Futuras Promotoras Comunitárias de Veterinária entram na fase de tratamento do gado e respondem...

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Resumo da Sessão #3, 16 de Setembro, 2015 Futuras Promotoras Comunitárias de Veterinária entram na fase de tratamento do gado e respondem às urgências nas comunidades vizinhas a Estação Zootécnica de Chobela As 20 mulheres futuras promotoras comunitária de veterinária entraram hoje na fase crítica de administração da medicação ao gado bovino, bem como o atentimento a solicitações na comunidade para o diagnóstico e tratamento de doenças como parte da formação vocacional em maneio sanitário numa iniciativa da ONU Mulheres) em parceria com o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), o Instituto Internacional de Investigação Animal (ILRI) e o Projecto PROSUL. O terceiro dia da formação teve como salas-de-aula o cural e mangas de tratamento de gado da Estação Zootécnica de Chobela, bem como, curais das comunidades circunvizinhas de criadores de gado. O dia foi marcado pelo trabalho sob pressão (com início da jornada às 6:30 e fecho às 18:00 horas) o que visava, simultaneamente, aumentar a resistência das participantes, mudança de atitude em relação ao trabalho comunitário e transformação das normas de género. Para que as promotoras sejam aceites nas comunidades de criadore(a)s e sustentem o seu negócio precisam mostrar profissionalismo, destreza e prontidão para responder às emergências em animais doentes. O número de animais salvos de enfermidades e a redução de surtos através de medidas preventivas nos curais é que irá ajudar a cimentar a ideia de igualdade de género na cadeia de valor da pecuária e nas comunidades de criadore(a)s. A aula anterior sobre o cálculo de dosagem que abordou a regra de três simples, composição química, dose, prazo de validade, período de suspensão pós-medicação e via de administração foi transformada numa exigência para as intervenções médicas nos curais e mangas de tratamento de gado. As principais vias de administração da medicação foram à prova e as participantes conduziram a vacinação, desparasitação (pelas vias oral, sub-cutânea, intra-muscular e intra-venosa), tratamento de feridas nos animais e a descórnea. As participantes apresentaram como maior desafio a barreira linguística, visto que a maior parte dos medicamentos usados tem indicações na língua inglesa. O domínio da aritmética, para o cálculo rápido da dosagem por animal consoante o peso, foi outra limitante na rapidez das operações. Foto 3. Pormenor do processo da descórnea. Este consiste no corte do gume de chifres aguçados para evitar ferimentos entre os animais durante as brigas. ©ONU Mulheres 2015. Com o pôr do sol as participantes regressaram ao cural, desta feita, para identificar e castrar os machos indesejáveis para a reprodução – uma prática comum na pecuária que garante a manutenção das variedades de maior peso vivo e rentabilidade. O processo de castração do gado bovino (e outros animais de grande porte) pelas mulheres é revestido de simbolismos e representa um tabu entre as comunidades patriarcais changanas. O exercício contribuiu, deste modo, para o começo da transformação desta norma social. Na hora do serão foi organizada uma sessão paralela sobre o perfil das participantes e sua história de vida no que tange aos efeitos das normas de género vigentes nas suas zonas de origem e a incidência da violência baseada no género. Foto 4. Participantes durante o exercício de castração de machos indesejáveis para melhoramento do gado. ©ONU Mulheres 2015. Foto 1. Pormenor da vacinação. ©ONU Mulheres 2015. Foto 2. Aula de dosagem. ONU Mulheres 2015

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As 20 mulheres futuras promotoras comunitária de veterinária entraram hoje na fase crítica de administração da medicação ao gado bovino, bem como o atentimento a solicitações na comunidade para o diagnóstico e tratamento de doenças como parte da formação vocacional em maneio sanitário numa iniciativa da ONU Mulheres) em parceria com o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), o Instituto Internacional de Investigação Animal (ILRI) e o Projecto PROSUL.

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Re Resumo da Sessão #3, 16 de Setembro, 2015

Futuras Promotoras Comunitárias de Veterinária entram na

fase de tratamento do gado e respondem às urgências nas

comunidades vizinhas a Estação Zootécnica de Chobela

As 20 mulheres futuras promotoras comunitária de

veterinária entraram hoje na fase crítica de administração da

medicação ao gado bovino, bem como o atentimento a

solicitações na comunidade para o diagnóstico e tratamento

de doenças como parte da formação vocacional em maneio

sanitário numa iniciativa da ONU Mulheres) em parceria com

o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), o

Instituto Internacional de Investigação Animal (ILRI) e o

Projecto PROSUL.

O terceiro dia da formação teve como salas-de-aula o cural e

mangas de tratamento de gado da Estação Zootécnica de

Chobela, bem como, curais das comunidades circunvizinhas de

criadores de gado. O dia foi marcado pelo trabalho sob pressão

(com início da jornada às 6:30 e fecho às 18:00 horas) o que

visava, simultaneamente, aumentar a resistência das

participantes, mudança de atitude em relação ao trabalho

comunitário e transformação das normas de género.

Para que as promotoras sejam

aceites nas comunidades de

criadore(a)s e sustentem o seu

negócio precisam mostrar

profissionalismo, destreza e

prontidão para responder às

emergências em animais

doentes. O número de animais

salvos de enfermidades e a

redução de surtos através de

medidas preventivas nos curais

é que irá ajudar a cimentar a

ideia de igualdade de género na

cadeia de valor da pecuária e

nas comunidades de

criadore(a)s.

A aula anterior sobre o cálculo de

dosagem que abordou a regra de

três simples, composição química,

dose, prazo de validade, período de

suspensão pós-medicação e via de

administração foi transformada

numa exigência para as

intervenções médicas nos curais e

mangas de tratamento de gado. As

principais vias de administração da

medicação foram à prova e as

participantes conduziram a

vacinação, desparasitação (pelas

vias oral, sub-cutânea, intra-muscular e intra-venosa),

tratamento de feridas nos animais e a descórnea.

As participantes apresentaram como maior desafio a barreira

linguística, visto que a maior parte dos medicamentos usados

tem indicações na língua inglesa. O domínio da aritmética,

para o cálculo rápido da dosagem por animal consoante o

peso, foi outra limitante na rapidez das operações.

Foto 3. Pormenor do processo da descórnea. Este consiste no corte do gume de chifres aguçados para evitar ferimentos entre os animais durante as brigas. ©ONU Mulheres 2015.

Com o pôr do sol as participantes regressaram ao cural, desta

feita, para identificar e castrar os machos indesejáveis para a

reprodução – uma prática comum na pecuária que garante a

manutenção das variedades de maior peso vivo e

rentabilidade. O processo de castração do gado bovino (e

outros animais de grande porte) pelas mulheres é revestido de

simbolismos e representa um tabu entre as comunidades

patriarcais changanas. O exercício contribuiu, deste modo,

para o começo da transformação desta norma social.

Na hora do serão foi organizada uma sessão paralela sobre o

perfil das participantes e sua história de vida no que tange aos

efeitos das normas de género vigentes nas suas zonas de

origem e a incidência da violência baseada no género.

Foto 4. Participantes durante o exercício de castração de machos indesejáveis para melhoramento do gado. ©ONU Mulheres 2015.

Foto 1. Pormenor da vacinação. ©ONU Mulheres 2015.

Foto 2. Aula de dosagem. ONU Mulheres 2015