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    GNEROS TEXTUAIS EMERGENTESNO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DIGITAL1

    Luiz Antnio MarcuschiUnivrsi!a! "!ra# ! $rna%&uco

    '( $onto ! $arti!a

    Esta exposio analisa as caractersticas de um conjunto de gneros textuais queesto emergindo no contexto da tecnologia digital. No so muitos os gnerosemergentes nessa nova tecnologia, nem totalmente inditos. Contudo, sequer seconsolidaram e j provocam polmicas quanto nature!a e proporo de seu

    impacto na linguagem e na vida social. "sso porque o am#iente virtual extremamente verstil e $oje compete, em import%ncia, nas atividadescomunicativas, ao lado do papel e do som.

    & nos acostumamos a express'es como (e-mail, bate-papo virtual (chat), aulavirtual, listas de discusso e outras. )as qual a originalidade desses gnerosem relao ao que existe* +e onde vem o ascnio que exercem* -ual a unode um bate-papo virtual,por exemplo* ropiciar divertimento, veicular inormao,permitir participa'es interativas* ode/se di!er que parte do sucesso da novatecnologia deve/se ao ato de reunir num s0 meio vrias ormas de expresso, taiscomo texto, som e imagem, o que l$e d malea#ilidade para a incorporao

    simult%nea de m1ltiplas semioses, intererindo assim na nature!a dos recursosling2sticos utili!ados.

    3 impacto das tecnologias digitais na vida contempor%nea est apenas se a!endosentir, mas j mostrou com ora suiciente que tem enorme poder tanto paraconstruir como para devastar. 4eguramente, uma criana, um jovem ou um adulto,viciados na "nternet, sorero seq2elas nada irrelevantes. 4egundo o#servou+avid Cr5stal 67889:9; ouento assemel$a/se a uma (festa lingstica (linguistic party) para onde levamosnossa (lngua> ao invs de nossa (#e#ida>.

    Neste quadro, trs aspectos tornam a anlise desses gneros relevante: 69= seuranco desenvolvimento e um uso cada ve! mais generali!ado? 67= suaspeculiaridades ormais e uncionais, no o#stante terem eles contrapartes emgneros prvios? 6@= a possi#ilidade que oerecem de se rever conceitostradicionais, permitindo repensar nossa relao com a oralidade e a escrita. Com

    1Texto da Conferncia pronunciada na 50 Reunio do GEL Grupo de Estudos Lingsticos do Estadode So Paulo, USP, So Paulo, 23-25 de maio de 2002.

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    isso, o (discurso eletrnico constitui um #om momento para se analisar o eeitode novas tecnologias na linguagem e o papel da linguagem nessas tecnologias.

    Aqui esto algumas relex'es de carter epistemol0gico e metodol0gico para umamel$or compreenso do tema na perspectiva da teoria dos gneros.

    1( Novas tcno#o)ias* novos +atosBal como o#serva olter 69

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    ser ampliado no que concerne ao grave pro#lema das novas ormas decomportamento que esto surgindo nos usos por incontrolados do computador.;

    No ser uma a#ordagem da linguagem na "nternetG, nem uma anlise de todosos gneros emergidos ou em ase de emergncia no meio virtual. Jale risar que

    apesar dos muitos tra#al$os desenvolvidos a esse respeito, particularmente aquesto dos gneros continua pouco esclarecida. A "#" a#range todos osormatos de comunicao e os respectivos gneros que emergem nesse contexto.Kuturamente, provvel que a expresso $nternet assuma a carga sem%ntica epragmtica do sistema completo, j que se trata da rede mundial de comunicaoininterruptamente interconectada a todos os computadores interligados.

    3 tema em si L g%neros te&tuais -no novo e vem sendo tratado desde os anos;8 quando surgiram a Ming2stica de Bexto, a Anlise Conversacional e a Anlisedo +iscurso, mas o enoque dado aqui, com ateno particular aos gnerostextuais no domnio da mdia virtual, mais recente e carece ainda de tra#al$os,em#ora j apaream estudos especicos

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    Considerando a penetrao e o papel da tecnologia digital na sociedadecontempor%nea e as novas ormas comunicativas aportadas, aigura/se relevantepensar essa tecnologia e suas conseq2ncias numa perspectiva menos tecnicistae mais s0cio/$ist0rica. Certamente, no ser cil dar uma noo clara so#re tema

    to complexo no qual, desde a dcada passada, prolieram as pu#lica'es. & sepode indagar se a escola dever aman$ ocupar/se de como se produ! um e-maile outros gneros do (discurso eletrDnico> ou pode a escola tranq2ilamentecontinuar analisando como se escrevem cartas pessoais, #il$etes e como seprodu! uma conversao. 4er que o modelo de interao ace a ace propostopor 4acOs, 4c$eglo e &eerson nos anos G8 j deve ser revisto em alguns pontosessenciais*

    Em princpio, parece possvel concordar com B$omas EricOson 69, o que nos o#rigar a rever algumas no'es j consagradas.

    4e tomarmos o gnero como texto concreto, situado $ist0rica e socialmente,culturalmente sensvel, recorrente, (relativamente estvel> do ponto de vistaestilstico e composicional, segundo a viso #aO$tiniana, servindo comoinstrumento comunicativo com prop0sitos especicos como orma de ao social, cil perce#er que um novo meio tecnol0gico, na medida em que intererenessas condi'es, deve tam#m intererir na nature!a do gnero produ!ido.Bomemos o gnero mais praticado no nosso dia/a/dia, a conversa!o espont'neareali!ada ace a ace, e pensemos na descrio oerecida por 4acOs, 4c$eglo e&eerson 69

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    pois os bate-papos virtuaisso s-ncronos1., ou seja, reali!ados em tempo real eessencialmente escritos. Assim, se com o telefonematornou/se um dia impossvelcontinuar postulando a co/presena sica dos interlocutores como caractersticaexclusiva da oralidade, j que era possvel interagir oralmente estando emespaos diversos, $oje se retira dela tam#m a concomit%ncia temporal. Contudo,

    #om ter cautela quando se airma que algo de novo est acontecendo, pois essapropriedade do bate-papo virtual no implica a importao automtica depropriedades da ala. Existem vrios aspectos a serem considerados, pois asnovas tecnologias no mudam os o#jetos, mas as nossas rela'es com eles.

    A idia de que a cada nova tecnologia, como lem#ra +avid Cr5stal 67889:7=, omundo todo se renova por completo, uma iluso que logo desaparece.Novidades podem at acontecer, mas com o tempo perce#e/se que no era tonovo aquilo que oi tido como tal.9@E, particularmente suas inluncias no oramto devastadoras ou to espetaculares como se imaginava. +a a pergunta:quanto de novo vem por acom a $nternet em relao aos gneros textuais*

    &ustamente por no encontrar respostas para a questo, Cr5stal escreveu seulivro (*inguagem e a $nternet, na tentativa de desco#rir algo so#re (o papel dalinguagem na $nternet e o efeito da $nternet na linguagem> 67889:viii=. -uanto aisso, para o autor, sumariamente, trs aspectos podem ser risados:

    69= do ponto de vista dos usos da linguagem , temos uma pontuaominimalista, uma ortograia um tanto #i!arra, a#und%ncia de siglas ea#reviaturas nada convencionais, estruturas rasais pouco ortodoxas e umaescrita semi/ala#tica?

    67= do ponto de vista da natureza enunciativa dessa linguagem,integram/se mais semioses do que usualmente, tendo em vista a nature!ado meio?

    6@= do ponto de vista dos gneros realizados, a internet transmuta demaneira #astante complexa gneros existentes e desenvolve algunsrealmente novos.

    12Am!ora pouco rele#ante ne"te contexto, o!"er#o (ue a no@o de sincroniaa (ue me refiro a(ui tem a #erapenascom a produ@o num tempo concomitante, ou "ea, o" interlocutore" operam no me"mo tempo. ?"todi"tin6ue-"e da no@o desimultaneidade#poi" e"ta di re"peito ao tempo de produ@o. Fe"te ca"o trata-"e da

    po""i!ilidade de o!"er#a@o da produ@o no "eu ato imediato de produir. ?""o po""D#el no ca"o de certo"

    pro6rama" como o30Q (ue permite o!"er#ar a pe""oa di6itando e "e refaendo na di6ita@o. Fo ca"o de""e"pro6rama" tem-"e uma [email protected] e simult&nea. A"te a"pecto de#eria "er mel8or anali"ado um dia, ma"no tema de"ta in#e"[email protected] Como o" 6nero" "o 8i"trico" e muita" #ee" e"to li6ado" M" tecnolo6ia", ela" permitem (ue "uramno#idade" ne""e campo, ma" "o no#idade" com al6um 6o"to do con8ecido. !"er#em-"e a" re"pecti#a"tecnolo6ia" e o al6un" de "eu" 6nero"& telegrama; telefonema; entrevista televisiva; entrevista radiofnica;roteiro cinematogrfico e muito" outro" (ue foram "ur6indo com tecnolo6ia" e"pecDfica". Fe"te "entido claro (ue a tecnolo6ia da computa@o, por oferecer uma no#a per"pecti#a de u"o da e"crita num meioeletrGnico muito male4#el, tra mai" po""i!ilidade" de ino#a@o.

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    E um ato aqui inconteste: a "nternet e todos os gneros a ela ligados soeventos textuais undamentalmente #aseados na escrita. Na "nternet a escritacontinua essencial apesar da integrao de imagens e de som. or outro lado, aidia que $oje proliera quanto a $aver uma (ala por escrito> deve ser vista comcautela, pois o que se nota um $i#ridismo mais acentuado, algo nunca visto

    antes, inclusive com o ac1mulo de representa'es semi0ticas.Esta exposio dedica/se com alguma nase anlise do terceiro aspectoapontado L os gneros textuais //, j que os outros dois vm sendo cuidados $algum tempo. Budo indica que, ainda segundo Cr5stal 67889=, o i%/acto !aInternet 0 %nor co%o rvo#u2o tcno#3)ica !o 4u co%o rvo#u2o !os%o!os sociais ! intra)ir #in)5istica%nt( Contudo, apesar de constataresse enDmeno, o pr0prio +avid Cr5stal pouco se dedicou a uma anlise dosaspectos centrais implicados pelas inova'es tra!idas aos modos de interagir. Nomeu entender, aspecto urgente na anlise desses novos modos de interaoligados aos respectivos gneros uma an6#is tno)r6+ica. 3#servando osestudos na rea, constata/se que ainda no se e! um estudo etnogrico srio dacomunicao no meio virtual. Mamentavelmente, este no ser o enoque tam#mdo presente estudo, que se dedica em particular anlise dos gneros e apenassecundariamente apresenta o#serva'es de carter etnogrico.

    ode/se di!er que o discurso eletrDnico 6ou a comunicao mediada porcomputador PC)CQ se algum assim o preerir= ainda se ac$a em estado meioselvagem e indomado so# o ponto de vista ling2stico e organi!acional, segundoo#servou Cr5stal 67889=. 3 pr0prio estado de anonimato dos participantes nos#ate/papos virtuais avorece o lado instintivo desde a escol$a do apelido at asdecis'es ling2sticas, estilsticas e li#eralidades quanto ao conte1do. Brata/se deuma esttica em #usca de seu c%none, se que isso pode acontecer.

    Jrias das caractersticas atri#udas, nos anos G8/8, linguagem da "nternet eaos diversos gneros ali praticados no ocorrem mais a partir dos anos

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    meados dos anos G8, quando essa nova orma de comunicao estava iniciando,daria como propriedade desse gnero a produo de textos limitados a dois outrs enunciados. No entanto, aquela era uma limitao devida #aixa velocidadeda transmisso de dados eletronicamente e uma diiculdade dos programascomputacionais de ento. Roje, o taman$o dos e-mails ilimitado e pode/se

    anexar at livros inteiros. Budo depende do programa que se usa e da capacidadeda mquina ou qualidade do servidor a que se est conectado.

    S inegvel que a tecnologia do computador, em especial com o surgimento dainternet, criou uma imensa rede social 6virtual= que liga os mais diversos indivduospelas mais diversiicadas ormas numa velocidade espantosa e na maioria doscasos numa relao sncrona. "sso d uma nova noo de interao social. Este o primeiro aspecto que gostaria de risar na nature!a das novas tecnologias queno so anti-sociais como alguns supuseram, mas avorecem a criao deverdadeiras redes de interesses. 4urgem da Tcomunidades virtuaisU em que osmem#ros interagem de orma rpida e eica! 6o gnero listas de discussoencarna esse aspecto=. Esse um novo oco para a relexo? nonecessariamente um novo o#jeto ling2stico, mas uma nova orma de uso dalngua enquanto prtica interativa.

    .( Co%uni!a!s virtuais

    Vm dos desaios neste contexto vem sendo a noo de comunidade+,particularmente na expresso co%uni!a! virtua#189C:;* tida como uma espciede agregado social que emerge da rede internetiana para ins especicos. Algoassim como pessoas com interesses comuns ou que agem com interessescomuns num dado momento, ormando uma rede social estruturada. 4eriam redesde rela'es virtuais 6ci#erespaciais=. )as ser que a noo de co%uni!a! podeser aplicada ou deveria ser redeinida no caso do am#iente virtual*

    S interessante indagar/se em que as comunidades virtuais distinguem/se dascomunidades sociais, ou comunidades sociais9G do mundo real com suas(proje'es discursivas>. 4ervindo/me aqui de um tra#al$o de B$omas EricOson69

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    da noo de co%uni!a! no sentido tradicional e na nova viso a im de o#servara nature!a dos gneros textuais nesse contexto. 4egundo EricOson 69

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    simultaneamente por seus membros e pelas pr4ticas nas .uais osmembros se enga1am26apud Rolmes W )e5er$o , 9

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    comunidade discursiva,o que leva de volta questo da comunidade, s0 queneste caso, os mem#ros de uma comunidade discursiva seriam os que participamde um gnero discursivo, ou seja, a comunidade seria uma espcie de pano deundo e se determinaria como uma comunidade de prticas discursivas.

    Em estudo posterior, EricOson 67888:@= assim deine sua noo de gnero com#ase na qual o#serva/os no am#iente virtual.(9m g%nero 7 um padro de comunica!o criado pela combina!o defor!as individuais, sociais e t7cnicas implcitas numa situa!o comunicativarecorrente2 9m g%nero estrutura a comunica!o ao criar e&pectativas

    partilhadas acerca da forma e do conte5do da intera!o, atenuando assima presso da produ!o e interpreta!o2

    Com #ase nessa noo de gnero, EricOson 69

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    Normalmente no se tem essa noo nas salas de #ate/papos, onde sopossveis intera'es (reservadas a que somente os dois participantes tmacesso. Alm disso, s0 se tem acesso s contri#ui'es reali!adas a partir daentrada na sala sendo vedado o acesso a contri#ui'es anteriores.

    Central e sintomtico para o tratamento de novos gneros na mdia digital, arevelao de EricOson 69. Nas palavras do autor:

    (: g%nero parece ser um en.uadre PrameQ5til para analisar e pro1etarsistemas conversacionais on line por.ue ele fornece o pano de fundoPoregroundingQ para o meio discursivo e encora1a o e&ame de caminhosnos .uais caractersticas do meio moldam as pr4ticas .ue se do no seuinterior2

    As propriedades centrais a que se reere o autor para o gnero (bate-papo on-lineso: (se.encialidade, interatividade, conte5do comum2"sto transorma eevento em um g%nero participativo, dando oportunidade aos participantes de seportarem como no seu dia/a/dia.

    B( Os )nros %r)nts no %io virtua#

    Jimos at aqui um enquadre $ist0rico, social e tecnol0gico para a a#ordagem dosgneros da mdia virtual pelo uso da scrita #trnica. As ormas textuaisemergentes nessa escrita so vrias e versteis. Jeremos a seguir quais so ostraos mais interessantes para a#ord/las e deini/las. 3 grande risco quecorremos ao deinir e identiicar esses gneros situa/se na pr0pria nature!a datecnologia que os a#riga. 4eu vertiginoso avano pode invalidar com granderapide! as idias aqui expostas. "sso o#riga/nos a ter muita cautela nasairma'es eitas.

    Antes de mais nada, ressalto que no vamos tratar como gnero a home-page(portal, stio, p4gina), j que no ela passa de um am#iente especico paralocali!ar uma srie de inorma'es, operando como um suporte e caracteri!ando/se cada ve! mais como um srvio #trnico(Vma home page no passa deum catlogo ou uma vitrine pessoal ou institucional. Bam#m o hiperte&to;a#ier %da UOPA' #em de"en#ol#endo te"e dedoutoramento na UF?CP "o!re o 7ipertexto na "ociedade.

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    +escon$eo levantamentos exatos de quantos gneros poderiam ser identiicadosna mdia virtual e ignoro se j $ uma designao consagrada para os mesmos79.Entre os gneros mais con$ecidos e que vm sendo estudados podemos situarpelo menos estes 6com designa'es tentativas=:

    1( %ai#.. 6correio eletrDnico na orma com ormas de produo tpicas=.

    "nicialmente um srvio 6electronic mail), resultou num gnero 6surgiu em9

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    H( &at/a/o !ucaciona# 6intera'es sncronas no estilo dos chats cominalidade educacional, geralmente para tirar d1vidas, dar atendimentopessoal ou em grupo e com temas prvios=.

    ( v-!ocon+rncia intrativa 6reali!ada por computador e similar a uma

    interao ace a ace? uso da vo! pela rede de teleonia ou a ca#o=1'(#ista ! !iscuss2o6grupo de pessoas com interesses especicos, que se

    comunicam em geral de orma assncrona, mediada por um responsvelque organi!a as mensagens e eventualmente a! triagens=.

    11(En!ro #trnico6o endereo eletrDnico seja o pessoal para e/mail oupara a home-page tem $oje caractersticas tpicas e um gnero=.

    Entre os mais praticados esto os e-mails, bate-papos virtuais e listas dediscusso2Roje comeam a se populari!ar tam#m as aulas virtuaisno contextodo ensino dist%ncia. Em todos esses gneros a comunicao se d pelalinguagem escrita. Como veremos, esta escrita tende a uma certa inormalidade ea uma menor monitorao e co#rana pela luide! do meio e pela rapide! dotempo.

    Em certos casos, esses gneros emergentes parecem proje'es de outros comosuas contrapartes prvias, o que sugere a pergunta de se os designers desoft8aresseguiram /a!r>s /r0istntscomo #ase para moldagem de seusprogramas. Como os novos gneros s0 so possveis dentro de determinadosprogramas, parece que a resposta deve ser si%(.7)as n2o !v%os con+un!iru% /ro)ra%a co% u% )nro, pois mesmo diante da rigide! de um programa,no $ rigide! nas estratgias de reali!ao do gnero como instrumento de aosocial. 3 que se deveria investigar qual a real novidade das prticas e no asimples estrutura interna ou a nature!a da linguagem.

    or exemplo: nos bate-papos virtuais abertosso construdas identidades sociaismuito diversas do que nas conversa!/es face a face2Este aspecto no est nosdomnios de controle de nen$um engen$eiro de soft8are. 3 engen$eiro pode,quando muito, controlar a erramenta conceitual, mas no os usos e, muito menosos usurios. "sto signiica que os usos no podem ser controlados em toda suaextenso pelo sistema. Assim ocorre tam#m com as lnguas naturais de ummodo geral. Em#ora $aja um sistema ling2stico su#jacente a cada lngua, ele no

    2A""a (ue"to de extrema importHncia e, como #imo" acima, na" explica@Ee" do en6en8eiro de so*t"are#T8oma" Aric

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    impede a variao. As varia'es no so aleat0rias e sim sistemticas, no casodos usos ling2sticos. & no caso dos usos de soft8ares interativos,que undamusos resultantes em gneros textuais, as proje'es dos engen$eiros so aindamais racas. A rigide! do programa ica por conta de sua caracterstica ormulaica,

    j que em 1ltima anlise todos os gneros produ!idos no contexto da mdia virtual

    tm um sa#or de formulrios mais ou menos discursivos e no de m1ltiplaescol$a.

    )as em que que os gneros virtuais divergem de suas contrapartes reais*Essas divergncias so essenciais para produ!irem gneros novos* Aspectoreiteradamente salientado na caracteri!ao dos gneros emergentes o intnsouso !a scrita, dando/se praticamente o contrrio em suas contrapartes nasrela'es interpessoais no virtuais. 4er isso relevante na caracteri!ao dognero emergente ou um aspecto que nos leva apenas a repensar a nossarelao com a escrita e com a oralidade, mas no a relao entre am#as*

    4e nos dedicarmos a uma anlise de detal$e dos gneros emergentes na mdiaeletrDnica em geral 6teleonia, rdio, televiso, "nternet=, veremos que algumas dasidias a respeito da interao ver#al devero ser revistas. or exemplo, a

    presen!a fsica no caracteri!a a interao conversacional em si, mas simdeterminados gneros, tais como os que se do nos encontros ace a ace. +eigual modo, a produo oral no necessria, mas apenas suiciente paradeterminar a interao ver#al, pois possvel uma interao sncrona, pessoal edireta pela escrita transmitida = dist'ncia, o que j era em parte possvel pelacomunicao pelo telgrao e pelo c0digo )orse. )as no caso atual $ uma sriede novidades que no apenas simulam, mas ra#iza% +tiva%nta interao.Jeja/se o quadro a#aixo com os gneros emergentes e suas contrapartes pr/existentes sugerindo um paralelo ormal e uncional:

    GNEROS TEXTUAIS EMERGENTES NA MJDIA :IRTUAL SUASCONTRA$ARTES EM GNEROS $RKEXISTENTES

    Gnros %r)nts Gnros ?6 istnts9 >-mail Carta pessoal ZZ #il$ete ZZ correio7 ?ate-papo virtual em aberto Conversa'es 6% )ru/os a&rtos;@. ?ate papo virtual reservado Conversa'es duais 6casuais=F ?ate-papo $"@ (agendado) Encontros pessoais 6a)n!a!os;I ?ate-papo virtual em salas privadas Conversa'es 6+cha!as;; >ntrevista com convidado Entrevista com pessoa convidadaG Aula virtual Aulas presenciais

    ?ate-papo educacional 6Au#a /artici/ativa intrativa;< Bdeo-confer%ncia [eunio de grupoZ conerncia Z de#ate98 *ista de discusso CircularesZ sries de circulares 6***=99 >ndere!o eletrnico Endereo postal

    Esses gneros tm caractersticas pr0prias e devem ser analisados em particular.Nem sempre tm uma contraparte muito clara e no se pode esperar umaespecularidade na projeo de domnios to diversos como so o virtual e o real.

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    Esses gneros so mediados pela tecnologia computacional que oerece umprograma de #ase 6uma erramenta conceitual= e servem/se da teleonia. +e certomodo, esses gneros so diversiicados em seus ormatos e possi#ilidades edependem do soft8are utili!ado para sua produo. No caso dos e-mails, porexemplo, temos vrios programas para sua ela#orao.7I

    Bodos os gneros aqui tratados di!em respeito a intera'es entre indivduos reais,em#ora suas rela'es sejam no geral virtuais. or isso optamos por no tratar do(gnero textual> no contexto do mundo imaginrio dos MUDs 9Mu#tiUsrDun)on;( Brata/se de um programa de jogos muito con$ecido nos anos G8 e queposteriormente redundou em algo que poderia ser c$amado de Cogo de "ombateou *uta com Drag/es2 Como opera numa relao com um mundo imaginrio,pareceu no ca#er neste contexto de anlise. No caso dos )V+s temos um tipode relao irreal, relao com a antasia e no com seres reais e trata/se de um

    jogo. or essa ra!o, oi aqui excludo.7;

    +iante de tudo isso, possvel indagar/se que tipo de prtica social emerge comas novas ormas de discurso virtual pela internet. ode/se alar em #tra%nto!i)ita#, como oi inicialmente sugerido* Creio que cedo para tanto. )as j sepode di!er que temos novas situa$es de letramento cultural.

    7( $ar%tros /ara caractriza2o !os )nros %r)nts

    Neste item, apresentamos um quadro geral com os par%metros que poderiamcaracteri!ar os novos gneros. Brata/se de uma proposta descritiva aindaincipiente e merecedora de maior sistemati!ao. ara sua validao, ascategorias devem ser detidamente testadas nos casos que tentam modeli!ar. Almdisso, necessria uma deinio dos constituintes de cada trao de acordo como conjunto de postulados te0ricos de onde provm.

    Na construo desta matri! propomos um conjunto de categorias dentro da teoriados gneros textuais postulada na conluncia entre aO$tin 69

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    aspectos. 4upomos que as teorias apontadas oerecem sugest'es #astante clarase operacionais que no precisam ser aqui repetidas.

    Vma das caractersticas centrais dos gneros em am#ientes virtuais seremaltamente interativos, geralmente s-ncronos 6com simultaneidade temporal=,

    em#ora scritos. "sso l$es d um carter inovador no contexto das rela'es entreala/escrita. Alm disso, tendo em vista a possi#ilidade cada ve! mais comum deinsero de elementos visuais no texto 6imagens, otos etc.= e sons 6m1sicas,vo!es= pode/se c$egar a uma interao com a presena de imagem, vo!, m1sicae linguagem escrita numa int)ra2o ! rcursos s%io#3)icos. -uanto a isso,$ outro aspecto nas +or%as ! s%iotiza2odesses gneros relativo ao uso demarcas de polide! ou indicao de posturas. 4o os con$ecidos emoticons(cones indicadores de emo!/es) ao lado de uma espcie de eti.ueta netiana6etiqueta da "nternet, tal como analisada por Cr5stal, 7889=, tra!endo descontraoe in+or%a#i!a! ormulao 6monitorao raca da linguagem=, tendo em vista avolatilidade do meio e a rapide! da interao. Contudo, estes aspectos no sedistri#uem por igual ao longo dos gneros.

    Em#ora parea irrelevante na caracteri!ao do gnero, passa a ser importante aquesto da permanncia ou no do documento no tempo. Como o am#iente virtual relativamente voltil e no tem a menor garantia de esta#ilidade e ixao 6#astauma queda de energia ou travamento do programa para perder tudo o que no oisalvo=, estamos sugerindo como trao demarcador tam#m o aspecto.relativo recuperao dos textos produ!idos nesses gneros.

    +o ponto de vista estritamente ormal, esses gneros se distinguem tanto pelaorma como pelo programa usado. Bome/se o caso de um bate-papo virtual aberto,como os da V3M, A3M, 3M, AR33, BE[[A, "\ e assim por diante. Cadaservidor tem uma maneira de representar os seus am#ientes e isso diverge aindana relao com o "C-, "[C ou m"[C, sem entrar em detal$es a respeito deprogramas tpicos como o descrito por EricOson 67888=, c$amado de =A==LE*que oerece uma srie de recursos envolvendo praticamente todos os gnerosdentro de um programa verstil e quase corporativo.

    3 quadro a seguir oi construdo com #ase em o#serva'es na perspectiva aquilevantada e no privilegia aspectos estruturais e ormais, mas sim uncionais eoperacionais ao lado de estratgias e prop0sitos. Nisto segue a idia de que no tanto a nature!a ormal, mas o aspecto s0cio/comunicativo e as atividadesdesenvolvidas que caracteri!am o gnero.

    Bendo em vista o exguo espao disponvel neste momento, vamos o#servar aquidetidamente apenas alguns aspectos deinidores do gnero, deixando para outromomento as quest'es relativas aos pro#lemas operacionais. -uanto a estes1ltimos elementos e tam#m quanto linguagem, remeto o leitor proveitosacolet%nea de tra#al$os so#re o assunto, organi!ada por Jera aiva 67889=, jcitada acima e que ser aqui lem#rada ainda em alguns pontos especicos.

    1I

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    $ARMETROS $ARA IDENTI"ICAPO DOS GNEROS NO MEIO :IRTUAL

    DIMENSPO AS$ECTO GNEROS EM AM=IENTE :IRTUAL

    1 . B 7 F 8 H 1' 11R#a2ot%/ora#

    4ncrona / ] ] ] ] ] / ] ] / 8Assncrona ] / / / / / ] / / ] 8

    Dura2o"ndeinida / ] ] ] ] / / / / / 8[pida * 8 ] / / / / / / * 8Mimitada ] / / / / ] ] ] ] ] 8

    Etns2o!o tto

    "ndeinida / ] ] ] ] ] / / / / 8Monga / / / ] / 8 ] / ] / 8Curta ] ] ] / ] 8 / ] / ] ]

    "or%atottua#

    Burnos encadeados / ] ] ] ] ] / ] ] / /Bexto corrido ] / / / / / ] / / / 84eq2ncias soltas * 8 / / / / / / / / /Estrutura ixa ] / / / / / ] / ] ] ]

    $artici/ants

    +ois ] ] ] ] ] / / / / / /)1ltiplos ] ] / ] / ] ] ] / ] 8\rupo ec$ado ] / / ] / / ] ] ] ] 8

    R#a2o!os/artici/ants

    Con$ecidos ] / 8 ] 8 / ] ] ] ] 8AnDnimos / ] 8 / 8 ] / / / / 8Rierarqui!ados * / / / / / ] ] ] / 8

    Troca !"a#ants

    Alternada / ] ] ] ] ] / ] 8 / 8"nexistente ] / / / / / ] / / ] 8

    "un2o"nterpessoal ] ] ] ] ] / / ] / ] ]M1dica / ] ] ] ] ] / / / / /"nstitucional / / / ] / / ] ] ] ] ]

    Educacional / / / / / / ] ] ] ] 8

    T%aMivre ] ] ] ] ] ] / / / ] 8Com#inado ] / / 8 / / ] ] ] ] 8"nexistente / ] / / / ] / / / / ]

    Esti#o)onitorado 8 / / / / / ] 8 ] ] 8"normal 8 ] ] ] ] ] ] ] / / 8Kragmentrio / ] ] ] ] ] / / / / 8

    Cana#QS%ioss

    uro texto escrito ] ] ] ] ] ] ] ] 8 ] ]Bexto oral W escrito / / / ] / / / / ] / /Bexto com imagem 8 ] ] ] ] ] ] / ] / /Com paralinguagem 8 ] ] ] ] ] ] ] ] / /

    Rcu/ra2o !

    %nsa)%

    \ravao automtica ] / / ] / / ] ] 8 ] ]Jolteis / ] ] ] ] / / ] ] / /

    L)n!a 1< 4inais para marcao dos traos: 6presena=? 6ausncia=? '6irrelev%ncia do traopara deinio do gnero=? 6indeinio quanto presena e relev%ncia=.

    L)n!a .< ara os gneros listados: 69= e/mails? 67= #ate/papo virtual a#erto? 6@= #ate/papo virtualreservado? 6F= #ate/papo "C- 6agendado=? 6I= #ate/papo virtual em salas privadas? 6;= entrevistacom convidado? 6G= aulas virtuais por e/mails? 6= #ate/papo educacional? 6

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    Bomando/se os gneros apontados acima e seguindo/se a idia de que elespodem representar um cont-nuo com #ase em alguns vetores, tal como j $aviasido sugerido para a relao ala/escrita em )arcusc$i 69

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    aspecto, at o #astante inormal. E igualmente do mais distanciado 6comunicaoassncrona= at a comunicao em tempo real a ace a ace. or outro lado, pode/se ir desde a comunicao em grupo at a #ilateral. -uanto a este aspecto, note/se que uma carta pode ter vrias ormas de ser 6desde uma carta pessoal de umpara um 6o que parece ser o mais comum= at uma carta circular de um para

    muito ou de muitos para muitos.3 Gr6+ico . tra! os mesmos vetores acima, mas desta ve! aplicando/se comunicao digital. Neste caso, o que se o#serva que os e-mails so umacomunicao de ato assncrona, mas podem ser tanto grupal como individual,tendo uma preerncia por sua reali!ao inter/individual. & a vdeo/conernciadistingue/se quanto a isso. or outro lado, o uso da rede 6XXX= em todas assuas modalidades e gneros a#rigados, est num entrecru!amento que permiteenorme variedade de reali!a'es em termos de ormalidade, inormalidade,rela'es comunicativas e produo sncrona ou no. )as os bate-papos virtuaisocupam a #ase que em certo sentido corresponde situao da comunicaoace a ace, com as diversas possi#ilidades apontadas em relao a seremcomunica'es grupais ou inter/individuais.

    GR"ICO .< O CONTJNUO DE GNEROS NA COMUNICAPODIGITAL MEDIADA $OR COM$UTADOR

    Ass-ncronos

    S-ncronos

    "ont< 4imeon &. ABE4 67888= . 7@G

    2deo3con'er1ncia

    e3

    &ai

    l

    %/4 %R/ 6 77 8chats e& geral9

    6so geral da rede

    Grupo

    interati:o

    %ntera(o

    u& a u&

    1*

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    A distri#uio dos gneros por este contnuo poderia ser eita num quadromultidimensional tomando os par%metros tra!idos no quadro acima econsiderando os on!e gneros tratados. Jeramos que $ uma ordem muito claraentre eles e sua distri#uio se d de orma no aleat0ria e sua produo o#edecea critrios #astante rigorosos. \aston Rilgert 67888=7G j mostrava esta questo

    com muita preciso ao identiicar (o contnuo em que se distri#uem os gneros detextos escritos> 6p. I7= correlacionando/os dentro do am#iente digital. Alm disso,Rilgert comprovou que os chats de que se ocupa em detal$e esto locali!ados noextremo aqui identiicado com a oralidade.

    F( An6#is !os )nros !a %-!ia !i)ita#

    Como dicil oerecer aqui uma viso completa de todos os gneros listadosacima, nos limitaremos a indica'es sumrias, apontando algumas ontes para osque desejam aproundar/se na questo. Alguns gneros sero analisados commaior detal$amento e outros apenas apontados em seus traos #sicos. Nocon$ecemos algum tra#al$o que os trate todos da orma como vm aquiagrupados, por isso oerecemos este material como uma sugesto altamenteprovis0ria.

    F(1( As %nsa)ns /#o corrio #trnico 9e-mail)

    3e-mail6correio eletrnico= remonta ao incio dos anos G8, portanto, uma ormade comunicao que tem $oje cerca de @8 anos. opulari!a/se apenas nos anos8 para assumir a eio atual em meados dos anos e das cartas escritas. Contudo, isso no se veriicou, assimcomo os e-livros 6livros eletr*nicos= no representam a menor ameaa aoslivros impressos. Assim oi tam#m com o surgimento do teleone que parecia sero coveiro dos correios. No entanto, nada mudou nesse particular, assim como ateleviso no suplantou o rdio.

    Num instigante tra#al$o so#re o (uturo das cartas> tradicionais diante dos e-mailsna C)C, ates 67888= lem#ra que com os e-mails entramos em (um novo estgiona $ist0ria da escrita de cartas>.7

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    7888 teriam sido remetidos cerca de G tril$'es de e-mails no mundo todo, quasetriplicando as remessas de 9

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    Em certos casos $ o que se pode c$amar de nca!a%nto ! turnos, j queem dadas circunst%ncias temos uma seq2ncia relativamente grande de e/mailsque no oram apagados e eventualmente podem estar seq2enciados. S umacorrespondncia com seu arquivo seq2encialmente anexado. Jrias (cartas>grudadas como se ossem turnos.

    Em muitos casos os e-mails tm a estrutura tpica de um #il$ete. 4ua linguagem no geral no/monitorada, podendo ser, porm, muito #em ela#orada e escrita emseparado, j que $oje se permite tra#al$ar no campo para e/mail com rascun$osque podem ser remetidos mais tarde e no apenas no ato da ela#orao comoocorria na dcada de oitenta do sculo passado. 4eu taman$o no tem um limite,mas no geral no se ultrapassam as I/98 lin$as e no usual a!er paragraao,em#ora alguns costumem reali!/la invariavelmente. A rigor, os ormatos nesteparticular so livres e $oje podem ter arquivos de textos agregados 6 attachment=em quantidade ilimitada.@9

    S um gnero que, como as cartas, tem respostas 6mas no sempre=. Na alta deresposta pode/se supor que o destinatrio no rece#eu ou no quer responder, ourece#eu e no respondeu. )as $ casos em que o endereo do remetente nounciona na recepo de respostas. 3 luxo determinado no s0 por decis'espessoais, mas tam#m por condi'es tecnol0gicas. Vma das vantagens dos e-mails sua transmisso instant%nea encurtando o tempo de rece#imento.4egundo &onsson 69

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    caracterstica estrutural sistematicamente nova. ode/se inclusive ter um sistemade resposta de e/mails colando parte do e/mail rece#ido e dando a resposta?depois mais uma parte com a resposta e assim por diante, na estrutura de turnos.R pessoas que costumam usar esta estratgia de orma sistemtica, o quecaracteri!a um estilo de escrita de e/mails.

    Em sua concluso anlise dos e-mails, &onsson 69

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    cresceu e em menos de uma dcada tornou/se um dos gneros mais praticadosda civilia!o digital.

    A anlise dos #ate/papos 6que na realidade so conversas multi/participativas=deveria iniciar pela s#2o !a sa#aque se quer req2entar. -uanto a isso, $oje

    em dia $ a possi#ilidade de escol$a de salas de acordo com interessesespecicos. Existem salas classiicadas 6a= /or i!a! 6distri#udas por aixasetrias=? 6#= /or ci!a!s r)i>s 6c= /or t%as6d= /ara ncontros6e= /arai%a)ns r3ticas ou outras6= /ara &at/a/os co% convi!a!os s/ciaiseassim por diante. Cada um pode entrar a seu gosto, mas $ pessoas que se ixamem determinadas salas e dia ap0s dia se encontram com outros que vo ormandouma espcie de (comunidade virtual>.

    Em seguida deve/se ter em conta a sco#ha !o a/#i!o. Vma etnograia sumriados bate-papos virtuais abertos mostra que a relao de descon$ecimentopessoal que existe entre os participantes se caracteri!a pelo anonimato mantidoem nicnames (apelidos, nomes de fantasia) atrs dos quais o indivduo seesconde. Esse anonimato tem repercuss'es quanto nature!a da construo daidentidade e administrao das aces. Bal como aponta Cr5stal 67889:9I podem variar com enorme rapide! e o mesmo indivduo pode entrarem curto lapso de tempo com nomes diversos e at personalidades diversas, oque d uma volatilidade s identidades sociais. Esses nomes assumem diversosormatos e merecem um estudo a parte. asta entrar numa sala qualquer para deimediato constatar a variedade e a imaginao 6ou alta= que grassa nessas salasem relao aos participantes e s escol$as de seus nomes com orte apelo sexualem muitos casos. Jejam/se alguns exemplos de salas diversas, sejam elas decidades, adolescentes, sadomasoquistas, ls#icas, ga5s etc.

    NICVNAMES DE $ARTICI$ANTES DE =ATE$A$OS :IRTUAIS4en$or das Algemas4u#missa)alvol_3 KE"3\atin$a Apetitosa4olitri_)aiorA#andonado+ose +upla

    Klor!in$a c$eirosa4em Apelido``)VMRE[ \_B3``

    "NB3 M"N+3Ma elle de &our&V&VA`putin$a devassa`\34B34A +E]"N4AC"JEMC"ENKVE\34Z@84enador

    AN"NRA 7.Ev_ngelic_/@8 anos`Vm presente dos +euses`

    +eus \rego)oreno\ato``)V4A``3 "NE4-VECbJEM_AN+"+_B3_+3Z@8K)EA JA+"AB["4BE 4E) N3)E

    sic0logo do AmorV)AM"N+_[VH_4emC$apuNaturalmente Minda e )odesta

    3Cr$"tal %2001&12*' inicia "eu capDtulo "o!re a lin6ua6em no" chats identificando #4rio" formato", tai" como)chatgroups# ne"groups# usergroups# chatrooms# mailing lists# discussion lists# e-con*erences e bulletinboards, decidindo-"e por a!ord4-lo" em conunto "o! o nome )chatgroupsde forma 6enrica na relia@o"Dncrona e a""Dncrona. a" cada um de""e" formato" poderia con"tituir um 6nero e""e" e#ento" internetiano"tal como "e nota na a!orda6em detal8ada do autor.

    2

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    Este aspecto etnogrico merece estudo especico porque revela uma importanteaceta oculta de nossa sociedade contempor%nea reprimida e que agora alora noanonimato das salas de #ate/papo. 4eguramente, esses nomes no so gratuitose tm um (valor discursivo> e poderamos a!er at mesmo uma tipologia para asescol$as, tal como sugerido por Cr5stal 67889:9;9=. or exemplo:

    / nomes ligados tecnologia: ro&ot* /c%an* $ntiu%* har!War etc./ nomes ligados lora, auna e o#jetos: tu#i/a* =M* "#or!#iz* or4u-!as#va)%* #2o* 4ui?inho etc(/ nomes ligados a personalidades amosas: E#vis $rs#* Mar* $#at2o*etc./ nomes do dia/a/dia< Maria* Catarina* :ra* Trza etc./ nomes ligados ico, mitologia: Go!ot* $anta)ru#* Minotauro* Y#na! Tr3ia tc(/ nomes ligados a sexo: $into Lin!o, /ica !ura* +u!!or* co%!or* &o%! ca%a*MM* Y=i etc./ nomes de ilmes ou o#ras: La =## ! Zour* La Nav :6etc./ nomes va!ios de signiicao:EuQY* EuQM* $$* YY*

    A srie pode prosseguir com uma catalogao muito extensa, o que revela acriatividade e a imaginao. Esses nomes c$amam a ateno e muitas ve!es soo#jeto de comentrio. Essas o#serva'es valem para todos os ormatos de #ate/papos, inclusive os duais.

    Ao entrarem numa sala os participantes em geral cumprimentam to!osgenericamente com um (alou um (oi> ou (boa noite, ou ento aam convites(algu7m a fim de tcI, afim de um papo legalI, cad% a mulher mais inteligenteIe outras ormas. 4e o#servarmos o que preceituam os estudos conversacionais,notamos que nos #ate/papos virtuais se pode no ser responsivo, ou seja,podemos ignorar alas a n0s remetidas sem o colapso das intera'es. or outrolado, comum que o sistema provoque conus'es tendo em vista a sempreiminente .ueda de algum ou a lentido de uma conexo diante da rapide! deoutra, devido a recursos tecnol0gicos mais avanados 6modem de alta velocidadeetc.=. "sso signiica que as atividades o#edecem a uma srie de $a#ilidades deoperao do participante 6ser #om digitador, ter presena de esprito e coordenaros parceiros se est alando com vrios reservadamente e no a#erto=. ois possvel manter simultaneamente vrios dilogos paralelos simult%neos eprivados.

    -uanto aos aspectos ling2sticos, a li#erdade de tal ordem e a massa de dadosto extensa que ainda no se tem uma viso sequer aproximada do enDmeno epara &onsson 69

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    Roje $ uma srie de recursos disponveis nas salas como 0rmulas prvias, quepermitem a'es muito interessantes e regulares, simulando atividades interativasnaturais. 3 quadro a#aixo d ma idia dessas opera'es:

    RECURSOS O$ERACIONAIS DISONJ:EIS NAS SALAS

    Cat)orias Ativi!a!s /oss-vis

    91; s#2o ! /arciros

    a= s#2o ! TODOS< neste caso ala/se para a sala toda? #=s#2o ! /arciros % convrsa no a&rto< disponi#ilidade deescol$a e um indivduo com quem se quer alar, clicando em cima donome e dirigindo/se a ele no a#erto? c= s#2o ! /arciros /araconvrsa rsrva!a: neste caso ala/se com algum reservadamentee ningum o#serva aquela ala? por outro lado permanece/se vendotodas as demais alas no a#erto? d= s#2o ! u% @nico /arciro c#us2o ! to!os os !%ais: assim no se rece#e outra ala a noser do indivduo selecionado com exclusividade e= #i%ina2o ! u%in!iv-!uo in!s?a!o: pode excluir do vdeo pelo menos umapessoa.

    9.; nvio ! sons s/ciais ode/se enviar sons de animais, instrumentos musicais, teleones,suspiros, catarros, tosses, #eijos, sustos e vrios outros imitandositua'es dirias.

    9B; nvio ! cartasQi%a)ns

    3s sons podem ser acompan$ados de iguras ou caretas do tipo:assustado, #ocejando, dentuo, sorrindo, #eijo, gargal$ada,aprovao, piscada, !anga, indeciso, desaprovao nojo etc.

    97; s#2o ! co%nt6riosode/se acrescer comentrios prontos como atos ilocut0riospretendidos. As remessas so: fala paraJ responde paraJ concordacomJ discorda deJ desculpa-se comJ murmura paraJ sorri paraJ suspira

    porJ flerta comJ entusiasma-se comJ ri deJ d4 um fora emJ grita comJ&ingaJ ignora mensagem de K2@I

    9F; sist%a ! a#rtaode/se a!er uma marcao de esperas e pedir para o sistemaavisar quando se rece#e uma mensagem ou uma ala. 4o sinais tais

    como: tocar um #ip, tocar o teleone ou um instrumento musical.

    Entre os aspectos #sicos salientes nesse gnero podemos identiicar osseguintes traos que o caracteri!am na operao dos elementos acima.

    6a= so /ro!u>s scritas no +or%ato ! !i6#o)o numa seq2nciaimediata e retornos rpidos com o sistema de sele'es de parceiros descrito em69=, podendo ocorrer muitas conus'es pela multiplicidade de indivduos na sala.3s turnosno se apresentam necessariamente numa seq2ncia encadeada, jque pode $aver aspectos tcnicos que impedem isso 6demora na transmisso dedados=. Assim, permite/se mais de uma contri#uio do mesmo participante antesde rece#er do parceiro uma resposta. A administrao das contri#ui'es nos #ate/

    papos virtuais um pro#lema local novo em relao s intera'es ver#ais ace aace. Alis, neste 1ltimo caso, quando algum a! reiteradas contri#ui'es semesperar o retorno do parceiro, surgem co#ranas e o dilogo pode c$egar ruptura.@;

    35Ruanto a e"te" co&andos co&unicati:os (ue "er#em para admini"trar a"pecto" do proce""o interati#o,#ea-"e Oon"eca %2001&BB' .A "o!re a tomada de turno" do" chats, C8a#e" %2001' de"en#ol#eu tra!al8o

    !a"tante completo mo"trando #4rio" a"pecto" (ue "e aproximam e afa"tam da" intera@Ee" face a face.

    2I

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    6#= so /ro!u>s s-ncronas apesar de escritas. )as existe apossi#ilidade de no ocorrer a sincronia esperada no caso de respostas noimediatas quando o parceiro responde muito tarde ou interage com vriossimultaneamente, como se viu em 6a= acima.

    6c= as contri&ui>s s2o % )ra# curtas, no indo alm de umas poucas

    lin$as? caracteri!am/se como turnos quando ol$adas nas rela'es que seesta#elecem no contexto da interao em andamento. )as, como dissemos, asseq2ncias nem sempre so ordenadas e pareadas no ormato /[ ou de paresad1acentes2 )uitas ve!es as contri#ui'es so grandes e um participante podereunir vrias alas de outros e remeter a algum para que as aprecie. "sso umaorma de (cita!o de falaipsis verbis, impossvel em intera'es ace a ace. Esteaspecto c#usivo !sss )nros 6da amlia dos #ate/papos virtuais=. Noexemplo a seguir esto as alas de dois participantes EVZR e CAM"ENBEZ). Nosegundo segmento,ela manda para ele as alas de outras pessoas s quais eleno tin$a acesso:

    679:I

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    #ate/papo muito diversa do que uma conversao ace a ace. +e algum modo,pode/se di!er que uma sala de #ate/papo a#erto se d uma relao maishi/r/ssoa# do que intr/ssoa#* pois a participao no centrada noindivduo e nas rela'es individuais e sim no grupo. -uando as rela'es desli!ampara o interpessoal mais deinido, ento surge um novo gnero e a sala a#erta

    a#andonada. Este gnero o que veremos a seguir.F(B( =at/a/o virtua# rsrva!o

    Este ormato de participao comunicativa virtual tem as mesmas caractersticasque os #ate/papos que aca#amos de descrever, mas com uma dierenaessencial, entre vrias outras de menor monta. "sto : os indivduos interagem em

    particular,podendo at isolar/se dentro da sala pela escol$a exclusiva de umparceiro. Este gnero opera no mesmo am#iente que o anterior e uma de suasvaria'es notveis porquanto a sala e seus recursos icam os mesmos, mas s0icam presentes as duas pessoas que se selecionaram para interagirreservadamente.

    Vma das conseq2ncias mais interessantes a maior tranq2ilidade dosparticipantes e a possi#ilidade de respostas mais ordenadas e na orma de turnosno sentido estrito se assim o desejarem. ois pode $aver espera pela respostasem que isso se torne pesado. 3s turnos vo progressivamente icando menoscarregados de elementos paraling2sticos e a tendncia nesses casos desenvolver algum tema por um certo tempo. Caso os participantes ten$amcontatos anteriores podem retomar t0picos e desenvolv/los ou progredir paranovas inorma'es.

    )uitas ve!es esses am#ientes isolados de todos os demais so #uscados cominalidades especicas, seja para estmulos e #rincadeiras sexuais ou pararesolver pro#lemas que vin$am se acumulando em outros encontros $avidos.

    Em suma, este gnero tem uma proximidade com a conversao ace a ace muitomaior que o anterior e no apresenta tanto tumulto comunicativo como aquele.elo ato de s0 estarem duas pessoas na sala, tem/se aqui menor ndice dedistrao e concentrao #astante clara.

    +e resto, vale tam#m neste gnero, todas as o#serva'es so#re a escol$a dosnomes e as opera'es ling2sticas. Aqui, o#serva/se que os turnos so maislongos se um tema est em andamento ou ento muito curtos num ping/pong.

    F(7( =at/a/o IC 9a)n!a!o;

    Este gnero de bate-papo virtual agendado ou agend4vel , denominado IC 9IS\ ]ou;, tem seu pr0prio programa e uma $ist0ria parte. 4urgiu em agosto de9

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    mundo todo, constituindo/se num dos maiores sucessos mundiais na rea deaplicativos interativos. Roje so mais de 98.888.888 de usurios que se servemdesse programa, sendo o mais divulgado e usado.

    A pergunta inevitvel : qual a ra!o de tanto sucesso* Em primeiro lugar, desde o

    incio, o programa se ac$ava em vers'es em muitas lnguas +epois de adquiridopela V3M, em 9

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    entrar simultaneamente em contato com documentos que esto manuseando, oque l$es d a sensao de partil$arem espaos sicos ou geogricos, comolem#ra &onsson 69

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    em dois gneros de aulas, j que so estrutural e etnograicamente diversos ea!em parte do discurso instrucional.

    Antes demais nada, as aulas virtuais se apresentam em pelo menos trs ormatos.Vm, centrado na exposio 6aula expositiva no pr0prio modelo textual corrido=,

    outro, centrado na exposio e discusso 6no ormato de e-mails= e um centradona discusso 6os chats). 3s primeiros dois ligados exposio so apresentadosneste item como se ormassem um gnero 1nico, apesar de suas distin'esinternas, e um terceiro ser analisado em separado no item F(H( a seguir. Aspectocentral que deve ser apontado desde j para os trs casos a caractersticacentral dessas aulas: trata/se de vntos ssncia#%nt scritos. Esta aprimeira grande inovao, j que n0s sa#emos que a aula em geral se d no+or%ato ora#em sua orma canDnica. "sso a! pensar desde logo que se estdiante de um novo conjunto de gneros. Alm disso, a orma de acesso e o ritmode tra#al$o no so mais os mesmos que as aulas tradicionais.

    Vma outra ra!o especica nos leva a distinguir os dois gneros glo#almente. Nocaso das au#as virtuais temos uma atividade em que as aulas so #aseadasnuma interao escrita ass-ncrona* sendo que no caso dos &at/a/os!ucacionaistemos uma interao escrita s-ncrona( Esse aspecto tem algumasconseq2ncias na orma de se condu!ir os tra#al$os e na organi!ao dasrela'es interpessoais.

    4e Dssemos a!er uma etnograia dessas aulas virtuais e esta#elecer umarelao com as aulas presenciais tradicionais, veramos que certos aspectosmudam radicalmente. Em especial os que di!em respeito relao temporal eespacial, que tra!em muitas conseq2ncias para novos ormatos nas rela'esinterpessoais e nos modos de operacionali!ao dos $orrios de tra#al$o. Assimse as aulas presenciais exigem que todos os alunos estejam simultaneamente nasala com o proessor, isso j no ocorre nas aulas virtuais em que o alunodetermina tanto o $orrio como o ritmo da aprendi!agem. aiva 67889a:7G8/9=aponta este aspecto como um enDmeno de (desterritorialia!o, que permiteampliar a #i#lioteca, aumentar o n1mero de envolvidos e assim por diante, namedida em que tudo o que contri#ui para a aprendi!agem pode ser invocadocomo material interessante.

    3utro aspecto que nas aulas virtuais desaparece a presena macia doproessor, sendo que o aluno assume #oa parte do processo. Assim, a relaoentre am#os muda e em conseq2ncia muda tam#m a nature!a doacompan$amento dos tra#al$os. "sto ica mais ortemente acentuado no caso dosbate-papos educacionais2 Bempo e espao mais lexveis, como lem#ra aiva67889a:7G@=, multiplicam os $orrios e os dias de acesso aos materiais #em comoos contatos. ois cada qual pode escrever seu e-mail expondo as d1vidas ouacessar materiais que estejam disponveis na rede, ou ento ler os e-mails queoram mandados a ele pessoalmente ou aos colegas em geral.

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    As aulas virtuais, mesmo em seu ormato de tto corri!o* constituin!opraticamente um livro no meio virtual, tm uma organi!ao $ipertextual com ascondi'es tecnol0gicas de acessos e lincagens rpidas e diversiicadas. Seetivamente um ormato novo que de algum modo representa um gnero textualdiverso. Aqui, esse aspecto tratado em conjunto com os e-mails porque imagino

    que as mensagens eletrDnicas so um tipo de contri#uio que se pode dar aopr0prio texto de #ase, j que o $ipertexto vai sendo completado pela diluio daautoria 6ou ampliao da autoria= com a participao dos leitores. Este ormatotem algumas dierenas em relao ao tratado por aiva 67889a:= porque no trataapenas do ensino de lngua estrangeira, mas de qualquer tipo de disciplina.

    A $ipertextualidade e todas as suas conseq2ncias em termos de autoria econstruo textual esto aqui envolvidas na construo da nature!a desse gnerode aula no am#iente virtual. A centrao muda da igura do proessor para umconte1do em andamento que pode rece#er cola#ora'es de m1ltiplas partes.

    F(H( =at/a/o !ucaciona#

    3 ensino dist%ncia, #aseado nos programas de "hat educacional, relativamente recente e data do incio dos anos

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    Bal como o#servado por aiva 67889a:7G7= com #ase em vrios autores, no casodas aulas virtuais no ormato de #ate/papo 6aulas "hat),dilui/se em #oa medida opredomnio da ala do proessor, de modo que:

    TLas comunidades virtuais de aprendiagem, abandona-se o modelo detransmisso de informa!o tendo a figura do professor como o centro do

    processo e abre-se espa!o para a constru!o social do conhecimentoatrav7s de pr4ticas colaborativas2 Assim as d5vidas dos alunos sorespondidas pelos colegas e dei&am de ser responsabilidade e&clusiva do

    professor2 6p.7G7=)udam vrios aspectos operacionais, sendo que o espao no mais o mesmo ese amplia muito mais.

    Neste gnero no $, na maioria dos casos, a possi#ilidade de conversasparalelas ou reservadas escondidas dos demais participantes. 3 programageralmente no conta com recursos desse tipo. 3 pr0prio n1mero de participantes redu!ido a um mximo de 98/9I para no tumultuar os encontros. 3 tempo delimitado a um mximo de ;8/

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    Eduardo? "magino que o que se c$amou de igura de linguagem oi apenas uma estili!aodas ormas orais. S nisto que se unda a ret0rica.

    Eduardo? Jiva, JeraEduardo? 4e voc tem interesse em revis'es so#re a questo das iguras de linguagem, veja

    as relex'es so#re a metora e a analogia #em como a associao que estosendo eitas $oje.

    Jera? Est dicil, mas vou tentar. Mamento ter perdido parte da discusso.Eduardo? osso mandar a voc uma #i#liograia so#reo tema.arla? )ais uma que aceito imensamente... voc est anotando o que preciso, pois j me

    perdi...Eduardo? Enta', [enata, voc j se encontrou nessa #al#1rda ordenada*arla? osso c$am/lo de voc, j c$amando*Eduardo? 4im. Bodo mundo deve me c$amar de voc. Assim icamos todos iguais. min$a

    grande vantagem so#re vocs que eu li uns meses antes de vocs os livros quevo ler daqui pra rente.

    arla? -ue #om. Estou gostando muito de conversar com vocEduardo? "dem.Eduardo? arece que o Andr est com pro#lemasJera? Jocs con$ecem o livro f\rammatica portugue!a pelo met$odo cousof6 4o aulo:

    )usa,s. d.=* Ele tra#al$a de maneira interessante as iguras de linguagem.Andr? Budo #emEduardo? Ac$o que a arla e eu somos os 1nicos que no them pro#lemas com essa

    geringona.arla? Esses computadores... e seus pro#lemas... o que seria deles sem n0s $omens*Eduardo? 4im. E interessante e tem uma srie de inorma'es dadas de maneira #astante

    clara.arla? Eu no con$eo. +e que editora * S assim mesmo o ttulo*Eduardo? +iga l arla.Eduardo? Alis, Jera, sorr5arla? +iga l o qu*Eduardo? Koi lapso.arla? Joc parece ser muito engraado...

    Eduardo? S pra Jera dar os dados da \rammatica Conu!a...Eduardo? 4em uma pitada de $umor a vida #aita pro#lemaarla? concordo...Eduardo? ior, muito pior do que aprender a a!er e lidar com textos.arla? Cad a Jera*Eduardo? Jera, eu ac$o que voc est num micro muito micro.Eduardo? Ele s0 deixa voc alar de ve! enquando.arla? A [enata tam#m sumiuEduardo? "sso parece programa praantasma.Eduardo? -ual a sua ormao arla* Joc e! letras*Eduardo? [enata, onde est voc*Eduardo? Bodo mundo oi tomar gua*arla? Com seu con$ecimento, me esclarea uma pequena d1vida, ugindo do assunto

    texto. S correto um proessor de segundo grau, corrigir letra de aluno* 4ou ormadaem letras, atuo atualmente como vice/diretora de 9o. e 7o. grau no turno matutino eproessora de 7o. grau de literatura e ingls.

    Note/se que Eduardo o proessor ou pelo menos aquele que neste caso condu!a conversa. R sem d1vida um t0pico em andamento, mas ele no condu!ido deorma linear. A maioria das interrup'es e dos desvios so motivados poro#serva'es a respeito do meio utili!ado. Numa anlise que i! de F $oras de

    3

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    durao desses chats educacionais, o#servei que em mdia 78 do tempo gasto com a administrao de pro#lemas operacionais das entradas, e sadas,quedas e lentid'es das mquinas. Jeja/se no exemplo acima como isso ocorre ec$ega at a atrapal$ar o andamento da discusso.

    F((( :-!ocon+rncia intrativaBrata/se de um gnero que se aproxima dos bate-papos virtuais com convidados,mas tm tema ixo e tempo claro de reali!ao com parceiros deinidos. 4osncronos e essencialmente institucionais com inalidade de tra#al$o. Essasconerncias esto se populari!ando e ainda dependem de uma tecnologia maissoisticada. Como se pode o#servar nos casos em que elas ocorrem, a escrita usada em menor intensidade e elas se aproximam dos teleonemas com imagemem circuito ec$ado.

    F(1'( Listas ! !iscuss2o

    Estas listas esto $oje entre os gneros mais praticados na comunidadeacadmica, mas so comuns ora dela. Em certo sentido constituem gruposdeinidos como comunidades virtuais que se agrupam em torno de interesses #emdeterminados e operam via e-mailscomo orma de contato. 4o gneros undadosnuma comunicao assncrona.

    No existem temas ixos, mas existe algo assim como um n4ua!r )ra# detemas que podem ser alados pelos participantes dessas listas. Elas no sodeinidas pelo n1mero de participantes e sim pela nature!a da participao eidentidade do participante. Este identiicado ou pelo seu nome ou pelo seuendereo eletrDnico.

    A operao de listas reali!ada por uma igura que unciona como %o!ra!or ouMebmaisterque direciona as mensagens e a! a triagem, pois pode ocorrer dealguns participantes importunamente remeterem mensagens que no ca#em nalista, seja por ra!'es ticas, polticas ou outras quaisquer. R, pois, tanto umc0digo de tica como um conjunto de valores que censura a operacionalidadedessas listas.

    Aspecto importante dessas listas que apesar de terem temas relativamenteclaros a serem tratados quanto ao campo, ainda no $ ormas deinidas de a!/lo. or isso, o#serva/se muita reclamao quanto (trivialidade> das mensagens equanto sua alta de adequao aos prop0sitos do grupo. No geral, essas listasde discusso se caracteri!am por veicular inorma'es 1teis ao grupo, mas $listas mais rigorosas que s0 veiculam relex'es e no admitem recados de ordempessoal, tais como as #uscas de #i#liograia, solicitao de endereo de colegasou ontes de tra#al$o para artigos, livros ou teses. Bam#m ocorre o caso de taislistas tra!erem posicionamentos polticos de um modo geral, o que representa umdesvirtuamento de seu papel.

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    F(11( En!ro #trnico(

    3 endereo eletrDnico um dos identiicadores pessoais dos indivduos para todotipo de participao na comunicao eletrDnica. Contudo, em muitos casos ele noaparece, como por exemplo nas salas de #ate/papos. & no caso dos e-mailseles

    esto sempre presentes como se ossem o (envelope> da carta.A estrutura dos endereos $oje padroni!ada e conta, assim como os endereospostais, com alguns elementos o#rigat0rios. -uanto sua relao com osendereos postais, os endereos eletrDnicos podem variar muito relativamente aonome do usurio que muito mais uma sigla ou uma inveno que o nomepessoal em si. 3 mesmo indivduo pode ter uma multiplicidade de endereoseletrDnicos a depender de quantas contas ou caias /ostais #trnicasele tivera#erto. Com as acilidades atuais e a multiplicao de provedores comerciais quepermitem (contas eletrDnicas grtis>, a maioria das pessoas usa mais de umendereo eletrDnico.

    odemos comparar o endereo postal com o endereo eletrDnico. 3 endereopostal tem, em geral, a seguinte conigurao 6excetuando os casos em que seuse uma caixa postal, o que evita nome de rua=:

    Cat)orias Da!osNome &oo Andrade da 4ilva

    [ua da Rora, FI apto. 9FIairro de ApipucosI8888/888 [ecie Erasil

    MogradouroairroCE Z cidade Z estadoas

    & o endereo eletrDnico tem esta conigurao:

    Cat)orias E%/#osEndereo eletrDnico pessoal:6nomeZarro#aZservidorZnature!aZpas

    lamarcusc$i_uol.com.#rlumarc_npd.upe.#r

    Endereo de um portalZ $ome/page $ttp:ZZYYY.uol.com.#r$ttp:ZZYYY.caixa.org.#r

    Aspecto extremamente importante no caso de endereos eletrDnicos a ati!2o(Esses endereos no admitem nen$uma alterao e um simples espao a maisou a mudana de uma letra suiciente para que ele no uncione. Esta uma

    dierena notvel dos endereos postais que podem ter at o nome da [uaequivocado, mas o C0digo ostal 6CE= correto e a carta c$ega. Em certos casoso carteiro con$ece a pessoa pelo n1mero de cartas que rece#e ou se trata depessoa p1#lica.

    8( O cont-nuo "a#ascrita os )nros !a %-!ia virtua#

    3I

    mailto:[email protected]:[email protected]://www.uol.com.br/http://www.caixa.org.br/mailto:[email protected]:[email protected]://www.uol.com.br/http://www.caixa.org.br/
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    )uito se alou so#re os aspectos envolvendo a escrita digital, particularmente nosgneros mais pr0ximos da oralidade, tal como os #ate/papos, mas tam#m nocaso dos e-mails2 Em algumas avalia'es cometeram/se exageros e precipita'esque $oje se sa#e terem sido enganosas j que se undavam em programasdeasados. Contudo, a questo relevante e existem aspectos inovadores.

    Certamente, a escola no pode passar margem dessas inova'es so# pena deno estar situada na nova realidade do ensino. Neste sentido, o letramento digitaldeve ser levado a srio, pois veio para permanecer.

    Jale a pena reletir so#ra uma o#servao de +anet 69

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    grupos nominais mais longos e ora'es maiores. A ala seria mais segmentadaneste aspecto e isto l$e daria uma sintaxe at mesmo (mais intrincada> que a daescrita 6Rallida5, 9

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    s/ao ! scrita*como disse olter, mas mais do que isso, ou seja, umanova r#a2o co% os /rocssos ! scrita . S o que se c$amou de novo#tra%nto( "sto porque, tal como repetimos reiteradas ve!es, a escrita a #aseda internet.

    arece que muitas coisas mudam nesta questo em especial nossa idia deproduo textual e nossas ormas de produo. ara alguns muda a pr0pria noode texto ao se considerar a questo do $ipertexto. Em conseq2ncia, mudaria anoo de autor, leitor e at mesmo de processos de construo de sentido. No setrata de aspectos triviais como a maior acilidade de lidar com o texto e de mont/lo e remont/lo. ois isso 0#vio, em#ora do ponto de vista da produo empricarepresente uma mudana interessante nas nossas vidas. "maginem os vel$ostempos em que, depois de datilograar um texto com uma mquina de escrevercomo uma [emington ou uma 3livetti, ou 3l5mpia, n0s mudssemos algumascoisas. +evamos digitar tudo de novo e no apenas a!er nova impresso.Existem acilidades deste tipo que tm conseq2ncias em outros planos, tais comoo aumento de textos e de texto muito iguais.

    Em uno disto, no equivocado di!er que aumentou sensivelmente aintertextualidade em especial no pr0prio autor, que vive se autocopiando. S cila!er isto. As cita'es icaram mais longas de uma maneira geral e no podemosdi!er que mel$oraram. Kicou mais cil de a!er isso sem ter que copiar tanto, jque os modernos scanners so muito adequados para produ!ir essas c0pias.

    -uando se relete so#re quest'es como as destes 1ltimos pargraos, relete/seso#re um novo o#jeto ling2stico* 4eguramente no. Estamos apenas reletindoso#re as conseq2ncias de uma nova tecnologia numa dada rea. Brata/se deuma repercusso interessante, mas de pouca monta para a ling2stica enquantoanlise da lngua e at mesmo dos usos ling2sticos. ois aqui no est um novouso e sim uma nova relao com usos existentes.

    Aspecto risado por todos os analistas dos gneros eletrDnicos o que di! respeito nova relao com a escrita que eles propiciam. Budo indica que est seconstituindo um novo ormato de escrita numa relao mais ntima com aoralidade do que a existente, em#ora como se poder notar em anlises de muitosautores, as cartas pessoais em nada icam a dever aos e/mails e aos #ate/papos.)as $ inova'es so#retudo pela apontada ra!o da produo ser sncrona, isto, pela simultaneidade temporal.

    E n0s sa#emos que o tempo real um dos atores que d produo oral emsitua'es autnticas uma caracterstica peculiar. or exemplo, auto/corre'es,$esita'es, repeti'es, truncamentos, reincios etc., que icam na pr0priasupercie do texto produ!ido. "sto pode ser o#servado na supercie dos textosprodu!idos nos #ate/papos, mesmo de quem tem grande prtica e velocidade nadigitao. A preocupao com a correo no grande, mas pode existir.

    3*

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    3#servao interessante no contexto do discurso virtual a construo dasidentidades sociais numa espcie de contnuo. odemos di!er que ali se dointera'es entre indivduos no seguinte leque geral, considerando apenas anature!a das rela'es entre os participantes e os gneros aqui vistos.

    $ARTICI$APO INTERATI:AENTRE INDI:JDUOS

    conhci!os !sconhci!os anni%osirrais

    /e/mail/#ate/papos agendado "C- /listas de discusso /#ate/papos a#ertos /)V+s

    /#ate/papos educacionais /#ate/papos a#ertos /#ate/papos em salas /aulas virtuais /#ate/papos reservados privadas

    /vdeo/conerncia /endereo eletrDnico/endereo eletrDnico /mails

    /listas de discusso /entrevistas/entrevistas

    "sto mostra a variedade de rela'es que so aqui institudas num certo contnuode identidades sociais desde o pessoal e con$ecido at o impessoal e irrealquando se interage com monstros imaginrios como no caso dos )V+s.

    ( A#)u%as o&srva>s +inais

    A pergunta inal a seguinte: de que novo tipo de ling2stica estamos precisando

    para dar conta de tudo o que as novas tecnologias produ!em* No sei. )as seique a ling2stica tal como est deinida $oje no serve a esses prop0sitos. Nestasrelex'es no oi tentada uma nova sada, mas uma sada para o descarte dealgumas posi'es que ainda no podem justiicar uma nova ling2stica, maspodem justiicar um esoro no sentido de uma nova descrio etnogrica dostipos de eventos analisados.

    4eguramente, os novos meios eletrDnicos no esto atingindo a estrutura dalngua, da que sua interace com a ling2stica no se d precisamente no que tocaaos aspectos nucleares do sistema, como a onologia, a morologia e a sintaxe.)as esto atingindo o aspecto nuclear do usopela unidade mais importante que

    o tto.@to)

    0

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    Contudo, no creio que estejam sendo anuladas ormas j cristali!adas. 3 poderrevolucionrio do computador e seu virtuosismo muito pequeno em relao anulao do j institudo. Balve! menor do que o que ocorreu quando se passou aseparar os textos em pginas e partes, tal como lem#rou )orrison 69

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    E["C43N, B$omas. 7888. )aOing 4ense o Computer/mediated Communication 6C)C=:Conversations as

    genres, C)C 4ustems as \enre Ecologies. "n t$e 6roceedings of the Nhirty-Nhird Oa8aii$nternational "onference on Pystems Pcience26ed. &. K. NunamaOer, &r. [. R. 4prague, &r.=,&anuar5, 7888. "EEE ress. Mido em: $ttp:ZZYYY.pliant.orgZpersonalZBomkEricOsonZ

    E["C43N, B$omas. 9 por escrito na "nternet. "n: +ino [EB"6org.=. "a#a

    scrita % ust2o( 9$ro?tos $ara##os ^ NURCQS$ N@c#o US$ ^ :o#( 7;( 4oaulo, Rumanitas, pp. 9G/II.

    M"N+ARM, \reg (Yumpus>? Jesa (vesa> [3V3NEN? &ames N\? B$uomas RE"N3 W ["CRA[+.

    4.d. Yistor o+ IRC 9Intrnt R#a Chat;[ Copiado em outu#ro de 7889 no site:$ttp:ZZdamiel.$axx.seZirc$istor5.$tml

    R3M)E4, &anet W )iriam )EE[R3KK. 9

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    Carlos de A^E[E+3 6org.=. L-n)ua $ortu)usa % !&at( Conhci%nto Ensino([io de &aneiro, Editora Jo!es, pp. G/999.

    )"MME[, Carol5n [. 9F. \enre as social action. uartr# Zourna# o+ S/ch(G869

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    XEN\E[, Etienne. 9