Geografia B - Extensivo

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Inclusão para a Vida Geografia B Pré-Vestibular da UFSC 1 UNIDADE 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO O TERRITÓRIO BRASILEIRO O Brasil, possuindo um território de 8.514.876,599 Km 2 , costuma ser considerado um ‗país continental'. De fato, com uma das maiores extensões territoriais do mundo (quinto lugar), inclui-se entre os seis países que têm mais de 7 milhões de km 2 . A extensão do território brasileiro corresponde a uma parcela aproximada de 1,66% da superfície terrestre (cerca de 6% das terras emersas do globo). O território brasileiro ocupa, atualmente, cerca de 47% da área da América do Sul e está localizado em sua porção centro-oriental. Para ter uma ideia da imensidão do nosso país, podemos lembrar também que toda a Europa, a ocidental e a oriental (excluindo a parte europeia da Rússia), onde existem atualmente 39 Estados independentes, possui apenas cerca de 5,2 milhões de km2. Alguns estados do Brasil - como o Amazonas, o Pará, Mato Grosso ou Minas Gerais - têm cada qual uma área territorial superior à de inúmeros países europeus reunidos. A formação territorial do Brasil A ideia de descobrimento do Brasil foi muito comum, se ainda não o é. Era como se o país já estivesse "pronto" e faltasse somente alguém, um navegador português, que o encontrasse. Mas, se o Brasil somos nós, o povo - ou melhor, a sociedade brasileira, com sua cultura, território e instituições -, então é lógico que ele ainda não existia em 1500. O que havia era um espaço físico habitado por inúmeras sociedades indígenas, cada uma com um território diferente. Os colonizadores portugueses se apropriaram de certas áreas, normalmente expulsando ou extermi- nando (ainda, às vezes, escravizando) os índios que as ocupavam, e, com o tempo, expandiram o seu território e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente, que um dia se tornou um Estado-Nação independente. A construção do Brasil, que durou vários sécu- los, teve dois aspectos principais: a criação de uma sociedade com cultura (valores e hábitos) e instituições próprias (especialmente o Estado ou poder público em todos os níveis e esferas); e a formação territorial, isto é, a forma de ocupação da terra e a sua delimitação por meio de fronteiras. Aspectos da colonização Um aspecto marcante na colonização de todo o con- tinente americano - e, por extensão, do Brasil -, com exceção apenas de partes da América do Norte, foi servir para o enriquecimento das metrópoles (as nações europeias). De fato, o que alguns historiadores chamam de "sentido" da nossa colonização está nisto: ela foi organizada para fornecer ao comércio europeu açúcar, tabaco e alguns outros gêneros; mais tarde, ouro e diamantes; depois, algodão e, em seguida, café. E isso acarretaria algumas marcas à economia e à sociedade brasileiras que, em alguns casos, permanecem até hoje, por exemplo: povoamento mais intenso na faixa atlântica, onde se localizam os portos; utilização dos melhores solos para a produção de gêneros destinados à exportação, e não de alimentos para a população; formação de uma sociedade constituída principalmente por uma minoria de altíssimas rendas (que mantém ligações econômicas com o exterior) e uma maioria com baixas rendas, que serve como força de trabalho barata; dependência econômica em relação aos centros mundiais do capitalismo. Assim, a colonização do Brasil teve um caráter de colônia de exploração, o que significa que ela foi inserida na política mercantilista da época, servindo como uma das condições indispensáveis para que ocorresse a Primeira Revolução Industrial, de meados do século XVIII até o final do século XIX. Esse acontecimento marcou a passagem do capitalismo comercial típico da época moderna (séculos XVI a XVIII), em que o comércio era o setor chave da economia, para o capitalismo industrial. Localização O território brasileiro é cortado por dois círculos imaginários o Equador, que passa pela embocadura do rio Amazonas, e o Trópico de Capricórnio, que corta os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e de São Paulo. O Brasil tem seu território assim distribuído: 100% No hemisfério Oeste. 7% No hemisfério Norte. 93% No hemisfério Sul. 93% Na Zona Intertropical. 7% Na Zona Temperada Sul (subtropical).

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Inclusão para a Vida Geografia B

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UNIDADE 1

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO

TERRITÓRIO BRASILEIRO

O TERRITÓRIO BRASILEIRO

O Brasil, possuindo um território de 8.514.876,599

Km2, costuma ser considerado um ‗país continental'.

De fato, com uma das maiores extensões territoriais do

mundo (quinto lugar), inclui-se entre os seis países que

têm mais de 7 milhões de km2. A extensão do território

brasileiro corresponde a uma parcela aproximada de

1,66% da superfície terrestre (cerca de 6% das terras

emersas do globo).

O território brasileiro ocupa, atualmente, cerca

de 47% da área da América do Sul e está localizado em

sua porção centro-oriental. Para ter uma ideia da

imensidão do nosso país, podemos lembrar também

que toda a Europa, a ocidental e a oriental (excluindo a

parte europeia da Rússia), onde existem atualmente 39

Estados independentes, possui apenas cerca de 5,2

milhões de km2. Alguns estados do Brasil - como o

Amazonas, o Pará, Mato Grosso ou Minas Gerais - têm

cada qual uma área territorial superior à de inúmeros

países europeus reunidos.

A formação territorial do Brasil

A ideia de descobrimento do Brasil foi muito comum,

se ainda não o é. Era como se o país já estivesse

"pronto" e faltasse somente alguém, um navegador

português, que o encontrasse. Mas, se o Brasil somos

nós, o povo - ou melhor, a sociedade brasileira, com

sua cultura, território e instituições -, então é lógico que

ele ainda não existia em 1500. O que havia era um

espaço físico habitado por inúmeras sociedades

indígenas, cada uma com um território diferente.

Os colonizadores portugueses se apropriaram

de certas áreas, normalmente expulsando ou extermi-

nando (ainda, às vezes, escravizando) os índios que as

ocupavam, e, com o tempo, expandiram o seu território

e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente,

que um dia se tornou um Estado-Nação independente.

A construção do Brasil, que durou vários sécu-

los, teve dois aspectos principais: a criação de uma

sociedade com cultura (valores e hábitos) e instituições

próprias (especialmente o Estado ou poder público em

todos os níveis e esferas); e a formação territorial, isto

é, a forma de ocupação da terra e a sua delimitação por

meio de fronteiras.

Aspectos da colonização

Um aspecto marcante na colonização de todo o con-

tinente americano - e, por extensão, do Brasil -, com

exceção apenas de partes da América do Norte, foi

servir para o enriquecimento das metrópoles (as nações

europeias). De fato, o que alguns historiadores chamam

de "sentido" da nossa colonização está nisto: ela foi

organizada para fornecer ao comércio europeu açúcar,

tabaco e alguns outros gêneros; mais tarde, ouro e

diamantes; depois, algodão e, em seguida, café. E isso

acarretaria algumas marcas à economia e à sociedade

brasileiras que, em alguns casos, permanecem até hoje,

por exemplo: povoamento mais intenso na faixa

atlântica, onde se localizam os portos; utilização dos

melhores solos para a produção de gêneros destinados

à exportação, e não de alimentos para a população;

formação de uma sociedade constituída principalmente

por uma minoria de altíssimas rendas (que mantém

ligações econômicas com o exterior) e uma maioria

com baixas rendas, que serve como força de trabalho

barata; dependência econômica em relação aos centros

mundiais do capitalismo.

Assim, a colonização do Brasil teve um

caráter de colônia de exploração, o que significa que

ela foi inserida na política mercantilista da época,

servindo como uma das condições indispensáveis para

que ocorresse a Primeira Revolução Industrial, de

meados do século XVIII até o final do século XIX.

Esse acontecimento marcou a passagem do capitalismo

comercial típico da época moderna (séculos XVI a

XVIII), em que o comércio era o setor chave da

economia, para o capitalismo industrial.

Localização

O território brasileiro é cortado por dois círculos

imaginários – o Equador, que passa pela embocadura

do rio Amazonas, e o Trópico de Capricórnio, que

corta os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e de

São Paulo. O Brasil tem seu território assim

distribuído:

100% No hemisfério Oeste.

7% No hemisfério Norte.

93% No hemisfério Sul.

93% Na Zona Intertropical.

7% Na Zona Temperada Sul (subtropical).

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Fronteiras

Temos 15.719 km de fronteiras, feitas principalmente

por rios e serras; o maior trecho é com a Bolívia –

3.126 km, e o menor com o Suriname – 593 km. O

Chile e o Equador não têm fronteiras com o Brasil. No

Leste, o país faz 10.959 km de fronteira com o Oceano

Atlântico. Visualize essas e outras características do

território observando o mapa abaixo:

Fusos Horários

Devido à sua grande extensão longitudinal, o território

brasileiro é atravessado por quatro fusos horários,

sendo neles a hora atrasada em relação à Hora de

Greenwich. Entretanto, em junho de 2008 houve uma

nova padronização do fuso brasileiro e, desde então, o

país estabeleceu apenas dois fusos continentais e um

oceânico. No segundo fuso horário brasileiro (menos

três horas em relação a Greenwich), temos a ―Hora

Oficial do Brasil‖ (Hora de Brasília).

Exercícios de Sala

1. (PUC-SP) Leia com atenção: "[...] a Amazônia se

destaca pela extraordinária continuidade de suas

florestas, pela ordem de grandeza de sua principal rede

hidrográfica e pelas sutis variações de seus

ecossistemas, em nível regional e de altitude. Trata-se

de um gigantesco domínio de terras baixas florestadas,

disposto em anfiteatro [...]" (Aziz AB'SÁBER In: Os Domínios de Natureza no Brasil,

p. 65)

Esse trecho se refere ao domínio morfoclimático

amazônico. Considerando a classificação dominante (e

atual) do relevo brasileiro, é correto dizer que:

a) A Amazônia é um imenso segmento territorial de

planícies rebaixadas, produto de deposição de

sedimentos.

b) Embora apresente terras baixas, a Amazônia é

constituída de planaltos na sua maior extensão, e

apenas alguns pontos são realmente planícies.

c) Há presença dominante de planícies, com pequenos

segmentos de depressões nas margens dos maiores

rios.

d) Planaltos, depressões e planícies, formações de

origens diferentes, equivalem-se em extensão, e

estão, mais ou menos, na mesma faixa de altitude.

e) Predominam as depressões, com a presença de

planícies descontínuas no sul e ao longo da calha do

Rio Amazonas, e uma formação planáltica ao norte.

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2. (UERJ)

Indique dois problemas relacionados à segurança

nacional e dois problemas de ordem socioambiental

que ocorrem ao longo da faixa de fronteira indicada no

mapa.

3. (UNICamp) A abelha, no Brasil, é um híbrido das

abelhas europeias ('Apis mellifera mellifera', 'Apis

mellifera ligustica', 'Apis mellifera caucasica' e 'Apis

mellifera carnica') com a abelha africana ('Apis

mellifera scutellata'). Essa abelha, africanizada, possui

um comportamento muito semelhante ao da 'Apis

mellifera scutellata', em razão da maior adaptabilidade

desta raça às condições climáticas do País. Muito

agressiva, porém menos que a africana, a abelha do

Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta

produtividade e tolerância a doenças.(Embrapa Meio-Norte,

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPM

el/racas.htm, acessado em 05/09/2008.)

Goudie, A. "The Human Impact on the Natural Environment". 6a ed.,

Malden: Blackwell Publishing, 2006, p. 69.

a) Calcule a distância, em quilômetros, de propagação

da abelha africana entre o ponto de origem e a

cidade de Fortaleza. Por que a propagação da

abelha africana não avançou para a Patagônia

Argentina e a Cordilheira dos Andes?

b) A apicultura é uma atividade capaz de causar

impactos positivos, tanto sociais quanto

econômicos, além de contribuir para a manutenção

e preservação de ecossistemas existentes. Aponte

dois aspectos econômicos positivos trazidos pela

apicultura, em especial para a agricultura familiar.

4. (UFMG) Analise este fluxograma:

Queimadas na Floresta Amazônica

A partir da análise desse fluxograma e considerando-se

outros conhecimentos sobre o assunto, é incorreto

afirmar que

a) a inflamabilidade da floresta decorre de ações

humanas associadas, direta ou indiretamente, a

causas naturais.

b) a redução da cobertura florestal, ao comprometer a

evapotranspiração, pode, a longo prazo, acarretar

redução das chuvas.

c) o aumento do número e da intensidade das

queimadas na Amazônia pode tornar-se, num ciclo

vicioso, um processo de retroalimentação.

d) o fenômeno El Niño tem relação direta, mas

favorável, com a redução das queimadas na

Amazônia brasileira.

UNIDADE 2

OS CLIMAS DO ESPAÇO BRASILEIRO

CLIMAS DO BRASIL

O CLIMA DO BRASIL

Com a maior parte do seu território na Zona

Intertropical do planeta, o Brasil é dominado por

climas quentes – equatorial e tropical. Somente no Sul

é que notamos a presença de clima subtropical, com

ocorrência de geadas no inverno (podendo até ocorrer

nevadas, pois os meses de inverno são úmidos no

Planalto Meridional – do Paraná para o Sul).

Entre os fatores que influenciam o clima, são

destacados como influência direta:

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- a latitude, pois o Brasil possui uma extensão Norte-Sul superior a 4.300 Km, tendo aproximadamente 92% do

território na faixa intertropical e o restante na área subtropical;

- a altitude, característica de algumas áreas, especialmente do sul e do sudeste, onde há áreas com altitudes mais

elevadas, o que faz as temperaturas oscilarem com maior frequência que o restante do país;

- as massas de ar, pois o Brasil recebe influências da massa Equatorial continental (eMc), massa Equatorial

atlântica (mEa), massa Tropical continental (mTc), massa Tropical atlântica (mTa) e massa Polar atlântica (mPa)

Fonte: SIMIELLI, M.E. GEOATLAS. São Paulo: Ática, 2003.

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Tipos Climáticos

- Equatorial: Quente e chuvoso, é típico na região da

Floresta Amazônica.

FONTE: VESENTINI, J.W.

Geografia do Brasil. São Paulo:

Ática, 2001.

- Tropical Atlântico: É característico do litoral

brasileiro, sofrendo variações térmicas à medida que se

afasta do Equador.

FONTE: VESENTINI, J.W.

Geografia do Brasil. São Paulo: Ática, 2001.

FONTE: VESENTINI, J.W.

Geografia do Brasil. São Paulo:

Ática, 2001.

- Tropical Semi-Árido: caracteriza o sertão

nordestino, com chuvas irregulares e mal distribuídas.

VESENTINI, J.W. Geografia do

Brasil. São Paulo: Ática, 2001.

Tropical de Altitude: na região da Serra da

Mantiqueira e Serra do Mar, entre os estados de SP,

MG e RJ, esse clima tem suas temperaturas amenizadas

pela altitude, aproximando-se das características

subtropicais do Brasil.

Subtropical: é o clima característico da região ao Sul

do Trópico de Capricórnio (Sul de SP, PR, SC e RS).

Ela sofre ação direta da mPa. É o clima mais regular do

Brasil e o único que apresenta as estações claramente

definidas, com verão muito quente e invernos

rigorosos.

FONTE: VESENTINI, J.W.

Geografia do Brasil. São Paulo: Ática, 2001.

O CLIMA COMO RECURSO NATURAL

O clima, entendido como manifestação

habitual da atmosfera num determinado ponto, é um

dos importantes recursos naturais à disposição do

homem e foi considerado matéria de interesse comum

da humanidade por decisão da ONU em 1989. É um

dos principais fatores responsáveis pela repartição dos

animais e vegetais sobre o globo.

Da mesma forma, a água doce (...) tem sua

distribuição e seus estoques determinados, em grande

parte, pelas condições do clima.

A atividade agrícola e o rendimento das

colheitas dependem, fundamentalmente, da evolução

do tempo. Se este for desfavorável, a produção poderá

ficar comprometida.

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6

A geração de energia hidrelétrica (...)

depende fundamentalmente do fluxo hídrico, e este, do

comportamento do tempo. (...)

O vento, já no século XVI, era utilizado

como importante fonte de energia, principalmente para

impulsionar as embarcações que, nessa época,

começavam a alargar os horizontes geográficos. (...)

A radiação solar é também cada vez mais

aproveitada para a geração de energia em escala

industrial, com vantagem de ser assim como os ventos

e os rios, uma fonte inesgotável e limpa. (...)

Captando o calor diretamente do Sol, (...)

áreas estão destinadas a se tornarem, quando as

limitações tecnológicas houverem sido superadas, as

grandes fornecedoras de energia para o consumo

industrial.

As características de seu clima preparam-

nas para essa importante função no mundo futuro. ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998. p. 87-

88.

Exercícios de Sala

1. (UFRGS) Observe o mapa de climas do Brasil e os

três climogramas que seguem.

Assinale a correspondência correta entre as localidades

A, B e C assinaladas no mapa e os climogramas I, II e

III.

a) A (I) – B (II) – C (III) d) A (II) – B (I) – C (III)

b) A (II) – B (III) – C (I) e) A (III) – B (II) – C (I)

c) A (III) – B (I) – C (II)

2. (UFRGS) A relação entre eventos meteorológicos e

as características de ocupação do território resultou em

catástrofes no estado de Santa Catarina em 2008.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) os fatores a

seguir, conforme eles estejam ou não relacionados a

essas catástrofes,

( ) Combinação de frentes frias vindas do sul e massas

de ar quentes e úmidas vindas do norte do país,

( ) Influência da corrente marítima quente vinda do

sul, conhecida como corrente das Malvinas.

( ) Expansão da ocupação humana nas áreas de risco

no btoma Mata Atlântica.

( ) Chuvas torrenciais que geram deslizamentos de

encostas,

A sequência correta de preenchimento dos parênteses,

de cima para baixo, e

a) V - V - F - V. d) F - V - F - F.

b) F - F - V - F. e) F - V - V - V.

c) V - F - V - V.

3. (G1)

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7

Sobre a dinâmica das massas de ar que atuam no

território brasileiro no inverno e no verão, conforme o

mapa acima, assinale a proposição correta.

a) A massa Tropical continental (mTc), quente e

úmida, tem como centro de origem o Nordeste da

Amazônia.

b) A massa Equatorial continental (mEc) é responsável

pelo fenômeno conhecido como ―friagem‖ na

Região Norte.

c) A massa Tropical atlântica (mTa), quente e seca, tem

como centro de origem o Atlântico Sul. A mTa atua

durante todo o ano na Amazônia ocidental e, no

verão, provoca as chuvas orográficas em todas as

demais regiões brasileiras.

d) A massa Equatorial atlântica (mEa), quente e úmida,

tem como centro de origem o Atlântico Sul.

e) A massa Polar atlântica (mPa) tem como centro de

origem o Atlântico Sul. Essa massa de ar é

responsável pela precipitação de neve durante o

inverno nas regiões serranas dos estados de Santa

Catarina e do Rio Grande do Sul.

4. (UFPR) Nesta terça-feira (15/09/09), áreas de

instabilidade que se deslocam pelo norte da Argentina

devem chegar ao Brasil a partir da tarde e voltam a

provocar pancadas de chuva no oeste e norte do RS, no

centro-oeste de SC, no oeste do PR e no sul de MS,

onde tem-se uma massa de ar quente e úmida.

O texto acima refere-se à previsão do tempo para o dia

15/09/09, realizada pelo Centro de Previsão do Tempo

e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais. Levando em consideração os

dados apresentados, assinale a alternativa correta.

a) A Frente Polar Atlântica, principal área de

instabilidade da América do Sul meridional, é

responsável pelas chuvas previstas no texto.

b) As áreas de instabilidade são geradas por nuvens de

desenvolvimento vertical, por isso a previsão de

pancadas de chuva.

c) As pancadas de chuva são típicas dos climas úmidos,

muito bem representados pelas regiões mencionadas

no texto.

d) O deslocamento da massa de ar tropical em direção a

leste é que gera as áreas de instabilidade

mencionadas no texto.

e) A massa de ar quente e úmida que se encontra sobre

o estado do Mato Grosso do Sul corresponde à

massa tropical continental, geradora de chuvas em

pancadas.

UNIDADE 3

GEOLOGIA E RELEVO DO BRASIL

FORMAÇÃO GEOLÓGICA

A formação geológica no território brasileiro é muito

antiga (formada nas eras Arqueozoica e Proterozoica) e

constituída por terrenos cristalinos (rochas

magmáticas e metamórficas) e sedimentares.

Nos terrenos cristalinos da era

Arqueozoica, destacam-se os dois grandes ressaltos, ou

―escudos‖, conhecidos como Guiano e Brasileiro.

Nesses terrenos, o aproveitamento econômico é

pequeno. Já nos terrenos Proterozoicos, que afloram

em cerca de 4% do país (em meio às áreas

Arqueozoicas), estão as nossas principais jazidas

minerais.

Os terrenos sedimentares são

predominantes no Brasil, boa parte recobrindo a base

de rochas cristalinas. Esses terrenos são conhecidos

como Bacias Sedimentares, sendo as principais:

Amazônica; Litorânea ou Costeira; Pantanal;

Sanfranciscana; Paranaica; Recôncavo Baiano e

Maranhão-Piauí. Nessas áreas são encontrados carvão,

petróleo e xisto.

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Inclusão para a Vida Geografia B

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FONTE: MOREIRA, I. O Espaço Geográfico – Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2003.

UNIDADES DE RELEVO

O relevo brasileiro é de formação muito

antiga e bastante erodida. Assim, predomina um

terreno de altitude modesta (com média de 900

metros). Ele é moldado apenas por agentes externos,

uma vez que a atuação dos agentes internos é

praticamente inexistente em nosso território.

Esquematicamente, o geógrafo Jurandir Ross dividiu o

relevo brasileiro da seguinte forma:

- Planaltos – terrenos irregulares (com acentuados

aclives e declives) e com altitudes superiores a 200

metros;

- Planícies – terrenos com certa regularidade (sem

declives e aclives acentuados) onde prevalecem

altitudes que variam de 0 a 200 metros;

- Depressões – terrenos com certa regularidade, mas

localizados em altitudes que variam de 200 a 500

metros.

Essa classificação, concluída em 1995, foi

fundamentada com as pesquisas do Projeto

Radambrasil. Segundo essa classificação, o relevo

brasileiro está dividido em 11 Planaltos, 11

Depressões e 6 Planícies.

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UNIDADES DE RELEVO DO BRASIL

FONTE: ROSS,J.L.S.(Org.), Geografia do Brasil. 2.ed. São Paulo: Edusp, 1998.

Entretanto, existem algumas classificações mais

tradicionais do relevo brasileiro, como a que foi

realizada na década de 1960 pelo renomado geógrafo

Ab‘Saber. Nessa classificação, o relevo do Brasil é

dividido da seguinte forma:

Planaltos

- Guiano (ou das Guianas)

- Brasileiro, sendo subdividido em:

Central, Meridional, Nordestino, Serras e

Planaltos do Leste-Sudeste, Maranhão-

Piauí e Uruguaio-Rio-Grandense.

Planícies

- Planícies e terras baixas amazônicas;

- Planícies e terras baixas costeiras;

- Planícies do Pantanal.

Exercícios de Sala

1. (UDESC) Sobre o relevo catarinense, assinale a

alternativa incorreta.

a) As depressões catarinenses circundam todas as

serras, algumas abaixo do nível do mar.

b) A maior parte do relevo compõe-se de terrenos

planos e altos.

c) Entre os planaltos e as planícies aparecem as serras.

d) Destacam-se dois importantes conjuntos de serras: a

Serra do Mar e a Serra Geral.

e) As planícies são regiões predominantes do litoral,

também chamadas de planícies costeiras.

2. (UFG) Segundo os geógrafos Aroldo de Azevedo

(1948) e Aziz Ab' Saber (1956), no Planalto Meridional

do Brasil destaca-se a ocorrência de solos de terra roxa,

caracterizados por elevada fertilidade natural e por isso

muito utilizados nas atividades agrícolas. O tipo de

rocha, a estrutura geológica que dá origem ao solo de

terra roxa e a atividade agrícola historicamente nele

desenvolvida são, respectivamente:

a) o basalto, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia

Sedimentar do Paraná, onde se desenvolveu o

cultivo de café.

b) o arenito, que é uma rocha sedimentar marinha da

Bacia Sedimentar do Maranhão, onde se

desenvolveu a plantação de arroz.

c) o granito, que é uma rocha ígnea intrusiva do Escudo

Cristalino do Brasil Central, onde se desenvolveu o

cultivo de feijão.

d) o gnaisse, que é uma rocha metamórfica bandeada

do Escudo Cristalino Atlântico, onde se

desenvolveu o plantio de laranja.

e) o diabásio, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia

Sedimentar da Amazônia, onde se desenvolveu o

cultivo de pimenta-do-reino.

3. (UFRGS) A coluna da esquerda, a seguir, apresenta

o nome dos dois biomas que ocorrem no Rio Grande

do Sul; a da direita, as unidades de relevo do estado.

Associe adequadamente a coluna da direita à da

esquerda.

1 – Mata Atlântica ( ) Planície Costeira

2 – Pampa ( ) Depressão periférica

( ) Planalto Meridional

( ) Escudo Sul-Rio-

Grandense

A sequência correta de preenchimento dos parênteses,

de cima para baixo, é

a) 1 – 1 – 2 – 1. d) 2 – 1 – 2 – 2.

b) 1 – 1 – 2 – 2. e) 2 – 2 – 1 – 2.

c) 1 – 2 – 1 – 1.

4. (UNEMAT) Segundo Ross (1995), o relevo

brasileiro apresenta grande variedade morfológica,

decorrente, principalmente, da ação de agentes

externos, sobre os agentes internos. Os agentes

externos que mais participam da formação do relevo

são:

a) abalos sísmicos e vulcões.

b) as erupções vulcânicas do passado e os raios solares.

c) a erosão e umidade.

d) o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.

e) as intempéries e a ação antrópica.

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UNIDADE 4 E 5

VEGETAÇÃO ORIGINAL E DOMÍNIOS

MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS

No Brasil, por causa da imensidão do

território, existem várias paisagens vegetais, ou

biomas. Abordamos como vegetação original, pois esse

é o primeiro elemento das paisagens que o ser humano

modifica. As formações vegetais que prevalecem no

espaço brasileiro são:

- Floresta Amazônica: Também denominada de

latifoliada equatorial, está localizada no Norte do país e

abrange cerca de 50% da área total do país. É uma

floresta heterogênea, de mata densa e intricada (com

milhares de espécies vegetais), e perene, ou seja,

sempre verde.

- Floresta Atlântica: Conhecida também como

floresta latifoliada tropical,corresponde, mais ou

menos, ao clima tropical úmido. Está localizada entre o

litoral e o interior do país. São espécies típicas dessa

floresta o pau-brasil, o cedro, a peroba e o jacarandá.

Aproximadamente 96% de sua área original já foi

dizimada pela colonização.

- Mata de Araucárias: Essa formação vegetal, que

também recebe o nome de floresta aciculifoliada,

corresponde, mais ou menos, às áreas de clima

subtropical. Nela predominam os pinheiros (Araucária

angustifólia), embora também apareça a erva-mate, a

imbuia, diversos tipos de canela, cedros e ipês.

Calcula-se que apenas 5% de sua mata original ainda

permanece ―intocada‖.

- Cerrado: Essa formação surge em áreas de clima

tropical típico do Planalto Central, com predomínio de

arbustos e vegetação rasteira. Também denominado de

savana, aproximadamente 45% de sua vegetação foi

destruída.

- Caatinga: É uma vegetação típica do semi-árido

nordestino. Apresenta vegetação pobre, prevalecendo

as xerófilas e cactáceas.

- Complexo Pantanal: Trata-se de uma paisagem

complexa, pois é uma mistura de outras formações

vegetais brasileiras (cerrado, amazônica e floresta

atlântica).

- Campos: É um tipo de vegetação rasteira

localizada principalmente no Sul do Brasil.

- Vegetações Litorâneas: São características das

terras baixas e planícies do litoral. Aí aparecem os

manguezais, a vegetação de praias, a das dunas e das

restingas.

No lugar da expressão paisagem natural,

alguns geógrafos costumam utilizar a denominação de

Domínio Morfoclimático (‗morfo’ , ‗forma‘, que, nesse

caso, se refere ao relevo; climático, ‘relativo ao

clima‘). No Brasil, podemos reconhecer seis principais

domínios e, entre eles, numerosas faixas de transição

(com elementos de dois ou mais deles, que não são

classificados).

Vegetação Original do espaço brasileiro

VESENTINI, J. W. "Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do

Brasil". São Paulo: Ática, 1999. p. 261.

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO

BRASIL

Os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros são

regiões com diferenças gritantes entre as características

climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e

fitogeográficas demarcadas pelo geógrafo brasileiro

Aziz ab‘Saber. Essa classificação relativamente

recente, feita em 1970, divide o extenso território

brasileiro em seis partes muito distintas umas das

outras.

Page 11: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

11

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS (Azis

Ab’Saber)

FONTE: MOREIRA, I. O Espaço Geográfico – Geografia Geral e

do Brasil. São Paulo: Ática, 2003.

A ocupação da Amazônia

Dentre os problemas ecológicos que ocorrem no Brasil,

um dos mais graves refere-se à devastação da floresta

Amazônica. Dentre as consequências desse processo,

estão:

- a perda da biodiversidade e extinção de espécies;

- expulsão de indígenas e posseiros;

- aumento de gás carbônico na atmosfera, causado

pelas grandes queimadas;

- empobrecimento dos solos da região.

Calcula-se que a cada ano ocorram, no

mínimo, um desmatamento de 3 milhões de hectares. A

floresta já perdeu 16,3% de sua vegetação primária

desde a década de 1970. Para conter esse avanço, o

governo iniciou, em 2002, as atividades do Sistema de

Vigilância da Amazônia (Sivam), com a inauguração

de centrais regionais de vigilância de Manaus e Porto

Velho. Ao ser concluído (no custo de 1,4 bilhão de

dólares), o projeto contará com 5 satélites, 25 radares,

33 aviões e mais de 2,1 mil funcionários.

Exercícios de Sala

1. (FATEC) Os cerrados brasileiros são

formados por árvores com aspecto

xeromórfico, com árvores tortuosas e

espaçadas, com troncos de cortiça espessa

e folhagem coriácea e pilosa, muitas vezes

lembrando a caatinga arbustiva densa, da

região do semiárido nordestino. [Adaptado de: ROSS, J. (org.). "Geografia

do Brasil". São Paulo: Edusp, 1996].

O fator que pode explicar tal semelhança

fisionômica entre os dois tipos de

vegetação é:

a) a baixa umidade nos solos do cerrado,

com árvores com menor capacidade de

captar e armazenar água do ambiente.

b) a baixa fertilidade natural dos solos do

cerrado, em geral muito ácidos, pobres em

cálcio e nutrientes em geral.

c) a vigência de um clima tropical seco e de

altitude no cerrado, responsável por

invernos mais chuvosos e verões mais

quentes e secos.

d) o uso intensivo das queimadas como

fator de manejo e controle do cerrado, para

eliminação de gramíneas.

e) o extenso desmatamento do domínio dos

cerrados para a produção de soja e gado,

tornando a região mais seca.

2. (UEL) No Brasil, a retomada do

crescimento econômico, a partir de 2004, teve como

consequência o aumento da demanda de carvão vegetal

para o abastecimento das indústrias siderúrgicas de

Minas Gerais e, ao mesmo tempo, a diminuição dos

investimentos aplicados no replantio de florestas

destinadas à produção desse recurso.

Com base nos conhecimentos sobre o tema, assinale a

alternativa que corretamente identifica a formação

vegetal diretamente afetada pela maior demanda de

carvão vegetal em Minas Gerais.

a) Caatinga.

b) Cerrado.

c) Campos Gerais.

d) Mata Atlântica.

e) Mata de Araucária.

3. (UFG) Segundo uma reportagem do jornal O Globo

(nov. 2009), entre os meses de agosto de 2008 a julho

de 2009 foram desmatados, na Amazônia, 7.008 km2

de floresta, de acordo com dados do Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais. Apesar de esse número

significar uma redução de 45% em relação ao ano

anterior, o desmatamento ainda origina diversos

prejuízos socioambientais à Floresta Amazônica,

causando

Page 12: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

12

a) diminuição da fertilidade dos solos, comprometendo

a potencialidade agrícola.

b) aumento da poluição do ar, provocando chuvas

ácidas que impedem o desenvolvimento da

agricultura.

c) diminuição da fauna, prejudicando as atividades

turísticas.

d) aumento da erosão eólica, comprometendo o

calendário agrícola tradicional das populações.

e) diminuição dos níveis fluviais, alterando os usos e

as apropriações econômicas dos rios.

4. (G1) No livro Os Sertões, durante o primeiro

capítulo intitulado ―A Terra‖, Euclides da Cunha faz

uma descrição das características paisagísticas do local

em que ocorreu a Guerra de Canudos. A seguir

trazemos um trecho do livro em que são descritas

algumas características da vegetação do local de

conflito:

―Embora esta não

tenha as espécies reduzidas

dos desertos — mimosas

tolhiças ou eufórbias ásperas

sobre o tapete das gramíneas

murchas — e se afigure farta

de vegetais distintos, as suas

árvores, vistas em conjunto,

semelham uma só família de

poucos gêneros, quase

reduzida a uma espécie

invariável, divergindo apenas

no tamanho, tendo todas a

mesma conformação, a mesma

aparência de vegetais

morrendo, quase sem troncos,

em esgalhos logo ao irromper

do chão. É que por um efeito

explicável de adaptação às

condições estreitas do meio

ingrato, evolvendo

penosamente em círculos

estreitos, aquelas mesmo que

tanto se diversificam nas matas

ali se talham por um molde

único‖.

A partir desse trecho, podemos deduzir que a paisagem

do local em que ocorreu a Guerra de Canudos é

caracterizada pela:

a) presença da Mata Atlântica, vegetação comum em

regiões de clima tropical úmido.

b)presença da Mata de Araucária, vegetação

característica de regiões de clima subtropical.

c) presença da Caatinga, vegetação típica de regiões de

clima tropical semiárido.

d) presença da Floresta Amazônica, vegetação muito

presente em regiões de clima mediterrâneo.

e) presença de Mangues, vegetação litorânea de clima

tropical de altitude.

UNIDADE 6

RECURSOS HÍDRICOS

O Brasil possui a maior reserva mundial de recursos

hídricos. Abriga, em seu território, uma das maiores

redes hidrográficas do planeta – metade de toda a água

disponível da América do Sul -, além de extensas

reservas de água subterrâneas. Apesar de todo esse

potencial, o país não está livre do problema da escassez

de água.

O uso predatório dos recursos hídricos,

poluição, assoreamento dos rios e desperdício são os

principais responsáveis pela escassez de água.

Bacias hidrográficas brasileiras

O Brasil, dada a sua grande extensão territorial e a

predominância de climas úmidos, tem uma extensa

rede hidrográfica. As bacias hidrográficas brasileiras

oferecem, em muitos trechos, grandes possibilidades de

navegação. Apesar disso, o transporte hidroviário é

pouco utilizado no país. Em outros trechos, nossos rios

apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante

explorado no Centro-Sul do país em decorrência da

concentração urbano-industrial, mas sub-utilizado em

outras regiões, como a Amazônia.

Tecnicamente, a hidrografia brasileira

apresenta os seguintes aspectos:

- Não possui lagos tectônicos, pois as

depressões tornaram-se bacias sedimentares. Em nosso

Page 13: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

13

território, só há lagos de várzea (temporários, muito

comuns no Pantanal) e lagoas costeiras, como a dos

Patos (RS) e a Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por

restingas.

- Todos os rios brasileiros, com exceção do

Amazonas, possuem regime pluvial. Uma pequena

quantidade da água do rio Amazonas provém do

derretimento de neve na cordilheira dos Andes,

caracterizando um regime misto (nival e pluvial).

- Todos os rios são exorreicos; mesmo os que

correm para o interior têm como destino final o oceano,

como o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez

deságua no mar (estuário do Prata).

- Há rios temporários apenas no Sertão

nordestino, onde o clima é semi-árido. No restante do

país, os rios são perenes.

- Predominam rios de planalto em áreas de

elevado índice pluviométrico. A existência de muitos

desníveis no terreno e o grande volume de água

possibilitam a produção de hidroeletricidade.

- Com exceção do rio Amazonas, que possui foz

mista (delta e estuário), e do rio Parnaíba, que possui

foz em delta, todos os rios brasileiros que deságuam

livremente no oceano formam estuários.

As principais bacias hidrográficas brasileiras são:

- Bacia do rio Amazonas: a maior bacia

hidrográfica do planeta tem sua vertente delimitada

pelos divisores de água da cordilheira dos Andes, pelo

planalto das Guianas e pelo planalto Central. Seu rio

principal nasce no Peru, com o nome de Marañon, e

passa a ser denominado Solimões da fronteira brasileira

até o encontro com o rio Negro. A partir daí, recebe o

nome de Amazonas. É o rio mais extenso (total de

7.100 km) e de maior volume de água do planeta. Esse

fato é explicado pela presença de afluentes de ambos os

lados que, por estarem nos dois hemisférios (norte e

sul), permitem a dupla captação das cheias de verão.

Os afluentes do rio Amazonas nascem, em sua maioria,

nos escudos dos planaltos das Guianas e Brasileiro,

possuindo, assim, o maior potencial hidrelétrico

disponível do país. Ao caírem na bacia sedimentar, que

é plana, tornam-se rios navegáveis. O rio Amazonas,

que corre no centro da bacia, é totalmente navegável.

- Bacia do rio Tocantins: esta bacia drena,

aproximadamente, 9,5% do território nacional. Seus

principais rios nascem no estado de Goiás e no Bico do

Papagaio (TO), onde o Tocantins recebe seu principal

afluente, o rio Araguaia. Em terras paraenses, o

Tocantins deságua no Golfão Amazônico, onde se

localiza a ilha de Marajó. Por apresentar longos trechos

navegáveis, essa bacia é utilizada para escoar parte da

produção de grãos (destaque para a soja) das regiões

que banha. A usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda

maior do país, foi construída no rio Tocantins e atende

às necessidades de consumo de energia do Projeto

Carajás, no Pará.

- Bacia Platina (composta pela bacia do

Paraná e bacia do Uruguai): o Brasil também é

banhado pela segunda maior bacia hidrográfica do

planeta. Seus três rios principais – Paraná, Paraguai e

Uruguai – formam o rio da Prata, ao se encontrarem,

em território argentino. A bacia do rio Paraná apresenta

o maior potencial hidrelétrico instalado do país, além

de trechos importantes para a navegação, com destaque

para a hidrovia do Tietê. A bacia do Paraguai, que

atravessa o Pantanal Mato-grossense, é amplamente

navegável. Já a bacia do Uruguai, com pequeno

potencial hidrelétrico e poucos trechos navegáveis, tem

importância econômica apenas regional.

- Bacia do rio São Francisco: é uma extensa

bacia hidrográfica, responsável pela drenagem de

aproximadamente 7,5% do território nacional. O rio

São Francisco, que nasce em Minas Gerais, atravessa o

sertão semi-árido mineiro e baiano, possibilitando a

sobrevivência da população ribeirinha de baixa renda, a

irrigação em pequenas propriedades e em grandes

projetos agroindustriais e a criação de gado. O São

Francisco é um rio bastante aproveitado para a

produção de hidroeletricidade. Ele é navegável em um

longo trecho dos estados de Minas Gerais e Bahia,

desde que a barragem de Três Marias não lhe retenha

muita água.

- Bacias secundárias: o Brasil possui três

conjuntos de bacias secundárias: Atlântico Norte-

Nordeste, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste. As

bacias hidrográficas que os compõem não possuem

ligação entre si. Elas foram agrupadas por sua

localização geográfica ao longo do litoral. O rio

principal de cada uma delas tem sua própria vertente,

delimitando, portanto, uma bacia hidrográfica. Por

exemplo, as bacias do Atlântico Leste são formadas

pelo agrupamento das bacias do Paraíba do Sul, Doce,

Jequitinhonha, Pardo, Contas e Paraguaçu.

Aquífero Guarani, um mar potável subterrâneo

Denominam-se aquíferos as reservas de água

subterrâneas que representam uma alternativa

estratégica ao problema de falta de água. No Brasil, o

principal deles é o aquífero Guarani, maior reserva de

água doce da América do Sul. (...)

Esse verdadeiro mar potável subterrâneo

estende-se por cerca de 1,2 milhão de Km2, dois terços

dos quais em território brasileiro, onde atinge oito

estados do centro-sul do país (MT, MS, GO , MG, SP,

PR, SC e RS). O restante prolonga-se por Uruguai,

Argentina e Paraguai. (...) Adaptado de Aureliano Biancarelli para o jornal Folha

de São Paulo, 19 de maio de 1996.

Page 14: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

14

Fique ligado...

Exercícios de Sala

1. (UFSM) Analise os gráficos.

Considerando os dados fornecidos pelos gráficos, é

correto afirmar:

a) O setor agrícola apresenta os maiores volumes de

captação de água, e a rede de abastecimento

doméstico, as maiores perdas.

b) No futuro, a perda de água por evaporação deverá

superar o volume de água captado para uso

industrial.

c) Independente do setor analisado, o percentual de

perda de água se manteve mais ou menos constante

ao longo do século XX.

d) Durante o período analisado, o setor agrícola foi o

que apresentou o menor crescimento na captação de

água.

e) A captação de água para consumo industrial só

supera o volume captado para uso doméstico a partir

de 1975.

2. (UFC) Os rios são correntes naturais de água doce,

com canais definidos e fluxos perenes ou intermitentes

que desembocam nos oceanos, lagos ou em outros rios.

Nessa condição, os rios realizam ações de

transformação das paisagens e têm grande importância

social.

a) Cite os processos associados aos rios a partir dos

quais ocorre a transformação das paisagens

naturais.

b) Aponte três situações de uso dos rios pela sociedade.

c) Aponte a maior e mais importante bacia hidrográfica

do Ceará e nomeie os dois maiores açudes nela

localizados.

C.I. Bacia hidrográfica:

3. (UEG) O Brasil é dotado de uma vasta rede

hidrográfica. Muitos de seus rios destacam-se pela

extensão, largura, profundidade e volume de água

escoado, tornando o país detentor de uma das maiores

reservas de água doce do mundo. Apesar desta

realidade, o país já enfrenta problemas no que concerne

ao abastecimento urbano de água potável (como no

caso de São Paulo), além de conflitos no campo pela

distribuição de água para as atividades da agricultura e

pecuária. Com base nestas informações, responda ao

que se pede.

a) Caracterize o potencial das bacias hidrográficas do

Paraná e do Amazonas para o abastecimento de água

potável nos centros urbanos, considerando a atual

distribuição geográfica da população sobre o território

nacional.

b) Cite e explique dois impactos negativos decorrentes

da utilização dos recursos hídricos da Bacia do Paraná.

4. (Mackenzie) "... Bacia hidrográfica amplamente

navegável, pois atravessa regiões de relevo pouco

acidentado no pantanal mato-grossense e, por essa

mesma razão, apresenta pequeno potencial hidrelétrico,

sofrendo um intenso processo de inundação durante as

chuvas de verão, fenômeno responsável pela

denominação de Pantanal." Paulo Roberto Moraes, "Geografia Geral e do Brasil".

A bacia hidrográfica a que se refere o texto é a:

a) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraná.

b) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Paraná.

c) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraguai.

d) Bacia do Paraná, sub-bacia do Rio Uruguai.

e) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Cuiabá.

Page 15: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

15

UNIDADE 7 E 8

A DIVISÃO REGIONAL DO ESPAÇO

BRASILEIRO E A REGIÃO SUL DO BRASIL

AS REGIÕES DO BRASIL

Região natural é a porção territorial que

apresenta um quadro físico comum – relevo, clima,

vegetação, hidrografia. É o caso do Pantanal Mato-

Grossense, da Campanha Gaúcha ou do Sertão

Nordestino.

Com mais de 8,5 milhões de km2, o Brasil

apresenta diferentes aspectos naturais, humanos e

econômicos em seu território. Considerando-se tais

diferenças, áreas relativamente homogêneas são

agrupadas em regiões.

A divisão regional do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) identifica cinco regiões

no Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-

Oeste.

Além dos fatores naturais, humanos e

econômicos, essa divisão considera os limites dos

estados.

REGIÕES GEOECONÔMICAS

Região geoeconômica é a porção territorial

que apresenta um mesmo quadro sociocultural e

econômico, quase sempre como conseqüência de um

quadro físico comum.

No caso das regiões geoeconômicas

brasileiras, são consideras a presença de três grandes

complexos regionais no país: Amazônia, Nordeste e

Centro-Sul. Tal divisão leva em conta os aspectos

físicos, humanos e econômicos, desprezando os limites

estaduais e privilegiando os aspectos geográficos mais

marcantes na definição de tais áreas: o quadro natural

na Amazônia, o aspecto social nordestino e o quadro

econômico no Centro-Sul.

ASPECTOS FÍSICOS E SÓCIOECONÔMICOS

DA REGIÃO SUL

A Região Sul do Brasil, definida pelo IBGE,

consta dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul. Ela representa 6,8% do território

nacional e possui, em um densidade demográfica de 41

hab./km2, 15% do total da população do país.

As características do clima subtropical não

favoreceram o povoamento especulativo nessa região,

como ocorreu na fachada atlântica do país. A ocupação

iniciou-se com a criação de gado para a produção de

charque e de couro, mas só se efetivou com a imigração

europeus do século XIX, principalmente de italianos,

Page 16: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

16

alemães e eslavos, que introduziram formas novas de

aproveitamento econômico do espaço: pequena

propriedade, o policultivo, a associação agricultura-

pecuária e a exploração direta da terra.

A produção agropecuária é muito diversificada:

trigo e soja plantados no planalto; arroz e lã, no RS;

couro e carne na Campanha Gaúcha; milho, feijão,

batata, fumo e outros produtos.

Entre 1970 e 2000, a participação da região no

total da produção industrial brasileira subiu de 11%

para 18%. No Paraná, o principal parque industrial

localiza-se em torno da capital, com indústrias

alimentícias, madeireiras, indústrias químicas, de

material elétrico, de transporte e automobilística. A

produção industrial do Rio Grande do Sul está

concentrada na região metropolitana de Porto Alegre

secundada pela área de Caxias do Sul, importante pólo

metal-mecânico. Em Santa Catarina, a indústria

alimentícia e de vestuário, que atuam desde o início de

século XX, modernizaram-se graças aos capitais

agroindustriais; indústrias mecânicas e de material

elétrico também foram atraídas pelo estado. Diferente

dos outros estados do Sul, em Santa Catarina o parque

industrial não se concentra na capital, mas está disperso

pelas áreas de colonização alemã, sobretudo Blumenau

e Joinville.

Nos últimos anos tem ocorrido um maior

desenvolvimento das atividades primárias e

secundárias, em virtude da proximidade com países do

Mercosul.

Exercícios de Sala

1. (UFRS) Observe o gráfico a seguir, que mostra a

evolução do número de municípios da região Sul no

período de 1970-2000.

Com base no gráfico, são feitas as seguintes afirmações.

I. A região Sul apresentou na última década um

crescimento significativo no número de municípios dos

Estados que a compõem.

II. O Estado do Rio Grande do Sul tem, desde o início

da década de 1980, o maior número de municípios entre

os três Estados.

III. Em 1970, a região Sul estava constituída por uma

rede de aproximadamente 700 cidades, ao passo que, no

ano 2000, esse mosaico passa a se compor de cerca de

1.000 municípios, comprovando o intenso processo de

fragmentação de seu território.

Quais estão corretas?

a) Apenas I. d) Apenas I e III.

b) Apenas II. e) Apenas II e III.

c) Apenas III.

2. (UFRS) Alguns tipos de poluição das águas têm

causas naturais, mas a maioria é causada pelas

atividades humanas. O mapa a seguir mostra áreas em

que ocorrem problemas que afetam os recursos hídricos

dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Com base nos dados apresentados no mapa preencha as

lacunasdo texto a seguir.

As áreas do mapa em que os recursos hídricos são

contaminados por efluentes com agrotóxicos derivados

das lavouras de arroz são as de número .......... ; as

contaminadas pelos resíduos provenientes de

abatedouros de porcos e aves são as de número .........; e

as contaminadas pelos rejeitos oriundos de atividades

mineradoras são as de número ..............

A alternativa que preenche corretamente as lacunas do

texto, na ordem em que aparecem, é

a) 1, 2 e 3. c) 2, 1 e 3. e) 3, 2 e 1.

b) 1, 3 e 2. d) 2, 3 e 1.

3. (G1) O Complexo Regional do Centro-Sul possui

áreas que se individualizam em virtude do seu

desenvolvimento econômico. Associaram-se

incorretamente as unidades desse Complexo às suas

respectivas atividades econômicas em:

a) Porção sul de Goiás - cultivo de arroz e de soja.

b) Quadrilátero Ferrífero - exploração de minério de

manganês.

c) Triângulo Mineiro - fabricação de automóveis e

produtos químicos.

d) Norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo - extração

de petróleo.

4. (G1) A região Sul representa 6,5% do território

nacional, possui 15% da população brasileira e faz

parte do Complexo Regional do Centro-Sul.

Referindo-se a essa região, é correto afirmar que:

a) a grande propriedade e a monocultura transformaram

essa área em um dos grandes esteios agrícolas do País.

Page 17: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

17

b) o meio ambiente subtropical favoreceu o

povoamento especulativo como ocorreu na fachada

atlântica do País.

c) a expansão da fronteira agrícola, nos últimos anos,

aumentou sua produção agropecuária e sua

participação na economia nacional.

d) a criação de uma significativa rede de transportes e

a proximidade com o Sudeste contribuíram para o

desenvolvimento do seu parque industrial.

UNIDADE 9

DEMOGRAFIA BRASILEIRA

Estrutura da População Absoluta do Brasil

Em 2009, esperança de vida ao nascer era de 73,17

anos

Em 2009, a esperança de vida ao nascer no Brasil

alcançou os 73,17 anos. Em relação a 2008 houve alta

de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) e, entre 1980 e 2009,

alta de 10,60 anos (10 anos, 7 meses e seis dias).

Assim, ao longo de 29 anos, esse indicador teve um

crescimento médio anual de 4 meses e 12 dias e,

segundo Revisão 2008 da Projeção da População do

Brasil, poderá chegar a 81,29 anos em 2050. Já a

mortalidade infantil caiu de 69,12 para 22,47 óbitos por

mil nascidos vivos, desde

1980.

Entre 1980 e 2009, mortalidade infantil cai de 69,12

para 22,47 óbitos por mil nascidos vivos

A taxa de mortalidade infantil obteve importantes

reduções no período: em 1980, correspondia a 69,12

óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos

vivos e, em 2009, passou, para 22,47%0.

Censo 2010: população do Brasil é de 190.732.694

pessoas

Page 18: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

18

A Densidade Demográfica do Brasil

FONTE: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 2ed. IBGE: Rio de

Janeiro, 2004.

Exercícios de Sala

1. (IBMECRJ) Sobre o crescimento populacional e

as suas relações com a vida social e econômica,

assinale a alternativa correta:

a) Há uma estreita relação entre a diminuição das

taxas de natalidade e o nível de

desenvolvimento das condições de vida das

populações.

b) Observa-se que o aumento populacional vem

sendo acompanhado de um aumento

proporcional na produção de alimentos, razão

pela qual se prevê o fim da fome ao longo do

século XXI.

c) Quanto maior é o índice de crescimento dos

países desenvolvidos, maiores são os seus níveis

de crescimento populacional, forma encontrada

de permitir uma distribuição mais justa da

riqueza nacional.

d) O fracasso de projetos como "cada família, um

filho", faz que países como a Índia, a China e a

Austrália experimentem índices cada vez

maiores de crescimento populacional.

e) Um dos fatores responsáveis pelos baixos níveis

de produtividade econômica dos países

subdesenvolvidos é, sem dúvida, o reduzido

volume de população infantil nessas regiões.

2. (Mackenzie 2009)

Com base na tabela, e considerando o crescimento

natural da população brasileira, observe as

afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.

I. Nas décadas de 1940 e 1960, as taxas de

mortalidade eram elevadas em virtude das

precárias condições médico-sanitárias, da

escassez de remédios e vacinas e da falta de

infraestrutura nos serviços de saneamento

básico.

II. A diminuição da taxa de mortalidade, entre as

décadas de 1980 e 2000, ocorreu de forma

gradativa, em virtude da lenta urbanização,

diante das dificuldades do Brasil em

industrializar-se nesse período.

III. A partir da década de 1940, o declínio da taxa

de natalidade teve relação direta e, também

indireta, com a urbanização e com a

industrialização.

IV. Os fatores inibidores de natalidade, típicos do

meio urbano, como acesso a métodos

anticoncepcionais, entre outros, somente serão

efetivados, a partir da década de 2020, quando

se projeta, realmente, um crescimento natural

baixo.

a) Somente I e II estão corretas.

b) Somente II e III estão corretas

c) Somente I e III estão corretas.

d) Somente I e IV estão corretas.

e) I, II, III e IV estão corretas.

Page 19: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

19

3. (UEG)

De acordo com a análise dos gráficos acima, é correto afirmar:

a) nas últimas décadas, o crescimento vegetativo e a expectativa de vida no Brasil têm aumentado progressivamente

graças ao avanço da medicina.

b) as taxas de natalidade no mundo subdesenvolvido, como no caso do Brasil, têm apresentado elevada porcentagem

em virtude da falta de políticas públicas de controle da natalidade.

c) as duas últimas décadas apresentam, respectivamente, uma redução do número de filhos por mulher e o aumento

do porcentual de idosos, em função do crescimento da expectativa de vida.

d) a acelerada urbanização, associada ao processo de industrialização e ao ingresso da mulher no mercado de

trabalho, justificam o aumento da fecundidade no Brasil nas últimas décadas.

4.(UERJ) A transição demográfica que ocorre no Brasil gera diferenças socioespaciais entre as macrorregiões do

país. De acordo com os mapas, as menores proporções de população em idade ativa são encontradas na seguinte

macrorregião brasileira:

a) Sul.

b) Norte.

c) Sudeste.

d) Nordeste

Page 20: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

20

Em razão da mudança de metodologia, não se pode

comparar o novo IDH com os índices divulgados em

relatórios anteriores. Mas seguindo a nova

metodologia, em comparação com os dados

recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma

evolução de quatro posições.

Dos três subíndices que compõem o IDH,

apenas o de longevidade não passou por alterações:

continua sendo medido pela expectativa de vida ao

nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno

Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional

Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda

conquistada pelos residentes de um país, incluindo

fluxos internacionais, como remessas vindas do

exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda

gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a

RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar

econômico das pessoas de um país. No subíndice de

educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a

taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo

da população adulta; para averiguar as condições da

população em idade escolar, em vez da taxa bruta de

matrícula passa a ser usado o número esperado de anos

de estudos.

Page 21: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

21

Distribuição da PEA (População

Economicamente Ativa)

FLUXOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL

Page 22: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

22

Exercícios de Sala

1. (UNIFESP) Recente pesquisa divulgada pelo IBGE apontou um crescimento da participação de mulheres como

chefes de família no Brasil.

a) Aponte e explique uma determinação econômica deste fato.

b) Descreva e explique uma conseqüência para o mercado de trabalho no país.

2. Analise os mapas dos movimentos migratórios no Brasil, no período 1940 - 2000.

Sobre esses movimentos, é correto afirmar que a região

a) Centro-Oeste tornou-se o grande pólo de atração populacional entre 1940 e 1970, fortalecido pela construção de

Brasília.

b) Nordeste acolheu um significativo fluxo migratório no ano de 2000, em decorrência de sua expansão econômica.

c) Sul apresentou uma repulsão demográfica entre 1940 e 1970, devido à mecanização das lavouras.

d) Norte recebeu migrantes nordestinos entre 1970 e 1990, fixados na Amazônia Ocidental.

3. (PUCMG) Observe atentamente o gráfico e, a

seguir, assinale a afirmativa incorreta.

a) O maior equilíbrio entre população rural e urbana

verificou-se no final dos anos 60.

b) O declínio da população rural acentuou-se

significativamente a partir de meados dos anos 70.

c) O ritmo de crescimento da população rural e urbana

promoveu um desequilíbrio cada vez mais

acentuado entre elas, a partir da década de 70.

d) O ritmo de crescimento da população total tornou-se

superior ao da população urbana a partir de meados

da década de 90.

4. (UFSC) "Restava ainda a senzala dos tempos do

cativeiro. Uns vinte quartos com o mesmo alpendre

na frente. As negras do meu avô, mesmo depois da

abolição, ficaram todas no engenho, não deixaram a

rua, como elas chamavam a senzala". REGO, José Lins do. "Menino de engenho". São Paulo: José

Olympio, 2005. p. 83.

Page 23: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

23

A partir da análise do exposto no texto e com base nos

seus conhecimentos, assinale a(s) proposição(ões)

correta(s).

01. O IBGE faz diferentes levantamentos da população

brasileira. O mais completo deles é o Censo

Demográfico, realizado de cinco em cinco anos.

02. Os japoneses, que pertencem à etnia amarela, no

ano de 2008 comemoraram o centenário de

imigração no Brasil.

04. Devido exclusivamente às questões econômicas, a

concentração de negros é superior nas Regiões Sul

e Sudeste, em relação às demais regiões brasileiras.

16. O elemento branco que participou da formação

étnica do Brasil pertence ao grupo anglo-saxão, o

único a colonizar o Brasil.

32. Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil

somente com a cafeicultura, ou seja, no século XIX.

64. No conjunto dos elementos brancos, os portugueses

constituem o grupo mais numeroso na formação

étnica do Brasil.

UNIDADE 11 E 12

A URBANIZAÇÃO DO BRASIL

A urbanização corresponde à transferência de

populações originárias das zonas rurais em direção as

cidades. A urbanização só ocorre quando a população

das cidades cresce mais que a rural, como resultado da

migração campo-cidade. O crescimento urbano, por sua

vez, diz respeito ao aumento da população que vive nas

cidades e resulta apenas do crescimento natural ou

vegetativo da população urbana.

A aceleração do processo de urbanização no

Brasil ocorre a partir de 1940. Em 1970, a maior parte

da população já vivia na zona urbana, o que refletiu a

modernização econômica e no grande desenvolvimento

industrial, possível graças a entrada em grande escala

de capital estrangeiro no país.

Entretanto, ao mesmo tempo em que acelerou

o ritmo desenvolvimento econômico do país, a

introdução de indústrias baseadas num padrão

tecnológico típico dos países desenvolvidos criou

problemas sociais. A modernização da economia atraiu

mais de trabalhadores do que as novas atividades

conseguiam absorver, resultando em desemprego e

graves problemas sociais nas principais cidades do

Brasil.

Conceitos da Geografia Urbana

Êxodo Rural – O processo de urbanização brasileiro

apoiou-se essencialmente no êxodo rural, ou seja, na

tranferência de populações do meio rural para as

cidades. O êxodo rural envolve dois movimentos

interligados:

- a repulsão da força de trabalho do campo;

- a atração da força de trabalho para as cidades.

Metropolização (“metros”= mãe; “polis”=cidade)

A palavra metrópole já designa as grandes

cidades que exercem influência sobre extensas áreas

geográficas vizinhas. Pode ser a principal cidade de

uma região (metrópole regional) ou de um país

(metrópole nacional). As principais aglomerações

urbanas do Brasil recebem o nome de Regiões

Metropolitanas. Essas são áreas administrativas

formadas pelos maiores municípios do país e os

municípios a elas conurbados. Atualmente são 23

regiões metropolitanas no território nacional.

Conurbação – Quando os municípios não

apresentam limites físicos na malha urbana.

Hierarquia Urbana - Esse conceito está

baseado na noção de rede urbana, um conjunto

integrado de cidades que estabelecem relações

econômicas, sociais e políticas entre si. A hierarquia

urbana brasileira produz duas formas de avaliação:

Modelo Industrial ou tradicional – Quanto

maior o centro urbano, mais diversificada é sua infra-

estrutura econômica e maiores as possibilidades de

coordenar os principais fluxos de mercadorias e

serviços, influenciando as outras cidades de sua rede.

Temos nesse modelo as metrópoles globais, metrópoles

regionais e os centros regionais.

Modelo Informacional – A implantação de

modernos sistemas de transporte e de comunicações

reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração

das atividades econômicas, que se difundiram por todo

o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes

produzidas nos grandes centros nacionais e

internacionais. Nesse modelo as cidades não se

relacionam apenas com os centros maiores aos quais se

subordinavam na antiga hierarquia urbana, havendo

uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional.

População urbana sobe de 81,25% para 84,35% Já em 2010, apenas 15,65% da população

(29.852.986 pessoas) viviam em situação rural, contra

84,35% em situação urbana (160.879.708 pessoas).

Entre os municípios, 67 tinham 100% de sua população

vivendo em situação urbana e 775 com mais de 90%

nessa situação. Por outro lado, apenas nove tinham

mais de 90% de sua população vivendo em situação

rural.

Page 24: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

24

Em 2000, da população brasileira 81,25%

(137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e

18,75% (31.845.211 pessoas) em situação rural. Entre

os municípios, 56 tinham 100% de sua população

vivendo em situação urbana e 523 com mais de 90%

nessa situação. Por outro lado, 38 tinham mais de 90%

vivendo em situação rural e o único município do país

a ter 100% de sua população em situação rural era

Nova Ramada (RS).

REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRA

IBGE mostra a nova dinâmica da rede urbana

brasileira

Existem no país doze grandes redes de

influência, que interligam até mesmo municípios

situados em diferentes estados. A rede centralizada por

São Paulo, por exemplo, também abrange parte de

Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,

Rondônia e Acre. O Rio de Janeiro tem projeção no

próprio estado, no Espírito Santo, no sul da Bahia, e na

Zona da Mata mineira.

A rede de Brasília influi no oeste da Bahia, em

alguns municípios de Goiás e no noroeste de Minas

Gerais. As outras nove redes de influência são

centralizadas por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,

Salvador, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Porto

Alegre.

Foram analisadas informações fornecidas pela

rede de agências do IBGE sobre 4.625 municípios, e

registros administrativos do próprio instituto, de órgãos

estatais e empresas. A atual configuração da rede

urbana brasileira é comparada com estudos feitos pelo

IBGE em 1972, 1987 e 2000.

Entre os diversos dados comparativos

coletados a respeito das 12 redes de influência, nota-se

que, para fazer compras, a população brasileira se

desloca cerca de 49 km, em média. Na rede de

influência de Manaus, no entanto, essa distância é de

218 Km. Para freqüentar uma universidade, o

Page 25: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

25

deslocamento médio, em Mato Grosso é de 112 Km,

contra 41 Km na rede de influência do Rio de Janeiro.

Pacientes percorrem, em média no país, 108 km em

busca de atendimento médico.

O estudo Regiões de Influência das Cidades

mostra as redes formadas pelos principais centros

urbanos do País, baseadas na presença de órgãos do

executivo, do judiciário, de grandes empresas e na

oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios

de internet. Tais redes, às vezes, se sobrepõem à

divisão territorial oficial, estabelecendo forte influência

até mesmo entre cidades situadas em diferentes

unidades da federação.

Para definir os centros da rede urbana

brasileira, buscam-se informações de subordinação

administrativa no setor público federal, no caso da

gestão federal, e de localização das sedes e filiais de

empresas, para estabelecer a gestão empresarial. A

oferta de equipamentos e serviços – informações de

ligações aéreas, de deslocamentos para internações

hospitalares, das áreas de cobertura das emissoras de

televisão, da oferta de ensino superior, da diversidade

de atividades comerciais e de serviços, da oferta de

serviços bancários, e da presença de domínios de

Internet – complementa a identificação dos centros de

gestão do território.

.

Hierarquia das metrópoles e centros tecem

as redes de influência

Foram identificadas 12 redes de primeiro

nível. As cidades foram classificadas em cinco níveis,

por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis:

1. Metrópoles – Os 12 principais centros urbanos do País, com grande porte, fortes relacionamentos entre si e, em

geral, extensa área de influência direta. Têm três subníveis:

a. Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com 19,5 milhões de habitantes, em

2007, e no primeiro nível da gestão territorial; b. Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de

11,8 milhões e 3,2 milhões em 2007, respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territorial. Juntamente

com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo o País; c. Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza,

Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1

milhões (Belo Horizonte), constituem o segundo nível da gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia, embora

estejam no terceiro nível da gestão territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste

conjunto.

2. Capital regional – são 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede

urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito

regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Este nível

também tem três subdivisões: Capital regional A (11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes e 487

relacionamentos); Capital regional B (20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes e 406 relacionamentos);

Capital regional C (39 cidades com medianas de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos).

Page 26: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

26

3. Centro sub-regional –169 centros com atividades

de gestão menos complexas, dominantemente entre os

níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação

mais reduzida, e seus relacionamentos com centros

externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas

com as três metrópoles nacionais. Com presença mais

adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e

do Centro-Sul, e presença mais esparsa nas Regiões

Norte e Centro-Oeste, estão subdivididos em grupos: a.

Centro sub-regional A – constituído por 85 cidades,

com medianas de 95 mil habitantes e 112

relacionamentos; e b. Centro sub-regional B –

constituído por 79 cidades, com medianas de 71 mil

habitantes e 71 relacionamentos.

4. Centro de zona – 556 cidades de menor porte e com

atuação restrita à sua área imediata; exercem funções

de gestão elementares. Subdivide-se em: a. Centro de

zona A – 192 cidades, com medianas de 45 mil

habitantes e 49 relacionamentos. Predominam os níveis

5 e 6 da gestão territorial (94 e 72 cidades,

respectivamente), com nove cidades no quarto nível e

16 não classificadas como centros de gestão; e b.

Centro de zona B – 364 cidades, com medianas de 23

mil habitantes e 16 relacionamentos. A maior parte,

235, não havia sido classificada como centro de gestão

territorial, e outras 107 estavam no último nível.

5. Centro local – as demais 4 473 cidades cuja

centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu

município, servindo apenas aos seus habitantes, têm

população dominantemente inferior a 10 mil habitantes

(mediana de 8 133 habitantes). Em relação aos

elementos da análise, os 802 centros acima do nível 5

abrangem 548 centros de gestão do território e 254

cidades com centralidade identificada a partir dos

questionários, que foram incluídas no conjunto final.

Destas 254 cidades, a maior parte está classificada

como centro de zona, mas três centros – Bragança

(PA), Itapipoca (CE) e Afogados da Ingazeira (PE) –

exercem o papel de centro sub-regional em sua região.

Os problemas sociais das grandes cidades

Um dos problemas mais graves das grandes

aglomerações urbanas é a habitação. Nas últimas

décadas, multiplicaram-se os cortiços e as favelas

(80% em regiões metropolitanas), onde as condições de

salubridade são precárias e o terreno é sujeito a

deslizamentos e enchentes. Em muitos casos, a

alternativa foi procurar áreas mais afastadas, o que

resultou na ampliação da área urbanizada e das

distâncias no interior das grandes cidades. Soma-se a

esse fato, o desemprego, a deterioração dos serviços

populares de assistência médico-hospitalar, falta de

transportes coletivos e de infra-estrutura urbana, como

pavimentação, luz, água e coleta de esgotos.

Outro problema comum nas grandes cidades

brasileiras é a violência. Os acidentes de trânsito com

milhares de feridos e mortos a cada ano, têm índices

bem altos no Brasil. Tal número se deve ao descaso das

autoridades, a abusos e impunidade dos motoristas e

desrespeito do/ao pedestre e ciclistas. A violência

policial, especialmente sobre a população mais pobre,

também é freqüente no Brasil. Ao mesmo tempo,

cresce cada vez mais o número de assaltos e

assassinatos, frutos do crescimento do desemprego, da

ação do tráfico de drogas e da falta de assistência às

famílias pobres e vítimas da violência.

Para amenizar essas questões urbanas, cada

vez mais ouvimos falar em planejamento urbano,

entretanto, se não houver uma participação democrática

dos moradores, essas iniciativas não serão suficientes.

Problemas ambientais dos grandes centros

urbanos

As grandes e médias cidades geralmente são

mais poluídas que as pequenas ou que o meio rural.

Isso porque nela se concentram as indústrias, veículos e

pessoas, agravando o problemas do lixo, dos resíduos e

Page 27: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

27

das emissões industriais, do congestionamento, do

barulho, etc. Com isso, dentre os principais problemas

urbanos do Brasil temos:

Poluição Atmosférica – A poluição do ar é

causada pela presença de partículas sólidas em

suspensão e de gases tóxicos, como o dióxido de

carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre,

óxidos de nitrogênio, etc. Os principais agentes

poluidores são as indústrias, os veículos automotores

(automóveis, caminhões, ônibus), as usinas

termelétricas, a queima de matas e, às vezes, o

aquecimento doméstico e a carvão ou lenha. Refinarias

de petróleo, fábricas de cimento e de produtos

químicos, usinas termelétricas, siderúrgicas e

metalúrgicas são as que poluem mais intensamente

atmosfera. Como conseqüência da poluição desses

agentes temos o efeito estufa e as chuvas ácidas. Os

efeitos da poluição atmosférica são ainda agravados

com as inversões térmicas.

A poluição do ar manifesta-se praticamente

em todos os grandes centros urbanos do Brasil, contudo

é mais grave nas cidades em que a concentração

industrial ou de veículos é maior. Apenas nos anos

1990, começou-se a estabelecer limites para as

emissões de gases, com programas de catalisadores nos

carros novos e filtros especiais em chaminés de

fábricas.

Carência de áreas verdes – Estabeleceu-se

internacionalmente que são necessários no mínimo

16m2 de área verde por habitante, no entanto no Brasil

isso é raro: em São Paulo, por exemplo, existem apenas

4,5 m2 por habitante. Isso intensifica a poluição do ar e

torna mais restritas as opções de lazer da população.

Os problema do lixos dos esgotos – O volume do lixo

produzido por pessoa é muito grande nas sociedades

industrializadas, incluindo o Brasil. Um estudo do

IBGE mostrou que, em média, cada morador da área

urbana no Brasil gera 220 Kg de lixo domiciliar por

ano. Temos uma média de 500 Kg de lixo anual por

pessoa se somarmos isso a resíduos provenientes de

indústrias, escritórios, restaurantes e hospitais (que

deve receber tratamento de coleta especial e

incineração). Há muitas cidades que não tem onde

colocar o lixo que produzem. Além disso, cerca de 45

milhões de brasileiros não dispõem de coleta de lixo.

Dos resíduos recolhidos, 13% são levados para aterros

controlados e 10% para aterros sanitários.

Os esgotos urbanos, geralmente, são

despejados sem tratamentos em rios que cortam a

cidade, poluindo-os intensamente e transformando-os

muitas vezes em rios fétidos e ―mortos‖(sem peixes). O

Atlas de Saneamento, do IBGE, mostra que menos de

20% do total de esgoto gerado no Brasil recebe

tratameto. Em 2000 eram recolhidos 52,8% dos esgotos

domiciliares da cidade e 3,1% dos domicílios rurais.

Exercícios de Sala

1. (UEG) Invadindo espaços

As cidades que antes serviam para abrigar os cidadãos,

hoje são o ambiente típico dos automóveis.

Nos países em desenvolvimento, a ação do

poder público em favor do automóvel foi e tem sido tão

eficaz que fica cada vez mais difícil para os moradores

das cidades viver com um mínimo de conforto sem um

automóvel particular. Só os que, em razão do seu

padrão de renda, não podem almejar ter um carro

sujeitam-se ao ineficiente sistema de transporte

público. Neles perdem várias horas do dia, muitos dias

por ano, alguns anos de vida.

Se as condições fossem outras, se o transporte

público fosse mais eficiente, menor seria a parcela de

renda que boa parte da população precisa reservar para

compra e manutenção de um carro particular, menores

seriam as demandas por investimentos públicos no

sistema viário, maiores seriam as disponibilidades da

renda pessoal para outras atividades, incluindo lazer, e

maiores seriam os recursos que o poder público poderia

destinar para melhorar a qualidade de vida de uma

população. OKUBARO, Jorge J. O automóvel, um condenado? São Paulo:

Senac, 2001. p. 52-53. (Adaptado).

De acordo com a análise do texto acima, é correto

afirmar:

a) O elevado custo, os problemas de congestionamento

das grandes cidades (ônibus, automóveis,

caminhões) são os maiores responsáveis pela

poluição atmosférica nos centros urbanos,

ocasionando a redução na qualidade de vida da

população.

b) A baixa tarifa do transporte urbano é um incentivo

ao trabalhador, independentemente do tempo gasto

para o deslocamento entre a casa e o trabalho, o que

resulta em ganho no orçamento no final do mês.

c) A qualidade do transporte coletivo urbano, fruto de

estratégias de planejamento, acaba por estimular a

utilização do transporte coletivo, diminuindo o

número de veículos nos grandes centros urbanos.

d) A crescente preocupação com o planejamento

urbano pelos órgãos oficiais do governo tem trazido

melhorias na condução do tráfego e a diminuição

dos custos na infraestrutura viária.

2. (UFG) Leia o texto a seguir.

No fundo do vale o lençol freático aflora para formar

os rios. Estes têm seus ciclos regulados pelos períodos

de cheia e vazante, e pelos espaços representados pelas

planícies de inundação. Este termo encerra em si sua

função: abrigar as águas do rio quando do seu natural

extravasamento nas épocas de cheias. LOPES, Luciana Maria. Tragédia ou descaso. Disponível em:

<www.opopular.com.br/anteriores/03out2009/opiniao>. Acesso em: 3 out. 2009.

Este texto analisa as recorrentes tragédias na região Sul

do Brasil, com desmoronamentos, desabamentos de

casas, mortes e centenas de pessoas desabrigadas.

Page 28: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

28

A explicação geográfica para essas tragédias pode ser

encontrada no seguinte fato:

a) Desvios dos leitos dos rios que direcionam o fluxo

das águas em um mesmo sentido, tornando as

enchentes inevitáveis.

b) Ausência de planejamento do uso do solo causando

especulação imobiliária e possibilitando a ocupação

de novos espaços sem fiscalização.

c) Encostas íngremes que impedem a absorção de

quantidade volumosa de água vertida em direção aos

vales.

d) Altas precipitações pluviométricas anuais que

dificilmente são previstas devido ao uso de

equipamentos meteorológicos obsoletos.

e) Presença de solos profundos porosos que retêm

água, provocando desabamentos de construções.

3. (CESGRANRIO)

Considerando o gráfico acima e o contexto social,

político e econômico e suas repercussões na

organização do espaço brasileiro, a partir de 1950,

analise as afirmações a seguir.

I – As transformações ocorridas na estrutura urbana

brasileira foram resultado de um rápido crescimento

da industrialização que caracterizou o país na

segunda metade do século XX.

II – Os problemas decorrentes da urbanização tendem a

se agravar de acordo com a previsão do gráfico, e

se tornam urgentes políticas de planejamento

urbano e investimentos em infraestrutura urbana.

III – A tendência, no caso brasileiro, é de que essa

previsão não se realize, já que os investimentos e o

financiamento de melhorias na área rural têm sido

ação comum nos últimos governos.

IV – A estimativa apresentada não considerou o

retorno de grande parte da população urbana para o

campo, em virtude de problemas decorrentes da

urbanização, tais como violência e desemprego.

Estão corretas apenas as afirmações

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) II e IV.

e) III e IV.

4. (UERJ) Hoje, a interação espacial entre

―comunidades‖, no que tange ao deslocamento de

pessoas moradoras em uma delas para visitarem

amigos ou parentes ou estabelecerem contatos

associativos com pessoas residentes em outras, tornou-

se um tanto difícil, devido aos mecanismos de controle

impostos pelos traficantes e à rivalidade e aos choques

entre quadrilhas baseadas em favelas diferentes (...). SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano: um estudo

sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Rio

de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

O fenômeno descrito no texto, que vem ocorrendo nas

últimas décadas, corresponde mais diretamente ao

seguinte processo socioespacial:

a) hierarquização

b) regionalização

c) metropolização

d) territorialização

UNIDADE 13 E 14

INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL

Estrutura industrial

Existem três tipos principais de indústria: de

transformação, extrativa e da construção. As indústrias

de transformação, o tipo mais comum e característico

da atividade industrial, podem ser divididas nos

seguintes tipos:

O processo de concentração industrial no Brasil

As primeiras indústrias a surgir no Brasil

foram as de bens de consumo não-duráveis –

alimentícias e têxteis. Essas atividades, com máquinas

movidas a energia elétrica, surgem no final do século

XIX.

A economia agroexportadora cafeeira teve

contribuição decisiva na geração de capital necessário

para sustentar o processo de industrialização que

surgia, ao mesmo tempo em que o Estado fomentava

esse a vinda de imigrantes para o trabalho livre.

A partir da década de 1930, além das

indústrias de bens não-duráveis, instalaram-se

paulatinamente os setores de bens de consumo

duráveis, de bens intermediários e de bens de capital.

O Estado passou a atuar como agente planejador da

economia, formulando políticas específicas para

favorecer a instalação dos diferentes setores industriais

– com uma política energética e de financiamento.

A partir de 1950, por meio dos investimentos

das multinacionais, a industrialização brasileira se

expandiu. Com a participação do capital externo, coube

ao Estado o investimento em infra-estrutura de energia,

transporte e comunicações, e implantação de indústrias

pesadas (siderúrgica, metalúrgica, petróleo, eletricidade

Page 29: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

29

e mineração), a modernização da agricultura e a

formulação de políticas de desenvolvimento regional.

Esse processo promoveu uma concentração

industrial na Região Sudeste do Brasil, o qual

prosseguiu até por volta de 1970. A atividade industrial

aproveitou uma série de condições favoráveis criadas

em São Paulo pelo café: mão-de-obra, mercado

consumidor, eletricidade, transportes e excelente

sistema bancário. Minas Gerais, Paraná e até Santa

Catarina ganharam com essa concentração industrial,

ampliando as sua infra-estrutura e atividades

econômicas.

Fatores fundamentais para impulsionar o

desenvolvimento industrial do Brasil:

- a ocorrência da Primeira e Segunda Guerras

Mundiais

- ampliação e reequipamento do parque industrial

após a Segunda Guerra Mundial;

- instalação da CSN (Companhia Siderúrgica

Nacional) de Volta Redonda, em 1946;

- Plano de Metas (governo de Juscelino Kubitscheck)

para o setor de energia e transporte.

Desconcentração Industrial

Por volta de 1970, começou a ocorrer uma relativa

desconcentração industrial no Brasil, com decréscimo

relativo de São Paulo e crescimento maior em outras

unidades da Federação (Rio Grande do Sul, Santa

Catarina, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Amazonas, Mato

Grosso e outras). É importante ressaltar que não foi

tanto uma regressão da atividade industrial em São

Paulo, mas um maior crescimento em outros estados.

Entre os fatores que contribuíram para essa

deseconomia de escala podemos citar:

- custos elevados de impostos;

- terrenos demasiadamente caros;

- congestionamentos freqüentes no trânsito;

- elevados custos para moradia, transporte e

alimentação (o que implica maiores salários);

- incentivos de outros estados e municípios para atrair

empresas (lotes baratos, infra-estrutura, isenção de

impostos, etc).

Graças a sua proximidade geográfica e a densa

rede de transporte e comunicações, a Região Sul foi

beneficiada com o processo de desconcentração

industrial do Sudeste. O setor secundário foi o que

mais se desenvolveu ao longo das últimas décadas.

Atualmente, várias empresas nacionais e estrangeiras

tem sido atraídas para a região, interessadas no amplo

mercado dos países do Cone Sul. O eixo Porto Alegre-

Caxias do Sul e o parque industrial de Curitiba são

destaque nesse processo. Em Santa Catarina as

indústrias tradicionais se modernizaram, atraindo

empresas dos setores mecânicos e elétrico por quase

todo o estado.

No Nordeste houve a expansão das indústrias

de bens intermediários dos setores químicos (Recife),

petroquímico (Bahia) e de material elétrico, bem como

a modernização das indústrias de bens de consumo.

A agroindústria é o destaque na Região Centro-Oeste.

No eixo Campo Grande-Goiânia-Brasília, há destaque

para as indústrias madeireira, farmacêutica, de borracha

e de papel.

Na Região Norte, a expansão da Zona Franca

de Manaus foi responsável pelo crescimento da

atividade industrial, com destaque para as indústrias do

setor de eletroeletrônicos, do setor óptico e as

atividades industriais extrativas ligadas a riqueza

mineral do Pará.

O BRASIL NA ECONOMIA GLOBAL

A siderurgia brasileira é classificada,

internacionalmente, como uma das mais competitivas

do mundo, considerando sua modernidade e quantidade

de produção. O Brasil é o 9° Produtor de aço no

ranking mundial, sendo responsável por 50,2% da

produção da América Latina e 2,9% do total mundial.

as inovações tecnológicas, o desenvolvimento de

Produtos, Processos e métodos gerenciais são fatores

que influenciam na alta competitividade do parque

siderúrgico brasileiro.

O crescimento do comércio externo do

Brasil tem proporcionado sucessivos superávits na

balança comercial do país desde 2001, depois de seis

anos de déficits (1995/2000). Três aspectos explicam

essas mudanças:

Page 30: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

30

- a desvalorização do real, que favorece as

exportações e dificulta as importações, o que barateia

os produtos nacionais no exterior e encarece os

estrangeiros no Brasil;

- a queda do nível de atividade econômica

brasileira, que gera recuo ainda maior nas importações;

- a adoção pelo governo de uma política mais

agressiva para abrir novos mercados para as

exportações brasileiras.

A manutenção de uma faixa de câmbio

adequada, ou seja, o valor pelo qual a moeda brasileira

é cotada em relação ao dólar, é fundamental para bons

resultados da balança comercial.

O Brasil e os principais blocos econômicos mundiais

Nos últimos anos, têm-se ampliado as relações

comerciais do Brasil com a União Européia (UE) e

com a Ásia, ao mesmo tempo em que diminui a

participação relativa dos Estados Unidos nos

intercâmbios externos do país.

O Mercosul (Mercado Comum do Sul)

Criado em 1991, com o Tratado de Assunção, a

formação desse bloco econômico visa estabelecer um

livre comércio entre Argentina, Brasil, Paraguai e

Uruguai. O Mercosul permitiu um salto no intercâmbio

entre os quatro países membros (que passou de 8 para

28 bilhões de dólares). Em 1996 o Chile e a Bolívia

foram admitidos na qualidade de membros associados.

A instabilidade política e econômica da Argentina

prejudicou temporariamente o crescimento do bloco. A

integração total do bloco dependerá da capacidade de

ajustarem as tarifas alfandegárias às combinadas pelos

atuais países membros.

A Integração do Espaço Brasileiro no Mercosul

Barreiras à exportação

As políticas protecionistas dos países desenvolvidos

dificultam as exportações dos países em

desenvolvimento. Os chamados subsídios podem

aparecer como empréstimos a juros menores, redução

de impostos, garantia de preços mínimos para cada

safra e prioridades na compra da produção interna. Há

ainda a cobrança de impostos mais elevados sobre os

produtos importados e barreiras não-tarifárias, ou seja,

o aumento nas exigências de padrões de produção e

qualidade para os produtos vindos de fora

Exercícios de Sala

1. (UDESC) Estabeleça uma análise comparativa entre

o contexto do processo da industrialização brasileira da

década de 50 e final da década de 90, abordando dois

aspectos: o papel do estado e o mercado consumidor.

2. (UEL) A partir dos anos de 1930, o Brasil

intensificou seu processo de industrialização e, assim, a

indústria superou a agropecuária em termos de

participação no PIB. Até os anos de 1980, o Estado

atuou de forma decisiva nesse processo.

Com base nos conhecimentos sobre a participação do

Estado no processo industrialização brasileira entre

1930 e 1980, é correto afirmar que o Estado brasileiro:

a) Investiu na chamada indústria de base, construiu

infraestrutura nos setores de energia, transporte e

comunicação e foi responsável pela criação da

legislação trabalhista.

b) Priorizou o transporte ferroviário, estatizou as

empresas do setor de bens de consumo, adotou

legislação trabalhista mais rígida em relação àquela

que vigorou Vargas.

c) Estatizou a indústria de bens de consumo duráveis,

privatizou as empresas estatais de geração e

distribuição de energia elétrica, petróleo e gás

natural e revogou a legislação trabalhista do período

Vargas.

d) Incentivou, por meio de privatizações, investimentos

no setor de infraestrutura de transportes, tais como

estradas e hidrovias, e abriu o mercado interno à

importação reduzindo barreiras alfandegárias.

e) Abriu, por meio de parcerias, o mercado interno ao

investimento especulativo estrangeiro nas áreas de

securidade social, telecomunicações e finanças,

facilitando a remessa de recursos financeiros para o

exterior.

3. (FUVEST)

Com base no mapa acima e em seus conhecimentos,

a) identifique o tipo de indústria predominante na

região Nordeste, considerando sua capacidade

geradora de emprego.

b) caracterize o parque industrial da região Sudeste.

Page 31: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

31

Considere, na sua análise, a presença da indústria de

ponta de alta tecnologia nessa região e sua capacidade

geradora de emprego.

4. (G1)

Com base na análise do mapa e em seus conhecimentos

sobre a infraestrutura de transportes e circulação no

Brasil, considere as seguintes proposições:

I – Na Região Norte do Brasil predomina o uso de

hidrovias, fato que pode ser explicado em parte,

pela presença da Bacia do Rio Amazonas que

possui muitos rios navegáveis.

II – Existe uma maior densidade de meios de transporte

nas Regiões Sudeste e Sul, pelo maior dinamismo

econômico dessas áreas em relação às demais

regiões do Brasil.

III – As ferrovias são hoje em dia o principal meio de

circulação de mercadorias e de pessoas no Brasil,

especialmente nas Regiões Nordeste e Centro-

oeste, onde estão mais presentes.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas as proposições II e III são verdadeira.

b) Apenas as proposições I e II são verdadeira.

c) Apenas a proposição I é verdadeira.

d) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.

e) Apenas a proposição III é verdadeira.

UNIDADES 15 e 16

AGROPECUÁRIA NO DO BRASIL

Censo Agro 2006: IBGE revela retrato do Brasil

agrário

O Censo Agropecuário 2006 revelou que a

concentração na distribuição de terras permaneceu

praticamente inalterada nos últimos vinte anos,

embora tenha diminuído em 2.360 municípios. Nos

Censos Agropecuários de 1985, 1995 e 2006, os

estabelecimentos com mais de 1.000 hectares

ocupavam 43% da área total de estabelecimentos

agropecuários no país, enquanto aqueles com menos

de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7% da área total.

Focalizando-se o número total de estabelecimentos,

cerca de 47% tinham menos de 10 hectares, enquanto

aqueles com mais de 1.000 hectares representavam

em torno de 1% do total, nos censos analisados.

Em 2006, os cerca de 5,2 milhões de

estabelecimentos agropecuários do país ocupavam

36,75% do território nacional e tinham como

Page 32: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

32

atividade mais comum a criação de bovinos. A área

total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros

diminuiu em 23,7 milhões de hectares (-6,69%), em

relação ao Censo Agropecuário 1995, uma possível

causa foi a criação de novas Unidades de

Conservação Ambiental (crescimento de 19,09% de

área) e demarcação de terras indígenas (crescimento

de 128,2%), totalizando mais de 60 milhões de

hectares. Entre 1995 e 2006, os estabelecimentos

agropecuários registraram redução de suas áreas de

florestas (-11%) e de pastagens naturais (-26,6%), e

aumento nas áreas de pastagens plantadas de 1,7

milhão de hectares (1,8%), sobretudo na região Norte

(39,7%), enquanto aquelas dedicadas à agricultura

cresceram 19,4%, sendo que o maior aumento ocorreu

no Centro-Oeste (63,9%).

A grande maioria dos produtores

entrevistados eram analfabetos ou sabiam ler e

escrever mas não tinham freqüentado a escola (39%),

ou não possuíam o ensino fundamental completo

(43%), totalizando mais de 80% de produtores rurais

com baixa escolaridade. Trabalhavam em

estabelecimentos agropecuários, 18,9% da população

ocupada no país. 77% dos ocupados tinham laços de

parentesco com o produtor e 35,7% não sabiam ler e

escrever Havia mais de 1 milhão de crianças com

menos de 14 anos de idade trabalhando na

agropecuária.

Com crescimento de 88% na produção, a

soja foi a cultura que mais se expandiu na última

década, sendo que em 46,4% desses estabelecimentos

optou-se por sementes transgênicas. Apenas 1,8% dos

estabelecimentos agropecuários praticavam

agricultura orgânica no país, sendo que 42,5% destes

produtores ligavam-se a associações, sindicatos ou a

cooperativas. 6,3% dos estabelecimentos declararam

utilizar irrigação, o que representou um aumento de

39% em relação ao Censo anterior. Mais da metade

dos estabelecimentos onde houve utilização de

agrotóxicos não recebeu orientação técnica (785 mil

ou 56,3%). Além disso, 15,7% dos produtores rurais

responsáveis por estabelecimentos onde houve

aplicação de agrotóxicos não sabem ler e escrever, o

que potencializa o risco de intoxicação e uso

inadequado do produto. O rebanho bovino brasileiro

era de 171,6 milhões de cabeças em dezembro de

2006, sendo que Mato Grosso do Sul reunia 20,4

milhões de cabeças, enquanto Pará registrou maior

crescimento (119,6%).

Os estabelecimentos que têm como atividade

principal a cana-de-açúcar ou a soja ficaram com a

maior participação no valor da produção agropecuária

(ambos 14%), seguidos por aqueles que se dedicam à

criação de bovinos (10%). Esses são alguns dos

resultados do 10º Censo Agropecuário - 2006, maior

levantamento sobre a estrutura produtiva do setor

primário brasileiro, que traz um perfil de

aproximadamente 5,2 milhões de estabelecimentos,

em todos os 5.564 municípios brasileiros.

Os resultados do Censo Agropecuário 2006

mostram que a estrutura agrária brasileira,

caracterizada pela concentração de terras em grandes

propriedades rurais não se alterou nos últimos vinte

anos. A manutenção da desigualdade na distribuição

de terras expressa-se na comparação das informações

nos três últimos censos agropecuários: Na

comparação entre 1985, 1995 e 2006, as propriedades

com menos de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7%

(7,8 milhões de hectares) da área total dos

estabelecimentos rurais, enquanto os estabelecimentos

com mais de 1.000 hectares concentravam mais de

43% (146,6 milhões de hectares) da área total em

ambos os três censos agropecuários. Focalizando-se o

número total de estabelecimentos, cerca de 47%

tinham menos de 10 hectares, enquanto aqueles com

mais de 1.000 hectares representavam em torno de 1%

do total, nos censos analisados.

Os Critérios da Reforma Agrária

Em 1993 o Congresso Nacional oficializou um critério

de produtividade, no qual, para ser considerada

produtiva, uma propriedade rural deve apresentar, no

mínimo, um índice de utilização de 80% da área

aproveitável (já descontadas as áreas de reserva

vegetal, mananciais, etc.). Desde então, as propriedades

com aproveitamento abaixo desse índice podem ser

desapropriadas para realizar-se a reforma agrária.

A classificação de uma propriedade em produtiva ou

não-produtiva, excluindo-a ou tornando-a legalmente

passível de desapropriação, dá origem a discussões, até

mesmo na Justiça. A possibilidade de questionar em

Page 33: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

33

juízo a classificação feita pelo Incra permite que muitos

latifundiários evitem ou retardem a desapropriação de

suas terras. Os conflitos no campo tornam-se cada vez

mais agudos.

A Pecuária no Brasil

O Brasil é o primeiro produtor de gado bovino do

mundo. O país também possui o terceiro rebanho suíno

do planeta, sendo precedido pela China e EUA. Na

criação de aves também é o maior produtor, com um

grande desenvolvimento da produção em alguns

estados (SP, MG e toda Região Sul).

O espaço agrário brasileiro passou por recentes

transformações, representadas principalmente pela

modernização das atividades (intensificação das

produções) e pela ampliação das fronteiras agrícolas

(extensificação das produções).

Os problemas ambientais do meio rural

Na área rural os problemas ambientais estão

principalmente relacionados com as áreas que

passam por um processo de modernização agrária,

mas não só a essas. Com mecanização e introdução

de técnicas ditas modernas, como o uso intenso de

adubos químicos e agrotóxicos. Em áreas de

agricultura tradicional, as queimadas, o

desmatamento e o assoreamento dos rios são as

questões mais relevantes.

BRASIL, CELEIRO FUTURO DO MUNDO?

Sob o comando do mercado internacional,

agronegócio se expande e reorganiza os espaços

produtivos no território brasileiro

A agropecuária está na origem de uma cadeia

produtiva ligada a um conjunto de atividades

industriais e de serviços que se denominam

gronegócio. Se a atividade agropecuária é responsável

por aproximadamente 10% do PIB do Brasil, o

agronegócio é responsável por um terço do PIB, 35%

dos empregos e 40% das exportações.

Nos últimos anos, o Brasil se tornou um dos

maiores produtores e exportadores de commodities

agropecuárias do mundo. Atualmente é líder mundial

na exportação de açúcar, café, suco de laranja, soja,

tabaco, carne bovina e frango. Está entre os maiores

produtores de álcool, algodão e milho. Embora o

volume de produção seja crescente, os produtos

exportados são, em grande parte, de baixo valor

agregado. Por isso, a participação do Brasil no mercado

mundial de bens agrícolas é de apenas 4%

As vantagens comparativas do Brasil,

especialmente nos aspectos naturais, são enormes.

Vastas áreas de relevo pouco acidentado, condições

edáficas e climáticas favoráveis, recursos hídricos

abundantes. Segundo a Organização das Nações

Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o

Brasil possui um estoque de 300 milhões de hectares de

terras a serem utilizadas. Gigantes territoriais como

Rússia, Estados Unidos, Índia, China, Austrália e

Canadá possuem extensões bem menores de terras

disponíveis

Existe também um contexto internacional

favorável para o Brasil nos próximos anos. Há um

cenário de aquecimento da demanda por alimentos por

conta do crescimento econômico global e da população

mundial, especialmente da China, grande importador

do Brasil, e da Índia, um mercado promissor.

Mas nem tudo são flores, pois um leque de

obstáculos externos e internos limita a expansão das

exportações. Os primeiros abrangem, antes de tudo, os

vários tipos de protecionismo (subsídios, cotas,

barreiras tarifárias e não-tarifárias) utilizados

especialmente pelos países mais desenvolvidos. Mas

incluem até um possível aumento da produção agrícola

de vários países africanos que ainda possuem

expressivos estoques de terras disponíveis.

Internamente, os maiores entraves estão

ligados à precariedade da infra-estrutura viária

(rodovias, ferrovias, portos). Pelo menos metade da

produção agropecuária é transportada por rodovias – e

cerca de 75% delas estão em péssimo estado. Apesar de

melhorias parciais, as ferrovias são quase sempre

precárias e os portos, geralmente ineficientes.

Resultado: o preço dos produtos exportados fica menos

competitivo.

Page 34: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

34

A asfixiante carga tributária e o baixo

financiamento da produção e investimento em

pesquisas são também obstáculos importantes. Além

disso, a valorização do real perante o dólar encareceu

as exportações. Há, ainda, a questão do controle

fitossanitário que, nos últimos anos, foi negligenciado,

o que abriu caminho para o ressurgimento de focos de

febre aftosa. Em 2005, dezenas de países impuseram

embargo à carne brasileira. Mais do que as qualidades e

o crescimento da concorrência internacional, são as

deficiências internas que sabotam o sonho de

transformação do Brasil no ―celeiro do mundo‖.

A evolução espacial da produção agropecuária

no Brasil apresenta três grandes movimentos

simultâneos: o deslocamento da pecuária e das culturas

de grãos e algodão para a área dos cerrados e região

amazônica; a intensificação de novas tecnologias nas

regiões mais desenvolvidas; o crescimento das áreas

―conquistadas‖ pela irrigação em porções do semi-

árido nordestino.

A expansão nas áreas de cerrado só foi

possível pelas transformações tecnológicas que

permitiram a incorporação produtiva dessas áreas.

A criação de infra-estruturas e os incentivos fiscais

do governo foram fatores importantes para essa

evolução. Nesse processo, foi determinante a ação

da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária), trabalhando conjuntamente com

universidades e centros de pesquisas. Hoje, a região

dos cerrados, que tem nas regiões Centro-Oeste e

Nordeste sua maior extensão, está cada vez mais

especializada na produção de grãos (especialmente

soja), algodão e pecuária bovina.

O dinamismo nessas duas regiões tem

implicações econômico-sociais e ambientais. A

expansão da produção em padrões modernos e em

regiões de baixa densidade demográfica exerce um

forte efeito econômico sobre as atividades urbanas,

impulsionando a demanda de insumos, máquinas,

equipamentos e serviços em geral.

Do ponto de vista ambiental, a expansão da

produção acelerou a destruição do ecossistema do

cerrado, que hoje só possui cerca de 20% de sua

cobertura original. Esse processo de conquista de

novos espaços, especialmente em Mato Grosso,

―empurrou‖ as atividades agropecuárias do cerrado

para áreas florestais das franjas meridional e oriental da

Amazônia, gerando uma extensa área de terras

degradadas – o ―arco do desmatamento‖ – que se

estende do oeste do Maranhão ao leste do Acre. O

processo contribuiu para que, hoje, mais de 17% da

vegetação florestal original tenha sido destruída.

Ao mesmo tempo, mudanças estruturais

aconteceram na agropecuária no Centro-Sul. Um dos

melhores exemplos é São Paulo, que perdeu

participação na produção de grãos, mas apresentou

forte crescimento na produção de cana-de-açúcar,

laranja e fruticultura, indicando uma opção pelos

cultivos de maior valor agregado.

Na Região Nordeste, dois fenômenos mais ou

menos recentes modificaram o panorama regional: a

expansão de grãos nos cerrados da Bahia, Maranhão e

Piauí e o desenvolvimento de projetos de irrigação em

regiões do semi-árido. No caso da agricultura irrigada,

destacam-se os que se verificam no médio vale do São

Francisco (pólo fruticultor de Petrolina-Juazeiro) e nos

vales do Açu (RN), Acaraú (CE) e Parnaíba (PI).

Nessas áreas, a atividade de maior expressão é

a fruticultura com destaque para uva, manga, mamão.

A produção é realizada ao longo de todo o ano, por

conta clima quente e seco, o que permitiu não só o

aumento das exportações como também o

abastecimento regular do mercado interno, antes sujeito

às variações sazonais da oferta. Aos efeitos positivos

sobre a geração de renda e emprego nessas áreas

somam-se as novas possibilidades de integração

produtiva com a indústria. FONTE:MAGNOLI , Demétrio. Disponível em: <

http://www.clubemundo.com.br/noticia_show.asp?id=1042&prod=1> . Acessado em 05 de março de 2009.

Exercícios de Sala

1. (UFPR) Os índices mínimos de uso da terra

utilizados atualmente pelo INCRA para que ela cumpra

Page 35: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

35

sua função social foram elaborados em 1980, com base

nos indicadores de produtividade das lavouras e dos

rebanhos por hectare, levando-se em conta o nível

técnico da agropecuária, segundo os dados do censo

agropecuário de 1975 do IBGE. Hoje eles estão

completamente defasados, pois, por exemplo, no estado

de São Paulo, basta produzir 1.900 kg/hectare de milho

para que a propriedade seja considerada produtiva.

Entretanto, a produtividade média do milho nesse

estado na safra de 2005/6 foi de 4.150 kg/ha. E por que

até agora esses índices não foram atualizados? Porque

assim imóveis com baixas produtividades escapam da

desapropriação e da reforma agrária. (Adaptado de: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. "Me engana que

eu gosto": A não atualização dos índices de produtividade da terra no governo Lula. Rádio Agência Notícias do Planalto, 26 mar. 2007.)

A respeito desse tema, considere as seguintes

afirmativas:

1. A expansão das áreas para agropecuária, elevando os

indicadores de produtividade, mostra que os índices

de uso da terra não precisam ser atualizados, pois

ainda estão de acordo com as necessidades do

campo.

2. O debate sobre a atualização dos índices de

produtividade mostra que, na dinâmica da reforma

agrária, convergem aspectos legais, técnico-

produtivos e sobretudo políticos.

3. A mudança dos indicadores da função social da terra

ajuda a reforma agrária, pois mostra que esta deve

ser implementada onde não foram alcançados altos

índices de produtividade.

4. A resistência à atualização dos índices de

produtividade revela a manutenção do latifúndio,

que teve sua origem na forma de repartição da terra

realizada pelos portugueses após a conquista e se

prolonga até os nossos dias, como uma estrutura

produtiva que condena o campo à subutilização.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.

2. (UFU)

Analise os mapas apresentados e assinale a alternativa correta.

a) A incorporação das áreas do Sudeste e do Centro-Oeste na produção de trigo foi possível graças ao processo de

resfriamento por que passa a Terra.

b) A produção da região Sul do Brasil diminuiu em decorrência da entrada no mercado brasileiro de trigo importado da

Europa.

c) As condições ideais de produção de trigo são encontradas no Sul do Brasil, com temperaturas elevadas durante todo o

ano e precipitação anual de 700ml.

d) O desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima tropical tem permitido o aumento da produtividade nas áreas

do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

3. (UERJ) Herdeiro do pampa pobre

Mas que pampa é essa que eu recebo agora

Com a missão de cultivar raízes

Se dessa pampa que me fala a história

Não me deixaram nem sequer matizes?

Passam às mãos da minha geração

Heranças feitas de fortunas rotas

Campos desertos que não geram pão

Page 36: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

36

Onde a ganância anda de rédeas soltas

Herdei um campo onde o patrão é rei

Tendo poderes sobre o pão e as águas

Onde esquecido vive o peão sem leis

De pés descalços cabresteando mágoas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho

Por essa pampa que ficou pra trás

Porque eu não quero deixar pro meu filho

A pampa pobre que herdei de meu pai Gaúcho da Fronteira e Vaine Duarte

http://letras.terra.com.br

A região do pampa, no Rio Grande do Sul, reflete a

realidade rural brasileira e suas mazelas.

Identifique o processo socioespacial que originou a

estrutura agrária descrita no texto. Aponte também uma

de suas causas e uma de suas consequências

socioeconômicas.

4. (Enem) Antes, eram apenas as grandes cidades que

se apresentavam como o império da técnica, objeto de

modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais

sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo

artificial inclui, hoje, o mundo rural. SANTOS, M. A Natureza do Espaco. São Paulo: Hucitec, 1996.

Considerando a transformação mencionada no texto,

uma consequência socioespacial que caracteriza o atual

mundo rural brasileiro é:

a) a redução do processo de concentração de terras.

b) o aumento do aproveitamento de solos menos

férteis.

c) a ampliação do isolamento do espaço rural.

d) a estagnação da fronteira agrícola do país.

e) a diminuição do nível de emprego formal.

5. (Unicamp) Com relação à fruticultura na região do

Vale do São Francisco no Nordeste brasileiro, é

correto afirmar que

a) a região tem terras férteis e adequadas à fruticultura

graças à inserção de projetos irrigáveis, o que

compensa o clima seco e o alto índice de insolação

durante a maior parte do ano.

b) a região tem clima úmido, com chuvas bem

distribuídas ao longo do ano, característica favorável

à fruticultura.

c) a região é importante produtora de frutas, mas não

foi possível implantar a vitinicultura, apesar de

várias tentativas, porque a cultura não se adapta ao

clima.

d) os maiores produtores de frutas tropicais da região e

do país encontram-se em polos agroindustriais dos

municípios pernambucanos de Juazeiro e Petrolina.

O processo de industrialização envolve a produção e o

consumo de produtos energéticos, uma vez que a

indústria é a atividade econômica que mais consome

energia. Por isso, está muito subordinada a ela,

particularmente à localização dos recursos energéticos,

à viabilidade de utilização econômica de suas fontes e,

sobretudo, à contabilização dos custos – aspectos

essenciais do projeto de industrialização do país.

A energia pode ser definida como capacidade de

produzir trabalho, incluindo-se aí a energia muscular

do ser humano até a energia nuclear. A matriz

energética utilizada no Brasil foi sendo ampliada e

diversificada com o decorrer das atividades industrias,

como demonstra a figura abaixo.

As fontes de energia são divididas em duas grandes

categorias:

Fontes não-renováveis: aquelas cujas reservas podem

se esgotar, como é o caso do petróleo, do carvão, do

gás natural, do urânio, etc.

Fontes renováveis: que podem produzir energia sem

se esgotarem, como os rios, marés, vento, sol,

biomassa, etc.

As principais fontes exploradas até hoje são as não-

renováveis. No Brasil, essas fontes de energia estão

espacializadas da seguinte forma:

- Gás Natural

Representando 3% da matriz energética brasileira, os

grandes produtores são Rio de Janeiro e Bahia, seguido

de longe por Sergipe, Rio Grande do Norte e

Amazonas. O Brasil também importa gás natural da

Bolívia através de um extenso gasoduto, que vai de

Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, a Guararema, em

São Paulo, e daí a região industrial de Porto Alegre no

Rio Grande do Sul. Nesse estado outro gasoduto

permite a importação do gás natural da Bolívia. FONTES DE ENERGIA

Page 37: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

37

- Petróleo

Até a década de 1970, a limitada produção nacional era

obtida de poços terrestres, a maior parte localizada no

Recôncavo Baiano. Hoje, a principal fonte são os

poços submarinos da plataforma continental,

principalmente na região vizinha ao estado do Rio de

Janeiro (Bacia de Campos). Do total produzido no país,

mais de 60% são originários da plataforma continental.

Em seguida ao Rio de Janeiro, estão os estados do Rio

Grande do Norte e da Bahia, respectivamente. Sergipe

e Ceará também são outros destaques na produção

nacional. As refinarias estão próximas aos centros de

consumo, sendo que a Petrobrás detêm 98% dessa

atividade em várias regiões brasileiras.

- Carvão Mineral

A preocupação com o aproveitamento do carvão

mineral é recente no Brasil. As reservas estão

depositadas em terrenos sedimentares antigos, na borda

oriental da bacia do Paraná, no baixo Amazonas e na

bacia do Parnaíba, mas apenas o carvão do sul é

explorado. Apenas parte do carvão catarinense é

coqueificada e remetida para a Companhia Siderúrgica

Nacional, em Volta Redonda (RJ). No Rio Grande do

Sul, cerca de 50% da produção é aproveitada para a

fabricação de aço. O carvão muito utilizado na geração

termelétrica de energia. Na região sul ela representa

15% do total da região.

Hidreletricidade

A fonte de energia renováveL mais utilizada no Brasil

é a energia de origem hidráulica. Ela é abundante no

Brasil, pois temos a rede hidrográfica mais densa do

mundo, com enorme potencial hidrelétrico. Isso explica

porque mais de 90% da potência instalada nas usinas

provêm de geradores hidráulicos, cabendo aos

geradores térmicos apenas 8%.

As regiões Sul e Sudeste apresentam grandes

empreendimentos hidrelétricos, como por exemplo: o

complexo Urubupungá (SP e MS) com as usinas de

Jupiá e Ilha Solteira; a usina de Três Marias (rio São

Francisco; e a usina de Itaipu (maior hidrelétrica do

planeta, localizada no rio Paraná). No norte destaca-se

a usina de Tucuruí, no rio Tocantins, construída para

alimentar a produção de alumínio realizada na região

de Belém e que fornece energia para outras regiões do

Brasil. Na Região Nordeste destacam-se as usinasdo

rio São Francisco, como Sobradinho, Moxotó e Paulo

Afonso, construídas como parte do projeto de

desenvolvimento da região nas décadas de 1960 e

1970. O Brasil só aproveita 30% de seu potencial

hidrelétrico, sendo um poderoso argumento contra o

uso da energia nuclear

FONTE: SENE, E. GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL.

São Paulo: Editora Scipione, 2003 Os dez maiores consumidores de petróleo

Page 38: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

38

OUTRAS FONTES DE ENERGIA

Energia Nuclear

No final da década de 1960, o governo brasileiro

começou a definir o Programa Nuclear Brasileiro,

destinado a implantar no país a produção de energia

atômica. A usina nuclear decorrente desse programa foi

Angra I, localizada em Angra dos Reis (RJ). Essa usina

entrou em operação em 1984. Pelos riscos que

representa, esse projeto tem sido alvos de críticas, tanto

por parte de ecologistas, de cientistas e da sociedade

civil.

Álcool

O álcool pode ser produzido de numerosos vegetais,

como a cana-de-açucar, batata e cevada. Diante da

perspectiva de esgotamento das reservas de petróleo e

de carvão, tem sido valorizado como combustível

alternativo. Nos anos de 1970, com o aumento dos

preços do petróleo no mercado internacional, foi criado

o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que

recebeu incentivos governamentais e desenvolveu

tecnologia própria, apresentando grande produção em

menos de dez anos. A inviabilidade está no processo

produtivo, pois exige grandes extensões de terra. Sua

utilização restringe-se ao setor de transportes.

Xisto Betuminoso

O aproveitamento econômico do xisto betuminoso

consiste em separar o betume da rocha

(hidrocarbonetos) e produzir petróleo a partir dele. As

maiores concentrações estão no município de São

Mateus do Sul (PR), onde foi instalada uma usina para

processá-lo. Em média, o teor de óleo na rocha é

inferior a 10%. Dificuldades técnicas e ambientais

restringem a utilização dessa fonte energética.

Energia Solar

No Brasil essa fonte de energia é muito utilizada para o

aquecimento da água em habitações. A tecnologia

existente é rudimentar para a geração de energia,

aproveitando muito pouco da intensa radiação solar que

o território brasileiro recebe.

Biogás

Trata-se do gás produzido a partir de matéria orgânica

em decomposição (esterco, palha, bagaço vegetal ou

lixo) pela ação de certas bactérias. O biodigestor é o

aparelho utilizado para o aproveitar o biogás.

Page 39: Geografia B - Extensivo

Inclusão para a Vida Geografia B

Pré-Vestibular da UFSC

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Exercícios de Sala

1. (UDESC) Sobre as reservas de petróleo da camada

pré-sal, assinale a alternativa incorreta.

a) O campo de Jubarte será o primeiro, no Brasil, a

produzir óleo abaixo da camada de sal. Apesar de

ser na Bacia de Santos que estão sendo depositadas

as expectativas de maior volume de reservas na

camada do pré-sal, é no litoral capixaba, ainda na

Bacia de Campos, que o primeiro óleo será retirado

desta formação geológica.

b) A grande vantagem do Brasil na exploração de

petróleo da camada do pré-sal é que a Petrobrás é

100% estatal e única dona do petróleo existente na

referida reserva.

c) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o

modelo de exploração da camada pré-sal transforme

o Brasil em um grande exportador de derivados, que

valem mais que exportar o petróleo cru.

d) A Petrobrás realizou, também, uma avaliação

regional do potencial petrolífero do pré-sal que se

estende nas bacias do Sul e Sudeste brasileiros. Os

volumes recuperáveis estimados de óleo e gás para

os reservatórios do pré-sal, se confirmados, elevarão

significativamente a quantidade de óleo existente em

bacias brasileiras, colocando o Brasil entre os países

com grandes reservas de petróleo e gás do mundo.

e) A Petrobrás e sócias identificaram indícios de

petróleo em diferentes pontos na camada pré-sal,

que se estende por 800 km desde o litoral do

Espírito Santo ao de Santa Catarina.

2. (UDESC) Aponte as vantagens e as desvantagens

para o Brasil de um eventual aumento da produção de

energia nuclear.

3. (UEL) Analise o gráfico a seguir e responda à

questão.

Uma discussão frequente na mídia atual diz respeito às

alternativas de geração de energia para o abastecimento

da população e dos processos produtivos.

Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre o

tema, considere as afirmativas a seguir.

I. As fontes não-renováveis representam,

aproximadamente, 54% da matriz energética brasileira.

II. Gás natural e carvão mineral são, assim como o

petróleo, fontes renováveis, com forte participação na

matriz energética nacional.

III. Em comparação às termoelétricas e usinas

nucleares, as hidrelétricas são menos comprometedoras

para o meio ambiente, entretanto a construção de

barragens provoca graves impactos socioambientais.

IV. As condições brasileiras de clima e relevo originam

um grande potencial hidráulico que, no entanto, ainda é

pouco aproveitado.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

4. (UERJ)

Há 34 anos, os governos do Brasil e da Alemanha

firmavam programa de cooperação que previa a

construção de oito centrais termonucleares, além de

usinas de enriquecimento de urânio e de

reprocessamento do combustível nuclear.

Além das irregularidades apontadas na reportagem, o

atual programa nuclear brasileiro tem como principal

problema:

a) risco de poluição ambiental

b) inviabilidade da tecnologia adotada

c) ausência de fontes de investimentos

d) indisponibilidade de mão de obra qualificada