo de futebol realizado, formalmente, no Uruguai data de 1881. Foi uma peleja disputada entre dois times de ingleses, membros de clubes sediados na Inglaterra, que aportaram em Monte-vidéu. Foi esse jogo o marco inicial para a difusão do esporte entre os jovens uruguaios, no final do século XIX. Assim, ao alvorecer do século XX, o futebol já estava incorporado aos costumes do país, tornando possível a fundação da Associación Uruguaya de Futbol, em 30 de março de 1900.Os dois clubes de maior prestígio no país, o “Peñarol” e o “Nacional” foram criados em 1891 e 1899, respectivamente. Em verdade, a origem do popular aurinegro está intimamente vinculada à empresa ferroviária Central Uruguay, de origem inglesa, cujas instalações foram erguidas em uma povoação nos arredores de Montevidéu, chamada pueblo de Peñarol, em decorrência de ter sido uma antiga propriedade de um agricultor italiano de nome Pedro Pignarolo. Em 1891, o presidente da ferrovia, Roland Moor, criou uma entidade, destinada à prática dos es-portes adorados pelos ingleses: “cricket” e “football”. Assim foi funda-do o “Central Uruguay Railway Cricket Club – CURCC”, com as cores preta e amarela. Finalmente, em 1913, a denominação do “CURCC” foi alterada para “Penãrol”. Por isso, os torcedores do “Nacional” dizem que a fundação do rival é posterior á do seu clube de predileção, criando mais uma polêmica para alimentar as fanáticas discussões. O “Club Nacional de Football” foi fundado em 14 de maio de 1899, em Montevidéu, graças à fusão, promovida por jovens universitários, dos clubes “Uruguay Atlética Club”, sediado em La Unión, e “Montevideo Football Club”. Suas cores foram inspiradas na bandeira do grande herói uruguaio José Artigas: vermelha, azul e branca. Sua primeira partida foi disputada no seu campo em Punta de las Carretas, no dia 18 de junho do mesmo ano. Seguiram-se as fundações de outros clubes, já após a criação da Associación Uruguaya de Futból (originalmente “The Uruguay Association Football League”): “Montevideo Wanderers”, em 1902; “Central Español”, em 1905; e “Miramar Misiones”, em 1906. Na década iniciada em 1911, surgiram: “Defensor Sporting” (1913); “Ram-pla Juniors” (1914); “Liverpool” (1915); “Fênix” (1916); “Progreso

Montevideo” (1917); “Racing Club” (1919); e “Bella Vista” (1920). Nos últimos anos do Século XIX, período anterior à criação da liga, o cenário do futebol uruguaio teve uma participação importantíssima do “Albion Football Club”. Foi fundado em 1891, inicialmente com o nome de “Football Association”, por alunos da “English High School”, onde lecionava William Leslie Poole, considerado o pai do futebol uru-guaio. Entre os jovens fundadores, sobressaiu-se, pela sua dedicação, Henry Candid Lichtenberger, graças a quem, o “Albion” atingiu seu apogeu no ainda incipiente futebol uruguaio, entre 1895 e 1900. Em 1889, na capital uruguaia, ocorreu um jogo entre a equipe de Bue-nos Aires e o time de Montevidéu, composto pelos jogadores do “Mon-tevideo Cricket Club”, que hoje não mais pratica o futebol, embora ainda esteja ativo. A primeira vitória internacional de um clube uru-guaio no exterior foi obtida pelo “Albion FC”, em 1896, quando venceu o argentino “Retiro Athletic Club” em Buenos Aires, por 4x1. Em Montevidéu, no ano de 1901, aconteceu a primeira partida inter-nacional do Uruguai, representado pelo “Albion”. Hoje, embora ainda atuante no futebol, o clube participa, modestamente, da divisão inferior denominada “primera C’. O “Peñarol” (então denominado “CURCC”) foi o vencedor do primeiro campeonato promovido pela liga uruguaia em 1900. Foi também o campeão de 1901. Nos dois anos seguintes (1902 e 1903) a vitória coube ao “Nacional”, que se incorporara à liga em 1901.Em 1903, o time do “Nacional” representou o Uruguai em um jogo contra a Argentina, que terminou 3x2 em favor da seleção uruguaia, sig-nificando a sua primeira vitória internacional. Foi o início de uma era de conquistas, que se materializou nas medalhas de ouro dos Jogos Olímpi-cos de 1924, em Paris, e de 1928, em Amsterdam. Graças a essas duas vitórias, o Uruguai foi escolhido para sediar o primeiro campeonato mundial da FIFA, em 1930. Mais uma vez, foi o campeão, derrotando, na final, a Argentina por 4x2. Na equipe do “Nacional”, bicampeã 1902/03, sobressaíam-se os irmãos Céspedes, Bolívar e Carlos, que foram os primeiros ídolos dos torce-dores. Infelizmente. ambos tiveram mortes prematuras, em 1905, víti-mas de varíola.Não houve a disputa do título de campeão em 1904, por motivo da

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Guerra Civil Uruguaia. Retomada a normalidade, em1905 o “CURCC” (hoje “Peñarol”) venceu o campeonato, repetindo o feito em 1907. Em 1906 e 1909, o título de Campeão Uruguaio foi conquistado pelo “Mon-tevideo Wanderers”. O “River Plate FC” sagrou-se vencedor em 1908 e 1910. A década seguinte (1911-1920) foi de supremacia do “Nacional”, que conquistou seis campeonatos (1912, 1915, 1916, 1917, 1919 e 1920), seguido pelo “River Plate” (bicampeão em 1913/14) e “Peñarol” (campeão em 1911, ainda com o nome de CURCC, e em 1918).Para quebrar a hegemonia do “Nacional” (tricampeão 1915/16/17), o “Penãrol” armou uma excelente equipe para 1918, assim composta: Roberto Chery, José Benincasa e Pedro Rimolo; Juan Pacheco, Juan Delgado e J. Delacroix; José Perez, Armando Artigas, José Piendibene, Isabelino Gradin e Antonio Campolo. Com essa formação, efetivamente foi o campeão nesse ano. Entretanto, com um time onde eram destaques o goleiro Andrés Mazali, o meio-campista Alfredo Zibechi, o artilheiro Pascual Somma e o extraordinário atacante Angél Romano, o “Nacion-al” retomou a supremacia, conquistando o bicampeonato de 1919/20. Antes de 1916, a seleção do Uruguai disputou mais de 30 partidas, praticamente todas contra a Argentina. É interessante mencionar que, entre 1901 e 1910, a camisa do Uruguai era listrada verticalmente de azul e branco, enquanto a seleção argentina vestia camisas de cor única azul turquesa. A troca foi feita após 1910, quando a Argentina adotou as listras verticais azuis e brancas e o Uruguai passou a usar a camisa azul celeste.O primeiro Campeonato Sul Americano de Seleções (posteriormente Copa América) teve o Uruguai como vencedor, com vitórias sobre o Chile e o Brasil e um empate com a Argentina, em 1916. Na edição seguinte, realizada em Montevidéu, em 1917, novamente o Uruguai foi campeão, vencendo todos os seus jogos. Em 1919, a equipe celeste perdeu o jogo final para o Brasil por 1x0, após duas prorrogações.Em 1924, o time do Uruguai viajou para Paris, onde se tornou a primei-ra equipe sul americana de futebol a competir nos Jogos Olímpicos. Em contraste com o estilo das seleções européias, baseado na força física, os uruguaios apresentaram um jogo leve, calcado na troca de passes. Conquistaram o título, vencendo a Suíça por 3x0 na partida final. Qua-tro anos depois, repetiram o êxito, nas Olimpíadas de 1928, em Amster-

dam, vencendo o jogo final contra a Argentina, por 2x1.Credenciado pelas duas vitórias olímpicas, o Uruguai sediou a primeira Copa do Mundo da FIFA, em 1930, ano do centenário de sua inde-pendência. Nova conquista, vencendo a muito conhecida Argentina, na final por 4x2, revertendo o placar adverso (1x2) do primeiro tempo, no Estádio Centenário.Foi enorme a contribuição do “Nacional” às seleções vencedoras em 1924 e 1928. Atuavam pelo tricolor os seguintes campeões olímpicos: José Luís Andrade (24 e 28), Hector Castro (24), Pedro Cea (24 e 28), Andrés Mazali (28), José Nasazzi (24 e 28), Pedro Petrone (24 e 28), Angel Romano (24), Hétor Scarone (24 e 28), Pascual Somma (24), Santos Urdinarán (24 e 28), e Alfredo Zibechi (24).Integraram a “celeste olímpica” que se sagrou vitoriosa no primeiro campeonato mundial organizado pela FIFA, em 1930, os atletas do “Nacional” a seguir. Defensores: José Nasazzi e Emílio Recoba; o meio-campista José Luís Andrade; e os atacantes Héctor Castro, Pedro Cea, Pedro Petrone, Héctor Scarone e Santos Urdinarán. Do Peñarol, tiveram destaque, como titulares da seleção de 30: o zagueiro Ernesto Mascheroni e o lateral esquerdo Álvaro Gestido. Em represália à recusa de participar da Copa do Uruguai, em 1930, por parte de alguns países europeus, a AUF (Associación Uruguaya de Fut-bol), decidiu boicotar a Copa da Itália, em 1934. Da mesma forma, não participou da Copa do Mundo de 1938, na França, em virtude de não ter sido respeitado pela FIFA o acordo prévio que previa a alternância do anfitrião entre países europeus e sul-americanos. Com a interrupção causada pela segunda guerra mundial, somente em 1950 o Uruguai vol-tou a disputar o campeonato mundial, vencendo-o novamente.Na década 1921-1930, houve maior equilíbrio entre os dois grandes de Montevidéu, no número de campeonatos oficiais conquistados: três para cada um. O “Peñarol” foi o campeão de 1921; o “Nacional” ganhou um tricampeonato em 1922, 23 e 24. O campeonato de 1925 não terminou e, o de 1926, não foi realizado. O “Rampla Juniors”, em 1927, foi o campeão. O aurinegro dos “carboneros” (apelido oriundo da origem ferroviária do “Peñarol”) conquistou um bicampeonato em 1928 e 29. Outra vez não aconteceu a disputa do campeonato oficial, em 1930.A homenagem aos responsáveis pelas glórias do Uruguai no futebol,

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entre 1900 e 1930, consubstancia-se nos grandes jogadores a seguir apresentados.José Piendibene nasceu em Montevidéu, no dia 10 de junho de 1890. Começou a chutar bola em times sem expressão, mas em 1908, antes de completar 18 anos, ingressou no “Peñarol”, ainda denominado “Central Uruguay Railway Cricket Club – CURCC”, lá permanecendo até o final da carreira em 1928. Atuou em 506 jogos dos aurinegros, marcando 253 gols. Ganhou os títulos de Campeão Uruguaio em 1911, 1918 e 1921. Pela Seleção Uruguaia, realizou 40 partidas, assinalando 21 tentos. In-screveu seu nome como o autor do primeiro gol da história do Campe-onato Sul Americano, conhecido atualmente como Copa América, na sua primeira edição, realizada em 1916, na cidade de Buenos Aires, onde o Uruguai foi campeão. Novamente vencedor em 1917, voltou a conquistar o título da América do Sul, em 1920, na cidade chilena de Valparaíso, quando teve memorável atuação na peleja contra a Seleção Brasileira, vencida pela celeste por uma goleada de 6x0. Detém, até hoje, a artilharia do chamado Clássico do Rio da Prata (Argentina x Uruguai), com 17 gols. Atacante alto e de grande vigor físico, foi con-siderado, em 1922, pela então nova, mas já conceituada revista argen-tina “El Gráfico”, como o melhor jogador do seu tempo, apesar da já existente rivalidade entre o futebol uruguaio e o argentino. Dotado de excelente técnica, foi também um desportista com grande “fair play”, chegando ao ponto de ser comedido na comemoração de seus gols, em respeito aos adversários.Alfredo Ángel Romano, ou simplesmente Ángel Romano, como se tornou conhecido, nasceu em 2 de agosto de 1894, na capital uruguaia, perto do Parque Central, onde posteriormente o “Nacional” construiu seu estádio. Em 1910, ainda com quinze anos, começou sua carreira no clube tricolor. Entretanto, no ano seguinte, em função de divergên-cias internas na administração do time de seu coração, Ángel o troca por outra agremiação, somente retornando às suas fileiras em 1915. A partir daí, começam suas glórias no “Nacional”, pelo qual foi oito vezes campeão uruguaio (1915, 1916, 1917, 1919, 1920, 1922, 1923 e 1924). Até encerrar sua carreira, em 1930, foram 388 jogos em defesa das cores azul, vermelha e branca, com 164 gols assinalados. A camisa azul celeste da seleção foi envergada por ele, pela primeira vez, aos dezes-

seis anos, em 1911, quando o jovem Romano jogava no “CURCC”. Após seu retorno ao “Nacional”, foram seis as suas conquistas pela seleção do Uruguai, no Campeonato Sul Americano (1916, 1917, 1920, 1923, 1924 e 1926) e, para culminar, a vitória nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1924. Entre 1911 e 1927, atuou em 68 partidas com a camisa azul celeste, marcando 28 tentos. Apelidado de “El Loco”, Ángel Ro-mano jogava indistintamente bem em qualquer das posições do ataque. Seus admiradores diziam que ele era igualmente bom na defesa. Sua maior qualidade era a facilidade ao driblar. E, talvez, os dribles fossem também seu grande vício, pois, as vezes, seu jogo deixava de ser obje-tivo, pelo simples prazer de mais uma finta.José Leandro Andrade nasceu no final do primeiro ano do Século XX, 1901, na estância termal de Salto, hoje importante ponto turístico do Uruguai. Começou a praticar o futebol no modesto “Misiones”, mas logo, 1920, ingressou no “Bella Vista”. Permaneceu nesse clube até 1923, realizando 71 partidas. Em seguida, atuou pelo “Nacional” de 1924 a 1929, participando de 105 jogos. Seu clube seguinte foi o “Peñarol” onde jogou 88 pelejas, de 1930 a 1034. Defendeu o “Wander-ers” em 17 partidas, durante 1935. No ano seguinte, 1936, mudou-se para a Argentina, atuando pelo clube “Argentinos Juniors” em 21 jogos, e encerrou sua atividade futebolística. Seu único título de Campeão Uruguaio foi o obtido em 1932, pelo “Peñarol”. A fama de um dos maiores jogadores do mundo em sua época e o apelido de “La Maravilla Negra” adveio-lhe de suas atuações pela seleção nacional uruguaia. Sua estréia aconteceu em 1923, quando conquistou o Campeonato Sul Americano, em Montevidéu. Logo no ano seguinte, foi considerado o melhor jogador do time uruguaio, campeão das Olimpíadas de 1924, em Paris. Em 1926, nova vitória na Américs do Sul, conquistando a cometição realizada em Santiago do Chile. Dois anos depois, nova medalha de ouro olímpica, em Amsterdam, sede dos jogos de 1928. Finalmente, sagrou-se campeão da primeira Copa do Mundo, reali-zada no ano de 1930, em seu país natal. Andrade participou ainda dos campeonatos sul-americanos de 1927, no Peru, e de 1929, na Argentina, quando s celeste se classificou em segundo e terceiro lugares, respecti-vamente. Ao todo, atuou em 33 partidas pela seleção do Uruguai. Com 1,80m de altura e peso de 79kg, jogava como meio-campista defensivo

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(na linha média, como se dizia, tanto pela direita como pela esquerda, ou volante, no jargão atual). Dotado de grande técnica, jogava com ha-bilidade e elegância. De espírito boêmio, após deixar o futebol, foi viver em Paris, onde chegou a se apresentar como dançarino profissional. Iniciada a década seguinte, o Campeão Uruguaio de 1931 foi o “Wan-derers”. Em 1932, foi implantado o profissionalismo no futebol do Uruguai. A partir daí, acentuou-se ainda mais a supremacia da dupla “Peñarol” e “Nacional”. Assim, o aurinegro foi campeão em 1932; seguiu-se um bicampeonato tricolor (1933/34); e um tetra do “Peñarol” (1935/36/37 e 38). De 1939 a 1944, a hegemonia voltou a ser do “Na-cional” (pentacampeão). O “Club Atlético Peñarol” venceu o campe-onato em 1944 e 1945. Em 1946 e 1947, foi vitorioso o “Club Nacional de Fotball”. O campeonato de 1948 foi interrompido por motivo de uma greve, com cunho trabalhista, dos jogadores. Nos dois últimos anos da década iniciada em 1941, os louros foram divididos: o campeão de 1949 foi o “Peñarol”; e o “Nacional”, em 1950, foi o vencedor.O primeiro astro uruguaio da era do profissionalismo foi o zagueiro José Nasazzi, chamado “El Gran Mariscal”, campeão do mundo em 1930, que ingressou no “Nacional” em 1933, e formou uma zaga quase intran-sponível junto com o famoso brasileiro Domingos da Guia, integrando a equipe que recebeu o apelido de Máquina Blanca e foi campeã em 1933 e 1934. Outro grande ídolo do clube tricolor foi o goleador argentino Attilio Garcia, centro-avante do qüinqüênio 1939-1943 (pentacampe-onato do “Nacional”).No cenário internacional, a equipe nacional do Uruguai conquistou os campeonatos sul-americanos de 1935, realizado no Peru, e o de1942, em seu país.Em 1949, o “Peñarol” armou uma fortíssima equipe que, além de vencer o campeonato daquele ano, serviu de base para a seleção celeste que conquistou o mundial de 1950, no Brasil. Esse time, que recebeu o apelido de Máquina 49 tinha, entre seus integrantes: o arqueiro Roque Máspoli, o zagueiro Matias González, o médio Obdulio Varela, o ponta-direita Alcides Ghiggia, o centro avante Oscar Miguez e o meia avan-çado Juan Schiaffino. A Seleção Uruguaia, após a conquista de 1930, só voltou a participar de uma Copa do Mundo em 1950. Foi sorteada para o Grupo 4, no qual

teve que enfrentar apenas a Bolívia e classificou-se ao vencer por 8x0, em jogo realizado no Estádio Independência, de Belo Horizonte, no dia 2 de julho de 1950, tendo os seus gols sido da autoria de Miguez (3), Schiaffino (2), Vidal, Pérez e Ghiggia. Na fase seguinte, empatou por 2x2 com a Espanha, no dia 9 de julho, jogando no Pacaembu, em São Paulo, sendo de Ghiggia e Obdulio Varela os tentos uruguaios; voltou a atuar no dia 13, no mesmo estádio, e venceu a Suécia por 3x2, com gols de Miguez (2) e Ghiggia. Finalmente, ganhou do favorito Brasil, na partida final, realizada no dia 16 de julho de 1950, no Eatádio do Ma-racanã, perante 199.854 pessoas, por 2x1, graças aos gols assinalados por Schiaffino e Ghiggia. O técnico vitorioso foi Juan López. A equipe que levantou a taça formou com: Máspoli, Matias González e Tejera; Gambetta, Obdulio Varela e Rodriguez Andrade; Ghiggia, Julio Pérez, Miguez, Schiaffino e Morán.São símbolos da magia do futebol uruguaio dessa época, os craques a seguir apresentados.Obdulio Jacinto Varela, nascido em Paysandu, no dia 20 de setembro de 1917, começou sua carreira no modesto “Juventud”, em 1936. Dois anos depois, no “Wanderers”, despontou como meia-esquerda de tal-ento, chegando à seleção nacional em 1939. Em 1943, transferiu-se para o “Peñarol”, onde passou a jogar somo centro-médio e assumiu o posto de capitão da equipe. Em virtude de sua liderança incontestável e por ser mulato, recebeu o apelido de “El Negro Jefe”. Pelo aurinegro, foi seis vezes campeão uruguaio. Em defesa da camisa celeste, foi vice-campeão sul-americano em 1939 e 1941. Finalmente, no campeonato sediado no próprio Uruguai, em 1942, sagrou-se Campeão da América do Sul. No jogo decisivo da Copa do Mundo de 1950, Obdulio teve um papel fundamental na condução dos companheiros à vitória sobre o Brasil, com muita luta e garra. De acordo com suas próprias palavras: “Fui visto como o culpado pela derrota do Brasil e como o ganhador da Copa para o Uruguai. Não foi nada disso. Gritei o tempo todo porque sei que quem quiser ganhar tem que gritar. Segurei a bola depois do gol do Friaça, alegando impedimento, chamei o juiz, o bandeirinha, pedi intérprete, fiz tudo isso só para acalmar aquela gritaria. Eu sabia que provocando o medo de verem o gol anulado aquilo se transfor-maria num túmulo. Tentei e deu certo. Não fui o culpado da derrota.

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Nem ganhei a Copa sozinho.” É improcedente a versão de que Varela teria esbofeteado Bigode, quando o Brasil vencia. Na verdade, a su-posta bofetada resumiu-se a um tapinha no pescoço, acompanhado de um pedido de calma, no primeiro tempo, quando o jogo estava 0x0. El Negro Jefe voltou a disputar outra Copa do Mundo, em 1954, na Suíça. Participou das vitórias uruguaias sobre a Tchecoslováquia, Escócia e Inglaterra, por 2x0, 7x0 e 4x2, respectivamente. Lesionado, não jogou as partidas contra a Hungria e contra a Áustria, nas quais a celeste foi derrotada, por 4x2 e 3x1. Pendurou as chuteiras em 1955. Antes, porém, recusou-se terminantemente a usar uma camisa patrocinada (uma novi-dade na época), embora o contrato de patrocínio prevesse uma remuner-ação também para os atletas. Assim, o “Peñarol” entrava em campo com dez jogadores ostentando a logomarca do patrocinador em suas camisas, e o seu capitão com o tradicional uniforme aurinegro sem publicidade.Juan Alberto Schiaffino, nascido em Montevidéu, no dia 28 de julho de 1925, começou sua trajetória no futebol, em 1943, aos 17 anos, no clube da colônia italiana, o “Peñarol”. Sagrou-se campeão uruguaio logo no ano seguinte (1944) e, novamente, em 1945. Foi convocado, pela primeira vez, em 1946, para envergar a camisa azul celeste da seleção. Curiosamente, ainda não era titular no time aurinegro. Somente em 1949 veio a ser titular absoluto na sua equipe, que conquistou o título de forma invicta, com 16 vitórias e 2 empates. Participou da Copa do Mundo de 1950 e marcou o primeiro gol na vitória sobre o Brasil, que valeu o segundo título mundial do Uruguai. Foi campeão uruguaio mais três vezes antes de trocar o “Peñarol” pelo “Milan”, da Itália. Despediu-se da Seleção Uruguaia na Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Em sua primeira temporada (1954/55) no “cálcio serie A” conquistou o “scu-detto”. Foi novamente campeão italiano pelo “Milan” em 1956/57 e em 1958/59. Schiaffino foi convocado para defender a “azzurra” pouco depois de chegar à Itália, graças à sua dupla nacionalidade de “oriundi”. Jogou quatro partidas pela seleção italiana, sendo a última em janeiro de 1958. Juan Schiaffino mudou-se de Milão para a capital italiana, em 1960, para atuar pela “Roma”, onde encerrou a carreira, em 1962. Alcides Edgardo Ghiggia nasceu em 22 de dezembro de 1926, na capital uruguaia. Começou a sua carreira , aos 19 anos, em 1946, no pequeno “Atlante”. No ano seguinte, transferiu-se para o também

modesto “Sud América”. Finalmente, em 1948, despertou o interesse do “Peñarol”. Logo no ano seguinte foi campeão uruguaio, quando o aurinegro fez excelente campanha e sua equipe serviu de base para a seleção que disputou e venceu a Copa do Mundo de 1950. Ghiggia, um dos seis jogadores do “Peñarol” titulares na celeste, foi o autor do gol que deu a vitória ao Uruguai na partida final contra o Brasil. Em 1951 e 1953, foi novamente campeão uruguaio. Foi contratado pela “Roma”, ainda em 1953. Atuou oito anos pelo time “giallorosso”, até 1961. Transferiu-se, então, para o “Milan”, onde não teve muitas opor-tunidades apesar de ter participado da conquista do título de campeão italiano. Deixou, assim, o clube “rossonero” e retornou ao Uruguai, passando a jogar pelo “Danubio”. Pendurou as chuteiras em 1968, aos 42 anos de idade. Pela seleção uruguaia, sua última partida foi em 1952. Embora chamado pela Associación Uruguaya de Futból para a Copa de 1954, a “Roma” não o liberou. Em 1957, foi convocado para a seleção italiana que estava disputando as eliminatórias para a Copa de 1958, em face da sua dupla cidadania. Entretanto, a “azzurra” não logrou a quali-ficação. Em 1959, foi chamado, pela última vez, para atuar pela Itália contra a Espanha. Em 29 de dezembro de 2009, Alcides Edgardo Ghig-gia recebeu uma homenagem que o emocionou: deixou a marca de seus pés na calçada da fama do Estádio do Maracanã. A década seguinte à conquista, pela segunda vez, da Copa do Mundo, foi iniciada com a costumeira alternância de vitórias entre o “Peñarol”, campeão de 1951, e o “Nacional”, vencedor do campeonato de 1952. Seguiu-se um bicampeonato do aurinegro (1953/54) e um tricampe-onato tricolor (1955/56/57). O quinqüênio seguinte foi de domínio do “Peñarol”, pentacampeão em 1958/59/60/61 e 62).A grande figura da equipe aurinegra bicampeã em 1953/54, ao lado de “El Negro Jefe”, foi o habilidoso médio direito Julio Cesar Abbadie. Em 1958, finda a era Obdulio Varela, chegou para substituí-lo, como o maestro do time, o excelente craque e grande líder Néstor Tito Gon-çalves. Guarnecendo o g0ol, no lugar do espetacular Máspoli, firmou-se o “homem-gato” Luís Maidana; na posição de Abbadie, que fora para a Itália, passou a brilhar Luís Cubilla, descoberto no Equador pelo técnico Hugo Bagnulo. Esse treinador foi o responsável pela conquista dos títulos de 1958 e 1959,

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comandando um time que contava, também, com William Martinez e o atacante Hohberg. Com o sucessor de Bagnulo, o argentino Hector Sca-rone, antigo lateral direito do próprio “Pañarol” nos anos 40, a equipe adquiriu maior maturidade e conquistou a Copa Libertadores da Amé-rica em 1960 e 1961. Venceu ainda, de forma categórica, o Benfica de Portugal, que contava com o extraordinário Eusébio, na disputa da Copa Intercontinental de 1961.A supremacia aurinegra no campeonato uruguaio foi interrompida, em 1963, quando o “Nacional” foi o vencedor. Logo no ano seguinte, en-tretanto, o “Peñarol” voltou a ser o campeão, repetindo o feito em 1965. Após esse bicampeonato aurinegro, a vitória voltou a sorrir para o tri-color, campeão de 1966. Novo bicampeonato do “Peñarol” em 1967/68, seguido por um tetra do rival (1969/70/71 e 72). Logo depois desse período de domínio do “Nacional”, o aurinegro conquistou o tricampe-onato de 1973, 1974 e 1975.Derrotado pelo “Real Madrid” em 1960, o “Peñarol” vingou-se em 1966, vencendo-o na disputa da Copa Intercontinental de 1966. Sob o comando do agora técnico Roque Máspoli, a equipe aurinegra contava com a classe do excelente goleiro Mazurkiewicz, a segurança na defesa proporcionada por Pablo Forlan, a excelência refinada do meio campo composto por Gonçalves, Cortes, Abbadie e Pedro Rocha, e a efetivi-dade do ataque onde pontificava o goleador Spencer, bem secundado por Joya e Sasia. Em 1971, o tricolor “Nacional” conquistou sua primeira Copa Liber-tadores, vencendo, na final, o “Estudiantes” da Argentina. Em seguida, venceu o “Panathinaikos” da Grécia, conquistando, também, sua primeira Copa Intercontinental. Em 1975, destacou-se no time campeão do “Peñarol” o atacante Fer-nando Morena, apelidado de “El Potro”, artilheiro da competição, com 34 gols marcados. Aliás, Nando, como a torcida também o aclamava, foi o maior goleador do campeonato uruguaio por sete vezes, das quais seis consecutivas (1973, 1974, 1975, 1976, 1977 e 1978). Finalmente, o campeonato uruguaio de 1976 teve um vencedor difer-ente. O clube autor da façanha foi o “Defensor”. Entretanto, o “Na-cional” voltou a conquistar o título, em 1977, e o “Peñarol”, em 1978. O aurinegro foi vitorioso, novamente, no ano seguinte e o tricolor fechou a

década, como o campeão de 1980. O “Nacional” foi, também em 1980, o vencedor da Libertadores, derrotando a equipe brasileira do “Internac-ional” de Porto Alegre, na final. O time tricolor, sob o comando do téc-nico Juan Martin Mujica, teve a seguinte escalação: Rodolfo Rodriguez; José Moreira, Juan Blanco, Hugo De León e Washington González; Ed-uardo De La Peña, Victor Espárrago e Arsenio Luzardo; Alberto Bica, Waldemar Victorino e Julio César Morales. Nesse período de trinta anos, a seleção uruguaia conquistou os campe-onatos sul-americanos de 1956 e 1967. Ficou com o 4º lugar da Copa do Mundo de 1954, na Suíça; não conseguiu a qualificação para a Copa de 1958; obteve a 13ª posição, em 1962, no Chile; classificou-se em 7º, no campeonato mundial de 1966, na Inglaterra; foi, novamente, a 4ª colo-cada no México, em 1970; chegou, outra vez, em 13º lugar, na Copa de 1974, na Alemanha; e, mais uma vez, não logrou a qualificação para a Copa de 1978.Ladislao Mazurkiewicz Iglesias, filho de um imigrante polonês, nasceu em Piriápolis, balneário uruguaio a cerca de 100 km da capital, no dia 14 de fevereiro de 1945. Começou a jogar, em 1962, no “Racing Club” de Montevidéu. Mesmo atuando em um clube pequeno, foi convo-cado para a seleção juvenil do Uruguai que venceu o sul-americano da categoria, em 1964. O jovem goleiro demonstrou grande agilidade e segurança, despertando a atenção do “Peñarol” que o contratou para ser o reserva de Maidana. Em 1965, teve a oportunidade de enfrentar o “Santos” na partida desempate, em Montevidéu, das semifinais da Libertadores e sua excelente atuação garantiu a vitória do aurinegro uruguaio por 2x1 e assegurou-lhe a posição de titular, daí em diante. No ano seguinte, o “Peñarol” conquistou a Libertadores e foi campeão mundial interclubes, ao vencer o “Real Madrid” por 2x0, no Estádio Santiago Bernabéu, com soberba atuação de Mazurkiewics. Pela seleção uruguaia, ainda em 1966, disputou a Copa do Mundo da Inglaterra. Em 1967, foi campeão sul-americano. Nesse mesmo ano, ficou 985 minutos no campeonato uruguaio sem tomar gol. Voltou a defender o Uruguai na Copa de 1970, sendo considerado o melhor guardião da competição. Em 1972, transferiu-se para o “Atlético Mineiro”, de Belo Horizonte. A Copa do Mundo de 1974 foi sua última participação pela seleção uru-guaia. Ainda jogou pelo “Granada”, na Espanha, e pelo “América” de

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Cali, na Colômbia. Em 1980, retornou ao “Peñarol” e guardou as luvas, aos 35 anos. Pedro Virgilio Rocha Franchetti nasceu em Salto, cidade uruguaia na fronteira com a Argentina, no dia 3 de dezembro de 1942. Iniciou sua atividade como futebolista no pequeno “Peñarol” de sua cidade natal. Logo, porém, o brilho do futebol desse meia atacante destro, com 1,81 m de altura e 78 kg de peso, despertou o interesse do grande “Peñarol” de Montevidéu. Com os “carboneros”, Pedro Rocha foi sete vezes campeão uruguaio (1960, 61, 62, 63, 64, 67 e 68), três vezes vencedor da Copa Libertadores (1960, 61 e 66) e duas vezes campeão mundial interclubes (1961e 66). Pela seleção uruguaia, disputou quatro Copas do Mundo (1962, no Chile; 1966, na Inglaterra; 1970, no México; e 1974, na Alemanha). Após o campeonato mundial de 1970, transferiu-se para o “São Paulo”. No tricolor paulistano, conquistou dois títulos estaduais (1971 e 75) e um vice-campeonato da Libertadores (1974). “El Verdugo” Rocha foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1972, empatado com Dario, o “Dadá Maravilha”, do “Atlético Mineiro” (17 gols); venceu, também, a disputa pela artilharia da Copa Libertadores de 1974 (sete gols). Entre 1971 e 1977, defendeu as cores vermelha, branca e preta em 375 jogos e marcou 113 tentos. No futebol brasileiro, atuou ainda pelo “Coritiba”, “Palmeiras” e “Bangu”. Waldemar Victorino Barreto, nascido no dia 22 de maio de 1952, em Montevidéu, iniciou sua trajetória no pequeno “Cerro” onde jogou de 1969 até 1973. Passou a atuar pelo também modesto “Progresso” em 1974. A partir do ano seguinte, defende o “River Plate” de Montevi-déu, que, em 1978, vence a Série B do Campeonato Uruguaio, tendo o atacante Waldemar Vitorino como sua grande figura. Assim, foi con-tratado pelo “Nacional”, em 1979, e se torna o artilheiro da Série A do Campeonato, nesse mesmo ano. Em 1980, o tricolor sagra-se Campeão do Uruguai e vence a Libertadores, com Victorino sendo o artilheiro do certame, marcando inclusive o gol do título contra o “Internacional” gaúcho que tinha Falcão em suas fileiras. Em seguida, marca também o gol decisivo na vitória sobre o time inglês do “Nottingham Forest” que significa a conquista do Mundial Interclubes pela equipe “La Blanca”. No ano seguinte, com a “Celeste Olímpica”, vence o Mundialito, sendo novamente o artilheiro da competição e autor do gol do título na final

com o Brasil. Ainda em 1981, vai para o “Deportivo Cali” da Colôm-bia. Retorna ao “Nacional” em 1982, mas logo se transfere para o “Cagliari” da Itália, onde permanece até 1983. Em seguida, vai para a Argentina, onde atua pelo “Newell’s Old Boys” (1983-1985) e “Colón” (1985-1986). Seu destino seguinte é o Equador onde jogou pela LDU de Portoviejo (1986-1987). Continuando seu périplo pela América do Sul, apoós curta passagem pelo “Marítimo” de Caracas em 1988, passa a jogar pelo “Sport Boys” do Perú, nesse mesmo ano. Finalmente, encerrou sua carreira no “Defensor” de Lima, tendo sido o artilheiro do campeonato peruano de 1989, com 19 gols. Continuou, porém, ligado ao futebol como técnico, tendo sido treinador da LDU de Quito, entre outras equipes do Equador e do México. Entre 1981 e 1991, o “Peñarol” foi campeão quatro vezes (1981, 1982, 1985 e 1986) e o “Nacional”, apenas uma (1983). Os outros títulos foram conquistados pelos seguintes clubes: “Central Español”, em 1984; “Defensor”, em 1987; “Danúbio”, em 1988; “Progresso”, em 1989; “Bella Vista” em 1990; e “Defensor”, em 1991. Entretanto, a partir de 1992 até 2003, a hegemonia dos campeonatos uruguaios voltou a ser partilhada exclusivamente pelo “Peñarol” (sete títulos: 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1999 e 2003) e “Nacional” (cinco títulos: 1992, 1998, 2000, 2001 e 2002). O “Danúbio” voltou a vencer em 2004; o “Nacional” retomou a supremacia, conquistando o campeonato de 2005. A exemplo dos calendários europeus, o campeonato uruguaio passou s ter início em um ano (“apertura”) e término no seguinte (“clausura”). Assim, o time tricolor foi, mais uma vez, bicampeão, ao ser vitorioso na temporada 2005/06. O campeão seguinte foi, outra vez, o “Danúbio” (2006/07). O “Defensor” repetiu as façanhas de 1987 e 1991, vencendo o campeonato da temporada 2007/08. No campeonato 2008/09, os louros da vitória couberam ao “Nacional”. O “Peñarol” conquistou o título da temporada 2009/10. Em 1982, o “Peñarol” venceu, pela quarta vez, a Copa Libertadores, derrotando na partida final o “Cobreloa” do Chile, com um gol de Fernando Morena no último minuto do jogo. No fim do mesmo ano, disputou, no Japão, o título Intercontinental contra o time inglês do “As-ton Villa”, vencendo-o por 2x0, com gols do brasileiro Jair e de Walkir Silva.

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A quinta Libertadores dos carboneros veio em 1987, com uma vitória por 1x0 no jogo desempate contra o colombiano América de Cali, re-alizado na cidade neutra de Santiago do Chile, com o único gol do jogo sendo assinalado por Diego Aguirre, apelidado “La Fiera”, nos acrésci-mos do segundo tempo.No ano seguinte, a Copa Libertadores foi conquistada, pela terceira vez, por outro clube uruguaio, o rival “Nacional”. O time tricolor venceu o argentino “Newell’s Old Boys” por 3x0, com gols marcados por Ernesto “Pinóquio” Vargas, Hugo de León e Santiago Ostolaza. Ainda em 1988, venceu o “PSV Eindhoven” da Holanda, conquistando, também pela terceira vez, o título Intercontinental. Em 1989, o tricolor do Uruguai ganhou a Recopa Sul-Americana, derrotando o “Racing” da Argentina e obtendo assim a Tríplice Coroa: Libertadores 88, Intercontinental 88 e Recopa 89.Sob o comando inicial do técnico Gregorio Pérez e, depois, de Jorge Fossati, o “Peñarol” armou um grande time que foi pentacampeão, de 1993 a 1997, e no qual de destacaram os seguintes jogadores: Nelson Gutierrez, Pato Aguilera, Carlos De Lima, De los Santos, Perdomo e “El Professor” Pablo Bengoechea (presente nas cinco campanhas).Em termos de campeonatos mundiais, a participação do selecionado uruguaio foi bastante discreta nos últimos trinta anos. Não se qualifi-cou para a Copa de 1982, na Espanha; ficou em 16º lugar nas Copas de 1986, no México, e de 1990, na Itália; novamente não conseguiu sua qualificação para as Copas de 1994, nos Estados Unidos e de 1998, na França; obteve a 26ª posição na Copa de 2002 (Japão e Coréia do Sul); não se qualificou, outra vez, para a Copa de 2006, na Alemanha; na Copa da Áfica do Sul, em 2010, fez melhor figura: 4º lugar, com destaque para o atacante Diego Fórlan.A “Celeste Olímpica” foi a campeã da Copa América nos anos de 1983, 1987 e 1995.No período de 1981 a 2010, foram importantes para o futebol uruguaio jogadores que brilharam no próprio país e/ou no exterior, entre os quais os seguintes. Rodolfo Sergio Rodriguez y Rodriguez, ou simplesmente Rodolfo Rod-riguez, nasceu em Montevidéu, no dia 20 de janeiro de 1956. Iniciou a prática do futebol aos quinze anos, no “Cerro”, em 1971. Começou a

carreira profissional no próprio “Cerro”, em 1976. Logo, esse fantás-tico goleiro de 1,91m de altura e 90 kg de peso, que veio a ser chamado de “O Paredão”, foi contratado pelo “Nacional”. No clube tricolor do Uruguai, foi campeão da Copa Libertadores da América e da Copa In-tercontinental em 1980, além de ter vencido o campeonato uruguaio em 1977, 1980 e 1983. Pela Seleção Uruguaia, foi campeão do Mundialito, em 1983. Jogou 70 partidas pela celeste entre 1976 e 1986. Transferiu-se, em 1984, para o “Santos”, onde fez grande sucesso, permanecendo até 1988. Conquistou o campeonato paulista de 1984, a Copa Kirin, no Japão, em 1985 e o Torneio Cidade se Marseille, na França, em 1987. Entretanto, o episódio mais marcante de suas atuações na equipe prai-ana foi a sequência de defesas por ele realizadas no dia 14 de julho de1984, no Estádio da Vila Belmiro, em jogo contra o “América” de Rio Preto. Foram cinco defesas consecutivas, aparentemnte impossíveis, de chutes quase indefensáveis. Recentemente, no dia 19 de julho do cor-rente ano de 2010, Rodolfo foi homenageado, com uma placa referente a esse feito, pelo “Santos” que, no final de 2009, já o escolhera como seu jogador símbolo do período 1971-1990. De 1988 a 1990, Rodriguez atuou pelo “Sporting” de Lisboa. Retornou ao Brasil, para defender a “Portuguesa” de S. Paulo (1991-1992) e o “Bahia” (1992-1994), onde encerrou sua brilhante carreira.Hugo Eduardo de León Rodrigues, o Hugo de León, nasceu em 27 de fevereiro de 1958, na cidade de Rivera. Revelado pelo Nacional, esse zagueiro de 1,87m de altura logo assumiu como titular e capitão do time. Pela equipe tricolor, foi Campeão da Copa Libertadores e da Copa Intercontinental em 1980, além de ter conquistado o campeonato uru-guaio em 1977 e 1980. Pela Seleção Uruguaia, venceu o Mundialito, no mesmo ano. Logo em seguida, foi contratado pelo “Grêmio”. No tri-color gaúcho, foi Campeão Brasileiro em 1981 e conquitou, novamente, a Copa Libertadores e a Intercontinental, em 1983. No ano seguinte, transferiu-se para o “Corinthians” de S. Paulo. Defendeu o “Santos” em 1986, e foi atuar no “Logroñés” da Espanha, em 1987. Retornou ao Uruguai e ao seu clube de origem, para, mais uma vez, participar das vitórias do “Nacional” na Copa Libertadores e Copa Intercontinen-tal, de 1988; e, ainda, conquistar a Recopa Sul-Americana, em 1989. Transferiu-se, em seguida, para o “River Plate” da Argentina, pelo qual

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foi bicampeão argentino (1989 e 1990) e, em 1991, voltou ao Brasil, para defender o “Botafogo”. Ainda no mesmo ano, trocou o alvi-negro carioca pelo japonês “Toshiba”. De volta ao tricolor do Uruguai, con-quistou mais um campeonato local, em 1992 e pendurou as chuteiras, no ano seguinte. Contiuou ligado ao futebol como técnico, tendo atu-ado no “Fluminense” do Rio de Janeiro; no “Nacional” de Montevidéu, vencendo os campeonatos de 1998, 2000 e 2001; no “Monterrey” do México; e no “Grêmio” do Rio Grande do Sul. Pablo Javier Bengoechea Dutra, o Pablo Bengoechea, apeidado de “El Profesor”, nasceu em Rivera, no dia 27 de junho de 1965. Iniciou-se no futebol no pequeno clube “Oriental”. Profissionalmente, começou sua carreira no “Wanderers” onde jogou de 1985 a 1987. Transferiu-se para o “Sevilla” da Espanha, onde disputou 135 partidas, marcando 26 gols, de 1987 a 1992. Foi convocado para a Seleção Uruguaia, pela primeira vez, em 1987. Participou da Copa do Mundo de 1990 e de três edições da Copa América. Despediu-se da celeste em 1995. Deixou a Espanha em 1992, para atuar pelo ‘Gimnasia” da Argentina. Em 1993, foi con-tratado pelo “Peñarol” onde permaneceu dez anos e atingiu o ápice de sua trajetória futebolística. Participou das cinco conquistas do penta-campeonato “carbonero”, de 1993 a 1997. Realizou, ao todo, 245 jogos pelo aurinegro, assinalando 82 gols. Foi um atacante extremamente habilidoso que se aposentou em 2003, aos 38 anos de idade.Diego Forlán Corazo nasceu no dia 19 de maio de 1979, em Montevi-déu. Filho do também craque Pablo Forlán, começou nas categorias de base do “Peñarol” e, ainda juvenil, jogou no uruguaio “Danubio” e na equipe argentina do “Independiente”, apelidada de “Diablos Rojos”, onde se profissinalizou. Despertou o interesse do “Manchester United”, equipe inglesa cuja alcunha é “Red Devils”. Assim, Dieguito deixou de ser um diabo vermelho argentino para ser um diabo vermelho inglês. Entretanto, esse atacante de 1,80m de altura não foi feliz na Inglaterra, ficando na reserva do “United”. Em decorrência, foi cedido ao “Vil-lareal” espanhol, em 2004. Em sua primeira temporada na Espanha (2004-05) o “Villareal” fez uma boa campanha e participou da Cham-pions League, chegando às semi-finais. Diego Forlán conquistou, junto com Thierry Henry, a Chuteira de Ouro, como maior artilheiro das ligas européias. Em 2007, transferiu-se para o “Atlético de Madrid” e, na

temporada 2008-09, marcou 35 gols em 45 partidas, ganhando nova-mente a Chuteira de Ouro, sozinho, dessa vez Pela Seleção Uruguaia, disputou as Copas do Mundo de 2002 e 2010 (o Uruguai não conseguiu a qualificação para a Copa de 2006). O ano de 2010 foi extremamente feliz para Forlán. Ele foi fundamental para a vitória do “Atlético de Ma-drid na UEFA Europa League, marcando os dois gols decisivos contra o “Fulham” da Inglaterra. Com a equipe madrilenha, venceu também a UEFA Super Cup de 2010. Na Copa do Mundo, foi um dos esteios da celeste olímpica, que apóa muitos anos de ostracismo, conquistou o quarto lugar. Com 5 gols, foi um dos artilheiros do torneio e recebeu a Bola de Ouro como o melhor jogador da competição.

FELIZ ANIVERSÁRIO, RODOLFO

Para comemorar seu 36º aniversário, no dia 21 de outubro, Rodolfo convidou seus novos amigos velhos para saborearem pizzas no Comér-cio Local da QI 11, que os antigos insistem em chamar de Gilbertinho.Após os cumprimentos e votos de felicidades, antes mesmo de serem servidas as deliciosas pizzas calabresa e portuguesa, Cristiano comuni-cou: _Eu gostaria de ouvir os comentários de vocês sobre a história do futebol uruguaio, que mandei por e-mail._ È impressionante como a Seleção Uruguaia, após suas brilhantes con-quistas na primeira metade do Século XX, teve uma participação quase inexpressiva nas Copas do Mundo da segunda metade, comentou Pedro Paulo._É verdade, concordou o Marcos, mas continuou: _Entretanto, seus clubes, o “Nacional” e o “Peñarol”, ambos tiveram sucessos significa-tivos nas disputas da Libertadores e nos confrontos com os europeus, em diversas edições da Copa Intercontinental._Além disso, o futebol uruguaio continuou a ser um celeiro de grandes jogadores. É muito grande o número de craques uruguaios atuando na Europa, complementou Rodolfo._ E, também, o Brasil importou excelentes jogadores do Uruguai. Além de Pedro Rocha, Hugo de León e Rodolfo Rodriguez, cujos dados bi-ográficos constam do texto que nos foi enviado, lembro-me do artilheiro

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da celeste Javier Ambrois, que, contratado pelo “Fluminense”, marcou gols importantes pelo tricolor, apesar de ter ficado pouco tempo no Rio, afirmou o Roberto Mauro.Cristiano puxou pela memória e acrescentou: _ Também o goleador Fernando Morena atuou no Rio de Janeiro, jogando pelo Flamengo, embora sem muito brilho._ Não podemos nos esquecer do “Loco” Abreu, que está sendo um dos destaques do “Botafogo”, neste “Brasileirão” 2010, complementou o Brian Butler._ Bem, acho que precisamos encerrar o papo futebolístico e comemo-rarmos o aniversário do Rodolfo, sugeriu o Cristiano._ Sim, mas antes temos que definir quem será o responsável pelo próximo relato que deverá abordar o futebol alemão, interveio Marcos._Como o meu bisavô, por parte de mãe, era alemão, nascido na região da melhor cerveja e do melhor futebol, a Baviera, proponho-me a fazer o estudo, candidatou-se Roberto.Os aplausos que se seguiram, significaram a aprovação geral.

O FUTEBOL NA ALEMANHA (1900 – 2010)

Como em outros países, o futebol foi introduzido na Alemanha, no século XIX, por influência inglesa. No início do ano de 1900, foi pos-sível a criação de uma associação, em nível nacional, a “Deutscher Fussball Bund”, congregando nada menos que 86 clubes. A DFB, fun-dada em 28 de janeiro de 1900, na cidade de Leipzig, foi desde o início, uma federação de associações regionais.O primeiro vencedor de um campeonato nacional reconhecido foi o “Leipzig” que derrotou o “Praga” por 7x2 no dia 31 de maio de 1903, em Altona. A jovem associação alemã permitia a participação de equi-pes estrangeiras, da mesma etnia, em seu campeonato. Por isso, foi possível ao “Praga”, do Império Austro-Húngaro, disputar o título de campeão alemão de futebol. Somente após 1904, essa prática foi inter-rompida em decorrência da filiação da DFB à FIFA, que exigia o caráter estritamente nacional aos seus membros.De 1903 a 1944, o troféu em disputa era o chamado Vitória (“Viktoria

Meisterschaftstrophäe”). Inicialmente esse troféu foi concebido para ser concedido, alternadamente em bases anuais, ao campeão de futebol da DFB e ao vencsdor do campeonato de “rugby” promovido pela união nacional desse esporte. Entretanto, em face da predominância popu-lar obtida pelo futebol, o troféu passou a se exclusivo da “Deutscher Fussball Bund”. Em 1908, o Príncipe Guilherme da Prússia doou um outro troféu para ser disputado pelas equipes regionais de futebol, numa competição chamada “Kronprinzenpokal”.O primeiro jogo oficial do selecionado nacional alemão aconteceu em 5 de abril de 1908, na cidade de Basiléia, na Suiça, contra a seleção desse pequeno país vizinho. O resultado foi: Suíça 5 x 3 Alemanha. A maior derrota internacional da seleção alemã foi para a Inglaterra, por 9x0, na cidade inglesa de Oxford, no dia 13 de março de 1909. Três anos depois, no dia 1º de julho de 1912, ocorreu a maior vitória, em Estocolmo, na Suécia, onde a Alemanha derrotou a Rússia por 16x0.O campeonato alemão de futebol foi interrompido entre 1914 e 1918, por motivo da I Guerra Mundial; e entre 1944 e 1946, por causa da II Guerra Mundial. A última disputa do troféu Vitória ocorreu na tempo-rada 1943/44 quando o “Dresdner” derrotou o “Luftwaffen Hamburg” por 4x0 no Estádio Olímpico de Berlim. Com a confusão decorrente da derrota alemã na guerra, o troféu sumiu e só foi encontrado déca-das mais tarde em um cofre de um banco na Alemanha Oriental. Nesse ínterim, foi crisdo um outro troféu, denominado Prato do Campeonato e apelidado de tigela de salada, que entrou em disputa a partir de 1949.Após o término da primeira guerra, havia 150.000 jogadores de futebol registrados na Alemanha, em1919. Por volta de 1932, esse número sub-iu para mais de um milhão. Entretanto, ainda predominava o espírito do amadorismo. No início dos anos 30, o presidente Felix Linnemann, da DFB, pugnou pela criação de uma liga profissional, da qual participari-am as melhores equipes do país. A idéia foi rechaçada pelas associações regionais que dominavam o esporte e receiavam perder esse controle.O primeiro técnico da seleção alemã foi Otto Nerz, um professor de Mannheim que desempenhou essa função de 1923 sté 1936. A federação alemã (DFB) não teve condições de custear a viagem da sua equipe até o Uruguai, para disputar a Copa do Mundo de 1930, em plena era de depressão econômica mundial, fruto da quebra da Bolsa de New

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York em 1929. Assim, sua primeira Copa do Mundo foi a da Itália, em 1934, quando a Alemanha conquistou o terceiro lugar. Entretanto, a participação do futebol alemão nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, foi decepcionante. Em decorrência, Sepp Herberger assumiu como técnico e armou uma nova equipe que, logo em 1937, conquistou expressiva vitória sobre a Dinamarca, por 8x0, na cidade alemã de Breslau, hoje Wroclaw (Polônia). No entanto, na Copa de 1938, a seleção alemã, em-bora reforçada por alguns jogadores da Áustria, que havia sido anexada em março de 1938, perdeu, em Paris, para a Suíça por 4x2 no jogo desempate, uma vez que a primeira partida terminara empatada em 1x1. Dessa forma, foi eliminada logo na primeira fase. O regime totalitário nazista estendeu seus tentáculos às instituições sociais em todos os seus níveis, incluindo as ligas de futebol. Muitas as-sociações esportivas foram dissolvidas ou substituídas por organizações de cunho nazista. Muitos clubes de futebol cumpriram as ordens do regime no sentido de expurgar os judeus de seus quadros sociais. Entre as poucas exceções que procuraram resistir a essas pressões, estavam o “Bayern München” e o “Alemannia Aachen”.Sob o comando de Hans Von Tschammer, indicado pels nazistas, organ-izações esportivas independentes foram transformadas em departamen-tos de uma nova organização denominada “Deutscher Reichsausschuss für Leibesübungen” (comitê para educação física do Terceiro Reich). A “Deutscher Fussball Bund – DFB” foi perdendo gradualmente sua independência e foi absorvida por esse poderoso comitê.Assim, o futebol foi reorganizado e os clubes divididos em dezesseis regiões (“gaue”) que compunham a chamada “Gauliga” que existiu entre 1933 e 1945. O efeito acabou sendo positivo para o futebol ger-mânico. Antes de1933, aproximadamente 600 agremiações competiam na elite do futebol. A reorganização das ligas as reduziu para cerca de 170 equipes e elevou significativamente o nível do campeonato. Foi o início de um processo de consolidação da enormidade de pequenas ligas regionais que culminou em uma estrutura nacional com um campeonato unificado mais forte. A Copa da Alemanha foi criada em 1935, Denomi-nada inicialmente “Tschammerpokal” (até 1943), seu primeiro ganhador foi o “FC Nuremberg”. Posteriormente, continuou a ser disputada sob o nome de Taça Hans Von Tschammer.

O “FC Schalke 04” dominou o cenário do futebol alemão durante o período nazista e sua equipe era freqüentemente usada para fins de propaganda do regime, como exemplo da Nova Alemanha. À medida que o Terceiro Reich expandia suas fronteiras por meio de conquistas militares, times da Áustria, Polônia, Tchecoslováquia, Alsácia-Lorena e Luxemburgo eram incorporados à “Gauliga”. Assim, o “Rapid” de Viena venceu a copa germânica em 1938 e o campeonato nacional em 1941, com uma vitória na final sobre o “Schalke 04” por 4x3.Durante a guerra, o futebol foi usado como reforço moral para o ânimo da população e foi subsidiado pelo sistema político vigente. Muitas equipes receberam o patrocínio direto de organizações militares, como a Luftwaffe (Força Aérea) ou a temível SS. Quando a maré da guerra vol-tou-se contra a Alemanha, a “Gauliga” começou a se enfraquecer, pois muitos jogadores foram chamados ao serviço militar, outros morreram em decorrência dos conflitos em território alemão ou ocupado, estádios foram bombardeados e as viagens ficaram difíceis. Dessa forma, as dez-esseis ligas regionais (“Gauligen”) foram obrigadas a se fracionar em mais de trinta ligas menores, restritas a circuitos de âmbito mais local. O nível dos jogos se deteriorou e os placares mais elásticos tornaram-se comuns. O recorde das goleadas foi edtabelecido pelo “Germania Mudersbach” que venceu o “FV Engen” por 32x0. O último jogo oficial realizado na época do III Reich ocorreu em 23 de abril de 1945, quando o “Bayern München” derrotou por 3x2 o “1860 München”. Menos de três semanas depois, a Alemanha rendeu-se. Imediatamente após a guerra, a Alemanha viu-se dividida em duas partes: a ocidental e a oriental. Sob a ocupação aliada, todas as organi-zações sociais, incluindo clubes e associações esportivas, foram inicial-mente fechadas. No entanto, decorrido apenas um ano, nas zonas de ocupação americana, britânica e francesa, foram permitidas as organi-zações exclusivamente esportivas, sem vinculações políticas, e muitos clubes de antes da guerra voltaram à atividade. A “Gauliga” foi sub-stituída pela “Oberliga”, organizada em bases regionais, inicialmente no Sul e Sudoeste. Logo, Berlim e outras regiões se incorporaram à nova organização, de modo que, em 1948, foi realizado o primeiro campe-onato nacional da Alemanha Ocidental que teve como vencedor o “FC Nuremberg” derotando por 2x1, no jogo final, o “FC Kaiserslauten”.

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Na Alemanha Oriental, foi criada, em 1949, outra “Oberliga”, que ficou conhecida como “DDR – Oberliga”.A Copa da Alemanha, criada antes da guerra, teve sua disputa reini-ciada, na Alemanha Ocidental, tendo registrado, em 1953, a vitória do “Rot-Weiss” de Essen contra o “Alemannia Aachen”, por 2x1.No decorrer doa anos 50, houve sucessivas tentativas de se criar uma liga profissional, reabrindo uma discussão que começara 20 anos antes e fora interrompida pela II Guerra Mundial. Os times alemães começaram a sofrer com o êxodo de seus melhores jogadores para outros países europeus onde já havia, há muito tempo, o futebol profissional. A cam-panha pela formação de um campeonato nacional em bases profissionais foi liderada pelo técnico da Seleção Alemã Sepp Herberger.A despeito de ser ainda uma equipe semiprofissional, a Alemanha Ocidental conseguiu conquistar a Copa do Mundo de 1954, super-ando a poderosa Hungria, na final, por 3x2. Esse campeonato mundial, realizado na Suíça, teve como característica o elevado número de gols marcados: 140 em 26 jogos, resultando em uma média de 5,38 tentos por partida. Esse recorde foi proporcionado, sobretudo, pela fantástica equipe magiar que tinha, como seu maior astro, o extraordinário Fer-enc Puskás, bem secundado por Sándor Kocsis e Zoltán Czibor. O time húngaro assinalou 27 gols em 5 partidas (média de 5,4). Entretanto, o time alemão, capitaneado pelo craque e cérebro da equipe Fritz Walter, que contou com a colaboração de seu irmão Ottmar Walter, também ótimo jogador, e do excelente Helmut Rahn, não ficou muito atrás: 25 tentos em 5 jogos (média de 5,0). Apóa classificar-se em primeiro lugar na sua chave das eliminatórias, superando Sarre (região germânica, sob domínio da França, à época) e Noruega, a Alemanha Ocidental foi incluída, juntamente com a Coréia do Sul, no Grupo 2 da competição, que tinha Hungria e Turquia, como cabeças de chave. Em 17 de junho de 1954, a Alemanha enfrentou e venceu a Turquia por 4x1, sendo os seus gols assinalados por Schäfer, Klodt, O. Walter e Morlock. Três dias depois, em 20 de junho, coube à equipe germânica encarar a favoritíssima seleção magiar. Precavidamente, e seguro de conseguir a classificação como segundo colocado do grupo, o técnico Herberger escalou um time misto, recheado de reservas. Logicamente, os húngaros venceram por goleada: 8x3. Os gols alemães foram da autoria de Pfaff,

Rahn e Herrmann. Como a Turquia derrotou a Coréia do Sul por 7x0, classificou-se em segundo lugar do grupo, empatada com a Alemanha (ambas com uma vitória e uma derrota, em seus dois jogos). Assim, houve a necessidade de um terceiro jogo para desempate. Realizado em 23 de junho, o resultado foi Alemanha 7x2 Turquia, conforme esperado por Herberger. Os gols alemães foram marcados por: Ottmar Walter, Schäfer (2), Morlock (3) e Fritz Walter. Dessa forma, a seleção ger-mânica avançou para as quartas-de-final. Nessa fase, derrotou a Iugos-lávia, no dia 27 de junho, por 2x0 (gols de Rahn e Orvat – contra). O jogo seguinte, em 30 de junho, já foi uma semifinal, na qual a Alemanha Ocidental superou a Áustria por 6x1, com gols de Schäfer, Morlock, Fritz Walter (2) e Ottmar Walter (2). Cerca de 60.000 pessoas compareceram ao Estádio Wankdorf, em Berna, no dia 4 de julho de 1954, para assistirem ao jogo final entre Hungria e Alemanha Ocidental. Os húngaros estavam invictos há trinta e duas partidas e haviam goleado os adversários na primeira fase. Logo aos seis minutos de jogo, Puskas abriu o placar a favor dos magiares. Dois minutos depois, Czibor ampliou para 2x0. Parecia que ia se repe-tir, contra a equipe titular de Herberger, a goleada imposta ao seu time misto. A reação, porém, não se fez esperar. Max Morlock marcou aos dez minutos, diminuindo a diferença. Aos dezenove minutos do primei-ro tempo, Helmut Rahn obteve o empate. Quatro gols (dois para cada lado) em menos de vinte minutos! Iríamos ter, novamente, um jogo de muitos gols, como Áustria 7x5 Suíça, acontecido poucos dias antes, pe-las quartas-de-final? Não. O marcador não se alterou mais no primeiro tempo. Na etapa complementar, a Hungria teve várias oportunidades, mas não conseguiu marcar. Quando o jogo se aproximava do seu té-rmino, aos trinta e nove minutos do segundo tempo, Rahn pegou um rebote na meia lua da grande área e chutou para marcar o seu segundo gol na partida, que assegurou a vitória alemã por 3x2, realizando o que foi chamado de “O Milagre de Berna”. A seleção campeã formou com: o goleiro Turek; os defensores (zagueiros e médios) Werner Kohlmeyer, Mai, Horst Eckel, Werner Liebrich e Posipal; e os atacantes (inclusive meia de ligação) Ottmar Walter, Helmut Rahn, Schäfer, Max Morlock e Fritz Walter. Friedrich Walter, mais conhecido como Fritz Walter, nasceu em Kai-

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serslautern, no dia 31 de outubro de1920. Começou sua carreira no time de sua cidade natal, o “Kaiserslautern”, em 1937. Aliás, foi esse o seu único clube. Logo, esse meia atacante esguio de 1,73m de altura demonstrou suas qualidades de exímio futebolista e sua capacidade de liderança, razões mais que suficientes para o técnico Sepp Herberger convocá-lo, aos 20 anos, para a Seleção Alemã, em 1940. Todavia, a Segunda Guerra Mundial interrompeu sua trajetória futebolística. Fritz viu-se obrigado a se alistar na brigada para-quedista do III Reich. Ao fim do conflito, retornou ao “Kaiserslautern”. As glórias de Walter só vieram após seus trinta anos. Em 1951, seu clube sagrou-se Campeão da Alemanha Ocidental, feito que repetiu, dois anos depois, em 1953. Pela seleção, participou de alguns jogos durante a guerra, entre 1940 e novembro de 1942, quando as partidas pararam de ser realizadas. Após a guerra, não foi possível à Alemanha Ocidental participar da Copa do Mundo de 1950, no Brasil, pois o processo de refiliação à FIFA ainda não havia sido ultimado. Mas, Walter participou com brilho da Copa de 1954, na Suíça. Foi o capitão e líder do “nationalmannschaft” (time nacional da Alemanha), já com 33 para 34 anos de idade. Extremamente adaptável, jogou mais avançado, conforme orientação do técnico Her-berger, no jogo contra a Áustria, conquistando a vitória com o expres-sivo placar de 6x1. Já na final contra a Hungria, atuou mais recuado, auxiliando a defesa, e garantindo o resultado favorável de 3x2, que significou o título de Campeão do Mundo. Quatro anos depois, voltou a disputar a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, quando a Alemanha Ocidental ficou em quarto lugar. Aposentou-se em 1959. Na comemo-ração do cinqüentenário da UEFA, foi escolhido como o melhor joga-dor alemão da primeira metade do Século XX. O estádio do seu clube “Kaiserslautern” foi batizado, em sua homenagem, como “Fritz Walter Stadion”.A surpreendente derrota da “seleção de ouro” da Hungria para o time alemão, em 1954, gerou muitos comentários na impresnsa esportiva mundial. Um dos fatores apontados como causa da vitória germânica foi a chuva. Realmente, assim como alguns pilotos de Fórmula 1 têm uma habilidade especial para superar as dificuldades de uma pista molhada, Fritz Walter era conhecido por jogar bem debaixo da chuva. Quando chove em dia de jogo, os torcedores alemães dizem: “Fritz Walter wet-

ter” (clima de Fritz Walter). Outros comentaristas citam o uso, pelos jogadores da Alemanha Ocidental, de chuteiras com travas intercam-biáveis, possibilitando melhor adaptação ao gramado molhado, uma novidade tecnológica na época. Na Copa do Mundo de 1958, a seleção alemã, cujo capitão ainda era Fritz Walter, às vésperas de seu 38º aniversário, foi derrotada pela equipe anfitriã, a Suécia, nas semifinais, pelo placar de 3x1. Nesse jogo, Walter sofreu uma contusão decorrente de uma falta dura do sueco Sigge Parling, quando a peleja estava empatada em 1x1. Como não eram permitidas substituições, Fritz continuou em campo, durante os quinze minutos finais, apenas para fazer número. E também não lhe foi possível atuar no jogo seguinte, em disputa do terceiro lugar, quando a Alemanha foi derrotada pela França, por 6x3.Depois do quarto lugar conquistado em 1958, na edição seguinte, realizada no Chile, em 1962, a equipe nacional alemã perdeu para a seleção iugoslava por 1x0, não conseguindo ir além das quartas-de-final da Copa do Mundo. Essa derrota serviu como um dos impulsos para a implantação oficial do profissionalismo e a criação da “Bundesliga” ( a liga nacional profissional), em Dortmund, no dia 28 de julho de 1962. Sob a presidência de Hermann Gösmann, a DFB deu início a uma nova era.Existiam cinco “Oberligen”, representativas das regiões Norte, Sul, Oeste, Sudoeste e Berlim. Quarenta e seis clubes solicitaram suas inscrições na liga nacional. Desses, foram selecionados dezesseis, com base em seu retrospecto esportivo, situação econômica e representação das diferentes regiões. Assim, foram escolhidos, por região:“Oberliga” Norte: “Eintracht Braunschweig”, “SV Werder Bremen” e “Hamburger SV”;“Oberliga” Oeste: “Borussia Dortmund”, “FC Köln”, ”Meidericher” (atual “MSV Duisburg”), “SC Preussen Münster” e “FC Schalke 04”;“Oberliga” Sudoeste: “FC Kaiserslautern” e “FC Saarbrücken”;“Oberliga” Sul: “Eintracht Frankfurt”, “Karlruher SC”, “FC Nurem-berg”, “TSV 1860 München” e “VfB Stuttgart”;“Oberliga Berlim: “Hertha BSC Berlin”.Os primeiros jogos da “Bundesliga” aconteceram no dia 24 de agosto de 1963. Foi grande o entusiasmo despertado pelo novo campeonato

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nacional, disputado pelas melhores equipes do país. Considerado o favorito para vencer a competição, o “FC Köln” não decepcionou os seus torcedores e sagrou-se como o primeiro campeão, na temporada 1963/64. Entretanto, nenhum clube conseguiu se destacar como he-gemônico nos anos 60. Nas sete temporadas, de 1963/64 a 1969/70, sete diferentes times conquistaram o título. Após a vitória do “Köln”, foram, sucessivamente, campeões: 1964/65, “Werder Bremen”; 1965/66, “1860 München”; 1966/67, “Eintracht Braunschweig”; 1967/68, “Nurem-berg”; 1968/69, “Bayern München” (promovido à elite em 1965/66); 1969/70, “Borussia Mönchengladbach”.Nessa década, em 1964, o técnico Helmut Schön assumiu o comando da seleção nacional (“nationalmannschaft” ou “DFB auswahl”) sub-stituindo Sepp Herberger, após 28 anos de reinado (1936- 1964) desse último. Na Copa do Mundo de 1966, a Alemanha Ocidental teve ótima participação, vencendo a União Soviética na semifinal e enfrentando a anfitriã Inglaterra, na final realizada no Estádio de Wembley. Graças a um gol marcado pelo germânico Wolfgang Weber no último minuto, foi necessária uma prorrogação para decidir o título. Durante o tempo extra, devido a um erro da arbitragem, debitado ao bandeirinha soviético Tofik Bakhramov, uma bola que não chegou a entrar foi assinalada como gol do inglês Geoff Hurst. Esse gol, apelidado de “Gol de Wembley”, teve um papel decisivo na vitória final dos ingleses por 4x2. De qualquer forma, os alemães conquistaram o honroso título de vice-campeões.No campeonato mundial de 1970, no México, a seleção da Alemanha Ocidental voltou a se apresentar bem. Após eliminar a Inglaterra nas quartas-de-final, vencendo-a, de virada por 3x2, e, de certa forma, ving-ar-se da derrota se 1966, coube-lhe jogar, contra a Itália, na semifinal, uma partida que se tornou, também, memorável. Quase no fim do jogo, já nos descontos, o craque alemão Karl-Heinz Schnellinger marcou o gol que empatou a partida em 1x1. Na prorrogação, ambas as equipes chegaram a comandar o marcador. Franz Beckenbauer permaneceu em campo, com o ombro deslocado e o braço amarrado ao corpo, pois a Alemsnha já fizera as duas substituições permitidas. No término do embate, o placar assinalou a vitória da “azzurra” italiana por 4x3. Essa partida, realizada no Estádio Azteca da capital mexicana, com 5 gols na prorrogação, ficou conhecida, na Itália c na Alemsnha, como o “Jogo

do Século”. Enquanto a Itália jogou e perdeu a final para o Brasil, a Ale-manha enfrentou e venceu o Uruguai, por 1x0, conquistando o terceiro lugar. Além disso, seu atacante Gerd Müller foi o artilheiro do certame, com 10 gols. Uwe Seeler nasceu em 5 de novembro de 1936, na cidade portuária se Hamburgo, no Norte da Alemanha Começou a praticar futebol no “Hamburger”, da sua cidade natal, em 1946, antes de completar dez anos de idade. Permaneceu nas categorias de base desse clube até 1953, quando passou a integrar sua equipe principal. Jogou pelo “Hamburg-er”, seu único time durante toda a sua carreira, até 1972, disputando 810 partidas e assinalando 764 gols. Conquistou o campeonato alemão de 1978/79 e a Copa da Alemanha, três temporadas depois. Não sendo alto (1,69 m) mas dotado de grande força física, era o típico centro-avante rompedor, estilo “tanque de guerra”. Foi, em oito temporadas, o maior artilheiro do campeonato alemão. Eleito, três vezes, o melhor jogador alemão do ano e , em 1960, escolhido como o terceiro melhor da Europa, Seeler teve importante participação na Seleção da Alemanha Ocidental, pela qual atuou em quatro Copas do Mundo. Em fevereiro de 1965, sofreu um susto: devido a uma ruptura do tendão de Aquiles do pé direito, teve anunciado o fim de sua carreira. Mas se recuperou e voltou a jogar em agosto do mesmo ano, a tempo de ser convocado para as elminatórias da Copa de 1966. Atuou também na Copa de 1970, porém com atribuições diferentes. Foi incumbido pelo técnico de atrair para si a marcação adversária, abrindo espaço para as finalizações de outro goleador mais jovem _ Gerd Müller. Uwe cumpriu bem sua mis-são; Müller foi o artilheiro da competição com dez gols, e ele próprio ainda assinalou mais três. Despediu-se da seleção após esse campeonato mundial e pendurou as chuteiras em Hamburgo, ao término da tempo-rada seguinte de 1971/72. Já na década seguinte, 1971 a 1980, surgiram alguns destaques entre os clubes da “Bundesliga”. O “Borussia Mönchengladbach” tornou-se bi-campeão, vencendo na temporada 1970/71. Seguiu-se um tricampeona-to do “Bayern München” (1971/72, 1972/73 e 1973/74), sucedido por outro, do “Borussia Mönchengladbach” (1974/75, 1975/76 e 1976/77). Na temporada 1977/78, o título sorriu para o “Köln”. O campeonato 1978/79 teve o “Hamburger” como o grande vitorioso. O “Bayern

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München” voltou a ser o vencedor em 1979/80. O início dos anos 70 foi marcado por um grave escândalo de manipu-lação de resultados, no qual estariam envolvidos os clubes “Bielefeld”, “Hertha”, “Schalke” e “Köln”. As investigações feitas pela DFB levar-am ao banimento de vários jogadores, embora a maioria deles tenha tido um abrandamento da penalidade imposta. O “Bielefeld”, clube identifi-cado como o maior responsável pelo problema, foi punido com a perda total dos seus pontos da temporada 1971/72 e rebaixado.O entusiasmo do público pelo futebol, abalado pela má conduta de clubes e jogadores, foi restaurado com o sucesso das equipes da “Bun-desliga” em competições internacionais. O “Bayern München” foi tricampeão da Copa dos Campeões da Europa (1974. 1975 e 1976); e o “Borussia Mönchengladbach” venceu a Copa UEFA em 1975.A Seleção da Alemanha Ocidental, desde 1971 com o seu novo capitão Franz Beckenbauer, venceu o campeonato europeu, em sua primeira participação, no Euro 1972. O jogo final, contra a União Soviética, ter-minou com a vitória alemã por 3x0.Na Copa do Mundo de 1974, cujo país sede foi a própria Alemanha Oci-dental, os alemães começaram derrotando o Chile, por 1x0, no dia 14 de junho; e venceram, por 3x0, a Austrália, em 18 de junho. A seguir, em 22 de junho, aconteceu um jogo marcante para os anfitriões, ainda na primeira fase, quando enfrentaram seus compatriotas do lado oriental. Como ambas as equipes já estavam classificadas para a fase seguinte, a derrota para a Alemanha Oriental por 1x0, não prejudicou a vito-riosa campanha dos futuros campeões. Pelo contrário, a classificação em segundo lugar premitiu-lhes não enfrentar, logo na fase seguinte, o Brasil (detentor do título de 1970) e a Holanda, grande revelação, com o inovador “carrossel” implantado pelo técnico Rinus Michels.Assim, a Alemanha Ocidental enfrentou e venceu a Iugoslávia, por 2x0, em 26 de junho; e a Suécia, em 30 de junho, por 4x2. No dia 3 de julho, choveu muito em Frankfurt, o que retardou em meia hora o início da partida contra a Polônia. Com o campo muito molhado e num jogo bastante equilibrado, a seleção alemã conseguiu a vitória por 1x0 e o direito de disputar o título.O outro jogo mais marcante desse certame, foi a partida final entre a Alemanha Ocidental e a Holanda, com seu fantástico “futebol total”,

liderada por Johan Cruijff. Mal iniciado o jogo, os “laranjas” atacaram e Cruijff foi derrubado na área. Marcado o penalti, a Holanda abriu o placar, decorrido apenas um minuto. Porém, o “nationalmannschaft” (time nacional alemão) encontrou forças para reagir ainda no primeiro tempo, empatando com um gol de Paul Breitner (também de pênalti) e virando o jogo, com o gol marcado por Gerd Müller. No segundo tem-po, a “Laranja Mecânica” pressionou muito, mas o goleiro alemão Sepp Maier, com uma grande atuação, garantiu o placar inalterado. Dessa maneira, o extraordinário craque Beckenbauer, como capitão, levantou a Taça de Campeão do Mundo, perante cerca de 75.000 pessoas presentes no “Olympiastadion” de Munique.A equipe campeã, sob o comando do técnico Helmut Schön, formou com: Sepp Maier, goleiro; Berti Vogts, Hans-Georg Schwarzenbeck, Franz Beckenbauer e Paul Breitner, defensores; Rainer Bonhof, Wolf-gang Overath e Uli Hoeness, meio campistas; Jürgen Grabowski, Gerd Müller e Bernd Helsenhein, atacantes. Eventualmnte, Hoeness avançava como um quarto atacante, transformando o arranjo 4-3-3 em 4-2-4.A Alemanha Ocidental, entretanto, falhou ao defender seus títulos con-quistados na primeira metade da década. Perdeu para a Tchecoslováquia a final da Euro 76, por 5x3 em uma disputa de pênaltis, após um empate em 2x2 no fim do jogo. Foi eliminada na Copa do Mundo de 1978, ao perder para a Áustria por 3x2, na segunda fase. Após essa derrota, o técnico Schön aposentou-se e foi substituído por seu assistente Jupp Derwall. Sob o novo comando, a seleção alemã voltou a vencer a Euro 80, derrotando a Bélgica, na final, por 2x1.Na “Bundesliga”, as primeiras contratações de craques do exterior começaram a ser feitas na temporada 1977/78.Franz Anton Beckenbauer nasceu em Munique, na Baviera, no dia 11 de setembro de 1945. Aos 14 anos, em 1959, começou nas categorias de base do “Bayern München”, então um modesto clube de sua cidade natal. Em 1965, foi promovido à equipe principal. Logo na sua primeira temporada (1965/66), ajudou a equipe vermelha a conquistar a Copa da Alemanha. Com 1,81 m de altura e 74 kg, sua posição inicial era de volante, atuando no meio de campo, antes de se consagrar como um dos mais talentosos líberos do futebol mundial. Extremamente habilidoso, sua característica maior era, entretanto, sua extraordinária visão de jogo.

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Essa qualidade, aliada à sua capacidade de liderança o levaram, logo, á seleção nacional e, posteriormente, ao posto de seu capitão. Todos esses atributos fizeram-no merecedor da alcunha de “Der Kaiser” (O Imperador). No “nationalmannschaft” (time nacional) foi vice-campeão do mundo em 1966, na Inglaterra. No retorno ao seu clube, conquis-tou a Recopa Européia, ao vencer o “Rangers” da Escócia, por 1x0, na prorrogação. Foi, ainda, bicampeão na Copa da Alemanha (1966/67). Outra vez na seleção, amargou uma decepcionante desclassificação para a Eurocopa 1968, ao empatar com a Albânia. Entretanto, a temporada de 1968/69 foi-lhe feliz, pois o “Bayern” venceu, pela primeira vez, o campeonato alemão da “Bundesliga” (o único título anterior era de 1932); e, mais uma vez, a Copa da Alemanha, que voltou a ser conquis-tada pelo seu clube em 1970/71. Em 1970, já como capitão da seleção, participou da campanha alemã na Copa do Mundo. No México, viu-se obrigado a jogar, na semifinal contra a Itália, por mais de uma hora com o ombro deslocado, pois se contundiu aos 25 minutos do primeiro tempo, mas já haviam sido feitas as duas substituições então permitidas. A Alemanha Ocidental classificou-se em terceiro lugar nesse campe-onato mundial. No cenário nacional, o seu clube de Munique iniciou, em 1971, a conquista de um ticampeonato alemão (1971/72, 1972/73 e 1973/74). No campo internacional, o “Kaiser” conquistou, com a seleção, o título da Eurocopa 1972, vencendo a União Saviética, na par-tida final. Antes de findar o ano de 1972, foi-lhe outorgado o troféu Bola de Ouro da “France Football”, como melhor jogador da Europa. Na Copa do Mundo de 1974, sediada na Alemanha, Beckbenbauer conquis-tou seu maior troféu, o de Campeão Mundial. Como capitão da seleção, ele ergueu, pela primeira vez, a Taça FIFA, que substituira a Jules Rimet, conquistada de forma definitiva pelo Brasil, em 1970. O “Bayern München” iniciou, em 1974, a escalada vitoriosa de outro tricampe-onato (1974, 1975 e 1976), aisda mais expressivo: o da Copa da UEFA, o mais importante torneio europeu de clubes. Essa conquista rendeu a Franz Beckenbauer sua segunda Bola de Ouro, em 1976. Nesse mesmo ano, conquistou com o seu clube, a Taça Intercontinental. Ainda em 1976, na sua despedida da equipe nacional da Alemanha Ocidental, foi vice-campeão da Eurocopa 76, perdendo a decisão nos pênaltis para a Tchecoslováquia. Em 1977, transferiu-se para o “New York Cos-

mos”, sendo campeão norteamericano em 1976/77, 1977/78 e 1979/80. Nos Estados Unidos, jogou ao lado de outras celebridades como Pelé, Neeskeens, Romerito e Marinho Chagas. Em 1980, retornou à Ale-manha para jogar pelo “Hamburger”, sagrando-se campeão alemão na temporada 1981/82. Foi, novamente, para o “Cosmos” onde se aposen-tou, em 1983. Voltou à seleção alemã, como técnico, substituindo Jupp Derwall, em 1986. Na Copa do Mundo, realizada outra vez no México que substituiu a Colômbia, em virtude dos graves problemas econômi-cos enfrentados, na ocasião, pelo país aul-americano, a Alemanha, sob seu comando, foi vice-campeã, perdendo a final para a Argentina, onde despontava Maradona. Dois anos depois, ficou em terceiro lugar na Eurocopa 1988, resultado frustrante por ter sido a competição na Ale-manha. Entretanto, voltou a ser Campeão do Mundo, agora como treina-dor, em 1990, vencendo a Argentina, por 1x0, no jogo final, disputado no Estádio Olímpico de Roma, no dia 8 de julho. Logo em seguida, foi contratado para ser o técnico do Olympique de Marseille, na temporada 1990/91. Não obteve sucesso na França e retornou à Munique, onde assumiu a presidência do “Bayern”. Conquistou, então, o campeonato alemão de 1993/94 e a Copa da UEFA de 1996, acumulando as funções de presidente e treinador. Foi, também, o Superintendente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha. Con-tinua, ainda, como presidente do hoje grande clube de sua cidade natal.Gerhard Müller, ou simplesmente Gerd Müller, nasceu no dia 3 de novembro de 1945, em Nördlingen. Começou a praticar o futebol, em 1960, antes de completar 15 anos de idade, nas categorias de base do modesto clube de sua cidade natal, o “Nördlingen 1861”. Em 1963, com 17 anos, ascendeu à equipe principal e marcou 51 gols em 32 partidas oficiais, conquistando o campeonato da 7ª divisão. No ano seguinte, foi contratado por outro clube da Baviera, um pouco maior, mas ainda também modesto, na época, o “Bayern München”, então na 2ª divisão. Confirmando sua vocação para artilheiro, marcou 43 gols em 37 par-tidas, em sua primeira temporada no clube vermelho de Munique. Com Müller no seu ataque, o “Bayern” conseguiu sua ascensão para a “Bundesliga” (temporada 1965/66). Müller não foi muito feliz em sua primeira temporada na elite do futebol alemão. Assinalou 15 gols em 39 jogos, muito abaixo de suas marcas anteriores nas divisões inferi-

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ores. Entretanto, na temporada 1966/67, marcou 48 gols em 49 partidas oficiais. Com os 28 tentos assinalados nos jogos do campeonato alemão, foi o seu artilheiro. Nessa temporada, o “Bayern” conquistou a Copa da Alemanha e o seu primeiro título internacional: a Recopa da Europa; e Gerd Müller recebeu sua primeira convocação para a seleção alemã ocidental. Sua estréia aconteceu, ainda em 1966, no primeiro jogo, após s Copa, quando a Alemanha enfrentou a Turquia. Desde criança, ele carregava o epíteto de “der Dick” (o gordo). Realmente, seu tipo físico não era o mais adequado para um jogador de futebol: 1,74 m de altura, atarracado e de pernas curtas. A sua grande capacidade de fazer gols, no entanto, fez com que o apelido pejorativo da infância fosse esquecido e substituído por outro, representativo da admiração dos torcedores: “der bomber” (o bombardeiro). O seu primeiro título de campeão na-cional da primeira divisão (“bundesliga”) veio na temporada 1968/69. Pela seleção, Gerd marcou quatro dos seis gols da vitória alemã so-bre a Albânia, por 6x0, em abril de 1967. Porém, participou também da decepcionante eliminação da Eurocopa 1968, quando a Alemanha Ocidental empatou com a mesma fraca equipe da Albânia. Entretanto, a decepção foi compensada pelo brilhantismo do seu clube campeão, que também venceu, mais uma vez, a Copa da Alemanha, em 1969. Na temporada seguinte (1969/70), embora sem conquistar o título, Müller foi novamente o artilheiro com 38 gols. Recebeu, então, sua primeira Chuteira de Ouro, como maior goleador da Europa, e a Bola de Ouro, por ter sido considerado o melhor jogador europeu. A “tigela de sopa’ da “bundesliga” foi ganha pelo “Bayern”, novamente, em 1972, dando início a um tricampeonato, tendo Müller como artilheiro nacional nas três temporadas (1971/72, 1972/73 e 1973/74), marcando 40, 36 e 30 gols, respectivamente. Recebeu sua segunda Chuteira de Ouro, após ter quebrado o recorde da artilharia com seus 40 tentos em um campeonato. Gerd foi, também nessas duas últimas temporadas, o maior goleador da Copa dos Campeões da UEFA, vencidas sucessivamente pelo clube ru-bro da Baviera. Com a camisa da seleção, “der bomber”, com dez gols, foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1970, na qual o “Nationalelf” (onze nacional) alemão conquistou o terceiro lugar. Da mesma forma, foi muito importante sua contribuição para a vitória alemã na Eurocopa 1972, quando marcou dois gols na vitória sobre os belgas, na semifinal,

e mais dois no jogo final contra a União Soviética, vencida pela Ale-manha Ocidental por 3x0. Mas, sua glória maior, pela seleção, seria a conquista do título de Campeão Mundial, na Copa de 1974, registrando quatro gols de sua autoria, e totalizando sua conta pessoal de quatorze tentos, em dois campeonatos mundiais. O jogo final, contra a Holanda, vencido por 2x1, com um gol de Müller, foi sua última partida com o uniforme da Alemanha Ocidental. Em 1976, a vitória do “Bayern”, sobre o “Cruzeiro”, na disputa as Copa Intercontinental, representou para “der bomber” o seu último título de campeão. Gerd Müller con-tinuou atuando palo clube de Munique, voltando a ser o artilheiro da “Bundesliga” em 1978, antes de deixá-lo, em 1979. Foi, então, para os Estados Unidos, contratado pelo “Fort Lauderdale Strikers”. Pendurou as chuteiras, na Flórida, em 1981. Após sua aposentadoria, teve sérios problemas de saúde, causados por alcoolismo. Curou-se, graças ao seu amigo Beckenbauer, com quem colabora, treinando as divisões de base do “Bayern”, até hoje. A década iniciada em 1981 foi caracterizada pelo incontestável domínio do “Bayern München” no campeonato nacional alemão, vencedor de seis títulos em dez disputados. Sob vários aspectos, os anos 80 foram desanimadores. A média de público presente aos jogos decresceu sub-stancialmente ( de superior a 26.000 na temporada 1977/78 para 17.600 em 1985/86). O futebol alemão foi prejudicado pelo problema do “hoo-liganism”, presente em toda a Europa, e do aparecimento de grupos de torcedores neo-nazistas. Os jogos domésticos se transformaram em con-frontos de força bruta, sem arte. Os melhores jogadores da Alemanha transferiram-se para a Itália, atraídos pelos ricos clubes da península.Na Copa do Mundo de 1982, a seleção germânica, após ter sido derro-tada, na primeira partida, pela Argélia, por 2x1, conseguiu passar para a segunda fase, vencendo a Áustria por 1x0. Na semifinal contra a França, após um empate de 3x3 na prorrogação, ganhou a disputa nos pênaltis por 5x4. Jogou, então, a final contra a Itália, sendo derrotada por 3x1. Depois da conquista do título de vice-campeã mundial, a Alemanha de-cepcionou na Eurocopa 1984, sendo eliminada logo no início. O técnico Derwall foi então substituído por Bcckenbauer. Sob novo comando, a equipe alemã ocidental, fez boa campanha na Copa de 1986, vencendo novamente a França, na semifinal por 2x0. Assim, voltou a disputar o

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título, jogando a partida final pela segunda vez consecutiva. Ficou nova-mente em segundo lugar, perdendo por 3x2 para a Argentina. O grande nome do time nacional alemão, nos campeonatos mundiais de 82 e 86, foi Rummenigge. Na Euro 88, o sonho de vencer em casa foi frustrado pela derrota na semfinal para a Holanda. A Copa do Mundo da FIFA, realizada na Itália, em 1990, caracterizou-se pela atitude defensiva adotada por quase todas as seleções. A honrosa exceção foi proporcionada pela equipe de Camarões que se destacou pelo futebol alegre. Entretanto, na maioria das partidas, predominou o futebol força.A Alemanha Ocidental, sob o comando técnico de Franz Beckenbauer, chegou pela terceira vez consecutiva à final do torneio. Sua trajetória começou com a vitória, em 10 de junho, sobre a Iugoslávia, por 4x1, sendo os seus gols marcados por Lothar Matthäus (2), Jürgen Klins-mann e Rudi Völler. Na partida seguinte, em 15 de junho, aplicou uma goleada de 5x1 no time dos Emirados Árabes, com seus tentos assinala-dos por Völler (2), Klinsmann, Matthäus e Bein. No dia 19 de junho, enfrentou e empatou com a Colômbia por 1x1, graças ao gol marcado por Pierre Littbarski. Com esses resultados classificou-se em primeiro lugar do grupo D com 5 pontos (duas vitórias e um empate). No seu jogo das oitavas-de-final, no dia 24 de junho, com gols de Klinsmann e Brehme, derrotou por 2x1 a Holanda, Em 1º de julho, nas quartas-de-final, venceu a Tchecoslováquia por 1x0 (gol de Matthäus, cobrando pênalti). Em jogo emocionante, na fase de semifinais, no dia 4 de julho, houve um empate entre a Inglaterra e a Alemanha, por 1x1, com o gol alemão sendo da autoria de Andreas Brehme. Na disputa dos penaltis, o time inglês desperdiçou duas das cinco cobranças (uma pars fora e outra defendida pelo goleiro Bodo Illgner). A equipe germânica efetuou quatro cobranças, convertendo-as todas por intermédio de Brehme, Matthäus, Riedle e Thon.O duelo final, outra vez contra a Argentina, aconteceu no dia 8 de julho, perante mais de 73.000 torcedores, no Estádio Olímpico de Roma. Dessa vez, finalmente, em sua terceira disputa consecutiva do título mundial, a Alemanha Ocidental levou a melhor, superando o time de Maradona, por 1x0 com um gol de Brehme, cobrando um pênalti, aos 85 minutos. Assim, a equipe alemã conquistou sua terceira Copa do

Mundo, com um sabor de revanche sobre os platinos, vitoriosos em 1986.O onze alemão era extremamente sólido, a começar por seu goleiro Illgner e o capitão Matthäus, contando ainda com os astros Klinsmann, Völler, Littbarski, Brehme, Kohler e Hässler. Seu técnico Beckenbauer, que fora campeão como jogador e capitão em 1974, venceu de novo a maior competição mundial, agora como treinador. Muito mais importante que a conquista da Copa do Mundo, porém, foi a reunificação das duas Alemsnhas ocorrida, também, no ano de 1990. No ano seguinte, a federação de futebol da Alemanha Oriental (“Deutscher Fussball-Verband der DDR”) foi absorvida pela DFB. Os clubes da parte oriental foram incluídos nos diversos níveis da sua estrutura. A “Bundesliga” aumentou, temporariamente na temporada 1991/92, para vinte o número de seus integrantes para acomodar o “Dynamo Dresden” e o “Hansa Rostock”.Karl-Heinz Rummenigge nasceu em Lippstadt, no dia 25 de agosto de 1955. Iniciou sua carreira em 1973, no “Lippstadt”, da cidade onde nasceu. Transferiu-se, em 1974, para o “Bayern München”. Aos 21 anos já era titular do poderoso esquadrão do clube de Munique e da Se-leção Alemã. Artilheiro nato, dotado de muita técnica e rapidez, jogava com inteligência e classe. O seu estilo de atacante era o oposto de muitos centroavantes alemães de sucesso, que supriam a pouca técnica com muita eficiência, sendo chamados de “panzer” (tanque de guerra alemão). Defendeu a camisa vermelha da equipe bávara até 1984, conquistando os seguintes títulos: Liga dos Campeões da UEFA (1975 e 1976); Mundial Interclubes (1976); Campeonato Alemão (1979/80 e 1980/81); Copa da Alemanha (1982 e 1984) e Super Copa da Alemanha (1982). Pela seleção, participou da Copa de 1978 e fez três gols, mas a Alemanha foi precocemente eliminada. Foi campeão na Eurocopa 1980, sendo considerado o melhor jogador do certame. Rummenigge ganhou a artilharia dos campeonatos alemães das temporadas 1979/80 e 1980/81 e foi escolhido como o melhor jogador da Europa. No campe-onato mundial seguinte, a Copa do Mundo de 1982, marcou nove gols nas eliminatórias. Já na Espanha, marcou mais quatro vezes em duas partidas. Contundiu-se, mas mesmo ainda em recuperação, entrou na prorrogação da semifinal contra a França e contribuiu, com um gol,

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para a vitória alemã. Na final, contra a Itália, a Alemanha foi derrotada, cabendo-lhe o vice-campeonato. Em 1984, seu passe foi vendido para a “Internazionale” de Milão. No “nerazzurro” italiano foi prejudicado por seguidas lesões. Foi novamente convocado para atuar pela seleção da Alemanha Ocidental na Copa de 1986, no México. Fez um dos gols no jogo final contra a Argentina, que não foi suficiente para evitar o revés alemão na segunda decisão consecutiva do título mundial. Em 1987, deixou a Itália para atuar no “Servette” da Suíça, onde pendurou as chuteiras, em 1989.Lothar Matthäus nasceu em 21 de março de 1961, na cidade de Er-langen, na então Alemanha Ocidental. Seu início como futebolista deu-se nos juvenis do “Herzogenaurach”. Em 1979, começou sua carreira profissional no “Borussia Mönchengladbach”, que rivalizava com o “Bayern München” nos sucessos do futebol germânico, nos anos 70. Logo, o meio-campista de 1,75m de altura demonstrou sua enorme categoria que o levou às seleções alemãs sub-21 e principal. Pelo clube, em sua primeira temporada, foi vice-campeão da Copa da UEFA. Sua estréia na seleção principal ocorreu na Eurocopa 1980. Participou, como reserva, da seleção que foi vice-campeã na Copa do Mundo de 1982. Em 1984, após novo vice-campeonato do “Borussia Mönchengladbach”, dessa vez na Copa da Alemanha, transferiu-se para o “Bayern München”. Tornou-se campeão da “Bundesliga” já na sua primeira temporada (1984/85). Conquistou mais dois títulos seguidos de Campeão Alemão (1985/86 e 1986/87) com o time de Munique. Na Copa do Mundo de 1986, foi titular absoluto e uma das principais figu-ras do “Nationalmannschaft”, que conquistou o vice-campeonato, ao ser vencido pela seleção da Argentina. Em 1986, pelo seu clube, ganhou ainda a Copa da Alemanha e o segundo lugar na Copa dos Campeões da UEFA. A temporada seguinte (1987/88) foi estéril em títulos para o “Bayern”. Atuou, pela seleção, na Eurocopa 1988, sofrendo nova decepção. Embora fosse a anfitriã, a Alemanha Ocidental foi eliminada, na fase de semifinais, pela Holanda. Desgastado junto à torcida mal acostumada com tantas conquistas, Matthäus transferiu-se, junto com seu colega de clube e seleção, Andreas Brehme, para a “Internazion-ale” de Milão. Em um campeonato fortíssimo como o “calcio serie A”, edição 1988/89, no qual o “Napoli” contava com o argentino Diego

Maradona e os brasileiros Careca e Alemão, e o Milan possuía o trio holandês formado por Ruud Gullit, Marco van Basten e Frank Rijkaard, a “Inter” surpreendeu ao ser líder do princípio ao fim. Além do “scu-detto”, a equipe “nerazzurra” venceu a Supercopa Italiana. Na Copa do Mundo de 1990, realizada na Itália, onde Matthäus já era um dos ídolos da “Inter”, ele foi um dos esteios do time nacional da Alemanha Oci-dental que se sagrou campeão, vingando-se da Argentina, ao derrotá-la na final. Como capitão da equipe, coube a Matthäus a honra de receber a taça. Para a temporada seguinte, a “Internazionale” reforçou-se com mais um alemão campeão do mundo: Klinsmann. Entretanto, mesmo com Matthäus, que fora agraciado com a “Bola se Ouro”, como melhor jogador europeu em 1990, Brehme e Klinsmann, um novo título so veio em 1991, quando a “Inter” venceu a “Roma” no jogo final da Copa da UEFA. Apontado como o “Rei de Milão”, Lothar Matthäus foi eleito pela FIFA, no final daquele ano, como o melhor jogador do mundo. En-tretanto, uma séria lesão no joelho o impediu de participar da Eurocopa 1992 e o motivou a deixar a Itália e retornar ao seu ninho no “Bayern” de Munique. No seu retorno, já recuperado, passou a jogar mais rec-uado, como líbero, desempenhsndo as funções exercidas com maestria, muitos anos antes, por Beckenbauer, agora seu técnico. Conquistou, mais uma vez, o campeonato alemão na temporada 1993/94. Pela se-leção, agora da Alemanha reunificada e sob o comando técnico de Berti Vogts, que sucedera a Beckenbauer após a vitória de 1990, participou da Copa do Mundo de 1994. Nesse campeonato, realizado nos Estados Unidos, a Alemanha foi eliminada pela Bulgária, surpreendentemente, sendo derrotada por 2x1, nas quartas-de-final. Todavia, Matthäus con-tinuou a ser perseguido por contusões no joelho, agravadas por lesões no tendão de Aquiles, que o obrigaram a duas cirurgias, em 1995. Recuperou-se a tempo de participar da campanha vitoriosa do “Bay-ern” na Copa da UEFA de 1995/96. Entretanto, não lhe foi possível a participação, pela seleção, na Eurocopa, ao final de 1996. Surgiram, então, suas desavenças com Jürgen Klinsmann, seu antigo companheiro na equipe da Alemanha e do “Inter” italiano, que também viera para o “Bayern”, em 1995. Apesar da briga entre suas maiores estrelas, o clube de Munique foi, outra vez, campeão da “Bundesliga” em 1996/97. Na temporada seguinte, 1997/98, já sem Klinsmann, que deixara o clube,

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o “Bayern” perdeu o título para o “Kaiserslautern”. Em face da lesão que levou o líbero titular Matthias Sammer, outro desafeto, a se aposen-tar, Matthäus foi novamente convocado para a seleção da Alemanha e disputou sua quinta Copa do Mundo, em 1998. A Alemanha viu-se, mais uma vez, eliminada, nas quartas-de-final, pela Croácia por 3x0, em Lyon, na França, no dia 4 de julho. De volta a Munique, Matthäus foi, outra vez, campeão pelo “Bayern”, em 1998/99. Em 1999, disputou a Liga dos Campeões da UEFA, perdendo a partida final, nos últimos minutos do jogo, para o “Manchester United”. Pela sétima vez, foi vencedor na “Bundesliga”, em sua última temporada (1999/2000) pelo “Bayern München”. Ainda participou da Copa das Confederações, em 1999, e da Eurocopa 2000, pela equipe nacional, aos 39 anos. Lothar Matthäus foi o jogador que mais vezes atuou pela seleção alemã (com-putando-se os seus jogos pelas Alemanhas Ocidental e Reunificada). Foi, também, um dos dois únicos jogadores a participar de cinco Co-pas do Mundo (o outro é o mexicano Antonio Carbajal). Assim, ficou famoso, graças à sua técnica primorosa e por seus recordes. Por outro lado, ficou também conhecido por seu temperamento explosivo, sendo considerado encrenqueiro, criador de casos e colecionador de desafetos. Para sua despedida, o “Bayern” ofereceu-lhe um amistoso festivo com a participação de vários astros do futebol dos anos 90. Porém, ele pleit-eou judicialmente uma indenização do clube no valor de 500 mil euros. Recebeu, após longa batalha judicial, apenas 7,5 mil euros e angariou várias antipatias. Uli Hoeness, ex-jogador da seleção alemã e, à época, diretor do “Bayern”, declarou que Matthäus não voltaria ao clube, “nem como jardineiro”. Após encerrar sua brilhante carreira de jogador, ele continuou ligado ao esporte, como técnico. Sua primeira experiência, com o “Rapid” de Viena, em 2001/2002, foi repleta de maus resultados. Em seguida, foi contratado como treinador do “Partizan” da Iugoslávia, onde se saiu bem, conquistando o campeonato sérvio-montenegrino (2002/03). O seu bom desempenho levou-o a ser contratado para dirigir tecnicamente a seleção da Hungria. Entretanto, o insucesso voltou, não logrando a classificação dos magiares para a Copa do Mundo de 2006. Tentou, então, ser o sucessor do seu antigo companheiro Rudi Völler no comando técnico da seleção da Alemsnha. Para seu desgosto, o escol-hido foi seu desafeto Klinsmann. As suas criticas ao antigo compan-

heiro, consideradas eivadas de inveja, fecharam-lhe as portas de vários clubes alemães, como o “Bayer Leverkusen”, “Nuremberg”, “Köln”, “Eintraacht Frankfurt” a até o seu primeiro clube profissional “Borus-sia Mönchenglsdbach”. Quando jogador, as ofensas decorrentes do seu temperamento polêmico eram perdoadas por causa de suas magníficas atuações de grande craque. Como treinador, entretanto, as antigas e no-vas desavenças afloraram. Sem oportunidades em sua terra natal, restou-lhe a opção de vir para o Brasil, onde ainda gozava de muito prestígio. Foi contratado pelo “Atlético Paranaense”, de Curitiba, cidade de forte colônia alemã. Foram-lhe oferecidas várias mordomias e os resultados iniciais corresponderam: seis vitórias e dois empates, em oito jogos. Entretanto, os desentendimentos, inicialmente com o seu intérprete, depois com jornalistas, e, finalmente, com o presidente do “Furacão”, fizeram com que fosse muito breve sua permanência no Brasil. De volta à Europa, atuou no “Red Bull Salzburg” da Áustria, com bons resulta-dos; em seguida, no israelense “Maccabi Netanya”, do qual se desligou ao término da temporada 2008/09; e, finalmente, neste ano de 2010, foi contratado para treinar a seleção da Bulgária. Jürgen Klinsmann nascido em Göppingen, no dia 30 de julho de 1964, começou a chutar bola, aos oito anos de idade, no time infantil do “TB Gingen” da sua pequena cidade natal, atuando em todas as posições, inclusive a de goleiro. Dois anos depois, passou a jogar no também modesto “SC Geisling an der Steige”. Após sua família ter se mudado para Stuttgart, o jovem Jürgen começou a atuar, em 1978, na categoria de base do “Stuttgarter Kickers”, clube da segunda divisão alemã. A partir de 1981, aos 17 anos, Klinsmann foi promovido á equipe prin-cipal do “Kickers”. Sua melhor temporada foi a de 1983/84, quando despertou a atenção de outro clube da cidade: o “Stuttgart”, da elite do futebol alemão, que o contratou em 1984. Com três anos na “Bundes-liga”, chegou à seleção da Alemanha Ocidental. Sua estréia no onze da DFB (“Die DFB-Elf”) aconteceu, em 1987, num empate por 1x1 com o Brasil. Disputou a Eurocopa 1988, em casa, mas a Alemanha parou nas semifinais, ao perder para a Holanda. Partcipou da seleção olímpica nos Jogos de 1988, em Seul, que também caiu nas semifinais, ao ser der-rotada pelo Brasil, na decisão por pênaltis. Na temporada 1987/88, foi o artilheiro do campeonato alemão. Na temporada seguinte, o “Sttugart”

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foi o vice-campeão da Copa da UEFA, perdendo o título para o Napoli, que tinha Maradona. Transferiu-se para a “Internazionale” de Milão, em 1989. Voltou à seleção alemã ocidental, para disputar, na Itália, onde já estava, a Copa do Mundo de 1990. Suas atuações foram de vital im-portância para a conquista da taça, especialmente nas vitórias sobre a Holanda, nas oitavas-de-final, e sobre a Argentina, na finalíssima. Com os “nerazzurri”, conquistou a Copa da UEFA da temporada 1990/91. Pela seleção da Alemanha, já reunificada, disputou a Eurocopa 1992, que teve a Dinamarca como campeã. Ao fim da temporada 1991/92, deixou a “Inter”, transferindo-se para o “Mônaco”. Sua primeira tem-porada (1992/93) foi muito boa. Com 13 gols em 35 jogos, Klinsmann foi o terceiro melhor goleador e o time do principado também foi o terceiro colocado na “Ligue 1” do campeonato francês. Já a temporada seguinte (1993/94) não foi tão boa e, ao fim da mesma, ele transferiu-se para o “Tottenham Hotspur” da Inglaterra. 1994 foi o ano da Copa do Mundo nos Estados Unidos. “Klinsi”, individualmente, fez um exce-lente mundial, marcando cinco gols em cinco partidas. A Alemanha (reunificada) não foi capaz, porém, de defender o título, conquistado quatro anos antes, e se viu eliminada pela Bulgária, para surpresa geral, nas quartas-de-final. Na sua primeira temporada inglesa (1994/1995), o “bombardeiro dourado” (apelido derivado dos seus cabelos louros) teve boas atuações, porém o time, como um todo, não se saiu bem. O “filho do padeiro” (outro apelido, decorrente do negócio de sua família) decidiu, então, voltar para a Alemanha e jogar no seu mais importante clube, o “Bayern München”. Na temporada 1995/96, a equipe de Mu-nique ficou com o vice-campeonato e Klinsmann, com a vice-artilharia. Entretanto, o time rubro da Alemanha conquistou a Copa da UEFA. Com a seleção, o centroavante rápido, com 1,82m de altura, dotado de excelente técnica e grande categoria nas finalizações, foi primordial na conquista da Eurocopa 1996. Como capitão do time nacional da Ale-manha reunificada, coube-lhe a honra de receber a taça das mãos da Rainha Elizabeth II da Inglaterra. No “Bayern”, voltou a ser campeão na temporada 1996/97. No entanto, as notórias desavenças com Mat-thäus, capitão da equipe, tornaram muito difícil sua permanência no clube. Assim, Klinsmann decidiu retornar para a Itália, contratado pelo “Sampdoria”, em 1997. Ficou somente meia temporada no clube

genovês, transferindo-se, na janela de inverno, de novo para o “Tot-tenham”. O time londrino, ameaçado de rebaixamento, escapou da degola com a ajuda dos gols de Klinsmann, que pendurou as chuteiras, ao término da temporada 1997/98. A sua despedida do “Mannschaft” deu-se na França, por ocasião da Copa do Mundo de 1998, da qual ele participou com brilho, marcando três gols, sendo um deles (contra os Estados Unidos) de excelente feitura. Mas, a campanha alemã terminou de forma decepcionante, ao perder por 3x0 para a Croácia, novamente nas quartas-de-final. Aposentado, Klinsmann se tornou vice-presidente de uma consultoria de marketing esportivo, sediada nos Estados Uni-dos, onde ele se radicou. Em 2003, voltou aos gramados por um breve período, jogando oito partidas pela equipe norte-americana do “Orange County Blue Stars”, nas quais marcou cinco gols. Em julho de 2004, re-tornou à Alemanha para substituir seu antigo companheiro de ataque no time alemão, Rudi Völler, como técnico da seleção nacional. Com o ob-jetivo de conseguir uma boa apresentação na Copa do Mundo de 2006, na própria Alemanha, Klinsmann iniciou um processo de renovação da equipe. Em 2005, na Copa das Confederações, a Alemanha ficou com o terceiro lugar, após perder para o Brasil, em uma semifinal bastante disputada. Entretanto, uma derrota para Itália, por 4x1, às vésperas do início da Copa, deixou Klinsmann e seus comandados bastante de-sacreditados perante a imprensa esportiva e a torcida alemãs. Mas, o início arrasador do “Mannschaft” na disputa do campeonato mundial, revertou as expectativas, devolvendo ao torcedor a confiança em seu treinador. Embora a classificação final da Alemanha tenha sido apenas o terceiro lugar, Klinsmann deixou o cargo prestigiado, sendo substituído por seu auxiliar de confiança Jochim Löw. Dois anos depois, foi con-tratado pelo “Bayern München”. Não obteve sucesso como técnico em seu ex-clube. Após sofrer uma goleada, por 5x1, do “Wolfsburg” na “Bundesliga” e outra, por 4x0, imposta pelo “Barcelona” na Liga dos Campeões da UEFA, “Klinsi” foi despedido. Recentemente, neste ano de 2010, foi contratado, como consultor, pelo “Toronto”, clube que, embora canadense, disputa a “Major League Soccer”, pincipal liga de futebol dos Estados Unidos, onde Jürgen Klinsmann continua residindo.O início da nova década, em 1991, foi marcado pela incorporação dos clubes oriundos da antiga Alemanha Oriental à DFB. Dos dois clubes

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incluídos na divisão de topo (“Bundesliga”), o “Dynamo Dresden” consguiu se manter na elite para a temporada seguinte, mas o “Hansa Rostock” foi logo rebaixado quando o número de equipes voltou a ser dezoito. Durante essa década, os dois clubes citados alternaram tempo-radas na primeira e segunda divisões. Os outros únicos clubes, origi-nalmente da parte oriental, que lograram, posteriormente, ascender ao campeonato mais nobre, foram o “FC Energie Cotbus” e o “Leipzig”.O predomínio do “Bayern München” continuou, porém menos acen-tuado. O clube rubro de Munique conquistou os títulos de 1993/94, 1996/97, 1998/99 e 1999/2000, além do primeiro campeonato do novo milênio (2000/01). O “Borussia Dortmund” ganhou um bicampeonato (1994/95 e 1995/96). O “Kaiserslautern” foi vitorioso em 1990/91 e 1997/98. O “Stuttgart” foi o campeão da temporada 1991/92 e o “Werder Bremen” venceu em 1992/93. Começando na temporada 1995/96, a DFB (“Deutscher Fussball Bund”) adotou o sistema de três pontos por vitória, ao invés de dois. A populari-dade do esporte cresceu ainda mais, graças, sobretudo, às conquistas da Copa do Mundo, em 1990, e da Eurocopa 1996. Por outro lado, a “Bun-desliga” iniciou uma política mais atuante de marketing, promovendo a si mesma e os clubes a ela filiados, a exemplo do que já vinha sendo feito pelas federações de futebol em outros países da Europa.O primeiro jogo da seleção da Alemanha reunificada, incluindo joga-dores da antiga equipe nacional da Alemanha Oriental, como Mathias Sammer e Ulf Kirsten, sob o comando técnico de Berti Vogts, foi contra a Suíça, em 19 de dezembro de 1990. A Alemanha chegou à final da Eurocopa 1992, mas foi surpreendida pela Dinamarca que conquistou o título com a vitória por 2x0. A Copa do Mundo de 1994 também reservou uma ingrata surpresa para os detentores do título, que foram derrotados pela Bulgária, por 2x1, nas quartas-de-final. Finalmente, a Alemanha reunificada conquistou um título de expressão, ao vencer a Eurocopa 1996. Os anfitriões ingleses foram batidos na decisão por pênaltis (6x5) após um empate em 1x1, nas semifinais; e a Tchecoslováquia foi derrotada na final, por 2x1, em um jogo definido pelo “gol de ouro” assinalado por Oliver Bierhoff. Porém, outra decepção foi programada para a Copa do Mundo de 1998. Novamente nas quartas de final, a Alemanha foi eliminada pela Croácia,

que a derrotou por 3x0. O fracasso custou o cargo de Vogts, substituído por Erich Ribbeck.No limiar do novo milênio, a envelhecida seleção alemã fracassou de novo, ao ser eliminada da Euro 2000, na primeira fase, sem conseguir vencer nenhum dos três jogos que disputou, sendo derrotada pela Inglat-erra por 1x0, e por Portugal, pelo embaraçoso placar de 3x0. Em conse-qüência, Rudi Völler substituiu Ribbeck como técnico, inicialmente em caráter temporário e, depois, definitivo.Até 2001, a gestão da “Bundesliga” era feita diretamente pela DFB (“Deutscher Fussball Bund”). Essa situação foi alterada pela criação da DFL (“Deutscher Fussball-Liga”) que passou a gerenciar as ligas profis-sionais do futebol alemão, embora subordinada à DFB.Após a vitória do “Bayern” no campeonato 2000/01, na temporada seguinte (2001/02) o “Borussia Dortmund sagrou-se campeão. Entre-tanto, a supremacia do clube de Munique voltou a acontecer nos campe-onatos de 2002/03, 2004/05, 2005/06, 2007/08 e 2009/10. Os outros títulos da década foram divididos entre três clubes: “Werder Bremen” (2003/04), “Stuttgart” (2006/07) e “Wolfsburg” (2008/09). Desde a implantação da “Bundesliga”, em 24 de agosto se 1963, quarenta e nove clubes disputaram suas partidas. Para comemorar os quarenta anos da liga, foi programado um jogo para o dia 24 de agosto de 2003, entre o “Hamburger”, conhecido por “dinossauro” por ser o único clube que participou de todas as temporadas durante a existência da “Bundes” e o “Bayern München”, o de maior sucesso, que até então havia conquistado dezessete títulos de campeão (hoje já são vinte e dois).Em 2005, o futebol alemão foi sacudido pela descoberta de um escân-dalo de manipulação de resultados, envolvendo o árbitro da segunda divisão Robert Hoyser que confessou ter interferido no placar de jogos da terceira e da segunda divisão, e, ainda, na desclassificação da Copa da Alemanha do “Hamburger”, da divisão de elite, em jogo contra o modesto “Paderborn”, no dia 21 de agosto de 2004. Hoyser foi banido do cenário esportivo e sentenciado a 29 meses de priaão. O “Ham-burger” fez jus a uma indenização financeira da ordem de 2 milhões de euros como compensação por ter sido indevidamente excluído de uma competição lucrativa.

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Apesar do escândalo, a “Bundesliga” continuou aumentando seu públi-co. Na temporada 2005/06, o total de assistentes em 306 jogos foi de aproximadamente 12.410.000, significando uma nédia superior a 40.570 pessoas por partida. Houve um decréscino na temporada 2006/07 e uma ligeira fecuperação em 2007/08. Novo recorde de público foi estabeleci-do na tenporada 2008/09, totalizando cerca de 12.820.000 espectadores, com uma média maior que 41.900 torcedores por jogo. Esses números colocam a liga nacional alemã na liderança entre as demais federações de futebol emtodo o mundo. Os clubes melhor classificados, no quesito de público médio presente em suas apresentações, são: “Borussia Dort-mund” (72.850), “Bayern” (67.214), “Schalke 04” (61.177) e “Han-burger” (53.798).As expectativas alemãs, em relação ao desempenho da sua seleção na Copa do Mundo de 2002, eram baixas, em decorrência dos seus po-bres resultados nas eliminatórias, incluindo uma derrota, em casa, para a Inglaterra por 5x1. Não obstante, sua participação no campeonato mundial, sediado no Japão e na Coréia do Sul, foi iniciada com uma retumbante vitória por 8x0, contra a Arábia Saudita. Na fase mata-mata, a Alemanha obteve três vitórias consecutivas pelo placar mínimo (1x0) sobre o Paraguai, os Estados Unidos e a Coréia do Sul, habilitando-se a disputar a final, contra o Brasil. Com o seu craque Michael Ballack suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos recebidos, diminuíram as chances germânicas. A vitória coube aos brasileiros por2x0. Mas, o capitão alemão, o goleiro Oliver Kahn, foi agraciado com a láurea de melhor jogador do torneio, além do Prêmio Yachin para o melhor guardião.A competição importante seguinte foi a Eurocopa 2004, na qual a seleção da Alemanha foi novamente eliminada, logo no início, sem conseguir vencer (empatou os dois primeiros jogos e perdeu o terceiro). Em face da renúncia de Völler, foi necessário buscar-se um terceiro novo técnico para o time nacional, em um período de seis anos, quando nos 75 anos anteriores, apenas seis pessoas desempenharam a função. Ottmar Hitzfeld e Otto Rehhagel, sondados, declinaram do convite. Foi decidida, então, a contratação do ex-jogador Jürgen Klinsmann, sem experiência anterior como treinador. De forma similar à que foi feita quando Beckenbauer foi contratado para treinar a seleção, sem a licença

de técnico, o experiente Jochim Löw foi convidado para ser seu auxiliar. A principal tarefa de “Klinsi”, e o seu maior desafio na nova função, era a de fazer uma boa figura na Copa do Mundo de 2006, a ser disputada na própria Alemanha. A sua primeira providência foi promover Ballack ao posto de capitão do time. Klinsmann deu início a um grande processo de renovação na seleção. Foi muito criticado, porém, pela escolha de alguns dos novos convoca-dos, em detrimento de outros nomes, preferidos pelos cronistas espor-tivos. Inovou os métodos de trinamento, levando os jogadores para praticar arco e flexa, e montagem de relógios, atividades úteis para mel-horar o nível de atenção e concentração dos atletas, segundo ele. Outra novidade, sugerida pelo “filho do padeiro” e aceita pela federação, foi a troca da cor da camisa do segundo uniforme, de verde para vermelha, mais vibrante, na sua opinião.A Alemanha venceu o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2006, contra Costa Rica, por 4x2. Em seguida, derrotou a Polônia por 1x0 e o Equador por 3x0. Classificou-se como a primeira do seu grupo, com três vitórias. Na fase seguinte, venceu a Suécia por 2x0. Pelas quartas-de-final, o seu adversário foi uma das equipes favoritas à conquista do título, a Argentina. Após um árduo empate em 1x1, o goleiro alemão Jens Lehmann, na disputa dos pênaltis, efetuou duas magníficas defesas, assgurando a vitória germânica. A partida semifinal, contra a Itália, também terminou empatada, havendo nova prorrogação. Apesar da ênfase do seu técnico no aspecto da necessária atenção e concentração até o apito final, a Alemanha sofreu dois gols nos dois últimos minutos da prorrogação, talvez em decorrência da tensão e cansaço, oriundos de duas partidas de 120 minutos consecutivas. Os jogadores, porém, recu-peraram-se a tempo de conquistar o terceiro lugar, batendo Portugal por 3x1. O desempenho da equipe nacional alemã, durante o campeonato mundial, foi avaliado pela torcida como muito bom, e honrosa a terceira colocação. Além disso, Miroslav Klose foi o artilheiro da competição, com cinco gols; seu companheiro de ataque Lukas Podolski ganhou o prêmio de melhor jovem jogador; e quatro jogadores (Lehmann, Lahm, Ballack e Klose) foram escolhidos pela FIFA como os melhores do tor-neio, em suas respectivas posições. A participação do “nationalmannschaft” na Euro 2008 já teve o coman-

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do técnico de Joachim Löw, em substituição a Klinsmann. Em um grupo que incluía também a República Tcheca e a Irlanda, a Alemanha classificou-se com facilidade. Foi marcante, pelo inusitado do “score”, sua vitória sobre San Marino, por 13x0. No torneio, a Alemanha foi in-cluída no Grupo B, juntamente com Polônia, Croácia e Áustria. Venceu a Polônia por 2x0, mas sofreu uma derrota, por 2x1, para a Croácia, Graças à vitória sobre a Áustria, por 1x0, com um belo gol de Ballack, foi-lhe possível avançar para a fase seguinte. Pelas quartas-de-final, a Alemanha enfrentou e venceu Portugal, por 3x2, sendo os seus gols marcados por Schweinsteiger, Klose e Ballack. Na sua semifinal, o adversário foi a Turquia, que abriu o placar. Com gols de Bastian Sch-weinsteiger e Miroslav Klose, a Alemanha virou o jogo. Mas, os turcos obtiveram novo empate em 2x2. Quando tudo indicava que haveria a prorrogação, o defensor Philipp Lahm avançou. Tabelou com Thomas Hitzlsperger e marcou, no último minuto, o gol da vitória por 3x2. A final foi contra o fortíssimo time espanhol. A Alemanha dominou e pres-sionou durante os primeiros quinse minutos e quase inaugurou o marca-dor. Aos poucos, a Espanha equilibrou a partida e começou a ameaçar a meta germânica, até que Fernando Torres marcou o único tento do jogo. Com a derrota por 1x0, os alemães tiveram que se contentar com o título de vice-campeões.Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, a Alemanha asseg-urou o primeiro lugar no seu grupo de qualificação, em 10 de outubro de 2009, quando venceu, na cidade de Moscou, a segunda colocada Rússia, por 1x0. No sorteio realizado em 4 de dezenbro de 2009, a seleção germânica foi alocada no Grupo D, juntamente com as equipes da Austrália, Sérvia e Gana. No dia 13 de junho de 2010, a Alemanha venceu, por 4x0, seu jogo de estréia na África do Sul, contra a Austrália. No jogo seguinte, ocorreu sua derrota para a Sérvia, por 1x0. Nova vitória, também por 1x0, contra Gana, no terceiro jogo. Classificada em primeiro lugar no seu grupo, avançou para a fase seguinte, e venceu a Inglaterra, por 4x1. Nesse jogo, aconteceu um chute de Lampard, que entrou na meta alemã, mas o gol legítimo da Inglaterra não foi validado pela arbitragem. De certa forma, foi uma compensação para o episódio ocorrido alguns anos antes, na Inglaterra, quando foi assinalado um gol inglês contra a Alemanha, em lance no qual a bola não chegou a ultra-

passar a linha demarcatória. Com outra goleada de 4x0, a Alemanha derrotou a Argentina do técnico Maradona, no seu jogo das quartas-de-final. Na semifinal, em 7 de julho, a seleção alemã foi vencida pela espanhola, por 1x9, repetindo o resultado da decisão da Eurocopa, dois anos antes. No dia 10 de julho, a Alemanha conquistou o terceiro lugar da Copa do Mundo de 2010, ao vencer o Uruguai por 3x2. Assim, foi repetido, no continente africano, o mesmo feito obtido, quatro anos antes, em seu próprio território pátrio. Oliver Rolf Kahn nasceu em Karlsruhe, no dia 15 de junho de 1969. Começou nas categorias de base do “Karlsruher”, em sua cidade na-tal. Iniciou sua carreira profissinal, em 1987, no próprio “Karlsruher”, onde ficou até se transferir para o “Bayern München”, em 1994. Sua primeira convocação para a Seleção da Alemanha aconteceu em outubro de 1993, na condição de goleiro reserva. Assim, participou da Copa de 1994, nos Estados Unidos. No clube de Munique, o forte arqueiro de 1,88m de altura e 91kg de peso, passou loga a ser o titular. Entretanto, em novembro de 1994, uma grave lesão o afastou dos gramados por cinco meses. Recuperou sua melhor forma no primeiro semestre de 1995, voltando a ser o titular do gol no “Bayern” e, em junho, defendeu a Alemanha em jogo contra a Suíça. Com a seleção, participou tam-bém da campanha vitoriosa da Euro 1996, na Inglaterra, e da Copa do Mundo de 1998, na França, mas novamente como reserva, em ambos os certames. Kahn só assumiu a titularidade, quando o goleiro Andreas Köpke decidiu se aposentar, após o campeonato mundial de 98. Pelo clube, Oliver participou das conquistas dos seguintes títulos: Copa da UEFA (1996); Campeonato Alemão (1996/97, 1998/99, 1999/2000, 2000/01, 2002/03, 2004/05, 2006/06 e 2007/08); Supercopa da Aleman-ha (1997, 1998, 1999, 2000, 2004 e 2007); Copa da Alemanha (1998, 2000, 2003, 2005, 2006 e 2008); Liga dos Campeões da UEFA e Copa Intercontinental (Mundial Interclubes), ambos em 2001/2002. Para Oliver Kahn, os anos de 1999 a 2002 foram excelentes. Titular e capitão da Seleção Alemã e em grande forma, foi escolhido, por diver-sas vezes, como o melhor jogador do campeonato alemão e o melhor goleiro da Europa. Em 2002, na Copa do Mundo, conquistou o vice-campeonato e conseguiu um feito inédito, pois foi o primeiro goleiro a ser considerado o melhor jogador da competição.

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Voltou a participar de uma Copa do Mundo, a sua última, em 2006, ficando no banco durante a maioria dos jogos, mas atuando na vitória, por 3x1, sobre Portugal, que assegurou o terceiro lugar à Alemanha,Em 17 de maio de 2008, Kahn realizou sua última partida como goleiro do “Bayern München”, despedindo-se com uma vitória sobre o “Hertha Berlin” pelo placar de 4x1. Michael Ballack nasceu no dia 26 de setembro de 1976, em Görlitz, então Alemanha Oriental. Ainda era pequeno, quando sua família mudou-se para a cidade de Chemnitz, chamada Karl-Marx-Stadt, à época. Começou a jogar futebol, em 1983, no time infantil do “Karl–Marx-Stadt”, rebatizado como “Chemnitzer”, após a reunificação alemã. Sua carreira profissional teve início no mesmo “Chemnitzer”, da segunda divisão, na temporada 1995/96. Embora seu time tenha sido rebaixado para a terceira divisão, o “Pequeno Kaiser”, como já fora apelidado, foi convocsdo para a seleção sub-21. Em 1997, transferiu-se para o recém promovido, de volta à Bundesliga, “Kaiserslautern”. Na elite do futebol alemão, participou da façanha inédita do seu novo clube, que venceu o campeonato da primeira divisão, no ano seguinte à conquista do título da segunda, que lhe valera a ascensão. Na temporada seguinte (1998/99), firmou-de como titular da sua equipe e disputou a Liga dos Campeões da UEFA, na qual o “Kaiserslautern” perdeu, nas quartas=de-finais, para outro time alemão, o fortíssimo “Bayern München”. As boas atuações do meia, destro, com físico privilegiado (1,89m de altura e 80 kg), propiciaram-lhe sua primeira convocação para a seleção principal, em 1999. Integrou, então, o grupo que disputou a Copa das Confederações, realizada nesse mesmo ano. Ainda em 1999, deixou o “Kaiserslautern”, transferido para o “Bayer Leverkusen”.Na Baviera, tornou-se o líder da sua nova equipe, que vinha fazendo, sucessivamente, boas campanhas, sem alcançar, porém, os títulos. Na sua primeira temporada, 1999/2000, o “Leverkusen” terminou o campeonato empatado com o “Bayern” em número de pontos. O clube de Munique foi o campeão, por ter uma vitória a mais. Na temporada 2001/2002, o “Bayer Leverkusen” liderava a “Bundesliga”, a três rodadas do fim do campeonato, com cinco pontos de vantagem. Fracas-sou nos últimos jogos, deixando-se superar pelo “Borussia Dortmund”, que foi o campeão com um ponto de vantagem. Na Copa da Alemanha,

perdeu, por 4x2, a partida final para o “Schalke 04”. Disputou, ainda, a Liga dos Campeões, perdendo o título para o “Real Madrid”, da Es-panha.Pela seleção, Ballack participou da Eurocopa 2000, na qual a Alemanha teve um desempenho decepcionante. Dois anos depois, o time nacional alemão se redimiu, fazendo boa campanha na Copa do Mundo da Ásia (Japão e Coréia do Sul) e disputando o título com o Brasil. Michael Ballack foi um dos que se tornaram vice-campeões mundiais, embora sem jogar a partida final, por ter sido suspenso devido ao terceiro cartão amarelo, recebido na semifinal contra a Coréia so Sul, que a Alemanha venceu por 1x0, graças a um gol seu. Após o campeonato mundial de 2002, Ballack mudou de clube, outra vez, trocando o “Bayer Leverkusen” pelo outro clube da Baviera, o mais forte e famoso “Bayern München”. Atingiu o seu apogeu e con-quistou, simultâneamente, o Campeonato Alemão e a Copa da Aleman-ha, nas temporadas de 2002/03, 2004/05 e 2005/06.A seleção alemã voltou a decepcionar na Eurocopa 2004, sendo elimi-nada na primeira fase. Esse fracasso provocou a renúncia do técnico Völler, que veio a ser substituído por Klinsmann. O novo técnico escol-heu Ballack para ser o capitão da equipe nacional da Alemanha.O compromisso importante seguinte do renovado esquadrão germânico foi a Copa das Confederações, em 2005, na própria Alemanha. Capita-neada por Ballack, a seleção fez boa figura, chegando á final novamente contra o Brasil. A Alemanha perdeu por 3x2, sendo de Ballack, cobran-do pênalti, um dos gols. Na Copa do Mundo de 2006, ele passou a jogar mais recuado, como volante, protegendo a zaga. O desempenho dos alemães, liderados pelo técnico Klinsmann e por seu capitão Michael Ballack, foi bom novamente, conquistando o terceiro lugar. Apesar de não ter vencido o campeonato realizado em casa, a torcida alemã ficou satisfeita, e cerca de 500.000 pessoas, reunidas na célebre Porta de Brandenburgo, em Berlim, ovacionaram seus atletas.Após a Copa do Mundo, ainda em 2006, Ballack mudou-se para a In-glaterra, contratado pelo “Chelsea”. Os “Blues”, que dispunham de um excelente elenco, sofreram alguns reveses. Foi eliminado, nas semifinais da Liga dos Campeões da UEFA de 2007, pelo “Liverpool”. Em 2008, venceram os “Reds” do “Liverpool”, mas perderam a final do torneio

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para o “Manchester United”. que também havia tirado do “Chelsea” o título do campeonato inglês, algumas semanas antes. Na temporada 2008/09, o clube londrino ficou em terceiro lugar na “Premier League” e perdeu para o “Barcelona” na semifinal da Liga dos Campeões. Finalmente, em sua quarta temporada (2009/10) na Inglaterra, Ballack conseguiu ser Campeão Inglês com o “Chelsea”. Outro êxito dessa temporada foi a conquista da “FA Cup”, a terceira da coleção de Bal-lack. Entretanto, uma séria contusão no tornozelo, ocorrida justamente na partida final dessa copa, deixou Ballack sem codições de disputar a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Dessa maneira, a última participação, até o presente momento, de Michael Ballack em defesa da seleção alemã foi na Eurocopa 2008, realizada na Áustria. A campanha do “DFB-Elf” (onze da DFB) contou com o brilhantismo de Ballack, sobretudo nos gols que assguraram as vitórias contra os anfitriões austríacos, por 1x0, na última rodada da primeira fase, e sobre Portugal, por 3x2, nas quartas-de-final. A Ale-manha chegou até a final, quando perdeu para a Espanha, pelo placar mínimo. Michael Ballack, considerado o melhor jogador alemão dos anos de 2002, 2003 e 2005, decidiu não renovar o contrato com o “Chelsea” e retornar para o seu país, neste ano de 2010, assinando um contrato de duas temporadas com o seu antigo clube “Bayer Leverkusen”.MIroslav Marian Klose nasceu no dia 9 de junho de 1978, em Opole, na Polônia. Sua família mudou-se para uma localidade próxima de Kaiser-slautern, na qual o menino “Miro” começou a jogar futebol, aos nove anos, no time infantil do “Blaubach-Diedelkopf”. Sua carreira profis-sional teve início no “Homburg” da terceira divisão, em 1998. Para sua sorte, o “Kaiserslautern”, do qual era torcedor, o contratou em 1999. No ano seguinte, o técnico Otto Rehhagel, percebendo o potencial de futuro craque desse atacante destro com 1,82m de altura, o guindou à equipe principal. Dessa forma, em 2000, Klose estreiou na “Bundesliga” e logo marcou seu primeiro gol, pelo “Kaiserslautern” contra o “Werder Bremen”. Embora nascido na Polônia, Miroslav Klose possui a nacion-alidade alemã, o que lhe permitiu estreiar no “nationalmannschaft”, no dia 24 de março de 2001, marcando o gol da vitória sobre a Albânia. Convocado pelo técnico Völler, participou da Copa do Mundo de 2002,

na Ásia, recebendo a Bola de Prata, como segundo maior goleador da competição. Marcou cinco gols, todos na primeira fase (três na goleada em cima da Arábia Saudita, um no empate com a Irlanda e o outro na vitória sobre Camarões). Seu rendimento caiu na fase seguinte, por força de uma contusão que o prejudicou, embora não o impedisse de atuar. Mas, ainda assim, o desempenho do time germânico, com Klose, foi muito bom, conquistando o vice-campeonato. Na partida final contra o Brasil, ele foi substituído por Bierhoff, no decorrer do jogo.Em 2004, Miroslav trocou o “Kaiserslautern” pelo “Werder Bremen”. Tornou-se um dos principais jogadores do seu novo time. Na tempo-rada 2005/06, foi o artilheiro do campeonato, marcando 25 vezes em 26 jogos.Pela Seleção Alemã, atuou na Eurocopa 2004. A participação da Ale-manha, entretanto, foi medíocre, sendo eliminada na primeira fase do torneio. Uma contusão fez Klose ficar de fora da Copa das Con-federações, em 2005. Voltou a jogar pela seleção na Copa do Mundo de 2006, na própria Alemanha. Marcou dois gols na vitória, por 4x2, sobre Costa Rica, no jogo de abertura. Não assinalou na vitoria contra a Polônia, por 1x0, mas voltou a marcar dois tentos no jogo seguinte, quando a Alemanha derrotou o Equador, por 3x0. Classificada na primeira posição de seu grupo, a equipe germânica enfrentou e venceu, nas oitavas de final, a Suécia por 2x0, tendo Klose feito as duas as-sistências que propiciaram os gols de seu companheiro Lukas Podol-ski. Nas quartas-de-final, Klose conseguiu, de cabeça, marcar o gol do empate, quase no fim do jogo contra a Argentina, que estava vencendo por 1x0. Na decisão por pênaltis, vitória alemã por 4x2. Derrotada pela Itália na semifinal, a Alemanha venceu a disputa pelo terceiro lugar, sobrepujando Portugal, mas Klose não marcou nessas duas últimas partidas. Mesmo assim, foi o artilheiro da Copa do Mundo de 2006, com cinco gols, e foi agraciado com o título de melhor jogador alemão do ano. Após sua boa presença no campeonato mundial, ele permaneceu em Bremen apenas mais uma temporada, e assinou, em 2007, contrato com o “Bayern München”. Sua estréia no clube de Munique ocorreu na Copa da Liga Alemã de 2007, justamente contra o “Werder Bremen”, que foi derrotado por 4x1. Klose foi campeão da “Bundesliga” na sua

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primeira temporada (2007/08) com o uniforme vermelho do clube bá-varo. O “Bayern” venceu, também, a Copa da Alemanha. Não conquis-tou a Copa da UEFA, pois perdeu a semifinal para o clube russo “Zenit” de São Petersburgo, que veio a ser o campeão dessa disputa.Na Eurocopa 2008, com a seleção da Alemanha, Klose voltou a enfren-tar a equipe da sua terra natal, a Polônia, vencendo-a e a eliminando, na primeira fase. A seguir, contribuiu, com seus gols, para as vitórias sobre Portugal (quartas-de-final) e Turquia (semifinal). Não marcou na partida final contra a chamada “Fúria” e foi substituído, durante o jogo, por Mário Gómez. A Espanha, vencendo por 1x0, ergueu a taça, ficando a Alemanha com o vice-campeonato.O “Bayern” não foi feliz na temporada 2008/09. Perdeu o campeonato, por dois pontos de diferença, para o “Wolfsburg”. Foi eliminado, nas quartas-de-final, da Copa da Alemanha, pelo “Bayer Leverkusen”. Também foi eliminado, nas quartas-de-final, da Liga dos Campeões da UEFA, pelo “Barcelona”. Em compensação, o clube de Munique voltou a conquistar, na tempo-rada 2009/10, os títulos do campeonato alemão e da Copa da Alemanha. Foi, ainda, o vice-campeão da Liga dos Campeões da UEFA. No entan-to, a contribuição de Klose para essas conquistas foi reduzida, pois ficou no banco de reservas, durante boa parte da temporada. Apesar disso, ele voltou à Seleção Alemã para disputar, como titular, a Copa do Mundo de 2010. A campanha germânica na África foi bril-hante. Após vencer seu grupo classificatório, impôs duas goleadas sobre dois adversários de peso: Inglaterra (4x1) e Argentina (4x0). A partida contra os platinos do técnico Maradona, pelas quartas-de-final, foi o centésimo jogo de Miroslav Klose com a legendária camisa do time na-cional da Alemanha. Com os dois gols marcados na retumbante vitória, ele somou quatro tentos na competição e totalizou quatorze gols em Copas do Mundo, igualando a marca alemã do glorioso Gerd Müller. Esse número só é superado pelo recorde de quinze gols, igualmente em três campeonatos mundiais, do brasileiro Ronaldo, o “Fenômeno”. No jogo seguinte, a semifinal contra a Espanha, repetiu-se o placar da final da Eurocopa 2008: vitória dos ibéricos por 1x0. A Alemanha conquistou o terceiro lugar, vencendo, por 3x1, o Uruguai, em 10 de julho de 2010.Mesut Özil nasceu em Gelsenkirchen, no dia 15 de outubro de 1988. De

origem turca, esse meia armador, com 1,82m de altura e peso de 76kg, começou a jogar bola, no ano 2000, ainda menino, no “Rot-Weiss Es-sen”, onde ficou até 2005. Transferiu-se, então, para a equipe juvenil do “Schalke 04”. Em 2006, considerado como a grande revelação, Özil foi promovido à equipe principal. Em janeiro de 2008, trocou o “Schalke 04” pelo “Werder Bremen”. Com o novo clube, fez o gol da vitória por 1x0 sobre o “Bayer Leverkusen”, conquistando a Copa da Alemanha (“DFB-Pokal”) de 2009. Destacou-se também no cenário europeu, ao participar da Copa da UEFA, na qual o “Werder” chegou à final, sendo derrotado pelo “Shaktar Donetsk”. A principal característica que faz de Özil um jovem jogador diferenciado, é a sua enorme capacidade de fazer, para os companheiros, magníficas assistências.Canhoto, apelidado de “grosse augen” (olhos grandes), o talentoso Özil mostrou as suas credenciais de craque, ao integrar a seleção alemã sub-21 que conquistou, em 2009, o campeonato europeu da categoria. No mesmo ano, foi chamado também para a seleção principal. Disputou, brilhantemente, a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, quando a Alemanha obteve a terceira colocação. Suas excelentes atuações fiz-eram com que o “Real Madrid” o contratasse, logo após o término do campeonato mundial, em agosto de 2010. Sua estréia entre os “meren-gues” aconteceu em 22 desse mesmo mês, em um amistoso.

QUINTA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2010

À mesa do Bier Fass, no fim da tarde, cada um já com sua tulipa do bem tirado chope, Roberto Mauro iniciou a conversa: _Espero que vocês ten-ham lido o relato sobre o futebol alemão, que lhes mandei por e-mail._Sim, respondeu Pedro Paulo. _Causou-me estranheza a demora da Ale-manha em adotar o profissionalismo._Eu acho que,em 1962, foi feita a oficialização de uma situaç22ão que já existia de forma disfarçada, redargüiu o Roberto Mauro._Concordo com você. Penso que havia o que, aqui no Brasil, se conven-cionou chamar de amadorismo “marrom”, assentiu Brian Butler_Pois eu fiquei impressionado com a descrição da organização do fute-bol em ligas regionais e da luta pela criação de um campeonato nacion-

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al, afirmou o Cristiano.Marcos assentiu com a cabeça, e acrescentou: _Interessante também o relato sobre a absorção da federação de futebol da Alemanha Ori-ental pela DFB ocidental. Diferentemente do que muitos imaginaram, inclusive Beckenbauer, a reunificação não trouxe o esperado fortaleci-mento do futebol alemão, tal a disparidade técnica e econômica entre os clubes, sendo os da antiga Alemanha Ocidental muitíssimo superiores, em todos os aspectos. _Por outro lado, foi impressionante a influência exercida pelo nazismo sobre o futebol, procurando tirar todas as vantagens possíveis da popu-laridade do esporte, comentou o Brian._Outra coisa interessante foi o júbilo popular pela conquista do terceiro lugar em uma Copa do Mundo realizada na própria Alemanha. Se fosse aqui ... PPP deixou, propositalmente, incompleta a frase._Importante, eu achei, foram as análises do aumento ou diminuição do interesse pelo esporte, nas diversas temporadas, aferindo-se o número de espectadores. É raro encontrarmos esse tipo de bem fundamentados comentários na crônica esportiva brasileira, observou o Cristiano._Bem, está na hora de voltarmos a tratar mais um pouco do futebol brasileiro, informou Roberto.Como já havia sido estabelecido anteriormente, Pedro Paulo assumiu o encargo da pesquisa e relato, com a ajuda do Cristiano e do Marcos.

O FUTEBOL NO BRASIL (1961-1980)

A década anterior, 1951-1960, foi memorável, especialmente pela conquista do primeiro título mundial da seleção canarinho, em 1958, na Suécia. Ainda em 1959, foi criada a Taça Brasil, primeira competição do país com abrangência nacional. O seu primeiro campeão foi o “Ba-hia”.Entretanto, o “Santos”, com Pelé, foi o clube que mais vezes conquis-tou a Taça Brasil (cinco consecutivas: 1961/62/63/64/65). Na década 1961-1970, Pelé foi o maior astro do melhor time santista de todos os tempos, recordista de conquistas: Campeonato Paulista e Taça Brasil, de 1961; Campeonato Paulista, Taça Brasil, Copa Libertadores da América

e Copa Intercontinental, em 1962; Torneio Rio-São Paulo, Taça Brasil, Copa Libertadores e Copa Intercontinental, de 1963; Campeonato Paulista, Torneio Rio-São Paulo e Taça Brasil, em 1964; Campeonato Paulista e Taça Brasil, de 1965; Torneio Rio-São Paulo, em 1966; Campeonato Paulista, de 1967; Campeonato Paulista, Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Recopa dos Campeões Mundiais, em 1968; Campe-onato Paulista, de 1969.No cenário nacional, nos primeiros anos dessa década, o grande ad-versário do “Santos” era o “Botafogo”, de Garrincha. Em São Paulo, o “Palmeiras”, com a famosa equipe conhecida como “Academia”, lidera-da por Ademir da Guia, foi o clube que impediu o alvinegro praiano de conquistar todos os campeonatos entre 1958 e 1969. O Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi criado em 1967, substituindo o Torneio Rio-São Paulo e ampliando-o, com o intuito de torná-lo nacional. Dois anos depois, foi extinta a Taça Brasil. Em 1970, foi disputada a Taça de Prata, com a participação das 17 equipes mais fortes do país e que foi conquistada pelo “Fluminense”. Os destaques da equipe campeã, treinada por Paulo Amaral, eram o goleiro Félix, o lateral esquerdo Marco Antônio, o volante Denilson, o endiabrado ponta direita Cafuringa, o artilheiro Flávio, o habilidoso meia atacante Samarone e o ponta esquerda goleador Lula. Muitos craques tiveram atuações de realce em outros times participantes: no “Santos”, Pelé, Carlos Alberto Torres e Edu; Tostão, Piazza e Dirceu Lopes, pelo “Cru-zeiro”; Jairzinho, Paulo Cézar Caju e Roberto Miranda, no “Botafogo”; com o “Palmeiras”, Leão, Ademir da Guia e Dudu; pelo “Corinthians”, Rivellino e Ado; Gérson e Pedro Rocha, no “São Paulo”; no “Grêmio”, Everaldo: Carpegiani, pelo “Inter”; e, no “Atlético Mineiro”, o folclóri-co Dario.Nessa década, a seleção brasileira disputou três Copas do Mundo, vencendo duas. A sétima edição do campeonato mundial da FIFA real-izou-se no Chile, de 30 de maio a 17 de junho de 1962. Das dezesseis equipes nacionais qualificadas, dez eram européias: União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Ocidental, Itália, Suíça, Tchecoslováquia, Es-panha, Hungria, Inglaterra e Bulgária. As demais seis participantes eram americanas: Chile, Brasil, Argentina, Colômbia, Uruguai e México.João Havelange, o presidente da CBD (Confederação Brasileira de

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Desportos), hoje CBF, optou por repetir o planejamento adotado na campanha vitoriosa de 1958, e manter as masmas comissões de apoio. Paulo Machado de Carvalho foi, novamente, o chefe da delegação; Hil-ton Gosling, o médico; Mário Trigo, o dentista; o psicólogo, dessa vez, foi Ataíde Ribeiro; o preparador físico continuou sendo o Paulo Amaral, assim como o massagista Mário Américo. O técnico Vicente Feola, com problemas de saúde, foi substituído por Aymoré Moreira. Os vinte e dois jogadores selecionados foram os seguintes: Gyl-mar (“Santos”) e Castilho (“Fluminense”), goleiros: Djalma Santos (“Palmeiras”), Jair Marinho (“Fluminense”), Nílton Santos (“Botafo-go”) e Altair (“Fluminense”), laterais; Mauro (“Santos”), Bellini (“São Paulo”), Zózimo (“Bangu”) e Jurandir (“São Paulo”), zagueiros; Zito (“Santos”), Zequinha (“Palmeiras”), Didi (“Botafogo”) e Mengálvio (“Santos”), meio-campistas; Garrincha (“Botafogo”), Jair da Costa (“Portuguesa de Desportos”), Vavá (“Palmeiras”), Coutinho (“Santos”), Pelé (“Santos”), Amarildo (“Botafogo”), Zagallo (“Botafogo”) e Pepe (“Santos”), atacantes.No primeiro jogo, dia 30 de maio, em Viña del Mar, o Brasil venceu o México por 2x0, com gols de Zagallo e Pelé. Este, porém, se contundiu com certa gravidade, resultando no seu afastamento da competição. A torcida brasileira ficou temerosa do sucesso do time, sem seu maior astro. Entretanto, Amarildo, seu substituto, mostrou-se à altura da difícil missão e deu conta do recado nas partidas seguintes. Em 2 de junho, ainda em Viña del Mar, a seleção brasileira enfrentou a Tchecoslováquia e empatou por 0x0. No último jogo da fase inicial, no mesmo Estádio Sausalito, em 6 de junho, o Brasil venceu a Espanha por 2x1, de virada, com dois gols de Amarildo. Classificou-se, assim, em primeiro lugar no Grupo 3. Na fase seguinte, pelas quartas-de-final, os canarinhos joga-ram contra a Inglaterra, no dia 10 de junho, em Viña del Mar, vencendo por 3x1, tendo Garrincha assinalado dois tentos e Vavá, um. A seguir, coube ao Brasil enfrentar os donos da casa, no Estádio Nacional, em Santiago, perante um público superior a 76.000 pessoas, no dia 13 de junho. A vitória sobre o Chile, por 4x2 (novamente com gols de Gar-rincha e Vavá, dois de cada um), na semifinal, credenciou a seleção do Brasil a disputar o título contra a forte equipe tchecoslovaca, com a qual havia empatado, quinze dias antes. No dia 17 de junho de 1962,

no Estádio Nacional do Chile, cerca de 68.500 pessoas assistiram a vitória brasileira, de virada, por 3x1 (gols de Amarildo, Zito e Vavá), significando a comquista do bicampeonato mundial. Coube ao zagueiro Mauro Ramos de Oliveira, como capitão da equipe, a honra de erguer a taça Jules Rimet. A FIFA premiou Garrincha com a Bola de Ouro, como o melhor jogador da Copa do Mundo de 1962. Apesar do sucesso da preparação brasileira para o campeonato mundial de 1958, repetido para o torneio de 1962, e, tendo sido os cuidados, em ambos os casos, altamente recompensados com as conquistas dos títu-los, não foi trilhado o mesmo caminho em 1966. Foram cometidos mui-tos erros, a principiar pelo número excessivo de jogadores convocados (quarenta e sete), no princípio dos treinamentos, pelo técnico Vicente Feola, que retornou à seleção após sua ausência em 1962. Foram tantos os desmandos, que se chegou ao cúmulo de convocar um jogador do “Flamengo” chamado Ditão, quando o indicado havia sido o zagueiro Ditão do “Corinthians”. Para não confessar o erro ridículo, a CBD deix-ou ficar como estava, e o Ditão rubro-negro foi cortado, posteriormente, enquanto seu homônimo do “Timão” ficou a ver navios. A relação completa dos atletas chamados para os treinamentos em Serra Negra (SP) e Caxambu (MG) foi a seguinte: os goleiros Fábio (“São Paulo”), Gylmar (“Santos”), Manga (“Botafogo”), Ubirajara Mota (“Bangu”) e Valdir (“Palmeiras”); os laterais Carlos Alberto Torres (“Santos”), Djalma Santos (“Palmeiras”), Édson Cegonha (“Corinthians”), Fidélis (“Bangu”), Murilo (“Flamengo”), Paulo Henrique (“Flamengo”) e Rildo (“Botafogo”); os zagueiros Altair (“Fluminense”), Bellini (“São Pau-lo”), Brito (“Vasco”), Ditão (“Flamengo”), Djalma Dias (“Palmeiras”), Fontana (“Vasco”), Leônidas (“América/RJ”), Orlando Pessanha (“San-tos”) e Roberto Dias (“São Paulo”); os meio-campistas Denílson (“Flu-minense”), Dino Sani (“Corinthians”), Dudu (“Palmeiras”), Fefeu (“São Paulo”), Gérson (“Botafogo”), Lima (“Santos”), Oldair (“Vasco”) e Zito (“Santos”); e os atacantes Alcindo (“Grêmio”), Amarildo (“Milan”), Célio (“Vasco”), Edu (“Santos”), Flávio (“Corinthians”), Garrincha (“Corinthians”), Ivair (“Portuguesa”), Jair da Costa (“Internazionale”), Jairzinho (“Botafogo”), Nado (“Náutico”), Parada (“Botafogo”), Par-aná (“São Paulo”), Paulo Borges (“Bangu”), Pelé (“Santos”), Servílio (“Palmeiras”), Rinaldo (“Palmeiras”), Silva (“Flamengo”) e Tostão

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(“Cruzeiro”). Da lista supra, saíram os chamados sobreviventes, em número de vinte e dois, que foram inscritos para a competição: Gylmar e Manga (golei-ros); Djalma Santos, Fidélis, Paulo Henrique e Rildo (laterais); Altair, Bellini, Brito e Orlando Pessanha (zagueiros); Denílson, Gérson, Lima e Zito (meio-campistas); Alcindo, Edu, Garrincha, Jairzinho, Paraná, Pelé, Silva e Tostão (atacantes). Embora a equipe que foi à Inglaterra tenha contado com 00craques excepcionais como Pelé, Garrincha, Gérson e Tostão, a campanha brasileira foi decepcionante. No dia 12 de julho de 1966, estreiou contra a Bulgária, vencendo por 2x0 (gols de Pelé e Garrincha). Em seguida, no dia 15 de julho, perdeu para a Hun-gria por 3x1, sendo Tostão o autor do gol brasileiro. Em 19 de julho, nova derrota, imposta por Portugal, pelo mesmo placar de 3x1, cabendo ao lateral esquerdo Rildo o gol de honra do Brasil. Com duas derrotas em três jogos, a seleção bicampeã foi eliminada logo na primeira fase, ficando em 11º lugar na classificação geral das dezesseis equipes par-ticipantes.Depois do fracasso em Liverpool, a CBD buscou um novo caminho na preparação da sua equipe, chamando o magro e agitado jornalista João Saldanha para ser o técnico, ocupando o posto exercido, em 1966, pelo gordo e sonolento Vicente Feola. Grande conhecedor dos meandros do futebol e com espírito motivador, Saldanha0 convocou os jogadores que foram denominados de feras, definindo, de pronto, o time base. Embora tivesse classificado a seleção, vencendo brilhantemente as eliminatórias, e conquistado a confiança da torcida, o temperamento passional do tre-inador e os percalços decorrentes, levaram à sua destituição, às vésperas do início da nona edição da Copa do Mundo. Apesar do contratempo, a oportunidade de reabilitação do selecionado brasileiro não foi des-perdiçada, graças ao comando técnico, agora, de Mário Jorge Lobo Zagallo, o habilidoso ponta-esquerda bicampeão mundial, em sua nova função. Os vinte e dois convocados foram: os goleiros Félix Venerando (“Fluminense”), Eduardo Stinghen, o Ado (“Corinthians”) e Emerson Leão (“Palmeiras”); os defensores Hércules Brito (“Flamengo”), Wilson Piazza (“Cruzeiro”), Carlos Alberto Torres (“Santos”), Marco Antônio Feliciano (“Fluminense”), José Baldocchi (“Palmeiras”), José de Anchi-eta Fontana (“Cruzeiro”), Everaldo da Silva (“Grêmio”), Joel Camargo

(“Santos”) e José Maria Rodrigues Alves, o Zé Maria (“Portuguesa”); os meio-campistas Clodoaldo de Santana (“Santos”), Gérson Nunes (“São Paulo”), Roberto Rivellino (“Corinthians”), e Paulo Cézar Lima, o Caju (“Botafogo”); e os atacantes Jair Ventura Filho, o Jairzinho (“Botafogo”), Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão (“Cruzeiro”), Edison Arantes do Nascimento, o Pelé (“Santos”), Roberto Miranda (“Botafogo”), Edu Américo (“Santos”) e Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha (“Atlético Mineiro”).A campanha do Brasil, com seis vitórias em seis jogos, no México, significou ganhar, em definitivo, a Taça Jules Rimet, uma vez que foi a terceira conquista (1958, 1960 e 1970). Na estréia, no dia 3 de junho, a Tchecoslováquia abriu o marcador no Estádio Jalisco de Guadalajara. Mas os gols de Rivelino, Pelé e Jairzinho (dois) reverteram a situação, assegurando a vitória brasileira por 4x1. Em 7 de junho, no mesmo está-dio, Jairzinho marcou o gol único da partida contra a Inglaterra. Foi um gol de bela feitura, especialmente pela linda jogada pessoal de Tostão, que passou por vários adversários, e fez o passe para Pelé, que estendeu para o “Furacão da Copa” definir um jogo de alto nível, extremamente equilibrado. Na terceira partida da primeira fase, dia 10 de junho, com gols de Pelé (dois) e Jairzinho, os “canarinhos” venceram o time da Romênia por 3x2. Nas quartas-de-final, o Brasil venceu o Peru, muito bem treinado pelo brasileiro Didi, em 14 de junho, ainda em Guada-lajara, por 4x2, sendo os seus gols assinalados por Rivelino, Tostão (dois) e Jairzinho. Despedindo-se do Estádio Jalisco, a seleção brasileira derrotou a uruguaia, na semifinal realizada em 17 de junho, por 3x1, de virada, já que Cubilla inaugurou o placar, com gols de Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino.A final teve lugar no Estádio Azteca, na capital mexicana, no dia 21 de junho de 1970, reunindo duas seleções que almejavam a posse definitiva da Taça Jules Rimet, já que ambas tinham duas conquistas: Brasil e Itália. Perante um público da ordem de 108.000 pessoas, o time brasileiro fez uma exibição de gala. Pelé, de cabeça, abriu o mar-cador, aproveitando um cruzamento de Rivelino. A Itália empatou, ainda no primeiro tempo, por intermédio de Roberto Boninsegna, que se aproveitou de uma falha de Clodoaldo. No segundo tempo, o Brasil deslanchou. Gérson chutou forte, de fora da área, e marcou o segundo

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gol. Em seguida, com sua famosa canhota, cobrou uma falta, colocando na cabeça de Pelé para servir Jairzinho, que finalizou para assinalar o terceiro tento do Brasil, confirmando sua sina de fazer gols em todas as partidas do torneio. Finalmente, para fechar com chave de ouro, o mais bonito gol da partida e um dos mais belos de todas as Copas do Mundo. Após um passe de Rivelino para Jairzinho, este serviu a Pelé que proporcionou excelente assistência para Carlos Alberto. O capitão encheu o pé, desferindo tremenda bomba que estufou a rede italiana.Assim, Carlos Alberto Torres, repetindo os gestos de Bellini e de Mauro, levantou a Taça Jules Rimet, que, a partir daquele momento, passou a ser brasileira para sempre. A seleção campeã formou com os seguintes titulares: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino. Essa formação 4-2-4 transformava-se em 4-3-3, com o recuo de Roberto Rivelino. Pelé foi premiado com a Bola de Ouro, como melhor jogador do torneio; Carlos Alberto recebeu a Bola de Bronze; Jairzinho ganhou a Chuteira de Prata, como vice-artilheiro do certame. Seis jogadores do Brasil integraram a equipe formada com os melhores da competição em suas posições: Carlos Alberto e Piazza, na defesa: Gérson e Rivelino, no meio de campo; Jairzinho e Pelé, no ataque.De acordo com o jornalista esportivo Luiz Mendes, na Copa de 1970, ficaram mais famosos os gols não marcados por Pelé que os feitos por ele. No jogo contra a Tchecoslováquia, o “Rei do Futebol” percebeu que o goleiro Viktor estava adiantado e chutou de longe, por cobertura. O arqueiro, desesperado, correu de volta para a meta, mas só conseguiu ver a bola passar a poucos centímetros do gol, para seu alívio. Con-tra a Inglaterra, Pelé deu uma forte cabeçada, de muito perto, mas o goleiro Gordon Banks conseguiu, milagrosamente, evitar o gol, com uma defesa fenomenal, considerada a melhor da história das copas do mundo. Na partida Brasil x Uruguai, o “Rei”, sem tocar na bola, aplicou um drible de meia-lua no goleiro Mazurkiewicz (considerado o melhor da competição) e concluiu para o gol, mas a bola, caprichosamente, foi para fora, rente à trave.Além dos craques já apresentados anteriormente, selecionamos mais alguns dos grandes jogadores brasileiros que fizeram sucesso nessa década.

Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, nasceu em Belém do Pará, no dia 15 de setembro de 1933.Seu pai, Luiz Lebrêgo, nasceu em Barbados no Caribe, mas foi, ainda criança, para Belém, e jogou futebol no “Paysandu”, com o apelido de “Quarenta”, tendo sido ídolo e um dos maiores artilheiros do clube paraense. Assim, foi natural que Waldir começasse suas atividades fute-bolísticas no “Papão”, aos dezesseis anos, e herdasse a alcunha paterna, no diminutivo.Quarentinha transferiu-se, em 1953, para o “Vitória” da Bahia e con-quistou a artilharia do campeonato baiano daquele ano, com 31 gols. No ano seguinte, foi contratado pelo “Botafogo”. Nos anos de 1954 e 1955, deslumbrado com os encantos da noite carioca, o seu rendimento caiu, motivo pelo qual o alvinegro o emprestou ao “Bonsucesso”. Re-tornou à Rua General Severiano, em 1957, para ser Campeão Carioca, num time que tinha, como maiores astros, Garrincha, Nílton Santos e Didi. Foi o artilheiro do Campeonato Carioca em três edições seguidas: 1958/59/60. Pelo “Glorioso”, conquistou os títulos de Bicampeão Cari-oca (1961/62) e do Torneio Rio-São Paulo, em 1962 e 1964. De acordo com Rafael Casé, até 1965, Quarentinha marcou 313 gols em 447 pari-das, números que o transformam no maior artilheiro do clube da Estrela Solitária.Atacante muito habilidoso e dono de um potente chute na perna es-querda, Quarentinha era introvertido, melancólico e tinha uma carac-terística que incomodava os dirigentes e torcedores do seu clube: a de não festejar os gols. Sua explicação era simples: “Sou pago para marcar gols. Não faço mais que minha obrigação”. José Ferreira Franco, o Zequinha, nasceu no Recife, em 18 de novembro de 1934. Começou sua trajetória no futebol em 1954, no “Auto Esporte Clube”, da Paraíba. No ano seguinte, foi para o “Santa Cruz”, pelo qual foi Campeão Pernambucano em 1957 Transferiu-se para o “Palmeiras” em 1958. No alviverde paulistano, viveu a melhor fase da sua carreira, conquistando os títulos: de Campeão Paulista, em 1959, 1963 e 1966; do Torneio Rio-São Paulo, em 1965; da Taça Brasil e do Torneio Rob-erto Gomes Pedrosa, em 1967. Volante eficiente, realizou 17 jogos pela Seleção do Brasil. Foi vencedor da Taça do Atlântico (1960), da Taça Oswaldo Cruz (1962) e da Copa Roca (1963). Sua maior conquista foi a

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vitória na Copa do Mundo do Chile, em 1962. Deixou o “Palmeiras” em 1969, para jogar no “Atlético Paranaense”. No ano seguinte, transferiu-se para o “Náutico”, da sua cidade natal, e encerrou a carreira. Faleceu em 2009, na cidade de Olinda, vizinha ao Recife. José Macia, o Pepe, nasceu no dia 25 de fevereiro de 1935, em Santos. Começou sua carreira profissional, em 1954, em sua cidade natal, no “Santos”, único clube que defendeu, até pendurar as chuteiras, em 1969. Jogou 750 partidas, marcando 405 gols, pelo Peixe. Segundo o próprio, é “o maior artilheiro humano da história do “Santos”, porque Pelé veio de Saturno”.Pepe foi um ponta-esquerda dotado de um chute fortíssimo, que lhe valeu o apelido de “Canhão da Vila”. Além da potência extraordinária, sua perna canhota possuía uma precisão excepcional que o transfor-mou em exímio cobrador de faltas, colocando-o na história do futebol. Foram inesquecíveis os dois tentos, que assinalou, em tiros livres, con-tra o “Milan”, na decisão da Copa Intercontinental (mundial de clubes), em 1963.Fazem parte da sua coleção de títulos, com o alvinegro praiano: Copa Intercontinental de 1962 e 1963; Copa Libertadores da América, em 1962 e 1963; Recopa Sul-Americana de 1968; Recopa Mundial de 1968; Taça Brasil (campeonato brasileiro) de 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965; Torneio Roberto Gomes Pedrosa (campeonato Brasileiro) de 1968; Torneio Rio-São Paulo, em 1959, 1963, 1964 e 1966; Campeona-to Paulista, de 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969. Foi o artilheiro do Torneio Rio-São Paulo de 1961.Com a Seleção Brasileira, participou das seguintes conquistas; Copa do Mundo, de 1958 e 1962; Copa Rocca, em 1957 e 1963; Copa Bernardo O’Higgins, de 1961; Taça do Atlântico, em 1956 e 1960; Taça Oswaldo Cruz, de 1961 e 1962. Disputou 40 partidas com a camisa amarelinha do Brasil, marcando 22 gols.Após encerrar a carreira com jogador, continuou colhendo glórias, como treinador: Campeão Paulista, com o “Santos”, em 1973; Campeão Cearense, em 1985, pelo “Fortaleza”; Campeão Brasileiro de 1986, pelo “São Paulo”; Campeão Paulista, em 1986, e Brasileiro da Série B, em 1988, com a “Internacional”, de Limeira; Campeão Japonês de 1993,

com o “Yomiuri Verdy”; e Campeão Brasileiro da Série B, em 1995, pelo “Atlético Paranaense”.Jair Marinho de Oliveira, nascido em 17 de julho de 1936, é natural de Santo Antônio de Pádua (Estado do Rio de Janeiro). Iniciou sua carreira profissional em 1956, no “Fluminense”, cujas cores defendeu até 1963. Nesse período, atingiu seu auge e foi Campeão Mundial pela Seleção Brasileira em 1962. Com o tricolor das Laranjeiras, Jair Marinho foi Campeão Carioca, em 1959, e do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. Lateral direito de compleição forte, jogava um futebol vigoroso, porém leal, muito eficiente na marcação e eficaz na saída de bola para o ataque. Foi para a capital paulista em 1964, passando a atuar pela “Portuguesa”. Transferiu-se, no ano seguinte, para o “Corinthians”. Em 1967, voltou para o Rio, onde jogou pelo “Vasco”. Encerrou sua car-reira no “Campo Grande”, em 1970.Félix Miéli Venerando nasceu em 24 de dezembro de 1937, na capital de São Paulo. Começou no futebol muito cedo, nas divisões de base do “Nacional Atlético Clube” da capital paulista. Profissionalizou-se aos quinze anos, assinando contrato com o “Juventus”. Em julho de 1955, transferiu-se para a “Portuguesa de Desportos”, passando a ser reserva do arqueiro Cabeção. Estreiou na lusa em março de 1956, com uma vitória sobre o “Newell’s Old Boys”, da Argentina, quando o goleiro titular estava servindo à seleção brasileira. Com a saída de Cabeção, em 1957, Félix participou da conquista do campeonato paulista desse ano. Entretanto, em 1958, a equipe do Canindé contratou outro goleiro (Car-los Alberto) e Félix foi cedido por empréstimo ao “Nacional”. Retornou à “Portuguesa”, no final de 1960 e foi titular absoluto até 1963. Com a chegada ao Canindé do goleiro Orlando, passou a haver um reveza-mento no gol da lusa, entre 1964 e 1968. Um episódio curioso aconte-ceu em 1964, em um jogo amistoso contra uma seleção de Massachus-sets, nos Estados Unidos. A peleja estava muito fácil e quando o placar já era 9x0, o “Papel” (seu apelido por causa da sua extrema magreza e capacidade de voar para efetuar as defesas difíceis) foi substituído por Orlando, mas continuou atuando na linha e marcou o décimo gol. Em 1965, Félix foi convocado pela primeira vez para a seleção nacional, estreiando no Pacaembu, com uma vitória sobre a Hungria, por 5x3, em 21 de novembro de 1965. Entre 25 de junho e 1º de julho de 1967,

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defendeu o gol da seleção do Brasil, em três empates na cidade de Mon-tevidéu, frente ao Uruguai, em disputa da Copa Roca.Em julho de 1968, já com 30 anos, Félix foi contratado pelo “Flumin-ense”. No tricolor carioca, atingiu seu apogeu. Foi Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975. Conquistou a Taça de Prata (campeonato nacional da época) em 1970. Pela Seleção Brasileira, Félix Venerando foi Campeão Mundial em 1970, além de ter vencido a Copa Rio Branco (1968). Seu último jogo como goleiro do “Fluminense” aconteceu em 23 de janeiro de 1976. Após guardar as luvas, trabalhou nas Laranjeiras, como preparador de goleiros, até 1980. Coordena uma escolinha comu-nitária de futebol, voltada para crianças carentes. Assumiu o cargo de Diretor Técnico da “Internacional” de Limeira, em 2007.Altair Gomes de Figueiredo, nascido em 22 de janeiro de 1938, é natural de Niterói, Estado do Rio. Seu início no futebol aconteceu nas divisões de base do “Manufatora”, em sua cidade natal. Começou profissionalmente em 1955, no “Fluminense”, seu clube de coração, cuja camisa tricolor foi a única que envergou (além da amarelinha da Seleção Brasileira), durante toda a sua brilhante carreira, encerrada em 1971. Jogou 551 partidas pelo clube da Rua Álvaro Chaves. Lateral esquerdo dotado de excelente técnica, era um marcador implacável, que raramente perdia uma dividida, apesar de sua magreza, que lhe valeu o apelido de “O Magro”. Depois de veterano, passou a atuar, com igual brilho, como quarto zagueiro, tanto no tricolor das Laranjeiras, como no time canarinho. Ganhou os títulos de Campeão Carioca em 1959, 1964 e 1969; do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960; da Taça Guanabara, de 1966 e 1969. Pela Seleção do Brasil, foi Campeão Mundial em 1962, no Chile; participou, também, da Copa do Mundo de 1966, na Inglat-erra; e conquistou a Copa Bernardo O’Higgins, em 1959, 1961 e 1962.Após pendurar as chuteiras, participou, em Niterói, de alguns projetos educacionais ligados ao esporte. Nos anos 90, Altair voltou a colaborar com o “Fluminense”, atuando em diversas comissões técnicas do depar-tamento de futebol profissional. Amarildo Tavares da Silveira nasceu em Campos, norte fluminense, no dia 29 de julho de 1939. Iniciou suas atividades futebolísticas em sua cidade natal, nas divisões de base do “Goytacaz”, em 1956. Foi para o “Flamengo” em 1958. Dispensado do time de aspirantes rubronegro,

Amarildo quase desistiu do futebol. Estava servindo ao exército, quando o jogador Paulistinha o levou para um teste em seu clube, o “Botafogo”, que o aprovou. Jogou no alvinegro de 1958 a 1963. Conquistou os títulos de Bicampeão Carioca (1961/62) e do Torneio Rio-São Paulo de 1962. Transferiu-se para o “Milan” da Itália, em 1963.Pela Seleção do Brasil, jogou 24 partidas, marcando 9 gols, entre 1961 e 1966. Foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1962, no Chile, substituindo Pelé, que se contundiu no primeiro jogo e não mais atuou no torneio. Recebeu o apelido de “Possesso”, depois de suas excelentes apresentações no referido campeonato mundial.Fez sucesso em Milão, defendendo o clube “rossonero” até 1967. Nesse ano, foi para a “Fiorentina”, onde atuou até 1971. Em sua última tempo-rada italiana (1971/72) jogou pela “Roma”. Retornou ao Rio de Janeiro em 1973, contratado pelo “Vasco da Gama”. Encerrou a carreira em 1974. Hércules Brito Ruas, o Brito, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 9 de agosto de 1939. Iniciou sua carreira de jogador prpfissional de futebol em 1960, no “Vasco da Gama”, seu clube do coração, no qual permaneceu por dez anos. Pela equipe de São Januário, conquistou o título do Torneio Rio-São Paulo de 1966.Pela Seleção do Brasil, fez 45 partidas, entre 1964 e 1972. Participou das Copas do Mundo de 1966, na Inglaterra, e de 1970, no México, onde foi um dos esteios da defesa brasileira, conquitando seu maior título, o de Campeão Mundial.Zagueiro vigoroso, estilo “xerife da área”, Brito, após seu longo período no clube da colina, jogou em diversos times: “Flamengo”, “Internac-ional”, “Cruzeiro”, “Botafogo”, “Corinthians”, “Atlético Paranaense” e “River”, do Piauí.Em 1970, recebeu o prêmio Bola de Prata. Em 1971, foi suspenso por um ano, por ter agredido, com um soco, o árbitro José Aldo Pereira.Djalma Pereira Dias Júnior, ou, simplesmente, Djalma Dias, nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de agosto de 1939. Iniciou sua carreira profis-sional no “América”, do Rio, em 1959. Com o time rubro, foi Campeão Carioca em 1960. Permaneceu no clube da Rua Canpos Sales, até 1961. A partir de 1962, passou a defender o “Palmeiras”, onde viveu a sua melhor fase, integrando a famosa equipe chamada de “Academia”, e

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chegando à Seleção Brasileira.Djalma Dias foi um grande zagueiro de estilo clássico, extremamente técnico. Disputou alguns jogos pela Seleção Brasileira, sendo o primei-ro em 12 de maio de 1962, quando substituiu o titular Mauro. Em 7 de setembro de 1965, o time do Palmeiras, com Djalma Dias na zaga, ves-tiu a camisa amarela do Brasil e venceu o Uruguai por 3x0, na inaugu-ração do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Ele foi, ainda, titular da equipe brasileira em amistosos realizados em novembro de 1965 e maio e junho de 1966.Com a camisa verde do antigo Palestra, foi Campeão Paulista em 1963 e 1966. Deixou o Parque Antárctica, em 1967, brigado com a direto-ria. Atuou, a seguir, pelo “Atlético Mineiro” (1968), “Santos” (1969 a 1970), e, de volta à sua cidade natal, pelo “Botafogo” (1970 a 1974).Djalma Dias faleceu em maio de 1990, no Rio de Janeiro, sem ter visto seu filho Djalminha jogar pela Seleção Brasileira. Olegário Tolói de Oliveira, mais conhecido como Dudu, nasceu no dia 7 de novembro de 1939, em Araraquara (Estado de São Paulo). Iniciou sua carreira profissional na “Ferroviária”, de sua cidade natal, em 1959. Cinco anos depois, transferiu-se para o “Palmeiras”, onde se tornou um jogador símbolo, conquistou suas glórias e permaneceu até se aposentar, em 1976. Foi um dos esteios da ótima equipe palmeirense que mereceu o apelido de “Academia”. Formou um excelente meio-de-campo com Ademir as Guia. Volante eficaz, jogava um futebol simples e objetivo. Dudu carregava o piano, no qual Ademir tocava divinamente. Conquis-tou os títulos de Campeão Paulista, em 1966, 1972 e 1974; do Torneio Rio-São Paulo, em 1965; da Taça Brasil, em 1967; do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1967 e 1969; e de Campeão Brasileiro, em 1972 e 1973. Jogou 13 partidas pela Seleção do Brasil.Mengálvio Pedro Figueiró nasceu no dia 17 de dezembro de 1939, em Laguna, Estado de Santa Catarina. Iniciou sua atividade futebolística no “Barriga Verde”, de seu estado natal. Em 1957, já como profis-sional, foi contratado pelo “Aimoré”, onde permaneceu atá 1959. A fase mais brilhante de Mengálvio teve início em 1960, quando começou a jogar no “Santos”, one permaneceu até 1967. Foi seis vezes Campeão Paulista (1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967); cinco vezes vencedor da Taça Brasil (1961, 1962, 1963, 1964 e 1965); bicampeão da Copa

Libertadores da América (1962/63) e bicampeão da Copa Intercontinen-tal, precursora do campeonato mundial de clubes (1962/63). Com estilo clássico, ele atuava no meio de campo, municiando o ataque, com muita eficiência. Com a Seleção Brasileira, participou da conquista da Copa do Mundo de 1962, no Chile. Antes de encerrar a carreira, ainda jogou no “Grêmio” de Porto Alegre (1968), e no “Millonarios”, da Colômbia (1969). Jair da Costa nasceu no dia 9 de julho de 1940, em Osasco. Iniciou sua carreira profissional na “Portuguesa de Desportos”, da capital paulista, em 1960. Dois anos depois, foi chamado para a Seleção Brasileira. Par-ticipou de um jogo amistoso contra o País de Gales, em maio, na fase de preparação para a Copa do Mundo de 1962, na qual foi reserva do Gar-rincha. Mesmo sem ser titular, despertou o interesse da “Inter” de Milão que o contratou. Jogou dez anos na Itália, nove dos quais com os “ner-azzurri”. Nesse prtíodo, foi Campeão Italiano quatro vezes; Campeão da Copa dos Campeões da UEFA duas vezes (1964 e 1965); e, mais duas vezes, Campeão da Copa Intercontinental (mundial de clubes). Jogou a temporada 1967/68 na “Roma”.Voltou para o Brasil em 1972, passando a atuar pelo “Santos”. Com o alvinegro praiano, foi Campeão Paulista, em 1973. No ano seguinte, foi para o Canadá, defender o “Windsor Star”. Lá, encerrou a carreira, em 1976.Gérson de Oliveira Nunes nasceu em Niterói, no dia 11 de janeiro de 1941. Iniciou, em 1958, suas atividades futebolísticas no “Canto do Rio”, da sua cidade natal. Profissionalmente, começou sua carreira no “Flamengo”, em 1959. Atuou pelo rubronegro até 1963, tendo sido vencedor do Torneio Rio-São Paulo, em 1961, e Campeão Carioca de 1963. Nesse mesmo ano, entrou em rota de colisão com o clube da Gávea, e o trocou palo “Botafogo”. Gérson foi mais feliz no alvinegro, onde se tornou o comandante do time, até 1969. Conquistou os títu-los: do Torneio Rio-São Paulo em 1964 e 1966; de Bicampeão Carioca (1967/68); e da Taça Brasil de 1968.Um dos maiores estilistas do futebol brasileiro de todos os tempos, com 1,67 m de altura e cerca de 70 kg, era um meia capaz de fazer lança-mentos precisos de longa distância, para felicidade dos seus compan-heiros de equipe, muitos dos quais se tornaran artilheiros graças a ele.

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Exímio batedor de faltas, sua perna esquerda, temida pelos goleiros adversários, valeu-lhe o apelido de “Canhotinha de Ouro”. Além dessas qualidades, Gérson era dotado de grande consciência tática e excelente visão de jogo, aliadas a uma forte personalidade e espírito de liderança. Por isso, falava o tempo todo, orientando ou até xingando os colegas de time, que o apelidaram de “Papagaio”. Seu grande defeito era fumar em demasia, fazendo-o inclusive no intervalo das partidas. E foi uma cam-panha publicitária de cigarros que lhe causou aborrecimentos, por ligar, injustamente, a sua imagem a uma postura de levar vantagem em tudo, mesmo recorrendo a meios incorretos. A propaganda ficou tão famosa que deu origem, na cultura popular, à chamada “Lei de Gérson”.Em 1969, transferiu-se para o “São Paulo”, onde continuou s fazer sucesso, sendo Campeão Paulista em 1970 e 1971. Finalmente, passou a defender as três cores do seu clube de coração, o “Fluminense”, a partir de 1972, quando voltou para o Rio de Janeiro. Integrou-se a uma exce-lente equipe, que venceu o Campeonato Carioca de 1973 e o Torneio Internaciona do Rio de Janeiro, realizado no mesmo ano. Encerrou, precocemente, sua carreira em 1974, aos 33 anos, apesar dos apelos do presidente do “Fluminense”, para que continuasse a jogar, pelo menos, por mais um ano.Pela Seleção Brasileira, jogou 83 vezes e marcou 28 gols, em partidas oficiais e amistosas. Gérson usou a amarelinha pela primeira vez em 1959, com 18 anos, numa vitória sobre Costa Rica por 4x2, pela seleção juvenil que disputou os Jogos Pan-Americanos de Chicago. Em 1960, participou das Olimpíadas. Em 1963, com a seleção principal, conquis-tou a Copa Roca, que voltou a vencer em 1971. As suas participações mais importantes foram nas Copas do Mundo de 1966 e 1970. Na primeira, não pode jogar a partida contra Portugal, na qual o Brasil foi derrotado, em virtude de um cálculo renal. Na segunda, com magistrais atuações, foi um dos mais valiosos jogadores na campanha vitoriosa que deu ao Brasil a posse definitiva da Taça Jules Rimet. Sua última apre-sentação com a camisa da seleção aconteceu em 9 de julho de 1972, no Maracanã, na vitória do Brasil sobre Portugal, por 1x0, válida pela Taça Independência.Depois de pendurar as chuteiras, tornou-se comentarista esportivo, em emissoras de rádio e TV. Coordena as atividades de uma escola de fute-

bol, em sua amada Niterói.Rildo da Costa Menezes nasceu no Recife, em 22 de janeiro de 1942. Iniciou sua carreira profissional em 1960, na sua cidade natal, no “Sport” Ficou apenas um ano no rubro-negro pernambucano, trans-ferindo-se para o alvinegro carioca em 1961. Com o “Botafogo” foi Bicampeão Carioca, em 1961 e 1962. No “Glorioso”, despontou como grande jogador e passou a ser convocado para a Seleção Brasileira, disputando seu primeiro jogo com a camisa amarela em maio de 1963, contra a Holanda. Ganhou a Copa Oswaldo Cruz de 1968. Realizou 37 partidas pela Seleção do Brasil, sendo a última em agosto de 1969, enfrentando o Paraguai. Ainda conquistou os títulos do Torneio Rio-São Paulo, em 1962 e 1966, pelo clube da Estrela Solitária.Rildo foi um lateral-esquerdo muito eficaz, com grande poder de mar-cação. Transferiu-se para o “Santos” em 1967. No alvinegro praiano, foi Tricampeão Paulista em 1967/68/69 e venceu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1968. Deixou o clube da Baixada Santista em 1973, pasando a jogar pelo “CEUB”, com o qual sagrou-se Campeão Brasiliense, no mesmo ano. Em 1977, convidado por Pelé, foi para os Estados Uni-dos, atuar pelo New York Cosmos. Continuou morando na América do Norte, após ter encerrado a carreira.José Germano de Sales nasceu em 25 de março de 1942, na cicade mineira de Conselheiro Pena. Começou no juvenil do “Flamengo”, no Rio de Janeiro, aos dezesseis anos de idade, em 1958. Logo ascendeu ao time principal, ocupando a ponta esquerda. Entre 1959 e 1962, com a camisa rubronegra nº 11, jogou 85 partidas e marcou 16 gols. Con-vocado para a Seleção Brasileira, disputou 11 jogos. Fez parte da lista prévia de pré convocados para a Copa do Mundo de 1962. Atuando na mesma posição que Zagallo e Pepe, não conseguiu vaga na delegação que levantou a taça no Chile. Germano era rápido, driblava bem e chutava forte. Transferiu-se em 1962 para o “Milan”, com o qual conquistou a Copa dos Campeões da Europa de 1963. Na Itália, obteve enorme notoriedade, não por sua habilidade futebolística, mas por seu romance com uma bela e rica condessa, chamada Giovana Augusto. Apesar da oposição da família tradicional da moça, possivelmente em decorrência da raça negra do jogador, os noivos se casaram e o enlace foi notícia na imprensa mun-

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dial.Em 1965, retornou ao Brasil, cedido por empréstimo ao “Palmeiras”. Com o “Verdão”, foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965 e integrou sua famosa equipe chamada de “Academia”, que representou o Brasil, vencendo a Seleção do Uruguai, por 3x0 (um dos gols da autoria de Germano), em Belo Horizonte, na inauguração do Estádio Mineirão, no dia 7 de setembro de 1965. Após mais uma temporada (1966) com o uniforme alviverde, sem muito sucesso, voltou para a Europa.Passou a jogar pelo “Standard de Liége”, sagrando-se Bicampeão ds Copa da Bélgica (1966 e 1967). Em 1970, na cidade de Liége, no Reino da Bélgica, Germano pendurou as chuteiras e divorciou-se, encerrando seu célebre casamento, durante o qual nasceu sua filha Giovana Clara que, hoje, vive em Los Angeles (Estados Unidos).No dia 1º de outubro de 1997, José Germano faleceu, aos 55 anos de idade, muito gordo, vítima de infarto, em sua cidade natal, onde vivia em companhia de sua segunda esposa. Ademir da Guia nasceu em 3 de abril de 1942, no Rio de Janeiro. É fil-ho do célebre Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro. Com apenas dez anos, começou a praticar futebol no time infantil do “Céres”. Quatro depois, foi para as divisões de base do “Bangu”, clube onde seu pai também iniciou sua gloriosa trajetória futebolística. Profissionalizou-se em 1960, na mesma agremiação carioca. No ano seguinte, transferiu-se para o “Palmeiras”. No Parque Antártica, logo tornou-se um dos maiores ídolos e foi titular por mais de dezesseis anos. Aposentou-se no “Verdão”, em 1977. Nos tempos da chamada “Academia”, formou uma excelente dupla de meio-de-campo com Dudu. Alto e esguio, herdou de seu pai a classe e o apelido de “Di-vino”. A crítica esportiva o considera um dos maiores talentos do fute-bol brasileiro e lamenta as poucas oportunidades que ele teve na seleção nacional, pela qual disputou apenas 12 partidas, sendo somente uma em Copa do Mundo, na disputa do terceiro lugar, em 1974. Pelo clube alvi-verde paulistano, conquistou os títulos de Campeão Paulista, em 1963, 1966, 1972, 1974 e 1976; do Torneio Rio-São Paulo, em 1965; da Taça Brasil, em 1967; do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1967 e 1969; e de Campeão Brasileiro, em 1972 e 1973. É o recordista em número de partidas jogadas pelo “Palmeiras”: 901.

Depos de pendurar as chuteiras, Ademir da Guia teve atuação política, tendo sido vereador na cidade de São Paulo. Sua biografia foi publicada em 2001, e sua carreira foi objeto de um filme documentário, lançado em 2006, sob o título “Um craque chamado Divino”.Wilson Piazza nasceu em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no dia 25 de fevereiro de 1943. Iniciou sua atividade futebolística, como atacante, no “Renascença”, onde foi descoberto pelo “Cruzeiro”, em 1964. Devido a uma contusão de Hilton Chaves, no iní-cio do campeonato mineiro daquele ano, Piazza logo ganhou a posição de volante titular. Destacou-se como ótimo marcador, desarmando com facilidade os adversários, sem cometer faltas. Com espírito de liderança, tornou-se, em 1966, o capitão da equipe, posto que ocupou por dez anos seguidos. Conquistou os títulos: de Campeão Mineiro, em 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977; da Taça Brasil, em 1966; e da Copa Libertadores da América, em 1976. Pela Seleção do Brasil, foi titular, jogando como zagueiro, na campanha vitoriosa da Copa do Mundo de 1970, no México. Disputou, também, a Copa do Mundo de 1974, na qual o Brasil terminou em quarto lugar.Denílson Custódio Machado nasceu no dia 28 de março de 1943, em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio. Iniciou sua atividade fute-bolística no time juvenil do Madureira, no Rio de Janeiro. Insatisfeito no tricolor suburbano, decidiu procurar o tricolor das Laranjeiras, por conta própria, sem nenhuma apresentação. Barrado na portaria da Rua Ávaro Chaves, conseguiu, depois de muita insistência, que o porteiro o deixasse entrar para falar com o técnico Zezé Moreira. Denílson foi direto ao assunto: “Seu Zezé, eu sou jogador de futebol e quero treinar aqui.” O já consagrado treinador confiou no garoto e colocou-o para treinar entre os juvenis do “Fluminense”. Com quase 1,90 m de altura, e muito forte, ele foi alçado ao time principal, em 1964, pelo técnico Tim. Volante com estilo defensivo, de proteção à zaga, Denílson era quase intransponível, sendo um grande destruidor das jogadas ofensivas dos adversários. Sua deficiência, no início da carreira, era a qualidade do passe. Os excelentes técnicos que dirigiram o time verde, branco e grená, nessa década, como Zezé Moreira, Tim e Telê Santana, fizeram-no aperfeiçoar o fundanento, transformando-o em um excelente volante. Em decorrência do seu porte físico, da sua postura em campo e da sua

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cor, recebeu o apelido carinhoso de “Rei Zulu”. Com o “Fluminense”, conquistou os títulos: de Campeão Carioca, em 1964, 1969, 1971 e 1973; da Taça Guanabara de 1966, 1969 e 1971; e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1970, chamado nesse ano de Taça de Prata. Pela Seleção do Brasil, disputou nove jogos, marcando dois gols. Participou da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.Transferiu-se, em 1973, para o Rio Negro, do Amazonas. Jogou, em seguida, pelo “Vitória”. Encerrou sua carreira de jogador no rubronegro baiano, em 1975. Continuou no clube da Bahia até 1977, como treina-dor.Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho, nasceu em Piracicaba, Estado de São Paulo, no dia 11 de junho de 1943. Chegou muito novo ao “Santos”, em 1958. Estreiou na equipe principal, com quinze anos de idade, substituindo o craque Pagão, contundido. Jogou no Santos até 1968, tendo se tornado um ótimo parceiro para o Pelé. Atuou pelo “Vitória”, da Bahia, durante o ano de 1968, e pela “Portuguesa” pau-listana, em 1969, mas sem o mesmo brilho. Retornou ao “Santos” em 1970, transferindo-se a seguir para o “Atlas”, do México. Em uma única temporada no clube mexicano, marcou dez gols. Voltou ao Brasil, pas-sando a jogar pelo “Bangu”, em 1971 e 1972. Encerrou a carreira, em 1973, no “Saad”, de São Caetano, que disputava a 2ª divisão paulista.Coutinho tinha uma grande tranqüilidade nas finalizações. Concluia as jogadas com extrema frieza, o que lhe valeu o apelido de “gênio da pequena área”. Centroavante muitíssimo habilidoso fazia, com Pelé, ta-belinhas que ficaram famosas. Em um jogo contra o Grêmio, no Estádio Olímpico, Coutinho e Pelé trocaram passes de cabeça, desde o meio de campo até a área do tricolor gaúcho, onde outro grande jogador san-tista, Lima, finalizou e marcou o gol, que foi aplaudido até pela torcida adversária, tamanha a genialidade e beleza da jogada.Com o “Santos”, realizou 457 partidas e marcou 370 gols, conquistando 22 títulos: de Campeão Paulista, em 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967; do Torneio Rio-São Paulo, em 1959, 1963, 1964 e 1966; de Campeão Brasileiro (Taça Brasil), em 1961, 1962, 1963, 1964 e 1965; de Campeão Brasileiro (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), em 1968; da Copa Libertadores da América, em 1962 e 1963; da Taça Intercontinen-tal, em 1962 e 1963; da Recopa Sul-Americana, em 1968; e da Recopa

Mundial, em 1968. Coutinho foi o artilheiro do Torneio Rio-São Paulo, em 1961 e 1964; da Taça Brasil de 1962; e da Copa Libertadores da América de 1962. Sua estréia na Seleção do Brasil foi contra o Uruguai, em Montevidéu, quando ele tinha apenas dezesseis anos. Coutinho disputou quinze partidas com a amarelinha, marcando seis gols. Foi Campeão Mundial no Chile, em 1962.O grande problema enfrentado por Coutinho, durante toda a sua car-reira, foi a tendência excessiva para engordar. A dificuldade em manter o peso acabou sendo responsável pelo seu rápido declínio após 1968 e pela sua aposentadoria precoce, aos 30 anos, em 1973.Depois de pendurar as chuteiras, Coutinho voltou à Vila Belmiro como treinador dos juvenis, vencedores dos campeonatos da categoria em 1979 e 1980. Após rápida passagem pela equipe profissional santista, em 1981, ele foi técnico de diversos times, entre os quais: “Comer-cial” e “Aquidauana”, de Mato Grosso do Sul; “Santo André” e “São Caetano”, do Estado de São Paulo; e “Bonsucesso”, da cidade do Rio de Janeiro. Roberto Lopes Miranda nasceu em São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro, no dia 31 de julho de 1943. Jogou pelo “Botafogo” de 1962 a 1972. Atacante raçudo, que não fugia do pau, sofreu diversas fraturas: costela, braço, clavícula e queixo; além de ter rompido o tendão de Aquiles. Apelidado de “Vendaval”, Roberto Miranda foi o artilheiro do campeonato carioca de 1968. Conquistou diversos títulos com o alvinegro da Rua General Severiano: Campeão Carioca, em 1962, 1967 e 1968; do Torneio Rio-São Paulo, em 1964 e 1966; da Taça Brasil, em 1968. Pela Seleção do Brasil, jogou dezoito partidas oficiais, tendo marcado nove gols, entre 1967 e 1972. Foi Campeão Mundial em 1970. Transferiu-se para o “Corinthians” em 1973, onde atuou pouco, prejudi-cado por seguidas contusões. Um problema no joelho direito levou-o a pendurar as chuteiras, prematuramente, em 1976.Carlos Alberto Torres é carioca, nascido em 17 de julho de 1944. Começou a jogar no time juvenil do “Fluminense’, em 1960. Iniciou sua carreira profissional em 1963, no mesmo clube. Com 1,82 m de altura e 76 kg, Carlos Alberto foi um dos melhores laterais da história do fute-bol brasileiro. Além da sua grande habilidade no trato com a bola, era um jogador dotado se forte personalidade e excepcional capacidade de

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liderança, qualidades que o fiseram capitão da Seleção Brasileira vence-dora da Copa do Mundo de 1970, no México. Ficou conhecido, então, como o “Capitão do Tri” e recebeu o seu apelido carinhoso de “Capita”. Com o tricolor das Laranjeiras, que o revelou, foi Campeão Carioca em 1964. Seu primeiro título internacional foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1963.Em 1965, transferido para o “Santos”, após uma transação de valor excepcionalmente elevado para o futebol brasileiro da época, Carlos Alberto conquitou o primeiro dos seus cinco Campeonatos Paulistas: 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973.Retornou ao “Fluminense”, em 1975, passando a fazer parte da Máqui-na Tricolor, fantástica equipe composta, toda ela, por “monstros sagra-dos” do futebol. Foi, então, Bicampeão Carioca (1975/76).Posteriormente, após uma breve passagem pelo “Flamengo”, foi para os Estados Unidos, onde atuou, a partir de 1977, ao lado de Pelé e de outras celebridades do futebol mundial, no “New York Cosmos”. Foi seu último clube, pois pendurou as chuteiras em 1982. Em seu primeiro ano como técnico, 1983, já conquistou o título de Campeão Brasileiro, com o “Flamengo”. Treinou, a seguir, equipes brasileiras de expressão, como “Fluminense”, “Corinthians”, “Atlético Mineiro” e “Botafogo”, além da Seleção do Azerbaijão. Carlos Alberto teve, também, atuação política, tendo sido Vereador da Cidade do Rio de Janeiro, de 1989 a 1993. Flávio Almeida da Fonseca nasceu em 9 de setembro de 1944, na capi-tal gaúcha. Quando menino, em Porto Alegre, Flávio era entregador de jornais e tocava saxofone. Logo, porém, abandonou essas atividades em favor do futebol, que começou a praticar no “Real Madri”, equipe da várzea portoalegrense. Em 1959, fez um teste para ingressar nas cat-egorias de base do “Internacional”, no qual marcou três gols em apenas 35 minutos. Logicamente aprovado, dois anos depois chegou ao time principal, sendo Campeão Gaúcho logo em 1961. Ganhou o apelido de Flávio Bicudo e, passados mais dois anos, foi convocado, em 1963, para a Seleção do Brasil.Transferiu-se para o “Corinthians”, em 1964. Permaneceu no clube do Parque São Jorge até 1969, sem ganhar nenhum campeonato paulista, mas foi o artilheiro em 1967, com 21 gols, superando Pelé, e con-

tribuindo com um gol para a vitória sobre a equipe santista, quebrando um tabu de onze anos. Recebeu o apelido de Flávio Minuano, inventado pelo popular locutor esportivo Geraldo José de Almeida.Em 1969, contratado pelo “Fluminense”, foi Campeão Carioca logo no seu primeiro ano, sendo o artilheiro com 15 gols. A partida decisiva foi um FlaxFlu sensacional, com o Maracanã lotado (mais de 170.000 pagantes), na qual ele teve uma participação decisiva para a vitória tricolor, de virada, por 3x2. No ano seguinte, 1970, voltou a ser o artil-heiro do campeonato, com 18 gols, e venceu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa que, nesse ano, ficou mais conhecido como Taça de Prata. Em 1971, foi novamente Campeão Carioca. Assim o “Fluminense” propor-cionou-lhe, em três anos, três títulos de expressão, compensando a escassez de títulos sofrida durante os seus cinco anos de “Corinthians”, quando Flávio só venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1966. De 1972 a 1975, jogou em Portugal, defendendo o “Porto”, da cidade de mesmo nome, onde continuou marcando muitos gols. Voltou para o “Inter” do Rio Grande do Sul, em 1975. Reestreiou, no dia 13 de julho, marcando um gol contra o Grêmio, na vitória por 2x1. Um mês depois, em novo grenal, valendo a decisão do campeonato, Flávio voltou a mar-car o gol único que deu ao seu clube o título de heptacampeão gaúcho. Ainda em 1975, foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro, contribuindo som seus 16 gols para a conquista do título pelo “Internacional”.Em 1977, transferiu-se para o “Pelotas”, onde ainda conseguiu ser um bom goleador. Em seguida, atuou, sem muitos sucessos, até 1981, por diversos clubes: “Santos”, “Figueirense”, “Brasília” e “Jorge Wilster-mann”, da Bolívia.De 1963 a 1966, Flávio jogou 18 partidas pela Seleção Brasileira, nas quais marcou 8 gols. Atualmente, dedica-se a escolinhas infantis de futebol em São Paulo, no distrito de Ermelino Matarazzo. Everaldo Marques da Silva, nascido em 11 de setembro de 1944, era natural de Porto Alegre. Começou a jogar futebol em 1957, no “Grê-mio”, atuando, sucessivamente, nas equipes infantil, infanto-juvenil e juvenil. Em 1964, foi emprestado so “Juventude”, de Caxias do Sul. De retorno ao tricolor da capital sul-riograndense, foi Campeão Gaúcho, em 1966, 1967 e 1968. Everaldo foi convocado, em 1967, para derender a Seleção do Brasil que conquistou a Taça Rio Branco, no Uruguai. Em

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1969, participou das eliminatórias que qualificaram a Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. E, no México, em 1970, sagrou-se Campeão Mundial. Recebeu o prêmio Bola de Prata da Revista Placar, em 1970. Foi agraciado, em 1972, com o prêmio Belfort Duarte, graças ao seu comportamento leal e disciplinado. Três meses depois, porém, desferiu um soco, durante o jogo, no àrbitro José Faville Neto, sendo suspenso por um ano. O episódio provocou um alteração nas regras de concessão do prêmio, que deixou de ser outorgado a atletas ainda em atividade.Lateral esquerdo que jogava de forma objetiva e simples, com eficiência na marcação, foi o primeiro jogador de um clube gaúcho a ganhar uma Copa do Mundo. Por isso, em sessão solene, realizada em 30 de junho de 1970, o Conselho Deliberativo do Grêmio, dedicou-lhe a estrela dourada de sua bandeira.Everaldo faleceu em um acidente automobilístico, em Cachoeira do Sul (interior do Estado do Rio Grande do Sul), quando viajava para Porto Alegre, em 1974. Raul Guilherme Plassmann nasceu em Antonina (PR), no dia 27 de setembro de 1944. Começou sua carreira no “Atlético Paranaense”, da capital de seu estado natal, em 1963. Transferiu-se em 1964 para o “São Paulo”, onde teve poucas oportunidades. Assim, foi a partir de 1965, no “Cruzeiro”, que suas qualidades de grande goleiro passaram a ser notadas. Com o clube azul de Belo Horizonte, Raul Plassmann foi Pen-tacampeão Mineiro em 1965/66/67/68/69, Tetra em 1972/73/74/75 e, mais uma vez, Campeão de Minas, em 1977. Conquistou o Campeonato Brasileiro de 1966 e a Copa Libertadores de 1976.Raul foi um goleiro seguro, que se colocava muito bem e que raramente falhava. Por acaso, inovou no Brasil, o uso de camisas vistosas pelos goleiros. Em um dos seus primeiros jogos pelo “Cruzeiro”, o roupeiro esqueceu sua camisa preta oficial. A solução foi tomar emprestada uma camisa amarela, de mangas compridas, usada, fora do campo, por um companheiro, à qual foi pregado, de forma improvisada, um número 1. As inevitáveis gozaçõe foram imediatas, e ele ganhou o apelido de Wanderléa, a cantora loura de sucesso na Jovem Guarda. Mas, a camisa amarela tornou-se sua marca registrada.Depois de treze anos, em 1978, trocou a Toca da Raposa pelo Ninho do Urubu. Com o “Flamengo”, continuou a ganhar títulos: Campeonato

Carioca de 1978, 1979 e 1981; Campeonato Brasileiro, em 1980, 1982 e 1983; Copa Libertadores, de 1981; e Copa Intercontinental (mundial de clubes), em 1981. Encerrou a vitoriosa carreira, em 1983, após sof-rer, no último minuto, o gol de Assis, que deu ao rival “Fluminense” o título carioca do ano. Mas, não foi vazado em seu último jogo (Fla 2x0 Bangu).Com a Seleção Brasileira, Raul disputou dezessete jogos, entre 1975 e 1980. Após parar de jogar, passou a trabalhar como comentarista esportivo. Em 1987, fez uma tentativa de treinar o “Cruzeiro”, mas não deu certo. Continuou a ser comentarista, mas voltou a ter uma experiência mal-sucedida, como técnico do “Juventude”, em 2003. Tornou-se dirigente do “Londrina”, em 2004, mas voltou, pouco tempo depois, ao ofício de comentarista esportivo. Em 2011, iniciou novo trabalho no “Cruzeiro”, junto às categorias de base, visando ao aproveitamento de jovens va-lores no elenco principal do clube que o projetou no cenário nacional..Jair Ventura Filho, o Jairzinho, nasceu em 25 de dezembro de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no futebol como gandula, no campo do “Botafogo”, em 1958. Logo conseguiu uma vaga na equipe juvenil do “Glorioso”, pelo qual foi campeão em 1961. Iniciou sua carreira profissional em 1962. No ano seguinte, obteve a condição de titular no time principal do alvinegro carioca, onde permaneceu até 1974. Além do título de tricampeão carioca juvenil (1961/62/63), Jairzinho, com o “Botafogo de Futebol e Regatas”, ganhou: o Torneio Rio-São Paulo, em 1964 e 1966; o Campeonato Carioca, de 1967 e 1968; a Taça Guana-barra, em 1967 e 1968; e a Taça Brasil, de 1968. O alvinegro carioca conquistou, também, diversos títulos interancionais, com a participação desse veloz atacante de 1,73 m de altura, entre 1964 e 1968, na Argen-tina, Bolívia, Colômbia, México e Suriname.Pela Seleção do Brasil, atuou em três Copas do Mundo: 1966, 1970 e 1974. Foi uma das principais figuras da vitoriosa campanha de 70, quando os brasileiros asseguraram a posse definitiva da Taça Jules Rimet, com a terceira conquista do mais importante troféu do futebol. Marcou gols em todos os jogos do certame e recebeu o apelido de “Fu-racão da Copa”.Transferiu-se para o “Olympique de Marseille”, da França, em 1974.

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Voltou ao Brasil, para jogar no “Cruzeiro”, de Belo Horizonte, e ser Campeão da Copa Libertdores, em 1976. A seguir, atuou, sucessiva-mente, pelos clubes: “Portuguesa”, em 1977; “Noroeste”, de 1978 a 1979; “Fast Club”, em 1979; “Jorge Wilsterman, da Bolívia, de 1980 a 1981; “Botafogo”, novamente, entre 1981 e 1982; e “Nueve de Octu-bre”, da Colômbia, em 1982, quando encerrou a carreira. Neste ano de 2010, em que completará 66 anos na véspera do Natal, Jairzinho, o “Furacão”, está na bela cidade balneária fluminense de Cabo Frio, como treinador de futebol.João Batista de Sales, o Fio Maravilha, nasceu em Conslheiro Pena (MG), no dia 19 de janeiro de 1945. Em 1960, aos quinze anos, foi levado por seu irmão Germano, ponta-esquerda do “Flamengo”, para treinar nos juvenis do clube da Gávea, no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira priofissional em 1865, no rubronegro carioca, onde atuou até 1973, realizando um total de 288 jogos, com 79 gols marcados.João Batista nunca foi craque. Mas, tinha carisma e foi xodó da fanática torcida flamenguista. Centroavante de estilo desengonçado, alternava algumas boas jogadas com outras dignas de figurar entre aquelas ina-creditáveis, perdendo muitos dos chamados gols feitos. Entretanto, in-esperadamente, podia também fazer um gol genial, como o da vitória do “Flamengo”, por 3x2, contra o “Benfica”, de Portugal, em um amistoso efetuado no Maracanã, que lhe valeu o apelido de Fio Maravilha. Em 1972, o seu futebol folclórico tornou-se famoso, graças a uma música, composta por Jorge Benjor, cujo refrão dizia: “Fio Maravilha, nós gos-tamos de você”. Deixou o “Mengo” em 1973, transferindo-se para o “Paysandu”, do Pará, onde ficou até 1975, quando passou e defender o “Ceub”, do Distrito Federal, até 1976. De 1977 a 1978, jogou pela “Desportiva”, do Espírito Santo. Nos anos de 1979 e 1980, de volta ao Rio de Janeiro, atuou pelo “São Cristovão”.Em 1981, iludido com a possibilidade de rápido crescimento do futebol (soccer) norte-americano, decidiu tentar a sorte nos Estados Unidos. Entretanto, o esporte bretão encontrava-se ainda muito incipiente e Fio jogou apenas cerca de quatro meses no “New York Eagles”. Depois, foi contratado por uma equipe de Los Angeles, o “Monte Belo Panthers”. Por último, Fio Maravilha atuou no “San Francisco Mercury”. Embora

decepcionado com o futebol praticado, na época, nas terras do “Tio Sam”, ele apaixonou-se pela linda cidade de San Francisco, e decidiu ficar por lá, ainda que fosse como entregador de pizzas, o que ele efeti-vamente fez. Roberto Rivellino, ou, simplificadamente, Rivelino, nasceu em 1º de janeiro de 1946, na capital paulista. Começou sua trajetória futebolístca nas categorias de base do “Corinthians”, em 1963. Atuou pela equipe principal do Parque São Jorge, de 1965 a 1974. Jogador fora-de-série, meio-campista de técnica mais que apurada, com 1,72 m de altura e peso de 68 kg, era especialista em lançamentos longos que sempre encontravam um companheiro bem colocado. Além dos passes preci-sos, “Riva” caracterizava-se, também, pela potência de seu chute com a perna esquerda, que lhe valeu outro apelido: “Patada Atômica”. Exímio cobrador de faltas, Rivelino tinha, ainda, muita habilidade para dribles curtos, entre os quais o “elástico” que consiste em fazer, com o mesmo pé, um movimento de vai-e-vem com a bola. Essa jogada é considerada como de sua invenção, porém ele mesmo afirma que a copiou de seu companheiro Sérgio Achigo, da equipe corinthiana de futebol de salão, hoje chamado de futsal. Por tudo isso, tornou-se logo um dos maiores ídolos da fanática torcida autodenominada de “Fiel”, que passou a chamá-lo, inicialmente, de “Garoto do Parque” e, depois, de “Reizinho do Parque”. O “timão”, com Rivelino, seu maior craque, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1966. Entretanto, o “Corinthians” es-tava enfrentando um longo jejum de títulos do Campeonato Paulista, pois a última vez que sua enorme torcida gritara “é campeão”, foi em 1954, ano do IV Centenário da Cidade de São Paulo. Essa escassez de conquistas expressivas causou o desgaste do grande ídolo, agravado pela perda do campeonato paulista de 1974, para o “Palmeiras”. Dessa forma, Rivelino trocou o Parque São Jorge pelas Laranjeiras, no Rio de Janeiro.Pela Seleção do Brasil, Roberto Rivellino disputou três Copas do Mun-do: 1970, no México; 1974, na Alemanha Ocidental; e 1978, na Argen-tina. Na primeira, foi um dos maiores destaques da Seleção Brasileira que obteve a posse definitiva da Taça Jules Rimet, compondo com Gér-son a dupla de meio-campistas escolhida pela FIFA como a melhor do torneio. Na segunda, em 1974, voltou a jogar bem e marcar belos gols,

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como o que fez contra a Alemanha Oriental, ao cobrar com extrema pre-cisão uma falta com barreira, aproveitando uma brecha provocada por Jairzinho, que se agachou, na hora devida. Entretanto, o time brasileiro realizou uma campanha apenas razoável, ficando em quarto lugar. Em 1978, aos 32 anos de idade, foi reserva na maioria dos jogos, tendo o Brasil obtido a terceira colocação. Além do título de Campeão Mun-dial em 1970, Rivelino foi campeão da Minicopa, disputada no Brasil, em 1972; da Copa do Atlântico, de 1976; e do Mundialito de Cali, na Colômbia, em 1976.Quando ainda era atleta do Corinthians, Rivelino, devidamente autori-zado pelo seu clube, jogou 40 minutos com a camisa rubro-verde da “Portuguesa de Desportos” contra o “Zeljeznicar” da Bósnia-Herzego-vina, na inauguração do Estádio do Canindé, em janeiro de 1972, tendo assinalado um dos gols da vitória por 2x0. A estréia de Rivelino no “Fluminense” aconteceu no dia 8 de fevereiro de 1975, em um amistoso justamente contra o “Corinthians”, seu ex-clube. Com três gols, o “Bigode” (outro de seus apelidos) contribuiu para a vitória tricolor por 4x1. Sob a liderança do Presidente Francisco Horta, Roberto Rivellino foi a primeira peça contratada para a mon-tagem da “Máquina Tricolor”, fabulosa equipe composta por craques como Paulo Cézar Caju, Félix, Carlos Alberto Pintinho, Zé Mário, Mário Sérgio, Edinho, Marco Antônio e o argentino Doval. Esse time, que continuou a ser reforçado nos anos seguintes, com novas con-tratações, tornou-se uma das melhores equipes da história do futebol nacional. Assim, Rivelino conseguiu, finalmente, ser campeão estadual, e, mais ainda: Bicampeão Carioca (1975/76). Ele teve atuações sober-bas no tricolor das Laranjeiras, atingindo o auge de sua carreira. Marcou o seu gol mais famoso, em um jogo do “Fluminense” contra o “Vasco”, quando aplicou o drible elástico no zagueiro cruzmaltino.Em 1978, transferiu-se para o “El Helal”, da Arábia Saudita, onde con-quistou o campeonato nacional em 1979, 1980 e 1981; e a Copa do Rei, em 1980. Pendurou as chuteiras em 1981, aos 35 anos.Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de março de 1946. Começou a jogar futebol em 1965, na equipe de juniores do “Campo Grande”. Passou para a equipe principal do mesmo clube carioca, em 1967. No ano seguinte, transferiu-se para o “Atlético

Mineiro”. Teve atuação destacada no primeiro Campeonato Brasileiro, realizado em 1971, quando assinalou, contra o “Botafogo”, de cabeça, após parar no ar, o gol que deu a vitória e o título, ao clube de Belo Horizonte. Esse tipo de cabeçada valeu-lhe o apelido de “Beija-Flor”; pelo estilo rompedor, que superava a pouca técnica com muita força e disposição, mereceu o apelido de “Peito-de-Aço”.Centroavante matador, Dario atuou, entre 1973 e 1986, por mais dezes-seis diferentes clubes brasileiros, com destaque para sua temporada no “Internacional”. Contribuiu, decisivamente, para a conquista do título de Campeão Brasileiro de 1976, pelo colorado gaúcho, marcando, inclu-sive o primeiro gol da vitória sobre o “Corinthians”, por 2x0, na final. Digna de menção, também, sua atuação pelo “Sport”, em jogo contra o “Santo Amaro”, válido pelo campeonato pernambucano, quando Dadá marcou dez gols. A sua fidelidade ao alvinegro de Minas ficou patentea-da, porém, por seus retornos ao “Atlético”. Após seu primeiro período, de 1968 a 1972, voltou em 1974; de novo, em 1978, quando ficou até 1979; e, mais uma vez, em 1984. Conquistou os seguintes títulos impor-tantes: com o “Atlético Mineiro”, Campeão Mineiro, em 1970 e 1978, e Campeão Brasileiro, em 1971; pelo “Sport”, Campeão Pernambucano, em 1975; com o “Internacional”, Campeão Gaúcho e Brasileiro, am-bos em 1976; pelo “Bahia”, Campeão Baiano de 1981; pelo “Goiás”, Campeão Goiano de 1983. Foi artilheiro; do Campeonato Brasileiro, em 1971 e 1976; do Campeonato Mineiro, em 1969, 1970, 1972 e 1974; do Campeonato Carioca, em 1973, pelo “Flamengo”. Fez parte do grupo da Seleção Brasileira, que venceu a Copa do Mundo de 1970, no México, conquistando, de forma definitiva, a Taça Jules Rimet. Dadá Maravilha é autor de diversas frases de efeito, como: “Não me venha com a problemática, que eu dou a solucionática”;”Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravil-ha”; “Não existe gol feio. Feio é não fazer gol”; “Com Dadá em campo, não há placar em branco”; “Nunca aprendi a jogar futebol, pois perdi muito tempo fazendo gols”; “Chuto tão mal que, no dia em que eu fizer um gol de fora da área, o goleiro tem que ser eliminado do futebol”.Depois de pendurar as chuteiras, em 1986, Dario foi treinador de alguns clubes, como a “Ponte Preta”, de Campinas; o “Brasília”, da Capital

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Federal; e o “Ypiranga”, do Amapá, com o qual venceu o Campeonato Amapaense, em 1993.O jornalista Lúcio Flávio Machado publicou, em 1999, a biografia de Dario José dos Santos, sob o título “Dadá Maravilha”.Torcedor atleticano assumido, Dadá é, hoje, comentarista esportivo de TV, em Minas Gerais.Dirceu Lopes Mendes nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, no dia 3 de setembro de 1946. Começou, em 1963, no time juvenil do “Cruzei-ro”, pelo qual foi campeão mineiro da categoria, em 1964. Com a equi-pe principal, foi Pentacampeão Mineiro (1965/66/67/68/69); Campeão da Taça Brasil de 1966; e Tetracampeão Mineiro (1972/73/74/75). Conquistou a artilharia dos campeonatos mineiros de 1966 e 1969. Dir-ceu Lopes foi considerado o melhor meia dos campeonatos brasileiros de 1970, 1971 e 1973. Pela Seleção do Brasil, participou da campanha vitoriosa, sob o comando de Saldanha, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970. Entretanto, não foi selecionado para ir ao México. Ao todo, disputou 19 partidas com a camisa amarelinha, assinalando 4 gols, em 1970.Baixinho, com 1,62 m de altura, era extremamente veloz e hábil, tendo, como jogada característica, a arrancada com a bola dominada, desde o meio-de-campo até a área adversária, driblando os oponentes que en-contrava pelo caminho. Além disso, chutava com força e precisão.Transferiu-se para o “Fluminense” em 1977. Posteriormente, atuou palo “Flamengo”, “Uberlândia” e “Demcrata”, de Governador Valadares, no qual encerrou a carreira, em 1980.Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, nascido em 25 de janeiro de 1947, é natural de Belo Horizonte. O apelido de Tostão o acompanhou desde a infância, quando jogava peladas com garotos mais velhos, e era o menor do grupo, sendo assim chamado em alusão à menor moeda. Sua carreira foi iniciada, em 1961, no “Cruzeiro”, jogando futebol de salão. No ano seguinte, aos quinze anos, passou para o futebol de cam-po, integrando o time juvenil do clube azul. No mesmo ano de 1962, transferiu-se para o “América”, de Minas Gerais. Foi curta, porém, sua estadia no clube verde e preto, pois retornou ao “Cruzeiro” em 1963. Começou, então, a seqüência de vitórias e glórias que caracterizar-am a trajetória futebolística do Tostão. Foi Pentacampeão Mineiro

(1965/66/67/68/69) e Campeão Brasileiro (Taça Brasil), em 1966. Conquistou a artilharia dos campeonatos de Minas de 1965, 1966, 1967 e 1968; e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Taça de Prata), em 1970. Pela Seleção do Brasil, foi Campeão do Mundo, em 1970, no México; e da Copa Roca de 1971. Entre 1966 e 1972, disputou 65 jogos com a amrelinha, anotando 36 gols. Foi o maior goleador das eliminatórias para o campeonato mundial de 1970, apesar de ter sofrido, em 1969, um descolamento da retina, fruto de uma bolada, oriunda de um chute muito forte do zagueiro Ditão, do “Corinthians”. As suas brilhantes apresentações, na conquista definitiva da Taça Jules Rimet, valeram-lhe o apelido de “Mineirinho de Ouro”.Tostão era um meia atacante, especialista em abrir espaços para os com-panheiros. Habilidoso e dotado de inteligência excepcional, tinha uma capacidade extrordinária para antever as jogadas.Em 1972, Tostão encerrou seu glorioso ciclo cruzeirense, transferindo-se para o “Vasco”, em uma transação cujo valor foi recorde no futebol brasileiro da época. Sua contratação foi muito festejada pela torcida e considerada como o início da recuperação vascaína após uma crise que o clube vinha sofrendo. Entretanto, a alegria, causada pelo futebol inteligente e brilhante do Tostão, durou pouco, pois o atleta, um ano de-pois de sua contratação, voltou a sentir problemas de visão. Ficou vários meses afastado do time e acabou encerrando a carreira, aos 27 anos, em 1974.Eduardo Gonçalves de Andrade retomou os estudos e formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Passou a trabal-har como médico e professor, afastando-se completamente do futebol. Em 1994, deixou o magistério e tornou-se comentarista e cronista esportivo, dos mais respeitados. Suas crônicas, sempre inteligentes, são publicadas em diversos jornais do país. Tostão é autor do livro “Lem-branças e Reflexões sobre Futebol”, publicado em 1997. Luís Ribeiro Pinto Neto, o Lula, nasceu em Arcoverde, Pernambuco, no dia 16 de novembro de 1947. Após ter jogado futebol de salão no “ABC”, começou sua carreira profissional no “Ferroviário”, de Natal. Observado por um olheiro do “Fluminense”, foi logo contratado pelo tricolor carioca, onde chegou em janeiro de 1965. Com seu olho apu-rado para o aproveitamento de jovens talentos, o técnico Tim o colocou

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na equipe principal, ao lado de grandes craques que já faziam parte do elenco. Em 1967, o “Fluminense” o emprestou ao “Palmeiras”, receben-do em troca Rinaldo e Suingue. Pelo alviverde de São Paulo, realizou apenas 16 jogos, retornando, em seguida, às Laranjeiras. Lula viveu, então, grandes momentos, sendo Campeão Carioca em 1969, 1971 e 1973. Ponta esquerda habilidoso, veloz, incisivo e goleador, é relemb-rado pelos tricolores, sobretudo pelo gol que marcou, aos 43 minutos do segundo tempo da final do carioca de 1971, contra o Botafogo, após uma dividida do lateral Marco Antônio com o goleiro Ubirajara, quando os torcedores alvinegros já comemoravam o título que lhes cabia com o empate. Outra conquista épica, da qual ele participou com méritos, foi a da Taça de Prata, em 1970. Pelo “Fluminense”, jogou 375 partidas e marcou 100 gols.Foi convocado para a Seleção do Brasil em 1971. Com a camisa amare-linha, atuou em treze jogos e marcou dois gols. Rápido e oportunista, recebeu o apelido de “carrasco dos laterais”. Transferiu-se, em 1974, para o “Internacional”, permanecendo até 1977. No colorado gaúcho, integrou, com destaque, um ótimo time que foi Campeão Gaúcho, três vezes, e Campeão Brasileiro, duas vezes. De temperamento rebelde, Lula motivou o vice-presidente de futebol do “Inter”, Ballvê, a proferir a seguinte frase: “Durante a semana, ele nos incomoda; e no domingo, incomoda os adversários.” Luís Ribeiro Pinto Neto voltou para Pernambuco em 1977, passando a jogar pelo “Sport”, do Recife, até 1979, quando encerrou a carreira. Entre 1989 e 2002, exerceu a função de técnico, tendo treinado diversos times, inclusive na Arábia Saudita. Vive, hoje, no Recife.Moacir Fernandes, o Cafuringa, nasceu no dia 10 de novembro de 1948, em Juiz de Fora, cidade mineira próxima ao Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira no “Botafogo”, em 1965. Transferiu-se, em seguida, para o “Bangu”, onde ficou até 1969, quando foi para o “Fluminense”. No tri-color, viveu a melhor fase de sua carreira, sendo Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975. Participou, com brilho, da conquista da Taça de Prata (última edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa), em 1970.Cafuringa era um ponta-direita veloz que tinha uma enorme facilidade para driblar os adversários, o que fazia com grande prazer pessoal, causando uma imensa alegria aos torcedores do seu time, que se diver-

tiam com suas jogadas. Sua deficiência era a finalização, pois muito raramente marcava um gol.Deixou o “Fluminense” em 1976, para jogar pelo “Atlético Mineiro”, onde foi Campeão de Minas Gerais, mas não permaneceu muito tempo, transferindo-se para o “Grêmio Maringá”, do Paraná. Em seguida, vol-tou a jogar no “Fluminense”, nos anos de 1977 e 1978. No ano seguinte, foi para a “Caldense”, de Minas Gerais, e, depois, para o clube venezue-lano “Deportivo Táchira”, onde se aposentou. Morreu no Rio de Janeiro, em 1991, de septicemia. O seu apelido inspirou o do Cafu, lateral direito e capitão da Seleção Brasileira, que ergueu a Taça de Campeão Mundial em 2002. Paulo César Carpegiani nasceu em 7 de fevereiro de 1949, na cidade gaúcha de Erechim. Iniciou sua carreira profissional em Porto Alegre, no “Internacional”, no ano de 1970. Participou das sete campanhas vitoriosas do colorado no campeonato do Rio Grande do Sul, rntre 1970 e 1976. Além de Heptacampeão Gaúcho, foi Bicampeão Brasileiro (1975/76).Meio-campista objetivo, com estilo clássico e bom poder de marcação, hábil nos dribles curtos e passes longos, Carpegiani tem 1,75 m de altu-ra. Transferiu-se, em 1977, para o “Flamengo”. Com o rubronegro, foi Campeão Carioca em 1978 e 1979; e Brasileiro, em 1980. Nesse mesmo ano, uma contusão no joelho, cujo menisco já havia sido operado em 1975, obrigou-o a encerrar, prematuramente, sua brilhante carreira, com a idade de 31 anos. Pela Seleção do Brasil, disputou 17 jogos, entre 1974 e 1979. Participou da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.Começou, em 1981, suas atividades como técnico. Treinou diversas equipes renomadas, do Brasil e do exterior, como “Flamengo”, “In-ternacional”, “Palmeiras”, “Cerro Porteño”, “Barcelona”, “Coritiba”, “Cruzeiro” e “Corinthians”; além das Seleções do Paraguai e do Ku-wait. Neste ano de 2010, está dirigindo o “São Paulo”.José Maria Rodrigues Alves, o Zé Maria, nasceu em 18 de maio de 1949, na cidade de Botucatu, Estado de São Paulo. Começou sua car-reira, em sua cidade natal, na “Ferroviária” de Botucatu, no ano de 1966. Já no ano seguinte, foi transferido para a “Portuguesa” da capital paulista. Permaneceu na lusa do Canindé até 1970.Lateral direito de extremo vigor físico, recebeu o apelido de “Super Zé”

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e foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou e venceu a Copa do Mundo de 1970, no México. Na ocasião, foi reserva de Carlos Alber-to Torres, mas atuou como titular na Copa do Mundo de 1974. Jogou 48 partidas pela seleção, entre 1968 e 1978. Participou das conquistas da Copa Roca, em 1971, e da Taça da Independência do Brasil, em 1972.Transferiu-se, em 1970, para o Corinthians, dando início à sua melhor fase de jogador. No Parque São Jorge, entre 1970 e 1983, ganhou quatro campeonatos paulistas (1977, 1979, 1982 e 1983). Recebeu o prêmio Bola de Prata do Brasil, em 1973 e 1977. Foi para a “Internacional” de Limeira em 1983, e encerrou a carreira, com 34 anos.Paulo Cézar Lima, ou Paulo Cézar Caju, como ficou mais conhecido, é natural do Rio de Janeiro, nascido em 16 de junho de 1949. Começou no “Botafogo”, onde chegou à equipe principal em 1967, aos 18 anos. Logo em sua primeira temporada, foi Campeão Carioca, tendo mar-cado três gols na partida decisiva, contra o “América”. Foi apelidado de “Nariz de Ferro” e de “Urubu Feio”. No mesmo ano de 1967, recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Com o alvinegro de General Severiano, voltou a ser Campeão Carioca e vencedor da Taça Brasil, em 1968, Com a seleção, participou, na condição de reserva, da Copa do Mundo de 1970, no México, sagrando-se Campeão Mundial, aos 21 anos.Ponta esquerda e, posteriormente, meia, Paulo Cézar era muito habili-doso e praticava um futebol insinuante e provocativo. Em 1971, quando o Glorioso liderava, com folga, o campeonato estadual, ele decidiu fazer embaixadas na frente de seu marcador. Sua jogada foi interpretada como de menosprezo aos demais times. A partir daí, o Botafogo passou a perder pontos importantes para os adversários, e acabou sendo su-perado pelo “Fluminense”, que conquistou o título. Em conseqüência do ambiente desfavorável que se formou, ele deixou o clube que o revelara, transferindo-se para o “Flamengo”, pelo qual foi Campeão Carioca em 1972. Permaneceu no rubronegro até 1974, tendo recebido o apelido de “Caju”, em função da nova cor de seus cabelos descoloridos, adotada para combinar com o carro, adquirido para curtir a noite carioca.Em 1974, disputou, agora como titular da equipe canarinha, a Copa do Mundo, na Alemanha. Após o certame, foi contratado pelo “Olym-pique”, de Marseille. Ficou apenas um ano na França, pois foi repatri-

ado pelo “Fluminense”, para integrar a famosa Máquina, em 1975. Sua estréia no tricolor foi no dia 10 de junho, no Maracanã com mais de 100.000 torcedores, contra o “Bayern” de Munique, bicampeão eu-ropeu de 1974/75, que contava com cinco campeões mundiais da Copa de 1974 (Sepp Maier, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Gerd Müller e Kapellmann). O único gol da partida foi marcado pelo artilheiro Gerd Müller, contra as suas redes, porém, dando a vitória ao time carioca, que tinha, entre outros craques: Félix, Edinho, Marco Antônio, Cafur-inga, Rivelino e o estreante Caju. Foi, então, novamente. Bicampeão Carioca (1975/76), agora com a camisa das três cores. Transferiu-se para o “Grêmio” em 1977. Voltou para o Rio em 1978, contratado pelo “Vasco”. Retornou ao tricolor gaúcho, em 1980. Jogou no “Corinthi-ans” durante o ano de 1981. Outra vez na França, atuou pela “AS Aix” na temporada 1982/83. Mais uma vez no “Grêmio”, conquistou a Taça Intercontinental de 1983, último título de sua carreira.Pela Seleção do Brasil, disputou 77 jogos e marcou 17 gols. Em 1977, foi feito um documentário promocional para a Copa do Mundo de 1998, na França, apresentando belas jogadas e algumas referências sobre sua trajetória futebolística. Passou a escrever crônicas semanais para o Jornal da Tarde, de São Paulo, publicadas às terças-feiras, a partir de maio de 2008. Emerson Leão nasceu em Ribeirão Preto (Estado de São Paulo), no dia 11 de julho de 1949. Começou a jogar como goleiro no “São José”. Sua carreira profissional teve início no “Comercial”, de sua cidade natal, em 1967. No ano seguinte transferiu-se para o “Palmeiras”. Em pouco tempo, assumiu a condição de titular, iniciando um período de glórias e conquistas, durante dez anos. Seus títulos mais expressivos, com o al-viverde da capital paulista, foram os de Campeão Brasileiro em 1972 e 1973. Leão conquistou, ainda com o verdão, os títulos: do Torneio Rob-erto Gomes Pedrosa, em 1969; de Campeão Paulista, em 1972, 1974, e 1976. Ganhou, também, o prêmio Bola de Prata, em 1972. Atuou 105 vezes pela Seleção Brasileira. Com 21 anos, foi Campeão Mundial na Copa de 1970. Após ter sido reserva nesse campeonato do México, passou a titular em 1971 e assim continuou até 1979, incluindo as Copas do Mundo de 1974, na Alemanha, e a de 1978, na Argentina,Transferiu-se para o “Vasco”. onde jogou por dois anos (1979 e 1980).

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Em seguida, foi para o “Grêmio” (1980 a 1983). Com o tricolor dos Pampas, foi Campeão Gaúcho (1980) e Brasileiro (1981). Foi para o “Corinthians” em 1983, e venceu mais um Campeonato Paulista, no mesmo ano. Voltou a jogar no “Palmeiras”, entre 1984 e 1986. Seu úl-timo clube foi o “Sport” de Pernambuco, onde se aposentou, em 1987.No mesmo ano, e no mesmo clube, o rubronegro do Recife, Leão iniciou sua carreira de técnico, conquistando logo o Campeonato Bra-sileiro de 1987. Seu último clube foi o “Goiás”, em 2010. Durante todos esses anos, treinou inúmeros times hrasileiros, entre os quais: “Santos”, “Palmeiras”, “São Paulo” e “Corinthians”, em São Paulo; “Atlético Mineiro” e “Cruzeiro”, em Minas; “Grêmio” e “Internacional”, no Rio Grande do Sul; além de clubes do Japão e da Arábia Saudita. Col-ecionou diversos sucessos e alguns fracassos. Teve, ainda, uma rápida e conturbada passagem pela Seleção Brasileira, como seu técnico.Jonas Eduardo Américo, conhecido como Edu, nascido em 6 de agosto de 1949, é natural de Jaú, interior de São Paulo. Começou muito cedo, com apenas quinze anos, na equipe principal do “Santos”. Aos dezes-seis anos, tornou-se o jogador mais novo a ser convocado e inscrito para disputar uma Copa do Mundo, a de 1966, na Inglaterra. Voltou a ser chamado para participar da Copa do Mundo de 1970. Foi titular, como ponta-esquerda avançado, do time base do técnico João Saldanha, que venceu as eliminatórias, jogando no sistema 4-2-4. Com a troca de Saldanha por Zagallo, o esquema passou a ser 4-3-3, e Rivelino foi escalado em seu lugar, para jogar recuado, compondo o meio-de-campo. A última Copa do Mundo do Edu foi a de 1974, na qual o Brasil ficou em terceiro lugar. Pela Seleção Brasileira, disputou 54 jogos, marcando 10 gols, entre 1966 e 1976. A sua maior glória foi o título de Campeão Mundial, em 1970, no México. No ano segunte, 1971, recebeu o prêmio Bola de Prata, da Revista Placar.Ponta-esquerda de extrema habilidade, Edu era um excelente driblador. Com o alvinegro praiano, foi Campeão Brasileiro (Taça Brasil) em 1965; e Campeão Paulista em 1967, 1968, 1969, 1973 e 1977. Nesse último ano, deisou a Vila Belmiro, transferindo-se para o “Internacion-al”. Em 1980, foi para os Estados Unidos, jogar pelo “Tampa Bay”, da Flórida. Voltou para o Brasil, em 1981, passando a atuar no “Nacional”, de Manaus. Pendurou as chuteiras, em seguida.

Clodoaldo Tavares de Santana, nascido em 25 de setembro de 1949, é natural de Aracaju. Começou a jogar futebol nas categorias de base do “Santos”, aos treze anos. A carreira profissional foi iniciada no mesmo clube, em 1965. Seus primeiros jogos pela equipe principal do “Peixe” aconteceram em 1966, durante uma excursão pela América do Sul. Aos dezessete anos, em 1967, tornou-se titular com a responsabilidade de substituir o ídolo Zito. Em toda a sua carreira, jogou 510 partidas, defendendo o alvinegro santista.Clodoaldo era um volante que tinha intimidade com a bola, jogando com classe e técnica, que apoiava com eficácia e marcava com eficiên-cia, pelos dois lados do campo. Nos catorze anos de permanência na Vila Belmiro, participou das conquistas de cinco campeonatos paulis-tas, um Torneio Roberto Gomes Pedrosa e uma Recopa dos Campeões Intercontinentais.Com 1,74 m de altura e 75 kg de peso, “Corró”, como seus companheir-os o chamavam, fez 51 partidas pela Seleção Brasileira, assinalando três gols. Foi titular na Copa do Mundo de 1970, no México, sagrando-se Campeão Mundial. Sofreu uma contusão, pouco antes da Copa de 1974, e acabou cortado da delegação brasileira Sua brilhante trajetória foi pratcamente finalizada, de forma prematura, logo após uma cirurgia no seu joelho esquerdo, quando ele tinha ap-enas 29 anos. Depois de pendurar as chuteiras, Clodoaldo continuou a colaborar com seu time do coração, exercendo cargos de diretor, vice-presidente e gerente de futebol do “Santos”. Marco Antônio Feliciano nasceu em Santos, no dia 6 de fevereiro de 1951. Seu primeiro contato com o futebol foi em um clube amador chamado “Fazenda”. Marco Antônio iniciou sua carreira profissional, em 1968, na “Portuguesa Santista”, da sua cidade natal Transferiu-se para o “Fluminense” no ano seguinte. No tricolor, entre 1969 e 1976, embora ainda muito jovem, teve a sua fase áurea. Foi Campeão Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975; vencedor da Taça Guanabara de 1969 e 1971; e Campeão Brasileiro, em 1970, conforme reconhecido pela CBF em 22 de dezembro de 2010, graças à conquista da Taça de Prata (úl-tima edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa).Lateral esquerdo de técnica apurada, Marco Antônio, logo no seu segundo ano nas Laranjeiras, foi convocado para a Seleção Brasileira

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e sagrou-se Campeão do Mundo, aos 19 anos, na Copa do México, em 1970. Recebeu o prêmio Bola de Prata do Brasil em 1975 e 1976. Nesse último ano, foi para o “Vasco da Gama”. Voltou a ser Campeão Carioca, em 1977, pela equipe cruzmaltina. Em 1981, trocou o clube da colina pelo “Bangu”. Ficou em Moça Bonita até 1983, quando se transferiu para o “Botafogo”. Encerrou a carreira no alvinegro de General Seve-riano, em 1984, com 33 anos de idade. Entre 1999 e 2001, treinou os juvenis do “São Cristovão”.Depois de quatro edições do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, cuja úl-tima Taça de Prata foi conquistada pelo “Fluminense”, em 1970, a CBD decidiu organizar, de forma definitiva, o Campeonato Brasileiro de Futebol, em 1971. O sistema adotado para a disputa foi o da formação de grupos, com jogos elminatórios, popularmente chamado de mata-mata. Seu primeiro vencedor não foi um clube de São Paulo, tampouco do Rio; e, sim, o “Atlético Mineiro”, de Belo Horizonte. Com o recente reconhecimento oficial dos quatro ”Robertões” e das dez Taças Brasil, realizadas entre 1959 e 1968, como campeonatos nacionais, o “Bra-sileirâo” de 1971 passou a ser a 15ª edição do campeonato de clubes do Brasil. Aos dezessete clubes, representantes dos Estados da Guanabara, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Pernam-buco, que participaram da edição de 1970, foram acrescidos mais três, sendo um terceiro de Minas, um segundo de Pernambuco e, pela primei-ra vez, um clube do Ceará.O time campeão do “Galo”, comandado pelo técnico Telê Santana, tinha, como destaques, o goleiro Renato, o zagueiro Vantuir, o lateral Oldair, e, no ataque, o folclórico e polêmico Dadá Maravilha. O São Paulo classificou-se em segundo, tendo José Poy no comando técnico, e Gérson, o Canhotinha de Ouro, como seu líder e melhor jogador. Já o outro alvinegro, que ficou em terceiro lugar, o “Botafogo”, dirigido pelo técnico Paraguaio, contava com o goleiro Wendell, o zagueiro Djalma Dias, o lateral Valtencir, o meio-campista Carlos Roberto e o atacante Jairzinho.Houve, em 1971, um Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão, vencido pelo “Villa Nova”, também de Minas Gerais, mas não havia previsão de acesso e descenso.O Campeonato Brasileiro de 1972 teve 26 participantes, e como vence-

dor, a equipe do “Palmeiras”, apelidada de academia, em função da beleza do futebol clássico que praticava, graças, sobretudo, ao virtuosis-mo do seu meio-campo, liderado por Ademir da Guia, bem secundado por Dudu. O time, comandado pelo técnico Osvaldo Brandão, tinha outros grandes valores, como o arqueiro Leão, o zagueiro Luís Pereira e o atacante Leivinha. O “Botafogo”, agora com o técnico Sebastião Leô-nidas, foi vice. Além de Jairzinho, Carlos Roberto e Valtencir, o “Glo-rioso” contou também com o zagueiro Brito (após o cumprimento da longa suspensão, que lhe foi imposta por agredir um árbitro) e o lateral Marinho Chagas.Continuou sendo realizado, embora sem acessar à elite, o campeonato brasileiro da segunda divisão, cujo campeão foi o “Sampaio Correia”, em 1972.No ano seguinte, a academia palmeirense conquistou o bicampeonato, com o mesmo técnico e, praticamente, os mesmos onze jogadores. A diferença foi o número de participantes, ampliado para 40 clubes, com a seguinte distribuição por estado: Guanabara e São Paulo, seis de cada um: Minas e Pernambuco, três cada; Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná, Ceará, Amazonas e Pará, dois por unidade federativa; e Ser-gipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Maranhão e Piauí tiveram direito a um representante, cada. O vice-campeão voltou a ser o São Paulo, do técnico José Poy, que contou com Waldir Peres, no gol; Pedro Rocha, no meio de campo; e Mirandinha, no ataque. O terceiro colocado foi o “Cruzeiro”, com o técnico Hilton Chaves, e, como principais jogadores, Nelinho, Procópio, Piazza, Zé Carlos, Dirceu Lopes e Palhinha. Em quarto lugar, classificou-se o “Internacional”, sob o comando técnico de Rubens Minelli, com o meio-campo formado por Falcão e Carpegiani, tendo Valdomiro e Claudiomiro no ataque.Foi abolida, em 1973, a segunda divisão.Em 1974, foi mantido o número de quarenta clubes participantes do Campeonato Brasileiro. O campeão foi o “Vasco da Gama”, com o téc-nico Mário Travaglini. Seus jogadores mais destacados foram o goleiro argentino Andrada, os zagueiros Miguel e Moisés, o meio-campista Zanata e, no comando do ataque, o grande artilheiro e, hoje, presidente Roberto Dinamite. O vice-campeão foi o “Cruzeiro”, ainda treinado por

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Hilton Chaves e com Nelinho, Piazza, Dirceu Lopes e Palhinha, como destaques.O número de participanres do Campeonato Brasileiro foi novamente aumentado, em 1975, para quarenta e dois, com a inclusão de mais dois clubes: um da Paraíba, representada pela primeira vez; e o acréscimo de mais um, na representação de Goiás. O “Internacional”, comandado pelo técnico Rubens Minelli, foi o grande campeão, com Manga, no gol; Figueroa, na zaga; Paulo Roberto Falcão e Paulo César Carpegiani, no meio-campo; e o ataque composto por Valdomiro, Flávio e Lula. O time azul do “Cruzeiro”, sob o comando técnico do experiente Zezé Moreira, tendo, como novidade, o goleiro Raul, e mantendo os ídolos Nelinho, Piazza e Palhinha, ganhou o vice-campeonato. O “Fluminense”, com a famosa Máquina Tricolor, apesar da boa campanha, conquistou apenas o terceiro lugar, uma vez que foi derrotado, na semifinal, pelo “Inter” por 2x0 (gols dos ex-tricolores Flávio e Lula).A influência do governo militar no futebol continuou a se fazer sentir, na busca por uma maior integração nacional, aumantando, cada vez mais, o número de participantes no Campeonato Brasileiro, disputado em uma única divisão. Em 1976, foram incluídos mais doze clubes, totalizando cinqüenta e quatro equipes para disputar a primeira fase. Divididas em seis chaves, com nove agremiações em cada, classifi-cavam-se as quatro primeiras de cada chave, em turno único. Da fase seguinte, participavam os quatro classificados como vencedores das seis chaves anteriores, agora divididos em quatro chaves com seis times em cada uma, classificando-se os três primeiros de cada, para a terceira fase. Os times não classificados disputavam uma repescagem, na qual o vencedor de cada uma das seis chaves dos perdedores, compostas por cinco clubes em cada, também se classificava para a terceira fase. Nessa etapa, eram formadas duas chaves com nove times em cada uma, classificando-se o vencedor e o segundo colocado de cada, sempre em turno único. Na etapa seguinte, eram disputadas as duas semifinais, em partidas únicas, também em jogo único, com o mando de campo atribuí-do ao clube com melhor campanha, consideradas todas as fases anteri-ores. Em caso de empate, haveria uma prorrogação, e, na persistência da igualdade, disputa por cobrança de pênaltis. O mesmo critério de desempate era aplicado na final, em jogo único, com o mando de campo

favorecendo a equipe com melhor desempenho anterior. Foi mantido o critério de pontuação diferenciada, que incentivava a marcação de gols, com a atribuição de dois pontos para as vitórias simples (um gol de diferença) e de três pontos para as vitórias com diferença igual ou supe-rior a dois gols. Essa inovação brasileira foi, de certa forma, precursora da atribuição de três pontos a qualquer vitória, posteriormente adotada em todo o mundo.A edição de 1976 teve, novamente, o “Internacional” do Rio Grande do Sul como vencedor, sendo o segundo clube a se tornar bicampeão. A equipe colorada, que venceu o “Corinthians”, na final, era comandada pelo técnico Rubens Minelli, e tinha os seguintes pontos altos: Manga, no gol; Figueroa e Marinho Peres, na zaga; Falcão e Batista, no meio-campo; e Valdomiro, Dario e Lula, no ataque. O time do Parque São Jorge, vice-campeão, com o técnico Duque, contou com os seguintes valores: Zé Maria e Wladimir, nas laterais; Moisés, na zaga; Givanildo, no meio de campo; e Vaguinho, no ataque.As semifinais, disputadas no dia 5 de dezembro de 1976, foram dignas de menção. Em Porto Alegre, o “Inter” venceu o “Atlético Mineiro”, com um gol memorável, no último minuto do 2° tempo. Dadá levantou a bola, na entrada da área, para Escurinho, que trocou três passes de cabeça com Falcão, que, então, finalizou, chutando fora do alcance do goleiro Ortiz. A outra semifinal, entre a Máquina Tricolor e o Timão, no mesmo dia, no Maracanã, ficou célebre pela chamada “Invasão Corin-thiana”, quando cerca de 70.000 torcedores do clube paulista viajaram para o Rio, dividindo pela metade o público presente no estádio, de 146.000 pessoas. Assim foi tirada, na prática, a vantagem de jogar em casa, obtida pelo “Fluminense”, por ter feito melhor campanha, durante o campeonato. O resultado do jogo, mantido na prorrogação, foi um empate de 1x1. Na decisão por pênaltis, o “Corinthians” foi mais feliz. Dessa forma, apesar do poderio de sua equipe, o tricolor das Laranjei-ras, mais uma vez, não chegou à final. O campeonato de 1977 teve ampliado, mais uma vez, o número de dis-putantes, que passou a ser de sessenta e dois. Esse Brasileirão, iniciado em 1977, só teve seu término em 5 de março de 1978. A disputa seguiu, aproximadamente, os mesmos moldes das edições anteriores, com as alterações decorrentes do aumento de participantes. Essa edição eviden-

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ciou alguns inconvenientes do sistema adotado, pois o vice-campeão acunulou dez pontos a mais que o campeão. Outrossim, o “Botafogo” se manteve invicto durante todo o campeonato, mas só obteve a quinta colocação.O campeão foi o “São Paulo”, dirigido pelo técnico Rubens Minelli, que conquistara os títulos de 1975 e 1976, com o “Inter”. No tricolor paulstano, o tricampeão Minelli contou com os seguintes jogadores, considerados expoentes do grupo: o goleiro Waldir Peres; o lateral direito Getúlio; a dupla de meio-campistas Chicão e Dario Pereyra; e os atacantes Zé Sérgio e Mirandinha. O “Atlético Mineiro”, agora com o técnico Barbatana, foi o vice-campeão, tendo, entre os seus principais atletas: o arqueiro João Leite; o zagueiro Vantuir; Toninho Cerezo e Paulo Isidoro, no meio-de-campo: e, no ataque, Caio Cambalhota. Pela primeira vez, a final, foi decidida nos pênaltis. O jogo terminou 0x0, permanecendo o placar em branco, no fim da prorrogação. Na cobrança de pênaltis, o tricolor do Morumbi converteu três das cinco oportuni-dades, enquanto o “Galo” só aproveitou duas.A grata surpresa do Campeonato Brasileiro de 1977 foi a terceira colo-cação, conseguida pelo modesto “Operário” de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). O mérito dessa façanha deve ser creditado ao técnico Carlos Castilho, que depois de ter sido um dos maiores goleiros do Brasil e do mundo, teve, infelizmente, pouco tempo de vida para mos-trar suas grandes qualidades como treinador.No ano da Copa do Mundo de 1978, foi, novamente, aumentado o número de participantes do Brasileirão, que passou a ser de setenta e quatro clubes. Pela quarta e última vez, houve a atribuição, diferencia-da, de dois ou três pontos por vitória. Mas, para fazer jus à bonificação, a diferença no placar teria de ser de três ou mais gols. Além dessa alteração de dois para três gols, as semifinais e a final deixaram de ser disputadas em jogo único, passando a ser em partidas de ida-e-volta. Também foi acrescentada ao campeonato uma fase de quartas-de-final, também em dois jogos (ida-e-volta).O campeão, pela primeira vez, não foi de uma capital estadual, e, sim, de uma cidade do interior: o “Guarani”, de Cmpinas, Estado de São Paulo. A equipe do Bugre, do interior, venceu o time do “Palmeiras”, da capital paulista, nos dois jogos da decisão, ambos pelo placar de 1x0: o

primeiro em São Paulo, no Morumbi, com um gol de Zenon; o segundo, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, com um gol de Careca.A equipe campeã, do “Guarani’, dirigida pelo técnico Carlos Alberto Silva, tinha, como seus maiores valores, justamente, os autores dos gols decisivos: Zenon, e sua revelação, Careca. Já o vice-campeão “Palmei-ras” tinha, sob as ordens do técnico Jorge Vieira, o excelente goleiro, já veterano, Emerson Leão, e, na frente, o fantástico Jorge Mendonça. Mais uma vez, o número de equipes disputantes do Cameonato Brasilei-ro, em divisão única, foi aumentado, na edição de 1979, para noventa e quatro. Foi o último certame organizado pela CBD (Confederação Bra-sileira de Desportes), pois logo após seu início, o futebol foi desmem-brado, separando-se dos demais esportes e constituindo uma entidade específica, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Pelo regula-mento, os times do Rio de Janeiro e de São Paulo, que iriam disputar o Torneio Rio-São Paulo (que acabou sendo cancelado), entrariam direto na segunda fase. Como o “Guarani” e o “Palmeiras” só entrariam na ter-ceira fase, por terem sido, respectivamente, campeão e vice, no ano an-terior, os demais clubes paulistas pleitearam esse privilégio. O pleito foi indeferido, por ser descabido. Em represália, “Corinthians”, “Santos”, “São Paulo” e “Portuguesa de Desportos” boicotaram o campeonato.A vitória coube, pela terceira vez na década, ao “Internacional” que venceu, na final, os jogos de ida-e-volta, contra o “Vasco”, por 2x0, no Rio, e 2x1, em Porto Alegre. A equipe gaúcha, dirigida pelo técnico Ênio Andrade, teve, como pontos fortes: Mauro Galvão, na defesa; Batista e Falcão, no meio de campo; e Valdomiro e Mário Sérgio, no ataque. A campanha do “Inter” foi brilhante, pois foi campeão invicto. O time carioca, comandada pelo técnico Oto Glória, sagrou-se vice-campeão, tendo, como seus maiores destaques: Leão, no gol; Zé Mário, no meio-campo: e Roberto Dinamite, na linha ofensiva. O Brasileirão de 1980 reuniu quarenta equipes na primeira divisão, pois, finalmente, cedendo à pressão dos clubes, a CBF decidiu realizar o campeonato nacional em três divisões, designando os troféus respec-tivos como Taça de Ouro, Taça de Prata e Taça de Bronse. Ao instituir o sistema de acesso e descenso, recomendado pela FIFA, a CBF inventou um mecanismo, chamado de acesso intermediário, no mesmo ano da competição. De acordo com essa invenção, os quatro times melhor clas-

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sificados na primeira fase da Taçs de Prata passavam a disputar a seg-unda fase da Taça de Ouro. As demais equipes da Taça de Prata continu-avam no seu certame, disputando o título do torneio e duas vagas para a Taça de Ouro do ano seguinte.Em uma decisão polêmica, o “Flamengo” conquistou o campeonato. No primeiro jogo da final, realizado no Mineirão, em 28 de maio de 1980, com arbitragem de Romualdo Arppi Filho, o “Atlético Mineiro” venceu por 1x0. No segundo, realizado no dia 1º de junho, no Maracanã, api-tado por José de Assis Aragão, que expulsou três jogadores e o técnico do clube mineiro, o rubronegro carioca venceu por 3x2. Como houve igualdade na soma dos resultados (3x3), foi utilizado, de acordo com o regulamento, o critério do melhor desempenho na semifinal, que favore-ceu o “Flamengo” (duas vitórias sobre o “Coritiba”), enquanto o “Atlé-tico Mineiro” obteve uma vitória e um empate, contra o “Internacional”.O técnico do campeão foi Cláudio Coutinho que utilizou, durante a campanha, entre outros, os seguintes valores: Raul, no gol; Carlos Alberto Torres, Toninho e Júnior, nas laterais; Andrade, Paulo César Carpegiani, Adílio e Zico, no meio-campo; Tita e Nunes, no ataque. O técnico vice-campeão Procópio Cardoso tinha os seguintes expoentes: João Leite, na meta; Luisinho, na zaga; Chicão, Toninho Cerezo e Pal-hinha, no meio de campo; Reinaldo e Éder Aleixo, no ataque.Nessa década de 1971 a 1980, embora os títulos do Campeonato Bra-sileiro tenham ficado, exclusivamente, nas mãos de clubes dos maiores centros (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), verificou-se uma maior integração do futebol, em termos nacionais. E foram muitos os jogadores de valor, surgidos nesse período. A partir de 1971, começou a terminar a fase da grande hegemonia santista. A academia palmeirense confirmou a elevada categoria do seu futebol, vencendo o campeonato nacional em 1972 e 1973. Mas, o grande vitorioso da década, foi o “Internacional”, campeão em 1975, 1976 e 1979. O “Cruzeiro” conquistou a Taça Libertadores da América, em 1976. Entretanto, o maior vulto, que marcou a história do futebol, nessa época, não foi um jogador, nem um técnico, e, sim, um dirigente: Fran-cisco Horta. Ao assumir a presidência do “Fluminense”, começou logo com uma contratação de impacto: Roberto Rivellino. A seguir, montou uma equipe em que todos os jogadores, do goleiro ao ponta esquerda,

eram, ou haviam sido, titulares da Seleção Brasileira. A única exceção era o centroavante Doval, que era argentino. A sua formação básica foi: Renato, Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho e Rodrigues Neto; Carlos Alberto Pintinho, Paulo Cézar Caju e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. Apelidado de máquina tricolor, o compromisso mair do time era jogar bonito, praticar o chamado futebol arte, vencendo ou não. Essa equipe fabulosa, bicampeã carioca (1975/76) teve curta duração, porém, pois o presidente Horta, com a intenção de promover o futebol do Rio, proporcionando belos espetáculos e ótimas rendas, havia implantado um sistema de trocas de jogadores, com os outros grandes clubes cari-ocas: “Flamengo”. “Vasco” e “Botafogo”. Embora essa “troca-troca” tenha sido válida, em 1976, para a montagem da “máquina”, algumas das transações, a partir de 1977, acabaram sendo mais favoráveis aos adversários. A seleção nacional, após a conquista da Copa do Mundo de 1970, no México, participou dos campeonatos mundiais de 1974, na Alemanha, e de 1978, na Argentina. Por ter sido campeão em 1970, o Brasil não precisou disputar as eliminatórias para a Copa do Mundo de 74. Sob o comando técnico de Zagallo, a seleção estreiou com um empate em 0x0, contra a Iugoslávia. O jogo seguinte, contra a Escócia, também terminou empatado em 0x0. A vitória por 3x0, sobre o Zaire, possibilitou a classificação, sem brilho, para a fase seguinte. Foram, então, colhidas duas vitórias significativas: 1x0, sobre a Alemanha Oriental; e 2x1, em cima da rival sul-americana, a Argentina. Aconteceu, a seguir, o jogo contra a sensação da copa, a “Laranja Mecânica” do técnico Rinus Michels, que criou o “carros-sel” holandês liderado em campo pelo extraordinário Cruyjff. Esse sistema revolucionário, no qual os jogadores se revezavam em todas as posições, permitiu à Holanda ser a melhor equipe da competição, em-bora tenha prdido a final para os donos da casa. O resultado da partida, contra o Brasil, foi a previsível vitória holandesa, por 2x0. Restou à seleção canarinha disputar o terceiro lugar, enfrentando a Polônia. Nova derrota, por 1x0, conferiu à equipe brasileira uma melancólica quarta posição no torneio da Alemanha Ocidental. Depois de boa campanha nas eliminatórias, incluindo expressivas vitórias por 8x0 (sobre a Bolívia) e 6x0 (contra a Colômbia), a Seleção

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Brasileira, sob o comando técnico de Cláudio Coutinho, conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1978, de maneira invicta, com quatro vitórias e três empates. Da mesma forma que no certame ante-rior, as semifinais foram disputadas em dois grupos de quatro equipes, clssificando-se a primeira colocada de cada chave para a final. Brasil e Argentina estavam no mesmo grupo e lutavam prla classificação, que significava disputar o título. A Argentina foi favorecida por enfrentar o Peru, já sabedora da vantagem no saldo de gols, que o Brasil tinha. Pre-cisava, assim, de uma vitória por quatro gols de diferença, no mínimo. Coincidentemente, o goleiro Quiroga, do Peru, argentino de nascimento, que até então tivera boas atuações, aceitou nada menos que seis gols. Classificada em primeiro, a Argentina conquistou o título, vencendo a Holanda, na final. A Seleção do Brasil, classificada em segundo, ven-ceu por 2x1 a Itália, na disputa pelo terceiro lugar. Restou ao técnico Claudio Coutinho o consolo de autoproclamar o Brasil como “campeão moral”.Também nessa década (1971-1980), aconteceu, em 1976, o Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos, vencido brilhantemente pelo Brasil, derrotando a Itália, na final, por 4x1. De 1971 a 1980, a Seleção Bra-sileira principal disputou 96 partidas, considerando-se os jogos da Copa de 74; das eliminatórias para a Copa de 78, e da própria; dos torneios sul-americanos (Copa América, Copa Roca, Taça Rio Branco, Taça Oswaldo Cruz, e Taça do Atlântico); do Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos; da Minicopa de 1972 (Taça Independência do Brasil); e amistosos oficiais. Foram 63 vitórias, 25 empates e, somente, 8 derrotas.Nesse período, os técnicos da seleção foram: Zagallo, que comandou a equipe, nos 38 jogos disputados entre 1971 e 1974; Osvaldo Brandão, seu sucessor, que esteve à frente do time, em 17 partidas, realizadas entre julho de 1975 e fevereiro de 1977; Claudio Coutinho, de março de 1977 ao final de 1979, realizando 31 jogos; e Telê Santana, nas 8 parti-das oficiais de 1980.Os jogadores que defenderam as cores do Brasil, nesses jogos oficiais da década 71-80, foram: Félix, Leão, Renato, Wendell, Raul, Valdir Peres, Jairo, Carlos e João Leite (goleiros); Zé Maria, Everaldo, Marco Antônio, Eurico, Carlos Alberto Torres, Marinho Chagas, Nelinho, Getúlio, Toninho, Orlando, Wladimir, Edinho, Rodrigues Neto, Júnior,

Pedrinho e Edevaldo (laterais); Brito, Piazza, Luiz Carlos, Marinho Perez, Vantuir, Chiquinho Pastor, Luís Pereira, Moisés, Alfredo Mostar-da, Amaral, Miguel, Jaime, Beto Fuscão, Carlos Alberto Torres, Edinho, Oscar, Abel, Mauro Pastor, Luizinho e Juninho (zagueiros); Clodoaldo, Gérson, Rivellino, Claudiomiro, Paulo Cézar Caju, Carbone, Ademir da Guia, Dirceu Lopes, Carpegiani, Piazza, Vanderlei, Danival, Geraldo, Zé Carlos, Chicão, Falcão, Givanildo, Neca, Caçapava, Toninho Cere-zo, Zico, Carlos Alberto Pintinho, Dirceu, Paulo Isidoro, Batista, Guina, Zenon, Sócrates e Pita (meio-campistas); Zequinha, Tostão, Pelé, Paulo Cézar Caju, Claudiomiro, Vaguinho, Lula, Jairzinho, Roberto Miranda, Dirceu Lopes, Leivinha, Dadá Maravilha, Valdomiro, Palhinha, Edu, Dirceu. Rivellino, Mirandinha, César, Roberto Batata, Marcelo, Rein-aldo, Campos, Romeu, Dirceu Lopes, Joãozinho, Roberto Dinamite, Geraldo, Flecha, Edu Bala, Zico, Gil, Enéas, Geraldo, Neca, Nei, Nílson Dias, Zé Mário, Dirceu, Tarciso, Nunes, Zé Sérgio, Jorge Mendonça, Nílton Batata, Sócrates, Éder, Zezé, Serginho, Renato, Zenon, Juari, Tita, Paulo Isidoro, Baltazar II e Robertinho (atacantes). Haílton Corrêa de Arruda, o Manga, nasceu no Recife, em 26 de abril de 1937. Começou sua trajetória de goleiro nos juvenis do “Sport”, de sua cidade natal. Conquistou o titulo de campeão pernambucano de juniores, em 1954, sem sofrer nenhum gol. Profissionalizou-se em 1955, mas só estreiou na equipe principal do rubronegro de Recife em 1957, quando o arqueiro titular, Oswaldo Baliza, se contundiu, durante uma excursão à Europa. Defendeu o gol do “Sport” em 1958, sendo Campeão Pernambucano, e transferiu-se para o Botafogo, em 1959.Alto (1,88 m), ágil debaixo do travessão e veloz ao repor a bola, Manga também era exímio defensor de pênaltis. Sua melhor fase começou em 1961 e durou vinte anos, até o fim da sua carreira. Com a Seleção Brasileira, disputou a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Com o “Glorioso” alvinegro carioca, conquistou os seguintes títulos: Bicampeão Carioca em 1961/62 e 1967/68; Bicampeão da Taça Guanabara (1967/68); Torneio Rio-São Paulo, em 1962, 1964 e 1966; e Taça Brasil, em 1968.Foi negociado com o “Nacional” do Uruguai, após ter sido acusado, pelo jornalista e técnico botafoguense João Saldanha, de ter aceitado suborno de Castor de Andrade, patrono do “Bangu”. No tricolor uru-

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guaio, foi campeão nacional em 1969, 1970, 1971 e 1972. Venceu a Copa Libertadores da América em 1971, e a Copa Intercontinental, no mesmo ano. Em 1974, retornou ao Brasil, passando a defender o “In-ternacional”, do Rio Grande do Sul. Com o colorado, foi Tricampeão Gaúcho (1974/75/76) e Bicampeão Brasileiro (1975/76). A seguir, jogou no “Operário”, de Campo Grande, sagrando-se Campeão Matogrossens, em 1977. Foi Campeão Paranaense, no ano seguinte, pelo “Coritiba”. Retornou a Porto Alegre, ainda em 1978, contratado pelo “Grêmio”. Foi novamente Campeão do Rio Grande do Sul, em 1979, dessa vez pelo tricolor gaúcho, one permaneceu até 1980. De 1981 a 1982, jogou palo “Barcelona”, de Guayaquil, no Equador, tendo conquistado mais um título: Campeão Equatoriano, em 1981. Encerrou a carreira em 1982, com 45 anos.Manga ficou com os dedos das mãos deformados, em decorrência das inúmeras bolas divididas com os pés dos atacantes, e tem um rosto mui-to feio. Essa feiúra, junto à sua longevidade como goleiro de alto nível, valeu-lhe algum dinheiro, em 1979, quando ele emprestou sua imagem para a publicidade de um rádio Philco, cuja mensagem era: “Dura tanto quanto o Manga e é muito mais bonito”. Atualmente, em 2010, Haílton Corrêa de Arruda presta serviços ao “Sport Club Internacional”, como supervisor do treinamento de golei-ros.Eduardo Antunes Coimbra nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de fevereiro de 1947. Aos treze anos de idade, em 1960, ingressou nas categorias infanto-juvenis do “América”, da sua cidade natal. Sua carreira profis-sional teve início em 1966, no tradicional clube da Rua Campos Sales, na Tijuca. Entre 1966 e 1974, com a camisa rubra, Edu marcou 212 gols e tornou-se um dos maiores ídolos da rica história do “América Football Club”. Foi o artilheiro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969 e vencedor da Taça Guanabra de 1974. Meia atacante (ponta-de-lança) baixinho (1,64 m), veloz e dono de um futebol refinado, com dribles curtos, passes precisos e lançamentos objetivos, visando sempre ao ataque, disputou 54 partidas pela Seleção Brasileira, desde 1967, quando conquistou a Copa Rio Branco, até 1974. Transferiu-se para o “Vasco da Gama”, no início de 1975, mas não ficou

muito tempo em São Januário. Foi para o “Bahia”, ainda a tempo de participar da conquista do título baiano de 1975. De volta ao Rio, defen-deu o “Flamengo” em 1976, ao lado do seu irmão Zico. Entre 1976 e 1978, atuou pelo “Colorado” (um dos clubes que se uniram para criar o atual “Paraná”), tendo sido, por duas vezes, o artilheiro do campeonato paranaense. Em Santa Catarina, ainda em 1978, defendeu a camisa tri-color do “Joinville”. Em 1979, no Distrito Federal, jogou no “Brasília”. Finalmente, no Rio de Janeiro de novo, em 1980, vestiu o uniforme do “Campo Grande”, onde encerrou, no ano de 1981, sua carreira de craque, extremamente leal, em todos os aspectos.Como técnico, começou a trabalhar no seu clube mais estimado, o “América”, do Rio. Em 1984, dirigiu a Seleção Brasileira em três partidas amistosas, sofrendo uma derrota para a Inglaterra (2x0), ob-tendo um empate com a Argentina (0x0) e colhendo uma vitória sobre o Uruguai (1x0). No mesmo ano, conduziu o “Vasco” à conquista do Vice-Campeonato Brasileiro. Treinou, também, a Seleção do Iraque, as equipes brasileiras do “Coritiba” e “Botafogo” carioca, e o time japonês do “Kashima Antlers”. Foi auxiliar técnico da comissão comandada por Zico na Seleção do Japão e nos clubes “Fenerbahçe” (Turquia) “Bu-nyodkor” (Uzbequistão), “CSKA Moscou” (Rússia) e “Olympiakos” (Grécia).É, ainda, professor de futebol e, recentemente, publicou o livro “Método Sensorial do Futebol (da Infância à Fase Adulta)”, visando à preparação de futuros craques. Mario Peres Ulibarri, o Marinho Peres, nasceu em 19 de março de 1947, na cidade de Sorocaba, interior paulista. Iniciou sua carreira no “São Bento”, da sua cidade, em 1965. Em 1967, transferiu-se para a “Por-tuguesa”, de São Paulo, onde começou a ser destacar. Foi contratado pelo “Santos”, passando a defender a equipe alvinegra praiana, a partir de 1972. Conquistou, com o “Peixe”, o Campeonato Paulista de 1973. Convocado para a Saleção do Brasil, disputou, como titular, a Copa do Mundo da Alemanha, em 1974, na qual o Brasil obteve a quarta colo-cação. Ao todo, Marinho Peres jogou quinze partidas com a camisa amarela e assinalou um gol.Zagueiro clássico, com grande categoria, era um marcador eficaz, porém leal. Suas atuações seguras, no campeonato mundial, desperta-

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ram a atenção dos europeus, e o “Barcelona” o contratou, ainda em 1974. Entretanto, jogou apenas uma temporada (1974/75), retornando ao Brasil, com o apoio do clube catalão, quando as autoridades espan-holas quiseram forçá-lo a prestar o serviço militar da Espanha. Assim, Marinho Peres foi atuar no “Internacional”, do Rio Grande do Sul, de 1976 a 1977. Com o “colorado”, venceu o Campeonato Gaúcho de 1976 e conquistou o título de Campeão Brasileiro, no mesmo ano. Em seguida, foi para a Bahia, defender o “Galícia”, entre 1977 e 1978. Nesse último ano, assinou contrato com o “Palmeiras”. Ficou no Parque Antártica até o fim de 1979.Já em final de carreira, jogou no “América” do Rio, em 1980 e 1981. A torcida “rubra” não se esquece de um jogo. no Morumbi, quando a equipe americana, formada por “velhinhos”, próximos da aposentadoria, conseguiu vencer o jovem e forte time do “Santos”, em jogo válido pela Taça de Ouro (Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão), no dia 13 de abril de 1980. Tendo o “América” marcado o único gol do jogo, no início do segundo tempo, Marinho Peres, o melhor da partida, além de jogar bem, passou a fazer de tudo para catimbar e segurar o entusiasmo dos garotos santistas: deu ordem para um companheiro se jogar no chão, ganhando tempo; gritou e xingou; reclamou do juiz; e passou a mão na cabeça quente do adversário.Após pendurar as chuteiras, em 1981, Marinho Peres começou logo a carreira de treinador, no próprio “América” carioca. Posteriormente, foi técnico bem-sucedido em diversos clubes portugueses: “Vitória de Guimarães”, “Belenenses”, “Sporting” e “Marítimo”; além de outras equipes, no Brasil.Afonso Celso Garcia Reis, mais conhecido como Afonsinho, nasceu em Marília (SP), no dia 3 de setembro de 1947. Começou no futebol aos quinze anos, em 1962, no “Esporte Clube XV de Novembro”, em Jaú(SP). Trocou o interior paulista pelo Rio de Janeiro, em 1965, con-tratado pelo “Botafogo”.Afonsinho viveu a maior parte, e a melhor fase, de sua trajetória, como jogador alvinegro. Nos seus cinco anos no clube da Estrela Solitária, conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1966 e foi Bicampeão Carioca em 1967/68.Meio-campista talentoso, antevia as jogadas e, rapidamente, acionava,

em profundidade, um companheiro de ataque. Sua maior marca, entre-tanto, foi sua luta judicial pelo direito do jogador de futebol exercer sua profissão. Afonsinho foi o primeiro profissional a conseguir passe livre no Brasil. Foi chamado de jogador-hippie, problemático e maldito. O símbolo de sua rebeldia eram a barba comprida e os cabelos longos. Na verdade, Afonsinho possui um nível intelectual e cultural elevado, que o fazia conhecer os seus direitos e brigar por eles. Seus posicionamentos firmes foram causa de diversos desentendimentos com os dirigentes bota-foguenses e com o técnico Zagallo.Previdente, logo após se profissionalizar, em 1966, Afonso Celso iniciou o curso superior na Escola de Medicina e Cirurgia, no Rio de Janeiro.Em 1970 foi emprestado ao “Olaria”, mas retornou a General Severiano no mesmo ano. Deixou novamente, e de forma definitiva, o alvinegro carioca em 1971, indo outra vez para o clube da Rua Bariri. No mesmo ano, transferiu-se para o “Vasco”, e, em seguida para o “Santos” (1972). Voltou ao Rio, para jogar no “Flamengo” (1973/74). Antes de defender o uniforme tricolor do “Fluminense” (1981/82), onde encerrou sua carreira, atuou pelo “América”, de Minas Gerais, “XV” de Jaú e “Ma-dureira”.Sua polêmica carreira deu motivo a um filme documentário de longa metragem, dirigido por Osvaldo Caldeira, intitulado Passe Livre, no qual é relatada a batalha jurídica travada por Afonsinho e são apresen-tadas as relações de trabalho no futebol brasileiro, em 1974. Escrito por Kleber Mazziero de Souza, foi publicdo um livro-biografia, sob o titilo Prezado Amigo Afonsinho.Hoje, ele reside no Rio de Janeiro, onde é médico. No Hospital Pinel, para deficientes mentais, o Dr. Afonso Celso Garcia Reis desenvolve um programa de recuperação e inserção social dos internos, com base na prática do futebol.Carlos Roberto de Carvalho é carioca, nascido em 1º de maio de 1948. Iniciou sua carreira profissional em 1967, na sua cidade natal, vestindo o uniforme do “Botafogo de Futebol e Regatas”. Permaneceu no alvine-gro da Rua General Severiano por oito anos, tendo disputado 442 jogos. Com o “Glorioso”, foi Campeão Carioca em 1967 e 1968; e Campeão

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Brasileiro em 1968.Carlos Roberto foi um volante de bons recursos técnicos que chegou à Seleção Brasileira, aos 20 anos, em 1968. Com a amarelinha, fez apenas duas partidas, tendo enfrentado o Peru e a Argentina. Após deixar o “Botafogo”, em 1975, jogou no “Santos”, “Atlético Para-naense”, “Fluminense”, “Bangu” e “Bonsucesso”. Encerrou a carreira de jogador em 1982.Após pendurar as chuteiras, iniciou, no “Bosucesso”, sua carreira de técnico. Além de clubes em Minas Gerais (“América” e “Rio Branco”, de Andradas), treinou outros clubes do Rio de Janeiro: “Madureira”, “Americano”, “Cabofriense”, “Botafogo” e “América”. No exterior, trabalhou na Arábia Saudita (“Al-Thai”, “Al-Ta’Awoun”, “Al-Shabab”, “Al-Ansar” e “Al-Ryadh”); nos Emirados Árabes Unidos (“Al-Wahda”) e na Tailândia: Seleçao Nacional, “Bangkok Glass” e “Muang Thong United”. Luís Edmundo Pereira nasceu em 21 de junho de 1949, na cidade de Juazeiro, interior da Bahia. Começou sua carreira no “São Bento” de Sorocaba (SP), em 1967. Transferiu-se, na ano seguinte, para o “Palmeiras”, onde se consagrou. Entre 1969 e 1974, com o clube do Parque Antártica, conquistou os seguintes títulos: Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1969; Campeão Paulista, em 1972 e 1974; Campeão Brasileiro, de 1972 e 1973. Integrou a famosa equipe palmei-rense, apelidada de Academia, em função do alto nível do futebol que praticava. Foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção Brasileira, em 1973. Participou da Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Ao todo, fez 38 partidas, das quais 33 oficiais, pelo time canarinho.Zagueiro central, com 1,81 m de altura, jogava de forma vigorosa, o que lhe valeu o apelido de “King Kong”, além do outro, mais difundido, de “Luís Chevrolet”.Contratado pelo “Atlético de Madrid”, jogou na Espanha, de 1974 a 1980. Sagrou-se Campeão Espanhol na temporada 1976/77 e foi cham-ado de “El Mago”. Retornou ao Brasil, passando a atuar pelo “Fla-mengo” (1980-1981). Voltou a defender o “Palmeiras”, de 1981 a 1984. Entre 1985 e 1994, jogou nos seguintes clubes: “Portuguesa” (1985-1986), “Corinthians” (1986-1987), “Santo André” (1988), “Central de Cotia” (1989), “São Caetano” (1990 a 1992), “São Bernardo” (1993)

e “São Bento” (1994). Voltou a atuar, em 1997, pelo “São Caetano”, clube no qual, finalmente, pendurou as chuteiras, com a avançada idade (para jogador profissional de futebol) de 47 anos.João Leiva Campos Filho, mais conhecido como Leivinha, nasceu na cidade paulista de Novo Horizonte, em 11 de setembro de 1949. Começou sua carreira profissional, em 1966, no pequeno “Linense”, da cidade de Lins, no interior paulista. Após a transferência para a “Portu-guesa de Desportos”, em 1968, seu bom futebol começou a ser notado. Leivinha viveu o auge de sua carreira, entre 1971 e 1975, no “Palmei-ras”. Conquistou os títulos de Campeão Paulista, em 1972 e 1974, e de Bicampeão Brasileiro, em 1972/73.Leivinha foi um meia atacante de excelentes recursos técnicos e, com 1,75 m de altura, exímio cabeceador. Disputou, entre 1972 e 1974, vinte e sete partidas com a camisa amarelinha do Brasil, marcando sete gols, inclusive um que teria sido o milésimo gol da Seleção Brasileira, assi-nalado em 27 de maio de 1973. Participou da Copa do Mundo de 1974.Depois da vitória palmeirense no Torneio Ramón de Carranza, realizado na Espanha, em 1975, Leivinha foi contratado pelo “Atlético de Ma-drid”. No futebol espanhol, confirmou seu status de craque consagrado, tornando-se ídolo dos “colchoneros”, e venceu a “Copa Del Rey”, na temporada 1975/76 e o Campeonato Espanhol de 1976/77. Voltou ao Brasil, em 1979, para encerrar a carreira, no “São Paulo”. Atualmente, é comentarista esportivo de futebol. Miguel Ferreira de Almeida é carioca, nascido em 20 de setembro de 1949. Iniciou sua carreira no “Olaria”, do Rio de Janeiro, em 1967. Per-maneceu no clube suburbano até 1971, quando foi para o “Vasco”.Zagueiro dotado de ténica refinada, Miguel praticava um jogo duro, porém leal, raramente cometendo faltas. Bom, tanto nas jogadas ras-teiras como aéreas, jogava sério, sem enfeitar, mas com categoria.Ficou em São Januário até 1975, tendo sido o principal bastião na re-taguarda da equipe cruzmaltina, na conquista do título de Campeão Bra-sileiro de 1974. Transferiu-se para o “Fluminense” em 1976, passando a fazer parte da excelente equipe denominada “Máquina Tricolor”. Foi Campeão Carioca em 1976. Permaneceu nas Laranjeiras até 1978.Os melhores anos de sua trajetória futebolística foram os de 1974 a 1977. Nesse período, foi titular da Seleção do Brasil em nove partidas,

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tendo enfrentado os selecionados da Itália, Inglaterra, Argentina, Mé-xico, Peru e, duas vezes cada, Uruguai e Parguai.Deixou o Rio de Janeiro, em 1978, passando a atuar pelo “Chicago Stings”, nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil, em 1979, contratado pelo “Botafogo”. Ficou no alvinegro carioca até 1980. No ano seguinte, transferiu-se para o “Madureira”, onde encerrou a carreira.Vanderlei Eustáquio de Oliveira, mais conhecido como Palhinha, nas-ceu na capital mineira, em 11 de junho de 1950. Foi descoberto, aos quatorze anos, nos campos de pelada do bairro do Barreiro, em Belo Horizonte, pelo treinador do futebol de salão do “Cruzeiro”. Começou a jogar futsal, mas passou para o time juvenil de futebol de campo, no ano seguinte. Aos dezoito anos, estreiou na equipe cruzeirense princi-pal. Entretanto, o clube azul tinha um elenco rico em craques e ele ficou muito tempo na reserva. Em 1972, com a transferência de Tostão para o “Vasco”, assumiu uma vaga de titular.Palhinha foi um atacante muito veloz, que jogava com inteligência e valentia, qualidades que o fizeram ser um grande artilheiro, como na Copa Libertadores de 1976 (13 gols).Com o “Cruzeiro”, conquistou os títulos de Bicampeão Mineiro (1968/69) e Tetracampeão de Minas (1972/73/74/75), mas seu título mais importante foi o da Libertadores, em 1976.Transferiu-se, em 1977, para o “Corinthians” e foi Campeão Paulista, em 1977 e 1979. Defendeu o “Atlético Mineiro”, em 1980, voltando a ser Campeão de Minas Gerais. Jogou no “Santos”, em 1981; pelo “Vasco”, foi Campeão Carioca, em 1982. Voltou ao seu clube de origem em 1983, conquistando mais uma vez o Campeonato Mineiro, em 1984, com o “Cruzeiro”.Palhinha encerrou a carreira de jogador, em 1985, no “América” de Minas Gerais, clube no qual iniciou, de imediato, suas atividades, como treinador. Em seguida, foi técnico do “Atlético Mineiro” (1987); “Rio Branco”, de Minas (1988); “Corinthians” (1989) e “Cruzeiro” (1994). Manuel Resende de Matos Cabral, o Nelinho, é natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 26 de julho de 1950. Começou a trajetória futebolística em sua cidade natal, no “Bonsucesso”. Ainda muito jovem, foi contratado pelo “Barreirense”, de Portugal. Retornou ao Rio, trans-ferido para o “América”. Em seguida, jogou no “Remo”, de Belém. Do

Pará, mudou-se para Minas, passando a defender o “Cruzeiro”, a partir de 1973. Inciou, então, a sua melhor fase, como jogador de futebol. Foi Tricampeão Mineiro (1973/74/75). Conquistou a Copa Libertadores da América, com a camisa azul do clube de Belo Horizonte, em 1976. Participou das Copas do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental, e de 1978, na Argentina. Nesse último torneio, marcou um belo gol, na vitória sobre a Itália, que garantiu a terceira colocação ao Brasil. Voltou a ser Campeão Mineiro, pelo “Cruzeiro”, em 1977.Graças ao seu chute extremamente potente e ao efeito que conseguia inprimir na bola, foi um dos melhores cobradores de falta na história do futebol brasileiro. Lateral direito dotado de elevada categoria técnica, com 1,80 m de altura e 80 kg, defendia com eficácia e apoiava o ataque com desenvoltura.Trocou o “Cruzeiro” pelo rival “Atlético Mineiro”, em 1982. Com o uniforme alvinegro do “Galo”, foi um dos heróis da conquista do Hex-acampeonato Mineiro, em 1983. Foi, novamente, Campeão Mineiro, em 1985 e 1986. Pendurou as chuteiras em 1988, ainda no “Atlético”. Gilberto Alves, o Búfalo Gil, ou Gil, simplesmente, é mineiro de Nova Lima, nascido em 24 de dezembro de 1950. Iniciou sua trajetória no futebol, aos quinze anos, nas categorias de base do “Cruzeiro”, em Belo Horizonte. Começou a carreira profissional na sua cidade natal, no “Villa Nova”, pelo qual foi Campeão Brasileiro da Série B, em 1971. Foi emprestado ao “Uberlândia”, também de Minas, e ao “Comercial”, de Mato Grosso, e, posteriormente, contratado pelo “Fluminense”, em 1973. No Rio, teve início a melhor fase da sua trajetória.Ponta direita muito veloz, e certeiro nas finalizações, Gil era extre-mamente forte, ganhando sempre as disputas no corpo a corpo, sem cometer faltas. Daí adveio o seu apelido de Búfalo, que acrescido ao diminutivo Gil, de seu nome, tornou-se Búfalo Gil, criando uma ana-logia fonética com Bufalo Bill, o famoso “cowboy” do cinema norte-americano. Nos anos de 1975 e 1976, integrou o magnífico time do “Fluminense”, que ficou conhecido, e famoso, como a “Máquina Tricolor”. Essa equipe utilizava uma jogada que, embora conhecida pelos adversários, praticamente sempre redundava em gol. Era o lançamento de quarenta ou cinqüenta metros que Rivellino fazia para Gil, na corrida. Essa

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jogada foi, várias vezes, repetida pela dupla, com sucesso, também na Seleção do Brasil.Gil foi Bicampeão Carioca (1975/76) pelo tricolor das Laranjeiras. Pela equipe canarinha, conquistou a Taça do Bicentenário dos Estados Unidos, em 1976, tendo assinalado dois gols na vitória, por 4x1 na final, contra a Itália.Defendendo o “Fluminense”, disputou 172 jogos e marcou 75 gols. Com a Seleção Brasileira, atuou em 40 partidas, obtendo 28 vitórias, 10 empates e apenas 2 derrotas. De 1977 a 1979, jogou no “Botafogo” e disputou as eliminatórias e a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, quando o Brasil ficou em tercei-ro lugar. Ainda em 1979, transferiu-se para o “Corinthians”. Jogou, em seguida, no “Coritiba”, “Múrcia” da Eapanha, e “Farense” de Portugal, onde encerrou sua brilhante carreira, em 1986.Waldir Peres de Arruda nasceu em Garça, SP, no dia 2 de janeiro de 1951. Sua iniciação no futebol aconteceu nas categorias de base da “Ponte Preta”, em Campinas. Sua carreira profissional começou no mesmo clube, em 1970. Mas, foi no “São Paulo”, a partir de 1973, que Waldir Peres passou a ganhar destaque, como goleiro. Devido à con-tusão do arqueiro Wendel, foi convocado para a Seleção do Brasil e dis-putou, como reserva, a Copa do Mundo de 1974. Sua estréia na equipe titular aconteceu, em outubro de 1975, na vitória por 2x0 sobre o Peru, na Copa América.Com o clube do Morumbi, ganhou o seu primeiro título: Campeão Paulista de 1975. Waldir teve uma atuação fundamental na partida final, contra a Portuguesa, defendendo duas cobranças, na decisão por pênal-tis, e assegurando a vitória sãopaulina. Foi, também, numa decisão por pênaltis, que conquistou seu segundo título, o de Campeão Brasileiro de 1977, quando o tricolor paulistano venceu o “Atlético Mineiro”, no Mineirão, após um empate de 0x0, no tempo normal e na prorrogação.Chamado para a Seleção Brasileira, foi, novamente, reserva na Copa do Mundo de 1978. Pelo “São Paulo”, sagrou-se Campeão Paulista de 1980. Em janeiro de 1981, foi convocado para a equipe canarinha que estava disputando o Mundialito comemorativo do cinqüentenário da Copa do Mundo, por motivo da contusão sofrida pelo goleiro Carlos. na primeira partida. Em seguida, defendeu o gol brasileiro nas eliminatóri-

as para a Copa do Mundo de 1982. Mas, foi em um amistoso contra a Alemanha, no Neckarstadion, em 19 de maio de 1981, que Waldir viveu o maior momento, talvez, de sua trajetória na seleção. O Brasil vencia por 2x1 e faltavam só dez minutos para o término do jogo, quando o zagueiro Luizinho cortou um cruzamento, com a mão, dentro da área. Marcado o pênalti, Paul Breiner, que nunca havia desperdiçado uma penalidade máxima, até então, chutou no canto esquerdo, mas o goleiro brasileiro defendeu. O juiz mandou repetir a cobrança, sob a alegação de que o arqueiro teria se adiantado irregularmente. Breitner chutou no outro canto, mas Waldir Peres defendeu, de novo.Outra grande alegria sua, em 1981, foi o título de Bicampeão Paulista, conquistado com o tricolor. No ano seguinte, participou da sua terceira Copa do Mundo, na Espanha, dessa vez como titular. No total, jogou 30 partidas pela Seleção Brasileira, entre 1975 e 1982.Saíu do “São Paulo” em 1984. Defendeu a meta dos seguintes clubes, sucessivamente: “América”, do Rio de Janeiro; “Guarani”, de Campi-nas; “Corinthians” e “Portuguesa”, de São Paulo; e, finalmente, sua equipe de origem, a “Ponte Preta”, de Campinas, onde encerrou sua exitosa carreira, em 1989. Francisco das Chagas Marinho, o Marinho Chagas, nasceu no dia 8 de fevereiro de 1952, em Natal. Começou sua carreira de futebolista na cidade em que nasceu, no modesto “Riachuelo”, em 1967. Dois anos depois, passou a defender o “ABC”, ainda em Natal. Com esse clube potiguar, conquistou o título do Campeonato do Rio Grande do Norte de 1970. Transferiu-se para o “Náutico”, do Recife, ainda em 1970. Foi para o Rio de Janeiro, em 1972, contratado pelo “Botafogo”.Com o clube da Estrela Solitária, teve início sua fase áurea, que lhe valeu a convocação para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Pela seleção, Marinho Chagas partcipou da conquita do Torneio do Bicentenário dos Estados Unidos, em 1976. Com a camisa amarela do Brasil, efetuou o total de 36 jogos (24 vitóri-as, 9 empates e 3 derrotas). Lateral esquerdo, dono de um chute forte e preciso, ganhou o apelido de “O Canhão do Nordeste”. Muito habilidoso, com grande domínio de bola, tinha o hábito de avançar em demasia, desguarnecendo a defesa, o que lhe valeu o apelido pejorativo de “Avenida Marinho Chagas”. Foi

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um excelente ala esquerdo, mas como essa função não era prevista nos sistemas táticos da época, seu posicionamento era muitas vezes criti-cado e motivo de discussões com os companheiros, como a que teve com o goleiro Leão, na derrota do Brasil para a Polônia, em disputa do terceiro lugar na Copa de 74. Além disso, seu comportamento era irrev-erente e, não raro, indisciplinado, dentro e fora do campo.Marinho Chagas foi transferido para o “Fluminense” em 1977, dentro do sistema de trocas implantado pelo Presidente Francisco Horta. Em 1979, rumou para os Estados Unidos, passando a atuar pelo “New York Cosmos”. No ano seguinte, jogou por outro time norte-americano, o “Strikers”, da Flórida. Retornou ao Brasil, em 1981, contratado pelo “São Paulo”. Com o tricolor do Morumbi, foi Campeão Paulista, no mesmo ano. Voltou para o Rio, em 1983, para jogar no “Bangu”. Em seguida, foi para o Nordeste, defendendo o “Fortaleza”, do Ceará, em 1984; e o “América”, do Rio Grande do Norte, em 1985. Esteve nova-mente nos Estados Unidos, de 1986 a 1987, atuando pelo “Heat” de Los Angeles. Em 1987 foi para a Alemanha, onde jogou pelo “Harlekin”, de Augsburg, até encerrar a carreira, em 1988, com 36 anos. Ganhou o prêmio da Bola de Prata (Revista Placar) nos anos de 1972, 1973 e 1981. Vive, atualmente, em Natal.Abel Carlos da Silva Braga nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1º de setembro de 1952. Começou no “Fluminense” aos quinze anos de idade, em 1968. Foi integrado ao elenco principal em 1971. No mesmo ano, conquistou seu primeiro título, o de Campeão Carioca. Repetiu a façanha em 1973, 1975 e 1976, sempre com o tricolor carioca.Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite, nasceu no município de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1954. Em sua infância, no bairro de São Bento, em Caxias, Carlos Roberto, que tinha o apelido de Calu, já demonstrava sua paixão pelo futebol e sua aptidão para fazer gols. Jogando no Esporte Clube São Bento, desde 1966, quando tinha doze anos, acabou sendo desc-oberto por Gradim, auxiliar técnico e olheiro do “Vasco”, e levado para o time juvenil de São Januário, em 1969. Aos quinze anos, era franzino, mas graças a um rigoroso trabalho muscular, desenvolvido no clube, Roberto ganhou quinze quilos em um ano, e foi o artilheiro da equipe juvenil vascaína no campeonato carioca da categoria, em 1970. No ano

seguinte, foi chamado para o time principal, estreiando, com dezessete anos, no dia 14 de novembro de 1971, contra o “Bahia”, pelo Campe-onato Brasileiro. Após o jogo contra o “Internacional”, no qual Rob-erto marcou um lindo gol, driblando quatro adversários, o “Jornal dos Sports” publicou, em manchete: “Garoto Dinamite Explodiu”. Dessa forma, consolidou-se o apelido, criado dentro da redação do mesmo diário esportivo, quando ele ainda era juvenil. Roberto Dinamite é alto (1,86 m) e, embora destro, desenvolveu a ca-pacidade de também chutar forte com a perna esquerda, fazendo-o um centroavante extremamente perigoso para a defesa adversária. Tecnica-mente hábil, fisicamente forte, e oportunista como poucos, é o maior goleador, até hoje, do Campeonato Carioca (279 gols) e do Campeonato Brasileiro (190). Em 22 anos de carreira, conseguiu a média de 36 gols por temporada. Em 1981, estabeleceu o recorde de 62 gols marcados.Atuou profissionalmente pelo “Vasco da Gama”, com grande amor à camisa cruzmaltina, de 1971 a 1993, com três pequenas interrupções: três meses, em 1980, quando jogou pelo “Barcelona”, na Espanha; seis meses, em 1989, disputando o Brasileirão pela “Portuguesa”, de São Paulo; e mais alguns poucos meses, em 1991, defendendo o “Campo Grande”, no campeonato do Rio se Janeiro.Foi Campeão Carioca em 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992. Conquistou o título do Campeonato Brasileiro de 1974, do qual também foi o artil-heiro, com 16 gols. Ganhou, também, a artilharia do Brasileirão de 1984 (16 gols), quando a equipe da Cruz de Malta perdeu o título, na final, para o “Fluminense”. Foi, ainda, o maior artilheiro dos campeonatos cariocas de 1978 (19 gols), 1981 (31 gols) e 1985 (12 gols).Convocado para a Seleção Brasileira, pela primeira vez em 1975, Roberto ganhou, em 1976, os seguintes títulos: Torneio Bicentenário dos Estados Undos, Copa Roca, Taça Rio Branco, Taça Osvaldo Cruz e Taça do Atlântico. Esteve presente nas Copas do Mundo de 1978 e 1982. Roberto Dinamite exerce atividade política, tendo sido eleito Vereador da Cidade do Rio de Janeiro, pelo PSDB, em 1992. Dois anos depois, elegeu-se Deputado Estadual do Estado do Rio, sendo reeleito em 1998. Mudou de partido, e concorreu novamente à Assembléia Estadual do Rio de Janeiro, pelo PMDB, em 2002, sendo eleito. Foi reeleito, su-

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cessivamente, em 2006 e 2010. Além de deputado estadual, Roberto Dinamite é Presidente do “Vasco da Gama”, desde 28 de junho de 2008, quando foi eleito, após longa luta contra as arbitrariedades, praticadas pelo ex-presidente Eurico Miranda. Dirceu José Guimarães nasceu em 15 de junho de 1952, na capital do Paraná. Na década iniciada em 1961, começou a jogar futebol, em sua cidade natal, no time infantil do “Coritiba”. Sua carreira profissional teve início na equipe profissional do mesmo clube, em 1970. Após três anos, transferiu-se para o “Botafogo”. Com a maior visibilidade que o futebol carioca lhe conferiu, seu bom desempenho no alvinegro asseg-urou-lhe a convocação para a Seleção do Brasil que disputou a Copa do Mundo de 1974. Foi para o “Fluminense”, em 1976, passando a integrar a fantástica equipe apelidada de “Máquina Tricolor”. Com o time das Laranjeiras, foi Campeão Carioca em 1976. Voltou a sê-lo, em 1977, com o “Vasco”.Com 1,72 m de altura, Dirceu foi um ponta esquerda que também atu-ava na meia, com desenvoltura, tanto no meio de campo como na linha de vanguarda, graças ao seu excelente preparo físico. Dotado de boa técnica, sua maior característica era correr, com velocidade, o campo todo, sem se cansar, cobrindo todos os espaços. Esse estilo valeu-lhe o apelido de “formiguinha”. Disciplinado, em 25 anos de carreira, jamais foi expulso de uma partida.Teve boa presença na Copa do Mundo de 1978, na qual o Brasil ficou em terceiro lugar. Dirceu foi escolhido como o terceiro melhor jogador do torneio. Após o campeonato mundial, transferiu-se para o “Amé-rica” do México. No ano seguinte, foi jogar no “Atlético de Madrid”, onde permaneceu até 1982. Da Espanha, seguiu para a Itália, passando a atuar no “Verona”. Dirceu participou, também, da mágica seleção brasileira de 1982, que, embora não tenha conquistado o título da Copa do Mundo, apresentou, indiscutivelmente, o mais belo espetáculo de futebol arte do torneio. Continuou na Itália, jogando, sucessivamente, pelo “Napoli”, “Ascoli” e “Como”. A temporada 1985/86 foi a melhor da história do modesto clube lombardo e Dirceu foi eleito o melhor jogador do campeonato italiano. Convocado para a sua quarta Copa do Mundo, a de 1986, ele sofreu uma contusão em um treino, já no Mé-xico, e foi cortado. De volta à Itália, aceitou uma proposta para jogar

no “Avellino”, clube do qual se tornou ídolo. No final da temporada, retornou para o Brasil, contratado pelo “Vasco”. Dificuldades no rela-cionamento com o técnico Lazaroni fizeram-no abreviar sua permanên-cia em São Januário, e aceitar um convite do seu ex-companheiro na “Máquina Tricolor” e, agora técnico, Carlos Alberto Torres, para atuar no “Miami Sharks”, dos Estados Unidos. Em 1990, já com 38 anos, Dirceu deixou a Flórida, voltando, mais uma vez, para a Itália com a finalidade de jogar futebol de salão pelo “Harvey Bologna”. Graças à “Nula Osta”, uma brecha regulamentar que permitia a um jogador dis-putar, simultâneamnte, campeonatos de futebol de campo e de salão, ele retornou aos gramados, jogando no “Ebolitana”, cujo time era treinado pelo também ex-companheiro de “Fluminense” Rubens Galaxie. Nova-mente, transformou-se em ídolo da fanática torcida do pequeno clube da cidade de Éboli, que deu o nome de “Stadio Dirceu José Guimarães” ao seu novo estádio para 15.000 espectadores. Depois de duas temporadas, transferiu-se para o “Benevento”, onde só jogou quatro meses, pois o fim da “Nula Osta” o obrigou a fazer uma opção, e ele preferiu contin-uar no futebol de salão, atuando pelo “Giampaoli Ancona”. Finalmente, em 1995, voltou para o futebol de campo, outra vez no México, jogando no “Atlético Yucatan”, onde encerrou sua longa carreira, aos 43 anos. Uma semana após seu retorno ao Rio de Janeiro, sofreu um acidente automobilístico, na Barra da Tijuca, e faleceu. em setembro de 1995. Paulo Roberto Falcão nasceu em Abelardo Luz, SC, no dia 16 de ou-tubro de 1953. Começou sua carreira profissional em 1973, no “Inter-nacional”, de Porto Alegre. Defendeu a camisa vermelha do “Inter” até 1979, com a qual conquistou os seguintes títulos: Campeão Gaúcho, em 1973, 1974, 1975, 1976 e 1978; Campeão Brasileiro, de 1975. 1976 e 1979. Disputou 157 jogos e marcou 21 gols, nesse período.Meio-campista de estilo clássico e elegante, tinha excelente visão de jogo, distribuindo os passes com precisão. Dotado de técnica brilhante, com 1,83 m de altura e 71 kg, Falcão estreou na Seleção do Brasil, em fevereiro de 1976.Transferiu-se, em 1980, para a “Roma”, na Itália. Com a camisa “gial-lorossa”, venceu a Copa Itália, em 1981 e 1984; e ganhou o “scudetto” de Campeão Italiano, em 1982 e 1983. Recebeu o apelido de “Rei de Roma” por suas magníficas atuações. Foram 107 partidas, nas quais

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assinalou 22 gols, até 1985, qundo retornou para o Brasil.Fez parte da talentosa Seleção Brasileira que proporcionou, sob o comando do Mestre Telê, maravilhosas exibições de futebol-arte, na Copa de 1982. Recebeu, na ocasião, a Bola de Prata da FIFA. Voltou a defender o Brasil na Copa de 1986, já próximo ao final da carreira. Ao todo, Falcão envergou a camisa amarela do Brasil em 29 jogos, mar-cando 9 gols. Além do Torneio Pré-Olímpico de 1971, participou das seguintes conquistas brasileiras, em 1976: Copa Roca, Taça do Atlân-tico e Torneio do Bicentenário dos Eatados Unidos. Ao voltar da Itália, contratado pelo “São Paulo”, conquistou mais um título: Campeão Paulista de 1985. Logo depois, após participar da Copa de 1986, pendurou as chuteiras, encerrando sua vitoriosa carreira. Em 1991, foi técnico da Esleção Brasileira que disputou a Copa América, classificando-se em segundo lugar.Como jogador, Falcão recebeu os prêmios da Revista Placar, em 1975. 1978 e 1979 e foi considerado pela IFFHS (International Federation of Football History & Statistics), o “Décimo Segundo Maior Jogador Brasileiro do Século XX”.Até o início de 2011, vivendo em Porto Alegre, foi comentarista espor-tivo de rádio e TV. Em abril, decidiu reviver suas experiências como técnico do “Internacional” gaúcho e da Seleção Brasileira (1990), voltando a treinar o time do colorado, seu clube de coração.Zenon de Souza Farias nasceu em Tubarão, SC, no dia 31 de março de 1954. Começou as atividades de futebol, na sua cidade, em 1972, no “Hercílio Luz”. Logo no ano seguinte, estava na capital do estado, Florianópolis, jogando pelo “Avaí”, clube no qual permanecu até 1975. Com o azul e branco de Santa Catarina, foi Campeão Catarinense, em 1973 e 1975.Meio-campista habilidoso, com 1,73 m de altura e 74 kg de peso, destacava-se pela ótima qualidade de seus lançamentos e cobranças de faltas, além da precisão nos passes.Sua melhor fase teve início após sua contratação pelo “Guarani”, em 1976. Zenon foi um dos destaques do alviverde campineiro na conquista do Campeonato Brasileiro de 1978. Foi convocado para a Seleção Brasileira, e disputou seia partidas, entre 1978 e 1980, com a gloriosa e lendária camisa amarela do Brasil. Atuou pelo “Bugre” até 1980, ano

em que se transferiu para o clube “Al-Ahli”, da Arábia Saudita. Retornou ao Brasil, passando a defender o “Corinthians”, de 1981 a 1985. Com o alvinegro paulistano, foi Bicampeão Paulista em 1982/83. Entre 1985 e 1992, jogou em vários clubes: “Atlético Mineiro”, de 1985 a 1987, sendo Bicampeão Mineiro, em 1985/86; “Portuguesa”, de São Paulo, em 1988; “Guarani”, novamente, entre 1988 e 1990; “Grêmio Maringá”, no Paraná, em 1990; e “São Bento”, de Sorocaba, no interior paulista, de 1991 a 1992, quando encerrou a carreira.Presentemente, Zenon reside em Campinas e trabalha como comentar-ista esportivo na TV. Jorge Pinto Mendonça, ou, apenas, Jorde Mendonça, era fluminense, de Silva Jardim, onde nasceu em 6 de junho de 1954. Começou no “Bangu”, em 1971. Em 1973, foi para o “Náutico”, do Recife, com o qual foi Campeão Pernambucano, em 1974. Foi o autor dos oito gols do jogo “Náutico” 8x0 “Santo Amaro”, de Pernambuco, no mesmo ano. Sua melhor fase, porém, aconteceu entre 1976 e 1980, quando jogou pelo “Palmeiras”, conquistando o título de Campeão Paulista, de 1976; e atuou pela Seleção Brasileira, com a qual disputou a Copa do Mundo de 1978, participando, como titular, de seis jogos.Atacante habilidoso, com um futebol insinuante, caracterizava-se pelos seus dribles refinados e passes precisos. Em 1980, depois de uma curta passagem pelo “Vasco”, foi para o “Guarani”, de Campinas. Disputando o campeonato paulista, pelo “bugre”, marcou 38 gols, em 1981. No mesmo ano, conquistou, com o alviverde campineiro, a Taça de Prata (campeonato brasileiro da 2ª divisão). Em 1983, transferiu-se para a equipe rival da “Ponte Preta”. Deixou a “macaca” em 1985, passando a defender o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte. De Minas, foi para o Espírito Santo, em 1986, contratado pelo “Rio Branco”. Atuou pelo “Colorado”, do Paraná, de 1987 a 1989; e, no “Paulista”, de São Paulo, entre 1989 e 1991, onde encerrou a carreira.Depois de pendurar as chuteiras, radicou-se em Campinas, cidade onde conseguira ser ídolo das duas torcidas arqui-rivais. Lá, veio a falecer, em fevereiro de 2006, por problemas cardíacos. Wladimir Rodrigues dos Santos nasceu em 29 de agosto de 1954, na cidade de São Paulo. Sua carreira esportiva teve início nas equipes de base do “Corinthians”. Estreiou na equipe principal em 1972, durante

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uma excursão à Europa. Firmou-se como titular, no ano seguinte.Lateral esquerdo de grande categoria, jogou por muitos anos no clube do Parque São Jorge, identificando-se sobremaneira com a sua imensa torcida.Wladimir foi convocado uma única vez para atuar pela Seleção Bra-sileira. Foi numa partida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1978, contra a Colômbia, que terminou 0x0.Em 1982, foi Campeão Paulista e um dos líderes da famosa e controver-tida “Democracia Corintiana”, que permitia a participação dos joga-dores em diversas decisões, entre as quais, a de ir ou não para a concen-tração. Transferiu-se para o “Santo André” em 1985, após ter jogado 806 partidas pelo “Corinthians”. A primeira vez que enfrentou seu ex-clube foi no campeonato paulista de 1987; o “Santo André” venceu por 3x1; Wladimir jogou bem e foi aplaudido pela torcida corintiana. João Batista da Silva, o Batista, é natural da capital gaúcha, nascido em 8 de março de 1955. Começou sua atividade no futebol, em 1971, nas categorias de base do “Internacional”, em sua cidade natal. A car-reira profissional teve início, em 1973, no mesmo clube. Com a equipe colorada, foi Campeão Gaúcho em 1975, 1976 e 1978; e Campeão Brasileiro de 1975, 1976 e 1979. Entre 1978 e 1983, jogou 37 partidas pela Seleção Nacional do Brasil. Em 1980, recebeu s Bola de Prata da Revista Placar.Volante de contenção, dotado de habilidade e categoria, jogava com seriedade, conferindo muita segurança ao setor defensivo e transmitindo tranqüilidade aos companheiros.Devido a um desentendimento com a direção do “Inter”, Batista transferiu-se para o rival portoalegrense “Grêmio”, em 1982. Nesse ano, foi agraciado, pela segunda vez, com o prêmio Bola de Prata. Em seguida, defendeu o “Palmeiras”, de São Paulo, durante o ano de 1983. No mesmo ano, mudou-se para Roma, jogando pela “Lazio”, de 1983 a 1985. Continuou na Itália, passando a atuar pelo “Avellino”, em 1985. Foi, então, para Portugal, jogar no “Belenenses” (1985-1987). Retornou ao Brasil, em 1988, contratado pelo “Avaí”, de Santa Catarina”, encer-rando a carreira, no ano seguinte.Atualmente, em 2010, Batista é comentarista esportivo de TV, na capital do Rio Grande do Sul, onde nasceu e vive.

Edino Nazareth Filho, mais conhecido como Edinho é carioca, nascido em 5 de junho de 1955. Com apenas treze anos, ingressou nas catego-rias de base do “Fluminense”. Cinco anos depois, iniciou sua carreira profissional, no time principal tricolor. Edinho jogou no “Fluminense” até 1982, tendo sido um dos baluartes da defesa do grande time conhe-cido como “Máquina Tricolor”. Conquistou a Taça Guanabara de 1975 e foi Bicampeão Carioca, em 1975/76, com a equipe da Rua Álvaro Chaves.Zagueiro de grande classe e categoria, disputava todas as partidas, importantes ou não, com imensa raça e vigor físico. Sua jogada mais característica era sair da defesa com a bola dominada, e arrancar para o contra-ataque. Criou, assim, uma enorme identidade com a torcida tricolor. Excelente batedor de faltas, foi o autor do gol que deu a vitória ao “Fluminense” sobre o “Vasco”, na final do campeonato de 1980, con-quistando mais um título de Campeão Carioca.Aos 20 anos, fez parte da Seleção do Brasil, que ganhou a Medalha de Ouro, nos Jogos Pan-Americanos de 1975, na Cidade do México. Com a Seleção Brasileira principal, participou de três Copas do Mundo: 1978, na Argentina; 1982, na Itália; e 1986, no México. Disputou 87 jogos com a gloriosa canisa amarela, dos quais 28 pela seleção olímpi-ca, e 59 com a principal, atuando como zagueiro ou, eventualmrente, lateral esquerdo. Foi o capitão da equipe canarinha no campeonato mundial de 1986.Após a Copa de 1982, foi contratado pela “Udinese”, da Itália. Per-maneceu no clube da cidade de Udine de 1982 a 1987. Voltou para o Rio, e venceu, com o “Flamengo”, o Campeonato Brasileiro de 1987. No ano seguinte, retornou ao tricolor das Laranjeiras, conquistando a Copa Kirin, em 1988. Transferiu-se para o “Grêmio” de Porto Alegre, sendo, em 1989, Campeão Gaúcho e vencedor da Taça Brasil. Edinho totalizou 358 partidas e marcou 34 gols, com a camisa tricolor do “Fluminense”. Recebeu a Bola de Prata da Revista Placar, em 1982. Craque também no futebol de praia, ganhou o prêmio de “Melhor Joga-dor do Campeonato Mundial de Futebol de Areia”, em 1996, quando já estava aposentado dos gramados.Encerrou sua vitoriosa carreira de jogador, em 1990. Logo após pen-durar as chuteiras, iniciou suas novas atividades de treinador. Com

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o “Fluminense”, seu primeiro clube (como jogador e como técnico), conquistou a Taça Guanabara, em 1991 e 1993. Pelo “Vitória”, foi Campeão Baiano, em 1996; com o “Goiás”, venceu o Campeonato Goiano de 2002 e a Copa Centro-Oeste, no mesmo ano; e, em 2004, sagrou-se Campeão Brasileiro da Série B, com o “Brasiliense”, da Capi-tal Federal. Carlos Alberto Gomes, mais conhecido como Carlos Alberto Pintinho, nasceu em 25 de junho de 1955, na cidade do Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira em 1972, na mesma cidade, envergando o uniforme tricolor do “Fluminense”. Nesse seu primeiro clube, onde permaneceu até 1979, viveu a sua melhor fase: foi três vezes Campeão Carioca (1973, 1975 e 1976) e foi convocado para a Seleção Brasileira.Pintinho foi um meio-campista extremamente habilidoso, cuja prncipal característica era o seu estilo de jogo vistoso e elegante, sempre de ca-beça erguida, observando a colocação dos adversários e o deslocamento dos companheiros.Entre 1977 e 1979, Carlos Alberto Pintinho dispuou seis partidas com a camisa do Brasil, colhendo três vitórias e três empates.Transferiu-se para o “Vasco da Gama”, mas pouco depois foi contratado pela “Sevilla” da Espanha. Form brilhantes suas atuações com a camisa alvirubra do clube da Andaluzia, onde jogou entre 1980 e 1984. Após rápida passagem pelo também espanhol “Cádiz”, Pintinho retornou ao Brasil, e efetuou algumas partidas pelo “Fluminense”, em 1985. Voltou para a Península Ibérica, onde atuou em poucos jogos pelo “Farense” de Portugal, no ano de 1986, quando pendurou as chuteiras.Carlos Alberto Pintinho vive atualmente na Espanha, onde ainda hoje é grande o seu prestígio, obtido graças ao virtuosismo do seu futebol.

FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2011

O trabalho sobre mais um período do futebol brasileiro demorou mais que o esperado. A época natalina, as férias dos netos, as viagens de fim-de-ano, tudo contribuiu para que os relatores diminuíssem seu rítmo.Assim, embora os nossos amigos idosos (não velhos) tivessem de reu-nido regularmente (mesmo sem a freqüência de todos), a conversa girou

sobre outros assuntos: a eleição de Dilma Rousseff, o caos político de Brasília, justamente no ano do seu cinqüentenário, os novos governa-dores estaduais, a situação econômica mundial e outros assuntos mais amenos, entre os quais o desenrolar da novela “Passione”. Sobre fute-bol, comentou-se o fiasco do “Brasiliense”, rebaixado da Série B para a C; e do “Gama”, da Série C para a D.Assim, somente em 4 de janeiro de 2011, na reunião vespertina que teve lugar, como de hábito, na “Empada Brasil”, Pedro Paulo, como coordenador do trio de pesquisadores, apresentou o relato das atividades desenvolvidas em mais de um mês._A pesquisa feita pelos amigos PP, Marcos e Cristiano retratou bem o período (1961-1980), no qual o “Santos”, enquanto teve Pelé, dominou o cenário nacional do futebol, comentou Roberto._ Não só o cenário nacional, mas também o internacional, corrigiu Brian._Também o Botafogo, antes da decadência do Mané, teve importante papel no futebol brasileiro dessa época, acrescentou Pedro Paulo._Falando em Botafogo, foi bom recordar a participação do “Possesso” na conquista da Copa de 62, no Chile, pronunciou-se Cristiano._Mas que bagunça a preparação para 66. Deu no que deu... manifestou-se Marcos._Felizmente nos redimimos, graças ao trabalho iniciado pelo Saldanha e bem concluído pelo Zagallo, na Copa de 70, falou Roberto._74 e 78, é melhor não comentar, disse Pedro Paulo._Foram igualmente bem relatados os importantes papéis desempenha-dos por três clubes, de três cidades diferentes, nesse período: o “Palmei-ras”, de São Paulo, com a Academia, tendo à frente o Ademir da Guia; o “Internacional”, de Porto Alegre, com Falcão no meio-de-campo, mostrando a força do futebol gaúcho, no então novo Brasileirão; e o “Fluminense”, do Rio, com a Máquina Tricolor, montada por Francisco Horta, inventor do lema “Vencer ou Vencer”, e que tinha Rivelino como um dos seus craques, elogiou Brian Butler. Depois dessa brilhante manifestação, o inglês foi escolhido, por unan-imidade, para relatar o tópico seguinte, sobre o futebol na França.

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O FUTEBOL NA FRANÇA (1863 – 2010) A França compartilha com a Inglatrra a honra de ter tido, em seu terri-tório, a prática de jogos de bola, usando os pés, considerados ancestrais do futebol. Efetivamente, existe registro, datado do século XII, a respei-to de um esporte chamado “soule” ou “choule”, praticado no noroeste francês, situado às margens do Canal da Mancha. Entretanto, a introdução do futebol propriamente dito, na França, é devida aos professores de inglês que trouxeram, da outra margem da Mancha, as regras e as bolas de couro para as escolas e universidades. Em 1863, imigrantes britânicos realizaram uma partida de futebol, no Bois de Boulogne, em Paris.O primeiro clube francês dedicado ao esporte bretão foi o “Le Havre Athletic Club”, fundado em 1874. Em 1º de maio de 1904, foi realizado o primeiro jogo da equipe da França, contra a Bélgica, em Bruxelas, que terminou empatada em 3x3. O “Comité Français Inter-Federal”, que supervisionou, até 1919, a prática do futebol em território francês, foi criado em 1906. No dia 15 de janeiro de 1917, foi instituída a Copa da França. A “Fédération Française de Football” teve sua fundação na data de 7 de abril de 1919, sendo Jules Rimet seu primeiro presidente. Em 1921, Rimet tornou-se presidente da FIFA e decidiu, em 28 de maio de 1928, instituir a Copa do Mundo.A supervisão de todos os aspectos do futebol na França, profissional e amador, masculino e feminino, bem como das seleções nacionais, tanto de adultos como de jovens, e ainda a organização da Copa da França são atribuições da Federação Francesa. Entretanto, a organização dos campeonatos profissionais da primeira e segunda divisões (“Ligue 1” e “Ligue 2”) compete, por delrgação da “FFF”, à “Ligue de Football Professionnel” (“LFP”), que é reaponsável, ainda, pela “Coupe de la Ligue”. A Seleção Francesa participou do primeiro campeonato mundial, no Uruguai, em 1930. O primeiro gol francês em Copas do Mundo foi assinalado por Lucien Laurent, no dia 13 de julho, na vitória sobre o México por 4x1 A França foi o país anfitrião da Copa de 1938, na qual sua seleção chegou às quartas-de final.Na temporada 1932/33, foi realizado o primeiro campeonato de fute-

bol profissional na França, vencido pelo “Olympique Lillois”, que deu origem ao “Lille Olympique Sporting Club Métropole”, em 1944, ao se fundir com o “SC Fives”. O mais bem sucedido clube francês, o “Olympique de Marseille”, fundado em 1899, foi Campeão Profissional, pela primeira vez, na temporada 1936/37, quando também venceu a Copa da França. Antes disso, já havia conquistado o título do Campeonato Francês de Ama-dores em 1928/29; e a Copa da França em 1923/24, 1925/26, 1926/27, e 1935/36. Posteriormente, o clube de Marselha voltou a ser campeão da Ligue 1 (primeira divisão profissional do futebol francês), após a Segunda Guerra, em 1947/48. Foi Bicampeão em 1970/71 e 1971/72; e Tetracampeão nas temporadas 1988/89, 1989/90, 1990/91 e 1991/02. O título de 1992/93 (que seria o quinto consecutivo) foi-lhe retirado devi-do a denúncias de manipulação de resultado. Foi, novamente, Campeão Francês, na recente temporada 2009/10. A pior época do clube, também chamado de “L’OM” ou “L’Ohème”, aconteceu durante os anos 50 e 60, quando, rebaixado, disputou a segunda divisão em seis temporadas. De volta à elite, contando com jogadores como Roger Magnusson e Josip Skoblar (maior artilheiro de 1971, em toda a Europa), disputou a Taça dos Clubes Campeões Eu-ropeus (atual Liga dos Campeões da UEFA). A partir de 1986, começou outra fase de esplendor para o “Marseillais” que contratou jogadores de renome como Alain Giresse, Jean-Pierre Papin, Enzo Francescoli, Abedi Pelé, Didier Deschamps, Marcel Desailly, Rudi Völler e Eric Cantona, além de técnicos de renome, como Franz Beckenbauer. Em nova participação na Taça dos Campeões Europeus (1989/90), o “Marseille” chegou às semifinais, tendo o “Benfica” como adversário. Vencedor, por 2x1, do jogo em casa, o “Olympique” tinha a vantagem, na partida em Portugal, do empate, que perdurou até os 82 minutos, quando um atacante da equipe portuguesa escorou a bola com a mão e assinalou o gol, erronaeamente validado pelo árbitro belga Van Lan-genhove, que deu a classificação ao clube lisboeta. No ano seguinte, a equipe marselhesa chegou à final da Taça de 1990/91, mas foi batida nos pênaltis pelo “Estrela Vermelha” de Belgrado, após um empate de 0x0.A maior glória de sua história veio na Taça 1992/93, quando o “Mar-

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seille” venceu, na final, o “Milan”, em Munique, no dia 26 de maio de 1993. Sua equipe formou com: Barthez, Angloma, Boli, Desailly e Di Meco; Eydelie, Sauzée e Deschamps; Völler, Abedi Pelé e Boksic.O “Olympique Lyonnais” ou “OL” surgiu de uma cisão entre os depar-tamentos se futebol e de rugby do “Lyon Olimpique”, fundado em 1899. Venceu o Campeonato Francês de Futebol (ainda amador) de 1910. Em 1942, sob o nome de “Lyon Olympique Universitaire”, passou a disputar o campeonato profissional, alternando sua participação, entre 1945/46 ( primeiro temporada após a interrupção causada pela guerra) e o final dos anos 60, nas “Ligue 1” e “Ligue 2”. O seu nome atual foi estabelecido em 1950, data de sua segunda fundação. Após conseguir a estabilidade na primeira divisão, nas últimas décadas do século passado, o “Lyon” conheceu o sucesso no início do Século XXI. Depois de ser Vice_Campeão em 2000/01, foi Campeão da “Ligue 1” por sete vezes consecutivas, entre 2002 e 2008. Foram jogadores de destaque nesse período: Juninho Pernambucano (capitão do time), Wiltord, Govou, Ma-louda e Coupet. O “Paris Saint-Germain Football Club”, ou, simplesmente “PSG”, foi fundado em 12 se agosto de 1970. O seu primeiro troféu foi ganho em maio de 1982: a Taça da França. Repetiu o feito na temporada seguinte e conquistou o seu primeiro campeonato em 1985/86, com uma equipe que tinha, entre suas estrelas, Luís Fernández e o goleiro Joel Bats.Com os brasileiros Raí, Valdo e Ricardo Gomes, o liberiano George Weah e o francês Ginola, como seus craques mais destacados, o time do “PSG” voltou a ser Campeão Francês, em 1993/94. O seu título de maior destaque internacional, a Recopa Européia (Taça das Taças), foi conquistado em 1996, sob a orientação do técnico Luís Fernández, seu ex-jogador. Entre 1996 e 1998, a equipe parisiense teve, como técnico, outro ex-jogador seu, o brasileiro Ricardo Gomes.Além dos já citados ídolos, vestiram a camisa tricolor (azul, vermelha e branca) do “Paris Saint-Germain”, os seguintes notáveis jogadores: os franceses Nicholas Anelka, Jocelyn Angloma, Daniel Bravo, Benoit Cauet, Dominique Rocheteau, Jean-Luc Sassus, Raymond Domenech, Jean Djorkaeff, Youri Djorkaeff, Didier Domi, Paul Le Guen e Pa-trice Loko; os portugueses Pauleta e Hugo Leal; os argentinos Gabriel Heinze, Juan Pablo Sorin, Osvaldo Ardiles, Carlos Bianchi, Gabriel

Calderón e Marcelo Gallardo; o italiano Marco Simone; o inglês Ray Wilkins; e os brasileiros Abel Braga, Leonardo, Reinaldo, Ronaldinho Gaúcho e Vampeta.Alguns jogadores franceses encantaram o mundo do futebol.Raymond Kopaszewski, ou, simplesmente, Kopa, nasceu em 13 de outubro de 1931. Começou sua carreira no “Angers SCO”. Jogou, pos-teriormante, no “Stade Reims” e “Real Madrid”. Com o clube espanhol, conquistou três títulos europeus, em 1957, 1958 e 1959. Pela Seleção Francesa atuou nas Copas do Mundo de 1954 e 1958, na qual foi escol-hido como um dos melhores atacantes. Meia muito habilidoso, Kopa efetuou 45 partidas com o time ‘bleu” da França, marcando 18 gols.Just Fontaine nasceu em 18 de agosto de 1933, na cidade de Mar-rakech, no Marrocos (então colônia francesa, no norte da África). Iniciou sua carreira profissional no “Casablanca”, onde jogou de 1950 a 1953. Atacante com enorme faro de gol, transferiu-se, em 1953, para o “Nice”, pelo qual assinalou 44 tentos em três temporadas. Em seguida, foi para o “Stade Reims”, onde, a partir de 1956, marcou 121 gols em seis temporadas. Foi Campeão Francês, em 1958 e 1960. Estreiou na Seleção da França no dia 17 de dezembro de 1953, marcando um belo gol, de chapéu, na vitória sobre Luxemburgo. Foi o artilheiro da Copa do Mundo de 1958, com 13 gols em 6 partidas. Em 1960, marcou 30 gols em 21 jogos, pela equipe nacional gaulesa. Fontaine aposentou-se, precocemente, em 1962.Marius Trésor nasceu em Saint-Anne, na colônia caribenha de Guada-lupe, no dia 15 de janeiro de 1950. Começou a carreira no “Ajaccio” da ilha de Córsega, em 1969. Defensor que jogava com categoria, três anos depois, estava em Marselha, defendendo o “Olympique”, onde ficou até 1980, e teve, como companheiros, os brasileiros Jairzinho e Paulo Cézar Caju. Nos quatro anos seguintes, atuou pelo “Bordeaux”, com o qual foi Campeão Francês. Encerrou sua atividade de jogador profissional, logo em seguida. Com a Seleção Francesa, participou das Copas do Mundo de 1978 (capitão da equipe) e 1982. Ao todo, realizou 65 partidas, vestindo a camisa “bleu” da França. Alain Giresse nasceu em 2 de agosto de 1952. Praticamente toda a sua carreira foi feita no “Bordeaux”, que defendeu de 1970 a 1986, e com o qual conquistou dois títulos de Campeão Francês. A partir de 1986,

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atuou palo “Olympique” de Marselha, em suas duas últimas tempora-das como profissional, participando do início da fase áurea do clube da costa sul. Disputou duas Copas do Mundo (1982 e 1986). Meio-camp-ista baixinho, dotado de muita habilidade e técnica refinada, jogou 47 partidas com a camisa azul da França. Formou, ao lado de Jean Tigana e Michel Platini, um excelente meio-de-campo, que ficou célebre, sendo chamados de “Os Três Mosquetiros”. Jean Tigana nasceu em Bamako, na colônia africans de Mali, no dia 23 de maio de 1955. Desenvolveu sua carreira nos clubes “Lyon”, “Bor-deaux” e “Olympique de Marseille”. Volante de estilo clássico, Tigana jogava sempre de cabeça erguida. Esguio, dotado de grande habilidade e técnica refinada, participou de 52 jogos com a Seleção Francesa, tendo conquistado a Eurocopa de 1984. Disputou, com brilho, as Copas do Mundo de1982 e 1986.Michel François Platini nasceu em Joeuf, pequena cidade litorânea do Departamento de Meurthe-et- Moselle, na Região de Lorena, no dia 21 de junho de 1955. De ascendência italiana, Michel Platini iniciou aua trajetória no futebol, ainda menino, em 1966, na sua cidade natal, nas categorias de base do “Joeuf”, onde ficou até 1972. Fez um partida espetacular contra o “Metz”, com 16 anos de idade, atuando pela equipe sub-18 do seu clube. Apesar de ter despertado o interesse dos dirigen-tes do adversário, da primeira divisão francesa, sua contratação não foi efetivada, em função do seu físico, ainda franzino. Restou a ele, então, aceitar uma proposta do “Nancy”, fundado apenas cinco anos antes, e recém-saído da segunda divisão. No clube da região de Lorraine, Platini estreiou na equipe principal com 17 anos, em 1972. No ano seguinte, passou a ser titular absoluto, e sofreu maus momentos com o rebaixa-mento para a 2ª Divisão na temporada 1973/74. Entretanto, a “Associa-tion Sportive Nancy-Lorraine” retornou à “Ligue 1” logo na temporada seguinte, e, em 1976/77, a equipe liderada por Michel Platini obteve um inédito quarto lugar no campeonato francês. Foi ele também o maior artífice da conquista da Copa da França, em 1977/78.Com 1,78m de altura, meio-campista (meia-armador) de categoria ex-cepcional, praticava um futebol clássico, com muita elegância e enorme visão de jogo. Jogando sempre com a camisa fora do calção, foi um gênio do futebol-arte.

Sua primeira oportunidade na Seleção Francesa ocorreu em 1976, em jogo contra a Tchecoslováquia, no qual marcou um gol. Participou, tam-bém. da Seleção Olímpica, da qual foi capitão, no mesmo ano. Disputou a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, mas a França foi precocemente eliminada, na primeira fase. No mesmo ano, após o torneio mundial, em amistoso contra a Itália, Platini protagonizou um episódio que ficou marcado na memória dos espectadores. Ele marcou um gol, cobrando falta, com um chute no ângulo da baliza, defendida por Dino Zoff. O ártbitro, porém, invalidou o lance e mandou repetir a cobrança. Platini o fez, chutando no mesmo ângulo e, novamente, marcou.Em 1979, já considerado o melhor jogador da França, transferiu-se para o “Saint-Étienne”. Com o time “vert et blanc”, foi Campeão Francês (“Ligue 1”) em 1980/81.Na Copa do Mundo de 1982, realizada na Espanha, onde a França con-quistou a quarta colocação, Platini fez boas atuações, que lhe valeram a contratação pelo “Juventus”, de Turim. Assim, Michel Platini deixou seu país, rumo à terra de seus pais. Na Itália, entre 1982 e 1987, atingiu o auge da sua carreira. Foi o artilheiro da Série A, já em 1982/83, sua primeira temporada. O “scudetto” de Campeão Italiano foi conquiatado em 1983/84, juntamente com um novo galardão de artilheiro. Suas exibições, ao longo de 1983, fizeram-no merecer a Bola de Ouro como melhor jogador da Europa. O mesmo ocorreu no ano seguinte, quando, além de ótimas atuações com a camisa “bianconera” da “Vecchia Si-gnora”, conquistou a Eurocopa 1984, com o uniforme “bleu” da Seleção Francesa, valendo-lhe, pois, a segunda Bola de Ouro. Em 1985, Platini recebeu, pala terceira vez consecutiva, o prêmio da revista France Football de melhor jogador europeu. Foi realmente um ano excepcional, com as vitórias da “Juve” na Copa dos Campeões da UEFA e na Taça Intercontinental. Também, pela terceira vez seguida, venceu a disputa pela artilharia do “Calcio” Série A, na temporada 1984/85.Seu último título com a “Juventus” foi o do Campeonato Italiano de 1985/86. Algumas semanas depois, com a Seleção da França, foi ao México disputar a sua terceira Copa do Mundo. Sua participação foi im-portante, especialmente nos jogos em que marcou gols decisivos: vitória de 2x0 sobre a Itália; e empate de 1x1 com o Brasil (a França venceu

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a decisão nos pênaltis, por 4x3, apesar de Platini ter desperdiçado sua cobrança). Ao término do torneio, os “bleus” receberam as medalhas de bronze, relativas ao terceiro lugar.“Platoche”, como seus companheiros de equipe o chamavam, encerrou sua brilhantíssima carreira de jogador, na “Juventus”, ao fim da tempo-rada 1986/87. Seu jogo de despedida da Seleção Francesa aconteceu no “Parc dês Princes”, em um amistoso contra a Islândia, no mês de abril de 1987. Um ano depois, voltou a reencontrar a equipe “bleu”, mas, como técnico. Seu sucesso foi efêmero, pois embora tenha conseguido uma seqüência de muitos jogos sem derrota, não logrou a qualificação para a Copa do Mundo de 1990, e obteve, apenas, a classificação da França para a Eurocopa 1992, na qual sua seleção foi eliminada logo na primeira fase. Michel François Platini decidiu, então, dedicar-se a atividades fute-bolísticas como dirigente. Exerceu, com êxito, a presidência do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 1998, realizada na França. Teve participação na FIFA, como um dos responsáveis pela introdução, no futebol, de algumas medidas salutares, tais como: a punição, com cartão vermelho, do atleta que comete falta no adversário por trás; a proibição, ao goleiro, de tocar com as mãos, uma bola atrasada, com o pé. Platini é o atual presidente da UEFA, eleito que foi, em 26 de janeiro de 2007.Jean-Pierre Papin nasceu em 5 de novembro de 1963, na cidade de Boulogne-sur-Mer, no Norte da França. Iniciou sua carreira, em 1983, no “Vichy”. Transferiu-se para o “Valenciennes”, no ano seguinte. Em 1985, foi contratado pelo “Brügge”, da Bélgica. Ganhou, então, a Copa da Bélgica de 1986. Com altura de 1,77 m, JPP, como ficou conhecido, foi um atacante veloz e bom driblador. Ganhou o prêmio da Bola de Ouro de 1990, como melhor futebolista europeu, e foi considerado o segundo melhor jogador do mundo, em 1991. Com a Seleção da França, disputou 54 jogos e marcou 30 gols, entre 1986 e 1995. Participou somente da Copa do Mundo de 1986, pois a França não foi feliz nas eliminatórias para os campeonatos mundiais de 1990 e 1994. A melhor fase de Papin começou após sua transferência para o “Olym-pique” de Marselha, que defendeu entre 1986 e 1992. Com a equipe de “L’OM”, cujo lema é “droit au but” (direto ao gol), foi Tetracampeão

da “Ligue 1” (1988/89, 1989/90, 1990/91 e 1991/92) e vencedor da Copa da França, de 1989. Seu clube seguinte foi o “Milan”, da Itália. Permaneceu no “rossonero” de Milão, de 1992 a 1994, conquistando a Supercopa da Itália (1992), o Bicampeonato da Série A (1992/93 e 1993/94) e a Liga dos Campeões da UEFA (1993-94). De Milão, mu-dou-se para Munique, na Alemanha, passando a atuar pelo “Bayern”, de 1994 a 1996. Com o time da Bavária, obteve mais um título inter-nacional: a Copa da UEFA (1995-96). Retornou para a França, tendo jogado pelo “Bordeaux”, entre 1996 e 1998. Já na fase de declínio, após o seu auge, Papin defendeu equipes francesas de menor expressão, de 1998 a 2004: “Guingamp”. “Saint-Pierroise” e “Cap-Ferret”. Logo após pendurar as chuteiras, começou, em 2004, suas atividades de treinador. Entretanto, tirou as chuteiras do armário e voltou a jogar, em 2009, aos 45 anos, pela modesta equipe do “Biganos Boiens”. Após um breve período, Jean-Pierre Papin retomou sua carreira de técnico, treinando o também pequeno “Châteauroux”.Éric Daniel Pierre Cantona, ou, simplesmente Éric Cantona, nasceu em Marselha, no dia 24 de maio de 1966. Iniciou suas atividades futebolís-ticas no “Les Caillols”, ainda menino, atuando em diversas posições, inclusive no gol. Aos quinze anos, começou a definir sua real vocação, como atacante, nas categorias de base do “Auxerre”. Em 5 de novembro de 1983, com dezessete anos, estreiou na equipe principal, vencendo o “Nancy” por 4x0. Pouco aproveitado nas suas primeiras temporadas, foi emprestado, em 1985, ao “Martigues”, então na segunda divisão, onde jogou até 1986, adquirindo mais experiência. De volta ao “Auxerre”, foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção da França, em 1987. Em sua partida de estréia com a camisa “bleu”, marcou o único gol francês, na derrota para a Alemanha Ocidental, por 2x1. Porém, começou, tam-bém em 1987, sua polêmica trajetória de indisciplina, com agressões, expulsões e suspensões. Inicialmente, agrediu seu companheiro do “Auxerre” Bruno Martini, sendo multado pelo clube. Em 1988, praticou uma falta muito dura, que resultou em expulsão e suspensão. Participou, com a Seleção Sub-21, da conquista do Campeonato Europeu da cate-goria. Insultou o técnico Henri Michel da seleção principal, em um pro-grama de televisão, sendo banido das convocações por um ano, como castigo. Apessr dos problemas disciplinares, foi contratado pelo “Olym-

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pique Marseille” nesse mesmo ano de 1988. No início do ano seguinte, em um amistoso internacional, ao ser substituído, chutou a bola contra a torcida e arrancou sua camisa, atirando-a contra o seu técnico, Gili. Foi suspenso pelo clube marselhês por um mês. Participou, no entanto, da conquista do campeonato de 1988/89. Pouco depois, foi emprestado ao “Bordeaux”. Na temporada seguinte, foi novamente cedido, por empréstimo, ao “Montpellier”. Teve, outra vez, atrito com um compan-heiro de time, Jean-Claude Lemoult, atirando-lhe um par de chuteiras no rosto. Seis integrantes da equipe, pelo menos, chegaram a pedir sua saída do clube, mas os ânimos foram serenados pela intervenção apaziguadora de outros jogadores, como Laurent Blanc e Carlos Valder-rama. Cantona foi punido com uma pequena suspensão de dez dias. Com 1,80 m de altura e habilidoso com a bola nos pés, Éric Cantona voltou a apresentar seu bom futebol no “Montpellier”, contribuindo de-cisivamente para a vitória na Copa da França, em 1990. Suas atuações convincentes foram importantes para propiciar seu retorno ao “Mar-seille”. Inicialmente sob o comando técnico de Gérard Gili e, depois, de Franz Beckenbauer, Cantona continuou a realizar boas partidas. Mas a substituição do técnico alemão, por Raymond Goethals, trouxe à tona novos problemas de relacionamento. Conseqüentemente, após o término da temporada 1990/91, com a conquista de mais um título de Campeão Francês, o “Olympique” negociou sua transferência para o “Nimes”. Embora jogando bem, seu temperamento continuou a criar problemas. Em uma partida da Liga Francesa, pelo modesto “Nimes”, no final de 1991, agrediu o árbitro, com uma bolada. No julgamento da sua in-fração, xingou, um por um, todos os responsáveis por sua punição, que, por isso, foi agravada com o acréscimo de dois meses em sua suspen-são. Irritado, Cantona anunciou seu intento de aposentar-se. Platini, que admirava seu futebol, junto com Gérard Houllier, dirigente da seleção, procuraram-no, acompanhados por um psicanalista, e o convenceram a desistir da intenção, aconselhando-o a se transferir para o exterior, em virtude do seu notório desgaste na França.Assim, logo no início de 1992, ele conseguiu assinar conrato com o “Leeds United”, da Inglaterra. Entrou na equipe, já transcorrida metade da temporada, e disputou quinze partidas, marcando só três gols. Mas, sua particpação foi importante para a campanha que resultou na con-

quista do Campeonato Inglês, em função das suas magníficas assistên-cias ao artilheiro Lee Chapman. Continuou com “The Whites”, durante a primeira parte da temporada seguinte, tendo assinalado um “hat trick” (três gols), na vitória, por 4x3, sobre o “Liverpool”, pela Supercopa da Inglaterra. Na disputa da recém-criada “Pemier League”, marcou novo “hat trick” contra o “Tottenham”. No final de 1992, deixou a equipe do “Leeds”, transferindo-se para o “Manchester United”. A melhor fase de Cantona foram as quatro temporadas e meia que pas-sou em “Old Trafford”. Foi um dos responsáveis pelo ressurgimento do clube, como uma das principais potências do futebol inglês, após longo ostracismo. Tornou-se ídolo da torcida rapidamente, ao conquistar o título de Campeão da Inglaterra, logo em sua primeira participação com a camisa vermelha. Em sua segunda temporada (1993/94), os “Red Devils” foram, novamente, campeões. Conquistaram, também, a Copa da Inglaterra, com dois gols de Cantona, fazendo, pela primeira vez na história do clube, a famosa “Double” (campeonato e copa, no mesmo ano). Os problemas disciplinares, porém, continuaram. Além de várias expulsões, por ofensas aos árbitros, foi multado por cuspir em um torcedor de seu ex-clube (“Leeds”). Ainda em 1994, chegou a ser preso e algemado, mas logo que pôde, desferiu um soco no policial. Na temporada seguinte (1994/95), foi expulso de um jogo contra o “Crystal Palace”. Ao passar em frente à torcida adversária, agrediu, com selvageria, um torcedor. Cantona foi suspenso, por nove meses, pela Federação Inglesa e penalizado com uma multa de doze mil dólares, posteriormete agravada com um acréscimo de vinte e cinco mil dólares. A FIFA também o puniu, ampliando o âmbito de sua suspensão para toda e qualquer partida de futebol profissional, em todos os países a ela filiados. Ainda foi condenado pela Justiça a duas semanas de prisão, substituídas por 120 horas de serviços comunitários. Embora estivesse suspenso, o “Manchester United” renovou seu contrato. Entretanto, Cantona criou novo problema, atacando um repórter, pouco depois.Após sua suspensão, ajudou o clube do “diabo” (mascote oficial) a conquistar mais dois campeonatos ingleses (1995/96 e 1996/97) e uma Copa da Inglaterra (1996), tendo assinalado o gol da vitória, na final, contra o “Liverpool” Apesar de suas indisciplinas, o “United” confiou-lhe a braçadeira de capitão.

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A despeito de sua ótima fase na Inglaterra, e da confiança que lhe foi depositada pelo clube, o seu histórico de constantes expulsões fez com que o técnico Aimé Jacquet não mais o convocasse, para a Se-leção Francesa, da qual havia sido titular e, até, capitão. Ao todo, Eric Cantona jogou 45 partidas com a camisa “bleu”, assinalando 20 gols, entre 1987 e 1995. Aborrecido por saber que não participaria da Copa do Mundo de 1998, em sua pátria, decidiu encerrar, precocemente, a carreira, durante a qual recebera vários apelidos, em francês e inglês (a maioria), retratando seu talento, e, sobretudo, sua rebeldia: “L’Enfant Terrible”, “The Genious”, “The Bad Boy” e “Eric, the King”. Continuou sua carreira de ator de cinema, iniciada quando ainda estava na ativa, como atleta. No filme “Elizabeth”, fez o papel de um embaixa-dor francês na Grã-Bretanha. Em “Looking for Eric”, interpretou a si mesmo, como jogadir do “Manchester United”.Foi, também, o técnico da Seleção Francesa de futebol de areia que con-quistou o Campeonato Mundial da modalidade, em 2005, quando atuou, simultânemente, como jogador. Zinédine Yasid Zidane nasceu em Marselha, no dia 23 de junho de 1972. Descendente de argelinos, iniciou-se no futebol, em 1982, no time infantil do pequeno clube “Saint-Henri”. Na temporada seguinte, foi levado para o também inexpressivo “Septèmes-les-Vallons”, clube no qual permaneceu quatro anos. Aos quinze anos de idade, em 1987, foi fazer um treinamento de seis semanas no “Cannes”. Entretanto, não re-tornou ao “Septèmes-les-Vallons”, passando a integrar a equipe juvenil da “Association Sportive de Cannes”. Em maio de 1989, fez sua estréia no time profissional dos “Dragons Rouges”. No entanto, o “Cannes” não conseguiu se manter na “Ligue 1”, sendo rebaixado na temporada 1996/97. Zidane foi, então, vendido para o “Bordeaux”. Com a equipe dos “girondins” disputou a Copa UEFA de 1996, chegando à final, ven-cida pelo excelente time do “Bayern München”.Em seguida, Zizou foi transferido para a “Juventus”, da Itália. Com o clube “bianconero” de Turim, conseguiu derrotar o “Bayern München”, que tinha Matthäus, Klinsmann e Papin, na Supercopa Européia. Ainda em 1996, venceu a Copa Intercontinental, considerada o mundial inter-clubes, derrotando o “River Plate” da Argentina, que tinha o uruguaio Enzo Francescoli, seu ídolo desde a época em que o sul-americano

jogava no “Olympique Marceille” (Zidane batizou um filho com o nome de Enzo, em sua homenagem). Ao final da temporada 1996/97, ganhou o “Scudetto” (Campeonato Italiano). Na Liga dos Campeões, a “Juve” chegou à decisão, mas a perdeu para o “Borussia Dortmund”. Zinédine Zidane foi considerado o melhor jogador estrangeiro atuando na Itália, nessa temporada. Em 1997/98, houve uma repetição: Campeão da Série A italiana; e Vice na Liga dos Campeões, vencida pelo “Real Madrid”.Os anos seguintes foram de jejum na conquiata de títulos pela “Vecchia Signora”, acumulando decepções, como a derrota para o “Manchester United”, em plena Turim, nas semifinais da Liga dos Campeões da UEFA, em 1999; a goleada por 4x0, que lhe foi imposta pelo “Celta”, de Vigo, na Copa da UEFA, em 2000; e o vexame de ser o último de seu grupo, na Liga dos Campeões da UEFA, em 2001. Zidane, que havia sido eleito pala FIFA, como o melhor do mundo, em 1998, graças às suas fabulosas atuações, que propiciaram à Seleção da França a inédita conquista da Copa do Mundo, foi reeleito o melhor jogador do mundo, em função da sua participação na vitória francesa da Eurocopa 2000. Ao fim da temporada 2000/01, transferiu-se para o “Real Madrid”.Mesmo sem vencer o Campeonato Espanhol, o início de Zidane com os “merngues” foi animador, devido à conquista da Liga dos Campeões da UEFA. A temporada seguinte foi extremamente feliz, com as vitórias na Supercopa Européia, na Copa Intercontinental (mundial interclubes) e no Campeonato Nacional. Zizou recebeu, então, o prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo, pela terceira vez, igualando o recorde do carioca Ronaldo, seu companheiro no “Real”, onde juntos com o inglês Beckham e o português Figo, formavam o grupo dos chamados “galác-ticos”. Em 2003/04, a Supercopa da Espanha foi a última taça levantada por ele. Os “blancos” deixaram de ganhar títulos, nos anos seguintes, e Zidane encerrou a carreira em 2006.Ambidestro, com 1,85 m de altura, bom cabeceador, excelente cobrador de faltas, foi um meia que se caracterizava pela elegância de seu fute-bol, praticado com passadas largas, pela objetividade de seus dribles e pela precisão dos seus lançamentos, passes e assistências. Pelo “Real Madrid”, clube em que mais atuou, sendo chamado, por seus torce-

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dores, de “EL Mago”, “El Magnífico” e “El Maestro”, jogou 506 parti-das e assinalou 95 tentos. Com a Seleção da França, realizou 108 jogos e marcou 31 gols, entre 1994 e 2006.Sua estréia na “seleção do galo” aconteceu em 1994, em um jogo contra a República Tcheca, no qual entrou aos dezoito minutos do segundo tempo, e fez os dois gols franceses no empate por 2x2. Na Eurocopa 1996, a França chegou às semifinais, mas Zidane não se destacou. Nas partidas que antecederam a Copa do Mundo de 1998, suas atuações foram irregulares, com altos e baixos. Da mesma forma, iniciou a disputa do campeonato mundial. Após uma atuação razoavelmente boa contra a África do Sul, complicou-se, desnecessariamente, no segundo jogo, contra a Arábia Saudita, ao pisar, propositalmente, em um ad-versário, sendo expulso e suspenso por duas partidas. Não jogou mal na quarta-de-final e semifinal, mas foi somente na decisão contra o Brasil, que Zidane se superou e realizou uma exibição praticamente perfeita. Com dois gols de cabeça, no primeiro tempo, deu início à consagra-dora vitória dos “bleus”. Em 2000, após uma difícil classificação nas eliminatórias, a França soube se impor, sob a batuta do maestro Zizou, na conquista da Eurocopa. Na Copa do Mundo de 2002, Zidane esteve ausente, por contusão, dos dois primeiros jogos, nos quais a França sofreu uma surpreendente derrota para Senegal e colheu um empate, frente ao Uruguai. O seu retorno, na partida contra a Dinamarca, não foi suficiente para evitar uma nova derrota, que eliminou do certame os franceses, campeões do mundo, que saíram da Ásia sem marcar um gol, sequer. Nas eliminatórias para a Eurocopa 2004, a seleção gaulesa classificou-se facilmente, com 100% de aproveitamento. Seu desempenho continuou muito bom na primeira fase da disputa, com Zizou marcando gols decisivos. A decepção veio no primeiro jogo “mata-mata”, com a elminação precoce, decorrente da derrota para a Grécia. Com esse revés, Zidane decidiu despedir-se da seleção. Reviu essa decisão, porém, a tempo de participar das quatro últimas rodadas das eliminatórias, que permitiram a classficação da França para a Copa do Mundo de 2006. Na primeira fase do torneio, as apresentações da seleção francesa, e de seu maior astro, foram medíocres, conseguindo, a duras penas, prosseguir na competição. A rcuperação veio a seguir, com boas exibições e vitórias sobre a Espanha e o Brasil. Contra os canarin-

hos, Zizou repetiu sua magnífica atuação de 1998, incluindo, dessa vez, um sensacional drible de chapéu em cima de Ronaldo, a grande estrela brasileira. Com a vitória contra Portugal, na semifinal (1x0, com gol de Zidane, cobrando pênalti), a França se habilitou a disputar o título contra a Itália. Zizou, novamente de pênalti, abriu o marcador, mas os italianos empataram e o resultado persistiu até o fin do tempo normal. No segundo tempo da prorrogação, Zinédine Zidane manchou sua des-pedida dos gramados, maculando também sua imagem, ao agredir, com uma insólita cabeçada, o zagueiro Materazzi, da “azzurra”. Mantido o empate ao final do tempo extra, a Itália conquistou a Copa do Mundo de 2006, na decisão por pênaltis.Thierry Daniel Henry nasceu no dia 17 de agosto de 1977, em Les Ulis, localidade do Departamento de Essonne, na Região de Ile-de-France, situada a cerca de 20 km ao sul de Paris. Filho de antilhanos (pai de Guadalupe, e mãe da Martinica), começou a aprender como jogar fute-bol, no pequeno clube local “Les Ulis”, em 1983, com cinco para seis anos, permanecendo em suas categorias infantis até 1989, qundo foi para as divisões de base do “Palaiseau”, onde ficou apenas um ano. Em 1990, transferiu-se para o “Viry-Châtillon”. Com treze anos, jogando no infanto-juvenil, Thierry Henry marcou os seis gols da vitória, por 6x0, do seu time. O jogo foi observado por Arnold Catalano, olheiro do “Monaco”, que imediatamente o chamou para jogar no clube do principado. Assim, com um pré-contrato, foi-lhe recomendado completar os estudos em Clairefontaine, freqüentando, ao mesmo tempo, o “Centre Technique National Fernand Sastre”, consid-erado referência de excelência na formação de jovens, entre 13 e 15 anos, futuros craques de futebol. Passou a jogar nos juvenis do “Mona-co”, a partir de 1992. Sua estréia na equipe principal ocorreu em 1995. Alto (1,88 m), atacante com vocação para artilheiro, Henry é muito rápido, porém excepcionalmente calmo, na conclusão das jogadas. Dotado de muita habilidade e ótimo controle da bola, ajudou a “As-sociation Sportive de Monaco Football Club” a vencer a “Ligue 1”, em 1996/97.Em junho de 1997, foi convocado para a Seleção Francesa Sub-20 visando à disputa do campeonato mundial da categoria. Pouco depois, foi chamado para a seleção principal, estreiando em 11 de outubro

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de 1997, com uma vitória sobre a África do Sul, por 2x1. Participou da campanha vitoriosa na Copa do Mundo de 1998, tendo marcado três gols. Campeão Mundial, recebeu a condecoração da “Légion d’Honneur”.Henry fez boas apresentações, durante o ano de 1998, pelo “Monaco”, quando o clube disputou a Liga dos Campeões da UEFA, chegando à semifinal. Em janeiro de 1999, transferiu-se para a “Juventus”, da Itália. No “Calcio Série A” não foi feliz, marcando só três gols em 16 jogos, talvez devido ao estilo extremamente defensivo do futebol praticado na “Bota”, à época. Assim, em agosto do mesmo ano, foi para o “Arsenal”, de Londres. Na Inglaterra, não marcou nenhum gol em seus primeiros dez jogos. Mas recuperou-se e, ao fim da temporada, havia assinalado 26 tentos, graças, especialmente, às suas velozes arrancadas.Na seleção, conquistou outro título importante, ao vencer a Eurocopa 2000, sobrepujando a Itália, na final. No entanto, sofreu uma decepção na Copa do Mundo de 2002, onde foi expulso no jogo contra o Uruguai (0x0), e não participou da partida seguinte, na qual a França, ao perder para a Dinamarca (2x0), foi eliminada, ainda na primeira fase, sem assi-nalar nenhum gol, pois perdera, anteriormente, para o Senegal, por 1x0.Com a equipe inglesa dos “gunners”, Henry marcou 32 gols na tempo-rada 2001/02. O “Arsenal” fez uma dobradinha, conquistando o título da “Premier League” e a “FA Cup”. Com 42 gols e 23 assistências na temporada 2002/03, “Titi” foi importante na vitória do clube londrino, em mais uma “FA Cup”.Com a “seleção do galo”, Thierry Henry venceu a Copa das Confeder-ações de 2003, na qual foi eleito o nome do jogo em três das cinco par-tidas disputadas, ganhou a artilharia do torneio (quatro gols) e recebeu o prêmio de melhor jogador da competição. No ano seguinte, participou da Eurocopa 2004, em que a França foi eliminada pela Grécia.Na temporada 2003/04, o “Arsenal” com a participação fundamental de Henry, realizou um feito inédito, em mais de um século; Campeão Inglês da Primeira Divisão, de forma invicta. Considerando a “Premier League” e as demais competições nacionais e européias, foi uma se-qüência de 49 jogos, sem derrota. Na temporada seguinte, na qual ele marcou 31 gols em 42 jogos, “The Gunners” conquistaram mais uma “FA Cup”. Em 2005, Henry ganhou a braçadeira se capitão do time.

Nesse mesmo ano, tornou-se o maior artilheiro do “Arsenal”, em toda a sua história. No ano seguinte, passou a ser, também, o maior artilheiro, se considerados apenas os gols no campeonato inglês. Em 2006, o “Arsenal” chegou à final da “UEFA Champioms League”, mas a perdeu para o “Barcelona”.Novamente na Seleção Francesa, Henry foi um dos seus melhores valores, na campanha da Copa do Mundo de 2006, em que conquistou o Vice-Campeonato, perdendo, só nos pênaltis, a decisão contra a Itália.A sua temporada 2006/07, em Londres, foi marcada por muitas lesões, culminando com um afastamento de três meses, a partir de março de 2007. Em junho do mesmo ano, deixou o clube de Holloway, trocando-o pelo Barcelona, da Espanha. Entretanto, não teve sucesso no clube da Catalunha. Após ter perdido a vaga de titular, foi dispensado, em 2010. Em julho, foi contratado pelo “New York Red Bulls”, dos Estados Uni-dos, no qual estreiou, em 22 de julho de 2010, numa partida amistosa contra a equipe imglesa do “Tottenham”, que venceu por 2x1, sendo o gol do time norte-americano marcado por Henry.A despeito de sua notória má fase no “Barça”, o técnico Raymond Domenech o convocou para atuar, pela França, em sua quarta Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010. A seleção “bleu” fracassou, com pífias apresentações, caindo na primeira fase e exibindo, ainda, lamen-táveis desavenças internas. O futebol da França sempre prestigiou s Copa do Mundo, criada palo francês Jules Rimet. Assim, a França vem participando dos campeona-tos mundiais, desde a sua primeira realização, em 1930. Se deixou de disputar a taça, em algumas ocasiões, não o fez por ato voluntário, mas por deficiência técnica, ao não lograr a necessária qualificação, como ocorreu em 1950, 1962, 1970, 1974, 1990 e 1994.Em 1930, após uma vitória por 4x1 sobre o México, a Seleção Francesa foi derrotada pela Argentina e pelo Chile, pelo mesmo placar de 1x0, sendo eliminada. Na edição de 1934, a derrota, por 3x2 para a Áus-tria, a desclassificou. A Copa de 1938 foi realizada na própria França, mas após vencerem os belgas por 3x1, os anfitriões foram derrotados pelos italianos, com mesmo placar, sendo desclassificados. Nas elimi-natórias para a Copa de 1950, a França empatou com a Iugoslávia, em todos os critérios adotados. Foi necessário um jogo desempate, que os

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franceses perderam por 3x2. Foram, entretanto, convidados a participar do campeonato, no Brasil, em função de desistências havidas, mas não aceitaram. Após uma eliminação, na primeira fase, em 1954, a seleção francesa, com Kopa e Fontaine, conquistou bilhantemente o terceiro lugar, em 1958. Depois de não ter obtido a qualificação nas elimi-natórias para o campeonato seguinte (1962) a equipe dos “bleus” ficou na 13ª colocação, caindo na primeira fase, em 1966. Seguiram-se duas não qualificações conecutivas, em 1970 s 1974. Na Copa de 1978, caiu na primeira fase, outra vez, classificando-se em 14º lugar. Em 1982, a França, com Platini e Trésor, conquistou a quarta colocação. O desem-penho da seleção francesa, em 1986, contando com Platini (seu maior astro), Papin e Fernandéz, foi ainda melhor, obtendo o terceiro lugar. Por mais duas vezes consecutivas (1990 e 1994), o time gaulês fracas-sou na disputa das eliminatórias. Finalmente, o sucesso veio em 1998. Anfitriã da 16ª edição da Copa do Mundo, a França não desperdiçou, dessa vez, a oportunidade de ser Campeã Mundial, jogando em casa. Após passar pela primeira fase, com 100% de aproveitamente, conseguiu ultrapassar as dificuldades dos jogos “mata-mata” e, superando as melhores expectativas, ven-ceu categoricamente o Brasil, na final, por 3x0. Além do seu grande astro Zidane, participaram, com brilho, da campanha vitoriosa: Bar-thez, Lizarazu, Thuram, Blanc, Desailly, Dugarry, Youri Djorkaeff, Trézéguet, Henry e Petit.Em 2002, porém, a “seleção do galo” voltou a decepciomar, ficando em 28º lugar, entre 32 participantes. Continuando a alternar bons e maus resultados, nas disputas mundiais, a França fez excelente campanha na Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha. Venceu, por 3x1, a Espanha, em oitava-de-final; derrotou o Brasil, novamente com exce-lente atuação de Zidane, por 1x0, em sua quarta-de-final; e ganhou, também por 1x0, a semifinal contra Portugal. Enfrentou a Itália, na fi-nal, empatando por 1x1. Perdeu nos pênaltis, sagrando-se Vice-Campeã. Foram figuras de destaque: Zizou, Henry, Trézéguet, Ribéry e Wilford, entre outros.A mais lamentável participação francesa em Copas do Mundo aconte-ceu em 2010, na África do Sul. Sua equipe nacional, classificada nas eliminatórias, graças a um gol irregular (Henry ajeitou a bola, escan-

dalosamente, com a mão), foi eliminada na primeira fase, terminando na 29ª colocação dos 32 disputantes. O grande destaque da França foi um destaque negativo: o seu técnico Raymond Domenech, que não soube comandar, e muito menos liderar, os seus jogadores. Além disso, demonstrou, publicamente, sua falta de educação esportiva, ao recusar o cumprimento do técnico da seleção anfitriã, Carlos Alberto Parreira, ao término do jogo África do Sul 2x1 França. Imediatamente após a cam-panha vexaminosa, Domenech foi substituído por Laurent Blanc.O desempenho do time “bleu”, no Campeonato Europeu, entre1960 e 2008, registra dois títulos de Campeão: em 1984 e 2000.Durante mais de cem anos, contados a partir da fundação do clube “Le Havre”, o futebol francês evoluiu de forma tranqüila e competitiva-mente discreta. Em um período de vinte anos, entre 1980 e 2000, houve uma profunda mutação no cenário futebolístico da antiga Gália. Além dos jogadores que atingiram fama mundial, cujas biografias apresen-tamos, muitos outros personagens merecem ser citados, pois foram responsáveis por essa verdadeira revolução no futebol da França,Michel Hidalgo, nascido em 1933, assumiu o comando técnico da seleção em 1976, após a crise dos anos 60 e 70. Carismático e adepto do futebol-arte, formou a fantástica “geração Platini”. Conquistou a Eurocopa 1984, com um belo estilo ofensivo. Aimé Jacquet, que nasceu em 1941, foi técnico da equipe nacional francesa, entre 1993 e 1998. Acusado de impor um jogo predominantemente defensivo, Jacquet não gozava de muita estima, por parte da imprensa especializada e dos torcedores, por causa de sua postura arrogante, com ares professorais, e desprezo pelas críticas. A seu favor, pesam os resultados. Sob seu comando técnico, a França ganhou a Copa do Mundo de 1998, única conquista mundial de sua história.Aesène Wenger, nascido em Strasbourg, no ano de 1949, nunca foi téc-nico da seleção francesa. Entretanto é o técnico francês mais respeitado, tanto internamente, como no exterior. Gosta de trabalhar com jogadores jovens, moldando-os para carreiras vitoriosas. É famoso pela força mental que transmite aos atletas, sob seu comando. Seu estilo inspirou e influenciou toda a nova geração de treinadores na França.Michel Denisot, jornalista de profissão, foi nomeado administrador do Paris Saint-Germain, em 1991. A partir desse ano, até 1998, data de sua

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saída, o PSG montou um time exemplar na qualidade de seu futebol, que encantava seus torcedores, aumentando o público em seus jogos e conquistando inúmeros títulos. Fernand Sastre foi Presidnte da Federação Francesa de 1973 até 1984, ano da memorável conquista da Eurocopa. Em 1989, quando o futebol francês atravessava uma crise de descrédito, o Ministro de Esportes o convocou para comandar a remodelação que se fazia necessária. O seu relatório, conhecido como Dossier Sastre, mudou a face do futebol na França. Passou a existir um severo controle das finanças dos clubes; foi recriada a política para a formação de jovens talentos, nos centros de excelência do futebol; e o número de clubes, nas ligas profissionais 1 e 2, foi reduzido para dezoito, em cada. Sastre conseguiu, ainda, confir-mar a França como a sede da Copa do Mundo de 1998. Foi nomeado, juntamente com Michel Platini, co-presidente do Comitê de Organi-zação do campeonato mundial. No primeiro semestre de 1998, o seu estado de saúde, minado por séria doença, agravou-se, e Sastre faleceu, três dias após o início do torneio. As lágrimas de Platini, durante o minuto de silêncio que antecedeu ao jogo Espanha x Nigéria, em 14 de junho de 1998, simbolizaram as mais que merecidas homenagens ao homem que, longe dos holofotes, revolucionou o futebol, na França.

BIER FASS, 13 DE JANEIRO DE 2011

Como de hábito, nas quintas feiras, os “velhos da padaria” reuniram-se para tomar chope, no “Bier Fass”._ O que eu mais admirei foi o “Centre Technique National” da “Fédéra-tion Française de Football”, mais conhecido como Academia de Claire-fontaine, disse Pedro Paulo._Realmente, é um centro de excelência, referência mundial que pode servir de exemplo para iniciativas similares no Brasil, concordou Brian._Esse centro de treinamento está instalado em uma área de 56 hectares e possui 60 empregados de tempo integral. Dispõe de 302 camas, uma biblioteca e um vídeo-cinema, além de sete campos de grama natural e três de sintética. Sua grande missão é a formação de jovens talentos do futebol. Seus outros objetivos são: prover a seleção nacional de um

local adequado para a sua preparação; ser uma unidade de ciência do esporte, sempre atualizada; manter um instituto nacional para aper-feiçoamento dos treinadores de elite; e promover seminários, conven-ções e apresentações diversas, prosseguiu o autor do relato._E como é feita a seleção dos candidatos?, perguntou Roberto Mauro._É de fundamental importância a estrita observância das normas esta-belecidas, respondeu Brian._E como são essas regras?, perguntou Marcos._Em primeiro lugar, existem condições rígidas para a inscrição: ter treze anos completos, ser de nacionalidade francesa, possuir bom nível de escolaridade e residir em Paris ou na sua área de influência (região metropolitana). O processo de seleção é feito, de março a maio de cada ano, em Clairefontaine. Após uma primeira “peneira”, os escolhidos participam de jogos em campos de dimensões reduzidas e são submeti-dos a avaliações de técnica individual. No final de maio, são selecio-nados os quarenta melhores participantes para um estágio de três dias, no qual estão incluídos uma corrida de 40 metros com obstáculos e um teste de “endurance”. São, então, escolhidos vinte e dois jogadores, no máximo, dos quais, três ou quatro goleiros. Esses privilegiados passam a receber um treinamento de três anos, com todas as despesas custeadas pela federação e pela liga profissional, exceto uma contribuição anual de 150 euros, para despesas escolares, e outra, trimestral, de 180 euros, para o almoço no colégio. O regime é de internato, das 21h de domingo até as 18h de sexta-feira. São realizados cinco treinos de futebol por semana, com os seguintes objetivos: dotar os jogadores de movimen-tos mais bem feitos e mais rápidos; utilizar os movimentos de forma mais eficaz e com mais astúcia; usar o pé menos apto; reduzir os pontos fracos dos atletas; superar deficiências psicológicas; desenvolver fisica-mente os jogadores; aprimorar aspectos técnicos (correr com e sem a bola, driblar, controlar a bola, chutar a gol e efetuar passes); e melhorar os fundamentos táticos (condução da bola, recepção de passes, ofer-ecimento de apoio, execução de assistências, movimentos em espaços livres, desmarcação), respondeu Brian.Pela biografia do Thierry Henry, verifiquei que ele foi um dos que se beneficiaram desse programa, comentou o Cristiano._É impressionante a evolução do futebol na França, nos últimos vinte

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anos do Século XX, manifestou-se Marcos._ Bem, em face do adiantado da hora, recisamos definir quem será o responsável pelo próximo tema, lembrou o Roberto.-Proponho que seja o Marcos, que, como bom gaúcho, entende os por-tenhos e “habla” “portunhol” “muy bien”, sugeriu o Cristiano.- Agradeço, mas peço sua ajuda, respondeu-lhe o Marcos. Proposta aceita, a reunião foi encerrada, com mais uma rodada de chopes.

O FUTEBOL NA ARGENTINA (1867 – 2010)

Como em todas as partes do mundo, o futebol foi introduzido na Ar-gentina por obra e graça de imigrantes britânicos. Os irmãos Thomas e James Hogg tomaram a iniciativa de organizar uma partida de futebol, segundo as regras estabelecidas na Inglaterra, em 1863, entre o Buenos Aires Cricket Club e o recém fundado Buenos Aires Football Club, que foi realizada nos bosques de Palermo (onde hoje esiste o Planetário), no dia 20 de junho de 1867. A primeira associação de futebol da Argentina foi criada em 1891: “The Argentine Association Football League”. Organizado o primeiro campeonato, seu vencedor foi a “Saint Andrew’s Scots School”. Entre-tanto, foi fugaz a existência dessa liga. Por causa disso, o escocês A. Watson, considerado o “Pai do Futebol Argentino”, fundou, em 21 de fevereiro de 1893, uma nova organização associativa, usando o mesmo nome. Nesse mesmo ano, realizou-se, sob a égide da nova associação, o campeonato argentino que perdura até hoje, sendo considerado o seg-undo mais antigo, fora das Ilhas Britânicas, precedido pelo da Holanda, cuja primeira edição ocorreu em 1899. “The Argentine Association Football League”, criada por Watson, em 1893, é hoje, após várias mudanças de nome, a “Associación del Fútbol Argentino (AFA)”. Sua filiação à federação mundial (FIFA) ocorreu em 1912; ao organismo sul-americano (CONMEBOL), em 1916. A profissionalização do fute-bol argentino aconteceu em 1931. Os clubes de futebol argentinos mais importantes, hoje, são (em ordem cronológica das datas de fundação): “Club Atlético River Plate” (22 de

maio de 1901); “Racing Club de Avellaneda” (25 de março de 1903); “Club Atlético Independiente” (1º de janeiro de 1905); “Club Atlético Boca Juniors” (3 de abril de 1905); e “Club Atlético San Lorenzo de Almagro” (1º de abril de 1908). Desses cinco grandes clubes, o “Boca Juniors” é, sem sombra de dúvida, o mais popular, o de maior torcida. Sua criação foi obra de um grupo de jovens que se reuniu na Praça Solis, no bairro de La Boca, com a finalidade precípua de fundar um novo clube de futebol. Já existiam, no bairro, outras equipes: “La Espuma del Plata”, “Hércules” e “Blader Athletic Club”. La Boca fica situada às margens do estuário do Rio da Prata, onde se localiza o porto da cidade de Buenos Aires. Era um reduto de imigrantes, especialmente espanhóis e, em grande maioria, italianos. Entre esses, predominavam fortemente os genoveses. Hoje, La Boca é um bairro turístico, com inúmeros restaurantes, e o Caminito, com suas casas multicoloridas. Essas habitações, construídas com tábuas, eram pintadas com muitas cores, provenientes dos restos das tintas usadas na pintura das diversas partes dos navios. Depois de muita discussão, o nome Boca, representativo do bairro, reuniu as preferências gerais. Como toda área portuária, La Boca tinha uma má reputação, proveniente dos problemas de prostituição, malandragem e, até, banditismo. Para amenizar a ligação da denominação do clube com essa fama indesejável do local, um de seus fundadores, Santiago Sana, propôs a inclusão de um termo em inglês, como era praxe usual em tudo que dizia respeito ao futebol. Assim, nasceu o “Boca Juniors”, cujo primeiro presidente foi Esteban Baglietto.A primeira camisa do clube, usada apenas nas partidas iniciais, era lisa, em azul escuro. Foi logo substituída por outra, azul e branca, em listras estreitas, na vertical. Entretanto, surgiu um problema de similaridade com o uniforme de outra associação da cidade. A solução foi decidir, de maneira esportiva, qual das duas agremiações teria direito ao uso da indumentária alvi-celeste. Foi realizado um jogo de futebol entre os dois times. Como o “Boca” perdeu, precisou escolher outras cores. Sob a inspiração da bandeira azul e amarela de um navio escandinavo (Sué-cia e Noruega, à época, formavam uma só nação), atracado em Buenos Aires, Juan Brichetto, propôs a adoção, em 1908, da camisa azul com a larga listra amarela, que, na horizontal, é utilizada até hoje. O trato foi

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escolher as cores da bandeira do primeiro navio que adentrasse o porto, no dia seguinte. Como operador de uma das pontes que precisavam ser giradas para permitir a passagem dos navios, Brichetto tinha uma con-dição privilegiada para proceder à escolha. Desde a sua fundação, o “Boca Juniors” se identificou com a colônia italiana, sobretudo com os imigrantes genoveses, predominantes no bairro. Dessa forma, os seus torcedores ficaram conhecidos como “xeneizes”, expressão derivada de “zeneize”, significando natural de Gênova, no dialeto local da Ligúria.O estádio do clube, no bairro de La Boca, é conhecido como “Bombon-era”, por seu formato que lembra uma “bombonière” (porta-bombons, geralmente de cristal, muito comum nas residências abastadas de anti-gamente). Seu nome oficial é Estádio Camilo Cichero, em homenagem ao presidente que iniciou sua construção, em 1938. Inaugurado em maio de 1940, mas só concluído em 1953, sua capacidade era superior a 60 mil espectadores, reduzida para 50 mil em função das exigências de segurança e conforto.Ao longo de sua história, o “CABJ” venceu 29 campeonatos argen-tinos: 1919, 1920, 1923, 1924, 1926, 1930, 1934, 1935, 1940, 1943, 1944, 1954, 1962, 1964, 1965, 1969 (Nacional), 1970 (Nacional), 1976 (Nacional), 1976 (Metropolitano), 1981 (Metropolitano), 1992 (“Ap-ertura”), 1998 (“Apertura”), 1999 (“Clausura”), 2000 (“Apertura”), 2003 (“Apertura”), 2005 (“Apertura”), 2006 (“Clausura”), e 2008 (“Ap-ertura”).No âmbito internacional, o “Boca Juniors”, além de outros títulos, sobressaiu-se ao vencer, seis vezes, a Copa Libertadores da América (1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007); e, em três oportunidades, a Copa Intercontinental (1977, 2000 e 2003).Seu maior ídolo é, indubitavelmente, Diego Maradona, apesar de ter defendido, por pouco tempo, as cores do clube de seu coração.O maior rival do “Club Atlético Boca Juniors” é o “Club Atlético River Plate”, em popularidade e número de torcedores. Criado, também, no bairro de La Boca, o “River” possui, igualmente, forte afinidade com os descendentes de italianos, sendo as suas cores, vermelha e branca, as mesmas da bandeira de Gênova. A rivalidade, nascida da proximidade física entre as duas agremiações, aumentou ainda mais com a transfer-

ência da sede do “River Plate” para a área mais nobre de Belgrano, onde passou a ser considerado clube de elite, enquanto o “Boca” continuaria como representativo da classe operária.O nome “River Plate” é a denominação inglesa de Rio da Prata (“Rio de la Plata”), conforme era escrito nas enormes caixas de madeira, desembarcadas no porto de Buenos Aires, e não “Silver River”, como alguns desavisados poderiam supor. O nome em inglês, de acordo com o costume vigente, em 1901, nas coisas do futebol, e relativo ao estuário onde se localiza o porto da capital argentina e o seu bairro La Boca, foi proposto por Pedro Martinez, um dos fundadores do clube.O seu estádio, denominado oficialmente Antonio Vespucio Liberti, fica no bairro portenho de Belgrano, embora seja mais conhecido como Monumental de Nuñez, que é, na verdade, um outro bairro, vizinho. Com capacidade superior a 65 mil pessoas, foi inaugurado em 1938, com um jogo contra o “Peñarol”, do Uruguai.“Boca” x “River” é o maior clássico da Argentina. Chamado de “El Superclásico”, coloca em campo uma rivalidade já centenária, reunindo as maiores e mais fanáticas torcidas de Buenos Aires.Com o advento do profissionalismo, em 1931, o “River Plate” tornou-se um exemplo de boa administração esportiva. Com quase 15.000 sócios e um excelente estádio em Palermo, adquiriu, por dez mil pesos, o passe do ponta-direita Carlos Peucelle, ganhando a alcunha de “Los Millonarios”. Em 1932, investiu 105 mil pesos na aquisição de vários jogadores (35 mil por Bernabé Ferreyra) e montou um grande time, atraindo, cada vez mais, multidões maiores aos seus jogos. Bernabé foi o artilheiro do campeonato, com 43 gols, e o “River” conquistou o título. Em 1935, revelou os seus grandes valores, José Manuel Moreno e Adolfo Pedernera, fundamentais para os êxitos dos anos seguintes. Ganhou o campeonato de 1936, derrotando o “San Lorenzo” por 4x2. Em 1937, nova vitória do “River Plate” no campeonato, com 85% de aproveitamento no segundo turno. A maior figura, e artilheiro do time, foi Moreno, um dos seus melhores jogadores, em todos os tempos. Em 1938, ocorreu a concretização de um sonho: o Estádio Monumental de Nuñez foi inaugurado. No ano seguinte, aconteceu a aposentadoria do ídolo Bernabé Ferreyra, que assinalou, em sua carreira no “Los Mil-lonarios”, 187 gols em 185 partidas (média superior a um por jogo).

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Mas, 1939 foi, também, o ano da estréia do futuro grande ídolo Ángel Labruna. A década iniciada em 1941 é considerada o período mágico do “River”, ou os seus anos dourados. Após conquistar o título de 1941, reforçou ainda mais a equipe, criando “La Máquina”, time bicampeão em 1942, considerado o melhor da sua história, com uma linha atacante fantástica, formada por Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Loustau. Em 1943, o “River” foi vice-campeão, mas seu atacante Labruna foi o artilheiro do certame, com 23 gols., e o time foi reforçado com a pre-sença de Nestor Rossi, excelente centro-médio (ou volante, como se diz hoje). O artilheiro do campeonato de 1945, conquistado pelo clube da faixa vermelha (“banda roja”), foi Labruna, com 25 gols. O “River” foi novamente campeão em 1947, ano em que a artilharia coube ao notável Alfredo Di Stéfano, com 27 gols.A supremacia riverplatense, que terminara nos últimoa anos 40, voltou na década que principiou em 1951. Após contratar, ainda em 1950, o ótimo atacante uruguaio Walter Gómez, o clube de Belgrano adquiriu, em 1951, o passe do ponta-direita Santiago Vernazza. Com Carrizo no gol, e, na linha de frente, Vernazza, Goméz, Labruna e Loustau, o “Riv-er” foi Bicampeão (1952/53). Em 1954, apesar de não ter sido campeão, o “C.A. River Plate” tornou-se o clube argentino com o maior número de associados: 61.577. Com a volta de Nestor Rossi e a liderança de Labruna, que continuava a ser o maestro da equipe, bem secundado pelo ainda novo Omar Sívori, o time da camisa branca, com a faixa diagonal vermelha, foi Tricampeão Argentino, em 1955/56/57.Os anos 60 são considerados como os da pior fase dos milionários, sem a conquista de títulos expressivos, embora vice-campeão, várias vezes. A alegria retornou na década iniciada em 1971. Labruna voltou ao “River”, como técnico, em 1975. O clube contratou Roberto Perfumo, e repatriou, da Espanha, Oscar Más, ponta-esquerda revelado na sua própria base, dez anos antes. Venceu os Campeonatos Metropolitano e Nacional, de 1975. Voltou a ser Campeão Metropolitano, em 1977. Repetiu a dobradinha (Nacional e Metropolitano), em 1979. Em 1980, foi, outra vez, Campeão Metropolitano. Sua equipe, dirigida por Ángel Labruna, contava com excepcionais craques: o goleuro Ubaldo Fillol; os defensores Daniel Passarella e Roberto Perfumo; os meio-campistas Norberto Alonso e Juan José López; e, na frente, Pedro González e

Oscar Más.A década que teve início em 1981, começou para o “River Plate” com a contratação de Mario Kempes. Sob o comando técnico de Di Stéfano, venceu o Campeonato Nacional. Para equilibrar as finanças, o clube precisou se desfazer de algumas das suas estrelas, em 1982 e 1983. Mas, logo voltou a contratar, trazendo o craque uruguaio Enzo Franc-escoli. Campeão (“Apertura”) em 1986, conquistou, também, a Liber-tadores e a Copa Intercontinental (Mundial Interclubes), em Tóquio. Encerrou a década com nova vitória no “Apertura” 1990.O clube de Belgrano iniciou 1991 com Daniel Passarella, contratado ainda em 1990, no seu comando técnico. O ex-jogador promoveu vários talentos das divisões de base e venceu o “Apertura”, em 1991 e 1993, quando Ortega foi a grande revelação. Francescoli retornou para o “Ap-ertura” 1994, conquistado de forma invicta. Com Ortega, Francescoli e Hernán Crespo no ataque, o “River” ganhou a Copa Libertadores da América de 1996, além de ter conquistado o “Apertura”. Em 1997, venceu o “Apertura” e o “Clausura”, graças aos gols do uruguaio Fran-crscoli e do chileno Marcelo Salas, e, ainda, as boas atuações da nova revelação Juan Pablo Sorín. Também em 1997, conquistou a Supercopa Libertadores, tendo sido Salas o artilheiro. Fechou a década com as con-quistas do “Apertura”, em 1999, e do “Clausura”, em 2000.No Século XXI, após comemorar seu centenário em 2001, o “River Plate” conquistou seu 30º título argentino, ao vencer o “Clausura” 2002, com Ortega e o jovem D’Alessandro. Em 2003 e 2004, repetiram-se as vitórias no “Clausura”, contando com Fernando Cavenaghi e Javier Mascherano. O último título dos riverplatenses foi o do encerramento (“Clausura”) de 2008, quando contou com o uruguaio Sebastián Abreu (“ El Loco”) e o colombiano Falcão Garcia, além do veterano Ortega. Os últimos anos não fotam felizes para o “Club Atlético River Plate”. Efetivamente, seu arquirrival “Boca Junirors” foi, nos primeiros dez anos do Século XXI, o clube de melhor desempenho, pois além de qua-tro títulos argentinos (“Apertura” de 2003, 2005, 2006 e 2008), conquis-tou, por três vezes, a Libertadores (2001, 2003 e 2007), além da Copa Intercontinental de 2003. Entretanto, considerando também o Século XX, as conquistas de campeonatos da Argentina, pelo “River”, superam as dos “xeneizes”.

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Os “millonarios” venceram, 34 vezes, os campeonatos internos: 1920, 1932, 1936, 1937, 1941, 1942, 1945, 1947, 1952, 1953, 1955, 1956, 1957, 1975 (Nacional), 1975 (Metropolitano), 1977 (Metroplitano), 1979 (Nacional), 1979 (Metropolitano), 1980 (Metropolitano), 1981 (Nacional), 1986 (“Apertura”), 1990 (“Apertura”), 1991 (“Apertura”), 1993 (“Apertura”), 1994 (“Apertura”), 1996 (“Apertura”), 1997 (“Ap-ertura”), 1997 (“Clausura”), 1999 (“Apertura”), 2000 (“Clausura”), 2002 (“Clausura”), 2003 (“Clausura”), 2004 (“Clausura”), e 2008 (“Clausura”). No cenário internacional, suas mais importantes conquis-tas foram: a Copa Libertadores da América, em 1986 e 1996; a Super-copa Libertadores de 1997; e a Taça Intercontinental de 1986.O “Racing Club de Avellaneda”, fundado em 25 de março de 1903, na cidade de Avellaneda, que fica na Grande Buenos Aires, é considerado a terceira força, em número de torcedores, do futebol argentino. Sua camisa é azul e branca, em listras verticais, e seu estádio, inaugurado em 1950, com o nome de Juan Domingo Perón, é conhecido como “Cilindro de Avellaneda” e tem uma capacidade superior a 64 mil pes-soas.O “Racing”, o mais laureado na época do amadorismo, foi campeão argentino em 16 oportunidades: 1913, 1914, 1915, 1916, 1917, 1918, 1919 (heptacampeão), 1921, 1925, 1949, 1950, 1951 (tricampeão), 1958, 1961, 1966 e 2001 (“Apertura”). Na estera internacional, conquis-tou a Copa Libertadores da América, em 1967, e a Taça Intercontinen-tal, no mesmo ano. Foi, ainda, Campeão da Supercopa Libertadores em 1988.O “Club Atlético Independiente”, criado em 1º de janeiro de 1905, di-vide com o “Racing”, a preferência dos habitantes de Avellaneda, onde ambos têm suas sedes. Devido ao seu uniforme vermelho, tem os apeli-dos de “Rojo” e “Diablo Rojo”, além de “Rey de Copas”. Seu estádio, denominado Libertadores da América, foi inaugurado em 1928, com capacidade para mais de 52 mil torcedores. Atualmente em reforma, iniciada em 2007, está sendo utilizado com a lotação reduzida para 36 mil pessoas. Depois de terminadas as obras, deverá ter 49.000 lugares confortáveis.O “Independiente” é o maior vencedor da Copa Libertadores da Amé-rica, tendo participado de sete finais, ganhando todas (1964, 1965, 1972,

1973, 1974, 1975 e 1984). Conquistou a Copa Intercontinental, duas vezes: 1973 e 1984; a Recopa Sul-Americana, em 1995; a Supercopa Libertadores, em duas oportunidades: 1994 e 1995; e a Copa Sul-Amer-icana, em 2010. No âmbito interno, foi vitorioso em 16 campeonatos: 1922, 1926, 1938, 1939, 1948, 1960, 1963, 1967 (Nacional), 1970 (Metropolitano), 1971 (Nacional), 1977 (Nacional), 1978 (Nacional), 1983 (Metropolitano), 1989 (“Clausura”), 1994 (“Clausura”), e 2002 (“Apertura”).Estão entre os mais importantes jogadores que atuaram no “Rey de Copas”, estão: Daniel Bertoni, Jorge Burruchaga, Ricardo Bochini, Raimundo Orsi, Miguel Ángel Santoro, Gabriel Milito, Diego Fórlan, Pablo Horácio Guiñazu, José Omar Pastoriza, além de Maradona e do brasileiro Romário. O “Club Atlético San Lorenzo” foi fundado em 1º de abril de 1908, por um gupo de jovens, incentivados pelo padre salesiano Lorenzo Massa, no bairro de Almagro, em Buenos Aires. Suas cores são azul e ver-melha. O “San Lorenzo” localiza-se, atualmente, no bairro de Flores, e possui um moderno estádio, inaugurado em dezembro de 1993, com capacidade para 43.494 espectadores. Conhecido como “El Ciclón”, tem a preferência da colônia espanhola. Conquistou 13 campeonatos argentinos: 1923, 1924, 1927, 1933, 1946, 1959, 1968 (Metropolitano), 1972 (Nacional), 1972 (Metropolitano), 1974 (Nacional), 1995 (“Clau-sura”), 2001 (“Clausura”) e 2007 (“Clausura”). Foi, mais duas vezes, campeão da 2ª Divisão (1915 e 1982). Seus títulos internacionais mais significativos foram: Copa Mercosul, em 2001, e a Copa Sul-Americana de 2002.Entre os jogadores que envergaram seu uniforme rubro-anil, ao longo dos tempos, estão os famosos: Narciso Doval, José Sanfilippo, Ivan Córdoba, Luís Monti, “El Lobo” Fisher e Walter Montillo. Apresentamos, a seguir, os dados biográficos dos atletas argentinos que fizeram a história do seu futebol.Luís Felipe Monti nasceu em Buenos Aires, no dia 15 de maio de 1901. Iniciou sua carreira profissional no “Huracán”, com o qual foi Campeão Argentino, em 1921. Transferiu-se, em 1922, para o “San Lorenzo”, onde permaneceu até 1930. Com o clube de Almagro, conquistou os Campeonatos Argentinos de 1923, 1924 e 1927.

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“Center-half” (volante) dotado de boa técnica, tinha, porém, um estilo duro de jogo, de marcação eficaz. Foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção Argentina, em 1924. Participou da campanha vitoriosa no Campeonato Sul-Americano de 1927. Ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de 1928, sendo derrotado, na final, pelo Uruguai. Na Copa do Mundo se 1930, foi novamente Vice-Campeão, perdendo a final, outra vez, para o Uruguai.No final de 1930, relaxou sua forma física e pensou em deixar o fute-bol, ainda amador na Argentina. Chegou a começar a trabalhar como empregado em uma fábrica de biscoitos de Buenos Aires. Entretanto, em 1931, surgiu uma oportunidade para jogar no “Juventus”, da Itália, e Luís Monti a agarrou com unhas e dentes. O futebol italiano, incenti-vado por Mussolini, já estava profissionalizado. Luisito, em seus dois primeiros meses de Turim (agosto e setembro de 1931), fez um árduo trabalho de condicionamento físico e emagreceu 13 kg. Com a “Vecchia Signora”, foi Tetracampeão Italiano (1931/32, 1932/33, 1933/34 e 1934/35). Voltou a ganhar o “scudetto” na temporada 1937/38, quando também conquistou a Copa da Itália.Em 1932, o regime fascista estava muito interessado em vencer a Copa do Mundo, a ser realizada no território italiano, em 1934. Assim, por ser filho de italianos, o “oriundo” Monti foi chamado para defender a “Azzurra”, estreiando em novembro de 1932, com uma vitória de 4x2, sobre a Hungria. Sob o comando do técnico Vittorio Pozzo, foi funda-mental sua presença no meio-de-campo, para a campanha vencedora da Itália, no campeonato mundial de 1934, culminando com a vitória por 2x1, na final, contra a TchecoslováquiaDepois de ter disputado, entre 1924 e 1930, dezesseis jogos pela Se-leção Argentina, sendo Vice-Campeão Mundial em 1930; e jogado, de 1932 a 1936, dezoito partidas com a Seleção Italiana, sendo Campeão Mundial em 1934; Monti pendurou as chuteiras em 1939, com 38 anos de idade. Faleceu em setembro de 1983, aos 82 anos.Como atualmente não é mais permitido a um mesmo atleta defender duas seleções diferentes, Luís Felipe Monti detém o registro histórico de ser o único jogador que participou de duas finais de Copa do Mundo, atuando por dois países distintos. Raimundo Bibiani Orsi nasceu em 2 de dezembro de 1901, na locali-

dade de Barracas al Sud, atual Avellaneda. Começou a jogar, em 1920, no “Independiente”, da sua cidade natal.Com a equipe do “Diablo Rojo”, conquistou os Campeonatos Argenti-nos de 1922 e 1926. Na Seleção Argentina, estreiou em 1924 e venceu a Copa América (Sul-Americano) de 1927. No ano seguinte, ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos.Atacante de técnica refinada, suas boas atuações nas Olimpíadas atraíram as atenções do “Juventus”, da Itália, que o contratou. Filho de italianos, passou a integrar a “Squadra Azzurra”, já em 1929. Pelo “bianconero” de Turim, foi Pentacampeão Italiano (1930/31, 1931/32, 1932/33, 1933/34 e 1934/35). Foi Campeão Mundial, pela Seleção Italiana, na Copa do Mundo de 1934. O gol de empate, na final contra a Tchecoslováquia, quando faltavam apenas 9 minutos para o término da partida, foi de sua autoria. A vitória, com a conquista do título, ocorreu na prorrogação. Realizado, Orsi retornou ao “Independiente”. Após um périplo por outros clubes argentinos (“Platense” e “Boca Juniors”) foi para o Uru-guai, onde se sagrou Campeão, em 1938, pelo “Peñarol”. Em seguida, transferiu-se para o Brasil, sendo Campeão Carioca pelo “Flamengo” (1939). Voltou para a Argentina, passando a atuar pelo “Almagro” (1939 e 1940). Finalmente, seguiu, mais uma vez, para o Uruguai, onde encerrou a carreira, no Peñarol”, em 1942. Renato Cesarini nasceu em Senigallia, cidade da província de An-cona, na Itália, no dia 11 de abril de 1906. Com apenas nove meses de idade, seus pais o levaram para Buenos Aires. Em 1925, começou sua atividade futebolística no Borgato Palermo, pequeno clube amador. No mesmo ano, ingressou no “Chacarita Juniors”, de Villa Maipú, na Grande Buenos Aires, iniciando sua carreira profissional, na primeira divisão do futebol argentino. Permaneceu no clube tricolor até 1928, quando se transferiu para o “Alvear”. No ano seguinte, foi para o “Ferro Carril Oeste”.Ainda em 1929, Cesarini tomou o rumo de sua terra natal, contratado pela “Juventus”, de Turim. Meio-campista altamente técnico, ficou céle-bre por marcar gols nos momentos decisivos de partidas importantes. No período 1930-1935, a “Vecchia Signora”, com Cesarini soberano em seu meio-de-campo, conquistou cinco “scudetti”: 1930/31, 1931/32,

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1932/33, 1933/34 e 1934/35. Em seguida, Renato retornou à Argentina, onde jogou mais duas temporadas, defendendo o “Chacarita Juniors” e o “River Plate”, antes de se aposentar, como jogador.Renato Cesarini atuou pela Seleção Argentina em duas partidas, assi-nalando um gol; com a “Azzurra”, disputou onze partidas e marcou três gols.Em 1938, começou sua carreira de técnico, treinando as divisões de base do “River Plate”. Dois anos depois, assumiu o comando técnico da equipe principal. Montou um time estupendo, que ficou famoso como “A Máquina”, e conquistou três títulos do Campeonato Argentino. O técnico Cesarini passou a ser conhecido como “O Mestre dos Mestres” e, em 1946, retornou a Turim, para comandar a “Juventus”, ficando até 1948. De 1949 a 1958, trabalhou em diversas agremiações da Argen-tina. Treinou, novamente, a “Juventus”, entre 1959 e 1961, vencendo, na temporada 1959/60, a Série A e a Copa da Itália. Foi técnico do “Universidad de Mexico”, de 1961 a 1965; do “River Plate”, em 1966; da Seleção Argentina e do “Huracán”, em 1968. Nesse clube, encerrou suas atividades, no mesmo ano.Faleceu em Buenos Aires, no mês de março de 1969, pouco antes de completar 63 anos.Bernabé Ferreyra nasceu em 12 de fevereiro de 1909, na cidade de Rufino, na província argentina de Santa Fé. Começou suas atividades futebolísticas no “Club Jorge Newbery”, de sua cidade natal, em cuja equipe principal atuou, aos quinze anos, já demonstrando sua vocação de goleador. Em 1927, passou a jogar no “Club Atlético Buenos Aires al Pacífico”, ligado à ferrovia BAP, em Junin, pequena cidade da Provín-cia de Buenos Aires, pelo qual foi campeão e artilheiro da liga local. Iniciou, efetivamente, sua carreira, no mesmo ano de 1927, ainda no amadorismo, no “Club Atlético Tigre”, na região de mesmo nome, localizada no Delta do Paraná, próxima à área metropolitana de Buenos Aires. Marcou quatro gols, em seu primeiro jogo. Em 1930, foi cedido ao “Huracán”, para uma excursão de oito jogos, nos quais Ferreyra assinalou onze tentos. Logo em seguida, emprestado ao “Vélez Sars-field”, realizou outra excursão, jogando no Chile, Peru, Cuba, México e Estados Unidos. Foram 25 partidas (20 viórias, 4 empates e 1 derrota), nas quais Bernabé marcou 38 gols. De volta ao seu clube, teve uma

atuação memorável contra o “San Lorenzo”, num jogo que o “Tigre” perdia por 2x0, faltando só dez minutos para o apito final. Com três gols seguidos, “El Mortero de Rufino” reverteu o placar, dando a vitória ao seu time. Durante 1931, marcou 19 gols, em 13 partidas com o “Tigre”.Em 1932, logo após o advento do profissionalismo, transferiu-se para o “River Plate”, clube do qual foi o primeiro grande ídolo, e onde atuou até 1939, quando pendurou as chuteiras. Artilheiro nato, Bernabé Ferreyra foi um atacante dono de chute po-derosíssimo, recebendo os apelidos de “Cañonero” e “La Fiera”, além de “El Mortero de Rufino”, em alusão à sua cidade. Diz a lenda que ele precisou tirar as chuteiras, na frente de alguns jornalistas, para provar-lhes que não tinha uma barra de ferro escondida.Com o “River”, foi Campeão Argentino, logo em sua primeira tempo-rada (1932). Em 1936 e 1937, conquistou o Bicampeonato. Pela Se-leção da Argentina, disputou quatro jogos, vencendo a Copa América (Campeonato Sul-Americano) de 1937. Pelo clube da “Banda Roja”, realizou 185 jogos, marcando 187 gols, entre 1932 e 1939. No total, foram 206 tentos em 198 partidas, na primeira divisão, o que perfaz uma média de 1,04 gol por jogo, somente superada na América, pelo recorde de Friedenreich (1,10). José Manuel Moreno Fernández nasceu em Buenos Aires, no dia 3 de agosto de 1916. Levado por Bernabé Ferreyra, ingressou nas categorias de base do “River Plate”, aos quinze anos. Tornou-se profissional três anos depois, ao ser selecionado pelo técnico húngaro Emérico Hirschl, junto com outros jovens do plantel riverplatense, para uma excursão ao Brasil, tendo estreiado num jogo contra o “Botafogo” do Rio. Sua primeira partida na elite do campeonato argentino aconteceu em 17 de março de 1935, tendo contibuído com um gol para a vitória por 2x1, sobre o “Platense”. Alto, para os padrões sul-americanos da sua época (1,75 m), Moreno era ótimo nas cabeçadas e, tinha habilidade e competência, tanto para armar, como para concluir as jogadas ofensivas. Fora de campo, tinha um temperamento boêmio.Fez parte da equipe do “River” que foi Bicampeã, em 1936/37, sendo uma das suas principais figuras. Foi peça importante de “La Máquina”, time fora-de-série, que encantou os torcedores e dominou o futebol

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argentino, na primeira metade da década iniciada em 1941. Integrante, juntamente com Muñoz, Pedernera, Labruna e Loustau, da famosa linha ofensiva dessa máquina de fazer gols, Moreno conquistou mais um bicampeonato nacional (1941/42).Em 1944, transferiu-se para o México, contratado pelo “Real España”. Tornou-se Campeão Mexicano, em sua segunda e última temporada. Retornou à Argentina, vestindo, outra vez, a camisa da “banda roja”, em 1946. Uma greve mal sucedida dos jogadores argentinos, que pleiteav-am melhores condições de trabalho, em 1948, foi determinante para que muitos craques deixassem sua terra natal, rumo ao exterior. Moreno foi para o Chile, passando a defender o “Universidad Católica”, em 1949, e conquistando o título de Campeão Chileno. Voltou para a Argentina, em 1950, vestindo, dessa vez, a camisa auriazul do “Boca Juniors”, seu clube de coração, uma vez que nasceu e foi criado no bairro de La Boca. Entretanto, não ficou muito tempo com os “xeneizes”, retornando, em 1951, ao “Universidad”, no Chile. No ano seguinte, foi jogar pelo “De-fensor”, no Uruguai. Depois de uma única temporada, passou a atuar pelo “Ferro Carril Oeste”, de novo em sua terra natal. Em 1954, mudou-se para a Colômbia, defendendo o “Independiente Medellin”, pelo qual foi Campeão Colombiano. Aposentou-se em Medellin, no ano de 1957, já com 41 anos. Entretanto, voltou a jogar, no mesmo clube, em 1960, atuando, também como treinador. Pendurou as chuteiras, em definitivo, no ano de 1961, despedindo-se dos gramados, em um amistoso contra o “Boca”, vencido pelo “Independiente” por 5x1, com um dos gols sendo assinalado pelo seu técnico e jogador José Manuel Moreno.“EL Charro”, como Moreno era tratado pelos companheiros, defendeu a camisa “albiceleste” da Seleção Argentina em 34 partidas, e marcou 19 gols, entre 1936 e 1950. Conquistou dois Campeonatos Sul-Amer-icanos. Fez cinco tentos em um jogo contra o Equador, vencido pelos platinos com o placar recorde de 12x0. Na edição de 1942, na qual os argentinos foram vice-campeões, Moreno foi o artilheiro, com sete gols. Foi considerado o melhor jogador do torneio sul-americano de 1947. Em face da não realização das Copas do Mundo, em 1942 e 1946, por causa da II Guerra, e da não participação da Argentina nas edições de 1938 e 1950, José Manuel Moreno nunca participou de um campeonato mundial.

Adolfo Pedernera nasceu em Avellaneda, na Grande Buenos Aires, no ano de 1918. Começou a jogar futebol na pequena agremiação “Cru-ceros de la Plata” e, logo em seguida, no “Huracán”. Iniciou, profis-sionalmente, sua carreira no “River Plate”, em 1935, antes de completar 17 anos.Rapidamente, assumiu seu espaço, e junto com o também jovem Moreno e o já veterano Ferreyra, Pedernera foi peça fundamental na conquista do Bicampeonato de 1936/37. No início da década seguinte, fez parte da fantástica equipe riverplatense apelidada “La Máquina”, cujo ataque era formado por Juan Carlos Muñoz, José Manuel Moreno, “El Maestro” Adolfo Pedernera, Félix Loustau e Ángel Labruna, e que foi, novamente Bicampeã Argentina, em 1941/42. Adepto do futebol ofensivo, o técnico Carlos Paucelle dizia que o seu sistema era 1-10 (um goleiro e dez atacantes). Líder e condutor desse time fabuloso, Ped-ernera era, efetivamente, um atacante de altíssima categoria, dotado de enorme habilidade técnica e elevada classe.Líder, também, da Seleção Argentina, Adolfo Pedernera venceu os Campeonatoa Sul-Americanos de 1941 e 1945. Depois de ter conquis-tado mais um título do Campeonato Argentino, em 1945, o “River” decidiu aceitar uma excelente proposra da “Atlanta” pelo seu passe. Obrigado a mudar de clube, Pedernera defendeu as cores amarela e azul de “Los Bohemios”, durante uma temporada. Em seguida, transferiu-se para o “Huracán”.Em 1949, foi para a Colômbia, contratado pelo “Millonarios”, equipe que fez história, na época, conquistando quatro títulos em cinco anos. Em 1954, retornou para a Argentina, voltando s defender o time do “Huracán” até 1956, quando pendurou as chuteiras, com 38 anos de idade.Iniciou imediatamente sua carreira de técnico, tendo treinado inúmeras equipes, incluindo as seleções colombiana e argentina. Encerrou, por completo, suas atividades esportivas nos anos 70, e faleceu em 1995, com 78 anos.Ángel Amadeo Labruna, nascido em 28 de setembro de 1918, é natu-ral da capital argentina. Iniciou sua carreira profissional em junho de 1939, no “River Plate”. Defendeu a camisa branca com a faixa diagonal vermelha, de “Los Millonarios”, seu clube de coração, durante 20 anos.

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Fez parte das excelentes equipes do “River”, que encantaram os torce-dores, nas décadas iniciadas em 1941 e 1951, inclusive a famosa “La Máquina”. Conquistou nove títulos argentinos: 1941, 1942, 1945, 1947, 1952, 1953, 1955, 1956 e 1957). Foi o artilheiro do campeonato em 1943 (23 gols) e 1945 (25 gols). Com 16 tentos assinalados, é o gole-ador recordista de “El Superclássico”, que é a disputa de maior rivali-dade no futebol portenho, entre “Boca Juniors” e “River Plate”. Entre 1939 e 1959, Angelito jogou, pelo clube de Belgrano, 515 partidas, mar-cando 293 gols.Com 1,76 m de altura e 73 kg, Labruna foi um atacante extremamente hábil e oportunista, com grande faro de gol. Sua qualidade técnica e característica ofensiva o transformaram em lenda no futebol platino e fizeram-no merecer os apelidos de “El Artillero” e “EL Goleador”.Entre 1942 e 1958, Ángel Labruna disputou 37 jogos, nos quais marcou 17 gols, pela Seleção da Argentina. Com a camisa “albiceleste”, venceu o Campeonato Sul-Americano (Copa América) de 1955. Jogou na Copa do Mundo da Suécia, em 1958, já prestes a completar 40 anos de idade. Depois de deixar o clube da “banda roja”, em 1959, Labruna foi con-tratado pelo “Rampla Juniors”, do Uruguai, onde atuou em 16 partidas. Retornou, em 1961, à Argentina, para disputar apenas dois jogos, pelo “Platense”. Em seguida, transferiu-se para o “Rangers” da cidade de Talca, no Chile, onde se aposentou, aos 43 anos, após defender o clube de “Los Pinducanos”, em somente cinco pelejas.Com as chuteiras penduradas, Ángel Amadeo Labruna passou a tra-balhar no “River Plate”, em cargos administraativos, e como técnico, tendo chegado à final da Libertadores de 1976, quando foi superado pelo “Cruzeiro”, de Belo Horizonte. Foi treinador, também, do “Rosario Central”, “Racing” e “Talleres”, da cidade de Córdoba.Angelito Labruna morreu na sua cidade natal de Buenos Aires, em 1983, oito dias antes de completar 65 anos. Néstor Raúl Rossi nasceu em Buenos Aires, no dia 10 de maio de 1925. Iniciou a carreira no “River Plate”, clube que defendeu de 1945 a 1949, integrando a famosa e excelente equipe chamada de “La Máquina”, e, posteriormente, entre 1955 e 1958, conquistando um total de cinco títulos de Campeão Argentino (1945, 1947, 1955, 1956 e 1957). De 1949 a 1955, jogou pelo “Millonarios”, da Colômbia, vencendo, qua-

tro vezes (1949, 1951, 1952, 1953), o campeonato da liga colombiana, então na clandestinidade, perante a FIFA, além da Copa da Colômbia e da Pequena Copa do Mundo, ambas em 1953.Néstor Rossi era um meio-campista defensivo, dotado de qualidade técnica bastante refinada e suficiente para que fosse o coração da sua equipe. Alto e forte (1,85 m e 84 kg) tinha uma personalidade muito forte, com grande espírito de liderança. Além do seu apelido “Pipo”, também era chamado de “La Voz”, por sua característica de chamar a atenção e cobrar empenho de seus companheiros.Pela Seleção Argentina, foi Campeão Sul-Americano em 1947 e 1957. Disputou a Copa do Mundo de 1958, na Suécia. Realizou 26 jogos com a camisa “albiceleste”.Entre 1959 e 1961, quando pendurou as chuteiras, com 36 anos, Néstor “Pipo” Rossi atuou pelo “Huracán”. Morreu em junho de 2007, aos 82 anos de idade.Alfredo Di Stéfano Laulhé nasceu em Buenos Aires, no dia 4 de julho de 1926. Aos 17 anos, em 1943, foi levado para o “River Plate”, clube no qual seu pai havia jogado, por um ex-jogador, amigo de sua família. Estreiou na equipe principal em 1945, ano em que o clube se Belgrano ganhou o campeonato, com a famosa equipe chamada de “La Máqui-na”. Entretanto, “Los Millonarios” dispunham, na época, de um plantel excelente, não havendo espaço para mais um atacante novato. Por esse motivo, o jovem Alfredo foi emprestado ao “Huracán”. Com a equipe dos “quemeros”, em 1946, Di Stéfano conseguiu se firmar como centro-avante e marcou onze gols. Retornou ao “River” em 1947, fazendo nova estréia em jogo contra o San Lorenzo, no qual teve um desempenho brilhante. Marcou 27 gols no campeonato e o seu clube foi, novamente, Campeão Argentino. Suas excepcionais atuações fizeram-no ser convo-cado para a Seleção Argentina, no mesmo ano de 1947.Em 1948, os jogadores de futebol argentinos fizeram uma greve em busca de melhores condições de trabalho e a favor da extinção do passe. O movimento fracassou, mas o campeonato chegou a ser paralisado e fi-caram seqüelas, que fizeram com que muitos jogadores de realce fossem atuar em outros países. Juntamente com seus companheiros riverplat-enses Adolfo Pedernera e Nestor Rossi, Alfredo Di Stéfano foi jogar, em 1949, no “Millonarios”, da liga colombiana que havia sido banida

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pela FIFA. Conquistou o Campeonato Clombiano em 1949 e 1951. O magnífico time montado, graças ao Presidente Alfonso Senior Quevedo, e liderado, dentro de campo, por Pedernera e Di Stéfano, recebeu o apelido de “Ballet Azul”, em alusão à beleza de seu jogo e a cor de sua camisa.Na Colômbia, Di Stéfano aprimorou seu jogo, passando também a defender com eficácia, e melhorou, essencialmente, o fundamento dos passes, tanto os curtos, como os de longa distância, tornando-se um mestre na arte das assistências. Entre 1949 e 1953, no clube colombi-ano, disputou 292 partidas, marcando 267 gols. Em 1952, o “Club Deportivo Los Millonarios” foi convidado para dis-putar um amistoso com o “Real Madrid”, em comemoração ao cinqüen-tenário do clube espanhol, no Estádio Santiago Bernabéu. Di Stéfano marcou dois gols na vitória sul-americana por 4x2, e despertou de ime-diato o interesse do “Barcelona” O clube catalão negociou com o “River Plate”, que ainda detinha, oficialmente, os direitos sobre o seu passe, e o contratou. Alfredo já havia jogado três amistosos com a camisa “blaugrana” (azul e grená), quando o rival da capital espanhola, tendo negociado com o clube colombiano (considerado fora-da-lei, pels FIFA) entrou no páreo da disputa pelo craque. Criado o impasse, o Ministro dos Esportes da Espanha, general Moscardo, apresentou uma solução salomônica: o argentino fora-de-série faria, durante quatro anos, tempo-radas alternadas em ambos os clubes. O “Barça” não aceitou o acordo e Di Stéfano acabou ficando com os “merengues”. O polêmico episódio serviu para acirrar a, ainda pequena, rivalidade entre o “Barcelona” e o “Real Madrid”, transformando-a em uma das maiores, pois o clube dos “blancos”, modesto em títulos, até então, passou a acumular conquistas.Em sua primeira temporada, Di Stéfano marcou 29 gols, vencendo a artilharia do certame, e contribuindo, decisivamente, para a conquista do terceiro título do Campeonato Espanhol, pelos “merengues”, depois de um jejum maior que vinte anos. Em 1955, seguiu-se nova vitória do “Real”, que se sagrou Bicampeão da Espanha. Na temporada 1955/56, foi disputada, pela primeira vez, a Copa dos Campeões da UEFA, que foi vencida pelo “Real Madrid Club de Fútbol”, que derrotou, na final, por 4x3, de virada, com um dos seus gols marcado por Di Stéfano, o “Stade de Reims”, da França, em jogo emocionante. Internamente, em-

bora não tenha vencido o campeonato em 1956, o argentino, apelidado de “La Saeta Rubia” (A Seta Loura), por causa de seus cabelos, foi, novamente, o artilheiro. Na temporada 1956/57, foi, outra vez, o maior goleador, e o “Real Madrid” conquistou, mais uma vez, o título espan-hol, com um ataque composto por Di Stéfano, o também argentino Rial, o francês Kopa e o espanhol Gento. Sagrou-se Bicampeão da Copa dos Campeões da Europa, vencendo, na final, a “Fiorentina”, da Itália, por 2x0 (gols de Di Stéfano e Gento). Os sucessos continuaram na tempo-rada seguinte (1957/58), com mais um galardão de maior artilheiro do campeonato para Di Stéfano, um título de Campeão Espanhol (igua-lando o “Real” ao “Barcelona” e ao “Atlético de Bilbao”, em número de títulos) e a terceira conquista consecutiva da Copa dos Campeões, com vitória sobre o “Milan”, na final, por 3x2, sendo o primeiro gol “merengue” da autoria de Alfredo. Em 1958/59, embora Di Stéfano continuasse como o maior goleador, o titulo da Liga Espanhola voltou a ser do “Barcelona”. No entanto, o “Real Madrid” foi o grande vitorioso espanhol no plano internacioal, ao conquistar, pela quarta vez seguida, a Copa dos Campeões da UEFA, sobrepujando por 2x0, na decisão, com mais um gol do grande artilheiro portenho, outra vez o time francês do “Stade de Reims”. Na temporada 1959/60, o “Barcelona” conquistou mais um título de Campeão Espanhol. Entretanto, a equipe da Cata-lunha perdeu para o rival de Madrid, pelo mesmo placar de 3x1 (dois gols de Di Stéfano, em cada), as duas partidas, válidas pela semifinal da Copa dos Campeões. A taça ficou, pela quinta vez consecutiva, com o “Real”, graças às atuações magistrais de Di Stéfano e Puskás, que mar-caram três e quatro gols, respectivamente, na vitória decisiva, por 7x3, em cima do “Eintracht Frankfurt”, da Alemanha Ocidental. Ainda em 1960, conquistou a primeira edição da Copa Intercontinental, derotando o “Peñarol”, do Uruguai, por 5x1, sendo marcado por Alfredo, um dos gols dos “blancos”.Em 1961, foi a vez do “Barça” eliminar o “Real Madrid”, na primeira fase da Copa dos Campeões. No ano seguinte, os “merengues” chegar-am à final do torneio, mas foram derrotados pelos encarnados do Ben-fica, de Portugal, por 5x3, não tendo Di Stéfano conseguido balançar as redes lisboetas. Mas os “blancos” conseguiram superar os rivais “blau-granas”, com sucessivas conquistas de tírulos da Liga Espanhola: 1961,

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1962, 1963, 1964 e 1965 (essa última campanha já sem a participação de Alfredo). Di Stéfano, insatisfeito por ter sido relegado ao banco de reservas, em 1964, transferiu-se para o “Espanhol”, da cidade de Barce-lona. No “blanquiazul”, jogou duas temporadas, e encerrou a carreira, em 1966, aos quarenta anos.Com 1,78 m de altura (bastante elevada para os padrões de sua época), “La Saeta Rubia” foi um atacante extraordinário que aliava sua in-teligência e visão de jogo á habilidade e talento, sem deixar, nunca, de atuar com esforço e dedicação. Sua característica mais marcante era o de estar presnte em todas as partes do campo, onde fosse útil para o seu time. Artilheiro nato, era dono, também, de um passe de excelente qualidade, e exímio na marcação aos adversários. Assinalou mais de 800 gols em sua brilhante carreira.Ao longo de profícua trajetória no futebol, Di Stéfano defendeu três seleções de países diferentes. Pela Seleção da Argentina, seu país natal, jogou seis partidas, marcando seis gols, em 1947. Foi Campeão Sul-Americano, nesse ano. Atuou, em 1949, pela Seleção Colombiana, banida pela FIFA de competições oficiais, na época, disputando qua-tro amistosos, sem marcar gol algum. Pela Espanha, país que adotou, naturalizando-se em 1956, jogou 31 partidas, assinalando 23 tentos, entre 1957 e 1962. Nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1958, a sua seleção, apelidada de “La Furia”, perdeu a vaga para a equipe escoc-esa. Na edição seguinte, em 1962, Di Stéfano chegou contundido ao Chile, com previsão de atuar a partir da segunda fase. Entretanto, o time espanhol foi eliminado pelo Brasil, ainda na primeira etapa, encerrando, de forma precoce, sua participação.Um ano após ter pendurado as chuteiras, Di Stéfano iniciou suas atividades de técnico, em 1967, treinando o modesto clube espanhol “Elche”, da cidade de mesmo nome, na província de Alicante. Em 1970, comandando o “Boca Juniors”, maior rival do “River Plate”, clube que o lançou e do qual se tornou ídolo, conquistou o Campeonato Argenti-no. De retorno à Espanha, foi Campeão da Liga, no ano seguinte, com o “Valencia”. Entre 1974 e 1975, dirigiu o “Sporting”, de Lisboa. Voltou ao “Valencia”, conquistando a Recopa Européia, na temporada 1979/80; e a Supercopa Européia, em 1980. Na Argentina, em 1981, levou o “River Plate” ao título de Campeão. Entre 1982 e 1984, esteve à frente

da equipe do “Real Madrid”. Retornou ao time de “Los Che”, na cidade de Valência, e, outra vez, para Madrid, comandando os “merengues” na campanha vitoriosa da Supercopa da Espanha, em 1990. Encerrou sua carreira de técnico no “Real Madrid”, em 1991.Embora argentino de nascimento, Di Stéfano identificou-se por comple-to com a Espanha e, sobretudo, com o “Real Madrid Club de Fútbol”. “Ele fez a Espanha torcer pelo Real Madrid. E também foi ele que levou o nome do clube além das fronteiras”, foram palavras do Presidente Ramón Calderón (2006 – 2009). De acordo com Emílio Butragueño, ex-craque da Seleção Espnhola e do próprio “Real”, hoje membro da di-retoria do clube: “a história do Real Madrid começa de fato com a vinda de Di Stéfano”. Radicado na capital espanhola, Alfredo Di Stéfano é Presidente Honorário do “Real Madrid”.Amadeo Raúl Carrizo Larretape nasceu em Santa Fé, no dia 12 de junho de 1926. Estreou, aos 18 anos, em 1945, no “River Plate”, de Buenos Aires. Demorou a firmar-se na equipe, embora tenha participado das campanhas vitoriosas dos títulos argentinos de 1945 e 1947. Somente em 1949, tornou-se o titular da meta riverplatense. Conquistou o Bi-campeonato da Argentina em 1952/53 e foi Tricampeão em 1955/56/57. Depois, o “River” começou a sofrer um longo jejum de conquistas que perdurou até slém da saída de Carrizo, em 1968, quando se transferiu para o “Alianza” de Lima. Jogou um ano no Perú, e atuou por mais um, na Colômbia, com a camisa azul do “Club Deportivo Los Millonarios”. Foi o jogador que mais vezes defendeu o “River Plate” (521 jogos em 23 anos dedicados ao clube). Aposentou-se em 1970.Amadeo Carrizo foi um goleiro pioneiro no uso regular de luvas e em atuar afastado do arco. Muito alto para os padrões da sua época (1,90 m), forte e acrobático, recebeu o apelido de “Tarzan”. Hábil com os pés, foi inovador, também, em driblar os adversários e sair jogando, com se fosse um líbero. Muito bons eram os seus longos lançamentos, com as mãos ou os pés, para propiciar rápidos contra-ataques.Carrizo fez seu primeiro jogo com a Seleção Argentina em 1954. Entre-tanto, por determinação expressa do Presidente da República Juan Do-mingo Perón, que temia um provável insucesso, a AFA não participou da Copa do Mundo de 1954. Assim, o primeiro campeonato mundial de seleções que ele teve oportunidade de participar foi na Suécia, em 1958.

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Após ser derrotada, na estréia, pela Alemanha Ocidental, e vencer, de virada a Irlanda, a equipe “albiceleste” enfrentou, ainda na primeira fase, a Tchecoslováquia. Em uma jornada infeliz, na qual todos os seus jogadores atuaram mal, a Argentina sofreu uma humilhante goleada de 6x1, sendo eliminada. A derrota foi traumática para o goleiro, acusado de ser o maior culpado. Por esse motivo, Carrizo recusou diversas con-vocações, Para a Copa do Mundo de 1962, foi convocado Dominguez, seu reserva no “River”; o mesmo ocorreu em 1966, sendo chamado o novo reserva riverplatense, Gatti. Entretanto, Carrizo disputou a foi vencedor da Copa das Nações, em 1964. Ao todo, “Tarzan” fez 20 parti-das pela seleção de seu país, entre 1954 e 1964. José Francisco Sanfilippo nasceu em 4 de maio de 1935, na capital da Argentina. Iniciou sua carreira profissional em 1953, no “San Lorenzo”. Com a camisa rubroanil do clube de Almagro, José Sanfilippo foi, consecutivamente, o artilheiro da Primeira Divisão Argentina em 1958, com 28 gols: 1959, 31 gols; 1960, 34 gols; e 1961, com 26 gols. Entre 1953 e 1962, “El Nene”, como era chamado, disputou 260 jogos pelo “San Lorenzo”, marcando 200 gols.Pela Seleção da Argentina, jogou 29 partidas, assinalando 21 tentos, entre 1957 e 1962, tendo participado das Copas do Mundo de 1958 e 1962.Sanfilippo era um atacante exremamente oportunista, com enorme faro de gol. Transferiu-se para o “Boca Juniors”, em 1963, tendo sido o artilheiro da Copa dos Libertadores da América, com sete gols em sete jogos. Foi Vice-Campeão do torneio, tendo o “Boca” perdido a final para o “Santos”. Em 1964 e 1965, defendeu o “Nacional”, do Uruguai, marcando 25 gols em 21 partidas. Atuou na Argentina, pelo “Banfield”, em 1966 e 1967, Foi para o Brasil, jogando pelo “Bangu”, do Rio de Ja-neiro, em 1968. Transferiu-se para o Bahia e foi Bicampeão Baiano, em 1970/71. Finalmente, de volta ao “San Lorenzo”, conquistou dois títulos de Campeão Argentino, ambos em 1972 (Metropolitano e Nacional).Pode, então, encerrar a carreira, honrosamente, aos 37 anos de idade. Porém sua paixão pelo futebol, fez com que ele voltasse a jogar, seis anos depois, pelo modesto “San Miguel”, da quarta divisão argentina. No fim da temporada de 1978, já com 43 anos, pendurou definitiva-mente as chuteiras.

Enrique Omar Sívori nasceu em San Nicolás, província de Buenos Aires, no dia 2 de outubro de 1935. Iniciou sua carreira nas catego-rias de base do “River Plate”, no bairro de Belgrano, em 1952. Com a equipe profissional do clube da “banda roja”, foi Tricampeão Argentino, em 1955/56/57. Pela Seleção Argentina, conquistou o Campeonato Sul-Americano (precursor da Copa América), em 1957. Disputou, ao todo, 18 partidas com a camisa azul e branca, da equipe de seu país natal. Omar Sívori transferiu-se para a “Juventus”, da Itália, no mesmo ano de 1957. Com o time “bianconero” de Turim, ganhou os “scudettos” do Campeonato Italiano, em 1958, 1960 e 1961; e a Copa da Itália de 1959, 1960 e 1965. Foi o artilheiro da Série A do Calcio, em 1960. Recebeu o “Ballon d’Or”, da “France Football”, como melhor jogador europeu, em 1961. “Oriundo” (descendente de italianos), envergou a camisa azul da Seleção Italiana, tendo jogado na Copa do Mundo de 1962, no Chile. Pela “azzurra”, atuou em 9 jogos. Passou a defender a “Societá Sportiva Calcio Napoli”, a partir de 1965. Venceu a Copa dos Alpes, em 1966. Jogou no clube azul do sul da Itália até 1969, quando pendurou as chuteiras. Edgardo Norberto Andrada nasceu em 21 de janeiro de 1939, na cidade de Rosário, na província argentina de Santa Fé. Seu início no futebol ocorreu em sua cidade natal, nas divisões inferiores do “Club Atlético Rosario Cantral”. A carreira profissional começou no mesmo clube, em 1960.Andrada defendeu a meta da Seleção Argentina, em 1963. Atuou no gol do “Rosário” até 1969. Goleiro arrojado, seguro e de boa colocação, foi contratado pelo “Vasco da Gama”, do Rio de Janeiro, onde jogou, de 1969 até 1975. No Brasil, atingiu sua melhor fase, tendo sido Campeão Carioca, em 1970; e Brasileiro, em 1974. Recebeu o prêmio Bola de Prata, da “Revista Placar”, em 1971. Sofreu, de pênalti, o milésimo gol de Pelé, no Estádio do Maracanã, em 1969. Transferiu-se para o “Vitória”, da Bahia, pelo qual atuou no ano de 1976. Regressou, em 1977, à Argentina, passando a defender o “Colón”, da cidade de Santa Fé. Encerrou a carreira de goleiro, em 1982. Voltou ao seu clube de juventude, o “Rosario Central”, em 2007, como treinador de goleiros.José Omar Pastoriza nasceu em Rosario, no dia 23 de maio de 1942. Iniciou suas atividades futebolísticas na cidade em que nasceu, no

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“Club Atlético Rosario Central”. Jovem ainda, transferiu-se para o “Colón”, de Santa Fé, onde começou a se tornar conhecido. Defendeu o “Racing”, nos anos de 1964 e 1965. Contratado pelo “Club Atlético Independiente”, em 1966, viveu sua melhor fase com o “rojo” de Avel-laneda, que defendeu até 1972. Conquistou os títulos argentinos de 1967 (Nacional), 1970 (Metropolitano) e 1971 (Nacional). Foi vencedor da Libertadores, em 1972.Pastoriza foi um meio-campista de técnica apurada, que recebeu o prêmio “Olímpia de Oro”, concedido ao futebolista argentino do ano, em 1971. Apelidado de “El Pato”, jogou pela Seleção da Argentina, na Copa do Mundo de 1966. A partir desse ano, até 1972, disputou 18 partidas, com a camisa “albiceleste”.Foi para o exterior em 1972, para disputar o campeonato francês, pelo “AS Monaco”. Pendurou as chuteiras em 1975, no clube do principado,Principiou, em 1976, no “Independiente”, uma longa e profícua carreira de técnico. Permaneceu com os “Diablos Rojos” até 1979, voltando a treiná-los em 1983/84, 1985/87, 1990/91 e 2003/04. Também, por di-versas vezes, foi treinador do “Talleres”, de Córdoba (1980, 1993, 1998 e 2003. Foi, ainda, técnico de outros clubes na Argentina (“Racing”, “Boca Juniors” e “Argentinos Juniors”); no Brasil (“Grêmio Porto-alegrense” e “Fluminense”); na Colômbia (“Millonarios”); na Espanha (“Atlético de Madrid”) e na Bolívia (“Bolívar”). Treinou as seleções de El Salvador (1995/96) e da Venezuela (1998 a 2000). Morreu em agosto de 2004, quando era técnico do “Independiente”. Foi homenageado com a inclusão do seu apelido “Pato”, na camisa oficial do clube, durante o restante da temporada.Narciso Horacio Doval nasceu em 4 de janeiro de 1944, na capital portenha. Iniciou sua carreira profissional, em 1962, no “San Lorenzo de Almagro”. Com o clube dos “cuervos”, venceu o Campeonato Metropolitano de 1968. Mudou-se para o Brasil, em 1969, passando a jogar pelo “Flamengo”, onde ficou até 1971. Voltou para Buenos Aires, emprestado ao “Huracán”, maior rival do “San Lorenzo”. Logo retornou ao Rio de Janeiro, comandando novamente o ataque rubronegro, em 1972. Com a equipe da Gávea, foi Campeão Carioca em 1972, tendo sido o artilheiro da competição, e em 1974. A partir de 1976, usou a camisa tricolor do “Fluminense”, grande rival do “Flamengo”. No clube

das Laranjeiras, integrou a fenomenal equipe chamada de Máquina, que venceu, em 1976, o Campeonato Carioca, do qual voltou a ser o artil-heiro.Centroavante raçudo, Doval também tinha boas qualidades técnicas, além do faro de gol. Atuou pelo time da Rua Álvaro Chaves até 1979, quando foi embora para a Argentina. Encerrou sua carreira, no ano seguinte, no mesmo clube em que a iniciou, o “San Lorenzo”.Em outubro de 1991, o “Flamengo” foi jogar em Buenos Aires contra o “Estudiantes”. Narciso Doval encontrou-se com a delegação flamen-guista, assistiu o jogo, vencido pela equipe carioca, e foi comemorar a vitória do seu antigo time em uma boate. Após tomar uma taça de champagne, teve um ataque cardíaco fulminante e faleceu. Juan Ramón Verón nasceu em La Plata, capital da Província de Buenos Aires, no dia 17 de março de 1944. Iniciou sua carreira, em 1962, no “Estudiantes de La Plata”. Defendeu a camisa alvi-rubra dos “pincharra-tas” por mais de dez anos, conquistando os títulos da Copa Libertadores da América, em 1968, 1969 e 1970. Essas vitórias consecutivas fizeram com que os seus torcedores recebessem a alcunha de “tricampeões”. Verón, apelidado de “La Bruja” teve papel fundamental nessas cam-panhas de glórias, marcando vários gols de bela feitura, em momentos decisivos. Em 1968, foi o autor do gol que assegurou ao “Estudiantes”, em “Old Trafford”, a conquista da Copa Intercontinemtal (campeonato mundial de clubes), sobrepujando o “Manchester United”.Atacante muito habilidoso, com gana de gol, atuando na ponta esquerda ou na meia, “La Bruja” Verón mudou-se para a Europa, em 1972, pas-sando a jogar em vários clubes do Velho Continente, até 1980, quando retornou à Argentina. O seu último clube, onde pendurou as chuteiras em 1981, foi o mesmo que o projetou na trajetória de sucessos no fute-bol, o “Club Estudiantes de La Plata”. Aldo Pedro Poy nasceu em 28 de julho de 1945, na cidade de Roario, Província de Santa Fé. Iniciou-se no futebol e desenvolveu toda a sua carreira, entre 1965 e 1974, no “Rosario Central”, da sua cidade na-tal. Com a camisa azul e amarela, em listras verticais, Aldo Poy foi Campeão Argentino em 1971 e 1973. Ficou célebre o seu gol decisivo, na vitória sobre o maior rival, o “Newell’s Old Boys”, que deu o título do campeonato nacional ao “Rosario”.

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Atacante de alta categoria, Aldo Poy integrou a Seleção Argentina que disputou a Copa do Mundo de 1974.Carlos Bianchi nasceu em Buenos Aires, no dia 26 de abril de 1949. Começou suas atividades futebolísticas nas categorias de base do “Club Atlético Vélez Sarsfield”, da capital argentina. Iniciou sua carreira profissional no mesmo clube, em 1967. Logo no ano seguinte, sagrou-se Campeão Argentino. Jogou na Seleção Argentina, entre 1970 e 1972, participando de 14 partidas e marcando 7 gols. Pelo “Vélez”, no qual permaneceu até 1973, assinalou 121 tentos.Atacante impetuoso, dotado de boa técnica, Bianchi, apelidado de “Pe-lado”, em função de uma calvície precoce, foi para o exterior em 1973, para atuar no “Stade de Reims”. Foi, então, por três vezes, o artilheiro do Campeonato Francês. Transferiu-se, em 1977, para o “Paris Sant-Germain”, onde continuou a fazer históris no futebol da França, tornan-do-se artilheiro do certame nacional, em mais duas temporadas. Trocou o clube parisiense pelo “Strasbourg”, em 1979. Retornou ao seu país natal em 1980, voltando a defender o “Vélez Sars-field” até 1984. Com os 85 tentos marcados nessa sua segunda jornada, Carlos Bianchi totalizou 206 gols assinalados, o que lhe conferiu o galardão de maior goleador da história do clube.De volta à França, e ao “Stade de Reims”, em 1984, jogou mais uma temporada e se aposentou em 1985. Logo depois de pendurar as chuteiras, começou, no mesmo clube francês, sua vitoriosa carreira de técnico. Passou pelo “Nice” e “Paris Saint-Germain”, antes de treinar o “Vélez”, com o qual conquistou os seguintes títulos: Campeonato Ar-gentino de 1993 (Apertura), 1995 (Clausura) e 1996 (Clausura); Copa Libertadores e Copa Intercontinental (mundial de clubes), em 1994; e Copa Interamericana, em 1996. Com o “Boca Juniors”, venceu: Campe-onato Argentino de 1998 (Apertura), 1999 (Apertura), 1999 (Clausura) e 2000 (Apertura); Copa Libertadores em 2000, 2001 e 2003; e Copa Intercontinental (mundial de clubes) em 2000 e 2003. Treinou, também, a “Roma” (1996) e o “Atlético de Madrid” (2005 e 2006). Encerrou suas atividades de técnico em fevereiro de 2006. Exerce, atualmente, as funções de gerente de futebol do “Boca”.Ubaldo Matildo Fillol nasceu em San Mguel Del Monte, Província de Buenos Aires, no dia 21 de julho de 1950. Iniciou, em 1969, sua carreira

no “Quilmes Atlético Clube”, um dos mais antigos clubes de futebol da Argentina. Transferiu-se, em 1971, para o “Racing”. Defendeu as cores azul e branca da equipe de Avellaneda até 1974.Apelidado de “El Pato”, Fillol foi um goleiro extremamente ágil, dotado de reflexos muito rápidos, que tinha uma capacidade incrível para pegar pênaltis. É considerado, por muitos, o melhor arqueiro da América do Sul, no século XX.Seu período de maiores glórias aconteceu entre 1974 e 1983, quando guarnecia o arco do “River Plate”. Conquistou os títulos do Campe-onato Metropolitano de 1975, 1977 e 1979; do Campeonato Argentino, em 1975, 1977, 1979 e 1981; e do Torneio do 4º Centenário da Cidade de Buenos Aires, em 1980.Entre 1974 e 1985, defendeu o gol da Seleção Argentina, tendo disputa-do as Copas do Mundo de 1974, 1978 e 1982. Foi Campeão Mundial em 1978, na Argentina. Jogou, ao todo, 58 partidas pelo time “albice-leste”.Transferiu-se, em 1983, para o “Argentinos Juniors”. Ficou pouco tem-po na equipe do “Bicho Colorado”, pois foi para o Rio de Janeiro, atuar pelo “Flamengo”. Com o time da Gávea, conquistou a Taça Guanabara de 1984. Foi para a Espanha, jogar no “Atlético de Madrid”, tendo ven-cido a Supercopa da Espanha, em 1985.Retornou para o seu país natal, voltando a defender a meta do “Racing”, em 1987. Ganhou a Supercopa Sul-Americana, em 1988. Transferiu-se, em 1989, para o “Vélez Sarsfield”, clube no qual se aposentou, em 1990. Após ter guardado as luvas, “El Pato” tornou-se treinador de goleiros, prestando bons serviços ao “Racing” e à Seleção da Argentina. Osvaldo César Ardiles nasceu em Bell Ville, cidade da província argen-tina de Córdoba, no dia 3 de agosto de 1952. Iniciou sua carreira em 1973, no “Instituto Atlético Central Córdoba”, da capital provincial. Transferiu-se, no ano seguinte, para o “Club Atlético Belgrano”, tam-bém da cidade de Córdoba.A carreira de Osvaldo Ardiles tomou impulso a partir de sua ida para o “Huracan”, em 1975. Baixo e magro, a sua característica mais acen-tuada, como meio-campista, era o equilíbrio entre a marcação sobre os adversários e a armação das jogadas ofensivas. Seu estilo era clássico, jogando de cabeça erguida, distribuindo os passes com maestria. A ma-

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neira de se movimentar em campo, como uma cobra, valeu-lhe o apeldo de “Piton”.Ardiles jogou na Seleção Argentina, de 1978 a 1982. Disputou 63 partidas, tendo exercido um importante papel na conquista do título de Campeão Mundial, em 1978. Participou, também, da Copa do Mundo de 1982.Mudou-se para a Inglaterra, passando a defender o “Tottenham Hot-spur”. Foi vencedor da Copa da Inglaterra, em 1980/81 e 1981/82. Recebeu o apelido de “Ossie” e participou, como ator, do filme “Fuga para a Vitória”, junto com outros craques, como Pelé e Bobby Moore, em 1981. Defendeu as três cores do “Paris Saint-Germain”, na tempo-rada 1982/83. Retornou, em seguida, para Londres e para o “Totten-ham”. Conquistou s Copa da UEFA, em 1983/84. Ficou com os “Spurs” até 1987, quando chegou a exercer, em caráter provisório e por pouco tempo, as funções de técnico, concomitantes às de jogador. Com o uni-forme desse clube da área norte de Londres, Ardiles disputou 311 jogos. Transferiu-se, em 1988, para o “Blackburn”. Permaneceu pouco entre os “Rovers”, passando a atuar pelo “Queens Park Rangers”, no mesmo ano. Também não se demorou em “Shepherd’s Bush”, seguindo, ainda em 1988, para os Estados Unidos, com a finalidade de jogar no “Fort Lauderdale Strikers”.Retornou para a Inglaterra, em 1989, e iniciou sua carreira de técnico no “Swindon Towers”, da 2ª Divisão. Disputou, ainda, algumas partidas como jogador, escalado por ele mesmo. Mas logo, o técnico Ardiles percebeu que era melhor barrar a si próprio. Assim, “Ossie” pendurou as chuteiras. Como treinador, dirigiu 14 equipes de clubes, sediados nos mais diversos países: México, Argentina, Síria, Israel, Croácia, Japão e Paraguai. Aposentou-se, em 2008, após treinar o “Cerro Porteño”, de Assunção.Atualmente, continua residindo em Londres, e exerce atividades profis-sionais, como comentarista esportivo.Norberto Osvaldo Alonso nasceu em 4 de janeiro de 1953. Natural de Vicente López, Província de Buenos Aires. Iniciou sua trajetória fute-bolística em 1970, no “River Plate”. Após um longo jejum de conquis-tas, o clube apelidado de “Los Millonarios” voltou a ganhar títulos, a partir de 1975, quando Norberto Alonso tornou-se o seu principal

jogador, com a camisa nº 10. Foram dois campeonatos (Metropolitano e Nacional), em 1975.Em 1976, “Beto” transferiu-se para o “Olympique Marseille”. Não foi feliz no futebol francês e retornou, em 1977, ao “River, retomando a seqüência de vitórias, entre 1979 e 1981. A dobradinha (Metropolitano e Nacional) repetiu-se em 1979; e ocorreram novas conquistas, em 1980 (Campeão Metropolitano) e 1981 (Campeão Nacional). Em decorrência de desavenças com o técnico Di Stéfano, que, repetidas vezes, em 1981, escalara jogadores mais jovens em seu lugar, o passe de Alonso foi vendido ao “Vélez Sarsfield”. Permaneceu no clube de Liniers até 1983, quando voltou, outra vez, para a equipe da “banda roja”. No “River”, Norberto Alonso recomeçou a colecionar sucessos, ini-ciando com a vitória no campeonato argentino da temporada 1985/86. O ano de 1986 foi esplendoroso para o clube de Belgrano e para “Beto” Alonso, que foi um jogador chave na conquista das Copas Libertadores e Intercontinental.Meio-campista ofensivo, com 1,76 m de altura e dotado de técnica apu-rada, jogava um belo futebol. Foi, merecidamente, um ícone da torcida riverplatense, cujas cores honrou em 374 jogos, tendo marcado 149 gols.Com a Seleção Argentina, entre 1978 e 1983, Alonso jogou quinze par-tidas e assinalou quatro gols. Consta que o técnico César Menotti não pretendia convocá-lo para a Copa do Mundo de 1978, realizada na Ar-gentina. Ele teria sido chamado, porém, devido à pressão do Almirante Lacoste, influente membro do governo militar. De qualquer forma, embora tenha jogado somente alguns minutos, Norberto Alonso ganhou o título de Campeão Mundial.Pendurou as chuteiras em 1987, após ter disputado, ao longo da sua brilhante carreira, 479 partidas de futebol, assinalando 170 gols.Daniel Alberto Passarella nasceu em Chacabuco, Província de Buenos Aires, no dia 25 de maio de 1953. Começou no pequeno “Sarmiento” e foi para o “River Plate” em 1974, levado por Néstor Rossi. Quando Daniel Passarella estreiou na equipe principal, o “River” estava passan-do por um jejum de títulos, que durou dezoito anos. Logo, em 1975, o time da “banda roja”, com seu novo zagueiro, foi duplamente Campeão (Nacional e Metropolitano). O sucesso seguinte ocorreu em 1977, com

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nova vitória no Campeonato Metropolitano. A dose dupla foi repetida em 1979 (Nadional e Metropolitano), seguida por outra conquista do Metropolitano, em 1980. E novo título do Campeonato Nacional veio em 1980. Foram, portanto, sete taças nos seus primeiros oito anos no clube do Monumental de Nuñez (1974 a 1982).Passarella foi um zagueiro dotado de excelente técnica. Apesar de não ser alto (1,74 m), tinha uma impulsão muito forte, que lhe permitia grande eficácia no jogo aéreo. Ótimo no desarme, era veloz e exímio nos lançamentos longos, além de cobrar faltas com força e precisão. Seu espírito de liderança o levou a ser escolhido para capitão da Seleção Argentina.Sua estréia com a camisa “albiceleste” aconteceu em 1974. Tornou-se o capitão do time e ergueu a taça de campeão na Copa do Mundo de 1978, na Argentina. No campeonato mundial seguinte, em 1982, na Es-panha, foi um dos poucos que se salvaram da débâcle da equipe campeã do certame anterior. Foi o herói da classificação argentina nas elimi-natórias para a Copa de 1986, conseguida no sufoco. Apesar disso, ficou na reserva durante o torneio no México. Mesmo assim, foi Passarella o único craque presente nas duas conquistas de títulos mundiais pela Ar-gentina. Ao todo, no período de 1974 a 1986, realizou 70 partidas pela seleção portenha, assinalando 22 gols.Sua boa atuação na Copa de 82, apesar da má campanha platina, valeu-lhe uma proposta da “Fiorentina”, da Itália. Passou a atuar como líbero, no futebol italiano. Permaneceu na equipe violeta até 1986, quando se transferiu para o “Internazionale”, de Milão. Passarella defendeu a camisa “nerazzurra” até 1988, ano em que retornou ao seu país, voltan-do a jogar no “River”. Pendurou as chuteiras em 1989, iniciando ime-diatamente sua carreira de técnici, no mesmo clube. Como treinador, voltou a colecionar títulos, vencendo, logo na sua primeira temporada, o Campeonato Argentino de 1988/89. Ainda com o time de Belgrano, conquistou o “Apertura”, em 1991 e 1993. Foi contratado pela AFA para dirigir a Seleção Argentina, após a Copa do Mundo de 1994. Venceu os Jogos Pan-Americanos de 1995, reali-zados em Mar del Plata. Ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de 1996, nos Estados Unidos. Classificou a Argentina para a Copa do Mundo de 1998 e realizou boa campanha, na França, até ser eliminada,

nas quartas-de-final, pela derrota para a Holanda, último jogo da equipe “albiceleste” sob o comando de Passarella. Em seguida, passou e treinar a Seleção Uruguaia, com a qual foi Vice-Campeão da Copa América em 1999. Ficou à frente do time celeste até 2001. No segundo semestre desse ano, voltou à Itália, para treinar o “Parma”, onde ficou pouco tempo. Foi contratado, em 2002, pelo “Monterrey”, do México, no qual atuou sté 2004, tendo conquis-tado um título de campeão em 2005. Contratado pelo “Corinthians”, de São Paulo, em 2005, foi muito curta sua permanência no Parque São Jorge. Voltou a ser técnico do “River”, entre 2005 e 2007. Em renhida disputa, no final de 2009, Daniel Alberto Passarella foi eleito Presidente do “Club Atlético River Plate”, no qual havia se notabilizado como jogador e técnico. Ricardo Bochini nasceu em Zárate, cidade da Província de Buenos Aires, no dia 25 de janeiro de 1954. Iniciou sua carreira na equipe profissional do “Independiente”, em 1972. Foi seu único clube, durante toda a sua trajetória no futebol. Com a camisa “roja”, conquistou quatro campeonatos argentinos: 1977 (Nacional), 1978 (Nacional), 1983 (Met-ropolitano) e 1989 (Nacional); cinco Copas Libertadores: 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984; e, duas vezes, a Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes).Baixo e magro (1,68 m e 67 kg), Bochini foi um extraordinário meio-campista ofensivo, ótimo driblador, que tinha na precisão do passe a sua maior qualidade. Possuía uma incrível capacidade de colocar a bola nos pés de um companheiro, livre, à frente do gol. Essa especialidade sua era tão marcante, que os torcedores criaram uma expressão para desig-nar as assistências de alta classe: “pase bochinesco”.Querido pelos amantes do bom futebol e estimado pelos companhei-ros, Ricardo Bochini não era muito benquisto por dirigentes e técnicos, devido ao seu espírito crítico, que não poupava os adeptos do futebol defensivo. Nunca quis ter empresário e desconfiava dos jornalistas esportivos. Apelidado de “El Bocha”, teve poucas oportunidades na Seleção Argentina, tendo disputado apenas onze jogos. Foi Campeão do Mundo, em 1986, no México, embora tenha atuado apenas alguns minutos.Pendurou as chuteiras em 1991, após ter defendido o uniforme vermel-

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ho dos “Diablos Rojos” de Avellaneda, em cerca de 700 jogos, assinal-ando pouco mais de 100 gols.Mario Alberto Kempes nasceu em Bell Ville, cidade da Província de Córdoba, no dia 16 de julho de 1954. Iniciou suas atividades no futebol, ainda menino, no “Instituto Atlético Central Córdoba”. Sua carreira profissional começou no mesmo clube, em 1970. O time “cordobes” ascendeu à primeira divisão, em 1972, e Mario Kempes foi convocado para a Seleção Argentina, no ano seguinte. Transferiu-se para o “Ro-sario Central”, em 1974, ano em que marcou 29 gols em 36 partidas, sendo o artilheiro e Vice-Campeão Nacional. No mesmo ano, con-quistou também o vice-campeonato no Metropolitano. Continuou se destacando como goleador na equipe auriazul: 35 tentos em 49 jogos, no ano de 1975; e 21 gols nas 22 partidas disputadas em 1976, quando foi o artilheiro do Campeonato Metropolitano. Os “rosarinos” chegaram às semifinais da Copa Libertadores, em 1975, com Kempes em grande destaque. Suas boas atuações na equipe dos “canallas” despertaram a atenção internacional, e o Valencia, da Espanha, se propôs a contratá-lo.Mario Kempes foi um atacante que se celebrizou por suas arranca-das fulminantes em direção ao gol. Com 1,82 m de altura, recebeu os apelidos de “El Toro” e “El Matador”, graças aos seus chutes certeiros, excelente posicionamento na grande área, velocidade para dominar e conduzir a bola e, sobretudo, seu faro de gol. Na Espanha, Kempes, em seu auge, foi o artilheiro da Liga, na tem-porada 1976/77, sua primeira. Foi novamente o maior goleador no Campeonato Espanhol de 1977/78. Na temporada 1978/79, o “Valen-cia” conquistou a Copa do Rei, vencendo a final contra o “Real Madrid” por 2x0 (dois gols de “El Matador”). O clube de “Los Ches”, com o centroavante Mario Kempes, venceu, na temporada 1979/80, a Recopa Européia, sobrepujando o “Arsenal”, da Inglaterra; e ganhou a Super-copa da Europa, superando o também inglês “Nottingham Forest”. A temporada 1980/81, na qual ele jogou apenas doze partidas da Liga, foi a última de Kempes no “Valencia”, antes de retornar à Argentina, para ser Campeão Nacional em 1981, pelo “River Plate”.Após estreiar na seleção platina em 1973, Kempes disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha Ocidental, sem brilho. A Copa de 78, na Argentina, entretanto, foi gloriosa. Campeão Mundial, Mario Kempes

recebeu a Bola de Ouro, como melhor jogador da competição, e a Chuteira de Ouro, destinada ao artilheiro do torneio. Porém, na edição seguinte, na Espanha, Kempes teve uma atuação apagada, condizente com a decepcionante campanha argentina.De volta ao Valencia, em 1982, Mario Kempes iniciou a fase declinante de sua trajetória. Disputou poucas partidas na temporada 1983/84, e foi cedido ao recém-promovido “Hércules”, que defendeu atá 1986. Em seguida, foi jogar na Áustria. Atuou no “First Viena” (1986/87); “St. Pölten” (1987/90); e “Kremser” (1990/92). Decidiu parar em 1992, aos 38 anos. Retornou aos gramados, como jogador, em 1995, efetuando onze partidas pelo “Fernández Vial”, na segunda divisão do futebol chileno. Em 1996, foi contratado pelo “Pelita Jaya” da Indonésia, como jogador e treinador. Não chegou a jogar partidas oficiais, mas deu início à sua carreira de técnico, que não teve maior expressão e foi encer-rada em 2001, sendo seu último clube o “Independiente Petrolero”, da Bolívia. Atualmente, trabalha como comentarista esportivo de TV, na ESPN, em Buenos Aires. Em outubro de 2010, o principal estádio de futebol da Província de Córdoba foi rebatizado como Estádio Mario Alberto Kempes.Diego Armando Maradona nasceu em Lanús, cidade da Povíncia de Buenos Aires, próxima à Avellaneda, no dia 30 de outubro de 1960. Com apenas nove anos, Dieguito já se destacava pelo talento com a bola nos pés. Um outro menino, companheiro seu de peladas, foi apro-vado em um teste para as categorias de base do “Argentinos Juniors” e o elogiou para o treinador Francis Cornejo, que lhe deu, então, dez pesos para que ele trouxesse o menino Diego para ser observado em um treino. Impressinado com o que observou, Cornejo acompanhou Diego Armando na volta para sua casa, a fim de conferir se ele tinha, mesmo, nove anos somente. Convencido da veracidade quanto à idade do meni-no, tratou logo de obter a autorização de seus pais para o ingresso de Maradona na “Asociación Atlética Argentinos Juniors”, sediada no bair-ro Villa Mitre, da capital argentina, clube de futebol que desenvolvia ótimo trabalho nas divisões de base, apesar do seu pequeno porte. Com quinze anos, ainda na categoria de jovens, “El Pibe de Oro” já desper-tava enorme interesse do público pelas partidas preliminares, das quais

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participava. Pouco depois, em 1976, foi lançado na equipe principal do “Bicho Colorado”. Em 1977, fez sua estréia na Seleção Argentina, enfrentando a Hungria, em amistoso. Entretanto, não disputou a Copa do Mundo de 1978. Foi, porém, o artilheiro do Campeonato Argentino desse ano, feito que bisou, duplamente, em 1979, conquistando não só a artilharia do Campeonato Nacional, como, também, a do Metropoli-tano, do qual participavam, apenas, os clubes de Buenos Aires, ou seja, a elite do futebol platino. Novamente, em 1980, Diego Maradona foi, duas vezes, artilheiro: Nacional e Metroolitano. O “Argentino Juniors” conquistou o título de Vice-Campeão Nacional, seu melhor resultado, até então. Em 1981, Maradona foi cedido, por empréstimo, ao “Boca Juniors”, seu clube de coração. Com a camisa auriazul, ganhou o titulo de Campeão Metropolitano. Porém, foi curta sua permanência entre os “boquenses”, pois seu passe foi vendido para o “Barcelona”, da Espan-ha, pelo valor recorde de sete milhões de dólares, em 1982Em sua primeira temporada na Catalunha, contraiu hepatite e ficou três meses afastado do time. Os “blaugranas’ ficaram em quarto lugar no campenato espanhol da temporada 1982/83, mas conquistaram a Copa do Rei, com Maradona, já recuperado, partcipando decisivamente da vitória final, sobre o “Real Madrid”. Nova infelicidade o acometeu no início da temporada seguinte. Em jogo contra o então campeão, “Ath-letic Club” de Bilbao, ele sofreu uma entrada violenta, e fraturou o tornozelo. Sua recuperação foi ainda mais demorada (106 dias). mas ele voltou a tempo de participar das últimas partidas do campeonato 1983/84. Entretanto, o título ficou, novamente, com o “Athletic”, que superou o “Barça”, por um ponto. A final da Copa do Rei foi disputada, coincidentemente, contra a equipe de Bilbao, que venceu por 1x0. A jornada adversa fez com que Maradona desse início a uma briga, que se generalizou, com a participação de todos os jogadores. Em conseqüên-cia, foi suspenso pela federação por três meses. Aborrecida, a diretoria catalã decidiu aceitar uma oferta do “Napoli”, da Itália, e Dieguito ini-ciou novo ciclo, em 1984. Em seu livro autobiográfico “Yo soy Diego”, Maradona revelou que seu envolvimento com as drogas começou na Catalunha. Para muitos foi surpreendente sua contratação pelo clube celeste de Nápoles que, embora tradicional e antigo, não figurava entre as forças

do “cálcio”, pois só havia conquistado títulos nas divisões inferiores e, por duas vezes, a Copa da Itália. Em sua primeira temporada (1984/85) com Maradona, a “Societá Sportiva Calcio Napoli” classificou-se no oitavo lugar da Série A. No campeonato seguinte (1985/86), conseguiu um terceiro lugar. Na terceira temporada (1986/87) de Diego Maradona, já consagrado com a conquista argentina do título mundial de 1986, o clube napolitano conquistou, finalmente, seu primeiro “scudetto” na Sé-rie A, e venceu, também, a Copa da Itália. Maradona e seu companheiro de ataque no “Napoli”, o brasileiro Careca, foram, respectivamente, o artilheiro e o vice-artilheiro do campeonato 1987/88. Mas o título ficou com o “Milan”, que tinha os holandeses Marco van Basten e Ruud Gul-lit. Na temporada 1988/89, o “Inter” de Milão ganhou o campeonato italiano, superando o “Napoli”, mas o time de Maradona venceu seu primeiro título continental, sobrepujando, na disputa final, o “Stuttgart”. Em 1989/90, no auge da carreira, “El Diez” liderou a equipe do sul da Itália na conquista de mais um “scudetto”. Mas, em março de 1991, Maradona sofreu um trenendo baque, ao ser constatado, em seu exame “antidoping”, após jogo contra o “Bari”, o uso de cocaína. Escancarado o seu vício, o grande astro foi suspenso do futebol por quinze meses. Entrou em depressão e viajou para Bue-nos Aires, onde foi preso, sob o efeito de drogas, em abril de 1991, no bairro de Caballito. Sem ambiente na Itália, Diego optou por retornar à Espanha. Depois de um desligamento litigioso, deixa Nápoles em direção à Sevilha, con-tratado pelo “Sevilla Fútbol Club”, dirigido, em campo, pelo técnico argentino Carlos Bilardo. Entretanto, seu desempenho na temporada 1992/93 foi apenas razoável, prejudicado pelo excesso de pêso. Abor-recido com a fiscalização sobre suas saídas noturnas, determinada pela diretoria do clube andaluz, e, tendo se desententido com o técnico Bilardo, Maradona decidiu regressar ao seu país, passando a atuar pelo “Newell’s Old Boys”. Com a equipe de Rosário, realizou, na temporada 1993/94, apenas quatro jogos oficiais, prejudicado por sucessivas lesões musculares. Irritado com o assédio de jornalistas em frente à sua casa, protagonizou um incidente desagradável, em fevereiro de 1994, atiran-do, com uma espingarda de ar comprimido, contra os importunos.Com 89 kg de peso, obviamente excessivos para a sua altura de 1,66

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m, Maradona procurou um fisiculturista de Buenos Aires, com o qual conseguiu uma redução de 13 kg em período incrivelmente curto. Retornou, então, à Seleção Argentina, que não havia tido bom desem-penho nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, chegando a sofrer uma goleada (5x0) da Colômbia, no último jogo, em Buenos Aires. Com Dieguito de volta, a eqipe platina coseguiu a classificação, na repescagem. Maradona participou, com brilho e fôlego invejável, dos jogos iniciais do torneio, contra a Grécia e a Nigéria. Porém, novo exame “antidopping” revelou a presença de efedrina, poderoso estimu-lante de uso proibido pela FIFA, utilizada também em processos de emagrecimento rápido. Para a Argentina não ser desclassificada, Diego jurou inocência, e a AFA retirou seu nome da lista dos inscritos para o campeonato mundial. Foi-lhe aplicado, no entanto, novo banimento, por quinze meses, do futebol mundial, pela federação internacional.Proibido de jogar, Maradona assumiu o cargo de diretor técnico do pequeno “Textil Mandiyu”, de Corrientes. Em doze partidas, conseguiu apenas uma vitória. Foi tentar melhor sorte em um grande clube, como treinador do “Racing”. O resultado não foi alentador: dois triunfos em onze jogos. Decorrido o prazo da punição, Diego volta a jogar no “Boca”, graças a uma negociação com o Grupo Eunerkian, que adquiriu o seu passe e o cedeu ao clube dos “xeneizes”, em troca dos direitos tel-evisisos de alguns jogos. Em seu retorno aos gramados, no Campeonato Apertura de 1995, Maradona forma uma bela parceria com Caniggia. Entretanto, os “boquenses” continuam seu jejum de títulos, e Diego, em decadência, cada vez mais, diminui sua presença em campo. No início do campeonato, em 1997, foi novamente flagrado em um exame “anti-dopping”. Decidiu, então, encerrar sua carreira, no dia 25 de outubro de 1997, em um “Superclásico”. Maradona jogou o primeiro tempo e foi substituído pelo promissor jovem Riquelme. O placar foi “Boca” 2x1 “River”.Diego Maradona celebrizou-se como um dos melhores e mais famosos jogadores da Seleção da Argentina. Meia ofensivo, baixinho e atarra-cado, era dono de um talento extraordinário que lhe permitia executar dribles fantásticos, giros desconcertantes, variações drásticas de veloci-dade nas arrancadas, chutes fortíssimos, inclusive de letra, cruzamentos e lançamentos precisos. Após estreiar, muito novo na seleção, em 1977,

e integrar o grupo dos pré-convocados para a Copa do Mundo de 1978, não fez parte da relação dos imscritos para a disputa do torneio, em solo argentino. Sobre o seu corte, o técnico César Menotti declarou: “Ele ainda é um garoto e precisa amadurecer. Mas, sem dúvida, ele pode mais que os outros e ainda vai brilhar muito no futebol.” Para a sua posição, foi chamado Norberto Alonso, indiscutivelmente um grande jogador, que estava em excelente forma e era o artilheiro do campeona-to, na ocasião. Dizem muitos, porém, que o fator mais importante para a convocação do “Beto”, foi a preferência dos militares que estavam no poder, em especial, a do Almirante Carlos Alberto Lacoste.Em 1979, Maradona liderou a seleção sub-20 da Argentina que venceu o campeonato mundial da categoria. No mesmo ano, de volta à equipe principal “albiceleste”, marcou o seu primeiro gol, num jogo contra a Escócia, em Glasgow, que a Argentina ganhou por 3x1. A estréia de Dieguito em Copas do Mundo aconteceu no jogo inaugu-ral do torneio de 1982, contra a Bélgica, que venceu a Argentina por 1x0. Foi uma partida violenta, em que ele foi, repetidamente, derru-bado ou chutado pelos adversários, em jogadas desleais, não coibidas pelo árbitro tchrcoslovaco Vojtech Christov. Seus dois primeiros gols em campeonatos mundiais foram marcados no jogo seguinte, no qual a Argentina ganhou da Hungria por 4x1. Na fase seguinte, a Argentina foi eliminada, derrotada, sucessivamente, pela Itália (2x1) e pelo Brasil (3x1), quando foi merecidamente expulso, aos 40 minutos do segundo tempo, por uma entrada violenta, de sola, nos testículos do brasileiro Batista. A edição do campeonato mundial de 1986, no México, foi a Copa do Mundo de Maradona, que mereceu, do técnico Calos Bilardo, a confi-ança para ser o capitão da seleção. De acordo com ele mesmo, a melhor partida, de toda a sua vida, foi a realizada contra o Uruguai, com vitória argentina por 1x0. Entretanto, mais célebre foi o jogo contra a Inglater-ra, no qual Diego marcou dois gols. No primeiro, em uma jogada aérea, ele tocou, com a mão fechada, a bola por cima do goleiro Peter Shilton. Apesar das reclamações inglesas, o árbitro Ali Bin Nasser, da Tunísia, validou o gol. Curioso é que, anteriormente, em um jogo do campe-onato italiano 1984/85, entre Napoli e Udinese, Maradona assinalou, da mesma maneira, um gol, também não anulado. O próprio Maradona

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declarou, a respeito da trapaça: “Se houve mão na bola, foi a mão de Deus”. O segundo tento seu, no jogo, foi perfeitament legal e de belíssi-ma feitura. Ele recebeu a bola, no meio do campo, de costas para a meta inglesa, entre três adversários. Girou para o lado oposto e arrancou, deixando-os para trás. Passou por mais dois defensores e tocou para as redes, desviando a pelota do alcance de Shilton. Na semifinal, contra a Bélgica, marcou mais dois lindos gols. A final foi contra a Alemanha Ocidental, cujo técnico Beckenbauer ordenou severa marcação contra ele, que foi bem executada por Matthäus. Maradona não conseguiu marcar nenhum gol, mas foi dele o passe para Burruchaga assinalar o tento decisivo da partida e da conquista da taça, levantada por ele, como capitão. A revista “Onze d’Or o premiou, considerando-o “o melhor jogador do mundo”.Na Copa de 1990, na Itália, a Argentina começou perdendo por 1x0 para Camarões. Venceu a União Soviética por 2x0, em jogo no qual Mara-dona usou a mão direita para evitar um gol de Kuznetsov, não tendo sido assinalada a infração. Após empatar em 1x1, com a Romênia, os platinos conseguiram a classificação, como um dos melhores terceiros colocados. Venceram os brasileiros, por 1x0, na oitava de final. Empata-ram por 0x0, no tempo normal e na prorrogação, com a Iugoslávia. Na decisão por pênaltis, apesar de Maradona ter desperdiçado sua oportuni-dade, as defesas efetuadas pelo goleiro Goycochea permitiram o avanço argentino. A semifinal contra a Itália, em Nápoles, também foi decidida nos pênaltis. Novamente, graças a duas defesas de Goycochea, a seleção “albiceleste” venceu os “azzurri”. A final, contra a Alemanha Ocidental, foi vencida pelos germânicos por 1x0. Maradona teve que se contentar com a medalha de prata.A participação de Maradona em sua quarta e última Copa do Mundo (1994, nos Estados Unidos) foi melancólica. Um exame “antidopping” detectou o uso de efedrina e ele foi expulso do certame. Sem o seu maior astro, a Argentina foi eliminada nas oitavas de final.No âmbito continental, Diego participou de três edições da Copa Amé-rica: 1979, 1987 e 1989; em nenhuma delas, os argentinos levantaram a taça. Ao todo, Maradona disputou 91 partidas com a camisa “Albice-leste” marcando 34 gols.Após seu afastamento dos gramados, Maradona inicia um tratamento

contra as drogas, em Cuba, no ano 2000. No mesmo ano, é proces-sado por fotógrafos cubanos, por ele agredidos. Sofre um acidente automobilístico em Havana, no mês de setembro, quando ele destrói a caminhonete que dirigia, escapando ileso. Em dezembro, é eleito, pelo voto popular dos internautas, como melhor jogador do século XX, em concurso patrocinado pela FIFA; no mesmo certame, Pelé é eleito como tal, no pleito entre os jornalistas esportivos do mundo todo. Para não se encontrar com o brasileiro, ele se retira da festa onde ambos receberiam seus prêmios.Em abril de 2004, Diego Maradona foi internado na Clínica Suíço-Ar-gentina, em Buenos Aires, com problemas cardíacos e infecção pulmo-nar, tendo sido constatada uma “overdose” de cocaína. Ficou em coma, duante oito dias, respirando por aparelhos. Foi internado por mais cinco meses, a partir de maio do mesmo ano, após seu médico ter afirmado que aquela era sua última chance de salvar a própria vida. Em seguida, voltou a Cuba, para continuar seu tratamento. Posteriormente, o próprio Diego afirmou que encontrou forças para lutar contra as drogas, graças à sua filha Giannina.Recuperado, em 2005, Maradona confirmou a versão de que o mas-sagista da seleção argentina serviu água com sonífero ao lateral Branco, do Brasil, no jogo entre as duas equipes, pela Copa do Mundo de 1990. Essa versão, entretanto, é contestada por outros integrantes do time argentino. Diego submeteu-se a uma cirurgia para redução de estômago, em Cartagena, na Colômbia, para perder cerca de 50 kg e voltar a pesar 75 kg. Tornou-se, a seguir, apresentador de sucesso, em um “talk show” da TV argentina. Em março de 2007, foi novamente internado em hos-pital, por causa de uma crise hepática, provocada por abuso de bebidas alcoólicas.Em outubro de 2008, finalmente, Maradona conseguiu concretizar seu sonho, já tantas vezes revelado, de ser chamado para dirigir a Seleção da Argentina. Teve um bom começo na disputa da Copa do Mundo de 2010, porém os portenhos foram eliminados, na partida das quartas-de-final, contra a Alemanha, goleados por 4x0. Em 27 de julho de 2010, Diego Armando Maradona recebeu a comunicação do seu desligamento do comando da “albiceleste”.Até hoje, os torcedores argentinos reverenciam Maradona como se ele

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fosse quase uma divindade. O estádio do “Argentinos Juniors”, clube que o revelou, foi rebatizado como Estádio Diego Armando Maradona.Gabriel Omar Batistuta nasceu em Reconquista, cidade no norte da Província de Santa Fé, no dia 1º de fevereiro de 1969. Iniciou-de no esporte, praticando basquetebol. Em 1986, com dezessete anos, entu-siamado com a conquista da Copa do Mundo pela Argentina, trocou de modalidade esportiva, aderindo ao futebol, no “Newell’s Old Boys”, de Rosario. Estreiou na equipe principal, em 1988, e disputou a Copa Lib-ertadores, chegando ao vice-campeonato. Foi transferido para o “River Plate”, em 1989. Não teve espaço no time de “Los Millonarios” e foi cedido ao rival “Boca Juniors”, para a temporada seguinte.A divisão do campeonato argentino em duas partes (“Apertura” e “Clau-sura”) teve início em 1990/91. Foi justamente na primeira “Clausura”, vencida pelo “Boca” de forma invicta, que Gabriel Batistuta começou a mostrar seu imenso talento de goleador. Participou, em seguida, com brilho da Libertadores, mas o clube dos “xeneizes” acabou derrotado, na semifinal, pelo “Colo Colo”, do Chile. Ainda em 1991, recebeu sua primeira convocação para a Seleção da Argentina, que ganhou a Copa América, tendo ele conquistado a artilharia do certame.Com 1,85 m de altura, Batistuta era excelente cabeceador, e, embora destro, chutava forte com ambos os pés. Mereceu o apelido de “Batigol” pelo seu grande oportunismo, que o fazia estar no lugar certo, na hora certa. Jogava com muita raça e valentia, mas pecava, às vezes, pelo excesso de individualismo.Suas ótimas atuações pela seleção o credenciaram para ser contratado pela “Fiorentina”, da Itália, em 1991. Superadas as iniciais dificuldades de adaptação, Batigol marcou treze vezes, em sua primeira temporada, no exageradamente defensivo futebol italiano da época. Na temporada seguinte, foram dezesseis tentos seus, mas a equipe “viola” foi rebaix-ada. Entretanto, os gols de Batistuta contribuíram decisivamente para a conquista do título da Série B, em 1993/94, e o retorno do clube de Florença à Série A do “calcio”, na temporada seguinte. E, com 26 gols, em 1994/95, ele foi o artilheiro do campeonato. Conquistou a Copa da Itália, na temporada 1995/96 e a Supercopa Italiana, em 1996. Manteve-se fiel à “Fiorentina” durante muitos anos, o que lhe valeu uma estátua oferecida pelos “tifosi gigliati”. Em 2001, transferiu-se para a “Roma”.

Batistuta foi campeão da Série A, logo no seu primeiro ano defendendo o clube da capital, que ganhou, também, a Supercopa da Itália, em 2001. Entretanto, não foi muito feliz na temporada 2001/02 e acabou sendo emprestado à “Inter” de Milão. Antes do término do campeonato 2002/03, Batigol foi para o Qatar, seduzido por vantajosa proposta do “Al-Arabi-Doha”, com o qual foi campeão e artilheiro da liga local, em 2004. Pendurou as chuteiras em Doha, capital e principal cidade do emirado, em 2005, aos 36 anos de idade.Na seleção platina, após suas boas apresentações na Copa América de 1991, Batistuta voltou a ser campeão do mesmo torneio, em 1993, além de ter conquistado, em 1992, a Copa das Confederações. Participou, em seguida, das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, nas quais a Argentina obteve a qualificação com muita dificuldade, na repescagem. Nos Estados Unidos, marcou três gols na vitória sobre a Grécia, no jogo de estréia. A vitória seguinte, sobre a Nigéria, foi ofuscada pelo episódio do “doping” de Maradona, que foi expulso da competição. Os portenhos, derrotados pela Bulgária, em seguida, terminaram sendo eliminados, no início da segunda fase, pela Romênia. O ano de 1995, também não foi feliz, tanto na Copa América como na Copa das Con-federações. Na Copa do Mundo de 1998, Gabriel Batistuta foi um dos vice-artilheiros, com cinco gols. A Argentina chegou às quartas-de-final, sendo eliminada ao perder para a Holanda, por 2x1. Em 2002, ele disputou seu terceiro mundial. Marcou o gol da vitória contra a Nigéria, mas os platinos foram precocemente eliminados, ainda na primeira fase. Batistuta, com dez gols, é o maior artilheiro da Argentina, em Copas do Mundo; e, também, o seu maior goleador, no cômputo total, com 56 tentos, em 78 partidas.Atualmente, é jogador de pólo. Sua última atividade, ligada ao futebol, foi a de trabalhar em favor da candidatura do Qatar para sede da Copa do Mundo de 2022.Javier Adelmar Zanetti nasceu em 10 de agosto de 1973, na capital argentina. Iniciou suas atividades no futebol, em 1991, no “Talleres”, da cidade de Córdoba. Começou sua carreira profissional no mesmo clube, em 1992, atuando na 2ª Divisão. Transferiu-se, em 1993, para o “Ban-field”, clube da Grande Buenos Aires, passando a jogar na 1ª Divisão. Estreiou em setembro de 1993, em uma partida contra o “River Plate”.

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Defendeu a camisa alviverde do “El Taladro” até 1995, quando foi con-tratado pelo “Internazionale” da Itália.Zanetti tem 1,78 m de altura e pesa 75 kg. Polivalente, atua bem como lateral (esquerdo ou direito) ou como volante. Seu jogo é limpo e eficaz. Sua característica mais marcante é a regularidade e a confiança que transmite aos companheiros e ao técnico. Líder nato, usa a braçadeira de capitão com segurança e serenidade. Estreiou na Seleção Argentina em novembro de 1994, sob o comando técnico de Passarella. Participou da Copa América de 1995. Foi vence-dor dos Jogos Pan-Americanos, em 1995. Conquistou a medalha de prata no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos. Disputou a Copa do Mundo de 1998, na França, e a Copa América de 1999.Já no Século XXI, Zanetti jogou a Copa do Mundo de 2002, quando o técnico argentino foi Marcelo Bielsa. Participou da Copa América de 2004. Fez seu centésimo jogo com a camisa “albiceleste” na vitória so-bre o México, em 26 de junho de 2005, na Copa das Confederações. At-uou nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006, mas foi preterido pelo técnico José Pekerman para o certame na Alemanha. Em 2007, voltou a ser convocado para a seleção, pelo novo treinador Alfio Basile. Realizou uma partida brilhante em fevereiro de 2007, conquistando a vitória no amistoso contra a França. Disputou a Copa América de 2007, passando a ser o capitão do time portenho. Em 17 de novembro de 2007, tornou-se o jogador recordista de atuações pela seleção, em jogo contra a Bolívia, válido pelas eliminatórias para a Copa do Mundo. Sob as ordens do novo técnico Maradona, cedeu a braçadeira de capitão para Mascherano. Não foi chamado para o campeonato mundial de 2010, na África do Sul. No segundo semestre, Zanetti foi convocado pelo novo técnico Sergio Batista para enfrentar a Espanha, em amistoso, no dia 7 de setembro de 2010, em Buenos Aires. Recebeu, então, junto com Batistuta, significativa homenagem da AFA. Até o momento, participou de 138 partodas pela “Albiceleste”.A fase mais gloriosa da carreira de Javier Zanetti teve início em agosto de 1995, quando estreiou no “Inter”, em Milão. Vem transcorrendo, desde então, sempre com a camisa “nerazzurra”, tendo maior destaque, nos últimos cinco anos. Conquistou os seguintes títulos: Copa da UEFA,

em 1997/98; Copa da Itália, em 2004/05, 2005/06 e 2009/10; Campeão Italiano da Série A de 2005/06, 2006/07, 2997/08, 2008/09 e 2009/10; Supercopa da Itália, em 2005, 2006, 2008 e 2010; Liga dos Campeões da UEFA de 2009/10 e Campeão do Mundo de Clubes da FIFA, em 2010.Zanetti, que já fez mais de 700 jogos pelo “Foolball Club Internazionale Milano”, é o seu capitão e, com 37 anos, o jogador mais velho e experi-ente.Ariel Arnaldo Ortega nasceu em Libertador General San Martin, Depar-tamento da Província de Misiones, no dia 4 de março de 1974. Levado por Daniel Passarella, começou no “River Plate”, em 1991, aos 17 anos. Vestiu a camisa branca com a faixa vermelha até 1997, tendo se tornado uma referência na vitoriosa equipe que conuistou: Torneio “Apertura” de 1991, 1993, 1994 e 1996; e Copa Libertadores da América, em 1996.Com 1,70 m de altura e peso de 64 kg, Ortega é um meio-campista ofensivo, dotado de excelente técnica, com ótimos dribles e chutes precisos. Estreou na Seleção Argentina em 1993. Disputou as Copas do Mundo de 1994 (Estados Unidos), 1998 (França) e 2002 (Coréia do Sul e Japão). Ganhou medalha de ouro, nos Jogos Pan-Americanos de 1995, e de prata, nas Olimpíadas de 1996. Entre 1993 e 2010, disputou 87 partidas pela “Albiceleste”, assinalando 17 gols.Apelidado de “Burrito”, transferiu-se para o “Valencia”, em 1997, jogando na Liga Espanhola até 1998, quando foi para a Itália, con-tratado pelo “Sampdoria”. Defendeu as cores do clube de Gênova até 1999, ano em que se mudou para a cidade de Parma, passando a jogar pelo clube local, de mesmo nome. Disputou a Série A do “calcio” pelo “Parma Football Club” até 2000, quando retornou ao país natal e ao seu clube de origem. Com o “River”, foi campeão da “Clausura” de 2002. No mesmo ano, foi para o “Fenerbahçe” da Turquia. Em 2004, voltou para a Argentina, atuando pelo “Newell’s Old Boys”, com o qual ven-ceu a “Apertura” de 2004. Retornou, novamente, ao “River Plate” em 2006.Sobrevieram, então, os problemas decorrentes do alcoolismo, que mo-tivaram o seu empréstimo, no início da temporada 2008/09, ao “Inde-pendiente Rivadavia”, da cidade de Mendoza, que compete na segunda divisão. Logo, porém, regressou a Buenos Aires e ao clube de “Los

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Millonarios”. Participou da campanha vitoriosa do “River” na “Clau-sura” 2008, mas teve uma recaída alcoólica em 2009. Atualmente, está emprestado ao “All Boys”, do bairro Floresta, em Buenos Aires, recém-promovido, após trinta anos, à Primeira Divisão. Juan Sebastián Verón nasceu em 9 de março de 1975, na cidade de La Plata, capital da Província de Buenos Aires. Em 1993, começou sua carreira no “Estudiantes”, da sua cidade natal, mesmo clube no qual seu pai, “La Bruja Verón”, fez história. Juan Sebastián estreiou na equipe principal em 1994. Conquistou o campeonato argentino da série B em 1995.Meio campista dotado de técnica invejável, destro, com 1,86 m de altura, efetua passes com extraordinária precisão e é excelente cobrador de faltas. Recebeu o apelido de “La Brujita”, diminutivo da alcunha paterna.Defendeu a camisa alvirubra dos “pincharratas” até 1996, quando se transferiu para o “Boca Juniors”. Não se demorou entre os “xeneizes”, pois, no mesmo ano, foi para a Itália, contratado pela “Sampdoria”. Jogou palo clube de Gênova até 1998, quando se transferiu para o “Parma”. Venceu a Copa Itália da temporada 1998/99. Em seguida, rumou para a capital italiana, passando a atuar pala “Lazio”. Com a equipe romana, foi Campeão Italiano na temporada 1999/2000; e, no mesmo ano 2000, conquistou a Copa da Itália e a Supercopa Italiana. No ano seguinte, mudou-se para a Inglaterra, indo jogar no “Manches-ter United”. Ganhou o Campeonato Inglês de 2002/03. Entretanto, não fez muito sucesso no futebol britânico. Transferido, em 2003, para o “Chelsea”, foi emprestado pelos “blues” ao “Inter” de Milão, em 2004. De volta à península itálica, reencontrou a alegria profissional, conqui-stando duas Copas Itália (2004/05 e 2005/06); duas Supercopas da Itália (2005 e 2006); e um “scudetto” do Calcio Série A (2005/06).No final da temporada 2005/06, foi contratado, novamente, pelo seu clube de origem, e Verón retornou à sua terra natal. Com o “Estudi-antes”, venceu o Campeonato Argentino (“Apertura”), em 2006. Foi Vice-Campeão da Copa Sul-Americana de 2008, e Campeão da Taça Libertadores em 2009; e, outra vez, Campeão Argentino (“Apertura”), em 2010. Pela Seleção da Argentina, Verón jogou os campeonatos mundiais

de 1998 e 2002. Não foi convocado para a Copa do Mundo de 2006. Voltou a vestir a camisa azul e branca, na Copa América de 2007. Participou das eliminatórias para a Copa de 2010 e do torneio na África do Sul. Após o fracasso da equipe comandada por Maradona, Juan Sebastián Verón declarou, em 27 de agosto de 2010: “Meu ciclo na seleção terminou” e “Sou realista e não me vejo em outra Copa do Mundo”.Hernán Jorge Crespo nasceu no dis 5 de julho de 1975, em Florida, bairro de Vicente Lopez, na Grande Buenos Aires. Começou suas ativi-dades futebolísticas nas divisões de base do “River Plate”, em 1988. Com dezoito anos, em novembro de 1993, estreou na equipe princi-pal, enfrentando o “Newell’s Old Boys”. Com o time da “banda roja”, ganhou os títulos da “Apertura” de 1994 e 1996; e contribuiu decisiva-mente, com seus gols, para a conquista da Copa Libertadores da Amé-rica, em 1996. Em agosto desse mesmo ano, deixou Buenos Aires para seguir carreira no futebol europeu.Crespo, com 1,84 m de altura, é um atacante que se caracteriza por sua excelente presença na área adversária. É ótimo cabeceador e, embora destro, chuta forte e preciso com ambos os pés. É um grande goleador, graças ao seu aguçado oportunismo.Contratado pelo “Parma” em agosto, estreiou no futebol italiano em ou-tubro de 1996. Com o time da Região Emília-Romanha, Hernán Crespo venceu a Copa da Itália e a Supercopa Italiana, ambas em 1999. Con-quistou, no mesmo ano, os títulos internacionais da Copa UEFA e da Supercopa Européia. Transferiu-se, em 2000, para a “Societá Sportiva Lazio”, de Roma. Pela equipe “biancazzurra”, ganhou a Supercopa Itali-ana de 2000 e tornou-se o artilheiro da Série A, na temporada 2001/02, com 26 gols marcados. Em 2002, foi cedido ao “Inter” de Milão. Teve a infelicidade de sofrer uma lesão muscular, que o afastou dos gramados por quatro meses.Foi tentar a sorte no futebol inglês, em 2003, contratado pelo “Chelsea”. Disputou 19 jogos pelos “blues”, marcando 10 gols, mas foi prejudi-cado por seguidas lesões. Cedido por empréstimo, retornou à Itália, em 2004, para jogar no “Milan”, voltando a apresentar um bom rendimento. Conquistou a Supercopa Italiana de 2004, com a camisa rubronegra. En-frentando o “Liverpool”, na final da Liga dos Campeões desse mesmo

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ano, a equipe de Milão terminou o primeiro tempo, vencendo por 3x0, com dois gols de Crespo; os “reds” reagiram na etapa complemrntar, empatando o jogo, e ganharam a decisão por pênaltis. Em 2005, voltou para Londres e foi Campeão da Inglaterra na temporada 2005/06, com o clube da “Fulham Road”. Novamente emprestado, Crespo mudou-se outra vez para Milão, para atuar pelo “Inter”. Com o time “neroaz-zurro”, conquistou o “scudetto” da temporada 2006/07. Terminado o empréstimo, foi contratado pelo clube milanês, em 2008. Entretanto, sofreu várias contusões e ficou no banco de reservas, durante boa parte da temporada 2008/09. Trnsferiu-se para o “Genoa”, em 2009, mas foi curta sua permanência na equipe dos “Grifoni”, pois assinou, no final de janeiro de 2010, contrato com o “Parma Football Club”.Estreiou na Seleção Argentina em fevereiro de 1995. No mesmo ano, recebeu a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos, realizados em Mar Del Plata. Em 1996, com a seleção sub-23, conquistou a medalha de prata, nas Olimpíadas de Atlanta, tendo sido o artilheiro, com seis gols. Participou das Copas do Mundo de 1998 (França), 2002 (Coréia do Sul – Japão) e 2006 (Alemanha), tendo assinalado quatro gols. Dis-putou a Copa América de 2007, na qual a Argentina obteve o segundo lugar. Fez, ao todo, 70 partidas pela “Albiceleste”, marcando 41 gols.Crespo é o maior goleador do “Parma”, tendo assinalado, até o final de 2010, oitenta e quatro gols em cento e setenta e quatro jogos.Juan Pablo Sorin nasceu no dia 5 de maio de 1976, em Buenos Aires. Iniciou sua carreira profissional no “Argentinos Juniors”, em 1994. Sua primeira convocação para usar a camisa “albiceste” da Seleção Argen-tina ocorreu em 1995, tendo se sagrado Campeão Mundial, na categoria sub-20. No segundo semestre de 1995, transferiu-se para a “Juventus”, de Milão, mas não foi feliz no futebol italiano. Retornou à Argentina, em 1996, passando a defender o “River Plate”. Vestindo a camisa bran-ca com faixa vermelha, conquistou vários títulos: “Apertura”, de 1996, 1997 e 1999; “Clausura”, em 1997; Copa Libertadores da América de 1996; e a Supercopa dos Campeões da Libertadores, em 1997.Sorin, que tem o apelido de “Juampi”, é canhoto e mede 1,73 m de altura. Lateral esquerdo eficaz, jogava com muita raça e tinha a carac-terística de aparecer como elemento surpresa no ataque, chutando em gol, muitas vezes.

Transferido para o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte, em 2000, venceu, no mesmo ano, a Copa do Brasil, tornando-se um ídolo da torcida do clube mineiro, onde atuou até 2002. Voltou para a Itália, contratado pela “Societá Sportiva Lazio”, de Roma. Depois de uma temporada e meia, o clube italiano, com problemas financeiros, o emprestou ao “Barcelona”, da Espanha. Estreiou no clube catalão em fevereiro de 2003 e, embora tenha feito boas atuações no futebol espanhol, foi transferido, no meio do mesmo ano, para o “Paris Saint-Germain”, da França, ainda sob empréstimo. Com o PSG, conquistou a Copa da França, de 2004. No mesmo ano retornou ao Brasil, emprestado ao “Cruzeiro”. Sua segunda passagem pelo time azul foi breve, pois se transferiu, ainda em 2004, para o “Villarreal”, voltando para a Espanha. Foi um dos esteios da campanha do “submarino amarelo” na Liga dos Campeões da UEFA.Após disputar, na Alemanha, a Copa do Mundo de 2006, (na qual a Argentina foi eliminada pela seleção anfitriã, nas quartas de final, ao perder a decisão por pênaltis), Sorin assinou contrato com o “Ham-burgo”. Nos dois anos em que jogou no clube, da cidade portuária do norte da Alemanha, sofreu muitas lesões, motivo pelo qual disputou apenas 24 partidas. Assim, ao encerrar seu contrato em julho de 2008, Juampi voltou, mais uma vez, para o “Cruzeiro”. Recuperou-se, na Toca da Raposa, e foi Campeão Mineiro em 2009. Seu último jogo foi um festivo amistoso entre a “Asociación Atlética Argentinos Juniors” (seu primeiro clube) e o “Cruzeiro Esporte Clube” (clube que conquistou o seu coração, degundo ele próprio), em 4 de novembro de 2009, em Minas Gerais.Pela Seleção Argentina, Sorin disputou, entre 1995 e 2006, setenta e seis jogos e marcou doze gols. Juan Román Riquelme nasceu em Buenos Aires, no dia 24 de junho de 1978. Começou nas categorias de base do “Argentinos Juniors”. Mas, ainda como amador, transferiu-se para o “Boca Juniors”. Sua carreira profissional teve início em 1996, no mesmo clube. Riquelme vestiu a camisa auriazul até 2002, tendo sido Campeão Argentino, em 1998 (Apertura), 1999 (Clausura), e, novamente, na Apertura, em 2000. No mesmo ano, conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes. Bisou a vitória na Libertadores, em 2001, ano em que foi considerado o melhor jogador sul-americano.

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Apelidado de “Topo Gigio”, Riquelme tem 1,85 m de altura e é um meio-campista ofensivo, dotado de excelente técnica e estilo de refinada classe. Celebrizou-se por suas magníficas cobranças de tiros livres, com força e precisão.Com a Seleção da Argentina, foi Campeão Sul-Americano e Mundial, em 1997, na categoria sub-20. Foi considerado o melhor jogador da Copa América de 2007. Conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2008. Entre 1997 e 2009, disputou 54 jogos pela “Albiceleste”, mar-cando 18 gols. Transferido, em 2002, para o “Barcelona”, ficou apenas um ano no clube catalão. Em 2003, foi contratado pelo “Villarreal”, da cidade de mesmo nome, na província espanhola de Castellón. Efetuou 106 parti-das pelo “Submarino Amarelo”, marcando 36 gols. Regressou à Argen-tina, em 2007, cedido por empréstimo ao “Boca”, com o qual ganhou sua terceira Copa Libertadores. A sua contratação definitiva, pelo mais popular clube argentino, ocorreu em janeiro de 2008. Participou, então, de mais uma conquista: a “Apertura” de 2008.Dario Leonardo Conca nasceu em General Pacheco, Província de Bue-nos Aires, no dia 11 de maio de 1983. Começou no futebol nas divisões de base do “Clube Atlético Tigre”, tendo estreiado na segunda divisão do campeonato argentino, em 1998, com apenas quinze anos. No mesmo ano, transferiu-se para o “River Plate”, assinando um contrato válido até 2007. Jogou pelo clube da “banda roja” até 2004, quando o novo treinador, Leonardo Astrada, decidiu não aproveitá-lo. Dario foi emprestado para o “Universidad Católica”. No Chile, foi Campeão do Torneio “Clausura”, de 2005. Ficou dois anos no clube de Santiago, retornando à Argentina, em 2006, para atuar no “Rosario Central”, tam-bém por empréstimo. Em 2007, ainda sob empréstimo, Conca passou a jogar pelo “Vasco”. Ao término do empréstimo, em janeiro de 2008, o “River Plate”, que ainda detinha seus direitos federativos, negociou sua transferência para o “Fluminense”, igualmente do Rio de Janeiro.Dario Conca é canhoto, tem 1,69 m de atura e pesa 58 kg. Meia apoia-dor, tem excelente visão de jogo e é dotado de muita habilidade, efetu-ando dribles curtos espetaculares em espaços reduzidos, e fazendo ótimas assistências para seus companheiros atacantes. É exímio cobra-dor de faltas.

Conca atingiu seu auge no tricolor carioca. Foi um dos destaques na magnífica campanha do vice-campeonato da Taça Libertadores da América, em 2008. No ano seguinte, faltando poucas rodadas para o término do Campeonato Brasileiro, todos os analistas esportivos davam como certo o rebaixamento do clube das Laranjeiras. Com o apoio da sua torcida, a equipe do “Fluminense”, que ficou conhecida como “time de guerreiros”, encetou uma sensacional reação que o livrou do de-scenso. Dario Conca foi um dos esteios da espetacular recuperação. Em 2010, foi o único jogador do clube da Rua Álvaro Chaves que partic-ipou de todas as partidas da bela jornada que culminou com a conquista do título de Campeão Brasileiro. Conca foi eleito o melhor jogador da competição. Recebeu, também, a “Bola de Ouro” da revista “Placar”. Após o término do certame, foi submetido a uma artroscopia no joelho, Seu contrato com o “Fluminense” foi renovado até dezembro de 2015. Carlos Alberto Tévez, batizado como Carlos Alberto Martinez, e tam-bém conhecido como Carlitos Tévez, nasceu em Ciudadela, na Grande Buenos Aires, no dia 5 de fevereiro de 1984. Seu início foi na equipe infantil do “All Boys”, em 1992. Ficou no modesto alvinegro da capital platina até 1996. Chamado por Raúl Maddoni, foi para os juvenis do “Boca Juniors”, do qual era torcedor, em 1997. Os 44 gols, que marcou em seus dois primeiros anos como “bocanero”, levaram-no à seleção sub-15. Em 2000, foi chamado pelo técnico Carlos Bianchi para se in-corporar ao elenco principal dos “xeneizes”. Sua estréia, porém, só ac-onteceu em outubro de 2001. Com a saída de Riquelme do “Boca”, no segundo semestre de 2002, Tévez assumiu o papel de regente do time, substituindo o seu antigo ídolo. Seguiram-se as conquistas dos títulos: Campeonato Argentino (“Apertura”), de 2003; Copa Libertadores, em 2003; Copa Intercontinental, de 2003: e Copa Sul-Americana, em 2004. Entretanto, Carlitos protagonizou alguns episódios inconvenientes, que repercutiram mal. Na comemoração de um gol no “superclásico”, debo-chou da torcida do “River” e foi expulso, ao tirar a camisa. Passou a ser assíduo freqüentador da vida noturna portenha, e rompeu o seu noivado com a namorada de infância, que estava grávida, trocando-a por uma famosa modelo. Com a nova namorada, viajou para a praia brasileira de Búzios, só retornando na véspera de outro “superclásico”. No final de 2004, foi acertada sua transferência para o “Corinthians”, de São Paulo,

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graças à sua contratação pela “Media Sports Investment (MSI)”.A jornada brasileira de Carlitos Tévez começou no início de 2005, tendo sido imediata sua identificação com a fanática torcida corintiana, graças à sua disposição e dedicação em campo. Por outro lado, sua vida pes-soal entrou nos eixos, ao retomar o relacionamento com a ex-noiva e a filha, Florencia, que nascera. O “Corinthians” foi o Campeão Brasileiro de 2005, embora de forma polêmica, e Tévez foi escolhido, sem con-testações, como o melhor jogador da competição, recebendo a Bola de Ouro da Revista “Placar”.A eliminação do “Corinthians” pelo “River Plate”, nas oitavas de final da Taça Libertadores, em 2006, no Estádio do Pacaembu, despertou a ira da torcida, cujos membros mais exaltados depredaram as insta-lações. Tevez ficou preocupado, pois sua pequena filha estava presente. Viajou, pouco depois, para Buenos Aires, onde se apresentou à Seleção da Argentina. Ao retornar da Alemanha, após ter disputado a Copa do Mundo, Carlitos foi surpreendido pela perda da braçadeira de capitão, retirada pelo técnico Emerson Leão, que não nutria simpatias pelos craques argentinos do time. A gota d’água que precipitou sua saída dos “mosqueteiros” foi a briga com os “Gaviões da Fiel”, surgida quando ele pediu silêncio aos torcedores que vaiavam a equipe, ao comemorar um gol contra o “Fortaleza”. Assim, a MSI negociou sua cessão para o “West Ham United”, da Inglaterra, no último dia antes do fechamento do mercado europeu, para o início da temporada 2006/07. O início de Tévez entre os “hammers” não foi feliz. Após dezenove partidas sem marcar, foi relegado ao banco de reservas. De volta ao time titular, marcou um gol na derrota contra o “Tottenham Hotspur”, em casa. Quando todos os analistas esportivos já davam como certo o rebaixamento do “West Ham”, a equipe reagiu nas ultimas nove ro-dadas, com excelentes atuações de Carlitos Tévez, autor de seis gols nas mesmas, inclusive o da vitória, no último jogo, contra o poderoso “Manchester United”, em seu estádio de “Old Trafford”. Seu desem-penho o credenciou para atuar pelo clube dos “Red Devils”, que obteve o seu empréstimo por duas temporadas.Sua estréia no time de Manchester aconteceu no dia 15 de agosto de 2007. Na Liga dos Campeões 2007/08, o “United” conquistou o título, vencendo o também inglês “Chelsea”, na final. Com os excepcionais

atacantes Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Carlos Tévez, a equipe comandada por Alex Ferguson foi também Campeã da “Premier League” e do Mundial Interclubes. Na temporada seguinte, Tévez não repetiu o sucesso anterior, e foi preterido, em favor do búlgaro Berba-tov, recém contratado. Sua última partida foi a derrota para o “Barce-lona”, na final da Liga dos Campeões de 2008/09.Carlitos deixou o “United”, mas continuou na mesma cidade do noroeste da Inglaterra, passando a defender o “Manchester City”. Demonstrou, com a camisa azul celeste, o mesmo espírito guerreiro, que o caracteriza, marcando 22 gols em 30 jogos, até abril de 2010. Após ter anunciado sua saída do clube, em virtude da ida de suas filhas para a Argentina, em decorrência do seu divórcio, Tévez foi covencido, pelo técnico Roberto Mancini, a permanecer nos “Citizens”, onde con-tinua jogando.Carlos Tévez é um atacante muito talentoso, com 1,73 m de altura e peso de 70 kg, que se caracteriza pela raça e empenho com que atua em todas as partidas, decisivas ou não.Sua primeira convocação para a Seleção Argentina, foi, ainda, na cat-egoria sub-15. Junto com Javier Mascherano, de quem se tornou amigo, Carlitos disputou um torneio em Wembley, no qual marcou um gol de bicicleta, contra a França. Em 2003, foi Campeão Sul-Americano, sub-20. No ano seguinte, venceu, também, o Torneio Pré-Olímpico. Com a Seleção Principal, participou da Copa América de 2004. Embora tenha sido reserva na maioria das partidas, jogou a final, contra o Brasil. Próximo ao término do jogo, com a vitória platina, até então, por 2x1, Tévez usou sua habilidade para fazer firulas, na tentativa de gastar o tempo. Entretanto, a Seleção Brasileira conseguiu empatar, com um gol de Adriano, nos descontos. Na decisão por pênaltis, os brasileiros levaram a melhor, ganhando o título. Ainda em 2004, nas Olimpíadas da Grécia, Tévez foi o grande nome da campeã Argentina, tendo sido o artilheiro do certame. De volta à seleção principal, disputou a Copa das Confederações de 2005, chegando à final, novamente vencida pelo Brasil. Convocado para a Copa do Mundo de 2006, ficou a maior parte dos jogos no banco de reservas, na Alemanha. Entrou no decorrer da partida contra Sérvia e Montenegro e marcou um dos mais belos gols da competição. A “Albiceleste” foi eliminada, nas quartas-de-final. Tévez

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abriu mão de quase a totalidade das férias, para participar da Copa América de 2007. A Argentina fez boa campanha, mas foi, outra vez, derrotada pelo Brasil, na partida final. Carlitos teve boa participação em sua segunda Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010, tendo marca-do dois gols. A equipe comandada por Maradona decepcionou, porém, no seu jogo das quartas-de-final, novamente derrotada pela Alemanha, pelo vexatório placar de 4x0.Javier Alejandro Mascherano nasceu em 8 de junho de 1984, na cidade de Santa Fé. Iniciou suas atividades no futebol, ainda menino, entre os infantis do “River Plate”. Sua primeira participação na seleção “al-biceleste” aconteceu na categoria sub-15, quando disputou um torneio em Wembley, oportunidade em que teve, como companheiro, Carlos Tévez, de quem se tornou amigo. Javier Mascherano começou sua car-reira profissional, em 2003, no clube do Monumental de Nuñez. Com o “River”, foi Campeão Argentino (“Clausura”) em 2003 e 2004.Mascherano tem 1,70 m de altura, é destro, e atua como volante. Joga um futebol sério e sóbrio, muito eficaz no desarme. Tem habilidade para sair jogando, com categoria, e armar, com eficiência, o contra-ataque. Apelidado de “El Jefe”, por comandar o meio-de-campo, suas quali-dades fizeram-no ser convocado para a Seleção Argentina, em diversas ocasiões. Com o escrete sub-20, foi Campeão Sul-Americano, em 2003. Conquistou, no ano seguinte, a medalha de ouro, nas Olimpíadas de Atenas. Voltou a ser campeão olímpico em 2008, nos Jogos de Pequim, sendo o único jogador que participou das duas campanhas vitoriosas. Pela seleção principal, foi titular nas Copas do Mundo de 2006, na Alemanha, e de 2010, na África do Sul. Em ambas as oportunidades, a equipe platina foi derrotada pela Alemanha, nas quartas-de-final. Graças à interveniência da “MSI – Media Sports Investment”, Mascher-ano foi contratado pelo “Corinthians”, em 2005. Sua estréia, com atuação elogiada, aconteceu no dia 10 de julho, com uma vitória sobre o grande rival “Palmeiras”, por 3x1. Entretanto, por causa de uma lesão, ficou longo tempo inativo, e a sua temporada no Parque São Jorge acabou sendo apenas discreta, apesar de ter participado da conquista do Campeonato Brasileiro de 2005.Em 2006, seu contrato foi negociado pela “MSI” com o “West Ham United”, da Inglaterra. Foi breve a estadia de “Masch” no clube lon-

drino, pois se transferiu, no ano seguinte, para o “Liverpool”. Com os “Reds” de Anfield, ele atuou em 94 partidas, até 2010. A partir de 28 de agosto de 2010, Javier Mascherano é jogador do “Barcelona”.Lionel Andrés Messi nasceu em Rosário, no dia 24 de junho de 1987. Tinha apenas quatro anos quando começou a jogar futebol na catego-ria “baby” do “Abanderado Grandoli”, um pequeno clube, próximo da residência da família Messi. Lionel conseguia se sobressair, jogando entre garotos de até sete anos. Deixou o “Grandoli” e ingressou no time infantil do “Newell’s Old Boys”, ao completar sete anos. Quatro anos depois, porém, foi detectado um problema hormonal no menino, que retardava seu desenvolvimento ósseo e crescimento. O tratamento, caro, foi custeado, inicialmente, pela fundação onde seu pai trabalhava. Quando cessou o benefício patronal, o pai, Jorge Messi, negociou com o “Newell’s” a continuidade do tratamento, mas só obteve do clube um pequeno auxílio. insuficiente para o custeio. A conjunção de difer-entes circunstâncias alterou drasticamente o futuro dos Messi. A crise econômica da Argentina e uma parente que vivia em Lérida, na Cata-lunha, e se mostrou disposta a acolhê-los, fizeram com que a família se mudasse para a Espanha. Com treze anos e 1,40 m de altura, Lionel foi testado pelo “Barcelona” e, enfrentando garotos maiores e mais velhos, saiu-se muitíssimo bem. A sua excepcional habilidade impressionou muito o diretor esportivo Carles Rexach, que o contratou imediata-mente. O “Barça” também empregou seu pai, como olheiro e inform-ante. Com um tratamento mais intensivo, Lionel Messi cresceu 30 cm em 30 meses. Na temporada 2002/03, marcou 37 gols em 30 partidas, pela equipe juvenil. Despertou o interesse de Arsene Wenger, técnico do “Arsenal”, da Inglaterra. Mais do que depressa, o clube “blaugrana” prorrogou seu contrato, até 2012. Na Espanha, muitos o tratam por Leo-nel, o que resultou no apelido “Leo”. Messi é um meia ofensivo extremamente habilidoso. É canhoto, baixo (1,61m) e pesa 56 kg. Goleador nato, tem uma grande explosão mus-cular, que lhe permite alternar passadas lentas com dribles rápidos e arrancadas fulminantes. Tem uma incrível capacidade de assinalar gols definidores de vitórias em partidas decisivas, sendo alguns antológicos.Com apenas dezesseis anos, foi integrado ao elenco da equipe principal

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do clube catalão, na temporada 2003/04. Sua estréia aconteceu em um amistoso contra o “Porto”, na inauguração do Estádio do Dragão, em Portugal. O seu primeiro jogo de campeonato foi contra o “Espanyol”, mas o primeiro gol marcado por ele só ocorreu na temporada seguinte (2004/05).Messi recebeu, em 2005, a sua primeira convocação para a Seleção Argentina, na classe sub-20. Disputou o campeonato mundial da cat-egoria, sagrando-se campeão, conquistando a artilharia e sendo eleito o melhor jogador do torneio. O “Barcelona” renovou, outra vez, seu contrato, prorrogando-o até 2014. Foi chamado para a seleção principal, em 2006, visando à disputa da Copa do Mundo, na Alemanha. Marcou um gol na goleada de 6x0, sobre a Servia e Montenegro, mas ficou no banco de reservas, durante a maior parte do torneio, no qual a Argen-tina foi eliminada nas quartas-de-final. Teve participação de destaque na Copa América de 2007, na qual o escrete platino disputou a final, perdendo-a, por 3x0, para o Brasil. Conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 2008, em Atenas. Foi convocado para sua segunda Copa do Mundo, a de 2010. Teve bom desempenho na África do Sul, com atuações brilhantes, até a débâcle coletiva dos portenhos contra a Ale-manha, que venceu, por 4x0, a partida das quartas-de-final. Na temporada 2005/06, Leo conquistou definitivamente seu espaço entre os titulares da equipe “blaugrana”, que ganhou o bicampeonato es-panhol e a Liga dos Campeões, pela segunda vez, na história do clube. Messi assumiu o papel de principal astro do time, em 2008/09, quando o “Barça” obteve a “Tríplice Coroa” (Copa do Rei, La Liga, e Copa dos Campeões). Com lances geniais e vários gols marcados, foi o artilheiro da “Champions League”, com nove tentos. Em novembro de 2009, recebeu o “Ballon d’Or” da revista “France Football”. Em dezembro de 2009, o clube catalão ganhou o Mundial de Clubes da FIFA, vencendo o jogo final contra o “Estudiantes”, da Argentina, com um gol de Messi, na prorrogação. Logo em seguida, a FIFA o premiou como o Melhor Jogador do Mundo. Em janeiro de 2010, assinalou seu centésimo gol pelo “Barcelona” Lionel Messi foi novamente reconhecido, pela FIFA, como o melhor do mundo, em janeiro de 2011.Com a apresentação do breve resumo da vitoriosa carreira de Messi, completamos a lista dos maiores ídolos do futebol argentino, iniciada

com Luís Monti, que nasceu em 1901, e participou da primeira edição do campeonato mundial.Na primeira Copa do Mundo, disputada em 1930, no Uruguai, a Seleção Argentina foi Vice-Campeã, com a seguinte campanha: 6x3 México, 3x1 Chile, 6x1 Eatados Unidos, 2x4 Uruguai. No campeonato seguinte, em 1934, na Itália, a seleção portenha foi eliminada em sua primeira partida: 2x3 Suécia. A Argentina recusou-se a disputar a Copa de 1938, em protesto por ter sido escolhida a França para sediá-la, desrespeit-ando o acordo de rodízio entre países europeus e sul-americanos, então existente.Após a interrupção causada pela Segunda Guerra, a Copa do Mundo voltou a ser realizada em 1950, no Brasil. A Argentina, cujo futebol es-tava enfraquecido em virtude da greve de jogadores, ocorrida em 1948 e da qual resultou o êxodo de muitos craques, resolveu não participar. Da mesma forma, por determinação do próprio Presidente Perón, a AFA não se inscreveu para o campeonato de 1954, na Suíça.Em 1958, na Suécia, a seleção platina foi eliminada na primeira fase, com a seguinte campanha: 1x3 Alemanha Ocidental, 3x1 Irlanda do Norte, 1x6 Tchecoslováquia. A eliminação também ocorreu na primeira fase da Copa de 1962, no Chile, em razão dos seguintes resultados: 1x0 Bulgária, 1x3 Inglaterra e 0x0 Hungria. Na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, a seleção “albiceleste” chegou às quartas-de-final, graças à campanha: 2x1 Espanha, 0x0 Alemanha Ocidental, 2x0 Suíça, 0x1 Inglaterra. Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1970, no México, a Argentina não conseguiu sua qualificação, pois ficou no último lugar do Grupo 1 da América do Sul, composto por ela, Bolívia e Peru, que se classificou. Na Alemanha, em 1974, os platinos foram eliminados, na segunda fase, após: 2x3 Polônia, 1x1 Itália, 4x1 Haiti, 0x4 Holanda, 1x2 Brasil, 1x1 Alemanha Oriental.Em 1978, a Copa do Mundo foi disputada na Argentina. Sua seleção começou vencendo seus dois primeiros jogos, contra a Hungria e a França, pelo mesmo placar de 2x1. Embora derrotada pela Itália por 1x0, classificou-se como segunda colocada do seu grupo. Na segunda fase, passou a integrar um grupo no qual teve que enfrentar Polônia, Brasil e Peru. Venceu a Polônia por 2x0 e empatou com o Brasil, em 0x0. Por seu turno, a seleção brasileira, maior rival sul-americana, der-

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rotara o Peru por 3x0 e a Polônia por 3x1. Dessa forma, os canarinhos haviam assinalado seis gols e sofrido um, apresentando um saldo de cinco, ao término da segunda fase. Os argentinos, com saldo de dois, já conheciam os números, antes de enfrentar os peruanos, uma vez que a tabela ainda não estabelecia, como faz hoje, a obrigatoriedade de os jogos interdependentes serem na mesma data e horário. Sabiam, portanto, que precisavam aumentar seu saldo positivo em mais quatro gols, no mínimo, para superar o Brasil. Curiosamente, o Peru que, até então fizera uma companha razoável, tendo, na primeira fase, empatado com a Holanda, em 0x0, e derrotado a Escócia, por 3x1, e o Irã, por 4x1, esqueceu seu futebol, ao enfrentar os anfitriões. Além disso, o seu goleiro, Ramón Quiroga, argentino de nascimento, tomou uma indi-gestão de frangos e o resultado final foi Argentina 6x0. Classificada em primeiro no seu grupo, pelo saldo de gols, a seleção portenha disputou a final contra a Holanda, vencedora do outro grupo. A vitória, por 3x1, assegurou à Argentina seu primeiro título de Campeã Mundial. A equipe platina, sob o comando técnico de César Menotti, teve em Daniel Pas-sarela, seu grande líder e capitão. O artilheiro do certame foi o seu atacante Mario Kempes, escolhido como melhor jogador do torneio. Na Copa de 1982, na Espanha, a Argentina foi eliminada na segunda fase, obtendo a 11ª colocação entre 24 participantes, com a seguinte campanha: 0x1 Bélgica, 4x1 Hungria, 2x0 El Salvador, 1x2 Itália, 1x3 Brasil.A Argentina voltou a conquistar a Copa do Mundo de 1986, no México, sem contestações e com a genialidade de Maradona. A vitoriosa jor-nada foi: 3x1 Coréia do Sul, 1x1 Itália, 2x0 Bulgária, 1x0 Uruguai, 2x1 Inglaterra, 2x0 Bélgica e 3x2 Alemanha Ocidenttal. O jogo contra a In-glaterra ficou célebre por causa dos dois gols de Maradona. O primeiro, irregular, mas validado, ficou conhecido como “La mano de Dios”. O segundo foi uma verdadeira obra prima de grande mestre do futebol. Na final, contra a Alemanha Ocidental, muito bem marcado por Matthäus, Maradona não conseguiu marcar, mas deu o passe para Burruchaga assinalar o último gol, que somado aos anteriores de Brown e Valdano, garantiu a vitória e o título. Carlos Bilardo foi o técnico campeão; Pumpido, o melhor goleiro da competição; e Diego Armando Maradona ganhou a Bola de Ouro, como melhor jogador do torneio.

Na Itália, em 1990, apesar de estreiar na Copa com derrota, a Argentina conquistou o Vice Campeonato, com bom desempenho: 0x1 Camarões, 2x0 União Soviética, 1x1 Romênia, 1x0 Brasil, 0x0 Iugoslávia (3x2 pênaltis), 1x1 Itália (4x3 pênaltis) e 0x1 Alemanha Ocidental. A seleção platina tinha Carlos Bilardo como técnico e Maradona como grande as-tro, ainda. Mas o herói que levou os portenhos à final, graças às vitórias nos pênaltis em dois jogos decisivos consecutivos, foi o goleiro Goyco-chea. Um título conquistado pela Argentina na Copa de 90, mas que não a honra, foi a de ter sido a equipe que mais cometeu faltas (177), tendo recebido 23 cartões amarelos e 3 vermelhos.A Argentina classificou-se em 11º lugar (entre 24 seleções), na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, eliminada nas oitavas, com os resultados: 4x0 Grécia, 2x1 Nigéria, 0x2 Bulgária e 2x3 Romênia. Foi a triste quarta e última participação de Maradona em campeonatos mundi-ais, expulso do certame, após exame positivo de “doping”. Em 1998, na França, a seleção argentina foi a 6ª colocada de 32 participantes, com o seguinte desempenho: 1x0 Japão, 5x0 Jamaica, 1x0 Croácia, 2x2 Inglat-erra (4x3 pênaltis), e 1x2 Holanda.A primeira Copa do Mundo do Século XXI foi realizada, pela primeira vez, na Ásia, em 2002, tendo dois países anfitriões: Coréia do Sul e Japão. Não foi feliz a partcipação argentina, eliminada na primira fase e colocada em 18º lugar (32 disputantes), devido à sua campanha: 1x0 Ni-géria, 0x1 Inglaterra e 1x1 Suécia. Em 2006, na Alemanha, a Argentina chegou às quartas-de-final, classificando-se em sexto lugar (32 partici-pantes), com os jogos: 2x1 Costa do Marfim, 6x0 Sérvia e Montenegro, 0x0 Holanda, 2x1 México e 1x1 Alemanha (2x4 pênaltis).A África do Sul teve o privilégio de ser a primeira nação do continente africano a sediar uma Copa do Mundo, em 2010. A seleção argentina, tendo Maradona como técnico, chegou novamente à fase das quartas-de-final, mas foi goleada pela Alemanha. Obteve a quinta colocação (32 disputantes), após as seguintes partidas: 1x0 Nigéria, 4x1 Coréia do Sul, 2x0 Grécia, 3x1 México e 0x4 Alemanha.No âmbito continental, a argentina e a uruguaia são as seleções que mais venceram a Copa América (computados os antigos Campeona-tos Sul-Americanos): 14 vezes cada uma, enquanto o Brasil ganhou 8 edições. É também a Argentina a maior vencedora do torneio de futebol

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dos Jogos Pan-Americanos, tendo conquistado a medalha de ouro nos anos de 1951, 1955, 1959, 1971, 1995 e 2003. Os argentinos venceram o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e de 2008, em Pequim.

GILBERTO SALOMÃO, 8 DE FEVEREIRO DE 2011

_Puxa, o relato sobre o futebol de “los hermanos” deu trabalho, mas valeu a pena, exclamou Marcos, dando início ao bate-bapo na “Empada Brasil”, no Centro Comercial Gilberto Salomão._Realmente, ficou bem completo e bastante pormenorizado. Além disso, está isento e imparcial. Nem parece ter sido escrito por apaixonados torcedores brasileiros...comentou, com ironia, o inglês Brian Butler._Agradeço, em nome do Marcos e do meu próprio, retrucou Cristiano, sem se abalar com o tom irônico do amigo._Eu fiquei entusiasmado com a luta do Jorge Messi. pai do Lionel, para poder custeiar o tratamento do filho, comentou Pedro Paulo._De fato, um belo exemplo, digno de admiração, concordou Roberto Mauro. E acrescentou: _Imaginem a dor de cotovelo do “Newell’s Old Boys” por não ter aceitado bancar as despesas, da ordem de 900 dólares mensais._É um típico caso em que se aplica o dito popular “se arrependimento matasse...”. Parece-me que houve um contato, também, com o “River Plate”, manifestou-se o Marcos._Bem, agora, precisamos tratar da história do futebol na Espanha. Proponho que o relator seja o Cristiano, uma vez que foi o único de nós que esteve presente na Africa do Sul, assistindo à consagração de “La Furia”, sugeriu Pedro Paulo.Aceita a sugestão, e obtida a concordância do comerciante aposentado, que, como bom mineiro, gostava de trabalhar em silêncio, foi encerrada a reunião.

O FUTEBOL NA ESPANHA (1878-2010)

Dotada de vários portos (Barcelona, Bilbao, Cadiz, La Coruña, Málaga e Valência, entre outros), embora com inserção periférica na economia européia, a Espanha apresentava, no final do Século XIX, uma configu-ração territorial favorável à introdução de inovações, por diversas portas de entrada, quase simultâneamente.A difusão do futebol estava diretamente ligada ao poderio da Inglaterra, maior potência industrial da época. Era britânica a maior frota mercante do mundo, e os seus marinheiros, em suas horas de folga, nas diver-sas cidades portuárias do planeta, praticavam o futebol. Além disso, o esporte bretão se fazia presente nos locais de investimentos ingleses em território espanhol: mineração, ferrovias, infra-estrutura urbana e indústrias, em geral.Barcelona, Bilbao e Madrid formaram o tripé fundamental, a partir do qual, o futebol se consolidou como prática lúdica socialmente aceita, espalhando-se por toda a Espanha, nas três primeiras décadas do Século XX.Entretanto, não foram essas três cidades as pioneiras do futebol em ter-ritório espanhol. Em algumas localidades, a existência de portos ou a presença de empresas britânicas propiciaram a prática do futebol, ainda no Século XIX.Em Huelva, a Companhia Mineira de Rio Tinto tinha alguns operários, oriundos das ilhas britânicas, praticantes de futebol, em 1872. No ano seguinte, a exploração das minas passou a ser feita por empresa inglesa. Em decorrência, aumentou substancialmente o número de trabalhadores e funcionários adeptos do esporte. Em 1878, foi informalmente criado o “Rio Tinto Foot-ball Club”. Essa agremiação foi a semente da fundação, em 23 de dezembro de 1889, do “Huelva Recreation Club”, destinado à prática de diversos esportes, com destaque para o futebol, e legalmente registrado. Por ocasião da comemoração do IV Centenário do Descobri-mento da América, em 1893, foi realizada a “Copa de la Diputácion de Huelva”, primeiro troféu disputado na Espanha por equipes de futebol, entre as quais algumas formadas por nativos. Pode-se, assim, considerar Huelva como a cidade pioneira do futebol espanhol.Essa primazia foi logo superada por Bilbao, que, além de porto, era um

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centro industrial florescente no final do Século XIX e apresentava um grande movimento comercial. Tem-se registro de um desafio futebolís-tico, em 1894, entre naturais da cidade e britânicos que trabalhavam na capital vizcaína. Em 1898, fundou-se o “Club Athletic de Bilbao”, provando o desenvolvimento local do futebol.Barcelona, que também dispunha de movimentado porto, era o maior centro industrial do país, e sua população tinha o espírito cosmopolita e era adepta da modernidade, acolheu com simpatia, a partir de 1888, o futebol praticado por representantes comerciais, funcionários consu-lares, técnicos e engenheiros das numerosas indústrias, com as nacion-alidades inglesa, escocesa, irlandesa, alemã e suíça, principalmente, e, ainda, alguns animados catalãos. A “Football Associació de Cataluña”, fundada em 11 de novembro de 1900, foi, provavelmente, a primeira entidade federativa, criada em território espanhol. Em 1903, a cidade sediou um movimentado torneio de futebol, a Copa Barcelona, reun-indo oito participantes, entre equipes de bairros e times formados por estrangeiros.Madrid não tinha porto, nem era um grande centro industrial, mas seu tamanho (cerca de meio milhão de habitantes) e a sua condição de capi-tal nacional asseguravam-lhe conexões internacionais importantes. Por volta de 1890, professores da famosa “Escuela de Gimnasia” viajavam regularmente para Oxford e Cambridge, em busca de aperfeiçoamento. De volta à Madrid, introduziram o futebol. O novo esporte recebeu um acolhida muito boa, resultando na criação, em 1897, do “Football Sky”, agremiação que serviu de base, posteriormente, para a fundação do “Real Madrid Club de Fútbol”.O “Athletic Club” foi fundado, em 1898, por britânicos estabelecidos em Bilbao, em virtude da industrialização da cidade, e jovens da elite bilbaína, que haviam estudado na Grã-Bretanha. A partir de 1911, o clube, cuja equipe tinha diversos jogadores de origem britânica, passou a exigir que seus integrantes fossem todos nascidos na Provínvcia de Biscaia. Posteriormente, foram aceitos jogadores de províncias bascas vizinhas. A regra estatutária foi novamente abrandada para permitir a admissão de jogadores estrangeiros, desde que tivessem origens bascas. Atualmente, é permitida a contratação de estrangeiros não descend-entes, desde que tenham sido educados na cultura basca. Dessa forma, o

“Atlético de Bilbao” (como é conhecido na imprensa esportiva brasilei-ra) é um símbolo emblemático do orgulho basco. Durante o governo de Franco, em virtude da proibição do uso de outros idiomas, o clube foi obrigado a usar a denominação “Club Atlético de Bilbao”. Depois da morte do ditador, voltou a utilizar o nome original, em inglês.O “Fútbol Club Barcelona”, fortemente identificado com o nacional-ismo catalão, foi fundado em 29 de novembro de 1899. O “Barça” tavez seja, hoje, o clube de maior torcida, em termos mundiais. Em 2010, pesquisa, realizada por uma empresa alemã, avaliou em 57,8 milhões o número de seus torcedores europeus.O “Real Madrid Club de Fútbol” surgiu em 6 de março de 1902, por obra de ricos comerciantes espanhóis, a partir do núcleo do “Football Sky”, criado cinco anos antes. A primeira secretaria do novo clube funcionou na, então famosa, loja de modas “Al Capricho”, no centro de Madrid. O primeiro campeonato espanhol, denominado concurso de futebol, realizado em maio de 1902, reuniu seis clubes: dois de Bilbao, dois de Barcelona e dois de Madrid. O torneio, efetivado na capital, com apoio oficial e a presença do próprio Rei Dom Alfonso XIII, recebeu ampla cobertura da imprensa (fato incomum na época). O troféu disputado, a “Copa de la Coronación”, foi o embrião da atual “Copa Del Rey”.No entanto, a introdução, a difusão e o desenvolvimento do futebol no país ibérico encontraram sérios obstáculos de ordem sócio-cultural, es-pecialmente em lugares onde não havia uma vida esportiva consolidada.As objeções eram associadas à condição alienígena do esporte, à supos-ta extrema violência do mesmo, e à possível ameaça do jogo importado à tourada, arraigada tradição cultural, vista como esporte e diversão nacional. Três décadas foram suficientes para que o futebol superasse os óbices e suplantasse, em popularidade, a tauromaquia, considerada desde o Século XVIII a verdadeira festa nacional. A Real Federação Espanhola de Futebol foi fundada em 1909, tem sua sede em Madrid, e filiou-se à FIFA em 1913. A Seleção da Es-panha disputou suas primeiras partidas durante os Jogos Olímpicos de Amberes, em 1920. O ano de 1926 foi sumamente importante para a evolução do futebol na Espanha, uma vez que, após longos e acalorados debates, os

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clubes aprovaram o “Primer Reglamento del Fútbol Profesional Espa-ñol”. Em 1928, instituíu-se o Campeonato Nacional da Liga, definindo-se o seleto conjunto de dez clubes, componentes da elite. Foram eles os seis campeões da Copa de Espanha, os três vice-campeões, e mais uma vaga, atribuída ao vencedor do torneio, especialmente realizado para tal fim. A primeira edição da Liga foi disputada em 1929. As origens do “Real Madrid Club de Fútbol” remontam ao iní-cio de 1897, quando jovens estudantes da “Institución Libre de Ense-ñanza” criaram um clube de futebol chamado “Football Club Sky”. Em 1900, liderados por Julián Palacios, um grupo de jogadores dissidentes do “Sky” criou o “Madrid Foot Ball Club”, embrião do futuro “Real Madrid”. Em 6 de março de 1902, alguns aficionados pelo clube de futebol oficializaram a sua fundação, e instituiram a primeira diretoria do “Madrid”, que passou a ser presidido por Juan Padrós Rubio. No mesmo dia foi escolhida a cor branca para o uniforme oficial da equipe. Três dias mais tarde, foi realizada a primeira partida, entre dois times do clube: o vermelho, no qual jogou o antigo presidente informal, Julián Palácios; e o azul, pelo qual atuou o novo presidente formal, Juan Pa-drós. Os endereços do clube eram: os fundos da loja Al Capricho, de propriedade dos irmãos Padrós, onde funcionava a secretaria; e a tab-erna La Taurina, local de reunião e vestiário dos atletas, antes dos jogos. Os estatutos do “Madrid Foot Ball Club” foram aprovados pelo Governador Civil da Província, em abril de 1902. No dia 13 do mês seguinte, foi realizado o primeiro jogo contra o “Barcelona”, vencido pelos catalãos, por 3x1. Em compensação, o “Madrid” ganhou, por 3x2, a partida contra o outro clube de Barcelona, o “Español”. Essa vitória significou a conquista do primeiro troféu, a “Copa de la Gran Peña”. Em 8 de abril de 1903, o “Madrid” enfrentou o “Athletic” de Bilbao, na final da Copa do Rei, perdendo por 3x2. O clube se fortaleceu, absorvendo três pequenas equipes: “Mod-erno”, “Amicale” (onde jogavam os franceses radicados na capital es-panhola) e “Moncloa”, em1904. No mesmo ano, Carlos Padrós deixou a presidência da “Federación Madrileña de Clubs de Foot-Ball” e substi-tuiu seu irmão Juan, como presidente do “Madrid”. Em 18 de abril de 1905, a equipe madrilenha conquistou o título

da Copa da Espanha, vencendo a partida final contra o “Athletic”, por 1x0, com o gol marcado por Manuel Prats. Em 23 de outubro do msmo ano, por motivo da visita à Espanha do Presidente M. Loubet da França, foi organizdo um jogo amistoso internacional entre o “Madrid” e a equipe francesa do “Gallia Sport”, de Paris, terminando em 1x1. No ano seguinte, em 10 de abril, a vitória de 4x1 sobre o “Ath-letic”, de Bilbao, assegurou ao “Madrid” a Copa da Espanha, após ter vencido, no dia anterior, o “Recreativo Onubense”, formado pelos ingleses das minas de Tharsis, por 3x0. No dia 30 de março de 1907, o “Madrid” derrotou o “Vizcaya” por 1x0 (gol de Prats), conquistando pela terceira vez consecutiva a Copa da Espanha, e obtendo, consequentemente, sua posse definitiva. Em 13 de abril de 2008, ao vencer por 2x1 o “Sporting” de Vigo, o “Madrid” conseguiu sua quarta conquista seguida, no certame. No mesmo ano, Adolfo Melendéz assumiu a presidência do clube, suce-dendo a Carlos Padrós, que foi eleito Presidente Honorário. Ao se iniciar a segunda década do Século XX, o “Madrid” en-frenta severa crise. Um grupo de abnegados, entre os quais, Juan e Car-los Padrós, Manuel Prats, Pedro Parages e Santiago Bernabéu conseg-uem conter as deserções e, cientes de que precisam aumentar as receitas com o aumento de sócios e de espectadores, decidem construir um novo campo. Escolhido o terreno na área de O’Donnell, muitos deles põem, literamente, mãos à obra para dotar o “Madrid” de um excelente campo com as dimensões de 115 m de comprimento por 85 m de largura. Entrementes, continuaram a jogar futebol e foram recompensados com mais um título de campeão nacional, em 1917, vencendo o “Arenas de Guecho”, no dia 15 de maio, dedicado a San Isidro, padroeiro de Ma-drid. O dia 29 de junho de 1920 tornou-se histórico para o clube, pois Pedro Parages, que sucedera Melendéz como presidente, recebeu uma carta da “Mayordomia Mayor de S. M. El Rey Alfonso XIII”, cujo texto dizia: “Su Majestad El Rey (q. D. g.) se ha servido conceder com la mayor complacência el Título de Real a esse Club de Football, del que V. es digno presidente, el cual, en lo sucesivo, podrá anteponer a su de-nominación. De lo que Real orden participo a V. para su conocimiento y efectos consiguientes. Dios guarde a V. muchos años.”

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Após conceder ao Rei Afonso XIII o título de Presidente Hon-orário, o clube, já com o nome de “Real Madrid”, fez suas primeiras ex-cursões ao exterior: em Portugal, enfrentando o “Benfica” e o “Porto”; e na Itália, jogando nas cidades de Turim, Livorno, Bolonha e Gênova. Assim, encerrou a década, com um astral muito melhor que o do seu início. Na década seguinte (1921-1930), o “Real Madrid” tomou gosto pelas excursões ao exterior. Realizou jogos em diversos países da Eu-ropa e da América. Além disso, em apenas um ano, trocou de estádio duas vezes. Para atender à crescente demanda dos seus torcedores, a direto-ria, juntamente com o capitão da equipe, Santiago Bernabéu, entabolou negociações com as autoridades responsáveis pela administração das instalações esportivas da “Ciudad Lineal”, para a utilização do campo do velódromo, com capacidade para oito mil espectadores. Graças ao sucesso dos entendimentos, o jogo inaugural aconteceu no dia 29 de abril de 1923, com uma vitória do “Real” sobre o “Irún”, por 2x0, com dois gols de Úbeda. No ano seguinte, em 17 de maio, foi inaugurado o Estádio de Chamartin, cuja lotação era de 15.000 pessoas, construído pelo arquiteto José Maria Castell, antigo jogador do “Madrid”. A partida internacional contra o “Newcastle”, vencedor da Copa Inglesa, teve o chute inicial dado pelo Infante Don Gonzalo, e terminou com o triunfo da equipe espanhola por 3x2. Em agosto de 1925, o “Real Madrid” efetuou uma excursão pela Inglaterra, Dinamarca e França, colhendo resultados negativos. Na sua volta, é eliminado pelo “Barcelona”, nas quartas-de-final da Copa. No ano de 1927, a viagem foi mais longa. Foram 16 partidas na América, com 9 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. O ano de 1928 foi marcado pela estréia de Gaspar Rubio, que se transformou em novo ídolo da torcida local. Marco decisivo para a evolução do futebol espanhol foi a data de 10 de fevereiro de 1929, na qual teve início o primeiro novo Campe-onato da Liga, com dez clubes na Primeira Divisão, entre os quais o “Real Madrid”, que estreiou aplicando uma goleada de 5x0, no “Eu-ropa” de Barcelona. O consagrado craque Ricardo Zamora integrou-se à equipe de

“Los Blancos”, em setembro de 1930, fechando a década com chave-de-ouro. O Campeonato da Liga Espanhola, na temporada 1931-32, começou com um duelo, ombro a ombro, entre o “Real Madrid” e o “Athletic” de Bilbao, que só se definiu na última rodada, quando os bas-cos foram derrotados pelo “Santander”, e os madrilenhos, ao empatar com o “Barça”, sagraram-se campeões invictos, graças à sua excelente defesa comandada pelo grande goleiro Zamora. O duro duelo com o “Athletic” se repetiu na temporada 1932-33, quando novamente os merengues foram campeões. O “Real Madrid” reforçou-se, durante a campanha, com a aquisição de José Samitier, transferido do “Barcelona”, do qual era ídolo. Nas temporadas 1933-34, 1934-35 e 1935-36, o time branco da capital foi o vice, a um ponto do campeão (“Athletic”, “Betis” e “Ath-letic”, respectivamente). Entretanto, foi o Campeão da Copa, em 1934, derrotando o “Valencia” por 2x1, na partida final; e , em 1936, quando o jogo final foi o clássico contra o “Barcelona”, no dia 21 de junho, e o “Real Madrid”, com 10 jogadores, manteve, graças a Zamora, o placar favorável de 2x1. A épica vitória praticamente encerrou a década, no tocante ao futebol, pois sobreveio a Guerra Civil Espanhola que interrompeu as atividades esportivas durante três anos, destruiu o campo do clube e dispersou seus jogadores e sócios. A década 1941-1950 começou com o “Real Madrid”, quase destroçado, buscando novas contratações para substituir os craques perdidos durante a guerra ou que penduraram as chuteiras no período. Em 5 de abril de 1941 foi a vez de uma das maiores legendas do clube, o zagueiro Jacinto Quincoces, considerado um dos melhores do mundo, na época, fazer seu último jogo com o uniforme branco, antes de se aposentar. Nessa década, o “Real Madrid” não ganhou um título siquer no Campeonato da Liga. Foi o vencedor da Copa do Rei, em 1945/46 e 1946/47. Entre as poucas alegrias proporcionadas à sua torcida, a grande satisfação foi a causada pela inusitada goleada de 11x1, imposta ao rival “Barcelona”, em 13 de junho de 1943. O fato mais importante da década, para o futuro do “Real Ma-

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drid”, foi a escolha por unanimidade de Santiago Bernabéu para presidir o clube, em 15 de setenbro de 1943. Poucos meses depois, foi com-prado o terreno para a costrução de um novo estádio. Logo em seguida, foram iniciadas as obras. No que se refere diretamente ao time, a grande novidade foi a contratação do agora treinador Quincoces, seu ex grande zagueiro. Em 14 de dezembro de 1947, foi inaugurado o novo Estádio de Chamartin (hoje Santiago Bernabéu), com um jogo contra o “Belenens-es”, de Portugal, vencido pela equpe local por 3x1. Em janeiro de 1948, o “Real Madrid” contratou novo técnco, o inglês Keeping, que introdu-ziu o sistema WM entre os merengues. 1951 foi o início de uma brilhante década para o “Real Madrid”, quando começaram a ser planejados os festejos para o seu cinqüen-tenário, no ano seguinte. Em 6 de março de 1952, o clube comemorou seus cinqüenta anos e, entre os eventos realizados, destacou-se o Tor-neio Internacional, no qual foi vitoriosa a excelente equipe do “”Mil-lonarios” da Colômbia. No time “pirata” colombiano, pontificava um magnífico jogador argentino, Alfredo Di Stéfano, que encantou os torcedores e dirigentes espanhóis. Travou-se, então, uma intensa batalha entre o “Barcelona” e o “Madrid”, que negociaram, respectivamente, com o argentino “River Plate” (detentor legal dos direitos federativos do jogador) e com o clube colombiano (ilegal perante a FIFA), ao qual o craque estava efetivamente vinculado, visando à contratação de Di Stéfano. O impasse foi de tal ordem, que o Ministro dos Esportes da Es-panha interveio, propondo uma solução conciliatória, que não foi aceita pelo “Barça”. A estréia do argentino na equipe “blanca”, em 23 de se-tembro de 1953, deu início a uma nova era no “Real Madrid”, tamanha foi a sua contribuição para o fortalecimento do time e a identificação futura com o clube. Os merengues, com uma plêiade de craques, liderados por Di Stéfano, tornaram-se extremamente poderosos, conquistando o Campe-onato da Liga Espanhola em 1953/54, 1954/55, 1956/57 e 1957/58.Mais expressivas foram as cinco conquistas sucessivas da Copa dos Campeões da UEFA, em 1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958/59 e 1959/60.O pentacampeonato na mais importante competição européia foi obtido,

superando, em emocionantes jogos finais, os seguintes adversários, em ordem cronológica: “Stade Reims”, “Fiorentina”, “Milan”, “Stade Reims” e “Eintracht”, de Frankfurt. A partir de agosto de 1958, o “Real Madrid” contou com o fomidável reforço do extraordinário Ferenc Puskás, e ainda contratou, em 1959, o habilidoso ponta-direita brasileiro Canário. Para coroar a espetacular atuação do time nos anos cinqüenta, veio a conquista, em nível mundial, da Copa Intercontinental, super-ando o “Peñarol”, do Uruguai, por 5x1, em 1960, último ano da década. A supremacia do “Real Madrid”, dentro do cenário espanhol, continuou absoluta no período 1961 – 1970, o que é atestado pela vitória em oito dos dez campeonatos da Liga disputados: 1960/61, 1961/62, 1962/63, 1963/64, 1964/65, 1966/67, 1967/68 e 1968/69. No plano internacional, porém, surgiram outros times europeus suficientemente fortes para fazer frente à poderosa equipe de Madrid. Em função da apoentadoria de seus grandes ídolos emblemáticos, como Di Stéfano e Puskás, o clube espanhol precisa se renovar, contratando novos jovens valores, que foram apelidados de “ye-yés”. Assim, o único título da Liga dos Campeões da UEFA, conquistado pelo “Real Madrid”, na década, ocorreu na temporada 1965/66, com um time que mesclava veteranos craques consagrados e talentos promissores, em início de carreira. O primeiro ano da nova década se iniciou de forma triste para os merengues, pois, em sua primeira disputa da Recopa Européia, foram derrotados (2x1) pelo “Chelsea”, de Londres, no dia 21 de maio de 1971. Essa foi, também, a última partida oficial do veloz e hábil ponta espanhol Paco Gento, com a camisa branca, após 18 anos de brilhante carreira. No âmbito interno, a hegemonia “madridista” voltou a se fazer presente, nas seguintes conquistas: Liga Espanhola, em 1971/72, 1974/75, 1975/76, 1977/78, 1978/79 e 1979/80; e Copa do Rei, em 1973/74, 1974/75 e 1979/80. A maior tristeza merengue, que marcou a década, e foi motivo de luto para os amantes do futebol em toda a Espanha e outras partes do mundo, foi o falecimento, em 2 de junho de 1978, de Santiago Berna-béu, Presidente do “Real Madrid Club de Fútbol” durante 35 anos. Em 1981, a equipe “blanca” voltou a disputar, após longa

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ausência, a final da Liga dos Campeões da UEFA, mas sucumbiu, embora honrosamente, perante o “Liverpool”, da Inglaterra. No início de 1984, estreiou no time merengue Emílio Butragueño, que havia sido a revelação do campeonato e o artilheiro, na 2ª divisão. Na temporada 1984/85, o “Real Madrid” conquistou seu primeiro título na Copa da UEFA, façanha que repetiu na temporada seguinte. Também em 1985/86, iniciou a vitoriosa seqüência ininterrupa de cinco campeonatos da Liga Esanhola, que foi até a campanha de 1989/90, transformando essa década em uma das mais brilhantes de sua história. A última década do Século XX se iniciou com dois insucessos, ambos em Tenerife, quando o “Real Madrid” perdeu, na última rodada, o título da Liga, em dois campeonatos seguidos. Por isso, a ilha do arqi-pélago das Canárias foi considerada maldita, pelos “madridistas”. Em compensação, os merengues ganharam sua 17ª Copa do Rei da Espanha, em 1993, vencendo o “Zaragoza”, na partida final, por 2x0 (gols de Butragueño e Lasa). E, no final do ano, conquistaram a Super-copa da Espanha, impondo-se ao “Barcelona”. Em 1994, chegou ao “Madrid”, como novo treinador, o argen-tino Jorge Valdano que, como técnico do Tenerife, foi um dos carrascos que impediu duas conquistas na Liga. Com ele, foram contratados os craques Redondo, Laudrup, Amavisca, Quique Flores e Cañizares. No dia 7 de janeiro de 1995, “los blancos” derrotam os “blaugranas” do “Barça”, por 5x0, com três gols do chileno Ivan Zamorano. Em 1996, o italiano Fabio Capello assumiu o comando técnico da equipe. Che-garam, também, novos valores: Seedorf, Suker, Mijatovic e Roberto Carlos. Em agosto de 1997, o “Real Madrid” conquistou sua quinta Su-percopa da Espanha, ao vencer, em jogo memorável, o “Barcelona”, por 4x1, revertendo a desvantagem da derrota na Catalunha. No dia 20 de maio de 1998, venceu sua sétima Copa da Europa (Liga dos Campeões da UEFA), superando a “Juventus”, da Itália, em Amsterdam, por 1x0, com o gol, que se tornou célebre, de Mijatovic. Em 1º de dezembro do mesmo ano, na cidade de Tóquio, no Japão, ao vencer o “Vasco da Gama”, do Brasil, por 2x1, com gols de Roberto Carlos e Raúl, o “Ma-drid” conquistou, pela segunda vez, a Copa Intercontinental. Com gols de Morientes, McManaman e Raúl, o time merengue

venceu o “Valencia” por 3x0, em Paris, conquistando sua oitava Copa da Europa, na primeira vez em que dois clubes do mesmo país disputa-ram a final, em 16 de julho de 2000. Ainda nesse ano, o clube da capital espanhola logrou a contratação do craque português Luís Figo, que esta-va no “Barça”. O ano, a década, o século e o milênio se encerraram com a escolha do “Real Madrid”, pela FIFA, como o melhor clube do Século XX. Sob a batuta do Presidente Florentino Pérez, “Los Galacticos” iniciaram 2001, com a conquista do vigésimo oitavo título da Liga, vencendo o “Alavés”, por 5x0, em 20 de maio. Em seguida, no dia 9 de julho, Zinedine Zidane assinou contrato com o “Real”. Outro título foi ganho em 2001: a Supercopa da Espanha, com a vitória sobre o “Zaragoza”, pelo placar de 4x1, acumulado das duas partidas. Em 2002, ano do seu centenário, o “Real Madrid” perdeu, justamente no dia do aniversário, 6 de março, o jogo final da Copa do Rei, no Estádio Santiago Bernabéu, para o “Deportivo de la Coruña”, por 2x1. Mas, o prestígio do ano histórico foi recuperado, com a con-quista da sua nona Copa da Europa, em Glasgow, graças à vitória sobre o “Bayern Leverkusen”, da Alemanha, pelo mesmo placar de 2x1, com tentos marcados por Raúl e Zidane, sendo inesquecível o do francês, pela sua bela feitura. Em agosto, o “Real” conquistou, em Mônaco, um título que fazia falta em suas vitrines de troféus: a Supercopa da Europa, com uma excelente atuação de Roberto Carlos, que contribuiu decisiva-mente para superar, por 3x1, o “Feyenoord” holandês. No dia seguinte, 31 de agosto, Ronaldo, “O Fenômeno”, veste a gloriosa camisa branca, assinando o seu contrato. O ano do centenário se encerra com a con-quista da sua terceira Copa Intercontinental, em Yokohama, Japão, sobrepujando, por 2x0, o “Olímpia”, do Paraguai. Em 2003, logo após contratar, em julho, mais um grande ícone do futebol mundial, David Beckham, o “Real Madrid” venceu, pela sétima vez, a Supercopa da Espanha. Em agosto de 2004, foi contratado o defensor do “Sevilla”, Ser-gio Ramos, um dos jovens jogadores espanhóis de maior projeção. Os merengues conquistaram mais um título da Liga Espanhola, o seu trigésimo, na temporada 2006/07. Na seguinte, com o técnico Bernd Schuster, e novos valores, como Marcelo, Robben, Heinze, Snei-

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djer, Drenthe, Saviola e Metzelder, o “Real Madrid” repetiu o feito, com bela campanha.A oitava Supercopa da Espanha dos “blancos” foi ganha em 2008, em acirrada disputa com o “Valencia”. Em 2009, de novo com Florentino Pérez na presidência, o clube voltou a investir pesado na contratação de grandes jogadores con-sagrados, a começar pelo brasileiro Kaká. Logo depois, foi a vez do português Cristiano Ronaldo. Em seguida, incorporaram-se ao elenco merengue: o atacante Karim Benzema e o volante Xabi Alonso, além do zagueiro Raúl Albiol e o lateral Arbeloa. Após o novo técnico, o renomado português José Mourinho, ter assumido, em 2010, foram contratados, pelo “Real Madrid”, alguns jovens valores, que atuaram na Copa do Mundo da África do Sul: os alemães Mesut Özil e Sami Khedira e o argentino Ángel Di Maria. Fundado em 1898, o “Athletic” de Bilbao teve, em seus primei-ros anos, muitos jogadores de origem britânica. Entretanto, outros clubes da região basca, como a “Unión Ciclista de San Sebastián” (atual “Real Sociedad”), o “Basconia” e o “Racing de Irún” (atual “Real Irún”) só utilizavam atletas nativos. Em 1911, o “Athletic” aderiu à regra, vindo a se tornar o grande símbolo emblemático da identidade basca, no futebol. O “Athletic” foi campeão invicto, logo na implantação da Liga Espanhola, na temporada 1929/1930. Nesse mesmo campeonato, infli-giu ao “Barcelona” a maior goleada já registrada na história da primeira divisão da Liga: 12x1. Consta, também, nos registros históricos, que o seu atacante Telmo Zarra detém o recorde de maior goleador da Liga, com 251 tentos assinalados em 279 partidas, entre 1939 e 1955. O clube alvirrubro é um dos três clubes da 1ª divisão da Liga que jamais foi rebaixado (os outros dois são o “Real Madrid” e o “Barcelona”). Comemorou seu centenário, em 1998, com um jogo amistoso contra a Seleção Brasileira, consegundo um empate em 1x1, graças ao gol mar-cado por Carlos Garcia (o tento brasileiro foi assinalado por Rivaldo). O “Athletic”, que foi Campeão Espanhol oito vezes, entre 1930 e 1984, e conquistou a Copa do Rei da Espanha em vinte e quatro opor-tunidades, de 1902 a 1984, cedeu dois jogadores à Seleção Espanhola, Campeã do Mundo, em 2010: o meio-campista Javi Martinez e o ata-

cante Fernando Llorente (anbos foram reservas). Entre outros, tiveram destaque em seu time, ao longo dos anos, os jogadores (em ordem alfabética): Bata, Etxeberria, José Ángel Iribar, Julio Salinas Fernandéz, Lizarazu, Pichichi, Uriarte, Zarra e Zubizarreta. O “Club Atlético de Madrid”, fundado em 1903, por estudantes bascos, sob a denominação de “Athletic Club de Madrid”, foi concebi-do, inicialmente, como uma filial do “Athletic Club”, de Bilbao. Tor-nou-se independente em 1921, embora tenha mantido a similaridade nas camisas brancas e vermelhas, em listras vertcais, além da semelhança no nome. O outro grande clube de Madrid, o “Real”, tem uma torcida consid-erada mais elitista, enquanto o “Atlético” se identifica com as classes operárias, inclusive porque seu primeiro estádio, Ronda de Vallecas, localizava-se em bairro de moradias populares. Surgiu, então, o apelido de “colchoneros”, pois muitos dos seus adeptos eram trabalhadores e os colchões mais baratos, na época, eram listrados de vermelho e branco. Até o início da década de 1950, quando o “Real Madrid” começou, com Di Stéfano, a partir de 1953, sua era de ascensão, o “Atlético” tinha mais títulos. Na década iniciada em 1921, os “rojiblancos” venceram, três vezes, o Campeonato do Centro Espanhol e foram vice-campeões da Copa do Rei, em 1926. Integrante da Primeira Divisão da Liga, em seu primeiro campeonato, foi rebaixado na edição seguinte. Subiu de volta à elite em 1934, mas sofreu novo descenso em 1936.Em julho desse mesmo ano, estourou a Guerra Civil na Espanha. Após a cessação das hostilidades, o clube fundiu-se com o “Aviación Nacional” de Zaragoza, clube ligado aos miltares da aeronáutica espanhola, a alter-ou sua denominação para “Athletic Aviación de Madrid”. Como o “Real Oviedo”, em função da destruição causada pelo conflito, não teve con-dições para disputar o campeonato da primeira divisão da Liga, os “col-choneros” foram convidados a substituí-lo. O convite foi bem aprovei-tado, pois, sob o comando técnico de Ricardo Zamora, o “Aviación” foi o Campeão, em 1939/40. Na temporada seguinte, repetiu a façanha, sagrando-se Bicampeão, e igualou o número de títulos do rival “Real Madrid”. Ainda em 1941, teve que modificar, novamente, seu nome, em função do decreto do Presidente Francisco Franco, que proibiu o uso de idiomas estrangeiros, mudando-o para “Atlético Aviación de Madrid”.

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Enquanto o clube merengue enfrentava dificuldades, o alvirrubro go-zava de algumas facilidades, em face de seus contatos com os militares no poder. Entretanto, em 1947, terminou o vínculo com a Força Aérea, o apoio governamental diminuiu, e o clube fez nova alteração em sua denominação, que passou a ser “Club Atlético de Madrid”.O terceiro título de Campeão Espanhol veio em 1949/50 e o quarto na temporada seguinte. Com esse bicampeonato da Liga, igualou-se ao “Barcelona”, com quatro títulos, sendo superado apenas pelo “Athletic” de Bilbao que havia sido vitorioso em cinco campeonatos nacionais, até então. Mas, a maior alegria dos “colchoneros” era estar na frente dos “blancos”, da outra grande equipe da capital, que só tinha os dois títulos conquistados nos anos 30, satisfação essa que duraria pouco Efeivamente, o “Barcelona” e o “Real Madrid” firmaram-se como os maiores ganhadores da Liga, deixando para trás o “Athletic” de Bilbao e o “Atlético de Madrid”, Sem chances nos campeonatos da Liga, o “Atlético” conseguiu conquistar um bicampeonato na Copa Generalís-simo (como foi chamada a Copa do Rei, durante o período franquista), nas temporadas 1959/60 e 1960/61, graças à decisiva participação do seu centroavante campeão do mundo, o brasileiro Vavá. Essas conquis-tas tiveram sabor especial, pois os jogos finais foram contra o “Real Madrid”. Em 1962, o “Atlético” disputou a Recopa Européia, e, ao vencê-la, ganhou seu primeiro troféu continental. A partida final contra a “Fiorentina”, da Itália, foi o último jogo de Peiró, um dos seus ídolos, que se transferiu para o “Torino”, também italiano.Os “rojiblancos” voltaram a vencer a Copa, em 1964/65, e conquista-ram, na temporada 1965/66, o título da Liga, com um time no qual se sobressaíam Adelardo, Luís Aragonés e José Ufarte (um galego criado no Brasil, onde jogou pelo “Corinthians”, de São Paulo, e pelo “Fla-mengo”, do Rio, sob o apelido de “Espanhol”). A primeira participação do “Atlético” na Copa dos Campeões, em 1966/67, não foi boa, elimi-nado precocemente palo iugoslavo “Voijvodina Novi Sad”.O ano de 1966 foi muitíssimo importante para os “colchoneros”, que foram brindados pela inauguração do novo excelente estádio, em Man-zanares, que recebeu o nome do presidente do clube, na época, Vicente Calderón.Em 1969/70, com os goleadores Luís e o argentino, naturalizado es-

panhol, José Eulogio Gárate, o “Atlético” conquistou seu sexto título da Liga. Na sua segunda disputa pela Copa dos Campeões, a campanha foi um pouco melhor, pois chegou às semifinais, sendo derrotado pelo “Ajax”, de Cruijff. Na década iniciada em 1971, os alvirrubros da capital venceram o campeonato da Liga, pela sétima vez, na temporada 1972/73, com os já veteranos Adelardo, Luís e Ufarte e, mais, o goleiro Miguel Reina, o meia Javier Irureta e os atacantes José Eulogio Gárate e Heraldo Bezerra. Com esse título, o “Atlético” se credenciou para dis-putar, pela terceira vez, a Copa dos Campeões, em 1973/74. Conseguiu, finalmente, chegar à final, para enfrentar o “Bayern München”, base da Seleção Alemã, que seria Campeã Mundial, no mesmo ano. O jogo, bem disputado, terminou 0x0 no tempo normal. Faltando seis minutos para o fim da prorrogação, Luís marca, em magistral cobrança de falta. Quando todos contavam com a vitória “colchonera”, o “Bayern” con-seguiu empatar, no último minuto. Como não havia, ainda, a decisão por pênaltis, foi marcado novo jogo, no qual a equipe de Munique fez prevalecer a maior categoria técnica de seus jogadores, vencendo facil-mente. Entretanto, o “Bayern” não se interessou em disputar a Copa Intercontinental (mundial interclubes), cedendo a oportunidade para o “Atlético” jogar contra o Campeão da Libertadores, o “Independiente”. Nesse ínterim, o ídolo Luís Aragonés pendurou as chuteiras e tornou-se o novo técnico da equipe. Na primeira partida, na Argentina, a vitória coube ao time local, por 1x0. No jogo da volta, em Madrid, os “roji-blancos” vencem por 2x0, com gols de Irureta e Rubén Ayala, e levan-tam a taça. No mesmo ano de 1975, o “Atlético” contratou dois brasileiros: o ata-cante Leivinha e o zagueiro Luís Pereira. Logo na sua primeira tempo-rada (1975/76), Leivinha marcou 18 gols e foi o vice-artilheiro da Liga, mas o título de campeão ficou, mais uma vez, com o “Real Madrid”. No entanto, na temporada seguinte, a categoria técnica dos craques brasileiros e a capacidade do treinador Luís Aragonês prevalecem, e o “Atlético” é, pela oitava vez, o Campeão Espanhol (1976/77). Na Copa dos Campeões subseqüente, perdeu para o “Brugge”, da Bélgica, nas quartas-de-final. Em 1979, outro craque brasileiro foi contratado para reforçar o esquadrão “rojiblanco” da capital espanhola: Dirceu, que logo se tornou um grande ídolo da torcida. Na temporada 1984/85, os

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“colchoneros” levantam, pela sexta vez, a Copa do Rei da Espanha, com a decisiva participação do artilheiro mexicano Hugo Sánchez, que se transferiu, em seguida, para o arquirival “Real Madrid”. 1985 foi, também, o ano da conquista da Supercopa da Espanha. Na temporada 1987/1988, o brasileiro Alemão reforçou o meio-de-campo da equipe. Em 1989, o artilheiro da Liga foi mais um brasileiro que honrou as cores vermelha e branca do “Atlético”: Baltazar. Entretanto, durante toda a década 1981-90, o time não conseguiu um título da Liga, siquer.Em 1990, o clube “rojiblanco” obteve o reforço do veterano alemão Bernd Schuster (“Don Bernardo”), transferido do “Real Madrid”. Logo em sua primeira temporada (1990/91), o “Atlético de Madrid” con-quistou o vice-campeonato da Liga e a Copa do Rei, vencendo o Mal-lorca, na final, por 1x0. O bicampeonato na Copa do Rei é obtido na temporada seguinte (1991/92), sobrepujando o “Real Madrid” em pleno Santiago Bernabéu, por 2x0 (gols do português Paulo Futre e de Don Bernardo).Na temporada 1992/93, o clube entrou em crise administrativa e o Presidente Jesús Gil extinguiu as divisões de base. O prejuízo futuro seria enorme, simbolizado pela transferência do jovem atacante Raúl, de família atleticana fanática, que se transferiu para o “Real Madrid”, clube onde se consagrou como grande jogador. Também por causa da crise, o alemão Schuster, o português Futre e o brasileiro Donato, grandes astros estrangeiros, deixam o clube. O “Atlético” fica em décimo segundo lu-gar, na temporada 1993/94, e em décimo sexto, no campeonato seguinte da Liga (1994/95). Sob o comando técnico do iugoslavo Radomir Antic, e com novos valores, entre os quais, José Molina, José Luís Caminero, Lyusboslav Penev, Diego Simeone, Milinko Pantic, Juanma López e Kiko, o clube conseguiu se recuperar, na temporada 1995/96, vencendo o Campeonato da Liga Espanhola e a Copa do Rei.Em 1997, o “Atlético” foi eliminado, nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da UEFA, pelo “Ajax”. Na temporada 1997/98, a equipe “ro-jiblanca” obteve o concurso de mais dois grandes valores: o brasileiro Juninho e o italiano Christian Vieri. Entretanto, os problemas admin-istrativos voltaram a prejudicar o desempenho do time. Nem a con-tratação do excelente zagueiro paraguaio Carlos Gamarra, na temporada 1999/2000, evitou o rebaixamento da equipe para a segunda divisão da

Liga. Na Copa do Rei, o time chegou à final, mas a perdeu para o “Es-panyol”, de Barcelona. O pior aconteceu na temporada 2000/01, quando o “Atlético de Madrid” não logrou classificar-se bem no campeonato da 2ª Divisão, apesar de ter contratado o artilheiro da Liga, em 1999/2000, Salva. A esperada volta para a elite só foi possível na temporada seguinte, com a conquista do título da 2ª Divisão (2001/2002).A temporada 2002/03, além de ficar marcada pelo retorno à primeira divisão, assinalou, também, a estréia profissional do atacante Fernando Torres, que se tornaria o grande ídolo dos “colchoneros” nos anos seguintes. Na temporada 2003/04, o “Alético” contou com a partici-pação do brasileiro Rodrigo Fabri. Em 2004, chegou o renomado técnico argentino Carlos Bianchi. Por recomendação sua, o ataque é reforçado com a contratação dos seus compatriotas Maxi Rodriguez e Luciano Galletti, do búlgaro Martin Petrov e do sérvio-montenegrino Mateja Kezman. No entanto, continuou o jejum de títulos expressivos. No decorrer da temporada 2006/07, foram contratados o atacante argen-tino Sergio Agüero e o zagueiro brasileiro Fabiano Eller. Por uma boa quantia, Fernando Torres foi cedido ao “Liverpool”, da Inglaterra, em 2007 Com os recursos auferidos, o clube alvirrubro fez novas con-tratações. Incorporaram-se ao elenco o brasileiro Cleber Santana, José Antonio Reyes, Luís Garcia, o português Simão Sabrosa, o brasileiro Thiago Motta e o uruguaio Diego Forlán.Na temporada 2007/08, o “Atlético”, com uma nova ótima dupla de ataque, formada por Agüero e Forlán, ficou em quarto lugar no campe-onato da Liga, permitindo-lhe disputar, após mais de dez anos, a Liga dos Campeões da UEFA, na qual foi eliminado nas oitavas-de-final, apesar de invicto. O quarto lugar da Liga foi repetido na temporada seguinte e Forlán conquistou a artilharia do campeonato. Em 2009/10, porém, o desempenho do “rojiblanco” madrilenho foi fraco na Liga. Em compensação, depois de muitos anos, foi obtido um troféu. O “Atlético de Madrid” venceu a primeira edição da Liga Europa da UEFA, vencen-do o inglês “Fulham”, na prorrogação do jogo final, com dois gols de Forlán. Também foi boa a campanha na Copa do Rei, obtendo o vice-cameonato, ao perder a partida final para o “Sevilla”.O “Fútbol Club Barcelona” surgiu por obra de um suíço, ex-jogador de

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futebol em sua terra natal. Hans Gamper, da seção de futebol do jor-nal local “Los Deportes”, manifestou, por meio de nota publicada no referido periódico, em 22 de outubro de 1899, seu desejo de organizar partidas, na cidade, solicitando aos possíveis interessados que o procu-rassem na redação, nas terças e sextas, à noite. O sucesso da iniciativa. junto aos praticantes e aficionados do esporte bretão, permitiu a re-alização de uma reunião no “Gimnasio Solé”, em 29 de novembro de 1899, que resultou na criação da agremiação. Os partipantes do encon-tro de fundação eram de diversas nacionalidades. Além do organizador suíço, estiveram presentes jogadores ingleses, alemães e, logicamente, espanhóis da Catalunha. Assim, a equipe já nasceu cosmopolita, embora tenha assumido paulatinamente, ao decorrer dos anos, o espírito cat-alão, tornando-se símbolo da região e de suas aspirações nacionalistas e separatistas. No dizer de um dos seus mais famosos torcedores, o tenor Josep Carreras: “Ser torcedor do “Barça” vai além do puramente espor-tivo, É o sentimento de raízes, de valores e de uma identidade de país: a Catalunha”.O nome inicial tinha sua grafia em inglês, como era usual na época. Quanto ao uniforme, de acordo com a versão mais aceita, as cores, propostas por Gamper, deveriam ter sido as mesmas do “Basel”, equipe suíça da qual ele havia sido o capitão: azul e vermelha. No entanto, o vermelho foi substituído pelo grená, pelo desenhista do escudo, por ser a tinta mais disponível, no momento da sua confecção. O primeiro troféu conquistado pelo “Barcelona” foi a Copa Macaya, em1902, que originou, posteriormente, o campeonato catalão. Na primeira Copa do Rei, disputada em 1902, sob o nome de “Copa de la Coronación”, o clube jogou a partida final contra a equipe basca do “Athletic”, perdendo por 2x1. Em 1905, os “blaugranas” ganharam, pela segunda vez, o campeonato da Catalunha.Hans Gamper, que se tornou mais conhecido como Joan Gamper (versão catalã do seu nome), assumiu a presidência do clube, em 1908. Em 14 de março de 1909, foi inaugurado o seu estádio de 8.000 lugares, no “Carrer Indústria”. Graças ao novo campo, aumentou o número de sócios e adeptos do “Barcelona”, começando a superar o seu primeiro rival, o “Catalá”, hoje extinto. A arquitetura do estádio deu origem a um dos apelidos do time: “culé”. Derivado do palavrão catalão “cul”, usado

para designar o ânus, a expressão foi utilizada para chamar os torce-dores sentados nos muros do estádio, uma vez que os transeuntes da rua só viam suas nádegas.Em 1910, o “Barça” conquistou a sua primeira Copa do Rei. Logo em seguida, Gamper contratou o inglês Jack Greenwell para ser o gestor da equipe. Sob o comando técnico de Greenwell, o time melhorou sua performance em campo, graças, sobretudo, aos inúmeros gols marcados por Paulino Alcántara, até hoje o maior artilheiro da história do clube. Fortaleceu-se, então, durante a década 1911-1920, sua rivalidade com a outra cquipe da cidade, a do “Español”. Nesse período, os “culés” ganharam o Campeonato Catalão, quatro vezes: 1913, 1916, 1919 e 1920; enquanto o rival foi vitorioso em três oportunidades, 1912, 1915 e 1918. No cenário nacional, o “Barcelona” conquistou a Copa do Rei, em 1912, 1913 e 1920.Ao início da década seguinte, em 1921, os “blaugranas” venceram mais um Campeonato da Catalunha, e levantaram, no ano seguinte, outra vez, a Copa do Rei da Espanha, contando em suas fileiras, com os ídolos Zamora e Samitier. As sucessivas conquistas fizeram com que aumen-tasse o número de torcdores. Assim, tornou-se conveniente um está-dio maior. Em decorrência, o “Barcelona” inaugurou, em 1922, “Las Corts”, com capacidade inicial de 22.000 espectadores, posteriormente ampliada para 30.000. O clube dos “culés” continuou dominando o futebol local, no decorrer da década, vencendo o Campeonato Catalão, também, em 1922, 1924, 1925, 1926, 1927, 1928 e 1930. A Copa do Rei foi conquistada, ainda, nas edições de 1924/25, 1925/26 e 1927/28.Um fato político interferiu na vida do “Barça”, no dia 14 de junho de 1925, quando a sua torcida vaiou o hino da Espanha, em protesto contra a ditadura de Primo de Rivera. Como punição, o clube foi fechado por seis meses, e o Presidente Gamper, forçado a renunciar. Superado o problema, o “Barcelona” continuou sua saga vitoriosa, culminando com a conquista do Campeonato da Liga da Espanha, realizado, pela primei-ra vez, na temporada 1928/29. Na década 1931-1940, o “Barça” venceu o “Campionat da Catalunya” (que não foi totalmente interrompido pela Guerra Civil Espanhola) em 1931, 1932, 1934, 1936 e 1938. Dois jogadores brasileiros, ambos do “Vasco da Gama”, transferiram-se

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para o “Barcelona”: Jaguaré e o extraordinário Fausto dos Santos. Fic-aram apenas uma temporada (1931/32), porque foram vítimas do forte preconceito racial existente, por serem negros. Terminada a Guerra Civil com a vitória do General Franco, o clube teve que alterar sua denominação, trocando as palavras na língua inglesa (“Football Club”) por sua versão castelhana (Club de Fútbol) e mudar seu escudo, reduzindo as quatro faixas vermelhas, alusivas à bandeira da Catalunha, para duas, representativas da bandeira da Espanha. Tam-bém o Campeonato Catalão foi extinto, após a edição de 1940.O “Barça”, entre o fim dos conflitos armados (1939) e o ano de 1953, apesar das dificuldades políticas, ganhou cinco títulos de Campeão Espanhol e três Copas do Generalíssimo, como foi chamada a Copa do Rei, durante a ditadura franquista. Com o comando técnico nas mãos do consagrado craque do passado Josep Samitier, o time contava com An-toni Ramallets, Joan Velasco e César, como os seus maiores destaques. A partir de 1950, a equipe passou a contar com o excepcional jogador húngaro László Kubala, que, em 1999, foi escolhido como o melhor jogador do clube, nos seus primeiros cem anos. Em 1952, o “Barcelo-na” venceu o Campeonato da Liga Espanhola e conquistou mais qua-tro troféus menores (Copa do Generalíssimo, Copa Latina, Copa Eva Duarte e Copa Martini Rossi). Na temporada seguinte, obteve a dupla vitória: Liga e Copa do Rei.Em 1953, surgiu o “affaire” Di Stéfano. Inicialmente contratado pelo cube catalão, pelo qual chegou a jogar em três amistosos, o craque argentino foi disputado pelo “Real Madrid”. O assunto ficou compli-cado, pois embora seu passe pertencesse legalmente ao clube argentino “River Plate” (com o qual o “Barcelona” havia se entendido), ele estava efetivamente vinculado ao colombiano “Millonarios” (pirata, de acordo com a FIFA), com o qual o clube da capital espanhola negociou a transferência. Em vista do impasse, o Ministro dos Esportes da Espanha propôs uma solução conciliatória, que seria Di Stéfano jogar por ambos os clubes disputantes, em temporadas alternadas. Em face da rejeição da proposta pelos “blaugranas”, o argentino ficou com os “blancos”, acir-rando a crescente rivalidade. Em 1957, o “Barcelona” passou a jogar em seu novo e belo estádio, o “Camp Nou”, inaugurado, cm grande estilo, com um gol marcado pelo

brasileiro Evaristo, grande astro da equipe dos “culés”. Em 1958, o “Barça” foi o Campeão da Taça das Cidades com Feiras, torneio precur-sor da atual Liga Europa da UEFA. Em 1959, com um forte time dirigi-do por Helenio Herrera, contando com Evaristo Macedo, Luisito Suárez (sensação da seleção espanhola), e os húngaros do famoso escrete de 1954, Zoltán Czibor e Sándor Kócsis, quebrou o jejum de muitos anos sem o principal título espanhol, conquistando a Liga. O feito foi bisado na temporada seguinte (1959/60). Nessa mesma temporada, na sua primeira disputa da Copa dos Campeões da UEFA, a equipe “blau-grana” foi eliminada por outro time espanhol, o rival “Real Madrid”. Na Copa seguinte, após a satisfação de ter eliminado o rival, o “Barce-lona” enfrentou o “Benfica” na decisão. Num jogo, em Berna, que ficou conhecido como “la final de los postes”, em alusão às quatro vezes em que os ataques barcelonistas bateram nas traves, os encarnados lusos venceram por 3x2.A década iniciada em 1961 foi caracterizada pela completa ausência de títulos de relêvo, tanto no cenário espanhol, como no continental. O “Barcelona” teve que se contentar com prêmios de consolação: o troféu internacional da Copa das Feiras, em 1966; e os nacionais das Copas do Generalíssimo, em 1963 e 1968.Na década iniciada em 1971, aconteceu a marcante contratação de Johan Cruijff, em 1973. Foi imediato o efeito da entrada do craque holandês no time, pois o “Barça” voltou a conquistar a Liga, na tempo-rada 1973/74, e goleou o “Real Madrid” por 5x0, no Estádio Santiago Bernabéu. Cruijff recebeu sua terceira Bola de Ouro da revista “France Football”. A equipe possuía, também, outros talentos, como os locais Juan Manuel Asensi, Hugo Sotil e Carlos Rexach, aos quais veio a se juntar outro grande jogador holandês, Johan Neeskens, na temporada 1974/75. Com o concurso, ainda, do goleador austríaco Hans Krankl, o “Barcelona” conquistou a Copa do Rei, em 1978. Depois da obten-ção desse segundo troféu e de ter sofrido um fratura de perna, o grande ídolo Johan Cruijff deixou o clube. A vitória na Copa credenciou o time “blaugrana” a disputar, pela primeira vez, a Recopa Européia. O estreante teve sucesso, sendo campeão (1988/89). Após a conquista da taça continental, o também ídolo Neeskens saiu do “Barça”. No ano seguinte, outro jogador de destaque. Krankl, foi embora.

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Na década seguinte, o “Barcelona” venceu, novamente, a Copa do Rei (1980/81), e a Recopa (1981/82). Pouco antes da Copa do Mundo de 1982, o clube negociou a contratação de Diego Maradona. Na tem-porada 1982/83, a equipe dos “culés”, liderada pelo extraordinário Dieguito e comandada tecnicamente pelo seu compatriota argentino César Menotti, conquistou, outra vez, a Copa do Rei, batendo o “Real Madrid”, em inesquecível jogo final. No entanto, a estadia do grande as-tro na Catalunha foi curta e cheia de altos e baixos. Sofreu uma fratura de perna, e, depois de recuperado, provocou uma verdadeira batalha campal entre seus companheiros e os adversários do “Athletic” de Bilbao, vencedor, por 1x0, da partida final da Copa do Rei de 1983/84. Em decorrência do conflito, foi suspenso por três meses e foi para o “Napoli”, da Itália, ainda em 1984.Quem assumiu o papel de líder na equipe, substituindo Maradona, foi o alemão Bernd Schuster, no elenco desde 1980. O “Barça” conquistou, logo em seguida, com o técnico Terry Venables, na temporada 1984/85, depois de um longo jejum, o mais importante título espanhol, o de Campeão da Liga. Na Copa dos Campeões, o time catalão chegou à partida final, em Sevilha, como favorito, contra o “Steaua” de Bucar-este. Na decisão por pênaltis, subseqüente ao empate, o goleiro Urrutia conseguiu defender as duas primeiras cobranças dos romenos. Incriv-elmente, porém, nenhum jogador barcelonista converteu um pênalti, sequer; e a taça foi para a Romênia. Em 1986, o “Barcelona” contratou outro goleiro basco, Andoni Zubi-zarreta, e o artilheiro da Copa do Mundo, recém finda, o inglês Gary Lineker. Ganhou a Copa do Rei, na temporada 1987/88. Em 1988, o antigo ídolo Cruijff voltou para o clube, como técnico. Sua ação se fez sentir de imediato, com a conquista da Recopa (1988/89). Em seguida, venceu a Copa do Rei (1989/90).Com o holandês, novos valores se incorporaram ao elenco “blaugrana”: os bascos Txiki Begiristain, Ion Andoni Goikoetxea, José Mari Bakero, Julio Salinas e Julen Lopetegi; e os estrangeiros Michael Laudrup, Ron-ald Koeman e Hristo Stoichkov.No início da nova década, a taça da Liga Espanola (1990/91) foi para o “Camp Nou”. O mesmo caminho foi percorrido pelas taças representa-tivas do maior título do futebol espanhol nas temporadas de 1991/92,

1992/93 e 1993/94. O tão almejado título da Liga dos Campeões da UEFA foi, finalmente, conquistado pelo “Barça”, em 1991/92, vencendo a italiana Sampdoria, na final.A partir de 1993, as conquistas passaram a ter a decisiva colaboração do brasileiro Romário, que se tornou a maior estrela do time. Nessa fase, o “Baixinho” foi eleito o melhor jogador do mundo, pela FIFA. A equipe base, tetracampeã espanhola em 1994, foi a seguinte: Zubizarreta, Ferrer, Koeman, Nadal, Barjuan, Guardiola, Amor, Bakero, Laudrup, Stoichkov e Romário. O “Barcelona” chegou, novamente, à final da Liga dos Campeões da UEFA, em 1994, mas foi derotado pelo “Milan”, por 4x0. O ambiente deixou de ser bom, e vieram à tona os freqëntes desentendimentos entre Stoichkov e Romário, que fizeram com que Cruijff tirasse ambos do time. Ainda no decorrer da temporada 1994/95, o brasileiro deixou o clube. Pouco depois, o búlgaro fez o mesmo. Em 1995, o dinamarquês Laudrup também saiu. O romeno Ghorghe Hagi foi contratado logo após suas belíssimas atuações na Copa do Mundo de 1994, mas não se adaptou à exigência de também participar da marcação, feita pelo téc-nico Cruijff. Haji saiu em 1996.Cruijff foi técnico do “Barcelona” durante oito anos, conquitando onze troféus de expressão. Seu legado mais importante, porém, foi a filosofia implantada de valorizar as categorias de base. O clube adotou, como princípio básico, dar atenção à formação de jovens talentos, visando ao seu aproveitamento na equipe principal. A academia do “Barça” tem, atualmente, doze equipes, cada uma com até vinte e quatro jogadores. São, portanto, quase trezentos garotos em constante treinamento, sob criteriosa supervisão e observação.Na temporada 1996/97, o jovem jogador brasileiro Ronaldo, que estava no “PSV Eindhoven” da Holanda, foi recrutado. Fez uma temporada espetacular, marcando 34 gols no campeonato espanhol. Foi endeusado pela fanática torcida catalã, recebeu o apelido de “El Fenómeno” e foi decisivo para as conquistas da Copa do Rei, da Supercopa da Espanha e da Recopa Européia, marcando gol, inclusive, na partida final, contra o “Paris Saint-Germain”. No entanto, sua estadia na Catalunha foi breve, pois transferiu-se para o “Inter”, de Milão.Com a saída de Ronaldo, os ídolos “blaugranas” passaram a ser: os tam-

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bém brasileiros Giovani e Rivaldo, o português Luís Figo e o espanhol Luís Enrique. O título da Liga Espanhola voltou a ser conquistado em 1997/98. Na temporada seguinte (1998/99), a do centenário do “Barce-lona”, o clube reforçou-se com a vinda de Patrick Kluivert, revelação da Copa do Mundo de 1998. O jogo comemorativo dos cem anos, em 28 de abril de 1999, foi contra a Seleção Brasileira, na qual estavam os antigos ícones barcelonistas Romário e Ronaldo, que enfrentaram seus compatriotas Rivaldo e Giovani, novas estrelas do time dos “culés”. A partida festiva termnou empatada, em 2x2.O “Barça” ganhou o bicampeonato espanhol na temporada 1998/99. Rivaldo recebeu a Bola de Ouro da “France Football”, e foi escolhido, pela FIFA, como o Melhor do Mundo. Durante o período em que foi técnico, Van Gaal tranformou o “Camp Nou” em uma colônia holande-sa, contratando os seus compatritas Michael Reiziger, Winston Bogarde, Marc Overmars, Fank de Boer, Ronald de Boer, Phillip Cocu, Rund Hesp e Boudewiijn Zenden. Tornou-se alvo de críticas e acabou deix-ando o clube.Em 2000, a saída de Luís Figo, que se tornara o capitão da equipe e seu jogador mais poular, verdadeiro símbolo da pujança “blaugrana”, foi traumática, pois seu destino foi o “Real Madrid”. A torcida, que o idola-trava, passou a odiá-lo. Apesar das novas contratações, como Simão Sabrosa, Javier Saviola, Giovanni Van Bronckhorst, Fábio Rochemback, Phillipe Christanval, Patrik Andersson, Francesco Coco, Gaiska Mendieta, Juan Román Riquelme e Juan Pablo Sorín, entre os quais, alguns craques de real valor, os primeiros anos do Século XXI foram de declínio para o “Bar-celona”.A volta do técnico Van Gaal causou insatisfação a Rivaldo, que decidiu se transferir para o “Milan”. A campanha dos “blaugranas”, na tempo-rada 2002/03, foi péssima, motivando a demissão do técnico holandês, substituído pelo sérvio Raadomir Antic.Em 2003, por indicação de Cruijff, foi contratado outro técnico holan-dês: Frank Rijkaard. A contratação mais importante do ano foi a de mais um grande jogador brasileiro: Ronaldinho Gaúcho. O primeiro turno do campeonato da Liga não foi feliz para Rijkaard, que viu o “Barcelona” teminar em sétimo lugar; nem para Ronaldinho, que custou a engrenar,

devido a contusões. No returno, ele começou a brilhar, ofuscando os de-mais reforços da temporada (o mexicano Rafael Márquez, o português Ricardo Quaresma, o holandês Edgar Davids e o goleiro turco Rüstü Reçber). A reação do time catalão levou-o à conquista do vice-campe-onato. Ao término da temporada, foi feita uma renovação do elenco. O ídolo Luís Henrique pendurou as chuteiras; e os holandeses Kluivert, Davids, Overmars, Cocu e Reiziger deixaram o clube.Em 2004, Ronaldinho confirmou sua boa fase e recebeu o prêmio de Melhor do Mundo. Com Rijkaard no comando técnico, foi criada uma colônia brasileira, composta, além do Gaúcho, por Edmílson, Belletti, Sylvinho, o naturalizado português Deco e a cria da casa, Thiago Motta, saído das divisões de base do “Barça” para a equipe principal, em 2001. Com esses companheiros, Ronaldinho liderou a equipe “blaugrana”, apelidada de “Samba Team”, rumo ao bicampeonato da Liga (2004/05 e 2005/06). Incorporaram-se à equipe os novos reforços contratados: o camaronês Samuel Eto’o (que formou ótima dupla ofensiva com Ron-aldinho), o sueco Henrik Larsson e o francês Ludovic Giuly. Pasaram a fazer parte do elenco, também, as pratas da casa: os espanhóis Xavi Hernandez e o muito jovem Andrés Iniesta; e o, ainda mais jovem, argentino Lionel Messi. Na segunda campanha, conscutivamente vi-toriosa na Liga, o “Barcelona” venceu, por 3x0, o “Real Madrid”, em pleno Bernabéu. O desempenho de Ronaldinho foi tão primoroso, que a torcida merengue o aplaudiu de pé após ele marcar o terceiro gol, em jogada individual, dentro da área, de forma semelhante ao gol anterior, também de sua autoria. Já na final da Liga dos Campeões da UEFA, em Paris, quando o “Barça” sagrou-se Campeão, ao derrotar o inglês “Ar-senal”, de virada, por 2x1 (gols de Eto’o e Belletti), Ronaldinho teve atuação discreta. Na Copa do Mundo de 2006, pela Seleção do Brasil, Ronaldinho teve uma participação ainda mais apagada. No mesmo ano, o time “culé” perdeu o título do Mundial de Clubes para o brasileiro “Internacional”.Na temporada 2007/2008, o “Barcelona”, apesar de ter contratado o francês Thierry Henry, ficou em terceiro lugar no campeonato espan-hol. Na Liga dos Campeões, foi eliminado pelo “Manchester United”, nas semi-finais. Em 2008, o técnico Rijkaard caiu; Ronaldinho e Deco também deixaram o clube.

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Nova renovação do elenco foi feita na pré-temporada 2008/09. Saíram Lilian Thuram, Oleguer, Edmílson, Gianluca Zambrotta e Giovani dos Santos. Para a função de técnico, foi contratado o antigo ídolo barce-lonista Josep Guardiola, que fora um dos garotos oriundos da base, promovidos por Cruijff à equipe principal. A pedido de “Pep” Guar-diola, foram contratados: Daniel Alves, Gerard Piqué (cria do “Barça”, que estava no “Manchester United”), Martin Cáceres, Alyaksandar Hleb e Seydou Keita. Da equipe base dos anos anteriores, foam mantidos: Victor Valdés, Carles Puyol, Xavi Hernandez, Andrés Iniesta, Rafael Márquez, Samuel Eto’o, Daniel Messi e Bojan Krkic. O grande número de titulares oriundos de “La Masia”, a academia de jovens jogadores, demonstrou que o “Barcelona” adotou e fez bom uso da filosofia proposta por Cruijff, de quem Guardiola, atual técnico, no comando desde 2008, é discípulo fiel.Os “blaugranas” conquistaram o título de Campeão da Liga Espanhola, na temporada 2008/09, com excelente campanha. Venceram, também, a Copa do Rei, derrotando o “Athletic” de Bilbao, por 4x1, em 13 de maio de 2009. Duas semanas depois, em 27 de maio, a vitória por 2x0, sobre o “Manchester United” no Estádio Olímpico de Roma, graças ao novo astro maior da equipe, Messi, significou o título da Liga dos Campeões da UEFA, e selou a conquista da Tríplice Coroa.O jogo final da Copa dos Campeões, em que Eto’o marcou o primeiro gol, foi o seu último com a camisa azul e grená. Devido a problemas de relacionamento com o técnico Guardiola, o “Barça” o cedeu ao “In-ter” de Milão, trocando-o pelo atacante sueco Zlatan Ibrahimovic. Em 19 de dezembo do mesmo ano (2009 foi o melhor ano da história do “Baecelona”, em termos de vitórias), os “culés” catalães venceram os “pincharratas” argentinos do “Estudiantes de La Plata”, na prorrogação, com o gol da vitória sendo assinalado por Messi. A vitória deu ao clube “blaugrana” o titulo de campeão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Dois dias depois, Lionel Messi foi eleito pela FIFA o Melhor Jogador do Mundo, no ano.A temporada 2009/2010 foi marcada pela intensa luta com o “Real Madrid”, pelo título da Liga Espanhola, que só se definiu a favor do “Barcelona”, na última rodada. Além das destacadas atuações de Messi, marcando cada vez mais gols, outro jogador “made in La Masia”,

Pedro, sobressaiu-se de forma admirável na campanha. Entretanto, o reduzido plantel, obrigando Xavi e Messi a jogarem sem descanso, e as seguidas contusões de Iniesta fizeram com que o “Barça” não tivesse sucesso na Copa do Rei, eliminado que foi pelo “Sevilla”. Da mesma forma, esses fatores foram impeditivos de melhor sorte na competição internacioal da Liga dos Campeões, na qual os “culés” perderam para o futuro campeão, o “F. C. Internazionale Milano”, nas semifinais.O “C. F. Barcelona” forneceu sete jogadores à Seleção da Espanha que venceu a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul: Puyol, Iniesta, Xavi e Piqué foram titulares: o goleiro Victor Valdés e as revelações da temporada anterior, Busquets e Pedro, completaram o grupo. O artil-heiro David Villa transferiu-se do Valencia para o “Barça”, na época do torneio. Fábregas e Pepe Reina, outros integrantes da “Furia”, foram revelados, também, pelo clube “culé”.No final de 2010, a FIFA anunciou os três finalistas, todos da equipe “blaugrana”, ao prêmio de Melhor Jogador do Mundo: Messi, Xavi e Iniesta. Foi o reconhecimento público à hegemonia do “Barcelona”. Lionel Messi foi o ganhador, pela segunda vez seguida.As competições oficiais do futebol espanhol podem ser apresentadas, resumidamente, da seguinte forma:Liga Española de Fútbol. A Liga é disputada anualmente, desde 1929, e é considerada a principal competição futebolística da Espanha. O tor-neio é integrado por um sistema piramidal de divisões interconectadas entre si, cujo topo é a Primeira Divisão. Abaixo, situam-se a Segunda Divisão, Segunda Divisão B, Terceira Divisão e, por último, as diversas divisões regionais e territoriais. A classificação é feita por pontos cor-ridos, em turno e returno.Copa del Rey. A Copa é o torneio entre clubes, a nível nacional, mais antigo da Espanha. Disputa-se, anualmnte, desde 1903, tendo como precedente direto a Copa de la Coronación, realizda um ano antes. Tomam parte os melhores clubes espanhóis de categoria nacional (da Primeira à Terceira Divisâo). Diferentemente da Liga, o sistema de dis-puta é por eliminação direta, em sucessivas rodadas.Supercopa de España. Torneio em que se enfrentam, anualmente, o campeão da Liga e o campeão da Copa do Rei. Disputa-se desde 1982.Copa Federación. Torneio por eliminação direta, do qual participam os

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clubes da Segunda Divisão B e da Terceira Divisão que não tenham tido acesso à Copa do Rei. Disputa-se desde 1993.Copa de la Liga (extinta). Torneio por eliminação direta, disputado anu-almente, entre 1982 e 1986. Diferentemente da Copa do Rei, disputa-vam-se várias edições paralelas, restritas aos clubes de cada categoria (Primeira Divisão, Segunda Divisão, Segunda B e Terceira Divisão).Nos anos 90, o futebol espanhol viveu uma verdadeira revolução. Os clubes transformaram-se em sociedades anônimas, passaram a cobrar direitos pelas transmissões de TV, começaram a fazer contratações mil-ionárias, tudo isso em um cenário de globalização futebolística, dando origem à transformação da Liga Espanhola na Liga das Estrelas, como é, hoje, popularmente chamado o campeonato espanhol.A Seleção Espanhola, conhecida como “La Furia Roja”, é uma das mais assíduas participantes de campeonatos internacionais. Além do seu maior troféu, a Copa do Mundo de 2010, conquistou as taças da UEFA Euro 2008 e da Eurocopa de 1964; a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992, e as medalhas de prata, nos Jogos Olímpicos de 2000 e 1920. A Real Federação Espanhola de Futebol tem se caracterizado, especial-mente nos últimos anos, pela atenção dispensada às suas categorias de base. Assim, ganhou os seguintes títulos: Eurocopa Sub-21, em 1986 e 1998; Copa do Mundo Sub-20, em 1999, e Jogos Mediterrâneos Sub-20, em 2009; Eurocopa Sub-19, em 1952, 1954, 1995, 2002, 2004, 2006 e 2007; Eurocopa Sub-17, em 2007 e 2008; e Eurocopa Sub-16, em 1986, 1988, 1991, 1007, 1999 e 2001.O primeiro jogo internacional da Espanha aconteceu no dia 28 de ago-sto de 1920, na Bélgica, quando sua seleção derrotou a da Dinamarca, por 1x0, pelas Olimpíadas da Antuérpia. Na primeira Copa do Mundo, realizada no Uruguai, em 1930, a Espan-ha, assim como diversos outros países europeus, não esteve presente, em função dos custos e da demora da viagem. Compareceu, porém, à Itália, na Copa de 1934. O torneio foi disputado no sistema de elimi-nação direta. No seu primeiro jogo, a seleção espanhola eliminou a brasileira, ao vencer por 3x1. O jogo seguinte, contra a anfitriã Itália, terminou empatado em 1x1. De acordo com o regulamento vigente, foi realizado um novo jogo, que os italianos venceram por 1x0, elimi-nando a Espanha. Em virtude da Guerra Civil em seu país, os espanhóis

desistiram de disputar a Copa de 1938, na França. No Brasil, em 1950, a “Furia Roja” classificou-se em quarto lugar. Sua campanha foi bril-hante, no início, quando venceu, sucessivamente, os Estados Unidos (3x1), o Chile (2x0) e a Inglaterra (1x0). Primeira colocada em seu grupo, classificou-se para o quadrangular final. Empatou com o Uru-guai, por 2x2, no dia 9 de julho. A sua catástrofe veio em seguida, no dia 13, quando enfrentou o Brasil, no Estádio do Maracanã, lotado com cerca de 152.000 torcedores, e foi impiedoamente goleada por 6x1. Desanimados, os espanhóis perderam, também, seu último jogo, contra a Suécia por 3x1, em 16 de julho. Na edição seguinte, 1954, a Espanha disputou as eliminatórias contra a Turquia. Venceu o primeiro jogo, em Madrid, por 4x1, mas perdeu, por 1x0, em Istambul. Como o saldo de gols não era critério para desempate, foi realizado um terceiro jogo, em Roma, que terminou 2x2. Procedeu-se, então, a um sorteio, que favoreceu a Turquia. Nas eliminatórias para a Copa de 1958, disputadas em 1957, contra a Escócia e a Suíça, os espanhóis classificaram-se em segundo lugar, perdendo a vaga para os britânicos fabricantes de uísque. No Chile, em 1962, a Espanha perdeu para a Tchecoslováquia por 1x0, venceu o México por 1x0 e foi derrotada por 2x1 pelo Brasil, sendo eliminada na primeira fase. Na Copa de 1966, na Inglaterra, a “Furia” caiu, também na primeira fase, ao ser derrotada pela Argentina (2x1), vencer a Suíça (2x1) e perder para a Alemanha Ocidental, pelo mesmo placar (2x1). Nas eliminatórias para a Copa de 1970, disputadas contra a Bélgica, Iugoslávia e Finlândia, a Espanha não obteve a sua quali-ficação. Também não logrou ultrapassar a barreira das eliminatórias para a Copa de 1974, embora tivesse terminado em primeiro lugar, empatada com a Iugoslávia. No jogo desempate, a Espanha perdeu a vaga, pelo placar mínimo. Em 1978, na Argentina, os “rojos” perderam, na estréia, para os austríacos (2x1). Empataram, no jogo seguinte com os “canarinhos” do Brasil (0x0). A vitória sobre os suecos (1x0) não foi suficiente para passar à segunda fase. Na Copa de 1982, realizada na própria Espanha, a “Furia Roja” decepcionou na estréia, no Estádio Luís Casanova, em Valência, empatando em 1x1 com Honduras, estre-ante em campeonatos mundiais. Em seguida, venceu a Iugoslávia por 2x1. Perdeu o jogo seguinte para a Irlanda do Norte, por 0x1. Com o mesmo número de pontos ganhos que a Iugoslávia, conseguiu se clas-

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sificar por ter marcado um gol a mais. Na segunda fase, perdeu para a Alemanha Ocidental, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, por 1x2; e enfrentou a Inglaterra, no mesmo local, empatando por 0x0. Sem nenhuma vitória nessa fase, a dona da casa foi eliminada. O México foi a sede da Copa do Mundo de 1986, na qual a Espanha fez boa campan-ha. Começou perdendo para o Brasil, por 1x0, em jogo no qual o árbitro não assinalou um gol espanhol, de Michel (a bola bateu no travessão e no solo, após a linha). Ganhou os dois jogos seguintes, contra a Irlanda do Norte (2x1) e Argélia (3x0). Passou para as oitavas-de-final, e goleou a Dinamarca, por 5x1, com quatro gols de Butragueño. Na fase seguinte (quartas-de-final), empatou, em 1x1, com a Bélgica, só perdendo na de-cisão por pênaltis, por 5x4. Em 1990, realizou-se a 14ª edição da Copa do Mundo, na Itália. A Espanha foi eliminada nas oitavas- de-final. Após empatar com o Uruguai (0x0), venceu, sucessivamente, a Coréia do Sul (3x1) e a Bélgica (2x1), classicando-se em primeiro lugar, no seu grupo. Na fase seguinte, foi derrotada pela Iugoslávia, por 2x1, em jogo que precisou de prorrogação. Na edição seguinte, a décima quinta, em 1994, os Estados Unidos foram os anfitriões. A seleção “roja”, com dois empates (2x2, com a Coréia do Sul; e 1x1, com a Alemanha) e uma vitória (3x1, sobre a Bolívia) classificou-se para a fase das oitavas-de-final. Com o convincente placar de 3x0, venceu a Suíça e passou para as quartas-de-final. Caiu perante a “azzurra”, por 2x1. A Copa do Mundo de 1998 voltou a ser realizada na França. A Espanha estreiou com derro-ta para a Nigéria, por 3x2. Em seguida, empatou com o Paraguai (0x0). A goleada aplicada sobre a Bulgária (6x1) não foi suficiente para evitar sua eliminação precoce, na primeira fase. A primeira Copa do Mundo do Século XXI, iaugurando o novo milênio, em 2002, teve como palco o continente asiático, que nunca havia sediado o evento. Também pela primeira vez, a organização foi repartida entre dois países: Japão e Coréia do Sul. O desempenho espanhol foi excelente na primeira fase, derrotando a Eslovênia (3x1), o Paraguai (3x1) e a África do Sul (3x2). Em seguida, empatou com a Irlanda (1x1), mas venceu nos pênaltis (3x2). Nas quartas=de-final, enfrentou a co-anfitriã Coréia do Sul, empatando em 0x0. Foi eliminada, ao perder a disputa dos pênaltis, por 5x3. A campanha espanhola na edição seguinte (Alemanha, 2006) tam-bém foi boa, na primeira fase, vencendo seus três jogos: 4x0, em cima

da Ucrânia; 3x1, na Tunísia; e 1x0, sobre a Arábia Saudita. Entretanto, foi eliminada na fase seguinte, ao perder para a França, por 3x1. A déci-ma nona edição da Copa do Mundo, realizada, pela vez primeira, em um país africano, em 2010, teve a Seleção da Espanha como a grande vitoriosa. Os “rojos” estreiaram na África do Sul, no dia 16 de junho, sendo derrotados, em Durban, pela Suíça, por 1x0. No jogo seguinte, em Joanesburgo, venceram Hoduras por 2x0. E colheram nova vitória, na tereira partida da fase de grupos, em Pretória, por 2x1, sobre o Chile. Nas oitavas-de-final, a Espanha derrotou o vizinho Portugal, por 1x0, na Cidade do Cabo. Pelo mesmo placar, em Joanesburgo, venceu o Para-guai, nas quartas-de-final. A semifinal, contra a Alemanha, foi disputada em Durban, que assistiu a uma nova vitória ibérica por 1x0. No dia 11 de julho, em Jonesburgo, no estádio “Soccer City”. realizou-se a grande final contra a Holanda. Perante mais de 80 mil pessoas, a partida termi-nou empatada, sem gols. No segundo tempo da prorrogação, faltando só quatro minutos para o seu término, Andrés Iniesta marcou o gol da vitória que deu o título à “Fúria”. Sob o comando do técnico Vicente del Bosque, a Espanha jogou com a seguinte formação:Iker Casillas (capitão), Sergio Ramos, Gerard Piqué, Caeles Puyol e Joan Capdevila; Sergio Busquets, Xabi Alonso, Xavi Hernández e Andrés Iniesta; Pedro Rodriguez e David Villa. No decorrer do jogo, entraram os atacantes Jesús Navas e Fernando Torres, e o meia Cesc Fàbregas. O time es-panhol ganhou, também, o troféu “Fair Play”, prêmio da FIFA para a equipe menos faltosa. David Villa, com cinco gols, foi o seu artilheiro. Casillas, além de levantar a taça, como capitão do time, recebeu a Luva de Ouro, como melhor goleiro da competição.No campeonato europeu de seleções, a Eurocopa, a Espanha foi campeã em 1964 e 2008. Um fato curioso é que a seleção espanhola abandonou a primeira edição da competição, em 1960, durante a ditadura de Fran-co, recusando-se a jogar no território comunista da União Soviética, na fase classificatória. Quatro anos depois, os comunistas soviéticos não see incomodaram de disputar a segunda edição, em território espanhol, conquistando o vice-campeonato (os campeões foram os anfitriões).Apresentamos, a seguir, em ordem cronológica das respectivas datas de nascimento, alguns dos jogadores espanhóis que fizeram história, no futebol de seu país.

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Santiago Bernabéu Yeste nasceu em Almansa, na Província de Albac-ete, no dia 8 de junho de 1895. Sua família mudou-se para Madrid, quando ele ainda era uma criança pequena, e Santiago começou a jogar futebol, em 1909, no “Real Madrid”, aos 14 anos. Passou a integrar a equipe principal, em 1912, quando completou 17 anos. Santiago Bernabéu jogou, durante toda a sua carreira de amador, pelo clube merengue, do qual foi um dos mais ativos sócios. Atacante, assinalou cerca de 200 gols até 1927, quando pendurou as chuteiras. Grande líder, não só entre os companheiros de time, mas, tam-bém, em todo o quadro social, foi o capitão da equipe durante muitos anos. Após ter lutado na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Bernabéu dedicou-se à recuperação do clube “blanco”, cujo time e quadro social haviam se desestruturado e dispersado durante o conflito. Como presidente do “Real Madrid”, de 1943 a 1978, foi o verdadeiro construtor do estádio, que hoje leva o seu nome, e o maior responsável pela ascensão da agremiação ao patamar que a fez ser con-siderada, pela FIFA, o melhor clube de futebol do Século XX. Santiago Bernabéu faleceu em Madrid, no dia 2 de junho de 1978. Paulino Alcántara Riestra nasceu em Iloilo, na antiga colônia espanhola das Filipinas (então Ilhas Orientais Espanholas), em 7 de outubro de 1896. Iniciou sua atividade futebolística no time infantil do “FC Galeno”, pequeno clube local. Observado por Joan Gamper, foi convidado para jogar no “Barcelona”. Sua estréia ocorreu em 25 de fe-vereiro de 1912, quando tinha apenas 15 anos, contra o “Català EC, pela Copa da Catalunha.Paulino foi o autor de três gols na goleada de 9x0. Artilheiro nato, Paulino Alcántara recebeu o apelido de “Rompe Redes”. Vestiu a camisa “blaugrana” até 1916, quando voltou às Fil-ipinas, retomando seus estudos. Na sua ilha natal, passou a jogar pelo “Bohemian”, e foi convocado para atuar pela Seleção das Filipinas nos Jogos do Extrem Oriente. Nesse torneio, em 1917, a seleção filipina, com Paulino, goleou a Seleção do Japão, pelo incrível placar de 15x2. Depois de uma ausência de três anos, retornou à Catalunha, em 1919. Inicialmente, o técnico do “Barça” tentou aproveitá-lo como zagueiro, o que não deu certo. De volta à sua posição de origem, no

ataque, Alcántara colaborou decisivamente para a vitória na “Copa Cataluña”. O “Barcelona” chegou, também, à final da Copa do Rei da Espanha, mas perdeu para o “Arenas”. Na temporada seguinte, porém, vencendo a final contra o “Athletic” de Bilbao, os merengues levanta-ram a Copa do Rei da Espanha. Paulino participou ainda de mais duas finais vitoriosas da Copa; em 1922, contra o “Real Unión”, vencido por 5x1; e, em 1926, contra o “Atlético de Madrid”, derrotado por 3x2. Desde a sua volta, até 1927, quando pendurou as chuteiras, o “Barce-lona” conquistou sete títulos catalães e quatro espanhóis. Paulino teve atuações memoráveis em todas as campanhas, marcando gols impor-tantes nos jogos decisivos. Em 357 partidas com a jaqueta “blaugrana”, Alcántara marcou 357 gols (média impressionante de um gol por par-tida, constante durante doze anos). Sua primeira convocação para uma seleção aconteceu em 1915, quando, aos dezoito anos, começou a defender a Catalunha. Atuou em seis partidas, marcando quatro gols. Em 1920, foi chamado para a Seleção Espanhola que disputou os Jogos Olímpicos de Antuérpia, mas recusou o convite, para poder realizar as provas finais do curso de medicina. No ano seguinte, exatamente em 7 de outubro de 1921, fez sua estréia na Seleção da Espanha, marcando os dois gols da vitória sobre a Bélgica, por 2x0. Jogou por “La Furia Roja” cinco partidas, marcando seis gols. Seu último jogo, com a camisa vermelha do escrete espanhol, aconteceu em 16 de dezembro de 1923, com a vitória por 3x0 contra a Seleção de Portugal. Após deixar de jogar, aos 31 anos, passou a exercer sua profis-são de médico. Continuou, porém, ligado ao “Barça”, do qual veio a ser diretor, anos depois. Também teve uma experiência como treinador da Seleção Espanhola, durante alguns meses, em 1951. Morreu em Barce-lona, no dia 13 de fevereiro de 1964. Manuel Prats Grendiain nasceu na localidade espanhola de Por-tugalete (região basca), em 1º de janeiro de 1901. Embora meio-cam-pista, Prats marcou muitos gols decisivos para o “Real Madrid”, único clube que defendeu, entre 1926 e 1933. Ricard Zamora Martinez nasceu em Barcelona, no dia 21 de janeiro de 1901. Começou sua carreira, em 1916, no “Real Español”

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(atual “Espanyol”), de sua cidade natal. Transferiu-se, em 1919, para o “Barcelona”. Zamora foi um goleiro excepcional, que recebeu o ape-lido de “O Divino” (“El Diví” em catalão, “El Divino”, em castelhano). Com o Barça, foi três vezes campeão catalão e conquistou duas Copas do Rei. Disputou as Olímpiadas de 1920, em Antuérpia, com a Seleção Espanhola, conquistando a medalha de prata. Integrou, também, a Seleção da Catalunha, entre 1920 e 1930. Voltou para o “Español” em 1922, defendendo sua meta por mais oito anos. Foi contratado pelo “Real Madrid” em 1930. Na capital es-panhola, passou a ser conhecido como Ricardo Zamora. Na condição de guardião do gol dos merengues, com a ajuda dos zagueiros Ciríaco e Quincoces, formou um sólido trio final, que deu muitas glórias ao clube, como os dois títulos consecutivos da Liga Espanhola ( 1931/32 e 1932/33), e das Copas do Rei, em 1934 e 1936. A eclosão da Guerra Civil Espanhola, em julho de 1936, prat-icamente antecipou o encerramento de sua brilhante carreira. Logo no início dos combates, sua morte chegou a ser falsamente anunciada. Efe-tivamente, Zamora esteve preso durante um certo período do conflito. Logo que foi solto, exilou-se na Argentina, por pouco tempo, seguindo depois para a França, onde atuou, concomitantemente, como goleiro e treinador do “Nice” (1937 a 1938). Com a seleção de seu país, disputou 46 partidas (computados apenas os jogos da equipe principal, excluídas as pelejas das Olimpía-das da Antuérpia), entre 1920 e 1936. Teve boas atuações nos dois jogos de que participou na Copa do Mundo de 1934: vitória sobre o Brasil, por 3x1, quando defendeu um pênalti cobrado por Waldemar de Brito; e empate, por 1x1, com a Itália Ao término da guerra, em 1939, retornou à Espanha, para ex-ercer sua nova função de técnico. Treinou o “Atlético Aviación” (atual “Atlético de Madrid”), conquistando um bicampeonato da Liga Espan-hola (1939/40 e 1940/41). Atuou também nos clubes “Celta de Vigo”, “Málaga” e “Español”, além de ter sido técnico da Seleção Espanhola. Aposentou-se, definitivamente, em 1961. O jornal “Marca” instituiu, em 1959, o Troféu Zamora, atribuí-do, até hoje, ao melhor goleiro do ano, em atividade no futebol espan-hol. A cidade de Barcelona também o homenageou, dando o nome de

Ricard Zamora, falecido em 1978, a uma praça.. Josep Samitier i Vilalta nasceu em Barcelona, no ano de 1902. Jogou, durante a maior parte da sua carreira, no “FC Barcelona”. Com a equipe “blaugrana”, conquistou cinco Copas do Rei e um campe-onato da Liga Espanhola, nos anos vinte. Transferiu-se, na temporada 1932/33, para o “Real Madrid”. Em sua primeira campanha pelo time “blanco”, ganhou o título da Liga. Venceu, também, duas Copas do Rei, em 1934 e 1935. Josep Samitier foi um jogador de técnica muito apurada e exce-lente visão de jogo, que integrou a Seleção da Espanha, tendo tido sua primeira participação na equipe olímpica, que conquistou a medalha de prata, em 1920. Após a interrupção causada pela Guerra Civil Espanho-la, José Samitier, como era chamado em Madrid, jogou pelo “Nice”, na França, onde teve a companhia do colega e amigo Zamora. Depois de pendurar as chuteiras, Samitier continuou suas atividades futebolísticas, como técnico. Faleceu em 1972, na mesma cidade em que nasceu. Jacinto Francisco Fernández de Quincoces y López de Arbina nasceu em Barakaldo, na Província da Biscaia, no dia 17 de julho de 1905. Jacinto Quincoces jogou, durante quase toda sua carreira, no ”Real Madrid”, onde foi ídolo, nos anos 30. Zagueiro vigoroso, porém de grande categoria técnica, foi um dos baluartes da defesa “madridis-ta”, que conquistou os títulos da Liga, em 1931/32 e 1932/33, além das Copas do Rei de 1934 e 1936. As batalhas da Guerra Civil Espanhola, que teve início em julho de 1936, interromperam sua trajetória vitoriosa. Ao término da luta, em 1939, Quincoces retomou seu lugar de destaque entre os merengues. Seu último jogo, com a gloriosa camisa branca, ocorreu em 5 de abril de 1941, quando pendurou as chuteiras. Quincoces integrou a Seleção da Espanha, tendo participado da Copa do Mundo de 1934, quando a “Furia Roja” terminou em quinto lugar, e ele foi considerado um dos melhores defensores, entre todos os participantes.Em 1943, foi o técnico do seu antigo clube. Faleceu em 10 de maio de 1997, na cidade espanhola de Valência. Telmo Zarraonaindia Montoya, mais conhecido como Telmo Zarra, nasceu em Asua, no dia 20 de janeiro de 1921. Começou, em

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1939, no pequeno clube basco “Erandio”. De 1940 a 1955, defendeu o “Athletic”, de Bilbao. Conquistou o Campeonato Espanhol em 1942, e as Copas do Rei (chamadas, na época, de Copas do Generalíssimo) de 1942, 1943, 1944 e 1949. Zarra foi um atacante com extraordinário faro de gol, tendo sido o artlheiro da Liga, em seis temporadas, feito não igualado por nenhum outro goleador. No campeonato 1950/51, estabele-ceu a marca recorde de 38 gols.Detém, até hoje, o recorde de 251 gols marcados na Liga. Pela Seleção da Espanha, disputou vinte partidas, marcando vinte gols. Participou da Copa do Mundo de 1950, no Brasil, tendo assi-nalado quatro tentos. Seu último jogo com a camisa vermelha da equipe nacional aconteceu em 1951. Após deixar o “Athletic”, ainda jogou, por mais dois anos, em duas equipes bascas de pouca expressão: “Indautxu” e “Barakaldo”, onde encerrou a carreira, em 1957. Morreu de ataque cardíaco, em Bil-bao, no dia 23 de fevereiro de 2006, aos 85 anos de idade. Miguel Muñoz nasceu em 1922. Jogou pelo “Real Madrid”, tendo conquistado quatro títulos da Liga, duas Copas do Rei e duas Ligas dos Campeões da Europa. Após pendurar as chuteiras, em 1958, Muñoz tornou-se técnico. A partir de 1960, comandou o “Real Madrid, durante quatorze tempo-radas, conquistando nove campeonatos da Liga Espanhola, duas Copas do Rei e duas Ligas dos Campeões da Europa. Foi, ainda, técnico da seleção espanhola, tendo sido vice-campeão da Eurocopa, em 1984. Miguel Muñoz faleceu em 1990. Francisco Gento nasceu em Guarnizo, na Cantabria, em 1933. Extrema-esquerda dotado de habilidade, era extremamente veloz. Atuou pelo “Real Madrid” em uma fase áurea, vencendo o campeonato da Liga Espanhola, treze vezes. Participou, com brilho, do pentacampeona-to merengue na Liga dos Campeões da Europa (1956 a 1960) e conquis-tou esse título europeu, mais um vez, em 1966. Ganhou a Copa do Rei em 1964. Pela Seleção Espanhola, Gento foi Campeão da Eurocopa, no mesmo ano. Luis Suárez Miramontes nasceu em 2 de maio de 1935, na ci-dade de Corunha, na Galícia. Iniciou sua carreira em 1953, no “Depor-tivo La Coruña”, da sua cidade natal, clube no qual atuava, desde 1949,

nas categorias de base. Transferiu-se para o “Barcelona”, em 1954. Com a camisa “blaugrana”, ganhou, duas vezes, o título de Campeão da Liga Espanhola (1958/59 e 1959/60). Conquistou, também em duas oportuni-dades, a Copa do Rei (1956/57 e 1958/59). Foi vencedor, ainda, em dois torneios internacionais da Copa das Cidades com Feiras. Meio-campista muitíssimo habilidoso, com 1,65 m de altura, foi apelidado de “El Arquitecto”, pela sua extrema competência em armar as jogadas ofensivas. Luis Suárez é considerado um dos melhores joga-dores espanhóis de todos os tempos. Em 1961, foi contratado pelo “Inter” de Milão. Pelo time azul e preto, ganhou três “scudettos” italianos: 1962/63, 1964/65 e 1965/66. No plano internacional, foi bicampeão europeu na Liga dos Campeões (1963/64 e 1964/65) e bicampeão mundial, ao conquistar a Copa Inter-continemtal, em 1964 e 1965. Com a Seleção da Espanha, que defendeu, entre 1957 e 1972, Suárez foi Campeão da Eurocopa 1964, vencendo a União Soviética, na final, em Madrid. Ao todo, jogou 32 partidas pela “Furia Roja”, mar-cando 14 gols. Luisito Suárez ganhou, em 1960, o “Ballon d’Or” da revista “France Football”. Deixou o “Internazionale” em 1970, passando a atuar pela “Sampdoria” até 1973, quando pendurou as chuteiras. Começou sua carreira de técnico em 1974, na equipe “neraz-zurra” de Milão. Treinou outros times italianos, como a “Sampdoria” e o “Cagliari”, e o espanhol “Deportivo La Coruña”. Seu maior desafio foi dirigir a Seleção da Espanha na Copa do Mundo de 1990. Encerrou a trajetória de treinador, em 1995, novamente no “Football Club Inter-nazionale Milano”. Luis Suárez vive atualmente em Milão, onde ainda trabalha no “Inter”, como dirigente. José Ángel Iríbar nasceu em 1943. Sua carreira está fortemente identificada com o futebol basco, tendo sido, por muitos anos, o goleiro titular do “Athletic”, de Bilbao, pelo qual ganhou a Copa do Rei, em 1969 e 1973. Com a Seleção Espanhola, Iríbar foi Campeão da Euro-copa, em 1964. Andoni Zubizarreta Urreta nasceu em Vitória (Gasteiz), no dia 23 de outubro de 1961. De origem basca, Zubizarreta iniciou sua car-

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reira no “Deportivo Alavés”, da sua cidade natal, em 1979. No ano seguinte, passou a defender o “Athletic” de Bilbao, sendo Campeão da Liga Espanhola, em 1983 e 1984, ano em que conquistou, também, a Copa do Rei. Com 1,87 m de altura, Zubizarreta foi um excelente goleiro, muito seguro e confiável. É o jogador que mais disputou partidas na Liga, e o que mais atuou pela Seleção da Espanha (126 jogos, entre 1985 e 1998). Transferiu-se, em 1986, para o “Barcelona”. Com o time dos “culés”, foi vitorioso nas Copas do Rei de 1987/88 e 1989/90; ganhou a Recopa Européia, na temporada 1988/89; foi Campeão Espanhol, em 1990/91, 1991/92, 1992/93 e 1993/94; conquistou o título europeu da Liga dos Campeões (1991/92) e venceu a Supercopa da Europa de 1992. Trocou o clube da Catalunha, em 1994, pelo “Valência”, onde guardou as luvas, em 1998. Atualmente (2010), é dirigente da agremi-ação “blaugrana”. Julio Salinas Fernández nasceu em 11 de setembro de 1962, em Bilbao. Seu primeiro clube foi o “Athletic”, de sua cidade natal. Com o clube basco, venceu dois campeonatos espanhóis e conquistou uma Copa do Rei. Transferiu-se, em 1986, para o “Atlético de Madrid” e, posteriormente, para o “Barcelona”, em 1988. Fez parte do chamado “Dream Team” de Cruijff que venceu, pela vez primeira do “Barça”, a Liga dos Campeões da UEFA (1991/92). Essa equipe inesquecível ganhou também a Supercopa da Europa, em 1992. No âmbito interno, conquistou a Copa do Rei, na temporada 1989/90; os títulos da Liga em 1990/91, 1991/92, 1992/93 e 1993/94; e a Supercopa da Espanha, em 1991/92. Atacante, com 1,88 m de altura e 82 kg de peso, Julio Salinas deixou o clube catalão em 1994, passando a defender o “La Coruña”. Ficou apenas uma temporada no “Depor” da Galícia, atuando depois, sucessivamente, por: “Sporting Gijón” (Asturias), “Yokohama F Mari-nos” (Japão) e “Deportivo Alavés” (Álava). Em 2000, aposentou-se. Pela Seleção Espanhola, Salinas disputou 56 jogos, marcando 22 gols. Participou das Copas do Mundo de 1986, 1990 e 1994. José Miguel González Martín del Campo, mais conhecido como Michel, nasceu na capital espanhola, em 23 de março de 1963.

Iniciou-se no futebol em 1976, ao ingressar nas categorias de base do “Real Madrid”. Começou sua carreira profissional no “Castilla CF” (filiado ao “Real Madrid”), em 1981. Logo, porém, retornou ao clube merengue, onde fez quase toda a sua carreira, conquistando seis títulos de Campeão Espanhol (1985/86, 1986/87, 1987/88, 1988/89, 1989/90 e 1994/95). Conquistou, também, duas Copas da UEFA (1984/85 e 1985/86 e duas Copas do Rei (1988/89 e 1992/93). Meia direita (atacante) hábil, bom cabeceador, com 1,83 m de altura, Michel disputou 7 jogos com a Seleção Espanhola Sub-21, em 1984 e início de 1985. Com a equipe nacional principal, jogou 66 parti-das, tendo marcado 21 gols, entre 1985 e 1992. Participou das Copas do Mundo de 1986, no México e 1990, na Itália, onde marcou os três gols do jogo Espanha 3x0 Coréia do Sul. Em 1996, deixou o clube dos “blancos” e atuou pelo “Atlético Celaya”, do México, até 1997, quando pendurou as chuteiras. Atualmente, Michel é técnico, dirigindo o “Getafe”, desde 2009. Emilio Butragueño Santos nasceu em Madrid, no dia 22 de julho de 1963. Começou sua carreira, em 1982, na equipe do “Castilla”, da segunda divisão espanhola, tendo sido campeão na temporada 1983/84. Contratado pelo “Real Madrid”, em 1984, foi bicampeão da Copa da UEFA (1984/85 e 1985/86); pentacampeão da Liga Espanhola (1985/86, 1986/87, 1987/88, 1988/89 e 1989/90); venceu duas Copas do Rei (1988/89 e 1992/93); e conquistou mais um titulo da Liga, em 1994/95). Atacante (ponta-direita) extremamente habilidoso e muito rápi-do, com 1,70 m de altura, Butragueño marcou 26 gols em 69 partidas pela Seleção da Espanha (entre 1984 e 1992). Na Copa do Mundo de 1986, marcou quatro gols no jogo Espanha 5x1 Dinamarca. Participou, também, da Copa do Mundo de 1990, na Itália. Em 1995, deixou a capital espanhola, mudando-se para o Méxi-co, onde jogou pelo “Celaya FC” até 1998, quando encerrou a carreira. Atualmente (2010), é dirigente merengue. Fernando Ruiz Hierro nasceu em Vélez-Málaga (Andaluzia), no dia 23 de março de 1968. Aos doze anos, em 1980, começou a jogar no time infantil do “Vélez”, de sua cidade natal. Em seguida, ainda nas categorias de jovens, atuou pelo “Atlético Malagueño” e no “Torre Del Mar”. Retornou ao “Vélez” em 1985, onde permaneceu mais dois anos.

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Em 1987, iniciou sua carreira profissional na primeira divisão, como zagueiro do “Real Valladolid”. Contratado pelo “Real Madrid”, em 1989, logo se tornou o capitão da equipe e ídolo da torcida “blanca”. Com os merengues, venceu: cinco Campeonatos Espanhóis (1989/90, 1994/95, 1996/97, 2000/01 e 2002/03); três Supercopas da Espanha (1989/90, 1992/93 e 1996/97); uma Copa do Rei (1992/93); três vezes, a Liga dos Campeões da Europa (1997/98, 1999/2000 e 2001/02); e o Mundial Interclubes, em duas oportunidades (1998 e 2002). Fernando Hierro tem 1,87 m de altura, recebeu os apelidos de “El Jefe” e “El Gran Capitán” e jogava como zagueiro, líbero ou vol-ante. Com bom toque de bola, seguro e rápido, tinha ótima noção de espaço, sabendo antecipar-se aos atacantes adversários, e era eficaz nas jogadas rasteiras e altas. Bom cobrador de penalidades, foi cobrador oficial de pênaltis, pela “Fúria”. Com 29 gols, foi, até 2003, o maior artilheiro da seleção “roja”, apesar de jogar na defesa. Por outro lado, Hierro tem um recorde negativo: é o jogdor que mais recebeu cartões amarelos e vermelhos, na história da Liga Espanhola. Estreiou na Seleção da Espanha em 1989, em uma vitória sobre a Polônia, por 1x0. Participou do Campeonato Mundial de 1990, em-bora tenha sido reserva. Na Copa de 1994, nos Estados Unidos, marcou um gol, no jogo contra a Suíça, vencida por 3x0. Participou do Mundial de 1998, na própria Espanha, tendo sido escolhido para ser o capitão da equipe nacional, em face da despedida do goleiro e capitão Zubizarreta. Nas vitórias sobre a Eslovênia e o Paraguai, na Coréia do Sul, válidas pela Copa do Mundo de 2002, Hierro marcou dois gols (um em cada). Ao todo, disputou 89 jogos, entre 1989 e 2002. Em 2003, deixou Madrid para ir jogar na Arábia Saudita, pelo “Al-Rayyan” Após uma única temporada, transferiu-se para o “Bol-ton Wanderers” da Inglaterra, em 2004. Colaborou eficazmente com o clube inglês, que realizou boa campanha em 2004/05, assegurando uma vaga para disputar a Copa UEFA, na temporada seguinte. Embora os dirigentes britânicos tivessem insistido para ele continuar em atividade, Hierro decidiu pendurar as chuteiras em 2005. José Santiago Cañizares Ruiz nasceu em Puertollano, no dia 18 de dezembro de 1969. Começou suas atividades futebolíticas em 1985, nas categorias de base do “Real Madrid”. Iniciou sua carreira profis-

sional de goleiro em 1988, no mesmo clube. Foi, sucessivamente, em-prestado ao “Elche” (1990/91), “Mérida” (1991/92) e “Celta de Vigo” (1992/94). Com altura de 1,81 m, não é considerado alto para os padrões dos goleiros da sua geração. Graças, porém, aos seus rápidos reflexos e agilidade, Santiago Cañizares ganhou o troféu Zamora, como arqueiro menos vazado da Liga Espanhola, nas temporadas 1992/93, 2000/01, 2001/02 e 2003/04. Retornou ao “Real” na temporada 1994/95. Com os merengues, foi campeão de “La Liga”, em 1994/95 e 1996/97; ganhou a Super-copa da Espanha, de 1997; e conquistou a taça da “UEFA Champions League”, em 1997/98. Cañizares transferiu-se para o “Valência”, em 1998. Pelo time do “Mestalla”, venceu uma Copa do Rei (1998/99); uma Supercopa da Espanha (1999); e mais dois campeonatos da Liga (2001/02 e 2003/04). No cenário continental, duas vitórias: a “UEFA Cup”, na temporada 2003/04, e a “UEFA Supercup”, em 2004. A sua primeira convocação, pela Federação Espanhola, foi para a Seleção Olímpica que disputou os Jogos de 1992, em Barcelona, ganhando a medalha de ouro. Cañizares continuou sendo chamado para a Seleção da Espanha entre 1993 e 2006, tendo disputado as Copas do Mundo de 1994, 1998 e 2006. Ficou ausente do campeonato mundial, em 2002, devido a um pequeno acidente doméstico, no qual cortou, com alguma gravidade, o pé. Em maio de 2008, rescindiu seu contrato com o “Valencia Club de Fútbol” e guardou as luvas. Luis Enrique Martinez Garcia nasceu em Gijón (Asturias), no dia 8 de maaio de 1970. Iniciou a carreira na sua cidade natal, em 1989, no “Real Sporting de Gijón”. Transferiu-se para o “Real Madrid”, em 1991. No ano seguinte, participou da Seleção Olímpica que ganhou o ouro, nos Jogos de Barcelona. Com 1,80 m de altura e 73 kg de peso, Luis Enrique foi um meio-campista (meia armador) de qualidades técnicas excepcionais, sendo considerado um dos melhores jogadores espanhóis, de todos os tempos. Em 1996, após cinco anos com os merengues, durante os quais foi Campeão da Copa do Rei (1992/93), da Supercopa da Espanha

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(1993), e da Liga Espanhola (!994/95), mudou-se para Barcelona, passando a vestir a camisa “blaugrana”. Com os “culés”, conquistou a Copa do Rei, nas temporadas 1996/97 e 1997/98; a Recopa Européia, em 1996/97; e dois títulos da Liga da Espanha (1997/98 e 1998/99). Luis Enrique recebeu o prêmio de melhor jogador espanhol de 1997, conferido pela revista “Don Balón”. Com a Seleção Espanhola, jogou 62 partidas, entre 1991 e 2002. Disputou três Copas do Mundo: de 1994, 1998 e 2002. Atuou, também, na Eurocopa de 1996, na qual “La Furia Roja” chegou às quartas-de-final. Aos 34 anos, em 2004, pendurou as chuteiras. Em seguida, levou a família para a Austrália, onde se dedicou ao surfe. Posterior-mente, voltou aos campos de futebol, como técnico. Atualmente (2010), é o treinador do “FC Barcelona Atlètic”, conhecido como “Barcelona B”. Josep Guardiola i Sala nasceu em Santpedor, na Província de Barcelona, no dia 18 de janeiro de 1971. Aos treze anos, em 1984, começou a jogar nas categorias de base do “Barcelona”. Em 1990, es-treiou no time prncipal, em partida contra o “Cádiz”. Assumiu a titulari-dade na temporada 1991/92, sob o comando técnico de Cruijff. Ficou no clube catalão até 2001, ganhando o título de Campeão Espanhol, em 1990/91, 1991/92, 1992/93, 1993/94, 1997/98, e 1998/99. Conquistou a Supercopa da Espanha de 1991, 1992, 1994 e 1996; e a Copa do Rei, em 1997 e 1998. Volante eficaz, com boa técnica, Josep Guardiola foi designado, pelo técnico Bobby Robson, para ser o capitão da equipe “blaugrana” na temporada 1996/97. Sofreu uma forte lesão, que o deixou fora de muitas partidas, em 1997/98. Pep, como seus companheiros o chama-vam, retornou plenamente recuperado, na temporada seguinte. Em 2001, Guardiola se despediu dos “culés” para ir jogar na Itália, pelo “Brescia”. No ano seguinte, transferiu-se para a “Associazi-one Sportiva Roma”, na qual viveu maus momentos, pois foi suspenso, por quatro meses, pelo uso da substância proibida “nandrolona”. Voltou para o “Brescia”, em 2003. Foi contratado, no mesmo ano, pelo “Al-Ahli”, do Qatar, onde atuou até 2005. Antes de pendurar as chuteiras, em 2006, jogou mais seis meses pelo “Dorados de Sinaloa”, no México. Pela Seleção da Catalunha, participou de 7 jogos, de 1995 a

2005. Com a Seleção Espanhola, Josep Guardiola disputou 47 partidas, entre 1992 e 2001, tendo sido o capitão da equipe que ganhou a medal-ha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Participou da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, mas não disputou a Eurocopa 1996, nem o campeonato mundial de 1998, na França. Esteve presente, porém, na Eurocopa 2000. Iniciou suas atividades como treinador, em junho de 2007, nas divisões de base do “Barcelona”. Na temporada 2008/09, assumiu o comando da equipe principal. Surpreendentemente, para um técnico de pouca experiência, tornou-se um grande vencedor, conquistando o Campeonato Espanhol, em 2008/09 e 2009/10; a Copa do Rei de 2008/09; e a Supercopa da Espanha, em 2009 e 2010. No âmbito inter-nacional, venceu a Liga dos Campeões da UEFA, em 2008/09; a Su-percopa Européia de 2009; e a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em 2009.Josep Guardiola continua comandando, com sucesso, o “Barça”, atual-mente (início de 2011). Miguel Ángel Salgado Fernández, conhecido como Míchel Salgado, nasceu em 22 de outubro de 1975, no pequeno município de As Neves (Província de Pontevedra), na Galícia. Iniciou sua carreira profissional no “Celta de Vigo”, também de Pontevedra, em 1995. Foi emprestado ao “Salamanca”, para a temporada 1996/1997. Retornou ao clube galego, no qual permaneceu até 1999, ano em que se tranferiu ao “Real Madrid”.Destro, com 1,70m, Míchel Salgado é um zagueiro direito que, desde jovem, demonstrou boas qualidades, tendo participado das Seleções de Base da Espanha, desde 1994, nas categorias Sub-18, Sub-19, Sub-20 e Sub-21. Uma de suas características é maneira vigorosa de jogar, chegando a ser violento, em alguns lances. Entre 1998 e 2006, integrou a seleção principal, realizando 53 jogos. Disputou a Eurocopa de 2000 e a Copa do Mundo de 2006.Defendeu a equipe “blanca” da capital espanhola durante dez anos, conquistando os seguintes títulos: Liga dos Campeões da UEFA, em 1999/2000 e 2001/02; Campeonato Espanhol de 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2007/08; Supercopa da Espanha, em 2001, 2003 e 2008; Su-percopa Européia de 2002; e a Copa Intercontinental, também em 2002.

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Em 2009, Michel Salgado deixou os merengues, indo para a Inglaterra, atuar pelo “Blackburn Rovers’, onde joga atualmente. Fernando Morientes Sánchez nasceu em Cáceres, no dia 5 de abril de 1976. Em 1993, foi revelado pelo “Albacete”, no qual jogou até 1995.Transferiu-se, então, para o “Real Zaragoza”, que defendeu até 1997. Começou a ganhar destaque, a partir de 1997, no “Real Madrid”. Com a camisa branca dos merengues, venceu a Supercopa da Espanha, em 1997, 2001 e 2003; o Campeonato Espanhol de 2000/01 e 2002/03; e a Liga dos Campeões da UEFA, em 1997/98, 1999/2000 e 2001/02. Seu melhor momento aconteceu na final, contra o também espanhol “Valência”, da Copa dos Campeões da Europa, em 2000, quando mar-cou um dos gols da vitória por 3x0. Em 2003, foi cedido, por em-préstimo, ao “Monaco”. Fernando Morientes teve bom desempenho na equipe do principado, colaborando eficazmente com a sua campanha na temporada 2003/04, especialmente na Liga dos Campeões. Retornou à equipe “blanca” de Madrid, em 2004, mas foi novamente emprestado, na temporada 2005/06, ao “Liverpool”. Pelos “reds”, conquistou a Su-percopa Européia de 2005 e a Copa da Inglaterra (2005/06). Terminado, em 2006, o empréstuimo ao clube inglês, Morientes retornou à Espanha, contratado pelo “Valência”. Com o time valenciano, ganhou a Copa da Espanha (2007/08). Transferiu-se, em 2009, para o “Olympique”, de Marselha. Na França, participou da conquista do campeonato nacional (2009/10) e da Copa daa Liga Francesa. Entretanto, sua contribuição foi pequena, pois ficou na reserva em muitos jogos. Após o fim da tempo-rada (julho de 2010), Morientes decidiu pendurar as chuteiras, no final de agosto. Atacante com faro de gol, 1,86 m de altura, apelidado de “Moro”, Fernando Morientes passou por quatro categorias diferentes, na Seleção da Espanha, entre 1995 e 2007: sub-20, sub-21, sub-23 e a principal. Disputou as Olimpíadas de 1996, em Atlanta, com a seleção sub-23. Participou, com destaque, das Copas do Mundo de 1998 e de 2002, além da Eurocopa, em 2004. Efeuou, com a seleção principal, 47 partidas, assinalando 27 gols. Raúl González Blanco nasceu em 27 de junho de 1977, na capital espanhola. Iniciou-se no futebol, aos dez anos de idade, no time

infantil do “San Cristóbal de los Ángeles”. Três anos depois, levado por seu pai, ingressou no “Atlético de Madrid”, que gozava da predileção paterna. Logo na sua primeira temporada (1990/91). nas categorias de base atleticanas, Raúl marcou 65 gols, e sagrou-se campeão. Foi nova-mente o artilheiro destacado, na temporada seguinte, na qual a equipe alvirrubra ganhou o bicampeonato. Entretanto, alegando problemas econômicos, o presidente do clube dissolveu as divisões inferiores. As-sim, apesar de seus familiares serem torcedores “rojiblancos”, o jovem foi para o rival “Real Madrid”, estreiando na equipe principal, em 6 de setembro de 1994, com 17 anos. Com 1,80 m de altura e 68 kg de peso, Raúl vem mantendo, ao longo de sua brilhante carreira, sua vocação de artilheiro nato. Com os merengues, conquistou os seguintes títulos: Campeão Espanhol, nas temporadas 1994/95, 1996/97, 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2007/08; vencedor da Supercopa da Espanha, em 1997, 2001, 2003 e 2008; vitorioso na Liga dos Campeões da UEFA, de 1997/98, 1999/2000 e 2001/02; Campeão Mundial Interclubes, em 1998 e 2002; e ganhador da Supercopa Européia de 2002. Considerado o melhor atacante do futebol espanhol, jogou dezesseis anos no “Real Madrid”, marcando 323 gols. Em 2003, Raul recebeu a braçadeira de capitão, exercendo a função até 2010, quando deixou o clube. Em julho de 2010, foi contratado pelo “Schalke 04”, da Aleman-ha, onde tem tido bom desempenho, colaborando, com seus gols, para a boa campanha do clube, até o momento, na temporada. Raúl atuou na Seleção Espanhola, desde as categorias de base: Sub-18, em 1994; Sub-20, em 1995; Sub-21, em 1995 e 1996; Sub-23, em 1996 e 1997. Pela equipe nacional principal, disputou 102 partidas, assinalando 44 gols, entre 1996 e 2006. Além do oportunismo e faro de gol que o caracterizam, é um atacante completo, que cria jogadas e propicia ótimas assistências aos companheiros. Disciplinado, nunca recebeu um cartão vermelho ao longo de 17 anos de atuação profissional. Foi o artilheiro da Liga Espanhola, em 1999 e 2001; e da Liga dos Campeões da UEFA, em 2000 e 2001. Entre outras distinções, Raúl González foi considerado o melhor jogador do campeonato espanhol em 1997, 1999, 2000, 2001 e 2002; e o melhor atacante da Europa em 2000, 2001 e 2002.

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Joan Capdevila i Méndez nasceu em 3 de fevereiro de 1978, na locali-dade de Tàrrega (Catalunha). Iniciou sua carreira profissional em 1997, no “Espanyol B”. Jogou a temporada 1998/99 pelo “Espanyol” e atuou, em 1999/2000, com a camisa “rojiblanca” do “Atlético de Madrid”. A partir de 2000, quando foi contratado pelo “Deportivo La Coruña” passou a ter mais destaque, embora fizesse parte da Seleção Espanhola Sub-21, desde 1998. Com o clube azul e branco da Galícia, conquistou a Copa do Rei (2001/02) e a Supercopa da Espanha, em 2000 e 2002.Joan Capdevila tem 1,80 m de altura, é canhoto e lateral esquerdo de origem, mas é polivante, atuando igualmente bem como volante e meia, pela esquerda. Defendeu o “La Coruña” por mais de sete temporadas, tendo se transferido, em 2007, para o “Villareal”, seu clube atual.Pela Seleção, Capdevila disputou treze partidas na categoria sub-21, quatro na sub-23 e trinta e duas, na principal, até agora. Venceu a Euro-copa, em 2008, e a Copa do Mundo, em 2010. Carles Puyol i Saforcada nasceu em 13 de abril de 1978, na localidade de La Pobla de Segur (Província de Lérida, na Catalunha). Começou no “Barcelona B”, em 1997. Dois anos depois, foi promovido à equipe principal do “Barcelona”, onde ainda joga atualmente.Carles Puyol é destro, porém utiliza muito bem a perna esquerda, tem 1,78 m de altura e pesa 80 kg. Excelente zagueiro, joga de forma dura, porém leal, cometendo poucas faltas. Atua, também, como lateral es-querdo. Catalão e dedicado ao “Barça”, tornou-se capitão da equipe, e é idolatrado pela torcida. Até hoje, além da camisa “roja” de “La Furia”, só vestiu a “blaugrana”, com a qual conquistou os seguintes títulos: “La Liga”, em 2004/05, 2005/06, 2008/09 e 2009/10; “UEFA Champions League”, de 2005/06 e 2008/09; “Supercopa de España”, nas tempora-das2005/06, 2006/07 e 209/10; “Copa Del Rey”, em 2008/09; “UEFA Supercup” de 2009; e Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em 2009. Foi premiado pela UEFA, como zagueiro do ano, em 2006.Pela Seleção, Puyol disputou os Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, ganhando a medalha de prata. Participou da Eurocopa 2004 e da Copa do Mundo de 2006. Em seguida, foi Campeão Europeu (Euro 2008) e Mundial (Copa do Mundo de 2010).Carlos Marchena López nasceu em 31 de julho de 1979, na localidade de Las Cabezas de San Juan (Andaluzia). Começou sua carreira profis-

sional no “Sevilla”, da capital andaluza, em 1997. Após três anos, foi para Portugal, jogar pelo “Benfica”, na temporada 2000/01. Logo retornou à Espanha, passando a defender o “Valencia”, de 2001 a 2010. Transferiu-se para o “Villareal”, seu clube atual, em 2010.Carlos Marchena é ambidestro, tem 1,83 m de altura, e joga como zagueiro. Suas qualidades fizeram-no ser convocado, a partir de 1999, para as seleções da Espanha Sub-20, Sub-21 e Sub-23. Foi Campeão Mundial Sub-20, em 1999, na Nigéria; e ganhou a medalha de prata olímpica em 2000. Com o clube da capital valenciana, obteve dois títulos de “La Liga” (2001/02 e 2003/04), uma Copa UEFA (2003/04) e uma Supercopa Européia (2004). Com a seleção principal, a partir de 2002, Marchena participou de 51 jogos, sendo suas maiores conquistas: a Eurocopa 2008, na qual atuou com destaque; e a Copa do Mundo de 2010, embora tenha ficado no banco de reservas, na maior parte das partidas. Xavier Hernández i Creus nasceu em 25 de janeiro de 1980, na cidade catalã de Terrassa. Conhecido como Xavi, ele começou a jogar em uma escolinha de futebol, aos cinco anos, em 1985. Seis anos depois, in-gressou no time infantil do “Barcelona”. Em 1997, iniciou sua carreira profissional no “Barcelona B”. No dia 18 de agosto de 1998, a chamado do técnico Louis van Gaal, estreiou na equipe pricipal do “Barça”, aos dezoito anos, na final da Supercopa da Espanha, enfrentando o “Mallor-ca” e marcando um gol. Participou da conquista do título de Campeão de “La Liga”, já na sua primeira temporada (1998/99).Meio-campista (meia-de-ligação), destro, com 1,70 m e 68 kg, Xavi é dono de uma fantástica visão de jogo e de extrema precisão na execução dos passes. É considerado um dos melhores jogadores do mundo, na atualidade.Sucedeu a Pep Guardiola, que saiu em 2001, tornando-se o soberano absoluto do meio-de-campo “blaugrana”. Com o clube catalão, conquis-tou os seguintes títulos, após 2001: Campeão Espanhol, em 2004/05, 2005/06, 2008/09 e 2009/10; Supercopa da Espanha, de 2005; Liga dos Campeões da UEFA, nas temporadas 2005/06 e 2008/09; Copa do Rei (2008/09); Supercopa Européia 2009; e Copa do Mundo de Clubes da FIFA, de 2009. Na temporada 2005/06, Xavi rompeu os ligamentos do joelho esquerdo e ficou fora de ação durante cinco meses. Sua tempo-

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rada mais brilhante foi a de 2008/09, na qual foi fundamental para a conquista da tríplice coroa (Liga Espanhola, Copa do Rei e Liga dos Campeões da Europa). Realizou mais de 500 partidas pelo “Barça”, feito que o coloca como o recordista máximo de atuações, em toda a centenária história dos “culés”.Xavi Hernandéz estreiou na Seleção da Espanha, em 1997, pela catego-ria Sub-17. Entre 1997 e 1998, realizou dez jogos, com a Sub-18. Em 1999, sagrou-se Campeão Mundial Sub-20. De 1998 a 2001, jogou 25 partidas, assinalando 7 gols, na categoria Sub-21. Com a equipe Sub-23, ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.Com a seleção principal, disputou as Copas do Mundo de 2002, 2006 e 2010. Foi um dos grandes nomes da “Fúria Roja” nas brilhantes con-quistas da Eurocopa 2008 e do campeonato mundial de 2010.Xavi foi considerado o melhor meia do campeonato espanhol e da UEFA, na temporada 2008/09. Recebeu o prêmio de melhor jogador espanhol de “La Liga”, em 2005, conferido pela revista “Don Balón”; e o prêmio de melhor jogador do mundo, em 2010, pela revista “World Soccer”. Ilker Casillas Fernández nasceu em 20 de maio de 1981, na cidade de Móstoles, próxima de Madrid. Aos nove anos, em 1990, iniciou-se nas atividades do futebol, no time infantil do “Real Madrid”. Profissional-izou-se no mesmo clube, em 1998, com 17 anos. A partir da temporada 1999/2000, assumiu a posição de goleiro titular dos merengues, seu único clube até hoje.Apelidado de “San Iker”, com 1,86 m e 70 kg, colaborou ativamente, guarnecendo a meta da equipe “blanca”, para as seguintes conquistas: Liga dos Campeões da UEFA, em 1999/2000 e 2001/02; Campeonato Espanhol, nas temporadas 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2007/08; Super-copa da Espanha de 2001, 2003 e 2008; Supercopa da Europa em 2002; e Copa Intercontinental, em 2002.Casillas foi escolhido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol), como o melhor goleiro do mundo nos anos de 2008, 2009 e 2010. Integra a Seleção Espanhola desde 1995, quando ganhou o título de campeão europeu sub-15, feito que repetiu em 1997, na categoria sub-17. Tornou-se campeão do mundo sub-20, em 1999. Na equipe nacional principal, da qual é o atual capitão, participou das

Copas do Mundo de 2002 e 2006. Foi Campeão Europeu, ao vencer, com brilho, a Eurocopa 2008. Mas sua maior glória aconteceu na Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, quando recebeu a Luva de Ouro, destinada ao melhor arqueiro da competição, e levantou a taça de Campeão Mundial. Xabier Alonso Olano nasceu em 25 de novembro de 1981, no município de Tolosa (Província de Guipúzcoa). De origem basca, após iniciar suas atividades na equipe infanto-juvenil do “Antiguoko”, Xabi Alonso começou sua carreira no “Real Sociedad”, da cidade de San Sebastián, mas foi logo emprestado ao “Eibar”, da cidade de mesmo nome, também na Província de Guipúzcoa. Após a temporada 2000/01, retornou à equipe azul e branca, tendo sido uma das revelações do time de “La Real” no campeonato de 2002/03, e ganhador do prêmio “Don Balón” de 2003.Contratado pelo “Liverpool”, em 2004, jogou na Inglaterra até 2009. Teve ótimo desempenho entre os “reds”, conquistando os títulos: Liga dos Campeões da UEFA (2004/05); Supercopa Européia (2005); Copa da Inglarerra (2005/06); e Supercopa Inglesa (2006). Retornou à Espan-ha em agosto de 2009, transferido para o “Real Madrid”, onde é hoje uma das figuras exponenciais da equipe “galáctica”. Volante eficaz, com altura de 1,83 m e 75 kg de peso, estreiou na Se-leção Espanhola em abril de 2003, após ter integrado a equipe nacional sub-18 e sub-21. Participou da Euro 2004 e da Copa do Mundo de 2006, tendo marcado o primeiro gol da Espanha na competição, contra a Ucrânia. Alonso foi Campeão da Euro 2008 e terceiro colocado na Copa das Confederações de 2009, assinalando o gol da vitória dos espanhóis sobre a África do Sul (3x2). Participou da campanha, com 100% de apoveitamento, das eliminatórias para o campeonato mundial de 2010, e da primeira conquista espanhola da Copa do Mundo, na qual foi um dos esteios de “La Fúria Roja”. David Villa Sánchez nasceu no dia 3 de dezembro de 1981, em Langreo, nas Astúrias. Iniciou sua carreira profissional na temporada 2000/01, no “Sporting de Gijón”, então na Segunda Divisão da Liga Es-panhola. Após três campeonatos, foi contratado pelo “Real Zaragoza”, em cuja equipe conquistou seus primeiros títulos: a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha, ambas em 2003/04.

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David Villa, com 1,73 m e 69 kg, é um atacante destro, possui-dor de grande técnica e muita velocidade que fazem dele um excelente finalizador. Essas qualidades despertaram o interesse do “Valencia”, clube para o qual se transferiu em 2005. No time da capital valenciana, destacou-se como artilheiro e foi vitorioso na Copa do Rei da Espanha, em 2007/08. A partir de maio de 2010, passou a defender as cores azul e grená do “Barcelona”. Pelo clube dos “culés”, venceu a Supercopa da Espanha (2010). A sua primeira convocação para a Seleção Espanhola aconte-ceu em 2005, visando às eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006. Sua estréia ocorreu em fevereiro, no jogo contra San Marino, e o seu primeiro gol com a camisa “roja” foi assinalado em novembro, contra a Eslováquia. Disputou a Copa do Mundo de 2006, marcando dois gols na vitória sobre a Ucrânia, e mais um, na derrota para a França. Participou da campanha vitoriosa nas eliminatórias e na conquista da Eurocopa 2008, marcando três gols na primeira partida, contra a Rússia, e o gol da vitória sobre a Suécia, obtida aos noventa e dois minutos. Em 2009, dis-putou a Copa das Confederações, na qual e Espanha ficou em terceiro lugar e ele foi um dos vice-artilheiros. Conquistou seu maior título, o de Campeão do Mundo, em 2010, na Copa da África do Sul, onde foi um dos artilheiros da competição, com cinco gols marcados. Em outubro de 2910, ao marcar mais um gol pela seleção, Villa totalizou 44 tentos, igualando a marca de Raul, como maior artilheiro de “La Fúria Roja”. Fernando José Torres Sanz nasceu em 20 de março de 1984, na capital da Espanha. Com cinco anos de idade, começou a praticar futebol no time infantil de um clube de bairro. Aos onze, em 1995, ingressou nas categorias de base do “Atlético de Madrid”. Em 1998, disputou e venceu, com a equipe sub-15 do clube madrilenho, a Copa Nike, destinada a jovens de toda a Europa, sendo considerado o melhor jogador do torneio. Ao completar quinze anos, em 1999, assinou com o alvirrubro seu primeiro contrato profissional. Após um ano no time reserva, Fernando Torres foi alçado à equipe principal na temporada 2000/01. Entretanto, não foi boa a campanha do “Atlético” na Liga Es-panhola, sendo rebaixado. Na segunda divisão, em 2001/02, o clube foi o campeão, mas Torres marcou apenas seis gols em 36 jogos. De volta à

elite, na temporada 2002/03, ele marcou doze vezes em 29 partidas. Em 2003/04, sua performance melhorou: dezenove gols em 35 partidas e ele tornou-se, com 19 anos, o capitão da equipe. Com o time dos “colchon-eros”, entre 2001 e 2007, Fernando Torres jogou 214 partidas e marcou 82 gols. Transferiu-se para o “Liverpool”, da Inglaterra, em 2007. Em sua primeira temporada na “Premier League” (2007/08), marcou 24 vezes, sendo o goleador do time. Com a equipe da cidade portuária do condado de Mersyside, ele disputou 134 jogos, marcando 79 gols, até janeiro de 2011, quando foi contratado pelo “Chelsea”, de Londres. Apelidado de “El Niño”, com 1,85 m, Fernando é um atacante de técnica apurada e goleador nato. Após ter participado das seleções sub-15 (um jogo, em 2000), sub-16 (nove jogos, em 2001), sub-17 (qua-tro jogos, em 2001), sub-18 (um jogo, em 2001), sub-19 (cinco jogos, em 2002) e sub-21 (dez jogos, em 2002 e 2003), Torres estreiou na Seleção Espanhola (principal) em 2003, enfrentando Portugal. Partic-ipou de quatro grandes torneios: UEFA Euro 2004, Copa do Mundo de 2006, UEFA Euro 2008 e Copa do Mundo de 2010, sendo campeão nos dois últimos, embora tenha sido reserva em algumas partidas do último campeonato mundial, na África do Sul. Até o início de 2011, realizou 82 partidas, tendo marcado 26 gols, por “La Fúria Roja”. Andrés Iniesta Luján nasceu em 11 de maio de 1984, na locali-dade de Fuentealbilla (Província de Albacete). Em 1996, com doze anos, Andrés paricipou de um torneio infantil, jogando pelo “Albacete Balompié”, no qual se destacou sobremaneira, despertando a atenção de olheiros do “Barcelona”. Assim, em setembro do mesmo ano, ingres-sou nas categorias inferiores do clube catalão. Profissionalizou-se cinco anos depois e atuou pelo “Barcelona B”, durante duas temporadas. Meio-campista de grande categoria técnica e ótima visão de jogo, com 1,70 m, Andrés Iniesta estreiou na equipe principal do “Barça” (seu único clube, até hoje), na temporada 2002/03. Entretanto, somente em 2004/05, passou a jogar como titular, participando ativa-mente da conquista do campeonato da Liga. Em seguida, assegurou definitivamente seu espaço no time, e conquistou, mais, os seguintes títulos: “La Liga”, 2005/06, 2008/09 e 2009/10; Supercopa da Espanha, 2005 e 2006; Liga dos Campeões da UEFA, 2005/06 e 2008/09; Copa do Rei, 2008/09; e Copa do Mundo de Clubes da FIFA. 2009. Iniesta foi

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considerado o melhor jogador da edição 2008/09 da “UEFA Chanpions League”. Na Seleção da Espanha, esteve presente nas campanhas vito-riosas das Eurocopa Sub-16 e Eurocopa Sub-19. Com “La Fúria Roja” principal, disputou a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, tendo sido titular apenas em um jogo (contra a Arábia Saudita). Participou ativa-mente da conquista do título de Campeão Europeu na Eurocopa 2008, sendo o único jogador do time espanhol que atuou em todas as parti-das da competição. Dois anos depois, foi um dos principais valores da seleção campeã da Copa do Mundo, realizada na África do Sul. Foi de sua autoria o gol decisivo, marcado contra a Holanda, na prorrogação do jogo final, no qual Andrés Iniesta foi o melhor em campo, de acordo com a FIFA. Sergio Ramos García nasceu em 30 de março de 1986, na cidade de Sevilha. Começou a praticar futebol, aos dez anos, na equipe in-fantil do “Sevilla”, de sua cidade natal, em 1996. Com dezessete anos, em 2003, iniciou sua carreira profissional, no mesmo clube. Após três temporadas com os “sevillistas”, transferiu-se para o “Real Madrid”, em 2005. Sergio Ramos tem altura de 1,83 m, pesa 81 kg e é destro, mas joga bem tanto na lateral direita, como na esquerda, além de atuar como zagueiro, com igual eficiência. Conquistou, com os merengues, os seguintes troféus: Campeonato Espanhol, em 2006/07 e 2007/08; e Supercopa da Espanha, de 2008. Sua primeira convocação para vestir a camisa “roja” da seleção foi em 2002, na categoria sub-17. Em 2004, foi vencedor da Eurocopa Sub-19. Pela Seleção Espanhola principal, disputou, de 2005 até agora, 68 partidas, tendo assinalado 5 gols. Participou da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Conquistou o título da Eurocopa 2008 e da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, onde realizou grandes apresen-tações. Francesc Fàbregas i Soler, mais conhecido como Cesc Fàbregas, nasceu em 4 de maio de 1987, na localidade de Arenys de Mar (Provín-cia de Barcelona). Ainda menino, começou a jogar futebol no “Mataró”, pequeno clube da Catalunha. Aos treze anos, ingressou nas categorias inferiores do “Barcelona”. Antes, porém, de ser promovido ao time

principal “blaugrana”, transferiu-se, aos dezesseis anos, para o “Arse-nal”, de Londres, em 2003. Com 1,80 m de altura e 78 kg de peso, Cesc atua no meio-de-campo, como volante ou meia. Prestigiado pelo técnico Arsène Wenger, conhecido por lançar e desenvolver jovens talentos, participou da conquista da “FA Cup” pelos “gunners”, em 2005. Tornou-se titular absoluto, ao lado de Gilberto Silva, no meio campo da equipe inglesa, na temporada 2005/06.Em novembro de 2008, Fàbregas foi escolhido para ser o capitão do “Arsenal”. Pouco depois, entretanto, sofreu uma lesão no joelho, que o afastou dos gramados por quatro meses. Recuperado, fez uma excelente temporada 2009/10, e completou, recentemente, 250 jogos com a tradi-cional camisa vermelha com mangas brancas, do clube de Holloway. A partir de 2002, Cesc Fàbregas integrou a Seleção Espanhola, em todas as categorias, desde a Sub-16. Foi vice-campeão e artilheiro do Mundial Sub-17 de 2003, realizado na Finlândia. Estreiou no time nacional principal em um amistoso, no mês de março de 2006, antes de completar 19 anos. Em seguida, participou de todas as partidas da Copa do Mundo de 2006, embora iniciando a maioria delas no banco de reservas. Dois anos depois, também como reserva, participou da conquista da Eurocopa 2008. Ainda como reserva, mas tendo atuado em quatro dos sete jogos disputados por “La Fúria Roja”, ganhou a Copa do Mundo de 2010. Pedro Rodriguez Ledesma nasceu em 28 de julho de 1987, na cidade de Santa Cruz de Tenerife, no arquipélgo espanhol das Canárias. Começou a jogar futebol em 2003, no “San Isidro”. No ano seguinte, ainda nas categorias inferiores, transferiu-se para o “Futbol Club Bar-celona”. Pedro profissionalizou-se em 2007, na mesma agremiação. Atuou, inicialmente, pelo “Barcelona B”, mas participou de 14 partidas pela equipe principal na temporada 2008/09, quando o “Barça” conquis-tou a tríplice coroa. Foi definitivamente promovido ao primeiro time “blaugrana” em 2009/10. Em sua ainda curta carreira com os “culés”, ganhou os títulos: “La Liga”, 2008/09; Copa do Rei, 2008/09; Liga dos Campeões da UEFA, 2008/09; Supercopa da Espanha, 2009; Supercopa Européia, 2009; e Copa do Mundo de Clubes da FIFA, 2009. Pedro, apelidado de “Pedrito”, tem 1,69 m e pesa 64 kg. É um

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atacante muito veloz, dotado de boa técnica, e preciso nas finalizações e assistências. Pela Seleção Nacional Sub-21, em 2008, Pedro realizou dois jogos, sem marcar gol. Estreiou na Seleção Espanhola principal no dia 29 de maio de 2010, em amistoso preparatório para a Copa do Mundo, contra a Arábia Saudita, com a vitória ibérica por 3x2. Na África do Sul, foi reserva no início da competição, mas ganhou a vaga de titular, em função da má fase de Fernando Torres, recém saído de uma inativi-dade por lesão. Assim, Pedro Rodríguez sagrou-se Campeão Mundial, em 2010, tendo efetuado apenas oito partidas e marcado só um gol, com a camisa “roja” da “Fúria”.

TERÇA-FEIRA, 22 DE MARÇO DE 2011

Após a chegada de todos à mesa da Empada Brasil, no Gilberto Salomão, Cristiano se manifestou: _Eu próprio fiquei surpreso com a enorme quantidade de páginas que escrevi sobre o futebol na Espanha. A verdade é que me entusiasmei com as interessantísimas histórias do “Real Madrid” e do “Barcelona”. _Por falar nesses dois gigantes do futebol mundial, seus centros de treinamento são de causar inveja aos clubes brasileiros...,comentou Marcos. Brian interveio: _Impressionou-me a importância que os espan-hóis dedeicam às categorias de base. Aqui no Brasil, a mídia esportiva quase não informa sobre o campeonato sul-americano sub-17, que presentemente está acontecendo, com boa participação do escrete bra-sileiro. _Por outro lado, é muito peculiar a participação política do fute-bol nos movimentos separatistas da Catalunha e do Paíis Basco, comen-tou Pedro Paulo. _Mas, enquanto o ”Barcelona”, da mesma forma que o “Real Madrid”, contrata os melhores jogadores da Espanha e do resto do mundo, o “Atlético Bilbao” privilegia os atletas bascos, limitando o poderio da sua equipe, acrescentou Roberto Mauro. _Um ponto importante, que eu acho merecedor da atenção dos

dirigentes esportivos, foi o fortalecimento do futebol espanhol, nos anos 90, em decorrência da transformação dos seus clubes em sociedades anônimas, ponderou Marcos. _Eu gostaria de dsicutir um assunto extra-pauta, propôs Cris-tiano. Os olhares de aprovação animaram-no a continuar. _As empadas daqui são excelentes, assim como é ótimo o chope do Bier Fass, mas eu sinto uma saudade nostálgica da Padaria do Lago Sul. Por isso, propon-ho que a nossa próxima reunião volte a ser em uma padaria. Egoistica-mente, sugiro encontrarmo-nos na Panificadora Vitória, que fica na QI 15, perto da minha casa. Sem nenhuma contestação, a proposta foi aprovada.

O FUTEBOL BRASILEIRO (1981-2000)

A nova década começou, em janeiro de 1981, com a Seleção do Brasil em Montevidéu, disputando o “Mundialito”. Em comemoração ao cinqüentenário da Copa do Mundo, realizada pela primeira vez em 1930, no Uruguai, a FIFA promoveu uma pequena edição do campe-onato mundial de seleções, convidando todos os países que já haviam levantado a taça, até então. Além do anfitrião, confirmaram presença a Itália, o Brasil, a Alemanha Ocidental e a Argentina. Como a Inglaterra recusou o convite, foi substituída pela Holanda, vice-campeã nas duas últimas edições anteriores (1974 e 1978). O torneio teve início no dia 30 de dezembro de 1980, com o jogo Uruguai 2x0 Holanda.A equipe brasileira, dirigida por Telê Santana, estreiou no dia 4 de janeiro, com a seguinte escalação: Carlos (João Leite), Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezo e Renato (Paulo Isidoro); Tita, Sócrates e Zé Sérgio. O adversário foi a Argentina e o resultado, um empate em 1x1 (gols de Maradona e Edevaldo). No dia 7, os bra-sileiros golearam os alemães por 4x1, com a formação a seguir: João Leite, Edevaldo (Getúlio), Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezo e Paulo Isidoro; Tita (Serginho), Sócrates e Zé Sérgio. Os gols do Brasil foram marcados por Júnior, Toninho Cerezo, Serginho e Zé Sérgio.Classificada em primeiro lugar no seu grupo, a Seleção Brasileira dis-

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putou a final, no dia 10 de janeiro de 1981, no lendário Estádio Cen-tenário, contra a Seleção Uruguaia, vencedora do outro grupo. Em jogo dramático, empatado até os oitenta minutos, a celeste levou a melhor por 2x1 (o tento brasileiro foi assinalado por Sócrates). O time canar-inho, vice-campeão, jogou com: João Leite, Edevaldo, Oscar, Luizinho e Júnior; Batista, Toninho Cerezo e Paulo Isidoro; Tita (Serginho), Sócrates e Zé Sérgio (Éder).A próxima edição desse seleto mini-campeonato mundial, incluindo a Espanha (campeã em 2010) e, possivelmente, outras seleções, só deverá ser realizada em 2030, por ocasião do centenário das Copas do Mundo.No plano interno, consolidou-se a separação dos diversos esportes, anteriormente concentrados na Confederação Brasileira de Desportes (CBD), em suas várias confederações nacionais, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Assim, a CBF adotou, pela primeira vez, o critério de colocação nos campeonatos estaduais para a participação na primeira divisão nacional (Taça de Ouro). Foram escolhidos: os seis primeiros colocados do campeonato paulista; os cinco melhores na colocação do campeonato carioca; os campeões e respectivos vices do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Pernambuco, Ceará e Goiás; e os clubes campeões dos demais treze estados, além do campeão e do vice da série B (Taça de Prata) de 1980. Sobiam, ainda, para a segunda fase, os quatro primeiros colocados na primeira etapa da Taça de Prata do mesmo ano. Dessa forma, foram quarenta e quatro as agremiações participantes do certame. A decisão foi disputada por “Grêmio” e “São Paulo”, em duas partidas realizadas nos dias 30 de abril e 3 de maio de 1981, em Porto Alegre e na capital paulista, respectivamente. O tricolor gaúcho, comandado pelo técnico Ênio Andrade, alinhou a seguinte equipe, no primeiro jogo: Leão (Remi); Uchoa, Newmar, De León e Casemiro: China (Renato Sá), Paulo Isidoro e Vilson Taddei: Tarciso, Baltazar e Odair. O tri-color do Morumbi, dirigido por Carlos Alberto Silva, atuou com: Valdir Peres; Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Marinho Chagas; Almir, Renato (Assis) e Everton; Paulo Cézar, Serginho Chulapa e Zé Sérgio. O re-sultado premiou o “Grêmio” com a vitória, graças a dois gols de Paulo Isidoro, contra um gol de Serginho Chulapa para o “São Paulo”. Com um gol de Baltazar, o time dos Pampas conquistou o título, pois voltou

a vencer no Morumbi, formando com: Leão; Paulo Roberto, Newmar, De León e Casemiro; China, Vilson Taddei (Jurandir) e Paulo Isidoro; Tarciso, Baltazar e Odair (Renato Sá).Em âmbito sul-americano de clubes, três equipes brasileiras partic-iparam da Copa Libertadores da América, em 1981: o “Flamengo”, do Rio, o “Atlético Mineiro” e a “Portuguesa”, de São Paulo. A última não obteve nenhuma vitória na fase de grupos, sendo logo eliminada. O alvi-negro mineiro e o rubronegro carioca, ficaram no mesmo grupo, empataram por 2x2 na partida efetuada em Belo Horizonte, em 3 de julho, e no jogo realizado no Maracanã, em 7 de agosto, pelo mesmo re-sultado: venceram todos os confrotnos com os demais adversários, e ter-minaram, ambos, em primeiro lugar no grupo. Foi necessário um jogo desempate, efetivado na cidade neutra de Goiânia. Entretanto, o craque atleticano Reinaldo foi expulso pelo árbitro José Roberto Wright, por ter aplicado um carrinho por trás no flamenguista Zico. Em seguida, sucederam-se as confusões entre os jogadores mineiros e o árbitro (cari-oca), sendo expulsos Éder, Chicão, Palhinha e Cerezo. Com apenas seis jogadores do galo em campo, a partida foi suspensa aos 37 minutos. De-clarado vencedor, o “Flamengo” prosseguiu em sua campanha vitoriosa, derrotando o “Deportivo Cali”, da Colômbia, e o “Jorge Wilstermann”, da Bolívia, nas semifinais. Os jogos finais foram disputados: no Marac-anã, em 13 de novembro, com a vitória carioca por 2x1; e no Estádio Nacional do Chile, no dia 20 de novembro, quando o clube de “los min-eros” foi vencedor por 1x0. A terceira partida, necessária para a decisão, foi efetivada, em 23 de novembro de 1981, no campo neutro do Está-dio Centenário, de Montevidéu. Com dois gols de Zico, o “Flamengo” sagrou-se Campeão da Libertadores, com o seguinte time: Raul; Nei Dias, Marinho, Mozer e Júnior; Leandro, Andrade e Zico; Tita, Nunes (Anselmo) e Adílio. Zico recebeu a Bola de Ouro, como melhor jogador da competição, e a Chuteira de Ouro, como seu artilheiro, com 11 gols.Em seguida, o “Clube de Regatas Flamengo” foi a Tóquio enfrentar o ¨Liverpool”, campeão da Europa, em disputa da Taça Intercontinental de 1981. No dia 13 de dezembro, o rubronegro carioca venceu com au-toridade, por 3x0, com exibição primorosa de Zico e gols de Nunes (2) e Adílio, conquistando o título mundial de clubes. A campanha brasileira para a Copa do Mundo de 1982 começou com a

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disputa das eliminatórias, iniciando-se em 8 de fevereiro de 1981, data da difícil vitória sobre a Venezuela, em Caracas. Em seguida, o escrete comandado por Telê enfrentou e derrotou a Bolívia, na altitude de La Paz, por 2x1, no dia 22 do mesmo mês. Em março, as partidas de volta, no Brasil, foram mais fáceis: 3x1 sobre a Bolívia, no Maracanã (dia 22); e 5x0 em cima da Venezuela, no Estádio Serra Dourada, de Goiânia (dia 29).Classificada para o Mundial da Espanha, a Seleção do Brasil fez uma vitoriosa excursão pela Europa. Venceu a Inglaterra, no Estádio de Wembley (1x0); a França, em Paris (3x1); e a Alemanha Ocidental, na cidade de Stuttgart (2x1). Para os jogos da 12ª Copa do Mundo, o técnico Telê Santana convocou os vinte e dois jogadores seguintes: Waldir Peres, Paulo Sérgio e Carlos (goleiros); Leandro e Edevaldo (lat-erais direitos); Oscar, Luizinho, Juninho e Edinho (zagueiros); Junior e Pedrinho (laterais esquerdos); Toninho Cerezo e Falcão (volantes); Sócrates, Zico, Batista e Renato (meias); e Paulo Isidoro, Serginho Chu-lapa, Éder, Roberto Dinamite e Dirceu (atacantes). A estréia do Brasil em terras espanholas, para o Campeonato Mun-dial, ocorreu em Sevilha, no dia 14 de junho de 1982. O início perante a União Soviética não foi dos melhores, com a defesa apresentando falhas, culminando com um frango do goleiro Valdir Peres, que resul-tou na vitória parcial dos adversários por 1x0, no primeiro tempo. Na segunda etapa, o time brasileiro reagiu, chegando ao empate, com um gol de Sócrates. Quase no final da partida, Falcão deixou passar, entre as pernas, um cruzamento de Paulo Isidoro, permitindo a Éder fulminar o goleiro soviético Dassaev e decretar a vitória brasileira, por 2x1. No segundo compromisso, em 18 de junho, contra a Escócia, o placar foi novamente inaugurado pelos adversários. A reação veio aimda antes do intervalo, acontecendo o empate com um gol de Zico, em magistral cobrança de falta. Na etapa complementar, logo aos três minutos, o zagueiro Oscar marcou de cabeça, aproveitando um escanteio. O tercei-ro tento brasileiro foi marcado por Éder, em linda cobertura do goleiro. A goleada de 4x1 foi sacramentada por Falcão, no final da peleja.O último duelo da primeira fase (classificatória) foi vencido, também, com uma goleada (4x0), sobre a Nova Zelândia. O marcador foi aberto por Zico, com um belo arremate de voleio. Ainda no primeiro tempo,

o “Galinho de Quintino” ampliou o placar, assinalando mais um gol. Os outros dois gols foram marcados por Falcão e Serginho, no segundo tempo. Classificada em primeiro lugar do grupo, com três vitórias convin-centes, jogando um futebol criativo e ofensivo, a talentosa equipe do Mestre Telê adquiriu prestígio e seus jogadores, especialmente Zico, Sócrates, Éder, Falcão, Cerezo e Júnior empolgaram a imprensa inter-nacional.A segunda fase reuniu na mesma chave o Brasil, a Argentina, que defen-dia o título conquistado em casa, na Copa de 1978, e a Itália, que não havia feito campanha brilhante na primeira fase, tendo se classificado, sem nenhuma vitória.Após o confronto Itália 2x1 Argentina, foi disputado o grande clássico sul-americano, entre as seleções canarinha c “albiceleste”. Com muita classe e técnica, os brasileiros superaram os portenhos, em 2 de julho, por 3x1 (gols de Zico, Serginho Chulapa e Júnior, contra um de Ramón Diaz). Quando o placar já era favorável ao Brasil por 3x0, Maradona foi merecidamente expulso, aos 40 minutos do segundo tempo, por ter atingido violenta e deslealmente o meio-campista Batista. A vaga para as semifinais ficou para ser definida na partida Brasil e Itália, com a vantagem brasileira no caso de empate, por ter melhor saldo de gols. O jogo foi marcado para o dia 5 de julho de 1982, no Estádio Sarriá, em Barcelona. Franco favorito, em virtude do belíssimo futebol-arte que vinha apresentando, o time de Telê foi surpreendico, logo aos cinco minutos de jogo, por um gol de cabeça do atacante Paolo Rossi. Entretanto, o empate veio em seguida, por intermédio de Sócrates. Aconteceu, então o lance crucial da partida. Livre e com a bola dominada, Toninho Cerezo deu um passe lateral descuidado, servindo ao adversário, justamente o goleador Rossi, que não titubeou e assinalou o segundo gol italiano, aos 25 minutos. Embora tendo termi-nado a primeira etapa em desvantagem, o escrete brasileiro buscou o empate, que lhe era suficiente, alcançando-o com um gol de Falcão, aos 23 minutos do segundo tempo. Porém, o artilheiro Paolo Rossi aprovei-tou-se de nova falha da defesa brasileira, com outra participação infeliz de Cerezo, marcando o seu terceiro tento. A última tentativa da equipe canarinha para obter o empate foi impedida por uma sensacional defesa

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do goleiro italiano Dino Zoff, em forte cabeçada do zagueiro Oscar.Assim, consumou-se o “desastre de Sarriá”, no qual a melhor equipe da Copa do Mundo de 1982 foi eliminada. A exemplo do ocorrido em 1954 com a Seleção Húngara, e com a Holandesa, em 1974, a Seleção Bra-sileira não conquistou o título. No entanto, de acordo com a opinião de muitos analistas, foi o melhor time que o Brasil já apresentou até hoje, superando, inclusive, os escretes campeões de 58, 62, 70, 94 e 2002.O “Clube de Regatas Flamengo” que havia sido Campeão da Liberta-dores no ano anterior, confirmou sua boa fase, vencendo o Campeonato Brasileiro de 1982. Novamente com quarenta participantes, como em 1981, foi mantido o sistema exdrúxulo de acesso de quatro equipes da divisão inferior, no mesmo ano.Para a decisão do título, entre “Flamengo” e “Grêmio”, foram necessári-as três partidas, tendo em vista os empates ocorridos nas duas primeiras. O primeiro jogo, realizado no Maracanã, com 138.107 espectadores, no dia 18 de abril de 1982, terminou 1x1, com gols de Tonho (tricolor gaúcho) e Zico (rubronegro carioca). A segunda partida, no Estádio Olímpico (Porto Alegre), aconteceu em 21 do mesmo mês, acabando sem gols. Quatro dias depois, também no Olímpico, o terceiro confronto deu o título ao “Mengo”, vencedor por 1x0 (gol de Nunes).Sob as ordens do técnico Paulo César Carpeggiani, a equipe do Rio de Janeiro formou com: Raul; Leandro (Antunes), Marinho, Figueiredo e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes (Vítor) e Lico. O time vice-campeão, dirigido por Ênio Andrade, alinhou: Leão; Paulo Roberto, Newmar, De León e Paulo César; Batista, Paulo Isidoro e Vilson Tadei (Odair); Renato, Baltazar (Paulinho) e Tonho.Na Copa Libertadores de 1982, conquistada pelo “Peñarol”, do Uru-guai, o clube brasileiro melhor classificado foi o “Flamengo”, em terceiro lugar.Em 1983, a Seleção do Brasil, comandada por Carlos Alberto Parreira, efetuou dezessete partidas, conquistando sete vitórias e sete empates, contra três derrotas. O primeiro jogo do ano, em 28 de abril, um amis-toso contra o Chile, no Maracanã, terminou com o placar favorável aos canarinhos por 3x2, com gols assinalados por Careca, Éder e Renato. A escalação foi: Leão; Leandro, Marinho, Márcio Rossini e Júnior (Pe-drinho); Batista e Sócrates; Tita (Paulo Isidoro), Zico (Renato), Careca

e Éder. Em 4 de novembro, no Estádio da Fonte Nova, em Salvador, foi efetuada a última partida, válida pela Copa América, tendo como resultado um empate de 1x1, com o Uruguai, que se sagrou campeão do certame. A equipe brasileira, vice-campeã, atuou com: Leão; Paulo Roberto, Márcio Rossini, Mozer e Júnior; China e Sócrates; Tita (Re-nato Gaúcho), Jorginho, Roberto Dinamite (Careca) e Éder.No Campeonato Brasileiro, o “Flamengo” repetiu o feito do ano ante-rior, derrotando o “Santos” por 3x0, após ter perdido o primeiro jogo por 2x1. A equipe campeã, dirigida por Carlos Alberto Torres, jogou com: Raul; Leandro, Marinho, Figueiredo e Júnior; Vítor, Adílio e Zico; Élder, Baltazar (Robertinho) e Júlio César (Ademar).A competição foi disputada de acordo, em linhas gerais, com a fórmula adotada nos dois anos anteriores. Curioso é que o “Santos”, que se sa-grou vice-campeão, participou como convidado, uma vez que ficara em nono lugar no campeonato paulista do ano anterior, não tendo direito à vaga na Taça de Ouro.Na Copa Libertadores, o “Grêmio” levou a melhor sobre o “Peñarol” (campeão do ano anterior), vencendo-o por 2x1 no dia 28 de julho de 1983, em Porto Alegre, após ter empatado por 1x1, em Montevidéu. O “Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense”, ao completar 80 anos, conquistou a Taça Libertadores da América, com o seguinte time, escalado pelo técnico Valdir Espinosa: Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio e Tarciso.No final do ano, no dia 11 de dezembro de 1983, o “Grêmio Porto Alegrense” enfrentou, em Tóquio, a forte equipe do clube alemão “Hamburgo”, vencedor da Liga dos Campeões da UEFA, disputando a Taça Intercontinental (“Toyota Cup”). O primeiro tempo terminou com a vantagem gremista de 1x0 (gol do ponta direita Renato). No final do segundo tempo, entretanto, o time germânico obteve o empate. Na pror-rogação, a estrela de Renato Gaúcho brilhou novamente, marcando, de forma magnífica, o gol da vitória e do título mundial gremista. Em 1984, realizaram-se os Jogos Olímpicos de Verão, nos Estados Unidos. O Brasil foi vice-campeão de futebol, com uma equipe dirigida pelo técnico Jair Picerni, formada com base no time do “Internacional” gaúcho, e na qual se destacaram alguns jovens talentos, como o goleiro Gilmar Rinaldi, o zagueiro Mauro Galvão e o volante Dunga.

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No Campeonato Brasileiro de Futebol de 1984, foi mantido (pela quinta e, felizmente, última vez) o sistema de acesso da série B para a A, dentro do mesmo ano, limitado a um único clube, porém. Para permitir a participação de equipes com bom retrospecto na disputa nacional, que eventualmente não tenham tido bom desempenho no respectivo campe-onato estadual, foram reservadas duas vagas para tais casos. Os ben-eficiados foram o “Vasco da Gama”, sétimo colocado no campeonato carioca, e o “Grêmio”, que obteve o terceiro lugar no certame gaúcho. O time cruzmaltino acabou sendo o vice-campeão brasileiro e o tricolor do Rio Grande do Sul terminou em terceiro lugar. Pela primeira vez a final do Campeonato Brasileiro ocorreu entre dois clubes do Rio de Janeiro, retratando a boa fase do futebol na Cidade Maravilhosa, à época. O grande campeão foi o “Fluminense” que, após goleaar por 7x2 o “Coritiba” nas quartas-de-final, venceu o “Cor-inthians”, nas semi-finais, por 2x0. A decisão, contra o “Vasco”, foi disputada em dois jogos, ambos no Maracanã. O primeiro, no dia 24 de maio de 1984, teve o tricolor como vencedor (1x0), com um gol do seu grande ídolo, o paraguaio Romerito. A segunda partida, perante 128.781 pessoas, em 28 do mesmo mês, terminou 0x0. A equipe campeã, sob o comando técnico de Carlos Alberto Parreira, formou com: Paulo Victor; Aldo, Duílio, Ricardo Gomes e Branco; Jandir, Delei e Assis: Romerito, Washington e Tato. O time vice-campeão foi escalado pelo técnico Edu com: Roberto Costa; Edevaldo, Ivan, Daniel González e Aírton; Pires, Arturzinho e Mário; Jussiê (Marcelo), Roberto Dinamite e Marquinho. No âmbito sul-americano, o clube brasileiro melhor colocado na Lib-ertadores de 1984 foi o “Grêmio Porto Alegrense” (campeão do ano anterior), que ficou em segundo lugar, ao perder o primeiro jogo da decisão contra o “Independiente” argentino, por 1x0 e empatar em 0x0, o segundo. Na segunda metade da década (1985-1990), nenhum clube do Brasil classificou-se entre os quatro primeiros do continente. Em 1985, o primeiro jogo da Seleção Brasileira, dirigida pelo técnico Evaristo de Macedo, realizou-se no Estádio Mineirão em 25 de abril. O adversário foi a Colômbia, em um amistoso oficial, e a vitória por 2x1 coube ao Brasil, que alinhou: Paulo Victor: Édson Boaro(Luís Carlos Winck), Oscar, Mozer e Branco; Dema, Alemão e Casagrande; Jorginho II, Reinaldo e Éder. A última partida do Brasil, sob o comando de

Evaristo, foi efetuada em 21 de maio de 1985, no Estádio Nacional de Santiago, contra o Chile, que venceu por 2x1. O time brasileiro formou com: Carlos; Edson Boaro, Oscar, Mozer e Wladimir; Jandir, Alemão (Geovani) e Casagrande; Bebeto, Reinaldo e Éder.No primeiro jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986, realizado em Santa Cruz de la Sierra, onde o Brasil derrotou a Bolívia por 2x0, no dia 2 de junho de 1985, o escrete brasileiro foi comandado por Telê que escalou: Carlos; Leandro, Oscar, Edinho e Júnior; Toninho Cerezo, Sócrates e Zico; Renato Gaúcho, Casagrande (Careca) e Éder. Em 16 do mesmo mês, no Estádio Defensores Del Chaco, em Assun-ción, a equipe nacional brasileira derrotou a paraguaia por 2x0 (gols de Casagrande e Zico), na segunda partida válida para as Eliminatórias. Por ter vencido os jogos nas casas dos adversários, bastou ao Brasil empatar as partidas de volta (ambas em 1x1) , no Maracanã, em 23 de junho (com o Paraguai), e no Morumbi, em 30 de junho de 1985 (com a Bolívia). O time do técnico Telê jogou a última peleja com: Carlos; Édson Boaro, Oscar, Edinho e Júnior; Toninho Cerezo, Sócrates e Zico; Renato Gaúcho, Careca e Éder. O Campeonato Brasileiro de 1985 foi disputado, entre 26 de janeiro e 31 de julho, por 44 clubes. O vencedor foi, pela primeira vez, um time do Paraná, o “Coritiba”. A decisão aconteceu entre o “Bangu”, do Rio de Janeiro, que superou o “Brasil” de Pelotas, nas semi-finais, com duas vitórias (1x0 e 3x1) e a equipe curitibana que ultrapassou o “Atlético Mineiro”, vencendo o primeiro jogo por 1x0 e empatando o segundo, sem gols. No dia 31 de julho, perante 91.257 pessoas, acon-teceu um empate de 1x1 (gol de Lulinha para os banguenses e de Índio para o “Coxa”). Na disputa dos pênaltis, os cinco primeiros cobradores de ambos os times balançaram as redes. A sexta cobrança do “Bangu” foi desperdiçada, e Gomes, zagueiro da equipe paranaense, converteu. Vencedor por 6x5, nas penalidades, o “Coritiba Foot Ball Club” con-quistou o título.A equipe campeã, comandada por Ênio Andrade (anteriormente campeão pelo “Internacional”, em 1979, e pelo “Grêmio”, em 1981) formou com: Rafael; André, Gomes, Heraldo e Dida; Almir, Marildo e Tóbi; Lela, Índio e Édson. No decorrer da partida, entraram o zagueiro Vavá e o volante Marco Aurélio. Os alvi-rubros vice-campeões, dirigi-

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dos pelo ex-zagueiro Moisés, atuaram com; Gilmar; Márcio Nunes, Jair, Oliveira e Baby; Israel, Lulinha e Mário; Marinho, João Cláudio e Ado. Os meias Gilson Gênio e Pingo participaram, parcialmente, do jogo.Curioso é que o “Bangu Atlético Clube”, segundo colocado, fez uma campanha muito superior. Conquistou 48 pontos; jogou 31 partidas, vencendo 20, empatando 8 e perdendo apenas 3 Marcou 55 gols e sof-reu 23, apresentando um saldo positivo de 32. O “Coritiba” obteve 31 pontos, disputando 29 jogos, dos quais venceu 12 , empatou 7 e sofreu 10 derrotas. Assinalou 23 tentos, mas foi vazado 25 vezes, com um saldo negativo, portanto, de 2 gols.A Seleção do Brasil realizou seu primeiro jogo do ano de 1986, no dia 12 de março, em Frankfurt, sendo derrotada pela Alemanha Ociden-tal, em um amistoso, pelo placar de 2x0. Telê Santana escalou: Carlos; Edson Boaro, Oscar, Mozer e Dida; Falcão, Sócrates e Casagrande; Müller (Marinho), Careca e Sidney (Éder). Quatro dias depois, o escrete brasileiro sofreu nova derrota, em outro amistoso, pelo contundente placar de 3x0, para a Hungria, em Budapeste. A equipe canarinha, com algumas modificações, jogou com: Leão, Edson Boaro, Oscar, Mozer e Dida; Elzo, Alemão e Silas; Renato Gaúcho, Casagrande e Sidney (Müller).De volta ao Brasil, após dois insucessos na Europa, o time nacional brasileiro enfrentou a seleção peruana, em jogo amistoso disputado na capital do Maranhão, vencendo por 4x0, com gols de Casagrande (2), Alemão e Careca. A equipe do Brasil foi escalada por Telê com: Paulo Vítor; Édson Boaro, Oscar, Mauro Galvão e Branco (Dida); Elzo, Fal-cão e Sócrates (Alemão); Renato Gaúcho (Müller), Casagrande (Care-ca) e Éder. Decorrida uma semana, no dia 8 de abril, o Estádio Serra Dourada, em Goiânia foi o palco de novo amistoso preparatório para a Copa do Mundo. O time adversário foi o da Alemanha Oriental, vencido por 3x0 (gols de Müller, Alemão e Careca). A formação brasileira foi: Gilmar: Leandro (Édson Boaro), Júlio César, Mozer e Branco; Elzo, Falcão e Alemão; Müller, Careca e Casagrande. A seqüência de vitórias sobre seleções européias, em amistosos, teve prosseguimento em 17 de abril, no Estádio Mané Garrincha, de Brasília, quando a Finlândia foi derrotada por 3x0, graças aos gols de Marinho, Oscar e Casgrande. A escalação do Brasil foi: Carlos (Paulo Vítor);

Leandro, Oscar, Mozer e Branco; Elzo, Sócrates (Silas) e Müller (Casa-grande); Marinho, Careca e Edivaldo. O adversário seguinte foi o time nacional da Iugoslávia, vencido por 4x2, no Estádio do Arruda, no Re-cife, em 30 de abril, oportunidade em que Telê fez várias substiuições no decorrer do jogo, conforme segue: Leão (Gilmar); Leandro, Oscar, Mozer e Branco; Elzo, Falcão (Alemão) e Zico (Silas); Renato Gaúcho (Müller), Casagrande (Careca) e Edivaldo (Dirceu). Os gols brasileiros foram assinalados por Zico (3) e Careca.O último jogo preparatório, prévio ao campeonato mundial, foi efeti-vado em 7 de maio de 1986, em Curitiba, resultando em um empate por 1x1com o Chile, sendo o gol do Brasil da autoria de Casagrande. A equipe canarinha atuou com: Carlos: Leandro (Édson Boaro), Os-car, Edinho e Júnior; Elzo (Alemão), Falcão e Zico (Sócrates); Müller (Casagrande), Careca e Dirceu. Após alguns meses tumultuados na CBF, em função do término do mandato de Giulite Coutinho em sua presidência e da disputa elei-toral decorrente, e da substituição, duas semanas antes do início das eliminatórias, de Evaristo por Telê, no comando da seleção, o Brasil classificou-se em primeiro lugar no seu grupo do torneio de habilitação. Depois de testar várias formações nas partidas amistosas de preparação, o técnico definiu a lista dos 22 convocados para os jogos no México. Entretanto, pouco antes do embarque, viu-se obrigado a cortar da del-egação o excelente ponta direita Renato Gaúcho, por motivo de grave indisciplina. Para piorar a situação, o lateral direito Leandro deixou de embarcar, movido por estranha solidariedade ao companheiro punido. Para o seu lugar, Telê chamou, na última hora, o lateral do Botafogo, Josimar, que veio a ser um dos destaques da competição. Assim, a lista dos 22 convocados passou a ser: Carlos, Paulo Vítor e Leão (goleiros); Edson Boaro e Josimar (laterais direitos); Oscar, Edinho, Júlio César e Mauro Galvão (zagueiros); Júnior e Branco (laterais esquerdos); Falcão, Alemão e Elzo (volantes); Zico, Sócrates, Silas e Valdo (meias); Müller, Casagrande, Careca e Edivaldo (atacantes). Na Espanha, a chave, da qual o Brasil foi o cabeça, incluiu a anfitriã, a Argélia e a Irlanda do Norte. No jogo de estréia, em 1º de junho, os brasileiros venceram os ibéricos por 1x0 (gol de Sócrates). O time espanhol foi prejudicado, por não ter sido assinalado pelo árbitro um

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tento do atacante Michel, cujo chute bateu no travessão e caiu além da linha do gol. O escrete canarinho formou com: Carlos: Édson Boaro, Júlio César, Edinho (capitão da equipe) e Branco; Alemão, Elzo, Júnior (Falcão) e Sócrates; Careca e Casagrande (Müller). Novamente por 1x0 (gol de Careca), a seleção brasileira derrotou a argelina, na segunda par-tida, no dia 6, com a seguinte escalação: Carlos; Édson Boaro (Falcão), Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates e Júnior; Careca e Casagrande (Müller). Em 12 do mesmo mês, ainda no Estádio Jalisco, de Guadalajara, realizou-se o terceiro e último embate da primeira fase. Com Josimar no lugar de Édson Boaro, que havia se contundido, a equipe do Brasil venceu, de forma convincente, o escrete irlandês por 3x0. Os autores dos gols foram Careca (dois) e Josimar(um golaço), e a formação brasileira foi: Carlos; Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Sócrates (Zico) e Júnior; Müller (Casagrande) e Careca. Invicto, com três vitórias, sem sofrer nenhum gol, o time do Brasil foi o primeiro colocado do grupo.O adversário das oitavas-de-final foi o escrete da Polônia, em 16 de junho. Com excelente atuação, o time de Telê goleou por 4x0 (gols de Sócrates, Josimar, Edinho e Careca). Zico, prestigiado pelo técnico, apesar de estar em processo de recuperação de lesão no joelho, entrou no decorrer do jogo, a tempo de mostrar sua habitual e excepcional categoria. A equipe vitoriosa atuou com: Carlos; Josimar, Júlio César, Edinho e Branco; Alemão, Elzo, Júnior e Sócrates (Zico); Müller (Silas) e Careca.O jogo seguinte, na fase das quartas-de-final, foi contra a França, campeã de Euro-84, que havia eliminado, nas oitavas, a Itália por 2x0. Realizado em Guadalajara, no dia 21 de junho de 1986, foi um confron-to de ótimo nível, com ligeira supremacia do Brasil, que criou as mel-hores oportunidades de marcar, e abriu o placar, marcando seu décimo gol na Copa, por intermédio de Careca, aos dezoito minutos, contra nenhum sofrido, até então. Mas, ainda no primeiro tempo, aos quarenta minutos, a invencibilidade do goleiro Carlos foi quebrada pelo grande craque Platini. No segundo tempo, Branco, que vinha tendo atuações cada vez melhores, ao longo do campeonato mundial, avançou para o ataque, serviu Zico e recebeu bela devolução na área. Prestes a concluir, foi derrubado pelo goleiro Bats. Marcado o pênalti, Zico apresentou-

se para a cobrança, mas chutou mal, permitindo a defesa do arqueiro francês. Desperdiçada essa grande oportunidade de vitória, a peleja terminou empatada em 1x1. Na prorrogação, o resultado permaneceu inalterado. Na primeira cobrança da decisão por pênaltis, Bats defendeu o chute de Sócrates. Em seguida, a França fez 1x0, por meio do atacante Stopyra. O segundo batedor do Brasil foi Alemão, que converteu. O zagueiro francês Amoros também acertou sua cobrança. Zico bateu a seguir, assinalando o segundo gol do Brasil. Na terceira oportunidade francesa, o atacante Bellone chutou na trave. Por infelicidade do arque-iro Carlos, a bola, ao voltar, bateu nas suas costas e entrou, estabelecen-do França 3x2. Mas, Branco marcou, fazendo o terceiro tento brasileiro. Chegou a vez do ídolo Michel Platini, que desperdiçou o pênalti, man-tendo o empate de 3x3, nas cobranças. O quinto cobrador brasileiro foi o zagueiro Júlio César, que chutou forte, mas na trave. O meio-campista francês Fernandez teve a tranqüilidade necessária para converter a sua chance e decretar o resultado final de 4x3.Mais uma vez, a sorte foi madrasta com Telê Santana, o maior técnico brasileiro de todos os tempos. Sem perder nenhum jogo, o Brasil foi eliminado. Craques excepcionais como Zico, Falcão, Júnior, Sócrates e Edinho despediram-se, com tristeza, dos campeonatos mundiais, pois a idade não lhes permitiria a participação futura. Zico ainda carregou o fardo de ser injustamente apontado, por alguns, como o culpado da eliminação brasileira, por ter perdido o pênalti havido durante o tempo normal. O Campeonato Brasileiro de 1986, iniciado em 30 de agosto, foi o mais desorganizado de todas as edições até hoje realizadas. A CBF resolveu juntar, em uma única competição, todos os clubes integrantes das Séries A, B e C (Taças de Ouro, Prata e Bronze), reunindo oitenta participantes. De acordo com o regulamento, passariam 32 clubes para a segunda fase. Por não estar entre os classificados, o “Vasco” entrou na Justiça com um processo para anular a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva que atribuiu dois pontos ao “Joinville” no jogo contra o “Sergipe”, que terminou 1x1, por uso comprovado de “dop-ing”. Para não perder sua vaga para a equipe cruzmaltina do “Gigante da Colina”, o “Joinville” também recoorreu à Justiça. A CBF resolveu, então, classificar ambos os clubes: o catarinense e o carioca; eliminando

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a “Portuguesa”, punida por uma questão relativa à venda de ingres-sos. Em solidariedade à “Lusa” paulistana, vários clubes de São Paulo ameaçaram se retirar do certame. Pressionada, a entidade nacional resolveu aumentar o número de classificados de 32 para 33. Em face, porém. da dificuldade matemática de organizar a tabela da segunda fase com um número ímpar de disputantes, a CBF promoveu ainda mais três clubes à relação dos classificados.Depois de toda essa confusão, o “São Paulo”, que fora o primeiro colo-cado do Grupo A da Primeira Fase, obteve o segundo lugar do Grupo I da Segunda Fase. Por seu turno, o “Guarani” (segundo colocado do Grupo C da Primeira Fase) conseguiu a primeira colocação no Grupo J da Segunda Fase. Nas oitavas-de-final, o “Bugre” superou o “Vasco da Gama” e o “Tricolor do Morumbi” levou a melhor sobre o “Inter de Limeira”. O adversário da equipe campineira, nas quartas-de-final, foi o “Bahia”, que obteve um empate (2x2) no primeiro jogo e foi derro-tado (1x0) no segundo. O time tricolor paulistano enfrentou o tricolor carioca, nessa fase. O “São Paulo” venceu a primeira partida por 2x0 e perdeu para o “Fluminense” a segunda, por 2x1. Nas semifinais, o “Guarani” venceu o “Atlético Mineiro” por 2x1, após um empate (0x0) no primeiro confronto. Por sua vez, o time do Morumbi venceu o primeiro embate contra o “América” do Rio de Janeiro (1x0) e empa-tou o segundo (1x1). Assim, os dois clubes paulistas, um da capital e o outro do interior (Campinas) chegaram à decisão do certame de 1986, disputada já em fevereiro de 1987. Na primeira disputa, no Estádio do Morumbi, no dia 22 aconteceu um empate em 1x1. No dia 25, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, após novo empate (2x2 no tempo normal e 3x3, com a prorrogação), o “São Paulo Futebol Clube” venceu, por 4x3, a decisão nos pênaltis. A equipe são-paulina, dirigida pelo técnico Pepe, alinhou, no último jogo: Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio, Dario Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller, Careca e Sidnei (Rômulo). O time do “Guarani Futebol Clube”, vice-campeão, sob as ordens do técnico Carlos Gainete, formou com: Sérgio Nery; Marco Antônio, Ricardo Rocha, Valdir Carioca e Zé Mário; Tozin, Tite (Vágner) e Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo.O primeiro jogo da Seleção Brasileira em 1987, sob o comando do

novo técnico Carlos Alberto Silva, foi efetuado no dia 19 de maio, em Londres (Estádio de Wembley), contra a Inglaterra, disputando a Taça Stanley Rous. O resultado foi 1x1, e a equipe do Brasil atuou com: Carlos; Josimar, Geraldão, Ricardo Rocha e Nelsinho; Douglas, Silas (Dunga) e Edu Marangon (Raí); Müller, Mirandinha e Valdo. O jogo seguinte, em 23 de maio, foi um amistoso, em Dublin, no qual o Brasil foi derrotado por 1x0 pela Ielanda. No jogo válido pela disputa do troféu em homenagem ao antigo Presidente da FIFA, falecido em 1986, Sir Stanley Rous, contra a Escócia, no dia 26 de maio, em Glasgow, a seleção canarinha venceu por 2x0 (gols de Raí e Valdo). Como o jogo Escócia e Inglaterra, ocorrido em 23 de maio, terminou empatado sem gols, o Brasil conquistou a taça, jogando com a seguinte escalação: Car-los; Josimar, Geraldão, Ricardo Rocha e Nelsinho; Douglas, Raí e Edu Marangon; Müller, Mirandinha e Valdo.Aproveitando a excursão pela Europa, o Brasil enfrentou e venceu a Finlândia, por 3x2, em Helsinki, no dia 28 de maio. A formação bra-sileira foi: Carlos (Régis); Josimar, Geraldão (Batista II), Ricardo Rocha (Ricardo Gomes) e Nelsinho; Douglas (Dunga), Raí e Edu Marangon; Müller, Mirandinha (Romário) e Valdo. Os gols brasileiros foram assinalados por Romário, Valdo e Müller. Em seguida, a Seleção Brasileira viajou para Tel Aviv, onde derrotou Israel por 4x0, em 1º de junho, com dois gols de Romário, Dunga e João Paulo. O time vence-dor atuou com: Régis, Josimar, Geraldão (Batista II), Ricardo Rocha e Nelsinho (Ricardo Gomes); Douglas (Dunga), Raí (Edu Manga) e Edu Marangon; Valdo (João Paulo), Müller e Romário. De volta ao Brasil, o escrete comandado por Carlos Alberto Silva continuou a disputar amistosos, tendo vencido, no dia 21 de junho, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, o Equador por 4x1, com os seguintes jogadores: Car-los; Josimar, Geraldão (Júlio César), Ricardo Rocha (Ricardo Gomes) e Nelsinho (Jorginho); Douglas, Raí (Silas) e Edu Marangon; Müller (Romário), Careca e Valdo. Os tentos do Brasil foram assinalados por Raí, Careca, Müller e Jorginho. Três dias depois, no campo do Grê-mio, em Porto Alegre, houve o confronto com o Paraguai, vencido pelo placar mínimo (gol de Valdo). No dia 28 de junho de 1987, após tantos amistosos, o Brasil iniciou, em Córdoba, na Argentina, sua participação na Copa América, enfrentado

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a Venezuela, cuja equipe era reconhecidamente fraca. Com extrema facilidade, os brasileiros golearam por 5x0, com gols de Edu Marangon, Careca, Nelsinho, Romário e um gol contra, marcado pelo zagueiro venezuelano Morovic. O time canarinho atuou com: Carlos; Josimar, Geraldão, Ricardo Rocha e Nelsinho; Douglas (Silas), Raí e Edu Ma-rangon; Müller (Romário), Careca e Valdo. Após a estréia vitoriosa, a Seleção Brasileira precisou jogaar com o outro integrante do Grupo B, o Chile, que também havia vencido a Venezuela (3x1). Com maior saldo de gols, ao Brasil bastava um em-pate para ser o primeiro da chave e, consequentemente, passar para a fase seguinte. A peleja foi disputada no Estádio Chateau Carreras de Córdoba, em 3 de julho de 1987. Surpreendentemente, o jovem e bom time chileno, no qual se destacavam, entre outros, o goleiro Rojas e o zagueiro Astengo (que jogava no “Grêmio Porto Alegrense”) go-leou por 4x0, com dois gols de Basay e outros dois de Letelier. Dessa forma melancólica, o técnico Carlos Alberto Silva e seus comandados despediram-se da Copa América de 1987. A equipe foi derrotada com: Carlos; Josimar, Júlio César, Ricardo Rocha (Geraldão) e Nelsinho; Douglas, Raí e Edu Marangon (Romário); Müller, Careca e Valdo.Depois do vexame, o time do Brasil conseguiu uma pequena reabili-tação ao vencer, por 2x1, o selecionado chileno, em amistoso realizado no dia 9 de dezembro de 1987, no Estádio Parque do Sabiá, em Uber-lândia. Carlos Alberto Silva escalou: Gilmar; Zé Teodoro, Batista II (Ricardo Gomes), Luizinho e Nelsinho (Eduardo); Douglas, Raí (Mil-ton, depois Washington) e Pita; Sérgio Araújo, Renato e Valdo. O ano se encerrou para a Seleção Brasileira, com um empate, em 1x1, frente ao escrete da Alemanha Ocidental, no dia 12 de dezembro, em Brasília (Estádio Mané Garrincha), onde atuou com: Gilmar; Zé Teodoro, Batis-ta II, Luizinho e Nelsinho (Eduardo); Douglas, Raí (Washington) e Pita (Uidemar); Müller (Sérgio Araújo), Renato e Valdo. O gol brasileiro foi anotado pelo zagueiro Batista II. O Campeonato Brasileuro de Futebol do ano de 1987 foi realizado em um contexto extremamente complicado. A Confederação Brasileira de Futebol, após ter promovido um campeonato muito confuso em 1986, atravessava um período de dificuldades financeiras e administrativas. Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães, presidente da entidade,

anunciou pela imprensa a impossibilidade de organizar o torneio anual. Em seguida, seu vice-presidente, Nabi Abi Chedid, deu o aval para que o presidente do “São Paulo F. C.”, Carlos Miguel Aidar, promovesse um encontro entre os principais clubes de futebol do país, visando à fundação de uma associação e à promoção do campeonato de 1987. No dia 4 de julho de 1987, nas dependências do tricolor paulistano, no Morumbi, foi, então, criada a “União dos Grandes Clubes do Futebol Brasileiro – Clube dos Treze”. Os membros fundadores da associação foram os seguintes clubes, em ordem alfabética: “Atlético Mineiro”, “Bahia”, “Botafogo”, “Corinthi-ans”, “Cruzeiro”, “Flamengo”, “Fluminense”, “Grêmio”, “Internacion-al”, “Palmeiras”, “Santos”, “São Paulo” e “Vasco da Gama”. O autor da iniciativa, Aidar, foi eleito presidente da nova entidade, e o “Clube dos Treze” entrou em entendimentos com a CBF para promover a Copa União em substituição ao campeonato brasileiro de 1987. A única con-dição imposta pela CBF para aprovar a disputa proposta foi a inclusão de, pelo menos, mais três clubes de estados diferentes. Foram, assim, convidados a participar do certame o “Coritiba” (Paraná), o Santa Cruz (Pernambuco) e o Goiás. Como eram esses clubes os mais populares em seus respectivos estados, foi preservada a diretriz básica do Clube dos Treze de evitar os prejuízos decorrentes dos jogos contra clubes de menor expressão, sem atrativos para os torcedores.Para atender aos interesses das federações estaduais sem representantes na Copa União, a CBF batizou a mesma de Módulo Verde e organizou mais três certames designados por Módulos Amarelo, Azul e Branco. Os dois últimos tiveram por objetivo classificar doze equipes para a Segunda Divisão de 1988. Para o Módulo Amarelo foi adotado, em princípio, o citério da participação de 16 times, não integrantes da Copa União, que se classificaram entre os 28 melhores do Campe-onato Brasileiro de 1986. Entretanto, a “Ponte Preta” foi preterida em favor do “Sport” e do “Vitória”, participantes convidados. Assim, esse campeonato paralelo (aparentemente uma segunda divisão, apesar de incluir o vice-campeão do ano amterior, o “Guarani”, e o “América”, quarto colocado) ficou composto pelos seguintes clubes: “América-RJ”, “Atlético-PR”, “Atlético-GO”, “Bangu-RJ”, “Ceará-CE”, “Criciúma-SC”, “CSA-AL”, “Guarani-SP”, “Internacional-SP”, “Joinville-SC”,

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“Náutico-PE”, “Portuguesa-SP”, “Rio Branco-ES”, “Sport-PE”, “Treze-PB” e “Vitória-BA”. Na época, os clubes brasileiros não davam à Copa Libertadores da América a mesma importância que lhe é atribuída hoje. Isso explica não ter havido objeções à proposta feita pela CBF de que os dois rep-resentantes brasileiros na competição continental fossem definidos por meio de um cruzamento entre os campeões e vices dos Módulos Verde (Copa União) e Amarelo (Taça Roberto Gomes Pedrosa). Entretanto, pouco depois, a Confederação mudou o discurso e passou a considerar o Módulo Amarelo em pé de igualdade com a Copa União, propondo que o Campeão de 1987 fosse definido por meio de um torneio quadrangular entre os campeões e vices dos Módulos Verde e Amarelo. É possível que o então vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, na condição de interlocutor do Clube dos Treze junto á entidade nacional, tenha tomado conhecimento, sem protestar, do cruzamento proposto. Entretanto, não houve nenhum entendimento entre as partes e o Clube dos Treze e os demais clubes participantes da Copa União nunca aceitaram a alteração do regulamento desejada pela CBF.Assim, entre setembro e dezembro de 1987, desenvolveram-se, de forma simultânea, mas totalmente independentes, os campeonatos da Copa União (Módulo Verde) e do Módulo Amarelo. No torneio organi-zado pelo Clube dos Treze, reunindo as dezesseis equipes de maior expressão no futebol brasileiro, as semifinais foram disputadas entre o “Atlético Mineiro” e o “Flamengo0”, e pelo “Internacional” contra o “Cruzeiro”. Ao vencer o “Galo”, no Maracanã por 1x0, e no Mineirão por 3x2, o “Mengo” classificou-se para a decisão. Por seu turno, após um empate sem gols no Beira-Rio, o “Inter” ganhou do “Time Celeste”, em Belo Horizonte, por 1x0, na prorrogação, habilitando-se para os dois jogos finais. A primeira partida foi realizada no dia 6 de dezembro, em Porto Alegre, e terminou empatada em 1x1, com gols de Bebeto para o “Flamengo” e Amarildo para o “Internacional”. Em 13 de dezembro de 1987, no Rio de Janeiro, novamente graças a um gol de Bebeto, o rubronegro venceu por 1x0. O time carioca campeão, do técnico Car-linhos, formou com: Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico (Flávio); Renato, Bebeto e Zinho O colorado gaúcho, vice-campeão, dirigido por Ênio Andrade, atuou com: Taffarel;

Luiz Carlos Winck, Aluísio, Nenê e Paulo Roberto (Beto); Norberto, Luís Fernando e Balalo; Hêider (Manu), Amarildo e Brites.No Módulo Amarelo, as finais foram disputadas por “Guarani” e “Sport”. No primeiro jogo, dia 6 de dezembro de 1987, em Campinas, a vitória coube ao time da casa, por 2x0. Em Recife, na semana seguinte, o resultado favoreceu ao “Sport” (3x0). De acordo com o regulamento, após uma prorrogação sem gols, procedeu-se à disputa de pênaltis para a decisão. Quando o placar estava 11x11, os dois clubes entraram em acordo para compartilhar o título de campeão.A CBF anunciou, então, em dezembro de 1987, a realização de um quadrangular entre “Flamengo”, “Internacional”, “Sport” e “Guarani”, para definir o Campeão Brasileiro de Futebol de 1987. Considerando que a criação desse torneio extra foi feita à revelia do Clube dos Treze, o “Flamengo” e o “Internacional” recusaram-se a participar da disputa. Considerados vencedores por W.O. dos seus jogos contra o campeão e o vice da Copa União, o “Sport” e o Guarani” duelaram novamente, nos dias 30 de janeiro e 7 de fevereiro de 1988, em Campinas (Brinco de Ouro da Princesa) e no Recife (Ilha do Retiro). A primeira partida terminou empatada, por 1x1, e na segunda o “Leão da Ilha” conquistou a vitória por 1x0 (gol de Marco Antônio). O rubronegro pernambucano, dirigido por Jair Picerni, venceu com: Flávio; Betão, Estevam, Marco Antônio e Zé Carlos Macaé; Rogério, Ribamar (Augusto) e Zico; Rob-ertinho, Nando e Neco. O “Bugre”, sob o comando do técnico Carbone, atuou com: Sérgio Néri; Gil Baiano, Luciano, Ricardo Rocha e Albéris; Paulo Isidoro, Nei (Carlinhos) e Marco Antônio Boiadeiro; Catatau (Mário), Evair e João Paulo.Dessa forma, a CBF proclamou o “Sport Club do Recife” como Campeão Brasileiro de 1987, e, como tal, o clube de Pernambeuco, juntamente com o vice “Guarani”, foram designados para representar o Brasil na Libertadores de 1988. Para o Clube dos Treze, que devida-mente autorizado pela CBF, organizou a Copa União como o campe-onato brasileiro daquele ano, o Campeão foi o “Clube de Regatas Flamengo”, tendo o “Inter” de Porto Alegre como vice. O impasse foi levado à justiça, que deu ganho de causa ao “Sport”.Entretanto, o “Flamengo” nunca se conformou e, finalmente, em 21 de fevereiro de 2011, a CBF decidiu encerrar a polêmica, passando a con-

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siderar dois Campeões em 1987: “Sport” e “Flamengo”; bem como dois Vice-Campeões: “Guarani” e “Internaciional”. Em 1988, o primeiro jogo da Seleção Brasileira aconteceu em Mel-bourne, na Austrália, no dia 7 de julho, enfrentando e vencendo a equipe anfitriã, por 1x0, em disputa do Torneio Bicentenário da Austrália. Essa competição comemorativa foi organizada como um quadrangular, com a participação da Seleção Australiana e seus convidados: Arábia Saudita, Argentina e Brasil. Três dias depois, aconteceu um emparte sem gols entre Argentina e Brasil. Em seguida, ainda no Estádio Olimpic Park, de Melbourne, o selecionado canarinho goleou o time da Arábia Saudita por 4x1, em 13 de julho.De acordo com o regulamento, os dois primeiros colocados, Brasil e Austrália, confrontaram-se novamente, na final. A disputa do título ocorreu em Sydney, no dia 17 de julho de 1988. A Seleção Brasileira sagrou-se campeã, ao vencer por 2x0, atuando com: Taffarel: Jorginho, Aloísio, Ricardo Gomes e Nelsinho (Luís Carlos Winck); Andrade, Geovani (Milton) e Edu Manga (Careca II); Valdo, Edmar e Romário. A equipe vencedora, com Carlos Alberto Silva como técnico, e Ricardo Gomes como seu capitão, marcou os gols da decisão por intermédio de Romário e Müller.Após levantar a taça na Oceania, o time nacional do Brasil foi jogar amistosamente na Europa, principiando pela Escandinávia. Em 28 de julho, empatou por 1x1 com a Noruega, em Oslo. Ainda em julho, no dia 31, colheu novo emate de 1x1, em Estocolmo, contra a seleção olímpica da Suécia. A partida seguinte, no dia 3 de agosto, teve a Áus-tria como adversária, em Viena. O placar foi favorável ao Brasil em 2x0, com gols de Edmar e Andrade.Para encerrar o ano de 1988, assinalando também o término do ciclo do técnico Carlos Alberto da Silva à frente da seleção, o Brasil disputou um amistoso contra a Bélgica, em Antuérpia, no dia 12 de outubro, vencendo por 2x1 (dois gols de Geovani). O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1988 voltou a ser organizado pela CBF, embora com a denominação de Copa União, usada no ano an-terior pelo Clube dos Treze. Parece que a entidade confederativa absor-veu alguns ensinamentos, pois o número de clubes foi fixado em vinte e quatro e, pela primeira vez, foi adotado um sistema legítimo de acesso e

descenso, conforme recomendado pela FIFA. Além disso, o sistema de pontuação foi modificado, em caráter experimental. Cada partida passou a valer três pontos, atribuídos ao vencedor; em caso de empate, além de um ponto para cada lado, havia um terceiro ponto disputado em cobran-ça de pênaltis. Na fase final, porém, prevaleceu a contagem de pontos até então tradicional: dois por vitória e um por empate.Na primeira fase, os 24 clubes foram divididos em dois grupos. No primeiro turno (12 rodadas), as equipes de um grupo enfrentaram as do outro grupo. No segundo turno (11 rodadas), os jogos foram entre times do mesmo grupo.Para a segunda fase, classificararam-se oito clubes: “Bahia”, “Cru-zeiro”, “Flamengo”, “Fluminense”, “Grêmio”, “Internacional” “Sport” e “Vasco da Gama”. Desses, passaram às semifinais os tricolores cari-oca, baiano e gaúcho, além do colorado do Rio Grande do Sul. Classi-ficaram-se, então, o “Bahia” e o “Inter” para a decisão final, em duas partidas. A primeira partida realizou-se no dia 15 de fevereiro de 1989, em Salvador, e foi vencida pelos baianos, por 2x1 (dois gols de Bobô versus um de Leomir). No jogo de Porto Alegre, registrou-se um empate por 0x0. O time campeão do “Esporte Clube Bahia” foi comandado pelo técnico Evaristo de Macedo e atuou, em 19 de fevereiro de 1989, com: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir (Newmar) e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Zé Carlos e Bobô (Osmar); Gil Sergipano, Charles e Marquinhos. O técnico Abel Braga escalou a equipe do “Sport Club Internacional”, vice-campeão, assim: Taffarel; Luiz Carlos Winck, Aguirregaray, Norton e Casemiro; Norberto, Luís Fernando e Luís Car-los Martins; Maurício (Heider), Nílson e Edu. A Seleção Brasileira, em 1989, passou a ser treinada pelo técnico Seb-stião Lazaroni. O primeiro compromisso do ano foi um amistoso com o Equador, em 15 de março, no Estádio José Fragelli, de Cuiabá. O Brasil ganhou por 1x0, com gol de Washington II. O jogo seguinte foi um amistoso não oficial, no qual um selecionado brasileiro, formado por jogadores que atuavam em clubes europeus, foi derrotado (2x1) por um comboinado de astros do “resto do Mundo”, em Udine, na Itália, no dia 27 de março de 1989. Dois dias depois, em Jeddah, a Seleção do Brasil derrotou a da Arábia Saudita, por 3x2, com dois gols de Bebeto e um de Washington II, em outro amistoso não oficial.

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Finalmente, em 12 de abril, foi disputado um novo amistoso oficial, com o Paraguai, no Estádio Alberto Silva, em Teresina. A vitória sorriu aos brasileiros, com gols de Cristovão e Vivinho, estabelecendo 2x0 no placar. No dia 10 do mês seguinte, foi obtida nova vitória, sobre o Peru, em Fortaleza (Estádio Castelão), por 4x1, sendo os gols brasileiros da autoria de Zé do Carmo, Bebeto e Charles (2). Na disputa seguinte, no dia 24 de maio, em Lima, a Seleção Peruana conseguiu empatar por 1x1, com Cristovão assinalando o tento brasileiro. No mês de junho, o Brasil goleou Portugal, por 4x0. O jogo foi efetuado no Rio de Janeiro, sendo os gols marcados por Bebeto, Ricardo Gomes, Charles e pelo zagueiro português Sobrinho, contra sua própria rede, no dia 8. Ainda em junho de 1989, o escrete brasileiro seguiu para a Eu-ropa, onde jogou quatro partidas, sem colher uma vitória, sequer. No dia 16, foi derrotado por 2x1 pela Suécia, em Copenhague, pelo Torneio da Dinamarca. Dois dias depois, sofreu uma goleada de 4x0 dos anfitriões (com dois gols de Michael Laudrup), na mesma competição. Em 21 de junho, nova derrota, por 1x0, em amistoso frente à Suíça, na cidade de Basléia. O último jogo do mês, foi um amistoso não oficial, contra um clube, o Milan, no dia 22, em Monza, que terminou 0x0.De retorno ao Brasil, a seleção canarinha enfrentou e derrotou a Vene-zuela, por 3x1, na Bahia, no dia 1º de julho, em disputa da Copa Améri-ca (gols brasileiros de Bebeto, Geovani e Baltazr II). O prélio seguinte, no mesmo Estádio da Fonte Nova, em Salvador, também válido pela Copa América, foi contra o Peru, resultando em um empate sem gols, em 3 de julho de 1989. Em prosseguimento à Copa América, o Brasil empatou com a Colômbia, novamente por 0x0, no dia 7, no mesmo local. Vale mencionar que a torcida baiana, inconformada com a não convocação do ídolo Bobô e o não aproveitamento de Charles, também do Bahia, entre os titulares, hostilizou a Seleção Brasileira, vaiando o Hino Nacional e atingindo o jogador Renato Gaúcho com um ovo. Em face dos incidentes, o último jogo da primeira fase foi transferido para Recife. Destarte, no Estádio do Arruda, em 9 de julho, o Brasil derrotou o Paraguai por 2x0 (dois gols de Bebeto). Apesar da fraca campanha, os brasileiros classificaram-se em segundo lugar no seu grupo, supera-dos apenas pelos paraguaios. No outro grupo, os classificados foram a Argentina, em primeiro lugar, e o Uruguai, segundo colocado.

A fase final, reunindo os quatro times que lograram a classificação, foi realizada, entre 12 e 16 de julho de 1989, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. No dia 12, o Uruguai derrotou o Paraguai por 3x0; e o Brasil venceu a Argentina por 2x0 (gols de Bebeto e Romário). Em 14 de julho, a seleção celeste olímpica superou a “albiceleste” da vizinha Argentina, também por 2x0; ao passo que a equipe canarinha suplantou a “albirroja” dos “Guaranies” por 3x0 (dois gols de Bebeto e um de Romário). Em 16 de julho, argentinos e paraguaios empataram em 0x0. Uruguaios e brasileiros, ambos invictos, sem sofrer nenhum gol, cada um com duas vitórias pelo mesmo placar (2x0 sobre os argentinos e 3x0 em cima dos paraguaios) enfrentaram-se no último jogo, decidindo o título, perante 132.743 pessoas. Com um gol de Romário, o Brasil ganhou por 1x0 e sagrou-se Campeão da Copa América de 1989. O técnico Lazaroni escalou a equipe campeã como segue: Taffarel; Mazin-ho, Aldair, Mauro Galvão e Ricardo Gomes; Silas (Alemão), Dunga e Branco; Bebeto, Romário e Valdo (Josimar). Os vice-campeões uru-guaios, comandados pelo técnico Oscar Tabarez, atuaram com: Zeoli; Herrera, Gutierrez, De León e Dominguez; Perdomo, Ostolaza (Correa) e Rubén Paz (Da Silva); Alzamendi, Francéscoli e Ruben Sosa. Ricardo Gomes, o capitão brasileiro levantou a taça e Bebeto, com 6 gols, foi o artilheiro. Após a conquista da Copa América, o selecionado do Brasil voltou a jogar, no dia 23 de julho, no Rio de Janeiro (Estádio de São Januário), vencendo o Japão por 1x0 (gol de Bismarck), em uma partida amistosa. O compromisso seguinte já foi válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1990. Em 30 de julho de 1989, o Brasil iniciou sua campan-ha, derrotando a Venezuela, em Caracas, por 4x0, com gols de Branco, Romário e Bebeto (2). No dia 13 de agosto, realizou-se a segunda par-tida, em Santiago, onde o selecionado brasileiro empatou com o Chile, por 1x1. Uma semana depois, no Rio, o Brasil goleou a Venezuela por 6x0. com gols marcados por Careca (4), Silas e o zagueiro venezuelano Acosta, contra a sua meta. O último jogo das eliminatórias, que definiu o Brasil como o primeiro colocado do seu grupo, foi a vitória sobre o Chile por 1x0, com gol de Careca, no Estádio do Maracanã, em 3 de setembro de 1989. Aos 24 minutos do segundo tempo, uma torcedora brasileira lançou, irresponsavelmente, um sinalizador luminoso (do tipo

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utilizado em embarcações) ao gramado. O goleiro Roberto Rojas, do Chile, aproveitou a oportunidade para simular um ferimento causado pelo artefato. Em verdade, o arqueiro cortou o próprio rosto, usando uma pequena lâmina escondida dentro de sua luva, conforme ele próp-rio confessou, em entrevista, alguns anos depois (1995). A partida foi paralisada e os chilenos abandonaram o campo. O juiz argentino Juan Lostau arguardou 20 minutos, conforme determina o regulamento, e encerrou o jogo. A FIFA, após analisar o episódio, consignou, oficial-mente, a vitória brasileira, pelo placar de 2x0. A equipe do Brasil, sob o comando de Sebastião Lazaroni, jogou com: Taffarel; Jorginho, Al-dair, Mauro Galvão e Ricardo Gomes; Dunga, Silas e Branco; Bebeto, Careca e Valdo.Obtida a classificação para a Copa, a CBF programou alguns amistosos preparatórios, ainda em 1989. No dia 14 de outubro, a Seleção Brasilei-ra enfrentou e venceu a Itália por 1x0 (gol de André Cruz), em Bolonha. Exatamente um mês depois, jogou com a Iugoslávia, no Brasil (João Pessoa), empatando, sem gols. Em 20 de dezembro, derrotou a Holanda, em Rotterdam, por 1x0 (gol de Careca).O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1989 foi efetivado, entre 6 de setembro e 16 de dezembro, com vinte e dois participantes. O regula-mento previu o descenso de quatro clubes e o acesso de apenas dois, de forma a reduzir para vinte o número de disputantes.A decisão foi disputada, em um único jogo, em São Paulo (Estádio do Morumbi), no dia 16 de dezembro de 1989, entre o “São Paulo” e o “Vasco”. Com um gol de Sorato, o time do Rio foi o vencedor, por 1x0. O “Clube de Regatas Vasco da Gama” conquistou o título de Campeão Brasileiro, com a seguinte equipe, dirigida pelo técnico Nelsinho Rosa: Acácio; Luiz Carlos Winck, Quiñonez, Marco Aurélio e Mazinho; Zé do Carmo, Marco Antônio Boiadeiro e Bismarck; Sorato, Bebeto e Wil-liam. A equipe vice-campeã do “São Paulo Futebol Clube” foi dirigida pelo técnico Carlos Alberto Silva e alinhou: Gilmar; Netinho, Adílson, Ricardo Rocha e Nelsinho; Flávio, Bobô e Raí; Mário Tilico, Ney e Edivaldo (Paulo César). A Seleção Brasileira, tendo se classificado para a Copa do Mundo, a ser realizada na Itália, a partir de junho, programou alguns amistosos e jogos não oficiais, como treinos, no primeiro semestre de 1990. As-

sim, no dia 28 de março, perdeu para a Inglaterra (1x0), em Londres. Em 5 de maio, venceu a Bulgária por 2x1 (gols brasileiros de Aldair e Müller), em Campinas. Empatou com a Alemanha, por 3x3, com gols de Alemão, Careca e Dunga, no Maracanã, no dia 13 do mesmo mês. Enfrentou e ganhou por 1x0 (gol de Branco) um combinado da cidade de Madrid, no Estádio Vicente Calderón, da capital espanhola, em 19 de maio. E, por último, treinou contra um combinado da região italiana de Úmbria, na cidade de Terni, no dia 28 de maio de 1990, perdendo por 1x0.Estreiou na Copa do Mundo, jogando em Turim no dia 10 de junho, e derrotando a Suécia por 2x1, com dois gols de Careca. O técnico La-zaroni armou a seleção num esquema 3-5-2, escalando: Taffarel; Mozer, Mauro Galvão e Ricardo Gomes (capitão do time); Jorginho, Alemão, Dunga, Valdo (Silas) e Branco; Careca e Müller. A partida seguuinte, em 16 de junho, foi contra Costa Rica, derrotada por 1x0, com gol de Müller). No dia 20, ainda no Estádio Delle Alpi, de Turim, foi efetivado o terceiro jogo, resultando em nova vitória brasileira por 1x0, contra a Escócia. Dessa forma, o Brasil classificou-se em primeiro lugar no Grupo C da primeira fase. Embora tenha obtido três vitórias em três jogos, o futebol apresentado não entusiasmou os analistas. Na fase seguinte (oitavas-de-final), a Seleção Brasileira, confrontando-se com a Argentina, em Turim, realizou sua melhor exibição no certame. Para-doxalmente, derrotada por 1x0, foi eliminada. Com excelente marcação, o meio de campo foi dominado pelos brasileiros, que criaram, tam-bém, as melhores oportunidades de gol. Porém, apesar de praticamente anulado durante a maior parte da partida, Maradona conseguiu, faltando dez minutos para o seu término, realizar uma das suas jogadas de gênio e serviu o companheiro Cláudio Cannigia, que não desperdiçou a excep-cional oportunidade de marcar. O time canarinho derrotado foi: Taf-farel; Ricardo Rocha, Mauro Galvão (Renato Gaúcho) e Ricardo Gomes (capitão da equipe); Jorginho, Alemão (Silas), Dunga, Valdo e Branco; Careca e Müller. Após a precoce eliminação do campeonato mundial, o mineiro Se-bastião Barroso Lazaroni foi substituído pelo catarinense Paulo Roberto Falcão, no comando técnico do escrete brasileiro. Seu primeiro desafio foi enfrentar a Espanha, em Gijón, no dia 12 de setembro de 1990. A

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vitória sorriu aos espanhóis por 3x0. A equipe brasileira, reformulada com atletas atuantes no próprio país, atuou com: Veloso; Gil Baiano, Paulão, Márcio Santos e Nelsinho; Cafu (Paulo Egídio), Donizete Ol-iveira, Moacir e Neto; Charles (Jorginho III) e Nílson. O compromisso seguinte foi a disputa da Taça da Amizade com o Chile, em Santiago, no dia 17 de outubro, quando o jogo terminou 0x0. Este jogo marcou a estréia, na Seleção Brasileira, do folclórico centroavante Túlio, que ainda hoje (2011) atua pelo “Botafogo”, de Brasília. Em 31 do mesmo mês, em Milão houve uma festa de confraternização, homenageando Pelé, que atuou em uma parte do jogo não oficial da seleção dirigida por Falcão contra um selecionado do “resto do Mundo”, comandado por Beckenbauer, que incluía, entre muitos jogadores famosos, até três brasileiros que jogavam no exterior (o zagueiro Júlio César, o volante Alemão e o atacante João Paulo). O resultado foi 2x1 para os estrangei-ros (gols de Michel e Hagi, versus um de Neto). Em novembro, no dia 8, o Brasil voltou a enfrentar o Chile, pela Taça da Amizade, fazendo o jogo da volta, no Rio de Janeiro, que também resultou em um empate, com o marcador em branco. O último jogo do ano, em 12 de dezembro, foi um novo empate de 0x0, com o México, em amistoso realizado nos Estados Unidos (Los Angeles). A última edição do campeonato brasileiro na década, em 1990, contou com vinte participantes. Os jogos decisivos finais foram disputados por duas equipes da capital paulista, “Corinthians” e “São Paulo”, em 13 e 16 de dezembro de 1990. O alvinegro do Parque São Jorge venceu ambos por 1x0. A equipe campeã do “Sport Club Corinthians Paulista”, comandada pelo técnico Nelsinho Batista, alinhou, na última partida: Ronaldo; Giba, Guinei, Marcelo Dijan e Jacenir; Márcio Bittencourt, Neto (Ezequiel), Tupãzinho e Wilson Mano; Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio). O time vice-campeão, do tricolor do Morumbi, dirigido pelo Mestre Telê, formou: Zetti; Cafu, Antônio Carlos, Ivan e Leonardo; Bernardo, Elivélton, Flávio Paiva e Raí (Marcelo Conti); Eliel e Mário Tilico (Zé Teodoro).Alguns dos craques que brilharam nessa década (1981-1990) já foram apresentados, uma vez que se revelaram, ainda muito jovens, na década anterior (1971-1980). Completamos, a seguir, a relação, por ordem cronológica das suas datas de nascimento, de grandes jogadores que

abrilhantaram o futebol brasileiro, na época.Mário Sérgio Pontes de Paiva é natural do Rio de Janeiro e nasceu em 7 de setembro de 1950. Começou sua carreira profissional em 1969, no “Flamengo”. Sem muitas oportunidades no rubronegro carioca, trans-feriu-se em 1971 para o rubronegro baiano. No “Vitória”, entre 1971 e 1975, seu futebol desabrochou e destacou-se como um jogador ex-cepcional, tornando-se ídolo. Conquistou seu primeiro título: Campeão Baiano de 1972. Voltou ao Rio, contratado pelo “Fluminense”, para integrar a famosa equipe denominada “Máquina Tricolor”, que venceu o Campeonato Carioca de 1975. Mário Sérgio, que atuou na ponta-esquerda e na meia, tanto avançado como recuado, armando as jogadas de ataque, ganhou o apelido de “Vesgo”, pela extrema facilidade com que efetuava passes precisos, ol-hando para o lado oposto. Dissimulado em suas jogadas, seu futebol, de grande habilidade e criatividade, era genial. Indisciplinado nos grama-dos, irônico e mordaz em suas dclarações, é, até hoje, como técnico, um personagem polêmuco.Em 1976, foi para o “Botafogo”, no bojo de uma negociação de trocas, entre o tricolor e o alvinegro. Ficou no clude da Rua General Severiano até 1979, quando se transferiu para o “Rosario Central”. Sua estadia na Argentina foi curta, pois no mesmo ano passou a defender o “Inter-nacional”, de Porto Alegre. Com o colorado, foi Campeão Brasileiro em 1979 e Campeão Gaúcho em 1981. Nesse mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, jogando pelo “São Paulo”. Em 1982, foi para Campinas atuar na “Ponte Preta”.Voltou para o Rio Grande do Sul, no ano seguinte, contratado pelo “Grêmio”. Foi peça fundamental na con-quista da Taça Intercontinental de 1983, pelo tricolor gaúcho. Em 1984, continuou no estado sulino, retornando ao “Inter”, com o qual venceu, mais uma vez, o campeonato estadual. Em seguida, transferiu-se para o “Palmeiras”. Foi acusado de “doping” em um jogo do “Verdão” con-tra o tricolor do Morumbi. Apesar de ter se declarado inocente, com veemência, Mário Sérgio foi punido com uma suspensão de três meses, em um processo cheio de controvérsias. Permaneceu no Parque Antár-tica, até 1985. No ano seguinte, defendeu o “Botafogo”, de Ribeirão Preto, e o “Bellinzona”, da Suíça. Em 1987, jogou pelo “Bahia”, e, finalmente, encerrou a carreira no tricolor baiano, nesse ano.

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Chegou à Seleção Brasileira somente aos 31 anos de idade, em 1981. Até sua última participação, em 1985, disputou oito partidas, apenas.Logo após pendurar as chuteiras, Mário Sérgio iniciou sua carreira de técnico, comandando a equipe do “Vitória”, clube em que ele se proje-tou como jogador. Em 1993, realizou boa campanha, ao dirigir o “Cor-inthians” no Campeonato Brasileiro. Com o “Figueirense”, foi Vice-Campeão da Copa do Brasil, em 2007. Suas atividades de treinador têm sido entremeadas com as de comentarista esportivo em emissoras de TV e as de diretor ou gerente de futebol, em alguns clubes. Benedito de Assis Silva, ou simplesmente Assis, nasceu na capital paulista, em 12 de novembro de 1952. Começou no futebol de salão do “Vip’s Club”, do bairro de Vila Prudente, onde foi criado. Em 1970, iniciou suas atividades nos gramados de futebol, atuando nas divisões de base do “Juventus”. Trocou o clube da colônia italiana, na Moóca, pelo da colônia portuguesa, no Canindé, ainda como juvenil. Sem muita chance na equipe principal da “Portuguesa de Desportos”, pensou em desistir do futebol, como profissão. Recomeçou, porém, trocando a capital pelo interior paulista. Em 1975, defendeu o “São José Esporte Clube” de São José dos Campos; no ano seguinte, foi jogar em Limeira, pela “Associação Atlética Internacional”; em seguida, mudou-se para Franca. Foi um dos valores da equipe vencedora do campeonato que permitiu a ascensão da “Associação Atlética Francana” à primeira di-visão paulista, em 1977. Em função das suas boas atuações pela “Vet-erana” na temporada de 1978 do Campeonato Paulista quando a “Fran-cana” derrotou, inclusive, o “São Paulo”, por 2x0, em 19 de outubro, no Pacaembú, o tricolor paulistano decidiu contratá-lo em 1979. Assis retornou, então, à sua cidade natal, onde defendeu as cores vermelha, branca e preta até 1981. No Morumbi, recebeu o apelido de “Perna Longa” e conquistou o título de Campeão Paulista em 1980.Assis tem 1,81 m de altura e pesava 75 kg, Meia atacante de técnica apurada, jogava um futebol extremamente objetivo.Em 1981, transferiu-se para o “Internacional” de Porto Alegre, sagran-do-se Campeão Gaúcho. Foi novamente campeão, em 1982, no Paraná, pelo “Atlético Paranaense”, onde formou uma dupla de ataque muitís-simo efeicaz, com o centroavante Washington, que ficou célebre com o apelido de “Casal 20”, em alusão a um seriado de TV, famoso na época.

A dupla foi tão importante para a conquista do título paranaense que o “Fluminense” do Rio não poupou esforços para contratar os dois. Em junho de 1983, já com 30 anos, o Perna Longa incorpoeou-se ao tricolor das Laranjeiras. O entrosamento de Assis com Washington era perfeito e isso foi demonstrado já no primeiro jogo da dupla, em 2 de julho de 1983 (Flu 3x0 São Cristovão). A decisão do título de Campeão Carioca desse ano foi disputada em um FlaxFlu, no qual o time da Gávea tinha a vantagem do empate. No minuto final, o placar era 0x0 (e a torcida flamenguista já comemorava), quando Assis, em posição per-feitanente legal, recebeu um magnífico lançamento de Delei, penetrou na área pela direita, passou a bola para o pé esquerdo (ele é canhoto) e chutou por entre as pernas do goleiro Raul. Foi o gol da vitória e da conquista do campeonato.No ano seguinte, novo FlaxFlu decisivo, equilibrado e empatado sem gols até quase o final do segundo tempo, quando novamente o Perna Longa marcou o gol da vitória tricolor (1x0), e o “Fluminense” ganhou o Campeonato Carioca de 1984. Assis recebeu outro apelido, “Carras-co”, e a torcida “pó-de-arroz” cantou: “Recordar é viver, Assis acabou com você”.Uma jogada caracterítica do ataque tricolor era o cruzamento alto para Washington, que, com 1,88 m de altura e ótima impulsão, cabeceava para Assis. Com o “Casal 20”, o “Fluminense” conquistou o Campe-onato Brasileiro de 1984. Ainda em 1984, Assis foi convocado para a Seleção Brasileira e disputou duas partidas. Em 1985, pela terceira vez consecutiva, o clube do bairro de Laranjeiras venceu o Campe-onato Carioca. E, por pouco, Assis não foi tetracampeão, pois o tricolor liderou a competição estadual, em 1986, mas se deixou superar na reta final, por “Flamengo” e “Vasco”, ficando apenas com o terceiro lugar. Entre 1983 e 1987, realizou 177 partidas com a camisa grená, verde e branca, marcando 54 gols.No final de 1987, ele deixou o “Fluminense” e foi tentar a sorte no “soc-cer” dos Estados Unidos, em Miami. Mas como não obteve o visto de permanência, retornou ao Brasil, em 1988, passando a jogar pelo “Pay-sandu”, de Belém do Pará (1989/90). Em seguida, atuou pelo recém fundado “Paraná Clube” (1991) e encerrou a carreira no velho conheci-do “Atlético Paranaense”, em 1992, pouco antes de completar 40 anos.

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Após pendurar as chuteiras, teve algumas passagens em comissões técnicas, como no “Fluminense”, em 1998 (auxiliar-técnico); no “Rio Branco”, do Espírito Santo; no “Volta Redonda”, do Estado do Rio (divisões de base); e, em 2007, de novo no “Fluminense” (coordenador técnico das categorias de base).Abel Carlos da Silva Braga nasceu em 1º de setembro de 1952, no Rio de Janeiro. Começou nas divisões de base do “Fluminense” em 1968. Foi integrado ao elenco profissional em 1971 e participou da con-quista do título de Campeão Carioca, no mesmo ano. Repetiu o êxito, dois anos depois, ganhando o título de Campeão Carioca em 1973. No mesmo ano, foi cedido por empréstimo ao “Figueirense” para a disputa do Campeonato Brasileiro. Retornou às Laranjeiras em 1974, e sagrou-se Bicampeão Carioca em 1975/76.Abel Braga foi um zagueiro vigoroso e de boa técnica. Muito forte, impunha-se como dono da área. Embora participante das campanhas vitoriosas do “Fluminense”, na década iniciada em 1971, não conseguiu ser titular da equipe tricolor, que tinha um excelente elenco, tendo disputado só 75 jogos, entre 1971 e 1976. Foi no “Vasco”, que Abelão firmou-se e ganhou o merecido destaque.Abel integrou a Seleção Brasileira, pela qual realizou cinco partidas, sendo a primeira em dezembro de 1971, e participou, como reserva, da Copa do Mundo de 1978.Sua transferência para o Vasco ocorreu em 1976, no bojo de um troca-troca promovido pelo Presidente Horta, Com o time cruzmaltino, foi Campeão Carioca em 1977. Jogou no exterior, defendendo as três cores do “Paris Saint-Germain”, de 1979 a 1981. Ao retornar, atuou suces-sivamente pelo “Cruzeiro”, “Botafogo” e “Goytacaz”, de Campos (RJ), onde pendurou as chuteiras, em 1985A carreira de Abel Braga como treinador começou, de imediato, no mesmo clube onde encerrou a de jogador. Logo no ano seguinte, foi para Portugal, treinar o “Rio Ave”, da cidade de Vila do Conde. Regres-sou, em 1987, para comandar a equipe do “Botafogo”, e a do “Santa Cruz”, em seguida. Seu clube seguinte, em 1988, foi o “Internacional”. De 1988 a 1994, trabalhou novamente em Portugal, onde foi o maior responsável pela ascensão à primeira divisão do “Famalicão” e do “Be-lenenses”, além de ter treinado, também, o “Vitória de Setúbal”. Após

regressar ao Brasil, foi técnico de diversos clubes, tendo conquistado os títulos de Campeão do Paraná de 1998 (“Atlético Paranaense”) e de 1999 (“Coritiba”). Em 2000, ganhou a Taça Guanabara, com o “Vasco”. Voltou para o exterior, em 2001, para comandar o time do “Olym-pique”, de Marselha. Em seu retorno, voltou a dirigir grandes equipes brasileiras, conquistando a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca, em 2004, com o “Flamengo”; a Taça Rio e o Campeonato Carioca, em 2005, pelo “Fluminense”; a Copa Libertadores e o Campeonato Mun-dial de Clubes, em 2006, pelo “Internacional”. De novo com o colorado, foi Campeão Gaúcho, em 2008. A seguir, foi para os Emirados Árabes, onde ganhou a “UAE President’s Cup” e o título de Campeão da “UAE League”, em 2011, comandando o “Al Jazira”. Voltou para assumir o “Fluminense”, a partir de junho de 2011. Arthur Antunes Coimbra, o Zico, nasceu em 3 de março de 1953, na cidade do Rio de Janeiro. É o caçula dos seis filhos do português José Antunes Coimbra e da carioca Matilde da Silva Coimbra, moradores da Rua Lucinda Barbosa, no subúrbio de Quintino Bocaiúva, zona norte do Rio de Janeiro. Dos seus irmãos, três jogaram futebol profissional-mente. O mais velho, nascido em 1944, José Antunes Coimbra Filho, conhecido como Antunes, foi revelado nos juvenis do “Fluminense”, em 1963. Atacante rápido e impetuoso, profissionalizu-se no próprio tricolor das Laranjeiras. Em 1966, transferiu-se para o “América”, onde disputou o campeonato de 1967 junto com o irmão Eduardo Antunes Coimbra, nascido em 1947. Edu é um dos maiores ídolos do time rubro e chegou a integrar a Seleção Brasileira, em 54 jogos. Outro irmão, Fernando (Nando), mudou-se para Portugal, onde jogou com sucesso. Assim, o menino Arthurzinho, posteriormente Arthurzico e, finalmente, apenas Zico, cresceu em um ambiente propício ao desenvolvimento das suas qualidades de artista da bola.Quando ele tinha uns dez anos foi criado, no quintal de sua casa, um pequeno time de futebol de salão, o “Juventude de Quintino”, no qual ele jogava junto com os irmãos e primos. Em seguida, passou a atuar, também, na equipe de futsal (que ainda não se chamava assim) do tradicional “River Futebol Clube”, do bairro carioca da Piedade. Em 1967, o radialista Celso Garcia, amigo da família, assistiu a uma vitória do “River”, por 14x4, onde o garoto de 14 anos, pequeno e franzino,

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marcou dez gols. Entusiasmado, Garcia o levou para a escolinha de futebol de campo do “Flamengo”. Lá, foi submetido a uma intensa preparação física, que lhe tomava boa parte do seu dia. Passou a atuar, em seguida, na equipe juvenil, mas fez uma partida no time principal, em 1971, justamente em um clássico contra o “Vasco”, e contribuiu com um passe para o folclórico Fio Maravilha marcar o gol da vitória por 2x1. Continuou jogando na categoria de juvenis, embora tenha participado de dois jogos pelo campeonato profissional de 1972, do qual o “Flamengo” foi campeão, o que representou, para Zico, seu primeiro grande título. Mas foi somente em 1974, após um trabalho de fortaleci-mento muscular, que ele assumiu seu lugar de titular absoluto na equipe rubronegra. Nesse ano, conquistou seu segundo Campeonato Carioca, agora como dono da camisa 10 do “Mengo”. Teve ótimo desempenho no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, recebendo a Bola de Ouro da Revista Placar. Outro radialista, Waldyr Amaral, deu-lhe o apelido de “Galinho de Quintino”, inspirado pelo seu jeito de andar e em alusão ao seu bairro de origem.Nos três anos seguintes, o título estadual foi festejado pelas equipes rivais do “Fluminense” e do “Vasco”. O clube das Laranjeiras foi bi-campeão em 1975/76, com a famosa “Máquina Tricolor”, que contava com grandes craques consagrados, entre os quais Roberto Rivellino. A taça de 1977 foi erguida pelo “Gigante da Colina”, em dramática de-cisão por pênaltis contra o clube da Gávea, na qual Zico desperdiçou sua cobrança.A partir de 1978, entretanto, os rubronegros iniciam uma fase de ouro, que pode ser chamada de “Era Zico”. O “Flamengo” conquistou o campeonato carioca de 1978, e as duas edições realizadas em 1979. No ano seguinte, o Campeão Carioca voltou a ser o “Fluminense”, mas o Galinho de Quintino venceu, com o “Flamengo”, o Campeonato Bra-sileiro.Credenciado pelo título nacional de 1980, a equipe rubronegra, liderada por Zico, disputou, pela primeira vez, a Copa Libertadores, e a con-quistou, vencendo o “Cobreloa” do Chile, no terceiro jogo da acirrada decisão, em Montevidéu, por 2x0, com dois gols do seu maior craque. Ainda em 1981, o “Flamengo” voltou a ser o Campeão Carioca. Em seguida, foi para Tóquio, enfrentar o “Liverpool” na disputa da Taça

Intercontinental (campeonato mundial de clubes). Embora considera-dos favoritos, os britânicos foram surpreendidos pelo time brasileiro, que venceu por 3x0, em primorosa exibição de Zico, eleito o melhor em campo. Além disso, em 1981, foi considerado o melhor jogador do mundo pelas revistas Guerin Sportivo (Itália), El Balón (Espanha) e Placar (Brasil).Em 1982, o Galinho foi, novamente, Campeão Brasileiro, com o ru-bronegro carioca superando o “Grêmio”, na final, por 1x0. Em seguida, com a Seleção Brasileira, sofreu dolorida eliminação na Copa do Mun-do. No segundo semestre, o “Flamengo” de Zico foi sobrepujado pelo uruguaio “Peñarol”, na Libertadores, e perdeu o Campeonato Carioca para o “Vasco da Gama”.Eliminado logo na primeira fase da Libertadores, no primeiro semestre de 1983, o “Mengo” salvou o ano, obtendo seu terceiro título no Bra-sileirão, vencendo o “Santos” por 3x0 no segundo jogo da decisão, com um gol marcado por Zico, antes de decorrido um minuto de jogo. Foi sua partida de despedida, pois já estava contratado pelo “Udinese” da Itália, embora a notícia não houvesse sido divulgada, ainda. Foi escol-hido, pela revista inglesa “World Soccer”, como o melhor jogador do mundo, em 1983.Zico atuou duas temporadas pelo time de Udine. A equipe, porém, era fraca. Além dele, apenas dois outros jogadores diferenciados compun-ham o elenco: o zagueiro Edinho, seu colega de Seleção Brasileira; e o seu companheiro no meio-de-campo, Franco Causio, ex-integrante da “Azzurra”, mas já veterano, na época. De qualquer forma, o alvinegro da região de Friuli, na temporada 1983/84, conseguiu a nona colocação na Calcio Série A e o Galinho de Quintino foi o vice-artilheiro. Já no campeonato seguinte, o desempenho da equipe “zebrette” não foi tão bom, contentando-se em não ser rebaixada.Zico foi alvo de um processo na Justiça da Itãlia, por suposta sonegação fiscal, no qual demonstrou sua inocência e foi absolvido. Entretanto, esse foi um dos motivos que contribuíram para que sua permanência italiana fosse abreviada, e ele retornasse ao Brasil, no segundo semestre de 1985. Em 79 partidas com os “bianconeri”, ele marcou 57 gols, dos quais 17 de falta. Dois tentos foram excepcionalmente memoráveis: um de bicicleta, num empate de 3x3, com o “Milan” no Estádio San

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Siro, em Milão; e o gol da vitória, por 1x0, primeira em sua história, da “Udinese Calcio” sobre a “Roma”, então campeã. De volta ao seu clube de coração, a alegria foi breve, pois sofreu uma falta desleal e violentíssima, em uma das suas primeiras partidas, contra o “Bangu”. Zico teve lesões nos dois joelhos e no tornozelo esquerdo. Submeteu-se a três cirurgias e a um longo período de recuperação. Em fevereiro de 1986, porém, de retorno aos gramados, fez uma exibição de gala, no clássico mais charmoso do futebol brasileiro, o FlaxFlu. Em 1987, o “Clube de Regatas Flamengo” conquistou a Copa União (campeonato brasileiro organizado pelo Clube dos Treze), no qual Zico teve papel fundamental, apesar de ter alterado seu estilo de jogo, substituindo sua impetuosidade e dribles rápidos por um ritmo mais cadenciado, com toques de primeira e lançamentos. Foi a última taça levantada pelo Galinho de Quintino. O Campeonato Carioca de 1988 foi conquistado pelo “Vasco”, vencedor da decisão contra o rubronegro; e, no Brasileirão, o “Mengo” foi eliminado pelo “Grêmio”, nas quartas de final. No primeiro semestre de 1989, após perder a decisão estadual para o “Botafogo”, Zico jogou sua última partida pelo seu querido clube da Gávea. Foi, novamente, um FlaxFlu, vencido com autoridade pelo “Flamengo”. “Era tudo o que eu queria. Terminar com um gol e justo do jeito que eu mais gosto: de falta”, foram suas declarações finais.Entretanto, sua despedida não foi definitiva, pois retornou aos grama-dos, dois anos depois, em 1991, para jogar profissionalmente no en-tão, ainda, incipiente futebol japonês. Zico atuou pelo time da fábrica “Sumitomo Metals”, logo transformado no clube profissional “Kashima Antlers”, onde pendurou, de vez, as chuteiras em 1994, com a idade de quarenta e um anos.Pela Seleção Brasileira, Zico estreou em 1976, em Montevidéu, em par-tida válida pela Copa Rio Branco, marcando, de falta (como ele gosta-va), o gol da vitória, por 2x1, sobre o Uruguai. No mesmo ano, o Brasil venceu o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, no qual ele marcou um belíssimo gol na vitória de 4x1 em cima da Itália. O ano de 1976 foi extremamente pródigo em títulos para a equipe brasileira, que pas-sou a contar com o Galinho: Copa Roca, Taça Oswaldo Cruz e Taça do Atlântico. Zico disputou três Copas do Mundo (!978, 1982 e 1986), sem sentir, porém, a doce alegria de ganhar o caneco. Seu jogo de despedida

foi um amistoso na cidade de Udine, em 1989. Descontadas essa peleja e as partidas pelas seleções de base, ele realizou 89 jogos com a camisa amrelinha, marcando 66 gols. Em 1990, Arthur Antunes Coimbra foi convidado pelo Presidente da República e exerceu o importante cargo de titular da Secretaria Nacion-al de Esportes, órgão federal que deu origem ao atual Ministério dos Esportes.Em 1995 e 1996, Zico participou, pela seleção brasileira de futebol de areia. dos dois primeiros campeonatos mundiais de “beach soccer”, sagrando-se campeão de ambos e artilheiro no primeiro. O “Centro de Futebol Zico do Rio de Janeiro Sociedade Esportiva”, mais conhecido como “CFZ”, foi fundado por ele em 12 de julho de 1996. O clube-empresa possui uma filial em Brasília e outra em Imbitu-ba (Santa Catarina). Sua primeira experiência como membro de comissão técnica foi na Seleção do Brasil que disputou a Copa do Mundo de 1998, como as-sistente do Zagallo. No ano de 1999, treinou, com sucesso, a equipe japonesa do “Kashima Antlers”. Em junho de 2002, foi convidado pelo Presidente da Associação de Futebol do Japão para ser o técnico da se-leção do país. Exerceu a função até 2006, tendo conquistado a Copa da Ásia de 2004. Após a Copa do Mundo realizada na Alemanha, Zico foi contratado pelo “Fenerbahçe”, da Turquia, para treinar seu time. Na sua primeira temporada, ganhou o aampeonato turco. Na seguinte, 2007/08, levou a equipe às quartas-de-finais da Liga dos Campeões da UEFA. Em setembro de 2008, passou a ser o treinador do “Bunyodkor”, no Uzbequistão, onde ficou somente quatro meses. No início de 2009, pas-sou a comandar a equipe do “CSKA Moscou”, conquistando a Copa da Rússia. Foi dispensado em setembro, sendo imediatamente contratado pelo “Olympiakos” da Grécia, onde ficou até ser demitido, em janeiro de 2010. Em 30 de maio de 2010, assumiu o cargo de diretor executivo de fute-bol do “Flamengo”. Entretanto, não foi feliz como dirigente no seu clube do coração, tendo pedido demissão em 1º de outubro do mesmo ano.Existem muitos livros biográficos sobre o Galinho de Quintino, inclu-sive um de sua autoria, em parceria com Roberto Assaf e Roger Gar-

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cia (“Zico: 50 Anos de Futebol”) e uma autobiografia intitulada “Zico Conta sua História”. Da mesma forma, foram produzidos diversos documentários e gravadas algumas músicas, em sua homenagem, Além disso, Zico gravou o disco “Batuquê de Praia e Cantos do Rio”, com o cantor Fagner, em 1983.Paulo Isidoro de Jesus nasceu em Matosinhos (MG), no dia 3 de agosto de 1953. Com quinze anos, já morando em Belo Horizonte, jogava em um time amador do bairro das Garças, o “Ideal”, quando foi observado pelo massagista do “Atlético Mineiro”, Irineu, que o recomendou ao técnico Barbatana, das divisões de base, em 1969. Paulo Isidoro acredi-tava ser centroavante e, como tal, participou ds conquistas dos títulos do campeonato mineiro de juniores de 1969, 1970 e 1972. Alçado à equipe principal, em 1973, não emplacou. Foi, então, emprestado pelo “Galo” ao “Nacional”, do Amazonas, onde também não fez sucesso, apesar do título de Campeão Amazonense de 1974. De volta a Belo Horizonte, em 1976, o técnico Telê Santana resolveu experimentá=lo em outra posição. Graças à intuição do excelente treinador, Isidoro revelou-se um meia ágil e habilidoso, ganhando uma vaga de titular no time do “Atléti-co”. Formou uma excelente dupla com Reinaldo, preparando as jogadas para as conclusões do goleador. Foi Campeão Mineiro em 1976, 1978 e 1979, além de Vice-Campeão Brasileiro em 1977.Transferiu-se para o “Grêmio Porto Alegrense”, onde jogou a partir de 1980 e conquistou o Campeonato Brasileiro de 1981, tendo recebido a Bola de Ouro da Revista Placar, conferida ao melhor jogador do cer-tame nacional.. Contratado pelo “Santos”, em 1983, foi Campeão Pau-lista em 1984. Voltou ao “Galo Mineiro” para, novamente, ser Campeão Mineiro de 1985 e 1986, atuando como armador.Dotado de fôlego excepcional aliado à ótimo condicionamento físico, continuou jogando até 1993, tendo defendido as cores do “XV de Novembro”, de Jaú (SP); “Guarani”, de Campinas (SP); “Cruzeiro”, de Belo Horizonte (MG); “Internacional”, de Limeira (SP); “Valeriodoce”, de Itabira (MG); “Ji-Paraná”, da cidade de mesmo nome (RO); e “Plan-altina”, da cidade satélite homônima (DF). Com a Seleção Brasileira, disputou 41 jogos, tendo participado da Copa do Mundo de 1982, do Mundialito de Montevidéu (1980) e das conquistas das Taças da Inglaterra e da França (ambas em 1981).

Sérgio Bernardino, mais conhecido como Serginho Chulapa, nasceu em São Paulo, no dia 23 de dezembro de 1953. Começou jogando em times de várzea da zona norte de São Paulo, aos doze anos. Mais tarde, integrou a equipe infanto-juvenil da “Portuguesa”, mas foi dispensado em 1968. Passou a trabalhar como entrgador de leite até que participou, em 1970, de uma “peneira”, na qual agradou ao técnico de juvenis do “São Paulo” e iniciou sua trajetória no tricolor paulistano. Em 1973, o técnico Telê Santana o lançou na equipe principal, em amistoso contra o “Bahia”, no dia 6 de junho. Quatro dias depois, enfrentando o “Corin-thians”, marcou seu primeiro gol, como profissional. Ainda no mesmo ano de 1973, foi emprestado ao “Marília”, retornando ao Morumbi, em 1974. Pelo “São Paulo”, foi Campeão Paulista em 1975, 1980 e 1981; e Campeão Brasileiro de 1977. Entre 1973 e 1982, jogou 401 partidas e marcou 243 gols, tornando-se o maior artilheiro da história do clube.Apesar da inegável capacidade de artilheiro, Serginho teve mais destaque como jogador indisciplinado, criador de inúmeras confusões. Em fevereiro de 1978, foi suspenso por cerca de um ano, em decorrên-cia da agressão a um bandeirinha que assinalou um impedimento seu, em jogo contra o “Botafogo” de Ribeirão Preto. A punição impediu a sua provável convocação para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1978. Surpreendentemente, teve bom comportamnto na Copa de 1982, sob o controle eficaz do Mestre Telê, que o convocou para ser reserva de Careca, mas o efetivou, em função da contusão do titular. Transferiu-se para o “Santos”, pelo qual foi Campeão Paulista e Bra-sileiro, em 1983, sendo o artilheiro de ambas as competições. No ano seguinte, foi novamente o maior goleador e vencedor do Campeonato do Estado de São Paulo.Embora mais experiente, pois chegou à equipe praiana com 29 anos, Chulapa manteve sua postura irreverente, seu jeito catimbeiro e seu comportamento temperamental, continuando a protagonizar incidentes desagradáveis, como a briga com Mauro, num jogo “Santos” e “Corin-thians”; a agressão, em 1983, ao também encrenqueiro goleiro Emerson Leão (dando continuidade, como santista, às brigas iniciadas quando Serginho ainda era sãopaulino); e as agressões a jornalistas, ao término do jogo final do Campeonato Brasileiro de 1983, no qual o “Santos” foi

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derrotado pelo “Flamengo”. Em 1985, foi contratado pelo “Corinthians”, pelo qual jogou até se mu-dar para a Europa, em 1987, transferido para o “Marítimo”, da Ilha da Madeira (Portugal). No ano seguinte, foi para o Egito, onde atuou pelo “Al Mokawloon Al-Arab”.No mesmo ano de 1988, retornou para o “Santos”, seu clube do coração. Em 1989, foi para Sorocaba, jogar pelo “Atlético”, mas voltou ao “Santos”, no mesmo ano, ficando até o final de 1990. A “Portuguesa Santista” foi o seu clube no ano de 1991. Em seguida, transferiu-se para o São Caetano e pendurou as grandes chuteiras (o apelido de Chulapa adveio do tamanho dos seus pés), em 1993.Alto (1,91m), meio desengonçado, dono de razoável técnica, embora não refinada, colocava-se muito bem dentro da área adversária e era extremamente oportunista. Pela Seleção do Brasil, entre 1979 e 1982, disputou 20 partidas, marcando 8 gols.Após encerrar a carreira, foi auxiliar e técnico interino do “Santos”, col-hendo alguns bons resultados. Entretanto, prejudicou-se ao agredir um repórter, dentro do vestiário, após uma derrota. Embora tenha treinado outros clubes como a “Portuguesa Santista”, o “São Caetano” e o “São-carlense”, sua atividade tem sido, principalmente, a de auxiliar técnico do “Peixe”, exceto nos períodos em que seu inimigo, Emerson Leão, dirigiu o time da Vila Belmiro Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, ou, simples-mente, Sócrates, nasceu em Belém, no dia 19 de fevereiro de 1954. Radicado em Ribeirão Preto, foi revelado pelo “Botafogo” local, no qual jogou de 1974 a 1978. Embora quase não treinasse, em função de freqüentar o curso da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, seu futebol já se mostrava grandioso. Com o tricolor do interior de São Paulo, venceu o primeiro turno do Campeonato Paulista de 1977 e foi o artilheiro da competição. Destacou-se, também, por suas atuações no Campeonato Brasileiro desse ano, tendo marcado um gol de calcanhar contra o “Santos”, no Estádio da Vila Belmiro.Alto e magro (1,91m e 85 kg), Sócrates foi um meia-atacante (ponta-de-lança) que podia ser escalado, também, como meia-de-ligação. Tinha um estilo de jogo inteligente e elegante, que fazia, com perfeição, as-sistências para seus companheiros, ou assinalava, ele próprio, os gols.

Bom cabeceiador e excelente cobrador de faltas, sua característica mais marcante era a habilidade para usar o calcanhar. Por isso, recebeu o ape-lido de “Calcanhar de Ouro”, além de “Doutor Sócrates” e “Magrão”. Em 1978, foi contratado pelo “Corinthians”, onde teve sua fase mais brilhante, conquistando os títulos de Campeão Paulista, em 1979, 1982 e 1983. Já formado em Medicina, pode se dedicar mais à sua profis-são de futebolista. Começou a demonstrar sua vocação política, como um dos principais idealizadores e líderes do movimento “Democracia Corintiana”, reivindicando mais participaçõ dos jogadores nas decisões administrativas do clube. Entre 1978 e 1984, quando foi para a Itália, realizou 297 partidas pelo “Timão”, marcando 172 gols. Em 1979, estreiou na Seleção Brasileira. Foi um dos destaques do maravilhoso escrete nacional, montado por Telê, na Copa do Mundo de 1982. Fez dois belos gols nos jogos contra a União Soviética e a Itália. Participou, também, da Copa de 1986, mas sem o mesmo brilho. Desperdiçou um pênalti contra a França, na decisão da partida na qual o Brasil foi desclassificado. No total, disputou, entre 1979 e 1986, 63 jogos com a camisa amarela, marcando 25 gols.Na “Fiorentina” não foi feliz, tendo tido dificuldades no relacionamento com os companheiros de time, muitos dos quais suspeitos da manipu-lação de resultados, na temporada 1984/85. Assim, Sócrates retornou ao Brasil e atuou pelo “Flamengo”, entre 1985 e 1987, tendo vencido a Taça Rio e o Campeonato Carioca, em 1986. Antes de encerrar a car-reira, envergou a gloriosa camisa branca do “Santos”, de 1987 a 1989.Hoje, além de médico, é articulista do periódico Carta Capital e comen-tarista no programa Cartão Verde, da TV Cultura, em São Paulo. José Oscar Bernardi nasceu em 20 de junho de 1954, na cidade mineira de Monte Sião. Iniciou suas atividades em gramados de futebol nos juvenis do “Guarani”, em Campinas, no Estado de São Paulo. Mas, em 1972, foi levado para a rival “Ponte Preta”. Profissionalizou-se no time da “Macaca”, no ano seguinte. Convocado para a Seleção Brasileira Juvenil (até 19 anos), disputou e venceu, em março de 1974, o Campe-onato Sul Americano da categoria, realizado no Chile, sobrepujando o Uruguai, na final, por 2x1. Jogou pela equipe principal do tradicional clube do interior paulista de 1973 a 1979, realizando atuações tão boas que o levaram à Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de

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1978. Oscar começou a ganhar destaque durante o Campeonato Paulista de 1977, no qual a “Associação Atlética Ponte Preta” foi Vice-Campeã.Zagueiro de bom porte físico e dotado de muita garra, impunha respeito aos atacantes adversários. Fazia o papel de xerife da área e era muito bom no jogo aéreo. Quando avançava para tentar marcar gols de cabeça, a torcida do seu time vibrava.Em 1979, foi cedido pela alvinegra campineira, por elevado valor, ao “Cosmos”, de New York. Entretanto, Oscar teve problemas de adap-tação nos Estados Unidos e dificuldades no relacionamento com o técnico alemão Weisweiller. Dessa forma, após apenas sete meses, retornou ao Brasil, em julho de 1980, para defender a camisa tricolor do “São Paulo”. Seu jogo de estréia foi um amistoso contra o “Palmeiras”, vencido por 4x0. Cinco dias depois, no início do returno do campeonato paulista, o “São Paulo” também derrotou por 4x0 o “Corinthians”, já tendo Oscar como capitão.No Morumbi, Oscar viveu sua fase mais brilhante, conquistando os títulos estaduais de 1980, 1981, 1985 e 1987. Na reta final do campe-onato paulista de 1981, ele sofreu uma séria contusão que o afastou dos últimos jogos. Mas recuperou-se a tempo de participar, com a faixa de capitão, da excelente Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1982, sob o comando de Telê. Após um período de vacas magras, o “SPFC” voltou a ser Campeão Paulista em 1985, com Oscar já vetera-no. Convocado para a Copa do Mundo de 1986, perdeu a vaga de titular da seleção para Júlio César. Em 1986, o tricolor paulista, conquistou o título de Campeão Brasileiro. Embora ele tenha sido importante durante a campanha, sofreu uma contusão em novembro, e ficou fora da decisão contra o “Guarani”. No ano seguinte, durante o campeonato estadual no qual o “São Paulo” foi, mais uma vez, vitorioso, e que represen-tou a última conquista brasileira de Oscar, o técnico Cilinho o barrou, substitundo-o pelo então novato Adilson. Revoltado, ele pediu, no dia seguinte, sua rescisão contratual.Em junho de 1987, foi contratado pelo “Nissan FC”, do Japão. Com a equipe japonesa, inicialmente da fábrica dos automóveis Nissan e, hoje, o “Yokohama F. Marinos”, Oscar foi Campeão Japonês, em 1988 e 1989.Pendurou as chuteiras em 1990, e lá mesmo, nas ilhas nipônicas,

começou suas atividades, como técnico. Em 1994, no Brasil, assu-miu o comando do “Guarani” Em 1997, treinou o “Cruzeiro”, por um curto período. Posteriormente, na Arábia Saudita, foi o treinador dos seguintes clubes: “Al-Ittihad”, “Al-Shabab” e “Al-Hilal”.Atualmente, Oscar Bernardi é um empresário de sucesso, possuindo um ótimo centro de treinamento em Águas de Lindóia (SP), onde aprimora jovens jogadores, sobretudo estrangeiros; e atua como representante de atletas do futebol, na condição de agente FIFA autorizado. É propri-etário, também, de um “shopping center” em Serra Negra (SP), além de efetuar negócios com gado bovino.Paulo Sérgio de Oliveira Lima nasceu em 4 de julho de 1954, no Rio de Janeiro. O goleiro Paulo Sérgio foi revelado pelo “Fluminense”, em sua cidade natal, no ano de 1972. No tricolor, foi Campeão Carioca em 1973 e 1975. Deixou as Laranjeiras em 1975, e atuou, sucessivamente, pelo “CSA” (Alagoas), “Volta Redonda” e “Americano” (ambos no Es-tado do Rio), até 1979. Voltou para a cidade do Rio de Janeiro em 1980, contratado pelo “Botafogo”, cujo gol guarneceu de 1980 a 1985.Goleiro arrojado, suas boas atuações pelo alvinegro o levaram à Seleção Brasileira, pela qual realizou três jogos, sofrendo apenas um gol. Partic-ipou, como reserva, da Copa do Mundo de 1982.De 1985 a 1988, guardou a meta do “Goiás”, “América” (RJ) e “Vas-co”. De volta ao clube rubro do Rio, encerrou a carreira nos gramados. ainda em 1988. Continuou a jogar futebol de areia, defendendo a se-leção brasileira da modalidade durante os anos 90. Atualmente, Paulo Sérgio mora em Vitória (ES) e é comentarista esportivo na TV local. Antônio Carlos Cerezo, o Toninho Cerezo, nasceu no dia 21 de abril de 1955, na capital de Minas Gerais. Começou nas categorias de base do “Clube Atlético Mineiro”, de Belo Horizonte, profissionalizando-se em 1972. Pouco depois foi emprestado ao “Nacional” de Manaus, onde atuou no decorrer de 1974, tendo sido Campeão Amazonense. No ano seguinte, de volta ao “Galo”, consguiu a vaga de titular na equipe prin-cipal. Durante os dez anos que defendeu a camisa alvinegra do “Atlé-tico”, conquistou o título de Campeão Mineiro em 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982 e 1983.Foi para o futebol da Itália em 1983, cedido para a “Roma”. Com os “giallorossi” da capital italiana, atuando ao lado do compatriota Falcão,

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venceu a Copa da Itália em 1984 e 1986. No fim da temporada desse ano, transferiu-se para a “Sampdoria”. No clube de Gênova, foi o maes-tro do time que conquistou: a Copa da Itália, em 1988 e 1989; a Recopa Européia, em 1990; a Supercopa Italiana, em 1991; e o “scudetto” do Campeonato Italiano, em 1991.De volta ao Brasil, em 1992, integrou brilhantemente a equipe do “São Paulo”, que ganhou a Taça Intercontinental (campeonato mundial de clubes), em 1992 e 1993; a Copa Libertadores, de 1993; a Supercopa Libertadores, em 1993; e a Recopa Sul-Americana, de 1993 e 1994. Retornou à sua cidade natal, em 1994, passando a jogar pelo “Cruzei-ro”. Defendeu, a seguir, o “Lousano Paulista”, de Jundiaí, por um curto período, e, novamente, o “São Paulo” (1995/96). Outra vez em Belo Horizonte, jogou pelo “América” de Minas Gerais, em 1996. Final-mente, encerrou a carreira, aos 42 anos de idade, atuando pelo clube que o lançou, o “Atlético Mineiro”, em 1997.Meio-campista de estilo clássico, com 1,83m de altura e 75 kg, Cerezo ganhou, em duas oportunidades, a Bola de Ouro, como melhor jogador do campeonato brasileiro. Recebeu da Toyota, o prêmio de maior figura em campo, na decisão da Taça Intercontinental de 1993. Com grande habilidade e dotado de espírito de liderança, recebeu os apelidos de “Patrão da Bola” e de “Capitão da Paz”, este último por sua habilidade, demonstrada no “Galo Mineiro”, em intermediar soluções para conflitos pessoais de jogadores com o técnico ou com o próprio clube. Pela Seleção Brasileira, Toninho Cerezo realizou, entre 1977 e 1985, se-tenta e três partidas. A primeira Copa do Mundo de que participou, com boas atuações, foi a da Argentina, em 1978, sob o comando de Cláudio Coutinho. Em 1980, Telê assumiu, como técnico da equipe nacional do Brasil, e montou um time fantástico, recheado de craques, entre os quais ele, praticantes de um futebol vistoso e vitorioso. No ano seguinte, esse excelente selecionado foi vice-campeão do Mundialito, efetuado no Utuguai, em comemoração ao cinqüentenário de realização da primeira Copa do Mundo. Cerezo, com ótima apresentação, foi o maestro da vitória do Brasil sobre a Alemanha Ocidental, por 4x1. Na sua segunda Copa, em 1982, a Seleção do Brasil brilhou, mostrando ao mundo seu belo futebol arte. Em dia de extrema infelicidade, entretanto, Toninho, com a bola dominada, fez um passe errado e propiciou a marcação do

segundo gol italiano. Para cúmulo do azar, ainda falhou por ocasião do terceiro gol de Paolo Rossi, que deu a vitória à Itália, eliminando o Brasil. Telê Santana, novamente, convocou Cerezo para a disputa da Copa de 1986, mas teve que cortá-lo por motivo de contusão.Após ter pendurado as chuteiras, Toninho Cerezo iniciou suas ativi-dades de técnico, treinando, com êxito, o “Vitória”, da Bahia, em 1999. De 2000 a 2005, dirigiu o “Kashima Antlers”, do Japão, com muito sucesso, tendo coquistado: a Copa da Liga Japonesa, em 2000; a Copa do Imperador, em 2000 e 2001; e o Campeonato do Japão, em 2000 e 2001. No Brasil, treinou o “Guarani e o “Atlético Mineiro”. Outra vez no exterior, foi técnico do “Al-Hilal” (2006/07) e do “Al-Shabab” (con-quistando a Copa da Arábia em 2008 e 2009), ambos na Arábia Saudita; e do “Al-Ain” (2009/10), nos Emirados Árabes Unidos. De volta ao Brasil, em 2010, assumiu o comando técnico do “Sport”, de Pernam-buco. Entretanto, ficou pouco tempo no Recife, sendo substituído no mesmo ano. Carlos Roberto Gallo, o goleiro Carlos, nasceu em Vinhedo (SP), no dia 4 de março de 1956. Iniciou sua carreira profissional em 1974, guar-necendo a meta da “Ponte Preta”, de Campinas.No ano seguinte, já foi convocado para a Seleção Brasileira que dis-putou e venceu os Jogos Panamericanos de 1975. Em seguida, foi Campeão do Torneio Pré-Olímpico de 1976. Permaneceu na equipe alvinegra campineira até 1983. Nesse período, recebeu a Bola de Prata da Revista Placar, em 1980 e 1982. Transferiu-se para o “Cornthians”, clube em que atuava quando foi chamado para ser o goleiro titular do Brasil na Copa do Mundo de 1986. Com o alvinegro paulistano, conquistou o título de Campeão Paulista de 1988. No mesmo ano, deixou o Parque São Jorge, indo para a Turquia, de-fender o “Galatasaray”, de Istambul.Carlos retornou para o Brasil, em 1990, passando a jogar em outro clube alvinegro, o “Atlético Mineiro”, de Belo Horizonte. Em 1991, voltou para Campinas, dessa vez para atuar pelo alviverde “Guarani”. Um ano depois, defendeu o gol do “Palmeiras”, no decorrer de 1992. Encerrou a carreira em 1993, na “Portuguesa de Desportos”, em São Paulo.Depois de guardar as luvas, continuou a exercer algumas atividades ligadas ao futebol brasileiro, como a de técnico do “Campo Grande”,

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no Rio de Janeiro, e a de treinador de goleiros, função que desempenha atualmente no clube que o revelou, a “Associação Atlética Ponte Preta”. Adílio de Oliveira Gonçalves nasceu em 15 de maio de 1956, no Rio de Janeiro. Adílio foi, praticamente, criado na Gávea, pois jogou nas divisões de base do “Flamengo”, desde os sete anos, de 1963 a 1974. Iniciou sua carreira profissional em 1975, no rubronegro, que defendeu até 1987, tendo disputado 615 partidas. Ganhou os títulos de Campeão Carioca, em 1978, 1979, 1979 (especial), 1981 e 1986; Campeão Bra-sileiro, de 1980, 1982, 1983 e 1987; da Copa Libertadores, em 1981; e da Copa Intercontinental (mundial de clubes) de 1981.Adílio foi um volante criativo, de rara habilidade, com estilo clássico e passe preciso. Foi autor de um dos gols que deram a vitória ao “Flamen-go” sobre o “Liverpool”, conquistando o título mundial, em 1981. Foi convocado algumas vezes para a Seleção Brasileira, entre 1979 e 1982, mas só teve a oportunidade de jogar duas partidas, com a “amarelinha”.Defendeu o “Coritiba”, do Paraná, de 1987 a 1988; e o “Barcelona de Guayaquil”, no Equador, entre 1989 a 1990. Atuou no “Itumbiara”, de Goiás, em 1991; e no “Alianza”, de Lima, no Peru, de 1991 a 1992. Jogou pelo “Santos”, do Espírito Santo, em 1993; e pelo “América de Três Rios”, no interior do Estado do Rio, em 1994. Entre 1995 e 1996, vestiu as camisas do “Bacabal”, no Maranhão; do “Serrano”, em Petrópolis (RJ); do “Barreira” (atual “Boavista”), de Saquarema (RJ); do “Borussia Fulde”, na Alemanha; e do “Friburguense”, de Nova Friburgo (RJ). Encerrou a carreira de jogador, em 1997, no “Barra Mansa”, também do interior do Estado do Rio de Janeiro.Iniciou suas atividades de treinador na Arábia Saudita. Em seguida, foi técnico do CFZ, de seu antigo companheiro Zico, no Rio de Janeiro. Começou a treinar os jovens do “Flamengo”, em 2003. Foi dispensado do comando técnico das divisões de base rubronegras em dezembro de 2008. Candidatou-se a deputado estadual do Rio de Janeiro, nas eleições de 2010, mas não obteve sucesso.Leovegildo Lins da Gama Júnior, conhecido apenas por Júnior, nasceu em João Pessoa, no dia 29 de junho de 1956. Iniciou suas atividades futebolísticas nas categorias de base do “Flamengo”, no Rio de Janeiro. Profissionalizou-se em 1974, no clube da Gávea. Jogou 614 partidas com a camisa rubronegra, até 1984. Conquistou os títulos de Campeão

Carioca em 1974, 1978, 1979, 1979 (especial) e 1981; Campeão Bra-sileiro, de 1980, 1982 e 1983; Copa Libertadores da América, em 1981; e Taça Intercontinental (mundial de clubes), de 1981. Com 1,72m de altura e 80 kg, ambidestro, Júnior foi um jogador po-livalente, que atuou não só na lateral esquerda, onde ficou famoso, mas também como lateral direito, volante e meia-armador. Dotado de extrema habilidade e técnica excepcional, tinha uma excelente visão de jogo e seus passes eram precisos assim como suas cobranças de escanteio, das quais resultaram, inclusive, alguns gols olímpicos. Pelas suas qualidades, recebeu o apelido de “Maestro” e pela cabeleira, o de “Capacete”. Na Seleção Brasileira, estreiou em 1976 e realizou seu último jogo em 1992. Foram, ao todo, 88 partidas, em dezesseis anos, com as seguintes campanhas: segundo lugar no Mundialito de Montevidéu (1980); Campeão da Taça da Inglaterra e da Taça da França (ambas disputadas em 1981); quinto colocado na Copa do Mundo de 1982; vice-campeão da Copa América (1983); quinto lugar na Copa do Mundo de 1986; e vencedor da Taça da Amizade (1992). Não participou da Copa do Mundo de 1990.Júnior foi para a Itália em 1984, contratado pelo “Torino”. Fez sucesso no tradicional time de Turim, tendo sido considerado o melhor joga-dor do campeonato italiano de 1985. Em 1987 trocou a camisa grená do “Toro” pela alvi-azul do “Pescara”, da cidade de mesmo nome, na região de Abruzzo. As duas temporadas (!987/88 e 1988/89), nas quais ele atuou, foram das poucas em que o “Pescara Calcio” disputou a Série A (apenas cinco, desde sua fundação, em 1936, até os dias de hoje).Em 1989, já com 33 anos, voltou ao “Flamengo”. Jogando como meia, com muita desenvoltura, recebeu o apelido de “Vovô Garoto” e liderou a equipe nas campanhas vitoriosas do Campeonato Carioca de 1991 e do Brasileirão de 1992. Totalizou, então, 865 partidas com a camisa rubronegra, tornando-se o jogador que mais a vestiu. Pendurou as chuteiras em 1993, e logo assumiu as funções de técnico do time da Gávea, ficando até 1994. Em 1997 voltou a treinar o “Flamengo”, sem muito sucesso. Em 2003 dirigiu o “Corinthians”, colhendo três derrotas em três jogos. Durante o ano de 2004, foi gerente de futebol no clube flamenguista. Atualmente, é comentarista esportivo de TV, no Rio de

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Janeiro.Além de ter sido um astro nos gramados, Júnior brilhou também no futebol de praia. onde foi Pentacampeão Mundial em 1995/96/97/98/99. Como cantor, gravou em 1982 um compacto com a música “Povo Feliz”, que se tornou conhecida como “Voa Canarinho”, em alusão à Seleção do Brasil. Em 1995, com o músico Moraes Moreira, gravou o CD comemorativo do centenário do “Clube de Regatas Flamengo”. José Reinaldo de Lima nasceu em Ponte Nova (MG) no dia 11 de janei-ro de 1957. Reinaldo tinha quatorze anos e jogava no “Pontenovense”, de sua cidade natal, quando foi observado pelo técnico Barbatana, do time juvenil do “Atlético Mineiro”. Começou no alvinegro da capital de Minas nas divisões de base, conquistando, em 1971 e 1972, o Campe-onato Mineiro de Juvenis. Em 1972, aos quinze anos, participou de um treino, integrando o ataque reserva, contra o time titular principal, no qual foi um dos melhores em campo. Logo em seguida, estreiou em 28 de janeiro de 1973, com apenas dezesseis anos recém-completados, na equipe profissional do “Galo”. No ano seguinte. num jogo contra o Ceará, foi vítima de um buraco no campo, sofrendo uma torção no joelho. Pouco depois, teve de fazer uma cirurgia para extração de ambos os meniscos, em decorrência da entrada violenta de um companheiro do próprio time atleticano, durante um treino.Reinaldo vestiu a camisa alvinegra do CAM até 1985, tendo sido Campeão Mineiro (invicto) em 1976, e Hexacampeão Mineiro, de 1978 a 1983. Foi, também, Vice Campeão Brasileiro em 1977, quando ven-ceu a artilharia da competição, com 28 gols em 18 partidas (média de 1,55 por jogo), e em 1980.“Rei, rei, rei! Reinaldo é o nosso rei!” era o refrão da torcida atleticana, saudando o seu ídolo. Extremamente talentoso, ele foi um centroavante que fazia da habildade, e não da força física, sua maior arma. Jogador cerebral, de grande categoria, atuava com classe e elegância, sem perder o faro de gol. Pela Seleção Brasileira, realizou 37 partidas, marcando 14 gols. Participou da Copa do Mundo de 1978, mas só disputou os dois jogos iniciais, por motivo de contusão. Com a camisa amarelinha foi Campeão da Taça da França e da Taça da Inglaterra, ambas em 1981. Por causa dos seus problemas físicos, ficou fora da Copa de 1982.Sua carreira foi prejudicada pelas sucessivas lesões nos joelhos e pelo

grande número de cirurgias a que teve de se submeter. Transferiu-se para o “Palmeiras”, em 1985, porém ficou apenas três meses no Parque Antártica. Em 1986, teve uma também curta permanência no “Rio Ne-gro”, de Manaus, e logo voltou a Belo Horizonte, para atuar no grande rival do “Atlético”, o “Cruzeiro”. Entretanto, vestiu a camisa azul em apenas dois jogos pelo Campeonato Brasileiro de 1986, no Estádio do Mineirão, e ambos terminaram 0x0 (os aversários foram o “Rio Bran-co”, do Espírito Santo, e o “Bahia”).Foi para o exterior, em 1987, jogar pelo “BK Häcken”, na Suécia. Em 1988, passou a defender o “Telstar”, da segunda divisão da Holanda, onde pendurou as chuteiras, com apenas 31 anos. Reinaldo comemorava seus gols de maneira peculiar: com o punho er-guido, em um gesto semelhante ao dos militantes do movimento norte-americano das “Panteras Negras”. Segundo ele, era uma mistura de comemoração, demonstrando força e alegria, e repúdio ao racismo, sem maiores conotações políticas, embora tenha sempre se interessado pelas grandes questões nacionais. Prova disso, foi sua eleição para deputado estadual de Minas Gerais, pelo PT; e, posteriormente, vereador de Belo Horizonte, pelo Partido Verde.Teve um envolvimento com drogas, em 1996, chegando a ser conde-nado por tráfico, mas foi absolvido, em 1998, na segunda instância da Justiça. Com apoio médico e familiar, superou a dependência química.Atualmente, além de dirigir tecnicamente o “BH Futebol e Cultura”, de sua propriedade, onde educa crianças e as prepara para o mundo do futebol, exerce sua profissão de jornalista e comentarista esportivo, em Belo Horizonte.José Sérgio Presti, mais conhecido como Zé Sérgio, nasceu em 8 de março de 1957, na capital paulista. Primo de Roberto Rivellino, foi le-vado pelo genial craque para as categorias de base do “São Paulo”, onde começou sua carreira profissional em 1976. Com o tricolor paulistano, foi Campeão Brasileiro em 1977. Foi peça fundamental na conquista do título de Campeão Paulista em 1980, ano em que foi eleito como o melhor jogador do Brasil. Foi Bicampeão Paulista em 1981, mas partic-ipou pouco da campanha, pois fraturou o braço, em um amistoso contra a Seleção do México, em Los Angeles. No seu retorno, após quase dois meses de afastamento, enfrentando o “Noroeste”, pelo campeonato

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paulista, sofreu uma falta e caiu sobre o mesmo braço, quebrando-o de novo.Zé Sérgio foi um ponta-esquerda incisivo, muito rápido e ótimo dri-blador, mas prejudicado por seguidas contusões. Pela Seleção Bra-sileira, jogou 25 partidas e assinalou 5 gols. Lesionado outra vez, não disputou a Copa do Mundo de 1982.Transferiu-se, em 1984, para o “Santos”, sendo novamente Campeão Paulista, no mesmo ano. Trocou a Vila Belmiro por São Januário, em 1986. Com o “Vasco da Gama”, foi Campeão Carioca em 1987. Mu-dou-se para o Japão, em 1988, para defender o “Hitachi” (atual “Kashi-wa Reysol”). Aposentou-se em 1991. Depois de ter pendurado as chuteiras, aplicou suas economias na mon-tagem de uma escolinha de futebol em Vinhedo (SP). A partir de 2003, passou a integrar a equipe responsável pelas divisões de base do “São Paulo”. Como técnico do time Sub-17 do clube do Morumbi, conquis-tou o bicampeonato mundial da categoria, referente aos anos de 2007 e 2008, em Toledo, na Espanha.Jorge Luiz Andrade da Silva, conhecido como Andrade, nasceu em Juiz de Fora (MG), no dia 21 de abril de 1957. Começou nas divisões de base do “Flamengo”, em que jogou de 1974 a 1976. Iniciou a carreira profissional na Gávea, em 1977, mas foi logo emprestado ao “ULA” (Universidad de Los Andes), de Mérida, na Venezuela, onde atuou em 1978. Em seu retorno, conquistou a vaga de titular e colecionou uma série de títulos nos dez anos seguidos que vestiu a camisa rubronegra: Campeão Carioca de 1979, 1979 (especial), 1981 e 1986; Campeão Brasileiro em 1980, 1982, 1983 e 1987; Copa Libertadores e Copa In-tercontinental (mundial de clubes), em 1981.Andrade foi um volante de técnica refinada, com ótima visão de jogo, e muito bom em lançamentos de grande distância. Integrou a Seleção Brasileira em onze oportunidades, entre 1983 e 1989, ganhando a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul (1988).Transferiu-se, em 1988, para a “Roma” da Itália. Disputou apenas uma temporada no “calcio”, retornando ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, contratado pelo “Vasco”. Com a camisa cruzmaltina, venceu seu quinto Campeonato Brasileiro (1989).De 1991 a 1999, quando encerrou a carreira no “Bangu”, jogou nos

seguintes clubes: “Internacional”, de Lages (SC), “Atlético Para-naense”, “Desportiva Capixaba”, “Linhares” (ES), “Operário” (MT), “Barreira”, atual “Boavista” (RJ), e “Bacabal” (MA).Depois que pendurou as chuteiras, Andrade continuou ligado ao fute-bol, como auxiliar técnico no seu clube de origem, o “Flamengo”. Por diversas vezes, assumiu, interinamente, o cargo de treinador da equipe principal. Na última oportunidade, em 2009, em função dos bons resul-tados obtidos, foi efetivado como técnico. Surpreendentemente, levou o time rubronegro à conquista do título de Campeão Brasileiro e foi con-siderado o melhor técnico do certame. Foi demitido em abril de 2010, em decorrência de uma crise interna. Foi contratado pelo “Brasiliense”, em setembro de 2010, com a missão de evitar o seu rebaixamento, mas não conseguiu seu intento. Em conseqüência, foi dispensado do clube do Distrito Federal, no final do ano de 2010. Éder Aleixo de Assis nasceu em Vespasiano (MG), na área metropoli-tana de Belo Horizonte, no dia 25 de maio de 1957. Começou a praticar futebol em 1971, aos quatorze anos, no “América”, de Minas Gerais. Iniciou sua carreira profissional em 1975, no mesmo clube. Vestiu a camisa verde e preta do “Coelho” até 1977, quando se transferiu para o “Grêmio”, de Porto Alegre. Com o tricolor gaúcho, foi Campeão do Rio Grande do Sul, em 1977 e 1979. Voltou para Belo Horizonte, onde teve sua fase mais brilhante, de 1980 a 1985, no “Atlético Mineiro”.Éder tem 1,79m de altura e pesava 77 kg. Desde menino, destacou-se pela excepcional força de seu chute com o pé esquerdo e pela facilidade com que direcionava a bola para onde queria. Ponta-esquerda de bom porte físico e habilidoso, recebeu vários apelidos, em função do chute fortíssimo, sua principal característica: “Bomba de Vespasiano”, “Can-hão”; e, durante a Copa do Mundo de 1982, foi chamado pelos comen-taristas esportivos internacionais de “Exocet” (poderoso míssil em voga no noticiário da imprensa, na época). Seu famoso petardo de perna canhota passou a ser considerado o mais potente do mundo, graças a um fantástico gol, de 25m de distância, marcado nesse campeonato mun-dial, contra a União Soviética, cujo goleiro, Dasaev, sequer teve tempo de se mexer.Depois de ter sido orientado por Telê no “Grêmio Porto Alegrense”, Éder Aleixo deixou de fumar e passou a se dedicar mais aos treinos

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físicos, melhorando seu futebol. Em defesa do “Galo”, seu clube do coração, foi Vice-Campeão Brasileiro em 1980; Campeão Mineiro, em 1980, 1981, 1982, 1983 e 1985; e vencedor dos torneios internacionais de Paris (1982), Bilbao (1982), Berna (1983) e Amsterdam (1984). Pela Seleção Brasileira, obteve a terceira colocação na Copa América de 1979; o segundo lugar no Mundialito de Montevidéu (1980); os títu-los de Campeão na Taça da Inglaterra e na Taça da Franca (ambos em 1981); a quinta colocação na Copa do Mundo de 1982; e o vice-campe-onato na Copa América de 1983. No total, ele defendeu o Brasil em 53 jogos, marcando 9 gols. Embora seu período atleticano tenha sido o mais profícuo em títulos, tanto regionais como internacionais, com a camisa alvinegra do clube e com a amarela da seleção nacional, foi marcado também por diversos atos de indisciplina. Era frequentemente expulso das partidas, especial-mente por reclamações ou ofensas aos árbtros. Em 1981, foi punido pela justiça esportiva de Minas Gerais, nada menos que treze vezes. Na Seleção Brasileira, em abril de 1986, Éder agrediu, gratuitamente, com um soco no rosto, o lateral Castro, da Seleção Peruana, em um amis-toso, realizado em São Luís, no Maranhão. O árbitro basileiro Arnaldo César Coelho o expulsou de imediato, aos 30 minutos do primeiro tempo. O técnico Telê Santana decidiu, então, não levá-lo para disputar a Copa de 86 no México.Ao deixar o “Atlético”, em 1985, brigado com a direção do clube e magoado com a torcida, Éder teve dificuldades para encontrar uma nova equipe. Acabou indo para a “Inter” de Limeira, do interior paulista, ain-da no mesmo ano. Em seguida, jogou pelo “Palmeiras” (1986); “San-tos” e “Sport Recife” (ambos em 1987); e, ainda, “Botafogo”, “Atlético Paranaense” e “Cerro Porteño”, do Paraguai (os três em 1988).Em 1989, foi contratado pelo “Fenerbahçe” da Turquia, mas retornou, no mesmo ano, para o “Alético Mineiro”, e participou da conquista de mais um campeonato estadual (1989) e de outro troféu internacinal (Ramón de Carranza, na Espanha, em 1990)Retornou ao interior paulista para atuar pelo União São João, de Ara-ras, em 1991 e 1992. De novo na capital mineira, vestiu a camisa azul do “Cruzeiro”, e foi Campeão da Copa do Brasil, em 1993. Apesar do declínio da sua carreira, já evidente há algum tempo, Éder Aleixo voltou

para o “Galo” em 1994, e acrescentou, à sua coleção, mais um título de Campeão Mineiro (1995). Voltou ao “União São João”, ainda em 1995. Mudou-se para o Distrito Federal em 1996, para jogar com o uniforme verde do “Gama”. Em 1997, passou a defender o “Montes Claros Fute-bol Clube”, da cidade homônima, no Norte de Minas, que disputou o campeonato da primeira divisão mineira nesse ano (foi rebaixado em 1998 e extinto em 2004). Finalmente, em 1997, com quarenta anos de idade, Éder pendurou as chuteiras. Após a aposentadoria, voltou a trabalhar no CAM, como ger-ente de futebol, por cerca de dois anos (entre 2002 e janeiro de 2004). Hoje em dia, é proprietário de escolinhas de futebol e comentarista esportivo de TV, em Minas Gerais. Paulo Victor Barbosa de Carvalho nasceu em Belém (PA), no dia 7 de junho de 1957. Radicado no Distrito Federal desde criança, Paulo Vic-tor trabalhou como jornaleiro, antes de iniciar sua carreira profissional, como goleiro, no “CEUB”, de Brasília, em 1974. Permaneceu na equipe da entidade universitária (o clube, hoje extinto, era o mais importante no fubebol da capital federal, na época) até 1976. Entre 1977 e 1980, atuou, sucessivamente, no “Operário”(MT), “Brasília”(DF), “Vila Nova”(GO) e “Vitória”(ES).Em 1981, Paulo Victor foi finalmente contratado por um grande clube: o “Fluminense”, do Rio de Janeiro. Com o tricolor das Laranjeiras, foi Tricampeão Carioca (1983/84/85) e Campeão Brasileiro (1984). Sua média de gols sofridos por partida era, geralmente, muito baixa: 0,52 no campeonato brasileiro de 1982; e 0,50 no carioca de 1985. Carismático, tornou-se ídolo da torcida “pó-de-arroz”.Com 1,82 m de altura, era um goleiro muito eficaz, seguro, ágil e de re-flexos extremamente rápidos, dotado de excepcional senso de colocação e de avaliação do tempo da bola.Entre 1984 e 1986, disputou oito jogos pela Seleção do Brasil. Partic-ipou, como reserva, da Copa do Mundo de 1986.Depois de guarnecer a meta do “Fluminense” em 358 partidas, transfe-riu-se para o “América”, também do Rio, em 1988. De 1989 a 1991, at-uou por diversos clubes: “Coritiba” (PR), “Sport Recife” (PE), São José (SP) e “Grêmio Maringá” (PR). Nos anos de 1992 e 1992, jogou em sua cidade natal, pelo “Remo” e, em seguida, no “Paysandu”. Voltou para

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o Estado do Rio, em 1994, para defender o gol do “Volta Redonda”. Nesse ano, em um jogo contra o “Fluminense”, seu clube de coração, defendeu um pênalti e foi aplaudido por ambas as torcidas. Guardou as luvas no final da temporada de 1994, aos trinta e sete anos.Após a aposentadoria, retornou para Brasília, onde continua residindo.. Trabalhou, durante algun tempo, na Secretaria de Esportes do Distrito Federal. Hoje, é comentarista esportivo na TV a cabo. Edevaldo de Freitas é fluminense de Campos dos Goitacazes, nascido em 28 de janeiro de 1958. Começou nas categorias de base do “Flu-minense”, onde profissionalizou-se, no ano de 1979. Com o tricolor das Laranjeiras, foi Campeão Carioca, em 1980.Edevaldo foi um lateral direito de técnica esmerada, mas sua principal característica era a extraordinária resistência física. Por esse motivo, e não por ser violento, pois jogava com vigor, porém lealmente, recebeu o apelido de “Edevaldo Cavalo”.Pela Seleção Brasileira, em 1981, conquistou o título de Vice Campeão do Mundialito realizado no Uruguai. Disputou, também, a Copa do Mundo de 1982, como reserva, quando já havia se transferido para o “Internacional” de Porto Alegre. Jogou dezoito partidas com a camisa amarela do Brasil, colhendo treze vitórias, quatro empates e apenas uma derrota.Em 1984, já tendo voltado para o Rio de Janeiro, foi Vice Campeão Brasileiro, vestindo a camisa cruzmaltina do “Vasco”. Entre 1986 e 1997, atuou por diversos clubes, entre os quais: “Botafogo”, de Ribeirão Preto, “Bangu”, “América”, do Rio de Janeiro, e o modesto “Barra”, de Teresópolis. Encerrou a carreira em 1998, com quarenta anos de idade, no “Mesquita”, do município de mesmo nome, na região metropolitana do Rio de Janeiro.Atualmente, Edevaldo mora no bairro carioca de Jacarepaguá, onde é proprietário de uma escolinha de futebol. Milton Queiroz da Paixão, mais conhecido como Tita, nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de abril de 1958. Começou a jogar futebol nas divisões de base do “Flamengo”, em 1970, com apenas doze anos. Profissional-izou-se no mesmo clube, em 1977. Embora meia-armador de origem, Tita foi aproveitado como atacante na equipe rubronegra. Participou das conquistas dos títulos de Campeão Carioca em 1978, 1979, 1979 (es-

pecial) e 1981; Campeão Brasileiro de 1980 e 1982; vencedor da Copa Libertadores em 1981; e vencedor da Taçe Intercontinental (campeonato mundial de clubes) de 1981.Foi cedido, por empréstimo, ao “Grêmio”, e ajudou o tricolor gaúcho a vencer a Copa Libertadores, em 1983. De volta à Gávea, assumiu a camisa 10, substituindo Zico, transferido para o “Udinese”, da Itália. Em 1985, Tita foi de novo para Porto Alegre, defender o “Inter”.Depois de defender o colorado do Rio Grande do Sul, retornou ao fute-bol carioca em 1987, para atuar no “Vasco da Gama”. Vestindo a camisa cruzmaltina, foi o autor do gol da vitória sobre o “Flamengo”, que deu o título de Campeão Carioca de 1987 ao clube da Colina de São Januário. Em seguida, foi para a Europa, onde jogou pelo “Bayer Leverkusen” da Alemanha, tendo sido vitorioso na Copa da UEFA de 1988; e no “Pes-cara”, da Itália. Voltou para o “Vasco”, a tempo de ganhar o Campe-onato Brasileiro de 1989.Talentoso, tanto no ataque como no meio-de-campo, em uma época na qual a polivalência não era comum, Tita foi um jogador de excepcional inteligência tática e grande ídolo da fanática torcida flamenguista. Pela Seleção Brasileira, disputou 32 jogos, entre 1979 e 1990. Foi Campeão da Copa América de 1989, e participou, como reserva, da Copa do Mundo de 1990, na Itália.Após o campeonato mundial de 90, foi jogar no México. Com o “León”, que defendeu de 1991 a 1994, foi Campeão Mexicano (1991/1992). Atuou pelo “Puebla”, em 1995, e de novo pelo “León”, em 1996. Seu último clube foi o “Comunicaciones”, da Guatemala, onde encerrou a carreira, em 1997.Dois anos após pendurar as chuteiras, Tita iniciou sua carreira de téc-nico, no “Americano” de Campos. Treinou diversos times, entre 2000 e 2010, dos quais o do “Vasco” foi o de maior expressão.Edivaldo Oliveira Chaves, o Pita, nasceu em Nilópolis, na área metro-politana do Rio de Janeiro, no dia 4 de agosto de 1958. Menino pobre criado no bairro do Casqueiro, em Cubatão, vendia caranguejos e siris na beira da estrada. Com treze anos, destacou-se em um campeonato de futebol na praia. Logo em seguida, foi treinar na “Portuguesa Santista”. Dois anos depois, passou a integrar o time juvenil do “Santos”. Profis-sionalizou-se em 1977, sendo efetivado na equipe principal do Peixe,

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em 1978, junto com outros jovens talentos, apelidados de “Meninos da Vila”. Assim, Pita sagrou-se Campeão Paulista, logo no seu primeiro ano de titular. Deixou a Vila Belmiro em 1984, trocando-a pelo Mo-rumbi.Pita tem 1,72 m e foi um talentoso meia-armador que tinha, na pecisão milimétrica do passe, sua maior arma. Realizou, entre 1979 e 1987, sete jogos pela Seleção Brasileira. Foi Campeão dos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianópolis, nos Estados Unidos.No “São Paulo”, que defendeu até 1988, conquistou o Campeonato Pau-lista em 1985 e 1987; e o Brasileirão de 1986. Atuou no futebol francês na temporada 1988/89, pelo “Racing de Strasbourg”. Voltou ao Brasil, em 1989, para jogar no “Guarani”, de Campinas. De novo no exterior, jogou no, então ainda incipiente, futebol japonês, de 1991 a 1993, pelos “Fujita” e “Nagoya Grampus”. Encerrou a carreira de jogador, em 1994, na “Inter”, de Limeira.Como técnico, Pita dirigiu o “São Paulo” (1999), o “Santos” (2000), o “Urawa Red Diamonds”, do Japão (2001), os juniores do “São Bento” (2007) e o “Ituano” (2008). Como empresário, foi dono de uma loja de automóveis no Butantã, em São Paulo; hoje, tem duas escolinhas de futebol, e muitos imóveis na capital paulista, no Jardim Casqueiro, em Cubatão, e na estância balneáaria de Bertioga. Luiz Carlos Ferreira, o zagueiro Luizinho, é mineiro de Nova Lima, nascido em 22 de outubro de 1958. Iniciou sua carreira profissional muito jovem, em 1975, no “Villa Nova”, da sua cidade natal, onde ficou até 1977. De 1978 a 1989, vestiu a camisa alvinegra do “Atlético Mi-neiro”, da capital de Minas Gerais. Luizinho adquiriu renome no “Galo”, como zagueiro eficaz e se-guro, atuando com grande categoria. Foi Hexacampeão Mineiro (1978/79/80/81/82/83) e Bicampeão duas vezes (1985/86 e 1988/89). Convocado para a Seleção Brasileira, realizou 36 partidas com a camisa amarelinha, obtendo 27 vitórias e 7 empates, contra apenas 2 derrotas. Foi titular da excelente equipe do técnico Telê, na Copa do Mundo de 1982. Entre 1989 e 1992, jogou em Portugal, pelo “Sporting”, de Lisboa. De volta a Belo Horizonte, usou o uniforme azul do “Cruzeiro”, de 1992 a 1994. Voltou a ser Campeão de Minas Gerais, em 1992 e 1994.

Conquistou também, com o time celeste, a Supercopa Libertadores em 1992, e a Copa do Brasil de 1993. Retornou, em 1995, ao “Villa Nova” de Nova Lima, para pendurar as chuteiras, em 1996, onde havia começado 21 anos antes.Gilmar Luís Rinaldi nasceu em 13 de janeiro de 1959, na cidade gaúcha de Erechim. Iniciou sua carreira profissional em 1978, no “Internacion-al” de Porto Alegre. Foi Tetracampeão Gaúcho (1981 a 1984) pelo colo-rado. Participou da Seleção Olímpica que obteve a medalha de prata nos Jogos de 1984, em Los Angeles. Transferiu-se para o “São Paulo”, em 1985. Nesse mesmo ano, sagrou-se Campeão Paulista. Em 1986, conquistou o título de Campeão Brasileiro, com o tricolor do Morumbi. Voltou a vencer o campeonato estadual de São Paulo, em 1987 e 1989, porém não mais como titular absoluto do gol são-paulino, pois perdeu a posição para o chileno Rojas. Depois, a partir de 1990, passou a ter a concorrência de Zetti, no tricolor paulistano.Com 1,84 m e 78 kg, Gilmar foi um goleiro seguro, de bons reflexos e ótima colocação sob os três paus. Defendeu a Seleção Brasileira em 15 oportunidades, sofrendo 11 gols. Participou, como reserva, da Copa do Mundo de 1994, na qual o Brasil conquistou seu quarto título de Campeão. Em 1991, ao ser contratado pelo “Flamengo”, já com 32 anos de idade, iniciou uma nova fase auspiciosa. Recuperou sua forma física e foi um dos baluartes nas conquistas do Campeonato Carioca de 1991 e do Brasileiro de 1992. Foi recompensado pela convocação para compor o elenco da seleção Campeã Mundial, nos Estados Unidos. Após a Copa, foi para o Japão, atuar de 1995 a 1999, no “Cerezo Osaka”, onde encer-rou a carreira.Retornou ao Brasil, no mesmo ano, e foi, durante dois anos, superinten-dente de futebol, no rubronegro da Gávea. Depois disso, criou a Gilmar Sports e passou a ser empresário de futebol, representando os interesses de diversos jogadores, alguns dos quais de grande renome no cenário brasileiro. José Leandro Souza Ferreira nasceu na cidade balneária de Cabo Frio, no Estado do Rio, em 17 de março de 1959. Torcedor do “Flamengo” desde a infância, começou nas divisões de base da Gávea, em 1976. Sua carreira profissional teve início em 1979, no time rubronegro, que tinha

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um grande lateral-direito, o Toninho Baiano. Leandro, por ser poliva-lente, pode ser aproveitado em dezenove jogos, atuando em diversas posições, nas campanhas vitoriosas dos dois campeonatos cariocas real-izados em 1979. No ano seguinte, ainda sem ter se firmado como titular, atuou em apenas doze jogos dos setenta realizados pela sua equipe, que venceu o campeonato brasileiro. Em 1981, disputou cinqüenta e seis partidas, tornando-se peça fundamental nas conquistas do Campeonato Carioca, da Copa Libertadores e da Taça Intercontinental (campeonato mundial de clubes).Lateral-direito de grandes recursos técnicos, apoiava muito bem e defendia com eficácia. Entretanto, suas pernas arqueadas e uma artrose precoce fizeram-no vítima de seguidas lesões nos joelhos.No mesmo ano de 1981, foi convocado para a Seleção Brasileira e participou das vitórias nas Taças da Inglaterra e da França. Integrou a fantástica equipe do Brasil na Copa de 1982. Obteve o segundo lu-gar na Copa América de 1983. Durante a preparação para a Copa de 1986, em Belo Horizonte, acompanhou o ponteiro Renato Gaúcho em uma escapada noturna da concentração (Toca da Raposa). Na volta, não conseguiu escalar o alto muro e teve que ficar do lado de fora, até o amanhecer. Em solidariedade, embora tivesse conseguido saltar o grande muro, Renato permaneceu ao seu lado. Cientificado da ocor-rência, o técnico Telê Santana decidiu punir somente o atacante, tendo em vista o seu histórico de infrações disciplinares anteriores, e o excluiu da delegação brasileira. Leandro, considerado um mero coadjuvante da fuga desastrada, foi perdoado. No entanto, inconformado com o corte do companheiro de noitada, cometeu uma indisciplina maior, não comparecendo ao embarque para o México. Dessa forma, encerrou sua trajetória na equipe nacional do Brasil, tendo realizado 27 jogos com a camisa amarela e marcado 2 gols.Com a camisa rubronegra do “Flamengo”, único clube que defendeu, durante toda a sua carreira, Leandro disputou 411 partidas e assinalou 18 gols. Foi Campeão Brasileiro em 1982 e 1983. A partir de 1985, pas-sou a jogar como zagueiro. Na nova posição, foi Campeão Carioca em 1986, e Brasileiro em 1987. Pendurou, precocemente, as chuteiras, em 1990.Após sua aposentadoria, voltou à Gávea, como membro da comissão

técnica, por um breve período, em 1997, e teve uma rápida passagem pelo “Cabofriense”, como coordenador, em 1999. Atualmente, é pro-prietário e administrador da Pousada do Leandro, em Cabo Frio, sua cidade natal. Wanderley Alves de Oliveira, o Delei, nasceu em 26 de agosto de 1959, na cidade de Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro. Começou nas categorias de base do “Fluminense”. Foi promovido à equipe principal em 1980 e, no mesmo ano, ganhou o título de Campeão Carioca. Sem-pre em defesa do clube das Laranjeiras, conquistou o tricampeeonato estadual em 1983, 1084 e 1985. Foi, também, Campeão Brasileiro de 1984.Dono de futebol eficiente e eficaz, preciso nos passes (como o que propiciou o gol de Assis, decisivo na vitória do campeonato carioca de 1983), Delei foi o grande armador das jogadas ofensivas do tricolor do Rio, entre 1980 e 1987.Disputou sete jogos pela Seleção Olímpica do Brasil, obtendo cinco vitórias, um empate e uma derrota. Com a camisa amarela da Seleção Brasileira principal, jogou apenas uma partida, conquistando a vitoria sobre o Uruguai (21 de junho de 1984).Após pendurar as chuteiras, treinou a equipe do “Fluminense” em 1994 e 1998. De volta à sua cidade natal, no Vale do Paraíba do Sul, passou a dedicar-se à política. Eleito Deputado Federal em 2002, demonstrou comprometimento com a defesa do esporte nacional. Foi reeleito, em 2006, com 77.710 votos. Em 2010, candidatou-se pelo PSC ao seu ter-ceiro mandato, mas não foi bem sucedido, apesar de ter obtido 66.532 sufrágios. Washington César Santos é baiano de Valença, nascido em 3 de janeiro de 1960. Começou sua carreira na capital da Bahia, no “Galícia Esporte Clube”. Entretanto, permaneceu pouco tempo em Salvador, pois foi logo contratado pelo “Corinthians”, de São Paulo, defendendo-o em 1981. Depois de rápida passagem pelo “Internacional”, de Porto Alegre, onde conheceu o meia atacante Assis, começou a brilhar no “Atlético Paranaense”, de Curitiba, formando uma fantástica dupla de ataque com o mesmo Assis. Os dois foram os principais responsáveis pela conquista do campeonato do Paraná pelo rubronegro, em 1982, recebendo o ape-lido de “Casal 20”, em alusão a um seriado de TV, famoso na época.

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Washington, centro-avante com 1,88 m de altura e excepcional capaci-dade de impulsão, era ótimo nas jogadas aéreas, marcando muitos gols em cobrança de escanteios, ou propiciando excelentes assistências de cabeça ao companheiro Assis.Em 1983, o “Fluminense” contratou os dois de uma só vez, e promoveu a estréia do “Casal 20” na abertura do campeeonato carioca, no dia 2 de julho, vencendo o “São Cristovão”, por 3x0, com um dos gols sendo assinalado por Washington.A sua fase de maior destaque foi a vivida nas Laranjeiras, entre 1983 e 1989. Com a camisa tricolor, foi Tricampeão Carioca (1983/84/85) e Campeão Brasileiro (!984). Jogou 311 partidas, marcando 118 gols.Em 1987, disputou cinco jogos pela Seleção Brasileira, assinalando dois gols. Anteriormente, havia integrado a Seleção Olímpica do Brasil em quatro pelejas, tendo marcado em duas oportunidades.Washington jogou ainda, no início da carreira, pelo “Operário” (Campo Grande, Mato Grosso do Sul), e, após 1989, pelo Botafogo (Rio de Ja-neiro), “Guarani” (Campinas, São Paulo), Santa Cruz (Recife, Pernam-buco) e Fortaleza (Ceará), entre outros clubes. Seu último título foi o de Campeão Pernambucano, em 1993.Atualmente, está sofrendo de grave doença degenerativa (esclerose lateral amiotrófica). Em 15 de novembro de 2009, no Maracanã, no jogo “Fluminense” e “Atlético Paranaense” foi feita uma bela homenagem ao antigo ídolo das duas torcidas, que serviu também para arrecadar con-tribuições financeiras, destinadas a auxiliar seu tratamento. José Carlos Nepomuceno Mozer nasceu em mperatriz (MA), no dia 19 de setembro de 1960. Iniciou suas atividades futebolísticas nas divisões de base do Botafogo, no Rio de Janeiro. Não obteve sucesso no alvine-gro, em função do seu físico franzino. Em 1980, foi contratado pelo “Flamengo”. Na metade de 1981, passou a ser titular da zaga rubron-egra. Participou da campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 1981 e tornou-se campeão mundial de clubes, ao vencer o “Liverpool” na dis-puta da Copa Intrecontinental. Foi Campeão Carioca em 1981 e 1986; e Bicampeão Brasileiro em 1982/83.Zagueiro alto (1,87m) e esguio (78 kg), dotado de bons recursos téc-nicos, Mozer destacou-se na defesa flamenguista até 1987, quando se transferiu para o “Benfica” de Portugal. Sempre muito aplicado na mar-

cação, foi Campeão Português na temporada 1988/89. Deixou Lisboa em seguida, para se radicar em Marselha, defendendo o “Olympique”. Sagrou-se Tricampeão Francês (1989/90, 1990/91 e 1991/92) e recebeu o apelido de “Muraille” (Muralha). Retornou ao “Benfica” em 1992, vencendo, novamente, o campeonato português (1993/94) e a Taça de Portugal (1995/96). Mudou-se, então para o Japão, contratado pelo “Kashima Antlers” (gerenciado por Zico, na ocasião). Conquistou o seu último título, o de Campeão Japonês, e encerrou sua vitoriosa carreira, em 1996.Mozer disputou 36 jogos pela Seleção do Brasil, entre 1983 e 1994. Participou da Copa do Mundo de 1990, na Itália. Esteve ausente da Copa de 1994, nos Estados Unidos, por motivo de contusão.Depois de pendurar as chuteiras, fixou residência em Lisboa, onde abriu um restaurante. Após muitos anos afastado do futebol, decidiu retornar aos gramados, em outubro de 2006, como treinador da equipe angolana do “Interclube”. Transferiu-se para o “Raja Casablanca”, de Marrocos, em julho de 2009. Em janeiro de 2011, assumiu o comando técnico do “Naval”, clube português que ocupava, na ocasião, a última colocação do campeonato 2010/11.Antônio de Oliveira Filho, o Careca, nasceu na cidade paulista de Araraquara, em 5 de outubro de 1960. Muito jovem, começou a praticar futebol, como amador, em sua cidade natal. Seu apelido, que o acom-panha desde a infância, é decorrente da grande admiração do menino Antônio pelo palhaço Carequinha.A sua qualidade de grande artilheiro, demonstrada nas partidas amado-ras araraquarenses, despertou o interesse do “Guarani”, de Campinas, que o levou para seu time juvenil em 1976.Careca foi alçado à equipe principal em 1978, iniciando de forma auspi-ciosa sua carreira, com a conquista do título de Campeão Brasileiro no mesmo ano, sendo o autor do gol decisivo.Centro-avante de grande habilidade e velocidade, com bom porte físico (1,82 m e 80 kg), logo se tornou um dos melhores artilheiros do futebol brasileiro.Em 1981, foi novamente camoeão nacional, porém da Série B, visto que o “Guarani” havia sido rebaixado. Ainda no “Bugre”, em 1982, uma contusão o impediu de participar da magnífica Seleção Brasileira, que

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disputou a Copa do Mundo. No ano seguinte, deixou a equipe verde campineira, contratado pelo “São Paulo”.Com o tricolor paulistano, foi Campeão Paulista, em 1985. Na Copa do Mundo do México, em 1986, Careca assumiu seu papel de grande ar-tilheiro do futebol mundial. Marcou cinco gols e, apesar da eliminação brasileira nas quartas-de-final, foi superado apenas por Gary Linecker, da Inglaterra, que assinalou seis tentos. O ano de 1986 foi-lhe favorável, também no plano nacional, pois ganhou o Campeonato Brasileiro, com a equipe sãopaulina, sendo o artilheiro (25 gols) e melhor jogador da competição. Em 1987, conquistou, mais uma vez, o título de Campeão Paulista. Em seguida, após 191 jogos e 115 gols, despediu-se do Mo-rumbi, rumando para a Itália, contratado pelo “Napoli”.No clube italiano, compôs com Maradona fabulosa dupla. Na tempo-rada 1987/88, na qual o argentino foi o artilheiro da Série A, Careca conseguiu a vice-artilharia, embora a equipe azul não tenha se classi-ficado bem, ao final do campeonato. Também na Copa dos Campeões da Europa, o time do sul da Península Itálica foi eliminado pelo “Real Madrid”, na primeira fase. Os resultados foram melhoes, na temporada seguinte. A “Societá Sportiva Calcio Napoli” ganhou a Copa da UEFA, com um gol seu na final, e conquistou o vice-campeonato na Série A da Itália. Em 1989/90, obteve o “Scudetto” de Campeão Italiano. Esse foi o segundo e último título conquistado na elite do “cálcio” pelo clube de Nápoles. Coincidentemente, foi também a última temporada da parceria entre Dieguito e Careca, pois o ídolo argentino foi suspenso por quinze meses e não voltou a atuar no futebol da Itália. Careca continuou no “Napoli” por mais três anos, até se transferir, em 1993, para o “Kashiwa Reysol”, do Japão.Com a importante contratação de Careca, a modesta equipe japonesa conseguiu, em 1994, sua ascensão à divisão de elite do campeonato nipônico. Em 1997, retornou ao Brasil e encerrou sua brilhante carreira no “Santos”. Pela Seleção Brasileira, jogou, entre 1982 e 1993, sessenta e três partidas e assinalou vinte e nove gols.Após pendurar as chuteiras, Antonio de Oliveira Filho fundou, jun-tamente com o também ex-jogador Edmar Bernardes dos Santos, o “Campinas Futebol Clube” que participa da Série A3 do Campeonato Paulista. Desde agosto de 2010, Careca é comentarista das transmissões

de futebol da RedeTV.Jandir Bugs nasceu em Tenente Portela (RS), no dia 9 de janeiro de 1961. Começou nos juniores do “Internacional”, em Porto Alegre. No entanto, seu primeiro clube profissional foi o “Fluminense”, do Rio de Janeiro, que o contratou em 1982.Com o tricolor das Laranjeiras, onde ficou até 1989, viveu o auge da sua trajetória esportiva. Foi Tricampeão Carioca em 1983/84/85 e Campeão Brasileiro de 1984. Com 1,75 m de altura, Jandir foi um volante eficaz, que atuava com vigor. Dotado de boa técnica, atuou pela Seleção Bra-sileira em cinco jogos, entre 1984 e 1985.Voltou ao seu estado natal em 1989, contratado pelo “Grêmio”. No Rio Grande do Sul, com a camisa do tricolor porto-alegrense, foi vencedor da Copa do Brasil, em 1989, e Bicampeão Gaúcho (1989/90). Transfer-iu-se, em 1993, para o “Inter”, onde havia se iniciado no futebol. Re-tornou ao “Fluminense” no ano seguinte, e encerrou a carreira na Rua Álvaro Chaves. Elzo Aloísio Coelho nasceu em Serrania (MG), no dia 22 de janeiro de 1961. Seu nome, pouco comum, foi-lhe dado por ter uma irmã gêmea chamada Elza. O início de suas atividades futebolísticas aconteceu na cidade de Espírito Santo do Pinhal, no interior do Estado de São Paulo, em 1978, no “Ginásio Pinhalense de Esportes Atléticos”. A partir de 1981, jogou na “Associação Atlética Internacional” de Limeira (com um período de seis meses no “Amparo Atléico Clube”) até ser contrata-do, em 1984, pelo “Atlético Mineiro”, clube que lhe deu projeção.Com 1,77 m de altura, Elzo foi um volante eficiente, com um excelente “timing” de bola, que lhe permitia antecipar-se aos adversários. Essa sua característica fazia com que ele raramente cometesse faltas, apesar de guarnecer a cabeça de área, tanto assim que nunca foi expulso, em seus quinze anos de carreira.Convocado pelo técnico Telê Santana, Elzo foi titular da “Seleção Bra-sileira” na Copa do Mundo de 1986, sendo considrado um dos melhores jogdores da competição. Ao todo, disputou onze paridas com a camisa amarela, entre março e junho de 1986.Transferiu-se para o “Benfica” em 1987. Com o clube português foi Vice-Campeão da Europa, na temporada 1987/88. Ficou em Portugal até 1989, quando retornou ao Brasil para defender o “Palmeiras”. No

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clube da capital paulista, ganhou a Bola de Prata de 1989. Voltou para o interior de São Paulo, em 1991, para atuar no “Catanduvense”. Pen-durou as chuteiras em Catanduva, no ano de 1993.Alguns anos depois de aposentado, exerceu a atividade de técnico de futebol, por pouco tempo, com passagens pelo “Rio Branco”, de An-dradas, em Minas Gerais, e pelo “Mixto” de Cuiabá. Hoje, Elzo vive em Machado, no Sul de Minas. É proprietário de uma loja de materiais esportivos (“Elzo Sports”) e de um restaurante, além de ser sócio da dis-tribuidora local da Cervejaria Brahma. Carlos Alberto Araújo Prestes, o Tato, é paranaense de Curitiba, nascido em 17 de março de 1961. Começou nas categorias de base do “Internac-ional”, em Porto Alegre. Sua carreira profissional teve início em Goiás, no modesto “Goiânia Esporte Clube”, em 1982. Contratado pelo “Flu-minense” em 1983 fez sucesso em um ótimo time , ao lado de grandes astros, como Romerito, Ricardo Gomes, Branco, Assis e Washington. Com a camisa tricolor foi Tricampeão Carioca (1983/84/85) e Campeão Brasileiro (1984).Com 1,77 m e 71 kg, Tato foi um um ponta esquerda habilidoso, veloz e incisivo, que disputou três partidas pela Seleção Brasileira, com duas vitórias (Uruguai e Chile) e uma derrota (Inglaterra), em 1984 e 1985.Deixou as Laranjeiras no final de 1988, para jogar na Espanha, defend-endo o “Elche”. Retornou ao Brasil, contratado pelo “Vasco”, a tempo de participar da conquista do Campeonato Brasileiro de 1989. Jogou ainda pelo “Sport”, de Recife, e no “Santos”, onde encerrou a carreira, em 1991, aos trinta anos de idade.Radicado em sua cidade natal (Curitiba), Tato é proprietário de uma es-colinha de futebol. Além disso, ao longo dos últmos anos, tem prestado serviços a diversos clubes, como diretor de futebol: “Paraná”, “Paysan-du”, “Ipatinga”, “Gama”, “Caldense” e “Caxias”. Josimar Higino Pereira é natural da cidade do Rio de Janeiro, nascido em 19 de setembro de 1961. Iniciou sua carreira profissional em 1981, no “Botafogo de Futebol e Regatas”, em sua cidade natal. Permaneceu no “Glorioso” até 1989, quando se sagrou Campeão Carioca após um longo jejum do alvinegro.Josimar foi um lateral direito rápido, dono de chute forte e preciso. Seu auge aconteceu entre 1986 e 1989, quando defendeu a Seleção Bra-

sileira em dezesseis partidas, tendo conquistado a Taça Stanley Rous, em 1987, e a Copa América de 1989. Seu maior destaque, porém, foi na Copa do Mundo de 1986, no México, onde marcou dois gols memo-ráveis.Jogou pelo “Flamengo”, por empréstimo (1989/90), sem brilho, e transferiu-se para o “Sevilla”. Disputou a temporada 1990/91 na Es-panha e retornou ao Brasil em 1991, contratado pelo “Inter” de Porto Alegre. Também sem maior destaque, atuou com a camisa alvirubra do “Bangu” e pelo “Novo Hamburgo” (RS) além de outros clubes brasilei-ros de pouca expressão e do venezuelano “Mineros de Guayana”, onde encerrou a carreira, em 1996.A rápida decadência de Josimar foi ocasionada pelo seu envolvimento com drogas. Hoje, recuperado, vive no Rio e dá aulas de futebol para meninos carentes no Instituto Bola Pra Frente, fundado pelo seu amigo e também ex-lateral direito Jorginho.Ricardo Rogério de Brito, mais conhecido como Alemão, nasceu em Lavras, Minas Gerais, no dia 22 de novembro de 1961.Começou sua carreira em 1980, no “Fabril Esporte Clube” de sua cidade natal. Foi para o Rio de Janeiro em 1981, contratado pelo “Botafogo”. Despontou como craque no alvinegro carioca, onde atuou até 1987.Meio-campista (volante), de estilo clássico, Alemão disputou, entre 1983 e 1990, trinta e nove partidas pela Seleção Brasileira, tendo mar-cado seis gols. Participou das Copas do Mundo de 1986 e 1990, e foi Campeão da Copa América de 1989.Deixou o clube da Rua General Severiano, em 1987, rumando para a Espanha, onde vestiu a camisa “rojablanca” do “Atlético de Madrid”. Ficou na capital espanhola até 1988, quando foi contratado pelo “Napo-li”. Junto com Maradona e Careca, alterou o status da equipe napoli-tana, fazendo-a assumir um lugar entre as maiores da Itália. Conquistou os títulos da Copa da UEFA (1988/89), da Supercopa da Itália (1990) e, o mais importante, o “scudetto” da Série A do Campeonato Italiano (1989/90).Em 1993, Alemão trocou o sul da Bota pelo norte, passando a defender a “Atalanta Bergamasca Calcio” da cidade de Bérgamo. Retor-nou ao Brasil em 1995, para jogar no “São Paulo”. Encerrou a carreira em 1996, no “Volta Redonda”.Após pendurar as chuteiras, Alemão tornou-se procurador de vários

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jogadores brasileiros de renome. Decidiu, em 2007, retornar aos grama-dos, como treinador. Nessa nova fase profissional, seu primeiro clube foi o “Tupynambás” de Juiz de Fora (MG). Em 2008, foi contratado pelo “América”, de Minas Gerais. Conduziu a equipe do “Nacional”, do Amazonas, em 2010. Foi anunciado, em 2011, como novo treinador do Iguaçu/Agex, de União da Vitória (Paraná). Mauro Geraldo Galvão nasceu em Porto Alegre, no dia 19 de dezembro de 1961. Começou a carreira profissional aos dezessete anos, em 1979, no “Internacional”, da sua cidade natal, e, logo no primeiro ano, partic-ipou da conquista invicta do Campeonato Brasileiro daquele ano. Com a camisa colorada, foi ainda Tetracampeão Gaúcho (1981/82/83/84). Conquistou, então, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984, uma vez que o time do “Inter” representou o Brasil, nos referidos jogos. Transferiu-se para o “Bangu” em 1985. Pela equipe alvirubra carioca, foi Vice-Campeão Brasileiro, no mesmo ano.Com 1,80 m e 78 kg, Mauro Galvão foi um zagueiro dotado de um futebol clássico e seguro, que o levou à Seleção Brasileira, disputando a Copa do Mundo de 1986. Contratado em 1987 pelo “Botafogo”, ganhou o título de Campeão Carioca em 1989. Com a Seleção do Brasil, con-quistou a Copa América de 1989 e participou do Campeonato Mundial de 1990, na Itália, onde o selecionado canarinho foi eliminado nas oitavas-de-final. Entre 1986 e 1990, realizou 26 partidas com a camisa amarela. Após a Copa, mudou-se para a Suíça, passando a defender, de 1990 a 1996, o “Lugano”, com o qual venceu a Copa da Suíça, em 1993. Retor-nou ao Brasil para jogar no “Grêmio”. Pelo tricolor gaúcho, conquis-tou o Campeonato Brasileiro de 1996 e a Copa do Brasil de 1997. No mesmo ano, foi para o “Vasco da Gama” e ganhou mais um título de Campeão Brasileiro. Em 1998, sagrou-se Campeão da Libertadores, pelo clube cruzmaltino do Rio, e levantou a taça, como seu capitão. Na disputa da Taça Intercontinental, a equipe de São Januário foi derrotada pelo “Real Madrid”. Ainda no “Vasco”, conquistou os títulos do Torneio Rio-São Paulo de 1999 e do Campeonato Brasileiro de 2000. Retornou ao “Grêmio Porto Alegrense”, em 2001, sendo vencedor, mais uma vez, do Campeonato do Rio Grande do Sul e da Copa do Brasil. No ano seguinte, após mais uma disputa da Copa Libertadores da América,

encerrou sua vitoriosa carreira, aos quarenta anos de idade.A partir de 2003, Mauro Galvão foi treinador do “Vasco”, do “Bota-fogo” e do “Náutico”. Sem muito sucesso, passou a exercer a função de diretor-executivo de futebol no “Grêmio” e, em seguida, no “Vitória”. No final de 2010, foi contratado pelo “Avaí”, como superintendente.Renato Portaluppi, o Renato Gaúcho, nasceu em Guaporé (RS), no dia 9 de setembro de 1962. Começou a jogar futebol no “Esportivo” de Bento Gonçalves, cidade gaúcha onde viveu sua infânncia e juventude. Em 1982, iniciou sua carreira profissional em Porto Alegre, no “Grêmio”. Já no ano seguinte, passou a ser destaque no cenário futebolístico brasilei-ro e mundial, graças às conquistas da Copa Libertadores da América e da Taça Intercontinetal (mundial de clubes), na qual Renato fez os dois gols da vitória (2x1) do tricolor gaúcho sobre o “Hamburgo”, da Ale-manha, em Tóquio, sendo considerado o melhor jogador da partida. Foi, ainda Bicampeão Gaúcho (1985/86).Alto (1,84 m) e forte, Renato Gaúcho era um ponta direito incisivo, veloz e muito hábil. Convocado para a Seleção Brasileira, participou, com boas apresentações, das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986. Entretanto, foi cortado, por indisciplina da delegação que foi ao México.Em 1987, foi contratado pelo “Flamengo”, e conquistou o título de Campeão Brasileiro, tendo sido eleito o melhor jogador da competição, recebendo a Bola de Ouro da Revista Placar. Em meados de 1988, deix-ou a Cidade Maravilhosa, trocando-a pela Cidade Eterna, onde foi atuar pela “Roma”. Ficou um ano na Itália e retornou ao rubro-negro carioca, com o qual ganhou a Copa do Brasil de 1990. Após disputar e vencer, com a Seleção do Brasil, a Copa América de 1989, Renato Portaluppi participou da Copa do Mundo de 1990.Saiu da Gávea em 1991, indo para o “Botafogo”. Com a camisa alvine-gra, disputou o campeonato carioca de 1992, chegando às finais contra seu ex-clube. O “Flamengo” venceu a primeira partida e Renato com-eteu a imprudência de comparecer, no dia seguinte, a um churrasco comemorativo da vitória flamenguista, na casa de seu amigo e conter-râneo Gaúcho, jogador adversário. O fato foi amplamente comentado na imprensa esportiva e reperticou mal perante a diretoria do clube da Estrela Solitária, que o afastou, de imediato, do elenco. Após a contur-

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bada saída do Glorioso, foi contratado pelo “Cruzeiro”. Com a equipe azul de Belo Horizonte, foi Campeão Mineiro em 1992 e da Supercopa Libertadores, no mesmo ano. Voltou, outra vez, ao “Flamengo” em 1993, tendo uma passagem discreta, assim como no “Atlético Mineiro”, durante 1994.Veio a brilhar, novamente, no “Fluminense”, em 1995. Contribuiu com o seu célebre gol de barriga para a conquista do Campeonato Carioca e teve boas apresentações na campanha tricolor no Campeonato Bra-sileiro de 1995. Após a péssima campanha do clube ds Laranjeiras no Brasileiro de 1996, Renato retornou, mais uma vez, ao time da Gávea, em 1997. Foi contratado, em 1999, pelo Bangu que teve fraquíssimo desempenho no campeonato estadual do Rio de Janeiro. Renato Gaúcho decidiu, então, pendurar as chuteiras. A primeira experiência de Renato como treinador interino ocorreu em 1996, quando ainda jogava no “Fluminense” e acumulou as funções, em alguns jogos. Após o encerramento de sua carreira como jogador, iniciou efetivamente as atividades de treinador no modesto “Madurei-ra”, do Rio. Em 2002, voltou às Laranjeiras, como técnico. Assumiu o comando do time do “Vasco”, em 2005, e obteve o vice-campeonato da Copa do Brasil de 2006. Mais uma vez no tricolor carioca, conquistou o título da Copa do Brasil, em 2007. Fez uma excelente campanha na Lib-ertadores de 2008, na qual o “Flu” só perdeu, nos pênaltis, a final para a “LDU”, do Equador. Após duas novas passagens por São Januário e Álvaro Chaves, com resultados desanimadores, foi contratado pelo “Bahia” e desenvolveu um bom trabalho na Série B do Brasileirão de 2010. Em agosto do mesmo ano, passou a dirigir o “Grêmio” e obteve um melhora significativa no desempenho da equipe. Ricardo Roberto Barreto da Rocha nasceu em 11 de setembro de 1962, no Recife (PE). Começou, em 1982, no “Santo Amaro”, modesto clube de Pernambuco, como lateral-direito. No ano seguinte, transferiu-se para o “Santa Cruz”. Permaneceu no tricolor do Recife, pelo qual foi Campeão Pernambucano de 1983, até se transferir, em 1985, para o “Guarani”. No alviverde de Campinas, foi deslocado para a posição de zagueiro, na qual veio a se consagrar.Dotado de ótima técnica, estilo aguerrido e grande lideramça, recebeu o apelido de Xerife. Com 1,83 m de altura, era muito bom nas jogadas

aéreas, graças à sua excepcional noção de posicionamento. Ricardo Rocha integrou a Seleçao Brasileira, entre 1987 e 1995, disputando 42 partidas. Foi Campeão Mundial na Copa de 1994, nos Estados Unidos.Jogou em Portugal, em 1998, pelo “Sporting” de Lisboa. Retornou ao Brasil, para atuar no “São Paulo” e vencer o Campeonato Paulista de 1989 e o Brasileiro de 1991. Em seguida, foi novamente para a Penín-sula Ibérica, jogar pelo “Real Madrid” da Espanha. Com o uniforme branco dos merengues, ganhou a Copa da Espanha de 1993. Regressou, em seguida, ao Brasil passando a jogar pelo “Santos” (1993), “Vasco” (1994/1995, conquistando seu último título, o de Campeão Carioca em 1994) e “Fluminense” (1996). Transferiu-se para o “Newell’s Old Boys” da Argentina, onde atuou de 1997 a 1998, e voltou ao Rio de Janeiro, contratado pelo “Flamengo” e encerrou a carreira de jogador, em 1998.Raimundo Nonato Tavares da Silva, o Bobô, nasceu na cidade baians de Senhor do Bonfim, em 26 de novembro de 1962. Começou sua carreira profissional em 1981, no “Catuense” da cidade de Catu, na Bahia. Atu-ou palo clube do interior até 1984, quando foi para a capital, Salvador, contratado pelo “Bahia”. Com o tricolor, foi Campeão Baiano em 1986, 1987 e 1988. Mas, foi a conquista do título do Campeonato Brasileiro de 1988, pelo “Bahia”, que deu projeção nacional a Bobô.Em 1989, transferido para o São Paulo, teve bom desempenho, gan-hando o Campeonato Paulista e o vice-campeonato no Brasileirão. Entretanto, seu rendimento, em 1990, não correspondeu ao esperado e o clube do Morumbi fez péssima campanha no campeonato estadual, Bobô foi, então, cedido ao “Flamengo”, por empréstimo. No rubro-negro carioca, sua má fase continuou, apesar de ter participado da campanha vitoriosa da Copa do Brasil de 1990. Assim, o “São Paulo” decidiu aceitar uma proposta e negociá-lo com o “Fluminense”.Bobô tem 1,75 m de altura e foi um atacante (meia) habilidoso, que jogava com inteligência e objetividade. Chegou a ser convocado para a Seleção Brsileira e disputou três partidas com a camisa amarela, em 1989.No tricolor carioca, que defendeu entre 1991 e 1993, Bobô reencontrou seu melhor futebol, conquistou a Taça Guanabara de 1991, e formou uma ótima dupla de ataque com o artilheiro Ézio Em seguida, teve

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passagens discretas pelo “Corinthians” (1993), “Internacional” (1994) e pelo seu clube de origem, a modesta “Catuense” (1995). Em 1996, retornou ao “Bahia”, onde despontou, e encerrou a carreira, em 1997.Depois de pendurar as chuteiras, Bobô foi treinador do “Bahia” entre 2002 e 2003, tendo conquistado a Copa do Nordeste. Trabalhou como apresentador de programa esportivo na emissora baiana da rede de TV Bandeirantes, e, a partir de 2006, vem prestando serviços na área de esportes do Governo da Bahia. Luís Carlos Coelho Winck nasceu no município gaúcho de Portão, loclizado na Região Metropolitana de Porto Alegre, em 5 de janeiro de 1963. Começou sua carreira profissional em 1981, no “Internacional”, jogando, inicialmente, no meio-de-campo. Na equipe colorada, pela qual atuou até 1989, foi Tertracampeão Gaúcho (1981/82/83/84).Lateral direito dotado de excelentes recursos técnicos, conquistou duas medalhas de prata, pela Seleção Brasileira Olímpica: em 1984, na cidade de Los Angeles (quando o Brasil foi representado pelo time do “Inter”); e em 1988, nos jogos de Seul.Luís Carlos Winck foi contratado pelo “Vasco da Gama”, em 1989. Pelo clube do Rio, ganhou o título de Campeão Carioca, logo no seu primei-ro ano. Em 1990, sofreu uma fratura que impediu sua convocação para a Copa do Mundo. Pela Seleção Brasileira, efetuou 17 jogos, entre 1985 e 1993, tendo marcado 1 gol. Winck retornou ao Beira-Rio, em 1991. Voltou para São Januário, no ano seguinte, e foi novamente Campeão Carioca, em 1992. Entre 1993 e 1995, atuou em diversos grandes clubes: “Grêmio Porto Alegrense”, “Corinthians”, “Atlético Mineiro”, “Botafogo” e “Flamengo”. Encerrou a carreira no modesto “São José”, do Rio Grande do Sul, em 1996.Iniciou suas atividades de treinador no mesmo “São José”, em 1998. Ficou à frente da equipe azul e branca de Porto Alegre por quatro tem-poradas. Em seguida foi técnico de diversos clubes, também de pouca expressão: “Grêmio Coariense” e “São Raimundo”, do Amazonas; “Sampaio Corrêa” e “Bacabal”, do Maranhão; “River”, do Piauí; “Cian-orte”, do Paraná; e, novamente, “São José” e “Internacional de Santa Maria”, do seu estado natal.Júlio César da Silva nasceu em 8 de março de 1963, na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Começou, em 1979, nas divisões de base

do “Guarani” clube em que se profissionaliou e jogou até 1986. Alto (1,88 m) e magro, Júlio César foi um zagueiro muitíssimo seguro, que se destacou pela regularidade de suas boas atuações. Foi convoca-do, pela primeira vez, para a Seleção Brasileira, em 1986, quando ainda vestia a camisa alvi-verde do “Bugre” campineiro. Foi o zagueiro cen-tral titular do Brasil, na Copa do Mundo de 1986. Seu único pecado foi ter desperdiçado um pênalti, na decisão do jogo contra a França. Entre 1986 e 1993, disputou treze partidas com a camisa amarela.Transferiu-se, após o campeonato mundial disputado em junho de 1986, no México, para o futebol francês, onde atuou pelo “Brest Armorique” até 1987, e defendeu o “Montpellier” até 1990, ano em que ganhou a Copa da França. De 1990 a 1994, jogou na Itália, pela “Juventus”, de Turim. Com a “Vecchia Signora”, venceu a Copa UEFA, em 1993. Foi Bicampeão Alemão, nas temporadas 1994/95 e 1995/96, pelo “Borussia Dortmund”. Com o uniforme preto e amarelo do clube alemão, que de-fendeu até 1998, conquistou, também, a Copa dos Campeões da UEFA, a Supercopa Alemã, e a a Copa Toyota (Mundil de Clubes), todas em 1997.Após tantas vitórias, retornou ao Brasil, em 1998, contratado pelo “Botafogo”, do Rio. Mas, voltou, no mesmo ano, para a equipe de Dortmund. Em 1999, jogou na Grécia, pelo “Panathinaikos”. Mas, antes do fim do ano, estava novamente na Alemanha, atuando pelo “Werner Bremen”, até 2000. Veio encerrar a carreira no Brasil, em 2001, tendo sido seu último clube o “Rio Branco”, de Americana (SP), Júlio César é, atualmente, empresário de jogadores de futebol. Walter Casagrande Júnior nasceu na capital paulista, em 15 de abril de 1963. Iniciou sua atividade futebolística nas divisões de base do “Cor-inthianS”, clube no qual se profissionalizou em 1980. Porém, foi em-prestado à “Caldense”, de Poços de Caldas (MG), logo no ano seguinte, por motivo de um desentedimento com o técnico Oswaldo Brandão. Retornou ao Parque São Jorge em 1992. Participou das conquistas dos títulos de Campeão Paulista em 1982, quando foi artilheiro do certame, e em 1983. Entretanto, em virtude de sua vida boêmia, o técnico Jorge Vieira recomendou um novo empréstimo. Foi cedido, por um ano, ao “São Paulo”, que já contava com Careca, como centroavante titular, mo-tivo de seu aproveitamento como meia-direita, em 1984. De regresso ao

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“coringão” voltou a ser centroavante, nas temporadas de 1985 e 1986.Casagrande é alto (!,91 m) e foi um centroavante habilidoso e opor-tunista, muito identificado com a torcida corintiana. Integrou a Seleção Brasileira em 19 partidas, marcando 9 gols, nos anos de 1985 e 1986. Participou da Copa do Mundo de 1986, sob o comando de Telê, como reserva do Careca.Graças ao prestígio internacional granjeado por ter participado do elenco de Mestre Telê, Casão assinou contrato, ainda em 1986, com o “Porto”, da cidade de mesmo nome, em Portugal. A equipe lusa con-quistou, em 1987, o título da Copa dos Campeões da UEFA. Entretanto, sua maior projeção foi obtida na Itália, onde jogou no “Ascoli” (1987 a 1991) e no “Torino” (1991 a 1993).Voltou ao Brasil, em 1993, para atuar no “Flamengo” (1993) “Corinthi-ans” (1994), “Lousano Paulista”, de Jundiaí (1995), e “São Francisco”, de Santarém (PA), onde encerrou a carreira, em 1996.Walter Casgrande é, atualmente, comentarista de futebol da TV Globo e Sport TV. Carlos Caetano Bledorn Verri, mais conhecido por Dunga, é gaúcho de Ijuí, nascido em 31 de outubro de 1963. Começou sua carreira profis-sional no Interacional de Porto Alegre, em 1982, já com o apelido, que carrega desde a infância. O menino Carlos era pequenino para a idade, o que levou seu tio Cláudio a compará-lo ao menor dos sete anões da história da Branca de Neve. Embora Carlos Caetano tenha crescido bastante (1,77 m ), o apelido carinhoso foi mantido.Dunga logo conquistou, com a camisa colorada, os tíulos de Campeão Gaúcho, em 1982 e 1983. Transferiu-se, no ano seguinte, para o “Cor-inthians”, permanecendo no Parque São Jorge até 1985. Após defender o “Santos”, em 1986, atuou pelo “Vasco da Gama”, ganhando mais destaque, em 1987.Volante duro na marcação, de físico forte, tinha habilidade para efetuar bons lançamentos para os companheiros de ataque, além de ser dotado de um potente chute de direita. Entretanto, suas características princi-pais eram a fibra, o espírito de luta e a enorme capacidade de liderança.Dunga foi Campeão Sul-Americano Sub-20 e Campeão Mundial Sub-20, em 1983; e vencedor do Torneio Pré-Olímpico de 1984. Sua primei-ra convocação para a Seleção Brasileira principal foi em 1987 e o seu

primeiro título foi o da Copa América de 1989.De 1987 a 1998, atuou no exterior. Jogou, inicialmente, na Itália: “Pisa” (1987 a 1988), “Fiorentina” ( 1988 a 1992) e “Pescara” (1993 a 1995); em seguida, na Alemanha: “Stuttgart” (1993 a 1995); e, finalmente, no Japão: “Júbilo Iwata” (1995 a 1998).Em 1990, o técnico Sebastião Lazaroni quis armar, para disputar a Copa do Mundo, uma Seleção Brasileira que priorizasse o jogo eficaz, em detrimento do futebol-arte, preconizado por Telê Santana. Entre os novos jogadores convocados, sobressaiu-se Dunga. Essa nova fase do futebol brasileiro foi denominada pela imprensa esportiva de “Era Dunga”. Entretanto, a nova filosofia não produziu o resultado desejado e o Brasil foi eliminado na Copa de 90. Essa derrota e o rótulo infeliz estigmatizaram, de certa forma, o jogador. Mas, em 1994, sob as ordens do técnico Carlos Alberto Parreira, Dunga deu a volta por cima e, com a braçadeira de capitão, levantou a Taça do Mundo. Alem da liderança dentro de campo, êle foi escolhido para ser o companheiro de quarto de Romário, com a missão de manter o grande, porém indisciplinado, craque na linha. A segunda Copa América de Dunga (a quinta do Brasil) foi conquistada em 1987, sob o comando de Zagallo, na Bolívia. No mesmo ano, em dezembro, êle conquistou outro título com a Seleção Brasileira: a Copa das Confederações. Com toda a garra e a vontade de vencer, que sempre o caracterizaram, disputou a sua terceira Copa do Mundo, em 1998, na França, ocasião em que a Seleção Brasileira foi Vice-Campeã. Ao todo, disputou 96 partidas com a camisa amarela, marcando 7 gols. Em 1999, Dunga voltou a jogar no Brasil, defendendo o “Inter” gaú-cho, clube que o revelou e no qual encerrou sua brilhante e vitoriosa carreira de jogador, em 2000.Apesar de não ter nenhuma experiência anterior como treinador, Dunga foi nomeado pela CBF para o comando técnico da Seleção Brasileira, em 24 de julho de 2006. Conseguiu conquistar a Copa América de 2007, realizada na Venezuela, derrotando a Argentina, na final, por 3x0. Venceu, também, a Copa das Confederações, realizada em junho de 2009, na África do Sul. Obteve a classificação, em primeiro lugar, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Na disputa do campe-onato mundial, embora tenha se classificado em primeiro liugar no seu

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grupo, e vencido o Chile, nas oitavas-de-final, por 3x0, a Seleção do Brasil sucumbiu nas quartas-de-final, perdendo para a Holanda por 2x1. Dois dias depois de ter se despedido da competição na África do Sul, Dunga foi destituído do cargo de técnico do time brasileiro, em 4 de julho de 2010.Valdo Cândido de Oliveira Filho nasceu em Siderópolis (SC) no dia 12 de fevereiro de 1964. Começou nas categorias de base do “Figueirense”, da capital catarinense, tendo disputado, em 1983, algumas poucas parti-das pela equipe principal. Foi, então, contratado pelo “Grêmio”, no ano seguinte. No tricolor de Porto Alegre, clube que defendeu até 1987, des-pontou como jogador diferenciado, com grande e merecido destaque.Valdo foi um meio-campista dotado de excelente técnica e excepcional preparo físico. Foi convocado, por Telê, para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1986; e, por Lazaroni, para a Copa do Mundo de 1990. Entre 1986 e 1993, realizou 65 jogos com a camisa amarela e assinalou 6 gols.Em 1986, foi para o exterior, onde fez muito sucesso, permanecendo até 1998, jogando pelo “Benfica”, de Portugal (1988/1991 e 1995/1997); “Paris Saint-Germain”, da França (1991/1995); e “Nagoya”, do Japão (1997/1998). Já veterano, voltou ao Brasil para atuar, ainda com fôlego invejável e grande velocidade, pelo “Cruzeiro” (1998/2000), “Santos” (2000/2001), “Atlético Mineiro” (2001/2002), “Juventude” (2002) e “Botafogo” (2003/2004). No alvinegro carioca, encerrou sua carreira de jogador, aos quarenta anos de idade. José Roberto Gama de Oliveira, o Bebeto, nasceu em Salvador, no dia 16 de fevereiro de 1964. Iniciou sua atividade no futebol em sua cidade natal, em 1981, no juvenil do “Vitória”. Profissionalmnte, começou no mesmo clube, em 1982. Por se destacar no rubronegro baiano, em 1983, como futuro craque, despertou o interesse do rubronegro carioca. Nos aeus dois primeiros anos (1984/85) na Gávea, o Flamengo não foi feliz. Em 1986, Bebeto conquistou o seu primeiro título: Campeão Carioca. O ano seguinte, foi o da sua afirmação, pois contribuiu decisivamente, com seus gols (inclusie o da final, contra o “Inter”) para que o “Flamen-go” conquistasse a Copa União (campeonato brasileiro organizado pelo Clube dos Treze).De físico franzino, com 1,78 m de altura, Bebeto foi um atacante de

rara habilidade, com grande faro de gol. Bom cabeceador e excelente finalizador, sua marca registrada era o acrobático gol de voleio. Pela Seleção Brasileira Sub-20, venceu o Campeonato Mundial da categoria, em 1983. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil principal ocorreu em 1985, mas ele não foi chamado para a Copa do Mundo de 1986. Em 1988, ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas, iniciando a parceria com Romário, como a dupla de ataque que se tornaria famosa, mais tarde, no escrete brasileiro.Em 1989, transferiu-se para o “Vasco” e, no mesmo ano, foi Campeão Brasileiro. Disputou a Copa Libertadores de 1990, mas a equipe de São Januário não passou das quartas-de-final. Em 1992, foi Campeão Cari-oca, com a camisa cruzmaltina, e artilheiro do Campeonato Brasileiro, recebendo a Bola de Prata da Revista Placar. Firmou-se como titular da Seleção Brasileira, ao ser o artilheiro da Copa América, conquistada pelo Brasil, em 1989. Teve bom desempenho nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990, mas foi deixado na reserva, pelo técnico Lazaroni, durante a disputa do mundial, na Itália. Foi contratado, em 1992, pelo ‘Deportivo La Coruña”. Na Espanha, onde jogou até 1996, foi o artilheiro de “La Liga”, logo em sua primeira temporada. Tornou-se ídolo e fez história, como integrante do time galego conhecido como “SuperDepor”, que conqistou a Copa do Rei da Espanha e a Supercopa da Espanha, ambas em 1995.Bebeto voltou à Seleção Brasileira para conquistar, sob o comando de Parreira, e formando a dupla de ataque com Romário, a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Ao marcar contra a Holanda, nas quartas-de-final, festejou o gol, fazendo uma homenagem ao seu filho Matheus, recém-nascido, tornando famosa, em todo o mundo, a comemoração “embala neném”. Voltou aos Estados Unidos, dois anos depois, como um dos três jogadores acima de 23 anos integrantes da Seleção Brasilei-ra que disputou as Olímpiadas de 1996, em Atlanta. Apesar do quarto lugar do Brasil, Bebeto foi o artilheiro da competição, com seis gols. Em dezembro de 1997, integrou, como reserva, a Seleção do Brasil que venceu a Copa das Confederações. Em 1998, com 34 anos, voltou a participar da Copa do Mundo, da qual o Brasil foi Vice-Campeão, for-mando a dupla de ataque com Ronaldo. A partida final, contra a anfitriã França, foi sua despedida da Seleção Brasileira.

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Ao regressar da Espanha, em 1996, Bebeto retornou ao “Flamengo”, que fez péssima campanha no Campeonato Brasileiro. Outra vez na Es-panha, em 1997, defendeu o “Sevilla”, mas não teve bom desempenho. Transferiu-se para o “Vitória” da Bahia, conquistando o Campeonato Baiano de 1997. Logo em seguida, foi para o “Cruzeiro”, contratado especialmente para disputar o Mundial Interclubes, em Tóquio, contra o “Borussia Dortmund”, que acabou vencendo por 2x0. Trocou, então o clube mineiro pelo carioca “Botafogo”, com o qual sagrou-se Campeão do Torneio Rio–São Paulo de 1998. Em 1999, foi para o México, onde jogou pelo “Toros Neza” e pelo “Gavilanes Tampico”, sem sucesso. Já no ocaso de sua carreira, Bebeto atuou no “Kashima Antlers” do Japão e, novamente, nos brasileiros “Vitória” e “Vasco da Gama”. Em 2002, foi contratado pelo “Al-Ittihad”, da Arábia Saudita, mas, após cinco jogos, teve a carreira encerrada por não mais dispor das condições téc-nicas e físicas necessárias ao futebol de alto nível.Fundou em 2000, juntamente com o exlateral-direito Jorginho, o Insti-tuto Bola Pra Frente, localizado em Guadalupe, no Rio de Janeiro, com a finalidade de atender meninos e meninas carentes, entre 6 e 16 anos. Após uma tentativa mal sucedida de treinar o time do “América”, do Rio, em 2010, foi comentarista esportivo da rede de televisão Al-Jazira, do Qatar, durante a Copa do Mundo da África do Sul. Em seguida, candidatou-se, pelo PDT, à Assembléia Legislativa, e foi eleito Depu-tado Estadual do Rio de Janeiro, com mandato de 2011 a 2014. Cláudio Ibraim Vaz Leal, mais conhecido como Branco, nasceu em Bagé (RS), no dia 4 de abril de 1964. Começou a jogar futebol nas categorias de base do “Bagé”. Ainda em sua cidade natal, transferiu-se para o “Guarany”. Em 1980, iniciou efetivamente sua carreira, no “In-ternacional” de Porto Alegre. Contudo, foi somente em 1982, vestindo a camisa tricolor do “Fluminense”, no Rio de Janeiro, que o jovem Branco deu início à sua realização como jogador profissional. Atuando ao lado de Paulo Victor, Ricardo Gomes, Romerito, Assis, Washington e Tato, sagrou-se Tricampeão Carioca (1983/84/85) e Campeão Brasileiro (1984).Branco foi um lateral esquerdo extremamente habilidoso, que marcava com eficácia e apoiava com eficiência. Forte, com 1,80 m e 80kg, dono de um chute poderosíssimo de perna esquerda, e exímio cobrador de

faltas, seu futebol era objetivo e de grande efetividade. Entre 1985 e 1995, disputou 72 partidas, assinalando 9 gols, pela Seleção Brasileira, e participou de três Copas do Mundo: 1986, no México; 1990, na Itália; e 1994, nos Estados Unidos. Na última, quando o Brasil conquistou seu quarto título mundial, foi o autor do gol decisivo, em sensacional cobrança de falta, com um petardo de longa distância, que deu a vitória ao Brasil, por 3x2, em jogo muitíssimo difícil, contra a Holanda. Com a camisa amarela, venceu, também, a Copa América de 1989, realizada no Brasil. Em 1986, deixou as Laranjeiras, rumo à Europa. Jogou, inicialmente, na Itália, pelo Brescia, até 1988. Na temporada 1989/90, em Portu-gal, defendeu as cores azul e branca do “Porto” e ganhou os títulos de Campeão Português e da Supercopa de Portugal. De novo, na Itália, atuou pelo “Genoa”, de 1991 a 1993.Depois de sete anos, retornou ao Brasil e jogou, entre 1993 e 1995, sucessivamente, pelos seguintes clubes: “Grêmio”, “Fluminense”, “Corinthians”, “Flamengo” e “”Internacional”. Foi, outra vez, para o exterior, atuando no “Middlesbrough”, da Inglaterra (1996) e no “NY MetroStars”, dos Estados Unidos (1997).Regressou, em definitivo, no ano de 1997, passando a jogar no modesto Mogi Mirim. Em 1988, voltou, mais uma vez, para o “Fluminense”, onde encerrou a carreira.Após pendurar as chuteiras, Branco trabalhou na CBF, como coordena-dor das divisões de base. Em 2006, deixou a Confederação para ser o coordenador técnico de futebol do “Fluminense”. Nessa posição, partic-ipou da conquista da Copa do Brasil de 2007 e do vice-campeonato na Copa Libertadores de 2008. Saiu do tricolor carioca no final de 2009.Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1964. Começou em 1978, nas divisões de base do “América”, do Rio, onde jogou até 1983, quando se profissionalizou, no mesmo clube. Contratado em 1984 pelo “Flamengo”, logo se tornou o lateral-direito titular, pois Leandro, devido a um problema de artrose nos joelhos, optou por jogae na zaga central. Com a camisa rubro-negra, que usou por cinco anos, foi Campeão Carioca em 1986 e Brasileiro, em 1987. Jorginho foi Campeão Mundial Sub-20 em 1983. Pela Seleção Olímpi-

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ca, disputou 25 partidas, entre 1983 e 1988. Ganhou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1983, venceu os Torneios Pré-Olímpicos de 1984 e 1987 e recebeu mais uma medalha de prata nas Olimpíadas de Seul (1988). Com a Seleção Brasileira principal, realizou 89 jogos, entre 1987 e 1995, conquistando a Copa América de 1987, e o título de Campeão Mundial, em 1994, nos Estados Unidos.Deixou a Gávea, em 1989, para jogar na Alemanha, pelo “Bayer Lev-erkusen”. Nesse clube germânico, que defendeiu por três anos, passou a atuar no meio-campo, com muita desenvoltura. Transferiu-se para outra equipe alemã , de maior expressão, o “Bayern München”, em 1992. Com o clube de Munique, foi Campeão Alemão na temporada 1993/94. Atuou no “Kashima Antlers” do Japão, de 1995 a 1998, vencendo o Campeonato Japonês em 1996 e 1998. Retornou ao futebol brasileiro em 1999, para defender o “São Paulo”. Atuou pelo “Vasco” em 2000, participando da conquista do Campeonato Brasileiro, e encerrou a bril-hante carreira, em 2001, no “Fluminense”.Lateral-direito de ótima qualidade técnica, Jorginho marcava bem, porém sempre de forma leal, tendo recebido da FIFA, em 1991, o prê-mio “Fair Play”.Criou, em parceria com o antigo companheiro Bebeto, uma entidade destinada a melhorar, graças, sobretudo, ao esporte, as condições de vida de crianças carentes, no bairro carioca de Guadalupe, denomi-nada Instiuto Bola Pra Frente, inaugurado em 29 de junho de 2000. Foi treinador do “América”, com bom desempenho, em 2005. No ano seguinte, assumiu a posição de auxiliar técnico de Dunga na Seleção Brasileira. Ocupou esse cargo na CBF até a Copa do Mundo de 2010. Em agosto de 2010, foi contratado para ser treinador do “Goiás”, mas não obteve bons resultados e só ficou até outubro. Foi anunciado como o novo técnico do “Figueirense”, em março de 2011. Ricardo Gomes Raymundo nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de dezem-bro de 1964. Começou, em 1980, nas divisões de Base do “Flumin-ense”. Profissionalizou-se no tricolor das Laranjeiras em 1982 e con-quistou os títulos de Tricampeão Carioca (1983/84/85) e de Campeão Brasileiro de 1984.Alto (1,90 m) e forte (80 kg), Ricardo Gomes foi um zagueiro altamente técnico, dotado de grande habilidde para dominar a bola e sair jogando.

Excelente nas jogadas aéreas e ótimo nas bolas rasteiras, tinha, também, um grande espírito de liderança, que o fez Capitao da Seleção Brasilei-ra.Sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira aconteceu em 1984, quando ele tinha somente dezenove anos. Uma contusão tirou sua chance de participar da Copa do Mundo de 1986. Conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987. Ricardo Gomes consolidou sua posição de titular na equipe do Brasil, em 1989, quando venceu a Copa América e passou a ser o capitão do time nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1990. Após sua boa participação no campeonato mundial realizado na Itália, foi novamente convocado para a Copa do Mundo de 1994. Participou, com sucesso, das últimas quatro partidas das Eliminatórias, marcando, inclusive, três gols. Infelizmente, no úl-timo amistoso antes da Copa (contra El Salvador). Ricardo sofreu uma lesão muscular que obrigou o técnico Parreira a cortá-lo. Entre 1984 e 1994, ele disputou 45 partidas com a camisa amarela do Brasil.Seu único clube no Brasil foi o “Fluminense”, que defendeu até 1988, quando foi para o exterior. Jogou no “Benfica”, com grande êxito, de 1988 a 1991, sagrando-se Campeão Português nas temporadas de 1988/89 e 1990/91. Transferiu-se, em 1991, para o “Paris Saint-Ger-main”. Com o uniforme tricolor da equipe francesa, disputou quatro temporadas, tornando-se ídolo da torcida e conquistando o Título de Campeão Francês da temporada 1993/94 e as Copas da França em 1993 e 1995. Retornou a Portugal em 1995, voltando a vestir a camisa encar-nada do “Benfica”, com a qual ganhou a Taça de Portugal (1995/96). Pendurou as chuteiras no clube lisboeta, em 1996, com apenas trinta e um anos de idade.No mesmo ano, iniciou, na França, sua carreira de jovem técnico, comandando o “Paris Saint-Germain” de 1996 a 1998. Com o PSG, venceu, em 1998, a Copa da França e a Copa da Liga Francesa.Após dez anos de sucesso no exterior, como jogador e técnico, “Mon-sieur Gomes”, como passou a ser chamado pelos franceses, retornou ao Brasil, em 1999. Comandou diversas equipes e a Seleção Olímpica (2004), obtendo bons resultados com o “Vitória” (conquistou a Copa do Nordeste, em 1999), “Juventude” e “Fluminense”. Voltou para a França, onde dirigiu, de 2005 a 2007, a equipe do “Bordeaux”, ganhando a

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Copa da Liga Francesa, em 2007. Foi o técnico, entre 2007 e 2009, do time do “Monaco”, que, embora sediado no principado independente de mesmo nome, disputa o Campeonato Francês.De novo no Brasil, assumiu o comando técnico do “São Paulo” em junho de 2009, permanecendo no Morumbi até agosto de 2010. Con-tratado pelo “Vasco”, começou seu trabalho na Colina de São Januário, em 2011. Jorge Eduardo Gomes de Souza, ou simplesmente Eduardo, nasceu em 24 de março de 1965, na cidade de São Pedro da Aldeia, na região dos lagos do Estado do Rio. Começou profissionalmente em 1985, no “Fluminense”. Com o tricolor do Rio de Janeiro, foi Campeão Carioca em 1985 e venceu o Torneio de Paris, em 1987, derrotando o campeão francês “Bordeaux”, na final. Eduardo e Washington foram os grandes destaques da competição.Eduardo foi um lateral esquerdo de técnica refinada e toque de bola pri-moroso, com facilidade para fazer lançamentos precisos. Após despon-tar de forma brilhante nas Laranjeiras chegou à Seleção Brasileira.Em 1988, trocou a camisa de três cores do “Flu” pela azul do “Cru-zeiro”. Com fama e dinheiro, começou a abusar do álcool. Recebeu o apelido de “Eduardo Cachaça” e sua promissora crarreira principiou a descer morro abaixo. Foi descartado pelo técnico Sebastião Lazaroni para a Copa do Mundo de 1990. De 1991 a 1993, ainda exibiu um bom futebol, em algumas partidas pelo “Vasco”.Eduardo Souza jogou a seguir no “Grêmio” e “Santos”, em 1993; “Flu-minense” (de novo) e “Botafogo”, em 1994; e “Ponte Preta”, em 1995. Atuou, também, por diversos outros clubes de menor tradição: “Volta Redonda”, “Madureira”, “Crac” (GO) e “União Rondonópolis” (MT). Iniciou, em 1998, com o apoio da família, uma grande luta para se livrar do alccolismo. Conseguiu, em 2000, jogar no “Friburguense”, com-pletamente recuperado. Decidiu, então, aos 35 anos de idade, continuar jogando profissionamente, tendo passado por clubes do norte flumin-ense (“Itaperuna”, “Americano” e “Goytacaz”), de Minas (“Uberlân-dia”), do Amazonas (“Nacional”) e, de novo, no Estado do Rio (“Cabo-friense” e “Casemiro de Abreu”, modesto clube do município de mesmo nome), onde pendurou as chuteiras, em 2003, com trinta e oito anos.Atualmente, Eduardo vive na aprazível cidade serrana fluminense de

Nova Friburgo, onde é técnico dos juniores do “Friburguense”.Raí Souza Vieira de Oliveira, conhecido como Raí, é natural de Ribeirão Preto, nascido em 15 de maio de 1965. O primeiro esporte que praticou foi o basquete, dos doze aos quatorze anos de idade. Como quase todo menino, jogava peladas de futebol, apenas como diversão. Aos quinze anos, em 1980, foi levado para um teste no “Botafogo” de sua cidade natal. Aprovado, passou a jogar nas categorias de base. Entretanto, Raí não levava a atividade esportiva a sério. Muitas vezes, faltava aos treinos; outras vezes, chegava atrasado. Em 1982, entre-tanto, nasceu sua filha Emanuella. Pai aos dezessete anos, Raí mudou radicalmente sua postura, Assumiu responsabilidades e profissionalizou-se em 1983. Iniciou sua carreira na equipe principal no “Botafogo FC”, em 1984. O tricolor do interior paulista o cedeu, por empréstimo, à “Ponte Preta”, para a disputa do Campeonato Brasileiro de 1986. No entanto, sofreu várias contusões e voltou ao seu clube de origem para o Campeonarto Paulista de 1987. Suas boas atuações o credenciaram para integrar a Seleção Brasileira que venceu os Jogos Pan-Americanos de 1987, e disputou a Copa América, na Argentina. Ainda em 1987, foi contratado pelo “São Paulo”.Alto (1,89 m), Raí foi um meio-campista de grande talento, que teve a sorte de ser aperfeiçoado por Telê, no time sãopaulino. O rigoroso téc-nico o treinou exaustivamente, melhorando muito a sua concentração no jogo, a marcação aos adversários e, principalmente, as finalizações.Com o tricolor da capital paulista, foi Campeão Paulista em 1989. No entanto, foi a partir do ano seguinte, quando Telê assumiu o comando da equipe, que o futebol de Raí começou a florescer. Em mais de três anos no Morumbi, êle havia marcado apena 26 gols. Telê chegou em outubro de 1990, e, em apenas um ano (1991), Raí assinalou 28 tentos. Foi, mais uma vez, Campeão Paulista e, pela primeira vez, artilheiro do campe-onato, com 20 gols. Ainda em 1991, conquistou o título de Campeão Brasileiro. O ano de 1992 foi o da sua consagração definitiva. Venceu o campeonato paulista; levantou, como capitão, a Copa Libertadores da América, vencendo o “Newell’s Old Boys” da Argentina, na final; der-rotou o “Barcelona”, com um gol seu, em cobrança de falta (ensaiada, muitas e muitas vezes, com o Meste Telê), e ganhou a Taça Interconti-nental (campeonato mundial de clubes).

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Apesar de negociado com o “Paris Saint-Germain” no início de 1993, continuou no “São Paulo” durante o primeiro semestre. Levantou o troféu, pelo segundo ano consecutivo, da Libertadores, sobrepujando o “Universidad Católica”, do Chile . A despedida do consagrado meia foi no dia 3 de junho de 1993, em uma goleada (6x1) sobre o “Santos”, pelo campeonato paulista.Na sua primeira temporada pelo “PSG”, no qual estreiou em setembro de 1993, não foi feliz, tendo ficado, muitas vezes, no banco de reser-vas. De qualquer forma, participou da conquista do título de Campeão Francês de 1993/94. Da mesma maneira que ocorrera no “São Paulo”, após um início difícil, uma mudança de técnico o favoreceu. Nos anos seguintes, Raí transformou-se em um dos principais jogadores do time e ídolo da torcida. Com a ótima colaboração de Raí, o clube parisiense ganhou os títulos do Campeonato Francês de 1995/96; das Copas da França e da Liga Francesa, ambas em 1995 e 1998; e da Recopa Euro-péia de 1996.Mal desembarcou da volta ao Brasil, Raí reestreiou no “São Paulo”, seu time do coração, justamente na final do campeonato paulista de 1998, em 10 de maio. Fez um gol de cabeça, e foi Campeão, com a vitória tricolor por 3x1. Em um jogo contra o “Cruzeiro”, pelo campeonato brasileiro, em 9 de agosto de 1998, contundiu-se seriamente. Sofreu uma cirurgia e só retornou aos gramados, gradativamente, no segundo semestre de 1999. Em 2000, após ganhar mais um título de Campeão Paulista, com a camisa tricolor do clube do Morumbi, decidiu pendur-rar as chuteiras, aos trinta e cinco anos de idade (já avô, desde os trinta e três).Com a Seleção Brasileira, da qual chegou a ser o capitão, disputou 51 partidas, entre 1987 e 1998, marcando 16 gols. Foi Campeão da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.Atualmente, Raí dirige, ao lado do seu ex-companheiro Leonardo, uma entidade de ajuda a crianças carentes, denominada Fundação Gol de Le-tra, instituiída por eles em 1998, que atua em São Paulo (Vila Albertina) e no Rio (bairro do Caju). Em maio de 2011, lançou um livro infantil, de sua autoria, intitulado “Turma do Infinito”. Paulo Silas do Prado Pereira, ou simplesmente Silas, nascido em 27 de agosto de 1965, é paulista de Campinas. Começou a praticar futebol

nas categorias de base do “São Paulo”. Sua carreira profissional teve início no Morumbi, em 1985, com o técnico Cilinho. No mesmo ano, pela Seleção Brasileira Sub-29, sagrou-se Campeão Mundial da cat-egoria, na União Soviética, sendo escolhido como o melhor jogador da competição. Com a camisa tricolor do seu clube, ganhou, também, o Campeonato Paulista de 1985.Com 1,78 m e 71 kg, Silas foi um meia de ligação que tinha muita ha-bilidade e ótima visão de jogo. Conhecia todos os segredos do meio-de-campo, e disputou 38 jogos pela Seleção Brasileira, entre 1986 e 1992.Em 1986, estreiou na equipe principal do Brasil, no dia 16 de março, em um amistoso contra a Hungria,em Budapeste. Participou da Copa do Mundo de 1986, no México, onde a Seleção Brasileira, comandada por Telê Santana, chegou às quartas-de-final,Mas a maior glória de Silas foi a conquista do título do Campeonato Brasileiro de 1986, que, entretanto, só foi definido em fevereiro de 1987. Com a camisa amarela do Brasil, disputou a Copa América de 1987, na qual atuou em apenas um jogo; com a camisa tricolor do “São Paulo”, foi Campeão Paulista em 1987 e 1988.Transferiu-se, em 1988, para o “Sporting”, de Lisboa. No ano seguinte, participou da conquista da Copa América de 1989, com a seleção dirigi-da por Lazaroni. Jogou, em seguida, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Itália, quando marcou seu único gol pela Seleção Brasileira.Em 1990, disputou o campeonato mundial, atuando em três jogos. Deixou Portugal, rumo ao Uruguai, onde jogou, pelo “Central Español” somente dois jogos, marcando três gols. Retornou à Europa, ainda em 1990, para atuar na Itália, pelo “Cesena”, que foi rebaixado na tempo-rada 1990/91. Foi para a “Sampdoria”, na qual teve melhor sorte, em 1991/92. Ao final do campeonato italiano, retornou ao Brasil, a tempo de participar da conquista dos títulos de Campeão Gaúcho de 1992, e da Copa do Brasil, do mesmo ano, pelo “Internacional”, de Porto Alegre, onde permaneceu até 1993. Disputou e venceu o Campeonato Carioca de 1984, com o “Vasco”.Após rápida passagem pelo Japão (“Kashiwa Reysol”), mudou-se, em abril de 1995, para a Argentina, ganhando o Campeonato Argentino de 1995, com o “San Lorenzo”, que defendeu até 1997, e do qual se tornou ídolo. Voltou ao “São Paulo”, em 1997, e conquistou o título de

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Campeão Paulista de 1998, embora atuando pouco. Foi, outra vez, para o Japão, onde jogou pelo “Kyoto Sanga”, de 1998 a 2000. Retornou ao Brasil, e conquistou seu último título, o de Campeão Paranaense de 2000, com a camisa rubro-negra do “Atlético Para-naense”. A partir de 2001, passou por diversos clubes, até encerrar a carreira na “Inter” de Limeira, em 2004.Depois de pendurar as chuteiras, Silas radicou-se em Campinas, onde se estabeleceu como empresário no ramo de alimentação. Posteriormente, iniciou suas atividades de treinador, como auxiliar do técnico Zetti, seu amigo pessoal, no “Paraná”, “Atlético Mineiro” e “Fortaleza”. Nesse último clube foi convidado a ser o sucessor do amigo, em 2007. Após trabalhar no tricolor cearense, foi contratado pelo “Avaí”, em março de 2008. Desenvolveu excelente trabalho em Florianópolis, fazendo o “Leão da Ilha” subir da Série B do Campeonato Brasileiro (2008) para a elite, em 2009, e conquistando, também, o Campeonato Catarinense de 2009. Transferiu-se para o “Grêmio Porto Alegrense” em dezembro de 2009. No tricolor gaúcho, apesar do título de Campeão Gaúcho, não fez boa campanha na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, sendo demitido no início de agosto de 2010. Contratado pelo “Flamengo”, no final de agosto, tembém não foi feliz no rubro-negro carioca, onde só ficou até o dia 4 de outubro de 2010. Voltou ao “Avaí”, em fevereiro de 2011.Aldair Santos do Nascimento é baiano de Ilhéus, nascido em 30 de novembro de 1965. Sua carreira profissional começou no “Flamengo”, do Rio de Janeiro, em 1985. Jogou com a camisa rubro-negra até 1989, conquistando o Campeonato Carioca de 1986 e o Brasileiro de 1987.Aldair foi um zagueiro de bom porte físico, que aliava à força, sua boa técnica. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira foi em 1989, vencendo a Copa América. Participou, como reserva, da Copa do Mundo de 1990, na Itália. Em 1994, em face das contusões de Ricardo Gomes e Ricardo Rocha, formou, com Márcio Santos, a zaga titular do Brasil, conquistando o título de Campeão do Mundo, nos Estados Uni-dos. Foi Vice-Campeão na Copa do Mundo de 1998, na França. Gan-hou a Medalha de Bronze das Olimpíadas de 1996, em Atlanta (EUA). Conquistou, em 1995, a Taça Stanley Rous. Em 1997, foi vencedor da Copa América e da Copa das Confederações. Entre 1989 e 2000, vestiu

a camisa amarela em 93 oportunidades.Transferiu-se para o “Benfica”, de Lisboa, em 1989. Em Portugal, disputou apenas uma temporada e mudou-se para a Itália, em 1990, con-tratado pela “Associazione Sportiva Roma”. Morou na Cidade Eterna durante treze anos, defendendo a camisa grená da equipe romana, com a qual ganhou a Copa da Itália, na temporada 1990/91 e o ‘scudetto’ de Campeão Italiano em 2000/01. Na temporada 2003/04, continuou na Itália, jogando pelo “Genoa”, e encerrou sua bonita carreira aos 39 anos de idade, na bela cidade portuária de Gênova, em 2004.Entretanto, persuadido pelo amigo Massimo Agostini, voltou a atuar, a partir de 2007, no “Murata”, de San Marino, com o qual foi Campeão Sanmarinês em 2007/08 e participou da Liga dos Campeões da UEFA. Romário de Souza Faria é carioca, nascido em 29 de janeiro de 1966. Morou na comunidade do Jacarezinho até os três anos de idade, quando seus pais se mudaram para a Vila da Penha. Nesse bairro, começou a jogar futsal no “Estrelinha”, time de meninos criado por seu pai. Com treze anos, em 1979, foi levado por um olheiro para o infantil do “Olar-ia”, onde jogou até 1980. No ano seguinte, aos quinze anos, começou nas categorias de base do “Vasco da Gama”. Foi promovido à equipe principal cruzmaltina, pelo técnico Antônio Lopes, em 1985. Sua estréia ocorreu em 6 de fevereiro, quando ele entrou no segundo tempo do jogo válido pelo campeonato brasileiro, no qual o “Vasco” venceu o “Coriti-ba” por 3x0. Romário se destacou logo em 1985, ao ser o vice-artilheiro da campeonato carioca. Seu primeiro contrato, como profissional foi assinado em 1986, ano em que conquistou seu primeiro título (Taça Guanabara) e ganhou a artilhairia do campeonato carioca, superando por um gol o seu companheiro de ataque, o consagrado ídolo Roberto Dinamite.O Baixinho consagrou-se como grande craque em 1987 e 1988, quando foi Bicampeão Carioca com o time de São Januário. O seu gol na decisão de 1988, contra o “Flamengo”, foi antológico, ao aplicar um lençol no goleiro Zé Carlos. Nesse mesmo ano, disputou as Olimpíadas de Seul, da qual foi o artilheiro com seis gols, e ganhou a Medalha de Prata, pois a Seleção Brasileira foi Vice-Campeã.Com 1,69 m de altura, Romário foi um atacante verdadeiramente ex-cepcional que bem mereceu ser chamado de “gênio da grande área”, por

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Johan Cruijff, outro dos grandes ícones do futebol mundial e seu téc-nico no “Barcelona”. O Baixinho não gostava de treinar, era marrento, criador de casos com treinadores e companheiros, mas fazia gols com extrema facilidade. Em 1988, logo após os jogos olímpicos, Romário transferiu-se para o “PSV Eindhoven”, da Holanda. Em sua primeira temporada no clube da fábrica Philips, foi Campeão Holandês, artilheiro da competição e vencedor da Copa da Holanda. Ganhou novamente, na temporada seguinte (1989/90), a artilharia do campeonato (“eredivisie”) e o título da Copa da Holanda. Em 1990/91 foi, mais uma vez, o artilheiro da “eredivisie” e Campeão Holandes. O título de Bicampeão veio na tem-porada 1991/92. Não conquistou nenhum título na temporada 1992/93, mas suas boas atuações (e os gols marcados), na Copa dos Campeões da UEFA, despertaram o interesse do “Barcelona”.Assim, em 1993, o Baixinho deixou o “Philips Sport Vereniging” da cidade de Eindhoven, rumo à Espanha. No clube da Catalunha, iniciou muito bem, marcando quatorze gols em oito jogos da pré-temporada. O campeonato 1993/94 teve um jogo inesquecível para a torcida “blaugra-na”: vitória de 5x0 no famoso “El Clásico” contra o grande rival “Real Madrid”, com três gols (e uma assistência) de Romário. A partir dessa partida, o “Barça” conquistou 28 dos 30 pontos, em disputa no restante do certame, e chegou ao ápice, na última rodada, alcançando o titulo de Campeão. Após a Copa do Mundo de 1994, o Baixinho retornou a Bar-celona, como o grande astro do time brasileiro campeão, e teve um noite de gala, junto com seu parceiro, o búlgaro Stoichkov, no “Camp Nou”, sobrepujando o “Manchester United” por 4x0, na Liga dos Campeões. Mas sua temporada catalã estava chegando ao fim e Romário retornou ao Rio, em 1995, contratado pelo “Flamengo”.Eleito o melhor jogador do mundo de 1994, conforme divulgado pela FIFA em 30 de janeiro de 1995, Romário começou bem no rubro-negro, conquistando a Taça Guanabara. Mas, perdeu o título mais importante, o de Campeão Carioca de 1995, para o “Fluminense”, em emocionante final, vencida pelo tricolor por 3x2, graças ao célebre gol de barriga, marcado por Renato Gaúcho. O “Flamengo” se reforçou bastante para o Brasileiro de 1995, contratando vários reforços, entre eles Edmundo para formar a dupla de ataque com o Baixinho. Os bons resultados,

entretanto não apareceram. Na Supercopa Libertadores 1995, o time flamenguista teve bom desempenho, mas perdeu a disputa final para o argentino “Independiente”. Em 1996, Romário foi o artilheiro do campeonato estadual, vencido, de forma invicta, pelo “Flamengo”. Não participou, porém, do campeonato brasileiro de 1996, pois foi empresta-do ao “Valencia”, retornando à Espanha. A sua permanência na “Ciu-dad de las Flores” foi curta, pois se desentendeu com o técnico Luís Aragonés e se viu isolado no elenco. Voltou ao rubro-negro carioca, antes do fim do ano. Conquistou, mais uma vez, a artilharia do Campe-onato Carioca de 1997; disputou apenas quatro rodadas do Brasileirão de 1997, e viajou de novo para a cidade portuária do Mediterrâneo, para cumprir outro período de empréstimo no “Valencia”. O técnico Jorge Valdano tolerava o comportamento boêmio do atacante brasileiro, porém ficou pouco tempo no cargo, e Romário desentendeu-se com seu substituto, Claudio Ranieri, acertando então, outra vez, seu novo re-gresso ao “Flamengo”.Em 1998, Romário foi, pela quarta vez, artilheiro do campeonato es-tadual, mas o seu time não faz boa campanha no certame nacional. Pela quinta vez, o Baixinho conquistou a artilharia do campeonato carioca e o “Flamengo fez as pazes com o título estadual, em 1999. No Torneio Rio-São Paulo, ele marcou um gol sensacional: aplicou o drible do elástico em Amaral, do “Corinthians”, e, mesmo sem ângulo, finalizou com sucesso. Mas, a equipe rubro-negra não atingiu as fases finais do torneio, bem como fracassou na Copa do Brasil e no Campeonato Bra-sileiro de 1999. Nessa última competição, horas depois de serem der-rotados pelo “Juventude”, Romário e outros jogadores participaram de uma noitada em uma boate de Caxias do Sul, às vésperas de importante compromisso contra o “Peñarol”, em Montevidéu, pela Copa Mercosul. O Presidente do “Flamengo” decidiu punir exemplarmente sua maior estrela, rescindindo seu contrato, Já sem o Baixinho, o clube rubro-negro conquistou o seu único título da temporada, a Copa Mercosul. Por ter marcado 46 gols em 1999, Romário recebeu o prêmio Chuteira de Ouro da Revista Placar.Sem clube, ele buscou guarida no “Vasco da Gama”, que o revelou e lhe deu projeção. No “Gigante da Colina”, formou novamente a dupla de ataque com Edmundo, e disputou o primeiro Mundial de Clubes da

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FIFA, em 2000. A equipe cruzmaltina fez boa campanha, vencendo, in-clusive, o “Manchester United”, com dois gols de Romário, mas perdeu a final para o “Corinthians”, no Maracanã, e o Baixinho foi vaiado. Mas a reabilitação veio logo na final da Taça Guanabara de 2000, realizada no domingo de Páscoa, quando o “Vasco”, com três gols de Romário, goleou o rival “Flamengo”, seu ex-clube, e a torcida gritou “é choco-late”, criando um sinônimo para goleada. A perda do título estadual e do Rio-São Paulo trouxeram à tona as antigas rusgas entre os ex-amigos Romário e Edmundo, agravadas após as insinuações do Baixinho de que haveria uma “Côrte Vascaína”, onde o Rei era o Presidente Eurico Miranda, ele seria o Príncipe e Edmundo, o Bobo. Em face dos atritos, a diretoria resolveu separar os dois parceiros e emprestou Edmundo ao “Santos”. O segundo semestre do ano 2000 foi muito bom para o time da Cruz de Malta, que foi feliz na Copa João Havelange (nome adotado para o Campeonato Brasileiro de 2000), cuja última partida da final decisiva foi remarcada para o século seguinte (janeiro de 2001). No dia 30 de dezembro de 2000, no finalzinho do Século XX, o clube de São Januário participou de outra decisão importante: a da Copa Mercosul. Venceu, de virada, com três gols de Romário, no campo do adversário, o “Palmeiras”, após estar perdendo por 3x0. O “Vasco” ganhou, também com um gol do Baixinho, contra o “São Caetano”, a Copa João Havelange, tornando-se Campeão Brasileiro. Além de ser um dos artilheiros da competição (20 gols), Romário foi considerado o seu melhor jogador, ganhando a Bola de Ouro da Placar. Recebeu, ainda, outra Chuteira de Ouro, por ter marcado 74 gols, durante o ano de 2000. O jornal uruguaio “El País” também o premiou, como o melhor jogador de futebol da América. Embora o Baixinho tenha sido, novamente, o artilheiro do campeonato brasileiro, em 2001, o “Vasco” não venceu o certame nacional, nem, tampouco, o estadual. Na Libertadores, foi eliminado pelo “Boca Jun-iors”, nas quartas-de-final.No primeiro semestre de 2002, ainda atuando com a camisa cruz-maltina, viu se deteriorar o seu relacionamento com a torcida vascaína. Romário transferiu-se, então, para o “Fluminense”, estreiando perante mais de 70 mil torcedores, no Maracanã, em jogo válido pelo campe-onato brasileiro de 2002, contra o “Cruzeiro”, vencido pelo tricolor por

5x1, com dois gols de sua autoria. A campanha do clube das Laranjeiras no certame nacional foi razoavelmente boa, embora sem chegar à final (classificou-se em quarto lugar), e Romário recebeu outra Chuteira de Ouro. Entretanto, seduzido pelos dólares do Qatar, o Baixinho deixou, em março de 2003, as Laranjeiras, para jogar no “Al-Sadd”, por três meses. Esportivamente, porém, sua aventura no país árabe foi um fiasco, pois ele se machucou, jogou apenas três partidas, não marcou nenhum gol, e voltou para o “Fluminense”, onde continuou usufruindo de regalias especiais, Em seu retorno, fez uma exibição de gala, mar-cando três vezes, sendo um gol de bicicleta, na vitória do “Flu” sobre o “Guarani” por 5x2. Começaram, no entanto, em 2003, os seus atritos com a torcida tricolor, tendo havido um episódio de agressão física a um torcedor, durante um treino na Rua Álvaro Chaves.O “Fluminense” contratou, para 2004, diversos reforços, incluindo o seu desafeto Edmundo e, por indicação sua, o amigo Leonardo Moura. O desempenho do Baixinho no campeonato carioca foi apenas regular, mas o tricolor chegou á final, porém a perdeu para o rubro-negro. No decorrer do campeonato brasileiro, o técnico Alexandre Gama, que acabara de assumir o comando da equipe profissional, reclamou das ausências de Romário em treinamentos, e foi verbalmente agredido: “o cara mal entrou no ônibus e já quer sentar na janela”. Com pouca participação do Baixinho, o “Fluzão” classificou-se em nono lugar no certame nacional de 2004. Seu desempenho na última partida com a camisa tricolor foi péssimo, saindo vaiado do campo. Em função do clima desfavorável ao jogador, o “Flu” não renovou o seu contrato.Tudo indicava que era chegada a hora de Romário encerrar sua carreira, no início de 2005. Mas sua obsessão em chegar aos mil gols o fez con-tinuar, voltando a atuar pelo “Vasco”. Conseguiu ser o vice-artilheiro do campeonato carioca. Em meados de 2005, o Baixinho atacou Pelé, que se manifestara favoravelmente à sua aposentadoria, com as palavras: “o Pelé calado é um poeta. Tinha era que colocar um sapato na boca”. Na fase final do Brasileirão, obteve a artilharia do campeonato, tornando-se o mais velho jogador a realizar tal feito, com 39 anos. O clube de São Januário o apoiou na busca do milésimo gol, criando o projeto “Romário 1000 gols”. Chegou-se ao exagero de transformar simples jogos-treinos, contra equipes fracas, em amistosos com uniformes ofi-

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ciais e súmulas.Entretanto, no princípio de 2006, Romário recebeu uma proposta do clube norte-americano “Miami”. De comum acordo com a diretoria vs-scaína, ele a aceitou, pois, além do aspecto financeirro, existiam outras vantagens. Cessaria o desconforto que seus privilégios causavam entre os outros jogadores do elenco cruzmaltino, e, o mais importante: em um futebol menos competitivo, como o praticado na “United League Soccer”, que não era a prinipal dos Estados Unidos, uma vez que os maiores clubes faziam parte da “Major League Soccer”, seria mais fácil marcar gols. Efetivamente, o Baixinho logrou ser o artilheiro da “USL” e chegou ao gol de número 985. Mas, o “Miami” não se classificou para a fase final e, em outubro, Romário negociou sua contratação com o “Tupi” de Juiz de Fora. No entanto, como já estava encerrado o prazo das tramsferências internacionais para atuar no futebol brasileiro, ainda em 2005, o seu intento foi frustrado. Ele acertou, então, um contrato, para disputar seis partidas pela equipe australiana do “Adelaide Unit-ed”. Seu desempenho, porém, não foi satisfatório, marcando apenas um gol, nos seis jogos realizados.Em 2007, Romário voltou a jogar pelo “Vasco” e marcou seu 999º gol contra o “Flamengo”, pelo campeonato carioca. Previu-se que o milési-mo gol seria marcado contra o “Gama”, do Distrito Federal, em jogo válido pela Copa do Brasil, previsto para São Januário e remarcado para o Maracanã, a pedido do atacante. Contrariando as expectativas, ele não conseguiu marcar e, pior, o seu time foi eliminado da competição, em 4 de maio de 2007. Finalmente, a marca histórica dos 1000 gols foi alcançada no dia 20 do mesmo mês, em São Januário, por meio de um pênalti, contra o “Sport”, do Recife, em partida do Campeonato Bra-sileiro de 2007. Atingido seu objetivo, disputou mais três partidas, mar-cando ainda mais dois gols (ambos contra o “Grêmio Porto Alegrense”), e contundiu-se.Foi homenageado com uma estátua no Estádio do “Vasco”, inaugurada em agosto de 2007. Após a demissão do técnico Celso Roth, Romário acumulou as funções de treinador interino e jogador na partida seguinte contra o “América”, do México, obtendo uma vitória (1x0) na Copa Sul Americana. Continuou exercendo a atividade de técnico do clube de São Januário, no campeonato carioca de 2008, até o dia 6 de fevereiro,

quando pediu exoneração. Em 14 de abril de 2008, em evento relativo ao lançamento de um DVD sobre sua carreira, Romário anunciou sua aposentadoria, aos 42 anos.Entretanto, em agosto de 2009, decidiu voltar a campo, para defender o “América”, na segunda divisão do campeonato carioca, para satisfazer um desejo do seu falecido pai, fanático torcedor americano. Disputou, em 25 de novembro de 2009, sua única partida oficial pelo clube rubro, derrotando o “Artsul” e conquistando o título. Com a Seleção Brasileira principal, na qual estreiara em 1987, partic-ipou, como reserva, da Copa América desse ano. Disputou as Olímpia-das de 1988, conquistando a Medalha de Prata e a artilharia dos jogos. Em 1989, foi Campeão da Copa América, marcando o gol da vitória contra o Uruguai, em 16 de julho, no Maracanã. Pouco antes da Copa de 1990, sofreu uma lesão. Recém recuperado, só jogou na partida con-tra a Escócia e não marcou. Após não ter atuado em nenhum jogo da se-leção em 1991, Romário jogou em duas partidas, no segundo semestre de 1992. Na primeira , em uma vitória sobre a França, por 2x0, no mês de agosto, não marcou e foi substituído por Bebeto. O segundo jogo foi em dezembro, quando o Brasil derrotou a Alemanha, por 3x1, e ele entrou no decorrer da partida, em substituição a Careca, e também não assinalou gol algum. Não foi convocado para a disputa da Copa Amé-rica de 1993, no Equador. Romário voltou a ser chamado pelo técnico Carlos Alberto Parreira para jogar a última partida das Eliminatórias da Copa de 1994, no dia 19 de setembro de 1993, no Maracanã, por causa da contusão de Müller. Ele não desperdiçou a oportunidade e marcou os dois gols da vitória brasileira (2x0) sobre o Uruguai, assegurando a par-ticipação do Brasil (e a sua) no campeonato mundial do ano seguinte.Romário, com cinco gols assinados e magníficas assistências, foi o grande destaque da excelente equipe montada por Parreira, que manteve o grupo fortemente unido, para a prática de um futebol eficaz, que deu ao Brasil o seu quarto titulo de Campeão Mundial, nos Estados Unidos. Merecidamente, ele foi escolhido, pela FIFA, o melhor jogador da Copa do Mundo de 1994. Nos anos de 1995 e 1996, o técnico Zagallo priorizou a convocação de jogadores mais jovens, com vistas aos Jogos Olímpicos. Voltou a ser convocado em 1997, e disputou e venceu, formando a dupla de ataque

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com o jovem Ronaldo, a Copa América e a Copa das Confederações. Chamado para a Copa do Mundo de 1998, teve a infelicidade de sofrer um estiramento na panturilha, durante os treinamentos. Embora o Baix-inho achasse que poderia se recuperar a tempo de jogar, a partir da seg-unda fase do torneio mundial, a comissão técnica optou por cortá-lo da delegação. Rmário ficou magoado com o coordenador Zico e o ténico Zagallo, e, em represália, mandou fazer caricaturas dos dois no sanitário de sua casa noturna, o Café do Gol, motivo de um processo judicial contra ele. Após o vice-campeonato de 1998, Zagallo foi substituído, no comando técnico da seleção, por Vanderlei Luxemburgo, também seu desafeto, desde a época em que jogou no “Flamengo”. Romário voltou a vestir a camisa amarela do Brasil, após as Olimpíadas de 2000, já com Emerson Leão como técnico. Marcou três gols contra a Bolívia, em uma vitória por 5x0, e quatro vezes sobre a Venezuela, em um jogo que terminou com o placar de 6x0. Entretanto, Leão não o chamou para a Copa das Confederações de 2001, optando por convocar jogadores mais novos, visando à renovação da equipe brasileira. O treinador não foi feliz, porém, e acabou sendo substituído por Luiz Felipe Scolari. Sob o comando de Felipão, o Baixinho enfrentou o Uruguai, em Montevidéu, perdendo por 1x0, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Sco-lari quis chamá-lo para a Copa América de 2001, mas Romário solici-tou dispensa, alegando a necessidade de fazer uma cirurgia nos olhos. Todavia, embarcou com o “Vasco” para disputar amistosos no México. Irritado, o técnico da Seleção Brasileira não mais o chamou, e Romário acompanhou a conquista, pelo Brasil, da quinta Copa do Mundo, em 2002, em Yokohama, no Japão, como comentarista da TV Globo. Em 2004, vestiu novamente a camisa da Seleção Brasileira, em dois amistosos, reunindo os veteranos da vitória de 1994. Jogou, ainda, uma partida de despedida, contra a Guatemala, em 25 de abril de 2005, e marcou um gol, dedicando-o à sua filha recém-nascida Ivy, portadora da síndrome de Down. Em 2007, o “Duque de Caxias”, clube do município de mesmo nome, no Estado do Rio, batizou seu estádio como Romário de Souza Faria, mas a torcida só o chama de “Marrentão”. Romário é, atualmente, Deputado Federal, eleito pelo PSB do Rio de Janeiro. Luís Antônio Corrêa da Costa, mais conhecido como Müller, nasceu em Campo Grande (MS), no dia 31 de janeiro de 1966. Começou sua

carreira profissional em 1984, na capital paulista, pelo “São Paulo”. Em 1985, começou a ter destaque na equipe tricolor apelidada, em alusão a um conjunto musical que fazia sucesso, de “Menudos do Morumbi” e que foi Campeã Paulista daquele ano. Seu apelido é alusivo ao grande goleador da Seleção Alemã Gerd Müller.Müller tem 1,78 m de altura, e foi um atacante que aliava à boa técnica a objetividade, fazendo um jogo inteligente, em busca da vitória. Con-vocado por Telê, participou da Copa do Mundo de 1986, no México. Pela Seleção Brasileira, entre 1986 e 1998, disputou 59 partidas (três não-oficiais) e marcou 12 gols. Foi titular, sob o comando técnico de Lazaroni, na Copa do Mundo de 1990, formando a dupla de ataque com Careca; e reserva, na conquista brasileira de 1994, comandada por Par-reira, do título mundial de 1994, na Copa dos Estados Unidos.Em 1986, foi Campeão Brasileiro, e voltou a ser Campeão Paulista em 1987, com o time são-paulino. Trnsferiu-se para o “Torino”, da Itália, em 1988. Foi considerado o melhor jogador do “cálcio” no ano de 1989. Retornou ao Morumbi em 1991, voltando a ser Campeão Paulista e Bra-sileiro, nesse ano, sendo o artilheiro do certame nacional. Conquistou, novamente, o Campeonato Paulista de 1992 e foi também Bicampeão da Copa Libertadores (1992/93) e da Copa Intercontinental (campeona-to mundial de clubes), com a equipe do “São Paulo”, dirigida pelo Mes-tre Telê. Müller marcou o gol do histórico título tricolor de bicampeão mundial, de costas, no final do jogo com o “Milan”. Ainda em 1993, ganhou a Supercopa Libertadores e a Recopa Sul-Americana. Deixou, novamente, o “São Paulo”, indo para o exterior, defender o “Kashima Reysol”, do Japão, em 1995. Antes do término do ano, regressou, con-tratado pelo “Palmeiras”.Na equipe alviverde paulistana, formou, com Rivaldo, Djalminha e Luizão, um quarteto (o festejado “ataque dos 100 gols”) e conquistou o título paulista de 1996. Nesse mesmo ano, voltou para o “São Paulo”; e, no ano seguinte, para a Itália, onde atuou pelo “Perugia”. Em seguida, jogou no “Santos” (1997 a 1998) e no “ Cruzeiro”, de 1998 a 2001, período no qual obteve seus últimos títulos: Campeonato Mineiro e Recopa Sul-Americana, em 1998; Copa do Brasil (2000); e Copa Sul-Minas (2001).Atuou, posteriormente, pelo “Corinthians” e outros clubes, até pendurar

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as chuteiras, em 2004, no “Ipatinga”.Durante a Copa do Mundo de 2006, Müller trabalhou como comentar-ista esportivo na TV Bandeirantes. Foi, também, comentarista do canal a cabo Sport TV.Após ter sido diretor-executivo , com atuação nas categorias de base e no futebol profissional, do “Santo Andrè”, de São Paulo, foi contratado pelo “Grêmio Maringá”, em 2009, como técnico. Dispensado do clube paranaense em janeiro de 2010, trabalhou no “Sinop”, de Mato Grosso. No início de 2011, foi contratado pelo “Imbituba”, de Santa Catarina. Em entrevista concedida em maio de 2911, Müller relatou que não é boa a sua situação financeira atual.Cláudio André Mergen Taffarel nasceu em Santa Rosa (RS) no dia 8 de maio de 1966. Viveu sua infância em Crissiumal, pequena cidade do Rio Grande do Sul. Começou sua carreira profissional, em 1985, no “Internacional”, da capital gaícha. Jogou no colorado de Porto Alegre até 1990, não tendo conquistado nenhum título (foi Vice-Campeão Brasileiro em 1987 e 1988). Nesse período, porém, com o uniforme da Seleçao Brasileira, foi Campeão Mundial de Juniores, em 1985; ganhou a Medalha de Ouro, nos Jogos Panamericanos de 1987, e a de Prata, nas Olimpíadas de Seul, em 1988; conquistou a taça do Torneio Bicentenário da Austrália, em 1988, e a Copa América de 1989.Com 1,82 m de altura e peso de 78 kg, Cláudio Taffarel foi um goleiro seguro, de grande agilidade e excelentes reflexos, que se celebrizou como ótimo pegador de pênaltis, na meta da Seleção Brasileira. Com 19 anos, defendeu uma penalidade máxima na semifinal do campeonato mundial sub-20 e sofreu apenas um gol, durante toda a campanha do Brasil, que levantou o título da categoria, de agosto a setembro de 1985, na União Soviética. Nos Jogos Olímpicos de 1988, na Coréia do Sul, defendeu três pênaltis (um durante a prorrogação e dois na decisão) na semifinal, contra a Alemanha. Na Copa do Mundo de 1994, defendeu um pênalti da Itália, na final, assegurando o quarto título mundial do Brasil. Em 1995, na Copa América, foram dois pênaltis defendidos na semifinal, contra a Argentina. Garantiu a presença da Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 1998, defendendo duas das quatro co-branças holandesas na decisão da partida semifinal.Taffarel transferiu-se para o “Parma”, da Itália, em 1990. Pelo clube da

cidade famosa pelo presunto e pelo queijo, jogou até 1993, conquistan-do a Copa da Itália, em 1992, e a Recopa da Europa, no ano seguinte. Continuou na Itália, na temporada 1993/94, guardando a meta da “Reg-giana” da cidade de Reggio Emilia. Retornou ao Brasil em 1995, pas-sando a defender o “Atlético Mineiro”. Recebido com grande festa em Belo Horizonte, “Taffa” estreiou no time do Galo, em 10 de fevereiro de 1995, com vitória de 3x2, em um amistoso contra o “Flamengo” do Rio. Foi Campeão Mineiro de 1995 e conquistou, em 1997, a Taça do Centenário de Belo Horizonte e a Copa Conmebol. Despediu-se da torcida atleticana em 12 de julho de 1998, por meio de uma carta publicada no jornal O Estado de Minas, agra-decendo o carinho que lhe foi dedicado, e explicando os motivos de sua ida para a Turquia, jogar pelo “Galatasaray”.Com Taffarel no gol, a equipe turca fez história, ao conquistar o inédito título da Copa da UEFA, em 2000, sobrepujando o poderoso “Arsenal”, da Inglaterra, na final, em decisão por pênaltis. No mesmo ano, o clube de Istambul ganhou a Supercopa Européia, superando o espanhol “Real Madrid”, por 2x1. Além dessas vitórias de âmbito continental, ele foi Campeão Turco em 1999 e 2000, e ainda venceu a Copa da Turquia, nos mesmos anos.Em 2001, novamente na Itália, voltou a guarnecer o gol do “Parma”. Enriqueceu seu currículo com mais um título: a Copa da Itália de 2002; e encerrou a carreira em 2003, aos 37 anos. Pela Seleção Brasileira, Taffarel foi o goleiro que mais atuou, com 123 jogos, dos quais, 106 oficiais. Jogou em três Copas do Mundo: 1990, na Itália; 1994, quando se sagrou Campeão Mundial, nos Estados Unidos; e 1998, na França, onde foi Vice-Campeão do Mundo. Além disso, con-quistou, pela segunda vez, a Copa América, em 1997. Recebeu os prêmios de melhor goleiro do Campeonato Brasileiro em 1987 e 1988. Nesse último ano, foi considerado o melhor jogador da competição nacional, recebendo a Bola de Ouro. Ficou célebre o bordão criado pelo locutor Galvão Bueno, e utilizado no decorrer das transmis-sões dos jogos internacionais: “sai que é sua, Taffarel!! ”.Após guardar as luvas, permaneceu vivendo na Europa. Recentemente, foi contratado pelo seu antigo clube “Galatasaray”, como treinador de goleiros.

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No ano de 1991, primeiro da última década do Século XX, o Campe-onato Brasileiro teve início em 2 de fevereiro e foi disputado por vinte participantes, com o sistema de acesso e descenso recomendado pela FIFA. Mais uma vez, a final foi decidida entre dois times paulistas: o “São Paulo”, da capital, e o “Bragantino”, de Bragança Paulista. Com uma vitória (1x0) e um empate (0x0), o tricolor paulistano sagrou-se Campeão. No último jogo, na cidade do interior, no dia 9 e junho de 1991, a equipe campeã, dirigida por Telê Santana, formou com: Zetti; Zé Teodoro, Antônio Carlos, Ricardo Rocha e Leonardo; Ronaldão, Bernardo, Cafu e Raí; Macedo e Müller (Flávio). O time de Bragança, sob o comando técnico de Carlos Alberto Parreira, alinhou: Marcelo; Gil Baiano, Júnior, Nei e Biro-Biro; Mauro Silva, Alberto e Mazinho Oliveira; Ivair (Luís Muller), Sílvio e João Santos (Franklin). Sob o comando técnico de Falcão, a Seleção Brasileira efetuou seu primeiro jogo de 1991, no dia 27 de fevereiro, em Campo Grande (Mato Grosso do Sul), enfrentando o Paraguai. O amistoso terminou empatado em 1x1, sendo o gol brasileiro assinalado por Neto. Seguiu-se novo empate, um mês depois, com a Argentina, em Buenos Aires, por 3x3, com gols brasileiros de Luís Henrique (do “Bahia”), Renato Gaú-cho e Careca. A primeira vitória do ano aconteceu no terceiro amistoso, em Londrina, no dia 17 de abril, contra a Romenia (1x0), com gol de Moacir (do “Atlético Mineiro”). Uma nova vitória, contra seleção eu-ropéia (Bulgária), ocorreu em Uberlândia, no dia 28 de maio, por 3x0, com dois gols de Neto e um de João Paulo, jogador do Bari, na época. Em junho, houve novo empate com a Argentina, em Curitiba, por 1x1, tendo Neto marcado o gol do Brasil. Após essa série de amistosos, começou em julho a Copa Amé-rica, realizada no Chile. No dia 9, o Brasil venceu a Bolívia, em Viña del Mar, por 2x1 (gols brasileiros de Neto e Branco). Dois dias depois, no mesmo estádio, houve um empate com a Seleção Uruguaia, por 1x1 (gol de João Paulo para a equipe do Brasil). Ainda no Estádio Sausalito, em Viña del Mar, no dia 13 de julho, a Seleção Brasileira foi derrotada por 2x0 pela Colombiana, que tinha Higuita, no gol, e, no meio-de-campo, Rincón e Valderrama. O Brasil se reabilitou, em 15 de julho, vencendo, com gols de Mazinho Oliveira, Márcio Santos e Luís Hen-

rique, o Equador, em Viña del Mar, por 3x1. Mas sofreu nova derrota, no dia 17, ao perder para a Argentina, no Estádio Nacional de Santiago, por 3x2, tendo sido os gols brasileiros assinalados por Branco e João Paulo. Em 19 de julho, a seleção canarinha devolveu à Colômbia o re-sultado de seis dias antes, vencendo-a por 2x0 (gols de Renato Gaúcho e Branco), em Santiago. Seguiu-se nova vitória no Estádio Nacional, contra os anfitriões chilenos, por 2x0 (gols de Mazinho Oliveira e Luís Henrique), no ia 21 de julho. Essa foi a campanha do Brasil, que con-quistou o vice-campeonato da Copa América de 1991, vencida pela Argentina. Terminada a competição sul-americana, Paulo Roberto Falcão foi sub-stituído por Ernesto Paulo, que exerceu o comando técnico da Seleção Brasileira, em apenas um jogo, sendo derrotado pelo País de Gales, por 1x0, em sua capital Cardiff, no dia 11 de setembro de 1991 Já com Carlos Alberto Parreira como técnico, o Brasil colheu duas vitórias, em suas últimas partidas de 1991: sobre a Iugoslávia, em Varginha (MG), no dia 30 de outubro, por 3x1 (gols brasileiros de Luís Henrique, Mül-ler e Raí); e contra a Tchecoslováquia, no Estádio Serra Dourada de Goiânia, no dia 18 de dezembro, por 2x1 (gols de Elivélton e Raí, para o Brasil).O Campeonato Brasileiro de 1992, a exemplo do que ocorrera em 1984, foi decidido entre dois clubes cariocas: “Flamengo” e “Botafogo”, e teve em Bebeto (“Vasco”) o seu artilheiro, marcando 18 gols. Com uma vitória por 3x0 (gols de Júnior, Nélio e Gaúcho), em 12 de julho; e um empate, no dia 19 do mesmo mês, por 2x2 (gols flamenguistas de Júnior e Júlio Cesar; e botafoguenses, de Pichetti e Valdeir), o rubro-negro foi Campeão. A equipe da Gávea, campeã, dirigida pelo técnico Carlinhos, alinhou, na primeira partida: Gilmar; Fabinho, Júnior Baiano, Wilson Gotardo e Piá; Uidemar, Júnior e Zinho; Nélio (Paulo Nunes), Júlio César (Marcelinho) e Gaúcho. Na segunda: Gilmar; Charles, Wilson Gotardo, Gelson Baresi e Piá; Fabinho (Mauro), Uidemar, Júnior e Zinho; Gaúcho e Júlio César. O time alvinegro, vice-campeão, sob o comando técnico de Gil, no primeiro jogo, formou com: Ricardo Cruz; Odemilson, Renê Playboy, Márcio Santos e Válber; Carlos Alberto Santos, Pingo e Carlos Alberto Dias; Renato Gaúcho, Valdeir e Pichetti. Para o segundo jogo, o técnico Gil não pode contar com a estrela da

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equipe, Renato Gaúcho, que foi afastado do elenco pela diretoria, por ter comparecido a um churrasco em comemoração à vitória rubro-negra na primeira disputa, na casa de seu amigo e conterrâneo, porém adversário, Gaúcho. Foram escalados: Ricardo Cruz; Odemilson, Renê Playboy, Márcio Santos e Válber; Carlos Alberto Santos, Pingo e Carlos Alberto Dias; Valdeir, Vivinho (Jeferson) e Chicão (Pichetti). No ano de 1992, a Seleção Brasileira continuou sob o comando compe-tente de Parreira. O primeiro jogo, em fevereiro, foi disputado em For-taleza, e resultou na vitória sobre os Estados Unidos por 3x0, com gols de Antônio Carlos e Raí (dois). No mês de abril, em Cuiabá, foi realiza-da a segunda partida do ano, superando a Finlândia por 3x1, marcando, para o Brasil, Bebeto (dois) e Paulo Sérgio. No terceiro jogo, em 30 de abril, ocorreu uma derrota por 1x0, para o Uruguai, em Montevidéu. Em maio, o Brasil empatou com a Inglaterra, em 1x1, no Estádio de Wemb-ley, na capital inglesa ( o gol brasileiro foi da autoria de Bebeto). O jogo seguinte não foi oficial, pois o adversário foi um clube: o “Milan”, da Itália, dirigido por Fábio Capello, que contava com os astros italianos Baresi, Costacurta e Maldini, além dos holandeses Rijkaard, Gullit e Van Basten. A equipe brasileira foi escalada por Parreira com: Taffarel, Jorginho, Mozer, Aldair e Branco; Mauro Silva, Dunga, Luís Henrique e Valdo; Bebeto e Valdeir (Careca). A partida, realizada no Estádio San Siro, em Milão, foi vencida pelo Brasil, por 1x0 (gol de Careca), no dia 19 de maio. A seguir, a Seleção Brasileira, disputou e conquistou a Copa da Ami-zade, em Los Angeles, derrotando o México (treinado pelo argentino César Luís Menotti) por 5x0, graças aos gols de Renato Gaúcho, Zinho, Paulo Sérgio e Bebeto (dois), em 31 de julho; e vencendo os norte-amri-canos por 1x0 (gol de Bebeto), no dia 2 de agosto.Ainda em agosto, no dia 26, a equipe de Parreira enfrentou a França, dirigida por Michel Platini, no “Parc dês Princes” em Paris, e venceu por 2x0, com gols de Luís Henrique e Raí. O compromisso seguinte foi contra Costa Rica, em Paranavaí, no noroeste do Estado do Paraná, no dia 22 de setembro. O jogo foi vencido pelo Brasil,por 4x2, com os gols brasileiros da auoria de Renato Gaúcho e Raí (três).Em 25 de novembro, aconteceu outra derrota, de novo perante o Uru-guai, em Campina Grande (Paraíba), por 2x1, sendo o único tento do

Brasil marcado por Edmundo. O ano foi encerrado, em 16 de dezem-bro, com uma convincente vitória sobre a Alemanha, dirigida por Berti Vogts e contando com Matthäus e Klinsmann, em Porto Alegre, por 3x1 (gols de Luís Henrique, Bebeto e Jorginho, para o Brasil).O Campeonato Brasileiro de 1993 espelhou o retrocesso organizacional da CBF, depois de cinco anos de fiel observância das regras de acesso e descenso, adotadas internacionalmente. Subiram doze clubes da divisão inferior e nenhum foi rebaisado. Em conseqüência, não houve Segunda Divisão, e a Primeira ficou inchada e com desequilíbrios técnicos.Iniciado em 4 de setembro, com 32 participantes, terminou em 19 de dezembro,com a conquista do título pelo Palmeiras, depois de vinte anos, derrotando o Vitória, da Bahia, nas duas partidas da final (1x0, em Salvador, com gol de Edílson: e 2x0, em São Paulo, com gols de Evair e Edmundo). O time verde, do Parque Antárctica, dirigido pelo técnico Luxemburgo, levantou a taça, com a seguinte escalação: Sérgio; Gil Baiano, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Mazinho, Edílson (Jean Carlo) e Zinho; Edmundo e Evair. O rubro-negro baiano, sob o comando técnico de Fito Neves, foi vice-campeão, formando com: Dida; Rodrigo, João Marcelo, China e Renato Martins; Gil Sergipano, Roberto Cavalo, Paulo Isidoro e Alex Alves; Claudinho (Fabinho) e Giuliano (Evandro).Para a Seleção Brasileira comandada por Parreira, o ano de 1993 teve início em 18 de fevereiro, com um empate por 1x1 (gol do Brasil mar-cado por Luís Henrique), em amistoso contra a Argentina, em Buenos Aires. No mês seguinte, realizou-se outro amistoso, contra a Polônia, no Brasil (Ribeirão Preto) registrando-se novo empate, por 2x2 (gols bra-sileiros de Müller e do meio-campista polonês Swierczerwski, contra). A primeira vitória do ano foi colhida nos Estados Unidos, em uma com-petição oficial (US Cup), no dia 6 de junho, derrotando os anfitriões por 2x0 (gols de Careca e Luís Carlos Winck). No jogo seguinte do torneio, em Washington, no dia 10 de junho, houve um empate, com a Aleman-ha, em 3x3 (gols do Brasil assinalados por Careca, Luisinho, do “Vas-co”, e pelo zagueiro alemão Helmer, contra). Com um gol do zagueiro Márcio Santos, a Seleção Brasileira empatou com a da Inglaterra, por 1x1, em 13 de junho, no seu último compromisso do qudrangular pro-movido pela federação norte-americana, no qual o Brasil se classificou,

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invicto, em segundo lugar, e a Alemanha, em primeiro. Em 18 de junho, a Seleção do Brasil estreiou na Copa América, dis-putada no Equador, empatando, em 0x0, com a Seleção Peruana. Sofreu uma derrota, no jogo seguinte, em 21 de junho, perante o Chile, por 3x2, com os gols do Brasil sendo marcados por Müller e Palhinha. A reabilitação veio na partida seguinte, no dia 24 do mesm mês, com a vitória por 3x0 sobre o Paraguai (dois gols de Palhinha e um de Edmun-do). A Seleção Argentina foi a adversária seguinte, no dia 27 de junho, e o jogo terminou empatado em 1x1 (gol de Müller para o Brasil). Na decisão por pênaltis, os portenhos venceram por 6x5. Com essa cam-panha, a Seleção do Brasil ficou apenas em sexto lugar. A Argentina foi a Campeã e o México clssificou-se em segundo.No mês seguinte, no dia 14, o Brasil voltou a enfrentar o Paraguai, em um amistoso realizado no Rio, vencendo por 2x0 (gols de Branco e Bebeto). Quatro dias depois, começaram as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994, com o Brasil empatando com o Equador, em Guayaquil, pelo placar de 0x0. No jogo seguinte, a Seleção do Brasil voltou a não marcar, perdendo para a Bolívia, na altitude de La Paz, por 2x0, no dia 25 de julho. Na terceira partida das Eliminatórias, os bra-sileiros conseguiram um vitória convincente, goleando a Venezuela, na cidade venezuelana de San Cristóbal, por 5X1, com gols de Raí, Bebeto (2), Branco e Palhinha.No dia 8 de agosto, o Brasil empatou com o México, em amistoso reali-zado no Estádio Rei Pelé, de Maceió, por 1x1 (gol de Márcio Santos). Uma semana depois, novamente pelas Eliminatórias, aconteceu outro empate de 1x1, com o Uruguai, no Estádio Centenário, de Montevidéu, sendo de Raí o gol brasileiro. No segundo jogo contra os equatorianos, efetuado no Estádio do Morumbi, em 22 de agosto, a vitória coube aos brasileiros, por 2x0 (gols de Bebeto e Dunga). A desforra contra a Bolívia veio no dia 29 do mesmo mês, no Recife, com a vitória por 6x0, graças aos gols de Raí, Bebeto (2), Müller, Branco e Ricardo Gomes. Nova vitória sobre a Venezuela foi obtida no dia 5 de setembro, no Mi-neirão, por 4x0, sendo dois gols da autoria do zagueiro Ricardo Gomes e os outros, de Palhinha e Evair. Finalmente, em 19 de setembro, no Maracanã, o Brasil derrotou o Uruguai por 2x0, com dois gols de Romário. Essa foi a campanha brasileira que garantiu o primeiro lugar

no seu grupo, entre os países da Conmebol. As duas últimas partidas, realizadas em 1993, tiveram caráter amistoso, e terminaram com uma derrota, em novembro, para a Alemanha, na ci-dade germânica de Colônia, por 2x1 (gol de Evair); e uma vitória sobre o México, em dezembro, no velho conhecido Estádio Jalisco, de Guada-lajara, pelo placar mínimo (gol de Rivaldo).O primeiro compromisso da Seleção Brasileira, em 1994, foi um amis-toso, em 23 de março, no Recife, contra a Argentina. A equipe coman-dada por Parreira venceu por 2x0, graças a dois gols de Bebeto. A seg-unda partida foi não oficial, pois o nosso escrete enfrentou, em Paris, no dia 20 de abril, um combinado formado por jogadores do “PSG” e do “Bordeaux”, entre os quais o brasileiro Marcio Santos, resultando em um empate, sem gols. No início de maio, em Florianópolis, foi colhida uma vitória por 3x0, com gols de Ronaldo, Zinho e Viola, sobre a Islân-dia. Em 5 de junho, o Brasil enfrentou outra seleção de pouca tradição, a do Canadá, em Edmonton, em amistoso que terminou empatado por 1x1 (gol brasileiro de Romário). Três dias depois, em San Diego (EUA), a Seleção Brasileira aplicou uma goleada de 8x2 em cima de Honduras (três gols de Romário, dois de Bebeto, e mais Cafu, Dunga e Raí). Em mais um amistoso nos Estados Unidos (Fresno), no dia 12 de junho, o Brasil ganhou de El Salvador por 4x0 (gols de Romário, Bebeto, Zinho e Raí).Finalmente, no dia 20 de junho, a Seleção do Brasil disputou a sua primeira partida da Copa do Mundo de 1994, em Palo Alto (EUA), vencendo a Rússia, por 2x0 , com gols de Romário e Raí. A segunda vitória foi obtida no jogo seguinte, em 24 de junho, no mesmo Stanford Stadium, de Palo Alto, contra a Seleção de Camarões, derrotada por 3x0 (gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto). No terceiro compromisso, em Detroit, no dia 28 de junho, houve um empate com a Suécia, por 1x1, com o tento brasileiro sendo marcado por Romário. Classificados em primeiro lugar no Grupo B, coube aos brasileiros a ingrata tarefa de enfrentar os anfitriões, justamente na data máxima dos EUA, o “Independence Day”, novamente em Palo Alto (San Francisco). Em 4 de julho de 1994, a Seleção Brasileira, com um gol de Bebeto, que recebeu um magnífico passe de Romário, derrotou a Norte-Amer-icana por 1x0, nas oitavas-de-final. O adversário do escrete brasileiro,

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na fase seguinte, foi o poderoso time holandês. No dia 9 de julho, em Dallas, Brasil e Holanda, nas quartas-de-final, fizeram um jogo emo-cionante, com cinco gols, todos marcados no segundo tempo. Romário abriu o placar e Bebeto ampliou. Um minuto depois, porém, Bergkamp diminuiu, e aos 31 minutos da etapa final, a equipe laranja chegou ao empate, por intermédio do lateral direito Winter. Faltavam menos de dez minutos para acabar o tempo normal, quando Branco arrancou da defesa para o ataque e chamou a falta. Marcada a penalidade, ele mes-mo arrumou a bola para a cobrança. Apesar da longa distância, Branco desferiu um pelotaço direto contra a meta do goleiro De Goeij, e mar-cou um belíssimo gol, que deu a vitória aos canarinhos, por 3x2.No Estádio Rose Bowl, em Pasadena (Los Angeles), no dia 13 de julho, aconteceu a partida semifinal entre Brasil e Suécia. O jogo, muito dis-putado, permanecceu com o marcador mudo até os 35 minutos, quando Romário assinalou o tento único da vitória brasileira. O jogo final foi disputado no mesmo estádio, no dia 17 de julho. A ad-versária foi a Itália, que vencera, na outra semifinal, a Bulgária por 2x1, com dois gols de seu grande astro Roberto Baggio. A partida, muito equilibrada, terminou empatada em 0x0. Apesa do empenho de ambos os times, também não houve gols durante a prorrogação. A disputa nos pênaltis foi iniciada pelo célebre zagueiro italiano Baresi, que desper-diçou. Entretanto, o zagueiro brasileiro Márcio Santos também não mar-cou. A seguir, o meio-campista Albertini converteu, fazendo Itália 1x0. Romário marcou, a seguir, empatando a decisão. Evani, que entrara no time italiano no decorrer da partida, não perdeu sua oportunidade estabelecendo 2x1 para a Itália. Branco empatou, novamente. Depois, foi a vez de Taffarel brilhar, defendendo o chute do atacante Massaro. Então, o capitão Dunga aproveitou sua cobrança e colocou o Brasil na frente: 3x2. O grande nome da Itália, que já havia marcado cinco gols na competição, foi o incumbido da cobrança seguinte. Chutou forte, mas muito alto, por cima do gol. Assim, sem necessidade da sua quinta cobrança (que seria feita por Bebeto), a Seleção Brasileira, comandada por Parreira, venceu a decisão e comemorou a sua quarta conquista da Copa do Mundo.O time campeão teve a seguinte escalação, na partida decisiva: Taffarel, Jorginho (Cafu), Aldair, Márcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga,

Zinho (Viola) e Mazinho; Bebeto e Romário. O grande líder e capitão Dunga ergueu a taça, e Romário, o melhor jogador da equipe brasileira, foi reconhecido pela FIFA como o melhor do torneio. No segundo semestre, entre 13 de agosto e 18 de dezembro, realizou-se o Campeonato Brasileiro de Futebol de 1994, com vinte e quatro participantes e a volta ao sistema de acesso e descenso normal.A decisão ocorreu em dois jogos, nos dias 15 e 18 de dezembro, de-frontando-se o “Palmeiras”, que já havia conquistado o título de 1993, e outro clube da capital paulista, o “Corinthians”. Ambos as partidas foram realizadas no Estádio do Pacaembu. A vitória palmeirense, por 3x1, com dois gols de Rivaldo e um de Edmundo (contra um de Marques), no primeiro jogo, seguida de um empate em 1x1 (gols de Marques e Rivaldo), deu ao clube do Parque Antárctica o bicampeonato nacional. A equipe campeã, dirigida por Wanderley Luxemburgo, e vencedora no dia 15, formou com: Velloso; Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Flávio Conceição e Mazinho; Edmundo (Amaral), Evair e Rivaldo. O time do Parque São Jorge, sob o comando técnico de Jair Pereira, foi derrotado, com a seguinte esca-lação: Ronaldo; Paulo Roberto, Pinga (Gralak), Henrique e Branco; Zé Elias, Luisinho, Marcelinho Paulista (Marques) e Souza; Marcelinho Carioca e Viola. No segundo jogo, que terminou empatado, o “Palmei-ras” levantou a taça, com o seguinte time: Velloso; Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Wagner; César Sampaio, Flávio Conceição (Amaral) e Mazinho; Edmundo (Tonhão), Evair e Rivaldo. O vice-campeão “Cor-inthians” alinhou: Ronaldo, Paulo Roberto, Gralak, Henrique e Branco; Zé Elias, Luisinho, Marcelinho Paulista e Souza (Tupãzinho); Marcelin-ho Carioca e Viola (Marques).Os artilheiros do Brasilerão de 1994, empatados com 19 gols, curiosa-mente não atuaram, nem na equipe campeã, nem na segunda colocada. Foram eles: Túlio, do “Botafogo” (5º colocado); e Amoroso, do “Gua-rani”, que se classificou em terceiro lugar.A Seleção do Brasil, Campeã do Mundo, voltou a jogar, no dia 23 de dezembro de 1994, já sob o comando do técnico Zagallo, em Porto Alegre, vencendo a Iugoslávia, por 2x0 (gols de Viola e Branco).A primeira partida da Seleção Brasileira, em 1995, foi jogada no Es-tádio Castelão, em Fortaleza, no dia 22 de fevereiro, goleando a Es-

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lováquia por 5x0 (dois gols de Bebeto, além de Souza, Túlio e Márcio Santos, com um cada). No segundo jogo, realizado em Goiânia, no dia 29 de março, com uma formação composta, exclusivamente, por joga-dores atuantes no país, registrou-se um empate com Honduras, por 1x1, com o gol do Brasil sendo marcado por Túlio. O terceiro compromisso, efetivado na Espanha em 27 de abril, quando a Seleção Brasileira foi comandada por Parreira, não foi oficial, pois o adversário foi um clube, o “Valencia”, que foi derrotado por 4x2, graças a três gols de Túlio e um de Juninho Paulista. A terceira partida de 1995 foi realizada na cidade israelense de Ramat Gan, em 17 de maio, contra a Seleção de Israel, derrotada pela do Brasil, novamente com Zagallo, por 2x1 (gols de Túlio e Rivaldo). Em seguida, o Brasil disputou, na Inglaterra, uma competição, a Copa Umbro, que foi um torneio amistoso, reunindo as Seleções Inglesa, Sueca, Japonesa e Brasileira. Em seu primeiro jogo, o Brasil venceu a Suécia por 1x0 (gol de Edmundo), no dia 4 de junho, em Birmingham. A sgunda vitória, sobre o Japão, por 3x0 (dois gols do Zinho e um do Robero Carlos), foi conseguida em 6 de junho, na cidade de Liverpool.Por último, a nossa seleção derrotou a anfitriã, no Estádio de Wembley, em Londres, no dia 11 de junho, por 3x1 (gols brasileiros marcados por Juninho Paulista, Ronaldo e Edmundo). Assim, de forma invicta (três vitórias), a Seleção Brasileira levantou a “Umbro Cup”.Ainda em junho, no dia 29, o Brasil obteve nova vitória, no Recife, der-rotando, com dois gols de Túlio, a Polônia, pelo placar de 2x1. No mês seguinte, teve lugar, no Uruguai, a disputa da Copa América de 1995.A Seleção Brasileira estreou no dia 7 de julho, vencendo o Equador por 1x0 (gol do zagueiro Ronaldão), em Rivera. Em 10 de julho, no mesmo estádio de Rivera, o Brasil derrotou o Peru, por 2x0 (gols de Zinho e Edmundo). Nova vitória, sem sofrer gols, no dia 13 de julho, em Rivera, marcando 3x0 sobre a Colômbia (gols de Leonardo, Túlio e Juninho Paulista, em cobrança olímpica de escanteio, com a colaboração do goleiro Higuita). A seqüência vitoriosa foi interrompida, em 17 de julho, ainda no estádio de Rivera, por ocasião do quarto compromisso, válido pelas quartas-de-final da competição, quando se registrou um empate com a Argentina, por 2x2, com os gols do Brasil anotados para Edmun-do e Túlio. Na decisão por pênaltis, brilhou a estrela de Taffarel, que de-

fendeu duas cobranças, assegurando a vitória brasileira por 4x2. Seguiu-se outra vitória, em 20 de julho, sobre os Estados Unidos, no Estádio Campus de Maldonado, por 1x0 (gol de Aldair), em jogo semifinal. A última e decisiva partida da Copa América foi realizada no tradicional Estádio Centenário de Montevidéu, em 23 de julho. Alinharam-se para o confronto as equipes do Brasil e a do Uruguai, anfitriã da competição. Ao término da peleja, arduamente disputada, o placar registrou o em-pate de 1x1 (gol brasileiro de Túlio). Em nova decisão por pênaltis, os donos da casa foram mais felizes e levantaram a taça. O Brasil conquis-tou um honroso vice-campeonato.O Campeonato Brasileiro de Futebol de 1995 foi realizado no seg-undo semestre, entre 19 de agosto e 17 de dezembro, reunindo 24 participantes. Pela primeira vez, seguindo a orientação da FIFA, toda e qualquer vitória, mesmo com apenas um gol de diferença, passou a valer três pontos.A decisão se deu em dois confrontos entre “Botafogo” e “Santos”, efeivados em 14 de dezembro (Estádio do Maracanã) e 17 de dezembro de 1995 (Estádio do Pacaembu). O técnico Paulo Autuori, do alvinegro carioca, escalou, para o jogo no Rio: Wágner; Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva (Iranildo); Jamir, Leandro, Beto e Sérgio Manoel; Donizete Pantera (Moisés) e Túlio. O alvinegro praiano, comandado pelo treinador Cabralzinho, alinhou: Edinho; Vágner, Nar-ciso, Marquinhos Capixaba e Marcos Paulo; Gallo, Carlinhos e Marcelo Passos; Giovanni, Jamelli (Macedo) e Robert (Camanducaia). A vitória coube ao “Botafogo” por 2x1 (gols de Wilson Gottardo e Túlio, versus um de Giovanni).No segundo jogo, em São Paulo, o time carioca formou com: Wágner; Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e André Silva (Moisés); Leandro, Jamir, Beto e Sérgio Manoel; Donizete Pantera e Túlio. A equipe santista foi escalada como segue: Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo, Narciso e Marcos Adriano; Carlinhos, Marcelo Passos e Rob-ert (Macedo); Jamelli, Giovanni e Camanducaia. Com o empate em 1x1 (gols de Túlio e Marcelo Passos), o clube da Estrela Solitária vestiu a faixa de Campeão Brasileiro de 1995. Durante o segundo semestre de 1995, a Seleção Brasileira continuou em atividade, colhendo mais algumas vitórias. Em 9 de agosto, venceu

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o Japão, em Tóquio, por 5x1, com gols de Edmundo, Leonardo, Cesar Sampaio e Sávio, além de um gol contra do atacante japonês Fukuda, que, aliás, foi também o autor do gol único do seu time. Em seguida, no dia 12 de agosto, na cidade coreana de Suwon, o Brasil enfrentou e ganhou da Coréia do Sul, por 1x0 (gol de Dunga).Em território nacional (Mineirão), no dia 27 de setembro, o técnico Zagallo escalou uma equipe composta exclusivamente por jogadores atuantes em clubes brasileiros, e a nossa seleção empatou com a rom-ena, por 2x2 (gols do Brasil assinalados por Marques e Sávio).No dia 11 de outubro, contando também com os craques que jogavam no exterior, a Seleção Brasileira venceu a do Uruguai, no Estádio Fonte Nova, em Salvador, por 2x0 (dois gols de Ronaldo). Em 8 de novembro, conquistou outra vitória, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, derrotando a Argentina por 1x0 (gol de Donizete Pantera). Dando preferência, novamente, aos jogadores radicados no país, a Seleção do Brasil cumpriu seu último compromisso do ano, em 20 de dezembro de 1995, no Estádio Vivaldo Lima, de Manaus, vencendo a Colômbia, pelo placar de 3x1 (dois gols brasileiros de Túlio e um do zagueiro Carlin-hos, do “Guarani”). A CBF foi convudada a participar da Copa Ouro da Concacaf, no início de 1996, e aceitou, fazendo-se representar pela sua Seleção Olímpica (Sub-23), dirigida pelo técnico da principal, Zagallo. O primeiro jogo do Brasil na competição, realizada em Los Angeles (EUA), aconteceu no dia 12 de janeiro de 1996 e teve, como adversário, o Canadá, der-rotado por 4x1 (gols brasileiros do lateral esquerdo André, e dos ata-cantes Caio, Sávio e Leandro Machado). Nova vitória foi obtida em 14 de janeiro, goleando Honduras por 5x0 (dois gols de Jamelli e de Caio, e mais um de Sávio). A terceira vitória consecutiva do Brasil veio em 18 de janeiro, contra os Estados Unidos, em disputa pelas semifinais, quando os anfitriões perderam por 1x0 (gol de Sávio). A partida final foi jogada no dia 21 de janeiro, contra o México, que venceu por 2x0, sagrando-se Campeão da “Golden Cup”. Ao Brasil, restou o consolo do vice-campeonato.Em março de 1996, a Seleção Brasileira principal voltou a atuar, em um amistoso realizado no interior paulista (São José do Rio Preto), no dia 27, goleando a Seleção de Gana por 8x2, com três gols de Marques,

e outros cinco marcados, um cada, pelos laterais Zé Maria e André, e mais os também atacantes Sávio, Rivaldo e Luizão. O jogo seguinte, em 24 de abril, também teve uma seleção africana como adversária, Reali-zada em Johannesburg, a partida contra a África do Sul terminou com a vitória brasileira, de virada, por 3x2 (Flávio Conceição, Rivaldo e Be-beto). De novo no Brasil, a nossa seleção empatou, em Manaus, no dia 22 de maio, com a Seleção Olímpica da Croácia, em 1x1 (gol de Sávio). Em 26 de junho, no Estádio Engenheiro Araripe, de Vitória, a Seleção Brasileira derrotou a Seleção Olímpica da Polônia, por 3x1 (dois gols de Bebeto e um de Narciso).No dia 8 de agosto, teve início o Campeonato Brasileiro de 1996, re-unindo 24 participantes em sua primeira fase. Conforme o rgulamento, então em vigor, os oito primeiro colocados passaram à fase final, dis-putada em sistema eliminatório.O Campeão Brasileiro de 1996 foi o “Grêmio”, que derrotou a “Portu-guesa” por 2x0, no último jogo, realizado em 15 de dezembro, no seu Estádio Olímpico, de Porto Alegre. O time base do tricolor gaúcho, dirigido pelo técnico Luiz Felipe Scolari, foi: Danrlei; Arce, Rivarola, Adilson e Roger; Dinho, Luís Carlos Goiano, Carlos Miguel e Émer-son; Paulo Nunes e Zé Alcino. Tiveram participações importantes: o zagueiro Mauro Galvão, que jogou, inclusive, a partida final; e o meia-atacante Ailton, que entrou em campo durante o jogo, e marcou o gol decisivo do título, aos 39 minutos do segundo tempo.A equipe vice-campeã da lusa de São Paulo, sob o comando técnico de Candinho, alinhou, na última partida: Clemer; Valmir, Émerson, César e Carlos Roberto (Flávio); Capitão, Gallo, Caio e Zé Roberto; Alex Alves e Rodrigo Fabri.A artilharia do certame foi compartilhada, com 16 gols cada, por Paulo Nunes (“Grêmio”) e Renaldo (“Atlético Mineiro”).O torneio masculino de futebol nos Jogos Olímpicos de 1996 foi reali-zado nos Estados Unidos, entre 20 de julho e 3 de agosto. A Seleção Olímpica do Brasil estreou no dia 21 de julho, sendo surpreendente-mente derrotada pelo Japão, por 1x0. No jogo seguinte, dia 23, venceu a Hungria por 3x1 (gols brasileiros de Ronaldo, Juninho Paulista e Bebeto). Dois dias depois, com um gol de Ronaldo, ganhou, por 1x0, da Nigéria. Com esses resultados, o Brasil classificou-se em primeiro

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lugar no seu grupo, ficando a Nigéria em segundo. Nas quartas-de-final, a nossa seleção derrotou Gana, no dia 28 de julho, por 4x2, com gols de Ronaldo, Bebeto e um gol contra de Doudu. Como a Nigéria derrotou o México, foi programado um novo confronto com o time africano, nas semifinais. No dia 31 de julho, na cidade norte-americana de Athens, os brasileiros abriram o placar, por intermédio de Flávio Conceição, com apenas 1 minuto de jogo. Em lance infeliz, aos 20 minutos, Roberto Carlos marcou contra as redes guarnecidas por Dida, empatando o jogo. Mas, ainda no primeiro tempo, com um gol de Bebeto, aos 28 minutos, e outro de Flávio Conceição, dez minutos depois, o Brasil estabele-ceu a vantagem de 3x1. Esse resultado se manteve até os 33 minutos do segundo tempo, quando a Nigéria diminuiu a diferença, por meio de um gol de Ikpeba. A partida caminhava para o final, com a vitória brasileira por 3x2, quando, no último minuto, os nigerianos empataram, graças a um gol de Kanu. Na prorrogação, aos quatro minutos, o mesmo Kanu assinalou novamente, decretando a vitória da Nigéria, por 4x3. Ao Brasil, restou a disputa pela medalha de bronze, no dia 2 de agosto, enfrentando e derrotando Portugal, com uma goleada de 5x0 (gols de Ronaldo, Flávio Conceição e três de Bebeto).Na final, a Nigéria venceu a Argentina, também na prorrogação. Com seis gols, Bebeto dividiu a artlharia com o argentino Crespo. Com cinco, Ronaldo foi o vice-artilheiro.No segundo semestre de 1996, a Seleção Brasileira principal continuou disputando amistosos. No dia 28 de agosto, em Moscou, empatou em 2x2, com a Rússia (gols brasileiros de Donizete Pantera e Ronaldo). O mesmo placar se registrou, três dias depois, em Amsterdam, no con-fronto com a Holanda (tentos do Brasil assinalados por Giovanni e Gon-çalves).Em 16 de outubro, no Estádio Alberto Silva, em Teresina, aconteceu o jogo entre o Brasil e a Lituânia, que terminou com a vitória brasleira por 3x1, com três gols de Ronaldo. A adversária seguinte foi a Seleção de Camarões, derrotada em Curitiba pelo placar de 2x0 (Giovanni e Djalminha). O último compromisso do ano de 1996, foi cumprido em Manaus, no dia 18 de dezembro, com uma vitória sobre a Bósnia-Her-zegovina, por 1x0 (gol de Ronaldo).O primeiro jogo da Seleção Brasileira, dirigida por Zagallo, em 1997,

ocorreu no dia 26 de fevereiro, em Goiânia, resultando em vitória sobre a Polônia por 4x2 (gols de Giovanni e Ronaldo, dois de cada um). No dia 2 de abril, foi obtida nova vitória, em Brasília, com goleada de 4x0 em cima do Chile, com dois gols de Romário e dois de Ronaldo. No final do mesmo mês, o México foi derrotado com idêntico placar, graças a um gol de Leonardo e três de Romário, em Miami (EUA)Em 30 de maio, foi a vez de se ver a defesa brasileira, vencida em quatro gols, ao ser derrotada por 4x2, pela Noruega, em Oslo. Os tentos brasileiros foram da autoria de Djalminha e Romário. No dia 3 de junho, em Lyon, houve um empate entre a anfitriã, França, e o Brasil, com um gol para cada lado, sendo o brasileiro marcado pelo lateral esquerdo Roberto Carlos. Foi esse o primeiro jogo do Torneio da França. Na partida seguinte, também em Lyon, no dia 8 do mesmo mês, registrou-se novo empate da Seleção Brasileira, dessa vez com a Italiana. O marcador final assinalou 3x3, com os gols, para o Brasil, sendo da autoria do meio-campista Lombardo da “Azzurra”, contra suas próprias redes, de Ronaldo e de Romário. Finalmente, a vitória, pelo placar mínimo, veio no último jogo de “Le Tournoi”, realizado em Paris, no dia 10 de junho, justamente contra a Inglaterra, que havia vencido seus compromissos anteriores, graças ao gol marcado por Romário. Apesar de derrotada, a Seleção Inglesa sagrou-se campeã da competição, com seis pontos, ficando a Brasileira em segundo lugar, com cinco pontos.Logo em seguida, no dia 13 de junho, o Brasil disputou seu primeiro jogo pela Copa América de 1997, em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, goleando Costa Rica por 5x0, com gols de Djalminha, do zagueiro costarriquenho Gonzalez (contra), dois de Ronaldo e Romário. A seleção canarinho jogou novamente em 16 de junho, vencendo o México por 3x2 (gols brasileiros de Aldair, Leonardo e do volante mexicano Romero, contra sua própria meta). Nova vitória foi obtida no dia 19, sobre a Colômbia, por 2x0 (Dunga e Edmundo). O compromisso seguinte, em 22 de junho, resultou em outra vitória, em cima do Para-guai, pelo mesmo placar de 2x0 (dois gols de Ronaldo). No dia 26, foi a vez do Peru ser goleado por 7x0, com gols de Denílson, Flávio Con-ceição, Romário (2), Leonardo (2) e Djalminha.Com essa brilhante campanha, a Seleção Brasileira, comandada por

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Zagallo, chegou à final, a ser travada contra a anfitriã, Bolívia, na alti-tude de La Paz. Em 29 de junho, o Brasil conquistou o título da Copa América de 1997 (pela primeira vez, fora de casa), vencendo por 3x1 (Denílson, Ronaldo e Zé Roberto). Eufórico, Mário Jorge Lobo Zagallo proferiu sua frase que se tornou célebre: “Vocês vão ter que me engo-lir”.O Campeonato Brasileiro de 1997, excepcionalmente com 26 partici-pantes, teve início em 5 de julho. Chegaram á disputa final, em dezem-bro, o “Vasco” e o “Palmeiras”. Em ambos os jogos da decisão, no Morumbi (dia 14) e no Maracanã (dia 21), não houve gols. Em face dos dois empates por 0x0, o clube de São Januário conquistou o título, de acordo com o regulamento, por ter feito melhor campanha (ganhou 70 pontos em 33 jogos, contra 58 da equipe do Parque Antártica).O time campeão do “Vasco da Gama”, sob o comando do técnico Antônio Lopes, alinhou na última partida: Carlos Germano; Válber, Odvan, Mauro Galvão e Felipe; Luisinho, Nasa, Juninho (Pedrinho) e Ramon; Edmundo e Evair (Nélson).A equipe do “Palmeiras”, vice-campeã, dirigida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, formou com: Velloso; Pimentel, Roque Júnior, Cléber e Júnior; Galeano (Marquinhos), Rogério, Alex (Oséas) e Zinho; Euller e Viola (Chris).O artilheiro do certame foi Edmundo, do “Vasco”, com 29 gols.Após a gloriosa vitória na Copa América, a Seleção Brasileira voltou a disputar um amistoso em 10 de agosto, vencendo, na capital Seul, a Coréia do Sul, por 2x1 (gols brasileiros de Ronaldo e Sonny Anderson). Em prosseguimento ao seu giro asiático, o Brasil venceu, em 13 de agosto, na cidade de Osaka, a Seleção do Japão, por 3x0 (dois gols do Flávio Conceição e um do Júnior Baiano).Em 10 de setembro, já no Brasil (Estádio Mangueirão, em Belém), a Seleção Brasileira venceu a Equatoriana, pelo placar de 4x2 (dois gols de Dodô e um cada, de Denílson e Émerson). No dia 9 de outubro, no mesmo local, o Brasi derrotou Marrocos por 2x0, com os dois tentos assinalados pelo Denílson. No Estádio Mané Garrincha, de Brasília, em 11 de novembro, aconteceu nova vitória, por 3x0, sobre a Seleção do País de Gales, com gols de Zinho, Rivaldo e Rodrigo Fabri.No dia 7 de dezembro, já no exterior, o Brasil realizou seu último amis-

toso, antes da Copa das Confederações de 1997. Enfrentou e venceu, em Johannesburg, a África do Sul, por 2x1, com gols de Romário e Bebeto.De 12 a 22 de dezembro de 1997, realizou-se na Arábia Saudita, a primeira edição oficial da Copa das Confederações da FIFA. O primeiro desafio da Seleção Brasileira foi enfrentar, na abertura da competição, a equipe anfitriã, da Arábia Saudita, no Estádio Rei Fahd, em Riad. A vitória ocorreu de forma tranqüila, por 3x0, graças a dois gols do Romário e um do César Sampaio. O compromisso seguinte, dois dias depois, resultou em um empate, sem gols, com a Austrália. Em 16 de dezembro, com gols de Romário, Denílson e Júnior Baiano, o Brasil venceu o México por 3x2. Assim, com duas vitórias e um empate, a Seleção Brasileira classificou-se em primeiro lugar no Grupo A, seguida pela Australiana. Na fase das semifinais, seguiu-se outra vitória, no dia 19, sobre a República Tcheca pelo placar de 2x0 (Romário e Ronaldo). Como a Austrália derrotou, pelo placar mínimo, o Uruguai, a decisão do título, programada para o dia 21 de dezembro, no Estádio Rei Fahd, da capital Riad, reuniu, novamente, as Seleções Australiana e Brasileira, que haviam empatado, na primeira fase. Dessa maneira, o Brasil ganhou a Copa das Confederações de 1997, de forma convincente, ao vencer a Austrália, na partida final, por 6x0, com gols de Ronaldo e Romário (três de cada um).Dunga, como capitão do Brasil, recebeu a Taça de Campeão; Denilson recebeu a Bola de Ouro, considerado pela FIFA como o melhor jogardor do torneio; e Romário recebeu a Chuteira de Ouro, como artilheiro da competição, com sete gols. A Seleção Brasileira foi novamente convidada para a disputa da Copa Ouro da Concacaf, e assim iniciou o ano de 1998. O seu primeiro jogo, em Miami, no dia 3 de fevereiro, foi contra a Se-leção da Jamaica, e terminou 0x0. Dois dias depois, na mesma cidade, houve novo empate do Brasil, com a Guatemala, por 1x1 (gol brasileiro de Romário). Na última partida da fase classificatória, em 8 de fever-eiro, no Estádio Coliseum, de Los Angeles, aconteceu finalmente uma vitória brasileira, sobrepujando El Salvador por 4x0, com gols de Ed-mundo, Romário e dois, de Èlber. Dessa forma, o Brasil se classificou em segundo lugar no seu grupo, superado pela Jamaica.

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Pelas semifinais, coube à Seleção do Brasil enfrentar a Seleção dos Estados Unidos, anfitriã do torneio, no mesmo estádio de Los Angeles, no dia 10 de fevereiro. A vitória sorriu aos norte-americanos, por 1x0. Restou ao Brasil o consolo do terceiro lugar, conquistado no dia 15 de fevereiro, ao vencer, também por 1x0 (gol de Romário), a Jamaica. Não foi um resultado auspicioso para a Seleção Brasileira, considerando a menor expressão, no cenário mundial, das equipes participantes.Em março, no dia 25, o Brasil colheu um resultado expressivo, ao derrotar, na cidade germânica de Stuttgart, a Alemanha por 2x1 (gols brasileiros de César Sampaio e Ronaldo). Em compensação, no dia 29 de abril, no Rio de Janeiro, perdeu para a Argentina, pelo placar de 1x0.O amistoso do mês de maio (dia 31) foi realizado em Bilbao, na Es-panha, contra o time local do “Atlético de Bilbao”, resultando em um empate de 1x1 (gol de Rivaldo, para a seleção). O último amistoso, an-tes da Copa do Mundo, foi efetivado no dia 3 de junho, em Paris, contra a Seleção de Andorra, derrotada por 3x0 (Giovanni, Rivaldo e Cafu). No dia 10 de junho de 1998, no “Stade de France”, na cidade de Saint-Denis, o Brasil venceu a Escócia por 2x1 (gols brasileiros de César Sampaio e do lateral-esquerdo escocês Tom Boyd, contra), estreando na Copa do Mundo da França. Em 16 de junho, na cidade de Nantes, a Seleção Brasileira derrotou a Marroquina por 3x0 (Ronaldo, Rivaldo e Bebeto). Entretanto, em Marselha, no dia 23 de junho, após ter aberto a contagem, por intermédio de Bebeto, o Brasil foi surpreendido pela Noruega, que venceu, de virada, por 2x1. Apesar da derrota inesperada, o time canarinho obteve o primeiro lugar do grupo.No compromisso seguinte, válido pelas oitavas-de-final, no Estádio “Parc des Princes”, de Paris, em 27 de junho, a Seleção Brasileira obteve uma convincente vitória sobre a Chilena, por 4x1 (dois gols de César Sampaio e dois, de Ronaldo).Nas quartas-de-final, no dia 3 de julho, novamente em Nantes, o Brasil enfrentou a Dinamarca, que abriu o placar, com apenas dois minutos de jogo. Aos onze minutos, o jogo foi empatado, com um gol de Bebeto. A Seleção Brasileira marcou novamente aos vinte e sete, com Rivaldo, e o primeiro tempo terminou com o placar de 2x1, favorável aos brasileiros. Entretanto, os dinamarqueses conseguiram empatar, fazendo 2x2, aos cinco minutos do segundo tempo. Dez minutos depois, outra vez Ri-

valdo marcou, decretando a vitória do Brasil por 3x2.No dia 7 de julho, de novo em Marselha, em partida semifinal, o time canarinho do Brasil encarou a equipe laranja da Holanda. Foi um jogo emocionante e equilibrado, cujo primeiro tempo terminou com o placar em branco. Entretanto, com um minuto de jogo na segunda etapa, Ronaldo abriu o marcador. Quando a vitória brasileira já parecia assegurada, faltando três minutos para o término da partida, Kluivert marcou, decretando o empate em 1x1, que ficou inalterado durante a prorrogação. Na disputa por pênaltis, os quatro primeiros cobradores brasileiros, Ronaldo, Rivaldo, Émerson e Dunga, tiveram sucesso. Pelo lado holandês, Frank de Boer e Denis Bergkamp converteram as duas primeiras cobranças. Mas, em seguida, Taffarel tornou-se o herói da noite, ao defender os chutes de Phillip Cocu e Ronald de Boer. Com a vitória, nos pênaltis, por 4x2, o Brasil se credenciou para a decisão do título, na partida final. A Copa do Mundo de 1998, colocou, frente a frente, as Seleções Bra-sileira (Campeã Mundial, em 1994) e a Francesa, anfitriã da com-petição, para decidirem o título, no “Stade de France”, em Saint-Denis, no dia 12 de julho. Aconteceu, porém, um episódio inusitado. Cerca de cinco horas antes do início do jogo, na concentração, o grande astro do Brasil, Ronaldo, sofreu uma convulsão, provavelmente ocasionada por um colapso nervoso, causado por estresse. Após os primeiros socorros, o craque foi levado a um hospital para fazer os exames necessários. Nesse ínterim, conforme exigido pelas normas regulamentares, foi divulgada a escalação da Seleção do Brasil, com Edmundo, no lugar do Fenômeno. Entretanto, os exames não revelaram nenhuma anormali-dade e Ronaldo foi para o estádio, onde manifestou seu desejo de atuar na partida. Em decisão equivocada, ou, no mínimo, temerária, a comis-são técnica, com o aval do médico, o colocou em campo. Logicamente, Edmundo ficou insatisfeito e recebeu o apoio solidário de diversos companheiros. Ronaldo entrou no gramado cabisbaixo e, desde o início, jogou de forma apática. Essa apatia contagiou toda a equipe. Por seu turno, o time francês, liderado por Zidane, que marcou dois gols no primeiro tempo, fez uma exibição primorosa. Para fechar com chave de ouro a participação da França na competição, Petit marcou mais um tento, no final da partida, estabelecendo o marcador de 3x0. O capitão

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da Seleção Francesa, Didier Deschamps ergueu a taça, inscrevendo seu país no rol dos Campeões do Mundo.Apesar da má atuação no jogo final, as boas apresentações de Ronaldo, nas partidas anteriores, fizeram-no merecedor do Prêmio FIFA da Bola de Ouro, como o melhor jogador do torneio.A equipe brasileira, Vice-Campeã Mundial, com Zagallo como técnico e Zico como coordenador, atuou na última partida da Copa do Mundo de 1998, com a seguinte formação: Taffarel; Cafu, Júnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; César Sampaio (Edmundo), Dunga, Rivaldo e Leon-ardo (Denílson); Ronaldo e Bebeto. Além desses jogadores, integraram a Seleçao os seguintes reservas: Carlos Germano, Dida, Zé Carlos, Gon-çalves, André Cruz, Émerson, Zé Roberto, Doriva e Giovanni.O Campeonato Brasileiro de 1998 teve início em 25 de julho, com 24 participantes. A decisão do título, entre “Corinthians” e “Cruzeiro”, foi realizada em três partidas, disputadas nos dias 13, 20 e 23 de dezembro, no Mineiráo ( a primeira) e no Morumbi (as outras duas). O jogo reali-zado em Belo Horizonte terminou empatado em 2x2 (gols de Valdo e Müller, para a equipe mineira; e de Dinei e Marcelinho Carioca, em fa-vor da paulista). No encontro seguinte, em São Paulo, registrou-se novo empate em 1x1, marcando Marcelinho Carioca, para o time do Parque São Jorge; e Marcelo Ramos, em favor da equipe da Toca da Raposa. No terceiro confronto, aconteceu a vitória corintiana por 2x0 (Edílson e Marcelinho Carioca). O campeão “Corinthians”, dirigido pelo técnico Wanderley Luxem-burgo, atuou na última partida, com: Nei; Índio, Batata (Cris), Gamarra e Sylvinho; Vampeta, Rincón, Ricardinho (Amaral) e Marcelinho Carioca; Mirandinha (Dinei) e Edílson. O técnico Levir Culpi escalou o time vice-campeão do “Cruzeiro” com: Dida; Gustavo (Alex Alves), Marcelo Dijan, João Carlos e Gilberto; Valdir (Marcelo Ramos), Djair, Ricardinho e Valdo; Müler e Fábio Júnior.O primeiro jogo da Seleção Brasileira, com novo técnico (Wanderley Luxemburgo), após a Copa do Mundo da França, foi um amistoso, no Brasil, em 23 de setembro de 1998, contra a Iugoslávia, que terminou empatado em 1x1, com o gol brasileiro da autoria de Marcelinho Cari-oca. Em 14 de outubro, nos Estados Unidos, o Brasil goleou o Equador por 5x1 (com três gols de Élber, Marcelinho Carioca e Cafu). Na última

partida do ano, no dia 18 de novembro, no Estádio Castelão de For-taleza, nova goleada de 5x1, sobre a Rússia, com gols de Élber, Amo-roso (dois), Rivaldo e Marcos Assunção.O ano de 1999 foi iniciado, para a Seleção do Brasil, no dia 28 de março, com uma derrota, por 1x0, para a Coréia do Sul, em Seul. Rea-bilitou-se, três dias depois, ao vencer o Japão, em Tóquio, por 2x0, com gols de Amoroso e Émerson. No dia 28 de abril, em jogo não oficial, em homenagem ao centenário do “Barcelona”, no seu Estádio “Nou Camp”, a Seleção Brasileira, com os gols de Ronaldo e Rivaldo (joga-dor do próprio “Barça”, à época) empatou com o clube anfitrião (2x2). Em junho, no dia 5, houve um novo empate de 2x2, no Estádio da Fonte Nova, em Salvador, entre as Seleções da Holanda e do Brasil, cujos gols foram marcados por Amoroso e Giovanni. No dia 8, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, houve um novo encontro Brasil x Holanda, re-sultando na vitória brasileira por 3x1, com os tentos do Brasil anotados por Frank de Boer (contra), Amoroso e Leonardo. Ainda em junho de 1999, no dia 26, em Curitiba, o Brasil obteve nova vitória, derrotando a Letônia por 3x0 gols de Alex, Roberto Carlos e Ronaldo.A Copa América de 1999, realizada no Paraguai, desenvolveu-se de 29 de junho a 18 de julho. O primeiro compromisso do Brasil aconteceu em 30 de junho, na “Ciudad del Este”, onde enfrentou a Venezuela, goleando por 7 x 0, com gols de Ronaldo (2), Émerson, Amoroso (2), Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Em 3 de julho, o selecionado brasileiro venceu o do México, na mesma cidade, por 2x1 (gols de Amoroso e Alex, para o Brasil). A terceira vitória, ainda em “Ciudad del Este”, veio no dia 6 de julho, sobre o Chile, pelo placar mínimo (tento de Ronaldo). Com três vitórias, a Seleção Brasileira classificou-se como a primeira colocada do seu grupo. Na fase seguinte (quartasde-final), o Brasil enfrentou a Argentina, sua grande rival sul-americana, no mesmo Estádio “Tres de Febrero”, de “Ciudad del Este”, em 11 de julho. Com gols de Rivaldo e Ronaldo, e um pênalti defendido por Dida, os brasileiros sobrepujaram os “herma-nos” portenhos por 2x1. O adversário da semifinal, em 14 de julho, foi o México, derrotado novamente por 2x0 (gols de Amoroso e Rivaldo). A partida final foi realizada em “Assunción” (Estádio “Defensores del Chaco”), no dia 18 de julho. A decisão do título colocou, frente à frente,

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as equipes do Brasil e do Uruguai, duas grandes forças do futebol con-tinental. A convincente vitória brasileira por 3x0, com gols de Rivaldo (2) e Ronaldo, significou a sexta conquista da Copa América, com 100% de aproveitamento (seis vitórias em seis jogos). Os artilheiros da competição foram Rivaldo e Ronaldo, com cinco gols cada um. O time brasileiro, dirigido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, disputou o jogo decisivo com a seguinte formação: Dida; Cafu, João Carlos, Antônio Carlos e Roberto Carlos; Émerson, Flávio Conceição, Zé Roberto e Rivaldo; Amoroso e Ronaldo. Logo após a conquista da Copa América, a equipe verde-amarela teve outro desafio pela frente. No dia 24 de julho de 1999, no Estádio “Jalis-co” em Guadalajara, no México, o Brasil derrotou a Alemanha, pelo convincente placar de 4x0 (gols de Zé Roberto, Ronaldinho Gaúcho a Alex, dois), em seu primeiro jogo pela Copa das Confederações. A Seleção Brasileira obteve nova vitória, no dia 28 de julho, superando a Norte-Americana por 1x0, com um gol de Ronaldinho Gaucho. Oorreu novo sucesso, em 30 de julho, no mesmo estádio de Guadalajara, ao sonbrepujar a Nova Zelândia, por 2x0, com tentos marcados por Mar-cos Paulo e Ronaldinho Gaúcho. No compromisso seguinte, no dia 1º de agosto, o Brasil goleou a Arábia Saudita por 8x2, com três gols de Ronaldinho Gaúcho, dois de Alex e, ainda, de João Carlos, Zé Roberto e Roni.Depois dessas quatro vitórias, a Seleção do Brasil decidiu o título contra os donos da casa, no Estádio Azteca, na Cidade do México, em 4 de agosto de 1999. Em jogo bastante disputado, no qual o zagueiro brasileiro João Carlos foi expulso, os mexianos levaram a melhor por 4x3 (gols brasileiros de Serginho, Roni e Zé Roberto) Assim, a Seleção Brasileira, comandada por Luxemburgo, ficou com o vice-campeonato.Exatamente um mês depois, no dia 4 de setembro, o Brasil perdeu, no-vamente, em um amistoso no Estádio Monumental de Nuñez, de Bue-nos Aires, para a Argentina, por 2x0. A reabilitação veio no Dia da Inde-pendência, quando os canarinhos sobrepujaram os argentinos, em Porto Alegre (Estádio Beira-Rio) por 4x2, com três gols de Rivaldo e um de Ronaldo. Em outubro, no dia 9, em sua última partida sob o comando de Luxemburgo, a Seleção Brasileira empatou com a Holandesa, em Amsterdam, por 2x2 (gols dos laterais Cafu e Roberto Carlos).

Dirigida por Candinho, a equipe do Brasil realizou um jogo no dia 13 de novembro de 1999, na cidade espanhola de Vigo, obtendo um em-pate com a Espanha, em 0x0.O Campeonato Brasileiro de 1999 foi disputado por 22 clubes, entre 24 de julho e 22 de dezembro. O critério de rebaixamento foi modificado, passando a considerar a média dos pontos obtidos nos campeonatos de 1999 e 1998. Na primeira fase, em que todos jogaram entre si, em turno único, o “Corinthians” obteve o primeiro lugar. Após as quartas-de-final e as semifinais, classificaram-se para a decisão do título o “Atlé-tico Mineiro” e o já mencionado clube paulista. As três partidas finais foram realizadas no dia 12 de dezembro, em Belo Horizonte, com a vitória atleticana por 3x2; em São Paulo, nos dias 19 e 22, registrando-se o triunfo do “Corinthians” por 2x0, seguido por um empate em 0x0. Esses três resultados deram ao clube do Parque São Jorge a merecida conquista, tendo em vista a sua melhor campanha (59 pontos ganhos em 29 jogos) contra 49 pontos obtidos pelo “Galo”. O time corintiano campeão, dirigido pelo técnico Oswaldo de Oliveira, alinhou, no último jogo: Dida; Índio, João Carlos, Márcio Costa e Kléber; Gilmar (Edu), Vampeta (Marcos Senna), Rincón e Ricardinho; Marcelinho Carioa (Dinei) e Edílson. A equipe vice-campeã do “Atlético Mineiro” foi escalada, pelo técnico Humberto Ramos, com: Velloso; Bruno, Galván, Cláudio Caçapa e Ronildo; Gallo, Valdir (Mancini), Belletti e Robert (Adriano); Lincoln (Hernani) e Guilherme.O primeiro jogo da Seleção Brasileira, no ano de 2000, novamente sob o comando técnico de Luxemburgo, foi realizado em Bangkok, no dia 23 de fevereiro, resultando em uma goleada de 7x0 sobre a fraca Se-leção da Tailândia, com gols de Rivaldo (2), Émerson (2), Ronaldinho Gaúho, Roque Júnior e Jardel.O segundo compromisso, em 28 de março de 2000, na cidade de Bo-gotá, já foi válido para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, e terminou Colômbia 0x0 Brasil. Em 26 de abril, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, na segunda partida das Eliminatórias, o Brasil derrotou o Equador por 3x2, com gols de Rivaldo (2) e Antônio Carlos.No dia 23 de maio, em um amistoso na cidade de Cardiff, a Seleção do Brasil venceu a do País de Gales, por 3x0 (Élber, Cafu e Rivaldo). Qua-tro dias depois, em Londres, houve um empate por 1x1 com a Inglat-

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erra, sendo o gol brasileiro assinalado pelo França.Na terceira partida das Eliminatórias para a Copa do Mundo, no dia 4 de junho, em Lima, o Brasil derrotou o Peru, por 1x0 (gol de Antônio Carlos). O jogo seguinte, também pelas Eliminatórias, foi realizado no Brasil, no Estádio do Maracanã, em 28 de junho. Brasil 1x1 Uru-guai foi o resultado, com gol de Rivaldo. Seguiu-se uma derrota para o Paraguai, em Assunção, por 2x1 (gol de Rivaldo), no dia 18 de julho de 2000. A reabilitação veio em 26 de julho, no Estádio do Morumbi com uma vitória sobre a Argentina, por 3x1, com gols de Alex e Vampeta (2). Sobreveio nova derrota, em 15 de agosto, no Estádio Nacional de Santiago, para o Chile, por 3x0. Em seguida, o Brasil conseguiu duas vitórias por goleada. Em 3 de setembro, no Rio de Janeiro, quando o técnico brasileiro ainda era Vanderlei Luxemburgo, a Seleção Bolivi-ana sofreu uma derrota por 5x0, com gols de Romário (3), Rivaldo e Sandy (contra). No dia 8 de outubro, em Maraaibo, já com Candinho no comando técnico da Seleção Brasileira, a vítima foi a Seleção da Venezuela, que não marcou e sofreu seis gols, de Romário (4), Euller e Juninho Paulista.A última partida da Seleção Brasileira no Século XX foi realizada no dia 15 de novembro de 2000, em São Paulo. Válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, significou o jogo de volta contra a Colôm-bia, e terminou com a vitória do Brasil, dirigido pelo novo técnico Emerson Leão, por 1x0 (gol de Roque Júnior). A trigésima edição do Campeonato Brasileiro de Futebol, a última do Século XX, no ano de 2000, não foi organizada pela CBF, impossibili-tada de fazê-la, em função de uma questão judicial. Conforme já re-latado, em 1999 foi adotado um critério para rebaixamento, baseado na média dos pontos obtidos no campeonato (1999) e no anterior (1998). De acordo com os resultados obtidos nos jogos (“São Paulo” 6x1 “Botafogo” e “São Paulo” 2x2 “Internacional”), não se considerando a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, de retirar os pontos do “São Paulo” nas duas partidas, em virtude da participação irregular do jogador Sandro Hiroshi, os quatro rebaixados seriam: “Botafogo” de Ribeirão Preto, “Juventude”, “Paraná” e “Botafogo”. Entretanto, em função dos pontos ganhos, em decorrência da decisão do STJD, pelo “Botafogo” (três pontos) e pelo “Internacional” (dois pontos), esses

dois clubes suplantaram o “Gama”, na média obtida. Assim, o quarto rebaixado, ao invés do “Botafogo”, passou a ser o “Gama”, que não se conformou e recorreu à Justiça Comum. Em junho de 2000, o processo no qual o clube do Distrito Federal buscava sua reintegração à Série A, ainda não havia sido julgado, em todas as instâncias.A solução encontrada foi a organização, pelo Clube dos Treze, da Copa João Havelange (ex-presidente da CBF e da FIFA), com os 116 clubes (inclusive o “Gama”) das três divisões (Séries A, B e C) em um único torneio, distribuídos em quatro módulos, na sua primeira fase, que teve início em 29 de julho de 2000. Após um complicado sistema de clas-sificação (diferente para cada módulo) e depois de terem superado a fase final, composta por oitavas-de-final, quartas-de-final, e semifinais, chegaram à decisão do título a equipe do tradicional “Vasco da Gama” e o surpreendente time do “São Caetano”.A primeira partida, realizada em São Paulo no dia 27 de dezembro de 2000, terminou empatada em 1x1, com gols de César para o “Azulão” e de Romário, para o time do “Almirante”. O jogo de volta, marcado para o dia 30 de dezembro, no Rio de Janeiro, começou a ser disputado no Estádio do “Vasco”, mas foi interrompido aos vinte e três minutos do primeiro tempo, por total falta de condições para sua continuação. Uma briga na arquibancada superlotada ocasionou a queda de uma grade, provocando um enorme tumulto que resultou em 168 feridos e na invasão do campo. Conforme o regulamento, o “Vasco da Gama”, como clube mandante, deveria ter sido punido com a perda dos pontos. No entanto, foi feito um acordo para a disputa de um novo jogo, cuja realização ocorreu no Estádio do Maracanã, em 18 de janeiro de 2001. Nessa partida, o clube de São Januário venceu por 3x1, com gols de Juninho Pernambucano, Jorginho Paulista e Romário, contra um de Adãozinho, para a equipe do ABC paulista.O time campeão do “Vasco”, comandado pelo técnico Joel Santana, alinhou: Hélton; Clébson, Odvan, Júnior Baiano e Jorginho Paulista; Nasa, Jorginho (Henrique), Juninho Pernambucano (Paulo Miranda) e Juninho Paulista (Pedrinho); Euller e Romário.O vice-campeão “São Caetano”, dirigido pelo técnico Jair Picerni, formou com: Sílvio Luiz; Japinha (Gilmar), Daniel, Serginho e César;

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Adãozinho, Claudecir, Aílton (Leto) e Esquerdinha (Zinho); Adhemar e Wágner. Além dos craques já apresentados anteriormente, brilharam na década 1991/2000, em seus respectivos clubes, nacionais ou estrangeiros, e/ou na Seleção do Brasil, os seguintes grandes jogadores:Armelino Donizetti Quagliato, o Zetti, nasceu na cidade paulista de Por-to Feliz, em 10 de janeiro de 1965. Começou nos infantis do “Capivari-ano”, uma vez que morava em Capivari, também no interior do Estado de São Paulo. Em seguida, foi treinar entre os juvenis do “Guarani”, de Campinas, mas foi dispensado, por ser considerado gordo. Finalmente, assinou seu primeiro contrato com o “Palmeiras”, da capital paulista. Entretanto, como já havia, no Parque Antárctica, muitos goleiros, Zetti foi emprestado ao “Toledo”, do Paraná, clube pelo qual disputou sua primeira partida, como profissional, em 1983. Voltou para o elenco palmeirense em 1984, mas continuou sem oportunidades, motivo do seu novo empréstimo, em 1995, para outro time paranaense, o “Londrina”.Zetti mede 1,88 m, pesava 90 kg, e foi um goleiro de qualidades in-discutíveis, que transmitia extrema confiança a seus companheiros. Guarneceu a meta da Seleção Brasileira em dezessete jogos, entre 1993 e 1997. Foi Campeão do Mundo, em 1994, como reserva imediato de Taffarel.Em 1987, algum tempo depois de sua volta ao “Palmeiras”, teve sua primeira chance como goleiro titular, no campeonato paulista. Com atuações seguras, conseguiu uma seqüência de 1238 minutos sem ser vazado, firmando-se no gol palmeirense, até novembro de 1988, quando sofreu uma fratura da perna, num jogo contra o “Flamengo”, em disputa de bola com o atacante Bebeto. Ao retornar aos gramados, após longa inatividade, sua vaga de titular havia sido assumida pelo goleiro Vel-loso. Zetti decidiu, então, comprar o seu próprio passe, e o negociou, em seguida, com o “São Paulo”.No clube do Morumbi, o goleiro titular era o Gilmar Rinaldi, e ele ficou, inicialmente, como reserva. Em agosto de 1990, no México, Zetti foi o titular na partida final de um torneio, enfrentando o “Chivas” de Guadalajara. Depois do empate, a disputa por pênaltis foi vencida pelo “São Paulo”. Mais tarde, em 1991, com a transferência de Gilmar para

o “Flamengo”, Zetti tornou-se o titular absoluto. Graças à contratação de Mestre Telê para técnico, o tricolor paulistano começou a colecio-nar glórias. Em decorrência, Zetti foi Bicampeão Paulista, em 1991 e 1992; e Campeão Brasileiro, de 1991. Conquistou a Copa Libertadores da América e a Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes), ambas nos dois anos consecutivos de 1992 e 1993; a Recopa Sul-Americana, também nos dois anos seguidos de 1993 e 1994; a Super-copa Libertadores de 1993; a Copa dos Campeões Mundiais, em 1995 e 1996; e, ainda, a Copa Master da Conmebol, de 1996.Em reconhecimento aos seus bons serviços, e considerando que o outro goleiro, o mais jovem Rogério Ceni, já estava em condições de sub-stituí-lo, a diretoria do “São Paulo” concedeu-lhe passe livre, em 1996. Assim, Zetti trocou o Morumbi pela Vila Belmiro. Guarneceu a meta do “Santos” por três anos (1996 a 1999) e ganhou mais dois títulos: Campeão do Torneio Rio-São Paulo, de 1997; e da Copa Conmebol, em 1998. No ano de 2000, atuou por um clube que tem a tradição de ter, sempre, um grande goleiro: o “Fluminense”. Após uma breve passagem pela “União Barbarense” de Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista, encerrou a carreira, em 2001, no “Sport”, do Recife. Após ter feito um curso para treinador, Zetti iniciou sua atividade com os juniores do São Paulo. Em 2003, assumiu, pela primeira vez, o comando técnico de uma equipe profissional, a do “Paulista” de Jundiaí. Entre 2004 e 2010, dirigiu diversos times: “Guarani”, “Fortaleza”, “São Caetano”, “Bahia”, “Ponte Preta”, “Paraná”, “Atlético Mineiro”, “Itu-ano”, “Juventude” e “Paraná”. Como técnico, Zetti não obteve, até hoje, o destaque e o brilho, que teve como goleiro. Entre outras atividades a que se dedica, atualmente, está o trabalho como comentarista de futebol na TV, e a escola “Fechando o Gol”, inteiramente voltada à formação de goleiros, criada por ele em São Paulo, no final de 2008.Evair Aparecido Paulino nasceu em Ouro Fino (MG), no dia 21 de fevereiro de 1965. Após não ter sido aprovado em uma peneira do “São Paulo”, em 1979, Evair fez nova tentativa em 1980, com quinze anos, no “Guarani”. Aprovado, passou a morar em Campinas, no alojamento do clube. Em 1984, com dezenove anos, foi promovido à equipe prini-pal, como atacante, e não meio-campista, que era até então.Evair tem 1,84 m e foi um atacante (centroavante) de bons recursos téc-

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nicos e vocação para goleador. Foi convocado, pela primeira vez, para usar a camisa amarela do Brasil, em 1987, tornando-se Campeão dos Jogos Pan-Americanos. Integrou a Seleção Brasileira principal em 24 oportunidades, assinalando seis gols, entre 1989 e 1993. Ainda com a camisa verde do “Bugre” campineiro, em 1986, disputou a artilharia do Campeonato Brasileiro com o já consagrado Careca, então no “São Paulo”, perdendo por apenas um gol (25 a 24). Foi o artilheiro (19 gols) do Campeonato Paulista de 1988, e transferiu-se para o “Ata-lanta”, da Itália, que defendeu até 1991, quando voltou, contratado pelo “Palmeiras”.Seu início no alviverde paulistano foi bastante complicado. Após ser afastado do elenco por suposta deficiência técnica, ficou cinco meses treinando em separado. As coisas mudaram, com a chegada de novo técnico. Otacílio Gonçalves o reintegrou e o escalou como titular no comando do ataque do time, que se sagrou Campeão Paulista, em 1993, após dezesseis anos de jejum. Evair marcou dois gols na vitória por 4x0 sobre o “Corinthians”, na partida final, garantindo o título. Ovacionado pela torcida do “Verdão”, recebeu o apelido de “El Matador”, em junho de 1993. No mesmo ano, venceu o Torneio Rio-São Paulo e o Campe-onato Brasileiro. Em 1994, tornou-se Bicampeão Paulista, sendo o artilheiro do certame (23 gols), e Bicampeão Brasileiro, também.Antes do final de 1994, negociou sua contratação pelo “Yokohama Flugels” do Japão, onde atuou até 1996. Retornou ao Brasil, passando a vestir a camisa alvinegra do “Atlético Mineiro”. Ficou pouco tempo em Belo Horizonte, mudando-se para o Rio, onde defendeu o “Vasco”. Formou, de novo, a dupla de ataque com Edmundo e foi, mais uma vez, Campeão Brasileiro, em 1997. Também curta foi sua permanência em São Januário, pois voltou para São Paulo, jogando pela “Portuguesa”, em 1998.De novo no Parque Antárctica, conquistou a Copa Libertadores da Amé-rica de 1999, e encerrou sua história palestrina, após 127 gols em 245 jogos (média de 0,52 por partida), Ainda no final de 1999, transferiu-se para o “São Paulo”, e embora com pequena participação, obteve mais um título de Campeão Paulista, em 2000. Trocou a camisa tricolor do clube são-paulino pela verde do “Goiás”, no mesmo ano. Já próximo do fim da carreira, atuou pelo “Coritiba”, em 2001, e, de novo, pelo

“Goiás”, em 2002. Jogou no “Figueirense”, no qual atingiu a marca de cem gols em campeonatos brasileiros, e pendurou as chuteiras, em agosto de 2003.Em fevereiro de 2004, Evair estreou em um gramado de futebol, fora das quatro linhas, no comando técnico do “Vila Nova”, de Goiás, com uma vitória sobre a “Anapolina”. Após 33 partidas (14 vitórias, 9 em-pates e 10 derrotas) foi dispensado. Continuou ligado ao “Tigrão” de Goiânia, tendo sido seu olheiro na Copa São Paulo de Juniores, no iní-cio de 2005. Desde essa época, passou um longo período se preparando para melhor exercer a atividade de treinador. Foi contratado, em 2007, para as funções de auxiliar técnico e coordenador das divisões de base da “Ponte Preta”, de Campinas. Voltou ao futebol goiano, desenvol-vendo um bom trabalho, como técnico do “Anápolis”, em 2008, e do “CRAC”, em 2009. Já no “Itumbiara”, no início de 2010, não foi feliz e entregou o cargo. Foi, então, contratado pelo “Uberlândia”, de Minas Gerais.Luís Carlos Quintanilha, o Luisinho, nasceu no Rio de Janeiro em 17 de março de 1965. Começou nas divisões de base do “Botafogo”, e foi alçado à equipe principal em 1982. Vestiu a camisa alvinegra do “Fogão” até 1990, tendo sido Bicampeão Carioca em 1989/90, após longo jejum de títulos na Rua General Severiano.Luisinho tem 1,70 m de altura e pesava 68 kg. Foi um volante eficaz e seguro na marcação. Disputou oito partidas, e marou um gol, com a camisa amarela da Seleção Brasileira, em 1992 e 1993.Defendeu o “Vasco da Gama”, de 1991 a 1993, tendo sido, novamente, Bicampeão Carioca (1992/93). Transferiu-se, em junho de 1993, para o “Celta” de Vigo, na Espanha. Retornou à Colina de São Januário em janeiro de 2004, a tempo de participar da vitoriosa campanha vascaína que culminou com o Tricampeonato Carioca. Em junho de 2004, foi contratado por seis meses pelo “Corinthians”. Com o alvinegro pau-listano, foi Vice-Campeão Brasileiro de 2004.Retornou ao “Vasco” no início de 2005, permanecendo na equipe cruz-maltina até o fim de sua carreira, em 2000. Foi Campeão Brasileiro, em 1997 e 2000. Voltou a ser Campeão Carioca, em 1998. No mesmo ano, comemorativo do centenário do clube, conquistou a Copa Libertadores da América. Apesar das seguidas lesões sofridas, venceu a Copa Merco-

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sul, em 2000, antes de pendurar as chuteiras, aos 35 anos de idade. Marco Antônio Ribeiro, o Boiadeiro, nasceu na roça do mu-nicípio de Américo de Campos (norte do Estado de São Paulo), em 13 de junho de 1965. Começou nas divisões de base do “Botafogo” de Ribeirão Preto, em 1981. Sua carreira, como profissional, teve início em 1985, no mesmo clube. Foi contratado pelo “Guarani” de Campinas, no ano seguinte. Marco Antônio Boiadeiro tem 1,75 m de altura e pesava 74 kg. Foi um meia-direita talentoso, que disputou cinco partidas pela Seleção Brasileira, em 1993. Nascido e criado na roça, foi aprovado, aos quinze anos, em uma peneira, e foi morar na cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista, onde andava de bota, fivelona e chapéu, dando origem ao apelido. O jeito de comemorar os seus gols, imitando uma laçada de peão, popularizou a alcunha de Boiadeiro. Em 1986, o “Bugre” campineiro, com boas atuações do Boia-deiro, fez ótima campanha no Campeonato Brasileiro, e disputou a final contra o “São Paulo”, só a perdendo nos pênaltis. Em 1989, já jogando no “Vasco” do Rio de Janeiro, Marco Antônio conquistou o título de Campeão Brasileiro, vencendo, na decisão, o tricolor paulistano. Em sua melhor fase, de 1991 a 1993, Marco Antônio Boiadeiro atuou pelo “Cruzeiro” de Belo Horizonte, ganhando a Supercopa Libertadores, em 1992 e 1993, o título de Campeão Mineiro em 1992, e a Copa do Brasil de 1993. Após uma rápida passagem pelo “Flamengo”, em 1994, trans-feriu-se para o “Corinthians”. Apesar dos títulos de Campeão Paulista e da Copa do Brasil, em 1995, a qualidade do seu futebol começou a declinar. Na sua fase final, Marco Antônio Boiadeiro jogou, entre 1996 e 2000, pelos seguintes clubes: “Rio Branco”, de Americana (SP); “Anáp-olis”, de Goiás; “Atlético Mineiro”; “América”, de Belo Horizonte (MG), com o qual foi Campeão Brasileiro da Série B, em 1997; “União Barbarense”, de Santa Bárbara d’Oeste (SP); e “Sãocarlense”, de São Carlos (SP), onde pendurou as chuteiras.Boiadeiro vive hoje em sua fazenda de Poloni, no interior de São Paulo, onde cria gado e cultiva cana de açúcar.Ronaldo Rodrigues de Jesus, o Ronaldão, nasceu em 19 de junho de 1965, na capital do Estado de S. Paulo. Começou sua carreira profis-

sional em 1985, no “Rio Preto”, de São José do Rio Preto, no interior paulista. Transferiu-se, no ano seguinte, para o “São Paulo”. Usou o uniforme tricolor, com o qual conquistou inúmeras glórias, até 1994.Ronaldo foi um zagueiro seguro, que eventualmente atuava como lateral-esquerdo, ou até como volante de contenção, sempre com muita eficácia. De físico avantajado, com 1,90 m de altura, sua presença se impunha em campo, como o “xerife” da grande área. Entre 1991 e 1995, disputou 14 partidas pela Seleção Brasileira, marcando 3 gols. Conquistou o título de Campeão do Mundo em 1994, nos Estados Unidos. Foi companheiro de time do então jovem centroavante Ronaldo Nazário, que, por sua causa, começou a ser chamado de Ronaldinho, ao passo que ele se tornou o Ronaldão. Pela equipe do Morumbi, foi Campeão Brasileiro, em 1986 e 1991; Campeão Paulista de 1987, 1989, 1991 e 1992; vencedor da Copa Lib-ertadores da América, e da Taça Intercontinental (campeonato mundial de clubes), em 1992 e 1993; ganhador da Recopa Sul-Ameriana, em 1993 e 1994; e da Supercopa Libertadores de 1993.Ronaldão jogou no Japão, defendendo o “Shimizu S-Pulse”, em 1994. Em seguida, vestiu a camisa rubronegra do “Flamengo”, no Rio, con-quistando a Taça Ouro, em 1996. Com o uniforme alvinegro do “San-tos”, venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1997. Atuou no Paraná, em 1998, pelo “Coritiba”. Em seguida, jogou pela “Ponte Preta”, de Campi-nas, onde encerrou a carreira, em 2002. Waldemar Aureliano de Oliveira Filho, o Mazinho Oliveira, nasceu em 26 de dezembro de 1965, no Guarujá, Estado de São Paulo. Começou sua carreira profissional em 1985, no “Santos”. Permaneceu na Vila Belmiro até 1988. Vestiu a camisa rubronegra do “Atlético Paranaense”, em 1989. Defendeu o “Bragantino”, do interior paulista, em 1990 e 1991, quando se tornou nacionalmente conhecido, ao ser convocado para a Seleção do Brasil.Mazinho Oliveira tem 1,80 m de altura e foi um atacante de grande habilidade e ótimo faro de gol. Com a camisa amarela da Seleção Bra-sileira, participou de onze jogos, assinalando dois gols, em 1991. Foi Vice-Campeão da Copa América de 1991, no Chile.Transferiu-se para o “Bayern München”, em 1991. Participou da vi-toriosa campanha do clube de Munique que resultou na conquista do

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Campeonato Alemão da temporada 1993/94, embora tenha sido em-prestado ao “Internacional”, de Porto Alegre, por alguns meses, em 1994. Nesse mesmo ano, retornou à equipe vermelha dos bávaros da Alemanha. Veio para o Brasil, atuar pelo “Flamengo”, em 1995, ano do centenário do clube carioca.Ainda em 1995, voltou ao exterior, tendo atuado no Japão até o ano de 2000. Defendeu o “Kashima Antlers”, de 1995 a 1999, tornando-se ídolo da torcida. Conquistou o Campeonato Japonês, em 1996 e 1998; a Copa do Imperador, em 1997; e a Supercopa do Japão, em 1997, 1998 e 1999. Atuou pelo “Kawasaki Frontale” durante 2000, e retornou, em 2001, à cidade de Bragança Paulista, para encerrar a carreira no clube que o projetou no início de sua bela trajetória, o “Bragantino”. Marcelo Gonçalves Costa Lopes é carioca, e nasceu em 22 de fevereiro de 1966. Começou a carreira profissional em sua cidade natal,no “Fla-mengo”, em 1987. Logo no ano seguinte, foi cedido ao “Santa Cruz”, do Recife. Voltou ao Rio de Janeiro e ao rubronegro, em 1989. Entre-tanto, foi no “Botafogo”, que , ainda em 1989,o contratou, que o seu bom futebol começou a aparecer, e houve maior identificação entre o atleta e o clube.Com 1,80 m e 75 kg, Gonçalves foi um zagueiro muito bom nas bolas aéreas e seguro no jogo rasteiro. Conquistou os títulos de Campeão Carioca em 1990 e 1997, Campeão Brasileiro de 1995, e do Torneio Rio-São Paulo, em 1998, todos com a camisa alvinegra. Foi Campeão Mexicano na temporada 1993/94, pelo “Tecos (UAG)”, de Guadalajara, que defendeu entre 1990 e 1995. Com a Seleção Brasileira, ganhou, em 1997, a Copa América, realizada na Bolívia, e a Copa das Confeder-ações, efetuada na Arábia Saudita. Participou, como reserva, da Copa do Mundo de 1998, tendo atuado em dois jogos, na França. Realizou, ao todo, 24 partidas com a camisa amarela e marcou um gol, entre 1996 e 1998.Após jogar no México, Gonçalves retornou ao “Botafogo”, atuando de 1995 a 1997; transferiu-se para o “Cruzeiro” (1997); voltou, outra vez, ao “Botafogo” (1998); e foi para Porto Alegre, onde encerrou a carreira, defendendo o “Internacional”.Iomar do Nascimento, mais conhecido como Mazinho, nasceu em Santa Rita, na Paraíba, no dia 8 de abril de 1966. Começou sua carreira no

“Santa Cruz”, da Paraíba, em 1983. Ainda amador, transferiu-se para o “Vasco da Gama”, em 1986. Profissionalizou-se em São Januário e vestiu a camisa cruzmaltina até 1990.Mazinho foi um meio-campista, que também atuou como lateral-esquer-do, sempre com muita habilidade e um estilo clássico, de grande catego-ria. Participou das Olímpiadas de Seul, em 1988, ganhando medalha de prata. Disputou 22 partidas pela seleção principal do Brasil, entre 1989 e 1994. Sagrou-se Campeão da Copa América, em 1989, e da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.Com a equipe vascaína, foi Bicampeão Carioca, em 1987 e 1988, e Cameão Brasileiro de 1989. De 1990 a 1992, jogou na Itália, defend-endo o “Lecce” na temporada 1990/91, e a “Fiorentina”, em 1991/92. Voltou ao Brasil, envergando o uniforme alviverde do “Palmeiras”, de 1992 a 1994. No time do Parque Antárctica, foi Bicampeão Paulista, em 1993 e 1994, e Campeão Brasileiro de 1993.Mazinho atuou, em seguida, no futebol espanhol, jogando no “Valen-cia” (1994 a 1996), “Celta de Vigo” (1996 a 1999), “Elche” (1999 a 2000) e “Deportivo Alavés” (2000 a 2001). Após mais de sete anos na Espanha, retornou à terra natal, para encerrar a carreira no “Vitória”, da Bahia, ainda em 2001.Desde 2009, é o treinador do clube grego “Aris Salônica”.José Ferreira Neto, mais conhecido como Neto, nasceu em 9 de setem-bro de 1966, no município de Santo Antônio de Posse, no Estado de São Paulo. Começou no infantil da “Ponte Preta”, em Campinas, no ano de 1979. Ainda nas categorias de base, transferiu-se para o rival “Guarani”, na mesma cidade. Aos dezessete anos, em 1984, estreiou na equipe principal do Bugre.Canhoto, com 1,74 m, Neto foi um meia de ligação talentoso que era exímio cobrador de faltas e fazia lançamentos primorosos, além de gols maravilhosos. Tornou-se um grande ídolo da torcida corintiana, com a qual muito se identificou, e foi apelidado de “xodó da fiel”. De tem-peramento impulsivo, teve vários atritos, ao longo da carreira, sendo marcantes a cusparada que deu no árbitro José Aparecido de Oliveira, em outubro de 1991, pela qual foi suspenso por quatro meses, e seus problemas com o técnico Emerson Leão, no “Palmeiras”, em função de suas más condições físicas e excesso de peso. O próprio jogador recon-

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heceu, mais tarde, suas dificuldades com a forma física: “Eu era boleiro, não atleta”.Neto vestiu a camisa alvirubra do “Bangu”, em 1986. Transferiu-se para o “São Paulo” e conquistou seu primeiro título, o de Campeão Paulista, em 1987, porém sua participação não foi convincente.. Voltou ao “Gua-rani” e marcou um belíssimo gol de bicicleta contra o “Corinthians”, no primeiro jogo da decisão do Campeonato Paulista de 1988, que acabou com o time campineiro sendo vice-campeão. Suas boas atuações fiz-eram com que o “Palmeiras” o contratasse. Em 1989, seu desempenho no clube do Parque Antárctica não foi bom, e ele transferiu-se para o Parque São Jorge, no mesmo ano.Entre 1989 e 1993, com a camisa do Corinthians, Neto começou a brilhar. Foi o grande condutor da equipe, tecnicamente limitada, que venceu o Campeonato Brasileiro de 1990. Em 1991, foi o autor do gol que deu ao “Corinthians” a vitória, pelo placar mínimo, sobre o “Flamengo”, na disputa da Supercopa do Brasil (competição na qual se defrontavam o Campeão Brasileiro e o vencedor da Copa do Brasil, do ano anterior). Terminado o campeonato paulista de 1993, no qual o time corintiano, liderado por Neto, foi vice-campeão, perdendo o título para o “Palmeiras”, ele deixou o Parque São Jorge, assinando contrato com o “Millonarios”, da Colômbia. Foi curta, porém, sua permanência em Bogotá, assim como foi breve sua estadia em Belo Horizonte, com a camisa alvinegra do “Atlético Mineiro”, ambas em 1993.Em 1994, atuou pelo “Santos”, único dos quatro grandes clubes paulis-tas, que não havia defendido, até então. No entanto, não conseguiu mais repetir o sucesso que alcançou no Timão. Começou a trocar de clube freqüentemente, em um nítido processo de decadência do seu futebol. Voltou ao “Corinthians” em 1996 e participou da conquista do título de Campeão Paulista de 1997, mas sua contribuição foi modesta, como um reseva pouco utilizado. Encerrou a carreira em 1999, no “Deportivo Itália”, da Colômbia.Pela Seleção Brasileira, Neto disputou 26 jogos, marcando sete gols, entre 1988 e 1993. Sua primeira participação foi na Seleção Olímpica, que ganhou Medalha de Prata, nos Jogos de Seul, em 1988. Para sua decepção, não foi convocado para a Copa do Mundo de 1990, embora estivesse em grande forma, no auge de sua carreira. Entretanto, logo

após o insucesso no campeonato mundial da Itália, o técnico Lazaroni foi substituído por Falcão, que chamou, preferencialmente, jogadores que atuavam no Brasil, entre os quais Neto. Após diversos amistosos, a primeira competição oficial do renovado selecionado foi a Copa Amé-rica de 1991, que os comandados de Paulo Roberto Falcão não con-seguiram vencer, ficando com a segunda colocação.Depois de pendurar as chuteiras, e de um merecido descanso, Neto foi contratado como comentarista de futebol da Rede Bandeirantes de TV, onde continua trabalhando, ao lado do também ex-jogador Denilson.Válber Roel de Oliveira nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 31 de maio de 1967. Começou a jogar profissionalmente em 1987, no “Toma-zinho Futebol Clube” de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Tranferiu-se, em 1988, para o carioca “São Cristovão” e, em1990, para o “Fluminense”. No tricolor das Laranjeiras, jogou como zagueiro, sem muito destaque. nos Campeonatos Brasileiros de 1990 e 1991. Pelo “Botafogo”, no decorrer do Campeonato Brasileiro de 1992, atuou no meio-campo como volante e na lateral-esquerda, posição em que se destacou, ganhando a Bola de Prata. Deixou o alvinegro e a cidade do Rio, para defender o “São Paulo”. No tricolor paulistano, ele não foi titular, de início, embora o ténico Telê Santana reconhecesse o seu enorme potencial. Estreiou em 29 de agosto de 1992, entrando no lugar de Ronaldão, na memorável vitória de 4x0 sobre o “Real Madrid”, conquistando o Troféu Ramón de Carranza. Fez parte da delegação que venceu, em Tóquio, o “Barcelona”, ganhando o Mundial de Clubes de 1992, mas não disputou a partida. Nos dois jogos finais do Paulistão, substituiu, no segundo tempo, o lateral=direito Vítor. Assumiu essa vaga, como titular, no início do Campeonato Paulista de 1993. Na quin-ta rodada, foi escalado como quarto zagueiro e, nessa posição, ganhou os títulos de Campeão da Copa Libertadores, do Mundial de Clubes e da Supercopa Libertadores, em 1993.Com 1,77 m e 76 kg. Válber foi um zagueiro extremamente habilidoso, de grande categoria e tamanha versatilidade, que se tornou polivalente, jogando bem como lateral (em ambos os lados), e no meio-de-campo, tanto como volante de contenção como apoiador. Disputou treze parti-das pela Seleção Brasileira, entre agosto de 1992 e novembro de 1993, incluindo a disputa da Copa América de 1993.

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No começo de 1994, não apareceu, na data marcada para a reapresen-tação, no Morumbi. Começou a perder espaço no time são-paulino após a derrota na final da Copa Libertadores de 1994, em São Paulo, para o “Veléz Sársfield”, da Argentina. Jogou apenas uma partida pelo Campe-onato Brasileiro de 1994 e tomou outro chá de sumiço, em outubro. Transferiu-se para o “Flamengo” em 1995 e foi Campeão Carioca em 1996. Voltou ao “São Paulo” e jogou o campeonato paulista de 1997. Foi contratado pelo “Vasco”, em 1997. Com a equipe cruzmaltina, con-quistou os títulos de Campeão Brasileiro de 1997; Campeão Carioca de 1998 e da Copa Libertadores de 1998. Disputou o campeonato carioca de 1999 pelo “Botafogo” e o brasileiro do mesmo ano pelo “Flumin-ense”, sagrando-se Campeão da Série C. No ano seguinte, voltou para o “Vasco”, mas foi dispensado, por causa de seus constantes desapareci-mentos.Depois de passagens rápidas por “Coritiba” e “Santos”, entremeadas por um período de inatividade, retornou, mais uma vez, ao “Fluminense”. Jogou apenas quatro partidas pelo Campeonato Brasileiro de 2002 e deixou as Laranjeiras no fim do ano. Atuou pela “Inter” de Limeira, em 2003. Em seguida, jogou no modesto “Barretos”, da cidade de mesmo nome, no interior paulista, e no recém-fundado “Guanabara”, de Ara-ruama, no Estado do Rio, por pouco tempo, em ambas as agremiações. Encerrou, então, sua carreira, passando a disputar, apenas, jogos de exibição. Em 2006, entretanto, voltou à atividade profisional de jogador de futebol, passando a defender a camisa vermelha do “América” cari-oca, até 2008.Desde fevereiro de 2011. Válber está participando de um curso de quali-ficação de treinadores, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).Crizam César de Oliveira Filho, o Zinho, nasceu em Nova Iguaçu (RJ), no dia 17 de junho de 1967. Começou nas divisões de base do “Flamen-go” e iniciou sua carreira profissional, em 1986, no mesmo clube. Com a camisa rubronegra, foi Campeão Carioca em 1986 e 1991; Campeão Brasileiro em 1987 e 1992; e vencedor da Copa do Brasil de 1990.Zinho foi, no início de sua carreira, um atacante, rápido e hábil, que jogava pela ponta-esquerda e ajudava na marcação. Tornou-se, poste-riormente, um excelente meia-de-ligação, que sabia valorizar a posse de bola. Com essa característica, teve um papel fundamental no meio-

de-campo da Seleção Brasileira, que conquistou a Copa do Mundo de 1994, obediente às instruções táticas, de não desguarnecer a defesa e manter o controle do jogo. Parte da crônica esportiva, acusando-o de falta de objetividade, deu-lhe o apelido pejorativo de “enceradeira”. Entretanto, a boa chegada ao ataque também era característica sua, exercitada em times onde o técnico não lhe exigia maiores cuidados defensivos.Deixou a Gávea, em 1993, transferindo-se para o “Palmeiras”. Na equipe do Parque Antárctica, passou a jogar no meio-de-campo, e foi Bicampeão Paulista e Brasileiro, em 1993/94, vencendo ainda o Torneio Rio-São Paulo de 1993. Após o sucesso na Copa do Mundo de 1994, Zinho foi atuar no Japão, contratado pelo “Yokohama Flugels’, durante cerca de três anos (1995 a 1997). Ao voltar para o alviverde paulistano, conuistou a Copa do Brasil de 1998, e o seu mais importante título, em nível de clube: a Copa Libertadores da América, em 1999. De 2000 a 2002, jogou pelo “Grêmio Porto Alegrense”, ganhando o Campeonato Gaúcho de 2001 e a Copa do Brasil, no mesmo ano. Teve uma terceira passagem pelo “Palmeiras”, de 2002 a 2003, antes de assinar contrato com o “Cru-zeiro”, de Belo Horizonte. Com o time celeste, em 1993, obteve três títulos: Campeão Mineiro, Campeão Brasileiro (pela quinta vez) e da Copa do Brasil. Retornou ao seu clube de origem, o “Flamengo”, em 2004. Devido a problemas com o técnico Cuca, trocou o rubronegro carioca pelo modesto “Nova Iguaçu”, de sua cidade natal, do qual, aliás, é sócio-fundador, em 2005. No fim desse ano, negociou sua contratação pelo “Miami” dos Estados Unidos. Jogou nesse time da Flórida, até o final de 2006, quando pendurou as chuteiras, e iniciou a nova atividade de treinador, em 2007, na mesma equipe norte-americana.Zinho voltou para o Brasil, em 2010, e é, atualmente, o técnico do ”Nova Iguaçu”. Valdeir Celso Moreira nasceu na capital de Goiás, em 31 de dezembro de 1967. Começou no “Atlético Goianiense”, de sua cidade natal. Seu bom futebol passou a ser reconhecido nacionalmente, quando ele trocou Goiânia pelo Rio de Janeiro, ao ser contratado pelo “Botafogo”.Valdeir foi um atacante habilidoso e oportunista, cuja maior caracterís-tica era a altíssima velocidade com que se deslocava, iludindo seus

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adversários, e imprimindo um ritmo muito rápido às suas jogadas. Por esse motivo, recebeu o apelido de “The Flash”. Disputou quinze jogos com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira.Com o alvinegro da Rua General Severiano, sagrou-se Bicampeão Carioca, em 1990. Transferiu-se para o “Bordeaux” da França em 1992, quando “Les Girondins” estavam voltando à Primeira Divisão Francesa, com a conquista do título da Segunda Divisão, na temporada 1991/92. Retornou ao Brasil, cedido por empréstimo ao “São Paulo”, em 1993, ano em que o tricolor paulista conquistou vários títulos internacionais: Copa Libertadores da América, Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes), Recopa Sul-Americana e Supercopa Libertadores.Voltou a defender o “Football Club des Girondins de Bordeaux”, de 1994 a 1996, e disputou a Copa UEFA, de 1995/96, quando o time francês foi Vice-Campeão, perdendo a final para o “Bayern München”, da Alemanha.Após sua temporada francesa, The Flash voltou ao Rio de Janeiro, para jogar, sucessivamente, em dois grandes rivais do clube que o consagrou: “Flamengo” e “Fluminense”. Em seguida, atuou no “Paraná”, “Atlético Mineiro”, “Brasliense” e “Ceará”. Em 2001, novamente no Rio, passou a defender o “Madureira”. Dois anos depois, ainda no tricolor subur-bano, pendurou as chuteiras. Mauro da Silva Gomes nasceu no município paulista de São Bernardo do Campo, em 12 de janeiro de 1968. Começou em 1986 no “Guarani”, na cidade de Campinas. Profissionalizou-se em 1988, no mesmo clube, e atuou na equipe pincipal do “Bugre”, até 1990. Nesse ano, transferiu-se para o “Bragantino”, também do interior de São Paulo. Com o clube de Bragança Paulista, foi Campeão Estadual em 1990, e recebeu a Bola de Ouro da Revista Placar em 1991.Com 1,80 m e 83 kg, Mauro Silva foi um volante muito eficaz, com grande poder de marcação. Em 1991, recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Foi Campeão do Mundo na Copa de 1994, nos Estados Unidos. Fez parte de diversos elencos do Brasil, até 2001, tendo vencido a Copa América de 1997.Foi para a Espanha em 1992, onde defendeu o “Deportivo La Coruña”, por treze anos, até 2005. Com a equipe da Galícia, ganhou a Copa da Espanha, em 1995 e 2002; a Supercopa Espanhola de 1995, 2000 e

2002; e o título de Campeão Espanhol, em 2000. Conquistou, também, o Troféu Teresa Herrera, em cinco anos consecutivos (2000 a 2004).Pendurou as chuteiras no clube galego, em 2005. Vive, atualmente, em São Paulo, onde é sócio de uma imobiliária de origem espanhola.Carlos César Sampaio Campos nasceu em 31 de março de 1968, na cidade de São Paulo. Começou sua carreira profissional em 1986, no “Santos”.César Sampaio tem 1,81 m e foi um dos melhores volantes do futebol mundial na década 1991-2000. Disputou 49 partidas pela Seleção Bra-sileira, entre 1993 e 2000, assinalando seis gols, dos quaia três na Copa do Mundo de 1988, quando foi Vice-Campeão. Conquistou, em 1997, a Copa América e a Copa das Confederações.Embora revelado pelo “Peixe”, cuja camisa alvinegra vestiu por cinco anos, até 1991, tendo ganhado a Bola de Ouro da Revista Placar em 1990, foi com o uniforme alviverde do “Palmeiras” que obteve mais glórias e destaque. No clube do Parque Antárctica, onde atuou de 1991 a 1994, recebeu, pela segunda vez, a Bola de Ouro, em 1993, e conquis-tou os títulos de Bicampeão Paulista e Brasileiro, em 1993/94, além do Torneio Rio-São Paulo de 1993. Em seu segundo período palestrino, nos anos de 1999 e 2000, ganhou a Copa Libertadores de 1999 e, outra vez, o Rio-São Paulo, em 2000.De 1995 a 1998, César jogou no Japão, defendendo o “Yokohama Flugels” e conquistando a Supercopa Asiática, de 1995, e a Copa do Imperador, em 1998. Na temporada 2000/01, atuou na Espanha, pelo “Deportivo La Coruña”, vencendo a Supercopa da Espanha (2000).Após jogar no Brasil, pelo “Corinthians”, em 2001, voltou ao Japão, onde vestiu a camisa amarela e azul do “Kashiwa Reysol”, no ano de 2002, e o uniforme roxo do “Sanfrecce Hiroshima”, de 2003 a 2004. Voltou, definitivamente, ao seu país, em 2004, para vestir a camisa tricolor do “São Paulo” em 27 partidas, e pendurar as chuteiras, com 36 anos.César Sampaio é comentarista esportivo, desde 2005, da Rádio Jovem Pan. É, também, desde 2006, sócio da AGS-Gestão Esportiva, empresa parceira do “Esporte Clube Pelotas”. A partir de 2010, integra a socie-dade da C2B Sports, parceira do “Rio Claro Futebol Clube”. Charles Fabian Figueiredo Santos nasceu em Itapetinga, Bahia, no dia

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12 de abril de 1968. Começou sua carreira profissional em 1988, no “Bahia”, da capital do seu estado natal. O sucesso sorriu-lhe de ime-diato, pois foi Campeão Baiano e Brasileiro, no mesmo ano. Dois anos depois, em 1990, o tricolor baiano ficou em quarto lugar no Brasileirão, mas Charles Fabian foi o artilheiro do campeonato, com onze gols.Charles tem 1,79 m de altura e foi um atacante oportunista, com muito faro de gol, que integrou a Seleção Brasileira em onze oportunidades, entre 1989 e 1991Consagrado nacionalmente, foi contratado pelo “Cruzeiro” em 1991. Tornou-se ídolo da torcida azul e ajudou, com seus gols, o clube de Belo Horizonte a ganhar a Supercopa dos Campeões da Libertadores de 1991. Transferido para o “Grêmio”, defendeu o tricolor gaúcho em 1993. Teve, então, o seu passe comprado por Diego Maradona e cedido ao “Boca Juniors”. Atuou pelo clube argentino em 1994, mas se trans-feriu para o “Flamengo”, no mesmo ano. Como já havia um Charles na equipe rubronegra do Rio, ele passou a ser chamado de Charles Baiano. Dividiu a artilharia do campeonato carioca de 1994 com Túlio (14 gols cada um).Voltou a jogar no “Bahia” de 1996 a 1997. Entre 1997 e 1998, atuou em times de menor expressão: “Desportiva Capixaba”, de Cariacica, no Es-pírito Santo; e “Matonense”, de Matão, no interior de São Paulo. Defen-deu, de novo, o “Grêmio”, em 1999; e encerrou a carreira no modesto “Camaçari”, do município de mesmo nome, na Bahia, em 2000.Em 2006, Charles foi o treinador do “Bahia”, então na Série C do Campeonato Brasileiro. Treinou, também, os pouco conhecidos “Vo-toraty”, “Icasa” e “Camaçari”. Atualmente, é o Secretário Municipal de Esportes de Itapetinga, sua cidade natal.André Alves da Cruz nasceu em 20 de setembro de 1968, na cidade paulista de Piracicaba. Começou em 1982, nas divisões de base da “Ponte Preta”, em Campinas. Profissionalizou-se em 1987, no mesmo clube. Jogou pela “Macaca” até 1989, quando foi contratado pelo “Fla-mengo”. Atuou muito pouco pelo rubronegro carioca, mas participou da conquista da Copa do Brasil, em 1990. No mesmo ano, deixou o Rio de Janeiro, rumo à Europa, onde seu primeiro clube foi o “Standard de Liège”, na Bélgica.André Cruz foi um zagueiro vigoroso, dotado de bons recursos técnicos.

Com 1,82 m e 82 kg, tinha um chute potente e preciso, sendo ótimo co-brador de faltas. Integrou Seleções Brasileiras, em todas as categorias, a partir de 1984: infantil, juvenil, e de juniores. Suas primeiras partici-pações na seleção profissional principal foram em 1987, nas conquistas do Pan-Americano em Indianapolis (EUA) e da Taça do Bicentenário da Austrália. Ganhou Medalha de Prata nas Olimpíadas de Seul (Cor-réia do Sul), em 1988. Marcou um gol inesquecível, de falta, contra a Itália, em Bologna (outubro de 1989). Disputou as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1990, a Copa América de 1995 e a Copa do Mundo da França, em 1998 (vicecampeão). Realizou 33 partidas com a camisa amarela, entre 1988 e 1998.Defendeu a equipe belga de 1990 a 1994, ganhando a Copa da Bél-gica, na temporada 1992/93. Em seguida, atuou na Itália, jogando pelo “Napoli” (1994 a 1997) e pelo “Milan” (1997 a 1998), participando da campanha vitoriosa do “scudetto” de Campeão Italiano (1998/99). Voltou a atuar pelo “Standard de Liège” (de fevereiro a junho de 1999) e, de volta à Bota, pelo “Torino” (de agosto a dezembro de 1999). Em Portugal, de janeiro de 2000 a junho de 2002, jogou no “Sporting”, de Lisboa, conquistando dois títulos de Campeão Português (1999/00 e 2001/02), a Supertaça de Portugal (1999/2000) e a Taça de Portugal (2001/2002).Depois de mais de uma década de sucessos no Velho Continente, André retornou ao Brasil, atuando pelo “Goiás”, durante o segundo semestre de 2002. Defendeu o “Internacional”, de Porto Alegre, tornando-se Campeão Gaúcho, em 2003. Voltou ao “Goiás” em 2004 e pendurou as chuteiras nesse clube de Goiânia, no mesmo ano.Atualmente, mora em Santa Bárbara do Oeste (SP), é proprietário de uma escola de futebol em Campinas, e profere palestras motivacionais, com base em suas experiências profissionais. Luís Henrique Pereira dos Santos nasceu em Jequitaí, no Estado da Bahia, em 20 de outubro de 1968. Começou sua carreira profissional em 1987, na “Catuense”, da cidade de Catu, em seu estado natal. No mesmo ano, seu bom futebol atraiu o interesse do “Flamengo”, do Rio de Janeiro. Entretanto, sua permanência na Gávea não vingou e ele retornou, em 1988, ao “Catuense”, onde ficou até 1990, quando foi con-tratado pelo “Bahia”.

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Luís Henrique foi um meio-campista muitíssimo talentoso, que, além de efetuar ótimas assistências, graças à precisão de seus passes e lança-mentos, finalizava bem. Realizou 22 partidas com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira, entre 1990 e 1993, marcando sete gols. Disputou a Copa América, em 1991 e 1993.Despontou para o cenário nacional no tricolor baiano, que defendeu de 1990 a 1992, obtendo o título de Campeão Baiano, em 1991. Deixou Salvador, em 1992, indo para São Paulo, atuar pelo “Palmeiras”. Ficou muito pouco tempo na capital paulista, pois seguiu, no mesmo ano, para Monte Carlo, passando a jogar no “Monaco” (1992 e 1993). De volta ao Brasil, com experiência internacional, vestiu a camisa tricolor do “Fluminense”, de 1994 a 1997, participando da memorável conquista do Campeonato Carioca de 1995. Em seguida, defendeu, sucessivamente, o “Paraná”, o “Veranópolis” (RS) e o “Clube Esportivo Bento Gonçalves” (RS), onde encerrou a carreira, em 2001.Osmar Donizete Cândido, mais conecido como Donizete, nasceu em Prados (MG), no dia 24 de outubro de 1968. Começou sua carreira profissional em 1987, no “Volta Redonda”, da cidade fluminense de mesmo nome. Transferiu-se, no ano seguinte, para o “São José”, do in-terior paulista. Mas o seu bom futebol só começou a ser notado quando foi contratado, em 1989, pelo “Botafogo”, do Rio de Janeiro, e sagrou-se Campeão Carioca de 1990.Donizete, com 1,80 m e 76 kg, foi um atacante habilidoso, de bom porte físico, que teve, como ponto mais forte, a sua grande velocidade. Essa caraterística fez com que a torcida o chamasse de “Pantera” (anteri-ormente um locutor mexicano já o apelidara de “Pantera Negra” pelo seu jogo agressivo, embora leal). Para reforçar o apelido, ele passou a comemorar os seus gols, imitando os passos do veloz felino. Com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira, disputou nove partidas, mar-cando dois gols, entre 1995 e 1998.Donizete Pantera atuou no futebol mexicano de 1991 a 1995, defend-endo o UAG Tecos, de Guadalajara, pelo qual foi Campeão Mexicano, na temporada 1993/94. Sua fase áurea começou em 1995, quando, após ser o artlheiro do campeonato do México, voltou ao “Botafogo” e conquistou o Campeonato Brasileiro daquele mesmo ano, formando uma ótima dupla de ataque com Túlio. Jogou pelo “Verdy Kawasaky”

(hoje “Tokio Verdy”), em 1996, vencendo a Copa Kirin. No mesmo ano, transferiu-se para o “Benfica”, de Portugal. Voltou ao Brasil, em 1997, e foi Campeão Paulista, pelo “Corinthians”. Junto com outros re-nomados craques brasileiros, como Bebeto e Gonçalves, foi contratado pelo “Cruzeiro”, com o objetivo principal de disputar a partida final, no Japão, da Copa Toyota Intercontinental, contra o Borussia Dortmund, da Alemanha. Apesar do esforço do clube mineiro em reforçar seu time, a equipe alemã venceu por 2x0. Com a camisa cruzmaltina do “Vasco da Gama”, Donizete ganhou a Copa Libertadores de 1998 e o Torneio Rio-São Paulo, em 1999. De 2000 a 2005, intercalou atuações no México e no Brasil, fazendo um verdadeiro vai-e-vem entre clubes mexicanos (“Tigres” e “UAG Tecos”, em mais duas oportunidades) e brasileiros (“Botafogo”, “Palmeiras” e mais dois períodos no “Vasco”). Já prestes a encerrar a carreira, em 2006, jogou pelo “Macaé”, na Segunda Divisão do Campeonato Carioca, participando da tentativa de promovê-lo à elite estadual. Frustrado seu intento, ainda jogou mais algumas partidas no Paraná, contratado pelo “Londrina”, onde pendurou as chuteiras, com 38 anos de idade. Vive atualmente no Rio, onde trabalha na comissão técnica do CFZ. Paulo Sérgio Rosa, o Viola nasceu na capital paulista, em 1º de janeiro de 1969. Iniciou sua carreira profissional em 1986, no “Corinthians”. Na final do campeonato paulista de 1988, o ainda aspirante Viola foi chamado a substituir o craque Edmar e marcou o gol que deu o título ao clube do Parque São Jorge. No ano seguinte, porém, passou por uma má fase, ficando três meses sem assinalar um tento, siquer. Para se livrar das críticas e das cobranças da exigente torcida corintiana, jogou em equipes de menor expressão, de cidades do interior paulista: “São José”, em 1990, e “Olímpia”, em 1991. Mais experiente, voltou ao “Corinthi-ans”, em 1992, e começou sua fase áurea.Viola tem 1,78 m e pesava 82 kg. Canhoto, foi um atacante (centroa-vante) carismático, de excelente futebol, embora irreverente, e de comportamento e declarações polêmicas. Entre 1993 e 1995, disputou dez partidas com a camisa amarela da Seleção Brasileira, marcando três gols. Fez parte do grupo Campeão do Mundo em 1994, como reserva.Com o uniforme alvinegro do “Timão”, foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1993 (20 gols), voltou a ser Campeão Paulista em 1995 e

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venceu a Copa do Brasil, no mesmo ano. Suas boas atuações desperta-ram o interesse do “Valencia” da Espanha, que o contratou, ainda em 1995. Viola, no entanto, não se adaptou ao futebol espanhol e retornou à sua cidade natal, em 1996, para atuar pelo “Palmeiras”. Não foi feliz, também, no clube palestrino, e transferiu-se para o “Santos”. Em 1998, na Vila Belmiro, reencontrou o seu bom desempenho, conquistou a artilharia do Campeonato Brasileiro (21 gols) e o título de Campeão da Copa Conmebol. No ano seguinte, deixou a Baixada Santista com destino ao Rio, contratado pelo “Vasco”. Com a camisa cruzmaltina, que defendeu até 2000, ganhou o Torneio Rio-São Paulo de 1999, o Campeonato Brasileiro de 2000, e a Copa Mercosul, em 2000. Deixou São Januário, em 2001, voltando à Vila Belmiro. Ficou pouco tempo no alvinegro praiano, pois foi seduzido por uma proposta do “Gaziantep-spor”, da Turquia, onde atuou em 2002 e 2003. De volta ao Brasil, de-fendeu o “Guarani” no Campeonato Brasileiro de 2004, no qual o clube de Campinas foi um dos rebaixados. Em 2005, foi contratado pelo “Ba-hia”, para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro, como o princi-pal reforço do time para tentar o retorno à elite dos clubes brasileiros. Apesar de alguns gols importantes assinalados por ele, o tricolor baiano sofreu novo rebaixamento, descendo para a Série C. No final de 2005, Viola negociou sua contratação com o “Flamengo” do Rio de Janeiro, entretanto não chegou a disputar jogo algum com a camisa rubronegra.A passagem de ano 2005/2006 foi marcada por um episódio desa-gradável: sua detenção na Cadeia Pública de Barueri, por porte ilegal de arma (uma espingarda). Foi contratado, então, pelo “Juventus”, de São Paulo, para a disputa do Campeonato Paulista de 2006. Após sua temporada no “Moleque Travesso”, Viola, já na fase declinante da carreira, assinou sucessivos contratos de curta duração, com diversos clubes de pequena expressão no cenário do futebol brasileiro: “Uberlândia” (MG), “Duque de Caxi-as” (RJ), “Angra dos Reis” (RJ), “Resende” (RJ) e “Brusque” (SC), em 2010.Atualmente (2011), ele participa do Campeonato de Várzea de So-rocaba, no interior paulista, integrando o time de veteranos do “Vila Hortência”, além de eventuais partidas de “Showbol”. Antônio Carlos Zago é paulista de Presidente Prudente, nascudo em 14

de março de 1969. Começou sua carreira profissional na capital de seu estado natal, defendendo o “São Paulo”, de 1990 a 1992. Com o tricolor do Morumbi, conquistou os títulos de Bicampeão Paulista (1991/92), Campeão Brasileiro de 1991 e da Copa Libertadores da América, em 1992. Logo em seguida, foi para o exterior, contratado pelo “Bétis” da Espanha. Retornou ao Brasil, em 1993, para jogar no “Palmeiras”, e ser, novamente, Bicampeão Paulista (1993/04) e, também, Bicampeão Bra-sileiro (1993/94), vencendo, ainda, o Torneio Rio-São Paulo de 1993.Com 1,84 m de altura, Antônio Carlos foi um zagueiro técnico e seguro, que vestiu a camisa amarela da Seleção Brasileira em 37 partidas, tendo marcado três gols, entre 1991 e 2001. Ganhou, pelo Brasil, a Copa América de 1999, realizada no Paraguai.De 1996 a 1997, atuou pelo “Kashiwa Reysol”, do Japão. De novo em São Paulo, foi, mais uma vez, Campeão Paulista, em 1997, com o “Corinthians”. Em 1998, rumou para a Itália, onde defendeu a “Roma”, até 2002. Fez sucesso entre os “giallorossi”, conquistando o “scudetto” de Campeão Italiano, na temporada 2000/01, e a Supercopa da Itália, na mesma época. Tratado pelo sobrenome Zago, formou com o compa-triota Aldair uma excelente zaga, idolatrada pela torcida romana.Disputou e venceu o Campeonato Turco pelo “Besiktas”, de Istambul, na temporada 2002/03. Voltou a ser Campeão Brasileiro, pelo “Santos”, em 2004. Defendeu o “Juventude”, de Caxias do Sul, de 2005 a 2006. De novo no alvinegro praiano, foi Campeão Paulista em 2007, e encer-rou sua brilhante carreira de jogador.Após pendurar as chuteiras, exerceu o cargo de diretor técnico do “Corinthians” por um curto período, entre 2008 e 2009. Iniciou suas atividades como treinador, em junho de 2009, no “São Caetano”. Em fe-vereiro de 2010, foi contratado pelo “Palmeiras”, mas foi demitido três meses depois. Dirigiu o “Grêmio Prudente”, por menos de um mês, de 17 de agosto a 10 de setembo de 2010. No início de 2011, em janeiro, começou a treinar o “Mogi-Mirim”, porém deixou a equipe paulista em fevereiro, trocando-a pela goiana do “Vila Nova”. Paulo Sérgio Silvestre Nascimento nasceu em 2 de junho de 1969, na capital paulista. Começou sua carreira profissional em 1988, no “Corin-thians”. Foi cedido, em 1989, ao “Novorizontino”, do interior paulista, retornando ao Parque São Jorge, em 1990. Com a equipe corintiana,

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sagrou-se Campeão Brasileiro de 1990.Paulo Sérgio foi um atacante de talento que jogava de forma incisiva, pela ponta esquerda. Disputou 13 partidas com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira, marcando dois gols, entre 1991 e 1994. Participou, como titular, da Copa América de 1991 e foi Campeão Mundial em 1994, como reserva.A maior parte de sua brilhante carreira foi desenvolvida no exterior, onde conquistou muitas glórias. Jogou no “Bayer Leverkusen” da Alemanha, de 1993 a 1997. Com a “werkself” das indústrias Bayer, ganhou a “DFB Pokal” (Copa da Liga Alemã) em 1993, e foi Vice- Campeão Alemão (“Bundesliga”) da temporada 1996/97. Entre 1997 e 1999, atuou na Serie A do “calcio” italiano, defendendo a “Roma”. De novo na Alemanha, defendeu o “Bayern München”, de 1999 a 2002. Com o uniforme vermelho dos bávaros de Munique, colecionou títulos importantes: Bicampeão Alemão (1999/2000 e 2000/01), Copa da Liga Alemã (1999/2000), Copa dos Campeoes da UEFA (2000/01) e Copa Européia/Sul-Americana (campeonato mundial de clubes), em 2001.Deixou a Europa, em 2002, para atuar pelo “Al-Wahda”, nos Emirados Árabes. Viveu um ano em Abu-Dhabi, e retornou ao Brasil em 2003, encerrando a carreira no “Bahia”, nesse mesmo ano.Em 2008, Paulo Ségio teve uma experiência como o primeiro técnico do “Red Bull Brasil”, recém fundado no final de 2007, em Campinas, e filiado à Federação Paulista. Túlio Humberto Pereira Costa nasceu em Goiânia, no dia 2 de junho de 1969. Começou, em 1982, nas divisões de base do “Goiás”, cujo centro de treinamento era perto da sua residência. Estreou profissionalmente, no alviverde goiano, em março de 1988, com uma goleada de 4x0 sobre o “Ceres”. Foi Campeão Goiano de 1989, e conquistou, no mesmo ano, a artilharia do Campeonato Brasileiro. Em 1990, além de ganhar o Campeonato Goiano, o clube de Goiânia obteve o vice-campeonato da Copa do Brasil, dando maior projeção nacional ao seu atacante. Con-quistou, em 1991, o título de Tricampeão de Goiás.Túlio teve o seu passe adquirido por um grupo de empresários que o cedeu ao “Sion” da Suíça, em 1992. Venceu o Campeonato Suíço, no mesmo ano, mas sentiu dificuldades de adaptação e só ficou no país alpino até o final de 1993.

De volta ao Brasil, em 1994, marcou três gols logo em seu primeiro jogo, com a camisa do “Botafogo”, no Rio de Janeiro. Teve início, assim, a sua consagração e a identificação com a torcida alvinegra, que o apelidou de Túlio Maravilha. Por dois anos consecutivos (1994 e 1995), foi o artilheiro do campeonato carioca e do Brasileirão. Gan-hou o Campeonato Brasileiro de 1995 e mais cinco títulos, nacionais e internacionais, em 1996. No clube da Estrela Solitária, que defendeu até 1996, atingiu o seu auge e começou a desenvolver seu estilo de marque-teiro fanfarrão, fazendo declarações promocionais à imprensa esportiva, sobre os jogos e seus gols.Com 1,75 m e 68 kg, destacou-se em sua longa carreira pelo grande oprtunismo e excepcional faro de goleador, fazendo-o conquistar a artilharia de inúmeras competições, desde 1989 até 2008. Em sua fase áurea, Túlio disputou quinze partidas pela Seleção Brasileira, e mar-cou treze gols (1990/95). Com a camisa amarela, não perdeu um jogo, sequer.Em 1997, graças a uma parceria com o Banco Excel, o “Corinthians” o contratou. Seu início no campeonato paulista foi muito bom, confir-mando sua vocação de ótimo artilheiro. Entretanto, contundiu-se e, no seu retorno, teve que amargar o banco de reservas, durante a maior parte das partidas restantes do certame, do qual o clube do Parque São Jorge foi campeão. Então, na metade do mesmo ano, trocou a equipe paulista pelo time baiano do “Vitória”, dando início a um período de declínio, com alguns lampejos de brilho, atuando em diversos clubes brasileiros e alguns do exterior, sempre por pouco tempo em cada um.Além de ter voltado ao “Glorioso” do Rio, em diversas oprtunidades, foi jogador do “Fluminense”, “Cruzeiro”, “Vila Nova” (de Goiás), “São Caetano”, “Santa Cruz”, “Úpjest” (da Hungria), “Brasiliense”, “Atlético Goianiense”, “Itauçuense”, “Tupy”, “Jorge Wilstermann” (da Bolívia), “Anapolina”, “Volta Redonda”, “Juventude”, “Al-Shabab” (da Arábia Saudita), “Fast”, “Canedense”, “Itumbiara”, “Goiânia”, “Botafogo-DF”, “Potyguar”, “Umuarama”, “Operário”, “Barras”, “Leão de São Marcos” (de Nova Venécia) e “Manaus”. Em algumas dessas equipes, Túlio teve mais de uma passagem; em outras, disputou apenas um jogo.Atualmente, com 42 anos, Túlio Maravilha é vereador em Goiânia, mas ainda atua pelo “Canedense”, da cidade de Senador Canedo, na Seg-

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unda Divisão do Campeonato Goiano, em busca do seu milésimo gol.Leonardo Nascimento de Araújo, nascido em Niterói (RJ), no dia 5 de setembro de 1969, começou a praticar futebol nas divisões de base do “Flamengo”, em 1984. Com 17 anos, em 1987, foi lançado no time principal, durante a Copa União, tornando-se Campeão Brasileiro. Leonardo, junto com Jorginho, Bebeto e Zinho, fez parte da nova safra de jovens talentos que se juntou aos já consagrados Zico, Leandro, Adílio e Andrade, formando uma fortíssima equipe. Pelo rubronegro carioca, conquistou, também, a Copa do Brasil em 1990, antes de tranaferir-se para o “São Paulo”. No clube do Morumbi, sob o comando de Telê Santana, integrou o chamado Esquadrão Tricolor, que contava, entre outros craques, com Raí, Cafu e Müller, e ganhou, brilhantemente, o Campeonato Brasileiro, além do Paulista, em 1991. Leonardo foi um lateral-esquerdo de real valor, que se caracterizava pela lealdade com que marcava os adversários. Foi surpreendente o grave deslize que cometeu ao agredir, com uma cotovelada, o norte-americano Tab Ramos, nas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1994. Pela Seleção Brasileira, disputou, entre 1990 e 2001, sessenta jogos e assinalou oito gols. Além do seu mais importante título, o de Campeão Mundial (1994), foi vencedor da Copa América e da Copa das Confed-erações, ambas em 1997. Participou, também, da Copa do Mundo de 1998, sendo Vice-Campeão.No final de 1991, assinou contrato com o “Valencia” da Espanha. Atuou no futebol espanhol durante duas temporadas e retornou ao Morumbi, em 1993. Voltou a colecionar importantes conquistas com a camisa tricolor do “São Paulo”: Supercopa Libertadores de 1993; Copa Inter-continental (mundial de clubes), em 1993; e Recopa Sul-Americana, de 1993 e de 1994. Entretanto, foi curta a sua segunda estadia são-paulina, pois logo após a Copa do Mundo dos Estados Unidos, foi para o Japão, em 1994. Jogou, novamente, com seu antigo ídolo e amigo Zico, no “Kashima Antlers” e venceu o Campeonato Japonês, em 1996.Após dois anos nas ilhas nipônicas, Leonardo retornou à Europa, con-tratado pelo “Paris Saint-Germain”, da França, em 1996. Depois de um ano na capital francesa, transferiu-se para Milão, na Itália, passando a defender o “Milan”, a partir de 1997. Com o “rossonero” milanês, gan-hou o “scudetto” de Campeão Italiano, na temporada 1998/99. Deixou

o “cálcio” em 2001, para sua terceira passagem pelo “São Paulo”. Em função de uma série de contusões, já veterano, participou de poucos jogos. Voltou, em 2002, ao clube em que foi criado. Teve algumas boas atuações no campeonato carioca, mas ficou só seis meses no “Flamen-go”. Voltou ao “Milan”, participou da temporada 2002/03 da Série A, conquistou a Copa da Itália, em 2003, e pendurou as chuteiras.Leonardo, junto com Raí, criou em dezembro de 1998, a Fundação Gol de Letra, entidade destinada a oferecer novas perspectivas a crianças carentes, com atuação nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Após o encerramento da sua carreira de atleta, foi dirigente do “Milan”, de 2003 a 2009, tendo exercido um papel fundamental nas contratações dos craques brasileiros Kaká, Alexandre Pato e Thiago Silva. Trabalhou, durante a Copa do Mundo de 2006, como comentarista esportivo, da TV britânica BBC. Em junho de 2009, deixou o cargo de dirigente, para assumir as funções de técnico do “Milan”. Sua nova atividade no clube milanês, com o qual tem fortes ligações, durou apenas uma temporada, sem muito sucesso. Em dezembro de 2010, assinou contrato com o maior rival dos “rossoneros”, a “Internazionale”, também de Milão, para ser o seu técnico. Com os “neroazzurri”, conquistou seu primeiro título de treinador: a Copa da Itália, da temporada 2010/11.Márcio Roberto dos Santos nasceu em 15 de setembro de 1969, na cidade de São Paulo. Iniciou sua carreira profissional, em 1987, no modesto “Novorizontino”, de Novo Horizonte, cidade co interior pau-lista. Transferiu-se em 1990 para o “Internacional” de Porto Alegre. Seu bom futebol começou a ser notado, a ponto de receber, ainda em 1990, sua primeira convocação para a Seleção Brasileira, Com a camisa colo-rada, foi Campeão Gaúcho, em 1991 Nesse mesmo ano, com a camisa amarela, disputou a Copa América, realizada no Chile, na qual o Brasil se classificou em segundo lugar.Márcio Santos, com altura de 1,85 m e peso de 78 kg, foi um zagueiro bom no cabeceio e de boa técnica para sair joando com a bola nos pés, mas que também dava chutão, se necessário. Disputou 42 partidas (e marcou um gol) pela Seleção do Brasil, entre 1990 e 1997. Convocado como reserva para a Copa do Mundo de 1994, assumiu, ao lado de Aldair, em função das contusões de Ricardo Gomes e Ricardo Rocha, a zaga titular, conquistando o título de Campeão Mundial, com atuações

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seguras. Participou, também, da vitória na Copa América de 1997, na Bolívia.Jogou, com brilho, no “Botafogo” do Rio de Janeiro, em 1992. Partiu, então, para boas apresentações no futebol europeu, atuando na França, pelo “Bordeaux” (1992 a 1994); na Itália, pela “Fiorentina” (1994 a 1995); e na Holanda, pelo “Ajax” (1995 a 1997). Com o clube de Am-sterdam, foi Campeão Holandês, na temporadan 1995/96. Protagonizou, em 1997, num dos seus últimos jogos com o uniforme alvirubro da equipe holandesa, um episódio lamentável, ao ser expulso, com menos de meio minuto de jogo, por ter praticado violenta falta, por trás, em um adversário do “PSV Eindhoven”.Voltou ao Brasil, contratado pelo “Atlético Mineiro”, em 1997. Per-maneceu no alvinegro de Belo Horizonte por três meses apenas. Jogou, de 1997 a 1999, no “São Paulo”, conquistando o Campeonato Paulista de 1998. Defendeu o “Santos”, no ano de 2000. Viajou para a China, atuando pelo “Jinan”, no ano seguinte. Veio ao Brasil, para jogar no Distrito Federal e ganhar o título de Campeão Brasiliense de 2001, pelo “Gama”. De novo na China, ainda em 2001, atuou pelo “Shandong Luneng Taishan”.Defendeu o “Paulista”, de Jundiaí, em 2002. Jogou na Bolívia, em 2003, com o uniforme azul do “Club Bolívar”, de La Paz. No mesmo ano, voltou definitivmente para o Brasil, para atuar em Santa Catarina, pelo “Joinville”. De 2004 a 2006, jogou pela Portuguesa Santista, seu último clube de futebol profissional.Afastado dos gramados, Márcio Santos reside atualmente na aprazível cidade balneária catarinense de Camboriú, onde é proprietário de um shopping center.Raimundo Ferreira Ramos Júnior, mais conhecido como Júnior Baiano, nasceu na cidade de Feira de Santana, na Bahia, em 14 de março de 1970. Começou nas divisões de base do “Flamengo”, no Rio de Janeiro. Iniciou a carreira profissional no rubronegro, em 1989. Ficou na Gávea até 1993, vencendo a Copa do Brasil (1990), o Campeonato Carioca (1991) e o Campeonato Brasileiro (1992).Júnior Baiano tem 1,94 m e foi um zagueiro vigoroso e bom nas bolas aéreas. Seu estilo, porém, era estabanado, o que fazia com que ele com-etesse algumas faltas, e até pênaltis, desnecessariamente. Pela Seleção

Brasileira, disputou 25 partidas, marcando dois gols, entre 1997 e 1998. Participou da conquista da Copa das Confederções, em 1997, e do vice-campeonato na Copa do Mundo de 1998.Transferiu-se para o “São Paulo”, em 1994, vencendo, no mesmo ano, a Recopa Sul-Americana e a Copa Conmebol. Em 1995, foi para a Alemanha, defender o “Werder Bremen”. Retornou ao “Flamengo”, em 1996. Dois anos depois, passou a jogar no “Palmeiras”, conquistando a Copa Mercosul, em 1998, e a Libertadores, de 1999. Em seguida, atuou pelo “Vasco”, ganhando a Copa Mercosul de 2000 e o título de Campeão Brasileiro, também em 2000. No ano seguinte, foi para a Chi-na, contratado pelo “Shangai Shenshua”. Retornou ao Brasil, vestindo a camisa colorada do “Inter” de Porto Alegre, e ganhando o Campeonato Gaúcho em 2002. Ainda nesse ano, voltou para o “Shangai Shenshua”, ficando mais dois anos na China.Em 2004, usou mais uma vez o uniforme rubronegro do “Flamengo” e foi Campeao Carioca. No final de 2005, após grave desentendimento com a diretoria, deixou a Gávea e anunciou sua aposentadoria. Entre-tanto, após ficar parado durante todo o ano de 2006, disputou o Campe-onato Carioca de 2007 pelo “América”. Terminado o certame, trans-feriu-se para o “Brasiliense”, ainda em 2007. Teve um bom começo, participando da conquista do Campeonato de Brasilia, em 2008, mas seu desempenho deixou a desejar, ainda durante a competição, motivo pelo qual foi relegado à condição de reserva. Anunciou, novamente, a aposentadoria em 2008, mas voltou a disputar o Campeonato Carioca de 2009, pelo “Volta Redonda”. No segundo semestre, foi para o Amapá, atuar pelo “Macapá”. Ainda em 2009, viajou para os Estados Unidos, a fim de jogar no “Miami”, cujo técnico era o seu antigo companheiro Zinho.Marcos Evangelista de Morais, o Cafu, nasceu em 7 de junho de 1970, na cidade de São Paulo. Criado no Jardim Irene, bairro pobre da per-iferia, começou nas divisões de base do “São Paulo”, em 1988, como atacante. Nessa posição, foi guindado à equipe principal, em 1989. Recebeu o apelido de Cafu, em alusão a um ponta-direita, exímio dri-blador, apelidado de Cafuringa, que ficou famoso com a camisa tricolor do “Fluminense”, entre 1969 e 1975. Com o tricolor paulistano, Cafu conquistou os títulos de Campeão Paulista, em 1989, 1991 e 1002;

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Campeão Brasileiro de 1991; da Copa Libertadores da América, em 1992 e 1993; da Copa Intercontinental (mundial de clubes), de 1992 e 1993; da Recopa Sul-Americana, em 1993 e 1994; e da Supercopa Libertadores de 1993. Jogou no meio-de-campo, ao lado de Raí, a final do Campeonato Brasileiro de 1991 (o lateral-direito são-paulino foi Zé Teodoro). Fez uma exibição primorosa, como atacante, na primeira final do Campeonato Paulista de 1992, contra o “Palmeiras”, assinalando um gol e fazendo três excelentes assistências, decretando a vitória do clube do Morumbi (4x1).Com 1,78 m de altura e 73 kg, Cafu foi um lateral-direito muitíssimo habilidoso, eficiente na marcação e eficaz no apoio, jogando sempre um futebol efetivo. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira ocorreu em 1990. Mas, foi na final da Copa do Mundo de 1994, quando foi chamado a substituir o lateral-direito titular Jorginho, por motivo de contusão, no decorrer da partida, que Cafu começou a se firmar com a camisa amarela. Já como titular absoluto, ganhou a Copa América de 1997, e a Copa das Confederações, no mesmo ano. Disputou a final da Copa do Mundo de 1998, perdendo-a para a França. Venceu, no-vamente, a Copa América, em 1997. Voltou a disputar a final da Copa do Mundo de 2002, derrotando a Alemanha, e, como capitão do time, ergueu o troféu de Campeão do Mundo. Não participou da Copa Amé-rica de 2004, mas voltou a ser o capitão da equipe brasileira, já com 36 anos, na Copa do Mundo de 2006. Realizou, entre 1990 e 2006, cento e quarenta e oito partidas pela Seleção do Brasil, nas quais marcou cinco gols.Transferiu-se para o “Real Zaragoza”, da Espanha, em 1994, logo após a vitória brasileira no campeonato mundial. Participou da maior glória do clube aragonês: a conquista da Recopa Européia, derrotando o “Ar-senal” da Inglaterra, na temporada 1994/95. Retornou ao Brasil, em maio de 1995, para uma rápida passagem pelo “Juventude” de Caxias do Sul, antes de jogar no “Palmeiras”, a partir de junho. O seu passe foi comprado pela Parmalat que patrocinava os dois mencionados clubes brasileiros, ambos alviverdes: um gaúcho; e o outro, paulista. Como na negociação do “São Paulo” com o “Zaragoza”, foi incluída uma cláusula que vedava ao jogador atuar por outros clubes de São Paulo, logo após sua volta ao Brasil, Cafu disputou dois jogos

pela equipe do Rio Grande do Sul. Com o time do Parque Antárctica, que defendeu até 1997, venceu o Campeonato Paulista de 1996.Contratado pela “Roma”, voltou ao futebol europeu em 1997. Vestiu a camisa grená do clube da capital italiana até 2003, tendo conquistado, em 2001, o “Scudetto” de Campeão Italiano e a Supercopa da Itália. Mudou-se para Milão em 2003, passando a envergar o uniforme “ros-sonero” do “Milan”. Com a equipe milanesa, na qual atuou até 2008, ganhou os títulos da Supercopa Européia em 2003 e 2004; do Campe-onato Italiano e da Supercopa da Itália, em 2004; da Liga dos Campeões da UEFA e do Mundial de Clubes da FIFA, em 2007. Em 2001, criou a Fundação Cafu, que promove a inclusão social de crianças e adolescentes do Jardim Irene, em São Paulo.Edílson da Silva Ferreira nasceu em Salvador, Bahia, no dia 17 de se-tembro de 1970. Começou sua carreira profissional em 1987, no “Indus-trial”, de Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo), onde jogou até 1990. Transferiu-se, em 1991, para o “Tanabi”, da cidade de mesmo nome, no interior de São Paulo. Seu passo seguinte foi atuar pelo “Guarani”, de Campinas, em 1992. Contratado pelo “Palmeiras”, da capital paulista, seu bom futebol pasou a ser nacionalmente reconhecido a partir de 1993.Com 1,68 m e 61 kg, Edílson foi um atacante rápido e habilidoso, que praticava um jogo insinuante e irreverente, tendo recebido o apelido de “Capetinha”. Entre 1993 e 2002, disputou 25 partidas com a camisa amarela da Seleção Brasileira, marcando seis gols. Integrou o grupo Campeão do Mundo em 2002, nos Estados Unidos.Com o uniforme alviverde do Parque Antárctica, foi Bicampeão Paulis-ta (1993/94), vencedor do Torneio Rio-São Paulo, em 1993, e Campeão Brasileiro de 1993. Foi para o exterior no ano seguinte, defender o “Benfica”, de Lisboa. Permaneceu em Portugal até 1995, quando retor-nou ao “Palmeiras”.Entre 1997 e 1998, jogou no “Kashiwa Reysol”, do Japão. De volta ao Brasil, atuou pelo “Corinthians” de 1998 a 2000. Com o alvinegro pau-listano, sagrou-se Bicampeão Brasileiro (1998/99), Campeão Paulista (1993) e Campeão Mundial de Clubes (2000). Transferiu-se para o “Fla-mengo” e ganhou o título de Campeão Carioca de 2001, conquistando a artilharia do certame, com 16 gols. Vestiu a camisa azul do “Cruzeiro”

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de Belo Horizonte, em 2002. Voltou ao futebol japonês, contratado no-vamente pelo “Kashiwa Reysol”, que defendeu na temporada 2002/03.De novo no Brasil, Edilson atuou novamente pelo rubronegro carioca de 2003 a 2004. Transferiu-se, em seguida, para o “Vitória”. Com o rubronegro baiano, foi Campeão da Bahia em 2004. Conquistou outro título em 2005: a Copa dos Emirados Árabes Unidos, jogando pelo “Al Ain”. No mesmo ano retornou ao Brasil, contratado pelo “São Caetano”. Foi breve a sua permanência no ABC paulista, pois passou a defender o “Vasco da Gama”, em 2006. Também foi curta sua nova estadia no Rio, pois seguiu outra vez para o Japão, ainda em 2006, pas-sando a jogar no “Nagoya Grampus”. Em 2007, vestiu, mais uma vez, a camisa do “Vitória” e encerrou a carreira, na capital do seu estado natal.O Capetinha iniciou nova atividade profissional, como empresário no ramo de entretenimento musical, sendo proprietário de um estúdio e uma banda. Entretanto, voltou a jogar futebol profissionalmente no Campeonato Baiano de 2010, envergando o uniforme tricolor do “Ba-hia”.Djalma Feitosa Dias, mais conhecido como Djalminha, nasceu em Santos, no dia 9 de dezembro de 1970. Filho do zagueiro Djalma Dias, começou nas divisões de base do “Flamengo”. No Campeonato Carioca de 1989, fez sua estréia na equipe rubronegra principal, contra o time rubro do “América”. Participou, porém, da Copa São Paulo de Fute-bol Júnior, em 1990, conquistando seu primeiro título. Com o time de cima, venceu a Copa do Brasil, também em 1990. Pelo clube da Gávea, ganhou, a seguir, os títulos de Campeão Carioca, em 1991, e Campeão Brasileiro, de 1992. Entretanto, em 1993, durante um FlaxFlu, teve uma discussão, seguida por troca de empurrões, com um companheiro de time, o consagrado ídolo Renato Gaúcho, e viu-se forçado a deixar o clube, de forma melancólica.Djalminha é canhoto, mede 1,76 m e pesava 70 kg. Foi um meia ar-mador clássico, de grande técnica e criatividade, com domínio de bola preciso, capaz de dribles desconsertantes, e passes longos milimétricos.Assinou, ainda em 1993, contrato com o “Guarani”, de Campinas, onde permaneceu até 1994, quando viajou para o Japão, a fim de atuar no “Shimizu S-Pulse”. Djalminha não se adaptou ao estilo japonês de vida, e retornou, no mesmo ano, ao “Bugre”. Compôs, então, um excelente

trio, armando as jogadas para a nova dupla de ataque do time campi-neiro, formada por Amoroso e Luizão. Em 1995, o apoio financeiro da Parmalat ao “Palmeiras” permitiu sua ida para o Parque Antárctica. Ele brilhou no meio-de-campo do time palmeirense, composto por craques do naipe de Cafú, Júnior, Flávio Conceição, Rivaldo, Müller e Luizão. Essa equipe fabulosa ganhou o Campeonato Paulista de 1996, com Djalminha armando jogadas de qualidade invejável para o seu ataque estabelecer o recorde de 102 gols.Essa fase áurea teve o seu ápice em 1997, quando disputou e venceu a Copa América, com a camisa amarelinha do Brasil. Pela Seleção Bra-sileira, Djalminha realizou, entre 1996 e 2002, quatorze partidas, mar-cando seis gols. Com prestígio internacional, foi contratado pelo “Deportivo La Coru-ña”, da Espanha, no mesmo ano de 1997. Com o clube da Galícia, foi Campeão Espanhol, na temporada 1999/2000; ganhou a Supercopa da Espanha, em 2000 e 2002; e a Copa da Espanha de 2002. Tornou-se ídolo da torcida galega, porém seu temperamento impulsivo o prejudi-cou, novamente. No decorrer de um treino, em 2002, teve um desen-tendimento com o técnico Javier Irueta, e o agrediu, com uma cabeçada. Foi imediatamente afastado do elenco e emprestado ao “Austria Wien”. Fez uma excelente temporada 2002/03, no clube vienense, conquistando o Campeonato Austríaco e a Copa da Áustria. Como o clube austríaco não teve condições de comprar o seu passe, Djalminha retornou ao time da cidade de Corunha. Em 2004, após uma rápida passagem pelo “Amé-rica” do México, encerrou a carreira.Após pendurar as chuteiras, Djalminha passou a se dedicar ao showbol, modalidade de futebol de exibição, praticado em quadras. Foi o melhor jogador e o artilheiro do Mundialito de Showbol de 2006, realizado na cidade espanhola de Jerez de la Frontera, atuando por um selecionado brasileiro, vencedor do torneio. Em 2007, participou do primeiro Tor-neio Rio-São Paulo, atuando pela equipe do “Flamengo”, formada por jogadores rubronegros aposentados. Em julho de 2009, foi campeão brasileiro da modalidade, com o time da Gávea. Conquistou o bicampe-onato em abril de 2010, quando o “Flamengo” venceu o “Corinthians”, por 9x7.Jorge Ferreira da Silva, o Palhinha, é mineiro de Carangola, nascido em

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14 de dezembro de 1970. Começou sua carreira profissional em 1988, no “América”, de Belo Horizonte, permanecendo no “Coelho” até 1991. Contratado pelo “São Paulo” em 1992, seu futebol floresceu no tricolor do Morumbi.Palhinha tem 1,73 de altura, pesava 73 kg, e foi um atacante habilidoso e oprtunista. Nos anos de 1992 e 1993, vestiu a camisa amarela da Se-leção Brasileira, em dezesseis oportunidades.Com a equipe são-paulina, foi Campeão Paulista de 1992. Conquistou a Copa Libertadores da América em 1992, e a artilharia da competição, com sete gols marcados. No mesmo ano, ganhou a Taça Interonti-nental (campeonato mundial de clubes), no Japão. Repetiu a dose em 1993, tornando-se Bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes, tendo marcado o primeiro gol tricolor na decisão contra o “Milan” da Itália. Ainda em 1993, venceu a Supercopa Libertadores, derrotando o “Flamengo”. Ganhou, também, a Recopa Sul-Americana, vencendo o “Cruzeiro”. Em 1994, ganhou de novo a Recopa Sul-Americana, ao sobrepujar o “Botafogo”. Deixou o Morumbi em 1995.Vestiu a camisa azul do “Cruzeiro”, de Minas Gerais, em 1996 e 1997, conquitando novamente a Taça Libertadores da América (1997). Em seguida, transferiu-se para o “Mallorca”, da Espanha. Voltou ao Brasil, em 1998, onde atuou até 2000, sucessivamente, pelo “Flamengo” (Rio de Janeiro), “Grêmio” (Porto Alegre) e “América” (Belo Horizonte).Palhinha jogou no Peru nos anos de 2000 e 2001, atuando pelo “Sport-ing Cristal” e “Alianza Lima”, intercalados por um curto período em que defendeu, no Brasil, o “Gama”, do Distrito Federal. Entre 2001 e 2006, quando pendurou as chuteiras, vestiu, já na fase declinante da sua trajetória, os uniformes dos seguintes clubes: “Marília” (SP), “América” (MG), “Khaimah Sports” (Emirados Árabes Unidos), “Uberaba” (MG), “Bandeirante” (SP), “Ipatinga” (MG), “Chapecoense” (SC), “Farroupil-ha” (RS) e “Guarulhos” (SP).Marcelo Pereira Surcin, mais conhecido como Marcelinho Carioca, nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de fevereiro de 1971. Começou nas divisões de base do “Madureira”, no subúrbio da sua cidade, onde foi descoberto e levado para o “Flamengo”, aos quatorze anos. Após dois anos nas categorias de base do rubronegro, o técnico Telê Santana o promoveu, com dezesseis anos, à equipe principal, lançando-o em um

FlaxFlu, para substituir o astro maior do time, Zico, que se contundira. Após esse batismo de fogo, Marcelinho teve diversas boas atuações e se profissionalizou em 1988. No entanto, ainda disputou e venceu, em 1990, a Copa São Paulo de Futebol Júnior. No mesmo ano, com o time principal, conquistou a Copa do Brasil. Seu mais importante título, com o uniforme vermelho e preto do clube da Gávea, foi o de Campeão Brasileiro, em 1992. Entretanto, em 1993, ficou negativamente marcado porque teve a infelicidade de chutar na trave do goleiro Zetti, um pên-alti decisivo na final da Supercopa Libertadores, decretando a derrota do “Flamengo” para o “São Paulo”.Marcelinho foi um meia muitíssimo habilidoso que tinha no pequeno pé direito (chuteira nº 36) um petardo extremamente potente e de uma precisão fantástica, motivo pelo qual foi apelidado de Pé de Anjo.Transferiu-se, a contragosto, para o “Corinthians”, em 1993. Em São Paulo, porém, foi imediata a sua identificação com a torcida corintiana, que o consagrou, acrescentando o Carioca ao seu apelido diminutivo. Sua excepcional competência na cobrança de faltas ajudou o time do Parque São Jorge a vencer o Campeonato Paulista em 1995 e 1997, e a Copa do Brasil de 1995.Em 1997, Marcelinho foi contratado pelo “Valencia” da Espanha. No entanto, não se adaptou ao futebol espanhol e, amargando a posição de reserva no time valenciano, manifestou o desejo de retornar ao Brasil. Sabedor da vontade do jogador, o Presidente da Federação Paulista, Eduardo Farah, negociou a compra do seu passe e, instituiu, um con-curso por telefone, para escolher, entre os quatro grandes clubes do estado (“Corinthians”, “Palmeiras”, “Santos” e “São Paulo”), o destino do craque. Em onze dias, a apuração constatou a esmagadora maioria dos votantes favoráveis ao primeiro. Assim, Marcelinho Carioca voltou ao Parque São Jorge, conquistando novos títulos: Bicampeão Brasileiro, em 1998/99; Campeão Paulista, em 1999 e 2001; e Campeão Mundial de Clubes da FIFA, em 2000.Nesse período, Marcelinho vestiu a camisa amarelinha da Seleção Bra-sileira em três partidas: dois amistosos em 1998, marcando um gol em cada (empate de 1x1 com a Iugoslávia e vitória por 5x1 sobre o Equa-dor); e um empate, por 1x1, contra o Peru,no dia 25 de abril de 2001, em jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.

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Desentendeu-se com o companheiro corintiano Ricardinho, em 2001, e deixou o Parque São Jorge, em seguida. Defendeu o “Santos” até 2002, quando foi para o Japão, atuar pelo “Gamba Osaka”. Marcelinho voltou ao Rio, em 2003, contratado pelo “Vasco da Gama”. Com o time da Cruz de Malta, foi Campeão Carioca de 2003. No mesmo ano, seguiu para a Arábia Saudita, a fim de jogar no “Al-Nassr”.Retornou, outra vez, à Colina de São Januário, em 2004, para uma curta estadia, antes de viajar para atuar pelo “Ajaccio”, na Itália. Em 2005, de volta ao Brasil, vestiu o uniforme amarelo do “Brasiliense”. No início de 2006, voltou a ser contratado pelo “Corinthians”. Sua terceira pas-sagem pelo Parque São Jorge foi curta e tumultuada, terminando com a rescisão de seu contrato, por recomendação do técnico Emerson Leão.Marcelinho Carioca iniciou, então, uma nova fase profissional, como comentarista de futebol da Rede Bandeirantes de Televisão, sendo chamado de “craque repórter”. Entretanto, confiante em ter, ainda, condições de jogar profissional-mente, por mais algum tempo, decidiu retornar aos gramados, Atuou, de 2007 a 2009, no “Santo André”, da região do ABC paulista, que conseguiu, com a importante colaboração do Marcelinho Carioca, ser promovido da Série B à Série A do Campeonato Brasileiro. Em 13 de janeiro de 2010, ano do centenário do “Corinthians”, Marcelinho teve o seu jogo do adeus, com a camisa nº 100 do Timão, enfrentando o “Huracán”, da Argentina, em um amistoso, no Pacaembu.Dener Augusto de Sousa nasceu em 2 de abril de 1971, na cidade de São Paulo. Com onze anos de idade, jogou sua primeira partida de futebol, no Estádio do Canindé, da “Portuguesa de Desportos”, defend-endo a sua equipe mirim, em 1982. Quatro anos depois, porém teve de deixar a “Lusa”, para conciliar seus horários de estudo e do trabalho, necessário para ajudar no sustento da família. O esporte ficou limitado às partidas de futsal, disputadas pelo time do Colégio Bilac, no bairro da Vila Mariana, mediante cachê, em torneios intercolegiais. Voltou às categorias de base da Portuguesa, em 1988, profissionalizou-se e foi integrado ao elenco principal, embora continuasse atuando no time de juniores, com o qual conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1991, sendo considerado o melhor jogador do torneioCom 20 anos, em 1991, fez sua primeira partida, das duas únicas que

teve chance de realizar, com a camisa amarelinha da Seleção Brasileira, enfrentando a Argentina, em Buenos Aires.Dener tinha 1,71m de altura e foi um atacante extremamente habilidoso, com extraordinária facilidade para driblar, inclusive em espaços reduzi-dos do campo. Em 1993, foi emprestado por três meses ao “Grêmio”, e sagrou-se Campeão Gaúcho. Retornou à “Portuguesa”, para disputar o Brasileirão, com a camisa verde e vermelha. No início de 1994, foi novamente cedido, por empréstimo, ao “Vasco”. Com a equipe de São Januário, foi Campeão Carioca. Em abril de 1994, participou de uma reunião, em São Paulo, com dirigentes do seu clube e do “Stutgart”, da Alemanha, que pretendia adquirir seu passe. No retorno ao Rio, o seu Mitsubishi Eclipse chocou-se violentamente com uma árvore, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dener, que estava dormindo no banco do carona, faleceu no local do acidente, com 23 anos recém-completados. Verificou-se, então, que o clube carioca não havia feito o seguro, pre-visto no contrato de empréstimo assinado com a “Portuguesa”, tornando necessário que sua companheira acionasse judicialmente o “Vasco”, para receber uma indenização para si e seus três filhos menores.Edmundo Alves de Souza Neto é fluminense de Niterói, nascido em 2 de abril de 1971. Começou a praticar futsal, ainda menino, no ”Fonse-ca”, pequeno clube de sua cidade natal. Seu início no futebol de campo ocorreu no “Vasco da Gama”, em 1991. No dia 25 de agosto, jogando pela equipe de juniores, marcou um gol sensacional contra o Botafogo, driblando quatro adversários e mais o goleiro. Em janeiro de 1992, foi lançado na equipe principal, formando a dupla de ataque com Bebeto. Com a camisa cruzmaltina, ganhou o título de Campeão Carioca em 1992, sendo considerado o craque-revelação do certame.Destro, com 1,77m de altura, Edmundo foi um atacante de habilidade excepcional, porém temperamental e indisciplinado. Suas boas atu-ações no campeonato brasileiro, seguidas pelo excelene desempenho no campeonato estadual do Rio de Janeiro, fizeram-no merecedor, em 1992, da sua primeira convocação para a Seleção Brasileira.Com a camisa amarela do Brasil, jogou 39 partidas, marcando 10 gols, entre 1992 e 2000. Disputou a Copa América de 1993, mas não foi chamado para a Copa do Mundo de 1994. Jogou a Copa América de 1995, na qual a Seleção Brasileira foi vice-campeã; e a de 1997, quando

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teve seu melhor momento no time brasileiro, que se sagrou campeão. Marcou um dos gols da vitória no jogo final, contra a anfitriã Bolívia, mas protagonizou um incidente desagradável, agredindo um adversário, sem que o árbitro percebesse. Precavido, o técnico Zagallo substituiu-o, de imediato. Participou da Copa do Mundo de 1998, como reserva. Devido à convulsão sofrida por Ronaldo, chegou a ser escalado para enfrentar a França, na partida final. Entretanto, na última hora, Ronaldo acabou atuando, e Edmundo só entrou, no lugar de César Sampaio, no final do jogo, quando a vitória francesa já estava desenhada. Em 1993, transferiu-se para o “Palmeiras”. Nesse ano, após um longo jejum de títulos, o alviverde paulistano, ajudado por Edmundo, con-quistou o Campeonato Paulista, o Torneio Rio-São Paulo e o Campe-onato Brasileiro. Sagrou-se Bicampeão Paulista e Brasileiro, no ano seguinte. Foi como atleta palmeirense que recebeu o apelido de “Ani-mal”. O locutor Osmar Santos conferia o apelido, toda semana, ao mel-hor jogador da rodada do Paulistão. Tantas vezes Edmundo foi agracia-do, que a torcida associou-lhe o apelido. Embora criado sob o enfoque afirmativo, de craque diferenciado e lutador, o epíteto tem, por outro lado, um sentido pejorativo, de violento e irresponsável, que também se aplicava ao jogador. Em 1994, ao dar um soco no adversário André, do “São Paulo”, Edmundo deu início a uma briga generalizada, dentro do gramado. No ano seguinte, agrediu um repórter, no Equador, após uma derrota do “Palmeiras” para o “El Nacional”, pela Copa Libertadores. Acabou tendo de ficar detido no hotel de Guayaquil, por seis dias, até ser liberado para deixar o país. Sua saída do clube palestrino, pouco depois, foi tumultuada, após brigas com alguns companheiros e com o técnico Vanderlei Luxemburgo.Contratado pelo “Flamengo”, em 1995, para formar o ataque dos son-hos, jiunto com Romário e Sávio, Edmundo não foi feliz com a camisa rubronegra. Seu momento mais memorável foi na vitória sobre o “Velez Sarsfield”, pela Supercopa Libertadores, quando marcou um belo gol, mas acabou como protagonista de outra batalha campal. No episó-dio que deu origem ao conflito, Edmundo foi vítima de uma cotovelada desleal do adversário Flavio Zandoná. Ainda em 1995, envolveu-se em um acidente de trânsito, no Rio, após sair de uma boate, no qual morre-ram três pessoas. Condenado a quatro anos e meio de prisão, em regime

semiaberto, por homicídio culposo, em 1999, Edmundo passou uma noite na cadeia, mas foi liberado por meio de habeas corpus.Após brigar com a diretoria do clube da Gávea, foi cedido, por em-préstimo, ao “Corinthians”, no início de 1996. No alvinegro paulistano realizou boas exibições, marcando 32 gols no primeiro semestre. Entre-tanto, a equipe corintiana não conquistou o título paulista e foi elimina-da nas quartas–de-final da Libertadores. Depois de um desentendimento com um companheiro (o zagueiro Cris), Edmundo abandonou o Parque São Jorge, sem maiores explicações, ainda em 1996.De volta a São Januário, sua colaboração foi decisiva para evitar o rebaixamento do clube da Cruz de Malta no Campenato Brasileiro de 1996. No ano seguinte, o “Vasco” decidiu o campeonato carioca com o “Botafogo”. No primeiro jogo, vencido pelo time cruzmaltino, Edmundo requebrou os quadris na frente do zagueiro Gonçalves. Na segunda partida, o alvinegro deu o troco: venceu, conquistando o título; e o atacante Dimba retribuiu as gracinhas, com uma dancinha perante os zagueiros vascaínos. Mas o auge de Edmundo veio no Brasileirão de 1997. Com apresentações soberbas, marcou 29 gols em 28 jogos, conquistou a artilharia com essa marca recorde, e sagrou-se Campeão Brasileiro. Entre outros gols memoráveis, marcou os seis tentos da goleada (6x0) imposta ao “União São João”. Recebeu a Bola de Ouro, como melhor jogador da competição.Em seguida, o “Vasco” negociou sua transferência para o futebol italiano. Na “Fiorentina”, formou uma excelente dupla de ataque com o grande artilheiro argentino Batistuta. A equipe violeta classificou-se em terceiro lugar na Série A do “cálcio”, na temporada 1988/99, mas Ed-mundo desentendeu-se com um companheiro, o craque português Rui Costa. Mas o pior foi ter caído em desgraça junto à torcida do clube de Florença, por ter abandonado o time, em pleno certame, para passar o Carnaval de 1999 no Rio. Em conseqüência, deixou a Itália, retornando ao “Gigante da Colina”.Disputou, com boas atuações, o segundo turno do Campeonato Carioca de 1999, mas o “Vasco” perdeu o título para o “Flamengo”. Apesar da boa campanha na primeira fase do Brasileirão, a equipe de São Januário foi eliminada, precocemente, pelo “Vitória”. No final do ano, Romário retornou, e os dois, então desafetos, fizeram uma trégua, que permitiu

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ao time cruzmaltino um bom desempenho no Mundial de Clubes da FIFA, em 2000. Os vascaínos venceram os ingleses do “Manchester United”, com um sensacional gol de Edmundo, no Maracanã. Mas, na final contra o “Corinthians”, ele foi um dos que desperdiçaram suas oportunidades, na cobrança dos pênaltis decisivos, e o título ficou com os paulistas. Terminada o curto período de paz, a rixa se acentuou, após o Baixinho ter recebido a faixa de capitão. Edmundo passou a descon-tar sua irritação em provocações aos adversários, fazendo com que ele fosse escolhido, pelos colegas de profissão, como o jogador mais odiado do Brasil, em votação promovida pela Revista Placar. Desgastado no clube da Cruz de Malta, foi emprestado ao “Santos”, ainda em 2000. Embora tivesse demonstrado seu bom futebol no time praiano de São Paulo, suas reclamaçõe públicas sobre atrasos nos salários fizeram com que a diretoria santista o devolvesse ao clube carioca. Os dirigentes cruzmaltinos decidiram, então, cedê-lo, novamente por empréstimo, ao “Napoli”. Sua volta à Itália, em 2001, foi um fracasso, pois suas atu-ações não corresponderam às expectativas, e o seu clube foi rebaixado. Retornou ao Brasil e pleiteou, na Justiça Desportiva, o direito ao seu passe. Conseguido seu intento, negociou sua contratação pelo “Cruzei-ro”, ainda em 2001. Mas, suas apresentações com a camisa azul deix-aram a desejar. Antes de um jogo contra o “Vasco”, Edmundo declarou à imprensa: “Tomara que eu não faça gol, Se acontecer, vai ser por puro profissionalismo. Mas não haverá comemoração, porque não posso comemorar derrotas minhas, como torcedor vascaíno.” A equipe mi-neira perdeu por 3x0 e Edmundo desperdiçou um pênalti. Foi mandado embora, ainda no vestiário. Edmundo foi, então, para o Japão, jogar no “Tokyo Verdy”. Contun-dido, chegou ao Rio de Janeiro, no Carnaval de 2002, para fazer uma cirurgia no pé. Foi visto pelos dirigentes japoneses, no dia seguinte, des-filando de muletas no Sambódromo. Entretanto, realizou boas exibições na equipe da capital japonesa, impedindo seu rebaixamento. Em 2003, assinou contrato com outro clube japonês – o “Urawa Red Diamonds”, da cidade de Saitama. No entanto, após três meses de atuação pelo time originário da Mitsubishi, rescindiu o contrato, alegando saudades da família. Assim, voltou ao seu time de coração, o “Vasco da Gama”.Sua nova passagem por São Januário foi insatisfatória para o clube e

para o jogador, que saiu, depois de nove meses, reclamando da falta de pagamento e acusando, embora sem mencionar o nome, o Presidente Eurico Miranda da malversação de recursos. Em 2004, mais motivado, foi contratado pelo “Fluminense”. Voltou a compor a dupla de ataque junto ao Romário (com quem havia se reconciliado) e fez alguns bons jogos, mas passou grande parte da temporada no departamento médico. Foi dispensado pelo tricolor das Laranjeiras e ficou algum tempo para-do. Em 2005, realizou dois jogos na segunda divisão do campeonato estadual do Rio de Janeiro, pelo modesto Nova Iguaçu, do município de mesmo nome. Foi, então, contratado pelo “Figueirense” e voltou a mos-trar um bom futebol, sendo o artilheiro da equipe catarinense e colabo-rando decisivamente para evitar o seu descenso. Seu ótimo desempenho no Brasileirão de 2005 levou o “Palmeiras” a contratá-lo de novo. Com o time do Parque Antárctica, o Animal marcou dez gols no campeonato brasileiro de 2006. Alternando maus e bons momentos, conseguiu a vice-artilharia do campeonato paulista de 2007. No Brasileirão de 2007, Edmundo passou, outra vez, por uma fase adversa, e sofreu seguidas contusões. Seu contrato com o clube palestrino não foi renovado e ele iniciou uma longa negociação para retornar ao “Vasco”, contra o qual estava movendo uma ação judicial para receber remunerações não pagas. Após o acerto negocial, Edmundo reestreou enfrentando e sendo derrotado pelo “Flamengo”, na semifinal da Taça Guanabara de 2008, quando perdeu um pênalti. Voltou a desperdiçar uma penalidade máxi-ma importante em outra semifinal, a da Copa do Brasil de 2008, contra o “Sport”, do Recife. Assim, Edmundo encerrou a carreira de forma melancólica, num dia muito triste, quando o Gigante da Colina de São Januário foi rebaixado para a segunda divisão, em 2008.Um ano após sua aposentadoria, tornou-se comentarista esportivo, em 2009, da Rede TV!. Em 2010, transferiu-se para a TV Bandeirantes, para a qual comentou os jogos da Copa do Mundo. Elivelton Alves Rufino é mineiro de Serrania, nascido em 31 de julho de 1971. Começou sua carreira profissional em 1990, no “São Paulo”, como atacante, passando depois a jogar mais recuado, como meia-de-ligação. Com a camisa tricolor do clube do Morumbi, foi Bicampeão Paulista (1991/92) e Campeão Brasileiro (1991). Venceu a Copa Liber-tadores da América e a Taça Intercontinental (campeonato mundial de

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clubes) em dois anos consecutivos (1992 e 1993), superando “Milan” e “Barcelona”, respetivamente.Elivelton mede 1,72 m, pesa 71 kg, e tem um estilo clássico de jogo, com elevada categoria. De 1991 a 1993, disputou treze jogos pela Se-leção Brasileira, assinalando um gol.Ainda em 1993, foi contratado pelo “Nagoya Grampus”, do Japão. Atuou, sem muito brilho, no futebol japonês, até o final de 1994. De volta ao Brasil, jogou no “Corinthians” em 1995, sagrando-se Campeão Paulista, ao assinalar o gol decisivo do título contra o “Palmeiras”. Conquistou, também pela equipe do Parque São Jorge, a Copa do Brasil de 1995. No ano seguinte, trocou o uniforme alvinegro pelo alviverde, voltando a ser Campeão Paulista, com a “equipe dos cem gols” do “Palmeitas”. Em 1997, assinou contrato com o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte, foi Campeão Mineiro e venceu a Copa Libertadores da Amé-rica, marcando o gol da vitória sobre o “Sporting Cristal” do Perú, na partida final.Essa sua terceira conquista da Libertadores marcou o término da sua fase de grandes glórias, embora voltasse a ganhar um campeonato estadual em 2006, quando foi Campeão Capixaba om o “Vitória” do Es-pírito Santo. De 1998 a 2007, Elivelton jogou, sem muitos sucessos, nos seguintes clubes: “Vitória” (BA), “Internacional” (RS), “Ponte Preta” (SP), “São Caetano” (SP), “Bahia” (BA), “Uberlândia” (MG), “Vitória” (ES), “União de Rondonópolis” (MT) e “Alfenense” (MG).Depois de ter montado, em Alfenas (Minas Gerais), a sua academia de futebol e encerrado, aparentemente em 2007, sua carreira de jogador, Elivelton decidiu retornar aos gramados, em 2009, defendendo a mod-esta “Francana”, de Franca, no interior paulista. Giovanni Silva de Oliveira é paraense de Abaetetuba e nasceu em 4 de fevereiro de 1972. Começou sua carreira profissinal em 1990, em um pequeno clube do Pará denominado “Taça Luz”, mas foi negociado com o “Tuna Luso”, de Belém, onde começou a se destacar, em 1992. Defendeu os dois grandes rivais paraenses: “Remo”, durante o ano de 1993, quando sagrou-se Campeão Paraense: e “Paysandu”, em 1994. Transferiu-se para o futebol paulista, ainda no mesmo ano, indo para o “São Carlense” e, logo em seguida, para o “Santos”. Tornou-se ídolo da torcida santista, da qual recebeu o apelido de Messias, e adquiriu pro-

jeção nacional, obtendo o vicecampeonato brasleiro de 1995 e o prêmio da Bola de Ouro, e, no ano seguinte, a artilharia do campeonato paulista (1996).Giovanni é alto (1,91m), pesava 86 kg, e foi um meia altamente quali-ficado pela sua técnica primorosa. Disputou, entre 1995 e 1999, vinte partidas pela Seleção Brasileira, marcando seis gols. Venceu a Copa América, de 1997, e participou da Copa do Mundo de 1998.Deixou a equipe do “Peixe” em 1996, tomando o rumo da Europa, contratado pelo “Barcelona”. Com o clube da Catalunha, conquistou a Recopa Européia (1996/97); a Copa do Rei, em duas oportunidades (1996/97 e 1998/99); a Supercopa da Espanha (1997); a Supercopa Eu-ropéia (1997); e o Bicampeonato Espanhol (1997/98 e 1998/99).Em 1999, trocou a Espanha pela Grécia, passando a jogar pelo “Olym-piacos”, com o qual foi Pentacampeão Grego, de 2000 a 2005, ano em que retornou ao “Santos”. De volta ao Brasil, após seu grande sucesso no futebol europeu, Giovanni confirmou sua boa fase, no campeonato brasileiro de 2005. Entretanto, não foi mantido no elenco santista para 2006, e resolveu atuar na Arábia Saudita, pelo “Al Hilal”, de Riyadh, onde fez boas apresentações. Atuou novamente no futebol grego, em 2007, com o “Ethnikos Pireu”, de Atenas. De 2008 a 2010, jogou no Brasil, defendendo, sucessivamente, o “Sport”, do Recife, o “Mogi Mirim”, do interior paulista, e o seu velho conhecido “Santos”. Com o time do alvinegro praiano, ganhou seus dois últimos títulos: Campeão Paulista de 2010 e da Copa do Brasil, no mesmo ano.Em junho de 2010, Giovanni pendurou as chuteiras no clube santista, com o qual tem a sua maior afinidade, para retornar ao seu estado natal. Com a credencial de ter descoberto em Belém, e levado para o “San-tos”, o jovem craque Paulo Henrique Ganso, o Messias passou a exercer a atividade de olheiro, a partir do segundo semestre de 2010. Rivaldo Vítor Borba Ferreira é pernambucano de Paulista, nascido em 19 de abril de 1972. Começou a praticar futebol em 1989, no “Pau-listano”, de sua cidade natal. A carreira profissional teve início aos dezenove anos, em 1991, no “Santa Cruz”, do Recife. Com o uniforme do tricolor pernambucano, participou, com destaque, da Copa São Paulo de Juniores, em 1992. Foi, então, contratado pelo “Mogi-Mirim”. Inte-grou a equipe, conhecida como “carrossel caipira”, que ganhou o título

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da Série A2 do Campeonato Paulista. Em meados de 1993, Rivaldo foi cedido, por empréstimo, ao “Corinthians”. Marcou onze gols para o alvinegro paulistano no primeiro Brasileirão em que atuou (1993). No ano seguinte, o “Palmeiras”, com o apoio da sua patroinadora Parmalat, adquiriu o seu passe do “Mogi”.Rivaldo tem 1,86 m de altura, é canhoto e atua na posição mista de meia e atacante. Dotado de rara habilidade e magnífica visão de jogo, foi considerado, pela FIFA, o melhor jogador do mundo em 1999. Vestiu a camisa amarela da Seleção do Brasil pela primeira vez, em 1992, na categoria Sub-20. Disputou nove partidas e marcou um gol, com o time brasileiro dessa faixa etária, de 1992 a 1993. Pela Seleção Brasileira principal, realizou 74 jogos, assinalando 34 tentos, entre 1993 e 2003. Disputou os Jogos Olímpicos de 1996, conquistando a medalha de bronze. Veneu a Copa das Confederações de 1997. Foi Vice-Campeão na Copa do Mundo de 1998. Ganhou a Copa América de 1999 e a artil-haria do certame, com cinco gols. Conquistou o título de Campeão na Copa do Mundo de 2002, nos Estados Unidos.No clube alviverde do Parque Amtárctica, tornou-se ídolo ao ser Campeão Brasileiro em 1994, tendo marcado quatorze gols na com-petição, entre os quais três tentos decisivos nos dois jogos finais, justa-mente contra o seu ex-clube imediato. Em 1996, conquistou o título de Campeão Paulista, e foi para o exterior, logo em seguida.Seu primeiro clube na Espanha foi o Deportivo La Coruña, cuja camisa azul e branca vestiu na temporada de 1996/97, marcando 21 gols. O seu auge foi atingido no período em que defendeu o “Barcelona”, de 1997 a 2002. Com a camisa “blaugrana”. Rivaldo ganhou a Supercopa Européia em 1997, e as mais importantes conquistas da temporada 1997/98, para a torcida “culé”, o título da Liga Espanhola e a Copa do Rei. Tornou-se Bicampeão Espanhol na temporada seguinte (1998/99), comemorativa do centenário do “Barça”. Em 2000, foi o artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA, com dez gols.Transferiu-se em 2002 para o “Milan” da Itália. Entretanto, não repe-tiu no “Calcio” o mesmo sucesso que obteve em “La Liga”. Apesar da sua participação nas campanhas vitoriosas dos “rossoneros” na Copa da Itália, na Liga dos Campeões da Europa e na Supercopa Européia, em 2003, ele amargou a reserva em alguns jogos, em face da concor-

rência com o português Rui Costa e o compatriota Kaká. Assim, decidiu retornar ao Brasil, no início de 2004, contratado pelo “Cruzeiro” de Belo Horizonte, onde também não foi feliz. Devido ao seu desempenho muito fraco no Campeonato Mineiro, Rivaldo deixou a Toca da Raposa no mesmo ano.Decidiu, então, tentar a sorte no futebol grego, assinando contrato com o “Olympiakos”. Voltou a ter alguns sucessos na Grécia, marcando alguns memoráveis gols em cobranças de faltas, e tornou-se Tricampeão Grego (2005/06/07), além de ganhar a Copa da Grécia, em 2005 e 2006. Deixou o “erythrolefki” (vermelho e branco) em 2007, transferindo-se para o rival “AEK Atenas”, cuja camisa amarela vestiu na temporada 2007/08.Em 2008, trocou a Europa pela Ásia, ao ser contratado pelo “Bunyod-kor”, do Uzbequistão. Com o clube fundado em 2005, na capital Tash-kent, ele foi Bicampeão Uzbeque (2008/09), além de ter conquistado a Copa do Uzbequistão em 2008.De volta ao Brasil, em 2010, Rivaldo foi eleito Presidente do clube que o revelou, o “Mogi Mirim”. Surpreendentemente, assinou contrato com o “São Paulo”, em janeiro de 2011, tendo disputado o Campeonato Pau-lista, e, presentemente, o Brasileirão, com a camisa tricolor. Roberto Carlos da Silva nasceu em 10 de abril de 1973, no interior paulista, em Garça. Começou sua carreira profissional em 1990, antes de completar 17 anos, no “União São João”, da cidade de Araras. Ainda no clube interiorano, onde atuou até 1992, seu bom futebol o levou à Seleção Brasileira Sub-20. Em 1993, foi contratado pelo “Palmeiras”, que montou um excelente time, graças ao apoio financeiro da Parmalat. Com a camisa verde do clube do Parque Antárctica, foi Bicampeão Paulista e Brasileiro (1993/94), além de vencer o Torneio Rio-São Paulo de 1993. Canhoto e baixo (1,68 m), com grande força muscular (73 kg), Roberto Carlos é um lateral-esquerdo muito veloz, dotado de um chute extrema-mente forte e preciso, temido pelos goleiros, sobretudo nas cobranças de faltas de média ou longa distância. Ao término do campeonato paulista de 1995, transferiu-se para a “Inter-nazionale” de Milão. Em sua estréia, marcou o gol da vitória “neroaz-zurra” sobre o “Vicenza” (1x0), e adaptou-se rapidamente ao futebol

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italiano. Contudo, disputou apenas uma temporada (1995/96) na Série A do “calcio”, pois foi para a Espanha, jogar no “Real Madrid”, a partir de 1996.Atuou com o uniforme branco do clube da capital espanhola durante onze anos, de 1996 a 2007, participando de 584 jogos e marcando 71 gols. Atingiu o seu ápice e foi considerado, pela FIFA, o segundo mel-hor jogador do mundo em 1997. Integrou, junto com Ronaldo, Zidane, Beckham, Raúl, Figo e Casillas, a famosa equipe “galáctica”. Pelos “merengues”, conquistou os títulos de “La Liga” (campeonato espan-hol) de 1996/97, 2000/01, 2002/03 e 2006/07. Venceu a Supercopa da Espanha em 1997, 2001 e 2003. No âmbito europeu e mundial, ganhou a “UEFA Champions League” nas temporadas 1997/98, 1999/2000 e 2001/02; a Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes) em 1998 e 2002; e, ainda, a “UEFA Super Cup” de 2002. Tornou-se, em ja-neiro de 2006, o jogador estrangeiro que mais disputou partidas de “La Liga”, quebrando o recorde de Alfredo di Stéfano. Entretanto, foi dura-mente criticado ao falhar, nas oitavas-de-final da “Champions League” de 2006/07, no gol do “Bayern München”, marcado com menos de um minuto de jogo, que culminou com a desclassificação do clube madrilenho. Esse episódio contribuiu decisivamente para que Roberto Carlos trocasse o “Real Madrid” pelo “Fenerbahçe” da Turquia, em junho de 2007. Roberto Carlos defendeu o time de Istambul, com o qual ganhou a Supercopa da Turquia de 2007, até o final de 2009. Em janeiro de 2010, voltou ao futebol brasileiro, contratado pelo “Corinthians”. No Parque São Jorge, apesar da idade avançada para um jogador de futebol, continuou a mostrar seu bom preparo físico e realizou boas apresen-tações. Rescindiu amigavelmente seu contrato em fevereiro de 2011. Em seguida, assinou novo compromisso, por dois anos, com o “Anzhi Makhachkala”, da Rússia.Foi titular da lateral esquerda da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1998, 2002 e 2006. Assim, foi Campeão Mundial em 2002. Porém, em 2006, foi considerado um dos responsáveis pela eliminação do Brasil pela França, por ter deixado Thierry Henry livre para assinalar um gol, enquanto arrumava seu meião. Roberto Carlos realizou 125 partidas com a camisa amarela, marcando 11 gols, entre 1992 e 2006.

Ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1996, conquistou a Copa América em 1997 e 1999, e a Copa das Confederações de 1997. Nelson de Jesus Silva, o Dida, é natural da cidade baiana de Irará, e nasceu em 7 de outubro de 1973. Dida começou a jogar como goleiro na “ASA” de Arapiraca (Alagoas), em 1990. Ainda como amador, em 1991, atuou no “Cruzeiro”, da mesma cidade. Profissionalizou-se em 1992, no “Vitória”, de Salvador. Com o rubronegro da Bahia, foi Campeão Baiano de 1992 e Vice-Campeão Brasileiro em 1993. Transfe-riu-se para o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte, em 1994. Alto, com 1,95 m e 85 kg, Dida celebrizou-se como excelente especial-ista em defender pênaltis. Dotado de ótimo senso de colocação, re-flexos muito rápidos e grande agilidade, disputou 91 jogos pela Seleção Brasileira, entre 1995 e 2006, conquistando a medalha de bronze nas Olimpíadas de 1996, e os títulos da Copa das Confederações, de 1997 e 2005; da Copa América, em 1999; e de Campeão Mundial, em 2002. Participou de três Copas do Mundo: de 1998, como terceiro goleiro; de 2002, como primeiro reserva; e de 2006, como titular, tendo sofrido apenas dois gols em cinco partidas. Em 2004, recebeu o “Oscar del Calcio”, como melhor arqueiro do futebol italiano, e foi considerado o terceiro melhor goleiro do mundo pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). No ano seguinte, a IFFHS o elegeu como o segundo melhor do mundo.Sua fase mais auspiciosa teve início no clube mineiro, que defendeu en-tre 1994 e 1998. Foi Campeão de Minas Gerais em 1994, e Tricampeão em 1996/97/98. Conquistou a Copa do Brasil de 1996 e a Libertadores de 1997, com grandes atuações, sobretudo nos jogos contra o “Colo-Colo” e com o “Sporting Cristal”, decisivos para a vitória final do “Cruzeiro”.Deixou a Toca da Raposa em 1998, indo para a Europa, atuar, na tempo-rada 1998/99, pelo “Lugano” da Suíça. Retornou ao Brasil, contratado pelo “Corinthians”, em 1999. Foi um dos destaques do alvinegro paulistano na conquista do título de Campeão Btasileiro em 1999, tendo defendido dois pênaltis na mesma partida, contra o “São Paulo”, na fase semifinal. Também foi decisiva sua participação na campanha vitoriosa no Mundial de Clubes da FIFA, em 2000, defendendo um pênalti cobrado por Anelka, no jogo contra

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o “Real Madrid”. Ainda no ano 2000, foi novamente para o futebol europeu, para defender a meta do poderoso Milan, da Itália. Entretanto, seu início no “cálcio” não foi tranqüilo. Após uma falha gritante, Dida foi mandado de volta para o Parque São Jorge, cedido por empréstimo, em 2001 Outra vez com a camisa corintiana, venceu a Copa do Brasil de 2002, com nova defesa de pênalti, na semifinal contra o tricolor paulistano; e, também, o Torneio Rio-São Paulo do mesmo ano. Com a camisa da Seleção Brasileira, ganhou a Copa do Mundo de 2002, e voltou ao seu clube, em Milão, logo em seguida.Firmou-se como titular da equipe milanesa, atingiu o seu auge, e teve uma atuação fundamental na conquista do título da Liga dos Campeões da UEFA 2002/03, ao defender três pênaltis na final contra o também italiano “Juventus”, de Turim. Com os “rossoneros”, ganhou a Super-copa Européia em 2003 e 2007; o “scudetto” da Série A do Campeonato Italiano, na temporada 2003/04; a Liga dos Campeões da UEFA, em 2006/07, novamente; e o Mundial de Clubes da FIFA, em 2007.Dida deixou a “Associazione Calcio Milan” em 1º de julho de 2010, após dez gloriosos anos de contrato. Narciso dos Santos nasceu em 23 de dezembro de 1973, no Estado de Sergipe (Neópolis). Começou sua carreira profissional em 1994, no pequeno “Paraguaçuense”, da cidade de Paraguaçu Paulista, no interior de S. Paulo. Transferiu-se, no mesmo ano, para o “Santos”. Seu futebol brilhou no decorrer dos cinco anos seguintes, período em que integrou a equipe do “Peixe”.Narciso tem 1,84 m e pesava 80 kg. Foi um zagueiro altamente téc-nico que jogava, eventualmente, como volante, mas sempre com muita categoria, em ambas as posições. Vestiu a camisa amarelinha da Seleção Brasileira em 19 partidas, entre 1995 e 1998. Com a seleção olímpica do Brasil, ganhou medalha de bronze, em 1996, nos jogos de Atlanta (EUA).Em 1999, defendeu o “Flamengo”, mas retornou à Vila Belmiro, no ano seguinte. Viu-se obrigado a parar de jogar por motivo de saúde (um tipo raro de leucemia). Após um demorado e complexo tratamento, con-seguiu voltar aos gramados em 2003. Atuou no alvinegro praiano até 2005, quando pendurou as chuteiras.De 2008 a 2010, treinou a equipe sub-20 do “Santos”. Atualmente, é o

treinador do “Sergipe”, em seu estado natal.Sávio Bortolini Pimentel é capixaba de Vila Velha, nascido em 9 de janeiro de 1974. Começou nas divisões de base da “Desportiva” do Espírito Santo, em 1986. Mas logo em 1988, ainda como jogador em formação, foi para o “Flamengo”, no Rio. Iniciou sua carreira profis-sional aos dezoito anos, na Gávea, em 1992. Com a camisa rubronegra, foi Campeão Brasileiro em 1992, e Carioca, em 1996.Com 1,76 m de altura e 68 kg de peso, de compleição física franzina. Sávio foi um atacante canhoto, extremamente habilidoso, que atuava pela ponta esquerda, infernizando os marcadores com seus dribles. Defendeu a Seleção Brasileira Sub-20 em 1992 e 1993; e a Sub-23, nos anos de 1995 e 1996, quando conquistou o primeiro lugar no Torneio Pré-Olímpico, classificatório para as Olímpiadas, e ganhou a medalha de bronze dos Jogos, em Atlanta. Pela Seleção do Brasil, principal, dis-putou 32 partidas, marcando quatro gols, entre 1994 e 2000.Transferido, ao final de 1997, para o futebol espanhol, defendeu a equi-pe merengue do “Real Madrid” até 2002. Sob o comando técnico de Vicente Del Bosque, participou das memoráveis conquistas da “UEFA Champions League”, em 1998, 2000 e 2002: da Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes) de 1998; do Campeonato Espanhol (La Liga) de 2001; e, no mesmo ano, da Supercopa da Espanha. Entretanto, apesar de muitas excelentes atuações, Sávio não conseguiu se firmar como titular absoluto entre “los blancos”, em função de suas constantes contusões. Assim, foi emprestado ao “Bordeaux”, tendo disputado o campeonato francês, na temporada 2002/03. De volta à Espanha, em 2003, foi cedido ao “Real Zaragoza”. Brilhou no clube aragonês, que ganhou a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha, ambas em 2004. Re-tornou, em 2006, ao Rio de Janeiro, e, mais especificamente, ao “Fla-mengo”. Entretanto, disputou apenas dez partidas, não marcou nenhum gol, e retornou para a Espanha, no início de 2007.A contratação de Sávio pela “Real Sociedad” não foi suficiente para evitar o rebaixamento à segunda divisão do clube de San Sebastián, ao final da temporada 2006/07. Transferiu-se, então, para o “Levante”, da cidade espanhola de Valencia. Voltou ao seu estado natal, ao começar o ano de 2008, por razões de ordem familiar, atuando, novamente, na “Desportiva”. Em meados de 2008, acertou sua ida para Chipre, para

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jogar pelo “Anorthosis” na Liga dos Campeões da UEFA, durante a temporada 2008/09, na qual Sávio fez ótimas apresentações. Final-mente, em janeiro de 2010, retornou, mais uma vez, ao Brasil, contrat-ado pelo “Avaí”. Após 31 partidas com a camisa azul e branca do clube de Florianópolis, parou de jogar em 20 de setembro de 2010. Flávio da Conceição é paulista de Santa Maria da Serra e nasceu em 12 de junho de 1974. Começou sua carreira profissional, em 1992, no “Rio Branco”, da cidade de Americana, no interior de São Paulo. Foi rapi-damente contratado pelo “Palmeiras”, em 1993, sagrando-se Campeão Brasileiro, no mesmo ano. Conquistou, ainda com o alviverde da capi-tal, os títulos de Campeão Paulista de 1994 e 1996, além do Bicampe-onato Brasileiro, em 1994.Flávio Conceição possuía ótimo poder de marcação, excelente passe e um chute muito potente. Foi um meio-campista (volante) de real valor, que disputou 45 partidas com a camisa amarela da Seleção Brasileira, entre 1995 e 2000, marcando quatro gols. Teve uma participação desta-cada nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996. Foi vencedor da Copa Amé-rica em 1997 e 1999.Transferiu-se para o “Deportivo La Coruña” em 1997. Com a camisa azul e branca do clube galego, foi Campeão Espanhol em 1999/2000. Voltou a conquistar o título de “La Liga” nas temporadas 2000/01 e 2002/03, com o uniforme branco do “Real Madrid”. Pelo clube da capital espanhola, ganhou, também em 2002, a Supercopa da Europa e a Copa Intercontinental (mundial de clubes). Atuou no futebol alemão durante a temporada 2003/04, emprestado ao “Borussia Dortmund”. Foi cedido ao “Galatasaray” de Istambul, em 2004, vencendo a Copa da Turquia, em 2005. Seu último clube, como jogador profissional, foi o “Panathinaikos” da Grécia (2005 a 2006).Atualmente, Flávio Conceição reside em Americana, onde é proprie-tário de uma loja de confecções e, desde 2009, é também proprietário de um clube de futebol, o “Nova Odessa Atlético Clube Ltda”, na cidade vizinha de mesmo nome.Caio Ribeiro Decoussau nasceu na capital paulista, em 16 de agosto de 1975. Revelado nas divisões de base do “São Paulo”, foi alçado à equipe principal por Telê Santana, participando da conquista da Super-copa Libertadores, em 1993. Profissinalizou-se no clube do Morumbi,

em 1994, ano das vitórias tricolores na Recopa Sul-Americana e Copa Conmebol.Com 20 anos incompletos, foi contratado pelo “Internazionale” de Milão (1995 a 1996), transferindo-se, em seguida, para o “Napoli” (1996 a 1997). Entretanto, não se firmou em nenhum dos dois times italianos. Voltou ao Brasil, em 1997, passando a defender o “Santos”.Caio Ribeiro, que tem 1,77m e pesava 74 kg, foi um atacante extrema-mente habilidoso, que despontou cedo no cenário do futebol nacional, porém não chegou a se definir como grande craque, devido à irregulari-dade de suas atuações. Fez parte da Seleção Brasileira Sub-20, pela qual jogou sete partidas e marcou cinco gols, em 1995, sendo considerado o melhor jogador do campeonato mundial da categoria; com a Seleção do Brasil, principal, em janeiro de 1996, disputou a Copa Ouro, organizada pela Concacaf, em Los Angeles. Realizou, assim, quatro jogos, assinal-ando três gols.Com a equipe da Baixada Santista, foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1997. No “Flamengo”, em 1998, foi relacionado como su-plente, na maioria das partidas, entrando no decoreer do jogo. Marcou apenas três gols em 31 partidas. Em 1999, apesar de iniciar os jogos no banco, passou a ser decisivo quando entrava em campo, ganhando a fama de ‘jogador de segundo tempo” e virou o xodó da fanática torcida rubronegra, que comemorou, com ele, o título de Campeão Carioca de 1999. Com a saída de Romário, tornou-se titular na equipe flamen-guista, e teve participação fundamental na conquista da Copa Mercosul, no mesmo ano, marcando três gols, nas duas partidas da final.Voltou a jogar no “Santos”, em 2000, sem maior destaque, e transferiu-se para o “Fluminense”. Caio desempenhou um papel decisivo na ótima campanha do tricolor carioca no Campeonato Brasileiro de 2001. Continuou nas Laranjeiras, no decorrer de 2002, mas trocou as cores da camisa, passando a defend-er o tricolor gaúcho, no ano de 2003. Deixou o “Grêmio” para jogar, novamente, na Europa, no “Rot-Weiss Oberhausen”, da Alemanha, na temporada 2003/2004. Retornou ao Rio de Janeiro, em 2004, contratado pelo “Botafogo”. Encerrou a carreira no clube da Estrela Solitária, em 2005, com apenas trinta anos de idade.Atualmente, vive em São Paulo e é comentarista esportivo da Rede

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Globo de TV. Françoaldo Sena de Souza. o França, nasceu em 2 de março de 1976, no município maranhense de Codó. Começou sua carreira profissional em 1993, no “Nacional”, do Amazonas. Transferiu-se para o “XV de No-vembro” de Jaú, no interior de S. Paulo, em 1994. Com maior visibili-dade, seu futebol o levou à capital paulista, no final de 1995, contratado pelo “São Paulo”. No tricolor do Morumbi, de 1996 a 2002, França brilhou como goleador. Foi Campeão Paulista em 1998 e 2000, sendo o artilheiro de ambos os campeonatos, e ainda do Torneio Rio-São Paulo de 2001, do qual também foi vencedor.Destro, com 1,83 m e 70 kg, França é um atacante com excelente faro de gol. Defendeu a Seleção Brasileira em oito oportunidades, entre 2000 e 2002. Uma grave lesão, sofrida em um jogo contra o “Corin-thians”, pela Copa do Brasil, tirou sua chance de ser convocado para a Copa do Mundo de 2002. Ainda em 2002, foi contratado pelo “Bayer Leverkusen”, da Alemanha. No futebol alemão, onde atuou até 2005, não teve o mesmo êxito obtido em São Paulo. França transferiu-se, então, para o “Kashiwa Reysol”, do Japão, que defendeu até julho de 2010.Ronaldo Luís Nazário de Lima é carioca, nascido em 22 de setembro de 1976. Começou, ainda menino, praticando futsal no “Valqueire Tenis Clube”, de sua cidade natal. Transferiu-se, logo em seguida, para o “Social Ramos Clube do Rio de Janeiro”, ainda como jogador de futsal. Seu início no futebol de campo aconteceu nos infantis do “São Cris-tovão”, no Rio, onde já demonstrou seu enorme potencial. Aos quatorze anos, seu passe foi adquirido, por sete mil e quinhentos dólares, pelos empresários Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, que, tempos depois, o revenderam, por dez mil dólares, para o ex-jogador Jairzinho. Convoca-do para a Seleção Brasileira Sub-17, Ronaldo foi o artilheiro do Campe-onato Sul-Americano da categoria, em 1993, com oito gols, embora o Brasil tenha feito uma fraca campanha, obtendo apenas o quarto lugar. Após esse belo desempenho, o “Cruzeiro” decidiu aceitar a proposta feita por Jairzinho, e comprou o seu passe.Assim, Ronaldo estreou na equipe principal do clube azul de Belo Hori-zonte, com dezesseis anos, no Campeonato Brasileiro de 1993. Marcou o seu primeiro gol, como profissional do “Cruzeiro”, em um amistoso

contra o “Belenenses”, em Portugal. No torneio nacional, assinalou 12 gols em 14 partidas, sendo cinco em um só jogo (contra o “Bahia”). Seu primeiro título foi o de Campeão da Copa do Brasil, em 1993. Na decisão da Recopa Sul-Americana, contra o “São Paulo”, não foi feliz, pois na disputa por pênaltis, o goleiro Zetti defendeu a sua cobrança, as-segurando o título para o tricolor paulista No ano seguinte foi Campeão Mineiro, com a camisa azul, e artlheiro do certame, com 22 gols. Nesse mesmo ano de 1994, deixou a Toca da Raposa, após ter marcado, na temporada, 44 gols em 46 partidas, transferindo-se para o “PSV Eind-hoven”, da Holanda.No futebol holandês, continuou a demonstrar suas virtudes de gole-ador, tornando-se o artilheiro do campeonato 1994/95, com 30 gols. Em 1995, surgiu seu primeiro problema nos joelhos. Em 1996, constatada uma calcificação no joelho direito, Ronaldo submeteu-se a uma cirurgia. No final de abril, retornou aos gramados, ficando no banco de reservas. Foi utilizado, pelo técnico Dick Advocaat, apenas por quinze minu-tos, na partida final, que significou a conquista da Copa da Holanda de 1996. Foi seu último jogo pela equipe holandesa das indústrias Philips, pois transferiu-se para o “Barcelona”, durante os Jogos Olímpicos de 1996, dos quais participou, como atleta da Seleção Olímpica do Brasil. Na Catalunha, Ronaldo fechou o ano de 1996, com dezessete gols em vinte jogos. Ganhou a Supercopa da Espanha de 1996, com a camisa “blaugrana”. Foi eleito como o melhor jogador do mundo, pela FIFA, e ganhou o apelido de “El Fenómeno”. Ao término da temporada 1996/97, foi o artlheiro do campeonato espanhol, com 34 gols em 37 partidas, mas não conquistou o título, ganho pelo “Real Madrid”. O clube catalão venceu, porém, a Copa do Rei 1996/97 e, com um gol de Ronaldo, na decisão contra o “Paris Saint-Germain”, a Recopa Européia 1997. Apesar de ser um grande ídolo na cidade de Barcelona, trans-feriu-se para Milão, em meados de 1997. Em junho, quando estava na Bolívia, disputando a Copa América com a Seleção do Brasil, Ronaldo assinou o contrato com o “Internazionale”, da Itália.Com a camisa “nerazzurra” do clube milanês, Ronaldo marcou quatorze gols nos dezenove jogos, disputados ainda em 1997. Foi novamente eleito o melhor do mundo pela FIFA e recebeu, também, a Bola de Ouro, da publicação francesa France Football. Com 25 gols marcados,

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foi o vice-artilheiro da temporada 1997/98, cujo campeão foi o “Juven-tus”, de Turim. O único título de “La Beneamata” milanesa, na tempo-rada, foi o da Copa da UEFA. Na Copa do Mundo de 1998, Ronaldo sofreu uma convulsão, pouco antes do jogo final entre o Brasil e a França. A temporada 1998/99 do “calcio” Série A começou sob o impacto de comentários negativos da imprensa italiana, sobre o ocorrido com ele, e a respeito da derrota bra-sileira. O “Inter” fez uma campanha ruim no campeonato, cujo “scudet-to” foi conquistado pelo “Milan”. Ronaldo esteve ausente em diversas partidas, por motivos variados: contusões, como uma tendinite, que o afligiu por muito tempo; jogos pela Seleção Brasileira; ou, ainda, com-promissos com seus muitos patrocinadores (Brahma, Parmalat, Pirelli e Nike). Sua participação na temporada 1999/2000 foi ainda menor, uma vez que sofreu grave lesão no joelho, na partida contra o Lecce, e ficou afastado dos gramados, por cerca de cinco meses. Retornou em abril de 2000, em jogo válido pela Copa da Itália, contra a “Lazio”. Logo após o apito inicial, em sua primeira jogada, seu joelho direito cedeu, saindo do lugar. Seu período de afastamento foi ainda maior, e Ronaldo só voltou a jogar, mais de um ano depois, na Copa da UEFA, em 2001. Entretanto, a sua presença em campo, no restante da temporada, con-tinuou prejudicada por algumas pequenas contusões. A mesma siuação de pouco aproveitamento perdurou na temporada 2001/02. Contudo, o “Inter” chegou a liderar o campeonato e tudo indicava que iria, final-mente, quebrar o longo jejum de “scudettos”. Entretanto, a derrota para a “Lazio”, por 4x2, na última rodada, inviabilizou o sonho interista. Ronaldo, que foi substituído no decorrer da partida, chegou a chorar perante a TV.O cenário desfavorável mudou radicalmente após a brilhante campanha da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2002, conquistando o título pela quinta vez, com soberbas apresentações de Ronaldo, no comando do seu ataque, ganhando a Chuteira de Ouro da FIFA, como artilheiro da competição. Entretanto, ele começou a demonstrar insatisfação com o técnico Héctor Cúper, acusando-o de escalá-lo sem plenas condições físicas, e com a diretoria do clube, uma vez que seu salário era menor que o dos companheiros Vieri e Recoba. Assim, Ronaldo deixou a Itália, depois de cinco anos, gerando a insatisfação da torcida, que mudou seu

apelido de ‘Il Fenomeno” para “Il Fuggitivo”, tendo em vista seu com-portamento de forçar, nitidamente, sua saída do “Football Club Interna-zionale Milano”.No “Real Madrid”, que o contratou no final de agosto de 2002, ele estreou marcando dois gols, na vitória sobre o “Alavés” por 4x2. En-tretanto, seus tentos escassearam nos jogos seguintes, fazendo com que ele fosse substituído em 22 das suas 35 primeiras partidas. Para azar seu, seus substitutos (Morientes, Guti ou Portillo) costumavam marcar, no pouco tempo que dispunham para atuar. Dessa forma, Ronaldo foi vaiado em alguns jogos. Ainda assim, conquistou, com o time meren-gue, a Copa Intercontinental (campeonato mundial de clubes) de 1992, e no final do ano, ele foi eleito, pela terceira vez, o melhor jogador do mundo pela FIFA.Em 2003, Ronaldo teve excelente atuação contra o “Manchester United”, em “Old Trafford”, na Liga dos Campeões da UEFA, quando marcou os três gols do seu time. Apesar de derrotado por 4x3, o “Real” classificou-se para as semifinais. No Campeonato Espanhol 2002/03, os “blancos” conquistaram o título e ele conquistou a artilharia, com 23 gols, tendo marcado, inclusive, os dois tentos que garantiram a vitória sobre o “Athletic Bilbao”, no jogo decisivo do certame. Os merengues venceram, também, a Supercopa da Espanha de 2003. No início da temporada 2003/04, o “Real Madrid Club de Fútbol” contratou o astro inglês David Beckham, que, junto com Ronaldo, Roberto Carlos, Raúl, Luís Figo e Zidane, formou a equipe dos galácticos. Apesar de suas grandes estrelas, o clube madrilenho não foi competitivo na temporada 2003/04: ficou em quarto lugar no Campeonato Espanhol; perdeu a Copa do Rei para o Real Zaragoza; e foi eliminado pelo “Mo-naco”, na Liga dos Campeões da UEFA. A situação não foi diferente nas temporadas 2004/05 e 2005/06, nas quais o rival “Barcelona” foi hegemônico.Na temporada 2006/07, constantemente criticado pelo seu peso exces-sivo, Ronaldo viu sua condição de titular ameaçada pela contratação do jovem valor Ruud van Nistelrooy. Desgastado, negociou sua volta para o futebol italiano. Na mesma cidade de Milão, passou a defender a grande rival do “Inter”, a “Associazione Calcio Milan”, a partir de janeiro de 2007.

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A “Milan” iniciou o campeonato italiano de 2006/07 com oito pontos negativos, como punição pelo seu envolvimento no escândalo de ma-nipulação de resultados, que ficou conhecido como “calciocaos”, sem condições, portanto, de lutar pelo “scudetto”. No entanto, ganhou o título da Liga dos Campeões da UEFA, mas sem Ronaldo, impedido de jogar, por já haver atuado pelo “Real Madrid”, no início do torneio.O bem estruturado departamento médico do clube “rossonero” diagnost-cou um hipotireodismo em Ronaldo, que seria a causa do seu excesso de peso. Submetido ao tratamento adequado, ele perdeu mais de cinco quilos, e começou a temporada 2007/08 em boas condições físicas. Com os compatriotas Kaká e Pato, formou um excelente trio brasleiro, chamado de Ka-Pa-Ro. Mas, em 13 de fevereiro de 2008, o Fenômeno sofreu, novamente, uma lesão grave, determinando outro longo afasta-mento do futebol. Encerrado, e não renovado, no final da temporada, o seu contrato com a equipe milanesa, Ronaldo retornou ao Brasil.Chegou a treinar no “Flamengo”, seu time do coração, durante o pro-cesso de recuperação da sua última cirurgia de joelho, mas as conversas sobre uma possível contratação não evoluíram. Ronaldo sentiu-se livre, então, para nrgociar com o “Corinthians”, que o contratou, em dezem-bro de 2008. Após dois meses de preparação física, atuou durante 27 minutos, no segundo tempo do jogo contra o “Itumbiara”, pela Copa do Brasil. Entrou também na segunda etapa da partida seguinte, contra o “Palmeiras”, e marcou, no final do jogo, seu primeiro gol corntiano, decretando o empate no clássico. Entrou como titular em seu terceiro compromisso, contra o “São Caetano”, marcou o gol da vitória, e só foi substituído quando faltavam cerca de dez minutos para o término do jogo. Apesar de muito acima do seu peso ideal, Ronaldo colaborou eficazmente para a conquista do Campeonato Paulista de 2009, pela equipe do Parque São Jorge, marcando oito gols nas dez partidas que disputou. Da mesma forma, participou da vitória na Copa do Brasil, marcando, inclusive, um dos gols na primeira partida da decisão, contra o “Internacional”. No campeonato brasileiro, assinalou doze gols.O ano de 2010 não foi bom para Ronaldo. Completamente fora de forma, jogou poucas partidas, e passou a ser ridicularizado por diversos humoristas, em face da sua visível gordura excessiva. Por outro lado, apesar de ser o ano do seu centenário, 2010 foi um ano muito ruim para

o Timão, que nada conquistou.Em 2011, após a precoce eliminação corintiana da Copa Libertadores pelo “Tolima”, Ronaldo Fenômeno decidiu anunciar a sua aposentado-ria em uma entrevista coletiva de imprensa, no dia 14 de fevereiro.Na Seleção Brasileira, teve sua primeira experiência, na categoria de juniores, disputando o Campeonato Sul-Americano de 1993, na Colôm-bia. Sua primeira oportunidade no escrete principal aconteceu em março de 1994, num amistoso contra a Argentina, no Recife. Marcou seu primeiro gol , contra a Islândia, em Florianópolis, no mês de maio (último amistoso antes da Convocação para a Copa do Mundo de 1994). De maneira surpreendente, o técnico Parreira o incluiu na relação dos 22 convocados. Assim, Ronaldo foi Campeão do Mundo aos dezes-sete anos, embora tenha ficado na reserva durante todo o campeonato, nos Estados Unidos. Como a equipe brasileira já tivesse um Ronaldo, zagueiro, o jovem atacante passou a ser chamado de Ronaldinho, enquanto o jogador do “São Paulo”, mais velho, foi apelidado de Ron-aldão.Em 1995, contribuiu efetivamente para a conquista da Copa Umbro, torneio disputado por quatro seleções, das quais a Umbro era a fornece-dora dos uniformes (Brasil, Inglaterra, Suécia e Japão). Ainda em 1995, e também como reserva, integrou o grupo que disputou a Copa Amé-rica. Em 1996, participou das Olimpíadas, na qual o futebol do Brasil ganhou a medalha de bronze, nos Estados Unidos. Um ano depois, já craque consagrado no cenário mundial, foi de fundamental importância nas conquistas da Copa América e da Copa das Confederações, de 1997. A Copa do Mundo de 1998 foi o seu segundo campeonato mundial, com a camisa amarelinha, mas, na verdade, o primeiro no qual exerceu um dos papeis principais, pois em 1994, foi um coadjuvante apagado que não chegou a entrar em campo. Na França, porém, o então melhor jogador do mundo fez jus ao seu prestígio, até a partida final. No jogo decisivo, após ter sofrido uma convulsão, poucas horas antes, Ronaldo mal andou no gramado, enquanto os franceses, comandados por Zidane, fizeram uma belíssima apresentação, ganhando a peleja e o título.Ele voltou a brilhar na Copa América de 1999, ajudando a conquista do troféu pelo Brasil, com seus cinco gols marcados. No entanto, a grave

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contusão de joelho, sofrida na Itália, onde jogava, o impediu de partici-par da Copa das Confederações de 1999. Nova lesão, ainda mais séria, em jogo do “Internazionale” com a “Lazio”, no ano 2000, o afastou, ainda por mais tempo, do time nacional do Brasil.Em março de 2002, Ronaldo que havia retornado ao time do “Inter” na Copa da UEFA, em 2001, foi novamente convocado para atuar na Seleção do Brasil, em um amistoso contra a Iugoslávia. Voltou a vestir a camisa amarelinha no final de maio, enfrentando a Malasia e mar-cando um gol. A seguir, foi chamado pelo técnico Felipão para a Copa do Mundo de 2002. Seu futebol diferenciado ressurgiu, marcando oito gols, sendo dois na decisão do título, contra a Alemanha. Foi o gande condutor da equipe brasileira até a vitória final e conquistou a artilharia do torneio. Mais uma vez, foi escolhido pela FIFA o melhor jogador do mundo, em 2002.Voltou a ser chamado para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Após ter contribuído para a classificação do Brasil em primeiro lugar, foi convocado para disputar o campeonato mundial na Alemanha. Ron-aldo, que não estava no melhor de sua forma física, marcou três gols e tornou-se o maior goleador das Copas de Mundo, totalizando quinze tentos. A campanha brasileira não foi das melhores e terminou nas quartas-de-final, com nova derrota para a França de Zidane, por 1x0. Foi essa a última apresentação de Ronaldo com o uniforme do Brasil, após 62 gols em 97 partidas (não foi considerada sua despedida festiva em 2011).José Elias Moedim Júnior nasceu em São Paulo, no dia 25 de setembro de 1976. Começou nas categorias de base do “Corinthians” e estreou na equipe principal, em 1993, antes de ter completado 17 anos. Foi Campeão Paulista, em 1995 e da Copa do Brasil, no mesmo ano.Zé Elias tem 1,78 m de altura e pesava 75 kg. Foi um volante eficaz, de muita raça e grande disposição, com extraordinária capacidade de luta, qualidades que fizeram a torcida corintiana chamá-lo de Zé da Fiel. Essas características levaram-no, também, à Seleção Brasileira, com ap-enas dezoito anos de idade, em 1995. Com a camisa amarela, disputou 22 jogos, entre 1995 e 1999.Deixou o Parque São Jorge, em 1996, transferindo-se para o futebol europeu. Na Alemanha, defendeu o “Bayer Leverkusen”, na temporada

1996/97. Vestiu a camisa azul e preta da “Internazionale” de Milão, de 1997 a 1999, conquistando a Copa da UEFA, em 1998. Continuou na Itália até 2000, jogando pelo “Bologna”. Foi para o “Olympiakos” e ganhou o título de Tricampeão Grego (2000/01, 2001/02 e 2002/03). Voltou para a Península Itálica, atuando pelo “Genoa”, (2003-2004).Após oito anos, retornou ao Brasil, para jogar no “Santos”, em 2004, quando ganhou o título de Campeão Brasileiro. Em 2006, deixou a Vila Belmiro, e voltou ao exterior, para uma curta estadia no “Metallurg Donetsk”, da Ucrânia. De novo no Estado de São Paulo, envergou, tam-bém por pouco tempo, o uniforme alviverde do “Guarani”, de Campi-nas (2006). Entre 2006 e 2007, Zé Elias atuou, outra vez, em um clube estrangeiro: o “AC Omonia”, de Nicósia, no Chipre. Foi contratado, em 2008, pelo “Londrina” do Paraná. No mesmo ano, foi para a Áustria, defender o “Rheindorf Altach”, onde encerrou sua carreira, em junho de 2009.No mês seguinte, no dia 8 de julho de 2009, iniciou sua nova atividade de comentarista esportivo, na Rádio Globo. Zé Elias voltou ao noticiário dos jornais, em julho de 2011, por ter sido preso, em decorrência do não pagamento de pensão alimentícia à ex-mulher. Denílson de Oliveira Araújo nasceu em Diadema (SP), no dia 24 de agosto de 1977. Começou nas divisões de base do “São Paulo” e, em 1994, aos 17 anos de idade, foi lançado na equipe principal, participan-do da conquista da Copa Conmebol.Recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira, em 1996. Ganhou, em 1997, a Copa América e a Copa das Confederações, na qual foi considerado o melhor jogador da competição. Participou da Copa do Mundo de 1998. Teve boas atuações na Copa América de 2001. Embora reserva, atuou em vários jogos da Copa do Mundo de 2002, sagrando-se Campeão Mundial. Jogou 61 partidas com a camisa amarela e marcou nove gols, entre 1996 e 2003.Denilson é canhoto, tem 1,78 m de altura e pesava 72 kg. Foi um ata-cante muitíssimo habilidoso e veloz. Sua característica mais marcante era a extrema facilidade em driblar os adversários, o que lhe valeu o apelido de “Denilson Show”. Em 1998, após conquistar o título de Campeão Paulista, deixou o Morumbi, rumando para a Espanha. No “Real Betis”, Denilson não foi

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feliz, e teve o dissabor de ver seu time ser rebaixado para a segunda divisão espanhola, ao final da temporada 1999/2000. O clube de Se-vilha decidiu, então, emprestá-lo ao “Flamengo”. Disputou a Copa João Havelange com a camisa rubronegra, sem brilhar, em 2000. Retornou à equipe dos “Verdiblancos”, voltando a defendê-la, entre 2001 e 2005. Depois de ajudar a ganhar a “Copa Del Rey”, foi negociado com o “Bordeaux”. Denilson jogou apenas uma temporada no futebol francês e se transferiu, em julho de 2006, para o “Al Nassr”, da Arábia Saudita. Terminado, em maio de 2007, seu contrato com o clube de Riad, foi para os Estados Unidos, atuar pelo “Dallas”. Realizou somente onze partidas pelo time texano, marcando só dois gols. Em fevereiro de 2008, de volta ao Brasil, Denilson assinou um compromisso com o “Palmei-ras”, e foi Campeão Paulista. Ao término do Campeonato Brasileiro desse ano, foi dispensado da equipe palestrina. Durante 2009, jogou pelo “Itumbiara” da cidade goiana de mesmo nome, e, ainda em 2009, fez uma rápida apresentação no “Xi Mang Hai Phong” do Vietnã (jogou meia partida e marcou um gol). No início de 2010, negociou sua trans-ferência para o “Kavala” da Grécia, mas não chegou a disputar sequer um jogo oficial, e pendurou as chuteiras.Por ocasião da Copa do Mundo da Áfica do Sul, em junho de 2010, Denilson iniciou a sua atividade atual, de comentarista esportivo, na TV Bandeirantes.

PADARIA VITÓRIA, 20 DE SETEMBRO DE 2011

Conforme combinado na reunião havida em 22 de março, na Empada Brasil, o grupo se reuniu na Panificadora Vitória, chamada de “Padaria Nova”, pelos velhos amigos idosos._Puxa!, foram seis meses, sem discutirmos a história do futebol ao re-dor do mundo, embora tenhamos tido alguns agradáveis encontros nesse período, conversando sobre assuntos variados, comentou Brian Butler._De fato, Cristiano, Pedro Paulo e eu, tivemos muito trabalho para contar as coisas mais importantes do futebol brasileiro, aconteidas nos últimos vinte anos do Séulo XX. Adotamos o critério de menionarmos todos os jogos da Seleção Brasileira. No cenárionaional, concentramo-nos no Campeonato Brasileiro e seus campeões e vices, ano a ano, informou Roberto Mauro._O que nos tomou muito tempo, foi a escolha dos jogadores mais importantes de cada década e a pesquisa dos seus dados biográficos, Cristiano complementou._Foi dificill o consenso sobre a inclusão ou não de um ou outro jogador, acrescentou o PP. E continuou: _Decidimos incluir, apenas, craques

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carismáticos que tenham sido ídolos de, pelo menos, um grande clube brasileiro e tenham chegado à Seleção Brasileira. De qualquer forma, foi um número muito grande de jogadores, sendo que alguns dos esolhi-dos, na minha opinião, não foram craques, na plena acepção da pala-vra... _De fato, parece que vocês não quiseram fazer nenhuma injustiça, deix-ando de incluir algum ídolo,sentenciou o gaúcho Marcos Pereira._É verdade, concordou Roberto. E, dentro de cada década, foi seguida a ordem cronológica das datas de nascimento._Claro que existem jogadores que se revelam como craques diferencia-dos muito jovens, enquanto outros só conseguem destaque mais tarde, Pedro Paulo acrescentou. Como a conversa se alongou e anoiteeu, os nossos heróis resolveram provar as sopas preparadas com carinho, sob a supervisão da Irlete, mais conhecida como “Gaúcha”, dedicada gerente da padaria._Hum, esta sopa de gongorzola está uma delícia...

O FUTEBOL DO BRASIL NO SÉCULO XXI

Ao alvorecer do novo século, no ano de 2001, o primeiro compro-misso da Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Emerson Leão, foi um amistoso com os Estados Unidos, no dia 3 de março, na cidade norte-americana de Pasadena, que terminou om a vitória do Brasil por 2x1(gols de Ronaldinho Gaúcho e Euller). No dia 7 do mesmo mês, no conhecido Estádio Jalisco, de Guadalajara, o Brasil enfrentou amistosa-mente o México, empatando em 3x3, com gols do Capetinha Edílson e do Baixinho Romário (dois).O jogo seguinte, em 28 de março, no Estádio Olímpico Atahualpa de Quito, deu seqüência às Eliminatórias da Copa do Mundo a ser disputa-

da em 2002. A Seleção do Brasil sofreu uma derrota, para a do Equa-dor, pelo placar mínimo. No dia 25 de abril, continuando a disputa das Eliminatórias, registrou-se, no Morumbi, um empate com o Peru, em 1x1 (gol de Romário).Em 26 de maio, aconteceu um amistoso não-oficial (ontra um clube), em Tóquio. A Seleção do Brasil derrotou o time do “Tokyo Verdy” por 2x0, com gols de Washington e Júlio Baptista.Na Copa Libertadores da América, disputada durante o primeiro semes-tre de 2001, o clube brasileiro melhor colocado foi o “Palmeiras”, em terceiro lugar.Na Copa das Confederações de 2001, realizada entre 30 de maio e 10 de junho, no Japão e na Coréia do Sul, o Brasil obteve um modesto quarto lugar. Seu primeiro jogo, na cidade japonesa de Ibaraki, terminou com uma vitória sobre Camarões, por 2x0 (gols de Washington e Carlos Miguel). A partida seguinte, em 2 de junho, no mesmo Estádio Kashi-ma, contra o Canadá, terminou 0x0. Novo empate sem gols aconteceu no dia 4, ao enfrentar o anfitrião Japão. Com apenas uma vitória e dois empates, a Seleção Brasileira classificou-se em segundo lugar no Grupo B. Na semifinal realizada em 7 de junho, na cidade de Suwon (Coréia do Sul), a França derrotou o Brasil, por 2x1 (gol brasileiro de Ramón). Na disputa pelo tereiro lugar, em 9 de junho, na cidade coreana de Ul-san, a Austrália venceu por 1x0.A fraca campanha brasileira no torneio, que teve a França como Campeã e o Japão, em segundo lugar, foi determinante para a saída do técnico Emerson Leão, substituído por Luiz Felipe Scolari. Assim, com o novo técnico, a Seleção Brasileira sofreu outra derrota, perdendo para o Uruguai por 1x0, no dia 1º de julho de 2001, no Estádio Centenário, de Montevidéu, em jogo das Eliminatórias.Onze dias depois, em Cáli, na Colômbia, ocorreu nova derrota, na primeira partida do Brasil pela Copa América de 2001, perante o Mé-xico, pelo placar mínimo. Com gols de Guilherme e Denílson, a Seleção Brasileira venceu a Peruana, por 2x0, em 15 de julho, no mesmo está-dio. Mais uma vitória por 3x1 (gols de Alex, Belletti e Denílson), sobre o Paraguai, no dia 18, ainda em Cáli. foi suficiente para a classificação brasileira. Entretanto, no jogo das quartas-de-final, em Manizales, a equipe do Brasil foi eliminada pela fraca Seleção de Honduras, ao per-

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der por 2x0, em 23 de julho de 2001Após a precoce despedida da Copa América, que foi vencida pela Colômbia, o Brasil voltou a vencer um amistoso, no dia 9 de agosto, em Curitiba, goleando o Panamá, por 5x0 (Edílson, Alex, Euller, Juninho Paulista e Roberto Carlos).As Eliminatórias da Copa voltaram a ser disputadas em 15 de agosto, no Estádio Olímpico, de Porto Alegre, quando a Seleção Brasileira ganhou da Paraguaia por 2x0, com gols de Marcelinho Paraíba e Rivaldo. No entanto, em 5 de setembro, no Estádio Monumental de Nuñez, de Bue-nos Aires, o Brasil perdeu para a Argentina, por 2x1, com o gol brasilei-ro sendo marcado pelo zagueiro portenho Ayala, contra. A Seleção do Brasil, dirigida por Solari, venceu a do Chile, no dia 7 de outubro, em Curitiba, por 2x0, com gols de Edílson e Rivaldo. Em La Paz, um mês depois, o Brasil foi derrotado pela Bolívia, por 3x1 (gol de Edílson). No dia 14 de novembro, em São Luís, no seu último jogo do ano de 2001, a Seleção Brasileira derrotou a da Venezuela, por 3x0, com dois gols de Luizão e um de Rivaldo. Dessa forma, superado por Argentina e Equador, o Brasil obteve o terceiro lugar entre os quatro países sul-americanos que se habilitaram a disputar a Copa do Mundo de 2002 (o quarto colocado foi o Paraguai). O Uruguai, em quinto lugar, conseguiu sua vaga, posteriormente, na repescagem disputada com a Austrália. A Copa do Brasil, disputada por 64 clubes brasileiros, no primeiro semestre de 2001, teve o “Grêmio” como Campeão, superando por 3x1, na última partida, o “Corinthians”. O Campeonato Brasileiro de 2001 foi realizado, de 1º de agosto a 23 de dezembro, com 28 partiipantes. Após as querelas judiciais, que quase impediram a realização do campeonato no ano anterior, a CBF man-teve na Série A os 25 clubes integrantes do Módulo Azul de 2000, o Campeão e o Vice do Módulo Amarelo (“Paraná” e “São Caetano”) e convidou, ainda, o “Botafogo” de Ribeirão Preto, tornando par o núme-ro dos disputantes. O critério de acesso e descenso voltou à normali-dade, om o rebaixamento dos quatro últimos colocados, e a promoção do Campeão e do Vice-Campeão da Série B. Após a primeira fase, na qual todos se enfrentaram, os oito primeiros colocados se classificaram para a fase final. Realizadas as partidas das

quartas-de-final, passaram à disputa das semifinais: “São Caetano”, “Atlético Paranaense”, “Fluminense” e “Atlético Mineiro”. Chegaram à decisão do título, os times do “São Caetano” e do “Atlético Para-naense”, ficando a equipe do “Flu” com o tereiro lugar.A final foi disputada em dois jogos. Na primeira partida, realizada em Curitiba, no dia 16 de dezembro, o “Furacão” do Paraná levou a melhor, por 4x2, graças aos gols marcados por Ilan e Alex Mineiro (três), contra dois tentos para o “Azulão” do ABC paulista, assinalsdos por Mancini e Marcos Paulo. Em 23 de dezembro, houve o segundo confronto, no Es-tádio Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul, onde o rubronegro paranaense confirmou sua supremacia, vencendo por 1x0, graças a mais um gol do Alex Mineiro.Pela primeira vez, o “Clube Atlético Paranaense” conquistou o título de Campeão Brasileiro. Seu time, comandado pelo técnico Geninho, alin-hou na ultima partida: Flávio; Nem, Gustavo e Rogério Corrêa (Igor); Alessandro, Cocito (Pires), Adriano, Kléberson e Fabiano; Kléber (Souza) e Alex Mineiro.A “Associação Desportiva São Caetano” disputou seu segundo campe-onato, e foi Vice-Campeã, pela segunda vez. Sua equipe, dirigida pelo técnico Jair Picerni, formou no último jogo, com: Sílvio Luiz; Mancini, Daniel, Dininho e Marcos Paulo (Müller); Simão, Serginho (Bechara), Adãozinho e Magrão; Esquerdinha (Marlon) e Anaílson. O artlheiro da competição, com 21 gols, foi o Baixinho Romário, cujo clube, o “Vasco da Gama”, ficou no 11º lugar da classificação final.O ano de 2002 começou bem para a Seleção Brasileira, que venceu a Bolívia, em seu primeiro amistoso, no dia 31 de janeiro, no Estádio Serra Dourada de Goiânia, aplicando uma goleada de 6x0, com gols de Cris, Gilberto Silva (2), Kléberson, Washington e Ânderson Polga. O segundo compromisso, em 6 de fevereiro, foi a vitória sobre a Seleção da Arábia Saudita, em Riad, por 1x0 (gol de Djalminha). No amistoso seguinte, registrou-se outra goleada, no dia 7 de março, em Cuiabá, onde a Islândia foi derrotada por 6x1, com gols de Ânderson Polga (2), Kléberson, Kaká, Gilberto Silva e Edílson. No quarto jogo do ano, reali-zado no Brasil, em Fortaleza, na data de 27 de março, foi obtida uma vitória contra a Iugoslávia, pelo placar mínimo (gol de Luizão). Em abril, no dia 17, em jogo disputado em Lisboa, a Seleção de Portugal

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empatou com a do Brasil, em 1x1, com o tento brasileiro sendo assi-nalado por Ronaldinho Gaúcho.Em maio, último mês antes da Copa de 2002, a Seleção Brasileira realizou um jogo-treino em Barcelona, no dia 16, derrotando a equipe B do clube “Espanyol” por 6x0, graças aos gols de Edílson (2), Ron-aldo, Kaká, e Ronaldinho Gaúcho (2). Ainda em Barcelona, no dia 18, enfrentou a seleção regional da Catalunha, vencendo por 3x1, com gols de Edmílson e, dois, de Ronaldinho Gaúcho. Já no continente asiático, em 25 de maio, na cidade de Kuala Lumpur, a Seleção do Brasil ganhou da Seleção da Malásia, por 4x0 (Ronaldo, Juninho Paulista, Denílson e Edílson).A Copa do Brasil, reunindo clubes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, no primeiro semestre de 2002, foi conquitada pelo “Corinthians”, ao superar, com uma vitória por 2x1 e um empate (1x1), o jovem “Brasiliense”, fundado em 2000.Na Copa Libertadores, o “São Caetano” conquistou o título de Vice-Campeão, apenas derrotado, nos pênaltis, pelo “Olímpia” do Paraguai. O “Grêmio”, do Rio Grande do Sul, classificou-se em terceiro. A Copa do Mundo FIFA de 2002 foi, pela primeira vez, realizada na Ásia, entre 31 de maio e 30 de junho, reunindo 32 seleções nacionais. Também pela primeira vez, dois países sediaram o evento: Coréia do Sul e Japão. A Seleção Brasileira estreiou no dia 3 de junho, na cidade coreana de Ulsan, vencendo a Turquia por 2x1, com gols de Ronaldo e Rivaldo. Em 8 de junho, o Brasil aplicou uma goleada de 4x0 na China, no Estádio Jeju, de Seogwipo (Coréia do Sul), graças aos gols de Rob-erto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Novamente por goleada (5x2), a equipe comandada por Scolari derrotou o time de Costa Rica, dirigida pelo técnico brasileiro Alexandre Guimarães, com tentos de Ronaldo (2), Edmílson, Rivaldo e Júnior, em Suwon, também na Coréia, no dia 13. Com esses reultados, classificou-se facilmente no Grupo C, com nove pontos, ao passo que a Turquia, segunda classifi-cada, obteve apenas quatro. A partida do Brasil, pelas oitavas-de-final, foi realizada no Japão, na cidade de Kobe, no dia 17 de junho. A seleção adversária foi a da Bél-gica, vencida por 2x0 (gols de Rivaldo e Ronaldo). Em 21 de junho,

na cidade japonesa de Shizuoka, aconteceu o embate Brasil versus Inglaterra, válido pelas quartas-de-final. Os ingleses abriram o “score” por intermédio de Owen, aos 22 minutos de jogo. Os canarinhos em-pataram, ainda no primeiro tempo, mas já nos acréscimos, com um gol de Rivaldo. Na segunda etapa, aos cinco minutos, Ronaldinho Gaúcho marcou o tento da vitória brasileira. Após eliminar as equipes da Bélgica e da Inglareea, o time beasileiro voltou a enfrentar os turcos, na semifinal. O jogo realizou-se em 26 de junho, no Estádio de Saitama (Japão), com um público superior a 60.000 pessoas. Mais uma vez, Ronaldo marcou, aos 30 minutos do segundo tempo, um gol que decretou a classificação do Brasil para dis-putar o título.Quase 70.000 torcedores, japoneses e estrangeiros, assistiram à conquis-ta da Copa do Mundo de 2002 pela Seleção Brasileira, no “Yokohama International Stadium”, em 30 de junho, derrotando a Seleção Alemã, por 2x0, com dois gols do “Fenômeno” Ronaldo, assinalados aos 22 e 34 minutos do segundo tempo.O capitão Cafu, repetindo os gestos de Bellini (1958), Mauro (1962), Carlos Alberto (1970) e Dunga (1994), ergueu a taça de Campeão Mundial. O técnico Felipão escalou a seguinte formação, no jogo final: Marcos; Lúcio, Edmílson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva, Klebér-son e Roberto Carlos; Ronaldinho Gaúcho (Juninho Paulista), Rivaldo e Ronaldo (Denílson). Apesar de ter iniciado a competição desacreditado pela crônica esportiva mundial, por causa das longas inatividades, nos dois anoa anteriores, em função das lesões e cirurgias no joelho, Ron-aldo foi o grande nome da equipe campeã, bem secundado por Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. O “Fenômeno” recebeu a Chuteira de Ouro da FIFA, como artilheiro do certame (oito gols). O prêmio de melhor joga-dor (Bola de Ouro) foi atribuído a Oliver Kahn, goleiro da Alemanha. O sucesso de Luiz Felipe Scolari, após as maisucedidas tentativas de Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão, foi devido, em grande parte, ao fato de ter conseguido unir os jogadores, formando um grupo coeso, que foi chamado de “Família Scolari”.Após a conquista da Copa, o Selecionado Brasileiro, ainda dirigido por Felipão, realizou um amistoso, perdendo para o Paraguai (1x0), no dia 21 de agosto de 2002, em Fortaleza. No último compromisso do ano,

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em 20 de novembro, no “Seoul World Cup Stadium”, a equipe nacional do Brasil venceu a da Coréia do Sul por 3x2, com gols de Ronaldo (2) e Ronaldinho Gaúcho. O técnico brasileiro foi Zagallo, que substituiu Scolari, contratado para trabalhar na Europa.O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2002 teve 26 participantes e foi realizado de 10 de agosto a 15 de dezembro. Ainda disputado pelo sistema de mata-mata, após a fase inicial classificatória, as semifinais reuniram “Santos”, “Grêmio”, “Corinthians” e “Fluminense”. Classific-aram-se para a decisão os dois clubes paulistas, motivo pelo qual ambas as partidas foram realizadas no Estádio do Mourumbi, nos dias 8 e 15 dezembro de 2002.No primeiro jogo, com gols de Alberto e Renato, a equipe santista venceu por 2x0. Na finalíssima, perante quase 75.000 espectadores, o alvinegro praiano ratificou sua vantagem, derrotando o alvinegro pau-listano por 3x2, em partida emocionante. Os gols do “Peixe” foram assinalados por Robinho, de pênalti, no primeiro tempo; Elano, aos 43 minutos da etapa final; e o gol da vitória por Léo, já nos acréscimos. Os tentos corintianos foram marcados aos 30 e 39 minutos do segundo tempo, por Deivid e Ânderson. A equipe campeã do “Santos”, dirigida pelo treinador Émerson Leão, formou com: Fábio Costa; Maurinho, André Luís, Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego (Robert, depois Michel); Robinho e Wiliam (Alexandre). O vice-campeão “Cor-inthians”, comandado pelo técnico Carlos Alberto Parreira, alinhou: Doni; Rogério, Fábio Luciano, Ânderson e Kléber; Vampeta, Fabinho (Fabrício), Renato (Marcinho) e Deivid; Guilherme (Leandro) e Gil.O ano de 2003 começou para a Seleção Brasileira, já sob o comando técnico de Parreira, em 12 de fevereiro, na China, com um empate sem gols, enfrentando a anfitriã, no Estádio Olímpico de Guangzhou. No dia 29 de março, no Estádio das Antas, na cidade do Porto, a Seleção de Portugal venceu a do Brasil por 2x1, com gols de Pauleta e do brasileiro naturalizado português Deco, contra um de Ronaldinho Gaúcho. O terceiro compromisso sem vitória aconteceu em 30 de abril, no con-hecido “Estádio Jalisco”, de Guadalajara, onde houve o jogo México 0x0 Brasil. Em 11 de junho, no quarto amistoso fora de casa, o Brasil ganhou da Nigéria, em Abuja, por 3x0 (Gil, Luís Fabiano e Adriano). Derrotado pelo “Boca Juniors”, da Argentina, por 2x0 e 3x1, nos dois

jogos finais, o “Santos” foi o Vice-Campeão da Copa Libertadores da América, realizada entre 4 de fevereiro e 2 de julho de 2003.A Copa das Confederações de 2003 foi disputada na França. Em seu primeiro jogo, a Seleção Brasileira foi derrotada pela de Camarões por 1x0 (gol de Etoo), em 19 de junho, no “Stade de France” (Saint-Denis). No jogo seguinte, no dia 21, em Lyon, o Brasil venceu os Estados Uni-dos, também por 1x0 (gol de Adriano). Seguiu-se um empate em Saint-Ettiéne, no dia 23 de junho, com a Turquia, por 2x2 (gols brasileiros de Adriano e Alex). Essa foi a medíocre campanha brasileira no certame, que foi vencido pela França, seguida por Camarões, Turquia e Colôm-bia.Internamente, a Copa do Brasil de 2003 foi conquistada pelo “Cruzei-ro”, ao superar o “Flamengo” na partida final por 3x1.Na 47ª edição do Campeonato Brasileiro de Futebol, a CBF finalmente percebeu que um campeonato nacional, a exemplo do que se faz em todo o mundo, deve ser disputado em pontos corridos, com turno e re-turno. O sistema de mata-mata é próprio dos torneios de menor duração, na disputa das chamadas Copas, como as diversas taças nacionais, a Copa dos Campeões da Europa, a Copa Libertadores da América e a própria Copa do Mundo.Assim, o Campeonato Brasileiro de 2003 foi realizado, entre 29 de março e 14 de dezembro, com 24 participantes. O grande vencedor foi o “Cruzeiro”, que fez excelente campanha, com desempenho nitidamente superior aos dos concorrentes, sagrando-se Campeão Brasileiro, com quatro rodadas de antecedência. O time azul de Belo Horizonte foi di-rigido pelo treinador Luxemburgo e teve em Alex seu grande destaque. A equipe cruzeirense conquistou 100 pontos (aproveitamento de 72,5 %) e marcou 102 gols. O Vice-Campeão “Santos” obteve 87 pontos, e o “São Paulo”, terceiro colocado, 78. O time campeão alinhou, em seu último jogo: Gomes; Maurinho, Cris, Edu Dracena e Leandro; Recife (Felipe Melo), Maldonado, Wendell (Zinho) e Alex: Márcio Nobre (Alex Dias) e Mota. O atacante Dimba, do “Goiás” (9º lugar) foi o artilheiro, com 31 gols. Os grandes clubes “Palmeiras” e “Botafogo”, respectivamente Campeão e Vice da Série B, retornaram à elite do futebol brasileiro.No segundo semestre de 2003, a Seleção Olímpica Brasileira, repre-

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sentando o Brasil, sob o comando do técnico Ricardo Gomes, enfrentou o México, no Estádio Azteca, em 13 de julho, sendo derrotada por 1x0, iniciando a disputa pela Copa Ouro da CONCACAF. No jogo seguinte, em 15 de julho, o Brasil venceu Honduras, por 2x1 (gols de Maicon e Diego). Com esses resultados, a equipe nacional brasileira classificou-se em segundo lugar no Grupo A, cujo primeiro colocado foi o time do México. Nova vitória foi obtida no dia 19, sobre a Colômbia, por 2x0 (dois gols de Kaká), pelas quartas-de-final. Na partida semifinal, em 23 de julho, o Brasil obteve, com o “gol de ouro” marcado por Diego, na prorrogação, a vitória (2x1) sobre os Estados Unidos, após um empate, em 1x1, no tempo normal (gol brasileiro de Kaká). A final foi disputada no dia 27 de julho, na Cidade do México, contra o país anfitrião, que ganhou novamente por 1x0. O Brasil, que disputou o torneio com sua seleção olímpica, conquistou um honroso Vice-Campeonato.A Seleção Brasileira principal, comandada por Parreira, voltou a atuar no dia 7 de setembro de 2003, vencendo a Colômbia, em Barranquilla, por 2x1 (Ronaldo e Kaká), em jogo válido para as Eliminatórias da Copa do Mundo. Três dias depois, já em Manaus, o Brasil derrotou o Equador por 1x0 (gol de Ronaldinho Gaúcho).Em outubro, foi obtida outra vitória em um amistoso, realizado no dia 12 em Leicester (Inglaterra), sobre a Jamaica por 1x0 (Roberto Carlos).Novamente pelas Eliminatórias, aconteceu em Lima, no dia 16 de novembro, um empate com o Peru, por 1x1 (gol do Brasil marcado por Rivaldo). Outro empate ocorreu em Curitiba (Estádio Pinheirão), no último jogo do Brasil em 2003, realizado em 19 de novembro, com o re-sultado de 3x3 contra o Uruguai, tendo Kaká, Ronaldo e Gilberto Silva como marcadores dos gols brasileiros, versus dois de Forlán e um de Ronaldo (contra), para os uruguaios. O primeiro compromisso da Seleção Brasileira, no ano de 2004, acon-teceu no dia 18 de fevereiro, em Dublin, enfrentando a Irlanda, em jogo amistoso que terminou 0x0. Um novo empate sem gols aconteceu em 31 de março, em Assunção, contra o Paraguai, em partida válida pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. O terceiro jogo do ano ocorreu no dia 28 de abril, no Estádio Ferenc Puskas, em Budapest, onde o Brasil enfrentou amistosamente a Hungria e venceu, categoricamente, por 4x1, com gols de Kaká, Luís Fabiano (2) e Ronaldinho Gaúcho. No mês

seguinte, no dia 20, em Saint-Denis, ocorreu mais um empate, com o placar em branco, no amistoso entre os “bleus” da França e os canarin-hos do Brasil. Ainda em maio, no dia 25, em Barcelona (Estádio “Camp Nou”), houve um jogo não-oficial, contra a Seleção da Catalunha, que a Seleção do Brasil venceu por 5x2, com gols de Ronaldo (2), Júlio Baptista (2) e Ricardo Oliveira. Em 2 de junho de 2004,a Seleção Brasileira voltou a jogar pelas Eliminatórias, no Estádio Mineirão, derrotando a Argen-tina por 3x1,com três gols de Ronaldo,versus um de Sorín. Quatro dias depois, no compromisso seguinte, também válido pela quailificação à Copa do Mundo, no Estádio Nacional de Santiago, houve um empate com o Chile, em 1x1, sendo o gol do Brasil da autoria de Luís Fabiano. No primeiro semestre, a Copa do Brasil, disputada no sistema “mata-mata”, teve como vencedor o modesto “Santo André”, que derrotou por 2x0, o poderoso “Flamengo”, no jogo decisivo. A Copa dos Libertadores da América desenvolveu-se de 3 de fevereiro a 1º de julho de 2004, e o clube brasileiro melhor colocado foi o “São Paulo”, em terceiro lugar, superado pelo “Once Caldas”, da Colômbia (campeão), e pelo argentino “Boca Juniors” (vice).Enquanto isso, o Brasleirão já estava acontecendo, desde o dia 21de abril. O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2004, o segundo dis-putado pelo sistema de pontos corridos, reuniu 24 participantes e terminou em 19 de dezembro. O “Santos”, que acumulou 89 pontos em 46 partidas, marcando 103 gols, foi o Campeão. O “Atlético Para-naense” perdeu a liderança na penúltima rodada, e, no final, somou 86 pontos, conquistando o vice-campeonato. O terceiro colocado, com 82 pontos,foi o “São Paulo”. Washington, do “Furacão” de Curitiba, foi o artilheiro do certame, com a excepcional marca de 34 gols. Robinho, do “Peixe” santista, recebeu a Bola de Ouro, como o melhor jogador da competição.Luxemburgo, técnico do “Santos”, escalou, no último jogo, a seguinte equipe campeã: Mauro; Paulo César, Ávalos, Leonardo e Léo; Fabinho, Preto Casagrande, Ricardinho e Elano (Marcinho); Robinho (Basílio) e Deivid (William).O “Brasiliense” foi o Campeão da Série B, quatro anos após sua fundação e dois anos depois de ter vencido a Série C. O “Fortaleza”

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também foi promovido à Série A, uma vez que foi o Vice-Campeão, superando o “Avaí”, pelo saldo de gols.No segundo semestre de 2004, o primeiro jogo da Seleção do Brasil realizou-se no dia 8 de julho, em mais uma competição oficial. A Copa América de 2004 foi disputada entre 6 e 25 de julho, no Peru, por 12 participantes (dez países da América do Sul, mais México e Costa Rica). Em sua estréia, na cidade de Arequipa, a Seleção Brasileira venceu a Chilena, por 1x0 (gol de Luís Fabiano). Três dias depois, no mesmo local, a equipe comandada por Parreira aplicou uma goleada de 4x1 sobre Costa Rica, com gol de Adriano (3) e Juan. Na última partida da primeira fase, ainda no estádio da “Universidad de San Agustin” de Arequipa, em 14 de julho, o time brasileiro foi surpreendido pelo paraguaio, que venceu por 2x1, sendo o gol canarinho assinalado por Luís Fabiano. Com esses resultados, o Brasil classificou-se para a fase seguinte, como o segundo colocado do Gupo C, cujo vencedor foi o Paraguai.Na cidade peruana de Piura, no dia 18, a Seleção Brasileira reabilitou-se no jogo das quartas-de-final, ao golear a Mexicana por 4x0, com gols de Alex, Adriano (2) e Ricardo Oliveira. O jogo semifinal, contra o Uru-guai, em 21 de julho, no Estádio Nacional de Lima, foi muito equilib-rado e terminou 1x1, no tempo normal, com Julio Baptista marcando o gol do Brasil. Na decisão por pênaltis, a camisa amarelinha prevaleceu, conquistando a vitória por 5x3, graças às cobranças bem sucedidas de Luisão, Luís Fabiano, Adriano, Renato e Alex. A final foi realizada qua-tro dias depois, no mesmo estádio da capital peruana, colocando, frente a frente, os grandes rivais Argentina e Brasil. Novamente, a partida, muito disputada, terminou sem vencedor, registrando-se o empate em 2x2, com os gols brasileiros sendo assinalados pelo zagueiro Luisão e pelo atacante Adriano. Como os primeiros cobradores argentinos, An-drés D’Alessandro e Gabriel Heinze, desperdiçaram suas oportunidades em frente ao goleiro Júlio César, bastou que os brasileiros (Adriano, Edu, Diego e Juan) convertessem suas quatro cobranças para assegurar a vitória (4x2). Dessa forma, o Brasil ganhou, pela sétima vez, a Copa América, que foi erguida pelo seu capitão Alex, no dia 25 de julho de 2004. O técnico Carlos Alberto Parreira escalou, no jogo decisivo, a equipe campeã,

com: Júlio César; Maicon, Luisão (Cris), Juan e Gustavo Nery; Renato, Kléberson (Diego), Edu e Alex (Felipe); Luís Fabiano e Adriano. Com sete gols, Adriano foi o artilheiro da competição. A Seleção Brasileira voltou a jogar, amistosamente, no dia 18 de ago-osto, em Port-au-Prince, goleando a Seleção do Haiti por 6x0, com gols de Roger (2), Ronaldinho Gaúcho (3) e Nilmar. Em 5 de setembro, venceu a Bolívia por 3x1, no Estádio do Morumbi (gols de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano). Três dias depois, em Berlim, empatou em 1x1 com a Alemanha, com Ronaldinho Gaúcho assinalando o tento do Brasil. Na cidade venezuelana de Maracaibo, no dia 9 de outubro de 2004, o Brasil venceu, de forma categórica, a Venezuela por 5x2, em jogo de qualificação para a Copa do Mundo, com gols de Kaká (2), Ronaldo (2) e Adriano. Em 13 de outubro, em Maceió, a Seleção Brasileira não con-seguiu superar a equipe da Colômbia, empatando sem gols, no compro-misso seguinte, também válido pelas Eliminatórias. Após ter disputado, no dia 10 de novembro, em Los Angeles (EUA), um jogo festivo para a despedida internacional de Romário (que marcou os gols da vitória brasileira por 2x1) e do goleiro mexicano Jorge Campos, em que ambas as seleções (Brasil e México) atuaram com muitos jogadores veteranos, não mais em atividade, a Seleção Brasileira principal voltou a disputar um jogo oficial pelas Elminatórias da Copa, no dia 17 de novembro, na altitude de Quito. A Seleção Equatoriana levou a melhor, ganhando, pelo placar mínimo, a partida, que foi a última do ano. O primeiro jogo do Brasil, em 2005, foi um amistoso no dia 9 de fever-eiro, em Hong Kong, no qual a equipe brasileira goleou a frágil seleção local, por 7x1, com gols de Lúcio, Roberto Carlos, Ricardo Oliveira (2), Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Alex. O primeiro compromisso das Eliminatórias foi a partida contra o Peru, no dia 27 de março, em Goiânia, vencida pelo Brasil, por 1x0 (gol de Kaká). Três dias depois, em Montevidéu, aconteceu um empate com o Uruguai, em 1x1 (gol brasileiro de Émerson), também pelas Eliminatórias.A partida seguinte foi amistosa, contra a Guatemala, em 27 de abril, no Estádio do Pacaembu, e apresentou o resultado de 3x0 favorável ao Brasil, graças aos tentos de Ânderson, Romário e Grafite. Na Copa do Brasil de 2005, disputada no primeiro semestre, o Campeão

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foi, surpreendentemente, o “Paulista” que superou o “Fluminense”, na decisão final.A Copa Libertadores teve início em 1º de fevereiro e término em 14 de julho. O grande vencedor foi o “São Paulo” que superou o também bra-sileiro “Atlético Paranaense”, na partida final, por 4x0, após um empate em 1x1, no jogo anterior da decisão.Em 11 de abril, teve início o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2005, reunindo 22 participantes. A média de público melhorou consid-eravelmente, assim como o número de gols (média de 3,12 por jogo). Foram revelados novos grandes jogadores, como os atacantes Fred e Rafael Sóbis, mas o arilheiro, com 22 gols, foi o veterano Romário (“Vasco”). O argentino Carlos Tévez, do “Corinthians”, foi considerado o melhor jogador do certame. Outros três estrangeiros se destacaram: o sérvio Petkovic, do “Fluminense”; o uruguaio Lugano, pelo “São Paulo”; e o paraguaio Gamarra, no “Palmeiras”.O aspecto lamentável foi a manipulação de resultados pelo então árbitro Edílson Pereira de Carvalho, em favorecimento a empresários de “sites” de apostas. Todos os onze jogos apitados por ele, que foi preso após as investigações policiais, foram anulados, e as partidas novamente reali-zadas, no mês de outubro.O “Corinthians” conquistou, pela quarta vez, o título de Campeão Brasileiro. Ao término da última rodada, em 9 de dezembro,o alvinegro paulistano havia somado 81 pontos após 42 jogos. O Vice-Campeão foi o “Internacional”, de Porto Alegre, com 78 pontos; o “Goiás”, terceiro colocado, acumulou 74 pontos. O clube do Parque São Jorge assinou, no final de 2004, um contrato de parceria com a MSI (Media Sports Investments) permitindo-lhe formar um elenco recheado de estrelas, entre brasileiros e argentinos, como os atacantes Tevez e Nilmar, os meias Roger e Carlos Alberto, os volantes Mascherano e Marcelo Mattos, e o zagueiro Sebá. No início do Bra-sileirão 2005, o técnico era o argentino Daniel Passrella, que, em face dos maus resultados nos primeiros jogos, foi substituído por Márcio Bit-tencourt, que teve altos e baixos na condução técnica da equipe, e tam-bém foi dispensado, para a contratação do experiente Antonio Lopes. O time base campeão de 2005 foi o seguinte: Fábio Costa; Eduardo (Coelho), Marinho, Betão e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Bruno Oc-

távio, Rosinei e Roger (Carlos Alberto); Tevez e Nilmar (Jô).Na Série B, o Campeão foi o tradicional “Grêmio Porto Alegrense”, que venceu o “Náutico”, do Recife, em jogo tumultuado, que se tornou épico, e ficou conhecido como “Batalha dos Aflitos” (em alusão ao está-dio do clube pernambucano, onde foi disputada a partida). Após ter tido quatro jogadores expulsos, enquanto o dono da casa sofreu apenas uma exclusão, o tricolor gaúcho marcou o único gol do confronto, que lhe valeu a vitória e o título. O Vice-Campeão foi outro tricolor, o “Santa Cruz” do Recife. A Seleção Brasileira voltou a disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo, em 4 de junho de 2005, quando derrotou, no Estádio Beira-Rio de Porto Alegre, de maneira convincente, o Paraguai por 4x1, com gols de Ronaldinho Gaúcho (2), Zé Roberto e Robinho, contra um de Roque Santacruz. No dia 8 do mesmo mês, o Brasil foi derrotado pela Argenti-na, em Buenos Aires, por 3x1, com gols de Crespo (2) e Riquelme, para os platinos, contra um de Roberto Carlos, para os canarinhos. A Copa das Confederações, disputada na Alemanha, entre 15 e 29 de junho de 2005, foi o desafio seguinte da equipe verde-amarela. A estréia do Brasil aconteceu em Leipzig, no dia 16, vencendo a Grécia por 3x0 (Adriano, Robinho e Juninho Pernambucano). O segundo compromisso ocorreu em 19 de junho, na cidade de Hannover, onde a Seleção Mexi-cana surpreendeu, derrotando a Brasileira por 1x0. Segiu-se um empate, em Colônia, no dia 22 de junho, com o Japão, em 2x2 (gols brasileiros de Robinho e Ronaldinho Gaúcho). Essa foi a campanha que classificou o Brasil como segundo colocado no Grupo B, superado pelo México, e superando o Japão, somente no saldo de gols. O desempenho brasileiro melhorou consideravelmente nas partidas de-cisivas. Em 25 de junho, na cidade de Nüremberg, a Seleção Brasileira enfrentou a equipe anfitriã. Com gols de Adriano (2) e Ronaldinho Gaúcho, versus os tentos de Podolski e Ballack, o time verde-amarelo derrotou a poderosa Alemanha, em emocionante partida semifinal. A decisão do título aconteceu em Frankfurt, no dia 29 de junho de 2005, reunindo as duas grandes forças sul-americanas. O confronto Brasil x Argentina terminou com a ampla supremacia da equipe comandada por Parreira, que aplicou uma goleada de 4x1, com gols de Adriano (2), Kaká e Ronaldinho Gaúcho, contra um de Pablo Aimar.

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A Seleção do Brasil foi Campeã, com a seguinte escalação: Dida; Cicinho (Maicon), Lúcio, Roque Júnior e Gilberto; Émerson, Zé Rob-erto, Kaká (Renato) e Ronaldinho Gaúcho; Robinho (Juninho Pernam-bucano) e Adriano. Com cinco gols, Adriano foi o artilhero do torneio e recebeu, também, o prêmio de melhor jogador da competição.Depois da brilhante conquista da Copa das Confederações, a Seleção Brasileira voltou a campo no dia 17 de agosto de 2005, na cidade croata de Split, empatando com o escrete da Croácia por 1x1, com gol de Ricardinho. Após esse amistoso, houve novo jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em 4 de setembro, no Estádio Mané Garrincha de Brasília, onde o Brasil goleou o Chile (5x0), com gols de Juan, Robinho e Adriano (3).A partida seguinte foi um amistoso não-oficial, no qual a Seleção Bra-sileira empatou em 1x1, com a equipe do “Sevilla Fútbol Club”, em 6 de setembro, na cidade espanhola de Sevilha, tendo sido o gol do Brasil marcado pelo zagueiro Pablo Alfaro (contra). Em 9 de outubro, nova-mente pelas Eliminatórias para a Copa de 2006, em La Paz houve um empate com a Bolívia por 1x1 (gol de Juninho Pernambucano, de falta). Três dias depois, em Belém, o Brasil derrotou a Venezuela por 3x0 (Adriano, Ronaldo e Roberto Carlos).Assim, o Brasil conquistou o primeiro lugar entre as dez seleções da Conmebol, que disputaram as vagas da América do Sul para a Copa do Mundo de 2006, obtendo 34 pontos em 18 jogos , e superando a Argen-tina no saldo de gols. O artilheiro da competição foi Ronaldo, com dez gols.Para encerrar o ano de 2005, com chave de ouro, a Seleção Brasileira disputou, em 12 de novembro, na cidade de Abu Dhabi, um amistoso com a Seleção dos Emirados Árabes, vencendo-a por 8x0, com gols de Kaká, Adriano, Fred (2), Lúcio, Juninho Pernambucano (2) e Cicinho.Após ter obtido, em longa jornada (de setembro de 2003 a outubro de 2005), sua qualificação para a Copa do Mundo de 2006, exigida do país campeão pela primeia vez, o Brasil iniciou o ano de 2006, enfrentando a Rússia, no dia 1º de março. O jogo, realizado no “Lokomotiv Stadium” de Moscou, terminou com a vitória brasileira por 1x0 (gol de Ronaldo). O compromisso seguinte, em 30 de maio na cidade suíça de Basiléia, foi um amistoso não-oficial, com a Seleçao de Lucerna (Cantão Suíço),

derrotada por 8x0, com gols de Adriano (2), Ronaldo(2), Kaká, Lúcio, Juninho Pernambucano e Robinho. A última partida preoparatória, antes do início da Copa, realizou-se também na Suíça, em Genebra, no dia 4 de junho, contra a Seleção da Nova Zelândia. O placar final mostrou a vitória do Brasil por 4x0 (Ronaldo, Adriano, Kaká e Juninho Pernambu-cano). Enquanto isso, internamente, a Copa do Brasil, edição 2006, foi vencida pelo “Flamengo”, que ganhou as duas partidas finais contra o “Vasco da Gama”.No cenário sul-americano, pela segunda vez consecutiva, o Campeão e o Vice Campeão da Copa Libertadores da América de 2006 foram clubes brasileiros. A competição, realizada entre 24 janeiro e 16 de agosto, teve o “Internacional”, de Porto Alegre, como vencedor, so-brepujando o “São Paulo”, com uma vitória por 2x1, seguida de um empate em 1x1, nos jogos decisivos finais.O campeonato nacional de 2006 teve início em 15 de abril, com vinte participantes na Série A. No seu témino, em 2 de dezembro, o “São Paulo” havia conquistado 22 vitórias e 12 empates, sofrendo apenas 4 derrotas. Assim, o tricolor paulistano sagrou-se Campeão Brasileiro, com 78 pontos ganhos. O vice-campeão foi o “Internacional”, com 69 pontos, seguido pelo seu rival de Porto Alegre, o “Grêmio”, terceiro colocado, tendo obtido 67 pontos. O artilheiro do certame foi Souza do “Goiás”, com 17 gols, e Rogério Ceni, goleiro do time campeão, recebeu da CBF o prêmio de melhor jogador da competição.Os quatro últimos colocados, “Ponte Preta”, “Fortaleza”, “São Caetano” e “Santa Cruz”, foram rebaixados. Subiram para a primeira divisão os quatro melhores da Série B: “Atlético Mineiro” (Campeão), “Sport”, “Náutico” e “América”, de Natal. Foram promovidos da Série C à Série B, os clubes: “Criciúma” (Campeão), “Vitória” (BA), “Ipatinga” e “Grêmio Barueri”.Em seu último jogo, o tme campeão do “São Paulo”, digido pelo téc-nico Muricy Ramalho, atuou com: Rogério Ceni; Ilsinho, Fabão, Mi-randa e Júnior; Mineiro, Josué, Souza (Thiago) e Danilo; Leandro (Alex Silva) e Aloísio (Lenílson).A Copa do Mundo de 2006 realizou-se na Alemanha, entre 9 de junho

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e 9 de julho, com 32 seleções participantes. O Brasil estreiou no dia 13 de junho, em Berlim, derrotando a Croácia por 1x0 (gol de Kaká). Nova vitória foi obtida no segundo compromisso, em 18 de junho, na cidade de Munique, sobre a Austrália, por 2x0 (gols de Adriano e Fred). A terceira vitória consecutiva aconteceu novamente em Berlim, no dia 22, superando o Japão por 4x1, com os gols do Brasil marcados por Ron-aldo (2), Juninho Pernambucano e Gilberto. Com nove pontos ganhos, sete gols a favor e apenas um contra, o Brasil classificou-se em primeiro lugar no Grupo F.A seqüência vitoriosa teve prosseguimento na fase das oitavas-de-final, em Dortmund, no dia 27, com o convincente placar de 3x0, em cima de Gana (gols de Ronaldo, Adriano e Zé Roberto). A seleção adversária seguinte, na fase das quartas-de-final, foi a França, algoz do Brasil, em 1998. A paritda foi realizada em Frankfurt, no dia 1º de julho. Em tarde infeliz, a Seleçao Brasileira perdeu para a equipe comandada por Zi-dane, por 1x0 (gol de Thierry Henry). Eliminado com 12 pontos ganhos, o time nacional brasileiro obteve a quinta colocação no torneio e gan-hou, juntamente com a Seleção da Espanha, o Troféu FIFA Fair Play, como a equipe menos faltosa. Com os três gols que marcou na com-petição, Ronaldo totalizou quinze gols em três Copas do Mundo (1998, 2002 e 2006), e tornou-se o maior goleador do evento.A seleção comandada por Parreira atuou, no último jogo, com a seguinte formação: Dida; Cafu (Cicinho), Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Zé Roberto, Juninho Pernambucano (Adriano) e Kaká (Robinho); Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.Após a eliminação na Copa do Mundo, o técnico Parreira foi substituído pelo ex-capitão da seleção Dunga, que estreiou como treinador no dia 16 de agosto, em Oslo, empatando com a Noruega por 1x1 (gol brasilei-ro de Daniel Carvalho). Em 3 de setembro, na capital inglesa, o Brasil ganhou da Argentina, por 3x0, com gols de Elano (2) e Kaká. Ainda em Londres, no dia 5 de setembro, a Seleção do Brasil venceu, com gols do lateral esquerdo Marcelo e do atacante Vágner “Love”, a Seleção do País de Gales por 2x0. Em seguida, houve uma partida não-oficial (o adversário não foi uma seleção nacional), no Kuwait, em 7 de outubro, contra o time do “Al-Kuwait Sports Club”, reforçado com jogadores de outros clubes, que terminou com o placar de 4x0 favorável ao Brasil

(gols de Rafael Sóbis, Robinho, Daniel Carvalho e Kaká). Três dias depois,em Estocolmo, a Seleção Brasileira enfrentou a do Equadoe e venceu por 2x1, graças aos gols de Fred e Kaká. No último compromis-so do ano de 2006, em 15 de novembro, na cidade de Basiléia, o Brasil derrotou a Suíça por 2x1, com os tentos assinalados por Luisão e Kaká, versus um de Maicon, contra.A Seleção Brasileira começou o ano de 2007, perdendo para Portugal, por 2x0, em Londres, no dia 6 de fevereiro. Reabilitou-se no compro-misso seguinte, em 24 de março, na cidade sueca de Gotemburgo, ao vencer o Chile por 4x0, com gols de Ronaldinho Gaúcho (2), Kaká e Juan. No terceiro amistoso do ano, em Estocolmo, no dia 27 do mesmo mês, a Seleção do Brasil derrotou a de Gana por 1x0, com um gol de Vágner “Love”. A Copa do Brasil 2007, disputada por 64 clubes, dos quais 54 repre-sentantes das 27 unidades federativas, e os 10 primeiros colocados no “Ranking” da CBF, foi conquistada pelo “Fluminense”, dirigido pelo técnico Renato Gaúcho, que derotou o “Figueirense”, em Florianópolis, no dia 30 de maio, na partida final, por 1x0 (gol de Roger).A Copa Libertadores da América, disputada entre 24 de jaeiro e 20 de junho de 2007, teve o Vice-Campeão “Grêmio”, de Porto Alegre, como o representante brasileiro de melhor campanha. O clube gaúcho perdeu as duas partidas finais para o “Boca Juniors”, de Buenos Aires, por 3x0 e 2x0.O Campeonato Brasileiro de 2007, reunindo os dezesseis clubes que melhor se classificaram em 2006, mais os quatro promovidos da Série B, totalizando vinte participantes, teve início em 12 de maio, prolongan-do-se até 2 de dezembro. Confirmando a sua condição de melhor time na época, o “São Paulo”, comandado por Muricy Ramalho, tornou-se Bicampeão, com 77 pontos ganhos, seguido por outro clube paulsta, o “Santos”, que conquistou 62 pontos. Em terceiro e quarto, classificaram-se dois cariocas: “Fla-mengo” e “Fluminense”, ambos com 61 pontos. O rubronegro levou vantagem por ter uma vitória a mais (primeiro critério para desempate), embora o tricolor tivesse melhor saldo de gols.O artilheiro da competição foi Josiel, do “Paraná”, com 20 gols. Rogé-rio Ceni, da equipe campeã, foi considerado pela CBF, pela segunda vez

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consecutiva, o melhor jogador da competição. A Revista Placar conferiu a Thiago Neves, do “Fluminense”, a sua premiação de melhor jogador do campeonato.Os quatro últimos colocados, “Corinthians”, “Juventude”, “Paraná” e “América”, de Natal, foram rebaixados para a segunda divisão. Os quatro primeiros da Série B, “Coritiba” (Campeão), “Ipatinga”, “Portu-guesa” e “Vitória” (BA) ascendeam à elite o futebol brasileiro.Na Série C, o Campeão foi o “Bragantino”, promovido à Série B, juta-mente com o Vice-Campeão “Bahia” e mais os terceiro e quarto coloca-dos, “Vila Nova” (GO) e “ABC” (RN), respectivamente.O elenco do clube do Morumbi, Campeão Brasileiro de 2007, era o seguinte. Goleiros: Rogério Ceni, Bosco e Fabiano; Laterais direitos: Ilsinho, Reasco, Maurinho e Jackson; Laterais esquerdos: Junior e Jadil-son; Zagueiros: Miranda, Breno. Alex Silva, André Dias, Edcarlos e Danilo Silva; Volantes: Josué, Hernanes, Richarlyson, Fredson, Fernan-do e Zé Luís; Meio-campistas: Jorge Wagner, Hugo, Souza, Lenílson e Francisco Alex; Atacantes: Aloísio, Borges, Dagoberto, Diego Tardelli, Leandro e Marcel. Em 1º de junho de 2007, a Seleção Brasileira, sob o comando do téc-nico Dunga, enfrentou a da Inglaterra, em Londres, empatando em 1x1, com gol de Diego. Em seguida, o Brasil teve pela frente a Seleção da Turquia, também amistosamente, na cidade alemã de Dortmund, em 5 de junho, resultando em novo empate (0x0).Ainda em junho, teve início a Copa América, disputada na Venezuela, com a participação dos Estados Unidos e do México, além dos dez países sul-americanos vinculados à Conmebol. A Seleção Brasileira es-treou no dia 27, na cidade de Puerto Ordaz, com derrota para a Seleção Mexicana, por 2x0. Reabilitou-se em 1º de julho, no mesmo Estádio Cachamay, de Puerto Ordaz, vencendo o Chile por 3x0, com três gols de Robinho. Seguiu-se a vitória por 1x0 (gol de Robinho), sobre o Equador, no dia 4, na cidade de Puerto La Cruz. Com esses resultados, o Brasil somou seis pontos e classificou-se na segunda colocação do Grupo B, cujo vencedor foi o México, com sete pontos ganhos.Na partida seguinte, na fase das quartas-de-final, a Seleção Brasileira voltou a defrontar-se com a Seleção Chilena, classificada como a mel-hor terceira colocada, em Puerto La Cruz, no dia 7 de julho, goleando-a

por 6x1, sendo os gols do Brasil marcados por Robinho (2), Juan, Júlio Baptista, Josué e Vágner “Love”. No jogo semifinal, em10 de julho, na cidade de Maracaibo, houve um confronto entre Brasil e Uruguai, que terminou empatado em 2x2, marcando Maicon e 3Júlio Baptista para a equipe canarinha, versus Diego Fórlan e Washington Abreu para o time celeste. Na decisão por pênaltis, foram necessárias sete cobranças para cada lado. Os brasileiros Robinho, Juan, Gilberto Silva, Diego e Gil-berto converteram suas penalidades, ao passo que Afonso e Fernando desperdiçaram a quarta e a sexta cobrança. Pelos uruguaios, Andrés Scotti, Ignacio González, Cristian Rodriguez e Washington Abreu aproveitaram suas oportunidades, enquanto Diego Fórlan, Pablo Garcia e Diego Lugano perderam, respectivamente, o primeiro, o sexto e o sé-timo pênaltis. Com a vitória por 5x4, nos pênaltis, o Brasil credenciou-se para disputar a final.A partida decisiva, realizada em Maracaibo no dia 15 de julho de 2007, colocou, frente a frente, as Seleções Argentina e Brasileira. A equipe platina, dirigida pelo técnico Alfio Basile, alinhou: Abbondanzieri; Zanetti, Milito, Ayala e Heinze; Mascherano, Cambiasso (Pablo Aimar), Verón (Lucho González) e Riquelme; Messi e Tévez. O time verde-am-arelo de Dunga, formou com: Doni; Maicon, Alex Costa, Juan e Gil-berto; Mineiro, Josué, Elano (Daniel Alves) e Júlio Baptista; Robinho (Diego) e Vágner “Love” (Fernando). Ao término dos noventa minutos, o placar do estádio mostrou a categórica vitória do Brasil por 3x0, com tentos assinalados por Júlio Baptista, Roberto Ayala (contra) e Daniel Alves. Pela oitava vez, a Seleção Brasileira ganhou a Copa América. Robinho, com seis gols assinalados, foi o artilheiro da competição. Depois da brilhante conquista na Venezuela, o time nacional brasileiro voltou a jogar em 22 de agosto, em Montpellier (França) derrotando a Argélia por 2x0, com gols de Maicon e Ronaldinho Gaúcho. No amis-toso seguinte, no dia 9 de setembro em Chicago, o Brasil venceu os Estados Unidos por 4x2, com gols de Lúcio, Ronadinho Gaúcho, Elano e do zagueiro norte-americano Oguchi Onyewu, contra.Em 14 de outubro de 2007, a Seleção Brasileira disputou seu primeiro jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, empatando sem gols com a Colômbia, em Bogotá. No Rio de Janeiro (Estádio do Ma-racanã), em 17 de outubro, o Brasil venceu o compromisso seguinte, vá-

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lido para a quaificação ao Campeonato Mundial, aplicando uma goleada de 5x0 no Equador, com gols de Kaká (2), Vágner “Love”, Ronaldinho Gaúcho e Elano. Na terceira partida das eliminatórias, houve um em-pate, em Lima, com o Peru, por 1x1, com Kaká marcando para o Brasil, em 18 de novembro Três dias depois, em São Paulo (Morumbi), aconte-ceu o último jogo do ano de 2007, também pelas eliminatórias, no qual o Brasil venceu o Uruguai, por 2x1, com dois gols do “Fabuloso” (Luís Fabiano) versus um de “El Loco” (Sebastián Abreu). O primeiro compromisso, em 2008, da Seleção Brasileira, comandada, na ocasião pelo auxiliar técnico de Dunga, o ex-lateral Jorginho, foi um amistoso com a Irlanda, em Dublin, no dia 6 de fevereiro. A partida foi vencida pelo Brasil por 1x0, com o gol de Robinho. O segundo jogo, também com Jorginho como timoneiro, realizou-se em Londres, no dia 26 de março, tendo a Suécia como adversária. Repetiu-se o resultado de 1x0, favorável ao Brasil, sendo Alexandre Pato o autor do gol. Na Copa do Brasil de 2008, realizada entre 13 de fevereiro e 11 de junho, o Campeão foi o “Sport Recife” que sobrepujou o “Corinthians”, pelo critério de maior valor do gol marcado como visitante, ao vencer por 2x0, a segunda partida decisiva, após perder a primeira por 3x1. O terceiro colocado foi o “Vasco da Gama”. A Copa Libertadores da América, em sua 49ª edição, foi disputada de 29 de janeiro a 2 de julho de 2008. O “Fluminense” fez a melhor campanha, entre todos os participantes, no decorrer da competição, com vitórias memoráveis sobre as poderosas equipes do “São Paulo” (quarta-de-final) e do “Boca Juniors” (semifinal). Após vencer por 3x1, no Maracanã, a “LDU (Liga Deportiva Universitária)” do Equador, na partida final, depois de ter sofrido uma derrota de 4x2, na altitude de Quito (3016 metros), houve a decisão por pênaltis. O goleiro Cevallos, da “LDU” defendeu três das quatro cobranças tricolores, justamente as efetuadas pelos ídolos do time, Conca, Thiago Neves e Washington. As-sim, pela primeira vez, um time equatoriano ganhou a taça, e o “Fluzão” foi Vice-Campeão.A terceira partida do time nacional do Brasil, em 2008, novamente com Dunga no comando técnico, realizou-se em 31 de maio, na cidade norte-americana de Seattle, onde a equipe brasileira enfrentou amistosamente a Seleção do Canadá, vencendo-a por 3x2, com gols de Diego, Luís

Fabiano e Robinho. Ainda em jogo amistoso nos Estados Unidos, na data de 6 de junho, a Seleção Brasileira perdeu para a Venezuelana por 2x0, em Boston.Nova derrota foi sofrida em 15 de junho de 2008, perante o Paraguai, no Estádio “Defensores Del Chaco” de Assunção, pelo mesmo placar de 2x0, em jogo válido pelas Eliminatórias para a Copa de 2010. Três dias depois, o Estádio Mineirão, de Belo Horizonte, foi palco do em-pate sem gols com a Argentina, visando também à qualificação para o Campeonato Mundial. Em continuidade ao processo qualificatório, realizou-se no Estádio Nacional de Santiago, na data nacional brasileira, 7 de setembro, a partida Brasil 3x0 Chile, com gols de Luís Fabiano (2) e Robinho. Passados três dias, foi efetivada no Estádio João Havel-ange, mais cohecido como Engenhão, no Rio, a peleja contra a Bolívia, que terminou 0x0. No dia 12 de outubro, dedicado à Nossa Senhora de Aparecida, Padroeira do Brasil, houve na cidade venezuelana de San Cristóbal, o jogo contra a Seleção da Venezuela, vencida pela Seleção Brasileira por 4x0, graças aos gols de Kaká, Robinho (2) e Adriano. Decorridos mais três dias, aconteceu no Rio novo empate sem gols, com a Colômbia.Em 19 de novembro, a última partida do Brasil no ano de 2008, foi um amistoso em Brasília (Estádio Bezerrão), que resultou na vitória sobre Portugal pelo placar de 6x2, construído com gols de Luís Fabiano (3), Maicon, Elano e Adriano.O Campeonato Brasileiro da Série A, em 2008, foi realizado com 20 clubes, de 10 de maio a 7 de dezembro. Pela terceira vez consecutiva, o vencedor foi o “São Paulo”, sagrando-se Tricampeão. O tricolor pau-listano somou 75 pontos, enquanto o “Grêmio Porto Alegrense”, Vice-Campeão acumulou 72, ao passo que o terceiro colocado, o “Cruzeiro”, conquistou 67 pontos, ao longo da competição. Os quatro últimos colo-cados, “Figueirense” (44 pontos ganhos), “Vasco” (40 pontos), “Portu-guesa” (38) e “Ipatinga” (35) foram rebaixados à Série B.A Série B foi disputada nos mesmos moldes, também com 20 partici-pantes, cm turno e returno. O Campeão foi o “Corinthians”, com 85 pontos ganhos. Os demais clubes que ascenderam à elite foram: “Santo André”, “Avaí” e “Grêmio Barueri” que obtiveram 68, 67 e 63 pontos, respectivamente.

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Na Série C, com 64 equipes disputando diversas fases classificatórias e uma fase final com oito participantes, o Campeão foi o “Atlético Goianiense”, que foi promovido, juntamente com “Guarani”, “Campin-ense” e “Duque de Caxias”, segundo, terceiro e quarto colocados.A artilharia da Série A foi compartilhada por Washington (“Flumin-ense”), Keirrison (“Coritiba”) e Kleber Pereira (“Santos”), com 21 gols de cada um. O elenco campeão do “São Paulo”, dirigido pelo técnico Muricy Ramalho, contou com: Goleiros: Rogério Ceni e Bosco; Lat-erais direitos: Zé Luís, Joílson, Jancarlos, Éder e Rafael; Zagueiros: André Dias, Miranda, Rodrigo, Ânderson, Alex Silva, Juninho e Aislan; Laterais esquerdos: Jorge Wágner, Júnior e Alex Cazumba; Volantes: Hernanes, Jean, Fábio Santos, Richarlyson, Bruno Formigoni, Welling-ton e Bruno; Meias: Hugo e Sérgio Mota; Atacates: Dagoberto, Borges, André Lima, Aloísio, Éder Luís e Pablo. O primeiro jogo da Seleção Brasileira, em 2009, aconteceu no dia 10 de fevereiro em Londres (“Emirates Stadium”). Os comandados de Dunga enfrentaram amistosamente e venceram os “Azzurri” da Itália, por 2x0, com gols de Elano e Robinho.A 50ª edição da Copa Libertadores da América (a primeira com pa-trocínio do Grupo Santander) iniciou-se em 28 de janeiro de 2009, com sua primeira fase (classificatória). A segunda fase desenvolveu-se entre 10 de fevereiro e 30 de abril e a fase final aconteceu de 5 de maio a 15 de julho. Com a vitória por 2x1 no último jogo, após um empate sem gols, o “Estudiantes de La Plata”, da Argentina superou o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte. A Copa do Brasil iniciou-se em 18 de fevereiro e terminou no dia 1º de julho de 2009, com a conquista do título de Campeão pelo “Corinthi-ans”, que sobrepujou o “Inter”, vencendo-o por 2x0, na primeira partida decisiva, e empatando a segunda, em 2x2. O terceiro colocado foi o “Vasco da Gama”. A disputa das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010 foi retomada em 29 de março de 2009, com o empate de 1x1 entre Equa-dor e Brasil, na capital equatoriana, com o gol brasileiro da autoria de Júlio Baptista. No dia 1º de abril, em Porto Alegre (Estádio Beira-Rio), com gols de Luís Fabiano (2) e Felipe Melo, a Seleção Brasileira der-rotou a do Peru por 3x0. Seguiu-se nova vitória, no dia 6 de junho, pelo

contundente placar de 4x0, sobre o Uruguai, em Montevidéu (Estádio Centenário), graças aos gols de Daniel Alves, Juan, Luís Fabiano e Kaká. A terceira vitória consecutiva do time do Brasil aconteceu no Recife (Estádio do Arruda), em 10 de junho, superando o Paraguai por 2x1 (gols de Robinho e Nilmar).Em 15 de junho de 2009, o Brasil cumpriu seu primeiro compromisso pela Copa das Confederações de 2009, na África do Sul. Com gols de Kaká (2), Luís Fabiano e Juan, a Seleção Brasileira derrotou a do Egito por 4x3, no “Free Stata Stadium”, em Bloemfontein. Nova vitória foi obtida, em 18 de junho, na cidade de Pretória, sobre os Estados Unidos, com os gols de Felipe Melo, Robinho e Maicon construindo o resultado de 3x0. Seguiu-se outro resultado favorável em 21 de junho, no mesmo Estádio Loftus Versfield de Pretória, onde o Brasil superou a Itália por 3x0, com dois gols de Luís Fabiano e mais um de Andrea Dossena, con-tra. Dessa maneira, com três vitórias em três jogos, a Seleção Brasileira classificou-se como a primeira colocada do Grupo B. Em Johannesburgo, no dia 25 de junho, um gol de Daniel Alves deu a vitória ao Brasil, por 1x0, no confronto com a Seleção da África do Sul, anfitriã do evento, em partida semifinal. Assim, a Seleção do Brasil chegou à final do certame, em 28 de junho, no mesmo estádio de “Ellis Park”, na cidade de Johannesburgo. A adversária foi, de novo, a Seleção Norte-Americana, já derrotada na fase classificatória. No jogo deci-sivo, porém, os Estados Unidos chegaram a abrir a vantagem de 2x0. Os brasileiros reagiram e venceram, de virada, por 3x2, com tentos de Luís Fabiano (2) e Lúcio. Foi o terceiro título conquistado pelo Brasil, que se tornou o maior vencedor da competição. A taça foi erguida pelo capitão Lúcio; Luís Fabiano ganhou a Chuteira de Ouro, como o maior artilheiro, com cinco gols; Kaká recebeu a Bola de Ouro, na condição de melhor jogador do torneio; e a Seleção Brasileira foi agraciada, tam-bém, com o Troféu FIFA Fair Play, por ter sido o time mais disciplinado (menos faltas cometidas).A equipe campeã foi escalada pelo técnico Dunga, no jogo decisivo, com: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan (Luisão) e André Santos; Gil-berto Silva (Kléberson), Felipe Melo, Ramires (Josué) e Kaká: Robinho e Luís Fabiano.O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2009 apresentou uma novidade:

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a Série D ou quarta divisão. A Série A, reunindo os vinte clubes da elite, teve início em 9 de maio e se estendeu até 6 de dezembro. Dois clubes cariocas tiveram grande destaque na fase final da competição. Depois de um primeiro turno cheio de problemas, a equipe do “Flamengo” encon-trou seu rumo com o técnico Andrade, que assumiu o lugar de Cuca, em julho, inicialmente como interino, e depois, efetivo em função dos bons resultados obtidos. Depois de 17 anos, o torcedor rubronegro comemo-rou o título, conquistado na última rodada, superando o “Internacional” e o “São Paulo”. O “Fluminense”, na zona de rebaixamento durante muito tempo, e considerado candidato certo, com mais de 98% de prob-abilidade, à segunda divisão, iniciou, uma surpreendente reação, a partir de outubro, com o técnico Cuca, realizando uma campanha de onze jogos consecutivos de invencibilidade (sete vitórias e quatro empates), e escapou de ser rebaixado, na última rodada. Foram figuras de destaque, na jornada campeã do rubronegro, o artilheiro Adriano e o meia Petko-vic. No tricolor, fez-se notar a liderança de Fred, no chamado “Time dos Guerreiros”. O certame foi definido somente no segundo tempo do último jogo, quando um gol do zagueiro Ronaldo Angelim deu ao “Flamengo” a vitória por 2x1 sobre o “Grêmio”, perfazendo os 67 pontos ganhos pelo Campeão. O “Inter” e o “São Paulo” conquistaram o mesmo número de pontos, 65, mas o clube gaúcho foi o Vice-Campeão, por ter 19 vitórias versus 18 do tricolor paulista.Na parte inferior da tabela, o tricolor carioca somou 46 pontos, en-quanto os rebaixados “Coritiba”, “Santo André”, “Náutico” e “Sport” obtiveram 45, 41, 38 e 31, respectivamente.Na Série B, disputada nos mesmos moldes da A, com 20 clubes, em turno e returno, o “Vasco da Gama” foi o Campeão, antecipadamente, e somou 76 pontos ganhos. O “Guarani”, Vice-Campeão, ganhou 69 pontos, ao passo que os demais promovidos, “Ceará” e “Atlético Goi-aniense” totalizaram 68 e 65, respectivamente.A Série C, pela primeira vez, foi disputada por apenas 20 equipes, divididas inicialmente em quatro grupos regionais de 5 clubes. Após a fase final, sagrou-se Campeão o “América”, de Minas Gerais.Da recém-criada Série D, participaram 39 clubes, de todos os estados brasileiros, exceto o Acre, que não indicou seu representante. Essa

quarta divisão foi composta por uma fase de grupos, classificatória, seguida de eliminatórias até a decisão do título de Campeão, que foi conquistado pelo “São Raimundo”, de Santarém (Pará).lApós a brilhante conquista da Copa das Confederações de 2009, a Seleção Brasileira, comandada por Dunga, reiniciou suas atividades, no segundo semestre, em 12 de agosto, derrotando a Estônia, em amistoso realizado na sua cidade de Tallinn, por 1x0 (gol de Luís Fabiano). Em setembro de 2009, foram colhidas pelo Brasil duas importantes vitórias, válidas para a qualificação à Copa do Mundode 2010. No dia 5, na cidade argentina de Rosário, a seleção alvi-celeste foi derrotada pela canarinha por 3x1, graças aos gols de Luís Fabiano (2) e Luisão. No Estádio Pituaçu, em Salvador, no dia 9, “La Roja” chilena foi vencida por 4x2, com gols brasileiros de Nilmar (“hat trick”) e Júlio Baptista.Já em outubro, os resultados das Eliminatórias não foram bons. Em La Paz, no dia 11, o Brasil perdeu para a Bolívia, por 2x1, com Nilmar assinalando o tento brasileiro. No dia 14, em Campo Grande (MS), aconteceu um empate com a Venezuela, sem gols. Mesmo assim, o Brasil classificou-se em primeiro lugar nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.O ano de 2009 terminou, para a Seleção Brasileira, com duas vitórias, em partidas amistosas, no mês de novembro. Em Doha, no Qatar, o “English Team” foi superado no dia 14, por 1x0 (gol de Nilmar). Três dias depois, a Seleção de Omã foi derrotada por 2x0, com gols de Nil-mar e de Hassan Madhafar Al Gheilani (contra), na cidade de Mascate, no Omã.O primeiro compromisso, em 2010, do time nacional do Brasil ocorreu no dia 3 de março, no Estádio “Emirates” de Londres, onde venceu a Seleção da Irlanda, em partida amistosa que terminou em 2x0, com gols de Robinho e Andrews (contra).A Copa Libertadores da América, que começou em 26 de janeiro de 2010, estendeu-se até 18 de agosto, pois foi interrompida durante o mês de junho, por causa da realização da Copa do Mundo, na África do Sul. O “Internacional”, de Porto Alegre, sagrou-se Campeão, pela segunda vez, ao vencer o “Chivas Guadalajara”, do México, nas duas partidas da final, por 2x1 e 3x2, totalizando o placar agregado de 5x3. Giuliano, do “Inter”, recebeu da Conmebol o prêmio de melhor jogador da com-

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petição; Thiago Ribeiro, do “Cruzeiro”, de Belo Horizonte, conseguiu a artilharia do certame, com oito gols marcados. A Copa do Brasil, que teve início em 10 de fevereiro, com 64 partici-pantes, também só terminou em 4 de agosto, com a conquista do titulo de Campeão pelo “Santos”, que venceu o “Vitória”, da Bahia, por 2x0 no primeiro jogo da decisão final, embora tenha sido derrotado,no seg-undo, por 2x1.A disputa pelo título da Série A do Campeonato Brasileiro em 2010 foi iniciada em 8 de maio. Paralisada entre a sétima e a oitava rodada, devido à Copa do Mundo, a competição terminou no dia 5 de dezembro. “Fluminense”, “Cruzeiro” e “Corinthians” chegaram à última rodada com chances de conquistar o título. O “Fluzão”, que era o líder, venceu o “Guarani” e sagrou-se Campeão Brasileiro, pela terceira vez. O “Cru-zeiro”, ao ganhar do “Palmeiras”, garantiu o Vice-Campeonato; o “Cor-inthians”, que empatou com o “Goiás”, ficou com a terceira colocação. Além desses três times, o Grêmio (quarto colocado) conseguiu a classi-ficação para a Copa Libertadores de 2011. Habilitaram-se para a dis-puta da Copa Sul-Americana, no segundo semestre de 2011, “Atlético Paranaense”, “Botafogo”, “São Paulo”, “Palmeiras”, “Vasco”, “Ceará”, “Atlético Mineiro” e “Flamengo”, colocados do 5º ao 14º lugares.Com 20 vitórias, 11 empates e apenas 7 derrotas, o tricolor das Laran-jeiras ganhou 71 pontos. O clube celeste da Toca da Raposa acumulou 69 pontos e o alvinegro do Parque São Jorge somou 68 pontos. A CBF premiou o meia argentino Dario Conca, do “Fluminense”, como o melhor jogador do campeonato; o técnico Muricy Ramalho, do “Flu”, clube campeão, ganhou o prêmio de melhor treinador; Jonas, atacante do “Grêmio”, com 23 gols, conquistou a artilharia do certame.O elenco do “Fluminense”, Campeão Brasileiro de 2010, comandado por Muricy Ramalho, foi o seguinte. Goleiros: Fernando Henrique, Ra-fael, Ricardo Berna e Klever. Laterais direitos: Mariano e Marquinhos. Zagueiros: Gum, Leandro Euzébio, André Luís, Digão, Cássio e Thiago Sales. Laterais esquerdos: Júlio César, Carlinhos e Gerson. Volantes: Diogo, Diguinho, Valencia, Fernando Bob e Thiaguinho. Meio-campis-tas: Conca, Marquinho, Deco, Belletti, Tartá, Equi González, Willians e Raphael Augusto. Atacantes: Fred, Washington, Rodriguinho, Alan, Émerson e Wellington Silva.

Foram rebaixados para a Série B, os quatro clubes últimos coloca-dos: “Vitória”, da Bahia, “Guarani”, de Campinas, “Goiás” e “Grêmio Prudente”, que obtiveram, respectivamente, 42, 37, 33 e 28 pontos, ao longo do campeonato.Na Série B, o Campeão de 2010 foi o “Coritiba”; o vencedor da Série C foi o “ABC”, de Natal; e o “Guarany”, de Sobral (Ceará) laureou-se na Série D. Além do clube curitibano, foram promovidos à elite do futebol brasileiro, as equipes do “Figueirense”, do “Bahia” e do “América”, de Minas, respectivamente, a segunda, terceira e quarta colocadas da Série B.No início de junho de 2010, já na África, a Seleção Brasileira realizou dois amistosos, ainda como preparação para o campeonato mundial. No dia 2, venceu a Seleção de Zimbábue, em Harare, por 3x0, com gols de Michel Bastos, Robinho e Elano. Em Dar as Salaan, no dia 7, derrotou a Seleção da Tanzânia por 5x1, com gols de Robinho (2), Kaká e Ramires (2). O primeiro jogo do Brasil, na Copa do Mundo, realizou-se em 15 de junho de 2010, no “Ellis Park Stadium” de Johannesburgo, onde der-rotou a Coréia do Sul, por 2x1, com gols de Maicon e Elano. O com-promisso seguinte, também em Johannesgurgo, mas no “Soccer City Stadium”, em 20 de junho, foi contra a Seleção de Costa do Marfim, derrotada por 3x1, com gols de Luís Fabiano (2) e Elano. A lamentar-se, a expulsão de Kaká, com a partida já definida, aos 43 minutos do segundo tempo. Seguiu-se, no dia 25 do mesmo mês, em Durban, o empate com Portugal, sem gols. Com essa campanha, a Seleção Bra-sileira obteve 7 pontos e classificou-se no primeiro lugar do Grupo G, acompanhada pela Seleção Portuguesa, em segundo, com 5 pontos. No dia 28 de junho, novamente no “Ellis Park”, pelas oitavas-de-final, o Brasil venceu o Chile por 3x0, com gols de Juan e Luís Fabiano, no primeiro tempo, e de Robinho, no segundo.Em 2 de julho de 2010, no Estádio “Nelson Mandela Bay” de Porto Elizabeth, pelas quartas-de-final, a Seleção Brasileira, dirigida por Dunga, teve uma atuação decepcionante, com destaque negativo para Felipe Melo, corretamente expulso aos 27 minutos do segundo tempo, por ter pisado propositalmente em um adversário, após tê-lo derrubado com falta. Além disso, o volante havia marcado um gol contra, em lance

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no qual o goleiro Júlio Cesár também falhou, aos 8 minutos da mesma etapa. A Holanda venceu, merecidamente, de virada, com um tento de Sneijder, quando eram decorridos 23 minutos da etapa complementar. Apesar de terem sido melhores no primeiro tempo, e do gol assinalado por Robinho, logo aos 10 minutos, os jogadores brasileiros pouco fiz-eram em campo, no segundo tempo, especialmente após o segundo gol holandês. Assim, da mesma forma que na Copa anterior, o Brasil foi eliminado na fase de quartas-de-final, em 2010. Em conseqüência, o técnico Dunga foi demitido. Para o seu lugar, foi convidado Muricy Ramalho, que, entretanto, preferiu continuar à frente do time do “Fluminense”. Como segunda opção, Mano Menezes, então no “Corinthians”, foi contratado pela CBF, para assumir o cargo.Já sob o comando do técnico Mano Menezes, em 10 de agosto de 2010, a Seleção Brasileira venceu a dos Estados Unidos, em amistoso realiza-do em New Jersey, por 2x0, com gols do jovem Neymar e de Alexandre Pato. No dia 7 de outubro, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), a Seleção do Brasil derrotou a do Irã, por 3x0 (Daniel Alves, Alexandre Pato e Nilmar). A terceira vitória consecutiva, no terceiro amistoso pós-Copa, aconteceu quatro dias depois, em Derby, na Inglaterra, sobre a Ucrânia, por 2x0 (gols de Daniel Alves e Alexandre Pato).A primeira derrota da nova Seleção do Brasil aconteceu em Doha, no Qatar, no último compromisso de 2010, em amistoso no dia 17 de no-vembro, perante a Argentina, por 1x0 (gol de Messi, no finalzinho).

Entre os jogadores que se destacaram, na década de 2001 a 2010, sele-cionamos os que seguem.Rogério Mücke Ceni nasceu em Pato Branco (Paraná), no dia 22 de janeiro de 1973. Criado em Sinop (Mato Grosso) para onde sua família havia se mudado, começou a jogar como goleiro em 1987, no infantil do “Sinop Futebol Clube”. Aos 17 anos, em 1990, profissionalzou-se no clube matogrossense, e foi Campeão Estadual, mas foi contratado pelo “São Paulo”, em setembro do mesmo ano. Permaneceu como quarto goleiro da equipe tricolor até 1992, quando passou a ser o terceiro, devido à morte de Alexandre, em acidente de carro. Em 1993, atuou na equipe de juniores na Copa São Paulo, sagrando-se Campeão. Passou

a ser o reserva imediato de Zetti nesse mesmo ano, e fez seu primeiro jogo na meta da equipe principal, em 25 de junho de 1993, aos 20 anos de idade, no Torneio Santiago de Compostela, enfrentando o “Tener-ife”. Rogério defendeu um pênalti e o “São Paulo” venceu por 4x1. Ainda como reserva, participou das conquistas da Copa Libertadores da América, da Supercopa Libertadores, da Recopa Sul-Americana e da Taça Intercontinental (campeonato mundial de clubes), todas em 1993. No ano seguinte, o clube do Morumbi disputou e ganhou a Copa Con-mebol, com o seu segundo time, denominado “Expressinho”, do qual ele foi titular. Também participou, ainda na reserva de Zetti, das vitórias são-paulinas na Recopa Sul-Americana (1994) e na Copa dos Campeões Mundiais (1995). Com a transferência de Zetti para o “Santos”, em 1996, Rogério, como era chamado, assumiu a posição de titular.Rogério Ceni, como passou a ser mais conhecido, tem 1,88 m de altura, pesa 85 kg e é destro. Goleiro de excepcionais qualidades, foi consid-erado, não só o melhor guardião, como o melhor jogador do Campeona-to Brasileiro de 2006. Foi escolhido, novamente, como o melhor goleiro e craque do Brasileirão, em 2007. Integrou a lista dos dez melhores “goal-keepers” do mundo, elaborada pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), nos anos de 2005, 2006 e 2007. Completou 20 anos em defesa das três cores do “São Paulo” em 2010, cuja torcida reconhece sua dedicação. Ídolo carismático como arqueiro, sua maior característica, entretanto, é a precisão nas cobranças de faltas e pênaltis, que o tornou o maior goleiro-artilheiro do mundo. Em 27 de março de 2011, na vitória, por 2x1, do “São Paulo” sobre o “Corinthians”, pelo Campeonato Paulista, assinalou seu centésimo gol. Como se encontra, ainda, em atividade, essa marca vai aumentar.Pela Seleção Brasileira, disputou 17 partidas, entre 1997 e 2006. Con-quistou os títulos de Campeão da Copa das Confederações em 1997, como titular; e de Campeão do Mundo, na Copa de 2002, como reserva. Participou, ainda, da Copa do Mundo de 2006, tendo atuado apenas poucos minutos, no jogo contra o Japão, vencido pelo Brasil por 4x1.Titular absoluto do gol são-paulino, desde 1996, Rogério Ceni gan-hou os títulos de Campeão Paulista, em 1998, 2000 e 2005; Copa dos Campeões Mundiais, em 1996; Copa Euro-América, de 1999; Torneio Rio-São Paulo, em 2001; Copa Libertadores da América, em 2005;

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Campeão Mundial de Clubes da FIFA, de 2005; e Tricampeão Brasilei-ro (2006/08).Recebeu inúmeras premiações individuais, entre as quais: Bola de Ouro da Revista Placar, como melhor jogador no Brasil, em 2008; Bola de Prata (melhor goleiro) em 2000, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2008; Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA (2005); e Melhor Goleiro da Copa Libertadores, em 2005.Marcos Roberto Silveira Reis nasceu no dia 4 de agosto de 1973, em Oriente (SP). Começou a jogar fitebol, como goleiro, em 1990, nas divisões de base do modesto “Lençoense”, da cidade de Lençóis Pau-lista, onde ficou até 1992, quando se transferiu para o “Palmeiras” e profissionalizou-se, aos dezoito anos de idade. Em 16 de maio de 1992, estreiou na equipe palmeirense principal, em um amistoso com a “So-ciedade Esportiva Guaratinguetá”, vencendo por 4x0. Depois dessa partida, continuou como terceiro goleiro no Parque Antárctica. Voltou a jogar em 1996, quando já era o reserva imediato. Permaneceu como sustituto eventual do goleiro Velloso até 1999. Devido a uma contusão do titular, Marcos assumiu a posição na quinta rodada, e brilhou in-tensamente na conquista da Copa Libertadores de 1999. Foi eleito o melhor jogador da competição continental e recebeu o apelido de “São Marcos”.Marcos tem 1,93 m e 86 kg e é um dos maiores ídolos do “Palmeiras”, único clube que defendeu em toda a sua carreira profissional. Disputou 29 partidas pela Seleção Brasileira, entre 1999 e 2005. Foi Campeão da Copa América, em 1999; Campeão do Mundo, na Copa de 2002, tendo atuado durante os 90 minutos de todos os jogos, na Coréia do Sul e no Japão; e Campeão da Copa das Confederações, em 2005.Com o “Palmeiras”, participou, como reserva, das conquistas dos títulos de Campeão Paulista, em 1993, 1994 e 1996; do Torneio Rio-São Paulo, de 1993; e do Campeonato Brasileiro, em 1993 e 1994, além da Copa do Brasil e da Copa Mercosul, ambas em 1998. Após conquistar a titu-laridade, além da maior glória do clube, a Copa Libertadores de 1999, ganhou a Copa dos Campeões, em 2000, e o Campeonato Brasileiro da Série B, em 2003.Em 2000, já como ídolo palestrino, defendeu um pênalti cobrado pelo consagrado craque corintiano Marcelinho Carioca, assegurando a vitória

palmeirense na disputa dos pênaltis, e garantindo o seu clube na final da Libertadores. No ano seguinte, defendeu três cobranças, na decisão por pênatis da partida contra o “Cruzeiro”, também na Copa Libertadores da América (quarta-de-final). Após a conquista, pelo Brasil, da Copa do Mundo de 2002, a “Sociedade Esportiva Palmeiras” não fez boa cam-panha no Campeonato Brasileiro e foi rebaixada para a segunda divisão. Apesar de ter tido a oportunidade de se transferir para o “Arsenal”, da Inglaterra, Marcos preferiu coninuar no Parque Antárctica, e colaborou para a conquista do título da Série B em 2003, e o conseqüente retorno à elite.Sofreu uma contusão séria em 11 de março de 2007, durante o campe-onato paulista. Pouco depois de seu retorno aos gramados, teve nova lesão que o forçou a uma longa inatividade. Deu a volta por cima, sa-grando-se Campeão Paulista em 2008. Em 12 de maio de 2009, Marcos defendeu três pênaltis na disputa com o “Sport Recife”, pelas oitavas-de-final da Libertadores. No dia 19 de agosto de 2010, na partida em que o “Palmeiras” venceu por 3x0 o “Vitória”, da Bahia, pela Copa Sul-Americana, completou 500 jogos com o uniforme do “Verdão”. Osvaldo Giroldo Júnior, mais conhecido como Juninho Paulista, nasceu em São Paulo, no dia 22 de fevereiro de 1973. Começou nas divisões de base do “Ituano” da cidade de Itu, no interior paulista. Profissionalizou-se em 1993, no mesmo clube, que defendeu no campeonato paulista. Seu bom futebol logo despertou a atenção do Mestre Telê, técnico do São Paulo, e Juninho foi para o Morumbi, no mesmo ano.Baixo (1,67 m), foi um meia que jogava com velocidade e imensa habi-lidade, passando pelos defensores adversários, com extrema facilidade. Juninho Paulista disputou 50 partidas com a camisa amarela da Seleção do Brasil, e marcou 5 gols, entre 1995 e 2003. Conquistou medalha de bronze nas Olimpíadas de 1996; ganhou a Copa das Confederações de 1997; e foi Campeão do Mundo, na Copa de 2002.Com o tricolor paulistano, participou da campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 1993; brilhou na conquista da Supercopa Libertado-res de 1993; e, ainda no mesmo ano, venceu a Taça Intercontinental (campeonato mundial de clubes). Em 1994, ganhou a Recopa Sul-Americana e a Copa Conmebol. Na disputa desse troféu , aconteceu um fato curioso. No mesmo dia do jogo contra o “Sporting Cristal”,

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do Peru, o “São Paulo” teve outro compromisso, pelo Campeonato Brasileiro, enfrentando o Grêmio. Logicamente, o clube do Morumbi escalou duas equipes diferentes. Juninho, entretanto, participou das duas partidas. Após atuar 32 minutos e marcar um gol, no torneio internac-ional, jogou mais 20 minuros contra o clube de Porto Alegre. No ano seguinte, conquistou seu último título, como jogador são-paulino: a Taça dos Clubes Brasileiros Campeões Mundiais.Deois de jogar pela Seleção Brasileira, em 1995, e marcar um gol contra a Inglaterra, no célebre Estádio de Wembley, em Londres, Jun-inho foi contratado pelo “Middlesbrough Football Club”, Campeão da Segunda Divisão em 1995, mas que não está entre os mais afamados times ingleses. Após duas temporadas no futebol inglês, transferiu-se para o “Atlético de Madrid”, em 1997. Fez boas atuações em “La Liga Española”, mas sofreu, em 1998, uma fratura na perna, fruto de uma violenta entrada do zagueiro espanhol Michel Salgado, que tirou suas chances de ser convocado para a Copa do Mundo daquele ano. Apesar de ser uma das equipes mais gloriosas do futebol espanhol, o clube dos “colchoneros” passou por grave crise administrativa, que culminou com o seu rebaixamento, na temporada 1999/2000. Dentro desse contexto, Juninho foi cedido por empréstimo ao seu ex-clube “Middlesbrough”, em 1999. No ano seguinte, retornou ao Brasil, emprestado ao “Vasco”. Com a camisa cruzmaltina, repetiu seu bom desempenho, sagrando-se Campeão da Copa João Havelange (campeonato brasileiro de 2000) e da Copa Mercosul, também em 2000. Nessa época, passou a ser chama-do de Juninho Paulista, uma vez que a equipe de São Januário já pos-suía um Juninho, que se tornou Juninho Pernambucano. Insatisfeito no “Vasco da Gama”, em decorrência de atrasos salariais, transferiu-se, ainda por empréstimo, para o “Flamengo”, em 2002. Embora sem brilhar no clube da Gávea, Juninho foi convocado por Scolari para a Copa do Mundo de 2002, tornando-se titular durante a competição, em função de algumas contusões de companheiros. Já com a faixa de Campeão Mundial, voltou ao futebol inglês, novamente contratado pelo “Middlesbrough”, em 2002. Com “The Boro”, conquis-tou a Copa da Liga Inglesa, em 2004. Entretanto, sofreu uma seqüência de lesões e se transferiu para o “Celtic” da Escócia, que defendeu, na temporada 2004/05, sem muito destaque.

Retornou ao Brasil, em meados de 2005, para ajudar na recuperação do “Palmeiras”, durante o Campeonato Brasileiro, obtendo a classificação para a Libertadores. Embora já veterano, Juninho Paulista recebeu a Bola de Prata da Revista Placar, repetindo a premiação de 2000, quando estava no “Vasco” e foi Campeão Brasileiro. Aos 34 anos, no início de 2007, foi contratado pelo “Flamengo”. Foi curta sua segunda tempo-rada no rubronegro carioca, pois, inconformado com sua condição de reserva, discutiu com o técnico Ney Franco, no intervalo de uma partida da Libertadores, e teve o seu contrato rescindido.Já em fim de carreira, tentou a sorte na Austrália, onde defendeu o “Sydney FC”, por oito meses, a partir de agosto de 2007. De volta ao Brasil, Juninho Paulista assumiu a Presidência do seu primeiro clube, o “Ituano Futebol Clube”, em junho de 2009. Voltou a jogar, em 2010, vestindo a camisa rubronegra do “Galo de Itu”, em alguns jogos do Campeonato Paulista. Fez sua despedida em 7 de abril de 2010, em emocionante partida, em que o “Ituano” escapou do rebaixamento, ao vencer a “Portuguesa”, no Estádio do Canindé, da “Lusa”, de virada, por 3x2 (após estar perdendo por 2x0, no final do primeiro tempo), com um belíssimo gol do Presidente Osvaldo Giroldo Júnior.Marcos André Batista Santos, o popular Vampeta, nasceu na cidade baiana de Nazaré, em 13 de março de 1974. Começou nas categorias de base do “Vitória”, da capital do seu estado natal, em 1990. Profissional-izou-se em 1993, vestindo a camisa rubronegra da equipe principal do clube baiano até 1994, quando conquistou o título de Campeão da Ba-hia. No mesmo ano, Vampeta transferiu-se para o “PSV Eindhoven”, da Holanda, disputando a temporada 1994/95. Em seguida, foi cedido por empréstimo ao também holandês, porém modesto “VVV Venlo”. Após umas poucas partidas, retornou ao Brasil, contratado pelo “Fluminense” que acabara de se sagrar, mais uma vez, Campeão Carioca, em 1995, e obteve o seu empréstimo.Com 1,82 m de altura, Vampeta foi um volante eficaz, dotado de grande carisma junto às torcidas dos clubes em que atuou. Destacou-se, ao longo da carreira, também pelas atitudes e declarações polêmicas. Em função das suas qualidades técnicas, integrou a Seleção Brasileira em 41 jogos, entre 1998 e 2002, marcando dois gols (curiosamente, ambos em uma só partida, contra a Argentina, válida pelas Eliminatórias da

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Copa de 2002). Com a camisa amarela, foi Campeão da Copa Amé-rica de 1999; Vice-Campeão da Copa das Confederações, em 1999; e Campeão do Mundo em 2002, no Japão / Coréia do Sul, embora como reserva. No entanto, roubou a cena, como o mais eufórico, na rampa do Palácio do Planalto, quando o Presidente da República recebeu a del-egação vitoriosa. No tricolor das Laranjeiras, fez algumas boas apresentações, mas teve que retornar ao clube das Indústrias Philips, na cidade de Eindhoven, quando terminou o seu empréstimo, em 1996. Foi, então, Campeão Ho-landês na temporada 1996/97, tendo sido considerado o melhor volante do campeonato da “Eredivisie”,De novo no Brasil, em seu auge, defendeu o “Corinthians”, de 1998 a 2000. Com o alvinegro paulistano, foi Campeão Brasileiro, em 1998; Campeão Paulista e Bicampeão Brasileiro, em 1999; e ganhou o Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, de 2000.Atuou, outra vez, na Europa durante a temporada 2000/01, jogando na Itália, pelo “Inter” de Milão; e, na França, pelo “Paris Saint-Germain”. Ainda em 2001, voltou ao Rio de Janeiro, vestindo a camisa rubronegra do “Flamengo”, por pouco tempo. Deixou a Gávea, no final do mesmo ano, declarando: “Eu fingia que jogava e o clube fingia que me pagava”.Em 2002, retornou ao Parque São Jorge, conquistando a Copa do Brasil e o Torneio Rio-São Paulo. Ainda foi Campeão Paulista, em 2003, pelo “Corinthians”, mas contundiu-se seriamente na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, e ficou oito meses afastado do futebol. Ao retornar, no fim do ano, teve um desentendimento com o treinador Jun-inho Fonseca. Em conseqüência, deixou o alvinegro paulistano e viajou para Salvador, no início de 2004, para, novamente, defender o “Vitória”, onde havia começado sua carreira. Entretanto, ficou no rubronegro ba-iano apenas seis meses, transferindo-se para o “Al Salmiya” do Kuwait, no mesmo ano.Em abril de 2005, voltou para o Brasil, vestindo o uniforme amarelo do “Brasiliense”, na disputa do Campeonato Brasileiro Série A. Entretanto o clube do Distrito Federal não conseguiu se manter na elite do fute-bol, sendo novamente rebaixado para a Série B. Em 2006, ganhou seu último título, o de Campeão Goiano, pelo “Goiás”,mas teve o contrato rescindido em agosto. Após ficar quase um ano sem jogar, foi contrata-

do, pela terceira vez, pelo “Corinthians”, em julho de 2007. A campanha corintiana não foi boa, e Vampeta viu seu clube ser rebaixado à Série B do Brasileirão.No início de 2008, foi chamado para reforçar o “Juventus” no Campe-onato Paulista. Ao final do certame, o “Moleque Travesso” também foi rebaixado para a segunda divisão da Federação Paulista. Ele decidiu, então, encerrar sua carreira de jogador. Em 2010, além de ter trabalhado como comentarista, durante a Copa do Mundo, na TV Bandeirantes, iniciou sua atividade de treinador no “Nacional”, de São Paulo. Neste ano de 2011, Vampeta foi contratado pelo “Grêmio Esportivo Osasco” para voltar a jogar, acumulando com a função de treinador. Antônio Augusto Ribeiro Reis Júnior, mais conhecido como Juninho Pernambucano, nasceu no Recife, em 30 de janeiro de 1975. Começou em 1991, com dezesseis anos, nas divisões de base do “Sport”, em sua cidade natal. Profissionalizou-se em 1993, estreiando na equipe principal do “Leão” da Ilha do Retiro em 11de novembro, no segundo tempo de um jogo contra o “Fluminense”. Com o “Sport Club Recife” foi Campeão Pernambucano em 1994. Juninho foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-21 que disputou, na França, o Torneio Internac-ional de Toulon, em 1995, e conquistou, de forma invicta, o título da Campeão.Transferiu-se para o “Vasco da Gama”, vestindo a camisa com a Cruz de Malta, de 1995 a 2001. Notabilizou-se no clube carioca de São Januário, onde recebeu o apelido de “Reizinho da Colina”. Passou a ser chamado de Juninho Pernambucano quando o “Vasco” contratou, em 2000, outro Juninho, o Paulista. Com a equipe vascaína, foi Campeão Brasileiro, em 1997 e 2000; e Carioca, em 1998. Venceu o Torneio Rio São Paulo, em 1999, e tornou-se um dos maiores ídolos do time, ao marcar, contra o “River Plate”, da Argentina, o gol que garantiu a presença na final da Liberdadores de 1999. Em seguida, participou da conquista dessa Copa, sobrepujando o equatoriano “Barcelona de Guayaquil”. Em 2000, ganhou a Copa Mercosul, em jogo épico, no qual a equipe cruzmaltina, após terminar o primeiro tempo em desvantagem de 3x0, virou o jogo contra o “Palmeiras”, em pleno Parque Antárctica, vencendo a finalíssima por 4x3. Na Copa Mercosul do ano anterior,

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na qual o “Vasco” foi eliminado na primeira fase, Juninho protago-nizou um feito inusitado, participando de duas partidas, no mesmo dia, em dois países diferentes. Em 7 de setembro de 1999, após jogar pela Seleção Brasileira, em Porto Alegre, na vitória sobre a Argentina (4x2), embarcou para Montevidéu, chegando a tempo de entrar no segundo tempo da partida em que seu clube foi derrotado pelo “Nacional”, do Uruguai.Juninho Pernambucano, que tem 1,79 de altura e pesa 74 kg, atua no meio-de-campo, como meia, sempre com boas atuações, o que o torna fundamental na organização das jogadas ofensivas de seu time. Consid-erado um dos melhores cobradores de falta da história do futebol mun-dial, assinala muitos gols dessa maneira. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006, ele resolveu treinar cobranças de falta, no ar rar-efeito de La Paz, durante o aquecimento, antes do jogo do Brasil contra a Bolívia. O resultado foi 1x1, graças a um gol de Juninho Pernambu-cano, de bola parada, em tiro direto.Pela Seleção Brasileira principal, entre 1999 e 2006, realizou 43 par-tidas e marcou 7 gols. Participou da Copa América de 2001, em que o Brasil teve um fraco desempenho, e de alguns jogos das Eliminatórias da Copa de 2002, mas não integrou o grupo que conquistou a taça. Voltou a ser convocado em 2003, mas não disputou a Copa América de 2004. Foi Campeão da Copa das Confederações de 2005 e teve uma im-portante participação nas Eliminatórias para o Campeonato Mundial de 2006. Disputou a Copa do Mundo na Alemanha, vestindo a sua camisa amarela, pela última vez, no jogo contra a França, quando o Brasil foi eliminado, nas quartas-de-final, em 1º de julho de 2006. Apesar de ter se tornado um dos principais astros da equipe do “Gi-gante da Colina”, Juninho continuava, em 2001, a receber um dos menores salários do elenco. Ao ver negado seu pedido de aumento, decidiu recorrer à Justiça, sendo o primeiro jogador brasileiro a fazê-lo, após a extinção da Lei do Passe. Sem jogar durante os quatro meses que durou a luta juducial, conseguiu se transferir para o “Olympique Lyon-nais”, da França, mediante uma liminar. Seu auge foi atingido no futebol francês, defendendo o “Lyon”, de 2001 a 2009, e conquistando, por sete vezes consecutivas, o título máximo de Campeão da “Ligue 1”, desde a temporada 2001/02 até 2007/08. Além

de Heptacampeão Francês, Juninho Pernambucano ganhou a Supercopa da França, em três anos seguidos (2002, 2003 e 2004), e a Copa da França, de 2008. Marcou um total de cem gols em 343 partidas, vestin-do o uniforme branco (com detalhes em azul e vermelho) do clube da cidade de Lyon, tendo sido considerado o melhor jogador estrangeiro, em 2004, e o melhor jogador da temporada 2005/06. Em 2009, trocou a França pelo Qatar, contratado pelo “Al-Gharafa”. Conquistou o título de Campeão do Qatar na temporada 2009/10, além de ter sido considerado o melhor jogador do país.Retornou ao Brasil, em 2011, e voltou a São Januário. Apesar de vet-erano, está sendo um esteio da equipe do “Vasco”, no presente ano. Washington Stecanela Cerqueira naseeu em Brasília, no dia 1º de abril de 1975. Começou em 1989, com apenas quatorze anos de idade, nos infantis do “Brasília”, em sua cidade natal. Dois anos depois, mudou-se para a cidade gaúcha de Caxias do Sul e passou a jogar na “Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul”. Profissinalizou-se em 1993, no “Caxias”, e continuou a vestir a sua camisa grená até 1997, quando se transferiu para o “Internacional”, de Porto Alegre. Na capital gaúcha, passou a integrar o chamado “Inter B”, tendo pouquíssimas oportu-nidades na equipe principal. Em 1998, defendeu a “Ponte Preta”, de Campinas, antes de retornar à “S.E. R. Caxias”. Menos de um ano de-pois, transferiu-se para o “Paraná Clube”, pelo qual disputou o Campe-onato Brasileiro de 1999, marcando dez gols em vinte jogos.Washington é destro, tem 1,89 m de altura, e foi um centroavante gole-ador, de grande oportunismo e ótima precisão nas finalizações. Entre-tanto, só começou a se destacar no cenário futebolístico, já com 25 anos de idade, em 2000. Pela Seleção Brasileira, disputou nove partidas, entre 2001 e 2002, mas só assinalou dois gols. Foi o centoavante titular na Copa das Confederações de 2001.Em 2000, de novo na “Ponte Preta”, marcou 16 gols na Copa João Havelange (Campeonato Brasileiro de Futebol de 2000). No ano seguinte, foi o artilheiro do Campeonto Paulista, com 16 gols, e da Copa do Brasil, na qual marcou 12 tentos. Após ter marcado 76 gols, em sua segunda passagem pela “Macaca”, foi contratado pelo “Fen-erbahçe” da Turquia, no primeiro semestre de 2002. Em sua primeira e única temporada no futebol turco (2002/03), Washington marcou 10

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gols em 17 jogos. Em Istambul, entretanto, foi diagnosticada uma lesão na artéria esquerda do coração. Em decorrência do diagnóstico, o clube o dispensou, embora seu médico tivesse informado que o problema não era impeditivo à prática do futebol.De volta ao Brasil, em maio de 2003, ele submeteu-se a exames mé-dicos no “Atlético Paranaense”. Reprovado no exame cardiovascular, não foi contratado. No entanto o presidente do clube curitibano, Mário Celso Petraglia, ofereceu todo o apoio necessário ao tratamento ad-equado, que incluiu uma cirurgia. Apesar de poucos acreditarem que ele pudesse voltar ao futebol de alto nível, estreou no “Furacão” em fevereiro de 2004. No Brasileirão, Washington assinalou 34 gols em 38 partidas, conquistando a artilharia do campeonato de 2004, com essa marca recorde. Recebeu, da Revista Placar, os prêmios da Chuteira de Ouro e duas Bolas de Prata (de atacante e como artilheiro). Em virtude da garra e do espírito de superação demonstrados, foi apelidado de “Coração Valente”. Em 2005, retornou ao exterior, contratado pelo “Tokyo Verdy”. Com o uniforme verde do clube da capital japonesa, conquistou a Supercopa do Japão de 2005, e marcou 22 gols em 33 jogos da “J-League”. Defendeu o “Urawa Red Diamonds”, da cidade japonesa de Saitama, de 2006 a 2007. Com a camisa vermelha dos “Urawa Reds”, foi Campeão Japonês em 2006 e conquistou a Copa do Imperador e a Supercopa do Japão, no mesmo ano. Em 2007, venceu a Liga dos Campeões da Confederação Asiática (AFC) e liderou a equipe japonesa na campanha que resultou no inédito terceiro lugar do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA.Logo em seguida, voltou para o Brasil, contratado pelo “Fluminense”. No tricolor carioca, continuou a marcar muitos gols importantes. Assinalou nove gols no Campeonato Carioca, disputado no primeiro semestre de 2008. Juntamente com o argentino Conca e Thiago Neves, Washington com-pôs o trio de craques responsável pela excelente campanha do clube das Laranjeiras, Vice-Campeão na Copa Libertadores de 2008. Marcou dois gols contra o “São Paulo”, no jogo das quartas-de-final, assegurando a vitória do “Flu” por 3x1 e a conseqüente classificação. Voltou a marcar na partida semifinal, na qual o clube do Rio derrotou o “Boca Juniors”, de Buenos Aires, pelo mesmo placar de 3x1. Os jogos finais, contra a

“LDU”, do Equador apresentaram os seguintes resultados: 4x2 para os equatorianos, na altitude de Quito; e 3x1, favoráveis aos brasileiros, no Rio de Janeiro. Como a regra da mais valia do gol fora de casa não se aplica à decisão do título, houve necessidade da disputa por pênaltis. Em pleno Maracanã, o goleiro Cevallos, da “LDU”, defendeu três das quatro cobranças tricolores, inclusive a de Washington. No Campeonato Brasileiro de 2008, com a camisa das três cores, ele marcou seu vigésimo primeiro gol, em 7 de dezembro, conquistando a artilharia do certame. Poucos dias depois, exatamente em 16 de dezem-bro de 2008, ele assinou contrato com outro clube tricolor, o “São Paulo”, trocando as Laranjeiras pelo Morumbi.O Coração Valente estreou na equipe são-paulina, marcando os dois gols da vitória sobre a “Portuguesa” no Campeonato Paulista, em 25 de janeiro de 2009. Revezou-se com Borges no comando do ataque titular até se firmar no final do Campeonato Brasileiro de 2009, ao marcar seis gols em três jogos, inclusive um “hat-trick” (três tentos numa só par-tida). No final da temporada, totalizou 32 gols em 56 jogos.Em 2010, assinalou seis gols no Campeonato Paulista e cinco nas partidas da Libertadores. Com as contratações de Fernandão e Ricardo Oliveira, perdeu seu espaço no time. Inconformado com a condição de reserva, rescindiu, no final de julho, seu contrato com o tricolor do Morumbi, retornando ao tricolor das Laranjeiras.Em sua reestréia no clube carioca, no dia 31 de julho de 2010, mar-cou duas vezes na vitória de 3x1 sobre o “Atlético Paranaense”, pelo Campeonato Brasileiro. No dia 5 de dezembro, deu o passe, de cabeça, para o gol da vitória do “Fluminense” na última rodada, e sagrou-se Campeão Brasileiro de 2010.Após as comemorações e merecidas férias, na sua reapresetação para a pré-temporada de 2011, foi constatada uma séria hiperglicemia nos exames médicos do jogador. Em face do seu problema cardíaco e da sua condição de diabético, o departameto médico do clube tricolor decidiu ouvir um consagrado cardiologista que se manifestou no sentido de que o atleta poderia continuar em atividade, desde que submetido a rigoroso controle da diabetes, a ser feito por endocrinologista.Apesar da sua liberação para jogar, Washington repensou e decidiu encerrar a carreira de jogador, em 13 de janeiro de 2011, ainda com a

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idade de 35 anos. Após a aposentadoria, voltou a residir em Caxias do Sul.Magno Alves de Araújo nasceu no dia 13 de janeiro de 1976, em Iporá, na Bahia. Começou sua carreira em 1993, no modesto “Ratrans Esporte Clube” de São Sebastião do Passé, em seu estado natal. Transferiu-se em 1995 para o também modesto “Valinhos”, da cidade de mesmo nome, no interior de São Paulo. Foi, no ano seguinte, para o pequeno “Independente”, de Limeira (SP). Ainda no interior de São Paulo, jogou pelo “Araçatuba”, em 1997. No mesmo ano, transferiu-se para um clube de maior espressão, o “Criciúma”, de Santa Catarina.Magno Alves é ambidestro, tem 1,76 m e 70 kg. É um atacante de muita raça, dotado de velocidade e capacidade de explosão admiráveis.Foi contratado pelo “Fluminense”, em 1998. No tricolor carioca, for-mou com Roni, uma das duplas de ataque mais rápidas do futebol bra-sileiro. Em 2000, na Copa João Havelange, teve excelente desempenho e marcou 20 gols. Na vitória do “Flu” sobre o “Santa Cruz” por 6x1, assinalou cinco tentos.Foi convocado para a Seleção Brasileira em 2001 e disputou três jogos pela Copa das Confederações.Ainda no tradicional clube das Laranjeiras, foi Campeão Carioca em 2002. No ano seguinte, transferiu-se para o “Jeonbuk”, da Coréia do Sul. Foi para o Japão., em 2004, defender o “Oita Trinita”. Atuou pelo também japonês “Gamba Osaka”, de 2006 a 2007. Jogou no “Al-Itti-had”, da Arábia Saudita, nos anos de 2007 e 2008. Atuou no Qatar, de 2008 a 2010, com a camisa vermelha com uma faixa horizoontal preta do “Umm-Salal”.Magno Alves retornou ao Brasil em julho de 2010, contratado pelo “Ceará”, tornando-se ídolo da torcida, aos 34 anos. Transferiu-se para o “Atlético Mineiro” em dezembro de 2010.Juliano Haus Belletti nasceu em 20 de junho de 1976, na cidade para-naense de Cascavel. Quando menino, jogava futebol de salão, como goleiro. Começou no futebol de campo aos quinze anos, em 1992, quando foi aprovado em uma ‘peneira” do “Cruzeiro”, de Belo Hori-zonte, como meia-esquerda. Em 1994, logo após ter completado dezoito anos, fez seu primeiro jogo na equipe principal da Toca da Raposa. Pas-sou a se destacar, atuando como volante, no ano seguinte. Em 1996, foi

Campeão Mineiro e da Copa do Brasil, com a camisa azul-celeste. No mesmo ano, foi contratado pelo “São Paulo”. Com a equipe são-paulina, participou da conquista da Copa dos Campeões Mundiais, em 1996; e foi Campeão Paulista, em 1998. Cedido por empréstimo ao “Atlético Mineiro”, em 1999, passou a jogar mais adiantado. Tornou-se Campeão Mineiro no mesmo ano, e ganhou o troféu da Revista Placar como o melhor meia-direita do Campeonato Brasileiro de 1999 (Bola de Prata). Voltou ao Morumbi, em janeiro de 2000. A equipe tricolor estava com uma carência momentânea na lateral-direita, para a primeira partida do Torneio Rio-São Paulo. Em conversa com o técnico Levir Culpi, Bel-letti ofereceu-se para atuar na posição. A improvisação deu tão certo, que, seis meses depois, ele foi convocado para a Seleção Brasileira, como lateral-direito.Belletti é destro, mede 1,79 m e pesa 74 kg. Foi um lateral direito de bons recursos técnicos que marcava eficazmente, mas, sobretudo, apoiava com facilidade, demonnstrando sua grande habilidade. Com a camisa amarela da Seleção Brasileira, foi Campeão do Mundo, em 2002. Realizou 23 partidas (tendo assinalado um gol) em defesa da equipe nacional do Brasil, entre 2001 e 2005.Com o uniforme tricolor do “São Paulo”, voltou a ser Campeão Pau-lista, em 2000 e 2002, e venceu o Torneio Rio-São Paulo de 2001. Após a Copa do Mundo de 2002, foi contratado pelo “Villarreal”, da Espanha. Atuou duas temporadas pelo time do “Submarino Amarelo”, ganhando apenas a Copa Intertoto da UEFA, em 2003. Transferiu-se para o “Bar-celona” em 2004. Na equipe “blaugrana”, atingiu seu auge e ganhou seus mais importantes títulos. Foi Campeão Espanhol nas temporadas 2004/05 e 2005/06; venceu a Supercopa da Espanha em 2005 e 2006; e tornou-se o grande herói da conquista do título da Liga dos Campeões da UEFA, na edição 2005/06, ao marcar o gol da vitória na partida final, em Paris. Deixou a Catalunha, em 2007, transferindo-se para o “Chel-sea”, da Inglaterra. Continuou sua trajetória de sucesso no clube londrino. Marcou um gol em jogo dos “blues” contra o “Tottenham”, que foi considerado o mais bonito da temporada 2007/08. Conquistou a Copa da Inglaterra nas temporadas 2008/09 e 2009/10; a Supercopa da Inglaterra em 2009; e o título de Campeão Inglês (“Premier League”) de 2009/10.

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Em julho de 2010, retornou ao Brasil, para vestir a camisa tricolor do “Fluminense”. Atuando como meio-campista, participou da campanha vitoriosa do clube carioca no Campeonato Brasileiro de 2010, sagran-do-se Campeão, embora tenha sido reserva durante a maior parte da competição. Rescindiu seu contrato no início de 2011, e, apesar de ter cogitado de continuar jogando por mais um ano pelo “Ceará”, preferiu encerrar a sua vitoriosa carreira,José Edmílson Gomes de Moraes nasceu em Taquaritinga (SP), no dia 10 de julho de 1976. Edmílson começou nas divisões de base do “XV de Novembro”, da cidade paulista de Jaú, em 1991. Foi contratado pelo “São Paulo”, em 1994. No mesmo ano, participou das conquistas da Copa Conmebol e da Recopa Sul-Americana. Defendeu as três cores do clube do Moumbi até 2000, tendo sido Campeão Paulista, em 1998 e 2000.Edmílson é destro, tem 1,86 m de altura e pesa 71 kg. Foi um volante de excepcionais qualidades técnicas e ótima visão de jogo. Defendeu a Seleção Brasileira em 42 oportunidades, e marcou um gol, entre 2000 e 2007. Foi Campeão da Copa do Mundo de 2002 e integrou a delegação para o campeonato mundial de 2006, até ser cortado, 15 dias antes da estréia, por contusão. Depois de veterano, passou a jogar, preferencial-mente, como zagueiro. Transferiu-se para o “Olympique de Lyon” em 2000. Foi Campeão Francês nas temporadas 2001/02, 2002/03 e 2003/04. Venceu a Super-copa da França, em 2002, 2003 e 2004. Contratado pelo “Barcelona”, estreiou na Espanha em setembro de 2004, e foi Campeão Espanhol na temporada 2004/05, embora tenha ficado ausente durante um longo período, devido a um séria lesão. Gan-hou, também na temporada 2004/05, a “Copa Cataluña”; venceu a Su-percopa da Espanha, em 2005; e voltou a ser Campeão da Liga Espan-hola, na temporada 2004/05. Ainda com a camisa “blaugrana” do clube catalão, conquistou o mais importante título europeu, o de Campeão da Liga dos Campeões da UEFA, na temporada 2005/06.Trocou o “Barça” pelo também espanhol “Villarreal” em 2008. Re-tornou ao Brasil, assinando contrato com o “Palmeiras” em janeiro de 2009. Transferiu-se, um ano depois, novamente para o futebol espanhol, defendendo o “Real Zaragoza”, durante 2010 e início de 2011. Voltou,

de novo, para o Brasil, a fim de jogar o Brasileirão 2011 e a Copa Sul-Americana, pelo “Ceará”.Edmílson criou, no final de 2006, em sua cidade natal, Taquaritinga, no interior de São Paulo, a Fundação Edmílson, destinada a atender crian-ças carentes. José Vítor Roque Júnior nasceu em Santa Rita do Sapucaí (MG), no dia 31 de agosto de 1976. Roque Júnior começou no futebol em 1993, no modesto “Santarritense”, de sua cidade natal. Transferiu-se para o “São José’, da cidade de São José dos Campos (SP), no ano seguinte. Em 1995, foi contratado pelo “Palmeiras”.Roque Júnior tem 1,87m, pesa 73 kg e é destro. Zagueiro alto, muito bom nas bolas aéreas, tinha também habilidade no jogo rasteiro. Sabia sair jogando, e disputou 48 partidas pela Seleção Brasileira, marcando dois gols, entre 1999 e 2005. Foi titular na zaga do time do Brasil que conquistou a Copa do Mundo de 2002. Com a gloriosa camisa amarela, participou, também como titular, da vitória na Copa das Confederações de 2005. Seu bom futebol começou a ser notado, no clube do Parque Antárc-tica, quando se sagrou Campeão Paulista, em 1996. Vestiu o uniforme alviverde até 2000, ganhando os títulos da Copa do Brasil, em 1998; Copa Mercosul, no mesmo ano: Copa Libertadores da América, de 1999; e Torneio Rio-São Paulo, em 2000.Contratado pela “Associazione Calcio Milan”, venceu, na temporada 2002/03, a Copa Itália, e a mais importante competição continental, a Liga dos Campeões da UEFA. Ainda com a camisa “rossonera” do tradicional clube de Milão, ganhou a Supercopa Européia de 2003.Disputou a temporada 2003/04 no futebol inglês, cedido por emprésti-mo ao “Leeds”. Ainda emprestado, defendeu o “Siena”, da Itália, em 2004, antes de retornar ao seu clube milanês. Transferiu-se, em 2007, para o “Bayer Leverkusen” da Alemanha. Ficou pouco tempo na ci-dade de Leverkusen, onde as indústrias Bayer têm seu quartel-general, mudando-se no mesmo ano para Duisburg, onde atuou pelo “Meiderich-er Spielverein Duisbug”, na temporada 2007/08. Os “zebras” (apelido do clube, em alusão à sua camisa azul e branca, em listras horizontais) não fizeram, porém, uma boa campanha na “Bundesliga”, e foram re-baixados à segunda divisão. Roque Júnior decidiu, então, tentar a sorte

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no Qatar, jogando pelo “Al-Rayyan” em 2008, até setembro, quando retornou ao Brasil, contratado novamente pelo “Palmeiras”.Entretanto, sua nova temporada palestrina não foi feliz, sendo dis-pensado no final de 2008. Após passar todo o ano de 2009, sem jogar profissionalmente, Roque aceitou um convite do seu ex-colega de Se-leção Brasileira, Juninho Paulista, Presidente do “Ituano”, para atuar no Campeonato Paulista de 2010. Embora tenha disputado poucas partidas, deixou sua marca, ao assinalar o gol da vitória, que salvou o clube de Itu do rebaixamento. Ao téemino do certame, pendurou, definitiva-mente, as chuteiras. Roque Júnior colabora com o “Projeto Primeira Camisa”, promovido pelo seu ex-clube “São José Esporte Clube”.Gilberto Aparecido da Silva nasceu em Lagoa da Prata (MG), no dia 7 de outubro de 1976. Menino pobre, Gilberto Silva começou a jogar futebol aos doze anos, no time infantil do “América”, de Belo Hori-zonte. Três anos depois, teve que deixar o clube para trabalhar em uma indústria de doces, visando a colaborar para o sustento da família. Fez uma tentativa de voltar a atuar na equipe de juniores, quando tinha dezoito anos, mas logo precisou abandonar o esporte, para se dedicar ao trabalho na fábrica. Finalmente, em junho de 1997, prestes a completar 21 anos, assinou contrato, como profissional, com o tradicional clube verde e preto de Minas Gerais. Logo tornou-se titular, como volante, da equipe do “Coelho” que ganhou o título da Campeão Brasileiro da Série B, em 1997. Transferiu-se para o “Atlético Mineiro”, em 2000. Foi Campeão Mineiro, no mesmo ano, mas teve a infelicidade de fraturar a tíbia da perna direita, obrigando-o a um longo afastamento dos grama-dos. Voltou a ter grandes atuações com a camisa alvinegra do “Galo” em 2001, motivando sua convocação para a Seleção Brasileira.Gilberto Silva é destro, mede 1,85 m e pesa 74 kg. Volante de grande eficácia na marcação, graças à sua intensa movimentação, é conhecido, também, por seu temperamento calmo, sua lealdade e disciplina. Fora de campo, toca bandolim e violão, para alegria dos seus companheiros. Pela Seleção Brasileira, a partir de 2001, disputou 93 partidas, marcan-do três gols. Com a camisa amarela de tantas glórias, foi Campeão do Mundo em 2002; participou, também, das Copas de 2006 e 2010; gan-hou a Copa América de 2007, tendo sido o capitão da equipe do Brasil;

e venceu a Copa das Confederações, em 2005 e 2009.Em decorrência da contusão de Emérson, Gilberto Silva assumiu a posição de titular em todos os jogos do time canarinho no campeonato mundial, em 2002, e suas atuações seguras o credenciaram, no cenário internacional, como excelente volante. Contratado pelo “Arsenal”, em agosto de 2002, tornou-se um dos principais valores da equipe dos “Gunners” que conquistou a “FA Community Shield”, em 2002 e 2004; a “FA Cup”, de 2003 e 2005; e foi Campeão Inglês (“Premier League”), na temporada 2003/04.Após sua fase áurea no clube londrino, Gilberto Silva passou por um período adverso no futebol inglês, entre julho de 2007 e julho de 2008. Transferiu-se, então, para o “Panathinaikos”, de Atenas. Recuperou seu bom futebol e ganhou o título de Campeão Grego, em 2010 e a Copa da Grécia, no mesmo ano.Retornou ao Brasil em maio de 2011, para disputar o Brasileirão pelo “Grêmio Porto Alegrense”.Felipe Jorge Loureiro é carioca e nasceu em 2 de setembro de 1977. Começou em 1993 nas divisões de base do “Vasco da Gama” de sua cidade natal, onde atuou até 1995. Iniciou sua carreira profissional no time cruzmaltino, jogando como um promissor lateral esquerdo, em 1996. Brilhou no ano seguinte, quando se sagrou Campeão Brasileiro. Em 1998, ano do centenário do “Vasco”, Felipe foi peça fundamental nas conquistas do Campeonato Carioca e da Copa Libertadores. Desta-cou-se na final do Mundial de Clubes, contra o “Real Madid” no Japão, mas os vascaínos foram derrotados pela equipe espanhola, por 2x1. O único título conquistado em 1999 foi o do Torneio Rio-São Paulo.No segundo semestre de 2000, ele foi prejudicado por diversas lesões, porém o clube de São Januário venceu a Copa João Havelange.Felipe é canhoto, tem 1,75 m e 69 kg. Teve desrque, inicialmente, como lateral esquerdo, mas foi como meia que pode mostrar, em sua pleni-tude, sua imensa habilidade de meio-campista, com dribles rápidos e passes precisos.Jogou, em 2001, no “Palmeiras” e no “Atlético Mineiro”, por em-préstimo, em ambos, atuando como lateral ou meia, de acordo com as necessidades. Retornou ao seu clube de origem, no ano seguinte, assumindo definittivamente a posição de meia e recebendo, da torcida

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vascaína, o apelido de “Maestro”.Entretanto, ainda em 2002, transferiu-se para o “Galatasaray”, da Tur-quia. Depois de apenas uma temporada no clube de Istambul, retornou para o Rio de Janeiro. Contratado pelo “Flamengo”, teve excelente desempenho no Campeonato Carioca de 2004, contribuindo decisiva-mente para o título rubronegro. No final do Campeonato Brasileiro, no qual o clube da Gávea fez péssima camoanha, escapando do rebaixa-mento no último jogo, ele teve problemas de relacionamento com os companheiros e, em seguida, com a diretoria flamenguista.Trocou, então, o “Fla” pelo “Flu”. Com a camisa tricolor, voltou a ser Campeão Carioca, em 2005. Na Copa do Brasil, em jogo contra o “Campinense”, Felipe agrediu, com um soco no rosto, um jogador adversário e foi punido pela Justiça Desportiva, com uma suspensão de 180 dias, agravando sua fama de “Bad boy”. O “Fluminense” o manteve no elenco, porém, após os seis meses sem jogar, ele faltou a um treino, rebelou-se contra a multa aplicada e ainda criticou o preparador físico. O clube das Laranjeiras decidiu, então, rescindir seu contrato.Ele arrumou as malas e foi jogar no “Al –Sadd”, no Qatar. Deu-se bem no futebol árabe, permanecendo no clube da capital Doha de 2005 a 2010. Foi Campeão do Qatar nas temporadas 2005/06 e 2006/07; vence-dor da “Qatar Crown Prince Cup”, em 2006 e 2008; e ganhador da “Emir of Qatar Cup” em 2007.Em junho de 2010, voltou para a colina de São Januário. Com a camisa vascaína, Felipe fez ótimas apresentações na Copa do Brasil de 2011, conqistada pelo clube da Cruz de Malta. Em 2012, o “Vasco” realizou exceente campanha no primeiro turno, porém perdeu a final do Campe-onato Carioca para o “Flluminense”.O seu primeiro jogo na Seleção Brasileira foi um amistoso com a antiga Iugoslávia, em 1998. Participou da conquista da Copa América de 2004. Ao todo, Felipe disputou oito partids com a camisa amarela, entre 1998 e 2004. Alexsandro de Souza, mais conhecido como Alex, nasceu em Colombo (Paraná), no dia 14 de setembro de 1977. Começou nas categorias de base do “Coritiba”. Profissionalizou-se no mesmo clube em 1995, e continuou defendendo a camisa alviverde do “Coxa”, até 1997, quando se transferiu para o “Palmeiras”. No alviverde paulistano, seu futebol

floresceu, conquistando a Copa do Brasil e a Copa Mercosul, em 1998; a Libertadores da América, de 1999; e o Torneio Rio-São Paulo, em 2000. Realizou, nesse período, 141 partidas pelo “Verdão”, marcando 78 gols.Alex é canhoto, tem 1,76 m de altura, e é um meia muito habilidoso. Embora sua função principal seja a de efetuar a ligação da defesa com o ataque, costuma avançar com categoria, marcando muitos gols, sendo alguns de bela feitura. Entre 1998 e 2005, disputou 68 jogos com a camisa amarela da Seleção Brasileira, assinalando 20 gols. Com a Seleção Olímpica, foi Campeão do Torneio de Toulon, em 1996. Pela seleção principal, conquistou a Copa América, em 1999 e 2004.Em 2000, teve uma rápida e apagada passagem pelo “Flamengo”. Retornou ao “Palmeiras” e disputou a Libertadores de 2001, na qual o clube palestrino foi eliminado pelo “Boca Juniors”, nas semifinais. No mesmo ano, trocou o Parque Antárctica pela Toca da Raposa. Vestiu a camisa azul do “Cruzeiro” no Campeonato Brasileiro de 2001, mas foi dispensado no final do ano. De novo no “Palmeiras”, em 2002, jogou o Torneio Rio-São Paulo, e maecou um gol antológico contra o São Pau-lo, aplicando um chapéu sobre um defensor, e cobrindo, na seqüência, o goleiro Rogério Ceni, com outro chapéu. Logo depois, foi contratado pelo “Parma”, da Itália.Não teve sucesso no “calcio”, onde jogou apenas cinco partidas, e retornou ao Brasil, voltando a atuar pelo “Cruzeiro”. O período de 2002 a 2004 foi áureo para Alex que conquistou, pela equipe de Belo Hori-zonte, os títulos de Campeão Mineiro, em 2003 e 2004; da Copa do Brasil de 2003; e de Campeão Brasileiro, em 2003. Chamado de “tal-ento azul” pela torcida cruzeirense, marcou um gol sensacional contra o “São Caetano”, no Brasileirão de 2003, que mereceu uma placa do seu cliube, datada de 30 de março de 2003.Em 2004, transferiu-se para o “Fenerbahçe”, da Turquia, onde joga até hoje. Com o clube de Istambul, foi Campeão Turco nas temporadas de 2004/05, 2006/07 e 2010/11. Conquistou, também, a Supercopa da Turquia em 2007 e 2009. Com a camisa dos “Canários Amarelos”, Alex já disputou mais de 300 partidas e marcou mais de 150 gols. Lucimar da Silva Ferreira, o zagueiro Lúcio, é natural de Brasília, onde nasceu em 8 de maio de 1978. Começou em 1996, no “Planaltina

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Esporte Clube”, da cidade satélite de mesmo nome, no Distrito Fed-eral. Em 1997, depois de uma rápida passagem pelo “Clube Esportivo Guará” (hoje “Botafogo” do Distrito Federal), foi contratado pelo “Internacional” de Porto Alegre. Foi Campeão Gaúcho no mesmo ano, e começou a se destacar na zaga colorada, a ponto de ser convocado para a Seleção Brasileira em 2000.Lúcio tem 1,89 m e 80 kg, e é um zagueiro muito firme, excelente cabeceador, tanto em defesa de sua área, no jogo aéreo, como na área adversária, em jogadas de ataque. Dotado de bons recursos técnicos, comete poucas faltas, apesar do seu físico forte. Pela Seleção Brasileira, disputou 103 jogos, marcando 4 gols, entre 2000 e 2011 (números atualizados até 26 de julho de 2011). Foi titular na zaga da equipe que venceu a Copa do Mundo de 2002, e voltou a sê-lo nos campeonatos mundiais de 2006, no qual ficou 386 minutos sem cometer uma única falta, e 2010, na África do Sul. Após a aposentadoria de Cafu na se-leção, recebeu a braçadeira de capitão, em 2006. Foi Campeão da Copa das Confederações em 2005 e 2009, quando marcou o gol do título. Não jogou na Copa América de 2007, por contusão.Deixou o “Inter” no final de 2000, passando a defender o “Bayer Lev-erkusen”, de 2001 a 2004. Com a camisa da diagonal vermelha sobre fundo preto, do clube criado por Friedrich Bayer, foi eleito o melhor jogador do Campeonato Alemão na temporada 2001/02. Marcou o gol do seu time, na derrota por 2x1 para o “Real Madrid”, na final da Liga dos Campeões da UEFA (2001/02). Transferiu-se, em 2004, para o “Bayern München”. Foi Tricampeão Alemão (“Bundesliga”) nas temporadas 2004/05, 2005/06 e 2006/07. Com o uniforme vermelho do mais vitorioso clube germânico, conquis-tou, também, a Copa da Alemanha, em três vezes sucessivas (2004/05, 2005/06, e 2007/08); e, ainda, a Copa da Liga Alemã, em 2004 e 2007 . Em 2009, Lúcio trocou Munique por Milão, passando a defender o “Internazionale”.Em sua primeira temporada (2009/10) na Itália, participou com destaque da conquista da tríplice coroa (“calcio” Série A, Copa da Itália, e “Champions League” da UEFA). A final do torneio europeu, na qual teve atuação brilhante, foi justamente contra o seu ex-clube “Bayern”, derrotado por 2x0. Lúcio continua vestindo, com sucesso, a camisa

“nerazzurra” do clube milanês, tendo sido vencedor da Supercopa Italiana, em 2010; da Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2010; e da Copa da Itália na temporada 2010/11.Juan Silveira dos Santos nasceu em 1º de fevereiro de 1979, na cidade do Rio de Janeiro. Começou nas divisões de base do “Flamengo”, com dez anos, em 1989. Tornou-se profissonal no mesmo clube e estreou na equipe principal, em 1996.Juan é um zagueiro destro, que mede 1,82 m e pesa 74 kg, tendo sido convocado para a Seleção Brasileira Sub-17 e Sub-20. Vestiu a camisa amarela da seleção principal, pela primeira vez, em julho de 2001. Não participou da Copa do Mundo de 2002, mas tornou-se titular do time ca-narinho, a partir de 2004. Suas atuações seguras foram inportantes nas conquistas verde-amarelas da Copa América, de 2004 e 2007; e da Copa das Confederações, em 2005 e 2009. Integrou a equipe nas Copas do Mundo de 2006 e 2010. Disputou 71 partidas e marcou seis gols pela Seleção Brasileira.Com o uniforme rubronegro do “Mengão”, foi Campeão Carioca em 1996, 1999, 2000 e 2001; venceu a Copa Ouro Sul-Americana de 1996; a Copa dos Clubes Brasileiros Campeões Mundiais, em 1997; e a Copa Mercosul de 1999, além de outros troféus.Transferiu-se, em 2002, para o “Bayer Leverkusen”. Atuou no futebol alemão, usando a camisa preta com diagonal vermelha do cube das Indústrias Bayer até 2007, quando foi contratado pela “Roma”, da Itália. Juan conquistou a Copa Itália e a Supercopa Italiana, ambas na tempo-rada 2007/08. Continua, até hoje, envergando com sucesso, a camisa grená do clube da capital da Itália.Júlio César Soares de Espíndola nasceu em Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, em 3 de setembro de 1979. Começou como goleiro, ainda menino, no “Grajaú Country Club”, mas foi revelado nas divisões de base do “Flamengo”. Iniciou sua carreira profissional no rubronegro carioca, em 1997, e, no mesmo ano, foi convocado para a Seleção Bra-sileira Sub-17.No clube da Gávea, seus primeiros títulos, ainda como reserva, foram: a Copa dos Clubes Brasileiros Campeões Mundiais, em 1997; o Campe-onato Carioca de 1999 e de 2000; e a Copa Mercosul, em 1999. Titular, a partir de meados de 2000, foi Campeão Carioca em 2001 e 2004.

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Júlio Cesár é um goleiro de talento excepconal, que joga com raça e coragem. Mede 1,86 m e pesa 75 kg. Foi chamado à Seleção Brasileira, pela primeira vez, para a disputa da Copa América de 2004, no Peru, e sagrou-se Campeão, defendendo, inclusive, um pênalti na decisão, con-tra a Argentina. Jogou duas partidas em 2005, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2006, na qual foi o terceiro goleiro, não chegando a atuar. Conquistou a Copa das Confederações, em 2009. Foi, também, o titular da meta do Brasil na Copa de 2010, na África do Sul, onde não teve boa boa atuação no último jogo, contra a Holanda. Disputou, de 2004 até junho de 2011, sessenta partidas, guarnecendo o gol brasileiro.Em 2005, foi jogar na Itália. Defendeu a “Chievo Verona” durante seis meses, após os quais foi contratado pelo “Internazionale”, de Milão. Na sua primeira temporada no clube “azzurronero”, foi reserva de Franc-esco Toldo, goleiro da Seleção Italiana até 2004. Ganhou a posição de tiular na temporada seguinte, mantendo-a até hoje. Participou da conquista de muitos títulos, com a equipe milanesa: Copa da Itália, em 2004/05, 2005/06, 2009/10 e 2010/11; Campeão Italiano (Série A) nas temporadas 2005/06, 2006/07, 2007/08, 2008/09 e 2009/10; Super-copa Italiana, de 2006, 2008 e 2010; “UEFA Champions League”, em 2009/10: e Copa do Mundo de Clubes da FIFA, no ano de 2010.Júlio César recebeu, nos últimoas anos, significativos prêmios individ-uais: “Futebol no Mundo”, da ESPN, como melhor jogador da tempo-rada 2008/09; “Oscar Del Calcio”, como melhor goleiro na Itália, em 2009 e 2010; e da UEFA, a premiação, recebida em agosto de 2010, como melhor goleiro do futebol europeu na temporada 2009/10.Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, nasceu em Porto Alegre, no dia 21 de março de 1980. Começou a jogar futebol, aos sete anos, na escolinha de futebol infantil do “Grêmio Porto Alegrense”. Atuou nas divisões de base do tricolor gaúcho, de 1987 a 1998, quando estreiou na equipe principal, na Copa Libertadores da América.Ronaldinho Gaúcho é destro, mede 1,82 m e pesa 80 kg. Joga como meia ou atacante, sempre talentoso, com muita precisão nos chutes a gol (é exímio cobrador de faltas) e nos passes. Ganhou da FIFA, por dois anos consecutivos, o Prêmio de Melhor Jogador do Mundo, em 2004 e 2005. Disputou 6 partidas (marcando 2 gols) pela Seleção Brasileira Sub-17, Campeã Mundial em 1996. Com a Sub-20, em 1999, realizou

5 jogos, assinalando 3 tentos. Na Seleção Sub-23 Olímpica, registrou a excepcional marca de 14 gols em 15 partidas, no ano de 2000. Partic-ipou, ainda, das Olimpíadas de 2008, como um dos jogadores acima de 23 anos permitidos.Sua estréia na Seleção Brasileira principal aconteceu em junho de 1999. Destacou-se na Copa América de 1999, realizada no Paraguai, e vencida pelo Brasil. Foi figura exponencial, na conquista da Copa do Mundo de 2002. O seu gol contra a Inglaterra, em cobrança de falta, foi decisivo para a vitoriosa campanha do Brasil. Quando estava em seu auge, em 2006, o futebol apresentado por Ronaldinho na Copa do Mundo foi de-cepcionante. Não foi convocado para a equipe, comandada por Dunga, que disputou o campeonato mundial de 2010, na África do Sul. Voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira, dirigida por Mano Menezes, a partir do final de 2010.No início de sua carreira profissional, no “Grêmio”, foi Campeão Gaúcho, em 1999. Vestiu a camisa tricolor do time de Porto Alegre até o início de 2001, quando Ronaldinho, à revelia do clube (que já havia recusado várias propostas tentadoras pelo seu passe), assinou um pré-contrato com o “Paris Saint_Germain”. Ele viajou, de imediato, para a França, mas só estreiou no “PSG” em agosto, devido à ação judicial movida pelo “Grêmio”, inconformado por não receber qualquer contra-partida por sua cessão, contra o clube francês.No “Paris SG”, Ronaldinho Gaúcho criou a reputação de brilhar nos jogos contra grandes equipes, mas decepcionar nos confrontos com times pequenos. Além disso, causou insatisfação ao técnico Fernández, por fequentar demais a deslumbrante noite parisiense. Entretanto, par-ticipou, com destaque, da conquista da “UEFA Intertoto Cup” de 2001.Valorizado no cenário internacional com o título de Campeão Mun-dial, obtido em 2002, transferiu-se para o “Barcelona”, em julho de 2003. No amistoso contra a “Milan”, promovido para a sua estréia, o “Barça” ganhou por 2x0, com um gol seu. Na sua primeira temporada, 2003/04, o clube catalão ficou em segundo lugar no Campeonato Espan-hol. Na temporada seguinte, conquistou o titulo de Campeão Espanhol (2004/05) e a Supercopa da Espanha, de 2005. Tornou-se o grande ídolo do time “blaugrana” e consagrou-se, ao ser escolhido, pela FIFA, duas vezes, como o Melhor Jogador do Mundo. Recebeu, também, o “Ballon

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d’Or” da Revista France Football, como o melhor jogador em ativi-dade na Europa. No ápice de sua carreira, foi Bicampeão de “La Liga”, na temporada 2005/06, com grande atuação no jogo contra o “Real Madrid”, o chamado “El Clásico”, no qual marcou dois gols, sendo o segundo um tento antológico, após passar por vários adversários. Gan-hou novamente a Supercopa da Espanha, em 2006, e o mais importante título do continente europeu, a “UEFA Champions League” (2005/06). Em fevereiro de 2008, Ronaldinho disputou seu 200º jogo com a camisa dez do clube da Catalunha. Entretanto, sua temporada 2007/08 foi re-pleta de contusões, e uma lesão muscular no início de abril, a encerrou prematuramente. Despediu-se dos torcedores “culés”, realizando seu último jogo amistoso, com o uniforme azul e grená, em junho. Assinou contrato com a “Associazione Calcio Milan” em julho de 2008.Como a camisa dez da equipe “rossonera” já tinha dono (Seedorf), ele escolheu o número 80 (alusivo ao seu ano de nascimento, 1980). Após um bom início, seu desempenho decaiu, e ele terminou a temporada 2008/09 no banco de reservas. Após certo tempo, Ronaldinho Gaúcho entrou em forma, recuperou seu melhor futebol e tornou-se um dos melhores valores do clube milanês, na temporada 2009/10. No final de 2009, a revista inglesa “World Soccer” o elegeu como o futebolista da década. Em 10 de janeiro de 2010, assinalou dois gols na vitória sobre o “Juventus”. Na rodada seguinte, no dia 17, marcou um “hat trick” (três gols) contra o “Siena”. No entanto, no segundo semestre de 2010, com o técnico Allegri no comando do elenco, Ronaldinho não se firmou no time titular, retornan-do ao banco de reservas. Insatisfeito, manifestou interesse em retornar ao Brasil. Após conseguir sua liberação junto ao clube italiano, seu irmão e empresário, o ex-jogador Assis, protagonizou uma novela de longas e controvertidas negociações com “Grêmio”, “Palmeiras” e “Fla-mengo”. Finalmente, no dia 12 de janeiro de 2011, ele foi anunciado como o grande reforço do time rubronegro, com grande festa no velho Estádio da Gávea.Ronaldinho Gaúcho não decepcionou à imensa torcida do Mengão, sagrando-se Campeão Carioca de 2011. Alessandro Faiolhe Amantino, mais conhecido como Mancini, nasceu em Ipatinga (MG), no dia 1º de agosto de 1980. Começou sua carreira

profissional no “Atlético Mineiro”, em 1999. O treinador atleticano, Evaldo Cruz, considerou inapropriado para um jogador de futebol, o seu apelido de in0fância, “Mansinho”, dado pela sua avó. Assim, o jovem Alessandro Amantino passou a ser chamado de “Mancini”.Com a camisa alvinegra do “Galo”, foi Campeão Mineiro, em 1999 e 2000. Logo em seguida, no mesmo ano, foi emprestado à “Portuguesa”. Atuou, em 2001, pelo “São Caetano”, ao qual foi cedido, também, por empréstimo. Retornou ao clube de Belo Horizonte em 2002, defenden-do-o até 2003, quando foi jogar na Itália.Mancini é destro, tem 1,83 m e 78 kg. Foi um lateral-direito eficaz na marcação e, ao mesmo tempo, com muitas qualidades como apoiador. Entre 1999 e 2000, realizou nove partidas com a Seleção Brasileira Sub-23. Integrou a Seleção do Brasil principal, em 2004, disputando seis partidas e conquistando a Copa América. Após ter atuado como lateral na equipe brasileira campeã, passou a jogar mais ofensivamente no futebol italiano, como ala. No decorrer de sua trajetória, confirmando sua polivalência, já atuou também no meio-de-campo, como volante e, ainda, meia.No “calcio”, defendeu inicialmente, por pouco tempo, a equipe do “Venezia”. Transferiu-se, no mesmo ano de 2003, para a “Roma”. Com a camisa grená do clube da capital romana, viveu a melhor fase da sua carreira, entre 2003 e 2008. Conquistou a Copa da Itália, nas tempora-das 2006/07 e 2007/08, e a Supercopa Italiana, em 2007. Transferiu-se, em julho de 2008, para o “Internazionale”, de Milão. Apesar de ter participado da conquista do título de Campeão Italiano (2008/09) e da Supercopa da Itália, em 2008, Mancini não repetiu o mesmo suc-esso obtido com os “gialorossi” da “Lupa Capitolina”, figurando como reserva dos “nerazzurri” de “La Beneamata”, durante muito tempo. Assim, foi emprestado ao outro grande clube milanês, a “Associazione Calcio Milan”, no primeiro semestre de 2010. Também não teve êxito entre os “rossoneri” do “Rei de Copas”, retornando ao “Inter”, em julho de 2010.Mancini decidiu, então, deixar o futebol italiano e voltar ao Brasil, contratado, em 5 de janeiro de 2011, pelo “Atlético Mineiro”, o mesmo clube que o revelou, em 1999.

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Luís Fabiano Clemente nasceu em Campinas (SP), no dia 8 de novem-bro de 1980. Começou sua carreira profissional, em 1997, na “Ponte Preta”, de sua cidade natal. Vestiu a camisa branca com a faixa diagonal preta da “Macaca” até 2000, quando se trnsferiu para o “Stade Ren-nais”, na França. Usou a camisa vermelha com faixa diagoonal preta do “Rennes” até 2001, quando retornou ao Brasil, para envergar a camisa tricolor do “São Paulo”, com a qual venceu o Torneio Rio-São Paulo de 2001.Luís Fabiano é destro, mede 1,83 m e pesa 82 kg. È um atacante muito habilidoso, dono de um futebol veloz e insinuante. Oportunista, tem boa presença de área e apurado faro de gol. Estreiou na Seleção Brasileira em 2003, marcando um gol contra a Nigéria. Disputou e venceu a Copa América de 2004. Voltou a ser convocado, a partir de 2007 até 2010. Participou das eliminatóias para o campeonato mundial de 2010, nas quais o Brasil obteve o primeiro lugar. Ganhou a Copa das Confeder-ações em 2009, da qual foi o artilheiro (cinco gols). Disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, onde marcou três gols em qua-tro jogos. Um deles, contra Costa do Marfim, foi de belíssima feitura, porém irregular. Embora o lance tenha sido validado pelo árbitro, ele usou o braço para dominar a bola, antes de aplicar um chapéu em três adversários. Até a presente data (outubro de 2011) disputou 43 jogos com a famosa camisa amarela, marcando 28 gols. Permaneceu no Morumbi até 2004, assinalando 118 tentos em 160 par-tidas realizadas. Foi o artilheiro da Copa dos Campeões, em 2001; do Campeonato Brasileiro de 2002, com 19 gols; do Campeonato Paulista de 2003; e da Copa Libertadores da América, em 2004, com 8 gols. Transferiu-se, no segundo semestre de 2004, para o “Porto”, em Portugal. Participou da conquista do título de Campeão Mundial Inter-clubes de 2004, vencendo o “Once Caldas”, da Colômbia. Entretanto, não repetiu, no azul e branco português, o bom deempenho que teve no clube são-paulino. Mudou-se, no ano seguinte, para a cidade espanhola de Sevilha. Pelo “Sevilla Fútbol Club”, entre 2005 e 2011, Luís Fabi-ano disputou 223 jogos, nos quais marcou 197 gols. Foi Campeão da Copa da UEFA, em 2006, assinalando um gol na final contra o “Mid-dlesbrough”, da Inglaterra. Venceu, também em 2006, a Supercopa

Européia, derrotando o “Barcelona”. Em 2007, voltou a vencer a Copa da UEFA, sobrepujando o “Espanyol”, bem como a Supercopa da Es-panha. Ainda em 2007, teve a honra de marcar o gol de número 2000 da histúria dos “rojiblancos”. Ganhou a “Copa del Rey” em 2007 e 2010, além de ter sido, em 2009, o artilheiro do torneio. Assinalou o seu cen-tésimo gol no “Sevilla”, em 5 de janeiro de 2011.Depois de muitos anos de sucesso na Espanha, Luís Fabiano retornou ao Brasil, contratado novamente pelo “São Paulo”, a partir de março de 2011. Em virtude de problemas no joelho, ficou em tratamento duranta muito tempo, só voltando aos gramados no presente mês de outubro de 2011. Ânderson Luís da Silva, mais conhecido como Luisão, nasceu em Am-paro (SP), no dia 13 de fevereiro de 1981. Começou a carreira profis-sional em 1999, no “Juventus” de São Paulo. Deixou o clube da Moóca em 2000, transferindo-se para o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte.Luisão tem 1,93 m de altura, pesa 81 kg e é destro. Zagueiro vigoroso, porém leal, possui boas qualidades técnicas. que o fizeram merecedor de usar a gloriosa camisa amarela da Seleção Brasileira, a partir de 2001. Foi Campeão da Copa América de 2004, e da Copa das Confederações, em 2005 e 2009. Disputou, até hoje, 42 partidas pela equipe canarinha, marcando 3 gols.Com a camisa azul celeste do clube de Minas, venceu a Copa do Brasil de 2000 e 2003. Marcou oito gols em 2002, quando se sagrou Super-campeão Mineiro. Em 2003, foi Campeão Mineiro e Brasileiro.Mudou-se para Lisboa, contratado pelo “Benfica”, no final de 2003. Conquistou os títulos da Taça de Portugal, em 2003/04; de Campeão Português (Primeira Liga), nas temporadas de 2004/05 e 2009/10; da Supertaça de Portugal de 2005; e da taça da Liga, em 2008/09, 2009/10 e 2010/11. Luisão é um dos maiores ídolos dos adeptos benfiquistas e é o capitão dos encarnados. Renovou, em setembro de 2011, seu contrato com o “Sport Lisboa e Benfica”.Elano Raiph Blumer é natural de Iracemápolis (SP),tendo nascido em 14 de junho de 1981. Começou,em 1998, nas categorias de base do”Guarani”,em Campinas. Jogouno”Bugre” até 2000, quando foi para a “Inter” de Limeira, onde pouco se demorou.Transferiu-se para o ”Santos”, em 2001, iniciando sua carreira profissional na Vila Belmiro.

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Elano tem 1, 75 m, 67 kg e é destro. Meia habilidoso, distribui bem o jogoe e é exímio cobrador de faltas. Fez parte de uma safra de jovens valores que ficaram conhecidos como os Meninos da Vila.Com a canmisa santista foi Campeão Braileiro em 2002 e 2004. No final desse ano, foi contratado pelo “Shakhtar Donetsk”, da Ucrânia. Com o uniforme laranja e preto do clube de Donetsk, foi Bicampeão Ucraniano nas temporadas 2004/05 e 2005/06; e, ainda, vencedor da Supercopa da Ucrânia, em 2005.Em agosto de 2007,foi contratado pelo “Manchester City”, da Inglater-ra. Foi titular da equipe dos “Sky Blues” com o técnico Eriksson; porém perdeu essa condição com seu sucessor Mark Hughes. na temporada 2008/09. Assim, transferiu-se para o “Galatasaray”, da Turquia. Tam-bém foi titular absoluto em sua primeira temporada no clube de Istam-bul, porém deixou de sê-lo, na temporada 2010/11.Elano retormou, então, ao “Santos”, em 2011. Teve um início muito bom, conquistando o título de Campeão Pauulista e sendo um dos artil-heiros da competição, com onze gols. Venceu, também, a Copa Liber-tadores, porém sofreu uma série de contusões e problemas particulares que prejudicaram seu desempenho no Campeonato Brasiletro. Ainda participou, em 2011, do Mundial de Clubes, mas a campanha santista foi bisonha. Voltou a ser Campeão Paulista, em 2012, e foi cedido ao “Grêmio”, de Porto Alegre, no mês de julho. Convocado para a Seleção Brasileira, pela primeira vez, em 2004; participou das campanhas vitoriosas que culminaram nas conquistas dos títulos da Copa América de 2007, e da Copa das Confedrações de 2009. Integrou a equipe que disputou a Copa do Mundo de 2010, marcando dois gols. Não jogou, por motivo de contusão, a partida na qual o Brasil perdeu para a Holanda, sendo eliminado, nas quartas-de-final. Voltou a ser chamado para a disputa da Copa América de 2011, na qual a cam-panha brasileira também deixou a desejar. De 2004 até hoje, Elano realizou 50 jogos com a camisa amarela, assinalando 9 gols. Maicon Douglas Sisenando nasceu em Novo Hamburgo (RS), no dia 26 de julho de 1981. Começou nas divisões de base do “Grêmio”, na capital gaúcha, mas foi rejeitado pelo treinador. Maicon foi, então, para a cidade catarinense de Criciúma, onde seu pai, Manoel Sisenando, era técnico do “Criciúma Esporte Clube”. Das categorias de base do

“Tigre”, transferiu-se, ainda juvenil, para o “Cruzeiro”. Iniciou, em 2001, sua carreira profissional no clube belorizontino.Com a camisa azul celeste, foi Tricampeão Mineiro (2002 a 2004). Em 2003, participou da conquista da tríplice coroa pelo “Cruzeiro”: Campe-onato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.Maicon tem 1,83 m e é destro. É um lateral direito eficiente na mar-cação e excelente apoiador, graças à sua ótima habilidade e grande velocidade, que lhe propiciou o apelido de “Fórmula 1”. Integrou a Seleção Brasileira Sub-20, no Campeonato Mundial da categoria, em 2001. Com a Sub-23, disputou o Torneio Olímpico Sul-Americano e a Copa Ouro, ambos em 2003. Pela equipe principal do Brasil, a par-tir de 2004, disputou 65 partidas e marcou 6 gols. Conquistou a Copa América de 2004, e a Copa das Confederações, em 2005, mas não foi convocado para a Copa do Mundo de 2006. Foi, novamente, Campeão da Copa América, em 2007, e da Copa das Confederações, em 2009. Disputou a Copa do Mundo de 2010, tendo sido o autor do primeiro gol do Brasil na competição, por ocasião da vitória sobre a Coréia do Norte. Em 2004, foi para a Europa, atuar pelo “Monaco”, clube do principado de mesmo nome, que disputa o Campenato Francês. Depois de duas temporadas, transferiu-se para o “Internazionale” de Milão.Pelo clube “nerazzurro”, destacou-se no “calcio” e foi Pentacampeão Italiano (temporadas de 2005/06 a 2009/10). Conquistou a Supercopa da Itália, em 2006, 2008 e 2010; a Copa da Itália, em 2009/10 e 2010/11; a Liga dos Campeões da UEFA, em 2009/10; e a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em 2010.Maicon foi eleito, pela UEFA, o melhor defensor do futebol europeu na temporada 2009/10, e recebeu o prêmio em 26 de agosto de 2010.Adriano Leite Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 1982. Começou nas divisões de base do “Flamengo”, em 1997. A car-reira profissional teve início no clube da Gávea, aos dezoito anos, em 2000. No ano seguuinte, foi Campeão Carioca, com a camisa rubron-egra.Adriano é canhoto, tem 1,89m de altura e pesa cerca de 100kg. Centroa-vante de excepcionais qualidades, destacou-se desde cedo, sendo con-vocado, em 1999, para a Seleção Brasileira que venceu o Campeonato Mundial Sub-17. Em 2001, foi Campeão Sul-Americano Sub-20.

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Pelo time principal do Brasil, ganhou a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações, em 2005. Foi o melhor jogador e o artilheiro das duas competições. Participou da Copa do Mundo de 2006, sem o mesmo brilho, porém. Voltou a ser convocado, em 2009, para alguns amistosos e jogos das Eliminatórias, mas como reserva. Não foi chama-do para a Copa do Mundo de 2010. Disputou, até hoje, 48 partidas pela Seleão Brasileira, marcando 27 gols. Deixou o Rio de Janeiro em 2001, transferindo-se para o “Internazion-ale”, de Milão. Estreiou, marcando um gol, em jogo contra o “Real Ma-drid”, no Estádio Santiago Bernabeu, na capital espanhola. Entretanto, o clube milanês decidiu cedê-lo, por empréstimo, à “Fiore

ntina”, durante o ano de 2002. Em seguida, jogou pelo “Parma”, tam-bém por empréstimo, até 2004, quando voltou a vestir a camisa “neraz-zurra” do “Inter”. Com “La Beneamata”, conquistou a Copa da Itália, nas temporadas 2004/05 e 2005/06; a Supercopa Italiana, em 2005 e 2006; e a Série A do Campeonato Italiano, nas quatro temporadas seguidas, de 2005 a 2009. Efetivamente, ele viveu sua fase áurea nos anos de 2004 e 2005, quando recebeu o apelido de “L’Imperatore” (O Imperador), em alusão ao Imperador Adriano, da Roma histórica. A partir de 2006, seus prob-lemas pessoais afloraram, especialmente após o falecimento de seu pai, prejudicando seu desempenho, e o seu futebol começou a declinar. Após quase não ter marcado gols em 2006, foi barrado pelo técnico Roberto Mancini no ano seguinte, não sendo nem inscrito para a disputa da “UEFA Champions League 2007/08”. Em entrevistas à imprensa itali-ana, admitiu que estava deprimido e havia recorrido á bebida alcooóli-ca. Acabou sendo liberado para melhorar seu condicionamento físico no Núcleo de Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica – REFFIS do “São Paulo Futebol Clube”.Na capital paulista, emagreceu três quilos, melhorando seu percentual de gordura corporal e recuperou sua forma física. O clube do Morumbi, então, solicitou ao “Inter” de Milão o seu empréstimo. Assim, o ata-cante vestiu a camisa tricolor, durante o primeiro semestre de 2008, marcando 17 gols em 28 jogos. Terminado o prazo da cessão, retonou à cidade de Milão, e voltou a atuar com a camisa azul e preta por alguns

meses, disputando, inclusive a “UEFA Champions League”.Entretanto, em abril de 2009, abandonou o clube milanês e fugiu para o Rio de Janeiro, ficando desaparecido por alguns dias. Finalmente, foi lo-calizado em casa de parentes, na Vila Cruzeiro, favela onde nasceu. Em entrevista à imprensa, no dia 9 de abril, declarou que pararia de jogar por tempo indeterminado, pois perdera a alegria de praticar o futebol.Em 24 de abril de 2009, o “Football Club Internazionale Milano” anunciou, oficialmente, a rescisão amigável do seu contrato. No dia 6 de maio, o “Clube de Regatas Flamengo” anunciou o seu retorno à Gavea, onde iniciara a carreira. O rubronegro carioca foi Campeão Brasileiro em 2009, e O Imperador conquistou a artilharia do certame, com 19 gols, empatado com Diego Tardelli, do “Atlético Mineiro”. Em março de 2010, Adriano protagonizou um episódio lastimável. Foi, com diversos companheiros do time flamenguista, a um baile “funk” no Morro da Chatuba, localizado no chamado Complexo do Alemão. Lá, foi flagrado por sua noiva Joana, que o ofendeu, juntamente com seus colegas, e danificou, a pedradas, seu carro e mais três, dos ami-gos. Constrangido com o incidente, declarou à imprensa, de novo, sua vontade de largar a carreira de futebolista. Não viajou com a delegação do “Flamengo” que foi à Venezuela, enfrentar o “Caracas’, pela Liberta-dores. Mas voltou a jogar no Campeonato Carioca e perdeu um pênalti contra o Botafogo, na decisão do primeiro turno (Taça Rio), vencida pelo alvinegro. Em seguida, marcou um gol contra o “Universidad de Chile”, na vitória por 2x1, em Santiago, que de nada adiantou, pois o “Mengão” foi eliminado, uma vez que havia sido derrotado pelo time chileno, no Rio, por 3x2.Nesse ínterim, Adriano foi acusado de envolvimento com um trficante de drogas do Morro da Chatuba, tendo sido, inclusive, divulgadas fotos suas, portando armas de fogo. Ele foi chamado a prestar depoimento no Ministério Público sobre a ocorrência da compra de uma moto, regis-trada em nome da mãe do traficante. No final de maio, seu empresário, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi, anun-ciou o retorno do centroavante à Itália, para atuar na “Roma”. Em 9 de junho de 2010, o clube da capital italiana o apresentou, como seu novo goleador, em solenidade festiva no Estádio Flamínio. Dez meses depois, em 8 de março de 2011, sem que ele tivesse marcado um gol sequer, em

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partidas oficiais, com a camisa “giallorossa”, a “Associazione Sportiva Roma” divulgou, em seu “site”, a rescisão do contrato de Adriano, em comum acordo, devido ao seu baixo aproveitamento e rendimento nos jogos, e por causa, principalmente, do seu comportamento inadequado, extra-campo.De novo no Brasil, Adriano assinou contrato com o “Corinthians”, no dia 29 de março de 2011. Como estava com o peso muito acima do ideal, ficou algumas semanas recuperando suas condições físicas. Em 19 de abril, quando ia iniciar o treinamento, visando ao seu retorno aos gramados, teve a infelicidade de romper o Tendão de Aquiles. Em con-seqüência, sua volta aos campos foi adiada para outubro de 2011. Ricardo Izecson dos Santos Leite, mais conhecido como Kaká, nasceu em 22 de abril de 1982, em Brasília. Filho de engenheiro, teve que se mudar, aos quatro anos, para Cuiabá, e, posteriormente, quando tinha sete anos, para São Paulo. Na capital paulista, começou nas di-visões de base do “São Paulo”, em 1994. Apesar da habilidade com a bola, ele pesava apenas 50 kg e media só 1,63 m, quando tinha quinze anos, em 1997. Os médicos do Morumbi decidiram submetê-lo a uma dieta rica em carboidratos e creatina, aliada a uma intensa preparação física. Em pouco tempo, ele atingiu a altura de 1,85 m e o peso de 76 kg. Entretanto, aos dezoito anos, divertindo-se em uma piscina, em Caldas Novas, sofreu um acidente que provocou uma fratura na espinha dorsal. Felizmente, a lesão não deixou seqüelas, e sua única perda foi ficar dois meses sem sair da cama, e um período ainda maior sem jogar na equipe de juniores são-paulina. Recuperado, estreou no time princi-pal, em 1º de fevereiro de 2001. Com a camisa tricolor, foi Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 2001, fazendo os dois gols da vitória sobre o “Botafogo”, na partida final. Em pouco tempo, tornou-se um grande ídolo da torcida. No Campeonato Brasileiro de 2002, além de receber a Bola de Prata da Revista Placar, como o melhor meia da competição, ganhou também a Bola de Ouro, destinada ao melhor jogador do cer-tame, apesar de não ter jogado pelo time campeão. Kaká mede 1,85 m, é destro e pesa 82 kg. É um meia extrema-mente habilidoso, que combina a capacidade técnica com a força física. Dotado de excepcional inteligência para antever as jogadas, possui também grande explosão muscular para executar os lances, em grande

velocidade. Em 2001, disputou, pela Seleção Brasileira Sub-20, o Campe-onato Mundial da categoria, na Argentina. Em novembro do mesmo ano foi convocado para a equipe principal do Brasil, na qual estreou no dia 31 de janeiro de 2002, em amistoso com a Bolívia. Foi chamado para o grupo que se sagrou Campeão da Copa do Mundo de 2002, e a experiência lhe foi benéfica, embora tenha atuado cerca de vinte minu-tos apenas, no jogo contra Costa Rica, na primeira fase, com o time brasileiro já classificado. Disputou dez partidas com a famosa camisa amarela, em 2003, marcando cinco gols. Em 2004, foram oito jogos e três gols. Conquistou a Copa das Confederações, em 2005, na Ale-manha, assinalando um gol na vitória de 4x1 sobre a Argentina, na final decisiva. Entretanto, em 2006, na Copa do Mundo da qual o Brasil era favorito, não escapou do fiasco de uma equipe apática e sem garra, que foi eliminada pela França nas quartas-de-final. Kaká foi um dos pou-cos atletas que questionaram, com lucidez, o oba-oba da preparação e outros problemas que ocorreram na Seleção, durante o torneio mundial. Participou, em 2007, de doze partidas, nas quais marcou cinco vezes, sendo três jogos válidos pelas Eliminatórias para a Copa de 2010. Apesar de ter ganho a braçadeira de capitão, o meia solicitou dispensa da Seleção Brasileira, às vésperas da Copa América de 2007, realizada na Venezuela, por motivo de cansaço, em decorrência da falta de férias. Disputou somente três partidas com a amarelinha, em 2008, assinalando um gol. Voltou a vencer a Copa das Confederações em 2009, ano em que realizou treze jogos e marcou três gols. Em 2010, foram sete parti-das (um gol), incluindo os jogos da Copa do Mundo, na África do Sul, na qual o Brasil foi eliminado pela Holanda, novamente nas quartas-de-final. Assim, Kaká defendeu, até hoje, a Seleção Brasileira, em 82 oportunidades, marcando 27 gols. Após o sucesso de 2002, na Seleção Campeã Mundial e no Campeonato Brasileiro, pelo “São Paulo”, o ano de 2003 foi mais difícil para o jovem craque. As cobranças da torcida tricolor, ávida por um título, aliada à sua ausência, por contusão, da final decisiva do Campe-onato Paulista, perdida para o “Corinthians”, no primeiro semstre, e, ainda , a eliminação são-paulina na Copa do Brasil, pelo “Goiás”, fazem com que ele fosse alvo de vaias no Morumbi.

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Kaká chegou a disputar algumas partidas do Brasileirão de 2003, mas transferiu-se, em agosto, para o “Milan”, da Itália. A expec-tativa dos dirigentes e do técnico milanista Carlo Ancelotti era a de que ele conquistasse, paulatinamente, seu espaço na equipe. No entanto, o jovem meia demonstru, logo nos primeiros treinos em Milão, que chegara para ser titular, de imediato. E, em poucos meses, tornou-se o grande ídolo dos torcedores do clube “rossonero”. E, em menos de um ano, conquis-tou seu primeiro título no “calcio”, sagrando-se Campeão Italiano na temporada 2003/04 O principal jornal esportivo da Itália, a “Gazzetta dello Sport” o escolheu como o melhor jogador estrangeiro do certame. A conceituada revista “Guerin Sportivo” o considerou o melhor jogador da campanha que assegurou o “scudetto” para o “Milan”, depois de cinco anos. Na Liga dos Campeões da UEFA, entretanto, os “rossoneri” decepcionaram. Venceram a primeira partida contra o “La Coruña”, no Estádio San Siro, por 4x1, com dois gols de Kaká. No segundo jogo, na Espanha, o time galego conseguiu reverter o resultado, marcando 4x0 e eliminando a equipe milanesa, nas quartas-de-final. Em 30 de novembro de 2004, aos vinte e dois anos, Kaká foi nomeado, pela Organização das Nações Unidas , embaixador para o combate à fome mundial, associando sua boa imagem ao programa alimentar da ONU, em países carentes. Na temporada 2004/05, o “Milan” não teve o mesmo desem-penho na Série A. Em determinado momento do campeonato, com o “Juventus” de Turim pintando como futuro Campeão, o “Rei de Copas” decidiu priorizar a disputa da Liga dos Campeões. Efetivamente, a sua equipe, apos eliminar os adversários, inclusive o rival milanês “Inter”, enfrentou o “Liverpool”, da Inglaterra, na grande decisão, disputada em campo neutro, na Turquia, no dia 25 de maio de 2005. O primeiro tempo terminou com o placar de 3x0 para os milanistas, confirmando o favoritismo a eles atribuído. De forma inacreditável, o time do noroeste inglês conseguiu empatar, na segunda etapa, marcando três gols, em seis minutos. O episódio ficou conhecido como “Milagre de Istambul”, e o título foi decidido nos pênaltis. Kaká converteu sua cobrança, porém os “Reds” venceram a disputa e ganharam a taça.

No campeonato seguinte (2005/06), o “Juventus” voltou a ganhar o “scudetto”, ficando o “Milan” com a segunda colocação. E o “rossonero” foi eliminado na Liga dos Campeões pelo “Barcelona”, nas semifinais. Finalmente, na temporada 2006/07, a “Associazone Calcio Milan” conquistou a “UEFA Champions League Cup”, com atuações magistrais de Kaká, que foi o artilheiro da competição, com dez gols. No final de 2007, em reconhecimento ao seu magnífico desempenho na campanha vitoriosa do time “rossonero”, recebeu da FIFA o prêmio de melhor jogador do mundo, além do “Ballon d’Or” da revista France Football. O trio brasileiro Ka-Pa-Ro, formado por Kaká, Alexandre Pato e Ronaldo (Fenômeno) foi a gande atração da equipe milanista na tempo-rada 2007/2008. Entretanto, o time não rendeu o esperado no Campe-onato Italiano, assim como não teve bom desempenho na Liga dos Campões, sendo eliminado, nas oitavas-de-final, pelo inglês “Arsenal”. No início de 2008, o Fenômeno deixou, lesionado, a equipe, o que foi compensado pela contratação de Ronaldinho Gaúcho, no mês de julho, formando novo trio Ka-Pa-Ro. Na temporada 2008/09, os “ros-soneri” disputaram a Copa da UEFA, porém foram eliminados logo no início da fase mata-mata. Kaká, apesar de pretendido pelo “Manchester City”, preferiu ficar no “Milan”, continuando a fazer boas apresen-tações. Na última rodada da Série A do “calcio”, marcou um gol e deu a assistência para o outro, na vitória de 2x0 sobre a “Fiorentina”. Foi essa a sua última partida no campeonato italiano, pois se transferiu, em junho de 2009, para o “Real Madrid”, da Espanha. Seu início no futebol espanhol não foi feliz, pois o clube da capital não conquistou nenhum título na temporada 2009/10. No campeonato nacional, a equipe “blanca” foi superada pela “blaugrana” do “Barcelona”. Na Copa do Rei, sofreu o vexame de ser eliminada por um time da Terceira Divisão. E, no torneio prioritário da Liga dos Campeões, não passou das oitavas-de-final, perdendo para o francês “Lyon”. Kaká teve o seu rendimento prejudicado por contusões no púbis, que motivaram seu afastamento dos jogos, em dois períodos superiores a um mês. Sofreu nova ausência dos gramados, após a Copa do Mundo de 2010, por cerca de sete meses, devido a uma cirurgia no joelho

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esquerdo. Finalmente, em janeiro de 2011, Kaká começou a retornar, aos poucos, à equipe merengue. No segundo semestre, voltou à sua boa forma, com atuações convincentes. Jefferson de Oliveira Galvão nasceu no dia 2 de janeiro de 1983, em São Vicente (SP)..Começou, em 1999, nas categors de base do “Cruzeiro”, em Belo Horizonte. Sua carreira profissional teve início em 2000, no clube celeste de Minas Gerais.Jefferson é canhhoto, tem 1,88 m e 80 kg. Goleiro seguro, de bons reflexos e boa colocação, levou certo tempo para amadurecer. Efetiva-mente, suas qualidades não chegaram a florescer plenamente em seu primeiro clube. Após uma participação infeliz em um jogo decisivo no ano de 2002, deixou a Toca da Raposa, emprestado que foi ao “.Bota-fogo”, do Rio de Janeiro. No alvinegro carioca, passou a ter atuações convincentes, que o levaram a integrar a Seleçao Brasileira Sub-20, que conquistou o título mundial da catgoria, em 2003, nos Emirados Árabes Unidos.Em 2005, foi contratado pelo “Trabzonspor”, da Turquia. Defendeua meta do clube azul e bordô da cidade portuária de Trabzon até 2008, quando se transferiu para o “Konyaspor”, também turco. Atuou pelo alviverde da cidade de Konya na temporada 2008/09.Retornou ao “Botafogo” em 2009. Sagrouse Campeão Carioca em 2010, sendo um dos maiores destaques do Glorioso nas vitoriosas cam-panhas da Taça Guanabara e da Taça Rio, e foi considerado o melhor jogador do campeonato.Em julho de 201000, Jefferson foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção do Brasil principal. Foi titular em 5 partidas, até esta data.Daniel Alves da Silva nasceu em Juazeiro (BA), no dia 6 de maio de 1983. Começou, em 1996, nas divisões inferiores do “Juazeiro Social Clube”, em sua cidade natal. Ainda com quinze anos de idade, em 1998,foi levado à capital do estado, para jogar nas categorias de base do “Bahia”. No dia 11 de novembro de 2001, teve sua primeira opor-tunidade no time principal, em jogo do Campeonato Brasileiro, contra o “Paraná”. Sua atuação foi tão destacada que ganhou, de imediato, a posição de titular da lateral direita da equipe baiana. Vestiu a camisa tri-color do “Bahia” até 2003, constando em seu currículo a conquista dos títulos de Campeão Baiano e da Copa do Nordeste, em 2001, quando

ainda estava na reserva; voltou a vancer a Copa do Nordeste, em 2002, já como titular absoluto.Daniel Alves tem 1,73 m, 64 kg e é destro. Lateral direito dotado de ex-celente preparo físico, joga com garra e ousadia. Marca com eficiência a apóia com extrema desenvoltura. Em 2003, convocado para a Seleção Brasileira Sub-20, foi Campeão Mundial da categoria, sendo uma das maiores figuras da competição. Sua estréia na Seleção Brasileira prin-cipal ocorreu em outubro de 2006. Foi Campeão da Copa América em 2007, e da Copa das Confederações de 2009. Disputou a Copa do Mun-do de 2010, como reserva de Maicon. Atuou nos amistosos pós-Copa, ainda em 2010, e na Copa América de 2011. Até julho de 2011, realizou quinze partidas com a gloriosa camisa amarela e marcou seis gols.Dani Alves transferiu0-se para o “Sevilla” da Espanha, no início do segundo semestre de 2002, cedido, inicialmente, por empréstimo. Em decorrência de suas ótimas apresentaões na temporada 2002/03, o clube da Andaluzia o contratou, em definitivo. Tornou-se um dos maiores trunfos dos “rojiblancos”, até 2008, conquistando a Copa da UEFA, em 2005/06 e 2006/07; a Supercopa Européia de 2006; a Copa do Rei da Espanha, na temporada 2006/07; e a Supercopa da Espanha, no ano de 2007.Em julho de 2008, foi contratado pelo “Barcelona”. Com a camisa “bla-ugrana” do clube catalão, foi Tricampeão Espanhol (2008/09, 2009/10 e 2010/11). Ganhou a Copa do Rei da Espanha, na temporada 2008/09; a Liga dos Campeões da UEFA, em 2008/09 e 2010/11; a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, no ano de 2009; a Supercopa da Espanha e a Supercopa Européia, ambas, em 2009 e 2011.Daniel Alves é, atualmente, um dos melhores valores da fantástica equipe do “Barça”, atuando de forma bas,tante ofensiva. Felipe Melo de Carvalho nasceu em Volta Redonda (RJ), no dia 26 de junho de 1983. Começou nas categorias de base do “Volta Redonda”. Iniciou a carreira profissional, em 2001, no “Flamengo”, da capital do estado. No mesmo ano, integrou o elenco que venceu o Campeonato Carioca, Transferiu-se, em 2003, para o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte.Felipe Melo é destro, tem 1,83 m e 73 kg. É um volante de marcação eficiente e um percntual elevado de acertos nos passes.O ano de 2003 foi esplendoroso para ele, no seu novo clube azul ce-

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leste, que conquistou a tríplice coroa: Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, fazendo 100 pontos e 102 gols. No ano seguinte, foi transferido para o “Grêmio Porto Alegrense”, onde não foi feliz, e acabou dispensado, após envolver-se em um escândalo com prostitutas e brigas de faca,Em 2005, foi contratado pelo “Mallorca”, da Espanha. Nos anos seguintes, atuou em outros clubes de pequena expressão no cenário do futebol espanhol: “Racing Santander”, na temporada 2007/08; e “Almeria”, em 2008. Finalmente, surgiu, ainda em 2008, a oportu-nodade de jogar em uma equipe de maior expressão no futebol dda Europa: a “Fiorentina”, da Itália, que defendeu até 2010. Em seguida, transferiu-se para a “Juventus”, de Turim. Atuou com a camisa alvine-gra da “Vecchia Signora”, de 2010 a 2011, sem ter sido feliz. Em julho de 2011, deixou a Itália para jogar, por empréstimo, no “Galatasaray”, da Turquia. Felipe Melo foi convocado, pela primeira vez, para a Seleção Brasileira, no início de 2009. Foi Campeão da Copa das Confederações, em 2009. Na Copa do Mundo de 2010, começou bem nos primeiros jogos, porém foi considerado um dos principais culpados pela elmiinação do Brssil, não por ter falhado no primeiro gol da Holanda, mas, sobretudo, por ter perdido a cabeça e agredido um adversário, motivo de sua justa expulsão, deixando a equipe brasileira com um a menos, aos 28 minu-tos do segundo tempo. Ele vestiu a camisa amarela,nos anos de 2009 e 2010, em 22 0portunidades, marcando 2 gols.Frederico Chaves Guedes, conhecido como Fred, nasceu na cidade mineira de Teófilo Otoni, em 3 de outubro de 1983. Começou nas cat-egorias de base do “América”, em Belo Horizonte, em 2001 Na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2003, marcou o gol mais rápido da história do futebol brasileiro, com um chute do meio-de-campo, aos três segundos do jogo contra o “Vila Nova”000000000, de Goiás. Iniciou sua carreira profissional no mesmo clube de Minas. Defendeu a camisa verde e preta do “Coelho” até meados de 2004, quando se transferiu para o “Cruzeiro”, também da capital mineira. Graças ao seu talento de goleador, tornou-se um ídolo da torcida celeste, e foi o artilheiro do Campeonato Mineiro de 2005 (14 gols) e, no mesmo ano, o maior artil-heiro em uma única edição da Copa do Brasil, também com 14 tentos

assinalados.Fred tem 1,85 m e 84 kg. Destro, é um atacante (centroavante) que chuta bem com ambas as pernas e é excelente cabeceador, com ótimo senso de colocação. Possui bom domínio de bola, protegendo-a de forma apropriada, e efetua assistências precisas, com grande categoria. Foi contratado pelo “Lyon” da França em 2005. Conquistou os títulos de Campeão Francês (Ligue 1) nas temporadas de 2005/06 e 2006/07, como titular absoluto. Participou, ainda, da conquista do Campeonato 2007/08, porém como reserva, pois em meados de 2007, perdeu a posição para o francês Karim Benzema, craque revelado nas categorias de base do próprio “Olympique Lyonnais”. Insatisfeito, decidiu retornar ao Brasil, assinando contrato com o “Fluminense”.Fred disputou, de 2005 até julho de 2011, quinze partidas com a famosa camisa amarela da Seleção Brasileira e assinalou seis gols. Integrou, na reserva, a equipe do Brasil na Copa do Mundo de 2006, marcando um gol no final da partida contra a Austrália. Foi Campeão da Copa Amé-rica de 2007. Não participou da Copa do Mundo de 2010. Voltou a ser convocado em 2011, devido às suas boas atuações pelo “Fluminense”. Disputou, em junho, a Copa América de 2011. Marcou um gol contra o Paraguai, aos 44 minutos do segundo tempo, salvando o Brasil de uma derrota. Na decisão por pênaltis do jogo das quartas-de-final, novamente contra o Paraguai, foi um dos quatro cobradores brasileiros, que desper-diçaram todas as quatro oportunidades.Sua estréia no clube das Laranjeiras aconteceu em 15 de março de 2009, marcando dois gols na vitória sobre o “Macaé”, por 3x1. Em julho, sof-reu um estiramento muscular, que o deixou quase três meses sem jogar. Retornou aos gramados em outubro, e liderou o chamado time dos guerreiros, em sensacional reação no final do Campeonato Brasileiro de 2009, mantendo-se invicto nos últimos onze jogos (sete vitórias e quatro empates), que livrou o tricolor do rebaixamento, tido como inevitável por todos os analistas e comentaristas esportivos.Fred iniciou o ano de 2010, marcando sete gols em nove jogos no Campeonato Carioca, e seis gols em cinco jogos da Copa do Brasil. Apesar de ter ficado ausente de várias partidas, por motivo de seguidas contusões, foi um dos maiores destaques do time do “Fluzão”, que se sagrou Campeão Brasileiro. Em 2011, foi o artilheiro do Campeonato

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Carioca, com 10 gols, e marcou duas vezes na vitória por 4x2 sobre o “Argentino Juniors”, que garantiu a classificação do tricolor carioca na Copa Libertadores. É, atualmente, o capitão e líder da equipe do “Flu-minense”. Robson de Souza, mais conhecido como Robinho, é paulista, nascido em São Vicente, no dia 25 de janeiro de 1984. Começou, ainda muito criança, praticando futsal em um clube denominado “Beira-Mar”, da sua cidade natal, na Baixada Santista. Depois de alguns anos, deixou o clube de São Vicente, para jogar futsal no “Portuários”, da cidade de Santos. Continuou a se destacar pela sua habilidade e controle de bola, motivo pelo qual passou a integrar a equipe infantil de futsal do “San-tos”. Após um ano, trocou o salão pelo gramado, em 1996, aos doze anos, passando a atuar nas categorias de base do alvinegro praiano.Em 2002, com dezoito anos, estreiou na equipe principal do “Peixe”, disputando o Torneio Rio-São Paulo. No mesmo ano, fez parte do time santista, composto por muitos jovens promissores, mesclados com alguns veteranos, que conquistou o título de Campeão Brasileiro. O ano de 2003 não foi muito brilhante, porém Robinho teve um desempenho espetacular na Copa Libertadores, na qual o “Santos” foi finalista, e no Campeonato Brasileiro de 2004, quando marcou 21 gols em 36 jogos.Robinho mede 1,72 m, pesa 60 kg e é destro.Atacante de grande habili-dade, seus excelentes desempenhos com o uniforme santista levaram-no à Seleção Brasileira. E despertaram, também, o interesse de grandes clubes da Europa. O seqüestro de sua mãe, ocorrido no final de 2004, mexeu com os nervos doatleta,uma vez que durou dois meses de angústia. Após esse triste episódio,ojogador transfeiu-se para a Espanha, assinando contrato com o “Real Madrid”, em 2005.Na equipe “merengue”, sob o comando do técnico Fabio Capello, Rob-inho nãofoi tiular. Participou,entretanto, de algumas partidas decisivas, na vitoriosa campanha da temporada 2006/07.Novamente campeão de “La Liga” em 2007/08,o time “Blanco” teve Robinho como titular, sob as ordens do técnico Bernd Schuuster. Pouco depois, porém, entrou em choque com o treinador alemão, e acabou transferindo-se para om “Manchester City”, da Inglaterra, em setembro de 2008.Seu início no time “Sky blue” foi excelente, tornando-se o maior

destaque da equipe na temporada 2008/09. No entanto, a seguir, seu rendimento caiu assustadoramente, resultando no seu afastamento da equipe titular e no empréstumo ao “Santos”, no final de janeiro de 2019.Sua reestréia no time praiano ocorreu com o gol da vitória no clássico San-São do campeonato paulista (“Santos” “São Paulo”) Com o seu bom futebol de volta, participou da conquista da Copa do Brsil d 2010.Findo o empréstimo, o “Manchester City” negociou sua transferência para o “Milan” da Itália., em agosto de 2010., Com a equipe milanesa, participou da conquista do Campeonato Italiano (2010/11)Robinho vestiu a camisa amarela da Seleção Brasileira, inicialmente na equipe sub-23, tendo assinalado 3 gols em 8 partidas disputadas. Sua estréia na seleção pricipal aconteceu em 2003. Até 2011, disputou 90 partidas, assinalando 26 gols. Foi campeão da Copa América de 2007 (melhor jogador e chuteira de ouro) e da Copa das Confederações, em 2005 e 2009. .Ralf de Souza Teles nasceu na capital paulista em 9 de junho de 1984. Começou no “Clube Atlético Taboão da Serra”, no município de mesmo nome, localizadona Regão Metropolitana de São Paulo, em 2004. Trans-feriu-se, em 2005, para o “São Paulo” e, logo em seguida, para o “Im-peratriz”, ainda nas categorias de base Profissionalizou-se, em 2006, no clube maranhense, e foi vice-campeão estadual, no ano seguinte.Ralf é destro, mede 1,82 m e pesa 80 kg. Atua como volante de con-tenção, exercendo uma marcação tão firme, que recebeu o apelido de “Pitbull”.Defendeu o “XV de Jaú”, no interior paulista, em 2007. Transferiu-se, no mesmo ano, para o “Gama”, no Distrito Federal. Voltou para o Es-tado de São Paulo, em 2008, atuando pelo “Noroeste”, de Bauru. Ainda em 2008, foi para o “Grêmio Barueri”, permanecendo até o final de 2009. Suas boas atuações o credenciaram a ser contratado pelo “Corin-thians”.Jogou a Copa Libertadore de 2010, pelo clube do Parque São Jorge. Além dde conquistar o título do Brasileirão 2011, foi considerado o melhor volante do certame Venceu a Libertadores, em 2012.Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira aconteceu em julho de 2011. Participou da vitória brasileira no Superclássico das Américas 2011. Disputou, até julho de 2012, quatro partidas, defendendo as cores

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do BrasilNilmar Honorato da Silva nasceu em Bandeirantes (PR), no dia 14 de julho de 1984. Começou nas categorias de base da Sociedade Espor-tiva Matsubara, na cidade paranaense de Cambará. Aos quinza anos de idade, em 1999, transferiu-se para o “Internacional”, de Porto Alegre. Em março de 2003, com dezoito anos, estreiou na equipe principal do colorado gaúcho.Nilmar tem 1,80 m de altura e pesa 74 kg.Atacante muito habilidoso, destaca-se pela sua extrema velocidade. Seu primeiro título foi o de Campeão Gaúcho de 2003, feito qre repetiu em 2004, sendo o artilheiro do “Inter” Ainda em 2003, foi Campeão Mundial Sub-20, vestindo a camisa amarela da seleção nacional. No segundo semestre do mesmo ano, foi convocado pelo técnico Ricardo Gomes para inegrar a Seleção Brasileira, formada por jogadores com até 23 anos, que disputou a Coa Ouro.No segundo semestre de 2004, foi contratado pelo “Lyon”. Sua primeira temporada no futebol europeu não foi feliz, embora tenha marcado dois gols na estréia no campeonato francês. Na “UEFA Champions League” 2004/05, marcou quatro gols em nove jogos. Após exatamente um ano de contrato, sem sucesso na França, Nilmar foi emprestado ao “Corinthians”,em agosto de 2005.Com o argentino Carlitos Tevez, formou uma dupla de ataque que foi um dos maiores destaques da equipe corintiana, campeã do Brasileirão 2005..Sofreu, entretanto, no Campeonato Brasileiro de 2006, uma ruptura de ligamento no joelho direito que o deixou afastado dos gram-ados por seis meses. Ao retornar ao time, além de estar enfrentando uma batalha judicial com o clube do Parque São Jorge (referente ao não pagamento de luvas), Nilmar sofreu nova lesão de ruptura de ligamen-tos, no outro joelho. Ele não voltou a usar o uniforme alvi-negro, pois a Justiça do Trabalho deu-lhe ganho de causa, declarando a rescisão do seu contrato, em agosto de 2007. No mês seguinte, o antigo “Menino do Beira-Rio” retornou às suas origens, contratado pelo “Inter”. No colorado gaúcho, Nilmar desenvolveu seu bom futebol, a partir da fase final do Campeonato Braileiro de 2007. Na partida final do torneio internacional de Dubai, marcou, de bicicleta, contra a “Internazionale”, de Milão, o gol do título, em 2008. Em dezembro desse ano, assinalou,

na prorrogação, o gol que assegurou a vitória na Copa Sul-Americana. Na primeira rodada do Brasileirão de 2009, marcou um gol antológico contra o “Corinthians”, driblando vários adversários.Em julho de 2009, retornou ao futebol do Velho Continente, contratado pelo “Villarreal”, da Espanha. Marcou um gpl, em sua estréia, na vitória por 4x1, sobre a “Jventus”, de Turim, em jogo amistoso, no dia 7 de agosto de 2009. No Campeonato Espanhol 2009/10 (sua primeira temporada), assinalou 11 gols em 33 jogos. Na temporada seguinte, disputou 31 partidas, marcando em 10 oportunidades.Em maio de 2009, Nilmar voltou a ser convocado para a Seleção Bra-sileira. Pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, marcou o gol da vitória sobre o Paraguai (2x1) e três tentos na partida Brasil 4x2 Chile. Participou da vitoriosa campanha brasileira na Copa das Confed-erações de 2009 e da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, sob o comando do técnico Dunga, como reserva. Voltou a ser chamado, no segundo semestre de 2010, por Mano Menezes, para dois amistosos. Ao todo, disputou 23 jogos com a camisa amarela da seleção principal, assinalando 11 gols, de 2004 até hoje. Thiago Emiliano da Silva é carioca, nascido em 22 de setembro de 1984.Thiago Silva é cria de Xerém, onde o “Fluminense” sedia suas divisões de base. Começou muito jovem, em 1998, e não chegou a ser aproveitado na equipe tricolor, pois se transferiu, em 2001, para o pequeno “Barcelona-RJ” e, no ano seguinte, para o modesto “RS Fute-bol”, de Porto Alegre. Assim, sua carreira profissional teve início no Rio Grande do Sul, contratado pelo “Juventude”, de Caxias do Sul, em 2003.Thiago Silva teve excelente desempenho no Campeonato Brasileiro de 2004, defendendo o clube do interior gaúcho. Sua notoriedade o credenciou a uma contratação pelo “Porto” de Portugal. Entretanto, não foi bom o seu início no futebol europeu. Afetado por problemas de contusão e respiratórios, devido ao frio do inverno rrigoroso, foi pouco aproveitado pelo clube luso, e acabou sendo emprestado ao “Dínamo Moscou”, em janeiro de 2005, Na Rússia, enfrentando um frio ainda maior, seu etado de saúde piorou e ele teve que ficar quatro meses inter-nado por causa de uma tuberculose. Thiago chegou a pensar em ter que encerrar a profissão.

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A volta por cima aconteceu no ano seguinte,, coincidindo com sua volta ao Brasil e ao seu clube de coração, o “Fluminense”, por empréstimo. Já em 2006, Thiago Silva tornou-se ídolo da vibrante ntorcida tricolor, graças às suas excelentes atuações. No ano seguinye, desracou-se ao longo de toda a temporada. Participou com brlho da conquista da Copa do Brasil de 2007 e muito colaborou para a boa campanha do clube das Laranjeiras no Brasileeirão. Em 2008, foi Vice-Campeão da Copa Libertadores, tendo a decisão desfavorável ao tricolor carioca ocorrido somente nos pênaltis.Apelidado de “Monstro”, Thiago Silva mede 1,83m e pesa 79 kg. Dotado de técnica apurada, é excelente nas saídas de bola, com dri-bles seguros e muita velocidade; com ótima impulsão, é muito bom no jogo aéreo, destacando-se, também, nas jogadas de ataque, com fortes cabeçadas ao gol adversário. Além de seus desarmes precisos e magnífi-cas antecipaçõe, possui um chute fortíssimo de direita, capacitando-o a efetuar perigosas cobranças de faltas de longa distância. Contratado em dezembro de 2008 pelo “Milan”,Thiago estreiou em janeiro d 2009, em um amistoso. Entretanto, somente a partir de julho, pode participar de partidas oficiais com a camisa “rossonera”, porque o clube milanês já havia atingido o limite, na temporada 2008/09, de jogadores de fora da União Européia. Com a ascenção do “Monstro”, o grande ídolo da equipe de Milão, o zagueiro Maldini, pode começar a pensar em sua aposentadoria. Thiago foi um dos principais participantes da conquista do “scudetto” de Campeão Italiano, na temporada 2010/11.Considerado, atualmente, um dos melhores zagueiros do mundo,´Thiago Silva participou da Seleção Brasileira que disputou as Olimpíadas de 2008, realizando 4 jogos. Com a Seleeção do Brasil principal, participou da Copa do Mundo de 2010. Disputou, até hoje, 13 partidas com a camisa amarela.Thiago Neves Augusto, ou simplesmente Thiago Neves, nasceu no dia 27 de fevereiro de 1985, em Curitiba. Seu início no futebol ocorreu aos quinze anos, em 2000, quando ingressou nas categorias de base do “Paraná”, na capital paranaense. Promovido à equipe profissional em 2004, destacou-se no campeonato estadual do ano seguinte. Entretanto, no mesmo ano de 2005, em novembro, foi afastado do time, por proble-mas disciplinares. Dessa forma, o clube decidiu emprestá-lo ao “Vegalta

Sandai”, do Japão, onde atuou durante 2006, sob o comando do técnico brasileiro Joel Santana.Thiago é canhoto, mede 1,82 m e é um meio-campista de ótimos recur-sos técnicos e excelente precisão de passes, além de bom cobrador de faltas. Voltou ao Brasil, em 2007, para jogar no Fluminense, ainda sob empréstimo. No tricolor carioca, participou da conquista da Copa do Brasil, como reserva, entrando no decorrer dos jogos. Com a transfer-ência do meia Carlos Alberto para o “Werder Bremen”, da Alemanha, TN assumiu a titularidade e realizou belas partidas no Brasileirão, além de assinalar 14 gols. Ao final do campeonato, recebeu a Bola de Ouro da revista Placar, como o melhor jogador do certame. Na Libertadores 2008, já transferido em definitivo para as Laranjeiras, jogou de forma magnífica o torneio e marcou os três gols da vitória do “Fluzão” sobre a “LDU”, do Equador, no jogo final. Na disputa de pênaltis suseqüente, entretanto, desperdiçou sua cobrança, assim como Conca e Washington, o que impediu a conquista do título, ficando como vice-campeão. Em agosto de 2008, foi tranferido para o “Hamgurger SV” da Alemanha. Após pouco mais de seis meses, foi cedido ao “Al-Hilal” da Arábia Sau-dita, e, de imediato, emprestado ao “Fluminense”, por cinco meses. As-sim, voltou a usar a camisa tricolor no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil de 2009. Terminado o empréstimo, apresentou-se ao “Al-Hi-lal”, em junho de 2009. Artilheiro do Campeonato da Arábia Saudita, lá permaneceu até o final de 2010, retornando ao Riopara jogar no “Fla-mengo”, a partir de janeiro de 2011. Foi muito boa sua temporada no rubro-negro, sagrando-se Campeão Carioca, sendo consderado o craque da cometição e escolhido como craque da galera.Foi, também, figura de relevo na equipe do “Mengo” durante o Brasileirão de 2011. De volta, mais um vez, ao “Fluminense*, em janeiro de 2012, conquistou a Taça Guanabara, o Campeonao Carioca e o Brasileirão.Atuou pela primeira vez na Seleção Brasileira, nos Jogos Olímpicos de 2008, ganhando a medalha de bronze. Voltou a vestir a camisa amaela em 2011, vencendo o Superclássico das Américas (disputado contra a Argentina), feito que repetiu em 2012. Até esta data, disputou sete parti-das pela equipe nacional, tendo marcado três gols. Diego Ribas da Cunha nasceu em Rib,eirão Preto, no dia 28 de fe-vereiro de 1985. Começou muito cedo, aos seis anos, a bater bola nas

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categorias de base do “Comercial”, na sua cidade natal. Com nove anos, participou, com a equipe do “Paulistinha” de São Carlos, de torneios in-fantis de futebol, na Argentina e no Chile. Aos onze anos, em 1996, foi aprovado em testes para as divissões de base do “Santos”. Cinco anos depois, Diego foi promovido ao elenco principal da equipe praiana.Em sua primeira temporada na equipe profissional, participou, com bril-ho, da conquista do Campeonato Brasileiro de 2001. Na Libertadores, o “Santos”, com seu novo camisa 10, chegou ao vice-campeonato. No Brasileirão de 2002, o alvinegro santista obteve, também, um honroso segundo lugar. Em 2004, participou de nova edição da Libertadores e ganhou o posto de capitão do time, no Campeonato Brasileiro. No mesmo ano, em agosto, foi contratado pelo “Porto”, da cidade de mesmo nome, em Portugal, para ocupar a vaga deixada pelo ídolo Deco, tansferido para o “Barcelona”.Diego tem 1,75 m de altura e pesa 76 kg. Destro, é extremamente ha-bilidoso e posui ótima visão de jogo. Sua primeira partida pela Seleção Brasileira foi um amistoso contra o México, em 30 de abril de 2003, aos dezoito anos..No mesmo ano de sua estréia no futebol português, partiticipou da con-quista da Supertaça de Portugal, com a vitória do clube azul e branco sobre o arquirival Benfica Ainda em 2004, Diego tornou-se Campeão Mundial de Clubes, quando os “Dragões” portugueses, na condição de campeões europeus, derrotaram os colombianos do “Once Caldas” campeões da Copa Libertadores da América, No campeonaro portu-guês, Diego foi Vice-Campeão na temporada 2004/05 e Campeão em 2005/06.Em maio de de 2006, deixou o clube dos “Tripeiros”, transferindo-se para o “Werder Bremen”, da Alemanha. Logo em sua primeira tempora-da no clube verde e branco, Diego conquistou o título da Copa da Liga Alemã e foi considerado o melhor jogador da “Bundesliga” no campe-onato 2006/07. Continuou sendo um dos grandes destaques do time da cidade de Bremen, na temporada 2007/08. Na seguinte, o “Werdwe” chegou à final da Copa da UEFA e ganhou a Copa da Alemanha, der-rotando o “Bayer Leverkusen” por 1x9, sendo o seu gol obtido graças a um passe de Diego.

No final de maio de 2009, ele assinou contrato com a “Juventus” de Tu-rim. Apesar de um início brilhante, Diego defendeu a camisa alvinegra do tradicional clube italiano por pouco mais de um ano, retornando ao futebol alemão em agosto d 2010, para atuar no “Wolfsburg”, da cidade de mesmo nome na Baixa Saxônia. Entretanto, ele teve problemas com o técnico Felix Magath ee acabu sendo emprestado ao “Atlético de Madrid”, em 2011.Pela Seleção Brasileira, Diego foi Campeão da Copa América em 2004 e 2007. Atuou em cinco partidas das Eliminatórias para a Copa doMun-do de 2010, mas não integrou o grupo que foi à África do Sul. Realizou 15 jogos pela Seleção Sub-23, assinalando 6 gols; atuou 33 vezes com a camisa amarela da Seleção Principal e marcou em 4 oportunidades. Rafael Augusto Sóbis do Nascimento nasceu em Erechim (RS), no dia 17 de junho de 1985. Após freqüentar uma escolinha de futebol em sua cidade natal, ingressou nas categorias de base do “Esporte Clube Cru-zeiro” de Porto Alegre. Após cerca de um ano, deixou a capital gaúcha pata para jogar no time juvenil do “Corinthians”, em São Paulo. Retor-nou ao Rio Grande do Sul, oito meses depois, para atuar pelo “Internac-ional’ de Porto Alegre, ainda nas divisões de base.Rafael iniciou sua carreira profissional no colorado gaúcho, em 2004.Sua estréia ocorreu na semifinal do campeonato gaúcho, contra o “Ju-ventude”, e Sóbis marcou um belíssimo gol. Sua fase áurea começou em 2005, quando foi escolhido como jogador revelação do Campe-onato Brasileiro, além de ter sido campeão gaúcho. O auge aconteceu em 2006 na conquista da Copa Libertadores, quando foi peça-chave na campanha vitoriosa do “Inter”.Rafael Sóbis tem 1,72 m e 73 kg. Destro, é um atacante rápido, dotado de forte chute. Ainda em 2006, foi contratado pelo “Real Betis Ba-lompié” da Espanha. No clube de Sevilha, não manteve a regularidade de alto nível do seu futebol, alternando boas atuações e o banco de reservas. Assim, em 2008, transferiu-se para o “Al-Jazira”, nos Emira-dos Árabes. Após dois anos em Abu Dhabi, retornou ao “Internacional” de Porto Alegre, em 2010, por empréstimo. Participou de nova conquis-ta da Libertadores, marcando, de novo, um gol na final.Em julho de 2011, foi contratado pelo “Fluminense” do Rio de Janeiro, também por empréstimo. Estreiou com a camisa tricolor no dia 24 e

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julho, com vitória sobre o “Palmeiras” por 1x0. Seu primeiro gol foi marcado uma semana depois, quando o clube das Laranjeiras derrotou o “Ceará” por 4x0.Pela Seleção Brasileira, Rafael Sóbis disputou 16 jogos com a equipe Sub-20, marcando 4 gols, entre 2004 e 2006; jogou 6 partidas na Sub-23 e assinalou 2 tentos, conquistando a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2008; no time principal, a partir de 2006, atuou em 10 oportunidades,e balançou as redes adversárias 2 vezes.Givanildo Vieira de Souza, mais conhecido como Hulk, nasceu em Campina Grande (Pb), no dia 24 de julho de 1986. Aos doze anos de idade, começou no “Treze”, da sua cidade natal. Logo, seu talento para o fuebol foi descoberto, e o menino foi levado para treinar em diversos clubes de várias cidades. Assim, jogou nas categorias de base do “Vilan-ovense” de Portugal (2001 a 2002); do “São Paulo”, na capital paulista (2002); e do “Vitória”, na capital baiana (2003 a 2004). Iniciou, como lateral esquerdo, sua carreira profissional no rubronegro da Bahia, em 2004. Entretanto, jogou apenas uma partida como titular da equipe prin-cipal e foi emprestado, no princípioo de 2005, ao “Kawasaki Frontale”, do Japão, que, alguns meses depois, adquiriu seus direitos econômicos.Hulk mede 1,78 m e pesa 76 kg. Depois de atuar como lateral esquerdo e meio-campista, ele finalmente passou a jogar como atacante, posição em que se consagrou. Canhoto, tem um chute poderoso e certeiro, mas é sua força física a maior característica do seu jogo, e responsável por seu apelido.Pouco aproveitado no tricolor da cidade de Kawasaki, ele foi em-prestado ao “Consadole Sapporo”, em 2006. Marcou 25 gols no campe-onato da 2ª divisão japonesa, pelo clube da cidade de Sapporo. Chegou a marcar 4 tentos num só jogo, quando o “Consa” goleou o “Shonan Bellmare” por 6x1. Transferiu-se, em 2007, para o “Tokyo Verdy”, en-tão também na 2ª divisão, ainda por empréstimo. Tornou-se o artilheiro da temporada, com 37 gols, entre os quais 3 “hat tricks”, colaborando decisivamente para a volta do clube da capital à elite do futebol japonês. Seu sucesso com a camisa verde fez com que o “Verdy” adquirisse seus direitos econômicos No entanto, após 11 partidas, nas quais maçou 7 gols, em 2008, Hulk transferiu-se para o “Porto”, da cidade de mesmo nome, em Portugal.

Começou como suplente no time azul e branco, mas conseguiu a titularidade depois de marcar seu terceiro gol. Em sua primeira tempo-rada (2008/09) começou a se destacar postivamente, não apenas pelos tentos assinalados, mas, sobretudo, pelas assistências proporcionadas aos companheiros. Destacou-se negativamente, porém, pelas freqüentes expulsões. Em 2009/2010, não foi diferente. Apesar de boas presenças, mais marcantes foram suas ausências, por motivo de suspensão. Sua melhor temporada com os “Dragões” foi a de 2010/11. Marcou 27 gols nos seus 30 primeiros jogos. Foi o artilheiro da Liga Nacional com 23 gols em 26 partidas. Até agora, Hulk participou das seguintes conquistas do FC Porto: Campeonato Português. em 2008/09 e 2010/11; Taça de Portugal, em 2008/09, 2009/10 e 2010/11; Supertaça de Portufal, em 2008/09,2009/10 e 2010/11; e Liga Europa da UEFA, em 2010/11. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil aconteceu em outubro de 2009, para amistosos, sob as ordens do técnico Dunga. Voltou a ser chamado em 2010, após a Copa, e 2011, pelo técnico Mano Menezes. Disputou até agora 13 partidas com a camisa amarela, mar-cando 3 gols. Lucas Pezzini Leiva nasceu em Dourados (MS), no dia 9 de janeiro de 1987. Começou nas categorias de base do “Grêmio em Porto Alegre, no ano de 2002. Iniciou sua carreira profissional no próprio tricolor gaúcho em 2005. Sua estréia ocorreu em 26 de novembro, no memorável jogo. que ficou conhecido como a “Batalha dos Aflitos”, em alusão ao estádio do “Náutico”. O “Grêmio” derrotou o alvirubro do Recife por 1x0 e conquistou o título da Série B, em uma partica épica, na qual teve dois pênaltis contra e terminou com apenas sete homens em campo. Em 2006, já titular e na Série A, Lucas recebeu a Chuteira de Ouro da Revista Placar como o melhor jogador do Brasileirão, no qual seu clube terminou em terceiro lugar, após ter conquistado o título de Campeão Gaúcho. No início de 2007, venceu novamente o campe-onato do Rio Grande do Sul e foi Vice-Campeão da Copa Libertadores. Lucas Leiva é destro, tem 72 kg e 1,79 m. É um volante de boa técnica, que, além de eficaz na marcação, avança com desenvoltura e categoria, marcando gols e fazendo assistências preciosas. Foi contratado pelo “Liverpool” da Inglaterra em maio de 2007.

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Estreiou em 27 de julho do mesmo ano, mas somente após a saída de Xabi Alonso, em 2009, assumiu definitivamente a titularidade na equipe dos “reds”.Na temporada 2010/11, foi eleito, pelos torcedores do clube, como o melhor do time. Com a camisa vermelha, conquistou a Copa da Liga Inglesa 2011/12. Com a Seleção Brasileira Sub-20, em 2007 Lucas foi o capitão da equipe Campeã Sul-Americana da categoria, sendo escolhido como o melor jogador da competição. Ele disputou nove jogos e marcou qua-tro gols. Em 2008, com a Sub-23, jogou três partidas, nas Olimpíadas de Pequim. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira princi-pal foi em 2007, estreiando em um amistoso com a Argélia, no dia 22 de agosto. Participou de alguns jogos das Eliminatórias, mas não foi chamado para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Voltou a ser convocado em julho de 2010, pelo técnico Mano Menezes. Participou da Copa América de 2011.Disputou, até esta data, vinte partidas, com a gloriosa camisa amarela.Ramires Santos do Nascimento nasceu em Barra do Piraí (RJ), no dia 24 de maeço de 1987. Ramires participou da Copa Rio de Janeiro de Futebol Juvenil em 2004, em cujo Grupo VI , disputado em sua cidade natal, o modesto “Central”, de Barra do Piraí, derrotou o “Joinville”, de Santa Catarina, por 3x2, no dia 27 de novembro. Em decorrência do resultado adverso inesperado, o clube catarinense decidiu integrar o jo-vem e promissor jogador adversário ao seu time juvenil. Após atuar, em 2005, na categriaria de base do tricolor, foi guindado à equipe principal, em setembro, como lateral direito. Participou, assim, da campanha do título do Campeonato Catarinense Série A2. Em 2006, foi deslocado para o meio-de-campo, e passou a ser um dos destaques da equipe que conquistou o Campeonato Catarinense Divisão Especial. Transferiu-se, em 2007, para o “Cruzeiro”, de Belo Horizonte. Ramires tem 1,80 m, 64 kg e é destro. Esguio e veloz, é um meio-campista muito habilidoso, que se destaca pela versatilidade, atu-ando como volante ou meia, com muita categoria e classe, em ambas posições.. Com a camisa azul estrelada do clube belorizontino, foi Bi-campeão Mineiro, em 2008 e 2009. No Brasileirão de 2008, foi consid-erado o melhor volante e recebeu a Bola de Prata da Revista Placar.

Em 22 de maio de 2009, partiu para a Europa para defender o “Benfica”, de Lisboa. Com sua camisa encarnada, venceu a Liga Sagres e a “Carlsberg Cup”, ambas na temporada 2009/10. Assinou contrato com o “Chelsea”, de Londres, em 4 de agosto de 2010. Com o uni-forme azul, foi Campeão Inglês (“Premier League”) 2009/10; Vencedor da Copa da Inglaterra, em 2009/10 e 2011/12; e ganhador da “UEFA Champions League” 2011/12. Ramires assinalou o gol que garantiu a classificação dos “Blues”, derrotando o “Barcelona”, no estádio “Camp Nou”. Realizou oito jogos pela Seleção Brasileira Olímpica, em 2008. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil principal aconteceu em 2009, e sua estréia ocorreu na vitória por 4x0, sobre o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Foi Campeão da Copa das Confedrações de 2009.Inicialmente reserva na Copa do Mundo de 2010 passou a titular, devido à contusão de Elano. Após a Copa, foi chamado para atuar no amistoso contra os Estados Unidos, em 10 de agosto de 2010. Ramires disputou, até maio de 2012, vinte e sete partidas com a camisa amarela, e marcou dois gols,David Luiz Moreira Marinho nasceu no dia 22 de abril de 1987, em Di-adema (SP). Começou, aos doze anos, no time infantil do “São Paulo”, na capital paulista, em 1999 Dois anos depois, foi jogar nas categorias de base do “Vitória”, na Bahia.Sua posição inicial era a de volante, mas, somente depois de passar a atuar como zagueiro, foi que veio a se destacar. Assim, em 2005, foi in-corporado ao elenco principal do rubronegro baiano. Disputou a Série C do Campeonato Brasileiro de 2006, colaborando eficazmente para que a equipe de Salvador conquistasse o acesso, graças ao vice-campeonato obtido. Em 2007, jogou apenas algumas poucas partidas do campeonato baiano, aantes de ser cedido, por empréstimo, ao “Benfica”, de PortugalDavid Luiz mede 1,89 m e pesa 84 kg. Ambidesro, é um zagueiro seg-uro, de bons recursos técnicos, muito eficaz, tanto no jogo rasteiro como nas bolas altas.Etreiou com a camisa vermelha do clube de Lisboa contra o “Paris Saint Germain”., pela Copa UEFA, em Paris. Em maio de 2007, o clube por-tuguês adquiriu os seus direitos econômicos. David teve sua temporada 2007/08 prejudicada por uma lesão sofrida em agosto de 2007 e outra

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contusão ocorrida no fim de janeiro de 2008. Em 2009/10, porém, ele participou de 49 partidas das 51 disputadas pelo “Benfica” e foi eleito o melhor jogador de Portugal nda temporada, além de se sagrar Campeão Português. Continuou a ser um dos destaques benfiquistas na tempo-rada seguinte, até se transferir, no início de 2011, para o “Chelsea”, de Londres.Sua estréia com a camisa azul do clube inglês, contra o “Liverpool”, ac-onteceu em fevereiro. Nas duas partidas esguintes, foi escolhido como o melhor em campo, o que voltou a ocorrer no seu qunto jogo, e lhe valeu o prêmio de “Jogador do Mês” da Liga Inglesa.David Luiz integrou a Seleção Brasileitra Sub-20, que disputou o Mun-dial da categoria, em 2007, participando de duas partidas. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil, principal, ocorreu em 2010, após a Copa do Mundo. Disputou, até ágora, 11jogos, incluindo a Copa Amé-rica de 2011. Marcelo da Silva Santos Júnior nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de maio de 1988. Em 2002, começou em Xerém, onde o “Fluminense” tem o centro de treinamento das categorias de base. Iniciou a carreira profis-sional no tricolor das Laranjeiras, em 2005.Foi considerado o melhor jogaador da sua posição, no Campeonato Brasileiro de 2006.Marcelo mede 1,74 m e pesa 73 kg. Canhoto, é um lateral esquerdo de enorme habilidade. É muito bom na marcação e excelente no apoio ao ataque.Versátil, já comprovou sua competência como meia armador, também.Foi contratado pelo “Real Madrid” em 2007. Foi Campeão Espanhol nas temporadas 2006/07 e 2007/08; venceu a Supercopa da Espanha, em 2008; e ganhou a Copa do Rei, 2010/11.Marcelo disputou 6 partidas, marcando 1 gol, pela Seleção Brasileira Sub-23, em 2008, conqistando a medalha de bronze, nas Olimpíadas. A partir de 2006, jogou 6 vezes, assinalando 1 tento, com a Seleção do Brasil principal (até17 de maio de 2011).Anderson Vital da Silva, mais conhecido como Dedé, nasceu em 1º de julho de 1988, na cidade de Volta Redonda (RJ). Começou a jogar na sua cidade natal, em 2002, na “Sociedade Esportiva Aliança” , passando para as divisões de base do “Volta Redonda”, em 2005. Profissional-izou-se no próprio “Voltaço” em 2008, ano em que chegou a disputar

dezesseis jogos do campeonato estadual e marcou três gols. No ano seguinte, vestiu a camisa amarela e preta do clube da Cidade do Aço em cem jogos, nos quais assinalou treze tentos. Suas boas atuações despert-aram o interesse do “Vasco da Gama”, que o contratou, ainda em 2009.Dedé é destro, e tem 1,92 m e 88 kg. Zagueiro altamente técnico, atua pela direita com muita segurança nas bolas aéreas e categoria no jogo rasteiro, e ainda ataca com eficácia.Embora sem ter tido muitas oportunidades no time cruzmaltino princi-pal, em 2009, participou da campanha vitoriosa na Série B.Titular ab-soluto em 2010, após as quartas-de-final da Copa do Brasil, teve ótimo desempenho no Brasileirão.Em 2011, foi considerado o melhor zagueiro pela direita do Campeonato Carioca, e foi um dos mais importantes jogadores na campanha vascaína que culminou com a conquista da Copa do Brasil, tornando-se definitivamente um grande ídolo da torcida.Dedé, convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 2011, dsputou duas partidas com a gloriosa camisa amarela.José Paulo Bezerra Maciel Junior, mais conhecido como Paulinho, é paulistano, nascido em 25 de julho de 1988. Começou a jogar futsal na “, em “Portuguesa”, em 2004. Seu inívio no futebol de campo ocor-reu em 2006, nas divisões inferiores do “Pão de Açúcar”. No mesmo ano, antes de completar 18 anos, transferiu-se para o “FC Vilnius”, da Lituânia. Foi para o “Lódz” da Polônia, em 2007. Retornou ao “Pão de Açúcar”, em 2008, disputando a quarta divisão do Campeonato Pau-lista. De 2009 a 2010, atuou pelo “Bragantino”, na Série B do Campe-onato Brasileiro.Paulinho é destro, mede 1,82 e é um volante de bons recursos técnicos, chegando ao ataque com facilidade.Em 2010 foi cedido, inicialmente por empréstimo, ao Cornthians. Principiou, então, uma fase auspiciosa, sendo Campeão Brasileiro em 2011 e recebeu o prêmio de melhor volante do certame. Disputou seu primeiro jogo pela Seleção Brasileira em setembro de 2011, partici-pando da conquista do título do Superclássico das Américas (contra a Seleção Argentina). Em 2012, venceu a Copa Santander Libertadores e o Campeonato Mundial de Clubes, além de ter bisado a vitória, com a Seleção do Brasil, no Superclássico das Américas.Sandro Ranieri Guimarães Cordeiro é mineiro de Riachinho, nascido

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em 15 de março de 1989. Começou nas categorias de base do “Internac-ional”, de Porto Alegre, em 2005. Foi promovido ao elenco principal em 2008.Sandro é destro, tem 1,87 m e 75 kg. É um volante de bons recursos técnicos e de grande eficácia na marcação.Embora reserva, foi inscrito para a disputa da Copa Sul-Americana de 2008, devido a uma contusão do zagueiro Sorondo. Tornou-se titular da equipe colorada em 2009. Com o”Inter”, foi Campeão Gaúcho, em 2008 e 2009; da Copa Sul-Americana, em2008;e da Copa Libertadores, em 2010.Transferiu-se para o “Tottenham Hotspur” em 2010. Sua estréia na equipe londrina aconteceu em 21 de setembro de 2010.Sandro foi o capitão da Seleção Brasileira Sub-20, que conquistou o Campeonato Sul-Americano da categoria, em 2009. Jogou oito partidas e marcou um gol. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil principal aconteceu em agosto de 2009, por ocasião das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Voltou a ser chamado em 2010, após a Copa. Integrou a equipe na Copa América 2011, mas foi cortado, no meio do certame, por contusão. Disputou, até abril de 2011, dez jogos com a camisa amarela, assinalando um gol.Leandro Damião da Silva dos Santos é paranaense de Jardim Alegre, nascido em 22 de julho de 1989. Começou a jogar futebol na várzea de São Paulo. A partir de 2006, passou a fzer testes nos grandes clubes da capital paulista, sem sucesso. Finalmente, foi aprovado no “Clube Atlético Hermann Aichinger’ da cidade de Ibirama, em Santa Catarina, mais conhecido como “Atlético Ibirama”, em 2007. Após contratado, Leandro Damião foi emprestado a clubes catarinenses ainda menores (“Marcílio Dias”, de Itajaí, e “Atlético Tubarão”, da cidade de mesmo nome), nos quais jogou em 2008. De volta à Ibirama, marcou 12 gols no campeonato catarinense de 2009, despontando como centroavante promissor.Leandro Damião tem 1,87 m, 84 kg e é destro . Centroavante típico, finaliza muito bem e joga com muita raça e valentia.Transferiu-se para o “Internacional” de Porto Alegre, no mesmo ano, onde, de início, foi incorporado às categorias de base, para aprimorar os fundamentos básicos, uma vez que ele saiu da várzea direto para uma

equipe profissional. Já no elenco principal, Damião entrou em campo no decorrer do segundo jogo da final da Copa Libertadores, contra o “Chivas Guadalajara” e marcou um gol, colaborando para a conquista do título, em 2010. A condição de titular da camisa colorada nº 9 veio, apenas, em 2011.Foi, então, campeão, melhor jogador e artilheiro do Campeonato Gaúcho com 17 gols em 13 jogos. Em 24 de agosto de 2011, conquistou a Recopa Sul-Americana marcando 2 gols na vitória do “Inter” sobre o “Independiente” da Argentina, por 3x1.Em 21 de março de 2011, foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez. No Superclássico das Américas, contra a Argentina, pro-tagonizou um belo lance, aplicando uma “lambreta” (ou “carretilha”) sobre o zagueiro e finalizndo, por cobertura, na trave. Disputou, até agora, nove partidas com a camisa amarela, assinalando um gol. Alexandre Rodrigues da Silva, mais conhecido como Alexandre Pato, ou apenas Pato nasceu no interior do Paraná, em Pato Branco no dia 2 de setembro de 1989. Começou nas divisões de base do “Internacional” de Porto Alegre, em 2000, ainda com dez anos. Em junho de 2006, embora ele estivesse com apenas dezesseis anos, o “Inter” o inscreveu para a disputa do Campeonato Brasileiro Sub-20. Embora enfrentando adversários até quatro anos mais velhos, Pato (pseudônimo advindo de sua cidade natal) foi o artlheiro e melhor jogador da competição, venci-da pela equipe colorada. No time principal, sua estréia ocorreu em 26 de novembro do mesmo ano. Em seguida, disputou o Mundial de Clubes da FIFA, sagrando-se Campeão, com somente dezessete anos, em 17 de dezembr de 2006, quando o clube gaúcho venceu o Barcelona.Alexandre Pato tem 1,80 m, 78 kg e é destro. Atacante diferenciado, muito habilidoso, tem aguçado “faro de gol”. Em 2007, com a camisa colorada, ganhou o título da Recopa Sul-Amer-icana, em junho. No segundo semestre, passou a vestir a camisa “ros-sonera” do “Milan”, na Itália.Marcou seu primeiro gol pelo novo clube logo em sua estréia, no dia 6 de setembro de 2007, em um amistoso com o “Dínamo” de Kiev, que terminou empatado em 2x2. Assinalou um gol também em sua primeira partida na Série A do “calcio”, em 13 de janeiro de 2008, na vitória, por 5x2 sobre o “Napoli”. Terminou como o segundo artilheiro do time na temporada 2007/08, apesar de só ter jogado a metade da mesma.

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Em 2008/09, quando o “Milan” conseguiu o vice-campeonato, foi o artilheiro da equipe, ao lado do compatriota Kaká.Na temporada seguinte, Pato recebeu o prêmio “Golden Boy”, em dezembro de 2009, conferido pelo jornal italiano “Tuttosport” ao mel-hor jogador, com menos de 21 anos, no futebol europeu. O primeiro semestre de 2010, entretanto, foi marcado por contusões.No primeiro jogo da Serie A na temporada 2010/11, no dia 29 de agosto de 2010, contra o “Lecce”, ele marcou dois gols. Voltou a marcar duas vezes, em outubro, contra o “Chievo”. Em 10 de novembro, enfrentan-do o “Palermo” assinalou, de cabeça, no primeiro tempo; na fase com-plementar, sofreu uma grave contusão, que o afastou dos gramados por quase dois meseso.Voltou a jogar em janeiro de 2011, e no dia 9 marcou dous gols na partida “Milan” 4x4 “Udinese”. Anotou, novamente, dois gols na vitória sobre a “Sampdoria”, válida pela Copa da Itália, em 26 de janeiro de 2011. Embora tenha sofrido várias lesões (março, abril e maio de 2011) que prejudicaram sua condição de titular no ataque “milanista”, Alexandre Pato contribuiu de forma valiosa para a conquis-ta do “Scudetto” de Campeão da Série A, em 2010/11, e da Supercopa da Itália de 2011.Sua trajetória na Seleção Brasileira teve início em 2006, com a equipe sub-18, pela qual atuou quatro vezes e marcou cinco gols, conqui-stando a Copa Sendai, tendo vencido a Seleção Francesa da categoria, na partida final. Em 2007, com a Seleção Sub-20, jogou doze partidas, assinalando oito gols, tendo disputado e vencido o Campeonato Sul-Americano da categoria.. Com a Seleção Olímpica, em 2008 , marcou três gols em doze partidas efetuadas, ganhando a Medalha de Bronze nas Olimpíadas de Pequim.Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil principal aconteceu em janeiro de 2008, e sua estréia ocorreu em março do mesmo ano, jogando com a Suécia. Participou da conquista da Copa das Confed-erações, em 2009. Nã foi chamado para a Copa do Mundo de 2010. Voltou a ser chamado em julho de 2010. Pato realizou, até hoje, vinte e uma partidas e marcou sete gols, com a camisa amarela.Paulo Henrique Chagas de Lima, mais conhecido como Paulo Hen-rique Ganso, é paraense de Ananindeua, nascido em 12 de outubro de 1989. Começou, com apenas sete anos de idade, no futebol de salão

da “Tuna Luso Brasileira”, na capital do seu estado natal. Aos quinze anos, passou a jogar futebol de campo, nas categorias de base do “Paysandu”, também de Belém do Pará. Logo, em 2005, transferiu-se para o “Santos”. Após uma lesão que o afastou dos gramados por seis messes,Ganso passou a ser destaque, a partir de 2007, no campeonato paulista Sub-20. Participou da Copa São Paulo de Futebol Júnior, na qual a equipe santista na fez boa campanha. Suas boas atuações, entre-tanto, o credenciaram ao elenco principal. Paulo Henrique Ganso é canhoto, mede 1,82 m e pesa 78 kg. É um meia-armador com excepcional visão de jogo e precisão nos passes. Em 2009, assumiu definitivamente a titularidade na equipe santista. No ano seguinte, foi Campeão Paulista e da Copa do Brasil, sendo considerado o melhor jogador da competição. Entretanto, em 25 de agosto, sofreu uma entorse no joelho, com ruptura de ligamento,afastando-o dos gram-ados por quase seis meses. Voltou a atuar em 12 de março de 2011, no campeonato paulista, que o “Santos” venceu, novamente Sofreu nova lesão, em 8 de maio, embora nãotão grave quanto a anterior. Embora prejudicado pela contusão, participou da campanha vitoriosa da equipe praiana na Copa Libertadores 2011.Ganso disputou, com a Seleção Brasileira Sub-20, o Campeonato Mun-dial da categoria, em 2009, no Egito, sagrando-se Vice-Campeão. Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil principal ocorreu em 26 de julho de 2010, para um amistoso, contra os Estados Unidos. Par-ticipou, em 2011, da Copa América, na qual o Brasil foi elminado nas quartas-de-final. Assim, como Sub-20, realizou sete jogos, marcando um gol. Com a camisa da Seleção do Brasil principal, a partir de 2010, jogou oito partidas, sem marcar até o momento. .Fábio Pereira da Silva e Rafael Pereira da Silva nasceram em Petrópolis (RJ), no dia 9 de julho de 1990. Os gêmeos começaram nas categorias de base do “Fluminense”, em 2005. Transferiram-se em 2008 para o “Manchester United”, da Inglaterra.Eles têm a mesma altura (1,72 m) e peso (65 kg) e jog25am como laterais. Rafael é lateral direito e Fábio, esquerdo Ambos são destros, mas Fábio, desde o tempo de juvenis no tricolor carioca, passou a atuar pela esquerda e tornou-se ambidestro. Excelentes marcadores, também apóiam com muita eficiência.

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Rafael Silva marcou seu primeiro gol pelos “Diabos Vermelhos”, em 8 de novembro de 2008, ao substituir, nos minutos finais, o ídolo Gary Neville, em jogo da ‘Premier League”, contra o “Arsenal”. Em 21 de dezembro de 2008, jogou a final do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA, vencendo a “LDU” e sagrando-se Campeão. A seguir, foi Campeão Inglês (“Premier League”) em 2008/09 e 2010/11; venccedor da Supercopa da Inglaterra, em 2008 e 2011; e ganhador da Copa da Inglaterra, na temporada 2009/10.Rafael disputou doze jogos pela Seleção Brasileira Sub-17, em 2007, quando ainda atuava pelo “Fluminense”. Foi convocado para a Seleção do Brasil principal, pela primeira vez, em julho de 2010. Realizou, até agora, duas partodas, com a camisa amarela.Embora tenha participado das campanhas vitoriosas, conquistando os títulos da Copa da Inglaterra (2009/10) e do Campeonato Inglês (2010/11), Fábio Silva não teve muitas outras oportunidades no time titular do “Manchester United”, motivo pelo qual foi emprestado, em 2012, ao “Queens Park Rangers”, de Shepherd’s Bush, nos arredores de Londres. Fábio jogou treze paridas, marcando dez gols, pela Seleção Brasileira Sub-17, quando atuava nas categrias de base do tricolor carioca, em 2007. Foi o capitão e artilheiro (apesar de ser lateral) da equipe brasilira no Campeonato Mundial Sub-17. Em maio de 2012, foi chamado, pela primeira vez, para a Seleção do Brasil principal. Até o presente, vestiu a camisa amarela em duas partidas,Rômulo Borges Monteiro nasceu em Picos (PI), no dia 19 de setembro de 1990. Começou no juvenil do “Porto de Caruaru”, em 2005. Passou, no ano seguinte, para o time de juniores do clube do agreste pernambu-cano, onde permaneceu até 2009, quando se transferiu para o “Vasco da Gama”, no Rio de Janeiro.Rômulo tem 1,84 m, 80 kg e é destro. Muito bom no jogo aéreo, é um volante cuja principal característica é a forte marcação.Estreiou na equipe principal do “Vasco” em 30 de junho de 2010. Par-ticipou, com eficácia, da conquista da Copa do Brasil de 2011.Sua primeira convocação para a Seleção do Brasil aconteceu em se-tembro de 2011. Foi vencedor do Superclássico contra a Argentina, no mesmo ano. Até junho de 2012, disputou cinco partidas e marcou um

gol, com a camisa amarela.Em 28 de junho de 2012, Rômulo transferiu-se para o “Spartak Mos-cou”, da Rússia.Oscar dos Santos Emboaba Júnior nasceu em 9 de setembo de 1991, na cidade de Americana (SP). Começou nas categorias de base do “São Paulo”, em 2004. Foi incorporado ao elenco principal em 2008, e participou da conquista do título do Campeonato Brasileiro, no mesmo ano. Ainda vestiu a camisa tricolor durante 2009, mas, no final do ano, deixou o clube do Morumbi, por via judicial.Oscar mede 1,79 m, pesa 68 kg, e é destro. É um meia de habilidade excepcional, velocidade extraordinária e excelente visão de jogo. Foi contratado pelo “Internacional” de Porto Alegre, em junho de 2012. Inicialmente, não foi aproveitado no time principal, mas, na equipe Sub-23, sagrando-se campeão brasileiro da categoria. Ainda em 2010, passou para o elenco principal, disputando a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, em Abu Dhabi. Em 2011, já titular absoluto, conquisou o título de Campeão Gaúcho e a Recopa Sul-Americana. Com a Seleção Brasileira Sub-23, foi Campeão Sul-Americano da cat-egoria, em 2011. Conquistou, também, o Campeonato Mundial Sub-23, realizando o feito inédito de marcar três gols, na partida final, contra Portugal. Em setembro do mesmo ano, recebeu sua primeira convo-cação para a Seleção do Brasil, principal. Disputou, até julho de 2012, seis partidas, marcando um gol.Presentemente, está em curso a transferência de Oscar para o “Chelsea”, de Londres. Neymar da Silva Santos Júnior nasceu em Mogi das Cruzes (SP), no dia 5 de fevereiro de 1992. Começou em 2003, aos onze anos, no “Santos”. Estreiou na equipe principal em 7 de março de 2009, com 17 anos. Marcou o primeiro gol de sua carreira profissional em 15 de março do mesmo ano, na vitória do time santista sobre o “Mogi Mirim”, pelo Campeonato Paulista. Foi considerado a revelação do Campeonato Bra-sileiro de 2009, apesar do 12º lugar obtido pelo “Santos”.Neymar é destro, mede 1,74 m e pesa 64 kg. É um atacante diferencia-do, de talento realmente excepcional, que, em pouco tempo, tornou-se o maior ícone do atual futebol brasileiro.A equipe praiana, apelidada de “Meninos da Vila”, conquistou o título

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do Campeonato Paulista de 2010, com excelentes atuações e gols deci-sivos do seu maior craque. Na Copa do Brasil de 2010, também vencida pelo clube da Vila Belmiro, Neymar foi o arilheiro com onze gols, tendo marcado cinco, na vitória sobre o “Guarani”, por 8x1.Em 2011, o “Santos” voltou a ser Campeão Paulista,ao vencer o “Cor-inthians” no jogo decisivo, por 2x1, com um gol dele. O mesmo ocorreu na Copa Libertadores, na qual o “Peixe” venceu a competição derro-tando o “Peñarol”, na última partida por 2x1, sendo de sua autoria um dos gols.Neymar participou da Seleção Brasileira que realizou uma campanha pífia no Mundial Sub-17 de 2009. Disputou três jogos (uma vitória e duas derrotas) e marcou um gol. Com a Seleção Sub-20, em 2011, jogou sete partidas, assinalando nove gols, sendo quatro na vitória de 4x2 sobre o Paraguai. Foi o aritlheiro do Campeonato Sul-Americano da categoria, cuja conquista garantiu ao Brasil sua participação nas Olimpíadas de 2012.Sua primeira convocação para a Seleção Principal aconteceu em julho de 2010, após a Copa do Mundo. Até setembro de 2011, disputou doze jogos e marcou seis gols, com a camisa amarela, incluindo as partidas da Copa América de 2011.Wellington Silva Sanches Aguiar, mais conhecido como Wellington Nem nasceu em 6 de fevereiro de 1992, na cidade do Rio de Janeiro. Começou, em 2002, aos dez anos de idade,nas divisões de base do “América”, em sua cidade natal. Transferiu-se, aos treze anos, para o “Fluminense”. Formou-se nas categorias de base do tricolor, entre 2005 e 2011. Profissionalizou-se, em 2911, no clube das Laranjeiras, e foi emprestado ao “Figueirense”, de Florianópolis, para ganhar experiên-cia. Disputou o Brasileirão de 2011 pelo alvinegro catarinense, sendo um dos destaques da equipe, marcando nove gols e proporcionando inúmeras assistências. Foi considerado como o craque revelação do certame e retornou ao “Fluminense”, ainda em 2011.Wellington Nem tem 1,65 de altura, pesa 72 kg e e canhoto. Extrema-mente veloz, é um meia de ligação que atua com a mesma desenvoltura como atacante. Com seu drible fácil, pratica um futebol rápido e envol-vente.De novo com a camisa das três cores, conquistou o título de Campeão

Carioca 2012; e vem fazendo boas apresentações no Campeonato Bra-sileiro em andamento.Wellington Nem disputou três jogos, marcando um gol pela Seleção Brasileira Sub-17, em 2009. No ano d 2012, já realizou trÊs partidas com a camisa amarela da Seleção do Brasil principal. Lucas Rodrigues Moura da Silva nasceu em 13 de agosto de 1992, na cidade de São Paulo. Após praticar futebol na escolinha do ex-jogador Marcelinho em Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo, Lu-cas, com apenas sete anos, foi jogar nas divisões de base do “Juventus”, no bairro da Moóca, em sua cidade natal., Depois de três anos com a camisa grenáf, transferiu-se, aos dez anos, para o “Corinthians’, onde ficou mais três anos. Finalmente, em 2005, com treze anos, passou a atuar nas categorias de base do “São Paulo”.Após ser Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, na qual se destacou, em 2010, Lucas Moura foi guindado ao elenco principal em agosto do mesmo ano. Lucas mede 1,72 m e é destro. É um meia extremamente habilidoso e veloz, que pratica um futebol vistoso, porém produtivo.Embora não tenha sido titular de imediato, na equipe profissional do tricolor do Morumbi, passou a ser um dos maiores destaques do time, pouco depois de assumir a titularidade. Em 2010, disputou onze jogos pela Seleção Brasileira Sub-19, mar-cando dez gols. Com a Seleção Sub-20, jogou nove partidas e assinalou quatro tentos. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira princi-pal aconteceu em 3 de março de 2011 Estreiou em um amistoso contra a Escócia, entrando aos 30 min do segundo tempo. Participou, até hoje, de quinze partidas, nas quais marcou apenas um gol.

FINAL DOS TRABAHOS

No dia 12 de agosto de 2012, os nossos heróis idosos reuniram-se em uma grande confraternização para festejar o término dos trabalhos de elaboração da “HISTÒRIA DO FUTEBOL AO REDOR DO MUNDO”. Aproveitando o ensejo do “Dia dos Pais”, Roberto Mauro decidiu oferecer um churrasco em sua nova residência na QI 27 do Lago Sul.

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Contando as esposas, filhos e netos residentes em Brasília, reuniram-se cerca de sessenta pessoas em mesinhas ao redor da piscina.Apesar da algazarra das crianças e do “brouhaha” das mulheres, dis-cutindo as peripécias da Nina e da Carminha na novela das oito (que só começa depois das nove), os velhos amigos conseguiram se reunir em um canto sossegado para discutir e aprovar o último capítulo.Apesar da participação dedicada de todos, a elaboração da história do futebol brasileiro na última década considerada foi prejudicada, em termos de prazos, mas não em qualidade, pelos problemas de saúde dos nossos redatores. Cristiano sofreu uma piora na sua fibrose pulmonar (fruto do escesso de cigarros, em sua juventude), tendo sido acometido de uma pneumonia que o obrigou a ser internado no Hospital Brasília; Brian, em uma simples caminhada matinal, sofreu uma ruptura do tendão de Aquiles do pé direito, havendo a necessidade de uma cirurgia de emergência, realizada no Hospital Santa Helena, na Asa Norte; Pedro Paulo também foi submetido a uma operação ortopédica no Hospital Sarah, para a implantação de uma prótese no quadril direito, pois a cartilagem entre o fêmur e o ilíaco estava por demais desgastada; e, finalmente, Roberto Mauro submeteu-se a uma cirurgia simples para a implantação de uma lente intraocular que foi mal sucedida, e ele ficou completamente cego do seu olho direito, que era, até então, o de melhor visão. Assim decrreram-se quase onze meses, desde a reunião do dia 20 de setembro de 2011, até a distribuição, para todos os integrantes do grupo, dos últimos relatos, há dois dias atrás. Como anfitrião da reunião, Roberto abriu a discussão, indagando: Todos tiveram oprtunidade de analisar os textos?Sim, respondeu Pedro Paulo, e proponho a aprovação, “In totum”, por aclamação.Todos aceitaram a sugestão e texto foi aprovado, com aplausos.A conversa passou a girar sobre assuntos de futebol recentes, após 2010, e não abordados, portanto. Comentou-se a conquista da Libertadores pelo “Co.rinthians”; a ioa de Oscar para o “Chelsea”; a de Lucas Moura para o “Paris Saint Ger-main”; a permanência de Neymar no “Santos” e a vinda de Seedorf para o “Botafogo”

A participção da Seleção Olímpica no toneio de futebol doss Jogos de Londres foi comentada, assim como outrios assuntos esportivos: a medalha de ouro do ginasta Artur Zanetti; a dramática vitória do Brasil contra a Rússia, no vôlei feminino; o desempenho do César Cielo, além de outros temas palpitantes, como a Copa do Mundo de 2014 e as Ol-impíadas de 2016, no Rio.Depois de muito tempo jogando conversa fora, os nossos heróis foram se deliciar com a maminha, a picnha, a costeleta de porco, além, é claro, de muita cerveja.

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BIBLIOGRAFIA

Esta obra é fruto da Internet. As informações, em sua maioria, foram colhidas da Wikipédia e confirmadas em sites oficiais de clubes, feder-ações e confederações nacionais, e da FIFA, ou dos próprios jogadores.Foram utilizadas, também as seguintes fontes:I - LIVROS1 - “Annuario Illustrato della Serie A”- Rodolfo Machado Moura _ AG Book2 - As Incríveis Histórias do Futebol – Roberto Avallone – Tipo Editora3 - Craques do Futebol – Bernard Molino (prefácio: Milton Neves) - Larousse4 - O futebol explica o Brasil – Marcos Guterman – Esitora Contexto5 - 11 gols de placa – André Risek, Diogo Olivier Mello, Fernando Rodrigues, João Máximo, Juca Kfouri, Leonardo Mendes Júnior, Mar-ceu Vieira, Marco Senna, Marcos Penido, Mário Magalhães, Michel Laurence, Sérgio Rangel e Fernando Molica (org.) – ABRAJI – Editora Record6 - O Último Homem da Defesa – Antônio Teixeira Rocha – Editar Editora Associada Ltda7 - Os 100 melhores jogadores brasileiros de todos os tempos – André Kfouri e Paulo V. Coelho – Ediouro – ESPN8 - Por que não desisto – Juca Kfouri (organização e notas: Márcio Kroehn) – Disal Editora9 - Taça de Prata de 1970 – Roberto Sander – Maquinária Editora

II- REVISTAS1 - “Don Balón” – Espanha (Barcelona), extinta;2 -“Four Four Two” – Inglaterra;3 - “France Football” – França;4 - “Guerin Sportivo” – Itália;5 - “Kicker” - Alemanha6 - Placar – Brasil;7 - “World Soccer” – InglaterraIII - JORNAIS1 - A Tarde – Salvador;

2 - Correio Braziliense – Brasília;3 - Correio da Manhã- Rio de Janeiro, extinto;4 - Diário de Minas – Belo Horizonte;5 - Diário de Notícias – Rio de Janeiro, extinto;6 - Diário de Pernambuco – Recife;7 - “El País” – Montevidéu;8 - Folha de São Paulo- S. Paulo:9 - Gazeta Esportiva – S. Paulo;10 - Jornal de Brasília – Brasília;11 - Jornal dos Sports – Rio de Janeiro, extinto;12 - “La Marca” – Madrid;13 - Lance – Rio de Janeiro;14 - O Estado de São Paulo – S. Paulo;15 - O Globo - Rio de Janeiro;16 - “Olé” – Buenos Aires17 - Zero Hora – Porto Alegre.

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