Gazeta Imperial - Julho de 2010

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D.Antonio: O PNDH-3 é um golpe anti-cristão e anti-família Instituto Brasil Imperial vai participar de desfile cívico no Ipiranga, berço da Independência do Brasil Pág.5 No último dia 9 de julho representantes do Instituto Brasil Imperial (IBI), um dos principais alicerces do movimento monárquico no País, estiveram no Flat Olavo Bilac, em Taubaté, com objetivo de implantar um núcleo da entidade na cidade. O presidente do IBI, Comendador Antonyo da Cruz, esteve presente e falou sobre o movimento para todos os convidados Pág.4 Pág.3 Novo site do IBI permite o cadastro e recadastro de associados Pág.4 O site é democrático e está aberto a colaborações, tais como artigos e notícias. O objetivo é estabelecer o espaço na internet como um ponto de encontro daqueles que compartilham os mesmos ideais e queiram fortalecer o movimento monárquico em todo o País. Em seu blog, jornalista Reinaldo Azevedo defende o Estado de Direito Pág.6 Polícia política de Hugo Chávez prende Alejandro Peña Esclusa ilegalmente Pág.8

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Gazeta Imperial de Julho de 2010

Transcript of Gazeta Imperial - Julho de 2010

D.Antonio: O PNDH-3 é um golpe anti-cristão e anti-família

Instituto Brasil Imperial vai participar de desfilecívico no Ipiranga, berço da Independência do Brasil

Pág.5

No último dia 9 de julho representantes do

Instituto Brasil Imperial (IBI), um dos principais

alicerces do movimento monárquico no País,

estiveram no Flat Olavo Bilac, em Taubaté, com

objetivo de implantar um núcleo da entidade na

cidade. O presidente do IBI, Comendador Antonyo

da Cruz, esteve presente e falou sobre o

movimento para todos os convidados

Pág.4

Pág.3

Novo site do IBI permite o cadastroe recadastro de associados

Pág.4

O site é democrático e está

aberto a colaborações, tais

como artigos e notícias. O

objetivo é estabelecer o

espaço na internet como um

ponto de encontro daqueles

que compartilham os

mesmos ideais e queiram

fortalecer o movimento

monárquico em todo o País.

Em seu blog, jornalista Reinaldo Azevedo defende o Estado de Direito

Pág.6

Polícia política de Hugo Chávez prendeAlejandro Peña Esclusa ilegalmente

Pág.8

Inicialmente queremos parabenizá-lo e agradecer sua participação no IBI

- Instituto Brasil Imperial. Como tem sido amplamente divulgado, o IBI

está crescendo substancialmente e passando por uma grande

reformulação, o que pode ser comprovado através das edições da Nova

Gazeta Imperial, que é enviada por via eletrônica. Nossa Organização

Não Governamental objetiva "'Valorizar os bons costumes do ser humano

em geral e do povo brasileiro em particular; defender a conservação do

patrimônio histórico, cultural e artístico do Brasil; resgatar a história e

cultura do Império, além de difundir e promover ações/atividades

educativas, sociais, culturais e científicas; bem como propagar a memória

Imperial e o regime Monárquico Constitucional Parlamentar”.

Para continuarmos nesta caminhada, que a cada dia soma uma vitória, é

preciso da participação daqueles que têm interesse em resgatar a

verdadeira história do País. Cadastre-se, colabore e participe das ações e

eventos do Instituto Brasil Imperial. Nós já consolidamos a nossa

estratégia que é a de partir para ação. Vamos aos municípios e a todos os

espaços que nós proporcionam a oportunidade de expor nossas ideias.

O momento do País é delicado. Não só as instituições democráticas

correm perigo com as constantes violências ao Estado de Direito feitas

por este governo, como também a memória é atacada, escondendo-se

cada vez mais a verdadeira história do Brasil. É hora de agir e o Instituto

Brasil Imperial coloca-se como o veículo para que você tenha voz e

participe da construção de um País justo e que respeite as leis, a moral e

a índole do povo. Não podemos deixar que implantem no Brasil um

regime de influência soviética e cubana, que cerceie a liberdade de

opinião, a liberdade religiosa, a liberdade da propriedade, bem diferente

do espírito solidário do brasileiro

Escreva-nos aguardamos você, anote nosso e-mail:

presidê[email protected], visite nosso

site e faça sua inscrição:

www.brasilimperial.org.br

Saudações Monarquistas!

O Instituto BrasilImperial precisa da sua ajuda para ir em frente!Prezados Monarquistas,

Ano XV Número 177www.brasilimperial.org.br

A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

No dia 29 de julho de 1846 nascia a Princesa

Dona Isabel, a Redentora. O IBI enaltece o

exemplo desse símbolo da força feminina no

Brasil que ainda não teve exemplo igual

Princesa Dona Isabel

[email protected]

Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucesso

Para o presidente do IBI, comendador Antonyo da Cruz,

a cidade está em uma região estratégica para o

movimento monárquico, pois tem um valor histórico

muito grande e fica no eixo Rio- São Paulo

No ú l t imo d i a 9 de j u l ho

representantes do Instituto Brasil

Imperial (IBI), um dos principais

alicerces do movimento monárquico

no País, estiveram no Flat Olavo

Bilac, em Taubaté, com objetivo

implantar um núcleo da entidade na

cidade. O presidente do IBI,

Comendador Antonyo da Cruz,

esteve presente e falou sobre o

m o v i m e n t o pa r a t o d o s o s

convidados. “O IBI tem o objetivo de

levar à comunidade o resgate da

história do período imperial

brasileiro, promovendo a cultura e a

defesa do patrimônio histórico, bem

como o de despertar no cidadão o

sentimento cívico de amor pela

Nação. Por anos, o movimento

Da redação do IBI monárquico f icou restrito a

algumas reuniões e muito conversa

em comunidades na internet. É

chegada a hora de sairmos do

discurso e partirmos para a ação”,

ressaltou.

Resgate histórico Para Antonyo

da Cruz, Taubaté é uma região

estratégica, pois tem um valor

histórico muito grande e está

dentro do eixo Rio- São Paulo. O

objetivo do Movimento é trazer de

volta para a sociedade os valores

culturais e sociais que, por alguns

motivos, foram se perdendo.

Também participaram do encontro

o s c o o r d e n a d o r e s d e

Desenvolvimento do IBI Conde

Danilo Garcia de Andrade e Jean

Tamazato, que organizou a reunião

O Comendador acredita que toda a

Instituto Brasil Imperial realizaencontro para iniciar novo núcleo municipal em Taubaté

O presidente do IBI, Comendador Antonyo da Cruz, entre os

coordenadores de Desenvolvimento do IBI Conde Danilo Garcia de

Andrade e Jean Tamazato, que organizou a reunião em Taubaté

população do Brasil precisa saber da

verdadeira história do País. “Existe

uma história que não nos foi

contada, é preciso saber as

verdadeiras origens. A cultura do

país está sendo perdida, a nossa

moeda precisa retornar ao padrão

do período imperial quando era a

primeira do mundo, mais valorizada

que a libra esterlina”, afirma. O

presidente do IBI falou, ainda, sobre

o site www.brasilimperial.org.br, que

está atualizado e com as edições

completas da Gazeta Imperial.

IBI promoverá concurso de desenho para homenagear Joaquim Nabuco

O Instituto Brasil Imperial (IBI)

promoverá o concurso de desenho “

O Ano do Centenário da Morte do

Escritor Joaquim Nabuco, 2010” –

1ª Edição, com a finalidade de

estimular os alunos do ensino

fundamental do 6º ao 9º ano e médio

a desenvolverem a percepção

histórica e cultural do Brasil. O

concurso é dirigido aos alunos do

ensino fundamental do 6º ao 9º ano e

médio regularmente matriculados

em escolas públicas e particulares

do município de Taubaté, onde o

instituto está formando um núcleo. O

tema do desenho versará sobre a

vida e obra do pensador, escritor,

diplomata, jornalista e abolicionista

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de

Araújo. Acompanhe as novidades no

site do IBI. “Faremos ações como

essa em outros municípios. O

objetivo é enaltecer personagens

que dignificaram a nossa história no

período do Brasil Império”, destacou

o presidente do IBI, comendador

Antonyo da Cruz.

Novo site do IBI já conta comespaço para cadastro e recadastro de associados“Convoco todos a participarem do IBI! O País vive

um momento delicado politicamente e é preciso que

nós, monarquistas e admiradores da democracia e

Estado de Direito, marquemos nossa posição", frisou

o presidente do IBI, comendador Antonyo da Cruz

A internet é, atualmente, um

i n s t r u m e n t o v i t a l p a r a o

fortalecimento do movimento

monárquico no País. Ciente disso, o

Instituto Brasil Imperial (IBI)

r e f o r m u l o u o s e u p o r t a l

w w w. g a z e ta i m p e r i a l . o r g . b r,

mesclando informações históricas

com atualidades. “É importante que

os monarqu is tas tenham o

conhecimento da história do Brasil,

mas também devem discutir os

temas a tua is ” , des tacou o

presidente do IBI, comendador

Antonyo da Cruz.

Da Redação do IBI

O objetivo é estabelecer o espaço na internet como um ponto de

encontro daqueles que compartilham os mesmos ideais e queiram

fortalecer o movimento monárquico em todo o País.

Um dos destaques do novo site é a

possibil idade de, com mais

facilidade e agilidade, as pessoas

que queiram participar do IBI

possam fazer o seu cadastro. É

possíve l , também, que os

associados mais antigos façam um

recadastro, atualizando dados.

"Convoco todos a participarem do

IBI! O País vive um momento

delicado politicamente e é preciso

q u e n ó s , m o n a r q u i s ta s e

admiradores da democracia e

Estado de Direito, marquemos

nossa posição", frisou.

Artigos e notícias O presidente do

IBI afirma que o site é democrático

e está aberto a colaborações, tais

como artigos e notícias. O objetivo é

estabelecer o espaço na internet

como um ponto de encontro

daqueles que compartilham os

mesmos ideais e queiram fortalecer

o movimento monárquico em todo o

País.

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IBI vai participar do Desfile Cívico em homenagem ao Bairro do Ipiranga, em SPUm dos grandes responsáveis por essa vitória foi

Guilherme Teodoro Mendes, um das figuras mais

respeitadas do bairro e Coordenador de

Desenvolvimento do IBI. Evento vai acontecer

no dia 12 de setembro, a partir das 8h30 horas

O Instituto Brasil Imperial (IBI) vai

participar do Desfile Cívico em

comemoração aos 426 anos do

Bairro do Ipiranga, berço da

Independência do Brasil. Bandeiras

históricas como tema , com

acompanhamento de banda, vão

participar do evento, que acontece

12 de setembro, com início às 8h30,

no Parque da Independência

localizado na Avenida Nazaré.

"É uma conquista para o IBI. Nada

mais simbólico do que enaltecer a

independência do Brasil e o início do

nosso Império no bairro onde tudo

começou. Tenho certeza que esse é

o começo de outros projetos que

Da Redação do IBI faremos no local, que tem tudo

relacionado a Monarquia", afirmou

o presidente do Instituto Brasil

Imperial, comendador Antonyo da

Cruz.

Um dos grandes responsáveis por

essa vitória foi Guilherme Teodoro

Mendes, um das figuras mais

respe i tadas do Ip i ranga e

coordenador de Desenvolvimento

do IBI .Ele é, inclusive, um dos que

mais lutam para que o desfile oficial

de 7 de setembro volte a ser

realizado no Monumento do

Ipiranga.Essa briga, segundo

Guilherme, continua.

"Eu quero lutar para que no ano que

vem o desfile oficial de 7 de

setembro ocorra no Monumento do

Ipiranga e conto com o Instituto

Brasil Imperial para brigar por isso.

O evento foi transferido para o

Anhembi, que não tem nenhuma

relação com a história do País",

destacou. Merece destaque,

também, Antonio Jorge Mansur,

grande incentivador do IBI junto à

associação comercial do bairro do

ipiranga

Guilherme: "Eu quero lutar para que no ano que vem o desfile oficial

de 7 de setembro ocorra no Monumento do Ipiranga e conto com o

IBI para brigar por isso. O evento foi transferido para o Anhembi, que

não tem nenhuma relação com a história do País"

Mundo RealPor Danilo Garcia de Andrade, Guardião de Bobadela

1) Dom Antônio de Orleans e Bragança recebeu no dia 24 de junho de 2010 a Ordem de Malta em cerimônia no Rio de Janeiro, celebrando juntamente seus natálicios de 60 anos. Estavam presentes membros da Família Imperial, membros do clero e amigos monarquistas.

2) Princesa e herdeira do trono da Suécia, Victoria casou-se sábado dia 19 de junho de 2010 com seu ex-professor de ginástica, Daniel Westling. A Princesa é filha da Rainha Sílvia Renate Sommerlath, que por sua vez é a mais nova dos três irmãos e filha do empresário alemão Walther Sommerlath, que se tornou presidente da subsidiária brasileira da metalúrgica sueca Uddeholm, e de sua esposa, Alice Soares de Toledo, uma brasileira de origem portuguesa e espanhola.

3) Rei Juan Carlos da Espanha recuperou-se muito bem da cirúrgia para retirada de nódulo benigno do pulmão direito no dia 08 de maio de 2010. O Rei está bem disposto e já retomou suas atividades como Chefe de Estado. A Rainha da Espanha, Dona Sofía, assistiu ao jogo na África do Sul ente Espanha e Alemanha.

4) Duque de Bragança, participa de eventos ligados a Fundação Dom Maunuel II, para arrecadar fundos a causa monárquica

Reinaldo Azevedo: O “Estado de Bem-Estar Democrático!” É o nome de nossa causa!Responsável por um dos blogs de análise política mais acessados do País, o jornalista Reinaldo Azevedo, um dos

mais corajosos críticos do atual governo, lança um manifesto em defesa da democracia no País

Responsável por um dos blogs de

análise política mais acessados do

País, o jornalista Reinaldo Azevedo,

um dos mais corajosos críticos do

atual governo, lança um manifesto

em defesa da democracia no Paí

intitulado “Uma carta aos leitores.

Lanço hoje uma luta e volto a ser um

militante: minha causa, agora, é o

´Estado do bem-estar democrático”.

O endereço é ht tp: / /veja.

abril.com.br/blog/reinaldo/.Veja o artigo na íntegra:

“Leitores do Tio Rei,

não sou do tipo que, invejando a

saúde dos jovens, o colágeno de

sua pele, cantarola: “Esses moços/

pobres moços/ ah, se soubessem o

que eu sei”… Aos 48, ainda não

tenho idade pra isso, embora não

me fizesse mal nenhum ter agora 25

— de preferência, sabendo o que eu

sei, hehe. Brincadeirinha à parte,

idade ou juventude indicam, sem

dúvida, mais experiência ou menos,

mas não necessariamente mais

repertório ou menos. Os livros

existem também para que nos

preservemos de certos enganos,

sem que precisemos passar por

eles.P o r q u e e s s a c o n v e r s a ?

Compadecem-me um tantinho os

jovens jornalistas e candidatos a

tanto, ainda nas universidades.

Refiro-me a dois grupos em

particular:1) aos que “sabem”, porque

bastante lidos, e tiveram ou têm de

suportar a patrulha bucéfala em

Da Redação do IBI seus cursos, submetidos à

g l o s s o l a l i a i d e o l ó g i c a

esquerdopata de professores que

transformam as salas de aula em

verdadeiras madraçais partidárias;2) aos que se deixaram seduzir,

muitas vezes sem nem perceber,

pelo “outro mundo possível”, sem

se dar conta de que “o outro mundo

possível” só foi “impossível” até

agora porque, a partir de certo

estágio, a civilização resiste ao

horror — o que não quer dizer que

não possa cair nele, como

provaram os fascismos europeus

d o s é c u l o p a s s a d o e o

bolchevismo.Como sabem, sou bastante crítico

da imprensa, mas não para

controlá-la e esmagá-la, como

Dilma deixou claro querer no

programa que rubricou, mas não

tragou. Reconheço que a coisa é

realmente complicada para os

moços. Como se livrar daquela

c r a c a q u e s e g r u d o u a o

pensamento, a lhes dizer que sua

tarefa não é relatar o que vêem e o

que apuram, segundo a regra da

ordem democrática, mas promover

“justiça social”, como se a dita-cuja

fosse um conceito universal ou

natural, feito a Lei da Gravidade, e

não es t i vesse e la p rópr ia

submetida a crivos ideológicos?

Como é que essa “meninada” vai

entender que essa tal “justiça

social” é parte de um discurso

organizado de quem tem um

projeto bem mais amplo do que

simplesmente promover a

“igualdade”?É difícil! A questão lhes é proposta,

desde a mais tenra idade — e eu

tenho filhas, lembram-se? —, como

uma imposição moral, de sorte que a

agenda ideológica fica diluída numa

conve rsa pas tosa sob re a

igualdade, a maldade das elites, o

egoísmo… Em que momento

esses jovens entraram em

contato com o pensamento que

assegura, porque isto é história,

que é a democracia a grande

promotora da justiça social, e não

a justiça social a promotora da

democracia? Resposta: nunca!Os exemplos estão aí: nos países

em que o discurso da justiça social

se tornou o redutor do debate

público, prosperaram e prosperam

as ditaduras; naqueles em que a

ordem democrática é tornada

questão inegociável, não se

admitindo práticas que a solapem,

caminha-se progressivamente para

a redução das condições que geram

as desigualdades, restando a cada

indivíduo arbitrar sobre o seu

destino, porque este segue sendo o

único horizonte que dignifica a vida

humana: a escolha.Os dirigentes que transformaram a

“justiça social” no objeto último de

sua luta caminharam, sem

exceção, para a ditadura — e pouco

importa saber se seus propósitos

eram originalmente bons. Os que

f izeram da democracia seu

horizonte inegociável tornaram o

mundo mais tolerante; produziram a

igualdade das leis para que os

homens, livres para escolher,

pudessem ser desiguais.Sei, no entanto, que há uma espécie

de “conspiração da bondade” contra

os fundamentos da democracia.

Militâncias particularistas — de

gênero, de cor de pele, do meio

ambiente, até de categorias

profissionais — tomaram o lugar

antes ocupado pela velha “luta de

classes” e pretendem, a partir de

sua visão muito particular de mundo,

construir um saber de abrangência

supostamente universal. Levadas a

efeito todas as suas propostas,

seríamos, sem dúvida, menos livres

porque teríamos de obedecer aos

“superintendentes” das causas.Os jovens se deixam seduzir muitas

vezes não porque sejam bobos, mas

porque pretendem ser justos;

ignoram que certas “causas”, se

bem-suced idas , so lapa r iam

justamente o regime de liberdades

que lhes permite a manifestação, a

organização, o protesto. Esse

ímpeto, no mais das vezes, é

manipulado por grupos ideológicos

— no caso do Brasil, por um partido

político em particular: o PT. Partido

que, diga-se, em muitos aspectos,

não poderia ser mais “da ordem” do

que é; no que concerne à

democracia, continua a ser da

d e s o r d e m — d e s o r d e n a a

democracia.

Imprensa e bem-estar democráticoPenso naquele programa que Dilma

enviou ao TSE, depois substituído

por outro, não menos deletério no

que respeita à imprensa. A sede de

controlar a “mídia” foi reiterada

depois, de modo um tanto oblíquo,

numa entrevista concedida pelo

presidente do partido.Na oposição, os petistas exaltavam

a liberdade de imprensa; no

governo, passaram a lastimá-la. Na

oposição, contavam com o

trabalho da imprensa para chegar

ao poder; no governo, querem

silenciá-la para continuar no

poder. A liberdade, pois, que lhes foi

tão útil para a conquista de um

objetivo passou a ser um empecilho

para a conquista do outro.O “controle da mídia” é uma dessas

causas vendidas aos jovens. Nós

conhecemos uma das respostas do

PT à imprensa que o partido

considera “pouco afeita (sic) à

qualidade, ao pluralismo e ao

debate democrático”: a malograda

TV Pública, cuja mensagem se

propaga numa vasta e milionária

solidão, falando para ninguém. O

governo e o partido, nesse

particular, não têm conseguido nem

mesmo ser doutrinários. O leitor, o

telespectador, o ouvinte e o

internauta repudiam a imprensa

chapa-branca, o jornalismo a soldo,

feito sob mando do estado, do

governo ou de um partido.O PT dos vários programas tem,

na verdade, um programa só:

substituir a sociedade pelo

part ido , daí as re i teradas

tentativas de controlar a imprensa.

O jornalismo digno desse nome,

que não se confunde com os

esbirros a soldo, investiga o poder,

questiona os poderosos, fala em

defesa dos direitos protegidos pela

Constituição. E é alvo permanente

dos que preferem se esgueirar nas

sombras, atuando à margem da lei.

E n q u a n t o e x t r e m i s m o s

homicidas lutavam para provar a

moralidade superior de suas

r e s p e c t i v a s d i ta d u r a s , a

imprensa brasileira encarnava a

firme, paciente e continuada

defesa da democracia e do

estado de direito. E tem de

continuar livre. Porque quero

continuar a criticá-la!A imprensa, como destacou a Carta

ao Leitor da VEJA, na semana

passada, não tem lições a receber

de quem não compreende o valor

universal da democracia e pretende

subordiná-la aos interesses de um

partido e de grupos de pressão que,

sob o pretexto de representar a

diversidade, falam em nome de seus

próprios preconceitos.A liberdade de imprensa não é uma

concessão que governos generosos

ou compassivos fazem à sociedade.

Ao contrário: os governos é que são

uma concessão dos cidadãos à

necessidade de um ordenamento

jurídico que garanta as liberdades

individuais. Elegemos governos

para que eles assegurem os nossos

direitos, não para que os cassem.Os autoritários transformam o

estado e o governo numa finalidade.

Para os democratas, eles são meios

que asseguram as liberdades

individuais e públicas. A imprensa é

o pilar do bem-estar democrático,

sem o qual a meta do bem-estar

s o c i a l é p r o m e s s a v ã d e

embusteiros.Paro (talvez…) uns dias para

descansar, mas já estou cheio de

ânimo para o retorno. Todos dizem

querer o bem-estar social, e essa

luta, sem dúvida, já está muito bem

representada e tem mui tos

militantes. Saio um pouquinho e

volto para a causa para a qual os

c o n v o c o : O B E M - E S T A R

DEMOCRÁTICO, pouco importa

quem vença as eleições. Não

permitiremos que façam a nós, em

nome de seus princípios, o que

jamais faríamos a eles, em nome

dos nossos.

O “ E s ta d o d e B e m - E s ta r

Democrático!” É o nome de nossa

causa!

Os defensores da democracianão devem aceitar a prisão de Alejandro Peña Esclusa pelapolícia política de Hugo Chávez

O presidente das organizaçõs

UnoAmérica e Fuerza Solidária,

Alejandro Peña Esclusa, foi preso no

dia 12 de julho pela polícia política do

ditador venezuelano Hugo Chávez.

Ele é mantido recluso baseado em

falsas denúncias sem provas. A mais

nova agressão a democracia feita

pelo amigo do nosso presidente Lula

não deve passar despercebida. É

preciso espalhar aos quatro cantos

do mundo que há um grande

movimento capitaneado pelo Foro

de São Paulo para implantar

regimes de exceção no continente

sulamericano. Do cárcere, Peña

Esclusa escreveu a carta abaixo,

traduzida por Graça Salgueiro e

publicada no site Mídia sem

Máscara:

"Desde há dois anos tenho esperado

meu encarceramento, devido ao

trabalho tão efetivo que venho

realizando contra o Senhor Chávez

e seus aliados do Foro de São Paulo.

Nos próximos dias e semanas, se irá

divulgando o alcance de tal trabalho.

Amigos e conhecidos, e inclusive

meus companheiros de UnoAmérica

em todo o continente, insistiram

comigo em que devia sair da

Venezuela e trabalhar desde fora.

"No exterior você poderá ser mais

útil à causa; na prisão estará

anulado", me diziam.

Entretanto, eu lhes respondia: "A

Venezuela necessita de líderes

dispostos a se sacrificar por sua

pátria. Há tanto desencanto, tanto

d e s c r é d i t o , q u e d e v e m o s

proporcionar ao país dirigentes que

dêem testemunho de seu amor

pela Venezuela. É a única forma de

levantar o moral do povo", disse-

lhes.

Ta m b é m r e i t e r e i a m e u s

companheiros que esta luta não é

só política, senão primordialmente

espiritual. Um modelo materialista e

ateu não se vence com receitas

políticas, senão com valores e

p r i nc íp ios t r anscenden tes ,

encarnados em líderes que, com

seu exemplo, infundam otimismo e

esperança.

Foi João Paulo II quem derrotou o

comunismo na Polônia e não a

atuação pol í t ica, embora a

colaboração do Solidarnost tenha

sido fundamental. Aqui aproveito

para ressaltar que Fuerza Solidaria,

a organização que presido, é

inspirada naquela mesma luta, daí

seu nome.

Pelo que foi dito anteriormente, meu

encarceramento não só poderia

contribuir para a libertação da

Venezuela das garras do Castro-

c o m u n i s m o , s e n ã o q u e

paradoxalmente, também me ajuda

a libertar-me a mim mesmo.

Sinto que minha vida cobra um

significado especial porque não vivo

para meu próprio benefício, senão

para uma causa que é superior a

mim.

Se com o cárcere meus adversários

p e n s a v a m e m m e m a n t e r

p r i s i o n e i r o , c o n s e g u i r a m

justamente o contrário: libertaram

s e n t i m e n t o s e e m o ç õ e s

indescritíveis, daquelas que inflam o

coração de amor pela pátria.

Aos meus queridos compatriotas

lhes reitero:

Não tenham medo! Ânimo, tenham

esperança!

Alejandro Peña Esclusa

Desde o Irmão Cárcere

Caracas, 17 de julho de 2010."

A mais nova agressão a democracia feita pelo amigo do nosso presidente Lula não deve passar

despercebida. É preciso espalhar aos quatro cantos do mundo que há um grande movimento capitaneado pelo

Foro de São Paulo para implantar regimes de exceção no continente sulamericano

Da Redação do IBI

Em carta, Peña Esclusa alerta candidato José Serra sobre os perigos da ligação PT-Chávez-Farc

O prisioneiro político Alejandro Peña

Esclusa dá uma alerta a José Serra,

relembrando atitudes de Lula que

confirmam a aliança PT-Farc. O

tema vem sendo silenciado pela

grande parte da imprensa, que

insiste em não revelar os interesses

dos membros do Foro de São Paulo

em sepultar a democracia na

América do Sul. O texto foi

publicado no site Mídia sem

Máscara, com tradução de Graça

Salgueiro:

Senhor,

Dr. José Serra

Candidato à Presidência

O prisioneiro político Alejandro Peña Esclusa dá uma alerta a José Serra, relembrando atitudes de Lula

que confirmam a aliança PT-Farc. O tema vem sendo silenciado pela grande parte da imprensa, que insiste em não

revelar os interesses dos membros do Foro de São Paulo em sepultar a democracia na América do Sul

Da Redação do IBI

República Federativa do Brasil.

Tenho o prazer de dirigir-me ao

senhor, na oportunidade de

respaldar plenamente suas

recentes declarações públicas a

respeito dos vínculos do Partido

dos Trabalhadores (PT) e de Hugo

Chávez com as FARC.

O PT é o fundador e principal

promotor do Foro de São Paulo

(FSP), organização à qual

pertencem as FARC desde o

primeiro dia de sua criação, em

julho de 1990, enquanto que

Chávez inscreveu-se cinco anos

mais tarde, em maio de 1995.

Embora o Secretário Geral do Foro

de São Paulo, Valter Pomar, se

empenhe em negá-lo, lhe asseguro

q u e a s FA R C c o n t i n u a m

pertencendo ao FSP até o dia de

hoje. Sobre isso, há abundantes

provas públicas.

Desejo chamar sua atenção sobre

as declarações dadas pelo

presidente Lula, líder máximo do PT,

no passado 29 de abril de 2009, nas

q u a i s p r o p ô s à s F A R C

transformarem-se em partido

político e participar em eleições,

evitando dizer que se trata de um

grupo terrorista que assassina,

seqüestra, extorque e trafica

drogas. Esta posição só é explicável

pela afinidade ideológica que existe

entre o PT e as FARC.

Quanto a Chávez, o senhor tem

razão quando afirma que "até as

árvores sabem" de seus nexos com

as FARC. O próprio Chávez os

tornou públicos quando pediu um

minuto de silêncio pela morte de

"Raúl Reyes", e ao permitir a

presença na Venezuela de estátuas

de Manuel Marulanda "Tirofijo".

A s d e n ú n c i a s d o g o v e r n o

colombiano na recente Sessão

Extraordinária da OEA, sobre a

presença de acampamentos das

FARC na Venezuela, só vieram

reconfirmar o que "até as árvores" já

sabiam.

Desde 1995 venho denunciando os

vínculos de Chávez com a guerrilha

colombiana. O acusei penalmente

por isso e apresentei provas sobre o

tema em cenários internacionais,

inclusive no Brasil.

Queria convidá-lo a aprofundar seus

conhecimentos sobre o Foro de São

Paulo. Estou certo de que lhe será

de grande utilidade não só em sua

campanha, mas na segurança e

defesa de sua pátria.

Despeço-me desejando-lhe o

melhor dos êxitos em seus projetos.

Muito atenciosamente,

Alejandro Peña Esclusa

Presidente de UnoAmérica

Autor do livro "O Foro de São Paulo,

uma ameaça continental"

Prisioneiro político

Projeto recupera Rota Imperial São Pedro de Alcântara entre Minas Gerais e Espírito Santo

O Instituto Rota Imperial foi

constituído para desenvolver o

turismo e a economia dos 31

municípios abrangidos pelo projeto

Rota Imperial entre Minas Gerais e

Espírito Santo.

A exemplo do que acontece em

Minas Gerais, com a Estrada Real,

essa entidade gerencia todas as

etapas do resgate histórico e o

desenvolvimento turíst ico da

Estrada São Pedro D’Alcântara.

O objetivo é promover a economia

das diversas cadeias produtivas das

regiões abrangidas pela Rota

Imperial, por meio de projetos que

envolvam os municípios e a

A exemplo do que acontece em Minas Gerais, com a

Estrada Real, essa entidade gerencia todas as etapas

do resgate histórico e o desenvolvimento turístico da

Estrada São Pedro de Alcântara. O objetivo é promover

a economia das diversas cadeias produtivas das

regiões abrangidas pela Rota Imperial

Da Redação do IBI promoção de ações para o

aumento do fluxo turístico.

Com o apoio do Ministério do

Turismo, o Sistema Findes é o

responsável pela gestão do

Instituto Rota Imperial e atua, em

conjunto com outras entidades, em

parcer ia com os governos

estaduais do Espírito Santo e de

Minas Gerais.

Veja a seguir texto de João

E u r í p e d e s F r a n k l i n L e a l ,

paleógrafo e historiador da

Universidade Federal do Estado do

Rio de Janeiro (UNIRIO), sobre a

história da rota:

“No in íc io da co lon ização

portuguesa no Brasil, quando da

criação do sistema administrativo

d e n o m i n a d o C a p i t a n i a s

Hereditárias, em 1534, foi doada a

Vasco Fernandes Coutinho uma

área que, em 1535, tornou-se a

Capitania do Espírito Santo. Seu

território abrangia inicialmente uma

enorme área que englobava, além

do atual Espírito Santo, boa parte de

Minas Gerais e parte de Goiás, pois

seu limite se dava pelo meridiano de

Tordesilhas. Foi dentro deste

território, então percorrido no século

XVII por bandeirantes paulistas,

ávidos por ouro, prata e pedras

preciosas, que um deles, Antônio

Rodrigues Arzão, em 1692, nas

cabeceiras do rio Casca, na então

falada e pouco conhecida Casa do

Casca, descobriu, oficialmente, o

o u r o t ã o p r o c u r a d o p e l o s

bandeirantes.

Foi a partir deste evento que

materialmente se concretizou o ciclo

do ouro no Brasil, mudando

radicalmente a economia e a política

co lon ia l . Es te ou ro , en tão

descoberto na região do rio Casca,

foi levado à vila mais próxima, a Vila

de Vitória, sede da Capitania do

Espírito Santo. Eram três oitavas de

ouro que foram apresentadas ao

capitão-mor João de Velasco

Molina e aos oficiais da Câmara de

Vitória. Deste ouro, ofertado como

prova da descoberta, fez-se dois

anéis: um para o descobridor Arzão

e outro para o Capitão- Mor do

Espírito Santo.

Este ouro encontrado não foi

realmente o primeiro a ser

encontrado no Brasil, pois em

outras regiões brasileiras o metal já

havia sido detectado, mas sempre

em proporções pequenas. O que

ele representa é o início da maior

corrida ao metal, com sucesso, na

história recente do homem e que,

por cerca de um século, mudou

radicalmente a colônia do Brasil.

F a c e a i s t o , a p o l í t i c a

governamental do Reino de

Portugal procurou se adaptar à

nova realidade regulamentando a

exploração do ouro, evitando ao

máximo seu descaminho ou seu

contrabando e agindo de forma a

controlar a produção, a cobrança de

tributos e a entrada e saída de

pessoas das Minas Gerais.

Foi criada a Capitania de São Paulo

e Minas Gerais logo depois de

desmembrada em duas. Boa parte

desse território pertenceu à

Capitania do Espírito Santo, que

ficou restrita a uma faixa de terra à

beira mar.

Com a explosiva produção de ouro

já nas primeiras décadas do século

XVIII, o governo Português,

consciente de que quantos mais

c a m i n h o s h o u v e s s e , m a i s

contrabando haveria, delimitou o

uso de apenas uma estrada de

acesso às minas. Primeiramente,

partindo do Porto de Parati, no Rio

de Janeiro, o Caminho Velho da

Estrada Real, em direção a Ouro

Preto foi a rota permitida. Depois foi

complementada pelo Caminho

Novo, que partia diretamente da

cidade do Rio de Janeiro para as

Minas Gerais.

Foi proibido qualquer outro acesso

às Minas e, principalmente, partindo

do vizinho Espírito Santo, que se

tornou, em expressão da época, a

“defesa natural das Minas Gerais”.

Era vedado qualquer contato. Era

proibida qualquer entrada.

E o Espírito Santo, com sua floresta,

seus indígenas não muito amistosos

e as dificuldades impostas pela

natureza, cumpriu, em parte, seu

papel.

Hoje, entretanto, sabemos que

muitos bandeirantes, muitos

aventureiros, muitos mineiros

cruzaram o território do Espírito

Santo no século XVIII, onde

mineraram ouro, especialmente na

região do vale do rio Jucu, Castelo,

Pardo e Itapemirim. Este ouro, por

ser de mineração proibida, foi

totalmente contrabandeado, não

pagando impostos ao governo de

Portugal. Um dos mais famosos

mineradores foi Pedro Bueno

Cacunda que, com seu grupo,

explorou o ouro de Castelo de 1705

a 1735, centrado no Arraial de

Santana, quando abandonou a

região. Outros mineradores

percorriam a região, exploravam o

ouro e muitos relatavam constantes

ataques de índios puris, sendo

famoso o grande ataque de 1771

que, com vitória indígena, retirou da

região, do rio e da serra do Castelo,

boa parte dos aventureiros.

Entretanto é bom lembrar que, se

no lado do Espírito Santo era

proibida abertura de estradas, no

lado mineiro isto não acontecia e

mapas de Minas Gerais, da

segunda metade do século XVIII, já

mostravam caminhos em direção

ao Espírito Santo, seja via vale do

rio Doce, seja em direção à região

mineira do rio Casca e do rio

Manhuaçu.

Mas, ao findar do século XVIII, a

mineração de ouro em Minas

Gerais estava já decadente e o

governo português procurava

buscar alternativas de riquezas na

região. No século XIX, o Espírito

Santo foi brindado por uma

seqüência de governantes que

primaram pela boa qualidade de

atuação. Eram eles: Antônio Pires

Pontes (1800 – 1804), Manoel

Vieira Tovar (1804 – 1811),

Francisco Alberto Rubim (1812 –

1819) e Baltazar de Vasconcelos

(1819 – 1822). Todos foram figuras

i lustres, de ótima formação

intelectual e amigos pessoais da

administração central, ressaltando

principalmente Francisco Alberto

Rubim que, entusiasmado com as

qualidades do território do cento e

do sul do Espírito Santo, procurou

promover seu desenvolvimento.

Mas a idéia de uma ligação regular

entre Espírito Santo e Minas Gerais

já estava presente no governo de

Antônio Pires Pontes, que via no rio

Doce o caminho ideal e chegou a

anunciar sua abertura à navegação

em 1802. Em 1811, foi sugerido ao

Ministro do Príncipe Regente D.

João, Conde de Barca, que a “nova

estrada que de Minas Gerais se

dirige pela Serra dos Arripiados e

que segundo dizem, vai até a

Capitania do Espírito Santo por

esse rio de Santa Maria se

efetuasse, seria esta comunicação

de maior vantagem que a

navegação do rio Doce”. Foi nesse

contexto que o Príncipe Regente D.

João emitiu uma Instrução Real, em

11 de abril de 1814, que gerou ofício

de mesma data ordenando a

construção de uma Estrada Real

ligando Vitória, no Espírito Santo, a

Ouro Preto, em Minas Gerais.

Era governador do Espírito Santo

Francisco Alberto Rubim, amigo

pessoal do Ministro Conde de Barca,

principal político da Corte do Rio de

Janeiro. Nesta mesma data foi

encarregado da abertura da estrada

denominada de São Pedro de

Alcântara o Tenente Coronel

Ingnácio Pereira Duarte Carneiro.

Sua tarefa seria de abrir uma estrada

a partir do Porto de Cachoeiro de

Santa Maria. Em 23 de maio de 1815

foram dadas as novas instruções ao

encarregado da obra da estrada,

estabelecendo o fornecimento de

soldados e índios, a criação de

quartéis de proteção na estrada de

três em três léguas com três

homens, armas, ferramentas e

mantimentos.

Finalmente, em 28 de agosto de

1816, o Tenente Coronel Ignácio

Pereira Duarte Carneiro comunicou

oficialmente ao Governador do

Espírito Santo, Francisco Alberto

Rubim, a conclusão da Estrada Real

ligando a Capitania de Minas Gerais

com oito quartéis de proteção no

Espírito Santo e que o encontro do

grupo mineiro se deu próximo às

margens do rio Pardo.

De imediato, em 04 de dezembro de

1816, D. João VI assinou a Carta

Régia destinada ao Governo do

Espírito Santo na qual ordenou a

promoção da comunicação entre

Espírito Santo e Minas Gerais, a

abertura de outras estradas

c o m p l e m e n t a r e s s e m p r e

guarnecidas de tropas, que se

examinasse o uso dos rios para

navegação, que por dez anos

fossem isentas de impostos as

mercadorias que aí transitassem,

assim como dos produtos aí

cultivados. Ordenou ainda que se

promovesse a lavra do ouro nas

minas do Castelo e arredores, que

anualmente fossem levados ao Rei

os progressos da região, que se

promovesse a pacificação dos

ind ígenas t ra tando-os com

brandura, mas aos hostis que

fossem radicalmente castigados.

E m 1 8 1 8 , a e s t r a d a f o i

minuciosamente medida, trecho a

trecho, descrevendo-os de tal

forma que este documento foi

básico para na atualidade se

identificar seu itinerário. A medição,

desde Cachoeiro do Rio Santa

Maria até Ouro Preto, totalizou 71

léguas e ¾. Entretanto, assim que a

estrada passou a ser usada houve

constantes reclamações dos

mineiros quanto ao porto de

chegada no rio Santa Maria situado

ao fundo da Baía de Vitória, devido

haver necessidade de percorrer

todo um longo trecho sobre canoas,

descendo o rio para se chegar ao

Porto de Vitória. Em conseqüência,

viabilizou-se um novo ramal em

1817, que se dirigia, através da

povoação de Viana, ao Porto Velho

de Itacibá, em Cariacica, onde

havia a travessia para a cidade de

Vitória.

Este caminho novo sobrepujou,

mas não anulou o antigo ramal. Os

quartéis espaçados pela estrada

foram algumas vezes modificados

de l oca l i zação ou mesmo

desativados defini t ivamente.

Inicialmente eram eles: Cachoeiro

do Rio Santa Maria (depósito geral),

Bragança, Pinhel, Serpa, Ourém,

Barcelos, Vila Viçosa, Monforte,

Souzel, Chavez, Santa Cruz e Vila

Príncipe, todos nomes de cidades

de Portugal, sendo pouco depois

criados os de Borba e o de Melgaço.

O Quartel de Borba ficava na

Fazenda pertencente ao construtor

da estrada, Ignácio Pereira Duarte

Carneiro.

As distâncias eram em léguas: de

Vitória a Viana, quatro léguas; de

Viana a Borba, duas; de Borba a

Barcelos, doze; de Barcelos a Vila

Viçosa, três; de Vila Viçosa a

Monforte, cinco; de Monforte a

Souzel, três; de Souzel ao rio Pardo

(Chavez), quatro; do rio Pardo ao rio

José Pedro (Príncipe), sete; do rio

José Pedro ao Manhuaçu, três; do

Manhuaçu ao rio Matipó, duas; do

rio Matipó a Cachoeira Torta, duas;

de Cachoeira Torta ao Quartel do

Casca, três; do Quartel do casca a

Ponte Nova, seis; de Ponte Nova a

Furquim, sete; do Furquim a S.

Caetano, duas; de S. Caetano a S.

Sebastião, duas; de S. Sebastião a

Ouro Preto; duas ou a Mariana, uma

légua.

Evidente que, uma vez concluída

em 1816, a estrada teve seu uso

imediato, mas é escassa a

documentação de transeuntes e

mercadorias. Entretanto, tem-se

comprovação da chegada em 22 de

junho de 1820 de uma primeira

boiada vinda de Minas Gerais pela

também denominada Estrada do

Rub im. Mas parece que o

empreendimento não deu os

resultados financeiros esperados,

apesar das manifestações de

surpresa e mesmo de júbilo pelo

fato. Também usou de parte da

estrada, a principal e mais conhecida

expedição de mineiros, ao sul do

Espírito Santo, com o objetivo de

localizar boas terras para aberturas

de fazendas. Foi a expedição

chefiada por Manoel Esteves Lima,

em 1820, que atravessou do sul do

Espírito Santo até a Vila de

Itapemirim e que retornou a Minas

Gerais após se apossar de terras

que deram origem a boa parte das

futuras vilas. A busca de boas terras

n o E s p í r i t o S a n t o f o i u m

empreendimento constante de

famílias mineiras que acabaram aí

se instalando e mantendo um

constante fluxo de idas e vindas

entre Minas Gerais e Espírito Santo.

Mas o Espírito Santo, após a

independência do Brasil, foi

penalizado com governos fracos,

instáveis e irresponsáveis que

contribuíram para uma constante

decadênc ia econômica que

perdurou até o início do segundo

Império. Esta decadência refletiu no

uso da Imperial Estrada São Pedro

de Alcântara que entrou em

processo de abandono com

fechamento de quartéis que a

protegiam e destruição natural de

seu leito. Esta situação se agravou a

partir de 1828, fazendo com que as

condições de tráfego fossem quase

uma impossibilidade conforme ofício

de 7 de janeiro de 1831 do

Presidente a Província do Espírito

Santo. Interessantíssimo observar

que, se o trecho Imperial da Estrada

São Pedro de Alcântara no Espírito

Santo estava nesta precária

situação, o trecho em território de

Minas Gerais encontrava-se em

pleno uso e com crescente

movimento. Em função disto, em

1833, o Tenente Coronel Ignácio

Pereira Duarte Carneiro propôs sua

limpeza e reabilitação o que foi feito

com mão de obra de indígenas de

Nova Almeida e alemães originários

de Bremen que haviam chegado à

região.

A estrada ganhou novo alento, mas

faltavam maiores motivações

econômicas e recursos para sua

manutenção. Se ela tinha uso

constante desde Ouro Preto até o

Caparaó, a partir daí até a região de

Viana ou Santa Maria, o movimento

e r a e s c a s s o , f r u t o d o

empobrecimento de Vitória e do

Espírito Santo. Na década de 1830,

houve um florescimento da busca

do ouro na região do rio Pardo e do

rio Castelo, mas sem maiores

conseqüências a não ser da

movimentação de mineradores.

Importantíssimo para a vida da

estrada foi o estabelecimento do

Aldeamento Imperial Afonsino em

1845, onde hoje é Conceição do

Cas te lo . O a ldeamento de

indígenas era uma política que há

muito se propunha para minorar os

choques com puris e botocudos que

viviam na região de quase toda a

estrada. Responsável por esta

polí t ica, o futuro Barão de

Itapemirim, João Marcelino da Silva

Lima reuniu-se com o vice-

presidente da Província de Minas

Gerais, Quintiliano José da Silva, na

vila do Quartel do Príncipe, em

1845. Neste encontro, estabeleceu-

se a criação do Aldeamento Imperial

Alfonsino que foi gerido inicialmente

pelo engenheiro Teodorico Wilnes.

Nessa época, foi criado um ramal da

estrada São Pedro de Alcântara que

partia do Aldeamento Imperial

Alfonsino para o sul, seguindo pelo

vale do rio Castelo à margem sul do

rio Itapemirim até a Vila de

Itapemirim. Também nesta altura foi

criado outro ramal da estrada, que

partia do Quartel de Santa Cruz em

direção a Alegre. Era a expansão

lateral da Estrada do Rubim ou São

Pedro de Alcântara.

Mas no início da década de 1850,

novamente surgiu a reclamação de

que a estrada estava intransitável

no lado do Espírito Santo e era o

próprio governo de Minas Gerais

que reclamava, pois era de seu

interesse a manutenção da

comunicação com Vitória. Um

documento de 14 de setembro de

1857 mostra a preocupação dos

Governos de Minas Gerais e

Espírito Santo no sentido de se

manter as comunicações entre as

províncias e lamenta as más

condições das estradas, inclusive

da São Pedro de Alcântara ou

Estrada do Rubim. Para buscar

uma solução, o governo de Minas

Gerais já enviara seu engenheiro H.

Dumont que emitiu, em 1855, um

laudo sobre a situação das

referidas estradas e as dividiu em

itens. No primeiro item, falou do

trecho entre Ouro Preto e Abre

Campo; no segundo, sobre Abre

Campo e o Príncipe, na divisa do

Espírito Santo; no terceiro, tratou da

estrada entre o Príncipe e Santa

Cruz com sua bifurcação para

Vitória; na quarta, apreciou o ramal

que se abriu de Santa Cruz para

Alegre e Cachoeiro; no sexto item,

detalhou o trecho entre Santa Cruz

e Vitória, com referencias maiores

sobre o rio Pardo, Aldeamento

Alfonsino, Castelo e o rio Jucu.

Dispôs sobre a boa qualidade do

porto de Vitória, que seria uma

alternativa ao porto do Rio de

Janeiro para interesses da

Província de Minas Gerais. E

concluiu ser muito interessante que

se transformasse em boa estrada o

percurso que tem um bom clima.

Falou da estrada pelo rio Doce,

onde há terrenos planos e ótimas

madeiras, mas que o clima era

“pestilento”. Portanto, com este

laudo, Minas Gerais e Espírito

Santo passaram a ter um maior e

rigoroso interesse na manutenção e

melhorias da Estrada São Pedro de

Alcântara, que nada mais era que

uma Rota Imperial da Estrada Real.

O relatório do Engenehiro H.

Dumont foi complementado por

considerações de 10 de setembro

de 1857, que comparou as outras

possíveis ligações entre as duas

províncias. Tratou da possível

Estrada de Santa Tereza, via rio

Doce, da estrada pelo Mucuri e da

que, saindo de Ouro Preto, passava

por Carangola e chegava até a Vila

de Itapemirim. Tudo isto tratado,

deu-se prioridade à Imperial

Estrada São Pedro de Alcântara.

Com o incremento da chegada de

colonos europeus (alemães,

austríacos, italianos, espanhóis e

outros) ao Espírito Santo, foi a

e s t r a d a u s a d a p a r a o s

assentamentos de colônias como

Santa Leopoldina, Viana, Santa

Isabel e Castelo garantindo seu uso

c o n s t a n t e e i n t e r m i t e n t e

exatamente no percurso onde até

então era mais exíguo.

D. Pedro II, em sua visita ao Espírito

Santo em 1860, usou de parte da

estrada na visita que fez às colônias

de Santa Isabel e Viana e elogiou

sua qualidade no seu infalível e

temido diário.

As famílias que vieram de Minas

Gerais (Mariana, Ponte Nova, Rio

Casca, Cachoeira Torta e Abre

Campo) para estabelecer fazendas

n o s u l d o E s p í r i t o S a n t o

continuaram a usar a rota da

estrada em suas idas e vindas. Os

espírito-santenses que estudavam

no colégio do Caraça e em Ouro

Preto, como os irmãos Fernando,

Bernardino e Jerônimo Monteiro, ou

o republicano Bernardo Horta, na

d é c a d a d e 1 8 8 0 , f o r a m

permanentes usuários, conforme

documentação pertinente.

A estrada prestou excelentes

serviços às duas províncias até o

início da República quando, no fim

do século XIX e princípio do século

XX, houve a expansão ferroviária,

especialmente da Estrada de Ferro

Leopoldina, que suplantou a velha

Estrada do Rubim. Hoje, a Rota

Imperial da Estrada Real, ou

Estrada São Pedro de Alcântara, é

acompanhada de forma quase

paralela pela Rodovia Federal

BR262, desde Vitória até Minas

Gerais, em Rio Casca e, a partir daí,

por Rodovia Estadual até Ouro

Preto. Entretanto, seu roteiro ou

percurso praticamente havia caído

no esquecimento e se perdido.

Finalizando a exposição, creio ser

interessante explicar o conceito de

E s t r a d a R e a l e r e f l e x õ e s

complementares. Era denominada,

na época do Brasil Colônia, Estrada

Real aquela cuja construção havia

sido determinada por ordem do Rei

e seu custo a cargo de seu tesouro.

Não foram muitas as estradas reais

e a aqui tratada foi possivelmente

uma das últimas, senão a última, no

Governo de D. João VI. Ela foi

denominada de Estrada Real São

Pedro de Alcântara em homenagem

ao Santo protetor da família real

portuguesa e, com a independência

brasileira e instalação do Império,

passou a ser Estrada Imperial São

Pedro de Alcântara. Uma estrada

real era construída para atender

regiões com seus viajantes,

moradores e tropeiros e possuía

uma largura média de quinze

palmos, cerca de três metros. No

caso específico da estrada São

Pedro de Alcântara, chama a

atenção o fato de usar sempre um

percurso no alto das montanhas,

principalmente desde a região das

cabeceiras do rio Casca em Minas

Gerais até o litoral do Espírito Santo.

A explicação que se percebe, nas

entrelinhas dos documentos, é que

a estrada teve este traçado por

seguir as serras de nascentes de

rios e pela suposição, na época, que

nos terrenos baixos havia pântanos

e charcos, onde “miasmas”

provocavam doenças. Portanto, o

ato de evitar obras custosas e

difíceis, como pontes, e a busca de

ares saudáveis, gerou uma rota

extremamente montanhosa da

nossa estrada.

Os quarté is ex istentes nos

primórdios da estrada eram

construções pequenas, de pedra e

madeira, para abrigar os vigilantes e

conservadores da via, que tinham a

obrigação de protegê-la contra

ataques dos bandoleiros e de

indígenas, conservar seu leito a

atender aos passantes em suas

necessidades. Alguns quartéis

tiveram existência curta, enquanto

outros marcaram com seus nomes a

região ou deram origem às vilas e

cidade. Eram eles espaçados, uns

dos outros, por cerca de três léguas,

hoje cerca de 20 km, o que

costumava representar a jornada de

um dia de viagem.Os municípios

cruzados pela Rota Imperial da

Estrada Real, ou em sua área de

influência, são: Cariacica, Castelo,

Conceição do Castelo, Domingos

Martins, Ibatiba, Ibitirama, Irupi,

I ú n a , M u n i z F r e i r e , S a n ta

Leopoldina, Santa Maria de Jetibá,

Venda Nova do Imigrante, Viana e

Vitória, no Espírito Santo. Em Minas

Gerais são: Abre Campo, Acaiaca,

Alto Jequitibá, Barra Longa,

Caparaó, Jequeri, Luisburgo,

Manhumirim, Mariana, Martins

Soares, Matipó, Oratórios, Ouro

Preto, Pedra Bonita, Ponte Nova,

Santa Margarida e São João do

Manhuaçu totalizando trinta e um

municípios, sendo quatorze no

Espírito Santo e dezessete em

Minas Gerais.

A Rota Imperial da Estrada Real, ou

Estrada São Pedro de Alcântara, ou

Estrada do Rubim perfaz, com seus

ramais (via Viana e via Santa

Leopoldina) um total de quinhentos e

setenta e cinco quilômetros de

aventuras, belezas, dificuldades,

riquezas, esperanças e sonhos”.