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Processo de BolonhaG.C.L.V

Objectivos

Efectuar um enquadramento histórico do processo de Bolonha (fazendo menção aos marcos históricos mais significativos de todo este processo)

explicitando:

Os seus objectivos gerais;

Procurar compreender o que é esperado do estudante universitário do século XXI à luz deste processo;

Obter uma melhor compreensão daqueles que poderão ser considerados como principais benefícios e desvantagens (quer para o estudante, como para as instituições ou sociedade de uma forma geral) associados ao processo de Bolonha.

“Implementação de Bolonha” no nosso país, abordando as implicações deste processo no caso concreto da Psicologia, procurando ainda compreender como tem sido a sua implementação e quais as respectivas consequências não só a nível europeu como em outros países do mundo.

Objectivos (cont.)

O Processo de Bolonha: perspectiva global

O processo de Bolonha teve o seu início formal com a assinatura da Declaração de Bolonha em 19 de Junho de 19 de Junho de 19991999, subscrita por 29 países europeus (de entre os quais Portugal)

Objectivo: criação de um Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES) até 2010, facilitando a mobilidade e empregabilidade dos graduados, procurando dar conteúdo real ao direito de livre circulação e estabelecimento dos cidadãos e reforçar a competitividade internacional do ensino superior europeu, tendo em consideração o contexto da crescente globalização dos sistemas de ensino e formação.

Na génese da Declaração de Bolonha (1999)

esteve a Declaração de Sorbonne, Declaração de Sorbonne, assinada em Paris em 1998 pelos ministros da educação da Alemanha, França, Itália e Reino Unido onde foram lançadas as bases para uma harmonização da arquitectura do ensino superior europeu.

1. Enquadramento histórico e objectivos gerais

Adopção de um esquema comum de graus compreensíveis e comparáveis, também através da implementação do Suplemento de Diploma;

Introdução de níveis de pré-graduado e graduado em todos os países, com os primeiros graus não inferiores a 3 anos e com relevância para o mercado de trabalho;


Sistemas ECTS (Sistema Europeu de Transferência de Créditos) compatíveis e também abrangendo as actividades de ensino ao longo da vida;

Eliminação dos obstáculos existentes à total mobilidade de estudantes (assim como de estagiários e diplomados), docentes, investigadores, administradores do ensino superior, etc.

(Faire, 2001)


Após a Declaração de Junho de 1999 consideram-se marcos relevantes na consecução do processo de Bolonha:

1. O Comunicado de Praga (2001);

2.O Comunicado de Berlim (2003);

3.O Comunicado de Bergen (2005);

4.O Comunicado de Londres (2007);

5.O Comunicado de Leuven/Louvain-la-Neuve (2009);

6.A Declaração de Budapeste-Viena (2010).



À luz do processo de Bolonha o aluno deixa de ter um papel deixa de ter um papel passivopassivo de mero receptor de conhecimento transmitido pelo docente, para passar a para passar a ser um elemento activoser um elemento activo no processo de aprendizagem que se pressupõe que aconteça de forma contínua ao longo da vida.

Este novo paradigma de organização do ensino associado a “Bolonha” e à introdução de um sistema de créditos do tipo ECTS no ensino superior veio então:

Centrar a formação no estudante e nos objectivos da própria formação que devem ser pré-definidos, OU SEJAOU SEJA, deve haver uma definição prévia e clara dos saberes a serem adquiridos, o que engloba não só os conhecimentos gerais e específicos, mas também as competências, atitudes e valores.

O Processo de Bolonha pode ser considerado uma excelente oportunidade para O Processo de Bolonha pode ser considerado uma excelente oportunidade para reorganizar o ensino superior através de reformas há muito necessárias…reorganizar o ensino superior através de reformas há muito necessárias…

… …masmas

…para que o Espaço Europeu de Ensino Superior (EEES) se torne de facto uma realidade:

têm que haver um esforço conjunto não só por parte das instituições de ensino como

também das entidades governativas de cada país que, para além de contribuírem com o

investimento económico necessário devem:

também procurar desenvolver estratégias que fomentem a mobilidade e empregabilidade dos

cidadãos a nível europeu, proporcionando iguais oportunidades de formação a todos os

indivíduos, não deixando que a lógica economicista se sobreponha aos interesses sociais, para

que de facto o EEES seja uma realidade para todos e não apenas para alguns.

Implementação do processo de Bolonha

Portugal foi um dos signatários da Declaração de Bolonha (1999)

naquele que seria também no nosso país o ponto de partida para um conjunto de reformas do sistema de ensino superior, no sentido de Portugal poder fazer parte da tão desejada Europa do conhecimento.

1. O Processo de Bolonha em Portugal

Contudo…

Só a partir de 2005 o processo de Bolonha começou de facto a ser implementado no nosso país

Através da definição de medidas como:

• a implementação do sistema de créditos ECTS• e a elaboração do suplemento ao diploma que

favorecessem a mobilidade e empregabilidade dos diplomados portugueses no Espaço Europeu do Ensino Superior.

1. O Processo de Bolonha em Portugal

Em Portugal e na grande maioria dos países aderentes ao processo de Bolonha, a adequação da formação dos psicólogos a este processo seguiu as orientações propostas no documento Europsy (2005), tendo em vista a obtenção do Diploma Europeu de Psicologia, adoptando um modelo que postula a existência de um mínimo de 6 anos de formação académica, organizada em dois ciclos de estudos:

o 1º ciclo com duração de três anos (180 ECTS), conducente ao grau de Bacharel (licenciado no caso do nosso país

o 2º ciclo com duração de 2 anos (120 ECTS), conducente ao grau de mestre.

2. O caso específico da psicologia

Importante:Para se poder proceder à prática profissional

supervisionada é necessária a existência de estágio no 2º ciclo. Estas condições são tidas como fundamentais para o acesso ao Diploma Europeu de Psicologia e são actualmente exigidas pela Ordem dos Psicólogos em Portugal para o exercício profissional da Psicologia.


Metodologia de ensino

Europsy (2005) propõe

que ao longo da formação em psicologia se conjugue a teoria com a prática, de forma a optimizar a aprendizagem e o desenvolvimento de competências fundamentais para a prática independente da profissão.


Mas…

Salvo raras excepções (como é o caso ISPA – Instituto superior de Psicologia aplicada), a maior parte das faculdades do nosso país ainda não procedeu a uma adequada definição das competências a adquirir em cada um dos ciclos de estudos e que serão fundamentais para o desempenho da prática profissional de um psicólogo.


O Processo de Bolonha e a intenção de construção de um Espaço Europeu de Ensino superior que fomente a mobilidade e a empregabilidade dos cidadãos

Não se restringe aos países membros da Não se restringe aos países membros da União Europeia (UE)União Europeia (UE)

Estende-se actualmente por mais de 40 Estende-se actualmente por mais de 40 países da Europapaíses da Europa, existindo pretensões de este se puder estender a países de outros continentes.

A reestruturação do ensino superior despoletada pelo processo de Bolonha

é considerada essencial para que a é considerada essencial para que a Europa, de uma forma geral, a União Europa, de uma forma geral, a União europeia em particular consiga europeia em particular consiga enfrentar o desafio político e sócio-enfrentar o desafio político e sócio-económico da atractividade, da económico da atractividade, da competitividade e dos índices de competitividade e dos índices de crescimento de outras regiões do crescimento de outras regiões do globo, como os Estados Unidos e globo, como os Estados Unidos e alguns países asiáticos.alguns países asiáticos.

3. O Processo de Bolonha na Europa e no Mundo

A transição para o século XXI tem sido marcada por profundas mudanças na sociedade e a educação encontra-se profundamente

implicada nesse processo.

O processo de Bolonha processo de Bolonha surge então face a uma necessidade da Europa acompanhar este cenário de mudança, procurando

enfrentar a crescente perda de atractividade e competitividade do ensino superior europeu em relação ao resto do mundo e de uma

forma mais específica em relação aos EUA

A Europa e de uma forma mais específica a União Europeia encontram na educação a base para a

evolução de uma economia sólida e a chave para o progresso e desenvolvimento de uma sociedade

apelidada como ““sociedade do conhecimentosociedade do conhecimento”.


O reflexo do processo de Bolonha no mundo

Está patente, por exemplo, nas medidas tomadas por Julie Bishop, ministra da educação australiana, que em 2006 que apresentou oficialmente um conjunto de medidas como resposta ao processo de Bolonha, procurando manter o fluxo de estudantes europeus que habitualmente frequentam as universidades australianas.

Também uma série de reuniões entre Europa e Ásia têm sido estabelecidas desde 2005 procurando a EU recrutar estudantes deste continente para frequentar cursos de mestrado nas universidades europeias, sendo que, alguns países do continente asiático (como a China) não têm deixado de acompanhar de perto a evolução do processo de Bolonha.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Hoje fala-se em aprendizagem ao longo da vida, mobilidade e igualdade de oportunidades, valoriza-se o papel activo do aluno na procura de conhecimentos e desenvolvimento de competências sob orientação dos professores que devem fomentar o gosto pela pesquisa e investigação.

Contudo, será que podemos mesmo considerar

que actualmente a educação e formação ao longo da vida é

uma oportunidade para todos?

Teremos nós um ensino mais orientado para o desenvolvimento de

competências em congruência com as necessidades do

mercado de trabalho?

Será a mobilidade no tão prometido Espaço Europeu do Ensino Superior uma realidade

para todos?

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