Futebol Portugal Magazine # 3

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PONTOS PERDIDOS #3 www.futebolportugal.clix.pt CHAMPIONS LEAGUE - DOMINGO NEGRO PARA OS CAMPEÕES - LIGA ZON SAGRES 24/09/13

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Fim-de-semana dos 3 grandes, análise à Liga dos Campeões, jogadores míticos

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PONTOS PERDIDOS

#3www.futebolportugal.clix.pt

CHAMPIONS LEAGUE - DOMINGO NEGRO PARA OS CAMPEÕES - LIGA ZON SAGRES

24/09/13

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FUTEBOL PORTUGAL MAGAZINE

VISÃO SOCIAL

TWEETS DA SEMANA

@d20fernandes

@antonioj

@niltoncomedy

@omalestafeito

“Agora o Sporting vai a Braga: começa o campeonato para os leões”

“O que estava a faltar era mais qualidade de pos-se de bola e passe no meio campo. Por isso a en-trar alguém seria o Vitor... mas pronto”

“Apanhei agora mesmo uma operação Stop. Disse ao Polícia que trazia o Jorge Jesus no carro e mandaram-me seguir. “

“O Paulo Fonseca vai ter que bater num polícia para reconquistar a massa adepta”

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21/04/2012

POSTS DA SEMANA

Juanfer Quintero

Andres Iniesta

“A minha melhor amiga”

“Mais uma vitória, Terça há mais. Agora rumo a Barcelona, um abraço a todos”

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O início da noite no Estoril estava bem quente e assim ficou durante a duração da partida. No jogo em que o líder do

campeonato perdeu os primeiros pontos da época, o Estoril demonstrou porque tem estatuto europeu, um ano depois da subida ao escalão principal do futebol português.

Licá marca à antiga equipa

Os primeiros quinzes minutos da partida foram bastante divididos. Lances confusos, perdas de bola e só aos cinco minutos, o primeiro borrifo de futebol. Lucho apareceu em jogo com dois excelentes remates. Das duas vezes Vágner resolveu com maior ou menor dificuldade. Na resposta, um lance confuso criado pela equipa do Estoril na área do FC Porto quase dava golo. O argentino Otamendi foi o mais esclarecido e limpou a jogada. O mesmo Otamendi foi protagonista de um dos lances polémicos deste jogo. Nas imagens televisivas, fica toda a ideia que o argentino travou em falta Luís Leal, quando o mesmo seguia para a baliza do FC Porto só com Hélton pela frente. Rui Silva, árbitro da partida, nada assinalou. O jogo continuou disputado mas não muito bem

DRAGÕESPERDEM PONTOS

VISÃO AZUL

JOÃO MIRANDAFOTO: DPI.PT

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jogado. Aos 20 minutos, Lucho González isola Jackson Martinez mas o internacional colombiano não consegue controlar a bola, deixando a bola escapar. Por esta altura, o FC Porto mostrava um futebol lento e o Estoril adoptava uma postura mais expectante. Mas aos 26 minutos surge o primeiro golo da partida. Licá, que representou o Estoril na época passada, aproveitou uma falha enorme de Babanco e marcou para o FC Porto, depois de um passe de Silvestre Varela. O internacional português não festejou o golo, no seu regresso ao António Coimbra da Mota.

Penalti mal assinalado deu empate

Porém, a resposta do Estoril não tardou. Num livre marcado por Evandro, o central Bruno Miguel enviou a bola ao poste da baliza de Hélton, depois de um bom cabeceamento. E ao minuto 34 surge outro caso do jogo. Otamendi faz falta à entrada da área mas Rui Silva marca grande penalidade depois de consultar o seu auxiliar. Sem culpa do erro de arbitragem, Evandro avança confiante e bate sem dificuldade Hélton, tirando a vantagem no marcador ao FC Porto. Até ao final da primeira parte, o jogo tornou-se mais duro, com faltas sucessivas. Ao minuto 44, numa das raras incursões do FC Porto pelos corredores, Varela cruza ao segundo poste onde aparece Fernando que cabeceia para uma boa defesa de Vágner. Contudo o lance é bem anulado pelo árbitro, já que Fernando faz falta na grande área do Estoril.

Segunda parte – mais um de Jackson

A segunda parte começa com um FC Porto um pouco mais solto e a apostar mais na profundidade e na largura da sua equipa, com Danilo a ser um elemento mais interventivo nos movimentos atacantes da equipa azul e branca. Lucho González aparecia mais solto e aparentava uma maior frescura física quando comparado a outro dos seus colegas. Perto do primeiro quarto de hora, Luís Leal remata com perigo, com a bola a sair perto do poste da baliza de Hélton. Nesta altura, a equipa do FC Porto apresentava uma postura mais atacante e o Estoril apostava mais em lances rápidos em contra-ataque. Mas foi o FC Porto que se colocou à frente do marcador pela segunda vez. Depois de um grande passe de Lucho, Jackson Martinez bate Vágner sem grandes dificuldades, estavam decorridos 66 minutos da partida. Logo de seguida, a equipa azul e branca poderia ter acabado com as aspirações do Estoril mas Varela falha de forma escandalosa o terceiro golo, depois de mais um grande passe de Lucho González.

Luís Leal empata novamente

O FC Porto começa a controlar mais o jogo e foi o Estoril a primeira equipa a mexer. Aos 70 minutos, Marco Silva mexe pela primeira vez, fazendo entrar Filipe Gonçalves e Balboa, que se mostraria fundamental no lance do empate. Ainda antes do golo, Paulo Fonseca também mexe na equipa, fazendo entrar Quintero para a saída de Varela. E quase de seguida, o golo do Estoril. Muito perto dos 80 minutos de jogo, Javier Balboa arranca pela

direita, cruza ao segundo poste para Sebá que assiste Luís Leal para o segundo golo do Estoril. Mais uma vez, a equipa de arbitragem está em foco, pois surgem muitas dúvidas quanto ao posicionamento de Luís Leal, na altura do passe de Sebá. Porém, as imagens televisivas não são esclarecedoras quanto ao posicionamento de Mangala. Ainda assim, o Estoril quase marcava novamente por Luís Leal, depois de um contra-ataque venenoso. Hélton mostrou-se seguro na defesa portista. O jogo estava partido e desta vez era Jackson que rematava de forma perigosa. Já com Ricardo em campo, o FC Porto vive um momento de aflição quando Mangala falha infantilmente mas Luís Leal falha o terceiro golo do Estoril. Até ao final do jogo, nota para um grande remate de Alex Sandro para uma não menos boa defesa de Vágner.Depois da difícil deslocação ao António Coimbra da Mota, o FC Porto mantém-se em primeiro lugar, a um ponto do SP. Braga e a dois do Sporting. Já o Benfica recupera dois pontos e surge em quarto lugar, a três pontos dos tricampeões nacionais.

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Sentei-me no meu lugar no Estádio de Alvalade convencido – tal como a maioria dos mais de 30 mil ali

presentes – que o bom momento de forma do nosso Sporting fosse mais do que suficiente para derrotar o Rio Ave, uma equipa que ultimamente se habituou a nos roubar pontos e paciência. Esta aura que iluminava a equipa de Leonardo Jardim levou muitos a, conscientemente ou não, colocar o Sporting no rol de candidatos ao título, um estatuto que - tal como no caso do seu último presidente – procurava-se expulsar de Alvalade a todo o custo.

Se na semana passada afirmei que esta súbita tentativa de “renascimento” do Sporting enquanto possível campeão nacional provavelmente não passaria disso mesmo, a verdade é que a euforia adjacente a esta prematura e insustentada condição (só se tinham jogado 4 jornadas) acabou por influenciar a equipa. Entrámos em campo pensando que a vitória era um dado adquirido, tal como um herói de uma tragédia grega que, movido pelo seu sentimento de húbris, se acha acima de qualquer ser humano ou divino. Trata-se de um sentimento de soberba pelo qual todos

ÉDIPO E DORES DE CRESCIMENTO

VISÃO VERDE

FRANCISCO FERREIRA GOMESFOTO: DPI.PT

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já passámos, em maior ou menor grau, e que caracteriza também personagens trágicas como Creonte ou Édipo…mas de Carlos Xistra falaremos depois.

“Foi preciso o golo do empate para o Sporting tentar fazer em menos de 20 minutos aquilo que devia ter feito desde o início: ser agressivo e rápido sobre a bola.”

Perante uma Rio Ave bem organizado, os nossos leões tinham sérias dificuldades em pôr em prática o seu jogo, esbarrando num meio-campo vila-condense muito povoado. Esta situação levou o Sporting a recorrer a passes longos, situação reminiscente de tempos passados onde o lançamento longo era recurso praticamente exclusivo da dinâmica ofensiva da equipa, e onde a construção de jogo era praticamente nula. Nuno Espírito Santo montara uma equipa que obrigava os leões a cortarem a ligação de jogo por meio de Adrien e André Martins, obrigando Maurício e Dier a lançar bolas longas à procura da inspiração dos avançados.

Curiosamente foi num desses passes de cinquenta metros que chegámos ao golo; um passe da defesa, uma má saída de Salin e o oportunismo do Wilson Eduardo chegaram para fazer o 1-0. “O mais difícil está feito”, pensava eu, antevendo que o golo tivesse o condão de empurrar a equipa para uma exibição mais coerente com as recentes… nem sequer formava na minha cabeça a concepção de um resultado que não fosse a vitória.Todavia, e ao contrário do que se esperava, o golo apenas alterou os números no resultado; de resto a situação manteve-se: o Sporting continuava lento e sem soluções, enquanto que o Rio Ave permanecia bem fechado, procurando alguns lances de bola parada para incomodar Rui Patrício. Perante este cenário, o intervalo poderia ser aquilo que o Sporting precisava para ajustar a dinâmica e principalmente a atitude dos jogadores perante o jogo.

“[…] Carlos Xistra entrou em cena para representar o papel de Édipo-Rei e simplesmente não viu. De facto é preciso mesmo arrancar os olhos das órbitas para não ver algo que se passa mesmo à nossa frente.”

Contudo, e como se costuma dizer, foi pior a emenda que o soneto. O Sporting entrou na segunda parte tão ou mais apático que na primeira, achando que com jeitinho aquele resultado seria suficiente. A verdade é que do outro lado o Rio Ave apresentava-se agora mais afoito no ataque, jogando com mais rapidez e criando muitas dificuldades à nossa defesa. Dois lances de ataque dos vila-condenses deixavam-nos de coração nas mãos e com recordações, mais uma vez, de tempos idos e de sofrimento constante; aqueles dois ataques dos visitantes eram como que episódios retirados de um oráculo que, tal como no trágico grego, servem de aviso para algo terrível que está para vir.

“À semelhança de uma criança, é fundamental que o Sporting passe o quanto antes por estas “dores de crescimento”, pois estas formarão uma base sólida que, aí sim, suportará uma equipa candidata ao título.”

E não contrariando os escritos de Ésquilo ou Sófocles esse episódio surgiu mesmo; 72 minutos e um cabeceamento empatava a partida, numa altura em Leonardo Jardim já tinha feito entrar o Rinaudo para tentar segurar o meio-campo. Foi preciso o golo do empate para o Sporting tentar fazer em menos de 20 minutos aquilo que devia ter feito desde o início: ser agressivo e rápido sobre a bola. Até final o Sporting bem tentou, nem sempre da melhor maneira, chegar à vitória; pelo meio ficou um penalty claro por marcar, num lance onde Carlos Xistra entrou em cena para representar o papel de Édipo-Rei e simplesmente não viu. De facto é preciso mesmo arrancar os olhos das órbitas para não ver algo que se passa mesmo à nossa frente.

Apesar deste acto final, a verdade é que o Sporting empatou por culpa própria, muito devido à apatia e alguma falta de humildade. À semelhança de uma criança, é fundamental que o Sporting passe o quanto antes por estas “dores de crescimento”, pois estas formarão uma base sólida que, aí sim, suportará uma equipa candidata ao título. Ao sair do estádio ouvi frases como: “Já voltámos ao mesmo”, a esses digo: não eramos os melhores antes, e não somos os piores agora, e qualquer tipo de comparação com o ano passado constitui uma total e berrante incapacidade de percepção…tal como Édipo.

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Que fim-de-semana! Golos, polémica, casos de polícia, enfim, um verdadeiro manancial para

nos entretermos com futebol - dentro e fora das quatro linhas.

A passagem do Benfica por Guimarães foi tudo menos tranquila. Pelos dez minutos iniciais, foi fácil perceber que, por um lado, o árbitro Bruno Esteves ia ter muito trabalho entre mãos – amarelo para André logo aos dois minutos – e, por outro, que o Vitória não estava na disposição de deixar repetir-se o 0-4 da temporada passada, procurando uma reedição da final da Taça de Portugal, em que bateu o Benfica por 2-1. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Com uma exibição sempre em fato de macaco e não isenta de alguns sustos, o Benfica chegou à vantagem definitiva aos 72 minutos, por obra do inevitável Cardozo, que assim abre o livro da presente época. O “Tacuara” já andava a ameaçar há algum tempo, tendo mesmo protagonizado algumas perdidas de levar o comum dos adeptos ao desespero, mas a persistência acabou por dar frutos.Cardozo, na minha opinião, continua a ser uma peça fundamental no Benfica e jogos como o de hoje são, frequentemente, o

CARDOZO APARECEU NO CASTELO

VISÃO VERMELHA

EDUARDO PEREIRAFOTO: DPI.PT

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cenário em que o paraguaio se sente mais à vontade para fazer das suas – por exemplo, desbloqueando um jogo que parecia caminhar para um inevitável empate. Fejsa, por seu lado, voltou a exibir-se a bom nível, confirmando o estatuto de novo “menino bonito” dos benfiquistas. Não será, porventura, o mais tecnicista dos nossos jogadores, mas é na raça com que se entrega a cada jogada que reside o seu maior trunfo. Fejsa é o principal destruidor de jogo, o número 6 que veio libertar Matic para uma posição mais avançada, onde o sérvio pode fazer uso da sua poderosa meia-distância e dos dotes de organizador de jogo que lhe são reconhecidos.

Markovic preso à esquerda foi benesse para o Vitória

Que o treinador do Benfica é fervoroso adepto das adaptações e invenções, não é novidade. E é por isso que, de tempos a tempos, nos deparamos com aberrações na equipa que nos levam a perguntar onde terá ele ido buscar a inspiração para mais esta. Em Guimarães, a fava tocou a Markovic. “Enjaulado” na esquerda, o jovem sérvio foi uma mera sombra daquilo que já o vimos produzir este ano, agrilhoado a uma posição que não conhece e para a qual, claramente, não está talhado.Também Enzo andou por aqueles terrenos e, novamente, sem grande sucesso. Daí à pergunta mais óbvia foi um passo: onde andam os extremos-esquerdos? Gaitán está ainda lesionado, desde o jogo de Alvalade, o que deixaria caminho aberto ao suplente natural, Ola John. O holandês, contudo, parece ter perdido o prazer de jogar futebol desde o final da sua primeira época na Luz. Entra cansado, pára frequentemente, toma más decisões, enfim, não demonstra cumprir os mínimos para ter lugar na equipa.Sobrariam, pela ordem natural das coisas, dois jogadores que eu gostaria de ver jogar com frequência na posição: Melgarejo, vendido ao Kuban, da Rússia, e Urretvizcaya, perdido pelos corredores do Seixal, depois de ter sido dado como transferível no último defeso. Ora, assim sendo, ficámos à mercê de adaptações de circunstância, que nada acrescentaram ao futebol praticado pelo resto da equipa.

Nervosismo de Jesus dá caso de polícia

Notava-se que o nosso técnico não era um homem tranquilo, na tarde de domingo. Gesticulando em abundância, passava o tempo a gritar ordens para o campo, de tal forma que, a certa altura, Matic preferiu passar a ignorá-lo e, com um gesto, desligou-se das ordens do treinador. Ainda assim, nada poderia fazer prever o que estava reservado para o final do encontro.É – e será sempre – discutível se a força usada pelos elementos da segurança privada e da PSP presentes no D. Afonso Henriques foi ajustada à prevaricação do adepto que saltou da bancada. Aparentemente, a sua única pretensão era ir buscar a camisola que lhe iria ser oferecida por Ola John, mas não deixa de ser verdade que ultrapassou os limites da zona destinada aos adeptos.Jesus, por seu lado, também terá ultrapassado alguns limites ao comportar-se de forma mais acesa enquanto tentava que os elementos da segurança deixassem o

adepto regressar à bancada. Seria sempre admirável que se envolvesse pessoalmente na questão para defender o adepto em causa mas, ao fazê-lo daquela forma, perdeu uma boa parte da razão que lhe poderia assistir, sabendo-se agora que o caso seguirá para tribunal.

Vencer em três frentes

Sabendo-se já do empate do Sporting diante do Rio Ave, à hora do V. Guimarães – Benfica, faltava apenas conhecer o desfecho do Estoril – FC Porto. O 2-2 final, como é natural, foi recebido com um misto de satisfação pelo resultado e de pena por Luís Leal não ter marcado as duas boas oportunidades de que dispôs, já perto do fim. A vitória assentaria bem ao Estoril pela forma como conseguiu expor as fragilidades defensivas dos azuis-e-brancos – bastará dizer que, uns bons cinco minutos antes do segundo golo estorilista, já muitos teriam percebido que bastava aos “canarinhos” não se atrapalharem com a bola para que o empate aparecesse.No final da partida, Paulo Fonseca acusou Jesus de ter vencido em três frentes, com o discurso sobre a arbitragem de há cerca de uma semana. O FC Porto tem, compreensivelmente, razões de queixa no lance do primeiro golo (no segundo, sendo duvidoso, ajuizou bem o árbitro auxiliar), da mesma forma que o Sporting as tem no penalty que ficou por marcar frente ao Rio Ave. A diferença, porém, está em Leonardo Jardim ter percebido que o seu saldo ainda é positivo e se ter escusado a comentar o referido lance, ao passo que, no FC Porto, se criticou abertamente o critério do jogo em Paços de Ferreira da última temporada.

A fechar, e porque nunca é demais recordá-lo, o próximo domingo reserva-nos um acto eleitoral cuja importância está, hoje e sempre, acima da do futebol. Todos os encontros da próxima jornada foram agendados de modo a não interferirem com as eleições, o que não deixa desculpa a nenhum adepto de futebol: no próximo domingo, todos temos o dever – e o enorme privilégio cívico – de votar. Se queremos ter uma voz activa sobre os tempos que vivemos em Portugal, esta é uma ocasião soberana de nos fazermos ouvir, independentemente da cor que possamos defender.

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A equipa bracarense carimbou a aproximação ao líder, Futebol Clube do Porto, com uma vitória em casa

dos recém chegados à Primeira Liga, Arouca. No jogo inaugural da quinta jornada, o golo que cifrou o triunfo da equipa orientada por Jesualdo Ferreira foi marcado logo aos nove minutos, por Aderlan Santos, num remate a cerca de 40 metros da baliza defendida por Cássio. No que restou da primeira parte, o Arouca lutou para contrariar o resultado, mas a defesa dos arsenalistas mostrou-se compacta e organizada. O segundo tempo trouxe um Arouca mais atredivo e um Braga que procurou gerir a vantagem atingida. Sendo que este totaliza 12 pontos, este resultado deixa assim o Braga a um ponto de distância do Porto, líder da competição.

CURTASDÉBORA ESPÍRITO SANTO

BRAGA A UM PONTODO LÍDERFoi em casa que a equipa do Restelo

obteve os primeiros três pontos desde que subiu ao escalão principal

do futebol português. Desta feita, foi frente ao Marítimo treinado por Pedro Martins, que o Belenenses conseguiu este resultado. E o mesmo foi desenhado logo no início da partida, mais propriamente aos 8 minutos, por João Pedro. Esta partida teve a particularidade do Presidente do Belenenses, António José Soares, ter oferecido as entradas para o encontro, de modo a chamar mais audiencia às bancadas. Tal acabou por acontecer, tendo a mesma testemunhado uma primeira parte onde a equipa de Belém procurou ampliar a vantagem. O final do primeiro tempo ficou marcado pela saída do técnico da equipa do Restelo, Mitchell van der Gaag, devido a uma indisposição. Na segunda metade de jogo, a equipa da casa volta a entrar bem sem, no entanto, conseguir finalizar. Nos últimos 20 minutos, foi o coletivo da Madeira que procurou empatar a partida. Em destaque esteve Fidelis pela parte dos insulares, que foi travado por Matt Jones, guardião das redes do Belenenses.

PRIMEIRA VITÓRIA DO BELENENSES NA LIGA

Frente ao Vitória de Setúbal, Costinha tinha em mãos uma prova de fogo, dado que em sete jogos, não havia registado qualquer

vitória, sendo que na Primeira Liga ainda não tinha pontuado. No entanto, foi o Setúbal que saiu a vencer na Mata Real aos 17 minutos, por Ramón Cardozo. Pouco depois, o Paços de Ferreira beneficia de uma grande penalidade, proveniente de falta do guarda redes pacense, António Filipe, sobre Rafael Martins. Na conversão, Dani atirou ao poste. Seguiram-se oportunidades de golo criadas pelo Paços, denotando um novo ritmo de jogo. O início do segundo tempo trouxe um remate de bicicleta de Ramón Cardozo, que embateu na trave. Aos 70, uma situação de expulsão na equipa do Paços. O árbitro entendeu que Grégory simulou uma falta na grande área do Vitória de Setúbal, tendo-lhe valido o cartão vermelho. Mesmo reduzidos a dez, os castores marcaram o golo da igualdade por Ricardo, a 8 minutos do final da partida, no seguimento de um livre concretizado por Manuel José. O Paços ainda procurou a vitória até ao final, mas sem sucesso.

PAÇOS SOMA O PRIMEIRO PONTO

1º - FC Porto – 13 pontos2º - Sp.Braga – 12 pontos3º - Sporting – 11 pontos4º - Benfica – 10 pontos5º - Estoril – 8 pontos

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CROMOSDA BOLA

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A ronda inaugural da Liga dos Campeões foi de êxito total para as equipas portuguesas.

Benfica, primeiro, e FC Porto, no dia seguinte, venceram os respectivos embates frente a Anderlecht e Austria Viena e garantiram importantes pontos no caminho para os oitavos-de-final. Importa, contudo, sublinhar, que “águias” e “dragões” defrontaram aqueles que são, possivelmente, os adversários menos cotados dos seus grupos e que, por isso, os percursos de ambos devem complicar-se daqui em diante.

No caso do Benfica, este cenário parece incontornável. O próximo jogo é precisamente o mais complicado, em teoria, levando o Benfica ao Parque dos Príncipes para defrontar o PSG. O público português costuma comparecer em massa aos jogos em Paris mas, perante uma formação com estrelas ao nível de Ibrahimovic e Cavani, o apoio vindo das bancadas não será, por si só, quanto baste para garantir a vitória. Tendo em vista um apuramento tranquilo, os mínimos que o Benfica tem de cumprir passarão sempre por somar por vitórias as recepções a Anderlecht e Olympiacos

O PRIMEIROMILHO TAMBÉM ALIMENTA

VISÃO EUROPEIA

EDUARDO PEREIRAFOTO: DPI.PT

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e vencer um desses adversários no jogo da segunda volta. Nos duelos com os franceses, a palavra de ordem é pontuar e, se este cenário se cumprir em pleno, os 11 pontos que daí resultariam deveriam ser suficientes para levar os encarnados até à fase seguinte, ficando a faltar um jogo para, potencialmente, amealhar mais pontos – e milhões.

“’Águias’ e ‘dragões’ defrontaram aqueles que são, possivelmente, os adversários menos cotados dos seus grupos e, por isso, os percursos de ambos devem complicar-se daqui em diante”

Do lado do FC Porto, a jornada europeia saldou-se igualmente por uma vitória mas os comandados de Paulo Fonseca tiveram vida mais difícil, no Prater, diante do Austria Viena. Integrado num grupo com mais espinhos do que rosas, os “dragões” vão ter de vencer a concorrência de Zenit e Atlético de Madrid, sendo mais ou menos previsível que o Austria Viena tenha de se contentar com a última posição.Os colchoneros mostraram-se mais fortes diante dos russos, em Espanha, e mandaram Hulk, Witsel e companhia de volta para São Petersburgo com três golos na bagagem. Líder de La Liga, a par com o Barcelona, o Atlético até tem um histórico negativo nos embates com o FC Porto (duas derrotas, uma vitória), mas esta formação de Diego Simeone não tem deixado os seus créditos por mãos alheias e não será fácil para os azuis-e-brancos reeditar os 2-0 (Dragão) e 0-3 (Vicente Calderón) com que brindaram os espanhóis em 2009.Contando já com uma vitória fora e sendo mais do que provável que venha a bater novamente os austríacos, no Porto, os “dragões” vão encontrar no Zenit um outro osso bastante duro de roer. Das duas únicas vezes que estas equipas se defrontaram, os russos saíram vitoriosos por 3-1, em São Petersburgo, e vieram à “Invicta” carimbar a eliminação do FC Porto logo na fase de grupos da Champions de 2011/12, com um empate a zero. Ainda assim, o campeão nacional tem legítimas aspirações de fazer contas à vitória em todos os jogos em sua casa, quase podendo “dispensar” as deslocações a Espanha e à Rússia das contas do apuramento.

Real conquista Istambul, Basileia silencia Londres

Dos restantes jogos da primeira jornada, destaque para a pesadíssima goleada imposta pelo Real Madrid ao Galatasaray, em Istambul, por 6-1. Ronaldo, imparável, apontou um hat-trick, tendo Pepe, Benzema e Isco dividido entre si os restantes golos do Real. Bulut fez o tento de honra da formação turca.Em Londres, o antigo técnico da formação merengue não tem vivido as suas melhores noites europeias. O Chelsea de José Mourinho perdera, há duas semanas, a Supertaça continental para o Bayern de Muniquee, para agravar o cenário, recebia o Basileia ainda a lamber as feridas da derrota por 1-0 diante do Everton. Os suíços, que já tinham colocado muitas dificuldades aos blues nas meias-finais da Liga Europa da época passada, foram para o descanso a perder, fruto de um golo de Oscar aos

45 minutos, mas o Chelsea permitiu que Salah, aos 71’, e Streller, aos 81’, levassem os três pontos para Basileia.

Vice-campeão cai em Nápoles

O Borussia Dortmund, vice-campeão europeu, estreou-se na edição da Champions deste ano com uma derrota por 2-1 em Nápoles. Higuaín voltou a facturar e, pouco antes do intervalo, o guarda-redes alemão Weidenfeller viu o cartão vermelho, por ter jogado a bola com a mão fora da área. Insigne aumentou a vantagem napolitana aos 67 minutos e, a fechar, Zuñiga fez um autogolo que estabeleceu o resultado final.No mesmo grupo (F), o Arsenal foi a França bater o Marselha por 2-1, resultado que também causou alguma surpresa na noite europeia, a par do empate a uma bola da Juventus em Copenhaga, a contar para o grupo B. Mais natural foi a vitória do Schalke 04 sobre o Steaua de Bucareste, na Alemanha, que deixa os germânicos no comando do grupo E.No grupo A, o Manchester United recebeu e venceu o Bayer Leverkusen por expressivos 4-2, enquanto que o Shakhtar Donetsk foi ao País Basco derrotar a Real Sociedad por 2-0. Já no grupo D, onde se insere o campeão Bayern, os ingleses do Manchester City não tiveram dificuldades para bater o Viktoria Plzen, na República Checa, por 3-0, enquanto que a formação bávara venceu pelos mesmos números na recepção ao CSKA de Moscovo. Para finalizar, no grupo H, Barcelona e Ajax defrontaram-se oficialmente pela primeira vez em toda a história, com os catalães a imporem ao campeão holandês uma pesada derrota por 4-0. No outro encontro, o Milan recebeu e bateu o Celtic por dois golos sem resposta.

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M. Gottardi(Nacional)

Tony(Paços Ferreira)

Aderllan S.(Braga)

Tarantini(Rio Ave) Lucho

(FC Porto)

João Pedro(Belenenses)

ESTATÍSTICAS

MELHOR ATAQUE

1 – Sporting – 13 2 – FC Porto – 113 – Estoril – 104 – Sp. Braga – 85 – Benfica – 8

MELHOR DEFESA

INDISCIPLINA

GOLOS NA 1ª PARTE

Cardozo(SL Benfica)

1 – FC Porto – 32 – Sporting – 33 – Rio Ave – 34 – Sp. Braga – 45 – Gil Vicente – 5

1 – Gil Vicente – 19 A 3 V2 – Arouca – 18 A 1 V3 – Belenenses – 15 A 3 V4 – Estoril – 14 A 2 V5 – Olhanense – 14 A 2 V

1 – Sporting – 6 2 – Estoril – 63 – FC Porto – 54 – Sp. Braga – 45 – Nacional – 4

GOLOS NA 2ª PARTE

1 – FC Porto – 62 – Sporting – 63 – Benfica – 64 – Marítimo – 65 – V. Setúbal – 5

NÉLIO MOREIRA

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M. Gottardi(Nacional)

Lucho(FC Porto)

Diakhité(Olhanense)

Luís Martins(Gil Vicente)

Fejsa(SL Benfica)

Cardozo(SL Benfica)

Luis Leal(Estoril)

1 – Kay (Belenenses) – 4 2 – Marcelo Goiano (Académica) – 33 – Josué (FC Porto) – 34 – Mladen (Olhanense) – 35 – Maxi Pereira (Benfica) – 3

MAIS GOLOS SOFRIDOS

1 – Ricardo (Académica) – 9 2 – Vágner (Estoril) – 83 – José Sá (Marítimo) – 84 – Eduardo Gottardi (Nacional) – 75 – Matías Degra (P. Ferreira) – 7

MELHOR MARCADOR

1 – Fredy Montero (Sporting) – 6 2 – Evandro (Estoril) – 53 – Jackson Martínez (FC Porto) - 54 – Derley (Marítimo) – 35 – Ramón Cardozo (V. Setúbal) – 3

MAIS AMARELOS

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Domingo, 22 de Setembro de 2013, um pouco por toda a Europa, os campeões dos respectivos países

ficaram, salvo raras exceções como, por exemplo a Juventus em Itália e o Galatasaray na Turquia (apesar do dérbi de Istambul não ter chegado ao fim) com poucas razões para sorrir, tamanha foi a “razia” de resultados que, em alguns casos, chegou mesmo a roçar a humilhação. A verdade é que, na maior parte das ocasiões, os adversários não eram recomendados mas poucos esperariam um domingo tão negro para equipas como Manchester United, Ajax, Anderlecht e CSKA de Moscovo que perderam por números esclarecedores.

Os três empates

Os campeões de Portugal, França e Grécia não conseguiram vencer os seus jogos deste fim-de-semana com FC Porto e Olympiacos a perderem os seus primeiros pontos no campeonato (mas a conservarem a liderança) enquanto o PSG empatou pela terceira vez em seis jogos e falhou o assalto à liderança.

DOMINGO NEGRO PARA OS CAMPEÕES

VISÃO BLUE

FRANCISCO BAIÃOFOTO: DPI.PT

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21/04/2012

FC Porto empata fora de portas

Dos campeões nacionais que tiveram um domingo negro, o FC Porto foi, ainda assim, dos menos penalizados pois, para além de ter conseguido pontuar, mantém a liderança da prova e uma incrível sequência de apenas uma derrota nos últimos 104 jogos para o campeonato. Ainda assim, os azuis e brancos estiveram duas vezes em vantagem e, por duas vezes, a deixaram fugir, facto nada normal para uma equipa que tem na solidez defensiva uma das imagens de marca e que acaba por sofrer, num só jogo, mais golos que nos anteriores quatro. Foi o primeiro jogo da era Paulo Fonseca em que o FC Porto não venceu pelo que, se contarmos com a Supertaça e o jogo europeu da Liga dos Campeões, o FC Porto tropeçou ao sétimo jogo oficial, deixando de figurar no cada vez mais restrito lote de clubes que ainda não cederam esta temporada.

Olympiacos não vence pela segunda vez na semana

À semelhança do FC Porto, o Olympiacos, campeão grego, também empatou este domingo fora de portas, perdendo, à semelhança do campeão português, à quinta jornada, os primeiros pontos para o campeonato. Tal como em Portugal, o campeão grego continua na liderança da prova e também com um ponto de avanço para o segundo classificado sendo que, no caso do Olympiacos, este empate a zero representa, para além dos primeiros pontos perdidos no campeonato, o primeiro jogo em que não conseguiu fazer qualquer golo (e tinha média de 3 golos por jogo à quarta jornada) e, para além disso, o segundo jogo na mesma semana sem vencer, uma vez que, dias antes, a equipa tinha sido goleada em casa por 1-4 pelo PSG, em jogo a contar para a Liga dos Campeões. Assim, o Olympiacos é mais uma equipa que deixa de ter o registo limpo no seu campeonato, terminando o seu percurso 100% vitorioso à quinta jornada (na época passada o 1º empate surgiu à oitava ronda).

PSG empata no duelo de milionários

Ao sexto jogo para o campeonato, o PSG, campeão francês, empata pela terceira vez, interrompendo uma sequência de quatro vitórias consecutivas (três delas para o campeonato e uma para a Liga dos Campeões) e falhando o assalto à liderança da prova, pertença, precisamente, do seu rival deste domingo, o Mónaco. Depois de um início de campeonato bastante tremido com dois empates nos dois primeiros jogos (ambos a um golo), o PSG apresentava-se perante o seu público vindo de uma série de triunfos com o mais recente, a meio da semana, na Grécia, por 1-4 frente ao Olympiacos, resultado mais volumoso obtido pelos parisienses desde o início da temporada. Perante a equipa do principado, nem o tridente ofensivo constituído por Cavani, Lavezzi e Ibrahimovic foi suficiente para ultrapassar o líder do campeonato que contou com Ricardo Carvalho e João Moutinho no onze titular. O avançado sueco do PSG ainda fez o 1-0 aos 5 minutos de jogo mas outro bem nosso conhecido jogador, Falcao, a passe de Moutinho, restabeleceria a igualdade aos 20’, impondo o terceiro

empate a uma bola ao campeão e mantendo, em casa deste, a liderança da Ligue 1, nesta que é a temporada de regresso da equipa do principado ao principal escalão do futebol francês.

As derrotas humilhantes

Mas se em Portugal, França e Grécia, os campeões não foram além de empates neste domingo, pior estiveram os campeões de Inglaterra, Holanda, Bélgica e Rússia, que perderam fora de portas contra alguns dos seus maiores rivais e nunca por diferença inferior a três golos, levando os russos a partilhar a liderança da prova e ingleses, holandeses e belgas a afastarem-se, cada vez mais, do topo da classificação.

Manchester United castigado frente ao rival City

O Manchester United, campeão inglês em título, voltou, tal como há duas épocas atrás, a ter um encontro de horror com o rival City, perdendo, desta vez, por claros 4-1, resultado que deixa os comandados por David Moyes na sétima posição, já a cinco pontos da liderança partilhada por Arsenal e Tottenham e com apenas sete pontos conquistados em cinco jogos, num dos piores arranques dos últimos 20 anos para os reds. Numa partida em que não puderam contar, à última hora, com van Persie, os campeões ingleses foram claramente dominados e a derrota por 2-0 ao intervalo até era simpática para o United. No entanto, um arranque de segunda parte muito forte do City permitiu duplicar a diferença que só seria reduzida por um belo golo de Rooney já perto do apito final. O único ponto “positivo” do jogo, é que a humilhação não foi tão grande quanto a de 2011/2012 (derrota por 1-6) e foi no terreno do City e não em Old Trafford.

CSKA Moscovo volta a perder por 3 e…

Tal como o campeão inglês, o vencedor da última edição do campeonato russo perdeu por três golos de diferença num dos dérbis da capital russa, ao ser derrota por 3-0 na deslocação ao terreno do Spartak Moscovo com quem partilha, agora, a liderança, a que se junta o Zenit, todos com 20 pontos ao fim de nove jornadas. Depois de a meio da semana o CSKA não ter conseguido resistir ao campeão europeu (perdeu por 3-0 frente ao Bayern Munique para a Liga dos Campeões), o fim-de-semana trouxe a primeira derrota para o campeonato e por iguais números, terminando a semana com um saldo negativo de 6-0. Um golo a terminar a primeira parte (de Aras Özbiliz) e dois no primeiro quarto de hora do segundo tempo (Dmitri Kombarov e Sergei Parshivlyuk) foram suficientes para eliminar a vantagem de 3 pontos que os campeões russos tinham na frente da classificação.

... Ajax volta a ser goleado por 4!

Se o campeão russo perdeu, em menos de uma semana, por duas vezes por 3-0, o holandês (Ajax) conseguiu fazer pior e perder, no mesmo espaço de tempo, por duas vezes, por 4-0! Depois de, a meio da semana, os

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campeões holandeses terem assistido ao brilharete de Messi (hat-trick) no Barcelona 4-0 Ajax, o domingo voltou a trazer más recordações para a equipa de Franck de Boer que, depois de chegar ao intervalo empatada a zero perante o grande rival PSV, acaba por sofrer 4 golos num quarto de hora e sofrer nova goleada, num total de 8-0 em dois jogos. O Ajax cai, desta forma, para a sétima posição e está a quatro pontos do PSV que assumiu a liderança destronando o Zwolle, líder surpreendente destas primeiras seis jornadas da Eredivisie.

Anderlecht também é goleado

O campeão belga foi mais uma vítima do domingo negro e mais uma das equipas que, depois de derrotadas a meio da semana para a Liga dos Campeões, voltou a perder no domingo. De recordar que os belgas estiveram e perderam na Luz, frente ao Benfica, por 2-0, na passada terça-feira, chegando, a domingo, para ser goleado por 4-0 pelo Club Brugge na estreia de Michel Preud’homme como treinador do Brugge. Com esta derrota (já a terceira em oito jogos para o campeonato) o Anderlecht cai para a quinta posição do campeonato já a 9 pontos do líder Standard Liège que vai surpreendendo semana após semana, somando por vitória todos os oito jogos já realizados.

Como conclusão, poder-se-ia atribuir este fatídico domingo a muitos factores como, por exemplo, o facto de os campeões terem tido dose dupla, entre competições europeias e campeonato mas a verdade é que, na esmagadora maioria dos casos apresentados, os oponentes também tiveram participação europeia esta semana e, em alguns casos, com menos tempo de descanso que os campeões.

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Hoje em dia são raríssimos os casos de jogadores que passam a carreira inteira no clube que os formou, ou

para onde se transferiram ainda muito novos. O futebol vai acompanhando a evolução e a transformação de um mundo cada vez mais rápido, em que tudo assume um carácter imediato, feito no presente, descurando o futuro e, principalmente, desprezando o passado. O futebol, transformado em indústria nos últimos 20/30 anos, tornou-se uma máquina de gerar e movimentar dinheiro, através das publicidades, das receitas televisivas, do merchandising, das transferências ou das comissões.

Os valores envolvidos neste mundo aumentaram drasticamente: por exemplo, os grandes jogadores e treinadores das décadas de 60/70/80 ganhavam incomparávelmente menos do que os de agora (o caso de Eusébio, uma lenda do futebol mundial, é bem ilustrativo: qualquer jogador que atinja hoje em dia o mesmo patamar que o “King”, ou menor ainda, torna-se automaticamente multimilionário, algo que não sucedeu nem com ele, nem com os jogadores da sua geração). O dinheiro fácil dos grandes contratos está à

OS CONTRATOSVITALÍCIOS

VISÃO PESSOAL

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mão de semear e, nos nossos dias, torna-se extremamente tentador para os jogadores mudarem de clube e, consequentemente, ganharem mais dinheiro. Mas no meio desta conjuntura ainda há exemplos de jogadores que se entregam aos seus clubes, optando pela estabilidade e pelo reconhecimento dos seus em detrimento de valores materiais. De resto esta era uma prática comum antes do futebol (e do mundo) se globalizar e abrir o espectro do mercado de transferências, nomeadamente com a Lei Bosman, que reduziu drasticamente a restrição dos clubes em contratar jogadores estrangeiros.

O expoente máximo da fidelidade ao clube onde nasceu e cresceu, falando obviamente de grandes jogadores ainda em actividade e dos maiores clubes a nível europeu, dá pelo nome de Francesco Totti, que , após 22 épocas, continua a reinar em Itália ao serviço da A.S. Roma. (Como veremos mais adiante existem alguns jogadores de clubes como o Barcelona, Real Madrid ou Manchester United, que também dedicaram toda a sua carreira desportiva a esses clubes. Só que a diferença é que esses clubes ganham títulos constantemente, praticamente todas as épocas, o que facilita a permanência desses jogadores ao longo dos anos. O caso de Totti, e de outros que também aqui evidenciaremos, é dos mais emblemáticos devido aos seus clubes terem ganho poucos títulos ao longo da carreira desportiva destes atletas. São casos de dedicação e amor intrínseco aos seus clubes). Totti tornou-se um símbolo do clube, adorado pelas várias gerações de adeptos que testemunharam o seu contributo ao serviço do clube, e, sendo o jogador de classe mundial que é, contribuiu, só pela sua permanência, para o crescimento da A.S. Roma. É actualmente o 2º melhor marcador de sempre da Série A e tem 538 jogos efectuados no principal escalão italiano. O “Imperador Romano” resistiu às sucessivas abordagens dos maiores clubes do mundo e acaba de renovar o seu contrato até 2016, o que, aos 36 anos, significará que irá mesmo terminar a carreira ao serviço do único clube que representou. Caso raríssimo no futebol actual. Mas, apesar de raro, há outros:Steven Gerrard é um caso similar ao de Totti. Enverga a camisola do Liverpool há 16 anos consecutivos e nunca conheceu outro clube. Na cidade de Liverpool tem um estatuto só comparável ao dos membros que compunham uma das maiores bandas de música do mundo, os Beatles, originários daquela cidade. Aos 33 anos, se não saiu até agora, é altamente improvável que o venha a fazer.

Xavi, Puyol, Iniesta e Valdés personificam tudo o que o Barcelona tem de melhor. Foram todos formados na escola do clube e todos atingiram, juntos, diga-se, todos os sucessos possíveis e imaginários. Xavi tem 33 anos e cumpre a 18ª época no clube; Puyol tem 35 anos e cumpre a 19ª; Iniesta tem 29 e cumpre a 19ª; e Valdés tem 31 e cumpre a 17ª. De referir que de todos Valdés é o único que eventualmente não terminará a carreira no clube, já que mantém um diferendo com a direcção sobre a renovação do seu contrato. Ainda assim não é um dado adquirido...Iker Casillas também poderá estar de saída do clube onde permaneceu toda a carreira. Foram 26 anos ao serviço do Real Madrid, desde os escalões mais jovens até aos seus

32 anos de idade, e onde ganhou tudo o que havia para ganhar. Autêntico símbolo madrileno, veremos como irá terminar o seu percurso no clube.Ryan Giggs já anda cá há tanto tempo que este ano acumula a função de jogador com a de treinador adjunto. Com 39 anos, mas ainda muito útil, cumpre a 24ª temporada no único clube que conheceu, o Manchester United. Aceitam-se apostas sobre quando o galês irá pendurar as chuteiras...Javier Zanetti é, aos 40 anos, um caso sério de longevidade e um aclamado herói do Inter de Milão. Começou na Argentina, onde efectou 3 épocas ao serviço de clubes medianos, até se mudar há 19 anos para Milão. De lá nunca mais saiu e irá terminar a carreira como o jogador que mais jogos efectou pelo conjunto “interista”.John Terry e Frank Lampard são os dois esteios do Chelsea. Foram eles que comandaram e contribuíram para o renascimento do clube londrino. Terry, com 32 anos, cumpre a 17ª época ao serviço do clube, tendo estado emprestado uma temporada quando ainda era novo, para ganhar rodagem. Lampard, com 35 anos, cumpre o 13º ano nos “Blues”, tendo sido formado no West Ham, que ainda representou durante sete temporadas.

Schweinsteiger e Lahm desfrutam do mesmo estatuto dos dois últimos exemplos. Têm ambos 29 anos. O primeiro cumpre a 13ª época consecutiva no Bayern Munique; o segundo cumpre a 12ª, e esteve emprestado ao Estugarda durante duas quando ainda era novo.Daniele De Rossi, colega de Totti na A.S. Roma, parece querer seguir-lhe as pisadas. Esteio da formação romana nos últimos anos, é constantemente dado como certo nos maiores clubes europeus nas aberturas do mercado de transferências. Mantém-se no clube há 13 temporadas consecutivas e tem 30 anos.

Xabi Prieto, Jesus Gámez, Iraola e Gurpegui também se mantiveram sempre na mesma equipa. O primeiro cumpre a 13ª época ao serviço da Real Sociedad, o segundo a 13ª ao serviço do Málaga, o terceiro e o quarto cumprem a 15ª e a 18ª, respectivamente, ao serviço do Athletic Bilbau.

Alessandro Del Piero podia não constar desta lista mas fazê-lo seria quase um crime. Começou no Pádova, onde realizou duas temporadas, e depois rumou à Juventus, onde permaneceu durante 19 épocas consecutivas. Foi já com o estatuto de “Deus de Turim”, e com 37 anos, que a direcção do clube o empurrou para fora do clube, contra a sua vontade. Aquando da recente renovação do seu contrato, Totti usou este exemplo para mostrar o que uma direcção não deve nunca fazer...

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No Verão de 2011 a seleção portuguesa de sub-20 chegou à Colômbia sem grande pressão

devido às baixas expectativas em relação à sua participação no Mundial desse ano. Nessa equipa, à primeira vista, não existiam grandes estrelas. Existiam apenas jogadores talentosos, com muita vontade, e comandados por um treinador que rapidamente percebeu que a maior força da equipa lusitana estava no colectivo, que permitia que os talentos maiores sobressaíssem, nomeadamente Nélson e Sérgio Oliveira. Também o guarda-redes Mika, então no União de Leiria, se tornaria uma figura do mundial, ao sofrer golos apenas no jogo da final.

Dois anos passados, e num momento em que cada vez mais o jovem jogador português vai tendo oportunidades no principal escalão do futebol nacional, fomos à procura dos onze jogadores que entraram em campo no jogo da final contra o Brasil, e aproveitando a embalagem recordamos aquelas que não tendo sido titulares sobressaíram nas duas épocas seguintes.

O QUE É FEITODOS VICECAMPEÕES DE 2011?

VISÃO DE SCOUT

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21/04/2012

Começando pela baliza, o guarda redes Mika joga nesta altura na Segunda Liga portuguesa, sendo titular da equipa B do Benfica. É de prever que terá bastantes dificuldades para chegar à equipa principal, já que Artur é dono e senhor do lugar, havendo ainda Paulo Lopes e Jan Oblak. Mika não teve ainda qualquer oportunidade na equipa principal dos encarnados.

A defesa foi composta por Cédric Soares, Roderik Miranda, Nuno Reis e Mário Rui. O lateral direito Cédric foi emprestado à Académica de Coimbra após o Mundial sul-americano, onde conquistou a titularidade e tendo mesmo vencido a Taça de Portugal, precisamente frente ao clube que o emprestou aos “estudantes”, o Sporting. Regressaria a Alvalade onde foi aposta intermitente dos vários treinadores que passaram a época passada por Alvalade. Este ano, o treinador dos leões Leonardo Jardim parece apostar em força no jovem português. Já Roderik esteve na Suíça ao serviço do Servette e em Espanha no Deportivo, antes de regressar à Luz em Janeiro deste ano. Na época em curso assinou pelo Rio Ave, onde já participou em três encontros. Nuno Reis afirmou-se como titular no Olhanense, depois de uma experiência de dois anos na Bélgica. Este ano está no Sporting B. Já o defesa esquerdo Mário Rui continua a sua experiência por Itália, tendo já representado o Parma, Spezia e o Empoli, clube onde joga atualmente.

No meio-campo, Portugal apresentou-se com Danilo Pereira, Saná e Pelé. O médio defensivo Danilo Pereira regressou este ano ao campeonato português, tendo assinado por três épocas com o Marítimo, depois de ter estado em Itália e na Holanda. Danilo, recorde-se, foi uma das maiores figuras da seleção nacional de sub-20 em 2011. Já Saná esteve um ano sem jogar devido a um diferendo com os espanhóis do Valladolid, mas agora encontra-se totalmente concentrado em vingar na Académica. Quanto a Pelé, depois de ter sido contratado pelo Milan e ter estado na Ucrânia, por empréstimo, está também em Portugal, fazendo parte das opções de Abel Xavier para o meio campo dos algarvios do Olhanense. O médio português está no Algarve novamente por empréstimo dos italianos.

Na frente Portugal apresentou Sérgio Oliveira, Alex e Nélson Oliveira. A carreira do avançado do Benfica é por demais conhecida. Logo a seguir ao Mundial da Colômbia, convenceu Jorge Jesus a dar-lhe uma oportunidade no plantel principal do Benfica. Apontou alguns golos, tendo tido talvez o seu melhor momento quando marcou o golo que selou a passagem do Benfica aos quartos de final da Liga dos Campeões, na época 2011/2012, frente ao Zenit. Na época passada foi um dos muitos portugueses a integrar o plantel do Deportivo, sendo aposta principalmente a partir do banco de suplentes. Esta época foi novamente emprestado ao Rennes, de França, onde se está a afirmar como titular, tendo apontado 3 golos em 4 jogos. Já Sérgio Oliveira está a ser aposta no Paços de Ferreira, surgindo como natural substituto de Josué. Ambos os jogadores têm um percurso parecido, já que foram formados no Porto, seguiram para Paços de Ferreira, e se Josué já integra a equipa principal do FC

Porto, certamente que Sérgio Oliveira pretende fazer o mesmo. Por último Alex, que na altura do Mundial estava nos Açores ao serviço do Santa Clara, está agora no Vitória de Guimarães, onde tem sido aposta na equipa B, mas com um olho no plantel principal, agora que o Vitória parece apostar cada vez mais nos jovens portugueses.

Dos restantes destaque para Luís Martins, que após estrear-se pelo Benfica na Liga dos Campeões frente ao Basileia, seguiu para o Gil Vicente, onde está pela segunda época consecutiva. Outro jogador que atingiu um bom nível foi Júlio Alves, que foi contratado pelo Atlético de Madrid, emprestado ao Besiktas e ao Sporting B, tendo regressado ao Rio Ave esta época. Caetano sempre foi uma aposta segura no Paços de Ferreira, faltando apenas alguma consistência, para abandonar a condição de promessa.

Mas a maior surpresa foi Amido Baldé. Passou relativamente incógnito no Mundial, mas a época passada foi descartado pelo Sporting e em meia-época no Vitória de Guimarães conseguiu despertar o interesse de vários clubes, tendo assinado pelos campeões da Escócia, o Celtic de Glasgow. Participou já em cinco jogos pelo clube católico, na Liga escocesa e na eliminatórias de apuramento para a Liga dos Campeões.

Por último destaque para Tiago Ferreira, que participou em 2011 e também na edição de 2013 do Mundial de sub-20. O defesa central é peça chave na equipa B do FC Porto.

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