Gêneros textuais Silvia e Sebastiana
-
Upload
andreaperez1971 -
Category
Education
-
view
2.239 -
download
0
Transcript of Gêneros textuais Silvia e Sebastiana
ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEDUC/MT
FORMAÇÃO – JORNADA ALFABELETRAR – L. PORTUGUESA GÊNEROS DISCURSIVOS/TEXTUAIS E ESCOLARIZAÇÃO
PROFESSORAS ARTICULADORAS DA E.E. DEP. DORMEVIL FARIA
Rosângela V. da Silva Cuba, Sebastiana Laudelina de Oliveira e Sílvia Perpétua Rosa
PONTES E LACERDA-MT - 2012
CRONOGRAMA DA NOITE • Entrega dos crachás;
• Dinâmica dos textos simétricos; (20 min)
• Slides (30 min)
• Produção coletiva do texto com rimas, usando o nome dos cursistas; (20 min)
• Apresentação do CEFAPRO; (30 min)
• Lanche 20h 45 (15 min)
• Vídeo –Poema Falado Morte e vida Severina. (3 min)
• Vivência: grupos para produção dos textos;(25 min)
• Vídeo –Palavra Cantada Eu. (4 min)
• Sorteio para explanação dos textos construídos e apresentação. (20 min)
Desenhos Simétricos
TEXTO COM DESENHOS SIMÉTRICO
• HISTORINHA PAULO FREIRE SABENDO LER O MUNDO.ppt
DIZEM QUE É NA ESCOLA QUE
APRENDEMOS A LER E A ESCREVER AS
PALAVRAS...
MAS TEM CRIANÇA QUE JÁ
CHEGA NA ESCOLA
SABENDO LER O MUNDO.
ERA UMA VEZ UMA
FAMÍLIA.
TINHA UM PAI,
UMA MÃE,
FILHOS...
E O FILHO QUE NASCEU CAÇULA
GANHOU O NOME DE PAULO,,,
PAULO REGLUS NEVES FREIRE.
NASCEU EM UMA CASA RODEADA DE ÁRVORES,
ALGUMAS DELAS COMO SE FOSSEM GENTE, TAL
ERA A INTIMIDADE ENTRE ELAS E O MENINO.
BRINCAVA NAS SOMBRAS DELAS, EM SEUS GALHOS,
EXPERIMENTANDO RISCOS E AVENTURAS. DORMIA
DEBAIXO DE SUAS SOMBRAS.
A VELHA CASA COM VARANDA, AS
FLORES NA JANELA, QUARTOS,
CORREDOR, TERRAÇO E SÓTÃO,
ERA ASSIM A VIDA DO MENINO.
MAS FOI NO QUINTAL QUE ELE
DESCOBRIU PRIMEIRO O
MUNDO,
O PAI, A MÃE, OS IRMÃOS MAIS
VELHOS, OS GATOS DA FAMÍLIA
E JALI, O VELHO CACHORRO
PRETO DO PAI.
APRENDEU A LER NO CHÃO DO QUINTAL DA CASA À SOMBRA DAS
ÁRVORES AMIGAS,
COM AS PALAVRAS QUE CONHECIA.
NO CHÃO FEZ SEU QUADRO-NEGRO E NELE NÃO ESCREVEU COM
GIZ, MAS COM GRAVETOS QUE IAM DESENHANDO AS PALAVRAS,
MISTURANDO LETRAS.
SOZINHO, ÀS VEZES SENTIA MEDO DAS ALMAS PENADAS QUE
SEMPRE ESTAVAM PRESENTES NAS CONVERSAS DOS MAIS
VELHOS E NOS SEUS SONHOS.
-É VERDADE, EU VI... – DIZIA O PAI. – ELA CRUZOU A PORTEIRA
E ESTÁ RONDANDO NO CAMPO...
E PAULO, MENINO AINDA, DORMIA ALGUMAS NOITES
ENVOLVIDO NO SEU MEDO,
ESPERANDO QUE A NOITE SE FOSSE E O DIA SEGUINTE CHEGASSE,
TRAZENDO O CANTO DO AMANHECER, MANDANDO PRA BEM LONGE AS
ALMAS PENADAS GEMENDO SEUS PEDIDOS DE ORAÇÕES.
QUANDO CHEGOU O TEMPO DA ESCOLA, O MENINO, QUE
JÁ CONHECIA A PALAVRA, FOI FICANDO MAIS ÍNTIMO
DELA E DESCOBRINDO QUE “NINGUÉM SABIA TUDO E
NINGUÉM IGNORAVA TUDO TAMBÉM”.
DIZ TEU NOME, MENINO! – PEDIA A PROFESSORA.
PAULO – RESPONDIA ELE SOLETRANDO O QUE JÁ SABIA.
ALGUM TEMPO DEPOIS
FOI SER PROFESSOR E
VIVEU INTENSAMENTE O
DESEJO DE CRIAR
IDÉIAS E ESCREVER O
MUNDO JUNTO COM OS
ALUNOS. FOI
DESCOBRINDO COM
ELES QUE “APRENDER
NOS TORNA
CONSCIENTES E
LIVRES”.
MAS PAULO,
BRINCAVA COM AS
PALAVRAS
CONSTRUINDO
FRASES PARA FAZER
PENSAR, UM DIA
CONHECEU O AMOR
E CASOU-SE COM
ELZA, UMA
PROFESSORA ,
ASSIM COMO ELE.
JUNTOS SONHARAM
COM UM MUNDO MAIS
JUSTO, MAIS
DEMOCRÁTICO,
INVENTANDO DE
BAIXO PARA CIMA.
TIVERAM ...UM... DOIS... TRÊS... QUATRO...
CINCO FILHOS... E
DESCOBRIRAM A
FELICIDADE
SUBINDO A
MONTANHA DA
VIDA.
E CANTARAM PARA OS FILHOS CRESCEREM...
SONHARAM COM ELES E FORAM VIVENDO JUNTOS.
UM DIA UM GOLPE MILITAR NO BRASIL FOI CALANDO A
BOCA DE TODOS OS QUE FALAVAM EM LIBERDADE E
CRIAÇÃO.
PAULO FOI UM DELES. FOI PRESO E,
DEPOIS DISSO, RESOLVEU SAIR DO
PAÍS COM SUA FAMÍLIA.
NO CHILE, CONTINUOU O
SEU TRABALHO COM A
EDUCAÇÃO. QUANDO
TUDO FOI SE ACALMANDO
AQUI NO BRASIL, PAULO
VOLTOU PARA
REAPRENDER SEU PAÍS.
NAS MALAS TROUXE
SEUS ESCRITOS SOBRE
PRESSÃO, ESPERANÇA,
LIBERDADE... SUAS
ARMAS NA LUTA PARA
CONSTRUIR UM MUNDO
QUE ELE SEMPRE DISSE
QUE NÃO ESTAVA
PRONTO.
- O MUNDO NÃO É... O
MUNDO ESTÁ SENDO –
DIZIA PAULO.
FOI CONSULTOR, DIRETOR,
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO,
MAS GOSTAVA DE SER
PROFESSOR DE UMA ESCOLA
QUE NÃO PROIBIA A
CRIATIVIDADE E RECEBIA
VISITAS DA LIBERDADE. UMA
ESCOLA QUE ROUBAVA O SONO
E CONSTRUÍA SONHOS E ERA
INCAPAZ DE SE ESGOTAR EM
DESCOBERTAS E
INQUIETAÇÕES.
PAULO NUNCA ESQUECEU SUA
PRIMEIRA PROFESSORA, QUE
DIZIA:
-REPARE COMO É BONITA A
MANEIRA QUE A GENTE TEM DE
FALAR...
-A MORTE UM DIA INAUGUROU
NO CORAÇÃO DE PAULO O
SENTIDO DO LUTO, LEVANDO
ELZA, SUA MULHER.
O SILÊNCIO ADORMECEU AS PALAVRAS POR UM
TEMPO, O TEMPO DA DESPEDIDA... MAS, PASSADO
ESSE TEMPO, PAULO RECEBEU DE NOVO OUTRAS
INQUIETAÇÕES AFETIVAS. ENCONTROU ANA, SUA EX-
ALUNA, E COM ELA SE CASOU E VIVEU ATÉ OS
ÚLTIMOS DIAS DE SUA VIDA.
DEPOIS DE TUDO ISSO, FOI DESCOBRIR QUE A
MORTE INAUGURAVA UMA VIDA, UMA VIDA SEM
IMPEDIMENTOS... E PÔDE ATÉ SONHAR COM O
DESEJO DE VER A ESCOLA QUE ELE ACREDITOU
EXISTIR
UMA ESCOLA QUE NÃO IGUALE TODO MUNDO E
TAMBÉM NÃO ESPERE DAS CRIANÇAS A MESMA
RESPOSTA, QUE DESPERTE EM NÓS O QUE ESTÁ
ADORMECIDO E ACREDITE NAS CRIANÇAS QUE
JÁ CHEGAM À ESCOLA SABENDO LER O MUNDO.
FIM
OBJETIVO GERAL
• Refletir sobre os conceitos de gêneros discursivos/textuais, concepções de linguagem e de texto para ressignificar a prática de sala de aula.
Por que trabalhar a leitura e a escrita com gêneros de discurso no ensino de línguas hoje?
• Porque é papel da escola, desde os anos iniciais, desenvolver as capacidades leitora e escritora e isso se tornou possível quando da proposta de se trazer o trabalho com gêneros para o contexto educacional, como uma ferramenta de ensino-aprendizagem de língua, como uma unidade organizadora de currículos .
• O trabalho com os gêneros discursivos é interessante, pois permite criar condições, em sala de aula, para que o aluno perceba: quais são os gêneros que circulam em seu ambiente, as finalidades da produção escrita ou oral, as condições de produção e os veículos de circulação. É essa percepção que os tornam leitores críticos, autônomos e motivados a ser autores de seus próprios textos (BRASIL, 1998).
MAS...
O que são os gêneros do
discurso?
São unidades de conhecimento que só fazem sentido nas práticas sociais de comunicação humana. Segundo Bakhtin ([1952-53/1979] 2003), os gêneros discursivos são tipos relativamente estáveis de enunciados, compostos pelo tripé indissolúvel: conteúdo temático, forma composicional e estilo. Tais elementos, ao mesmo tempo e de maneira automática, são adaptados a um destinatário preciso, a um conteúdo adequado, a uma finalidade dada numa determinada interação verbal, enfim, no todo do enunciado.
• “A leitura de gêneros discursivos na escola não pressupõe sempre a produção escrita. Esta, no entanto, pressupõe sempre atividades de leitura para que os alunos se apropriem das características dos gêneros que produzirão. É por isso que, no meu entender, um projeto pedagógico para produção escrita deve sempre ser iniciado por um módulo didático de leitura para que os alunos se apropriem das características típicas do gênero a ser produzido” (LOPES-ROSSI, 2006, p. 75).
“Todas as esferas da atividade humana por mais variadas que sejam, estão relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da atividade humana”
(BAKHTIN, 2003, p. 265).
•Esfera de negócios: contrato, ofício, carta de informação. •Esfera científica: tese, palestra, ensaio, artigo científico, pesquisa científica. •Esfera cotidiana: conversa familiar, cumprimento, bilhete, telefonema, listas
de compras •Esfera jurídica: petição, decreto, parecer, recurso, oitivas, sentenças •Esfera escolar: texto didático, seminário, resumo, exposição oral,
questionário, unidades ou capítulos de livros didáticos, mapas, enunciados de
questões •Esfera literária: conto, romance, novela, crônica, fábula, biografia, memórias,
poemas, cordel, canções. •Esfera médica: bulas, receitas, diagnósticos. •Esfera jornalística: editorial, notícia, artigo, charge, reportagem, horóscopo,
carta do leitor, tiras, entrevistas, programação TV e cinema.
•Esfera esportiva: – hinos dos times, canto da torcida, ingresso, informações
do painel eletrônico, pregão do vendedor, propagandas, placas comemorativas,
placas indicativas, avisos orais, locução esportiva.
À guisa de exemplificação, algumas esferas discursivas e alguns gêneros que surgem dentro delas:
Segundo Rojo (2009), a escola
deve propiciar que os alunos se
apropriem dos diferentes gêneros
do discurso e desenvolvam as
diferentes capacidades de leitura
e escrita nas práticas de
letramento das variadas esferas.
EXEMPLOS DE GÊNEROS DISCURSIVOS
FICCIONAL: fábulas, contos, crônicas, romances, poemas etc.
CIENTÍFICO: relatórios, resenhas, resumos, artigos
científicos etc.
JORNALÍSTICO: editoriais, notícias, reportagens, artigos de
opinião, entrevistas etc.
INSTRUCIONAL: receitas, manuais de instrução, regras de
jogo, formulários etc.
JURÍDICO: contratos, petições, atestados, requerimentos etc.
PUBLICITÁRIO: anúncios, propagandas, avisos, etc.
LAZER: histórias em quadrinhos, charges, adivinhas, palavras
cruzadas etc.
INTERPESSOAL: cartas-oficiais, cartas-abertas, cartas do
leitor, cartas-convite etc.
Gêneros primários e secundários: uma distinção bakhtiniana
• GÊNEROS PRIMÁRIOS: orais ou escritos
• GÊNEROS SECUNDÁRIOS: orais ou escritos
• Os gêneros primários de discurso seriam gêneros considerados simples, cuja realização concreta se dá na esfera da vida cotidiana.
• São considerados mais flexíveis por refletirem, de maneira mais rápida e direta, as transformações sociais.
• Os gêneros secundários, por sua vez, “seriam mais ideológicos”, já que “aparecem em circunstâncias de uma comunicação cultural mais complexa e relativamente mais evoluída, principalmente escrita: artística, científica, sociopolítica” (BAKHTIN, [1952-53/1979] 2003, p. 263).
GÊNEROS ORAIS
Conversa
Piada
Provérbio
Entrevista
Palestra
Aula
Defesa de tese
Interrogatório
Depoimento
Discussão
missa
GÊNEROS ESCRITOS Carta
Notícia
Reportagem
Crítica de cinema
Crítica de música
Propaganda
Bilhete
Romance
Poema, música
Charge
Lenda, cordel
E-mail, entre outros
Há, portanto, a preocupação que
trabalhemos tanto os gêneros do
oral quanto os do escrito,
assegurando ao aluno
competências discursivas nas
práticas do falar/ouvir, ler/escrever.
Vejamos dois exemplos de gêneros discursivos retirados da esfera cotidiana: Exemplo (1) Filha, fomos à feira. Exemplo (2) Amor, ligaram pra você do frigorífico Sol. Pediram pra você ir lá na segunda-feira, às 10h e 30 min, pra passar por uma entrevista de emprego.
Os exemplos apresentados anteriormente permitem uma discussão acerca do que diferencia um gênero do outro, ou seja, o gênero bilhete (exemplo 1) do gênero recado (exemplo 2), tomando por base a teoria dos gêneros elaborada por Bakhtin; tipos relativamente estáveis de enunciados, denominado por ele de gêneros do discurso, constituído de três elementos básicos: conteúdo temático, estilo e construção
composicional.
• Poema Falado Morte e vida severina (Prlogo).wmv
• Palavra Cantada Eu.wmv