Gaivota 161 - novembro e dezembro de 2010

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NATAL NO LAR BETEL No dia 9 de dezembro, celebraremos o Natal no Lar Betel. Levaremos conosco o carinho e o desejo de um Feliz Natal a todos os internos. Cumprindo a tradição, entregaremos os famosos panetones como oferta de amor, com certeza, esperados e desejados por todos . Partiremos às 14:30h, da porta da Igre- ja. Venha participar desse encontro que fará bem a você e a eles também. COMEMORE O NATAL NA SMM No dia 11 de dezembro, sábado, a partir das 12h30, você e sua família poderão participar da ce- lebração do Natal da SMM, no salão social da Igreja, aderindo ao almoço da “travessinha”. Cada qual le- vará um prato que dê para o tamanho de sua família. Pratos como carnes em geral, tortas, saladas mistas, refrigerantes serão bem-vindos. A SMM oferecerá arroz e as aniversariantes darão a sobremesa. MAIS DE MIL MULHERES NO NACIONAL O Sesc de Guarapari, em Vitória, no Espírito Santo, acolheu, durante os dias 18 a 21 de novem- bro, o VIII Congresso Nacional da Confederação das Sociedades Metodistas de Mulheres, que reuniu mil participantes, entre delegadas, Bispos e Pastoras. Leia reportagem na pág. 4 SMM CELEBRA 114 ANOS No último sábado, dia 27/11, a Sociedade Meto- dista de Mulheres realizou reunião mensal, desta vez, para celebrar os 114 anos da SMM. A sócia Joana D’Arc Bicudo da Silva e sua equipe se responsabi- lizaram por essa importante programação. Foram momentos de alegria e gratidão pelo aniversário da Sociedade. BAZAR DE NATAL: BELEZA E BOM GOSTO O Bazar de Natal deste ano ultrapassou as expec- tativas, apresentando uma produção delicada e de bom gosto, com o predomínio da arte em todas as peças: panos de prato, aventais, toalhas de mesa, comestíveis e outros produtos. Foi um sucesso! A arrecadação aumentou em relação ao ano passado e será destinada à missão. Leia mais nas págs. 2 e 6. Nova diretoria da Confederação de Mulheres SMM RECEBE NOVAS SÓCIAS Ano 18 Novembro – Dezembro / 2010 nº161

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NATAL NO LAR BETELNo dia 9 de dezembro, celebraremos o Natal no

Lar Betel. Levaremos conosco o carinho e o desejo de um Feliz Natal a todos os internos. Cumprindo a tradição, entregaremos os famosos panetones como oferta de amor, com certeza, esperados e desejados por todos . Partiremos às 14:30h, da porta da Igre-ja. Venha participar desse encontro que fará bem a você e a eles também.

COMEMORE O NATAL NA SMM

No dia 11 de dezembro, sábado, a partir das 12h30, você e sua família poderão participar da ce-lebração do Natal da SMM, no salão social da Igreja, aderindo ao almoço da “travessinha”. Cada qual le-vará um prato que dê para o tamanho de sua família. Pratos como carnes em geral, tortas, saladas mistas, refrigerantes serão bem-vindos. A SMM oferecerá arroz e as aniversariantes darão a sobremesa.

MAIS DE MIL MULHERES NO NACIONAL

O Sesc de Guarapari, em Vitória, no Espírito Santo, acolheu, durante os dias 18 a 21 de novem-bro, o VIII Congresso Nacional da Confederação das Sociedades Metodistas de Mulheres, que reuniu mil participantes, entre delegadas, Bispos e Pastoras. Leia reportagem na pág. 4

SMM CELEBRA 114 ANOSNo último sábado, dia 27/11, a Sociedade Meto-

dista de Mulheres realizou reunião mensal, desta vez, para celebrar os 114 anos da SMM. A sócia Joana D’Arc Bicudo da Silva e sua equipe se responsabi-lizaram por essa importante programação. Foram momentos de alegria e gratidão pelo aniversário da Sociedade.

BAZAR DE NATAL: BELEZA E BOM GOSTOO Bazar de Natal deste ano ultrapassou as expec-

tativas, apresentando uma produção delicada e de bom gosto, com o predomínio da arte em todas as peças: panos de prato, aventais, toalhas de mesa, comestíveis e outros produtos. Foi um sucesso! A arrecadação aumentou em relação ao ano passado e será destinada à missão. Leia mais nas págs. 2 e 6.

Nova diretoria da Confederação de Mulheres

SMM RECEBE NOVAS SÓCIAS

Ano 18 Novembro – Dezembro / 2010 nº161

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Bazar de Natal: Beleza e Bom Gosto

O primeiro sábado de novembro é uma data sem-pre esperada, pois nele se realiza o Bazar de Natal. Não foi diferente neste ano. Havia grande expectativa. Na realidade ele começa muito antes, pois desde de fevereiro as mulheres estão envolvidas com ele e as atividades vão num crescente de entusiasmo e dinamismo que dá gosto apreciar. Aí chega o grande dia: 6 de novembro. No salão social da Catedral, mais um Bazar de Natal, da Sociedade de Metodista de Mu-lheres! Grande o sucesso devido ao interesse e à dedicação das mulheres. Muita alegria, confraternização, sorrisos e .a presença de muitas sócias e convidadas.

Depois de uma oração de gratidão, a correria para as compras.

Foi um ano de superação por parte da coordenação, em organização, motivação e excelência nos trabalhos apresen-tados. E nos resultados, também!

“Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos ale-gres” (Salmo 126:3)

Presidente:Vera Baggio Alvim

Vices:Inayá T. Veiga Ometto

Priscila Barroso SegabinazziSecretária de ata:

Clóris AlessiSec. Correpondentes:

Rosália T. Veiga OmettoWilma Baggio Câmara da Silva

Tesoureira:Sílvia Novaes Rolim

Agente da Voz Missionária:Cinira Cirillo Cesar

ExpedienteGAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da Catedral Metodista de Piracicaba.

Redatora:Vera Baggio AlvimCorpo Editorial:Clóris AlessiDarlene Barbosa SchützerInayá OmettoWilma Baggio Câmara da SilvaSecretária:Wilma Baggio Câmara da [email protected]ção e Impressão:Printfit Soluções - www.printfit.com.brMarcel Yamauti - DiagramaçãoFotos:Rev. Paulo Dias NogueiraDistribuição:Sílvia Novaes Rolim

Jornalista Responsável:Gustavo Jacques Dias Alvim - MTb 19.492/SP

Diretoria da SMM

Silvia, Vera, Inayá, Clóris, Wilma e Darlene Barbosa Schützer

Corpo Editorial

Wilma, Silvia, Zenaide, Inayá, Maria José, Mirce, Clóris, Cinira e Vera

Ana Tereza Fernandez

FAZENDO COMPRAS NO BAZAR

PRESENÇA ALEGRE DA MARIA AMÉLIA, FUNDARORA DO BAZAR

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Advento: Tempo de EsperançaTexto: Isaías 9:1-6; João 15

Rinalva Cassiano Silva

Estamos entrando no Advento, período no qual come-moramos o anúncio do nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus que, por graça do seu Pai, veio ao mundo para nos salvar. É a chegada do menino Jesus, que veio habitar conosco e nos trazer a salvação. Advento é tempo de esperança, entre-tanto esta não é passiva, pois esse período requer de nós atitu-des e ações. Além da esperança, e para além dela, é tempo de paz, alegria, reconciliação com Deus, preparar o coração para as emoções que enchem nossas vidas, enfim sentir que tudo isso advém Daquele cujo berço foi uma simples manjedoura.

Nós cristãos podemos refletir o sentido do Advento retor-nando ao Novo Testamento, no encontro da Virgem Maria com os anjos que vieram anunciar que ela seria a mãe do Sal-vador, Jesus Cristo. Esse anúncio trouxe à Maria emoções e alegria, mas com certeza medos também, Medo da sociedade de sua época, do que o povo poderia pensar de uma jovem estar grávida antes do casamento, do noivo não aceitá-la, en-fim, medo de tudo e de todos. Apesar de todos esses temores, Maria aceita o convite/desafio, sendo chamada e vocacionada por Deus para ser a Mãe do Salvador. Assim, Advento pode representar medo, mas também é vitória.

Advento é tempo de esperança! Isaías 9:1-6 nos mostra

claramente os sinais dessa esperança, em especial no versículo 6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será; Maravi-lhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Essa profecia é do Velho Testamento e, portanto, urgia esperar. Ela vai se realizar tempos depois numa manje-doura de Belém.

Advento é também tempo de paz. Seu nome será: “Prínci-pe da Paz”. Jesus Cristo afirma em João 14:1: “Não se turbe o vosso coração”. Cabe lembrar que o contrário de preocupação é paz, tranquilidade.

Advento é, ainda, um tempo e uma oportunidade para reavaliarmos a nossa vida e procurarmos a força de Deus para fortalecer o nosso caminhar. Quem sabe é hora de mudarmos hábitos comuns em nossa vida e trazermos ao coração a verda-deira fé na pessoa de Jesus.

Por último, Advento é reconhecer o amor de Deus e acei-tar o seu mandamento em João 15:12 “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” Vivamos esse período com muita esperança e muita paz e, sobretudo, amemo-nos uns aos outros como Jesus nos amou.

Encerrando essa pequena reflexão deixamos o belo poema da Pastora Hideide Brito Torres.

Um desejo de Natal Que este seja o Natal da esperança.

Que este seja o Natal de uma nova visão:as mesmas pessoas, as mesmas ruas, as mesmas

vidasmas novos olhos permitem novas descobertas.

Que este seja o Natal de quem dança na chuva,lavando o corpo e a alma das dores, das mágo-

as, das memórias ruins que o tempo amenizae o amor de Deus pode curar e renovar.

Que este seja o Natal da esperançaporque quem espera sempre alcança.

E eu espero, espero e espero porque às vezes, mesmo quando o choro

dura uma noite inteira, é possível ver as estrelas e a lua por entre as

lágrimase só aquele que chora toda uma noite

sabe como são lindos os primeiros raios da ma-nhã!

Que este seja o Natal da esperança.para que nossas reconstruções sejam mais am-

plas,mais bonitas e mais sólidas,

com janelas maiores por onde possa entrar o sol.Que este seja o Natal da esperança

porque o sol da justiça vem nascendo sobre nóse podemos levantar e resplandecer

porque a glória do Senhor vem nascendo sobre nós...

Feliz Natal da esperança!Feliz Natal de Jesus!

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MAIS DE MIL MULHERES NO NACIONALAh! Se tivesse dado ouvidos aos meus mandamentos! En-

tão seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar. Isaias 48.18

Discípulas unindo valores, fortalecendo a cidadania.Este foi o tema o VIII Con-

gresso Nacional de Mulheres Metodistas em Guarapari (ES). Nos dias 18 a 21 de novembro de 2010.

O local do encontro foi no SESC da referida cidade, que abrigou cerca de 1.000 mulhe-res de todo o Brasil.

Na abertura a presidente da Confederação, Sonia do Nas-cimento, apresentou as dele-gações das várias Regiões. Quando mencionadas, havia grandes vibrações por parte das Re-giões, que se apresentaram devidamente uniformizadas, com diversidade de padrões, dando um colorido especial à ocasião. Um belo grupo de lou-vor abrilhantou todas as reuniões.

A reflexão dessa noite ficou a cargo do Bispo Roberto A. de Souza, baseado no texto de Prov. 31.10-31, sobre a mulher virtuosa.

Na manhã seguinte a devocio-nal foi dirigida pelo Bispo Paulo Lockman e com a apresentação dos painéis.

1 – Bispo João Carlos Lopes que com a desenvoltura, simpatia e muito carisma discorreu sobre cres-cimento. Texto base João 15.16.

2 – Bispo Luiz Virgilio B. da Rosa falou sobre forma-ção do caráter cristão.

3 – Bispo Adonias P. do Lago explanou sobre discipu-lado e Igreja local na visão metodista.

4 – Bispa Marisa Ferreira – Discipulando mulheres. Texto Isaías 61.1-3.

Pausa para o almoço, com retorno a tarde para leitura dos relatórios da Confederação, onde pudemos compro-var o enorme trabalho desenvolvido pela diretoria.

No sábado de manhã, 2ª parte dos painéis. 1 – Rev. Pedro Magalhães – Violência contra crianças

e adolescentes, apresentando um CD discorrendo sobre esta tenebrosa realidade que vivemos, lançando um de-safio para enfrentarmos esse terrível mal, tão em alta em nossos dias.

2 – Rev. Giselma de S. Mattos – Família. Na sequência um dos melhores momentos do con-

gresso. A palestra da profa. Elaine L. de Oliveira, sobre auto-estima e auto-imagem. Extremamente simpática

e envolvente nos presenteou com momentos de reflexão, repletos de bom humor e mui-ta descontração. Saímos todas nos achando lindas e maravi-lhosas. Um verdadeiro show.

Na parte da tarde houve a eleição para os próximos 4 anos da Confederação. Devido ao excelente trabalho desen-volvido pela diretoria, foram reeleitas, com exceção da te-

soureira que agora será de responsa-bilidade de Lorena M. das Neves.

A noite de sábado foi festiva, com a apresentação das Federações com números musicais, dança, etc. O desta-

que ficou com a nossa Região (5ª), com a apresentação de uma peque-na peça teatral sobre Raabe. As ar-tistas deram conta do recado com louvor.

Na manhã de domingo o Culto de encerramento teve o sermão da Bispa Marisa que muito eloquente, trouxe inspiradora mensagem.

As pastoras participantes do evento foram apresentadas e auxi-liaram os bispos na distribuição da Santa Ceia.

Durante todos os dias as diversas Federações nos pre-senteavam com sugestivos mimos. Entre as atividades havia momentos de louvor e também de divertidas brin-cadeiras.

Às 13hs foi declarado o encerramento do Congresso.Troxemos na bagagem:1 – novas amizades;2 – estreitamento de antigas amizades;3 – histórias para contar;4 – crescimento espiritual;5 – inúmeros desafios para o presseguimento da obra

do Senhor e da missão.Que venha o 9º Congresso! Se Deus permitir, esta-

remos Inayá Ometto.

Delegadas de Piracicaba

Inayá Ometto e Sonia Palmeira

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A grande mensagem do NatalIsaías 40: 1- 11

Por volta de 1.750, John Newton, compositor do conhecido Hino “Amazing Grace” era capitão de um navio que transportava escravos africanos para as colônias britânicas, para trabalhar nas plantações. Entre as viagens, ele ouviu uma pregação ao ar livre de George Whitefield, pregador leigo metodista e converteu-se. Ele tomou consciência da maldade de sua ocupação e desistiu da mesma. Ele decide ser pastor. Em 82, Newton disse: “Minha memória já qua-se se foi, mas eu recordo duas coisas: que eu sou um grande pecador, e que Cristo é meu grande Salvador!” A princípio, ele não sente-se merecedor de tanto amor, por conta de seus erros. Ele expressa seu sentimento ao compor este hino, listado entre os favoritos do mundo; milhares de pessoas já foram tocadas por este hino, que reflete sua experiência de ser encontrado por Deus. Eu estava perdido, mas agora me achei, na verdade, ele quer dizer, fui achado por Deus.

Deus é um Deus na constante busca de seus filhos e filhas. O profeta diz: “preparai um caminho do Senhor...” Mas, na verdade, Deus já preparou o caminho para encontrar o ser humano e este caminho é Jesus. Esta é a grande mensagem do Natal. Deus vem ao encontro do ser humano perdido para conceder-lhe vida. Por isto, John Newton cantou: eu estava perdido e fui achado.

1. O que significa estar PERDIDO – Perdido quer di-zer extraviado; desencaminhado; disperso; difuso; sem es-perança ou salvação.

A história do povo de Israel é marcada por caminhos e des-caminhos. Em sua jornada rumo à terra prometida, algumas vezes, eles se perdem. Quando isto acontece? Quando eles se afastam de Deus e buscam seus próprios caminhos. Isto fica muito claro nos diversos períodos do povo. João Batista surgiu num momento em que o povo estava perdido e não conseguia achar o caminho para Deus. O Messias estava che-gando, mas o povo não estava atento aos sinais. Por isso, João Batista chama, convoca à conversão, aponta o caminho que leva ao encontro do Messias, revelando a face de um Deus que quer consolar seu povo, quer trazer vida e perdão.

Muitas vezes, na busca de novas experiências e novos ca-minhos, nos afastamos de Deus e nos perdemos. Por estar-mos perdidos, ficamos sem esperança e sem salvação, a vida perde o sentido, o norte, a direção, mas a fé em Jesus nos chama de volta ao caminho de Deus.

2. Deus vem ao nosso encontro – O que significa EN-CONTRAR? Deparar com; achar; defrontar-se; achegar; unir.

Deus não quer que continuemos perdidos nas estradas da vida, desiludidos, sem sonhos e abandonados. Por este moti-vo, Deus envia Jesus para nos levar de volta para casa. Deus enviou Jesus para redirecionar nossa fé. Deus veio ao nosso encontro. Porque Ele veio ao nosso encontro, nós encontra-mos graça. Na parábola do filho pródigo, o pai do filho pró-digo, corre ao encontro do filho. O filho já havia preparado todo o discurso para pedir perdão ao pai e ser reintegrado

como empregado. Ao ver o filho de longe, ele corre ao en-contro do filho. No Natal, Deus se revela a nós em Jesus e ilumina o nosso caminho para que encontremos Jesus. Assim como os pastores, os reis magos, os anjos, devemos seguir a estrela, a luz que vai nos levar de volta para Ao seguirmos os sinais de Deus, encontraremos a criança que veio nos direcio-nar para Deus. Nós estamos aqui porque Cristo veio ao nosso encontro.

3. O encontro com Deus provoca conversão e compro-misso

João Batista chamava o povo a colocar-se a caminho, arrumar a vida para encontrar-se com Deus. Seu papel era apontar o caminho para Deus, mas compete a cada um de nós preparar a vereda, o caminho para Deus. Compete a cada um de nós a decisão de por o pé na estrada. Converter-se é uma decisão pessoal e implica numa mudança de rumo, de direção. Diante de Jesus, os pastores retornam glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham ouvido e visto. Eles tornaram-se mensageiros do caminho de Deus. Conversão é transformação de vida na sua totalidade, não simplesmente em gestos externos.

Conversão exige olhar para a frente, ou seja, dispor-se a transformar o mundo em Reino de Deus para que a justiça seja uma realidade. Neste Natal, somos chamadas à conver-são, a olhar a vida com novos olhos e promover a paz e a jus-tiça e anunciar a maravilhosa graça que salva, redime, restaura e renova.

Pra. Amélia Tavares

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OS BASTIDORES DO BAZAR

GRAÇA E PAZ ...(... como sempre nos saúda o nosso Pastor Paulo)

Foram realmente muitas as graças divinas que nos acompanharam, durante todo este ano, enquanto nos preparávamos para o Bazar de Natal da SMM.. Primeiro, foi o Chá de Outono, realizado em abril, para angariar fundos para as despesas necessárias. Contamos com a presteza das “meninas” da equipe da cozinha, coordena-das pela Zenaide, das juvenis, da Priscila preparando o ponche e resolvendo todas as dificuldades que surgiram como: lugares para todas as convidadas, colocação das molduras para exposição dos trabalhos do Bazar e mais uma infinidade de pequenos detalhes, para os quais ela sempre tem a solução.

Muitas outras colaboradoras como a Naly, Mirce, Célia, Viviane, Virgínia, Jandira, Zenaide, Violeta e Guilhermina,fizeram crochê e bordados nos panos de prato, assim como aventais, porta-assadeira, cobre-bolo, tudo com alegria, disposição e dentro de suas especiali-dades.

A Inayá, sempre com o seu sorriso e dinamismo, tomou aulas de macramê e de confecção de cestinhas. Resultado: seus produtos ficaram um encanto e fizeram muito sucesso.

A Joana conseguiu novos modelos para apresentar-

mos, a Sílvia cuidou das finanças, a Wilma e a Vera de-ram suporte, incentivando e apoiando o grupo com o seu bom senso.

A minha parceria com a Ione foi magnífica, pois ela completou grande parte dos trabalhos que apresentamos no bazar, sempre muito delicada, dedicada e pronta, pois costura e faz crochê com perfeição.

Alguns objetos foram doados por amigas, como a Nei-va, Lucila, Carolina, Neusa, Rosana e Rosa. Na arruma-ção do bazar, ajudaram a Ana Teresa, Sílvia e Wilma. A Carla se dispôs a nos auxiliar pilotando a maquininha de estampar preços. Enfim, foram tantas as colaboradoras que se alguma foi esquecida, me perdoem.

Quero destacar uma ajuda inestimável que recebi da Ester e do Pastor Paulo, que, com suas orações e fé, me transmitiram força e otimismo nos momentos delicados e graves que minha família e eu passamos durante este ano.

Finalmente, quero louvar e agradecer a Deus por esta equipe maravilhosa que Ele formou e que soube trabalhar tão bem. Segundo o Gustavo Alvim, nas suas lições da Escola Dominical, a gratidão é muito importante.

Rachel Munhoz dos Santos Diehl

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DIA DA BÍBLIA??? . . .Gustavo Jacques Dias Alvim

Era dezembro. A família voltava da Igreja, depois de ter participado do culto matutino e da Escola Dominical. Ca-minhava em direção do estacionamento, onde havia ficado o carro. Vinham, lado a lado, o “seu” Juliano, crente antigo, de berço metodista, sua esposa Rute, convertida durante o perí-odo de namoro, e o único filho, chamado Diogo, menino de uns 12 anos, muito inteligente e vivo, questionador e interes-sado em tudo; ele costumava fazer freqüentes indagações.

Já no início do trajeto, ele saiu com esta:— Pai, o pastor falou do púlpito que, no próximo domin-

go, vamos comemorar o “Dia da Bíblia”; é isso mesmo ou entendi mal?

O pai, meio intrigado ou ressabiado com a indagação, sem saber onde o filho queria chegar, respondeu:

— Sim, vamos celebrar o “Dia da Bíblia”, o que fazemos uma vez por ano, no segundo domingo de dezembro, ou seja, no segundo domingo do advento, com várias manifestações: cultos, passeatas, distribuição da Palavra Sagrada, inauguração de monumentos e muita coisa mais.

—Sei... É tudo muito interessante, mas, também, bastante estranho! – co-mentou o Dioguinho, como era cari-nhosamente chamado.

Comentou o pai:— Já vi que você não conhece essa

história. O seu professor de Escola Do-minical nunca falou sobre o “Dia da Bíblia”?

— Da Bíblia já falou sim, mas nun-ca contou que, no calendário, lhe reser-varam apenas um dia. Realmente é muito estranho!

Estavam chegando ao estacionamento para pegar o carro. O pai não querendo perder o interesse do filho pelo assunto e a oportunidade para ensinar-lhe algo, emendou:

— Vou aproveitar o tempo, durante o trajeto até nossa casa, para falar do “Dia da Bíblia”.

O pai queria mostrar seus conhecimentos, que estavam ainda frescos na memória, pois havia lido no dia anterior, no “Expositor Cristão”, excelente matéria sobre o tema, da auto-ria de um dos Bispos. E foi, então, em frente com seu resumo:

— O “Dia da Bíblia”, meu filho, surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de ora-ções do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da leitura do Livro Sagrado. No Brasil, o “Dia da Bíblia” passou a ser celebrado em 1850, com a che-

gada, vindos da Europa e dos Estados Unidos, dos primeiros missionários evangélicos que aqui vieram semear a Palavra de Deus. Pouco a pouco, as diversas denominações evangélicas institucionalizaram a tradição do “Dia da Bíblia”, que ganhou ainda mais força com a fundação da Sociedade Bíblica do Bra-sil, em junho de 1948. As comemorações do segundo domin-go de dezembro mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.

O menino ouviu tudo atentamente, sem interromper o pai, porém com um ar de insatisfação, de dúvida e increduli-dade. Estava com vontade de dizer alguma coisa, mas calou-se com receio de desagradar o pai que tanto amava e que discor-ria com visível entusiasmo. Porém, foi o pai que deu a “deixa”:

— Dioguinho, se o conheço bem, você está com algo atra-vessado na garganta. Diga logo, o que está querendo falar!

O menino recobrou o ânimo e demonstrando segurança expôs o seu pensamento:

— Pai, há somente um dia no ano para a Bíblia? Não é pouco? Você não acha que todos os dias deveriam ser da Bí-

blia? Não só para celebrá-la, mas para lê-la, estudá-la, tirar lições para nossas vidas, diariamente? Não gosto muito dessa idéia de comemorações especiais, monumentos, cultos, um dia para dis-tribuição e etc.

— Meu filho, estou achando que você tem alguma razão. Dias atrás, re-cebi pela “internet” um texto, que com-parava a Bíblia com o celular. Era bem criativo. Não me lembro de tudo, mas

vou repetir o primeiro trecho, que cheguei a decorar. Ei-lo:— “Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa

Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular? E se sempre car-regássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa? E se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia? E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório...? E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos? E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela? E se a déssemos de presente às crianças? E se a usássemos quando viajamos? E se lançássemos mão dela em caso de emergência?”

— Pai, que bonito! É por isso que eu digo: para mim não deve haver apenas um “Dia da Bíblia”. Todos os dias são “Dia da Bíblia”. Você não acha, também?

O pai pensativo apenas repetiu o que já havia dito:— Meu filho, estou achando que você tem alguma razão!

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SARAU 2010O Sarau foi uma festa ale-

gre, descontraída e contagian-te, que encantou a todos, or-ganizada pela Inayá Ometto.

Houve de tudo, desde música popular e o canto vi-brante de “O bode e a cabra”, interpretado pela família Ko-bayashi, até a música clássica envolvente, como “Jesus, ale-gria dos homens”, de Bach, inter-pretada pelo casal Vera e Umberto Cantoni.

As crianças também participaram brilhantemente como a Ana Laura (?)ao violão, a Fernanda Gava, ao piano, e Letícia Kobayaschi, na flau-ta doce.

Vera Cantoni e Daniel Carmona envolveram a todos com música ao piano e flauta transversal, tocando “Chaconne”.???? De-clamaram, com arte e beleza, poesias especiais e marcan-tes, as sócias Cida Rossi, Ana Maria Orsini Rossi e Inayá Ometto.

Não faltaram músicas de Chico Buarque, como “A

banda”, com a “famosa” du-pla Ione Zitto e Márcia Sto-nico???? e nem de Paulinho da Viola, como a “Dança da solidão” com o casal Melissa e Paulo Cauã. Abrilhantou também o Sarau a dupla Ro-nald Segabinazzi e Didi Mar-tins.

Provocaram muitos risos alguns casos pitorescos e reais ocor-ridos em igrejas, bem como histórias do baú, engraçadas e inesquecíveis, contados pelo Gustavo Alvim, com seu jeito espirituoso.

Num momento de saudade, Vera Cantoni e Maria José Martins can-taram e fizeram os presentes tam-bém cantar, recordando a música inesquecível de Chaplin, “Luzes da Ribalta”.

O Sarau foi encerrado com uma gostosa confraterni-zação e comemoração do natalício das aniversarintes do mês de outubro.

Ester Siqueira Bezerra

Alguns participantes do Sarau

Aniversariantes

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NOSSOS SENTIDOS PODEM SER AS LINGUAGENS AGRADECIDAS DO NOSSO CORPO...

E PODEM SER NOSSA EXPRESSÃO DE SERVIÇO

Agradecer é sempre um movimento humano em direção à contemplação da obra divina. Remete à idéia de que somos capazes de reconhecer as manifestações de Deus em nossa vida, ao nosso redor, na natureza, na sociedade em geral. Agradecer é ato humano que nasce do “se agradar” daquilo que vemos e sentimos, do que contemplamos e percebemos, do que tocamos e visualizamos.

Os salmistas na Bíblia são o grande exemplo de corações agradecidos. São os poetas da dor, do sofrimento, da contemplação, do clamor e da gratidão. Choram, buscam orientação, lamentam suas dores e... agradecem as bên-çãos. Muitas vezes agradecem antecipadamente, certos da graça do Senhor.

Anos atrás, no início da década de 80, quando conheci Jaci Maraschin, autor do cântico “Oferenda dos senti-dos”, fui tocada pela sua sensibilidade e pelos seus versos e percebi que os salmistas da Bíblia ainda viviam entre nós, falando pelos lábios de todos os irmãos agradecidos.

Mil vozes eu quisera ter pra proclamaro teu amor e celebrar com gratidão o teu louvor.

Mil vozes eu quisera ter pra denunciara escravidão, as injustiças sociais e protestar.

Mil olhos eu quisera ter pra ver no céu, no ar, na flor, a tua face salutar e te adorar.

Mil olhos eu quisera ter pra te encontrar também na dor dos desolados e sem lar e protestar.

Ouvidos mil quisera ter pra ouvir contrito a tua voz e no silêncio da manhã ficar feliz.

Ouvidos mil quisera ter pra ouvir também o teu clamor no grito amargo da opressão e protestar.

Narinas mil quisera ter pra perceber o santo

olor do incenso bom e do jardim e respirar. Narinas mil quisera ter pra perceber na poluição

a inimizade e a frustração e protestar.

Oh! Quem me dera ter mil mãos para o evangelho carregar, pra te aplaudir com emoção e te tocar.

Oh! Quem me dera ter mil mãos pra nosso mundo transformar, unindo-as todas e, afinal, o libertar.

Só tu nos dás mais de um milhar de ouvidos, olhos, línguas, mãos;

só tu nos podes convocar pra te servir. Só tu nos dás mais de um milhar de dons,

de forças, de razão,pra nosso mundo transformar, ao te servir.

Nos versos da canção é também possível perceber o quanto a gratidão é dinâmica e plural, e como ela não cabe em si mesma, como ato contemplativo apenas e acabado. Não dá para apenas agradecer as bênçãos no âmbito da individualidade, sem pedir que a graça de Deus alcance outras pessoas, as estruturas, a sociedade como um todo e, especialmente, é impossível apenas agradecer as bênçãos sem se colocar à disposição para ser bênção. E ser bênção não é difícil. Basta colocar nossos olhos e ouvidos à disposição do Senhor para servi-lo. Basta usar nossas mãos para o serviço como Ele faria e utilizar a nossa voz para anunciar as suas maravilhas.

Agradecer é reconhecer a presença do Senhor amoroso em nossas vidas, é agradar-se de seus feitos e proclamá-los. Mas, especialmente, agradecer é gesto de sair de si, de ir para fora de nosso corpo confortável e ensimesmado em direção ao corpo do Cristo que sofre as dores dos pobres e doentes e que dói diante das injustiças.

Que o Senhor que nos abençoa nos ajude a ser bênção. E que nisto sejamos agradecidos.

Rosa Gitana Krob Meneguetti

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SMM celebra seus 114 anosNo longínquo ano de mil oitocentos e noventa e seis,

em uma das salas da Igreja Metodista de Piracicaba, por-tanto, quinze anos após a instalação do metodismo em nossa cidade, oito mulheres se reuniram para a formação de uma sociedade de senhoras. Movidas pela fé e, cer-tamente, pela necessidade de encontrar um espaço de trabalho para a mulher na Igreja, Leonora Dixon, Bertha Crem Müller Krahenbull, Miss Mary Ann Moore e Lou-rinda Cândida da Costa, no final do século dezenove, constituiram a primeira sociedade de mulheres em Pi-racicaba, no estado de São Paulo. Essas valorosas senho-ras, jamais poderiam imaginar que tal ideia percorreria o século vinte, nos encontraria em 2010, como Socieda-de Metodista de Mulheres, nas pessoas de Vera Baggio Alvim – Presidentes, Inayá Ometto / Priscilla Barroso Segabinazzi – Vice-Presidente, Clóris Alessi – Secretá-ria de Atas, Wilma Baggio Câmara da Silva – Secretária Correspondente e Silvia Rolim – Tesoureira.

Com essas palavras, Joana D´Arc Bicudo da Silva, responsável pela devocional do dia 27 de novembro de 2010, juntamente com sua equipe, iniciou naquele dia, os trabalhos que se seguiram em comemoração aos cento e catorze anos de SMM da Catedral. Trouxe à memória,

a história dessa instituição e seus feitos, suas idealizado-ras e continuadoras. Um cartaz, colocado em destaque, no Salão Social, gravou os nomes de todas as presidentes, e , em uma árvore, lembretes dos trabalhos desenvolvi-dos pela atual diretora da SMM.

A presidente, em sua breve fala expôs sobre os traba-lhos realizados, quatro deles representam as marcas de nossa passagem pela Sociedade, a saber: 1ª) somos orgu-lhosas e agradecidas a Deus por sermos a segunda SMM criada no Brasil; 2ª) somos chamadas de esteio da Igreja; 3ª) nossas reuniões de oração representam o ponto alto, entre as demais, realizadas com fé e crescente espiritu-alidade; 4ª) criamos e editamos o jornal “GAIVOTA”, impresso e “online”, conhecido e prestigiado em âmbito nacional e amigos do exterior que conheceram e rece-bem, até hoje, o jornal.

O programa foi mesclado de orações, solos, cânticos e poesia. Com os cumprimentos, por parte do Rev. Paulo Dias Nogueira, nosso Pastor, desejando que Deus con-tinue a sustentar-nos como o fez sempre, encerrou-se a reunião com benção pastoral e a recitação do moto da SMM.

Pastor saudando a Sociedade

Vera cumprimentando

Algumas presenças

Inayá falando sobre o congresso

Clóris Alessi

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O Ministério de Ação Docente,

coordenado por Rinal-va Cassiano Silva está mais ativo do que nun-ca. Vários cursos foram programados e realiza-dos com grande êxito.

Destacamos os cursos realizados nas últimas semanas:

UMAS E OUTRAS

Violeta ganhou mais uma bisneta; é a Isabela, filha da Carolina e Ivan. Parabenizamos os pais

e familiares, pedindo que Deus abençoe ricamente a todos.

Curso de Capacitação para as professoras do

Departamento Infantil da E. D., que foi ministrado pela competente, Rosemary Torres. Comentário de uma das partici-pantes: — “A Rose é um espe-táculo!”

Curso de Comuni-cação Oral, reali-

zado em duas aulas, para quem precisa falar em pú-blico, seja dando um avi-so, cumprimentando visi-tantes, dirigindo reuniões,

etc. O curso foi ministrado pelo superintendente da Escola Dominical, Gustavo Alvim, e foi um sucesso! E tem mais, a Rinalva – coordenadora do Mi-

nistério de Ação Docente, juntamente com o Ministério da Liturgia, coordenado por Darlene, pro-moveu um café das manhã no dia 28 de novembro, em comemoração do Dia de Ação de Graças. Foram momentos ricos de companheirismo cristão.

Inayá Ometto

Agradecemos à Rosa (filha da Jandira Minussi) pelas lindas toalhas bordadas com motivos na-

talinos, doadas para o bazar. Foi um grande presente!

A 5ª Região apresentou, no Congresso Nacional em Guarapari, uma peça teatral sobre Raabe.

A Vera Ligia e a Zoé, juntamente com outras compa-nheiras, representaram muito bem a Catedral. Para-béns!!

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Não havia lugar para Ele...“E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em

panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.” (Lucas 2, 7).

Deus evoca a surpresa, a novidade, a contradição. Nas páginas do Novo Testamento registra-se um fato: “...e não havia lugar para o criador de todos os lugares”. Não havia espaço para o mantenedor de todos os espaços.

O Verbo Divino, contrariando todas as lógicas, ar-mou sua tenda e montou acampamento entre nós. As raposas possuem covis. As aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tinha um lugar para re-clinar a cabeça.

Não há nada mais terrível, mais dilace-rante, mais angustian-te, do que pertencer ao lugar dos que não têm nenhum lugar. Drama vivido por crianças e adolescentes nos abrigos e orfanatos. Todos os laços de pertencimento e de afetividade, nestes lugares, foram cortados. Eles não pertencem a nada e a ninguém. Não possuem uma rede afetiva, social e psicológica em que possam estabelecer as bases de sua identidade pessoal e comunitária. Não possuem o pleno domínio de sua ci-dadania e de sua existência.

Seres errantes, nômades, itinerantes. Ovelhas desgar-radas de seu legítimo pastor. Falta ao mundo uma dose de pertencimento. Os “nós” afetivos, relacionais, espi-rituais, estão afrouxados. Há mais comprometimento com o “ter” do que com o “ser” de um modo geral.

Faz mais de dois milênios, numa terra longínqua, ameaçada e demarcada pela ambição dos poderosos, que a presença do filho de Deus foi submetida a esse mesmo princípio de orfandade. Mesmo que não se tratasse de uma orfandade familiar/afetiva, a orfandade do Menino-Deus caracterizou-se pela falta de um lugar social, mate-rial e espiritual, a propiciar-lhe o aparecimento da vida.

Os espaços que lhe poderiam servir de abrigo, às pro-ximidades da gruta de Belém, estavam completamente

abarrotados. Com tantas casas, com tantos abrigos, com tantas hospedagens, inexistia lugar para o surgimento de Deus na dimensão da vida.

Desde seu nascedouro a vida do Deus-Menino foi marcada pelo signo do abandono, da rejeição e da in-diferença. Naquele mundo, havia lugar para tudo, para todos, menos para o mais importante – o Filho de Deus.

Natal quer dizer nascimento. E o nascimento de uma criança necessita de certas condições e garantias para nascer. Em meio às vicissitudes que cercam sua natalida-

de, o menino entre fral-das ousa nascer. Ao invés do choro costumeiro, ele se alegra e sorri para o mundo.

Bem sei que Deus irrompe na inquietude, no abandono e no inu-sitado. Quando menos imaginamos, ele organi-za o caos, possibilitando a criação de “novos lu-gares”. Principalmente manifesta sua graça nos lugares mais sombrios e aterrorizantes. Nesses es-paços, ele estabelece sua

morada e irradia sua presença transformadora e conta-giante. Deus mesmo é capaz de fazer brotar a novidade e florescer a vida.

Basta que se abram as janelas da existência, enferruja-da e endurecida pela falta de uso, para que Deus mani-feste a luz verdadeira de Cristo em nossa vida.

Deus se alojou nas moradas em que habita a con-dição humana. Na madrugada que celebramos seu nas-cimento, Deus adentrou os espaços antes inabitáveis, quase improváveis para sua visitação. E na agitação de seus contemporâneos, não havia sequer um cantinho para Ele.

Em cada noite de Natal, o Deus-menino percorre o mesmo caminho: peregrina de porta em porta à procura de abrigo. E, ainda hoje, não há espaço para Ele no co-ração humano.

Rev. Jesus Tavernard Júnior