GENEROS TEXTUAIS 2

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INTERPRETAO DE TEXTOSCada vez torna-se mais usada a interpretao de textos em testes importantes, como vestibular, concursos pbli-cos e provas de proficincia. Eles costumam ser o bicho-papo que apavora os cadidatos, mas no deveria ser assim, j que provavelmente so a nica parte do teste que j traz suas prprias respostas, bastando que o can-didato as encontre.Antes de interpretar um texto o candidato deve entender que tipo de anlise est sendo proposto. Basicamente existem dois tipos de anlise:SUBJETIVANesse tipo de anlise pede-se que o candidato responda o que ele pensou, sua opinio e dedues sobre o texto. A margem de acerto mais elstica, sendo permitida uma variao maior nas respostas, mas por ser tambm mais difcil de corrigir devido sua subjetividade pouco freqente o encontrarmos em provas importantes, como vestibular ou concursos pblicos. Costuma ser mais empregado no primeiro ou segundo graus, quando a meta a ser atingida que o candidato aprenda a escrever e ordenar idias, ou aprender figuras de linguagem e emprego de vocabulrio mais rico.Nesse tipo de anlise existem questes como:Quando o autor diz sentado beira do caminho, o que voc acha que ele quis dizer?Como se v, pedida uma concluso ou opinio do candidato, o que comum nesse tipo de anlise. Esse tipo de anlise pode ser apresentado como mltipla escolha ou dissertativo.OBJETIVAEsse o tipo de anlise mais usado hoje em provas oficiais, pede-se que seja citado exatamente o que constava do texto, explcita ou implicitamente.Exemplo:No texto consta: Maria costumava chegar atrasada no incio da semana.Questo: Qual era o problema de Maria?Nesse caso a resposta pode estar explcita se a alternativa correta for chegar atrasada no incio da semana ou implcita se for chegar atrasada s segundas. Apesar de a segunda hiptese (chegar atrasada s segundas) no estar literalmente contida no texto, ela est implcita, uma vez que segunda-feira o incio da semana.Tome cuidado nesse tipo de anlise para citar exatamente o que est no texto. Muitas alternativas so semelhan-tes, mas escolha sempre aquela que mais se aproxima ao texto em significado. Na anlise objetiva de um texto cientfico sobre assunto especfico, cite apenas o que est no texto.Anlises sobre assuntos muito debatidos e atuais costumam prejudicar o candidato porque muitas vezes h alter-nativas com elementos que no esto no texto, mas so informaes que o candidato j tinha anteriormente sobre o assunto.Tome tambm cuidado porque no se pedem respostas morais, ou seja, no se leva em conta a sua opinio, e sim o que o autor escreveu. Se o texto sobre o aborto e l constar que o aborto a melhor soluo quando a me de uma famlia de baixa renda isso que voccolocar como resposta na questo:Segundo o autor, qual a melhor soluo para grvidas de famlias de baixa renda?No importa o que voc acha, o que importa apenas interpretar o texto, portanto se voc contra o aborto, nada de marcar outra resposta que no seja o aborto.Erros comuns na interpretao objetivaOs candidatos pecam essencialmente por:1- EXCESSO Algumas alternativas vo alm do que est no texto, induzindo o candidato desatento ao erro.No texto: A mulher estava muito triste.Resposta incorreta: A mulher estava muito triste e chorou.Note que no texto no se disse que ela chorou. O fato de o incio da frase ser semelhante frase do texto induz o candidato ao erro, pois ele l apenas o comeo da frase, no percebendo que o final e chorou uma informao no contida no texto.2- FALTA DE ELEMENTOS IMPORTANTES O candidato assinala uma resposta incompleta em relao ao que est sendo pedido.No texto: A funcionria costumava chegar atrasada ao trabalho s segundasResposta incorreta: A funcionria costumava se atrasar s segundas.Antes de assinalar essa resposta, veja se no h outra especificando que ela chegava atrasada ao trabalho, pois o texto no sugere que ela chegue atrasada a outros lugares, apenas ao trabalho.3- SEMELHANA por conter muitas palavras semelhantes ao texto o candidato assinala respostas cujo sentido um pouco ou to-talmente divergente do que est escrito.NO TEXTO: A funcionria s vezes chegava atrasada ao trabalho.RESPOSTA INCORRETA: A funcionria sempre chegava atrasada ao trabalho.Nesse tipo de questo costuma haver uma alternativa, que mesmo no contendo exatamente as mesmas palavras do texto, semelhante em seu sentido. A resposta correta poderia ser, por exemplo: A funcionria nem sempre chegava ao trabalho no horrio.Se dizemos que a funcionria chegava atrasada s vezes e se dizemos que ela nem sempre chegava no horrio, o significado basicamente o mesmo.CONCLUSODa prxima vez em que for analisar um texto, lembre-se de no incorrer nesses erros e preste muita ateno ao que est sendo pedido, pois algumas questes costumam ser fatais se voc no ler o enunciado. So comuns enunciados do tipo:Assinale o que no foi citado no texto. Segundo o texto, o que falso.Veja que nesse tipo de questo voc ter que encontrar exatamente o contrrio do que est no texto.O foco central do pargrafo dissertativo a exposio e/ou o debate de uma idia, que deve ser desenvolvida com base em argumentos lgicos e consistentes.O pargrafo dissertativo consiste na apresentao de uma tese com base na exposio de provas ou evidncias que possibilitem o convencimento do leitor/ouvinte da tese. Por provas entende-se a apresentao de fatos, exemplos, dados estatsticos, testemunhos, apresentao de causas e conseqncias, recursos que constituem a evidncia do que se declara.A elaborao de um pargrafo dissertativo deve explorar o uso de frases objetivas, coesas e coerentes, adjetivao, ndices de avaliao e operadores argumentativos.IMPORTANTE!Na rea do Direito, o pargrafo dissertativo o mais usado, justamente porque esse tipo de pargrafo promove a defesa de tese, julgamentos e interpretaes. Ao elaborar um discurso, no entanto, o advogado poder a recorrer narrao e descrio para tornar sua tese mais aceitvel e convincente.A dissertao uma exposio, discusso ou interpretao de uma determinada idia. Pressupe me crtico do assunto, lgica, raciocnio, clareza, coerncia, objetividade na exposio, um planejamento de trabalho e uma habilidade de expresso. No discurso dissertativo propriamente dito, no se verifica, como na narrao, progresso temporal entre as frases e, na maioria das vezes, o objeto da dissertao abstrado do tempo e do espao.Alguns pontos essenciais desse tipo de texto so:a- toda dissertao uma demonstrao, da a necessidade de pleno domnio do assunto e habilidade de argumentao;b- em conseqncia disso, impem-se a fidelidade ao tema;c- a coerncia tida como regra de ouro da dissertao;d- impem-se sempre o raciocnio lgico;e- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambigidade pode ser um ponto vulnervel na demonstrao do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal (evitar-se o uso da primeira pessoa).O pargrafo a unidade mnima do texto e deve apresentar: uma frase contendo a idia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem tal idia. Exemplo: A televiso mostra uma realidade idealizada (idia central) porque oculta os problemas sociais realmente graves. (idia secundria).1- ENUMERAO Caracteriza-se pela exposio de uma srie de coisas, uma a uma. Presta-se bem indicao de caractersticas, funes, processos, situaes, sempre oferecendo o complemente necessrio afirmao estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critrios de importncia, preferncia, classificao ou aleatoriamente. Exemplo: O adolescente moderno est se tornando obeso por vrias causas: alimentao inadequada, falta de exerccios sistemticos e demasiada permanncia diante de computadores e aparelhos de tv.2- COMPARAO A frase nuclear pode-se desenvolver atravs da comparao, que confronta idias, fatos, fenmenos e apresenta nelas as semelhanas ou dessemelhanas. Exemplo: A juventude uma infatigvel aspirao de felicidade; a velhice, pelo contrrio, dominada por um vago e persistente sentimento de dor, porque j estamos nos convencendo de que a felicidade uma iluso, que s o sofrimento real. 3- CAUSA E CONSEQNCIA A frase nuclear, muitas vezes, encontra no seu desenvolvimento um segmento causal ( fato motivador) e , em outras situaes, um segmento indicando conseqncias ( fatos decorrentes) .Exemplo: O homem, dia a dia, perde a dimenso de humanidade que abriga em si, porque os seus olhos teimam apenas em ver as coisas imediatistas e lucrativas que o rodeiam. O esprito competitivo foi excessivamente exercido entre ns, de modo que hoje somos obrigados a viver numa sociedade fria e inamistosa. 4- TEMPO E ESPAO Muitos pargrafos dissertativos marcam temporal e espacialmente a evoluo de idias, processos. Exemplo: TEMPO A comunicao de massas resultado de uma lenta evoluo. Primeiro, o homem aprendeu a grunhir. Depois deu um significado a cada grunhido. Muito depois, inventou a escrita e s muitos sculos mais tarde que passou comunicao de massa.ESPAO O solo influenciado pelo clima. Nos climas midos, os solos so profundos. Existe nessas regies uma forte decomposio de rochas, isto , uma forte transformao da rocha em terra pela umidade e calor. Nas regies temperadas e ainda nas mais frias, a camada do solo pouco profunda.5- EXPLICITAO Num pargrafo dissertativo, pode-se conceituar, exemplificar e aclarar as idias para torn-las mais compreensveis. Exemplo: Artria um vaso que leva sangue proveniente do corao para irrigar os tecidos. Exceto no cordo umbilical e na ligao entre os pulmes e o corao, todas as artrias contm sangue vermelho-vivo, recm oxigenado. Na artria pulmonar, porm, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o corao remete para os pulmes para receber oxignio e liberar gs carbnico.6 EXEMPLIFICAO Consiste na apresentao de casos, fatos, ocorrncias que ilustram o que se est tratando.Muitos poluidores qumicos contribuem para degradar os rios. Os resduos industriais so o exemplo mais dramtico do prejuzo causado s fontes naturais de gua, pois contm uma srie de elementos qumicos altamente prejudiciais vida aqutica, como o benzeno, o aldedo e vrias espcies de cidos. Os agrotxicos so tambm poluidores que alcanam os riosenvenenando e matando vrios organismos, principalmente os peixes. Alm desses, os esgotos residenciais transportam para os rios diversos tipos de poluidores qumicos, dentre os quais o mercrio. Assim, com vrios agentes nocivos, o rio tende a desaparecer, pois no h vida que suporte tanto mal.7 CAUSA(S) E CONSEQUNCIA(S):Consiste na apresentao de razes, motivao ou conseqncias relacionadas idia central anada na introduo.As florestas tropicais vm desaparecendo rapidamente. As motivaes e as conseqncias da destruio dessas matas esto sendo denunciadas constantemente pelos ecologistas, preocupados com o futuro do planeta. Destri-se a floresta porque ela um banco potencial para a fabricao de medicamentos e uma fonte de matria-prima para a satisfao de inmeras necessidades: alimentao, utenslios, mveis, energia. A destruio das matas tambm resulta da agricultura intensiva, que destri a vegetao nativa das reas cultivadas. A destruio da floresta provoca o desaparecimento de plantas, animais e da cultura de muitos povos. Diante dessa quadro lamentvel, cabe a ns buscar uma estratgia para impedir que as florestas desapaream p completo e que parte de nossa memria ambiental mantenha-se viva para o conhecimento de geraes posterioresAntes de se iniciar a elaborao de uma dissertao, deve delimitar-se o tema que ser desenvolvido e que poder ser enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema a questo indgena, ela poder ser desenvolvida a partir das seguintes idias:a- A violncia contra os povos indgenas sempre existiu na histria do Brasil.b- Vrias entidades de defesa das populaes indgenas no tm produzido o efeito necessrio.c- O estrangeiro ainda tem uma viso errnea do ndio brasileiro.d- A invaso das reas indgenas provocou a perda da cultura indgena.Depois de delimitar o tema que voc vai desenvolver, deve fazer a estruturao do texto.A estrutura do texto dissertativo constitui-se de:1- INTRODUO Deve conter a idia principal a ser desenvolvida (geralmente um ou dois pargrafos. ) a abertura do texto, por isso fundamental. Deve ser clara e chamar a ateno para dois itens bsicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. Contm a proposio do tema, seus limites, ngulo de anlise e a hiptese ou a tese a ser defendida. 2- DESENVOLVIMENTO Exposio de elementos que vo fundamentar a idia principal que pode vir especificada atravs da argumentao, de pormenores, da ilustrao, da causa e da conseqncia, das definidos dados estatsticos, da ordenao cronolgica, da interrogao e da citao. No desenvolvimto so usados tantos pargrafos quantos forem necessrios para a completa exposio da idia. E esses pargrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas acima. 3- CONCLUSO A redao da concluso de um pargrafo pode reorganizar enfaticamente as principais idias do desenvolvimento. Isso pode ser feito atravs da elaborao de uma frase expressiva, de uma frase que reafirma a tese do pargrafo.Portanto a retomada da idia principal, que agora deve aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que j foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertao. (um pargrafo). Deve, pois, conter de forma sinttica, o objetivo proposto na instruo, a confirmao da hiptese ou da tese, acrescida da argumentao bsica empregada no denvolvimento.Na dissertao, podemos construir frases de sentido geral ou de sentido especfico, particular. s vezes, uma afirmao de sentido geral pode no ser inaceitvel, mas se for particularizada torna-se aceitvel. Exemplo: proibido falar ao telefone celular. (sentido geral) proibido falar ao telefone celular dirigindo. (sentido especfico)Quando o autor se preocupa principalmente em expor suas idias a respeito do tema abordado, fica claro que seu objetivo fazer com que o leitor concorde com ele. Nesse caso, tem-se a dissertao argumentativa Para que a argumentao seja eficiente, o raciocnio deve ser exposto de maneira lgica, clara e coerente.O autor de uma dissertao deve ter sempre em mente, as possveis reaes do leitor e por isso, devemos considerar todas as possveis contra-argumentaes, a fim de que possa cercar o leitor no sentido de evitar possveis desmentidos da tese que se est defendendo. As evidncias so o melhor argumento.Na redao de um pargrafo, deve-se observar algumas caractersticas para que o texto tenha qualidade. E quais so essas qualidades? O pargrafo deve ter unidade: as idias e frases devem ser coerentes. Isto , as frases devem estar intimamente inter-relacionadas de tal modo que todas relacionem-se ao tema. As frases podem ser ligadas por elementos de coeso conforme o sentido que expressam:Elementos de coeso, idia que expressamADVERSIDADE - Mas, porm, todavia, contudo, no entanto, entretanto PROPORO - Enquanto, ao passo que, proporo que, medida que COMPARAO - Tanto quanto, como, assim como, do que CONCESSO - Embora, ainda que, se bem que, mesmo que CAUSA - Porque, visto que, uma vez que, j que CONSEQNCIA - Conseqentemente, por conseguinte, de modo que CONCLUSO - Logo, portanto, desse modo, assim, ento O QUE EVITAR Evitar a redao de frases muitos longas, como tambm somente o uso de frases curtas. A variao no comprimento das frases do pargrafo um procedimento para realar as idias. A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. No usar palavras cujo significado no seja familiar. Exemplo: O Senhor Mauro da Costa um quiropedista. Pedicuro) Evitar repeties de palavras e idias. Exemplos:Isto acontece com os velhos j idosos h 20 anos atrs. Evitar ambigidades.A especialidade da loja vender cama para crianas de ferro. Evitar chaves, lugares-comuns:O presente trabalho apresenta.Desde os tempos mais remotos,.A cada dia que passa.Hoje em dia este um assunto muito debatido. Observar a norma culta da lngua portuguesa: cuidar ortografia, concordncia, regncia, etc. Empregar corretamente a pontuao. A pontuao inadequada pode alterar o sentido da frase. Exemplo: Evitar o uso de abreviaturas. Evitar fragmentos de frases: escrever frases sempre com sentido completo. Exemplo: Embora no se fale muito.Observe-se que a frase ficou inacabada; um fragmento apenas. Estaria completa com a orao principal:Embora no se fale muito, trata-se de um assunto altamente relevante.RESUMINDO No escreva sobre o que no conhece. Voc corre o risco de dizer bobagens e cometer imprecises. No escreva palavras cujo significado no saiba exatamente qual . Evite utilizar noes vagas como liberdade, justia, democracia, termos que tm to amplo que chegam a no ter significado algum. Evite usar expresses como sabe-se que..., que partem do princpio que todas as pesss pensam as mesmas coisas. Evite os lugares-comuns e as expresses cristalizadas, como a pureza das crianas ousabedoria dos velhos. Lembre-se de que h crianas e velhos de todos os tipos. Procure no enrolar para ganhar mais algumas linhas. Cada palavra deve ser fundamental numa redao. No diga a mesma coisa duas vezes, para explicar melhor. Se voc escrever com clarez uma vez s basta. Cuidado com o uso excessivo de conjunes. Elas podem estabelecer relaes que no exi entre as frases e tornar o texto sem sentido. No use os recursos fticos da linguagem oral, como n, sabe, entende, a no sernseridos em dilogos que permitam seu uso. O mesmo vale para as grias. Em alguns contextos elas podem ser bem usadas. Respeite os limites indicados nas provas, evite escrever demais. Voc corre o risco de entediar o leitor e cometer mais erros. Evite usar grandes frases para terminar o texto. Se o final for coerente com o resto do texto, ele dispensar esse fechamento com chave de ouro.DESCRIOA descrio um tipo de discurso que d conta de uma realidade esttica, fixando um momento particular das coisas. Descrever consiste em fotografar com palavras um objeto qualquer, que pode ser uma pessoa, uma paisagem, um animal, uma cena, etc. A descrio tem, em geral, duas partes: uma primeira, em que se apresenta o objeto ao leitor e uma segunda, em que se explora o objeto, introduzindo seus predicados e atribuies. A descrio pode ser objetiva ou subjetiva. A descrio objetiva d conta de aspectos fsicos do objeto, como cor, sabor, tamanho, etc. A descrio subjetiva interpreta a realidade e a descreve do ponto de vista psicolgico. A descrio marcada pela espacialidade.Descrever explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrio esttica, sem movimento, desprovida de ao. Na descrio o ser, o objeto ou ambiente so importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. O emissor capta e transmite a realidade atravs de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingusticos, tal que o receptor a identifique. A caracterizao indispensvel, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.ELEMENTOS BSICOS DE UMA DESCRIO- Nomear / identificar - dar existncia ao elemento (diferenas e semelhanas)- Localizar / situar - determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e no espao - Qualificar - testemunho do observador sobre os seres do mundo.A qualificao constitui a parte principal de uma descrio. Qualificar o elemento descrito dar-lhe caractersticas, apresentar um julgamento sobre ele. A qualificao pode estar no campo objetivo ou no subjetivo. Uma forma muito comum de qualificao a analogia, isto , a aproximao pelo pensamento de dois elementos que pertencem a domnios distintos. Pode ser feita atravs de comparaes ou metforas.Os tempos verbais bsicos utilizados so o presente ou o pretrito imperfeito (s vezes ambos).H a inexistncia de progresso temporal, isto , o relato de propriedades e aspectos simultneos dos elementos descritos que se apresentam numa nica situao, no havendo, portanto, relao de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados.NARRAONarrar organizar um texto com o objetivo de expor uma seqncia de fatos, reais ou imaginrios, em que personagens se movimentam num certo espao medida que o tempo passa. Sendo assim, est pautada em verbos de ao e conectores temporais.A narrativa pode estar em 1 ou 3 pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relao histria. Numa narrativa em 1 pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos narrados, mesmo que no seja a personagem principal (narrador = personagem). J a narrativa em 3 pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode at mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).1 NARRAO OBJETIVA X NARRAO SUBJETIVAObjetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que est noticiado. de cunho impessoal e direto.Subjetiva - leva-se em conta as emoes, os sentimentos envolvidos na histria. So ressaltados os efeitos psicolgicos que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.Observao - o fato de um narrador de 1 pessoa envolver-se emocionalmente com mais facilidade na histria. A narrativa se organiza como um todo por:Criao de uma EXPECTATIVA para a personagem e/ou para o leitor;Quebra da expectativa que cria um CONFLITO condio essencial para o texto ser considerado uma autntica narrativa;RESOLUO ou, pelo menos, da tentativa da resoluo do conflito apresentado;DESFECHO, resultante da busca de resoluo do conflito, que marca a narrativa como sendo de sucesso ou de fracasso;AVALIAO, que traz uma lio moral, uma lio de vida ou um ensinamento qualquer, explcita ou implicitamente.Podemos organizar a estrutura da narrativa da seguinte forma:APRESENTAO: parte do texto em que so apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstncias da histria, como o momento e o lugar em que a ao se desenvolver;COMPLICAO: parte do texto em que se inicia propriamente a ao: acontece alguma coisa que modifica o estado inicial (quebra do equilbrio inicial);CLMAX: ponto em que a narrativa atinge seu momento crtico, tornando inevitvel o desfecho;DESFECHO: soluo do conflito produzido pelas aes dos personagens. Restabelece-se o equilbrio, podendo haver espao para uma avaliao de tudo que foi narrado. 2 ELEMENTOS DA NARRATIVA:Fato - o que se vai narrar (O qu?)Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)Lugar - onde o fato se deu (Onde?)Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)Causa - motivo que determinou a ocorrncia (Por qu?)Modo - como se deu o fato (Como?)Conseqncias (Geralmente provoca determinado desfecho)A modalidade narrativa de texto pode constituir-se de diferentes maneiras: piada, pea teatral, crnica, novela, conto, fbula etc.Na empresa, essa modalidade pode ser encontrada em cartas, relatrios, memoriais, atas, entre outros documentos.Uma narrativa pode trazer falas de personagens entremeadas aos acontecimentos, faz-se uso dos chamados discursos: direto, indireto ou indireto livre.No discurso direto, o narrador transcreve as palavras da prpria personagem. Para tanto, recomenda-se o uso de algumas notaes grficas que marquem tais falas: travesso, dois pontos, aspas. Mais modernamente alguns autores no fazem uso desses recursos.O discurso indireto apresenta as palavras das personagens atravs do narrador que reproduz uma sntese do que ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar necessrio. A estruturao desse discurso no carece de marcaes grficas especiais, uma vez que sempre o narrador que detm a palavra. Esse tipo de discurso o encontrado em atas.A NARRAO E OS TIPOS DE DISCURSO DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETOAgora veremos como introduzir o discurso direto (registro da fala dos personagens) no meio de uma narrao, bem como transform-lo em discurso indireto.O primeiro passo conseguir diferenciar o discurso indireto do discurso direto.Veja estes exemplos: DISCURSO INDIRETOO rapaz, depois de estacionar o seu automvel num pequeno posto de gasolina daquela estrada, perguntou a um funcionrio onde ficava a cidade mais prxima. Ele respondeu que havia um vilarejo a dez quilmetros dali. DISCURSO DIRETOO rapaz, depois de estacionar o seu automvel num pequeno posto de gasolina daquela estrada, perguntou: Onde fica a cidade mais prxima? H um vilarejo a dez quilmetros daqui - respondeu o funcionrio.Observe o exemplo de discurso direto. Antes do registro da fala do personagem existe um travesso que inicia um novo pargrafo. No ltimo perodo desse texto notou que h tambm um outro travesso, colocado antes da palavra respondeu; ele serve para separar a fala do personagem da explicao do narrador ("respondeu o funcionrio").Quando o narrador quer informar qual a personagem que fala, o texto pode ser organizado de duas maneiras:o Primeiro explica-se quem vai falar. A frase termina por dois-pontos (:). Abre-se ento um novo pargrafo para nele colocar o travesso, seguido da fala da personagem. Exemplo:O funcionrio respondeu: H um vilarejo a dez quilmetros daqui.o Em primeiro lugar, registra-se, depois de posto o travesso, a fala da personagem. Na mesma linha coloca-se um outro travesso e, em seguida, a frase pela qual o narrador explica quem est dizendo aquilo (iniciada por letra minscula). Exemplo: H um vilarejo a dez quilmetros daqui - respondeu o funcionrio.OBSERVAO:J verbos que se caracterizam por introduzir a fala do personagem, ou mesmo explicar quem est a fazer a afirmao registrada depois do travesso. Denominam-se verbos de elocuo e alguns exemplos deles so: falar, perguntar, responder, indagar, replicar, argumentar, pedir, implorar, comentar, afirmar e muitos outros. A TRANSFORMAO DO DISCURSO DIRETO EM INDIRETO E VICE-VERSAVoc j aprendeu a identificar os dois tipos de discurso; notou que eles no so registrados do mesmo modo. Vamos agora sistematizar as diferenas que pudemos perceber entre eles. DISCURSO DIRETOVerbos no PRESENTE DO INDICATIVO (fica, h).Pontuao caracterstica (travesso, dois pontos) DISCURSO INDIRETOVerbos no PRETRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO (ficava, havia).Ausncia de pontuao caracterstica Portanto, o primeiro passo para se transformar um tipo de discurso em outro consiste em efetuar as modificaes mencionadas, ou seja, alterar o tempo dos verbos e utilizar a pontuao adequada. Entretanto, restam ainda alguns detalhes. TEMPOS VERBAISSe os personagens se expressassem no pretrito ou noutro tempo verbal, quais tempos usaremos? Veja, resumidamente, as correlaes entre alguns tempos verbais e os tipos de discurso. DISCURSO DIRETO presente do indicativo: TENHO pressa disse o rapaz.DISCURSO INDIRETO pretrito imperfeito do indicativo: O rapaz disse que TINHA pressa.DISCURSO DIRETO pretrito perfeito do indicativo: PRESENCIEI toda a cena declarou o jovem.DISCURSO INDIRETO pretrito mais-que-perfeito simples ou composto: O jovem declarou que PRESENCIARA (tinha presenciado) toda a cena. DISCURSO DIRETO imperativo: CALA-te ordenou o senhor ao seu vassalo. DISCURSO INDIRETO pretrito imperfeito do subjuntivo: O senhor ordenou ao seu vassalo que ele se CALASSE. DISCURSO DIRETO futuro do presente do indicativo: FAREI o possvel disse o rapaz.DISCURSO INDIRETO futuro do pretrito do indicativo: O rapaz disse que FARIA o possvel. No vamos relacionar todos os tempos de verbos e as suas modificaes. Acreditamos que basta uma observao de carter geral: ao transformar o discurso direto em indireto, estaremos a transcrever algo que algum j disse; portanto, no discurso indireto, o tempo ser sempre passado em relao ao discurso direto. O mecanismo basicamente o mesmo para todos os casos. Veja:DISCURSO DIRETO QUERO (presente do indicativo) que voc me SIGA (presente do subjuntivo) disse Pedro., Se ESTIVER (futuro do subjuntivo) disposta, eu o FAREI (futuro do presente do indicativo) replicou Paula., DISCURSO INDIRETOPedro disse Paula que QUERIA (pretrito imperfeito do subjuntivo) que ela o SEGUISSE.(pretrito imperfeito do subjuntivo). Paula replicou que, se ESTIVESSE (pretrito imperfeito do subjuntivo) disposta, ela o FARIA. (futuro do pretrito do indicativo) PRONOMES E ADVRBIOSOutras classes de palavras, como os pronomes e alguns advrbios, podem igualmente requerer alteraes. Observe:DISCURSO DIRETO Venha C, minha filha disse a me, impaciente. Estarei A daqui a cinco minutos.DISCURSO INDIRETOA me, impaciente, pediu a sua filha que fosse at L. Ela respondeu que estaria L dali a cinco minutos.DISCURSO DIRETO Onde esto os meus bilhetes para o espetculo de patinagem? perguntou Pedro. Estavam AQUI ainda neste instante! replicou Maria.DISCURSO INDIRETOPedro perguntou a Maria onde estavam os seus ingressos para o espetculo de patinagem. Ela replicou que eles estavam ALI ainda naquele instante.