Geoglifos Paisagens Da Amazonia Ocidental
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GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL
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GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL
Denise Pahl SchaanAlceu Ranzi
Antonia Damasceno BarbosaOrganizadores
Fotografias de
Edison Caetano | Diego GurgelSrgio Vale | Maurcio de Paiva
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GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL
GKNORONHARio Branco | Acre | 2010
Denise Pahl SchaanAlceu Ranzi
Antonia Damasceno BarbosaOrganizadores
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Geoglifos: paisagens da Amaznia Ocidental / Denise Pahl Schaan, Alceu Ranzi, Antonia Damasceno Barbosa, organiza-dores. Rio Branco: GKNORONHA, 2010. 100 p. Inclui bibliografias. ISBN 978-85-62913-02-0
1. Stios arqueolgicos - Acre. 2. Arqueologia - Amaznia. I. Schaan, Denise Pahl. II. Ranzi, Alceu. III. Barbosa, Antonia Damasceno.
CDD - 22. ed. 930.1098112
Copyright Denise Pahl Schaan
ORGANIzADOReSDenise Pahl SchaanAlceu RanziAntonia Damasceno Barbosa
equIPe eDItORIAlDenise Pahl SchaanAntonia Damasceno Barbosa
FOtOGRAFIASDenise Pahl SchaanDiego Gurgeledison Caetanoemanuel F. do AmaralMaurcio de PaivaSanna SaunaluomaSergio Vale
PROjetO GRFICO e eDItORAO eletRNICAGuilherme K. Noronha
MAPAAntonia Damasceno BarbosaAllana Igina Maia Rodrigues
ReVISODenise Pahl Schaan
IMPReSSOGrfica Brasil
tIRAGeM1.500 exemplares
PAtROCNIOCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e tecnolgicoGoverno do estado do Acre
Fundao elias MansourSecretaria de estado de esporte, turismo e lazer
DIStRIBuIOPrograma de Ps-Graduao em Antropologiauniversidade Federal do ParCampus universitrio do GuamRua Augusto Correa, 1Belm - PA - Brasile-mail: [email protected]
Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca do Instituto de Filosofia e Cincias Humanas da universidade Federal do Par
SumrioA fora das imagens 7Binho Marques
Geoglifos: a descoberta e o potencial turstico 9Alceu Ranzi
Paisagens da Amaznia Ocidental 13Denise Pahl Schaan
Mapa de distribuio dos Geoglifos 18
lista de stios 19
Fotos 21
lista de fotos 93
Para saber mais 98
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7 bastante difundida a idia de que estamos vivendo uma poca
dominada pela imagem. No h dvidas de que a fotografia, o cinema
e a televiso trouxeram a presena vvida do que antes era apenas
sugerido pelas palavras. Narrativas de viagem, por exemplo, desper-
tavam mais do que satisfaziam a curiosidade por lugares e povos des-
conhecidos. Com as imagens da tecnologia moderna, passamos a ver
os detalhes, como se estivssemos no lugar mostrado.
O mais surpreendente, entretanto, que as imagens nos reve-
laram o quanto desconhecamos a respeito de ns mesmos, nossa vi-
zinhana, o mundo prximo ao nosso redor. Paisagens, comunidades
e pessoas que faziam parte de nosso cotidiano ou, pelo menos, com as
quais tnhamos contato freqente, passaram a ter outros significados
quando suas imagens foram registradas pelas cmeras e publicadas
pelos jornais e televiso.
em algum momento, nos anos 70 e 80 do sculo passado, nota-
mos o espanto do pblico externo com as imagens de ndios, seringuei-
ros e da floresta amaznica. Percebemos o valor que os estrangeiros da-
vam quilo que para ns era comum e corriqueiro. levou algum tempo
at que percebssemos a riqueza sobre a qual vivamos assentados.
A fora das imagens
esse impacto da imagem , de certa forma, registrado pelo pro-
fessor Alceu Ranzi, um dos organizadores desta publicao: tendo parti-
cipado das primeiras pesquisas sobre os geoglifos, chefiadas pelo pro-
fessor Ondemar Dias, ele confessa que s teve uma idia mais ampla
sobre a importncia desses stios geomtricos quando avistou um deles
da janela de um avio. estar num desses lugares emocionante, tem-se
uma idia de sua grandeza a partir de uma escala humana, imagina-se
o trabalho que seus construtores tiveram, as condies em que viviam,
as tecnologias que empregaram. Mas v-los de cima, num avio ou fo-
tografia, nos remete a uma escala sobre-humana que faz meditar sobre
o mistrio ainda no revelado de sua origem e finalidade.
temos ao nosso dispor a moderna tecnologia: com satlites
e aeronaves podemos ver, localizar, medir, explorar as diversas possi-
bilidades da imagem. Mas quero destacar a sensibilidade dos fotgra-
fos que produziram a maior parte das imagens aqui publicadas. eles
tiveram no apenas a habilidade tcnica para capturar os melhores
ngulos em tempo exguo mas tambm, e principalmente, a relao
dos geoglifos com seu entorno, a floresta e o desflorestamento, as es-
tradas e habitaes, cursos d`gua e audes, a explorao econmica
Binho MarquesGovernador do Estado do Acre
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8 9
e a eroso dos terrenos. Alm de sua beleza, as fotografias nos tocam
pela grande quantidade de informaes.
Assim, espero que o impacto da imagem possa outra fez nos
despertar para o que merece e necessita de ateno. Ser necessrio
um esforo de todos estado, empresas, comunidades- para a con-
servao dos geoglifos, para pesquis-los e conhec-los melhor, para
inclu-los em nosso sonho de um desenvolvimento econmico social
e ambientalmente sustentvel.
A publicao destas imagens combina-se com um conjunto
de iniciativas para ampliar o domnio pblico sobre o assunto, como
a exposio realizada na Biblioteca da Floresta, o parque temtico na
expoacre, as reportagens e diversas outras formas de divulgao.
queremos disseminar um sentimento de responsabilidade sobre essa
riqueza tatuada na pele de nossa terra. necessrio que cada acreano
veja e reveja o solo sagrado onde pisa. A cada imagem, mais o possu-
mos e mais a ele pertencemos.
Fico feliz de poder, mais uma vez, acompanhar esse importan-
te trabalho.
Durante a realizao das pesquisas envolvendo os geoglifos, nos
chamou ateno a capacidade especial dos povos antigos do Acre de
lidar com as formas geomtricas. Isso nos leva a imaginar nossos an-
cestrais manejando esquadro e compasso para executar suas obras, que
hoje admiramos e buscamos compreender.
Compartilhamos da idia de que os construtores dos geoglifos
presentearam a comunidade regional com verdadeiros monumentos da
engenharia humana. e intrigante saber que esse patrimnio dos bra-
sileiros, que esteve encoberto pela floresta amaznica por centenas de
anos, foi construdo muito antes de Cabral aportar no Brasil.
Com a derrubada e queima da vegetao natural, protagonizada
pelo avano das frentes pioneiras, a partir da dcada de 1970, os geo-
glifos comearam a ser revelados para o Acre. essas estruturas de terra,
desenhadas no solo argiloso da regio, so parte da paisagem do Acre
e assim precisam ser tratadas, estudadas e cuidadas. So centenas,
espalhadas pelos campos das fazendas de criao de gado. A mata, que
pensvamos ser floresta virgem, tem se revelado, na verdade, como ze-
losa guardi da Pr-histria do Acre.
estamos j h alguns anos envolvidos com o tema. Particular-
Geoglifos: a descoberta e o potencial turstico
mente, tive a oportunidade de participar, em 1977, no Acre, da primeira
etapa do Projeto PRONAPABA (Programa Nacional de Pesquisas Ar-
queolgicas na Bacia Amaznica), sob a coordenao do Dr. Ondemar
Dias e a participao do arquelogo Franklin levy. logo no segundo
dia, prximo da sede da ento Fazenda Palmares, hoje terras da usina
lcool Verde, foi localizada a primeira estrutura geomtrica construda
em forma de crculo, com vala e mureta. A viso ao nvel do solo foi
parcial, embora esteja marcada na memria de toda a equipe. Mas em
1986, quando tive a chance de ver uma estrutura dessas do alto, a sim
fiquei impactado. Foi durante um vo comercial entre Porto Velho e Rio
Branco. A partir da, busquei apoio junto ao Gabinete Civil do Governo
do Acre. Conseguimos um avio para sobrevo, graas aos prstimos
do Prof. Geraldo Gonalo da Costa. Participaram do sobrevo os pale-
ontlgogos Dr. jonas Pereira de Souza Filho e Dr. Carl Frailey, o bilogo
jos Carlos Rodrigues dos Santos e o fotgrafo Agenor Mariano. As
fotos desse sobrevo pioneiro foram publicadas na edio do dia 15 de
agosto de 1986, do jornal O Rio Branco, na poca o nico jornal da capi-
tal acreana e retratavam um stio-monumento, de formato semicircular
duplo, posteriormente registrado como Seu Chiquinho.
Alceu Ranzi
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10 11
jeto recebeu o nome de Geoglifos Patrimnio Cultural do Acre,
cujo ttulo surgiu espontaneamente, pois, vistos do alto, os desenhos
geomtricos nos pareceram geoglifos (Geo=terra/ glifos=desenhos). O
projeto foi aprovado, financiado e executado, e em 2003, o relatrio
do mesmo, juntamente com as fotos, foi publicado no livro Western
Amazonia Amaznia Ocidental, editado por Martti Prssinen e Antti
Korpisaari da universidade de Helsinki.
Com o desenvolvimento do Projeto Geoglifos, sob a coordena-
o geral da Dra. Denise Schaan, as pesquisas arqueolgicas na regio
atingiram um elevado nvel profissional e conduziram o Acre para o
centro da discusso da arqueologia amaznica.
Sugerimos que, ao olhar para as fotos dos geoglifos, o leitor v
alm da imagem esttica e observe as estruturas sob uma perspectiva
dinmica. que busque imaginar os construtores dos geoglifos plane-
jando, organizando e executando a tarefa de esculpir esses desenhos
em baixo e alto relevo no solo acreano. Acreditamos que foi necess-
rio um grande esforo coletivo para a construo desses monumentos
que, como ddiva da tcnica empregada, se preservaram por mais de
dez sculos.
em 1999, novamente em vo comercial, entre Porto Velho e
Rio Branco, foi avistada outra estrutura circular. poca, embora nos-
sos interesses cientficos fossem outros, resolvemos investigar. Bus-
camos, como na vez anterior, o Gabinete Civil do Governo do Acre,
ento sob a direo do Prof. Raimundo Angelim Vasconcelos, nosso
colega na uFAC (universidade Federal do Acre). Alm das horas de
sobrevo, conseguimos com o Prof. Anbal Diniz, secretrio de Comu-
nicao do Governo do Acre, a disponibilidade do fotgrafo edison
Caetano. Conosco no avio tambm estava o Dr. edson Guilherme,
ornitlogo, interessado em fotografar a ilha de floresta representada
pelo Parque zoobotnico da uFAC. esse sobrevo foi realizado no dia
8 de abril de 2000. localizamos o crculo que buscvamos, o qual se re-
velou parte de um conjunto - stio arqueolgico denominado Fazenda
Colorada sob a sigla AC-Iq-13. No mesmo sobrevoo registramos tam-
bm o stio jac S. As fotos de edison Caetano mereceram manchete
de capa dos jornais A Gazeta e A tribuna, do dia 16 de abril de 2000.
essas fotos correram o mundo, sendo reproduzidas por vrios jornais
e revistas nacionais e internacionais.
A repercusso e receptividade das fotografias de edison Cae-
tano nos levaram a apresentar, em 2001, um projeto para a lei de In-
centivo Cultura do Governo do Acre, solicitando recursos para mais
horas de sobrevoo e pagamento do trabalho do fotgrafo. esse pro-
Na busca de estudar essas estruturas podemos dizer que, at
o momento, temos mais perguntas do que respostas. No entorno dos
geoglifos pessoas trabalharam, sonharam, oraram, amaram, consti-
turam suas famlias e enterraram seus mortos. essas comunidades
plantaram e colheram, construram suas casas e por alguma razo
desconhecida, despenderam muita energia para movimentar excep-
cionais quantidades de terra. Porm, os construtores de geoglifos um
dia desapareceram e a floresta tomou tudo sob o seu manto.
um desafio a ser trabalhado pelo Poder Pblico ser a gerncia
desse acervo patrimonial. Vrios aspectos precisam ser avaliados e le-
vados em conta, a exemplo do uso da terra onde ocorrem os geoglifos,
para que os mesmos no sejam vistos como um impedimento ao de-
senvolvimento de atividades agrcolas e pecurias, mas sim como opor-
tunidade de gerao de emprego e renda. Com uma gesto planejada
e orientada, o patrimnio pblico poder ser preservado, ao mesmo
tempo em que a comunidade possa se beneficiar cultural e material-
mente dessas ocorrncias. Para isso deve-se contemplar o incremento
das atividades tursticas organizadas, com visitas aos geoglifos, tanto
por terra como em sobrevoos. Certamente h um segmento de turistas
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no mundo que buscaro espontaneamente o Acre para conhecer essas
maravilhas do engenho humano. Isso exigir a estruturao do setor de
turismo arqueolgico com aes de marketing e atendimento das de-
mandas por guias multilnges, transporte, hospedagem, alimentao,
sobrevoos, torres de observao, implantao de trilhas interpretativas
para acesso aos geoglifos, entre outras iniciativas.
As fotografias desse livro, selecionadas entre centenas de to-
madas em vrias horas de sobrevoos, so de autoria dos fotgrafos
acreanos edison Caetano, Srgio Vale e Diego Gurgel, e da arqueloga
finlandesa Sanna Saunaluoma, e foram captadas, por esses artistas
da lente, num ambiente misto de profissionalismo, camaradagem e
empolgao. So fotos que circularam o mundo ilustrando reporta-
gens de importantes jornais e revistas impressas e on-line em vrios
pases de todos os continentes. Com mais essa publicao, queremos
reafirmar nosso compromisso constante de divulgar os resultados de
nossos trabalhos no Acre, no apenas com relatrios e artigos cientfi-
cos, mas tambm com informaes acessveis ao pblico em geral, a
exemplo dessas imagens maravilhosas.
Vale ressaltar que as pesquisas se desenvolvem com financia-
mento do CNPq, com autorizao do IPHAN e apoio do laboratrio de
Geoprocessamento do Curso de Geografia da universidade Federal
do Acre, do Governo do estado do Acre, atravs do Departamento do
Patrimnio Histrico da Fundao elias Mansour e ainda da FuNtAC
(Fundao de tecnologia do estado do Acre).
Nos projetos desenvolvidos com os geoglifos, merecem refe-
rncia especial o Dr. Martti Prssinen e a Dra. Denise Schaan, por to-
dos os anos de estreita parceria, colaborao profissional, coleguismo
e respeito mtuo.
que as fotografias desse livro propiciem a todos uma viagem praze-
rosa, atravs da nvoa milenar do tempo, ao mundo pr-histrico do Acre.
Desde 2005 venho coordenando pesquisas arqueolgicas no
estado do Acre, investigando, juntamente com pesquisadores brasilei-
ros e finlandeses, assim como alunos da universidade Federal do Acre
e universidade Federal do Par, os monumentais stios arqueolgicos
que foram batizados de geoglifos pelo gegrafo e paleontlogo Alceu
Ranzi, que os revelou ao pblico e comunidade acadmica nacional
e internacional. A importncia desses stios inequvoca, pois o traba-
lho envolvido em sua construo, por parte de grupos indgenas que
ali viveram h dois mil anos, sem a ajuda de modernas ferramentas
para escavar e transportar toneladas de solo, indica que teria sido ne-
cessrio um esforo coordenado de muitos braos, instrudos para a
construo de gigantescas estruturas cuja preciso geomtrica e con-
sistncia de medidas indicam planejamento meticuloso. Se pensar-
mos que para construir tais recintos cercados por valetas e muretas
seria necessrio ainda derrubar a floresta, teremos a exata dimenso
do esforo despendido por grupos humanos que s tinham sua mo
machados de pedra e ps de madeira.
Aprendemos muita coisa nesses ltimos cinco anos, graas ao
entusiasmo de nossa equipe - sempre maravilhada com os novos e di-
Paisagens da Amaznia Ocidental
versos stios encontrados - e o apoio institucional e financeiro do CNPq
e do Governo do estado do Acre. Ao tomarmos medidas dos geoglifos
em campo, aprendemos que existe uma impressionante uniformidade
no que diz respeito amplitude das valetas, sua profundidade, a altura
das muretas, as medidas de dimetro e lados das figuras geomtri-
cas, as larguras das estradas que ligam os geoglifos e marcam suas
entradas de acesso, o que nos indica que havia uma idia muito clara
na cabea daqueles antigos engenheiros sobre as maneiras corretas
de se construrem esses gigantescos espaos de sociabilidade. Desco-
brimos ainda que esses locais de encontro e rituais foram construdos
e reconstrudos por mais de mil anos, a partir do incio da era Crist,
por povos que ocuparam uma grande regio, que vai do leste do Acre
ao oeste de Rondnia, e do norte da Bolvia ao sul do Amazonas. Ao
que parece, os recintos circundados por valetas no eram locais de
moradia, j que identificamos poucos vestgios dentro dos geoglifos,
e encontramos fragmentos de cermica em volta das estruturas, e em
camadas anteriores a elas.
Os stios que temos encontrado so em sua maioria circulares e
retangulares, mas outras formas tambm ocorrem, como elipses, he-
Denise Schaan
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xgonos, octgonos, figuras em u e em D. Alm disso, ocorrem
figuras associadas, ligadas por estradas de cerca de 20m de largura e
comprimentos que chegam a 800m, tambm muradas, assim como
montculos circulares e lineares, formando conjuntos complexos. em
alguns conjuntos se percebem diferentes episdios de construo,
que indicam que em pocas distintas as estruturas foram reformadas,
e que novas estruturas foram construdas sobre as primeiras.
estruturas de terra formadas por valetas e muretas no so no-
vidade na antiguidade. Na europa Ocidental ocorrem durante o per-
odo neoltico (incio da agricultura), cercando casas e vilas. l suas
funes so ainda objeto de debate: s vezes esto associadas a cemi-
trios, outras vezes a contextos domsticos ou rituais. No possuem
formatos geomtricos, nem so contnuas como as do Acre, mas so
em geral muretas e valetas circulares, com a provvel funo de de-
limitar um espao social. So genericamente chamadas de enclosu-
res (recintos). Na Bolvia, stios semelhantes so chamados de zan-
jas circundantes (trincheiras circulares).
Os geoglifos que tem sido encontrados no Acre so estruturas
de terra que demarcavam espaos de sociabilidade, de incluso e ex-
cluso, pois possuam vias de entrada e sada de ambientes pblicos
e privados, disciplinando a movimentao dos indivduos no espao.
Acredita-se que os geoglifos tenham sido abandonados por seus cons-
trutores por volta do sculo XVI ou XVII, como conseqncia da chega-
da dos espanhis nas Amricas.
At o momento, temos descoberto esses stios por causa do
desmatamento, j que depois de seu abandono as estruturas foram
cobertas pela vegetao, permanecendo durante sculos escondidas
no meio da mata. Dessa maneira, fica claro que as lacunas geogrficas
que possumos com relao ocorrncia desses stios podem ser de-
vidas cobertura vegetal e que um grande nmero de stios ainda se
encontra encoberto sob a floresta.
Nossa capacidade de localizar os geoglifos aumentou significati-
vamente quando Alceu Ranzi, Roberto Feres e Foster Brown descobri-
ram que poderiam utilizar o Google earth, disponvel gratuitamente na
internet, como recurso de prospeco remota. Desta maneira, empre-
endendo varreduras sistemticas nas imagens de satlite, foi possvel
multiplicar rapidamente o nmero de estruturas conhecidas. em 2005
conhecia-se 32, em 2007 esse nmero j era de 150 e em 2010 j temos
cerca de 270 estruturas registradas, mas nem todas ainda visitadas e
nomeadas. A partir de 2007, com o apoio do Governo do estado do Acre
obtivemos acesso a imagens de outro satlite, o Formosat, que possui
cobertura melhor do que o Google e que possibilitou abarcar todas as
reas sem vegetao. Atravs das imagens de satlite, localizamos geo-
glifos tambm no sul do Amazonas, na Bolvia, e em Rondnia.
Percebeu-se uma tendncia que vinha sendo delineada desde
o incio do projeto, de concentrao de estruturas circulares ao sul e
quadragulares ao norte, com a ocorrncia de ambas as formas na zona
de contato entre essas duas regies. A distribuio geogrfica indica
a preferncia por reas de plat, com altitudes que variam entre 180 e
230m, sobre os divisores de gua. Os stios esto em geral localizados
junto a nascentes de gua de boa qualidade, distando entre 2 e 8 km
dos rios principais. Ao ocuparem as bordas dos plats, a partir dos
stios se obtem uma vista impressionante do vale, com 180 graus ou
mais de amplitude. A implantao dos stios na paisagem indica preo-
cupaes com defesa, alm da inteno de se colocar em locais altos
e prximos das divindades.
Os geoglifos em geral delimitam um espao interno que varia
entre 1 e 3 hectares. O tamanho varia entre 20 e 385 metros de dime-
tro/lado, com mdia de 137,5m. H uma tendncia de que as figuras de
menor tamanho sejam crculos, mas em tamanhos grandes h tanto
crculos quanto quadrados.
Constatou-se ainda que a amplitude da valeta varia entre 1,75
e 20m, com mdia de 11,61m e mediana de 12m. j a profundidade
mdia das valetas de 1,40m, variando entre 0,35 e 5m de profun-
Imagem FormosatImagem Google Earth
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didade. Fica claro, entretanto, que a profundidade medida hoje no
reflete a situao original, tendo em vista a deposio de sedimentos
que vem ocorrendo no interior da valeta. Por exemplo, recentemente
escavamos transversalmente a valeta do geoglifo maior da Fazenda
Oeste (stio Ramal do Capatar), constatando que, apesar da valeta
possuir hoje cerca de 50cm de profundidade com relao superfcie
do interior do recinto, sua profundidade original era de 2,20m.
Com o solo retirado durante a escavao da valeta foi formada
uma mureta externa (em raros casos h tambm uma mureta inter-
na) com alturas que hoje tem em mdia 0,55m, variando entre 0,15 e
1,47m. tambm as muretas sofreram processos erosivos e eram pro-
vavelmente pelo menos 50cm mais altas originalmente.
Apesar da variabilidade observada, percebe-se uma espantosa
regularidade em termos de tcnicas construtivas, refletidas tambm
nas medidas utilizadas. Infere-se que algum instrumento de medida e
clculo matemtico era empregado para decidir sobre as dimenses
das valetas e das figuras resultantes. Os crculos eram construdos
provavelmente com a ajuda de um compasso humano, com o uso
de um cip cujas pontas eram assumidas por duas pessoas, uma
que permanecia no centro da figura e outra que a desenhava, exe-
cutando um movimento de translao em torno do centro. Figuras
hexagonais ou octogonais podem ser feitas a partir de um crculo
inicial, sobre o qual se estica um cip que depois dividido em 6 ou
8 partes, usados para seccionar o crculo em 6 ou 8 lados iguais. j os
ngulos retos, necessrios aos quadrados e retngulos, podem ser
feitos a partir do traado de perpendiculares. Por exemplo, conside-
remos uma linha reta de sentido oeste-leste, demarcada por um cip
esticado entre dois pontos aleatrios e um ponto ao norte dessa reta,
a que chamaremos ponto X. Primeiramente usa-se um cip maior do
que a distncia de X ao ponto mais prximo da reta e usa-se X como
centro do compasso, traando-se um semicrculo que toque a reta
em dois pontos (A e B). Com outro cip de mesmo tamanho da dis-
tncia entre A e B, traa-se novamente um semicrculo a partir de A e
outro semicrculo a partir de B. O ponto onde esses dois semicrculos
se encontram, a sul da linha A-B o ponto C. A reta formada entre
X e C perpendicular reta formada por A e B. O mesmo procedi-
mento pode ser repetido para os outros ngulos retos necessrios.
Sabemos ento, que os construtores dos geoglifos dominavam os
princpios bsicos da geometria.
O estudo dos geoglifos do Acre demanda compreender o pro-
cesso de formao das paisagens da regio nos ltimos dois mil anos.
Ao que tudo indica, a regio foi ocupada por grupos ceramistas que, a
partir de um determinado momento, passaram a construir espaos so-
ciais cercados por valetas e muretas de terra, com vias de entrada e sa-
da. esses espaos conectavam-se a outros e aos rios por um sistema
de estradas retilneas escavadas e muradas de longa extenso. tais
construes fizeram parte da cultura arquitetnica de diversos povos
habitantes dos vales dos rios Abun, Acre e Iquiri, que expandiram-se
at a foz do rio Acre durante o primeiro milnio da era Crist. Os ge-
oglifos acreanos possuem similaridades com as trincheiras circulares
bolivianas, podendo ser produto dos mesmos grupos tnicos.
H poucas referncias cronolgicas para a construo dessas
estruturas, e a variao das dataes obtidas por diversos pesquisado-
res at o momento pode indicar que os geoglifos foram construdos ao
longo de extensos perodos de tempo. Nesse sentido, no somente
possvel, mas mesmo provvel que tenham cumprido funes diver-
sas ao longo desse perodo. As grandes distncias que separam es-
tas estruturas tornam difcil estudar as relaes entre elas, tarefa que
demandar nos prximos anos uma diminuio do foco da pesquisa
para reas menores, com estudos detalhados de cada stio.
O estudo dos stios tipo geoglifos nos faz refletir sobre duas
dimenses da vida humana espao e tempo que de fato no po-
dem ser dissociadas. As paisagens so produto da modificao e apro-
priao por parte das sociedades humanas do seu entorno ao longo
do tempo e nos mostram quo tnue a linha que separa natureza e
cultura, se que ela existe. As paisagens acreanas so paisagens an-
tropognicas que oferecem hoje um belo espetculo aos nossos olhos,
que contemplam fascinados a engenhosidade dos que aqui viveram
muito antes que essa terra se chamasse Brasil.
Eram os Deuses geomtricos?
em 1887, o governador de Manaus ordenou ao Coronel Antonio
labre que subisse o rio Madeira e que encontrasse uma rota por terra
entre os entrepostos de produo de borracha no rio Madre de Dios e
algum ponto navegvel no rio Acre, de forma a construrem uma estra-
da de ferro que proporcionaria uma conexo entre a Bolvia e Manaus
via o rio Purus. A partir do porto Maravilha, no Madre de Dios, labre
seguiu por terra at o rio Acre e, em seu caminho, passou por vrias vi-
las Araona (famlia lingustica tacana), algumas delas j abandonadas
devido aos descimentos para misses religiosas e o aproveitamento
dos ndios na extrao da borracha. No entanto, a poucos quilme-
tros da fronteira com o Acre, labre encontrou uma vila povoada por
cerca de 200 pessoas e se impressionou com sua organizao social.
Ali aprendeu que aqueles povos adoravam deuses de formatos geo-
mtricos, esculpidos em madeira. tais efgies eram mantidas em tem-
plos no meio da floresta. O pai dos deuses tinha formato elptico e era
chamado epymar. Os templos no foram descritos, mas o episdio
nos leva a cogitar sobre as possveis funes religiosas dos geoglifos,
encontrados no muito longe daquelas antigas aldeias Araona.
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N Nome Oficial N. Estruturas
1 Cinco de Novembro 1
2 Sem nome 1
3 AC-Iq-18 1
4 AC-XA-19 1
5 Aeroporto 1
6 gua Boa 1
7 gua Fria 1
8 guas Claras 1
9 Alto Alegre 1
10 Andir I 1
11 Andir II 1
12 Angelim 1
13 Aparecida do Norte 2
14 Assuero 1
15 Balnerio quinau 2
16 Bela Vista 1
17 Benfica 1
Lista de stios
18 Bimbarra 1
19 Boa esperana 1
20 Boa Sorte 2
21 BR-317 1
22 Bujari 1
23 Cacau 1
24 Cachimbo 1
25 Califrnia 2
26 Camilla 1
27 Campo da Maloca 1
28 Campo da Ona 5
29 Campo das Panelas 1
30 Campo esperana 1
31 Campo lindo 2
32 Campo Verde 1
33 Capoeira dos ndios 1
34 Chinsio 1
35 Ccero Cara de Pau 1
36 Crculo e Delta 2
37 Circulo Ramal encrenca 1
38 Colonia Belo Monte 1
39 Colnia Deus Bom 1
40 Colnia jarina 1
41 Colnia Ouro Verde 1
42 Colnia Santa Maria 1
43 Colnia So Francisco 1
44 Conjunto 7
45 Coqueiral 1
46 Coquinho 1
47 Corassal 1
48 Distrao 1
49 Dois crculos 2
50 Dona Maria 1
51 eletrnica 1
52 eletronorte I 2
53 eletronorte II 1
54 eletronorte III 1
55 encrenca I 1
56 estncia Santa terezinha 3
57 estrada Velha 1
58 estrada Velha de Xapuri 1
59 Fazenda Aref 1
60 Fazenda Atlntica 2
61 Fazenda Baixa Verde I 2
62 Fazenda Baixa Verde II 1
63 Fazenda Baixa Verde III 1
64 Fazenda Boa Vista I 1
65 Fazenda Boa Vista II 1
66 Fazenda Boi Verde 1
67 Fazenda Colorada 3
68 Fazenda Crix 3
69 Fazenda Dois Irmos 4
70 Fazenda DVt 1
71 Fazenda estela I 1
72 Fazenda estela II 1
73 Fazenda Iquiri 4
74 Fazenda liberato 1
75 Fazenda Misses 4
76 Fazenda Mustang 2
77 Fazenda Nictheroy 4
78 Fazenda Paran 2
79 Fazenda Ponteio 1
80 Fazenda So Paulo 3
81 Fazenda trs Meninas 2
82 Fazenda Vitria 1
83 Floresta 1
Numerao dos stios de acordo com o mapa ao lado.
Rio
Iquir
i
RIO AC
RE
Rio Acre
Rio In
RIO
ABU
N
Riozin
ho do
Andir
Igarap R
apirr
Rio
Ituixi
ou
Iquir
i
Rio Xipamanu
Riozinh
o do R
ola
Rio Abun
Rio Novo
Varz
ea A
legr
e
Igarap Bom Futuro
Igarap Bom F
uturo
Igar
ap
Bom
Fut
uro
9
87
6
5
4
3
2
1
99
98
97
96
95
94
93
92
91
90
8988
87
86
85
84
82
81
80
79
78
7776
75
74
73
7271
70
69
68
67
66
6564
6362
6160
59
58
57
56
55
54
53
52
51
50
49
48
47
46
45
44
43
42
41
40
3938
37
36
35
34
33
31
30
2928
27
26
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
181180
179
178
177
176
175
174
173
172
170
169 168167
165
164
163
161
160
159158
157
156
155
154
153
152
151150
149
148
147
146
145
143
142
141
140
139
138
136
135
134
133
131
130
129
128
127
126
125
124
122
121
120
119118
117
116
115
114
113
112
111
110
109
107
106
105
103
102
101
100
Distribuio dos Stios Arqueolgicos do tipo Geoglifo no Estado do Acre
AMAZONAS
B O L
V I A
RONDNIA
0 19.000 38.000 57.0009.500M
Geoglifos
Limite Estadual
Limite Nacional
Rios
ESCALA:Base de dados ZEE e Projeto Geoglifos 1:500.000
DATA:MAI/2010
FONTE:
Allana MaiaRESPONSVEL:
-
20 21
84 Fonte Boa 1
85 Franciele 3
86 Fronteira 1
87 Gavio 3
88 Sem nome 1
89 Sem nome 1
90 Sem nome 1
91 Guarani 1
92 Guarant 1
93 Hortigranjeira 2
94 Independncia 2
95 Irmos Nunes 2
96 It 1
97 jac S 2
98 jarina 1
99 jD 2
100 jK 1
101 joo Pessoa 1
102 jos Maiste 1
103 limeira 1
104 lobo 1
105 los Angeles 1
106 Macei 1
107 Manoel Arajo 2
108 Marcolino 1
109 Marimbondo 1
110 Mauro Ribeiro 1
111 Monte Alegre 1
112 Monte Verde 2
113 Morro Alto 1
114 Mutum 1
115 Nascentes do quinau 2
116 Negreli 1
117 Neuto lamego 1
118 Nova Aldeia 2
119 Novo Horizonte 1
120 Oco do Mundo 1
121 Osvaldo Ribeiro 3
122 Sem nome 1
123 PA Canary 1
124 Pantanal 3
125 Pedra Verde 2
126 Pedro Peixoto 1
127 Piarreira 1
128 Piloto 1
129 Plcido de Castro 1
130 Poligono Delta 1
131 Ponto 1
132 Porvir Novo 1
133 Prohevea 1
134 Sem nome 1
135 quadrado do Bujari 1
136 quadrado e crculo 1
137 quadrado em Porto Acre 1
138 quadrado Senador Guiomard 1
139 quinari 1
140 quixad 1
141 Ramal Apu 1
142 Ramal Batista 1
143 Ramal do Beb 1
144 Ramal do Capatar 5
145 Ramal do Iquiri 1
146 Ramal dos Batalhas 1
147 Ramal dos Pretos 1
148 Ramal Floresta 1
149 Ramal Granada 1
150 Ramal jarina 1
151 Rapir 2
152 Retangulo Plcido 1
153 Rio Ina 1
154 Riozinho do Andir 1
155 Riozinho do Rola 3
156 Santa Isabel 1
157 Santa Rita de Cssia 1
158 Santa teresinha 3
159 Santo Antnio 1
160 So Francisco 1
161 So Grabriel 2
162 So jos 1
163 So Miguel 1
164 Sapucaia 1
165 Sapucaia I 1
166 Seu Chiquinho 1
167 Severino Batista 1
168 Severino Calazans 1
169 Soberana 2
170 Sol de Maio 1
171 Sol do Alceu 1
172 Sol do Iquiri 1
173 tnue 1
174 tequinho 3
175 transacreana 1
176 trs Marias 4
177 Vila do V 1
178 Vila Pia 1
179 Xanadu 3
180 Xipamanu I 1
181 Xipamanu II 1
Fotos dos geoglifos
-
22 23
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24 25
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26 27
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28 29
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66 67
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70 71
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78 79
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80 81
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82 83
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84 85
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86 87
-
88 89
-
90 91
-
93
Lista de fotos
gua FriaPorto AcreFoto: Diego Gurgel
HortigranjeiraCapixabaFoto: Maurcio de Paiva
Fazenda ColoradaRio BrancoFoto: Sergio Vale
JKAcrelndiaFoto: Denise Schaan
SapucaiaSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Nvoa XapuriFoto: Diego Gurgel
HortigranjeiraCapixabaFoto: Maurcio de Paiva
CachimboAcrelndiaFoto: Denise Schaan
Capa
p. 11
p. 5
p. 11
p. 6
p. 12 p. 14
p. 10
PiarreiraXapuriFoto: Maurcio de Paiva
p. 8
Plcido de Castro IIIPlcido de CastroImagem: Google Earth
p. 15
-
94 95
Fazenda So PauloXapuriFoto: Edison Caetano
p. 39
Fazenda Trs MeninasPlcido de CastroFoto: Diego Gurgel
Iquiri IISenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Fazenda Trs MeninasPlcido de CastroFoto: Maurcio de Paiva
HortigranjeiraCapixabaFoto: Edison Caetano
JKAcrelndiaFoto: Denise Schaan
Osvaldo RibeiroCapixabaFoto: Edison Caetano
Faz. VitriaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
FrancieleAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Seu ChiquinhoSenador GuiomardFoto: Srgio Vale
JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
GavioCapixabaFoto: Edison Caetano
Seu Chiquinho e Jac S Sen. Guiomard / Rio BrancoFoto: Sanna Saunaluoma
Jos MaistaSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
Jos MaistaSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
Nova AldeiaSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Plcido de Castro IIIPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Ramal BatistaCapixabaFoto: Edison Caetano
p. 40
p. 50
p. 45
p. 53
p. 41
p. 50
p. 46
p. 54
p. 42
p. 50
p. 47
p. 55
p. 43
p. 51
p. 48
p. 56
p. 44
p. 52
p. 49
Geoglifo ConjuntoPlcido de CastroImagem: Formosat
CachimboAcrelndiaFoto: Denise Schaan
Alto AlegreSenador GuiomardFoto: Denise Schaan
XipamanuXapuriFoto: Edison Caetano
CachimboAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Alto AlegreSenador GuiomardFoto: Srgio Vale
BimbarraCapixabaFoto: Edison Caetano
CalifrniaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
PiarreiraXapuriFoto: Denise Schaan
Eletronorte IIXapuriFoto: Edison Caetano
ChinsioPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Sta. TerezinhaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Los AngelesXapuriFoto: Edison Caetano
Faz. Dois IrmosPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Fazenda ArefAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Ramal do IquiriSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Fazenda AtlnticaRio BrancoFoto: Sanna Saunaluoma
XipamanuXapuriFoto: Edison Caetano
Fazenda QuinauSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma
p. 15
p. 30
p. 26
p. 35
p. 17
p. 31
p. 26
p. 36
p. 23
p. 32
p. 27
p. 37
p. 24
p. 33
p. 28
p. 38
p. 25
p. 34
p. 29
AssueroCapixabaFoto: Edison Caetano
p. 22
-
96 97
Sem NomePlcido de CastroFoto: Diego Gurgel
p. 77
Bela VistaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma
Xanadu IRio BrancoFoto: Srgio Vale
Sem nomeAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Srgio Vale
Riozinho do Rola IIRio BrancoFoto: Edison Caetano
Fazenda ParanSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Srgio Vale
AeroportoRio BrancoFoto: Edison Caetano
Fazenda ParanSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
Encrenca IPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
Sem NomeRio BrancoFoto: Edison Caetano
Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma
Riozinho do Rola IRio BrancoFoto: Edison Caetano
Pedro PeixotoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Baixa Verde ISenador GuiomardFoto: Srgio Vale
p. 78
p. 86
p. 82
p. 91
p. 79
p. 87
p. 82
p. 80
p. 88
p. 83
p. 81
p. 89
p. 84p. 82
p. 90
p. 85
Ramal GranadaAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
Severino CalazansRio BrancoFoto: Diego Gurgel
Fazenda Crix CapixabaFoto: Emanuel F. do Amaral
RapirPlcido de CastroFoto: Edison Caetano
JDSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
Iquiri IIISenador GuiomardFoto: Diego Gurgel
Santa IzabelCapixabaFoto: Edison Caetano
Sol do IquiriSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Sem NomePorto AcreFoto: Edison Caetano
Sapucaia ISenador GuiomardFoto: Edison Caetano
TequinhoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Aparecida do Norte IIAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
So FranciscoAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
TequinhoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano
Eletronorte ICapixabaFoto: Edison Caetano
Cinco de NovembroPlcido de CastroFoto: Diego Gurgel
Novo HorizontePlcido de CastroFoto: Diego Gurgel
PilotoRio BrancoFoto: Edison Caetano
Ramal do BebPorto AcreFoto: Edison Caetano
p. 58
p. 68
p. 63
p. 73
p. 59
p. 69
p. 64
p. 74
p. 60
p. 70
p. 65
p. 75
p. 61
p. 71
p. 66
p. 76
p. 62
p. 72
p. 67
Ramal FlorestaAcrelndiaFoto: Diego Gurgel
p. 57
-
98 99
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Para Saber Mais
-
Governo do Estado do Acre