Gazeta Rural nº 219

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 219 | 28 de Fevereiro de 2014 | Preço 2,00 Euros É moda? Informe-se

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Os alertas no sector dos pequenos frutos, nomeadamente de projectos que ficam pelo caminho, é tema central da edição de 28 de Fevereiro da Gazeta Rural nº 219, onde destacamos também as diferentes feiras ligadas aos nossos produtos endógenos e festivais gastronómicos, para além de empresas que nos últimos tempos têm vindo a inovar, a exportar ou, mesmo, a avançar com novos projectos. Para além destes, há outros temas a mereceram referência nesta edição.

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w w w . g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 219 | 28 de Fevereiro de 2014 | Preço 2,00 Euros

É moda?Informe-se

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Sumário04 Alerta: “Há projectos de pequenos frutos a ficarem pelo caminho”

06 Sever do Vouga promove XIV Rota da Lampreia e da Vitela

07 Feira em Trancoso divulga sabores e artesanato do Nordeste da Beira

08 Feira do Fumeiro de Almeida com boa adesão de expositores

10 Vila Nova de Paiva realiza Feira do Fumeiro em Touro

11 Expo Estrela inicia comemorações dos 500 anos do Foral de Manteigas

12 Há “um projecto de fileira” para a região do Queijo Serra da Estrela

13 Feiras divulgam queijo da região da Serra da Estrela

14 Feira de Produtos da Terra em Torre de Moncorvo

15 Trofa recebe a maior feira agropecuária do Norte do país

16 Roteiro de Carnaval

18 Adega da Vidigueira apresenta “Grande Escolha” no Porto

19 Exportação de vinhos subiu 2,4% em 2013

20 Branquinho & Branquinho vira-se para o mercado espanhol

22 Produção em modo biológico “é o futuro” na região de Freixo

24 Pequenos agricultores vão ter direito a reembolsos no IVA

25 Bolsa de terras de Sever do Vouga alarga-se a todo o concelho

26 Previcon propõe novas soluções para o sector primário

29 Produção de azeitona é a maior dos últimos 50 anos

31 Área cultivada de milho grão aumentou em 2013

35 Opinião: Francisco Fernandes

36 Roteiro gastronómico

37 Verallia Portugal recebeu prémio da Melhor Campa-nha Publicitária de 2013

38 Feira de Março 2014 com cartaz de lux

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Há alguma preocupação no seio das organizações ligadas aos pequenos frutos sobre projectos que têm ficado pelo cami-nho. O alerta foi deixado por Pedro Oliveira, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), num seminário pro-movido pela AGIM no âmbito na Frutitec/Hortitec, que decorreu no Exposalão, na Batalha

Subordinado ao tema “Produção, comercialização e orga-nização de produtores de pequenos frutos”, o seminário contou com uma elevada participação e onde foram deixados vários alertas, nomeadamente a necessidade dos promotores terem maior conhecimento sobre esta matéria.

Na ocasião, à Gazeta Rural, Maria do Carmo Martins, do Cen-tro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN), afirmou que “muitos jovens agricultores lançaram-se nesta área dos pequenos frutos atrás da moda”, enquanto José Martino, da empresa Espaço Visual, defendeu que “o conhecimento é a cha-ve para que o negócio tenha sucesso”. Já Sofia Freitas, coorde-nadora da Associação para os Pequenos Frutos e Inovação Em-presarial (AGIM), revela optimismo, ao firmar que “os pequenos frutos movimentam muita gente”.

Alerta deixado no seminário promovido pela AGIM no Exposalão

Há projectos de pequenos frutos a ficarem pelo caminho

Maria do Carmo Martins - COTHN: “Muitos jovens agricultores lançaram-se nesta área atrás da moda”

Gazeta Rural (GR): Há projectos na área dos pequenos frutos que não vingam, conforme foi dito neste seminário. Com o encara esta situação?

Mareia do Carmo Martins (MCM): Com muita preocu-pação e essa foi uma das razões que levou à criação do clus-ter dos pequenos frutos. A ideia de criar um cluster, onde se pudessem unir os vários stakeholders (elementos essenciais ao planeamento estratégico de negócios) do sector, desde os produtores, à investigação, até aos comercializadores, foi nesse sentido.

Sentimos que há muitos projectos que foram aprovados, que estão a ser implementados, cuja dimensão represen-ta alguns problemas de sustentabilidade, e que muitos não tiveram, à partida, a parte da comercialização em conta. É necessário dar-lhes esse apoio, para que a taxa de insuces-so, que sabemos vai acontecer nalguns casos, seja a menor possível. Portanto, o objectivo do cluster é conseguir dar o suporte aos produtores e à fileira, para que ela possa atingir o potencial que tem. Tudo isto visa a tentativa de manter a fileira competitiva.

GR: Foi também colocada a questão dos solos e o que neles se pode ou deve plantar. A verdade é que, parece, quer-se plan-tar tudo em todo o lado?

MCM: Isso não pode ser e esse é também um dos elemen-tos de insucesso de alguns projectos. Muitos foram a lança-dos por modas e nós sabemos disso. No caso dos pequenos frutos foi pelo rendimento que lhe está associado, embora com custos de produção significativos, nomeadamente na colheita.

Mas a fileira é apelativa e os produtores olham-na com essa ideia. Só que há muitas questões envolvidas, como o clima, os solos e a capacidade de investimento das pessoas. No norte e no sul do país os processos de produção são completamente destintos, com custos e com produtividades completamente destintas.

O mirtilo ou a framboesa no norte tem uma produtividade completamente diferente do que no sul. Portanto, há que ter estas questões todas em conta. Quando muitos dos jovens agricultores se lançaram nesta área havia falta de conhe-cimento. Foram atrás da moda e houve questões que foram deixadas para segundo plano e isso pode, sem dúvida nenhu-ma, contribuir para que muitos destes projectos possam não vingar.

Há um apelo que sobra deste debate, e que foi muito bem sintetizado pelo doutor Pedro Oliveira, no sentido do pro-motor, antes de se lançar nesta cultura e de fazer qualquer investimento, porque estamos a falar de investimentos com algum volume, tentar perceber a sua região, qual o sistema de produção que vai ter associado, face às condições de solo e de clima que tem, mas também em face do investimento e da área que tem.

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José Martino - Espaço Visual: “O conhe-cimento é a chave para que o negócio tenha sucesso”

Gazeta Rural (GR): Muitos projectos não vingam muito por falta de conhecimento sobre a área, mas também por falta de princípios de gestão. Que mensagem deixaria a quem quer iniciar um projecto de forma sustentável?

José Martino (JM): Quem quer começar nesta actividade tem que fazer visitas a quem já está instalado e perceber quem produz bem e como o faz. O que recomendo é que visite, que estagie, que, no fundo, saiba em que negócio se vai meter. O conhecimento é a chave para que o negócio tenha sucesso. Junto a isso é preciso organização, capacidade empresarial e de decisão para assumir riscos.

Quem tiver vocação e perfil para isto, deve apostar nesta actividade, que é um negócio. Como em qualquer ramo, a pes-soa tem que saber no que se está a meter, quais são os ossos de ofício e como vai resolver os seus problemas.

GR: Mas há gente que quer e que se atira de cabeça, mas depois falta o essencial, que é, como disse, conhecimento?

JM: É verdade que estamos numa sociedade de livre iniciativa, de mercado e, portanto, temos que estar abertos a todas as ini-ciativas. Na sociedade de mercado uns morrem e outros vingam. Muitos daqueles que hoje dizemos que irão ter insucesso, amanhã vão dar conta de onde estão metidos e serão capazes de dar a vol-ta. Outros, que hoje têm algum sucesso, se calhar amanhã vão ter fracasso.

Portanto, é muito difícil de dizer e prognosticar o que vai acontecer. É lógico que parte das pessoas vêm de fora do sec-tor, não fizeram o trabalho de casa e, aí, a probabilidade de ter insucesso é maior. Por outro lado, estão a aparecer no terreno um conjunto de agentes, nomeadamente a B-Fruit, que se pro-põe organizar, dar assistência técnica e de gestão a este tipo de produtores que se queiram associar neste projecto.

GR: Um produtor, que fez uma plantação recentemente, dizia-me que os mirtilos e as framboesas seriam a sua reforma, pois os próximos seis a sete anos serão muito complicados e haverá muita gente a cair. Pode ser assim?

JM: Pode, se implantar bem, se tratar bem, se fizer a opera-ção certa na hora exacta e com rigor. O potencial do negócio, na minha perspectiva, é muito interessante, porque mesmo que o preço de mercado desça, o que vai acontecer, percentualmente não irá cair tanto quanto o aumento da produtividade que se vai verificar. Na minha opinião, esta actividade é um excelente negócio, para quem for capaz de produzir de forma organizada e com rigor.

Sofia Freitas - AGIM: “Está provado que os pequenos frutos movimentam muita gente”

Gazeta Rural (GR): Satisfeita com este seminário?Sofia Freitas (SF): Muito satisfeita, com o seminário e com

o projecto de cooperação com o COTHN e com o INIAV. Tam-bém lançámos o desafio às Direcções Regionais de Agricultura do Norte e Centro para se associarem ao projecto e de quem temos apoio integral.

Estamos muito satisfeitos também com a adesão das pes-soas e está provado, mais uma vez, que os pequenos frutos mo-vimentam muita gente. Há um interesse grande neste sector e as acções que promovemos foram muito participadas.

GR: Levantaram-se questões, nomeadamente de pessoas que querem iniciar-se nesta actividade, mas que têm muito pouco conhecimento dela?

SF: A maioria das pessoas que quer dedicar-se à actividade dos pequenos frutos não tem conhecimento prévio da cultura. No entanto, notamos que as pessoas já estão mais informadas acerca desta cultura. Há muita informação disponível, há inú-meras actividades um pouco por todo o país, realizadas por muitas entidades, e isso faz com que o conhecimento adquirido na cultura dos pequenos frutos, e especialmente no mirtilo, - que representa 80%

das intenções de investimento, - seja minimamente correc-to e orientado sobre o caminho a seguir, como se devem instalar os produtores e qual deve ser o maneio da cultura.

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Quatro restaurantes do concelho de Sever do Vouga recebem de 8 a 16 de Março a XIV Rota da Lampreia e da Vitela, evento que visa divulgar dois ícones da gastronomia deste concelho do Baixo Vouga. O evento é promovido pela Confraria Gastronómica de Sever do Vouga, que aceitou o desafio lançado pelo Município, que apoia a iniciativa.

O presidente da Câmara de Sever do Vouga diz que “há uma aposta forte do município na promoção deste evento”, que visa “valorizar dois produtos riquíssimos da gastrono-mia do concelho, nomeadamente a vitela à moda de Se-ver de Vouga, que é diferente das outras”, refere António Coutinho. O autarca defende a aposta, destacando a im-portância de “valorizar esse produtos gastronómicos, que atraem ao concelho milhares de pessoas, que gostam de comer bem”.

Neste evento, a autarquia aposta na divulgação, dei-xando para os restaurantes aderentes questões relaciona-das com animação ou promoção dos mesmos. O objectivo é “atrair mais gente a Sever do Vouga”, não só para degus-tar e deliciar-se com a lampreia e a vitela, mas também co-nhecer as paisagens do concelho. “Sever do Vouga reúne um conjunto de produtos turísticos de grande interesse. É um território riquíssimo em turismo de natureza, com os rios e as cascatas, pontos bucólicos, para além de outras ma-ravilhas do nosso património arqueológico”, refere António Coutinho.

Recorde-se que este ano aderiam à Rota da Lampreia e da Vitela os restaurantes Cortiço e Vitorino, na vila, e Quinta do Barco e Santiago, junto ao Rio Vouga.

O município de Tábua promove nos dias 8 e 9 de Março a Feira do Queijo, Pão, Mel e Enchidos, evento que este ano comemora as bodas de prata. Juntamente com o certame decorrerá a V Mostra de Gastronomia e Artesanato

O certame, que vai decorrer no Multiusos de Tá-bua, conta com a presença do “Portugal em Festa”, da SIC, o que eleva as expectativas do presidente da Câmara. “Contamos ter um enorme êxito, até pela procura e interesse manifestado por parte dos expositores”, afirmou Mário Loureiro.

O município de Tábua manteve a aposta de abrir a feira a produtores e expositores da região, porque, referiu o autarca, “julgamos que assim con-seguimos ser mais fortes e ter outro impacto”. Para além disso, sublinha Mário Loureiro, “o queijo é um património gastronómico que em termos turísticos atrai muita gente à região”. Para além disso, o cer-tame promove e divulga outros produtos regionais, como o vinho, o mel e o fumeiro.

De 8 a 16 de Março em quatro restaurantes do concelho

Sever do Vouga promove XIV Rota da Lampreia e da Vitela

A realizar nos dias 8 e 9 de Março

Feira do Queijo de Tábua comemora bodas de prata

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O Multiusos de Trancoso recebe, nos fins-de-semana de 28 de Fevereiro a 2 de Março e 8 e 9 de Março, a XI Feira do Fumeiro, dos Sabores e do Artesanato do Nordeste da Beira, que este ano tem como novidade uma exposição de porcos de raça bísara.

O evento, promovido pela Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENE-BEIRA), com o apoio da autarquia de Tran-coso e Raia Histórica, promove o fumeiro, o queijo e outros produtos locais, para além de outros sabores e artesanato do Nordeste da Beira.

António Santiago Oliveira, presidente da AENEBEIRA, tem as melhores expecta-tivas para esta edição da Feira, que apenas aceita expositores devidamente licencia-dos, numa altura em que vão aparecendo novos produtores, mas que não cumprem, ainda, todos os requisitos que lhes permite participar no certame.

Gazeta Rural (GR): Há novidades para a edição este ano da Feira do Fumei-ro?

António Santiago Oliveira (ASO): A grande novidade é uma mostra de por-cos de raça bísara, que estará exposta na parte de trás do pavilhão Multiusos. É uma raça que tem predominância na região

Em Trancoso durante dois fins-de-semana

Feira divulga sabores e artesanato do Nordeste da Beira

transmontana e que volta a generalizar-se no nosso território, o que é importante, de modo a possibilitar a certificação dos en-chidos desta região com IG ou IGP.

Há uma unidade no concelho, a Agro-bacorinho, do Grupo Casa da Prisca, que se dedica à criação de leitões de raça Bísara

e que a reintroduziu na nossa região, o que é fundamental para a valorização da fileira dos nossos produtos regionais e tradicio-nais.

GR: Tem aparecido novos produtores? Nota-se no número de expositores?

ASO: Sou franco e sincero. Nesta filei-ra dos produtos endógenos regionais têm, de facto, surgido alguns novos produto-res. Só que na grande maioria dos casos não reúnem as condições necessárias e na Feira só aceitamos produtores devida-mente licenciados.

Nestas alturas de crise económica e desemprego as pessoas iniciam uma acti-vidade da forma mais fácil, com o intuito de, pura e simplesmente, produzir. Só que há requisitos a cumprir, nomeadamente de licenciamento, e no espaço da feira só aceitamos produtores, seja de enchidos, queijos, doçaria regional ou licores ou o que quer que seja, que cumpram todos os requisitos necessário para o fazerem. É, na nossa perspectiva, uma atitude de bom senso, mas também de defesa dos consu-midores que nos visitam.

Espero que na Agenda 14-20, no âm-bito do ProDeR e na Abordagem Leader, possa haver instrumentos que permitam licenciar muitas dessas pessoas que, por falta de alternativas, querem dedicar-se a estas áreas, utilizando os nossos recursos endógenos para encontrarem uma saída para o futuro.

GR: Que perspectivas tem para a edi-ção deste ano?

ASO: As melhores. Apesar da crise, que faz com que a deslocação de pessoas não seja aquela que desejávamos, a mo-bilização, disponibilidade e empenho dos produtores leva-me a crer que teremos mais uma edição de sucesso. Esperamos, apesar disso, que nos dois fins-de-sema-na passem por Trancoso mais de 25 mil pessoas. Nesta décima primeira edição tudo faremos para promover e apoiar as produções endógenas mais característi-cas do tecido económico desta região.

Permita-me referir que esta feira tem um orçamento de 35 mil euros, suportado pela AENEBEIRA, com um apoio financeiro, de oito mil euros, da Associação Raia His-tórica e, logístico, da Câmara de Trancoso. Sem estes apoios não era possível levar a cabo este certame, que continuaremos a realizar enquanto tivermos capacidade para tal.

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O Picadeiro d’El Rei, em Almeida, vai receber a XVIII Feira do Fumeiro e Artesanato, certame que atrai milhares de visitantes àquele concelho, ávidos de provar os sabores da época, com destaque para o fumeiro da região. A Junta de Freguesia de Al-meida é a entidade organizadora da feira, que conta com o apoio da Câmara local. A presidente da Junta, Maria de Fátima Nunes Gomes, mostra-se satisfeita com a adesão de expositores, sinal de que o evento está cada vez mais consolidado.

Gazeta Rural (GR): Que perspectivas tem para a edição deste ano da Feira do Fumeiro?

Maria de Fátima Nunes Gomes (MFNG): As perspectivas são boas, tendo em conta o contexto de crise que se vive em Portugal e que se faz sentir com mais intensidade no Interior. A adesão dos expositores foi boa e esperamos uma afluência de visitantes dentro do que tem sido usual em anoss anteriores.

GR: Que novidades ou diferenças haverá em relação a edi-ções anteriores?

MFNG: As restrições orçamentais não permitem alterar sig-

De 28 de Fevereiro a 2 de Março

Feira do Fumeiro de Almeida com boa adesão de expositores

nificativamente os moldes em que se realiza esta Feira do Fumei-ro. Conseguimos já criar boas condições aos expositores e visi-tantes, com o aluguer de uma tenda, o que representa um forte esforço financeiro para as capacidades da Junta de Freguesia. A animação musical, e não só, decorrerá dentro do que é habitual.

GR: Apareceram na região novos produtores de fumeiro e de outros produtos locais?

MFNG: Os produtores de fumeiro presentes são os que cos-tumam aderir ao evento. Quanto à produção local ou caseira, tem sido dificultada pelas apertadas normas sanitárias e/ou le-gais. Começam, no entanto, a surgir com alguma força produto-res de outros produtos endógenos, como o mel, licores e plantas aromáticas. Dentro das suas possibilidades, a Junta de Freguesia presta o apoio possível a estes novos produtores.

GR: Houve mais inscrições de expositores para este ano?MFNG: O número de expositores é limitado pelo espaço dis-

ponível. Assim, temos pouco mais de trinta stands de fumeiro, doçaria e artesanato, além de cinco bares.

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A época da Páscoa em Vila de Rei volta a ser marcada pela presença dos melhores pratos con-feccionados com bacalhau e azeite. O VII Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite regressa assim aos restaurantes do concelho de 5 a 13 de Abril.

Organizado pela Câmara de Vila de Rei, o cer-tame contará este ano com a participação de seis restaurantes, que esperam voltar a receber milhares de visitantes ao longo dos nove dias de Festival.

Para Paulo César, vice-presidente da autar-quia de Vila de Rei e responsável pelo pelouro do Turismo, “o património gastronómico do conce-lho tem sido bastante valorizado ao longo dos últimos anos através da realização dos nossos Festivais Gastronómicos. Com a sétima edição do Festival do Bacalhau e do Azeite contamos rece-ber novamente milhares de visitantes que pode-rão comprovar a enorme qualidade dos nossos restaurantes”.

Em seis restaurantes de Vila de Rei

Festival Gastronómico do Bacalhau e do Azeite regressa em Abril

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À porta da terceira edição da Feira do Fumeiro, que se reali-za na freguesia de Touro, em Vila Nova de Paiva, a produção de fumeiro na região do Alto Paiva tem vindo a aumentar, mas tam-bém a atrair os jovens para esta actividade. Quem o garante é a vereadora do pelouro da Cultura da Câmara de Vila Nova de Paiva. Delfina Gomes diz que há “um crescimento” nesta activi-dade e com “uma variedade cada vez maior, notando o gosto nos nossos jovens” pela produção de fumeiro de modo tradicional. A autarca tem boas perspectivas para a próxima edição da Feira do Fumeiro, contando com a presença de cerca de meia centena de expositores.

Gazeta Rural (GR): Depois de duas edições, que novidade haverá este ano?

Delfina Gomes (DG): Novidades estão sempre a acontecer, dado que já vamos na terceira edição e aprende-se sempre com as experiências anteriores, levando assim a melhorar e a limar arestas para chegar sempre às melhores condições e objectivos pretendidos.

Encaminha-nos também para um maior número de partici-pantes e consecutivamente ao estímulo e imaginação dos arte-sãos para uma maior diversidade na confecção dos nossos pro-dutos endógenos, refinando o seu paladar e apresentação.

A animação durante o certame é uma preocupação nossa e, nesse âmbito, apostamos este ano numa vertente mais tradicio-nal, com a actuação do Grupo Folclórico de Vila Cova à Coelheira e com as já habituais Pifaradas Zabombadas de Unhais da Serra. Ruth Marlene é a artista nacional convidada para esta edição. Por isso, surgem sempre novidades e creio que o melhor mesmo é mesmo visitarem-nos.

GR: A recuperação do fumeiro tradicional desta região tem

Refere a vereadora da Câmara de Vila Nova de Paiva

Jovens do Alto Paiva “com gosto” pela produção de fumeiro tradicional

sido conseguida com a realização deste evento?DG: Sim. Cada vez mais e, até pela contingência socioeconó-

mica actual, o nosso concelho que é eminentemente rural e que mantém vivas muitas tradições ligadas a esta área, tem-se vindo a dedicar com mais afinco à confecção do fumeiro tradicional destas terras, onde tudo o que vinha da criação dos animais era o sustento da casa. Talvez por tudo isso, o nosso fumeiro tenha vindo a ter um crescimento e uma variedade cada vez maior, no-tando o gosto nos nossos jovens por esta actividade.

GR: Com isso, quantos expositores vão estar presentes e que tipos de fumeiro poderão encontrar os visitantes?

DG: Nesta edição, contamos que a quantidade de exposito-res de venda de fumeiro em conjunto com as tasquinhas gastro-nómicas, ascendam a mais de meia centena, aos quais aliamos os artesãos com a venda de artesanato típico.

Tendo em conta que este certame pretende promover e projec-tar o nosso fumeiro típico, valorizando a economia local, contamos com os nossos sabores mais característicos, desde a chouriça de carne, à de boche, às moiras, às farinheiras típicas destas terras com as carnes cozidas nas panelas de ferro, até ao saboroso salpicão e presunto, secos nos caniços das velhinhas lareiras.

GR: O que já representa este evento e esta actividade para o município?

DG: Representa um elo cada vez maior aos munícipes, um espaço de convívio e de celebração das nossas tradições. Re-presenta também a ligação do concelho a outras regiões, uma mais-valia em todas as suas vertentes no que temos de bom, genuíno e característico das terras frias do Alto Paiva, levando assim de uma forma muito positiva a um melhor conhecimento deste concelho que primou sempre pelo bem receber.

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Em Manteigas vai decorrer, no fim-de-semana de Carnaval, mais uma edição da Expo Estrela – Mostra de Actividades Econó-micas, evento que visa dar a conhecer os produtos endógenos, mas também as potencialidades económicas deste concelho en-cravado no coração da Serra da Estrela. O certame marca tam-bém o início das comemorações dos 500 anos de atribuição do Foral Manuelino.

O presidente da Câmara de Manteigas atribui “grande impor-tância” a estas comemorações, pois “foi o segundo Foral atribuí-do” ao concelho, destacou José Manuel Biscaia. Antes havia sido atribuído um outro por D. Sancho.

O programa dos 500 anos do Foral Manuelino vai decorrer ao longo de 2014, com várias iniciativas. “O Foral tem, para nós, uma importância especial”, afirmou o autarca de Manteigas, pois “há também uma reafirmação dos forais, que para nós não é só uma carta de autonomia concelhia, mas era uma perspectiva diferen-te que tinham os nossos reis, que sabiam que povoar o território era indispensável, no sentido de dar sustentabilidade ao todo do reino, e que deixam a milhas os Governos do seculo XX e XXI, que não têm tido essa perspectiva e têm deixado que o interior do país esteja cada vez mais desertificado”, afirmou José Manuel Biscaia, garantindo mesmo que “não somos encarados da mes-ma maneira que outras regiões do litoral do país”.

Mais de 60 expositores na Expo Estrela

A edição deste ano da Expo Estrela tem um programa vasto,

Manteigas promove várias iniciativas ao longo de 2014

Expo Estrela inicia comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino

embora com orçamento de apenas 35 mil euros. “Esta mostra, com recursos minorados, tem um conjunto de eventos que, não sendo dispendiosos, abrilhantam o Carnaval nesta região, em que a Serra da Estrela fica mais notada”, sublinhou José Manuel Bis-caia.

O certame, que será inaugurado pelo secretário de estado da Administração Local, António Leitão Amaro, terá mais de seis dezenas de expositores nas mais diversas áreas de actividade, in-cluindo instituições do concelho.

Em simultâneo decorrerá a Mostra gastronómica, com 10 restaurantes aderentes, que apresentarão os melhores produtos do concelho nas suas ementas.

O programa do certame, segundo o autarca de Manteigas contempla duas grandes vertentes: “Fazemos justiça à nossa capacidade de lutar contra a interioridade, o que significa que 21 anos depois continuamos a fazer o nosso melhor”. Em maré baixa, em termos financeiros, a autarquia, refere José Manuel Bis-caia, “entende dar aos empresários e aos expositores a possibi-lidade de mostrarem o que fazem, divulgando o concelho e os nossos produtos de endógenos a quem nos visita por esta altura do ano”.

No dia 4 de Março, último dia da Expo Estrela, comemora-se o Dia do Concelho, que contará com a presença do secretário de estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, a quem o autarca vai reiterar pedidos anteriores de melhores acessibilidades ao concelho, nomeadamente uma ligação rápida à A23.

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Liderado por José António Matias

Há “um projecto de fileira” para a região do Queijo Serra da Estrela

“Estamos a trabalhar num projecto de fileira para a região, que vai desde a produção do leite, a sua transformação e comercialização”, a garantia foi dada à Gazeta Rural por José António Matias, administrador da Casa Matias, de Seia, um dos maiores produtores na Região Demarcada de Queijo Serra da Estrela. “Conjuntamente com um grupo de inves-tidores, estamos a estudar essa possibili-dade”, adiantou.

O empresário está preocupado com o estado a que a região chegou, defen-dendo a “revitalização da bacia leiteira da Serra da Estrela”, já que é importante “aproveitar e valorizar o efectivo de cer-ca de 80 mil animais ainda existentes na região”. Reconhecendo que o projecto está “numa fase embrionária”, José An-tónio Matias considera ser importante “perceber se, efectivamente, não corre-mos o risco de ficarmos dependentes de matéria-prima do exterior e mesmo assim com escassez”.

O empresário quer saber se o projecto “será bom para a região e para produtores com Denominação de Origem Protegida”, reconhecendo que “esse é um trabalho árduo, que vai implicar investimento”, no sentido de criar todas as condições ne-cessário para a execução do mesmo.

É que as vendas de queijo decaíram nos últimos anos, depois do impulso dado nas últimas duas décadas. “Nos anos 90 e na entrada deste século assistimos a um crescimento exponencial” da venda de queijo Serra da Estrela, mas entrando “o mercado estagnou” e, neste momento, “as vendas são as mesmas de há cinco anos”, para além de que “não estamos a conseguir agregar mais-valias ao produto”.

Apostado em dotar a empresa de to-dos os meios que lhe permitam um pro-duto de reconhecida qualidade, a Casa Matias está em fase terminal de imple-mentação da norma ISSO 2200.

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O queijo Serra da Estrela vai estar em destaque nas feiras que os muni-cípios da região organizam nesta altura do ano, para promoção de um pro-duto genuíno que tem um grande peso na economia das populações locais.

A região demarcada de produção do queijo Serra da Estrela integra os concelhos de Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Man-teigas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Mangualde, Covilhã, Carregal do Sal, Nelas, Trancoso, Aguiar da Beira, Arganil, Tábua, Tondela e Viseu.

Este ano, os municípios do distrito da Guarda escolheram o fim-de-semana do Carnaval para a realização das feiras anuais que, para além de divulgarem o queijo de ovelha produzido localmente, têm também como objectivo captar vi-sitantes. Celorico da Beira, com o epíteto de “Capital do Queijo Serra da Estrela”, abre o ciclo de certames, promovendo a feira anual do queijo de 28 Fevereiro a 3 de Março.

Nos últimos três anos, no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Ser-ra da Estrela, os três municípios que a constituíam - Seia, Gouveia e Fornos de Algodres - recebiam um certame em regime de rotatividade, mas com a criação da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, cada autarquia voltou a organizar feiras de forma individualizada. Assim, a Câ-mara Municipal de Seia realiza, no fim-de-semana do Carnaval, dias 1 e 2 de Março, um evento dedicado à promoção do queijo e dos produtos endóge-nos do concelho.

Já o Município de Gouveia promove a festa de homenagem aos pastores e às queijeiras locais, no dia 2 de Março, domingo de Carnaval. Segundo a autarquia, na área do município existem 11 queijarias licenciadas, uma delas a certificar queijo Serra da Estrela, e cerca de 50 produtores.

Fornos de Algodres irá realizar a sua feira no dia 8 de Março, no recinto do mercado municipal. O evento anual pretende “mostrar e manter viva a autenticidade e a genuinidade da produção do queijo Serra da Estrela, a sétima maravilha da gastronomia nacional”, segundo a Câmara Municipal de Fornos de Algodres.

O concelho de Aguiar da Beira também valoriza a fileira do queijo com a realização, no dia 02 de Março, da I Festa do Pastor e do Queijo, agendada para a localidade de Mosteiro, freguesia de Penaverde.

A certificação do queijo Serra da Estrela garante qualidade ao consumidor, afirma técnica da Estrelacoop - Cooperativa dos Produtores de Queijo Serra da Estrela, que representa os produ-tores certificados da região demarcada. “A vantagem da certi-ficação é garantir ao consumidor que está perante um produto produzido numa região, com tradições, com regras de produção, e com um nível de qualidade quer organoléptica, quer para a sa-nidade pública, com garantia”, segundo Célia Henriques, técnica da Estrelacoop, com sede em Celorico da Beira.

A responsável considera que a certificação “é importante” para o sector, porque o queijo Serra da Estrela é “único” no país e no mundo e constitui “uma das maiores riquezas ou até a maior riqueza” da região, sendo também o “embaixador dos queijos no estrangeiro”. “É importante que os municípios não deixem aca-bar este produto. Há regras de produção a cumprir e essas re-gras é que o fazem ser diferente de todos os outros”, assinala.

Na campanha de produção de 2013/2014, a Estrelacoop re-fere a existência de 17 produtores de queijo Serra da Estrela, per-tencentes aos concelhos de Celorico da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital, Nelas e Penalva

Em Celorico da Beira, Seia, Gouveia, Fornos de Algodres e Aguiar da Beira

Feiras divulgam queijo da Serra da Estrela

Estrelacoop diz que há 17 produtores com selo de garantia

Certificação garante qualidade do queijo Serra da Estrela

do Castelo, sendo que 14 são associados da cooperativa. “Nos últimos cinco anos, o número de produtores tem-se mantido, al-guns desistem, outros aderem, mas felizmente temos alguns pro-dutores novos, o que é muito satisfatório e bom para a região”, refere Célia Henriques.

A responsável adianta que a produção deste ano é de “óp-tima qualidade”, contando que já foram feitos painéis de provas (exame organoléptico) e os queijos analisados apresentam uma pasta “muito boa”. O queijo Serra da Estrela só pode ser produzi-do na sua área geográfica, com leite de ovelha das raças Serra da Estrela ou Churra Mondegueira. Este produto apresenta-se, entre outras características, com forma cilíndrica e com pasta semi--mole, e o seu peso varia de 500 a 1.700 gramas.

O queijo é sempre comercializado com um rótulo, onde consta a designação ‘Queijo Serra da Estrela’, o logótipo DOP (Denominação de Origem Protegida) e a respectiva marca de certificação (um ho-lograma numerário que é produzido na Casa da Moeda).

A Cooperativa Estrelacoop, que tem sede na vila de Celorico da Beira, no distrito da Guarda, é a entidade gestora da DOP do queijo Serra da Estrela.

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As amendoeiras em flor proporcionam um espectáculo maravilhoso a quem visita Torre de Moncorvo nesta época. As festividades começa-ram no passado dia 20 de Fevereiro, decorrem até 19 de Março e contam com um programa bastante variado.

As actividades tiveram início com a inaugu-ração da exposição “A Cultura da Amendoeira”, patente no Museu do Ferro até 30 de Abril, e com um espectáculo do Orfeão Universitário do Por-to. De 14 a 16 de Março tem lugar a Feira Medie-val, a Feira de Artesanato, a Feira de Produtos da Terra e Tasquinhas, no Centro Histórico da vila. No dia 17 de Março decorre no centro histórico da vila a serpente de luz, um passeio nocturno de cicloturismo cultural.

Inserido no programa das amendoeiras em flor está ainda a comemoração do Feriado Municipal, nos dias 18 e 19 de Março, que além das festividades religiosas engloba ainda uma homenagem aos funcionários aposentados do Município entre outras actividades. Durante as festividades a animação será realizada com es-pectáculos musicais, animação de rua e anima-ção nocturna.

Incluídas no programa das festividades da Amendoeira em Flor

Feira Medieval e Feira de Produtos da Terra em Torre de Moncorvo

Campanha EspecialBatata de Semente e Adubos

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Mais de 150 mil pessoas são esperadas na Feira Anual da Trofa, evento dedicado à agropecuária, que decorre no fim-de--semana de 28 de Fevereiro a 2 de Março. A novidade este ano a “forte aposta” num programa que “atraia a juventude”.

“Este ano vai existir pela primeira vez uma programação para a juventude para a atrair a este tipo de eventos e para que co-nheçam esta área, pela tradição, mas também como potencial do desenvolvimento de futuro”, disse o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto.

Também o presidente da Junta de Freguesia de Bougado (S. Martinho e Santiago), coorganizador desta feira em parceria com a Câmara Municipal, Luís Paulo, destacou a “necessidade” de “começar a envolver cada vez mais as jovens gerações” numa tradição da região, mas também “em negócios” que poderão “salvar jovens da crise”.

A Câmara da Trofa estima que cerca de 150 mil pessoas pos-sam passar pelos três dias de feira, enquanto a Junta de Freguesia adianta que “pelo menos, e sem contar os cavalos, estarão em exposição cerca de 200 animais”. De 55, na edição do ano pas-sado, a feira passará para 89 expositores.

Este evento custa cerca de 200 mil euros, sendo que 85 mil euros são da Câmara Municipal e o restante é “conseguido”, de acordo com Sérgio Humberto, através dos expositores, patrocí-nios e investidores como as empresas ligadas área e com sedes nesta região Agros, Lactogal e Saprogal, entre outras.

Certame aposta “forte” num programa que “atraia a juventude”

Trofa recebe a maior feira agropecuária do Norte do país

“É uma tradição do concelho mas não só. Sobretudo é uma tradição desta região. É a maior feira agropecuária do Norte do país. Nós queremos projectá-la quer em termos nacionais, quer em termos internacionais. Esta região, a de Entre Douro e Minho, tem grande apetência para a venda de maquinaria ligada à agri-cultura e também para a produção de leite e cereais. Esta é uma área fundamental para nós”, vincou o presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto.

O número de raças bovinas que estarão em exposição tam-bém é elevado, destacando-se a Barrosã, Arouquesa e Minhota. “Teremos stands de raças autóctones, mais conotadas com o mundo rural, e de raças frísias, mais utilizadas para o contexto profissional. Queremos dar a oportunidade a muitos expositores, manter e elevar cada vez mais a qualidade desta feira”, concluiu o presidente da Junta de Bougado (S. Martinho e Santiago), Luís Paulo.

A Feira Anual da Trofa realiza-se desde 1946, sempre no pri-meiro fim-de-semana de Março. Este ano tem início sexta-feira, pelas 10 horas, estando prevista a presença do secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar, Nuno Vieira e Brito.

Seguem-se concursos e exposições de gado, várias etapas do campeonato regional de equitação de trabalho, a garraiada, espectáculos musicais, o desfile da Confraria do Cavalo, mostras de atrelagem, entre outras iniciativas.

Campanha EspecialBatata de Semente e Adubos

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Carnaval de Nelas e Canas de Senhorim espera milhares de visitantes

Centenas de figurantes, milhares de visitantes, muita música, humor e animação fazem os Carnavais do Concelho de Nelas que, de 2 a 4 de Março, prometem folia e diversão. Com cariz diferente e protagonizados pelas Associações do Bairro da Igreja e Cimo do Povo, Paço e Rossio, consagra-se uma tradição de décadas em Nelas e secular em Canas de Senhorim.

As Associações Paço e Rossio, bairros rivais de Canas de Se-nhorim, mostram o seu empenho e enchem as ruas da Vila de cor e diversão no domingo e terça-feira de entrudo, dias vividos in-tensamente pelos participantes, que culminam com o despique nas quatro esquinas, onde os foliões de cada bairro puxam pela sua música e canções. Do ambiente carnavalesco desta vila fa-zem parte também a “Segunda-feira das Velhas”, os bailes, os pisões, as paneladas e as batatadas.

Na Vila de Nelas, a Associação do Bairro da Igreja e do Cimo do Povo são os protagonistas do Carnaval, que durante meses preparam em sigilo as fantasias dos figurantes e os carros alegó-ricos, que vão exibir nesses dias com gosto e imaginação, numa grande festa carnavalesca, que começa na Praça do Município e se estende às principais ruas de Nelas, ao ritmo de música brasileira, e que culmina em ambiente de festa e alegria, com a troca das rainhas dos dois bairros, na terça-feira de Entrudo. De salientar ainda, a queima do Entrudo, na quarta-feira de Cinzas, realizada nas duas vilas do concelho de Nelas, por cada uma das Associações envolvidas. A organização do Carnaval conta com o apoio da Câmara de Nelas e constitui um dos principais cartazes turísticos da região, reforçado pela relevante riqueza patrimonial,

paisagística, gastronomia e vinho, termalismo e hospitalidade própria das gentes do concelho.

Carnaval pelos Caminhos de Xisto de Porto de Vacas

Dia 01 de Março, todos os caminhos vão dar ao Caminho de Xisto de Porto de Vacas. A Comissão de Melhoramentos, em par-ceria com a Câmara de Pampilhosa da Serra, a Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo e a ADXTUR, promovem a terceira edição do Carnaval pelos Caminhos de Xisto de Porto de Vacas, um dos seis inseridos na Rede de Percursos Pedestres do Concelho de Pam-pilhosa da Serra.

Este caminho do Xisto (PR6) decorre num cenário de rara be-leza, onde é possível deslumbrar uma fresca e aprazível paisagem banhada pela serenidade das águas do Rio Zêzere, propiciado-ra de tranquilidade e bem-estar. O convívio, a animação e a boa disposição prometem não faltar neste dia. Inscreva-se já e venha festejar connosco o Carnaval de uma forma diferente e original.

Desfile de Carnaval em Oliveira de Frades

O Município de Oliveira de Frades irá promover, no próximo dia 2 de Março (domingo), o tradicional desfile de Carnaval que percorrerá as principais artérias da vila, a partir das 15 horas.

Após o desfile e respectiva apreciação do júri, serão atribuí-dos prémios aos três melhores classificados na categoria de veí-culo/grupo de peões e ao 1.º classificado no grupo de bombos.

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A Dança dos Cus em Cabanas de Viriato

Os genuínos festejos carnavalescos de 2014, organizados pela Associação do Carnaval de Cabanas de Viriato, abriram com o tradicional Baile do Chapéu e prosseguem, de 28 de Feverei-ro a 4 de Março, na Tenda Louca (gigante) onde vão estar, este ano, como cabeças de cartaz, Quim Barreiros e o DJ Vitor Pirez e os tradicionais bailes de carnaval, repartidos entre o Lagarto e o Salão dos Bombeiros Voluntários.

O programa carnavalesco é completo com o Carnaval da Criança e a Feira Anual, no domingo, a tradicional Dança dos Cus, segunda e terça-feira de Carnaval, incluindo no último dia a elei-ção dos Melhores Trajes.

As grandes novidades apresentadas pela organização para a folia de 2014 estão na venda de bilhetes (pulseiras) de ouro e prata. Assim, pelo preço de 10 Cus, os foliões podem aceder a to-das as iniciativas e por 20 Cus às mesmas condições mais Jantar de Gala e possibilidade de ganhar um fim-de-semana para duas pessoas num hotel 5 estrelas.

Caretos de Podence saem à rua

Despedem o Inverno e saúdam a Primavera, para os Caretos o Carnaval é um ritual entre o pagão e o religioso, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das estações. Em Po-

dence, concelho de Macedo de Cavaleiros, todos os anos é assim. Chegado o mês de Fevereiro ou Março, os homens envergam os trajes coloridos (elaborados com colchas franjadas de lã ou de li-nho, em teares caseiros) escondem a cabeça entre duas másca-ras de lata, prendem uma enfiada de chocalhos à cintura e ban-doleiras de campainhas e dependem toda a energia do mundo para assinalar o calor e os dias maiores que se prestem a chegar.

Os festejos, começam no Domingo Gordo e prolongam-se até terça-feira de Carnaval. Volta a ser esperada uma enchente de turistas vindos do norte a sul do pais e da vizinha Espanha, que aproveitam o fim-de-semana prolongado para presenciarem um dos carnavais mais genuínos de Portugal e se deixarem fascinar pelas máscaras, correrias e muitas chocalhadas dos Caretos de Podence.

Uma das novidades é o mega Careto, com 8 m de altura, que vai estar em exposição junto à Casa do Careto, sendo queimado no encerramento das festividades com a queima do entrudo.

Esta é das tradições ancestrais que continua viva e de ano para ano, consegue atrair mais visitantes, tornando-se num dos eventos mediáticos do Nordeste Transmontano.

Vilarandelo festeja Carnaval com gastronomia e artesanato

Faça chuva, faça sol, o Carnaval de Vilarandelo, no concelho de Valpaços, promete sair à rua e levar miúdos e graúdos a fes-tejar o Entrudo. Na região não há festa como esta e este ano o evento é acompanhado pela I Feira de Gastronomia e Artesanato, com produtos tradicionais e vários expositores, que decorrerá na manhã de domingo, dia 2 de Março e terça-feira, dia 4 de Março.

O programa reserva, ainda, para domingo uma tarde dan-çante e um Mini Desfile Carnavalesco, que se espera atrairá mui-ta gente a Vilarandelo. Como já é tradição, o Grandioso Baile de Máscaras terá lugar na noite de segunda-feira, dia 3, que levará muita gente ao salão da Casa do Povo de Vilarandelo para um pé de dança.

Na terça-feira de Carnaval, para além da Feira de Gastrono-mia e Artesanato, à tarde decorrerá o Grande Desfile, que con-tará com vários grupos do concelho, associações, grupos de bombos, cabeçudos e centenas de mascarados, e percorrerá as principais ruas da vila, enquanto assistem milhares de visitantes de toda a região.

Rota de Entrudo revela segredos das máscaras de Lazarim

Os percursos pedestres em espaços naturais têm despertado cada vez mais um interesse crescente nos lamecenses. Deslum-brar paisagens novas, aproveitar para conhecer localidades e descobrir os seus segredos são outros aspectos tidos em con-ta por todos que participam numa caminhada. Por estas razões, no próximo dia 2 de Março, todas as gerações são “chamadas” a saírem à rua para caminharem e festejarem o Entrudo com ou-tros praticantes.

Organizado pelo Ténis Clube de Lamego, em parceria, en-tre outras instituições, com o Centro Municipal de Marcha e Corrida, o trajecto promete fascinar todos os praticantes de-vido à beleza do património paisagístico local, para além de dar a conhecer a história, tradições e segredos do Entrudo de Lazarim. E como é carnaval, a organização oferece, no final, uma pequena lembrança a todos os caminheiros: iguarias gas-tronómicas da região.

ROTEIRO DE CARNAVAL

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Será no contexto da Essência do Vinho 2014, no Palácio da Bolsa, no Porto, que decorrerá a apresentação oficial do Vidi-gueira Grande Escolha, tinto, colheita 2011, decisão que a Ade-ga Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito toma com base no “rumo” estratégico que abraçou no final do último trimestre de 2013, que procura conduzir o consumidor ao longo de uma viagem sensorial e degustativa única, com base nos estados de alma que assolam não só o “conquistador” de outros tempos, mas também o espírito de todos.

Porque de cada viagem fazem parte os vários momentos - aqui representados em actos: Ato I - o prenúncio da viagem; Ato II – a partida; Ato III – a saudade, de quem deixamos ou vemos partir; Ato IV - a inspiração a que nos agarramos… - sob o Ato V surge agora a decisão “Vejo mar e mar, em que sentido remar? Norte, sul, leste, oeste… recorro a ela para o meu caminho cla-rear, uma decisão tenho de tomar… Escolho norte e um trago de vinho…”, estando ainda esta história longe de terminar.

Na Essência do Vinho, “estando à prova mais de 3.000 vi-nhos de 350 produtores representados, nacionais e estrangeiros, a que se junta um programa de acções temáticas conduzidas por conceituados especialistas”, revela-se o momento ideal para apresentar a essência de um Vidigueira Grande Escolha, escolhi-do entre os melhores tintos da colheita de 2011, tem por base as castas trincadeira e alicante bouschet. De cor granada intensa, estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e americano. Muito complexo e frutado com notas de frutos compotados, no sabor é encorpado com a madeira e a fruta, com notas em plena harmonia, o final é longo, persistente e levemente especiado.

A região dos Vinhos de Lisboa foi distin-guida com três dos prémios mais emblemá-ticos no sector vitivinícola: ‘Enólogo do Ano’, ‘Enoturismo do Ano’ e ‘Senhor do Vinho’. Os prémios, atribuídos pela Revista de Vinhos, representam um reconhecimento da qua-lidade crescente da Região de Lisboa, que foi premiada, pela primeira vez, com estas distinções.

O prémio de ‘Enólogo do Ano’ foi atri-buído a António Ventura, enólogo de vários produtores da região dos Vinhos de Lisboa e coordenador da Câmara de Provado-res da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa). Por sua vez, o prémio ‘Enoturismo’ foi atribuído à Quinta do San-guinhal, o maior produtor da Denominação de Origem de Óbidos e empresa produtora--engarrafadora mais antiga da Região.

Por último, mas que representa um pré-mio de carreira, o reconhecimento para o ‘Senhor do Vinho’ foi entregue a José Nei-va Correia, também, enólogo da Região dos Vinhos de Lisboa, produtor em Alenquer e proprietário da empresa DFJ.

Distinguida com três prémios pela Revista de Vinhos

Qualidade dos Vinhos de Lisboa reconhecida

Durante a Essência do Vinho 2014

Adega da Vidigueira apresenta “Grande Escolha” no Porto

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As exportações de vinho relativas ao ano de 2013 revelam novo crescimento, após o ano de 2012, que já tinha registado um desempenho de mais de 700 milhões euros. Segundo o Insti-tuto da Vinha e do Vinho (IVV), no ano de 2013, o sector do vinho voltou a crescer nas exportações, aumentando o valor em 2,4%

A revista Vinhos, a mais prestigiada publicação em Portugal na área dos vinhos, elegeu como “Os melhores vinhos da Beira Interior no ano de 2013” três néctares desta região. Pelo segundo ano con-secutivo foram distinguidos vinhos de três produ-tores.

Do produtor 2.5 Vinhos, de Belmonte, o 2.5 Rufete vinhas velhas DOC Beira Interior Tinto 2011; da empresa Rui Roboredo Madeira vinhos, o Bom Karácter DOC Beira Interior branco Selecção 2011, e da Quinta dos Termos, o vinho Quinta dos Termos DOC Beira Interior vinhas velhas tinto 2007 Des-taque ainda para a categoria “Boa Compra”, onde foram distinguidos 12 néctares da região.

A CVR da Beira Interior marcou presença no SISAB 2014. Estiveram presentes os produtores Quinta dos Currais, Quinta dos Termos, Adega da Covilhã Vinhos Almeida Garrett, Rui Roboredo Ma-deira Vinhos e 2.5 Vinhos de Belmonte. Esta aposta contínua nos mercados externos, está a ser ganha uma vez que as exportações da Beira Interior estão a aumentar.

Atingiu os 725 milhões euros

Exportação de vinhos subiu 2,4% em 2013

CVRBI marcou presença no SISAB

Três vinhos da Beira Interior distinguidos

para 725 milhões euros, com o preço médio a chegar aos 2,37€/lt (+13,3%).

Mesmo com a diminuição verificada no volume exportado, que ainda assim chegou aos 306 milhões de litros, o IVV realça que esta quantidade compara com a do ano anterior, que tinha aumentado 8,8%. O optimismo vem em grande medida pelo au-mento do preço médio, que assinala uma maior predisposição dos mercados a pagar melhor pelos vinhos portugueses.

A Europa Comunitária mantém-se como principal destino em volume (54% do total) e também em valor (57%), mas as exporta-ções para países extracomunitários revelaram uma boa dinâmica, tendo chegado aos 314 milhões euros e mais de 140 milhões de litros.

Por mercados, destaca-se o contributo positivo para o valor exportado alcançado em Angola, EUA, Polónia, Suíça e Canadá. Em quantidade, os mercados repetem-se, mas Angola é substituí-da pelo Luxemburgo.

Angola mantém-se como principal destino da quantidade ex-portada (21%), apesar da diminuição registada, compensada por um crescimento de 17% no preço médio.

Para Frederico Falcão, presidente do IVV, “é importante olhar para estes dados tendo em consideração que 2012 já tinha sido um ano com forte aumento do volume e valor exportado, o que colocou a fasquia de comparação mais alta. Este ano os exporta-dores mantiveram a aposta na exportação e os resultados obti-dos são o reflexo do empenho e profissionalismo que colocam na produção e na abordagem aos mercados, tornando o Sector cada vez mais competitivo e gerador de valor”.

Para os anos vindouros, o presidente do IVV expressa a sua “convicção de que o sector vai continuar a crescer, apostando na oferta de vinhos com qualidade e ao nível das aspirações dos consumidores, posicionando Portugal como país de referência na produção de vinho”.

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Depois de Pão do Sabugueiro e Grande Forno, para o mercado nacional, a Bran-quinho & Branquinho, sedeada em Seia, virou-se para os eventos, não só a nível nacional, mas também internacional, com a marca ‘Sabor Serrano’. Todavia, a grande aposta é o mercado espanhol, já a partir de Março, com o fornecimento de uma cadeia de distribuição com mais de meio milhar de lojas.

Carlos Branquinho, à Gazeta Rural, adiantou que a nova empresa ‘Ponto Gos-to’, que trabalha a marca Sabor Serrano, destina-se a participar em eventos, não só a nível interno, como internacional, tendo estado presente em certames em Paris, Lyon, Berlin, Gijón, Zamora, Ourense, Milão, Génova e brevemente em Florença.

“A marca ‘Sabor Serrano’ trabalha em parceria com o Pão do Sabugueiro e quan-do participamos nessas feiras o objectivo é a venda directa”, refere Carlos Branquinho, que destaca a parceria com vários produ-tores da Associação de Artesãos da Ser-ra da Estrela, já que leva também os seus produtos para os eventos em que partici-pa, como queijos, enchidos, licores, vinhos, pão, presuntos, entre outros.

No mercado nacional a Branquinho & Branquinho tens apostado nas grandes su-perfícies, “o nosso grande mercado”, que representa cerca de 90% da facturação da empresa.

Para já, Carlos Branquinho não pensa em novos produtos e tem outras priorida-des, nomeadamente no mercado externo. “Já temos muitas referências e nos últimos anos lançamos muitas novidades e temos um grande diversidade de produtos”, refere o empresário, que quer “diversificar o mer-cado”, apostando em Espanha já a partir de Março, com um contrato de fornecimento a uma ‘grande distribuição’, que dispõe de cerca de 600 lojas, o que vai permitir au-mentar o número de postos de trabalho.

Depois da aposta na marca ‘Sabor Serrano’

Branquinho & Branquinho vira-se para o mercado espanhol

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Garante Gilberto Pintado, produtor de vinhos e azeites

Produção em modo biológico “é o futuro” na região de Freixo

É um defensor da agricultura biológica e produziu mesmo o primeiro vinho da Pe-nínsula Ibérica em modo biológico, 100% natural. Ângelo Pintado é produtor de vi-nhos e azeite, lançou recentemente um vinagre biológico, sendo também consul-tor agrícola em Freixo de Espada-a-Cinta, onde dá formação nas diferentes áreas do sector primário.

O produtor considera que a região de Freixo tem condições únicas para aplica-ção desta prática produtiva. Neste senti-do, em conversa com a Gazeta Rural, de-fende que a região, não tendo condições para disputar o mercado em volume, de-vem apostar em produtos diferenciados, porque há mercado e consumidores dis-poníveis para pagar mais por um produto natural.

Gazeta Rural (GR): Tem aposta-do na produção em modo biológico. Há quanto tempo iniciou esse trajecto?

Gilberto Pintado (GP): O projecto do vinho iniciou-se em 2006, com a cer-tificação da produção em modo biológico. Este é um processo que exige um período de três anos de reconversão e só a par-tir daí é que passa a ter a certificação de produto biológico. O objectivo é criar um produto diferente, pois a nossa região tem condições edafoclimáticas propícias e únicas para tal. Ou seja, criar um produ-to natural, que tenha valor acrescentado, que seja uma mais-valia para o produtor, e que tem um nicho de mercado próprio, que quer este tipo de produtos, cada vez mais procurados. Por exemplo, produzir um vinho como antigamente, sem anidrido sulfuroso e sem a quantidade dos outros produtos que a grande produção aplica. Claro que é um produto natural, com um

preço mais elevado, não só por causa da certificação, mas também no modo como é estabilizado e engarrafado.

GR: Como está a correr o projecto?GP: O projecto teve uma primeira fase

de 2006 a 2009 e teve bastante acei-tação. Quando coloquei o vinho no mer-cado, toda a gente queria provar o vinho biológico. Só para ter uma ideia, vendi cerca de cinco mil garrafas a 25€ cada. Portanto, estamos a falar de um produto de excelência e natural.

Depois, estive dois anos parado à es-pera de desenvolver o projecto de am-pliação da adega, instalada na mesma zona onde está a vinha. A ideia é ter tudo inserido no mesmo espaço, para não an-dar a transportar as uvas de um lado para o outro.

Tenho um outro projecto idealizado na área do enoturismo biológico, em que os turistas podem ver a vinha, adega e a ma-neira tradicional de produzir, fazer e con-servar o vinho. E depois têm contacto com agricultura em modo biológico.

GR: A produção em modo biológico é uma aposta de futuro nesta região?

GP: Sim. Não conseguimos competir com outros países em volume, mas sim em qualidade, pois temos condições eda-foclimáticas adequadas e excelentes. Por exemplo, fazemos um ou dois tratamentos por ano nas vinhas, onde não são aplica-dos fitofármacos, mas apenas produtos naturais, como é o caso do enxofre para combater o oídio e a cal da bordalesa para prevenir o míldio. Portanto, temos as con-dições ideais e os viticultores, numa cam-panha normal, não aplicam nenhum pro-duto fitofármaco.

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O evento “Queijo Serra da Estrela à Chef”, que juntou no hotel Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, seis dos melhores Chefs com o objectivo de promover e valorizar o Queijo Serra da Estrela DOP, terá uma segunda edição em 2015, confirmou Frederico Costa, presidente do Conselho de Administração da Visabeira Turismo.

“O Queijo Serra da Estrela esteve no centro de uma jorna-da que visou não só a promoção de um dos mais emblemáticos produtos da gastronomia nacional, mas também o debate em torno das questões da autenticidade e certificação desta iguaria única, que continua a ser alvo de imitações. A Visabeira Turismo considera que há muito para fazer e que este evento deverá ter uma continuidade na promoção e revalorização deste produto de origem. Em 2015, haverá uma nova edição”, avançou aquele responsável da Visabeira Turismo.

O evento levou ao hotel Casa da Ínsua cerca de 180 pessoas, entre políticos, autarcas, empresários, opinion makers e público em geral, que puderam degustar as criações dos chefs Ljubomir Stanisic, Miguel Castro e Silva, Miguel Laffan (chef com estrela Michelin), Vítor Claro, Rui Paula e Paulo Cardoso (chef residente do Hotel Casa da Ínsua). O menu de degustação, composto por seis pratos que tinham na sua base o Queijo Serra da Estrela cer-tificado, serviu de pano de fundo a um debate sobre a revalori-zação do Queijo Serra da Estrela DOP, autêntico desde o século I.

Organizado numa parceria entre a Câmara de Penalva do Castelo e a Visabeira Turismo, o “Queijo Serra da Estrela à Chef” pretendeu sensibilizar o consumidor final para a importância da certificação do Queijo Serra da Estrela, única garantia da genui-nidade do produto. A iniciativa alertou ainda o consumidor final para o facto de o Queijo Serra da Estrela só poder ser produzido na sua área geográfica, com leite de ovelhas da raça Serra da Estrela ou Churra Mondegueira, que pastam e que dormem nesta região.

“Mais do que um simples queijo de mesa, o Serra da Estre-la presta-se, também, a surpreendentes utilizações gastronó-micas. O resultado esteve à vista de todos com este menu de degustação à base de um produto de excelência. Esta iniciativa conseguiu chamar a atenção para o potencial económico des-

Garante a organização

‘Queijo Serra da Estrela à Chef’ terá segunda edição em 2015

te produto tradicional e único, que tem de ser preservado pelas entidades públicas e privadas e acarinhado pelo consumidor. A continuidade do “Queijo Serra da Estrela à Chef” parece-me fun-damental”, defende Francisco Carvalho, Presidente da Câmara de Penalva do Castelo.

Já os chefs convidados destacaram “a versatilidade e a auten-ticidade” do Queijo Serra da Estrela, que valorizaram em pratos que compuseram à base de produtos nobres e tradicionais como a truta, o bacalhau e o novilho ou a maçã bravo de Esmolfe e o presunto serrano.

A Casa da Ínsua promoveu, durante o evento, uma visita ao ovil e à queijaria da unidade, onde todo o processo de produção do Queijo Serra da Estrela - desde a ordenha, passando pela se-lecção e pastagem dos animais, cultivo do cardo, produção da coalhada e cura do queijo - foi explicado pelo responsável da exploração, José Matias. A partir das mãos da queijeira Maria do Céu, foi possível perceber que o Queijo Serra da Estrela obedece a especificidades muito próprias, desmontando-se alguns mitos que continuam a subsistir, designadamente no que concerne à textura do produto e à sua degustação. Os convidados puderam ainda testar o paladar numa sessão de prova-cega, ao final do dia, com a presença dos diferentes produtores locais.

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O Governo quer criar um regime de IVA para que os pequenos agricultores com volumes de negócios inferiores a 10 mil euros também possam ter direito a reembolsos do imposto, revelou a ministra da Agricultura e Mar, Assunção Cristas.

“Estamos a trabalhar para ter um regime de IVA forfetário para garantir que todos os agricultores, mesmo os que não estão no re-gime de IVA, podem deduzir o valor correspondente ao IVA das aqui-sições de que necessitam para a sua produção, como por exemplo as sementes”, afirmou Assunção Cristas. O objectivo “é que todos possam ser reembolsados do IVA, através de um regime forfetário que será adequado as diferentes culturas”, estando ainda a ser fei-tos os cálculos de acordo com as áreas de produção.

“Vamos calcular o que é normal gastar-se em meios de pro-dução e a quanto é que isso corresponde em termos de IVA e com isso poderemos ter um valor forfetário (preço ou valor que é defi-nido por uma convenção ou depende de factores externos) para que as Finanças façam o reembolso do IVA, sem obrigar as pes-soas a inscreverem-se no regime geral do IVA que depois tem ou-tras consequências, até do ponto de vista administrativo, que são penosas para os agricultores”, declarou a mesma responsável.

Assunção Cristas adiantou que este é um regime que já existe em alguns países e considerou que será vantajoso para os pe-quenos agricultores, já que lhes permite serem reembolsados dos custos de produção inerentes à actividade “No fundo trata-se de um IVA que é pago pelo agricultor e fica para o Estado, sendo o agricultor tratado como como um consumidor final que, de facto, não é”, sublinhou. A governante não quis comprometer-se com

Revelou a Ministra da Agricultura

Pequenos agricultores vão ter direito a reembolsos no IVA

prazos para a entrada em vigor do novo regime, sublinhando que implica “algum tempo” e trabalho coordenado entre a Agri-cultura e as Finanças.

Os agricultores portugueses passaram a estar abrangidos pelo regime geral do IVA no ano passado em resultado de uma decisão do Tribunal de Justiça europeu, que considerou que a isenção de que usufruíam até à data era contrária às directivas europeias.

A ministra revelou também que os agricultores com rendi-mentos inferiores a 1670 euros anuais vão ficar isentos de ins-crição na Segurança Social e dispensados da entrega da de-claração de IRS. As medidas resultam de um trabalho conjunto com os ministérios das Finanças e da Segurança Social e foram desenhadas “numa lógica de promoção da agricultura familiar” e “para tranquilizar” o sector face às obrigações fiscais que en-traram em vigor no ano passado, explicou a ministra.

O novo regime declarativo que obriga à inscrição de todos os agricultores com actividade comercial, ficando isentos de IVA os que têm um volume de negócios anual inferior a 10 mil euros, mereceu duras críticas por parte das associações do sector e dos grupos parlamentares da oposição, que alertaram para o efeito negativo das medidas e para a excessiva burocracia.

O prazo dado aos agricultores para declararem o início de catividade nas Finanças ou comunicarem alterações à mesma, foi adiado por quatro vezes, e, no mês passado, Assunção Cris-tas já tinha prometido, para breve, “alterações” para “simplifi-car” e “facilitar” a catividade dos pequenos agricultores.

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Após a enorme procura de terrenos que teve a primeira fase, a Bolsa de Terras de Sever do Vouga alargou-se a todo o conce-lho. Para o efeito a autarquia local celebrou um protocolo com 16 entidades, entre juntas de freguesia, comissões de baldios e associações. O objectivo é arrancar com a segunda fase do pro-jecto, lançado há cerca de um ano, e que atribuiu 30 hectares incultos a 22 agricultores para primeira instalação, dos quais 11 licenciados, para alargar a produção de mirtilo no concelho e fixar jovens.

O protocolo celebrado entre a Câmara, a Associação dos Pequenos Frutos (AGIM) e a totalidade das juntas de freguesia do Concelho, além de comissões directivas dos baldios, visa procurar mais terrenos disponíveis para satisfazer a procura de terra para cultivar, por parte dos jovens, que excedeu a oferta inicial. A AGIM entende que as juntas de freguesia são institui-ções que funcionam junto das populações e, por isso, eficazes na promoção e motivação dos proprietários convencendo-os a disponibilizar as suas terras para que aqueles que estão voca-cionados para as explorar tirem partido deste importante recur-so endógeno.

Ao abrigo do protocolo assinado, os parceiros comprome-tem-se a divulgar a Bolsa de Terras e encontrar terrenos dispo-níveis para a integrar. Para este efeito, serão organizadas ses-sões públicas de apresentação da Bolsa de Terras em todas as freguesias do que terão por objectivo motivar os proprietários a colocar os seus prédios na Bolsa e incentivar quem tenha vo-cação agrícola a candidatar-se às explorações agrícolas que a Bolsa disponibiliza. Por outro lado os Conselhos de Baldios dis-ponibilizarão superfícies onde se poderão desenvolver activida-des agroflorestais, como por exemplo, medronheiro, apicultura, etc.

Para o presidente da Câmara, António Coutinho, a bolsa de terras de Sever do Vouga “já vai à frente” da iniciativa do Mi-nistério da Agricultura, dado que, no espaço de um ano, avança agora para o segundo concurso de atribuição de parcelas. “Esta segunda fase vai também ser um êxito, como se vê pela forma como todos aderiram e contamos com o vosso conhecimento para saber quem tem terrenos disponíveis para colocar na bol-

Procura da adesão de privados

Bolsa de terras de Sever alarga-se a todo o concelho

sa”, disse António Coutinho, na assinatura do protocolo.Os autarcas de freguesia podem ter um papel decisivo para le-

var os particulares a colocarem também os seus terrenos em bol-sa, como explicou José Martino, da empresa “Espaço Visual” que presta consultorias agrícola ao projecto. “Existem terras abando-nadas e procura de terras, mas nem sempre é fácil explicar aos proprietários que não vão perder as suas terras por as colocarem na bolsa e as juntas de freguesia são interlocutores privilegiados para o explicar”, referiu. Conforme explicou, “o grande objectivo é trazer também os privados para o processo, levando-os a colocar os seus terrenos ao serviço da economia”.

A segunda fase da bolsa de terras, ao contrário da primeira, será aberta a qualquer tipo de produção e não apenas para culti-vo de mirtilo, desde que destinada a comercialização e adequada às características do local.

A bolsa de terras de Sever do Vouga foi lançada pela Câmara em Abril de 2013, em parceria com a AGIM, aproveitando terrenos disponíveis da Fundação Bernardo Barbosa de Quadros e de uma quinta, tendo as licitações rapidamente esgotado as parcelas.

O objectivo explícito foi incentivar a cultura do mirtilo, numa aposta de especialização e a procura excedeu as expectativas, sobretudo por jovens, sem saídas profissionais, atraídos pela perspectiva de candidatura a incentivos comunitários e garantia de escoamento da produção.

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De Oliveira de Frades para todo o país

Previcon propõe novas soluções para o sector primário

O desenvolvimento e actuação das empresas, para além do seu sucesso, dependem muitas vezes da sua capacidade de inovar e se adaptar a novas realidades. É o caso da Previcon, criada em 1976, que iniciou a sua actividade virada para o sector da construção civil, com produtos em betão pré-esforçado. Com os novos tempos, a empresa sedeada em Oliveira de Frades foi-se adaptando às novas realidades do mercado. Em 1993 lançou os esteios em betão pré-esforçado, des-tinados a vinhas, pomares e vedações, apostando actualmente numa gama completa de coberturas de explorações de pequenos frutos, no-meadamente de mirtilos, inovando em várias vertentes, desenvolven-do a sua actividade em todo o país.

António Chaves é um dos responsáveis da empresa para a inova-ção e comercialização de produtos para o sector primário. À Gazeta Rural sublinha a necessidade da empresa se adaptar às novas realida-des do mercado, mas também na proposta de soluções que satisfa-çam as necessidades das explorações.

Gazeta Rural (GR): A Previcon está agora mais atenta ao sector primário ou foi uma aposta feita há algum tempo?

António Chaves (AC): Os novos produtos já têm algum tempo, mas estão agora a ser mais desenvolvidos, aprofundados e publicita-dos no mercado, devido à maior procura e aos apoios que tem havido para a agricultura, como são os postes/esteios em betão pré-esforça-do. Estes postes são acrescentados a um conjunto de acessórios que complementam a estrutura global, para fazer a tutoria das diversas plantações, como macieiras, kiwis, mirtilos, framboesas e outros frutos vermelhos. É esta área que queremos explorar e publicitar.

GR: Esses esteios estão também a ser bastante utilizados na vi-nha?

AC: Sim, mas também para a vedação de terrenos, nomeadamen-te de pastagens do gado.

GR: Esta nova fase da agricultura tem permitido o desenvolvimen-to de novos produtos?

AC: Claro, pois temos que dar resposta às necessidades e exigên-cias do mercado, adaptando-nos às novas tecnologias e novos méto-dos de cultivo.

GR: Falou nos pequenos frutos, nomeadamente no mirtilo. Neste momento a Previcon dispõe de diferentes soluções para as coberturas das plantações?

AC: Temos todos os materiais que permitem fazer a cobertura das plantações de mirtilo ou outros pequenos frutos, com uma cobertura anti-pássaro, como a rede, os postes, a protecção dos postes e todo o sistema que complementa a cobertura da plantação, ou seja, a gama completa.

GR: Esta nova fase do sector primário obriga a que tenham maior capacidade para desenvolver novos produtos?

AC: Claro. De certo modo obriga-nos a desenvolver novos produ-tos, nomeadamente a nível de acessórios, de modo a ir de encontro às necessidades das plantações e do tipo de tutoria que as mesmas ne-cessitam. Muitas vezes é necessário inventar novos acessórios, novos postes ou mesmo outras formas de aplicação, para ir de encontro aos novos métodos de tutoria. É neste aspecto que tentamos desenvolver os nossos produtos, procurando sempre acompanhar as necessidades das plantações ou mesmo propondo novos métodos que sirvam as necessidades dos clientes e das suas explorações.

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Sedeada em Mirandela

Agrodendro presta serviços agrícolas e florestais

Sedeada em Mirandela, a Agrodendro é uma empresa de prestação de serviços agrícolas e florestais, estando apetrecha-da de mão-de-obra qualificada e capaz de dar resposta às ne-cessidades do sector.

António Piçarra Urbano é o sócio gerente da empresa que tem, também, como objectivo aproveitar os jovens da região, recém-licenciados em Ciências Agrárias, e prepará-los pela via profissional “Pretendemos dar às explorações agrícolas jovens com know-how para prestarem serviços como técnicos qualifi-cados”, refere o empresário.

António Piçarra sublinha a necessidade de formação na área agrícola, numa altura em que há muita gente a voltar ao mun-do rural. “Há falta de mão-de-obra qualificada na agricultura, e

a nossa empresa pretende dar essa resposta, para além de que pretendemos aumentar o número de técnicos”, refere.

Conhecedor do sector, António Piçarra diz que a agricultura é hoje “um refúgio”, para além de ser “um sector extraordinário”, que tem sido “esquecido nestas últimas décadas”, provado no facto de “estarmos agora a pagar a fatura de termos um sector agrícola pobre e mecanizado inadequadamente”.

O empresário transmontano defende o “desenvolvimento da nossa agricultura, para estarmos ao nível dos melhores”. Neste campo, a Agrodendro espera poder dar o seu contributo na quali-ficação de melhores técnicos para dar respostas aos agricultores, de modo a termos um sector cada vez mais evoluído e competi-tivo.

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A Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA) foi criada há 14 anos no sentido de poder ajudar os agricultores do concelho do Mogadouro, quer na resolução de problemas burocrá-ticos, quer na parte técnica, tentando pro-porcionar mais-valias ao sector primário. A Associação dispõe de técnicos especializa-dos na resolução dos vários problemas que podem surgir aos seus associados.

Segundo Armando Pacheco, um dos responsáveis da APATA, “os agricultores confiam neste tipo de associativismo, ago-ra encarado numa perspectiva bem mais diferente do que há alguns anos, onde a

A Grande Rota Moradal-Pangeia, que está a ser implementada no concelho de Oleiros (freguesias de Estreito-Vilar Barroco, Orvalho e Sarnadas de S. Simão) e que corresponde ao trilho português do IAT (International Appa-lachian Trail), vai ser uma realidade em breve. Os trabalhos estão já a decorrer no terreno e a partir do dia 1 de Março estão previstas opera-ções de abertura e limpeza de pequenas “ve-redas” e desobstrução de passagem, as quais incluem corte de matos existentes e pequenas desramações de árvores ou arbustos. Estes vão ser efectuados por gestão moto-manual da vegetação, sendo o material sobrante incorpo-rado no solo.

VI Concurso de Fotografia Ambiental

O Gabinete Técnico Florestal da Câmara de Oleiros está a realizar a sexta edição do concurso de fotografia ambiental, este ano com a novidade de apenas serem aceites imagens digitais.

Esta sexta edição tem como tema “Co-gumelos Silvestres da Floresta de Oleiros” e pretende valorizar não só a floresta como um todo, mas também este produto que tem re-levado bastante interesse para a população. A recepção dos trabalhos decorre até 14 de Novembro.

Vai ser uma realidade em breve

Trilho dos Apalaches de Oleiros avança a bom ritmo

Associação nasceu há 14 anos em Mogadouro

APATA está na primeira linha do aconselhamento agrícola

associação era confundida como um departamento do Ministério da Agricul-tura”. Hoje em dia, os agricultores já não recorrem apenas a esta Associação no sentido de pedir ajuda no preenchimento de formulários ou fazer candidaturas, mas preocupam-se com o aconselhamento especializado. “Temos tido um grande sucesso mesmo a nível nacional e pode-mos dizer que estamos na primeira linha no sistema de aconselhamento agrícola, com cerca de 400 agricultores associa-dos, e, para nós, tem sido uma das últimas bandeiras da associação”, refere Arman-do Pacheco.

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A produção de azeitona para azeite, com a colheita deste ano quase terminada, deverá atingir as 627 mil toneladas, a maior quantidade observada nos últimos 50 anos, segun-do as previsões agrícolas de Janeiro divulgadas pelo INE. O Instituto Nacional de Estatística (INE) justifica que esta produção elevada de azeitona para fazer azeite, a maior desde a década de sessenta, se deveu à conjugação de condições climáticas favoráveis “ao longo do ciclo” com a entrada em plena produção de novos olivais intensivos.

As sementeiras de cereais de outono/inverno, assinala o INE, estão a realizar-se sem “grandes constrangimentos”, à excepção das mais tardias que foram interrompidas e prolongadas no tempo devido à precipitação constante.

As previsões do INE indicam que as áreas semeadas das culturas cerealíferas são semelhan-tes às da campanha passada com excepção do trigo mole, que deverá aumentar 5%, e do trigo duro, no qual se prevê uma diminuição de 5%. “As searas apresentam germinações e desenvol-vimentos vegetativos heterogéneos, melhores nas semeadas mais cedo”, realça o INE nas pre-visões agrícolas, mas adverte para a existência de alguns problemas relacionados com a elevada precipitação, em particular, nos solos mais pesados e com menor drenagem.

Em termos meteorológicos, o mês de Janeiro caracterizou-se por temperaturas amenas e precipitação acima do normal. Janeiro posicionou-se nos registos deste mês como o “3.º Janeiro com temperaturas mínimas e médias mais altas desde 1931”, segundo o INE.

O INE refere também que os máximos atingidos garantem a autossuficiência nacio-nal do consumo de azeite.

Voltando ainda à produção histórica de azeitona para azeite, o INE refere que também tem a ver com o crescimento do sector oleícola, resultante do investimento privado e da opção estratégica de apoio e promoção da fileira, o que levou a que a produção quase quadruplicasse desde o ano 2000, atingindo agora valores semelhantes aos da década de sessenta.

Segundo as previsões do Instituto Nacional de Estatística

Produção de azeitona é a maior dos últimos 50 anos

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O Restaurante Mota abriu há cerca de um ano um novo estabelecimento em Viseu, na Rua do Seminário, perto do centro de Viseu, sendo já uma referência na gastronomia viseense. A nova unidade de restauração aposta em aliar a qualidade do serviço à experiência adquirida, oferecendo um espaço moderno e acolhe-dor. Kevin Gomes é o responsável pelo projecto, onde o seu pai, João Mota, vai dando uma “mãozinha” para que o filho trilhe os bem-sucedidos passos da família.

O Restaurante Mota oferece aos seus clientes um es-paço bem decorado, com pratos típicos da região, com destaque para o naco de vitela e o bacalhau com brôa. Depois, como qualquer bom apreciador de gastronomia, quem por lá passa, sempre poderá apreciar a famosa pos-ta à mirandesa, típica de Trás-os-Montes, acompanhada com os melhores vinhos do Dão.

Ao fim-de-semana o espaço oferece uma novida-de, com um buffet de sobremesas, que coloca à dispo-sição dos clientes, com fruta da época e doçaria regio-nal e conventual.

Deste modo, fica o convite para uma passagem por este restaurante viseense.

Portugal conseguiu reduzir no ano passado o défice da ba-lança agro-alimentar em quase 400 milhões de euros, abaixo dos 500 milhões de euros que diminui em 2012, anunciou a ministra da Agricultura.

“O défice agro-alimentar melhorou de novo este ano”, disse Assunção Cristas, no decorrer de uma visita ao Salão Internacio-nal do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), cuja XIX edição decor-reu em Lisboa.

No ano passado as exportações do sector agro-alimentar au-mentaram 7,8%, face ao ano anterior, tendo o azeite registado um aumento de 30% das exportações, os produtos transformados, como o tomate, 17% e o vinho 2,5%.

Assunção Cristas enalteceu a importância do SISAB para a promoção do comércio de produtos nacionais no estrangeiro e disse estar “muito bem impressionada” com os mais de 600 ex-positores presentes no certame.

O director do SISAB, Carlos Morais, acrescentou que este ano estiveram presentes no evento cerca de 1.600 empresas impor-tadoras, entre as quais, destacou, empresas árabes, canadianas e chinesas. “67% dos compradores vieram este ano pela primeira vez ao SISAB”, acrescentou aquele responsável.

A XIX edição do SISAB contou com 500 empresas portugue-sas a desafiarem compradores de mais de uma centena de países a apostarem nos sabores nacionais. O destaque, nesta edição, foi para o aumento da presença de produtos congelados e pré--preparados, bem como o vinho, o azeite e a carne, num total 28 sectores de alimentação, bebidas e complementares.

Além do crescimento dos expositores, que esgotaram a capa-cidade do Pavilhão Atlântico, salienta-se a duplicação do número

Adiantou Assunção Cristas, na visita ao SISAB

Portugal menos dependente de produtos agro-alimentares

Segundo estabelecimento aberto em Viseu

Restaurante Mota aposta na gastronomia à moda da Beira

de profissionais provenientes da China, países árabes e Magrebe, Brasil e países da América do Norte e Latina. Ao todo foram mais de 1.600 os importadores internacionais que visitaram o SISAB este ano, 60% dos quais pela primeira vez.

O SISAB, que se apresenta como “a maior plataforma de ne-gócios a nível mundial de produtos do agro-alimentar exclusiva-mente portugueses”, termina com um “saldo claramente positi-vo”, segundo fonte da organização.

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A área cultivada e a produção de milho grão em Portugal aumentaram em 2013, o que permitiu um volume de negócios estimado en-tre 150 e 180 milhões de euros. Segundo da-dos da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS), em 2013, a área cultivada com milho grão em Portugal aumen-tou 7%, cerca de 7.000 hectares, passando de 94.784 hectares em 2012 para 101.766.

O Alentejo foi a região onde se regis-tou o maior aumento (4.541 hectares), sobretudo na zona de influência do Al-queva, onde a área cultivada de milho grão aumentou cerca de 2.400 hectares, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do Tejo (3.311 hectares), indicou a ANPROMIS, no âmbito do VII Colóquio Nacional do Mi-lho a decorrer hoje em Beja.

O aumento da área cultivada com milho grão traduz “o significativo esforço de investimento efectuado pelos produ-tores nacionais”, apesar do “ambiente de sérios constrangimentos financeiros e de acentuada volatilidade” do cereal nos mercados nacional e internacional, frisa a ANPROMIS. A produção nacional de milho grão em 2013, segundo estimativas do Ins-tituto Nacional de Estatística, situou-se na ordem das 932 mil toneladas, um aumento de 9% em relação a 2012 (849 mil tonela-das). Segundo a ANPROMIS, considerando a estimativa de produção nacional de milho grão e o valor médio por tonelada pago aos produtores nacionais em 2013, o sector per-mitiu um volume de negócios estimado en-tre 150 e 180 milhões de euros.

Actualmente, Portugal “só consegue produzir um terço e importa dois terços do milho que consume”, ou seja, a balança co-mercial na fileira do milho é negativa e está “longe de conseguir um equilíbrio”, disse o presidente da ANPROMIS, Luís Vasconcelos e Sousa, à margem do colóquio. “Apesar de haver muitas condicionantes”, como o preço e a disponibilidade de terra, Luís Vasconce-los e Sousa mostrou-se convencido de que o aumento da área cultivada com milho em Portugal esperado para os próximos anos permitirá um crescimento “significativo” do grau de autoaprovisionamento de milho do país, que actualmente se situa nos 34%.

Segundo Luís Vasconcelos e Sousa, o aumento da área cultivada vai decorrer so-bretudo na zona de influência do Alqueva, que “vai ser a grande nova zona de produ-ção de milho” e terá um “papel estratégico” para o desenvolvimento da fileira em Portu-gal.

No perímetro de rega do Alqueva, que

Dados da Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo

Área cultivada e produção de milho grão em Portugal aumentaram em 2013

“já é a terceira maior zona de produção de milho em Portugal”, depois das regiões de Entre Douro e Minho e Lisboa e Vale do Tejo, produzem-se cerca de 100 mil tone-ladas de milho e existem cerca de 48.600 hectares de área com boa aptidão para a cultura, dos quais quase 12.600 têm uma elevada aptidão, frisou.

Segundo a ANPROMIS, o milho, a cul-tura arvense mais representativa da agri-cultura de regadio nacional, à frente da aveia, dos trigos, do triticale e do arroz, ocupa 40% da área total e representa mais de 80% da produção de cereais em Portugal.

“Em Portugal sem regadio não teremos agricultura competitiva”

Em defesa do regadio esteve no VII Colóquio do Milho Francisco Gomes da Silva, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, que refere que “em Portugal sem regadio não teremos agricultura” e que “o milho é, sem dúvida, a cultura que em Portugal foi a responsável pela expansão e pela tradução do regadio tal como o conhecemos hoje”. O gover-nante, não querendo “minimizar a agricul-tura que não é de regadio”, defende que

“em Portugal sem regadio não teremos agricultura.”

Reconhecendo a importância das cul-turas de regadio para o desenvolvimento agrícola, o milho é destacado como uma cultura inovadora e competitiva. “É sem dúvida a cultura que em Portugal foi a res-ponsável pela expansão e pela tradução do regadio tal como o conhecemos hoje”, reforçou o governante

Além do Secretário de Estado das Flores-tas e do Desenvolvimento Rural esteve tam-bém presente João Machado, presidente da CAP, que se mostrou optimista com o futuro da agricultura, referindo estar muito satisfeito por não estar previsto um quadro comunitá-rio com três anos de interregno até se voltar a investir. “Vamos ter um quadro comunitário que tem sete anos e que permite que em 2014, quando acabar o dinheiro do PRODER, vai ha-ver dinheiro do novo quadro e os agricultores não vão sentir a diferença”, refere João Ma-chado.

“Os novos mercados mundiais de mi-lho” foi um dos temas em debate, trazendo para o centro da discussão uma das com-modities que mais interesse têm desper-tado por parte de investidores de todo o mundo. Dado o interesse do tema, não só para produtores nacionais como também para os industriais, o debate contou com a participação de Lucílio Rogério Alves, um do mais conceituados analistas do merca-do de cereais no Brasil, que, recorde-se, é o terceiro maior produtor mundial de mi-lho, e Jean-Jacques Hervé, especialista no mercado de cereais da Ucrânia, país con-siderado por muitos como “o novo celeiro da Europa”.

Este encontro, que levou a Beja cerca de 550 participantes, revela o posiciona-mento da Anpromis, que entende ser im-portante estar próxima de todos os produ-tores e apoiar o desenvolvimento agrícola das regiões de elevado potencial, como é exemplo a região de Beja, onde o aumento da área de milho ganhou uma importância preponderante com novos investimentos que foram explicados por Gabriela Ventura, gestora do PRODER. “O investimento no Alqueva representa quase 40% do que se investiu na região do Alentejo, que é a que mais pesa em termos financeiros no inves-timento aprovado pelo PRODER. São 860 milhões de euros, dos quais 340 milhões são investimento público, - nomeadamente nas infraestruturas de Alqueva, - e mais de 520 milhões são investimento privado, represen-tando a resposta dos investidores”.

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A inclusão da abóbora nos novos hábitos alimentares está a atrair para esta cultura os agricultores do Oeste de Lisboa, região que, segundo os produtores, concentra mais de 70 por cento da produção nacional. João Veloso, produtor do concelho da Lou-rinhã, onde se localiza a maior produção da região, fornece por ano os hipermercados do Grupo Sonae com oitocentas a mil to-neladas, repartidas entre preparados de sopa e embalagens de abóbora cortada para confeccionar sopas, purés, saladas, pratos gastronómicos ou doces.

“Tem havido mais procura dos consumidores e dos super-mercados”, disse o agricultor e comerciante, adiantando que a abóbora tem vindo a ganhar mercado por ter características nutricionais semelhantes à cenoura, ter capacidade anticance-rígena pelo teor antioxidante e ser mais barata.

Na última década, a área de cultivo na região passou dos 100 para os 1.500 hectares, multiplicando a produção de três mil para 40 mil toneladas por ano e o número de produtores, cerca de meio milhar, de acordo com dados da Associação Interprofissio-nal de Horticultura do Oeste (AIHO). Há cinco anos, a empresa familiar de Pedro Malaquias, agricultor de 36 anos, foi uma das que apostou neste produto e produz por ano 450 toneladas, das quais 95 por cento vão para exportação.

A zona Oeste factura anualmente 10 milhões de euros com a actividade, sendo a Lourinhã o concelho mais representativo, com 1.100 hectares e 74 por cento da produção regional. Cerca de 60 por cento da produção tem como destino a exportação. “Há condições climáticas e dos solos ideais e começou a apos-tar-se nessa produção, diversificando-a entre as dezenas de va-riedades, e nas condições de armazenamento para abastecer o mercado todo o ano, tendo em conta a procura dos consumido-res e dos supermercados”, justificou António Gomes, presidente da AIHO.

Já concentram 70 por cento da produção nacional

Agricultores do Oeste apostam na cultura da abóbora

Precursor da cultura na região, João Veloso decidiu há 20 anos arrancar a vinha e reconverter os terrenos, dedicando mais de 50 hectares à abóbora, para responder ao mercado e por-que “a vinha dava mais trabalho e o rendimento era inferior”. Por ano, comercializa 1.500 toneladas e factura 2,6 milhões de euros, abastecendo o mercado nacional e países como França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Espanha e Polónia, mercados que descobriram mais cedo os novos usos culinários e para onde co-meçou a exportar quando em Portugal era produzida só quase para a alimentação animal.

Para diversificar a actividade, começou a dedicar-se à trans-formação da abóbora, para melhor responder às exigências do mercado e escoar aquela produção que começa a perder as qualidades de conservação ou calibres que chegam a ter mais de 50 quilos. Para promover o produto a nível local e regional, e os novos usos alimentares, vai realizar-se, pela primeira vez em Outubro, o Festival da Abóbora da Lourinhã.

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A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, voltou a recla-mar, em Bruxelas, uma estratégia europeia com vista ao fim das quotas leiteiras que tenha em conta as diferentes situações dos Estados-membros e antecipe e resolva crises no sector. “Como é sabido, as quotas leiteiras chegarão ao fim dentro de um ano e é preciso discutir sobre mecanismos de regulação do mercado. Reclamámos, como temos vindo a fazer, que, além do observa-tório do leite, já garantido, que haja mais mecanismos que nos permitam antecipar e resolver situações de crise neste sector tão importante”, disse, à saída de uma reunião de ministros da Agricultura da União Europeia.

Apontando que se trata de um “tema delicado”, Assunção Cristas referiu o caso dos Açores em específico, “para sinalizar que os países são muito diferentes, e dentro destes também há diferenças, e as respostas europeias têm de se adequar a toda esta diversidade que constitui os Estados-membros”.

Segundo a ministra, uma política apropriada para o sector, ao nível nacional, poderá também ajudar a prevenir um cenário mais negativo com a chegada ao fim das quotas nacionais de produção. “A situação vai ser também aquela que melhor con-seguirmos gerir em conjunto, porque pode não haver nenhuma catástrofe se, de facto, pudermos investir, criar valor acrescen-tado, procurar novos mercados de exportação, coisa que já tem acontecido”, disse, apontado designadamente a abertura, “há uns meses, do mercado chinês às empresas portuguesas de lacticínios”. Portanto, “fazer leite cru não é a única alternativa. Podemos e devemos acrescentar valor às nossas exportações leiteiras, crescendo na transformação, nomeadamente em pro-dutos onde nós não somos sequer auto-suficientes do ponto de vista alimentar - o queijo ou os iogurtes são dois exemplos -, e onde, sobretudo, temos o mercado internacional para conquis-tar», completou.

O futuro do sector do leite foi um dos tópicos da agenda da

É na Quinta do Cotovio, perto de Maçal do Chão, Celorico da Beira, que Amaro Belo continua a fazer jus à fama dos seus queijos. “Fomos dos primeiros pro-dutores a certificar queijo, mas deixámos de o fazer, uma vez que os custos são enormes e não compen-sa”, conta-nos Helena Belo, a esposa do produtor, e que integra a Câmara de Provadores de queijo Serra da Estrela.

O segredo dos queijos da Quinta do Cotovio nada tem de especial, apenas a preocupação, reforçada a cada campanha, de apostar na qualidade em de-terimento da quantidade, pois o que interessa é ga-rantir um bom pasto para o gado, produzindo o leite próprio, sem ter que recorrer à compra a outros pro-dutores, garantindo assim a qualidade do queijo que produz.

A Quinta do Cotovio conta com um leque de clientes de décadas e que visitam a quinta com o pro-pósito para lhe comprar queijo, trazendo sempre mais um amigo que provou e gostou.

Situada às portas de Celorico da Beira

Queijaria Amaro Belo reforça aposta na qualidade

Assunção Cristas e o fim das quotas leiteiras

Portugal exige respostas europeias que previnam crises

reunião dos ministros da Agricultura, com um debate sobre os desafios que o mercado leiteiro irá enfrentar - a curto, médio e longo prazo - com o fim das quotas nacionais de produção, que está marcado para 01 de Abril de 2015, e os dispositivos previs-tos na nova Política Agrícola Comum (PAC) para prevenir crises de mercado, especialmente nas regiões mais desfavorecidas ou com uma produção mais frágil, como os Açores.

Segundo a presidência grega da UE, a previsão para o merca-do, a médio e longo prazo, é positiva em termos de procura, mas o sector poderá ter que lidar com flutuações de preço potencial-mente dramáticas.

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Com uma gestão familiar e um ser-viço rápido e eficiente, o restaurante ‘O Artur’, em Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo, é uma referência da gas-tronomia da região. Transmitindo desde sempre a imagem de um restaurante tí-pico, tradicional e de boa mesa, ‘O Artur’ oferece ainda a possibilidade de pernoitar num ambiente rural, em que conforto e o sossego são fundamentais para quem se desloca para o nordeste transmontano.

Para além da posta mirandesa, um ex-libris da boa mesa transmontana, o restaurante oferece outras verdadeiras delícias, como o bacalhau assado, o ca-brito assado ou um javali estufado. As entradas também não desiludem como as alheiras de Carviçais, o delicioso peri-quito, o salpicão, o melão com presunto e queijo de ovelha da região.

Para regar a refeição, a carta tem al-guns dos melhores vinhos nacionais, as-sim como as sobremesas, com destaque para os doces à base de amêndoa.

Há algumas décadas que José Aires Salvador produz queijo, com a marca Quinta da Moita. Com a exploração situada perto da estação de caminho de Ferro de Celorico da Beira, o produtor faz ‘gala’ do seu produto, feito com cardo que produz na quinta. O produtor já tem a continuidade do seu projecto garantida, pois o filho decidiu abraçar o projecto do progenitor, com quem cons-tituiu uma sociedade.

Apesar de ter várias propriedades, com pasto para o gado, há necessidade de recorrer a outros terrenos, em regime de arren-damento, o que representa uma despesa extra, mas que garante pastos de qualidade para as cerca de quatro centenas de ovelhas de que dispõe.

A comercialização é, para muitos produtores uma preocupa-ção, o que não acontece na Quinta da Moita, pois a maior parte das vendas é feita à porta da quinta. “Quem compra, volta e trás um amigo”, refere José Salvador, o que significa que o produto “tem qualidade”.

Com o filho a ajudar no negócio, o trabalho, bastante exigen-te, não pára. “Não há domingos, nem feriados”, pois “todos os dias o gado tem que ser alimentado”, refere o produtor. Segundo o próprio, fazer queijo de qualidade, não é uma tarefa fácil, pois “não se faz queijo de um dia para ou outro”, diz José Salvador, ga-rantindo que “a qualidade requer trabalho e dedicação”, além do tempo de maturação que o queijo necessita para ficar no ponto a ser comercializado.

José Aires salvador ‘despreocupado’ com o futuro

Continuidade dos queijos ‘Quinta da Moita’ garantida

Restaurante situado em Carviçais, Torre de Moncorvo

“O Artur” é uma referência da gastronomia no nordeste transmontano

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Após décadas em que a actividade agrícola foi considerada como um sector de menor importância e os seus atores como pessoas duma categoria inferior no contexto da sociedade, as-sistimos, desde há um par de anos, a uma inversão completa, ao ponto de se tornar um lugar-comum escrever ou falar sobre agricultura. Claro que para mim, porque sou técnico agrícola, é muito gratificante que assim seja, pois, para além de enaltecerem a minha profissão, acabam por reconhecer o que, afinal, sempre foi óbvio: o sector primário é, entre muitas outras coisas impor-tantes, fundamental para a sobrevivência e independência de qualquer país.

Se fizermos um exercício de memória e recuarmos uma ou duas décadas na história da agricultura portuguesa, facilmente encontraremos episódios protagonizados por responsáveis polí-ticos que ocuparam a pasta da agricultura e cuja acção foi pouco consentânea com a necessidade de dotar o sector com os meios humanos e materiais capazes de o fazerem evoluir. Com efeito, e quando se pedia que os serviços regionais de agricultura fossem dotados de maior capacidade interventiva junto dos agriculto-res, assistimos a um desinvestimento do Ministério da Agricultura, concretizado no encerramento de serviços locais e de proximida-de, obrigando-se os interessados a terem de se deslocar a dis-tâncias consideráveis para poderem ser atendidos e resolverem os mais variados problemas.

Quando se pedia que o sector experimental agrícola pú-blico, - a exemplo, aliás, do que sucede em qualquer país com uma agricultura competitiva, – pudesse dispor de mais e melho-res meios para a realização das suas tarefas, indispensáveis ao desenvolvimento das diferentes actividades, os últimos respon-sáveis políticos tudo fizeram para fechar centros experimentais, alguns dos quais foram completamente abandonados, com o argumento, falacioso, diga-se, de que essas tarefas deveriam caber ao sector privado, como se neste abundassem os meios financeiros que aos poderes públicos deveriam caber, mas que, entretanto, os protagonistas do poder achavam por bem desviar para outras actividades muito mais proveitosas em votos.

Só para exemplificar esse tipo de decisões de lesa agricultura, poderei referir um breve episódio ocorrido com o último ministro de agricultura, “descoberto” nos corredores de Bruxelas, e que ao visitar a Estação Agrária de Viseu ficou muito surpreso por ver um pomar experimental de Bravo de Esmolfe, repleto de boas e apetitosas maçãs. Para além de surpreendido, o então ministro demonstrou um completo desconhecimento de que neste cen-tro experimental, e durante dez anos, se haviam desenvolvido os mais importantes ensaios e estudos de selecção clonal daquela variedade, que culminaram na eleição dos cinco melhores clones, e posterior multiplicação para distribuição aos produtores inte-ressados. Aos que, neste momento, eventualmente possam pen-sar que estou a ser injusto, pois um ministro não tem obrigação de saber tudo o que no seu ministério se faz, responderei dizendo que, então, ele ou alguém do seu staff se distraiu, pois não fize-ram devidamente o trabalho de casa.

Perante o enfraquecimento, propositado reforce-se, dos ser-viços descentralizados do ministério, que quase se demitiu da sua função, e porque o sector deu sinais claros de que encerrava em si uma forte capacidade para aumentar a riqueza do país e ajudá--lo a sair da crise, o discurso político passou a incluir a agricultura como tema indispensável, fosse ele proferido por protagonistas nacionais ou locais.

Faço aqui um breve parêntesis para dizer que, apesar de todo o entusiamo e investimento até agora realizado, temo pelo su-cesso de muitos projectos, uma vez que na sua génese terão es-

OPINIÃOA agricultura é “fashion”

tado motivos e protagonistas que pouco ou nada têm a ver com o sector. Contudo, e porque este assunto é da máxima importân-cia e merece uma reflexão própria, não me alongarei, por hora, em mais comentários.

Como corolário lógico daquela postura, e numa atitude de todo louvável, várias foram as câmaras municipais que criaram o seu próprio “Gabinete de Desenvolvimento Rural”, cabendo à Câmara de Mangualde a primazia de ter sido a primeira a concre-tizá-lo. Recordo-me de naquela altura, e numa conversa com o presidente daquela autarquia, o ter felicitado pela iniciativa, ao mesmo tempo que lamentava que tudo fosse uma consequência da “falta de comparência” do Ministério da Agricultura.

Mas, como afinal em tudo na vida, também neste olhar autár-quico para a agricultura existem situações cujos objectivos vão muito para além do louvável desejo de servirem as suas popula-ções rurais, podendo, inclusive, servirem para que se façam exer-cícios da mais barata demagogia.

Vem isto a propósito duma notícia que o “Diário de Viseu” há dias deu à estampa, na qual o leitor era informado de que os vereadores da Câmara de Viseu, eleitos pelo Partido Socialista, achavam que a autarquia viseense devia criar o seu próprio Ga-binete Rural, como forma de apoiar e de ajudar os agricultores do concelho que, no seu entender, se encontram muito carenciados de informação.

Perante estas declarações, proferidas por quem se propôs dirigir o destino colectivo dos munícipes, e que, por isso, tem a obrigação de conhecer profundamente o território, só duas con-clusões se podem inferir: a primeira é a de que desconhecem a existência das instituições oficiais de apoio aos agricultores, se-deados em Viseu e integradas na Direcção Regional de Agricul-tura e Pescas do Centro – Delegação Regional de Viseu, Divisão de Investimento de Viseu, e Estação Agrária de Viseu; a segunda, que ao fim e ao cabo decorre da primeira, é a de que aqueles elei-tos desconhecem por completo o conteúdo funcional daqueles serviços, bem como o tipo de apoio que lhes incumbe prestar, situação que se torna ainda mais gravosa e inconcebível se le-varmos em linha de conta que um dos eleitos locais também é deputado da nação.

Como é óbvio, desconheço por completo a posição da Câ-mara de Viseu relativamente a este assunto, nem foi esse o moti-vo por que me propus fazer esta reflexão. O que verdadeiramente me motivou foi a defesa dos Serviços do Ministério da Agricultura existentes em Viseu, e a dos seus dedicados funcionários, corpo a que eu tive o incomensurável orgulho de pertencer durante trinta e oito anos. O que os vereadores do Partido Socialista fizeram foi passar uma esponja sobre o trabalho árduo e honesto produzido por centenas de funcionários, ao longo de várias gerações, e pe-los que actualmente lá trabalham; o que eles fizeram só demons-tra a sua completa ignorância relativamente àqueles serviços e, particularmente, à Estação Agrária de Viseu, única no país, e berço de múltiplo e variado conhecimento técnico produzido ao longo de várias gerações, por uma plêiade de conceituados téc-nicos. É, realmente, preciso andar muito distraído para se ignorar a sua existência – comemorou-se, em 2011 o seu 75º Aniversário - e/ou minimizar as suas funções, e ainda mais preocupante, que, pelos vistos, não pareça ser conhecida por alguns vereadores do município e por um deputado eleito pelo circulo de Viseu.

Para terminar, só posso lamentar que quem participa nas to-madas de decisão, que a todos nos afectam enquanto munícipes, tenha dado testemunho público de que, afinal, não conhece bem o território que se propunha governar.

Francisco Fernandes

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Roteiro Gastronómico

F I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 219Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores - Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Marzovelos - ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

Festival do Choco em Setúbal até 9 de Março

Decorre até 9 de Março, em Setúbal, o Festival do Choco, que se insere no conjunto de eventos de promoção gastronómica e divulgação dos produtos regionais. Os 57 restaurantes envol-vidos nesta quinzena gastronómica, organizada pela Câmara l de Setúbal, apresentam ementas especiais nas quais o choco é servido de diferentes formas, do tradicional ao mais elaborado.

No último dia do festival, às 18,30 horas, na Casa da Baía, realiza-se o live cooking “Sabores de Choco”. A sessão é dina-mizada pela chef Fernanda Amaro, que prepara ao vivo algumas receitas mais criativas desta iguaria, degustadas depois pelos presentes.

O Festival do Choco, organizado com o apoio das empresas Lallemand e Makro, é um dos eventos gastronómicos dinamiza-dos pela Autarquia ao longo do ano com o objectivo de promo-ver os produtos regionais e de apoiar a dinamização da restau-ração local.

Mação inicia ciclo de festivais gastronómicos

A divulgação do concelho de Mação, da gastronomia e dos agentes económicos ligados à restauração são objectivos de um ciclo anual de festivais gastronómicos que vão principiar em

Março e que se prolongam até ao final do ano.A partir do dia 1 de Março, a lampreia, vai preencher as emen-

tas dos restaurantes aderentes à iniciativa da Câmara Municipal, que tem por base o livro Carta Gastronómica à Mesa em Mação, recentemente premiado em Paris. Em Junho surge o festival do peixe do rio, em Setembro acontece o festival do arroz e do ma-ranho e, em Dezembro, o destaque vai para o almeirão, enchidos e azeite novo.

A novidade para 2014 é que, a par dos pratos gastronómicos principais, as sobremesas tradicionais também vão estar à mesa, como sejam as “fofas” de Mação, as tigeladas ou os “bolos fin-tos”.

Fim-de-semana gastronómico em Armamar

O município de Armamar apresenta no fim-de-semana de 25 a 27 de Abril pratos típicos da região duriense. A autarquia vol-ta a associar-se ao programa Fins-de-semana Gastronómicos promovido pela entidade regional de turismo Porto e Norte de Portugal.

Símbolo máximo da gastronomia em Armamar, o cabritinho volta a dar que falar. Os sete restaurantes que aderiram à inicia-tiva comprometem-se a levá-lo numa viagem pelas encostas de sabor, através da preparação de menus deliciosos.

A ementa faz-se acompanhar de várias actividades de anima-ção cultural que decorrem em Armamar nesse fim-de-semana.

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BREVES

Um novo serviço da autarquia de Nelas

“Unidade Empreende” apoia desempregados e tecido

empresarial O Município de Nelas apresentou a “Unidade Empreende”,

uma estrutura de consultoria e gestão activa de apoio a em-presas, empresários, jovens e desempregados do concelho. A “Unidade Empreende” vem reforçar o esforço continuado do executivo actual na captação e apoio à instalação de novas in-dústrias e novos empregos e apoio aos existentes, auxiliando e informando os cidadãos empreendedores e potenciando o de-senvolvimento da economia local, social, cultural e desportiva.

Para o presidente da Câmara, a “Unidade Empreende” cons-titui um elemento essencial para atribuir “um novo dinamismo à Câmara de Nelas, instituição que está vocacionada, com meios financeiros, humanos e técnicos, para ser constantemente a parceira quer da criação de emprego, quer das iniciativas em-preendedoras e empresariais, quer no apoio à juventude e às suas iniciativas”, afirmou Borges da Silva.

Patrocinou a Gala dos Melhores de 2013 da Revista de Vinhos

Verallia Portugal recebeu prémio da Melhor Campanha

Publicitária de 2013A Verallia Portugal patrocinou o Jantar dos Melhores de

2013, organizado pela Revista de Vinhos, e recebeu o prémio pela Melhor Campanha Publicitária de 2013. Pelo XVII ano con-secutivo, a Revista de Vinhos distinguiu quem mais se destacou no sector, desde produtores, enólogos, empresas, cooperativas, enoturismo, restauração, comércio e comunicação.

Esta cerimónia, já conhecida como os “Óscares dos Vinhos em Portugal” teve lugar no Campo Pequeno, em Lisboa, e con-tou com a presença de 800 convidados. Enquanto patrocina-dor do evento, a Verallia Portugal entregou pelas mãos do De-legado Comercial da Zona Centro, António Simões, o prémio do Melhor Produtor do ano 2013, à Quinta do Vallado, já conhecida pelos seus prestigiados vinhos do Douro.

A Verallia colaborou, igualmente, na decoração dos centros de mesa do Campo Pequeno ao fornecer uma centena de gar-rafas do novo modelo Borgonha Ecova Sedução de 75cl com 470 gramas em vidro branco, promovendo desta forma uma ECOVA Attitude. Este modelo destacou-se com uma gerbera branca no seu interior. Para reforçar a sua presença no mer-cado com a Selective Line, cada mesa tinha uma garrafa deco-rada desta marca topo de gama da Verallia. No local, a Verallia Portugal apresentou-se igualmente com os “coffrets prestige miniatures” da Selective Line e respectivos catálogos.

Para além do patrocínio, a Verallia Portugal recebeu o pré-mio de Melhor Campanha Publicitária de 2013, com a sua cam-panha de sete anúncios que promove as características do vidro, apresentando alguns dos segmentos de mercado onde atua, ou seja, vinhos de mesa, espumantes, vinhos do Porto, cervejas, azeites, frascos e boiões. Esta campanha, baseada na diferenciação, apresenta o vidro como material de embalagem puro e de confiança, apontando como a melhor escolha para proteger as bebidas e os alimentos, realçando a beleza, a segu-rança e a confiança das embalagens em vidro. Esta inovadora campanha publicitária apela, igualmente, ao lado emocional e pretende associar o vidro a valores e memórias.

Com este evento, a Verallia apresentou-se, mais uma vez, como uma empresa inovadora e com uma forte estratégia de diferenciação, fortalecendo o seu posicionamento e flexibilida-de como empresa líder no mercado nacional.

Escada do rio Mondego facilita subida da lampreia

até PenacovaO presidente da Câmara de Penacova, Humberto Oliveira,

disse que a presença de lampreias no rio Mondego a montante de Coimbra tem vindo aumentar desde que a nova escada de peixes começou a funcionar. “O ano passado foi aquele em que mais lampreia se viu em Penacova”, afirmou Humberto Oliveira, na apresentação do Festival da Lampreia, que vai decorrer no concelho entre sexta-feira e o domingo.

O autarca admitiu que o aumento do número daquele ciclós-tomo seja resultado da abertura da escada de peixes, há mais de dois anos, junto à ponte açude de Coimbra, que constituía há 25 anos o principal obstáculo à subida das lampreias e várias es-pécies piscícolas características da gastronomia de Penacova.

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Está definido o cartaz de animação da Feira de Março 2014, o qual promete ser mais um factor de atractividade deste gran-de evento de referência de Aveiro e de toda a região. Deolinda, Quim Barreiros, Pedro Abrunhosa, Virgem Suta, Herman José e Cuca Roseta são os seis grandes concertos da edição deste ano, que vai realizar-se de 25 de Março a 27 de Abril, no Parque de Ex-posições de Aveiro. Os espectáculos terão início às 21,30 horas, todos os sábados, ex-cepto o agendado para dia 21 de Abril (se-gunda-feira de Páscoa), o qual se realizará à tarde (16 horas).

Para a edição de 2014 o bilhete de en-trada no recinto ao fim de semana custará €2,00, estreando-se este ano o bilhete fa-mília com o valor de €5,00, sendo que ambos permitirão a visita a todo o recinto e o acesso aos concertos nos dias referenciados.

A Feira de Março é a maior montra eco-nómica da região centro e um dos principais parques de diversão do país, ficando desde já o convite à participação neste certame que vai decorrer de 25 de Março a 27 de Abril, no Parque de Exposições de Aveiro, organizado pela Câmara de Aveiro e pela Aveiro-Expo.

Em Aveiro de 25 de Março a 27 de Abril

Feira de Março 2014 com cartaz de luxo

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