Geo Da Africa

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População, organização social, economia, indústria e transportes População O continente africano possui quase 900 milhões de habitantes, cerca de 14% da população mundial - a maior taxa de crescimento demográfico: 2,3% ao ano, no período entre 2005 e 2010, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) e registra taxas anuais de natalidade de 4,0% e de mortalidade em 2,0%. A distribuição da população pelo espaço do continente é muito irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o Golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos nos extremos norte e sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias. Os países mais populosos são: Nigéria, Egito, Etiópia, Republica do Congo, África do Sul, Tanzânia e Sudão. Vale lembrar que muitos dados relativos à população africana são estimados, pois os obstáculos apresentados pelo meio natural e o subdesenvolvimento que caracteriza o continente tornam quase impossível recensear todos os habitantes do território africano, muitos dos quais vivem em tribos inteiramente isoladas do mundo moderno. Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia. A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, com expectativa de vida muito baixa. Na maior parte do continente, mais da metade dos trabalhadores está na zona rural. Esse elevado número de trabalhadores no campo indica a importância da economia rural para a população do

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População, organização social, economia, indústria e transportes

População

O continente africano possui quase 900 milhões de habitantes, cerca de 14% da população mundial - a maior taxa de crescimento demográfico: 2,3% ao ano, no período entre 2005 e 2010, de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP) e registra taxas anuais de natalidade de 4,0% e de mortalidade em 2,0%.

A distribuição da população pelo espaço do continente é muito irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o Golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos nos extremos norte e sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias. Os países mais populosos são: Nigéria, Egito, Etiópia, Republica do Congo, África do Sul, Tanzânia e Sudão.

Vale lembrar que muitos dados relativos à população africana são estimados, pois os obstáculos apresentados pelo meio natural e o subdesenvolvimento que caracteriza o continente tornam quase impossível recensear todos os habitantes do território africano,

muitos dos quais vivem em tribos inteiramente isoladas do mundo moderno.

Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia. A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, com expectativa de vida muito baixa.

Na maior parte do continente, mais da metade dos trabalhadores está na zona rural. Esse elevado número de trabalhadores no campo indica a importância da economia rural para a população do continente e comprova que as formas de produção são simples e quase sem o uso de mecanização e tecnologia.

Organização social

Grande parte da população africana é estruturada em clãs (primeira forma de organização social) e tribos (forma de organização social posterior aos clãs). O isolamento em que vivem explica a conservação de suas particularidades culturais. Verifica-se o predomínio das religiões nativas nos países ao sul do Saara e do islamismo nas nações do norte. Há ainda importantes centros cristãos, como a Etiópia (uma das nações cristãs mais antigas do mundo) e outros decorrentes da colonização europeia.

maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do deserto do Saara - por isso mesmo denominada África Branca. São principalmente árabes, egípcios e bérberes, entre os quais se incluem os etíopes e os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de

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europeus. Estes últimos estão presentes também, na África do Sul e são em sua maioria originários das Ilhas Britânicas e dos Países Baixos.

Ao sul do Saara temos a chamada África Negra, povoada por grande variedade de grupos negróides que se diferenciam entre si principalmente pelo aspecto físico, mas também por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são: sudaneses, bantos, nilóticos, pigmeus, bosquímanos e hotentotes.

A diversidade linguística é muito grande, as línguas e os dialetos locais convivem com os idiomas introduzidos pelos colonizadores europeus, em especial o inglês, o francês e o africâner. As condições de vida a que a maior parte da população está submetida são as piores. A África subsaariana é a região mais pobre do planeta, com os piores indicadores socioeconômicos conhecidos. Poucos países africanos se enquadram no grupo médio de desenvolvimento humano, como é o caso da Líbia. Quase todos os países do continente estão no grupo de baixo desenvolvimento humano.

Os problemas sociais do continente têm se agravado nos últimos anos com a ocorrência de conflitos e guerras, que causam a morte de milhões de pessoas e desorganizam ainda mais a

economia. Além disso, é crescente a epidemia de Aids, que já infectou milhões de pessoas. No ranking do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela Organização das Nações Unidas, todos os países da África Subsaariana possuem IDH considerado baixo.

Economia

O continente africano é o menos desenvolvido economicamente. Os poucos polos de crescimento se devem à exploração mineral (África do Sul, Líbia, Nigéria e Argélia) e, em menor escala, à industrialização, como o caso da África do Sul, uma das poucas nações que alcançaram relativa estabilidade política e que sozinha detém um quinto do PIB de toda a África.

O continente africano é essencialmente agrícola. As monoculturas de exportação (café, cacau, algodão, amendoim, etc.) alternam-se com lavouras de subsistência - rudimentar, itinerante e extensiva - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Produz-se: milhete, sorgo, mandioca, banana, feijão, pimenta, inhame e batata.

Pode-se dizer que existem três grandes formas de produção na zona rural africana: a comercial, voltada para atender o mercado formado pela população urbana; a de subsistência, mais antiquada e voltada para a sobrevivência das populações rurais; e a de plantations, originada com a colonização européia e ligada ao mercado de exportação. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham os artigos agrícolas para o processamento industrial.

A pecuária na África raramente tem função comercial. Devido às condições naturais pouco

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propícias à criação de gado bovino, a África tem na pecuária uma atividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação de carneiros na África do Sul e na Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são significativos.

A caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figura em primeiro plano o comércio de couro e de peles. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente pela floresta equatorial; óleo de palmeira, e tâmara, nos países desérticos.

As criações de aves e os suínos são bem reduzidas. Uma forma de comprovar esse baixo desenvolvimento pecuarista é observar a pequena participação do continente no efetivo de animais nos rebanhos mundiais. Além disso, nota-se que a baixa qualidade dos rebanhos e seu pequeno número são fatores que contribuem para a má alimentação no continente africano.

O extrativismo é a principal fonte de renda da África. Sua exploração foi intensificada no final do século XIX, como consequência do desenvolvimento da Revolução Industrial, e sempre esteve associada aos interesses internacionais, uma vez que a indústria é inexistente no continente. É o setor econômico mais desenvolvido e organizado e que usa as melhores tecnologias.

Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais ficar a cargo de companhias europeias ou norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.

A África possui um dos mais ricos subsolos do mundo, com 30% das reservas mundiais de recursos minerais. Entre os minerais, destacam-se: ouro (África do Sul, Zimbábue e Gana); diamante (República Democrática do Congo, Botsuana e África do Sul); cobre (Zâmbia e República Democrática do Congo); manganês (Gabão e África do Sul); urânio (produz 35% do total mundial); platina (90% das reservas mundiais estão na África); titânio (75% das reservas mundiais); petróleo (Líbia, Argélia, Nigéria, Angola e Gabão), gás natural (Nigéria, Gabão, Líbia, Argélia e Egito), antimônio (África do Sul), fosfato (Marrocos) e carvão (África do Sul).

Indústria e transportes

Todos os países do continente, exceto a África do Sul, fazem parte do Terceiro Mundo, exibem os mesmos problemas que caracterizam os integrantes desse bloco, agravados ainda pelo fato de que em boa parte da África a descolonização ocorreu recentemente.

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A indústria africana é uma das mais pobres do mundo; sua participação na economia do continente se limita a cerca de 26% do PIB. O setor que mais se destaca é o ligado à mineração. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.

Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação. As poucas cidades que apresentam algumas indústrias estão quase sempre no litoral.

As indústrias têxteis e alimentícias, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente.

O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. A África ainda não possui uma rede rodoviária e ferroviária que interligue eficazmente suas regiões.

A União Africana pretende impulsionar a economia por meio do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (Nepad). O objetivo é atrair investimentos estrangeiros que tragam o crescimento em troca da adoção de políticas fiscais rigorosas pelos países. A iniciativa tem o apoio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.Nos últimos anos têm aumentado os investimentos do governo chinês no continente. O governo financia projetos de infraestrutura, como estradas de ferro e oleodutos. Entre os produtos pelos quais tem interesse estão o petróleo da Angola e a platina do Zimbábue.

Espaço natural, relevo, hidrografia, clima e vegetação

Espaço natural

A África é um grande continente com pouco mais de 30,3 milhões de quilômetros quadrados; é o terceiro mais extenso (atrás da Ásia e da América) com 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 54 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a outros países de fora desse continente, principalmente ilhas, por exemplo, Madeira, pertencente a Portugal, Ilha de Ascensão, pertencente ao Reino Unido, entre outras.

O continente africano é cercado pelos oceanos Atlântico (oeste) e Índico (leste), além dos mares Mediterrâneo (norte) e Vermelho (nordeste). Seu litoral, com mais de 27 mil km de extensão, é bastante regular, com poucos recortes e ilhas, sendo raras as baías, golfos ou penínsulas, o que torna difícil seu aproveitamento para instalações portuárias.

Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e Trópico de

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Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Cerca de 80% de seu território fica na zona intertropical, sendo que a maior parte de suas terras localiza-se no hemisfério oriental (leste) e só uma pequena parte delas no hemisfério ocidental (norte). O continente possui cinco diferentes fusos horários.

A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática. Sua base geológica é formada por grandes e antigas placas tectônicas, fraturadas em algumas regiões; apresentando áreas bastante desgastadas pela erosão.

Pontos extremos - do seu ponto mais a norte, Cabo Branco, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas, na África do Sul, vai uma distância de aproximadamente 8.000 km. Do ponto mais oeste, o Cabo Verde, até ao ponto mais a leste, vai uma distância de cerca de 7.500 km.

Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o Golfo da Guiné, no Atlântico Sul; e o Estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a Península da Somália, chamada também de Chifre da África, o Golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia e a Ilha de Madagascar que delimita importante via de tráfego marítimo, o canal de Moçambique.

Relevo

O relevo africano se caracteriza pelo predomínio de imensos tabuleiros (planaltos pouco elevados) e considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e norte são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.

Há 200 milhões de anos a África fazia parte, juntamente com a América do Sul, do supercontinente de Gondwana. A separação formou o oceano Atlântico e isolou os dois continentes, que ainda têm algumas semelhanças de estrutura geológica e formas de relevo.

Ao norte predomina área planáltica, ampla e desértica - o Saara - que se estende do oceano Atlântico ao mar Vermelho. A maior formação rochosa desta área são os montes Tibesti (Chade), onde se localiza o pico culminante da região, o Emi Koussi - 3.415 metros.

No nordeste do deserto encontra-se a Cadeia do Atlas, que ocupa a região norte do Marrocos, da Argélia e da Tunísia. Sua formação recente apresenta montanhas cujos picos chegam a atingir 4.000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato, além de representar grande importância para a geografia local, pois ela barra os ventos úmidos, favorecendo a formação de rios temporários.

No leste encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, uma fenda tectônica em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. Nessa região se localizam os

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maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, destacando-se: o Quilimanjaro (5.895 metros), o monte Quênia (5.199 metros) e o Ruwenzori (5.109 metros).

Ao sul, surgem planaltos, onde merecem destaque os montes Drakensberg, com poucos picos elevados acima dos três mil metros, mas suficientes para barrar os ventos úmidos do oceano Índico, formando uma costa de climas mais amenos. Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.

A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, se localizam algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias e a Ilha da Madeira, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontra-se uma grande ilha - a de Madagáscar - e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e Seychelles.

Hidrografia

Sendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens. Poucos rios de grande extensão se destacam.

A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 km. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo na forma de um delta de 20 mil Km2, onde se situa uma das mais importantes áreas agrícolas do continente.

Além do Nilo, há outros rios importantes para a África, como o Congo, um rio da zona equatorial, com grande volume de água e elevado potencial hidrelétrico. Após percorrer 4.400 km, desemboca no Atlântico, com a segunda maior vazão do mundo. Há ainda o Níger, que nasce na Guiné, próximo ao oceano Atlântico, e corre para o interior, penetrando no deserto do Saara. Na metade do caminho muda de direção e cai numa longa e estreita planície em direção ao sul, desaguando no golfo da Guiné, após percorrer 4.160 km. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Zambeze, o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.

Quanto aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, de origem tectônica e vulcânica; a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, terceiro maior do mundo, com quase 70 mil m2, o Rodolfo, o Niassa e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os lagos. Milhares de pequenos lagos da região têm água contaminada por sais e ácidos provenientes dos vulcões, o que inviabiliza seu uso pela população.

Clima

A linha do Equador divide a África em duas partes distintas: o Norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o Sul, mais estreito, afunila-se onde as águas do Índico se encontram com as do Atlântico. Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da

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Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.

Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao Norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara) quanto ao Sul (da Namíbia - denominação local do Deserto de Calaari). O deserto do Saara ocupa um terço do território africano. Ali são registradas temperaturas superiores a 40º C.

O clima do continente é bastante diversificado, sendo determinado principalmente pela conjunção de dois fatores: as baixas altitudes e a predominância de baixas latitudes. Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo. As médias térmicas mantêm-se elevadas durante o ano todo, exceto nos extremos norte e sul e nos picos das montanhas mais altas.

O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região Centro-Oeste do continente. Apresenta-se na parte central, com temperaturas que variam entre 25ºC e 30ºC e índices pluviométricos que atingem até 3.000 mm ao ano. Em razão das altas taxas de umidade relativa do ar e da abundância de chuvas, praticamente não existe estiagem, o que proporciona a proliferação de florestas equatoriais.

O tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas. As temperaturas médias presentes oscilam entre 22ºC e 25ºC com índices pluviométricos que atingem até 1.400 mm ao ano. Nas regiões onde esse clima predomina existem duas estações bem definidas, sendo uma seca e uma chuvosa.

Do Centro ao Sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari.O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos. Apresenta temperaturas mais amenas; nessas áreas as temperaturas variam entre 15ºC e 20ºC.

A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari.

Vegetação

A vegetação africana é um reflexo do clima, uma vez que as paisagens se organizam e se distribuem pelo espaço geográfico de forma muito parecida com os tipos climáticos. Na porção equatorial, onde as chuvas são abundantes o ano inteiro, há florestas densas, diversificadas e sempre verdes - a vegetação dominante é a floresta equatorial. À medida que avançam para regiões mais secas, ao norte e ao sul, essas florestas vão perdendo a densidade e se transformam em savanas - que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente.

As estepes aparecem entre as savanas e os desertos e à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.

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Nos desertos, pode, eventualmente haver oásis, onde se desenvolvem tamareiras, arbustos e gramíneas. Finalmente, nos extremos do continente há maquis e garrigues, conhecidos como vegetação mediterrânea.