Gastronomia Molecular... Ciência na cozinha

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Trabalho realizado por Carlos Barbosa Aluno Curso GPC 2013/2014 1 Modulo: Cozinha Molecular Formador: Chef Jorge Antunes / Chef Marcelo Vaz Cozinha Molecular

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Trabalho realizado no ambito do curso de Gestão e Produção de Cozinha, modulo de Cozinha Molecular

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Cozinha

Molecular

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Índice Introdução…………………………………………………………………………………………………………………………………. 4

A História………………………………………………………………………………………………………………………………….. 6

O que é a Gastronomia Molecular?................................................................................................9

Cozinha das moléculas………………………………………………………………………………………………………………. 10

Uma aventura na Cozinha Molecular………………………………………………………………………………………… 11

Bases da Cozinha Molecular………………………………………………………………………………………………………. 13

Ferramentas e Técnicas……………………………………………………………………………………………………………… 17

Conclusão………………………………………………………………………………………………………………………………….. 19

Wetgrafia…………………………………………………………………………………………………………………………………… 20

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Introdução

Trabalho realizado sobre o Módulo “Cozinha

Molecular”: Com este trabalho pretendo demonstrar os

conhecimentos adquiridos no decorrer do módulo e da

pesquisa necessária para a realização da dissertação que

farei sobre esta matéria sendo ela bastante enriquecedora

para o meu conhecimento/formação.

Vou descrever a história/conteúdos da cozinha

molecular, pretendendo dar a conhecer as técnicas e

algumas tendências da restauração.

Este trabalho incidirá nos seguintes aspectos: bases

da cozinha molecular; técnicas e dicas.

Por isso sabemos que, os olhos são os primeiros a comer, esta é uma máxima bem

conhecida. A nossa primeira impressão de um prato de comida define as nossas expectativas

sobre ela. Nós comemos não apenas para a nutrição e sustento, mas também para os

prazeres.

Cozinhar apela aos nossos sentidos do paladar, olfacto e visão. Assim, o nosso

primeiro objectivo é obter o cliente interessado na comida antes de começar a comer. Isto é,

é necessário ter uma boa apresentação do prato e o factor woh, que cria a cozinha

molecular.

A tendência culinária mais excitante das últimas décadas atende pelo nome de

gastronomia molecular. São “trinta” anos de ‘novidade’ e muitos adeptos espalhados por

cozinhas de diferentes idiomas e localizações geográficas. A exploração científica da cozinha

a fim de conseguir melhores resultados à mesa criada pelos cientistas Nicholas Kurti e Hervé

This e interpretada pelos maiores chefs do planeta é também uma polémica revisão do jeito

como se cozinha desde o século XIX.

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Entre 2005 e 2009, esteve no topo da lista The World's 50 Best Restaurants2,

produzida pela revista Restaurant, com El Bulli (restaurante do chef Ferrán Adrià na

Catalunha, Espanha) e The Fat Duck (comandado na Inglaterra por Heston Blumenthal). Hoje

um pouco mais diluída no caldeirão de novidades constantes do mundo da gastronomia,

ainda se faz presente em cardápios inventivos com caviar falso feito com alginato de sódio e

de cálcio, gelatinas quentes e sorvetes feitos com nitrogénio líquido. Sua influência

ultrapassou os limites da alta cozinha, chegou a restaurantes menos cobiçados, aos bares e

até às cozinhas domésticas com kits que lembram os que introduziam as crianças no mundo

da química há algumas décadas.

Tal influência justifica um olhar mais cuidadoso para essa disciplina. O que é e como

surgiu a gastronomia molecular? E, mais importante, o que ela trouxe de inovador para o

cenário gastronómico mundial? O objectivo do presente trabalho é tentar responder a essas

questões

A parte final deste trabalho é a reflexão sobre o tema estudado e trabalhado.

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A História

Ao longo da história, o homem tem adornado e decorado a sua comida de uma forma

ou de outra. Se isso foi feito em medidas extremas ou de uma forma muito simplista, a

intenção era torná-la mais atraente.

A introdução da criatividade na cozinha é algo relativamente recente. Até metade do

século passado a introdução de uma interpretação pessoal em receitas clássicas era

impensável. A tradição era altamente respeitada até que, na década de 1960, surgiu uma

corrente gastronómica em França apelidada de Nouvelle Cuisine. Esta mudança trouxe a

vontade de trabalhar ingredientes mais frescos e de manter o sabor autêntico dos alimentos.

Ao mesmo tempo que se davam estas mudanças na cozinha, os irmãos Troisgros

revolucionaram o serviço, trocando o serviço tradicional em travessa por prato individual.

Tal alteração fez com que existisse uma maior liberdade criativa na apresentação das

refeições, introduzindo “a arte visual no prato como um elemento sensorial”.

Na década de 1980, surgiu um movimento de aproximação científica à gastronomia,

através de cientistas como Kurti, McGee e This. Esse movimento, denominado de

gastronomia molecular, iniciou o estudo dos processos químicos e físicos que ocorrem na

cozinha. O objecto de estudo deste ramo das ciências alimentares são as preparações em

pequena escala, com o sentido de considerar todos os passos do processo da alimentação,

desde a preparação do ingrediente cru até ao modo como o consumidor o aprecia. Desta

investigação, desenvolveram-se novas técnicas como a utilização de vácuo e banhos

termostatizados ou a liofilização de alimentos.

Exemplos de texturas a l imentares contemporâneas : es feri ficações , esparguetes e a lgodão doce.

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Na década de 1990, Ferran Adrià tornou-se o rosto de um novo movimento culinário,

muito ligado à liberdade criativa do chef, que tenta provocar diferentes emoções no cliente.

O chef apoia-se em técnicas derivadas da gastronomia molecular como suporte à

criatividade na cozinha, o que faz com que se obtenham resultados de grande interesse (ver

figura em cima). Essa utilização de técnicas mais científicas já recebeu designações como

“Cozinha de Vanguarda ”, “Gastronomia Molecular”, “Hipermoderna” ou “Tecno-

Emocional”. No entanto, de acordo com Adrià, o que interessa não são as técnicas de

cozinha, mas sim cozinhar com emoção.

Nesta nova abordagem à cozinha, torna-se importante a questão da autoria dos pratos.

Cada chef tem as suas vivências, a sua cultura, as suas raízes, e isso reflectido na comida que

serve. Muitas das vezes, os pratos têm sabores assumidamente locais, relacionados com a

ligação do chef a uma determinada região; no entanto, essa memória é transposta em

texturas diferentes alterando a nossa percepção do prato, fazendo-nos pensar (ver figura em

baixo). Esse facto torna uma experiência física – o ato de comer – numa experiência

sensorial

Evolução da Sopa de Peixe: tradicional e interpretação contemporânea (Cooking.Lab).

Nos restaurantes de cozinha molecular, há uma sequência de sabores cuidadosamente

planeados, com o objectivo de provocar diferentes emoções a quem experimenta o menu,

através de sabores intensos, temperaturas e texturas diferentes, que se podem

complementar ou competir entre si. O essencial é a desconstrução das formas tradicionais

de cozinhar sem desconstruir o sabor familiar do alimento.

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A cozinha de vanguarda pode ser abreviada da seguinte forma:

Grande preocupação com a qualidade e sustentabilidade dos ingredientes utilizados,

utilizando-se cada vez mais fruta e vegetais da época;

Substituição de molhos pesados por espumas e de espessantes (como o caso da

farinha) por ingredientes alternativos mais leves, o que confere uma menor alteração

do sabor original dos alimentos;

Uma aproximação menos tradicional ao prato, que se deve à utilização de novas

técnicas e equipamentos para cozinhar os alimentos;

Uma cozinha mais eficiente e saudável por utilizar algumas novas técnicas – como o

caso das cozeduras a baixa temperaturas – que apresentam a vantagem de ter um

maior interesse a nível nutricional.

A cozinha de vanguarda é sintetizada como uma “cozinha menos pesada, com uma maior

subtileza, mais limpa, que procura sem cessar a obtenção dos sabores mais harmoniosos e

originais.”

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O que é a Gastronomia Molecular?

Gastronomia molecular é a ciência dedicada ao estudo dos processos químicos e

físicos relacionados à culinária. Estuda os mecanismos envolvidos nas transformações dos

ingredientes no cozimento e investiga os aspectos sociais , artísticos e técnicos da culinária e

gastronomia (de um ponto de vista científico).

A expressão "gastronomia molecular" foi criada em 1988, pelo físico húngaro

Nicholas Kurti, da Universidade de Oxford, e pelo químico francês Hervé This.

Distingue-se das ciências alimentares tradicionais pelo facto de o seu objecto de

estudo serem as preparações em pequena escala, e por considerar a alimentação como um

todo: os ingredientes crus, a preparação e a forma como são apreciados pelos

consumidores.

É assim uma área de estudos interdisciplinar que envolve a física, a química, a

biologia, a bioquímica, envolvendo também a fisiologia, a psicologia e a sociologia.

A gastronomia molecular estuda todos os tipos de cozinha e o conhecimento que é

obtido permite compreender e melhorar também todas as cozinhas, das mais tradicionais às

mais vanguardistas, em qualquer país ou continente. Para além da sua contribuição para

optimizar resultados, o conhecimento que é produzido por esta ciência permite também a

introdução de técnicas culinárias inovadoras.

Um exemplo clássico da

gastronomia molecular é o estudo do

efeito da temperatura no cozimento do

ovo. Embora os livros de culinárias

indiquem o tempo em minutos para o

cozimento, verifica-se que o controle

da temperatura é mais importante que

o controle do tempo para se obter o

resultado desejado.

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Cozinha das moléculas

Podemos dizer que a “Cozinha Molecular” é

uma nova tendência culinária na qual se aplicam

os conhecimentos obtidos pela “Gastronomia

Molecular”, para a elaboração dos seus pratos.

Com base nesses conhecimentos usam-se aditivos

químicos naturais para modificar a textura e a

forma dos alimentos.

A gastronomia molecular é o estudo científico dos processos químicos e físicos que

ocorrem durante a confecção. Possibilita a criação de novos métodos, técnicas e

equipamentos, aperfeiçoando os já existentes.

Estamos perante um novo ramo da ciência que trata dos alimentos e da alimentação

como um todo. No fundo, a gastronomia molecular é a aplicação de princípios científi cos

para compreender e aperfeiçoar os processos envolvidos na preparação dos alimentos nas

cozinhas.

Actualmente encontramos os cientistas não somente nos grandes laboratórios da

indústria alimentar, mas também a trabalhar em parceria com chefes de cozinha.

O termo “molecular” nada tem a ver com artificial, indica apenas que a constituição dos

alimentos é considerada a um nível mais aprofundado.

Uma confusão comum da nossa sociedade em geral é a que torna sinónimo,

gastronomia molecular e cozinha molecular; a gastronomia molecular é direccionada para os

cientistas e a cozinha molecular é mais direccionada para os cozinheiros.

Por outro lado, a cozinha molecular é a nova tendência culinária que utiliza as novas

ferramentas, ingredientes e métodos desenvolvidos através das pesquisas da gastronomia

molecular, inovando assim os pratos.

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Uma aventura na Cozinha Molecular

Nos últimos anos a atitude perante a cozinha e a comida foi radicalmente alterada, as

pessoas querem ser surpreendidas e querem aventura. O objectivo das cozinhas mais

inovadoras é assim desafiar os sentimentos e a imaginação de forma a maximizar sensações.

A introdução destas novas técnicas permite introduzir características estéticas e até

lúdicas nos pratos que de outra forma não se podem obter.

Nestes últimos anos têm sido postos à disposição dos cozinheiros um conjunto de

produtos usados pela indústria alimentar há décadas, mas que ainda, não tinham chegado às

cozinhas como é o caso dos espessantes, gelificantes, emulsionantes, enzimas e liofilizados,

o uso de azoto líquido ou de novos equipamentos de cozinha como por exemplo os banhos

termostatizados, máquinas de vácuo ou destilação. Estes equipamentos e ingredientes

permitem alterar texturas e introduzir características inovadoras nos pratos.

Proveitos da cozinha molecular:

Beneficia o aperfeiçoamento das criações, o desenvolvimento de novas técnicas

culinárias, permitindo antever o comportamento dos alimentos;

Permite demonstrar cientificamente se os procedimentos que aplicamos na cozinha

ao longo das gerações são as mais correctas ou não, no fundo permite testar os

alimentos e as receitas procurando perceber o que há de certo e errado no seu

processo de elaboração e confecção;

Envolve novas combinações de ingredientes e novos métodos de preparação, logo

para a cozinha molecular quase nada é impossível de realizar;

Permite cozinhar a vácuo, em banhos termostatizados, liofilizar alimentos e utilizar

ingredientes menos usuais que nos parecem estranhos no nosso dia-a-dia, sendo a

cozinha mais moderna da actualidade

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É uma cozinha muito equilibrada, com menos gordura, mais limpa e com maior

delicadeza, onde existe uma procura constante da obtenção dos sabores mais

harmoniosos e originais.

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Bases da Cozinha Molecular

Os ingredientes específicos da cozinha molecular não são mais do que produtos

químicos que, por reacções químicas, alteram a forma e textura dos ingredientes da cozinha

tradicional. Assim, estes produtos não são mais do que aditivos alimentares.

Aditivo alimentar é a substância que é adicionada aos alimentos, especialmente durante

o seu processamento, tendo em vista o seu aperfeiçoamento, nas funções conservantes,

antioxidantes, aromatizantes, espessantes, corantes entre outras.

Podemos classificar estes ingredientes em categorias tais como:

Gelificantes – substâncias que produzem a consistência de gel.

-Goma Gelana

-Agar Agar

-Gelatina (Bloom 180)

Esferificantes – substâncias que dão forma esférica aos ingredientes.

-Alginato de Sódio

-Cloreto de Cálcio

-Citrato de Sódio

-Lactato de Cálcio

-Gluconato de Cálcio

-Isomalte

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Espessantes – substâncias usadas na indústria alimentar para tornar mais espesso.

-Ultra-Sperse-M

-Goma Xantana

-Goma Guar

Emulsificantes – substâncias capazes de formar emulsões.

-Lecitina de Soja

-Mono e Diglicerídeos

-Maltodexterina N-Zorbit

Estabilizantes – contribuem para dar uniformidade ou consistência a preparados.

- Transglutaminase

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Hidrocolóides (Gelificantes, Espessantes, Emulsionantes)

Agar: Extraído a partir de algas vermelhas, o Agar é um

gelificante muito utilizado na Ásia desde o séc. XV. No séc. XX

foi introduzido na Europa na indústria alimentar. Tem a

capacidade de formar um gel com concentrações muito baixas

e funciona como uma fonte de fibra para o nosso organismo,

daí ser muito utilizado em produtos dietéticos especialmente

para a substituição da gelatina animal, na alimentação vegetariana. Permite a elaboração de

gelatinas quentes visto que uma vez gelificado aguenta temperaturas até 80ºC e em meios

ácidos (pH<4), perde a sua capacidade de gelificar.

Alginato: é um aditivo de origem natural, extraído de algas

castanhas do género Lamaria. Este gelificante, tem a

particularidade de gelificar em presença de cálcio o que

permite produzir as chamadas "esferificações".

A Esferificação, é uma técnica culinária espectacular que permite a elaboração de

receitas nunca antes imaginadas. Trata-se de uma gelificação de um líquido (com qualquer

sabor) com o alginato adicionado, que é submerso numa solução rica em cálcio e cria uma

película externa gelificada, que contem o líquido no seu interior.

Esta técnica permite obter esferas de diferentes tamanhos: caviares, ñoquis, raviolis...,

podendo introduzir-se ainda elementos sólidos dentro das esferas.

Recentemente deu-se uma evolução nesta técnica da

esferificação, existindo actualmente a técnica da esferificação

inversa, que consiste em submergir um líquido rico em cálcio ou

com este adicionado, num banho de alginato. Esta técnica, de

grande versatilidade, permite a possibilidade de uma preparação

mais antecipada, assim como a realização de esferas com produtos

com elevado teor em cálcio e produtos alcoólicos.

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Xantana: é obtida a partir da fermentação de amido de milho com

uma bactéria (Xanthomonas campestris). O produto resulta num

polissacárido com grande poder espessante, que se destaca também pelo

seu efeito de potencial suspensor de elementos sólidos num meio

líquido.

Metilcelulose: é um gelificante extraído da celulose dos vegetais. Ao

contrário dos outros gelificantes, gelifica quando se aplica calor e em frio

actua como espessante, permitindo a realização de gelados quentes

(que derretem quando frios), de "almôndegas" de vegetais, de mousses

sem natas e sem ovos, etc..

Peelzyme: comercializada pela Novozymes, é uma pectinase ou seja,

é uma enzima que degrada a pectina. A pectina é um polissacárido

(açúcar de cadeia longa), que forma o albedo (parte branca dos citrinos),

que faz a união do flavedo (gomos dos citrinos).

Assim quando a peelzyme entra em acção, o albedo é degradado, sendo

muito fácil fazer-se a separação dos gomos, de uma forma perfeita e

eficaz! Esta enzima é bastante usada na indústria alimentar, na extracção de sumos de fruta,

na produção de vinho, para “pelar” citrinos em grandes quantidades, etc.

Isomalte: é um açúcar modificado, produzido a partir de beterraba,

obtido através de processos químicos. É um açúcar com propriedades

diferentes do açúcar normal – sacarose; tem um índice calórico menor,

pois só parte é degradada pelo organismo e é menos higroscópio (absorve

pouca água), sendo que a sensação na boca é de um açúcar menos doce.

Deve ser consumido com alguma moderação (menos de 50g por dia), visto

que o organismo não o absorve totalmente, pode tornar-se num laxante.

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Ferramentas e Técnicas

Liofilização: é uma técnica de desidratação de alimentos, sem que

estes percam os seus nutrientes, cor, cheiro e sabor originais. A

técnica consiste num congelamento instantâneo através do uso de

azoto líquido e posterior sublimação da água congelada existente nos

alimentos (sublimação – passagem directa da água no estado sólido a gás, sem que esta

passe pelo estado líquido).O processo demora algumas horas (entre 6 a 12h), dependendo

do tipo de alimento e da quantidade de água nele existente. O produto final pode ser

apresentado com o aspecto idêntico ao fruto ou legume original, ou em f locos, “crunchys” e

pós, que podem ser trabalhados de formas muito criativas.

Azoto Líquido: também denominado por nitrogénio, faz parte da

nossa atmosfera, do ar que respiramos (cerca de 78% é

azoto).Através de um processo de compressão (idêntico ao do

arrefecimento nos frigoríficos), obtém-se o azoto no estado líquido.

Para manter este elemento no estado líquido, ele tem de ser armazenado a -196ºC (pois ele

evapora a temperaturas inferiores a 0ºC), em contentores especiais.

Cozer em Vácuo: Quando se cozinha em vácuo (Sous vide), cria-se uma pressão artificial

reduzida e ao retirar-se o oxigénio, consegue-se reduzir as temperaturas, aumentando-se os

tempos de cozedura. Os alimentos ao serem cozinhados desta forma mantêm a textura, cor

e nutrientes. O vácuo cria um efeito de “esponja” nos alimentos e ao ser retirado o ar,

quando a pressão atmosférica é restaurada o alimento absorve o líquido em redor,

possibilitando inúmeras combinações de sabores ou só alterações de textura.

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Evaporador Rotativo: (Rotaval) é um instrumento que permite uma

destilação em vácuo e a baixas temperaturas. Permite a destilação de

qualquer tipo de produto (líquido ou sólido) desde que húmido,

capturando os aromas e essências. As aplicações dos aromas extraídos

são inúmeras, desde reduções sem oxidação à impregnação de

alimentos com sabores pouco usuais.

Sifão: Permite a realização de mousses e espumas ou a gaseificação

de líquidos e alimentos, dependendo do gás introduzido (CO2,

N2O).

Microfiltração: alternativa ao antigo processo de clarificação de

consommés com clara de ovo, surge a filtração através do vácuo.

Esta alternativa rápida, prática e 100% eficaz, consegue transformar

quaisquer líquidos com partículas em suspensão, em líquidos

transparentes cheios de aroma. Este sistema utiliza um micro-

sistema de filtração, vai reter partículas em suspensão, deixando na

solução aquosa os aromas e alguns pigmentos. Os líquidos resultantes são translúcidos,

cheios de sabor, não têm fibras nem gordura, nem substâncias em suspensão, são essências

transparentes que por vezes apresentam tonalidades de cor.

Cozer ovos a baixa temperatura: Cozinhar ovos é um processo que modifica a estrutura das

suas proteínas. Saber como estas reagem ao calor pode ajudar a obter a textura desejada.

Quando se coze um ovo as suas proteínas “desenrolam-se” e depois ligam-se entre si para

formar uma estrutura sólida (diz-se que desnaturam). Contudo, nem todas as proteínas

solidificam à mesma temperatura. As várias proteínas da clara de ovo começam a solidificar

entre 61 e 85ºC, enquanto as proteínas da gema solidificam entre estes valores. Assim a

temperatura a que o ovo é cozido deve ser escolhido de acordo com os objectivos. A 65ºC a

clara ainda se mantém bastante líquida, mas a gema já atingiu uma textura espessa, cremosa

e agradável, mantendo no entanto a sua cor laranja.

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19 Modulo: Cozinha Molecular Formador: Chef Jorge Antunes / Chef Marcelo Vaz

Neste trabalho tratei o tema da cozinha molecular, do qual é um objecto de grande

abrangência, não se tratando de um tipo de cozinha, mas do estudo de fenómenos que

acontecem sempre que cozinhamos, havendo uma lista sem fim de tipos de produtos a usar

como utensílios que podemos também dar uso para efectuarmos a cozinha molecular,

demonstrando ser um tema de difícil sinopse.

Este trabalho foi importante no âmbito formativo, adquiri um conhecimento que só

apenas a componente prática não chega para a elaboração dos vários alimentos que

podemos imaginar usar com esta cozinha, sendo necessário informação e pesquisa adicional

e saber as razões do porquê fazer todos os passos da confecção das várias iguarias. Não é só

ter noção das temperaturas mais adequadas para cozinhar um peixe ou uma carne, ou

mesmo os legumes para os manter verdes; ou perceber os processos por detrás da

fermentação, parecem conhecimentos simples mas podem melhorar bastante os resultados

finais.

Permitiu compreender melhor o uso de certos ingredientes, assim como o porquê das

espumas, esferas, cores e texturas surpreendentes e que para tudo isto pode ser necessário

um conhecimento grande para conseguir equilibrar o que é cozinhar com as novas técnicas,

não descurando o que mais importa: o sabor. Sendo a cozinha molecular apenas o meio para

dar prazer a quem se senta à mesa, resultado da aplicação da ciência na cozinha. Uma

junção que desperta sentidos para além do paladar.

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www.Rcap.pt http://p3.publico.pt/actualidade/ciencia/2274/gastronomia-molecular-cozinha-

ou-ciencia

http://moleculargastronomia.blogspot.pt/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gastronomia_molecular

www.CookingLab.pt