Futebol Feminino: Portugal já conhece os adversários do Euro 2017

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Artigo de Opinião

Futebol Feminino – Euro 2017: Portugal já conhece os adversários do Europeu da HolandaBreve reflexão acerca da evolução do futebol feminino em Portugal

Após ter alcançado pela primeira vez uma fase final de uma grande competição de seleções a nível internacional, a seleção portuguesa de futebol feminino conheceu hoje (08-11-2016) os adversários do Euro 2017 a realizar na Holanda em Julho do próximo ano. Integrando o Grupo D, a seleção das Quinas, irá defrontar a “vizinha” Espanha, atual 14ª classificada do ranking da FIFA, bem como as sempre poderosas seleções pertencentes ao Reino Unido – Escócia (21ª) e Inglaterra (6ª) – países onde “as senhoras tratam a bola por tu” há já largos anos.

É inegável o feito histórico e heroico, festejado de forma efusiva por atletas, equipa técnica, estrutura da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), adeptos, portugueses, entre outros, aquando do empate conseguido na Roménia a uma bola na 2ª mão do playoff de acesso ao Euro 2017. Este facto é ainda mais notório quando verificamos que a seleção portuguesa ocupa atualmente a 38ª posição do ranking, sendo mesmo a seleção que irá estar presente na prova com o ranking mais baixo.

Contudo, importa realçar o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos pela estrutura federativa liderada por Fernando Gomes no sentido de impulsionar o futebol feminino para patamares de qualidade superiores no nosso país.

Vários foram os fatores que contribuíram para esta enorme evolução da performance das atletas portuguesas. Por exemplo, a nível desportivo, a criação da Algarve Women’s Football Cup, que ocorre desde 1994, foi o primeiro passo dado para a incrementar a competitividade internacional das jogadoras da seleção nacional. Com a presença de seleções poderosas e bem posicionadas no ranking da FIFA, esta competição tem sido revestida de um incremento do equilíbrio entre as seleções participantes de edição para edição, inclusive a seleção portuguesa. Desde então, várias decisões fulcrais têm sido base do sucesso notório das jogadoras nacionais, destacando-se, por ordem cronológica:

A “emigração” das jogadoras portuguesas para campeonatos mais competitivos, comprovando desta forma que a qualidade individual existe. Precisa é de ser potenciada e desenvolvida;

O aproveitamento e integração da prof. Mónica Jorge na estrutura da FPF para o futebol feminino (ex-internacional portuguesa com conhecimento profundo da modalidade e seguramente com uma sensibilidade diferente nesta matéria);

O reajustamento dos formatos competitivos das competições nacionais; Mais recentemente, o convite para a criação de equipas femininas por parte dos clubes portugueses com

maior representatividade no panorama do futebol masculino (Sporting CP e o SP. Braga aceitaram) para integrarem o Campeonato Nacional.

No entanto, nada disto teria sido possível sem uma intervenção estratégica de fundo e gradual na modalidade que resultou na elaboração de um “Plano Estratégico de Desenvolvimento do Futebol Feminino” apresentado oficialmente em 2015 pela FPF. Este instrumento teve um peso enorme na tomada de decisão estratégica por parte da FPF e foi desenvolvido em conjunto com a Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), no qual tive o prazer de participar ativamente numa vertente de tratamento de dados estatísticos. Para a formulação dos objetivos estratégicos foram tidas em consideração as opiniões dos agentes principais da modalidade, tanto a nível nacional como internacional, nomeadamente: jogadoras, treinadores/as, dirigentes, árbitros, entre outros.

Em suma, este é o caminho a seguir e estão aí os primeiros frutos colhidos! Poderá a seleção causar impacto no Euro?!