GENERALIZAÇÃO DO MÉTODO DA APROXIMAÇÃO EXPLÍCITA DE …

186
GENERALIZAÇÃO DO MÉTODO DA APROXIMAÇÃO EXPLÍCITA DE GREEN PARA A SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES PARABÓLICAS E HIPERBÓLICAS Felipe dos Santos Loureiro Rio de Janeiro Março de 2011 Tese de Doutorado apresenta da ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Orientador: Webe João Mansur

Transcript of GENERALIZAÇÃO DO MÉTODO DA APROXIMAÇÃO EXPLÍCITA DE …

i

GENERALIZAÇÃO DO MÉTODO DA APROXIMAÇÃO EXPLÍCITA DE GREEN

PARA A SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES PARABÓLICAS E HIPERBÓLICAS

Felipe dos Santos Loureiro

Rio de Janeiro

Março de 2011

Tese de Doutorado apresenta da ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Civil, COPPE, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Doutor

em Engenharia Civil.

Orientador: Webe João Mansur

iii

Loureiro, Felipe dos Santos

Generalização do método da aproximação explícita de Green

para a solução de equações parabólicas e hiperbólicas/ Felipe dos

Santos Loureiro. - Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011.

IX, 177 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Webe João Mansur

Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de Engenharia

Civil, 2011.

Referências Bibliográficas: p. 166-177.

1. Equações parabólicas e hiperbólicas. 2. Funções de Green

numéricas. 3. Método dos Elementos Finitos. I. Mansur, Webe

João. II. Unive rsidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,

Programa de Engenharia Civil. III. Título.

iv

Aos meus pais, Fernando e Rosa,

ao meu irmão Fernando Filho.

v

AGRADECIMENTOS

Ao professor Webe Mans ur pela amizade e orientação ao longo desses anos desde a

iniciação científica. O autor é grato pelas i númeras discussões e oportunidades

oferecidas pelo orientador que contribuíram bastante para sua formação acadêmica.

Ao professor Luiz Wrobel pela excelente acolhida na Brunel University de Londres e

por mudar profundamente minha maneira de pensar com relação à vida acadêmica.

A Ivone por sua amizade e ajuda nas questões burocráticas. Seu espírito jovem e de

união de grupo tornou o trabalho no LAMEC mais alegre e divertido.

Aos amigos e colegas de trabalho do LAMEC João Pau lo, Edmundo, Vasconcellos,

Fernanda Brenny, Rodrigo Camargo, Rodrigo Dias, Mich elle, Pablo, Raul, Newton,

Ana, Viviane, Wellington, Marco e Álvaro.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pe ssoal de Nível Superior (CAPES)-No.

BEX4623/08-8 pelo apoio financeiro.

vi

Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

GENERALIZAÇÃO DO MÉTODO DA APROXIMAÇÃO EXPLÍCITA DE GREEN

PARA A SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES PARABÓLICAS E HIPERBÓLICAS

Felipe dos Santos Loureiro

Março/2011

Orientador: Webe João Mansur

Programa: Engenharia Civil

A presente tese tem como objetivo generalizar o m étodo da aproximação

explícita de Green ExGA (“Explicit Green’s Approach”) aplicado as equações

parabólicas e hiperbólicas. Utilizando o método dos resíduos ponderados t anto no

tempo quanto no espaço, a expressão integral do método ExGA é estabelecida de forma

geral. A função de Green é calculada numericamente empregando o método dos

elementos finitos no esp aço e o método-θ no tem po, resultando e m uma matriz de

Green relativa ao modelo discreto. Subpassos de tempo são utilizados para aumentar a

precisão da matriz de Green no instante de tempo t t= Δ . Para reduzir o custo

computacional relacionado ao cálculo da fu nção de Green para a equação hiperbólica,

um novo método denominado método da aproximação de Green local LExGA (“Local

Explicit Green’s Approach”) baseado no princípio da causalidade é proposto. O método

LExGA calcula a função de Green localmente usando subdomínios com suas

respectivas submalhas construídas em volta do ponto fonte para capturar somente os

valores não-nulos inferidos pelo pr incípio da causalidade. Uma metodologia robusta

baseado no princípio da conservação da en ergia é proposta para determinar o tamanho

correto de cada submalha. Finalmente, para validar e mostrar as poten cialidades das

formulações propostas, os resultados numéricos são co mparados com aqueles obtidos

pelos métodos clássicos existentes na literatura.

vii

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

GENERALIZATION OF THE EXPLICIT GREEN’S APPROACH METHOD TO

SOLVE PARABOLIC AND HYPERBOLIC EQUATIONS

Felipe dos Santos Loureiro

March/2011

Advisor: Webe João Mansur

Department: Civil Engineering

The present thesis aims at generalizing the explicit Green’s approach (ExGA)

method applied to parabolic and hyperbolic equations. By means of the w eighted

residual method in both time and space, the integral expression of the ExGA method is

established in a general way. The Green’s function is calculated by employing the finite

element method in s pace and the θ -method in time, giving rise t o a Green’s matrix

related to the discrete model. Time substeps are adopted to increase the precision of the

Green’s matrix at time instant t t= Δ . In order to reduce the computational cost

concerning the Green’s function calculation for the hyperbolic equation, a new method

called local explicit G reen’s approach (LExGA) based on t he causality principle is

proposed. The LExGA method computes the Green’s function locally through the use

of subdomains with their respective submeshes constructed around the source point to

capture only the non-null val ues inferred by the caus ality principle. A robust

methodology based upon the energy conservation is proposed to find the correct size of

each submesh. Finally, in order to validate and show the potentialities of the proposed

formulations, the nu merical results are compared with those obtained by classical

methods found in the literature.

viii

Índice

1  Introdução ............................................................................................................... 1 

1.1  Importância dos métodos numéricos ................................................................. 1 

1.2  Breve revisão bibliográfica ................................................................................ 2 

1.3  Motivação, objetivos e organização da tese....................................................... 8

2  Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Transientes de

Condução de Calor: Equação Parabólica .................................................................. 10 

2.1  Introdução ........................................................................................................ 10 

2.2  Equações governantes...................................................................................... 10 

2.3  Expressão integral do método da aproximação Explícita de Green ................ 15 

2.3.1  Formulação pelo método dos resíduos ponderados.................................. 15 

2.3.2  Discretização espacial e temporal............................................................. 19

3  Cálculo Numérico da Função de Green e o Conceito de Subpassos de

Tempo.... ........................................................................................................................ 24 

3.1  Introdução ........................................................................................................ 24 

3.2  Discretização espacial pelo método dos elementos finitos .............................. 25 

3.3  Discretização temporal utilizando o método-θ e subpassos de tempo ........... 29 

3.4  Considerações numéricas................................................................................. 33 

3.4.1  Função de Green modificada.................................................................... 33 

3.4.2  Aproximação para a convolução .............................................................. 36 

3.4.3  Cálculo da Solução particular................................................................... 39

4  Análise de Convergência com Relação a Variável Temporal........................... 45 

4.1  Introdução ........................................................................................................ 45 

4.2  Conceito de estabilidade .................................................................................. 46 

4.3  Matriz de Green analítica e Diagonalização .................................................... 48 

4.4  Análise de acurácia e estabilidade para o método da aproximação explícita de

Green ...........................................................................................................................52 

ix

5  Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Governados pela

Equação Escalar da Onda: Equação Hiperbólica ..................................................... 65 

5.1  Introdução ........................................................................................................ 65 

5.2  Equações Governantes ..................................................................................... 66 

5.2.1  Equação escalar da onda........................................................................... 66 

5.2.2  A função de Green.................................................................................... 67 

5.3  Expressão integral do método ExGA............................................................... 69 

5.4  Expressões integrais alternativas para o método ExGA .................................. 73 

5.5  Condição de contorno não-reflexiva................................................................ 78 

5.6  Discretização espacial e procedimento de marcha no tempo........................... 84

6  Cálculo Numérico da Função de Green Através de Subdomínios ................... 91 

6.1  Introdução ........................................................................................................ 91 

6.2  Conceitos matemáticos sobre os subdomínios................................................. 92 

6.3  Discretização espacial e temporal.................................................................... 94 

6.4  Análise de estabilidade e acurácia no domínio temporal............................... 100 

6.5  Determinação do tamanho dos subdomínios discretos utilizando o princípio da

conservação da energia............................................................................................. 109

7  Resultados Numéricos ........................................................................................ 119 

7.1  Introdução ...................................................................................................... 119 

7.2  Exemplos numéricos: Equação parabólica .................................................... 120 

7.2.1  Considerações iniciais ............................................................................ 120 

7.2.2  Análise de convergência......................................................................... 120 

7.2.3  Condução de calor transiente unidirecional............................................ 125 

7.2.4  Meio heterogêneo ................................................................................... 134 

7.3  Exemplos numéricos: Equação hiperbólica ................................................... 141 

7.3.1  Considerações iniciais ............................................................................ 141 

7.3.2  Barra homogênea.................................................................................... 144 

7.3.3  Meio heterogêneo ................................................................................... 154

8  Conclusões ........................................................................................................... 162

Referências Bibliográficas ......................................................................................... 166

1

1 Introdução

Capítulo 1 Introdução

1.1 Importância dos métodos numéricos

Problemas de engengaria são usualmente descritos por leis físicas que podem ser

matematicamente representadas por equações diferenciais parciais. Essas equações

diferenciais parciais aparecem com grande freqüência em modelos que descrevem

quantitativamente fenômenos em diversas áreas, como por exemplo, mecânica dos

fluidos, mecânica dos sólidos, transferência de calor e massa, vibrações, acústica,

dinâmica, etc. Com o avanço das técnicas computacionais e o rápido desenvolvimento

do processamento de dados e imagens dos computadores, inúmeros esforços vêm sendo

realizados ao longo desses anos para a solução numérica de tais equações diferenciais

parciais aplicadas a situações mais realísticas e complexas.

Uma vez que projetos de engenharia que utilizam a modelagem computacional

vêm se tornando cada vez mais complexos e interdisciplinares, ferramentas

computacionais tornam-se um grande atrativo na substituição de modelos criados em

laboratórios. Isso tem por objetivo reduzir significantemente o custo financeiro

relacionado a ensaios e experimentos de laboratório com a vantagem de ser uma

ferramenta bastante flexível e com um aumento muito pequeno do custo em análises

que precisem ser efetuadas diversas vezes com parâmetros diferentes.

2

Dentre as várias áreas interdisciplinares pode-se destacar aquela envolvendo

modelagem de problemas de engenharia biomédica e biologia computacional. Esta área

vem ganhando grande destaque nos últimos anos principalmente nos países

desenvolvidos, possuindo colaboração entre as escolas de engenharia, ciências exatas e

medicina. O objetivo dessa área é suprir ferramentas computacionais e informações

relevantes para a criação, por exemplo, de novos tratamentos, mecanismos e

equipamentos de diagnósticos. Embora a complexidade da modelagem nessa área seja

enorme com vários parâmetros e equações a serem mais bem representados comparados

ao caso real, grandes avanços vêm sendo alcançados, influenciando profundamente não

somente a área da medicina e áreas correlatas como também áreas da modelagem

computacional e seus grupos de pesquisas.

1.2 Breve revisão bibliográfica

Entre os vários métodos numéricos existentes na literatura, podem-se destacar os

métodos dos elementos finitos (MEF), diferenças finitas (MDF), volumes finitos

(MVF), elementos de contorno (MEC) e mais recentemente os denominados métodos

sem-malha (STEIN et al., 2004; MINKOWYCZ et al., 2006). Embora os métodos das

diferenças finitas, elementos de contorno e até mesmo os métodos sem-malha tenham

aplicações específicas de sucesso, os métodos dos elementos finitos e volumes finitos

são os mais utilizados na prática para a resolução de diferentes problemas de

modelagem computacional. Sua grande utilização na indústria e em projetos de

engenharia tem como causa a sua generalidade, i.e., tais métodos podem ser facilmente

aplicados a geometrias complexas, a meios heterogêneos e a problemas tanto lineares

quanto não-lineares (BATHE, 1996; HUGHES, 2000; ZIENKIEWICZ et al. 2005,

3

EYMARD et al., 2000). Como conseqüência, existe hoje no mercado diferentes pacotes

computacionais baseados no método dos elementos finitos e/ou volumes finitos como,

por exemplo, ABAQUS, ANSYS, SAP, ADINA, etc.

É importante ressaltar que o método das diferenças finitas foi um dos primeiros

métodos numéricos a serem aplicados em problemas mais práticos. Apesar de possuir

limitações quanto a geometrias complexas, sua utilização nos dias atuais ocorre em

nichos específicos como, por exemplo, na geofísica uma vez que seu custo

computacional é bastante reduzido quando comparado a outros métodos numéricos

clássicos. Entretanto, tal cenário vem mudando aos poucos, a medida que métodos

alternativos como os métodos dos elementos finitos espectrais e descontínuos (COHEN,

2002, RIVIERE & WHEELER, 2003) vem ganhando espaço na área da geofísica e de

propagação de ondas.

Apesar do grande sucesso do MEF, em determinados problemas como aqueles

envolvendo domínios infinitos, e.g., problemas do tipo solo-fluido-estrutura, o método

dos elementos de contorno pode se tornar mais vantajoso que o MEF uma vez que

domínios infinitos são facilmente incorporados na formulação do MEC. Mais

especificamente o acoplamento entre os métodos dos elementos finitos e elementos de

contorno é que possui grande interesse por parte dos pesquisadores. Tal interesse se

baseia no fato de que em domínios heterogêneos e com comportamento não-linear o

MEF é empregado, já para domínios infinitos o MEC é eficientemente utilizado (HALL

& OLIVETO, 2003, SOARES, 2004b, SOARES et. al, 2004c).

O método dos elementos de contorno se baseia na utilização de funções de Green

analíticas. Como descrito na literatura (STAKGOLD, 1997; WROBEL, 2002), a

solução de equações diferencias pode ser facilmente resolvida uma vez conhecida a

função de Green para o meio em questão. De fato, funções de Green são uma poderosa

4

ferramenta para solução de diversos problemas, pois a solução de um determinado

problema submetido a diferentes condições de contorno e de volume é facilmente obtida

através de equações ou expressões integrais. O sucesso do método dos elementos de

contorno se baseia no fato que funções de Green de meio infinito (soluções

fundamentais), usualmente utilizadas, existam. Embora o MEC seja geral com respeito

a geometria do problema, certas restrições aparecem quanto ao meio em questão, já que

funções de Green para diferentes tipos de meios, e.g., heterogêneos, anisotrópicos, etc.

não são ainda de total conhecimento (WROBEL, 2002). Embora existam formulações

do MEC que possam ser aplicadas a meios heterogêneos, sua utilização na prática se

mostrou problemática devido as integrais de volume geradas a partir do uso de soluções

fundamentais de meios homogêneos usualmente empregadas (WROBEL, 2002).

Dentre os vários tipos de equações utilizadas para modelagem de diferentes

fenômenos físicos, podemos destacar as equações do tipo parabólica (e.g., transferência

de calor, escoamento em meios porosos, etc.) e hiperbólica (e.g., dinâmica, vibrações,

acústica, etc.) que são estudadas nesta tese (CLOUGH & PENZIEN, 1993; COHEN,

2002; BAEHR & STEPHAN, 2006). Quando o método dos elementos finitos padrão é

aplicado a problemas governados pelas equações parabólicas e hiperbólicas, um sistema

de equações diferenciais ordinárias é obtido (BATHE, 1996; ZIENKIEWICZ et al.,

2005). Embora existam diferentes metodologias para a solução de tal sistema de

equações diferenciais ordinárias, métodos de integração temporal ou de marcha no

tempo são uma poderosa e eficiente ferramenta numérica. Entre os métodos numéricos

de integração temporal (marcha no tempo) mais utilizados se destacam os seguintes

métodos: método-θ , Diferença central, Runge-Kutta, Newmark, Houbolt, Wilson-θ ,

α -generalizado, HHT-α (WOOD, 1990; HUGHES, 2000).

5

Ao longo das últimas décadas novas metodologias de integração temporal vêm

sendo criadas, principalmente para o desenvolvimento de métodos de integração

temporal de ordem superior, já que os métodos mencionados acima são de 10 ou 20

ordem no tempo. ARGYRIS et al. (1973) utilizaram polinômios hermitianos de ordem

2n para aproximar a força inercial, obtendo uma família de algoritmos

incondicionalmente estáveis de ordem variável. Posteriormente FUNG (1996) utilizou

polinômios hermitianos e o método dos resíduos ponderados para obter métodos

incondicionalmente estáveis de terceira e quarta ordem. TARNOW & SIMO (1994)

apresentaram um processo de submarcha para obter métodos de quarta ordem a partir de

métodos de segunda ordem, bastando apenas efetuar três intervalos de tempo

específicos para avançar no tempo. FUNG (1997a, 1999) estabeleceu métodos

incondicionalmente estáveis de ordem variável a partir do método de Newmark e do

método-θ , diferentemente do método de TARNOW & SIMO (1994), o método efetua

processos de submarcha independentes, sendo posteriormente combinados linearmente.

ZHONG & WILLIAMS (1994) apresentaram um método de integração temporal

bastante preciso denominado de “Precise Time Step Integration Method”, onde a

equação diferencial de segunda ordem é transformada para um sistema de equações

diferencias de primeira ordem e resolvida em função de uma matriz exponencial e uma

integral de convolução. O método proposto por ZHONG & WILLIAMS (1994) é mais

bem aplicado em problemas com equações de primeira ordem, e.g., condução de calor,

onde a equação original não precisa ser modificada. Tendo em vista o trabalho de

ZHONG & WILLIAMS (1994), FUNG (1997b) sugeriu uma variação do “Precise Time

Step Integration Method” baseado no cálculo numérico de respostas a uma função

impulso e degrau. Este método tem a vantagem de operar com a equação diferencial de

segunda ordem diretamente sem requerer qualquer tipo de transformação, o que do

6

ponto de vista computacional é bastante vantajoso. Uma revisão bastante extensa sobre

métodos de integração temporal existentes na literatura bem como novas metodologias

pode ser encontrada em detalhes em TAMMA et al. (2000) e STEIN et al. (2004).

Já para o método dos elementos de contorno pode-se destacar metodologias

baseadas tanto na solução fundamental dependente do tempo quanto na solução

fundamental independente do tempo (PARTRIDGE et al., 1996; WROBEL, 2002;

CARRER & MANSUR, 2004; BESKOS, 1997; DOMINGUEZ, 1993). Na primeira, a

solução é efetuada no domínio espaço-tempo através de um processo convolutivo ou de

marcha no tempo; os denominados métodos TD-BEM (“time-domain boundary element

method”), já na segunda e similarmente ao método dos elementos finitos um sistema de

equações diferenciais ordinárias é obtido; os denominados métodos DR-BEM (“Dual

Reciprocity boundary element method”) e D-BEM (“Domain boundary element

method”).

Com a finalidade de resolver problemas dependentes do tempo, o grupo de

pesquisa do orientador vem desenvolvendo novas metodologias para sua resolução.

Entre as várias metodologias, pode-se citar o método da aproximação implícita de

Green ImGA (“Implicit Green’s Approach”) proposto por SOARES & MANSUR

(2004a) que estabeleceram novos algoritmos de integração temporal baseados no

cálculo numérico e implícito da função de Green através do método de Newmark para a

equação hiperbólica e o método da aproximação explícita de Green ExGA (“Explicit

Green’s Approach”) proposto por LOUREIRO (2006, 2007) e MANSUR et al. (2007)

baseados no cálculo numérico e explícito da função de Green. O método ImGA foi

aplicado em diferentes tipos de problemas utilizando-se diferentes métodos numéricos

como mostrado nos artigos de SOARES (2007a) e SOARES et. al (2007b, 2009). Já

para o método ExGA, o mesmo se mostrou bastante promissor e atingiu resultados

7

bastante precisos especialmente quando comparado aos métodos tradicionais de marcha

no tempo (LOUREIRO, 2007). Posteriormente, tal método foi estendido a problemas

transientes de condução de calor por MANSUR et al. (2009), VASCONCELLOS

(2008), LOUREIRO et al. (2009a), LOUREIRO & MANSUR (2009b) utilizando o

FEM e por ZAMBROZUSKI (2010) utilizando o MEC para o cálculo da função de

Green.

Os conceitos iniciais do método ExGA foram inspirados no método TD-BEM

(WROBEL, 1981; MANSUR & BREBBIA; 1982; MANSUR, 1983), mas

diferentemente deste, funções de Green que satisfazem as condições de contorno

homogêneas são utilizadas. Como a função de Green para um domínio finito qualquer

que satisfaz as condições homogêneas de contorno são muito difíceis se não impossíveis

de se obterem analiticamente, o método ExGA se baseia em funções de Green

numéricas computadas, por exemplo, pelo método dos elementos finitos. Desta maneira

o método ExGA torna-se bastante geral no sentido que qualquer geometria e meio (e.g.,

heterogêneos, anisotrópicos, poroelásticos, viscoelásticos, etc.) podem ser facilmente

levado em consideração na modelagem do problema em questão. Entretanto, para tal

generalização, o domínio do problema a ser resolvido precisa ser discretizado em

elementos.

O método ExGA vem sendo aplicado com bastante êxito em problemas de

condução de calor, dinâmica e propagação de ondas como descrito nos artigos

científicos e de congresso do autor (MANSUR et al. 2007; LOUREIRO & MANSUR

2009b-d,g; LOUREIRO et al. 2009a,e-f; LOUREIRO & MANSUR, 2010; OYARZUN

et al., 2011). Em tais trabalhos a função de Green numérica ou mais especificamente a

matriz de Green do problema discreto é computada através de métodos clássicos de

integração temporal, como por exemplo, Newmark, Diferença Central, Runge-Kutta ou

8

através de metodologias híbridas onde a função de Green é computada no domínio

transformado de Laplace.

1.3 Motivação, objetivos e organização da tese

Metodologias numéricas alternativas para a solução de problemas envolvendo

equações do tipo parabólica e, principalmente, hiperbólica vêm ganhando grande

interesse por partes dos pesquisadores, uma vez que tais equações aparecem com

freqüência em modelagens numéricas com aplicações, e.g., na indústria do petróleo e

gás, na área de (bio)-transferência de calor, etc., e em muitos casos formulações

existentes não se aplicam de forma satisfatória. Portanto, a presente tese tem como

objetivo desenvolver e implementar novas técnicas numéricas para análise de problemas

lineares governados pelas equações parabólicas e hiperbólicas. Motivado pelo sucesso

do método da aproximação explícita de Green ExGA (“Explicit Green’s Approach”)

desenvolvido por LOUREIRO (2006, 2007) e MANSUR et al. (2007) resultando em

inúmeras publicações, uma generalização do método ExGA com conceitos matemáticos

importantes é explorada e apresentada de forma detalhada. O método dos elementos

finitos, largamente utilizado para a solução de problemas de modelagem computacional,

é utilizado como ferramenta numérica para a discretização espacial no método ExGA.

Os desenvolvimentos relativos a essas novas técnicas numéricas baseadas no cálculo

numérico da função de Green são aplicados na solução de problemas de transferência de

calor e em problemas de propagação de ondas.

Tendo em vista a proposta da tese, o texto está organizado em 7 capítulos. No

capítulo 2, são apresentadas as equações governantes para problemas transientes de

condução de calor bem como sua respectiva função de Green. Além disso, o

9

desenvolvimento detalhado do método ExGA aplicando-se resíduos ponderados no

domínio espaço-tempo é também apresentado. No capítulo 3, é apresentado o cálculo

numérico da função de Green no domínio temporal através do método-θ bem como um

procedimento de subpassos de tempo constantes e não-constantes visando um aumento

da precisão no método ExGA. A aproximação da convolução e também uma

metodologia alternativa baseada na solução particular para a incorporação das forças

externas na solução são também apresentadas e discutidas no capítulo 3. O capítulo 4

tem por objetivo validar as propostas referentes aos subpassos de tempo realizando uma

análise de estabilidade e acurácia para a equação parabólica.

Já no capítulo 5, o método ExGA é aplicado à equação hiperbólica e tanto o

desenvolvimento quanto expressões integrais alternativas para o método ExGA são

apresentados de forma detalhada. O capítulo 6 apresenta uma variação do método

ExGA denominada método da aproximação explícita de Green local (LExGA-“Local

Explicit Green's Approach”) baseado no princípio da causalidade da equação

hiperbólica e tem como diferencial o cálculo numérico da função de Green localmente

através de subdomínios. O tamanho desses subdomínios com suas respectivas

submalhas são calculados através de uma metodologia baseada na conservação da

energia uma vez que o princípio da causalidade não pode ser aplicado. Finalmente,

resultados numéricos são apresentados e discutidos no capítulo 7 com o objetivo de

mostrar as potencialidades bem como validar a metodologia proposta através da

comparação com métodos tradicionais.

10

2 Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Transientes de Condução de Calor: Equação Parabólica

Capítulo 2 Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Transientes de Condução de Calor: Equação Parabólica 2.1 Introdução

Neste capítulo são apresentadas as equações governantes para problemas

transientes de condução de calor e para a função de Green do problema em

consideração. Na seqüência, os procedimentos matemáticos necessários para a obtenção

da expressão integral do método da aproximação explícita de Green para a solução da

equação parabólica de condução de calor são detalhadamente apresentados.

2.2 Equações governantes

Seja dΩ⊂ um domínio finito aberto qualquer com contorno Γ = ∂Ω do tipo

Lipschitz, onde d representa o número de dimensões do problema e seja

(0, fI t +⎤= ⊂⎦ o tempo da análise (domínio temporal), a equação diferencial parcial

que descreve problemas de condução de calor em regime transiente é expressa por

(CARSLAW & JAEGER, 1959, ÖZIŞIK, 1993, SELVADURAI, 2000):

11

( )( ) ( ) ( ), , ,k T t b t cT tρ∇⋅ ∇ + =x x x , ( ), t I∈Ω×x (2.1)

onde d∇∈ representa o operador gradiente, :T IΩ× → o campo de temperatura,

( ) ( ),,

T tT t

t∂

=∂x

x a derivada parcial da temperatura em relação ao tempo e

:b IΩ× → possíveis fontes de domínio. As propriedades relacionadas ao material

são: ( )k k= x com :k +Ω→ a condutividade térmica (note que em um caso geral a

condutividade é representada por um tensor simétrico e positivo definido de 2º ordem,

i.e., : d d×Ω→k ), ( )c c= x com :c +Ω→ a capacitância e ( )ρ ρ= x com

:ρ +Ω→ a densidade. Adicionalmente à Eq. (2.1), em um problema direto,

condições de contorno e condição inicial precisam ser prescritas para se constituir de

forma completa um problema de valor inicial e de contorno. As condições de contorno

consideradas são do tipo Dirichlet e Neumman dadas por

( ) ( ), ,T t T t=x x , ( ) 1, t I∈Γ ×x (2.2) ( ) ( ), ,k T t q t∇ ⋅ =x n x , ( ) 2, t I∈Γ ×x (2.3)

e condição inicial representada como

( ) ( )0,0T T=x x , ∈Ωx , 0t = (2.4)

onde 1Γ e 2Γ são partições de Γ tal que 1 2Γ = Γ Γ∪ e 1 2Γ Γ =∅∩ , 1:T IΓ × → e

2:q IΓ × → são os valores prescritos de temperatura e fluxo ao longo do contorno de

12

normal externa representada pelo vetor n e 0 :T Ω→ a função prescrita relativa a

condição inicial. Em algumas aplicações é usual prescrever a condição de contorno de

Robin (ou convecção) dada por ( ) ( ) ( )( ), , ,c ck T t h T t T t∇ ⋅ = −x n x x , onde :ch +Γ →

e :cT IΓ× → são, respectivamente, o coeficiente de convecção e a temperatura do

meio que cerca tal contorno. Embora, a condição de contorno de convecção não seja

explorada nesta tese, sua inclusão na formulação apresentada aqui é bastante simples,

bastando apenas substituir ( ),q tx em (2.3) por ( ) ( )( ), ,c ch T t T t−x x (LOUREIRO et

al., 2009a).

Como a solução do campo de temperatura ( ),T tx efetuada pelo método da

aproximação explícita de Green se baseia na utilização de funções de Green, torna-se

importante definir as características da função de Green utilizada. Como descrito na

literatura (STAKGOLD, 1979, BECK et al., 1992, ÖZIŞIK, 1993, WROBEL, 2002), a

função de Green pode ser interpretada como sendo a resposta devido a uma fonte

pontual instantânea aplicada em uma determinada posição y e em um certo instante de

tempo τ , i.e., matematicamente representado por ( ) ( ) ( ),b t tδ δ τ= − −x x y , onde ( )δ ⋅

representa a função generalizada delta de Dirac definida como (denominada apenas de

função delta de Dirac deste ponto em diante):

( )

( )

0,

1D

d

δ

δ

− = ≠

− =∫

ξ A ξ A

ξ A ξ

(2.5)

sendo D um domínio qualquer (espacial ou temporal) e D∈A com , n∈ξ A

variáveis genéricas. A função delta de Dirac possui a seguinte propriedade:

13

( ) ( ) ( ) ,0 ,

D

f Df d

∈⎧⎪− = ⎨∉⎪⎩∫ A A

ξ A ξ ξA

(2.6)

supondo que ( )f ξ seja uma função contínua em =ξ A .

Uma questão crucial para se inicializar uma metodologia baseada em funções de

Green corresponde a escolha de uma função de Green para o problema, e.g., funções de

Green de meio infinito (solução fundamental), semi-infinito, etc.. No método da

aproximação explícita de Green, considera-se a função de Green no mesmo domínio

fechado Ω = Ω Γ∪ e com as mesmas propriedades físicas do problema original a ser

resolvido dado pelas Eqs. (2.1)-(2.4), mas com condições de contorno homogêneas.

Desta forma a equação e suas condições de contorno são descritas por:

( )( ) ( ) ( ) ( ), , , ,k G t t cG tτ δ δ τ ρ τ∇ ⋅ ∇ − + − − = −x y x y x y , ∈Ωx , t τ> (2.7) ( ), , 0G t τ− =x y , 1∈Γx , t τ> (2.8) ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n , 2∈Γx , t τ> (2.9)

A função de Green possui as seguintes propriedades (STAKGOLD, 1979, BECK

et al., 1992):

1- Relação temporal:

( ) ( ), ; , , ,G t G tτ τ= −x y x y (2.10)

2- Reciprocidade:

( ) ( ), , , ,G t G tτ τ− = −x y y x (2.11)

3- Causalidade

14

( ), , 0G t τ− =x y , t τ< (2.12)

A primeira propriedade (2.10) indica que a função de Green depende de t e τ

somente através da diferença t τ− (observe que a notação de (2.10) lado esquerdo é

largamente utilizada por alguns pesquisadores). Portanto, adotando-se, por exemplo,

uma translação temporal onde t é substituído por 1t t+ e τ por 1tτ + , a função de

Green torna-se invariante a tal translação uma vez que ( )1 1t t t tτ τ+ − + = − . A segunda

propriedade indica que a função de Green em um determinado ponto x (ponto campo)

devido a uma fonte pontual em y (ponto fonte) é igual a função de Green em um

determinado ponto y devido a uma fonte pontual em x independentemente da posição

desses pontos ao contorno ou domínio, sendo válido sempre que o operador diferencial

da equação em questão for auto-adjunto (STAKGOLD, 1979). Finalmente, a terceira

propriedade indica que para uma determinada fonte pontual instantânea em um instante

qualquer τ , a função de Green é zero para tempos anteriores a τ .

Alternativamente, a função de Green pode ser determinada a partir da equação

homogênea através de uma condição inicial pontual aplicada em uma determinada

posição y , i.e. (STAKGOLD, 1979, BECK et al., 1992):

( )( ) ( ), , , ,k G t cG tτ ρ τ∇ ⋅ ∇ − = −x y x y , ∈Ωx , t τ> (2.13) ( ), , 0G t τ− =x y , 1∈Γx , t τ> (2.14) ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n , 2∈Γx , t τ> (2.15)

( ) ( )1, ,G tc

τ δρ

− = −x y x y , ∈Ωx , t τ= (2.16)

15

De fato tal equivalência pode ser obtida, por exemplo, aplicando-se a

transformada de Laplace em relação à t τ− tanto na Eq. (2.7) quanto na Eq. (2.13) e

observando que a mesma expressão é obtida no domínio transformado (para maiores

detalhes sobre transformada de Laplace e suas propriedades a referência SCHIFF (1999)

é indicada). Logo, pode-se concluir que ambas as interpretações geram a mesma função

de Green para t τ> . A escolha das Eqs. (2.7)-(2.9) ou das Eqs. (2.13)-(2.16) como

ponto de partida para se calcular a função de Green depende da metodologia matemática

(ou numérica) a ser utilizada.

2.3 Expressão integral do método da aproximação Explícita de Green

A presente seção tem por objetivo derivar de maneira geral a expressão integral

do método da aproximação explícita de Green aplicando-se o método dos resíduos

ponderados simultaneamente no espaço e no tempo e utilizando conceitos tanto do

método dos elementos de contorno quanto do método dos elementos finitos como

descrito em LOUREIRO et al. (2009a).

2.3.1 Formulação pelo método dos resíduos ponderados

Antes de aplicar a sentença de resíduos ponderados, a transformação dada por

( ) ( ) ( )ˆ, , ,T t T t T t= +x x x tal que ( ) ( )ˆ , ,T t T t=x x em 1Γ é utilizada. Essa

transformação tem por objetivo satisfazer a condição de contorno de Dirichlet de forma

exata e também evitar o cálculo da derivada da função de Green no contorno 1Γ como

ficará mais claro no decorrer desta seção. Portanto, o problema de valor inicial e de

contorno dado pelas Eqs. (2.1)-(2.4) é reescrito como:

16

( )( ) ( ) ( ) ( ), , , ,k T t b t t cT tψ ρ∇⋅ ∇ + + =x x x x , ( ), t I∈Ω×x (2.17) ( ), 0T t =x , ( ) 1, t I∈Γ ×x (2.18) ( ) ( )( ) ( )ˆ, , ,k T t T t q t∇ + ⋅ =x x n x , ( ) 2, t I∈Γ ×x (2.19)

( ) ( ) ( )0

ˆ,0 ,0T T T= −x x x , ∈Ωx , 0t = (2.20)

onde ( ) ( )( ) ( )ˆ ˆ, , ,t k T t cT tψ ρ= ∇⋅ ∇ −x x x pode ser interpretado como sendo uma nova

fonte responsável pela introdução da condição de Dirichlet.

Aplicando o método dos resíduos ponderados simultaneamente no domínio

espaço-tempo, ou seja, em Ω e em um intervalo de tempo qualquer ( 0 ,t t+ ⎤⎦ e adotando

a função de Green solução das Eqs. (2.7)-(2.9) como sendo a função de ponderação, a

seguinte sentença integral é obtida:

( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

0

,, , , , , 0

t

t

TG t k T b c d d

ττ τ τ ψ τ ρ τ

τ

+

Ω

⎛ ⎞∂− ∇ ⋅ ∇ + + − Ω =⎜ ⎟⎜ ⎟∂⎝ ⎠∫∫ y

yx y y y y

(2.21)

onde t t ε+ = + (sendo ε um número positivo arbitrariamente pequeno) é utilizado para

evitar que o limite superior da integral coincida com o pico da função delta de Dirac.

Levando em consideração as condições de contorno homogêneas (2.8)-(2.9) da

função de Green bem como a condição homogênea (2.18), aplica-se o teorema da

divergência duas vezes no primeiro termo e uma vez no primeiro termo relacionado a

( ),ψ τy da Eq. (2.21) ambos envolvendo o operador gradiente. Posteriormente

17

integrando por partes em relação a variável τ a integral que contem o termo ( ),T ττ

∂∂y

,

a seguinte expressão é obtida:

( )( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

0

0 2 0

0

0

, ,, , ,

, , ,

, , , , , ,

ˆ ,ˆ, , , , ,

t

t

t t

t t

t

t

G tk G t c T d d

tG t cT d

t

G t q d d G t b d d

TG t k T G t c d d

ττ ρ τ τ

τ

ττ ρ τ

τ

τ τ τ τ τ τ

ττ τ τ ρ τ

τ

+

+ +

+

Ω

+

Ω

Γ Ω

Ω

∂ −⎛ ⎞∇ ⋅ ∇ − + Ω =⎜ ⎟∂⎝ ⎠

=− Ω −

=

− Γ − − Ω +

⎛ ⎞∂∇ − ⋅ ∇ + − Ω⎜ ⎟⎜ ⎟∂⎝ ⎠

∫∫

∫∫ ∫∫

∫∫

y

y

y y

y

x yx y y

x y y

x y y x y y

yx y y x y

(2.22)

Pelo princípio da causalidade (2.12) pode-se inferir que a primeira integral do

lado direito da expressão acima para tτ += é nulo, pois ( ), , 0G t t+− =x y uma vez que

( ) 0t t t t ε ε+− = − + = − < . Logo, levando em consideração a Eq. (2.7) e que

( ) ( ), ,, ,

G tG t

ττ

τ∂ −

− = −∂

x yx y , posteriormente aplicando-se a propriedade (2.6) da

função delta de Dirac e o limite pra 0ε → , a seguinte expressão integral para o campo

de temperatura ( ),T tx é obtido:

18

( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( ) ( ) (

0 2

0

0

0

0 0

2 0

, , , ,

, , ,

, , ,

ˆ, , ,

ˆ ,, , , , ,

t

t

t

t

t

t

t

f

t

T t G t t cT t d

G t q d d

G t b d d

G t k T d d

TG t c d d t t t

ρ

τ τ τ

τ τ τ

τ τ τ

ττ ρ τ

τ

Ω

Γ

Ω

Ω

Ω

= − Ω +

− Γ +

− Ω −

∇ − ⋅ ∇ Ω −

∂⎤− Ω ∈Ω Γ × ⎦∂

∫∫

∫∫

∫∫

∫∫

y

y

y

y

y

x x y y

x y y

x y y

x y y

yx y x ∪

(2.23)

É importante ressaltar que a expressão acima difere da equação integral usada no

método dos elementos de contorno (WROBEL, 1981, 2002) no sentido que a função de

Green utilizada em (2.23) satisfaz as condições de contorno homogêneas do problema a

ser resolvido enquanto que na equação integral padrão do MEC a função de Green de

meio infinito (solução fundamental) é utilizada. Como conseqüência, conhecendo-se a

função de Green do problema, a solução do campo de temperatura para pontos tanto no

domínio quanto no contorno onde se prescreve o fluxo (i.e., 2∈Ω Γx ∪ ) é calculada de

forma explícita pela expressão integral (2.23) uma vez que somente o cálculo de

integrais contendo valores prescritos é necessário.

Por outro lado, na equação integral do MEC, as integrais são efetuadas em todo o

contorno Γ e, portanto, faz-se necessário primeiramente determinar os valores

desconhecidos da temperatura e fluxo nas partes do contorno onde as mesmas não são

prescritas para depois tornar possível o cálculo da solução em pontos internos

pertencentes ao domínio Ω . A solução dos valores desconhecidos no contorno

utilizando o MEC é efetuada resolvendo-se um sistema de equações misto, envolvendo

19

tanto a temperatura quanto o fluxo, obtido depois de realizado a discretização tanto no

espaço quanto no tempo (WROBEL, 1981, 2002).

2.3.2 Discretização espacial e temporal

Como descrito anteriormente a solução do campo de temperatura ( ),T tx depende

do conhecimento prévio da função de Green do problema em consideração. Como

funções de Green que satisfazem as condições de contorno homogêneas são

extremamente difíceis, se não impossíveis, de se encontrarem de forma analítica em um

caso geral, funções de Green numéricas computadas pelo MEF (tópico do próximo

capítulo) são utilizadas no método da aproximação Explícita de Green. Portanto, a

expressão integral (2.23) é discretizada utilizando conceitos de elementos finitos

(BATHE, 1996, HUGHES, 2000).

Para tal, o primeiro passo consiste em dividir o domínio Ω = Ω Γ∪ em

elementos, ou seja, 1 1

nel nelh e e e

e e= =Ω = Ω = Ω = Ω Γ∪ ∪ ∪ tal que m n

m n∀ ≠Ω Ω =∅∩ , onde eΩ , eΓ

representam, respectivamente, o domínio e o contorno do elemento e nel o número

total de elementos. Posteriormente, faz-se necessário distinguir os pontos nodais

pertencentes ao contorno discreto 1hΓ onde a temperatura é conhecida dos demais

pontos pertencentes ao domínio discreto 1h hΩ −Γ onde as temperaturas são incógnitas

(i.e., o número de equações eqn ). Portanto, seja { }1, 2, , npnη = … o conjunto de todos os

pontos nodais em hΩ e seja 1

η ηΓ ⊂ o subconjunto correspondente aos pontos nodais

pertencentes a 1hΓ , as aproximações para a temperatura e para a função de Green

utilizando funções linearmente independentes podem ser escritas como:

20

( ) ( ) ( )1

,hl l

l

T N Tη η

τ τΓ∈ −

= ∑y y (2.24)

( ) ( ) ( )1

ˆ ,hl l

l

T N Tη

τ τΓ∈

=∑y y (2.25)

( ) ( ) ( )1

, ,hk j kj

j

G t N G tη η

τ τΓ∈ −

− = −∑x y y (2.26)

onde ( )N y são funções de interpolação globais como será definido detalhadamente no

próximo capítulo. Substituindo as aproximações (2.24)-(2.26) em (2.23), obtém-se a

seguinte expressão no domínio do tempo:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

2

0 2

0

1

0

1

0

0 0

1

1

1

1

1

,

,

e

e

e

e

e

nel

e ek kj j l l

e

t nel

ekj j

et

t nel

ekj j

et

t nel

e ekj j l l

et

t nel

le ekj j l

et

T t G t t N cN d T t

G t N q d d

G t N b d d

G t N k N d T d

TG t N cN d d

ρ

τ τ τ

τ τ τ

τ τ τ

ττ ρ τ

τ

= Ω

= Γ

= Ω

= Ω

= Ω

= − Ω +

− Γ +

− Ω −

− ∇ ⋅ ∇ Ω −

∂− Ω

∑∫

∑∫ ∫

∑∫ ∫

∑∫ ∫

∑∫ ∫

y

y

y

y

y

y y

y y

y y

y y

y y

(2.27)

sendo ( )eN y a restrição de ( )N y em eΩ e 2nel , 1nel o número de elementos

adjacentes ao contorno 2hΓ e 1

hΓ , respectivamente. Para simplificar a notação da

21

expressão integral (2.27) excluindo os somatórios das Eqs. (2.24)-(2.26), notação

indicial é utilizada.

Na expressão acima ( )lT τ são os valores nodais prescritos no contorno 1hΓ , ( )kT t

os valores nodais incógnitas a serem calculados e ( ) ( ), ,kj k jG t G tτ τ− ≡ −x y os valores

nodais para a função de Green. O índice 1

k η ηΓ∈ − da função de Green está relacionado

ao ponto campo kx enquanto j ao ponto fonte jy , ambos sendo pontos nodais da

malha de elementos finitos. A expressão (2.27) pode ser escrita de forma mais compacta

como:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )0

0 0

t

t

t t t t t dτ τ τ= − + −∫T G MT G F , ( 0 , ft t t ⎤∈ ⎦ (2.28)

sendo : eqnI →T o vetor nodal de temperatura, eq eqn n×∈M a matriz capacitância e

: eqnI →F o vetor contendo as contribuições das condições de contorno e também da

fonte, como claramente identificadas na Eq. (2.27). Além disso, : eq eqn nI ×→G

representa a função de Green escrita em forma matricial para o sistema discreto

denominada de matriz de Green do problema que pode ser construída da seguinte

forma:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )1 2, , , , ,eqj nt t t t t=G g g g g… … (2.29)

onde cada coluna é representada pelo vetor de Green

( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )1 2, , , , ,eq

T

j j j kj n jt G t G t G t G t=g … … associado ao ponto fonte jy , ou seja, a

22

resposta do sistema devido a uma fonte pontual instantânea na coordenada nodal jy

com 1

j η ηΓ∈ − .

Observe que o vetor de Green também pode ser dado em linhas uma vez que a

matriz de Green é simétrica pela relação da reciprocidade (2.11), i.e., kj jkG G= . É

importante observar que a decomposição efetuada nas Eqs. (2.17)-(2.20) para introduzir

a condição de contorno de Dirichlet na formulação através da função ( )ˆ ,T tx resulta em

integrais de domínio ao invés de integrais de contorno, gerando as seguintes vantagens:

(i) a derivada da função de Green no contorno 1Γ é evitada, excluindo, portanto,

possíveis fontes de erro, já que o cálculo de derivadas a partir da aproximação da

variável primária utilizando o MEF possui valores ótimos somente nos pontos de Gauss,

requerendo procedimentos de pós-processamento específicos para o seu cálculo em

outros pontos, e.g., pontos nodais, pontos no contorno (BATHE, 1996, ZIENKIEWICZ

et al., 2005); e (ii) as integrais de volume são efetuadas somente nos elementos

adjacentes ao contorno 1hΓ devido a aproximação (2.25) que possui um suporte

compacto com valores não nulos somente nesses elementos. De fato tal procedimento

também é inerente ao método dos elementos finitos, já que a função de ponderação é

assumida como sendo zero no contorno 1Γ uma característica já intrínseca na função de

Green.

Devido as aproximações (2.24)-(2.26) onde a discretização espacial é realizada

independentemente do tempo, a expressão integral (2.23) torna-se dependente somente

da variável temporal como observado na Eq. (2.28) (procedimento denominado de

semi-discretização). Na presente tese, a solução para o vetor temperatura ( )tT ao longo

do tempo é obtida através de um procedimento de marcha no tempo. O procedimento de

marcha no tempo consiste em discretizar o tempo de análise 0, ft⎡ ⎤⎣ ⎦ em N intervalos

23

menores de tempos igualmente espaçados, i.e., [ ]1

10

0, ,N

f k kk

t t t−

+=

⎡ ⎤ =⎣ ⎦ ∪ com

0 10 N ft t t t= < < < =… , 1 /k k ft t t t N+Δ = − = , kt k t= Δ e ( )1 1kt k t+ = + Δ tal que a

solução no instante de tempo 1kt + é calculada a partir da solução conhecida no passo de

tempo anterior kt . Desta forma assumindo 0 kt t= e 1kt t += na Eq. (2.28), a seguinte

expressão recursiva é obtida:

( ) ( ) ( )1

0

t

k kkt t t dτ τ τ

Δ

+ = Δ + Δ − +∫T G MT G F (2.30)

Com o objetivo de simplificar a notação, os sobrescritos 1k + e k no vetor

temperatura na expressão acima representam as soluções nos instantes de tempo 1kt + e

kt , respectivamente, i.e., ( )11

kkt

++≡T T e ( )k

kt≡T T . O processo de marcha no tempo

(2.30) possui as seguintes vantagens: (i) a matriz de Green é calculada somente no

primeiro instante de tempo, já que ( ) ( )1k kt t t+ − = ΔG G ; e (ii) a integral de convolução

precisa ser calculada somente no primeiro intervalo de tempo [ ]0, tΔ , observando que

( ) ( ) ( ) ( )1

1

0

k

k

t t

k k

t

t d t t dτ τ τ τ τ τ+ Δ

+ − = Δ − +∫ ∫G F G F .

24

3 Cálculo Numérico da Função de Green e o Conceito de Subpassos de Tempo

Capítulo 3 Cálculo Numérico da Função de Green e o Conceito de Subpassos de Tempo 3.1 Introdução

O presente capítulo tem por objetivo mostrar os procedimentos numéricos

necessários para se computar a função de Green. A função de Green é calculada

numericamente utilizando-se primeiramente o MEF na discterização espacial em um

procedimento denominado de semi-discretização, resultando em um sistema de

equações diferenciais ordinárias de primeira ordem. Posteriormente, a solução no

domínio do tempo é efetuada empregando o método-θ de marcha no tempo para

resolver o sistema de equações ordinárias de primeira ordem. Com a finalidade de se

criar um algoritmo geral com precisão variável no domínio do tempo, procedimentos de

subpassos de tempo para se computar a função de Green no primeiro instante de tempo

são propostos. Finalmente, uma matriz modificada denominada de matriz de Green

modificada (ou função de Green modificada) e discussões sobre a implementação

numérica da integral de convolução indicada na expressão (2.30) bem como uma

metodologia alternativa que substitui a mesma por uma solução particular são

apresentadas.

25

3.2 Discretização espacial pelo método dos elementos finitos

Na presente tese a função de Green é obtida a partir das Eqs. (2.13)-(2.16) para

0τ = ao invés das Eqs. (2.7)-(2.9) com o objetivo de evitar o cálculo de respostas à

função delta de Dirac com relação ao tempo. Embora ambas as equações resultem na

mesma função de Green do ponto de vista matemático, a metodologia numérica

apresentada aqui é mais facilmente aplicada as Eqs. (2.13)-(2.16) como será esclarecido

no decorrer deste capítulo. Para se inicializar a aproximação por elementos finitos, a

equação variacional do problema precisa ser obtida. Antes, porém, é importante definir

os seguintes espaços das funções admissíveis (HUGHES, 2000):

( ){ }

( ){ }

11

11

: ; 0 em

: ; 0 em

tS G I G H G I

V w w H w

= Ω× → ∈ Ω = Γ ×

= Ω→ ∈ Ω = Γ

y y y

(3.1)

onde tS e V representam os espaços relacionados a função de Green e a função de

ponderação ( )w x , respectivamente (note que o primeiro é dependente do tempo,

enquanto que o segundo é independente do tempo, já que somente a variável espacial

será discretizada pelo MEF) e ( )1H Ω denota o espaço Sobolev de primeira ordem

definido para uma função ( )f x qualquer como (ADAMS & JOHN, 2003):

26

( ) ( ) ( )

( )

1 2 2

22

: | , 1, , ,

: |

i

fH f f L L i dx

L f f dΩ

⎧ ⎫∂Ω = Ω→ ∈ Ω ∈ Ω =⎨ ⎬∂⎩ ⎭

⎧ ⎫⎪ ⎪Ω = Ω→ Ω < ∞⎨ ⎬⎪ ⎪⎩ ⎭

(3.2)

A equação variacional (ou forma fraca) associada ao problema de valor inicial e

de contorno dado pelas Eqs. (2.13)-(2.16) pode ser obtida a partir do método dos

resíduos ponderados (ZIENKIEWICZ et al., 2005). Para tal, multiplica-se a Eq. (2.13) e

a condição inicial (2.16) pela função de ponderação ( )w x , posteriormente aplica-se o

teorema da divergência no termo envolvendo o operador gradiente. Depois de efetuados

esses procedimentos, a equação variacional pode ser definida como: para 0t ≥

encontrar ( ), , tG t S∈x y tal que para todas as funções de ponderação ( )w V∈x , tem-se:

( ) ( ) ( ) ( ), , , , 0w cG t d w k G t dρΩ Ω

Ω + ∇ ⋅ ∇ Ω =∫ ∫x xx x y x x y (3.3)

( ) ( ) ( ) ( ), ,0w cG d w dρ δΩ Ω

Ω = − Ω∫ ∫x xx x y x x y (3.4)

Utilizando a propriedade da função delta de Dirac (2.6) no lado direito da Eq.

(3.4), obtem-se:

( ) ( ) ( )w d wδΩ

− Ω =∫ xx x y y (3.5)

Observe que a função delta de Dirac é tratada no sentido distribucional pela

equação variacional; portanto, como será descrito mais adiante a função de Green

27

resultante não possui nenhuma singularidade quando =x y e 0t = , sendo ( )w x uma

função contínua.

Tendo em vista o procedimento de discretização do domínio em elementos

apresentado no capítulo anterior, a aproximação de Galerkin consiste em restringir o

problema variacional a um determinado subespaço com dimensão finita do espaço das

funções admissíveis, i.e., ht tS S⊂ e hV V⊂ . Portanto, seja ˆ:e e eΩ →ΩF tal que ˆ e∈Ωξ

e ( ) ( )e e= ∈Ωx ξ F ξ uma função de mapeamento inversivel entre as coordenadas do

domínio físico eΩ e um domínio paramétrico qualquer ˆ eΩ , os espaços de elementos

finitos htS e hV representados usualmente por funções polinomiais contínuas por partes

podem ser definidos como (HUGHES, 2000):

( ){ }

( ){ }

1

1

; | , 0 em

; | , 0 em

ej j

e

h h h e h ht t e m

h h h e h he m

S G S G P G I

V w V w P w

Ω

Ω

= ∈ ∈ Ω = Γ ×

= ∈ ∈ Ω = Γ

y y F

F

(3.6)

onde ( )ˆ emP Ω representa o espaço de polinômios de grau menor ou igual a m com

1m ≥ definido no elemento ˆ eΩ e jy representa o ponto fonte sendo aplicado nas

coordenadas nodais da malha de elementos finitos.

Portanto, a aproximação para a função de Green como já definido na Eq. (2.26)

bem como a definição da função de ponderação são dadas por:

( ) ( ) ( )1

, ,hj k kj

k

G t N G tη ηΓ∈ −

= ∑x y x (3.7)

28

( ) ( )1

hi i

i

w N wη ηΓ∈ −

= ∑x x (3.8)

onde ( )kN x representa a função de interpolação global associada ao ponto nodal k . A

função global pode ser construída a partir das funções de interpolação locais definidas

por ( )ekN x (i.e., a restrição de ( )kN x em eΩ ) tendo em vista a definição (3.6).

Entretanto, na prática apenas as funções de interpolação local no domínio paramétrico

são utilizadas para o cálculo das matrizes e vetores envolvidos no MEF como descrito

em detalhes em BATHE (1996), HUGHES (2000) e ZIENKIEWICZ et al. (2005), por

exemplo. Além disso, as funções de interpelação possuem a propriedade da função delta

de Kronecker, i.e.:

( )1,

,0,k i ki

k iN k i

k iδ η

=⎧= = ∀ ∈⎨ ≠⎩

x (3.9)

Substituindo as aproximações (3.7)-(3.8) nas Eqs. (3.3)-(3.4) e utilizando a

propriedade (3.9), o problema variacional discreto utilizando a aproximação de Galerkin

pode ser definido como: para 0t ≥ encontrar ( ), ,h hj tG t S∈x y tal que para todas as

funções de ponderação ( )h hw V∈x e 1,2, , eqj n= … , tem-se:

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1

0,e e

nel nel

e e e ei k kj i k kj

e e

N cN d G t N k N d G tρ= =Ω Ω

Ω + ∇ ⋅ ∇ Ω =∑ ∑∫ ∫x xx x x x

(3.10)

( ) ( ) ( )1

1

0 1 ,e

nel

e ei k kj ij

e

N cN d G iρ η ηΓ

= Ω

Ω = ∈ −∑∫ xx x (3.11)

As Eqs. (3.10)-(3.11) podem ser reescritas em forma matricial como:

29

( ) ( )

( ) 10j j

j j

t t−

+ =

=

Mg Kg 0

g M 1, 1, 2, , eqj n= … (3.12)

ou em termos da matriz de Green levando em consideração todas as colunas como:

( ) ( )

( ) 10

t t−

+ =

=

MG KG 0

G M (3.13)

onde M e K são as matrizes capacitância e condutância, respectivamente, ambas

claramente definidas na Eq. (3.10), : eqnj I →g representa o vetor de Green como

definido no capítulo anterior e eqnj ∈1 um vetor base unitário (i.e., 1ij ijδ= ).

Como observado na Eq. (3.12), a aplicação do MEF somente na variável espacial

produz um sistema de equações diferencias ordinárias de primeira ordem. É importante

observar que diferentemente da função de Green analítica tradicional, na qual existe

uma singularidade em 0t = e j=x y , a função de Green numérica não possui nenhuma

singularidade quando 0t = e j=x y . De fato, a função de Green numérica para 0t = e

j=x y está relacionado a inversa da matriz capacitância e, portanto, seu valor é finito.

Todavia, quando os elementos da malha tenderem a zero a função de Green numérica

tende para infinito, resultando no mesmo valor da função de Green analítica.

3.3 Discretização temporal utilizando o método-θ e subpassos de tempo

O cálculo da matriz de Green no domínio do tempo dado pela Eq. (3.13) é

efetuado utilizando-se o método-θ de marcha no tempo amplamente difundido na

30

literatura e de fácil implementação computacional (WOOD, 1990, HUGHES, 2000). O

método-θ se baseia na interpolação linear dentro do intervalo de tempo da incógnita a

ser calculada, sendo sua derivada aproximada por diferenças finitas (para maiores

detalhes as referências WOOD (1990) e HUGHES (2000) são indicadas).

Como mencionado anteriormente, as Eqs. (2.13)-(2.16) foram utilizadas em

detrimento das Eqs. (2.7)-(2.9) para o cálculo da função de Green com o intuito de se

evitar a função delta de Dirac no tempo. Uma explicação mais detalhada para tal

preferência pode ser dada agora depois de comentado que a integração temporal é

efetuada pelo método-θ e se baseia no fato de que se as Eqs. (2.7)-(2.9) fossem

utilizadas, um sistema de equações diferencias ordinárias de primeira ordem com uma

fonte instantânea dada pela função delta de Dirac no tempo e condição inicial nula seria

obtido depois de efetuado a discretização espacial pelo MEF. Como a discretização

temporal pelo método-θ é feita utilizando operadores de diferenças finitas, tal método

não poderia ser aplicado uma vez que operadores de diferenças finitas não admitem

cargas concentradas aplicadas diretamente.

Para se inicializar a marcha no tempo utilizando o método da aproximação

Explícita de Green dado pela Eq. (2.30), faz-se necessário o conhecimento prévio da

matriz de Green no instante de tempo t t= Δ e em geral em instantes anteriores a tΔ

dependendo do tipo de aproximação para a convolução. Com o objetivo de aumentar a

precisão e estabilidade do método proposto como será abordado em detalhes no

próximo capítulo, a matriz de Green é computada recursivamente em diferentes

instantes de tempo utilizando-se subpassos dados por ( )1 2, , , nt t tα α αΔ Δ Δ… tal que a

condição 1 2 nt t t tα α αΔ + Δ + + Δ = Δ… ou 1

1n

iiα

=

=∑ seja sempre satisfeita (LOUREIRO

31

& MANSUR, 2009b-c). Logo, aplicando o método-θ na Eq. (3.13), a seguinte

expressão é obtida:

( ) ( ) ( )( ) ( )11 , 1,2, ,i i i it t t t i nθα θ α −+ Δ = − − Δ =M K G M K G … (3.14)

onde 0

i

i jj

t tα=

= Δ∑ com 0 0α = sendo responsável pela contribuição da condição inicial.

Além disso, [ ]0,1θ ∈ é um parâmetro que controla a estabilidade e acurácia do método-

θ e n representa o número total de subpassos. Dentre as muitas possibilidades para o

parâmetro θ , os seguintes métodos mais conhecidos são obtidos como casos

particulares do método-θ (WOOD, 1990, HUGHES, 2000):

• Método de Euler explícito ( 0θ = )

• Método de Crank-Nicolson ( 1/ 2θ = )

• Método de Galerkin ( 2 / 3θ = )

• Método de Euler implícito ( 1θ = )

No procedimento de subpassos de tempo os parâmetros iα precisam ser

especificados. Para tal, os subpassos aqui propostos são classificados em três categorias,

são eles:

• Subpassos constantes

• Subpassos não-constantes

• Subpassos mistos

32

Figura 1. Classificação dos subpassos de tempo: (a) subpassos constantes; (b) subpassos não-constantes; (c) subpassos mistos.

(a)

(b)

(c)

33

A Figura 1 ilustra claramente os três tipos de subpassos. Como observado, no

procedimento de subpassos constantes, o intervalo de tempo tΔ é dividido em

intervalos menores e igualmente espaçados, ou seja, adotando-se 1/i nα = na Eq. (3.14)

. No procedimento de subpassos não-constantes, os parâmetros iα possuem valores

diferentes e serão descritos em detalhes no próximo capítulo (note que n é substituído

por m no contador i para diferenciar do subpasso constante de tempo). Já no

procedimento misto, adota-se uma combinação dos outros dois tipos de subpassos, ou

seja, substituindo tΔ por /t nΔ na Eq. (3.14) tal que para cada subpasso constante o

procedimento de subpassos não constantes para 1,2, ,i m= … é efetuado. No decorrer

da tese, a notação ,m nExGAθ para o método proposto da aproximação explícita de Green

é adotada, na qual o subscrito representa o parâmetro θ e o sobrescrito o número de

subpassos de tempo não-constantes e constantes, respectivamente.

3.4 Considerações numéricas

3.4.1 Função de Green modificada

Como observado na condição inicial da Eq. (3.13), a inversa da matriz

capacitância precisa ser computada para que o processo de marcha no tempo pelo

método-θ utilizado para o cálculo da matriz de Green possa ser inicializado. Caso a

matriz capacitância seja diagonal sua inversa é rapidamente obtida; entretanto, se a

mesma não for diagonal o cálculo de sua inversa torna-se oneroso, principalmente para

problemas em que a malha possua um número grande de elementos. Com o objetivo de

34

evitar a inversa da matriz capacitância, uma transformação dada por ( ) ( )t t=G G M

denominada de matriz de Green modificada é utilizada na Eq. (3.13), obtendo-se:

( ) ( )

( )0

t t+ =

=

MG KG 0

G I (3.15)

onde eq eqn n×∈I representa a matriz identidade.

Observe que a condição inicial na Eq. (3.15) é dada pela matriz identidade ao

invés da inversa da matriz capacitância como ocorre na Eq. (3.13). Vale ressaltar que a

matriz de Green modificada (ou função de Green modificada numérica) pode ser

interpretada como uma normalização da função de Green numérica no sentido de que a

condição inicial é dada sempre por um valor unitário independente da malha adotada ao

invés de um valor dependente da malha o qual tende para infinito quando a malha é

refinada como ocorre na função de Green numérica.

Tendo em vista tal transformação a Eq. (2.30) também precisa ser modificada,

sendo reescrita como:

( ) ( ) ( )1

0

t

k kkt t t dτ τ τ

Δ

+ = Δ + Δ − +∫T G T G R (3.16)

sendo ( ) ( )1k kt tτ τ−+ = +R M F .

Embora a inversa da matriz capacitância seja evitada na condição inicial da matriz

de Green modificada, a mesma é transferida para a convolução. Entretanto, dependendo

das condições de contorno, da fonte, da malha adotada e do número de passos de tempo

da análise em consideração, o cálculo do vetor ( )kt τ+R pode ser mais vantajoso do

35

ponto de vista computacional que o cálculo de ( ) 10 −=G M . Todavia, uma alternativa

mais viável se dá pela substituição da convolução pela solução particular do problema

como ficará mais claro adiante. A metodologia da solução particular se baseia no

método tradicional de soluções de equações diferenciais ordinárias (BOYCE &

DIPRIMA, 2001), na qual a solução final é construída através de uma solução

homogênea mais uma solução particular, i.e., ( ) ( ) ( )h pt t t= +T T T com

( ) ( )h t t=T G Mc sendo a solução homogênea dada em termos da matriz de Green e c

uma constante qualquer que é determinada assumindo 0t = . Portanto, a seguinte

expressão é encontrada:

( ) ( ) ( ) ( )( ) ( )0 0p pt t t= − +T G M T T T (3.17)

onde : eqnp I →T representa a solução particular relacionada ao vetor ( )tF .

Tendo em vista o mesmo procedimento de marcha no tempo adotado na Eq.

(2.30), a Eq. (3.17), considerando a matriz de Green modificada, pode ser escrita

recursivamente como:

( )( )1 1k k k kp pt+ += Δ − +T G T T T (3.18)

Como observado na expressão acima, tanto a matriz de Green modificada no

primeiro intervalo de tempo quanto a solução particular precisam ser calculados para se

inicializar o procedimento de marcha no tempo. Assim como para a matriz de Green, a

matriz de Green modificada é computada utilizando-se o método-θ como discutido na

seção 3.3.

36

3.4.2 Aproximação para a convolução

Uma vez que a matriz de Green é computada numericamente pelo método-θ de

marcha no tempo, faz-se necessário aproximar a convolução para que o procedimento

de marcha no tempo dado pela Eq. (2.30) ou Eq. (3.16) se inicialize. Na presente tese, a

convolução é aproximada utilizando o método da quadratura de Newton-Cotes

(QUARTERONI et al., 2010) e tal escolha se baseia no fato que subpassos de tempos

são utilizados para computar a matriz de Green dentro do primeiro intervalo de tempo e,

portanto, a convolução pode ser eficientemente implementada computacionalmente.

Mais especificamente apenas subpassos constantes são utilizados no cálculo da

convolução, já que a quadratura de Newton-Cotes de ordem p se baseia em intervalos

eqüidistantes. Tendo em vista os subpassos de tempo constantes, o intervalo de

integração é dividido em intervalos igualmente espaçados expressos por / ct nΔ tal que

0 10cn tτ τ τ= < < < = Δ… , sendo cn um múltiplo do número de subpassos constantes n .

Logo, a convolução pode ser aproximada como:

( ) ( ) ( ) ( )'

0

i p

c i

t

k k

i

t t d t t d

τ

η τ

τ τ τ τ τ τ

Δ − + = Δ − +∑∫ ∫G F G F (3.19)

onde { }1 2, , , ,c jc c cη = … … com ( 1) 'jc j p= − e

( ) ( ) ( ) ( )' 1

0

i p

i

p s

k i l k i l lc cl

t tt t d t t w Cn n

τ

τ

τ τ τ τ τ

+ +

+ +

=

⎛ ⎞Δ ΔΔ − + = Δ − + + ⎜ ⎟

⎝ ⎠∑∫ G F G F (3.20)

37

na qual lw representam os pesos de quadratura e a última parcela de (3.20) representa o

erro local de truncamento dependente do intervalo de tempo associado a ordem de

quadratura p utilizada (ver Tabela 1), sendo 1, 0

', 0

pp

p p=⎧

= ⎨ >⎩ e C uma constante

relacionada à derivada do integrando e independente do intervalo de tempo.

Portanto, um refinamento tanto do tipo- h (representado pelo somatório em

ci η∈ ) quanto do tipo- p (representado pela ordem de quadratura p , integrando de

forma exata polinômios de grau menor e igual a p ) pode ser eficientemente aplicado.

Como observado na aproximação (3.20), um erro local com ordem de acurácia s

é gerado devido a ordem de quadratura p e, portanto, é aconselhável compatibilizar a

ordem de acurácia da matriz de Green computada numericamente pelo método-θ com a

da convolução para evitar perda de precisão nos resultados numéricos. Além disso,

como observado na Tabela 1, a aproximação utilizando 2p = (Simpson-1/3) gera

resultados com ordem de acurácia duas vezes maior que a aproximação para 1p =

(trapézio). De fato, como mostrado por LOUREIRO (2007) a integração numérica da

convolução pela regra de Simpson-1/3 gera erros bem inferiores à regra do trapézio. É

importante observar que a regra de Simpson-1/3 requer que os subpassos de tempo

p w1 w2 w3 w4 w5 s 0 1 1 1 1/2 1/2 2 2 1/3 4/3 1/3 4 3 3/8 9/8 9/8 3/8 4 4 14/45 64/45 24/45 64/45 14/45 6

Tabela 1. Pesos de quadratura lw e ordem de acurácia k associados a integração de Newton-Cotes de ordem p .

38

sejam múltiplos de dois. Para contornar tal limitação deve-se utilizar em conjunto com a

regra de Simpson-1/3 a regra de Simpson-3/8 que exige subpassos múltiplos de três.

Desta maneira a integral de convolução é feita sem perda de acurácia uma vez que

ambas possuem a mesma ordem de acurácia.

Com o objetivo de facilitar a implementação computacional, a variação da força

externa é assumida como sendo linear dentro do intervalo de tempo [ ]1,k kt t + , i.e.,

1

( )k k

kkt t

τ τ+ −

+ = +Δ

F FF F ( 0 tτ≤ ≤ Δ ), gerando as seguintes expressões para 0p = ,

1p = e 2p = , respectivamente (LOUREIRO, 2007):

11 2

1 10

( ) ( ) ( ) ( )c c

t n n

k kk

j j

t t d j jτ τ τ

Δ

+

= =

⎧ ⎫ ⎧ ⎫⎪ ⎪ ⎪ ⎪Δ − + ≈ +⎨ ⎬ ⎨ ⎬⎪ ⎪ ⎪ ⎪⎩ ⎭ ⎩ ⎭∑ ∑∫G F ψ F ψ F (3.21)

1 1

10

12 2

1

1 1( ) ( ) ( ) ( 1)2 2

1 1( ) ( 1)2 2

c

c

t n

kk

j

n

k

j

t t d j j

j j

τ τ τ

Δ

=

+

=

⎧ ⎫⎪ ⎪⎛ ⎞Δ − + ≈ + − +⎨ ⎬⎜ ⎟⎝ ⎠⎪ ⎪⎩ ⎭

⎧ ⎫⎪ ⎪⎛ ⎞+ −⎨ ⎬⎜ ⎟⎝ ⎠⎪ ⎪⎩ ⎭

∑∫

G F ψ ψ F

ψ ψ F

(3.22)

/ 2

1 1 1

10

/ 2

12 2 2

1

1 4 1( ) ( ) (2 ) (2 1) (2 2)3 3 3

1 4 1(2 ) (2 1) (2 2)3 3 3

c

c

t n

kk

j

n

k

j

t t d j j j

j j j

τ τ τ

Δ

=

+

=

⎧ ⎫⎪ ⎪⎛ ⎞Δ − + ≈ + − + −⎨ ⎬⎜ ⎟⎝ ⎠⎪ ⎪⎩ ⎭

⎧ ⎫⎪ ⎪⎛ ⎞+ + − + −⎨ ⎬⎜ ⎟⎝ ⎠⎪ ⎪⎩ ⎭

∑∫

G F ψ ψ ψ F

ψ ψ ψ F

(3.23)

onde 1 2( ) ( )(1 ) e ( ) ( )c c c c c c

t j t j t j t jj t j tn n n n n nΔ Δ Δ Δ

= Δ − − = Δ −ψ G ψ G .

39

3.4.3 Cálculo da Solução particular

A solução particular é construída a partir do método dos coeficientes

indeterminados (BOYCE & DIPRIMA, 2001). Uma vez que o tempo de análise foi

dividido em intervalos de tempos menores, a solução particular precisa ser especificada

somente nos intervalos de tempo [ ]1,k kt t I+ ⊂ ; portanto, um sistema de coordenadas

local dado por kt tτ = − com 0 tτ≤ ≤ Δ é adotado. Como a contribuição externa

relacionada as condições de contorno e fonte são dados por um conjunto de valores

discretos ao longo do tempo, principalmente em problemas práticos de engenharia, o

vetor de forças externa ( )tF no intervalo de tempo [ ]1,k kt t t +∈ pode ser aproximado

utilizando-se a seguinte base polinomial na coordenada local τ :

( ) ( ) ( )( ) ( )

1

2

11

mT

i i mi

m

p pτ τ τ τ τ=

⎛ ⎞⎜ ⎟⎜ ⎟= = =⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠

aa

F a p A

a

… (3.24)

onde ( )T τp é um vetor base de monômios contendo ( )mp τ termos e A um vetor

contendo os coeficientes a serem determinados.

O vetor coeficiente A é determinado aplicando a expressão (3.24) em l

predeterminados pontos ( )1 2, , , lτ τ τ… no intervalo de tempo [ ]1,k kt t + onde o vetor força

é conhecido, originando o seguinte sistema de equações:

( )( )

( )

( )( )

( )

1 1 1 1

2 2 2 2

11

1

m

m

l l m l m

pp

p

τ τ ττ τ τ

τ τ τ

⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛ ⎞⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟= = =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠

F aF a

F PA

F a

(3.25)

40

No caso para l m= , P é uma matriz quadrada e, portanto, o vetor coeficiente é

facilmente determinado como 1−=A P F . É importante ressaltar que o vetor ( )τF pode

ser reescrito numa forma mais usual expressa por ( ) ( )Tτ τ=F N F , onde

( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )11 2

T TlN N Nτ τ τ τ τ−= =N p P … representa o vetor contendo as

funções de interpolação dentro do intervalo [ ]1,k kt t + . Esse procedimento, na qual a

curva aproximada obrigatoriamente intercepta as coordenadas nodais dos pontos dados,

não é apropriado a um grande número de casos e uma metodologia mais geral se baseia

na aproximação por mínimos quadrados. Logo, quando l m> , o vetor coeficiente A

não pode ser calculado diretamente, já que a matriz P não é quadrada, sendo calculada

minimizando a seguinte expressão (HILDEBRAND, 1987):

( ) ( )( )2

1

lT

i ii

J τ τ=

= −∑ F p A (3.26)

Para realizar tal procedimento definem-se primeiramente os vetores jP

( 1, ,j m= … ) correspondentes as colunas da matriz P . Posteriormente, pode-se mostrar

que os vetores jP são linearmente independentes e, portanto, geram em l um

subespaço vetorial V de dimensão m (HILDEBRAND, 1987). Desta forma, minimizar

a expressão (3.26) implica que a distância de l∈F a nV∈ ⊂PA seja mínima, ou

seja, quando PA for a projeção ortogonal de F sobre V . Logo, os coeficientes são

calculados através do seguinte sistema de equações (HILDEBRAND, 1987):

41

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

( )( )

( )

11 1 2 1 1 1

1 2 2 2 2 2 2

1 2

,, , ,, , , ,

, , , ,T

T

m

m

m m m m m m

⎛ ⎞⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ = ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠P P P F

F PP P P P P P aP P P P P P a F P

P P P P P P a F P

(3.27)

onde a operação ( ), : l l× →i i representa o produto escalar.

Portanto, o vetor coeficiente é calculado como ( ) 1T T−=A P P P F e diferentemente

do caso anterior as funções de interpolação são agora escritas por

( ) ( )( ) 1T T T Tτ τ−

=N p P P P .

Uma vez calculado o vetor coeficiente A por uma das metodologias descritas

anteriormente, o próximo passo é definir a solução particular tendo em vista a

aproximação da força externa. Como a Eq. (3.24) é utilizada, a solução particular é dada

por (BOYCE & DIPRIMA, 2001):

( ) ( ) ( )( ) ( )

1

2

11

mT

p i i mi

m

p pτ τ τ τ τ=

⎛ ⎞⎜ ⎟⎜ ⎟= = =⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠

bb

T b p B

b

… (3.28)

O vetor coeficiente B é calculado substituindo a Eq. (3.28) na equação semi-

discreta de elementos finitos, i.e., ( ) ( ) ( )T T Tτ τ τ+ =Mp B Kp B p A . Depois de

comparar os coeficientes que multiplicam os mesmos termos em τ , a seguinte

expressão é obtida:

1, , 1, ,1j j jj j m m+= − = −Kb a Mb … (3.29)

com a condição 1m+ =b 0 .

42

É importante ressaltar que o procedimento adotado para se calcular a solução

particular possui as seguintes vantagens do ponto de vista computacional: (i) qualquer

função contínua dentro do intervalo de tempo pode ser representada pela solução

particular adotada; (ii) fácil implementação computacional; (iii) a matriz K precisa ser

fatorada uma única vez para calcular os coeficientes jb ; e (iv) uma estratégia adaptativa

para a solução particular pode ser eficientemente implementada tendo em vista a

aproximação da força externa para cada intervalo de tempo. Note que o mesmo

procedimento numérico de solução de um sistema de equações efetuado para o cálculo

da força ( )kt τ+R quando a matriz capacitância é consistente na convolução se aplica

na Eq. (3.29), tornando a solução particular mais indicada. Assim como fora feito na

convolução, supondo uma variação linear da força externa dentro de cada intervalo de

tempo [ ]1,k kt t + , i.e., assumindo 2m = na Eq. (3.24) resulta em ( ) 1 2τ τ= +F a a . Os

coeficientes 1a e 2a são calculado pela Eq. (3.25) como:

( )( )

1

2

0 1 01t t

⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛ ⎞=⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟Δ Δ⎝ ⎠⎝ ⎠⎝ ⎠

F aF a

(3.30)

Resolvendo o sistema de equações acima resulta em ( )1 0=a F e

( ) ( )2

0tt

Δ −=

ΔF F

a (ou 1k=a F e

1

2

k k

t

+ −=

ΔF Fa na coordenada global). Assumindo

2m = na Eq. (3.28), a solução particular é dada por:

( ) 1 2p τ τ= +T b b (3.31)

onde os coeficientes 1b e 2b de acordo com (3.29) são calculados como:

43

1

2

1 2

k k

k

t

+ −=

Δ= −

F FKb

Kb F Mb (3.32)

Tendo em vista a Eq. (3.18) de marcha no tempo, a solução particular nos

instantes de tempo kt t= e 1kt t += precisam ser calculadas, o que resulta 1kp =T b e

11 2

kp t+ = + ΔT b b .

A principal diferença entre a utilização da convolução e da solução particular para

a implementação da força externa ( )tF se baseia no fato que na convolução erros

numéricos devido a integração numérica utilizada são cometidos, enquanto que na

solução particular tem-se uma implementação analítica supondo é claro que a função de

forma para a força externa a represente corretamente. Outro fator importante para a

escolha da convolução ou da solução particular se relaciona a metodologia numérica

empregada para se computar a matriz de Green.

Como exemplo, foi apresentado um procedimento de subpassos de tempo na qual

a matriz de Green foi computada utilizando o método-θ . Contudo, no caso de

subpassos constantes a convolução pode ser eficientemente utilizada como fora

discutido anteriormente, mas para subpassos não-constantes o uso da convolução se

torna extremamente complicado já que os valores de iα referentes aos subpassos não-

constantes são números complexos, i.e., iα ∈ como será explicado em detalhes no

próximo capítulo e, portanto, a solução particular deve ser utilizada. Além disso, em

metodologias híbridas baseadas em domínios transformados, e.g., Laplace e Fourier

(SOARES & MANSUR, 2003, 2005, LOUREIRO et al., 2009a, LOUREIRO &

MANSUR, 2009d) a utilização da solução particular se torna ainda mais atrativa uma

44

vez que nesses métodos a matriz de Green é computada diretamente no primeiro

instante de tempo sem nenhuma dependência de passos de tempo anteriores. De fato, o

uso da convolução para essas metodologias envolvendo domínios transformados torna-

se computacionalmente mais oneroso uma vez que matrizes de Green para intervalos de

tempo menores que tΔ precisam ser também computadas a fim de calcular a

convolução de forma precisa e compatível com a precisão da matriz de Green

computada.

45

4 Análise de Convergência com Relação a Variável Temporal

Capítulo 4 Análise de Convergência com Relação a Variável Temporal 4.1 Introdução

O presente capítulo tem por objetivo estudar e apresentar de forma detalhada a

convergência do método da aproximação explícita de Green no domínio do tempo

aplicado a problemas parabólicos utilizando subpassos de tempo. De acordo com o

teorema de equivalência de Lax, consistência e estabilidade são condições suficientes

para garantir que um método de integração temporal para problemas lineares seja

convergente. A consistência pode ser inferida analisando a ordem de acurácia do

método, garantindo que a ordem de acurácia seja pelo menos igual a um. Ao invés de

proceder com a análise de acurácia e estabilidade diretamente na expressão do método

da aproximação explícita de Green com vários graus de liberdade, será mostrado, sem

perda de generalidade, que tal análise pode ser transferida para um problema com um

grau de liberdade depois de efetuado um procedimento de desacoplamento das

equações. Tal procedimento visa um melhor entendimento das propriedades

relacionadas à análise de acurácia e estabilidade, resultando numa metodologia mais

simples, geral e eficaz.

46

4.2 Conceito de estabilidade

Um método numérico por definição é estável se uma pequena perturbação na

condição inicial resulta em pequenas mudanças na solução numérica ao longo do tempo

(QUARTERONI et al., 2010). Portanto, seja ( )A tT e ( )B tT duas soluções distintas

para o mesmo problema em consideração (i.e., mesma discretização e condições de

contorno) com ( )B tT sendo a solução devido a uma pequena perturbação ou erro na

condição inicial de ( )A tT , ou seja, ( ) ( ) ( )0 0 0B A= +T T E , as respostas ao longo do

tempo para os vetores ( )A tT e ( )B tT de acordo com a Eq. (2.30) são dadas por (é

importante ressaltar que as mesmas conclusões apresentadas nesta seção também se

aplicam para a Eq. (3.18) envolvendo a solução particular):

( ) ( ) ( )1

0

A A

t

k kkt t t dτ τ τ

Δ

+ = Δ + Δ − +∫T G MT G F (4.1)

( ) ( ) ( ) ( )1

1 1

0

A A

k kB B

t

k k k kkt t t dτ τ τ

+

Δ

+ ++ = Δ + + Δ − +∫T T

T E G M T E G F (4.2)

Subtraindo a Eq. (4.2) da Eq. (4.1), a seguinte expressão para o erro ao longo do

tempo é encontrada:

( )1 1

1

k k k kB A B A

k kt+ +

+

− −

= ΔT T T T

E G M E (4.3)

ou em termos do erro inicial em um instante de tempo qualquer kt k t= Δ :

47

( )( ) 0kk t= ΔE G M E (4.4)

Observe que o erro é independente da convolução, e como exemplificado por

LOUREIRO & MANSUR (2009d) o operador convolução é linear ao longo do tempo

(i.e., não possuindo nenhuma potência como ocorre na matriz ( )tΔG M ) e, portanto,

não ocasionando acúmulo de erro no procedimento de marcha no tempo. De fato, isto

pode ser analisado calculando o vetor temperatura em um instante de tempo qualquer

kt k t= Δ utilizando a expressão (4.1) resultando em:

( )( ) ( )( ) ( )( )1 20 0 1 1A A

k k kk kt t t− − −= Δ + Δ + Δ + +T G M T G M L G M L L… (4.5)

onde ( ) ( ) ( )0

t

kk kt t t dτ τ τ

Δ

≡ = Δ − +∫L L G F .

De acordo com a definição de estabilidade o vetor erro kE não deve crescer

indefinidamente ao longo do tempo. Para mensurar tal fato, a seguinte norma é

estabelecida:

( )( )0 0

0

k kB A B A

kk t− −

≤ Δ

T T T T

E G M E (4.6)

tal que a estabilidade é garantida se (QUARTERONI et al., 2010)

( )( ) , 0k

t C kΔ ≤ ∀ >G M (4.7)

48

onde ⋅ representa uma dada norma consistente e C < ∞ uma constante. Observe que

a Eq. (4.7) pode ser escrita em relação a matriz de Green modificada dada por

( ) ( )t tΔ = ΔG G M que por sua vez pode ser denominada de matriz de amplificação

dentro de um contexto de análise de estabilidade usualmente empregado na literatura.

Note que se ( )( ) 0k

tΔ →G quando k →∞ então 0k →E e, portanto, o erro

ou a perturbação inicial dada é eliminado no procedimento de marcha implicando em

estabilidade assintótica. Por outro lado, se ( )( )ktΔ →∞G quando k →∞ o erro

aumenta indefinidamente, implicando em instabilidade. Todavia, estabilidade também

pode ser inferida através do raio espectral da matriz de amplificação ( )tΔG definido

como ( )( ) max iitρ λΔ =G sendo iλ os autovalores da matriz de amplificação tal que a

condição ( )( ) 1tρ Δ ≤G seja sempre satisfeita. Além disso, a relação entre o raio

espectral e a norma da matriz de amplificação é dada por ( )( ) ( )t tρ Δ ≤ ΔG G ou

( )( ) ( )( )1/

limkk

kt tρ

→∞Δ = ΔG G e, portanto, para ( )( ) 0

ktΔ →G quando k →∞

implica em ( )( ) 1tρ Δ <G . Ao invés de estudar a estabilidade do método de marcha no

tempo utilizando a Eq. (4.7) ou o raio espectral diretamente, é mais instrutivo adotar

primeiramente um processo de diagonalização para posteriormente efetuar uma análise

de estabilidade como apresentado nas próximas seções.

4.3 Matriz de Green analítica e Diagonalização

Antes de proceder com a análise de estabilidade e também de acurácia é

importante definir a matriz de Green analítica no domínio do tempo (analítica somente

49

na variável temporal uma vez que o método dos elementos finitos fora utilizado na

variável espacial). De acordo com a teoria de solução de equações diferencias ordinárias

(BOYCE & DIPRIMA, 2001), a matriz de Green solução da Eq. (3.13) é dada por:

( ) 1tt e− −= AG M (4.8)

e conseqüentemente a matriz de Green modificada analítica é expressa por:

( ) tt e−= AG (4.9)

onde 1−=A M K é utilizado para simplificar a notação. Observe que no instante inicial a

matriz de Green analítica corresponde a inversa da matriz capacitância enquanto que a

matriz de Green modificada corresponde a matriz identidade como esperado.

Como fora discutido na seção anterior a análise de estabilidade utilizando a matriz

acoplada do sistema discreto representado pela Eq. (4.3) é raramente utilizada na prática

e uma maneira equivalente e mais usual baseia-se numa mudança de base (ou

coordenadas) visando o desacoplamento das equações relacionadas a matriz de

amplificação através de um procedimento de diagonalização da matriz A . Portanto, a

diagonalização da matriz A se inicializa calculando-se seus autovalores e autovetores

através da seguinte expressão (QUARTERONI et al., 2010):

( )λ− =A I φ 0 (4.10)

resultando em eqn autovalores e autovetores expressos por

1 1( , ), , ( , ), , ( , )eq eqj j n nλ λ λφ φ φ… … tal que ( )j jλ− =A I φ 0 com

50

10eqj nλ λ λ≤ ≤ ≤ ≤ ≤… … . Assumindo autovetores linearmente independentes, a matriz

A pode ser diagonalizada através da seguinte expressão (QUARTERONI et al., 2010):

1−=A SΛS (4.11)

onde ( )1, , , , eq eq

eq

n nj n

×= ∈S φ φ φ… … e ( )1, , , , eq eq

eq

n nj ndiag λ λ λ ×= ∈Λ … … são,

respectivamente, as matrizes contendo os autovetores e autovalores.

Substituindo a matriz de Green modificada analítica (4.9) na expressão do erro

dada pela Eq. (4.3) e utilizando a decomposição (4.11) observando que

1 1t te e−− Δ − Δ −=SΛS ΛS S , obtem-se:

1 1k t ke+ − Δ −= ΛE S S E (4.12)

ou utilizando a Eq. (4.4)

( ) 1 0kk te− Δ −= ΛE S S E (4.13)

Analisando as Eqs. (4.12)-(4.13) nota-se claramente que a estabilidade está

diretamente relacionada a matriz diagonal ( )1 , , , , nj eq tttte diag e e eλλλ − Δ− Δ− Δ− Δ =Λ … … .

Portanto, uma mudança de base (ou coordenadas) dada por 1−=E S E pode ser utilizada

na Eq. (4.12) visando o desacoplamento das equações, cujas componentes são expressas

como:

1

, 1, 2, ,k k

j tj j eqE e E j nλ+ − Δ= = … (4.14)

51

Como observado na equação acima para cada componente do vetor E (i.e., jE )

existe um fator de amplificação (terminologia usada em referência a matriz de

amplificação ( )tΔG ) relacionado a um determinado autovalor definido como:

( ) j tj jA g t e λ− Δ≡ Δ = (4.15)

Claramente a estabilidade no sistema de coordenadas original =E SE é garantida

se e somente se a seguinte condição for satisfeita:

1, 1,2, ,j eqA j n≤ = … (4.16)

A condição acima pode ser interpretada a partir do raio espectral da matriz de

amplificação definido anteriormente reconhecendo que ao invés de uma matriz de

amplificação tem-se agora um fator de amplificação dado por um número escalar e,

portanto, ( )j jA Aρ = . Obviamente, como a matriz de amplificação (ou matriz de

Green modificada) analítica foi utilizada, os fatores de amplificação expressos por

funções exponenciais como observado na Eq. (4.15) ocasionam sempre em resultados

estáveis como esperado. De fato, para 0jλ > estabilidade assintótica é observada já que

( ) ( ) 0jkk t

jA e λ− Δ= → quando k →∞ uma vez que 1j te λ− Δ < e para 0jλ = tem-se

( ) 1, 0k

jA k= ∀ > .

52

4.4 Análise de acurácia e estabilidade para o método da aproximação explícita de Green

Uma vez introduzido e discutido o conceito de estabilidade utilizando a matriz de

Green analítica através de um procedimento de diagonalização, a estabilidade bem

como a acurácia empregando a matriz de Green numérica calculada pelo método-θ

pode ser inicializada. Entretanto, primeiramente, faz-se necessário realizar um

procedimento de diagonalização também na matriz de amplificação numérica (i.e., a

matriz de Green modificada numérica). Logo, empregando a Eq. (3.14) para calcular a

matriz de Green modificada e reescrevendo-a em função da matriz 1−=A M K pré-

multiplicando pela matriz capacitância, a seguinte expressão é obtida:

( ) ( ) ( )( ) ( )11 , 1, 2, ,i i i it t t t i nθα θ α −+ Δ = − − Δ =I A G I A G … (4.17)

Observando que ( )0 =G I de acordo com a Eq. (3.15), a matriz de Green

modificada numérica no instante de tempo t t= Δ em função do número de subpassos

de tempo constantes n e não-constantes m pode ser escrita como:

( ) ( )1

1

1

nm

i i

i

t ttn n

θα θ α−

=

⎛ ⎞⎛ ⎞Δ Δ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟Δ = + − −⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠⎝ ⎠∏G I A I A (4.18)

Introduzindo a matriz diagonalizada 1−=A SΛS definida anteriormente pela Eq.

(4.11) e observando que 1−=I SS , a expressão recursiva do erro dado pela Eq. (4.3)

utilizando a matriz de Green modificada numérica (4.18) é escrita como:

53

( )1

1 1 1 1 1

1

1

nm

k ki i

i

t tn n

θα θ α−

+ − − − −

=

⎛ ⎞⎛ ⎞Δ Δ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟= + − −⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠⎝ ⎠∏E SS SΛS SS SΛS E (4.19)

ou em relação a base 1−=E S E responsável pelo desacoplamento das equações como:

( )1

1

1 1 /, 1, 2, ,

1 /k k

nm

i jj j eq

i ji

t nE E j n

t nθ α λθα λ

+

=

⎛ ⎞− − Δ⎜ ⎟= =⎜ ⎟+ Δ⎝ ⎠∏ … (4.20)

Analisando a expressão acima, nota-se claramente que o fator de amplificação

numérico é dado por:

( )

1

1 1 /, 1,2, ,

1 /

nm

i jj eq

i ji

t nA j n

t nθ α λθα λ

=

⎛ ⎞− − Δ⎜ ⎟= =⎜ ⎟+ Δ⎝ ⎠∏ … (4.21)

De uma maneira geral o fator de amplificação numérico (4.21) deve convergir

para o fator de amplificação analítico (4.15) e as seguintes características devem ser

levadas em consideração na seleção de um procedimento de marcha no tempo para a

solução de um determinado problema (ARGYRIS et al., 1977, HUGHES, 2000):

i. Auto-inicialização, i.e., nenhum procedimento especial é necessário para

se iniciar o procedimento de marcha no tempo.

ii. A-estabilidade (ou estabilidade incondicional), i.e., 1jA ≤ para todo jtλΔ .

iii. Comportamento não oscilatório, i.e., 0jA ≥ para todo jtλΔ .

iv. L-estabilidade, i.e., 0jA → quando j tλ Δ →∞ .

v. Ordem de acurácia.

54

A característica (i) indica que a solução no instante 1kt + depende apenas da

solução do passo anterior kt ; conseqüentemente, nenhum outro método de marcha no

tempo precisa ser empregado para o início do procedimento de marcha no tempo. Além

disso, nenhum vetor adicional para instantes de tempo anteriores a kt precisa ser

armazenado. A característica (ii) garante que resultados estáveis são sempre alcançados

independentemente do intervalo de tempo utilizado. Para evitar oscilações na solução

numérica para qualquer intervalo de tempo selecionado a condição (iii) deve ser

satisfeita. De fato, como o fator de amplificação analítico dado pela função exponencial

é sempre positivo, a ocorrência de um fator de amplificação numérico negativo implica

que valores positivos e negativos na solução se alternarão no decorrer do procedimento

de marcha no tempo.

De uma maneira geral, métodos clássicos de discretização espacial como, por

exemplo, o método dos elementos finitos, não calculam de forma precisa os autovalores

superiores (HUGHES, 2000, STRANG & FIX, 2008); conseqüentemente, a propriedade

(iv) deve ser levada em consideração em determinados tipos de problemas nos quais os

modos altos espúrios precisam ser eliminados. Finalmente, a propriedade (v) está

diretamente relacionada não somente com o tamanho do intervalo de tempo a ser

utilizado, mas também com a compatibilização da ordem de acurácia temporal e

espacial. Os denominados métodos de integração temporal de ordem superior são

exemplos de tais características, permitindo o uso de intervalos de tempo maiores para

se efetuar a análise diminuindo assim o número total de passos de tempo sendo,

portanto, sua principal vantagem. Comumente, métodos de discretização espacial de

ordem superior (e.g., formulação do tipo p e espectral de elementos finitos) são

utilizados em certos problemas e muitas vezes tornam-se vantajoso o uso de métodos de

55

integração temporal também de ordem superior objetivando compatibilizar a ordem de

acurácia temporal com a espacial.

Uma vez comentado as propriedades desejáveis de um método de integração

temporal, pode-se proceder com a análise de estabilidade e acurácia do método da

aproximação Explícita de Green utilizando o fator de amplificação numérico (4.21).

Mais especificamente a análise de acurácia será primeiramente efetuada, posteriormente

a análise de estabilidade e das propriedades (i)-(iv) serão inferidas através dos gráficos

do fator de amplificação.

Como fora comentado, existem três tipos de subpassos de tempo possíveis para se

computar a função de Green. A análise de estabilidade e acurácia utilizando subpassos

de tempo constantes (i.e., 1m = e n variável) não será efetuada de forma detalhada na

presente tese, já que a mesma pode ser encontrada em VASCONCELLOS (2009)

(utilizando o método-θ ) e em LOUREIRO & MANSUR (2009b) (utilizando o método

de Runge-Kutta) sendo apenas estudada dentro do contexto de subpassos de tempo

mistos. Portanto, a análise de estabilidade e acurácia utilizando subpassos de tempo

não-constantes (i.e., m variável e 1n = ) terá maior enfoque sendo efetuada de forma

detalhada.

Como observado no fator de amplificação (4.21), o procedimento de subpassos de

tempo não-constantes requer o conhecimento dos parâmetros iα . Tais parâmetros são

calculados levando em consideração a propriedade (v) referente a ordem de acurácia do

método, comparando o fator de amplificação analítico e numérico. Para tal o erro local

de truncamento ( )tε Δ , i.e., a diferença entre a expansão em série de Taylor do fator de

amplificação analítico e numérico é analisado. Portanto, a expansão em série de Taylor

do fator de amplificação analítico anjA é dada por:

56

( )2 2

0

1 11 12 ! !

j

k kkt jan k k

j j j j

k

tA e t t t

k kλ λ

λ λ λ∞

− Δ

=

Δ= = − Δ + Δ − + Δ − = −∑… … (4.22)

Devido a grande quantidade de expressões e sem perda de generalidade o método-

θ com 1θ = será utilizado primeiramente para se calcular os parâmetros iα .

Posteriormente, uma generalização para qualquer valor de θ será apresentado. Logo, a

expansão em série de Taylor do fator de amplificação numérico ,

1m nExGA

iA dado pela Eq.

(4.21) para 1θ = pode ser escrita como (LOUREIRO & MANSUR, 2009c):

( )

,1 1 2 1 2

1 2 1 21 2 1 2

1 2 1 2

1 2 1 21 2 1 2

2 21 2 1 2

, , , 0 , , , 01 2

1 2 1 2

, , , 0 0 , , , 0

1

1

m ns s

s ss s

s s

s ss s

ExGA m mm m m mj s j s j

m m m m m mm m m m m m

km mm m m mk k k ks j s j

m m m k m m mm m m k m m m k

A t t

t t

α α α λ α α α λ

α α α λ α α α λ

≥ ≥+ + + = + + + =

≥ = ≥+ + + = + + + =

= − Δ + Δ −

+ Δ − = − Δ

∑ ∑

∑ ∑… …… …

… …… …

… …

… … … …∞

(4.23) Um método de integração temporal possui ordem de acurácia s , i.e., ( )1sO t +Δ se

todos os termos da expansão em série de Taylor do fator de amplificação analítico e

numérico coincidirem até o termo stΔ , ou seja, ( ) 1st c tε +Δ ≤ Δ +… , onde 1sc t +Δ é

denominado erro de truncamento local principal sendo c uma constante independente

do intervalo de tempo (HAIRER et al., 1987). Portanto, comparando as Eqs. (4.22)-

(4.23) termo a termo, obtem-se o seguinte sistema de equações polinomiais:

1 2

1 21 2

1 2

, , , 01

1 para 1s

ss

mm ms

m m mm m m

sα α α≥

+ + + =

= =∑……

… (4.24)

1 2

1 21 2

1 2

, , , 02

1 para 22

s

ss

mm ms

m m mm m m

sα α α≥

+ + + =

= =∑……

… (4.25)

1 2

1 21 2

1 2

, , , 03

1 para 36

s

ss

mm ms

m m mm m m

sα α α≥

+ + + =

= =∑……

… (4.26)

57

1 2

1 21 2

1 2

, , , 0

1 para !

s

ss

mm ms

m m mm m m k

s kk

α α α≥

+ + + =

= =∑……

… (4.27)

É importante observar que para se obter métodos com ordem de acurácia s , o

sistema de equações acima deve ser resolvido até m s= subpassos de tempo, o qual

pode ser escrito de forma compacta como ( )1 2, , , 0, 1, ,i sR i sα α α = =… … . Como

exemplo seja 2m s= = , as equações ( )1 1 2 1 2, 1 0R α α α α= + − = e

( ) 2 22 1 2 1 1 2 2, 1/ 2 0R α α α α α α= + + − = precisam ser resolvidas para se determinar os

valores de 1α e 2α .

Com o objetivo de tornar o cálculo dos parâmetros iα mais compacto a

metodologia de bases de Gröebner que transforma o sistema original de equações

polinomiais em um conjunto de polinômios com o mesmo conjunto de raízes do sistema

original pode ser utilizada para simplificar o sistema de equações original. Portanto,

reduzindo ( )1 2, , , 0, 1, ,i sR i sα α α = =… … nas bases de Gröebner, o primeiro polinômio

da base de Gröebner para cada sistema de equações considerando m s= denominado

( )1mP α é listado na Tabela 2 até 8m = .

Percebe-se claramente que o sistema de equações polinomial original se reduz a

um polinômio de grau m que depende somente de um parâmetro. Finalmente, os

valores de , 1, ,i i mα = … são facilmente determinados calculando as raízes de tal

polinômio, i.e., ( )1 0mP α = . A Tabela 3 mostra os valores dos parâmetros iα até 8m =

subpassos de tempo (obviamente para 1m = , o fator de amplificação (4.21) é

equivalente ao do método-θ ).

58

0.00 0.25 0.50 0.75 1.00-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

Pm(θ)

θ

P2(θ) P3(θ) P4(θ) P5(θ)

subpassos (m) Polinômio ( )mP θ Polinômio ( )1mP α

2 ( 1 2 )θ− + 21 11 2 2α α− +

3 ( ) 22 (1 3 3 )P θ θ θ− + 2 3

1 1 11 3 6 6α α α− + − +

4 ( ) 23 (1 2 2 )P θ θ θ− + 2 3 4

11 1 11 4 12 24 24α αα α− + − +

5 ( ) 24 (1 )P θ θ θ− + 2 3 4 5

1 1 1 1 11 5 20 60 120 120α α α α α− + − + − +

6 - 2 3 4 5

1 1 1 1 161

1 6 30 120 360 720

720

α α α α α

α

− + − + −

+

7 - 2 3 4 5

1 1 1 1 15 71 1

1 7 42 210 840 2520

5040 5040

− + − + − +

− +

α α α α α

α α

8 - 2 3 4 5

1 1 1 1 16 7 81 1 1

1 8 56 336 1680 6720

20160 40320 40320

α α α α α

α α α

− + − + −

+ − +

Figura 2. Curvas de ( )mP θ para 2,3, 4,5m = .

Tabela 2. Polinômios ( )mP θ e ( )1mP α considerando diferentes valores de subpassos de tempo não-constantes m .

59

Generalizando os procedimentos desenvolvidos anteriormente para qualquer valor

de θ , pode-se mostrar que o primeiro polinômio da base de Gröebner em termos de θ e

1α pode ser escrito como ( ) ( ) ( )1 1, 0m m mP P Pθ α θ α= = . Como a solução para

( )1 0mP α = e ( ) 0mP θ ≠ é procurada, percebe-se a partir da Tabela 2 que para 1/ 2θ = a

condição mencionada anteriormente não é satisfeita. De fato, polinômios ( )mP θ até

4m = são plotados na Figura 2 para 0 1θ≤ ≤ ; nota-se claramente que ( ) 0mP θ = para

qualquer valor de m se e somente se 1/ 2θ = . Logo, a presente metodologia

empregando subpassos de tempo não-constantes é somente aplicada para

[ ) ( ]0,1/ 2 1/ 2,1θ ∈ ∪ ou, em outras palavras, para métodos de primeira ordem obtidos

da família do método-θ . É importante ressaltar que embora os subpassos não-

constantes de tempo sejam números complexos, a matriz de Green no instante de tempo

t t= Δ é composta somente de números reais e apenas algumas matrizes calculadas no

decorrer do procedimento de subpassos de tempo não-constantes são números

complexos.

Uma vez determinados os parâmetros iα , a análise de acurácia utilizando tanto

subpassos de tempo constantes quanto mistos pode ser efetuada. Como exemplo,

subpassos mistos considerando 2m = e n variável será utilizado para mostrar as

implicações dos subpassos na acurácia. Portanto, expansão em série de Taylor do fator

de amplificação para tais subpassos e para qualquer valor de θ é dada por:

2,0

22 2 3 3

2

2 2 34 4

2 3

1 1 1 3 31 12 6

1 4 12 12 3 12 18 12124

nExGAj j j j

j

A t t tn

tn n

θ θλ λ λ

θ θ θ θ θ λ

⎛ ⎞− + −= − Δ + Δ − + Δ +⎜ ⎟

⎝ ⎠⎛ ⎞+ − − + −+ + Δ −⎜ ⎟

⎝ ⎠…

(4.28)

60

Tabela 3*. Parâmetros iα dos subpassos de tempo não-constantes.

m=1 m=2 m=3 m=4 m=5 m=6 m=7 m=8

1α 1 0.5-0.5i 0.626538 0.042626-0.394632i 0.458587 0.180097-0.304098i 0.362449 -0.077189-0.178558i

2α 0.5+0.5i 0.186730-0.480773i 0.042626+0.394632i -0.024360-0.317791i 0.180097+0.304098i -0.070933-0.213067i -0.077189+0.178558i

3α 0.186730+0.480773i 0.457373-0.235100i -0.024360+0.317791i -0.056122-0.258241i -0.070933+0.213067i 0.053121-0.254015i

4α 0.457373+0.235100i 0.295066-0.303014i -0.056122+0.258241i 0.103578-0.282062i 0.053121+0.254015i

5α 0.295066+0.303014i 0.376025-0.133474i 0.103578+0.282062i 0.210125-0.218514i

6α 0.376025+0.133474i 0.286130-0.195852i 0.210125+0.218514i

7α 0.286130+0.195852i 0.313942-0.085657i

8α 0.313942+0.085657i

*Esses valores são apenas representativos, já que mais casas decimais são necessárias dependendo da precisão utilizada.

61

Analisando a Eq. (4.28) percebe-se claramente que o fator de amplificação possui

ordem de acurácia 2, já que os três primeiros termos são equivalentes aos mesmos da

série de Taylor do fator de amplificação analítico, comprovando assim o aumento da

ordem de acurácia devido aos subpassos de tempo não-constantes m . Por outro lado,

os subpassos de tempo constantes n não são capazes de aumentar a ordem de acurácia;

entretanto, os erros de truncamento diminuem a medida que se aumenta o número de

subpassos constantes uma vez que os mesmos aparecem no denominador. Além disso,

quando n tende a infinito, o fator de amplificação numérico tende para o analítico

independentemente do valor de θ , i.e., 2,0lim

n

j

ExGA anj jt

A Aλ Δ →∞

= indicando que para valores

grandes de n resultados precisos podem ser alcançados.

Os fatores de amplificação considerando os métodos de Crank-Nicolson, Euler

implícito, Euler explícito, ,11ExGAm , ,1

2 /3ExGAm , ,10ExGAm e 2,

0ExGA n (observe que a

notação ,ExGAm nθ é utilizada) são plotados nas Figuras 3-4 e comparados com o fator

de amplificação analítico.

Pode-se observar a partir da Figura 3 que os métodos ,11ExGAm e Euler implícito

satisfazem as propriedades (i)-(iv) discutidas anteriormente, mas por causa do aumento

da ordem de acurácia, os fatores de amplificação dos métodos ,11ExGAm tendem

rapidamente para o analítico. Por outro lado, os métodos de Cranck-Nicolson e

Galerkin violam a propriedade (iii) e conseqüentemente um comportamento oscilatório

é esperado dependendo do tamanho do intervalo de tempo utilizado. Similarmente, a

propriedade (iii) dos métodos ,12 /3ExGAm também é violada para subpassos m ímpares.

Portanto, subpassos m pares são recomendados para evitar oscilações na solução

numérica; todavia, para um número grande de subpassos m a propriedade (iv) é

restabelecida.

62

Antes de comentar a Figura 4(a) é importante ressaltar que métodos explícitos de

integração temporal são bastante utilizados em casos práticos devido ao seu baixo custo

computacional uma vez que a matriz capacitância é assumida como diagonal evitando

assim a solução de um sistema de equações. Entretanto, a principal desvantagem de

métodos explícitos é a restrição do intervalo de tempo em determinadas análises devido

ao limite de estabilidade do método explicito, requerendo intervalos de tempo muito

pequenos. Analisando a Figura 4(a) observa-se claramente que o limite de estabilidade

dos métodos explícitos 2,0ExGA n não aumenta de forma significativa aumentando o

número de subpassos m . Além disso, os fatores de amplificação são sempre positivos

para números pares de subpassos e negativos para números impares. Por outro lado, a

Figura 4(b) mostra claramente que o número de subpassos constantes n aumenta o

limite de estabilidade linearmente, ou seja, para os métodos 2,0ExGA n o limite de

estabilidade é dado por max 2t nλ Δ ≤ .

Portanto, embora os subpassos de tempo constantes não sejam capazes de

aumentar a ordem de acurácia do método, o mesmo é uma excelente ferramenta para

estender o limite crítico de estabilidade de métodos explícitos eliminando, portanto, a

principal desvantagem dos métodos explícitos clássicos. É importante ressaltar que o

método 2,0ExGA n é equivalente ao método ExGA-Runge-Kutta de segunda ordem de

acurácia apresentado por LOUREIRO & MANSUR (2009b). Logo, a metodologia de

subpassos de tempo é uma poderosa ferramenta não somente para se criar novos

métodos de marcha no tempo, mas também para estabelecer equivalências com

métodos já existentes de uma maneira unificada e generalizada.

63

Figura 3. Fatores de amplificação: (a) Analítico, Crank-Nicolson, Euler implícito e ,1

2 /3mExGAM para 2,3, 4m = e 1n = ; (b) Analítico, Crank-Nicolson, Galerkin e

,12 /3mExGAM para 2,3,4m = e 1n = .

10-2 10-1 100 101 102-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

Aj

λjΔt

Analitico Crank-Nicolson Euler implicito ExGAm,1

1

m=2

m=3m=4

10-2 10-1 100 101 102-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

Aj

λjΔt

Analitico Crank-Nicolson Galerkin ExGAm,1

2/3

m=2

m=3m=4

(a)

(b)

64

Figura 4. Fatores de amplificação: (a) Analítico, Euler implícito e ,10mExGAM para

2,3, 4,5,6m = e 1n = ; (b) Analítico, e 2,0

nExGAM para 2m = e 1, 2, 4,8,16n = .

10-2 10-1 100 101 102-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

m=6

Aj

λjΔt

Analitico Euler explicito ExGAm,1

0

m=2

m=3

m=4

m=5

10-2 10-1 100 101 102

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

n=16

n=8

n=4

n=2Aj

λjΔt

Analitico ExGA2,n

0

n=1

(a)

(b)

65

5 Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Governados pela Equação Escalar da Onda: Equação Hiperbólica

Capítulo 5 Método da Aproximação Explícita de Green para Problemas Governados pela Equação Escalar da Onda: Equação Hiperbólica 5.1 Introdução

Assim como fora feito no capítulo 2, o presente capítulo tem por objetivo

apresentar as equações governantes que regem problemas escalares de propagação de

ondas bem como discutir características de sua função de Green associada. A solução

para a equação escalar da onda é efetuada através do método da aproximação explícita

de Green cuja expressão pode ser obtida de forma geral através da aplicação do método

dos resíduos ponderados no domínio espaço-tempo. Os passos para a obtenção de tal

expressão são extensões dos passos adotados no caso da equação parabólica; entretanto,

o método ExGA quando aplicado a equação hiperbólica possui características e

conceitos matemáticos bastante peculiares que o difere do método ExGA aplicado a

equação parabólica como será explorado neste capítulo.

66

5.2 Equações Governantes

5.2.1 Equação escalar da onda

Seja dΩ⊂ um domínio finito aberto qualquer com contorno Γ = ∂Ω do tipo

Lipschitz, onde d representa o número de dimensões do problema e seja

(0, fI t +⎤= ⊂⎦ o tempo da análise (domínio temporal), a equação diferencial parcial

que governa propagação de ondas em meios acústicos é expressa por (MORSE &

FESHBACH, 1953, MALVERN, 1969, GRAFF, 1991, SELVADURAI, 2000):

( )( ) ( ) ( ) ( ), , , ,k u t b t u t u tρ ς∇⋅ ∇ + = +x x x x , ( ), t I∈Ω×x (5.1)

Na Eq. (5.1), :u IΩ× → pode representar o deslocamento e :b IΩ× →

possíveis fontes. As propriedades do meio são: ( )ρ ρ= x com :ρ +Ω→ a

densidade, ( )k k= x com :k +Ω→ o módulo de Bulk e ( )ς ς= x com :ς +Ω→ o

fator de amortecimento. A velocidade de propagação da onda no meio em questão

:c +Ω→ é dada pela expressão ( ) ( ) ( )/c c k ρ= =x x x . Adicionalmente a Eq.

(5.1), condições de contorno e iniciais precisam ser especificadas para se constituir de

forma completa o problema de valor inicial e de contorno. Sendo 1Γ e 2Γ duas

partições do contorno Γ tal que 1 2Γ = Γ Γ∪ e 1 2Γ Γ =∅∩ , as condições de contorno

do tipo Dirichlet e Neumman são dadas por:

( ) ( ), ,u t u t=x x , ( ) 1, t I∈Γ ×x (5.2) ( ) ( ), ,k u t q t∇ ⋅ =x n x , ( ) 2, t I∈Γ ×x (5.3)

67

onde 1:u IΓ × → e 2:q IΓ × → são funções prescritas para o deslocamento e sua

derivada normal (fluxo). As condições iniciais para o deslocamento e sua derivada

temporal são expressas como:

( ) ( )0,0u u=x x , ∈Ωx , 0t = (5.4) ( ) ( )0,0u u=x x , ∈Ωx , 0t = (5.5)

sendo 0 :u Ω→ e 0 :u Ω→ possíveis funções prescritas no domínio.

5.2.2 A função de Green

Assim como para a equação parabólica, a função de Green considerando o

mesmo domínio fechado Ω = Ω Γ∪ com condições de contorno homogêneas e as

mesmas propriedades físicas do problema original a ser resolvido é utilizada. Desta

forma, a equação diferencial relativa a função de Green e suas condições de contorno

homogêneas são escritas como:

( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ), , , , , ,k G t t G t G tτ δ δ τ ρ τ ς τ∇ ⋅ ∇ − + − − = − + −x y x y x y x y , ∈Ωx , t τ> (5.6) ( ), , 0G t τ− =x y , 1∈Γx , t τ> (5.7) ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n , 2∈Γx , t τ> (5.8)

Como explicado e discutido no capítulo 2, as propriedades denominadas relação

temporal, reciprocidade e causalidade para a função de Green definidas para a equação

parabólica continuam sendo válidas para a função de Green relacionada à equação

hiperbólica. Entretanto, a propriedade (ou princípio) da causalidade é escrito de forma

68

mais geral em função da velocidade de propagação de onda c através da seguinte

relação (MORSE & FESHBACH, 1953, MANSUR, 1983):

( ) ( ), , 0,G t c tτ τ− = − > −x y x y (5.9)

Analisando a expressão (5.9) percebe-se que a aplicação de uma fonte pontual

instantânea na coordenada y e em um instante τ a onda gerada se propagará numa

distância ( )c t τ− de tal forma que para distâncias −x y maiores que ( )c t τ− a

função de Green é nula uma vez que a frente de onda ainda não atingiu tais posições. É

importante observar que o princípio da causalidade para a equação parabólica pode ser

interpretado como um caso particular da expressão (5.9) levando em consideração que

a velocidade de propagação para a equação parabólica é infinita de acordo com a lei de

Fourier, i.e., c = ∞ (BECK et al., 1992, ÖZIŞIK, 1993). Desta maneira, a única

condição possível para que a função de Green seja nula a partir de (5.9) é assumindo

0t τ− < (ou t τ< como escrito no capítulo 2), indicando que para tempos anteriores a

aplicação de uma fonte pontual instantânea em um instante τ o sistema encontrasse em

repouso.

Similarmente como fora feito para a equação parabólica e alternativamente a Eq.

(5.6), a função de Green para t τ> pode ser também obtida através da aplicação de

uma condição inicial pontual ao invés de uma fonte pontual instantânea representada

pela função delta de Dirac no espaço e no tempo como ocorre na Eq. (5.6). Portanto,

aplicando-se, por exemplo, a transformada de Laplace à Eq. (5.6) em relação a t τ− ,

observa-se que uma forma equivalente é escrever a equação para a função de Green da

seguinte forma:

69

( )( ) ( ) ( ), , , , , ,k G t G t G tτ ρ τ ς τ∇ ⋅ ∇ − = − + −x y x y x y , ∈Ωx , t τ> (5.10) ( ), , 0G t τ− =x y , 1∈Γx , t τ> (5.11) ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n , 2∈Γx , t τ> (5.12)

com condições iniciais dadas por:

( ), , 0G t τ− =x y , ∈Ωx , t τ= (5.13)

( ) ( )1, ,G t τ δρ

− = −x y x y , ∈Ωx , t τ= (5.14)

Portanto a fonte pontual instantânea da Eq. (5.6) é substituída por uma condição

inicial pontual na derivada temporal da função de Green representada pela função delta

de Dirac ( )δ −x y , eliminado assim a função delta de Dirac no domínio do tempo

( )tδ τ− .

5.3 Expressão integral do método ExGA

O primeiro passo para se obter a expressão integral do método ExGA é decompor

o campo de deslocamento como ( ) ( ) ( )ˆ, , ,u t u t u t= +x x x tal que ( ) ( )ˆ , ,u t u t=x x em

1Γ para satisfazer exatamente a condição de contorno de Dirichlet. Desta maneira as

Eqs. (5.1)-(5.5) são reescritas da seguinte forma:

( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ), , , , ,k u t b t t u t u tψ ρ ς∇⋅ ∇ + + = +x x x x x , ( ), t I∈Ω×x (5.15) ( ), 0u t =x , ( ) 1, t I∈Γ ×x (5.16) ( ) ( )( ) ( )ˆ, , ,k u t u t q t∇ + ⋅ =x x n x , ( ) 2, t I∈Γ ×x (5.17)

70

( ) ( ) ( )0 ˆ,0 ,0u u u= −x x x , ∈Ωx , 0t = (5.18) ( ) ( ) ( )0 ˆ,0 ,0u u u= −x x x , ∈Ωx , 0t = (5.19)

onde ( ) ( )( ) ( ) ( )ˆ ˆ ˆ, , , ,t k u t u t u tψ ρ ς= ∇ ⋅ ∇ − +x x x x representa uma fonte adicional

responsável pela incorporação da condição de contorno de Dirichlet diferente de zero

na solução do problema.

Agora se pode prosseguir com o desenvolvimento da expressão integral do

método ExGA através da aplicação do método dos resíduos ponderados no domínio

espaço-tempo ( 0 ,t t+ ⎤Ω× ⎦ utilizando como função de ponderação a função de Green

definida pelas Eqs. (5.6)-(5.8). Deste modo, a seguinte identidade integral é obtida:

( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )

0

2

2

, ,, , , , , 0

t

t

u t u tG t k u t b t t d dτ ψ ρ ς τ

τ τ

+

Ω

⎛ ⎞∂ ∂− ∇ ⋅ ∇ + + − − Ω =⎜ ⎟

∂ ∂⎝ ⎠∫∫ y

x xx y x x x

(5.20)

lembrando que t t ε+ = + com 0ε > é utilizado para evitar a coincidência com o salto

da função delta de Dirac como definido anteriormente.

Devido ao grande número de expressões, o desenvolvimento da Eq. (5.20) para se

obter a expressão integral do método ExGA não será explicitamente dado de forma

detalhada e apenas os passos principais são aqui apresentados. São eles:

1-Aplicação do teorema da divergência duas vezes no primeiro termo da Eq.

(5.20) contendo o laplaciano.

71

2- Aplicação do teorema da divergência uma vez no primeiro termo envolvendo a

parcela ( ),ψ τy na Eq. (5.20) que contem o laplaciano devido a condição de contorno

(5.17).

3- Efetuar integração por partes em relação a τ uma vez para a integral que

contem o termo ( ),u ττ

∂∂y

e duas vezes para a integral que contem o termo ( )2

2

,u ττ

∂∂

y

na Eq. (5.20), observando posteriormente que para tτ += tem-se ( ), , 0G t t+− =x y e

( ), , 0G t t+− =x y pelo princípio da causalidade uma vez que

( ) 0t t t t ε ε+− = − + = − < .

4-Utilização da propriedade integral da função delta de Dirac definida no capítulo

2 (Eq. (2.6)) tendo em vista a integral obtida depois de efetuado os passos anteriores e a

Eq. (5.6) e finalmente tomando o limite quando 0ε → resultando em:

( )( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

0

0

2

2

, , , ,, , ,

, ,

t

t

t

t

G t G tk G t u d d

t u d d u t

τ ττ ς ρ τ τ

τ τ

δ δ τ τ τ

+

+

Ω

Ω

⎛ ⎞∂ − ∂ −∇ ⋅ ∇ − + − Ω =⎜ ⎟

∂ ∂⎝ ⎠

− − − Ω = −

∫∫

∫∫

y

y

x y x yx y y

x y y x

(5.21)

Após a realização de todas essas etapas e levando em consideração as condições

de contorno homogêneas da função de Green (5.7)-(5.8) bem como a condição de

contorno homogênea (5.16), a seguinte expressão integral do método ExGA para a

variável ( ),u tx é obtida (LOUREIRO & MANSUR, 2010):

72

( ) ( ) ( )( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

0

0 2 0

0

0 0 0

0 0

2

2

, , , , , ,

, , , , , ,

ˆ, , , , , ,

ˆ ,, ,

ˆ ,, ,

t

t

t t

t t

t

t

u t G t t G t t u t d

G t t u t d G t b d d

G t q d d G t k u d d

uG t d d

uG t d d

ς ρ

ρ τ τ τ

τ τ τ τ τ τ

ττ ς τ

τ

ττ ρ τ

τ

+

+ +

+

Ω

Ω Ω

Γ Ω

Ω

Ω

= − + − Ω +

+ − Ω + − Ω

+ − Γ − ∇ − ⋅ ∇ Ω

∂− − Ω

∂− − Ω

∫ ∫∫

∫∫ ∫∫

∫∫

y

y y

y y

y

y

x x y x y y

x y y x y y

x y y x y y

yx y

yx y ( ) (

0

2 0, , ,

t

f

t

t t t

+

⎤∈Ω Γ × ⎦∫∫ x ∪

(5.22)

Analisando a expressão acima, percebe-se que as duas primeiras integrais de

volume são responsáveis pela contribuição das condições iniciais na solução e as

demais integrais do tipo convolutiva contendo tanto integrais de volume quanto de

contorno estão relacionadas a fonte, fluxo prescrito no contorno 2Γ e as contribuições

da condição de contorno de Dirichlet na forma de integrais de volume. Como será

apresentado posteriormente, a derivada do campo de deslocamento ( ),u tx também

será utilizada, sendo obtida derivando a expressão integral (5.22) através da regra de

Leibniz com relação a variável temporal resultando na seguinte expressão:

73

( ) ( ) ( )( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) (

0

0

0 0 0

0 0

2 0

, , , , , ,

, , , , , ,

ˆ, , , , , ,

t

t

t

f

t

u t G t t G t t u t d

G t t u t d G t f d d

G t k u d d t t t

ς ρ

ρ τ τ τ

τ τ τ

+

+

Ω

Ω Ω

Ω

= − + − Ω

+ − Ω + − Ω

⎤− ∇ − ⋅ ∇ Ω ∈Ω Γ × ⎦

∫ ∫∫

∫∫

y

y y

y

x x y x y y

x y y x y y

x y y x ∪

(5.23)

onde ( ) ( ) ( ) ( ) ( )2

2

ˆ ˆ, ,, , ,

u uf b q

τ ττ τ τ ς ρ

τ τ∂ ∂

= + − −∂ ∂y y

y y y é utilizado para simplificar

a notação deste ponto em diante.

5.4 Expressões integrais alternativas para o método ExGA

Diferentemente da expressão integral do método ExGA para a equação

parabólica, a expressão integral para a equação hiperbólica é mais complexa contendo

um número maior de termos; além disso, a expressão da derivada do campo de

deslocamento também é utilizada. Desta maneira, expressões integrais alternativas

podem ser estabelecidas manipulando e simplificando determinados termos. O primeiro

caso analisado diz respeito a primeira integral da Eq. (5.23) da expressão de ( ),u tx

levando em consideração a Eq. (5.6) para t τ≠ resultando na seguinte igualdade uma

vez que ( ) 0tδ τ− = para t τ≠ :

( )( ) ( ) ( ), , , , , ,k G t G t G tτ ρ τ ς τ∇ ⋅ ∇ − = − + −x y x y x y (5.24)

Aplicando a igualdade (5.24) na primeira integral da Eq. (5.23), obtem-se:

74

( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( )0 0 0 0 0, , , , , , , ,G t t G t t u t d k G t t u t dς ρΩ Ω

− + − Ω = ∇⋅ ∇ − Ω∫ ∫y yx y x y y x y y (5.25)

Como observado na igualdade (5.25), a integral do lado direito contém termos

envolvendo derivadas segunda com relação a variável espacial e, portanto, objetivando

diminuir a ordem dessas derivadas o teorema da divergência pode ser aplicado

resultando em:

( )( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

1

2

0 0 0 0

0 0

0 0

, , , , , ,

, , ,

, , ,

k G t t u t d k G t t u t d

k G t t u t d

k G t t u t d

Ω Ω

Γ

Γ

∇ ⋅ ∇ − Ω = − ∇ − ⋅∇ Ω +

∇ − ⋅ Ω +

∇ − ⋅ Ω

∫ ∫∫∫

y y

y

y

x y y x y y

x y n y

x y n y

(5.26)

Observando que ( )0, 0u t =y em 1Γ da condição de contorno (5.16) e que

( )0, , 0k G t t∇ − =x y em 2Γ da condição de contorno (5.8) as integrais de contorno de

(5.26) se anulam e, portanto, a expressão integral para ( ),u tx dada pela Eq. (5.23)

levando em consideração (5.26) pode ser reescrita como:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )0 0

0 0 0, , , , , , ,

ˆ, , , , , ,

t t

t t

u t k G t u t d G t t u t d

G t f d d G t k u d d

τ ρ

τ τ τ τ τ τ

+ +

Ω Ω

Ω Ω

= − ∇ − ⋅∇ Ω + − Ω +

− Ω − ∇ − ⋅ ∇ Ω

∫ ∫

∫∫ ∫∫

y y

y y

x x y y x y y

x y y x y y

(5.27)

Portanto, a integral de volume contendo a condição inicial ( )0,u ty e envolvendo

a primeira e segunda derivada da função de Green com relação a variável temporal na

75

expressão integral original (5.23) é substituída por uma integral de volume dada pelo

gradiente tanto da função de Green quanto da condição inicial ( )0,u ty de acordo com

(5.27).

Outra manipulação, não tão trivial como a anterior, consiste em reescrever a

primeira integral da expressão (5.22) da seguinte maneira:

( ) ( )( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

0 0 0

0 0 0 0 0

, , , , ,

, , , , , , , ,

G t t G t t u t d

G t t G t t u t d H t t u t d

ς ρ

ς ρ ρρ

Ω

Ω Ω

− + − Ω =

⎛ ⎞− + − Ω = − Ω⎜ ⎟

⎝ ⎠

∫∫ ∫

y

y y

x y x y y

x y x y y x y y(5.28)

onde ( ), ,H t τ−x y é uma função denominada de função "Degrau" em referência a

terminologia "step response" (CLOUGH & PENZIEN, 1993) e de acordo com a

Eq.(5.28) sua expressão é dada como:

( ) ( ) ( ), , , , , ,H t G t G tςτ τ τρ

− = − + −x y x y x y (5.29)

Observa-se que a função Degrau é uma combinação linear da função de Green e

de sua derivada temporal. Portanto, levando em consideração a equação (5.6) da função

de Green e a Eq. (5.29), a seguinte superposição pode ser estabelecida:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

, , , , , ,

, , , , , ,

k G t t G t G t

G t G t G tk t

t t t

ς ς ς ςτ δ δ τ ρ τ ς τρ ρ ρ ρ

τ τ τδ δ τ ρ ς

⎧ ⎛ ⎞∇ ⋅ ∇ − + − − = − + −⎪ ⎜ ⎟

⎝ ⎠⎪ +⎨∂ − ∂ − ∂ −⎛ ⎞⎪∇ ⋅ ∇ + − − = +⎜ ⎟⎪ ∂ ∂ ∂⎝ ⎠⎩

x y x y x y x y

x y x y x yx y

(5.30)

76

Efetuando a soma dos termos de (5.30) e escrevendo a equação resultante em

relação a função Degrau tendo em vista a igualdade (5.29), a seguinte equação

diferencial é encontrada para a função Degrau:

( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

, ,

, , , ,

k H t t t

H t H t

ςτ δ δ τ δ δ τρ

ρ τ ς τ

∇ ⋅ ∇ − + − − + − − =

− + −

x y x y x y

x y x y, ( ), t I∈Ω×x (5.31)

De forma análoga as condições de contorno são escritas como:

( ), , 0H t τ− =x y , ( ) 1, t I∈Γ ×x (5.32) ( ), , 0k H t τ∇ − ⋅ =x y n , ( ) 2, t I∈Γ ×x (5.33)

Diferentemente da equação para a função de Green, a equação para função

Degrau consiste numa fonte pontual instantânea acrescida de uma fonte pontual

multiplicada pela derivada temporal da função delta de Dirac. Alternativamente a Eq.

(5.31), as funções delta de Dirac no domínio temporal podem ser eliminadas através da

aplicação da transformada de Laplace na Eq. (5.31) assim como fora feito na equação

para a equação da função de Green resultando nas Eqs. (5.10)-(5.14). Desta maneira

outra interpretação para a função de Degrau para t τ> consiste na aplicação de uma

condição inicial pontual representada pela função delta de Dirac ( )δ −x y sob nenhuma

outra perturbação, ou seja, a equação, condições de contorno e condições iniciais para a

função Degrau são reescritas como:

( )( ) ( ) ( ), , , , , ,k H t H t H tτ ρ τ ς τ∇ ⋅ ∇ − = − + −x y x y x y , ( ), t I∈Ω×x (5.34) ( ), , 0H t τ− =x y , ( ) 1, t I∈Γ ×x (5.35)

77

( ), , 0k H t τ∇ − ⋅ =x y n , ( ) 2, t I∈Γ ×x (5.36)

( ) ( )1, ,H t τ δρ

− = −x y x y , ∈Ωx , t τ= (5.37)

( ), , 0H t τ− =x y , ∈Ωx , t τ= (5.38)

Claramente a diferença entre a função de Green e a função Degrau a partir das

Eqs. (5.10)-(5.14) e Eqs. (5.34)-(5.38), respectivamente está relacionada a aplicação da

fonte pontual representada pela função delta de Dirac ( )δ −x y nas condições iniciais.

A função de Green pode ser interpretada como a resposta do sistema devido a uma

condição inicial de velocidade pontual enquanto que para a função Degrau como a

resposta devido a uma condição inicial de deslocamento pontual.

Finalmente a expressão integral (5.22) levando em consideração a função Degrau

bem como sua derivada temporal podem ser escritas, respectivamente, como:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )0 0

0 0 0 0, , , , , , ,

ˆ, , , , , ,

t t

t t

u t H t t u t d G t t u t d

G t f d d G t k u d d

ρ ρ

τ τ τ τ τ τ

+ +

Ω Ω

Ω Ω

= − Ω + − Ω +

− Ω − ∇ − ⋅ ∇ Ω

∫ ∫

∫∫ ∫∫

y y

y y

x x y y x y y

x y y x y y

(5.39)

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )0 0

0 0 0 0, , , , , , ,

ˆ, , , , , ,

t t

t t

u t H t t u t d G t t u t d

G t f d d G t k u d d

ρ ρ

τ τ τ τ τ τ

+ +

Ω Ω

Ω Ω

= − Ω + − Ω +

− Ω − ∇ − ⋅ ∇ Ω

∫ ∫

∫∫ ∫∫

y y

y y

x x y y x y y

x y y x y y

(5.40)

É importante ressaltar que todas as expressões integrais apresentadas nesta seção

são matematicamente equivalentes no sentido que a resposta final de todas elas é única,

uma vez utilizada expressões analíticas para as funções de Green e Degrau.

78

5.5 Condição de contorno não-reflexiva

Modelagem de problemas considerando domínios infinitos aparece com grande

freqüência em aplicações práticas dentro da ciência e engenharia como, por exemplo,

nas áreas da acústica e da geofísica. Desta maneira é importante desenvolver

ferramentas computacionais capazes de lidar com domínios infinitos de forma eficiente.

Para problemas escalares, a condição de radiação no infinito de Sommerfeld que

estabelece que não haja reflexão de ondas no infinito pode ser utilizada para descrever

o fenômeno de propagação de ondas em domínios infinitos; sua expressão no domínio

do tempo é dada por (COURANT & HILBERT, 1962, GIVOLI, 1991):

( ) ( ) ( )1 /2

.

, ,1lim 0d

rr ct const

u t u tr

r c t−

→∞+ =

∂ ∂⎛ ⎞+ =⎜ ⎟∂ ∂⎝ ⎠

x x (5.41)

onde r é a coordenada radial e d a dimensão espacial.

Na prática, em muitas metodologias numéricas, deve-se truncar o domínio

infinito através de um contorno fictício denominado nesta tese como ABCΓ e impor uma

determinada condição de contorno prescrita para que o problema tenha solução única

no domínio truncado e finito dΩ⊂ e com contorno, incluindo ABCΓ , dado por

1 2 ABCΓ = Γ Γ Γ∪ ∪ tal que 1 2 1 2ABC ABCΓ Γ = Γ Γ = Γ Γ =∅∩ ∩ ∩ . Dentre as várias

condições de contorno não-reflexivas existentes na literatura (AINSWORTH et al.,

2003, GIVOLI, 1991) para representar domínios infinitos, pode-se destacar as

condições de contorno de Higdon de ordem m dada por (HIGDON, 1986):

79

( )1

cos , 0m

j

j

c u tt n

α=

⎡ ⎤∂ ∂⎛ ⎞⎢ ⎥+ =⎜ ⎟⎢ ⎥∂ ∂⎝ ⎠⎣ ⎦∏ x , ( ), ABCt I∈Γ ×x (5.42)

onde jα são os m diferentes ângulos de incidência das frentes de onda que atingem o

contorno ABCΓ .

Embora a condição de contorno (5.42) possa ser considerada exata com

coeficiente de reflexão nulo do ponto de vista teórico, os seguintes problemas são

observados na prática (AINSWORTH et al., 2003): (i) problemas de estabilidade

surgem quando se aumenta a ordem m ; (ii) as derivadas tanto espaciais quanto

temporais de ordem superior a medida que se aumenta o valor da ordem m são

bastante complicadas de serem calculadas e implementadas nas formulações numéricas

de discretização empregadas (e.g. elementos finitos, diferenças finitas, etc.) e (iii) os

ângulos de incidência não são conhecidos de uma forma geral e estimativas devem ser

empregadas. Tendo em vista tais limitações e visando uma fácil implementação

computacional, a seguinte condição de contorno não reflexiva obtida assumindo 1m =

e 0α = em (5.42) também conhecida como condição de “Sommerfeld” unidirecional é

considerada (ENGQUIST & MAJDA, 1979):

( ) ( )1, , 0u uc

τ τ∇ ⋅ + =x n x , ( ), ABCt I∈Γ ×x (5.43)

Uma vez selecionada a condição de contorno não reflexiva a ser utilizada, deve-

se obter sua versão homogênea para a função de Green empregada no método ExGA.

Portanto, a seguinte condição de contorno não reflexiva é aplicada no contorno ABCΓ

para o cálculo da função de Green:

80

( ) ( )1, , , , 0G t G tc

τ τ∇ − ⋅ + − =x y n x y , ( ), ABCt I∈Γ ×x (5.44)

Será apresentado agora a implementação da condição de contorno não reflexiva

(5.43) no método ExGA. Analisando a Eq. (5.43) nota-se claramente a similaridade

com a condição de contorno de Neumman. Portanto a condição de contorno (5.43) é

introduzida naturalmente quando se aplica o teorema da divergência correspondente ao

passo 1 descrito anteriormente para a obtenção da expressão integral do método ExGA.

Desta maneira, a seguinte integral de contorno é estabelecida depois de aplicado o

teorema da divergência e levando em consideração posteriormente a Eq. (5.43)

(observe que por motivos de simplificações apenas a integral de contorno em ABCΓ é

apresentada):

( ) ( ) ( ) ( )0 0

,, , , , ,

ABC ABC

t t

t t

ukk u G t d d G t d dc

ττ τ τ τ τ

τ

+ +

Γ Γ

∂∇ ⋅ − Γ = − − Γ

∂∫ ∫ ∫ ∫y y

yy n x y x y (5.45)

Analogamente, depois de efetuado a segunda aplicação do teorema da

divergência referente ao passo 1 e observando que ( ) ( ), ,, ,

G tG t

ττ

τ∂ −

− = −∂

x yx y , a

seguinte integral levando em consideração a condição de contorno para a função de

Green (5.44) é obtida:

( ) ( ) ( ) ( )

0 0

, ,, , , ,

ABC ABC

t t

t t

G tkku G t d d u d dc

ττ τ τ τ τ

τ

+ +

Γ Γ

∂ −− ∇ − ⋅ Γ = − Γ

∂∫ ∫ ∫ ∫y y

x yy x y n y (5.46)

81

A principal diferença entre a implementação da condição de Neumman e da

condição não reflexiva se da pelo fato que na primeira obtem-se uma integral de

convolução relativo ao fluxo prescrito ( ),q τy enquanto que na última obtem-se uma

integral de convolução que contém o termo não conhecido ( ),u ττ

∂∂y

como observado

em (5.45). Além disso, para a condição de Neumman a integral de convolução (5.46) se

anula, pois ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n em 2Γ o que não acontece para a condição não

reflexiva, onde se tem ( ) ( ), ,1, ,G t

G tc

ττ

τ∂ −

∇ − ⋅ =∂

x yx y n em ABCΓ de acordo com

(5.44) resultando na integral (5.46). Logo, com o objetivo de eliminar as integrais de

convolução (5.45) e (5.46), integração por partes é efetuada na integral (5.45) devido ao

termo ( ),u ττ

∂∂y

, resultando na seguinte expressão lembrando que ( ), , 0G t τ− =x y

para tτ += devido ao princípio da causalidade:

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

0

0

0 0

,, , , , ,

, ,,

ABC ABC

ABC

t

t

t

t

uk kG t d d G t t u t dc c

G tk u d dc

ττ τ

τ

ττ τ

τ

+

+

Γ Γ

Γ

∂− − Γ = − Γ +

∂ −Γ

∫ ∫ ∫

∫ ∫

y y

y

yx y x y y

x yy

(5.47)

Como as expressões (5.46) e (5.47) aparecem somadas na expressão final, as

integrais de convolução do lado direito das Eqs. (5.46) e (5.47) se anulam e, portanto, a

expressão integral final do método ExGA considerando a condição de contorno não

reflexiva (5.43) pode ser escrita como:

82

( ) ( ) ( )( ) ( )

( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

0

0

0 0 0

0 0

0 0

, , , , , ,

, , ,

, , , , , ,

ˆ, , ,

ABC

t

t

t

t

u t G t t G t t u t d

kG t t u t dc

G t t u t d G t f d d

G t k u d d

ς ρ

ρ τ τ τ

τ τ τ

+

+

Ω

Γ

Ω Ω

Ω

= − + − Ω +

− Γ

+ − Ω + − Ω

− ∇ − ⋅ ∇ Ω

∫∫

∫ ∫∫

∫∫

y

y

y y

y

x x y x y y

x y y

x y y x y y

x y y

(5.48)

Como observado na Eq. (5.48) e comparativamente a expressão integral original

(5.22), a utilização da condição de contorno não reflexiva (5.43) resulta numa integral

de contorno em ABCΓ adicional (segunda integral de (5.48)) que se assemelha a integral

de volume que contém o fator de amortecimento ς . Portanto, essas duas integrais

podem ser somadas em um único termo, gerando uma única matriz de amortecimento

depois de efetuado o processo de semi-discretização como será descrito na próxima

seção.

Como discutido anteriormente, a condição de contorno não reflexiva (5.43) é

bastante simples e exata somente para ondas que se propagam numa linha normal ao

contorno (i.e., com ângulo de incidência 0α = ), resultando em reflexões espúrias de

pequena amplitude para ondas que atingem o contorno com ângulos de incidência

0α ≠ uma vez que a condição de contorno não consegue absorver toda a energia.

Apesar da condição de contorno não-reflexiva (5.43) não ser exata para um caso geral

contendo diferentes frentes de onda, sua fácil implementação computacional a torna

largamente utilizada na literatura. Com o objetivo de atenuar as reflexões geradas pela

condição de contorno (5.43) em um caso geral sem comprometer a fácil implementação

computacional, pesquisadores propuseram acrescentar camadas de amortecimento para

83

posteriormente aplicar a condição de contorno (5.43), ou seja, o domínio truncado Ω

utilizado anteriormente é aumentado através de camadas de amortecimento

representadas pelo domínio *Ω tal que *Ω Ω =∅∩ com o novo domínio sendo

representado por *Ω Ω∪ .

No domínio *Ω deve-se aplicar uma função para o fator de amortecimento ( )ς x

com *∈Ωx . Obviamente, do ponto de vista teórico, a função precisa ser suave o

suficiente, ou seja, a transição do fator de amortecimento nulo em Ω para um valor

máximo no contorno ABCΓ agora de *Ω deve ser gradual para que não haja reflexões

entre as camadas devido a grandes diferenças de taxa de amortecimento. A literatura

propõe vários tipos de funções considerando diferentes metodologias, o leitor é

indicado a explorar, por exemplo, as referências GIVOLI (1991), SARMA et al.

(1998), LIU & QUEK JERRY (2003) e SEMBLAT et al. (2010) para uma melhor

compreensão dos valores para ( )ς x nas camadas de amortecimento, observando que

uma função ótima que resulte em um coeficiente de reflexão nulo está ainda para ser

desenvolvida.

É importante ressaltar que outras técnicas para a solução numérica de problemas

com domínios infinitos são frequentemente utilizadas. Entre essas técnicas podem-se

destacar os elementos infinitos e PML (“Perfectly Matched Layer”). Na utilização de

elementos infinitos não existe um contorno truncado ABCΓ nem o uso de condições não

reflexivas e sim um domínio discretizado normalmente por elementos finitos e outro

que se estende para o infinito sendo representado por elementos infinitos cujas funções

de interpolação precisam ser corretamente selecionadas para representar de forma

satisfatória o comportamento da solução na transição entre o domínio finito e infinito

para que não haja reflexões espúrias (ASTLEY, 1996, ASTLEY et al., 1998). Já a

84

técnica PML (COLLINO & MONK, 1998) pode ser considerada uma evolução mais

sofisticada das camadas de amortecimento anteriormente descrito com a diferença

principal que no desenvolvimento da técnica PML assume-se a priori que não haja

reflexões na interface do domínio Ω e *Ω para ondas com qualquer ângulo de

incidência (geralmente o domínio estendido *Ω para as camadas de amortecimento é

maior que o domínio estendido *Ω para a técnica PML). Embora grandes avanços

tenham sido alcançados para a modelagem de problemas no domínio da freqüência

considerando elementos infinitos e PMLs, suas versões no domínio do tempo ainda

precisam ser melhor desenvolvidas visando uma maior robustez e generalidade. As

vantagens e desvantagens dessas duas técnicas podem ser encontradas em detalhes nas

seguintes referências: ASTLEY (1996), ASTLEY et al. (1998), AINSWORTH et al.

(2003), COLLINO & MONK (1998), DIAZ & JOLY (2006).

5.6 Discretização espacial e procedimento de marcha no tempo

Uma vez apresentadas as expressões integrais do método ExGA, pode-se

proceder com a discretização espacial da expressão integral. Portanto, discretizando o

domínio Ω = Ω Γ∪ em nel elementos não sobrepostos, i.e.,

1 1

nel nelh e e e

e e= =Ω = Ω = Ω = Ω Γ∪ ∪ ∪ tal que m n

m n∀ ≠Ω Ω =∅∩ , as aproximações para ( ),u τy ,

( )ˆ ,u τy e ( ), ,G t τ−x y considerando o processo de semi-discretização onde as

variáveis espacial e temporal são tratadas de forma independentes assim como fora

feito no capítulo 2 são:

( ) ( ) ( )1

,hl l

l

u N uη η

τ τΓ∈ −

= ∑y y (5.49)

85

( ) ( ) ( )1

ˆ ,hl l

l

u N uη

τ τΓ∈

=∑y y (5.50)

( ) ( ) ( )1

, ,hk j kj

j

G t N G tη η

τ τΓ∈ −

− = −∑x y y (5.51)

lembrando que ( )lu τ e ( )kjG t τ− são os valores nodais a serem calculados e que

( )lu τ os valores nodais prescritos na condição de contorno de Dirichlet em 1hΓ , onde

1ηΓ é o conjunto de pontos nodais pertencentes a 1

hΓ e η o conjunto de todos os pontos

nodais da malha adotada.

Substituindo as Eqs. (5.49)-(5.51) na expressão integral (5.22), os valores

nodais de deslocamento ( )ku t no domínio do tempo são calculados através da seguinte

expressão integral semi-discreta (LOUREIRO & MANSUR, 2010) (as demais

expressões integrais semi-discretas para as Eqs. (5.23), (5.27), (5.39), (5.40) e (5.48)

são obtidas de forma análoga):

86

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

2

0 02

0 0 0

1 1

0 0

1

1 1

, ,

e e

e

e e

nel nel

e e e ek kj j l kj j l l

e e

nel

e ekj j l l

e

t tnel nel

e ekj j kj j

e et t

ekj j

u t G t t N N d G t t N N d u t

G t t N N d u t

G t N q d d G t N b d d

G t N k

ς ρ

ρ

τ τ τ τ τ τ

τ

= =Ω Ω

= Ω

= =Γ Ω

⎛ ⎞⎜ ⎟= − Ω + − Ω +⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠

− Ω +

− Γ + − Ω −

− ∇ ⋅

∑ ∑∫ ∫

∑∫

∑ ∑∫ ∫ ∫ ∫

y y

y

y y

y y y y

y y

y y y y

y ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

1

0

1

0

1

0

1

1

2

2

1

e

e

e

t nel

el l

et

t nel

le ekj j l

et

t nel

le ekj j l

et

N d u d

uG t N N d d

uG t N N d d

τ τ

ττ ς τ

τ

ττ ρ τ

τ

= Ω

= Ω

= Ω

∇ Ω −

∂− Ω −

∂− Ω

∑∫ ∫

∑∫ ∫

∑∫ ∫

y

y

y

y

y y

y y

(5.52)

onde 2nel , 1nel representam o número de elementos adjacentes ao contorno 2hΓ e 1

hΓ ,

respectivamente. A expressão integral acima pode ser reescrita em forma matricial e de

forma mais compacta como:

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) (0

0 0 0 0 0

0, ,

t

f

t

t t t t t t t t t

t d t t tτ τ τ

= − + − + − +

⎤− ∈ ⎦∫

U G C G M U G MU

G F (5.53)

na qual as matrizes eq eqn n×∈M e eq eqn n×∈C e o vetor : eqnI →F denominados,

respectivamente, de matriz massa, amortecimento e vetor força são claramente

definidos a partir da Eq. (5.52).

87

O cálculo do vetor deslocamento : eqnI →U ao longo do tempo é efetuado

através de um procedimento de marcha no tempo, onde a solução em um determinado

passo de tempo é computado a partir da solução conhecida de um passo de tempo

anterior. Desta maneira, o tempo de análise 0, ft⎡ ⎤⎣ ⎦ deve ser dividido em N intervalos

menores de tempos igualmente espaçados, i.e., [ ]1

10

0, ,N

f k kk

t t t−

+=

⎡ ⎤ =⎣ ⎦ ∪ com

0 10 N ft t t t= < < < =… , 1 /k k ft t t t N+Δ = − = , kt k t= Δ e ( )1 1kt k t+ = + Δ . Como visto

tanto o vetor deslocamento quanto sua derivada temporal aparecem na Eq. (5.53) e,

portanto, para se realizar um procedimento de marcha no tempo a expressão para o

vetor ( )tU deve ser também utilizada em conjunto com a expressão do vetor ( )tU ,

ambas escritas numa forma recursiva assumindo 0 kt t= e 1kt t += . Como discutido

anteriormente, o método ExGA para a equação hiperbólica possui diferentes expressões

equivalentes para o deslocamento e sua derivada temporal. Desta maneira, a marcha no

tempo pode ser classificada em três procedimentos de expressões recursivas, são eles:

• Procedimento A: vetor deslocamento e sua derivada temporal obtidos a

partir das Eqs. (5.22)-(5.23), respectivamente.

( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

1

0

1

0

t

k k kk

t

k k kk

t t t t t d

t t t t t d

τ τ τ

τ τ τ

Δ

+

Δ

+

= Δ + Δ + Δ + Δ − +

= Δ + Δ + Δ + Δ − +

U G C G M U G MU G F

U G C G M U G MU G F

(5.54)

88

• Procedimento B: vetor deslocamento e sua derivada temporal obtidos a

partir das Eqs. (5.22) e (5.27), respectivamente.

( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

1

0

1

0

t

k k kk

t

k k kk

t t t t t d

t t t t d

τ τ τ

τ τ τ

Δ

+

Δ

+

= Δ + Δ + Δ + Δ − +

= − Δ + Δ + Δ − +

U G C G M U G MU G F

U G KU G MU G F

(5.55)

• Procedimento C: vetor deslocamento e sua derivada temporal obtidos a

partir das Eqs. (5.39)-(5.40), respectivamente.

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

1

0

1

0

t

k k kk

t

k k kk

t t t t d

t t t t d

τ τ τ

τ τ τ

Δ

+

Δ

+

= Δ + Δ + Δ − +

= Δ + Δ + Δ − +

U H MU G MU G F

U H MU G MU G F

(5.56)

onde ( )tΔG , ( )tΔG , ( )tΔG e ( )tΔH , ( )tΔH são as matrizes de Green e Degrau e

suas derivadas temporais no instante de tempo t t= Δ , respectivamente. Observe que as

duas principais vantagens da utilização de um procedimento de marcha no tempo são

que as matrizes de Green e/ou Degrau precisam ser computadas apenas em t t= Δ e que

as integrais de convolução são calculadas uma única vez no intervalo de tempo [ ]0, tΔ ,

estabelecendo, portanto, algoritmos de integração temporal eficientes.

Embora os procedimentos de marcha no tempo sejam equivalentes do ponto de

vista analítico, quando as matrizes de Green e Degrau são computadas através de um

89

método numérico, as respostas obtidas pelos procedimentos A, B e C podem ser

numericamente diferentes como mostrado por LOUREIRO (2007). A utilização de um

determinado procedimento de marcha no tempo está diretamente relacionado a

metodologia numérica empregada para o cálculo da matriz de Green e/ou Degrau. De

uma maneira geral as seguintes características e recomendações podem ser atribuídas

aos diferentes procedimentos de marcha no tempo:

- Procedimento A: Observa-se claramente que as matrizes ( )tΔG , ( )tΔG e

( )tΔG precisam ser computadas neste procedimento, sendo recomendado

principalmente quando métodos explícitos de integração temporal são utilizados. Desta

maneira a matriz de massa M e em geral a matriz amortecimento C podem ser

consideradas como diagonal, resultando numa expressão recursiva (i.e., cálculo de

1k+U e 1k+U ) bastante eficiente computacionalmente. Entretanto, como estudado por

LOUREIRO (2007), a matriz ( )tΔG pode gerar uma perda de precisão e estabilidade

nos resultados quando computadas por alguns tipos de métodos de integração temporal

(e.g., diferença central, HHT-α , Bossak-α ), sendo uma desvantagem para a utilização

de tal procedimento de marcha no tempo.

- Procedimento B: Para contornar a perda de precisão e estabilidade do

procedimento de marcha no tempo A devido ao cálculo numérico de ( )tΔG , este

procedimento de marcha no tempo elimina tal matriz sendo necessário apenas o cálculo

das matrizes ( )tΔG e ( )tΔG . Logo, resultados mais precisos e estáveis podem ser

obtidos para alguns tipos de métodos de integração temporal (e.g., HHT-α , Bossak-

α ). Além disso, este procedimento de marcha no tempo é também recomendado

90

quando as matrizes de Green são computadas por metodologias baseadas em domínios

transformados, e.g., Laplace e Fourier (SOARES & MANSUR, 2003, 2005,

LOUREIRO et al., 2009a, LOUREIRO & MANSUR, 2009d). A razão para tal

recomendação se da pelo fato que o cálculo das matrizes de Green por intermédio de

domínios transformados é feito de forma independente, eliminando, portanto, o custo

computacional do cálculo da matriz adicional ( )tΔG .

- Procedimento C: Este procedimento tem como principal vantagem a melhoria

da precisão e estabilidade de uma maneira geral, ou seja, para alguns métodos de

integração temporal (e.g., diferença central, HHT-α , Bossak-α ) resultados mais

precisos e estáveis que os procedimentos de marcha anteriores são obtidos. Outra

característica é que a matriz amortecimento C não aparece explicitamente, sendo

incorporada implicitamente através das matrizes de Green e Degrau. Entretanto, a

desvantagem de tal procedimento se da pelo fato que além das matrizes de Green

( )tΔG e ( )tΔG as matrizes Degrau ( )tΔH e ( )tΔH também precisam ser

computadas, aumentando o custo computacional. Para evitar esse custo computacional

extra, SOARES (2011) propôs recentimente uma técnica baseada em pseudo-forças

para a incorporação das condições iniciais.

Uma vez que a comparação entre os três procedimentos de marcha no tempo não

é foco desta tese, apenas o procedimento A será utilizado. A comparação e utilização

dos três procedimentos podem ser encontradas de forma detalhada em LOUREIRO

(2007), MANSUR et al. (2007), LOUREIRO & MANSUR (2009d).

91

6 Cálculo Numérico da Função de Green Através de Subdomínios

Capítulo 6 Cálculo Numérico da Função de Green Através de Subdomínios 6.1 Introdução

O presente capítulo tem por objetivo explorar o princípio da causalidade da

equação hiperbólica para efetuar o cálculo da função de Green. Como discutido

anteriormente o procedimento de marcha no tempo do método ExGA requer o cálculo

das funções de Green para tempos menores e iguais a tΔ . Portanto, para intervalos de

tempo pequenos, a função de Green possui valores diferentes de zero somente numa

região em torno da fonte pontual instantânea (observe que do ponto de vista teórico tal

característica não ocorre em problemas parabólicos de condução de calor, pois se

assume velocidade infinita de acordo com a lei de Fourier). Desta maneira,

subdomínios podem ser utilizados para o cálculo da função de Green de forma local,

estabelecendo uma metodologia mais eficiente computacionalmente denominada

LExGA (“Local Explicit Green’s Approach”). Assim como fora feito para a equação

parabólica, a função de Green é computada numericamente utilizando um

procedimento de semi-discretização com elementos finitos sendo aplicado no espaço e

o método-θ com subpassos de tempo no tempo. Devido ao procedimento de semi-

92

discretização, o princípio da causalidade não é totalmente satisfeito ocasionando em um

subdomínio discreto maior comparativamente ao subdomínio real previsto pelo

princípio da causalidade. Aqui, um novo critério robusto para a determinação do

tamanho exato do subdomínio discreto é proposto.

6.2 Conceitos matemáticos sobre os subdomínios

Devido ao princípio da causalidade torna-se natural calcular a função de Green

somente na região onde a mesma é diferente de zero através da utilização de

subdomínios. Para isso, define-se como sendo jsΩ um subdomínio qualquer vizinho a

uma fonte pontual instantânea aplicada na coordenada jy (ponto fonte) tal que

jsΩ ⊂ Ω como esquematizado na Figura 5. Como serão esclarecidos nas seções

subseqüentes, os pontos fonte ( )1, ,j eqj n=y … na verdade correspondem aos pontos

nodais da malha de elementos finitos excluindo é claro os pontos nodais pertencentes

ao contorno 1hΓ , i.e.,

1j η ηΓ∈ − . Matematicamente, o tamanho do subdomínio

jsΩ a

ser utilizado considerando um tempo de análise t tτ− = Δ tal que ( ), , 0G t τ− ≠x y

pode ser definido a partir do princípio da causalidade como:

{ }, :j

ds j j c tΩ = ∈ − ≤ Δx y x y (6.1)

onde ( )c c= x representa a velocidade do meio relativa ao subdomínio.

Além dos subdomínios jsΩ é necessário definir os contornos

j js sΓ = ∂Ω de tais

subdomínios levando em consideração todas as combinações possíveis tendo em vista o

93

contorno original 1 2Γ = Γ Γ∪ . Desta maneira, analisando a Figura 5 percebe-se que em

um caso geral o contorno pode ser particionado como 1 2j j j js s s siΓ = Γ Γ Γ∪ ∪ tal que

1 2 1 2j j j j j js s s si s siΓ Γ = Γ Γ = Γ Γ =∅∩ ∩ ∩ , onde 1 1j js sΓ = Γ Γ∩ é a interseção do

contorno do subdomínio com o contorno original 1Γ , 2 2j js sΓ = Γ Γ∩ a interseção do

contorno do subdomínio com o contorno original 2Γ e jsiΓ o contorno interno do

subdomínio.

A equação para a função de Green bem como suas condições de contorno (Eqs.

(5.6)-(5.8)) precisam ser definidas considerando o novo subdomínio jsΩ com contorno

jsΓ , i.e. (observe que o mesmo procedimento também deve ser utilizado nas Eqs.

(5.10)-(5.14) para a interpretação alternativa da função de Green):

Figura 5. Representação dos subdomínios jsΩ perturbados após um passo de tempo pela

fonte pontual instantânea aplicada em jy .

Ω

2

Ωsj

1

sij= sj

yj

yj

yj

Ωsj

Ωsj

sij

s2j = sj… 2

s1j = sj… 1

sij

s2j = sj… 2

94

( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ), , , , , ,k G t t G t G tτ δ δ τ ρ τ ς τ∇ ⋅ ∇ − + − − = − + −x y x y x y x yjs∈Ωx , t τ> (6.2)

( ), , 0G t τ− =x y , 1 j js si∈Γ Γx ∪ , t τ> (6.3) ( ), , 0k G t τ∇ − ⋅ =x y n , 2 js∈Γx , t τ> (6.4)

Diferentemente da definição para a função de Green utilizada nesta tese que

considera condições de contorno homogêneas do problema original, a introdução de

subdomínios cria um contorno fictício interno denominado jsiΓ . Portanto, deve-se

especificar uma condição de contorno homogêneo em tal contorno, sendo uma escolha

natural adotar a função de Green como sendo zero (condição de Dirichlet) como

definido na Eq. (6.3). Como será discutido mais adiante o sucesso do uso de

subdomínios está diretamente relacionado ao tamanho do intervalo de tempo e ao tipo

de problema analisado.

6.3 Discretização espacial e temporal

Devido ao uso dos subdomínios é importante redefinir a discretização espacial

para cada subdomínio uma vez que ao invés da malha global, será utilizada uma

submalha para cada subdomínio, i.e., a malha global é truncada em torno do ponto

fonte para capturar somente os valores diferentes de zero da função de Green. Sendo

( )1

1, ,s j

j s j

nelh e

s eqe

j n=

Ω = Ω = Ω =∪ … tal que m n

m n∀ ≠Ω Ω =∅∩ a discretização dos

subdomínios em ( )1, ,js eqnel j n= … elementos associados a cada submalha e seja

{ } ( )1, 2, , 1, ,j js s eqn j nη = =… … o conjunto de pontos nodais de cada submalha de

95

elementos finitos com 1s si jj j sη ηΓ Γ ⊂∪

sendo o subconjunto contendo os pontos nodais no

contorno 1 j js siΓ Γ∪ , a aproximação para a função de Green bem como a função peso

utilizada aplicando as definições apresentadas no capítulo 2 sobre os espaços de

elementos finitos htS e hV são dadas por:

( ) ( ) ( )1

, ,s j s sij j

hj k kj

k

G t N G tη ηΓ Γ∈ −

= ∑x y x∪

(6.5)

( ) ( )1s j s sij j

hi i

i

w N wη ηΓ Γ∈ −

= ∑x x∪

(6.6)

Assim como fora feito para a equação parabólica, a função de Green é calculada

utilizando sua interpretação alternativa dada pelas Eqs. (5.10)-(5.14), onde se tem uma

condição inicial pontual ao invés de uma fonte pontual instantânea. Portanto, o

problema variacional discreto associado as Eqs. (5.10)-(5.14) com 0τ = para cada

subdomínio utilizando a aproximação de Galerkin pode ser definido como: para 0t ≥

encontrar ( ), ,h hj tG t S∈x y tal que para todas as funções de ponderação ( )h hw V∈x e

1,2, , eqj n= … , tem-se:

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

1 1

1

0,

s sj j

e e

s j

e

nel nel

e e e ei k kj i k kj

e e

nel

e ei k kj

e

N N d G t N N d G t

N k N d G t

ρ ς= =Ω Ω

= Ω

Ω + Ω +

∇ ⋅ ∇ Ω =

∑ ∑∫ ∫

∑∫

x x

x

x x x x

x x

(6.7)

( ) ( ) ( )1

0 0,s j

e

nel

e ei k kj

e

N N d Gρ= Ω

Ω =∑∫ xx x (6.8)

96

( ) ( ) ( )1

1

0 1 ,s j

j s sij j

e

nel

e ei k kj ij s

e

N N d G iρ η ηΓ Γ

= Ω

Ω = ∈ −∑∫ xx x∪

(6.9)

As Eqs. (6.7)-(6.9) podem ser reescritas em forma matricial como (embora não

mostrado explicitamente, a condição de contorno não reflexiva (5.44) é facilmente

implementada na matriz C ):

( ) ( ) ( )( )( ) 1

0

0

j j j

j

j

s s s

s

s j

t t t

+ + =

=

=

Mg Cg Kg 0

g 0

g M 1

, 1,2, , eqj n= … (6.10)

onde ( ) ( ) ( ) ( )( )1 , , , , s jj eq

T

s j kj n jt G t G t G t=g … … é o vetor de Green relacionado a cada

submalha e s sj jeq eqn n×∈M ,

s sj jeq eqn n×∈C e

s sj jeq eqn n×∈K representam, respectivamente, as

matrizes de massa, amortecimento e rigidez para um determinado subdomínio

discretizado s j

hΩ . É importante ressaltar que as dimensões das matrizes massa,

amortecimento e rigidez são menores que as mesmas considerando todo o domínio

discretizado, pois o número de equações jseqn de cada submalha é menor que o número

de equações da malha global eqn , i.e., jseq eqn n< .

Como jseq eqn n< , a coluna final da matriz de Green dada por ( ) ( )

jj st t⊃g g

possuirá valores iguais a zero para os nós não pertencentes a submalha s j

hΩ , i.e.,

( ) 0,jkj sG t k η= ∀ ∉ . Observe também que uma relação entre a numeração local dos nós

das submalhas e a numeração global dos nós da malha global deve ser efetuada ao

inserir os vetores ( )js tg nas colunas ( )j tg da matriz de Green final.

97

Uma vez efetuado a discretização espacial, deve-se proceder com a discretização

temporal através da utilização de uma metodologia numérica para resolver o sistema de

equações diferencias ordinárias expresso pela Eq. (6.10). O método-θ utilizado na

equação parabólica é novamente empregado para se computar o vetor de Green;

entretanto, primeiramente é necessário reescrever a equação diferencial de segunda

ordem em um sistema de equações de primeira ordem da seguinte forma:

( ) ( )

( ) ( ) ( ) 1

, 0

, 0j j j

j j j j

s s s

s s s s j

t

t t −

− = =⎧⎪⎨

+ + = =⎪⎩

g z 0 g 0

Mz Cz Kg 0 z M 1 (6.11)

O sistema de equações (6.11) pode ser reescrito em forma matricial como:

( )( )

( )( )

( )( ) 1

0

0

j j

j j

j

j

s s

s s

s

js

t t

t t

⎛ ⎞ ⎛ ⎞−⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟ ⎜ ⎟+ =⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠

⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟ = ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎝ ⎠⎝ ⎠

g gI 0 0 I 00 M K C 0z z

g 0M 1z

(6.12)

Aplicando o método-θ com a utilização dos subpassos de tempo

( )1 2, , , nt t tα α αΔ Δ Δ… na Eq. (6.12) e expandindo seus termos o seguinte algoritmo é

estabelecido:

( )( ) ( ) ( )

( ) ( )( )( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

21

21

1 1

1 1

1

j j

j

j j j j

i i s i i s i

i i s i

s i s i i s i i s i

t t t t t

t t t

t t t t t t

θα θα α

θ α θ θ α

θ α θα

− −

⎧ + Δ + Δ = − Δ +⎪⎪⎪ − − Δ + − Δ⎨⎪⎪

= + − Δ + Δ⎪⎩

M C K z Kg

M C K z

g g z z

, 1, 2, ,i n= … (6.13)

98

onde 0

i

i jj

t tα=

= Δ∑ com 0 0α = . Como mostrado por WOOD (1990), o método-θ é

equivalemte ao método clássico de Newmark (regra trapezoidal- 1/ 2γ = e 1/ 4β = )

quando 1/ 2θ = e para amortecimento nulo a equivalência é válida quando 2β θ= e

2 1/ 2γ θ= − .

Uma vez que a função de Green para t t≤ Δ é calculada localmente através de

subdomínios com suas respectivas submalhas, a nomenclatura LExGA (“Local Explicit

Green’s Approach”) é utilizada para distinguir do método ExGA onde a matriz de

Green é computada considerando todo o domínio com a malha global. Uma

característica bastante importante a ser considerada quando se aplica o método LExGA

diz respeito ao tipo de problema analisado (modelo físico).

Como descrito na literatura (BATHE, 1996, HUGHES, 2000), na análise de

problemas de propagação de ondas, um número maior de freqüências do espectro

participa da resposta devido às frentes de onda. Desta forma intervalos de tempo

pequenos devem ser utilizados para se obter respostas precisas quando se utiliza

métodos clássicos de integração temporal devido a acurácia de tais métodos, tornando

os métodos explícitos uma escolha natural em detrimento dos métodos implícitos, ou

seja, a restrição quanto a estabilidade nos métodos explícitos a princípio não seria um

grande problema para a análise de tais problemas. Todavia, na prática, isto não é

totalmente verdadeiro, pois o uso de uma malha com elementos de diferentes tamanhos

ou propriedades físicas bastante diferentes pode resultar em um intervalo de tempo

crítico muito pequeno para a análise, comprometendo o uso de métodos explícitos a

não ser que técnicas de partições sejam utilizadas (NEAL & BELYTSCHKO, 1989,

DANIEL, 1998).

99

Por outro lado, em problemas dinâmicos, apenas as primeiras freqüências

participam da resposta e, portanto, intervalos de tempo grandes são utilizados uma vez

que somente as respostas dessas freqüências precisam ser integradas de forma precisa,

sendo as respostas das demais freqüências integradas somente de forma estáveis para

não poluir a resposta final. Logo, os métodos implícitos de integração temporal são

aconselháveis, pois são incondicionalmente estáveis sem nenhuma restrição quanto ao

tamanho do intervalo de tempo.

Tendo em vista tais características quanto ao tipo de problema, conclui-se que o

método LExGA pode ser aplicado de forma mais eficiente em problemas de

propagação de ondas, pois a restrição de intervalos pequenos torna o tamanho dos

subdomínios também pequeno. Isso não acontece em problemas dinâmicos onde o

tamanho de cada subdomínio seria maior devido a intervalos grandes de tempo,

inviabilizando a utilização do método LExGA na prática. É importante observar que o

uso de subpassos de tempo melhora tanto a estabilidade quanto a acurácia do método

ExGA permitindo a utilização de intervalos de tempo grandes em problemas de

propagação de onda. Entretanto, é extremamente importante não se utilizar intervalos

de tempo muito grandes para não inviabilizar o uso de subdomínios, observando que

aumentar o intervalo de tempo implica em um aumento da banda (elementos diferentes

de zero) das matrizes de Green.

Como descrito na literatura (e.g., FRANGI, 2000, GROSU & HARARI, 2007), o

procedimento de semi-discretização não satisfaz de forma exata o princípio da

causalidade, ou seja, respostas diferentes de zero para j c t− > Δx y são encontradas.

Desta forma, o subdomínio discretizado s j

hΩ com sua respectiva submalha denominado

de subdomínio discreto deve ser maior que o subdomínio s j

Ω previsto pelo princípio

100

da causalidade. Uma discussão mais detalhada sobre o tamanho dos subdomínios

discretos será apresentada na seção 6.5.

6.4 Análise de estabilidade e acurácia no domínio temporal

A análise de estabilidade e acurácia é realizada seguindo os mesmos

procedimentos usados para a equação parabólica apresentados no capítulo 3,

observando que agora se tem um sistema de equações ordinárias de segunda ordem.

Inicialmente é importante definir as matrizes de Green analíticas e, portanto,

resolvendo analiticamente o sistema de primeira ordem dado por (6.12), a seguinte

relação é encontrada para as matrizes de Green modificadas:

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

1

1

t t t te

t t t

−−

⎛ ⎞+⎜ ⎟=⎜ ⎟+⎝ ⎠

A G G M C G

G G M C G (6.14)

onde a matriz 2 2eq eqn n×∈A é definida como:

1 1− −

−⎛ ⎞= ⎜ ⎟⎝ ⎠

0 IA

M K M C (6.15)

Posteriormente, deve-se definir um procedimento de diagonalização com o

objetivo de desacoplar o sistema original e tornar a análise tanto de estabilidade quanto

de acurácia mais fácil e instrutiva. Desta forma, substituindo 2λ ω= no problema de

autovalor definido anteriormente no capítulo 3 obtem-se (observe que a parcela do

amortecimento não é incluída no problema de autovalor, pois quer-se apenas

desacoplar as equações):

101

( )2ω− =A I φ 0 (6.16)

onde 1−=A M K e ω denota a freqüência natural do sistema. Logo, a Eq. (6.16) resulta

em eqn autovalores e autovetores expressos por 2 2 21 1( , ), , ( , ), , ( , )

eq eqj j n nω ω ωφ φ φ… … tal

que ( )2 0j jω− =A I φ . Sendo os autovetores linearmente independentes, a matriz A

pode ser diagonalizada através da expressão 1−= ΛA S S com

( )1, , , , eq eq

eq

n nj n

×= ∈S φ φ φ… … e ( )2 2 21 , , , , eq eq

eq

n nj ndiag ω ω ω ×= ∈Λ … … . Uma vez

realizado a diogonalização dos termos envolvendo a matriz K , também é necessário

efetuar um procedimento de diogonalização referente a matriz de amortecimento C .

Isto é alcançado quando a matriz de amortecimento é dita proporcional em relação a

matriz massa e/ou a matriz de rigidez, sendo a expressão de Rayleigh dada por

α β= +C M K considerada aqui como exemplo, onde ,α β são constantes a serem

determinadas geralmente obtidas de forma experimental em casos práticos. Desta forma

o termo envolvendo a matriz de amortecimento de (6.15) pode ser reescrito como

1 1α β− −= +M C I M K e como o termo da matriz de rigidez já foi diagonalizada

considera-se a relação 2 2j j jα βω ξ ω+ = para os termos desacoplados, sendo jξ a taxa

de amortecimento relativo a cada freqüência natural do sistema. Portanto, a matriz de

amplificação analítica referente a equação desacoplada para cada freqüência é dada por:

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

2

0 1

2 2ˆ , 1, 2, ,2

j j jt

j j j j jj eq

j j j j

g t g t g te j n

g t g t g tω ξ ω ξ ω

ξ ω

−⎛ ⎞⎜ ⎟− Δ⎜ ⎟⎝ ⎠

⎛ ⎞Δ + Δ Δ= = =⎜ ⎟⎜ ⎟Δ + Δ Δ⎝ ⎠

A … (6.17)

102

onde ( )jg t , ( )jg tΔ e ( )jg tΔ representam a função de Green e suas derivadas

temporais para um sistema de um grau de liberdade sendo suas expressões obtidas

expandindo a matriz exponencial e comparando com os termos da matriz do lado

direito da Eq. (6.17). Logo, a expressão para a função de Green ( )jg tΔ é dada por:

( ) 2

2

1 sin( 1 )1

j j tj j j

j j

g t e tξ ω ω ξω ξ

− ΔΔ = − Δ−

(6.18)

Uma vez calculada a matriz de amplificação analítica, deve-se proceder com o

cálculo da matriz de amplificação numérica obtida pelo método-θ aqui utilizado. Desta

forma considerando a Eq. (6.13) para um grau de liberdade referente a uma

determinada freqüência natural, a seguinte expressão aproximada para ( )jg tΔ e

( )jg tΔ é obtida quando subpassos de tempo constantes n e não-contantes m são

empregados:

( )( )

1

01

nmj

ij

i

g tg t

=

⎛ ⎞Δ⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎜ ⎟=⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟Δ ⎜ ⎟ ⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠∏B (6.19)

onde a matriz iB referente aos subpassos de tempo não-constantes é definida como:

( )1

2 2

0 1 0 11 0 1 01

2 20 1 0 1i i ij j j j j j

t tn n

θα θ αω ξ ω ω ξ ω

−⎛ ⎞ ⎛ ⎞− −⎛ ⎞ ⎛ ⎞⎛ ⎞ ⎛ ⎞Δ Δ

= + − −⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠B (6.20)

Com a determinação das matrizes de amplificação analítica e numérica, a análise

de estabilidade pode ser efetuada. Para que um método de integração temporal seja

103

0,01 0,1 1 100,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

n=10

n=6

n=4

ρ(A

j)

Δt/Tj

n=1

n=2

ExGA4,n0

1 10 1000,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

ρ(A

j)

Δt/Tj

ExGA1,n≥11/2

Figura 6. Raio espectral considerando 0jξ = : (a) método 4,0ExGA n ; (b) método

1,1/ 2ExGA n .

(a)

(b)

104

estável é necessário que o raio espectral da matriz de amplificação seja menor ou igual

a um, i.e. (BATHE, 1996):

( )1,2

ˆ ˆmax 1j iiρ λ

== ≤A (6.21)

onde iλ são os autovalores da matriz de amplificação.

Embora os parâmetros m (número de subpassos não-constantes), n (número de

subpassos constantes) e θ (parâmetro do método-θ ) permitam o desenvolvimento de

diferentes métodos de integração temporal para o método ,ExGAm nθ , apenas o método

explícito 4,0ExGA n assumindo 0θ = , 4m = e n variável e o método implícito

1,1/ 2ExGA n assumindo 1/ 2θ = , 1m = e n variável são estudados na presente tese. Os

raios espectrais considerando os métodos 4,0ExGA n e 1,

1/ 2ExGA n para 0jξ = são

plotados na Figura 6 em relação ao período 2 /j jT π ω= .

Como visto na Figura 6 o uso de subpassos constantes de tempo n aumenta o

limite crítico de estabilidade linearmente, cuja expressão é dada por / 2 /jt T n πΔ ≤ e,

portanto, em termos práticos tal método pode ser considerado incondicionalmente

estável bastando apenas aumentar o valor de n de forma conveniente para eliminar a

principal desvantagem dos métodos explícitos clássicos. Por outro lado, o método

1,1/ 2ExGA n é incondicionalmente estável e o valor n de subpassos constantes apenas

melhora a acurácia do método como discutido mais adiante. Além disso, os raios

espectrais do método 4,0ExGA n são equivalentes aos do método ExGA-Runge-Kutta

apresentado por LOUREIRO (2007) que por sua vez para 1n = possui o mesmo raio

espectral do método clássico de Runge-Kutta de 4º ordem. O mesmo acontece para o

105

método 1,1/ 2ExGA n , onde para 1n = seu raio espectral se equivale ao do método clássico

de Newmark (regra trapezoidal). Portanto, o uso de subpassos de tempo tanto

constantes como não-constantes gera uma poderosa ferramenta para se derivar de forma

unificada e geral métodos já existentes na literatura bem como novos métodos de

integração temporal como comentado anteriormente.

É importante observar que para o método 4,0ExGA n , o raio espectral possui

valores menores e iguais a um (i.e., ( )ˆ 1jρ ≤A ) enquanto que para o método 1,1/ 2ExGA n

tem-se ( )ˆ 1jρ =A para qualquer freqüência. Como discutido no capítulo 4, o método

dos elementos finitos não consegue calcular de forma precisa os autovalores altos e,

portanto, é aconselhável a utilização de métodos de integração temporal que possuam

amortecimento numérico, ou seja, ( )ˆ 1jρ <A para atenuar as respostas espúrias

oriundas das freqüências mais altas calculadas de forma imprecisa em problemas de

propagação de onda, principalmente aqueles com grandes gradientes e soluções

descontínuas. Além disso, é extremamente importante que as freqüências mais baixas

não sejam sujeitas a amortecimento numérico para evitar a suavização da resposta.

Portanto, espera-se a priori que para certos intervalos de tempo o método 4,0ExGA n

atenue as respostas espúrias enquanto que para o método 1,1/ 2ExGA n tal vantagem não

ocorre.

Como visto nos gráficos de estabilidade tanto para o caso parabólico quanto

hiperbólico, métodos explícitos são condicionalmente estáveis, tendo, portanto, um

intervalo de tempo crítico. Para a determinação do intervalo de tempo crítico é

necessário calcular o maior autovalor maxλ do sistema global (observe que para a

equação hiperbólica tem-se 2max maxλ ω= ). O processo de determinação do maior

106

autovalor considerando as matrizes globais é extremamente oneroso e não usual sendo

tal cálculo realizado nos elementos. Utilizando a expressão do quociente Rayleigh

(BATHE, 1996), pode-se mostrar que:

max maxmax e

eλ λ≤ (6.22)

onde maxeλ representa o máximo autovalor do elemento sendo calculado através do

seguinte problema de autovalor generalizado:

( )e e e eλ− =k m φ 0 (6.23)

Portanto o cálculo dos autovalores considerando as matrizes dos elementos é bem

mais barato computacionalmente, pois envolve matrizes de ordem pequena sendo

muitas vezes calculado de forma analítica para certos tipos de elementos (HUGHES,

2000, LOUREIRO, 2007).

Analogamente ao procedimento realizado para a equação parabólica na

determinação da ordem de acurácia temporal do método ExGA, expansão em série de

Taylor deve ser efetuada nos termos da matriz de amplificação ˆjA tanto para a

analítica quanto para a numérica obtida pelo método-θ , lembrando que um método de

integração temporal possui ordem de acurácia s , i.e., ( )1sO t +Δ se todos os termos da

expansão em série de Taylor da matriz de amplificação analítica e numérica

coincidirem até o termo stΔ . Desta forma, a expansão em série de Taylor dos termos

da matriz de amplificação analítica (6.17) em torno de 0t = pode ser escrita como:

107

( ) ( )

( )

2 22 2 3 3 4 4 5 5

11

2 46 6

4 1 2 1112 3 24 301 12 16

720

anA t t t t

t

ξ ξ ξξω ω ω ω

ξ ξω

− −= − Δ + Δ − Δ + Δ

− +− Δ +…

(6.24)

( ) ( ) ( )

( )

2 2 2 42 2 3 3 4 4 5

12

3 55 6

4 1 2 1 1 12 166 6 120

3 16 16360

anA t t t t t

t

ξ ξ ξ ξ ξξω ω ω ω

ξ ξ ξω

− − − += Δ − Δ + Δ − Δ + Δ

− +− Δ +…

(6.25)

( ) ( ) ( )

( )

2 2 2 42 3 2 4 3 5 4 6 5

21

3 57 6

4 1 2 1 1 12 166 6 120

3 16 16360

anA t t t t t

t

ξ ξ ξ ξ ξω ξω ω ω ω

ξ ξ ξω

− − − += − Δ + Δ − Δ + Δ − Δ

− ++ Δ −…

(6.26)

( ) ( ) ( )

( ) ( )

2 2 2 42 2 3 3 4 4

22

3 5 2 4 65 5 6 6

4 1 2 2 1 1 12 161 2

2 3 243 16 16 1 24 80 64

60 720

anA t t t t

t t

ξ ξ ξ ξ ξξω ω ω ω

ξ ξ ξ ξ ξ ξω ω

− − − += − Δ + Δ − Δ + Δ

− + − + − +− Δ + Δ −…

(6.27)

Analogamente, as expressões em série de Taylor dos termos da matriz de

amplificação numérica obtida utilizando a Eq. (6.19) para o cálculo das funções de

Green são dadas por (para simplificar e sem perda de generalidade, apenas os termos

referentes ao método 4,0ExGA n são apresentados aqui como exemplo):

( ) ( )

( )

4,0

2 22 2 3 3 4 4 5 5

11 4

2 46 6

4 5

4 1 2 11 11 12 3 24 30

1 12 166 51720

nExGAA t t t tn

tn n

ξ ξ ξξω ω ω ω

ξ ξω

− −⎛ ⎞= − Δ + Δ − Δ + − Δ⎜ ⎟⎝ ⎠

− +⎛ ⎞− − + Δ +⎜ ⎟⎝ ⎠

(6.28)

108

( ) ( )

( )

( )

4,0

2 22 2 3 3 4

12

2 44 5

4

3 55 6

4 5

4 1 2 16 6

1 12 1611120

3 16 166 51360

nExGAA t t t t

tn

tn n

ξ ξ ξξω ω ω

ξ ξω

ξ ξ ξω

− −= Δ − Δ + Δ − Δ

− +⎛ ⎞+ − Δ⎜ ⎟⎝ ⎠

− +⎛ ⎞− − + Δ +⎜ ⎟⎝ ⎠

(6.29)

( ) ( )

( )

( )

4,0

2 22 3 2 4 3 5 4

21

2 46 5

4

3 57 6

4 5

4 1 2 16 6

1 12 1611120

3 16 166 51360

nExGAA t t t t

tn

tn n

ξ ξ ξω ξω ω ω

ξ ξω

ξ ξ ξω

− −= − Δ + Δ − Δ + Δ

− +⎛ ⎞− − Δ⎜ ⎟⎝ ⎠

− +⎛ ⎞+ − + Δ −⎜ ⎟⎝ ⎠

(6.30)

( ) ( ) ( )

( )

( )

4,0

2 2 2 42 2 3 3 4 4

22

3 55 5

4

2 4 66 6

4 5

4 1 2 2 1 1 12 161 2

2 3 243 16 1611

60

1 24 80 646 51720

nExGAA t t t t

tn

tn n

ξ ξ ξ ξ ξξω ω ω ω

ξ ξ ξω

ξ ξ ξω

− − − += − Δ + Δ − Δ + Δ

− +⎛ ⎞− − Δ⎜ ⎟⎝ ⎠

− + − +⎛ ⎞+ − + Δ −⎜ ⎟⎝ ⎠

(6.31)

Comparando as expressões (6.24)-(6.27) e (6.28)-(6.31), percebe-se que os

termos até 4tΔ são iguais; portanto, o método 4,0ExGA n é de quarta ordem, mostrando

que o procedimento de subpassos de tempo não-constantes m realmente aumenta a

ordem de acurácia do método ExGA. Por outro lado, a utilização de subpassos de

tempo constantes n não aumenta a ordem de acurácia, mas aumenta a precisão do

método uma vez que os erros de truncamento são cada vez menores à medida que se

aumenta o valor de n tal que para n →∞ tem-se 4,0ˆ ˆlim

nExGA anj jn→∞

=A A .

As conclusões descritas anteriormente com relação aos subpassos de tempo

constantes e não-constantes também são válidas para os demais parâmetros adotados no

método ,ExGAm nθ resultando em diferentes métodos de integração temporal. Portanto,

109

embora não mostrado aqui explicitamente, conclui-se que o método 1,1/2ExGA n é de

segunda ordem no tempo, pois 1m = e 1/ 2θ = e que o valor de n apenas melhora a

precisão do método (observe que para 1/ 2θ = subpassos de tempo não-constantes não

podem ser utilizados como discutido no capítulo 4). Para maiores detalhes sobre

estabilidade e acurácia considerando o método ExGA utilizando diferentes métodos

clássicos de marcha no tempo para o cálculo da função de Green, o leitor é encorajado

a ler a dissertação de LOUREIRO (2007).

6.5 Determinação do tamanho dos subdomínios discretos utilizando o princípio da conservação da energia

Como brevemente discutido anteriormente o princípio da causalidade não é bem

representado quando um processo de semi-discretização, onde as variáveis espacial e

temporal são discretizadas de forma independente, é utilizado (FRANGI, 2000,

GROSU & HARARI, 2007). Logo, pode-se concluir a priori que o tamanho do

subdomínio discreto com sua respectiva submalha, ou seja, o domínio discretizado j

hsΩ

não será o mesmo do domínio teórico definido pela Eq. (6.1). LOUREIRO (2007)

apresentou pela primeira vez resultados adotando-se submalhas para problemas

acústicos e mostrou através de exemplos numéricos que a submalha é relativamente

maior que o subdomínio exato; entretanto, LOUREIRO (2007) não apresentou uma

metodologia robusta para a determinação exata da submalha. Levando em consideração

as observações feitas por LOUREIRO (2007), uma nova metodologia baseada no

princípio da conservação da energia é aqui proposta para a determinação do tamanho

exato da submalha.

110

O primeiro passo da metodologia proposta é definir as expressões para a energia

cinética e potencial, dadas respectivamente por (GRAFF, 1991):

( ) ( )1 , , , ,2c j jE G t G t dρ

Ω

= Ω∫ x y x y (6.32)

( ) ( )1 , , , ,2p j jE k G t G t d

Ω

= ∇ ⋅∇ Ω∫ x y x y (6.33)

Pelo princípio da conservação da energia (MARSDEN & HUGHES, 1994;

GRAFF, 1991) e desconsiderando qualquer energia dissipativa, a taxa de aumento da

energia total (cinética e interna (e.g., potencial)) é igual a taxa do trabalho realizado

pelas contribuições externas (e.g., força de volume, fluxo, tração), ou seja:

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )

1 1, , , , , , , ,2 2

, , , ,

j j j j

j j

d G t G t k G t G t ddt

b t G t d

ρΩ

Ω

⎛ ⎞+ ∇ ⋅∇ Ω =⎜ ⎟⎝ ⎠

Ω

∫∫

x y x y x y x y

x y x y (6.34)

observe que pela definição da função de Green a única contribuição externa é aquela

devido a fonte pontual instantânea.

O segundo passo é definir duas possíveis soluções (a priori diferentes) para o

problema de função de Green, uma para a malha global denominada ( ), ,jG tx y e outra

para a submalha, i.e., ( ), ,jG tx y observando que s j

h hΩ ⊂ Ω . Em seguida deve-se

provar por contradição que as duas soluções são iguais para uma mesma fonte pontual

instantânea aplicada na coordenada jy , i.e., ( ) ( ) ( ) ( ), , , ,j j jb t b t tδ δ= = −x y x y x y .

Como as duas soluções foram estipuladas como solução do problema em questão, sua

111

combinação linear também será uma solução do problema. Tendo em vista este fato, a

diferença entre as duas soluções, definida a seguir também é uma solução (GRAFF,

1991):

( ) ( ) ( ), , , , , ,j j jG t G t G tΔ = −x y x y x y (6.35)

Como a diferença ( ), ,jG tΔ x y também é solução do problema, o princípio da

conservação de energia definido pela Eq. (6.34) continua sendo válido (GRAFF, 1991).

Logo, substituindo (6.35) em (6.34), tem-se:

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )( ) ( )

1 1, , , , , , , ,2 2

, , , , , ,

j j j j

j j j

d G t G t k G t G t ddt

b t b t G t d

ρΩ

Ω

⎛ ⎞Δ Δ + ∇Δ ⋅∇Δ Ω =⎜ ⎟⎝ ⎠

− Δ Ω

∫∫

x y x y x y x y

x y x y x y (6.36)

Em seguida integrando a Eq. (6.36) com relação ao tempo, a seguinte expressão é

encontrada:

( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( )( ) ( )0

0

1 1, , , , , , , ,2 2

, , , , , ,

t

j j j j

t

j j j

G t G t k G t G t d

b t b t G t d dt

ρΩ

Ω

⎛ ⎞Δ Δ + ∇Δ ⋅∇Δ Ω =⎜ ⎟⎝ ⎠

− Δ Ω

∫∫

x y x y x y x y

x y x y x y

(6.37)

Mas como ( ) ( ), , , ,j jb t b t=x y x y o lado direito da Eq. (6.37) se torna nulo e a

seguinte igualdade para a diferença de energia para o instante 0t = e t é estabelecida

(observe que existe conservação de energia uma vez que o sistema não possui nenhum

termo dissipativo):

112

0 0t tc p c pE E E EΔ + Δ = Δ + Δ (6.38)

Como descrito anteriormente, o problema é o mesmo onde se pode concluir que

as condições iniciais dadas são as mesmas. Como as energias para o instante inicial são

iguais devido a condições iniciais equivalentes suas diferenças são obviamente iguais a

zero, i.e., 0 0 0c pE EΔ = Δ = e a expressão (6.38) se reduz a:

0t tc pE EΔ + Δ = (6.39)

Como as energias cinética e potencial são por definição sempre positivas

(MARSDEN & HUGHES, 1994; GRAFF, 1991), por contradição a igualdade (6.39) é

verdadeira se e somente se:

0t tc pE EΔ = Δ = (6.40)

Analisando a igualdade (6.40) conclui-se que ( ) ( ), , , ,j jG t G t=x y x y , ou seja, a

solução deve ser única. Tal unicidade já era esperada uma vez que o problema é o

mesmo. Como descrito por LOUREIRO (2007), a unicidade da solução

( ) ( ), , , ,j jG t G t=x y x y numericamente nos pontos nodais é extremamente complicada,

já que propagação dos erros de arredondamento das operações aritméticas referentes

aos cálculos considerando a malha global e a submalha podem resultar em valores

espúrios. Esses erros podem ser, por exemplo, devido a utilização de um solver direto

onde se tem um número bem maior de operações para o sistema de equações da malha

global ou a um número grande de subpassos de tempo. Portanto, ao invés de proceder

113

com a unicidade da solução diretamente comparando termo a termo os valores nodais

dos resultados obtidos com a malha global e a submalha é mais instrutivo e confiável

garantir a unicidade da solução através das energias definidas a partir da Eq. (6.40), i.e.:

( ) ( )( )21 , , , , 02

tc j jE G t G t dρ

Ω

Δ = − Ω =∫ x y x y (6.41)

( ) ( )( ) ( ) ( )( )1 , , , , , , , , 02

tp j j j jE k G t G t G t G t d

Ω

Δ = ∇ − ⋅∇ − Ω =∫ x y x y x y x y (6.42)

Portanto as energias (6.41)-(6.42) diferentemente dos valores nodais fornecem

apenas um único valor, facilitando a comparação entre as respostas da submalha e da

malha global. O passo final é aproximar numericamente pelo método dos elementos

finitos as energias cinética e potencial, ou seja, obter as expressões discretas das

integrais (6.41)-(6.42). Antes, porém, é importante expandir os termos das integrais

(6.41)-(6.42) com o objetivo de diminuir possíveis erros numéricos de cancelamento

devido a subtração de dois números muito próximos dados pela diferença entre a

função de Green da malha global e a função de Green da submalha. Logo, as energias

(6.41)-(6.42) em sua forma discreta podem ser escritas como (o índice j não implica

em somatório):

( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

1

1 1

12

1 02

e

s j

e e

nel

h tc kj k l lj

e

nel nel

kj k l lj kj k l lj

e e

E G N N d G

G N N d G G N N d G

ρ

ρ ρ

= Ω

= =Ω Ω

Δ = Ω +

Ω − Ω =

∑∫

∑ ∑∫ ∫

x x

x x x x

(6.43)

114

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

1

1

1

12

12

1 02

e

s j

e

e

nel

h tp kj k l lj

e

nel

kj k l lj

e

nel

kj k l lj

e

E G k N N d G

G k N N d G

G k N N d G

= Ω

= Ω

= Ω

Δ = ∇ ⋅∇ Ω +

∇ ⋅∇ Ω −

∇ ⋅∇ Ω =

∑∫

∑∫∑∫

x x

x x

x x

(6.44)

ou em forma matricial como:

( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( )1 1 02 2

TT Th tc j j j j j jE t t t t t tΔ = + − =g Mg g Mg g Mg (6.45)

( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( )1 1 02 2

T T Th tp j j j j j jE t t t t t tΔ = + − =g Kg g Kg g Kg (6.46)

Como as dimensões dos vetores de Green da malha global (i.e., ( ) eqnj t ∈g ) e da

submalha (i.e., ( )s jeqn

j t ∈g ) são diferentes, pois jseq eqn n< , as multiplicações de matriz-

vetor referentes a última parcela de (6.45)-(6.46) devem ser efetuadas no sistema global

levando em consideração que os valores nodais do vetor de Green ( )j tg fora da região

da submalha são, por definição, iguais a zero.

Portanto para determinar o tamanho exato da submalha, as energias definidas

acima devem ser computadas e comparadas com aquelas utilizando a malha global. Na

prática, o cálculo das energias para todas as submalhas devido às fontes pontuais

instantâneas aplicadas nos pontos jy ( )1, , eqj n= … não é realizado, sendo calculadas

apenas para alguns pontos jy de referência, contidos em regiões críticas da malha, e.g.,

contendo diferentes materias, próximas ao contorno. Logo, o tamanho da submalha

115

obtido nesses pontos de referência pode ser extrapolado para os demais pontos da

malha.

Dependendo da estrutura da malha e do problema a ser modelado, muitas

submalhas serão equivalentes reduzindo assim o custo computacional referente ao

cálculo do vetor de Green, pois o mesmo só precisa ser computado uma única vez.

Além disso, com o objetivo de diminuir o custo computacional, o cálculo das energias

utilizando a malha global deve ser evitado. Desta forma, pode-se proceder de duas

maneiras distintas sendo a primeira adotar, ao invés da malha global, um determinado

subdomínio discreto com sua respectiva malha relativamente grande que possa ser

considerado equivalente a malha global; entretanto, tal estratégia dependerá da

experiência do analista em selecionar um subdomínio discreto grande o suficiente.

Outra maneira seria criar uma estratégia levando em consideração a unicidade entre a

função de Green da malha global e da submalha, i.e., ( ) ( )j jt t=g g , que estabelece a

seguinte igualdade para as energias da malha global e submalha a partir das Eqs. (6.45)

-(6.46):

( )( ) ( ) ( )( ) ( )1 12 2

TTh t h tc j j j j cE t t t t E= = =g Mg g Mg (6.47)

( )( ) ( ) ( )( ) ( )1 12 2

T Th t h tp j j j j pE t t t t E= = =g Kg g Kg (6.48)

Obviamente, a princípio, não se pode utilizar as Eqs. (6.47)-(6.48), pois se

procura justamente a função de Green da submalha ( )j tg que foi assumida a priori

igual a da malha global ( )j tg . Entretanto, pode-se estabelecer uma condição

necessária, porém não suficiente para determinar a função de Green a partir das Eqs.

116

(6.47)-(6.48). Desta forma, o tamanho da submalha estará definido quando as energias

calculadas por (6.47)-(6.48) adotando-se um processo iterativo com submalhas

consecutivas e maiores que as anteriores convergirem para um único valor, i.e., o valor

obtido se a malha global fosse utilizada. Embora, do ponto de vista teórico, possa

ocorrer energias iguais para soluções diferentes, resultados preliminares mostraram que

tal fato dificilmente ocorrerá, pois as submalhas consecutivas são selecionadas de tal

forma que não haja, do ponto de vista físico, reflexões no contorno fictício e, portanto,

as soluções deverão ser próximas. Contudo, igualdade de energias devido a soluções

diferentes não deve ser descartada, mas muito provavelmente tal fato não ocorrerá para

todas as submalhas selecionadas para o processo iterativo, indicando que quanto mais

submalhas consecutivas forem utilizadas no processo iterativo maior será a sua

confiabilidade. Está estratégia tem uma vantagem comparativamente a primeira, pois

não é necessário armazenar vetores de Green da malha global nem efetuar

multiplicações entre o vetor de Green da malha global e da submalha sendo sua

implementação computacional mais fácil e menos onerosa.

Uma vez que as duas estratégias apresentadas acima possuem problemas sendo a

primeira estratégia relacionada ao custo computacional enquanto que a segunda a falta

de garantia de sucesso, pois se tem apenas uma condição necessária, porém, não

suficiente. A determinação da submalha pode ser feita utilizando-se as duas estratégias

simultaneamente visando um menor custo computacional juntamente com a garantia de

sucesso do ponto de vista matemático. Desta maneira, deve-se primeiramente utilizar as

Eqs. (6.47)-(6.48) através de um processo iterativo como discutido anteriormente para

uma estimativa inicial da sumalha. Posteriomente deve-se utilizar as duas últimas

submalhas obtidas pelo processo iterativo a qual possuem as mesmas energias e

empregar as Eqs. (6.45)-(6.46); portanto, caso seja obtido um valor diferente de zero,

117

tal situação indica que energias iguais para soluções diferentes foram obtidas indicando

que o tamanho da submalha está errado. Por outro lado, se a diferença de energia das

Eqs. (6.45)-(6.46) forem iguais a zero, tem-se a garantia que aquele tamhanho da

submalha está realemnte correto, eliminando assim o uso da malha global ou uma

submalha grande o suficiente como fora comentado anteriormente.

Cabe aqui ressaltar que as matrizes de Green utilizadas pela expressão recursiva

(5.54) utilizada para o método ExGA devem ser computadas de forma precisa, ou seja,

é recomendável que a igualdade (6.45)-(6.46) ou (6.47)-(6.48) que relaciona as energias

obtidas a partir da submalha e da malha global seja satisfeita com uma tolerância de

erro baixa para garantir a unicidade numérica entre as soluções. De fato, supondo que a

solução em um instante de tempo qualquer kt k t= Δ queira ser computada, a expressão

recursiva (5.54) pode ser escrita como:

0 1 0 2 1 1k k k k k− − −= + + + +G G GX A X A L A L L… (6.49)

onde ( )k Tk k=X U U e

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )t t tt t t

⎛ ⎞+= ⎜ ⎟⎜ ⎟+⎝ ⎠

G

G M G C G MA

G M G C G M (6.50)

( ) ( )

( ) ( )

0

0

t

kk

t

k

t t d

t t d

τ τ τ

τ τ τ

Δ

Δ

⎛ ⎞Δ − +⎜ ⎟

⎜ ⎟= ⎜ ⎟⎜ ⎟Δ − +⎜ ⎟⎝ ⎠

∫∫

G FL

G F

(6.51)

Nota-se claramente que a matriz de amplificação GA aparece elevada ao número

de passos de tempo k . Logo, pode-se concluir que se as matrizes de Green não forem

118

computadas de forma precisa por mais que os erros das matrizes de Green sejam

pequenos a priori, tais erros irão obviamente se amplificar exponencialmente e a

resposta para tempos longos (ou mesmo tempos curtos dependendo da precisão das

matrizes de Green) irá se deteriorar, causando instabilidade ou convergindo para uma

solução qualquer diferente da solução original.

119

7 Resultados Numéricos

Capítulo 7 Resultados Numéricos

7.1 Introdução

Neste capítulo são apresentados alguns exemplos numéricos com o objetivo de

validar e mostrar as vantagens da formulação proposta denominada de método da

aproximação explícita de Green (ExGA).

Primeiramente são apresentados resultados referentes a equação parabólica,

sendo analisados problemas transientes de condução de calor. Um enfoque maior é

dado na análise do procedimento de subpassos de tempo utilizado no cálculo da função

de Green para aumentar a precisão do método ExGA. Posteriormente, problemas de

propagação de ondas (equação hiperbólica) são focados e resolvidos utilizando o

método da aproximação explícita de Green local (LExGA) que utiliza submalhas,

visando um menor esforço computacional.

120

7.2 Exemplos numéricos: Equação parabólica

7.2.1 Considerações iniciais

No decorrer dos exemplos e objetivando facilitar a nomenclatura dos vários

métodos de marcha no tempo originados da metodologia proposta, a seguinte notação é

utilizada:

,m nExGAθ - utilizado para o procedimento de marcha no tempo dado pela Eq.

(2.30) com a convolução sendo calculada pela Eq. (3.22).

,m nExGAMθ - utilizado para o procedimento de marcha no tempo dado pela Eq.

(3.18) com a solução particular sendo calculada pela Eq. (3.28) (observe que a letra M

esta relacionada a utilização da matriz de Green modificada).

O sobrescrito e subscrito são parâmetros relacionados ao método-θ de integração

temporal utilizado para computar a matriz de Green e significam o seguinte:

m - subpassos de tempo não-constantes.

n - subpassos de tempo constantes.

θ - parâmetro do método-θ , onde [ ]0,1θ ∈ .

7.2.2 Análise de convergência

Com o objetivo de mostrar que o estudo e demonstração da ordem de acurácia

realizada para um sistema com um grau de liberdade também é valida para um sistema

121

com múltiplos graus de liberdade, o seguinte problema com dois graus de liberdade é

empregado como exemplo:

( )( )

( )( )

11

22

4 3 5 3 03 3 3 3 0

T tT tT tT t

⎛ ⎞ ⎛ ⎞− −⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞+ =⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎜ ⎟− −⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠⎝ ⎠

(7.1)

( )( )

1

2

0 10 0

TT⎛ ⎞ ⎛ ⎞

=⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠⎝ ⎠

(7.2)

cuja solução analítica é dada por:

( )( ) ( )

21

22 1

t

t t

eT tT t e e

− −

⎛ ⎞⎛ ⎞⎜ ⎟=⎜ ⎟ ⎜ ⎟−⎝ ⎠ ⎝ ⎠

(7.3)

Dentre os vários métodos possíveis que a formulação proposta proporciona, os

métodos ,11mExGA , ,1

2/3mExGA , 1,

1nExGA e 1,

2 /3nExGA , ou seja, métodos baseados em

subpassos de tempo constantes e não-constantes são selecionados como exemplos e

uma análise de convergência é efetuada. Por motivo de validação, as taxas de

convergência para tais métodos são comparadas com aquelas dos métodos clássicos de

Cranck-Nicolson ( 1/ 2θ = ), Euler implícito ( 1θ = ) e Galerkin ( 2 / 3θ = ). É importante

ressaltar que embora a notação ,m nExGAθ seja utilizada, as conclusões aqui tiradas

também são validas para os métodos ,m nExGAMθ uma vez que a única diferença entre

eles é a maneira como a matriz de Green é computada visando um menor esforço

computacional, não havendo alteração do resultado final visto que nesse exemplo não

existe força externa. Para analisar a taxa de convergência (ou ordem de acurácia) com o

refinamento sucessivo do intervalo de tempo tΔ , a seguinte norma para o erro relativo

é utilizada:

122

( )( ) ( )

( )2

2

num an

an

t te t

t

−=

T T

T (7.4)

onde ( )an tT , ( )num tT representam, respectivamente, os vetores solução analítico e

numérico.

As taxas de convergência no tempo de referência 5rt s= para os métodos

mencionados acima são plotadas nas Figuras 7-8. Como observado a ordem de acurácia

dos métodos ,1m nExGA e ,

2/3m nExGA com 2,3,4,5m = é realmente aumentada e tem o

mesmo valor do número de subpassos de tempo não-constantes m como previsto pela

teoria. Por outro lado, apesar dos erros relativos diminuírem a medida que se aumenta o

número de subpassos de tempo constantes n para os métodos 1,1

nExGA e 1,2 /3

nExGA , suas

respectivas ordens de acurácia não são aumentadas, permanecendo iguais as dos

métodos clássicos utilizados. Além disso, analisando as Figuras 7-8, observa-se

primeiramente que o método de Galerkin é mais preciso que o método Euler implícito.

Posteriormente, observa-se que o método de Cranck-Nicolson é ligeiramente mais

preciso que o método 2,1

nExGA , e que o oposto ocorre para os métodos Cranck-

Nicolson e 2,2 /3

nExGA .

123

Figura 7. Comparação da taxa de convergência no tempo 5rt s= considerando os seguintes métodos: (a) Euler implícito, Cranck-Nicolson,

,11mExGA para 2,3, 4,5m = ; (b) Galerkin, Cranck-Nicolson, ,1

2/3mExGA para

2,3, 4,5m = .

(a)

(b)

124

Figura 8. Comparação da taxa de convergência no tempo 5rt s= considerando os seguintes métodos: (a) Euler implícito, Cranck-Nicolson,

1,1

nExGA para 2,3,4,5n = ; (b) Galerkin, Cranck-Nicolson, ,12 /3nExGA para

2,3, 4,5n = .

(a)

(b)

125

7.2.3 Condução de calor transiente unidirecional

No presente exemplo uma barra retangular de dimensão 4 1m m× submetida a uma

condição inicial unitária e constante ao longo de todo o domínio (i.e., ( ),0 1oT C=x )

como esquematizado na Figura 9(a) é analisada. No contorno esquerdo (i.e., 0x = ),

condição de Dirichlet nula é imposta enquanto que para os demais contornos a

condição de Neumman nula é prescrita como também mostrado na Figura 9(a). O

modelo é discretizado em 64 elementos quadriláteros bilineares como ilustrado na

Figura 9(b). As propriedades físicas do modelo são: 31.0 /kg mρ = , 01.0 /( )c J kg C= e

01.0 /( )k W m C= . A solução analítica pode ser escrita da seguinte forma (CARSLAW &

JAEGER, 1959):

( )( )

( ) ( )2 2

22 1

4

0

8cos2 2 1, cos2 2

nt

L

k

nnT x t e L xL L n

π ππ

π π

∞ − +

=

+⎛ ⎞= −⎜ ⎟ +⎝ ⎠∑ (7.5)

onde 4L = é o comprimento da barra.

O presente exemplo tem por objetivo mostrar algumas das características

numéricas apresentadas no capítulo 3 que um método de integração temporal deve

possuir. Para tal, primeiramente, o histórico da temperatura no ponto B(4,0.5) bem

como o erro normalizado global dado por ( ) ( ) ( )( )2 2/ maxnum an ant t t−T T T

considerando os métodos Euler implícito, ,11mExGAM para 2, 4m = e 1,

1nExGAM para

2,4n = são analisados. A Figura 10 mostra as respostas dos diferentes métodos

mencionados anteriormente considerando um intervalo de tempo relativamente grande

dado por 4t sΔ = com seus erros globais sendo plotados na Figura 11.

126

Como observado na Figura 10, resultados não precisos são obtidos pelo método

tradicional Euler implícito devido ao fato que o mesmo é somente de primeira ordem

de acurácia no tempo. Por outro lado, nota-se claramente que os resultados são bastante

melhorados quando se utiliza o método ,11mExGAM e aumenta-se o número de

subpassos de tempo não-constantes. Além disso, embora resultados mais precisos

sejam obtidos pelo método 1,1

nExGAM aumentando-se o número de supassos de tempo

constantes, seus resultados não são tão precisos quanto os fornecidos pelo método

,11mExGAM , já que, diferentemente do método ,1

1mExGAM , não há um aumento efetivo

da ordem de acurácia para o método 1,1

nExGAM . De fato, tais conclusões podem ser

mais facilmente observadas analisando o gráfico do erro global normalizado, onde o

T(x,0)=1T=0 q=0

4 m

1 m

q=0

q=0x

y

A B

Figura 9. Barra retangular: (a) geometria e condições de contorno; (b) malha composta de 64 elementos quadriláteros bilineares e pontos selecionados.

(a)

(b)

127

erro diminui drasticamente quando se aumenta o número de subpassos não-constantes

de 2m = para 4m = . Tal fato não ocorre quando se aumenta o número de subpassos

constantes de 2n = para 4n = sendo o método 2,11ExGAM até mais preciso que o

método 1,41ExGAM . Logo, pode-se concluir que para se obter resultados extremamente

precisos o número de subpassos constantes deve ser bem maior que o número de

subpassos não-constantes.

Posteriormente o histórico da temperatura no ponto A(0.25,0.5) para um intervalo

de tempo 1t sΔ = considerando os métodos Cranck-Nicolson, Galerkin e ,12 /3mExGAM

para 3,4m = é analisado (as respostas numéricas são plotadas na Figura 12). Antes de

proceder com a análise dos resultados, é importante observar que o presente exemplo é

classificado como “stiff” (HAIRER et al., 1987), pois a resposta próximo ao contorno

0x = nos instantes iniciais possui uma variação (ou gradiente) bem maior que as

demais posições devido a mudança brusca entre a condição de contorno nula de

Dirichlet e a condição inicial dada. Portanto, métodos com a característica de L-

estabilidade e 0jA ≥ (fator de amplificação) são preferidos a priori para evitar

oscilações espúrias. De fato, como observado na Figura 12, o método clássico de

Cranck-Nicolson gera respostas com altas oscilações, pois o mesmo possui fator de

amplificação negativo com lim 1j

jtA

λ Δ →∞= − de tal forma que as oscilações são eliminadas

de forma muito lenta no decorrer da marcha no tempo. Já o método de Galerkin produz

oscilações somente nos instantes iniciais, pois apesar de seu fator de amplificação ser

negativo tem-se lim 0.5j

jtA

λ Δ →∞= − e, portanto, as oscilações são supridas de forma mais

rápida. Por outro lado, os métodos ,12 /3mExGAM para 3, 4m = resultam em respostas sem

oscilações uma vez que o fator de amplificação tende para o analítico a medida que se

128

aumenta o número de subpassos de tempo não-constantes, estabelecendo métodos com

L-estabilidade e 0jA ≥ . Na realidade, analisando a Figura 12(c) mais detalhadamente,

observa-se que o método 3,12/3ExGAM produz uma pequena oscilação no primeiro

intervalo de tempo, já que seu fator de amplificação apesar de pequeno ainda é

negativo. Portanto, como discutido no capítulo 3, subpassos de números pares devem

ser utilizados para garantir que 0jA ≥ .

Finalmente serão analisadas as vantagens de se utilizar subpassos de tempo

constantes na formulação proposta, sendo o método explícito 1,0

nExGA utilizado.

Observe que nesse caso, a matriz capacitância diagonal é utilizada e, portanto, o

procedimento de marcha no tempo 1,0

nExGA pode ser eficientemente empregado, pois a

inversa da matriz capacitância é facilmente computada. Devido a característica “stiff”

do presente problema e muito comum em modelos de elementos finitos, autovalores

mais altos também participam da resposta para modelar a rápida variação da solução

próxima ao contorno em 0x = . Desta forma, métodos explícitos de integração

temporal não são aconselhados, pois a restrição de estabilidade aliada aos autovalores

altos resultam em intervalos de tempo críticos muito pequenos. De fato, pode-se

mostrar que o maior autovalor do presente modelo é dado por max 63.95λ ≈ e, portanto,

a restrição de estabilidade resulta em intervalos de tempo tal que 0.031t nΔ ≤ para o

método 1,0

nExGA (vale ressaltar que tal restrição seria ainda mais severa caso a matriz

capacitância consistente, i.e., não diagonal fosse utilizada). Para 1n = o intervalo de

tempo deve ser bastante pequeno resultando em um número grande de passos de tempo.

Para contornar tal desvantagem, o uso de subpassos de tempo constantes n pode ser

eficientemente empregado uma vez que o limite crítico de estabilidade é aumentado de

forma linear, permitindo o uso de intervalos de tempo maiores sem perda de precisão

129

nos resultados. De fato, o histórico da temperatura no ponto B(4,0.5) é plotado na

Figura 13 e como observado, a resposta numérica considerando 100n = com 3t sΔ = é

tão precisa quanto a resposta obtida com 1n = e 0.03t sΔ = com a vantagem de se

utilizar um pequeno número de passos de tempo. Logo, o método 1,0

nExGA apesar de

explícito do ponto de vista teórico, o mesmo pode ser considerado incondicionalmente

estável na prática bastando apenas selecionar de forma conveniente o número de

subpassos constantes n .

130

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico ExGAM2,1

1

ExGAM4,11

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico ExGAM1,2

ExGAM1,41

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico Euler implicito

Figura 10. Comparação da temperatura no ponto B(4,0.5) em relação a solução analítica considerando os seguintes métodos com 4t sΔ = : (a) Euler implícito; (b) ,1

1mExGAM para 2, 4m = ; (c) 1,

1nExGAM para

2, 4n = .

(a)

(b)

(c)

131

0 10 20 30 40 501E-7

1E-6

1E-5

1E-4

1E-3

0.01

0.1

1

erro

nor

mal

izad

o

tempo (s)

Euler implicito ExGAM2,1

1

ExGAM4,11

ExGAM1,21

ExGAM1,41

Figura 11. Erro global normalizado considerando os métodos Euler implícito, ,1

1mExGAM e 1,

1nExGAM para , 2, 4m n = .

132

0 10 20 30 40 50-0.50

-0.25

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico Crank-Nicolson

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico Galerkin

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analitico ExGAM3,1

2/3

ExGAM4,12/3

Figura 12. Comparação da temperatura no ponto A(0.25,0.5) em relação a solução analítica considerando os seguintes métodos com

1t sΔ = : (a) Crank-Nicolson; (b) Galerkin; (c) ,12 /3mExGAM para

3, 4m = .

(a)

(b)

(c)

133

0 10 20 30 40 50

0.00

0.25

0.50

0.75

1.00

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

analiticoExGA2,n

0 : Δt=0.03s (n=1) Δt=3s (n=100)

Figura 13. Comparação da temperatura no ponto B(4,0.5) em relação a solução analítica considerando o método explícito 2,

1nExGA para

1,100n = e diferentes intervalos de tempo.

134

7.2.4 Meio heterogêneo

O presente exemplo considera um domínio não-retangular heterogêneo

constituído de dois materias cujas dimensões são especificadas na Figura 14(a). O

modelo proposto considera a aplicação de uma fonte ( ) 3, 1800 /b t W m=x em todo o

domínio e para o contorno prescereve-se a condição de Dirichlet com 10 oT C= no

contorno esquerdo e a condição de Neumman com 24000 /q W m= para o contorno

superior e 0q = para os demais contornos como também mostrado na Figura 14(a)

(condição inicial nula é adotada em todo o domínio). O modelo é discretizado em 800

elementos quadriláteros bilineares como esquematizado na Figura 14(b). As

propriedades físicas dos materiais são: 31 2702 /kg mρ = , 0

1 903 /( )c J kg C= ,

01 237 /( )k W m C= e 3

2 2790 /kg mρ = , 02 883 /( )c J kg C= , 0

2 168 /( )k W m C= .

Devido a ausência de uma solução analítica para o presente modelo, os resultados

numéricos obtidos pelos diferentes métodos numéricos empregados na análise são

comparados com uma solução de referência obtida através do método Euler implícito

com um intervalo de tempo pequeno dado por 60t sΔ = . A Figura 16 mostra o histórico

da temperatura nos pontos nodais selecionados A(0.15,0.9) e B(1.7,0.5) considerando

os métodos Euler implícito, Crank-Nicolson e 4,11ExGAM adotando-se um intervalo de

tempo grande dado por 410t sΔ = e o método explícito 2,4000ExGA para um intervalo de

tempo 1350t sΔ = . Como observado na Figura 15(a) e pelos mesmos motivos

discutidos no exemplo anterior, o método de Crank-Nicolson apesar de ser de segunda

ordem no tempo produz grandes oscilações no ponto A(0.15,0.9) devido a rápida

variação da temperatura neste ponto, equanto que o método de Euler implícito apesar

135

Figura 14. Domínio não-retangular: (a) geometria e condições de contorno; (b) malha composta de 800 elementos quadriláteros bilineares.

(b)

q=4000W/m²

T=10

ºC

b(x,t)=1800W/m³

q=0

q=0material 1

material 2

2.0

1.0

0.5

x

y

(a)

136

de não produzir oscilações, sua resposta não é suficientemente precisa pois o mesmo é

apenas de primeira ordem no tempo. Diferentemente destes dois métodos, o método

4,11ExGAM produz resultados precisos e confiáveis, pois o mesmo é de quarta ordem no

tempo possuindo as proriedades de L-estabilidade e 0jA ≥ que um método robusto

precisa ter (o número de subpassos de tempo não-constantes 4m = foi suficiente para

gerar resultados precisos; entretanto, caso se queira obter resultados mais precisos

outros valores de m podem ser utilizados).

Uma característica bastante importante a ser comentada diz respeito a utilização

de métodos explícitos em problemas transientes de condução de calor. Como descrito

na literatura (HUGHES, 2000), o maior autovalor do sistema é proporcional ao inverso

do quadrado do comprimento característico do elemento, i.e., ( )2max O hλ −= . Logo,

para sistemas grandes com muitas equações (i.e., 1eqn ) tem-se max min/ 1λ λ ,

ocasionando em uma restrição muito severa quanto ao intervalo de tempo crítico para

métodos explícitos tradicionais, favorecendo o uso de métodos incondicionalmente

estáveis. De fato, o maior autovalor para o presente modelo considerando matriz

capacitância diagonal é dado por max 0.585λ ≈ e, portanto, o limite crítico para o

intervalo de tempo considerando o método 2,0

nExGA é 3.41t nΔ ≤ . Desta maneira, para

1n = (método clássico de Runge-Kutta de segunda ordem no tempo) o intervalo de

tempo para garantir estabilidade é extremamente pequeno para a análise, requerendo

um número de intervalos de tempo muito grande e tornando a análise

computacionalmente onerosa. Por outro lado, como o método proposto 2,0

nExGA possui

a vantagem de estender o limite de estabilidadde de forma linear, 400n = subpassos de

tempo constantes é selecionado para diminuir o número total de passos de tempo sem

comprometer a precisão dos resultados. Realmente, como observado na Figura 15(b),

137

resultados bastante precisos são obtidos pelo método 2,4000ExGA , reduzindo o número

total de passos de tempo de 20588 caso a análise fosse realizada considerando 1n =

e 3.4t sΔ = para apenas 52 passos de tempo.

Para mostrar o comportamento da solução em todo o domínio no decorrer do

tempo, os campos de temperatura em diferentes instantes considerando o método

4,11ExGAM com 60t sΔ = são plotados nas Figuras 16-17. Como observado,

inicialmente, a região próxima ao contorno esquerdo é a mais quente devido a

temperatura prescrita e a medida que o tempo passa o fluxo imposto no contorno

superior vai tornando a região próxima ao canto superior direito a mais quente. De fato,

isso também pode ser visto nos gráficos de temperatura nos pontos A(0.15,0.9) e

B(1.7,0.5) da Figura 15, onde nos primeiros instantes o ponto A(0.15,0.9) possui uma

maior temperatura e rapidamente o ponto B(1.7,0.5) torna-se mais quente.

138

Figura 15. Comparação da temperatura nos pontos A(0.15,0.9) e B(1.7,0.5) em relação a solução de referência (Euler implícito-

60t sΔ = ) considerando os seguintes métodos: (a) Euler implícito, Cranck-Nicolson e 4,1

1ExGAM com 10000t sΔ = ; (b) 2,4000ExGA

com 1350t sΔ = .

0 1x104 2x104 3x104 4x104 5x104 6x104 7x104

0

10

20

30

40

50

60

70

Tem

pera

tura

(o C)

tempo (s)

Euler implicito (sol. referência) Euler implicito Cranck-Nicolson ExGAM4,1

1

ponto B

ponto A

0 1x104 2x104 3x104 4x104 5x104 6x104 7x104

0

10

20

30

40

50

60

70

Tem

pera

tura

(o C)

Tempo (s)

Euler implicito (sol. referência) ExGA2,400

0

ponto A

ponto B

(a)

(b)

139

Figura 16. Campo de temperatura considerando o metodo 4,1

1ExGAM com 60t sΔ = nos seguintes instantes: (a) 60t s= ; (b) 1860t s= ; (c) 3660t s= .

(a)

(b)

(c)

140

Figura 17. Campo de temperatura considerando o metodo 4,11ExGAM com 60t sΔ =

nos seguintes instantes: (a) 6060t s= ; (b) 15060t s= ; (c) 36060t s= .

(a)

(b)

141

7.3 Exemplos numéricos: Equação hiperbólica

7.3.1 Considerações iniciais

Esta seção tem por objetivo apresentar alguns resultados numéricos obtidos

utilizando-se o método LExGA (“Local Explicit Green’s Approach”) onde a função de

Green é computada localmente através de submalhas e também validar a metodologia

proposta de determinação dos tamanhos das submalhas pelo princípio da conservação

da energia. A análise é efetuada considerando um método explícito e outro implícito

dados por:

4,0

nLExGA - método explícito obtido adotando-se 4m = e n variável.

1,1/ 2

nLExGA - método implícito obtido adotando-se 1m = e n variável.

A ausência da letra “L” na nomenclatura acima (i.e., 4,0

nExGA e 1,1/ 2

nExGA )

significa que a matriz de Green é computada utilizando a malha global e tais métodos

são também usados por motivos de comparação. Além disso, é importante ressaltar que

os métodos 4,0

nExGA e 1,1/2

nExGA são idênticos aos métodos ExGA-Runge-Kutta e

ExGA-Newmark (regra trapezoidal) apresentados por LOUREIRO (2007), mas com a

vantagem de serem obtidos de uma forma geral a partir da mesma metodologia, ou seja,

do uso de subpassos de tempo constantes e não-constantes.

Nos exemplos que se seguem apenas malhas uniformes são utilizadas e, portanto,

para facilitar a programação referente ao cálculo numérico da função de Green adota-se

um suporte quadrangular ao invés de um suporto circular para definir a submalha como

esquematizado na Figura 18. Desta maneira o tamanho da submalha quadrangular dado

142

por d será um parâmetro a ser calculado pelo princípio da conservação da energia

através das Eqs. 6.45-6.46 ou das Eqs. 6.47-6.48. Como discutido anteriormente, o

procedimento de semi-discretização não satisfaz de forma exata o princípio da

causalidade e, portanto, tem-se a priori d r> sendo r c t= Δ o tamanho exato dado

pelo princípio da causalidade.

Devido a inversa da matriz massa na condição inicial para a matriz de Green, i.e.,

( ) 10 −=G M , matriz massa diagonal é utilizada tanto para o método explícito quanto

para o implícito. Isto tem por objetivo, além de evitar a resolução de um sistema de

equações extra, resultar em submalhas menores, pois caso a matriz massa consistente

fosse utilizada submalhas maiores seriam obtidas. Tal fato ocorre porque, ao invés de

uma condição inicial concentrada em um único nó (ponto fonte jy ) no caso da matriz

massa diagonal, tem-se, para a matriz massa consistente, uma distribuição de condições

iniciais diferentes de zero em todo domínio com valores significativos próximos ao

ponto fonte.

A princípio, a idéia de se adotar uma matriz massa diagonal para o método

implícito parece algo desnecessário, pois a matriz massa consistente pode ser

implementada sem dificuldades e com o mesmo custo computacional na resolução do

sistema de equações referente a matriz efetiva dada por ef i tθα= + ΔK M K . Entretanto,

tal situação é encontrada, por exemplo, no método dos elementos finitos espectrais

(COHEN, 2002) amplamente utilizado em problemas de propagação de ondas e cuja

matriz massa é por definição diagonal para determinados elementos e onde métodos

implícitos são bastante utilizados. Além disso, caso se queira adotar a matriz massa

consistente, seria interessante utilizar formulações onde a inversa da matriz massa não

apareça explicitamente na condição inicial da função de Green como aquela

143

apresentada por LOUREIRO & MANSUR (2010), mas tal formulação não será

empregada nesta tese.

Para validar a metodologia baseada na conservação da energia para o cálculo do

tamanho da submalha e evitar qualquer outra fonte de erros, apenas problemas com

condições iniciais são analisados, eliminando assim possíveis erros devido a

aproximação da convolução. A acurácia da convolução foi validada no exemplo

anterior para a equação parabólico e pode ser também encontrada com mais detalhes

em LOUREIRO (2007).

Ω

yj

Γ1

Γ2

dd

 j jsi sΓ = Γ

jsΩ

Figura 18. Esquematização da submalha com tamanho d para um ponto fonte jy qualquer.

144

7.3.2 Barra homogênea

O presente exemplo tem por objetivo estudar o impacto de uma barra retangular

de dimensão a b× em uma parede fixa. Para modelar tal situação prescreve-se a

condição de Dirichlet nula no contorno esquerdo e a condição de Neumman nula nos

demais contornos sendo a barra submetida a uma condição inicial de velocidade

( )0 , 1 /v t m s= −x como esquematizado na Figura 19. Os parâmetros geométricos e

físicos são dados por: 10.0a m= (comprimento em x ), 1.0b m= (comprimento em

y ), 32000 Kg / mρ = (densidade) e 10 2k 3.2 10 N / m= × (módulo de Bulk). O modelo

é discretizado em uma malha uniforme composta de 4000 elementos quadriláteros

bilineares, ou seja, com o comprimento do elemento dado por 0.05h m= .

Embora tal problema seja simples e unidimensional do ponto de vista teórico, sua

solução numérica é bastante complicada devido a altos gradientes da solução tornando-

o um excelente exemplo para a validação de novas metodologias. A análise é efetuada

adotando-se um intervalo de tempo 510t s−Δ = e os métodos 4,0

nLExGA e 1,1/ 2

nLExGA

para 1,10n = subpassos de tempo constantes. Logo, sabendo que a velocidade da onda

Figura 19. Geometria e condições de contorno.

u=0 b

ax

y

v0 (x,t)= -1m/s

q=0

q=0

q=0

145

é 4000 /c m s= , a área circular da subregião exata para a função de Green no primeiro

intervalo de tempo devido a causalidade é caracterizada pelo raio 0.04r c t m= Δ = e,

portanto, a área da submalha deve ser aquela caracterizada por 0.04d > . O

deslocamento no ponto nodal ( )5,0.5A bem como a velocidade no ponto nodal

( )10,0.5B são plotados nas Figuras 20-23. A solução de refêrencia é aquela obtida

pelos métodos 4,10ExGA e 1,1

1/2ExGA que são equivalentes aos métodos de Runge-Kutta 4º

ordem (RK4) e Newmark-regra trapezoidal (NW) como descrito por LOUREIRO

(2007). Para validar a metodologia baseada na conservação da energia para a

determinação do tamanho da submalha d , as energias computadas utilizando as Eqs.

6.45-6.46 e as Eqs. 6.47-6.48 para os pontos fonte ( )4.45,0.5j =y e ( )0.1,0.1j =y são

mostradas nas Tabelas 4-5. Observe que para ( )4.45,0.5j =y a submalha possui

influência inicialmente somente do contorno interno jsiΓ , enquanto que a submalha

para ( )0.1,0.1j =y possui influência de todos os contornos, i.e., 2 1j j js s siΓ Γ Γ∪ ∪ (ver

Figura 5).

Analisando a Tabela 4 bem como as Figuras 20-21 as seguintes conclusões para

os métodos 4,10LExGA e 4,10

0LExGA podem ser extraídas. Quando 1n = subpasso de

tempo é utilizado, observa-se que para 0.1d = tanto a diferença de energia potencial

h tpEΔΔ quanto a energia potencial h t

pEΔ estão de acordo com as mesmas considerando a

malha global. Entretanto, o mesmo não acontece para a energia cinética, onde os

valores de h tcEΔΔ e h t

cEΔ são diferentes dos valores referenciais (malha global). Já para

0.15d = , todos os valores das energias estão de acordo com os valores referenciais e,

portanto, 0.15d = é suficiente para alcançar resultados precisos. De fato como

observado na Figura 20, resultados precisos são alcançados para 0.15d = , o que não

146

acontece quando se utiliza 0.1d = . Quando 10n = subpassos de tempo é utilizado,

observa-se que as energias para 0.1d = e 0.2d = não estão de acordo com os valores

referenciais e somente para 0.3d = as energias são iguais as referenciais. De fato,

analisando a Figura 21, percebe-se que para 0.1d = e 0.2d = resultados não precisos

são obtidos, enquanto que somente para 0.3d = resultados precisos são alcançados.

Portanto, pode-se concluir que a utilização de subpassos de tempo constantes aumenta

o tamanho da submalha para um mesmo intervalo de tempo. Isto ocorre devido as

várias multiplicações de matrizes referente ao procedimento de subpassos. É importante

ressaltar que esse aumento do tamanho da submalha devido a um aumento do número

de subpassos n para um intervalo de tempo fixo tΔ deve cessar para um determinado

valor de n , pois o princípio da causalidade não pode ser totalmente violado por um

método numérico.

Agora analisando a Tabela 5 bem como as Figuras 22-23 as seguintes conclusões

para os métodos 1,11/ 2LExGA e 1,10

1/ 2LExGA podem ser extraídas. Para 1n = observa-se que

as energias são iguais as referenciais somente quando 0.5d = e que para 0.4d = as

energias possuem um erro muito pequeno. De fato, como observado na Figura 22,

respostas precisas são obtidas somente para 0.5d = . Apesar dos erros das energias para

0.4d = serem pequenos, resultados não precisos são obtidos a medida que o tempo

avança, indicando uma amplificação exponencial desses pequenos erros na solução

final como comentado anteriormente (ver Eq. 6.49). Já para 10n = , as energias são

iguais as referenciais somente para 0.3d = e como observado na Figura 23, resultados

precisos são obtidos somente para 0.3d = (observe que tal tamanho é o mesmo obtido

pelo método explícito 4,100LExGA ). A respeito da influência dos subpassos de tempo

constantes n no método 1,1/ 2

nLExGA e diferentemente do que ocorre para o método

147

explícito 4,0

nLExGA , há uma diminuição do tamanho da submalha quando se aumenta o

número de subpassos n . Isto ocorre porque para o método implícito tem-se a resolução

de um sistema de equações devido a matriz efetiva ef it

nθα Δ

= +K M K e como o

número de subpassos n aparece no denominador, a medida que se aumenta tal valor o

termo relativo a matriz massa torna-se predominante, ou seja, lim efn→∞=K M . Desta

maneira, o método implícito tende a ter as características de um método explícito onde

não há necessidade da resolução de um sistema de equações quando a matriz massa é

diagonal. Logo, o uso de subpassos para métodos implícitos torna-se vantajoso para

diminuir o tamanho da submalha mantendo a característica de estabilidade

incondicional, sendo útil em certas análises onde se queira adotar um número pequeno

de subpassos de tempo n .

148

Tabela 4*. Energias calculadas pelas Eqs. 6.45-6.48 em t t= Δ e diferentes jy para determinação do tamanho da submalha d

considerando o método 4,0

nLExGA com 1,10n = .

Método 4,10LExGA

Submalha ( )4.45,0.5j =y d (m) h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 -21.343013653101240 10× -28.44450231872289 10× 0.1 -52.5890760595552453 10× 0.0 -204245770416841.34 10× -28.44450231872289 10× 0.15 0.0 0.0 -21.343013653101240 10× -28.44450231872289 10×

Submalha ( )0.1,0.1j =y malha global 0.0 0.0 -21.3429776937125095 10× -28.444502318722866 10×0.1 -51.3304974185047308 10× 0.0 -219348714038211 4 3.3 10× -28.444502318722866 10×0.15 0.0 0.0 -21.3429776937125095 10× -28.444502318722866 10×

Método 4,100LExGA

Submalha ( )4.45,0.5j =y d (m) h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 -21.318287709786455 10× -29.09904887482257 10× 0.1 -51.9708946803739802 10× -61.2369609125317815 10× -248215455246231.31 10× -2100636513775689. 10× 0.2 -121.0012199402886779 10× -141.890154699424329 10× -25351.318 875287709 10× -29.0990488749 501 104 × 0.3 0.0 0.0 -21.318287709786455 10× -29.09904887482257 10×

Submalha ( )0.1,0.1j =y Malha global 0.0 0.0 -21.3182332856015859 10× -29.09907389582986 10× 0.1 -51.0098157533510593 10× -6-7.813606500678416 10× -267466995677681 1 9.3 10× -28122632859. 99 89 0 10× 0.2 -134.999889391399392 10× -13-5.12950792952438 10× -25071.318 859233285 10× -29.099073895 0248 108 × 0.3 0.0 0.0 -21.3182332856015859 10× -29.09907389582986 10×

* valores menores que 1710− são considerados nulos e valores grifados em vermelho indicam a não concordância das casas decimais com o valor da malha global.

149

* valores menores que 1710− são considerados nulos e valores grifados em vermelho indicam a não concordância das casas decimais com o valor da malha global.

Tabela 5*. Energias calculadas pelas Eqs. 6.45-6.48 em t t= Δ e diferentes jy para determinação do tamanho da submalha d

considerando o método 1,1/ 2

nLExGA com 1,10n = .

Método 1,11/ 2LExGA

Submalha ( )4.45,0.5j =y d (m) h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 -22.0653404723708697 10× -28.333522006920864 10×0.2 -98.189237198086285 10× -92.7814577308049593 10× -23433606684272.0653 10× -2444502318722898. 10× 0.4 -162.636779683484747 10× 0.0 -22.06534047237 39370 10× -28.3335220069 99020 10×0.5 0.0 0.0 -22.0653404723708697 10× -28.333522006920864 10×

Submalha ( )0.1,0.1j =y Malha global 0.0 0.0 -22.064904983727107 10× -28.333618209099902 10×0.2 -93.949738987263363 10× -8-1.5627529936779183 10× -2250927678922.06490 10× -2873647258.333618 10× 0.4 -161.3877787807814457 10× -15-1.165734175856414 10× -22.06490498372 9267 106 × -28.333618209 99509 10× 0.5 0.0 0.0 -22.064904983727107 10× -28.333618209099902 10×

Método 1,101/ 2LExGA

Submalha ( )4.45,0.5j =y d (m) h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 -21.3245415714823405 10× -29.092407215885576 10×0.1 0.000020089257152942214 -61.3308528826472266 10× -209143779607961 2 1.3 10× -240567014228919.09 10×0.2 -121.6188543561224122 10× -143.910760604242114 10× -202491.3245 22441571 10× -261079.092407 4321 10× 0.3 0.0 0.0 -21.3245415714823405 10× -29.092407215885576 10×

Submalha ( )0.1,0.1j =y malha global 0.0 0.0 -21.3244840908918877 10× -29.092433459488918 10×0.1 -51.0290567965313274 10× -6-8.199958526883266 10× -229249146396641 2 7.3 10× -23201106487279.09 10× 0.2 -138.079578672770538 10× -13-9.394707234378075 10× -271881.3244 64484090 10× -25809.092 285433459 10×0.3 0.0 0.0 -21.3244840908918877 10× -29.092433459488918 10×

150

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

ExGA4,10 = RK4

LExGA4,10 - d=0.1m LExGA4,1

0 - d=0.15m

velo

cida

de B

(m/s

)

tempo (s)

Figura 20. Comparação dos resultados para o método 4,10LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(5,0.5); (b) velocidade no ponto B(10,0.5).

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

desl

ocam

ento

A (m

)

tempo (s)

ExGA4,10 = RK4

LExGA4,10 - d=0.1m LExGA4,1

0 - d=0.15m

(a)

(b)

151

Figura 21. Comparação dos resultados para o método 4,100LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(5,0.5); (b) velocidade no ponto B(10,0.5).

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020 ExGA4,10

0

LExGA4,100 - d=0.2m LExGA4,10

0 - d=0.3m

desl

ocam

ento

A (m

)

tempo (s)

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

velo

cida

de B

(m/s

)

tempo (s)

ExGA4,100

LExGA4,100 - d=0.2m LExGA4,10

0 - d=0.3m

(a)

(b)

152

Figura 22. Comparação dos resultados para o método 1,11/2LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(5,0.5); (b) velocidade no ponto B(10,0.5).

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

desl

ocam

ento

A (m

)

tempo (s)

ExGA1,11/2 = NW LExGA1,1

1/2 - d=0.4m

LExGA1,11/2 - d=0.3m LExGA1,1

1/2 - d=0.5m

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

velo

cida

de B

(m/s

)

tempo (s)

ExGA1,11/2 = NW LExGA1,1

1/2 - d=0.4m

LExGA1,11/2 - d=0.3m LExGA1,1

1/2 - d=0.5m

(a)

(b)

153

Figura 23. Comparação dos resultados para o método 1,101/2LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(5,0.5); (b) velocidade no ponto B(10,0.5).

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

0,0005

0,0010

0,0015

0,0020

desl

ocam

ento

A (m

)

tempo (s)

ExGA1,101/2

LExGA1,101/2 - d=0.2m LExGA1,10

1/2 - d=0.3m

0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030-2,0

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

velo

cida

de B

(m/s

)

tempo (s)

ExGA1,101/2

LExGA1,101/2 - d=0.2m LExGA1,10

1/2 - d=0.3m

(a)

(b)

154

7.3.3 Meio heterogêneo

O presente exemplo modela uma barra quadrangular heterogênea de lados com

dimensão a submetida a uma condição inicial de velocidade dada por 0 15v c= no

contorno ( ){ }0 , : ,0.25 0.75x y y a a x aΓ = = ≤ ≤ . No modelo considerado pescreve-se a

condição de Dirichlet nula nos lados esquerdo e direito, a condição de Neumman nula no

lado superior e a condição não-reflexiva no lado inferior como esquematizado na Figura

24. As propriedades dos materiais são: 1k , 1ρ , 2 14k k= , 2 1ρ ρ= e como conseqüência

tem-se 2 12c c= . Uma malha uniforme composta de 10000 elementos quadriláteros

bilineares, ou seja, com / 0.01h a = é utilizada.

a

a

material 1

material 2

v0=5c1

x

y

u=0

u=0

q=0

1u un c t∂ ∂

= −∂ ∂

Figura 24. Geometria e condições de contorno.

155

A análise é efetuada adotando-se os métodos 4,40LExGA e 1,12

1/ 2LExGA e um intervalo

de tempo tal que 1 / 1.5c t hΔ = sendo as soluções de referências obtidas pelos métodos

4,40ExGA e 1,12

1/2ExGA considedrando a malha global (observe que 4n = é utilizado para o

método explícito e 12n = para o método implícito uma vez que neste último o aumento

do número de subpassos de tempo diminui o tamanho da submalha como comentado no

exemplo anterior). Como 2 1c c> e supondo um mesmo intervalo de tempo tem-se que o

tamanho da submalha para o meio 2 é maior que o do meio 1, i.e., 2 1d d> e, portanto,

utiliza-se o tamanho 2d d= como referência. Além disso, os tamanhos exatos para a

subregião obtidos pelo princípio da causalidade no meio 1 e 2 são 1 / 0.015r a = e

2 / 0.03r a = , respectivamente. Os deslocamentos nos pontos nodais ( )A 0.5 ,0.75a a e

( )B 0.5 ,0.25a a são plotados nas Figuras 25-26 e as energias calculadas utilizando as Eqs.

6.45-6.48 para os pontos fonte ( )0.5 ,0.25j a a=y e ( )0.98 ,0.5j a a=y são mostradas nas

Tabelas 6-7. Observe que para ( )0.5 ,0.25j a a=y a submalha possui influência

inicialmente somente do contorno interno jsiΓ estando contida no meio 2, enquanto que a

submalha para ( )0.98 ,0.5j a a=y possui influência dos contornos 1 j js siΓ Γ∪ estando

localizada na interface dos dois meios próximo ao contorno direito.

Como observado na Tabela 6 e nas Figuras 25-26 referente ao método 4,40LExGA , as

energias são equivalentes as da malha global somente quando / 0.09d a = e, portanto,

resultados precisos são obtidos apenas para tal caso. Uma vez que este exemplo não é tão

severo do ponto de vista numérico quanto o anterior e que 2d d= de tal forma que as

submalhas referentes ao meio 1 podem estar sendo calculadas de forma precisa mesma que

as submalhas para o meio 2 não estejam, o resultado numérico para / 0.07d a = possui

156

aparentemente uma precisão razoável embora as energias não estejam totalmente de

acordo com as da malha global. Entretanto, uma análise mais detalhada da solução no

intervalo 110 / 15c t a≤ ≤ revela que a resposta numérica não está de acordo com a solução

de referência obtida pelo método 4,40ExGA como observado nas Figuras 25(a) e 26(a).

Analisando a Tabela 7 bem como a Figura 27, percebe-se que para o método

1,121/ 2LExGA resultados precisos são alcançados somente quando / 0.09d a = . Como

discutido anteriormente tal exemplo não é tão severo e, portanto, a precisão das energias

para / 0.09d a = é suficiente para garantir respostas precisas no domínio temporal

mostrado nos gráficos. Diferentemente do que ocorre para o método 4,40LExGA quando

/ 0.07d a = , resultados numéricos bastante imprecisos são obtidos considerando o método

1,121/ 2LExGA para / 0.07d a = como claramente mostrado na Figura 27.

157

Tabela 6*. Energias calculadas pelas Eqs. 6.45-6.48 em t t= Δ e diferentes jy para determinação do tamanho da submalha d

considerando o método 4,40LExGA .

* valores maiores que 1710− são considerados nulos e valores grifados em vermelho indicam a não concordância das casas decimais com o valor da malha global.

Método 4,40LExGA

Submalha ( )0.5 ,0.25j a a=y /d a h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 31.449574059990229 10× 33.899239146042295 10× 0.05 -52.589076059555245 10× -21.987916775306075 10× 33184645465311.449 10× 33439967234793.899 10× 0.07 -71.351522769255098 10× -92.512933860998600 10× 31.449574059802193 10× 33.899239146134898 10× 0.09 0.0 0.0 31.449574059990229 10× 33.899239146042295 10×

Submalha ( )0.98 ,0.5j a a=y malha global 0.0 0.0 32.053106533077447 10× 33.753553904190254 10× 0.05 -22.8139776187344978 10× -22.859431494107411 10× 30490633775452.053 10× 3776856656753.7535 10× 0.07 -82.2706444724462926 10× -81.298758434131741 10× 32.053106533 457760 10× 33.753553904205848 10× 0.09 0.0 0.0 32.053106533077447 10× 33.753553904190254 10×

158

Tabela 7*. Energias calculadas pelas Eqs. 6.45-6.48 em t t= Δ e diferentes jy para determinação do tamanho da submalha d

considerando o método 1,121/ 2LExGA .

* valores maiores que 1710− são considerados nulos e valores grifados em vermelho indicam a não concordância das casas decimais com o valor da malha global.

Método 1,121/ 2LExGA

Submalha ( )0.5 ,0.25j a a=y /d a h t

cEΔΔ h tpEΔΔ h t

cEΔ h tpEΔ

malha global 0.0 0.0 31.725031125425511 10× 34.458623305375549 10× 0.05 -24.399163891957869 10× -27.029042756494164 10× 345039396819821.72 10× 37860329810864.458 10× 0.07 -69.062173830898246 10× -61.4918496162863448 10× 309054361.725031 42 10× 3191324.4586 474233 10× 0.09 -118.913048077374697 10× -129.094947017729282 10× 31.725031125 077425 10× 34.458623305 734375 10×

Submalha ( )0.98 ,0.5j a a=y malha global 0.0 0.0 32.171321358657686 10× 33.906820769070912 10× 0.05 -24.399163891957869 10× -27.029042756494164 10× 31947421755422.171 10× 3607404877753.9068 10× 0.07 -61.6345193216693588 10× -63.054450644413009 10× 32302.17 1281132135 10× 3715883.9068 221207 10× 0.09 -111.0913936421275139 10× -121.598099750538228 10× 32.171321358 196576 10× 33.906820769 410709 10×

159

0 2 4 6 8 10 12 14

-0.02

-0.01

0.00

0.01

0.02

0.03

u(A

,t)/a

c1t/a

ExGA4,40 LExGA4,4

0 - d/a=0.07

LExGA4,40 - d/a=0.05 LExGA4,4

0 - d/a=0.09

10 11 12 13 14 15-0.015

-0.010

-0.005

0.000

0.005

0.010

u(A

,t)/a

c1t/a

Detalhe

Figura 25. Comparação dos resultados para o método 4,40LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(0.5a,0.75a); (b) detalhe da solução no ponto A(0.5a,0.75a) para

110 / 15c t a≤ ≤ .

(a)

(b)

160

0 2 4 6 8 10 12 14

-0,005

0,000

0,005

0,010

0,015

u(B,

t)/a

c1t/a

ExGA4,40 LExGA4,4

0 - d/a=0.07

LExGA4,40 - d/a=0.05 LExGA4,4

0 - d/a=0.09

10 11 12 13 14 15

-0,0016

-0,0008

0,0000

0,0008

0,0016

u(B

,t)/a

c1t/a

Detalhe

Figura 26. Comparação dos resultados para o método 4,40LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto B(0.5a,0.25a); (b) detalhe da solução no ponto B(0.5a,0.25a) para

110 / 15c t a≤ ≤ .

(a)

(b)

161

0 2 4 6 8 10 12 14

-0,02

-0,01

0,00

0,01

0,02

0,03

u(A

,t)/a

c1t/a

ExGA1,121/2 LExGA1,12

1/2 - d/a=0.07

LExGA1,121/2 - d/a=0.05 LExGA1,12

1/2 - d/a=0.09

0 2 4 6 8 10 12 14

-0,005

0,000

0,005

0,010

0,015

u(B

,t)/a

c1t/a

ExGA1,121/2 LExGA1,12

1/2 - d/a=0.07

LExGA1,121/2 - d/a=0.05 LExGA1,12

1/2 - d/a=0.09

Figura 27. Comparação dos resultados para o método 4,40LExGA considerando

diferentes tamanhos d para a submalha: (a) deslocamento no ponto A(0.5a,0.75a); (b) deslocamento no ponto B(0.5a,0.25a).

(a)

(b)

162

8 Conclusões

Capítulo 8 Conclusões

A presente tese teve como objetivo generalizar o método da aproximação

explícita de Green (ExGA) para a solução de equações parabólicas e hiperbólicas

utilizando o método dos resíduos ponderados no domínio espaço-tempo como ponto de

partida, proporcionando um ganho conceitual para tal método. Ao invés de proceder

com a discretização simultânea no domínio espaço-tempo optou-se por um

procedimento de semi-discretização, onde as variáveis espacial e temporal são tratadas

de forma independentes, resultando em uma expressão integral semi-discreta escrita em

relação aos pontos nodais no domínio temporal.

Diferentemente do método clássico dos elementos de contorno, onde a função de

Green analítica de meio infinito é utilizada como função peso na equação de resíduos, a

função peso do método ExGA é a função de Green que obedece as condições

homogêneas do problema em questão. Logo, ao invés de se obter uma equação integral

como ocorre no método dos elementos de contorno, no método ExGA obtem-se uma

expressão integral na qual a variável incógnita é calculada diretamente uma vez

conhecida a função de Green do problema em questão. Como a função de Green que

obedece as condições de contorno homogêneas do problema em consideração é

extremamente difícil se não impossível de se obter de forma analítica, no método

ExGA a função de Green é calculada numericamente através do método dos elementos

163

finitos ou outro método numérico. Desta maneira, o método ExGA torna-se bastante

geral no sentido que problemas heterogêneos e/ou anisotrópicos podem ser facilmente

modelados, eliminando uma das grandes desvantagens do método tradicional dos

elementos de contorno. Como resultado do uso do método dos elementos finitos, a

função de Green é expressa por uma matriz de Green, onde cada coluna (ou linha)

denominada de vetor de Green é a resposta do sistema discreto para uma fonte pontual

instantânea aplicada em um determinado ponto nodal da malha de elementos finitos.

Devido as integrais de volume das condições inicias do método ExGA a ao

procedimento de marcha no tempo na qual a solução no instante de tempo kt funciona

como uma condição inicial para o cálculo da solução no instante de tempo 1kt + , todas as

colunas da matriz de Green precisam ser, a priori, computadas. Todavia, as seguintes

vantagens podem ser enumeradas: (i) apenas as matrizes de Green para intervalos

menores e/ou iguais a tΔ precisam ser computadas; (ii) a integral de convolução só

precisa ser calculada no primeiro intervalo de tempo e a solução particular no intervalo

[ ]1,k kt t + . Como foi descrito, a convolução é calculada utilizando o método de

quadratura de Newton-Cotes gerando, portanto, erros de aproximação enquanto que a

solução particular incorpora a parcela das forças externas na solução de forma analítica

sem nenhum tipo de erro. Além disso um processo adaptativo para a solução particular

pode ser eficientemente implementado sem aumentar o custo computacional de forma

significativa visando uma melhor representação das funções de forma referentes as

forças externas em cada intervalo de tempo [ ]1,k kt t + .

Na presente tese os vetores de Green foram computados utilizando o método-θ

em conjunto com um procedimento de subpassos de tempo classificados como

constantes, não-constantes e mistos. O procedimento de subpassos resultou numa

metodologia geral e unificada não somente para a dedução de novos métodos de

164

integração temporal, mas também para estabelecer equivalências entre métodos já

existentes na literatura. Em particular, subpassos de tempo não-constantes são

responsáveis pelo aumento da ordem de acurácia enquanto que os subpassos constantes

apesar de diminuir os erros de truncamento possuem como principal vantagem o

aumento linear do limite crítico de estabilidade nos métodos explícitos. Como descrito

nos exemplos numéricos, resultados com ordem de precisão variável são obtidos com a

utilização de subpassos de tempo, permitindo o uso de intervalos de tempo grandes sem

perda de precisão e requerendo um menor número de passos de tempo. Tal

característica é bastante vantajosa em análises onde longos períodos de tempo são

requeridos.

Com o objetivo de minimizar o custo computacional do cálculo numérico da

matriz de Green, um novo método denominado LExGA (“Local Explicit Green’s

Approach”), baseado no princípio da causalidade, foi proposto para a solução da

equação hiperbólica. Tal método se baseia no cálculo numérico da função de Green

utilizando subdomínios (ou subregiões) com suas respectivas submalhas, construídas

em volta do ponto fonte jy onde a fonte pontual instantânea é aplicada.

Devido a não satisfação do princípio da causalidade devido ao processo de semi-

discretização inerente ao método clássico de elementos finitos, onde as variáveis

espacial e temporal são discretrizadas de forma independentes, o subdomínio discreto

com sua submalha se mostrou maior que o subdomínio teórico definido pelo princípio

da causalidade. Uma vez que o princípio da causalidade não pode ser utilizado como

parâmetro para a determinação do tamanho das submalhas, uma metodologia robusta

baseada no princípio da conservação da energia foi proposta. Tal metodologia

determina o tamanho da submalha calculando as energias cinética e potencial através de

dois critérios. No primeiro critério uma expressão entre a diferença das energias

165

considerando a malha global (ou uma malha suficientemente grande) e a submalha é

utilizado. Já para o segundo critério as energias para cada submalha são computadas de

forma independente e comparadas com as energias de submalhas com tamanhos

maiores que as anteriores através de um processo iterativo.

De fato, como observado nos exemplos numéricos, tal metodologia se mostrou

bastante robusta mostrando claramente quando resultados precisos serão obtidos e vice-

versa. Em particular, a submalha para métodos explícitos se mostrou menor que a

submalha para métodos implícitos considerando o mesmo número de subpassos

constantes de tempo n . Entretanto, diferentemente do que ocorre para os métodos

explícitos, o tamanho da submalha para os métodos implícitos considerando matriz

massa diagonal diminui quando se aumenta o número de subpassos de tempo constante

n .

O autor entende que o método ExGA está ainda no começo de seu

desenvolvimento e, portanto, muitos estudos ainda precisam ser realizados,

principalmente com relação à eficiência computacional. Ao invés de sugerir novos

tópicos de pesquisas que não são poucos, o autor espera que a presente tese esclareça

muitos pontos teóricos sobre o método ExGA e deixa para o leitor buscar seu próprio

caminho na elaboração de novas idéias visando não somente o desenvolvimento de

novas metodologias mas também de aplicações práticas.

166

Referências Bibliográficas ADAMS, R.A., JOHN, J.F.F., 2003, Sobolev Spaces. 2 ed. Academic Press.

AINSWORTH, M., DAVIES, P., DUNCAN, D.B., et al., 2003, Topics in

Computational Wave Propagation and Inverse Problems, Springer.

ARGYRIS, J.H., DUNNE P.C., ANGELOPOULOS, T., 1973, “Dynamic Response by

Large Step Integration”, Earthquake Engineering and Structural Dynamics, v. 2,

pp. 185-203.

ARGYRIS, J.H., VAZ, L.E., WILLAM, K.J., 1977, “Higher Order Methods for

Transient Diffusion Analysis”, Computer Methods in Applied Mechanics and

Engineering, v. 12, pp. 243–78.

ASTLEY, R.J., 1996, “Transient wave envelope elements for wave problems”. Journal

of Sound and Vibration, v. 192, pp.245–261.

ASTLEY, R.J., COYETTE, J.P., CREMERS, L., 1998. “Three dimensional wave

envelope elements of variable order for acoustic radiation and scattering. Part II:

Formulation in the time domain”. Journal of the Acoustical Society of America, v.

103, pp. 64–72.

BATHE, K.J., 1996, Finite element procedures. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New

Jersey.

BECK, J.V., COLE, K.D., HAJI-SHEIKH, A., et al., 1992, Heat Conduction using

Green’s Functions. Series in Computational and Physical Processes in

Mechanics and Thermal Sciences, Hemisphere Publishing Corporation.

167

BESKOS, D.E., 1997, “Boundary element methods in dynamic analysis-II”. Appl.

Mech. Rev. vol. 50, pp. 149-197.

BOYCE, W.E., DIPRIMA, R.C., 2001, Elementary differential equations and

boundary value problems. 7ed. John Wiley & Sons.

CARRER, J.A.M., MANSUR, W.J., 2004, “Alternative time-marching schemes for

elastodynamic analysis with the domain boundary element method formulation”,

Computational Mechanics, v. 34, pp. 387–399.

CARSLAW, H.S., JAEGER, J.C., 1959, Conduction of heat in solids, 2ed. Oxford

University Press, Vivian Ridler, Walton Street, Oxford.

COHEN, G.C., 2002. Higher-order numerical methods for transient wave equations.

Springer.

COLLINO, F., MONK, P., 1998, “The perfectly matched layer in curvilinear

coordinates”. SIAM Journal on Scientific Computing, v. 19, pp. 2061–2090.

COURANT, R., HILBERT, D., 1962, Methods of mathematical physics. Wiley, New

York.

CLOUGH, R.W., PENZIEN J., 1993, Dynamics of Structures. 2 ed. New York,

McGraw-Hill.

DANIEL, W.J.T., 1998, A study of the stability of subcycling algorithms in structural

dynamics, Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, v. 156, pp.

1–13.

168

DIAZ, J., JOLY, P., 2006. “A time domain analysis of PML models in acoustics”.

Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, v. 195, pp. 3820–

3853.

DOMINGUEZ, J., 1993, Boundary Elements in Dynamics, Computational Mechanics

Publications-Elsevier Applied Science, Southampton.

ENGQUIST, B., MAJDA, A., 1979, “Radiation boundary conditions for acoustic and

elastic calculations”. Communications on Pure and Applied Mathematics, v. 32,

pp. 313–357

EYMARD, R. GALLOUËT, T. R. HERBIN, R., 2000, The finite volume method,

Handbook of Numerical Analysis, Vol. VII, 2000, p. 713-1020. Editors: P.G.

Ciarlet and J.L. Lions.

FRANGI, A., 2000, “Causal shape functions in the time domain boundary element

method”, Computational Mechanics, v. 25, pp. 533-541.

FUNG, T.C., 1996, “Unconditionally Stable Higher-Order Accurate Hermitian Time

Finite Elements”, International Journal for Numerical Methods in Engineering, v.

39, pp. 3475-3495.

FUNG, T.C., 1997a, “Unconditionally stable higher-order Newmark methods by sub-

stepping procedure”, Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering,

v. 147, pp. 61-84.

FUNG, T.C., 1997b, “A Precise Time-Step Integration Method by Step-Response and

Impulsive-Response Matrices for Dynamic Problems”, International Journal for

Numerical Methods in Engineering, v. 40, pp. 4501-4527.

169

FUNG, T.C., 1999, “Complex-time-step methods for transient analysis”, International

Journal for Numerical Methods in Engineering, v. 46, pp. 1253-1271.

GIVOLI, D., 1991, “Non–reflecting boundary conditions: A review”. Journal of

Computational Physics, v. 94, pp. 1–29.

GRAFF, K. F., 1991, Wave Motion in Elastic Solids. New York, Dover Publications

INC.

GROSU, E., HARARI, I., 2007, “Stability of semidiscrete formulations for

elastodynamics at small time steps”, Finite Elements in Analysis and Design, v.

43, pp. 533-542.

HAIRER, E., NORSETT, S.P., WANNER, G., 1987, Solving Ordinary Differential

Equations I. Springer, Berlin.

HALL, W.S., OLIVETO, G., 2003, Boundary Element Methods for Soil-Structure

Interaction. 1 ed., Springer.

HIGDON, R.L., 1986, “Absorbing boundary conditions for difference approximations

to the multi-dimensional wave equation”, Mathematical of Computation, v. 47,

pp. 437–459.

HILDEBRAND, F.B., 1987, Introduction to Numerical Analysis. 2ed. Dover

Publications.

HUGHES, T.J.R., 2000, The Finite Element Method: Linear Static and Dynamic Finite

Element Analysis. New York, Dover Publications INC.

170

LIU, G.R., QUEK JERRY, S.S., 2003, “A Non-Reflecting Boundary for Analyzing

Wave Propagation using the Finite Element Method,” Finite Elements in Analysis

and Design, v. 39, pp. 403-417.

LOUREIRO, F.S., 2006, Um Procedimento de Marcha no Tempo Baseado em Função

de Green Calculada pelo Método dos Elementos Finitos. Projeto Final, Escola

Politécnica, Departamento de Engenharia Mecânica, Brasil.

LOUREIRO, F.S., 2007, Métodos de integração temporal baseados no cálculo

numérico de funções de Green através do método dos elementos finitos,

Dissertação de M.Sc, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

LOUREIRO, F.S., MANSUR, W.J., VASCONCELLOS, C.A.B., 2009a, “A hybrid

time/Laplace integration method based on numerical Green’s functions in

conduction heat transfer”, Computer Methods in Applied Mechanical

Engineering, v. 198, pp. 2662-2672.

LOUREIRO, F.S., MANSUR, W.J., 2009b, “A new family of time integration methods

for heat conduction problems using numerical Green’s functions”. Computational

Mechanics, v. 44, pp. 519–31.

LOUREIRO, F.S., MANSUR, W.J., 2009c, “A Novel Higher-Order Time Integration

Method Using the Modified Explicit Green’s Approach for Linear Parabolic

Problems”. Numerical Heat Transfer. Part B: Fundamentals, v. 56, pp. 211-230.

LOUREIRO, F.S., MANSUR, W.J., 2009d, “An efficient hybrid time-Laplace domain

method for elastodynamic analysis based on the explicit Green’s approach”.

International Journal of Solids and Structures, v. 46, pp. 3096–102.

171

LOUREIRO, F.S.; SANTOS, J.P.L.; Mansur, W.J., 2009e, “Um método híbrido

tempo/Laplace baseado no algoritmo ExGA aplicado a problemas dinâmicos”.

XXX CILAMCE - Congresso Ibero Latino Americano de Métodos

Computacionais em Engenharia, Armação de Búzios, formulação e análise.

LOUREIRO, F.S., SANTOS, J.P.L., MANSUR, W.J., 2009f, “Modelagem numérica de

problemas acústicos utilizando um método de integração temporal baseado no

cálculo numérico de funções de Green”. Congreso de Métodos Numéricos en

Ingeniería, Barcelona. Métodos Computacionales en Vibraciones y Acústica I.

LOUREIRO, F. S., MANSUR, W.J., 2009g, “An Efficient Hybrid Time/Laplace

Scheme Based on Numerical Green s Functions Applied to Heat Conduction

Problems”. Seventh UK conference on Boundary Integral Methods-UKBIM7,

Nottingham, Inglaterra, Heat transfer.

LOUREIRO, F.S., OYARZÚN, P., SANTOS, J.P.L. et al., 2010, “A hybrid

time/Laplace domain method based on numerical Green’s functions applied to

parabolic and hyperbolic bioheat transfer problems”. XXX CILAMCE - Congresso

Ibero Latino Americano de Métodos Computacionais em Engenharia, Armação

de Búzios, formulação e análise.

LOUREIRO, F.S., MANSUR, W.J., 2010, “A novel time-marching scheme using

numerical Green s functions: A comparative study for the scalar wave equation”.

Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, v. 199, pp. 1502-

1512.

MALVERN, L.E., 1969, Introduction to the mechanics of continuous medium. New

Jersey, Englewood Cliffs.

172

MANSUR, W.J., BREBBIA, C.A., 1982a, “Formulation of the boundary element

method for transient problems governed by the scalar wave equation”, Applied

Mathematical Modelling, v. 6, pp. 307-311.

MANSUR, W.J., BREBBIA, C.A., 1982b, “Numerical implementation of the boundary

element method for two dimensional transient scalar wave propagation

problems”, Applied Mathematical Modelling, v. 6, pp. 299-306.

MANSUR, W.J., 1983, A Time-Stepping Technique to Solve Wave Propagation

Problems Using the Boundary Element Method. Ph.D. Thesis, Southampton

University, UK.

MANSUR, W.J., LOUREIRO, F.S., SOARES, D. JR., et al., 2007, “Explicit time-

domain approaches based on numerical Green’s functions computed by finite

differences – the ExGA family”, Journal of Computation Physics, v. 227, pp.

851–870.

MANSUR, W.J., VASCONCELLOS, C.A.B., ZAMBROZUSKI, N.J.M., et al., 2009,

“Numerical Solution for Linear Transient Heat Conduction Using an Explicit

Green’s Approach”. International Journal of Heat and Mass Transfer, v. 52, pp.

694-701.

MARSDEN, J.E., HUGHES, T.J.R., 1994, Mathematical Foundations of Elasticity.

New York, Dover Publications INC.

MINKOWYCZ, W.J., SPARROW, E.M., MURTHY, J.Y., 2006, Handbook of

Numerical Heat Transfer, 2nd ed., John Wiley & Sons, New Jersey.

173

MORSE, P.M., FESHBACH, H., 1953, Methods of theoretical physics. New York,

Toronto, London, McGraw-Hill.

NEAL, MO, BELYTSCHKO, T., 1989, Explicit-explicit subcycling with noninteger

time step ratios for structural dynamic systems, Computers & Structures, v. 6, pp.

871–880.

OYARZUN, P., LOUREIRO, F.S., CARRER, J.A.M., et al., 2001, “A time-stepping

scheme based on numerical Green’s functions for the domain boundary element

method: The ExGA-DBEM Newmark approach”. Engineering Analysis with

Boundary Elements, v. 35, pp. 533-542.

ÖZIŞIK, M.N., 1993, Heat Conduction. 2 ed. Wiley, New York.

PARTRIDGE, P.W., BREBBIA, C.A., WROBEL, L.C., 1992, Dual Reciprocity

Boundary Element Method, Computational Mechanics Publications,

Southampton, Boston.

QUARTERONI, A., SACCO, R., SALERI, F., 2010, Numerical Mathematics. 3ed.

Springer.

RIVIERE, B., WHEELER, M.F., 2003, Discontinuous finite element methods for

acoustic and elastic wave problems. In ICM2002-Beijing satellite conference on

scientific computing, volume 329 of Contemporary Mathematics, pp. 271–282.

AMS.

SARMA, G.S., MALLICK, K., GADHINGLAJKAR, V.R., 1998, “Non-reflecting

boundary condition in finite element formulation for an elastic wave equation”.

Geophysics, v. 63 , pp. 1006–1016.

174

SCHIFF, J., 1999, The Laplace Transform: Theory and Applications. Springer, New

York.

SELVADURAI, A.P.S., 2000, Partial Differential Equations in Mechanics 1:

Fundamentals, Laplace's Equation, Diffusion Equation, Wave Equation. Springer.

SEMBLAT, J.F., LENTI, L., GANDOMZADEH, L, 2010, “A simple multi-directional

absorbing layer method to simulate elastic wave propagation in unbounded

domains”. International Journal for Numerical Methods in Engineering, v. 42,

pp. 6003–14.

SOARES, JR D., MANSUR, W.J., 2003, “An efficient time/frequency domain

algorithm for modal analysis of non-linear models discretized by the FEM”.

Computer Methods in Applied Mechanics and Engineering, v. 192, pp. 3731–45.

SOARES, JR D., MANSUR, W.J., 2004a, “A Time Domain FEM Approach Based on

Implicit Green’s Functions for Nonlinear Dynamic Analysis”. International

Journal for Numerical Methods in Engineering, v. 62, pp. 664-681.

SOARES JR, D., 2004b, Análise Dinâmica de Sistemas Não Lineares com Acoplamento

do Tipo Solo-Fluido-Estrutura por Intermédio do Método dos Elementos Finitos

e do Método dos Elementos de Contorno. Tese de D.Sc., COPPE-UFRJ, Brasil.

SOARES JR, D., Estorff, O. Von, Mansur, W J., 2004c, “Iterative coupling of BEM

and FEM for nonlinear dynamic analyses”. Computational Mechanics, v. 34, pp.

67-73.

SOARES, JR D., MANSUR, W.J., 2005, “A frequency-domain FEM approach based

on implicit Green’s functions for non-linear dynamic analysis”. International

Journal of Solids and Structures, v. 42, pp. 6003–14.

175

SOARES JR, D., 2007a, “A time-marching scheme based on implicit Green s functions

for elastodynamic analysis with the domain boundary element method”.

Computational Mechanics, v. 40, pp. 827-835.

SOARES JR, D., Mansur, W.J., Estorff, O. Von, 2007b, “An efficient time-domain

FEM/BEM coupling approach based on FEM implicit Green s functions and

truncation of BEM time convolution process”. Computer Methods in Applied

Mechanics and Engineering, EUA, v. 196, pp. 1816-1826.

SOARES JR, D., Sladek, J., Sladek, V., 2009, “Dynamic analysis by meshless local

Petrov-Galerkin formulations considering a time-marching scheme based on

implicit Green's functions”. Computer Modeling in Engineering & Sciences, v.

50, pp. 115-140.

SOARES, JR.D., 2011, “A new family of time marching procedures based on Green’s

function matrices”. Computers & Structures, v. 89, pp. 266-276.

STAKGOLD I., 1979, Green’s Functions and Boundary Value Problems. John Wiley

& Sons, New York.

STEIN, E., DE BORST, R., HUGHES, TJR, 2004, Encyclopedia of Computational

Mechanics, Wiley.

STRANG, G., FIX G., 2008, An Analysis of the Finite Element Method. 2ed.,

Wellesley-Cambridge.

TAMMA, K.K., ZHOU X., SHA D., 2000, “The time dimension: A theory towards the

evolution, classification, characterization and design of computational algorithms

176

for transient/dynamic applications”. Archives of Computational Methods in

Engineering, v. 7, pp. 67–286.

TARNOW, N., SIMO, J.C., 1994, “How to Render Second-Order Accurate Time

Stepping Algorithms Fourth-Order Accurate while Retaining the Stability and

Conservation Properties”, Computer Methods in Applied Mechanics and

Engineering , v. 115, pp. 233-252.

VASCONCELLOS, C.A.B., 2008, Groundwater modeling using explicit Green

approach and the finite element method (in Portuguese), PhD Thesis, UFRJ-

COPPE, Rio de Janeiro/RJ Brazil.

VASCONCELLOS, C.A.B., FERRO, M.A.C., MANSUR, W.J., et al., (2009),

“Numerical Green s function for two-dimensional diffusion equation”. Boundary

Element and Other Mesh Reduction Methods XXXI BEM/MRM 31, Southampton,

Advanced formulations.

WOOD, W.L., 1990, Practical time-stepping schemes. Clarendon Press: Oxford.

WROBEL, L.C., 1981, Potential and viscous flow problems using the boundary

element method, Ph.D. Thesis. University of Southampton, England.

WROBEL, L.C., 2002, The boundary element method: applications in thermo-fluids

and acoustics. John Wiley & Sons, England.

ZAMBROZUSKI, N.J.M., 2010, Análise de problemas difusivos transientes utilizando

o método de aproximação explícita de Green e o método dos elementos de

contorno (in Portuguese), PhD Thesis, UFRJ-COPPE, Rio de Janeiro/RJ Brazil.

177

ZHONG, W.X., WILLIAMS, F.W., 1994, “A Precise Time Step Integration Method”,

Journal of Mechanical Engineering Science, v. 208, pp. 427-450.

ZIENKIEWICZ, O.C., TAYLOR, R.L., ZHU, J.Z., 2005, The Finite Element Method

Its Basis & Fundamentals, 6 ed. Oxford, Butterworth-Heinemann.