GEOGRAFIA A 11º [REDE URBANA (OBJETIVOS-RESPOSTAS) - RESUMO] (RP)

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    EN SI NO SEC UND R IO rea Curricular deGeografia[2012/2013]

    MDULO 3.3 -A REDE URBANA E AS NOVAS RELAES CIDADE/CAMPO

    RESUMO

    Objectivos:

    . Caracterizara rede urbana/sistema urbano portugus:

    - Definirrede urbana/sistema urbano.

    Por rede urbana/sistema urbano entende-se o conjunto das cidades e suas periferias,

    integradas num dado territrio, que estabelecem entre si relaes de ordem hierrquica,

    de dependncia ou complementaridade.

    ouPor rede urbana/sistema urbano entende-se o sistema de distribuio espacial dos

    centros urbanos, mais ou menos hierarquizados, num dado territrio.

    -Identificaros aspectos necessrios caracterizao de uma rede urbana.

    Na caracterizao de uma rede urbana so tidos em conta os seguintes aspectos:

    - a distribuio espacialdas cidades, medidas pelo nmero de habitantes;

    - a dimenso e importncia das cidades, tendo como referncia as funes que oferecem.

    - Caracterizaro sistema urbano portugus, tendo em conta a dimenso demogrfica (das cidades).

    Considerando a dimenso demogrfica (n de habitantes), o sistema urbano portugus

    evidencia um forte desequilbrio, pois apresenta:

    - grande nmero de cidades depequena dimenso(menos de 25 mil habitantes);

    - reduzidonmero de cidades de mdia dimenso;

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    - duas cidades de maior dimenso, mas com uma significativa diferena entre si: Lisboa

    com mais do dobro do nmero de habitantes do Porto (nota: apenas oito cidades tm

    mais de 100 mil habitantes).

    - Descrevera repartio/distribuio da rede urbana no territrio continental.

    A repartio da rede urbana,

    de igual modo, pe em

    evidncia desequilbrios, pois:

    - a grande maioria das cida-

    des encontra-se no Litoral,

    localizando-se as de maior

    dimenso entre Setbal e

    Viana do Castelo;

    - oInterior, as cidades so em

    menor nmero e, na sua

    maioria, de pequena

    dimenso demogrfica;

    - nas tambm evidentes

    disparidades norte-sul, o

    relativo dinamismo do

    litoral algarvio fica a dever-

    -se, em grande parte, ao

    turismo.

    . Hierarquizaras cidades portuguesas:

    - Definirrea de influncia (ou hinterland).

    A rea de influncia corresponde rea que envolve a cidade e se encontra sob a sua

    dependncia direta.

    ou

    Por rea de influncia entende-se a rea sobre a qual uma cidade exerce a sua influncia,

    fornecendo bens (produtos ou servios) e emprego.

    - Definirlugar central.

    Lugar central todo o lugar que oferece produtos e servios a uma rea circundante que

    est na sua dependncia (o hinterland), atraindo por isso apopulao.

    ou

    Designa-se lugar centralqualquer aglomerado (cidade, vila, aldeia) onde se exera pelo

    menos uma funo central, que assegure o fornecimento de bens centrais.

    - Distinguirbens: centrais, raros e vulgares.

    Designa-se bem centraloproduto ou servio que pode ser adquirido num lugar central.

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    Bem raro corresponde a todo oproduto ou servio cuja utilizao pouco frequente.

    [Por norma s se encontram nos centros urbanos ou mesmo em grandes cidades:

    automveis, mquinas agrcolas, instrumentos musicais, certos aparelhos industriais e

    servios prestados por bancos, companhias de seguros, hospitais/mdicos

    especializados, etc.]

    Bem vulgar/disperso todo oproduto ou servio de utilizao frequente.

    [Constituem exemplos destes bens (que com facilidade se podem encontrar at em

    pequenos ncleos populacionais): a electricidade, a gua ao domiclio, o leite, o po, os

    artigos de mercearia, servios fornecidos por oficinas de sapateiro e por barbearias, etc.]

    - Definirraio de eficincia.

    O raio de eficincia corresponde distncia para alm da qual a probabilidade de algum

    se deslocar para adquirir determinado bem reduzida.

    ou

    Raio de eficincia traduz a distncia limite a que as populaes se deslocam para obter

    um determinado bem (produto ou servio).

    - Relacionara distncia a um lugar central com a quantidade de bens por ele fornecidos regiocircundante.

    medida que a distncia a um lugar

    central diminui, aumenta a quantidade de

    bens centrais que podemos encontrar, e

    vice-versa.

    - Distinguirfuno: central, rara/de nvel superior e vulgar/de nvel inferior.

    Por funo centralentende-se qualquer atividade (econmica ou social) que assegura o

    fornecimento de bens centrais (hospital, banco, livraria, padaria, ).

    Funo rara ou de nvel superiorcorresponde atividade que se s encontra, em regra,

    nos lugares centrais de maior importncia, como por exemplo, bancos, seguros,

    universidades, comrcio especializado, etc.

    Funo vulgar ou de nvel inferiortraduz a atividade que pode ser associada a qualquer

    lugar central.

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    - Reconhecera rea de influncia de lugares centrais de nveis diferentes: cidade, vila e aldeia.

    De acordo com a figura, verificamos que h

    uma proporcionalidade direta entre o

    nmero de funes e a rea de influncia, ou

    seja, quanto maior for a rea de influncia

    de um lugar, maior o nmero de funesque ele disponibiliza.

    Assim, segundo a figura:

    1, corresponde ao lugar menos importante,

    possivelmente uma aldeia, pois disponibiliza um reduzido nmero funes e, por isso,

    possui uma pequena rea de influncia.

    2, traduz uma realidade de maior importncia que o lugar 1 e de menor relevo que o

    lugar 3, pelo que corresponde a um lugar de ordem mdia, possivelmente uma vila.

    3, corresponde ao lugar mais importante, possivelmente uma cidade, que disponibilizaum grande nmero funes e, por isso, possui a maior rea de influncia.

    [Note-se que a rea de influncia da vila (2) engloba a da aldeia (1), e a da cidade (3)

    ambas as referidas anteriormente]

    - Definircentralidade.

    Centralidade representa o grau em que determinado centro urbano exerce funes

    centrais, a qual aumenta com a quantidade, diversidade e grau de especializao das

    funes centrais.

    ou

    Centralidade um ndice que traduz a razo entre os bens (produtos e servios) que um

    determinado lugar oferece e os bens necessrios aos seus habitantes.

    [Traduz-se pela frmula C = O (oferta) / P (procura) de que podem resultar trs situaes

    distintas: C = 1, oferta = procura | C > 1, quando a procura > oferta | C > 1, quando a

    oferta > procura]

    Assim, os centros urbanos hierarquizam-se

    de acordo com a sua centralidade, ou seja,

    por nveis ou ordens, com base nos bens(produtos ou servios) que fornecem.

    Os centros de ordem superior correspondem

    aos de maior centralidade, e por maioria de

    razo so tambm os que apresentam mais

    funes raras, as quais, disponibilizam bens

    cuja utilizao relativamente pouco frequente

    (bens raros). Nestes casos, o raio de eficincia

    atinge valores elevados e, por conseguinte, a

    sua rea de influncia muito grande, podendo

    abranger todo o territrio nacional e,eventualmente, at ultrapass-lo.

    Os centros de ordem inferior

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    - Caracterizara rede urbana portuguesa a nvel funcional.

    . Compararo sistema urbano portugus com outros pases europeus.

    -Identificarvrios tipos de redes urbanas.

    So vrios os tipos de redes urbanas que podemos encontrar.

    Se considerarmos o nmero de plos (os mais importantes centros urbanos) queapresentam,podemos identificarredes:

    . monocntricas (macrocfalas), que neste contexto simbolizam o desenvolvimentoexcessivo de um centro urbano relativamente aos de mais.

    A sua existncia encontra-se frequentemente associada a pases menos desenvolvidos,que so liderados por uma grande metrpole (cidade principal de um pas, de um Estadoou de uma provncia; capital), que controla a vida econmica, cultural e social.

    . bipolares (bicfalas). No contexto da rede urbana, esta designao aplica-se sempre que

    dois grandes centros urbanos dividem entre si as funes superiores ao nvel polticoeconmico. Na Europa, Portugal, Espanha e Itlia so exemplos deste tipo de rede.

    . multipolares, quando se verifica a existncia de vrios centros urbanos de nvel superior,isto , que acumulam as funes econmicas, polticas e financeiras. O melhor exemploda Europa a Alemanha, com Berlim, Frankfurt, Hamburgo e Munique.

    De um outro modo, se atendermos ao grau de desenvolvimento dos centros urbanos,podemos identificarredes:

    . completas, que apresentam cidades dos diversos nveis hierrquicos. Dominam,normalmente, em todos os pases desenvolvidos.

    . incompletas, quando se verifica que faltam cidades de categoria superior, mdia ouinferior, o que faz com que no exista uma verdadeira rede hierarquizada. Tanto podeacontecer nos pases menos desenvolvidos como nos que tm o rtulo de desenvolvidos.No conjunto da rede urbana portuguesa, as cidades de mdia dimenso so poucorepresentativas, pelo que Portugal constitui um exemplo deste tipo de rede.

    - Reconhecero sistema urbano portugus no contexto de alguns pases europeus.

    Como foi sendo dito antes, Portugal, no contexto de alguns pases europeus, apresenta umsistema urbano que se carateriza pela sua rede bipolar e incompleta, isto ,respetivamente, carece de cidades de mdia dimenso em nmero suficiente e apresentacidades mais populosas (Lisboa e Porto) que concentram maior nmero de funescentrais.

    Comparativamente com Portugal, o sistema urbano de alguns pases europeus apresenta--se (de que se destacou o caso da Alemanha) mais equilibrado, na medida em que h maisproporcionalidade entre os centros urbanos de diferentes dimenses.

    . Reconhecero acentuado desequilbrio da rede urbana portuguesa.

    A rede urbana portuguesa revela um acentuado desequilbrio a vrios nveis, ou seja, aonvel:

    - da dimenso dos centros urbanos, verifica-se opredomnio de pequenos ncleos urbanospor oposio a apenas dois centros urbanos de grande dimenso: Lisboa e Porto,

    enquanto se regista para as cidades de mdia dimenso uma fraca representatividade;- da repartio geogrfica, com forte concentrao urbana no litoral, com particular

    destaque para as duas reas metropolitanas de Lisboa e Porto;

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    . das funes, sendo que, uma vez mais, se verifica que so as principais reas urbanas doLitoral, com destaque para Lisboa e Porto, onde detm as funes de nvel superiore asrestantes funes urbanas.

    .Identificarmedidas conducentes ao reequilbrio da rede urbana portuguesa.

    O interesse por um maior equilbrio da rede urbana portuguesa reside no facto de eletornar possvel uma maior coeso territorial e social, a qual seria conseguida atravs depolticas de ordenamento urbana. Tais medidas, traduzir-se-iam no reequilbrio da rede sese fomentasse o desenvolvimento das regies atravs:

    - da potencializao do que cada um (centro urbano) tem de especfico (recursosendgenos);

    - da coordenao de aces ao nvel da administrao local;

    - do reforo da complementaridade entre os diferentes centros urbanos;

    - do desenvolvimento das cidades e dos sistemas urbanos do interior, de modo a quefuncionem como plos regionais de desenvolvimento.

    . Referirvantagens e limitaes associadas concentrao/disperso do povoamento.

    Como sabido, a concentrao urbana corresponde igualmente uma concentrao deactividades econmicas dos sectores secundrio e tercirio.

    No caso portugus, a concentrao urbana fez-se preferencialmente junto ao litoral(litoralizao), sendo que, por inerncia, estas reas urbanas foram-se tornando cada vezmais desenvolvidas, no s porque, como referimos, concentram um significativo nmerode atividades econmicas, mas tambm porque, conta delas, a mo-de-obra torna-seabundante e mais qualificada.

    Em suma, as reas urbanas atraem as actividades e estas, por sua vez, contribuem para aexpanso dessas reas, criando emprego e diversificando as funes e os bens (produtos eservios) que essas aglomeraes urbanas podem oferecer.

    Trata-se do que designamos por economia de aglomerao, ou seja, s quando temos umaconcentrao de populao suficientemente elevada (como a que se concentra nas grandescidades do litoral) que os investimentos realizados em infraestruturas e equipamentos setornam rentveis.

    Contudo, as vantagens de aglomerao s se verificam at certos limites, a partir dos quaisa concentrao passa a ser desvantajosa. De facto, o crescimento da populao e donmero de empresas conduz, a partir de certa altura, saturao do espao e a umaincapacidade de resposta das infraestruturas, dos equipamentos e dos servios.

    Assim, os problemas resultantes da excessiva aglomerao de populao e actividadesreflectem-se no aumento dos custos das actividades econmicas e afectam a qualidade de

    vida da populao.Por exemplo, as demoras provocadas pelos congestionamentos de trnsito aumentam osconsumos de energia e respectivos custos econmicos e ambientais. Quando asdesvantagens da concentrao se tornam superiores s vantagens, gera-se umadeseconomia de aglomerao os custos de concentrao so superiores aos benefcios.

    . Reorganizara rede urbana portuguesa:

    -Identificara importncia de desenvolver economias de aglomerao.

    A importncia de desenvolver economias de aglomerao prende-se, naturalmente, com anoo de que so muito importantes os benefcios que dela podem resultar.

    inegvel que as cidades so cada vez mais os centros organizadores e dinamizadores doterritrio, pelo que se torna indispensvel a reorganizao e consolidao da rede urbana,na perspectiva de um desenvolvimento equilibrado do territrio nacional.

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    No caso portugus, onde a rede desequilibrada, torna-se imprescindvel assegurar acriao de cidades de mdia dimenso, em reas de transio entre reas de maiorconcentrao urbana e reas de com cidades de pequena dimenso.

    O contributo destas cidades fundamental para criar o dinamismo econmico e social,proporcionando as vantagens das economias de aglomerao, atraindo actividadeseconmicas e criando condies para a fixao populacional.

    - Reconhecero papel fundamental das cidades de mdia dimenso na reorganizao da rede urbanaportuguesa.

    A forte polarizao em torno das duas maiores cidades do pas e a tendncia para aurbanizao difusa em algumas regies so, simultaneamente, causa e efeito dodesequilbrio da rede urbana portuguesa, que se manifesta tanto pela desigual repartioespacial dos centros urbanos como pelas diferenas no que respeita sua dimensodemogrfica.

    Assim, os centros urbanos de mdia dimenso podero desempenhar um papelfundamental na reduo das assimetrias territoriais, no s pelo desenvolvimento dasprprias cidades em si mesmas, mas tambm porque estendem os benefcios do seudesenvolvimento s reas rurais envolventes, consagrando servios essenciais para a

    melhoria da qualidade de vida e do desempenho das empresas.

    -Indicaralguns instrumentos de interveno nas cidades mdias: Polis e PROSIURB.

    Principalmente em reas de maior interioridade, o nosso pas precisa de ver aumentado onmero de cidades de mdia dimenso. Para tal preciso investir em novasacessibilidades, infra-estruturas, equipamentos sociais, culturais e desportivos, aproveitaros recursos endgenos e desenvolver centros de actividades econmicas, nuncadescorando a desejvel valorizao do patrimnio cultural e ambiental.

    Neste contexto, entre outros, podemos situar duas linhas de ao:

    - o Polis, Programa Nacional de Requalificao Urbana e Valorizao Ambiental dasCidades, que visava a melhoria da qualidade de vida nas cidades, atravs de

    intervenes nas vertentes urbanstica e ambiental; e- o PROSIURB, que decorreu entre 1994 e 1998, correspondeu a um Programa de

    Consolidao do Sistema Urbano Nacional e de apoio execuo dos planos directoresmunicipais, que se propunha reestruturar e modernizar o sistema urbano nacional.

    Este programa constituiu um importante instrumento de interveno nas cidades mdias(no inseridas nas reas metropolitanas de Lisboa e Porto), apoiando financeiramenteaces que visavam a qualificao urbana e ambiental e a dinamizao dos centrosurbanos da rede complementar.

    As aces que dele resultaram permitiram melhorar alguns centros urbanos do pas, aonvel dos equipamentos colectivos (desporto, cultura e lazer), das infra-estruturasbsicas (sistema virio, abastecimento de gua, saneamento bsico, infra-estruturaodo solo urbano) e da reabilitao e renovao urbanas.

    - Explicaro papel dos transportes na articulao do sistema urbano portugus, em termos da:

    . complementaridade entre cidades;

    . especializao dos centros urbanos;

    - cooperao interurbana regional.

    O sistema urbano portugus, como qualquer rede que se apresente desequilibrada, nocaso, como sabido, incompleta (dfice em termos da representatividade de centrosurbanos de mdia dimenso) e bicfala, necessita de um maior equilbrio territorial, queexige uma reorganizao da rede de modo a que o seu desenvolvimento se

    aproxime/traduza uma realidade mais policntrica.Neste sentido, a desejada/necessria articulao e complementaridade funcional deproximidade entre centros urbanos de diferentes dimenses depende muito das

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    acessibilidades interurbanas e, nesse contexto, as redes de transporte acabam pordesempenhar umpapel primordial.

    A ligao das redes virias urbanas s redes secundrias e destas rede principal favorecea circulao no interior das regies e a acessibilidade aos centros urbanos o que, nestesentido, se torna indispensvel para promover a cooperao e a complementaridade nosistema urbano.

    Contudo, apesar da recente modernizao das redes de transporte e do significativoaumento da mobilidade, ainda so significativas as disparidades que encontramos emPortugal no que respeita s referidas acessibilidades interurbanas.

    Convm ainda fazer notar que o reforo da articulao da rede urbana pressupe tambm aespecializao dos diferentes centros urbanos, de modo a que se possa tirar um melhorpartido dos recursos. Por isso, importante investir no aumento da capacidade de ofertade funes nos centros ou eixos urbanos com potencialidades para se afirmarem eservirem de ncoras de desenvolvimento regional.

    Assim, o reforo (a melhoria) da acessibilidade interurbana atravs de diferentes ligaes(rodovirias, ferrovirias, etc.), no s permite uma gesto mais eficaz dos recursosdisponveis, como conduz ao aumento da complementaridade dos centros nas redes deproximidade, atravs do desenvolvimento de funes independentes que conduzam a

    economias de escala.Por fim, se no existir uma coordenao entre os diferentes nveis de deciso e deplaneamento e ordenamento do territrio, desde o central ao local, o desenvolvimento decondies que favoream o equilbrio da rede urbana pode ficar irremediavelmentecomprometido pois, no representando mais do que medidas avulso, acabam na prticapor no refletir graus crescentes de conetividade interurbana.

    . Reconhecera posio que as cidades portuguesas ocupam no contexto internacional.

    A hierarquizao das cidades da rede internacional avalia-se atravs de vrios critrios,entre os quais se salienta o total de populao, o nmero de feiras e exposies de carizinternacional realizadas, o trfego areo, o desenvolvimento de atividades de cartercultural, a presena desedes multinacionais.

    A anlise dos vrios critrios permite concluir que as cidades portuguesas no apresentamcapacidade de afirmao na rede internacional, sendo que a principal causa que o explica, tradicionalmente, a perificidade do nosso territrio. Contudo, esta mesma situao,impulsionada pelo desenvolvimento dos transportes e das telecomunicaes, podertransformar-se numa vantagem comparativa, se o territrio nacional passar a funcionarcomo umaporta de comunicao entre a Europa e o resto do Mundo.

    Rede urbana ibrica Tipologia das grandes reas metropolitanaseuropeias

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    A afirmao internacional exige a existncia de cidades que exeram funes de nvelsuperior. Como podemos constatar nas figuras anteriores, Portugal no possui nenhumacidade com capacidade de afirmao a esse nvel. Lisboa e Porto, as cidades portuguesascom maior expresso internacional, s assumem posio de alguma relevncia no sistemaibrico.

    . Sugerirmedidas que permitam aumentar a visibilidade externa das cidades portuguesas.

    A maior visibilidade externa das cidades portuguesas depende:

    - por um lado, do reforo da projeo econmica e cultural das duas maiores aglomeraesurbanas (Lisboa e Porto) e do desenvolvimento das restantes cidades para que se tornemmais competitivas e;

    - por outro, incontornavelmente, ser tambm necessrio que os centros de mdiadimenso se afirmem no conjunto do sistema urbano, quer atravs de alianasinterurbanas regionais, recorrendo nomeadamente figura das Comunidades Urbanas ComUrb, quer pela participao em redes internacionais de cooperao interurbana, porexemplo, as redes Mecine e Eurocities;

    Para alm dos aspetos antes enunciados, refiram-se ainda que medidas como:

    . a melhoria das redes de transporte, nomeadamente a construo das ligaes ferroviriasde alta velocidade j projetadas, que contribuir para facilitar a articulao entre osdiferentes centros do sistema urbano nacional (acessibilidades interurbanas) e ainterligao aos grandes eixos urbanos europeus e/ou;

    . a promoo e marketing urbano, que reforcem a projeo econmica e cultural, quantomais no seja das duas maiores aglomeraes urbanas.

    . Equacionaras novas relaes cidade/campo, numa perspectiva de desenvolvimento territorial:

    - Reconhecera importncia do reforo das parcerias urbano/rurais.

    Como sabemos, a promoo do desenvolvimento equilibrado do territrio passainvariavelmente pela correo das assimetrias regionais e, concomitantemente, tambmpelo reforo da articulao dos centros urbanos com as reas rurais.

    Efetivamente, a crescente tendncia de urbanizao dos espaos rurais, a desconcentraoprodutiva, com a consequente relocalizao de atividades econmicas nesses mesmosespaos e o aumento da mobilidade traduziram-se num alargamento das bacias deemprego e das respetivas reas funcionais das cidades, ao mesmo tempo que induziram oaparecimento de novas atividades e funes em reas rurais.

    Neste sentido, o reforo das parcerias urbano/rurais ser tanto mais importante quanto,para alm das novas funes de complementaridade entre cidades (assumidas pelas reasrurais), forem criadas condies de vida e oportunidades de realizao pessoal para apopulao que opta por viver nos pequenos centros urbanos ou nas reas rurais.

    - Reconhecera importncia do aprofundamento de complementaridades funcionais e institucionaisentre a cidade e o campo.

    Entre as reas rurais e as reas urbanas, distino que tende cada vez mais a atenuar-sedevido expanso urbana, sempre existiram complementaridades (funcionais einstitucionais) que o referido fenmeno (a expanso urbana) tem vindo a aprofundar.

    Assim, devido ao aumento da acessibilidade, as reas rurais, tradicionalmentefornecedoras de bens alimentares, mo de obra e atividades de lazer, assumem funescomplementares nas cidades oferecendo:

    - habitao, principal ou secundria;

    - novos produtos provenientes de atividades tradicionais recuperadas e da expanso deatividades urbanas;

    - empregos, nosservios pblicos e nas novas atividades que se instalam nas reas rurais.

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    Do mesmo modo, tambm as relaes de complementaridade institucionalcidade/camposo fundamentais parapromover as especificidades locais e encontrar formas de colmataras dificuldades comuns. A este nvel, so exemplos desta cooperao:

    - as iniciativas comunitrias como oINTERREG, que envolve regies fronteirias, afastadasdos principais eixos de desenvolvimento do Pas, e tem vindo a intensificar a cooperaocom os espaos vizinhos em territrio espanhol, atravs de projectos comuns quepromovem o desenvolvimento;

    - a iniciativa comunitria LEADER, de apoio ao desenvolvimento rural;

    - as Aes integradas de Base Territorial(AIBT), no mbito dos Programas OperacionaisRegionais, que transpem os objectivos do QREN para cada regio.

    - Perspectivara coeso territorial como resultante de um ordenamento e planeamento adequados.

    Considerando a proposta apresentada no quadro anterior, o reforo da coeso territorialperspectiva-se com prioridades como (segundo aAgenda Territorial):

    - o desenvolvimento de um sistema urbano equilibrado e policntrico;

    - uma nova relao urbano-rural, que passa pela garantia de paridade no acesso s infra-estruturas e ao conhecimento;

    - o desenvolvimento sustentvel, com aproteco da natureza e do patrimnio cultural.

    Isto poder passar, de acordo com o mesmo documento, pelo alargamento das zonas decrescimento para alm da rea econmica central da UE, e ainda, j segundo o LivroVerde, pela construo de ligaes rodovirias ou ferrovirias entre as cidades, pelo acessoa servios como a sade ou a educao, que ainda um problema nas zonas rurais. Mastambm pela necessidade de cooperao face aos problemas ambientais associados a

    mudanas climticas, inundaes, declnio da biodiversidade, poluio e deslocaesdirias.

    A consecuo dos objetivos que a coeso territorial encerra impe um planeamentoadequado, pois s ele garante a sustentabilidade das estratgias e projetos que podemimpedir a excessiva presso urbana sobre os campos mais prximos da cidade ou oabandono das reas rurais em declnio agrcola.

    Complementarmente, a coordenao de aes e a cooperao entre as diferentes entidadesresponsveis pelo ordenamento do territrio constituem o suporte para a promoo dodesenvolvimento regional, sendo que a atribuio de novas competncias s regies, sautarquias e s associaes de municpios, atravs da integrao de instrumentos deordenamento do territrio, constitui uma forma de reforar a interveno eresponsabilidade local e regional no prprio processo de desenvolvimento.