Gaia Alerta Final
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Tradução de Jesus de Paula Assis e
Vera de Paula Assis
James Lovelock
Gaia: alerta final
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Copyright © 2009 James Lovelock
título original The Vanishing Face of Gaia: A final warning
preparação Ana Julia Cury
revisão técnica Prof. Dr. Tércio Ambrizzi (Departamento de Ciências Atmosféricas – USP)
revisão Antônio dos Prazeres Julio Ludemir Umberto Figueiredo Pinto
diagramação Ilustrarte Design e Produção Editorial
capa Tutano
[2010]
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Intrínseca Ltda. Rua dos Oitis, 50 22451-050 – Gávea Rio de Janeiro – RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA -FONTE. SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
L947g Lovelock, James, 1919- Gaia : alerta final / James Lovelock ; tradução de Vera de Paula Assis, Jesus de Paula Assis. - Rio de Janeiro : Intrínseca, 2010.
264p.
Tradução de: The Vanishing Face of Gaia : A final warning ISBN 978-85-98078-61-8
1. Hipótese de gaia. 2. Biologia - Filosofia. 3. Biosfera. 4.
Vida - Origem. I. Título.
09-4331. cdd: 577.27 cdu: 57
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Para minha querida esposa Sandy
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sumário
Agradecimentos, 9
Prefácio por Martin Rees, 11
1. A jornada no espaço e no tempo, 15
2. A previsão climática, 45
3. Consequências e sobrevivência, 75
4. Fontes de energia e alimento, 99
5. Geoengenharia, 139
6. A história da Teoria de Gaia, 157
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7. Percepções de Gaia, 181
8. Ser ou não ser verde, 197
9. Ao próximo mundo, 219
Glossário, 239
Outras leituras, 247
Créditos das imagens, 253
Índice, 255
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Meus sinceros agradecimentos a Richard Betts, John Gray, Armand Neukermans, Sir Crispin Tickell, Brian Foulger, Gari Owen, Tim Donaldson e Elaine Steel, que leram o livro e fize- ram comentários pertinentes, e a Chris Rapley, Stephan Harding, Peter Liss, Andrew Watson, Tim Lenton e Dave Wilkinson, por seus valiosos conselhos. Também agradeço à GAIA, instituição beneficente registrada sob o nº 327.903, o auxílio proporcionado
quando eu escrevia este livro.
agradecimentos
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por Martin Rees
Há pouco mais de quarenta anos os astronautas da Apollo 8, en-quanto orbitavam a Lua, fotografaram a Terra inteira — a biosfera contrastando com a estéril paisagem lunar onde os astronautas deixaram suas pegadas. As imagens da Apollo despertaram a per- cepção global de que a “Espaçonave Terra” era vulnerável e que sustentá-la era um imperativo ecológico. Mas houve uma segunda e importante influência de impacto global semelhante — não
uma imagem, mas um novo e deslumbrante conceito, com um título romântico. Era Gaia — a ideia de que a biosfera da Terra se comporta como se fosse um único organismo.
Gaia foi a visão iluminada de um homem que é, sem dúvida, um dos cientistas vivos mais originais e influentes: James Love- lock. Ele acredita que nossa espécie está agora impondo à Terra um estresse sem precedentes e que a mudança climática poderá levar a um mundo com um ecossistema bem empobrecido, quase inóspito para os seres humanos. Mais assustadora (e mais contro-
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vertida) é sua afirmação de que o “ponto sem retorno” já pode ter sido ultrapassado.
Nosso planeta tem quase 4,5 bilhões de anos. Se alguns alie-
nígenas estivessem observando-o de longe, desde seu nascimento, o que teriam visto? Durante quase todo esse tempo imenso as mudanças foram incessantes, mas geralmente graduais. Houve a deriva dos continentes; a cobertura de gelo alternou períodos de crescimento e declínio; as temperaturas globais subiram e caíram; espécies emergiram, evoluíram e se tornaram extintas.
Mas em apenas uma minúscula fração da história da Terra — a última milionésima parte, alguns milhares de anos — os padrões de vegetação se alteraram mais rapidamente do que antes. Foi esse o sinal do início da agricultura. O ritmo de mudan- ças se acelerou à medida que populações humanas cresceram e se dedicaram à atividade urbana e industrial. O consumo de combustíveis fósseis causou um acúmulo absurdamente rápido
de dióxido de carbono na atmosfera; o clima mudou, e o mundo começou a se aquecer.
Se conhecerem astrofísica, os alienígenas que estiverem vigiando nosso planeta poderão prever com segurança que a bios- fera enfrentará o Juízo Final quando o Sol se tornar mais brilhante e, subitamente, explodir, transformando-se numa estrela “verme- lha e gigante”. Mas poderiam eles ter previsto essa súbita “febre”
sem precedentes antes que a Terra chegasse sequer à metade da sua vida — essas mudanças induzidas pelos seres humanos, que parecem acontecer a uma velocidade alucinante?
E o que esses hipotéticos alienígenas poderiam testemunhar nos próximos cem anos? Seriam os espasmos seguidos por esta- bilidade? Em caso afirmativo, será que a nossa Terra vai se
estabilizar num estado que ainda ofereça um habitat para osseres humanos? Ou nossas intervenções não planejadas des- viaram o planeta para um estado climático novo e bem mais
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quente? Se assim for, quantas das espécies atuais de animais e plantas sobreviverão?
Tais questões — mudança climática e perda de biodiversidade
— ascenderam a lugares de destaque na agenda internacional. James Lovelock está ajudando a mantê-las lá. É um herói para mui- tos cientistas — certamente para mim. Sua carreira única e par- ticular contrapõe-se ao estilo especializado e quase industrial em que a maior parte das pesquisas é conduzida. Na década de 1960, Lovelock criou um instrumento tão sensível para a detecção de tra- ços mínimos de poluentes atmosféricos que muitos colegas se recu- saram a acreditar nas suas alegações. Ele não deve nada a nenhuma instituição. Cruza as fronteiras entre disciplinas com tal liberdade que, muitas vezes, constrange pensadores “institucionais”.
A genialidade da mente e da personalidade de James Lovelock brilha neste livro importante e agradável de ler. O texto é claro, até divertido, com muitas analogias inteligentes. Mas ele também
escreve com sentimento, e seus pensamentos assentam-se em toda uma vida de trabalho excepcional. É um excelente cientista e, ao mesmo tempo, um ativista eloquente.
Muitos de nós ainda esperam que nossa civilização faça uma passagem harmoniosa para um futuro com baixo teor de carbono e uma população menor — e que consigamos efetivar essa tran- sição sem trauma nem desastre. Tal desfecho benigno, contudo,
exige ação decidida dos governos, implementada com urgência; tal urgência só será atingida se campanhas sustentadas consegui- rem transformar atitudes coletivas e estilos de vida. Programas para o desenvolvimento de “energia limpa” devem ser desenvol- vidos e implementados simultaneamente em todo o mundo, com a mesma urgência que os Estados Unidos deram ao programa
Apollo nos anos 1960. Aqueles de nós que são cientistas deveriam encarar a inven- tividade de James Lovelock como um desafio; todos os cidadãos
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deveriam se inspirar no compromisso e no altruísmo de Lovelock. Não é exagero dizer que o futuro de nossa civilização a longo prazo depende de uma resposta geral afirmativa à “convocação”
deste livro fascinante.
Martin Rees Trinity College, Cambridge
Janeiro de 2009
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Ícones são importantes para nós: a cruz e a cimitarra domina- ram vidas e a história por dois milênios. Para alguns, o ícone de maior significado é aquele da imagem azul e branca da Terra vista pela primeira vez do espaço pelos astronautas. Aquele ícone está sofrendo uma mudança sutil à medida que o gelo branco desapa- rece gradualmente, o verde das florestas e das pastagens se trans- forma lentamente no tom pardo das regiões desérticas e os oceanos
perdem a tonalidade azul-esverdeada, passando para um simplesazul-piscina à medida que se tornam desertos. É por isso que, aos 90 anos, tentarei imitar os astronautas e voarei para o espaço, a fim de ver a Terra do alto, antes que ela desapareça. Quero ter um vislumbre da Terra na qual vivi toda a minha vida, mesmo que meu médico Douglas Chamberlain, em quem confio, tenha me advertido que o risco é grande demais. Irei, apesar dos avisos, para
recapturar o momento arrepiante de súbita descoberta quarenta anos atrás, quando eu estava trabalhando n