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ISSN 2318-2962 Caderno de Geografia, v.28, n.52, 2018 DOI 10.5752/p.2318-2962.2018v28n52p42 42 Geografia e gestão ambiental empresarial: uma análise crítica Geography and entrepreneurial environmental management: a critical analysis Rodrigo da Cunha Pacheco Professor Doutor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Jacareí, SP, Brasil [email protected] Resumo A geografia se constitui em um campo do conhecimento que se ocupa das relações entre os seres humanos e a natureza no espaço. Embora a aplicabilidade imediata não deva ser o critério único de valorização de uma ciência, o fato é que, muitas vezes, estas contribuem para a solução de problemas sociais e econômicos, característica que deve ser valorizada e estimulada também na geografia. Neste contexto, a hipótese do presente trabalho é que a geografia e os geógrafos podem contribuir com a gestão ambiental empresarial como uma das suas áreas de atuação. Palavraschave: geografia, geógrafos, empresas, gestão ambiental. Abstract Geography is a field of knowledge that deals with the relations between humans and nature in space. Although the immediate applicability should not be the sole criterion of valorization of a science, the fact is that, often, they contribute to the solution of social and economic problems, a characteristic that must be valued and stimulated also in geography. In this context, the hypothesis of this work is that geography and geographers can contribute to entrepreneurial environmental management as one of their areas of activity. Keywords: geography, geographers, enterprises, environmental management. 1. INTRODUÇÃO A partir da segunda metade do século XX a humanidade teve que iniciar o enfrentamento, de forma mais incisiva, dos problemas advindos das relações predatórias estabelecidas com o ambiente, não que já não ocorressem manifestações mais isoladas anteriormente. Ocorre que o desenvolvimento do capitalismo, aliado ao progresso científico e tecnológico elevaram a magnitude dos impactos causados pela ação antrópica no meio ambiente a um patamar preocupante e arriscado para a própria manutenção da vida humana ao longo do século XX. A questão ambiental entrou inevitavelmente na agenda dos governos mundiais, de organizações não governamentais, das empresas, de escolas, enfim, da sociedade como um todo. Neste contexto, ganhou importância o conceito e a prática da gestão ambiental, enquanto instrumento que permite uma relação mais harmoniosa entre as sociedades e seus ambientes. Natureza e sociedade são duas facetas complexas do conhecimento humano, requerendo a mobilização de uma ampla gama de saberes para apreensão da dinâmica social e entendimento dos

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Geografia e gestão ambiental empresarial: uma análise crítica

Geography and entrepreneurial environmental management: a critical analysis

Rodrigo da Cunha Pacheco

Professor Doutor do Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de São Paulo, Jacareí, SP, Brasil

[email protected]

Resumo

A geografia se constitui em um campo do conhecimento que se ocupa das relações entre os seres

humanos e a natureza no espaço. Embora a aplicabilidade imediata não deva ser o critério único de

valorização de uma ciência, o fato é que, muitas vezes, estas contribuem para a solução de problemas

sociais e econômicos, característica que deve ser valorizada e estimulada também na geografia. Neste

contexto, a hipótese do presente trabalho é que a geografia e os geógrafos podem contribuir com a

gestão ambiental empresarial como uma das suas áreas de atuação.

Palavras–chave: geografia, geógrafos, empresas, gestão ambiental.

Abstract

Geography is a field of knowledge that deals with the relations between humans and nature in space.

Although the immediate applicability should not be the sole criterion of valorization of a science, the

fact is that, often, they contribute to the solution of social and economic problems, a characteristic

that must be valued and stimulated also in geography. In this context, the hypothesis of this work is

that geography and geographers can contribute to entrepreneurial environmental management as one

of their areas of activity.

Keywords: geography, geographers, enterprises, environmental management.

1. INTRODUÇÃO

A partir da segunda metade do século XX a humanidade teve que iniciar o enfrentamento,

de forma mais incisiva, dos problemas advindos das relações predatórias estabelecidas com o

ambiente, não que já não ocorressem manifestações mais isoladas anteriormente. Ocorre que o

desenvolvimento do capitalismo, aliado ao progresso científico e tecnológico elevaram a magnitude

dos impactos causados pela ação antrópica no meio ambiente a um patamar preocupante e arriscado

para a própria manutenção da vida humana ao longo do século XX.

A questão ambiental entrou inevitavelmente na agenda dos governos mundiais, de

organizações não governamentais, das empresas, de escolas, enfim, da sociedade como um todo.

Neste contexto, ganhou importância o conceito e a prática da gestão ambiental, enquanto instrumento

que permite uma relação mais harmoniosa entre as sociedades e seus ambientes.

Natureza e sociedade são duas facetas complexas do conhecimento humano, requerendo a

mobilização de uma ampla gama de saberes para apreensão da dinâmica social e entendimento dos

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mecanismos naturais envolvidos nos processos da realidade. Entre os mais diversos conhecimentos

desenvolvidos pelos seres humanos e que permitem a atuação teórica e prática nesse setor das

atividades humanas (de interface entre a natureza e a sociedade) tem-se a geografia. Particularmente

para o contexto brasileiro, dever-se-ia ser de notório saber a íntima ligação histórica existente entre

esta ciência e a relação sociedade/natureza, afinal, trata-se de uma disciplina presente no currículo da

educação básica. Todavia, a abordagem do tema em termos práticos pelos geógrafos é ainda tímida

dentro do domínio corporativo.

Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é demonstrar algumas contribuições potenciais

da geografia e dos geógrafos para o processo de gestão ambiental empresarial no contexto brasileiro,

partindo-se da hipótese de que estes podem contribuir com o desenvolvimento desse setor. O tema é

de interesse potencial não somente para a comunidade dos profissionais da geografia, mas igualmente

para aqueles que lidam com os processos administrativos das organizações, que poderão enxergar

nesses profissionais, de maneira mais consolidada, uma possível fonte de soluções para os desafios

organizacionais em relação aos aspectos ambientais de suas atividades. Não se quer, com isto, reduzir

a geografia ao aspecto profissional. Apenas se reconhece essa dimensão como um setor legítimo e

igualmente importante para os praticantes da geografia.

Tendo tal objetivo claro, julga-se útil apresentar a estrutura do presente trabalho. Em um

primeiro momento, busca-se analisar a relação histórica da geografia com a temática ambiental,

visando demonstrar a ligação histórica que possui com esse setor de atuação. Posteriormente, aborda-

se de forma concisa o processo de conscientização internacional sobre as questões ambientais e a

criação de instrumentos legais no Brasil que visam garantir a qualidade ambiental (e

consequentemente a própria saúde humana), a fim de diagnosticar a mudança de contexto social e

institucional no qual as empresas devem atuar e sobreviver. A seguir, é proposta uma reflexão sobre

o conceito de gestão ambiental empresarial, permitindo entender suas especificidades com relação ao

conceito mais genérico (gestão ambiental). Finalmente, busca-se um posicionamento a respeito de

como a geografia e os geógrafos podem auxiliar, em termos potenciais, a gestão ambiental

empresarial e, consequentemente, contribuir com o desenvolvimento econômico aliado à

sustentabilidade ambiental.

2. UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ABORDAGEM HOLÍSTICA

NA GEOGRAFIA E CONSIDERAÇÕES SOBRE SUAS DIFICULDADES

Abordar a problemática ambiental requer um esforço holístico que já foi muito caro à

geografia ao longo da sua história. Institucionalizada na Europa do século XIX, onde o positivismo

se colocava como paradigma dominante do conhecimento científico, a grande abrangência de temas

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passíveis de abordagem geográfica era vista com desconfiança por muitos, que sentiam uma

necessidade de precisar melhor o objeto de estudo dessa ciência. A proposta de Ferdinand von

Richthofen, apresentada em 1883, obteve o maior número de adeptos na Alemanha. Conforme esta,

o objeto de estudo da geografia seria a multiplicidade de fenômenos da superfície terrestre

(HARTSHORNE, 1969). Tal definição mantinha em potência seu histórico caráter holista.

Consideração semelhante a respeito do objeto de estudo da geografia pode ser remetida a

uma tradição ainda anterior, cujo um dos grandes expoentes seria Immanuel Kant. De acordo com o

renomado filósofo da era iluminista europeia, esta ciência se ocupava em estudar a natureza conforme

o espaço. Sua obra editada (Geografia Física) deixa claro que esses fenômenos do espaço

englobavam tanto o que se convencionou a chamar de natureza quanto de sociedade (PACHECO,

2015). Essa visão abrangente apresentaria uma problemática a mais para os fundamentos

epistemológicos da geografia no século seguinte: lidar com a revigorada dicotomia entre sociedade e

natureza já esboçada anteriormente pela res cogitans e res extensa de René Descartes.

A segunda metade do século XIX pode ser considerada como um período de enfrentamento

filosófico entre os positivistas de um lado, com suas visões mais restritas do método científico, e os

neokantianos e historicistas do outro, buscando fundamentar a autonomia das ciências humanas e

seus métodos em relação às ciências naturais. Um dos grandes expoentes desse debate foi Wilhelm

Dilthey que trouxe à tona a diferenciação entre os fatos do espírito e da natureza perante a consciência

dos seres humanos. Enquanto estes se apresentariam a partir do exterior, o que não permitiria um

entendimento intrínseco de suas dinâmicas (exigindo, portanto, a criação de hipóteses explicativas a

partir do comportamento externo dos fenômenos), aqueles seriam apresentáveis à consciência,

permitindo o entendimento direto (esta poderia vivenciá-los e reproduzi-los internamente) (REALE;

ANTISERI, 2005). Esse debate geral no campo da filosofia das ciências exerceria influências, de

forma inevitável, dentro de uma disciplina como a geografia que em seu escopo de estudo pretendia

abarcar elementos do reino natural, explicados a partir do princípio da causalidade mecânica, e

elementos do reino histórico ou humano, compreendidos a partir de um sujeito livre ou histórico, em

que a consciência intencional desempenharia papel importante.

Uma das saídas iniciais para essa problemática, no contexto da geografia tradicional (muito

fiel às colocações positivistas), foi uma abordagem naturalizada dos fenômenos humanos. Referindo-

se à essa primeira tradição da geografia institucionalizada, Moraes afirmou: “Na verdade, a Geografia

sempre procurou ser uma ciência natural dos fenômenos humanos” (MORAES, 1993, p.23). Friedrich

Ratzel foi um ícone dessa postura, pois embora tenha fundado a antropogeografia, trazendo o ser

humano para o centro da pesquisa geográfica, abordou-os a partir de uma perspectiva naturalista.

Conforme Moraes: “[...] Ratzel, ao propor uma Geografia do Homem, entendeu-a como uma ciência

natural” (MORAES, 1993, p.57).

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O neokantismo e o historicismo saíram-se vitoriosos no enfrentamento do monismo

metodológico positivista, já que foram bem-sucedidos na legitimação de outro domínio do

conhecimento científico que não apenas o das ciências naturais. Foi uma questão de tempo para que,

no século XX, progressivamente a geografia absorvesse igualmente a influência do campo da

epistemologia das ciências humanas, instaurando em sua área de atuação a pluralidade metodológica

e, consequentemente, produzindo uma dicotomia dentro de si, o que para muitos, inspirados em um

monismo metodológico positivista (consciente ou inconscientemente), foi inquietante. A referida

divisão foi a clássica distinção entre a geografia física de um lado e a geografia humana de outro.

Para Moreira, na realidade, foram três as formalizações então estabelecidas entre os praticantes da

geografia: “1) a consolidação [...] das formas setoriais; 2) [...] Geografia Física [...] e [...] Geografia

humana [...]; e 3) o surgimento das alternativas unitárias [...]” (MOREIRA, 2011, p.19).

A essa complexidade epistemológica crescente dentro da geografia, derivada de um contexto

mais amplo de desenvolvimento da própria filosofia da ciência, pode-se somar a problemática em

torno da definição do seu objeto de estudo. Várias foram essas definições, conforme Moraes (1993):

“estudo da superfície da Terra”; “estudo da paisagem”, “estudo da individualidade dos lugares”,

“estudo do espaço”, “estudo das relações entre a sociedade e a natureza”. Novamente aqui, cabe

destacar o desconforto de muitos com tantas proposições em termos de objeto de estudo. As

preocupações, muitas vezes eram exageradas, pois nada mais representavam do que a vitalidade de

produções e a pouca disposição para a adoção de convenções, como ocorreu em outros campos do

conhecimento.

Uma mente incauta, conduzida pela concepção científica de um positivismo ingênuo pode

apresentar-se desconfiada de tamanhos e pretensos problemas epistemológicos e metodológicos

dentro de uma única ciência. De fato, por vezes, a situação causou mal-estar para aqueles que não

observaram a evolução mais ampla do contexto filosófico e científico.

Sob a visão contemporânea, entretanto, deve-se aceitar com maior naturalidade a pluralidade

de métodos e ideias (fundamentadas) dentro de uma disciplina científica. Os legados das obras de:

Karl R. Popper (1902-1994), estabelecendo como critério do científico não uma verdade eterna, mas

as proposições falsificáveis, criadas inclusive pela criatividade humana; Thomas Khun (1922-1996),

evidenciando a existência de paradigmas científicos que não são imutáveis na história, fornecendo

um pouco mais de estabilidade ao quadro instável estabelecido pelo falsificacionismo de Popper; e

de Imre Lakatos (1922-1974), apontando para a necessária existência de programas de pesquisas

concorrentes dentro da ciência como um todo (REALE; ANTISERI, 2006); apresentam uma

caracterização empírica da ciência bem mais fiel à realidade do que o velho ideal positivista e seus

pressupostos, como a exigência de um método universal e de um objeto único bem definido. Admite-

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se assim a concorrência entre programas de pesquisas distintos como benéficos para a evolução do

conhecimento científico.

O fato mais importante em todo esse contexto, tendo em vista os objetivos do presente

trabalho, é que historicamente a geografia teve que enfrentar a relação dos seres humanos com o seu

ambiente, ainda que por tempos essa tarefa tenha apresentado conflitos internos de cunho

epistemológico e metodológico. É de se esperar, portanto, que esse campo do conhecimento tenha

produzido um rico acervo sobre essa dimensão da realidade, com abordagens distintas e

enriquecedoras.

3. A CONSCIENTIZAÇÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS

Embora a geografia, desde há muito tempo, já se preocupasse com a relação entre a

sociedade e seu ambiente, essa preocupação, em termos sociais mais genéricos, demorou mais para

ocorrer. Seria ingenuidade, contudo, imaginar que os problemas ambientais se constituiriam em um

fenômeno recente. Conforme Pelicioni (2014) os impactos ambientais gerados na relação entre o ser

humano e o ambiente foram percebidos desde a muito tempo. “Platão, por exemplo, no ano 111 a. C.,

já denunciava a ocorrência de desmatamento e erosão de solos nas colinas da Ática, na Grécia,

ocasionados pelo excesso de pastoreio de ovelhas e pelo corte de madeira” (PELICIONI, 2014, p.

414). Os exemplos elencados pela referida autora não pararam por aí, assim, lembrou John Evelyn,

que se lamentou, de forma contundente, pela poluição atmosférica de Londres, em 1661. As áreas

coloniais foram igualmente lembradas, pois passaram por um processo de degradação ambiental

devido às atividades de exploração colonial.

O nascimento da filosofia e ciência moderna, a partir de Bacon e Descartes, juntamente com

a emergência e desenvolvimento do capitalismo, levaram à exploração dos recursos naturais, bem

como a um uso do ambiente para descarte dos resíduos, a uma magnitude preocupante, não somente

para o equilíbrio dos ecossistemas, mas para a própria vida e saúde humana. Seguindo a observação

de Pelicioni (2014), a visão de dominação da natureza substituiu a antiga relação mítica que existia

entre esta e os seres humanos (que produzia uma maior valorização da natureza). O século XIX, por

sua vez, produziu a filosofia positivista que pode ser vista como um sintoma da confiança extrema na

ciência, por ela estruturada, bem como da crença no progresso humano irrestrito, fundamentando-se

na técnica. Esta contribuiu para o aprofundamento do controle (embora parcial) da natureza e seus

processos, ao enfatizar a busca e domínio de suas leis. É preciso salientar, contudo, sob pena de se

fazer uma crítica simplista, que seria ingenuidade desconsiderar a relevância das conquistas históricas

da ciência positiva, ainda que, atualmente, possa-se discordar do seu reducionismo filosófico e

metodológico.

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O desenvolvimento da ciência e da técnica no século XIX contribuiu para a intensificação

da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra e então espalhada para outros polos de produção no

mundo. Barbieri (2007) observou as mudanças de patamares, qualitativos e quantitativos, da

degradação ambiental e de seus agentes causadores, a partir da Revolução Industrial. Aumentaram: a

potência dos elementos degradantes, a abrangência geográfica de ação e a quantidade de elementos

nocivos produzidos. “A partir da Revolução Industrial surge uma diversidade de substâncias e

materiais que não existiam na natureza. Mais de 10 milhões de substâncias foram sintetizadas e esse

número não pára de crescer [...]” (BARBIERI, 2007, p.8).

Outro impacto proveniente da expansão e consolidação do processo de industrialização que

não pode ser esquecido foi a retomada do processo colonial no século XVIII (neocolonialismo) e a

consequente promoção das guerras mundiais do século XX, com o desenvolvimento de armas de

destruição em massa e o terror da corrida armamentista posterior.

A segunda metade do século XX apresentou ocorrências ambientais marcantes, que

colocaram em questão, e de forma alarmante, o nível de qualidade ambiental e suas implicações para

a saúde e bem-estar dos seres humanos. Citando alguns exemplos, ocorreram: 423 detonações

nucleares (com seus efeitos radioativos), acidentes em usinas nucleares, derramamento de petróleo

no mar (com graves danos para a natureza), vazamento de produtos tóxicos (colocando em risco a

saúde e vida dos próprios seres humanos). A título de um exemplo mais específico, pode-se

mencionar o Mal de Minamata (1953 – 1997), no Japão, que matou e deformou em torno de 12.500

pessoas, devido à contaminação, por mercúrio, das águas da baía de Minamata (PELINIONI, 2014);

(CÂMARA, 2009).

Como visto anteriormente, desde a antiguidade, haviam vozes mais isoladas que já

denunciavam os impactos das ações humanas sobre o ambiente. A situação, porém, intensificou-se

mais recentemente em correlação com o aumento e gravidade dos problemas ambientais surgidos.

Possivelmente não seja exagero afirmar que o século XX representou o grande momento na mudança

de patamar da conscientização ambiental, especialmente em sua segunda metade (algo plausível

quando se pensa nas proporções assustadoras que a degradação ambiental e seus impactos alcançaram

sobre a saúde humana e a qualidade ambiental).

Revendo alguns marcos importantes desse processo, tem-se que em 1962 Silent spring

(Primavera Silenciosa de Rachel L. Carson) foi lançado, denunciando as agressões promovidas pelos

defensivos agrícolas (DDT) à saúde do homem e dos animais. Em 1972 outra obra polêmica e de

grande impacto seria publicada, por encomenda do que viria a ser conhecido como Clube de Roma:

“Os limites do crescimento”. No mesmo ano ocorreu, pela primeira vez, a Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia), comprovando a repercussão

internacional da causa ambiental. Entre outros acontecimentos, vale a pena destacar ainda mais dois

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eventos: a publicação do relatório Brundtland, em 1987, popularizando o conceito de

desenvolvimento sustentável, e a realização da ECO Rio 92 (Conferência das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente e Desenvolvimento), em 1992 no Rio de Janeiro (Brasil) (CÂMARA, 2009);

(PELICIONI, 2014).

As negociações entre as nações nas conferências internacionais não foram e não costumam

ser fáceis. Existem muitas diferenças de objetivos, prioridades, problemas e interesses entre elas,

inclusive devido às situações desiguais de desenvolvimento econômico e social. De toda forma,

alguns progressos foram obtidos e os países passaram a ser pressionados para o cumprimento dos

compromissos ambientais internacionais assumidos. Philippi Jr. et al. (2014) atribuíram a

estruturação do sistema de gestão ambiental do Brasil exatamente às pressões internacionais, que

envolviam, inclusive, o uso de instrumentos de financiamento externo condicionados à avaliação de

impactos ambientais.

Observando-se a legislação brasileira, verifica-se uma grande evolução em relação aos

aspectos ambientais, desde a década de 1980. Tal mudança promoveu, consequentemente, um novo

ambiente institucional para a operação das empresas. Entre os instrumentos normativos que surgiram,

pode-se destacar a Lei n° 6938 de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente. Em

1986 a Comissão Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabeleceu diretrizes para a avaliação

de impactos ambientais, mediante a resolução n° 001. Em 1988 a nova constituição reservou um

capítulo específico para o meio ambiente (capítulo VI). Em 1998 foi implementada a Lei n° 9605,

sobre crimes ambientais. Outros instrumentos legais poderiam ser mencionados, entretanto, estes já

evidenciam de forma suficiente, no contexto brasileiro, a mudança de patamar ocorrida em relação a

abordagem das questões ambientais pelas vias institucionais.

4. GESTÃO AMBIENTAL

As indústrias e organizações produtivas possuem papel relevante a ser desempenhado na

preservação da qualidade ambiental. Elas estão, na realidade, no centro da questão ambiental,

devendo contribuir como instrumentos do desenvolvimento socioeconômico sustentável. É fácil

compreender essa necessidade, pois o contexto social e institucional brasileiro (e mundial), como já

demonstrado, alterou-se. Torna-se inconcebível atualmente a simples produção de externalidades

negativas sobre o ambiente, patrimônio comum de todos, em nome do lucro privado e sem nenhuma

contrapartida social. Justifica-se, portanto, as palavras de Barbieri: “[...] espera-se que as empresas

deixem de ser problemas e façam parte das soluções” (BARBIERI, 2007, p.113). Nesse sentido, cabe

destacar que uma ampla gama de instrumentos legais foi criada para buscar garantir a qualidade

ambiental, tornando os poluidores passíveis de punições. O princípio do poluidor-pagador, presente

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na legislação brasileira, prevê que: “aquele que poluir terá de arcar com os custos da reparação do

dano causado [...]” (CHIUVITE, 2010, p.36).

Nesse novo contexto institucional, ganha destaque o modelo de concepção das organizações

proposto pela TEF (Teoria Evolucionista da Firma). “A TEF faz analogia com a Teoria Evolucionista

da Biologia, que vê os seres vivos em permanente mutação para se adequarem às vicissitudes do

ambiente” (CABRAL, 2009, p.33). As organizações devem se adequar ao novo ambiente institucional

em suas atividades produtivas, sob o risco de sofrerem inúmeros tipos de perdas econômicas: seja por

multas, indenizações, no valor da imagem perante os consumidores (com consequente perda de

clientes), na perda da competitividade, etc. Diante desse quadro de formação potencial de passivos

ambientais, ganha importância, também no plano corporativo, o conceito de gestão ambiental.

Esse conceito é aplicável a uma grande gama de atividades relacionadas aos problemas

ambientais (BARBIERI, 2007). Inicialmente, ele foi atrelado às atividades do poder público em

relação ao meio ambiente, contudo, posteriormente, a necessidade do engajamento de organizações

privadas, pelos motivos já exposto de degradação ambiental, fez com que o conceito fosse aplicado

igualmente nesse domínio (MAGLIO; PHILIPPI Jr., 2014). Conforme Barbieri (2007), pode-se

entender por gestão ambiental uma série de diretrizes e procedimentos administrativos e operacionais

que visam beneficiar o meio ambiente. Alguns exemplos mencionados pelo autor são: o

planejamento, a direção e a alocação de recursos.

Ainda de acordo com Barbieri (2007), a gestão ambiental possui três dimensões mínimas:

espacial, temática e institucional. A primeira diz respeito à consideração da área a serem aplicados os

procedimentos da gestão ambiental; a segunda, refere-se aos elementos do ambiente visados pelos

procedimentos adotados. A terceira diz respeito ao âmbito de execução da gestão (empresa, governo,

ongs, etc.). Evidentemente, uma política de gestão ambiental adequada e eficiente não pode

desconsiderar a área de abrangência de atuação, os elementos ambientais envolvidos e as normas e

dinâmicas existentes (variáveis conforme o tipo de ambiente institucional que as promovem).

5. GEOGRAFIA, GEÓGRAFOS E GESTÃO AMBIENTAL

Diante de todo quadro exposto, tem-se o questionamento central a respeito de como a

geografia e também os geógrafos podem contribuir com a gestão ambiental das organizações

produtivas. É preciso reconhecer, antes de mais nada, que não existe um campo único do saber que

esgote, por si, o conhecimento ambiental. Todavia, é necessário admitir também que a geografia se

constitui em um dos setores mais tradicionais do conhecimento na abordagem do ambiente e da

relação entre este e a sociedade. Sua história, bem como as reflexões e debates por ela promovidos,

muito antes da onda ambientalista da segunda metade do século XX, confirmam esse fato.

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Evidentemente, o conhecimento geográfico não se constrói de forma isolada, comunicando-

se constantemente com a produção de outras disciplinas científicas. O saber não pode ser

compartimentado de forma rígida, em uma divisão inflexível do trabalho científico. Não obstante, a

geografia possui uma ênfase que lhe é historicamente própria: a perspectiva espacial dos fenômenos

da superfície terrestre, sejam estes sociais, naturais ou o relacionamento de ambos. Dessa forma,

pode-se dizer que a abordagem multitemática, integrada e espacializada são os aspectos mais próprios

desse campo do saber.

Trata-se de uma característica dos tempos modernos uma crescente especialização e divisão

do trabalho profissional, algo igualmente inegável. Nesse sentido, faz-se necessária a distinção entre

a ciência geográfica e a profissão de geógrafo. A primeira transcende, e muito, os limites da segunda,

na medida que se constitui em campo essencial do saber, sendo o seu uso básico necessário para as

pessoas como um todo, mesmo no desempenho de tarefas rotineiras. Não por acaso, Tatham chegou

a defender esta ciência como a de genealogia mais antiga: “[...] suas raízes mergulham na

antiguidade. As primeiras provas do interêsse do homem pela natureza do mundo físico que o rodeia

contêm informações e especulações de caráter geográfico. Nenhuma ciência tem genealogia mais

longa [...]” (TATHAM, 1960, p.551). Este mesmo fato faz com que a geografia apareça como uma

das disciplinas constituintes do ensino básico brasileiro. Assim, pode-se deduzir que esse

conhecimento é exercido e praticado, em algum nível, por todos os cidadãos autônomos.

Embora seja possível apontar os objetivos puros de uma ciência como a pesquisa e o seu

progresso na produção do conhecimento, desinteressado de possíveis aplicações econômicas

imediatas, não há como negar que historicamente a prática científica se traduz, muitas vezes, em

soluções de problemas de ordem prática na realidade social. A dimensão da aplicabilidade potencial

da produção científica constitui-se em fato concreto e apesar de, em hipótese alguma, defender-se

aqui que esta deva ser o objetivo máximo de qualquer ciência, reconhece-se, todavia, sua existência

e importância social. Assim, no contexto da geografia, pode-se apontar que existem muitos que se

especializam em níveis mais complexos desse conhecimento, buscando exerce-lo de forma

profissional (buscando sua aplicabilidade) e recebendo a denominação de geógrafos.

A lei n. 6.664 de 26 de junho de 1979 conferiu o reconhecimento legal dessa profissão no

Brasil. Inúmeras atividades são nela elencadas como atribuições passíveis de exercício pelos

geógrafos. Para o caso da gestão ambiental, destaca-se o artigo 3°, que reconhece, na alínea “f”, como

uma das competências desse profissional, o reconhecimento, o levantamento, os estudos e pesquisas

para caracterização ecológica da paisagem geográfica e dos seus problemas (BRASIL, 2017). A

resolução n° 1.010 de 22 de agosto de 2005 do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e

Agronomia), responsável pela fiscalização do exercício dessa categoria profissional, entre outras,

elenca inúmeras atribuições da modalidade geografia na área ambiental, tais como: gestão, manejo,

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mitigação, monitoramento aplicados a ecossistemas; estudo e avaliação dos impactos ambientais;

identificação de fontes poluidoras; controle de poluição ambiental; licenciamento ambiental, entre

outras (CONFEA, 2017).

A competência dos geógrafos para atuarem com problemas relacionados à gestão ambiental

é legalmente clara. Assim, cabe apontar que, conforme a demanda das organizações empresariais pela

implementação de políticas de gestão ambiental cresce, impulsionada pela legislação ambiental

progressivamente mais rígida e pelos objetivos de certificação ambiental, como o uso da ISO 14001,

estes profissionais podem se apresentar como implementadores de soluções para tais organizações. É

um campo de trabalho que necessita ser conquistado por meio da competência profissional e da

qualificação. Os geógrafos, que naturalmente possuem conhecimentos aprofundados da dinâmica

ambiental, ganhariam em termos de formação (objetivada para atuar com organizações empresariais)

se complementassem seus conhecimentos com noções da área administrativa, abrindo-se aqui um

campo de diálogo entre dois ramos do conhecimento que pouco têm dialogado.

Cabe observar que Miguez e Ribeiro (2003) já buscaram analisar possíveis contribuições da

geografia para a implantação de sistemas de gestão ambiental no contexto brasileiro. Concluíram

adequadamente que atualmente os geógrafos possuem plena competência para desenvolver atividades

como: levantamento de aspectos e impactos ambientais das atividades das organizações. Resta

relembrar que as dimensões espaciais e temáticas são inerentes ao processo de gestão ambiental

(aspectos que os geógrafos estão acostumados a abordar), porém, existe ainda a dimensão

institucional das empresas que esses profissionais precisam igualmente conhecer, potencializando sua

capacidade de atuação profissional.

6. CONCLUSÕES

Foi possível verificar no presente trabalho que desde há muito o ser humano percebe as

alterações causadas no ambiente pela ação antrópica. Todavia, foi no século XX que ocorreu um

movimento de conscientização global mais incisivo sobre o problema. As revoluções científica e

industrial aumentaram a escala de produção, tanto em termos de produtividade quanto de variedade

de produtos, o que provocou um uso mais intensivo dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, o

despejo de grandes quantidades de resíduos, inclusive tóxicos, no ambiente, ameaçando o equilíbrio

do ecossistema global, a qualidade ambiental e a própria saúde humana. Diante desse contexto de

crise, governos e sistemas produtivos foram pressionados a adequarem-se a uma forma de

desenvolvimento econômico mais compatível com a qualidade ambiental. As empresas, concebidas

em analogia com os organismos vivos, como proposto pela TEF, passaram a ter que se adaptar ao

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novo contexto histórico e institucional. Dessa forma, ganhou destaque a gestão ambiental empresarial,

enquanto ferramenta capaz de promover essa adequação.

A geografia, historicamente, apresentou como uma de suas preocupações centrais a relação

entre a sociedade e a natureza no espaço. Assim, enquanto campo do conhecimento fundamental,

pode contribuir com a gestão ambiental empresarial. Os geógrafos, por sua vez, são profissionais que

podem buscar aplicar essa ciência na solução dos problemas de gestão ambiental. Esses profissionais

estão habilitados para realizar diagnósticos ambientais e analisar impactos promovidos pelas ações

antrópicas sobre o ambiente, por isso, podem contribuir com as políticas de gestão ambiental das

empresas. Neste sentido, conclui-se que seria enriquecedor um diálogo entre a geografia e a

administração (o que, para muitos, poderia parecer improvável). Àquela poderia fornecer subsídios

para que esta pudesse compreender melhor a dinâmica socioambiental (contexto de atuação das

organizações), esta, por sua vez, poderia auxiliar àquela a aplicar seus conhecimentos teóricos na

solução de problemas práticos das organizações, revelando as características dos ambientes

organizacionais. Em termos profissionais, os geógrafos e administradores teriam a ganhar em termos

de qualificação profissional.

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Trabalho enviado em 03/05/2017

Trabalho aceito em 16/09/2017